Tuina Na Lombalgia
Tuina Na Lombalgia
Tuina Na Lombalgia
SUMRIO
1 INTRODUO.................................................................................................................... 7
2 DOR.................................................................................................................................... 9
2.1 DIAGNSTICO DA DOR SEGUNDO A MEDICINA CHINESA (MTC)................................11
3 LOMBALGIA..................................................................................................................... 14
3.1 LOMBALGIA SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA......................................17
3.1.1 Lombalgia Shao Yin (Corao- Rim).....................................................................................20
3.1.2 Lombalgia Yang Qiao Mai.......................................................................................................21
3.1.3 Lombalgia Yang Wei................................................................................................................21
3.1.4 Lombalgia Yin Qiao Mai..........................................................................................................22
3.1.5 Lombalgia Yin Wei...................................................................................................................22
3.1.6 Lombalgia Du Mai....................................................................................................................23
3.1.7 Lombalgia do Canal de Energia Luo Longitudinal do Du Mai............................................23
3.1.8 Lombalgia Chong Mai.............................................................................................................23
3.1.9 Outros tipos de Lombalgias....................................................................................................23
3.2 LOMBALGIA CRNICA SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA...................25
4 MASSAGEM CHINESA TUI NA......................................................................................26
4.1 QUANDO NO UTILIZAR TUI NA.....................................................................................28
4.2 PRINCPIOS DA MASSAGEM CHINESA TUI NA...............................................................28
4.3 INDICAOES E CONTRAINDICAES PARA O USO DA TUI NA...................................29
4.3.1 Indicaes.....................................................................................................................29
4.3.2 Contraindicaes..........................................................................................................31
4.3.3 Cuidados Especiais.....................................................................................................31
4.4 TCNICAS E MANIPULAES DA MASSAGEM TUI NA...............................................32
4.4.1 Presso (An-Fa)...........................................................................................................34
4.4.2 Compresso (Na-Fa)...................................................................................................34
4.4.3 Amassamento (Rou-Fa)..............................................................................................35
4.4.4 Frico (Mo-Fa e Ca-Fa)............................................................................................35
4.4.5 Deslizamento (Tui-Fa).................................................................................................36
4.4.6 Vibrao (Zhen-Fa)......................................................................................................36
4.4.7 Balano com o Polegar (Yizhichan-Fa)....................................................................36
4.4.8 Estiramento (Muo-Fa)..................................................................................................37
4.4.9 Rolamento (Gun-Fa)....................................................................................................37
4.4.10 Percusso (Jin-Fa)....................................................................................................37
4.4.11 Tcnicas de manipulao das articulaes (Yao-Fa)...........................................38
4.4.12 Sacudidela (Dou-Fa).................................................................................................38
4.5 O TRATAMENTO ATRAVS DA MASSAGEM TUI NA..........................................................38
5. SUGESTO TERAPUTICA DE TUI NA PARA LOMBALGIA CRNICA.........................39
5.1 MANOBRAS UTILIZADAS.................................................................................................39
5.1.1 An Fa (Compresso)...................................................................................................39
5.1.2 Mo Fa (Frico)............................................................................................................40
5.1.3 Tui Fa (Deslizamento).................................................................................................41
5.1.4 Ca Fa (Esfregar)...........................................................................................................42
5.1.5 Yizhichan Fa (Presso com um dedo)......................................................................43
5.1.6 Rou Fa (Amassamento)..............................................................................................44
5.1.7 Gun Fa (Rolamento)....................................................................................................45
5.2 ACUPONTOS UTILIZADOS...............................................................................................47
5.3 SUGESTO DE SEQUENCIA DE MASSAGEM TUI NA PARA LOMBALGIA CRNICA............48
6. METODOLOGIA............................................................................................................... 50
7. CONSIDERAES FINAIS..............................................................................................51
REFERENCIAS.................................................................................................................... 52
1 INTRODUO
As alteraes fisiolgicas, o ritmo de vida do homem e a m postura vm
contribuindo para sensveis mudanas que refletem diretamente no cotidiano. Um
exemplo destas mudanas so as dores nas costas. Com os avanos tecnolgicos,
e a mo de obra humana sendo substituda pela mquina, o ser humano adotou
cada vez mais um estilo de vida sedentrio, no qual passa a maior parte de sua vida
sentado, no trabalho, no transporte e principalmente em casa.
