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Geometria Analítica e Cálculo Vetorial UFF Cap 1-3

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Captulo 1

Coordenadas e distncia na reta e


no plano
1.

Introduo

A Geometria Analtica nos permite representar pontos da reta por


nmeros reais, pontos do plano por pares ordenados de nmeros reais e pontos
do espao por ternos ordenados de nmeros reais.
Desse modo, curvas no plano e superfcies no espao podem ser descritas
por meio de equaes, o que torna possvel tratar algebricamente muitos
problemas geomtricos e, reciprocamente, interpretar de forma geomtrica
diversas questes algbricas.
Ao longo destas notas admitiremos que o leitor conhea os principais
axiomas e resultados da Geometria Euclidiana Plana e Espacial, relativos aos
seus elementos bsicos: pontos, retas e planos. Por exemplo: por dois pontos
distintos passa uma, e somente uma reta; por trs pontos do espao no
situados na mesma reta passa um, e somente um plano; fixada uma unidade
de comprimento, a cada par de pontos A e B corresponde um nmero real,
denominado distncia entre os pontos A e B ou comprimento do segmento
AB, e designado por d(A, B) ou |AB|, respectivamente, que satisfazem s
seguintes propriedades:

2.. COORDENADAS E DISTNCIA NA RETA

Sejam A, B e C pontos arbitrrios. Ento:


Teorema 1
a. para todo > 0 e para toda semirreta de origem A, existe
um nico D nesta semirreta tal que d(A, D) = .
b. d(A, B) 0.
c. d(A, B) = 0 A = B.
d. d(A, B) = d(B, A).
e. d(A, B) d(A, C) + d(C, B)(desigualdade triangular).
f. d(A, B) = d(A, C) + d(C, B) A, B e C so colineares
e C est entre A e B.
Figura 1: O ponto C est entre A e B, logo d(A, B) = d(A, C) + d(C, B).

2.

Coordenadas e distncia na reta


Seja r uma reta.

Dizemos que r uma reta orientada quando sobre ela se escolheu um


sentido de percurso chamado positivo. O sentido oposto sobre a reta r
denominado negativo.
Figura 2: Escolha de um sentido de percurso na reta r.

Sejam A e B pontos na reta r. Dizemos que o ponto B est direita


do ponto A (ou que A est esquerda de B) quando o sentido de percurso
de A para B coincide com o sentido positivo escolhido na reta r.

Figura 3: B est direita de A na reta orientada r.

Um eixo E uma reta orientada na qual fixado um ponto O, chamado


origem.
Figura 4: Origem O escolhida no eixo E.

J. Delgado - K. Frensel - L. Crissaff

Geometria Analtica e Clculo Vetorial

CAPTULO 1. COORDENADAS E DISTNCIA NA RETA E NO PLANO

Todo eixo E pode ser posto em correspondncia com o conjunto dos


nmeros reais R da seguinte maneira:
E R
origem O do eixo faz-se corresponder o nmero zero.
a cada ponto X de E direita de O corresponde o nmero real positivo
x = d(O, X).
a cada ponto X de E esquerda de O corresponde o nmero real negativo
x = d(O, X).
Pode-se provar, usando o teorema 1, item a, que esta correspondncia
entre E e R biunvoca.
Definio 1
O nmero real x correspondente ao ponto X chamado coordenada do
ponto X.

Figura 5: Coordenada de um ponto X do eixo E em relao origem O.

Proposio 1
Sejam X e Y dois pontos sobre o eixo E com coordenadas x e y respectivamente. Ento,
d(X, Y ) = |y x| = |x y|.
Prova.
Se X = Y , no h o que provar.
Suponhamos ento que X 6= Y . Para fixar as idias, vamos assumir que X
est esquerda de Y , isto , x < y. Temos trs casos a considerar:
Caso 1. X e Y esto direita da origem. Isto , 0 < x < y.

Figura 6: Caso 1: 0 < x < y.

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2.. COORDENADAS E DISTNCIA NA RETA

Como X est entre O e Y , d(O, X) = x e d(O, Y ) = y, temos por


d(O, Y ) = d(O, X) + d(X, Y ),
que
y = x + d(X, Y ).
Portanto,
d(X, Y ) = y x = |y x|.
Caso 2. X e Y esto esquerda da origem. Isto , x < y < 0.

Figura 7: Caso 2: x < y < 0.

Neste caso, Y est entre X e O, d(O, X) = x e d(O, Y ) = y. Logo,


d(O, X) = d(X, Y ) + d(Y, O) x = d(X, Y ) y,
ou seja,
d(X, Y ) = y x = |y x|.
Caso 3. X e Y esto em lados opostos em relao origem. Isto ,
x < 0 < y.

Figura 8: Caso 3: x < 0 < y.

Como O est entre X e Y , d(X, Y ) = d(X, O) + d(O, Y ). Alm disso,


d(X, O) = x e d(O, Y ) = y. Logo,
d(X, Y ) = x + y = y x = |y x|.
Verificando assim o desejado. 
Observao 1
Se X estiver direita de Y a demonstrao feita de maneira similar.
Sejam X e Y pontos de coordenadas x e y, e M o ponto mdio do
segmento XY de coordenada m. Ento, m =

J. Delgado - K. Frensel - L. Crissaff

x+y
.
2
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CAPTULO 1. COORDENADAS E DISTNCIA NA RETA E NO PLANO

Figura 9: Sendo M o ponto mdio do segmento XY , temos d(M, X) = d(M, Y ).

De fato, suponhamos que X est esquerda de Y . Como o ponto mdio M


est entre X e Y , temos x < m < y. Logo,
d(M, X) = d(M, Y ) |x m| = |y m|
m x = y m
2m = x + y
m =

3.

x+y
.
2

Coordenadas no Plano

Designamos por R2 o conjunto formado pelos pares ordenados (x, y), onde x e y so
nmeros reais. O nmero x
chama-se primeira coordenada e o nmero y chamase segunda coordenada do
par ordenado (x, y).
Um sistema de eixos ortogonais OXY num plano
um par de eixos OX e OY ,
Figura 10:
tomados em , que so perpendiculares e tm a mesma origem O.

Sistema de eixos ortogonais OXY no plano .

O eixoOX chamado eixo horizontal e o eixoOY , eixo vertical.


Um plano munido de um sistema de eixos ortogonais pe-se, de maneira
natural, em correspondncia biunvoca com o conjunto R2 :
R2

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3.. COORDENADAS NO PLANO

De fato, dado um ponto P , tomamos as retas r e s tais que:

r keixoOY e P r,
s keixoOX e P s.

Se o ponto X de interseo da reta r com o eixoOX


tem coordenada x no eixoOX
e se o ponto Y de interseo da
reta s com o eixoOY tem coordenada y no eixoOY , associase ao ponto P o par ordenado
(x, y) R2 .

Figura 11: Determinando as coordenadas do ponto P

Reciprocamente:
Dado o par ordenado (x, y) R2
temos que, se:

X o ponto do eixoOX de coordenada x;


Y o ponto do eixoOY de coordenada y;
r a reta paralela ao eixoOY que passa por X;
s a reta paralela ao eixoOX que passa por Y , ento {P } = r s.

Os nmeros x e y chamam-se coordenadas cartesianas do ponto P


relativamente ao sistema de eixos ortogonais fixado.
A coordenada x a abscissa de P e y a ordenada de P .
Observao 2
No eixoOX, os pontos tm coordenadas (x, 0).
No eixoOY , os pontos tm coordenadas (0, y).

Observao 3
Os eixos ortogonais decompem o plano em quatro regies chamadas quadrantes:

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CAPTULO 1. COORDENADAS E DISTNCIA NA RETA E NO PLANO

1o
2o
3o
4o

Quadrante = {(x, y) | x > 0


Quadrante = {(x, y) | x < 0
Quadrante = {(x, y) | x < 0
Quadrante = {(x, y) | x > 0

e
e
e
e

y
y
y
y

> 0}
> 0}
< 0}
< 0}

Cada ponto do plano pertence a um


dos eixos ortogonais ou a um dos quadrantes.
Figura 12: Quadrantes e eixos ortogonais no plano.

4.

Distncia entre dois pontos no plano

Seja um plano munido


de um sistema de eixos ortogonais OXY e sejam P1 = (x1 , y1 )
e P2 = (x2 , y2 ) dois pontos do
plano .
Seja Q = (x1 , y2 ). Como,
d(P1 , Q) = |y2 y1 | ,
d(P2 , Q) = |x2 x1 | ,
temos, pelo teorema de Pitgoras,

Figura 13: Distncia entre dois pontos no plano.

d(P1 , P2 )2 = d(P1 , Q)2 + d(P2 , Q)2


d(P1 , P2 )2 = |x2 x1 |2 + |y2 y1 |2
p
d(P1 , P2 ) = (x2 x1 )2 + (y2 y1 )2
Exemplo 1
Calcule a distncia do ponto A = (1, 2) ao ponto B = (2, 3).

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4.. DISTNCIA ENTRE DOIS PONTOS NO PLANO

Soluo.
Temos:
d(A, B) =

(2 (1))2 + (3 2)2 = 9 + 25 = 34.


Exemplo 2
Determine para quais valores de m R os pontos P = (m, 1) e Q = (2m, m)
tm distncia igual a 1.
Soluo.
Temos:

d(P, Q) = (2m m)2 + (m 1)2 = 2m2 + 2m + 1 = 1


2m2 + 2m + 1 = 1
m(m + 1) = 0
m = 0 ou m = 1.


Exemplo 3
Determine os pontos P pertencentes ao eixo-OX tais que d(P, A) = 5, onde
A = (1, 3).
Soluo.
O ponto P da forma (x, 0) para algum x R. Logo,
p
d(A, P ) = (x 1)2 + (0 3)2 = 5
(x 1)2 + 9 = 25 (x 1)2 = 16
x 1 = 4 x = 5 ou x = 3
P = (5, 0) ou P = (3, 0).

Definio 2
Dados um ponto A num plano e o nmero r > 0, o crculo C de centro
A e raio r > 0 o conjunto dos pontos do plano situados distncia r do
ponto A, ou seja:
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CAPTULO 1. COORDENADAS E DISTNCIA NA RETA E NO PLANO

C = {P | d(P, A) = r}.
Seja OXY um sistema de eixos ortogonais no plano e sejam a e b as
coordenadas do centro A neste sistema de eixos. Ento,
P = (x, y) C d(P, A) = r d(P, A)2 = r2
(x a)2 + (y b)2 = r2

Assim, associamos ao crculo C uma equao que relaciona a abscissa com a ordenada de cada um de seus
pontos. Uma vez obtida
a equao, as propriedades
geomtricas do crculo podem ser deduzidas por mtodos algbricos.
Figura 14: Crculo de centro A = (a, b) e raio r > 0.

