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Cinetica Quimica

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RECIFE

Colgio Salesiano Sagrado Corao


Aluna(o): _____________________________________________ N: _________ Turma: 3 ano ________
Recife, ______ de ________________ de 2013
Disciplina:

Qumica

Professor:

Eber Barbosa

Cintica Qumica Parte I


]

01 Introduo
Algumas vezes precisamos acelerar uma reao qumica para que possamos obter o produto desejado e
conseguir maior rentabilidade (rendimento) do processo. Outras vezes, precisamos desacelerar uma reao para retardar
um processo qumico. Neste ltimo caso, podemos, por exemplo, retardar a deteriorao dos alimentos, conservando-os
numa geladeira ou num freezer.
Neste captulo, estudaremos a velocidade (ou rapidez) das reaes qumicas e os fatores e leis que influem
na velocidade dessas reaes.
Dentro desse contexto vamos analisar tambm o mecanismo das reaes, ou seja, a maneira ntima
(microscpica) das molculas reagirem.
A cintica qumica a parte da qumica que estuda a velocidade ou rapidez das reaes e os fatores que
influenciam essa velocidade, ou seja, um dos objetivos da Qumica o de controlar a velocidade das reaes qumicas, de
modo que sejam rpidas o suficiente para proporcionar o melhor aproveitamento do ponto de vista prtico e econmico,
mas no to rpidas a ponto de oferecer risco de acidentes. Da mesma forma tambm fundamental saber retardar uma
reao de forma que determinado reagente demore mais a ser consumido. Em resumo, o ideal ter reaes com
velocidades controladas.
Para abrirmos nossa discusso observe as simples imagens de dois fenmenos bastante conhecidos...

Percebemos ento que existem fenmenos rpidos e lentos. Isso nos faz entender que possvel
dimensionar a velocidade com que as reaes ocorrem.

Mas qual a concepo de velocidade em qumica?


Para responder essa pergunta, primeiro temos que entender que durante uma reao qumica ocorrem
variaes das concentraes das substncias reagentes e produtos.
Por exemplo: em uma cozinha supostamente fechada, antes de ligarmos a boca do fogo, no incio do dia h uma grande
quantidade de gs no botijo e de oxignio no ar...
O2(g)

O2(g)

O2(g)
O2(g)
O2(g)

O2(g)

O2(g)
CO2(g)

O2(g)

CO2(g)

O2(g)
O2(g)
O2(g)

Ao longo dos afazeres do dia, constantemente o corre


a seguinte reao na boca do fogo...
1 C4H10(g) + 13/2 O2(g) 4 CO2(g) + 5 H2O(g)

O2(g)
C4H10(g)
C4H10(g) C4H10(g)
C4H10(g)
C4H10(g)

Cintica Qumica Parte I

...onde observamos o consumo de gs de cozinha,


C4H10(g), e do oxignio do ar, O2(g), ao passo em que se
d a produo de gs carbnico, CO2(g), e vapores de
gua, H2O(g).
107

CO2(g)
CO2(g)

Ao final do dia temos a seguinte situao...

CO2(g)
CO2(g)

H2O(g)

CO2(g)

H2O(g) H2O(g)
H2O(g)

O2(g)

CO2(g)

Percebemos que ha uma diminuio da concentrao


do gs de cozinha (butano C4H10) e, adotando a
cozinha como um ambiente com portas e janelas
fechadas, constata-se reduo da concentrao do
gs oxignio (O2) no ar da cozinha ao passo em que
aumentam as concentraes de gs carbnico (CO2)
e vapores de gua (H2O)

CO2(g)

H2O(g)
H2O(g)
CO2(g)
CO2(g)

C4H10(g)

Esse fato cotidiano pode ser descrito em linguagem grfica conforme indicado a seguir...
Concentrao

Concentrao

Concentrao

CO2(g) ... o oxignio do ar gasto


enquanto a quantidade de
gs carbnico vai
aumentando...

CO2(g)

O2(g)

O2(g)

Tempo

Tempo

Tempo
Agora fica fcil entender que...

...a cintica qumica se preocupa em determinar


com que velocidade as substncias so consumidas
ou produzidas durante uma rao qumica:

VSubstncia

| Quantidade da substncia |
Tempo

A velocidade com que uma substncia participa de uma reao qumica a razo entre a
variao da quantidade dessa substncia durante a reao e o intervalo de tempo necessrio ocorrncia
do fenmeno.
fundamental argumentar que a quantidade da substncia pode ser expressa em termos de massa,
volume, presso, quantidade de matria (mol) ou, com maior importncia, concentrao molar (mol/L). Quanto ao
intervalo de tempo, pode ser dado em minutos, horas, segundos ou qualquer outra unidade de tempo.
Exemplo: Considere que um botijo de gs contm 10 litros de gs de cozinha e suponha que aps cozinhar um pacote
de macarro restavam apenas 4 litros de gs. Admitindo que o macarro levou 3 horas para cozinhar em
panela de presso, determine a velocidade de consumo do gs de cozinha em litros/hora.

Quantidade = 6 litros
VC4H10 = 2 litros/hora
Tempo = 3 horas

Significado desse resultado:


Em mdia, a cada hora so consumidos 2 litros de gs de cozinha.

Agora determine a velocidade de produo de CO2(g) e a velocidade de formao de H2O(g) supondo todos
os gases sob as mesmas condies de temperatura e presso...

1 C4H10(g) + 13/2 O2(g) 4 CO2(g) + 5 H2O(g)


2 litros/h

8 litros/h

10 litros/h

Em mdia, a cada hora, na medida em que so gastos 2


litros de butano so produzidos 8 litros de gs
carbnico e 5 litros de vapores de gua considerando
todas as substncias nas mesmas condies de
temperatura e presso.

Concluso:

Quando as quantidades das substncias so medidas em termos de volume, presso ou


quantidade de matria as velocidades de consumo e produo das substncias em uma reao
qumica so diretamente proporcionais aos coeficientes estequiomtricos de cada substncia na
equao qumica devidamente balanceada.
108

Cintica Qumica Parte I

Observao importante: Na anlise grfica da variao da concentrao das substncias em funo do tempo para o
caso de reaes que ocorrem em pequena escala e envolvem componentes do ar como o gs
oxignio (O2) e o gs nitrognio (N2), fundamental observa se o fenmeno em questo ocorre
em ambiente fechado ou aberto, uma vez que em ambiente aberto no ocorrero variaes
das concentraes dos componentes do ar.
Como exemplo, vamos analisar graficamente a variao das concentraes em funo do tempo das
substncias N2, O2, e NO2 durante a ocorrncia da seguinte reao.

N2(g) + 2 O2(g)
1) Em ambiente aberto...

2 NO2(g)

2) Em ambiente fechado...