A massagem Tui Na uma das artes de cura mais antiga, h mais de 4 mil
anos praticada na China, mas s h pouco tempo seu conhecimento chegou ao
ocidente. O nome Tui Na vem do chins, e Tui significa empurrar, e Na significa
agarrar, segurar. Colocar o significado de Tui Na uma frase seria: A mo que busca
harmonia, empurrando, comprimindo, estimulando podo em movimento.
A massagem Tui Na trabalha sobre os canais de Energias que percorrem o
corpo: nas articulaes, nos msculos, chegando a um nvel mais profundo. Ela
requer certa presso, e esta presso interfere no fluxo de Qi (Energia Vital) no corpo
e tem efeitos profundos em todos os aspectos do bem-estar emocional, intelectual e
fsico.
A Medicina Chinesa acredita que os desequilbrios e bloqueios energticos
so os causadores de doenas. Quando o fluxo de Qi est equilibrado, o corpo fica
relaxado, cheio de energia, a pessoa v a vida com mais entusiasmo.
Particularmente, a Tui Na eficaz no tratamento de dores musculares,
desgaste, tenso crnica ou qualquer outra causa. Tem excelente resultado no
tratamento de desequilbrios relacionados ao stress. E tambm, estimula o sistema
imunolgico, melhorando a sade no geral.
A regio lombar um local frequente de algias, cujas intensidades variam
desde uma sensao de incmodo at dores atrozes que incapacitam a pessoa de
realizar trabalhos cotidianos ou profissionais. A Medicina Ocidental atribui como
causas da lombalgia desestruturao do sistema osteoligamentar, processos
inflamatrios, degenerativos e tumorais. No oriente, a MTC (Medicina Tradicional
Chinesa), por sua vez, considera a regio lombar, assim como toda a coluna
vertebral, dependente do Shen Qi, cuja traduo Mente/Energia (Rins), e quando
existe uma deficincia de Qi, surge a condio bsica para que haja alteraes
energticas, funcionais e orgnicas na regio.
2 DOR
A dor um fenmeno intrigante e enigmtico. Uma experincia subjetiva,
tendo influncia no aprendizado cultural pelo significado da situao e por variveis
psicolgicas. Para filsofos gregos como Homero, a dor era devido a flechas
lanadas por deuses. Aristteles considerava a dor como paixo da alma. Por sua
vez Plato afirmava que a dor e o prazer procediam do interior do corpo, que
provavelmente originou o conceito de ser uma experincia emocional mais do que
uma alterao localizada do corpo (OKESON, 2005).
A Bblia faz referencia dor, no s em relao leso e a enfermidade, mas
tambm como angustia da alma. Os primitivos Hebreus consideravam-na uma
manifestao de inquietude que levavam tambm a tristeza e a pena. Freud
acreditava que os processos do pensamento podiam resultar em sintomas fsicos.
Considerou que sintomas como as dores podiam desenvolver-se como soluo para
conflitos emocionais (OKESON, 2005).
Devido as suas caractersticas, a dor no fica restrita somente ao produto final
de um sistema de transmisso sensorial linear. Pode ser definida com um processo
dinmico que envolve interaes complexas e continuas entre sistemas neuronais,
sendo uma experincia desagradvel que talvez possa incomodar o individuo, muito
mais que qualquer outra experincia vital. Esta sensao altera seriamente a vida de
milhes de pessoas em todo o mundo.
Segundo a Internacional Association for the Study of Pain (1994), dor uma
experincia sensorial e emocional desagradvel associada a uma leso tecidual
potencial ou real, ou cuja descrio pode corresponder existncia de tal leso.
