Apostila Reparos Estruturais Ver 2014
Apostila Reparos Estruturais Ver 2014
Apostila Reparos Estruturais Ver 2014
REPAROS
ESTRUTURAIS
rico Antnio Teixeira
2012
INTRODUO
A performance satisfatoria de uma aeronave requer a continua manuteno de sua integridade
estrutural. Por isso importante que reparos estruturais sejam executados segundo as melhores tcnicas
disponveis, porque tcnicas de reparo inapropriadas pode introduzir um perigo imediato ou potencial. A
confiabilidade de uma aeronave depende da qualidade do seu projeto, bem como da capacitao e
habilidade da mo-de-obra empregada na execuo de reparos.
O projeto e a execuo de reparos estruturais so complicados em decorrncia da exigncia de que
aeronaves sejam o mais leve possvel. Se o pso no fosse um fator crtico e limitante, os reparos poderiam ser feitos com uma larga margem de segurana. Na prtica real da execuo de reparos estruturais,
eles devem ser fortes o bastante para suportar todas as cargas de servio (esforos: trao, compresso,
toro, etc.) a que a aeronave estar submetida, com o devido fator de segurana, mas sem introduzir uma
sobre-resistncia extra muito elevada. Por exemplo, uma emenda muito fraca no tolerada, mas uma
emenda que seja muito forte pode introduzir fatores/condies que elevem as tenses, provocando trincas
em outros locais. O uso de ligas metlicas domina a construo aeronutica moderna, das quais as ligas
de alumnio predominam tanto na fabricao de partes da estrutura quanto para o revestimento da
aeronave, sendo esses elementos estruturais ligados por meio de rebites ou outros tipos de fixadores.
Materiais metlicos ainda so extensivamente usadas em muitos tipos de aeronaves, desde avies
comerciais de grande porte a pequenos monomotores, e tambm podem estar presentes em partes
aeronaves fabricadas em compsitos, como em painis de instrumentos por exemplo. As placas metlicas
so obtidas pela laminao do metal em bobinas de chapas planas de vrias espessuras, desde as mais
finas folhas metlicas at placas (de espessura maior que 6mm ou 0,25 pol). A espessura da placa
metlica, normalmente designada como calibre ou bitola, varia de 8 a 30, com os calibres maiores
denotando as espessuras menores. As chapas metlicas podem ser cortadas e dobradas (conformadas) em
uma grande variedade de formatos.
Danos e/ou avarias estrutura de aeronaves metlicas so normalmente causados por corroso,
eroso, tenses de trabalho, ou acidentes e incidentes. Algumas modificaes tambm podem requer um
trabalho e alteraes extensivas na estrutura da aeronave. Por exemplo, a instalao de winglets nas
pontas das asas requer um reforo considervel da estrutura das pontas das asas para suportar cargas
adicionais nessa regio, muito superiores quelas utilizadas pelo fabricante para projetar a ponta original
da asa sem o winglet.
rebites mais prximos dela, furos ovalizados ou ruptura de membros da estrutura, como ilustrado na
figura a seguir.
Coliso
A coliso ou impacto pode produzir desde pequenos arranhes, rachaduras ou furos, at
grandes rasgos, esmagamentos e o desalinhamento da aeronave e seus reparos podem exigir um
projeto de engenharia ou uma avaliao do prprio fabricante do produto para concluir se o
reparo possvel e economicamente vivel ou no, devendo a aeronave ser sucateada.
Fogo
Uma estrutura pode sofrer a ao do fogo aps uma coliso, aterragem de emergncia, incndio no
motor, ou incidente de manuteno.
O fogo pode causar alterao de qualidade do tratamento trmico do material e perda de sua
resistncia estrutural, mesmo que no tenha deformao ou mudana no aspecto da pea, bem como
provocar o surgimento de ambiente corrosivo devido queima de certos materiais no metlicos.
Fadiga
A Fadiga pode ser causada por vibraes ou cargas cclicas e repetitivas. Sendo assim, a
probabilidade de ocorrncia de falhas por fadiga maior em aeronaves com grande nmero de ciclos de
utilizao, sendo mais provvel o seu aparecimento em ferragens ou fixaes (fittings) com pequenos
raios de curvatura ou que no receberam o tratamento trmico correto, ou em peas atacadas por corroso,
bem como em unies soldadas a ponto, em vez de rebitadas, e em peas com irregularidades e fendas na
superficie.
Corroso
A corroso pode causar a falha da estrutura devido reduo de rea resistente, bem como devido
ao surgimento de descontinuidades que, sob condies de carregamento, sero concentradoras de tenso.
A corroso nas ligas de alumnio, de maneira geral, pode ser percebida pela presena de pequenas
manchas ou depsitos de p branco, como tambm pela existncia de pequenos pontos escuros (pittings),
sendo que ter a colorao vermelha (ferrugem) em metais ferrosos.
- Sempre que possvel remova pelo menos dois rebites ou parafusos de uma junta
sob suspeita e verifique se apresentam indcios de empenamento ou cisalhamento,
bem como se os furos de passagem esto ovalizados. A estrutura pode apresentar,
em suas bordas ou nas suas unies, indcios de que foram deformadas ou que
tiveram um deslocamento relativo. Essas caractersticas so: falhas na pintura em
torno das bordas da(s) pea(s), folgas nas extremidades das superfcies de contato,
na juno, alm de rebites e parafusos cisalhados.
b) Indcios de retorcimento ou desalinhamento nas regies abaixo representam indica-es de
falhas mais graves:
necessrio, portanto, executar uma inspeo cuidadosa e criteriosa em toda a estrutura, ao longo
da qual os esforos so transmitidos (caminho das tenses), quanto existncia da falhas, inclusive
desalinhamentos.
