José Luis Peixoto
José Luis Peixoto
José Luis Peixoto
Luís
Peixoto
Breve apresentação da poesia deste
autor, nascido em 1974.
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A Mulher Mais Bonita do Mundo
3
Amor
4
Explicação da Eternidade
5
Fingir que está tudo bem
6
O tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias
7
QUARTO
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MONÓLOGO
9
DESMANTELAMENTO DE UM RIO
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que
ainda falta tanto para ser de dia. Despejo no fundo de um
saco
tudo o que está naquela gaveta que nunca ninguém
arrumou.
À minha volta, há caixotes que servem para guardar os
livros,
já estão divididos. Escolho o lugar para pousar os pés.
Fizemos
coisas nesta sala vazia, tivemos pensamentos, aprendemos
alfabetos. Resta-me agora o que sempre tive e, como se
caísse
desamparado na banheira, prossigo e continuo o meu
trabalho,
como se batesse com a cabeça na esquina de uma gaveta,
prossigo e continuo o meu trabalho.
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ESTUDO PARA DESMANTELAMENTO DE UM RIO 2
12
Fico admirado quando alguém
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Quando me cansei de mentir a mim próprio
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Arte poética
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É o teu olhar e o que imagino dele
o poema não tem estrofes, tem corpo, o poema não tem versos,
para não ser escrito, para não ser entendido, nem sequer por
onde sou, o poema sou eu, as minhas mãos nos teus cabelos,
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Vejo na minha caligrafia as escadas do meu destino.
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Felizmente, há os versos, último esconderijo da pureza
felizmente, há os versos, último esconderijo da pureza.
que não digo, que não sei dizer, que está na minha caligrafia,
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Mãe queremos ainda passear
e explicava os caminhos
da estrada anoiteciam
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Na hora de pôr a mesa, éramos cinco
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Fingir que está tudo bem
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Quando os nossos corpos se separaram
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Todo o amor do mundo não foi suficiente
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O tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias
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