2.1. Biologia - Teoria - Livro 2
2.1. Biologia - Teoria - Livro 2
2.1. Biologia - Teoria - Livro 2
FRENTE 1
MDULO 11
1. GAMETOGNESE
Gametognese o processo de
formao dos gametas.
Os gametas so produzidos nas
gnadas, estruturas pertencentes ao
sistema genital.
As gnadas masculinas so chamadas de testculos, e as femininas,
ovrios. Os gametas so originados
de clulas germinativas ou gnias,
localizadas nas gnadas. O conjunto
das clulas germinativas constitui o
germe ou linhagem germinativa.
A formao de espermatozoides
denominada espermatognese, e a
produo dos vulos, ovognese ou
oognese (Fig. 1).
A Gametognese
resultam em um total de quatro clulas denominadas espermtides. Os espermatcitos II e as espermtides so haploides.
Perodo de Espermiognese
o processo de transformao da espermtide em espermatozoide. As
espermtides so haploides, mas no funcionam como gametas. Elas sofrem
um processo de diferenciao, transformando-se em espermatozoides. Tal
processo de diferenciao a espermiognese.
2. A ESPERMATOGNESE
O processo de formao de espermatozoides dividido em quatro
perodos: germinativo, de crescimento,
de maturao e de espermiognese.
Perodo Germinativo
As clulas germinativas masculinas, denominadas espermatognias,
dividem-se ativamente por mitose.
Nos machos de mamferos, a multiplicao mittica das espermatognias
acontece durante toda a vida do indivduo. importante lembrar que as
gnias so clulas diploides.
Perodo de Crescimento
o perodo em que a espermatognia para de se dividir e passa por
um perodo de crescimento, antes de
iniciar a meiose. Com o crescimento, a
espermatognia transforma-se em espermatcito I.
Perodo de Maturao
Cada espermatcito I dito espermatcito primrio ou de primeira ordem sofre diviso meitica. Cada
espermatcito I, pela diviso I da
meiose, produz dois espermatcitos II,
os quais, pela diviso II da meiose, Fig. 1 A espermatognese e a ovognese.
245
3. A OVOGNESE
No processo de formao do vulo, distinguem-se trs perodos: germinativo, de crescimento e de
maturao.
Perodo Germinativo
As clulas germinativas, chamadas de ovognias, dividem-se por mitose. Nas fmeas de mamferos, tal
processo termina logo aps o nascimento.
Perodo de Crescimento
As ovognias no mais se dividem e crescem, transformando-se em
ovcitos I, tambm chamados
ovcitos primrios ou de primeira
ordem.
Perodo de Maturao
o perodo em que ocorre a
meiose. O ovcito I, pela diviso I da
meiose, origina duas clulas-filhas de
tamanhos diferentes: uma grande,
que ficou praticamente com todo o
citoplasma do ovcito I, e outra muito
pequena, contendo ncleo envolvido
por delgada pelcula do citoplasma.
A clula grande o ovcito II (secundrio ou de segunda ordem) e a
clula pequena, o primeiro glbulo ou
corpsculo polar. Na diviso II da
meiose, o ovcito II origina uma clula
grande, o vulo, e outra pequena, o
segundo glbulo ou corpsculo polar.
O primeiro corpsculo polar pode-se
dividir, originando dois corpsculos
polares.
espermatognese.
O perodo de crescimento
mais lento e mais pronunciado na
ovognese.
No perodo de maturao, cada ovcito I produz um vulo, enquanto cada espermatcito I origina
quatro espermatozoides.
Na ovognese, no existe um
perodo correspondente ao da espermiognese.
5. PARTICULARIDADES DA
GAMETOGNESE HUMANA
A produo de espermatozoides
comea na puberdade, ao redor dos
12 anos, continuando durante toda a
vida e decrescendo com a idade.
Na mulher, a fase de multiplicao
inicia-se no perodo fetal e termina na
15a. semana da vida fetal.
A fase de crescimento, que forma
os ovcitos I, perdura at o stimo
ms da embriognese.
No stimo ms, os ovcitos I ini-
4. PRINCIPAIS DIFERENAS
ENTRE ESPERMATOGNESE
E OVOGNESE
O perodo germinativo bem
mais curto na ovognese do que na Fig. 2 Os gametas.
246
6. OS GAMETAS HUMANOS
Os Espermatozoides
e o vulo
Espermatozoide
Em cada ejaculao, um homem
elimina de 200 a 300 milhes de
esper matozoides, que permanecem
vivos durante 4 a 5 dias no interior
do aparelho reprodutor feminino
(Fig. 2).
vulos
O vulo uma clula esfrica
com 1 mm de dimetro. Contm um
ncleo com 23 cromossomos e abundante citoplasma, onde aparece o
vitelo, substncia nutritiva que ser
usada pelo futuro embrio (Fig. 2).
MDULO 12
2. MODIFICAES DE
NMERO OU
HETEROPLOIDIAS
Cada espcie tem um nmero
caracterstico de cromossomos. Geralmente os organismos so diploides, com dois grupos de cromossomos homlogos: um dos grupos ou
Fig. 2 A formao de um alopoliploide.
genoma doado pelo pai, sendo o
outro genoma proveniente da me.
3. ANEUPLOIDIA
As mutaes cromossmicas numricas envolvem modificaes no nConsiste na variao numrica
mero cromossmico da espcie e
no de grupos inteiros de cromospodem ser divididas em euploidias Fig. 1 A poliploidia em drosfilas.
somos, mas somente de parte do grue aneuploidias.
Os alopoliploides originam-se da po. A origem dos aneuploides devida
duplicao dos genomas de um hbri- desigual distribuio de cromos
Euploidia
Consiste na variao numrica do do diploide resultante de cruzamento somos na meiose. Tal fenmeno
conhecido por no disjuno.
conjunto (genoma bsico de cromos- interespecfico (Fig. 2).
somos designados por n), compreendendo a haploidia e a poliploidia.
O quadro abaixo resume as principais aberraes cromossmicas.
Haploidia ou monoploidia
Ocorre quando os organismos
possuem apenas um genoma, sendo
designados por n. So haploides os
machos de abelhas e vespas, originados de processos partenogenticos.
Naturalmente no h dominncia e recessividade nos haploides, enquanto
a gametognese desprovida de
meiose.
Poliploidia
a existncia de trs ou mais
conjuntos cromossmicos bsicos
nas clulas. Tais organismos so designados por triploides (3n), tetraploides (4n), pentaploides (5n) etc.
Os poliploides podem ser autopoliploides e alopoliploides.
Os autopoliploides apresentam
trs ou mais genomas de uma mesma
espcie. Podem surgir em conse-
247
4. MONOSSOMIA
Consiste na perda de um nico
cromossomo, sendo representada por
6. NULISSOMIA
a perda de um par de cromossomos homlogos, sendo representada por 2n 2.
O resultado, geralmente, letal
para os diploides (2n 2). Porm, alguns poliploides podem perder dois
homlogos de um grupo e ainda
sobreviver.
No trigo, so conhecidos diversos
nulissmicos de hexaploides (6n 2).
Fig. 3 Aneuploidias.
248
MDULO 13
MUTAES
CROMOSSMICAS
ESTRUTURAIS
As mutaes ou aberraes estruturais envolvem alteraes no nmero ou no arranjo dos genes no
cromossomo e podem ser divididas
em deficincia, inverso, duplicao
e translocao.
Deficincia ou deleo
Trata-se da perda de uma parte
do cromossomo, podendo ser terminal
ou intercalar. O fragmento sem centrmero (acntrico) no se prende ao
fuso, perdendo-se na diviso celular
subsequente. O cromossomo deficien-
Fig. 1 A deficincia.
Translocao
a transferncia de parte de um
cromossomo para um cromossomo
no homlogo. Pode ser paracntrica
e pericntrica (Fig. 4).
Inverso
Consiste em duas fraturas cromossmicas seguidas da reconstituio
com o pedao entre elas invertido. Se
ocorre em um nico brao do cromossomo, chamada de paracntrica;
se envolve o centrmero, ela pericntrica.
Geralmente, a inverso no leva a
um fentipo anormal. Interferindo com
o pareamento de homlogos, a inverso pode suprimir o crossing-over,
pois as inverses tm um significado
evolutivo (Fig. 2).
Duplicao
a presena de um segmento
extra de cromossomo, de maneira que
uma sequncia gnica aparece em
duplicata. Resulta de um crossing-over
com uma troca de pedaos desiguais
entre cromossomos homlogos (Fig. 3).
Fig. 2 A inverso.
Fig. 4 A translocao.
249
lsocromossomo
Os isocromossomos so cromossomos aberrantes que mostram,
simultaneamente, um brao com deficincia total e outro com duplicao
completa. Tais cromossomos resultam
da diviso transversal e no longitudinal do centrmero (Fig. 6).
Pareamento na meiose
Na figura a seguir, observa-se o pareamento de cromossomos normais e
aberrantes na meiose (Fig. 7).
MDULO 14
1. CARACTERSTICAS
As clulas procariotas tm como
principal caracterstica a ausncia de
um ncleo diferenciado. Essas clulas
aparecem nos organismos procariontes as bactrias e as cianofceas
pertencentes ao reino Monera. Estudaremos as bactrias, os procariontes
mais conhecidos.
250
As Clulas Procariotas
Formas
As bactrias assumem trs formas bsicas: coco (esfrica), bacilo (bastonete) e espirilo (helicoidal).
Quando os cocos se associam, formam os diplococos (um par de cocos), estreptococos (fileira de
cocos) e estafilococos (cacho de
cocos). Vrias outras formas podem
existir, como, por exemplo, o vibrio,
bastante recurvado, em forma de
vrgula (Fig. 1).
Flagelos
Existem bactrias que se locomovem pelos apndices filiformes, os flagelos, nunca encontrados nos cocos.
Em relao ao nmero e disposio dos flagelos, as bactrias podem
ser
classificadas
em:
monotrquias (um flagelo polar),
lofotrquias (um tufo de flagelos),
anfitrquias (um flagelo ou um tufo
em cada polo) e peritrquias (flagelos em toda a superfcie) (Fig. 2).
Fig. 2 Classificao
de acordo com os flagelos.
Tamanho
As clulas procariotas apresentam pequena dimenso. Assim, as formas esfricas possuem um dimetro
que varia de 0,2 a 5 micrmetros, ao
passo que os bastonetes alcanam
de 2 a 5 micrmetros de comprimento.
Parede celular
Externamente a clula bacteriana
envolvida por uma parede celular,
constituda por um complexo mucopeptdico, formando um envoltrio extracelular rgido responsvel pela
forma das bactrias (Fig. 4).
Fmbrias
As fmbrias ou pili so apndices
filamentosos, de natureza proteica,
mais finos e curtos do que os flagelos.
