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Coletanea Estudos Biblicos

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Antes, crescei na graa e no conhecimento de nosso Senhor e

Salvador Jesus Cristo... (II Pedro 3:18)

Coletnea de Artigos
Bblicos

Compilado por:

Prof. Rodrigo de Carvalho, MSc


(47) 348-5458 / 9997-1771
rodrigo@univali.br

Vol. 1

Extrado do site:

www.chamada.com.br/mensagens

SUMRIO
Desastre nuclear ou pecado - o que mais perigoso?

01

O Cdigo Da Vinci - Enganoso e Ofensivo

03

A diferena entre adivinhaes e profecias bblicas

06

A Marca da Besta

09

A Histria de Natal Anti-Semita

14

Separao entre luz e trevas

18

A Profecia e a Violncia Bblica

20

O Rei dos Judeus

24

Bases Bblicas do Sionismo

29

O Plano de Deus com Israel

33

Para Santificar o Povo, Pelo Seu Prprio Sangue

38

Os Malfeitores Crucificados Com Jesus

45

O Consolo Roubado

47

Os Seguidores do Cordeiro Por Onde Quer Que V

54

Unidade Mundial e a Manifestao do Anticristo

57

Desejos para o novo ano

59

No Novo Ano Tudo Vai Ser Diferente?

61

O Natal Que se Repete Continuamente

62

Advento no Plano de Salvao

67

Os Fatos Sobre o Movimento da F

71

Os Fatos Sobre o Catolicismo Romano

75

Tempo de Maranata e o Sionismo

78

Israel Ontem, Hoje, Amanh - um Exemplo Para a Igreja de Jesus

82

Israel: o Maior Sinal do Fim dos Tempos

86

Como os eventos atuais se relacionam com a profecia?

89

A Verdade Sobre O Anticristo e o Seu Reino

91

A Verdade Sobre Os Sinais dos Tempos

93

Os Fatos Sobre o Aborto

95

Os Fatos Sobre o Movimento da Nova Era

98

Jesus e os Eruditos

101

A Verdade Sobre o Templo dos ltimos Dias

106

Os Fatos Sobre a Astrologia

109

A Verdade Sobre o Arrebatamento

112

Os Fatos Sobre Criao e Evoluo

116

A Verdade Sobre a Tribulao

119

A Verdade Sobre Armagedom e o Oriente Mdio

122

Os Fatos Sobre a Homossexualidade

124

Os Fatos Sobre Sade Holstica e a Nova Medicina


Os Fatos Sobre Espritos-Guias

128

Conflito em Famlia no Oriente Mdio

131

3 Perguntas Sobre o Fim dos Tempos

135

A Parbola da Figueira

139

No Por Fora

145

O Fariseu e o Publicano

149

Sob a Tua Palavra Lanarei as Redes!

152

O ltimo Passo da Incredulidade

156

Como Vencer o Diabo?

161

O Povo Escolhido de Deus

164

A Hora da Meia-Noite

169

As Horas do Calvrio

172

A Hora da Glria de Jesus

178

Deus Quer Dar Avivamento

181

A Verdade Sobre o Milnio

184

Como Jerusalm Est Relacionada Segunda Vinda?

188

A Posio do Cristianismo Nominal em Relao a Israel


A Caminho do Arrebatamento

190

Eis o Sinal de Jonas

196

O Dia de Jesus Cristo

203

Graa Manifestada - Para a Nossa Salvao

209

Nova Esperana Para um Novo Ano

213

O Natal Que Ainda Tem Que Acontecer

214

O Dom Inefvel de Deus e os Presentes dos Homens

219

A Estrela de Jac

222

A Verdadeira Fonte de Poder

225

A Palavra de Deus: Nosso Guarda e Guia

229

Natureza ou Criador Pessoal?

234

Sete Certezas Sobre o Arrebatamento

238

H Um Futuro Nacional de Israel na Bblia?

246

Meu Deus, Obrigado por No Responderes s Minhas Oraes

251

Os Desaparecidos

256

"Eu Edificarei a Minha Igreja"

259

No Possvel Evitar Jerusalm

263

Razo Para Crer

265

Compreendendo a Profecia

270

Erros de Interpretao da Palavra Proftica

276

Seduzidos Pela Meditao

281

Orao Eficaz

287

O que resta no fim?

290

A Bno da Humildade

292

O Evangelho Que Salva

296

O Sofrimento do Justo

300

O Poder do Evangelho

304

F, Obras e o Esprito Santo

308

Unidade e Verdade

311

Cuidado, Seitas!

314

Acesso Livre a Deus

316

A Finalidade da Cruz

317

A Hora da Sua Glria

321

Bondade e Amabilidade

326

Batalhando Pela F

327

Qual Jesus?

331

Da Internet Para o Cu
Como Amo a Mim Mesmo?

335

Auto-Estima Para Cristos?

338

Sou um Fundamentalista?

342

Eu Serei Contigo

347

Calar por amor ou falar por causa da verdade?

352

Pensamentos para o Ano Novo

353

"Happy Halloween"?

354

Uma Viagem ao Caldeiro da Idolatria

359

Muitas pessoas, preocupadas com a preservao do meio ambiente, temem que um dia "o mundo
possa acabar" por causa de um desastre nuclear. Na Alemanha, por exemplo, est sendo realizado um
plano de desativao das usinas atmicas. Entretanto, os perigos que realmente ameaam nosso
mundo so o pecado e o afastamento cada vez maior do Criador. O mais profundo sofrimento da
humanidade no ocorrer por causa da exploso de algum reator nuclear, mas devido aos vindouros
juzos de Deus.
Isso no significa que devemos ser cidados irresponsveis com relao ao meio ambiente. preciso
evitar tudo que possa prejudic-lo, pois somos responsveis pela criao. Entretanto, hoje em dia, as
prioridades esto sendo claramente invertidas e as verdadeiras razes das aflies da humanidade
no so levadas em considerao. As maiores catstrofes da histria mundial foram conseqncia da
obstinada persistncia no pecado. O Dilvio no foi provocado por fatores de desequilbrio ambiental,
mas porque "a terra estava corrompida vista de Deus e cheia de violncia" (Gn 6.11) e Ele
resolveu "dar cabo de toda carne" (v. 13). Sodoma e Gomorra no desapareceram por causa de um
desastre nuclear, mas devido aos pecados abominveis cometidos nessas cidades, que foram
julgadas conforme a vontade de Deus. Tambm no futuro, o maior perigo no vir de reatores
nucleares, mas da potncia explosiva do pecado.
Vamos lembrar quatro coisas que so mais perigosas do
que qualquer ameaa nuclear:

1. A crescente injustia, a negao de que Deus o Criador


e a Sua excluso da vida da sociedade humana trazem
consigo a degenerao dos homens: "A ira de Deus se
revela do cu contra toda impiedade e perverso dos
homens que detm a verdade pela injustia; porquanto
o que de Deus se pode conhecer manifesto entre eles,
porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos
invisveis de Deus, assim o seu eterno poder, como
tambm a sua prpria divindade, claramente se
reconhecem, desde o princpio do mundo, sendo
percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais
homens so, por isso, indesculpveis; porquanto, tendo
conhecimento de Deus, no o glorificaram como Deus,
nem lhe deram graas; antes, se tornaram nulos em
seus prprios raciocnios, obscurecendo-se-lhes o

"Os atributos invisveis de Deus, assim o


seu eterno poder, como tambm a sua
prpria divindade, claramente se
reconhecem, desde o princpio do mundo,
sendo percebidos por meio das coisas que
foram criadas."

corao insensato" (Rm 1.18-21).


2. A negao de Jesus como o Filho de Deus ressuscitado dentre os mortos, como a Verdade
absoluta, e a rejeio da salvao atravs dEle provocam o acmulo de uma "fora atmica" espiritual
que Satans vai liberar atravs do Anticristo: "ento, ser, de fato, revelado o inquo, a quem o
Senhor Jesus matar com o sopro de sua boca e o destruir pela manifestao de sua vinda.
Ora, o aparecimento do inquo segundo a eficcia de Satans, com todo poder, e sinais, e
prodgios da mentira, e com todo engano de injustia aos que perecem, porque no acolheram
o amor da verdade para serem salvos" (2 Ts 2.8-10).
3. O constante aumento da maldade, a perda de qualquer padro moral, a quebra de todas as leis e o
amortecimento das conscincias prejudicam mais o meio ambiente do que todos os reatores nucleares
juntos. O profeta Osias j escreveu: "O que s prevalece perjurar, mentir, matar, furtar e
adulterar, e h arrombamentos e homicdios sobre homicdios. Por isso, a terra est de luto, e
todo o que mora nela desfalece, com os animais do campo e com as aves do cu; e at os
peixes do mar perecem. Todavia, ningum contenda, ningum repreenda; porque o teu povo
como os sacerdotes aos quais acusa" (Os 4.2-4).
4. A crescente oposio mundial ao povo judeu e ao seu direito terra de Israel, representa um perigo
maior para o mundo do que qualquer ameaa nuclear. Deus disse: "Congregarei todas as naes e
as farei descer ao vale de Josaf; e ali entrarei em juzo contra elas por causa do meu povo e da
minha herana, Israel, a quem elas espalharam por entre os povos, repartindo a minha terra
entre si" (Jl 3.2). "E, com grande indignao, estou irado contra as naes que vivem
confiantes; porque eu estava um pouco indignado, e elas agravaram o mal" (Zc 1.15).
A busca pessoal por Jesus Cristo, entretanto, liberta-nos do medo que domina o mundo. Ele nos
oferece abrigo e segurana para o futuro. Devemos lembrar que a terra no est entregue a si mesma,
nem ao acaso, mas se encontra nas mos dAquele que sustenta todas as coisas pela palavra do Seu
poder: Cristo. o que Paulo diz em Hebreus 1.3: "Ele, que o resplendor da glria e a expresso
exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a
purificao dos pecados, assentou-se direita da Majestade, nas alturas". (Norbert Lieth http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite , abril de 2004.

O livro "O Cdigo Da Vinci", em destaque na lista de best-sellers do New York Times, cativou a
ateno de milhes de leitores, motivou um programa especial no horrio nobre na ABC News e est
para ser lanado como um importante filme de Hollywood em 2005. O livro prende o leitor com uma
histria excitante de aventura e intriga, fazendo-o acompanhar seus personagens numa louca incurso
pela Europa medida em que procuram indcios da verdadeira identidade de Jesus Cristo.
O problema que o livro aborda a vida de Jesus de uma maneira completamente antibblica, ofensiva
e estarrecedora para os que nEle crem. Assim como tantos outros ataques integridade de Jesus
Cristo, O Cdigo Da Vinci declara que Jesus realmente existiu, mas que Ele era meramente humano e
no divino. Na realidade, os personagens do livro alegam insultuosamente que Jesus foi casado com
Maria Madalena e que teria deixado uma linhagem de descendentes humanos, alguns dos quais
estariam vivos hoje.
O enredo deturpado gira em torno de uma srie de indcios ocultos nas obras de Leonardo da Vinci,
que pintou "Mona Lisa" e "A ltima Ceia". O romance apresenta da Vinci como membro de uma
sociedade secreta chamada de "Priorado de Sio", fundada em 1099. O livro tambm liga algumas
celebridades como Sir Isaac Newton, Victor Hugo e Claude Debussy teoria da conspirao de que o
priorado teria deliberadamente escondido a "verdade" sobre Jesus e Maria Madalena do resto do
mundo durante sculos.
O romance envolve a histria de Robert Langdon, um simbologista de Harvard, e uma criptgrafa
francesa chamada Sophie Neveu ("nova sabedoria", em francs). Juntos, eles teriam encontrado uma
srie de vestgios criptografados que revelam os "segredos" do Cristianismo: que Deus seria uma
mulher, Jesus teria descendentes e que Maria Madalena seria divina. O livro alega que essas verdades
estariam escondidas numa srie de documentos secretos chamados de "Documentos do Santo Graal".
Dan Brown tece uma narrativa com grande poder de entretenimento, mas perigosamente blasfema, em
O Cdigo Da Vinci. Ele afirma que Maria Madalena seria o Santo Graal (o clice de Cristo), que ela e
Jesus seriam os progenitores da linhagem merovngia de governantes europeus e que ela estaria
sepultada sob a pirmide invertida de vidro no Louvre, em Paris, onde ainda hoje se poderia sentir
emanaes de seu esprito divino.
Engano intencional
O romance descreve o Cristianismo como uma gigantesca conspirao baseada numa grande mentira
(a divindade de Cristo). Os personagens de Brown sugerem que os apstolos e pais da igreja seriam
nada mais do que opressores patriarcais que teriam suprimido a adorao "divindade feminina". Na
verdade, o livro descreve os Evangelhos do Novo Testamento como produtos humanos de machos
chauvinistas anti-feministas que teriam procurado reinventar o Cristianismo para oprimir as mulheres e
reprimir a adorao deusa.
A agenda feminista ostentosa por todo o romance, alegando que a igreja primitiva, dominada por
homens e liderada por Pedro, teria se voltado contra Maria Madalena aps a morte de Jesus e
provocado sua fuga para a Frana (a antiga Glia). Ento, o imperador Constantino teria
convenientemente deificado Jesus a fim de consolidar seu controle sobre o mundo. O livro indica que
na votao do Conclio de Nicia sobre a divindade de Cristo o resultado teria sido apertado. Na
3

realidade, houve 300 votos favorveis e apenas dois contrrios. Dificilmente essa pode ser
considerada uma eleio disputada! Mas, definitivamente, a preciso histrica no o ponto forte do
romance.

Essa apenas uma das muitas distores deliberadas existentes no livro.


Outra envolve os herticos evangelhos gnsticos escritos no final do sculo II
como sendo os evangelhos "reais". Encontrados em Nag Hammadi no Egito,
em 1946, esses mitos gnsticos nunca foram reconhecidos pela igreja
primitiva como Escrituras legtimas. O Dr. Albert Mohler, presidente do
Seminrio Batista do Sul (nos EUA), disse que "as Escrituras do Novo
Testamento foram reconhecidas e destacadas devido sua autoria
apostlica e pelo seu contedo claramente ortodoxo". Em contrapartida,
Mohler afirma que os textos de Nag Hammadi so "facilmente identificveis
como literatura gnstica distanciada da Igreja".
verdade que a igreja medieval distorceu as verdades bsicas da
mensagem simples do Evangelho. Mas foi vrios sculos depois da poca de
Cristo e dos apstolos que ela acrescentou idias como a salvao pelas
obras, a venerao de santos e a importncia de relquias sagradas, como o
chamado "Santo Graal" o clice de Cristo. Em O Cdigo Da Vinci o "clice"
Maria Madalena, mitologizada e sexualizada como se fosse a amante ou
esposa de Jesus Cristo.

Auto-retrato de
Leonardo da Vinci.

Distoro diablica
Em comparao ao livro O Cdigo Da Vinci, o filme "A ltima Tentao de Cristo" parece ameno. O
romance de Brown acusa o Cristianismo de culpar a mulher pela queda de toda a raa humana. Ele
parece esquecer que a histria de Ado e Eva judaica e antecipa o Novo Testamento por muitos
sculos. Na realidade, o enredo de O Cdigo Da Vinci uma combinao de secularismo ostensivo
com feminismo hostil.
O livro assevera que o prprio Da Vinci, um cientista brilhante e pintor renascentista, estaria ciente da
verdade sobre Maria Madalena e a teria representado como Joo, sentado prximo a Jesus em sua "A
ltima Ceia". O romance deixa a impresso de que Maria estaria retratada na pintura de Da Vinci
como a esposa de Cristo. Ele tambm afirma que Pedro estaria fazendo um gesto ameaador em
direo a Maria como se estivesse tentando eliminar a influncia feminina da Igreja. Na realidade, de
forma nenhuma Maria Madalena aparece no quadro! Os personagens de Brown "lem" na pintura
aquilo que eles querem ver a feminizao do Cristianismo.
No h nada no registro bblico sobre a ltima Ceia que indique a presena de mulheres nessa
refeio. Tambm no h qualquer indicao nos Evangelhos bblicos de que os discpulos guardaram
o clice de Cristo, pedaos da cruz ou quaisquer outras relquias religiosas. No o clice no qual
Jesus bebeu que nos salva, tampouco lascas da cruz onde Ele morreu. O sangue que Ele derramou
naquela cruz, simbolizado pelo clice, a verdadeira base para nossa salvao.
A Bblia diz: "a quem Deus props, no seu sangue, como propiciao, mediante a f" (Romanos 3.25);
"no qual temos a redeno, pelo seu sangue" (Efsios 1.7); "e que, havendo feito a paz pelo sangue da
sua cruz" (Colossenses 1.20); "e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 Joo
1.7).
Desafio decisivo
No tenho idia de quais so as convices religiosas de Dan Brown, mas posso dizer-lhes com
certeza que no so baseadas em crenas crists ortodoxas. Seu romance fascinante e de grande
poder de entretenimento, mas exatamente esse o problema. Jovens pastores me contam que so
bombardeados com perguntas cticas de recm-convertidos que ficam genuinamente perturbados ao
lerem o livro, por parecer to convincente.
4

O Cristianismo superou tais crticas antes e o far novamente. A verdadeira histria do Evangelho
ainda a maior histria que j foi contada! Os ensinamentos de Jesus Cristo sempre foram e sempre
sero superiores a qualquer coisa que o mundo venha a oferecer. Ao mesmo tempo, no podemos
enfiar nossa cabea na "areia eclesistica" e simplesmente desejar que esse tipo de coisa desaparea.
H respostas reais para as questes levantadas em O Cdigo Da Vinci. Tais desafios f devem nos
estimular a lidar com essas questes, respondendo as perguntas para satisfazer as mentes honestas e
inquiridoras. O que me preocupa a mentalidade da gerao ps-moderna. Talvez a questo real no
seja o que o livro contm, mas o fato de que um pblico biblicamente ignorante o leve realmente a
srio.

Em alguns aspectos, O Cdigo Da Vinci mais uma


acusao nossa gerao do que ao autor do livro.
Quando estava entrando na adolescncia, nos anos
60, eu ficava continuamente chocado pela
ingenuidade de meus pais, que acreditavam em
tudo que liam no jornal s porque estava escrito ali.
Nunca lhes ocorreu que as reportagens e editoriais
eram redigidos por pessoas com agendas pessoais
e polticas. Eles haviam crescido numa poca em
que se acreditava naquilo que se lia, no
importando quem era o autor. O mesmo
O romance deixa a impresso de que Maria Madalena
estaria retratada na pintura de Da Vinci como a
verdadeiro, e at ainda mais, para a televiso e o
esposa de Cristo.
cinema. Da mesma forma como muitas vezes
expliquei essa realidade para a gerao de meus
pais, advirto a atual gerao: no acreditem em tudo que vocs lem em um romance ou vem em um
filme!
A Bblia exorta: "Amados, no deis crdito a qualquer esprito; antes, provai os espritos se procedem
de Deus, porque muitos falsos profetas tm sado pelo mundo afora. Nisto reconheceis o Esprito de
Deus: todo esprito que confessa que Jesus Cristo veio em carne de Deus; e todo esprito que no
confessa a Jesus no procede de Deus; pelo contrrio, este o esprito do anticristo, a respeito do
qual tendes ouvido que vem e, presentemente, j est no mundo" (1 Joo 4.1-3). (Pre-Trib
Perspectives - http://www.chamada.com.br)
O Dr. Ed Hindson assessor do reitor da Liberty University em Lynchburg/VA (EUA).
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, julho de 2004.

"Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra proftica, e fazeis bem em


atend-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, at que o dia
clareie e a estrela da alva nasa em vosso corao" (2 Pe 1.19).

Profecias bblicas se cumprem sempre, sem exceo. Por isso podemos ter absoluta confiana nelas.
Mas quem confia em adivinhaes est perdido!
S uma coisa certa a respeito das adivinhaes de videntes, astrlogos e cartomantes: a cada ano
se repete o fiasco da falha do seu cumprimento! Praticamente todas as previses para 2003 foram
falsas. O "Comit Para a Investigao Cientfica das Alegaes dos Paranormais" na Alemanha
comparou 100 prognsticos com a realidade e verificou que as explicaes posteriores dos adivinhos
so completamente contraditrias em relao s previses feitas. Muitos de seus prognsticos so
formulados de maneira to vaga que o exerccio da futurologia nem se faz necessrio, pois qualquer
um de ns poderia fazer previses semelhantes usando simplesmente a lgica e o bom senso. As
previses so to genricas que acabam acertando em algum detalhe. Dois exemplos: em dezembro
de 2002 um astrlogo previu "iminente risco de guerra" para o Iraque.[1] O matemtico Michael Kunkel
(de Mainz/Alemanha), observou que uma declarao dessas, naquela poca, equivalia a afirmar que o
sol iria nascer na manh seguinte. Relativamente a Israel, um dos prognsticos para este ano dizia:
"Depois de srios distrbios, existe a tendncia de que no final de 2004 haja um acordo de paz
satisfatrio, de modo a que ambas as partes tenham interesse em cumpri-lo". quase impossvel falar
de maneira mais genrica. Mas interessante observar como as pessoas, que nada querem saber da
Bblia, so enganadas rotineiramente e do ouvidos a esse tipo de "profecia" vaga e superficial.
A adivinhao do futuro pode envolver puro e simples engano visando o lucro fcil. Por outro lado,
alm do interesse financeiro, a astrologia, por exemplo, tem origem esprita e ocultista, diretamente
inspirada por Satans e seus demnios. Seja como for, ela sempre mentirosa, pecaminosa e de
origem diablica. O reformador Martim Lutero declarou, com razo: "O Diabo tambm sabe profetizar
e mente ao faz-lo".
Em Deuteronmio 18.9-11 est escrito: "Quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te der,
no aprenders a fazer conforme as abominaes daqueles povos. No se achar entre ti quem
faa passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem
agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mgico, nem quem consulte
os mortos". A Bblia com Anotaes de Scofield comenta a respeito:
As oito prticas anatematizadas para determinao do futuro so estas: 1. do adivinhador
os mtodos so apresentados em Ez 21.21; 2. do prognosticador possivelmente
referindo-se feitiaria ou astrologia; 3. do agoureiro aquele que usa prognsticos; 4.
do feiticeiro aquele que faz uso da magia, de frmulas ou encantamentos; 5. dos
6

encantadores Sl 58.4-5; 6. de quem consulta um esprito adivinhante veja o nmero


7; 7. do mgico, geralmente usado com o nmero 6 Is 8.19 descreve a prtica; e 8. do
necromante aquele que procura interrogar os mortos. Duas coisas precisam ser
mantidas em mente: 1) este mandamento tinha aplicaes especficas a Israel que estava
entrando na terra; foram feitas para preservar os israelitas das abominaes dos seus
predecessores (vv. 9, 12 e 14) e 2) para se perceber claramente o contraste entre esses
falsos profetas e os profetas como Moiss (vv. 15-19).
Profecia bblica
Vejamos as principais diferenas entre adivinhao e profecia bblica:

A adivinhao faz afirmaes vagas e genricas e no esclarece os fatos. A profecia bblica


a histria escrita antes que acontea. Ela parte do prprio Deus Todo-Poderoso, que tem uma
viso panormica das eras e as estabeleceu em Seu plano divino. O profeta Isaas O
engrandece: "" Senhor, tu s o meu Deus; exaltar-te-ei a ti e louvarei o teu nome, porque
tens feito maravilhas e tens executado os teus conselhos antigos, fiis e verdadeiros"
(Is 25.1). O prprio Senhor afirma: "lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que
eu sou Deus, e no h outro, eu sou Deus, e no h outro semelhante a mim; que desde
o princpio anuncio o que h de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda
no sucederam; que digo: o meu conselho permanecer de p, farei toda a minha
vontade" (Is 46.9-10).
A adivinhao interpreta algum tipo de sinal. A profecia bblica no depende da nossa
interpretao, mas se sustenta exclusivamente em sua prpria realizao.
As previses de astrlogos so especulativas e deixam margem para muitas interpretaes. A
profecia bblica acerta em 100% dos casos.
O apstolo Pedro escreve: "Porque no vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo seguindo fbulas engenhosamente inventadas, mas ns mesmos
fomos testemunhas oculares da sua majestade" (2 Pe 1.16).

Tim LaHaye e Thomas Ice afirmam:

Falsas religies e idias supersticiosas baseiam-se em


fbulas engenhosamente inventadas, mas a f crist est
fundamentada na auto-revelao do prprio Deus aos
homens, da forma como a encontramos na Bblia. Alm
disso, Pedro designa a profecia bblica como "palavra
proftica" e diz: "...fazeis bem em atend-la, como a
uma candeia que brilha em lugar tenebroso..." (2
Pe 1.19). Por que podemos depositar toda a nossa
confiana na palavra proftica? Porque a profecia bblica,
A adivinhao interpreta
segundo a concluso de Pedro, no a explicao
algum tipo de sinal.
humana dos acontecimentos histricos: "sabendo,
primeiramente, isto: que nenhuma profecia da
Escritura provm de particular elucidao; porque nunca jamais qualquer
profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da
parte de Deus, movidos pelo Esprito Santo" (2 Pe 1.20-21). Tendo a profecia, os
cristos possuem um resumo do plano divino para o futuro. Alm disso, como centenas de
profecias j se cumpriram literalmente a maioria delas relacionadas primeira vinda de
Cristo sabemos que todas as promessas em relao ao futuro tambm se cumpriro
integralmente nos tempos finais e por ocasio da volta de Cristo".[2]

Adivinhao e interpretao de sinais so baseados em mentiras, enquanto a profecia divina


a mais absoluta verdade. Balao era um "agoureiro" (Nm 24.1) que Balaque, rei dos moabitas,
queria usar para amaldioar Israel (Nm 23-24). E justamente esse adivinhador foi obrigado a
reconhecer: "Deus no homem, para que minta; nem filho de homem, para que se
7

arrependa. Porventura, tendo ele prometido, no o far? Ou, tendo falado, no o


cumprir?" (Nm 23.19).
A Bblia contm 6.408 versculos com declaraes profticas, das quais 3.268 j se cumpriram.
No se sabe de nenhum caso em que uma profecia bblica tivesse se cumprido de forma
diferente da profetizada. Esses nmeros equivalem chance de que ao jogar-se 1.264 dados,
todos caiam, sem exceo, com o nmero 6 para cima. Essa probabilidade to pequena que
exclui toda e qualquer obra do acaso.[3]
Conforme o Dr. Roger Liebi, 330 profecias extremamente exatas e especficas referentes ao
Messias sofredor se cumpriram literalmente por ocasio da primeira vinda de Cristo.

Dessa abundncia de profecias relacionadas ao nascimento, vida e morte de Jesus, destacamos


apenas o exemplo do Salmo 22.16-17: "...traspassaram-me as mos e os ps. Posso contar todos
os meus ossos..." No h dvida de que essa passagem fala da crucificao, pois o sofrimento
descrito pelo salmista s acontece nesse tipo de morte. Entre os judeus a crucificao jamais foi uma
forma de execuo de condenados morte e ainda no era conhecida quando o salmo foi escrito. Bem
mais tarde os romanos copiaram dos cartagineses a pena de morte por crucificao. Portanto, seria
muito mais lgico se o salmista tivesse descrito a morte por apedrejamento ou pela espada. Numa
poca to remota (1000 a.C.), por que ele falou da morte pela cruz, completamente desconhecida dos
judeus? A resposta que o salmista, inspirado pelo Esprito de Deus, era um profeta e apontava a
morte futura de Jesus.

A adivinhao cria confuso mental, turva a viso para a verdade bblica e bloqueia a
disposio das pessoas de crerem no Evangelho de Jesus Cristo. Ela embota seus sentidos,
prend-as a falsos ensinos e torna-as inseguras em suas decises. A profecia divina,
entretanto, liberta e d segurana. Por isso todos deveriam seguir o conselho de Deus: "Eu o
disse, eu tambm o cumprirei; tomei este propsito, tambm o executarei. Ouvi-me
vs..." (Is 46.11b-12a).
Qualquer pessoa que cr em Jesus Cristo e confia sua vida a Ele tem um futuro seguro e no
precisa ter medo de nada. Quem se entrega a Jesus passa a viver sob a bno da profecia
encontrada em Joo 14.3: "E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei
para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vs tambm". (Norbert Lieth http://www.chamada.com.br)

Notas:

1. Idea Spektrum, 1/2 2004.


2. Tim LaHaye/Thomas Ice, Countdown zum Finale der Welt.
3. Factum, Edio Especial 1995
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, junho de 2004.

Dentre todos os tpicos da Bblia, talvez a marca da besta seja o que mais tem suscitado
especulaes e argumentaes ridculas e bombsticas. Cristos e no-cristos debatem o significado
de seu valor numrico. Mas o que diz, realmente, o texto bblico?
O Nmero 666: Marca Registrada da Tribulao?
A questo central da Tribulao : Quem tem o direito de governar, Deus ou Satans? Deus vai
provar que Ele quem tem esse direito. Pela primeira e nica vez na histria, as pessoas tero uma
data limite para aceitarem o Evangelho. Por enquanto, todos podem aceitar ou rejeitar essa mensagem
em diferentes momentos da vida; alguns o fazem na infncia, outros no incio da fase adulta, outros na
meia-idade, e alguns at na velhice. Mas, quando vier a Tribulao, as pessoas tero que tomar essa
deciso de forma imediata ou compulsria por causa da marca da besta, de modo que toda a
humanidade ser deliberadamente dividida em dois segmentos. O elemento polarizador ser
precisamente a marca da besta.
A Bblia ensina que o lder da campanha em defesa da marca da besta ser o falso profeta, que est
ligado falsa religio (Ap 13.11-18). Apocalipse 13.15 deixa claro que o ponto-chave em tudo isso
adorar "a imagem da besta". A marca da besta simplesmente um meio de forar as pessoas a
declararem do lado de quem esto: do Anticristo ou de Jesus Cristo. Todos tero que escolher um dos
lados. Ser impossvel manter uma posio neutra ou ficar indeciso com relao a esse assunto. A
Escritura muito clara ao afirmar que os que no aceitarem a marca sero mortos.

Toda a humanidade ser forada a escolher um dos lados: "...todos,


os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os
escravos" (Ap 13.16). O Dr. Robert Thomas comenta que essa
construo retrica "abrange todas as pessoas, de todas as classes
sociais, [...] ordenadas segundo sua condio financeira, [...]
abrangendo todas as categorias culturais [...]. As trs expresses
so um recurso estilstico que traduz universalidade".[1] A Escritura
muito especfica. O falso profeta vai exigir uma "marca" em sinal
de lealdade e devoo besta, e essa marca ser "sobre a mo
direita" no a esquerda "ou sobre a fronte" (Ap 13.16).
A palavra "marca" aparece em muitas passagens da Bblia. Por
exemplo, ela usada vrias vezes em Levtico, referindo-se a um
sinal que torna o indivduo cerimonialmente impuro, e est
geralmente relacionada lepra. interessante notar que o modo
como Ezequiel 9.4 usa a idia de "marca" semelhante ao de
Apocalipse: "E lhe disse: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de
O falso profeta vai exigir uma
Jerusalm, e marca com um sinal a testa dos homens que suspiram
"marca" em sinal de lealdade e
e gemem por causa de todas as abominaes que se cometem no devoo besta, e essa marca ser
"sobre a mo direita" no a
meio dela". Nessa passagem, o sinal serve para preservao, assim
esquerda "ou sobre a fronte" (Ap
como o sangue espalhado nas ombreiras das portas livrou os
13.16).
hebreus durante a passagem do anjo da morte, como relata o Livro
do xodo. Em Ezequiel, a marca colocada na fronte,
semelhantemente do Apocalipse. Todas as sete ocorrncias da palavra "marca" ou "sinal" (gr.
charagma) no Novo Testamento em grego, encontram-se no Livro do Apocalipse, e todas se referem
"marca da besta" (Ap 13.16,17; 14.9,11; 16.2; 19.20; 20.4). O Dr. Thomas explica o significado desse
termo na Antigidade:
A marca deve ser algum tipo de tatuagem ou estigma, semelhante s que recebiam os
soldados, escravos e devotos dos templos na poca de Joo. Na sia Menor, os seguidores
das religies pags tinham prazer em exibir essas tatuagens para mostrar que serviam a
um determinado deus. No Egito, Ptolomeu IV Filoptor (221-203 a.C.) marcava com o
desenho de uma folha de trevo os judeus que se submetiam ao cadastramento,
simbolizando a servido ao deus Dionsio (cf. 3 Macabeus 2.29). Esse significado lembra a
antiga prtica de usar marcas para tornar pblica a f religiosa do seu portador (cf. Isaas
44.5), e tambm a prtica de marcar os escravos a fogo com o nome ou smbolo de seu
proprietrio (cf. Gl 6.17). O termo charagma ("marca") tambm era usado para designar
as imagens ou nomes dos imperadores, cunhadas nas moedas romanas e, portanto,
poderia muito bem aplicar-se ao emblema da besta colocado sobre as pessoas.[2]
Alguns se perguntam por que foi usado um termo to especfico para designar a marca do Anticristo.
Essa marca parece ser uma pardia do plano de Deus, principalmente no que se refere aos 144.000
"selados" de Apocalipse 7. O selo de Deus sobre Suas testemunhas muito provavelmente invisvel e
tem o propsito de proteg-las do Anticristo. Por outro lado, o Anticristo oferece proteo contra a ira
de Deus uma promessa que ele no tem condies de cumprir e sua marca visvel e externa.
Como os que receberem a marca da besta o faro voluntariamente, de supor que as pessoas
sentiro um certo orgulho de terem, em essncia, a Satans como seu dono. O Dr. Thomas afirma: "A
marca ser visvel e identificar todos os que se sujeitarem besta".[3]
Uma Identificao Traioeira

10

Alm de servir como indicador visvel da devoo ao Anticristo, a marca


ser a identificao obrigatria em qualquer transao comercial na
ltima metade da Tribulao (Ap 13.17). Este sempre foi o sonho de
todos os tiranos da histria exercer um controle to absoluto sobre
seus vassalos a ponto de decidir quem pode comprar e quem pode
vender. O historiador Sir William Ramsay comenta que Domiciano,
imperador romano no primeiro sculo, "levou a teoria da divindade
Imperial ao extremo e encorajou ao mximo a delao; [...] de modo
que, de uma forma ou de outra, cada habitante das provncias da sia
precisava demonstrar sua lealdade de modo claro e visvel, ou ento
era imediatamente denunciado e ficava impossibilitado de participar da
vida social e de exercer seu ofcio".[4] No futuro, o Anticristo
aperfeioar esse sistema com o auxlio da moderna tecnologia.
Ao longo da histria, muitos tm tentado marcar certos grupos de
pessoas para o extermnio, mas sempre houve alguns que conseguiram
achar um meio de escapar. Porm, medida que a tecnologia avana,
parece haver uma possibilidade cada vez maior de bloquear
praticamente todas as sadas. Essa hiptese reforada pelo emprego da palavra grega duntai
"possa" (Ap 13.17), que usada para transmitir a idia do que "pode" ou "no pode" ser feito. O
Anticristo no permitir que algum compre ou venda se no tiver a marca, e o que possibilitar a
implantao desta poltica ser o fato da sociedade do futuro no usar mais o dinheiro vivo como meio
de troca. O controle da economia, ao nvel individual, atravs da marca, encaixa-se perfeitamente no
que a Bblia diz a respeito do controle do comrcio global pelo Anticristo, delineado em Apocalipse 17 e
18.
Verificao da identidade pela
leitura da ris. O Anticristo far
uso da moderna tecnologia.

A segunda metade de Apocalipse 13.17 descreve a marca como "o nome da besta ou o nmero do
seu nome". Isso significa que "o nmero do nome da besta absolutamente equivalente ao nome, [...].
Essa equivalncia indica que, como nome, ele escrito com letras; mas, como nmero, o anlogo do
nome escrito com algarismos".[5] O nome do Anticristo ser expresso numericamente como "666".
Calculando o Nmero

Nesse ponto da profecia (Ap 13.18), o apstolo Joo interrompe


momentaneamente a narrativa da viso proftica e passa a ensinar
a seus leitores a maneira correta de interpretar o que havia dito.
Uma leitura do Apocalipse demonstra claramente que os maus no
entendero o significado, porque rejeitaram a Jesus Cristo como
Senhor e Salvador. Por outro lado, os demais que estiverem
atravessando a Tribulao recebero sabedoria e entendimento
para que possam discernir quem o Anticristo e recusar a sua
marca. A Bblia deixa claro que aqueles que receberem a marca da
besta no podero ser salvos (Ap 14.9-11; 16.2; 19.20; 20.4) e
passaro a eternidade no lago de fogo. O fato de Joo usar essa
passagem crucial para transmitir sabedoria e entendimento aos
crentes, com relao a um assunto de conseqncias eternas,
mostra que Deus prover o conhecimento necessrio para que o
Seu povo possa segui-lO fielmente.

O Anticristo no permitir que


algum compre ou venda se no
tiver a marca, e o que possibilitar
a implantao desta poltica ser o
fato da sociedade do futuro no
usar mais o dinheiro vivo como
meio de troca.

Mas o que essa sabedoria e esse conhecimento permitem que os crentes faam? A passagem diz que
podemos "calcular". Calcular o qu? Podemos calcular o nmero da besta.
O principal propsito de alertar os crentes sobre a marca permitir que eles saibam que, quando em
forma de nmero, o "nome" da besta ser 666. Assim, os crentes que estiverem passando pela
Tribulao, quando lhes for sugerido que recebam o nmero 666 na fronte ou na mo direita, devero
rejeit lo mesmo que isso signifique a morte Outra concluso que podemos tirar que qualquer
11

marca ou dispositivo oferecido antes dessa poca no a marca da besta que deve ser evitada.
Portanto, no h motivo para os cristos de hoje encararem o nmero 666 de forma supersticiosa. Se
o nosso endereo, nmero de telefone ou cdigo postal incluem esse nmero, no precisamos ter
medo de que algum poder satnico ou mstico nos atingir. Por outro lado, temos que reconhecer que
muitos ocultistas e satanistas so atrados por esse nmero por sua conexo com a futura
manifestao do mal. Porm, o nmero em si no tem poderes sobrenaturais. Quando um crente
acredita nisso, j caiu na armadilha da superstio. A Bblia ensina que no h nenhum motivo para
atribuir poderes msticos ao nmero 666.
A Carroa na Frente dos Bois
Muitos tm tentado descobrir a identidade do Anticristo atravs de clculos numricos. Isso pura
perda de tempo. A lista telefnica est cheia de nomes que poderiam ser a soluo do enigma, mas a
sabedoria para "calcular" o nome no para ser aplicada agora, pois isso seria colocar a carroa
adiante dos bois. Esse conhecimento para ser usado pelos crentes durante a Tribulao.
Em 2 Tessalonicenses 2, Paulo ensina que, durante a presente era da Igreja, o Anticristo est sendo
detido. Ele ser "revelado somente em ocasio prpria" (v.6). Ao escolher a palavra "revelado", o
Esprito Santo quis indicar que a identidade do Anticristo estar oculta at a hora de sua revelao,
que ocorrer em algum momento aps o Arrebatamento da Igreja. Portanto, no possvel saber
quem o Anticristo antes da "ocasio prpria". O Apocalipse deixa bem claro que os crentes sabero
na hora certa quem o Anticristo.
Como apontamos acima, o Apocalipse no deixa dvida de que durante a Tribulao todos os crentes
sabero que receber a marca da besta ser o mesmo que rejeitar a Cristo. Durante a Tribulao, todos
os cristos tero plena conscincia disso onde quer que estejam. Nenhuma das hipteses levantadas
no passado, ou que venham a ser propostas antes da Tribulao, merece crdito.
Apocalipse 13.17-18 diz claramente que o nmero 666 ser a marca que as pessoas tero que usar na
fronte ou na mo direita. Em toda a histria, ningum jamais props a utilizao desse nmero em
condies semelhantes s da Tribulao, de modo que todas as hipteses j levantadas a respeito da
identidade do Anticristo podem ser descartadas.
O mais importante nessa passagem que podemos nos alegrar em saber que a identificao do futuro
falso Cristo ainda no possvel, mas o ser quando ele ascender ao trono. Com certeza, aquele a
quem o nmero 666 se aplica algum que pertence a uma poca posterior ao perodo em que Joo
viveu, pois ele deixa claro que algum iria reconhecer esse nmero. Se nem a gerao de Joo nem a
seguinte foi capaz de discerni-lo, isso significa que a gerao que poder identificar o Anticristo
forosamente estava (e ainda est) no futuro. No passado, houve vrias figuras polticas que
tipificaram caractersticas e aes desse futuro personagem, mas nenhum dos anticristos anteriores se
encaixa perfeitamente no retrato e no contexto do Anticristo do final dos tempos.[6]
A Relao entre Tecnologia e a Marca da Besta
Muitos tm feito as mais variadas hipteses sobre a marca da besta. Alguns dizem que ela ser como
o cdigo de barras utilizado para identificao universal de produtos. Outros imaginam que seja um
chip implantado sob a pele, ou uma marca invisvel que possa ser lida por um scanner. Contudo, essas
conjeturas no esto de acordo com o que a Bblia diz.
A marca da besta 666 no a tecnologia do dinheiro virtual nem um dispositivo de biometria. A
Bblia afirma de forma precisa que ela ser:

a marca do Anticristo, identificada com sua pessoa


o nmero 666, no uma representao
uma marca, como uma tatuagem
visvel a olho nu
12

sobre a pele, e no dentro da pele


facilmente reconhecvel, e no duvidosa
recebida de forma voluntria; portanto, as pessoas no sero ludibriadas para receb-la
involuntariamente
usada aps o Arrebatamento, e no antes
usada na segunda metade da Tribulao
necessria para comprar e vender
recebida universalmente por todos os no-cristos, mas rejeitada pelos cristos
uma demonstrao de adorao e lealdade ao Anticristo
promovida pelo falso profeta
uma opo que selar o destino de todos os que a receberem, levando-os ao castigo eterno no
lago de fogo.

Talvez na histria ou na Bblia nenhum outro nmero tenha


atrado tanto a ateno de cristos e no-cristos quanto o
"666". At mesmo os que ignoram totalmente os planos de
Deus para o futuro, conforme a revelao bblica, sabem que
esse nmero tem um significado importante. Escritores
A marca da besta uma opo que
religiosos ou seculares, cineastas, artistas e crticos de arte
selar o destino de todos os que a
fazem meno, exibem ou discorrem a respeito dele. Ele tem
receberem, levando-os ao castigo eterno
sido usado e abusado por evanglicos e por membros de todos
no lago de fogo.
os credos, tendo sido objeto de muita especulao intil.
Freqentemente, pessoas que se dedicam com sinceridade ao
estudo da profecia bblica associam esse nmero tecnologia disponvel em sua poca, com o intuito
de demonstrar a relevncia de sua interpretao. Mas, fazer isso colocar "a carroa na frente dos
bois", pois a profecia e a Bblia no ganham credibilidade ou legitimidade em funo da cultura ou da
tecnologia.
Concluso
O fato da sociedade do futuro no utilizar mais o dinheiro vivo ser usado pelo Anticristo. Entretanto,
seja qual for o meio de troca substituto, ele no ser a marca do 666. A tecnologia disponvel na poca
da ascenso do Anticristo ser aplicada com propsitos malignos. Ela ser empregada, juntamente
com a marca, para controlar o comrcio (como afirma Apocalipse 13.17). Sendo assim, possvel que
se usem implantes de chips, tecnologias de escaneamento de imagens e biometria para implementar a
sociedade amonetria do Anticristo, como um meio de implantar a poltica que impedir qualquer
pessoa de comprar ou vender se no tiver a marca da besta. O avano da tecnologia mais um dos
aspectos que mostram que o cenrio para a ascenso do Anticristo est sendo preparado. Maranata!
(Thomas Ice - Pre-Trib Perspectives - http://www.chamada.com.br)

1. Robert L. Thomas, Revelation 8-22: An Exegetical Commentary (Chicago: Moody Press, 1995),
2.
3.
4.
5.
6.

pp. 179-80.
Thomas, Revelation 8-22, p. 181.
Thomas, Revelation 8-22, p. 181.
Sir William Ramsay, The Letters to the Seven Churches (New York: A. C. Armstrong & Son,
1904), p. 107.
Thomas, Revelation 8-22, p. 182.
Thomas, Revelation 8-22, p. 185.

Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2004.

13

Na poca de Natal costume montar prespios em igrejas, lojas e residncias. H os mais variados
tipos, diferentes em suas formas e em sua aparncia. Existem prespios grandes e pequenos,
orientais e ocidentais, europeus e asiticos. Eles so montados em meio a reprodues de palmeiras
ou pinheiros, e os mais diversos personagens se agrupam ao redor da manjedoura. Mas em qualquer
prespio sempre h duas figuras muito populares: o boi e o jumento.
Qual a origem dessa tradio? O relato bblico do nascimento de Jesus no menciona bois nem
jumentos. Foram alguns "pais da Igreja" (lderes nos primeiros sculos do cristianismo) que
introduziram esses animais na histria do Natal, e eles o fizeram com segundas intenes. A razo foi
seu dio aos judeus, e a passagem utilizada para justific-lo foi Isaas 1.2-4: "Ouvi, cus, e d
ouvidos, terra, porque o Senhor quem fala: Criei filhos e os engrandeci, mas eles esto revoltados
contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel no
tem conhecimento, o meu povo no entende. Ai desta nao pecaminosa, povo carregado de
iniqidade, raa de malignos, filhos corruptores; abandonaram o Senhor, blasfemaram do Santo de
Israel, voltaram para trs". Muitos "pais da Igreja", fazendo uso dessa passagem, diziam:
Parece que o boi e o jumento tm mais entendimento que o povo de Israel. Por isso,
coloquemos esses animais no prespio para servirem de exemplo: eles conhecem o
senhor de sua manjedoura, enquanto os judeus no o conhecem.
Portanto, os dois personagens tradicionais que fazem parte do cenrio da manjedoura de Jesus tm
sua origem em uma motivao anti-semita.

As promessas de Deus contra todo anti-semitismo


No devemos desconsiderar que Israel realmente se
comportou como um boi ou como um jumento no decorrer
de sua histria, pois foi indiferente, obstinado e teimoso para
com seu Senhor. Por essa razo Deus teve de trazer juzos
e castigos sobre o povo de Sua aliana, permitindo que
naes estranhas governassem sobre Israel. Nos tempos
finais esse processo atingir seu ponto mximo.

Na poca de Natal costume montar


prespios em igrejas, lojas e residncias.
Neles sempre h duas figuras muito
populares: o boi e o jumento. O relato
bblico do nascimento de Jesus no
menciona bois nem jumentos.

No final, porm, Deus vai alcanar o alvo que estabeleceu


para Seu povo, conduzindo-o manjedoura de Seu Filho.
Ele no abre mo de Suas promessas, cumprindo-as
integralmente: "No te permitirei jamais que ouas a
ignomnia dos gentios; no mais levars sobre ti o oprbrio
dos povos, nem mais fars tropear o teu povo, diz o Senhor Deus" (Ez 36.15).

14

O cntico de Maria por ocasio do nascimento de Jesus demonstra que a aliana do Senhor com
Abrao e os patriarcas tem validade eterna para todos os seus descendentes: "Amparou a Israel, seu
servo, a fim de lembrar-se da sua misericrdia a favor de Abrao e de sua descendncia para sempre,
como prometera aos nossos pais" (Lc 1.54-55). Deus prometeu exatamente o mesmo a Abrao:
"Estabelecerei a minha aliana entre mim e ti e a tua descendncia no decurso das suas geraes,
aliana perptua, para ser o teu Deus e da tua descendncia" (Gn 17.7). Jesus veio tambm por isso!
Ele no tornou-se homem para permitir que o anti-semitismo triunfasse sobre Israel, mas para
confirmar a aliana eterna de Deus com Seu povo: "Digo, pois, que Cristo foi constitudo ministro da
circunciso, em prol da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos pais" (Rm
15.8).
Quem rouba as promessas de Israel coloca em dvida a veracidade do que Deus diz e questiona a
obra de Jesus na cruz. Assim, o Senhor apresentado como mentiroso, pois Jesus no veio para tirar
as promessas divinas de Israel, mas para confirm-las.
O caminho pelo qual Deus conduziu a Israel em meio ao anti-semitismo
Na "histria de Natal anti-semita" existe uma pessoa que desempenha um papel muito importante: o rei
Herodes (o Grande). Ele foi um dos primeiros anti-semitas mencionados no Novo Testamento.
Herodes se ops ao nascimento de Jesus; ele tentou impedir a salvao e "mandou matar todos os
meninos de Belm e de todos os seus arredores" (Mt 2.16).
Por que ele cometeu esse ato de crueldade? Ser que ele agiu motivado apenas pelo medo de perder
seu trono para o "recm-nascido Rei dos judeus" (Mt 2.2)? Ou havia um sentido espiritual mais
profundo subjacente sua ao cruel?
Herodes, como se sabe, era edomita. Os edomitas descendem de Esa (Gn 36.1,8,43). Em Romanos
9.13 Paulo cita Malaquias 1.2-3. Ali o Senhor diz: "...amei a Jac, porm aborreci a Esa". Por que o
Senhor aborreceu a Esa? Porque ele no cria na ressurreio! Ao negociar seu direito de
primogenitura, Esa respondeu a seu irmo Jac: "Estou a ponto de morrer; de que me aproveitar o
direito de primogenitura?" (Gn 25.32). Esa negava a realidade da ressurreio, no acreditava no
cumprimento futuro das promessas divinas para Israel e, em sentido mais profundo, tambm no cria
na obra de Deus em Jesus Cristo relativa morte e ressurreio.
Esa representa, assim, uma pessoa que direciona todas as suas atenes somente para as coisas
terrenas, que no pensa alm desta vida aqui na terra e, portanto, despreza os valores espirituais.
Por essa razo, Esa chamado de "impuro" e "profano" (Hb 12.6). Ele, por exemplo, tomou
conscientemente como esposas duas mulheres gentias, que causaram grandes problemas aos seus
pais, Isaque e Rebeca (Gn 26.34-35). Em Malaquias 1.1-4 a terra de Edom (de Esa) chamada de
terra de perversidade e povo contra quem o Senhor est irado para sempre. Conforme Ezequiel 32.2932, Edom descrito como estando localizado no reino dos mortos, "com os incircuncisos e com os que
desceram cova".
Portanto, no de admirar que, sob domnio romano, justamente um descendente de Edom ocupava o
trono quando o Filho da Vida nasceu em Belm. Percebemos que a ao de Herodes, ao mandar
matar os bebs judeus, foi muito alm da simples reao ameaa ao seu poder real.
Simbolicamente, a luta foi entre Esa e Jac, entre Herodes e Jesus, entre o reino dos mortos e o
paraso, entre as coisas terrenas e passageiras e aquelas que so eternas.
A pessoa de Herodes est diametralmente oposta s promessas que Deus deu a Abrao para sempre
e que foram confirmadas pela morte e ressurreio de Jesus Cristo.
Foi tambm um Herodes (Antipas) que ordenou a decapitao de Joo Batista, porque era dominado
pela mentalidade carnal, pela concupiscncia dos olhos (Mt 14.6-11).