Esta definio significa que a dor pode estar associada a uma leso tecidual, ou a
variveis cognitivas ou emocionais onde a dor independente de dano tecidual. A
dor um fenmeno somatopsquico modulado pelo humor e pelo moral do doente e
pelo significado que a dor assume para o doente.
A dor um sintoma no um diagnstico e quando existe no determinada
pela quantidade de dano fsico, mas existem muitos fatores que a influenciam. A dor
um fenmeno multidimensional que resulta da complexa interao entre fisiologia,
psicologia, cognitiva, social, personalidade, comportamento e outros fatores, a que
se chama de sofrimento global. Embora no haja qualquer marcador biolgico da
dor, a descrio individual e o autorregistro geralmente fornecem evidncias
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da dor, natureza da dor, tempo (hora) da dor, fatores que afetam a dor, dor no rgo
versus dor no meridiano so fundamentais para um perfeito tratamento e
prognostico (MACIOCIA, 2007).
Dependendo dos fatores energticos causais a dor pode ser classificada
como:
1 Fator Yang: tem polaridade positiva, se apresenta em forma de dor aguda,
intensa, localizada, do tipo pontada. Sendo referida como dor latejante, sensao de
choque eltrico ou de clica.
Para Maciocia (2007) a dor localizada decorrncia de fleuma, estase, de
sangue, ou obstruo por frio ou umidade ou ambos. A dor com caracterstica
migratria decorre da estagnao do Qi. Exceto nos casos de Vento nas
articulaes. A dor de natureza branda indica-nos deficincia. A deficincia pode
causar dor pela subnutrio dos canais e este tipo de dor aliviado pelo repouso.
Entretanto a dor aguda e intensa demonstra caracterstica de plenitude.
A dor por plenitude decorre de obstruo dos canais por algum agente
agressor tais como:
Estagnao de Qi;
Frio ou Calor interno;
Estase de sangue;
Umidade;
Fleuma;
Reteno de alimentos.
Estes agentes patgenos obstruem a circulao do Qi ou do sangue ou
mesmo de ambos gerando dor (MACIOCIA, 2007).
2 Falso Yang: apresenta tambm polaridade positiva, mas em decorrncia
de deficincia de Yin Qi. Sendo referida como dor em queimao ou ardor. A dor
com esse padro sempre indica Calor ou Calor Vazio, podendo surgir na regio
epigstrica ou os membros (MACIOCIA, 2007).
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3 LOMBALGIA
A dor lombar considerada uma frequente causa de incapacidade e
morbidade, estando includa dentre os distrbios msculo esquelticos mais
dolorosos que afetam o homem, sendo apenas ultrapassada pela cefaleia. um
problema comum de sade na sociedade moderna sendo considerada uma das
causas mais frequentes de tratamento mdico e tambm considerada como uma
das principais causas de afastamento do trabalho, sobrecarregando o sistema de
sade e gerando altos custos (DZIEDZINSKI, 2005).
Estudos epidemiolgicos apontam uma elevada prevalncia das lombalgias
na populao em geral, cerca de 60% a 80 % da populao ter lombalgia em algum
momento de suas vidas, acometendo ambos os sexos, comumente homens, com
mais de 40 anos e mulheres entre 50 e 60 anos de idade, e cerca de 70% a 80%
tero pelo menos um episdio de recorrncia (MACEDO, 2008).
A coluna lombar possui importantes funes, dentre elas podemos citar, o
fornecimento de suporte para a poro superior do corpo e transmisso do peso
dessa rea para os membros inferiores e para a pelve, porm esta regio esta
sujeita a tenses constantes, sendo assim um alvo de leses e dores (MAGEE,
2005).