Nas bactrias que sofrem conjugao, as fmbrias funcionam como
pontes citoplasmticas, permitindo a
passagem do material gentico.
Membrana
plasmtica
Revestindo o citoplasma, aparece
a membrana plasmtica, com a mesma estrutura e funo encontradas
nas clulas eucariticas.
Citoplasma
O citoplasma bacteriano constitudo por hialoplasma e ribossomos,
estando ausente qualquer outro organoide celular. Os ribossomos aparecem isolados ou associados em
cadeias chamadas polissomos. Aparecem incluses formadas pelo acmulo de alimento.
2. ESTRUTURA CELULAR
Na estrutura de uma bactria, distinguimos: parede celular, cpsula,
membrana plasmtica, citoplasma e
nucleoide (Fig. 3).
Cpsula
Existem bactrias que secretam a
cpsula, uma camada de consistncia
mucosa, formada por polissacardeos.
encontrada principalmente nas
Nucleoide
Chamamos de nucleoide ao equivalente nuclear das bactrias, constitudo por uma nica molcula de DNA.
Muitas bactrias apresentam os epissomos ou plasmdeos, molculas de DNA, geralmente circulares,
capazes de replicao independente
do nucleoide.
251
BIOLOGIA A
3. ESPOROS
4. DIVISO CELULAR
5. TRANSMISSO GENTICA
Nas bactrias, a transmisso gentica ocorre no processo de conjugao. Esse processo consiste na
passagem de plasmdeos de uma clula para outra atravs das fmbrias.
O epissoma ou plasmdeo chama-
MDULO 15
6. MICOPLASMAS
Os micoplasmas so os menores
(0,2 a 0,4 m) e os mais simples procariontes que podem ter vida livre e
crescer em meios de cultura. Diferem
das bactrias por no apresentarem
parede celular. Produzem doenas
respiratrias como a pneumonia; por
essa razo, antigamente, eram conhecidos como organismos pleuropneumondeos ou PPLO (pleuropneumoniae like organisms).
Os Vrus
1. ESTRUTURA
2. TAMANHO
4. REPLICAO
Os vrus so micro-organismos
constitudos por um cido nucleico
circundado por uma cpsula proteica.
O cido nucleico pode ser o DNA
ou o RNA, mas nunca os dois. A cpsula proteica chamada de capsdeo.
Em vrus mais complexos, a cpsula
apresenta outros compostos, como
lipdios e hidratos de carbono. (Fig. 1)
Os vrus so micro-organismos
menores do que as bactrias. Seu
tamanho varia de 15 a 350 nm.
3. MORFOLOGIA
Os menores vrus so geralmente
esfricos ou octadricos, sendo os
maiores habitualmente icosadricos
(20 faces triangulares). Existem vrus,
como os bacterifagos (vrus bacterianos), com morfologia mais complexa, dotados de cabea e cauda.
(Fig. 2)
Adsoro
Consiste na fixao do vrus na
superfcie da clula hospedeira.
Penetrao
a fase em que o cido nucleico
do vrus (DNA) penetra no interior da
clula hospedeira, ficando a cpsula
no exterior.
252
Eclipse
a fase em que, no interior da
clula hospedeira, acontece a replica-
Liberao
Com a destruio enzimtica da
clula hospedeira ocorre a liberao
dos vrus, potencialmente capazes de
nova infeco. (Fig. 3)
Particularidades
da replicao
A penetrao do vrus completo
ocorre principalmente em clulas animais, no interior das quais desintegrase a cpsula viral. Nos vrus em que o
material gentico o RNA, imediatamente aps a penetrao dos vrus,
aparece nas clulas a transcriptase reversa, enzima que produz o
DNA a partir do RNA. Aps a replicao, o DNA volta a produzir o RNA Fig. 3 Um bacterifago T2 prende-se pela cauda a uma bactria; o DNA do vrus
passa para a bactria, duplica-se e forma novas capas proteicas. Finalmente, a bactria
viral.
explode, liberando novos vrus; cada um deles pode infectar nova bactria.
MDULO 16
1. OS SERES VIVOS
Os seres vivos esto divididos em
cinco reinos:
1. Reino Monera: bactrias e cianofceas (algas azuis).
2. Reino Protista: protozorios,
pirrofceas e crisofceas.
Vegetais intermedirios:
brifitas (musgos e hepticas) e pteridfitas (samambaias e avencas);
Vegetais superiores: gimnospermas (pinheiros) e angiospermas
(milho, feijo).
5. Reino Animalia ou Reino
Metazoa: animais.
253
2. REINO PROTISTA
So seres unicelulares, primitivos,
mas caracterizam-se por ser eucariontes.
So protistas os protozorios, as
crisofceas e as pirrofceas. Alguns
autores tm includo neste reino as
clorofceas, feofceas e rodofceas, retirando esses grupos do reino vegetal.
Crisofceas ou
algas douradas
Pirrofceas ou
dinoflagelados
So unicelulares e biflagelados,
clorofilados, com clulas protegidas
por uma carapaa. Vivem no plncton, tanto do mar quanto da gua
doce. Algumas espcies so bioluminescentes, como ocorre com a
Noctiluca. Outras, como a Gonyaulax
catanella, produzem substncias txicas, capazes de provocar a morte
de peixes e outros animais. So os
principais responsveis pelas chamadas mars vermelhas.
Euglenofceas
Os euglenoides so unicelulares,
flagelados, apresentam fibras contrcteis chamadas Mionemas. O polo
anterior das euglenas contm uma
invaginao que termina no reser-
254
MDULO 17
1. CARACTERSTICAS
GERAIS
Os protistas so animais unicelulares, microscpicos, isolados ou
coloniais e os representantes mais
primitivos do reino animal.
Apresentam uma forma muito variada e alguns podem ser observados
a olho nu (ex.: Ciliado Spirostomum,
com 5 mm de comprimento).
De acordo com o tipo de organoide locomotor, podem ser divididos
em rizpodos, flagelados, ciliados e
esporozorios.
2. RIZPODOS OU
SARCODNEOS
So protozorios que se deslocam por meio de pseudpodes.
H vrias espcies de ameba,
cujo tamanho varia de alguns centsimos de milmetro at meio milmetro.
Vivem no lodo, sobre folhas mortas e outros objetos que cobrem o
fundo submerso de lagos e rios.
O citoplasma da ameba apresenta uma poro externa, transparente
(hialina), sem granulaes, denominada ectoplasma; e uma poro interna, com muitas granulaes, denominada endoplasma.
O ncleo das amebas, geralmente, central. Ela apresenta o vacolo
pulstil ou contrtil que, periodicamente, elimina gua para o exterior.
Encistamento
Quando as condies ambientais
se tornam desfavorveis para a espcie, o protozorio realiza egesto e
excreo; o citoplasma se desidrata,
diminui de volume e secreta uma
membrana resistente (membrana cstica) que o isola do meio externo.
Nessas condies, o protozorio
transforma-se num cisto. O encistamento determinado pela dessecao, variao de temperatura, substncia qumica e produo de anticorpos pelo hospedeiro, no caso de
o protozorio ser um parasita. Sendo
transportados pelo vento, os cistos
servem para disseminao da espcie. Em muitas espcies (amebas,
por exemplo), a reproduo ocorre no
interior dos cistos cuja abertura provocada por condies externas: retorno da gua, volta de temperatura
favorvel etc. Nos cistos de parasitas,
a membrana cstica digerida pelos
sucos digestrios do hospedeiro, que
ingere os cistos.
A Entamoeba histolytica produz
uma infeco denominada amebase.
Pode ocasionar disenteria, processos
inflamatrios e necrticos.
3. FLAGELADOS OU
MASTIGFOROS
So protozorios que se locomovem por apndices em forma de chicote, denominados flagelos.
Famlia
Trypanosomidae
constituda por parasitas que
podem apresentar vrias formas de
evoluo.
No gnero Leishmania, h vrias
espcies que parasitam o homem:
Leishmania brasiliensis, Leishmania
tropica, Leishmania donovani, Leishmania chagasi (agente etiolgico do
calazar).
Parasita
Patogenia
Leishmania
brasiliensis
Leishmaniose
cutneo-mucosa
lcera de Bauru
Leishmania
tropica
Leishmania
donovani
Leishmaniose
cutnea (Boto
do oriente)
Leishmaniose
visceral
Trypanosoma cruzi.
255
MDULO 18
Trichomonas vaginalis.
1. CILIADOS
So protozorios que se locomovem por meio de apndices (clios).
O gnero Paramecium apresenta
vrias espcies que ocorrem em locais
de gua estagnada ou de correnteza
lenta.
Os maiores possuem 250 m.
Lembram um chinelo.
2. ESPOROZORIOS
So protozorios que, geralmente, no apresentam organoides locomotores e reproduzem-se por meio
de estruturas denominadas esporos.
Estudo do gnero
Plasmodium
So parasitas que provocam a
malria, maleita, impaludismo, febre
palustre ou febre intermitente.
A malria caracteriza-se por acessos de febre, com intervalos de 24, 48
ou 72 horas.
A transmisso realizada por mosquitos do gnero Anopheles (mosquito-prego).
O ciclo realiza-se no homem (hospedeiro intermedirio) e no mosquito
Ciclo biolgico do Plasmodium sp, agente etiolgico da malria.
(hospedeiro definitivo).
256
Principais espcies
de plasmdios
Plasmodium vivax o ciclo eritroctico dura 48 horas. Causa a febre
ter benigna, cujos acessos febris
ocorrem a cada trs dias.
Plasmodium falciparum com
ciclo irregular de 36 a 48 horas,
produzindo a febre ter maligna.
Plasmodium malariae com um
ciclo de 72 horas, responsvel pela febre quart, com acesso a cada quatro
dias.
Plasmodium ovale com ciclo de 48
horas, ainda no identificado no Brasil.
Profilaxia: eliminao dos focos
do mosquito anofelino com inseticidas
ou com controle biolgico. O mosquito
deposita os seus ovos em guas
paradas e limpas. A introduo de
certos peixes do gnero Gambusia
(guaru-guaru), que se alimentam das
larvas do mosquito, pode levar reduo da populao desses insetos.
Nas reas onde a malria
endmica, as habitaes devem ser
257
Gentica
FRENTE 2
MDULO 11
Poli-hibridismo
1. O POLI-HIBRIDISMO
5. DETERMINAO DA FREQUNCIA
DE QUALQUER CLASSE FENOTPICA
2. DETERMINAO
DO NMERO DE
TIPOS DE GAMETAS
c = ABc
A
c = aBc
a
C = AbC
C = abC
Quando se deseja saber o nmero de gametas que um indivduo prob
b
duz, conhecendo-se o seu gentipo,
usa-se a seguinte expresso:
c = Abc
c = abc
Nmero de gametas = 2n
sendo n o nmero de hibridismos exisVejamos um exemplo prtico: dado o cruzamento AaBbCCtt x AabbccTt, qual
tentes no gentipo.
ser a frequncia (ou probabilidade) de nascer um indivduo de gentipo
Exemplos:
aaBbCctt?