Exemplo 4
Determine o centro e o raio do crculo dado pela equao:
(a) C : x2 + y 2 4x + 6y = 0.
(b) C : x2 + y 2 + 3x 5y + 1 = 0.
Soluo.
(a) Completando os quadrados, obtemos:
x2 4x + y 2 + 6y = 0
(x2 4x+4) + (y 2 + 6y+9) = 0+4+9
(x 2)2 + (y + 3)2 = 13.
Portanto, o crculo C tem centro no ponto A = (2, 3) e raio r =

Geometria Analtica e Clculo Vetorial

13.

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4.. DISTNCIA ENTRE DOIS PONTOS NO PLANO

(b) Completando os quadrados, obtemos:


x2 + 3x + y 2 5y = 1

 

9
25
9 25
x2 + 3x+ + y 2 5y+
= 1+ +
4
4
4 4




3 2
5 2
30
x+
+ y
=
.
2

 3 5
30
e raio
. 
Assim, C o crculo de centro no ponto A = ,
2 2
2

Exemplo 5
Seja OXY um sistema de eixos ortogonais e considere os pontos P1 = (x1 , y1 )
x + x y + y 
1
2
2
e P2 = (x2 , y2 ). Ento, M =
, 1
o ponto mdio do
2

segmento P1 P2 .
Soluo.
De fato, considerando os pontos
Q1 = (xM , y1 ) e Q2 = (xM , y2 ), temos que os tringulos 4P1 M Q1 e
4P2 M Q2 so congruentes (AAL),
onde M = (xM , yM ).
Logo,

d(P1 , Q1 ) = d(P2 , Q2 )
= |xM x1 | = |x2 xM |
= xM o ponto mdio entre
x1 e x2
= xM

Figura 15: M o ponto mdio do segmento P1 P2 .

x + x2
= 1
.
2

d(Q1 , M ) = d(Q2 , M ) = |yM y1 | = |y2 yM |


= yM o ponto mdio entre y1 e y2
= yM =

y1 + y2
.
2

Assim, as coordenadas do ponto mdio M do segmento P1 P2 so os


valores mdios das respectivas coordenadas dos pontos P1 e P2 . 

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CAPTULO 1. COORDENADAS E DISTNCIA NA RETA E NO PLANO

Exemplo 6
Dados dois pontos A e B do plano , seja R o conjunto dos pontos equidistantes de A e B, ou seja:
R = {P | d(P, A) = d(P, B)}.
Mostre algebricamente que R a mediatriz do segmento AB, isto , R
a reta perpendicular ao segmento AB que passa pelo ponto mdio M de
AB.
Soluo.
Para isso, escolhemos um sistema de eixos ortogonais OXY de modo que
o eixoOX seja a reta que passa pelos pontos A e B, com origem no ponto
mdio M do segmento AB e orientada de modo que A esteja esquerda de
B (figura 17).
Neste sistema de eixos, A e B tm coordenadas (x0 , 0) e (x0 , 0), respectivamente, para algum nmero real x0 > 0. Ento,
P = (x, y) R d(P, A) = d(P, B) d(P, A)2 = d(P, B)2
(x (x0 ))2 + (y 0)2 = (x x0 )2 + (y 0)2
(x + x0 ))2 + y 2 = (x x0 )2 + y 2
x2 + 2xx0 + x20 + y 2 = x2 2xx0 + x20 + y 2
2xx0 = 2xx0 4xx0 = 0 x = 0 P eixo OY .

Figura 16: Mediatriz e ponto mdio de AB.

Figura 17: Escolha do sistema de eixos ortogonais


OXY .

Portanto, R = {(x, y) R2 | x = 0} = eixo OY , que geometricamente

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4.. DISTNCIA ENTRE DOIS PONTOS NO PLANO

a reta perpendicular ao segmento AB que passa pelo ponto mdio M deste


segmento, como queramos provar. 
Exemplo 7
Dado o ponto P = (x, y), considere os pontos P 0 = (y, x) e P 00 = (y, x).
Mostre que os pontos P 0 e P 00 so obtidos a partir do ponto P por uma
rotao de 90o do segmento OP em torno da origem.
Convencionamos dizer que a rotao de 90o que leva o ponto P = (x, y)
ao ponto P 0 = (y, x) tem sentido positivo, e que a rotao de 90o que
leva o ponto P ao ponto P 00 tem sentido negativo.
Soluo.

Figura 18: Posio dos pontos P e P 0 no plano.

Como
(

d(P, O)2 = (x 0)2 + (y 0)2 = x2 + y 2


d(P 0 , O)2 = (y 0)2 + (x 0)2 = y 2 + x2 ,

temos que o tringulo 4P OP 0 issceles.


Alm disso,
d(P, P 0 )2 = (y x)2 + (y x)2 = y 2 + 2xy + x2 + x2 2xy + y 2
= d(P, P 0 )2 = 2(x2 + y 2 ) = d(P, P 0 )2 = d(P, O)2 + d(P 0 , O)2 .
Logo, pela lei dos cossenos, o tringulo 4P OP 0 retngulo em O.
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CAPTULO 1. COORDENADAS E DISTNCIA NA RETA E NO PLANO

13

Isso significa que o ponto P 0 obtido a partir do ponto P por uma rotao
de 90o do segmento OP em torno da origem.

Figura 19: P rotacionado de 90o at coincidir com P 0 .

Consideremos agora o ponto P 00 = (y, x). De maneira anloga, podemos


provar que P 00 obtido a partir do ponto P por uma rotao de 90o do
segmento OP em torno da origem.

Figura 20: P rotacionado de 90o at coincidir com P 00 .

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4.. DISTNCIA ENTRE DOIS PONTOS NO PLANO

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Captulo 2
Vetores no plano
1.

Paralelogramos
Lembremos que um paralelogramo um quadriltero (figura geom-

trica com quatro lados) cujos lados opostos so paralelos.


Usando congruncia de tringulos, podemos verificar que as seguintes
afirmativas so equivalentes:

O quadriltero ABDC um paralelogramo;


Os lados opostos de ABDC so congruentes;
Os ngulos opostos de ABDC so congruentes;
Dois lados opostos de ABDC so congruentes e paralelos;
As diagonais de ABDC se intersectam num ponto que o
ponto mdio de ambas.

Figura 1: Paralelogramo ABDC.

Por exemplo, vamos demonstrar a seguinte equivalncia:


15

16

1.. PARALELOGRAMOS

Proposio 1
No quadriltero ABDC os lados opostos AC e BD so congruentes e paralelos se, e somente se, as diagonais de ABDC se intersectam num ponto que
o ponto mdio de ambas.
Prova.
(a) Suponhamos que os lados
opostos AC e BD no quadriltero ABDC so congruentes e paralelos, e seja M o ponto
de interseo das diagonais AD
e BC. Pela hiptese, temos:

Figura 2: ABDC de lados opostos congruentes e paralelos.

|AC| = |BD|, isto , os comprimentos dos lados AC e BD so iguais;


AC k BD.
Logo,
[ = DBC,
\ por serem ngulos alternos internos;
ACB
\ = BDA,
\ por serem ngulos alternos internos.
CAD
Pelo critrio ALA (ngulo-lado-ngulo), conclumos que os tringulos
4AM C e 4DM B so congruentes.
Em particular, |AM | = |DM | e |BM | = |CM |. Portanto, M o ponto
mdio das diagonais AD e BC.
(b)Suponhamos agora que as
diagonais AD e BC do quadriltero ABDC se intersectam no ponto M que o ponto
mdio de ambas.
Devemos mostrar que os lados
Figura 3: ABDC com |AM | = |DM | e |BM | = |M C|.
opostos AC e BD no paralelogramo ABDC so paralelos e congruentes. Temos:
|AM | = |DM |
|BM | = |CM |
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CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

\
\
AM
C = DM
B, pois so ngulos opostos pelo vrtice.
Pelo critrio LAL (lado-ngulo-lado), os tringulos 4AM C e 4DM B so
congruentes.
[ = CBD,
\ ou seja, os lados AC e DB
Em particular, |AC| = |DB| e ACB
so congruentes e paralelos. 
Voc pode (e deve) demonstrar as outras equivalncias da mesma forma.

2.

Segmentos orientados

Seja AB um segmento orientado com origem A e extremidade B.


Isto , no segmento AB estabelecemos um sentido de percurso (orientao)
de A para B.

Figura 4: Os segmentos AB e BA tm sentidos opostos.

Dizemos que o segmento orientado BA tem sentido de percurso (ou


orientao) oposto ou contrrio ao do segmento AB. Classificamos os
segmentos orientados da seguinte maneira:
Definio 1
Dizemos que os segmentos AB e CD so equipolentes, e escrevemos AB CD,
quando satisfazem s trs propriedades abaixo:

AB e CD tm o mesmo comprimento: |AB| = |CD|.


AB e CD so paralelos ou colineares.
AB e CD tem o mesmo sentido.

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2.. SEGMENTOS ORIENTADOS

Esclarecimento da definio de equipolncia


Se AB e CD so segmentos colineares, ento eles tm o mesmo sentido
quando induzem o mesmo sentido de percurso na reta que os contm.

Figura 5: Segmentos colineares AB e CD que


tm o mesmo sentido.

Figura 6: Segmentos colineares AB e CD que


no tm o mesmo sentido.

Se AB e CD so segmentos paralelos de igual comprimento, ento AB e


CD tm o mesmo sentido quando ABDC um paralelogramo.

Figura 7: AB CD, pois ABDC um paralelogramo.

Figura 8: AB 6 CD, pois ABDC no um paralelogramo.

Proposio 2
AB CD ponto mdio de AD = ponto mdio de BC
Prova.
Com efeito, se AB k CD j sabemos que a equivalncia verdadeira, pois
ABDC um paralelogramo.
Vejamos que isso tambm verdadeiro quando AB e CD so segmentos
colineares.
Consideremos a reta r que contm A, B, C e D com uma orientao e uma
origem O escolhidas de modo que B esteja direita de A (figura 9).
Sejam a, b, c e d as respectivas coordenadas dos pontos A, B, C e D na reta
r.
(a) Como AB e CD tm o mesmo sentido, a < b e c < d, e, como estes
segmentos tm o mesmo comprimento, b a = d c. Logo,
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CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

b a = d c a + d = b + c

b+c
a+d
=
2
2

ponto mdio de AD = ponto mdio de BC.

(b) Reciprocamente, suponhamos que o ponto mdio de AD igual ao ponto


mdio de BC. Isto ,

a+d
b+c
=
. Ento,
2
2

a + d = b + c = b a = d c .
Como b a e d c tm o mesmo sinal e o mesmo mdulo, AB e CD tm
o mesmo sentido e o mesmo comprimento, alm de serem colineares (por
hiptese). Assim, AB CD. 

Figura 9: AB CD com A, B, C e D colineares.

Proposio 3
Dados A, B e C pontos quaisquer no plano, existe um nico ponto D no
plano tal que AB CD.
Prova.
Como os pontos A, B e C podem ou no ser colineares, temos dois casos
a considerar.
(a) A, B e C so colineares.
Neste caso, a circunferncia de centro no ponto C e raio |AB| intersecta a
reta que contm os pontos A, B e C em exatamente dois pontos, mas apenas
um deles, que designamos D, tal que AB e CD tm o mesmo sentido (veja
a figura 10).
(b) A, B e C no so colineares.
Seja r a reta que passa pelo ponto C e paralela reta que contm os pontos
A e B.