Mol/L

Mol/L
NO2
O2
N2

Perceba que, nesse segundo


grfico, a intensidade das curvas
so diretamente proporcionas aos
coeficientes estequiomtricos da
equao balanceada.

NO2

As [ O2 ] e [ N2 ] se
mantm constantes
porque so renovadas
pela presena do ar.

N2
O2
Tempo

Tempo

fundamental relembrar que essa proporcionalidade destacada no comportamento do 2 grfico no


ocorre no caso em que as quantidades das substncias so medidas em termos de massa, pois segundo a equao de
Clapeyron, P . V = n . R. T, presses e volumes de substncias diferentes so diretamente proporcionais a quantidade de
mols, mas as massas de substncias diferentes no guardam essa proporo direta com as quantidades de mols
estabelecidas pelos coeficientes estequiomtricos da equao qumica devidamente balanceada.

Testes de
Vestibulares
a

01 (UFPE 1 fase/2001) A produo de trixido de enxofre durante a combusto de carvo em usinas termoeltricas
(sistema aberto ao ar) causa problemas ambientais relacionados com a chuva cida. Esta reao para a produo de
trixido de enxofre, na presena de xido de nitrognio descrita pelo mecanismo a seguir:
2 NO(g) + O2(g) 2 NO2(g)
2 NO2(g) + 2 SO2(g) 2 SO3(g) +2 NO(g)
2 SO2(g) + O2(g) 2 SO3(g)

(reao global)

Qual dos grficos abaixo melhor representa a concentrao molar (eixo das ordenadas) das principais espcies
envolvidas na produo de trixido de enxofre em funo do tempo (eixo das abcissas)?
a)

c)

b)

d)

Cintica Qumica Parte I

e)

109

02 (UFPE 2a fase/99) Uma boca de fogo a gs queima 5,0 de butano (C4H10) por hora. Qual a velocidade da
produo de gs carbnico nesta reao em /hora nas mesmas condies de temperatura e presso?
a

03 (UFPE 1 fase/2006)A reao de decomposio da amnia gasosa foi realizada em um recipiente fechado:
2 NH3 N2 + 3 H2
A tabela abaixo indica a variao na concentrao de reagente em funo do tempo.
Concentrao de NH3 em mol L1
Tempo em horas

8,0
0

6,0
1,0

4,0
2,0

1,0
3,0

Qual a velocidade mdia de consumo do reagente nas duas primeiras horas de reao?
1 1

1 1

a) 4,0 mol L h

b) 2,0 mol L h

c) 10 km h

1 1

d) 1,0 mol L h

e) 2,3 mol h

04 (UFPE 1a fase/2002) xidos de nitrognio, NOx, so substncias de interesse ambiental, pois so responsveis pela
destruio de oznio na atmosfera, e, portanto, suas reaes so amplamente estudadas. Num dado experimento,
em um recipiente fechado, a concentrao de NO2 em funo do tempo apresentou o seguinte comportamento:

O papel do NO2 neste sistema reacional :


a) reagente.

b) intermedirio.

c) produto.

d) catalisador.

e) inerte.

05 (FESP UPE/98) O grfico abaixo mostra as variaes das concentraes dos reagentes e produtos de uma reao
em funo do tempo.

mol/
1,50
L

1,00

A
C

0,50

D
B

Qual das equaes abaixo balanceada est de acordo com o grfico acima ?
a)
b)
c)

A + B
3C + D
3A + B
3C + 2D
3A + B 2C + D

d) 4 A + 2 B
e) A + 2 B

2C + 2D
2C + D

06 (PUCMG) Considere a equao:


2 NO2(g) + 4 CO(g)

N2(g) + 4 CO2(g)

Admita que a formao do N2(g) tem uma velocidade mdia constante igual a 0,05 mol/L min. A massa de CO2(g), em
gramas, formada em 1 hora, :
a) 8,8
110

b) 44,0

c) 84,0

d) 132,0

e) 528,08

Cintica Qumica Parte I

07 (UFPE 1 fase/96) O grfico abaixo representa a variao de concentrao das espcies A, B e C com o tempo:
Conc. (mol/L)
1,0
B

0,5

A
C

0,0

Tempo

Qual das alternativas abaixo contm a equao que melhor descreve a reao representada pelo grfico?
a) 2A +
b) A

B
C
2B + C

c) B + 2C
d) 2B + C

A
A

e) B

08 (UFPE 1 fase/2003) No incio do sculo XX, a expectativa da Primeira Guerra Mundial gerou uma grande
necessidade de compostos nitrogenados. Haber foi o pioneiro na produo de amnia, a partir do nitrognio do ar. Se
a amnia for colocada num recipiente fechado, sua decomposio ocorre de acordo com a seguinte equao qumica
no balanceada:
NH3(g) N2(g) + H2(g).
As variaes das concentraes com o tempo esto ilustradas na figura abaixo:

A partir da anlise da figura acima, podemos afirmar que as curvas A, B e C representam a variao temporal das
concentraes dos seguintes componentes da reao, respectivamente:
a) H2, N2 e NH3
b) NH3, H2 e N2

c) NH3, N2 e H2
d) N2, H2 e NH3

e) H2, NH3 e N2

09 (FESP UPE/97) A reao de decomposio do amonaco produz 8,40 g/min de nitrognio. A velocidade dessa
reao em mols de NH3 por hora :
(Dados: N = 14; H = 1)
a) 0,30 mols/h

b) 60 mols/h

c) 18 mols/h

d) 36 mols/h

e) 1,80 mols/h

10 (FESP UPE/89) Considere a equao abaixo:


2 N2O5(g)

4 NO2(g)

O2(g)

Admita que a formao do O2 tem uma velocidade mdia constante e igual a 0,05 mol/s. A massa de NO2 formada em
1 minuto ser:
(Dados: N = 14 u; O 16 u)
a) 96g

b) 55,2g

c) 12,0g

d) 552g

e) 5,52g

11 (MackenzieSP) A combusto da gasolina pode ser equacionada por C8H18 + O2 CO2 + H2O (equao no
balanceada). Considere que aps uma hora e meia de reao foram produzidos 36 mols de CO2. Dessa forma, a
velocidade de reao, expressa em nmero de mols de gasolina consumida por minuto, de:
a) 3,0

b) 4,5

Cintica Qumica Parte I

c) 0,1

d) 0,4

e) 0,05
111

02 Teoria das Colises


Segundo essa teoria as reaes dependem dos choques (colises) entre as molculas.
Vamos ilustrar essa teoria utilizando a reao de sntese do HI (g), a partir de H2(g) e I2(g).

H2(g) + I2(g) 2 HI(g) + Energia


o

1 ) necessrio agitar, ou seja, aumentar a


energia das molculas para que se
aproximem com grande velocidade
(dotadas de elevada energia cintica).

H
H

H
H

3 )

2o ) As molculas colidem violentamente,


proporcionando uma coliso eficaz...