As avarias secundrias ocorrem, por exemplo, em uma trelia sob a forma de empenos nos
membros estruturais, rachaduras em unies soldadas, principalmente onde houver, por construo, uma
alterao mais abrupta no percurso das cargas aplicadas. Nas unies rebitadas ou aparafusadas, deve ser
pesquisada a existncia de parafusos ou rebites cisalha-dos e de furos alongados.
As abas de nervuras, anis, reforadores, etc, se estiverem distorcidas, empenadas ou rachadas,
sero tambm indicadores de avarias secundrias e se houver qualquer dvida quan to a resistncia do
elemento, este dever ser reparado como se o dano estivesse evidente.
ASPECTO DA FRATURA
Ao responsvel pelo projeto do reparo de uma aeronave ou que foi solicitado a emitir parecer
tcnico sobre as causas de um acidente, interessante o conhecimento das diferentes caractersticas das
peas fraturadas, a fim de que o projeto de reforo seja mais adequado ou que sejam introduzidas
modificaes nas demais aeronaves do mesmo modelo.
As ligas de alumnio de alta resistncia usadas nas aeronaves civis e militares mais modernas so
relativamente quebradias e tendem a fragmentar-se em mltiplas fraturas. Estes materiais de alta
resistncia, geralmente apresentam uma fratura sem deformaes apreciveis, enquanto os materiais
dcteis costumam indicar a direo das cargas aplicadas no momento da falha. Se, por exemplo, o eixo da
turbina de um avio acidentado indicar que foi entortado e torcido antes de fraturar, conclui-se que o
motor estava em funcionamento na ocasio do impacto; se porm, apresentar apenas sinais de
entortamento, um indcio de que o motor j estava parado antes do impacto.
O aspecto da pea fraturada por fadiga tambm pode ser caracterizado, conforme (visto no curso de
Materiais Aeronuticos) ser visto adiante. No caso de fratura devido corroso sob tenso (stress
corrosion), a rachadura tambm ser progressiva como na fadiga, porm se propagar atravs dos
contornos dos gros da estrutura granular do material, apresentando
um aspcto spero, diferente da zona de fadiga, que normalmente lisa e brilhante.
Finalizando, alm do aspecto geral do componente da estrutura que falhou, as superf-cies das
sees fraturadas devem ser examinadas com uma forte lente de aumento (que aumente de 10-12 vezes),
para identificarmos pontos de corroso, rachaduras por fadiga, reas de corroso sob tenso, a direo da
propagao da rachadura e at os esforos aplicados no momento da fratura.
Nas figuras que se seguem temos diversos aspectos de falhas estruturais tpicas, em materiais
metlicos.
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ESTAES DA AERONAVE
A fim de facilitar a localizao das partes de um avio, permitindo o rpido entendi-mento das
instrues tcnicas sobre manuteno, reparos, suprimento, pesagem e centragem, inspeo, etc, os
principais componentes da aeronave como as asas, fuselagem, estabilizadores horizontal e vertical e
superfcies mveis, so divididos em estaes paralelas entre si e perpendiculares ao eixo longitudinal do
componente e medidos em milmetros (ou polegadas) de distncia a partir de um determinado ponto
convencionado pelo fabricante como Estao 0 (zero). Da fuselagem pode ser, por exemplo, na parede
corta fogo ou no ponto mais a frente do nariz do avio e das asas na linha de centro da fuselagem ou na
juno ou ponto de fixao da asa com a fuselagem.
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DIAGNSTICO DA AVARIA
Ao ser feita a anlise das reas danificadas da estrutura de uma aeronave para se avaliar as
condies existentes para realizao (ou no) de reparos, devem ser considerados fatores como:
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risco ou arranho atravessaram a camada externa protetora de uma chapa cladeada sero vistos mais a
frente. Esses arra-nhes/riscos/amassados, no entanto, s sero considerados desprezveis aps terem sido
reparados atravs da suavizao por polimento com lixa fina de papel (granulao n. 400 ou mais fina)
ou tecido (ou palha de alumnio - a utilizao de palha de ao no aconselhvel porque pode acarretar
um processo de corroso), para eliminao de arestas vivas na rea danificada e depois disso terem
recebido pintura de proteo com camadas de wash primer, primer e tinta.
Mas este tipo de dano/avaria diminui a espessura do material que tambm umas causas do
aparecimento de zonas de concentrao de tenses, que por sua vez podem originar trincas por excesso de
tenses internas e estas levarem a um enfraquecimento da pea em questo.
Todo risco, corte ou arranho superficial devem ser suavizados por polimento at o seu completo
desaparecimento, mas a regio polida deve ser a menor possvel. O polimento de perfis e reforadores
pode ser feito da mesma forma.
Caso os arranhes no recebam o tratamento acima, eles podero vir a ser fonte de concentrao de
tenses, de rachaduras e de corroso.
