O Templo A Igreja o Culto - Paulo Brasil
O Templo A Igreja o Culto - Paulo Brasil
O Templo A Igreja o Culto - Paulo Brasil
A IGREJA
O CULTO
PAULO BRASIL
SUMRIO
INTRODUO......................................................................................................... 4
ENTENDENDO A ESTRUTURA REVELACIONAL.......................................... 5
O TEMPLO EM 2 SAMUEL 7:1-17.................................................................... 11
O TEMPLO EM AGEU 2:9..................................................................................... 23
O TEMPLO EM ESDRAS 3:10-12...................................................................... 24
O TEMPLO EM DANIEL 9: 24-27...................................................................... 26
O TEMPLO NO NOVO TESTAMENTO.............................................................. 29
A RELAO DO NT COM O VT.......................................................................... 32
APLICAES........................................................................................................... 35
INTRODUO
A glria desta ltima casa ser maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exrcitos; e, neste lugar, darei a paz,
diz o SENHOR dos Exrcitos Ageu 2:9.
ENTENDENDO A ESTRUTURA REVELACIONAL
Confisso de F de Westminster
O princpio pelo qual nos guiamos para entender essa
estrutura revelacional orgnica do Velho Testamento
est fundamentado na Confisso de F de Westminster
no captulo VII, seo V e VI que trata sobre a doutrina
do Pacto.
VI) Sob o Evangelho, quando Cristo, a substncia, se manifestou, as ordenanas, nas quais este pacto ministrado,
passaram a ser a pregao da Palavra e a administrao dos
Sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor; por estas
ordenanas, posto que em nmero menor e administradas
com mais simplicidade e menos glria externa, o pacto se
manifesta com mais plenitude, evidncia e eficcia espiri-
tual, a todas as naes tanto aos judeus como aos gentios. Isto chamado o Novo Testamento. No h, pois, dois
pactos da graa diferentes em substncia, mas um e o mesmo sob vrias dispensaes.
O assunto poderia ser encerrado aqui, tal a maravilha do texto dessa Confisso em sua doutrina, clareza
e conciso. um texto muito claro. Esta foi a compreenso dos nossos pais, os extraordinrios telogos e delegados da Assembleia de Westminster, quanto ao processo revelacional e onde desejamos incluir nosso tema
O TEMPLO.
Buscando a compreenso da revelao do Antigo
Testamento vemos as palavras da Confisso de Westminster que nos diz que a revelao de Deus era eficaz,
suficiente e levava plena remisso dos eleitos do Antigo Testamento. Ser que o povo do VT recebia a revelao de Deus, mas aguardava uma salvao ainda futura?
Ao contrrio, a revelao era plena e suficiente porque
ela est ligada organicamente com aquele para quem ela
aponta: Cristo. Assim lemos na seo VI: Cristo, a substncia, isto , Cristo, a plenitude de todas aquelas sombras de que falava o VT, chega e estas coisas que eram
manifestas em sombras se dissipam, tornam-se desnecessrias.
Para os lderes e pregadores, dizemos que no podemos formular conceitos no VT sem entend-los luz
de toda a revelao. Quando tomamos a ideia do templo
com os paramentos, as vestes sacerdotais, o culto repleto de smbolos. Por isso muitos concluem que isso o
correto quanto adorao.
O primeiro extremo a total entrega aos princpios
da vontade humana. O segundo (disfarado disso tambm e, alm disso) ter uma aparente obedincia aos
princpios da Sagrada Escritura. Nestas igrejas o clrigo
aparece com paramentos, togas, roupas bonitas. H um
espao na liturgia para venerar Maria, como na Igreja
Ortodoxa. So evanglicos que j comearam a ceder a
estas presses por conta dos problemas serssimos que
a igreja enfrenta quanto liturgia e doutrina. Temos um
grande nmero de pastores presbiterianos hoje que passaram para a Igreja Episcopal e agora para a Igreja Ortodoxa Grega. algo estranho que acontece.