15

Assim podemos entender porque esse Herodes (Antipas) zombou e escarneceu de Jesus antes de
devolv-lO a Pilatos. Na pessoa de Herodes o reino dos mortos se opunha quele que venceria a
morte (Lc 23.11).
Quando o sindrio se ops ao testemunho dos apstolos acerca da ressurreio, a igreja primitiva
reuniu-se em unanimidade, citando o papel de Herodes (Antipas) em sua orao: "Levantaram-se os
reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque
verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes
e Pncio Pilatos, com gentios e gente de Israel" (At 4.26-27).
Tambm foi um Herodes (Agripa I, neto de Herodes, o Grande) que mandou passar ao fio da espada a
Tiago, irmo de Joo, e mandou prender a Pedro (At 12.1-3).
Vemos que sempre que o Plano de Salvao se aproximava de uma encruzilhada importante, aparecia
em cena um Herodes anti-semita tentando impedir que a vida se manifestasse.
Por isso, certamente no por acaso que a Bblia diz acerca de Edom e de outros que se encontram
no reino dos mortos: "Ali, est Edom e todos os seus prncipes, que, apesar do seu poder, foram
postos com os que foram traspassados espada; estes jazem com os incircuncisos e com os que
desceram cova. Ali, esto os prncipes do Norte, todos eles, e todos os sidnios, que desceram com
os traspassados, envergonhados com o temor causado pelo seu poder; e jazem incircuncisos com os
que foram traspassados espada e levam a sua vergonha com os que desceram cova" (Ez 32.2930).
No causa surpresa, portanto, que justamente acerca do orgulho e da morte horrvel de Herodes
(Agripa I, neto de Herodes, o Grande), a Palavra de Deus diga: "Em dia designado, Herodes, vestido
de trajo real, assentado no trono, dirigiu-lhes a palavra; e o povo clamava: voz de um deus, e no de
homem! No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele no haver dado glria a Deus; e,
comido de vermes, expirou. Entretanto, a palavra do Senhor crescia a se multiplicava" (At 12.21-24).
Esse severo juzo divino sobre Herodes torna-se mais compreensvel se levarmos em conta sua
situao espiritual, pois o povo dos edomitas, do qual Herodes fazia parte, era um povo profundamente
anti-semita. E esse povo tambm desempenha um papel importante nas declaraes que Deus faz
acerca do "Dia do Senhor":
"Contra os filhos de Edom, lembra-te, Senhor, do dia de Jerusalm, pois dizem: Arrasai, arrasai-a,
at aos fundamentos" (Sl 137.7).
"Por causa da violncia feita a teu irmo Jac, cobrir-te- a vergonha, e sers exterminado para
sempre" (Ob 1.10).
"Dizem: Vinde, risquemo-los de entre as naes; e no haja mais memria do nome de Israel. Pois
tramam concordemente e firmam aliana contra ti as tendas de Edom e os ismaelitas..." (Sl 83.4-6).
Na minha opinio, todo o anti-semitismo se origina desse esprito edomita, inspirado pelo diabo. O
esprito de morte que emana de Edom ir se voltar de maneira cada vez mais intensa contra o povo de
Israel nos tempos do fim, mas no conseguir alcanar seu objetivo.
A queda e a ressurreio de Israel

16

bem verdade que Israel diferentemente do boi e do jumento por


muito tempo no reconheceu a manjedoura de seu Senhor. E tambm
verdade que o Senhor tornou-se uma pedra de tropeo para grande parte
de Seu povo. O velho Simeo exprime essa realidade com as seguintes
palavras: "Eis que este menino ser destinado tanto para runa como para
levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradio" (Lc
2.34). Portanto, no somente "runa" mas tambm "levantamento". Por
isso, em Isaas 1 no lemos apenas: "O boi conhece o seu possuidor, e o
jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel no tem conhecimento, o
meu povo no entende" (v.3), mas est escrito tambm que Deus diz:
"restituir-te-ei os teus juzes, como eram antigamente, os teus
conselheiros, como no princpio; depois, te chamaro cidade de justia,
cidade fiel. Sio ser redimida pelo direito, e os que se arrependem, pela
justia" (vv.26-27).
Atravs do direito dAquele que morreu e ressuscitou, atravs de Sua
justia, Israel retornar manjedoura de seu Senhor.

"A intimidade do Senhor


para aqueles que o temem".

Um final feliz
A "histria de Natal anti-semita" no ter um final feliz apenas para Israel. Todos aqueles que se
dispuseram, em algum momento de suas vidas, a deixarem de ser "jumentos obstinados" para se
transformarem em "ovelhas do pasto de seu Senhor", fazem parte de Seu rebanho, so cuidados por
Ele e desfrutam da proximidade de Sua manjedoura. Ele nos alimenta. Ele nos satisfaz. E neste Natal,
no final deste ano em que a histria do mundo mudou, temos, mais do que nunca, o privilgio de
buscar refgio nAquele que o Senhor da Vida. Queira Deus que este Natal seja para ns um marco
perene, lembrando-nos que podemos deixar toda a inquietao deste mundo e que temos o direito de
usufruir de Sua presena, de Sua proximidade, de Sua intimidade. "A intimidade do Senhor para
aqueles que o temem" (Sl 25.14). neste sentido que desejo a todos um "Feliz Natal!" (Norbert Lieth http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Notcias de Israel, dezembro de 2001.

17

"Dispe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glria do Senhor nasce sobre ti. Porque eis
que as trevas cobrem a terra, e a escurido, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o
Senhor, e a sua glria se v sobre ti" (Is 60.1-2).
A palavra "luz" destacada pelo profeta Isaas. O que a "luz"? Todos sabemos que a luz a
ausncia de trevas, mas devemos entender que a questo aqui a separao entre a luz e as trevas.
Lemos j no incio da Bblia: "...e (Deus) fez separao entre a luz e as trevas" (Gn 1.4b). Deus no
eliminou as trevas, Ele as separou da luz. Portanto, uma segunda palavra-chave que devemos lembrar
"separao".
A vinda de Jesus significa exatamente isso: separao! Ou voc cr e aceita que Jesus Cristo veio em
carne, viveu uma vida sem pecado e sacrificou a si mesmo, derramando Seu sangue na cruz do
Calvrio pelos seus pecados, e que assim voc tornou-se um filho da luz; ou voc rejeita essa verdade
eterna e continua sendo um filho das trevas.
O versculo inicial no diz apenas "eis que as trevas cobrem a terra", mas prossegue: "e a
escurido, os povos". Essa a realidade em nosso mundo. Por exemplo, dificilmente podemos
imaginar a terrvel escurido em que viviam os terroristas-suicidas islmicos que seqestraram os
avies de passageiros no dia 11 de setembro de 2001 e os lanaram contra edifcios ocupados por
milhares de pessoas inocentes. Por que eles fizeram isso? Sem dvida, eles estavam convencidos de
que seu ato era justificado; para eles, essa era a coisa certa a fazer. Eles criam firmemente que, no
momento da morte, seriam trasladados para a glria do paraso. Entretanto, tal convico religiosa no
baseada na verdade; ela tem seu fundamento na imaginao do corao maligno dos homens
seduzidos pelas "trevas".
As Escrituras, entretanto, no dizem que apenas as pessoas que cometem tais crimes horrendos
vivem nas trevas, pois lemos: "...a escurido [cobre] os povos". Isso significa que todos os povos do
mundo vivem em trevas.
A escurido algo terrvel, porque ela impede que vejamos qualquer coisa. Por exemplo, se voc
entrar no poro de uma casa ou em outro lugar escuro durante a noite, sem dispor de uma luz, correr
srio perigo de se machucar. isso que a Bblia nos comunica: todas as pessoas na terra esto em
srio perigo, no apenas em sua vida presente, mas tambm quanto eternidade. Portanto,
extremamente importante que voc se chegue luz.
Quando Jesus, a luz do mundo, o Verbo (a Palavra) de Deus, fez-se carne e habitou entre ns, Ele
ofereceu a luz a todos, dizendo: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8.12). Joo, porm, declarou: "E a luz
resplandece nas trevas, e as trevas no a compreenderam" (Jo 1.5, Ed. Revista e Corrigida). Por
que as trevas no a compreendem? Encontramos a resposta para essa importante questo em Joo
3.19-20: "O julgamento este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do
que a luz; porque as suas obras eram ms. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e
no se chega para a luz, a fim de no serem argdas as suas obras".

18

O nascimento de Cristo, ou seja, o Natal, somente pode tornar-se efetivo em sua vida, se voc sair das
trevas e vier para a luz. Sem isso, o Natal ser apenas como uma pea teatral tradicional na
verdade, tola e comercial.
As palavras de Isaas 60.1-2 so dirigidas a Israel. A luz era e Jesus Cristo, o Filho de Deus, o
Messias de Israel e Salvador do mundo. A oferta da luz e da separao foi feita inicialmente aos
judeus. Ela era destinada a Israel, que, entretanto, rejeitou a Jesus. Assim, Ele voltou-se para os
gentios. Isso torna-se bem evidente no versculo 3: "As naes (os gentios) se encaminham para a
tua luz..." Portanto, as palavras do versculo 2b ainda aguardam seu cumprimento final: "mas sobre ti
(Israel) aparece resplendente o Senhor, e a sua glria se v sobre ti". Isso ainda no ocorreu com
Israel, de modo que dever cumprir-se no futuro.
No mesmo captulo, o profeta Isaas proclama: "Tambm viro a ti, inclinando-se, os filhos dos que
te oprimiram; prostar-se-o at s plantas dos teus ps todos os que te desdenharam e chamarte-o Cidade do Senhor, a Sio do Santo de Israel" (Is 60.14). Atualmente, acontece o contrrio:
Israel continua odiado e oprimido. Os rabes tm um s objetivo: a destruio do Estado judeu. Eles
dizem que o sionismo deve ser eliminado. Entretanto, isso no acontecer. No final, todos os povos
chamaro Jerusalm de "Cidade do Senhor, a Sio do Santo de Israel".
Finalmente, o profeta afirma: "Nunca mais se ouvir de violncia na tua terra, de desolao ou
runas, nos teus limites..." (v. 18). Vir o tempo em que Israel ser a nao dedicada ao Senhor,
exatamente como est registrado nas Escrituras. Israel ser um louvor a Deus em meio a todos os
povos da terra. Somente ento a verdadeira paz prevalecer em todo o globo. O Prncipe da Paz
governar "com cetro de ferro" (Ap 19.15) e no ir tolerar qualquer rebelio. Todos os povos
estaro sujeitos autoridade do Senhor dos senhores e Rei dos reis, Jesus, o Crucificado. Ento,
finalmente, Lucas 2.14 ser uma realidade mundial: "...paz na terra entre os homens, a quem ele
quer bem".
Esse tipo de Natal continua inimaginvel nos dias em que vivemos, porque o mundo inteiro jaz nas
trevas. Entretanto, existe uma excesso: a paz interior individual e pessoal que voc pode
experimentar agora. Mesmo nestes tempos turbulentos, essa paz que "excede todo o entendimento"
(veja Fp 4.7) est disponvel para voc. Tenha uma verdadeira experincia natalina neste ano! Jesus
disse: "Assim tambm agora vs tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o vosso corao se
alegrar, e a vossa alegria ningum poder tirar" (Jo 16.22).
Em Cristo,
Arno Froese (http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite , dezembro de 2002.

19

Dois advogados da Bavria (Alemanha) pediram h algum tempo a um ministro do governo alemo
para classificar a Bblia como um livro perigoso para crianas, por causa do seu contedo violento. "Ela
prega o genocdio, o racismo, inimizade para com os judeus, execues terrveis de adlteros e
homossexuais, o assassinato de seus prprios filhos e muitas outras coisas perversas", escreveram
Christian Sailer e Jeoachim Hetzel. Mais tarde, ambos tambm disseram que a Palavra de Deus
contm "passagens sangrentas e que violam os direitos humanos". Eles queriam que a Bblia fosse
colocada na lista de livros imprprios para crianas at que as passagens ofensivas fossem removidas.
Quanta intolerncia desses liberais!
Uma coisa est clara sobre esses advogados alemes: eles no entendem nada da interpretao das
idias e dos ensinamentos da Bblia. Se formos nos basear no seu modo de pensar, todos os livros de
histria e a maioria dos artigos de jornal tambm teriam de entrar nessa lista, caso fossem aplicados
os mesmos padres. claro que esse tipo de acusao absurda, sendo fruto da lgica
"politicamente correta" levada ao extremo.
No obstante, durante anos tenho visto muitos cristos que criam na Bblia abandonarem a f, por
acreditarem que a violncia por si s sempre um erro. Muitos cristos caram por causa dessa linha
de raciocnio liberal, que diz que a violncia sempre errada. Se isso fosse verdade, teria faltado tica
ao prprio Deus.
O filme "O Patriota" foi considerado imprprio para menores [nos EUA], porque mostrava um menino
tentando atirar num soldado ingls durante a guerra pela independncia dos Estados Unidos. No h
quase nenhum palavro e nenhuma cena de sexo no filme, mas por causa da viso liberal de que toda
violncia categoricamente algo ruim, o filme foi censurado.
Voc j parou para pensar: se Hollywood fizesse um filme fiel aos relatos da Tribulao e da Segunda
Vinda, esse filme seria um dos mais violentos da histria do cinema? Ento, podemos nos perguntar:
qual a perspectiva bblica da violncia e como ela se relaciona com a profecia?
A Bblia e a violncia
No estou dizendo que a violncia uma coisa boa. O que quero dizer que, na perspectiva bblica,
neste mundo cado, pode-se afirmar que existe a violncia "boa" e a "ruim". Creio que a Bblia ensina
que existe uma violncia que deve ser exercida contra o mal e que h tambm a violncia ruim, aquela
praticada contra os inocentes.
A violncia surgiu por causa da queda do homem, atravs do ato de rebeldia de Ado (Gnesis 3.118). Por causa daquele ato de desobedincia, Deus amaldioou Ado, Eva e a serpente [Satans]
(Gnesis 3.8-18). A maldio de Deus foi o julgamento dos culpados por causa de sua rebelio. O
julgamento normalmente envolve algum tipo de violncia.

20

J que Deus justo, Ele no pode permitir que o pecado e a rebelio fiquem impunes. Logo, quando a
justia de Deus encontra o pecado, o resultado um julgamento violento. O julgamento necessrio
porque Deus justo. Essa a violncia justa, de Deus para o homem.
A violncia injusta demonstrada pelo homem cado para com o seu semelhante, sendo que ela
uma conseqncia da sua natureza cada e pecaminosa. Por exemplo, violncia ruim foi o resultado do
cime que Caim teve de Abel, quando o assassinou (Gnesis 4.3-15) com uma faca que era usada
para os sacrifcios (essa idia est implcita na palavra grega usada em 1 Joo 3.12). Esse o tipo de
violncia ruim qual devemos nos opor, j que ela a expresso do nosso pecado, da nossa rebelio
contra Deus e Seus mandamentos.
As coisas no ficaram melhores depois que Caim matou seu irmo. Ao invs disso, elas degeneraram,
gerando mais violncia. Gnesis 6.11 nos diz que uma das razes para o dilvio nos dias de No foi
que "a terra estava corrompida vista de Deus e cheia de violncia".
Certamente no de violncia justa, mas sim da violncia reprovvel dos homens, por causa do seu
pecado. A justia de Deus foi expressa no dilvio porque Sua perspectiva era que a terra "...estava
corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra" (Gnesis 6.12). A
resposta de Deus foi: "...os farei perecer juntamente com a terra" (Gnesis 12.13) um julgamento
justo expresso no ato violento do dilvio.
O dilvio no lavou a natureza pecaminosa da humanidade, nem seus atos pecaminosos individuais.
J que a humanidade no poderia se autogovernar, Deus instituiu o instrumento do governo civil,
acompanhado da pena capital, com o propsito de restringir a violncia da humanidade (Gnesis 9.57), at que Cristo retorne para reinar e governar pessoalmente durante o Milnio. Gnesis 9.6 diz: "Se
algum derramar o sangue do homem, pelo homem [isto , pela humanidade] se derramar o seu;
porque Deus fez o homem segundo a sua imagem".
Assim sendo, o ato violento da pena capital foi determinado por Deus para ser mediado pelo governo
civil como um tipo da violncia justa. Deus implementou a pena capital para o assassinato mesmo
sabendo, em Sua oniscincia, que o Seu nico Filho, o Senhor Jesus, seria assassinado no maior erro
judicirio da histria. A crucificao de Cristo foi claramente um ato de violncia ruim.
Profecia e violncia
Qualquer pessoa familiarizada com as profecias bblicas sobre o final dos tempos entende que as
Escrituras retratam a violncia global. A Tribulao, que durar sete anos, ser um tempo em que mais
da metade da populao do planeta ir morrer (veja Apocalipse 6.8,8,15). Alguns iro morrer pela mo
de outros homens (Apocalipse 6.8), enquanto outros sero mortos por anjos (Apocalipse 9.15).
Entretanto, todo esse perodo de sete anos chamado de tempo da "ira de Deus" (veja Apocalipse
6.15-17; 14.10,19; 15.1,7; 16.1,19; 19.15). Zacarias 13.8 ensina claramente que dois teros dos judeus
tambm sero mortos durante a Tribulao. Essa passagem no indica que porcentagem ser
destruda por agentes humanos ou divinos. Os eventos da Tribulao so uma mera preparao para
o massacre que ocorrer no Armagedom (Apocalipse 16.16; Joel 3.2,9-17), seguido pelo julgamento
que nosso Senhor trar sobre o planeta Terra (Mateus 24.29-31; Apocalipse 19.11-21). Inclusive, no
intervalo de setenta e cinco dias, entre a Segunda Vinda de Cristo e o incio do Seu reino de mil anos
(Daniel 12.11-12), todo incrdulo que ficar na terra ser julgado e destrudo (Mateus 13.40-43; 25.3146).
Quando tentamos entender o plano proftico de Deus para o universo e para a terra, deveria ficar claro
que o julgamento de um Deus justo faz parte dele. Mas a graa de Deus para com os Seus eleitos, em
todos os tempos, est includa em todos os julgamentos relatados na Bblia. O julgamento de Deus,
que se d atravs da histria, expresso na forma de uma violncia boa, ou seja, da violncia justa.
Mas, por que necessrio que exista a violncia proveniente de Deus?
O mal no pode ser removido sem a violncia de Deus
Durante anos tenho encontrado muitas pessoas que expressaram seu desejo de ver o mal e a
violncia removidos do mundo. Essa preocupao se manifesta seguidamente em forma da pergunta:
21

"Por que Deus permite as guerras, o sofrimento e a violncia?" Tal questionamento demonstra como o
mal e a violncia no so entendidos corretamente.
O mal, a morte e a violncia entraram no mundo como resultado do pecado do homem (Romanos
5.12-21; 1 Corntios 15.20-22). O mal entrou no universo por intermdio de Satans e de seus anjos
cados (Isaas 14.1-23; Ezequiel 28.1-19; Apocalipse 12.4), e o homem optou por ele. O julgamento de
Deus atravs de um meio violento, a morte (e outros sofrimentos), a nica resposta que um Ser
verdadeiramente santo e justo poderia dar.
Logo, para atender ao pedido dos crticos "Deus no deve permitir o mal em Seu universo" requerse que haja um julgamento violento, para que o mal seja separado do bem. O pedido para que se
remova o mal do universo tambm uma exigncia para que venha o fim da histria, quando Deus
remover o mal atravs do Seu julgamento justo. isso que o cu e o inferno representam: a
separao eterna entre o bem e o mal. No haver violncia no cu, mas ela nunca cessar no
inferno. Paulo disse aos Tessalonicenses que eles poderiam descansar e no deviam preocupar-se em
buscar vingana contra aqueles que eram a fonte de suas "...perseguies e tribulaes" (2
Tessalonicenses 1.4). Por qu? Porque Deus ir tomar conta do problema quando voltar para o
julgamento. Note que Paulo diz: "se, de fato, justo para com Deus que ele d em paga tribulao aos
que vos atribulam e a vs outros, que sois atribulados, alvio juntamente conosco, quando do cu se
manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingana contra
os que no conhecem a Deus e contra os que no obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.
Estes sofrero penalidade de eterna destruio, banidos da face do Senhor e da glria do seu poder,
quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia
(porquanto foi crido entre vs o nosso testemunho)" (2 Tessalonicenses 1.6-10).
Tal declarao requer violncia para que seja cumprida. Essa violncia ser boa e justa porque desse
modo sero corrigidos alguns dos erros da histria. O Deus da Bblia um Deus justo.
Concluso
Certamente todos ns j lemos uma histria ou assistimos a um filme em que um indivduo, um grupo
ou uma nao so oprimidos por um tirano ou um valento. Num ponto crucial da histria, um heri
chega para salvar a vtima e destri o opressor. Quando chega esse momento na trama, sempre h
uma sensao de alvio e de euforia porque o mocinho triunfou sobre o bandido, o bem sobre o mal, a
justia sobre a injustia. Isso o que dever acontecer no drama real da histria humana. Nosso
Senhor retornar terra, no pice da tirania global de Satans, do Anticristo e do Falso Profeta; e os
lanar no abismo e no lago de fogo (Apocalipse 19.19-20.3). Espero que voc esteja ao meu lado
celebrando quando esse evento violento ocorrer. Talvez o mundo incrdulo ir questionar essa
violncia. Ainda assim, esse ser um tempo em que Deus implementar na histria a Sua retido e
justia.
Estou convencido de que uma das razes porque muitos incrdulos se opem violncia porque
sentem, no fundo de sua alma, que so incrdulos e que violaram os padres de justia de Deus.
Essas pessoas sentem que, quando chegar a hora em que Deus separar para sempre o bem do mal,
sero elas mesmas que recebero o julgamento violento de Deus. Logo, assim como Satans, elas
buscam estabelecer um padro artificial, pelo qual tentaro dizer ao Deus santo: "Isso no justo!" E,
se isso no justo, Deus no tem o direito de julg-las. Entretanto, suas conscincias pesadas no
sero a base legtima para condenar a Deus e escus-las, pois as Escrituras dizem que, no julgamento
final, ningum poder se esconder desse evento (Apocalipse 20.11) e toda boca se calar diante dEle
(Romanos 3.19). Todas as criaturas entendero que o Deus da Bblia justo e reto. Sendo assim,
todos os Seus atos so justos e retos, mesmo os atos de violncia.
Mas maravilhoso sabermos que Ele j providenciou uma maneira de escaparmos do julgamento
violento de Deus. Ele fez isso atravs da morte violenta de Jesus na cruz, para que todo aquele que
nEle crer receba a vida eterna e no entre em condenao. Essas so verdadeiras "boas novas" diante
da realidade em que vivemos.
Por isso podemos acreditar que nem todo tipo de violncia ruim. Alguns tipos so bons, conforme
tem sido demonstrado na histria atual e ser revelado a todos para que vejam e entendam como se
22

dar a implementao do plano de Deus no futuro. Maranata! (Thomas Ice,


http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2001.

23

Multides, que pouco ou nada pensam sobre Deus ou Cristo, aceitam que h mais de 2000 anos Jesus
nasceu em Belm e "que vieram uns magos do Oriente a Jerusalm. E perguntavam: Onde est o
recm-nascido Rei dos judeus?" (Mt 2.1-2). Estranhamente, muitos cristos que crem que Jesus
nasceu "Rei dos judeus" no atribuem a esse ttulo um significado literal, especialmente que ele tenha
algo a ver com judeus. Profecias que falam de Cristo reinando sobre o mundo a partir do trono de
Davi, em Jerusalm, so interpretadas como metforas que se referem ao Seu presente reinado a
partir do cu.
A cidade de Davi
Jerusalm foi fundada pelo rei Davi h 3000 anos atrs. A Bblia se refere a Jerusalm como "cidade
de Davi" por mais de 40 vezes. L Deus estabeleceu o trono de Davi para sempre, e desse trono o
Messias, o Rei dos judeus, descendente de Davi, deve reinar sobre Israel e sobre o mundo (2 Cr 6.6;
33.7; 2 Sm 7.16; Sl 89.3,4,20,21,29-36, etc.). Na Bblia, Jerusalm citada mais de 800 vezes e
pea central nos planos de Deus. L Ele colocou Seu nome para sempre.
O que h por trs do anti-semitismo?
Satans tem inspirado 3000 anos de anti-semitismo sabendo que somente o Messias, descendente de
Abrao, Isaque e Jac, pode derrot-lo. Destruindo todos os judeus, ele teria evitado o nascimento do
Messias. Satans perdeu esse "round". Mas se todos os judeus fossem destrudos hoje, Deus no
poderia cumprir Suas promessas de que Cristo reinar como Rei dos judeus, no trono de Davi, em Sua
Segunda Vinda. Deus seria, ento, um mentiroso e Satans, o vencedor. A integridade e os propsitos
eternos de Deus esto ligados sobrevivncia de Israel!
A quem pertence Jerusalm?
Yasser Arafat afirma que Israel sempre pertenceu aos rabes e que Jerusalm tem sido uma cidade
rabe por milhares de anos. Na realidade, Jerusalm no sequer mencionada no Coro. Em 15 de
julho de 1889, o jornal Pittsburgh Dispatch declarou que, dos 40.000 residentes de Jerusalm, 30.000
eram judeus e a maioria dos outros eram cristos. Em 1948, quando Israel declarou sua
independncia, somente 3 por cento da "Palestina" pertencia aos rabes.
Israel tem seu Knesset (Parlamento) em Jerusalm. Mas o mundo no aceita isso e as embaixadas
estrangeiras se localizam em Tel Aviv. Desafiando a Deus e Seu Rei (leia o Salmo 2), o mundo tem
seus prprios planos para Jerusalm.
Aqui confrontamos os aspectos mais amplos da guerra anti-semtica contra Deus e o Rei dos judeus: a
tentativa de controlar Jerusalm e a terra de Deus (Lv 25.23). Inacreditavelmente, o Conselho de
Segurana das Naes Unidas aplicou quase um tero de suas deliberaes e resolues a Israel, um
pas com menos de um milsimo da populao do mundo! As Naes Unidas jamais condenaram os
rabes pelo seu terrorismo, mas Israel j foi condenado mais de 370 vezes por se defender. Em maro
de 1999, Israel foi novamente notificado pela Unio Europia de que esta "no reconhece a soberania
24

de Israel sobre Jerusalm". Numa bula papal, no Jubileu do Ano 2000, o papa Joo Paulo II mais uma
vez rejeitou a soberania de Israel sobre Jerusalm.
Jerusalm pisada pelos gentios
Estamos vendo o cumprimento contnuo da notvel profecia de Cristo: "Jerusalm ser pisada por
eles, at que os tempos dos gentios se completem" (Lc 21.24). A retomada de Jerusalm Oriental
pelos israelenses em 1967 parecia marcar o fim dos "tempos dos gentios". No entanto, num lance
surpreendente, Israel devolveu o monte do Templo aos cuidados do rei Hussein, da Jordnia, deixando
o prprio corao de Jerusalm nas mos dos gentios. Mais tarde [atravs do "Wagf", a entidade
muulmana que passou a administrar o local], Yasser Arafat e sua OLP assumiram o controle do
monte do Templo.
Evanglicos com doutrina catlica
A doutrina catlica romana de que a nao de Israel foi substituda por aquela Igreja tem se espalhado
progressivamente tambm entre evanglicos. Essa substituio de Israel uma forma sutil de antisemitismo. Ao invs de mandar os judeus para as fornalhas, nega-se sua importncia e at mesmo
sua existncia: por alguma distoro na Histria, os comumente chamados judeus no seriam
realmente judeus os verdadeiros judeus seriam os mrmons, os "israelitas britnicos", os catlicos ou
os cristos.
Parceiros de Satans
O vergonhoso horror do anti-semitismo ao longo da Histria revela o corao humano. Satans achou
milhares de parceiros (muitos dos quais se diziam cristos), vidos por amaldioar, perseguir e at
mesmo matar o povo escolhido de Deus. Roosevelt, Churchill e outros lderes aliados conheciam a
"soluo final do problema judeu" de Hitler e nada fizeram. Mesmo as naes neutras, como a Sua e
a Sucia, devolveram judeus refugiados s fornalhas de Hitler.
O objetivo do islamismo
Incrivelmente, um tpico livro escolar da Jordnia iguala sionismo com nazismo. Entretanto, os rabes
aplaudiram e ajudaram Hitler e o islamismo busca colocar em prtica a "soluo final" de Hitler at
hoje. Lderes polticos e religiosos muulmanos esto continuamente fazendo ameaas hitlerianas na
TV e nas rdios, pelos alto-falantes nas mesquitas ou nas ruas. A batalha entre Jav, o Deus de Israel,
que ama os judeus como povo escolhido, e Al, o deus do islamismo, que os odeia com furor, est
alcanando um clmax apavorante.
Exterminar os judeus dever de todo muulmano religioso. Os muulmanos sonham em destruir
Israel. Os assassinos de inocentes cidados israelenses so exaltados em todo o mundo rabe e seus
nomes so dados a feriados e ruas. Tambm so feitas comemoraes em homenagem a terroristas.
Os lderes islmicos tm invocado um reavivamento espiritual como chave para a destruio de Israel
e o fundamentalismo islmico, que descaradamente emprega o terrorismo, est agora se espalhando
pelo mundo.
Todos os estudiosos islmicos concordam que dever sagrado de todo muulmano, em qualquer
idade, promover a jihad (guerra santa) sempre que possvel, a fim de submeter o mundo inteiro ao
islamismo. H mais de 100 versos no Coro que falam em lutar e matar em nome da jihad. Um
ministro do Gabinete lbio declarou: "A violncia a mais positiva forma de orao dos muulmanos".
Saddam Hussein, apesar de ter invadido o Kuwait, idolatrado por milhes de rabes porque seus
msseis "Scud" atingiram pesadamente alvos civis israelenses e ele, repetidamente, faz convocaes
para que se destrua Israel. Quando Kaddafi esbraveja que "a batalha contra Israel ser tamanha que...
Israel deixar de existir!", ele fala em nome de cada muulmano. Maom, o profeta fundador do
islamismo, declarou que "a ltima hora no chegar antes que os muulmanos lutem e matem os
judeus".

25

O desejo islmico de exterminar Israel ensinado desde a infncia. Um ministro da Educao da Sria
escreveu: "o dio que inculcamos nas mentes das nossas crianas desde o bero sagrado". Um livro
de ensino mdio do Egito atesta: "Israel no sobreviver se os rabes se mantiverem firmes no seu
dio". E um livro de quinta srie declara: "os rabes no param de agir em direo ao extermnio de
Israel". um ato suicida de Israel trocar terra estratgica pela "paz" se ameaado por tamanhos
inimigos mas o mundo o tem forado a faz-lo.
O que o isl entende por "paz"?
Maom mostrou aos muulmanos como fazer "paz". Em 628 d.C. ele fez um tratado de paz com sua
prpria tribo kuraish. Dois anos depois, repentinamente ele atacou Meca e massacrou todos os
homens. Arafat declarou publicamente: "em nome de Al... eu o estou considerando (o acordo de paz
entre Israel e OLP) tanto quanto nosso profeta Maom considerou o acordo com a tribo kuraish... Paz,
para ns, significa a destruio de Israel..." No h lugar para o Rei dos judeus! Assim o islamismo
preste bem ateno!
Armas de aniquilao
As naes muulmanas esto se armando com msseis, armas qumicas, biolgicas e nucleares. A
Sria tem fabricado milhares de ogivas qumicas, tem enormes estoques de armas biolgicas e triplicou
seu poderio areo e militar desde a guerra de Yom Kippur em 1973. O mundo inteiro sabe que essas
armas tm apenas um propsito: destruir Israel. Mas Israel tambm possui armas nucleares (em novos
e eficientes submarinos) e, se necessrio, as usar. Ento, quem promover a paz?
Cristo advertiu a respeito dessa incrvel destruio e que ningum seria salvo na terra se Ele no
interviesse para faz-la cessar (Mt 24.21-22). Essa impressionante profecia anunciava as modernas
armas de hoje. No de se admirar que o Deus da Bblia, que por doze vezes chama a si mesmo de
"o Deus de Abrao, de Isaque e de Jac", prometa repetidamente proteger Israel e Jerusalm nos
ltimos dias! Tendo feito Israel renascer em 1948, Deus completar o Seu propsito. Ele declara:
"Pode, acaso, nascer uma terra num s dia? Acaso, eu que fao nascer... diz o Senhor... fecharei a
madre?" (Is 66.8-9).
O mundo rebelde
Em sua louca rebelio contra Deus, o mundo faz seus prprios planos e rejeita o "Rei dos judeus" e
Sua promessa de paz internacional reinando do trono de Davi em Jerusalm. Um governo mundial
humanstico um ideal que tem sido buscado desde Babel. Em 1921 foi estabelecido o Council on
Foreign Relations CFR (Conselho de Relaes Exteriores). No ano seguinte, sua publicao Foreign
Affairs (Relaes Exteriores) afirmou que no haveria "paz ou prosperidade para a humanidade... at
que fosse criado algum tipo de sistema internacional...". Em 1934, H.G. Wells declarou: " preciso que
se estabelea uma f e uma lei comum para a humanidade... A principal batalha uma batalha
educacional". As crianas esto sendo educadas para rejeitar a Deus e aceitar o Anticristo. Em 1973,
no Saturday Review of Education, Gloria Steinem, lder feminista, afirmou que, por volta do ano 2000,
"ns iremos, espero eu, criar nossos filhos para acreditarem no potencial humano, e no em Deus".
Em maio de 1947, Winston Churchill declarou: "A menos que se estabelea e comece a dominar um
eficaz supergoverno mundial..., as perspectivas de paz e progresso humano so obscuras e
duvidosas...". Em 1948, no artigo UNESCO: Its Purpose and its Philosophy (UNESCO: Seu Propsito e
Sua Filosofia), Sir Julian Huxley, o primeiro diretor-geral daquele organismo, explicou que "a filosofia
geral da UNESCO deveria ser um humanismo cientfico mundial, global em sua extenso e evolutivo
na sua prtica... para ajudar no surgimento de uma cultura mundial nica..." O Secretrio-Geral das
Naes Unidas, Kofi Annan, declarou que "o conceito de soberania nacional" est sendo redefinido e
dever ser colocado de lado. Num avano rumo a uma religio mundial, "as Naes Unidas
estenderam seu papel de manuteno da paz para o territrio espiritual" e convocaram "sua primeira
cpula de lderes religiosos mundiais".

26

Decepo com governos humanos


Independentemente do tipo de governo, os governantes so egostas e opressores. Esse fato tem sido
demonstrado repetidas vezes em muitas partes do mundo. A frica se livrou do domnio colonial dos
brancos. No entanto, ao invs da liberdade prometida, houve nova servido sob dspotas negros. No
lugar de paz e prosperidade, o caos, a pobreza, a intranqilidade, as guerras tnicas e tribais so
crescentes, com negros matando negros e a repetio de golpes e revolues com que nada se
ganha.
O comunismo tambm j foi uma grande esperana. A revoluo comunista na Rssia foi financiada
em grande parte por alguns dos homens mais ricos e poderosos da Amrica. Em 1928, John Dewey
escreveu no The New Republic que o comunismo, cujo atesmo obrigatrio exaltava, iria "neutralizar e
transformar... a influncia da famlia e da Igreja" e, finalmente, atingiria os objetivos estabelecidos no
Manifesto Humanista.
Tudo soava to bem: igualdade para todos. Mas aqueles que impuseram essa "igualdade" eram
dspotas em busca dos seus prprios interesses egostas, oprimindo e roubando quem estava abaixo
deles. A corrupo prosperou na Rssia e na China e continua prosperando em cada nao
comunista.
A trajetria cruel do islamismo
O mesmo tambm verdade em relao ao islamismo. Maom imps o islamismo com a espada.
Assim que ele morreu, muitos rabes tentaram abandonar o islamismo mas foram forados a voltar
submisso nas Guerras de Apostasia, em que dezenas de milhares foram mortos. Isso tambm no
trouxe paz. Os companheiros e parentes mais prximos de Maom lutaram, barbaramente, para
conquistarem a liderana, matando uns aos outros em nome de Al e de seu profeta morto. Milhares
de seguidores de Maom foram massacrados por alguma faco rival.
O islamismo no mudou. Entre 1948 e 1973 houve 80 revolues no mundo rabe, 30 das quais foram
bem sucedidas, incluindo o assassinato de 22 chefes de Estado. Os sunitas, a maior seita islmica, e
os xiitas, a segunda maior, ainda lutam uns contra os outros. Na guerra de oito anos entre o Ir e o
Iraque foram usadas 1.000 toneladas de gases venenosos e houve mais mortes do que na Primeira
Guerra Mundial. O islamismo no consegue obter paz nem mesmo entre os muulmanos. No entanto,
o primeiro-ministro britnico Tony Blair disse que o islamismo sinnimo de "paz, tolerncia e uma
fora para o bem". Incrivelmente, nos EUA a Catedral de Cristal (de Robert Schuller) mantm o
"Instituto Cristo e Muulmano Conjunto Pela Paz". Paz? Que paz seria essa?
Ditaduras islmicas e democracia israelense
Os pases islmicos so ditaduras dominadas por assassinos inescrupulosos e terroristas
internacionais como Saddam Hussein do Iraque, Kaddafi da Lbia e Assad da Sria. Em nome de Al
eles prendem, torturam e matam dezenas de milhares dos seus prprios cidados e treinam e
financiam o terrorismo mundial. Nos territrios da OLP, entregues por Israel, assim como em todos os
pases muulmanos, no h liberdade de conscincia, de expresso, de religio, de voto ou de
imprensa.
Israel a nica democracia do Oriente Mdio e ali existem os problemas tpicos de uma democracia. A
"Terra Santa" est contaminada por drogas, pornografia, prostituio, rebeldia juvenil, estupro, roubos
e crimes. Israelenses so jogados uns contra os outros pelo egosmo. A violncia domstica atinge
mais de 200.000 mulheres israelenses por ano. A selvageria nas escolas israelenses se iguala dos
Estados Unidos. Os crimes violentos entre jovens israelenses mais do que duplicaram de 1993 at
1998. H hostilidade entre israelenses religiosos e seculares e a desiluso com o judasmo
crescente, especialmente entre a juventude.

27

Sacrifcio pelo pecado


Se Jeremias estivesse vivo hoje em dia, mais uma vez advertiria Israel sobre o julgamento que vir por
seu pecado. Israel precisa arrepender-se diante do Deus de Abrao, de Isaque e de Jac. Mas, e se
isso viesse a acontecer? Os rabinos no tm como oferecer perdo para pecadores arrependidos. H
mais de 1900 anos eles no tm Templo nem sacrifcios pelo pecado exatamente como foi previsto
(Os 3.4; Lc 21.20-24).
Por que Deus profetizaria e permitiria essa condio? A nica resposta lgica ter enviado Jesus, o
Messias: como Cordeiro de Deus, Ele morreu pelos pecados dos judeus e dos gentios. Se a Sua morte
na cruz foi o sacrifcio maior, ento os sacrifcios do Antigo Testamento tornaram-se desnecessrios.
Essa a nica explicao para Deus ter deixado Israel sem Templo ou sacrifcios por todos esses
anos.
As Escrituras hebraicas contm mais de 300 profecias contando quando e onde o Rei dos judeus
nasceria, falando tudo sobre Ele, inclusive de Sua rejeio, crucificao e ressurreio. Todas essas
profecias se cumpriram ao p da letra em Jesus Cristo. Se Ele no o Messias, ento no h Messias.
No dia exato revelado pelo anjo Gabriel a Daniel (Dn 9.25), Jesus entrou em Jerusalm e foi aclamado
como o Messias, como Zacarias havia profetizado (Zc 9.9). A seguir, Ele foi crucificado pelos nossos
pecados e ressuscitou, como os profetas de Israel tinham previsto. Na cruz, sobre a Sua cabea,
Pilatos escreveu a acusao: "Este Jesus, o Rei dos Judeus" (Mt 27.37).
A volta do Messias
De acordo com os fatos histricos incontestveis e os prprios profetas de Israel, os que esperam a
primeira vinda do Messias esto 2000 anos atrasados. A nica esperana para Israel Sua segunda
vinda. Tragicamente, ser preciso que a batalha de Armagedom acontea para que Israel reconhea o
seu Messias. Quando Jav aparecer pessoalmente para salvar Israel da destruio, todos os judeus
vivos vero que Ele o Homem que foi traspassado e morto pelos seus pecados e ressuscitou, o
prprio Messias prometido por seus profetas, a quem eles rejeitaram. Ento todo o Israel ainda vivo
vir a crer (veja Rm 11.26-27). E o Rei dos judeus finalmente "reinar para todo o sempre"! Por
enquanto, Ele oferece perdo, paz, vida eterna e um reinado benevolente no trono de todo corao
que se abrir para Ele. (Dave Hunt - TBC 12/99 - http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Notcias de Israel, agosto de 2001.

28

O Congresso da Basilia e suas conseqncias


Naqueles memorveis dias de 29 a 31 de agosto do ano de 1897, reuniram-se na cidade sua s
margens do Reno, pela primeira vez depois da destruio do Estado judeu h quase 2.000 anos, 197
representantes de 17 pases para participarem do Primeiro Congresso Sionista. Aos congressistas
reunidos no centro de convenes, o jornalista e escritor judeu Theodor Herzl falou em seu
emocionante discurso:
"Somos um povo. Todos os povos tm uma ptria. Precisamos de uma ptria nacional para nosso
povo. Por isso queremos lanar a pedra fundamental para a casa que um dia vai abrigar a nao
judaica". Quando terminou seu discurso, Herzl foi entusiasticamente aplaudido. Muitos viam nele um
"predestinado por Deus" e outros o novo "rei dos judeus". Muitos chegavam a consider-lo o Messias.
Ao seu final, o Primeiro Congresso Sionista publicou um manifesto intitulado "O Programa da Basilia",
onde se l, entre outras coisas, que: "O sionismo almeja para o povo judeu a criao de uma ptria na
Palestina com garantias pblicas e legais" (naquela poca, a terra de Israel, sob domnio turco, era
chamada dessa forma).
Trs dias mais tarde, em 3 de setembro de 1897, Theodor Herzl escreveu em seu dirio: "Se eu
resumir o Congresso da Basilia em uma nica frase que evitarei falar publicamente ela seria: na
Basilia fundei o Estado judeu. Se hoje eu fosse falar isso em voz alta, uma zombaria universal viria
como resposta. Talvez em cinco anos, mas certamente em 50 anos, cada um o ver." Com essas
palavras, que soavam utpicas na poca, Herzl parecia um verdadeiro profeta de Israel.
Inconscientemente ele preparou o caminho para o cumprimento de grandiosas promessas bblicoprofticas. Por isso, quando Herzl faleceu em 3 de julho de 1904, aos 44 anos de idade, o ideal
sionista no morreu, nem desapareceu com ele a idia de estabelecer outra vez, em terras bblicas de
Israel, um Estado judeu. Pois exatamente 50 anos mais tarde, em 29 de novembro de 1947, as Naes
Unidas decidiram repartir a "Palestina", a terra bblica de Israel, em um Estado judeu e um Estado
rabe. Com isso, a fundao de direito do Estado de Israel era um fato consumado dentro do direito
internacional. Alguns meses mais tarde, em 14 de maio de 1948 (5 de yiar de 5708 segundo o
calendrio judaico), foi proclamado em Tel Aviv o novo Estado de Israel como continuao do Israel
bblico. Foi o acontecimento do sculo. Um acontecimento de mais significado e expresso na histria
mundial, no Plano de Salvao e no contexto dos tempos finais do que a chegada do homem Lua.
importante refletir sobre as origens bblicas do sionismo e sua concretizao histrica no sculo
passado, bem como questionar seu significado atual e futuro. Pois, para ns cristos, eles so
extraordinariamente importantes em nosso posicionamento em relao aos judeus e ao Estado de
Israel.

O que sionismo?
A palavra "sionismo" no se encontra na Bblia. Ela foi usada, pela primeira vez, pelo escritor judeu
Nathan Birnbaum no ano de 1890 em uma revista hebraica. Apesar disso, o sionismo tem forte base
bblica. Ele o retorno do povo judeu a Sio cumprindo o propsito divino:
29

"Assim diz o Senhor Deus: Hei de ajunt-los no meio dos povos, e os recolherei das
terras para onde foram lanados, e lhes darei a terra de Israel" (Ez 11.17).
"...vos levarei a Sio" (Jr 3.14).
"Os resgatados do Senhor voltaro e viro a Sio com cnticos de jbilo; alegria eterna
coroar a sua cabea; gozo e alegria alcanaro, e deles fugir a tristeza e o gemido" (Is
35.10).
"...e habitaro na sua terra" (Jr 23.8).

Deus , portanto, o verdadeiro motivador do sionismo (bblico). E Theodor Herzl foi Seu "profeta" na
virada do sculo passado e contribuiu decisivamente para a realizao do sionismo. Pois, o sionismo
a volta prometida e desejada por Deus do povo judeu para Sio.

Onde ou o que Sio?


Segundo a Bblia, Sio primeiramente um monte. Ele se encontra em Jerusalm e o monte do
templo. Nele Deus habita (Is 8.18; 18.7). Desde ento, o monte o "axis mundi", o eixo, o centro mais
sagrado do mundo.
Em um sentido mais amplo, Sio tambm Jerusalm. Deus fundou a cidade como refgio e ptria
para Seu povo escolhido (Is 14.32). Desde ento, Seu povo Israel habita ali (Is 10.24; 18.7). Jerusalm
tambm a cidade do culto a Deus em Israel (Is 33.20a). Nos tempos finais, os exrcitos das
poderosas naes mundiais vo lutar contra Sio (Is 29.8). Mas o Messias de Deus ser o vitorioso e
estabelecer Sua residncia em Sio (Is 24.23). Afinal, de Sio sairo a paz, a sabedoria, a justia e
os ensinamentos divinos para toda a humanidade (Is 2.3).
Alm disso, Sio tambm toda a terra de Israel entre o Mediterrneo e o Jordo. a terra de Deus, o
visionrio centro do povo judeu, o santo ponto de partida e de chegada de todos os caminhos de Deus
pelos quais Ele dirige Seu povo e todos os demais povos da terra.
Resumindo: Sio a expresso de toda a esperana judaica, que aguarda o Messias nestes finais dos
tempos e que anseia pelo Seu reinado de paz. Por isso o final do hino nacional de Israel, a "Hatikva"
(Esperana), diz: "...em Sio, terra de Jerusalm".