(2) Avarias causadas por corroso tambm podem ser consideradas como pequenas, se estiverem
dentro dos mesmos limites estabelecidos para riscos e arranhes e se a rea corroda for limpa, tratada e
pintada;
(3) Dependendo do tamanho, distncia de outras avarias e localizao especfica, algu-mas trincas
podem ser consideradas pequenas ou desprezveis; devendo porm ser aberto um furo de parada, de 2,4
mm de dimetro, nas extremidades da trinca. Este tipo de dano (trinca) costuma ter incio em bordas de
furos, onde os esforos importantes so aplicados ou ainda nos pontos de mudana brusca de seo;
(4) Alguns furos e orifcios, aps alargados e suavizados, dependendo do tamanho e localizao na
estrutura, especificados no(s) Manual(is) de Reparos repectivos, podero ser considerados como danos
desprezveis;
(5) Mossas suasves, que no apresentem rachaduras, pontos de abraso, dobras agudas e que no
constituam pontos de concentrao de tenses e que estejam em zonas de baixa intensidade de tenses;
(6) Pequenas irregularidades no revestimento, presentes em praticamente todos os avies metlicos,
podem ser considerados como avarias pequenas. No entanto, enrugamen-tos localizados que no
combinem com a aparncia do restante do revestimento, devem ser cuidadosamente investigados e
reparados pela adio de um trecho de reforador, em diagonal, atravessando o enrugamento, e
estendendo-se at 2 mm de distncia do elemento estrutural mais prximo.
Nas regies mais propensas a fortes concentraes de tenses, aps o polimento, necessrio
realizar alguma forma de controle tipo ensaio no-destrutivo (ex.: lquido penetrante) afim de evidenciar
todas as trincas ocultas. (Ensaios No Destrutivos sero abordados mais a frente neste curso).
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Inspees frequentes nas regies que foram sujeitas a pequenos danos devem ser reali-zadas a fim
de se assegurar que o dano no se estendeu.
Os limites aceitveis de comprimento e profundidade de uma arranho/risco/corte para que seja
considerado avaria desprezvel depende de sua localizao no avio.
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Forma Aerodinmica
A qualidade da forma ou perfil aerodinmico determinante para a perfomance da aeronave. Asas
em ms condies superficiais podem fazer aumentar a velocidade de estol e com consequncia faz
aumentar a velocidade de decolagem e a distncia de pouso. Ou seja, todo reparo que introduzir alguma
superfcie frontal ao escoamento do ar vai fazer aumentar o arrasto parasita e com isso diminuir a
velocidade de cruzeiro.
Igualmente importante controlar os suportes de fixao das superfcies de comando assim
como modificaes importantes nos seus bordos de ataque. O bordo de ataque das asas merece ateno
particular uma vez que qualquer modificao neles pode originar fortes alteraes na performance.
Qualquer modificao que perturbe o escoamento do ar sobre qualquer superfcie aerodinmica ir
inevitavelmente alterar as cargas aerodinmicas destas superfcies e aumentar o arrasto.
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- recortar o contorno da rea avariada, evitando deixar cantos vivos onde possam
ocorrer concentrao de tenses;
- limar as arestas, a fim de eliminar completamente as rebarbas;
- proteger toda a superfcie atingida pelo reparo com duas demos de cromato de
zinco.
Espessura do Reparo
A espessura de uma pea a ser substituda pode ser facilmente obtida medindo-se a pea original
com um micrmetro.
Nunca substituir por uma chapa mais fina ou com rea de seo transversal menor do que a
original, mesmo que a nova chapa seja de material mais resistente do que a avariada.
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Como a regio central de um membro de uma estrutura soldada a parte mais tensiona-da da pea,
ela no poder receber calor ou solda que enfraqueceriam o material. Nestes casos mais adequado a
pea ser reparada por corte e colocao de uma insero.
PROJETO DO REPARO
Parmetros Relacionados com o Projeto
Os parmetros relacionados com o projeto de um reparo podem ser sintetizados na seguinte
listagem:
- Escolher a liga adequada para a pea de reparo;
- Escolher o tamanho, espessura e forma adequados para a pea de reparo;
- Escolher o tipo de cabea, material e tamanho dos rebites ou parafusos;
- Escolher o espaamento entre os rebites ou parafusos;
- Escolher a distncia da borda;
- Escolher o tipo de selante e o precedimento de aplicao, nas operaes de selagem de cascos de
hidroavies ou de reas que separam partes pressurizadas;
- Escolher o isolante a ser colocado entre metais dissimilares;
- Verificar se apareceram rachaduras, perdas (falhas) ou cravao incorreta de rebites;
- Verificar o alinhamento da estrutura reparada
Ao profissional responsvel pela execuo do projeto do reparo, o primeiro passo ser tentar obter
todas as informaes acima do Manual de Reparos Estruturais, elaborado pelo fabricante e especfico
para o modelo da aeronave em questo. Esses manuais abrangem a maioria dos reparos necessrios, e so
feitos com o perfeito conhecimento das tenses reais de projeto e as quais a estrutura da aeronave pode
vir a se sujeitar ao longo de sua vida de operao. Se a recuperao de membros altamente tensionados
como: longarinas de asas, ferragens de juno asa-fuselagem, anis (cavernas) da fuselagem que fazem a
ligao desta com a longarina da seo central, etc, no estiverem contidos no referido Manual de
Reparos Estruturais do fabricante para o modelo da aeronave danificada, mais conveniente consultar o
fabricante da aeronave sobre a maneira mais adequada de executar o reparo.
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Existem, entretanto, princpios gerais presentes nos diversos tipos de reparos. Os mto-dos
empregados dependem mais do tipo do membro estrutural do que da funo ou da posio particular do
componente na estrutura.
O profissional responsvel pela recuperao da aeronave, aps familiarizar-se com as
caractersiticas gerais dos reparos para cada tipo de componente estrutural, no ter dificulda de em
adapt-las ao projeto de reparo de qualquer parte de uma determinada estrutura.
