Apostila - Mecânica Dos Fluidos
Apostila - Mecânica Dos Fluidos
Apostila - Mecânica Dos Fluidos
Vazo
Fundamentos e Aplicaes
5 Edio (Revista)
Medio de Vazo
Fundamentos e Aplicaes
5a Edio
1989, 1991, 1994, 1995, 1997, Reviso 2003, Tek Treinamento & Consultoria Ltda.
Salvador, Outono 2003
Dedicado a
Prefcio
Nunca imagine quando puder calcular e nunca calcule
quando puder medir.
A tecnologia da medio de vazo evoluiu rapidamente na ultima dcada.
Algumas tecnologias sobreviveram, enquanto outras sumiram ou nunca tiveram
um desenvolvimento comercial. Muitos fenmenos fsicos observados h vrios
sculos foram aplicados a medidores modernos viveis. Atualmente, muitos
desenvolvimentos tecnolgicos de outras reas, tais como eletrnica a
microprocessador, ptica, acstica e eletromagnetismo foram aplicados na
melhoria e no projeto dos medidores de vazo. A evoluo e diversificao da
tecnologia possibilitaram aos medidores de vazo modernos aplicaes difceis,
que eram descartadas e impossveis no passado recente, por causa das faixas de
medio muito pequenas ou muito grandes e pela manipulao de fluidos
complexos, como pseudoplsticos, slidos, gases, corrosivos etc. O aumento da
quantidade de medidores de vazo comercialmente disponveis, por outro lado,
aumentou a dificuldade da escolha do medidor mais conveniente para determinada
aplicao. A seleo correta do medidor de vazo envolve e requer o
conhecimento da tecnolgica envolvida, do processo e do fluido sendo medido.
Este trabalho Medio de Vazo pretende ser uma introduo aos princpios
bsicos e as praticas dos vrios mtodos de medio de vazo. O
desenvolvimento matemtico o mnimo possvel e usado apenas para enfatizar
os aspectos fsicos e a teoria de operao de determinado medidor de vazo. O
mais importante o entendimento da classificao e da caracterizao dos
enfoques, tecnologias e tipos de medidores de vazo.
O presente trabalho faz uma reviso de conceitos gerais de instrumentao e
focaliza a vazo neste extenso campo da engenharia. So apresentadas as
caractersticas dos fluidos cujas vazes so medidas, estabelecendo-se as
condies para a medio mais correta e precisa. So vistos todos os sensores e
os mecanismos de medio da vazo instantnea: elementos geradores da
presso diferencial, como placa de orifcio, venturi, bocal, pitot, tubo magntico,
turbina, deslocamento positivo, tipo alvo, ultra-snico, trmico, vortex, de rea
varivel, de Coriolis e outros menos conhecidos. Finalmente so apresentados os
aspectos relacionados com a preciso da medio e a interpretao probabilstica
dos dados. A profundidade e a extenso com que os assuntos so tratados
dependem do numero das aplicaes praticas, principalmente na indstria
petroqumica e de petrleo.
As sugestes, as crticas destrutivas e as correes so bem-vindas, desde que
tenham o objetivo de tornar mais claro e entendido o assunto.
Endereo fsico: Rua Carmem Miranda 52, A 903, Fone (0xx71) 452.3195, Fax
(0xx71) 452.4286 e Celular (071) 9989.9531.
Endereo eletrnico: marcotek@uol.com.br
Autor
Marco Antonio Ribeiro se formou no ITA, em 1969, em Engenharia
de Eletrnica blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl,
blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl,
blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl.
Durante quase 14 anos foi Gerente Regional da Foxboro, em
Salvador, BA blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl,
blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl,
blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl.
Fez vrios cursos no exterior e possui dezenas de artigos
publicados nas reas de Instrumentao, controle de Processo,
Segurana, Vazo e Metrologia blablabl, blablabl, blablabl, blablabl,
blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl.
Atualmente diretor da TeK Treinamento & Consultoria Ltda
blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl,
blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl, blablabl,
blablabl, firma que presta servios nas reas de Instrumentao,
Controle de Processo, Automao, Medio de Vazo, Segurana e
Metrologia.
Medio de Vazo
Contedo
1. VARIVEIS DE PROCESSO
Objetivos de Ensino
1. Quantidade Fsica
1.1. Conceito
1.2. Valor da quantidade
1.3. Classificao das Quantidades
1
1
1
2
2. Viscosidade
2.1. Conceito
2.2. Tipos
2.3. Unidades
2.4. Relaes e Equaes
2.5. Fluido Newtoniano
2.6. Fluido No - Newtoniano
2.7. Consistncia e Viscosidade
2.8. Medidores de Viscosidade
2.9. Dependncia da T e P
2.10. Viscosidade dos lquidos
2.11. Viscosidade dos gases
3. Densidade
3.1. Conceitos e Unidades
3.2. Compensao de Temperatura e
Presso
3.3. Mtodos de Medio
4
4
5
5
5
6
7
9
10
11
11
12
12
12
13
13
4. Presso
4.1. Conceito
4.2. Unidades
4.3. Tipos
4.4. Medio da Presso
4.5. Presso e a Vazo
13
13
13
14
15
17
5. Temperatura
5.1. Conceito
5.2. Unidades
5.3. Escalas de temperatura
5.4. Sensores de temperatura
5.5. Acessrios
5.6. Temperatura e Vazo
17
17
17
17
18
21
22
2. FLUIDOS
23
Objetivos de Ensino
23
1. Introduo
23
2. Conservao da Massa
23
3. Conservao da Energia
3.1. Energia Potencial
3.2. Energia Cintica
3.3. Energia de Presso
3.4. Energia Interna
3.5. Calor
3.6. Expanso de Slidos e Lquidos
Material
3.7. Entalpia
3.8. Entropia
24
25
25
25
25
25
26
27
27
27
4. Estados da Matria
4.1. Slido
4.2. Lquido
4.3. Gs e Vapor
4.4. Mudanas de Estado
4.5. Calor especfico do gs
27
27
28
29
29
30
32
32
32
32
33
34
34
35
35
35
36
36
37
37
37
38
Medio de Vazo
6 Vapor d'gua
6.1. Conceito
6.2. Aplicaes do Vapor
6.3. Agente de Energia
6.4. Saturado e Superaquecido
6.5. Seco e mido
6.6. Propriedades Termodinmicas
6.7. Parmetros do Vapor
6.8. Pares de Saturao
6.9. Aquecimento e Resfriamento da
gua
6.10. Gerao de Vapor
6.11. Vapor mido
7. Similaridade de Sistemas
7.1. Tipos de Similaridade
7.2. Nmeros Adimensionais
7.3. Conjuntos Completos
39
39
39
39
39
39
40
40
40
40
40
41
41
41
42
45
3. INSTRUMENTOS DE MEDIO
47
4.5. Planmetro
4.6. Transmissor
4.7. Transdutor
4.8. Linearizao da Vazo
4.9. Compensao
4.10. Computador Analgico
4.11. Computador de Vazo
4.12. Totalizador
4.13. Vlvula de Controle
63
65
67
67
70
73
73
76
77
5. Controle da Vazo
78
6. Chave de Vazo
6.1. Introduo
6.2. Conceito
6.3. Sada Eltrica
6.4. Chave Mecnica
6.5. Chave Ultra-snica
6.6. Chave Capacitiva
6.7. Chave Termal
79
79
80
81
81
82
82
82
4. Desempenho do Instrumento
84
Objetivos de Ensino
47
1. Introduo
84
1. Instrumentao
1.1. Introduo
1.2. Qualidade do produto
1.3. Quantidade do Produto
1.4. Economia do Processo
1.5. Ecologia
1.6. Segurana da Planta
1.7. Proteo do Processo
1.8. Transferencia de custdia
47
47
48
48
48
48
48
48
49
2. Caractersticas do Instrumento
85
3. Exatido
3.1. Conceito
3.2. Valor Verdadeiro
85
85
85
4. Preciso
4.1. Conceito
4.2. Exatido e Preciso
4.3. Tolerncia
4.4. Parmetros da Preciso
4.5. Tempo de Resposta
4.6. Confiabilidade
4.7. Estabilidade
4.8. Facilidade de Manuteno
4.9. Especificao da Preciso
4.10. Rangeabilidade
86
86
86
87
88
90
90
91
92
92
94
2. Sistemas de Instrumentao
49
2.1. Instrumentao de Campo e de
Painel
49
2.2. Instrumentao Pneumtica e
Eletrnica
50
2.3. Sistema Digital de Controle
Distribudo (SDCD)
51
2.4. Instrumentao virtual
52
2.5. Controlador Single Loop
52
2.6. Transmissor Inteligente
53
2.7. Controle Supervisrio e Sistema de
Aquisio de Dados (SCADA)
53
3. Instrumento Eltrico em rea
Classificada
3.1. Classificao de rea
3.2. Combusto e Exploso
3.3. Classificao de Temperatura
3.4. Classificao Eltrica
4. Sistema de Medio
4.1. Introduo
4.2. Indicador
4.3. Visor de Vazo
4.4. Registrador
55
55
56
57
57
60
60
61
62
63
5. ESPECIFICAES DE
DESEMPENHO
96
Preciso
96
Efeito da temperatura ambiente
96
Tempo de aquecimento (power up)
96
Efeito da presso esttica
96
Efeito da tenso de alimentao
96
Efeito da posio
96
Efeito RFI
96
Chaveamento e transientes indiretos de
raios
96
Estabilidade
96
Efeito da vibrao
96
Condies de Operao
97
ii
Medio de Vazo
5. Incerteza na Medio
98
6. CALIBRAO DA VAZO
1. Introduo
98
Objetivos de Ensino
118
2. Tipos de Erros
98
99
99
99
1. Confirmao Metrolgica
1.1. Conceito
1.2. Necessidade da confirmao
1.3. Terminologia
118
118
118
118
100
100
100
2. Calibrao e Ajuste
119
3. Tipos de calibrao
121
5. Erro Grosseiro
100
4. Calibrao da Malha
122
6. Erro Sistemtico
6.1. Erro Inerente ao Instrumento
6.2. Erro de largura de faixa (span)
6.3. Erro de zero
6.4. .Erro de linearidade
6.5. Erro de quantizao
6.6. Erro de Influncia
6.7. Erro de Modificao
6.8. Erro Causado Pelo Sensor
6.9. Erro Causado Pelo Instrumento
102
102
105
105
105
106
106
107
107
107
5. Parmetros da Calibrao
124
7. Erro Aleatrio
7.1. Repetitividade do instrumento
7.2. Reprodutitividade
7.3. Erro de histerese
7.4. Banda morta
107
108
108
108
108
6. Calibrao de Vazo
6.1. Local da calibrao
6.2. Prover
6.3. Medidor mestre (master)
6.4. Mtodo volumtrico
6.5. Mtodo gravimtrico
6.6. Gasmetro
6.7. Bocal snico
6.8. Placa de orifcio
6.9. Laboratrio de vazo
128
128
129
129
130
130
130
131
131
131
109
7. Transferncia de Custdia
7.1. Introduo
7.2. Contrato de medio
7.3. Auditoria
7.4. Manuteno
7.5. Concluso
136
136
136
138
139
141
110
7. MEDIO DA VAZO
142
118
Objetivos de Ensino
142
1. Introduo
142
2. Conceito de Vazo
143
3. Vazo em Tubulao
143
iii
Medio de Vazo
4. Tipos de Vazo
4.1. Vazo Ideal ou Real
4.2. Vazo Laminar ou Turbulenta
4.3. Vazo Estvel ou Instvel
4.4. Vazo Uniforme e No Uniforme
4.5. Vazo Volumtrica ou Mssica
4.6. Vazo Incompressvel e
Compressvel
4.7. Vazo Rotacional e Irrotacional
4.8. Vazo Isentrpica
4.9. Vazo na Tubulao
4.10. Vazo Interna ou Externa
4.11. Vazo de Rayleigh
4.12. Vazo de Stokes
4.13. Vazo No Newtoniana
4.14. Vazo monofsica e bifsica
4.15. Vazo Crtica
144
144
144
146
146
146
152
6. Distrbios na Medio
6.1. Cavitao
6.2. Vazo Pulsante
6.3. Golpe de arete
6.4. Tubulao e Acessrios
153
153
155
157
158
5. AGA Report No 3
186
5.1. Fator de orifcio bsico, Fb
187
5.2. Fator do nmero de Reynolds, Fr 187
5.3. Fator de expanso, Y
188
5.4. Fator da presso base, Fpb
188
5.5. Fator da temperatura bsica, Ftb 188
5.6. Fator da temperatura do fluido, Ftf
188
5.7. Fator da gravidade especifica, Fgr 189
5.8. Fator de supercompressibilidade, Fpv
189
159
2. Tipos de Medidores
159
2.1. Quantidade ou Vazo Instantnea
160
2.2. Relao matemtica linear e no
linear
160
2.3. Dimetros Totais e Parciais do
Medidor
160
2.4. Medidores Com e Sem Fator K 161
2.5. Medidores volumtricos ou mssicos
161
2.6. Energia Extrativa ou Aditiva
161
3. Parmetros da Seleo
3.1. Dados da Vazo
3.2. Custo de Propriedade
3.3. Funo
3.4. Desempenho
3.5. Geometria
3.6. Instalao
3.7. Faixa de Medio
3.8. Fluido
3.9. Perda de Carga
3.10. Tecnologia
162
162
162
164
164
164
164
165
165
165
166
166
5. Medidores Favoritos
167
174
174
175
4. Placa de Orifcio
175
4.1. Materiais da Placa
175
4.2. Geometria da Placa
175
4.3. Montagem da Placa
178
4.4. Tomadas da Presso Diferencial 179
4.5. Perda de Carga e Custo da Energia
180
4.6. Protuses e Cavidades
181
4.7. Relaes Matemticas
181
4.8. Fatores de Correo
183
4.9. Dimensionamento do da Placa 184
8. SELEO DO MEDIDOR DE
VAZO
159
1. Sistema de Medio
171
147
148
149
149
149
149
150
150
150
151
5. Perfil da Velocidade
171
194
iv
Medio de Vazo
8.1. Diafragma Sensor de Presso
Diferencial
194
8.2. Transmissor de Presso Diferencial
194
8.3. Montagem do transmissor
195
9. Outros geradores de P
9.1. Tubo Venturi
9.2. Bocal de Vazo
9.3. Tubo lo-loss
9.4. Medidor Tipo Cotovelo
9.5. Tubo Pitot
198
198
201
202
202
203
FOLHA DE ESPECIFICAO:
SENSOR DE VAZO PLACA DE
ORIFCIO (PREENCHIDA)
206
228
Objetivos de Ensino
228
1. Introduo
229
2. Relaes Matemticas
229
3. Sistema de medio
3.1. Elemento Primrio
3.2. Elemento Secundrio
3.3. Conector Tubo-Transmissor
3.4. Instrumento Receptor
230
230
231
232
232
233
233
234
Caractersticas do medidor
207
Objetivos de Ensino
207
5. Caractersticas
235
5.1. Custo
235
5.2. Instalao
235
5.3. Fluido
235
5.4. Desempenho do Sistema Medidor
236
5.5. Desvio do Zero
236
1. Introduo
208
6. Vantagens e limitaes
2. Tipos de Turbinas
2.1. Turbinas mecnicas
2.2. Turbina Tangencial
2.3. Turbina de Insero
208
208
209
209
207
. Turbina Convencional
211
3.1. Princpio de Funcionamento
211
3.2. Partes Constituintes
212
3.3. Detetores da Velocidade Angular 214
3.4. Classificao Eltrica
215
3.5. Fluido Medido
215
3.6. Caractersticas
216
3.7. Condicionamento do Sinal
216
3.8. Outras Variveis de Processo
218
3.9. Desempenho
218
3.10. Fatores de Influncia
219
3.11. Caractersticas de Projeto
221
3.12. Dimensionamento
221
3.13. Consideraes Ambientais
222
3.14. Instalao da Turbina
223
3.15. Operao
223
3.16. Manuteno
224
3.17. Calibrao e Rastreabilidade
224
3.18. Cuidados e procedimentos
225
3.19. Aplicaes
226
3.20. Folha de Especificao: Medidor de
Vazo Tipo Turbina
227
237
239
Objetivos de Ensino
239
1. Introduo
240
2. Princpio de operao
240
3. Caractersticas
240
4. Tipos de Medidores
242
4.1. Disco Nutante
242
4.2. Lmina Rotatria
242
4.3. Pisto Oscilatrio
242
4.4. Pisto Reciprocante
243
4.5. Lbulo Rotativo
243
4.6. Medidor com Engrenagens Ovais 243
5. Medidores para Gases
5.1. Aplicaes
245
246
Medio de Vazo
5.2. Calibrao dos Medidores de Gases
246
6. Vantagens e Desvantagens
246
7. Concluso
247
249
Caractersticas do Medidor
249
Objetivos de Ensino
249
1. Princpio de Operao
250
2. Relao Matemtica
251
3. Tipos de Rotmetro
3.1. Rotmetro de Purga
3.2. Rotmetro de Uso Geral
3.3. Rotmetro com Cubo Metlico
3.4. Rotmetro de Bypass
3.5. Rotmetro para Lquidos
3.6. Rotmetro para Gases
252
252
252
253
253
253
253
4. Caractersticas
254
4.1. Faixa de Medio
254
4.2. Servio com Sujeira em Suspenso
254
4.3. Efeitos da Viscosidade
254
4.4. Vazo Mssica
254
4.5. Preciso
255
4.6. Efeitos da Tubulao
255
5. Acessrios
255
6. Vantagens
255
7. Dimensionamento
255
257
Objetivos de Ensino
257
1. Introduo
258
258
258
258
259
259
259
260
260
261
261
262
262
263
264
266
266
266
266
269
Caractersticas do medidor
269
Objetivos de Ensino
269
1. Introduo
270
2. Efeito Coriolis
270
3. Relaes Matemticas
271
4. Calibrao
272
5. Medidor Industrial
272
6. Caractersticas
273
7. Aplicaes
273
8. Critrios de Seleo
274
9. Limitaes
274
10. Concluso
275
vi
Medio de Vazo
16. MEDIDOR DE VAZO ULTRASNICO
277
Especificaes do medidor
277
Objetivos de Ensino
277
1. Introduo
278
2. Diferena de Tempo
10.3. Diferena de Freqncia
278
279
3. Efeito Doppler
279
4. Relao Matemtica
279
5. Realizao do Medidor
280
6. Aplicaes
10.8. Especificaes
10.9. Concluso
280
281
281
282
Objetivos de Ensino
282
1. Princpio de Funcionamento
283
283
284
285
1. Conceito
285
2. Princpio de Funcionamento
285
3. Caractersticas e Aplicaes
286
Perda de Presso
287
288
Energia Especfica
288
Profundidade Crtica
288
288
Calha
Salto Hidrulico
289
289
Mtodo Califrnia
289
Mtodo Manning
289
Sistema de Medio
290
291
1. Sistema de medio
291
3. Princpio de Funcionamento
291
4. Incertezas calculadas
292
294
Objetivos de Ensino
294
1. Introduo
301
2. Bomba Peristltica
301
3. Bomba de Pisto
301
4. Bomba de Diafragma
302
5. Concluso
302
287
Frmula de Chezy
287
Coeficiente C
287
Descarga
287
vii
Medio de Vazo
22. TRANSFERNCIA DE
CUSTDIA
1. Medio da Vazo
1.1. Conceito
1.2. Tipos de vazo
1.3. Instalao
1.4. Valor da medio
1.5. Fluido
1.6. Estao de Medio
1.7. Compensao de presso e
temperatura
1.8. Totalizao da vazo
1.9. Computador de Vazo
1.10. Concluso
303
303
303
304
304
306
307
308
309
310
312
313
2. Transferncia de Custdia
2.1. Introduo
2.2. Contrato de medio
2.3. Auditoria
2.4. Concluso
313
313
314
315
316
316
316
317
317
319
4. Manuteno
4.1. Introduo
4.2. Manuteno de rotina
4.3. Pesquisa de defeitos
320
320
322
322
23. MEDIO DE GS
324
Computador e Vazo
327
Sistema Eletrnico de Medio de Gs
328
1.3. Escritrio de Medio
Geral
Integrador de grficos
Terminal de entrada de dados para o
computador
328
328
328
328
330
330
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
331
viii
1. Variveis de Processo
Objetivos de Ensino
1. Conceituar quantidades fsicas
quanto a energia e propriedades:
intensivas, extensivas, contnuas,
discretas, mecnicas e eltricas.
2. Listar as quantidades fsicas
derivadas mais comumente
encontrada na Engenharia, de
natureza mecnica, eltrica,
qumica e de instrumentao,
mostrando seus conceitos,
unidades, padres e realizao
fsica.
3. Analisar as variveis de processo
que esto relacionadas com a
vazo, como viscosidade,
densidade, presso, temperatura e
condutividades (termal, eltrica e
snica).
1. Quantidade Fsica
1.1. Conceito
Quantidade qualquer coisa que possa
ser expressa por um valor numrico e uma
unidade de engenharia. Por exemplo,
1. massa uma quantidade fsica
expressa em quilogramas;
2. velocidade uma quantidade fsica
expressa em metros por segundo e
3. densidade relativa uma
quantidade fsica adimensional.
O crculo no uma quantidade fsica,
pois caracterizado por uma certa forma
geomtrica que no pode ser expressa
por nmeros. O crculo uma figura
geomtrica. Porm, a sua rea uma
quantidade fsica que pode ser expressa
Variveis de Processo
instrumentao h vrios nmeros
adimensionais teis como nmero de
Reynolds, Mach, Weber, Froude. O valor
numrico da quantidade, associado
unidade tambm adimensional. Por
exemplo, no comprimento 10 metros (10
m), 10 um nmero adimensional e
metros a unidade de comprimento usada,
cujo smbolo m.
Energia e Propriedade
As variveis de quantidade e de taxa de
variao se relacionam diretamente com
as massas e os volumes dos materiais
armazenados ou transferidos no processo.
As variveis extensivas independem das
propriedades das substncias. Elas
determinam a eficincia e a operao em
si do processo. As variveis de quantidade
incluem volume, energia, vazo, nvel,
peso e velocidade de maquinas de
processamento.
As variveis de energia se relacionam
com a energia contida no fluido ou no
equipamento do processo. Elas podem
determinar indiretamente as propriedades
finais do produto e podem estar
relacionadas com a qualidade do produto.
Elas deixam de ser importantes assim que
os produtos so feitos. Elas independem
da quantidade do produto e por isso so
intensivas. As variveis de energia
incluem temperatura e presso.
As variveis das propriedades das
substncias so especificas e
caractersticas das substncias. Todas as
grandezas especificas so intensivas. Por
definio, o valor especifico o valor da
varivel por unidade de massa. Por
exemplo, energia especifica, calor
especifico e peso especifico. As principais
variveis de propriedade so: a densidade,
viscosidade, pH, condutividade eltrica ou
trmica, calor especifico, umidade absoluta
ou relativa, contedo de gua, composio
qumica, explosividade, inflamabilidade,
cor, opacidade e turbidez.
Extensivas e Intensivas
O valor da varivel extensiva depende
da quantidade da substncia. Quanto
maior a quantidade da substncia, maior
o valor da varivel extensiva. Exemplos de
variveis extensivas: peso, massa, volume,
rea, energia.
O valor da varivel intensiva independe
da quantidade da substncia. Em um
sistema com volume finito, os valores
intensivos podem variar de ponto a ponto.
Sob o ponto de vista termodinmico, as
variveis de energia e das propriedades
das substncias so intensivas, porque
independem da quantidade da substncia.
Exemplos de variveis intensivas: presso,
Variveis de Processo
temperatura, viscosidade, densidade e
tenso superficial.
Pervariveis e Transvariveis
Uma pervarivel ou varivel atravs
(through) aquela que percorre o
elemento de um lado a outro. Uma
pervarivel pode ser medida ou
especificada em um ponto no espao.
Exemplos: fora, momento, corrente
eltrica e vazo .
Uma transvarivel ou varivel entre dois
pontos (across) aquela que existe entre
dois pontos do elemento. Para medir ou
especificar uma transvarivel so
necessrios dois pontos no espao,
usualmente um ponto a referncia.
Exemplos: deslocamento, velocidade,
temperatura e tenso.
Todos os objetos em um sistema
dinmico envolvem uma relao medida ou
definida entre uma transvarivel e uma
pervarivel. Por exemplo, o capacitor,
resistor e indutor eltricos podem ser
definidos em termos da relao entre a
transvarivel tenso e a pervarivel
corrente.
Com a classificao de pervariveis e
transvariveis, pode-se fazer analogias
entre variveis de natureza eltrica, termal,
mecnica e estas analogias so muito
teis e freqentes na medio e escolha
de sensores.
Variveis e Constantes
A varivel de processo uma grandeza
que altera seu valor em funo de outras
variveis, sob observao ao longo de um
tempo. Constante ou varivel constante
aquela cujos valores permanecem
inalterados durante o tempo de observao
e dentro de certos limites de preciso.
Por exemplo, seja um tanque cheio de
gua. A presso que a coluna de gua
exerce em diferentes pontos verticais
varivel e depende da altura. Porm, ao
mesmo tempo, a densidade da gua pode
ser considerada constante, com um
determinado grau de preciso, em
qualquer ponto do tanque. Diz-se, ento,
que a presso da gua uma quantidade
varivel em funo da altura lquida e a
densidade da gua uma quantidade
constante em funo da altura lquida e do
tempo.
Variveis de Processo
prtica, as variveis discretas esto
associadas a eventos ou condies. Uma
varivel discreta contada. Por exemplo,
uma chave s pode estar ligada ou
desligada. O nmero de peas fabricadas
um exemplo de varivel discreta.
Mecnicas e Eltricas
As quantidades mecnicas so as
derivadas do comprimento, massa, tempo
e temperatura. So exemplos de
quantidades mecnicas:
1. rea e volume que dependem
apenas do comprimento.
2. velocidade e acelerao que
envolvem comprimento e tempo.
3. fora, energia e potncia que
envolvem massa, comprimento e
tempo
4. freqncia que depende apenas do
tempo.
Em 1948, o SI definiu a corrente eltrica
como grandeza eltrica de base. Sua
unidade o ampre. As principais
grandezas eltricas derivadas so tenso,
resistncia, indutncia e capacitncia.
As principais variveis envolvidas na
indstria de processo so quatro:
temperatura (grandeza de base), presso
(mecnica), vazo volumtrica ou mssica
(mecnica) e nvel (mecnica). Em menor
freqncia, so tambm medidas a
densidade (mecnica), viscosidade
(mecnica) e composio (qumica).
Porm, na instrumentao, so
manipulados os sinais pneumtico (20 a
100 kPa) e eletrnico (4 a 20 mA cc). Por
causa da instrumentao eletrnica, as
quantidades eltricas como tenso,
resistncia, capacitncia e indutncia se
tornaram muito importantes, pois elas
esto ligadas naturalmente aos
instrumentos eletrnicos de medio e
controle de processo e de teste e
calibrao destes instrumentos.
2. Viscosidade
2.1. Conceito
Como varivel de processo
independente, a viscosidade uma
varivel caracterstica do material. Com
relao vazo, a viscosidade o
parmetro mais influente
1. na medio da vazo de fluidos
atravs de tubulaes fechadas
2. no comportamento do fluidos
atravs de bombas ou de outros
equipamentos e materiais de
processo.
A viscosidade expressa a facilidade ou
dificuldade com que um fluido escoa,
quando submetido a uma fora externa. A
viscosidade a medida dos efeitos
combinados de adeso e coeso das
molculas do fluido entre si. A viscosidade
pode ser considerada como a fora de
atrito que aparece quando uma camada de
fluido forada a se mover em relao a
outra. A viscosidade pode ser tomada
como o atrito interno do fluido ou a
habilidade do fluido vazar sobre si mesmo.
Os fluidos com alta resistncia vazo
so altamente viscosos ou possuem alta
viscosidade. Eles no escorrem ou vazam
to facilmente como os fluidos de baixa
viscosidade. Geralmente, a viscosidade
dos licores elevada; a viscosidade da
gua comparativamente muito menor e a
viscosidade dos gases ainda muito
menor que a da gua.
Exemplos de fluidos de alta viscosidade:
parafina, licores, temperatura ambiente.
Exemplos de fluidos com baixa
viscosidade: gua, lcool, mercrio. Para
se ter uma sensao prtica dos valores: a
viscosidade da gua, a 20 oC,
aproximadamente 1 cP , a do mel vale 300
cP e a da mateiga de
10 000 cP.
A viscosidade do fluido determina o
perfil da velocidade da vazo dentro da
tubulao, afetando seriamente o
desempenho do medidor de vazo.
Variveis de Processo
2.2. Tipos
A viscosidade absoluta ou dinmica a
diviso da presso de cisalhamento pelo
gradiente de velocidade.
A viscosidade cinemtica a diviso
da viscosidade absoluta pela densidade
do fluido , mesma temperatura.
Deformao
Deformao qualquer variao do
formato ou das dimenses de um corpo
causada por tenso mecnica, expanso
ou contrao termal, transformao
qumica ou metalrgica ou diminuio ou
expanso devidas variao da umidade.
Dilatao
Dilatao o aumento do volume por
unidade de volume de qualquer substncia
contnua causado pela deformao.
2.3. Unidades
H uma grande confuso relacionada
com as unidades de viscosidade,
principalmente porque h vrios tipos
diferentes de viscosidade.
A unidade SI da viscosidade absoluta,
o pascal segundo ou o poiseuille (no
confundir poiseuille com poise). A unidade
do poiseuille newton segundo por metro
quadrado (N.s/m2).
O poise a unidade no SI de
viscosidade dinmica. Um poise igual
viscosidade dinmica do fluido em que h
uma fora tangencial de 1 dina por cm2
resistindo vazo de duas lminas mveis
e paralelas do fluido com uma velocidade
diferencial de 1 cm/s e separadas por 1
centmetro. Como o poise muito grande,
comum se usar o submltiplo centipoise
(10-2).
A unidade de viscosidade cinemtica
no sistema SI o metro
quadrado/segundo, ou m2/s. A unidade de
viscosidade cinemtica, no recomendada
pelo SI o stoke (St), com dimenso de
centmetro quadrado por segundo. O mais
usado, na prtica o seu submltiplo,
centistoke.
Por causa dos mtodos de medio de
viscosidade, comum expressar a
viscosidade em termos de tempo,
segundo. H vrias unidades, como
Saybolt Universal, Saybolt Furol (para
fluido muito viscoso), Redwood, Engler. H
bacos para converter estas unidades
entre si.
Variveis de Processo
uma alterao de formato diretamente
proporcional a rapidez com que a alterao
feita, ou seja, tenso de cisalhamento
por unidade de tempo. Esta tenso pode
ser considerada como um deslizamento
relativo de planos paralelos sem mudar a
distncia entre eles e a fora tangencial
por unidade da rea do plano a medida
da resistncia de atrito do fluido submetido
a esta tenso mecnica.
Matematicamente, tem-se
viscosidade =
rigidez =
dy
y
u
y
du
AU
dV
=A
y
dy
onde
F
=
A
a tenso de cisalhamento.
Finalmente, tem-se
=
dV
dy
Variveis de Processo
cisalhamento
viscosidade
cisalhamento
S
slido
elstico
plstico
no-newtoriano
newtoniano
no-newtoriano
F
tenso
cisalhamento
Fluido ideal sem atrito
tenso
Plstico
O plstico um fluido no-newtoniano,
com a sua viscosidade dependente da
tenso de cisalhamento aplicada.
O plstico exibe uma tenso de
cisalhamento limite que deve ser excedida
para comear o escoamento. Depois deste
valor a curva linear. Quando a curva
no linear o fluido chamado de Plstico
de Bingham.
O mais rigoroso seria falar em
viscosidade aparente. A Fig. 1.3. mostra a
viscosidade caracterstica de um plstico
tpico: ele possui uma viscosidade
decrescente com uma taxa de
cisalhamento crescente.
cisalhamento
viscosidade
limite
F
tenso
cisalhamento
Variveis de Processo
Um exemplo deste tipo de material
uma garrafa de quetichupe. Deve ser dado
uma batida na garrafa para fazer o fluido
comear a escorrer. Esta fora impulso
aplicada a garrafa, por batida ou por
sacudidela, necessria para ultrapassar
o valor limite do plstico. Outros exemplos:
pasta de dente, tinta a leo, lama para
perfurao de poo de petrleo.
Pseudo plstico
O pseudo plstico outro fluido nonewtoniano. A Fig.1.5. representa a curva
de viscosidade para um pseudo plstico.
Neste caso, a, viscosidade diminui com um
aumento na taxa de cisalhamento,
continuamente, sem um valor limite
definido.
Estes materiais amolecem quando
agitados e endurecem quando em
repouso. Eles se comportam como se
perdessem temporariamente a
viscosidade. A tenso de cisalhamento
torna os mais finos, reduzindo a
viscosidade deles.
Exemplo de pseudo plstico: chocolate
derretido e as solues com celulose.
viscosidade
cisalhamento
tenso
cisalhamento
Fluido dilatante
O fluido dilatante outro nonewtoniano similar ao pseudoplstico em
que eles no apresentam tenso limite
mas o seu comportamento inverso ao do
pseudo plstico. Ele possui uma
viscosidade menor quando em repouso e
grande viscosidade quando agitado. A
tenso torna o fluido grosso, espesso.
A Fig. 1.6. mostra o comportamento
tpico de um fluido dilatante. A viscosidade
de um dilatante aumenta quando a taxa de
cisalhamento aumenta.
viscosidade
cisalhamento
tenso
cisalhamento
Fluido tixotrpico
Enquanto a maioria dos fluidos possui
uma nica viscosidade para determinados
valores da tenso de cisalhamento e da
taxa de cisalhamento, os fluidos tixotrpico
e reopticos podem assumir valores
diferentes de viscosidade, para iguais
valores de taxa de cisalhamento e tenso
de cisalhamento. A curva taxa de
cisalhamento x tenso de cisalhamento
possui o formato de um loop, anloga a
curva de histerese .
A taxa de cisalhamento obtida para uma
determinada tenso de cisalhamento
depende de vrios fatores: de historia
passada do fluido, da presena de slidos
em suspenso, do tamanho dessas
partculas, da subida ou descida da tenso
de cisalhamento e da estrutura do fluido
em si.
Pode se definir formalmente a tixotropia
como a propriedade de certos fluidos que
se liqefazem quando submetidos a foras
vibratrias ou quando agitados e que se
solidificam quando deixados em repouso.
Variveis de Processo
cisalhamento
cisalhamento
aumento do tempo
aumento
do tempo
tenso
tenso
Fluido reoptico
Os materiais reopeticos so antitixotrpicos. Eles endurecem quando
agitados e permanecem moles quando em
repouso.
A curva cisalhamento x tenso de
cisalhamento para o fluido tixotrpico est
mostrada na Fig. 1.7; a do fluido reoptico
esta na Fig. 1.8.
A viscosidade do material tixotrpico,
quando se mantm a mesma tenso de
cisalhamento, decai com o tempo, como
mostrado na Fig. 1.9(a); a do fluido
reoptico, aumenta com o tempo, como
mostrado na Fig. 9 (b).
evidente que a viscosidade dos
materiais tixotrpicos e reopeticos no tem
significado, a no ser que seja tomada sob
condies de amostragem e operao
cuidadosamente controladas.
Os fenmenos da tixotropia e da
reopexia so complexos e esto
intimamente associados com a teoria dos
colides.
Fluido viscoelstico
Se uma substncia puramente
viscosa, nenhuma energia de deformao
pode ser armazenada e se uma substncia
puramente elstica, nenhuma energia
pode ser dissipada.
Um fluido viscoelstico possui as
propriedades da viscosidade do lquido e
da elasticidade do slido,
simultaneamente. Embora o material seja
viscoso, ele exibe uma certa elasticidade
do formato e capaz de armazenar a
energia de deformao.
Este tipo de comportamento tpico de
solues de macromolculas e polmeros
derretidos.
viscosidade
viscosidade
t
Fluido tixotrpico
Fluido reoptico
Variveis de Processo
conjunto de condies, p. ex., temperatura,
vazo, passado. Se este ponto singular
suficiente para definir o formato da curva
(tenso de cisalhamento x taxa de
cisalhamento), ento o material
newtoniano e a consistncia e viscosidade
possuem o mesmo significado e valor.
Se uma linha reta, passando pela
origem, representa a curva (tenso de
cisalhamento x taxa de cisalhamento)
ento a viscosidade constante e os dois
termos viscosidade e consistncia podem
ser usados indistintamente.
A consistncia est relacionada com o
comportamento no newtoniano, desde
que a viscosidade deste material no pode
ser definida com uma nica medio.
Referindo se s Fig. 1.3, 1.4 e 1.5,
visto que todos os trs fluidos: plstico,
pseudoplstico e dilatante possuem a
mesma viscosidade n, em algum ponto.
Porm, um cisalhamento diferente
requerido para alcanar este ponto, para
cada fluido. Deste modo, embora as
viscosidades de cada fluido sejam iguais,
suas consistncias so diferentes.
Em indstrias de processo, a
consistncia mais freqentemente usada
quando se trata de contedo de slidos em
suspenso no lquido, tais como, polpa de
papel, misturas pastosas na indstria
alimentcia. Nestes casos, a consistncia
um ndice do grau de firmeza do fluido,
que, por sua vez, indica qual facilmente a
polpa de papel se esparrama sobre um fio
ou uma pasta.
Borda overflow
leo sob
teste
Banho de leo
com temperatura
controlada
Tubo de sada
Receptculo inferior
10
Variveis de Processo
2.9. Dependncia da Temperatura e
Presso
Todas as tcnicas de medio de
viscosidade dos fluidos podem ser
adaptadas para estudar os efeitos da
temperatura e da presso na viscosidade.
importante enfatizar que a viscosidade
dependente umbilicalmente da
temperatura. Por exemplo, a viscosidade
da gua varia 3% para cada kelvin.
A medio da viscosidade,
independente do medidor utilizado, deve
ser efetuada com a temperatura controlada
ou medida com preciso, para fins de
compensao ou polarizao.
Em menor grau, a viscosidade tambm
depende da presso. Em algumas
aplicaes de leos lubrificantes, por
exemplo, necessrio conhecer a
dependncia viscosidade x presso.
Geralmente, a viscosidade
diretamente proporcional a densidade da
substncia.
11
Variveis de Processo
Kouzel relaciona a viscosidade com a
presso.
3. Densidade
A densidade est relacionada com a
composio de misturas e solues
qumicas e com a concentrao de slidos
em suspenso. Na medio de vazo, a
densidade importante como um meio de
inferir a vazo mssica de fluidos
compressveis, a partir da vazo
volumtrica medida.
12
Variveis de Processo
Assumindo uma temperatura ambiente de
20 oC, presso atmosfrica, o erro para
o metano de cerca de 0,1% e para o
etileno, 0,5%.
Tambm se define o peso especifico,
como a relao peso/volume. O peso
depende do campo gravitacional e
consequentemente, o peso especifico
depende da acelerao da gravidade.
O mol a quantidade de matria do gs
igual ao seu peso molecular. O mol a
unidade de quantidade de substncia que
define o mesmo numero de molculas de
gases diferentes. Por exemplo, 1 mol de
metano contem o mesmo numero de
molculas que 1 mol de nitrognio.
4. Presso
4.1. Conceito
A presso dada pela quantidade
escalar fora/rea. A fora associada com
uma dada presso agindo na unidade de
rea perpendicular a esta rea.
Fig. 1.14. Densidade do ar em funo da
temperatura e presso
4.2. Unidades
A unidades de presso expressas em
unidade de fora sobre unidade de rea.
A unidade SI de presso o pascal,
smbolo Pa. Tem-se:
1 Pa = 1 N/1 m2
Como o pascal uma unidade muito
pequena, comum usar o kPa (103 Pa).
100 kPa vale 1 kgf/cm2 e igual a
aproximadamente 14,22 psi.
Embora todo tcnico deva usar apenas
unidades do SI, comum se ter outras
unidades para presso, como o psi e o
kgf/cm2. A unidade inglesa psi significa
pound square inch.
Outra unidade de presso usada o
kgf/cm2 (na prtica se diz incorretamente
kg/cm2) ou simplesmente kilograma.
13
Variveis de Processo
Presso medida
94 kPa G
197 kPa A
Presso manomtrica
Presso
0 kPa G
Presso atmosfrica
A presso atmosfrica a presso
exercida pelos gases da atmosfera
terrestre e foi a primeira presso a ser
realmente medida.
103 kPa A
Presso absoluta
Vcuo ou presso manomtrica negativa
-43 kPa G
Presso baromtrica
60 kPa A
Presso absoluta
4.3. Tipos
As medies de vazo so geralmente
classificadas como presso manomtrica,
presso absoluta ou presso diferencial.
Para evitar confuso, conveniente
colocar o sufixo na unidade, para cada tipo
de medio: manomtrica (g), absoluta (a)
ou diferencial (d).
Presso manomtrica
A presso manomtrica (gage)
referida a presso atmosfrica. Ela pode
assumir valores positivos (maiores que o
da presso atmosfrica) e negativos,
tambm chamado de vcuo. A maioria dos
instrumentos industriais mede a presso
manomtrica.
Presso absoluta
A presso absoluta a presso total,
incluindo a presso atmosfrica e referida
ao zero absoluto. Ela s pode assumir
valores positivos. Mesmo quando se
necessita do valor da presso absoluta,
usa-se o medidor de presso manomtrica
que mais simples e barato, bastando
acrescentar o valor da presso atmosfrica
ao valor lido ou transmitido. S se deve
usar o medidor com elemento sensor
absoluto para faixas prximas a presso
atmosfrica; por exemplo, abaixo de 100
kPa.
Presso diferencial
A presso diferencial a diferena entre
duas presses, exceto a presso
atmosfrica. O transmissor de presso
diferencial para a medio de vazo e de
nvel simultaneamente sensvel e
robusto, pois deve ser capaz de detectar
faixas de presso diferencial da ordem de
centmetros de coluna d'gua e suportar
presso esttica de at 400 kgf/cm2.
Presso esttica
A presso esttica do processo a
presso transmitida pelo fluido nas
paredes da tubulao ou do vaso. Ela no
varia na direo perpendicular a tubulao,
quando a vazo laminar.
Presso dinmica
A presso dinmica da tubulao a
presso devida a velocidade do fluido
(1/2 p v2).
Presso de estagnao
A presso de estagnao obtida
quando um fluido em movimento
desacelerado para a velocidade zero, em
um processo sem atrito e sem
compresso. Ela tambm chamada de
presso de impacto. Matematicamente, ela
igual a soma da presso esttica e da
presso dinmica. Tem-se a presso de
estagnao na parte central do medidor
tipo pitot.
14
Variveis de Processo
Presso de vapor
Quando h evaporao dentro de um
espao fechado, a presso parcial criada
pelas molculas do vapor chamada de
presso de vapor. A presso de vapor de
um lquido ou slido a presso em que
h equilbrio vapor-lquido ou vapor-slido.
A presso de vapor depende da
temperatura e aumenta quando a
temperatura aumenta. Esta funo entre a
presso de vapor e a temperatura a base
da medio da temperatura atravs da
medio da presso de vapor de lquido
voltil (classe SAMA II)
Presso de fluido
A presso do fluido transmitida com
igual intensidade em todas as direes e
age perpendicular a qualquer plano. No
mesmo plano horizontal, as presses em
um lquido so iguais
Presso a montante e a jusante
A presso montante a presso
tomada antes do medidor de vazo
(upstream); a presso a jusante aquela
tomada depois do medidor de vazo
(downstream).
Tab. 1.1. Unidades de Presso
Unidade no SI
Unidade SI
p = T( R1 +
1
1
R2
onde
p a presso diferencial entre as duas
superfcies,
T a tenso superficial
A bolha de sabo flutuando no ar um
exemplo de superfcie esfrica, onde a
presso interna maior que a presso
atmosfrica externa e a tenso no filme de
sabo balanceia a diferena de presso. A
gota da chuva aproximadamente
esfrica, porque a tenso superficial
mantm a gota junta; a resistncia do ar
distorce esta esfera.
Diminuio da presso com a altura
A presso exercida pela atmosfera
diminui com a altura, segundo a
expresso:
dp
= g
dy
Tenso superficial
A tenso superficial usada para
identificar a tenso aparente na camada
superficial de um lquido. Esta camada se
comporta como uma membrana esticada e
pode subir para uma diferena de presso
atravs de uma superfcie lquida curva,
que a interface ar-lquido. Na realidade, a
tenso superficial uma energia associada
com qualquer interface fluido-fluido e a
15
Variveis de Processo
bourdon, provocando um pequeno
deslocamento mecnico que pode ser
amplificado por elos e links ou associado a
algum mecanismo de transmisso
pneumtica ou eletrnica. Os outros
medidores deformao elstica incluem o
espiral, fole, helicoidal, diafragma, feitos
com diferentes materiais para a medio
de diferentes faixas de presso.
Fig. 1.19. Strain-gages tpicos
O manmetro o conjunto do sensor e
indicador da presso manomtrica. Ele
pode ser analgico ou digital. Quando
analgico, o manmetro possui uma escala
fixa e um ponteiro mvel. A melhor
preciso do manmetro na faixa central,
tipicamente entre 25 e 75% do fundo da
escala de indicao.
16
Variveis de Processo
usada na operao do transmissor se
baseia em microprocessador e o
transmissor chamado de inteligente.
