F. Faversani, Entre A República e o Império Apontamentos Sobre A Amplitude Desta Fronteira
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Para o perodo republicano, o marco a obra de Mathias Gelzer, The Roman nobility (1969),
originalmente publicada em 1912.
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Cf. H. Galsterer (1993, p. 19). Luciano Canfora (1991, p. 198) situa a ateno de Syme nas elites
como um desdobramento do debate sociolgico em curso nos anos de 1930 sobre o tema.
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desta
ruptura,
Augusto,
apresentou
sua
atuao
como
uma
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Em especial nos cem anos que antecedem a batalha de cio, a obraRepblica foi intensamente restaurada. O quadro que nos apresenta Jurgen von
Ungern-Sternberg (2006), que mencionamos como exemplo, o seguinte:
Quando Tibrio Semprnio Graco assumiu como tribuno da plebe em 10 de dezembro de 134
a.C, tudo na Repblica Romana parecia estar em perfeita ordem. Cartago, a perigosa rival de
Roma, tinha sido destruda; o reino da Macednia tinha se tornado uma provncia; todo o
mundo composto pelos estados helnicos estava agora sob controle romano. [] Na prpria
cidade de Roma, as lideranas das mais proeminentes famlias, a nobreza governante, dominava
a vida poltica de seus assentos no senado. Eles sabiam como conduzir um ou outro magistrado
recalcitrante de volta ao seu lugar, e o mesmo se aplicava para algum tribuno da plebe que
ocasionalmente se mostrasse independente demais. Eles eram flexveis o bastante para integrar
aspirantes ambiciosos e talentosos em suas fileiras e espertos o suficiente para incluir todos os
cidados na tomada de decises polticas atravs dos vrios tipos de assembleias e
particularmente confiava a eles a escolha entre os candidatos rivais na competio pelos cargos
polticos. [E aqui temos o grande ponto final. Abre-se nova sentena temporal] Menos de um
ano depois tudo fundamentalmente tinha mudado, de acordo com o que Apiano de Alexandria
escreveu no prefcio de sua histria das guerras civis romanas. Um embate poltico acabou em
assassinato e morte; outras lutas se seguiram, primeiro na cidade e depois pela cidade,
culminando no final na breve dominao de Csar e finalmente no estabelecimento do
principado por Augusto. Estes eventos ofereceram um grande e sangrento espetculo,
espalhando cenas terrveis e nomes famosos (2006, pp. 89-90)
Quase sempre eclode to grande contenda que se torna difcil preservar a sociedade inviolvel.
Isto mostrou h pouco a temeridade de Csar, o qual perverteu todos os direitos divinos e
humanos em virtude de um principado que ele mesmo se atribura por um erro de opinio. E h
aqui uma coisa molesta: em nimos superiores e talentos brilhantes, a maior parte do tempo
esto presentes anseios de honra, comando, poder e glria (Off. 1, 26).
Da se deve concluir que, propostos semelhantes prmios [como os que se conseguiam com as
proscries], as guerras civis sempre existiro. Eis que apenas as muralhas da cidade esto de p
e firmes, mas j temem os ltimos crimes daquele homem [Csar] quanto Repblica, ns
sem dvida a perdemos totalmente (Off. 2, 29).
Por outro lado, Csar atribura esta morte derradeira a Pompeu. Afirma
Csar que:
Em razo destes fatos [Pompeu teria aterrorizado o Senado e feito cessar seu funcionamento em
liberdade], exorta-os e pede-lhes que assumam a Repblica e que governem juntamente com
ele. Mas se, de medo, se esquivassem, ele no deixaria de assumir sua responsabilidade e
governaria o Estado com seus prprios meios (Civ. 1, 32, 1-7).
americanas
(convertido
em
107
REPBLICA / IMPRIO
109
IMPRIOREPBLICA
REPBLICAIMPRIO
R
R I EP M
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IMPRREIPOBLICA
IMPRIOREPBLICAREPBLICAIMPRIO
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