Um reparo eficiente deve ser simples, porm deve restituir a resistncia original ao componente
afetado ou mesmo aument-la. Mas isto nem sempre possvel devido necessi dade de se introduzir
furaes para rebites ou parafusos na rea reparada.
Para que haja um mnimo de perda na resistncia, o profissional responsvel pelo proje to do reparo
deve considerar as seguintes questes:
- A resistncia em qualquer das sees transversais das partes integrantes do reparo
aproximadamente igual ou maior que a do membro avariado? No considerar o reparo como um
todo e sim cada seo transversal. Se a seo transversal em todos os pontos do reparo for pelo
menos igual do componente que falhou e se o reparo tem a forma e o modo de construo
semelhantes aos do original, e se foi construido com o mesmo material, no haver, praticamente,
resistncia perdida;
- O reparo introduz descontinuidades ou excentricidades que possam alterar o caminho natural das
cargas aplicadas? O reparo deve permitir que as tenses decorrentes de cargas aplicadas sigam um
caminho to prximo quanto possvel do original;
- O tamanho da rea destinada unio do reparo com o componente original (overlap), bem como
os meios de ligao dessas partes so suficientes para propiciar uma homognea e gradual
disperso das cargas suportadas?
Se o reparo preencher os requisitos acima a estrutura poder retornar com segurana s suas
funes.
Algumas observaes ainda podem ser feitas em relao ao reparo, como:
- O reparo mantm a forma aerodinmica nas superfcies externas e lisas?
- O reparo mantm as propriedades de resistncia corroso em suas condies origi-nais?
- O reparo adiciona um mnimo de peso em relao ao da estrutura original?
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Cortada de uma pea nova do estoque. Esta soluo para uma situao normal. Algumas vezes, nos deparamos com situaes de emergncia que necessitam de outras
solues, como por exemplo:
- Retirada de outra aeronave em manuteno; a famosa e temida canibalizao;
- Depenagem de outros avies acidentados. Esta soluo apresenta perigos, como o
da utilizao de material queimado, que sofreu superaquecimento e perdeu suas
propriedades fsicas pelo recozimento das peas metlicas. Uma indicao para a
descoberta de ocorrncia anterior de superaquecimento de qualquer material por fogo
a verificao da pintura de cromato de zinco, que se torna marrom em temperaturas
suficientes para recozer as ligas de alumnio. No caso do material ser anodizado em
vez de pintado com o cromato, deve ser feito um teste de dureza. O material recozido
fica mais mole ou macio.
A soluo da depenagem ainda apresenta o perigo da utilizao de materiais que
sofreram excesso de tenso e esto enfraquecidos devido deformao. O material
sobretensionado pode ser identificado pela deformao e alongamento dos perfis,
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LIGA A
PROPRIEDADE
Alumnio 24ST
Alumnio 24ST80
Resistncia Trao
62.000
60.000
Resistncia Compresso
40.000
47.000
valores em lb/pol 2
Se a liga 24ST for substituida pela liga 24ST80, o componente de substuio dever ser de
maior espessura, a menos que a reduo de resistncia trao seja considerada aceitvel. Por
outro lado, se a liga 24ST80 for substituda pela liga 24ST, o material de substituio deve ter
maior calibre, a menos que a reduo de resistncia compresso seja aceitvel.
Por outro lado, temos o problema da reduo do momento de inrcia. As resistncias
flambagem e toro, principalmente de membros estruturais, dependem mais do momento de
inrcia da seo transversal que da resistncia compresso e cisalhamento da liga utilizada. A
carga crtica de flambagem diretamente proporcional ao momento de inrcia, como por exemplo, no caso do perfil (reforador) sujeito compresso, onde a carga crtica de flambagem :
Pcrit = c.2.E.I
L2
No caso de resistncia flexo, tambm temos que o momento fletor mximo que a pea
pode resistir :
Mcrit = .I
Conclui-se que um material de substituio mais fino que o original, mesmo que seja de
um material mais resistente compresso e ao cisalhamento, reduzir as resistncias
flambagem e toro da pea.
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Voltando ao incio desta seo, se o material usado para o reparo mais frgil que o da estrutura original, maior ser a rea necessria para resistir ao esforo (frmula: Carga = resistncia
da liga X rea da seo, da tira-se a rea para resistir mesma carga).
Este aumentode rea pode ser obtido pelo aumento da espessura e/ou de outras dimenses
da seo transversal do reparo.
A relao para o aumento de rea poder ser obtida da tabela a seguir ou da comparao da
carga de deformao (alongamento, limite de escoamento) e de ruptura dos dois materiais,
usando-se a relao crtica (o maior valor). Por exemplo: para substituir uma liga de alumnio
anodizado 24 SRT por ALCLAD 24 ST, as relaes sero:
Resistncia ruptura: 24 SRT anodizado = 71.000 lb/pol2 = 1,27
ALCLAD 24 ST
56.000 lb/pol2
Portanto, 1,27 a razo de aumento de rea, ou seja, o quanto a rea da seo do reparo
deve ser maior que a original (ex.: multiplicada por 1,27).
Resistncia deformao: 24 SRT anodizado = 55.000 lb/pol2 = 1,49
ALCLAD 24 ST
37.000 lb/pol2
Portanto, a relao crtica 1,49. Assim, uma rea danificada de 24 SRT dever ser substituda por uma rea 1,49 vezes maior de ALCLAD 24 ST.
