O Povo Brasileiro
O Povo Brasileiro
O Povo Brasileiro
DO SUL
HISTRIA DO BRASIL IV PROFESSOR JOO FRANTZ
ACADMICO TIARAJ GOLDSCHMIDT
O Povo Brasileiro
Ao fazer uma ampla anlise do porqu de sermos o que somos hoje, os
brasileiros, Darcy Ribeiro criou uma obra em que aborda todos os ngulos
possveis da formao do povo brasileiro. S para citar um exemplo, na
introduo o autor j fala do distanciamento social entre as classes dominantes e
as subordinadas, em que as camadas mais privilegiadas possuam medo da
rebeldia dos escravos. Como as camadas mais pobres possuem colorao
escura, esse medo racial persiste, justifica o autor, afirmando que sempre faltou
um projeto alternativo de ordenao social, que seja adotado e apoiado pelas
maiorias.
No captulo um, O Novo Mundo, Darcy Ribeiro diz que a histria contada
pelos vencedores e que, no caso do Brasil, no foi diferente. Nosso pas foi
formado por diversos povos e culturas, como os ndios, os europeus e os
africanos, que acabaram criando o ser brasileiro. Darcy diz que os ndios
fizeram o mesmo caminho dos povos do Velho Mundo ao superar a poca
paleoltica, mas que o fizeram por conta prpria e 10 mil anos depois.
Os indgenas eram resistentes dominao justamente por seu estilo de
vida, em que no possuam camadas sociais e viviam em igualdade. J Portugal,
naquela poca (1500) participava da revoluo mercantil e trazia tecnologia ao
Novo Mundo.
Os ndios receberam os brancos cheios de expectativas, j que eram livres
da maldade e buscavam ajudar seu semelhante. Aos indgenas foi apresentada a
religio, o pecado, a definio de bem e de mal, de cu e de inferno. Eles tinham
medo de adquirir doenas com os brancos, mas o avano tecnolgico que lhes foi
apresentado os fazia voltar.
O povo que habitava o Brasil vivia bem, tinha acesso comida e possuam
sade, no tendo muitas preocupaes em sua vida. J os europeus viviam
aflitos, cientes dos pecados, e viam os ndios como vadios e que tinham vidas
inteis. Era o confronto de ndios inocentes e saudveis com europeus
experientes e cheios de doenas. Em conflitos, os portugueses eram menos
numerosos, mas melhor organizados para a guerra e com superioridade
tecnolgica. Alm disso, os ndios perdiam vidas com as doenas.
Depois, as aldeias indgenas da costa foram substitudas por escravos
africanos dos engenhos, por mamelucos e brancos pobres, alm dos prprios
ndios, muitas vezes regidos por missionrios. Eles comearam a ser
Alm das brigas entre classes sociais, h entre etnias e raas. A entre
negros e brancos durou todo o perodo de escravido, sendo que sua abolio foi
a causa principal da queda do Imprio e da proclamao da Repblica. Aps a
abolio, os negros caram em intensa misria, j que no tinham para onde ir.
Os descendentes dos senhores de escravos guardam a mesma atitude de
desprezo diante dos negros. Sempre sob ameaa e sem condies de melhorar
de vida, o negro se mostra muito mais criativo em reas onde no preciso
escolaridade, como a msica, a dana e o futebol. O autor prev, para a metade
do sculo XXI, uma maior predominncia de negros e mulatos, visto sua
fertilizao acentuada.
Porm, o racismo se mostra aqui mais pela cor da pele do que pela origem
racial. Darcy Ribeiro d exemplos de como a democracia racial possvel, desde
que conjuntamente com a democracia social. A desigualdade racial aparece no
sculo XX com os empregos, onde imigrantes detm bem mais empresas e
cargos melhores do que os negros. Mesmo o valor po a pretos e pardos menor
no sculo passado.
Citando exemplos de outras regies e pases, o autor mostra um caminho
que deve seguir a populao brasileira: o de se homogeneizar cada vez mais,
com mais raas misturadas. A mulher outra que sofria preconceitos, primeiro
apenas com funo de procriar e depois como integrante do harm dos mais
privilegiados.
O imigrante mostra seu papel ao formar paisagens europeias dentro do
Brasil, como na regio Sul. O povo brasileiro, portanto, passou por diferentes
momentos de incorporao de etnias, sejam os colonizadores, ndios, negros e os
brancos imigrantes. Hoje, nenhum visa mais ter autonomia tnica.
No captulo quatro, Os Brasis na Histria, Darcy Ribeiro mostra as
diferentes faces em que o Brasil resultou ao longo de 500 anos. Uma delas a
crioula, que ajudou e foi protagonista da produo de quase tudo no Brasil, mas
no sobrevivendo ou enriquecendo com isso, e sim na forma de escravos. Os
negros participaram da produo da cana, do tabaco, no anil e cacau, e, mais
tarde, ao caf e outros, j recebendo salrios.
Darcy Ribeiro por vezes compara a produo aucareira com o regime
feudal, tanto pela extenso das terras como pelo sistema de produo, em que o
senhor s enriquece e o trabalhador no consegue melhorar de vida. Esse
sistema s encontrou resistncia por parte dos prprios negros, que dia a dia
aguentaram os castigos e o trabalho rduo. Com a abolio da escravatura, o
negro era livre, mas livre at no ter o que comer, e se sujeitava aos mesmos
trabalhos para no morrer de fome, talvez s com outro dono.
Enquanto no Nordeste a produo foi de acar, na Amaznia era com a
seringueira. Mas outros artigos da floresta eram visados pelos europeus, sendo
que praticamente escravizavam os ndios para que buscassem essas especiarias.
Com a morada dos europeus na Amaznia e com a escassez de mulheres