O amor a Sio se torna movimento de libertao


Desde sempre o sionismo legtimo se expressa em amor a Sio. Esse amor demonstrado no anseio
em voltar para a Terra Prometida. Ele comparvel com a espera por Cristo que est voltando. Ambos
exprimem confiana e f nas promessas de Deus. Seu alvo comum a salvao plena.
O sionismo sempre encontrou sua forma visvel nos movimentos de libertao nacional do povo judeu.
Quando os judeus, h 2.500 anos, foram expulsos de sua terra pela primeira vez, e choraram s
margens dos rios da Babilnia e, em orao e na prtica, buscaram caminhos e meios de voltarem
para sua ptria, comeou o movimento sionista.
O hino desses primeiros sionistas est gravado no Salmo 137.1-6: "s margens dos rios da
Babilnia, ns nos assentvamos e chorvamos, lembrando-nos de Sio. Nos salgueiros que l
havia, pendurvamos as nossas harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam
canes, e os nossos opressores, que fssemos alegres, dizendo: Entoai-nos algum dos
cnticos de Sio. Como, porm, haveramos de entoar o canto do Senhor em terra estranha? Se
eu de ti me esquecer, Jerusalm, que se resseque a minha mo direita. Apegue-se-me a lngua
ao paladar, se me no lembrar de ti, se no preferir eu Jerusalm minha maior alegria."
Quando os judeus, depois de um levante macio contra o exlio, voltaram para a terra de seus
antepassados, reconstruram o templo e restabeleceram o seu pas, isso foi sionismo posto em prtica.
Em 132 d.C., quando [os judeus] se desvencilharam das foras de ocupao romanas pela ltima vez,
na rebelio de Bar Kochba, e fundaram um novo Estado judeu, isso foi sionismo autntico.
30

Quando, em 1882, os olim (imigrantes) comearam a regressar a Sio em dezenas e at centenas de


milhares nos grandes movimentos de imigrao (ali), vindos principalmente de pases rabes,
africanos e asiticos, e quando lutaram contra a resistncia de turcos, ingleses, nazistas e rabes,
voltando a Sio, isso foi sionismo dentro da vontade de Deus.
Quando, desde 1990, mais de 650.000 judeus dos pases ex-comunistas e, a partir de 1991, mais de
140.000 judeus etopes, os assim chamados "filhos de Salomo" (falashas), vieram a Israel em meio a
grandes aventuras pelo caminho, isso foi sionismo messinico, mesmo que cada regresso a Sio
tenha tido sempre um componente poltico.

O sionismo no est morto


E esse sionismo continua. Pois ele parte integrante e muito especial do plano divino no final dos
tempos e de toda a histria da salvao. Muitas pessoas, inclusive crists, afirmam que o sionismo
est morto. Dizem que as promessas de Deus abrangem tambm uma terra (biblicamente, "montes de
Israel") que pertence aos palestinos. Mas o firme propsito de Deus continua de p e muito explcito
em relao continuidade do sionismo: "Assim diz o Senhor Deus, que congrega os dispersos de
Israel: Ainda congregarei outros aos que j se acham reunidos" (Is 56.8). Isso significa que os
judeus que ainda se encontram espalhados pelos pases do mundo tambm voltaro a Israel.
por isso que a saudade por Sio, o anelo por Sio, to vvido no corao e na mente de todo judeu
religioso. Quando vai comer, agradece pela comida e, ao mesmo tempo, pela terra que Deus deu a
seus antepassados; agradece pela terra de Israel. No incio de cada novo dia, ele ora a Deus e pede
misericrdia para com Jerusalm, Sio, a morada de Sua glria, e, que os judeus possam voltar
inclumes para sua terra.
Quando um judeu clama por chuva em Nova Iorque, Moscou ou Berlim, isso acontece na poca em
que os campos da Judia precisam de gua. Quando o judeu se rejubila nas festas de ao de graas,
ele o faz na poca em que se colhem os primeiros frutos em Israel. Em um casamento judeu, o noivo
esmigalha uma taa com os ps, simbolizando que nenhuma alegria sobre a terra pode ser perfeita
enquanto Sio no tiver ressurgido. E o ponto culminante de cada festa de pessah (pscoa) a orao
repetida todos os anos: "No prximo ano em Jerusalm!"
Por detrs dessa nostalgia por Jerusalm, por Sio, esconde-se uma saudade profunda e um anseio
por Deus, pelo Messias, pela salvao de Israel.
Assim a saudade por Sio e a volta a Sio sempre tm traos messinicos. Elas tm relao com o
Salvador, o Messias. E por isso, que todo judeu religioso ora a Deus trs vezes ao dia: "Que nossos
olhos vejam quando voltares a Sio!"

O que so sionistas cristos?


Sionistas cristos so pessoas:

que crem no Senhor Jesus Cristo.


que tm razes espirituais inseparavelmente ligadas com o povo de Israel.
que promovem e incentivam a volta do povo judeu a Sio com todos os meios disponveis
(orao, recursos, dilogo).
que amam e visitam Jerusalm e a terra de Israel (Sio), para aprofundarem a sua f e sua
relao com Israel.
que se empenham pelo direito existncia do povo e da terra de Israel entre o Mediterrneo e
o Jordo e que demonstram amor e solidariedade para com pessoas judias (Is 62.1ss).
que usam a estrela de Davi como sinal de reconhecimento e solidariedade para com Israel.

Estes sionistas cristos so os nicos amigos autnticos de Israel!

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Somos desafiados hoje a nos posicionarmos de maneira inequvoca ao lado da vontade de Deus e de
Seu plano, e de sermos fiis a Israel, Seu povo escolhido at que, de Sio, venha o Messias e
Salvador: Jesus Cristo!
Ento "...o Senhor ainda consolar a Sio!" (Zc 1.17). (Fritz May - Christen fr Israel, 9-10/97 http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Notcias de Israel, janeiro de 1998, sob o ttulo "100 anos de
Sionismo".

32

"No temas, vermezinho de Jac, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu
Redentor o Santo de Israel" (Is 41.14).
Uma promessa maravilhosa! Mas onde, como e quando esta ajuda para Israel pode ser encontrada
hoje? Talvez, com os EUA? No! Ou talvez com Deus, que permitiu o Holocausto e deixou ocorrer a
"intifada" (rebelio dos palestinos)? Os inimigos, cegos de dio, no poupam nenhum sacrifcio, nem a
prpria vida para espezinhar o "vermezinho de Jac" e provocar uma "soluo final" para poder
estabelecer o chamado Estado Palestino. E isso em Eretz Israel (a terra de Israel)! O mundo sem Deus
prefere crer numa mentira histrica, ao invs de crer na Palavra de Deus eternamente vlida.
Lembremo-nos mais uma vez do que Deus diz do "vermezinho de Jac": "Porque tu s povo santo ao
Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo prprio, de
todos os povos que h sobre a terra. No vos teve o Senhor afeio, nem vos escolheu porque fsseis
mais numerosos do que qualquer povo, pois reis o menor de todos os povos, mas porque o Senhor
vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mo
poderosa e vos resgatou da casa da servido, do poder de Fara, rei do Egito" (Dt 7.6-8).
Do "vermezinho de Jac" brotou Davi, o "Meleque (= rei) de Israel", que escolheu ser pequeno e
humilde diante de Deus. Pela graa de Deus ele pde subir ao "trono de Davi" como rei terreno e
precursor do eterno Rei da Paz, Jesus Cristo.
Deus no escolhe quem busca poder, status e fama. Pelo contrrio: "Deus escolheu as coisas loucas
do mundo para envergonhar os sbios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as
fortes" (1 Co 1.27). Esse um princpio divino, que se estende por todo o Plano de Salvao.
"Palestina", como Israel chamado por muitos hoje, uma designao falsa, pois essa palavra uma
derivao de "pelishtim" ou "Filstia". Na verdade Israel foi oprimido temporariamente pelo "povo do
mar", os filisteus, mas os conhecedores da Bblia sabem que Davi acertou as contas com Golias e os
filisteus foram vencidos. Em tempo algum a terra de Israel pertenceu aos filisteus ou aos palestinos. Os
moradores da terra, antes que Israel a ocupasse, foram as geraes dos cananeus: "Cana gerou a
Sidom, seu primognito, e a Hete, e aos jebuseus, aos amorreus, aos girgaseus, aos heveus, aos
arqueus, aos sineus, aos arvadeus, aos zemareus e aos hamateus; e depois se espalharam as
famlias dos cananeus. E o limite dos cananeus foi desde Sidom, indo para Gerar, at Gaza, indo
para Sodoma, Gomorra, Adm e Zeboim, at Lasa" (Gn 10.15-19), e a terra se chamava Cana.
"Habitou Abro na terra de Cana; e L, nas cidades da campina e ia armando as suas tendas at
Sodoma" (Gn 13.12). Depois que L havia se separado de Abrao, este recebeu novamente uma
confirmao da parte de Deus: "Ergue os olhos e olha desde onde ests para o norte, para o sul, para
o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra (Cana) que vs, eu ta darei, a ti e tua
descendncia, para sempre" (Gn 13.14-15).
Quando Israel entrou em Cana, Josu recebeu a ordem divina: "Moiss, meu servo, morto; dispete, agora, passa este Jordo, tu e todo este povo, terra que eu dou aos filhos de Israel. Todo lugar
que pisar a planta do vosso p, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moiss" (Js 1.2-3). Depois de
33

quarenta anos de peregrinao pelo deserto, a terra de Cana foi a ptria de Israel durante 1.500 anos
at a destruio do templo no ano 70 d.C. Ento Israel foi espalhado entre os povos at que no ano
de 1948, foi-lhe novamente concedida uma ptria por deciso da ONU, mas com a imposio (infeliz)
de dividi-la com os rabes.
Mas de onde vem, ento, o nome Palestina? O imperador romano Adriano, que odiava os judeus e os
cristos, deu esse nome terra no ano de 135 d.C., com a inteno de que no se fizesse mais
referncia "ao nome Judia de Israel". Assim foi cunhado o falso nome "Palestina" e ele ficou sendo
usado desde ento. Infelizmente, at as sociedades bblicas aceitaram essa falsa denominao e a
usaram nos mapas em diversas Bblias: Palestina, ao invs de Cana.
Aqueles que atualmente se chamam de palestinos so rabes, sejam eles muulmanos ou cristos. No
fundo a polmica atual entre rabes e judeus (Israel) no um problema tnico nem poltico, mas um
problema religioso. E por isso, na verdade, somente a Bblia pode mostrar o caminho certo para a
soluo do conflito.
Israel (= Jac) uma designao que se refere tanto ao povo como tambm terra. Povo e terra
formam uma unidade inseparvel. Desta forma, a terra deve pertencer aos palestinos, ou seja, aos
rabes? Jamais, pois o prprio Deus garante que ela pertence a Israel. As naes deveriam prestar
ateno quilo que Deus diz do Seu "vermezinho Israel" e como Ele o protege: "Porque aquele que
tocar em vs toca na menina do seu olho" (Zc 2.8b).
A histria trgica de Israel mostra que desde o incio da sua existncia foi oprimido continuamente por
poderes inimigos e at ameaado pelo holocausto. Holocausto significa extermnio em massa,
extino, soluo final do problema judeu. Isso j comeou antigamente no Egito com Fara, que
tentou dizimar os hebreus. Mas to certo como Fara e seus exrcitos se afogaram no Mar Vermelho,
tambm Deus acertar as contas com os atuais inimigos de Israel. Naquele tempo ainda era um nico
inimigo que ameaava a Israel, hoje so as naes. Desde 1948 Israel foi envolvido em cinco guerras,
s quais sobreviveu vitoriosamente. Hoje um dos seus principais inimigos, que usa pedras, punhais e
bombas, est bem no meio do seu territrio. Contra isso difcil usar tanques, ou avies. Por meio de
guerras e atos terroristas morreram milhares de israelenses desde a fundao do Estado, e a desejada
paz desvanece cada vez mais para o "vermezinho de Jac". Altos dignitrios da poltica vm a Israel e
se atrevem a dar "bons" conselhos e exortaes, dizendo que os judeus deveriam ceder territrios.
Mas nada nem ningum anula as promessas que Deus deu a Jac: "Disse-lhe Deus: O teu nome
Jac. J no te chamars Jac, porm Israel ser o teu nome. E lhe chamou Israel. Disse-lhe mais: Eu
sou o Deus Todo-Poderoso; s fecundo e multiplica-te; uma nao e multido de naes sairo de ti, e
reis procedero de ti. A terra que dei a Abrao e a Isaque dar-te-ei a ti e, depois de ti, tua
descendncia" (Gn 35.10-12). Mas nem o povo como um todo nem o governo se firma nessa
promessa, e infelizmente segue o caminho da "angstia de Jac", conforme Jeremias 30.7-10: "Ah!
Que grande aquele dia, e no h outro semelhante! tempo de angstia para Jac; ele, porm, ser
livre dela. Naquele dia, diz o Senhor dos Exrcitos, eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoo e
quebrarei os teus canzis; e nunca mais estrangeiros faro escravo este povo, que servir ao Senhor,
seu Deus, como tambm a Davi, seu rei, que lhe levantarei. No temas, pois, meu servo, Jac, diz o
Senhor, nem te espantes, Israel; pois eis que te livrarei das terras de longe e tua descendncia, da
terra do exlio; Jac voltar e ficar tranqilo e em sossego; e no haver quem o atemorize".
Nosso corao anseia por isso! A nossa orao sempre deve ser que, sem demora, Israel seja
conduzido ao encontro do destino que Deus planejou para ele! Para isso preciso ter f baseada nas
Escrituras e perseverana, no se deixando determinar pelo mal e pelo que atualmente visvel, mas
sim, firmando-se nas imutveis promessas de Deus!
Deus o chama de "vermezinho de Jac". O Israel moderno e "vermezinho de Jac", ser que isso
combina? Ou Deus deveria fazer uma correo e mudar-lhe o nome? Com essa humilde terminologia
divina ofenderamos Israel diretamente. No mximo, esta expresso talvez possa ser engolida nas
piadas judaicas ou no humor do escritor satrico israelense Ephraim Kishon. Israel se orgulha dos seus
progressos tecnolgicos. E no s por isso, pois em todas as reas os judeus realizam coisas
inovadoras. Por exemplo, em tempo recorde eles criaram um jardim florido e belas cidades nas areias
do deserto. No se consegue enumerar tudo o que eles esto conseguindo e realizando. E ns nos
admiramos e nos alegramos com o seu sucesso, e naturalmente tambm porque foram vitoriosos nas
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cinco guerras, das quais se viram obrigados a participar. E se houver guerra novamente, Israel est
preparado e como!
Contudo, falta o essencial ao povo de Deus hoje: a confiana no Deus de seus pais Abrao, Isaque e
Jac. Israel quer ser como todos os outros povos e esquece o seu Deus. Por isso, hoje em dia, h
medo e perplexidade por toda parte. Alastram-se a anarquia e a imoralidade em Israel como acontece
nas outras naes. No Knesset (Parlamento) ningum se levanta e chama ao retorno para o Deus dos
pais. Para onde isso vai levar? Para a "angstia de Jac", a Grande Tribulao. S se pode implorar:
"Senhor, tenha misericrdia deles e abrevie esse tempo!" O prprio Deus fiador da salvao e do
renascimento de Israel, que o Messias, Yeshua, Jesus Cristo, trar. Ento se cumprir o que est
escrito: "Eu, o Senhor, te chamei em justia; tomar-te-ei pela mo, e te guardarei, e te farei mediador
da aliana com o povo e luz para os gentios" (Is 42.6). Por isso: ns, que amamos o judeu Jesus,
formemos uma muralha de oraes ao redor do "vermezinho de Jac"! Assim o problema com os
vizinhos de Israel, hoje ainda inimigos, estar resolvido: "Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assria,
obra das minhas mos, e Israel, minha herana" (Is 19.25b).
Com absoluta certeza o "vermezinho de Jac" pode contar com a ajuda do Senhor, pois seu Redentor,
o prprio Santo de Israel, comprometeu-se com Sua promessa: "Desposar-te-ei comigo para sempre;
desposar-te-ei comigo em justia, e em juzo, e em benignidade, e em misericrdias; desposar-te-ei
comigo em fidelidade, e conhecers ao Senhor" (Os 2.19-20).
Naquele tempo, segundo o direito judaico, o noivado era bem mais significativo do que nos costumes
do Ocidente. Um casal de noivos ficava comprometido um com o outro, pois o noivo pagava um dote
por ocasio do noivado. Com isso o acordo estava selado. Em que consiste o dote em relao a
Israel? "Em justia, em juzo, e em benignidade e em misericrdias... e em fidelidade!" Qual o
fundamento de um noivado? Evidentemente o amor! Alm disso, o Senhor ainda lhes deu Seu Filho
unignito. Portanto, o que mais Israel pode esperar de Deus? Encontramos a resposta em Romanos
11.29: "Porque os dons e a vocao de Deus so irrevogveis" e: "se somos infiis, ele permanece fiel,
pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo" (2 Tm 2.13).
Deus cumpriu Seu juramento e continua cumprindo-o. E Israel? "Veio para o que era seu, e os seus
no o receberam" (Jo 1.11). E: "No queremos que este reine sobre ns" (Lc 19.14b). Que tragdia
para a prpria desgraa! Que grande ofensa a Deus e a Seu Filho! Como deve ter sido dolorosa para
Eles a recusa desse amor! Ouvimos como um lamento: "Estendi as mos todo dia a um povo rebelde,
que anda por caminho que no bom, seguindo os seus prprios pensamentos" (Is 65.2). Por isso
Israel ainda tem de passar pelo juzo redentor, pois Deus diz por meio de Samuel: "Se, porm, no
derdes ouvidos voz do Senhor, mas, antes, fordes rebeldes ao seu mandado, a mo do Senhor ser
contra vs outros, com foi contra vossos pais" (1 Sm 12.15). "Eis que a mo do Senhor no est
encolhida, para que no possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para no poder ouvir. Mas as vossas
iniqidades fazem separao entre vs e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de
vs, para que vos no oua" (Is 59.1-2).
Poderamos continuar jogando sobre Israel muitas outras passagens bblicas que falam de
condenao. Esta a nossa tarefa? De maneira nenhuma! Isso no compete a ns! Nesse sentido nos
chama a ateno a insistente exortao do apstolo Paulo: "No te ensoberbeas, mas teme. Porque,
se Deus no poupou os ramos naturais, tambm no te poupar" (Rm 11.20b-21). Por acaso ser que
ns temos sido continuamente fiis ao Senhor? Infelizmente, no! Somos ns melhores do que o
"vermezinho de Jac?" De modo algum! vergonhoso constatar que o anti-semitismo no se alastra
apenas nos crculos polticos, mas at em igrejas isso tem acontecido e contagiado membros de
grupos cristos.
Desde a escolha de Israel, como povo de propriedade de Deus, o inimigo tem sempre procurado
destru-lo. Ele costuma usar dirigentes polticos como Hitler, Nasser, Kaddafi, Yasser Arafat, mas
tambm a imprensa de esquerda. O Holocausto comeou com Fara. Na peregrinao pelo deserto foi
o rei Balaque que usou os servios do renomado adivinho e "vidente" Balao. Este era uma sumidade
no terreno do ocultismo. Balao deveria amaldioar Israel por meio de suas temidas maldies
mgicas, o que falhou apesar de diversas tentativas. Contra a vontade de Balaque e Balao, ao invs
de maldio, esse falso profeta teve de pronunciar as mais gloriosas palavras de bno: "Benditos os
que te abenoarem, e malditos os que te amaldioarem... uma estrela proceder de Jac, de Israel
subir um cetro" (Nm 24.9b e 17a).
35

A histria de Israel, em muitos trechos, uma histria de sofrimentos trgicos. Finalmente houve na
Sua e em alguns outros pases uma disposio para rever a Histria e ressarcir danos materiais s
vtimas do Holocausto e seus descendentes, e se fala de revisar o passado. Mas alm disso tambm
seria importante revisar a Histria de Israel, sua origem e suas promessas como so ensinadas em
escolas e universidades. Para isso, porm, seria necessrio estudar a Bblia! Como, entretanto, as
naes e seus dirigentes esto cegos e no tm mais compromisso com a Bblia, continuam presos
velha e antiga culpa, que impossvel de ser reparada com quaisquer bens materiais. Ningum pode
resgatar sua culpa por meio de ouro ou dinheiro! Deus no aceita nenhuma negociao de
indulgncias. A Palavra de Deus diz que as naes se tornaram cegas: "obscurecidos de
entendimento, alheios vida de Deus por causa da ignorncia em que vivem, pela dureza do seu
corao" (Ef 4.18).
Algum que odiava os judeus perguntou a um velho judeu:
"O que voc pensa que acontecer com o seu povo se ns continuarmos perseguindo vocs"? O judeu
respondeu: "Haver um novo feriado para ns!" "O que voc quer dizer com isso?", perguntou o outro,
"como vocs podem ter um novo feriado se continuarmos perseguindo vocs?" O velho judeu disse:
"Veja bem, Fara quis nos exterminar e ns recebemos um feriado: a Pscoa! Ham quis enforcar
Mordecai e exterminar todos os judeus e ns recebemos um novo feriado: Purim! Antico, o rei da
Sria, quis exterminar os judeus. Ele ofereceu um porco ao deus Jpiter no templo e Israel recebeu
outro feriado: Hanucah! Hitler quis nos exterminar e ns recebemos mais um feriado: Yom
Haatzmaut, o Dia da Independncia! Os jordanianos ocuparam Jerusalm Oriental durante 19 anos,
impedindo-nos de orar no Muro das Lamentaes, at que, no ano de 1967, nossos soldados
libertaram Jerusalm Oriental. Desde ento festejamos anualmente o Yom Yerushalaym, o Dia de
Jerusalm! E caso continuarem nos perseguindo, receberemos mais feriados da parte de Deus!" E o
velho judeu tem razo!
Esta histria continua sendo escrita: Israel receber outro feriado. O monumento j foi levantado. No
mundo inteiro s existe um nico monumento a uma guerra que ainda no aconteceu. Qualquer um
tem a oportunidade de v-lo em Megido, e a placa indicativa diz que, de acordo com Apocalipse 16.16,
Deus reunir as naes para a guerra em Armagedom. Mas no somente isso. Tambm se cumprir
Zacarias 14.12 assim que os inimigos de Israel atacarem Jerusalm, e a sentena est lavrada: "Esta
ser a praga com que o Senhor ferir a todos os povos que guerrearem contra Jerusalm: a sua carne
se apodrecer, estando eles de p, apodrecer-se-lhes-o os olhos nas suas rbitas, e lhes apodrecer
a lngua na boca." Por causa das armas qumicas, esse cenrio apocalptico se torna compreensvel.
Mas ns cremos na promessa divina: "Porque eu sou contigo, diz o Senhor, para salvar-te; por isso,
darei cabo de todas as naes entre as quais te espalhei; de ti, porm, no darei cabo, mas castigarte-ei em justa medida e de todo no te inocentarei" (Jr 30.11).
Da mesma maneira Deus procedeu com os israelitas na Prsia. O livro de Ester relata uma histria
estranha, que soa como um conto de fadas das mil e uma noites. A vida majestosa e cheia de pompa
do Oriente e as intrigas que faziam parte da corte real da Prsia so descritas de maneira muito
realista: uma grande parte de Israel no conseguia se decidir a obedecer aos profetas, Isaas e
Jeremias, para deixar a Babilnia e voltar para a sua terra, embora a ordem do Senhor fosse clara:
"Sa da Babilnia, fugi de entre os caldeus" (Is 48.20a), e "Sa do meio dela, povo meu, e salve cada
um a sua vida do brasume da ira do Senhor" (Jr 51.45). O perodo de 70 anos de cativeiro no exlio,
conforme os profetas haviam anunciado, estava no fim. O templo deveria ser novamente edificado em
Jerusalm e os sacrifcios reinstitudos. Mas os judeus que haviam ficado no mostraram nenhuma
vontade nesse sentido. Obviamente eles preferiram se assimilar e se acomodar na terra prspera onde
se encontravam. A se manifestou novamente a desobedincia obstinada: "Mas o meu povo no me
quis escutar a voz, e Israel no me atendeu. Assim, deixei-o andar na teimosia do seu corao; siga os
seus prprios conselhos" (Sl 81.11-12). Isso teve por conseqncia inevitvel: "Mas, porque clamei, e
vs recusastes; porque estendi a mo, e no houve quem atendesse; antes, rejeitastes todo o meu
conselho e no quisestes a minha repreenso, tambm eu me rirei na vossa desventura, e, em vindo o
vosso terror, eu zombarei" (Pv 1.24-26).
Esta no uma sria advertncia para ns? Quem pensa que sabe tudo melhor e persiste na teimosia,
traz sobre si infortnio e infelicidade. Foi a grande misericrdia de Deus que fez com que Ele, assim
mesmo, aceitasse Seu povo desesperado e o salvasse para a Sua honra. A Sua misericordiosa
providencial protegeu o resto do povo do aniquilamento total, e Ele tambm o far no futuro! A deciso
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de Ham de exterminar os judeus e enforcar Mordecai foi frustrada pelo corajoso ato da Hadassa (=
Ester). "Se morrer, morrerei"! Com essa deciso corajosa ela no apenas frustrou o plano de Ham,
mas tambm do rei, agindo em favor do seu povo. E Ham experimentou o dito: aquele que prepara
uma forca para Israel ser pendurado nela!
Mas hoje, quem tem coragem de falar a favor de Israel? Aquele que abenoa Israel ser abenoado!
Em memria do maravilhoso livramento da mo de Ham, Israel festeja a cada ano, no dia 14 de adar,
a Festa de Purim. Todavia, o dia de grande alegria ainda est por vir, pois Isaas anuncia ao
"vermezinho de Jac": "Em lugar da vossa vergonha, tereis dupla honra; em lugar da afronta, exultareis
na vossa herana; por isso, na vossa terra possuireis o dobro e tereis perptua alegria" (Is 61.7).
(Burkhard Vetsch - http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Notcias de Israel, julho e agosto de 1998, sob o ttulo "
Vermezinho de Jac".

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"Por isso foi que tambm Jesus, para santificar o povo, pelo seu prprio sangue, sofreu fora da porta.
Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o seu vituprio" (Hb 13.12-13).
As palavras "...para santificar..." esclarecem porque Jesus teve que sofrer e morrer "fora da porta". A
Sexta-Feira da Paixo nos mostra, por um lado, a seriedade abaladora do pecado: se o Deus
onisciente e onipotente no viu outro caminho a no ser deixar Seu amado Filho morrer publicamente
de maneira terrvel na cruz, a questo do pecado deve ser horrivelmente sria. Por outro lado,
entretanto, tambm vemos nos acontecimentos do Glgota a grandeza do insondvel amor de Deus. A
Sexta-Feira da Paixo tambm nos d uma viso da profundeza assustadora da luta entre a luz e as
trevas. Essa luta pelo poder j comeou antes da fundao do mundo, quando a "estrela da manh"
caiu em sua orgulhosa rebelio contra Deus e se transformou em Satans (comp. Is 14.12-15; Ez
28.14-17). O mesmo Satans, em forma de serpente, enganou Eva, a mulher de Ado, o primeiro
homem. Desse modo, acentuou-se o conflito entre a luz e as trevas at hora em que foi decidido na
cruz do Glgota.
As palavras "pelo seu prprio sangue", em Hebreus 13.12, nos causam admirao e nos levam
adorao. Pois a Escritura diz em Levtico 17.11: "...a vida da carne est no sangue. Eu vo-lo tenho
dado sobre o altar, para fazer expiao pelas vossas almas: porquanto o sangue que far expiao
em virtude da vida." Quando lemos atenta e repetidamente o Antigo Testamento, especialmente as leis
sobre os sacrifcios e seus muitos detalhes, vemos repentinamente, luz do sacrifcio singular de
Jesus Cristo, o significado da mincia com que o Deus eterno ordenou todos esses sacrifcios atravs
de Moiss:

a oferta pela culpa: Jesus tomou nossa culpa sobre Si


a oferta pelo pecado: Ele foi feito pecado por ns
a oferta pacfica: o corao de quem aceita a Jesus fica cheio de louvor e gratido a Deus,
pois passa a ter paz com Deus
o holocausto: ele aponta para a entrega completa do Filho de Deus
a oferta de manjares: ela representa a vida santa e sem pecado de Jesus

Mil anos antes do Glgota, j ouvimos o grito de Jesus na cruz atravs da boca de Davi: "Deus meu,
Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de meu salvamento as palavras de
meu bramido? Deus meu, clamo de dia, e no me respondes; tambm de noite, porm no tenho
sossego. Contudo tu s santo, entronizado entre os louvores de Israel... No te distancies de mim,
porque a tribulao est prxima, e no h quem me acuda... Ces me cercam; uma scia de
malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mos e os ps. Posso contar todos os meus ossos; eles
me esto olhando e encarando em mim. Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha tnica
deitam sortes. Tu, porm, Senhor, no te afastes de mim; fora minha, apressa-te em socorrer-me" (Sl
22.1-3,11,16-19). Aqui j O vemos sofrendo "fora da porta" na palavra proftica. E "l fora",
abandonado por Deus, Ele derramou Seu precioso sangue, que tem oito efeitos:
1. Ele purifica de todo pecado (1 Jo 1.7).
2. Ele redime do poder do pecado (Ef 1.7).
3. Ele nos resgata do ftil procedimento diablico legado por nossos pais (1 Pe 1.18-19).
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4. Ele produz paz com Deus (Cl 1.20).


5. Ele d justificao diante de Deus (Rm 5.9).
6. Ele nos aproxima de Deus, a ns que "antes estvamos longe" (Ef 2.13).
7. Ele nos santifica (Hb 9.13-14).
8. Ele nos d acesso livre presena direta de Deus (Hb 10.19).
Mas, meus amigos, quo alto preo Jesus pagou por isso!

O que realmente aconteceu no Getsmani


J quando Jesus entrou naquele jardim na noite anterior Sexta-Feira da Paixo, Ele foi preparado
como o Cordeiro que seria morto. Dos evangelistas, somente Marcos fala dos sentimentos mais
profundos do Senhor Jesus quando foi feito pecado l no Getsmani. Em Marcos 14.33-34 est escrito
dEle: "E, levando consigo a Pedro, Tiago e Joo, comeou a sentir-se tomado de pavor e de angstia.
E lhes disse: A minha alma est profundamente triste at morte; ficai aqui e vigiai." Em outras
palavras: Sua expresso mostrava profundo temor e aflio.
Esse terrvel temor, entretanto, no era da morte na cruz do Glgota. Pelo contrrio. Aqui no Jardim
Getsmani, Deus o Pai j comeou a se afastar do Seu Filho, porque O fez pecado (2 Co 5.21). Ento,
os poderes satnicos da morte se lanaram sobre Jesus, para frustrar o grande alvo que Ele tinha em
mente redimir a ti e a mim. Quando Jesus viu que comeava a morrer l no Getsmani, pouco antes
de comear a agonia e Seu suor se tornar como gotas de sangue, Ele se inclinou diante do Pai e Lhe
pediu: "Pai, se queres, passa de mim este clice; contudo, no se faa a minha vontade, e, sim, a tua.
Ento lhe apareceu um anjo do cu que o confortava. E, estando em agonia, orava mais intensamente.
E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra" (Lc 22.42-44). Que
clice Jesus pediu que passasse dEle? Ele se referia ao clice do Glgota? No, pelo contrrio.
Tratava-se do clice que Ele teria que tomar evidentemente no Getsmani, se o Pai no O livrasse
dele. Esse clice consistia para Jesus em ter que morrer j no Getsmani, sem poder realizar a obra
de salvao no Glgota. Mas, conforme Filipenses 2.8, Ele foi "obediente at morte (no Getsmani),
e morte de cruz (no Glgota)." Por isso, no Getsmani, Ele orou trs vezes ao Pai com as palavras:
"...contudo, no se faa a minha vontade, e, sim, a tua." A Deus interferiu, porque Seu amado Filho
tinha passado tambm por esta prova de obedincia. O que aconteceu no Getsmani tambm
descrito em Hebreus 5.7: "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e
lgrimas, oraes e splicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua
piedade". Quando Jesus orou ao Pai no Getsmani: "...contudo, no se faa a minha vontade, e, sim, a
tua", o Pai O ouviu. Desse modo, por meio do sumo sacerdote e de Pilatos, Jesus foi conduzido ao
Glgota.
Tendo experimentado em Sua alma o ficar "fora" no Getsmani, Ele teve que sofrer o "ser feito
pecado" em corpo, alma e esprito no mais na escurido da noite, mas publicamente, de dia.
Entretanto, est escrito dEle: "...o qual em troca da alegria que lhe estava proposta (de poder nos
santificar), suportou a cruz, no fazendo caso da ignomnia..." (Hb 12.2).

As grandiosas dimenses dos sofrimentos de Jesus


Tendo como pano de fundo a luta milenar entre luz e trevas no mundo invisvel, podemos imaginar o
que o Filho de Deus teve que passar naquelas horas no mundo visvel. O fato de Jesus ter sofrido "fora
da porta" (Hb 13.12b), apresenta grandiosas dimenses. Pois, sofrer "fora da porta" significou para Ele:
1. Esvaziamento
Lemos a respeito em Filipenses 2.6-7: "pois ele, subsistindo em forma de Deus no julgou como
usurpao o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornandose em semelhana de homens; e, reconhecido em figura humana." Quando o Filho de Deus se
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esvaziou a si mesmo da glria que tinha com o Pai e se tornou homem, Ele se dirigiu para "fora da
porta", para tomar sobre si voluntariamente o "vituprio" (a afronta, o desprezo) que o aguardava.
2. Tornar-se realmente um com o pecado
J no Getsmani, como vimos, e ento publicamente na cruz do Glgota, Jesus Cristo foi feito pecado
por ns por parte de Deus, o Pai: "Aquele que no conheceu pecado, ele o fez pecado por ns; para
que nele fssemos feitos justia de Deus" (2 Co 5.21). Ns, que nascemos no pecado (Sl 51.5), nem
podemos compreender o que significou para o Filho de Deus, que no tinha pecado, ser identificado
com o pecado e, ainda mais, ser Ele mesmo feito "pecado".
3. Tirar todos os pecados
Jesus tambm sofreu "fora da porta" porque tirou os pecados de todos os homens de todos os tempos.
Joo Batista exclamou a respeito dEle: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" (Jo
1.29). No est escrito "tirar", mas que Jesus "tira" o pecado do mundo. Isso significa que j naquele
tempo, quando encontrou Joo Batista, o pecado pesava sobre Ele.
Quando somos acusados injustamente de uma coisa ruim, que no fizemos, algo comea a "trabalhar"
em ns. Isaas 53.11a fala profeticamente de Jesus, referindo-se ao "penoso trabalho de sua alma".
Quanto trabalhou a alma de Jesus sob a carga dos bilhes e bilhes de pecados que foram lanados
sobre Ele, isto , atribudos a Ele o Cordeiro "sem defeito e sem mcula" (1 Pe 1.19).
4. O ser levantado na cruz
O sofrer "fora da porta" foi ainda mais profundo, ainda mais definitivo. Quem jamais entendeu a
profundidade assombrosa das palavras de Jesus em Joo 3.14-15, que so to indescritivelmente
gloriosas para ns? L est escrito: "E do modo por que Moiss levantou a serpente no deserto, assim
importa que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele cr tenha a vida eterna." Por
que o Senhor se referiu a esse acontecimento do Antigo Testamento? Resposta: naquele tempo, o
povo de Israel se rebelou contra Deus e contra Moiss (comp. Nm 21.4-5). Como castigo, "o Senhor
mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de
Israel" (v. 6). Quando os restantes do povo foram a Moiss, arrependendo-se do seu pecado e
confessando-o, e Moiss intercedeu por eles diante do Senhor (v. 7), "disse o Senhor a Moiss: Faze
uma serpente abrasadora, pe-na sobre uma haste: e ser que todo mordido que a mirar, viver. Fez
Moiss uma serpente de bronze, e a ps sobre uma haste; sendo algum mordido por alguma
serpente, se olhava para a de bronze, sarava" (vv. 8-9). Somente quando o Senhor da Glria como
que se identificou completamente com a antiga e m serpente e se deixou pregar no madeiro maldito,
Ele pde pisar a cabea dela. Nesse momento, Ele, a luz do mundo, teve o mais intenso confronto com
o poder das trevas; e Ele realizou essa luta completamente sozinho.
5. O abandono de Deus
Esse sofrimento "fora da porta" se tornou mais terrvel para Jesus quando tambm Deus, o Pai, se
afastou dEle, porque no O via mais como Seu Filho, mas como o prprio pecado. Pois Deus odeia o
pecado com dio eterno; mas Ele ama o pecador com eterno amor.
Agora vamos olhar em esprito para o Crucificado, com santa reverncia:

O que Jesus realmente fez na cruz?


O solo em que se encontra a cruz sagrado. Quanto j se falou, orou, cantou e pensou a respeito
daquilo que Jesus realizou ali! E mesmo assim nos admiramos cada vez mais sobre Seu amor
incompreensvel!
No Novo Testamento encontramos 29 vezes a palavra "cruz" e 47 vezes o verbo "crucificar". Que
nosso Senhor, durante Sua vida terrena, sempre tinha em mente a cruz provado pela Sua repetida
exigncia de que todos que queriam segui-lO deviam "tomar a sua cruz" (comp. Lc 14.27; 9.23; Mt
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10.38; 16.24; Mc 8.34; 10.21). Quando Moiss e Elias estiveram com Jesus sobre o alto monte, eles
"falavam da sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalm" (Lc 9.31); eles falavam da Sua
cruz. O apstolo Paulo o lembrou aos glatas quando lhes escreveu: "" glatas insensatos! Quem vos
fascinou a vs outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?" (Gl 3.1). Em outras
palavras: quem viu, ou seja, quem compreendeu o que Jesus fez na cruz, perde o orgulho e a
obstinao; tal pessoa no pode mais cair de volta em esforos prprios para querer se justificar diante
de Deus pelas prprias obras. Entretanto, devemos frisar antecipadamente que at hoje "a palavra da
cruz loucura para os que se perdem, mas para ns, que somos salvos, poder de Deus" (1 Co 1.18).
E aqui j resplandece o indescritvel que Jesus fez por ns na cruz. Nenhum homem capaz de
entender toda a profundidade das palavras encontradas em Joo 1.29: "Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo!" Hermann Bezzel (1861-1917) tentou express-lo com as seguintes palavras:
Vejam, essa a grandeza de Jesus Cristo! Ele experimentou e sofreu em sua totalidade cada um dos
pecados de que um homem capaz. Tudo o que faz o pecado ser to atraente: o prazer que ele
promete; a vantagem que ele faz vislumbrar; o momento de satisfao que obtido com um ato
escondido; Jesus deixou tudo isso fazer efeito sobre si. Assim Ele veio humanidade, a ns. Ento, o
pecado se tornou para ele no algo que se conhece de ouvir falar, mas uma realidade palpvel. Desse
modo, Ele assumiu o corpo da humanidade e passou por todas as tentaes da grandeza e por toda a
misria da insignificncia. Ele deixou vir sobre si tanto os atrativos e as tentaes do poder como os
fios de seda do engano com que uma vida humana envolvida antes de ser presa em correntes de
ferro e destruda. Mas, Ele no sucumbiu ao pecado!
Para mim, entretanto, o mais grandioso consiste do fato de que "Aquele que no conheceu pecado"
Deus "o fez pecado por ns; para que nele fssemos feitos justia de Deus." Isso significa que Jesus
no somente tirou os pecados do mundo, que ningum pode contar, mas que Ele, que no tinha
pecado, assumiu nossa natureza pecaminosa e assim tomou sobre si o terrvel castigo de Deus pelo
pecado e pelos pecados.
Mas, por que isso tinha que acontecer justamente numa cruz? Por que no de outra forma, menos
terrvel? Encontramos o motivo em Glatas 3.13, onde est escrito: "Cristo nos resgatou da maldio
da lei, fazendo-se ele prprio maldio em nosso lugar, porque est escrito: Maldito todo aquele que
for pendurado em madeiro". Por isso, em Seu caminho de sofrimentos, Jesus foi identificado to
claramente com Sua cruz. Por exemplo, em:
Joo 19.17: "...e ele prprio, carregando a sua cruz..."
Joo 19.18: "...onde o crucificaram..."
Pensemos por alguns momentos sobre essa ltima frase. Imaginemos em esprito, sem muitas
palavras, o que aconteceu ento no Glgota: chegando colina, eles fizeram rapidamente os
preparativos. A cruz foi levantada e firmada; os martelos, cravos e cordas foram preparados. Uma
grande multido cercava a colina e se aglomerava para assistir ao ato horrendo que se realizaria. O
Senhor estava tranqilo, em silncio. Certamente tambm Ele sentiu calafrios em Seu ntimo. O que,
entretanto, devia estar se passando em Seu corao, em Seus pensamentos? O Salmo 22 o revela.
Do fundo do Seu corao, Ele clamava ao Pai: "No te distancies de mim, porque a tribulao est
prxima, e no h quem me acuda" (v. 11). Oh! que terrvel: cercado pelas Suas criaturas, a Origem da
vida est sendo executada! Por isso, Ele orou: "Muitos touros me cercam, fortes touros de Bas me
rodeiam. Contra mim abrem as bocas, como faz o leo que despedaa e ruge" (vv. 12-13).
Pouco antes da crucificao de Jesus est dito: "Deram-lhe a beber vinho com mirra, ele, porm, no
tomou" (Mc 15.23). Era costume dar uma bebida anestsica aos criminosos antes da execuo, como
atualmente se anestesia um paciente antes de uma operao para tornar os nervos insensveis. No
sabemos por qual motivo se fazia isso. Ser que era por compaixo de quem ia sofrer? Creio que no.
Certamente se agia assim por considerao queles que tinham que realizar o horripilante trabalho de
pregar o condenado na cruz. Sem dvida, muitos criminosos gritavam de forma abaladora, alguns se
defendiam como lees depois da primeira martelada, outros conseguiam se soltar no desespero das
dores. Portanto, naquele tempo cruel certamente se procurou um meio para facilitar tal trabalho
sangrento.

41

De qualquer modo, completamente errado supor que se tenha tido misericrdia do Senhor. Pelo
contrrio, tambm nesse caso se cumpriu o clamor proftico do salmista: "no h... ningum que por
mim se interesse" (Sl 142.4). Jesus recusou a bebida anestsica. Ele queria tomar o clice do Pai em
plena conscincia. Nenhuma gota de amargura deveria passar despercebida. Pois Ele sabia que no
seria atingido por nada alm daquilo que o Pai justo tinha determinado para Ele como expiao pelo
mundo cado. Isso, entretanto, Ele queria tomar sobre si inteiramente como Substituto, em sagrado
reconhecimento do justo juzo de Deus sobre o pecado. Isso importante para ns. Tambm ns
devemos suportar conscientemente os sofrimentos que Deus nos imps. Ainda hoje o mundo oferece
como m soluo aos sofredores que se beba do seu clice de tontear para esquecer, espantar e
mitigar a dor. Sugere-se: deves desanuviar, deves aproveitar, no deves pensar continuamente em tua
tristeza; vem conosco, te mistura entre os alegres, vai ao teatro, participa das nossas alegres festas, e
logo percebers que grande parte da tua tristeza somente imaginao. Assim o mundo seduz. Assim
ele quer curar a dor da tribulao.
O Senhor, porm, quer nos conduzir comunho dos Seus sofrimentos. Mas por qu? Em Filipenses
3.10-11 nos dada a jubilosa resposta: "para o conhecer e o poder da sua ressurreio e a comunho
dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para de algum modo alcanar a
ressurreio dentre os mortos." Sem a Sexta-Feira da Paixo nunca teria acontecido a Pscoa! Por
isso, se Deus nos impe um sofrimento, devemos senti-lo, tom-lo sobre ns conscientemente e
carreg-lo diante dEle com oraes e splicas. Ento ele trar bnos presentes e eternas. Lemos no
Salmo 126.5-6: "Os que com lgrimas semeiam, com jbilo ceifaro. Quem sai andando e chorando
enquanto semeia, voltar com jbilo, trazendo os seus feixes." Um dia, certamente ser algo glorioso
alm de qualquer medida ter passado pela comunho dos sofrimentos de Cristo. O fruto da tribulao
ser grandioso alm de qualquer expectativa!

O lado proftico da Sexta-Feira da Paixo


Aps Sua ressurreio, o Senhor se juntou aos desanimados discpulos no caminho de Emas e
"Ento lhes disse Jesus: " nscios, e tardos de corao para crer tudo o que os profetas disseram!
Porventura no convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glria? E, comeando por Moiss,
discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras"
(Lc 24.25-27). Tambm aos Seus demais discpulos Ele falou a seguir referindo-se ao Glgota e
Sua ressurreio sobre o cumprimento da palavra proftica: "So estas as palavras que eu vos falei,
estando ainda convosco, que importava se cumprisse tudo o que de mim est escrito na Lei de Moiss,
nos Profetas e nos Salmos. Ento lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e
lhes disse: Assim est escrito que o Cristo havia de padecer, e ressuscitar dentre os mortos no terceiro
dia" (Lc 24.44-46).
O principal tema de que o Ressuscitado tratou com Seus discpulos foi: o cumprimento da palavra
proftica atravs do Seu sofrimento, da Sua morte e da Sua ressurreio. Como j constatamos antes,
tambm as leis dos sacrifcios do Antigo Testamento (ofertas pela culpa, pelo pecado, holocausto,
etc.), em todos os seus detalhes, apontam com muita clareza para o sacrifcio singular do corpo de
Jesus Cristo. Mas Ele, nosso grande Sumo Sacerdote, representado ainda mais nitidamente pelo
sumo sacerdote antigo-testamentrio. Como este podia ser imediatamente reconhecido? Por aquilo
que o Senhor ordenou em xodo 28.36-38: "Fars tambm uma lmina de ouro puro, e nela gravars
maneira de gravuras de sinetes: Santidade ao Senhor. At-la-s com um cordo de estofo azul, de
maneira que esteja na mitra; bem na frente da mitra estar. E estar sobre a testa de Aro, para que
Aro leve a iniqidade concernente s cousas santas, que os filhos de Israel consagrarem em todas as
ofertas de suas cousas santas; sempre estar sobre a testa de Aro, para que eles sejam aceitos
perante o Senhor." Aqui temos a base proftica antigo-testamentria daquilo que est escrito em
Hebreus 13.12: "Por isso foi que tambm Jesus, para santificar o povo, pelo seu prprio sangue, sofreu
fora da porta." Em Joo 19.17 vemos Jesus em Seu caminho para o Glgota: "Tomaram eles, pois, a
Jesus; e ele prprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvrio, Glgota em
hebraico".
Sua vida era de "santidade ao Senhor". E, pelo derramamento do Seu sangue na cruz, Ele entregou
Sua vida santa. Pouco antes, Ele se referiu a isso em Sua orao sacerdotal, quando disse ao Pai: "E
a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles tambm sejam santificados na verdade" (Jo
17.19). Esse elevado alvo, que Jesus tinha em mente quando se deixou crucificar, ou seja, que sejas
"santificado", est sendo realizado em ti? Em outras palavras: s santificado para Ele? s Sua
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propriedade? Por que to importante para Deus que sejamos "santificados na verdade"? Porque
somente dessa maneira corresponderemos Sua vontade, que descrita assim em xodo 28: "...para
que me ministre o ofcio sacerdotal..." (v. 3), ou: "...para me oficiarem como sacerdotes..." (v. 1,4). Esse
o objetivo, o grande alvo da Sexta-Feira da Paixo.