Nosso estudo pertinente porque, apesar de falarmos
sobre o templo, vamos ver que esse enfoque sobre o templo
nos ajudar a entender o assunto quando estivermos lidando com o princpio da tipologia e da simbologia e para onde
eles apontam. Vamos entender que dentro do processo revelacional no h mais espao para estas coisas. Nem para
o culto segundo o corao humano, nem para sombras e
tipos dentro do culto. Vamos perceber que temos de caminhar em cima de uma posio firme quanto a este assunto.
Ento, falar sobre o templo caminhar nesta direo. Para ser bem prtico quanto a este entendimento
vejamos, a seguir, 2 Samuel 7:1-17.
O TEMPLO EM 2 SAMUEL 7:1-17
Estamos diante de um texto que uma ponte, uma conexo entre o tabernculo e a construo do templo. O
texto claro quando o prprio Deus fala a Davi por intermdio do profeta Nat e diz que nunca pediu a construo de uma casa de cedro para Si. Porque em casa
nenhuma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de
Israel do Egito at ao dia de hoje; tenho andado em tenda, em tabernculo (v.6). O princpio aqui que o templo a verso esttica, parada, do tabernculo, mas o
tabernculo era a dinmica presena de Deus, andando
com o povo. Obviamente aqui est a razo porque eles
caminhavam at a terra prometida. Do Egito at a terra
prometida era um processo, uma caminhada. No poderia haver um templo construdo por causa da movimentao (peregrinao) do povo. Ento Deus habitava no
meio do tabernculo. Esse tabernculo um simbolismo. O verbo tabernacular traz a ideia de habitar, tanto
que em sua traduo no Novo Testamento este verbo
mencionado no Evangelho de Joo afirmando que Jesus
tabernaculou conosco; ou seja, Jesus habitou no nosso
meio, veio habitar conosco (Joo 1). Esse verbo habitar
significa literalmente tabernacular. Ento Deus fez seu
tabernculo no nosso meio, na pessoa de Cristo. H uma
Davi morava em uma casa, mas Deus moraria no templo casa de Davi e casa de Deus. Essa busca no
sentido de construir a casa de Deus revela um princpio
de que Deus est diante e no meio do seu povo. A terra
prometida era o final das peregrinaes do povo de Israel. interessante perceber que o perodo do reinado
de Davi e Salomo foi o clmax da conquista dos limites
territoriais de Israel. Em nenhum momento da histria
Israel havia expandido seu territrio aos limites mais
prximos da promessa feita a Abrao. Davi e Salomo
pensavam: Se estamos nestes limites que Deus nos deu,
vamos construir o templo para que Deus habite no nosso
meio.
Com isso, estava implcito o estabelecimento da nao de Israel como povo escolhido de Deus e com o Senhor habitando no meio dela. O princpio fundamental
que, como nao, como povo tnico, Israel no era um
fim em si mesmo, mas era o meio pelo qual Deus salvaria
o mundo. Na chamada de Abrao, Deus diz: Em ti sero
benditas todas as famlias da terra. Na prpria vocao
de Abrao, j estava implcita a salvao do mundo. O
apstolo Paulo toma este texto em Glatas 3:8 e diz que
Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela
f os gentios, preanunciou o evangelho a Abrao: Em ti,
sero abenoados todos os povos. Deus chama Abrao e
lhe diz que todos os povos da terra sero benditos no seu
nome. Na verdade est dizendo que ali estava manifes-
Gnesis 7:1
Temos aqui um exemplo para aquilo que estamos afirmando. Deus chama a No e diz: Disse o SENHOR a
para Deus, mas Deus lhe diz que no ser ele quem vai
faz-la, mas o teu descendente a far e eu estabelecerei
o seu reino. Ou seja, Deus escolhe quem vai fazer e ele
estabelecer o reino ao descendente de Davi, Salomo,
seu filho.
No v. 14 vemos algo importante com respeito palavra filho. Eu lhe serei por pai, e ele me ser por filho.