As ligaes qumicas das molculas


iniciais so enfraquecidas e novas
ligaes so fortalecidas...
Forma-se o complexo ativado

4 ) Tem-se a formao das novas molculas


(produtos finais)...
I

H
H

2.A Anlise da teoria das colises


Colises Eficazes
As molculas no reagem com apenas uma coliso. Uma reao ocorre atravs de muitas colises
sucessivas entre as molculas, porm nem todas as colises intermoleculares de fato redundam em reao, ou seja,
nem todas as colises intermoleculares so eficazes.
Colises eficazes so aquelas que realmente provocam reaes qumicas .
Trs fatores caracterizam colises eficazes:
1o ) Intensidade: necessrio que haja uma grande energia envolvida no momento da coliso.
2o ) Frequncia: No suficiente a ocorrncia de colises violentas; necessrio que ocorra uma grande quantidade de
colises em um curto espao de tempo, ou seja, as colises devem ocorrer com elevada freqncia.
o

3 ) Geometria ou Orientao: Alm de intensas e frequentes, as colises devem ser bem orientadas. Uma coliso
frontal entre as molculas mais eficaz (mais bem orientada) que uma coliso lateral.
I
H
H

I
I

Coliso bem orientada.


Coliso eficaz.

112

I
H
H
Coliso mal orientada.
Coliso no eficaz.

Cintica Qumica Parte I

Complexo ativado
o incio efetivo da reao. o estado de mais alta energia de todo processo podendo resultar nos
produtos ou voltar forma de reagentes. O complexo ativado muito instvel, razo pela qual apresenta vida muito
curta ( instantneo).
Observao: A energia necessria para que se forme o complexo ativado chamada de energia de ativao.

Energia de ativao (EAT)


a energia necessria para que haja a formao do complexo ativado.
a menor energia necessria para se iniciar a reao.
a energia que se deve fornecer aos reagentes para que esses alcancem o complexo ativado.
Importante: Quanto maior for a energia necessria para se formar o complexo ativado, mais difcil ser o incio da
reao. Dessa forma entendemos que quanto maior a energia de ativao, mais lenta a reao.
Energia
Energia

Anlise grfica da teoria das colises

Complexo
Ativado
Eat

HR
H
HP
Reao
Pergunta: Qual das duas reaes mais rpida?
I
Reag.

II
Reag.

Prod.

Prod.

Ocorrncia
da reao
A reao
II mais rpida
porque exige menor
energia
para
ser
ativada, ou seja, a
reao II ocorre com
maior facilidade.

2.B Catalisadores e Inibidores


Os catalisadores e inibidores so os nicos fatores que podem alterar a energia de ativao de
uma reao qumica.
Em linguagem coloquial catalisadores so substncias que aumentam a velocidade das reaes, diminuindo
a energia de ativao.
Na verdade o catalisador estabelece um caminho alternativo para ocorrncia da reao, caminho
esse que exige menor energia para ser processado , ou seja, o catalisador faz a reao ocorrer por um mecanismo
de menor energia de ativao.
Os inibidores apresentam uma atuao oposta a dos catalisadores, pois diminuem a velocidade das reaes
aumentando a energia de ativao do processo. O mecanismo de ao do inibidor consiste, na verdade, na destruio
dos catalisadores j presentes no sistema.
Impurezas
Por exemplo: a reao 2 H2O2
2 H2O + O2 rpida em funo da presena das impurezas que
atuam como catalisadores. Se o meio reacional torna-se cido ocorre o consumo, a destruio do catalisador e
conseqente aumento da energia de ativao com diminuio da velocidade do processo.
+
H
2 H2O2
2 H2O + O2
(muito lenta)

Cintica Qumica Parte I

113

Anlise grfica da influencia dos

I Caminho da reao no catalisada

Energia

II Caminho da reao catalisada


III Caminho da reao com inibidor
III

E1 Eat da reao no catalisada

E2 Eat da reao inversa

E3
E1

II
HR

E3 Abaixamento da energia de ativao

E4
E2

E4 Eat da reao catalisada


E5 H da reao

E5

HP

Ocorrncia da reao

Obs1: No caminho II, por haver menor energia de


ativao, a reao mais rpida.
Obs2: Os catalisadores no alteram o H da reao.
Obs3: Os catalisadores no so consumidos pela
reao global.

2.C Como perceber o catalisador em um conjunto de reaes sucessivas?


Considerando que em termos de processo global os catalisadores no so consumidos temos:
1 possibilidade: O catalisador pode ser consumido em uma reao intermediria e produzido de volta em outra fase
intermediria pertencente mesma reao global.
Etapa 1

A + B D

Etapa 2

E + B

As etapas 1 e 2 so consideradas fases


intermedirias da reao global
(Reao global)

Nesse contexto podemos inferir que:


B um catalisador porque foi consumido na 1 reao, mas foi reposto na 2 a reao, ou seja, B no foi
consumido pela reao global.
D um composto intermedirio porque foi produzido na 1a reao e consumido pela 2a reao.
Em um conjunto de reaes sucessivas o composto intermedirio o produto de uma das etapas da reao e o
reagente de uma das prximas etapas do processo. fundamental enfatizar que os intermedirios no interferem na
velocidade das reaes qumicas.
Dentre as duas fases apresentadas a 1 etapa a mais rpida pois ela apresenta o catalisador como sendo um
reagente. Nesse caso entendemos que a 2 fase do processo a etapa mais lenta.
A 2 fase, por ser a mais lenta, a etapa que define a velocidade da reao global.

Em um processo que ocorre em vrias etapas, ser etapa intermediria mais lenta que definir a
velocidade do processo global.

Entalpia (H)

Uma possvel representao grfica para esse processo poderia ser dada por:

II
A + B

E + B

I
D

Observe que a etapa I apresenta menor energia


de ativao uma vez que a etapa mais rpida
em funo da presena do catalisador.

Caminho da reao
114

Cintica Qumica Parte I

2 possibilidade: O catalisador pode ser consumido em uma reao intermediria e produzido de volta na mesma fase
intermediria da reao global.
Etapa 1

A + B D + B

Etapa 2

As etapas 1 e 2 so consideradas fases


intermedirias da reao global

(Reao global)

Nesse contexto podemos inferir que:


B um catalisador porque foi consumido na 1 reao, mas foi reposto na mesma reao, ou seja, B no foi
consumido pela reao global.
D um composto intermedirio porque foi produzido na 1a reao e consumido pela 2a reao.