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3.. VETORES

O crculo de centro C e raio |AB| intersecta a reta r em exatamente dois


pontos, mas s um, que designamos D, tal que ABDC um paralelogramo.
Ou seja, AB CD (veja a figura 11).

Figura 10: AB CD com A, B e C colineares.

Figura 11: AB CD com A, B e C no colineares.

3.

Vetores

Definio 2
Quando os segmentos de reta orientados AB e CD so equipolentes, dizemos

que eles representam o mesmo vetor


v e escrevemos
v = AB .

Isto , o vetor
v = AB o conjunto que consiste de todos os segmentos orientados equipolentes ao segmento AB. Tais segmentos so chamados

representantes do vetor
v .

Observao 1

(a) Da definio de vetor, temos AB CD


v = AB = CD .

(b) Por conveno, o vetor nulo o vetor 0 = AA , qualquer que seja o


ponto A no plano.

(c) Dado um vetor


v e um ponto qualquer C, existe um nico ponto D

tal que
v = CD . Isto , qualquer ponto do plano origem de um nico
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21

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

segmento orientado representante do vetor


v .
Na prtica, trabalhamos com vetores usando a sua expresso em relao
a um sistema de eixos ortogonais dado.
Consideremos um sistema de eixos ortogonais OXY no plano, e sejam
A = (a1 , a2 )
B = (b1 , b2 )

C = (c1 , c2 )
D = (d1 , d2 )

pontos do plano. A seguinte proposio caracteriza a equipolncia em termos


de coordenadas.
Proposio 4
AB CD

b1 a1 = d1 c1

b2 a2 = d2 c2

Prova.
Pela proposio 2,
AB CD

ponto mdio de AD = ponto mdio de BC



 

a1 + d1 a2 + d2
b1 + c1 b2 + c2
,
,

=
2

(a1 + d1 , a2 + d2 ) = (b1 + c1 , b2 + c2 )
a1 + d1 = b1 + c1

e a2 + d 2 = b 2 + c 2

b1 a1 = d1 c1

e b 2 a2 = d 2 c 2 .

como queramos demonstrar. 


Definio 3
Dados A = (a1 , a2 ) e B = (b1 , b2 ), os nmeros b1 a1 e b2 a2 so as

coordenadas do vetor
v = AB e escrevemos
v = (b1 a1 , b2 a2 ).
Note que, se AB CD, ento, pela proposio anterior,

AB = (b1 a1 , b2 a2 ) = (d1 c1 , d2 c2 ) = CD .
Exemplo 1
Sejam A = (1, 2), B = (3, 1) e C = (4, 0). Determine as coordenadas do

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3.. VETORES

vetor
v = AB e as coordenadas do ponto D tal que
v = CD .
Soluo.

Temos
v = AB = (3 1, 1 2) = (2, 1) . Alm disso, se D = (d1 , d2 ),
temos

v = AB = CD AB CD
(2, 1) = (d1 4, d2 0)
2 = d1 4 e
1 = d2 0
d1 = 2 + 4 = 6 e d2 = 1 + 0 = 1 .
Portanto, D = (6, 1). 
Corolrio 1
Usando a proposio 4, fcil verificar que:
(a) AB CD AC BD.

Figura 12: AB CD AC BD

(b) AB CD e CD EF = AB EF .

Figura 13: AB CD e CD EF = AB EF .

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23

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

Em virtude do item (c) da observao 1, temos:


Proposio 5

Sejam OXY um sistema de eixos ortogonais e


v = AB um vetor.

Ento existe um nico ponto P tal que OP = AB =


v . Alm disso, as

coordenadas do ponto P coincidem com as coordenadas do vetor


v .
Prova.

De fato, se A = (a1 , a2 ), B = (b1 , b2 ) e P = (p1 , p2 ), ento


v = (b1 a1 , b2 a2 )
e
AB OP (b1 a1 , b2 a2 ) = (p1 0, p2 0)
P = (p1 , p2 ) = (b1 a1 , b2 a2 )
como queramos verificar. 
Exemplo 2

Sejam A = (1, 2) e B = (4, 1). Determine o ponto P tal que OP = AB .
Soluo.
Pela proposio anterior,
P = (4 (1), 1 2) = (4 + 1, 1) = (5, 1).

Figura 14: Exemplo 2, onde AB OP .

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24

4.

4.. OPERAES COM VETORES

Operaes com vetores

Vamos definir a operao de adio de vetores que a cada par de vetores

u e v faz corresponder um novo vetor, chamado soma dos vetores


u e
v .

Sejam
u = AB e
v = CD vetores dados e seja E um ponto no

plano. Tomemos pontos P e Q tais que


u = EP e
v = PQ .

Definimos o vetor soma de


u com
v como sendo o nico vetor que
tem o segmento EQ como um representante (veja a figura 15 ). Isto ,

u +
v = EQ

Figura 15: Adio de vetores.

Quando se faz uma definio que depende, aparentemente, da escolha


de um representante devemos mostrar que a classe do novo objeto definido
independe do representante escolhido.
A adio de vetores uma operao bem definida.
Com efeito, seja E 0 outro ponto do plano, e sejam P 0 e Q0 pontos tais

que
u = E 0P 0 e
v = P 0 Q0 . Segundo a definio anterior, deveramos ter

tambm
u +
v = E 0 Q0 .
Verifiquemos, ento, que os segmentos EQ e E 0 Q0 so equipolentes.
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CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

25

Figura 16: O segmento EQ equipolente ao segmento E 0 Q0 ?

Pelo corolrio 1(a) (acompanhe a argumentao na figura 16), temos:


u = EP = E 0 P 0 = EP E 0 P 0 = EE 0 P P 0 ,

v = P Q = P 0 Q0 = P Q P 0 Q0 = P P 0 QQ0 .
Logo, pelo corolrio 1(b), EE 0 QQ0 e novamente pelo corolrio 1(a):

EQ E 0 Q0 = EQ = E 0 Q0 .

Portanto, o vetor
u +
v est bem definido.
Observao 2

Sejam
u = AB e
v = CD vetores no plano. Quando os segmentos AB
e CD no so colineares ou paralelos, podemos determinar tambm o vetor

soma AB + CD da seguinte maneira:

Figura 17: Adio de vetores como a diagonal de um paralelogramo.

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26

4.. OPERAES COM VETORES

Seja E um ponto do plano e sejam P e R tais que


u = EP e
v = ER .

Ento o vetor soma


u +
v o vetor EQ , onde EQ uma das diagonais do
paralelogramo que tem E, P e R como vrtices.

De fato, como
u = EP ,
v = ER = P Q , ento

u +
v = EP + P Q = EQ .
Adio de vetores em coordenadas

Se
u = (, ) e
v = (0 , 0 ) so dois vetores dados por suas coordenadas
com respeito a um sistema ortogonal OXY , ento

u +
v = ( + 0 , + 0 )

De fato, pela proposio 5,


u = OP e
v = OQ , onde P = (, ) e
Q = (0 , 0 ).

Seja Q0 = (a, b) o ponto tal que


v = P Q0 . Ento, pela proposio 4,
(0 0, 0 0) = (a , b )
= Q0 = (a, b) = ( + 0 , + 0 )

=
u +
v = OP + OQ = OP + P Q0

= OQ0 = ( + 0 , + 0 ).

Figura 18: Adio de vetores em coordenadas.

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27

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

Multiplicao de um nmero real por um vetor


Definio 4

Sejam AB um vetor e R. O produto de por AB o vetor

AB 0 = AB
representado pelo segmento orientado AB 0 , tal que:
A, B, B 0 so colineares;
d(A, B 0 ) = ||d(A, B);
o sentido de AB 0 igual ao sentido de AB se > 0, e oposto, se < 0;
B 0 = A, se = 0.

Figura 19: Multiplicao de um vetor por um nmero real.

Seja OXY um sistema de eixos ortogonais. Vamos mostrar, usando a


definio geomtrica dada acima, que:
B 0 = (a1 + (b1 a1 ), a2 + (b2 a2 )),
onde A = (a1 , a2 ), B = (b1 , b2 ) e 6= 0.
De fato:
p
2 (b1 a1 )2 + 2 (b2 a2 )2
p
= || (b1 a1 )2 + (b2 a2 )2

d(A, B 0 ) =

= ||d(A, B);

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28

4.. OPERAES COM VETORES

p
((b1 a1 ) + (a1 b1 ))2 + ((b2 a2 ) + (a2 b2 ))2
p
( 1)2 (b1 a1 )2 + ( 1)2 (b2 a2 )2
=
p
= | 1| (b1 a1 )2 + (b2 a2 )2

d(B, B 0 ) =

= | 1|d(A, B).
Para verificar que A, B e B 0 so colineares, analisaremos os quatro casos
abaixo:
Caso 1. Se (0, 1), ento:
d(A, B 0 ) + d(B 0 , B) = d(A, B) + (1 )d(A, B) = d(A, B).
Logo, pelo teorema 1, A, B e B 0 so colineares e B 0 est entre A e B.
Caso 2. Se = 1, B 0 = (b1 , b2 ) = B, o que coincide com a definio
geomtrica de B 0 .
Caso 3. Se > 1, ento:
d(A, B) + d(B, B 0 ) = d(A, B) + ( 1)d(A, B) = d(A, B) = d(A, B 0 ).
Ento, pelo teorema 1, A, B e B 0 so colineares e B est entre A e B 0 .
Caso 4. Se < 0, ento:
d(B 0 , A) + d(A, B) = d(A, B) + d(A, B) = (1 )d(A, B) = d(B 0 , B).
Assim, pelo teorema 1, A, B e B 0 so colineares e A est entre B 0 e B.

Resta provar que AB e AB 0
tm o mesmo sentido se > 0 e
sentidos opostos se < 0.
Suponhamos primeiro que
b1 a1 > 0.
Neste caso, o sentido de percurso de A para B coincide, no eixoOX, com o sentido de crescimento
das abscissas dos pontos.
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Figura 20: Sentido de percurso de A para B.

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29

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

Portanto:
Se > 0, ento a1 + (b1 a1 ) > a1 , ou seja, o sentido de A para B 0
coincide com o sentido de A para B.
Se < 0, ento a1 + (b1 a1 ) < a1 , ou seja, o sentido de A para B 0
oposto ao sentido de A para B.
O caso de b1 a1 < 0 pode ser analisado de maneira anloga.
Suponhamos agora que b1 a1 = 0. Neste caso, b2 a2 6= 0, pois A e
B so pontos distintos.
Se b2 a2 > 0, o sentido de
percurso de A para B coincide, no
eixo-OY, com o sentido de crescimento das ordenadas dos pontos.
De modo anlogo ao caso
b1 a1 > 0, podemos verificar que
o sentido de percurso de A para
B 0 coincide com o de A para B se
> 0, e oposto ao de A para B,
se < 0.

Figura 21: Sentido de percurso de A para B.

O caso b2 a2 < 0 pode ser analisado da mesma maneira.