Gentipos
No. de Tipos
de gametas
Cruzamentos
Gerao
Frequncia desejada
AA bb cc dd EE
20 = 1
AA x Aa
AA, Aa, Aa e aa
P(aa) = 1/4
AA Bb cc DD ee
21 = 2
Bb x bb
Bb e bb
P(Bb) = 1/2
AA BB Cc DD Ee
22 = 4
CC x cc
Cc
P(Cc) = 1
Aa BB Cc Dd ee
23 = 8
tt x Tt
Tt e tt
P(tt) = 1/2
Aa bb Cc Dd Ee
24
Aa Bb Cc Dd Ee
25 = 32
= 16
3. DETERMINAO
DOS TIPOS DE GAMETAS
R semente lisa
r semente rugosa
B flor vermelha
b flor branca
258
RR x rr
Rr
1 lisa
P (lisa) = 1
Bb x bb
Bb
bb
1/2 vermelha 1/2 vermelha
P(branca) = 1/2
MDULO 12
Alelos Mltiplos
1. CONCEITO
Os casos de herana at agora
estudados envolviam sempre caracteres determinados por dois alelos,
um dominante e outro recessivo. Existem, entretanto, casos de herana em
que um carter determinado por
mais de dois alelos, constituindo uma
srie de alelos mltiplos. Tais alelos
so produzidos por mutao de um
gene inicial e ocupam o mesmo lcus
em cromossomos homlogos. As relaes entre os diversos alelos da
srie so variveis, podendo existir
dominncia completa e incompleta.
Resumindo: alelos mltiplos so
sries de trs ou mais formas alternativas de um mesmo gene, localizados
no mesmo lcus em cromossomos
homlogos e interagindo dois a dois
na determinao de um carter.
F1
F2
Selvagem x
Chinchila
Selvagem
3 Selvagem:
1 Chinchila
Selvagem x
Himalaia
Selvagem
3 Selvagem:
1 Himalaia
Selvagem x
Albino
Selvagem
3 Selvagem:
1 Albino
Chinchila x
Himalaia
Chinchila
3 Chinchila:
1 Himalaia
Chinchila x
Albino
Chinchila
3 Chinchila:
1 Albino
Himalaia x
Albino
Himalaia
3 Himalaia:
1 Albino
Fig. 1
3. A COR DA
PELAGEM EM COELHOS
Em coelhos domsticos, a cor da
pelagem determinada por uma srie de alelos mltiplos, possibilitando
4 fentipos:
1) Selvagem ou aguti, com pelagem cinza-escura.
2. EXEMPLOS
Suponha um gene A sofrendo
mutaes e produzindo uma srie de
4 alelos: A, a1, a2 e a3.
BIOLOGIA A
Como tais genes so alelos, ocupam o mesmo lcus em cromossomos homlogos e cada indivduo s
poder ter um par de genes, determinando dez gentipos (Fig. 1).
Fentipo
Possveis gentipos
Selvagem
Chinchila
Himalaia
Albino
caca
chch chca
4. O SISTEMA ABO
Um exemplo clssico de alelos
mltiplos aparece no sistema sanguneo ABO no homem. Nele atuam 3
alelos IA = IB > i. Veja agora os gentipos e correspondentes fentipos.
Gentipos
Fentipos
IAIA ou IAi
Grupo A
IBIB
ou
IBi
Grupo B
IAIB
Grupo AB
ii
Grupo O
5. O NMERO
DE GENTIPOS
Como verificamos, existem 3 alelos e 6 gentipos no sistema ABO e 4
alelos e 10 gentipos na pelagem de
coelhos. Note que, medida que o
nmero de alelos aumenta, cresce
rapidamente o nmero de gentipos.
Nmero de Gentipos
Nmero de alelos
Total
Homozigotos
Heterozigotos
3 (A, a1 e a2)
10
15
n (n + 1)
n (n 1)
259
MDULO 13
1. IMUNIZAO
Os seres vivos possuem uma propriedade chamada imunizao, por
meio da qual podem:
1 destruir clulas de agentes infecciosos, como os micro-organismos;
2 destruir ou eliminar molculas,
como as toxinas produzidas
pelas bactrias;
3 eliminar tecidos estranhos ao
organismo, como a rejeio de
transplantes.
Tais processos envolvem reaes
do tipo antgeno-anticorpo.
2. ANTGENOS E ANTICORPOS
Antgenos so substncias que
podem estimular a produo de um
anticorpo e reagir especificamente com
o prprio.
Um antgeno tpico uma protena ou um polissacardeo, ou um complexo contendo ambas as substncias. O anticorpo sempre uma
protena denominada imunoglobulina. Com a formao do complexo
antgeno-anticorpo, inicia-se uma srie de reaes que visam remoo
do antgeno estranho ao organismo.
Esses processos constituem a resposta imune.
3. A PRODUO
DOS ANTICORPOS
A clula-mestra no reconhecimento de um antgeno e na formao
260
Noes de Imunizao
de anticorpos um tipo de leuccito
conhecido como linfcito.
Existem dois tipos de linfcitos: T
e B. Os linfcitos T devem passar pelo
timo a fim de sofrer um processo de
maturao. O timo um orgo linfoide esponjoso e bilobado situado acima do corao, logo atrs do esterno.
Os linfcitos T no produzem anticorpos e atuam na imunidade celular,
como o caso da rejeio de rgos
transplantados, alm de influenciarem
a atividade dos linfcitos B. Estes no
necessitam de passagem pelo timo e
so responsveis pela produo de
anticorpos circulantes, realizando a
chamada imunidade humoral e atuando principalmente na lise de microorganismos e na neutralizao de
venenos de animais peonhentos e
toxinas bacterianas. Ao ser formado,
o linfcito, ainda imaturo, apresenta na
superfcie uma srie de anticorpos
especficos. Quando esse linfcito encontra um antgeno especfico para os
seus anticorpos, acontece a unio
entre antgenos e anticorpos. O linfcito , ento, ativado e sofre diviso
de diferenciao, produzindo dois tipos de clulas: os plasmcitos e as
clulas de memria. As primeiras
produzem os anticorpos circulantes e
as de memria persistem na circulao, secretando anticorpos aps
reagirem com os antgenos especficos (Fig. 1).
4. RESPOSTA
PRIMRIA E
SECUNDRIA
Quando ocorre a
primeira injeo de
um antgeno, aps
uma semana comea
a produo de anticorpos em um nvel
pouco elevado, diminuindo a seguir: a
resposta primria.
Se houver uma
segunda injeo do
antgeno, ocorre a
resposta secundria,
em que a produo
de anticorpos mais
rpida e atinge nveis
mais elevados (Fig. 2).
Imunizao Passiva
Consiste na inoculao, no organismo, de anticorpos produzidos por
outro organismo contra o correspondente agente infeccioso. Constitui um
processo de soros teraputicos. A
soroterapia utilizada durante a fase
aguda de uma infeco. Salienta-se
que o anticorpo inoculado s protege
por tempo relativamente curto, sendo
logo destrudo e eliminado.
MDULO 14
1. OS GRUPOS SANGUNEOS
Quando se injeta sangue de um
indivduo em outro, realizando-se a
chamada transfuso, podem sobrevir
acidentes mais graves e at a morte.
Isso se d porque h certa incompatibilidade entre as hemcias de determinados indivduos e o plasma de
outros, que se caracteriza por uma
aglutinao, ou seja, reunio de hemcias em massas mais ou menos
compactas, de tamanho varivel, que
podem obstruir capilares provocando
embolias. H tambm hemlise, isto
, desintegrao de hemcias com
liberao de hemoglobina, da qual
uma parte ser excretada e outra
produzir bilirrubina.
O Sistema ABO
e anti-B. evidente que, se os glbulos de um indivduo possurem um ou
outro dos antgenos, o soro do mesmo indivduo no poder conter o
correspondente anticorpo, pois, se
houvesse a coexistncia, ocorreria a
aglutinao das hemcias. Assim, o
tipo sanguneo das pessoas pode ser
classificado em quatro grupos, de
acordo com o quadro a seguir.
Grupo
Sanguneo
(fentipo)
Aglutinognio
(hemcias)
Aglutinina
(soro)
anti-B
anti-A
AB
AeB
anti-A
anti-B
2. O SISTEMA ABO
Foi o austraco Landsteiner que,
em 1900, descobriu os grupos sanguneos do sistema ABO, ao misturar
o sangue de algumas pessoas com o
soro sanguneo de outra. Verificava
que, em alguns casos, ocorria aglutinao dos glbulos vermelhos,
isto , reunio deles em grumos, seguida de destruio. Com essa descoberta, tornou-se possvel explicar
por que as transfuses de sangue s
vezes matavam (quando ocorria
aglutinao nos vasos capilares de
pessoas transfundidas) e s vezes
nada acontecia. Assim que Landsteiner mostrou que a aglutinao era
a manifestao de uma reao do
tipo antgeno-anticorpo, encontrando-se o antgeno nas hemcias
e o anticorpo no soro, mas com a particularidade de o anticorpo ser natural, ou seja, no necessitar da presena do antgeno para ser produzido. O antgeno foi chamado aglutinognio, e o anticorpo, aglutinina.
Classificao
do Sistema ABO
Landsteiner encontrou dois aglutingenos: A e B, e duas aglutininas
correspondentes, designadas anti-A
A Determinao do Grupo
O processo de determinao do
grupo sanguneo tem base na aglutinao ou no das hemcias, quando
misturadas com os soros anti-A e
anti-B.
Grupo
Sanguneo
Gentipos
Tipo A
IAIA ou IAi
Tipo B
IBIB ou IBi
Tipo AB
IAIB
Tipo O
ii
261
MDULO 15
1. O USO DAS
TRANSFUSES
Frequentemente, em casos de
acidentes, cirurgias e doenas, um
paciente necessita de uma transfuso
de sangue. Sempre possvel realizar
uma transfuso entre doadores e receptores pertencentes a um mesmo
grupo sanguneo, mas em certos casos possvel a ocorrncia do processo entre indivduos pertencentes
a grupos diferentes.
2. O EFEITO A CONSIDERAR
Para saber se uma transfuso
possvel, deve-se considerar dois
fatores: aglutinognios, existentes nas
hemcias do receptor, e aglutininas
presentes no plasma do receptor.