Os dois aspectos do Grande Dia da Expiao em sentido proftico


Uma vez por ano Israel comemorava (e comemora) o Grande Dia da Expiao: o Yom Kippur. Nesse
dia, ningum realizava qualquer trabalho, pois todo o povo se reunia junto tenda da congregao, ou
seja, no templo. Somente o sumo sacerdote realizava a grande obra da reconciliao. Lemos a
respeito em Levtico 16.30-32a: "Porque naquele dia se far expiao por vs, para purificar-vos: e
sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor. sbado de descanso solene para
vs outros, e afligireis as vossas almas: estatuto perptuo. Quem for ungido e consagrado para
oficiar como sacerdote no lugar de seu pai, far a expiao..."
Esse primeiro aspecto do Yom Kippur foi cumprido na Sexta-Feira da Paixo, quando Jesus Cristo no
derramou sangue estranho, mas Seu prprio sangue e, assim, penetrou no Santo dos Santos:
"Quando, porm, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens j realizados, mediante o maior e mais
perfeito tabernculo, no feito por mos, quer dizer, no desta criao, no por meio de sangue de
bodes e de bezerros, mas pelo seu prprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas,
tendo obtido eterna redeno" (Hb 9.11-12). E para que realmente entendamos bem que o Yom Kippur
no que se refere reconciliao realmente foi cumprido, o autor da Epstola aos Hebreus volta
mais uma vez ao assunto no mesmo captulo: "Porque Cristo no entrou em santurio feito por mos,
figura do verdadeiro, porm no mesmo cu, para comparecer, agora, por ns, diante de Deus; nem
ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos
Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessrio que ele tivesse sofrido muitas vezes
desde a fundao do mundo; agora, porm, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por
todas, para aniquilar pelo sacrifcio de si mesmo o pecado. E, assim como aos homens est ordenado
morrerem uma s vez e, depois disto, o juzo, assim tambm Cristo, tendo-se oferecido uma vez para
sempre para tirar os pecados de muitos..." (Hb 9.24-28a).
A maravilhosa concluso em sentido proftico do Grande Dia da Expiao comemorado anualmente,
entretanto, ainda est por acontecer, pois lemos logo a seguir: "...aparecer segunda vez, sem pecado,
aos que o aguardam para a salvao" (v. 28b). Vocs vem os centenas de milhares, sim, de milhes
de filhos de Israel aguardando? O que eles aguardam? Por que, aps quase dois mil anos de
disperso, eles voltaram de todo o mundo para Israel, terra dos seus pais? Para esperar pela volta
do Sumo Sacerdote em Suas vestes de glria! A respeito, os sumos sacerdotes do Antigo Testamento
tambm tinham um "sinal dos tempos", pois em xodo 28.33-35 est escrito sobre as "vestes de
glria" de Aro: "Em toda a orla da sobrepeliz fars roms de estofo azul, prpura e carmesim; e
campainhas de ouro no meio delas. Haver em toda a orla da sobrepeliz uma campainha de ouro e
uma rom, outra campainha de ouro e outra rom. Esta sobrepeliz estar sobre Aro quando
ministrar, para que se oua o seu sonido, quando entrar no santurio diante do Senhor, e
quando sair, e isso para que no morra."
H quase dois mil anos, Jesus Cristo, como Grande Sumo Sacerdote, entrou no Santo dos Santos
celestial pelo Seu prprio sangue (comp. Hb 9.12-14). Em breve, porm, Ele aparecer com as vestes
da glria, "sem pecado, aos que o aguardam para a salvao." Entretanto, somente aguardam
realmente por Ele os que se deixaram santificar pelo sangue de Jesus. E, quem so esses? Aqueles
que j tomaram a nica atitude correta diante do que est dito em Hebreus 13.12: "Por isso foi que
tambm Jesus, para santificar o povo, pelo seu prprio sangue, sofreu fora da porta." Essa
conseqncia obrigatria, vital, do Seu sangue derramado "fora da porta" pela nossa santificao
descrita com lgica inescapvel no versculo seguinte, sendo expressa na exigncia:

"Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o seu vituprio" (Hb 13.13)!
O que realmente se pretende dizer com isso? Trata-se de uma identificao completa com Jesus,
como o fez Paulo, que testemunha em Glatas 2.19b-20: "Estou crucificado com Cristo; logo, j no
sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela f no
Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim." Quem quer entregar, como Paulo,
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sua prpria vida, com todas as suas paixes e cobias? Ests realmente disposto a renunciar a tudo
que tens (comp. Lc 14.33) e a tomar Seu jugo sobre ti?
Quo vergonhosos so, freqentemente, nossos lamentos! O Senhor comea a nos conduzir para
onde podemos ter comunho com Ele, isto , para "fora do arraial", e ns gememos e dizemos: "Oh!
Senhor. Deixa-me ser um pouco como as outras pessoas!" Jesus nos pede que tomemos um lado do
jugo, dizendo: "...o meu jugo suave..." (comp. Mt 11.29-30), vem para Meu lado, vamos pux-lo
juntos. Vem para fora, at mim, leva Meu vituprio sobre ti! Quem fizer isso, verdadeiramente estar
buscando a santificao (Hb 12.14), ou seja, estar aceitando pessoalmente a santificao que o
Senhor realizou pelo Seu sangue. Por isso, em crasso contraste, em Hebreus 10.28-29 esto escritas
as srias palavras: "Sem misericrdia morre pelo depoimento de duas ou trs testemunhas quem tiver
rejeitado a lei de Moiss. De quanto mais severo castigo julgais vs ser considerado digno aquele que
calcou aos ps o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliana com o qual foi santificado, e ultrajou o
Esprito da graa?" Como filho de Deus, tua posio de santificado pelo sangue de Jesus. Mas,
como est tua situao de santificao pessoal quo distantes esto a posio e a situao de
santificao?
Olha para Jesus em Seu grande amor por ti: Ele se deixou sacrificar por ti! No deveria ser o desejo do
teu corao, sacrificar-te tambm por Ele? Ele se entregou por ti, Ele no ficou com nada para si,
esquecendo-se completamente por tua causa. E tu irias esquecer dEle, no irias te entregar
voluntariamente a Ele como sacrifcio de louvor? Ele foi sepultado por ti no p da morte; Ele suportou
vergonha e a mais profunda humilhao por tua causa e tu ainda irias cultivar teu amor-prprio e
querer ter grande prestgio neste mundo, em que Ele foi to desprezado? Ele curvou Sua cabea; Sua
cabea estava cheia de sangue e feridas, de dores e escrnio e tu ainda irias andar com
pensamentos orgulhosos, mantendo tua cabea erguida com altivez e inflexibilidade? Ele sofreu tantas
dores e tormentos em Seu corpo e Sua alma, e tu ainda irias correr atrs de alegrias terrenas? No
queres tambm tu sair a Ele, fora do arraial, levando o Seu vituprio? Suas mos foram traspassadas
e farias armas de injustia das tuas? Seus ps foram furados pelos cravos, e tu andarias pelos
caminhos da desavena e da destruio com os teus? Ele foi levantado nu na cruz, e tu te exibirias
com pompa e vaidade? Ele obteve eterna justia atravs de profundas dores, e tu Lhe roubarias a
glria ao procurares estabelecer tua prpria justia? Oh! no, tudo seja lanado ao p, desprezado e
considerado como refugo por Sua causa! Dize-Lhe agora de forma clara e decidida: "Senhor Jesus,
quero sair a Ti, fora do arraial, levando o Teu vituprio!" (Wim Malgo http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, abril de 1994.

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Lemos em Lucas 23.32-33: "E tambm eram levados outros dois, que eram malfeitores, para
serem executados com ele. Quando chegaram ao lugar chamado Calvrio, ali o crucificaram,
bem como aos malfeitores, um direita, outro esquerda". O Senhor Jesus tinha predito que, com
relao Sua execuo, toda a Escritura teria de se cumprir, inclusive a passagem que diz que Ele
seria contado com os malfeitores (Lc 22.37). Ele referia-se a Isaas 53.12, onde est escrito: "Por
isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartir ele o despojo,
porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou
sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu". Aproximadamente 700 anos
depois, a profecia cumpriu-se literalmente quando o Senhor Jesus foi crucificado no meio de dois
malfeitores. O Evangelho de Marcos tambm relata que "com ele crucificaram dois ladres, um
sua direita, e outro sua esquerda. E cumpriu-se a Escritura que diz: Com malfeitores foi
contado" (Mc 15.27-28). Mateus 27.44 diz que os dois malfeitores zombaram do Senhor Jesus
juntamente com as pessoas que passavam por eles, com os soldados, sumos sacerdotes e ancios:
"E os mesmos improprios lhe diziam tambm os ladres que haviam sido crucificados com
ele". Mas um desses malfeitores apercebeu-se do engano que estava cometendo e mudou sua atitude
em relao a Jesus. Ambos haviam presenciado a orao de Jesus por aqueles que O pregavam na
cruz: "Pai, perdoa-lhes, porque no sabem o que fazem. Ento, repartindo as vestes dele,
lanaram sortes" (Lc 23.34). Eles tambm viram Jesus, em meio dor insuportvel que estava
sofrendo, preocupado com Sua me e com Seu discpulo Joo (Jo 19.25-27). Alm disso, foram
testemunhas da relao profunda entre Jesus e Seu Pai, e como o Senhor Jesus orava sem que uma
maldio, reclamao ou uma palavra sequer de amargura passasse pelos Seus lbios. Eles viram-nO
igualmente pregado na cruz como um cordeiro, totalmente submisso, suportando com pacincia todo o
desprezo e a zombaria do povo. Mas um deles se convenceu que Jesus tinha de ser mais do que
diziam que Ele era. Seria verdade o que haviam escrito como acusao na cruz, acima de Sua cabea:
"Jesus de Nazar, rei dos judeus"? Esse malfeitor reconheceu repentinamente sete coisas
significativas a respeito de Jesus:
1. Que Jesus era sem pecado, absolutamente inocente, mas que estava dependurado na cruz como se
fosse um amaldioado (Lc 23.40-41).
2. Que eles estavam errados zombando de Jesus, principalmente seu colega de infortnio (v. 40).
3. Ele prprio foi repentinamente tomado pelo temor de Deus (v. 40).
4. Na presena de Jesus ele percebeu que era pecador (v. 41).
5. Ele se arrependeu, pois sabia que Jesus entraria em Seu reino, reconheceu e confessou que s
atravs dEle teria entrada no cu (v. 42).
6. Com essa orao ele tambm confessou que Jesus o Senhor: "...quando vieres no teu reino" (v.
42).
7. Ele demonstrou uma f profunda e admirvel (v. 42).
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A clara e imediata resposta de Jesus no se fez esperar: "Em verdade te digo que hoje estars
comigo no paraso" (v. 43; veja tambm 2 Co 12.4; Ap 2.7).
Nesse momento podemos nos perguntar: que chances Deus d a um malfeitor, a um ladro, a um
homicida? A resposta : todas! O perdido s precisa vir a Jesus e clamar pelo Seu nome com
corao arrependido. Mas no devemos esquecer que o Deus Todo-Poderoso considera todas as
pessoas como malfeitoras: "justia de Deus mediante a f em Jesus Cristo, para todos e sobre
todos os que crem; porque no h distino, pois todos pecaram e carecem da glria de Deus"
(Rm 3.22-23). Vemos que essa passagem fala de "todos", sem exceo. Somos todos pecadores,
todos carecemos da glria de Deus. Isso significa que no temos nada de bom para apresentar a Ele.
Mas tambm est escrito que a justia de Jesus concedida a todos os que crem nEle.
Os malfeitores na cruz eram ambos pecadores. Um, porm, agarrou a primeira oportunidade e voltouse para Jesus; o outro perdeu sua ltima oportunidade. Os dois estavam igualmente prximos de
Jesus, mas um espao infinito separava um do outro. O abismo entre os dois est personificado na
palavra "graa". Um continuou com sua zombaria e manteve seu orgulho, permanecendo em seu
pecado; o outro, porm, orou: "Jesus, lembra-te de mim..." e experimentou toda a graa do perdo.
Por toda uma vida ele havia roubado, matado e cometido pecados mas o arrependimento sincero e
profundo, expresso em uma nica frase, abriu-lhe as portas para o paraso divino. Isso graa! Um
estava no limiar do inferno e entrou no paraso, o outro estava muito prximo do paraso e foi para o
inferno. Em Jesus decide-se o futuro e a eternidade das nossas vidas. Um morreu profundamente
amargurado, com o corao tomado de incerteza, o outro morreu na paz da certeza de entrar no reino
de Jesus. Jamais algum esteve to prximo da salvao como esses dois malfeitores crucificados ao
lado de Jesus. Eles viram com seus prprios olhos a Jesus pregado na cruz como o Cordeiro de Deus
no altar do sacrifcio. Isso era to claro e bvio que at o centurio exclamou mais tarde ao p da cruz:
"Verdadeiramente, este era o Filho de Deus" (Mc 15.39).
Com base em Isaas 53.12, creio que o Senhor Jesus orou pelos dois transgressores, mesmo que isso
no seja mencionado nos Evangelhos. Com certeza o malfeitor perdido ouviu a orao de seu parceiro
entregando-se a Cristo e ouviu tambm a resposta de Jesus a essa orao, mas manteve sua postura
de rejeio. Muitos vivenciam a converso de outras pessoas mas permanecem intocados em seus
coraes e no querem achegar-se a Jesus. Se uma nica orao de confisso e arrependimento
basta para levar-nos ao paraso, terrvel quando uma pessoa passa a vida inteira protelando essa
deciso e, freqentemente, no final de sua vida, no consegue mais chegar ao Senhor.
O malfeitor salvo mostra-nos que mesmo no final da vida a misericrdia e a graa podem nos alcanar.
O malfeitor perdido, porm, exemplifica de maneira muito vvida que no devemos deixar o
arrependimento para mais tarde, porque ento pode ser tarde demais.
Ouvi a histria de um evangelista que foi procurado por uma mulher de 75 anos de idade que desejava
ser aconselhada espiritualmente. Eles procuraram um lugar sossegado para conversar, e a mulher
contou que aos 25 anos de idade havia engravidado contra sua vontade. Como isso representava uma
vergonha muito grande para toda a famlia, ela no contou nada a ningum e emigrou para o norte,
para bem longe de sua parentela. L ela deu luz ao seu filho e matou-o. Ningum desconfiou de
nada, mas ela carregou em seu ntimo esse fardo insuportvel por 50 anos. Ela e o evangelista
ajoelharam-se e essa mulher sofrida reconheceu seu pecado diante de Deus e pediu perdo ao
Senhor Jesus. Como uma nova pessoa ela ergueu-se dos seus joelhos. O evangelista perguntou
mulher por que ela no tinha se chegado antes a Jesus, ao invs de viver durante 50 anos com a
conscincia pesada, pois ningum precisa carregar um fardo quando h algum que se oferece para
carreg-lo. O pecado terrvel, mas o mais terrvel lev-lo para a eternidade!
Se hoje voc sabe, no fundo de seu corao, que precisa de Jesus, ento decida-se agora por Ele.
No espere mais nem um momento! Se hoje Deus lhe oferece a oportunidade de perdoar todos os
seus pecados, ento seria uma tolice no aceitar essa oferta! (Norbert Lieth http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, abril de 2001.

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"Irmos, no que diz respeito vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunio com ele, ns vos
exortamos a que no vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por
esprito, quer por palavra, quer por epstola, como se procedesse de ns, supondo tenha chegado o
Dia do Senhor. Ningum, de nenhum modo, vos engane, porque isto no acontecer sem que primeiro
venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqidade, o filho da perdio, o qual se ope e se
levanta contra tudo que se chama Deus ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no santurio de
Deus, ostentando-se como se fosse o prprio Deus. No vos recordais de que, ainda convosco, eu
costumava dizer-vos estas coisas? E, agora, sabeis o que o detm, para que ele seja revelado
somente em ocasio prpria. Com efeito, o mistrio da iniqidade j opera e aguarda somente que
seja afastado aquele que agora o detm; ento, ser, de fato, revelado o inquo, a quem o Senhor
Jesus matar com o sopro da sua boca e o destruir pela manifestao da sua vinda" (2 Ts 2.1-8).
Este trecho da Segunda Epstola de Paulo aos Tessalonicenses um apelo consolador e
tranqilizador feito pelo apstolo igreja de Tessalnica. Entretanto, pelo poder do Esprito Santo,
essa carta tambm transmite firmeza e certeza s igrejas de todas as pocas at chegar o
arrebatamento. Mas essa carta tambm pode ser entendida como um alerta do apstolo em relao a
todos aqueles que querem abafar a esperana viva dos filhos de Deus, ou seja, a esperana de serem
arrebatados antes da Grande Tribulao. Ela um "libelo" contra aqueles que querem arrancar os
filhos de Deus da graa plena de nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, tambm Pedro diz aos seus
leitores crentes: "No vos amedronteis, portanto, com as suas ameaas, nem fiqueis alarmados; antes,
santificai a Cristo, como Senhor, em vosso corao, estando sempre preparados para responder a
todo aquele que vos pedir razo da esperana que h em vs" (1 Pe 3.14b-15).

Como se distinguem entre si "o Dia de Jesus", "o Dia do Senhor" e o "Dia de
Deus"?
Para melhor entendimento e interpretao da palavra proftica, importante conhecer exatamente a
diferena entre "o Dia de Jesus", "o Dia do Senhor" e "o Dia de Deus".
Em 2 Tessalonicenses 2.1 Paulo menciona a "vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" e a nossa "reunio
com ele". Com isso Ele se refere ao dia do arrebatamento. No versculo 2 do mesmo captulo, ele fala
do "Dia do Senhor", e a seguir discorre sobre os acontecimentos a ele relacionados. O "Dia do Senhor"
se refere Grande Tribulao, ao juzo de Deus sobre a terra com a subseqente vinda de Jesus
Cristo para o estabelecimento do Seu reino. Esse sistema de ensino e essa diferenciao so
encontrados em toda a Bblia. Um autor diz:
"Segundo a revelao do Antigo Testamento, o Dia do Senhor ser um perodo de juzo que ter seu
ponto culminante na vinda de Cristo e ser seguido por um perodo de bnos divinas especiais no
Milnio". (Hal Lindsey, "O Arrebatamento")

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Na primeira carta aos tessalonicenses o apstolo Paulo fala principalmente do "Dia de Cristo", e na
segunda carta ele fala do "Dia do Senhor". Agora vamos analisar mais de perto estes dois conceitos e
tambm o terceiro perodo, o "Dia de Deus":
1. O Dia de Cristo
O "Dia de Cristo" foi revelado somente no Novo Testamento e se aplica unicamente Igreja de Jesus.
Por isso, ele est relacionado quase sempre com bnos, com promessas e com a esperana da
glria de Cristo. Ele diz respeito ao retorno dos crentes renascidos para o reino do Pai (a casa do Pai),
mas tambm ao tribunal de Cristo que vai acontecer nessa ocasio. Seguem alguns exemplos:
"...aguardando vs a revelao de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual tambm vos confirmar at ao
fim, para serdes irrepreensveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co 1.7-8).
"Estou plenamente certo de que aquele que comeou boa obra em vs h de complet-la at ao Dia
de Cristo Jesus" (Fp 1.6).
"porque morrestes, e a vossa vida est oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que
a vossa vida, se manifestar, ento, vs tambm sereis manifestados com ele, em glria" (Cl 3.3-4).
Encontramos outras passagens bblicas sobre o assunto em 1 Corntios 5.5; 1 Tessalonicenses 4.1518; Filipenses 1.10; 2.16; 2 Corntios 1.14; 5.10; 1 Timteo 6.14; 2 Timteo 4.8; 1 Pedro 1.7; 4.13 e 1
Joo 2.28.
2. O Dia do Senhor
O "Dia do Senhor", pelo contrrio, no uma nova revelao, mas j era conhecido no Antigo
Testamento. Esse "dia" tem a ver com o justo juzo de Deus que cair sobre o mundo incrdulo e
castigar a rebelio contra Ele. Nesse dia igualmente acontecer o juzo sobre o povo de Israel e seu
restabelecimento espiritual. Trata-se da interveno evidente e visvel de Deus nos acontecimentos
deste mundo.
Esse dia o dia da Grande Tribulao e comea depois do "Dia de Cristo", ou seja, depois do
arrebatamento. Ele resultar, finalmente, na vinda de Jesus em poder e glria juntamente com os Seus
santos. Por isso ele tambm chamado de "as dores" ou "dores de parto" (1 Ts 5.3). Em sua
abrangncia mais ampla, o "Dia do Senhor" se refere ao estabelecimento do reino de Jesus (Milnio) e
conduz derradeira destruio do antigo cu e da antiga terra. Tambm a esse respeito seguem
alguns exemplos:
"Porque o Dia do Senhor dos Exrcitos ser contra todo soberbo e altivo e contra todo aquele que se
exalta, para que seja abatido. Ento, os homens se metero nas cavernas das rochas e nos buracos
da terra, ante o terror do Senhor e a glria da sua majestade, quando ele se levantar para espantar a
terra" (Is 2.12 e 19; compare Ap 6.15-17).
"Mostrarei prodgios em cima no cu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaa. O
sol se converter em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor"
(At 2.19-20).
"se, de fato, justo para com Deus que ele d em paga tribulao aos que vos atribulam e a vs
outros, que sois atribulados, alvio juntamente conosco, quando do cu se manifestar o Senhor Jesus
com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingana contra os que no conhecem a
Deus e contra os que no obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus" (2 Ts 1.6-8; compare 2 Ts
2.10-12).
Outras passagens bblicas sobre o "Dia do Senhor" so encontradas em Joel 1.15; 2.1-2; Ezequiel
30.3; Sofonias 1.14; Zacarias 14.4-5 e 8; 1 Tessalonicenses 5.1-5; 2 Pedro 1.16; 3.10 e Judas 14-15.

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3. O Dia de Deus
O "Dia de Deus" aps todos os acontecimentos mencionados anteriormente o dia em que o
prprio Deus triunfar definitivamente; depois que todo o mal tiver sido afastado e tudo estiver
implantado na nova situao eterna e permanente, quando Deus ser tudo em todos. "Porque convm
que ele reine at que haja posto todos os inimigos debaixo dos ps. O ltimo inimigo a ser destrudo
a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos ps. E, quando diz que todas as coisas lhe esto
sujeitas, certamente exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porm, todas as coisas lhe
estiverem sujeitas, ento, o prprio Filho tambm se sujeitar quele que todas as coisas lhe sujeitou,
para que Deus seja tudo em todos" (1 Co 15.25-28). Nesse contexto a Palavra diz aos crentes:
"...esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os cus, incendiados, sero
desfeitos, e os elementos abrasados se derretero. Ns, porm, segundo a sua promessa, esperamos
novos cus e nova terra, nos quais habita justia" (2 Pe 3.12-13).

O consolo roubado
"Irmos, no que diz respeito vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunio com ele..." (2 Ts
2.1). A primeira parte dessa frase sem dvida trata do arrebatamento da Igreja de Jesus, pois por
intermdio dele ocorrer a unio visvel do Noivo com a Noiva (compare tambm Joo 14.1-3 nesse
contexto).
Nesse versculo lemos em outras verses:
"E agora, uma palavra sobre a volta do nosso Senhor Jesus Cristo e a nossa reunio para irmos
encontr-lO..." (A Bblia Viva).
"Ora, irmos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunio com ele..."
(Edio Revista e Corrigida).
Torna-se evidente que em 2 Tessalonicenses 2.1 Paulo se refere primeira carta aos tessalonicenses,
na qual explicou o arrebatamento em detalhes. Quando ele escreve na segunda carta (2.1): "...no que
diz respeito vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunio com ele...", somos forosamente
levados a pensar em 1 Tessalonicenses 4.17: "...e, assim estaremos para sempre com o Senhor", ou
na palavra de nosso Senhor Jesus em Joo 14.3: "...e vos receberei para mim mesmo, para que, onde
eu estou, estejais vs tambm."
O consolo
Em relao ao arrebatamento da Igreja para junto de seu Senhor, est sempre em primeiro plano o
consolo e no o temor. Quando a Bblia fala do arrebatamento, constantemente menciona que a Igreja
no precisa ficar entristecida, pois tem um consolo maravilhoso na volta de Jesus.
Em Joo 14.1, onde o Senhor fala pela primeira vez sobre o arrebatamento dos Seus, Ele enfatiza
claramente: "No se turbe o vosso corao; credes em Deus, crede tambm em mim." A primeira parte
desse versculo diz na Bblia Viva:
"Que os coraes de vocs no fiquem aflitos..."
O Senhor disse isso depois do sermo no Monte das Oliveiras, onde falou sobre a Grande Tribulao
("Dia do Senhor") que vir sobre toda a terra com angstia que nunca houve, e que anteceder Sua
vinda em glria (Mt 24.21-22; Lc 21.11). O que o Senhor disse poderia ser traduzido com estas
palavras: "A terra ser visitada por um perodo de juzos, uma grande aflio, e depois Eu voltarei em
glria. Mas tenham confiana, no fiquem com o corao pesado. Virei separadamente para vocs e
os buscarei para Mim, para que vocs estejam onde eu estiver".
Em 1 Tessalonicenses 4.13 e 18 o apstolo tambm fala sobre esse consolo: "No queremos, porm,
irmos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para no vos entristecerdes como os
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demais, que no tm esperana. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras." A Igreja
recebeu esse consolo e esta esperana viva pela graa e pelo poder do Senhor Jesus.
Em 1 Corntios 15.51 e versculos seguintes, onde descrito esse mistrio, lemos na finalizao:
"Portanto, meus amados irmos, sede firmes, inabalveis e sempre abundantes na obra do Senhor,
sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho no vo" (v. 58).
Paulo tambm conclui o segundo captulo da segunda carta aos tessalonicenses com este profundo
consolo para a Igreja: "Assim, pois, irmos, permanecei firmes e guardai as tradies que vos foram
ensinadas, seja por palavra, seja por epstola nossa. Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o
nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolao e boa esperana, pela graa, consolem o vosso
corao e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra" (2 Ts 2.15-17).

O arrebatamento antes da Tribulao


"Mas vs, irmos, no estais em trevas, para que esse Dia vos apanhe de surpresa; porquanto vs
todos sois filhos da luz e filhos do dia; ns no somos da noite, nem das trevas. Porque Deus no nos
destinou para a ira, mas para alcanar a salvao mediante nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Ts 5.4-5 e
9).
Na primeira carta aos tessalonicenses nos mostrado claramente que o consolo da Igreja consiste do
fato que o arrebatamento nos livrar do dia da ira de Deus (do "Dia do Senhor"): "...e para aguardardes
dos cus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura" (1
Ts 1.10). William McDonald diz:
Aquele por quem esperamos Jesus, "que nos livra da ira vindoura". Essa descrio de
nosso Senhor que voltar pode ser entendida de duas maneiras:
1. Ele nos livra do castigo eterno que merecemos pelos nossos pecados. Na cruz Ele
suportou a ira de Deus por nossos pecados. Pela f em Jesus, o valor da Sua obra na cruz
creditado a ns. Daqui por diante no h mais condenao para ns, por estarmos em
Cristo (Rm 8.1).
2. Ele nos livra igualmente da era de juzo que vir sobre esta terra, quando a "ira" de
Deus ser derramada sobre um mundo que rejeitou Seu Filho. Esse tempo conhecido
como "a Grande Tribulao", ou tambm o tempo da "angstia de Jac" (Dn 9.27; Mt
24.4-28; 1 Ts 5.1-11; 2 Ts 2.1-12; Ap 6.1-17 e 10).
Essa "ira de Deus" comear na Grande Tribulao, como se v claramente em Apocalipse 6.15-17.
Tambm em 1 Tessalonicenses 5 nitidamente do "Dia do Senhor" que o texto fala, dia que vir como
ladro de noite (vv. 2-3). Mas nesse contexto de juzo e castigo dito Igreja que ela ser poupada
desse dia: "Mas vs, irmos, no estais em trevas, para que esse Dia como ladro vos apanhe de
surpresa; porquanto vs todos sois filhos da luz e filhos do dia; ns no somos da noite, nem das
trevas. Porque Deus no nos destinou para a ira, mas para alcanar a salvao mediante nosso
Senhor Jesus Cristo" (1 Ts 5.4-5 e 9). A Bblia Viva diz no versculo 9: "Porque Deus no nos escolheu
para derramar sua ira sobre ns, mas para nos salvar por meio de nosso Senhor Jesus Cristo."
Portanto, em resumo, podemos dizer: sempre que o Esprito Santo nos recorda o tema do
arrebatamento, somos lembrados de todo o consolo do Evangelho de Jesus, da esperana da nossa
vocao.
Os tessalonicenses foram bem instrudos sobre esse assunto. Por isso eles ficaram to preocupados
quando repentinamente surgiram rumores de que "o Dia do Senhor" (a Grande Tribulao) j havia
chegado. Pois estaria acontecendo justamente o contrrio do que eles haviam ouvido do apstolo. Eles
logo se preocuparam, ficaram com medo, abalados, surpresos, tristes, e comearam a vacilar. Por
qu? Porque haviam abandonado a palavra da graa.

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Os ladres do consolo
Uma vez que os tessalonicenses estavam to frustrados, Paulo escreveu-lhes: "...a que no vos
demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por esprito, quer por palavra, quer
por epstola, como se procedesse de ns, supondo tenha chegado o Dia do Senhor" (2 Ts 2.2). Os
tessalonicenses haviam permitido que falsos pregadores roubassem seu consolo.
A jovem igreja de Tessalnica vivia num tempo de dura perseguio. Sua f estava sendo posta
prova. Eles foram afligidos da maneira mais cruel e tiveram que suportar muita aflio e tribulao (2
Ts 1.4-7). Alm disso, nessa situao apareceram homens que ensinavam que o "Dia do Senhor" j
havia chegado, que eles, portanto, j se encontravam na Grande Tribulao. J que tinham sido
ensinados que o arrebatamento aconteceria antes da Grande Tribulao ou do "Dia do Senhor",
podemos entender sua inquietao. Os tessalonicenses estavam fora de si de susto e cheios de
repentina insegurana. Ser que o "Dia do Senhor" realmente j teria chegado? Mas, nesse caso,
onde estaria a promessa de que antes deveriam esperar o Filho de Deus vindo do cu para livr-los da
ira vindoura (1 Ts 1.10; 5.9)? Teriam eles esperado em vo pelo arrebatamento? Ser que realmente
eles estavam sob a ira de Deus por passarem por perseguies e angstias? Pois eles haviam sido
instrudos que no passariam pela ira de Deus, que o Dia do Senhor no os surpreenderia como um
ladro de noite, e que o dia do juzo seria para os outros, que esto fora, no para a Igreja de Jesus.
Em 1 Tessalonicenses 5.1-5 havia sido dito a eles: "Irmos, relativamente aos tempos e s pocas,
no h necessidade de que eu vos escreva; pois vs mesmos estais inteirados com preciso de que o
Dia do Senhor vem como ladro de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurana, eis que lhes
sobrevir repentina destruio, como vm as dores de parto que est para dar luz; e de nenhum
modo escaparo. Mas vs, irmos, no estais em trevas, para que esse Dia como ladro vos apanhe
de surpresa; porquanto vs todos sois filhos da luz e filhos do dia; ns no somos da noite, nem das
trevas."
Os cristos de Tessalnica haviam sido confundidos totalmente pelas cartas falsificadas. Pretendia-se
roubar deles a esperana contida na primeira carta de Paulo. Por isso o apstolo lhes escreveu em sua
segunda carta: "Assim, pois, irmos, permanecei firmes e guardai as tradies que vos foram
ensinadas, seja por palavra, seja por epstola nossa" (2 Ts 2.15).
Reflitamos sobre isto: se o apstolo lhes tivesse ensinado que de qualquer maneira eles entrariam no
"Dia do Senhor" e a qualquer dia seriam arrebatados em meio Grande Tribulao, eles no
precisariam ter ficado preocupados. Ento tudo, apesar de grandes angstias, tentaes e
perseguies que deveriam esperar, estaria "na mais perfeita ordem". Ento teria sido perfeitamente
normal para eles que a Grande Tribulao e o "Dia do Senhor" j houvessem chegado, e que assim o
arrebatamento j estaria s portas. Ento eles at poderiam alegrar-se que a situao j tinha chegado
a esse ponto. Mas, conforme meu entendimento, por terem sido instrudos que o arrebatamento
aconteceria antes da Grande Tribulao, eles estavam to frustrados e inseguros.
Paulo disse claramente que o "Dia do Senhor" s diz respeito queles que no aceitaram o amor
verdade (que Jesus), queles que no creram e que por isso perecem: "Ora, o aparecimento do
inquo" (o anticristo) " segundo a eficcia de Satans, com todo poder, e sinais, e prodgios da
mentira, e com todo engano de injustia aos que perecem, porque no acolheram o amor da verdade
para serem salvos. por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operao do erro, para darem
crdito mentira, a fim de serem julgados todos quantos no deram crdito verdade; antes, pelo
contrrio, deleitaram-se com a injustia" (2 Ts 2.9-12). Mas referindo-se Igreja, ele escreveu:
"Entretanto, devemos sempre dar graas a Deus por vs, irmos amados pelo Senhor, porque Deus
vos escolheu desde o princpio para a salvao, pela santificao do Esprito e f na verdade, para o
que tambm vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcanardes a glria de nosso Senhor
Jesus Cristo. Assim, pois, irmos, permanecei firmes e guardai as tradies que vos foram ensinadas,
seja por palavra, seja por epstola nossa. Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai,
que nos amou e nos deu eterna consolao e boa esperana, pela graa, consolem o vosso corao e
vos confirmem em toda boa obra e boa palavra" (vv. 13-17). Existe, portanto, uma clara diferena entre
"eles", que sero condenados no "Dia do Senhor", porque rejeitaram a verdade e aqueles ("vs") que
so escolhidos para alcanar a glria em Jesus Cristo, porque creram na verdade.

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Evidentemente foi objetivo do inimigo roubar essa esperana dessa nova igreja de Tessalnica. Por
isso ele espalhou sementes falsas entre eles em uma poca quando realmente estavam sendo
provados duramente, colocando dvidas em seus coraes e tentando derrub-los totalmente da base
da f que haviam recebido. Isso chegou aos ouvidos do apstolo Paulo, que por essa razo escreveu
uma segunda carta aos tessalonicenses, carta que deveria ministrar-lhes segurana numa poca de
insegurana. Uma mensagem falsificada havia sido propagada entre os membros da igreja, que dizia
justamente o contrrio daquilo que eles haviam aprendido do apstolo. Aqui estava operando ao
contrrio do Esprito Santo um esprito enganador. Aqui estava sendo transmitida uma falsa palavra,
diferente da Palavra de Deus. E em contraste com as cartas de Paulo, tentou-se introduzir entre os
membros dessa igreja uma falsa carta, talvez at com assinatura falsa. Surgiram falsos mestres, que
diziam que o "Dia do Senhor" j havia chegado, que a Grande Tribulao, portanto, j havia comeado.
Eles at diziam apoiar-se no apstolo Paulo. Por isso Paulo advertiu os tessalonicenses: "...ns vos
exortamos a que no vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por
esprito, quer por palavra, quer por epstola, como se procedesse de ns, supondo tenha chegado o
Dia do Senhor" (2 Ts 2.1b-2).
Assim procede o inimigo quando aparece como "anjo de luz": ele adapta sua mentira verdade da
Palavra de Deus. Seus servos, os falsos apstolos, que se fazem passar por mensageiros de Jesus,
anunciam a assim chamada "s doutrina", mas que pura heresia. dessa maneira que Satans
semeia sua semente daninha, que num primeiro momento muito semelhante boa semente, mas
que no fim nasce como fruto da dvida (comp. 2 Co 11.13-15).
Por ser to grande o perigo da falsificao, Paulo advertiu a respeito (2 Ts 2.2) e disse com nfase no
versculo 3: "Ningum, de nenhum modo, vos engane..." Alm disso, ele voltou a chamar a ateno a
respeito no versculo 15 e no final da carta (3.17) mencionou a caracterstica da sua prpria assinatura:
"A saudao de prprio punho: Paulo. Este o sinal em cada epstola; assim que eu assino."
"Agora, a minha saudao, que estou escrevendo de prprio punho, como fao no final de todas as
minhas cartas, como prova de que ela na realidade proveniente de mim. Esta a minha letra" (A
Bblia Viva).
A pregao de que a Igreja ainda ter de passar pela Grande Tribulao rouba-lhe a expectativa de
que o arrebatamento poder acontecer a qualquer momento (1 Co 1.7-8; 1 Ts 1.10; Tg 5.7-8; 1 Pe
4.7; 5.1). Essa doutrina inimiga da espera pela volta iminente de Jesus, e por isso ensina que o
Senhor ainda no voltar ou no pode voltar, porque a Igreja ter que passar primeiro pela Grande
Tribulao. Erroneamente as pessoas que ensinam isso ainda esperam pelo cumprimento de certos
sinais dos tempos do fim, antes que o arrebatamento possa ocorrer. Mas no assim. O
arrebatamento pode ocorrer a qualquer momento, pois os sinais do tempo do fim (Mt 24; Mc 13; Lc
21.7ss etc.) referem-se vinda de Jesus Cristo em glria no "Dia do Senhor" e na maioria dizem
respeito a Israel. Aqueles que esperam que antes do arrebatamento deve ter incio a Grande
Tribulao e a revelao do anticristo, so pessoas que raramente tm uma viso da graa plena que
nos foi dada por intermdio da salvao que Jesus realizou na cruz do Calvrio e que nos anunciada
no Evangelho de Cristo.
Naturalmente tambm a verdadeira cristandade pode passar por tribulaes, perseguies e
catstrofes. Tambm ela pode ser atingida por guerras, misria, fome, enfermidade e aflio. Sempre
foi assim e tambm hoje esse ainda o caso em muitas partes do mundo. A maior parte da Igreja de
Jesus sobre a terra perseguida, como acontece nos pases dominados pelo comunismo e pelo
islamismo. E isso continuar sendo assim at o arrebatamento. Os cristos tambm tiveram que
passar pela Primeira e pela Segunda Guerra Mundial. A qualquer tempo pode-se aplicar Igreja as
palavras do Senhor a Pedro: "Simo, Simo, eis que Satans vos reclamou para vos peneirar como
trigo" (Lc 22.31), mas igualmente a verdade: "Eu, porm, roguei por ti, para que a tua f no desfalea"
(v.32a). Jesus, como o Eterno Sumo Sacerdote, intercede pelos Seus diante de Deus e ora por eles
(Jo 17.1; 1 Jo 2.1-2; Hb 6.17-20; 10.19-25). Segundo o meu entendimento, o Senhor no far a Sua
Igreja passar pelos sinais dos juzos, que dizem respeito Grande Tribulao e ao "Dia do Senhor".
"Porque nesse tempo haver grande tribulao, como desde o princpio do mundo at agora no tem
havido e nem haver jamais" (Mt 24.21), que determinada como juzo para um mundo de
incredulidade e rebelio contra Deus. o que se expressa de maneira muito clara em 2
Tessalonicenses 2.10-12; "...e com todo o engano de injustia aos que perecem, porque no
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acolheram o amor da verdade para serem salvos. por este motivo, pois, que Deus lhes manda a
operao do erro, para darem crdito mentira, a fim de serem julgados todos quantos no deram
crdito verdade; antes, pelo contrrio, deleitaram-se com a injustia" (compare tambm 1 Ts 1.9-12).
Se a Igreja tivesse que esperar primeiro a revelao do anticristo e passasse pela Grande Tribulao,
ela poderia calcular a poca do arrebatamento de maneira bastante precisa, e poderia ter a certeza de
que o Senhor ainda no teria vindo. Por isso: no nos deixemos roubar de maneira nenhuma o consolo
de sermos arrebatados para junto de Jesus antes da Grande Tribulao! Mais uma vez digo a todos os
crentes renascidos: "No vos amedronteis, portanto, com as suas ameaas, nem fiqueis alarmados;
antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso corao, estando sempre preparados para responder
a todo aquele que vos pedir razo da esperana que h em vs" (2 Pe 3.14b-15). (Norbert Lieth http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite , novembro de 1999.

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Essas palavras de Apocalipse 14.4 referem-se em primeiro lugar aos 144.000 crentes de Israel durante
o tempo da Grande Tribulao. Mas elas tambm falam a ns, filhos de Deus, que nos encontramos
diante do arrebatamento. Como se trata de um tema muito extenso, vamos nos ocupar apenas com
duas condies importantes, imprescindveis para um discipulado genuno e agradvel ao Senhor:

a posio do crente diante do Senhor


a disposio de ser um instrumento na mo do Senhor

A posio do crente diante do Senhor


Como crentes renascidos fazemos bem em sempre examinar a nossa posio diante do Senhor. Isso
faz parte do fundamento de qualquer discipulado verdadeiro.
Em Joo 15.15 lemos a gloriosa palavra do Senhor Jesus: "J no vos chamo servos, porque o servo
no sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu
Pai vos tenho dado a conhecer." Sobre isso devemos nos alegrar de todo o corao. Mas com esta
passagem acontece o mesmo que com todas as demais afirmaes das Escrituras: devemos l-la em
seu contexto para no chegarmos a uma interpretao unilateral. No que diz respeito ao contedo
desta palavra, por um lado trata-se de uma verdade gloriosa sermos chamados de "amigos" de Jesus
Cristo, pois Ele mesmo o afirmou. Mas por outro lado devemos ter em mente que somente somos
amigos de Jesus Cristo quando cumprimos Suas condies: "Vs sois meus amigos, se fazeis o que
vos mando" (v. 14). Sua palavra "mas tenho-vos chamado amigos" est ligada inequivocamente
condio: "...se fazeis o que vos mando." Oh, que ns como crentes observssemos e
concordssemos mais com esta verdade! Ento tambm entenderamos muito melhor o que significa
seguir o Cordeiro por onde quer que v.
Nos plpitos geralmente se enfatiza muito que Deus amor, que Ele misericordioso e perdoador e
obviamente Ele tudo isso. Mas este apenas um lado do Evangelho, pois o amor de Deus, Sua
misericrdia e Sua disposio em perdoar se originam da mesma fonte de onde vm Sua santidade,
Sua justia e Seu eterno poder. Por isso a Escritura no diz apenas: "Deus amor" (1 Jo 4.16), mas
tambm: "Santo o Senhor" (Sl 99.9). Entretanto, justamente este "Santo o Senhor" to pouco
enfatizado hoje em dia. Por isso muitas vezes nos defrontamos com filhos de Deus que no seguem
verdadeiramente o Cordeiro por onde quer que v. Por um lado esses crentes alegram-se no Senhor,
querem servi-lO e se posicionam do lado do Senhor. Mas por outro lado no esto dispostos a cumprir
na prtica as condies que de fato poderiam fazer deles amigos do Senhor. Ou, dizendo-o em outras
palavras: estes filhos de Deus no esto dispostos a fazer a sua parte para que entre eles e o Senhor
haja um relacionamento transparente, quando, ento, se poderia falar de um verdadeiro discipulado,
de seguir ao Cordeiro por onde quer que v. Por isso a passagem de 2 Timteo 2.13: "se somos
infiis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo", muitas vezes
explicada apenas de maneira unilateral. verdade que freqentemente experimentamos a fidelidade
do Senhor quando no a merecamos em absoluto assim nosso Deus. Entretanto, isso no
significa que poderamos entender a Sua fidelidade como se todos os nossos erros e pecados
passassem propositadamente despercebidos por Ele. Sem dvida, em princpio, Sua fidelidade
consiste em que Ele no nos rejeita, porque Ele mesmo disse: "ningum as arrebatar da minha mo"
(Jo 10.28). Mas ns, como salvos e redimidos, seremos responsabilizados por aquilo que praticamos
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de errado. Neste contexto pensemos no Salmo 18.25-26, onde Davi disse, inspirado pelo Esprito
Santo: "Para com o benigno, benigno te mostras; com o ntegro, tambm ntegro. Com o puro, puro te
mostras; com o perverso, inflexvel." No que se refere primeira parte desse texto: "Para com o
benigno, benigno te mostras; com o ntegro, tambm ntegro. Com o puro, puro te mostras,"
certamente concordamos de todo o corao com estas palavras. Estamos absolutamente de acordo
que o Senhor proceda segundo a nossa fidelidade em relao a Ele. E isso Ele tambm faz; Ele de
fato procede conosco segundo a nossa fidelidade e conforme a entrega que demonstramos a Ele. Davi
sabia disso, porque disse no Salmo 18.20: "Retribuiu-me o Senhor, segundo a minha justia,
recompensou-me conforme a pureza das minhas mos." No Salmo 7.8b, ele at pede isso quando ora:
"...julga-me, SENHOR, segundo a minha retido e segundo a integridade que h em mim." Mas o
mesmo tambm acontece inversamente. Se no procedemos corretamente para com o Senhor, ento
Ele tambm procede de modo correspondente em relao a ns. o que querem dizer as palavras
"...com o perverso (te mostras) inflexvel." Agora alguns leitores podero perguntar: Isto realmente
assim? O Senhor realmente procede desta maneira? Isso soa quase como: "Do modo como voc me
tratar, tratarei a voc"? Naturalmente, no nada disso. Mas precisamos reconhecer claramente que
no devemos entender mal ou abusar da graa de Deus, pois Ele diz: "Vs sois meus amigos, se
fazeis o que vos mando." Oh, que de fato compreendamos profundamente esta verdade! Eu gostaria
de perguntar hoje com toda a seriedade: ser que no est na hora de rever a nossa posio diante do
Senhor luz desta palavra? Somente um verdadeiro amigo de Jesus pode seguir o Cordeiro por onde
quer que v!

A disposio de ser um instrumento na mo do Senhor


Para alcanar um discipulado mais profundo devemos nos colocar livremente disposio do Senhor,
como fez outrora o sacerdote Joiada, pois por sua iniciativa irrompeu um maravilhoso avivamento no
reino de Jud: "Joiada fez aliana entre si mesmo, o povo e o rei, para serem eles o povo do
SENHOR. Ento, todo o povo se dirigiu para a casa de Baal e a derribaram; despedaaram os seus
altares e as suas imagens e a Mat, sacerdote de Baal, mataram perante os altares. Entregou Joiada a
superintendncia da Casa do SENHOR nas mos dos sacerdotes levitas, a quem Davi designara para
o encargo da casa do SENHOR, para oferecerem os holocaustos do SENHOR, como est escrito na
Lei de Moiss, com alegria e com canto, segundo a instituio de Davi. Colocou porteiros s portas da
Casa do SENHOR, para que nela no entrasse ningum que de qualquer forma fosse imundo...
Alegrou-se todo o povo da terra, e a cidade ficou tranqila" (2 Cr 23.16-19, 21a).
Esses versculos descrevem de maneira maravilhosa um despertamento surgido com base na
coragem e no modelo de fidelidade do sacerdote Joiada. Foi o terceiro avivamento no reino de Jud
depois dos dois j ocorridos sob os reis Asa e Josaf.
Como aconteceu este reavivamento no reino de Jud? A resposta bem simples: porque Joiada foi
um instrumento obediente na mo do Senhor. Assim, ele ilustra muito bem o que significa seguir o
Cordeiro por onde quer que v. Pois, para alcanar um discipulado mais profundo indispensvel ser
um instrumento til na mo do Senhor.
Todo avivamento verdadeiro vem exclusivamente de Deus, e existem coisas que somente Ele pode
realizar. Mas onde puder usar pessoas, Ele se utiliza delas. Assim tambm sucedeu no caso do
sacerdote Joiada. Deus pde usar esse homem para realizar uma grande obra de renovao em Jud.
Joiada viveu como um verdadeiro sacerdote, totalmente para Deus, e se empenhou muito pelo bemestar dos seus compatriotas. Justamente isso imprescindvel tambm para seguir verdadeiramente o
Cordeiro por onde quer que v. Pois de que adiantaria a ns e a outros se apenas segussemos Jesus
para irmos para o cu um dia? Deus quer nos usar no caminho do Cordeiro para algo ainda maior,
para edificar o Seu reino por meio de ns. Por isso vivemos nesta terra, como diz claramente Efsios
2.10: "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemo
preparou para que andssemos nelas."
Mas agora quero provar pelas Escrituras que Deus de fato usa pessoas para obras bem especficas.
Sim, mais ainda, que Ele, s vezes, at Se faz dependente da ajuda humana, embora de maneira
alguma tenha necessidade disso. A seguir, um exemplo dessa verdade. Em Ezequiel 22.29, Deus se
queixa amargamente da situao do Seu povo: "Contra o povo da terra praticam extorso, andam
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roubando, fazendo violncia ao aflito e ao necessitado a ao estrangeiro oprimem sem razo."


Pergunto: o que Deus teve de fazer nesta situao? Est bem claro que, em primeiro lugar, Ele sempre
tem em vista a cura, a salvao e a redeno do pecador. Assim tambm foi nesse caso. Ele tinha
pensamentos de amor para com Seu povo. Mas ter pensamentos de amor para com Seu povo no
significa que Ele prprio simplesmente tomou tudo nas mos e executou sozinho uma obra de
restaurao no Seu povo. No! Na verdade Ele queria fazer entre eles uma obra de restaurao pela
graa, mas somente com a colaborao de pessoas. Isto est escrito claramente no versculo
seguinte, onde Ele diz: "Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha
perante mim, a favor desta terra, para que eu no a destrusse..." (v. 30a). Em outras palavras: apesar
do seu pecado, eu gostaria de demonstrar meu amor ao meu povo. Mas para isso preciso de algum
que se empenhe em favor desse povo diante de mim, algum que esteja disposto a se arrepender em
substituio e a interceder intensivamente por esse povo.
Portanto, Deus queria fazer uma obra da Sua graa, mas somente por meio da cooperao de uma
pessoa. E voc sabe o que trgico? Que naquele tempo Deus no encontrou nenhuma pessoa por
meio de quem Ele pudesse fazer a obra de amor que havia planejado. "Ento, no h problema",
poder alegar algum, "ento Ele mesmo faz a obra!" Assim as pessoas pensam freqentemente. Mas
as coisas devem ser como Deus quer. Somente a Sua vontade boa e perfeita. Aqui, por algum
motivo plausvel, Ele quis fazer uma obra por meio de homens. Mas o fato assustador que Ele
procurou em vo por algum que estivesse disposto a assumir o encargo: "Busquei entre eles um
homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu
no a destrusse; mas a ningum achei. Por isso, eu derramei sobre eles a minha indignao, com o
fogo do meu furor os consumi; fiz cair-lhes sobre a cabea o castigo do seu procedimento, diz o
SENHOR Deus" (Ez 22.30-31). Porque Ele no encontrou nenhum homem que estivesse disposto a
ser um instrumento til em Sua mo, a obra da graa no pde ser realizada e sobreveio o juzo de
Deus ao povo daquela poca.
Isso no nos mostra de maneira muito ntida que Deus faz a Sua ao dependente de homens, que
Ele quer fazer obras, mas quer usar homens para isso?
Pensemos no maior acontecimento que houve nesta terra: para consumar a Sua obra de salvao na
cruz do Calvrio, Deus necessitava de um homem sem pecado. S havia um que servia: Seu Filho
unignito. Ele teve de tornar-se homem, fazer-se pecado, tomar sobre Si os pecados dos homens e
carreg-los no Seu corpo sobre a cruz. A resposta do Filho foi: "Eis aqui estou, no rolo do livro est
escrito a meu respeito; agrada-me fazer a tua vontade, Deus meu; dentro do meu corao est a tua
lei" (Sl 40.7-8). E Jesus fez a vontade de Seu Pai: Ele tornou-se homem, "a si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente at morte e morte de cruz" (Fp 2.8). Quando, quarenta dias aps a Sua
ressurreio, estava para subir para junto de Seu Pai no cu, Ele deu antes a ordem explcita: "Ide por
todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15). Assim, at hoje o Senhor usa pessoas
que crem nEle para levar as boas-novas a outras pessoas.
Voc sabe que tambm est convocado para ajudar a fim de que o reino de Deus seja edificado sobre
a terra? Voc somente precisa colocar-se incondicionalmente disposio do Senhor; ento Ele
mostrar o que voc pode fazer para Ele. E fazendo isso, voc seguir o Cordeiro por onde quer que
v. Somente assim o Senhor pode us-lo onde e como Ele quer.
Resumindo: Voc quer tornar-se um verdadeiro seguidor do Cordeiro? Caso positivo, examine
primeiro sua posio como crente perante o Senhor. Ou seja, examine se voc realmente um amigo
de Jesus. Ele disse: "Vs sois meus amigos, se fazeis o que vos mando" (Jo 15.14). Somente um
amigo verdadeiro pode seguir o Cordeiro por onde quer que v! Segundo: Consagre-se totalmente ao
Senhor! Pois quem dentre os filhos de Deus quiser ser um instrumento na mo do Senhor tambm
desejar seguir o Cordeiro por onde quer que v. E de um discipulado verdadeiro como esse,
inevitalmente surgiro frutos para a glria de Deus, frutos que permanecero por toda a eternidade.
(Marcel Malgo - http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite , janeiro de 1999.

