A Ideia de Ciclo Na Análise de Políticas Públicas
A Ideia de Ciclo Na Análise de Políticas Públicas
A Ideia de Ciclo Na Análise de Políticas Públicas
POR
FELIPE CAVALCANTI
ATUALIZADO EM 27 DE AGOSTO DE 2011PUBLICADO EM: A IDEIA DE CICLO DA POLTICA
1930/40 uma abordagem que unificava reas de conhecimento (sociologia, psicologia, administrao,
cincia poltica e outras) para estudar os problemas pblicos e a poltica. Tambm possvel reconhecer
a contribuio do trabalho de Herbert A. Simon, publicado em 1947, no qual aplica sua teoria sobre
escolha humana e tomada de decises administrativas para especificar os problemas organizacionais,
definindo trs distintas fases neste processo: inteligncia, desenho e escolha.
Em 1951, em livro coeditado com Daniel Lerner The Policy Sciences [2] Lasswell props uma
simplificao e diviso do processo de construo e desenvolvimento da poltica pblica em sete
estgios, circunscritos ao mbito governamental, a saber: informao, promoo, prescrio, invocao,
aplicao, trmino e avaliao [3].
Tal proposta entendia a construo das polticas governamentais a partir de uma lgica simples e linear e
passou por vrias crticas. Uma delas, interna ao campo da anlise poltica em desenvolvimento, mas que
tambm pode ser atribuda prpria concepo de poltica adotada no mbito governamental[4], foi
manter a anlise restrita a este mbito, como se toda a poltica pblica se constitusse dentro dos limites
do aparelho estatal (PARSONS, 1995).
Ainda nos anos 1950, Charles Lindblom, outro importante precursor no campo da anlise de poltica, foi
um crtico agudo do modelo proposto por Lasswell, acusando-o de demasiadamente racional, rejeitando
a ideia de pensar a poltica como se esta fosse um processo meramente administrativo e funcional,
dividido em etapas estanques. Lindblom questionou a utilidade deste modelo e props uma anlise que
levasse em considerao o poder e a interao entre as fases. Com isso, destacou que o processo
poltico e decisrio um processo interativo e complexo, sem incio ou fim (LINDBLOM, 1959).
Em 1974, novas crticas foram feitas ao modelo proposto por Lasswell, desta vez por Gary Brewer, que
alertava para o fato de que as polticas no possuam um ciclo definido ou linear, ocorrendo modificaes
em seu curso. Brewer introduziu a noo de poltica pblica como um ciclo contnuo e props uma nova
fase neste ciclo, prvia ao debate governamental, que denominou de fase de reconhecimento do
problema. Assim, decomps o processo decisrio em seis etapas inveno, estimativa, seleo,
implementao, avaliao e trmino e incrementou o modelo de anlise proposto por Lasswell, sem
romper com a lgica de anlise que se estabelecia.
Assim como Brewer, muitos outros analistas da poltica partiram das etapas propostas por Lasswell para
desenvolver seus estudos, trazendo contribuies e sugerindo novos modelos. O quadro 1 aponta as
principais caractersticas de alguns destes modelos, trazendo questes relativas ao funcionamento da
mquina estatal (o que o governo faz). O ponto de partida para estes modelos foi a identificao das
caractersticas das agncias pblicas fazedoras da poltica; dos atores participantes desse processo de
fazer polticas; das interrelaes entre agncias e atores; e das variveis externas que influenciam esse
processo [5] (VIANA, 1997).
Os estudos de situaes concretas fundamentavam as crticas aos modelos anteriores e ressaltavam a
importncia de se reconhecer um padro distinto na construo e implementao das polticas, indicando
prevalecer a troca, a negociao e barganha, o dissenso e a contradio quanto aos objetivos; mostrando
que em cada fase, apesar de suas particularidades, ocorriam novas decises polticas. Buscava-se,
ento, ressaltar que o ciclo da poltica era um processo com inmeros momentos de reformulao e no
um mecanismo operativo perfeito. Mas, a ideia de fases e de um ciclo na poltica ainda se mantinha, no
havendo teoria ou modelo que questionasse este modo de entendimento.