Em todo Antigo Testamento no se v esta expresso filho dirigida a uma pessoa como se v aqui. . ele me
ser por filho. No Antigo Testamento vemos textos que
falam em filho e que apontam para Cristo. No Salmo 2:7,
lemos: Tu s meu Filho, eu, hoje, te gerei. Isso se refere
a Cristo. O mesmo texto citado em Hebreus quando
tambm se refere a Cristo.
Lucas 1: 32-33
No Novo Testamento, em Lucas 1, vemos a profecia acerca de Cristo. Ele estabelecer o reino: Este ser grande e
ser chamado Filho do Altssimo; Deus, o Senhor, lhe dar
o trono de Davi, seu pai; ele reinar para sempre sobre a
casa de Jac, e o seu reinado no ter fim (Lc 1:32-33).
Ele estabelecer um reino que ser eterno e se assentar
no trono de Davi, seu pai. Perceba que esse filho que
chamado de Filho do Altssimo, aponta para Cristo
que aquele que chamado de filho de Davi. Seu reino
ser eterno! No seu fundamento o templo tem uma realidade fsica, mas passa a ter um sentido especial den-
O TEMPLO EM AGEU 2:9
O texto de Ageu 2:9 importante. Porm, antes devemos
ver algo ainda mais importante. Qual foi a base de Davi
para construir o templo? Ele pensou: Eu vivo em uma casa
to boa e rica, ento devo fazer uma casa tambm boa e
rica para Deus. Uma habitao para o Senhor. Mas temos
um argumento contrrio descrito em Ageu 1:2-4 Assim
fala o SENHOR dos Exrcitos: Este povo diz: No veio ainda
o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada. Veio, pois, a palavra do SENHOR, por intermdio do
profeta Ageu, dizendo: Acaso, tempo de habitardes vs em
casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em runas?. Davi (como Ageu) tinha um pensamento contrrio
ao do povo. O povo estava cuidando de suas casas e deixando a casa de Deus de lado. Mas a nfase era apenas na
construo de uma casa? Qual era a nfase? A suntuosidade do templo! Vemos isso no captulo 2:9: A glria desta
ltima casa ser maior do que a da primeira, diz o SENHOR
dos Exrcitos; e, neste lugar, darei a paz, diz o SENHOR dos
Exrcitos. Segundo este texto a glria do segundo templo
seria maior do que a do primeiro templo. Qual foi a primeira casa? O templo que Salomo construiu. E a segunda
casa? O templo que foi reconstrudo depois da destruio dos babilnicos, aps o retorno do cativeiro.
O TEMPLO EM ESDRAS 3:10-12
Este texto fala do lanamento dos alicerces do segundo
templo.
Precisamos fazer uma digresso aqui para melhor
entendimento. Em Esdras 3:10-12 vemos o lanamento
dos alicerces do segundo templo:
O TEMPLO EM DANIEL 9: 24-27
Setenta semanas esto determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgresso, para
dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a
justia eterna, para selar a viso e a profecia e para ungir o
Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a sada da ordem
para restaurar e para edificar Jerusalm, at ao Ungido, ao
Prncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praas
e as circunvalaes se reedificaro, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas, ser morto o Ungido
e j no estar; e o povo de um prncipe que h de vir destruir a cidade e o santurio, e o seu fim ser num dilvio, e at
ao fim haver guerra; desolaes so determinadas. Ele far
firme aliana com muitos, por uma semana; na metade da semana, far cessar o sacrifcio e a oferta de manjares; sobre a
asa das abominaes vir o assolador, at que a destruio,
que est determinada, se derrame sobre ele.
Considerando ainda a reconstruo do templo, agora como recebedor da profecia, Daniel tambm trar luz
para este entendimento. Nossa inteno no discutir a
questo das 70 semanas de Daniel. Vamos pegar o fluxo
do texto sem entrar na discusso das semanas.