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"Tm estes um s pensamento e oferecem besta o poder e a autoridade que possuem" (Ap
17.13).
Esse texto das Escrituras um versculo-chave das profecias para os fins dos tempos. As palavras um
s pensamento referem-se sntese da unidade mundial. Devemos notar bem que os "dez reis" no
so forados a entregar o poder ao maligno, besta, mas que eles "oferecero besta o poder e a
autoridade que possuem". Obviamente deciso unnime dos dez reis permitirem que uma pessoa
governe, ao invs de dez.
O velho provrbio: "Unidos, resistiremos; divididos, cairemos", aplica-se a este caso. Com que
propsito os "dez reis" entregaro seu poder e sua autoridade? No versculo seguinte temos a
resposta: "Pelejaro eles contra o Cordeiro..."
Quanta arrogncia! No se trata de um mal-entendido causado por um erro de comunicao, mas
claramente de uma ao deliberada contra o Senhor. O versculo 12 nos mostra que estes dez reis
"...recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora", indicando que a besta faz
parte da estrutura de poder dos dez reis que voluntariamente transfere sua autoridade pessoa
chamada "a besta". O mpeto final de todas as naes dirigido contra o Cordeiro. Por qu? Porque
todas as naes esto sujeitas ao governo do prncipe das trevas, o deus deste mundo!
Mil anos antes de Cristo, o salmista escreveu: "Os reis da terra se levantam, e os prncipes
conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laos e
sacudamos de ns as suas algemas" (Sl 2.2-3). No devemos minimizar a afirmao de que as
naes se opem ao Senhor e escolhem o deus deste mundo. Esses versculos bblicos acabam com
qualquer dvida de que todas as naes so fundamentalmente contrrias ao Senhor e Seu Ungido.
Algum pode fazer uma pergunta legtima: "Por que as naes se levantariam contra o Senhor?" O
apstolo Paulo responde: "Ora, o aparecimento do inquo segundo a eficcia de Satans, com
todo poder, e sinais, e prodgios da mentira, e com todo engano de injustia aos que perecem,
porque no acolheram o amor da verdade para serem salvos. por este motivo, pois, que Deus
lhes manda a operao do erro, para darem crdito mentira" (2 Ts 2.9-11).
Eles optaro entre "sinais, e prodgios da mentira" e "o amor da verdade". Essa a obra do pai da
mentira que engana as naes. As massas humanas o seguiro voluntariamente, de maneira que no
final os dez lderes mundiais eleitos entregaro sua autoridade e seu poder ao anticristo.
Em contraste, a inteno de Deus est claramente revelada em Joo 3.16: "Porque Deus amou ao
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unignito, para que todo o que nele cr no perea,
mas tenha a vida eterna". A rejeio intencional da oferta da salvao o motivo pelo qual Deus
"lhes manda a operao do erro".

57

Quero salientar que: pelas aparncias, o mundo imagina que segue a justia. Os lderes polticos e
religiosos pretendem estabelecer a verdade e a prosperidade na terra atravs da imposio pacfica da
democracia em toda parte. Pouco se pode dizer contra os surpreendentes progressos alcanados no
que se refere ao nosso padro de vida em especial no Ocidente. Que o digam as classes inferiores
da sociedade! Poucos sonhavam, h 50, 60, ou 70 anos atrs, adquirir tanto com seus salrios. O
conforto com que contamos hoje era inconcebvel h algumas dcadas. Quem, no incio deste sculo,
imaginaria possuir telefone, geladeira, ar-condicionado, e um automvel deslizando suavemente pelas
rodovias? Quem alguma vez pensou que teramos acesso a qualquer tipo de alimento fresco no
mercado 24 horas por dia? Estes avanos tornaram-se to abundantes, graas unificao dos
pases. O Estado norte-americano da Carolina do Sul, por exemplo, testemunhou a triplicao da
economia num perodo de apenas duas dcadas. Mas, apesar de todo este progresso em benefcio da
humanidade, o homem continua insatisfeito; h um vazio em seu ntimo.
Em minha visita ao Parlamento Europeu em Bruxelas, na Blgica, um professor enfatizava
entusiasticamente, numa conferncia de duas horas, que o sucesso e a riqueza da Europa so apenas
o comeo. Mais de 30.000 funcionrios em inmeros escritrios trabalham com os 626 representantes
eleitos do Parlamento, comunicando-se em 11 idiomas com a ajuda de 7.500 tradutores profissionais.
O conferencista enfatizou de forma clara a pretenso da Unio Europia em assumir as
responsabilidades dos pases-membros soberanos. "Precisamos de mais europeizao", enfatizou o
orador. "Identidades nacionais", continuou, "so prioridades secundrias". Tornar-se membro da Unio
Europia extremamente difcil, mas impossvel retirar-se dela. A constituio no prev o
desligamento de membros. "Isso para sempre!", disse o orador.
O esprito de unificao irresistvel e infindveis so as possibilidades. No passado se perguntava:
Quem so estes dez reis? Referem-se a dez naes europias? Em 1967 o Dr. Wim Malgo, fundador
da "Obra Missionria Chamada da Meia-Noite", escreveu: "No procuremos por dez pases-membros
do Mercado Comum Europeu como sendo o cumprimento de Apocalipse 17.12. Ao invs disto,
procuremos as dez estruturas de poder que se desenvolvero por iniciativa europia, mas sero de
alcance mundial."
Vemos a globalizao no s na poltica e na economia mas tambm na religio. A maioria dos
conflitos militares, tanto no passado como no presente, tm sido basicamente em torno de questes
religiosas. No Sudo, os muulmanos esto assassinando cristos, mas na antiga Iugoslvia os
maometanos foram dizimados por "cristos" srvios mais fortes. O conflito entre a ndia e o Paquisto,
na verdade, uma questo religiosa entre muulmanos e hindus.
Desta forma, a unificao o prximo passo para a Nova Ordem Mundial globalmente democrtica
que prosperar pacificamente. Por isso, no fico surpreso ao ver o grande sucesso de movimentos que
tm por objetivo unir as denominaes. Depois de conseguido isto, o anelo dos homens se voltar para
um lder que, de acordo com muitos estudiosos da Bblia, s espera a hora de se manifestar. Um rei
terrvel, de "feroz catadura" (Dn 8.23), a besta, o anticristo, est por vir!
luz de todos estes fatos, como crentes no Senhor Jesus Cristo, o que devemos fazer? A resposta
est em 2 Tessalonicenses 2.15-17: "Assim, pois, irmos, permanecei firmes e guardai as
tradies que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epstola nossa. Ora, nosso
Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolao e
boa esperana, pela graa, consolem o vosso corao e vos confirmem em toda boa obra e boa
palavra." (Arno Froese - http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 1999.

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Um jornal perguntou aos leitores o que eles desejavam para o novo ano. As respostas mostram o que
se passa no corao das pessoas e o que importante para elas:
Desejo principalmente que eu tenha sade e que possa viver sem preocupaes e
surpresas desagradveis no novo ano.
Por ter muito trabalho, eu gostaria que houvesse mais tempo para fazer tudo aquilo que
acaba sendo deixado de lado.
Desejo que, apesar de estar completando 50 anos, eu ainda tenha foras para comear
coisas novas. Eu gostaria de iniciar uma empresa prpria, para no ser mais empregado.
Tambm desejo muitos dias bonitos para ir praia e ter bons momentos de lazer.
As pessoas deveriam ser mais abertas e preocupadas com o prximo. H muitas
situaes em que, pelo excesso de atividades, no tomamos tempo para uma conversa ou
para ouvir algum. Desejo mais compreenso e que possa continuar a gozar a vida.
Para mim importa somente o bem-estar da minha famlia.
Espero que no haja guerras e conflitos. Quero tambm tirar umas frias realmente
gostosas.
Desejo sucesso financeiro, sorte no amor e xito nos estudos. Eu tambm gostaria que
houvesse mais alegria neste mundo.
Sade, paz e harmonia na famlia so as coisas mais importantes para mim. Estou
preocupada com o meio ambiente e gostaria que ele fosse mais preservado. Colaboro na
igreja e tento ser uma boa influncia. Meu sonho? Uma casinha de campo.
Desejo que o novo ano seja melhor que o velho, principalmente para os jovens que no
encontram emprego, e que acabe a criminalidade.
Nenhuma das pessoas fez referncia ao sentido da vida ou a Deus, o Criador. Parece que ningum se
importa realmente com a salvao e com aquilo que a Bblia ensina. Os desejos so todos terrenos e
no levam em considerao a vida futura e a eternidade. As pessoas parecem no perceber como
importante estar reconciliado com Deus. Todos querem viver bem e esperam que o mundo melhore,
mas no levam em considerao o maior mandamento: "Respondeu-lhe Jesus: Amars o Senhor,
teu Deus, de todo o corao, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este o grande e
primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, : Amars o teu prximo como a ti
mesmo" (Mt 22.37-39).
Assim compreendemos as palavras do pregador Salomo: "Considerei todas as obras que fizeram
as minhas mos, como tambm o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era
vaidade e correr atrs do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol" (Ec 2.11). No final
deste novo ano, muitos reconhecero que nada melhorou, pelo contrrio, que as coisas pioraram. E
ento as pessoas estabelecem novos propsitos, que normalmente tambm no so cumpridos. Como
estava certo o salmista ao dizer: "Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo
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vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles canseira e enfado, porque tudo passa
rapidamente, e ns voamos" (Sl 90.10). Isso s muda se buscarmos a Deus e ao Seu amor. O
Salmo 22 o "salmo da crucificao", que nos fala da redeno do mundo atravs de Jesus Cristo. Ele
comea com as conhecidas palavras que nosso Senhor pronunciou na cruz: "Deus meu, Deus meu,
por que me desamparaste?" (v. 1). Adiante, em virtude da obra consumada por Jesus na cruz do
Calvrio, lemos no versculo 26: "Os sofredores ho de comer e fartar-se; louvaro o Senhor os
que o buscam. Viva para sempre o vosso corao." A busca do Senhor o mais importante na
vida. Procure-O agora mesmo, e comece o novo ano com novas perspectivas! (Norbert Lieth http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2000.

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"No novo ano tudo vai ser diferente! Vou deixar meus maus hbitos!" Voc tambm tomou resolues
desse tipo, usando a mudana de ano como data para uma virada em sua vida?
A cada novo ano, muitas pessoas tomam resolues radicais para suas vidas. A mudana de ano vem
acompanhada de uma certa aura de transformao, levando-nos a crer que nessa data ser mais fcil
romper com maus hbitos e superar fraquezas de carter.
O que sobra de todos esses bons propsitos? O que resta das decises tomadas em datas
aparentemente significativas? Talvez alguns se lembrem que no dia 9/9/99 foram realizados muitos
casamentos em diversas partes do mundo. E agora certamente os primeiros desses matrimnios j
esto desfeitos. Harmonia rompida e promessas de fidelidade no cumpridas levaram ao fracasso.
Pedro garantiu certa vez a seu Mestre: "Ainda que me seja necessrio morrer contigo, de nenhum
modo te negarei" (Mt 26.35) mas ele falhou vergonhosamente. Ser que o comportamento desse
discpulo no espelha nossos prprios propsitos vos? Ser que tambm ns no falhamos
repetidamente? Paulo escreve: "Porque no fao o bem que prefiro, mas o mal que no quero,
esse fao" (Rm 7.19). Muitos de ns procuram desculpar e minimizar suas falhas, dizendo: "Paulo
tambm era assim..." Mas ele, nessa passagem, procura apenas demonstrar a luta entre o bem e o
mal dentro de cada um de ns. Em outras passagens fica muito claro que ele estava empenhado com
todas as suas foras em viver uma vida vitoriosa. Paulo prosseguia em direo ao objetivo, em direo
a Cristo: "...prossigo para o alvo..." (Fp 3.14).
No caso de Daniel, a chave para sua vida vitoriosa estava muito bem definida. Ele tambm chegou ao
ponto em que tomou uma resoluo: "Resolveu Daniel, firmemente, no contaminar-se com as
finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia" (Dn 1.8). Daniel conseguiu colocar sua
resoluo em prtica porque, mesmo sob ameaa de morte, em nenhuma circunstncia deixou de orar
trs vezes por dia ao seu Deus: "trs vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graas,
diante do seu Deus, como costumava fazer" (Dn 6.10b). Esse hbito era algo natural para ele. Mas
justamente nesse ponto que todos os nossos bons propsitos falham. Estamos dispostos, temos o
firme propsito de deixar de lado maus hbitos e velhos defeitos. Dizemos a ns mesmos: "A partir de
1 de janeiro vai ser para valer!" Mas falharemos vergonhosamente mais uma vez se apenas
deixarmos os maus costumes de lado, sem nos habituarmos a levar uma vida realmente voltada para
Deus.
Como est nossa relao com Deus? Tornou-se hbito para ns ler Sua Palavra, orar e servi-lO?
Acerca de Jesus est escrito: "E, saindo, foi, como de costume, para o monte das Oliveiras; e os
discpulos o acompanharam. Chegando ao lugar escolhido, Jesus lhes disse: Orai, para que
no entreis em tentao" (Lc 22.39-40). nesse sentido que desejo a todos um ano muito
abenoado, um ano em que nossos hbitos e costumes nos levem para mais perto de nosso Senhor e
Mestre. "Orai, para que no entreis em tentao!" (Peter Malgo - http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2000.

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O relato que encontramos no Evangelho de Mateus nos apresenta trs reaes ao nascimento de
Jesus, que se repetem at hoje: 1. F, 2. Perplexidade e 3. Indiferena.

1. F
Em Mateus 2.1-2 lemos: "Tendo Jesus nascido em Belm da Judia, em dias do rei Herodes, eis que
vieram uns magos do Oriente a Jerusalm. E perguntavam: Onde est o recm-nascido Rei dos
judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para ador-lo".
Quem cr, vem
O que levou os magos do Oriente a virem a Israel buscando um encontro pessoal com o Rei dos
judeus? No foi, em primeiro lugar, a estrela que os levou a essa deciso, pois ela foi apenas um fato
visvel posterior. A realidade do nascimento de Jesus foi o motivo de sua viagem. Lemos duas vezes:
"Tendo Jesus nascido em Belm da Judia... Onde est o recm-nascido Rei dos judeus? Pois vimos
a sua estrela no Oriente..." Eles no buscavam a estrela, eles saram em busca de Jesus.
Jesus veio e por isso tambm podemos vir a Ele!
A certeza dos magos de que Jesus realmente havia nascido levou-os a Belm. Certamente o sinal
visvel da estrela guiando seu caminho foi para eles uma grande ajuda em sua longa jornada. Esse fato
deixa bem claro que qualquer pessoa pode vir a Jesus, porque Ele existe! Hebreus 11.6 diz: "De fato,
sem f impossvel agradar a Deus, porquanto necessrio que aquele que se aproxima de Deus
creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam".
Essa histria se repete nos tempos de hoje: conhecemos o Evangelho, temos a Bblia. Mas a f viva
em Jesus, a certeza de que Ele existe, que nos atrai a Ele e nos leva a falar com Ele em orao.
Quem cr vai mesmo sem estrela
muito animador e um testemunho alentador vermos que os magos do Oriente no permitiram que
sequer um pensamento de dvida fizesse vacilar seus coraes, roubando-lhes sua certeza de
encontrar o Rei que procuravam. E ns? Cremos realmente que Ele existe? Ento, por que vamos to
pouco a Ele? E, por que oramos com to pouca convico? Por que duvidamos e voltamos a duvidar?
Ser que vamos at Jesus apenas quando vemos sinais ou somente quando sentimos vontade?
A maneira como os magos vieram at Jesus continua sendo um mistrio para ns, mas mesmo assim
sabemos que no foi a estrela que os levou a Israel e at Belm. Essa uma idia falsa. Eles vieram
pela f. Est escrito muito claramente na Bblia: "Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para
ador-lo." E quando j estavam em Jerusalm e se punham a caminho de Belm, a estrela voltou a
lhes aparecer: "Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia,
at que, chegando, parou sobre onde estava o menino" (Mt 2.9).
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Esses magos foram at Israel e procuraram pelo Rei, mesmo sem a direo da estrela. Eles foram
simplesmente porque criam que Ele existia. Cremos mesmo sem a presena de sinais? Cremos sem
ter provas? Seguimos pelo caminho e perseveramos nele mesmo quando nada vemos nossa frente?
Quem cr guiado mesmo que o inimigo interfira
o que vemos em Mateus 2.8-9: "E, enviando-os a Belm, disse-lhes: Ide informar-vos
cuidadosamente a respeito do menino; e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me, para eu tambm ir
ador-lo. Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, at
que, chegando, parou sobre onde estava o menino." Os magos criam firmemente que Jesus havia
nascido e vieram a Jerusalm. Estavam bem prximos do alvo. Mas nesse momento Herodes e os
escribas se intrometeram como inimigos de Deus. Herodes mandou os magos a Belm, porm com
uma motivao escusa. Seu alvo era matar o recm-nascido Messias. Mas Deus voltou a enviar a
estrela, que guiou os magos exatamente para o lugar onde Jesus estava.
O inimigo pode se interpor no caminho dos crentes mas o Senhor mantm a vitria e dirige Seus
filhos at o alvo. Apesar dos empecilhos, continuamos sob Sua direo.
O Senhor poderia ter conduzido os magos diretamente a Belm, pois eles j se encontravam muito
prximos de seu destino. Por que Ele no o fez e permitiu essa interferncia? Porque Ele queria que
as intenes dos inimigos fossem manifestas! Talvez Ele tambm o tenha feito para nos animar
espiritualmente com o exemplo dos magos. Talvez o Senhor esteja nos dizendo atravs disso: "Meu
filho querido! Muitas vezes o inimigo vai tentar par-lo quando voc j estiver bem prximo do alvo.
Talvez ele tente peg-lo numa cilada. Pense nisso: muitas vezes no sou encontrado na capital
Jerusalm, em meio multido de grandes e poderosos, como muitos pensam. Muitas vezes em
Belm, nas coisas pequenas e aparentemente insignificantes, que me revelo, pois nos fracos revelase o meu poder. Se voc somente crer, jamais permitirei que voc siga pela direo que o inimigo
quer, mas vou lev-lo sempre ao meu objetivo! No desanime com interferncias temporrias, mesmo
que a estrela no esteja brilhando por um certo tempo. Eu o guiarei".
A f nos conduz para onde Jesus est
Tambm os magos foram conduzidos exatamente ao lugar onde estava o menino, eles no erraram de
endereo. Jesus o caminho de nossa f, o objeto de nossa f e o alvo de nossa f. A f que nos
une a Jesus. Aquele que cr sempre estar onde Ele est. Os magos tinham como alvo a pessoa de
Jesus, o Rei dos judeus, e por isso no podiam perder-se. "...Ele um escudo que protege quem
obedece a Deus de todo o corao" (Pv 2.7b, A Bblia Viva).
O sol nasce para quem cr
"E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso jbilo" (Mt 2.10). "Intenso jbilo", alegria
muito grande esse o alvo da f: "Assim, Senhor, peream todos os teus inimigos! Porm os que
te amam brilham como o sol quando se levanta no seu esplendor" (Jz 5.31). J nesta terra podemos
ter a experincia de que, quem cr no envergonhado, quem cr constantemente animado pelo
Senhor. Aquele que tem f no Senhor alcana uma alegria muito grande e uma paz muito profunda,
porque segue seu caminho com Jesus. E quando as portas do cu se abrirem para ns, quando virmos
Aquele que nos amou e nos salvou, quando nossos olhos enxergarem o Sol da Justia em todo o seu
esplendor, teremos chegado ao alvo de nossa f! Deus far "algo novo", e haver "um novo cu e uma
nova terra". Aleluia!
Quem cr, v mais
"Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua me. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os
seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra" (Mt 2.11). Quem cr certamente
no v como os catlicos. Na Bblia no est escrito: "Viram Maria, sua me, com o menino" (como
mostra a maioria das imagens catlicas), mas: "o menino com Maria, sua me. Prostrando-se, o
adoraram."

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Quem cr consegue ver o objetivo da salvao e jamais erra o alvo. "Ento, eles, levantando os olhos,
a ningum viram, seno a Jesus" (Mt 17.8). O olhar da f dirigido diretamente a Jesus, que nosso
Mediador e nossa salvao perfeita. Quem cr tambm v que, com Jesus, s pode haver entrega
total, consagrao da vida inteira, sem segurar nada para si mesmo. Abrimos nossas vidas e
entregamos a Ele nossos tesouros? Ele o dono de nossa vida? Nossa vida um sacrifcio pleno e
completo ao Senhor?
Quem cr segue por novos caminhos
"Sendo por divina advertncia prevenidos em sonho para no voltarem presena de Herodes,
regressaram por outro caminho a sua terra" (Mt 2.12). Quem cr coloca-se sob a direo de Deus e
no vive mais regido pelas "diretrizes" deste mundo. Quem cr busca a direo de Deus e faz Sua
vontade. Quem cr segue por novas veredas e deixa os velhos caminhos que trilhou anteriormente.
Em Romanos 12.2 somos conclamados: "E no vos conformeis com este sculo, mas transformai-vos
pela renovao da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradvel e perfeita vontade
de Deus".
Se esses homens que vieram do Oriente para buscar a Jesus no tivessem seguido as orientaes
que Deus lhes dava, eles teriam voltado a encontrar Herodes e, ter-se-iam tornado inconscientemente
auxiliares do inimigo de Cristo. Quando andamos pelo caminho deste mundo, estamos seguindo pelo
caminho da inimizade para com Deus (veja Fp 3.18). Mas o Salmo 119.1,3 diz: "Bem-aventurados os
irrepreensveis no seu caminho... e andam nos seus caminhos". Na trilha da f, no caminho da
odedincia pela f, seremos conduzidos por novos rumos, passaremos por caminhos maravilhosos e
abenoados e nos manteremos sob a direo de Deus.

2. Perplexidade
"Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalm" (Mt 2.3). Herodes, o
Grande, era um idumeu, designado pelo senado romano para reinar sobre a Judia. Ele descendia de
Esa e supe-se que se converteu ao judasmo apenas por convenincia.
Ele multiplicou o esplendor de Jerusalm como nenhum outro e era considerado extremamente capaz
em seu tempo. Suas edificaes foram insuperveis. Ele reconstruiu o templo de Zorobabel,
transformando-o em uma obra incomparvel. O templo herodiano era considerado uma das maravilhas
da Antigidade. Flvio Josefo observou a respeito: "Quem ainda no viu o templo herodiano nunca viu
algo realmente belo." Herodes, portanto, fez muito em prol do culto judeu.
Mas, por outro lado, Herodes era um tirano cruel e ciumento, incorrigvel e destemperado, que via
rivais em tudo e em todos. Praticamente no havia um dia sem execues. Ele matou dois de seus
cunhados, sua prpria esposa Mariane, e dois de seus filhos. Cinco dias antes de morrer ele mandou
prender muitas pessoas e ordenou a execuo delas para o dia de sua morte, para ter certeza que o
povo iria realmente ficar de luto naquele dia. Ele era possudo pelo medo de perder o poder e erigiu
para si grandiosas construes, como monumentos em honra a si prprio.
Quando Herodes ficou sabendo que o Rei dos judeus havia nascido, assustou-se, e, com ele, toda a
Jerusalm. Para ele era bvio que precisava matar todos os bebs nascidos em Belm.
Por que Herodes ficou perplexo?
S porque temia perder o trono! Em Jesus ele via um rival. Quem no estiver disposto a descer do
trono de seu prprio corao, deixando Jesus reinar sobre ele, viver sempre com medo. Qualquer
notcia sobre a bno na vida de outra pessoa causar perplexidade, pois no Jesus quem reina
nesse corao, mas a inveja e o cime. Uma pessoa invejosa sempre v seu prximo como seu
concorrente.
No assustador ver que um homem to empenhado na reconstruo de Jerusalm, um homem que
chegou a construir um impressionante templo para o culto judeu, no foi capaz de entregar e consagrar
sua vida a Deus?! Ele prprio no possua conhecimento das Escrituras, pois teve de mandar chamar
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os sacerdotes e escribas. Apesar das muitas obras religiosas, seu corao continuou cheio de trevas.
Quantos "cristos" trabalham no Reino de Deus, mas no chegam nunca at o prprio Cristo!
Como podemos examinar se um "Herodes" ou Jesus Cristo que reina em nosso corao?
Atravs da pequena palavra secretamente. Em Mateus 2.7 lemos: "Com isto Herodes, tendo chamado
secretamente os magos..." Quem no sincero sempre agir de maneira dissimulada e escondida.
Uma pessoa assim sempre est preocupada consigo mesma e envolvida com seus prprios
interesses. Ela no consegue ser franca, aberta e transparente. Por perseguir sempre seus prprios
alvos, no se expor luz livremente. Os "cristos" que agem secretamente e de maneira dissimulada,
manipulando as coisas em seu prprio favor, representam um grande perigo para o Reino de Deus.
Paulo diz em 2 Corntios 4.2:
"...rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, no andando com astcia, nem
adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos conscincia de todo homem, na presena
de Deus, pela manifestao da verdade."
"No procuramos enganar o povo para que creia no estamos interessados em fazer trapaas com
ningum. Nunca procuramos fazer com que algum creia que a Bblia ensina o que ela no ensina.
Ns nos abstemos de todos os mtodos vergonhosos. Achamo-nos na presena de Deus quando
falamos, e por isso dizemos a verdade, como todos quantos nos conhecem concordaro" (A Bblia
Viva).
As verdadeiras intenos de Herodes eram extremamente cruis, pois ele agiu como se estivesse
ajudando os magos, indicando-lhes o caminho para Belm e at dizendo que planejava ir at l para
adorar o menino Jesus, mas na verdade ele estava planejando assassinatos: "Vendo-se iludido pelos
magos, enfureceu-se Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos de Belm e de todos
os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com preciso se informara dos
magos" (Mt 2.16).
No foi s Herodes que ficou perplexo, mas, com ele, toda a cidade de Jerusalm
"...alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalm." Em Israel esperava-se pelo Messias. As
pessoas poderiam ter se alegrado, mas ficaram alarmadas. Por qu? Porque no desejavam
mudanas e porque estavam satisfeitas com as tradies. Mas elas tambm se alarmaram por
temerem um banho de sangue e pelo medo que tinham dos romanos. Parece que consideravam os
romanos mais poderosos que o prprio Deus. Eles sempre queriam a interveno de Deus em relao
aos romanos, seus odiados inimigos mas no dessa maneira!
Hoje a situao semelhante. Vivemos em um cristianismo satisfeito consigo mesmo e cultuamos
tradies crists. Somos oprimidos pelo inimigo e desejamos mudanas, mas no atravs do Nome de
Jesus. Quando algum fala concretamente de Jesus, quando diz porque Ele veio, quem Ele e o que
Ele quer, ento muitos ficam perplexos e alarmados. Quem no deseja mudar sua prpria vida e est
satisfeito com o que e o que tem, ficar inquieto quando o Esprito de Deus tocar em seu corao
para mudar certas coisas e para comear a fazer algo novo em sua vida.

3. Indiferena
"Ento, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo
deveria nascer. Em Belm da Judia, responderam eles, porque assim est escrito por intermdio do
profeta: E tu, Belm, terra de Jud, no s de modo algum a menor entre as principais de Jud; porque
de ti sair o Guia que h de apascentar a meu povo, Israel" (Mt 2.4-6).
Os escribas detinham a incumbncia de fazer cpias das Sagradas Escrituras e de zelar fielmente por
toda letra do Antigo Testamento. Eles eram responsveis pelo cumprimento exato das leis transmitidas
oralmente. Para isso escreviam comentrios sobre o Antigo Testamento.

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Eles eram versados na Palavra de Deus mais que qualquer outra pessoa. Eles conheciam a Palavra
Proftica e criam nela mas no em seu cumprimento, pois no tinham uma relao pessoal com ela.
Mesmo lidando com a Palavra em nvel religioso, tradicional e profissional, seu cumprimento deixou-os
assustadoramente frios. Justamente a cpula da religiosidade de Jerusalm mostrou-se
desinteressada pelo nascimento de Jesus, indicado por tantas profecias. Conhecimento das Escrituras
no significa automaticamente conhecimento de Deus. J no nascimento de Jesus ficou evidente que
os escribas e fariseus viviam uma vida aparentemente piedosa, mas na realidade estavam mortos
espiritualmente. Eles, que deveriam ter sido os primeiros a visitarem Jesus, nem se dirigiram at Ele.
Aqui fica evidente de uma maneira muito trgica que os escribas e principais sacerdotes nunca tinham
buscado ao Senhor Jesus. O mistrio do Senhor manteve-se oculto aos seus olhos, por no O
temerem e por no O buscarem. No assustador observar que os mais piedosos dos religiosos
mantiveram-se na mesma escurido espiritual que encobria o mpio Herodes?
Com Jesus o que importa no saber muito, falar muito ou fazer muito. O que importa largar tudo e
ir at Ele! "E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso jbilo. Entrando na casa, viram
o menino com Maria, sua me. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaramlhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra" (Mt 2.10-11).
Venha tambm voc a Jesus, adore-O e entregue-Lhe sua oferta (toda a sua vida, veja Romanos
12.1), pois Ele fez tudo por voc ao tornar-se homem e ao morrer na cruz do Calvrio! (Norbert Lieth http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2000.

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"O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na regio da sombra da morte,
resplandeceu-lhes a luz."
A palavra "advento" significa literalmente "vinda, chegada". O perodo do Advento abrange os quatro
ltimos domingos antes do Natal, que do incio ao chamado ano litrgico. Ele sempre comea no
Primeiro Domingo do Advento e se estende at o fim de novembro do prximo ano. Naturalmente tratase apenas de uma tradio eclesistica. Alm disso, sabemos que o nascimento de Jesus no ocorreu
no dia 25 de dezembro. Na verdade, a comemorao do Natal passou a ser algo rotineiro, destitudo
do verdadeiro significado, e cada vez mais comercial.
Quando o ano est chegando ao fim, comea o tempo de expectativa para a comemorao da primeira
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Mas no devemos esquecer que tambm quanto ao Plano de
Salvao encontramo-nos no tempo do Advento, atualmente mais do que nunca! Estamos hoje no
perodo em que rumamos claramente em direo ao dia da segunda vinda do Senhor. Bemaventurados aqueles que vivem conscientemente tambm neste tempo de Advento do Plano de
Salvao, pois o Senhor diz deles: "Bem-aventurados aqueles servos a quem o Senhor, quando vier,
os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele h de cingir-se, dar-lhes lugar mesa e,
aproximando-se, os servir" (Lc 12.37). Que palavras grandiosas!
Afinal, o que faz com que o tempo de Advento seja to especial? H nele trs coisas importantes:
o tempo da alegria antecipada
o tempo da espera
o tempo da preparao
O tempo da alegria antecipada
Naturalmente o tempo da alegria antecipada no Advento tem diferentes aspectos. Mas para ns, filhos
de Deus, trata-se em primeiro lugar da grande alegria do nascimento de Jesus! Realmente temos
razo para nos alegrar, pois est escrito no livro do profeta Isaas, onde prometido o Prncipe da Paz:
"O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na regio da sombra da morte,
resplandeceu-lhes a luz. Tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste; alegram-se eles diante
de ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando repartem os despojos" (Is 9.2-3). Certamente
est claro para cada um de ns, como filhos de Deus, que o Natal a festa da alegria e justamente por
isso podemos nos alegrar de todo o corao no tempo do Advento.
Se o tempo do Advento que se repete a cada ano j nos enche com tanta alegria por nos recordarmos
da primeira vinda de nosso Senhor, o Advento do Plano de Salvao o tempo de expectativa pela
Sua segunda vinda no deveria nos encher de muito mais alegria? Vivemos hoje num momento
avanado do Advento do Plano de Salvao, e esperamos que a volta do Senhor no demore. Ser
que nos alegramos com isso? Nossos coraes exultam tanto em relao iminente segunda vinda de
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nosso Salvador como em relao prxima festa do Natal? Se no for assim, somos semelhantes a
pessoas das quais Paulo diz em 1 Corntios 15.19: "Se a nossa esperana em Cristo se limita apenas
a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens."
Certamente a vida com Cristo aqui na terra pode proporcionar muitas vezes um antegosto do cu, mas
est longe de ser o prprio cu. O melhor ainda est por vir! E deveramos finalmente comear a nos
alegrar de todo o corao com isso!
Por que, afinal, alegramos-nos to pouco pelo cu? Porque pouco ou nada nos ocupamos com ele.
Quando alguma coisa nos interessa e nos envolvemos com ela, por exemplo, com um hobby especial,
essa ocupao nos satisfaz. Exatamente o mesmo acontece com o cu. Se neste tempo do Advento
do Plano de Salvao, no qual vivemos agora, nos ocupssemos mais com o cu, a nossa alegria
antecipada tambm seria muito maior!
O Senhor Jesus disse: "Porque, onde est o vosso tesouro, a estar tambm o vosso corao" (Lc
12.34). Com isso Ele quer nos dizer que essas duas coisas no podem ser separadas. Onde est o
nosso corao, ali tambm esto as coisas com que mais nos ocupamos; e onde estiverem essas
coisas, tambm estar sempre o nosso corao. Portanto, ocupe-se intensamente com aquilo que
ainda vir. Direcione o seu corao intensivamente para o cu, pois ento ele se tornar um tesouro
para voc! Isso lhe dar a verdadeira alegria antecipada, que to importante neste tempo de Advento
do Plano de Salvao. Por isso: "Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, justos; exultai, vs todos
que sois retos de corao" (Sl 32.11) pois nosso Senhor vir em breve!
O tempo da espera
Sabemos muito bem por que nestes dias as crianas vivem numa espera to ansiosa: por causa dos
presentes e doces que recebero. Alis, essa ansiedade tambm acontece com muitos adultos.
Mas, seja como for, o fato que o tempo do Advento caracterizado pela espera. Por isso, muitos
filhos de Deus tambm almejam novas bnos justamente neste tempo do Advento. Isso
perfeitamente correto, sobretudo porque no tempo do Advento vivemos em direo ao Natal.
Almejamos um ponto culminante, e quando ele acontece esperamos um novo fortalecimento para
nossa vida espiritual. Esperamos que o nascimento de Jesus Cristo, que aconteceu h quase dois mil
anos, torne-se to novo e real para ns que disso resulte um novo proveito interior. Desfrutaremos
desse proveito se tivermos a posio correta em relao festa de Natal. Ao mesmo tempo, porm,
no precisamos apenas pensar em bnos que j recebemos por exemplo, por ocasio do ltimo
Natal , mas podemos almejar bnos ainda maiores e melhores. Pois a verdadeira espera sempre
tem relao com o desejo de possuir mais do que se tem no momento. Com toda a certeza, nesta
questo tambm podemos esperar pela f, com ousadia, por mais do que j temos recebido.
A respeito, vamos lembrar um exemplo de tempos antigos: o rei Amazias de Jud preparou-se para a
guerra contra os homens de Seir. Ele passou em revista 300.000 homens escolhidos de Jud (2 Cr
25.5). "Tambm tomou de Israel a soldo cem mil homens valentes por cem talentos de prata" (v.6).
Mas um homem de Deus veio a ele dizendo-lhe que perderia a guerra se no mandasse de volta para
casa esses mercenrios (v.7-8). Amazias estava perfeitamente disposto a mand-los novamente para
casa, mas preocupou-se com os cem talentos de prata j pagos: "Disse Amazias ao homem de Deus:
Que se far, pois, dos cem talentos de prata que dei s tropas de Israel?" (v.9a). A maravilhosa
resposta foi: "Muito mais do que isso pode dar-te o Senhor" (v.9b). Em outras palavras: "Amazias,
esses cem talentos de prata so valiosos mas o que isto para o Senhor?! Ele pode lhe dar muito
mais; espere somente nEle."
Da mesma maneira, tambm podemos viver nessa ansiosa expectativa, principalmente porque
podemos esperar novas e maiores bnos, olhando para o Filho de Deus, que veio para esta terra h
quase dois mil anos.
Mas voltemo-nos novamente para o futuro e perguntemo-nos: o Advento do Plano de Salvao
tambm caracterizado por expectativas? Com certeza. Pois no fim deste tempo do Advento
esperamos Jesus Cristo em pessoa. Filipenses 3.20 nos diz de maneira maravilhosa: "Pois a nossa
ptria est nos cus, de onde tambm aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo". E em Tito
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2.13 est escrito: "Aguardando a bendita esperana e a manifestao da glria do nosso grande Deus
e Salvador Cristo Jesus." Ou pensemos numa outra grandiosa esperana, da qual fala Pedro: "Ns,
porm, segundo a sua promessa, esperamos novos cus e nova terra, nos quais habita justia" (2 Pe
3.13). O Advento no Plano de Salvao marcado por grandiosas esperanas!
Mas por que, ento, vivemos geralmente como se no partilhssemos dessa expectativa maravilhosa,
mesmo sabendo que j estamos bem adiantados no Advento do Plano de Salvao? Vamos ver isso
atravs dos exemplos de duas pessoas que nos mostram literalmente o que significa viver em atitude
de espera no Advento do Plano de Salvao: Simeo e Ana. Ambos moravam em Jerusalm e ali
esperavam pela primeira vinda do Messias: "Havia em Jerusalm um homem chamado Simeo;
homem este justo e piedoso que esperava a consolao de Israel; e o Esprito Santo estava sobre
ele... Movido pelo Esprito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus... o tomou nos
braos e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua
palavra; porque os meus olhos j viram a tua salvao... Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de
Fanuel, da tribo de Aser... Esta no deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e oraes. E,
chegando naquela hora, dava graas a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam
a redeno de Jerusalm" (Lc 2.25-38).
Essas duas pessoas antes de terem visto o menino viviam literalmente no Advento do Plano de
Salvao, pois esperavam a primeira vinda do Senhor, como ns esperamos pela Sua segunda vinda.
Por isso, justamente elas so o melhor exemplo para ns no que se refere questo do que a
esperana do Advento no Plano de Salvao. Para responder a essa pergunta, s precisamos
destacar duas caractersticas dessas duas pessoas. Do velho Simeo lemos: "...homem este justo e
piedoso que esperava a consolao de Israel" (v.25a), e da profetisa Ana: "...Esta no deixava o
templo, mas adorava noite e dia em jejuns e oraes" (v.37). A fora dessas duas pessoas consistia
delas no apenas esperarem pelo Senhor, mas de cultivarem, cuidarem e alimentarem sua
expectativa. Por isso, o seu anseio pelo Senhor era ardente e genuno. Simeo no somente esperava
pela "consolao de Israel", pois ao mesmo tempo ele era "justo e piedoso." Dessa maneira ele
alimentava a sua espera. A profetisa Ana "...no deixava o templo, mas adorava a Deus... dia e noite."
Assim ela cuidava da sua espera e a mantinha ardente e viva.
Por que, entretanto, a expectativa de muitos ainda to morna, embora tambm vivam no Advento do
Plano de Salvao? A razo est no fato de no alimentarem esse anseio em seu ntimo. Por isso, o
fogo da espera quase se apaga, quase se extingue, porque no se alimenta essa chama. Assim, no
de admirar que quase no se sinta mais nada a respeito.
Portanto, ser que no est na hora de comear a alimentar e avivar a espera em seu corao, para
que ela passe a ser novamente ardente? Talvez voc at precisa ir para a UTI espiritual, ou seja,
comear a ocupar-se com Jesus de uma maneira totalmente nova e, talvez pela primeira vez, a pensar
em Sua iminente volta. Comece desde j! Pois somente assim o seu anseio no Advento do Plano de
Salvao se renovar, ficar forte e cheio de expectativa. Somente assim voc se tornar um cristo
ansioso pela volta do Senhor, porque nutrir grandes esperanas por esse glorioso dia. Afaste seus
olhos de todas as coisas temporais, de tudo aquilo que nos cerca aqui, porque a glria que nos espera
na Eternidade no pode ser comparada com nada neste mundo. Pois ento se cumprir integralmente
o que o homem de Deus disse a Amazias: "Muito mais do que isso pode dar-te o Senhor." Mas a
escolha sua. Voc pode avivar essa espera at paixo ardente, se comear a aliment-la e cultivla. Portanto, ocupe-se muito, ocupe-se intensamente com Jesus e com Sua palavra, com Sua iminente
volta e voc ver que um grande anseio se acender em seu corao!
O tempo da preparao
Nestes dias de Advento, antes do Natal, muitas coisas ainda precisam ser preparadas. Por toda parte
h muito para se fazer e terminar. De maneira geral, as semanas do Advento deveriam ser dias de
meditao e reflexo. Mas acontece justamente o contrrio. Realmente impressionante a intensa
atividade antes do Natal.
No me refiro somente aos esforos deste mundo com as muitas decoraes natalinas, cheias de
brilho e de luz, para vender o mximo possvel. Mas observe por um momento o seu prprio lar e o seu
local de trabalho. O que voc vai encontrar ali? Inusitada atividade, muito trabalho e muitas coisas que
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ainda precisam ser feitas. Por que h tanta agitao nestas semanas antes do Natal, que deveriam ser
de calma e reflexo? Porque na noite do dia 24 pretende-se ter tudo pronto e preparado para festejar o
Natal com a famlia, sem mais correrias.
Tudo isso se aplica tambm ao Advento no Plano de Salvao, no qual nos encontramos hoje. Pois, da
mesma maneira como se avalia erradamente o tempo de Advento antes do Natal, muitas vezes
tambm no se avalia corretamente o Advento no Plano de Salvao. Muitos pensam que esta poca
deve ser comemorada em paz, quietude e reflexo. Mas esse perodo tambm exige muito trabalho e
preparao. isso que o Advento no Plano de Salvao exige de cada um de ns, filhos de Deus! Mas
doloroso perceber que muitos no notam que hoje nos encontramos no ltimo trecho do caminho. J
tempo de nos darmos conta de que o Advento no Plano de Salvao exige tudo de ns e realmente
devemos nos preparar com toda a presteza para a iminente vinda de nosso Senhor Jesus Cristo!
Mas como devemos nos preparar? Nesse contexto, pensei num relato em 2 Reis. Ali se fala de uma
mulher que sempre convidava o profeta Eliseu para as refeies. Acerca dela lemos em 2 Reis 4.9-10:
"Ela disse a seu marido: Vejo que este que passa sempre por ns santo homem de Deus. Faamoslhe, pois, em cima, um pequeno quarto, obra de pedreiro, e ponhamos-lhe nele uma cama, uma mesa,
uma cadeira e um candeeiro; quando ele vier nossa casa, retirar-se- para ali." Esta mulher esperava
o profeta Eliseu e preparou-se convenientemente para a sua chegada. Primeiro, junto com seu marido,
ela preparou um quarto para ele. Que figura gloriosa do espao que devemos dar ao Senhor em nossa
vida! Ele realmente tem recebido tudo o que merece em sua vida? Justamente agora, neste Advento
no Plano de Salvao, faz parte dos preparativos mais importantes realmente darmos todo o espao
ao Senhor!
Alm disso, essa mulher (com a ajuda do seu marido) colocou uma cama para o profeta no quarto.
Com isso ela quis dizer: "Eliseu, no fique apenas uma noite, mas fique sempre conosco!" Voc
tambm tem dito sempre a Deus: "Senhor, eu nunca mais quero viver sem Ti. Fica sempre comigo"?
O casal tambm colocou uma mesa e uma cadeira no quarto. Isso indica: "Eliseu, tambm trabalhe
conosco!" Se voc deu ao Senhor todo o espao que Ele merece, tambm deveria permitir que Ele
trabalhe em seu corao! Voc est disposto a isso?
Por fim, a mulher ainda colocou um candeeiro no quarto, o que d a entender: "Eliseu, fique conosco
tambm quando vem a noite". Justamente hoje neste Advento no Plano de Salvao
extremamente necessrio reconhecer que este mundo ficou muito escuro. Por isso, pea ao Senhor,
insista com Ele, para ficar com voc. Diga-Lhe como disseram outrora os discpulos de Emas: "Fica
conosco, porque tarde, e o dia j declina" (Lc 24.29a). Fazendo isso, voc estar se preparando para
a iminente vinda do Senhor, que lhe diz: "Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando
vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele h de cingir-se, dar-lhes lugar mesa e,
aproximando-se, os servir" (Lc 12.37). (Marcel Malgo - http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2000.

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Quais os ensinos fundamentais do Movimento da F?


O Movimento da "F" acredita que a mente e a lngua humanas contm uma habilidade ou poder
sobrenatural. Quando algum fala, expressando a sua f em leis supostamente divinas, seus
pensamentos e expresso verbal positivos produzem uma "fora" supostamente divina que ir curar,
proporcionar riqueza, trazer sucesso e, de outras maneiras, influenciar o ambiente. Kenneth Copeland
ensina que "a fora poderosa do mundo espiritual, o qual cria as circunstncias que nos rodeiam,
controlada pelas palavras pronunciadas pela boca humana. Essa fora vem de nosso interior".[1]
Portanto, "no h nada nesta terra to grande ou poderoso... que no possa ser controlado pela
lngua... at possvel controlar Satans, aprendendo a controlar a prpria lngua".[2]
Segundo os pregadores da "F", Deus responde automaticamente e realiza o que ordenamos quando
confessamos nossas necessidades e desejos pela f, de maneira positiva.[3]
Por isso os cristos devem supostamente aprender a operar seu homem interior ou "homem espiritual"
no poder do mundo espiritual, mediante leis sobrenaturais, leis que iro funcionar para qualquer
indivduo, quer crente ou incrdulo.[4]
Segundo observa Charles Capps: "As palavras so a coisa mais poderosa do Universo"; "Isso no
teoria, fato. uma lei espiritual"; e: "Esses princpios de f so baseados em leis espirituais. Eles
funcionam para quem quer que aplique essas leis. Voc os faz funcionar pelas palavras da sua
boca".[5] A no ser que os cristos obedeam a essas leis e as apliquem com sucesso, o prprio Deus
fica prejudicado em Sua possibilidade de agir na vida deles. Por qu? Porque tanto Deus como os
cristos so limitados por essas leis. Fred K. C. Price e outros ensinam que da mesma forma que o
poder de Deus tem origem na f que Ele exerce nas palavras que profere, o mesmo se aplica aos
cristos.[6] Por exemplo, "Deus criou o universo pelos mtodos que voc acabou de colocar em prtica
pelas palavras de sua boca. Deus liberou a Sua f em palavras".[7]
Isso significa que tanto o homem quanto Deus so limitados em sua capacidade de agir
sobrenaturalmente, a no ser que as frmulas de f adequadas sejam ditas, permitindo que o seu
poder opere.[8] S quando homens e mulheres imitam a Deus e Suas leis, eles podem realizar
milagres.
Por exemplo, "Deus criou o universo dizendo que este viesse a exisitr. Ele deu a voc essa mesma
habilidade na forma de palavras."[9] Deus , portanto, um Deus de "palavra de f", que criou o homem
Sua imagem e lhe deu o potencial de usar o poder que Ele manifestou na criao.[10] "O homem
ento um esprito, perfeitamente capaz de operar no mesmo nvel de f que Deus."[11] Como
resultado, "voc tem o poder de Deus sua disposio".[12] Tudo isso explica porque a maioria dos
pregadores da F pensa que o homem um deus literal nas palavras de Copeland, um ser "da
classe de Deus".[13] Ao imitar o uso das leis csmicas por Deus, o homem pode realizar atos
sobrenaturais como os dEle.