5. Temperatura
5.1. Conceito
De tanto se afirmar que a temperatura
diferente de calor, ningum mais os
confunde. O calor uma forma de energia
e a temperatura uma grandeza fsica
fundamental. O calor adicionado a um
corpo torna-o mais quente, a remoo de
calor esfria-o. O calor tambm derrete os
slidos em lquidos e converte lquidos em
vapores ou gases. A expanso outro
resultado do aquecimento. A energia do
calor pode ser transformada em energia
mecnica para produzir trabalho. Porm, o
mais comum que toda energia mecnica,
eltrica ou qumica usada para produzir
trabalho, tambm produza calor, por causa
dos atritos e das perdas.
A temperatura uma expresso que
denota uma condio fsica da matria,
assim como a massa, a dimenso, o
tempo, a luminosidade, a corrente eltrica,
o mol e o radiano. A temperatura a
medida de quanto um corpo est mais
quente ou mais frio que outro. A
temperatura no uma medio direta do
calor, mas a medio do resultado do
calor sensvel. Quanto mais quente um
corpo, maior a sua temperatura e maior
o nvel de calor do corpo. Dois corpos
mesma temperatura podem conter
quantidades de calor diferentes e como
conseqncia, dois corpos a temperaturas
diferentes podem conter a mesma
quantidade de calor.
5.2. Unidades
A unidades de temperatura no SI o
kelvin (K). Na prtica, usa-se o kelvin em
trabalhos cientficos e tericos sendo
aceito o uso do grau Celsius (oC) em
aplicaes comerciais e prticas.
17
Variveis de Processo
em 100 partes iguais, chamados
graus Celsius.
2. Escala Fahrenheit (oF), ainda
teimosamente usada nos pases de
lngua e colonizao inglesa.
Fahrenheit estabeleceu o valor 32
para o ponto de gelo da gua do
mar, +100 para a temperatura do
corpo de sua mulher e dividiu o
intervalo em 100 graus
(Fahrenheit). Na prtica, a relao
de converso
(F 32) C
=
9
5
oC
(K)
oF (oR)
212
100
escala
1002
180(
32
0
C = ( F - 32)/1,8
F=1,8C+32
sensor
18
Variveis de Processo
Tab. 1.2. - Faixas e mtodos de medio
Mtodo
Termopares
Enchimento Termal
RTD
Termistores
Pirmetro Radiao
Faixa de Medio,
oC
-200 a 1700
-195 a 760
-250 a 650
-195 a 450
-40 a 3000
Bimetal
Os termmetros bimetais so usados
para a indicao local da temperatura.
O princpio de funcionamento simples
dois metais com coeficientes de dilatao
trmica diferentes so soldados formando
uma nica haste. uma determinada
temperatura, a haste dos dois metais est
numa posio; quando a temperatura
varia, a haste modifica a sua posio
produzindo uma fora ou um movimento.
As partes do termmetro a bimetal so
1. o sensor, em contato direto com a
temperatura
2. os elos mecnicos, para amplificar
mecanicamente os movimentos
gerados pela variao da
temperatura, detectada pelo bimetal.
3. a escala acoplada diretamente aos
elos mecnicos, para a indicao da
temperatura medida.
4. opcionalmente, pode-se usar o
sistema de transmisso.
As vantagens do bimetal so o baixo
custo, a simplicidade do funcionamento, a
facilidade de instalao e de manuteno,
as largas faixas de medio e a
possibilidade de ser usado com os
mecanismos de transmisso.
As desvantagens so a pequena
preciso, a no linearidade, a grande
histerese, a presena de peas moveis
que se desgastam e, quando manuseados
sem cuidado ou quando submetidos a duro
trabalho, a alterao da calibrao.
19
Variveis de Processo
20
Variveis de Processo
3. tipo T, de Cobre (+) e Constantant (), para faixa at 300 oC. fcil a
identificao do cobre por causa de
sua cor caracterstica.
4. tipo S, com a liga (+) de Platina
(90%) + Rdio (10%) e Platina pura
(-). Atinge at medio de 1.500 oC
e para identificao, platina pura a
mais malevel.
5. tipo R, tambm liga (+) de Platina
(87%) + Rdio (13%) e Platina (-),
com a mesma faixa de medio at
1.500 oC e identificando-se a platina
pura pela maior maleabilidade.
Resistncia detectora de temperatura
A resistncia eltrica dos metais
depende da temperatura; este o princpio
de operao do sensor de temperatura a
resistncia eltrica (RTD - Resistance
Temperature Detector). Quando se
conhece a caracterstica temperatura x
resistncia e se quer a medio da
temperatura, basta medir a resistncia
eltrica. Essa medio mais fcil e
prtica.
Normalmente, a resistncia metlica
possui o coeficiente trmico positivo, ou
seja, o aumento da temperatura implica no
aumento da resistncia eltrica. A
resistncia de material semicondutor (Si e
Ge) e as solues eletrolticas possuem
coeficientes trmicos negativos o aumento
da temperatura provoca a diminuio da
resistncia. A resistncia eltrica a
semicondutor, com coeficientes negativos,
chamada de termistor e usada
tambm como sensor de temperatura e
nos circuitos de compensao de
temperatura ambiente das juntas de
referncia do termopar.
Os tipos mais comuns de resistncia
metlica so a platina, nquel e cobre.
A platina (Pt) usada para medio de
faixas entre 0 e 650 oC. A caracterstica
resistncia x temperatura linear nesta
faixa e apresenta grande coeficiente de
temperatura. O sensor Pt 100 tem
resistncia de 100 0 oC e de
aproximadamente 139 100 oC.
Embora a mais cara, a platina possui as
seguintes vantagens
1. disponvel em elevado grau de
pureza,
5.5. Acessrios
Bulbo
O bulbo termal serve para
1. encerrar o fluido de enchimento do
sistema termal mecnico. Nessa
configurao, o elemento de
temperatura formado pelo
conjunto bulbo + capilar + elemento
sensor de presso. O sistema
totalmente selado, sem vazamento e
sem bolhas de ar,
2. proteger o termopar ou o fio de
resistncia detectora de temperatura
dos rigores do processo.
21
Variveis de Processo
da parte sensvel. A extenso pode ser
rgida ou dobrvel.
3. insero (U) a soma da extenso e
da parte sensvel; toda a parte que
fica mergulhada ou no interior do
processo. Tem-se U = X + J.
4. dimetro (Y) do bulbo, ou mais
precisamente, o dimetro da parte
sensvel, que funo do tamanho do
bulbo e da largura de faixa de
temperatura medida, quando de
enchimento termal.
5. unio, que opcional. Quando h
unio, ela pode ser fixa ou ajustvel. A
unio uma rosca macho e sua
finalidade a de fixar o bulbo na
parede do processo ou no poo.
Poo de temperatura
O poo de temperatura um
receptculo metlico, rosqueado, soldado
ou flangeado ao equipamento do processo,
que recebe o bulbo de medio. Os
objetivos do poo so os de
1. proteger o bulbo de medio da
corroso qumica e do impacto
mecnico;
2. possibilitar a remoo do bulbo de
medio sem interrupo do
processo;
3. diminuir a probabilidade de
vazamento nas tomadas de
temperatura, aumentando tambm
sua resistncia mecnica;
4. tornar praticvel a medio de
fluidos de alta temperatura,
corrosivos, sujos e txicos e sob alta
presso.
VAZAOMED
1Variveis.DOC
22
2. Fluidos
Objetivos de Ensino
1. Mostrar as leis fsicas sobre
conservao da massa e da
energia. Apresentar os diferentes
tipos de energia.
2. Conceituar fluido, diferenciar lquido
e gs e listar as principais leis e
teoremas envolvendo os fluidos.
3. Conceituar similaridade de sistemas,
mostrando os principais nmeros
adimensionais.
1. Introduo
2. Conservao da Massa
23
Fluidos
2. o tanque se esvazia ou
3. o tanque se enche at se derramar.
O esvaziamento e o enchimento do
tanque so situaes dinmicas, que
tendem para uma posio de saturao: ou
o tanque fica totalmente vazio ou
totalmente cheio, transbordante. Na
situao de equilbrio ou de regime
permanente, com o nvel estvel, a vazo
de entrada deve ser exatamente igual a
vazo de sada no tanque.
A vazo em uma tubulao o exemplo
mais simples de uma situao de equilbrio
ou de regime. Na vazo em uma tubulao
fechada, a massa que entra na igual a
massa que sai da tubulao. A equao
matemtica que expressa isso a equao
da conservao da massa ou equao da
continuidade. Quando h vazo em uma
tubulao fechada, a tubulao fica
totalmente cheia do fluido.
3. Conservao da Energia
Energia a capacidade de fazer
trabalho. Em qualquer sistema
termodinmico onde no h trabalho
realizado, no h diminuio da energia.
Quando h trabalho produzido, h
diminuio da energia, quando se fornece
trabalho ao sistema, a sua energia
aumenta. A transferncia de calor para um
sistema aumenta sua habilidade de
executar trabalho e aumenta seu nvel de
energia, refletido em sua energia interna e
no valor da temperatura.
Potncia a relao da energia sobre o
tempo ou a energia por unidade de tempo.
A unidade de energia J (joule) e a de
potncia W (watt).
A primeira lei da termodinmica a
expresso matemtica do princpio da
conservao de energia: a energia total do
sistema igual a energia que se
transforma em trabalho somada com a
energia perdida em forma de calor.
A segunda lei da termodinmica
estabelece que o aumento da entropia
proporcional a quantidade de calor
transferido para o sistema e inversamente
proporcional a temperatura absoluta.
O conceito bsico que descreve a vazo
do fluido em conduites fechados a
conservao da energia. Como a massa, a
energia no pode ser criada e nem ser
24
Fluidos
3.1. Energia Potencial
Esta a energia que o fluido tem em
funo de sua posio ou altura acima de
um nvel de referncia, em um campo
gravitacional.
Um corpo de massa m (kg), a altura de
H (m) acima de um plano de referncia,
possui energia potencial Ep (joule) :
Ep = m g H
Ec =
1
mv 2
2
Epr = pV
3.4. Energia Interna
A energia interna o resultado da
energia molecular das partculas do
material e est diretamente relacionada
com a sua temperatura. Para um gs
perfeito, a energia interna Ei (joule)
depende da temperatura T (K), da massa
m (kg), do calor especfico a volume
constante (cv), conforme a relao
Ei = c vmT
Quando h atritos no escoamento do
fluido na tubulao e nos obstculos
encontrados, as energias cintica e de
presso so convertidas em energia
interna.
3.5. Calor
Calor uma forma comum de energia.
Calor uma energia em transito, devida a
diferena de temperatura entre a fonte de
25
Fluidos
sua temperatura sobe at atingir 0 oC. A 0
oC, o gelo comea a se derreter e h duas
fases: slida e lquida. Continuando a
esquentar a gua, a fase slida se
transforma em lquida, mas a temperatura
contnua 0 oC, at que todo o gelo se
transforme em lquido. A partir deste ponto,
continuando a transferir calor para a gua,
a temperatura comear a subir, at atingir
100 oC. Neste ponto h um novo patamar
e a mistura gua-vapor permanece a 100
oC. A temperatura s voltar a subir
quando toda fase lquida passar para a
gasosa ou ento comear a descer, se for
retirado calor, quando todo vapor se
transformar em lquido. Estes valores de 0
oC e 100 oC so validos para a presso
atmosfrica normal, de 1 kgf/cm2.
presso de 0,1 kgf/cm2 a gua ferveria a
45,4 oC.
Calor Especfico
Objetos de mesma massa mas de
diferentes materiais recebem a mesma
quantidade de calor e se aquecem at
atingirem temperaturas diferentes. O
aumento da temperatura de cada objeto
depende do calor especfico do material.
O calor especfico de um material
definido como o calor necessrio para
aumentar a temperatura de uma unidade
de massa da substncia em 1 grau de
temperatura; por exemplo, 1 g de gua em
1 oC ou 1 lb da substncia de 1 oF. O calor
especfico da gua 1. Todos os calores
especficos se referem a este.
Calor fornecido = massa da substncia x calor
especfico x aumento da temperatura
O calor especfico varia com a
temperatura, mas geralmente pode ser
assumido constante dentro das faixas de
temperatura prticas. Dois calores
especficos so necessrios para os
gases, um para aquec-lo a presso
constante e outro para aquec-lo a volume
constante (vaso fechado).
Transferncia de Calor
O calor sempre flui de uma regio para
outra atravs de trs diferentes mtodos:
1. por conduo, via transferncia de
energia cintica entre as partculas,
no nvel atmico,
c*
Material
c*
Acetona
Etanol
Asbesto
Asfalto
Bakelite
Benzeno
Cimento
Carvo
Concreto
0,514
0,68
0,25
0,22
0,35
0,412
0,16
0,3
0,156
Gasolina
Vidro
Ferro
0,53
0,16-0,20
0,12
0,5
0,45-0,65
0,5
0,191
0,12
0,42
Querosene
Madeira
Petrleo
Areia
Ao
Pedra
26
Fluidos
Gases Tpicos
Ar
Dixido carbono
Hidrognio
Metano
cp
cv
0,240
0,20
3,40
0,52
0,172
0,160
2,44
0,47
Legenda:
c - calor especfico, Btu/lb.oF
cp - calor especfico a presso constante
cv - calor especfico a volume constante
Tab. 2.2. Coeficiente de Expanso de Slidos
Material
Linear
Material
Linea
r
Alumnio
Cimento
Cobre
Vidro, lmina
Gelo
Monel
Ao inox
Madeira
13,3
6,0
9,2
4,9
28,3
7,8
9,4
2,7
Bronze
Concreto
Vidro, tubo
Vidro, pirex
Ferro fundido
Silcio
Ao SAE 1020
10,2
8,0
4,6
1,8
5,9
4,2
6,7
18,9
Madeira, pinho
Linear
Material
Linear
Acetona
Benzeno
Mercrio
gua
826
770
101
115
Etanol
C Cl4
Petrleo
610
687
420-500
3.7. Entalpia
A entalpia uma propriedade, tambm
chamada de contedo de calor, calor
sensvel ou calor total.
A entalpia (Eh) a soma da energia
interna (Ei) do sistema mais o produto do
volume (V) pela presso (p) exercida no
sistema pelo seu ambiente: A expresso
matemtica
E h = E i + pV
Eh 2 h1 = c p (T2 T1 )
3.8. Entropia
A entropia uma funo do estado de
um sistema termodinmico, cuja variao
em qualquer processo reversvel
diferencial igual ao calor absorvido pelo
sistema de seu ambiente, dividido pela
temperatura absoluta do sistema.
tambm chamada de carga termal ou
carga trmica.
A entropia uma propriedade
termodinmica, similar a entalpia. Para
uma substncia pura, na ausncia de
foras externas, a entropia uma funo
de duas propriedades independentes. Por
exemplo, na ausncia da gravidade,
capilaridade, eletricidade e magnetismo, a
entropia de um fluido com nica fase
funo da presso e da temperatura.
4. Estados da Matria
A matria pode ser classificada pela
forma fsica em que ela se apresenta.
Estas fases so: solida, liquida e gasosa.
4.1. Slido
O slido apresenta uma forma definida.
Ele sofre uma deformao pequena e
limitada, quando submetido a uma tenso
externa. A densidade do slido
praticamente no se altera com as
variaes de presso e de temperatura.
Na medio de vazo, h poucas
aplicaes envolvendo slidos isolados.
Em minerao e indstria de acar a
medio de slidos feita atravs de
esteiras moveis. H, porm, grande
27
Fluidos
interesse na medio de vazo de lquidos
com slidos em suspenso.
4.2. Lquido
O lquido o estado da matria
intermedirio entre o slido cristalino e o
gs. Sob o ponto de vista molecular, o
lquido no possui a ordem rgida que
caracteriza o estado slido e nem a
desorganizao aleatria dos gases mas
possui um grau de regularidade estrutural
intermedirio.
O lquido um fluido que pode escoar
sob a tenso de cisalhamento
extremamente pequena.
A matria em forma de lquido ou de
gs chamada genericamente de fluido. A
principal diferena entre um fluido e um
slido que o fluido sempre se deforma
para tomar o formato correspondente ao
seu recipiente, enquanto que o slido
possui formato prprio.
Os fluidos podem ser divididos em
lquidos e gases. As diferenas entre gs
e lquido so:
1. o lquido possui foras internas que o
mantm junto, de modo que tem um
volume definido, mas no uma forma
definida e o gs possui molculas em
movimento que esto continuamente
se colidindo e com tendncia
disperso, de modo que no tem
volume e formato definidos.
2. o lquido colocado em um container ir
ench-lo at o seu volume, qualquer
que seja o formato do container e o gs
encher completamente o container
onde ele colocado.
3. o lquido possui uma superfcie livre e
incapaz de se expandir sem limites.
4. o gs possui alta compressibilidade,
que a medida da reao presso. O
lquido comparativamente pouco
compressvel e seu estado pode ser
definido apenas pela temperatura.
Somente quando submetido altssima
presso ou a temperatura extrema so
necessrias outras condies para fixar
seu estado. Na prtica da medio de
vazo, a maioria dos lquidos
considerada no compressvel. O gs
altamente compressvel.
5. a densidade do lquido varia
pouqussimo com a presso e a
28
Fluidos
de separao. A difuso dos gases
aumenta com a temperatura e decresce
com a densidade. Nos lquidos a difuso
tende a ser inversamente proporcional
viscosidade do solvente.
As misturas de fluidos mostram o
mesmo comportamento e a mesma
densidade geral que os fluidos puros, mas
a composio uma varivel extra a ser
considerada. As diferenas de densidade
entre as fases liquida e vapor fazem-nas
ter composies diferentes. Esta diferena
na composio a base do processo de
separao por destilao, onde o vapor
mais rico em alguns componentes e o
lquido mais rico em outros. Na
destilao de petrleo, o vapor mais rico
com os componentes de gasolina
(pentano) enquanto o lquido mais rico
em leos mais pesados.
4.3. Gs e Vapor
O gs outro fluido. O estado gasoso
caracterizado pela densidade
relativamente baixa, alta fluidez e falta de
rigidez. O gs se expande facilmente para
preencher todo o recipiente que o contem.
Sob o ponto de vista termodinmico, o
gs e o vapor possuem o mesmo
significado pratico. Fala se de vapor de
uma substncia que solida ou liquida a
temperatura ambiente e a presso
atmosfrica; p. ex., o vapor d'gua. Fala se
de gs de uma substncia que gs
temperatura ambiente e presso
atmosfrica; p. ex., o gs nitrognio.
O vapor saturado um vapor que est
em equilbrio com sua fase liquida, mas
est totalmente na forma de vapor.
O vapor superaquecido um vapor
saturado que est a uma temperatura
muito maior do que a do vapor saturado,
mesma presso. O vapor superaquecido
expresso como graus superaquecidos, que
representa o nmero de graus que o vapor
est acima da temperatura de saturao,
na presso do processo. Quanto maior o
grau de superaquecimento, mais o vapor
se aproxima de um gs ideal. Por exemplo,
o ar um vapor altamente superaquecido.
29
Fluidos
fornecida usada para mudar o estado
fsico da substncia. O calor fornecido para
alterar o estado fsico chamado de
latente.
V1 p 2
= = r
V2 p1
onde
g chamado de coeficiente adiabtico
ou isentrpico do gs.
Relao dos calores especficos
O expoente isentrpico , por definio,
a relao entre o calor especfico a
presso constante dividido pelo calor
especfico a volume constante
=
cp
cv
30
Fluidos
Tab. 2.4. Relao calores especficos, , de gases
Gs
Acetileno
Amnia
Ar
Argnio
Butano-n
Dixido carbono
Etano
Etileno
Hlio
Hidrognio
Gs sulfdrico
Metano
Monxido carbono
Nitrognio
Oxignio
Propano
Vapor d'gua, seco
Frmula
Fator g
C2H2
NH3
1,24
1,31
1,41
1,67
1,09
1,30
1,19
1,24
1,66
1,66
1,32
1,31
1,40
1,40
1,40
1,33
1,30
Ar
C4H10
CO2
C2H6
C2H4
He
H2
H2S
CH4
CO
N2
O2
C3H8
H20
Temperatura, oC
100
31
Fluidos
5. Leis Aplicveis aos Fluidos
5.1. Lei de Boyle
A lei de Boyle estabelece que o volume
de qualquer massa de gs seco
inversamente proporcional a sua presso
absoluta, desde que a temperatura seja
mantida constante. Assim, se uma certa
massa de gs ideal ou mistura de gases
ideais ocupa um volume V0 em uma
presso absoluta p0 e um volume V1 em
uma presso absoluta p1, mesma
temperatura, tem se:
po Vo = p1 V1
A densidade do gs varia muito com a
sua presso absoluta e mesmo pequenas
variaes percentuais da presso devem
ser consideradas. O aumento da presso
do gs, temperatura constante, faz o gs
ser comprimido, diminuindo o volume que
ele ocupa, portanto aumentando a sua
densidade, pois agora a mesma massa
ocupa um menor volume.
po Vo p1V1
=R
=
To
T1
onde R a constante universal dos gases,
R = 8,314 J/mol-K
com a unidade do volume molar em m3, a
de presso absoluta em Pa e a de
temperatura absoluta em K.
O volume molar o peso molecular
dividido pela densidade do gs. O uso do
nmero de moles na equao elimina a
necessidade de se determinar a constante
individual de cada gs. Assim, a equao
pode ser escrita diferente:
pV=nRT
com
n = m/M
onde
n o nmero de moles,
m a massa do gs,
M o peso molecular do gs.
A presso definida atravs desta
equao de estado o valor obtido sob
equilbrio termodinmico e por isso
tambm chamada de presso
termodinmica.
Para o gs perfeito, a constante R est
relacionada com os calores especficos,
como segue:
cp = cv + R = R
( 1)
onde
g = cp/cv o coeficiente isentrpico.
A relao matemtica desta lei
particularmente til para o calculo do
volume de um gs, para determinadas
32
Fluidos
condies de temperatura e presso,
quando conhecido o volume em
condies diferentes. Na prtica, em alta
temperatura e baixa presso, todas as
substncias obedecem a equao de
estado do gs perfeito ou ideal.
Por exemplo, quando se tem a vazo
volumtrica real do gs e se deseja a
vazo volumtrica nas condies base
tem-se a relao:
P T
Qf = Qb b f
Pf Tb
onde
Qf a vazo do fluido real
Qb a vazo do fluido nas condies
base
Pf a presso do fluido real
Pb a presso padro = 14,7 psia
Tf a temperatura do fluido real
Tb a temperatura base = 288,6 K (520
oR)
pV=ZnRT
onde
33
Fluidos
5.5. Teorema dos Estados
Correspondentes
Antes de discutir este teorema, deve-se
definir os seguintes termos:
Temperatura crtica, Tc
Temperatura de um gs acima da qual o
gs no pode ser liquefeito apenas pela
aplicao da presso, independente do
valor da presso.
Presso crtica, pc
Presso de saturao do gs
temperatura crtica.
Volume crtico, Vc
Volume de uma massa unitria de gs,
temperatura e presso crtica, ou o
volume especfico do gs em Tc e Pc. No
SI, a unidade m3/kg.
Densidade crtica. c
Densidade do gs em Tc e pc; no SI,
em kg/m3.
A partir destes conceitos, definem-se
Temperatura reduzida, Tr
Tr = T/Tc
Presso reduzida, pr
pr = p/pc
Volume reduzido, Vr
Vr = V/Vc
Todas as equaes de estado
descrevem as relaes da presso,
temperatura, densidade e composio de
um gs e para uma dada composio,
descreve uma superfcie geomtrica nas
coordenadas do espao [p, T, V (ou r)].
Possivelmente a equao de estado
mais usada a de Van der Waals,
pV=ZnRT
que pode ser reescrita como
(p + ar2)(1 - br) = rRT
ou
RT
a
p=
2
V b V
Z=
1 dV
V dp
pV
nRT
1
Z
Zb
Zf
34
Fluidos
Os gases so altamente compressveis.
Ou seja, pequena variao da presso ou
da temperatura produz uma grande
variao no volume do gs. A
compressibilidade dos gases influi
substancialmente na medio da vazo
volumtrica e portanto a medio de vazo
de gases mais difcil que a de lquidos. O
ar cerca de 20.000 vezes mais
compressvel que a gua. A gua cerca
de 100 vezes mais compressvel que o
ao. Um aumento de 1000 psi na gua
aumenta a densidade de cerca de 0,3%.
Por isso, na prtica, os lquidos so
considerados incompressveis.
Um parmetro para determinar se
determinado fluido compressvel ou no
compressvel o nmero de Mach; o fluido
com nmero de Mach menor que 0,3 pode
ser considerado incompressvel [este
nmero corresponde vazo com
velocidade aproximada de 100 m/s]. Como
a velocidade tpica do gs maior que 100
m/s, a vazo de gs compressvel e
como raramente se tem um lquido com
velocidade muito maior que 10 m/s, a
vazo de lquido considerada
incompressvel.
O fator de compressibilidade funo
da presso e da temperatura crticas do
fluido e do processo. Ele pode ser obtido
de cartas de compressibilidade disponveis
na literatura especializada.
O recproco da compressibilidade
chamado de mdulo de elasticidade. O
mdulo de elasticidade envolvido na
medio de vazo, quando se estuda o
medidor tipo Coriolis. Nesta aplicao, se
deve medir e compensar a temperatura,
que tem influncia no mdulo de
elasticidade do tubo medidor.
Os fatores Z e Fpv possuem o mesmo
objetivo de expressar o afastamento do
gs real do gs ideal e eles podem ser
encontrados em tabelas; por exemplo a
American Gs Association (AGA) tem
tabelas do Fpv para metano e gs natural.
V = Vi
i=1
p f = p fi
i=1
35
Fluidos
pneu, balo, macaco hidrulico, medio
de nvel atravs da presso diferencial.
onde
a densidade
V o volume
g a acelerao da gravidade.
O princpio de Arquimedes permite a
medio do nvel e da densidade de lquido
com deslocador e o funcionamento do
medidor de vazo a deslocamento positivo.
p V2
+
+ gz = constante
onde
pi a presso no ponto i
Vi o volume no ponto i
zi a posio no ponto i
vi a velocidade do fluido no ponto i
a densidade do fluido
g a acelerao da gravidade
Quando se tem uma tubulao
horizontal (energia potencial constante), se
1 2
1
v 1 = p 2 V2 + z 2 + v 22 + h f
2
2
e definindo
m=
E=
A2
A1
1
1 m2
2gp
W = A 2 E 2gp
(m3/h)
(kg/h)
36
Fluidos
5.12. Coeficiente de Descarga
No desenvolvimento das equaes das
vazes, foi feita a hiptese de fluido com
viscosidade zero. Na prtica h perda de
carga por causa viscosidade do fluido e
das rugosidades da tubulao.
De modo a corrigir estes e outros
efeitos, se define um outro fator para as
equaes de vazo: o coeficiente de
descarga.
Por definio, o coeficiente de descarga
a relao entre a vazo mssica real e a
vazo mssica terica. Quando a presso
esttica, a temperatura e a densidade
forem constantes, a relao entre a
vazo volumtrica real e a vazo
volumtrica ideal.
O coeficiente de descarga criado por
que o medidor colocado no tubo para
medir a vazo altera o valor da vazo. Ou
seja, a vazo real a medida, quando se
coloca o medidor e a vazo teoria a
vazo ideal, sem o medidor na tubulao.
Quanto menor o coeficiente de descarga,
mais a colocao do medidor diminui a
vazo. O medidor ideal de vazo possui
coeficiente de descarga igual a 1.
O coeficiente de descarga e outro fator
de correo, alm do fator de
compressibilidade, de expansibilidade, do
coeficiente isentrpico que se aplica nas
equaes das vazes:
Q = 0,01252CZEd 2
W = 0,01241CZEd 2 p
(m3/h)
(kg/h)
L v2
d 2g
onde
f o fator de atrito ou nmero de Darcy,
adimensional
L o comprimento da tubulao, m
v a velocidade media do fluido, m/s
d o dimetro interno do tubo, m
g acelerao da gravidade, igual a
9,81 m/s2
Esta equao tambm chamada de
Darcy-Fanning ou de Darcy-Weisbach. Ela
vlida para vazes turbulentas de
qualquer fluido em uma tubulao. A
equao fornece a perda de presso
devida ao atrito e se aplica a tubulao
com dimetro constante, reta, horizontal,
vertical ou inclinada e percorrida por fluidos
com densidade razoavelmente constante.
Quando a tubulao inclinada ou vertical,
quando a tubulao varia seu dimetro, a
variao de presso devida as alteraes
de elevao, velocidade e densidade
ocorre de conformidade com o teorema de
Bernoulli.
H ainda estudos de Darcy relativos a
vazo de fluidos atravs de substncia
permevel. Por isso, darcy uma unidade
de permeabilidade, equivalente
passagem de 1 cm3 de fluido com
viscosidade de 1 centipoise fluindo em 1
segundo sob a presso de uma atmosfera
atravs de um meio poroso tendo uma
rea transversal de 1 cm2 e um
comprimento de 1 centmetro.
37
Fluidos
fator de atrito funo do nmero de
Reynolds e da parede interna da
tubulao.
Quando a vazo laminar, o fator de
atrito pode ser determinado da equao de
Poiseuille:
f=
16
Re
f
3,7d (Re) f
Material
Rugosidade, mm
Ferro fundido
Ao carbono comercial
Ao com superfcie lisa
Ao galvanizado
Cimento e asbesto
Plstico
Bronze, cobre, alumnio
Concreto liso
Concreto rugoso
0,15 a 0,25
0,046
0,025
0,15
0,025
0,0015 a 0,0025
0,0015 a 0,0025
0,25 a 0,30
3,00
38
Fluidos
vazo ou vlvula de controle
suficientemente grande para prover o seu
funcionamento correto.
6 Vapor d'gua
6.1. Conceito
O vapor d'gua a gua no estado
gasoso. Diz-se vapor d'gua e no gs
d'gua porque a gua deve ser aquecida
ou despressurizada para ficar na forma
gasosa. Nas condies ambientes de
temperatura e presso a gua lquida.
Diferentemente, fala-se do gs permanente
oxignio, pois nas condies ambientes o
oxignio gasoso.
39
Fluidos
O vapor d'gua sempre se comporta
como se no houvesse ar presente. A uma
dada presso, a gua vaporiza ou
condensa, em uma temperatura fixa,
conhecida como a temperatura de
saturao. Em outras palavras, o vapor
saturado em qualquer temperatura dada
tem uma presso e densidade fixas, como
listado nas tabelas de vapor, em que o
volume especfico o inverso da
densidade absoluta. Para usar a tabela,
assumir que o vapor na mistura ar/vapor
est saturado, temperatura de 70 oF.
40
Fluidos
entalpia no pode ser tomada diretamente
das tabelas que fornecem valores secos.
A entalpia do vapor molhado a
entalpia do lquido mais a percentagem da
secura multiplicada pela entalpia da
evaporao. Isto pode ser tomado como a
entalpia do vapor saturado menos a
percentagem de umidade multiplicada pela
entalpia da evaporao.
7. Similaridade de Sistemas
A similaridade ou similitude o uso de
comportamentos correspondentes entre
objetos grandes e pequenos de natureza
similar em estudos cientficos e em
projetos de engenharia. Duas estruturas
possuem comportamentos similares se
elas so geometricamente, cinemtica e
dinamicamente similares.
Para descrever estas similaridades, as
variveis reduzidas ou adimensionais so
definidas pela diviso de cada varivel pelo
seu valor no ponto critico:
pr =
p
pc
Tr =
T
Tc
Vr =
V
Vc
onde
Tc a temperatura crtica,
pc a presso crtica,
Vc o volume critico.
41
Fluidos
o estudo mais econmico e pratico. O uso
de pequenos modelos em estudo de
exploso e resistncia de materiais reduz o
perigo.
O estudo de fenmenos naturais
atravs de pequenos modelos similares
pratico, econmico, seguro, rpido e
flexvel e a base da extrapolao
significativa dos resultados do modelo para
o desempenho real.
No estudo da vazo, sistemas
geometricamente similares no so
necessariamente dinamicamente similares.
A similaridade dinmica entre dois
sistemas de vazo acontece se certos
parmetros adimensionais, envolvendo
outras variveis como densidade,
viscosidade, velocidade do som, tenso
superficial, possuem o mesmo valor nos
dois sistemas.
Nmero de Reynolds
Para um fluido incompressvel, sem
fora gravitacional, a sua vazo
governada pelas foras inerciais e pelas
foras viscosas. As vazes em dois
sistemas similares geometricamente so,
em tais casos, dinamicamente similares se
a relao entre as foras de inrcia e as
foras viscosas a mesma para ambas as
vazes. A medida desta relao dada
pelo nmero de Reynolds, Re ou NRe,
tambm chamado de nmero de
Damkohler.
Osborne Reynolds mostrou que a
natureza da vazo em uma tubulao, se
laminar ou turbulenta, depende do:
1. dimetro da tubulao
2. densidade
3. viscosidade
4. velocidade do fluido.
Fisicamente, o nmero de Reynolds
pode ser considerado como a relao das
foras dinmicas da vazo mssica com a
tenso de cisalhamento devida a
viscosidade. Ele se baseia no critrio de
similaridade dinmica. A fora
predominante no nmero de Reynolds a
fora viscosa.
Re =
fora inercial
fora viscosa
vD
onde
D o dimetro da tubulao,
v a velocidade do fluido,
a densidade do fluido,
a viscosidade absoluta do fluido.
42
Fluidos
Outro modo de apresentar Re
Re =
vL
onde
v a velocidade caracterstica da
vazo,
L a dimenso caracterstica do corpo
e
a viscosidade cinemtica do fluido.
Ainda, o nmero de Reynolds pode ser
escrito envolvendo a vazo volumtrica Q,
Re =
4Q
D
Fr =
v
gL
onde
v a velocidade do fluido,
L o comprimento do corpo,
43
Fluidos
g a acelerao devida a gravidade.
Em uma superfcie livre, as ondas
gravitacionais causadas pelo movimento
de um corpo resultam em resistncia a
criao de ondas. O desenvolvimento das
ondas governada principalmente pelas
foras de inrcia e da gravidade.
A lei de similaridade de Froude
estabelece que, em um mesmo campo
gravitacional, o perfil de onda em torno de
dois objetos com similaridade geomtrica,
movendo em uma superfcie livre, similar
se possuem o mesmo nmero de Froude.
O nmero de Froude particularmente
til no estudo do movimento de navios em
gua, com formao de ondas superficiais
e redemoinhos.
Nmero de Mach
Para os fluidos compressveis, os
efeitos da compressibilidade dependem
das variaes da velocidade local. A
distribuio da presso e da densidade
dependem do valor da velocidade local
relativa a velocidade do som no fluido.
Em vazo subsnica, as mudanas das
propriedades da vazo que crescem nas
paredes do tubo ou no interior do fluido se
propagam como distrbios sobre todo o
campo da vazo. Na vazo supersnica,
porm, apenas uma parte do campo da
vazo modificado.
O nmero de Mach, M, dado por
M=
v
vs
onde
v a velocidade livre do fluido
vs a velocidade do som no fluido
A velocidade do som no fluido dada
por
vs =
onde
p a presso absoluta,
a densidade do fluido na seo
g a relao dos calores especficos
Outra expresso para o nmero de
Mach:
M=v
44
Fluidos
Em um sistema com uma superfcie
livre, como sempre ocorre com os lquidos,
a presso manomtrica em qualquer ponto
do lquido no pode variar arbitrariamente
sem tambm afetar a geometria da
superfcie livre. A atrao molecular
introduz foras que fazem a interface se
comportar como uma membrana sob
tenso. Esta fora de tenso dividida pelo
comprimento chamada de tenso
superficial. O valor da tenso superficial
depende dos fluidos envolvidos e
praticamente independente da
temperatura.
Um sistema sem fora gravitacional e
sem viscosidade governado pelas foras
de inrcia e capilares. A relao das foras
de inrcia e as foras capilares definida
como nmero de Weber, We ou NWe.
Matematicamente, ele expresso como:
We =
Lv 2
onde
v a velocidade do fluido
a densidade do fluido
L o comprimento caracterstico
a tenso superficial
O nmero de Weber um nmero
adimensional usado no estudo da tenso
superficial e na formao de bolha em
fluidos.
Nmero de Strouhal
O nmero de Strouhal adimensional e
usado no estudo de vibraes de um corpo
por onde passa um fluido externamente.
simbolizado como Sr e igual dimenso
caracterstica do corpo vezes a freqncia
de vibrao dividida pela velocidade
relativa do fluido. Para um fio perpendicular
vazo do fluido, com a dimenso
caracterstica tomada como o dimetro do
fio, o nmero de Strouhal varia entre 0,185
e 0,200. Ele tambm conhecido como
freqncia reduzida. Ele particularmente
aplicado nas geometrias dos medidores de
vazo tipo turbina e vortex e nas vazes
instveis. Por exemplo, o nmero de
Strouhal incorpora o fator K e as variaes
do dimetro do medidor com a temperatura
da turbina medidora de vazo.
Matematicamente, tem-se
Sr =
Lf
v
Fr =
vD
v
gL
Ma =
v
vs
We =
Lv 2
45
Fluidos
Tab. 2.6 - Propriedades Aproximadas de Alguns Gases
Densidade, ,
@ 20 oC, 1,013
bar
kg/m3
Gs
Ar
Amnia
CO2
Metano
Nitrognio
Oxignio
SO2
Constante R
Universal do
Gs,
J/kg K
1,204
0,718
1,841
0,667
1,165
1,329
2,720
287,1
481,5
187,8
518,5
296,8
260,1
127,1
Expoente
Isentrpic
o
ou k
1,40
1,32
1,30
1,32
1,40
1,40
1,26
Viscosidade
cinemtica , @ 20
oC, 1,013 bar
m2/s
1,486 x 10-5
1,533 x 10-5
0,845 x 10-5
1,793 x 10-5
1,589 x 10-5
1,589 x 10-5
0,520 x 10-5
Densidade,
, kg/m3
1,382
1,319
1,274
1,222
1,202
1,176
1,135
1,108
Viscosidade Cinemtica,
, m2/s
1,171 x 10-5
1,263 x 10-5
1,356 x 10-5
1,468 x 10-5
1,486 x 10-5
1,570 x 10-5
1,672 x 10-5
1,758 x 10-5
Viscosidade Dinmica ,
Pa s
1,57 x 10-5
1,68 x 10-5
1,73 x 10-5
1,80 x 10-5
1,80 x 10-5
1,84 x 10-5
1,90 x 10-5
1,95 x 10-5
Densidade
Visc.Cin.
Solvente
Comercial
Tetracloreto
Carbono
leo lubrificante
mdio
Densidade
Densidade
Densidade
10-6 m2/s
Visc.Cin.
10-6 m2/s
Visc.Cin.
10-6 m2/s
Visc.Cin.
10-6 m2/s
4,4
1,000
1,550
0,728
1,50
1,621
0,752
0,905
443
10,0
1,000
1,311
0,725
1,37
1,608
0,697
0,900
260
15,6
0,999
1,130
0,721
1,27
1,595
0,650
0,896
175
21,1
0,998
0,984
0,717
1,17
1,582
0,604
0,891
116
26,7
0,997
0,864
0,713
1,09
1,569
0,564
0,888
87,4
32,2
0,995
0,767
0,709
1,02
1,555
0,520
0,885
64,1
37,8
0,993
0,687
0,705
0,96
1,542
0,492
0,882
45,7
43,3
0,991
0,620
0,702
0,89
1,520
0,465
0,874
34,8
48,9
0,990
0,567
0,866
27,2
65.6
0,980
0,441
0,865
15,0
46
3. Instrumentos de Medio
Objetivos de Ensino
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Apresentar as vantagens da
instrumentao para medio e
controle automtico do processo.
Mostrar as caractersticas dos
instrumentos montados no campo e
na sala de controle, pneumticos e
eletrnicos, analgicos e digitais.
Apresentar caractersticas e
aplicaes de sistemas clssicos de
instrumentos como instrumentao
virtual, inteligente,
microprocessada.
Apresentar caractersticas dos
instrumentos de display: visor,
indicador, registrador e planmetro.
Mostrar as funes de
condicionamento de sinal, como
transmisso, transduo,
converso, linearizao,
compensao, computao e
totalizao.
Conceituar computador de vazo
e suas aplicaes prticas.
Conceituar vlvula de controle e
controlador
Apresentar as caractersticas do
controle de vazo.
Apresentar as caractersticas,
funcionamento, partes constituintes,
exigncias do fluido, desempenho e
dimensionamento da chave de
vazo.
1. Instrumentao
1.1. Introduo
A instrumentao o ramo da
engenharia que trata do projeto,
fabricao, especificao, montagem,
operao e manuteno dos instrumentos
para a medio e o controle das variveis
do processo industrial.
As indstrias que utilizam os
instrumentos de medio e de controle do
processo, de modo intensivo e extensivo
so: qumica, petroqumica, refinaria de
petrleo, txtil, borracha, fertilizante,
herbicida, papel e celulose, alimentcia,
farmacutica, cimento, siderrgica,
minerao, vidro, nuclear, hidreltrica,
termeltrica, tratamento d'gua e de
efluentes.
Os instrumentos geralmente esto
associados e aplicados aos seguintes
equipamentos: caldeira, reator, bomba,
coluna de destilao, forno, queimador,
refrigerador, aquecedor, secador,
condicionador de ar, compressor, trocador
de calor e torre de resfriamento.
Nem todas as vantagens da
instrumentao podem ser listadas aqui.
As principais esto relacionadas com a
qualidade e com a quantidade dos
produtos, fabricados com segurana e
sem subprodutos nocivos. H muitas
outras vantagens. O controle automtico
possibilita a existncia de processos
extremamente complexos, impossveis de
existirem apenas com o controle manual.
Um processo industrial tpico envolve
centenas e at milhares de sensores e de
atuadores que devem ser operados e
coordenados continuamente.
47
Instrumentos de Medio
1.2. Qualidade do produto
1.5. Ecologia
48
Instrumentos de Medio
Os primeiros sistemas de
intertravamento utilizavam contatos de
rels, contadores, temporizadores e
integradores. Modernamente, so
utilizados os Controladores Lgicos
Programveis (CLP), a base de
microprocessadores, que possuem
grande eficincia em computao
matemtica, seqencial e lgica, que so
os parmetros bsicos do desligamento.
Alguns instrumentistas fazem distino
entre o sistema de desligamento (trip) e o
de intertravamento (interlock), enquanto
outros consideram os dois conceitos
idnticos.
2. Sistemas de Instrumentao
Os instrumentos podem ser estudados
em conjunto, pois h caractersticas e
especificaes comuns quando se
considera o seu local de montagem, a
natureza de seu sinal e a filosofia da
manipulao do sinal
49
Instrumentos de Medio
eltrica do instrumento e a classificao
do local perigoso deve estar escrita
claramente na plaqueta do instrumento.
Exemplos de classificaes eltricas
especiais: prova de exploso/chama,
pressurizao com gs inerte e
segurana intrnseca.
Na sala de controle, os instrumentos
que apresentam algum tipo de informao
devem ser montados no painel de leitura,
p. ex., o indicador, o registrador, o
contador, o controlador e o alarme. Os
instrumentos que condicionam os sinais e
so cegos devem ser montados em
painis no acessveis ao operador, p.
ex., o extrator de raiz quadrada e o
transmissor.
Os instrumentos so disponveis
industrialmente em duas verses
principais: eletrnica e pneumtica. O
instrumento pneumtico aquele
alimentado com ar comprimido, na
presso tpica de 140 kPa (20 psig), e
que manipula na entrada ou na sada o
sinal padro de 20 a 100 kPa (3 a 15
psig). O instrumento pneumtico
simples, seguro, com pecas moveis e
geralmente custa menos que o eletrnico.
A tendncia atual de se usar cada vez
menos instrumentao pneumtica,
porem, ainda existem muitas plantas em
operao satisfatria, com instrumentos
pneumticos. A maioria absoluta das
malhas de controle, mesmo com
instrumentos eletrnicos, possui como
elemento final de controle a vlvula com
atuador pneumtico.
Existem, ainda, instrumentos que so
puramente mecnicos, no necessitando
de alimentao de energia externa. A
energia da varivel medida aciona o seu
mecanismo e o opera. Por exemplo:
registradores de vazo e de presso com
elementos mecnicos, vlvula auto
regulada, indicadores locais de presso e
de temperatura.
50
Instrumentos de Medio
O instrumento eletrnico o
alimentado com energia eltrica,
geralmente, por tenso. O sinal padro
para a transmisso de 4 a 20 mA cc.
O instrumento eletrnico mais
complexo, mais eficiente para fazer
computao matemtica, possui menor
tempo de resposta e possui poucas pecas
moveis. Geralmente seu custo maior
que o do pneumtico. O instrumento
eletrnico, quando usado em locais
perigosos, deve ter classificao eltrica
especial.
O instrumento eletrnico disponvel
em duas filosofias: analgica ou digital.
O instrumento analgico aquele que
manipula um sinal analgico, que varia
continuamente entre 0 e 100%,
assumindo todos os infinitos valores
intermedirios. O sinal analgico
medido. O controlador analgico
dedicado a uma malha de controle: uma
malha, um controlador. O instrumento
analgico dedicado aplicado para o
controle de malhas criticas.
O instrumento digital aquele que
manipula um pulso, que pode assumir
somente um de dois nveis: baixo ou alto.
O sinal digital descontinuo e s pode
ser 0 ou 100%, 0 ou 1, nada ou tudo. Ele
contado. Um nico controlador digital
pode ser compartilhado por vrias malhas
de controle. O instrumento digital
aplicado principalmente para fazer
computao matemtica, seqencial
lgico e intertravamento.