2.D Enzimas
Enzimas so catalisadores produzidos pelos seres vivos, que aceleram reaes importantes para o
metabolismo do prprio ser vivo. Podemos afirmar que sem a colaborao das enzimas seria impossvel a vida dos
vegetais e animais tal como a conhecemos em nosso planeta. Assim, por exemplo, em nosso tubo digestivo, a enzima
denominada lipase provoca a reao:
Lipdio + gua

Lipase

cido graxo + lcool

Outras enzimas so responsveis por muitas fermentaes, caseiras ou industriais, que so empregadas na
fabricao de queijos, coalhadas, cervejas, etc.
As enzimas so substncias complexas, de natureza protica e coloidal, que agem de maneira muito
seletiva, isto , s catalisam um tipo muito bem definido de reao, chegando inclusive a distinguir um reagente de um
seu ismero. Essa extraordinria especificidade decorre do fato de a enzima encaixar-se perfeitamente nas molculas
reagentes (substratos), como uma chave se encaixa na fechadura correspondente.

Molculas de
enzimas.

Molculas
candidatas reao.

Apenas as molculas 2
e 4 se encaixam na
enzima.

Apenas as molculas 2
e 4 reagem formando
uma nova molcula.

Caminho I: consumo do reagente na


reao no catalisada.
Caminho II: consumo do reagente na
reao catalisada.
I
II
Tempo de reao

Cintica Qumica Parte I

Quantidade de produto

Quantidade de reagente

2.E Variaes das quantidades de reagentes e produtos em funo das catlises

II
I

Caminho I: formao do produto na


reao no catalisada.
Caminho II: formao do produto na
reao catalisada.
Tempo de reao
115

Testes de
Vestibulares
01 (UFPE 1a fase/2002) O metano um poluente atmosfrico e sua combusto completa descrita pela equao
qumica balanceada e pode ser esquematizada pelo diagrama abaixo.
CH4(g) + 2 O2(g)

CO2(g) + 2 H2O(g)

Sobre este processo qumico, podemos afirmar que:


a) A variao de entalpia 890 kJ/mol, e portanto exotrmico.
b) A entalpia de ativao 1140 kJ/mol.
c) A variao de entalpia 1140 kJ/mol, e portanto endotrmico.

d) A entalpia de ativao 890 kJ/mol.


e) A entalpia de ativao 890 kJ/mol.

02 (UPE/2002) Analise o grfico a seguir, que mostra a variao da energia potencial em funo do caminho da reao
qumica, representada pela equao X Y, e assinale a alternativa correta.
kJ/mol
50
40

30
20
10
0,0

Caminho da Reao
a)
b)
c)
d)
e)

O grfico corresponde variao da energia de uma reao (X Y) exotrmica.


A variao da entalpia da reao direta + 10 kJ/mol.
A energia de ativao da reao X Y 50 kJ/mol.
A energia de ativao da reao direta duas vezes maior que a energia de ativao da reao inversa (Y X).
A variao de entalpia da reao X Y 30kJ/mol.

03 (UFPE Serra Telhada/2007) Algumas substncias qumicas apresentam a capacidade de acelerar uma determinada
reao. Estas substncias so chamadas de catalisadores. Qual o papel de um catalisador em uma reao qumica?
a)
b)
c)
d)
e)
116

Alterar as energias de reagentes e produtos.


Encontrar um novo caminho reacional com uma menor energia de ativao.
Ser consumido durante a reao, ocasionando uma maior quantidade de reagente.
Eliminar completamente a energia de ativao.
Inibir os choques efetivos de reagentes e produtos, durante o processo reacional.

Cintica Qumica Parte I

04 (UFPE 2 fase/2000) O grfico abaixo indica na abscissa o andamento de uma reao qumica desde os reagentes
( A + B ) at os produtos ( C + D ) e na ordenada as energias envolvidas na reao. Qual o valor indicado pelo
grfico para a energia de ativao da reao A + B C + D?
Energia
10
20
C

30

40
50

20

40

60

80

100

05 (FESP UPE/99) Analise as afirmativas abaixo.


I)
II)

A energia de ativao das reaes endotrmicas aumenta com o aumento de temperatura.


Quando a energia potencial do estado de transio alta, necessria uma grande quantidade de energia
durante a coliso para formar o complexo ativado.
III) Todas as colises que ocorrem entre as molculas das substncias reagentes no estado gasoso so efetivas,
razo pela qual os gases so bastante reativos.
IV) Ao cataltica em ltima anlise proporcionar reao qumica, um mecanismo alternativo de mais baixa
energia, para formao dos produtos.
So verdadeiras:
a) I, II, III, e IV

b) II e IV

c) I, II e IV

d) I, III, e IV

e) I e IV

06 (UFPE 2a fase/2002) Uma descrio simplificada da destruio do oznio por xido de nitrognio dada pelas
seguintes reaes:
O3(g) + NO(g) O2(g) + NO2(g)
NO2(g) + O(g) NO(g) + O2(g)
Com relao a este processo, pode-se afirmar que:
I II
0 0 A reao global para a destruio do oznio : O 3(g) + O(g) 2 O2(g), e o xido de nitrognio atua como
catalisador.
1 1 A reao global para a destruio do oznio : O 3(g) + O(g) 2 O2(g), e o dixido de nitrognio atua como
catalisador.
2 2 A reao global para a destruio do oznio : O3(g) + NO(g) O2(g) + NO2(g), e o xido de nitrognio atua
como intermedirio da reao.
3 3 A reao global para a destruio do oznio : O3(g) + O(g) 2 O2(g), e o dixido de nitrognio atua como um
intermedirio da reao.
4 4 A reao global para a destruio do oznio : O3(g) + O(g) O2(g), e o dixido de nitrognio atua como
inibidor.
07 (Vunesp) Sobre catalisadores, so feitas as quatro afirmaes seguintes.
I.
II.
III.
IV.

So substncias que aumentam a velocidade de uma reao.


Reduzem a energia de ativao da reao.
As reaes nas quais atuam no ocorreriam nas suas ausncias.
Enzimas so catalisadores biolgicos.

Dentre essas afirmaes, esto corretas apenas:


a) I e II.

b) II e III.

Cintica Qumica Parte I

c) I, II e III.

d) I, II e IV.

e) II, III e IV.


117

08 (UFPE 2 fase/2001) A respirao celular produz dixido de carbono, que precisa ser transportado at os pulmes
para ser eliminado do organismo. Este processo envolve a transformao do dixido de carbono em hidrogenocarbonato (bicarbonato), atravs da reao com gua, representada como:
CO2(g) + H2O(l) HCO3(aq) + H+(aq).
O perfil desta reao, isto , a variao da entalpia (eixo da ordenada) com relao coordenada de reao (eixo da
abscissa) est representado abaixo pela curva I. Na presena da anidrase carbnica, este perfil muda, de acordo com a
curva II da figura abaixo.

Considerando estes perfis de reao, julgue os itens abaixo.


I
0
1
2
3
4

II
0
1
2
3
4

A anidrase carbnica atua como catalisador.