Estudos
Fases definidas
HA Simon
Administrative
Behaviour, 1947
HD Lasswell The
Policy Orientation, 1951
R Rose Comparing
public policy, 1973
W Jenkins Policy
Analysis: a political and
organizational
perspective, 1978
Nos anos 1990, Howlett e Ramesh condensaram as fases do processo da poltica pblica em cinco
etapas, apresentando o que denominaram Improved model: (1) montagem da agenda; (2) formulao da
poltica; (3) tomada de deciso; (4) implementao e (5) avaliao. Neste modelo, prevalece a ideia de
que uma poltica se inicia a partir da percepo de problemas, passa por um processo de formulao de
propostas e deciso, segue sendo implementada, para enfim ser avaliada e dar incio a um novo processo
de reconhecimento de problemas e formulao de poltica. Esta a ideia de ciclo da poltica que at os
dias atuais bastante divulgada e trabalhada nos estudos de poltica, representada na Figura 1.
A ideia de ciclo da poltica talvez seja a perspectiva mais corrente e compartilhada nos estudos atuais de
poltica, com grande parte dos estudos fazendo uma anlise por momentos ou fases do processo poltico.
Apesar das crticas ao modelo (carter funcionalista, racional e que tenta manter o controle sobre o
processo poltico), este persiste no debate acadmico como referncia.
Mas quais so as vantagens e desvantagens da anlise da poltica por fases?
Talvez a principal contribuio da ideia do ciclo da poltica seja a possibilidade de percepo de que
existem diferentes momentos no processo de construo de uma poltica, apontando para a necessidade
de se reconhecer as especificidades de cada um destes momentos, possibilitando maior conhecimento e
interveno sobre o processo poltico.
J as desvantagens esto por conta da inevitvel fragmentao que a ideia de fases provoca em qualquer
anlise a ser empreendida. Por mais que haja um cuidado do analista em no isolar uma fase e seus
efeitos, h sempre o risco de trat-la de forma estanque. Alm disto, a aplicao deste(s) modelo(s)
carrega consigo o perigo de se imaginar que a poltica se comporta de forma previsvel. Imagina que
possvel fazer um estudo das polticas que seja neutro ou que abstraia totalmente das disputas e
intenes dos analistas. Ou seja, h dificuldade de se discutir as implicaes polticas na afirmao deste
ou daquele modelo. No entanto, esta uma questo que se apresenta para todo o campo de anlise da
poltica e no apenas para o uso especfico deste modelo.
Voltaremos a estas questes mais adiante. Neste momento parece-nos importante aprofundar um pouco
mais na noo de ciclo e fases da poltica a partir dos principais conceitos e caractersticas presentes em
cada fase, o que pode ajudar na reflexo sobre os limites e possibilidades deste referencial.
Destaca-se, aqui, o papel dos empreendedores de poltica (policy entrepreneurs) que, conforme o autor,
so indivduos que advogam por propostas de polticas e que esto dispostos a investir seus recursos
(tempo, energia, reputao e diversas vezes at dinheiro) para promover determinada posio em troca
de retornos futuros. Quando as janelas se abrem, os empreendedores de poltica encontram a
oportunidade de atrair a ateno para aqueles problemas com os quais esto envolvidos e apresentar
propostas de solues (Box 2).
importante considerar que, para Kingdon, os defensores de uma ao poltica mantm seus problemas
e propostas de solues mo, esperando que essas oportunidades ocorram, tendo em vista que a
janela de oportunidades, quando se abre, tem carter provisrio e no se mantm aberta por muito
tempo. A oportunidade de mudana na agenda cessa quando um dos fluxos desarticula-se com relao
aos demais, resume Capella (2006, p. 30).