Provamos assim que:

AB 0 = AB = ( (b1 a1 ), (b2 a2 )).


Definio 5

A multiplicao do vetor
v pelo nmero real , por definio, o vetor

v = AB , onde AB um representante do vetor


v .

Pelo provado acima,


v est bem definido, pois se
v = CD = AB ,
ento, num sistema de eixos ortogonais,

v = (d1 c1 , d2 c2 ) = (b1 a1 , b2 a2 ),
onde A = (a1 , a2 ), B = (b1 , b2 ), C = (c1 , c2 ) e D = (d1 , d2 ).

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30

4.. OPERAES COM VETORES

Portanto,

CD = ((d1 c1 ), (d2 c2 )) = ((b1 a1 ), (b2 a2 ))

= CD = AB .
Alm disso, fica provado tambm que:

se
v = (, ) ento
v = (, ).

Ento, se
v = OP e
v = OP 0 , temos que P = (, ) e P 0 = (, ).

~ 0.
~ e ~v = OP
Figura 22: Coordenadas dos vetores ~v = OP

Observao 3
Note que,

0 = AA = AA = 0 ;

0AB = AA = 0 .

No confunda: o nmero 0 (zero) com o vetor 0 .

Proposio 6
Um ponto P pertence a reta r que passa pelos pontos A e B se, e somente se,

AP = AB , para algum R.
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31

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

Prova.

Pela definio de multiplicao do vetor AB pelo nmero real , o ponto P

tal que AP = AB pertence a reta r.


Reciprocamente, seja P um ponto pertencente a reta r e seja =

d(A, P )
.
d(A, B)

Se o sentido de percurso de A para P , ao longo de r, coincidir com o sentido

de A para B, ento AP = AB , onde = , pois pelo teorema 1, item (a),


o ponto P o nico ponto da semirreta de origem em A que passa por B tal
que d(A, P ) = d(A, B).

Figura 23: Sentido de percurso de A para B.

Se o sentido de percurso, ao longo de r, de A para P for oposto ao sentido de

A para B, ento AP = AB , onde = , pois, pelo teorema 1, item (a),


o ponto P o nico ponto da semirreta de origem em A oposta a semirreta
de origem em A que passa por B tal que d(A, P ) = (A, B). 
Exemplo 3

Dados os vetores
u = (1, 1) e
v = (3, 1), determine

a = 2
u +
v , b =
u + 2
v ,
c = b
a .
2

Soluo.
Temos

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32

4.. OPERAES COM VETORES

a =
=
=
=
=
=

2
u +
v
2(1, 1) + (3, 1)
(2(1), 2(1)) + (3, 1)
(2, 2) + (3, 1)
(2 + 3, 2 + 1)
(5, 1) ,

b =
=
=
=
=
=

u + 2
v
(1, 1) + 2(3, 1)
(1, 1) + (2(3), 2(1))
(1, 1) + (6, 2)
(1 + 6, 1 + 2)
(7, 1) ,

c =
b
a
=
=
=
=

2
1
(7, 1) (5, 1)
2
7 1
(5, 1)
,
2 2

7
1
5, (1)
2
2
 3 3
.
,
2 2
Figura 24: Exemplo 3.


Exemplo 4
Dados os pontos do plano A = (1, 3) e B = (6, 1).
(a) Calcule o ponto mdio C do segmento AB utilizando a multiplicao de
um vetor por um nmero real.
(b) Determine os pontos D e E que dividem o segmento AB em trs partes
iguais.
Soluo.
(a) Para isto basta notar que
1
AC = AB .
2
Assim, se C = (x, y) temos:
1
(x 1, y 3) = (5, 2) =
2
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5
, 1 ,
2
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33

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

ento:

x1 = 5
7
2 = x = e y = 2.
y 3 = 1
2
Portanto,

C=


7
,2 .
2

(b) Note que:


1 2
AD = AB e AE = AB
3
3
Assim, se D = (x, y) e E = (z, w) temos:



5 2
, ,
3 3


10 4
2
, ,
(z 1, w 3) = (5, 2) =
3
3
3
1
(x 1, y 3) = (5, 2) =
3

ento:

x1 = 5
8
7
3
= x = e y =
2

3
3
y3 =
3
e

z1

10
3 = z = 13 e w = 5
4

3
3
w3 =
3




8 7
13 5
Portanto, D =
,
eE=
,
. 
3 3
3 3
=

Observao 4
O mtodo utilizado para resolver o exemplo acima pode ser generalizado da
seguinte maneira: dado um segmento AB, os pontos P1 , P2 , , Pn1 que
dividem o segmento AB em n partes iguais so dados por:
k
APk = AB , k = 1, , n 1.
n

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34

5.

5.. PROPRIEDADES DAS OPERAES COM VETORES

Propriedades das operaes com vetores


Propriedades da adio de vetores

vetores no plano. Valem as seguintes propriedades.


Sejam
u ,
v e
w

Comutatividade:
u +
v =
v +
u.

) = (

.
Associatividade:
u + (
v +
w
u +
v )+
w

Existncia de elemento neutro aditivo: o vetor zero 0 tal

que
u +0 =
u.

Existncia de inversos aditivos: para cada vetor


u existe um

nico vetor, que designamos


u , tal que
u + (
u )= 0 .

De fato, se
u = AB e
v = BC , ento

u +
v = AB + BC = AC .

Se D o outro vrtice do paralelogramo ABCD, ento


u = DC e

v = AD .
Logo,

v +
u = AD + DC = AC .
Portanto,

u +
v = AC =
v +
u.

Figura 25: Comutatividade da adio de vetores.

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35

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

A associatividade da adio de vetores se verifica de maneira anloga.

Figura 26: Associatividade da adio de vetores.

Quanto s outras duas propriedades, observe que:

se
u = AB , sendo 0 = AA = BB , temos:

u + 0 = AB + BB = AB =
u,


0 +
u = AA + AB = AB =
u.

o simtrico ou inverso aditivo do vetor


u = AB o vetor

u = BA , pois

u + (
u ) = AB + BA = AA = 0 ,

u +
u = BA + AB = BB = 0 .
Observao 5

O vetor simtrico
u = BA do vetor
u = AB o vetor (1)
u , pois

se
u = (, ) o vetor
u dado em coordenadas, ento:

BA = (, ) = (1)(, ) = (1)AB .

Definio 6

O vetor
u + (
v ), escrito
u
v ,

chamado diferena entre


u e
v .

Figura 27: Diferena entre vetores.


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36

6.. COMBINAO LINEAR DE VETORES

Sejam A, B, C pontos do plano tais que


u = AB e
v = AC . Ento,

u + (
v ) = AB + (AC )

= AB + CA

= CA + AB = CB .
Propriedades da multiplicao de nmeros reais por vetores

Sejam
u e
v vetores no plano e , R. Valem as seguintes
propriedades:
Existncia de elemento neutro multiplicativo: 1 R satisfaz

1
u =
u.
Propriedades distributivas:

( + )
u =
u +
u.

(
u +
v ) =
u +
v e

As propriedades distributivas so verificadas usando coordenadas e a


propriedade distributiva que j conhecemos nos nmeros reais.

De fato, se
u = (a, b) e
v = (a0 , b0 ), ento, dados , R, temos:

(
u +
v ) = [(a, b) + (a0 , b0 )] = (a + a0 , b + b0 )
= ((a + a0 ), (b + b0 )) = (a + a0 , b + b0 )
= (a, b) + (a0 , b0 ) = (a, b) + (a0 , b0 )

=
u +
v .
A outra propriedade distributiva se verifica da mesma forma (faa-o!).

6.

Combinao linear de vetores

Definio 7

(a) Dizemos que o vetor


v mltiplo do vetor
u se existe R tal que

v =
u.

(b) Dizemos que um vetor


v combinao linear dos vetores

v 1,
v 2 , . . .,
v n quando existem nmeros reais 1 , 2 , . . ., n , tais que
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37

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

v = 1
v 1 + 2
v 2 + + n
v n.
Em relao a esta definio, observe que:

O vetor nulo 0 mltiplo de qualquer vetor


u.

De fato, 0 = 0
u.
Nenhum vetor no nulo pode ser mltiplo do vetor nulo.

De fato, se
u 6= 0 , no existe R tal que 0 =
u , pois 0 = 0 ,
para todo R.

Se
v =
6 0 mltiplo de
u , ento
u tambm mltiplo de
v .

Com efeito, seja R tal que


v =
u . Como
v =
6 0 , temos 6= 0

e
u 6= 0 .
1

v .
Logo
u =

Note que dizer que


v combinao linear dos vetores
v 1,
v 2, . . . ,
v n

significa que v soma de mltiplos dos vetores v 1 , v 2 , . . . , v n .


A seguinte proposio fornece uma maneira para determinar quando
dois vetores so, ou no, mltiplo um do outro.
Proposio 7

Um dos vetores
u = (a, b) e
se,

a

0
a

v = (a0 , b0 ) mltiplo do outro se, e somente



b
= ab0 ba0 = 0 .
b0

Prova.

(=) Suponha que


v =
u para algum R. Como
u = (a, b) e

v = (a0 , b0 ), temos:
(a0 , b0 ) = (a, b) = (a, b) = a0 = a
e
b0 = b = ab0 ba0 = ab ba = 0.

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38

6.. COMBINAO LINEAR DE VETORES

(=) Suponhamos agora que ab0 ba0 = 0.


Caso a = 0: Se a = 0, ento ba0 = 0, ou seja, b = 0 ou a0 = 0. Logo:

b = 0 =
u = (0, 0) = 0 =
u = 0
v .

b0

a0 = 0 e b 6= 0 = (0, b0 ) = b (0, b) =
v =
u.

b
0
a
Caso a =
6 0: Se a =
6 0, temos ab0 ba0 = 0 = b0 = b . Logo:
a
a0
a0

u = (a, b) =
a
a

a0 a0
a, b
a
a

= (a0 , b0 ) =
v .

Portanto, em qualquer caso, um dos vetores mltiplo do outro. 

Exemplo 5

Determine se os vetores
u = (1, 2) e
v = (3, 6) so mltiplos um do outro.

Soluo.


1 2


Temos
= 6 6 = 0. Portanto, um vetor mltiplo do outro.
3 6

Note que
v = 3
u. 

Proposio 8

Se nenhum dos vetores


u e
v mltiplo um do outro, ento qualquer outro
do plano se escreve de modo nico como combinao linear de

vetor
w
u e

v . Isto , existem , R, determinados de forma nica por w , tais que

w
u +
v .
Prova.

= (a00 , b00 ) temos, pela proposiDe fato, se


u = (a, b),
v = (a0 , b0 ) e
w
o 7, que ab0 ba0 6= 0.
=

Vamos determinar , R de modo que


w
u +
v .
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39

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

Figura 28: Vetor w


~ combinao linear de ~
u e ~v .