A presena da anidrase carbnica torna a reao endotrmica.
A reao endotrmica, independente da presena da anidrase carbnica.
A reao na ausncia da anidrase carbnica apresenta energia de ativao menor.
A presena da anidrase carbnica no altera a variao de entalpia da reao.

09 (UFPE Vitria e Caruaru/2007.2) O perxido de hidrognio (H2O2), conhecido comercialmente como gua
oxigenada, sofre uma decomposio lenta em gua (H2O) e oxignio (O2). A velocidade desta reao pode ser
aumentada pela presena da enzima catalase (hidroperoxidase), que atua nesta reao como catalisador. Nas reaes
qumicas, o catalisador tem o papel de:
a)
b)
c)
d)
e)

alterar a variao de entalpia da reao.


diminuir a energia dos reagentes em uma reao.
diminuir a energia dos produtos em uma reao.
encontrar um novo caminho reacional, com uma maior energia de ativao.
encontrar um novo caminho reacional, com uma menor energia de ativao.

10 (UFPE 1a fase/97) Considere os seguintes diagramas de energia de reao nas mesmas condies de temperatura e
presso e em funo deles indique a alternativa correta:
Diagrama 2

Diagrama 1
Reagentes
A + B

Energia de
ativao

H0

118

Energia de
ativao

H0
C + D
Produtos

a)
b)
c)
d)
e)

Reagentes
A + B

C + D
Produtos

Quando o equilbrio for atingido as concentraes de C e D sero maiores no caso do diagrama 1.


A reao A + B C + D
endotrmica.
A variao de entalpia padro maior no caso do diagrama 1.
No caso do diagrama 2 tem-se um catalisador.
No caso do diagrama 1 a reao mais rpida.

Cintica Qumica Parte I

11 (UFPE Serra Telhada / 2007: Prova de Biologia) Sabendo-se que a velocidade das reaes enzimticas pode ser
influenciada por diferentes fatores, um dos quais a temperatura, qual dos cinco grficos abaixo melhor representa a
velocidade das reaes enzimticas em humanos, em relao temperatura?
a)

b)

c)

40 C

d)

40oC

40oC

e)

40oC

40oC

12 (PUCMG) Considere o diagrama de energia abaixo para uma dada reao qumica.

Leia com ateno as seguintes afirmativas:


I.
II.
III.
IV.

A reao endotrmica.
O H da reao dado por X.
A energia de ativao sem catalisador dada por Y.
O abaixamento da energia de ativao, verificado pela adio de um catalisador, dado por Z.

So corretas somente as afirmativas:


a) I, III e IV.

b) I, II e III.

c) II, III e IV.

d) I e II.

e) II e IV.

13 (SSA 1 Ano/2011 Prova de Biologia) Por que, ao se utilizar gua oxigenada (perxido de hidrognio) no
ferimento, ela espuma?
A gua oxigenada - perxido de hidrognio - reage quimicamente com o sangue e o plasma expostos em uma ferida,
liberando o tomo de oxignio que estava "sobrando". essa liberao que faz o lquido borbulhar - restando, ento,
apenas, gua comum. A enzima chamada .....1.... acelera a decomposio da gua oxigenada, liberando o gs
oxignio, que para algumas bactrias que possam estar no ferimento um veneno. Perxidos de hidrognio so
continuamente formados em vesculas denominadas ........2......, presentes em nossas clulas, principalmente as
hepticas.
Assinale a alternativa que completa, CORRETAMENTE, as lacunas 1 e 2 do trecho acima.
a) 1-catalase ; 2-lisossomos
b) 1-peroxidase ; 2-mitocndrias
c) 1-lipase ; 2-retculo endoplasmtico granuloso

Cintica Qumica Parte I

d) 1-catalase ; 2-peroxissomos
e) 1-oxidase ; 2-ribossomos

119

03 Fatores que modificam a velocidade da reao


De acordo com a teoria das colises, todos os fatores que aumentam a intensidade e afrequncia das
colises intermoleculares, sero capazes de aumentar a velocidade das reaes...

3.A Estado fsico dos reagentes


VSlidos < VLiquidos < VGases
A velocidade entre gases maior porque neste estado fsico h maior agitao molecular, tornando
os choques mais freqentes e violentos (intensos), o que aumenta a quantidade de colises eficazes.
3.B Temperatura
De forma geral as reaes so mais rpidas em temperaturas mais elevadas.
Isto ocorre porque em temperaturas mais elevadas as molculas se apresentam mais agitadas, os choques
intermoleculares ocorrem com maior energia e as molculas so quebradas com maior facilidade, tornando a reao
mais rpida.
Exemplo1: As frutas amadurecem mais rpido em local abafado. Isso porque em temperaturas altas as reaes qumicas
que envolvem o amadurecimento ocorrem com maior intensidade.
Exemplo2: Um comprimido efervescente dissolvido rapidamente em gua quente e lentamente em gua gelada. Isso
porque com gua quente as colises intermoleculares so mais intensas e frequentes.
Exemplo3: Os alimentos cozinham mais rpido em panelas de presso porque no interior dessas panelas a temperatura
da gua em ebulio maior que em panelas abertas.
Importante: Aumentar a temperatura proporciona aumento da velocidade da reao no porque provoca diminuio da
energia de ativao.
Cuidado, acelerar uma reao atravs de aquecimento no o mesmo que catalisar a reao.
O aquecimento acelera o processo porque faz com que as molculas reagentes alcancem ou superem a
energia necessria para ativar a reao

O efeito da eletricidade na velocidade das reaes


Do mesmo modo que o calor, a eletricidade tambm uma forma de energia que influi na velocidade de
muitas reaes qumicas. Esse fato observado, por exemplo, quando raios saltam na atmosfera, provocando a reao:
N2(g)

O2(g)

2 NO(g);

O NO formado se transforma em NO2 e, em seguida, em HNO3, que vai formar, no solo, os nitratos necessrios ao
desenvolvimento dos vegetais.
Outro exemplo o da fasca eltrica que provoca a exploso da gasolina, nos cilindros dos motores dos
automveis.
C8H18() + O2(g)

8 CO2(g) +

9 H2O(g)

Nessa reao a um aumento na quantidade de mols de compostos gasosos, o que proporciona aumento de presso no
interior do cilindro impulsionando-o e gerando movimento do automvel.
Um terceiro exemplo o da reao do hidrognio com o oxignio, tambm provocada por uma fasca
eltrica:
2 H2(g) +

O2(g) 2 H2O(g)

Nessa reao, a fasca eltrica fornece energia para que algumas molculas de H 2 e de O2 ultrapassem a elevao
correspondente energia de ativao; como a prpria reao libera muita energia, isso ser suficiente para desencadear
a reao na totalidade das molculas de H2 e de O2 restantes.
120