As variveis de processo so
quantidades analgicas. Quando se usa
um sistema de instrumentao digital,
deve se usar uma interface apropriada,
para a converso analgica/digital ou
digital/analgica. E quando h vrias
entradas analgicas e uma nica sada
digital ou uma nica entrada digital e
vrias sadas analgicas, deve se fazer a
multiplexao.
51
Instrumentos de Medio
2.4. Instrumentao virtual
Um instrumento virtual pode ser definido como
Uma camada de software, hardware ou
de ambos, colocada em um
computador de uso geral de modo que
o usurio possa interagir com o
computador como se fosse um
instrumento eletrnico tradicional
projetado pelo prprio.
Do ponto de vista do usurio, muito
difcil ver rapidamente as diferenas entre
os pacotes de software. O que se v na
tela do computador no d imediatamente
um entendimento da filosofia de base.
Diferente de um hardware, em que se
pode abrir a caixa e olhar dentro, a
arquitetura no software abstrata e no
imediatamente visvel para um olho nu.
Para dar um exemplo, quando se tem
um computador pessoal com um circuito
de aquisio de dados embutido, pode-se
construir, dentro do computador, um
instrumento que pode funcionar como
indicador, registrador, controlador ou
totalizador. Atravs deste instrumento o
operador pode atuar no processo,
atuando em vlvulas, abrindo e fechando
chaves.
Para o processo, no h nenhuma
diferena entre este instrumento virtual e
um instrumento real. Para o operador, a
nica diferena entre estes instrumentos
que ele existe apenas dentro do
computador. O instrumento no existe
como dentro de uma caixa, mas existe
apenas logicamente dentro do
computador. Ele foi construdo atravs de
um software aplicativo, segundo uma
especificao feita pelo usurio. Porm, o
instrumento no existe realmente, pois
virtual.
52
Instrumentos de Medio
2.6. Transmissor Inteligente
O microprocessador foi incorporado
tambm o circuito do transmissor. Tem se
o transmissor inteligente, a
microprocessador, com as vantagens
adicionais de computao matemtica,
alarme, auto calibrao.
O transmissor inteligente ou
microprocessado incorpora em seu
software as funes de linearizao e at
de compensao de temperatura.
A sada de um transmissor inteligente
puro um protocolo digital, tipo Fieldbus
Foundation, Hart, ProFibus. O
inconveniente que ainda no se tem um
protocolo padro, aceito universalmente e
por isso a maioria das aplicaes de
transmissor inteligente ainda inclui a
utilizao do sinal analgico de 4 a 20 mA
cc. O computador com sada digital e
analgica de 4 a 20 mA chamado de
hbrido.
53
Instrumentos de Medio
mouse do computador diferentes vises
do processo, desde uma malha isolada
at o processo completo (overview).
O monitor do computador ir substituir
os painis convencionais com botoeiras,
instrumentos de display, anunciador de
alarme e painel sinptico. As chaves liga
e desliga e as botoeiras de partida e
parada so substitudas por teclas ou so
atuadas atravs da tela especial (touch
screen). Tem-se agora chaves lgicas ou
virtuais que funcionam exatamente como
se fossem reais.
O monitor do computador substitui os
instrumentos de display. Atravs do
programa de configurao, o operador
pode selecionar telas que apresentam os
valores numricos das variveis de
processo de diferentes modos, sua
escolha. Os valores podem aparecer ao
lado dos equipamentos associados. Por
exemplo, o nvel do tanque pode ser
apresentado em percentagem ao lado do
desenho do tanque, a vazo que passa
por uma tubulao pode ter o valor
instantneo mostrado junto da tubulao,
a temperatura de um reator pode ser
mostrada em diferentes posies, em
valores digitais. Atravs da configurao
de tela, os instrumentos virtuais podem se
parecer com instrumentos convencionais,
com escala analgica (grfico de barras
simula a escala analgica), com botes,
chaves seletoras e chaves de atuao.
A totalizao da vazo ou de outra
varivel (por exemplo, tempo acumulado
de operao de motor de bomba) pode
ser apresentada na tela do monitor, em
tamanho e cor definidos pelo usurio.
O anunciador de alarme eliminado e
agora os alarmes so listados pelo
computador, mostrados na tela do monitor
ou impressos em papel, se necessrio. O
alarme sonoro contnua existindo. O
usurio pode definir um cdigo de cores
para diferentes tipos de alarme. No
diagrama do processo mostrado na tela
do monitor do computador, as variveis
alarmadas podem assumir diferentes
cores.
Tambm no sistema, os status dos
equipamentos podem ser definidos e
observados na tela do monitor. Assim, por
exemplo, vlvulas fechadas podem ser
representadas em vermelho, fechadas em
54
Instrumentos de Medio
9. interoperabilidade entre outras
plataformas digitais disparatadas.
Programa Aplicativo (Software)
A operao de selecionar uma malha,
iniciar uma entrada de dados, atuar em
determinado dispositivo remoto,
apresentar uma lista de alarmes no
feita milagrosamente, mas deve ser
prevista e programada. Para facilitar as
coisas, so disponveis vrios programas
aplicativos no mercado, para que usurio
realize seu controle, como InTouch, da
Wonderware e FixDmacs, da Intellution.
3. Instrumento Eltrico em
rea Classificada
3.1. Classificao de rea
As indstrias que fabricam,
manipulam, armazenam ou transportam
produtos que possuem gases, vapores,
ps ou fibras inflamveis ou explosivas
so consideradas perigosas. Um modo
quantitativo e relativo de expressar o
perigo dessas reas classifica-las,
atribuindo a cada local da planta uma
designao alfanumrica com classe,
grupo e diviso.
A partir da classificao criteriosa do
local, todos os instrumentos eltricos
montados nesta rea deve ter as
classificaes eltrica e de temperatura
compatveis, de modo que a presena
dos instrumentos no comprometa a
segurana de toda a planta.
55
Instrumentos de Medio
Grupo
Como a classe muito vaga, pois os
gases apresentam graus diferentes de
perigo, cada classe subdividida em
grupos. Os renem as substncias que
tenham as mesmas caractersticas
qumicas relacionadas com o perigo, tais
como densidade, velocidade de queima,
presso final da exploso, ponto de fulgor
(at 1971).
Os grupos (incompletos) da Classe I
so as atmosferas contendo os seguintes
gases:
A: acetileno (nico).
B: hidrognio, xido de etileno etc.
C: etileno, ciclopropano, ter etc.
D: gasolina, hexano, nafta, benzeno,
butano, propano, lcool, acetona, benzol,
gs natural etc.
Os grupos da Classe II so as
atmosferas com:
E: ps metlicos, Al, Mg, etc.
F: ps carbnicos: carbono coloidal,
negro de fumo etc.
G: ps agrcolas.
Diviso/Zona
A diviso se relaciona com a
probabilidade relativa da presena do gs
no local. Cada classe/grupo dividida em
divises:
Diviso 1: local onde grande a
probabilidade de haver material
explosivo/inflamvel. Na diviso 1 pode
haver a presena do gs em condies
normal e anormal (com falha) do
processo.
Diviso 2: local onde pequena a
probabilidade de haver material
explosivo/inflamvel. Na diviso 2 pode
haver a presena do gs somente em
condio anormal do processo, e. g.,
ruptura de disco, vazamento entra
flanges, vazamento na vlvula de
controle.
O local de Diviso 2 menos perigoso
que o de diviso 1. O local que no nem
diviso 1 e nem diviso 2 um local
seguro, no-classificado.
Nas normas europias, o termo
Diviso substitudo pelo de Zona.
Adicionalmente, foi criada a Zona 0, onde
a probabilidade da presena do produto
perigoso de 100%. Na Zona 0, o
material perigoso est continuamente
presente, como na parte superior do
56
Instrumentos de Medio
3.3. Classificao de Temperatura
Todo instrumento eltrico possui uma
classificao de temperatura. A
classificao de temperatura do
instrumento a mxima temperatura que
alguma peca ou componente pode atingir,
quando exposto a uma temperatura
ambiente de 40 oC.
Para se instalar um instrumento numa
rea classificada deve se conhecer a
classificao de temperatura do
instrumento para que ele no seja o
estopim de um incndio ou de uma
exploso.
At 1971, a temperatura estava
includa no grupo dos gases presentes ao
local.
Prova de exploso
A prova de exploso uma tcnica
alternativa de proteo dos instrumentos
que permite a ocorrncia da exploso no
interior do instrumento. O instrumento
suficientemente resistente para confinar a
exploso no seu interior e evitar que ela
se propague para a rea externa, onde
seria catastrfica.
A resistncia do instrumento a prova
de exploso conseguida atravs de seu
projeto e construo, por exemplo com
paredes mais espessas, maior numero de
parafusos e geometria especial.
Classe
450 oC
300 oC
200 oC
135 oC
100 oC
80oC
57
Instrumentos de Medio
A pressurizao ou purga outra
tcnica alternativa de segurana, que
impede a exploso, evitando que a
mistura perigosa gs + ar entre em
contato com a fonte eltrica. Isto
conseguido pela pressurizao do interior
do instrumento.
Na proteo de pressurizao/purga a
mistura perigosa no entra no interior do
instrumento por causa da presso positiva
de seu interior. Dependendo do tipo do
instrumento e da classificao da rea,
so necessrias outras protees do
sistema de pressurizao, por exemplo,
pressostato para desligar a energia na
falta da pressurizao, microchaves para
desligar a energia na abertura da porta do
instrumento, temporizadores para evitar a
ligao da energia imediatamente aps o
fechamento do instrumento, indicadores
de presso ou de vazo.
A tcnica de pressurizao aplicada
para grandes instrumentos e para salas
de controle. tambm uma tcnica pouco
econmica.
Segurana intrnseca
Um sistema intrinsecamente seguro
quando manipula um nvel de energia
incapaz de provocar a ignio de uma
mistura gasosa perigosa especifica, em
condies normais e anormais.
Atualmente a segurana intrnseca
realizada atravs de barreiras de energia
com isolao galvaniza ou com diodos
zener, resistores e fusveis. A barreira
colocada na rea segura, entre o
instrumento montado na rea perigosa e
a fonte de energia na rea segura.
Quando h problema na rea perigosa,
que tende a aumentar a corrente eltrica,
os resistores limitam a corrente; quando
h problema na rea segura, que tende a
aplicar uma tenso perigosa no
instrumento da rea classificada, os
diodos Zener limitam a tenso eltrica.
Tambm, a fiao e os instrumentos da
rea perigosa devem ter os parmetros
armazenadores de energia, capacitncia
e indutncia, limitados.
A segurana intrnseca a proteo
mais segura possvel. O seu princpio
simples e a desvantagem est
relacionada com a falta de normas aceitas
universalmente e o pouco conhecimento
dos entendidos.
58
Instrumentos de Medio
7. definir toda a filosofia de segurana
e instalao e garantir a sua
aplicao total.
8. manter-se atualizado com todas as
revises, modificaes, correes
necessrias e feitas durante a
montagem, a operao e a
manuteno.
9. enfim, aceitar que segurana ,
principalmente uma questo de
comportamento e de
conhecimento.
Ex
Uso geral
IEC
NBR
EUA
79-0
9518
NEC
79-1
5363
UL 698/886
Segurana aumentada
79-7
9883
No aceita
Segurana intrnseca
79-11
8446/8447
Hermeticamente selado
3-36
FM 3610
Encapsulamento (potting)
79-5
EN 50017
No incenditivo (no-sparking)
31-49
No aceita
Imerso em leo
79-6
8601
UL 698
Pressurizao ou Purga
79-2 e 79-13
169
Enchimento de areia
79-5
Especial
No aceita
Placa protegida
Respirao restrita
Instalao
Sua BS 4137
79-14
158
59
Instrumentos de Medio
4. Sistema de Medio
automaticamente, sem a
interferncia do operador externo.
4.1. Introduo
Um sistema genrico de medio
consiste dos seguintes elementos
bsicos, que fazem parte de todos
instrumentos:
1. elemento sensor ou elemento
transdutor, que detecta e converte a
entrada desejada para uma forma
mais conveniente e prtica a ser
manipulada pelo sistema de
medio. O elemento sensor
tambm chamado de elemento
primrio ou transdutor. Ele constitui
a interface do instrumento com o
processo.
2. elemento condicionador do sinal,
que manipula e processa a sada do
sensor de forma conveniente. As
principais funes do condicionador
de sinal so as de amplificar, filtrar,
integrar e converter sinal analgicodigital e digital-analgico.
3. o elemento de apresentao do
dado, que d a informao da
varivel medida na forma
quantitativa. O elemento de
apresentao de dado tambm
chamado de display ou readout. Ele
constitui a interface do instrumento
com o operador do processo.
Os elementos auxiliares aparecem em
alguns instrumentos, dependendo do tipo
e da tcnica envolvida. Eles so:
1. elemento de calibrao para
fornecer uma facilidade extra de
calibrao embutida no instrumento.
Os transmissores inteligentes
possuem esta capacidade de autocalibrao incorporada ao seu
circuito.
2. elemento de alimentao externa
para facilitar ou possibilitar a
operao do elemento sensor, do
condicionador de sinal ou do
elemento de display.
3. elemento de realimentao negativa
para controlar a variao da
quantidade fsica que est sendo
medida. Este elemento possibilita o
conjunto funcionar
60
Instrumentos de Medio
padronizado, capaz de receber o sinal
pneumtico (20 a 100 kPa) ou eletrnico
(4 a 20 mA cc)
4.2. Indicador
O indicador o instrumento que sente
uma varivel de processo e mostra esta
varivel atravs do conjunto escalaponteiro (analgico) ou atravs de
nmeros (digital). Quanto ao local de
montagem, o indicador pode ser remoto
ou local; quanto natureza do sinal
manipulado, ele pode ser mecnico,
pneumtico ou eletrnico.
O elemento sensor do indicador local
depende do tipo da varivel a ser
indicada. O indicador montado em painel
centralizado possui elemento sensor
61
Instrumentos de Medio
4.3. Visor de Vazo
62
Instrumentos de Medio
estragos no equipamento. Seu uso
limitado na indstria. difcil estimar o
valor da vazo e cria-se um perigo se o
vidro se quebrar. Eles so usados mais
comumente fora da rea de processo
industrial.
4.4. Registrador
O registrador o instrumento que
sente uma varivel de processo e imprime
o valor desta varivel em um grfico
atravs de uma pena. Quanto ao local de
montagem, registrador pode estar no
campo (local) ou na sala de controle
(remoto). Quanto ao modo do registro, o
registrador pode ser continuo, com 1 a 4
penas, ou multiponto, com o registro
descontinuo de 6 ou 12 ou 24 pontos. O
formato do grfico pode ser circular ou em
tira. O grfico de tira pode ser em rolo ou
sanfonado. O acionamento do grfico
pode ser mecnico, eltrico e raramente
pneumtico.
Atualmente, o registrador est sendo
substitudo, com vantagens, pelo
computador digital usado para a
aquisio de dados (data logger). O
computador digital utiliza suas vantagens
inerentes de alta velocidade, de grande
capacidade de armazenamento de dados,
de possibilidade de mostrar os grficos
em telas de vdeo e de imprimir os dados
em formulrios contnuos ou em
plotadores.
4.5. Planmetro
Muitas indstrias armazenam os
grficos com os registros permanentes
dos valores instantneos da vazo para a
observao visual das vazes
instantneas e das suas tendncias, para
fins de cobrana e para levantamento de
balanos. A totalizao da vazo pode
ser obtida ou por clculos manuais ou
cientificamente atravs do planmetro.
63
Instrumentos de Medio
Histrico
O planmetro um instrumento de
preciso usado para a avaliao rpida e
exata de reas planas de qualquer
formato ou contorno. Na medio de
vazo, o planmetro usado
especialmente para totalizar a vazo, a
partir de registros da vazo instantnea,
da presso esttica e da temperatura em
grficos circulares ou de tira. A integrao
pode ser feita por um planmetro de mesa
operado manualmente, automaticamente
ou por um sistema incluindo um
computador pessoal.
O primeiro planmetro foi desenvolvido
pelo matemtico suo James Laffon, em
1854. Ele chamou-o de "Integrador
Scheiben". Trabalhando de modo
independente, o professor austraco A.
Miller Hauenfels inventou o planmetro
polar, em 1855.
Os fabricantes mais conhecidos so:
LASICO (Los Angeles Scientific
Instrument Co.), Flow Measurement
(Tulsa, OK), UGC Industries e Ott.
64
Instrumentos de Medio
4.6. Transmissor
65
Instrumentos de Medio
Os transmissores pneumticos se
baseiam no sistema bico-palheta e
atravs da realimentao negativa por
equilbrio de forcas ou de movimentos,
converte o movimento do elemento de
medio (presso, temperatura, vazo,
nvel) no sinal padro de 3 a 15 psig. So
alimentados com a presso nominal de 20
a 22 psig e possuem a preciso tpica de
0,5% do valor medido.
Os transmissores eletrnicos se
baseiam no amplificador operacional e
atravs de detetores indutivos,
capacitivos ou resistivos, convertem o
sinal da varivel (presso, temperatura,
vazo, nvel) no sinal padro de corrente
de 4 a 20 mA cc. So alimentados com a
voltagem nominal de 24 V cc, atravs de
2 (mais usado), 3 ou 4 fios e possuem a
preciso tpica de 0,5% do fundo de
escala.
substituindo os computadores
analgicos
3. auto-calibrao, onde o prprio
transmissor faz as operaes de
ajustes de zero e de fundo de
escala, a partir da sala de controle.
4. mudana da faixa calibrada,
possibilitando o aumento da
rangeabilidade da medio,
passando de 10:1 para 400:1
5. autodiagnose de seus circuitos e
pecas internas, informando ao
instrumentista a existncia de
problema no circuito, o diagnostico
e a natureza do problema.
6. fixao do valor da varivel no
ultimo valor alcanado, quando h
irregularidades na malha.
7. visualizao do sinal de sada, dos
dados de configurao, da faixa
calibrada e de outros parmetros,
atravs de um comunicador
porttil, que se liga em qualquer
ponto da linha de transmisso.
Vrios transmissores inteligentes
podem ser ligados, atravs de uma
conexo RS 232C, a computador pessoal,
que pode configurar os transmissores por
meio de um programa adequado.
66
Instrumentos de Medio
As sadas do transmissor inteligente
so ainda a de 4 a 20 mA cc e a sada
digital (a partir de 1986), de modo que o
sistema no necessite do conversor A/D
(para o transmissor) e o D/A (para o
instrumento receptor).
A preciso tpica do transmissor
inteligente de 0,1% do fundo de
escala.
4.7. Transdutor
Genericamente, transdutor qualquer
dispositivo que altera a natureza do sinal
recebido na entrada com o gerado na
sada. Deste ponto de vista, o elemento
sensor, o transmissor, o conversor so
considerados transdutores.
Em instrumentao, transdutor o
instrumento que converte o sinal padro
pneumtico no sinal padro de corrente
eletrnica (P/I) ou vice versa (I/P). Ele
possibilita a utilizao de instrumentos
pneumticos e eletrnicos na mesma
malha. Eles so chamados
incorretamente de conversores.
Resumidamente, tem-se:
1. elemento sensor, onde a entrada e
a sada so ambas nopadronizadas,
2. transmissor, onde a entrada nopadronizada e a sada
padronizada,
3. transdutor, onde a entrada e a
sada so ambas padronizadas,
4. conversor, onde a entrada e a
sada so ambas de natureza
eltrica; tem-se conversor A/D
(analgico para digital), D/A (digital
para analgico), conversor I/F
(corrente para freqncia).
O transdutor serve de interface entre a
instrumentao pneumtica e a
eletrnica. Como o elemento final de
controle mais usado a vlvula com
atuador pneumtico, o transdutor I/P
usado principalmente para casar a
instrumentao eletrnica de painel com a
vlvula com atuador pneumtico.
67
Instrumentos de Medio
exemplo, transmissor inteligente) ou
no instrumento receptor (registrador
de temperatura a termopar).
5. uso de pontos de curva de
linearizao, armazenados em ROMs
ou PROMs, como nos sistemas de
linearizao de baixa vazo em
sistemas com turbinas medidoras de
vazo. A no linearidade da medio
devida a viscosidade e densidade
do fluido (numero de Reynolds) e do
tipo de deteco-gerao de pulsos.
6. uso de programas (software) de
linearizao em sistemas digitais,
como nos computadores de vazo ou
sistemas digitais de aquisio de
dados. Durante a configurao do
sistema, tecla-se o tipo de nolinearidade do sinal de entrada e o
sistema lineariza o sinal.
Sinal quadrtico
FT
FIC
FY
Sinal linear
vazo = K sada
FIC
FT
Sinal linear
FIC
FT
Sinal quadrtico
68
Instrumentos de Medio
Medidor vazo
Sada linear
% sada
0,0
1,0
10,0
25,0
50,0
75,0
100,0
% vazo
0,0
1,0
10,0
25,0
50,0
75,0
100,0
Sada raiz
quad.
% vazo
% sinal
0,0
10,0
31,6
50,0
70,7
86,6
100,0
% sada = % entrada
O extrator de raiz quadrada possui alto
ganho em pequenas vazes e pequeno
ganho em grandes vazes. Para
contornar a grande instabilidade do
instrumento em manipular os pequenos
sinais, so usados vrios macetes:
1. a sada fica zero quando a entrada
pequena (menor que 10%),
2. a sada fica igual a entrada
quando a entrada pequena
(menor que 10%),
3. calibra-se o extrator com o zero
levemente abaixo do zero
verdadeiro, eliminando o erro em
baixas vazes e tendo pequeno
erro em grandes vazes.
Legenda:
% vazo
quadrtica
raiz quadr.
linear
extrator
raiz
x/
FY
FY
PT
sinal
quadrti
co de
controlad
or de
FIC
sinal
linear de
TT
FCV
FE
Fig. 3.34. Malha de compensao e linearizao de
vazo de gs com placa
69
Instrumentos de Medio
4.9. Compensao
Introduo
Em servios de medio de gs, a
maioria dos medidores de vazo mede o
volume real ou infere o volume real,
tomando como referncia a vazo
volumtrica nas condies nominais de
operao. Quando as condies reais do
processo se afastam das condies
nominais de projeto de operao, ocorrem
grandes variaes no volume real,
resultando em grande incerteza na
medio da vazo. Um modo de resolver
este problema seria manipular a vazo
mssica, medindo-se a vazo volumtrica
e a densidade do fluido e usar a relao
W=rxQ
FT
onde
W a vazo mssica
Q a vazo volumtrica
r a densidade.
A medio da densidade de um fluido
vazando relativamente cara, demorada
e pouco confivel e a prtica mais comum
inferir o valor da densidade a partir dos
valores da presso esttica absoluta e da
temperatura do processo, aplicando-se a
lei do gs real.
Tem-se:
Z P T
Vf = Vn f n f
Zn Pf Tn
ou quando as condies nominais de
operao so conhecidas e podem ser
resumidas em uma constante
matemtica, a equao fica simplificada
como:
Z Tf
Vf = K Vn f
Pf
Pf
Z f Tf
PT
Sinal de vazo
mssica
FY
Sinais das
propriedades
do fluido
TT
AT
Fig. 3.35. Sistema de vazo compensada
Nas condies nominais de operao,
o fator (P/ZT) usado para corrigir o
volume real antes que as no linearidades
sejam compensadas. Assim, estes fatores
so tratados do mesmo modo que a
densidade, nas equaes do medidor.
Quando a vazo variar no linearmente
com a densidade do gs, a vazo
tambm vai variar no linearmente com o
fator P/ZT. Para o sistema com placa de
orifcio, portanto, o fator de compensao
a raiz quadrada de P/ZT, pois a vazo
volumtrica proporcional raiz
quadrada da densidade.
A compensao da presso e
temperatura usa a hiptese de o fator de
compressibilidade Z ser constante nas
condies de operao prximas das
condies nominais e despreza os efeitos
da compressibilidade. Para se medir a
70
Instrumentos de Medio
vazo volumtrica compensada usa-se a
equao, para o medidor linear:
Z
Vf = Vn n
Zf
Pf
Pn
Tn
Tf
P T
Vf = Vn f n
Pn Tf
Para um medidor com sada
proporcional ao quadrado da vazo, temse a equao:
P T
Vf = Vn f n
Pn Tf
Note-se que a equao da vazo
compensada o inverso da equao da
lei dos gases, justamente para eliminar os
efeitos da presso e da temperatura. Ou
seja, como a vazo volumtrica depende
da presso e temperatura de um fator
(ZT/P), deve-se multiplic-la por um fator
de compensao (P/ZT) para se ter uma
vazo volumtrica compensada.
A correo de um erro fixo chamada
de polarizao (bias) e a compensao
a correo de um erro varivel.
Tab. 3.1. Erros da medio sem compensao de T
Temperatura (oC)
Erro (%)
-20
-13
-10
-11
-5
-7
0
-6
5
-4
10
-2
15,6*
0
20
+2
25
+4
30
+6
40
+8
45
+9
50
+10
* Condio padro (standard)
1,7%
NA
NA
NA
NA
2,0
5,0
1,5%
1,3%
3,0%
2,6%
6,1%
5,2%
12,2%
10,3%
NA
25,8%
10
20
50
75
100
125
1,0%
0,7%
0,4%
0,3%
0,2%
0,2%
2,0%
1,5%
0,8%
0,6%
0,4%
0,4%
4,1%
2,9%
1,6%
1,1%
0,9%
0,7%
8,2%
5,8%
3,1%
2,2%
1,7%
1,4%
20,5%
14,5%
7,8%
5,6%
4,4%
3,6%
71
Instrumentos de Medio
Temperatura
Presso
Umidade relativa
0,0 oC (273,2 K)
760 mm Hg (14,695 psia)
0%
Temperatura
0,999 582 4
1,225 42 kg/m3
28,962 4
Compensao da Temperatura de
Lquidos
As necessidades da preciso que
requerem compensao para as
variaes de densidade causadas pelas
variaes da temperatura do liquido so
poucas (por exemplo, amnia). Neste
caso, deve-se medir a temperatura do
liquido e compensar segundo a formula:
Vf = Vn /T
72
Instrumentos de Medio
tomadas a montante ou a jusante da
placa.
A tomada de temperatura menos
critica, desde que h pouca variao da
temperatura ao longo do medidor de
vazo. As tomadas de temperatura esto
tipicamente localizadas a cerca de 10
dimetros depois do medidor, para no
causar turbulncia na entrada do medidor.
Deve-se destacar que os sensores de
vazo e de temperatura so tem
necessidades opostas, quanto ao local de
montagem: os sensores de vazo
requerem local tranqilo, sem distrbios;
os de temperatura devem ser usados em
local com turbulncia, para homogeneizar
a temperatura.
Na implementao da compensao
da presso e temperatura na medio de
vazo, interessante investigar se j
existem medies da presso e da
temperatura do processo, a jusante ou a
montante do medidor de vazo, pois se
elas j existirem em locais corretos, estas
medies podem ser usadas para a
compensao, sem necessidade de
instrumentos adicionais.
73
Instrumentos de Medio
O computador programado e as
constantes so entradas atravs de um
teclado, colocado na frente ou no lado do
instrumento.
Os computadores de vazo sofreram
uma grande evoluo, desde o seu
lanamento no mercado, no inicio dos
anos 1960s. Eles foram originalmente
projetados para manipular as equaes
da AGA (American Gs Association) para
vazo mssica de gs e foram
construdos em torno de multiplicadores,
divisores e extratores de raiz quadrada.
Atualmente, os computadores so
principalmente dispositivos digitais que
podem ser classificados em dois tipos:
1. programvel, que faz quase
qualquer clculo desejado que est
programado nele e
2. pr-programado ou dedicado, que
manipula apenas uma aplicao
selecionada.
Dedicado
Os computadores de vazo dedicados
so relativamente mais simples, mais
fceis de usar, montados no campo e
mais baratos que os programveis. Como
desvantagem, eles s fazem uma tarefa,
manipulam apenas uma malha e sua
capacidade grfica limitada.
Tipicamente, eles computam as vazes
de gases ou lquidos baseados nas vrias
equaes AGA ou API. Alguns, porem,
calculam vazes de vrios estados de
vapor e outros so dedicados a clculos
de vazo para canais abertos, vertedores
e calhas.
Muitos destes computadores so pr programados. Porem, o programa pode
ser modificado no campo pelo operador,
que responde a perguntas do seu menu.
Quando usado com a placa de orifcio,
o computador recebe o sinal analgico de
4 a 20 mA cc do transmissor de vazo d/p
cell, proporcional ao quadrado da vazo
medida, lineariza-o, extraindo a raiz
quadrada e o escalona em unidade de
engenharia.
Vazo de liquido
Como os lquidos com composio
constante so considerados nocompressveis, no se necessria a
compensao da presso e da
temperatura e a vazo proporcional
raiz quadrada da presso diferencial,
Programvel
As unidades programveis so os
computadores de vazo mais avanados
do mercado. Eles custam mais, quando
comparados com os computadores
dedicados. Dependendo da programao,
eles calculam a vazo de gases ou
lquidos usando as equaes da AGA,
API (Americam Petroleum Institute e
outras relaes. Eles tambm fazem
clculos de vazo volumtrica, de massa ,
molar e mdia, energia, BTU, eficincia,
trabalham com nveis de tanque,
manipulam vazes em canais abertos,
executam o algoritmo de controle PID,
fazem clculos de transferncia de
custdia e muitas outras coisas.
Q=C h
74
Instrumentos de Medio
2. o sinal de 4 a 20 mA cc do
transmissor de presso,
proporcional presso absoluta
esttica do processo. Mesmo que
seja usado o valor da presso
absoluta, normalmente se usa um
transmissor de presso
manomtrica e acrescenta-se 1
kgf/cm2 de polarizao.
3. o sinal de 4 a 20 mA cc do
transmissor de temperatura,
proporcional temperatura
absoluta do processo.
Opcionalmente, pode-se recebe o
sinal de resistncia de um RTD ou
a milivoltagem de um termopar.
Tambm deve ser usado o valor da
temperatura absoluta, em K; basta
adicionar 273,2 graus escala
Celsius.
4. opcionalmente, pode receber o
sinal de 4 a 20 mA cc de um
transmissor de densidade, para
corrigir a densidade do gs.
hP
TG
Se a densidade relativa do gs
aproximadamente constante com o
tempo, um fator mdio 1/G pode entrar
como parte da constante C:
Q=
C
G
hP
T
75
Instrumentos de Medio
um instrumento de preciso ou um
sistema de controle, lembrando-se que o
controle preciso comea com uma
medio precisa e de alta resoluo. A
resoluo do computador de vazo
dada pelo numero de bits de seu
conversor A/D, por exemplo um
computador com conversor de 18 bits
possui resoluo de 0,01%. Porem,
quando se considera a preciso, deve-se
tomar o elo mais fraco do sistema, o
elemento sensor de vazo. A preciso do
sistema nunca ficar melhor que a do
sensor do sistema, mesmo com conversor
A/D de 18 bits.
Tambm deve se considerar a
necessidade da compensao de
presso, temperatura, densidade e/ou
viscosidade e quais os sensores e
transmissores usados para as medies
destas variveis.
As questes que devem ser
consideradas acerca do computador de
vazo so:
1. Desempenho da medio: resoluo,
capacidade de linearizao, indicao
da vazo instantnea, totalizao,
alarme, intertravamento, prdeterminao.
2. Condies ambientais e local de
montagem: sala de controle, que um
ambiente excelente ou no campo, que
requer caixa prova de tempo e se
for rea classificada, requer uma
classificao eltrica especial.
3. Quantidade de malhas manipuladas:
possibilidade de se usar um
computador de vazo com canal dual.
4. Tipos de sinais de entrada e sada:
analgicos eletrnicos de 4 a 20 mA
cc e pneumticos de 3 a 15 psig, sinal
de resistncia eltrica (RTD) e
milivoltagem de termopar,
milivoltagem de tubo magntico de
vazo, ou sinal de freqncia (turbina,
vortex, deslocamento positivo, ultrasnico). Possibilidade de sada
analgica para uso em outro
equipamento.
5. Comunicaes: definir a metodologia
de contatos de entrada/sada, sinais
analgicos, sinais de pulso, portas de
comunicao, por exemplo serial RS
232 C, RS 422.
4.12. Totalizador
O totalizador de vazo um
instrumento completo que detecta, totaliza
e indica, atravs de um contador digital, a
quantidade total do produto, que passa
por um ponto, durante um determinado
intervalo de tempo.
O totalizador de vazo tambm
chamado de integrador, de FQ, de
quantificador e, erradamente, de
contador. O contador apenas o display
ou o readout do totalizador.
Os totalizadores so calibrados para
fornecer a leitura direta, em unidades de
volume ou de massa do produto. Ele pode
possuir uma constante de multiplicao,
que o numero que deve multiplicar pela
indicao para se ter o valor totalizado em
unidades de engenharia. Este fator de
multiplicao do totalizador depende da
vazo mxima e da velocidade de
contagem desejada pelo operador.
O contador s pode ter mostrador
digital. Em alguns contadores, os dgitos
podem ser mostrados analogicamente,
como os indicadores de consumo de
energia eltrica caseiros.
76
Instrumentos de Medio
FI
FT
01 3 5 04
FQ
FE
FT
01 3 5 0 4
FE
(constante K)
M
Fig. 3.41. Totalizao de vazo a partir de pulsos
escalonados
77
Instrumentos de Medio
formato do obturador, tipos de operao,
caractersticas inerentes entre a vazo e
a abertura, materiais.
O posicionador um acessrio
opcional da vlvula, usado para apressar
sua ao, para linearizar o percurso da
haste da vlvula, para eliminar atritos no
engaxetamento e para eliminar a
histerese de abertura-fechamento da
vlvula.
5. Controle da Vazo
5.1. Controlador
O controlador mede a varivel de
processo, compara seu valor com um
ponto de referncia ajustvel e gera um
sinal de sada que funo matemtica
da diferena entre o valor da medio e o
valor da referncia. A funo matemtica
cannica inclui as aes proporcional,
integral e derivativa. Geralmente, o
controlador recebe o sinal de medio do
transmissor e envia o sinal de controle
para a vlvula de controle.
A escolha dos modos de controle
funo do grau de dificuldade de controle
do processo. Alm desta escolha deve-se
ajustar corretamente as aes, para que
o resultado do controle seja o desejado.
Os ajustes insuficientes ou exagerados
podem, na melhor situao, produzir um
controle demorado e fora do ponto de
ajuste e na pior hiptese, provocar
oscilao da varivel controlada.
O controle mais fcil de ser realizado
o liga-desliga (on-off), quando a sada do
controlador 0 ou 100%. A varivel
controlada oscila continuamente em torno
do ponto de ajuste do controlador. O
controle liga-desliga pode ser executado
de modo mais simples e econmico
atravs de chaves eltricas acionadas
pelas variveis de processo, tais como o
pressostato, o termostato, as chaves de
vazo e de nvel.
O controle mais eficiente o continuo,
quando a sada do controlador pode
assumir qualquer valor entre 0 e 100%. O
controlador com a ao proporcional
estabiliza a varivel do processo, mas em
um ponto diferente do ponto de ajuste. O
controlador mais usado possui as aes
proporcional + integral. Ele estabiliza a
varivel do processo no ponto de ajuste.
78
Instrumentos de Medio
5.5. Controle de Relao de Vazes
Em instrumentao muito freqente o
controle da relao de vazes, quando se
deseja misturar duas vazes em uma
relao constante. So disponveis
controladores especiais, que podem
receber as duas medies e cujo ponto
de ajuste a relao desejada, variando
tipicamente de 0 a 3. As duas vazes so
medidas e o controlador atua em uma
delas. A vazo no controlada pode variar
livremente e a vazo controlada a segue
continuamente, numa relao fixa e
ajustada.
Em sistemas mais sofisticados,
quando se tem mais de duas vazes
misturadas, so aplicados sistemas de
blending com instrumentos digitais a
microprocessador.
comum tambm o controle de vazo
para a alimentao de processos
descontnuos, tipo batelada. A vazo de
entrada do processo medida e
totalizada. O totalizador possui um pr
ajuste do valor da quantidade que deve
ser fornecida ao processo. Quando este
valor atingido, o sistema desliga
automaticamente a vazo de entrada.
6. Chave de Vazo
6.1. Introduo
Todo sistema de controle deve possuir
as trs funes bsicas de sentir, decidir
e atuar. A atuao pode ser feita de modo
continuo e analgico, atravs de uma
vlvula de controle ou pode ser feita de
modo discreto e digital, atravs de uma
chave.
No controle continuo tem-se,
geralmente, a malha fechada de
realimentao negativa, com o
transmissor, o controlador e a vlvula de
controle. O transmissor sente a varivel a
ser controlada, o controlador recebe esta
medio e a compara com um ponto de
ajuste e gera um sinal de controle que vai
para a vlvula com atuador pneumtico. A
posio da vlvula de controle qualquer
posio intermediria entre 0 e 100% de
abertura. O resultado deste controle o
melhor possvel, com a varivel
controlada igual ou prxima do valor
desejado. Porem, este bom controle s
conseguido com vrios equipamentos
caros, que devem ser bem especificados
e ajustados.
H vrias situaes prticas onde o
que interessa a gerao de um sinal
quando a vazo para, se inicia ou quando
um determinado valor mnimo ou mximo
foi atingido. Exemplos tpicos de tais
aplicaes esto em sistemas de
lubrificao e resfriamento de turbinas,
bombas ou outras maquinas rotativas de
alto valor. Se o fluido lubrificante ou
refrigerante de tais equipamentos cessa
de vazar ou se a vazo reduzida aqum
de um ponto seguro, o operador deve ser
informado imediatamente por um sinal de
alarme ou a maquina rotativa deve ser
parada atravs de um circuito automtico
de desligamento.
Obviamente, os sinais deste tipo
podem ser obtidos de indicadores,
registradores ou transmissores. Por
exemplo, o indicador de presso
diferencial instalado atravs da placa de
orifcio detectora da vazo e geradora da
correspondente presso diferencial, pode
79
Instrumentos de Medio
ter uma chave que abre ou fecha
acionada pela posio do ponteiro de
indicao. Um arranjo semelhante pode
ser feito com um registrador, onde a
posio da pena aciona uma chave, no
valor de mximo ou de mnimo. Outro
modo de obter um fechamento de chave
instalar um transmissor pneumtico com
um pressostato na sada. O sinal de sada
proporcional ao quadrado da vazo e o
pressostato pode ser ajustado para abrir
ou fechar um circuito em um determinado
valor da presso de sada.
Todas estas aplicaes envolvem
instrumentos caros e o acionamento da
chave pode ser considerado como uma
opo extra, adicionada ao funo
principal de indicao, de registro ou de
transmisso.
Freqentemente, o sinal de contato da
chave necessrio em um sistema onde
o medidor de vazo no pode ser
instalado, por questo econmica ou no
necessrio, porque no se quer
conhecer o valor da vazo instantnea.
Tambm, por questo de segurana, no
se deve usar o mesmo elemento sensor
para o controle convencional e para o
sistema de desligamento. O sugerido
usar um sensor para o controle
convencional e outro sensor,
independente do primeiro, para o sistema
de intertravamento. Para estas aplicaes
so disponveis vrios tipos de chaves de
vazo.
6.2. Conceito
As chaves de vazo so usadas para
determinar se a vazo instantnea est
abaixo ou acima de um valor
determinado. Este valor (o ponto de
ajuste) pode ser fixo ou ajustvel. Quando
o ponto de ajuste atingido, a resposta
pode ser a atuao de um circuito eltrico
ou pneumtico. Quando a chave de vazo
atuada, ela permanecer nesta
condio at que a vazo instantnea se
afaste do ponto de ajuste de um
determinado valor (lock up). Esta
diferena entre o ponto de ajuste e o
ponto de reativao chamado de
diferencial da chave. O diferencial pode
ser fixo ou ajustvel. Se o diferencial
pequeno, provvel que a chave ligue e
desligue ciclicamente o seu circuito,
quando houver flutuaes na vazo.
Em certas aplicaes, uma
caracterstica de reajuste manual
desejvel. Isto garantir que uma vez a
chave seja atuada, ela no retorna sua
condio normal at que seja reajustada
(resetada) manualmente pelo operador do
processo. Esta caracterstica projetada
para exigir do operador a verificao e a
eliminao da causa da condio anormal
da vazo antes de reajustar a chave.
Todos os instrumentos que podem
medir a vazo tambm podem ser usados
como chaves de vazo. Por outro lado, se
somente uma chave de vazo
necessria para uma aplicao particular,
a instalao de instrumentos de
indicao ou de transmisso no pode
ser justificada economicamente. Assim,
neste trabalho, somente ser estudada a
chave de vazo direta. Dispositivos
indiretos, tais como chaves de presso
diferencial associadas placa de orifcio
ou chaves acionadas pelos sinais de
sada dos transmissores no sero vistos
aqui e agora.
80
Instrumentos de Medio
Na terminologia de instrumentao, a
chave de vazo uma chave eltrica
acionada pela vazo, sem indicao do
seu valor. Quando se associa uma chave
indicao local da vazo, este
instrumento chamado de monitor de
vazo. Ou seja, um monitor de vazo
um indicador local da vazo instantnea
com chaves opcionais associadas.
81
Instrumentos de Medio
cria uma presso diferencial na vazo.
Esta presso diferencial forca uma vazo
proporcional atravs do tubo que contorna
a lmina. Um pisto, retido por uma mola,
est no tubo de bypass e se move
lateralmente quando a vazo aumenta ou
diminui. O movimento do pisto atua uma
chave. As chaves do tipo contorno podem
ser usadas para vazes pequenas e sua
habilidade de ser ajustada externamente
uma caracterstica muito desejvel.
A grande vantagem das chaves
mecnicas de vazo o acionamento
direto e mecnico das chaves eltricas,
sem necessidade de nenhuma fonte de
energia externa.
Embora elas possuam pecas moveis,
os movimentos so de pequena amplitude
e baixa velocidade, de modo que os
desgastes e os afastamentos dos pontos
ajustados so mnimos. Elas necessitam
de muito pouca manuteno e reparos;
tipicamente, elas s requerem reajustes
em longos intervalos de tempo.
Outra vantagem a possibilidade
natural de fornecer uma indicao local
da vazo, com uma preciso aceitvel.
De um modo geral, as chaves de
vazo mecnicas so sensveis s
turbulncias da tubulao, s vibraes
da instalao e configurao do
sistema. Por estas razes, conveniente
usar trechos retos de, no mnimo, 10
dimetros a montante da chave, usar
amortecedores se a vazo pulsante ou
vibrante e reajustar os pontos de atuao
se as chaves so montadas na posio
vertical, com a vazo ascendente.
As chaves convencionais com haste
so pouco sensveis e incapazes de
distinguir velocidades de baixa vazo com
a condio de vazo zero. As chaves com
lminas rotatrias so mais sensveis.
82
Instrumentos de Medio
aquecedor montado abaixo dos dois
termistores sensores e todos esto
montados dentro da ponta da sonda e em
contato direto com as paredes finas do
corpo da sonda. Quando o fluido est
passando, o calor gerado pelo aquecedor
levado para longe do corpo da sonda
pelo fluido, sem alterar o equilbrio dos
dois termistores. Qualquer mudana na
temperatura do fluido muda as
resistncias dos termistores, mas ainda
mantm a condio equilibrada. Quando
o fluxo para, o fluido em torno do
aquecedor aquecido e o aumento de
temperatura sentido de modo diferente
pelos dois termistores. Este desequilbrio
de temperatura desequilibra a ponte de
Wheatstone e faz aparecer uma voltagem
que amplificada e este sinal eletrnico
muda o estado do contato eltrico, por
exemplo, abrindo o contato normalmente
fechado. Quando a vazo recomear, o
calor levado embora, criando uma
condio equilibrada entre os dois
termistores e o contato eltrico muda de
novo; no exemplo, o contato volta a ficar
fechado.
A condio de circuito sem fluxo
tambm ocorre com uma perda de
energia nos circuitos.
A transferncia de calor do aquecedor
para os termistor na sonda depende das
propriedades do fluido em que a sonda
est mergulhada. Estas propriedades do
fluido incluem densidade, viscosidade,
calor especifico e condutividade trmica.
Como eles afetam o ndice de
transferncia de calor entre o aquecedor
e o termistor, tambm influem no ponto de
acionamento dos contatos. Por causa das
muitas variveis envolvidas, no
possvel predizer o valor do ponto de
acionamento e o atraso da resposta para
todos fluidos possveis em todas
condies operacionais possveis.
Normalmente as chaves termais
possuem ajustes grossos (atravs de
jumpers) e finos (atravs de
potencimetros) para diferentes pontos de
atuao e para diferentes fluidos. Por
isso, As chaves de vazo termais podem
ser usadas para lquidos diferentes e
gases, porem, no na mesma aplicao.
Ou seja, uma chave originalmente
projetada para gua pode ser usada em
Apostilas\Vazaomed
Instrumentacao.DOC
83
4. Desempenho do Instrumento
1. Introduo
A medio o processo experimental
de atribuir nmeros para as propriedades
dos objetos ou eventos no mundo real, de
modo a descreve-los quantitativamente. A
medio uma descrio das
propriedades do objeto, no a descrio do
objeto. A medio a comparao de uma
quantidade desconhecida com um valor
padro predeterminado adotado. O
resultado completo de uma medio inclui:
1.
um nmero que mostra quantas
vezes a unidade padro est contida
na quantidade medida e
2.
a unidade de engenharia da
quantidade,
3.
a tolerncia da medio, expressa
por limites de erro ou de incerteza.