Em coordenadas, esta condio equivale a


(a00 , b00 ) = (a, b) + (a0 , b0 )
= (a + a0 , b + b0 ).
Ou seja, os nmeros e devem ser solues do sistema:
(
a + a0 = a00
b + b0 = b00 .
Resolvendo o sistema obtemos:
=

a00 b0 b00 a0
ab0 ba0

ab00 ba00
.
ab0 ba0

Ou seja, os nmeros e existem e so determinados de forma nica. 


Observao 6
O plano bidimensional (de dimenso 2).Isso significa que basta conhecer

dois vetores
u e
v , que no sejam mltiplos um do outro, para conhecer
todos os outros vetores do plano. De fato, pela proposio anterior, qualquer
outro vetor se expressa de forma nica como combinao linear destes dois
vetores.
Exemplo 6
Verifique que qualquer vetor do plano se escreve como combinao linear dos

= (1, 1) como
vetores
u = (2, 1) e
v = (3, 2), e escreva o vetor
w

combinao linear de
u e
v .

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40

7.. PRODUTO INTERNO DE DOIS VETORES

Soluo.


2 1

u e
v no so mlti Como
= 4 3 = 1 6= 0, os vetores
3 2
plos um do outro. Pela proposio anterior, qualquer outro vetor se escreve

de maneira nica como soma de mltiplos dos vetores


u e
v .
= (1, 1), devemos achar , R tais que:
Dado o vetor
w

w
u +
v .
Escrevendo esta equao em coordenadas, vemos que:
(1, 1) = (2, 1) + (3, 2) = (2 3, + 2),
ou seja,
(
2 3 = 1
+ 2 = 1 .
Os nmeros e que resolvem este sistema so:
=

1 2 (3) 1
=2+3=5
1

2 1 1 (1)
= 2 + 1 = 3.
1

= 5

Portanto,
w
u + 3
v . 

7.

Produto interno de dois vetores

Vamos agora definir um novo tipo de multiplicao. Os fatores desta


nova operao so vetores e o produto um nmero real.
Comeamos com a seguinte definio:
Definio 8

A norma ou comprimento do vetor


v = AB o nmero real no negativo:

k
v k = d(A, B).
Observe que a norma de um vetor um nmero bem definido, isto
, depende apenas do vetor e no do segmento orientado escolhido para
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41

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

represent-lo.
De fato, se

v = AB = CD = AB CD = d(A, B) = d(C, D).

Ou seja, a norma de um vetor


v se calcula usando qualquer segmento
representante.
Consideremos agora um sistema de eixos ortogonais OXY .

Se
v = (x, y) = OP , ento P = (x, y) e
p

k
v k = d(O, P ) = x2 + y 2 .

Figura 29: Representante na origem de um vetor para o clculo da norma.

Quando k
v k = 1, dizemos que o vetor
v um vetor unitrio.
Observao 7

Se
v = (x, y) e R ento k
v k = || k
v k. De fato, como
v = (x, y),
ento:
p
p

k
v k =
2 x2 + 2 + y 2 = 2 (x2 + y 2 )
p
p

2 x2 + y 2 = || x2 + y 2 = || k
v k.
=

Definio 9

Sejam
u = AB e
v = AC vetores no plano.

O ngulo entre
u e
v , designado (
u ,
v ),
o menor ngulo formado pelos segmentos AB
e AC.
Figura 30: ngulo entre ~
u e ~v .

Geometria Analtica e Clculo Vetorial

GGM-IME-UFF

42

7.. PRODUTO INTERNO DE DOIS VETORES

Observao 8

um vetor unitrio que tem a mesma


Se
v um vetor no nulo, ento

kv k

direo e o mesmo sentido de


v . Com efeito, pela observao 7,



v 1
1


k
k v k = 1.
=
v k=
kv k

kv k

kv k

Alm disso, como

v = k
v k

kv k

e k
v k > 0, temos que
v e
tm a mesma direo e o mesmo sentido.

kv k

Assim, se
u e
v so vetores no nulos,



u
v

( u , v ) =
,
.

||
u || ||
v ||
Definio 10

O produto interno dos vetores


u e
v do plano o nmero real, que

designamos por h
u ,
v i, definido da seguinte maneira:

h
u ,
v i = 0,

se

u =0

h
u ,
v i = k
u k k
v k cos ,

se

u 6= 0 ,
v =
6 0

ou

v =0
e

= (
u ,
v )

Proposio 9

Sejam
u = (, ) e
v = (0 , 0 ) dois vetores no plano. Ento,

h
u ,
v i = 0 + 0
Prova.

Se
u ou
v so vetores nulos, a identidade acima verifica-se, pois, neste

caso, h
u ,
v i = 0 e 0 + 0 = 0.

Suponhamos agora que


u e
v so vetores no nulos. Se
u = OP e

v = OQ , ento P = (, ), Q = (0 , 0 ) e
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43

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

Figura 31: Diferena ~v ~


u.

PQ =
=
=
=


P O + OQ

OQ OP

v
u
0
( , 0 ).

Aplicando a lei dos cossenos ao tringulo 4OP Q, temos:

k
v
u k2 = k
u k2 + k
v k2 2k
u k k
v k cos ,

onde = (
u ,
v ). Desta identidade, obtemos:

2k
u k k
v k cos = k
u k2 + k
v k2 k
v
u k2
(2 + 2 ) + ((0 )2 + ( 0 )2 ) ((0 )2 + ( 0 )2 )
2 + 2 + (0 )2 + ( 0 )2 ((0 )2 20 + 2
( 0 )2 2 0 + 2 )
2 + 2 + (0 )2 + ( 0 )2 (0 )2 + 20 2
( 0 )2 + 2 0 2
20 + 2 0
2(0 + 0 )

Portanto, h
u ,
v i = k
u k k
v k cos = 0 + 0 , como queramos demonstrar. 
=
=
+
=

=
=

Com a expresso do produto interno em coordenadas, fica fcil provar


as seguintes propriedades.
Proposio 10

vetores do plano e seja R. Valem as seguintes propriSejam


u,
v e
w
edades:

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GGM-IME-UFF

44

7.. PRODUTO INTERNO DE DOIS VETORES

(1) h
u ,
u i = k
u k2 0

(2) h
u ,
u i = 0
u =0

(3) h
u ,
v i = h
v ,
ui

(4) h
u ,
v i = h
u ,
v i

(5) h
u ,
v i = h
u ,
v i

(6) h u + w , v i = h u ,
v i + h
w
v i

i = h

i
(7) h
u ,
v +
w
u ,
v i + h
u ,
w
Definio 11

Sejam
u e
v vetores do plano. Dizemos que
u perpendicular a

se (
u ,
v ) = 90o ou
u = 0 ou
v = 0 . Se
u perpendicular a

escrevemos u v . Note que u perpendicular a


v se, e somente se,

perpendicular a
u.
Temos, ento, a seguinte caracterizao da perpendicularidade entre
dois vetores por meio do produto interno.
Proposio 11
Dois vetores so perpendiculares se, e somente se, o seu produto interno
igual a zero. Isto ,

u
v h
u ,
v i=0
Prova.

Sejam
u e
v vetores do plano. Se algum destes vetores o vetor nulo,

ento u v e h
u ,
v i = 0, por definio.

Suponhamos, ento, que


u 6= 0 e
v =
6 0 , e seja = (
u ,
v ). Ento,

h
u ,
v i = k
u k k
v k cos = 0 cos = 0 = 90o ,
como queramos demonstrar. 
Proposio 12

Seja
u = (a, b) um vetor no nulo. Ento o vetor
v perpendicular ao
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Geometria Analtica e Clculo Vetorial

45

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

vetor
u se, e s se,
v = (b, a), para algum R.
Prova.
De fato, se v = (b, a), ento

h
u ,
v i = a(b) + b(a) = 0 =
u
v .

Reciprocamente, se h
u ,
v i=0e
v = (c, d), ento ac + bd = 0, isto ,


c d



= 0.
b a
Logo, pela Proposio 7, (c, d) mltiplo de (b, a), ou seja, existe R

tal que
v = (c, d) = (b, a). 
Exemplo 7
Dados os pontos A = (2, 3), B = (0, 1) e C = (4, 2). Calcule o cosseno do

ngulo entre os vetores AB e AC .
Soluo.
Sabemos que

hAB , AC i = ||AB || ||AC || cos .

Por outro lado, como AB = (2, 2) e AC = (6, 1) , temos:



hAB , AC i = 2 6 2 (1) = 14.

E ainda, ||AB || = 2 2 e ||AC || = 37, o que implica que


14 = 2 2 37 cos = cos = 7/ 74.



Exemplo 8

Dados os vetores
u = (4, 3) e
v = (x, 1), determine x R de modo que

h
u ,
v i = 5.
Soluo.

Como h
u ,
v i = 5 temos:

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46

7.. PRODUTO INTERNO DE DOIS VETORES

4 x 3 1 = 5 = x = 2.
Portanto, x = 2. 
Exemplo 9

Dados os vetores
u = (a + 1, 2) e
v = (3, 1), calcule o valor de a R para

que
u seja perpendicular a
v .
Soluo.

Para que
u e
v sejam perpendiculares, necessrio e suficiente que

h
u ,
v i = 0,
ou seja,
(a + 1) (3) + 2 1 = 0 3a 3 + 2 = 0 a = 13 .
1
Portanto, a = . 
3
Proposio 13

Seja
u = (a, b) um vetor no nulo. Ento os vetores unitrios
v
1 e v2 que

fazem um ngulo (0, ) com o vetor


u so dados por:

u
w

v1 = cos
+ sen
||
||
u ||
||w

u
w

v2 = cos()
+ sen()
|| ,
||
u ||
||w
= (b, a) um vetor perpendicular a

onde
w
v .
Prova.
De fato:

u
w
u
w

2
||v1 || = < cos
+ sen
+ sen
|| , cos ||

|| >
||
u ||
||w
u ||
||w

u
u
w
u
= cos2 <
,
>
+2
cos

sen

<
,

|| >
||
u || ||
u ||
||
u || ||
w

w
w
+ sen2 <
,
|| ||
|| >
||w
w
= cos2 + sen2 = 1,

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47

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

<
v
1 ,u >

cos (
v
,
u
)
=
1

||
v
1 |||| u ||

u
w

< cos
+ sen
,
u >

|| u ||
||w ||
=

||
u ||

<
u ,
u >
<
w
u >
= cos ,
= cos
+
sen

2
|| u ||
||w || ||
u ||
pois,

<
u ,
u >
1
||
u ||2

=
< u , u >=
=1

||
u ||2
||
u ||2
||
u ||2
||2
,
>
1
||
w
<
w
w

||2 = ||
||2 < w , w >= ||
||2 = 1
||
w
w
w

>
<
u ,
w
1

>= 0.
=
<
u ,
w

|| u ||||w ||
|| u ||||w ||

Figura 32: Vetores ~


u, w,
~ v~1 , v~2 .

De modo anlogo, podemos mostrar que ||


v
2 || = 1 e cos (v2 , u ) = cos() = cos .

Exemplo 10

Determine os vetores unitrios


v
1 e v2 que fazem um ngulo (0, ) com

o vetor
u = (1, 2) tal que cos = 25 .
Soluo.