Ao construir essa ideia e esses conceitos, Kingdon oferta para o campo da anlise de polticas alguns
recursos metodolgicos que podem auxiliar na compreenso dos elementos presentes no processo de
desenvolvimento de uma poltica. Fornece tambm recursos para auxiliar na compreenso de que a
excluso de assuntos da agenda governamental pode ocorrer, dentre outros motivos, em funo de uma
base de apoio insuficiente para manuteno do assunto na agenda; por polticas mal formuladas; por uma
poltica governamental elaborada deliberadamente para o enfraquecimento e extino daquele problema;
e da alterao da natureza do problema.
Contudo, os analistas de poltica advertem que embora se possa buscar entender as escolhas
polticas dos formuladores e autoridades, elas esto inseridas numa cultura poltica e social e
em condies socioeconmicas que interferem nas decises. Assim, ressaltam que dificilmente
todas as decises relevantes podem ser tomadas durante estas fases, isso porque muitas
decises envolvem conflitos, negociaes e compromissos com interesses antagnicos. Alm
disso, indicam que existem regras institucionais que limitam o raio de ao de quem toma as
Cabe tambm destacar que os estudos de implementao esto bastante bem inseridos na
lgica de subsidiar e orientar os governos no momento de formulao de suas polticas e na
tomada de deciso, o que uma forma de entender e divulgar a produo de conhecimento.
Outros estudos podem se voltar mais a explicar as razes e motivos que mobilizam governos
na orientao de suas polticas.
Avaliao de polticas
A ltima fase do ciclo da poltica a avaliao, que tem sido amplamente debatida na literatura
pelas distintas concepes atribudas prpria ideia de avaliao, bem como pelos diversos
caminhos metodolgicos traados, em funo daquilo que est sendo avaliado e dos objetivos
que se pretende alcanar.
Embora a avaliao seja apontada no ciclo da poltica como uma fase especfica, ela tem sido
utilizada, dentro dos modelos que adotam esta perspectiva, como um instrumento voltado para
subsidiar a tomada de decises nos mais variados momentos que ocorrem ao longo das
diversas fases do ciclo. Desta forma, no se restringe avaliao de resultados da poltica e
nem etapa final do processo.
Isso torna relevante destacar e compreender algumas caractersticas das avaliaes que
definem sua classificao e implicam distintas abordagens avaliativas, com diferentes
instrumentos, recursos e tempos de operao.
Antes de classificar os tipos de avaliaes, porm, convm diferenciar a avaliao normativa da
pesquisa avaliativa. Considera-se que a avaliao pode ser resultado direto da aplicao de
critrios e normas bem definidos ou ser elaborada a partir de um procedimento cientfico,
caracterizando-se como uma pesquisa. Neste ltimo caso, para Contandriopoulos et al. (1997),
so analisadas tambm a pertinncia, os fundamentos tericos e as relaes existentes entre a
interveno e o contexto no qual ela se situa.
Neste sentido, Aguilar e Ander-Egg (1994) definem avaliao como uma forma de pesquisa
social aplicada: sistemtica, planejada e dirigida; destinada a identificar, obter e proporcionar,
de maneira vlida e confivel, dados e informaes suficientes e relevantes para apoiar um
juzo sobre o mrito e o valor de diferentes componentes de um programa (tanto na fase de
diagnstico, programao e execuo) ou de um conjunto de atividades especficas que se
realizam, foram realizadas ou se realizaro [11]. O momento do ciclo da poltica ao qual a
avaliao se remete um elemento determinante dos diferentes tipos de avaliao, nas
diversas classificaes existentes. Uma das tipologias utilizadas a distino entre
avaliaes ex-ante e ex-post.
As avaliaes ex-ante consistem no levantamento das necessidades e estudos de
factibilidade que iro orientar a formulao e a tomada de decises para uma poltica.
Denominadas por Draibe (2001) como avaliaes-diagnstico, atendem a um ou dois dos
seguintes objetivos:
fixar um ponto de partida que permita comparaes futuras (linha de base ou tempo
zero).