Mede-se a vazo , direta ou
indiretamente. O valor da vazo medida
deve ser apresentado na unidade de
engenharia e no em termos de corrente
eltrica, sinal pneumtico ou movimento
mecnico. O processo que inclui a vazo
medida possui outras variveis que podem
influir e perturbar a medio. Para se medir
uma vazo, todas as outras variveis que
interferem nela devem ser mantidas
constantes para no haver erro.
O instrumentista confia na folha de
especificao do fabricante onde esto
definidas a preciso e as caractersticas do
instrumento e deve proceder corretamente
para obter a medio confessvel,
seguindo as instrues de operao e
entendendo corretamente os conceitos
bsicos associados.
O elemento sensor primrio produz uma
sada que funo da varivel medida,
segundo uma lei matemtica conhecida. A
sada do elemento sensor pode ser um
84
Desempenho do Instrumento
2. Caractersticas do
Instrumento
As caractersticas de desempenho do
instrumento so importantes pois elas
constituem a base para a escolha do
instrumento mais apropriado para a
aplicao especifica. O instrumento possui
caractersticas estticas e dinmicas.
Esttico significa entradas e sadas
estacionrias e dinmico quer dizer
entradas e sadas no estacionrias. Um
sistema chamado de esttico se sua
relao entrada/sada independente da
velocidade de variao da entrada. Todos
sistemas fsicos eventualmente violam esta
definio quando a velocidade de variao
da entrada aumenta. Assim, o termo
esttico usualmente acompanhado por
uma limitao que especifica a faixa para a
qual o sistema esttico, como a faixa de
freqncia estendendo de zero at algum
valor limite. Por exemplo, uma mola
mecnica opera com variao de entrada
lenta e relao fora-deslocamento
constante. Em grandes variaes da
entrada, a massa da mola se torna um
fator importante e a mola no se comporta
mais como um dispositivo esttico.
Um sistemas chamado dinmico se
sua relao entrada-sada depende da
taxa de variao da entrada. O sistema
dinmico tem armazenagem de energia e
sua descrio requer mais de uma
equao diferencial. O tempo de resposta
de um sistema dinmico caracterizado
por sua constante de tempo e freqncia
natural. Os sistemas de instrumentao
so dinmicos, mas eles so projetados
para ter constantes de tempo menores e
freqncias naturais maiores do que as do
sistema sendo medido. Por exemplo, em
um sistema de controle com realimentao
negativa, o tempo de resposta do elemento
sensor projetado e selecionado de modo
a ser muito mais rpido que o sistema
medido.
O comportamento transitrio e dinmico
de um instrumento mais importante que o
esttico. Os instrumentos raramente
respondem instantaneamente s variaes
da varivel medida, mas exibem um
atraso, devido a vrias causas, como a
inrcia da massa, a capacitncia termal,
eltrica e fludica, a resistncia de
3. Exatido
3.1. Conceito
O autor traduz o termo accuracy como
exatido, embora j tenha sido criado o
neologismo de acurcia. Exatido o grau
de conformidade de um valor indicado para
um valor padro reconhecidamente aceito
ou valor ideal. A exatido medida
expressa pelo desvio mximo observado
no teste de um instrumento sob
determinadas condies e atravs de um
procedimento especifico. usualmente
medida como uma inexatido e expressa
como exatido.
85
Desempenho do Instrumento
instrumento calibrado corresponde a um
algarismo garantido no padro de
calibrao., Algumas normas (p. ex.,
ANSI/ASQC M1-1987, American National
Standard for Calibration Systems) e os
laboratrios de calibrao (p. ex., NIST)
recomendam (mas no exigem) que o
instrumento padro deva ter um erro de 4 a
10 vezes menor que o instrumento a ser
calibrado.
O objetivo de toda medio o de obter
o valor verdadeiro da varivel medida e o
erro tomado como a diferena entre o
valor medido e o valor verdadeiro. A
exatido a habilidade de um instrumento
de medio dar indicaes equivalentes ao
valor verdadeiro da quantidade medida. A
exatido se relaciona com a calibrao do
instrumento. Quando o instrumento perde
a exatido e deixa de indicar a mdia
coincidente com o valor verdadeiro, ele
precisa ser calibrado
4. Preciso
4.1. Conceito
A preciso um dos assuntos mais
importantes da instrumentao, embora
seja mal entendido. Sua importncia
grande pelos seguintes motivos:
1. a medio precisa das variveis de
processo um requisito para um
controle eficiente,
2. o termo pobremente definido e
muito mal interpretado. Em ingls, h
duas palavras accuracy e precision
que so traduzidas indistintamente
como preciso para o portugus.
3. os conceitos de preciso (precision e
accuracy), rangeabilidade
(rangeability ou turn down), aferio,
calibrao e manuteno nem
sempre so bem definidos,
4. h a tendncia de alguns fabricantes,
por m f ou por desconhecimento,
em expressar numericamente a
preciso de modo a parecer que
seus produtos apresentam uma
preciso maior do que real ou maior
que a dos instrumentos concorrentes.
Preciso (precision) o grau de
concordncia mtua e consistente entre
vrias medies individuais, principalmente
relacionada com repetibilidade e
86
Desempenho do Instrumento
Por exemplo, um relgio de boa
qualidade preciso. Para ele estar exato,
ele precisa ter sido acertado (calibrado)
corretamente. Desde que o relgio preciso
esteja exato, ele marcar as horas, agora e
no futuro com um pequeno erro. Seja
agora um relgio de m qualidade e
impreciso. Logo depois de calibrado, ele
marcar a hora com exatido, porm, com
o passar do tempo, a sua impreciso far
com ele marque o tempo com grandes
erros. Um instrumento impreciso tambm
inexato. Mesmo que ele esteja exato, com
o tempo ele se afasta do valor verdadeiro e
dar grande erro.
Outro exemplo o odmetro de um
automvel, que pode ter at seis
algarismos significativos para indicar a
distncia percorrida atravs da contagem
de rotaes do eixo. A exatido de sua
indicao depende de como as rotaes
so contadas e de como as rotaes
refletem a distncia percorrida. O contador
pode no ter erros e ser exato porm a
distncia percorrida depende, dentre
outros fatores, do dimetro e do desgaste
dos pneus.
4.3. Tolerncia
Tolerncia o mximo afastamento
permissvel de uma medio para o seu
valor verdadeiro ou nominal. A tolerncia
a faixa total que uma quantidade especifica
permitida variar. Numericamente,
tolerncia a diferena algbrica entre o
valor mximo e mnimo dos limites de erros
permitidos.
Por exemplo, a medio de temperatura
com erro de 1 oC, tem a tolerncia de 2
oC. A tolerncia da freqncia, cujo erro
assimtrico dado por +2% e -5% de
7%. Quando um fabricante declara em sua
especificao que a resistncia de 100
e com limites de erro de 0.1 , a
tolerncia de 0,2 .
No exemplo, em que o usurio compra
um lote de resistores de 100 de um
fornecedor com tolerncia de 0,4 , haver
um limite de 0,2 de cada lado de 100 .
Quando ele medir a resistncia de cada
resistor, a 20 oC, ele achar valores
diferentes entre si e do valor cotado pelo
fabricante de 100.0 . Ser obtida uma
faixa de valores tais como 99.8 - 99,9 -
87
Desempenho do Instrumento
4.4. Parmetros da Preciso
Quando um fabricante define a preciso
do instrumento, ele est realmente
definindo o erro mximo possvel quando o
instrumento estiver sendo usado sob
condies definidas. Para encontrar este
erro mximo, o instrumento testado
contra um padro e a preciso de cada
ponto calculada teoricamente.
A preciso absoluta pode ser dada
apenas pela diferena entre o valor medido
e o verdadeiro:
preciso = valor medido - valor
verdadeiro
A preciso relativa um parmetro mais
til e expressa em percentagem e
definida pela relao:
preciso =
88
Desempenho do Instrumento
Quando a medio uma linha reta,
passando pelo zero porm com inclinao
diferente da ideal, o instrumento necessita
de ajuste de largura de faixa ou de ganho.
Um desvio de largura de faixa envolve uma
variao gradual na calibrao, quando a
medio se move do zero para o fim da
escala. Pode ser causada, em um sistema
mecnico, pela variao na constante da
mola de uma das partes do instrumento.
Em um instrumento eletrnico, o desvio de
largura de faixa pode ser provocado, como
no desvio do zero, por uma variao da
caracterstica de algum componente.
Quando a medio se afasta da linha
reta e os valores da medio aumentando
so diferentes dos valores tomados com a
medio decrescendo, o instrumento
apresenta erro de histerese. Tais erros
podem ser provocados por folgas e
desgastes de peas ou por erros de
angularidade do circuito mecnico do
instrumento. O desvio intermedirio
envolve um componente do instrumento,
alterando sua calibrao. Isto pode ocorrer
quando uma parte mecnica super
forada ou pela alterao da caracterstica
de um componente eletrnico. O desvio no
instrumento eletrnico ou pneumticomecnico pode ser compensado e
eliminado pela inspeo peridica e
calibrao do instrumento.
B%
FE
-A% V.M.
Sada
100
75
Calibrao
ideal
50
Tolerncia total
25
25
50
Entrada
75
100
89
Desempenho do Instrumento
diminuir o efeito da zona morta tomar
vrias medies e fazer a mdia delas.
Sada qo
Instrumento linear
Sensitividade = qo/qi
qi
Sada qo
Entrada qi
Instrumento no linear
Entrada qi
4.6. Confiabilidade
Os instrumentos de medio podem
falhar, deixar de operar, operar
intermitentemente ou degradar
prematuramente seu desempenho quando
exposto a condies desfavorveis de
temperatura, presso, umidade, fungos,
frio, maresia, vibrao e choque mecnico.
Instrumento confivel estvel, autentico e
garantido. Esta expectativa de
confiabilidade pode parecer subjetiva,
porm, a confiabilidade pode ser definida,
calculada, testada e verificada.
Confiabilidade a probabilidade de um
instrumento executar sua funo prevista,
durante um perodo de tempo especificado
e sob condies de operao
determinados. A funo pretendida
identifica o que constitui o no
desempenho ou falha do instrumento. O
perodo especificado pode variar de uma
operao instantnea (fusvel, disco de
ruptura) ou operaes que duram anos
ininterruptos. O desempenho sob
condies estabelecidas refere-se s
condies de operao e do ambiente. As
90
Desempenho do Instrumento
condies operacionais podem depender
do tipo do instrumento mas devem ser
completamente identificadas. As condies
de operao e do ambiente no podem
causar ou contribuir para o aparecimento
de falhas.
Medies confiveis devem ser vlidas,
precisas, exatas e consistentes, por
definio e verificao. Medidas vlidas
so feitas por procedimento corretos,
resultando no valor que se quer medir.
Medidas precisas so repetitivas e
reprodutivas, com pouca disperso em
torno do valor esperado. Medidas exatas
esto prximas do valor verdadeiro ideal.
Medidas consistentes so aquelas cujos
valores ficam cada vez mais prximos do
valor verdadeiro, quando se aumenta o
nmero de medies replicadas.
O metrologista, pessoa que procura
fazer medies com a mxima exatido e
preciso, parece ter uma interpretao
filosfica de confiabilidade. Em sua
determinao de constantes fundamentais,
ele procura um valor verdadeiro mais
fisicamente possvel. O instrumentista no
campo ou no laboratrio, tem um enfoque
operacional e procura o melhor valor
pratico possvel. Melhor implica
simplesmente que a incerteza para uma
dada medio foi reduzida at um valor
menor que um nmero predeterminado. A
incerteza normalmente expressa por uma
faixa ou limites de confiabilidade, dentro da
qual altamente provvel que os
resultados da medio estejam.
A confiabilidade da medio inclui o
intervalo de tempo durante o qual o
instrumento permanece calibrado. Ela
comumente somada e expressa em MTBF
(mean time between failures - tempo mdio
entre falhas).
O termo falha no significa
necessariamente o desligamento completo
do instrumento, mas que o instrumento
deixou de manter sua especificao de
erro. O instrumento que requer calibraes
muito freqentes pouco confivel, porque
apresenta problema estrutural, ou est mal
aplicado ou de m qualidade. Quando a
indicao de um instrumento se afasta do
valor verdadeiro, sua calibrao est
variando com o tempo e sua
reprodutibilidade piora.
4.7. Estabilidade
O desempenho de um instrumento de
medio varia com o tempo. Geralmente, a
exatido do instrumento se degrada com o
tempo. As especificaes fornecidas pelo
fabricante se referem a um instrumento
novo, recm calibrado e testado nas
condies de laboratrio, que so muito
mais favorveis que as condies reais de
processo. A estabilidade do medidor sua
habilidade de reter suas caractersticas de
desempenho durante um longo perodo de
tempo. A estabilidade pode ser expressa
como taxa de desvio (drift rate),
tipicamente em % por ano ou unidade por
ano.
A estabilidade do instrumento um
parmetro bsico para a determinao dos
intervalos de calibrao do instrumento.
91
Desempenho do Instrumento
4.8. Facilidade de Manuteno
100
50
30
10
1
Erro absoluto
L/s
1
1
1
1
1
Erro relativo
%
1
2
3
10
100
92
Desempenho do Instrumento
Por exemplo, na medio da vazo de 0
a 100 L/s, com a preciso de 1% do fundo
de escala, o erro absoluto igual a 1% x
100 = 1 L/s mas o erro relativo aumenta
hiperbolicamente (sentido rigoroso e no
figurado). Nesta aplicao, para se ter um
erro menor que 3%, deve-se medir apenas
vazes acima de 30 L/s.
Percentagem do limite superior do
instrumento (URL)
Atualmente, por causa do rigor
metrolgico dos usurios, os fabricantes
tambm expressam a incerteza dos
instrumentos em percentagem do limite
superior do instrumento (URL - upper
range limit ou URV - upper range value).
uma filosofia mais realista, pois expressa a
incerteza do instrumento em funo de
suas caractersticas de fabricante e no de
suas caractersticas de aplicao. A
incerteza de uma capsula de transmissor
deve ser funo de como ela foi construda
e no de como ela calibrada para uso.
Como exemplo numrico, se uma cpsula
feita para medir de 0 a 10 000 mm H2O,
sua impreciso deve estar associada a
esta capacidade. Se a impreciso for de
0,1% desta faixa, sua incerteza de 10
mm H2O, quer ela seja calibrada para faixa
de 0 a 100 ou 0 a 1000 ou 0 a 10 000 mm
H2O. Obviamente, o erro relativo para a
faixa calibrada de 0 a 100 de 10%, para
a faixa de 0 a 1000 de 1% e somente
para a faixa de 0 a 10 000 mm H20 o erro
de 0,1%, o nominal.
Percentagem da largura de faixa
Quando a faixa de medio se refere a
zero, as precises referidas largura de
faixa e ao fundo de escala so idnticas.
Quando a faixa de medio com zero
elevado, a largura de faixa maior que o
valor do fundo de escala e quando a faixa
com zero suprimido, a largura de faixa
menor que o valor do fundo de escala.
Numericamente, na medio de 0 a 100
oC, as precises de 1% do fundo de
escala e 1% da largura de faixa so
ambas iguais a 1 oC.
Para uma faixa de 20 a 100 oC, o erro
de 1% do fundo de escala de 1 oC,
porm, o erro de 1% da largura de faixa
de 0,8 oC.
100
50
30
10
1
Erro absoluto
L/s
1
0,5
0,3
0,1
0,01
Erro relativo
%
1
1
1
1
1
93
Desempenho do Instrumento
Unidade de Engenharia
possvel ter a preciso expressa na
forma do erro absoluto dado em unidades
de engenharia. Como o erro absoluto
constante, o erro relativo se comporta
como o erro do instrumento com
percentagem do fundo de escala. Por
exemplo, no termmetro com erro absoluto
de 1 oC, independente da medio, o erro
relativo aumenta quando a medio
diminuir, exatamente como no instrumento
com percentagem do fundo de escala.
90
90
80
60
70
60
10 :1
50
40
30
20
4.10. Rangeabilidade
To importante quanto preciso e
exatido do instrumento, sua
rangeabilidade. Em ingls, h duas
palavras, rangeability e turndown para
expressar aproximadamente a extenso de
faixa que um instrumento pode medir
dentro de uma determinada especificao.
Usamos o neologismo de rangeabilidade
para expressar esta propriedade.
Para expressar a faixa de medio
adequada do instrumento define-se o
parmetro rangeabilidade. Rangeabilidade
a relao da mxima medio sobre a
mnima medio, dentro uma determinada
preciso. Na prtica, a rangeabilidade
estabelece a menor medio a ser feita,
depois que a mxima determinada. A
rangeabilidade est ligada relao
matemtica entre a sada do medidor e a
varivel medida. Instrumentos lineares
possuem maior rangeabilidade que os
medidores quadrticos (sada do medidor
proporcional ao quadrado da medio).
Na medio de qualquer quantidade se
escolhe um instrumento pensando que ele
tem o mesmo desempenho em toda a
faixa. Na prtica, isso no acontece, pois o
comportamento do instrumento depende
do valor medido. A maioria dos
instrumentos tem um desempenho pior na
medio de pequenos valores. Sempre h
um limite inferior da medio, abaixo do
qual possvel se fazer a medio, porm,
a preciso se degrada e aumenta muito.
100
90
80
70
100
100
10
0
Linear
80
3 :1
70
50
40
30 :1
30
60
20
50
10
40
30
20
0
Raiz Quadrtica
0
Logartmica
94
Desempenho do Instrumento
1% valor medido
Rangeabilidade 3:1
1% fundo de escala
95
Desempenho do Instrumento
5. Especificaes de Desempenho
(Estas especificaes se referem ao instrumento calibrado no zero, com diafragma
sensor de Co-Ni-Cr ou ao inoxidvel com enchimento de silicone, nas Condies de
Operao de Referncia, a no ser que sejam definidas outras condies.)
Preciso
Efeito da posio
Sada configurvel
Digital linear
+0,07
Digital SQ RT
+0,10
4 a 20 mA linear
+0,10
4 a 20 mA SQ RT +0,13
Nota: Para larguras de faixa maiores ou
iguais a 5% do Limite Superior da Faixa (URL
- Upper Range Limit) ou maior ou igual a
6,7% do URL com cdigos C, D e E.
As larguras de faixa menores possuem
preciso pior. Ver Tab. 2.
Efeito RFI
O erro da sada 0,1% da largura de faixa
calibrada para freqncias de rdio na faixa
de 27 a 1000 MHz e intensidade de campo
de 30 V/m quando o transmissor instalado
corretamente com condute blindado e
aterrado e a tampa do compartimento lateral
que aloja os circuitos eletrnicos est
colocada. (Conforme IEC 801-3).
Chaveamento e transientes
indiretos de raios
O transmissor pode suportar um pico
transiente de at 2000 V de modo comum ou
1000 V de modo normal sem dano
permanente. O desvio da sada menor que
1,0%. (Conforme ANSI/IEEE C62.41-1980 e
IEC 801-5).
Estabilidade
O desvio a longo prazo menor que
0,2% do URL durante um perodo de 12
meses.
Efeito da vibrao
O efeito total (mximo efeito em qualquer
ponto da faixa calibrada) 0,2% do URL por
"g" para vibraes em freqncias de 5 at
500 Hz e amplitudes de at 6 mm pico a pico
ou para acelerao de at 30 m/s2 (3 "g"), a
que for menor.
96
Desempenho do Instrumento
Condies de Operao
Influncia
Temperatura
do sensor com
silicone
Temperatura
do sensor com
fluorinert
Temperatura
do circuito
eletrnico
Opo com
LCD
Umidade
relativa
Condies de
Operao de
Referncia
24 2 oC
Condies de
Operao
Normal
-29 a +82 oC
Limites de
Operao
-46 e +121 oC
Limites de
Armazenagem
e transporte
No aplicvel
24 2 oC
-29 a +82 oC
-29 e +121 oC
No aplicvel
24 2 oC
-29 a +82 oC
-40 e +85 oC
-54 e +85 oC
24 2 oC
-20 a +82 oC
-29 a +85 oC
-54 e +85 oC
50 10%
0 a 100%
0 e 100%
30 0,5 V cc
12,5 a 42 V cc
Ver Fig. 8
0 e 1450
Ver Fig. 8
12,5 a 42 V cc
Ver Fig. 8
0 e 1450
Ver Fig. 8
0 e 100%
no
condensante
No aplicvel
Tenso de
alimentao
Carga de sada
com sada de
mA
Vibrao
0 a 30 m/s2
(0 a 3 "g")
de 5 a 500 Hz
30 m/s2
(3 "g")
de 5 a 500 Hz
Posio de
montagem
Horizontal ou
para cima
Horizontal ou
para cima
Sem limite
650
No aplicvel
11 m/s2
(1,1 "g")
(Na
embalagem)
No aplicvel
Notas:
1. Embora o LCD no seja danificado em qualquer temperatura dentro dos Limites de
Armazenagem e Transporte, as atualizaes ficam mais lentas e a facilidade de leitura
piora em temperaturas fora das Condies Normais de Operao
2. Com a tampa superior colocada e as entradas dos condutes seladas.
3. Carga mnima de 200 W necessria para a comunicao apropriada (Ver Fig. 8).
4. Parte molhada do diafragma sensor em um plano vertical.
5. Ver exigncias de fonte de alimentao e limites de carga
APOSTILA\METROLOG
DESEMPE.DOC
97
5. Incerteza na Medio
1. Introduo
impossvel fazer uma medio sem
erro ou incerteza. Na realidade, o que se
procura manter os erros dentro de limites
tolerveis e estimar seus valores com
exatido aceitvel. Cada medio
influenciada por muitas incertezas, que se
combinam para produzir resultados
espalhados. As incertezas da medio
nunca podem ser completamente
eliminadas, pois o valor verdadeiro para
qualquer quantidade desconhecido.
Porm, o valor provvel do erro da
medio pode ser avaliado. possvel
definir os limites dentro dos quais o valor
verdadeiro de uma quantidade medida se
situa em um dado nvel de probabilidade.
O erro a diferena algbrica entre a
indicao e o valor verdadeiro
convencional. O valor verdadeiro o valor
da varivel medida sem erro, ideal. Erro
a quantidade que deve ser subtrada
algebricamente da indicao para dar o
valor ideal.
Se A um valor exato e a o valor
aproximado medido, ento o erro o
desvio do valor aproximado do exato.
Matematicamente,
e=A-a
Sob o ponto de vista matemtico, o erro
pode ser positivo ou negativo. Um erro
positivo denota que a medio maior que
o valor ideal. O valor ideal obtido
subtraindo-se este valor do indicado. Um
erro negativo denota que a medio do
instrumento menor que o valor ideal. O
2. Tipos de Erros
Os erros da medio e do instrumento
podem ser classificados sob vrios
critrios, como expresso matemtica,
resposta no tempo, responsabilidade,
causa e previsibilidade. possvel haver
grande superposio de erros. Por
exemplo, um erro pode ser
simultaneamente esttico, sistemtico,
previsvel, intrnseco ao instrumento e
devido ao ajuste de zero.
Quanto expresso matemtica, os
erros podem ser classificados como
1. absolutos
2. relativos
Quanto ao tempo, os erros podem ser
1. dinmicos
2. estticos
Quanto origem, os erros estticos
podem ser classificados como
1. grosseiros
2. sistemticos
3. aleatrios
98
Incerteza na Medio
Os erros sistemticos podem ser
divididos em
1. intrnsecos ao instrumento
2. influncia
3. modificao
Os erros intrnsecos podem ser
determinados
indeterminados
Os erros determinados podem ser:
zero
largura de faixa ou ganho
angularidade
quantizao
Os erros indeterminados poder ser
devidos a
uso e desgaste
atrito
inrcia
Os erros de influncia podem ter origem:
mecnica
eltrica
fsica
qumica
er =
e
100%
a
onde
Exatido
Preciso
Grosseiro
er o erro relativo,
e o erro absoluto
a o valor da grandeza medida
O erro relativo adimensional e
geralmente expresso em percentagem.
A preciso entre 1% e 10%
geralmente suficiente para a maioria das
aplicaes residenciais e at industriais;
em aplicaes cientficas tem-se 0,01 a
0,1%.
O erro absoluto pode assumir valores
negativos e positivos, diferente do valor
absoluto do erro, que assume apenas
valores positivos.
99
Incerteza na Medio
4. Erro Dinmico e Esttico
4.1. Erro dinmico
Erro dinmico aquele que depende do
tempo. Quando uma medio altera seu
valor significativamente durante a medio,
ela pode ter erros dinmicos.
O erro dinmico mais comum devido
ao tempo de resposta ou tempo
caracterstico do instrumento, quando h
atrasos na varivel medida. O erro
dinmico pode desaparecer naturalmente
com o transcorrer do tempo ou quando as
condies de operao se igualarem s
condies especificadas para uso.
Por exemplo, quando se faz a medio
de temperatura sem esperar que o sensor
atinja a temperatura medida, h erro
dinmico que desaparece quando a
temperatura do sensor for igual a
temperatura do processo que se quer
medir. Se a temperatura leva 3 minutos
para atingir o valor final medido, qualquer
medio antes deste tempo apresentar
erro dinmico. Se a temperatura estiver
subindo, todas as medies antes de 3
minutos sero menores que a temperatura
medida.
Quando se faz a medio de um
instrumento eletrnico, sem esperar que
ele se aquea e se estabilize, tem-se
tambm um erro de medio que
desaparecer quando houver transcorrido
o tempo de aquecimento (warm up) do
instrumento.
O instrumento pode apresentar erro de
calibrao a longo prazo, devido ao
envelhecimento dos componentes. Tais
erros dinmicos so chamados tambm de
desvios (drift). Porem, neste caso, os
tempos envolvidos so muito longos, como
meses ou anos.
O erro dinmico pode ser eliminado,
conhecendo-se os tempos de resposta do
instrumento, constante de tempo da
varivel medida e condies previstas para
entrada em regime permanente do
instrumento medidor. Esse tipo de erro,
que pode ser grosseiro e facilmente
evitvel, pode ser considerado como um
erro do operador.
Uma questo associada com o erro
dinmico o atraso de bulbos e poos de
temperatura e selos de presso.
5. Erro Grosseiro
O erro grosseiro tambm chamado de
acidental, esprio, do operador, de
confuso, de lapso, freak ou outlier. A
medio com um erro grosseiro aquela
que difere muito de todas as outras do
conjunto de medies.
Muitas medies requerem julgamentos
pessoais. Exemplos incluem a estimativa
da posio do ponteiro entre duas divises
da escala, a cor de uma soluo no final de
uma analise qumica ou o nvel de um
liquido em uma coluna liquida.
Julgamentos deste tipo esto sujeitos a
erros uni direcionais e sistemticos. Por
exemplo, um operador pode ler o ponteiro
consistentemente alto; outro pode ser lento
em acionar um cronmetro e um terceiro
pode ser menos sensvel s mudanas de
cores. Defeitos fsicos so geralmente
fontes de erros pessoais determinados.
Uma fonte universal de erro pessoal o
preconceito. A maioria das pessoas,
independente de sua honestidade e
competncia, tem uma tendncia natural
de estimar as leituras da escala na direo
100
Incerteza na Medio
que aumenta a preciso em um conjunto
de resultados. Quando se tem uma noo
preconcebida do valor verdadeiro da
medio, subconsciente mente o operador
faz os resultado cair prximo deste valor.
A polarizao outra fonte de erro
pessoal que varia consideravelmente de
pessoa para pessoa. A polarizao mais
comum encontrada na estimativa da
posio de um ponteiro em uma escala
envolve uma preferncia para os dgitos 0
e 5. Tambm prevalente o preconceito
de favorecer pequenos dgitos sobre
grandes e nmeros pares sobre os
mpares.
A vantagem dos instrumentos digitais
sobre os analgicos que sua leitura
independe de julgamentos, eliminando-se
a polarizao. Porm, todo indicador digital
apresenta erro de quantizao, devido
sua natureza discreta.
A maioria dos erros pessoais pode ser
minimizada pelo cuidado e auto-disciplina.
um bom hbito verificar
sistematicamente as leituras do
instrumento, os fatores e os clculos.
A maioria dos erros grosseiros
pessoal e causada pela falta de ateno,
preguia ou incompetncia. Os erros
grosseiros podem ser aleatrios mas
ocorrem raramente e por isso eles no so
considerados como erros indeterminados.
Fontes de erros grosseiros incluem: erros
aritmticos, transposio de nmeros em
dados de registro, leitura de uma escala ao
contrrio, troca de sinal e uso de uma
escala errada. A maioria dos erros
grosseiros afeta apenas uma medio.
Outros, como o uso de uma escala errada,
afetam todo o conjunto das medies
replicadas.
Erros grosseiros podem tambm ser
provocados pela interrupo momentnea
da alimentao dos instrumentos.
O erro grosseiro causado pelo operador
devido a enganos humanos, tais como
1. leitura sem cuidado,
2. anotao equivocada,
3. aplicao errada de fator de
correo,
4. engano de fator de escala e de
multiplicao,
5. extrapolao ou interpolao
injustificada,
6. arredondamento mal feito e
7. erros de computao.
Alguns erros de operador podem ser
sistemticos e previsveis, quando
provocados por vicio ou procedimento
errado do mesmo operador. Maus hbitos
podem provocar erros sistemticos. A
soluo colocar mais de uma pessoa
para fazer as medies. Por exemplo, o
erro de paralaxe da leitura devido
postura errada do observador frente a
escala do instrumento.
erro grosseiro confundir nmeros e
errar a posio do marcador decimal.
catastrfico ler, por exemplo, 270 graus em
vez de 27,0 graus no mapa de vo de um
avio (j houve um acidente de aviao, no
norte do Brasil, onde, segundo o laudo da
companhia area, o comandante cometeu
esse erro grosseiro).
Alguns tcnicos acham que fazer 10
medies da mesma grandeza, nas
mesmas condies, com o mesmo
instrumento e lidas pela mesma pessoa
intil, pois todos os valores vo ser iguais.
Elas desconhecem a variabilidade da
constante. Ou seja, na natureza at as
constantes variam levemente em torno do
valor constante. Em tabelas de calibrao,
freqente encontrar nmeros inventados
e repetidos, sem que o instrumentista
tenha feito realmente as medies. A rotina
pode levar o operador a no fazer
efetivamente as leituras e a invent-las,
pois o processo est normal e os valores
esperados j so conhecidos.
Os erros grosseiros normalmente se
referem a uma nica medio, que deve
ser desprezada, quando identificada. Ele
imprevisvel e no adianta ser tratado
estatisticamente.
O erro grosseiro ou de operao pode
ser evitado atravs de
1. treinamento,
2. maior ateno,
3. menor cansao,
4. maior motivao e
101
Incerteza na Medio
6. Erro Sistemtico
102
Incerteza na Medio
Padro
Rastreabilidade
MENSURANDO
Calibrao
Valor
Resoluo
INSTRUMENTO
Valor verdadeiro
convencional
Medio
Repetitividade
Reprodutitividade
Erro
Sistemtico
Fig. 5.2. Terminologia do erro de medio
Aleatrio
Exatido
Preciso
Incerteza
103
Incerteza na Medio
Erros do Instrumento
Fonte
Tempo
Sistemticos
Aleatrios
Dinmicos
Estticos
Influncia
(reversveis)
Intrnsecos
(irreversveis)
Determinados
Modificao
(compensados)
Indeterminados
Mecnicos
Zero
Largura de faixa
Angularidade
Quantificao
Uso
Eltricos
Desgaste
Fsicos
Atrito
Qumicos
Contato
Erros de
modificao
Erros de
influncia
Sensor de X
Display
Condicionamento
Sinal
Sinal
Variveis
Y, Z
Fig. 5.4. Erros de modificao e de influncia
104
Incerteza na Medio
6.2. Erro de largura de faixa (span)
100
Sada
75
Calibrao
ideal
50
25
25
50
Vazo
75
100
Sada
100
75
Calibrao
ideal
50
25
25
50
Vazo
75
100
105
Incerteza na Medio
no-linearidades. Em instrumentos
mecnicos a balano de movimentos, temse o erro de angularidade, que um
afastamento da linearidade devido aos
ngulos retos no estarem retos.
106
Incerteza na Medio
6.7. Erro de Modificao
7. Erro Aleatrio
Os erros aleatrios so devidos
probabilidade e chance. Eles so
imprevisveis e aparecem por causas
irregulares e probabilsticas. Eles so
diferentes em medies repetidas do
mesmo valor de uma quantidade medida,
sob as mesmas condies.
Os erros aleatrios fazem as medies
se espalharem mais ou menos e
simetricamente em torno do valor mdio.
Os erros aleatrios afetam a preciso das
medies.
H muitas fontes deste tipo de erro, mas
nenhuma delas pode ser positivamente
identificada ou medida, porque muitas
107
Incerteza na Medio
delas so pequenas e no podem ser
detectadas individualmente. O efeito
acumulado dos erros indeterminados
individuais, porm, faz os dados de um
conjunto de medies replicadas flutuarem
aleatoriamente em torno da mdia do
conjunto. As causas dos erros aleatrios
so devidas a
1. variabilidade natural da constante,
2. erros intrnsecos ao instrumento
relacionados com a qualidade dos
circuitos e mecanismos.
3. erros irregulares devidos histerese,
banda morta, atrito, backlash
4. erros intrnsecos indeterminados
relacionados com o desgaste, uso,
atrito e resistncia de contato.
5. erros de influncia que o sinal da
varivel.
%(eR )max =
2s x
100
ro
7.2. Reprodutitividade
A reprodutitividade, quando reportada
na especificao de um instrumento, se
refere aos resultados de testes de
repetitividade separados. A
reprodutitividade se baseia em mltiplos
testes de repetitividade (replicao) feitos
em diferentes laboratrios em um nico
%(eh )max =
[eh ( x )]max
100
ro
108
Incerteza na Medio
fazendo-se muitas medies, verificando a
distribuio e a freqncia da ocorrncia.
Sob o ponto de vista estatstico, a
distribuio dos erros aleatrios normal
ou gaussiana, onde a maioria dos erros
de erros pequenos e a minoria de erros
de erros grandes.
Se o objetivo do sistema ter medies
repetitivas e no necessariamente exatas,
importante apenas reduzir o erro
aleatrio; no se importando muito com o
erro de sistemtico. Ou seja, h sistemas
onde o que importa a repetitividade e a
preciso, sendo suficiente a medio
inexata. Inversamente, se o interesse do
sistema ter o valor exato da medio,
pois se quer os valores absolutos, como na
compra e venda de produtos, alm da
repetitividade se requer a exatido.
(a)
Aleatria: pequena
Sistemtica: pequena
(c)
Aleatria: grande
Sistemtica: pequena
(b)
Aleatria: pequena
Sistemtica: grande
(d)
Aleatria: grande
Sistemtica: grande
109
Incerteza na Medio
9. Erro Resultante Final
(a)
Aleatria: pequena
Sistemtica: ?
(b)
Aleatria: pequena
Sistemtica: ?
(c)
Aleatria: grande
Sistemtica: ?
(d)
Aleatria: grande
Sistemtica: ?
12 + 12 = 14
,
que um valor intermedirio entre 0 e
2.
Embora os trs resultados sejam muito
diferentes, pode-se explicar e justificar
qualquer um deles. No h uma regra
nica ou recomendao de como proceder.
uma questo de bom senso. Quando
realmente se quer saber a preciso real do
sistema, deve-se usar um padro que d
diretamente o valor verdadeiro e comparar
com a leitura final obtida. Mede-se a
incerteza total em vez de calcul-la,
seguindo a mxima de metrologia: no
imagine quando puder calcular e no
calcule quando puder medir.
110
Incerteza na Medio
Para se ter uma idia qualitativa de
como pequenos erros produzem uma
incerteza total, imagine uma situao em
que quatro erros pequenos se combinam
para dar um erro total. Seja cada erro com
uma igual probabilidade de ocorrer e que
cada um pode fazer o resultado final ser
maior ou menor por um valor U.
A tabela mostra todas os modos
possveis dos quatro erros serem
combinados para dar o desvio indicado da
mdia. Somente uma combinao de erros
d o desvio de +4 U, quatro combinao
do um desvio de +2 U e seis
combinaes do um desvio de 0 U. Os
erros negativos tem a mesma combinao.
Esta relao de 1:4:6:4:1 uma medida da
probabilidade de um desvio de cada valor.
Quando se aumenta o nmero de
medies, pode-se esperar uma
distribuio de freqncia como a
mostrada na figura. A ordenada no grfico
a freqncia relativa de ocorrncia de
cinco combinaes possveis.
A tabela mostra a distribuio terica
para dez incertezas de igual probabilidade.
Novamente se verifica que a ocorrncia
mais freqente a de desvio zero da
mdia. A ocorrncia menos freqente, de
mximo desvio 10U ocorre somente em
uma vez em 500 medies.
Cada componente de um sistema ou
passo de um procedimento de contribui
com algum erro na medio. Visto como
um sistema dinmico, uma medio no
pode ser mais confivel que o componente
ou passo menos confivel. Um sistema de
medio no pode ser mais preciso que o
componente menos preciso. O
conhecimento das fontes de erros
dominantes e desprezveis de um sistema
muito importante e o conhecimento de
sua fonte, aleatria ou sistemtica, que
define o tratamento a ser dados s
medies. O conhecimento do modo que
os erros se propagam so importantes no
uso e projeto de instrumentos e
procedimentos.
Tamanho
Erros
combinaes
Nmero
Freqncia
Relativa
+U1+U2+U3+U4
4U
1/16=0,0625
+2U
4/16=0,250
6/16=0,375
-2U
4/16=0,250
-4U
1/46=0,0625
-U1+U2+U3+U4
+U1-U2+U3+U4
+U1+U2-U3+U4
+U1+U2+U3-U4
-U1-U2+U3+U4
+U1+U2-U3-U4
+U1-U2+U3-U4
-U1+U2-U3+U4
-U1+U2+U3-U4
+U1-U2-U3+U4
+U1-U2-U3-U4
-U1+U2-U3-U4
-U1-U2+U3-U4
-U1-U2-U3+U4
-U1-U2-U3-U4
111
Incerteza na Medio
10. Erros na medio de vazo
A Fig. 5.9 mostra instalao de trs
totalizadores de vazo. Todos os
medidores foram dimensionados para uma
vazo mxima instantnea de 380 L/min
(100 GPM) e o objetivo aqui avaliar sua
preciso nas vazes de 76 L/min (20 GPM)
e 300 L/min (80 GPM). So feitas as
seguintes hipteses:
1. os erros dos componentes so
aditivos
2. a preciso do sistema provavelmente
se aproxima da preciso do menos
preciso dos componentes do
sistema.
3. os erros dos totalizadores so
desprezveis
4. as precises dos instrumentos
baseadas no fundo de escala (FS)
so da ordem de 0,5% FS
5. a preciso da placa de orifcio de
0,5% do valor medido
6. a preciso da turbina de 0,25% do
valor medido
O objetivo desta ilustrao mostrar
que o erro total do sistema pode ser muito
maior que os erros do componente. No
exemplo usado, nenhum componente tem
erro maior que 0,5%, porm o erro
resultante do sistema pode ser muito
maior. A preciso de 0,5% do valor
medido ou do fundo de escala foi
selecionada para refletir as condies
dominantes da planta. Atualmente, com os
transmissores inteligentes e sensores
melhorados, pode-se ter componentes do
sistema com precises tpicas de 0,1% da
largura de faixa.
112
Incerteza na Medio
113
Incerteza na Medio
114
Incerteza na Medio
Da Tab. 5.1 v-se que se a base 1
aplicada, o sistema de medio com placa
de orifcio em 20% da vazo total ter uma
impreciso de 12% da leitura, embora a
impreciso de nenhum componente
excede de 0,5% FS.
115
Incerteza na Medio
temperatura real de operao est dentro
de 18 oC da temperatura em que o
instrumento calibrado e que a presso de
operao 69 bar (1 000 psi). Quando a
medio do processo 2540 mm (100),
as hipteses acima resultam nos seguintes
erros componentes:
1. E = 0,2%
2. Tz = 0,5(750/100)(18 oC/55 oC) =
1,9%
3. Ts = 0,5(18 oC/55 oC) = 0,25%
4. Pz = 0,25(69 bar/138 bar)(750/100)
= 0,94%
5. Ps = 0,5(69 bar/138 bar) = 0,25%
Calculando o erro total como a raiz
quadrada da soma dos quadrados dos
erros componentes, tem-se:
E = 2,1%
No exemplo acima, nota-se que
1. A maior contribuio ao erro total
vem do desvio de zero causado
pelas diferenas de presso e
temperatura entre as condies de
calibrao e de operao. Estes
erros podem ser reduzidos
selecionando um transmissor com
uma faixa mxima que seja prxima
do ponto de operao
2. O erro total seria maior ainda se o
ponto de operao no fosse menor
que 100 H20
3. O erro total calculado acima no o
erro total da medio mas somente a
parte contribuda pelo transmissor
d/p cell
4. Uma vantagem do transmissor
inteligente sua habilidade de
reduzir os efeitos da presso e
temperatura nos erros de zero e de
largura de faixa. Quando se usa um
transmissor inteligente com erro de
0,1%, o erro total seria de cerca de
0,3%, em vez de 2,1%.
116
Incerteza na Medio
Tab. 5.1. Resumo das imprecises do sistema baseados em valor medido
Vazo instantnea (em percentagem)
Base 1
Tipo de malha de vazo
Base 2
20
80
20
80
Analgico, Linear
(medidor magntico)
9,0%
1,5%
3,0%
0,5%
Analgico, no-linear
12,0%
2,0%
5,0%
0,5%
Digital, Linear
(turbina medidora de vazo)
0,25%
0,25%
0,25%
0,25%
Apostila\Metrologia
43MedErro.doc
117
6. Calibrao da Vazo
Objetivos de Ensino
1. Conceituar calibrao e ajuste.
2.
3.
4.
5.
1. Confirmao Metrolgica
1.1. Conceito
Comprovao ou confirmao
metrolgica o conjunto de operaes
necessrias para assegurar que um dado
instrumento de medio esteja em
condies de conformidade com os
requisitos para o uso pretendido (ISO 10
012-1, 1993). O termo confirmao
metrolgica um termo criado
recentemente e inclui, entre outras
atividades, calibrao, ajuste, manuteno,
lacrao ou marcao com etiqueta. Na
prtica, a maioria das pessoas ainda
chama esta atividade de aferiocalibrao, quando deveria chamar de
calibrao-ajuste.
1.3. Terminologia
H algumas confuses clssicas de
terminologia, como exatido e calibrao,
calibrao, aferio e ajuste. Embora j
exista uma portaria do Inmetro, no 29, de
10 MAR 95, ainda h resistncia para se
usar a terminologia recomendada.
Para alguns, calibrar e aferir possuem o
mesmo significado para a operao de
verificar um atributo de um sensor ou
instrumento e ajustar a operao que
alm disso, inclui a atuao no instrumento
para adequ-lo a uma determinada
118
Calibrao da Vazo
condio. Para outros, aferir a operao
de verificar um atributo de um sensor ou
instrumento e calibrar a de fazer ajuste
no instrumento. H ainda quem no admite
a aferio, mas apenas calibrao para
verificar atributo e ajuste para atuar no
instrumento. A confuso previsvel, pois
o primeiro passo da calibrao de um
instrumento a sua aferio.
Para estar de conformidade com a
portaria do Inmetro, para o autor e no
presente trabalho, calibrar e aferir
possuem o mesmo significado. Para o
autor calibrar uma operao de
verificao. Na calibrao, quando
necessrio, faz-se a operao de ajuste,
que uma atuao no instrumento para
torn-lo exato. O primeiro passo do ajuste,
porm a calibrao, para verificar o
status de chegada do instrumento. No
presente trabalho se evitar usar o termo
aferio, usando em seu lugar o termo
calibrao.
Calibrao e ajuste esto associadas
com a funo dos instrumentos ou
dispositivos. Podem ser ajustados
instrumentos que tenham pontos de
atuao, como transmissor, indicador,
registrador, totalizador, vlvula de controle.
Os ajustes so feitos em potencimetros
ou parafusos disponveis nos instrumentos.
Podem ser calibrados instrumentos e
sensores que no possuem dispositivo de
ajuste, mas que tem um atributo inerente
sua funo. Podem ser calibrados
elementos sensores e instrumentos
medidores de vazo com fator K.
Para eliminar estas ambigidades, cada
usurio deve definir, por escrito, em seus
procedimentos e comunicaes os termos
e seus significados e como estamos no
Brasil, devemos seguir a portaria do
Inmetro.
2. Calibrao e Ajuste
2.1. Ajuste
Ajuste a operao que tem como
objetivo levar o instrumento de medio a
uma condio de desempenho e ausncia
de erros sistemticos adequada ao seu
uso
(ISO 10 012-1). De um modo mais
especfico para o instrumentista, antes do
ajuste, faz-se a calibrao, que a
comparao do instrumento de exatido
conhecida com outro padro ou
instrumento de ordem superior, para
detectar, correlacionar, reportar ou eliminar
por ajuste ou reparo, qualquer variao na
exatido do item sob calibrao.
A calibrao s confivel e tem
significado quando for feita:
1. baseando-se em medies
replicadas e usando-se as medies
como base de deciso,
2. conforme procedimentos claros e
objetivos, escritos pelo executante,
3. em ambiente com temperatura,
presso e umidade conhecido e
quando necessrio, controlado
4. por pessoas especialistas com
habilidade e experincia com o
procedimento,
5. estabelecendo-se um perodo de
validade, aps o qual ela deve ser
refeita.