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48

7.. PRODUTO INTERNO DE DOIS VETORES

Como (0, ) e cos =

2 ,
5

obtemos que sen =

1 .
5

Logo, pela pro-

posio anterior,

u
1 (2, 1)
w
2 (1, 2)

v1 = cos
+ sen
= +

|| u ||
||w ||
5 5
5
5
=

2
1
(1, 2) + (2, 1) = (0, 1),
5
5

u
1 (2, 1)
w
2 (1, 2)


v
=
cos()
+
sen()
=
2

|| u ||
||w ||
5 5
5
5
2
1
=
(1, 2) (2, 1) =
5
5

4 3
,
5 5


.

Exemplo 11
Mostre que os pontos mdios dos lados de um quadriltero so os vrtices de
um paralelogramo.
Soluo.
Seja ABDC um quadriltero qualquer e sejam X, Y , Z e W os pontos
mdios dos lados AC, CD, DB e BA, respectivamente. Devemos mostrar
que XY W Z um paralelogramo (figura 33).
Temos:

AC
CD
XY = XC + CY =
+
2
2


1
1
=
AC + CD = AD ,
2

AB
BD
ZW = ZB + BW =
+
2
2

 1
1
=
AB + BD = AD .
2

1
Logo XY = AD = ZW . Entao XY ZW , e portanto, XY ZW um
2

paralelogramo.
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49

CAPTULO 2. VETORES NO PLANO

Figura 33: Pontos mdios dos lados de um quadriltero determinando um paralelogramo.

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50

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7.. PRODUTO INTERNO DE DOIS VETORES

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Captulo 3
Equaes da reta no plano
1.

Equao paramtrica da reta

Vamos descrever algebricamente uma reta no plano usando a linguagem


vetorial.
Reta r que passa pelos pontos A e
B.
Seja r a reta que passa pelos pontos A e B e seja P um ponto do plano.
Ento, pela proposio 6 do captulo anterior, o ponto P pertence reta r se,

e somente se, AP mltiplo do vetor

AB .

Figura 1: Ponto P pertencente a r.

Isto , P r se, e somente se, existe um nmero t R tal que

AP = tAB
Note que o nmero t determinado de forma nica pelo ponto P e
chamado parmetro de P em r.
Assim, para atingir o ponto P na reta r, devemos ir at o ponto A e

nos deslocarmos ao longo da reta por tAB . Escrevemos ento a equao que
51

52

1.. EQUAO PARAMTRICA DA RETA

determina o ponto P pela variao do parmetro t da seguinte forma:

r : P = A + tAB ,

tR

Esta equao chamada equao paramtrica da reta r.


Se A = (a, b), B = (a0 , b0 ) e P = (x, y) so as coordenadas dos pontos
num sistema de coordenadas dado, ento:
P = (x, y) r (x, y) = (a, b) + t(a0 a, b0 b) para algum t R

x = a + t(a0 a)

para algum t R .
y = b + t(b0 b),
Dizemos que as equaes
(
x = a + t(a0 a)
;
r:
y = b + t(b0 b)

tR

so as equaes paramtricas da reta r.


Exemplo 1
Determine a equao paramtrica da reta que passa pelos pontos A = (2, 3)
e B = (1, 2).
Soluo.

Como AB = (1 2, 2 3) = (1, 1),


P = (x, y) r (x, y) = (2, 3) + t(1, 1), t R
(x, y) = (2 t, 3 t), t R .
(
x=2t
Portanto, as equaes paramtricas de r so: r :
; t R. 
y =3t
Definio 1

Dizemos que um vetor


v =
6 O paralelo a uma reta r quando, para quais

quer dois pontos A, B r, o vetor AB mltiplo do vetor


v . Nesse caso,

escrevemos v k r.
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53

CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

Figura 2: Vetor direo da reta r.

Um vetor
v paralelo a uma reta r chamado vetor direo de r.
Observao 1
Sejam C e D pontos pertencentes a reta r que passa pelos pontos A e B.

Ento existe R tal que CD = AB .


De fato, pela proposio 6 do captulo anterior, existem s R e t R tais
que

AC = sAB
e AD = tAB .
Logo,

CD = CA + AD = AD AC = tAB sAB = (t s)AB ,


ou seja,

CD = AB , onde = t s.
Observao 2

fcil verificar, usando a observao anterior, que um vetor


v paralelo

reta r se, e somente se,


v = AB , onde R {0} e A, B so dois pontos
fixos quaisquer da reta r.

Reta r que passa pelo ponto A e paralela ao vetor


v =
6 0.

Se r a reta que passa pelo ponto A e tem direo


v 6= 0 , temos:

P r AP mltiplo de
v

AP = t v , para algum t R

P = A + t
v , para algum t R.
Portanto, a equao paramtrica de r :

v ;
r : P = A + t

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tR

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54

1.. EQUAO PARAMTRICA DA RETA

Escrevendo essa equao em coordenadas, temos que se A = (a, b) e

v = (, ), ento:
P = (x, y) r (x, y) = (a, b) + t(, ), t R

x = a + t

;t R
y = b + t
Assim, as equaes paramtricas de r, neste caso, so:
(
x = a + t
r:
;t R
y = b + t
Exemplo 2
Determinar a equao paramtrica da reta r que passa por A = (1, 4) e

paralela ao vetor
v = (5, 2).
Soluo.
Temos que:
P = (x, y) r (x, y) = (1, 4) + t(5, 2) = (1 + 5t, 4 + 2t),
Portanto,
(
x = 1 + 5t
r:
; t R,
y = 4 + 2t

t R.

so as equaes paramtricas da reta r.


Exemplo 3

Determine o ponto de interseo da reta r1 paralela ao vetor


v = (1, 2) que
passa pelo ponto A = (3, 4) com a reta r2 que passa pelos pontos B = (2, 3)
e C = (2, 4).
Soluo.

Um ponto P = (x, y) r1 se, e somente se, P = A + t


v , ou seja,
(x, y) = (3, 4) + t(1, 2) , t R.

E um ponto P = (x, y) r2 se, e somente se, P = B + sBC , isto ,


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55

CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

(x, y) = (2, 3) + s(4, 1) , s R.


Logo um ponto P = (x, y) r1 r2 se, e somente se,
(3, 4) + t(1, 2) = (2, 3) + s(4, 1)
(3 + t, 4 + 2t) = (2 4s, 3 + s)

3 + t = 2 4s
t + 4s = 1

4 + 2t = 3 + s
2t s = 1

2t 8s = 2

9s = 1 e 2t = s 1
2t s = 1
s1
1/9 1
10
5
1
=
= = .
s = e t =
9
2
2
18
9
Substituindo t = 5/9 em (3 + t, 4 + 2t) ou s = 1/9 em (2 4s, 3 + s),
obtemos que o ponto de interseo das retas :
 
 


10
4
1
22 26
5
= 2 + ,3
=
,
.
P = 3 ,4
9
9
9
9
9 9

Ateno: Para determinar o ponto de interseo de duas retas dadas
por suas equaes paramtricas, devemos usar parmetros diferentes, pois o
parmetro de um ponto ao longo de uma reta pode no ser igual ao parmetro
do mesmo ponto ao longo da outra reta.

2.

Equao cartesiana da reta

Equao da reta r que passa pelo ponto A = (x0 , y0 ) e normal ao

vetor
u = (a, b) 6= 0 .
Vamos agora caracterizar algebricamente (usando o produto interno) a
equao de uma reta normal (isto , perpendicular) a uma direo dada.
Definio 2

Um vetor
u 6= 0 normal ou perpendicular a uma reta r se
u AB ,
quaisquer que sejam os pontos A, B r.

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56

2.. EQUAO CARTESIANA DA RETA

Figura 3: Vetor normal reta r.

Seja r a reta que passa pelo ponto A = (x0 , y0 ) e perpendicular ao

vetor
u = (a, b) 6= 0 . Ento,
P = (x, y) r


AP
u

hAP , u i = 0
h(x x0 , y y0 ), (a, b)i = 0
a(x x0 ) + b(y y0 ) = 0
ax + by = ax0 + by0
ax + by = c , onde c = ax0 + by0 .

A equao dada por:


r : ax + by = c
chamada equao cartesiana da reta r.
Observao 3
Na equao cartesiana da reta r obtida acima, voc deve observar que os
coeficientes a e b de x e y, respectivamente, so as coordenadas do vetor

normal
u = (a, b) e que o valor de c determinado quando se conhece um
ponto de r, no caso, o ponto A = (x0 , y0 ). Observe tambm que a e b no

podem ser ambos iguais zero, pois


u = (a, b) um vetor no nulo.
Observao 4

Um vetor
u = (a, b) 6= (0, 0) normal reta r se, e somente se, o vetor

v = (b, a) paralelo r.
De fato, sejam A e B dois pontos quaisquer pertencentes reta r.
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57

CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

Se
u = (a, b) normal reta r ento, por definio,
u AB . Logo, pela

proposio 12 do captulo anterior, existe R tal que AB = (b, a) =


v .

Provamos assim, que se


u = (a, b) r ento
v = (b, a) k r.

Suponhamos agora que


v = (b, a) paralelo reta r. Ento, por definio,

existe R tal que AB =


v . Logo,

hAB ,
u i = h(b, a), (a, b)i = ba + ab = 0,

ou seja,
u AB . Assim, por definio,
u um vetor normal a r.
Exemplo 4
Determine a equao cartesiana da reta r que passa pelo ponto A = (2, 3) e

normal ao vetor
u = (1, 2).
Soluo.

Como
u r, devemos ter
r : x + 2 y = c.
O valor de c calculado sabendo que
A = (2, 3) r:
c = 1 2 + 2 3 = 2 + 6 = 8.
Portanto, a equao procurada
r : x + 2y = 8.

Figura 4: Exemplo 4.


Exemplo 5
Determinar a equao cartesiana da reta r que passa pelo ponto B = (2, 3)

e paralela ao vetor
v = (1, 2).
Soluo.
Conhecer um ponto e um vetor paralelo da reta equivale a dar as equaes
paramtricas:
(
x=2+t
r:
; t R.
y = 3 + 2t

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58

2.. EQUAO CARTESIANA DA RETA

Como
v = (1, 2) k r temos, pela observao 4,

u = (2, 1) r.
Portanto,
r : 2x y = c.
Para determinar c, usamos o fato de que
B = (2, 3) r, isto ,
c = 2 2 3 = 1.
Logo,
r : 2x y = 1.

Exemplo 6
Determine a equao cartesiana da reta r :

Figura 5: Exemplo 5.

x=2s
; s R.
y = 1 + 3s

Soluo.
Das equaes paramtricas, obtemos o vetor

v = (1, 3) paralelo reta r e um ponto


A = (2, 1) pertencente a ela.

Como, pela observao 4, o vetor


u = (3, 1)
normal a r, a equao cartesiana de r
3x + y = c.
Para calcular c, usamos que A = (2, 1) r,
isto ,
c = 3 2 + 1 = 7.
Logo a equao cartesiana de r
3x + y = 7.

Figura 6: Exemplo 6.