A Tabela 3.4.3-1, a seguir, fornece os fatores pelos quais devemos multiplicar a espessura
da chapa (rea resistente) de alumnio a ser substituida, para obter a resistncia equivalente com
o material substituto, como no exemplo a seguir.
Exemplo: - Encontrar a espessura mnima para uma chapa de ALCLAD 24S-T6 que deve
substituir uma de ALCLAD 75S-T6 de 0,81mm (0,032) de espessura:
1) O fator do material Alclad 75S-T6 encontra-se na 2 fileira horizontal de materiais.
2) O material de substituio Alclad 24S-T6 encontra-se na 8 coluna vertical da tab.
3) Com isso encontramos o fator de 1,32 na interseco da 2 linha com a 8 coluna, e a
espessura mnima do material de substituio de Alclad 24S-T6 ento: 1,32 x 0,81 =
1,07mm (0,042).
Vale recordar-nos que:
1) Quando substituir folha de alumnio sem revestimento por folhas de liga ALCLAD
(com revestimento de alumnio puro) as superfcies devem ser adequadamente protegidas contra corroso com uma aplicao de um revestimento superficial eficiente.
2) Quando for necessrio executar um reparo, devemos ter muito cuidado quanto a ligas
com tratamento trmico e ligas trabalhadas a frio, pois elas tm pouca resistncia
flexo, rachando facilmente mas podem ser trabalhadas em suas formas recozidas e
com tratamento trmico, para aumentar sua resistncia antes de montadas.
3) Ligas macias, por outro lado, so facilmente trabalhveis, porm, no so suficientemente resistentes para fazer parte de estruturas primrias.
4) Em alguns casos, se o metal recozido no estiver disponvel, aquecemos o metal,
deixamos resfriar rapidamente, de acordo com as prticas normais de tratamento
trmico, e o modelamos antes de seu endurecimento completo. A modelagem deve
estar completa no mximo meia hora aps o resfriamento rpido, ou o metal ficar
muito duro para modelar.
5) No substituir ligas sem tratamento trmico por materiais tratados termicamente, exceto
em emergncia.
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TAB. 3.4.3-1
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A transferncia das cargas em uma junta rebitada se processa da seguinte forma: a fora
(carga) passa da chapa para o rebite como esforo de cisalhamento e do rebite para a chapa sob a
forma de esforo de apoio na rea de contato com a chapa.
Esta rea tomada como a multiplicao do dimetro do rebite pela espessura da chapa
(A = D x t), pois o esforo de apoio atua na direao da carga externa.
Se for utilizado um rebite duro em chapa de material macio, esta unio falhar no apoio na
chapa. Caso contrrio, se for usado rebite mole em chapa dura, esta degolar o rebite.
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Se for utilizado um rebite de grande dimetro numa junta de chapa relativamente fina, a
chapa falhar no apoio antes do rebite falhar por cisalhamento. Se, no entanto, for usado um
rebite de pequeno dimetro em chapas de gran de espessura, o rebite falhar em cisalhamento
muito antes de ser atingida a resistncia mxima ao apoio.
Em uma junta ideal, as resistncias ao apoio e ao cisalhemanto devem ser iguais. Numa
junta real, estas duas resistncias devem ser mais prximas possvel.
Quando so utilizados rebites ou parafusos em uma junta, a resistncia da chapa em
trao ou compresso diminuida por causa da reduo da rea lquida de chapa, que a
rea total menos o que foi retirado com a furao. Ou seja, tanto em trao como em compresso, um membro estrutural sem furos mais resistente do que este mesmo elemento com furos.
Os furos dos rebites/parafusos aumentam quando a chapa carregada (trao, flexo,
etc.), fazendo diminuir, portanto, a rea lquida na vizinhana do furo. Como a carga constante
e a rea lquida diminui, a tenso na rea reduzida aumentar muito e a chapa pode falhar na rea
sobretensionada entre o furo e a borda.
Se, entretanto, forem colocados, firmemente, nos furos de um elemento estrutural em
compresso, pinos (rebite, parafuso) de resistncia igual ou superior do componente, estes
pinos transmitiro a carga de compresso atravs dos furos, e o membro estrutural suportar a
carga como se no existissem os furos.
No entanto, a colocao de rebites, pinos ou parafusos no far diferena no caso de cargas
de trao, pois o material se estender e os rebites ou pinos no transmitiro a carga atravs dos
furos.
Assim para se calcular a resistncia de um membro da estrutura sob compresso, a rea
total dever ser usada, desde que os furos estejam perfeitamente preenchidos por pinos, rebites
ou parafusos de material equivalente ou mais resistente, enquanto que na verificao da
resistncia trao dever ser usada a rea lquida.
Existem muitas partes e elementos na estrutura de uma aeronave que suportam grandes
esforos e por isso suas juntas e unies no devem reduzir mais que 10% a rea da seo destes
membros (por causa das furaes para se realizar as junes).
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O dimetro par o rebite escolhido (de liga A17-ST (AD)) ser (recomendao: 3 x
espessura da chapa): D = 3 x ,036 = 0,108.
Dentre os rebites existentes no estoque, o dimetro que mais se aproxima de 0,108 o de
1/8 (0,125).