Daniel estava preocupado e questionando sobre a
restaurao de Israel. E quando lemos Jeremias, espe-
cialmente, entendemos que estava prxima a restaurao de Israel. Daniel, ento, se dirige a Deus em orao e
Deus manda a resposta atravs do anjo. A resposta vem
junto com um conceito importante. Dentro da fala do
anjo ao profeta, percebemos que a ideia de uma cidade
e do templo vai minguando. Qual era a grande preocupao de Daniel se no a reconstruo de Jerusalm. Ele
pergunta exatamente isso. E a reconstruo de Jerusalm envolve a reconstruo do templo e de toda a estrutura de Israel. Quando o profeta pede entendimento a
Deus, sua resposta diz respeito no s ao momento em
que isso acontecer, mas tambm para onde a cidade e o
templo apontam. A pergunta de Daniel estava relacionada ao aspecto fsico da terra e do templo, mas a resposta
do anjo diz respeito a um aspecto bem maior e superior,
alm da cidade e do templo no seu carter fsico.
No versculo 26 ele diz que Depois das sessenta e
duas semanas, ser morto o Ungido e j no estar; e o
povo de um prncipe que h de vir destruir a cidade e o
santurio. Veja que haver destruio da cidade e do
templo. Continua: e o seu fim ser num dilvio, e at ao
fim haver guerra; desolaes so determinadas. No v. 27
vemos que agora, depois do templo destrudo, no haver mais sacrifcio: Ele far firme aliana com muitos, por
uma semana; na metade da semana far cessar o sacrifcio
e a oferta de manjares; sobre a asa das abominaes vir
o assolador, at que a destruio, que est determinada,
se derrame sobre ele. Vejamos que na metade da semana far cessar o sacrifcio. O Messias far firme aliana
com muitos e nessa aliana que ele faz com seu povo,
com muitos (e no com todos), que a redeno de todos os eleitos da terra, e quando a destruio do templo
acontece, logo depois no haver mais necessidade de
sacrifcios. Ento se encerra o texto. O sacrifcio no se
faz mais necessrio. O templo agora desnecessrio e o
sentido da existncia de uma cidade santa desaparece.
Quando chega o mediador do pacto naturalmente
encerra-se o sacrifcio. Vemos luz do entendimento da
revelao, que o pacto estabelecido com Davi est atrelado ao tabernculo 2 Samuel 2:7. O templo o aspecto fixo do tabernculo que era mvel. Por isso ao se
falar do templo falamos do tabernculo no h como
se separar. H uma unidade nesse pensamento. Isso vai
ganhando luz conceitual de tal forma que no fim da profecia, quando chega aquele que faz o pacto, a cidade e o
templo destrudos no so mais necessrios. No haver
mais sacrifcios!
O TEMPLO NO NOVO TESTAMENTO
Em nenhum lugar do Novo Testamento vamos encontrar essa ideia de construo de um templo posterior
morte de Cristo. A igreja se reunia nas casas dos irmos
(Atos). No existe ordem apostlica nenhuma em direo ao princpio de se construir templos suntuosos. Por
que no havia este princpio? Devemos nos lembrar do
primeiro texto, onde se v que o templo era sinnimo de
povo e de Cristo, pois apontava para Salomo o filho de
Deus, apontava para casa que Deus edificaria a Davi que
era a sua descendncia.
Joo 2:18-19
No Evangelho de Joo 2:18-19, lemos: Perguntaram-lhe,
pois, os judeus: Que sinal nos mostras, para fazeres estas
coisas? Jesus lhes respondeu: Destru este santurio, e em
trs dias o reconstruirei. O contexto do templo de Herodes, o templo reconstrudo que foi melhorado antes do
nascimento de Cristo. Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santurio, e tu, em trs dias,
o levantars? Ele, porm, se referia ao santurio do seu
corpo (v. 20-21). Jesus estava identificando exatamente que o templo era ele. O Novo Testamento diz que
em Jesus, habita (katoike) corporalmente, toda a pleni-
1 Co 6:18-19
Lemos ainda no Novo Testamento, 1 Co 6:18-19: Fugi
da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o prprio corpo. Acaso, no sabeis que
o vosso corpo santurio do Esprito Santo, que est
em vs, o qual tendes da parte de Deus, e que no sois de
vs mesmos?. Nosso corpo templo do Esprito Santo.