Cintica Qumica Parte I

O efeito da luz na velocidade das reaes


Da mesma maneira que o calor e a eletricidade, a luz (bem como as demais radiaes eletromagnticas)
tambm uma forma de energia que influi em muitas reaes qumicas. Quando ficamos diretamente expostos ao sol do
meio-dia, por exemplo, as queimaduras que sofremos na pele so o resultado da quebra das molculas formadoras da
prpria pelealis, no se esquea de que devemos evitar a exposio direta ao sol entre as 10 e as 15 horas, quando a
maior quantidade de radiao ultravioleta, de energia ainda maior do que a luz visvel, provoca graves queimaduras.
Como segundo exemplo, lembre-se de que a gua oxigenada deve ser guardada em frascos escuros, pois
ela se decompe rapidamente quando exposta luz. Um terceiro exemplo interessante o das misturas de H2 e Cl2 que
no reagem no escuro; no entanto elas explodem quando expostas luz solar direta:
H2(g) + C2(g) 2 HC(g)
A explicao para esses fenmenos idntica quela j apresentada para a eletricidade. No caso presente,
a luz (ou outra forma de radiao eletromagntica) que fornece a energia necessria para as molculas reagentes
ultrapassarem a barreira da energia de ativao.
As reaes que so influenciadas pela luz so chamadas de reaes fotoqumicas. Elas podem ser
classificadas em:
Fotossntese: quando, a partir de molculas menores, obtemos molculas maiores:
H2(g) + C2(g) 2 HC(g)
CO2(g) + H2O() Acares, amido, celulose, etc. (na fotossntese dos vegetais)
Fotlise: quando, a partir de molculas maiores, obtemos molculas menores:
2 AgBr2(s) Ag(s)

+ Br2() (nas chapas fotogrficas, gerando um enegrecimento na passagem de AgBr2 para Ag)

2 H2O2 2 H2O() + O2(g) (nos frascos transparentes contendo gua oxigenada)

3.C Concentrao dos Reagentes


Quanto maior a concentrao do reagente, mais rpida a reao.
Isto ocorre porque meios mais concentrados apresentam grande quantidade de molculas em um pequeno
volume. Dessa forma h maior probabilidade de ocorrncia de colises intermoleculares (maior frequncia),
proporcionando maior velocidade reao.
Exemplo: Dissoluo de uma barra de ferro em soluo de cido sulfrico.
Fe(s)

Fe(s)

II

H2SO4 1,0 M

No caso II o consumo do ferro mais rpido


porque o cido est mais concentrado.

H2SO4 2,0 M

Importante: No caso dos sistemas gasosos o aumento da presso total do sistema produz reduo do volume e
conseqente aumento da concentrao dos reagentes gasosos. Em funo disso podemos afirmar que o
aumento da presso aumenta a velocidade das reaes em que participam reagentes gasosos.

Cintica Qumica Parte I

121

3.D Superfcie de Contato


Superfcie de contato a rea superficial de um material que entra em contato efetivo com os demais
reagentes.
Conforme a teoria das colises as reaes ocorrem atravs do contato entre os reagentes. Em funo disso
conclumos que quanto maior a superfcie de contato, mais rpida a reao.
Exemplo: Dissoluo de um comprimido efervescente em gua.

No caso II a dissoluo do comprimido mais


rpida porque h uma maior superfcie de
contato entre o comprimido e a gua.
I

II

Observao1: Quanto mais fracionado (pulverizado) estiver o material, maior ser sua superfcie de contato fazendo com
que seja maior a velocidade da rao.
Observao2: importante perceber que nos fenmenos naturais as transformaes ocorrem do exterior para o interior
dos materiais.
Exemplo: O apodrecimento de uma fruta, verdura ou um pedao de carne comea pelas superfcies externas.

Adsoro dos reagentes


Algumas catlises dependem da superfcie de contato entre os reagentes e o catalisador
A decomposio do HI(g), a 500 oC, catalisada por
platina em p:
A platina adsorve (isto , retm em sua superfcie)
molculas de HI. Como a platina um metal de transio (tem a
ltima e a penltima camadas eletrnicas incompletas), ela
deficitria em eltrons e procura atrair as nuvens eletrnicas do
hidrognio e do iodo. Forma-se, ento, um complexo ativado
entre a platina e o HI, determinando um enfraquecimento da
ligao entre o hidrognio e o iodo que acelera a quebra da
molcula HI e, em consequncia, aumenta a velocidade da
reao.
Observe que, mesmo nesse caso, h formao de
um composto intermedirio entre o reagente (HI) e o catalisador (Pt). Por outro lado, bom salientar que a ao
cataltica no depende tanto da quantidade de catalisador, e sim da superfcie disponvel de catalisador; por isso que a
platina ser tanto mais ativa quanto mais pulverizada ela estiver.

3.E Afinidade Qumica


Por fim, fundamental, tambm, que os reagentes tenham certa afinidade qumica, ou seja, uma tendncia
natural para reagir. Por exemplo, o ferro se oxida (enferruja) lentamente quando exposto ao ar; em contrapartida, a
oxidao do sdio no ar muito rpida, devido afinidade qumica entre o sdio e o oxignio tanto que o sdio
guardado imerso em querosene para no se oxidar. Afinidade qumica, enfim, um fator que depende da prpria
natureza das substncias envolvidas na reao.
Importante: indispensvel lembrar que o fato de colocar os reagentes em contato e a existncia de afinidade
entre os compostos reagentes so condies fundamentais para a ocorrncia das reaes.

122

Cintica Qumica Parte I

Testes de
Vestibulares
01 (UFPE 2a fase/2007) Sobre os parmetros e variveis que governam a velocidade de reaes qumicas, podemos
afirmar que:
I
0
1
2
3

II
0
1
2
3

4 4

Em geral, as reaes aumentam de velocidade com o aumento da temperatura.


Em geral, as reaes diminuem de velocidade com o aumento da concentrao dos reagentes em soluo.
A uma dada temperatura, a velocidade de uma reao ser maior quanto menor for sua energia de ativao.
O aumento da presso parcial dos reagentes provoca um aumento na velocidade de uma reao entre
substncias no estado gasoso.
Um catalisador atua aumentando a energia de ativao para uma determinada etapa de uma reao qumica.

02 (UFPE 1a fase/98) Em qual das situaes abaixo o processo de deteriorao de 1 Kg de carne de boi ser mais
lento?
a)
b)
c)
d)
e)

Pea inteira colocada em nitrognio lquido.


Fatiada e colocada em gelo comum.
Fatiada e colocada em gelo seco (CO2 slido).
Pea inteira em gelo comum.
Fatiada, cada fatia envolvida individualmente em plstico e colocada em uma freezer de uso domstico.

03 (UFPE 1a fase/99) A dissoluo de um comprimido efervescente foi realizada de dois modos:


1)
2)

Em gua natural, com o comprimido quebrado em pequenos pedaos;


Em gua gelada, com o comprimido inteiro.