Existem tabelas, como as apresentadas a seguir (ex.: AN 01-90 CDB ou TO 1C-45G3),
especficas para o tipo de liga do rebite e da chapa, onde, entrando-se com o dmetro do rebite
(1/8 no nosso exemplo) juntamente com a espessura e a liga da chapa (mais fina no caso de
cisalhamento simples, 0,032 no nosso exemplo, e a mdia das espessuras no caso de
cisalhametno duplo), obtem-se a resistncia do rebite ao cisalhamento (Tabs. 2 e 3) igual a 374
lb.
Assim como possvel se obter o valor da resistncia deformao da chapa (apoio), da
Tab. 6, como sendo B = 364 lb.
Divide-se, ento, a carga de projeto A (4800 lb no nosso exemplo) pela menor das cargas
admissveis (segurana), do rebite ou da chapa, para se obter o nmero mnimo de rebites
necessrios de cada lado da junta. No nosso exemplo o menor destes dois valores a resistncia
ao apoio da chapa B= 364 lb:
A/B = 4800 lb / 364 lb = 13,2
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Tabela -5
(E/D = 1,5)
Tabela -6 Resistncia ao Apoio (esmagamento) de Chapas da liga ALCLAD 24-ST (E/D = 2,0)
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A espessura da chapa refere-se ao material a ser reparado e o dimetro do rebite deve ser o mesmo que o
utilizado na determinao da resistncia ao cisalhamento.
Clculo da Rebitagem
Os rebites e parafusos devem ser espaados de tal modo que a resistncia do reparo seja
reduzida o mnimo possvel. Na prtica, geralmente, o espaamento utilizado deveria ser o que o
fabricante empregou na prpria estrutura.
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Uma considerao que deve ser feita antes da localizao dos rebites quanto ao acesso
para a rebitagem. No se deve projetar um reparo com as furaes dos rebites muito juntas a
flanges ou outras partes que dificulte a correta cravao dos rebites. Um rebite mal batido nunca
suportar a carga de projeto a qual deve suportar.
Os rebites tambm no devem ser colocados numa nica fileira (tanto transversal quanto
longitudinalmente) para no enfraquecer o material pela reduo de rea ao longo de um
determinado eixo; eles devem ficar alternadamente distribuidos ao longo do comprimento e da
largura do material do reparo.
Por exemplo, o comprimento da chapa do reparo em um reforador longitudinal, ser
funo do nmero de rebites necessrio e do espaamento utilizado na estrutura original.
O clculo da rebitagem consiste na determinao de: (1) do nmero de rebites necessrios;
(2) do tamanho e tipo do rebite usado; (3) seu material, tmpera e resistncia; (4) o tamanho dos
furos; (5) a distncia entre os furos e as bordas de um reparo; e (6) o espaamento entre os
rebites sobre o reparo.
Uma vez que as distncias so medidas em termos do dimetro do rebite, a aplicao das
medidas torna-se simples, pois o dimetro correto do rebite determinado.
O tipo de cabea, o tamanho e a resistncia requerida em um rebite so determinados,
levando-se em conta fatores como o tipo de foras presentes no ponto rebitado, o tipo e espessura
do material a ser rebitado, e a localizao da parte rebitada na aeronave.
O tipo de cabea determinado pela localizao na aeronave. Onde se requer uma
superfcie aerodinmica lisa, devemos usar rebite de cabea escareada. Os rebites de cabea
universal podem ser usados na maioria dos lugares.
Caso seja necessrio um reforo extra, e o espao permitir, podem ser usados rebites de
cabea redonda; se no houver espao, pode-se usar rebites de cabea chata.
O tamanho (ou dimetro) do corpo do rebite selecionado, corresponde, em geral,
espessura do material a ser rebitado. Se for usado um rebite muito grande (ou grosso) em um
material muito fino, a fora necessria para prender o rebite provocar um abalamento
indesejvel na cabea do rebite. Por outro lado, se for escolhido um rebite muito fino para uma
chapa grossa, a resistncia ao cisalhamento do rebite no ser suficiente para suportar os esforos
na junta ou ser necessrio um nmero muito grande de rebites para isso.
Como regra geral, o dimetro do rebite no deve ser maior que trs vezes a espessura da
chapa mais grossa. Os rebites mais utilizados no reparo de aeronaves variam de 3/32 da polegada
a 3/8 da polegada de dimetro. Normalmente, rebites menores que 3/32 da polegada nunca so
usados em partes estruturais que suportam esforos.
Quando os rebites devem transpassar completamente membros tubulares, selecionamos um
dimetro equivalente a pelo menos 1/8 do dimetro externo do tubo. Se um tubo est encaixado
dentro do outro, tomamos a medida externa do tubo e usamos 1/8 dessa medida como o dimetro
mnimo do rebite. recomendvel sempre calcular o dimetro mnimo de um rebite e usar o
tamanho imediatamente superior.
Na determinao do comprimento total de um rebite, deve-se conhecer as espessuras dos
metais a serem unidos. Essa medida conhecida como o comprimento de pega(letra B da figura
3.4.8-1). O comprimento total do rebite (letra A da figura 3.4.8-1) dever ser igual ao
comprimento da pega, mais a quantidade de corpo necessria para formar a cabea de fixao. O
tamanho do rebite necessrio para formar a cabea de fixao 1,5 vezes o dimetro do corpo do
rebite (C da figura 3.4.8-1).
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Uma regra geral a ser seguida em uma aeronave que utiliza rebites escareados, aplicar
rebites escareados na superfcie superior de asas e estabilizadores, na parte inferior do bordo de
ataque antes da longarina, e na fuselagem at o ponto mais alto da asa. Usamos rebites com
cabea universal em todas as outras reas.