6. documentando os registros.
Calibrao pode tambm consistir na
determinao da relao sada/entrada do
sistema de medio. Esta relao pode
ser, na prtica, a determinao da escala
de um indicador ou da sada de um
transmissor. Se a resposta sada/entrada
de um sistema uma reta, a calibrao de
um nico ponto suficiente e portanto,
apenas um ponto conhecido do padro
empregado. Se a resposta do sistema
no-linear, deve ser empregado um
conjunto de entradas conhecidas do
padro para a calibrao das sadas
correspondentes do sistema.
Uma curva de calibrao forma a lgica
pela qual uma sada indicada do sistema
de medio pode ser interpretada durante
uma medio real. Por exemplo, a curva
de calibrao a base para fixar a escala
do display de sada em um sistema de
medio. Alm disso, uma curva de
119
Calibrao da Vazo
calibrao pode ser usada como parte para
desenvolver uma relao funcional, uma
equao conhecida como uma correlao
entre a entrada e sada. Uma correlao
tem a forma y = f(x) e determinada
aplicando relao fsica e tcnicas de
adequao de curva para a curva de
calibrao. A correlao pode ento ser
usada em medies posteriores para
determinar o valor de entrada
desconhecido baseado no valor da sada,
o valor indicado pelo sistema de medio.
Calibrar um transmissor eletrnico de
presso consiste em:
1. Aplicar uma presso conhecida na
sua entrada, indicada por um padro
de presso rastreado.
2. Medir a sada de corrente, indicada
por um ampermetro padro
rastreado.
3. Comparar os valores lidos com os
estabelecidos pelo procedimento,
conforme a impreciso do
instrumento.
4. Caso os valores estejam dentro dos
limites estabelecidos, a calibrao
terminou (algum diz que isto uma
aferio! Realmente apenas uma
verificao e no houve ajuste, mas
para o autor, est se fazendo a
calibrao do transmissor).
5. Caso os valores estejam fora,
ajustam-se os potencimetros de
zero e de span.
6. Paralelamente, faz-se um relatrio de
no conformidade, quando o
transmissor pertencer ao sistema de
qualidade.
7. Repetem-se os passos 1 e 2, acima.
8. Caso os valores estejam dentro, a
calibrao terminou.
9. Caso os valores estejam fora, o
instrumento est com problema, pois
ele no permite ser calibrado, o
instrumento encaminhado para a
manuteno.
10. Depois da manuteno o
instrumento deve ser novamente
calibrado e se necessrio, ajustado.
A calibrao pode incluir a inspeo
visual do instrumento, pesquisa de defeitos
funcionais explcitos e bvios e testes
operacionais.
A manuteno no calibrao, mas
depois de qualquer manuteno de
120
Calibrao da Vazo
2.2. Calibrao
Calibrao a operao de verificar o
valor de um atributo de um sensor ou de
um instrumento. No disponvel nenhum
dispositivo de ajuste e por isso s h
verificao.
Como no ajuste, na calibrao h os
seguintes passos:
1. Aplicao de sinal na entrada do
dispositivo, com leitura deste sinal
por um padro rastreado.
2. Leitura do sinal de sada do
dispositivo atravs de outro padro
rastreado.
3. Comparao do sinal lido com o valor
terico, dentro dos limites de
incerteza consistentes.
4. Se os valores estiverem dentro dos
limites estabelecidos, o dispositivo
est adequado ao uso.
5. Se os valores estiverem fora dos
limites, o dispositivo descartado,
degradado ou o seu atributo
modificado em todas suas
aplicaes.
3. Tipos de calibrao
Toda calibrao deve incluir: padro
rastreado, procedimento escrito, ambiente
conhecido, operador treinado, registro
documentado e ter um perodo de
validade. Tem-se o preconceito errado de
considerar que apenas as calibraes
relacionadas com ISO 9000 requerem
estas exigncias. Toda calibrao deve ter
estes parmetros. Um instrumento pode
ser calibrado, por questo de
1. custdia, para garantir que a compra
e venda de produtos feita atravs de
tubulaes com medidores em linha
estejam dentro dos limites
contratuais,
2. segurana, para assegurar que os
instrumentos estejam indicando
dentro dos valores seguros do
processo,
3. balano de materiais, para verificar
rendimentos de processos,
equipamentos, reagentes e
catalizadores,
4. ecologia, para garantir que as
anlises dos efluentes estejam
dentro dos valores ecologicamente
corretos
5. legal, para satisfazer exigncias
legais e de normas tcnicas,
6. ISO 9000, para atender suas
exigncias relacionadas com a
incerteza, continuidade operacional e
qualidade do produto final.
121
Calibrao da Vazo
3.1. Calibrao prpria ou externa
A calibrao pode ser feita pelo prprio
usurio, principalmente dos instrumentos
de nveis mais baixos, envolvendo os
instrumentos de medio, padres de
trabalho e padres de laboratrio,
A calibrao tambm pode ser feita por
externamente, preferivelmente por
laboratrio credenciado da Rede
Brasileira de Calibrao, pelo
fabricante do instrumento ou por
laboratrio nacional ou internacional
que tenha padres rastreados.
Justifica-se calibrar nas prprias
oficinas do usurio:
1. instrumentos comuns, de preciso
industrial, que requerem um padro
disponvel na prpria planta,
2. quando a quantidade de
instrumentos grande, justificando
economicamente ter um laboratrio
para a calibrao peridica destes
instrumentos.
Justifica-se enviar um instrumento para
ser calibrado externamente quando
1. o usurio possui poucos instrumentos
2. quando a calibrao requer padres
com preciso muito elevada e
portanto de altssimo custo
3. para comparao interlaboratorial
4. por exigncia legal.
Qualquer quer seja o local da
calibrao, o responsvel final pela
calibrao o usurio. Quando a
calibrao feita externamente, o usurio
deve ter um contrato escrito bem claro,
definindo o que o laboratrio deve fazer.
muito comum se enviar um instrumento
para ser calibrado e ajustado e o
laboratrio fazer apenas a calibrao.
tambm muito freqente o laboratrio
reportar uma calibrao de modo
incompreensvel, sem informar o algoritmo
de clculo da incerteza de calibrao, o
mtodo empregado, relatrios com
preenchimento com nmeros com
algarismos significativos sem significado. O
nico modo de evitar estes inconvenientes
ter um contrato escrito claro e preciso,
falando sobre esses parmetros.
4. Calibrao da Malha
4.1. Justificativa
Sempre que possvel deve ser feita a
calibrao da malha in situ (como regra) e
em caso de no conformidade, se faz a
calibrao por instrumento (como
exceo). As vantagens de se fazer a
calibrao da malha em vez do
instrumento isolado incluem:
1. gasta-se menos tempo pois uma
malha tpica possui trs
instrumentos,
2. a calibrao mais confivel, pois
no se tem o risco de descalibrar o
instrumento na sua retirada,
transporte e recolocao,
3. a calibrao mais exata, pois todos
os efeitos da instalao esto
considerados inerentemente,
122
Calibrao da Vazo
conforme, a operao deve ser
informada atravs do formulrio
Relatrio de Calibrao, os
instrumentos so retirados da malha
e feita a calibrao de cada
instrumento isolado, na bancada da
oficina de instrumentao, conforme
procedimentos correspondentes.
ip =
i
j =1
2
pj
onde
ip a incerteza do processo de
calibrao,
ipj a incerteza dos padres de
calibrao, com j variando entre 1 e n.
4.4. Calibrao do Elemento Sensor
Embora o elemento sensor faa parte
da malha de medio, por causa da
dificuldade de se simular a varivel do
processo no campo, geralmente se simula
o sinal de sada do sensor, no local da
medio para se calibrar a malha e calibrase o elemento sensor na bancada ou o
substitui por um novo rastreado e
certificado. A deciso entre calibrar o
sensor existente ou substitu-lo por um
novo rastreado uma deciso baseada na
relao custo/benefcio.
Tipicamente, nos casos de termopares
e resistores detectores de temperatura,
deve-se fazer a substituio em vez de
calibrao. No caso de placas de orifcio,
deve-se fazer inspeo visual e fsica
peridica e apenas substitu-la quando
esta inspeo o indicar.
123
Calibrao da Vazo
4.5. Calibrao do Instrumento Isolado
As malhas que no puderem ser
calibradas inteiramente como um nico
instrumento, devem ter seus instrumentos
componentes calibrados individualmente.
Tambm, quando a calibrao da malha
indicar que ela est no conforme, os
instrumentos so retirados da malha e
levados para calibrao individual,
conforme procedimentos especficos, que
estabelecem o executante, esclarecem a
disponibilidade da malha pela operao e a
substituio do instrumento. Depois de
calibrado o instrumento armazenado na
oficina ou substitui o existente. Quando o
instrumento no pegar calibrao, ele
submetido manuteno corretiva e
depois calibrado e todos estas operaes
devem ser detalhadamente anotadas em
sua Folha de Cadastro.
5. Parmetros da Calibrao
Alm dos aspectos comerciais
envolvidos e, s vezes, dos aspectos
legais, a calibrao para ser vlida e
confivel deve cuidas dos seguintes
aspectos:
1. padres rastreados
2. procedimento escrito
3. ambiente conhecido
4. pessoal treinado
5. registro documentado
6. perodo de validade administrado
5.1. Padres rastreados
Toda calibrao requer um padro para
fornecer os valores verdadeiros
convencionais envolvidos. O padro
fornece o valor confivel, fiducirio da
varivel calibrada.
Padro rastreado significa que ele foi
comparado com um outro padro superior,
que garanta sua confiabilidade. Os
padres de referncia devem possuir
exatido maior que a dos instrumentos ou
padres sob calibrao. Os padres de
referncia de ordem superior devem ser
rastreados aos padres credenciados ou
nacionais ou derivados de constantes
fsicas.
As normas e os laboratrios
recomendam nmeros limites entre as
exatides dos instrumentos calibrados e
dos padres. Por exemplo, o NIST
recomenda a relao mnima de 4:1; o
124
Calibrao da Vazo
3. lista dos padres requeridos
(modelo, exatido)
4. lista dos instrumentos de teste,
fontes de alimentao, pontos de
teste e ligaes
5. descrio do princpio de medio
ou teoria do mtodo empregado
6. estabelecimento das condies
ambientais do local onde ser feita
a calibrao: temperatura, presso,
umidade, posio, vibrao,
blindagem a rudos eltricos e
acsticos
7. instrues, passo a passo, da
calibrao, envolvendo preparao,
ajustes, leituras, comparaes e
correes
8. formulrios para a coleta e
anotao dos dados, relatrios,
tabelas e certificados.
9. estabelecimento da prxima data
de calibrao.
5.3. Condies Ambientais
As condies ambientais de calibrao
do instrumento devem ser as
recomendadas pelos procedimentos e
pelos fabricantes do instrumento e dos
padres envolvidos. A maioria dos
instrumentos de processo no requer
condies ambientais controladas. Isto
to verdade, que a tendncia atual fazer
a calibrao dos instrumentos na rea
industrial.
As condies envolvidas na calibrao
no precisam ser controladas mas sempre
devem ser conhecidas, por causa de
eventuais fatores de correo para os
padres usados.
Quando requerido, a rea deve ser
limpa, sem vibrao mecnica, sem
interferncias eletrostticas e
eletromagnticas quando houver
envolvimento de equipamentos eltricos e
com a temperatura na faixa de 17 a 21 oC
e umidade relativa entre 35 e 55%.
5.4. Intervalos de calibrao
Os instrumentos de medio industriais
devem ser calibrados periodicamente
por instrumentos de teste de
trabalho. Os instrumentos de trabalho
devem ser calibrados periodicamente
por padres secundrios ou de
transferncia. Os instrumentos de
transferncia secundria devem ser
125
Calibrao da Vazo
calibraes anteriores e que seja um
compromisso entre se ter menos trabalho
de calibrao e menos no conformidades
por causa de instrumentos descalibrados.
O critrio mostrado se baseia no critrio
de Schumacher.
1. A cada calibrao feita, o instrumento
classificado em relao aos
resultados obtidos, conforme uma
das categorias a seguir:
A
Avaria
C
Conforme
F
Fora
CCC
FCC
ACC
CF
CA
FC
FF
FA
AC
AF
AA
Condies no
Recebimento
A
P
P
P
M
M
P
M
M
P
M
M
F
D
D
D
M
M
M
M
M
D
M
M
C
E
P
E
P
P
P
P
P
P
P
P
126
Calibrao da Vazo
Todas as calibraes para serem
vlidas devem ser devidamente
certificadas. Os certificados devem ser
arquivados e devem conter, no mnimo,
1. nmero de srie do instrumento
2. data de calibrao
3. laboratrio ou padro rastreado
4. condies fsicas nas quais foi feita a
calibrao
5. descrio do padro referido
6. desvios e fatores corretivos a serem
aplicados, quando as condies da
calibrao forem diferentes das
condies padro
7. quando feito em laboratrio externo
(credenciado, nacional), descrio do
procedimento e pessoal envolvido
8. garantia que o padro superior
estava confivel e rastreado, atravs
de certificado.
Deve haver um responsvel pela
organizao e atualizao do arquivo. O
responsvel do arquivo deve providenciar:
1. aviso de vencimento de prazo de
validade ao responsvel do
instrumento
2. retirada do instrumento de operao
3. encaminhamento do instrumento
para a calibrao interna ou externa
4. recebimento do instrumento calibrado
5. atualizao das datas e documentos
6. encaminhamento do instrumento
para o usurio responsvel
7. colocao de etiquetas nos
instrumentos, com data da ltima
calibrao, nome da pessoa
responsvel pela calibrao, data da
prxima calibrao e identificao do
instrumento.
justificados
4. prover local adequado para
armazenamento, guarda,
preservao e operao dos
instrumentos de teste e padres.
5. se necessrio, implantar laboratrios
de calibrao das variveis, como
temperatura, vazo, presso,
voltagem e resistncia eltrica.
6. pesquisar, conhecer e credenciar os
laboratrios externos para fins de
intercmbio laboratorial e mtua
rastreabilidade. H laboratrios de
usurios que so tecnicamente
aceitveis, mesmo no tendo o
credenciamento legal do INMETRO
7. definir a escada de rastreabilidade,
separando os instrumentos que
podem ser calibrados internamente e
os que devem ser enviados para
laboratrios externos
8. elaborar cronogramas de tais
calibraes, acompanhando as datas
de vencimento
9. Elaborar procedimentos para
calibraes internas, para envio e
recebimento de instrumentos para
laboratrios externos
10. implantar arquivo para
documentao de todos os histricos
11. treinar o pessoal para as atividades
de operao, calibrao,
armazenamento, manuseio e
preservao dos instrumentos e
padres
12. elaborar plano de calibrao.
127
Calibrao da Vazo
5.8. Calibrao e manuteno
O objetivo da calibrao o de eliminar
os erros sistemticos que aparecem ou
aumentam com o passar do tempo. O valor
esperado das vrias medies replicadas
de um mesmo valor da varivel medida
tende a se afastar do valor verdadeiro
convencional e por isso o instrumento deve
ser calibrado, periodicamente.
Tambm com o passar do tempo o
instrumento tende a piorar o seu
desempenho e apresentar uma incerteza
alm dos limites estabelecidos para a
incerteza nominal. Neste caso o
instrumento requer manuteno. A
manuteno deve ser criteriosa e devem
ser tomados cuidados para que o
desempenho do instrumento no se
degrade, usando-se peas originais,
ferramentas adequadas, componentes de
qualidade industrial. Componentes para a
indstria de entretenimento, so mais
baratos, mais fceis de serem encontrados
porm so menos confiveis e com menor
vida til.
Depois da manuteno corretiva ou
preventiva do instrumento, ele deve ser
calibrado e se necessrio, ajustado.
6. Calibrao de Vazo
A calibrao de vazo uma das mais
necessrias e freqentes da
Instrumentao, embora seja tambm uma
das mais complexas e custosas, pois
envolve padres simultneos de massa e
tempo ou de volume e tempo.
A calibrao se baseia no
estabelecimento de vazo de regime
atravs do instrumento sendo calibrado e a
medio subseqente do volume ou massa
do fluido que passa atravs do medidor
durante um intervalo de tempo preciso. Se
existir uma vazo constante, a vazo
volumtrica ou mssica pode ser inferida
de algum procedimento. Qualquer medidor
preciso e estvel calibrado atravs de um
mtodo primrio se torna um padro
secundrio de vazo, que pode calibrar
outros medidores menos precisos.
O afastamento das condies de uso
daquelas da calibrao podem invalidar a
calibrao. As possveis fontes de erro na
medio de vazo so:
128
Calibrao da Vazo
gua pode ser usada como o lquido
padro de calibrao.
O principais fundamentos usados para
calibrao de medidores de vazo de
lquido, in situ ou em laboratrio, para
lquidos ou gases so:
1. uso de medidor master calibrado
2. prover
3. mtodos volumtrico
4. gravimtrico
5. gasmetro e o bocal snico
(somente para gases)
Finalmente, como sistema de medio
de vazo com placa calibrado sem
padro de vazo, pode-se usar o sistema
com placa para fazer aferio de outros
medidores, embora sua preciso seja
mdia.
6.2. Prover
O prover balstico til para medidores
com pequena constante de tempo e alta
resoluo, como turbina, deslocamento
positivo e vortex. Nos medidores com
resposta rpida, a vazo atinge o estado
de regime permanente muito rapidamente
e a integrao da vazo instantnea para
dar o volume total conseguida pela
totalizao dos pulsos da sada em um
contador. A integrao fornece uma vazo
total precisa mesmo que a vazo no
esteja perfeitamente constante.
O calibrador usa um pisto acionado
pneumaticamente e selado com anis de
Teflon percorrendo um tubo de preciso
e deslocando um volume de fluido de
calibrao atravs do medidor de vazo a
ser calibrado. As medies precisas do
tempo e do deslocamento do pisto mvel
so usadas em um sistema de aquisio
de dados de um computador, que d uma
preciso tpica de 0,02% do valor medido.
O prover balstico geralmente
proprietrio; sendo seus fabricantes
Daniels, Calibron Systems e Brooks.
129
Calibrao da Vazo
vantagem desses medidores sua
portabilidade.
6.6. Gasmetro
A calibrao de medidores de vazo de
gases pode ser feita com lquido, desde
que sejam seguidas as similaridades,
igualdade do nmero de Reynolds e
fazendo as correes devidas de
densidade e expanso. Quando isso no
aceitvel, usa-se a calibrao direta com o
prprio gs, atravs do gasmetro.
Aqui, o gs flui atravs do medidor de
vazo durante um intervalo medido de
tempo e fica preso na campnula do
gasmetro e o seu volume medido. A
temperatura e a presso permitem clculo
da massa e a converso de volume para
qualquer condio desejada. Enchendo a
campnula com gs, o topo se eleva e
adicionando-se pesos convenientes, tal
sistema pode ser usado como um
fornecedor de gs para fazer o gs passar
pelo medidor quando a campnula
gradualmente cai em uma taxa medida.
Usando-se uma balana analtica precisa
para medir a massa acumulada no vaso,
obtm-se preciso de 0,02% para vazes
at 9 kg/s.
130
Calibrao da Vazo
6.8. Placa de orifcio
131
Calibrao da Vazo
as propriedades do fluido forem bem
definidas e conhecidas.
Os laboratrios de vazo so
geralmente operados e mantidos por
fabricantes de medidores de vazo (por
exemplo, Fisher Rosemount, Sorocaba,
SP), que os utilizam para a calibrao,
estudo e aferio dos medidores
fabricados. Existem tambm os
laboratrios independentes (por exemplo,
IPT, So Paulo, SP), que so mais
versteis e extensivos do que os mantidos
pelos fabricantes.
H usurios de medidores de vazo que
tambm possuem o seu sistema de
calibrao de vazo, consistindo
principalmente de um medidor mestre com
desempenho rastreado em laboratrio de
vazo certificado, usado como padro de
comparao para outros medidores.
A maioria dos laboratrios atuais usa
computadores para sentir as variveis,
calcular a vazo, documentar os resultados
do medidor sendo calibrado e traar as
curvas de calibrao.
A calibrao do medidor em uma
facilidade de calibrao chamada de
calibrao hidrulica ou molhada.
Dependendo do tipo do medidor, a
calibrao inclui o sensor e o transmissor,
ou como par casado ou independentes
entre si. A calibrao seca uma aferio
132
Calibrao da Vazo
B.I.P.M
IMGC
Itlia
NRLM
Japo
INMETRO
Brasil
NIST
EUA
PTB
Alemanha
Rede Brasileira de
Calibrao
Laboratrio do
IPT
Laboratrio de
Furnas
Laboratrio
Calibrao CST
Laboratrio
USP
Laboratrio
Observatrio
Nacional
Medidas
Temperatura
Medidas Eltricas
Medidas Presso
Medidas Massa
Padro Referncia
Padro
Transferncia
Padro Trabalho
Outros
Usurio
Fig. 6.8. Cadeia de rastreabilidade de padres
133
Calibrao da Vazo
Fazer ligaes com padres conforme
Procedimento
SIM
DENTRO
NO
Fazer ajustes de zero, span e outros
aplicveis conforme MF
AJUSTE
SIM
NO
MANUTENO
FIM
DENTRO
FIM
FIM
134
Calibrao da Vazo
Fazer ligaes da malha com os
padres conforme procedimento
CALIBRAO
DA MALHA
Anotar valores lidos na Ficha Calibrao
SIM
DENTRO
NO
CALIBRAO E
AJUSTE DOS
INSTRUMENTOS
FIM
Comparar com tolerncia estabelecida
MENOR
SIM
NO
FIM
FIM
Fig. 6.10. - Diagrama de blocos da calibrao de malha de vazo para transferncia de custdia
135
Calibrao da Vazo
7. Transferncia de Custdia
7.1. Introduo
A medio de transferncia de
custdia, uma medio de vazo que
se diferencia de uma medio comum
porque o dinheiro est envolvido na
medio, diretamente. Para algumas
medies de vazo, como em aplicaes
de controle, um sinal repetitivo pode ser
mais importante que um sinal exato. Uma
vez o processo esteja sob controle, a
repetibilidade o mais importante. Em
aplicaes de transferncia de custodia,
a repetibilidade ainda importante,
porm, desejvel que ela acontea em
um valor exato.
Quando o dinheiro est sendo trocado
de mos, baseando-se na medio da
vazo desejvel que todas as partes da
transao sejam tratadas com justia. O
limite de incerteza da medio para a
troca deve ser o menor possvel. Se em
aplicaes operacionais, as incertezas
so da ordem de 5 a 10 % , em
aplicaes de controle, as incertezas
aceitveis so da ordem de 1 a 5 % e
para transferncia de custdia devem ser
de 0,1 a 2 %.
Um exemplo de preciso e a
relao de dlares para a preciso
da vazo pode ser mostrado em
uma Central de Matria Prima, na
medio de produtos
petroqumicos e utilidades. A
indstria fatura US$ 4 milhes de
produtos por dia. Um erro de 1%
do valor medido representa nas
estaes medidoras da Copene
US$40 mil por dia ou US$ 14,4
milhes por ano
No exemplo, 1 % de preciso
representa uma quantidade significativa
de dlares e pode ser considerado,
primeira vista, um valor muito grande,
mas o valor de preciso que pode ser
obtido no ambiente de cho de indstria,
na prtica. No ambiente industrial tpico,
h muitas causas hostis que afetam a
preciso e exatido da medio, tais
136
Calibrao da Vazo
custdia. Vrios destes itens so
informao tpica de qualquer contrato
comercial e alguns se referem
especificamente melhoria da medio
de vazo para transferncia de custdia.
Um contato bem escrito protege
os interesses do Comprador e do
Vendedor
Definies
Definio uma expresso do
significado de uma palavra, conjunto de
palavras, letra, sigla, sinal ou smbolo.
Definir dar uma descrio e fornecer
um significado.
Devem-se definir resumidamente os
descritores e palavras chave do contrato
para padronizar, homogeneizar e
esclarecer os termos novos, palavras
chave, acrnimos, siglas, nomes de
firmas, agncias, laboratrios,
instituies governamentais, outros
documentos e formulrios referidos.
Palavras potencialmente confusas,
ambguas, polmicas e questionveis,
como calibrao, aferio, ajuste,
exatido, preciso, incerteza, tolerncia,
erro e desvio tambm devem ser
definidas.
Quantidade de material
Isto especifica no apenas a
quantidade do material a ser medido pelo
Vendedor mas tambm todos os direitos
que o Vendedor pode ter nas
quantidades de material acima ou abaixo
da quantidade combinada. Isto requer
que o pessoal responsvel pela medio
conhea estes valores, para ver que os
limites do contrato esto sendo
cumpridos e para garantir que o
Vendedor tem a capacidade de cumprilos.
Ponto de entrega
O contrato estabelece o ponto de
transferncia de custdia. Se o ponto de
medio e o ponto de entrega no so os
mesmos, deve haver um acordo entre o
Comprador e o Vendedor para as
responsabilidades para o material entre
os dois pontos.
Propriedades do material
So estabelecidos limites para certas
propriedades bsicas (tais como presso
e temperatura) e definidas aes a serem
tomadas quando o material ficar fora
destes limites.
Projeto da estao de medio
A propriedade e responsabilidade para
o projeto, instalao, operao e
manuteno da estao de medio so
definidas. Para estaes de medio
cobertas por normas, devem ser feitas
referncias especficas a estas normas.
Estas normas podem ser leis
governamentais, normas industriais ou
recomendaes individuais da
companhia e geralmente so
combinaes delas. Elas detalham os
tipos de medidores usados, os sistemas
de correo e a apresentao final do
valor. Detalhes de acesso pelas duas
partes ao equipamento e as exigncias
de freqncia de calibrao e relatrios
de evidncia so definidos. Pode haver a
permisso para uma estao de teste
com as mesmas caractersticas listadas
acima, estabelecendo como qualquer
discrepncia entre as duas medies
ser tratada.
Alguma clusula deve estimar a
entrega durante os perodos em que o
medidor estiver fora de operao ou
registrando com preciso inaceitvel e
definir o procedimento para estimar as
quantidades entregues durante estes
perodos. Devem ser tomadas aes
corretivas e reajuste no faturamento,
quando os limites de preciso
estabelecidos forem excedidos pelos
medidores (oficial e secundrio) e
detectados na calibrao.
Estabelece-se um perodo de tempo
durante o qual deve ser feita correo,
enquanto no for possvel determinar a
fonte de erro e fazer a correo. So
estabelecidos os perodos para reter os
registros e relatrios para as duas partes.
Isto est relacionado com o tempo
permitido para a medio ser
questionada.
Medies
Isto especifica em termos claros a
unidade da quantidade entregue. Em
uma medio de peso, somente a
137
Calibrao da Vazo
unidade de peso deve ser especificada.
Para a maioria dos objetivos comerciais,
os termos peso e massa so usados
indistintamente, sem nenhuma
considerao para os efeitos da
acelerao da gravidade sobre o peso
sendo medido.
Em uma medio volumtrica, as
condies base de temperatura e
presso devem ser estabelecidas para o
volume, que, em essncia, no afetam
uma medio de peso ou massa.
So especificadas todas as exigncias
para todo o equipamento relacionado,
alm do medidor bsico e como estas
medies secundarias so usadas para
corrigir as leituras do medidor bsico.
Estas exigncias so importantes pois
possvel que as quantidades sejam
mantidas em condies diferentes pelas
partes contratadas. Pode surgir grande
confuso se todas estas exigncias no
forem bem estabelecidas e entendidas.
Qualidade do material
Qualquer produto natural ou fabricado
pode ter pequenas e numerosas
quantidades de material estranho
indesejvel e por isso, no mnimo, estas
quantidades devem ser limitadas. A
seo da qualidade define os direitos do
Comprador e do Vendedor, se tais limites
forem excedidos. Estas especificaes
podem tambm incluir preos separados
para produtos misturados, de modo que
as quantidades devem ser delineadas
para o pagamento apropriado da mistura.
Se h muitos contaminantes
indesejveis, uma reduo de preo
pode ser permitida, em vez de um corte
no fornecimento. Estes detalhes so
definidos na clusula das exigncias da
qualidade.
Faturamento
Esta clusula estabelece uma base
para a computao da quantidade com
uma proviso para correo de erros. Ela
especfica o procedimento para
apresentar a conta, o perodo de
pagamento e as penalidades pelo atraso
do pagamento.
Resultado do contrato
A definio final da preciso da
medio quando o Vendedor manda
uma conta, o Comprador paga a conta e
ambos os envolvidos esto satisfeitos
com os resultados. O ltimo lugar que
uma medio de vazo deve ocorrer
em um tribunal, de modo que todos os
possveis mal entendidos e significados
de sua soluo devem ser definidos pelo
contrato.
7.3. Auditoria
Em medio de vazo para
transferncia de custdia, o contrato
deve incluir meios de auditar os volumes
obtidos. Deve haver registros suficientes
de calibrao e manuteno disponveis
para todas as partes, de modo que os
volumes calculados possam ser
verificados independentemente. No
mnimo, uma verificao dos valores
usados pela outra parte deve ser feita
para ver que o acordo conseguido no
volume. Este procedimento um aspecto
importante da medio de transferncia
de custdia e usualmente feito dentro
de 30 a 60 dias aps a emisso da
fatura. Isto manter as duas partes
envolvidas na medio e evita
desacordos acerca dos procedimentos e
volumes algum tempo depois. Com os
dados ainda correntes, qualquer
desacordo pode ser resolvido enquanto o
conhecimento da medio estiver fresco
nas mentes de ambas as partes. Um
arquivo completo de qualquer desacordo
deve ser mantido, incluindo suas
solues. Registros podem ser revistos
para ver se uma estao particular ou
erros particulares tem problemas
recorrentes que precisam ser
endereados por uma atualizao de
equipamento ou manuteno.
138
Calibrao da Vazo
7.4. Manuteno
Introduo
Alm de um plano de calibrao de
malhas ou instrumentos, deve haver uma
poltica clara acerca manuteno, ambos
consistentes e de conformidade com um
contrato.
Nas Fig. 6.8 e 6.9, tem-se os
diagramas de blocos para a sistemtica
da calibrao, ajuste e manuteno do
instrumento e da malha.
Manuteno a operao de colocar
o instrumento operacional ou possibilitar
sua calibrao e ajuste. A manuteno
uma operao muito ampla, difcil de ser
sistematizada com detalhes. O que se
estabelecem, so algumas operaes
comuns a todos os instrumentos, tais
como:
1. limpeza
2. inspeo visual para detectar
falhas visveis, como quebra,
vazamento, fio solto, curto circuito.
3. pesquisa de defeito, onde so
estabelecidos os sintomas, causas
provveis e aes corretivas
correspondentes.
4. troca de peas defeituosas,
mdulos ou placas eletrnicas.
5. lubrificao, quando aplicvel
6. pintura
A manuteno pode ser classificada
como corretiva, preventiva e preditiva, em
funo dos motivos ou programao de
sua realizao.
Manuteno corretiva feita quando o
instrumento est visivelmente fora de
operao ou operando diferente do seu
modo esperado de operar. A ao
corretiva solicitada explicitamente pelo
operador do instrumento. Quando o
instrumento no consegue ser ajustado,
ele requer calibrao corretiva. Quando
um automvel pra, por causa de
problema do motor, ele requer
manuteno corretiva.
Manuteno preventiva aquela feita
segundo uma programao
preestabelecida, baseada em estatstica,
previso, sugesto do fabricante. O
amortecedor do carro deve ser trocado
preventivamente a cada 40 000 km
rodados. A manuteno preventiva se
aplica a equipamentos mecnicos onde
139
Calibrao da Vazo
A manuteno est associada com os
erros aleatrios do instrumento. Faz-se
manuteno para impedir que a preciso
do instrumento se degrade. Atravs da
manuteno se garante que o
instrumento mantm sua preciso
nominal. A manuteno garante que o
erro aleatrio do instrumento no
ultrapasse os valores estabelecidos pelo
fabricante.
A preciso de catlogo do instrumento
s vale para instrumento novo e nas
condies de referncia. Com o passar
do tempo e a degradao natural dos
componentes, o instrumento fica velho e
diminui sua preciso nominal. possvel
fazer testes demorados em oficina para
levantar a preciso real do instrumento
usado. A manuteno do instrumento
impede a degradao rpida da preciso
do instrumento.
O Comprador e o Vendedor devem
ambos ter a confiana que o medidor de
transferncia de custdia est indicando
os volumes apropriados entregues. A
calibrao do equipamento pode variar
com o tempo, de modo que as duas
partes devem ter uma participao ativa
em calibrar periodicamente o sistema de
medio. Sem calibraes para
comprovar as precises originais do
sistema de medio, o estabelecimento
da preciso no completo.
A diferena mais significativa na
medio de vazo para
transferncia de custdia e uma
medio comum est na menor
freqncia de calibrao, inspeo
e manuteno dos equipamentos
do sistema de custdia
Os tipos e freqncias de calibrao e
manuteno dependem das clusulas
contratuais. Eles podem consistir de
calibrao seca apenas do equipamento
de leitura ou inspeo mecnica
completa do sistema inteiro ou uma
calibrao molhada com uma vazo real
de volume correto calibrado. Em qualquer
caso, os equipamentos e instrumentos
usados para calibrar e manter os
componentes do sistema devem ser
rastreados, aprovados e consensados.
Tais equipamento de calibrao e teste
140
Calibrao da Vazo
ou pode altear a resposta dinmica e a
preciso do instrumento.
Os medidores rotativos, tais como
turbina com mancais, podem ser
periodicamente lubrificados. Alguns
medidores rotativos podem requerer
inspees peridicos ou calibrao a
seco para detectar desgaste ou estrago
de mancais, falta de palhetas do rotor.
As placas de orifcio requerem poucas
inspees, quando se tem um fluido
limpo e a vazo dentro dos limites
razoveis de velocidade. Periodicamente,
elas devem ser inspecionadas, quando
so verificados:
1. dimenses do dimetro do orifcio,
2. planicidade da placa
3.estado do canto vivo do furo
4.estado do chanfro (se houver)
5. acabamento da superfcie
Com freqncia muito maior, devem
ser verificados os seguintes itens:
1. tomadas de impulso da presso
diferencial
2. parafusos, tampa e corpo do
transmissor d/p cell
3. braadeiras e suportes de
montagem
4. conjuntos distribuidores
Pesquisa de defeitos
No enfoque o medidor como se ele
estivesse quebrado!
Aps um medidor ser colocado em
operao, ele pode gerar um sinal
estvel mas este sinal pode no ser
correto. Mesmo se o sinal de vazo
parea ser correto, vrias razes podem
tornar desejvel verificar a preciso do
medidor.
Um sinal errtico de vazo pode ser
causado por sujeiras dentro do elemento
de vazo ou nas superfcies internas ou
por revestimento do sensor. Isto pode
tambm causar uma parada repentina do
sinal de vazo.
Vrias tcnicas de pesquisa de
defeitos de medidor de vazo so
disponveis, incluindo o seguinte:
1. Remoo, exame e substituio do
elemento de vazo (onde possvel)
2. Teste ou substituio do
transmissor de vazo, usado
especialmente onde o processo e
a tubulao so tais que o
7.5. Concluso
A medio de transferncia de
custdia comea com um contrato entre
as duas partes que especfica os dados
necessrios para escolher um sistema de
medio. Para se obter a medio mais
precisa requerida para minimizar
problemas do contrato, a calibrao,
manuteno e operao do sistema
devem ser controladas de modo que as
capacidades de preciso sejam
suplementados pela referncia a outros
captulos para um entendimento
completo das vantagens e limitaes dos
medidores individuais.
141
7. Medio da Vazo
Objetivos de Ensino
1. Conceituar vazo e as
instalaes industriais em
tubulao. Listar os principais
tipos de vazo. Mostrar o perfil da
velocidade dentro da tubulao.
2. Listar os principais distrbios na
vazo, como cavitao, flashing,
pulsao, golpe de arete.
3. Classificar os principais
medidores de vazo, quanto a
relao matemtica, tamanho
relativo do dimetro, fator K,
energia extrativa ou aditiva e
massa ou volume.
4. Apresentar os parmetros
considerados na seleo do
medidor de vazo, como custo,
funo, desempenho, geometria,
instalao, faixa de medio,
fluido, perda de carga,
dimenses, peso, tecnologia.
5. Listar os medidores favoritos,
como geradores de presso
diferencial, turbina, magntico,
deslocamento positivo, vortex,
rea varivel, alvo, ultra-som,
termal e coriolis.
1. Introduo
A medio da vazo essencial a todas
as fases da manipulao dos fluidos,
incluindo a produo, o processamento, a
distribuio dos produtos e das utilidades.
Ela est associada com o balano do
processo e est diretamente ligada aos
aspectos de compra e venda dos produtos.
A medio confivel e precisa requer uma
correta engenharia que envolve a seleo
do instrumento de medio, a sua
instalao, a sua operao, a sua
manuteno e a interpretao dos
resultados obtidos.
O conjunto formado pelo medidor e os
trechos da tubulao antes e depois do
medidor deve ser considerado globalmente
e no apenas o medidor isolado. Este
conjunto pode incluir retificadores de
vazo, reguladores do perfil da velocidade,
filtros e tomadas de medies.
A vazo de fluidos complexa e nem
sempre sujeita anlise matemtica exata.
Diferente do slido, os elementos de um
fluido vazando podem mover em
velocidades diferentes e podem ser
sujeitos a aceleraes diferentes.
Os trs conceitos mais importantes na
vazo de um fluido j foram vistos em
Mecnica dos Fluidos e so:
1. princpio da conservao da massa,
do qual desenvolvida a equao
da continuidade,
2. princpio da energia cintica, que d
origem a certas equaes da vazo,
3. princpio do momentum, que trata
das foras dinmicas exercidas
pelos fluidos da vazo.
142
Medio da Vazo
2. Conceito de Vazo
Quando se toma um ponto de
referncia, a vazo a quantidade do
produto ou da utilidade, expressa em
massa ou em volume, que passa por ele,
na unidade de tempo. A unidade de vazo
a unidade de volume por unidade de
tempo ou a unidade de massa por unidade
de tempo.
A vazo volumtrica igual ao produto
da velocidade do fluido pela rea da seo
transversal da tubulao.
A vazo mssica igual ao produto da
vazo volumtrica pela densidade do fluido
. Na prtica, como difcil a medio direta
da densidade do fluido e a composio dos
gases constante, usam se as medies
da temperatura e da presso para inferir a
densidade.
A partir da vazo volumtrica ou
mssica pode se obter a sua totalizao,
atravs da integral da vazo instantnea.
Outra dificuldade apresentada na
medio da vazo est relacionada com a
grande variedade de fluidos manipulados e
com o elevado nmero de configuraes
diferentes. Por isso, freqente na
medio da vazo o uso de extrapolaes
e de similaridades geomtricas, dinmicas
e cinemticas entre os diferentes modelos.
3. Vazo em Tubulao
Em aplicaes industriais de medio
da vazo, o mais comum se ter fluidos
em tubulaes fechadas. O caminho mais
empregado para transportar o fluido entre
dois pontos da planta a tubulao com
seo circular. O crculo fornece a maior
resistncia estrutural e apresenta a maior
rea transversal por unidade de superfcie
da parede. Por isso, a no ser que seja
dito diferente, as palavras tubo e tubulao
sempre sero referidas a um condute
fechado, com seo circular e com
dimetro interno constante.
Ocasionalmente so encontrados
conduites com seo transversal no
circular ou tubulaes com seo circular
porm no totalmente preenchidas pelo
fluido. Quando se calcula o nmero de
Reynolds, nestas situaes, utiliza se o
conceito de raio hidrulico, que a relao
entre a rea transversal da vazo e o
permetro molhado.
143
Medio da Vazo
do fluido que se move atravs da
tubulao e o atrito provocado pela
rugosidade da parede interna da tubulao
no fluido. Existem equaes tericas e
experimentais relacionando todos estes
parmetros.
Mesmo quando se usam as unidades mtricas,
comum usar a polegada para expressar o dimetro
nominal da tubulao. O tamanho nominal de
tubulaes iguais e maiores que 14" representa o
dimetro externa da tubulao e os tamanhos
nominais menores so aproximaes do dimetro
interno.
A espessura da parede da tubulao,
determinada pelo Schedule do tubo, pode
variar substancialmente para um
determinado dimetro da tubulao,
enquanto o dimetro externo permanece
constante. Como conseqncia, o dimetro
interno pode variar e por isso h bacos e
tabelas na literatura tcnica (Crane, por
exemplo) para a sua obteno. Em geral,
quando o nmero do Schedule aumenta, a
espessura da parede aumenta e o
dimetro interno diminui.
4. Tipos de Vazo
A vazo pode ser classificada de muitos
modos, tais como
1. laminar ou turbulenta,
2. ideal ou real,
3. compressvel ou incompressvel,
4. homognea ou com mais de uma
fase,
5. viscosa ou sem viscosidade,
6. regime estvel ou instvel,
7. rotacional ou irrotacional,
8. isentrpica, adiabtica, isotrmica,
9. vazo de Couette, Rayleigh ou
Stokes
Para cada vazo, h hipteses
simplificadoras e as correspondentes
equaes permitem a sua anlise. As
simplificaes se referem viscosidade,
densidade, presso, temperatura,
compressibilidade e energia em suas
diferentes formas. Sempre h aspectos
tericos e informaes experimentais.
Em qualquer situao existem trs condies:
1. a lei de Newton do movimento se
aplica para cada partcula em cada
instante,
2. a equao da continuidade vlida
b) Fluido viscoso
144
Medio da Vazo
A vazo laminar governada pela Lei
de Newton da viscosidade. Ela pode ser
considerada como a vazo em que toda a
turbulncia amortecida pela ao da
viscosidade. Por isso, os termos vazo
laminar e vazo viscosa so equivalentes.
A vazo laminar caracterizada por um
movimento suave e contnuo do fluido, com
pouca deformao. A vazo laminar
conseguida de vrios modos:
1. fluido com pequena densidade,
2. movimento em baixa velocidade,
3. pequenos tamanhos dos corpos como
os microrganismos nadando no mar ou
4. fluido com alta viscosidade, tais como
os leos lubrificantes.
A vazo laminar ocorre para vazes
com Re menor que 2.000.
Fig.7.4. Fluido dentro da tubulao:
(a) vrios filamentos
1. Vazo laminar
2. Incio da turbulncia
3. Vazo turbulenta
Fig. 7.5. Vazo laminar ou turbulenta
No caso de um corpo slido imerso em
fluido vazando, h uma turbulncia atrs
do corpo, resultando em uma fora de
arraste no corpo (drag).
Na vazo turbulenta as velocidades
locais e as presses flutuam
aleatoriamente de modo que as solues
do problema de turbulncia requer a
mecnica estatstica.
Os efeitos da viscosidade ainda esto
presentes na vazo turbulenta, mas eles
so geralmente mascarados pelas tenses
de cisalhamento turbulentas. A difuso, a
transferncia de calor e as tenses de
cisalhamento esto relacionadas
diretamente com a turbulncia. Turbulncia
145
Medio da Vazo
muito acentuada pode provocar a
separao da vazo.
Quando a gua bombeada atravs de
tubo em vazo muito elevada, a vazo se
torna turbulenta. Para uma determinada
presso aplicada, a vazo pode ser
aumentada muitas vezes, simplesmente
pela adio de uma pequenssima
quantidade (poucas partes por milho) de
um polmero de altssimo peso molecular
(maior que 1 milho). Este fenmeno
chamado de reduo do arraste e usado,
por exemplo, nas estaes de
bombeamento nos oleodutos do Alasca.
Erroneamente se pensa que mais fcil
medir vazes laminares. Na prtica
industrial e na natureza, a maioria das
vazes turbulenta e muitos medidores s
conseguir medir vazes com nmero de
Reynolds acima de um determinado limite,
tipicamente de 104.
146
Medio da Vazo
condutividade trmica ou eltrica no
afetam a massa do fluido cuja vazo est
sendo medida. Por exemplo, em
determinadas temperaturas e presses, a
gua slida, lquida ou gs. Qualquer
que seja o estado da gua, porm, 1,0
kilograma de massa de gua, gelo ou
vapor permanece exatamente 1,0
kilograma.
metro cbico
padro
metro cbico
medido
Massa direta
Mede Volume
e Densidade
Mede Volume e infere
Densidade medindo
P
T
t
W = Q = Q (P,T)
Fig. 7.7. Relao entre volume e massa
147
Medio da Vazo
variao da velocidade, em vazo de alta
velocidade, causa grande variao na
densidade do fluido.
A vazo do gs pode facilmente atingir
velocidades compressveis. Por exemplo,
dobrando a presso do ar de 1 para 2
atmosferas, pode-se ter velocidade
supersnica.
Para a vazo turbulenta de um fluido
incompressvel, o efeito da variao da
densidade na expresso da turbulncia
desprezvel. Porm, este efeito deve ser
considerado em fluido compressvel. O
estudo da vazo turbulenta de um fluido
compressvel requer a correlao das
componentes da velocidade, da densidade
e da presso
Os gases so compressveis e as
equaes bsicas da vazo devem
considerar as variaes na densidade,
provocadas pela presso e temperatura.
Para os fluidos compressveis, como os
gases e vapores, necessrio adicionar os
termos trmicos equao de Bernoulli
para obter uma equao que considere a
energia total e no apenas a energia
mecnica.
A vazo mssica de um fluido
compressvel em uma tubulao, com uma
dada presso de entrada, se aproxima de
uma determinada vazo limite, que no
pode ser excedida, por mais que reduza a
presso da sada.