Para verificarmos a possibilidade ou
no de transfuso, devemos analisar
se h ou no incompatibilidade entre
as aglutininas do receptor e os aglutinognios do doador, uma vez que,
na prtica, observamos que as aglutininas do receptor aglutinam as hemcias do doador. O efeito oposto, ou
seja, aglutininas do doador sobre as
hemcias do receptor, no considerado, porque as aglutininas so
diludas no corpo do doador. Assim,
por exemplo, a quantidade de aglutininas existentes em 500cc de sangue de um doador diluda na quantidade de sangue (5 a 6 litros) existente no adulto. Enfim, a reao, teoricamente possvel, no ocorre devido
a um fator: diluio.
Plasma do
receptor
aglutina Hemcias
do doador
3. OS GRUPOS UNIVERSAIS
Uma pessoa do grupo O no
apresenta aglutinognios nas hemcias, que podem ser introduzidas em
qualquer organismo sem nunca serem aglutinadas. Por essa razo o
grupo O chamado de doador uni-
262
PLASMA DO RECEPTOR
HEMCIAS DO DOADOR
A
AB
GRUPO
AGLUTININAS
ANTI-B
ANTI-A
AB
ANTI-A e
ANTI-B
AB
MDULO 16
O Fator Rh
1. O FATOR RHESUS
Em 1940, Landsteiner e Wiener
publicaram a descoberta de um antgeno chamado fator Rhesus (fator
Rh). Tais autores verificaram que o
sangue do macaco Rhesus, quando
injetado em coelhos, induz a formao de anticorpos (anti-Rh), capazes
de aglutinar no s o sangue desses
macacos como tambm os de uma
certa porcentagem de pessoas.
2. CLASSIFICAO
O anti-Rh capaz de aglutinar as
hemcias humanas portadoras do
antgeno correspondente, o chamado
fator Rh. Os indivduos cujas hemcias so aglutinadas possuem o fator
Rh positivo (Rh+) e correspondem a
85% da raa branca. Os chamados
Rh negativos (Rh) no possuem o fator Rh e, consequentemente, suas hemcias no so aglutinadas pelo Rh.
5. ERITROBLASTOSE FETAL
A eritroblastose fetal ou doena
hemoltica do recm-nascido pode
acontecer a uma criana Rh+, filha de
uma mulher Rh.
Normalmente a circulao materna e a fetal esto completamente
separadas pela barreira placentria,
mas, quando ocorrem rupturas nesta
fina membrana, pequenas quantidades de sangue fetal Rh+ atingem a
circulao materna Rh.
As hemcias do feto Rh+ possuem o fator Rh (antgeno), o que determina a formao de anti-Rh no corpo da me. Esses anticorpos, uma
vez formados, podem circular atravs
da placenta e destruir hemcias do
feto, causando a doena hemoltica.
Como na primeira gestao a taxa de
anticorpos baixa, geralmente no
ocorre a doena, a no ser que a me
tenha, anteriormente, recebido uma
transfuso de sangue Rh+.
A quantidade de sangue que, durante a gestao, passa do feto para
3. HERANA
O fator Rh herdado como um
carter mendeliano dominante, condicionado por um gene designado
Rh ou D. Assim, temos:
Fentipos
Gentipos
Rh+
RhRh ou DD
Rhrh ou Dd
Rh
rhrh ou dd
4. TRANSFUSES
Se uma pessoa possui o sangue
do tipo Rh e receber vrias transfuses de sangue Rh+, ela poder,
eventualmente, formar anticorpos que
vo reagir com essas clulas em futuras transfuses em que seja usado
sangue Rh+.
263
6. PROFILAXIA
Atualmente, a eritroblastose fetal
pode ser evitada com uma espcie
de vacina chamada Rhogam ou
Parthogam. Quando uma mulher Rh
tem um filho Rh+, dentro das primeiras 72 horas aps o parto, aplica-se
uma nica dose de aglutinina anti-D
ou anti-Rh, substncia que provoca a
destruio das hemcias Rh+ do feto
que passaram para o corpo da me,
MDULO 17
O Fator MN
Filhos Possveis
Filhos no Possveis
MxM
N e MN
MxN
MN
MeN
M x MN
M e MN
NxN
M e MN
N x MN
N e MN
MN x MN
M, N e MN
MDULO 18
Reao com
Grupo Gentipos
Fentipos
RRee
Rree
rosa
rrEE
rrEe
ervilha
RREE
RREe
RrEE
RrEe
264
Anti-N
LMLM ou MM
LNLN ou NN
MN
LMLN ou MN
MeN
1. CONCEITO
Fala-se em interao gnica quando um carter condicionado pela
ao conjunta de dois ou mais pares
de genes com segregao independente.
Gentipos
Anti-M
Interao Gnica
2. HERANA DO TIPO DE
CRISTA EM GALINHAS
Nas galinhas h quatro tipos de
crista: simples, noz, rosa e ervilha. Na
determinao desses tipos de crista
atuam dois pares de genes: Rr e Pp.
Assim, temos:
Antgenos
nas
Hemcias
Ervilha
Rosa
Simples
Noz
noz
A seguir, analisaremos o cruzamento-padro, no qual a F2 apresenta a proporo seguinte: 9/16 noz, 3/16 rosa,
3/16 ervilha e 1/6 simples. A proporo 9:3:3:1 confirma a segregao de dois pares de genes.
4. EPISTASIA
Num cruzamento envolvendo dois
genes independentes que agem sobre o mesmo carter, um dos genes
pode impedir a manifestao do outro
gene, e por isso chamado de gene
episttico. O gene cuja expresso
impedida denomina-se hiposttico. O
efeito da epistasia semelhante quele da dominncia, somente que a ltima
se verifica entre dois alelos, en quanto a
epistasia ocorre entre no alelos.
265
Epistasia dominante
(Razo 13:3)
Nas galinhas de raa Leghorn
existe um gene (episttico) que
impede a manifestao de cor, que
condicionada por um gene C (hipos-
266
Epistasia recessiva
(Razo 9:3:4)
Vejamos agora um caso de epistasia em que um gene recessivo
impede a manifestao de um dominante. Em ratos, a colorao pode ser
aguti, preta e albina. A presena de
pigmento preto condicionada por
gene C, enquanto o alelo recessivo c
produz albino. Um gene A interage
com C e produz o rato aguti, cujos
pelos so pretos e possuem uma faixa
amarela na extremidade. O gene c
episttico em relao ao gene A,
enquanto o gene a no produz a faixa
amarela.
Gentipos
Fentipos
CCAA
CCAa
CcAA
CcAa
aguti
ou cinzento
CCaa
Ccaa
preto
ccAA
ccAa
ccaa
albino
FRENTE 3
MDULO 11
Biologia Animal
O Sistema Excretor
1. CONCEITO DE EXCREO
Excreo o processo de eliminao de substncias que so produzidas em excesso no organismo.
Essas substncias resultam da atividade (metabolismo) celular.
As clulas esto sempre em atividade; mesmo que no estejam em
crescimento ou em movimento, esto
constantemente sintetizando e decompondo substncias. Essas atividades
do origem a subprodutos que no podem ser utilizados e que, se acumulados em grandes quantidades, seriam
Ameba (protozorio dulcaqucola).
prejudiciais ao organismo.
Alguns protozorios de gua do Principais excretas
ce
apresentam
outro mecanismo exAs principais excretas so:
cre
tor.
Neles
h
estruturas chamadas
CO2 (dixido de carbono);
vacolos
contrteis
ou puls H2O (gua);
teis,
cuja
principal
funo
remover
sais;
o
excesso
de
gua
que
entra
na c bile;
lula
por
osmose.
Esse
excesso
267
lacunas do sistema sanguneo. Retiram do sangue os produtos de excreo e os transferem para o tubo
digestrio, de onde os catablitos so
eliminados, pelo nus, com as fezes.
Nefrdio de um aneldeo.
Os miripodos e os aracndeos
tambm apresentam tbulos de
Malpighi.
Os aracndeos, alm dos tbulos
de Malpighi, apresentam um ou dois
pares de glndulas coxais excretoras,
situadas no assoalho do cefalotrax.
Essas glndulas so consideradas
homlogas s glndulas verdes dos
crustceos.
Excreo na planria.
268
3. CLASSIFICAO
DOS ANIMAIS QUANTO
PRINCIPAL EXCRETA
NITROGENADA
A amnia muito txica para as
clulas, a ureia menos txica do que
a amnia e o cido rico praticamente no txico.
O fato de os insetos excretarem o
cido rico, e no amnia ou ureia,
uma adaptao para a vida no meio
ambiente terrestre, onde a economia
hdrica vital para a sobrevivncia.
A amnia a excreta nitrogenada
de animais de pequeno porte que dispem de muita gua. A ureia, como a
amnia, tambm necessita de gua pa-
MDULO 12
1. EXCREO
NOS MAMFEROS
Nos animais mais evoludos, a excreo ocorre por meio de diversos
rgos. No homem, por exemplo, os
rins formam a urina, que uma soluo de excretas nitrogenadas em
gua; a pele excreta o suor, que
tambm um produto de excreo; o
fgado elimina a bile, fluido que contm excretas, os pigmentos biliares;
os pulmes excretam gua e dixido
de carbono.
O rim
A unidade morfolgica e funcional
do rim chamada nfron. Cada rim
apresenta cerca de 1 milho de nfrons.
Ocorrncia
Observao
Uricotlicos
C5H4N4O3
A Excreo Humana
O nfron constitudo pela arterola
aferente, glomrulo de Malpighi, arterola eferente, cpsula de Bowman, tbulo contornado proximal, ala de
Henle e tbulo contornado distal. Os
tbulos distais de vrios nfrons desembocam em ductos coletores. Os
vrios coletores desembocam na pelve do rim. Da pelve partem para o
ureter, que se dirige para a bexiga
urinria. A urina formada continuamente no rim e acumulada na bexiga
urinria.
A formao da urina, que ocorre
nos nfrons, deve-se aos processos:
filtrao glomerular, reabsoro e secreo tubular.
Filtrao glomerular
Ocorre na cpsula de Bowman: o
sangue que chega aos capilares sanguneos do glomrulo pela arterola
aferente forado pela presso sangunea contra as paredes do capilar
e da cpsula (paredes semipermeveis); desse modo, uma parte do plasma sanguneo extravasa, ou seja,
filtrada para o interior da cpsula.
O lquido filtrado tem composio
qumica semelhante do plasma sanguneo, diferindo deste pela ausncia
de protenas.
A presso de filtrao pode ser
obtida da seguinte maneira:
PF = PS (PO + PC)
269
em que:
PF = presso de filtrao.
PS = presso hidrosttica do sangue nos capilares.
PO = presso osmtica das protenas do plasma (presso onctica).
PC = presso hidrosttica da cpsula de Bowman.
Reabsoro renal
O filtrado capsular formado na
cpsula de Bowman flui ao longo do
tbulo renal (tbulo contornado proximal, ala de Henle e tbulo contornado distal) e atinge o ducto coletor.