Ciclo da poltica
Classificaes
Avaliao ex-ante
Formao/Formula
o
X
X
Anlise de Polticas
Pblicas
X
X
X
Avaliao de Polticas
Pblicas
Formativa
Somativa
Avaliao de resultados
Avaliao Poltica
Avaliao ex-post
Avaliao de processo
Implementa
o
X
X
X
Contudo, importante destacar que o tipo de avaliao determinado pelos objetivos e questes
colocadas em relao s polticas. Eis aqui alguns exemplos de perguntas disparadoras de estudos de
avaliao, que completam o Quadro 3:
Quadro 3 As fases das polticas e as questes que se apresentam na anlise de cada fase.
Fases da Poltica
Reconhecimento do
problema montagem da
agenda
Formulao da
poltica/Tomada de deciso
Implementao
Avaliao
recursos previstos foram empregados?
tcnico (que se respalda num dado modelo de cincia) como algo que pode e deve se sobrepor aos
processos de negociao na construo de uma poltica.
Este nos parece um ponto importante a ser debatido, especialmente porque ao adotarmos uma viso de
conhecimento que busca potencializar o que cada sujeito carrega consigo e que traz como contribuio
para o debate no mbito da poltica, potencializando a troca e negociao entre as partes, no
consideramos existir um conhecimento melhor ou superior que se afirme frente aos demais. Ou seja, ao
atribuir anlise das fases a pretenso de entender e direcionar os rumos da poltica poder-se-ia incorrer
no erro de no se perceber o jogo de poder e disputa que perpassa toda e qualquer poltica e de se
atribuir ao analista o papel de detentor de uma verdade e de orientador da boa poltica.
Nesse sentido, a delimitao das fases pode ser um fator crtico limitador da anlise, especialmente se
no h uma compreenso da forma como cada contexto constitui sua poltica e dos arranjos e processos
polticos de disputa em cada mbito. Um exemplo que talvez ajude a explicitar o limite desta abordagem
quando se prope um estudo de implementao sem considerar que mesmo na implementao h
formulao, ou quando se imagina que, para que se possa estudar uma determinada fase, tenha que se
abarcar todo o conjunto de questes que se apresentam naquele momento da poltica, sem atentar para
as questes que esto presentes no campo em anlise, adotando-se um modelo de anlise a priori, um
deve ser da poltica que ir se repetir em todos os contextos.
No caso brasileiro, a configurao de um sistema poltico federativo traz ainda algumas complicaes a
mais em anlises desta natureza. Como falar de implementao de polticas nacionais quando estados e
municpios exercem ou so chamados a exercer sua autonomia local? O que precisa ser considerado nas
trajetrias dos diferentes mbitos institucionais da poltica de sade para a anlise das polticas em
curso?
Por todas estas questes, a ideia de um ciclo da poltica com fases delimitadas parece funcionar muito
mais como um artifcio para o controle e definio de polticas que subsidiem a tomada de deciso do que
para anlises crticas dos processos polticos em curso. Na perspectiva crtica do processo poltico,
importa saber em que contextos se inserem as polticas (as especificidades) e o arranjo que se constitui
em cada caso, de modo a possibilitar anlises que reflitam o debate poltico em questo e que no so
simples reprodues de modelos polticos racionais e universais.
Assim, ainda que no campo de anlise de polticas a ideia de ciclo e fases sirva como um recurso
metodolgico preciso atentar para o uso que se far deste recurso, que pode em ltima medida
prejudicar a anlise proposta.
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Leituras recomendadas:
Arretche, M. T. S. Tendncias no estudo sobre avaliao. In: Rico, Elizabeth M. (org.) Avaliao de
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______. Enfoques metodolgicos em polticas pblicas: novos referenciais para estudos sobre polticas.
In: Canesqui, A. M. Cincias Sociais e Sade. So Paulo: Hucitec, 1997.