A mxima velocidade de um fluido
compressvel em uma tubulao limitada
pela velocidade de propagao da onda de
presso que se desloca a velocidade do
som no fluido. Como a presso cai e a
velocidade aumenta ao longo da
tubulao, com rea da seo transversal
constante, a mxima velocidade ocorre na
extremidade final da tubulao. Se a queda
da presso muito alta, a velocidade da
sada atingir a velocidade do som. A
diminuio adicional da presso de sada
no sentida a montante porque a onda
de presso pode se deslocar, no mximo,
a velocidade do som. A queda de presso
adicional, obtida pela diminuio da
presso de sada aps se atingir a mxima
descarga ocorre alm do fim da tubulao.
Esta presso perdida em ondas de
choque e turbulncias do jato do fluido.
Pode se mostrar teoricamente que a
relao das presses antes e depois de
148
Medio da Vazo
de ar ou a rotao da gua entrando no
dreno de um vaso.
Uma vazo irrotacional se torna
rotacional quando a tubulao muda de
direo, formando ngulos de 90o.
H medidores de vazo, como o tipo
vortex e efeito Coanda que provocam
artificialmente vrtices para a medio do
valor da vazo.
Quando for indesejvel e geralmente o
, a rotao da vazo, usam-se
retificadores de vazo para eliminar os
redemoinhos.
149
Medio da Vazo
3. o gs perfeito e tem calores
especficos constantes,
4. a composio do gs no varia,
5. no h dispositivos no sistema que
entregue ou receba trabalho
mecnico e
6. a vazo em regime permanente.
A vazo que satisfaz estas hipteses
chamada de vazo de Rayleigh. Ela
particularmente aplicada no estudo de
aquecimento e resfriamento, quando so
relacionados a presso, a temperatura, a
densidade e o nmero de Mach do
sistema.
150
Medio da Vazo
W = 0,035KYd2Fa p
ou
Q = 0,035KYd2Fa
hw
onde
P a queda de presso no bocal
Y o fator de expanso do gs
Fa o fator de expanso termal da rea
hw a presso diferencial em coluna
d'gua
d o dimetro do bocal
a densidade do gs, nas condies
reais
K uma constante de calibrao
K=
C
1 4
onde
P3
< 0,8
P1
Este fenmeno s acontece com o
bocal. A vazo crtica no ocorre com a
placa de orifcio de canto reto, pois a
diminuio da presso a jusante sempre
faz a vazo aumentar. O bocal de vazo
usado como padro secundrio na
calibrao de medidores de vazo de
gases, pois ele pode gerar vazes
constantes e previamente calculadas pelo
seu formato. Tubos venturi de cavitao
(com melhor rendimento) ou orifcios de
restrio (com pequena preciso) so
usados como limitadores de vazo de
lquidos no caso de falhas a jusante do
sistema.
151
Medio da Vazo
(a) Laminar
(b) Turbulenta
5. Perfil da Velocidade
O termo velocidade, a no ser quando
dito diferente, se refere a velocidade mdia
em uma dada seo transversal e
expressa pela equao da continuidade
para uma vazo em regime:
v=
Q
A
v=
W
A
ou
152
Medio da Vazo
onde
XL a distncia para a vazo estar
totalmente desenvolvida,
Re o nmero de Reynolds,
D o dimetro interno da tubulao
H vrios critrios para definir quando a
vazo est totalmente desenvolvida:
1. queda da presso,
2. distribuio da velocidade mdia
3. quantidades turbulentas.
Porm, estes critrios do valores muito
diferentes; o critrio do gradiente de
presso estabelece 3 a 4D depois da
entrada da vazo, a velocidade mdia d
de 30 a 60 D e as quantidades turbulentas
do valores acima de 60 D. Geralmente, o
critrio adotado para o desenvolvimento
completo da vazo o ponto onde os
perfis da velocidade mdia no variam com
a distncia na direo da vazo.
6. Distrbios na Medio
A preciso estabelecida para a medio
da vazo baseada na vazo de regime
de um fluido newtoniano, homogneo, com
uma nica fase, com um perfil de
velocidade constante, com o coeficiente de
descarga obtido em uma tubulao com
extenso trecho reto.
Os desvios destas condies de
referncia afetam a medio e o medidor,
desde a introduo de erros de polarizao
at a destruio total do elemento sensor
de vazo.
6.1. Cavitao
Conceito
Pode se ferver o lquido de dois modos
distintos:
1. aumentando a sua temperatura e
mantendo constante a sua presso
ou
2. diminuindo a sua presso e
mantendo constante a sua
temperatura.
A cavitao a formao de cavidades
cheias de vapor dentro do lquido, causada
pela despressurizao do fluido em
movimento, quando ele passa por alguma
restrio e a presso reduzida a um valor
abaixo da presso de vapor do fluido, sem
variao da temperatura ambiente.
153
Medio da Vazo
presso reduzida e a gua se evapora,
formando bolhas. Se o pisto volta para a
posio anterior, aumentando novamente a
presso do cilindro, as bolhas se
condensam, entrando em colapso.
Repetindo este processo em alta
velocidade, como no caso de uma bomba
acionando gua, h a formao de bolhas
de vapor d'gua e colapso rpido destas
bolhas. Clculos tem mostrado que o
colapso rpido de bolhas produz ondas de
choque com altssimas presses (da
ordem de 60 000 psi). Foras to elevadas
podem produzir deformao plstica em
muitos metais.
c =
Figura: 7.11. Fenmeno da cavitao
A aparncia do estrago da cavitao
parecida com o pitting, exceto que as
reas de pitting so pouco espaadas e a
superfcie fica muito mais rugosa. O
estrago da cavitao atribudo tanto
corroso como eroso. Na corroso,
assumido que as bolhas em colapso do
vapor destroem a camada protetora da
superfcie que resulta em aumento de
corroso.
Este mecanismo mostrado
esquematicamente na Figura. Os passos
so os seguintes:
1. uma bolha de cavitao se forma no
filme protetor da superfcie
2. as bolhas entram em colapso e
destroem o filme
3. a superfcie nova do metal fica
exposta, se corri e o filme refeito
4. uma nova bolha de cavitao se
forma no mesmo ponto
5. a bolha entra em colapso e destri o
filme.
6. a rea exposta se corri e o filme se
refaz. A repetio deste processo
resulta em buracos profundos.
2gc (Pf 2 Pv 2 )
2
f V f 2
onde
Pf2 a presso esttica do fluido
Pv2 a presso de vapor do fluido
2
V f 2 a presso dinmica para iniciar a
cavitao e
gc uma constante de converso
dimensional.
Tipicamente o nmero de cavitao
varia entre 1,0 e 2.5 para obstrues
repentinas (placa, vortex, bocal) onde a
recuperao da presso abrupta. Para
elementos suaves (venturi, Lo Loss) o
nmero para iniciar cavitao varia de 0,2
a 0,5.
A cavitao quando intensa pode
destruir a tubulao, restringir a vazo,
arruinar o elemento primrio, produzir
vibraes nas estruturas e produzir nveis
de rudo inaceitveis.
Flacheamento (flashing)
O flashing ou flacheamento um
fenmeno anlogo a cavitao. H
cavitao quando o lquido se transforma
em vapor, quando a presso cai e depois,
o vapor volta para o estado lquido, quando
a presso volta a aumentar. No
flacheamento, o lquido se transforma em
vapor e permanece vapor, pois a presso
154
Medio da Vazo
recuperada ainda menor que a presso
de vapor do fluido.
Preveno da cavitao
A cavitao pode ser evitada
1. diminuindo as diferenas de presso
hidrodinmica nas tubulaes de
processo
2. diminuindo a temperatura do processo
3. aumentando a presso a montante do
equipamento sujeito cavitao
4. usando materiais mais resistentes
5. melhorando o acabamento das
superfcies de impelidores e propelentes
de bombas, pois desaparecem os
pontos de nucleao das bolhas
6. revestimento as superfcies com
borracha e materiais resilientes
7. proteo catdica, com a formao de
bolhas de hidrognio na superfcie do
metal que amortece a onda de choque
produzida pela cavitao.
A cavitao em medidores de vazo geralmente
remediada ou
1. pelo aumento da presso a
montante ou a jusante do medidor
2. pela diminuio da temperatura do
lquido para baixar suficientemente a
sua presso de vapor
3. no permitindo a formao de vazo
com duas fases.
NH =
Vf p
Q p
onde
V o volume do sistema (tubulao)
entre a fonte de pulsao e o
medidor
f a frequncia de pulsao,
Q a vazo volumtrica mdia
p a queda de presso mdia no
sistema da fonte de pulsao at o
medidor
p presso absoluta mdia no medidor
As unidades devem ser consistentes
para que o nmero seja adimensional. Se
o nmero NH maior que 2,0, o erro da
pulsao menor que 1%.
A ao corretiva para os efeitos das
vazes pulsantes depende se o fluido
incompressvel (lquido) ou compressvel
(gs). Para lquidos, possvel usar um
fator de correo. Para gases,
necessrio reduzir as pulsaes na fonte.
155
Medio da Vazo
Vlvula aberta
Vlvula fecha
rapidamente
Onda choque
Tubulao
Reao presso
Acumulador
Gs comprimido
Vazo do fluido
Vlvula fecha
rapidamente
Vlvula aberta
Tubulao
156
Medio da Vazo
A soluo usual para eliminar a
pulsao das vazes de lquido, a
instalao de uma cmara pulmo
(cushion) parcialmente cheia com gs ou
vapor entre a fonte de pulsao e o
medidor da vazo. Para as vazes de gs
ou vapor, os efeitos devidos a pulsao
so diminudos com o uso de elementos
primrios provocando presses diferenciais
baixas e com a relao beta elevada e com
processos com presso esttica elevada.
157
Medio da Vazo
6.4. Tubulao e Acessrios
A vazo em uma tubulao reta com
seo circular sofre uma queda da presso
ao longo da linha, dada pela equao de
Darcy-Fanning ou de Darcy-Weisbach.
H vrios parmetros da tubulao que
influem na perda de carga da vazo: o
material de que o tubo feito, o mtodo de
fabricao, o dimetro, o tratamento da
superfcie e a idade da tubulao.
A utilizao de trocadores de calor,
vlvulas, expanses, contraes,
conexes, curvas, cotovelos e tees
provoca quedas adicionais da presso.
Vlvulas
As vlvulas podem ser divididas em dois
grupos principais, quando se considera a
resistncia a vazo:
1. a vlvula globo, que apresenta grande
resistncia a vazo usada para
controle continuo e
2. a vlvula com disco gaveta que
representa uma pequena resistncia e
geralmente usada para abrir e fechar
158
1. Sistema de Medio
Um sistema de medio, incluindo o de medio de
vazo, constitudo de
1. elemento sensor
2. condicionador de sinal
3. apresentador de sinal
O elemento sensor ou primrio
geralmente est em contato direto com o
fluido (parte molhada), resultando em
alguma interao entre a vazo medida e a
sada do sensor. Esta interao pode ser,
mas no se restringe a
separao do jato do fluido,
acelerao,
queda de presso,
alterao da temperatura,
formao de vrtices,
induo de fora eletromotriz,
rotao de impellers,
criao de uma fora de impacto,
criao de momentum angular,
aparecimento de fora de Coriolis,
alterao no tempo de propagao
O condicionador de sinal tem a funo
de medir a grandeza fsica gerada pela
interao do sensor com a vazo do fluido
e transform-la em forma mais conveniente
para o display de volume, peso ou vazo
instantnea. O condicionador de sinal
finalmente ligado a um instrumento
receptor de display, como indicador,
registrador ou totalizador. Na medio de
vazo, o condicionador tambm
chamado de elemento secundrio.
As condies para a instalao
apropriada e a operao correta, os erros e
as outras caractersticas do elemento
primrio so independentes e diferentes
das caractersticas do elemento
secundrio, de modo que eles devem ser
tratados separadamente. O elemento
2. Tipos de Medidores
As classificaes dos medidores de
vazo se baseia somente no tipo do
elemento primrio ou no princpio fsico
envolvido.
Os medidores de vazo podem ser
divididos em dois grandes grupos
funcionais:
1. medidores de quantidade
2. medidores de vazo instantnea.
Os medidores de vazo podem ser
ainda classificados sob vrios aspectos,
como
1. relao matemtica entre a vazo e o
sinal gerado, se linear ou no-linear;
2. tamanho fsico do medidor em
relao ao dimetro da tubulao,
igual ou diferente;
3. fator K, com ou sem
4. tipo da vazo medida, volumtrica ou
mssica,
5. manipulao da energia, aditiva ou
extrativa.
Obviamente, h superposies das
classes. Por exemplo, a medio de vazo
com placa de orifcio envolve um medidor
de vazo
volumtrica instantnea,
159
160
161
3.
4.
5.
6.
7.
8.
162
Totalizador
Sinal
Analgico
Contador
Integrador
Totalizador
Sinal
Digital
Contador
Conversor
D/A
Registrador
Sinal
Analgico
Controlador
Controlador
Sinal
Analgico
Indicador
Sinal
Digital
Indicador
163
3.5. Geometria
3.4. Desempenho
A preciso do medidor inclui a
repetitividade, reprodutitividade,
linearidade, sensibilidade, rangeabilidade e
estabilidade da operao. A exatido do
medidor se refere calibrao e
necessidade de recalibraes ou aferies
freqentes.
Existem medidores cuja preciso
expressa pelo fabricante como
percentagem do fundo de escala, como
percentagem do valor medido ou como
percentagem da largura de faixa. A
preciso expressa pelo fabricante vlida
apenas para o instrumento novo e nas
condies de calibrao. A preciso total
da malha a resultante da soma das
precises do elemento sensor, do
elemento secundrio, do instrumento
receptor, dos padres de calibrao
envolvidos e das condies de calibrao.
Geralmente, quanto mais preciso o
instrumento, mais elevado o seu custo. O
medidor mais preciso a turbina medidora
de vazo, usada como padro de
calibrao de outros medidores. Porm, o
mesmo tipo de medidor pode ter diferentes
precises em funo do fabricante, projeto
de construo e materiais empregados.
3.6. Instalao
A instalao do medidor inclui todos os
acessrios, tomadas, filtros, retificadores,
suportes e miscelnea do medidor. Antes
de escolher o medidor, deve-se avaliar a
facilidade da instalao na tubulao j
existente, a simplicidade da operao
futura e a possibilidade de retirada e de
colocao do medidor sem interrupo do
processo.
Todo medidor de vazo deve ser
montado em local de fcil acesso para o
operador de campo do processo e
principalmente, para o instrumentista
reparador. Quando a retirada do medidor
no pode afetar a operao do processo,
deve-se prover um bypass para o medidor.
Medidores de vazo para compra e venda
de material no deve ter by pass.
disponvel dispositivo para retirar e colocar
placa de orifcio na tubulao, sem
164
3.8. Fluido
As caractersticas qumicas e fsicas do
fluido que entra em contato direto com o
medidor: corrosividade, viscosidade,
abrasividade, slidos em suspenso, valor
e perfil da velocidade so determinantes
na escolha do medidor de vazo e dos
seus materiais constituintes.
165
3.10. Tecnologia
A tecnologia empregada est associada
manuteno, tradio e nmero de peas
de reposio. uma boa prtica de
engenharia padronizar um medidor de
vazo, pois isso facilita a manuteno e
diminui o nmero de peas de reposio.
Nota-se que os medidores base de
energia extrativa so mais numerosos e
mais usados que os medidores de energia
aditiva. No Brasil, h medidores que
tiveram um bom trabalho de marketing e
so muito vendidos, como o medidor
mssico coriolis. Outros medidores, com
excelente desempenho, como o tipo
vortex, so pouco conhecidos e pouco
usados.
166
Apostilas\VazaoMed
SelecaoMedidor.doc
167
operacionais
fsicas
fluido
gs/vapor
lquido
faixa de
medio
vazo mxima
vazo trabalho
vazo mnima
dimetro tubulao
facilidade instalao
condies a montante
tubulao parcialmente
cheia
Nmero de
Reynolds
PROPRIEDADE
corrosivo
sujo
abrasivo
2 fases
temperatura
viscosidade
densidade
no newtoniano
condutividade
presso
SELEO DO
MEDIDOR
calor especfico
Fig. 8.4. Consideraes para a seleo do medidor de vazo
168
MEDIO
CONTROLE
MASSA
DIRETA
INSTANTNEA
VOLUME
INFERIDA
CONDIES
OPERAO
FSICAS
Coriolis
Termal
Momentum
ENERGIA
EXTRATIVA
ENERGIA
ADITIVA
Gerador de p
(placa, venturi)
Magntico
Snico
Gerador pulso
(turbina, vortex)
Termal
Deslocamento
CUSTO ($)
Compra
Instalao
TCNICAS
ESPECIAIS
Deflexo
Bypass
Correlao
DESEMPENHO
Preciso
Linearidade
Rangeabilidade
Operao
Calibrao
Manuteno
Perda de carga
Resoluo
169
170
1. Introduo histrica
O estimulo do uso do medidor de
vazo gerador de presso diferencial se
deve a vrios fatores: a simplicidade de
confeco, a possibilidade de medir
grandes volumes de fluidos a grandes
velocidades, a fcil adaptao ao
controle de vazes em processos
contnuos, a facilidade de calibrao sem
a necessidade de outro medidor de
vazo como referncia, ao grande acervo
de dados e coeficientes experimentais
acumulados e registrados.
O sistema de medio de vazo com
a gerao de presso diferencial usado
para indicar, registrar, integrar, controlar
e fazer a compensao da vazo. O
sistema baseado na presso diferencial
corresponde a mais de 50% das
instalaes de medio de vazo.
O registro da primeira aplicao da
medio e controle de vazo com o
gerador da presso diferencial se perde
na antigidade. Antes da era crist, os
romanos usavam a placa de orifcio para
a medio da vazo da gua de
consumo.
O desenvolvimento do projeto e a
teoria atual so mais recentes.
Em 1732, Henry Pitot inventou o tubo
Pitot.
1738 John Bernoulli desenvolveu o
teorema bsico das equaes
hidrulicas.
171
(a) Concntrica
(b) Segmental
(c) Excntrica
2. Princpio de Operao e
Equaes
Os medidores de vazo que geram
presso diferencial so descritos pela
equao de Bernoulli, que estabelece
que a soma da energia esttica, da
energia cintica e da energia potencial do
fluido se conserva na vazo atravs de
uma restrio em uma tubulao e pela
continuidade.
a densidade do fluido
g acelerao da gravidade do local
v a velocidade do fluido
z a elevao da tubulao
P a presso esttica da tubulao
A equao da continuidade fornece a
relao entre a velocidade e vazo
instantnea de um fluido incompressvel.
Quando a rea da tubulao varia de A1
para A2, a velocidade do fluido tambm
se altera de v1 para v2, valendo a
seguinte relao:
Q = A1 v1 = A 2 v 2
onde
Q a vazo volumtrica instantnea
A1 e A2, so as reas das sees
transversais da tubulao
v1 e v2 so respectivamente, as
velocidades do fluido nas sees A1 e
A2.
Quando um fluido dentro de uma
tubulao com seo circular A1 passa
por uma restrio com rea A2 menor, a
velocidade aumenta de v2 para v1. Este
aumento de energia cintica (velocidade)
ocorre s custas da diminuio da
energia de presso. Ou seja, a presso
P1 menor que P2.
172
T1Z1
p1G
Como
1 D
Q2
P1 P2 = 1
2 d
A 12
onde
A a rea da seo transversal da
tubulao
P a presso diferencial gerada pela
placa
a densidade do fluido
k uma constante que faz ajustes
devidos a
1. unidades das dimenses,
2. comportamento e perdas do fluido
3. coeficiente de descarga
4. localizao das tomadas de
presso
5. condies de operao
6. fator de expanso dos gases
Qb = Q1
288,16
p1
1,033 222 6 T1Z1
tem-se
hw 1
GT1Z1
W = kA P
ou de um modo mais completo
1 = 0,341 85
p1G
T1Z1
tem-se
p1G
p
T1Z 1
= CE = coeficiente de
1 4
vazo
C = coeficiente de descarga
173
Horizontal
placa orifcio
Tubo 3/8
Vlvulas
Fig. 9.4. Sistema de medio com placa
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
placa de orifcio
tubo venturi
tubo pitot
cotovelo
loop
(f)
bocal
174
4. Placa de Orifcio
A placa de orifcio o elemento
primrio de vazo do tipo restrio mais
usado. Ela aplicada na medio de
vazo de lquidos limpos e de baixa
viscosidade, da maioria dos gases e do
vapor d'gua em baixa velocidade.
Embora simples, a placa de orifcio
um elemento de preciso satisfatria. O
uso da placa de orifcio para a medio
da vazo legalmente aceita em
medio de vazo para transferncia de
custdia (AGA No 3 e ISO 5167), mesmo
em aplicaes comerciais de compra e
venda de produto.
175
Face a jusante B
ngulo do
chanfro
Espessura e do orifcio
D
Vazo
Lados G
176
Igual a r
177
178
Flange
As distncias a montante e a jusante
so iguais entre si e iguais a 1". a
montagem aplicvel para as tubulaes
com dimetro maiores que 25 mm (1").
a montagem mais usada no Brasil.
Canto
As tomadas so feitas rente a placa;
as distncias so iguais a zero. Esta
montagem conveniente para pequenas
tubulaes. Fisicamente se mede a
presso junto a placa mas externamente
as tomadas so feitas atravs das
flanges, como na tomada tipo flange.
Raio
A distncia a montante de D e a
jusante, de 0,5D.
A posio das tomadas independe do
beta da placa. uma montagem muito
pouco usada.
Vena contracta
A mxima presso gerada no
acontece exatamente na posio de
orifcio mas em um ponto logo aps a
placa, chamado de vena contracta.
Teoricamente, este o ponto ideal para a
medio da presso diferencial, pois se
tem o menor erro relativo.
Na prtica, isso no muito vantajoso,
pois o ponto de mnima presso varia
com o beta da placa. Quando se troca a
placa de orifcio, a tomada a jusante deve
ser recolocada. O ponto de tomada a
jusante dado por curvas e tabelas
disponveis.
179
Pp = P(1 2 )
Por exemplo, para uma placa com
canto reto e para os limites 0,25 < b <
0,75, os limites da perda de carga
permanente ficam entre,
respectivamente, 94 e 44% da presso
diferencial provocada.
180
Rangeabilidade do medidor
Define-se como rangeabilidade de um
medidor, a relao do mximo valor
medidor dividido pelo mnimo valor
medidor, com o mesmo desempenho. A
rangeabilidade inerente a relao
matemtica que envolve a varivel de
processo medida com a grandeza
fisicamente sentida.
Tab. 9.1. Algumas incertezas da medio com
placa
Preciso do transmissor
Preciso do receptor
Tolerncia do b
Incerteza da medio da presso
Incerteza da medio da temperatura
1,0 %
1,0 %
0,2 %
0,75%
0,75%
0,5 %
0,5 %
4,45%
Preciso-Incerteza final
Nota: Algumas incertezas so expressas em % do
valor medido e outras em % do fundo de
escala e por isso a incerteza final em % do
fundo de escala.
181
182
onde
E=
1
1 4
183
4.9. Dimensionamento do da
Placa
Atualmente, o dimensionamento da
placa de orifcio feito atravs de
programas de computador PC (p. ex.,
ISA Kenonic, verso 3). Para se estimar
o aproximado da placa, usa-se rgua
de clculo especfica , bacos ou
programas shareware de fabricantes.
Dimensionar uma placa calcular o
seu , que a relao entre o dimetro
do furo interno e o dimetro interno da
tubulao. Tem-se:
=d/D
O o parmetro mais significativo
da placa de orifcio. Tipicamente, o
deve estar entre 0,15 e 0,75 para lquido
e 0,20 e 0,70 para gases e vapores.
Quanto menor o , maior a presso
diferencial gerada. Como vantagem,
mais fcil a deteco desta presso
diferencial e como desvantagem, tem se
grande perda de carga permanente.
Quanto maior o , menor a presso
diferencial gerada. Como vantagem, tem
se menor perda de carga permanente na
tubulao e portanto menor custo e
menor energia de bombeamento e como
desvantagem tem se a dificuldade de se
detectar as pequenas faixas de presso
diferencial.
Filosofia de dimensionamento
Na medio de vazo h duas
filosofias bsicas relacionadas com o
dimensionamento da placa:
1.
arbitra se uma presso diferencial,
geralmente em valores inteiros e
convenientes, p. ex., 0 a 2500 mm
(100") ou 0 a 200 mm (50") H2O e
calcula se a relao da placa,
aplicando se os fatores de correo
por causa das incertezas dos dados
de vazo. Esta opo mais
conveniente para o pessoal de
manuteno e de instrumentao,
pois as faixas de calibrao so
padronizadas e com valores inteiros.
Todas as placas de orifcio podem
ser dimensionadas para produzir a
mesma presso diferencial,
permitindo a padronizao do
elemento sensor ou da calibrao do
transmissor de presso diferencial
2.
constri se a placa de orifcio com
relao conveniente, geralmente
0,500 ou 0,600 e se calcula a faixa
de presso diferencial para a
calibrao do transmissor. Esta
alternativa mais conveniente para o
pessoal que constri a placa. Alis,
esta opo permite que se tenha
placa de orifcio j pronta, em
estoque.
De modo a se calcular o dimetro do
furo do elemento primrio, deve se
conhecer o coeficiente de descarga. A
no ser que o coeficiente seja constante,
como no caso do tubo venturi, o
coeficiente de descarga uma funo do
dimetro do furo. Para a vazo do gs, o
fator de expanso tambm funo do
furo. Assim, requerida uma soluo
iterativa para a determinao do furo do
elemento primrio, de modo que a vazo,
tamanho da tubulao e a presso
diferencial satisfaam a equao terica.
184
P" c.a.
1,0
Ppsia
Quando no se conhece a vazo de
projeto, deve-se assumi-la igual a 80%
da vazo mxima. A presso diferencial
assumida deve ser de 0 a 100" c.a. (25
kPa)
2. Calcular o nmero de Reynolds na
vazo de projeto e nas condies de
operao, para garantir que ele seja
maior que os mnimos especificados.
Tab. 9.2. Nmeros de Reynolds mnimos
Elemento
Placa
Venturi
Lo-loss
Lquido
RD10 000
RD100 000
RD100 000
Gs (vapor)
RD10 000
RD10 000
RD10 000
3. Calcular o fator de
dimensionamento na vazo de projeto e
nas condies de operao:
Vazo mssica para Lquido
SM =
W
NFaD2 Fp P
SM =
W
NFaD
SM = Q
Fp
NFaD2 P
P
0,04
P
185
SM = Q
C = C +
NFaD2 P
SM = W
ZbFg
NFaFpvFtf D2 P Pf
SM = Q
Ftf Fpv Pf
NFaFgFtf Z bD
C Y 2
1
= 1 +
S
M
C = k 1 + k 2 SM
k + k S 2
2 M
o = 1 + 1
S
M
2
k
1
o = 1 +
+ k 2
SM
b
RDn
14
RD<200 000
2
0,6
o = 1 +
+ 0,06
SM
d = D
5. AGA Report No 3
14
RD>200 000
0,6 2
o = 1 +
SM
14
compressibilidade, calcular o
186
d o dimetro do orifcio,
Ko o coeficiente de vazo quando o
nmero de Reynolds do orifcio infinito.
Tem-se:
Q v = C' h w Pf
Ko =
com
Ke
15E
1+
d(10 6 )
B=
530
D
K e = 0,5993 +
0,007
0,076 4
1
+ 0,41,6
+ 0,364 +
D
D
D
0,5
0,07 + D
5 /2
0,034
3/2
0,009 +
(0,5 )
65
+ 2 + 3 [ 0,7 ]5 / 2
D
onde
Rd =
E
Rd
Vf d
12
onde
a viscosidade do gs natural, 0,000 006 9 lb/ft
187
= 2,702
h w Tf
Pf G
Pf G
(Fpv )2
Tf
R d = (3,630 10 5 )dK
h w Pf G
(Fpv )2
Tf
onde
E
K = K o 1+
Rd
K e Rd podem ser determinados por clculo iterativo.
Porm, um valor mdio de K ou de Ko em lugar de K,
pode ser usado na equao, com boa preciso.
x1 =
Pf 1 Pf 2
hw
=
27,707Pf 1
Pf 1
Fpb = 14,73/pb
onde
Y2 = Y1
1 x1
Y2 = (1 + x 2 ) (0,41 + 0,35 4 )
onde
x2
k 1+ x 2
onde
188
Q h = C"
h w Pf
Tf
q m = N1CdE v Yd 2 t,p P
A vazo volumtrica instantnea nas
condies base (padro) dada por:
Qv =
Fgr =
1
Gr
onde
5.8. Fator de
supercompressibilidade, Fpv
Fpv =
1
Z
qm
b
onde
Cd o coeficiente de descarga da
placa
d = o dimetro do orifcio calculado
temperatura real de vazo
p a presso diferencial na placa
Ev o fator da velocidade de
aproximao
N1 um fator de converso de
unidades
qm a vazo mssica instantnea
t,p a densidade do fluido na
condio real da vazo (Pf, Tf)
b a densidade do fluido nas
condies base
Y fator de expanso
Qv a vazo volumtrica instantnea
na condio base
Re D
0,7
+ (0,0210 + 0,0049 A ) 4 C
189
8,5L1
0,1145 e
6,0L1
](1 0,23 A )B
Re D =
Tambm,
B=
4
1 4
D
M1 = max 2,8
;0,0
N4
Re D =
2L 2
M2
1
4q m
D
N2 qm
D
onde
19,000
A =
ReD
10 6
C=
Re D
0,8
0,35
onde
Ev =
1
1 4
= d/D
onde
190
d = dr [1 + 1 (Tf Tr )]
onde
D = D r [1 + 2 (Tf Tr )]
2 = coeficiente linear de expanso
termal para o material da tubulao
D = dimetro do furo da placa
calculado nas condies da vazo (Tf)
Dr = dimetro interno da tubulao
calculado na temperatura de referncia
(Tr)
Tf = temperatura do fluido na
condies da vazo
Tr = temperatura de referncia do
dimetro interno da tubulao
Nota: 1, 2, Tr e Tf devem estar em
unidades consistentes. Para a norma, Tr
assumido como 68 oF (15,0 oC).
Material
Ao inoxidvel 304, 316
Monel
Ao carbono
Coeficiente linear,
0,000 009 25
0,000 007 95
0,000 006 20
Y=
C d1
C d2
onde
0<
P
< 0,20
N3Pf 1
0,8 <
Pf 2
< 1,0
Pf 1
onde
191
Y2 = Y1
ou
Y1 = 1 (0,41+ 0,354 4 )
x1
k
P
x1 =
N3Pf 1
Quando for medida a presso esttica
a montante,
P
x1 =
N3Pf 1 + P
onde
P = presso diferencial atravs do
orifcio
k = expoente isentrpico
N3 = fator de converso de unidades,
27,707 se P em polegadas H2O
Pf1 = presso esttica na tomada a
montante, psia
Pf2 = presso esttica na tomada a
montante, psia
x1 = relao da presso diferencial
para a presso esttica absoluta
na tomada a montante
x1/k = relao acstica a montante
Y1 = fator de expanso baseado na
presso esttica medida na
tomada a montante da placa
Pf 1Z f 2
Pf 2 Z f 1
x P Z
Y2 = 1 (0,41 + 0,35 4 ) 1 f 1 f 2
k Pf 2 Z f 1
x1 =
P
N3Pf 1
x1 =
P
N3Pf 1 + P
onde
P = presso diferencial atravs do
orifcio
k = expoente isentrpico
N3 = fator de converso de unidades,
27,707 se P em polegadas H2O
Pf1 = presso esttica na tomada a
montante, psia
Pf2 = presso esttica na tomada a
montante, psia
x1 = relao da presso diferencial
para a presso esttica absoluta
na tomada a montante
x1/k = relao acstica a montante
Y1 = fator de expanso baseado na
presso esttica medida na
tomada a montante da placa
Y2 = fator de expanso baseado na
presso esttica medida na
tomada a jusante da placa
Zf1 = compressibilidade do fluido na
tomada de presso a montante
Zf2 = compressibilidade do fluido na
tomada de presso a jusante
192
7.2. Mtodo 2:
Supercompressibilidade atravs da
AGA Report No 8
B
n
D +
D
3
Fpv =
0,00132
1+
3,25
onde
B=
Tf = temperatura da vazo, oR
Padj = presso ajustada para a
equao Fpv, psig
Tadj = temperatura ajustada para a
equao Fpv, oF
Fpv pode tambm ser determinado e
interpolado das tabelas da NX-19, que
so dadas para uma faixa de temperatura
e presso ajustadas para gs
hidrocarbono de densidade relativa de
0,6.
E pode ser calculado pelas seguintes
formulas de acordo com a faixa de
aplicabilidade.
3 mn 2
9m 2
Fpv =
onde
Padj + 14,7
1000
Tadj + 460
500
Z:
Padj =
156,47Pf 1
160,8 7,22Gr + (Mc 0,392Mn )
Tadj =
226,29Tf
460
99,15 + 21,9Gr (Mc + 1,681Mn )
D = b + b2 + B3
Zb
Z
1
3
9n 2mn 3
E
b=
3
54m
2m 2
onde
Gr = densidade relativa do gs
(gravidade especfica)
Mc = percentagem molar de CO2
Mn = percentagem molar de N2
Pf1 = presso esttica, psig
Z=
P
dRT
+ A 1RTd3 (1 + A 2 d2 )e A 2d
onde
Z = fator de compressibilidade do gs
P = presso absoluta
R = constante universal dos gases
T = temperatura absoluta
d = densidade molar do gs
193
8. Sensor de P
A placa de orifcio gera a presso
diferencial proporcional ao quadrado da
vazo medida. Deve se, depois, medir e
condicionar esta presso diferencial
gerada para completar o sistema de
medio da vazo. Os instrumentos mais
usado para medir a presso diferencial
so o transmissor de vazo e o
diafragma.
Esquema de funcionamento
194
(a) Foxboro
(b) Rosemount
Fig. 9.20. Transmissor de presso diferencial
195
196
197
198
199
Outras Caractersticas
Em alguns casos, pode ser necessrio
instalar um dreno ou um vent na
tubulao imediatamente antes do tubo
venturi para possibilitar a remoo de
depsitos ou gases. Estes furos devem
estar normalmente fechados,
especialmente quando a medio
importante.
O ngulo do cone divergente de sada
pode ser da ordem de 15o, mas a perda
de presso total ser a maior possvel.
Porem, um cone de 7o pode ser
encurtado na extremidade a jusante
(downstream), ou seja, truncado por
cerca de 35% do comprimento normal
com apenas um pequeno efeito na perda
de presso.
As relaes de dimenses mostradas
na Fig. 2 so as recomendadas quando o
cone de entrada convergente tem uma
superfcie sem acabamento. As
propores para os tubos com o cone de
entrada com acabamento ou com a
entrada com folhas metlicas soldadas
so ligeiramente diferentes. Porm,
parece fora de dvida que as pequenas
diferenas dimensionais causam efeitos
significativos na medio da vazo. Para
estar seguro, o caracter da superfcie do
cone de entrada tem um efeito, como o
raio de curvatura entre o cone de entrada
e a seo da garganta.
Os cones de entrada e de sada
possuem flanges, para possibilitar a
conexo do tubo venturi tubulao.
Fator de Expanso
O fator de expanso a ser usado com
os tubos venturi quando medindo fluidos
compressveis so os mesmos usados
com os bocais de vazo, dados pelas
Tab. 6 e 7.
Coeficientes de Descarga
O coeficiente de descarga constante
para nmeros de Reynolds da tubulao
maiores que 2105. Para tubos venturi
com dimetros pequenos e com entradas
acabadas, a curva de coeficiente de
descarga pode ser usadas para
aplicaes com nmeros menores.
Para um tubo venturi clssico com um
cone de entrada sem acabamento,
C = 0,984 0,70%
200
C = 0,995 1,00%
quando
2" (50 mm) <= D <= 10" (250 mm)
0,4 <= b <= 0,75
2 x 105 <= RD <=2 x 106
Para tubos com o cone de entrada
com folhas metlicas soldadas e sem
acabamento, tem-se
C = 0,985 1,50%
quando
8" (200 mm) <= D <= 48" (1200 mm)
0,4 <= b <= 0,70
2 x 105 <= RD <=2 x 106
Tubo Venturi Universal
O tubo venturi universal proprietrio
(BIF - General Signal Corp.) um
medidor projetado para reduzir o
comprimento total, retendo a
recuperao da presso e a constncia
do coeficiente de descarga do venturi
clssico. O seu formato hidrulico
mostrado na Fig. 3.
O fabricante garante uma exatido de
0,5% para o coeficiente de descarga,
com tubo no calibrado e para nmeros
de Reynolds maiores que 7,5 x 104.
Dimensionamento
O programa da ISA Kenonic verso
2.26 determina um dos trs parmetros
do tubo venturi: , P e vazo mxima. O
mais comum construir o tubo venturi
(), conhecer a vazo mxima do
processo e o programa determina a
201
W = 244 hRD 3
onde
h=
W2
59,53rD3
202
Pt = P + Pv
onde
203
Calibrao
O tubo pitot deve ser calibrado
segundo procedimentos especficos
definidos pelos laboratrios nacionais (p.
ex., NIST). O medidor montado em um
suporte que pode se mover atravs do ar
estagnante em uma velocidade
conhecida. Coloca-se uma fumaa para
verificar a ausncia de turbulncia.
onde
vp a velocidade de aproximao ao
ponto do sensor,
g a acelerao da gravidade do local
Para um gs perfeito compressvel e
com P/g constante
2
Pt P = Pv =
( 1) Pv p
2g
vp = C
(Pt P)
DeltaP.doc
204
LINHA N.
DIM. INT. DA LINHA
MTODO DE CLCULO
FLUDO
ESTADO
VAZO MXIMA / MNIMA
VAZO NORMAL
Condies
PRESSO
de
TEMPERATURA
Operao
Placa
MATERIAL
ESPESSURA DA PLACA
ESPESSURA DO CHANFRO
TIPO
DRENO OU RESPIRO
FORNEC. COM A PLACA
TIPO
Flanges
MATERIAL
CLASSE E FACE
DIMETRO DAS TOMADAS
LOCAL DAS TOMADAS
205
TAG
FE-9193(ANTIGA FE-
FE-9195(ANTIGA FE-
193)
195)
DESCARGA B-910.03
VAPOR P/ U-910
AGR P/ U-910
102,2604 mm /4 sch40
154,051mm/ 6 sch40
MTODO DE CLCULO
SPINK
SPINK
SPINK
4 AQ-91201-42A-CC
4 VA-91201-22A-CC
6 - AJ-91201-12A
FLUDO
GUA QUENTE
VAPOR DAGUA
GUA DE RESFRIAM.
ESTADO
LQUIDO
VAPOR
LQUIDO
VAZO NORMAL
70 M3/H
2,5 TON/H
150 M3/H
PRESSO
14 KG/CM2A
14 KG/CM2A
4,8 KG/CM2A
SERVIO
FE-9118
VAZO MXIMA/MNIMA
Condies
TEMPERATURA
de
Operao
30/166 C
195 C
30 C
920 kg/m3
7,2 kg/m3
996 kg/m3
0,2 cp
0,02 cp
18
FATOR COMPRESSIBILIDADE
Placa
QUALID. DO VAPOR
100 %
Cp/Cv
1,3
3750 MMCA
2500 MMCA
3750 MMCA
VAZO DE CLCULO
0-100 M3/H
4 TON/H
200 M3/H
0,72857292
0,5947
0,70620054
DIM. DO ORIFCIO
74,50415 MM
60,7712 MM
108,7909 MM
MATERIAL
AI 316
AI 316
AI 316
TIPO
CONCNTRICA
CONCNTRICA
CONCNTRICA
DRENO OU RESPIRO
SIM
SIM
NO
NO
FLANGE EXISTENTE
NO
MATERIAL
AO CARBONO
AO CARBONO
AO CARBONO
CLASSE E FACE
300 # RF
300 # RF
300 # RF
1 /2 NPT
1 /2 NPT
1 /2 NPT
NO FLANGE
NO FLANGE
NO FLANGE
FABRICANTE OU SIMILAR
ESPESSURA DA PLACA
ESPESSURA DO CHANFRO
Flanges
TIPO
206
Caractersticas do medidor
Temperatura de Operao:
-50 a +150 oC, padro
-200 a +450 oC, especial
Presso de Projeto:
at 1.500 psig, padro,
at 5.000 psig, especial
Sinal de Sada
Frequncia linear com a vazo
Fluidos
Lquidos limpos e gases (medidores
diferentes)
Desempenho
Linearidade: 0,25% do valor medido
Repetibilidade: 0,02% do ponto
Rangeabilidade: 10 :1 normal
100:1, projeto especial
Materiais de Construo
Ao inoxidvel (default)
Variedade de ligas especiais
Custo
Fornecedores:
Barton ITT Process Instruments & Control, Inc.
Bopp & Reuther GmbH
Brooks Instrument, Div. Emeson Electric Co.
Cox Instruments, Div. da Lynch Co.
Daniel Industries, Inc.
EGG Flow Technology, Inc.
Fischer & Porter Co.
Foxboro Co.
Hoffer
Kent Process Control, Inc.
Smith Meter Systems, Div. da Geosource Inc.
Yokogawa
Objetivos de Ensino
1. Mostrar os principais tipos de turbina
medidora de vazo: convencional,
tangencial e de insero.
2. Apresentar as caractersticas,
princpio de funcionamento, partes
constituintes, exigncias do fluido,
desempenho e dimensionamento da
turbina.
3. Mostrar os principais cuidados de
instalao e manuteno do
sistema.
207
2. Tipos de Turbinas
208
Instalao
H vrios fatores a considerar na
instalao da turbina de insero como:
local, alinhamento, profundidade de
insero e orientao do probe.
Antes da instalao, a turbina deve ser
manuseada com cuidado, como exige um
equipamento de preciso. A queda da
turbina no cho pode danificar o conjunto
de suporte ou o rotor. A injeo de ar
comprimido para fins de limpeza quase
certamente destri os internos da turbina.
Qualquer deformao do conjunto do rotor
causa variao na calibrao e como
conseqncia, erros na medio.
Palhetas
Fig. 10.3. Princpio de funcionamento da turbina
tangencial
Fig. 10.4. Turbina de insero
Alinhamento
O eixo do rotor deve estar alinhado com
o eixo da tubulao para se ter a medio
precisa. O alinhamento aumenta ou diminui
a sada da turbina para a mesma
velocidade da vazo. O probe no pode
ser girado para se obter a mxima sada
para fins de alinhamento, desde que o
efeito de tal rotao no simtrico (como
ocorre com o pitot). Algumas turbinas de
insero so projetadas de modo que o
alinhamento seja mantido
automaticamente, durante todo o tempo.
209
Profundidade da Insero
A posio em que o rotor da turbina de
insero colocado na linha critica.
Qualquer que seja a posio escolhida, o
probe deve ser localizado precisamente
para se obter leitura precisa da vazo
volumtrica inferida.
Quando a turbina de insero usada
para determinar a vazo volumtrica,
devem ser feitos ajustes, por causa de
suas limitaes fsicas, como:
1. o probe obstru uma poro do jato
da vazo, fazendo a velocidade aumentar
no ponto onde a medio est sendo feita
e
2. a velocidade da vazo no
constante atravs do jato da vazo, de
modo que a relao entre a velocidade
sentida pelo probe e a velocidade mdia
na linha fica desconhecida.
H limitaes que prejudicam o
desempenho da turbina de insero,
aumentando a impreciso tpica de 2% do
fundo de escala para 50% do fundo de
escala. A repetibilidade da turbina de
insero excelente e geralmente da
ordem de 0,1% e se mantm mesmo
quando est mal instalada e ela
apropriada para o controle.
Obstruo
Para se corrigir o efeito da obstruo da
vazo pelo probe, aplica-se a relao da
continuidade:
210
. Turbina Convencional
O medidor de vazo tipo turbina mais
usado o que utiliza o rotor com eixo
longitudinal a vazo, com bitola integral,
com dimetro aproximadamente igual ao
da tubulao.
211
212
213
214
Turbina para gs
O torque fornecido pelo gs menor
que o do liquido e por isso a turbina para a
medio de gs caracterizada por um
eixo do rotor mais volumoso, usado para
criar um efeito venturi, diminuindo a rea
de passagem e aumentando a velocidade
de entrada do fluido no rotor.
Como o gs oferece menos resistncia
a vazo que o liquido, pois sua viscosidade
muitssimo menor, nas mesmas
condies de contorno, passa na tubulao
uma vazo de gs maior do que de liquido
. Tipicamente, uma turbina de gs
projetada para passar 7,48 vezes mais gs
do que liquido, para o mesmo dimetro.
(7,48 o nmero de gales de 1,00 ft3).
A turbina de gs possui geometria e os
internos diferentes da turbina de liquido. As
lminas do rotor da turbina de gs tem
menor grau de elevao, para que o rotor
gire na mesma velocidade.
Se uma turbina para liquido usada
para medir gs, a maior vazo volumtrica
do gs ir provocar super velocidade no
rotor e poder destrui-la. Na prtica, o
que pode acontecer quando uma turbina
para liquido lavada com vapor d'gua. Se
uma turbina para gs usada para medir
liquido, a combinao do menor ngulo de
inclinao e a menor vazo volumtrica
produz um torque de acionamento
pequeno, girando o rotor em velocidade
muito baixa e na regio no linear.