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Mas os pregadores da F tambm afirmam haver perigo em tudo isso. Essas leis csmicas operam
indiscriminadamente. Se os cristos no tiverem cuidado, Satans pode engan-los porque tem
igualmente condies de operar, usando as lnguas de homens da classe de Deus.[14] Por exemplo, a
"confisso negativa" qualquer coisa dita que negue os princpios do Movimento da F permite que
Satans entre na vida dos cristos e os engane.
Em qualquer caso, at a misso do prprio Cristo adequada filosofia da F. Por que Jesus veio?
Segundo o Movimento da F, uma razo da vinda de Jesus foi transformar-nos em "Cristos da F"
fortes, que pudessem fazer as coisas que Ele fez e coisas maiores ainda. Jesus veio a este mundo
por causa do poder da palavra proferida por Deus e por causa da f que Deus tem na Sua f.[15] De
fato, Jesus foi a sntese do verdadeiro homem de "F". Ele sabia como usar perfeitamente as leis
espirituais do Universo[16] e, portanto, tinha imensos poderes e fazia milagres incrveis. Assim sendo,
Jesus foi um exemplo do Homem Bem-Sucedido. Robert Tilton ensina: "Jesus veio para livrar a
humanidade do fracasso e nos levar ao sucesso".[17] E: "Deus criou o homem para ter sucesso, mas
ele falhou... Deus enviou ento Jesus para resgatar-nos do fracasso e restaurar-nos posio de
sucesso... (Por causa do nosso fracasso) Deus preparou um novo plano. Esse plano foi enviar Jesus.
Mediante Jesus recebemos fora e poder para sermos bem-sucedidos..."[18]
No livro Commanding Power (Poder Que Comanda), Kenneth Hagin Jr. ensina que a expiao de
Cristo trouxe aos cristos o "poder de comandar" ou a habilidade de ordenar que as coisas que nos
rodeiam se conformem aos nossos desejos. "Nosso problema que oramos e confessamos muito,
mas no mandamos. gostoso mandar!... Jesus j pagou o preo para fazermos isso..."[19]
Alm disso, na cruz e no inferno, Jesus no s derrotou Satans e sofreu o castigo pelo pecado, como
tambm levou sobre Si a maldio da lei (Gl 3.12), pagando o preo pelas nossas fraquezas, pobreza
e doena, a fim de que cristo nenhum tenha de experiment-las.[20]
Isso significa que, para o Movimento da F, Jesus no simplesmente nosso Salvador do pecado. Ele
o Redentor da nossa F, o exemplo perfeito dos "princpios da F" em ao. Como "pequenos
cristos" e "pequenos deuses", devemos ser imitadores dEle.

Qual a relao entre os ensinos do Movimento da F e a teologia das seitas?


A maioria dos pregadores da F afirmou publicamente que no ensina a "Cincia Crist", "Poder da
Mente" ou o "Novo Pensamento".[21] Isso parece indicar que at os prprios pregadores da F
reconhecem suas similaridades com sistemas herticos ou, pelo menos, tm conhecimento das
acusaes feitas por outros.
No obstante, apesar dos desmentidos, em muitos pontos seus ensinamentos so semelhantes ou
quase idnticos aos encontrados nas religies do "Poder da Mente".[22] Os conceitos de confisso
positiva, prosperidade e sucesso, sade divina, manipulao da criao, negativa sensorial, e rejeio
implcita da medicina cientfica podem ser todos encontrados nas teologias do "Poder da Mente" dos
sculos dezenove e vinte, tais como a "Unity School of Christianity" ("Escola Unitria do Cristianismo"),
"New Thought" ("Novo Pensamento"), e "Science of Mind" ("Poder da Mente"). [Esses trs grupos,
juntamente com o Movimento da F, tambm ensinam que a "confisso negativa" pode produzir
doenas, tragdia e at a morte.]
De fato, alguns ensinos e prticas contidos no Movimento da F tambm so encontrados em outras
religies e seitas no-bblicas. Por exemplo, o conceito dos crentes serem "deuses" ou terem poderes
divinos encontrado no mormonismo e no "armstronguismo" (Igreja de Deus Universal N. R.). A
prtica de "decretar" a existncia de coisas pode ser vista em alguns grupos ocultistas e orientais, tais
como a Igreja Universal e Triunfante, e o budismo Nichiren Shoshu.
Talvez seja por isso que o historiador carismtico D. R. McConnel documenta to prontamente a
origem pag do Movimento da F atravs de E. W. Kenyon:
[O Pai moderno do Movimento da F, Kenneth] Hagin plagiou E. W. Kenyon, em palavras
e contedo, na maior parte da sua teologia. Todos os pregadores da F, inclusive Kenneth
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Hagin e Kenneth Copeland, quer admitam ou no, so filhos e netos espirituais de E. W.


Kenyon. Foi Kenyon, e no Hagin, que formulou as principais doutrinas do moderno
Movimento da F... Os alicerces da teologia de Kenyon foram formados nas seitas
metafsicas, especialmente no "Novo Pensamento" (New Thought) e na "Cincia Crist"...
Kenyon tentou forjar uma sntese dos pensamentos metafsico e evanglico... O resultado
na teologia da F uma estranha mistura de fundamentalismo bblico e metafsica do
Novo Pensamento.[23]
Por exemplo, considere como as influncias das seitas no Movimento da F se entrelaaram na
doutrina da cura:
A teologia da cura do Movimento da F no est baseada na capacidade de detectar
sintomas, mas em neg-los. Os sintomas fsicos no so reais. Mas eles iro tornar-se
reais se o crente reconhecer a sua existncia e deixar de aplicar os princpios da cura
espiritual. S quem no sabe crer em Deus para a cura espiritual ir recorrer medicina
cientfica. A viso da "F" quanto medicina cientfica pag... e a mesma viso
pregada pelo fundador da metafsica do sculo dezenove, P. P. Quimby.[24]

Concluso
Em seu confronto com a Igreja de Roma, Martim Lutero confessou que, a no ser que fosse
"convencido pelos testemunhos das Sagradas Escrituras ou razo evidente", ele estava "obrigado pela
Escritura" a manter os princpios da Reforma. No era "seguro nem correto" agir contra a sua
conscincia nesse aspecto. Para Lutero, a Escritura estava acima de toda experincia e acima de
todas as afirmaes extra-bblicas de revelao divina e, por causa dessa sua posio, a igreja tem
uma dvida incomensurvel para com ele. Do mesmo modo, ao examinar o Movimento da F, s as
Escrituras devem ser o nosso padro e no a experincia ou novas alegaes de revelao divina.
(John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)

...os pregadores da F tm sido hbeis em disfarar-se de carismticos... [mas] tanto "as


razes como os frutos" da teologia da F so decididamente metafsicos...
Hank Hanegraaff - Presidente do Instituto Cristo de Pesquisas nos EUA e autor do livro
Cristianismo em Crise (citao do Prefcio de "A Different Gospel", edio atualizada, de D. R.
McConnell).
Graas a Deus por mais este trabalho que vem fortalecer a refutao Teologia da Sade
e da Prosperidade em solo brasileiro. Este livro revela muitas declaraes absurdas de
vrios pregadores da Confisso Positiva nos EUA, mostrando o carter hertico dessa
corrente doutrinria. , sem dvida, um forte alerta aos crentes no Brasil, para que no
venham a seguir o exemplo de tais lderes na outra Amrica.
Pr. Paulo Romeiro - Presidente do AGIR e autor dos livros SuperCrentes e Evanglicos em Crise.

Notas
1. Kenneth Copeland, The Laws of Prosperity, 1989, 83.
2. Copeland, The Power of the Tongue, 1991, 29, 20, 30.
3. Copeland, The Power, 3, 8, 23; The Image of God in You, 1990, 4-12; Youre Right Standing
With God, 1991, 13; The Laws of Prosperity, 83.

4. E. g., Copeland, The Power, 6, 24; The Image of God, 2; Prosperity: The Choice is Yours,

1990, 4-5, 30.


5. Charles Capps, Gods Creative Power Will Work for You, 1976, 1-2.
6. Copeland, The Power, 4, 7, 23-24; Prosperity: The Choice, 18; The Laws of Prosperity, 84; cf.
Fred K.C. Price, How Faith Works, 101.

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7. Capps, Gods Creative Power, 25; cf. Fred K.C. Price, How Faith Works, 99; cf. Price, "The

Power of Positive Confession", fita cassete N 46 (1988), Krenshaw Christian Center, Los
Angeles, CA.
8. Copeland, The Power, 8, 15; The Outpouring of the Spirit: The Result of Prayer, 1991, 19; Our
Covenant with God, 1991, 32.
9. Capps, Gods Creative Power, ltima capa.
10. Ibid., 3.
11. Ibid., 1.
12. Copeland, The Power, 15.
13. Copeland, The Power, 8.
14. Ibid., 8, 21.
15. Ibid., 10; Copeland, Our Covenant with God, 21, 27.
16. Copeland, The Power, 16.
17. Robert Tilton, Gods Laws of Success, 1985, 27.
18. Ibid., 113.
19. Kenneth Hagin Jr., Commanding Power, 1984, 12-13.
20. Copeland, The Power, 10; A Covenant of Blood, 1987; Our Covenant, 28, 33, 37.
21. E. g., Tilton, Metamorphosis of the Mind, 1987, 18; Savelle, Gods Provision, 19; Osteen, The
Confessions of a Baptist Preacher, 1983, 11.
22. E. g., Savelle, Gods Provision for Healing, 19, 22; Capps, Gods Creative Power, 14-17;
Angels, 1984, 84, 127, How to Have Faith in Your Faith, 1986, 129. Changing the Seen, 8-12,
passim; Osteen, The Confession, 27-29; K. Hagin, Jr., Commanding Power, Words, 1991, The
Key to the Supernatural, 1986, passim; Robert Tilton, Acknowledging Good Things, 7, 55, 65,
89-90, Charting Your Course, 30, 77-78, 81-82, 85, 92-100, Gods Laws, 5, 10, 23, passim. Em
comparao, Riches Within Your Reach: The Law of Higher Potential (1976) de Robert Collier,
escritor do Novo Pensamento, em muitos pontos no se distingue dos ensinamentos da "F".
23. McConnell, A Different Gospel, 184-186.
24. Ibid., 154-155.
Extrado do livro Os Fatos Sobre o Movimento da F.

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O que a Bblia ensina sobre a doutrina da justificao?


Nenhuma doutrina mais crucial nem mais mal interpretada e negligenciada, mesmo pelos
protestantes do que a doutrina da justificao exclusivamente pela f.
A Bblia ensina que qualquer pessoa que cr simples e verdadeiramente em Jesus Cristo como seu
Salvador pessoal que o livra do pecado, nesse momento irrevogvel e eternamente justificada. O que
a justificao? A justificao o ato de Deus por meio do qual Ele no somente perdoa o pecado dos
crentes, mas tambm os declara perfeitamente justos por meio da imputao da obedincia e da
justia do prprio Cristo sobre eles, mediante a f. Para entendermos melhor, vejamos o seguinte
exemplo: se um tio rico deposita um milho de dlares na conta corrente de um jovem sobrinho, o
dinheiro agora propriedade do sobrinho, apesar do jovem nunca t-lo adquirido nem trabalhado para
ganh-lo e nem sequer o merecia. Na justificao, Deus "deposita" a justia de Cristo na conta do
crente Ele atribui ao cristo a perfeio moral de Seu prprio Filho. A justificao , portanto, um ato
perfeito de Deus, e porque inteiramente realizado por Deus em sua totalidade, uma vez para sempre,
no se trata de um processo que abarca toda a vida, como no caso da santificao (crescimento
pessoal em santidade de vida).
Os versculos seguintes mostram que a justificao : (1) o crdito da justia com base na f da
pessoa; (2) um ato completo de Deus; (3) algo que acontece inteiramente parte dos mritos pessoais
ou de boas obras:
"...Mas ao que... cr naquele que justifica ao mpio, a sua f lhe atribuda como justia... bemaventurado o homem a quem Deus atribui justia, independentemente de obras" (Romanos 4.56, nfase acrescentada).
"Conclumos, pois, que o homem justificado pela f, independentemente das obras da lei"
(Romanos 3.28, nfase acrescentada, veja tambm Filipenses 3.9).
"Justificados, pois, mediante a f, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo" (Romanos 5.1, nfase acrescentada).
"Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
(Romanos 5.9, nfase acrescentada; ver Romanos 9.30-10.4; 1 Corntios 6.11; Glatas 2.16; 3.89, 21, 24).
Infelizmente, alguns catlicos tm interpretado mal a posio de alguns protestantes neste assunto,
pensando que a simples concordncia com a doutrina da salvao salva inteiramente e que os
protestantes do pouca importncia s boas obras e santificao. Pelo contrrio, as Escrituras
ensinam claramente que as boas obras e a santificao so de crucial importncia realmente, o
pleno conhecimento da graa (num sentido protestante) que produz as boas obras e o crescimento na
vida de santidade (ver Efsios 2.8-10; 1 Pedro 5.12; 2 Pedro 3.18; Colossenses 1.6; 2.23). Mas as
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boas obras e a santificao nada tm a ver com a nossa justificao. O que a justificao significa para
os protestantes que os crentes devem pleitear diante do trono de Deus os mritos de Cristo ao invs
dos seus prprios mritos. Por isso que os cristos bblicos aceitam o "dom da justia" (Romanos
5.17) e "nos gloriamos em Cristo Jesus, e no confiamos na carne" (Filipenses 3.3).
Justificao significa que um cristo pode ter a segurana de que, aos olhos de Deus, agora ele possui
a perfeita santidade necessria para sua entrada no cu. Por qu? Se a morte de Cristo perdoou todos
os pecados e satisfez completamente a pena divina devida por eles, e se Deus declara que os crentes
so completamente justos com base na f em Cristo, nada mais necessrio para permitir sua entrada
no cu. Assim, porque a justificao i.e, porque a justia e os mritos de Cristo so creditados ao
crente (no que se refere a Deus) o cristo agora possui santidade perfeita nesta vida e a tem desde o
momento da f salvadora. No lhe fazem falta os sacramentos, as indulgncias, o rosrio ou o
purgatrio para entrar no cu. Esse o significado da doutrina bblica da justificao.[1]

Uma palavra pessoal aos catlicos


Os catlicos, talvez mais do quaisquer outras pessoas, crem que no possvel ter a segurana da
salvao nesta vida (exceto, talvez, em circunstncias muito raras). Voc tem sido ensinado que a
crena na segurana da salvao uma "presuno quanto misericrdia de Deus"[2] e que o pecado
mortal resulta em "eterna separao de Deus", requerendo a penitncia para a restaurao.[3] Voc
tem ouvido acerca dos perigos pessoais do "triunfalismo", algo que resulta da "segurana de haver
sido salvo", e que "perigoso [defender] tal posio".[4] Mas a "segurana de haver sido salvo" uma
doutrina bblica, como demonstrado em 1 Joo 5.13.
Voc tambm sabe que, pelo fato do catolicismo ensinar que um cristo pode perder sua salvao,
essa religio argumenta que "nem mesmo a f... ou a converso... ou a recepo do batismo... ou a
constncia ao longo da vida... podem fazer merecer o direito salvao..." e que todas essas coisas
devem ser consideradas somente como "precursoras para a obteno" da salvao.[5]
Entretanto, repetimos que esse no o ensinamento bblico. O prprio Jesus ensinou que a f que
traz o direito salvao: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus" (Joo 1.12, nfase acrescentada). A Bblia ensina claramente que s pela f uma
pessoa pode saber que salva eternamente, porque no momento em que tem a f salvadora ela
ganha a vida eterna. Voc pode saber disso ao confiar de fato em Cristo para o perdo dos pecados e
aceit-lO como seu Salvador pessoal.
Se voc catlico e deseja receber a Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal, queremos anim-lo
a fazer a seguinte orao:
Amado Deus, desejo ter uma relao pessoal contigo atravs da morte do Teu Filho Jesus
na cruz. Apesar de ter crido muitas coisas sobre Jesus, confesso que nunca O recebi
verdadeiramente e de maneira pessoal como meu Salvador e Senhor. Eu nunca tinha
percebido que na realidade a salvao um presente que me ofereces gratuitamente.
Agora eu recebo esse presente e creio que Cristo morreu na cruz pelos meus pecados
por todos os meus pecados. Eu creio que Ele ressuscitou dentre os mortos e desejo que
Ele seja meu Senhor e Salvador, e agora O convido para entrar em minha vida, fazendo-o
Senhor de todas as reas de minha vida, inclusive sobre qualquer crena ou prtica
pessoal que no seja bblica.
Ajuda-me a dedicar-me ao estudo da Tua Palavra e a crescer como cristo de maneira que
Te honre. D-me foras para enfrentar dificuldades ou rejeies quando precisar tomar
posio ao Teu lado. Se da Tua vontade e necessrio que eu abandone esta Igreja,
dirige-me a uma boa igreja e comunho crists, para que eu possa Te conhecer e Te
glorificar mais. Oro assim em nome de Jesus, confiando que Tu me guiars. Amm.
(John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)

76

Notas
1. Os telogos catlicos alegam que o uso de dikaioo por parte de Paulo no se refere

2.
3.
4.
5.

justia imputada. Entretanto, eles no obtiveram isto [este conceito] dos


dicionrios de grego padro que definem a principal palavra do Novo Testamento
para justificao (dikaioo; cf. Lucas 18.14, Romanos 3.24-28; 4.5; 5.1,9; 8.30,33;
1 Corntios 6.11; Glatas 2.16; 3.8,11,24; Tito 3.7) em um sentido protestante, e
no catlico como uma declarao legal de justia, no uma infuso da justia
verdadeira. Conforme o principal lxico de grego a coloca: "Em Paulo, o uso legal
claro e indiscutvel... [ele] no sugere infuso de qualidades morais... [mas] a
justificao dos mpios que crem... O resultado de um pronunciamento judicial"
(Gerhard Kittel, ed. Theological Dictionary of the New Testament, vol. 2, 215-216).
Assim, se o crente verdadeiramente possui a justia de Cristo atravs de decreto
divino, ento ela dificilmente seria uma "fico legal", como sustentam os catlicos
que pensam que declarar pecadores justos incompatvel com a justia de Deus.
Mas Deus diz que a Sua imputao da justia ao pecador que prova que Ele
justo (Romanos 3.26), cf. The Hebrew Greek Study Bible, [1984, 23]: "tornar justo
ou inocente"; Arndt e Gingrich [1967, 196]: "Sendo absolvido, ser declarado e
tratado como justo"; New Thayers Greek English Lexicon [1977, 150]: "que jamais
significa fazer digno, mas julgar digno, declarar digno... declarar inocente... julgar,
declarar, pronunciar justo e portanto aceitvel". Greek-English Lexicon de Loruv e
Nida [1988,557]: "o ato de limpar algum de transgresso absolver, libertar,
remover a culpa; absolvio." Por isso que Bruce Metzger, talvez o principal
erudito de grego na Amrica, enfatiza que "alm da compreenso" como algum
pode negar "a prova evidente" do significado paulino desta palavra: "O fato que
Paulo simplesmente no utiliza este verbo com o significado de "ser feito ntegro ou
justo". Na verdade, extremamente duvidoso que alguma vez tenha carregado
este significado no grego de qualquer perodo ou autor. Ele significa: "ser
pronunciado, ou declarado, ou tratado como justo ou ntegro". O conhecido telogo
J. I. Packer diz: "No existe base lexical para a viso dos... telogos romanos e
medievais que justificar signifique ou tenha como parte de seu significado a
conotao de fazer justo por renovao espiritual subjetiva. A definio tridentina
[do Conclio de Trento] de justificao no apenas como a remisso de pecados
mas tambm a santificao e renovao do homem interior errnea" (afirmaes
de Bruce Metzger e J.I. Packer tomadas de Rosenblad e Keating, "The Salvation
Debate", 11 de maro de 1989).)
Broderick, ed., Catholic Encyclopedia, 270.
Ibid., 402.
Ibid., 585.
Ibid., 539.

Extrado do livro Os Fatos Sobre o Catolicismo Romano.

77

Em outras oportunidades j salientamos o paralelismo entre o reavivamento do "Maranata!" ("vem,


nosso Senhor!"), um novo despertar entre os cristos quanto expectativa da iminente volta de Jesus,
e o sionismo, o movimento para trazer os judeus da Dispora (Disperso) de volta para Eretz Israel (a
Terra de Israel). Esses dois importantes processos deram-se quase simultaneamente. A revista
"Christen an der Seite Israels" ("Cristos que apiam Israel") publicou uma tabela cronolgica do
retorno dos judeus sua antiga ptria:
1838: Em Viena (ustria) foi fundada "Die Einheit" ("A Unidade"), uma organizao
judaica secreta destinada a fomentar a emigrao dos judeus para a "Palestina".
1840: Lord Palmerston, o ministro do Exterior britnico, encarrega a embaixada britnica
na Turquia de interceder junto ao sulto turco pelo retorno dos judeus "Palestina".
1844: O pastor britnico Bradshaw sugere que sejam disponibilizadas considerveis
somas de dinheiro para uma nova colonizao da Terra Santa.
1849: O coronel britnico e sionista cristo George Gawler (17961869) acompanha o
filantropo judeu Sir Moses Montefiore em uma viagem Terra Santa e convence-o a
investir na reconstruo da nao judaica.
1860: Na cidade prussiana de Thorn realiza-se uma conferncia judaica. discutida a
possibilidade de fundar uma nao judaica na "Palestina".
1864: O cristo e sionista suo Henri Dunant (fundador da Cruz Vermelha) solicita a
Napoleo III e a outros chefes de Estado que apiem o retorno dos judeus Terra Santa.
1865: Aps duas visitas Terra Santa, o luterano e sionista alemo Dr. C. F. Zimpel
publica um "Chamamento a toda a Cristandade e aos Judeus em prol da Libertao de
Jerusalm".
Pouco tempo mais tarde, Zimpel escreve profeticamente: "No final, a emigrao para a
Palestina ser a nica salvao para os judeus. Eles sero odiados por todos".
1874: O filho do cristo sionista George Gawler, John Cox Gawler, d continuidade obra
de seu pai e torna pblico um detalhado e prtico projeto para a povoao de Eretz Israel
(a terra de Israel) pelos judeus.
1875: O cristo sionista Henri Dunant funda em Londres a "Palestine Colonization
Society". Seu alvo: apoiar e facilitar o retorno dos judeus a Israel.

78

1878: O homem de negcios e missionrio americano William Blackstone publica seu


livrete "Jesus Vem", no qual conclama a uma retomada da vida nacional judaica em Sio.
1881: No leste europeu, o movimento religioso-sionista "Hibbat Zion" ("Amor por Sio")
conclama emigrao judaica para a "Palestina".
1882: O judeu alemo Leo Pinsker escreve seu livro "Auto-Emancipao", onde apela aos
judeus para que iniciem uma "volta nacional para as margens do rio Jordo".
18821904: Mais de 25.000 judeus do leste europeu emigram para Eretz Israel (primeira
"ali" [imigrao]).
1884: William Hechler, cristo sionista e pastor da embaixada britnica em Viena, escreve
"A Volta dos Judeus Palestina Segundo os Profetas". Posteriormente, ele faz amizade
com Theodor Herzl, a quem aconselha e aproxima dos lderes europeus.
1896: Theodor Herzl publica seu livro "O Estado Judeu". A obra a base do sionismo
poltico e um guia para a fundao do novo Estado de Israel em 1948.
1897: Acontece o primeiro Congresso Sionista na Basilia (Sua). O sonho sionista de
Herzl apela principalmente aos judeus do leste europeu, que iniciam a dura viagem a
Israel. Convidados de honra do Congresso, alm dos 159 delegados, foram os
proeminentes sionistas cristos pastor William Hechler, Henri Dunant e o pastor luterano
alemo Dr. Johann Leptius.
O movimento religioso "Hibbat Zion" adere Organizao Sionista, de orientao secular.
1898: Aps intenso lobby do pastor William Hechler, o imperador alemo Guilherme II foi
o primeiro lder europeu a publicar um manifesto de apoio ao sionismo.
1914: Entre 1881 e 1914 mais de 60.000 judeus russos partem para Israel. Outros dois
milhes fogem para os EUA e 200.000 vo para a Inglaterra.
1917: O ministro do Exterior britnico Lord Balfour declara que a Gr-Bretanha apia
oficialmente a fundao de um "lar judeu" na "Palestina".
O presidente americano Woodrow Wilson apia a "Declarao Balfour". Ela passa a ser a
base jurdica para futuros documentos da Liga das Naes e das Naes Unidas.
A partir de 1919: Primeira onda de emigrao de judeus alemes para a "Palestina".
19361939: O oficial britnico cristo Charles Orde Wingate forma tropas de combate
judaicas na "Palestina". Sob sua liderana, elas combatem o terrorismo rabe. Por sua
postura sionista, ele transferido em 1939.
1945, 30 de abril: Suicdio de Hitler.
1945, 9 de maio: Capitulao incondicional da Alemanha. Fim da Segunda Guerra
Mundial, que dizimou aproximadamente 60 milhes de pessoas.
1948, 14 de maio: Fundao do Estado de Israel com a Declarao de Independncia
proferida por David Ben Gurion.
1949: Jerusalm torna-se novamente a capital de Israel.

79

1950: O sionista cristo Pierre von Paaschen publica o "Jewish Calling" ("Clamor Judeu"),
onde transcreve o lamento de Raquel da seguinte maneira: "Se Israel morrer, Tua Tor
ficar vazia e sem valor. O mundo no ser salvo. Se Israel for apagado da face da terra,
Tu no sers mais o Santo de Israel".
1967: Durante a Guerra dos Seis Dias, Israel conquista a Judia, a Samaria, as colinas de
Golan, a Faixa de Gaza e Jerusalm Oriental. Inmeros lugares sagrados do judasmo e do
cristianismo voltam ao domnio judeu.
A URSS rompe relaes diplomticas com Israel.
A Holanda assume a representao diplomtica israelense na Unio Sovitica, tornando-se
responsvel diante das autoridades pela emigrao dos judeus soviticos para Israel.
1971: Em uma carta dirigida ao jornal "LOsservatore Romano" do Vaticano, o telogo
catlico e sionista cristo John Oesterreicher critica a postura anti-israelense do jornal e
da igreja catlica: "Enquanto cristos e muulmanos usufruam de liberdade religiosa em
Israel sob o domnio jordaniano (19481967), os judeus eram privados desse direito. Eles
no podiam nem orar junto ao Muro das Lamentaes... No se ouviu protestos dos
cristos contra a destruio de todas as sinagogas na parte oriental de Jerusalm,
administrada pela Jordnia."
1972: A partir desse ano cresce novamente a imigrao de cidados judeus oriundos da
URSS. Na dcada de 70 chegaram aproximadamente 100.000 judeus russos a Israel.
1989: De outubro de 1989 at o final de 1999, mais de 700.000 judeus russos chegam a
Israel.
1998: O jovem Estado de Israel comemora seu 50 ano de existncia.
1999: Israel tem mais de 6 milhes de habitantes, dos quais 4,8 milhes so judeus. O
forte fluxo de imigrantes judeus do leste europeu se mantm.
Sob o ttulo "Sensacional retorno Bblia", o texto prossegue:
Depois que o imperador Constantino tornou-se cristo no ano 313 e da igreja ter perdido
a expectativa de um reino divino... somente com a Reforma voltou-se a pensar no
assunto.
Mas apenas no incio do sculo 19 essa questo voltou a despertar maior interesse. Em
1826, cinqenta telogos e leigos reuniram-se no sul da Inglaterra para orar
intensivamente e estudar a Bblia... A revista "The Morningwatch" ("A Viglia da Manh")
comeou a ser editada. As mensagens bblicas do reino messinico e do lugar de Israel
nesse reino foram redescobertas.
Vivemos em um tempo extraordinrio, no limiar para a meia-noite. O Senhor quer despertar e santificar
Sua Igreja. Em seu comentrio sobre o Evangelho de Mateus, Ernst Kruppa escreve:
Certa vez li o Novo Testamento e sublinhei com uma caneta verde todas as passagens que
falam da vinda do Senhor. No final da leitura, meu Novo Testamento estava quase todo
verde. E eu mesmo pude me certificar de que a maioria das passagens que falam da volta
de Jesus vem acompanhada de exortaes santificao diria. Isso deixou muito claro
para mim que a volta de Jesus no uma questo de nmeros e datas, mas de
santificao. A Palavra de Deus no nos ordena que faamos clculos com datas ela nos
ordena que sejamos santos.
80

Lemos na parbola das dez virgens: "Mas, meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Sa ao seu
encontro!" (Mt 25.6). Seria extenso demais tratar aqui de todos os impressionantes sinais preparatrios
do palco do fim dos tempos, que atualmente apontam para seu clmax. Nos ltimos 150-200 anos
irrompeu entre os judeus espalhados pelo mundo a idia de voltarem para sua ptria, e paralelamente
a Igreja de Jesus voltou a ter conscincia do retorno do Senhor e do arrebatamento. Nesse perodo,
sucederam-se duas guerras mundiais, acompanhadas de outros rumores de guerra (Mt 24.6).
Desde o sculo 19 os terremotos aumentaram drasticamente e, como nunca antes na Histria, hoje
temos os meios para ficar sabendo a respeito da sua ocorrncia. Os desenvolvimentos na rea da
tecnologia sucederam-se em ritmo to frentico que quase impossvel acompanh-los. Alm disso,
os pases da Europa esto com muita pressa para consolidar a sua unio.
Parece que no sculo 19 uma roda comeou repentinamente a se movimentar, que mais e mais
engrenagens se uniram e que tudo passou a girar em velocidade cada vez maior. Maranata! Jesus
est voltando! (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Extrado do revista Notcias de Israel, outubro de 2000.

81

"Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertncia nossa, de
ns outros sobre quem os fins dos sculos tm chegado" (1 Co 10.11).
Tudo o que aconteceu em e com Israel foi escrito para servir de exortao Igreja de Jesus.

Israel ontem
A eleio e escolha de Israel aconteceu nica e exclusivamente pela vontade de Deus: "Porque tu s
povo santo ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que fosses o seu povo prprio,
de todos os povos que h sobre a terra. No vos teve o Senhor afeio, nem vos escolheu porque
fsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois reis o menor de todos os povos, mas porque o
Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mo
poderosa e vos resgatou da casa da servido, do poder de Fara, rei do Egito" (Dt 7.6-8).
Deus, em Sua sabedoria e oniscincia, escolheu justamente esse pequeno povo. Ele o libertou com
mo poderosa da escravido no Egito. Em nome do Senhor, Moiss disse a Fara: "Deixa ir o meu
povo, para que me sirva" (x 9.1). Por isso Ele lhe deu tambm Sua Palavra no Sinai: "Tendes visto o
que fiz aos egpcios, como vos levei sobre asas de guia e vos cheguei a mim" (x 19.4). A tarefa
primordial de Israel era ouvir a Palavra de Deus, para poder fazer Sua vontade: "Ento, Deus falou
todas estas palavras..." (x 20.1). "Ouve, Israel..." (Dt 6.4).

Com que finalidade fomos escolhidos?


Encontramos a resposta em 1 Tessalonicenses 1.9-10: "...deixando os dolos, vos convertestes a
Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos cus o seu Filho..."
Do correto servir faz parte o correto ouvir. Por essa razo, to importante ler diariamente a Palavra
de Deus. Pois atravs dela o Senhor fala aos nossos coraes, e por meio da orao ns falamos com
Ele. Se a Palavra no tem a maior prioridade para ns, ento Jesus Cristo tambm no ocupa o
primeiro lugar em nossas vidas, e corremos grande risco de nos tornarmos escravos do esprito de
nossa poca.
A Palavra de Deus tambm precisa ter a mais absoluta primazia nas famlias dos crentes. Deus disse a
Israel: "Estas palavras que, hoje, te ordeno estaro no teu corao; tu as inculcars a teus filhos, e
delas falars assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te" (Dt 6.67). De que maneira nossos filhos podero defender-se e ser vitoriosos diante das influncias da poca
em que vivemos, se em seus pensamentos e em suas mentes no estiver gravada a Palavra de Deus?
Atravs da Palavra de Deus o Esprito Santo d foras para enfrentar o esprito que domina o mundo
ao nosso redor. Cada um de nossos filhos precisa, porm, tomar sua prpria deciso de obedecer
Palavra de Deus.

82

Aprendendo de Israel
Em Ezequiel 36 temos diante de ns o Israel de ontem, de hoje e de amanh. No versculo 16 est
escrito: "Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo". Deus falou pessoalmente a Ezequiel. Tambm ns
fazemos bem em dar ateno a essas palavras.
Continuamos lendo: "Filho do homem, quando os da casa de Israel habitavam na sua terra, eles a
contaminaram com os seus caminhos e com as suas aes; como a imundcia de uma mulher em sua
menstruao, tal era o seu caminho perante mim. Derramei, pois, o meu furor sobre eles, por causa do
sangue que derramaram sobre a terra e por causa dos seus dolos com que a contaminaram" (vv. 1718). Israel havia sido eleito e escolhido para seguir pelo caminho indicado pelo Senhor. Mas ele andou
por seus prprios caminhos e fez aquilo que achava certo segundo seu raciocnio humano. Os
israelitas colocaram-se acima da Palavra de Deus e no queriam diferenciar-se dos povos vizinhos.
Por isso tambm adotaram os dolos estranhos, mesmo sabendo que deveriam servir somente a Deus.
Seus pensamentos so expressos de uma maneira muito clara nos dias de Samuel: "...constitui-nos,
pois, agora, um rei sobre ns, para que nos governe como o tm todas as naes" (1 Sm 8.5). Essa foi
e continua sendo, at aos dias de hoje, a grande tragdia de Israel.
Como cristos renascidos somos chamados, somos "raa eleita, sacerdcio real, nao santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus", a fim proclamarmos "as virtudes daquele que" nos "chamou das
trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe 2.9). Essa a razo porque no podemos abrir-nos para o
esprito que domina tudo ao nosso redor e caracteriza a poca em que vivemos. Pelo contrrio, para
ns vale o que est escrito em Romanos 12.2: "E no vos conformeis com este sculo, mas
transformai-vos pela renovao da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradvel e
perfeita vontade de Deus".
Se bem que, por terem recebido o Esprito Santo, os crentes da Nova Aliana poderiam evitar os
mesmos erros que o povo de Israel cometeu no passado, muitos acabam caindo neles. Com muita
facilidade a vontade de Deus ignorada e deixada de lado. Mesmo nos trabalhos da igreja, muitos
deixam-se nortear por aquilo que est de acordo com a razo humana ou combina mais com os
sentimentos e as emoes, ao invs de se manterem firmes nas diretrizes claras da Palavra de Deus.
Com todo o seu ativismo, o que muitos cristos buscam satisfazer o prprio "eu". Por essa razo,
Jesus disse palavras muito duras sobre as atividades religiosas meramente humanas: "Nem todo o
que me diz: Senhor, Senhor! entrar no reino dos cus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que
est nos cus" (Mt 7.21).
Na vida de um cristo neotestamentrio ainda podem existir dolos como aqueles que o povo de Israel
adorava? Infelizmente, sim! Tudo aquilo que amamos mais do que Jesus Cristo, tudo que tem valor
superior a Ele em nossa vida, um dolo. dolos em nossas vidas podem ser nossos pais, nosso
marido ou esposa, nossos filhos. Ser que no devemos am-los? claro que sim! Mas somente
depois que Jesus tiver ocupado o primeiro lugar em nosso corao, poderemos amar nossos pais,
nossa esposa ou esposo, e nossos filhos da maneira correta. Uma bela casa, um automvel novo, uma
conta bancria polpuda e muitas outras coisas podem tornar-se dolos para ns: "...onde est o teu
tesouro, a estar tambm o teu corao" (Mt 6.21). "Ningum pode servir a dois senhores; porque ou
h de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotar a um e desprezar ao outro. No podeis
servir a Deus e s riquezas" (v. 24). Uma coisa exclui a outra.
Mas o dolo mais difundido entre os crentes a vontade prpria, e quando ela domina, o dolo est
assentado no trono. Todas as coisas passam a girar em torno dele, todos tm de fazer o que eu quero
e o que agrada a mim. Entretanto, no existe vida mais feliz e mais cheia de satisfao do que quando
buscamos exclusivamente a vontade de Deus.

De Deus no se zomba!
O povo de Israel, por no obedecer vontade de Deus, foi disperso pelo mundo todo: "Espalhei-os
entre as naes, e foram derramados pelas terras; segundo os seus caminhos e segundo os seus
feitos eu os julguei" (Ez 36.19). Tambm aqui aplica-se o que diz a Palavra: "No vos enganeis: de
Deus no se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso tambm ceifar" (Gl 6.7). Desobedincia e
indiferena para com a Palavra de Deus significam a perda da bno.
83

Em Ezequiel 36.20-21 lemos de Israel: "Em chegando s naes para onde foram, profanaram o meu
santo nome, pois deles se dizia: So estes o povo do Senhor, porm tiveram de sair da terra dele. Mas
tive compaixo do meu santo nome, que a casa de Israel profanou entre as naes para onde foi".
Tambm ns ofendemos ao Deus de amor quando no nos comportamos como salvos, quando o
nosso andar no condiz com nossa elevada vocao, e quando passamos a adaptar nosso
comportamento aos descrentes e aos seus padres: "Infiis, no compreendeis que a amizade do
mundo inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus"
(Tg 4.4). Joo alerta: "...o mundo passa, bem como a sua concupiscncia; aquele, porm, que faz a
vontade de Deus permanece eternamente" (1 Jo 2.17).

Israel hoje
O que temos observado nas ltimas dcadas em Israel e com relao a Israel s pode ser obra da
interveno divina: "Tomar-vos-ei de entre as naes, e vos congregarei de todos os pases, e vos
trarei para a vossa terra" (Ez 36.24). Por qu? "...No por amor a vs que fao isto, casa de Israel,
mas pelo meu santo nome... Lavrar-se- a terra deserta, em vez de estar desolada aos olhos de todos
os que passam. Ento, as naes que tiverem restado ao redor de vs sabero que eu, o Senhor,
reedifiquei as cidades destrudas e replantei o que estava abandonado. Eu, o Senhor, o disse e farei"
(vv. 22,34,36). O Senhor, em Sua fidelidade, comeou a cumprir essas palavras diante de nossos
olhos!

Israel amanh
O que vemos hoje em Israel apenas uma amostra, pois o Senhor diz: "Ento, aspergirei gua pura
sobre vs, e ficareis purificados; de todas as vossas imundcias e de todos os vossos dolos vos
purificarei. Dar-vos-ei corao novo e porei dentro de vs esprito novo; tirarei de vs o corao de
pedra e vos darei corao de carne. Porei dentro de vs o meu Esprito e farei que andeis nos meus
estatutos, guardeis os meus juzos e os observeis" (x 36.25-27). Pela graa e fidelidade de Deus,
Israel tem um futuro maravilhoso diante de si!
Aquilo que est reservado para Israel no futuro j pode ser realidade hoje para todos que abrirem seu
corao a Jesus. Deus d o seu perdo e o Seu Esprito com alegria a quem estiver disposto a
confessar seus pecados e a receber o Filho de Deus como seu Salvador e Senhor (veja 1 Jo 1.7-9; Tt
3.4-8). Pelo Seu Esprito, Ele deseja renovar a vida de qualquer pessoa, por mais estragada e perdida
que esteja! Ele tambm quer restaurar os crentes que se deixaram enganar pelo esprito da poca e
profanaram Seu nome.
O grande anseio de Jesus Cristo era fazer a vontade do Pai. Ele disse: "A minha comida consiste em
fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra" (Jo 4.34).

Nosso maior desejo


Deus quer ver esse mesmo anseio tambm na vida de Seus filhos, pois para isso Ele colocou o
Esprito Santo em seus coraes. Por isso, fazer continuamente a vontade de Deus deveria ser
sempre nosso maior anseio. S ento poderemos cumprir a ordem missionria (Mc 16.15-16) e seguir
o exemplo de Jesus: "Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer" (Jo
17.4).
Pelas nossas prprias foras no conseguiremos faz-lo, mas Ele prprio realiza em ns e atravs de
ns aquilo que Lhe agrada: "porque Deus quem efetua em vs tanto o querer como o realizar,
segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13). Precisamos reconhecer o quanto antes nossa prpria
incapacidade de fazer Sua vontade e nossa total dependncia dEle. O Senhor diz: "...sem mim nada
podeis fazer" (Jo 15.5).
A promessa direta de Deus a Israel : "Eu, o Senhor, o disse e o farei" (Ez 36.36). E para cada
membro da Igreja de Jesus tem validade as palavras: "Fiel o que vos chama, o qual tambm o far"
(1 Ts 5.24).

84

Temos um Senhor maravilhoso, que s planeja o melhor para cada um de Seus filhos. Tenha a
coragem de entregar-se completa e totalmente a Ele e de colocar-se inteiramente Sua disposio.
Ele quer fazer o melhor tambm por voc! (Werner Beitze - http://www.chamada.com.br)
Extrado do revista Notcias de Israel, dezembro de 2000.

85

Apesar dos surpreendentes e espantosos acontecimentos experimentados nestes dias, o maior de


todos os sinais do fim dos tempos - e, contudo, o menos enfatizado - o retorno do povo judeu
Terra Prometida e a fundao do Estado de Israel.

O testemunho de Charles Spurgeon


necessrio olharmos mais meticulosamente para o restabelecimento dessa nao luz das
profecias.
No decorrer do tempo, foi pequeno o nmero de servos do Senhor que O seguiram de todo o corao
e aos quais foi dada a capacidade de reconhecer os acontecimentos futuros.
Charles Spurgeon foi uma dessas pessoas. Antes de Israel voltar a tornar-se uma nao, quando
aparentemente era impossvel que os judeus retornassem para a Terra Prometida, Spurgeon ensinou
que isso aconteceria, exatamente como se l em Ezequiel 36 e 37:
O significado desse texto bblico, conforme o contexto revela, muito evidente. Diante do
significado dessas passagens, haver primeiro uma restaurao poltica dos judeus em
sua prpria terra e um retorno sua prpria identidade nacional. Em segundo lugar,
existe no texto e em seu contexto uma declarao muito clara de que haver uma
restaurao espiritual, uma real converso das tribos de Israel ao Senhor.
Eles havero de gozar de uma prosperidade nacional que os tornar famosos; mais ainda,
sero to gloriosos que Egito, Tiro, Grcia e Roma esquecero sua prpria glria luz do
grande esplendor do trono de Davi. Se as palavras tm significado real, este deve ser o
sentido desse captulo.
Eu jamais quero aprender a arte de distorcer o significado que Deus atribuiu s Suas
prprias palavras. Se a Bblia diz algo de maneira clara e cristalina, ento isso mesmo
que devemos entender. O sentido literal e o significado dessa passagem - que no podem
ser negados nem espiritualizados -, deixam claro para ns que tanto as duas quanto as
dez tribos de Israel sero restauradas em sua prpria terra, e que um rei governar sobre
elas.

O anelo de Israel pela paz


Analisemos o desenvolvimento progressivo que est acontecendo e que conduzir Israel a uma unio
com a "nova ordem mundial" dominada pela Europa. Apesar dos constantes conflitos, vemos Israel
procurando a paz com seus inimigos, no por terem adotado uma nova filosofia que os faz amar uns
aos outros, mas pelo anseio por uma paz negociada.
86

Muitos em Israel esto fascinados com a possibilidade de viver em paz com seus vizinhos rabes. Eles
acham que essa paz realmente poder ser alcanada. Mas a Bblia diz: "Quando andarem dizendo:
Paz e segurana, eis que lhes sobrevir repentina destruio, como vm as dores de parto que est
para dar luz; e de nenhum modo escaparo" (1 Ts 5.3).

Israel: o objeto da profecia


Fazemos bem em compreender que os sinais do final dos tempos dados pelo Senhor so
especificamente direcionados a Israel. Quando Jesus explicou os eventos dos tempos finais a Seus
discpulos juntamente com os sinais que aconteceriam antes de Sua volta, Ele endereou essas
palavras ao povo de Israel.
Temos duas caractersticas muito claras mencionadas em Mateus 24, que identificam esse povo:
1. "Ento, os que estiverem na Judia fujam para os montes" (v. 16). Isto uma referncia geogrfica,
e no diz respeito Igreja de Jesus Cristo. Se vivemos nos Estados Unidos, no Canad, na Europa, ou
em outras partes do mundo, no somos conclamados a fugir para as montanhas da Judia, pois as
palavras foram dirigidas aos "que estiverem na Judia".
2. Alm disso, Jesus est mencionando um motivo de orao: "Orai para que a vossa fuga no se d
no inverno, nem no sbado" (Mt 24.20). O sbado foi dado apenas aos judeus. Lemos nas Sagradas
Escrituras, com relao ao sbado: "Tu, pois, falars aos filhos de Israel e lhes dirs: Certamente,
guardareis os meus sbados; pois sinal entre mim e vs nas vossas geraes; para que saibais que
eu sou o SENHOR, que vos santifica" (x 31.13). Portanto, Israel o grande sinal dos tempos do fim
para os gentios e para a Igreja!

O antigo pecado de Israel


Quais os objetivos de Israel para o futuro? Hoje a nao de Israel est sendo confrontada com seu
antigo pecado, com o pecado que cometeu como nao. H quase 3500 anos o povo de Israel j
estava na Terra Prometida. Deus havia cumprido tudo o que prometera a eles com relao entrada
na terra, mas Israel recusou-se a ser o povo escolhido por Deus, negou-se a ser uma nao singular e
diferente, e deixou de fazer Sua vontade.
Deus identificou a razo mais profunda dessa rejeio ao dizer que o povo de Israel simplesmente no
queria que Deus o governasse. Eles rejeitaram abertamente as palavras de Deus ditas atravs de
Moiss: "Porque sois povo santo ao SENHOR, vosso Deus, e o SENHOR vos escolheu de todos os
povos que h sobre a face da terra, para lhe serdes seu povo prprio" (Dt 14.2). Que promessa
tremenda! Israel deveria estar acima "...de todos os povos que h sobre a face da terra".
Atravs da Histria sabemos que muitas naes tm procurado sobrepor-se a todas as outras naes.
Hoje isso muito evidente nos Estados Unidos. Os americanos consideram que os EUA so uma
nao especial. A maioria dos americanos reivindica que os Estados Unidos so a maior nao da
histria do mundo. Muitas naes antes deles cometeram o mesmo pecado, mas a poeira de suas
runas testemunha contra elas.

Uma nao santa de cristos


Quem somos ns cristos? A resposta est em 1 Pedro 2.9: "Vs, porm, sois raa eleita, sacerdcio
real, nao santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz". Ns, a Igreja de Jesus Cristo, tambm somos
um povo eleito. Somos uma gerao escolhida. Somos uma nao santa. Mas essa nao santa no
pode ser comparada ou identificada com quaisquer naes polticas, como os Estados Unidos, o
Canad, a Frana, a Inglaterra, a China ou outra nao do mundo. Essa nao santa habita entre as
naes do mundo, e cada membro dessa nao santa conhecido pessoalmente pelo prprio Senhor.

87

Tudo indica que essa nao santa est prestes a se completar, e quando isso acontecer, quando o
ltimo dos gentios for agregado Igreja, seremos arrebatados pelo nosso Senhor, para estarmos em
Sua presena por toda a eternidade!

O clamor de Israel por um rei


O anseio rebelde de Israel em tempos antigos, ao pedir um rei ao profeta Samuel para ser "como as
outras naes" (veja 1 Sm 8.5-7), no desapareceu simplesmente. Ao contrrio, ele atingiu seu clmax
1000 anos mais tarde. Em Joo 19.15 est escrito: "...No temos rei, seno Csar!" Todo o peso da
afirmao dos antepassados, refletindo o desejo de serem parte da famlia das naes, de serem
como qualquer outro povo, atingiu, ento, a realizao: "...No temos rei, seno Csar!" Israel ainda
ser confrontado com essa afirmao quando as naes da terra se ajuntarem para batalhar contra
Jerusalm!

Os passos de Israel rumo paz


Parece que a nica soluo em relao Terra Santa seguir o rumo de uma paz negociada. Apesar
dos confrontos com os palestinos, finalmente no restar outra alternativa. A possibilidade do aumento
de comrcio atravs das fronteiras dos pases muito tentadora, e no h dvida de que a economia
de Israel continuar a crescer fortemente.
Essas expectativas positivas jamais mudaro a Palavra Proftica. Jesus disse: "Eu vim em nome de
meu Pai, e no me recebeis; se outro vier em seu prprio nome, certamente, o recebereis" (Jo 5.43).
Israel est a caminho de se tornar parte integrante do ltimo imprio gentlico do mundo e aceitar o
anticristo.
Apenas quando compreendemos esses acontecimentos pelo prisma espiritual, podemos comear a
entender o que est ocorrendo no mundo poltico, econmico e religioso. Com isso em mente, iremos
compreender melhor o desenrolar dos eventos polticos no mundo de hoje. Se no tivermos
conhecimento dos resultados finais, poderemos ser facilmente levados pelo entusiasmo da falsa paz
que ser anunciada.