Nesse trajeto, a maior parte da gua
e das substncias nela dissolvidas
reabsorvida pelos capilares sanguneos; o restante do filtrado ir constituir a urina.
Nos dois rins do homem, so produzidos por minuto cerca de 130 cm3
de filtrado capsular; porm, esse fluido
modifica-se bastante medida que flui
ao longo dos tbulos renais at atingir o
ureter. J a produo de urina de
cerca de 1 cm3 por minuto; portanto,
Rim completo.
270
Secreo tubular
Ao longo do nfron, subs-
||
O
MDULO 13
O Sistema Muscular
1. GENERALIDADES
Os msculos apresentam as seguintes funes:
sustentao;
locomoo (movimentao);
fornecimento de calor (homeotermos);
manuteno da forma;
presso sangunea (corao).
Na minhoca, a sustentao
exercida especialmente pelos msculos, pois ela no apresenta esqueleto.
A funo de movimento deve
compreender no somente os movimentos macroscpicos (visveis facilmente), como tambm o movimento
dos rgos internos.
Podemos classificar os msculos
em trs tipos: liso ou visceral, cardaco e estriado esqueltico.
O msculo constitudo de um
grande nmero de fibras ou clulas
que possuem cerca de 100 m de
dimetro. A clula (esquema 2) apresenta-se com estriao transversal.
Observando-se uma clula isolada
(em 3), nota-se que h inmeras fibrilas dispostas longitudinalmente no
seu interior so denominadas miofibrilas, com cerca de 1 m de espessura. Nos esquemas 4, 5 e 6, aparecem, em aumento crescente, pores
de uma miofibrila. A miofibrila apresenta estriaes transversais e tais
estrias seguem um padro definido: o
trecho compreendido entre duas estrias Z denomina-se sarcmero
(unidade estrutural e fisiolgica da
contrao); estria Z uma regio de
condensao de protena; a faixa mais
clara, situada entre duas bandas A,
chama-se banda I.
Estrutura do msculo
estriado cardaco de mamfero.
A contrao muscular.
Dependncia
do Sistema Nervoso
Os msculos estriados so estimulados para a contrao por impulsos
nervosos. Dependem de impulsos
provenientes dos nervos medulares e
cerebrais para iniciar sua atividade.
Essa dependncia to grande que,
quando h uma separao entre nervo
e msculo, no h mais contrao e os
msculos se atrofiam.
O msculo estriado nunca est
em repouso completo, mas levemente
contrado, porque recebe constantemente impulsos nervosos da medula
e do crebro. Esse estado de contrao chama-se tnus.
Tipos de
msculos
No. de ncleos
por clula
Estrias
transversais
Velocidade
(da contrao)
Comando
nervoso
Liso ou
viceral
ausentes
lenta
S. N. Autnomo
(involuntrio)
Estriado
cardaco
1 ou 2
presentes
rpida
S. N. Autnomo
(involuntrio)
Estriado
esqueltico
vrios
presentes
rpida
Cerebral
(voluntrio)
271
3. EXCITABILIDADE
MUSCULAR
A contrao pode ser provocada
artificialmente nos msculos in situ ou
recm-separados do organismo. O Observao da contrao de
agente aplicado ao msculo para se um msculo na tela de um osciloscpio.
BIOLOGIA A
272
MDULO 14
O Neurnio
1. O NEURNIO
2. SINAPSE
A sinapse.
3. CONDUO DO IMPULSO
Esquema de um neurnio.
Conduo do impulso
nervoso ao longo do axnio.
273
MDULO 15
1. ATO REFLEXO
Os movimentos coordenados mais
simples que voc pode executar (pestanejar, espirrar ou retirar bruscamente a mo de uma chapa aquecida)
parecem reaes involuntrias automticas que surgem rapidamente
quando ocorrem certas modificaes
no ambiente. Voc retira a mo da
chapa aquecida mesmo antes de
perceber que se queimou.
Essas reaes involuntrias que
envolvem impulsos nervosos so denominadas de reflexos. Nos reflexos,
a transferncia de informaes percorre um caminho conhecido pelo nome de arco reflexo.
Os fenmenos que se desenvolvem nas vias nervosas desde o receptor, ao receber o estmulo, at o efetor,
que d a resposta final, denominamse atos reflexos.
Quando pequeno o nmero de
neurnios envolvidos, tem-se um ato
reflexo simples e, ao contrrio,
quando h um grande nmero de neurnios envolvidos, chama-se ato reflexo complexo. Todas as estruturas envolvidas no ato reflexo recebem, em conjunto, a denominao arco reflexo.
Um arco reflexo simples, como o
reflexo patelar, ocorre da seguinte
maneira:
O rgo receptor do estmulo o
tendo do joelho. Um golpe desferido
excita as extremidades nervosas
(dendritos) dos neurnios, cujos
corpos celulares esto localizados no
gnglio raquidiano. Os axnios desses neurnios penetram na parte dorsal da medula e fazem sinapse com
os dendritos dos neurnios associativos, cujos axnios transmitem o
impulso nervoso para o terceiro grupo
de neurnios os neurnios motores.
Os corpos celulares desses
neurnios motores esto localizados
O Ato Reflexo
na medula em sua parte ventral (anterior) e seus axnios partem pela raiz
ante- rior e vo excitar os msculos da
coxa, provocando o movimento da
perna; de- senvolve-se assim o reflexo
patelar. Os axnios dos neurnios associa- tivos do arco reflexo tambm
entram em sinapse com neurnios
que transmitem o impulso nervoso ao
encfalo e, assim, tem-se conscincia
do golpe sofrido no joelho.
Um arco reflexo simples, como o
descrito, envolve as seguintes estruturas:
Receptor do estmulo representado por corpsculos sensoriais do tendo e inervados por dendritos dos neurnios sensitivos.
Via sensitiva representada
pelos neurnios sensitivos que se dirigem para a medula pela raiz dorsal.
Neurnio associativo situado na medula, transforma a informao sensorial em ordem de ao
274
2. DIVISO ANATMICA
E FISIOLGICA DO
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso central compreende o encfalo e a medula espinhal ou nervosa.
O sistema nervoso perifrico compreende nervos cranianos (do encfalo), nervos raquidianos ou espinhais
(da medula), gnglios sensoriais e simpticos.
Os neurnios (ou fibras) que conduzem impulso ao sistema nervoso
central (encfalo e/ou medula) so
denominados neurnios aferentes
ou sensitivos; aqueles que conduzem do sistema nervoso central aos
efetores (msculos e glndulas) so
chamados neurnios eferentes ou
motores.
Geralmente existem neurnios
associativos no sistema nervoso, conectando esses neurnios (aferentes
e eferentes).
Os corpos celulares dos neurnios eferentes esto localizados dentro da medula na sua poro ventral
(ou anterior) e suas fibras constituem
a raiz ventral ou anterior. Os neurnios
aferentes que penetram no encfalo
tm seus corpos celulares nos gnglios, localizados prximos ao encfalo.
A atividade motora da musculatura esqueltica controlada por fibras
do sistema nervoso perifrico por meio
de diferentes nveis do sistema nervoso central, cerebral ou medular. A musculatura lisa e a cardaca, assim como
as glndulas, recebem inervao do
sistema nervoso autnomo.
Sistema
Nervoso Autnomo
a parte do sistema nervoso responsvel pelas funes viscerais do
organismo. Trata-se de um sistema
essencialmente efetor, que regula e
coordena, total ou parcialmente, a
presso arterial, a temperatura do
corpo, a contrao da musculatura
lisa das vsceras, os batimentos
cardacos e outras atividades involuntrias. De modo geral, o sistema
autnomo garante o equilbrio do
meio interno, ou seja, a homeostase.
A atividade autnoma (sistema
autnomo) em maior parte controlada pelo sistema nervoso central, principalmente pelo hipotlamo.
O sistema nervoso autnomo
dividido em sistema simptico e sistema parassimptico, que, de um modo geral, tm ao antagnica sobre
os rgos que inervam, controlandoos, respectivamente, por meio de
adrenalina e acetilcolina.
Parassimptico
Fibra Pr-ganglionar
Fibra Ps-ganglionar
Fibra Pr-ganglionar
Fibra Ps-ganglionar
curta
longa
longa
curta
Origem
medula torcica
e lombar
gnglios laterais
e colaterais
mesencfalo, bulbo
e medula sacral
Mediador
qumico
acetilcolina
(colinrgicas)
*adrenalina
(adrenrgicas)
acetilcolina
(colinrgicas)
acetilcolina
(colinrgicas)
Tamanho
* As fibras que inervam os vasos sanguneos dos msculos e as glndulas sudorparas so colinrgicas.
275
MDULO 16
1. FEEDBACK OU
RETROALIMENTAO
Os hormnios so secrees produzidas pelas glndulas de secreo
interna ou endcrina, que so lanadas na corrente sangunea e influenciam especificamente na atividade de
determinadas clulas, rgos ou sistemas.
A regulao endcrina se faz por
meio de um mecanismo denominado
retroalimentao ou feedback,
pelo qual o nvel de um hormnio no
sangue determina a estimulao ou a
inibio da atividade de determinada
glndula. A adenoipfise, por exemplo, estimula o desenvolvimento e
funcionamento da tireoide, das glndulas sexuais, do crtex da suprarrenal e, por sua vez, regulada por
essas glndulas. Quando o nvel do
hormnio da tireoide (tiroxina) est
baixo, a adenoipfise secreta a tirotrofina, que estimula o funcionamento
O Sistema Endcrino
da tireoide. O aumento do nvel da
tiroxina inibe a adenoipfise na produo da tirotrofina que, por sua vez,
inibe a tireoide.
Localizao
A hipfise ou pituitria localiza-se
numa pequena cavidade do osso esfenoide (sela turca), na parte central
da base do crnio. Est ligada ao hipotlamo atravs de um pednculo
fino denominado trato hipofisrio, imediatamente atrs do quiasma ptico.
Feedback ou retroalimentao.
2. HIPFISE OU PITUITRIA
uma glndula que no homem
tem forma ovoide. Apresenta dimetro aproximado de 1 cm.
Ciclo menstrual O esquema mostra as alteraes sofridas na parede uterina durante um ciclo menstrual de 28 dias. Tais alteraes
so devidas influncia hormonal: a partir do 4 dia do ciclo, estendendo-se at o 14. dia, tem-se o crescimento do endomtrio
(fase proliferativa), devido ao, principalmente, dos estrgenos. No 14. dia ocorre a ovulao, sob a influncia do hormnio
luteinizante. Do 14. ao 28. dia, sob a ao de estrgeno e principalmente de progesterona, tem-se maior proliferao do endomtrio,
com expulso de restos celulares e sangue (menstruao), devido queda da taxa de progesterona.