Exemplo 7
Determine as equaes paramtricas da reta r : 4x + 3y = 16.

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59

CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

Soluo.
Para achar as equaes paramtricas de r
precisamos conhecer um vetor paralelo a r
e um ponto de r.
Da equao cartesiana, temos:

u = (4, 3) r =
v = (3, 4) k r .
Para determinar um ponto de r, fazemos
y = 0 na equao cartesiana de r e calculamos o valor correspondente de x:
y = 0 = 4 x + 3 0 = 16 = x = 4 .
Portanto, o ponto A = (4, 0) pertence a r.

Figura 7: Exemplo 7.

Assim, as equaes paramtricas de r so:


(
x = 4 + 3t
; t R.
r:
y = 4t

Exemplo 8
Determine as equaes cartesianas das retas r1 e r2 que passam pelo ponto
A = (3, 1) e fazem um ngulo de /4 com a reta r : 2x + y = 2.
Soluo.

Como o vetor
u = (2, 1) perpendicular reta r, o vetor
v = (1, 2),
pela observao 4, paralelo reta r.

Figura 8: Exemplo 8.

= (2, 1) e

Sejam
w
v
1 , v2 os vetores unitrios que fazem um ngulo de

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60

2.. EQUAO CARTESIANA DA RETA

/4 com o vetor
v . Ento, pela proposio 13 do captulo anterior, temos:

w
v

+ sin /4
v1 = cos /4
||
||
v ||
||w

= 225 (1, 2) + 225 (2, 1)


=

1 (3, 1),
10

v
=
cos(/4)

+ sin(/4)
2

|| v ||

= 225 (1, 2) 225 (2, 1)


=

w
||
||
w

1 (1, 3).
10

1
Como a reta r1 paralela ao vetor
v
1 = 10 (3, 1) e a reta r2 paralela ao

1
vetor
v
2 = 10 (1, 3), temos que u1 = (1, 3) um vetor normal reta r1 e

u = (3, 1) um vetor normal reta r .


2

Assim,
r1 : x + 3y = c1 e r2 : 3x y = c2 ,
onde c1 = 13+31 = 6 e c2 = 3311 = 8 so as equaes cartesianas
das retas que passam pelo ponto A e fazem um ngulo de /4 com a reta
r.

Observao 5
A equao cartesiana da reta r que corta o eixo-horizontal no ponto de abscissa a e o eixo-vertical no ponto de ordenada b, com a e b diferentes de zero,
x y
dada por + = 1.
a b
De fato, como os pontos A = (a, 0)
e B = (0, b) so distintos e a equax
y
o
+
= 1 representa uma reta
a
b
que passa por A e B, concluimos que
x
y
r :
+
= 1, pois por dois pontos
a
b
distintos passa uma nica reta.
Figura 9: Reta passando pelos pontos (a, 0) e
(0, b).

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61

CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

Exemplo 9
Uma reta r que passa pelo ponto P = (2, 4/3) forma com os semieixos coordenados positivos um tringulo de permetro 12. Determine sua equao.
Soluo.
Sejam a e b nmeros reais positivos tais que
{(a, 0)} = r eixo OX e {(0, b)} = r eixo OY .
x y
Pela observao anterior, r : + = 1 a equao cartesiana de r.
a b

Figura 10: Exemplo 9.

Como o ponto P = (2, 4/3) pertence a r,


2
4
+
= 1 6a + 4a = 3ab.
a 3b
Alm disso, o permetro do tringulo 4AOB 12, ou seja,

a + b + a2 + b2 = 12,
onde A = (a, 0) e B = (0, b). Temos, ento, que resolver o sistema:
(
6a + 4b = 3ab

a + b + a2 + b2 = 12

(1)

Elevando ao quadrado a segunda equao, obtemos que:

a2 + b2 = 12 (a + b)
a2 + b2 = 144 24(a + b) + (a2 + 2ab + b2 )
24(a + b) = 144 + 2ab
12(a + b) = 72 + ab.
Assim, o sistema (1) equivalente ao sistema:

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62

2.. EQUAO CARTESIANA DA RETA

12(a + b) = 72 + ab

4a + 6b = 3ab

36(a + b) = 3 72 3ab
4a + 6b = 3ab

Somando as duas equaes, obtemos que:


32a 30b = 3 72 16a + 15b = 108 b =
Substituindo b =

108 16a
.
15

(2)

108 16a
na equao 6b + 4a = 3ab, temos:
15
6
3
(108 16a) + 4a = a(108 16a)
15
15

6(108 16a) + 60a = 3a(108 16a)


2(108 16a) + 20a = 16a2 + 108a
16a2 108a 32a + 20a + 216 = 0
16a2 120a + 216 = 0
2a2 15a + 27 = 0

15 225 216
15 9
a =
=
4
4
18
9
a =
=
ou a = 3.
4
2

Portanto, se a1 = 9/2 ento, por (2),


b1 =

108 16 9/2
108 72
36
12
=
=
= ,
15
15
15
5

e a equao da reta r1
2x 5y
+
= 1 8x + 15y = 36.
9
12
Se a2 = 3, ento b2 =

108 16 3
60
=
= 4, e a equao da reta r2
15
15
x y
+ = 1 4x + 3y = 12.
3 4

Assim, o problema possui duas solues:


r1 : 8x + 15y = 36
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r2 : 4x + 3y = 12.
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63

CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

Figura 11: Exemplo 7.

3.

Equao afim das retas

Considere uma reta r : ax + by = c dada por sua equao cartesiana,

onde
u = (a, b) 6= (0, 0) um vetor normal a r.
Vamos verificar que r pode ser reescrita das seguintes formas:
Se b = 0, ento um ponto (x, y) r se, e somente se, x = ac . Ou seja,
r = {(d, y); y R},
onde d =

c
a

(observe que a 6= 0).

Uma reta do tipo r : x = d dita vertical pois, neste caso, r paralela


ao eixo-OY ou coincidente com esse eixo.

Figura 12: r vertical e sua equao x = d

Se b 6= 0, isto , r no vertical, ento o ponto (x, y) r se, e somente

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64

3.. EQUAO AFIM DAS RETAS

se,
c
a
by = ax + c y = x + .
b
b
Ou seja,
r = {(x, mx + n); x R},
onde m =

a
c
en= .
b
b

Uma equao do tipo y = mx + n chamada equao reduzida ou afim


da reta r.
Provamos assim que toda reta r no vertical se representa por uma
equao do 1o grau da forma y = mx + n, onde:
n a ordenada do ponto onde r intersecta o eixoOY . Se n = 0,
ento r passa pela origem.
m a razo entre o acrscimo de y e o acrscimo de x quando se
passa de um ponto a outro sobre a reta. De fato, se x0 6= x1 , y0 = mx0 + n
e y1 = mx1 + n, ento:
y1 y0
(mx1 + n) (mx0 + n)
m(x1 x0 )
=
=
= m.
x1 x0
x1 x0
x1 x0

O nmero m chama-se inclinao da reta r : y = mx + n.


Alm disso,
 Se m > 0, a funo y = mx + n crescente, isto , se x1 < x2 , ento
y1 = mx1 + n < y2 = mx2 + n.

Figura 13: Para m > 0, y = mx + n crescente.

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65

CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

 Se m < 0, a funo y = mx + n decrescente, isto , se x1 < x2 ,


ento y1 = mx1 + n > y2 = mx2 + n.

Figura 14: Para m < 0, y = mx + n decrescente.

 Se m = 0, a funo y = mx + n constante, pois y = n para todo


x R. Neste caso, dizemos que r : y = n uma reta horizontal.

Figura 15: Para m = 0, y = mx + n constante.

Seja o ngulo que a reta r : y = mx + n faz com o semieixoOX


positivo. Ento,
tg = m
De fato, veja as figuras 16, 17 e 18:

m=

y2 0
= tg .
x2 x1

Figura 16: Caso m > 0 : 0 < <


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.
2

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66

3.. EQUAO AFIM DAS RETAS

m=

0y1
x2 x1

= tg( ) = tg .

Figura 17: Caso m < 0 :

< < .

m = 0 = = 0 = m = tg .

Figura 18: Caso m = 0 : = 0.

Exemplo 10
Determine as equaes das retas que contm os lados do tringulo de vrtices
nos pontos A = (1, 1), B = (4, 1) e C = (1, 3).

Figura 19: Tringulo de vrtices A, B e C.

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CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

Soluo.
A reta r1 que contm o lado AC vertical, pois A e C tm a mesma
abscissa 1. Assim, r1 : x = 1.
A reta r2 que contm o lado AB horizontal, pois A e B tm a mesma
ordenada 1. Portanto r2 : y = 1.
A reta r3 que contm o lado BC tem inclinao m =

2
31
= . Assim,
14
3

a equao de r3 da forma:
2
3

r3 : y = x + n.
Como B = (4, 1) r3 , obtemos, substituindo x por 4 e y por 1 na equao
anterior, que:
2
3

1 = 4 + n = n = 1 +

8
11
= .
3
3

Portanto,
2
3

r3 : y = x +

11
,
3

a equao da terceira reta.

4.

Paralelismo e perpendicularismo entre retas


Duas retas r1 e r2 no plano podem estar em trs posies relativas (uma

em relao outra):
(a) coincidentes: quando so iguais, isto , r1 = r2 ;
(b) paralelas: quando no se intersectam, isto ,
r1 r2 = .
Neste caso, escrevemos r1 k r2 .
(c) concorrentes: quando se intersectam em um ponto, isto ,
r1 r2 = {P }.
A partir das equaes cartesianas de r1 e r2 , determinemos quando

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68

4.. PARALELISMO E PERPENDICULARISMO ENTRE RETAS

ocorre cada uma dessas situaes.


Proposio 1
As retas r1 : ax + by = c e r2 : a0 x + b0 y = c0 so paralelas ou coincidentes se,
e somente se, existe 6= 0 tal que (a0 , b0 ) = (a, b), isto , se e somente se,
seus vetores normais so mltiplos.
Prova.
Suponhamos que a0 = a, b0 = b, c0 6= c e 6= 0.
Se P = (x, y) r1 , ou seja,
ax + by = c = ax + by = c
= a0 x + b0 y = c 6= c0 .
Provamos assim que se P = (x, y) r1 ento P = (x, y)
/ r2 , ou seja, que
r1 r2 = .
Por outro lado, se a0 = a, b0 = b, c0 = c e 6= 0, ento
ax + by = c ax + by = c a0 x + b0 y = c0 ,
ou seja, as retas r1 e r2 so coincidentes.
Suponhamos agora que r1 r2 = ou r1 = r2 , ou seja, que r1 e r2 so retas
paralelas ou coincidentes.
Considere o sistema:
(
ax + by = c
a0 x + b 0 y = c 0


a

b


Se 0
= ab0 a0 b 6= 0, o sistema possui uma nica soluo dada por:
0
a
b
x=

cb0 c0 b
ab0 a0 b

y=

ca0 c0 a
.
ab0 a0 b

Logo, como as retas so paralelas ou coincidentes, devemos ter ab0 a0 b = 0.


