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Cartilha Plantas Medicinais

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Cartilha

Plantas Medicinais

Fortaleza, Dezembro de 2009


Cartilha
Plantas Medicinais

Diretor-presidente do
Instituto Agropolos
Marcelo Souza Pinheiro

Elaboração
Silas Barros de Alencar
José Nelson Santiago Sombra

Ilustrações
Macloude Ferreira

Diagramação e Arte Final


Ernani Fontenele

Instituto Agropolos do Ceará


Rua Barão de Aratanha, 1450 - CEP: 60.050-171 - José Bonifácio
Fortaleza - Ceará - Brasil
Email: institutoagropolos@institutoagropolos.org.br
Site: www.institutoagropolos.org.br
Fone: 55 (85) 3101.1670 / Fax: 55 (85) 3101.1679
Apresentação
É cada vez maior o interesse sobre plantas medicinais e
suas possíveis aplicações terapêuticas. O repertório de plantas
usadas tradicionalmente é rico, predominando as formulações
vegetais sobre os remédios de origem mineral e animal, também
muito difundidos nas práticas da medicina popular brasileira.

A medicina popular e o conhecimento específico sobre o


uso de plantas é o resultado de uma série de influências culturais,
como a dos colonizadores europeus, dos indígenas e dos africanos.
Os descobrimentos e a conquista de novas terras por parte dos
colonizadores tiveram diversas consequências. Uma delas, talvez
a mais notável, tenha sido o fato de que muitas plantas hoje
empregadas na medicina popular foram introduzidas no início da
colonização do Brasil.

A edição desta cartilha é um produto do Projeto Plantas


Medicinais. Sua finalidade é de auxiliar as comunidades que
cultivam plantas medicinais, com vistas, em seu uso correto, em
prol de sua comunidade e, também, em seu próprio benefício.

As informações nela encontradas contemplam ensinamentos


sobre as propriedades e usos dessas plantas descritas no livro
“Farmácias Vivas” elaborado pelo Projeto Farmácias Vivas, da
Universidade Federal do Ceará (UFC).

Silas Barros de Alencar


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MEDIDAS PRÁTICAS (APROXIMADAS)
QUE PODERÃO AJUDAR VOCÊ

Equivalência em ml das medidas práticas caseiras usuais.

TIPOS DE MEDIDAS EQUIVALÊNCIA


1 copo de vidro comum (tipo americano) 150ml
1 xícara de chá (grande) 150ml
1 xícara de chá (pequena) 50ml
1 colher de sopa (= 50 gotas) 10ml
1 colher de sobremesa (= 40 gotas) 8ml
1 colher de chá (= 20 gotas) 4ml
1 colher de café (= 10 gotas) 2ml
* FONTE: MATOS,1998.

CONSIDERAÇÕES SOBRE
ALGUMAS PLANTAS

Alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.)

ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS:


• Parte Usada: Folha;
• Constituintes Químicos: Tem 4,5% de óleo essencial timol;
• Tem ação: antimicrobiana contra fungos e bactérias;

MODO DE USAR:

A tintura caseira é preparada enchendo-se um frasco com folhas


pondo-se em seguida álcool até a metade e água até enchê-lo.
Filtrar depois de 3 dias. Conserva-se até 6 meses.
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Babosa (Aloe vera L.)

ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS:


• Parte Usada: Folhas e o sumo fresco ou dessecado, a resina;
• Constituintes Químicos: O da mucilagem que escorre das
folhas são a aloína, tem ação purgativa, e o aloeferon, que
é cicatrizante.

MODO DE USAR:

• Alcoolatura: É preparada por trituração das folhas


descascadas (50g) com meio litro de uma mistura de álcool
e água e coada em pano; é usada em massagens nas contusões,
entorse e dores reumáticas.
• Sumo: Tem uso tópico em ferimentos e queimaduras da pele.
• Resina: Preparada por secagem do sumo que escorre das
folhas; é usado como laxante na dose de 0,1 a 0,2g do pó
com água e açúcar.

Capim Santo (Cymbopogon citratus Stapf.)

ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS:


• Parte Usada: Folha.
• Constituintes Químicos: Produz óleo essencial rico em citral,
responsável pelo odor de limão.
• Tem ação: Calmante e antiespasmódico, o chá promove alívio
em pequenas crises de cólicas uterinas e intestinais;
é também bom para o tratamento de nervosismo e
intranqüilidade.

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MODO DE USAR:

Toma-se o chá preparado com 5-6g de folhas frescas, em


1 xícara de água fervente.

Chambá (Justicia pectoralis)

ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS:


• Parte Usada: Toda parte aérea.
• Constituintes Químicos: Contém cumarina, responsável pelo
odor durante a secagem ou fervura.
• Tem ação: Broncodilatador e antiinflamatório, útil no
tratamento das crises de asma, tosse, bronquite, chiado no
peito e respiração difícil.

MODO DE USAR:

Usar na forma de chá ou de xarope, puro ou misturado com malva-


do-reino.

Colônia (Alpinia zerumbet)

ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS:


• Parte Usada: Folha.
• Constituintes Químicos: Óleo essencial, mas ainda não
conhecido seu princípio ativo.
• Tem ação: Anti-hipertensiva e levemente tranqüilizante.

MODO DE USAR:

Na forma de chá recém preparado, na proporção de 1 folha em um


litro d’água. Corta em pedaços e coloca-se sobre eles a água
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fervente e deixa esfriar. O chá deve ficar com uma cor amarelada,
colocar na geladeira e renovar a cada dia. Tomar diariamente e
deve-se sempre verificar a pressão arterial.