276
Hormnios da Neuroipfise
So produzidos por neurnios de
ncleos hipotalmicos, descem com
fibras nervosas, atravs do trato hipofisrio, para a neuroipfise, que
apenas um reservatrio de hormnios.
Esses hormnios so:
Vasopressina
ou Hormnio
Antidiurtico (ADH)
Aumenta a permeabilidade dos
tbulos renais, fazendo com que ocorra maior reabsoro de gua e, consequentemente, eliminao de menor
volume de urina. Um aumento da concentrao dos fluidos corpreos provoca a excitao de ncleos hipotalmicos, que enviaro impulsos para
a neuroipfise que, ento, libera o hormnio antidiurtico. Leses no hipotlamo ou destruio das fibras nervosas que vo neuroipfise levam ao
aparecimento da diabetes inspida, doena que surge em consequncia da falta do ADH e se caracteriza por sede excessiva e intensa
poliria.
Ocitocina
Tem dois efeitos fisiolgicos: a
contrao da parede do tero, especialmente por ocasio do parto, e a
ejeo do leite pelas glndulas mamrias. Ela age na contrao dos msculos lisos da parede do tero e
Localizao das
glndulas endcrinas na mulher.
Hormnio da
Hipfise Intermdia
Alguns peixes, anfbios e rpteis
apresentam o hormnio intermedina,
que provoca a disperso dos grnulos de pigmento dos cromatforos,
contribuindo para a proteo do animal contra predadores (mimetismo).
Hormnios da
Hipfise Anterior
A adenoipfise produz hormnio
de crescimento, tireotrfico (TSH),
adrenocorticotrfico (ACTH) e gonadotrficos.
Hormnio Somatotrfico
O hormnio de crescimento ou somatotrfico importante na induo e
na regulao do crescimento dos
vertebrados.
A deficincia desse hormnio (hipossomatotrofismo) desde a infncia
leva ao aparecimento do nanismo.
O excesso do hormnio de crescimento induz ao gigantismo no animal em desenvolvimento ou acromegalia no adulto, com crescimento exagerado dos ossos dos membros
e da face e aumento dos rgos e
msculos.
Hormnio
Tireotrfico (TSH)
A tireotrofina atua estimulando a tireoide na captao do iodo do plasma e na produo de seus hormnios
(tiroxina e tri-iodotironina), bem como
na sua liberao ao sangue.
Hormnio
Adrenocorticotrfico
(ACTH)
O ACTH atua como estimulante
da secreo e liberao de glicocorticoides pelo crtex da glndula suprarrenal ou adrenal.
Esse hormnio apresenta tambm
efeitos diretos sobre a pigmentao
da pele e sobre tecidos perifricos
com liplise (digesto de gorduras).
Hormnios
Gonadotrficos
A hipfise produz trs hormnios
que controlam a atividade das gnadas e rgos sexuais. No caso da fmea, intervm no ciclo, na menstruao, na ovulao, na gravidez e na
lactao. A hipofisectomia resulta na
atrofia desses rgos, interrupo do
ciclo menstrual e impotncia.
So os seguintes hormnios:
Folculo estimulante (FSH),
atua estimulando o desenvolvimento
do folculo, na mulher, e na espermatognese, no homem.
Hormnio luteinizante (LH),
ou hormnio estimulante das clulas
intersticiais (ICSH), responsvel pela formao do corpo lteo na mulher.
O ICSH estimula a atividade das clulas de Leydig que produzem a testosterona no homem.
Luteotrofina ou prolactina
(LTH), mantm o corpo amarelo e estimula a contnua produo de seus
277
As gonadotrofinas corinicas tm
funo semelhante ao ICSH (hormnio estimulante das clulas intersticiais, produzido pela adenoipfise).
A partir da puberdade, a hipfise
anterior (adenoipfise) passa a produzir maiores quantidades de hormnios
gonadotrficos, como o FSH (hormnio folculo estimulante), que estimula
a espermatognese e o desenvolvimento dos tubos seminferos, e tambm o ICSH (hormnio estimulante
das clulas intersticiais), que promove
a maturao dos caracteres sexuais
masculinos.
Esses andrgenos (especialmente a testosterona) influenciam a maturao dos espermatozoides.
4. HORMNIOS
SEXUAIS FEMININOS
Destacaremos estrgenos, progesterona, andrgenos e gonadotrofinas corinicas.
Representao esquemtica do
aparelho reprodutor masculino.
O testculo apresenta clulas intersticiais de Leydig (tecido localizado entre os tubos seminferos) que j
iniciam a secreo de testosterona
(hormnio) durante a vida embrionria, sob a estimulao de gonadotrofinas corinicas (produzidas pela
placenta).
Estrgenos
Os estrgenos so hormnios esteroides. So secretados constantemente, e seu nvel apresenta variao
nas diferentes fases da vida.
Durante a fase embrionria, tm
ao principalmente no desenvolvimento do tero e da vagina; do nascimento at a puberdade, a sua secreo pequena; porm, a partir da puberdade, nota-se um acentuado aumento na sua secreo devido estimulao por hormnios da hipfise.
Agem, principalmente, no desenvolvimento dos rgos sexuais e tambm dos caracteres sexuais secundrios.
Estimulam o desenvolvimento das
tubas uterinas, tero, vagina, genitlia externa e mamas. Na fase pr-ovulatria do ciclo menstrual, os estrgenos produzidos pelas clulas foliculares estimulam a proliferao do
endomtrio e das glndulas que a se
localizam, cuja funo colaborar na
nutrio do futuro embrio.
Representao esquemtica
do testculo e do epiddimo do
aparelho reprodutor masculino.
278
Progesterona
A progesterona um esteroide
que prepara o organismo feminino
para a gestao. Forma o endomtrio
(mucosa uterina) para a fixao do
embrio, participando da origem da
placenta (que importante na nutri-
o do embrio). Esse hormnio diminui as contraes uterinas, impedindo a expulso do embrio, e aumenta
a secreo das tubas uterinas na produo de material nutritivo para o embrio.
Alm disso, a progesterona estimula o desenvolvimento das glndulas mamrias e inibe a produo do
FSH pela adenoipfise, que impede o
desenvolvimento do novo folculo durante a gestao.
Andrgenos
Os andrgenos so esteroides.
Tm ao masculinizante e so produzidos, normalmente, em pequenas
quantidades pelo ovrio e pela suprarrenal.
Gonadotrofinas Corinicas
A gonadotrofina corinica, produzida pela placenta, uma glicoprotena (protena associada a acar).
A gonadotrofina corinica impede
a involuo normal do corpo amarelo
(lteo) que, portanto, permanece secretando seus hormnios durante a
gravidez.
5. DESENVOLVIMENTO DO
FOLCULO DE GRAAF
Aps a puberdade, os ovrios de
uma mulher apresentam diversos folculos de Graaf em diferentes estgios
de desenvolvimento.
Sob a estimulao do hormnio
folculo estimulante (FSH), inicia-se o
crescimento dos ovrios e principalmente dos folculos. Em cada ciclo
menstrual apenas um folculo amadurece, processo que se inicia pelo desenvolvimento do vulo imaturo (ovcito).
O folculo produz estrgenos, que
inibem a produo de FSH (hormnio
folculo estimulante) e estimulam a secreo do LH (hormnio luteinizante),
o qual, por sua vez, acelera a maturao final do folculo e o seu rompimento com a expulso do vulo para a
cavidade abdominal (ovulao). As
clulas que restaram dos folculos
passam a apresentar uma granulao
de lutena (lpide de cor amarela),
constituindo a partir de ento o corpo
lteo ou corpo amarelo.
A transformao de folculo em corpo amarelo deve-se ao do horm-
A Menstruao
O ciclo menstrual apresenta uma
durao mdia de 28 dias. A ovulao ocorre no meio do ciclo (14. dia),
dividindo-o em duas partes.
MDULO 17
rede uterina so determinadas pelo estrgeno e, principalmente, pela progesterona, secretados em grande quantidade pelo corpo amarelo.
Se no houver fecundao, ocorrer involuo do corpo amarelo e,
consequentemente, haver uma queda no nvel de estrgeno e progesterona. A queda na taxa desses hormnios provoca a descamao da
mucosa uterina, sendo os restos de
tecido e o sangue resultante dos vasos rompidos eliminados para a luz
do tero, vagina e da para o meio exterior; a menstruao. A mucosa
uterina torna-se ento fina e pouco
vascularizada e repetir o seu desenvolvimento na fase proliferativa do ciclo seguinte.
O perodo de vida (viabilidade) do
vulo, aps a ovulao, de 24 a 48
horas, enquanto o espermatozoide
pode permanecer vivo no organismo
feminino at 72 horas.
O perodo frtil da mulher ocorre,
portanto, no meio do ciclo menstrual.
Os Mtodos Anticoncepcionais
1. ANTICONCEPCIONAIS
So mtodos, permanentes ou
temporrios, utilizados para impedir
ou intervir no processo da concepo.
Para que a gravidez se concretize, necessrio que se completem
as seguintes fases:
Ovulao, processo que ocor-re
em torno do 14 dia aps o incio da
menstruao. Durante essa fase, h
uma pequena alterao na temperatura do corpo da mulher.
Fecundao, processo da unio
do vulo com o espermatozoide.
Nidao, processo de implantao do blastocisto na parede do tero.
Os anticoncepcionais interrompem a ocorrncia dessas fases, evitando a concepo.
H mtodos temporrios, como: plula, espermicida, diafragma e
DIU.
A vasectomia no homem e a ligadura tubria ou laqueadura na mulher
so mtodos cirrgicos e per manentes.
H tambm os mtodos naturais, como: curva trmica, tabelinha, camisa-de-vnus ou camisinha, Mtodo de Billings e coito interrompido.
A plula combinada
uma associao de hormnios sintticos (ex.: etinilestradiol e norgestrel)
semelhantes aos naturais (estrgenos e progesterona).
279
Espermicidas
So produtos em forma de creme,
espumas, esponjas ou geleias que a
mulher introduz no fundo da vagina,
antes do ato sexual. Eles destroem os
espermatozoides antes que atinjam
os vulos, impedindo a fecundao.
O diafragma
um dispositivo em forma de
capuz, fabricado em ltex (borracha)
flexvel. Deve ser colocado no fundo
da vagina. Ele veda a passagem dos
espermatozoides para o tero, evitando a fecundao.
280
Dispositivo intrauterino
um pequeno objeto, em forma
de Y, T ou 7, e confeccionado em
cobre, que o mdico introduz no
interior da cavidade uterina, durante
o perodo menstrual (o colo uterino
encontra-se entreaberto). O DIU
provoca uma modificao qumica no
endomtrio, dificultando a nidao
(implantao do embrio).
A vasectomia
um mtodo anticoncepcional
cirrgico, permanente, de fcil realizao, em que o mdico faz uma pequena inciso em ambos os lados do
saco escrotal, seccionando os canais
deferentes. Isso impede que os espermatozoides produzidos nos testculos juntem-se ao material ejaculado.