Em geral, tentamos fazer o espaamento dos rebites em um reparo, de acordo com o utilizado pelo fabricante, na rea adjacente ao reparo. Alm dessa regra fundamental, no h uma
regra que governe o espaamento de rebites em todos os casos. Contudo, h certos requisitos
mnimos que devem ser observados.
A distncia at a borda, ou a distncia do centro do primeiro rebite at a borda da chapa,
no deve ser menor que duas vezes o dimetro do rebite, nem maior que quatro vezes. A
distncia recomendada aproximadamente 2,5 vezes o dimetro do rebite.
Se os rebites forem colocados muito prximos da borda da chapa, a chapa poder rachar ou
soltar-se dos rebites; e se eles forem colocados muito afastados da borda, a chapa poder virar
suas bordas para cima.
O passo dos rebites a distncia entre os centros dos rebites adjacentes em uma mesma
fileira. O menor passo de rebites permissvel igual a trs vezes o dimetro do rebite. A mdia
de passo usada varia de quatro a dez vezes do dimetro. O passo transversal a distncia perpendicular entre fileiras de rebites; geralmente igual a 75% do passo do rebite. O menor passo
transversal permitido 2,5 vezes o dimetro.
Durante o reparo de um tubo danificado em que os rebites o transpassam completamente,
distanciamos os rebites de quatro a sete vezes o dimetro, caso os rebites adjacentes estejam em
ngulo reto, e distanciamos de 5 a 7 vezes o dimetro, caso eles estejam em linha (paralelos).
O primeiro rebite de cada lado da junta no deve estar a menos de 2,5 vezes o dimetro a
partir da ponta da luva.
As regras gerais de espaamento de rebites, como aplicadas a fileiras, so bem simples. Em
uma fila nica, primeiro determinamos a distncia da borda em cada ponta da fila, depois
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calculamos o passo dos rebites como mostrado na figura 5-42. No clculo de duas filas, calculamos a primeira fila como j descrito, posicionamos a segunda fila a uma distncia igual ao passo
transversal a partir da primeira fila, e depois calculamos os pontos dos rebites da segunda fila, de
forma que eles fiquem exatamente na metade da distncia entre os rebites da primeira fila. No
clculo de trs fileiras, calculamos a primeira e a terceira filas, depois determinamos os pontos
da segunda fila traando uma linha reta. (ver figura a seguir).
Dobragem de chapas
A confeco de dobras em folhas, placas ou chapas, chamada de dobragem. As dobras
geralmente possuem arestas em ngulo; geralmente so realizadas em mquinas de dobragem.
Embora as ligas de alumnio sejam maleveis, elas racharo se forem dobradas com um
raio de curvatura (raio interno da curva) abaixo de certos valores mnimos, que vo depender do
tipo de material que se quer dobrar (ligas de alumnio, tipos de ao) e da espessura da chapa.
Fatores estes que vo determinar o raio mnimo de curvatura ou dobragem.
Na tabela a seguir tem-se os raios mnimos de dobragem para diversas ligas de alumnio
utilizadas na construo aeronutica (na 1 tab. S a espssura da chapa em polegadas ou
milmetros).
Tabelas
Raios
Mnimos
de
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Dobra
por
Deformao
frio
De forma geral, quanto mais fino o material, mais aguda poder ser a sua dobra (menor o
raio da dobra), e quanto mais macio o material, tambm mais aguda poder ser a dobra.
Outros fatores que devem ser considerados na confeco de dobras em linha reta so: a
tolerncia dobragem, o recuo e a linha de visada.
O raio de dobragem de uma chapa o raio medido no interior da curva. O raio mnimo de
dobragem de uma chapa a curva ou dobra mais aguda qual a chapa pode ser submetida sem
provocar um enfraquecimento crtico do metal na dobra. Caso o raio da dobra seja muito
pequeno, o estresse e a fadiga enfraquecero o metal, e podero provocar o aparecimento de
fissuras, trincas, etc.
Um raio mnimo de dobragem especificado para cada tipo de chapa metlica do avio.
Como j dito, o tipo do material, sua espessura e tmpera so fatores importantes. Uma chapa
destemperada pode ser dobrada em um raio proximo da sua espessura. J o ao inoxidvel e a
liga de alumnio 2024-T requerem um raios de dobragem bem maiores (Tabs. - 8).
A tolerncia da dobra depende de quatro fatores: (1) O grau de dobragem, (2) O raio de
dobragem, (3) A espessura do metal, e (4) O tipo de metal usado.
O raio da dobragem geralmente proporcional espessura do material. Alm disso, quanto
mais agudo o raio da dobragem, menor a quantidade de material necessrio para a dobra.
O tipo de material tambm importante. Se o material for macio, ele pode ser dobrado em
um ngulo agudo; mas se for duro, o raio de dobra ser maior, e com ele o tamanho da dobra.
O grau da dobragem afeta o comprimento total do metal, enquanto a espessura influi no
raio da dobra.
A dobragem de uma lmina, chapa ou tira de metal comprime o material no lado interno da
curva, e estira o material no lado externo da curva. Contudo, numa distncia entre esses dois
extremos h uma camada que no afetada por nenhuma das duas foras. Ela conhecida como
a linha neutra ou eixo neutro, e ocorre a uma distncia aproximadamente 0.445 vezes a espessura
(T) do metal (0.445 x T) a partir da face interna da dobra (figura 3.4.11-1, acima ).
Durante a dobragem de metais nas dimenses exatas, o comprimento da linha neutra deve
ser determinado, de forma que haja material suficiente para a dobra.