A dissoluo ser:
a)
b)
c)
d)
e)

Mais lenta em 1, porque, com a temperatura mais alta, a reao mais lenta.
Mais lenta em 2, porque a rea de contato do comprimido com a gua maior.
Mais rpida em 1, porque a temperatura mais alta, e a rea de contato maior.
Igualmente rpida nas duas, pois a temperatura da gua no afeta a velocidade da reao.
Mais rpida em 2, porque o comprimido inteiro possui maior rea de contato com a gua.

04 (UFPE 1a fase/92) Quais dos itens abaixo que, associados, aumentam a velocidade da reao entre ferro metlico e
cido clordrico.
I)
II)

Ferro em lminas
Ferro finamente dividido

III) cido clordrico 6 mols/L


IV) cido clordrico 1,0 mol/L

Assinale, entre as alternativas abaixo, aquela que responde corretamente a questo.


a) III e IV

b) I e III

c) II e III

d) I e II

e) II e IV

05 (UFPE 1 fase/95) Voc est cozinhando batatas e fazendo carne grelhada, tudo em fogo baixo, num fogo a gs.
Se voc passar as duas bocas do fogo para fogo alto, o que acontecer com o tempo de preparo?
a)
b)
c)
d)
e)

Diminuir para os dois alimentos.


Diminuir para a carne e aumentar para as batatas.
No ser afetado.
Diminuir para as batatas e no ser afetado para a carne.
Diminuir para a carne e permanecer o mesmo para as batatas.
a

06 (UFPE 1 fase/94) Em qual das cidades indicadas abaixo, mais demorado o cozimento de uma feijoada em panela
de barro?
a) Rio de Janeiro

b) So Paulo

Cintica Qumica Parte I

c) Recife

d) La Paz

e) Braslia
123

07 (UFPE 1 fase/90) O que voc faria para aumentar a velocidade de dissoluo de um comprimido efervescente em
gua?
I)
II)

Usaria gua gelada.


Usaria gua a temperatura ambiente.

III) Dissolveria o comprimido inteiro.


IV) Dissolveria o comprimido partido em 4 partes.

Assinale das alternativas abaixo aquela que responde corretamente a questo.


a) I e IV

b) I e III

c) III

d) II e III

e) II e IV

08 (UPE 2001) Assinale dentre as afirmativas abaixo a verdadeira.


a)
b)
c)
d)
e)

Conforme os fundamentos da teoria das colises, as colises moleculares efetivas, envolvendo trs molculas
simultaneamente, so muito mais freqentes que as colises bimoleculares.
Todas as molculas de um sistema reacional tm, na mesma temperatura, valores iguais de energia cintica e de
ativao.
O catalisador uma substncia que, presente em uma reao qumica, aumenta progressivamente a energia de
ativao da reao sem alterar o seu rendimento.
O cozimento dos alimentos mais rpido numa panela de presso do que numa panela comum pelo fato de a
gua, na panela de presso, estar a uma temperatura mais alta, o que favorece as reaes envolvidas.
As enzimas atuam como catalisadores em processos biolgicos nos quais sua funo aumentar a concentrao
do complexo ativado, mantendo constante a energia de ativao do processo.

09 (Unicap Qu. I/2000)


I II
0 0
1 1
2 2
3 3
4 4

Toda reao que libera calor s pode ser de combusto, no importando o estado fsico da substncia
queimada.
A dissoluo de alguns sais em gua um processo que absorve calor, sendo um processo endotrmico; logo
ao segurarmos um tubo de ensaio, com esse procedimento sentimos frio na mo.
Em qualquer combusto a velocidade de consumo do combustvel ser sempre igual velocidade de consumo
do comburente.
Em gua natural e estando pulverizado, um comprimido efervescente se dissolver mais rapidamente do que
em gua gelada, se estiver inteiro.
Uma reao s ser exotrmica se a entalpia dos produtos for maior que a dos reagentes.

10 (UPE Qu. II/2005)


I II
0 0
1 1
2 2
3 3
4 4

mais fcil conservar 500,0g de carne de boi no fatiada em nitrognio lquido do que a mesma quantidade
de carne fatiada em gelo comum.
A irrigao artificial intensa pode levar salinizao do solo, tornando-o imprprio para a agricultura, o
mesmo acontecendo em regies onde chove regularmente e no se utiliza a irrigao.
Quando se coloca gua gelada em copo de vidro, constata-se que o copo fica molhado por fora, fato esse
explicado pela passagem lenta, mas contnua de molculas de gua pelas paredes do vidro.
O gs carbnico menos solvel em gua destilada do que em gua destilada adicionada de hidrxido de
sdio.
O cloreto de sdio e o cloreto de potssio originam solues eletrolticas, quando dissolvidos em gua
destilada, mas, quando no estado slido, o cloreto de potssio um melhor condutor de corrente eltrica do
que o cloreto de sdio, porque o raio atmico do potssio maior do que o raio atmico do sdio.

11 (UPE Cursos Distncia/2011 Prova de Biologia) Ao analisarmos a bioqumica celular na membrana plasmtica,
verificamos que existem estruturas que podem acelerar as reaes, sem modific-las. Podem, tambm, atuar no
transporte ativo de ons. Porm, se, por acaso, a temperatura corporal ficar elevada acima de 42C, poder ocorrer
uma desnaturao, isto , uma destruio dessas molculas. Com base nessa afirmao, estamos nos referindo
aos(s)
a) cidos nuclicos.
124

b) carboidratos.

c) lipdios.

d) enzimas.

e) protenas.

Cintica Qumica Parte I

12 (UFPE 2 fase/2001) Quando colocamos gua oxigenada num ferimento observamos a formao de bolhas devido
liberao de gs oxignio, de acordo com a seguinte equao qumica:
2 H2O2() 2 H2O()

+ O2(g)

Num recipiente fechado, podemos observar a variao da presso, medida que a reao de decomposio se
processa, e assim, determinar a dependncia da concentrao molar de H2O2 com o tempo de reao. A cintica desta
reao foi determinada para duas condies, I e II, e esto representadas na figura abaixo.

Julgue os itens abaixo referentes a esta cintica:


I
0
1
2

II
0 A velocidade da reao para a condio I maior que para a condio II.
1 A condio II contm um catalisador.
2 O nmero de mols de oxignio formado, aps 4 minutos do incio da reao, maior para a condio II do que
para a condio I.
3 3 A concentrao de gua oxigenada, aps 2 minutos do incio da reao, maior para a condio II do que para
a condio I.
4 4 Se inicialmente os dois recipientes contiverem, exclusivamente, gua oxigenada, ento a temperatura da
condio I diferente da temperatura da condio II.
13 (UFPE Serra Talhada/2007) Em uma reao qumica ocorrem transformaes de um ou mais reagentes, dando
origem a um ou mais produtos. Em geral, estas reaes no acontecem de maneira espontnea. As reaes
necessitam, na sua grande maioria, de uma energia para que possa ter incio. Esta energia chamada de:
a) energia de combusto.
b) energia de vaporizao.

c) energia de solubilizao.
d) energia de neutralizao.

e) energia de ativao.