Exemplos de estudos que se utilizaram do referencial de ciclo da poltica:
Capella A. C. N. O processo de agenda-setting na reforma da administrao pblica (1995-2002). Tese de
Doutorado apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Cincias Sociais da Universidade Federal de
So Carlos, UFSCar, 2004. Link para o texto
completo: http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1076
Caldas A. Vigilncia Alimentar e Nutricional para os povos indgenas no Brasil: anlise da construo de
uma poltica pblica em sade. Dissertao de Mestrado apresentada ao Programa de Epidemiologia e
Sade Pblica da Escola Nacional de Sade Pblica, ENSP/Fiocruz, 2010.
Contarato, P.C. Poltica Nacional e Contexto Local: uma anlise da implementao da Poltica de Sade
Bucal no municpio de Vitria, Esprito Santo. Dissertao de Mestrado apresentada ao Programa de
Sade Pblica da Escola Nacional de Sade Pblica, ENSP/Fiocruz, 2011.
[[9]]Compem os critrios para ampliar as chances de uma alternativa/soluo ser considerada no
processo decisrio: viabilidade tcnica, valores compatveis com aqueles dos membros da comunidade
poltica, e capacidade de antecipar constrangimentos que a proposta ir enfrentar.[[9]]
Em dvida como citar este texto? Utilize a referncia abaixo
BAPTISTA, T. W. F.; REZENDE, M. A ideia de ciclo na anlise de polticas pblicas. In MATTOS, R. A.;
BAPTISTA, T. W. F. Caminhos para anlise das polticas de sade, 2011. p.138-172. Online: disponvel
emwww.ims.uerj.br/pesquisa/ccaps.
Voc pode baixar a verso em pdf clicando no link abaixo. Na verso em pdf as pginas do texto
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Capitulo 5 A ideia de ciclo na anlise de polticas de sade (pdf)
Notas de Rodap
(? returns to text)
1.
2.
Lasswell, Harold D. 1951b, The Policy Orientation. In: The Policy Sciences: Recent
Developments in Scope and Method, Daniel Lerner and Harold D. Lasswell (eds.). Stanford:
Stanford University Press.?
3.
Para uma descrio de cada estgio proposto por Lasswell ver tambm Brewer, 1974.?
4.
H nesta concepo de poltica uma pretenso de verdade, de descrio da poltica tal como
ela , como se existisse uma essncia da poltica. O campo em formao um campo que
busca se afirmar numa viso de cincia universal e que, por isso, busca constituir uma teoria
explicativa que d conta da realidade e dos aspectos que permeiam a poltica. Para a
discusso de poltica ver texto Sobre Poltica e tambm a Introduo ao material. A questo
central : usamos o modelo para dizer o que uma poltica e explica-la ou usamos como
ferramentas para entender como se faz a poltica, podendo usufruir desta ou de outra
ferramenta??
5.
Viana (1997) ressalta que uma preocupao desse campo terico explicitada s vezes de
forma direta por alguns autores apreender, com base nesses estudos empricos sobre
polticas pblicas (isto , sobre o que o governo faz), um maior conhecimento a respeito das
caractersticas mais gerais dos sistemas polticos e das relaes que se estabelecem entre
polticas pblicas e poltica, de um lado, e entre governo e sociedade, de outro.?
6.
Neste texto adotaremos a denominao das fases sintetizadas por Howlett e Ramesh, com a
contribuio de outros autores e seus modelos no dilogo com a ideia de ciclo.?
7.
8.
9.
Um aspecto importante a ressaltar neste tipo de anlise a nfase dada ao processo poltico
restrito ao mbito governamental. E ainda que se considere no modelo proposto a dinmica
do processo poltico, parece persistir a busca de uma racionalidade no desenvolvimento das
polticas. H abordagens que tentaro romper com esta perspectiva, como, por exemplo, a
proposta por Ball ver texto A anlise da poltica proposta por Ball .?
10. Na literatura, a avaliao de polticas se mistura com a avaliao de programas sociais. Para
esta discusso ver texto Avaliao de Polticas e Programas de Sade: contribuies para o
debate, neste material.?