Erva cidreira (Lippia Alba)

ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS:


• Parte Usada: Folhas;

• Constituintes Químicos: Óleo essencial tipo 1(citral e


mirceno) ou tipo 2 (citral e limoneno), ou ainda tipo 3
(carvona e limoneno);

• Tem ação: Calmante e espasmolítica e também analgésica.

MODO DE USAR:

Chá (infuso) a partir da planta fresca nos casos de pequenas


cólicas uterinas e intestinais, bem como no tratamento de
nervosismo e estados de intranqüilidade.

Guaco (Mikania glomerata Spreng.)

ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS:


• Parte Usada: Folhas.

• Constituintes Químicos: Pouco conhecida quimicamente,


contém a cumarina.

• Tem ação: Broncodilatador útil no tratamento de asma


tosse, bronquite e chiado no peito.

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MODO DE USAR:

Chá ou xarope, puro ou misturado com malva-do-reino.

Hortelã-japonesa (Mentha arvensis L.)

ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS:


• Parte Usada: Folhas.
• Constituintes Químicos: Óleo rico em mentol (70%).
• Tem ação: Descongestionante nasal, coceira, irritação na
pele, náuseas e vômitos.

MODO DE USAR:

As folhas podem ser usadas frescas ou secas, na forma de chá,


tintura ou como inalante. Prepara-se o chá com 4 a 6g de folhas
frescas em 150ml de água fervente. A tintura com 20g de folhas
secas ou 60g folhas frescas em 100ml de álcool.

Hortelã-rasteira (Mentha X villosa Huds.)

ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS:


• Parte Usada: Folhas.
• Constituintes Químicos: Óleo rico em óxido de piperitenona;
• Tem ação: Antiparasitária muito eficaz no tratamento das
infestações intestinais por ameba e giárdia e vaginais por
tricomonas tem altos índices de cura.

MODO DE USAR:

As folhas podem ser usadas em pó preparado depois de secas,


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ou na forma de tintura. Usa-se o pó na dose de meia colherinha


das de café 3x dia, durante 5 dias. Tintura a 20%, na dose de
40 gotas 3x dia. As folhas frescas podem ser comidas ou batidas
com suco de frutas, em dose de 6 a 10 folhas, junto com as
refeições, durante 5 a 10 dias.

Malva-Santa (Plectranthus barbatus Andr.)

ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS:


• Parte Usada: Folhas de preferência frescas;

• Constituintes Químicos: São pouco conhecidos, mas sua


atividade farmacológica já está bem determinada. Faz
diminuir o volume e a acidez da secreção gástrica e tem
comprovada atividade antiúlcera.

• Tem ação: No controle da gastrite, dispepsia, azia, mal-


estar gástrico (estômago embrulhado), ressaca e como
amargo estimulante da digestão.

MODO DE USAR:

As folhas frescas, o chá ou o extrato aquoso. No caso da folha


fresca, usa-se uma folha por vez, até seis folha por dia, sugadas
lentamente. O extrato é tomado na dose de 40 gotas na hora do
incômodo, ou até três vezes ao dia. O chá é preparado com
folhas adultas, usando-se 4 a 6g das folhas frescas, ou 1 a 3
folhas secas, em uma xícara de água fervente.

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Malva-do-Reino (Plectranthus amboinicus (Lour.)
Spreng.)

ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS:


• Parte Usada: Folhas de preferência frescas.
• Constituintes Químicos: Contém um suco mucilaginoso que
protege a mucosa e um óleo essencial rico em Timol, que
age como antimicrobiano.
• Tem ação: Anti-séptico bucal, demulcente e balsâmico muito
útil no tratamento da rouquidão, de inflamações da boca e
da garganta, tosse e bronquite.

MODO DE USAR:

Usa-se o xarope (lambedor), balas e, também, as folhas inteiras.


As folhas podem sem sugadas lentamente com açúcar ou mel.
Toma-se o xarope na dose; uma a duas colheres de sopa por dia.
As balas ou as folhas podem ser usadas uma a uma, até seis por
dia.

DICAS DE SAÚDE PARA VOCÊ

OS PRINCIPAIS CUIDADOS NA HORA DE USAR

• Utilize somente plantas medicinais conhecidas.


• Procure conhecer a parte da planta que serve como remédio.
• Não colete plantas medicinais das margens de estradas,
rios, córregos poluídos, esgotos e rampa de lixo.
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• Procure conhecer o modo de preparar as plantas utilizadas


como remédio (infusão, cozimento...).
• Lembre-se de que as plantas medicinais, mesmo quando
indicadas corretamente, podem provocar efeitos
indesejáveis ao organismo, se forem tomadas em grandes
quantidades e muito concentradas.
• O tempo de tratamento varia de acordo com a doença e
com a reação do organismo ao tratamento.
• Os chás, quando indicados para problemas digestivos, devem
ser tomados frios e sem açúcar.
• Os chás, quando indicados para gripe, bronquite e febre,
devem ser tomados ainda quentes.
• Evite chás para crianças que estejam em aleitamento
materno até os 6 meses de idade.

TEM PLANTA QUE FAZ BEM.


TEM PLANTA QUE FAZ MAL.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRAGA, P. E. T. Farmácia viva: Caderno Tecnológico, Nº 06, 1996.

MATOS, F.J.A. Farmácias vivas. Fortaleza: UFC, 1998.

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