A lombalgia, segundo a Classificao Internacional de Doenas (CID 10),
pode ser caracterizada por dor na parte inferior da coluna vertebral, ou seja, na
coluna lombar, situada entre o ultimo arco costal e a prega gltea, acarretando uma
serie de prejuzo, dentre eles diminuindo a qualidade de vida e a funcionalidade dos
indivduos (TENRIO; VIEIRA, 2012).
As dores na regio lombar so cada vez mais comuns, possuindo uma alta
incidncia, ir atingir cerca de 60 a 80% da populao em algum momento de suas
vidas, acarretando um alto custo no seu tratamento para o sistema de sade,
gerando cada vez mais um alto ndice de afastamento e incapacidade para o
trabalho (CARAVIELLO, 2005).
Em 2014 o INSS liberou 1,4 milhes de benefcios no pas, o afastamento por
dor lombar ficou em segundo lugar, com um numero de 23.557 beneficirios (Folha
de So Paulo, 2014).
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alterao
estrutural,
nomeadamente:
uma
espondilite,
um
quadro
17
(por
exemplo:
tumor,
infeco,
osteoporose,
espondilite
diferenas
que
importam
reconhecer
entre
lombalgia
lombociatalgia. A primeira refere-se dor que fica limitada regio lombar baixa e
s ndegas. Lombaciatalgia a dor que irradia para o membro inferior, podendo
chegar at aos dedos dos ps. O fato da dor ultrapassar o joelho altamente
sugestivo de ciatalgia (SKARE, 2010). Segundo o autor citado, as lombociatalgias
encontram-se ligadas a situaes nas quais existe compresso radicular como
hrnia do disco, esteatose do canal medular e sndrome do piriforme.
3.1 LOMBALGIA SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
A regio lombar um local frequente de algias, cujas intensidades variam
desde uma sensao de incomodo at dores atrozes que incapacitam a pessoa de
realizar trabalhos cotidianos ou profissionais. (YAMAMURA, 2004, p.815).
A Medicina Tradicional Chinesa considera a regio lombar, assim como toda a
coluna vertebral, dependente do Shen Qi (Rins), e quando existe uma deficincia de
Qi surge condio bsica para que haja as alteraes energticas, funcionais e
orgnicas na regio, principalmente quando a deficincia de Shen Qi (Rins) est
associada patologia energtica dos Zang Fu (rgos e Vsceras) e dos Jing Luo
(Canais de Energia e Colaterais) (YAMAMURA, 2004, p.815).
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O Rim frequentemente referido como a Raiz da Vida ou Raiz do Qi PrCelestial. Isso ocorre porque armazena a Essncia que, em sua forma PrCelestial, derivada dos pais e estabelecida na concepo. Tal Essncia determina
nossa constituio bsica, por isso a descrio do Rim como Raiz da Vida. Como
todo rgo Yin, o Rim apresenta um aspecto Yin e outro Yang, esses dois aspectos
adquirem um significado diferente para o Rim, pois o alicerce do Yin e do Yang
para todos os outros rgos (MACIOCIA, 2007, p.126).
A natureza nos deu a grande chance de armazenar o excedente de Energia
dos Canais Principais nos Vasos Maravilhosos, como silos que guardam as colheitas
abundantes para usufruirmos durante a escassez, assim seu principal papel
reforar a conexo entre os Canais Principais para regular o fluxo de Qi e Sangue. O
excesso dos mesmos flui para os Oito Vasos Maravilhosos, onde estocado para
ser redistribudo em caso de uma deficincia nos Canais Principais. Os Vasos
Maravilhosos Du Mai (Vaso Governador), Chong Mai (Vaso-Penetrador) e Ren Mai
(Vaso Concepo), alm de originar-se no Rim, tambm tm os seus trajetos que
passam pela coluna vertebral e so de grande interesse para o tratamento de dores
nas costas (INADA, 2006).
A deficincia de Energia do Rim, a estagnao de Qi (energia) e Xue (sangue)
no trajeto de qualquer um dos canais de energia anteriormente citados, resultam, em
primeiro momento, alteraes energticas e, em seguida, funcionais. Persistindo a
deficincia, surgem s alteraes orgnicas, com desestruturao osteoligamentar,
com processo inflamatrio, dor lombar e outros (INADA, 2006).