No havendo espermatozoides, no
ocorrer fecundao. O indivduo ejacula esperma (lquido nutritivo), sem
espermatozoides.
Gestaes em 100
mulheres em 1 ano
0,1% a 0,3%
Espermicidas
6% a 15%
Diafragma
2,4% a 13%
DIU
0,5% a 5%
Vasectomia
0,15%
Ligadura tubria
0,01%
Camisinha
Coito interrompido
25% a 40%
4% a 15%
15% a 23%
Miniplula
2,5%
Nenhum cuidado
80%
Ligadura tubria
ou laqueadura
tambm um mtodo anticoncepcional cirrgico, realizado pela
ocluso das trompas. A esterilizao
concretizada porque o vulo liberado absorvido pelo prprio organismo, ficando impedido de migrar pelas
trompas para ser fecundado pelos
espermatozoides. Constitui uma barreira mecnica para a passagem do
vulo.
Curva trmica
baseada no aumento da temperatura corprea que ocorre durante o
perodo de ovulao. O casal deve
praticar abstinncia sexual desde o
momento em que observada a
elevao da temperatura corprea da
mulher at que esta volte ao normal,
em alguns dias.
Camisa-de-vnus
ou condom
considerado um mtodo de
barreira. Ela fabricada em ltex e
colocada disposio no mercado,
em texturas e at mesmo cores diferentes, contendo ou no substncias
lubrificantes para facilitar a penetrao. vestida no pnis aps a
ereo e impede que os espermatozoides atinjam a vagina, pois, com a
ejaculao, eles ficam presos dentro
da camisinha.
A tabelinha
Consiste na abstinncia sexual
durante o provvel perodo frtil. Tambm denominado mtodo do
ritmo.
Mtodo de Billings
Baseia-se na observao do aumento do muco cervical que ocorre
durante o perodo de ovulao. O
casal pratica a abstinncia sexual
desde o momento em que a mulher
apresenta aumento da umidade vaginal at alguns dias aps essa fase.
Quando o muco fica transparente
(lembrando a clara de um ovo cru), lubrificante e muito elstico, indcio de
que a mulher est no perodo frtil.
Um dia ou dois aps esse pice do
muco, ocorrer a ovulao (dia mais
frtil).
Coito interrompido
uma prtica anticoncepcional
muito usada pela populao. Consiste na retirada do
pnis da vagina
antes de o homem
ejacular, ou seja,
antes que solte o lquido seminal.
um mtodo pouco seguro, pois,
mesmo antes da ejaculao, pode
haver a sada de espermatozoides.
281
2. OBSERVAES GERAIS
Injees de hormnios em doses elevadas tambm podem ser utilizadas como anticoncepcionais.
A plula do dia seguinte (contracepo de emergncia) uma medicao base de progestognio levonorgestrel. Ela provoca um retardo ou pausa na ovulao e bloqueia a migrao espermtica, devido a alteraes
do muco cervical.
A plula RU-486 um medicamento, base de mifepristona, de efeito abortivo.
O Cytotec, remdio utilizado contra lceras gastroduodenais, tem tambm um efeito abortivo, podendo at colocar
em risco a vida da gestante.
Todo mtodo anticoncepcional pode ocasionar efeitos indesejveis sade do indivduo e, portanto, s deve ser
utilizado com acompanhamento mdico.
MDULO 18
1. TIREOIDE
uma glndula endcrina que
pesa aproximadamente 30 gramas. A
tireoide localiza-se sobre os primeiros
anis da traqueia. Apresenta dois lobos (um de cada lado da laringe) constitudos por tecido glandular endcrino
e ligados por um istmo.
A tireoide produz tiroxina (tetraiodotironina) e triiodotironina.
A tiroxina e a triiodotironina so
liberadas na corrente sangunea sob
a estimulao de tirotrofina (TSH), hormnio produzido pela adenoi-pfise e
estimulante da tireoide. Esse hormnio
estimula a captao do iodo pelas
clulas dos folculos (da tireoide) e
aumenta o tamanho e a atividade das
clulas secretoras.
Os hormnios da tireoide estimulam as reaes qumicas (metabolismo) da maioria dos tecidos do
organismo, pois aumentam a quantidade de enzimas oxidativas.
A tireoide acelera o metabolismo
dos carboidratos, dos lpides e das
protenas; tem funo importante no
crescimento e desenvolvimento, influindo, inclusive, no ciclo menstrual e
na fertilidade.
Hipertireoidismo
O indivduo hipertireidico apresenta: intolerncia ao calor, metabolismo basal alto, aumento da frequncia cardaca, perda de peso, tremor
Hipotireoidismo
As suas manifestaes variam
conforme a idade em que se inicia a
insuficincia da tireoide.
O hipotireoidismo congnito
traz o aparecimento de um quadro
clnico denominado cretinismo. O Tireoide e glndulas paratireoides. (Note a relao entre elas e a traqueia.)
282
Glucagon
Tem uma ao antagnica insulina, fazendo aumentar a glicemia.
Estimula a glicogenlise no fgado e a
liberao de glicose no sangue. A sua
secreo controlada pelo nvel de
glicose sangunea. A queda do nvel
de glicose determina a liberao de
glucagon que, por sua atividade, restabelece a glicemia normal.
283
Anomalias do
crtex da adrenal
Hipoadrenalismo
Uma das manifestaes do hipoadrenalismo a Doena de Addison, que se caracteriza por astenia,
perda de peso, vmitos, diarreias e
pigmentao excessiva da pele.
Hiperadrenalismo
Crtex da adrenal
A consequncia o aparecimento
a parte externa da glndula que da Doena de Cushing, que se
envolve a medula. Tem origem em- caracteriza pela obesidade do rosto e
brionria mesodrmica. Os principais do tronco sem comprometimento gehormnios so: a aldosterona e o
cortisol. Merecem ser citados, ainda,
a corticosterona, os hormnios andrognicos e estrognicos.
Aldosterona
tambm denominada mineralocorticoide. responsvel pela regulao do metabolismo salino, causando aumento na reabsoro do sdio e excreo renal do potssio. Como
consequncia secundria da reabsoro do sdio, a aldosterona determina uma reabsoro maior de cloro.
A corticosterona, em menor grau
que a aldosterona, aumenta a reabsoro de sdio pelos tbulos renais. Pncreas e duodeno seccionados.
Cortisol
tambm chamado glicocorticoide, por determinar aumento da
concentrao de glicose no sangue.
Desempenha papel importante no metabolismo das protenas e das gorduras, levando sntese de glicose a
partir dessas substncias, o que se
denomina neoglicognese. A corticosterona tambm tem pequena funo glicocorticoide.
O cortisol causa tambm menos
consumo de glicose pelos tecidos e
aumenta a resistncia insulina.
Hormnios
corticossexuais
Normalmente, h uma contnua
secreo de hormnios corticossexuais pelo crtex da suprarrenal nos
indivduos de ambos os sexos, os es-
284
FRENTE 4
MDULO 11
1. DEFINIO
o processo de converso de
energia luminosa em energia qumica,
no qual o vegetal sintetiza substncias orgnicas a partir de gua,
dixido de carbono e luz.
2. EQUAO
O fenmeno da fotossntese pode
ser expresso pela seguinte equao:
luz
12H2O + 6CO2 C6H12O6 + 6H2O + 6O2
clorofila
3. FASES DA FOTOSSNTESE
O rgo da planta adaptado para
a fotossntese a folha. As clulas
dos parnquimas clorofilianos so ricas em cloroplastos e, no interior destas estruturas, ocorre a transformao
de energia luminosa em energia
qumica.
Atualmente, a fotossntese dividida em duas etapas:
luminosa ou fotoqumica
(ocorre nos grana do cloroplasto).
qumica, escura ou enzimtica (ocorre na matriz ou estroma
do cloroplasto).
A etapa luminosa ou fotoqumica caracteriza-se por
a) Absoro de luz pelos pigmentos do cloroplasto, especialmente as clorofilas.
b) Transformao de energia luminosa em energia qumica,
que leva formao de dois
compostos energticos:
ATP (Adenosina Trifosfato) e
NADPH2 (Nicotinamida Adenina Dinucleotdeo Fosfato reduzido)
Biologia Vegetal
A Qumica da Fotossntese
O ATP uma substncia de alto
contedo em energia. A energia fica
acumulada nas ligaes fosfatos (P).
Este composto formado por uma
base nitrogenada chamada adenina,
um acar chamado ribose (pentose)
e trs grupos fosfatos (PO4)3.
Quando o ATP, por hidrlise,
transforma-se em ADP e fosfato,
libera muita energia, utilizada pelo
cloroplasto na sntese dos compostos
orgnicos.
Assim, na fotossntese, ocorre a
sntese de ATP a partir de ADP e fosfato. Este processo absorve a energia
luminosa captada pelas molculas de
clorofila.
O processo chama-se fotofosforilao e a reao pode ser assim
representada:
luz
ADP + P ATP
clorofila
Reaes da fase luminosa
luz
ADP + P ATP
clorofila
luz
4H2O + 2NADP 2NADPH2 + 2H2O + O2
clorofila
no (CO2).
c) Fixao do CO2.
d) Reduo do CO2 e a consequente formao do carboidrato ou acar que pode ser
representado pela frmula mnima (CH2O).
A reduo do CO2 pode-se expressar pela seguinte reao:
CO2 + 2NADPH2 (CH2O) + H2O + 2NADP
ATP ADP + P
Fase luminosa
luz
4H2O + 2NADP 2NADPH2 + 2H2O + O2
clorofila
luz
ADP + P ATP
clorofila
Fase escura
ATP ADP + P
285
MDULO 12
1. FATOR LIMITANTE
A fotossntese influenciada por
fatores internos (grau de abertura dos
estmatos, quantidade de clorofila
etc.) e por fatores externos, como luz,
concentrao de CO2, temperatura.
claro que a eficincia desse processo
vai depender de todos esses fatores,
que agem separadamente um do outro.
Se vamos analisar um dos fatores
que agem no processo, por exemplo a
intensidade luminosa, variamos esse
fator e mantemos os demais constantes. Mas no podemos esquecer que
tambm estes esto atuando no processo. Com base neste pressuposto,
Blackmann, em 1905, emitiu o princpio do fator limitante, segundo o qual:
Quando um processo influenciado por diversos fatores que agem isoladamente, a
velocidade do processo fica
limitada pelo fator que est
em menor intensidade.
286
2. DIXIDO DE
CARBONO (CO2)
A atmosfera normalmente possui
0,03% de CO2 (300 partes por milho).
Parte deste CO2 penetra na folha
atravs dos estmatos e entra em contato com a parede que est hidratada.