Olhando para Antigo Testamento vemos que o templo
era a descendncia de Davi e que a casa era o Redentor,
o Filho de Davi, edificada e construda por ele. Salomo
era descendncia de Davi, assim como Cristo. No Novo
Testamento ningum identifica o sentido pleno da palavra templo. Jesus Cristo o templo e ns somos templo tambm. Essa identificao entre Cristo e a Igreja
uma identificao bblica clara. No h como separar Jesus da Igreja. Cristo o cabea da Igreja e ns (a Igreja)
somos corpo.
No h distino na relao entre o Servo e o povo.
Jesus morreu por seu povo. No podemos separar Cristo da Igreja, pois Cristo seu cabea. Mas o templo somos ns tambm porque em ns habita o Esprito Santo
de Deus, mas no na sua plenitude como acontece com
Cristo que o prprio Deus. Por isso somos o templo e
tambm Cristo o templo. Assim, no h mais necessidade de templo fsico para Deus habitar.
A RELAO DO NT COM O VT
No Velho Testamento podemos ver alguns versculos
importantes.
Isaas 42:1
Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido,
em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu
Esprito, e ele promulgar o direito para os gentios. Quem
o servo aqui? um povo ou uma pessoa? uma pessoa! O texto se refere pessoa de Cristo.
Isaas 44:1
Agora, pois, ouve, Jac, servo meu, Israel, a quem escolhi. Quem o servo aqui? Um povo ou uma pessoa? O
povo de Israel!
Isaas 49:3
e me disse: Tu s o meu servo, s Israel, por quem hei de
ser glorificado. O servo aqui o povo de Israel.
Isaas 52: 13
Eis que o meu Servo proceder com prudncia; ser exaltado e elevado e ser mui sublime. Como pasmaram muitos vista dele (pois o seu aspecto estava mui desfigurado,
Isaas 53
Jesus apresentado como servo sofredor que morreu pelo
seu povo (v. 6): Todos ns andvamos desgarrados como
ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR
fez cair sobre ele a iniquidade de ns todos. Aqui o servo
est identificado com aquele por quem ele morreu. Deus
fez cair a iniquidade de todos os eleitos sobre Cristo. Vemos que em um momento o servo Cristo e em outro ele
Israel. Os judeus interpretando o servo sofredor do texto
de Isaas 53 entendem que Israel. Mas o problema srio
que eles tm dizer quando Israel no seu sofrimento levou
sobre si o pecado de algum. Este o grande problema do
texto para eles. Mas o fato que Jesus o SERVO! Ele levou
sobre Si o pecado do seu povo.
Identificamos que Cristo morre por seu povo. Cristo
e seu povo esto unidos! Por isso, no entendimento do
Antigo Testamento, templo a casa de Davi construda
pelo FILHO de Davi. O apstolo Paulo, no Novo Testamento, diz que Jesus Cristo o templo. Em outras palavras, Paulo diz Igreja: Vs sois o templo do Esprito
Santo.
A sombra cessou. Cristo chegou. Sabemos o que fazer agora com a ideia da construo de um templo.