A lombalgia, na cincia oriental, atribuda ao clima Frio e mido. O inicio
dos sintomas podem ser aos poucos, indicando que o Frio interior. Na lombalgia,
sendo de carter de Sndrome de Frio, constata-se na avaliao oriental, a presena
de alguns sintomas, como: o paciente no apresenta sede, nem vontade de ingerir
lquidos; palidez facial; camada superficial da lngua (saburra) lisa e esbranquiada e
pulso lento. Em relao ao diagnostico para detectar o excesso ou a deficincia dos
elementos, so encontradas as caractersticas de deficincia: fraqueza do
organismo e de seu sistema de defesa, decorrente de alguma doena prolongada. E
o excesso, por sua vez, indica que h reao vigorosa do organismo no decorrer da
doena. As sndromes de deficincia e excesso tambm indicam o tempo da
doena, crnica e aguda respectivamente (SILVA et al., 2005)
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frequentemente
associada
cefaleia,
cervicalgia,
22
da
evoluo
pode
levar
quadros
de
dores
do
sistema
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deficincia, como boca ressecada noite, insnia, sudorese noturna (INADA, 2006
p. 123).
4 MASSAGEM CHINESA TUI NA
A massagem Tui Na uma das antigas artes de cura da Medicina Tradicional
Chinesa junto com acupuntura e a fitoterapia. As antigas escrituras da medicina
chinesa encontram-se no Nei Ching, datado de 2300 a.C., que apresenta muitos
captulos sobre massagem. Embora Tui Na venha sendo praticada na China por
mais 4 mil anos, e ainda hoje seja utilizada nos hospitais e clinicas de todo o pas, s
agora est chegando ao conhecimento do Ocidente (MERCATI, 1999).
O nome Tui Na vem do chins e traz consigo a natureza vigorosa da prtica
desse sistema de cura. Composto por duas palavras: Tui significa empurrar e Na
significa segurar/agarrar com fora. Traduzidas em uma frase significam: A mo que
busca harmonia, empurrando, comprimindo, estimulando pondo em movimento.
Tui Na, como praticada na China, trata de casos que no Ocidente exigem a
ajuda de um osteopata, quiroprtico, fisioterapeuta ou terapeuta esportivo. Ela
mais eficaz do que qualquer uma dessas especialidades mdicas, j que no atua
apenas nos msculos e nas articulaes, mas tambm num nvel mais profundo,
produzindo efeitos no fluxo da energia vital da vida no corpo (MERCATI, 1999).
Na teoria chinesa esta energia vital chamada de Qi, que percorre o corpo
por canais chamados meridianos, e sobre esses canais que a Tui Na trabalha e
requer presso. Esta presso interfere no fluxo de Qi no corpo e tem efeitos
profundos em todos os aspectos do bem estar emocional, intelectual, espiritual e
fsico (MERCATI, 1999).
A medicina chinesa acredita que todas as doenas so causadas por
desequilbrios e bloqueios no fluxo de Qi. Quando o fluxo de Qi est equilibrado voc
se sente relaxado, confiante, cheio de energia e entusiasmado. No sente tenso ou
dores, fica cheio de vigor e irradia energia. Muitos de ns conhecemos este
sentimento, mas o vivenciamos raramente, porque passamos a maior parte do
tempo num nvel inferior ao desejvel (MERCATI, 1999).
A massagem , sem dvida alguma, o primeiro meio teraputico utilizado pelo
homem. Os chineses tinham um conhecimento profundo do ser humano e, tendo
criado uma medicina energtica muito minuciosa, modelaram suas tcnicas de
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aguda,
ulcera
tromboangete obliterante;
pptica,
paraplegia,
paralisia
parcial,
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4.3.2 Contraindicaes
As contraindicaes no so absolutas na terapia pela Tui Na. Para algumas
doenas, a terapia pode ser usada como medicina auxiliar para aumentar o efeito
curativo e eliminar sintomas.