O anticristo: o mestre do engano


Quando a Palavra de Deus identifica a obra do anticristo, lemos em 2 Tessalonicenses 2.7-11: "Com
efeito, o mistrio da iniqidade j opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o
detm; ento, ser, de fato, revelado o inquo, a quem o Senhor Jesus matar com o sopro de sua
boca e o destruir pela manifestao de sua vinda. Ora, o aparecimento do inquo segundo a eficcia
de Satans, com todo poder, e sinais, e prodgios da mentira, e com todo engano de injustia aos que
perecem, porque no acolheram o amor da verdade para serem salvos. por este motivo, pois, que
Deus lhes manda a operao do erro, para darem crdito mentira".
Esse texto bblico deixa dois pontos bastante claros: primeiro, a obra do anticristo ser bem-sucedida
atravs do engano e, segundo, a rejeio oferta do amor de Deus (Jo 3.16) o motivo pelo qual as
pessoas crero numa mentira.
Por essa razo, mais do que nunca devemos gravar em nossas mentes e em nossos coraes aquilo
que o Senhor Jesus ensinou a Seus discpulos: " como um homem que, ausentando-se do pas,
deixa a sua casa, d autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigao, e ao porteiro ordena que
vigie. Vigiai, pois, porque no sabeis quando vir o dono da casa: se tarde, se meia-noite, se ao
cantar do galo, se pela manh; para que, vindo ele inesperadamente, no vos ache dormindo. O que,
porm, vos digo, digo a todos: vigiai!" (Mc 13.34-47). (Arno Froese - http://www.chamada.com.br)
Extrado do revista Notcias de Israel, novembro de 2000.

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Hoje, o mundo um cenrio sendo montado para a apresentao de um grande drama. Quais
preparativos j foram feitos?
O Dr. John Walvoord descreve e resume a atual situao da montagem do cenrio:
Todos os eventos histricos necessrios j aconteceram. A tendncia a um governo
mundial, iniciada com as Naes Unidas em 1946, est preparando o caminho para o
governo do fim dos tempos. O movimento da igreja mundial, formalizado em 1948, est
preparando o caminho para uma super-igreja que dominar o cenrio religioso depois que
a verdadeira Igreja for arrebatada. O espiritismo, o ocultismo, e a crena em demnios
continuar a se espalhar. O comunismo, apesar de sua filosofia atesta,... [preparou] o
mundo para uma forma final de religio mundial que exige a adorao de um ditador
totalitrio.
Israel e as naes do mundo esto sendo preparadas para o drama final. Mais importante
ainda que Israel est de volta sua terra, organizado como um Estado poltico, e
ansioso em realizar seu papel nos eventos do fim dos tempos...
A Rssia est preparada ao norte da Terra Santa para entrar no conflito do fim dos
tempos. O Egito e outros pases africanos no abandonaram seu desejo de atacar Israel a
partir do sul. A China Vermelha no leste j possui hoje um poder militar forte o suficiente
para enviar um exrcito to grande quanto o descrito no livro de Apocalipse. Todas as
naes esto preparadas para desempenhar o seu papel nas horas finais da histria.
Nosso mundo atual est bem preparado para o comeo do ltimo ato proftico que levar
ao Armagedom. Uma vez que o cenrio est montado para este clmax dramtico dos
tempos, a vinda de Cristo para os Seus deve estar muito prxima. Se j houve uma hora
em que os homens deveriam considerar seu relacionamento pessoal com Jesus Cristo,
este momento hoje. Deus est dizendo a esta gerao: Preparem-se para a vinda do
Senhor."[1]
Lembre-se de que apesar do cenrio estar montado e continuar pronto para o acontecimento dos
eventos da tribulao, no h nada que precise acontecer antes do arrebatamento da Igreja. Apesar do
arrebatamento no ter sinais e poder acontecer a qualquer momento, os vrios eventos da tribulao
devem acontecer antes que a segunda vinda de Cristo ao planeta Terra possa ocorrer. Quando
examinamos os eventos mundiais e a histria recente, vemos muitas indicaes de que as coisas
esto chegando a uma concluso. O Dr. Charles Dyer observa:
A cortina ainda no se abriu para o ltimo ato do drama divino para a era atual. As luzes
do teatro esto baixas, mas ainda assim podemos perceber movimentos atrs da cortina.
Deus est colocando o cenrio no seu lugar e deixando que os atores tomem as suas
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posies no palco mundial. Quando tudo estiver pronto, Deus permitir a abertura da
cortina.
Ao avaliarmos eventos mundiais contemporneos, queremos entender que papel eles
podem ter na montagem do cenrio para os eventos profetizados na Bblia. Ao mesmo
tempo devemos lembrar que, enquanto o mundo continua a mudar, s Deus conhece o
futuro. Devemos avaliar eventos atuais luz da Bblia, e no ao contrrio. Precisamos
conhecer e compreender as profecias da Bblia para discernir melhor o papel dos atuais
eventos mundiais.[2]
Entender os eventos mundiais e as profecias bblicas corretamente significa equilibrar a tenso entre
os dois em nossas vidas dirias. O Dr. Ed Hindson escreve sobre essa tenso:
Cada um de ns planeja sua vida como se ainda fosse viver muitos anos. Temos
responsabilidades com nossas famlias, com nossos filhos e netos, e com outras pessoas
nossa volta. Mas tambm devemos viver como se Jesus viesse a qualquer momento.
difcil para os descrentes entender a abordagem equilibrada que devemos ter do futuro.
Ns crentes no tememos o futuro porque acreditamos que Deus o controla. Mas ao
mesmo tempo, no o vemos com otimismo desenfreado.[3]
Devemos estar sempre preparados para o amanh, reconhecendo que, em ltima anlise, Deus, e
no indivduos, quem controla o futuro.
Existem salvaguardas contra a marcao de datas?
Talvez a maneira mais simples lembrar o slogan que dizemos nossa sociedade sobre abuso de
drogas: "Simplesmente diga no!" As palavras de Jesus so claras; marcar datas no parte do
estudo da profecia. A melhor maneira de evitarmos isso em nossos estudos atravs de um mtodo
de interpretao gramatical, histrica e contextual coerente, conhecido como interpretao literal. J
que o texto das Escrituras probe marcar datas, e sabemos que no h significados ocultos a serem
descobertos atravs de uma abordagem interpretativa esotrica, conclumos que medida em que
estudarmos as Escrituras no encontraremos uma abordagem que nos leve a marcar datas.
Devemos sempre observar os eventos atuais (e todos os aspectos das nossas vidas) atravs das
lentes das Escrituras. A Bblia interpreta as notcias; as notcias no interpretam a Bblia. A volta de
Jesus Cristo nossa esperana no a hora da Sua volta. No devemos ser como a criana numa
viagem de carro que fica perguntando a seu pai a toda hora, "Est perto, pai?" Ou, "Falta muito?"
Como o pai dirigindo o carro, sabemos que estamos nos aproximando, mas no podemos dizer com
certeza quo perto estamos. (Thomas Ice e Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)

1. Walvoord, Armageddon, pp. 227-28.


2. Charles H. Dyer, World News and Bible Prophecy (Wheaton, IL: Tyndale House Publishers,
1993), p. 7.

3. Ed Hindson, Final Signs (Eugene, OR: Harvest House Publishers, 1996), p. 176.
Extrado do livro A Verdade Sobre O Ano 2000 e as Previses da Volta de Cristo

90

O Anticristo trar paz ou guerra?


O Anticristo ser um lder que busca a paz e trava guerras. Na busca de paz ele ser bem-sucedido e
enganador; ao travar guerras ele ser destemido e destrutivo. O Anticristo geralmente descrito na
Bblia como um guerreiro. Suas atividades so resumidas em Daniel 9.27:
"Ele far firme aliana com muitos, por uma semana; na metade da semana, far cessar o
sacrifcio e a oferta de manjares; sobre a asa das abominaes vir o assolador, at que a
destruio, que est determinada, se derrame sobre ele."
Em Apocalipse 6.2, Joo apresenta o Anticristo ao escrever: "Vi, ento, e eis um cavalo branco e o
seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer."
Nosso mundo precisa desesperadamente de paz, pessoas sinceras de vrios contextos de vida
trabalham e oram diariamente por uma paz duradoura. Na verdade, como crentes, somos incentivados
pela Bblia a orar por paz. Ainda assim, a instabilidade poltica profunda em muitas regies do
mundo. A busca de uma paz permanente no Oriente Mdio exige muita ateno e produz muitas
manchetes; muitas vidas e carreiras foram sacrificadas na tentativa de trazer paz regio. Em ltima
anlise, no entanto, no haver paz duradoura no mundo enquanto ele no for governado por Jesus
Cristo, o Prncipe da Paz.
Quando o Anticristo emergir, ser reconhecido e aceito por causa de sua habilidade como pacificador.
Como lder da confederao multinacional, ele impor paz a Israel e ao Oriente Mdio, iniciando e
formulando um tratado de paz para Israel. O Dr. Walvoord escreve sobre essa paz:
Quando um gentio, lder de dez naes, apresentar um tratado de paz a Israel, este ser
imposto com fora superior e no como um tratado de paz negociado, ainda que
aparentemente inclua os elementos necessrios para tal acordo. Ele incluir a delimitao
das fronteiras de Israel, o estabelecimento de relaes comerciais com seus vizinhos
algo que Israel no tem atualmente, e, principalmente, oferecer proteo contra ataques
externos, o que permitir que Israel relaxe seu estado de constante alerta militar.
Tambm possvel prever que algumas tentativas sero feitas para abrir reas sagradas
de Jerusalm para todas as religies a elas relacionadas.[1]
No decorrer dos sculos, cristos e judeus fiis seguiram a exortao de Salmo 122.6 de "orar pela
paz de Jerusalm." Mas a falsa paz do Anticristo no a "paz de Jerusalm." O tratado ou aliana de
paz do Anticristo s trar uma paz temporria e superficial regio. A princpio ela poder ser eficaz e
reconfortante, mas no durar. Depois de trs anos e meio ela ser quebrada e os gritos de alegria
sero substitudos por gritos de aflio. Como todas as obras de Satans, a vitria proclamada
acabar em dor e violncia:
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Apesar dos detalhes da aliana no serem revelados na Bblia, aparentemente ela trar
grande alvio para Israel e para todo o mundo. O tempo de paz previsto nas profecias de
Ezequiel que descrevem Israel como um povo "em repouso, que vive seguro" nessa
poca (Ez 38.11). Em 1 Tessalonicenses 5.3 a frase que estar na boca do povo antes da
Grande Tribulao cair sobre eles : "Paz e segurana." ...A paz de que Israel
desfrutar por trs anos e meio se transformar tragicamente numa paz falsa e no
preldio de um tempo de angstia incomparvel, quando dois de cada trs israelitas
morrero na terra (Zacarias 13.8).[2]
Num determinado ponto, por volta da metade da Tribulao, a paz de Israel ser desafiada por
exrcitos invasores do norte (Ezequiel 38-39). Esses exrcitos atacaro Israel, desafiando a paz
estabelecida pelo Anticristo e sua autoridade. Mas Deus intervir a favor de Israel, protegendo-o e
aniquilando os exrcitos invasores (Ezequiel 38.19-39.5). Isso se realizar em parte por um terremoto
(38.19,20), em parte por confuso militar (38.21), e por uma praga acompanhada de granizo e fogo
(38.22).
Depois desse conflito e da quebra da aliana com Israel, o Anticristo se declarar lder mundial. Isso
poder ser resultado da sua vitria sobre os exrcitos invasores. O Dr. Walvoord escreve que "o lder
da confederao de dez naes se encontrar numa posio em que poder proclamar-se ditador
mundial, e aparentemente ningum ser forte o suficiente para lutar contra ele. Sem ter que lutar para
conseguir isso, ele governar o mundo como instrumento de Satans."[3] Seu poder e fora
aumentaro, assim como sua tirania, e isso resultar num desafio final da sua fora militar e poltica,
que culminar na batalha de Armagedom (Apocalipse 16.14-16). Como tantos lderes e governantes
antes dele, o Anticristo prometer paz e travar guerras. Ele entrar num conflito de conseqncias
globais um conflito definitivo do tipo "quem ganhar fica com tudo" e ser derrotado e destrudo por
Jesus Cristo (veja Salmo 2). (Thomas Ice e Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)

Notas
1. Walvoord, Major Bible Prophecies, p. 319.
2. Ibid., pp. 319, 320.
3. Ibid., p. 341.
Extrado do livro A Verdade Sobre O Anticristo e o Seu Reino.

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Quais So os Sinais do Fim da Era da Igreja?


Salvo algumas excees, a era da Igreja no um perodo de cumprimento proftico. Pelo contrrio, a
profecia ser cumprida depois do Arrebatamento, em relao ao de Deus com a nao de Israel
nos sete anos da Tribulao. A atual era da Igreja, em que os crentes vivem hoje, no tem uma
cronologia proftica especfica, como Israel e sua profecia das setenta semanas de anos (Daniel 9:1427). No entanto, o Novo Testamento d caractersticas gerais que descrevem a era da Igreja.
At mesmo profecias especficas cumpridas durante a era da Igreja esto relacionadas ao plano
proftico de Deus para Israel e no diretamente para a Igreja. Por exemplo, a destruio profetizada de
Jerusalm e seu Templo em 70 d.C. relativa a Israel (Mateus 23.28; Lucas 19.43-44; 21.20-24).
Portanto, no contraditrio que as preparaes profticas relacionadas a Israel j estejam
acontecendo com o restabelecimento de Israel como nao em 1948, apesar de ainda estarmos
vivendo na era da Igreja.
A era da Igreja no caracterizada por eventos profticos historicamente verificveis, exceto seu incio
no Dia de Pentecostes e seu fim com o Arrebatamento. Mas o rumo geral desta era foi profetizado e
pode oferecer uma viso panormica do que se pode esperar durante esta era.

Existem sinais relacionados ao plano divino do fim dos tempos para Israel?
Sim, existem muitos sinais relacionados ao programa divino do fim dos tempos para Israel. No entanto,
devemos ter cuidado com a maneira como os relacionamos a ns hoje durante a era da Igreja. J que
os crentes de hoje vivem na era da Igreja, que terminar com o Arrebatamento da Igreja, sinais
profticos relacionados a Israel no so cumpridos nos nossos dias. Ao invs disto, o que Deus est
fazendo profeticamente nos nossos dias preparando o mundo ou "montando o cenrio" para a hora
em que Ele comear Seu plano relacionado a Israel, que envolver o cumprimento dos sinais e dos
tempos. Um indicador importante de que provavelmente estamos prximos do comeo da Tribulao
o fato evidente de que a nao de Israel foi reconstituda depois de quase 2000 anos.

O que significa "montar o cenrio"?


A atual era da Igreja no uma poca em que a profecia bblica est sendo cumprida. A profecia
bblica est relacionada com um perodo depois do Arrebatamento (o perodo de sete anos da
Tribulao). Porm, isto no quer dizer que durante a atual era da Igreja, Deus no esteja preparando
o mundo para esse perodo futuro na verdade, Ele est. Mas isto no "cumprimento" especfico de
profecia bblica. Portanto, mesmo que a profecia no esteja se cumprindo na nossa poca, isto no
quer dizer que no podemos identificar "tendncias gerais" na atual preparao para a Tribulao
vindoura, principalmente porque ela acontecer logo depois do Arrebatamento. Chamamos esta
abordagem de "montagem de cenrio." Assim como muitas pessoas separam a roupa na noite anterior
para us-la no dia seguinte, Deus est preparando o mundo para o cumprimento certo da profecia no
futuro.
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O Dr. John Walvoord explica:


Mas se no h sinais para o Arrebatamento em si, quais so as fontes legtimas que levem
a crer que o Arrebatamento esteja prximo desta gerao?
A resposta no encontrada em nenhum dos eventos profticos previstos antes do
Arrebatamento mas no entendimento dos eventos que seguem ao Arrebatamento. Assim
como a histria foi preparada para a primeira vinda de Cristo, ela est sendo preparada
para os eventos que levam Sua Segunda Vinda... Sendo assim, isto leva concluso
inevitvel de que o Arrebatamento pode estar inevitavelmente prximo.[1]
A Bblia fornece profecias detalhadas sobre os sete anos da Tribulao. Na verdade, Apocalipse 4-19
oferece um esboo detalhado e ordenado dos participantes e eventos principais. Com base em
Apocalipse, o estudante da Bblia pode harmonizar as centenas de outras passagens bblicas que
falam da Tribulao num modelo claro do que ser o prximo perodo de tempo no planeta Terra. Com
esse modelo para nos guiar, podemos ver que Deus j est preparando ou montando o cenrio para o
mundo, no qual o grande drama da Tribulao se desdobrar. Assim, esse perodo futuro lana sobre
a nossa poca uma sombra de expectativa, de tal forma que os eventos atuais oferecem sinais
discernveis dos tempos. (Thomas Ice e Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)

Notas
1. John F. Walvoord, Armageddon, Oil and the Middle East Crisis, revised (Grand Rapids: Zondervan
Publishing House, 1990), p. 217.
Extrado do livro A Verdade Sobre Os Sinais dos Tempos

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O que a Bblia ensina acerca do aborto?


No Antigo Testamento, a Bblia se utiliza das mesmas palavras hebraicas para descrever os ainda no
nascidos, os bebs e as crianas. No Novo Testamento, o grego se utiliza, tambm, das mesmas
palavras para descrever crianas ainda no nascidas, os bebs e as crianas, o que indica uma
continuidade desde a concepo fase de criana, e da at a idade adulta.
A palavra grega brephos empregada com freqncia para os recm-nascidos, para os bebs e para
as crianas mais velhas (Lucas 2.12,16; 18.15; 1 Pedro 2.2). Em Atos 7.19, por exemplo, brephos
refere-se s crianas mortas por ordem de Fara. Mas em Lucas 1.41,44 a mesma palavra
empregada referindo-se a Joo Batista, enquanto ainda no havia nascido, estando no ventre de sua
me.
Aos olhos de Deus ele era indistinguvel com relao a outras crianas. O escritor bblico tambm nos
informa que Joo Batista foi cheio do Esprito Santo enquanto ainda se encontrava no ventre materno,
indicando, com isso, o inconfundvel ser (Lucas 1.15). Mesmo trs meses antes de nascer, Joo
conseguia fazer um miraculoso reconhecimento de Jesus, j presente no ventre de Maria (Lucas 1.44).
Com base nisso, encontramos a palavra grega huios significando "filho", utilizada em Lucas 1.36,
descrevendo a existncia de Joo Batista no ventre materno, antes de seu nascimento (seis meses
antes, para ser preciso).
A palavra hebraica yeled usada normalmente para se referir a filhos (ou seja, uma criana, um
menino etc.). Mas, em xodo 21.22, utilizada para se referir a um filho no ventre. Em Gnesis 25.22
a palavra yeladim (filhos) usada para se referir aos filhos de Rebeca que se empurravam enquanto
ainda no ventre materno. Em J 3.3, J usa a palavra geber para descrever sua concepo: "Foi
concebido um homem! [literalmente, foi concebida uma criana homem]". Mas a palavra geber um
substantivo hebraico normalmente utilizado para traduzir a idia de um "homem", um "macho" ou ainda
um "marido". Em J 3.11-16, J equipara a criana ainda no nascida ("crianas que nunca viram a
luz") com reis, conselheiros e prncipes.
Todos esses textos bblicos e muitos outros indicam que Deus no faz distino entre vida em
potencial e vida real, ou em delinear estgios do ser ou seja, entre uma criana ainda no nascida no
ventre materno em qualquer que seja o estgio e um recm-nascido ou uma criana. As Escrituras
pressupem reiteradamente a continuidade de uma pessoa, desde a concepo at o ser adulto. Alis,
no h qualquer palavra especial utilizada exclusivamente para descrever o ainda no nascido que
permita distingui-lo de um recm-nascido, no tocante a ser e com referncia a seu valor pessoal.
E ainda, o prprio Deus se relaciona com pessoas ainda no nascidas. No Salmo 139.16, o salmista
diz com referncia a Deus: "Os teus olhos me viram a substncia ainda informe". O autor se utiliza
da palavra golem, traduzida como "substncia", para descrever-se a si mesmo enquanto ainda no
ventre materno. Ele se utiliza desse termo para se referir ao cuidado pessoal de Deus por ele mesmo
durante a primeira parte de seu estado embrionrio (desde a nidao at as primeiras semanas de
vida), o estado antes do feto estar fisicamente "formado" numa miniatura de ser humano. Sabemos
hoje que o embrio "informe" durante apenas quatro ou cinco semanas. Em outras palavras, mesmo
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na fase de gestao da "substncia ainda informe" (0-4 semanas), Deus diz que Ele se importa com a
criana e a est moldando (Salmo 139.13-16).
Outros textos da Bblia tambm indicam que Deus se relaciona com o feto como pessoa. J 31.15 diz:
"Aquele que me formou no ventre materno, no os fez tambm a eles? Ou no o mesmo que
nos formou na madre?"
Em J 10.8,11 lemos: "As tuas mos me plasmaram e me aperfeioaram... De pele e carne me
vestiste e de ossos e tendes me entreteceste".
O Salmo 78.5-6 revela o cuidado de Deus com os "filhos que ainda ho de nascer".
O Salmo 139.13-16 afirma: "Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha me.
Graas te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste... Os meus
ossos no te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e entretecido como nas
profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substncia ainda informe".
Esses textos bblicos revelam os pronomes pessoais que so utilizados para descrever o
relacionamento entre Deus e os que esto no ventre materno.
Esses versculos e outros (Jeremias 1.5; Glatas 1.15, 16; Isaas 49.1,5) demonstram que Deus
enxerga os que ainda no nasceram e se encontram no ventre materno como pessoas. No h outra
concluso possvel. Precisamos concordar com o telogo John Frame: "No h nada nas Escrituras
que possa sugerir, ainda que remotamente, que uma criana ainda no nascida seja qualquer coisa
menos que uma pessoa humana, a partir do momento da concepo".[1]
luz do acima exposto, precisamos concluir que esses textos das Escrituras demonstram que a vida
humana pertence a Deus, e no a ns, e que, por isso, probem o aborto. A Bblia ensina que, em
ltima anlise, as pessoas pertencem a Deus porque todos os homens foram criados por Ele.

E se voc j fez um aborto?


Voc j fez um aborto? Onde quer que se encontre, queremos que voc saiba que o perdo genuno e
a paz interior so possveis, e que uma verdadeira libertao do passado pode ser experimentada.
Deus um Deus perdoador:
"Porm tu [s]... Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em
bondade" (Neemias 9.17b).
"Pois tu, SENHOR, s bom e compassivo; abundante em benignidade para com todos os que te
invocam" (Salmo 86.5).
Alis, Deus no apenas perdoa, Ele, de fato, "esquece":
"Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgresses por amor de mim, e dos teus pecados
no me lembro" (Isaas 43.25).
Voc poder encontrar perdo agora mesmo simplesmente colocando sua confiana em Jesus Cristo.
Voc pode confiar nEle, virando as costas para os caminhos que voc tem seguido, reconhecendo e
confessando seus pecados a Ele, e voltando-se para Cristo com a confiana de que atravs do Seu
poder, Ele haver de lhe conceder perdo e uma nova vida. Se voc deseja ter seus pecados
perdoados, se deseja estar livre da culpa, se quer ter nova vida em Cristo, se quer conhecer a Deus, e
se voc sabe que amada por Ele, sugerimos a seguinte orao:
Querido Deus, eu confesso o meu pecado. Meu aborto foi coisa errada e eu agora venho
Tua presena em busca de perdo e de purificao. Peo que no apenas me perdoes esse
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pecado, mas que me perdoes todos os pecados de minha vida. Eu aceito que Jesus Cristo
Deus, que Ele morreu na cruz para pagar a penalidade pelos meus pecados, que
ressuscitou ao terceiro dia, e que est vivo hoje. Eu O recebo agora como meu Senhor e
Salvador. Eu agora aceito o perdo que Tu providenciaste gratuitamente na cruz e que me
prometeste na Bblia. Torna o teu perdo real para mim. Eu peo isso em nome de Jesus.
Amm.
(John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)
Tornar-se um cristo inclui um compromisso srio. Passe a freqentar uma igreja onde Cristo
honrado e escreva-nos se desejar maiores esclarecimentos.
Notas

1. Paul Fowler, Abortion: Toward an Evangelical Consensus (Portland, OR: Multnomah Press,
1987), p. 147.

Extrado do livro Os Fatos Sobre o Aborto.

97

1. As experincias msticas da Nova Era so, na verdade, armadilhas


espirituais?
Existe hoje grande confuso na rea dos fenmenos psquicos, experincias msticas, e ocultismo.
Todos eles so vistos como bons, progressistas e de origem divina; devendo, no futuro, fazer parte do
aspecto natural e normal da evoluo ou potencial humano. Essas so atividades tidas no s como
"boas", mas tambm "seguras". No geral, as realidades danosas s so percebidas tarde demais,
porque a nossa sociedade rejeita a idia de poderes demonacos que enganam deliberadamente sob
um disfarce de "bondade".
As pessoas da Nova Era no tm idia de que as suas novas prticas espirituais possam lev-las ao
envolvimento com demnios. Por exemplo, Johanna Michaelsen acreditou que estava servindo a Deus
e a Jesus trabalhando com um cirurgio medinico. No incio, ela sentia grande alegria e paz mediante
as prticas da Nova Era. Seu esprito-guia chegou a afirmar ser Jesus. No processo de se tornar crist,
ela descobriu, porm, que o esprito-guia a enganara deliberadamente e era um demnio. Ela
relembra: "Raiva demonaca assassina foi a reao do esprito minha provvel deciso de aceitar a
Jesus Cristo de Nazar como Ele , em vez de como eu estava pensando que Ele fosse".[1]
Doreen Irvine compreendeu a mesma verdade. Como feiticeira praticante, que usava poderes
psquicos, ela cria que tais coisas simplesmente faziam parte do "potencial humano" de qualquer
pessoa. Certo dia, descobriu que o verdadeiro poder vinha dos espritos malignos. Percebeu enfim que
eles habitavam realmente nela algo que nunca imaginara. Ela observa: "Os demnios no me eram
estranhos. Eu no os chamara muitas vezes para ajudar-me nos rituais de feitiaria e satanismo?
Agora, pela primeira vez, sabia que esses demnios estavam dentro de mim e no fora. Foi uma
revelao espantosa... eles na verdade me controlavam".[2]
Finalmente, o mdium Raphael Gasson disse que seus auxiliares espirituais tentaram mat-lo quando
ele decidiu deix-los e aceitar Jesus Cristo. Ele declara: "Como ex-ministro espiritualista e mdium
ativo, posso dizer que na poca em que participei do Movimento, cria realmente que esses espritos
eram de mortos e que era meu dever pregar isso a todos com quem entrava diariamente em contato.
Tinha o desejo sincero de fazer com que a humanidade aceitasse essa verdade gloriosa e se
alegrasse no conhecimento de que a morte no existe".[3] Todavia, Gasson continua, dizendo que seu
prprio esprito-guia "tentou matar-me quando se tornou evidente que estava pronto a denunciar o
espiritualismo".[4]
Com base nisso, podemos ver que, pelo menos inicialmente, o convertido Nova Era pode desfrutar
de inmeras experincias excitantes e agradveis. isso que os espritos desejam, pois isso leva as
pessoas a se aprofundarem mais na filosofia e prticas da Nova Era. Mas, uma vez que o indivduo foi
realmente "fisgado", o quadro pode mudar drasticamente. O que os adeptos da Nova Era devem
considerar que eles prprios podem fazer parte de uma vigarice espiritual. Se um estelionatrio for
suficientemente hbil, a vtima pode entregar-lhe alegremente toda a sua poupana. Ela s descobre a
sua perda quando j tarde demais. Os membros da Nova Era entregam confiantes as suas mentes e
98

corpos a seres espirituais que mal conhecem. Se esses espritos forem demnios, quais sero as
conseqncias lgicas, a seu ver?

2. A Bblia diz alguma coisa sobre os ensinos e prticas do Movimento da Nova


Era?
A Bblia tem muito a dizer sobre as prticas e ensinamentos da Nova Era. Especificamente, a Bblia
ensina que o espiritismo e outras prticas ocultistas do Movimento da Nova Era desagradam a Deus,
atraindo o Seu juzo. Por exemplo:
xodo 20.3,5 (comp. Sl 96.4) "No ters outros deuses diante de mim... No [os] adorars, nem
lhes dars culto..."
Deuteronmio 18.10-12 (comp. 2 Cr 33.6) "No se achar entre ti... adivinhador, nem
prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mgico,
nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal cousa abominao ao Senhor..."
1 Corntios 10.20 (comp. Sl 106.34-40) "As cousas que eles sacrificam, a demnios... e no a
Deus; e eu no quero que vos torneis associados aos demnios".
Em essncia, nesses versculos, a Bblia est condenando qualquer envolvimento com espritos ou
demnios.
Os ensinamentos pantestas do Movimento da Nova Era so rejeitados pelas Escrituras. A Bblia
ensina que o Deus infinito e eterno criou um Universo finito do nada (Gn 1.1; Ne 9.6; Sl 33.9; 148.5; Hb
11.3) e que esse tanto real quanto bom (Gn 1.31). Deus no "um" com o Universo (Is 45.18,22).
Ele separado e superior a ele.
A Bblia ensina que tanto a sabedoria como o conhecimento no so dados por meios msticos (Pv 1; 1
Tm 4.10-16; 2 Tm 2.14; 3.14), e rejeita a idia da Nova Era de que o chamado conhecimento "superior"
alcanado nos estados msticos de conscincia. O conhecimento revelado de Deus e a verdade
espiritual vm do prprio Deus que a Verdade, que "no pode mentir" (Jo 14.6; Tt 1.2), atravs de
revelao divina verificvel (2 Tm 3.16-17), e no por imitaes espritas que fornecem falsas
informaes (1 Tm 4.1; 1 Jo 4.1).
A Bblia ensina uma moralidade absoluta baseada no carter de Deus e na Sua Palavra revelada (1 Jo
1.5; 2.29; 3.4). Isso rejeita o ensinamento do Movimento da Nova Era de moralidade baseada na
preferncia pessoal, que pode levar a uma abordagem potencialmente destrutiva para a vida e tica
pessoais.
Com respeito ao conhecimento de Deus, a Bblia ensina que Deus infinito (1 Rs 8.27; 1 Tm 6.15-16),
pessoal (Is 43.10-13; 44.6-9), amoroso (1 Jo 4.8), santo e imutvel (Sl 55.19; Ml 3.6; Hb 13.8; Tg 1.17).
Por outro lado, o Movimento da Nova Era ensina que Deus impessoal e, portanto, deve ser
mencionado como sendo a "Fora" dos filmes "Guerra nas Estrelas". O Deus do Movimento da Nova
Era no pode amar, no santo e no pode pensar, nem ter misericrdia. "Ele" (fora impessoal)
apenas existe.
A Bblia ensina que Cristo tinha uma natureza especial como a nica encarnao de Deus e Salvador
do mundo (Jo 3.16,18; Fp 2.1-8; 1 Jo 2.2). Ele vai voltar visvel e pessoalmente (Mt 24.29-39; At 1.11).
A Bblia rejeita o ensinamento do Movimento da Nova Era de que Jesus era apenas um mestre
iluminado ou esprito-guia.
A Bblia ensina que o pecado real (1 Jo 1.8-10), que ele separa o indivduo de Deus (Is 59.2; Ap
20.12-15), e que Cristo morreu para perdoar os pecados da humanidade (Jo 3.16; 1 Pe 2.24). Isso
contrasta com o Movimento da Nova Era que ensina que o pecado uma iluso (ou simples ignorncia
da nossa perfeio) e que Cristo no morreu pelo pecado, mas apenas revelou o caminho para uma
conscincia superior.
99

Na Bblia, a salvao ocorre quando o homem se arrepende e recebe pela f a proviso de Cristo para
o seu pecado. A salvao um dom gratuito instantneo, recebido pela graa atravs da f na morte
sacrificial de Jesus Cristo (Rm 11.6; Ef 2.8-9; Jo 6.47; 1 Jo 2.25; 5.13). Isso rejeita a idia do
Movimento da Nova Era de que a salvao ("iluminao") um processo demorado de percepo da
nossa prpria divindade.
Para eles, a salvao no um dom, sendo ento obtida pelo esforo e mrito pessoais, como na
meditao da ioga. A Bblia ensina que o cu ou o inferno reais so o destino de todos os indivduos
depois desta vida (Mt 25.46; Fl 3.20-21; Hb 9.27; Ap 20.10-15; 21.1-22.5). Isso rejeita o ensino do
Movimento da Nova Era da reencarnao atravs de um nmero infindvel de vidas. Assim sendo, a
Bblia e o Movimento da Nova Era discordam em diversas crenas bsicas sobre Deus, salvao e
vida espiritual. (John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)

Notas
1.
2.
3.
4.

Johanna Michaelsen, The Beautiful Side of Evil (Eugene, OR: Harvest House, 1982), p. 148.
Doreen Irvine, Freed From Witchcraft (Nashville, TN: Thomas Nelson, 1973), pp. 123-126.
Raphael Gasson, The Challenging Counterfeit (Plainfield, NJ: Logos, 1970), p. 36.
Ibid., p. 83.

Extrado do livro Os Fatos Sobre o Movimento da Nova Era.

100

Atualmente esto em voga nos EUA (com reflexos para quase todo o mundo N.R.) conferncias e
programas de TV amplamente divulgados onde "especialistas" alegam estar examinando as evidncias
para descobrirem quem Jesus realmente era. No programa de entrevistas Larry King Live foi debatido
h algum tempo o tema "Quem Jesus?" Pouco antes, Peter Jennings apresentou um outro especial
com o ttulo "Em Busca de Jesus".
As universidades americanas tambm vm se envolvendo no assunto h alguns anos. Um simpsio
chamado "Jesus em 2000" foi realizado na Universidade Estadual do Oregon e transmitido ao vivo
para todos os Estados Unidos, com o objetivo de "explorar o que os especialistas tm a dizer sobre o
homem descrito como mstico, curandeiro e Filho de Deus". Segundo a publicidade feita, os
debatedores eram "seis dos mais renomados eruditos em religio do mundo..." Essa mesma
universidade tambm produziu um programa para o qual convidou outros "eruditos" para oferecerem
uma "nova imagem de Deus para o sculo XXI" como se Deus fosse um mito que criamos para nos
dar uma falsa sensao de conforto e como se o homem precisasse de um novo "deus" que tenha um
apelo mais moderno.

Uma Revelao Especial Para os Eruditos?


possvel sentirmos que h um certo elitismo na implicao de que os eruditos so capazes de
conhecer Jesus melhor do que ns, que no temos as mesmas "qualificaes". Por acaso Deus
parcial e se revela de modo diferente para os que tiveram acesso educao superior? Esses
"especialistas" nunca so apresentados como servos humildes de Cristo, que conhecem o Senhor e
esto vivendo em obedincia Sua Palavra. Ao invs disso, a nfase recai sobre sua formao
acadmica. Seus ttulos de PhD so usados como uma espcie de "permisso especial" para revisar,
aviltar, contradizer e questionar a Palavra de Deus.
O Senhor no se impressiona com as credenciais acadmicas deste mundo. Como trgico quando a
Igreja chega ao ponto de valorizar tanto a sabedoria mundana que as escolas crists, e at os
seminrios, acabam comprometendo a verdade para poderem receber algum crdito dos inimigos da
cruz. Os critrios usados por Deus so bastante distintos.
Enquanto no meio secular um alto nvel de escolaridade pode ser algo benfico, isso no tem relao
alguma com se conhecer, obedecer e agradar ao Senhor. Abrao, que foi chamado "amigo de Deus"
(Tg 2.23), no era um erudito. Na verdade, a sabedoria deste mundo um empecilho para se conhecer
a Deus e as coisas reveladas pelo Esprito Santo. Paulo escreveu: "...aprouve a Deus salvar os que
crem pela loucura da pregao ...ns pregamos a Cristo crucificado ...loucura para os gentios
...Porque a sabedoria deste mundo loucura diante de Deus ...a fim de que ningum se vanglorie na
presena de Deus" (1 Co 1.19-29; 3.19).

101

Jesus disse: "Em verdade vos digo que, se no vos converterdes e no vos tornardes como crianas,
de modo algum entrareis no reino dos cus" (Mt 18.3). "Naquela hora, exultou Jesus no Esprito Santo
e exclamou: Graas te dou, Pai, Senhor do cu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sbios
e instrudos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado" (Lc 10.21).
Tudo aquilo que caracteriza os "eruditos de boa formao" ope-se atitude que devemos ter em
nossa humilde caminhada com o Senhor.
Deus declara: "habito... com o contrito e abatido de esprito... eis para quem olharei: para o pobre
[humilde] ...que treme da minha palavra" (Is 57.15; 66.2). Mas os "eruditos da Bblia", como os do
Jesus Seminar (um grupo de telogos liberais formado nos EUA para discutir a veracidade das
palavras de Jesus nos Evangelhos N.T.), entre outros aos quais a mdia recorre devido ao seu
suposto conhecimento de Deus e de Cristo, esto muito longe de tremer diante da Palavra de Deus.
Quando so solicitados a dar sua opinio sobre Deus e Cristo, eles colocam a si mesmos como juzes
da Bblia, como se tivessem autoridade para destrinch-la.
Durante esse processo eles violam o bom-senso, tentando impor suas idias pr-concebidas na sua
leitura do texto bblico. O que esses eruditos fazem nunca seria aceito num tribunal de justia. Apesar
de terem nascido mais de 1900 anos depois da ocorrncia dos fatos, eles tm a audcia de contradizer
os relatos das testemunhas oculares mas mesmo assim milhes de pessoas os levam a srio,
fazendo-os se sentirem capazes de reinventar a histria e o passado. Ao contemplar tal situao,
lembro-me da expresso satrica que era sussurrada nos tempos da Cortina de Ferro: "A Unio
Sovitica o nico pas com um passado imprevisvel".

Um Deus Sem Poder


Caso esses "experts" realmente acreditem em um deus, ele no faz milagres. Por isso eles dizem que
o Mar Vermelho no poderia se abrir para que os israelitas atravessassem em terra seca, que as
muralhas de Jeric no poderiam ter cado como relatou Josu (que estava l e viu aquilo acontecer),
que Jesus no poderia ter literalmente caminhado sobre a gua, curado os doentes, ressuscitado
pessoas, alimentado 5.000 com alguns pes e peixes, morrido por nossos pecados e ressurgido dentre
os mortos (deve haver alguma outra explicao para a sepultura vazia!). Tal incredulidade
televisionada para o mundo inteiro como sendo a verdade, enquanto aqueles que podem provar a
veracidade da Bblia raramente tm oportunidade de expressar suas opinies. Como resultado,
milhes de pessoas passam a acreditar que a Bblia uma coleo de mitos, como afirmam os
apresentadores de TV.
Esses simpsios altamente prestigiados, transmitidos pelo rdio, pela televiso e divulgados na mdia
impressa, exploram novas idias sobre Deus e Cristo para o homem moderno. Considerando o grande
entusiasmo com que a srie de livros sobre Harry Potter foi recebida, os eruditos parecem estar em
sintonia com o tempo em que vivemos. Um novo mito, aceitvel por todos, poderia dar sustentao a
uma nova religio mundial que unificaria o mundo algo que Jesus no tentou fazer. Cristo no veio
para "dar paz terra... antes, diviso" (Lc 12.51).

A Religio da Unificao
Os povos da terra, entretanto, querem um homem que seja capaz de trazer paz e unidade. Quem
conseguiria tal feito seno o Anticristo, como a Bblia prev? Jesus disse aos judeus: "Eu vim em nome
de meu Pai, e no me recebeis; se outro vier em seu prprio nome, certamente, o recebereis" (Jo
5.43). Essas conferncias conduzidas por "especialistas em Bblia" e os especiais exibidos pelas
emissoras de TV serviro apenas para preparar o mundo para o "homem da iniqidade".

A Influncia do Cristianismo
Numa discusso realizada na internet depois de um programa de tom humanista e ctico apresentado
na TV, algum perguntou: "Por que os rabinos e as autoridades romanas no mostraram o corpo de
Jesus, se Ele continuava morto?" O apresentador respondeu: "Eu confesso que esse assunto muito
complicado de entender..." Mas esse o cerne do cristianismo! Como um programa de TV poderia
hipoteticamente falar sobre Jesus e minimizar a ressurreio? O apresentador enfatizou o impacto
102

positivo que Jesus, Seus exemplos e ensinamentos tiveram sobre o mundo. Porm, se os primeiros
seguidores de Jesus Cristo eram mentirosos e tentaram fazer com que um homem que estava morto
parecesse estar vivo, que tipo de influncia essa? Ele tratou do assunto com evasivas, dizendo: "a
questo da ressurreio talvez seja a mais delicada de todas elas".
O mesmo apresentador afirmou que quase todos os entrevistados em seu programa eram cristos. O
ttulo de "cristo" foi usado apenas para designar os discpulos de Cristo (At 11.26). Para ser um
cristo a pessoa precisa ser um discpulo/seguidor de Cristo, crer nEle e obedecer aos Seus
ensinamentos. Os eruditos alegam que o Novo Testamento no preciso, portanto, no podemos ter
certeza de quem Jesus realmente era, o que Ele fez e o que ensinou. Se esse o caso, usar o ttulo
de "cristo" tanto falso quanto tolice. Como uma pessoa pode ser um seguidor de algum sobre o
qual no h um registro preciso de quem era, do que disse e o que fez?
O apresentador ainda afirmou que a "busca por Jesus" foi "uma das experincias mais enriquecedoras
de minha vida como jornalista... quando tive a oportunidade de ir em busca daquilo que possvel
saber sobre Jesus, o homem". Mesmo assim essa "busca" substituiu os registros de testemunhas
oculares por meras especulaes. Perguntado por que acreditava que os Evangelhos foram escritos
numa data posterior, o jornalista respondeu: "Baseamo-nos nos historiadores e eruditos". No, ele se
baseou em alguns "especialistas" que no acreditam na veracidade da Bblia, ignorando multides de
outros que so igualmente qualificados e poderiam provar que ela verdadeira.

Abordagem Tendenciosa
Ele tambm foi questionado sobre o porqu de seu programa ter sido "to tendencioso em favorecer
aqueles que rejeitam a preciso histrica da narrativa nos Evangelhos" (at mesmo o padre catlico
presente era ctico quanto a isso) e por que apresentou mais especulaes do que fatos". Sua
resposta foi: "para aqueles que interpretam os Evangelhos literalmente... o que existe de mais
poderoso neles precisamente o fato de que, por exemplo, a narrativa do nascimento de Jesus...
comprova as profecias e mostra que ele era o Messias". Mas ele nunca explicou porque ignorou essa
prova na TV.
Um dos especialistas convidados (John Dominic Crossan, "o mais famoso especialista em Jesus do
mundo" e co-fundador do Jesus Seminar) foi perguntado porque o programa "no teve a presena de
mais eruditos conservadores". Ele desculpou-se, dizendo que: "ns sempre damos ouvidos ao outro
lado [o conservador]". Isso no verdade, pois escutamos muito mais o lado dele, que afirma que os
Evangelhos so "uma histria cheia de metforas e no um evento histrico" e que os primeiros
cristos "no permitiram que a morte [de Cristo] desse fim ao seu movimento... mas insistiram
[falsamente] que Deus havia vindicado a Jesus ao ressuscit-lo dos mortos".
Crossan foi perguntado porque no deu ateno ao encontro do Cristo ressurreto com Saulo de Tarso,
que levou converso deste, fazendo com que deixasse de ser um perseguidor da Igreja e se
tornasse seu principal apstolo. Ele tentou responder essa pergunta evasivamente, admitindo que os
eruditos do Jesus Seminar no tm uma opinio unnime e que suas concluses foram decididas por
votao. isso que eles chamam de "erudio"?
O ceticismo vlido apenas para evitar que uma pessoa seja enganada por uma fraude. As seitas
crescem apenas porque as multides esto dispostas a seguir um lder religioso autoritrio (apesar de
seus ensinos e profecias falsos que contradizem diretamente o que a Bblia ensina). Pessoas como
Joseph Smith, Mary Baker Eddy, as Testemunhas de Jeov, o papa ou Maom, e qualquer um que
diga ser o nico detentor da verdade, so exemplos disso. Contudo, qualquer pessoa racional deveria
exigir evidncias slidas antes de confiar o seu destino eterno a uma crena religiosa.

A Supremacia da Bblia
A Bblia prova sua validade com fatos e eventos reais da histria que foram profetizados milhares de
anos antes de ocorrerem, um cumprimento que o mundo pde testemunhar. O mesmo no pode ser
dito do Coro, dos Vedas hindus, das palavras de Buda ou Confcio, do Livro de Mrmon ou de
qualquer outro escrito religioso. Irvin H. Linton expressou isso em seu livro A Lawyer Examines the
103

Bible (Um Advogado Examina a Bblia): "duvidar no pecado, mas satisfazer-se em continuar tendo
dvidas enquanto Deus providenciou tantas provas infalveis para solucion-las, [pecado]..."
Esses eruditos do a impresso de que nenhuma pessoa, com um mnimo de inteligncia, pode crer
na Bblia. Pelo contrrio, muitos dos maiores intelectuais da histria (alguns dos quais fariam os
"experts" de hoje parecerem tolos) afirmaram que a Bblia oferece provas concretas de tudo aquilo que
afirma. Foi o que testemunhou Daniel Webster, que certamente pode ser considerado uma das mentes
mais brilhantes dos ltimos sculos: ele cria no nascimento virginal de Jesus, em Sua divindade, em
Seus milagres, na Sua morte vicria pelos nossos pecados e em Sua ressurreio.
Ningum mais capacitado a examinar as evidncias do que aqueles que exercem profisses
relacionadas com a lei e os aspectos legais e a maioria dos mais famosos advogados, juzes e
criminologistas humildemente reconheceu que a Palavra de Deus verdadeira, dando testemunho de
f em Jesus Cristo, baseando-se nas evidncias que eles prprios examinaram criticamente. Entre
eles estava Sir Robert Anderson, chefe da Diviso de Investigaes da Scotland Yard. inegvel que
ele foi um dos maiores investigadores de todos os tempos. Os livros que escreveu tornaram-se
clssicos, especialmente The Coming Prince (O Prncipe Vindouro). Essa obra prova que Cristo
cumpriu a incrvel profecia de Daniel 9, que descrevia o dia em que o Messias entraria em Jerusalm
montado num jumentinho e seria exaltado, mas quatro dias depois seria crucificado. Seu outro livro,
Daniel in the Critics Den (Daniel na Cova dos Crticos), confronta as tentativas dos crticos em
desacreditar as profecias do livro de Daniel que validam a Bblia.
Lord Caldecote, ministro da Justia da Inglaterra, declarou: "...o Novo Testamento... daria um caso
tremendo... se considerarmos apenas as evidncias, pois os fatos nele contidos... [incluem] a
ressurreio..." Lord Lyndhurst, um dos maiores conhecedores de legislao da Inglaterra, disse: "Eu
sei muito bem o que uma evidncia e posso assegurar que as evidncias da ressurreio
permanecem inquestionveis at hoje". O professor Thomas Arnold, um renomado historiador ingls,
afirmou: "No conheo outro fato na histria da humanidade que possa ser comprovado com qualquer
evidncia maior e melhor... do que Cristo ter morrido e ressuscitado dentre os mortos".
Da mesma forma, Simon Greenleaf, co-fundador da Escola de Direito de Harvard (que foi "a maior
autoridade nas cortes americanas", de acordo com Fuller, presidente da Suprema Corte de Justia dos
EUA), depois de examinar exaustivamente as evidncias, aceitou Jesus como Salvador. Greenleaf
escreveu Testimony of the Evangelists (Testemunho dos Evangelistas), no qual declara que a Bblia
pode ser submetida a qualquer teste de evidncias que poderia ser exigido numa corte de justia e
desafia seus companheiros especialistas em Direito a examin-la de maneira honesta.

Mrtires da Verdade
Muitos religiosos zelosos morreram como mrtires mas o martrio dos apstolos foi nico. Eles no
morreram apenas por seu amor e lealdade a Cristo, mas por testificar dos fatos que so a base do
cristianismo: o nascimento virginal de Cristo, Sua divindade, Seus milagres, Sua vida sem
pecado, Sua morte pelos nossos pecados e Sua ressurreio. Ningum tolo o bastante para
morrer por aquilo que sabe ser uma mentira. Todos os apstolos tiveram mortes horrveis, mas
nenhum deles pediu para ser poupado da pena negando seu testemunho sobre Cristo.
Poderamos citar ainda uma multido dos mais eminentes eruditos, cientistas, historiadores e
advogados que confirmaram as declaraes citadas ao afirmar, baseados num exame minucioso, que
cada uma das palavras da Bblia verdadeira. Por que os especiais de TV, filmes, conferncias e
simpsios que procuram "o Jesus histrico", no chamam essas testemunhas para mostrar as
inegveis evidncias da veracidade da Bblia? Ser que eles realmente esto preocupados com a
verdade?