A entrada do CO2 pelos estmatos
ocorre por simples difuso, obedecendo ao gradiente de concentrao.
(De alta para baixa concentrao.) Os
cloroplastos utilizando o CO2 na fotossntese, criam uma baixa concentrao de CO2 no interior da folha,
facilitando a entrada deste gs.
Ao entrar em contato com a parede celular hidratada o CO2 dissolve
se na gua e forma ons HCO 3 (CO2 +
H CO H+ + HCO ). Os
+ H 2O
3
2
3
ons HCO3 chegam ao cloroplasto por
gradiente de concentrao.
Isto significa que a velocidade
com que o CO2 se difunde para o interior da folha depende fundamentalmente da concentrao de CO2 no
ar. Um aumento na taxa de CO2 no ar
provoca um aumento na velocidade
de difuso do gs. Assim, uma das
tcnicas para aumentar a produtividade das plantas o enriquecimento
do ar de estufas com CO2 durante o
dia. O processo chamado adubao
por CO2.
O cultivo de tomates, pepinos,
verduras e tabaco, em ar contendo
0,1% de CO2 provocou uma duplicao na velocidade de crescimento
daqueles vegetais.
O grfico seguinte mostra a influncia da concentrao de CO2 na
velocidade de fotossntese de uma
planta terrestre.
MDULO 13
Ponto de compensao
luminoso (ftico)
Na determinao do ponto de
compensao luminoso de uma plan-
ta, devemos estabelecer uma comparao entre a fotossntese e sua respirao em funo da variao de
intensidade luminosa.
Definio
Ponto de compensao uma intensidade luminosa, na qual a razo
de fotossntese igual razo de
respirao.
Observe as reaes de fotossntese e de respirao, e note que so
fenmenos opostos.
fotossntese
C H O + 6H O + 6O
12H2O + 6CO2
6 12 6
2
2
respirao
287
MDULO 14
1. INTRODUO
Por meio da fotossntese, que ocorre no cloroplasto, as plantas sintetizam compostos orgnicos, os
quais armazenam energia. Esta energia pode ser liberada para a clula
utiliz-la em suas atividades biolgicas. O processo pelo qual as clulas retiram a energia acumulada nos
compostos orgnicos a respirao celular.
Os compostos energticos utilizados pela clula podem ser protenas,
lipdios e carboidratos. De todos os
compostos, a substncia mais utilizada pela clula a glicose. Quando
existe uma quantidade suficiente de
glicose, muito raramente a clula utiliza outra substncia para a respirao.
A respirao celular dividida em
dois tipos:
aerbia;
anaerbia (fermentao).
2. RESPIRAO AERBIA
A respirao aerbia depende
fundamentalmente de um organoide
citoplasmtico denominado mitocndria.
O nmero de mitocndrias numa
clula muito varivel, entre algumas
dezenas e vrias centenas. De um
modo geral, as clulas mais ativas,
como a nervosa e a muscular, apresentam maior nmero de mitocndrias.
Reaes da Gliclise
desidrogenase
Fosforilao oxidativa
ADP + P +
Gliclise ou
formao de piruvato
Nesta fase, a glicose sofre uma
Energia
Energia
ATP
288
Ciclo de Krebs
O cido ctrico, formado na reao do radical acetil com o cido
oxalactico, sofre desidrogenao e
descarboxilao, originando vrios
compostos intermedirios, e termina
por produzir um novo cido oxalactico. Conclui-se que o acetil que peP
netrou na mitocndria totalmente
quebrado em CO2, ons H+ e eltrons, havendo liberao de energia
e sntese de ATP.
Os ons H+ reagem com um
composto chamado nicotinamidaadenina-dinucleotdeo (NAD),
formando NAD . 2H+.
Os eltrons que resultam dos
ons H+, ricos em energia, sero
transportados ao longo de uma cadeia de substncias localizadas nas
cristas da mitocndria. a cadeia tempo, os dois prtons do NAD . 2H+, formando-se assim uma molcula de
respiratria, onde sero sinteti- gua (H2O). O NAD . 2H+ volta a ser NAD e novamente se torna capaz de
captar novos ons H+. Na passagem de eltrons, h liberao de energia que
zados 32 ATPs.
ser utilizada na sntese de ATP (fosforilao oxidativa).
Cadeia respiratria
Nas cristas mitocondriais, existem 4. RENDIMENTO ENERGTICO DA RESPIRAO
Gliclise
2 ATP
substncias aceptoras de eltrons,
Ciclo de Krebs 2 ATP
entre elas o FAD (flavina adenina
Cadeia Respiratria 32 ATP
dinucleotdeo) e os citocromos b, c,
2H+
NADH2 FAD Citoc. b Citoc. c Citoc. a Citoc. a3
2e
2e
2e
2e
2e
2H+
2e
H2+ 1/2 O2
ATP
ATP
ATP
H 2O
Cadeia respiratria.
289
MDULO 15
1. INTRODUO
A respirao anaerbia, tambm
denominada fermentao, o fenmeno de obteno de energia a partir
dos compostos orgnicos, na ausncia de oxignio. A fermentao realizada principalmente por fungos e bactrias, mas pode ocorrer at no homem.
C6H12O6 Gliclise
O
||
C OH
|
+ 4H+ + 4e
C= O
|
C H3
cido pirvico
OH
|
CH2
|
CH3
+ 2 CO2
lcool
etlico
(Etanol)
MDULO 16
1. INTRODUO
Difuso
A difuso um fenmeno em que
molculas ou ons se movimentam de
uma regio para outra, seguindo o
gradiente de concentrao. Nos vegetais, todas as trocas gasosas ocorrem por difuso.
Osmose
A difuso da gua (solvente)
atravs de uma membrana semipermevel chama-se osmose.
A membrana semipermevel
aquela que permevel ao solvente
(gua) e impermevel aos solutos
(substncias que se dissolvem na
gua). A gua passa com maior velo-
290
C6H12O6
Gliclise
O
||
C OH
|
+ 4H+ + 4e
C= O
|
C H3
cido ltico
cido pirvico
O
||
C OH
|
2
H C OH
|
CH3
presso de turgor (P.T.). Sujeita a essa presso, a parede distende-se, mas reage contra a distenso, exercendo uma presso contrria, chamada presso de
membrana ou resistncia da membrana celulsica (M).
A entrada de gua depende da diferena entre a P.O.
(Si) e a P.T. (M), isto , depende de um dficit de presso
de difuso (DPD) ou da suco celular (SC).
Assim, o movimento de gua na clula pode ser
expresso pela frmula:
DPD = PO PT ou SC= Si M
Existe uma tendncia de a gua entrar na clula
enquanto:
PO > PT
ou
DPD > 0
A clula absorve gua at ficar tr gida
(turgescente). Nesse caso, PO = PT ou DPD = 0. A
clula ficar murcha quando: PT = 0 ou DPD = PO.
Plasmlise
Ocorre quando a clula vegetal mergulhada em
meio hipertnico. A clula perde gua e o citoplasma
descola-se da parede celular. Quando a clula plasmolisada mergulhada em gua destilada ou meio hipotnico, absorve gua e restabelece o seu turgor. O
fenmeno conhecido por deplasmlise.
MDULO 17
INTRODUO
Nas traquefitas, o rgo encarregado da fixao e absoro a
raiz. Neste rgo a regio de absoro a pilfera, por onde a gua penetra principalmente atravs dos
pelos absorventes. Mas as clulas
epidrmicas que no formam pelos
tambm absorvem gua, embora com
menor velocidade, uma vez que a absoro depende diretamente do tamanho de superfcie. A condio ideal
Corte transversal de uma raiz de angiosperma monocotilednea com o endoderma provido de reforos em U impermeveis, e as clulas de passagem desprovidas de reforos.
291
MDULO 18
1. ABSORO DE
SAIS (ONS OU
NUTRIENTES MINERAIS)
Os ons minerais, indispensveis
ao crescimento das plantas, costumam ser divididos em dois grandes
grupos:
Macronutrientes ou macroelementos so aqueles que
as plantas requerem em grandes
quantidades, tais como N, P, K, Ca,
Mg e S.
Micronutrientes ou microelementos so aqueles que as
plantas necessitam em pequenas
quantidades, como Fe, Mn, Cu, B, Co,
Cl, Zn etc.
Os ons minerais podem ser absorvidos por mecanismos de simples
difuso, fenmeno desprezvel, e por
transporte ativo. Atualmente, admite-se
que este processo seja o mais importante.
2. DIFUSO
Os sais podem ser absorvidos
por difuso, seguindo o gradiente de
concentrao, isto , deslocando-se
de onde existe maior concentrao
para onde existe menor concentrao
do mesmo on. Um fato importante a
assinalar que os diferentes solutos
se difundem independentemente um
do outro e tambm da gua.
O esquema abaixo ilustra o processo:
RAIZ
SOLO
difuso
maior concen-
trao do on NO
3
menor concen-
trao do on NO 3
3. ABSORO ATIVA
(TRANSPORTE ATIVO)
o movimento de ons contra o
gradiente de concentrao, isto , de
uma regio de menor concentrao
do on para outra de maior concentrao do mesmo on. Nesse processo,
as clulas gastam energia metablica
e acumulam ons no seu interior.
SOLO
transporte
RAIZ
ativo
menor concentrao do on K+
292
maior concentrao
do on K+
4. GUTAO OU SUDAO
a eliminao de gua no estado
lquido, atravs dos hidatdios. Nas
plantas ocorrem dois tipos de hidatdios:
Hidatdio epidermal
Consta de uma nica clula
epidrmica, que excreta gua.
Hidatdio epitemal ou
estmato aqufero
So os mais frequentes. Constam
de duas clulas estomticas rgidas
que delimitam um poro sempre aberto. A cmara subestomtica preenchida por um tecido parenquimtico
aqufero, chamado epitema, no qual
se encontram as terminaes de vasos lenhosos.
O fenmeno da gutao pode ser
observado em plantas de tomate bem
regadas (solo saturado com gua)
colocadas debaixo de uma campnula. Quando a atmosfera da campnula fica saturada com vapor de
gua, cessa a transpirao e observa-se a formao lenta de gotculas
de gua nos bordos das folhas. Estas
gotculas de sudao no representam gua pura, mas uma soluo diluda de sais.
Experincias feitas com plantas
de cevada mostram que
a sudao cessa ou muito lenta quando as razes da planta so
mergulhadas em gua destilada com
ou sem aerao;
a sudao lenta quando as
razes so mergulhadas em soluo
aquosa de sais sem aerao;
a sudao ativa quando as
razes so mergulhadas em soluo
aquosa de sais com aerao e, nesta
situao, a gutao pode-se prolongar por muito tempo se a atmosfera
for carregada de vapor de gua.
Tudo isso mostra que a sudao
est relacionada com absoro de