Segundo Gambs (2014), as contraindicaes da Tui Na so:
Problema renal;
Cardiopatia (marcapasso).
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disso, sob a mo que faz a manobra surge a sensao de se estar colado ao local
e de peso (MING, 2006; SHEN, 1999).
Na Tui Na tem que se estar atento aos princpios bsicos da Medicina
Tradicional Chinesa: Tonificar a deficincia e Dispersar o excesso. A massagem
melhora a velocidade da circulao de Qi e Xue (Sangue) na regio afetada,
melhora a funo dos rgos e vsceras potencializando o metabolismo, solta as
aderncias e, por meio da regulao dos meridianos e colaterais, melhora por via
reflexa as funes de outras regies do corpo (ARCHANGE, 1986).
Permite tambm que a regio lesada tenha as suas funes recuperadas e
melhoradas.
Os efeitos mais importantes, segundo Ming (2006) e Shen (1999) so:
1. Transformao dos impulsos nervosos no msculo: A terapia Tui Na pode
alternar os impulsos nervosos eferentes somticos no msculo de uma regio
especifica e tambm de regies relacionadas;
2. Dilata os vasos sanguneos: A aplicao da terapia Tui Na pode dilatar os
vasos sanguneos da rea circundante, melhorando a circulao nos vasos
capilares e tambm a circulao no corpo inteiro;
3. Melhora as funes da pele: O Tui Na pode eliminar as clulas degeneradas
da superfcie da pele, melhorando a respirao dos poros da pele. Beneficia a
funo de secreo do sistema de suor e de gordura da pele, aumentando a
funo de defesa e de preveno da pele;
4. Regula a quantidade de sangue que circula pelos rgos internos, eleva a
capacidade da funo imunolgica. A cincia moderna comprova que aplicar
o Tui Na em acupontos ou pontos dolorosos em certas regies da regio
lombar pode estimular ramificaes nervosas aumentando a circulao do
sangue nos rgos.
As manipulaes referem-se s tcnicas manipulativas, com estrutura de
movimento padronizada, com o propsito de tratamento, feitas pelos terapeutas com
suas mos ou membros ou outras partes do corpo, em reas especificas do corpo
do paciente. Os movimentos devem ser uniformes e razoavelmente fortes, de modo
que sejam intensos e completos. Eles devem sempre ser contnuos, elsticos e,
34
Alivia a dor.
35
Benefcios:
Auxilia no repouso;
36
Benefcios:
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Relaxa os msculos;
Auxilia no relaxamento;
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40
5.1.1 An Fa (Compresso)
a manipulao realizada pela presso continuada da regio tratada, com a
ponta do dedo, ponta do polegar, a palma da mo, a raiz da palma, a ponta do
cotovelo, a articulao falangiana. A fora de presso deve mudar, gradualmente, de
leve para pesada, e a intensidade e a profundidade especificadas devem ser
alcanadas a fim de produzir um efeito sensorial intenso, ao paciente. Durante a
operao, terapeuta deve respirar normalmente (nunca segurar a respirao), e
comprimir levemente para mais pesado at que seja alcanada certa profundidade.
Quando o paciente relatar desconforto, dor, distenso, entorpecimento e irradiao,
o terapeuta deve deixar sua mo na rea tratada por cerca de 5 a 10 segundos,
levantado-a vagarosamente. Nesta manipulao, o terapeuta comprime a rea
tratada com a presso e a gravidade e sua mo ou brao no precisam gerar fora
ativa, de maneira que o operador no sofra desgaste, mas que a manipulao tenha
um grande efeito.