APLICAES
(1) Percebemos que quando Paulo escreve aos crentes da
Igreja de Corinto sobre a igreja como templo, santurio do Esprito, ele o faz no contexto da santidade. Isto ,
vocs no devem entregar seus corpos imoralidade, pois
so o templo do Senhor. A santidade relacionada com a
ideia do templo fsico. No templo ningum adentrava no
santo dos santos, no lugar santssimo, porque morreria. Havia limites para seu acesso ao santo lugar, pois a santidade
de Deus ali era revelada Deus estava presente. Quando
cremos no Senhor, o Pai e o Filho, pelo Esprito Santo, vm
habitar em ns. Cristo habita em ns pelo Esprito. Ele o
selo da nossa salvao. Ns somos o templo do Senhor, a
Igreja a habitao de Deus. Por isso a ideia de santidade
no mais relacionada ao lugar fsico, mas onde Deus habita. Deus no habita nos limites fsicos do edifcio de qualquer igreja. Deus habita no corao do crente e, por isso,
est no meio da Igreja. A santidade tem de ser particular,
individual, mas como povo de Deus ela essencialmente
corporativa e dessa forma somos o templo do Esprito Santo.
A ideia de uma santidade externa cessou, a santidade
do corao, daquele que chamado de templo do Senhor.
A Confisso de F, quando se refere ao pacto, diz no
captulo VII, seo VI: Sob o Evangelho, quando Cristo,
(2) Temos de ter o entendimento do processo revelacional. Quanto mais distante de Cristo, historicamente,
mais necessrio se tornam as sombras e os tipos e smbolos. Quanto mais perto de Cristo, menor a necessidade
de sombras e tipos. Quando Cristo chega, as sombras se
dissipam. Isso muito importante. O templo de Salomo
era maior ou menor do que o templo reconstrudo no
final do cativeiro? O templo de Salomo era maior. Mais
distante de Cristo, maior a sua estrutura fsica, maior o
smbolo, maior a suntuosidade, maior a beleza externa,
maior a pompa, os grandes corais, as extraordinrias
prticas litrgicas, as trombetas, etc. Quanto mais distante de Cristo, mais necessrias se faziam estas coisas.
No entanto, quanto mais perto de Cristo, o templo reconstrudo foi menor, mas a sua glria era maior, disse o profeta. Por que era maior? Porque historicamente
Cristo estava mais prximo do que na poca de Salomo.
Quando Cristo chega, o templo destrudo e ao terceiro
dia reconstrudo. Cristo chegou no h mais necessidade
desse templo, pois o templo a igreja, somos ns. Consequentemente cessaram as prticas daquele templo.
(3) No incio falamos sobre dois grupos. Um o grupo da criatividade e outro o do ritual, do simbolismo.
Muitos acham bonitas aquelas vestimentas sacerdotais,
o cajado, ou seja, todo o aparato simblico de algumas
igrejas. Outros admiram as prticas criativas na igreja,
fruto da inveno humana. Mas tudo isso apenas sombra. Para que a sombra se a luz j se manifestou? No h
mais santidade externa. Hoje, o ambiente dos templos
locais no mais santo do que o ambiente fora deles.
Pensar diferente pensar segundo a ideia do Velho Testamento com seus simbolismos. Por isso no h nenhum
problema se o pastor fizer um culto debaixo de uma rvore. Poderia ser no mximo imprudente, pois seria deixar um local apropriado para abrigar o povo do sol ou da
chuva. O templo acomoda e protege os irmos e mais
apropriado para uma reunio. Mas um lugar no mais
santo do que outro. E se pensarmos que dentro do templo mais santo do que fora dele voltaremos s sombras
e Cristo ainda no chegou. No estamos dizendo que no
deve haver reverncia no templo durante o culto solene,
quando o povo de Deus est reunido adorando a Deus.
Pelo contrrio, este princpio da reverncia permanece
em todo tempo. Quando adoramos a Deus, entramos em
sua presena de uma forma especial. Mas, a beleza do
templo algo circunstancial. Podemos ter ou no um
plpito para falar. E o plpito pode ser de qualquer tipo.