215
Tp
Tr
)(
Pr
)
Pp
3.6. Caractersticas
As caractersticas de desempenho da
turbina, a no ser que seja dito o contrario,
se referem s condies ambientes e
devem ser indicadas nas unidades SI.
Faixa de vazo
Expressa as vazes mnima e mxima
que podem passar dentro da turbina,
tipicamente em m3/s.
Sensitividade
A sensitividade da turbina o seu fator
K, que o elo entre os pulsos de sada da
turbina (ciclos por segundo) e a vazo
(volume por segundo). Como
conseqncia, o fator K expresso em
ciclos por m3. Freqentemente se usa o K
mdio, que a sensitividade medida em
toda a faixa de interesse do usurio. A
mdia obtida tomando-se os fatores
Kmax e Kmin.
Queda de presso
A queda de presso atravs da turbina,
na mxima vazo de projeto, expressa
em kPa a uma vazo mxima, quando
usada como o fluido especfico de
medio.
A turbina provoca grande perda de
carga, proporcional ao quadrado da vazo.
Alguns rotores, quando travados por
alguma fibra do fluido, podem interromper
a vazo, bloqueando a tubulao.
216
217
Densidade
necessrio conhecer a densidade do
liquido na turbina quando se deseja os
dados de vazo de massa. Teoricamente
pode-se medir a densidade diretamente,
mas na prtica isso pouco usado, por
causa do alto custo e da baixa
confiabilidade e preciso dos medidores de
densidade em linha de processo. O que se
faz, na indstria, medir a densidade
indiretamente, atravs da medio da
presso e da temperatura. Na aplicao de
medio de vazo de gases, necessrio
que a composio do gs seja constante,
para que as medies da presso e da
temperatura sejam equivalentes medio
da densidade.
3.9. Desempenho
A caracterstica mais importante do
medidor tipo turbina sua altssima
preciso. A turbina to preciso que
considerada como padro secundrio
industrial. Ou seja, a turbina pode ser
usada como um padro de transferncia
para a aferio e calibrao de outros
medidores, como magntico, termal,
snico.
Porem, o desempenho da turbina
depende da natureza do fluido e da faixa
de medio da vazo. A perda de carga, o
fator do medidor, a amplitude da tenso e
a frequncia do sinal de sada dependem
do fluido e da vazo. A turbina necessita
da calibrao para o estabelecimento do
fator do medidor e das caractersticas
gerais de desempenho. A preciso do
medidor tipo turbina dependente do erro
inerente da bancada de calibrao.
Os parmetros da preciso do medidor
so a repetibilidade e a linearidade.
Repetibilidade
Por definio, repetibilidade o grau de
concordncia de vrias medies
sucessivas sob as mesmas condies de
vazo e de operao, tais como a
temperatura, a viscosidade, a vazo, a
densidade e a presso.
A repetibilidade tpica da turbina de
0,1%.
218
Linearidad e = (
K - K mdio
)mximo 100%
K mdio
219
Instalao
Como a maioria dos medidores de
vazo, a turbina tambm afetada pelos
efeitos de uma instalao com dispositivos
geradores de distrbios a montante, como
vlvula, curvas, junes tees, mau
alinhamento.
A maioria dos fabricantes sugere
instalaes com 20 D de trechos retos a
montante e 5 D a jusante, onde D o
dimetro da tubulao. Quando no so
disponveis trechos retos de tamanhos
suficientes, usam-se retificadores de
vazo; o valor tpico do trecho reto a
montante cai para 10 D, quando se usa
retificador.
Cavitao
A baixa contra presso pode causar
cavitao num medidor tipo turbina.
Basicamente, a cavitao a ebulio do
liquido causada pela reduo na presso
ao invs da elevao na temperatura.
A perda de carga aproximadamente
proporcional ao quadrado da vazo e
tipicamente de 3 a 10 psi. H uma vazo
mxima em que o medidor pode operar
para uma presso de entrada constante
devido a cavitao. Quando a presso do
liquido se aproxima de sua presso de
vapor, a vaporizao local pode acontecer
logo atrs das ps do rotor, provocando
um aumento artificial na velocidade do
fluido, que pode aumentar drasticamente o
fator K.
Como regra, a mnima presso a
jusante deve ser o dobro da mxima
queda de presso na turbina mais duas
vezes a presso de vapor do liquido
medido.
Perfil da velocidade
A geometria do sistema de tubos a
montante e imediatamente a jusante do
rotor afeta o perfil da velocidade do fluido.
Os distrbios provocados por vlvulas de
controle, curvas, redutores de presso,
tomadas de instrumentos . devem ficar
suficientemente distantes da turbina. A
maioria das turbinas j possuem em sua
entrada e sada retificadores da vazo.
220
Dados do processo
A escolha da turbina requer o
conhecimento completos dos dados do
processo, como os valores mnimo, normal
e mximo da vazo, temperatura e presso
do processo.
Para fins de escolha do instrumento
receptor, importante conhecer a tenso
de sada da turbina, expressa em volts pico
e a frequncia na mxima vazo de projeto
expressa em Hz.
3.12. Dimensionamento
A escolha do tamanho correto da
turbina requer o conhecimento da mxima
vazo do processo, expressa em LPM para
os lquidos e em m3/h reais para os gases.
Quando se tem a vazo padro, deve-se
converte-la na vazo real.
A partir da vazo mxima conhecida,
seleciona-se o menor medidor da tabela
que tenha a vazo normal mxima maior
ou igual a vazo mxima do processo a ser
medida. So disponveis turbinas para a
medio de vazes muito baixas.
Quando a turbina aplicada em servio
continuo em uma rangeabilidade menor
que 10:1, pode-se escolher uma turbina
cuja vazo nominal de trabalho esteja
prxima do ponto mdio da faixa em vez
do ponto mximo da faixa, para aumentar
a vida til dos mancais e suportes.
A turbina dimensionada pela vazo
volumtrica. Cada medidor possui valores
tpicos de vazes mxima e mnima e
raramente estes valores podem ser
ultrapassados. Os dimetros das turbinas
variam de 1/2" (12 mm) a 20" (500 mm).
No dimensionamento da turbina
recomendado que a mxima vazo de
221
222
3.15. Operao
Presso do fluido
Uma presso mnima a jusante da
turbina para qualquer instalao deve ser
mantida para evitar uma variao no fator
de calibrao devido cavitao. A mnima
presso depois da turbina funo da
presso de vapor do liquido e da presena
de gases dissolvidos. A mnima presso a
jusante pode ser determinada
experimentalmente e definida como a
presso em que o fator de calibrao em
125% da vazo mxima nominal aumenta
0,5% em relao ao fator de calibrao
correspondente obtido na mesma vazo
mas com uma presso maior de 7,0 x 104
Pa. A presso mnima a jusante deve ser
medida no ponto de 4 D depois da turbina.
Instalao eltrica
Um cabo com dois ou trs condutores,
blindado, deve ser usado na sada da
turbina. A bitola do fio deve ser baseada na
atenuao aceitvel do sinal. A fiao de
sinal deve ser segregada da fiao de
potncia. A blindagem do cabo deve ser
aterrada em apenas um ponto.
Normalmente ela aterrada na
extremidade da turbina. O aperto
excessivo nas Conexes eltricas pode
danificar a bobina de transduo e at o
corpo da turbina, dependendo do material.
Verificao do funcionamento mecnico
O tipo do procedimento de teste
depende da aplicao da turbina. O mais
compreensivo teste envolve o circuito
eletrnico associado e o equipamento de
indicao. O teste de verificao do spin
do rotor deve ser feito com cuidado,
usando um fluido que tenha uma
lubricidade compatvel com o tipo do
suporte usado e que no provoque uma
super velocidade no rotor. A turbina
medidora de vazo um instrumento de
preciso e pode se danificar se uma
mangueira de alta presso de ar utilizada
para sua limpeza ou para a verificao da
rotao do rotor.
Mais medidores de vazo so
danificados por excesso de velocidade no
rotor durante a partida do que por qualquer
outra razo. Para evitar danos no medidor,
a vazo de fluido deve ser aumentada
223
3.16. Manuteno
A manuteno de uma turbina, a nvel
de usurio, consiste de uma inspeo
peridica para assegurar que as partes
internas no sofreram qualquer corroso
ou incrustao pelo fluido medido. Caso
alguma pea tenha sido danificada, ela
dever ser substituda, pelo usurio ou
pelo fabricante. Quando se trocam os
internos da turbina conveniente que seja
levantado o fator K da turbina.
Uma das maiores causas de um
desempenho fraco da turbina o deposito
de sujeira sobre os mancais ou suportes.
Quando resduos duros ou gelatinosos
esto depositados dentro dos mancais do
rotor a liberdade de rotao da unidade
ser fortemente prejudicada. Portanto
224
225
3.19. Aplicaes
Devido sua caracterstica de excelente
desempenho, a turbina largamente
usada para aplicaes de altssima
preciso, para a transferncia comercial de
produtos valiosos, como leo cru,
hidrocarbonetos refinados e gases. As
turbinas so muito utilizadas em aviao,
para a medio da vazo de combustveis.
Os medidores de vazo tipo turbina
proporcionam medidas extremamente
precisas de lquidos e gases bem
comportados. A variedade das
configuraes tornam este medidor muito
verstil. A sua sada de pulsos
conveniente para a totalizao direta da
vazo. A relao linear entre a frequncia
e a vazo resulta em grande
rangeabilidade, tpica de 10:1, podendo ser
aumentada, atravs da calibrao, para at
100:1.
A turbina pode ser usada como
referncia secundaria padro para a
determinao e aferio do fator K de
outros medidores de vazo.
226
LINHA N
Geral
CLASSIFICAO DO
CLASSIFICAO DA REA
CONEXO ELTRICA
DIMETRO, CLASSE, FACE
FAIXA DE VAZO NOMINAL
MATERIAL DO CORPO
MATERIAL DO FLANGE
MATERIAL DO EIXO
ROTOR
SENSITIVIDADE
Amplificador.
ALIMENTAO
Acessrios
FILTRO
RETIFICADOR DE FLUXO
DESAERADOR
FLUIDO
VAZO NORMAL
MX.
TEMP. NORMAL
MX.
de
P MXIMO
Operao
Apostilas\VazaoMed
91Turbina.doc
227
Caractersticas do Medidor
Presso de trabalho
mximo de 275 psig
Temperatura de trabalho
mximo de 180 oC
Materiais:
Revestimento: fibra e vidro, Teflon,
neoprene, poliuretano, enamel ,
Kynar, cermica.
Eletrodos: ao inoxidvel, platina,
Hastelloy, tntalo, titnio, monel,
tungstnio
Deteco da Vazo: volumtrica
Fluido
Lquido incluindo slidos em suspenso,
condutividade eltrica mnima de 20 S/cm
Faixas de Medio
0,038 a 378.500 l/m (0,01 GPM a
100.000 GPM)
Repetitividade
0,5 a 2% do valor medido, funo do
tipo do tubo medidor, da calibrao e do
receptor
Tamanhos
1/10" a 96" (2,5 mm a 2,4 m)
Custos
$3.200 at $110.000, funo do
tamanho e construo. Um tubo medidor
magntico de 2", 304SS, revestido de
teflonR custa cerca de $2.000; o
transmissor custa mais $2.500
Fornecedores:
Brooks Instrument Div., Emerson
Endress & Hauser Inc.
Fischer & Porter Co.
Flowmetring Instruments, Ltd
Foxboro Co.
Kent Ltd, Div. da Brown Boveri
Krohne
Schlumberger, Ltd
Taylor Instrument Companies
Objetivos de Ensino
1. Mostrar as principais tecnologias
dos medidores magnticos:
convencional senoidal e com
corrente contnua pulsada.
2. Apresentar as caractersticas,
princpio de funcionamento, partes
constituintes, exigncias do fluido,
desempenho e dimensionamento do
medidor magntico.
3. Mostrar os principais cuidados de
instalao e manuteno do
sistema.
228
2. Relaes Matemticas
A medio magntica da vazo se
baseia na lei de Faraday da induo
eletromagntica. Quando um lquido com
uma condutividade eltrica acima da
mnima flui atravs de um tubo com
revestimento interno isolante d, colocado
em um campo magntico de densidade de
fluxo B, aparece uma tenso induzida nos
eletrodos montados perpendicularmente
em ambos os lados do tubo. A relao
matemtica :
e = K Bdv
onde
Revestimento
Bobinas
Eletrodos
229
3. Sistema de medio
O conceito de medidor magntico de
vazo dado por ISO 6817 (1980):
"medidor de vazo eletromagntico um
conjunto de um dispositivo primrio (tubo),
atravs do qual a vazo flui e um
dispositivo secundrio (transmissor
eletrnico de vazo) que converte o sinal
de baixo nvel gerado pelo dispositivo
primrio em um sinal padronizado,
conveniente e aceito pela instrumentao
industrial".
O sistema produz um sinal de sada
proporcional linearmente a vazo
volumtrica do fluido. Sua aplicao
limitada apenas pela exigncia que o fluido
seja condutor eltrico e no-magntico. O
medidor magntico particularmente
aplicvel para fluidos mal comportados
corrosivos, abrasivos, sujos e com slidos
em suspenso.
O sistema constitudo do
1. elemento primrio
2. transmissor e
3. cabo de ligao.
Bobinas
As duas bobinas de excitao,
colocadas externamente ao tubo e opostas
entre si, para gerar o campo magntico.
Geralmente as bobinas so enroladas com
fio de cobre isolado por esmalte em um
ncleo de ferro laminado, para concentrar
as linhas de fora do campo magntico,
focalizando o campo na direo
perpendicular ao fluido.
230
Eletrodos
Os dois eletrodos atravessam o
revestimento isolante para fazer contato
com o fluido e tangenciam a superfcie
interna do tubo. Eles so colocados
perpendicularmente ao plano das bobinas
para detectar a fora eletromotriz induzida
pelo fluido condutor que se move no
campo eletromagntico.
Deve haver o revestimento isolante
justamente para evitar que a tenso
induzida captada pelos eletrodos entre em
curto circuito. Os eletrodos so disponveis
em vrios materiais: ao inoxidvel no
magntico, para fluidos no agressivos e
tntalo, tungstnio, monel, Hastelloy,
platina, titnio e zircnio para fluidos
agressivos.
231
232
2. o parmetro M2/R e
3. o S2.
Estes parmetros so definidos como:
Rem = va
M 2 / Re =
B 2 a
v
S2 = wa2
onde
a permeabilidade do espao livre,
4 x 10-7
a condutividade do fluido, S/cm
a densidade do fluido, kg/m3
v a velocidade do fluido, m/s
a o dimetro interno da tubulao, m
w a excitao em rd/s ou Hz
B densidade do fluxo magntico,
Wb/m2
M o nmero de Hartmann
O medidor magntico de metais lquidos
deve criar um campo magntico muito
menor que o medidor de solues
eletrolticas.
O nmero de Reynolds magntico,
desenvolvido para o medidor magntico de
vazo adimensional e d uma medida da
relao do campo magntico induzido para
o aplicado.
A alta condutividade necessria para a
aplicao deste tipo de medidor de vazo
para introduzir foras apreciveis no fluido,
que perturbem o perfil da velocidade. O
parmetro que governa estes efeitos o
M2/R, onde M o nmero de Hartmann e
R o nmero de Reynolds. Este parmetro
d a ordem de grandeza da relao da
velocidade induzida para a velocidade
inicial. aceitvel ter pequenas
perturbaes na vazo causadas por este
efeito, desde que elas no atrapalhem a
simetria do perfil de vazo e introduzam
sinais falsos.
O terceiro parmetro S2, d a relao
do campo induzido causado pelas
flutuaes da velocidade para o campo
aplicado. Assim, se usado um campo
alternado, o parmetro S2 indicar as
freqncias permitidas que iro evitar erros
inaceitveis introduzidos pelas flutuaes.
233
Sdio,
@ 100oC
Mercrio
@ 20 oC
Melhor
eletrlito
Re =
va/
Rm =
msva
M2/R =
B2a/v
S2 =
wa2
13500
87000
10000
0,13
0,013
1,3 x 10-6
1,11
0,0078
10-5
0,078
0,0078
0,78 X 10-6
B2av
1030
105
10-2
4.2. Induo
Os medidores magnticos podem ser de
dois tipos: de tenso induzida e de campo
magntico induzido.
A maioria dos medidores magnticos
industriais do tipo de tenso induzida,
onde o numero Rem zero. Os medidores
com campo magntico induzido devem ter
Rem diferente de zero.
Atualmente h duas tecnologias
diferentes relacionadas com a tenso de
alimentao e excitao das bobinas: por
corrente alternada senoidal e por corrente
continua pulsada.
Excitao senoidal
Historicamente, a primeira tecnologia
empregada usa uma tenso alternada
senoidal para excitar as bobinas. As
vantagens da excitao senoidal so a
maior homogeneidade e a melhor
estabilidade do campo eletromagntico
criado. A grande desvantagem o
234
5. Caractersticas
O medidor magntico de vazo
tradicionalmente o primeiro a ser
considerado em aplicaes onde se tem
problemas de corroso e manipulao de
lquidos com slidos em suspenso.
certamente o medidor mais usado em
indstria de celulose e papel e minerao.
Ele conveniente para medir fluidos nonewtonianos. Eles possuem tamanhos de
dimetros entre 3 mm at 3 m.
Na seleo de um medidor magntico
de vazo devem ser considerados os
parmetros de
1. custo de propriedade,
2. instalao
3. fluido medido
4. desempenho do medidor
5.1. Custo
O sistema de medio magntica de
vazo considerado relativamente caro e
por isso s se justificaria seu uso para
medio de fluidos difceis: sujos,
abrasivos, corrosivos, viscosos e
ascticos. Porm, mesmo que o custo
inicial do sistema de medio magntica
de vazo seja elevado, os custos
posteriores de instalao inicial, de
consumo de energia e de manuteno so
baixos. Como o tubo no possui peas
moveis, praticamente no requer
manuteno e nem h necessidade de
estoque de peas de reposio. A perda
de carga praticamente nula tambm
representa economia de bombeamento e
compresso.
5.2. Instalao
O tubo medidor magntico opera em
qualquer posio, horizontal, vertical ou
inclinada. A instalao do elemento
primrio deve garantir que o tubo esteja
sempre cheio. Os eletrodos devem ser
montados em um plano horizontal, para
evitar que haja circuito aberto causado por
bolhas de ar no topo do tubo.
A continuidade entre o fluido condutor e
o tubo metlico necessria, para prover
5.3. Fluido
O tubo no apresenta nenhuma
obstruo ao fluido e por isso a queda de
presso igual da tubulao do mesmo
dimetro e mesmo comprimento. Sua
robustez equivalente da tubulao. O
sistema pode medir vazes nos dois
sentidos, pois o tubo simtrico.
O tubo mede fluidos difceis e crticos:
corrosivos, viscosos, sujos, abrasivos, com
slidos em suspenso, newtoniano e nonewtoniano.
O fluido do processo deve ser nomagntico e possuir uma condutividade
mnima suficiente para garantir uma
resistncia de sada do elemento primrio
de duas ou mais vezes menor que a
resistncia de entrada do elemento
secundrio. A resistncia de sada do
elemento primrio dada
aproximadamente por
R
1
d
onde
235
cido actico
Nitrato amnia
lcool etlico
cido frmico
Glicol
cido hidroclrico
Querosene
Sulfato magnsio
Fenol
cido fosfrico
Hidrxido sdio
cido sulfrico
Vodka
gua potvel
Condutividade
S/cm
250
360 000
0,0013
280
0,3
400 000
0,017
26 000
0,017
50 000
40 000
8 500
4
70
236
6. Vantagens e limitaes
O medidor magntico de vazo quase
o medidor universal. Os seus mritos so:
1. O tubo medidor totalmente sem
obstruo e no possui peas
mveis. A perda de presso
permanente atravs do tubo
medidor igual perda de um
pedao de tubulao de mesmo
comprimento. Os custos de
237
LINHA N
CLASSIFICAO DO
CLASSIFICAO DA REA
CONEXO ELTRICA
DIMETRO, CLASSE, FACE
FAIXA DE VAZO NOMINAL
MAT. DO TUBO MEDIDOR
MAT. DO REVESTIMENTO
MAT. DO FLANGE
Medidor
TIPO DO ELETRODO
MAT. DO ELETRODO
LIGAO DA BOBINA
PRECISO
REPETIBILIDADE
ALIMENTAO
MONTAGEM
SINAL DE SADA
Transmisso
Acessrios
FLUIDO
Condies
VAZO NORMAL
MX.
VELOC. MNIMA
MX.
de
TEMP. NORMAL
Operao
MX.
238
12. Medidor a
Deslocamento Positivo
Caractersticas do medidor
Tipos
A impeller, propelente, turbina
B disco nutante
C engrenagens ovais
D pisto
E lmina rotatria
F especial, para baixa vazo
Presso
Igual ou maior que 300 psig
Temperatura
At 200 oC
Materiais
Bronze, ferro, liga de alumnio, ao
carbono, ao inoxidvel, monel,
hastelloy
Tamanhos
1" a 16" (25 a 406 mm)
Faixas de Medio
0,01 GPH a 20.000 GPM (0,04 l/h a
4.5000 l/h).
Rangeabilidade
15:1
Repetitividade
0,1% a 10% do valor medido
Custo
$1.100 para medidor 2", alumnio, com
contador
$3.800 para medidor 2", ao inoxidvel,
com contador
Fornecedores
American Meter, Div. Singer (A, B)
Astro Dynamics (D)
Badger Meter Inc. (B, D)
Brooks, Div. Emerson Electric (A, C, D)
Conameter Corp (F)
Dresser Industries Inc. (A)
Fluidyne Instrumentation (C, D)
Hays Republic, Div. Milton Roy Co (D)
Hersey Products Inc (A, B, D)
ITT Barton (A)
Liquid Controls Corp. (E)
Neptune Measurements Co (B)
Signet Scientific Co (F)
Tokheim Corp. (E)
Objetivos de Ensino
1. Mostrar as principais tecnologias dos
medidores de vazo com deslocamento
positivo: disco nutante, lminas, pisto,
lbulos e com engrenagens ovais.
2. Apresentar as caractersticas, princpio
de funcionamento, partes constituintes,
exigncias do fluido, desempenho e
dimensionamento do medidor a
deslocamento positivo.
3. Mostrar os principais cuidados de
instalao e manuteno do medidor.
239
2. Princpio de operao
O princpio de Arquimedes estabelece
que qualquer objeto submerso em um
fluido desloca o seu volume de fluido. Se o
volume deslocado mais pesado, o objeto
flutua no fluido; se o volume deslocada
mais leve, o objeto afunda no fluido. Por
exemplo, o balo com ar aquecido flutua
porque ele desloca um volume de ar frio
que pesa mais que o peso do balo. A
pedra afunda na gua por que ela desloca
um volume de gua que pesa menos que o
peso da pedra.
Na medio de vazo por deslocamento
positivo aplica-se o vice-versa do princpio
de Arquimedes: um volume discreto de
fluido desloca ou move um corpo solido.
A caracterstica bsica do medidor de
vazo a deslocamento positivo a
passagem do fluido atravs do elemento
primrio em quantidades discretas. Desde
que se conhea o volume de cada
quantidade e se conte o nmero das
quantidades isoladas, obtm-se o volume
total.
O medidor a deslocamento positivo
divide a vazo de lquidos em volumes
separados conhecidos, baseados nas
dimenses fsicas do medidor, conta-os ou
totaliza-os. Eles so medidores mecnicos
em que uma ou mais pea mvel,
localizada no jato da vazo, separa
fisicamente o lquido em incrementos. A
energia para acionar estas peas
extrada do fluido do processo sob
medio e apresenta uma queda de
presso entre a entrada e a sada do
medidor. A preciso geral do medidor
depende dos pequenos espaamentos
3. Caractersticas
Enquanto a maioria dos medidores de
vazo mede a velocidade do fluido e infere
a vazo volumtrica desta velocidade, o
medidor a deslocamento positivo no
mede a vazo instantnea, mas totaliza
diretamente o volume, embora alguns
tambm forneam uma sada analgica
proporcional a vazo. Os medidores de
vazo de deslocamento positivo so
considerados geradores de pulso, porque
cada volume discreto de fluido
representado por um pulso ou uma
unidade contvel. A soma dos pulsos
resulta na quantidade total da vazo.
O medidor de deslocamento positivo
pode ser considerado um tipo de motor
fluido. A presso diferencial entre o
medidor a fora acionante que opera
com alta eficincia volumtrica sob uma
pequena carga. Esta carga provocada
por dois motivos: um devido ao atrito no
elemento de medio e no mecanismo de
indicao ou registro, a outra devido a
perda de presso resultante da restrio
da vazo. O trabalho feito pelo "motor"
240
241
242
243
244
Cmara 1 esvaziando
Cmara 2 enchendo
Cmara 3 vazia
Cmara 4 cheia
Cmara 1 vazia
Cmara 2 cheia
Cmara 3 enchendo
Cmara 4 esvaziando
Cmara 1 enchendo
Cmara 2 esvaziando
Cmara 3 cheia
Cmara 4 vazia
Cmara 1 cheia
Cmara 2 vazia
Cmara 1 esvaziando
Cmara 4 enchendo
Legenda:
FC cmara frontal
BC cmara traseira
FDC cmara diafragma frontal
FBC cmara diafragma traseira
245
b
f
onde
5.1. Aplicaes
Todos os medidores a deslocamento
positivo para gs podem ser usados para
medir qualquer gs limpo e seco que seja
compatvel com os materiais de construo
do medidor e com as especificaes de
presso. A sujeira e a umidade so os
piores inimigos do bom desempenho do
medidor; filtros na entrada devem ser
usados, quando indicado. Desde que todos
os gases variam o volume com as
variaes de presso e temperatura, estas
fontes de possveis erros devem ser
controladas, polarizadas ou compensadas.
A condio padro do gs pela norma ISO
5024 (1976) em 101,4 kPa e 15,6 oC. Em
presso elevada e alta temperatura, deve
se aplicar o fator de compressibilidade
para os volumes medidos.
6. Vantagens e Desvantagens
Os medidores a deslocamento positivo
fornecem boa preciso (0,25% do valor
medido) e alta rangeabilidade (15:1). Sua
repetibilidade da ordem de 0,05% do
valor medidor. Alguns projetos so
adequados para fluidos com alta
viscosidade. No requerem alimentao
externa e apresentam vrios tipos de
indicadores. Seu desempenho
praticamente no afetado pela
configurao a montante do medidor. Eles
so excelentes para aplicaes de
batelada, mistura, blending, desde que so
medidas as quantidades reais de lquidos.
So simples e fceis de serem mantidos,
usando-se pessoal regular e ferramentas
padro.
Os medidores a deslocamento positivo
requerem peas usinadas com grande
preciso para se obter pequenos
intervalos, que influem no desempenho do
medidor. Os lquidos medidos devem ser
limpos, seno o desgaste destruiria
rapidamente o medidor e degradaria sua
preciso. As partculas contaminantes
devem ser menores que 100 micros. As
peas moveis requerem manuteno
peridica; os instrumentos podem exigir
recalibrao e manuteno peridicas.
Eles podem se danificar por excesso de
velocidade e requerem alta presso para a
246
lmina
rotor
7. Concluso
Como classe, os medidores a
deslocamento positivo so um dos mais
usados para a medio de volumes, em
aplicaes de custdia (compra e venda de
produtos). Eles so especialmente teis
quando o fluido medido limpo e sem
slidos entranhados. O desgaste das
peas introduz a maior fonte de erro. O
erro de vazamento aumenta com fluido de
baixa viscosidade. Em grandes medidores,
os efeitos da temperatura na densidade e
na viscosidade devem ser considerados.
Os acessrios disponveis padro
incluem: filtro, conjunto de alivio de ar para
remover vapor antes do fluido entrar no
medidor, vlvula de desligamento
automtico para servios de batelada,
compensadores de temperatura,
impressoras manual e automtica,
geradores de pulsos para manipulao
remota, geradores do sinal analgico para
monitorizao remota.
Apostilas\VazaoMed
DesPositivo.doc
247
LINHA N
FUNO
TIPO
MATERIAL
Corpo
Medidor
Visor
UNIDADE
LEITURA MXIMA
FILTRO
REARME MANUAL
REARME AUTOMTICO
COMPENS. DE TEMPERATURA
Acessr
COMPENS. DE PRESSO
TIPO DO CONTATO
QUANTIDADE
FORMA
MX.
PRESSO NORMAL
MX.
de
TEMP. NORMAL
MX.
Opera
Condi
248
Caractersticas do Medidor
Tipos do Tubo Medidor
A - vidro
B - metal
Presso
A - 350 psig
B - 720 psig
Temperatura
A - 200 oC
B - 540 oC
Conexes
Flangeadas ou rosqueadas
Fluidos
Lquidos, gases e vapores
Faixas de Medio
0,01 cm3/m a 920 m3/h (lquidos)
0,3 cm3/m a 2.220 m3/h (gases)
Preciso
0,5% do valor medido a 10% do
fundo de escala, em funo do tamanho,
tipo e calibrao
Fornecedores
1. Ametek Inc., Schutte & Koerting Div.,
2. Brooks Instrument, Div. da Emerson
Electric Co.
3. Cox Instruments
4. Fischer & Porter Co.
5. Flowmetrics Inc.
6. Universal Flow Monitors
7. Wallace & Tiernan, Div. Pennwalt
Corp.
Objetivos de Ensino
1. Mostrar as principais tecnologias
dos medidores com rea varivel:
convencional com indicao local e com
transmisso.
2. Apresentar as caractersticas,
princpio de funcionamento, partes
constituintes, exigncias do fluido,
desempenho e dimensionamento do
Rotmetro de rea varivel.
3. Mostrar os principais cuidados de
instalao e manuteno do sistema.
Materiais
Tubo: vidro boro-silicato, ao
inoxidvel, ligas especiais
Flutuador: bronze, ao inoxidvel,
ligas especiais
Conexes do Processo: bronze, ao
inoxidvel, ligas especiais
Engaxetamento: elastmeros, teflon
Custos
$50 a $5.000
249
Flutuador
250
2. Relao Matemtica
A fora de arraste do flutuador do
medidor de rea varivel depende da
densidade do fluido, da densidade do
material do flutuador, do volume do
flutuador e da velocidade mdia do fluido
na restrio. O medidor possui tambm
um coeficiente de arraste, que funo
de sua geometria.
O coeficiente de arraste depende do
nmero de Reynolds ou seja, da
viscosidade. Assim, se o efeito devido a
variao na viscosidade zerado, o
medidor independe da viscosidade. Isto
pode ser conseguido fazendo se o
coeficiente de arraste constante, atravs
do projeto adequado do flutuador, como
o cnico.
Em equilbrio, tem-se
Fa + 1V = 2 V
D=d+h
A partir da geometria do medidor,
fazendo-se algumas simplificaes de
desprezar alguns parmetros e de
considerar constantes outros, pode-se
mostrar que a relao final bsica do
rotmetro de rea varivel entre a vazo
volumtrica e a posio do flutuador
linear, ou seja:
Q=
h
Ca
gvd2
2A 2
1
1
Q = K h.
A vazo mssica W dada por:
W = Q 1 = k 2h ( 2 1 )1
onde
Fa a fora de arraste,
V o volume do flutuador,
1 a densidade do fluido
2 a densidade do flutuador
A fora de arraste tambm dada por:
Fa = Ca A 2
1v 12
2g
onde
Ca o coeficiente de arraste,
A2 a rea efetiva do flutuador (rea
frontal)
2 = 2 1
ou seja, quando a densidade do
flutuador for o dobro da densidade do
fluido, a indicao independe da
densidade do fluido, ou em outras
palavras, obtm-se um medidor de vazo
mssica. Quando o fluido se torna mais
denso, a fora de empuxo aumenta,
251
3. Tipos de Rotmetro
3.1. Rotmetro de Purga
O rotmetro a forma mais usada do
rotmetro de rea varivel. Ele pode
tomar muitas formas, todas elas baratas
e apropriados para a medio de baixas
vazes. O rotmetro de purga
escolhido para manipular gases ou
lquidos inertes em vazes baixas, onde
estes fluidos so usados como purga e a
preciso no importante. Este medidor
disponvel com vlvulas agulhas
opcionais, montadas integralmente. Uma
aplicao clssica do rotmetro de purga
na medio de nvel por borbulhamento
de ar ou gs inerte; quando o rotmetro
serve para indicar a presena da vazo
(baixa) do ar ou gs.
252
PI
vlvula
reguladora
vlvula
reguladora
253
254
6. Vantagens
As principais vantagens da aplicao
do rotmetro de rea varivel na indstria
so:
1. perda pequena e constante de
presso,
2. uso com fluidos corrosivos,
3. preciso razovel em vazes
baixas e mdias,
4. possibilidade de compensao de
densidade e viscosidade do fluido
medido,
5. robustez, quando se usam tubos
de ao ou de plstico.
4.5. Preciso
Os rotmetros podem tambm ser
agrupados conforme a impreciso de
medio:
1. 4% a 10% do fundo de escala para
os rotmetros de purga e de
bypass,
2. 1% a 2% do fundo de escala, para
os rotmetros de uso geral e
medidores com tubo metlico, para
a maioria das aplicaes
industriais,
3. 0,5% a 1% do valor medidor, para
medidores usados em laboratrio,
desenvolvimento e testes.
5. Acessrios
O rotmetro um medidor de vazo
altamente desenvolvido. Os medidores
so disponveis com uma grande seleo
de alarmes, indicadores, transmissores,
totalizadores, controladores e
registradores. Praticamente, qualquer
combinao pode ser feita pelos
acessrios e instrumentos associados
com o rotmetro.
Tubo de
vidro
Flutuador
7. Dimensionamento
Para dimensionar um rotmetro,
usual converter a vazo real para a
vazo padro. Para vazes de lquido,
necessrio calcular a vazo d'gua
equivalente em litros por minuto ou litros
por hora. Para gases necessrio
determinar a vazo padro de ar
equivalente. Existem tabelas de
capacidade baseadas nestas vazes
padro de l/m de gua ou m3/s de ar nas
condies padro. As tabelas se baseiam
em flutuadores de ao inoxidvel.
Tek\VAZAOMED
AREAVARI.DOC
21 FEV 94
255
LINHA N
Geral
FUNO
TIPO DE MONTAGEM
CLASSIFICAO DO
CLASSIFICAO DA REA
ALIMENTAO
PRECISO
TIPO
Corpo
MATERIAL
DIMETRO, CLASSE, FACE
CONEXO ENTRADA SADA
ESCALA
FATOR DE ESCALA
MATERIAL DO TUBO
Indicado
MATERIAL DO FLUTUADOR
TIPO DA GUIA
SINAL DE SADA
Transmi
ALCANCE
CONEXO ELTRICA
CONTROLADOR /
FILTRO REGULADOR
Acessr
MX.
Condi
de
TEMP. NORMAL
Opera
MX.
256
Custo
A: $1.300 para medidor de 2" a $2.000
para 6"
B: $2.200 para medidor de 1" a $4.400
para 6"
C: $1.600 para medidor de 1" a $2.000
para 4
Fornecedores
Bopp & Reuther GmbH (A)
Brooks, Div. da Emerson Electric (A)
Fisher Controls (A)
Foxboro Co (A)
Kent Process Control, Inc. (A)
Moore Products (C)
Yokogawa Corp. of Amrica (A)
Objetivos de Ensino
1. Mostrar as principais tecnologias dos
medidores vortex, probes e elementos
detetores.
2. Apresentar as caractersticas,
princpio de funcionamento, partes
constituintes, exigncias do fluido,
desempenho e dimensionamento do
vortex.
3. Mostrar os principais cuidados de
instalao e manuteno do sistema.
Temperatura
A: tipicamente -40 a +150 oC
B: 120 oC
C: -20 a +120 oC
Materiais
A: ao carbono e inoxidvel, PVC, teflon
B e C: ao inoxidvel
Repetitividade
A: 0,75% do valor medido
B: 1,25% do valor medido
C: 1% do valor medido
257
258
259
260
2.8. Fator K
O medidor tipo vortex possui um fator K
e periodicamente deve ser aferido ou
"calibrado", para verificar se este fator se
alterou. O fator K descreve e especifica o
desempenho do medidor. Este fator define
a relao entre a entrada (vazo
volumtrica ou volume por segundo) e a
sada do medidor (pulsos por segundo), ou
seja, o fator K dado por pulsos por
volume.
Alm do fator K o medidor vortex possui
uma assinatura, que a curva obtida
2.9. Caractersticas
O medidor de vazo tipo vortex fornece
um sinal de sada linear, ou digital ou
analgico (opcional), com instalao
simples e fcil.
A freqncia de formao de
redemoinhos uma funo das dimenses
do obstculo e um fenmeno natural,
garantido uma estabilidade de calibrao a
longo prazo e a repetibilidade da ordem
de 0,15% do ponto. No h desvio porque
um sistema de freqncia.
O medidor no possui nenhuma pea
mvel ou componente que se desgaste,
fornecendo uma tima confiabilidade e
uma manuteno mnima. A manuteno
mais reduzida ainda pelo fato que no h
vlvulas ou distribuidores para causar
vazamentos. A ausncia de vlvulas ou
distribuidores particularmente vantajosa
na medio de fluidos txicos ou
corrosivos.
Se o sistema de deteco
suficientemente sensvel, o mesmo
medidor de formao de vrtices pode ser
usado para lquidos e gases. A calibrao
do medidor virtualmente independente
das condies de operao (viscosidade,
261
262
2.12. Instalao
A instalao do medidor de vazo
vortex relativamente de baixo custo,
principalmente para tamanhos menores
que 6" (152 mm). Na instalao no h
tubulaes externas, vlvulas, potes de
condensao ou distribuidor para
complic-la.
H vrios tipos de conexes nos
medidores para diferentes montagens:
a) flangeadas do tipo mtrico ou ANSI,
b) lisas para serem inseridas entre
flanges (wafer),
c) rosqueadas.
O medidor de vazo vortex requer um
perfil de velocidade totalmente
desenvolvido. O comprimento reto de
tubulao a montante do medidor para
garantir as condies de aproximao
satisfatrias depende do projeto especifico
do medidor, do tipo do distrbio a montante
e do nvel de preciso requerido. Quando
h grande distrbio a montante, os
comprimentos retos da tubulao podem
ser reduzidos pelo uso de retificadores de
vazo.
O trecho reto a jusante do medidor
tipicamente de 5 vezes o dimetro nominal
da tubulao. O medidor pode ser
instalado em qualquer posio, horizontal
ou vertical. Por ser um medidor
assimtrico, ele no conveniente para
medio de vazo reversa.
Gaxeta
Gaxeta
Medidor
Fig. 14.6. Montagem do vortex flangeado
263
Separao
entre joelhos
Sentido da
vazo
Dimetro da
tubulao
2.13. Manuteno
O projeto funcional e a construo
robusta tornam o medidor vortex durvel e
livre de manuteno. O medidor
praticamente no requer manuteno em
servio normal, quando instalado
corretamente, porque no contem
componentes moveis.
Se o tubo medidor fica entupido com
sujeiras, necessrio remover o medidor
da tubulao para a limpeza. Um
entupimento parcial pode resultar em sada
com erro de at 20%.
O probe do medidor (obstculo) fica
imprestvel, quando modifica seu formato
definido e com cantos vivos. O sensor do
vortex no pode ser reparado. Para limpar
o tubo medidor, injete gua quente (at 70
oC) na entrada do medidor.
A manuteno do circuito condicionador
do sinal feita como em qualquer circuito
eletrnico, seguindo-se a orientao e os
esquemas do fabricante. O fabricante
idneo fornece uma literatura com procura
e eliminao de falhas (troubleshooting),
tornando o reparo fcil e rpido. Assim,
possvel tomar as providncias corretas
quando o medidor no tiver sinal de sada,
quando estiver indicando aleatoriamente a
264
265
266
267
medidor vortex
Apostilas\VazaoMed
Vortex.DOC
268
Fabricantes
Agar Instrumentation, Inc.
Black, Sivalls & Bryson, Inc.
Flo/Tron, Inc.
Foxboro Co.
General Electric Co.
Micro Motion, Inc.
Objetivos de Ensino
1. Apresentar as caractersticas,
princpio de funcionamento, partes
constituintes, exigncias do fluido,
desempenho e dimensionamento
do medidor mssico a Coriolis.
2. Mostrar os principais aplicaes,
cuidados de instalao e
manuteno do sistema.
Impreciso
0,5 a 1% do valor medido
Custo
$3.500 a $6.000
269
2. Efeito Coriolis
Qualquer objeto movendo acima da
Terra com velocidade espacial constante
defletido em relao a superfcie de
rotao da terra. Esta deflexo foi
discutida inicialmente pelo cientista
francs Coriolis, na metade do sculo
passado e atualmente descrita em
termos de acelerao de Coriolis ou da
fora de Coriolis. A deflexo para o
lado direito, no hemisfrio norte e para a
esquerda, no hemisfrio sul. Os efeitos
Coriolis devem ser considerados em uma
variedade de fenmenos em que o
movimento sobre a superfcie da Terra
est envolvido; por exemplo:
1. os rios no hemisfrio sul foram
mais sua margem esquerda do
que a direita e o efeito mais
acentuado quanto maior for a sua
latitude,
2. no hemisfrio sul, a gua sai da
pia girando no sentido horrio,
3. os movimento do ar sobre a terra
so governados pela fora de
Coriolis,
4. um termo, devido ao efeito
Coriolis, deve sempre ser includo
em equaes de balstica exterior,
5. qualquer bolha de nvel sendo
usada em navio ou avio ser
270
3. Relaes Matemticas
Um elemento de fluido movendo em
velocidade constante ao longo de um
trecho reto de tubulao no possui
nenhuma componente de acelerao.
Porm, se o tubo girado um instante,
aparece uma acelerao complementar
ou acelerao de Coriolis. Esta
componente de acelerao produz uma
fora de inrcia na tubulao
proporcional a vazo mssica
instantnea. A fora de Coriolis o
princpio operacional bsico atrs do
medidor de massa de Coriolis.
A acelerao de Coriolis (aC) para
uma partcula de massa dm, movendo ao
longo de uma tubulao em rotao vale:
aC = 2 w x vf
onde
271
5. Medidor Industrial
Um objeto se movendo em um
sistema de coordenadas que gira com
uma velocidade angular, desenvolve uma
fora de Coriolis proporcional a sua
massa, a velocidade linear do objeto e a
velocidade angular do sistema. Esta
fora perpendicular junto a velocidade
linear do objeto como a velocidade
angular do sistema de coordenadas.
A Terra constitui o sistema rotatrio.
Por causa da fora de Coriolis, um objeto
lanado de uma torre alta atingir a terra
um pouco a leste da vertical. Neste caso,
a velocidade angular est apontada para
o norte e a velocidade linear est dirigida
para baixo e a fora de Coriolis est na
direo leste. Se o movimento do objeto
fosse impedido de cair em um longo tubo
vertical, esta componente da velocidade
dirigida para leste faria o objeto exercer
uma fora contra a parede do tubo. Se o
lquido bombeado atravs deste tubo, a
fora de Coriolis contra o tubo
proporcional a vazo mssica e o
momento angular da terra.
Em um medidor tipo Coriolis, o fluxo
do fluido de entrada dividido entre dois
tubos curvados, iguais e com dimetros
menores que a tubulao do processo. A
vazo segue as trajetrias curvas e
converge na sada do medidor. Estes
tubos esto vibrando em sua frequncia
272
6. Caractersticas
A sada do medidor linear com a
vazo mssica, de zero at o valor
mximo especificado. O circuito
eletrnico pode gerar sada analgica e
digital. A sada digital tem frequncia
ajustvel continuamente entre 0 e 3 kHz
e 0 a 15 kHz. A sada analgica mais
comum a de 4 a 20 mA cc. A sada
pode ser escalonada em qualquer
unidade de engenharia.
A preciso tipicamente estabelecida
entre 0,2 a 0,4% da vazo medida,
com rangeabilidades iguais ou maiores
que 25:1. Elas medem diretamente em
unidades de massa. Com medidores
volumtricos, a temperatura ou a presso
esttica ou ambas deviam ser medidas
para a determinao da vazo de massa.
Portanto, os medidores volumtricos
usados para medir a vazo mssica no
podem ser to precisos quanto os
instrumentos usados para medir
diretamente a massa.
7. Aplicaes
Os medidores de vazo Coriolis
podem medir lquidos, inclusive lquidos
com gs entranhado, lquidos com
slidos, gases secos e vapor
superaquecido, desde que a densidade
do fluido seja suficientemente elevada
para operar corretamente o medidor. Os
medidores so disponveis em tamanhos
variado de 1" a 6".
A habilidade do medidor de vazo
Coriolis medir a densidade tem muitas
aplicaes. As densidades de lquidos
podem ser medidas com altssima
preciso e em linha, sem os
inconvenientes e atrasos da
amostragem. A densidade pode ser
usada para determinar a percentagem de
material na vazo pela massa
(percentagem de slidos) ou volume
total.
H aplicaes de medidor Coriolis
porttil, montado em uma mesa com
rodas, para totalizao e monitorizao
de transferncia de material em processo
batelada de indstria farmacutica. Um
nico medidor pode ser instalado,
quando necessrio, em um de vrios
pontos, substituindo, a montagem de
vrios medidores permanentes. O
medidor nico serve uma grande rea
porque rara a necessidade de mais de
uma medio ao mesmo tempo. Tem-se,
assim, um sistema econmico e de altas
preciso e confiabilidade.