Aplicao Clnica
uma das manipulaes mais antigas, tem muitas indicaes e pode ser
utilizada em todo corpo. O mtodo pode ser aplicado de formas variveis segundo a
necessidade, pode-se usar a presso gradativa do suave para o forte em toda a
extenso da coluna vertebral para a mobilizao do ligamento anterior, pode ser
aplicada onde h extensa rea de dor. A manipulao de pressionar com o dedo
aplicada a todos os pontos de canal e pode atingir o efeito da acupuntura, com o
dedo em vez da agulha. A manipulao com a palma da mo aplicada,
principalmente, na regio abdominal; a manipulao com a raiz da palma e aplicada
em regies de msculos grandes e espessos, tais como a regio dorso lombar e nas
ndegas; a compresso com o cotovelo usada quando se requer grande
estimulao.
Efeitos
Tranquilizar a mente e minorar a agitao, aliviar o espasmo e a dor, induzir
ressuscitao, relaxar os msculos e tendes e ativar a circulao do sangue, aliviar
a artralgia e remover a obstruo do canal, fortalecer os tendes e os msculos.
41
Indicaes
Dor de cabea, insnia, dor epigstrica, sndrome de artralgia, o
entorpecimento dos membros, dores, paralisia, deslocamento de articulaes,
bloqueios na cintura e nas costas.
Contraindicaes
De modo geral da massagem
5.1.2 Mo Fa (Frico)
Aplicao clnica
a manipulao de friccionar ritmicamente, num movimento circular, com a
palma da mo, base da palma da mo, polpa dos dedos, eminncia tnar maior,
polpa do polegar. A frico efetuada em crculos, na direo horria ou anti-horria.
Sua frequncia deve ser moderada, uniforme e firme, cerca de 120 a 160 vezes por
minuto. Aplicada no peito, hipocndrio, regio epigstrica e abdmen, ombro,
cintura, regio das costas e membros inferiores.
Efeitos
Ativa o Qi e Xue, nos nveis da epiderme e tecidos subcutneos. Alivia o
fgado deprimido e regular a circulao do Qi, aquece o Jiao Mdio e regulariza o
estmago, fortalece o bao, ativa a digesto e remove o alimento estagnado,
regulando a peristalse intestinal.
Indicaes
Invaso de vento, frio e umidade. Trata o frio, do tipo "insuficincia do Jiao
Mdio", repleo da regio epigstrica, borborigmo e dor no abdmen, sensao de
opresso no trax e estagnao do fluxo do Qi, sensibilidade das extremidades, dor
de distenso na regio do hipocndrio, leso do trax e regio do hipocndrio,
constipao, diarreia, frio do tipo insuficincia do Jiao Inferior.
Na operao clnica, de acordo com as diferentes intensidades, frequncias e
direes da manipulao, pode-se acrescentar o efeito fortalecedor e eliminador. Por
exemplo: "frico lenta usada para fortalecer e a rpida para purgar"
42
43
manipulao deve ser executada dentro de uma faixa ampla, e o terapeuta deve
tentar alongar a distncia de empurrar-esfregar. Durante a operao, a parte do
corpo do terapeuta, que manipula, deve ser mantida prxima pele da regio
tratada e a fora de esfregar deve ser uniforme e moderada. Esta manipulao tem
a fora de massagear fortemente uma faixa ampla de movimento, de maneira que
tem o efeito evidente de aquecer e a funo de remover a obstruo.
Pode ser aplicada em todas as partes do corpo, sendo mais adequada para
operao em regies amplas, como o trax e as costas, abdmen, e pode criar um
suave efeito de aquecimento.
Efeitos e Indicaes
Aliviar o enchimento do trax, regularizar a circulao do Qi, aquecer e aliviar
a dor, expulsar o vento e o frio patognicos, elimina estagnaes, ativar a circulao
do sangue, aliviar a artralgia e remover a umidade. Aliviar inchaos, remover
obstrues dos canais. Na operao, a parte afetada deve estar totalmente exposta.
O terapeuta comea massageando suave e vagarosamente, depois, um pouco mais
rpido. O tratamento estar completo quando a parte sob terapia estiver aquecida.