14 (UPE SSA 2 Ano/2011) Durante uma aula de qumica, a professora cortou um pedao de fita de magnsio e, com
o auxlio de uma lixa, retirou um slido branco que recobria a sua superfcie. Essa substncia havia sido formada em
decorrncia da lenta reao entre o metal e o oxignio. Aps esse procedimento, ela transferiu o pedao da fita para
dentro de um bquer e queimou a sua extremidade superior.
Imediatamente, observou-se a emisso de uma luz branca muito intensa e brilhante. Verificou-se, tambm, o
aquecimento do bquer e a formao de uma substncia slida e de cor branca, presente na cinza residual.
Abaixo, so feitas algumas consideraes em relao a essa atividade experimental.
I. O composto formado aps a combusto do magnsio um sal.
II. O procedimento realizado na sala envolve uma reao exotrmica.
III. O processo permite observar a influncia da temperatura na velocidade de uma reao.
Est(o) em conformidade com os procedimentos utilizados e os resultados obtidos nessa atividade experimental
apenas o(s) item(ns)
a) I.

b) II.

Cintica Qumica Parte I

c) III.

d) I e III.

e) II e III.

125

Energia Libvre de Gibbs

15 (UFPE 2 fase/2012) Catalisadores viabilizam a maioria dos processos qumicos comerciais, alm de vrias reaes
em sistemas biolgicos e ambientais, alterando o perfil energtico da reao. O perfil energtico de uma reao, com
e sem catalisador, pode ser representado apenas pelos grficos:
I II
0 0
no-catalisada

catalisada

reagentes
produtos

Coordenada de reao

Energia Libvre de Gibbs

1 1

reagentes

no-catalisada

produtos

catalisada

Coordenada de reao

Energia Libvre de Gibbs

2 2

reagentes
produtos

no-catalisada
catalisada

Coordenada de reao

126

Cintica Qumica Parte I

3 3
Energia Libvre de Gibbs

no-catalisada

catalisada
reagentes
produtos

Coordenada de reao

Energia Libvre de Gibbs

4 4

reagentes

catalisada
no-catalisada
produtos

Coordenada de reao

16 (UPE SSA 2 Ano/2011) Analise as informaes contidas no seguinte grfico

Energia de
ativao

EAt
EAt (direta)
Reao 1

EAt (direta)
Reao 1

Reagentes
Produtos
Caminho da reao
Assinale a alternativa que expressa o processo evidenciado nesse grfico.
a)
b)
c)
d)
e)

Modificaes nos rendimentos de uma reao.


Variaes endotrmicas de um mesmo tipo de reao.
Dependncia da concentrao de reagentes sobre o rendimento de uma reao.
Efeitos das concentraes dos reagentes sobre a velocidade de uma reao.
Influncia da presena de um catalisador no andamento de uma reao.

Cintica Qumica Parte I

127

17 (ENEM 2 aplicao/2010) Alguns fatores podem alterar a rapidez das reaes qumicas. A seguir destacam-se trs
exemplos no contexto da preparao e da conservao de alimentos:
1. A maioria dos produtos alimentcios se conserva por muito tempo quando submetidos refrigerao. Esse
procedimento diminui a rapidez das reaes que contribuem para a degradao de certos alimentos.
2. Um procedimento muito comum utilizado em prticas de culinria o corte dos alimentos para acelerar o seu
cozimento, caso no se tenha panela de presso.
3. Na preparao de iogurtes, adicionam-se ao leite bactrias produtoras de enzimas que aceleram as reaes
envolvendo acares e proteinas lcteas.
Com base no texto, quais so os fatores que influenciam a rapidez das transformaes qumicas relacionadas aos
exemplos 1, 2 e 3, respectivamente?
a) Temperatura, superfcie de contato e concentrao.
b) Concentrao, superfcie de contato e catalisadores.
c) Temperatura, superfcie de contato e catalisadores.

d) Superfcie de contato, temperatura e concentrao.


e) Temperatura, concentrao e catalisadores.

18 (UFPE 1 Fase/2007) A reao de hidrogenao do etino a etano possui uma constante de equilbrio, a 25oC, de
42
2,65 x 10 . Sabe-se que esta reao catalisada por platina. Considerando essas informaes, assinale a afirmativa
correta.
a) A reao de hidrogenao , com certeza, muito rpida mesmo na ausncia de platina, pois o valor da constante
de equilbrio muito elevado.
b) A reao na presena de platina deve ser mais rpida que na ausncia de platina.
c) A reao na presena de platina possui uma constante de equilbrio maior que na ausncia de platina.
d) A energia livre de Gibbs padro da reao de hidrogenao negativa e deve ser menor ainda na presena de
platina.
e) A presena da platina aumenta a energia de ativao dessa reao.

19 (UFPE Vitria e Caruar/2009.2 Prova de Biologia) Nos grficos abaixo so mostradas diferentes concentraes
de gs carbnico no sangue humano, num determinado perodo de tempo, tendo o incio do registro das
concentraes ocorrido logo aps o processo da hematose. Considerando que I, II e III devem corresponder s
concentraes de CO2 no sangue dos capilares pulmonares, dos capilares dos tecidos e das veias cavas, assinale o
grfico correto.
e)
c)
a)

b)

128

d)

Cintica Qumica Parte I

Resolues de Testes
Comentrios Adicionais

Cintica Qumica Parte I

129

Resolues de Testes
Comentrios Adicionais

Gabarito do Captulo:
Cintica Qumica Parte I
(43 questes)
Gabarito das pginas 109, 110 e 111:
No

Resposta

No

Resposta

No

Resposta

No

Resposta

01
02
03

B
20
B

04
05
06

A
C
A

07
08
09

C
D
D

10
11

D
D

Gabarito das pginas 116, 117, 118 e 119:


No

Resposta

No

Resposta

No

Resposta

No

Resposta

01
02
03
04

A
C
B
30

05
06
07
08

B
VFFVF
D
VFFFV

09
10
11
12

E
D
B
A

13

Gabarito das pginas 123, 124, 125, 126, 127 e 128:


o

Resposta

Resposta

Resposta

Resposta

01
02
03
04
05

VFVVF
A
C
C
E

06
07
08
09
10

D
E
D
FVFVF
VFFVF

11
12
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14
15

D
VFFVV
E
E
VFFVF

16
17
18
19

E
C
B
A

Comunique-se com seu professor:


130

quimicaeber@hotmail.com
Cintica Qumica Parte I

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