273
9. Limitaes
Os problemas que aparecem nestes
sistemas de medio de vazo de
Coriolis esto relacionados com a
sensibilidade a vibrao e a alta
temperatura, falhas do circuito eletrnico,
rupturas do tubo em soldas internas e
entupimento do tubo por fases
secundrias. A maioria dos problemas
pode ser resolvida com melhorias do
projeto. Tubos curvados de vrios
formatos reduzem o tamanho e peso de
corpo do medidor e diminuem a perda de
carga permanente em mdias e altas
velocidades.
A distoro do tubo pode ser medida
sem a necessidade de se ter um ponto
274
275
IDENTIFICAO.
FT-9121
FT-9102
SERVIO.
TRANSFER. DE ETO P/
ALIMENTAO TQ-910-02
REAO
3
ETO-91104-22A-CC
P-91114-13E-TV
1.1/2 - 150# FR
2 - 150# FP
CLASS. DO INVLUCRO.
NEMA 7
NEMA 7
CLASSIFICAO DA REA.
CORIOLIS
CORIOLIS
10
MATERIAL DO ELEMENTO
A. INOX 316 L
A. INOX 316 L
7
8
Sensor
11
MATERIAL DA CAIXA
A. INOX 304
A. INOX 304
12
CONEXO ELTRICA.
3/4 NPT
3/4 NPT
13
COMPRIMENTO DO CABO
5 METROS
5 METROS
14
10,8 Ton/h
24 Ton/h
15
1 - 25mm
1.1/2 - 40mm
16
DIGITAL
DIGITAL
17
INDICADOR LOCAL
NO
NO
18
REPETIBILIDADE
0,05% DA VAZO
0,05% DA VAZO
19
RANGEABILIDADE
20 : 1
20 : 1
20
ALIMENTAO
24 V.D.C.
24 V.D.C.
22
ETILENO XIDO
MULTIPROPSITO
23
24
21
Processo
25
( C)
3
3,5
4,3
15,0
15,0
6,0
7,0
3,0
6,0
5,0
10,0
40
26
DENSIDADE
(kg/m )
899
909
27
VISCOSIDADE
(cp)
0,31
1,4
28
P MX. ADMISSVEL
29
30
FOXBORO
FOXBORO
31
MODELO
CFS10-10 SC FNN
CFS10-15 SC FNN
(kg/cm )
276
Custos
A - $ 3.500 (4"), 5.000 (10") e 10.000
(24")
B - $2.000, qualquer dimetro
Fornecedores:
A
Badger Meter Inc
Sparling, Div. Envirotech Corp
Westinghouse Electric Corp.
Controlotron Corp.
B
Andco Industries Inc.
Baird Controls Inc.
Controlotron Corp.
Hersey Products Inc.
Leeds & Northrup
Materiais
A - ferro, ao inoxidvel
B - qualquer material que conduza ultrasom
Fluidos
A - lquidos, limpos com traos de
slidos ou gs
B - lquidos, aerados ou com traos de
sujeira
Velocidades
A - 30 mm/s a 30 m/s
B - 60 mm/s a 18 m/s
Tamanhos
A - 3 mm a 3 m
B - 12 mm a 1,8 m
Repetitividade
A - 1% a 2,5% do valor medido
B - 2% a 5% do fundo de escala
Objetivos de Ensino
1.
277
2. Diferena de Tempo
O medidor de vazo ultra-snico a
diferena de tempo ou tempo de trnsito
mede a vazo, medindo o tempo gasto
pela energia ultra-snica atravessar a
seo do tubo, indo a favor e contra a
vazo do fluido dentro da tubulao. Os
tempo de propagao da onda ultrasnica, atravs do fluido, so diferentes,
quando no sentido da vazo e quando no
sentido contrario. A diferena no tempo de
trnsito das ondas, a favor e contrario
vazo, proporcional a vazo do fluido. H
uma diferena de tempo de propagao,
por que quando a onda viaja contra a
vazo, a sua velocidade levemente
diminuda e quando viaja a favor da vazo,
a velocidade da onda sonora levemente
aumentada.
Neste medidor, uma onda de presso
de alta freqncia projetada, sob um
ngulo preciso, atravs da tubulao.
Quando a onda transmitida atravs do
fluido na direo da vazo, sua velocidade
aumenta. Quanto ela transmitida contra a
direo da vazo, sua velocidade diminui.
Do ngulo entre a trajetria da onda e a
vazo do fluido e da velocidade da onda no
fluido pode se determinar a velocidade
mdia do fluido. A vazo volumtrica pode
ser inferida desta medio da velocidade
da vazo.
Como a onda de ultra-som no pode ser
dispersa pelas partculas no fluido, estes
medidores so normalmente usados para
medir a vazo de lquidos limpos. As
precises podem variar de 1 a 5% da
t AB = L /(C + V cos )
e
t BA = L /(C V cos )
onde
Simplificando,
V =K
t
t 2A
onde
transdutores.
O tipo mais simples e mais econmico
envia uma nica onda atravs do fluido e
tem dois transdutores montados com
ngulo de 180 graus afastado do tubo. O
raio faz a mdia do perfil da velocidade ao
longo de sua trajetria e no cruza a rea
do tubo. Isto torna o medidor dependente
do perfil da velocidade, que, por este
motivo, deve ser estvel. Trechos retos de
tubulao so normalmente
recomendados para eliminar a distoro e
os redemoinhos.
As bolhas de ar no fluido, ou os
redemoinhos e os distrbios gerados por
acidentes antes do medidor podem
espalhar as ondas de ultra-som, causando
dificuldades na medio. As variaes da
temperatura do processo podem alterar a
velocidade do som no fluido, piorando o
desempenho do medidor. H problemas
278
fBA =
1
t AB
1
t BA
f L
2 cos
3. Efeito Doppler
O efeito Doppler foi descoberto em 1842
e usado atualmente em sistemas de
radar (ar) e sonar (gua) e em estudos
mdicos e biolgicos. A demonstrao
prtica do efeito Doppler escutar o apito
do trem ou a buzina do carro. A qualidade
tonal (freqncia) diferente para o
observador esttico quando o trem est
tambm parado ou em movimento.
Na aplicao industrial, quando um raio
ultra-snico projetado em um fluido no-
4. Relao Matemtica
Uma onda ultra-snica projetada em
um ngulo atravs da parede da tubulao
no lquido, por um cristal transmissor em
um transdutor colocado fora da tubulao.
Parte da energia refletida pelas bolhas
ou partculas no lquido e retorna atravs
das paredes para um cristal receptor.
Desde que os refletores estejam viajando
na velocidade do fluido, a freqncia da
onda refletida girada de acordo com o
princpio Doppler. Combinando as leis de
Snell e de Doppler, tem-se a velocidade:
V=
f C t
2fo cos
V = K f
onde
279
5. Realizao do Medidor
O projeto mais popular com um nico
transdutor. Os cristais transmissor e
receptor esto ambos contidos em um
nico conjunto transdutor, montado
externamente tubulao. O alinhamento
dos cristais feito pelo fabricante do
medidor. No projeto com transdutores
duais, o cristal transmissor montado
separadamente do cristal receptor, ambos
externas tubulao. O alinhamento
mantido por um conjunto apropriado.
6. Aplicaes
Como com o tempo de trnsito e outros
medidores de vazo, a tubulao deve
estar completamente cheia, para se ter a
medio da vazo correta. O transdutor
com efeito Doppler indica a velocidade em
uma tubulao parcialmente cheia, desde
que o transdutor esteja abaixo do lquido
na tubulao.
Os fabricantes especificam a distancia
mnima do medidor para os provocadores
de distrbio, como vlvula, cotovelo, te,
bombas, tipicamente 10 a 20 D antes e 5 D
depois do medidor.
O medidor a efeito Doppler se baseia
nas bolhas ou partculas no fluido para
refletir a energia ultra-snica. Os
fabricantes especificam o limite mnimo de
concentrao e tamanho de slidos ou
bolhas nos lquidos para operao
confivel e precisa. Os medidores ultrasnicos a efeito Doppler so efetivos com
lquidos misturados com slidos (slurries).
Porem, quando a mistura altamente
concentrada, as ondas ultra-snicas no
penetram suficientemente no fluido, por
causa da reflexo no fluido prximo da
parede da tubulao, que se move muito
lentamente. Variaes na densidade da
mistura tambm introduzem erro.
280
10.9. Concluso
O nmero de instalaes com
medidores ultra-snicos, tanto a tempo de
trnsito como a efeito Doppler, tem
diminudo por causa da reputao de
desempenho inadequado. Muitos
medidores de vazo ultra-snicos a efeito
Doppler so medidores portteis para
verificao de grandes vazes; so
aplicaes que no requerem grande
preciso. Atualmente so projetados
medidores ultra-snicos com melhoria do
desempenho, com projetos envolvendo
transdutores mltiplos, maiores
freqncias de operao e novas tcnicas
eletrnicas. J so desenvolvidos,
inclusive, medidores de vazo para fluidos
limpos usando a turbulncia do fluido para
refletir as ondas.
281
Fornecedores
Objetivos de Ensino
1. Mostrar as principais tecnologias
usadas na medio termal da vazo:
transferncia de calor e probe de fio
quente.
2. Apresentar as caractersticas,
princpio de funcionamento, partes
constituintes, exigncias do fluido,
desempenho e dimensionamento dos
medidores termais.
3. Mostrar os principais cuidados de
instalao e manuteno do sistema.
282
2. Medidor a Transferncia de
Calor
A teoria do medidor de vazo a
transferncia de calor baseada nas
equaes de calor especifico:
Q = W c p (T2 T1 )
onde
Q o calor transferido (J/s),
W a vazo mssica do fluido (kg/s)
cp o calor especifico do fluido (J/kg
oC)
T1 a temperatura do fluido antes da
transferncia de calor para ele, (oC)
T2 a temperatura do fluido depois da
transferncia de calor para ele, (oC)
Resolvendo a equao para a vazo
tem-se:
W=
Q
c p ( T2 T1)
283
Fonte tenso cc
Temperatura do tubo
Dissipador
Dissipador
Vazo
zero
Vazo
baixa
TC-1
TC-2
Comprimento do
tubo
Tek\VAZAOMED
TERMAL.DOC
22 FEV 94
284
1. Conceito
O medidor de vazo tipo alvo um
medidor com o enfoque de extrao da
energia do fluido do processo.
O alvo de impacto pode ser considerado
como uma placa negativa, feito pelo
material circular retirado para fazer o
orifcio da placa. A relao matemtica do
medidor tipo alvo anloga a da placa de
orifcio; a placa produz uma presso
diferencial proporcional ao quadrado da
vazo e o medidor tipo alvo produz uma
fora proporcional ao quadrado da vazo.
Como consequncia, ambos possuem a
mesma rangeabilidade de 3:1.
O medidor tipo alvo tem as
caractersticas do orifcio anelar sem as
desvantagens de congelamento ou
entupimento das linhas de tomada.
2. Princpio de Funcionamento
O medidor tipo alvo (target) combina em
uma simples unidade, um alvo formando
um orifcio anelar e um transdutor a
balano de foras. A sada do medidor
pode ser o sinal padro pneumtico (3 a 15
psig) ou eletrnico (4 a 20 mA cc),
proporcional linearmente fora de arraste
e proporcional ao quadrado da vazo
volumtrica.
O elemento primrio consiste de um
disco circular com contorno em cantos
vivos, suportado no centro da tubulao. O
medidor de um pedao de tubo, tendo o
mesmo dimetro que um tubo de Schedule
80. A vazo atravs do anel aberto entre o
disco e a tubulao desenvolve uma fora
no disco proporcional velocidade ou ao
quadrado do valor instantneo da vazo. O
disco montado na extremidade de uma
barra, que passa atravs de um selo
285
3. Caractersticas e Aplicaes
O medidor tipo alvo particularmente
aplicado a fluidos quentes, sujos e
viscosos (pequeno Re) mas tambm
usado em medio de gs natural e fluidos
limpos. Eles no possuem tomadas de
presso para serem entupidas ou
congeladas e so pouco sensveis s
variaes do nmero de Reynolds.
286
onde
R o raio hidrulico,
V o volume,
v a velocidade mdia
Frmula de Chezy
Para uma vazo estvel (constante com
o tempo) e uniforme (constante ao longo
do canal), tem-se a frmula de Chezy:
V = C RS
onde
V a velocidade mdia,
C um coeficiente,
R o raio hidrulico
S a inclinao da superfcie do lquido
Coeficiente C
O coeficiente C pode ser obtido por uma
das seguintes expresses:
C=
8g
f
onde
g a acelerao da gravidade local
f o fator de atrito de Darcy
ou
1
R 6
C=
n
(Manning)
onde
n o fator (coeficiente, expoente) de
rugosidade
ou
C=
87
m
1+
R
(Bazin)
onde
m o fator de rugosidade do canal.
Existem ainda outras expresses mais
complexas para o coeficiente, dados por
Kutter e Powell; a frmula preferida a de
Manning.
Descarga
A descarga para uma vazo estvel
uniforme, em termos da frmula de
Manning, dada por
Q = AV
Q=
A 32 21
R S
n
onde
S a inclinao da linha hidrulica
Perda de Presso
A perda de presso, hL, expressa em
termos da frmula de Manning,
287
vn
hL = 2 L
3
R
q = Q/b
usando S = hL/L
Para vazo no-uniforme, varivel, os
valores mdios da velocidade e do raio
hidrulico podem ser usados com razovel
exatido.
Distribuio Vertical da
Velocidade
A distribuio vertical da velocidade em
um canal aberto pode ser assumida como
parablica para vazo laminar e
logartmica para vazo turbulenta.
Para vazo laminar uniforme em canal
aberto largo com profundidade mdia ym,
a distribuio de velocidade pode ser
expressa como
v=
gS
( yym
1
2
onde
Q a vazo volumtrica,
b a largura do canal
Pode-se deduzir
q = 2g( y 2E y 3 )
Para vazo uniforme, a energia
especfica permanece constante em todas
as sees. Para vazo no-uniforme, a
energia especfica ao longo do canal pode
aumentar ou diminuir.
Profundidade Crtica
A profundidade crtica (yc) em um canal
retangular ocorre quando a energia
especfica E mnima e vale:
y2 )
yc = 3
2
gSy m
3
v = 5,75 o log( y y )
o
v2
2
q2
= Ec = c
g
3
g
ou
vc
gy c
Energia Especfica
E=y+
2
vm
2g
onde
y a profundidade do canal
qmax = gy 3c =
g( 32 E)3
288
g( 32 E)3
q=
3
1,7H 2
Salto Hidrulico
O salto hidrulico ocorre quando uma
vazo supercrtica (rpida) se torna
subcrtica (tranqila). Nestes casos, a
elevao da superfcie do lquido aumenta
rapidamente na direo da vazo. Para
uma vazo constante em um canal
retangular, tem-se
y + y2
q = gy1y 2 1
Mtodo Manning
Do mesmo modo, pode-se medir vazo
instantnea em tubulao fechada
inclinada, submetida ao da gravidade
(sem bombeio) e sem a adio de qualquer
elemento sensor. A prpria tubulao
serve como elemento sensor. Como
condio, deve-se conhecer:
1. inclinao da tubulao
2. rea da seco transversal da
tubulao
3. rugosidade da tubulao.
O mtodo baseado na chamada
equao de Manning:
2
KAR 3S
Q=
n
1
2
onde
Mtodo Califrnia
possvel medir vazo em tubulao
circular, com rea no totalmente cheia,
horizontal e descarregando livremente para
a atmosfera. A tubulao deve estar na
horizontal e ter, no mnimo, seis dimetros
retos a montante. Este mtodo foi
desenvolvido por Vanleer, B. R., The
California Pipe Method of Water
Measurement, Engineering News Record,
Aug. 3, 1922, 1924.
A frmula desenvolvida empiricamente
a seguinte:
a 1,88
d2,48
Q = K 1
d
onde
Q a vazo instantnea
a a distncia do topo da superfcie
interna da tubulao para a
Q a vazo instantnea
A a rea da seco transversal da
tubulao
R o raio hidrulico (rea da seco
transversal dividida pelo permetro
molhado)
S a inclinao da tubulao
n o coeficiente de rugosidade de
Manning, dependente do material
da tubulao
K uma constante dependente das
unidades.
Esta frmula foi apresentada em 1889
(Manning, R., On the Flow of Water in
Open Channels and Pipes, Transactions of
Civil Engineers of Ireland, Vol. 20 (1891) e
modificada e recomendada para uso
internacional. Por causa de sua
simplicidade e resultados geralmente
satisfatrios, a frmula de Manning o
meio mais usado para medio de vazo
em tubulaes de vazo sob gravidade.
Da frmula acima, pode-se ver que:
1. as quantidades n (coeficiente de
atrito) e S (inclinao da tubulao)
289
Sistema de Medio
O sistema de medio de vazo em
conduite com rea parcialmente cheia
consiste de:
1. elemento sensor de nvel do lquido
na tubulao, tipo radar ou ultrasnico.
2. instrumento receptor
microprocessado, configurvel e
preferivelmente porttil.
As principais dificuldades esto
relacionados com
1. colocao do sensor de nvel, que
deve ficar acima da tubulao, que
est enterrada.
2. determinao das inclinaes das
tubulaes
3. determinao do fator de atrito de
Manning
4. determinao do algoritmo de
clculo, com as unidades corretas
5. calibrao do sistema
A
P.M
Raio hidrulico
R=
A
P.M.
Inclinao:
S=
Y
X
6. determinao da incerteza da
instalao final.
TEKAPOST\VAZAOMED
ABERTO.DOC
05 MAR 94
290
1. Sistema de medio
Em indstria petroqumica, qumica,
fertilizantes e de cimento comum a
medio de vazo de slidos pulverizados
que fluem em esteiras.
A vazo deduzida do peso
instantneo da esteira combinado com a
velocidade. O sistema de medio do p
constitudo de:
3. Princpio de Funcionamento
Uma clula de carga especial (WE)
detecta o peso em cima da esteira e um
tacmetro (SE) detecta a velocidade da
esteira.
Estes dois sinais, em freqncia, vo
para um instrumento que faz a computao
matemtica para compor uma vazo
mssica. A computao matemtica feita
pela CPU a seguinte:
massa
peso
=
tempo velocidade
iQ = i W
Q
Q
+ iS
W
S
onde
iQ a incerteza da vazo mssica
iW a incerteza do peso
iS a incerteza da velocidade
Determinando as derivadas parciais e
combinando as incertezas pelo algoritmo
da raiz da soma dos quadrados (RSQ),
tem-se:
2
1
W
iQ = i W + 2 i s
S
S
onde
iT a incerteza total da malha, em
um determinado ponto de trabalho
iQ a incerteza da computao
matemtica da vazo mssica,
iCPU a incerteza da CPU que
executou a computao
matemtica
iD/A a incerteza do conversor
digital-analgico de sada do
KTron
iFY1 a incerteza do isolador
galvnico de segurana intrnseca
antes do SDCD
iIFC a incerteza do mdulo de
entrada do SDCD
iFI a incerteza do monitor do
SDCD
Nesta computao, foram verificadas
desprezveis em relao s dominantes, as
incertezas do CPU (iCPU), do conversor
digital para analgico (iD/A), depois da CPU.
Tambm se considerou desprezvel a
incerteza da CPU que usa o sinal de sada
20.291
Vazo de Slidos
do SDCD para determinao do ponto de
ajuste (SP). A determinao do ponto de
ajuste na CPU tem uma incerteza que
envolve as incertezas devidas a
computao da CPU
A incerteza instalada da malha deve ser
calculada segundo este algoritmo, pois
estes clculos so feitos realmente.
Porm, para calibrao do sistema, em vez
de se calibrar individualmente os sensores
e malhas de velocidade e peso, j se faz
uma calibrao por malha. Nesta
calibrao,
1. processo estabelece um
determinado ponto de ajuste de
vazo mssica,
2. depois que a vazo se estabiliza,
enche-se um balde com o produto,
3. pesa-se a quantidade de produto
que passou durante determinado
intervalo de tempo,
4. mede-se o intervalo de tempo,
5. divide-se a massa pesada pelo
tempo, para se obter a vazo
mssica,
6. comparam-se as duas vazes: a
ajustada e a calculada segundo os
itens anteriores, para ajustar o
sistema, a partir do resultado obtido
e do critrio de aceitao.
Embora a incerteza deste mtodo de
calibrao seja difcil de quantificar, o
meio mais prtico.
4. Incertezas calculadas
A incerteza final instalada calculada
de 0,5% do span (amplitude da faixa).
Este valor conforme pois, para as
malhas crticas da Qualidade, a adequao
ao uso 1/3 da tolerncia do processo,
que de 5% do span (amplitude da faixa).
Comparando-se as incertezas
calculadas, a do presente trabalho de
0,5% do span (amplitude da faixa) e a da
OPP de 1,1%; do span.
As diferenas so causadas pelos
seguintes motivos:
a OPP considera trs componentes da
malha:
alimentador como um nico
equipamento com incerteza de 1%
do span
condicionador com 0,3% do span
mdulo do SDCD com 0,3 % span
Por causa do algoritmo usado, o presente
trabalho considera todos os equipamentos do
sistema, tomando as incertezas individuais de
catlogo. Estes componentes so:
sensor de peso
sensor de velocidade
conversor A/D da velocidade
conversor A/D do peso
CPU
conversor D/A de sada
20.292
Vazo de Slidos
SDCD
KTron
f/D
entrada
CPU
ISI
D/A
vazo
IFC
Monitor
f/D
A/D
SP
ISI
IFC
sada
set point
S
WE
Fig. 1. Esquema do sistema K-Tron de medio de vazo mssica de p para a
extrusora
20.293
Tipos
A: peristltica
B: pisto
C: Diafragma
Faixas
A: 0,005 cm3/m a 250 GPH (18 l/m)
B: 0,1 a 17.000 GPH (0,4 l/h A 1.000
l/m)
C: 50 a 2.500 GPH (3 a 158 l/m)
Impreciso
A: 0,1%
B: 0,5 a 1%
C: 0,5 a 1%
Mxima Presso
A: 20 psig
B: 100.000 psig
C: 1.500 psig com diafragma de plstico
a 45.000 psig com diafragma de metal
Mxima Temperatura
A: -60 a 315 oC
B: at 540 oC
C: at 200oC
Materiais de Construo
A: neoprene, viton, silicone
B: ferro fundido, ao, ligas, plstico
C: polietileno, Teflon, metais
Custos
A: $300 A $1.200
B: $500 A $3.000
C: $500 A $3.000
Fabricantes
American Instruments (A)
American Lewa (A, B, C)
Fluidyne Instruments (B)
Neptune Chemical Pump Co. (B, C)
Randolph Austin (B, C)
Wallace & Tiernan, Div. da Pennwalt
Corp (B, C)
Objetivos de Ensino
1. Mostrar como uma bomba dosadora
pode ser usada como medidor de vazo.
2. Mostrar os diferentes tipos:
peristltico, pisto e diafragma.
294
Bomba Dosadora
1. Introduo
Uma bomba de medio uma bomba
de deslocamento positivo, fornecendo uma
vazo previsvel e precisa do fluido do
processo. As bombas medidoras so
usadas, porem, para medir a vazo
instantnea e as vezes, so o elemento
final de controle na malha de instrumentos.
Deste modo, o instrumentista deve
conhecer sua operao e suas aplicaes.
Uma grande variedade de bombas de
volume controlado disponvel
comercialmente. Muitas delas tem
aplicaes especificas, como adicionar
hipocloreto de sdio piscina ou fornecer
reagentes qumicos a cromatgrafos.
Um modo de classificar as bombas
distingui-las pela sua operao. Qualquer
bomba de deslocamento positivo, devido
ao seu modo de transferir volumes de
fluidos, pode ser usada como bomba
medidora. Estas bombas podem ser:
peristltica, a pisto e com diafragma.
2. Bomba Peristltica
Peristltico significa o movimento
peridico e ondular do intestino e de outros
msculos de engolir, produzido pela
contrao sucessiva das fibras musculares
de suas paredes, forando o seu contedo
ir para frente. Na bomba peristltica, o
fluido movido para frente, pelo apertar
sucessivo de um container flexvel, da
entrada para a descarga. Este container
usualmente um tubo que pode ser feito de
qualquer material resiliente, que recupera
seu formato original imediatamente aps a
compresso.
H vrios mtodos para apertar o tubo
ou o container para produzir a vazo:
1. rolos que esto ligados a um corpo
rotatrio, apertando o tubo contra
um invlucro circular.
2. rolos que so acionados por uma
cadeia de tubos apertando os tubos
contra uma placa plana.
3. came operada por dedo,
sucessivamente apertando o tubo
contra uma superfcie plana.
O invlucro plstico ou o tubo fornece
um container sem vazamento, sanitrio e
facilmente lavvel e substituvel. O tubo o
nico componente da bomba que fica em
3. Bomba de Pisto
A bomba de pisto emprega um pisto
que se move com deslocamento
reciprocante dentro de uma cmara. Um
volume fixo de liquido entregue com cada
deslocamento. A vazo funo do
dimetro e da velocidade do pisto e do
comprimento. Usam-se vlvulas de
bloqueio na entrada e na sada, para evitar
vazo no sentido contrario. O pisto
produz presso em apenas uma direo e
por isso a vazo resultante pulsante.
Quanto esta pulsao indesejvel, usase um acumulador como reservatrio
pulmo na linha de descarga da bomba.
Outro mtodo utiliza outro pisto em
paralelo com o primeiro. Existem bombas
com at quatro conjuntos pisto-cmara.
Os materiais escolhidos para o pisto,
engaxetamento, alojamento do pisto,
corpo da vlvula devem ser escolhidos de
modo criterioso, pois todos est em
contato direto com o fluido do processo.
As vantagens da bomba de pisto so:
1. habilidade de trabalhar com alta
presso e altas vazes,
2. possibilidade de controle da vazo,
atravs da variao do percurso do
pisto ou a sua durao.
Uma desvantagem da bomba com
pisto o possvel vazamento entre o
pisto e o engaxetamento, provocando
erro e diminuindo a preciso.
O motor da bomba de pisto pode ser
alimentado com 110 V, 60 Hz.
301
Bomba Dosadora
4. Bomba de Diafragma
A bomba de diafragma ou de membrana
usa um membro flexvel para transmitir
uma forca pulsante ao fluido, bombeando-o
sem permitir vazamento externo, como
ocorre com a bomba de pisto. Como na
bomba de pisto, vlvulas de bloqueio
dirigem a vazo na entrada e na sada,
permitindo apenas um sentido de vazo.
O diafragma pode ser macio, como de
Teflon, neoprene ou duro, de metal. O
diafragma pode ser atuado diretamente por
um pisto, ou pode-se usar um fole, em
vez do diafragma, quando se opera em
baixa presso.
A vazo tambm pulsante, mas a
pulsao pode ser suavizada com o uso de
vrios diafragmas.
5. Concluso
Cada bomba medidora/dosadora de
vazo possui sua aplicao especifica.
Bombas de pisto operam em alta
presso, requerem vlvulas de bloqueio e
geram vazo pulsante, que pode ser
amortecida por vrios mtodos.
As bombas persitlticas so muito
precisas, manipulam baixssima vazes e
no requerem vlvulas de bloqueio ou
selos.
As bombas a diafragma so utilizadas
para presses medias. A membrana serve
como uma partio mvel entre o
acionamento mecnico e o fluido do
processo.
As bombas rotatrias fornecem altas
vazes livres de pulsao e so
convenientes para manipular fluidos
viscosos. Elas so pouco precisas, por
causa das folgas entre as superfcies de
borracha.
# VAZAOMED
BOMBA.DOC
21 NOV 93
302
22. Transferncia de
Custdia
1. Medio da Vazo
1.1. Conceito
Quando se toma um ponto de
referncia, a vazo a quantidade do
produto ou da utilidade, expressa em
massa ou em volume, que passa por ele,
na unidade de tempo. A unidade de
vazo a unidade de volume por
unidade de tempo ou a unidade de
massa por unidade de tempo.
A vazo volumtrica igual ao
produto da velocidade do fluido pela rea
da seo transversal da tubulao. A
vazo mssica igual ao produto da
vazo volumtrica pela densidade do
fluido . Na prtica, como difcil a
medio direta da densidade do fluido e
a composio dos gases constante,
usam se as medies da temperatura e
da presso para inferir a densidade.
A partir da vazo volumtrica ou
mssica pode se obter a sua totalizao,
atravs da integral da vazo instantnea.
Para minimizar as incertezas da medio
vazo em um sistema de transferncia de
custdia, deve-se fazer um estudo
completo e entender os efeitos das vrias
influncias sobre a preciso, antes de
implantar um projeto. Para analisar o
problema da medio de vazo de um
fluido, vrios aspectos devem ser
estudados separadamente, tais como:
tipo de vazo, instalao, sistema de
medio, operador e condies
ambientais.
303
1.3. Instalao
A instalao e a manuteno devem
ser feitas corretamente para se conseguir
o desempenho nominal do medidor de
vazo. Os efeitos da instalao e
manuteno inadequadas variam de um
aumento da incerteza at um medidor
que no funciona. Ateno a detalhe de
instalao, exigncias de tubulao e
manuteno so crticos para o
desempenho do medidor de vazo.
304
305
306
metro cbico
padro
metro cbico
medido
1 m3, 400 kP G
e 100 oC
1.5. Fluido
Para se ter uma medio precisa e
exata da vazo fundamental conhecer
o que est sendo medido, como produtos
petroqumicos gasosos e lquidos, vapor
dgua e guas. Medir lquido mais fcil
e preciso que medir gs. mais fcil,
pois o lquido incompressvel e no
requer compensao da presso. O
volume da maioria dos lquidos tambm
no depende da temperatura. Toda
medio de vazo volumtrica de gs
requer compensao da presso e
temperatura. mais preciso, por que os
lquidos so mais previsveis que os
gases, com viscosidade e densidade
geralmente constantes. O medidor
mssico Coriolis tem restrio para medir
alguns gases; a geometria da turbina
para medir gs diferente e mais
complexa que a da turbina para lquido.
As propriedades fsicas (densidade,
viscosidade, calor especfico,
condutividade termal) so disponveis
para fluidos limpos e puros e dados
precisos para misturas podem no ser
facilmente disponveis. Clculos das leis
das misturas so um meio de
aproximao, mas com alguns fluidos
estes clculos podem introduzir grandes
erros na medio de transferncia de
custdia.
Nem todas as vazes so
monofsicas e vazes multifsicas
causam grandes erros na maioria dos
medidores de vazo. Alguns fluidos so
manipulados prximos de seus pontos
crticos. Por causa da grande variao
em suas densidades com pequenas
variaes na temperatura e presso, as
307
Sensor
O sensor detecta a varivel de
processo medida e gera um sinal de
sada proporcional. Este sinal de sada
pode ser mecnico (movimento, fora,
deslocamento) ou eltrico (resistncia,
capacitncia, tenso ou corrente). A
relao matemtica entre a sada do
sensor e a varivel medida pode ser
linear ou no linear (p. ex., quadrtica
como na placa de orifcio na medio de
vazo). O sensor geralmente est em
contato direto com o processo, mas pode
ser remoto ou pode ter outros
dispositivos intermedirios, como selo de
presso, bulbo ou poo termal.
O tipo do sensor depende
exclusivamente da varivel medida.
Exemplos de sensores:
1. presso: bourdon C, espiral, strain
gage
2. temperatura: enchimento termal,
termopar e resistncia detectora
(RTD)
3. vazo: placa de orifcio, tubo
Venturi, turbina, vortex, tubo
Coriolis
Condicionador de Sinal
Como o sinal de sada do elemento
sensor ainda no adequado para atuar
diretamente no apresentador de sinal,
por ser muito pequeno, no linear,
ruidoso ou ter outras influncias, ele deve
ser alterado antes de entrar no
instrumento de display. O instrumento
que adequa o sinal de sada do sensor
para entrar no instrumento display o
condicionador de sinal. So exemplos de
condicionadores de sinal:
1. amplificador, que aumenta o nvel
do sinal
2. filtro, que elimina os sinais
indesejveis
3. extrator de raiz quadrada, que
lineariza o sinal quadrtico
4. computador analgico que executa
operaes matemticas de
multiplicao, diviso, soma,
integrao e outras funes
transcendentais, como as
equaes da NX-19, ISO 5167,
AGA #3, AGA # 7.
5. transmissor, que gera um sinal
padro eletrnico (4 a 20 mA) ou
308
Massa
direta
Mede
Volume
e Densidade
Mede Volume e infere
Densidade medindo Presso e
Temperatura
W = Q = Q (P,T)
Fig. 2. Formas de medio de vazo mssica
massa
volume
309
310
311
312
1.10. Concluso
Faz-se uma medio precisa e exata
da vazo quando se d a devida ateno
aos fundamentos. Isto significa
1. entender a natureza e
comportamento dos fluidos
medidos,
2. reconhecer que a medio feita
sob condies dinmicas.
3. entender como os fluidos se
movem nas tubulaes e a
importncia do perfil da vazo
4. entender o que est sendo medido
e o que requerido para converter
esta informao na informao que
est sendo requerida.
este cuidado e ateno aos
fundamentos que garante que os
resultados conseguidos sejam to bons
quanto os resultados esperados.
2. Transferncia de Custdia
2.1. Introduo
A medio de transferncia de
custdia, uma medio de vazo que
se diferencia de uma medio comum
porque o dinheiro est envolvido na
medio, diretamente. Para algumas
medies de vazo, como em aplicaes
de controle, um sinal repetitivo pode ser
mais importante que um sinal exato. Uma
vez o processo esteja sob controle, a
repetibilidade o mais importante. Em
aplicaes de transferncia de custodia,
a repetibilidade ainda importante,
porm, desejvel que ela acontea em
um valor exato.
Quando o dinheiro est sendo trocado
de mos, baseando-se na medio da
vazo desejvel que todas as partes da
transao sejam tratadas com justia. O
No exemplo, 1 % de preciso
representa uma quantidade significativa
de dlares e pode ser considerado,
primeira vista, um valor muito grande,
mas o valor de preciso que pode ser
obtido no ambiente de cho de indstria,
na prtica. No ambiente industrial tpico,
h muitas causas hostis que afetam a
preciso e exatido da medio, tais
como poeira, umidade, vapores
contaminantes, chuva, temperatura e
presso variveis, vibrao mecnica,
interferncia eletromagntica e limitaes
dos instrumentos industriais.
O modo prtico de se obter medies
com incertezas muito menores, tendo-se
praticamente a mesma classe de
instrumentos usados nas outras partes
da planta e no mesmo ambiente
industrial hostil, cuidar das estaes de
medio de transferncia de custdia
com mais rigor, fazendo-se inspees,
calibraes, ajustes e manuteno mais
freqentes. O objetivo deste maior
envolvimento o de reduzir todas as
imprecises a um mnimo, para que os
resultados das medies sejam aceitos
razoavelmente pelas duas partes
envolvidas na troca de custdia.
313
314
2.3. Auditoria
Em medio de vazo para
transferncia de custdia, o contrato
deve incluir meios de auditar os volumes
obtidos. Deve haver registros suficientes
de calibrao e manuteno disponveis
para todas as partes, de modo que os
volumes calculados possam ser
verificados independentemente. No
mnimo, uma verificao dos valores
usados pela outra parte deve ser feita
para ver que o acordo conseguido no
315
2.4. Concluso
A medio de transferncia de
custdia comea com um contrato entre
as duas partes que especfica os dados
necessrios para escolher um sistema de
medio. Para se obter a medio mais
precisa requerida para minimizar
problemas do contrato, a calibrao,
manuteno e operao do sistema
devem ser controladas de modo que as
capacidades de preciso sejam
suplementados pela referncia a outros
captulos para um entendimento
completo das vantagens e limitaes dos
medidores individuais. Se todas as
precaues foram tomadas, a prova do
desempenho da estao ser feita
quando as contas forem submetidas,
auditadas e pagas e a custdia do fluido
foi transferida com sucesso.
316
317
ip =
i
j =1
2
pj
onde
ip a incerteza do processo de
calibrao,
ipj a incerteza dos padres de
calibrao, com j variando entre 1 e n.
Elemento Sensor
Embora o elemento sensor faa parte
da malha de medio, por causa da
dificuldade de se simular a varivel do
processo no campo, geralmente se
simula o sinal de sada do sensor, no
local da medio para se calibrar a malha
e afere-se o elemento sensor na bancada
ou o substitui por um novo rastreado e
certificado. A deciso entre calibrar o
sensor existente ou substitu-lo por um
318
319
320
321
322
Fig. 11. Estao de medio de vazo para transferncia de custdia (Petrobras, UN-BA)
Fig. 11. Estao de medio de vazo para transferncia de custdia (Gasoduto Bolvia Brasil)
323
23. Medio de Gs
1.1. Introduo, Normas e
Fundamentos
Geral
A medio de gs considerada a
caixa registradora da indstria de gs. A
medio eficiente e precisa do gs
natural de importncia vital no
gerenciamento de energia do mundo
atual. O balano do gs no pode ser
melhor do que a medio do gs. A
medio de gs baseada em uma
combinao de leis da fsica, qumica,
engenharia e balano e no uma
cincia exata. uma cincia aplicada,
que muda com as altercaes da
tecnologia, negcios e meio ambiente.
Os conceitos de acesso aberto,
distribuio e mercado de gs resultaram
em um estilo nico de contratos no
mundo. Contratos mltiplos em torno de
um ponto de medio fsico resultou em
desafios de alocao e especificao,
que requerem informao mais rpida
(diria, horria) do ponto de medio
para tomar decises rpidas e prudentes
e para minimizar os erros de balanos.
Estas praticas e a tendncia para
cobranas automticas, foraram a
indstria de gs a se mover rapidamente
na direo da medio eletrnica.
Embora os elementos primrios de
medio de vazo de gs no tendem a
mudar no futuro prximo, os
equipamentos secundrios convergem
para instrumentos eletrnicos modernos.
Estas altercaes tambm esto
causando a indstria de gs fornecer
novo treinamento ao pessoal envolvido
com engenharia, medio,
processamento de grficos, cobrana e
auditoria para possibilita-lo a manipular
os equipamentos eletrnicos e a
Unidades de medio
As unidades usadas so as mtricas
do SI. A unidade base SI de volume
metro cbico (m3) e a de massa o
kilograma (kg).
Quando o gs se torna mais valioso, a
unidade de energia em Btu (British
thermal unit) ou em caloria se torna a
unidade de medio. A Btu a unidade
(no-recomendada pelo SI) de valor de
calor de um combustvel. Por definio, 1
Btu a quantidade de calor necessria
para elevar a temperatura de uma libra
de gua de 1 oF. (por exemplo, de 59 a
60 oF)
Padres de medio de gs
Como o volume de gs varia de
acordo com a presso e a temperatura,
necessrio expressar o volume de
acordo com algum conjunto de condies
padronizadas. Em todos os clculos so
usados os valores de temperatura
absoluta e presso absoluta.
A relao entre temperatura absoluta
expressa em kelvin (K) e a temperatura
expressa em grau Celsius a seguinte:
T (K) = T (o C) + 273,15 K
A relao entre a presso absoluta e a
manomtrica :
324
Medio de Gs
presso absoluta = presso manomtrica + presso
atmosfrica
Normas de contrato
Leis do gs
fundamental a determinao do
volume do gs em um dado conjunto de
condies de presso e temperatura. A
partir deste valor, possvel determinar o
volume deste mesmo gs em outras
condies diferentes de presso e
temperatura, atravs de leis fsicas.
Estas leis podem ser enunciadas de
modo diferente, como lei de Boyle e de
Charles.
A lei de Boyle estabelece que o
volume de um gs varia inversamente
com a presso absoluta, com a
temperatura mantida constante.
A lei de Charles estabelece que o
volume de um gs varia diretamente com
a temperatura absoluta, com a presso
mantida constante.
A combinao destas duas leis a lei
do gs perfeito:
P1V1 P2 V2
=
= constante
T1
T2
325
Medio de Gs
1.2. Equipamento de Medio
de Campo
Geral
Para medir o gs com preciso, so
necessrios vrios instrumentos
interligados em uma malha. A converso
das leituras e registros dos instrumentos
em volumes de gs e a manuteno
destes instrumentos so funes do
pessoal de medio de gs.
O trabalho complexo de medio
comea quando o gs deixa o poo e
continua nas tubulaes de transporte e
na planta de processamento do gs.
Depois da planta de processamento, h
medies o gs medido quando
vendido aos usurios finais.
Estas medies diferem em funo do
tamanho da tubulao, tipo do
instrumento, exatido exigida, termos de
contrato de compra e venda. Todos os
medidores envolvidos requerem
operao, manuteno e calibrao.
A operao pode envolver troca de
grficos, anotao de indicaes,
relatrio de anormalidades. A
manuteno pode ser preventiva
programada e pode ser corretiva, em
caso de falha no prevista do
instrumento. A calibrao geralmente
definida no contrato, quanto a
procedimento, validade, erros
permissveis e perodos.
Equipamento de campo
A medio fsica da vazo do gs no
campo fundamental. Os fatores que
afetam a exatido da medio da vazo
so os seguintes:
1. instalao
2. fluido
3. instrumentos
4. operador
5. condies ambientes
6. calibrao peridica
A instalao correta aquela que est
de conformidade com as normas
obedecendo:
1. comprimentos de trechos retos
antes (principalmente) e depois do
medidor, sem perturbadores da
326
Medio de Gs
vazo volumtrica do gs. A vazo
volumtrica igual ao produto da
velocidade do fluido pela rea da seco
transversal da tubulao. A medio de
gs natural com turbina coberto pelo
norma AGA Report No 7.
Amostra do Gs
Containers de ao inoxidvel so
usados para obter continuamente
amostras de gs para perodos de at
um ms. Este mtodo usado quando
no economicamente vivel ter um
calormetro em linha ou cromatgrafos
para cada linha do processo. A amostra
de gs no container de coleta tomada
para um laboratrio fazer a analise.
Cromatgrafo
As medies de gs usam um
registrador com duas penas: uma para o
sinal proporcional vazo e outra para a
presso esttica do processo. O registro
da vazo corresponde vazo sem
compensao de presso. O registro da
presso usado para fazer a devida
compensao da variao de presso.
O cromatgrafo instrumento
complexo de analise muito usado para
determinar as percentagens individuais
de cada componente de uma mistura de
gs. Da analise do gs testado, pode-se
calcular o valor do calor do gs. A analise
de um cromatgrafo pode fornecer
tambm a densidade relativa do gs em
relao ao ar, bem como a quantidade de
hidrocarbono liqefeito disponvel no gs.
Registro da Temperatura
Instrumentos Eletrnicos
Gravidade Especifica
Pode-se tambm registrar a gravidade
especifica do gs. Atravs de um
instrumento especial, que mede a
diferena de peso de uma coluna de gs
com uma coluna de ar seco. Este valor
transmitido atravs de um link para o
grfico e registrado continuamente
como a gravidade especifica do gs que
passa atravs do instrumento.
Calormetro
Computador e Vazo
O computador de vazo um
instrumento eletrnico, geralmente
microprocessado, que recebe sinais
eletrnicos dos instrumentos do campo e
os processa para calcular a vazo ou
energia baseando-se na norma do
contrato (AGA-3, AGA-7, NX-19). Alguns
327
Medio de Gs
computadores podem tambm controlar
vazo ou presso, emitir relatrios,
armazenar dados histricos e se
comunicar com outros instrumentos
eletrnicos digitais.
Integrador de grficos
Este equipamento manualmente
controlado pelo operador, que manipula
dois braos de controle, de modo que
dois braos de penas traam
simultaneamente os valores instantneos
quando o grfico do medidor da placa
gira na mesa, que acionado por um
motor controlado automaticamente.
Destes valores, so calculados e
impressos os valores totalizados,
percentagem de presso e tempo de
vazo. Os dados so entrados tambm
diretamente no sistema de computao.
Atualmente j existem planmetros
automticos que escaneam os grficos e
fornecem os valores totalizados da
vazo, j corrigidos pela presso e
temperatura. O planmetro completo
328
Medio de Gs
Especificaes
medidor
Entrada
dados
Monitor
Campo
Qualidade
gs
Processadores
Planmetros
Medidor
principal
+
transmisso
dados
Clculos
volume
Expresso
volume
Grficos
DADOS DE ESPECIFICAO DO
MEDIDOR
1. Duracao do grfico
2. Tamanho do tubo
3. Tamanho da placa de orifcio
4. Faixa de presso esttica
5. Faixa de temperatura
6. Faixa de presso diferencial
7. Tipo de tomada
8. Localizao da tomada
9. Presso atmosfrica
10. Elevao
11. Latitude
12. Condio seco/molhado
DADOS DE QUALIDADE DO GS
1. Densidade
2. BTU
3. Nitrognio (N2)
4. Dixido de carbono (CO2)
DADOS REGISTRADOS NO
GRFICO
1. Presso esttica
2. Presso diferencial
3. Temperatura
329
Medio de Gs
1.4. Processamento dos Dados
de Medio
O centro de processamento dos grficos
serve como o ponto de coleo central
para todos os dados e relatrios que se
relacionam com a medio real do gs
natural.
responsabilidade do grupo de
processamento dos grficos montar e
registrador todos os dados concernente s
malhas principais e secundrias e
combinar estes fatores com os valores
integrados e mdios dos registros dos
grficos para determinar o volume e outras
caractersticas do gs comprado, trocado,
armazenado, vendido, transferido de um
sistema para outro e usado na operao
da companhia.
330
Referncias Bibliogrficas
(Os livros relacionados abaixos fazem parte da biblioteca do autor; a maioria foi consultada
para a elaborao do presente trabalho, Medio de Vazo.)
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