No deve ser realizado um nmero excessivo de vezes, e o tempo, no deve ser
muito longo, em caso de a regio tratada tornar-se to quente que possa ocasionar
bolhas de queimadura.
Para melhorar o efeito teraputico e evitar que pele seja danificada, deve-se
usar um leo apropriado para manipulao.
Contra indicaes
De modo geral da massagem
5.1.5 Yizhichan Fa (Presso com um dedo)
Nesta manobra, o operador usa a superfcie da polpa do polegar para fazer
presso em um acupunto. O ombro do operador deve estar relaxado, o cotovelo
fletido e deixado cair, o punho pendente. A mo fica fechada, mas o polegar fica
estendido. A mo movimentada, rapidamente, num, movimento de vai-e-vem,
contudo, a ponta do polegar fica imvel, pressionando o ponto. Desta forma, a
primeira junta falangeana do polegar, flexionada. A frequncia da manipulao
44
de 120 a 160 vezes por minuto. A presso exercida aquela do peso do brao e a
fora ser transmitida de uma maneira ondulatria. Pode
utilizar
ponta
do
45
facial,
46
47
B60 (Kunlun): Ativa todo canal da Bexiga e alivia a dor. Relaxa os tendes e
fortalece a coluna lombar (DEADMAN, 2012);
48
VG20 (Baihui): Acuponto distal do Du Mai que trata a dor lombar baixa
(INADA, 2006);
B40 (Weizhong): Trata a dor que irradia para ndega. Beneficia a regio
lombar e os joelhos. Ativa o canal da Bexiga e alivia a dor (INADA, 2006;
DEADMAN, 2012).
Acupontos Locais
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6. METODOLOGIA
O trabalho caracterizou-se como Pesquisa Bibliogrfica Exploratria, em que
as anlises foram feitas em cima de fundamentao terica. A abordagem da
pesquisa foi qualitativa, pois se baseou em documentos e bibliografias de outros
autores.
Para os levantamentos bibliogrficos foram utilizados como instrumento de
pesquisa:
livros;
artigos
cientficos
publicados
em
revistas
peridicos
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7. CONSIDERAES FINAIS
Como visto ao longo do trabalho, a lombalgia uma das alteraes
musculoesquelticas mais comuns na sociedade industrializada, pois afeta
diretamente a capacidade produtiva do individuo. A regio lombar um local
frequente de algias, cujas intensidades variam desde uma sensao de incomodo
at dores atrozes que incapacitam a pessoa de realizar trabalhos cotidianos ou
profissionais. a segunda dor mais comum no mundo, perdendo apenas para a dor
de cabea. A dor nas costas pode ser aguda ou crnica, pode apresentar aspectos
de Excesso ou Deficincia, Calor ou Frio, fatores de Exterior ou Interior, pode
envolver diferentes canais e rgos. Os principais fatores que contribuem para a dor
nas costas so: fatores climticos, traumatismo, postura, doenas crnicas, fatores
psicolgicos e deficincia dos Rins.
A massagem Tui Na tida, por essa pesquisa, como uma forma de tratamento
e preveno da lombalgia.
Tendo isso em mente, conclui-se, ento, que o uso da Tui Na para a
preveno, ou ento, tratamento da lombalgia extremamente pertinente. eficaz
no tratamento de dores musculares e de articulaes resultantes da prtica de
esportes, desgaste, tenses crnicas ou qualquer outra causa. Tem excelentes
resultados em doenas causadas por stress. Auxilia na vitalidade e bem estar que,
por sua vez, estimula o sistema imunolgico e melhora a sade geral. Tem por
objetivo equilibrar o fluxo de energia, aumentar se estiver reduzido, eliminar caso
estejam em excesso ou tonificar caso esteja enfraquecido.
Entretanto, importante focar algumas dificuldades e limitaes que este tipo
de tratamento enfrenta. No Brasil, temos um modelo de sade que se baseia em
medidas de tratamento convencionais da Medicina Ocidental. O uso de tcnicas
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