Para economizarmos tempo com clculos de tolerncia de dobragem, estabeleceram-se
frmulas e tabelas para os vrios ngulos, raios de dobragem, espessuras de material e outros
fatores. A frmula da tolerncia da dobra para uma curva de 90 discutida nos prximos pargrafos.
Mtodo # 1, frmula # 1
Ao raio da curvatura (R) adicionamos metade da espessura do metal (1/2 E). Isso d, R +
1/2 E, ou aproximadamente o raio do eixo neutro.
(R + 1/2 E)
= 3,1416
NOTA:
(R + 1/2 E).
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da
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REPAROS TPICOS
Geralmente, o Manual de Reparos Estruturais da aeronave que est sendo reparada contm
os reparos tpi-cos, aplicveis em componentes que admitem estes tipos de reparos, destinados a
restaurar as caractersti-cas originais de resistncia estrutural da pea avariada.
Normalmente, no projeto dos reparos tpicos, considera-se que todos os extrudados sejam
solicitados longitudinalmente (trao e compresso) e que os painis de revestimento sejam solicitados em cisalhamento. Para eliminar a necessidade de se determinar as direes das tenses,
em cada caso de reparo, o nmero de rebites necessrio por unidade de comprimento o mesmo,
independentemente da direo do carregamento.
Antes de discutirmos qualquer tipo especfico de reparo que possa ser feito em uma
aeronave, devemos lembrar que os mtodos, procedimentos e materiais mencionados nos
prximos pargrafos so apenas tpicos e no devem ser utilizados com um gabarito para o
reparo.
Normalmente haver ilustraes de reparos semelhantes, na seo aplicvel do MRE, dos
tipos de materiais, de rebites e o espaamento entre eles, e tambm, os mtodos e procedimentos
a serem utilizados.
Se a informao necessria no for encontrada no Manual de Reparo Estrutural, tentaremos
encontrar uma soluo semelhante instalada na aeronave, pelo fabricante.
Lembrando que sempre que um painel de revestimento for largamente danificado, este
painel deve trocado por completo (reparo por substituio) e o novo painel deve ter espessura,
material e furao idnticos ao original, permitindo uma cravao coincidente com a furao da
estrutura suporte, observando-se o mesmo dimetro de rebites, espaamento, etc.
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REVESTIMENTO
Chapa de insero de
mesma espessura do revestimento
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- Para no prejudicar a resistncia trao do perfil origi-nal, deve ser evitado aumentar o
dimetro dos furos j existentes, e os rebites adicionais para fixao do reparo devem ser
alternados em relao aos j existentes;
- Se o dano da viga ocorrer prximo a uma caverna, cor-taremos o reforador danificado de
forma que apenas a insero v ultrapassar a abertura na caverna. A caverna ser
enfraquecida se a abertura for aumentada para aco-modar tanto o reforador quanto um
reparo superposto. Um reparo em duas partes deve ser usado nestes casos.
- Em elementos crticos, sujeitos a solicitao elevada, os perfis de reforo devem ser
afilados nas extremidades (chanfrados), para evitar uma concentrao de carga nos rebites
extremos e a conseqente tendncia de falha;
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Se for necessrio remover qualquer anel ou nervura, na sua remontagem, estes elementos
devero ser fixados exatamente na mesma posio, usando a mesma furao.
Qualquer chapa de reforo deve ter um tamanho que permita a colocao da quantidade de
rebites necessria segurana do reparo (calculada ou especificada).
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Por mais complexa que a avaria possa aparentar, na maioria dos casos, existem solues de
reparos que dispensam a abertura de furos de acesso para a cravao das chapas de reforo.
No reparo de anis de seo em forma de C, U ou Z devemos ficar atentos ao
problema dos pequenos raios de dobragem que possam ser necessrios.
O anel da figura abaixo, com seo transversal em forma de C, foi necessrio aplicar um
reforo interno A e um externo B.
Ambas as peas de reforo so feitas de chapas dobradas, porm cada uma delas possui
caractersticas particulares a saber:
- se a dobragem da pea A for efetuada em liga de alumnio j tratado termicamente,
no haver a necessidade de novo tratamento aps a dobragem e antes da montagem;
- utilize para a chapa A, liga de
alumnio recozida (ou tratada termicamente
que permita executar a dobragem). Depois da
dobragem e antes da montagem, a referida
pea deste reparo deve ser submetida ao
tratamento trmico final desejado. Apesar
desta soluo ser prefervel exite outra opo,
seguinte;
- a utilizao do ao cromo-molibdnio ou equivalente. Neste caso a pea A
dever ser normalizada aps a do bragem e
antes da montagem. Mas para a utilizao do
ao para reparar uma pea de alumnio, requer
que os dois elementos sejam isolados entre si, antes da monta-gem, para evitar a corroso
galvnica. Este isolamento pode ser obtido por meio da aplicao de proteo contra a corroso
(cromato de zinco), de fi-tas isolantes especiais ou proteo galvanoplstica (cadmiagem,
fosfatizao, etc.).
A juno de metais diferentes (no caso alumnio e ao), requer ainda a utilizao de
rebites (ou parafusos) de ao no lugar dos rebites de alumnio originais. A dimenso C da
pea de reparo A, deve ser igual ou ligeiramente superior espessura da pea avariada.
O chapa externa do reparo, B, pode ser confeccionada em chapa de liga de alumnio j
tratada termicamente, pois o raio de dobragem provavelmente no ser crtico.
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