Mas, pela proposio 7, isso significa que os vetores (a, b) e (a0 , b0 ) so mltiplos, ou seja, existe R tal que (a0 , b0 ) = (a, b). Como (a, b) 6= (0, 0) e
(a0 , b0 ) 6= (0, 0), devemos ter 6= 0.

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69

CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

Corolrio 1
As retas r1 : ax + by = c

r2 : a0 x + b0 y = c0 so coincidentes se, e

somente se, existe R, 6= 0, tal que


(a0 , b0 ) = (a, b)

c0 = c .

Prova.
Pelo teorema acima, se as retas so coincidentes, existe 6= 0 tal que a0 = a
e b0 = b.
Seja (x0 , y0 ) um ponto da reta r. Como r1 = r2 , as coordenadas x = x0 e
y = y0 satisfazem tambm a equao de r2 . Logo,
c0 = a0 x0 + b0 y0 = ax0 + by0 = c ,
isto c0 = c.
Reciprocamente, se existe R, 6= 0, tal que a = a0 , b = b0 e
c = c0 , claro que as equaes de r1 e r2 representam a mesma reta, isto ,
r1 = r2 .
Como consequncia do corolrio anterior e da proposio 1, obtemos:
Corolrio 2
As retas r1 : ax + by = c

r2 : a0 x + b0 y = c0 so paralelas se, e somente

se, existe R, 6= 0, tal que


(a0 , b0 ) = (a, b)

c0 6= c .

Exemplo 11
Determine a equao cartesiana da reta r2 paralela reta r1 : 2x + 3y = 6
que passa pelo ponto A = (1, 0).
Soluo.
Seja r2 : ax + by = c a equao cartesiana da reta r2 . Pela proposio
1, existe 6= 0 tal que
(a, b) = (2, 3),
onde (2, 3) o vetor normal reta r1 . Podemos tomar, sem perda de generalidade, = 1, ou seja, (a, b) = (2, 3).

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70

4.. PARALELISMO E PERPENDICULARISMO ENTRE RETAS

Como r2 : 2x+3y = c e o ponto A = (1, 0) r2 , devemos ter c = 21+30 = 2.

Figura 20: Exemplo 11.

Logo 2x + 3y = 2 a equao cartesiana da reta r2 .

Exemplo 12
Verifique se as retas
r1 : 2x + y = 1, r2 : 6x + 3y = 2

r3 : 4x + 2y = 2 ,

so paralelas ou coincidentes.
Soluo.
Multiplicando a equao de r1 por 3, obtemos r1 : 6x + 3y = 3 e, como
3 6= 2, temos r1 k r2 .
Multiplicando a equao de r1 por 2, obtemos a equao de r3 . Logo r1 = r3 .
Alm disso, r2 k r3 .

Definio 3
O ngulo (r1 , r2 ) entre duas retas r1 e r2 se define da seguinte maneira:
se r1 e r2 so coincidentes ou paralelas, ento (r1 , r2 ) = 0,
se as retas so concorrentes, isto , r1 r2 = {P }, ento (r1 , r2 ) o menor
dos ngulos positivos determinados pelas retas.
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71

CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

Figura 21: (r1 , r2 ) =

Em particular, 0 < (r1 , r2 ) /2. A medida dos ngulos pode ser dada
em graus ou radianos.

Sejam
v
1 e v2 vetores paralelos s retas r1 e r2 , respectivamente. En

to, como (r1 , r2 ) = (


v
1 , v2 ) ou (r1 , r2 ) = (v1 , v2 ) (ver figura
21),

)| = |hv1 , v2 i| ,
cos (r1 , r2 ) = | cos (
v
,
v
1
2

kv1 k kv2 k

0 < (r1 , r2 ) /2

Observe que a frmula vale tambm quando r1 e r2 so paralelas ou


coincidentes, isto , quando (r1 , r2 ) = 0, pois:

|| |h
v
|h
v
2 , v2 i|
2 , v2 i|

=
v
1 = v2 =

= 1 = cos 0 = cos (r1 , r2 ) .


k
v
|| k
v
2 k kv2 k
2 k kv2 k
Duas retas so perpendiculares quando o ngulo entre elas de 90o (ou

radianos). Nesse caso, escrevemos r1 r2 .


2

Proposio 2
As retas r1 : ax+by = c e r2 : a0 x+b0 y = c0 so perpendiculares se, e somente
se, seus vetores normais
w = (a, b) e
w = (a0 , b0 ) so perpendiculares, ou
1

seja,
aa0 + bb0 = 0.

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4.. PARALELISMO E PERPENDICULARISMO ENTRE RETAS

Prova.

Figura 22: Retas perpendiculares.

De fato, as retas r1 e r2 so perpendiculares se, e somente se,

(r1 , r2 ) = /2 cos (r1 , r2 ) = 0 h


v
1 , v2 i = 0,

onde
v
1 e v2 so vetores paralelos s reta r1 e r2 respectivamente.

0 0
Como
w
1 = (a, b) r1 e w2 = (a , b ) r2 temos, pela observao 4, que

v = (b, a) k r e
v = (b0 , a0 ) k r . Logo r r se, e somente se,
1

0
0
0
0
h
v
1 , v2 i = (b)(b ) + aa = aa + bb = 0,

0
0
ou seja, h
w
1 , w2 i = aa + bb = 0.
Exemplo 13
Determine a equao cartesiana da reta r2 que passa pelo ponto (1, 2) e
perpendicular reta r1 : x + 3y = 1.
Soluo.
Seja r2 : ax + by = c a equao cartesiana de uma reta perpendicular a
r1 : x + 3y = 1.
Pela proposio anterior, o vetor
u = (a, b) perpendicular ao vetor
2

u
1 = (1, 3) e, portanto, pela proposio 12 do captulo anterior, u2 = (3, 1)
para algum 6= 0.
Podemos tomar, sem perda de generalidade, = 1, ou seja,
u = (3, 1).
2

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73

CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

Ento r2 : 3x+y = c, onde c = 31+12 = 1, pois o ponto A = (1, 2)


pertence a r2 . Obtemos assim que 3x + y = 1 a equao cartesiana da
reta r2 .
Vejamos agora como caracterizar o paralelismo e o perpendicularismo
entre duas retas dadas na forma reduzida.
fcil verificar que se r1 uma reta vertical, ento: r2 k r1 r2
vertical.
A proposio abaixo nos diz quando duas retas no verticais na forma
reduzida so paralelas.
Proposio 3
As retas r1 : y = mx + n e r2 : y = m0 x + n0 so paralelas se, e somente se,
m = m0 e n 6= n0 .
Prova.

De fato, como r1 : mxy = n e r2 : m0 xy = n0 , temos que


v = (m, 1)

e w = (m0 , 1) so vetores normais s retas r e r , respectivamente.


1

Logo, pelo corolrio 2, r1 e r2 so paralelas se, e somente se, existe 6= 0 tal


que
(m0 , 1) = (m, 1) = (m, )

n0 6= n.

Como 1 = , devemos ter = 1. Ento r1 k r2 se, e somente se, m = m0


e n 6= n0 . 
Exemplo 14
Determine a equao da reta r2 que passa pelo ponto A = (1, 4) e paralela
reta
r1 : y = 3x + 2.
Soluo.
Como r2 paralela reta no vertical r1 , r2 tambm no vertical.
A equao de r2 da forma r2 : y = 3x + n0 , pois r1 e r2 tm a mesma
inclinao m = 3, pela proposio 3.

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74

4.. PARALELISMO E PERPENDICULARISMO ENTRE RETAS

Alm disso, como A = (1, 4) r2 , as coordenadas x = 1 e y = 4 desse


ponto devem satisfazer a equao de r2 . Isto , 4 = 3 1 + n0 . Portanto,
n0 = 4 3 = 1 e r2 : y = 3x + 1 a equao procurada.
Sejam r1 e r2 retas perpendiculares. Se r1 horizontal, r1 : y = b, ento
r2 vertical, r2 : x = c, e vice-versa.

Figura 23: Retas horizontais e verticais so perpendiculares.

A proposio abaixo nos diz quando duas retas no verticais e no


horizontais so perpendiculares.
Proposio 4
Sejam r1 : y = mx + n e r2 : y = m0 x + n0 duas retas tais que m 6= 0 e m0 6= 0.
Ento r1 r2 se, e somente se, mm0 = 1.
Prova.
Como r1 : mx y = n e r2 : m0 x y = n0 temos, pela proposio 2, que

= (m, 1)
r r se, e somente se, seus vetores normais
v = (m, 1) e
w
1

so ortogonais.
Logo,

i = mm0 + 1 = 0 mm0 = 1.
r1 r2 h
v ,
w

Exemplo 15
Determine a equao da reta r2 que passa pelo ponto A e perpendicular
reta r1 , onde:
(a) r1 : x = 2 ,

A = (5, 3) ;

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(b) r1 : y = 4x + 5 ,

A = (4, 1) .

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75

CAPTULO 3. EQUAES DA RETA NO PLANO

Soluo.
(a) Como r1 vertical, r2 deve ser horizontal e a sua equao da forma
r2 : y = n.
Sendo que A = (5, 3) r2 , devemos ter 3 = n e, portanto, r2 : y = 3.

Figura 24: Reta r1 vertical, r2 r1 .

Figura 25: Reta r1 : y = 4x + 5 ,

r2 r1 .

(b) Como r1 no vertical e no horizontal, a equao de r2 deve ser da


1
4

forma r2 : y = mx + n, onde 4m = 1 pela proposio 4. Isto , m = e


1
4

r2 : y = x + n.
Para determinar o valor de n usamos que A = (4, 1) r2 . Ou seja, as
coordenadas de A devem satisfazer a equao de r2 :
1
4

1 = 4 + n = n = 2 .
1

Assim, r2 : y = x + 2 a equao procurada.


4
Exemplo 16
Determine as equaes cartesianas das retas perpendiculares reta r que
passa pelos pontos A = (1, 0) e B = (1, 3).
Soluo.
30
3
= . As retas perpendiculares a
1 1
2
1
1
2
r devem, portanto, ter inclinao m0 = =
= . Logo a equao
m
3/2
3

A reta r tem inclinao m =

de uma reta perpendicular a r

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76

4.. PARALELISMO E PERPENDICULARISMO ENTRE RETAS

2
3

rd0 : y = x + d .
Variando d R obtemos a equao de qualquer reta perpendicular reta r.

Figura 26: Reta passando pelos pontos A e B e algumas retas da famlia rd0 : y =

2
x
3

+ d.

Escrevemos o valor d como subndice em rd0 para indicar que a reta em questo
depende do valor d. Ou seja, mudar o valor de d significa considerar outra
reta tambm perpendicular a r.
A equao da reta rd0 se escreve na forma cartesiana como:
2
3

rd0 : x + y = d

, ou seja,

rd0 : 2x 3y = 3d .

Nesta equao d um nmero real qualquer, assim como 3d. Portanto,


fazendo c = 3d, a famlia de retas perpendiculares reta r pode ser reescrita
na forma:
rc0 : 2x 3y = c ,
onde c R um nmero real arbitrrio.

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