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Historia Nova Resumo

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HISTRIA NOVA

Resumo elaborado por: Francisco Sodero Toledo


No incio do sculo XX comeou a desenhar um novo territrio cultural e
cientfico acompanhada de realizaes no campo historiogrfico que foi chamada de
nova.
Com a fundao da Revista dos Annales no ano de 1929, marcada pela
preferncia pela Histria Social, o escrito histrico passou a combinar o rigor cientfico
herdado do historicismo clssico positivista, a aspirao globalidade por meio do
dilogo interdisciplinar que tinham herdado dos socilogos e as influncias do
marxismo.
A escola dos Annales, tal como ficou conhecida, foi a responsvel pela
construo de um novo modelo historiogrfico. O centro de gravitao da historiografia
translada-se da Alemanha para a Frana.
Sua origem e seu nome esto relacionados com a criao de uma revista
histrica, criada em 1929, com o ttulo: Annales dhistorie conomique et sociale.
Annales passou a ser seu ttulo principal durante toda a fase de publicao que se
estendeu por todo o sculo XX. Ao longo deste tempo reuniu artigos e trabalhos de
historiadores de procedncia e capacidade intelectual diversa. A revista passou ento
a ser o grande ponto de encontro da escola dos Annales. E a sua evoluo seria
marcada pela sucesso de diferentes geraes.
Marc Bloch (1886-1944) e Lucien Febvre (1878-1956) foram seus fundadores.
De incio combateram a histria poltica, sobretudo sob sua forma diplomtica, narrativa,
de acontecimentos e factual, e, os partidrios do materialismo histrico de cunho
marxista. Apelavam para uma histria profunda e total. Fernand Braudel, imbudo da
idia do estruturalismo foi o lder da segunda gerao. Georges Duby, Emmanuel L
Roy Ladurie e Jacques L Goff, historiadores das mentalidades e reveladores das
complexas tendncias filosficas dos anos 70, foram os componentes da terceira
gerao.
Fundamentos e caractersticas da Histria Nova:
- a substituio da histria tradicional narrativa e descritiva dos
acontecimentos por uma histria analtica orientada por um problema.
Preconizavam a passagem de um positivismo, cuja temtica principal era a
poltica, para uma histria analtica de carter marcadamente econmico e social.
Queriam uma histria no automtica, mas problemtica. Abre-se uma histria mais
para o tempo presente. Como dizia Marc Bloch preciso compreender o presente pelo
passado, mas tambm compreender o passado pelo presente.
- a tendncia pelo dilogo com as cincias sociais ou humanas.
Os historiadores passam a ter a preocupao em aproximar e aproveitar dos
conhecimentos das demais cincias humanas e de outras cincias para compreender o
homem em sua totalidade. Tem incio a tendncia de anlises interdisciplinar.
1

Toda forma de histria nova uma tentativa de histria total.


- a ampliao do campo do documento histrico.
Nascida em grande parte de uma revolta contra a histria positivista a histria
nova ampliou o campo do documento para o das fontes histricas. Substituiu a histria
baseada numa multiplicidade de documentos, escritos de todos os tipos para uma
variedade de documentos figurados, fotografias, filmes, dados quantitativos,
ferramentas e utenslios do passado, enfim, vestgios que pudessem fornecer
informaes sobre o passado do homem e de suas realizaes.
Mantm o mtodo de crtica documental aperfeioados pela erudio dos
sculos XVII ao XIX e ao mesmo tempo, com base nesta slida tradio consegue se
renovar voltando-se para novos horizontes, com base na diversificao e do encontro
de novas fontes de pesquisa.
- a crtica da noo do fato histrico.
A Escola dos Annales fez uma crtica implacvel histria do acontecimento e
da noo do fato histrico. Se rebelam contra a noo do fato criado pelo historiador
como algo construdo e acabado. O fato nico, importante pelas suas repercusses. O
historiador deve se por, como escreveu Marc Bloch, procura do fato humano, de
todos os homens de todos os tempos.
- a tendncia advinda com a segunda gerao em destacar os conceitos de
estrutura e conjuntura.
Dela deriva uma das mais fecundas perspectivas definidas pelos primeiros
historiadores desta corrente, a histria da longa durao. Segundo L Goff, a histria
caminha mais ou menos depressa, porm as foras profundas da histria s atuam e se
deixam apreender no tempo longo.
Neste sentido, a histria do curto prazo incapaz de apreender e explicar as
permanncias e as mudanas. Este o papel da nova histria: fazer com as mudanas
sejam melhor apreendidas.
A Histria nova foi responsvel pelo aparecimento de novos documentos, novos
problemas, novos objetos, novos mtodos e novas abordagens. Renovou
profundamente os estudos e os escritos histricos.
Com ela h uma renovao e uma valorizao da Histria no quadro geral das
cincias. Marc Bloch colocou bem a questo ao afirmar: Portanto, h apenas uma
cincia dos homens no tempo, a qual necessita, sem cessar, unir o estudo dos mortos
com o dos vivos. Como cham-la?... O antigo nome de histria parece-me o mais
compreensvel, o menos exclusivo; tambm o mais carregado das comoventes
recordaes de um esforo mais que secular.
Fontes pesquisadas:
- AURELL, Jaume. A Escrita da Histria. Dos positivismos aos ps-modernismos. So
Paulo: Sita:Brasil, 2010.
- LE GOFF, Jacques. A Histria Nova. So Paulo: Martins Fontes, 1990.

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