Mas temos de ser prudentes quando vamos usar o pl-
pito e o que vamos dizer dele. Ele pode faltar, verdade, mas nunca deve haver falta de Bblia para lermos e
expormos a Palavra de Deus. Muitos acham que o local
onde nos reunimos no pode ser usado em determinada
circunstncia para outra coisa que no seja culto. Isso
voltar s sombras, isso superstio. Muitos acham que
Deus ouve melhor nossas oraes quando elas so feitas
no templo. Temos de vir orar de forma corporativa, verdade, mas no pensemos que Deus nos ouve melhor no
templo porque l um lugar mais santo. No temos que
fazer peregrinao a nenhum templo. Muitos no entendem que estas coisas so semelhantes ideia do templo
no Velho Testamento em relao ao Novo Testamento.
Os aspectos externos foram abolidos. No queremos dizer que hoje o culto pode ser menos reverente. Nossa
adorao corporativa, dentro ou fora de um templo, deve
ser solene, reverente, temente a Deus, porque estamos
diante do Deus todo poderoso. Mas os simbolismos todos acabaram.
(4) Temos hoje templos carssimos e, para mant-los, usamos talvez a metade da contribuio dos irmos
em detrimento da ajuda aos mais pobres da igreja que
passam necessidades por esta causa. No estamos cuidando verdadeiramente do templo do Senhor, que somos ns. No estamos cuidando do rebanho, do corpo
de Cristo, do santurio do Esprito Santo. Muitas igrejas
tm muitos funcionrios e que se transformam em cabide de emprego. So verdadeiras empresas onde se negligencia o alimento para o povo. Jesus disse certa vez:
Jeitosamente burlam a lei. Muitos buscam argumentos
os mais variados para justificar suas prticas no bblicas e para voltarem s sombras. Neste ponto os pobres
so negligenciados em detrimento da beleza fsica do
templo. Tudo tem que ser voltado para o Cristo e seu
corpo. Essa a essncia do entendimento do templo.
No vamos negligenciar o conforto, as acomodaes, a
organizao e a administrao do templo, mas o princpio de que no devemos atribuir santidade a um lugar
fsico. Se assim o fizermos seremos Catlicos Romanos e
supersticiosos. Seria um retorno s sombras.
A terra santa onde Deus est. No existe santidade
inerente a alguma coisa que foi construda. Muitos dizem
que Israel terra santa. Esta expresso s aparece duas vezes na Bblia, em xodo e Zacarias. Em xodo refere-se ao
deserto de Midi e no a Israel. Quando Moiss est nesta
regio, v uma sara ardente e uma voz que lhe fala: Tira
as sandlias dos ps porque a terra em que pisas terra santa. Era terra santa porque Deus queria mostra a Moiss
que o Deus Santo estava presente ali, e no porque havia
algo inerente na terra que a fazia mais santa.
Criatividade! Ora, se as sombras e os smbolos foram dissipados porque a plena luz chegou, e quando ela chega,
Cristo, ele mesmo, nos diz quais so as duas nicas figuras,
quais as duas nicas imagens que podemos ter no culto:
(1) A GUA do batismo e (2) os elementos da Santa Ceia
PO e VINHO. Cristo foi quem instituiu essas figuras,
ordem dele. Toda e qualquer imagem que usemos no culto
contra a vontade de Deus. Porque agora o Senhor conhecido por meio da pregao da Palavra.
Mais bem-aventurados so aqueles que no viram
e creram. O princpio que se estabelece nesse processo
revelacional o do culto simples, mas nem por isso com
menor glria, ao contrrio. O profeta disse que o segundo templo era menor do que o primeiro de Salomo, mas
era maior em glria. Imaginemos agora quando nem
o templo referido por Ageu pode se aproximar glria
daquele para quem a templo apontava: Jesus Cristo. Ele
est no nosso meio. Por isso nos achegamos a ele com
temor e tremor porque Deus fogo consumidor.
O estudo do templo nos ajuda a compreender de
forma muito didtica este tema. Outros elementos poderiam ser estudados aqui, como a circunciso, a pscoa,
e que tambm necessitam passar por um melhor entendimento hoje.
Temos de recorrer Escritura para formularmos os
conceitos certos para o bem da prpria igreja e no venhamos a cair nos mesmos erros daqueles que hoje le-
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