A Importncia da Ressurreio
Paulo argumentou corretamente que, se Cristo no ressuscitou dentre os mortos, ele e os outros
apstolos eram mentirosos. Esses supostos "eruditos" esto afirmando que os apstolos eram
mentirosos, mas que aquilo que ensinavam com sua mentira era to bom que mudou o mundo para
104

melhor. Isso no faz sentido. Como podem mentiras ser o fundamento para a maior influncia positiva
na histria?
Sim, "a maior histria de todo os tempos" totalmente verdadeira. Devemos nos convencer disso no
s emocionalmente, mas tambm baseados na slida evidncia que Deus graciosamente nos deu em
Sua Palavra. Ns, como verdadeiros discpulos de Cristo, temos a obrigao de ensinar isso em
nossas igrejas, escolas e lares. Precisamos tambm usar essas evidncias em nossa proclamao do
Evangelho, oferecendo queles que ganhamos para Cristo uma base slida para a f. necessrio
que "examinemos as Escrituras" todos os dias, para crescermos em Sua graa, no amor e no
conhecimento de Sua Palavra, comunicando, no poder do Esprito Santo, essa inegvel verdade aos
outros. (TBC 8/2000)(Dave Hunt - http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, agosto de 2001.

105

O Que o Templo dos ltimos Dias?


Em 1989, a revista Time publicou um artigo intitulado "Tempo para um Novo Templo?" em que relatava
o desejo crescente de muitos judeus devotos de verem um novo templo construdo no Monte do
Templo em Jerusalm. O correspondente comeou escrevendo:
"Que a Tua vontade seja a rpida reconstruo do Templo em nossos dias..." Esse pedido
a Deus, recitado trs vezes ao dia nas oraes judaicas, expressa um desejo que faz do
Monte do Templo em Jerusalm os 35 acres potencialmente mais instveis do mundo.[1]
Nos anos que se seguiram a esse artigo, nada diminuiu o desejo de reconstruir o templo. Na verdade,
a expectativa e os preparativos continuam a crescer. O apoio do pblico israelense para a
reconstruo do templo, antes fraco, est aumentando gradativamente. A tenso no Oriente Mdio
continua alta e os problemas religiosos e polticos da regio continuam nas manchetes em todo o
mundo. Mas, mesmo nestes tempos turbulentos, os ativistas do Movimento do Templo continuam a
intensificar seus esforos.
Os esforos da poltica, da diplomacia, da religio e da cultura convergem todos para o Monte do
Templo provavelmente o terreno mais disputado da terra. Uma das tenses mais importantes entre
judeus e muulmanos a de que uma mesquita muulmana, o Domo da Rocha, foi construda no local
do templo em Jerusalm. O ativismo em torno do templo tem provocado preocupao e conflito
internacional e continua sendo um pavio curto que pode detonar a prxima guerra mundial. No
existem solues fceis ou simples nesse complexo drama internacional e h muita retrica.
O lder dos Fiis do Monte do Templo, Dr. Gershon Salomon, que um dos defensores mais
conhecidos e declarados de um templo reconstrudo, afirma:
Eu creio que essa a vontade de Deus. Ele [o Domo da Rocha] deve ser retirado.
Devemos, como sabem, remov-lo. E hoje temos todo o equipamento para fazer isso,
pedra por pedra, cuidadosamente, embalando-o e enviando-o de volta para Meca, o lugar
de onde veio.[2]
Afirmaes tais como essa esto carregadas de emoo e so defendidas com convico. Qualquer
atividade relativa ao Monte do Templo certamente criar o caos e trar reprovao de uma ou mais
entidades religiosas ou polticas envolvidas.
No entanto, o sonho de reconstruir o templo realista e biblicamente correto; um dia ele se realizar. A
Bblia ensina explicitamente que a reconstruo se tornar realidade. Mas a alegria ser passageira e
a adorao ser interrompida. Como veremos atravs de alguns tpicos da histria e da Bblia, o novo

106

templo no ser nem o primeiro nem o ltimo a ser erguido. Sua construo certa, mas os dias
turbulentos que a acompanharo tambm.

Quais so os planos e os preparativos para o prximo templo de Israel?


Muitos planos esto sendo feitos para a reconstruo do templo,[3] e vrios grupos diferentes em
Israel esto se preparando para isso. Algumas das organizaes e atividades incluem:
Os Fiis do Monte do Templo, liderados por Gershon Salomon, que usam medidas ativistas para tentar motivar seus compatriotas a reconstrurem o
templo. Uma dessas medidas foi sua tentativa peridica de colocar uma pedra angular de 4 toneladas
e meia no Monte do Templo. O ativista Gershon Salomon demonstra sua determinao quando diz:
No dia certo creio que em breve essa pedra ser colocada no Monte do Templo,
trabalhada e polida... e ser a primeira pedra para o terceiro templo. Agora mesmo essa
pedra no est longe do Monte do Templo, bem perto das muralhas da Cidade Velha de
Jerusalm, perto da Porta de Shechem... e dessa pedra se pode ver o Monte do Templo.
Mas o dia est prximo em que essa pedra estar no lugar certo pode ser hoje... ou
amanh, estamos bem pertos da hora certa.[4]
Outra ao que eles instituram foi o sacrifcio de animais.
O Instituto do Templo, liderado por Israel Ariel, que j fez quase todos os 102 utenslios necessrios
para a adorao no templo conforme os padres bblicos e rabnicos. Eles esto em exposio para
turistas no centro turstico do Instituto do Templo na Cidade Velha em Jerusalm.
O Ateret Cohanim fundou uma yeshiva (escola religiosa) para a educao e o treinamento dos
sacerdotes do templo. Sua tarefa pesquisar regulamentos, reunir levitas qualificados e trein-los para
um sacerdcio futuro.
Muitas yeshivas surgiram em Jerusalm para fazer preparativos para a eventualidade de culto no
templo reconstrudo e funcional. Esto fazendo roupas, harpas, plantas arquitetnicas geradas em
computador. Alguns rabinos esto decidindo quais inovaes modernas podem ser adotadas num
templo novo. Alm disso, eles esto fazendo esforos para ter animais kosher (puros) para sacrifcio,
inclusive novilhas vermelhas. E algumas pessoas continuam a orar no Monte do Templo para ajudarem
a preparar o caminho.
Muitos outros preparativos esto em andamento para a volta de Israel a todos os aspectos da
adorao no templo.

Qual a importncia do templo da Tribulao?


O templo da Tribulao importante porque o templo que muitos judeus em Israel esto tentando
reconstruir no presente. Saber o que a Bblia ensina sobre os templos do passado, presente e futuro
d aos crentes a base necessria para ver o terceiro templo do ponto de vista de Deus. Apesar de que
a esperana judaica para o prximo templo que ele seja o templo messinico, a Bblia deixa claro
que ele ser, na verdade, o templo transitrio do Anticristo.
O fato de Israel ter sido restabelecido como nao em 1948, de Jerusalm ter sido reconquistada em
1967 e dos judeus estarem fazendo esforos cada vez mais significativos para a construo do terceiro
templo, demonstra que estamos chegando perto do fim da atual era da Igreja e do incio da Tribulao.
O cenrio divino para o fim dos tempos est tomando forma e o centro das atenes a reconstruo
do templo em Jerusalm. A mo de Deus est agindo. (Thomas Ice e Timothy Demy http://www.chamada.com.br)

107

Notas
1. Richard N. Ostling, "Time for a New Temple?" ("Tempo para um Novo Templo?") Revista Time,
16 de outubro de 1989.

2. Gershon Salomon citado em Patti Lalonde, "Building the Third Temple" ("Construindo o

Terceiro Templo"), This Week in Bible Prophecy Magazine, abril de 1995, p. 22.
3. Para detalhes documentados de preparativos atuais para reconstruir o templo veja Ice e Price,
Ready to Rebuild.
4. Randall Price, entrevista gravada com Gershon Salomon, 24 de junho de 1991.

Extrado do livro A Verdade Sobre o Templo dos ltimos Dias.

108

O que a Bblia fala sobre a astrologia?


A Bblia ensina que a astrologia no somente uma atividade intil (sem valor), mas algo to mau que
sua simples presena indica que o juzo de Deus j ocorreu (Atos 7.42-43). Tanto como filosofia ou
como prtica, a astrologia rejeita a verdade relativa ao Deus vivo, e em seu lugar conduz as pessoas a
objetos mortos, como os astros e planetas. Assim como a Bblia ridiculariza os dolos, tambm o faz
com os astrlogos e suas prticas (Isaas 47.13).
Entretanto, isto no tem evitado que a maioria dos astrlogos declare que a Bblia apia
favoravelmente a astrologia. Jeff Mayo, fundador da Escola Mayo de Astrologia, declara que "a Bblia
est cheia de referncias astrolgicas". Joseph Goodavage, autor de Astrology: The Space Age
Science (Astrologia: A Cincia da Era Espacial) e Write Your Own Horoscope (Escreva Seu Prprio
Horscopo), declara que "a Bblia est cheia da" filosofia da astrologia.[1]
Os astrlogos "justificam" tais afirmaes da mesma maneira que muitas seitas citam a Bblia como
evidncia de seus prprios ensinamentos falsos e anti-bblicos. Eles distorcem as Escrituras at
ensinarem algo contrrio Bblia.[2] Qualquer passagem bblica que refute tais ensinos
simplesmente ignorada, mal interpretada, ou eliminada. Pode-se provar que todo texto bblico citado
pelos astrlogos para provar que a Bblia apia a astrologia foi mal interpretado ou mal aplicado.[3]
Assim como a gua e o leo no se misturam, a Bblia e a astrologia so totalmente incompatveis.
Alguns no-cristos tambm admitem que existe "um abismo ideolgico permanente entre ambas as
crenas".[4]
Historicamente o cristianismo tem-se oposto astrologia por trs razes bblicas. Primeiro, a Bblia
explicitamente rejeita a astrologia como uma prtica intil (sem valor). Uma prova disso est em Isaas
47.13-14, onde Deus afirma: "Ja ests cansada com a multido das tuas consultas! Levantem-se
pois, agora os que dissecam os cus e fitam os astros, os que em cada lua nova te predizem o
que h de vir sobre ti. Eis que sero como restolho, o fogo os queimar; no podero livrar-se
do poder das chamas; nenhuma brasa restar para se aquentarem, nem fogo para que diante
dele se assentem." Aqui vemos que, em primeiro lugar, Deus condena o conselho dos astrlogos
babilnicos. Em segundo lugar, Deus disse que suas predies baseadas no movimento dos astros
no os salvariam do juzo divino que se aproximava. Finalmente, Deus disse que o conselho dos
astrlogos no era intil somente para os outros, mas que nem os salvaria a eles mesmos
(Deuteronmio 4.19; 17.1-5; 18.9-11; 2 Reis 17.16; 23.5; Jeremias 8.2; 19.13; Ezequiel 8.16; Ams
5.26-27).
A segunda razo bblica pela qual o cristianismo tem-se oposto astrologia porque Deus probe as
prticas ocultas. Basicamente, a astrologia uma adivinhao. Esta definida pelo Websters New
Collegiate Dictionary (1961) como "o ato ou prtica de prever ou predizer atos futuros ou descobrir
conhecimento oculto". No Websters New World Dictionary (1962), a astrologia definida como "a arte
ou prtica de tentar predizer o futuro ou o conhecimento por meios ocultos". Por ser uma arte ocultista,
Deus condena a adivinhao como mal e como uma abominao para Ele, dizendo que ela leva ao
contato com maus espritos chamados de demnios. (Deuteronmio 18.9-13; 1 Corntios 10.20).
Finalmente, a Bblia repudia a astrologia por levar as pessoas terrvel transferncia de sua lealdade
ao infinito Deus do Universo para as coisas que Ele criou. como dar todo o crdito, honra e glria s
magnficas obras de arte, esquecendo completamente o grande artista que as produziu. Nenhum
109

astrlogo, vivo ou morto, daria s pinturas de Rembrandt ou Picasso o mrito que corresponde aos
autores, mas eles o fazem rotineiramente com Deus. Entretanto, Deus infinitamente mais digno de
honra que os homens, pois Ele quem fez "os cus e a terra" e em Suas mos est a vida de todos os
homens (Gnesis 1.1; Daniel 5.22-23).

O que tm provado os testes de validade dos signos zodiacais (por exemplo, se


voc de Peixes, ries ou Leo)?
A astrologia diz que o signo zodiacal de uma pessoa tem grande importncia para determinar a
totalidade de seu carter. A anlise de um pesquisador do contedo da literatura astrolgica revela
2.375 adjetivos especficos para os doze signos zodiacais. Cada signo foi descrito por uns 200
adjetivos (por exemplo, "Leo" forte, dominante, rude um lder nato; "Touro" indeciso, tmido,
inseguro no lder). Nesse teste, mil pessoas foram examinadas segundo 33 variveis, incluindo o
atrativo fsico, a capacidade de liderana, os traos de personalidade, as crenas sociais e religiosas,
etc. A concluso foi que este teste falhou em provar qualquer predio astrolgica: "Todos os nossos
resultados podem ser atribudos ao acaso."[5]
Foi feito outro teste para descobrir se os planetas influem na compatibilidade do matrimnio, ou seja,
se existe uma indicao significativa do nmero de casais que continuaram casados porque seus
signos demonstraram ser "compatveis"? E os que tinham um signo "incompatvel" se divorciaram? O
estudo foi feito com 2.978 casais que se casaram e 478 casais que se divorciaram em 1967 e 1968.
Este teste demonstrou que os signos astrolgicos no alteravam significativamente o resultado em
qualquer desses grupos. Os nascidos sob signos "compatveis" casaram e se divorciaram com a
mesma freqncia do que os nascidos sob signos "incompatveis".[6]
Os astrlogos alegam que os cientistas e os polticos so favorecidos por um ou outro signo zodiacal.
Ou seja, que h uma suposta conexo entre o signo de uma pessoa e suas possibilidades de xito
numa determinada profisso. Ao investigar esse tema, John McGervy comparou a data de nascimento
de 16.634 cientistas e 6.475 polticos e no encontrou correlao que substanciasse as afirmaes dos
astrlogos. No pode haver dvida de que a distribuio de signos nestas duas atividades foi to
aleatria quanto entre o pblico em geral.[7]
Concluindo, a evidncia cientfica atual mostra que no vlida a afirmao dos astrlogos de que seu
signo influi em sua vida.

Concluso
Enquanto a "luz dos astros" tem trazido dvida e diviso entre os prprios astrlogos, e incerteza e
frustrao para o povo que anda sem direo, JESUS, o Criador de todos os astros celestes e de todo
o Universo, apresenta-se como a verdadeira Luz do Mundo e declara que aqueles que O seguirem no
mais andaro em trevas; mas tero a luz da vida (Joo 8.12).
Aos que esto buscando direo para suas vidas, Jesus convida: "Vinde a mim todos os que estais
cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei... e achareis descanso para a vossa alma"
(Mateus 11.28-30).
Na Bblia, a Palavra de Deus, encontramos revelaes claras de que nossas vidas esto nas mos de
Deus. Davi revela-nos no Salmo 139 que Deus tudo conhece e que no podemos fugir da presena
dEle em hiptese alguma. Daniel, o profeta, declara ao rei Belsazar: "...Deus, em cuja mo est a tua
vida, e todos os teus caminhos..." (Daniel 5.23).
Nossas vidas e nossos caminhos esto nas mos de Deus! Que consolo e descanso sabermos que
nossas vidas esto nas mos desse Deus amoroso! Para os babilnios, todavia, que se deixavam
guiar pelos astros, no foi assim, conforme lemos em Isaas 47.13-15.
Diante de ns est a escolha a ser feita: saber o que dizem os astros a meu respeito, ou saber qual a
vontade de Deus para a minha vida. Convm recordarmos as palavras do apstolo Paulo na sua Carta
aos Romanos: "E no vos conformeis com este sculo, mas transformai-vos pela renovao da
110

vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradvel e perfeita vontade de Deus"
(captulo 12.2). (John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)

Notas:
1. Joseph F. Goodavage, Astrology: The Space Age Science (Nova Iorque: Signet, 1967), p. XI.
2. Para ilustraes veja James Sire, Scripture Twisting (Downers Grove, IL: InterVarsity, 1982).
3. James Bjornstad e Shildes Johnson, Stars Signs and Salvation in the Age of Aquarius
(Minneapolis, MN: Bethany, 1971), pp. 36-90.

4. Gallant, op. cit., p. 111.


5. Ralph Bastedo, "An Empirical Test of Popular Astrology", The Skeptical Inquirer, Vol 3, n 1, p.
34.
6. Kurtz e Fraknoi, "Tests of Astrology Do Not Support Its Claims", The Skeptical Inquirer, Vol. 9,
n 3, p. 211.
7. John McGervey, "A Statistical Test of Sun-sign Astrology", The Zetetic, Vol. 1, n 2, p. 53.

Extrado do livro Os Fatos Sobre a Astrologia.

111

Uma pesquisa recente da revista U.S. News & World Report descobriu que 61 por cento dos
americanos acreditam que Jesus Cristo vai voltar terra, e 44 por cento acreditam no Arrebatamento
da Igreja.[1] O que o Arrebatamento? Com tamanha certeza popular, por que h tanta confuso
interpretativa a respeito desses acontecimentos? A doutrina do Arrebatamento pr-tribulacional um
ensino bblico importante no apenas por oferecer percepes interessantes sobre o futuro, mas
tambm porque oferece aos crentes motivao para a vida contempornea.
O Arrebatamento pr-tribulacional ensina que, antes do perodo de sete anos conhecido como
Tribulao, todos os membros do corpo de Cristo (tanto os vivos quanto os mortos) sero arrebatados
nos ares para o encontro com Jesus Cristo e depois sero levados ao cu.
O ensino do Arrebatamento mais claramente apresentado em 1 Tessalonicenses 4.13-18. Nessa
passagem Paulo informa seus leitores de que os crentes que estiverem vivos por ocasio do
Arrebatamento sero reunidos aos que morreram em Cristo antes deles. No versculo 17 a palavra
"arrebatados" traduz a palavra grega harpazo, que significa "dominar por meio de fora" ou "capturar".
Essa palavra usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de vrias maneiras diferentes.
Ocasionalmente o Novo Testamento usa harpazo com o sentido de "roubar", "arrastar" ou "carregar
para longe" (Mateus 12.29; Joo 10.12). Tambm pode ser usada com o sentido de "levar embora com
uso de fora" (Joo 6.15; 10.28-29; Atos 23.10; Judas 23). No entanto, para nossos propsitos, um
terceiro uso mais significativo. Diz respeito ao Esprito Santo levando algum de um lugar para outro.
Encontramos esse uso em quatro ocorrncias (Atos 8.39; 2 Corntios 12.2, 4; 1 Tessalonicenses 4.17;
Apocalipse 12.5).[2]
Esse ltimo uso ilustrado em Atos 8.39, quando Filipe, ao completar o batismo do oficial etope,
"arrebatado" e divinamente transportado do deserto at a cidade costeira de Azoto. De modo
semelhante, a Igreja ser, num momento, levada da terra ao cu. No deve-se estranhar, portanto, que
um autor contemporneo tenha chamado esse evento peculiar de "O Grande Seqestro".[...]

Por que a doutrina da iminncia significativa para o Arrebatamento?


O ensino neo-testamentrio de que Cristo poderia voltar a qualquer momento e arrebatar a Sua Igreja
sem sinais ou advertncias prvios (i.e. iminncia) um argumento to poderoso em favor do prtribulacionismo que se tornou uma das doutrinas mais ferozmente atacadas pelos oponentes da
posio pr-tribulacionista. Eles percebem que, se o Novo Testamento de fato ensinar a iminncia, um
arrebatametno pr-tribulacional estar praticamente assegurado.
Definio de Iminncia
Qual a definio bblica de iminncia? O Dr. Renald Showers define e descreve iminncia da
seguinte maneira:
112

1) Um acontecimento iminente aquele que est sempre "pairando acima de algum,


constantemente prestes a vir sobre ou a alcanar algum; prximo quanto sua
ocorrncia" (The Oxford English Dictionary, 1901, V. 66). Assim, a iminncia traz consigo
o sentido de que algo pode acontecer a qualquer momento. Outras coisas podem
acontecer antes do evento iminente, mas nada precisa acontecer antes que ele acontea.
Se alguma coisa precisa acontecer antes de determinado evento ocorrer, tal evento no
iminente. Em outras palavras, a necessidade de que algo ocorra antes destri o conceito
de iminncia.
2) Uma vez que impossvel saber exatamente quando ocorrer um evento iminente, no
se pode contar com a passagem de determinado perodo de tempo antes que tal evento
iminente ocorra. luz disso, preciso estar sempre preparado para que ele acontea a
qualquer momento.
3) No se pode legitimamente estabelecer direta ou implicitamente uma data para sua
ocorrncia. Assim que algum marca uma data para um evento iminente, destri o
conceito de iminncia, porque ao fazer isso afirma que um determinado intervalo de
tempo deve transcorrer antes que tal evento ocorra. Uma data especfica para um evento
contrria ao conceito de que tal evento possa ocorrer a qualquer momento.
4) impossvel dizer legitimamente que um evento iminente vai acontecer em breve. A
expresso "em breve" implica que tal evento precisa ocorrer "dentro de um tempo
pequeno (depois de um ponto especfico designado ou implcito)". Em termos de
contraste, um evento iminente pode ocorrer dentro de um pequeno intervalo de tempo,
mas no precisa faz-lo para ser iminente. Espero que voc perceba, agora, que
"iminente" no igual a "em breve".[3]
O fato de que Jesus Cristo pode voltar a qualquer momento, mesmo que no necessariamente em
breve, e sem a necessidade de qualquer sinal anterior Sua vinda, requer o tipo de iminncia
ensinado pela posio pr-tribulacionista e um forte apoio ao pr-tribulacionismo.
Que passagens do Novo Testamento ensinam essa verdade? Os versculos que afirmam a volta de
Cristo a qualquer momento, sem aviso prvio, e aqueles que instruem os crentes a esperar e aguardar
a vinda do Senhor ensinam a doutrina da iminncia.
Observem-se as seguintes passagens do Novo Testamento:
1 Corntios 1.7 "...aguardando vs a revelao de nosso Senhor Jesus Cristo".
1 Corntios 16.22 "Maranata!"
Filipenses 3.20 "Pois a nossa ptria est nos cus, de onde tambm aguardamos o Salvador,
o Senhor Jesus Cristo".
Filipenses 4.5 "Perto est o Senhor".
1 Tessalonicenses 1.10 "e para aguardardes dos cus o Seu Filho...".
1 Tessalonicenses 4.15-18 "Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: ns, os
vivos, os que ficarmos at vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem.
Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada
a trombeta de Deus, descer dos cus, e os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro; depois
ns, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o
encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos,
pois, uns aos outros com estas palavras".

113

1 Tessalonicenses 5.6 "Assim, pois, no durmamos como os demais; pelo contrrio, vigiemos
e sejamos sbrios".
1 Timteo 6.14 "que guardes o mandato imaculado, irrepreensvel, at manifestao de
nosso Senhor Jesus Cristo".
Tito 2.13 "aguardando a bendita esperana e a manifestao da glria do nosso grande Deus
e Salvador Cristo Jesus".
Hebreus 9.28 "assim tambm Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os
pecados de muitos, aparecer segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvao".
Tiago 5.7-9 "Sede, pois, irmos, pacientes, at a vinda do Senhor... pois a vinda do Senhor
est prxima... Eis que o Juiz est s portas".
1 Pedro 1.13 "Por isso,... sede sbrios e esperai inteiramente na graa que vos est sendo
trazida na revelao de Jesus Cristo".
Judas 21 "guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericrdia de nosso Senhor Jesus
Cristo, para a vida eterna".
Apocalipse 3.11; 22.7, 12, 20 "Eis que venho sem demora!"
Apocalipse 22.17, 20 "O Esprito e a Noiva dizem: Vem. Aquele que ouve diga: Vem.
Aquele que d testemunho destas cousas diz: Certamente venho sem demora. Amm. Vem,
Senhor Jesus!"
Ao considerarmos as passagens mencionadas acima, observamos que Cristo pode voltar a qualquer
momento, que o Arrebatamento de fato iminente. Somente o pr-tribulacionismo pode dar um sentido
pleno, literal, a tal acontecimento iminente. Outras posies sobre o Arrebatamento precisam redefinir
iminncia de maneira mais elstica do que indica o Novo Testamento. O Dr. John Walvoord declara: "A
exortao a que aguardemos a manifestao da glria de Cristo para os Seus (Tito 2.13) perde seu
significado se a Tribulao tiver que ocorrer antes. Fosse esse o caso, os crentes deveriam observar
os sinais."[4] Se a posio pr-tribulacionista sobre a iminncia no for aceita, ento haver sentido em
procurar identificar os eventos relacionados Tribulao (i.e., o Anticristo, as duas testemunhas, etc.)
e no em esperar o prprio Cristo. O Novo Testamento, todavia, como demonstrado acima,
uniformemente instrui a Igreja a olhar para a volta de Cristo, ao passo que os santos da Tribulao so
exortados a observar os sinais.
A exortao neo-testamentria a que nos consolemos mutuamente pela volta de Cristo (Joo 14.1; 1
Tessalonicenses 4.18) no mais teria sentido se os crentes tivessem, primeiro, que passar por
qualquer poro da Tribulao. Em vez disso, o consolo teria que esperar a passagem pelos eventos
da Tribulao. No! A Igreja recebeu uma "bendita esperana", em parte porque a volta do Senhor ,
de fato, iminente.
A Igreja primitiva tinha uma saudao especial que os crentes s usavam entre si, conforme registrado
em 1 Corntios 16.22: a palavra "Maranata!" Esta palavra constituda de trs termos aramaicos: Mar
("Senhor"), ana ("nosso"), e tha ("vem"), significando, assim, "Vem, nosso Senhor!" Como outras
passagens do Novo Testamento, "Maranata" s faz sentido se uma vinda iminente, ou seja, a qualquer
momento, for pressuposta. Isso tambm serve de apoio posio pr-tribulacionista.
No foi toa que os antigos cristos cunharam essa saudao peculiar que reflete uma ansiosa
expectativa pelo cumprimento dessa bendita esperana como uma presena real em suas vidas
cotidianas. A vida da Igreja em nossos dias s teria a melhorar se "Maranata" voltasse a ser uma
saudao sincera nos lbios de crentes que vivem com esta expectativa. Maranata! (Thomas Ice e
Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)

114

1. Jeffrey L. Sheler, The Christmas Covenant. U.S. News & World Report, 19 de dezembro de
1994, pp. 62, 64.

2. Dicionrio Internacional de Teologia do Novo Testamento, harpazo, editado por Colin Brown.

Vida Nova, So Paulo, 1982. Volume 1, p. 239-243.


3. Ibid., pp. 127-128.
4. Walvoord, The Rapture Question, p. 273.

Extrado do livro A Verdade Sobre o Arrebatamento.

115

Que conseqncias sociais e polticas recentes podem ser atribudas crena evolucionista?
O filsofo Will Durant notou certa vez: "Ao oferecer a evoluo em lugar de Deus como uma causa da
histria, Darwin removeu a base teolgica do cdigo moral da cristandade. No entanto, o cdigo moral
que no teme a Deus bastante frgil. Essa a condio em que nos encontramos. No penso que o
homem j seja capaz de lidar com a ordem social e a decncia individual sem temer algum ser
sobrenatural que tenha autoridade sobre ele e possa castig-lo".[1] Podemos confirmar em toda parte
que a declarao de Durant estava correta.
Num Universo que, em ltima anlise, no tem razo de ser, o que acontece com a tica individual e
social? Por que os mais poderosos e inteligentes entre ns no devem manipular os menos
inteligentes e menos poderosos para os propsitos que consideram "bons" e "respeitveis"?
O sculo XX est repleto de exemplos. Os ltimos 80 anos testemunharam alguns dos maiores
horrores de toda a histria da humanidade principalmente o resultado das atrocidades nazistas e
comunistas. A Alemanha nazista foi hedionda e o comunismo foi responsvel pela morte de
aproximadamente 25 vezes mais pessoas que as sacrificadas por Hitler![2]
Essas ideologias, porm, continuam ainda vivas. Na Alemanha de hoje, o neonazismo se tornou uma
poderosa fora social e o neofacismo est crescendo na Itlia quase inconcebivelmente, sob a
liderana da prpria neta de Mussolini. Apesar do colapso do comunismo na Europa e na Rssia, a
teoria marxista continua dominando mais de um bilho de pessoas na China e em outros pases.
Ningum pode ter tambm certeza de que a Rssia e a Europa Oriental vo continuar seu movimento
em direo democracia.
O que tudo isso tem a ver com a evoluo naturalista? A evoluo est baseada na premissa de que o
tempo mais a matria impessoal mais o acaso formaram todos os seres vivos. Em essncia, o homem
se torna algo como um acidente trgico, no tendo valor final, girando a velocidades vertiginosas
atravs dos corredores sombrios do espao.
Vises filosficas moldadas por pensamentos desse tipo podem, entretanto, encontrar facilmente
expresso lgica na vida diria de milhares de indivduos. Isso foi reconhecido por Sedgwick, um
gelogo de Cambridge e conhecido de Darwin, que achou que Darwin havia mostrado a cada
criminoso como justificar seu comportamento. Ele tambm cria que se os ensinos de Darwin tivessem
larga aceitao, a humanidade "iria ser prejudicada a ponto de brutalizar-se e fazer a raa humana
mergulhar num grau maior de degradao do que qualquer outro em que tivesse cado desde que os
seus registros escritos nos contam a sua histria".[3]
Um dos maiores evolucionistas de pocas recentes foi o antroplogo Sir Arthur Keith. Ele dedicou mais
tempo ao estudo da tica evolucionista do que talvez qualquer de seus contemporneos. A sua obra
116

Evolution and Ethics (Evoluo e tica) mostra que a tica ensinada pelo cristianismo e a da evoluo
no so compatveis: "O ensinamento cristo est... em oposio direta lei da evoluo" e, "a tica
crist no se harmoniza com a natureza humana e secretamente antagnica ao esquema de
evoluo e tica da natureza".[4]
Keith tambm compreendeu que, se seguirmos a tica evolucionista at a sua concluso estrita e
lgica, devemos "abandonar a esperana de alcanar um dia um sistema universal de tica" porque,
"como acabamos de ver, os caminhos da evoluo nacional, tanto no passado como no presente, so
cruis, brutais, implacveis, impiedosos".[5]
De fato, quando examinamos a influncia social e poltica da teoria darwiniana sobre a ltima metade
do sculo dezenove e todo o sculo vinte, as conseqncias morais so algumas vezes
amedrontadoras. O prprio Keith observa o glido impacto da teoria de Darwin sobre a Alemanha:
Vemos Hitler supremamente convencido de que s a evoluo produz uma base
verdadeira para a poltica nacional... Os meios adotados por ele para assegurar o destino
da sua raa e do povo foram matanas organizadas, que saturaram a Europa de sangue...
Tal conduta altamente imoral quando medida por qualquer escala de tica, todavia a
Alemanha a justifica; ela est de acordo com a moral tribal ou evolucionista. A Alemanha
voltou ao passado tribal e est demonstrando ao mundo, em toda a sua nudez, os
mtodos da evoluo...[6]
Na Alemanha, Hitler viu na teoria evolucionista a justificao "cientfica" de seus pontos de vista
pessoais. "No h dvidas de que a evoluo foi a base de todo o pensamento nazista, desde o incio
at o fim. Todavia, de fato um fenmeno notvel que to poucos tivessem se apercebido disso at
hoje".[7]
Uma forma de darwinismo foi tambm utilizada efetivamente na propagao da ideologia comunista.
Karl Marx "sentiu que sua obra era um paralelo exato da de Darwin" e ficou to grato que quis dedicar
uma parte do livro Das Kapital (O Capital) a Darwin, que declinou a honra.[8]
Marx escreveu a Engels com respeito a A Origem das Espcies, dizendo que o livro "contm na
histria natural a base para as nossas opinies da [histria humana]".[9] Em 1861, ele tambm
escreveu: "O livro de Darwin muito importante e me serve como base na seleo natural para a luta
de classes na histria..."[10]
O Dr. A. E. Wilder-Smith comenta: "A propaganda poltica e anti-religiosa publicada desde os dias de
Marx est eivada do darwinismo mais primitivo", observando que "ela brutaliza aqueles a quem
domina".[11]
A filosofia de Marx, como a de Hitler, refletia a brutalidade da natureza. Ele se referia ao
"desarmamento da burguesia... terror revolucionrio... e criao de um exrcito revolucionrio..." Alm
disso, o governo revolucionrio no teria "nem tempo nem oportunidade para a compaixo e o
remorso. Seu intento era aterrorizar os oponentes at a sua submisso. Ele deve desarmar o
antagonismo mediante execuo, priso, trabalho forado, controle da imprensa..."[12]
Em vista do impacto de Hitler, Marx e seus associados, e a ligao demonstrvel de suas filosofias
desumanas com o atesmo evolucionista, os comentrios do filsofo histrico John Koster so
pertinentes:
Muitos nomes foram citados alm dos de Hitler para explicar o Holocausto.
De modo estranho, o de Charles Darwin quase nunca se encontra entre eles. Todavia... as
idias de Darwin e de Huxley quanto ao lugar do homem no Universo prepararam o
caminho para o Holocausto... Hitler e Stalin assassinaram mais vtimas inocentes do que
as que morreram em todas as guerras religiosas na histria da humanidade. Eles no
assassinaram essas vtimas enganados pela idia de salvar as suas almas ou punir os seus
pecados, mas por serem competidores na questo do alimento e obstculos ao "progresso
117

evolutivo". Muitos humanitrios, cristos, judeus, ou agnsticos compreenderam a relao


entre as idias de Nietzsche e as equipes de assassinato em massa e os crematrios de
Hitler. Poucos, porm, voltaram um passo atrs fazendo a ligao com Darwin, o
"cientista" que inspirou diretamente a teoria do super-homem de Nietzsche e o corolrio
nazista de que alguns indivduos so subumanos. A evidncia estava toda ali o termo
neodarwinismo foi usado abertamente para descrever as teorias raciais nazistas. A
expresso "seleo natural", como aplicada a seres humanos, foi encontrada na
Conferncia de Wannsee no principal documento do Holocausto...
Podemos ver os eventos na Alemanha de Hitler e na Rssia de Stalin como uma coleo
sem sentido de atrocidades que tiveram lugar porque os alemes e os russos so pessoas
perversas, nada parecidas conosco. Ou podemos compreender que a imposio das
teorias de Huxley e Darwin, de que a-vida--patolgica, de depresso clnica disfarada
em cincia, desempenhou um papel crtico na era das atrocidades. E que isso nos sirva de
aviso. As pessoas tm de aprender a deixar de pensar em seus semelhantes como se
fossem mquinas e aprender a pensar neles como homens e mulheres possuidores de
uma alma..."[13]
(John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)
Notas

1. Will Durant, "Are We in the Last Stage of a Pagan Period?" Chicago Tribune, Syndicate (abril

de 1980); de Morris, The Long War, 149.


2. Registros da KGB publicados: Aleksandr Solzhenitsyn, Warning to the West (Nova Iorque:
Farrar, Straus & Giroux, 1977), 129; As mortes na China comunista alcanam mais de 30
milhes segundo algumas estimativas.
3. Marshall e Sandra Hall, The Truth (Nutley, NJ: Craig Press, 1974), 100.
4. Sir Arthur Keith, Evolution and Ethics (Nova Iorque: G. P. Putnams Sons, 1947) 69-70.
5. Ibid., 15.
6. Ibid. 28-29, 230.
7. Morris, The Long War, 79; cf. Benno Muller-Hull, Murderous Science: Elimination by Scientific
Selection of Jews, Gypsies and Others in Germany 1933-1945 (Nova Iorque: Oxford University
Press, 1988) para documentao do papel desempenhado pelos cientistas evolucionistas
alemes nas polticas raciais nazistas.
8. Burrow, ed., Origin of Species, 45: Jacques Barzun, Darwin, Marx, Wagner: Critique of a
Heritage (Garden City, NY: Doubleday, 1958), 8; cf. Q. V. "Darwinism", Encyclopedia of
Philosophy, Vol. 2, 304.
9. Em David Jorafsky, Soviet Marxism and Natural Science (Nova Iorque: Columbia University
Press, 1961), 12; Morris, The Long War, 84.
10. Hall e Hall, The Truth, 139-140.
11. A. E. Wilder-Smith, Mans Origin Mans Destiny: A Critical Survey of the Principles of
Evolution and Christianity (Wheaton, IL: Harold Shaw, 1970), 192-195.
12. Hall e Hall, The Truth, 150-151, citando Harold J. Laski, Karl Marx: An Essay (Londres: The
Fabian Society, 1925), 19, 39.
13. John P. Koster, Jr., The Atheist Syndrome (Brentwood, TN: Wolgemuth & Hyatt, 1989), 142,
187-189.
Extrado do livro Os Fatos Sobre Criao e Evoluo.

118

Quase todo mundo j passou por tempos turbulentos e traumticos, durante os quais experimentou
muita incerteza ou talvez at grande dor e tristeza. Estes tempos geralmente so perodos de crise
individual, familiar ou mesmo nacional, em que todo recurso pessoal, fsico e emocional utilizado
para superar os problemas. Angstia, tristeza, perseguio, tragdia, catstrofe, fome, guerra e
incertezas so dinmicas muito reais no dia-a-dia e nas notcias. Mas, segundo a Bblia, haver um
tempo futuro de angstia ainda maior conhecido como "Tribulao". Essa era vir depois do
Arrebatamento da Igreja e ser o pior perodo de sofrimento que o mundo j experimentou. Ela ser o
maior "choque do futuro".
Os especuladores econmicos de Wall Street geralmente so divididos em otimistas e pessimistas
(chamados de "touros" e "ursos"), conforme sua "interpretao" dos indicadores e das tendncias
econmicas. Da mesma forma, intrpretes da Bblia podem ler suas passagens profticas e entender
grande parte do plano de Deus para o futuro. A diferena que, atravs do estudo da profecia com
cuidado e orao, a maior parte da especulao pode ser eliminada. Ao contrrio dos mercados
futuros, o plano de Deus claro e certo. Acreditar no Arrebatamento implica que os crentes devem ser
pessimistas e apticos? Evidentemente que no! Devemos ser realistas e vigilantes. Somos realistas
com relao ao futuro e esperamos a vinda do Senhor Jesus Cristo para Sua Igreja. Mas tambm
reconhecemos que depois do Arrebatamento haver um tempo de intensa Tribulao mundial.
A Bblia fala mais sobre esses sete anos do que sobre qualquer outro perodo de tempo proftico.
Durante esses sete anos, o Anticristo surgir, haver perseguio aos novos crentes e ao povo judeu,
e a grande batalha de Armagedom e a Segunda Vinda de Cristo acontecero.
O Novo Testamento nos ensina que a atual era da Igreja tambm incluir provaes e tribulaes.
Jesus disse: "No mundo passais por aflies; mas tende bom nimo, eu venci o mundo" (Joo 16.33).
O apstolo Paulo advertiu: "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus sero
perseguidos" (2 Timteo 3.12). Mas a perseguio do mundo contra a Igreja nesta era no a ira de
Deus. A tribulao futura ser um tempo de castigo de Deus sobre o mundo que rejeitou a Cristo um
tempo do qual a Igreja ser livrada como o nosso Senhor prometeu (Apocalipse 3.10; 1
Tessalonicenses 1.10; 5.9).
Os crentes podem viver diariamente com a certeza de que a histria humana terminar com Jesus
Cristo como o Vencedor. O futuro certo. Mas Jesus disse aos Seus discpulos que antes da vitria
final "haver Grande Tribulao, como desde o princpio do mundo at agora no tem havido, e nem
haver jamais" (Mateus 24.21). Na sua intensidade e agonia, essa poca ser infeliz e indesejvel.
Mas foi previsto que ela vai acontecer e est descrito como ela ser. A Bblia diz que ela ser trgica,
mas real. [...]

Qual a relao entre "o tempo da ira de Deus" e a Tribulao?


119

J que a Bblia usa muitos termos para descrever uma variedade de atividades associadas ao
julgamento de Deus durante a Tribulao, e j que "Tribulao" e "ira de Deus" s vezes so usadas
para referir-se ao mesmo perodo de tempo (i.e., a Tribulao de sete anos), conclui-se que o tempo
da ira de Deus acontece durante a Tribulao.
A base bblica para essa concluso pode ser oferecida da seguinte maneira: Deuteronmio 4.30
descreve esse perodo do fim dos tempos como tempo de tribulao. Sofonias 1.15 chama o mesmo
dia "de alvoroo e desolao" (i.e., tribulao) e de "dia da ira". Os autores do Novo Testamento
tomam esse termo do Antigo Testamento e usam-no como caracterstica geral do que denominamos
de perodo de sete anos da Tribulao, j que um tempo em que a ira acumulada de Deus liberada
sobre a histria humana e traz retribuio a um mundo que rejeitou a Cristo, mundo que ser motivado
por Satans a perseguir crentes e judeus (Romanos 2.5; 5.9; Colossenses 3.6; Apocalipse 14.10, 19;
15.1,7; 16.1,19; 19.15).
Por exemplo, Romanos 2.5 diz: "Mas, segundo a tua dureza e corao impenitente, acumulas contra ti
mesmo ira para o dia da ira e da revelao do justo juzo de Deus".
Portanto, vemos que a Bblia diz que o que acontece com a humanidade na Tribulao ser motivado
pela ira de Deus, que est se acumulando durante a atual era da graa. [...]

Qual a relao entre "o tempo de angstia para Jac" e a Tribulao?


A frase "tempo de angstia para Jac" vem da profecia encontrada em Jeremias 30.5-7: "Assim diz o
Senhor: Ouvimos uma voz de tremor e de temor e no de paz. Perguntai, pois, e vede, se acaso, um
homem tem dores de parto. Por que vejo, pois, a cada homem com as mos na cintura, como a que
est dando luz? E por que se tornaram plidos todos os rostos? Ah! Que grande aquele dia, e no
h outro semelhante! tempo de angstia para Jac; ele, porm, ser livre dela".
Nessa passagem o profeta Jeremias fala de um tempo ainda futuro quando grande angstia ou
tribulao vir sobre todo o Israel, que simbolicamente denominado de "Jac". Esse tempo a
Tribulao futura, ou um evento passado? melhor interpretar esse tempo de angstia como algo que
ainda futuro para Israel um tempo conhecido como a septuagsima semana de Daniel ou a
Tribulao. O expositor bblico e estudioso de profecia Dr. Charles H. Dyer escreve sobre essa
passagem e seu significado:
A que "tempo de angstia" Jeremias est se referindo? Alguns acham que ele est
indicando a derrota de Jud pela Babilnia ou a derrota posterior da Babilnia pela MedoPrsia. Mas, em ambos esses perodos o Reino do Norte, Israel, no foi afetado. Ele j
tinha sido levado ao cativeiro (em 722 a.C.). Uma soluo melhor que Jeremias est
referindo-se a um perodo de tribulao futuro quando o remanescente de Israel e Jud
sofrer uma perseguio incomparvel (Daniel 9.27; 12.1; Mateus 24.15-22). O perodo
terminar quando Cristo aparecer para resgatar os Seus eleitos (Romanos 11.26) e
estabelecer Seu reino (Mateus 24.30-31; 25.31-46; Apocalipse 19.11-21; 20.4-6).[1]
Portanto, o tempo de angstia para Jac enfatiza o aspecto da Tribulao futura que expressa a
dificuldade pela qual os judeus ou descendentes de Jac passaro durante esse perodo. [...]

Por que a Tribulao Importante?


A Tribulao importante para os crentes hoje por vrias razes. Em primeiro lugar, o estudo da
Palavra de Deus sempre importante, e deve ser feito com cuidado. Independentemente do tipo de
passagens estudadas, sejam sobre aliana ou cronologia, poesia, parbola, ou profecia, todas devem
ser estudadas e aplicadas diligentemente. "Toda Escritura inspirada por Deus e til para o ensino,
para a repreenso, para a correo, para a educao na justia, a fim de que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra" (2 Timteo 3.16-17). A Tribulao
importante porque ensinada na Bblia.

120

Em segundo lugar, a Tribulao importante porque, de certa forma, Satans desmascarado e


vemos suas verdadeiras intenes e motivaes. Essa compreenso do seu plano, se aplicada
corretamente, pode ajudar o crente hoje na batalha espiritual.
Por exemplo, vemos que durante a Tribulao, Satans usa a religio como um caminho falso e
enganador. Isso uma advertncia para ns hoje.
Em terceiro lugar, a Tribulao importante para ns porque grande parte do que vemos hoje e vimos
no passado uma preparao para o que vir. Por exemplo, o impulso atual para a globalizao no
pode surpreender aqueles que esto cientes do que a Bblia ensina sobre o futuro. Porque nosso Deus
Soberano ordenou anteriormente esses eventos, devemos nos confortar com o fato de que Ele est no
controle. Esse tempo futuro de intensa maldade a manifestao mxima da natureza pecaminosa da
humanidade conjugada ao plano rebelde de Satans. Mas ambos sero levados a julgamento por
parte de um Deus justo e onipotente.

Concluso
A histria humana est cheia de tragdias e desespero pessoal, nacional e internacional. Em cada
sculo, em cada imprio e em cada era houve manifestaes do pecado original, da queda e da
atividade satnica. As passagens da profecia bblica (e outras passagens da Bblia) ensinam
claramente que o futuro trar um perodo especfico de trauma e de tragdia extremos, durante o qual
o terror e a tribulao sero intensos e internacionais. Essa era durar sete anos e, depois da batalha
de Armagedom, culminar na Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo para estabelecer Seu reino
milenar na terra. Ns acreditamos que essa era de Tribulao, cheia de destruio e perseguio,
acontecer depois do Arrebatamento da Igreja. Isto, porm, no isenta os crentes de hoje das suas
responsabilidade dirias, do evangelismo, do discipulado e da vida santificada. A tribulao certa,
mas a vitria tambm . Com relao Tribulao, no devemos nos preocupar em como ser a vida
naqueles dias, mas sim, em como est a nossa vida hoje em dia. "Portanto, vede prudentemente
como andais, no como nscios, e sim como sbios, remindo o tempo, porque os dias so maus"
(Efsios 5.15-16). (Thomas Ice e Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)

Notas:
1. Charles H. Dyer, "Jeremiah" in The Bible Knowledge Commentary: Old Testament, eds. John F.
Walvoord e Roy B. Zuck (Wheaton, IL: Victor Books, 1984), p. 1168.

Extrado do livro A Verdade Sobre a Tribulao, que revela os eventos e explora o significado da
Grande Tribulao vindoura.
Um dos assuntos mais polmicos na profecia o perodo da Tribulao. Qual o propsito de Deus
para esse tempo de julgamento? Este cuidadoso e fascinante livro elimina muita especulao e d
respostas concretas a perguntas bsicas sobre a Tribulao.

121

No decorrer da histria inmeras batalhas, campanhas e guerras foram travadas por toda a terra.
Algumas foram limitadas em abrangncia, outras foram globais. Exrcitos lutaram por causa de terra e
lderes, amor e lealdade, por causas que foram justas e, na maioria das vezes, injustas. A dor, o
sofrimento e a morte causados por estes conflitos e pelos que vivenciamos hoje no podem ser
calculados.
A Bblia nos diz que o futuro tambm ser cheio de guerras. Existe um grande conflito proftico que
tem chamado a ateno de crentes e incrdulos no decorrer dos sculos Armagedom. Esta batalha
profetizada como o acontecimento mais catastrfico e devastador da histria humana. Quer as
pessoas acreditem que acontecer ou no, elas logo se identificam com a magnitude do seu
simbolismo. Isso comentado direta e indiretamente na literatura, no cinema, na propaganda, nos
debates polticos, sermes e comentrios culturais. Parece que todo mundo tem alguma noo ou
idia a respeito. Algumas das idias so bblicas, muitas no.
S h um lugar onde se pode encontrar informaes precisas sobre Armagedom a Bblia. Nas suas
pginas profticas lemos no s sobre Armagedom, mas tambm sobre os eventos que antecedem e
seguem essa guerra final da histria humana. Apesar de no termos todos os detalhes de Armagedom,
recebemos um panorama geral dos planos de Deus para o futuro.
Por que a Bblia fala de Armagedom? Porque essa batalha afirma a soberania de Deus sobre a histria
e nos lembra que h um propsito e plano divino que no ser frustrado. Um dia Deus acertar todas
as contas, julgar todo mal e estabelecer um reino universal de justia. A esperana dos crentes no
decorrer dos sculos ser realizada com a Segunda Vinda de Jesus Cristo e a derrota daqueles que se
opuseram a Ele em Armagedom. por causa dessa esperana que estudamos as profecias,
esperando o cumprimento das promessas de Deus.
O Que a Bblia Diz Sobre Armagedom?
Lemos sobre Armagedom em Daniel 11.40-45; Joel 3.9-17; Zacarias 14.1-3; Apocalipse 16.14-16.
Essa grande batalha acontecer nos ltimos dias da Tribulao. Joo nos fala que os reis do mundo se
reuniro "...para a peleja do grande dia do Deus Todo-Poderoso. ...no lugar que em hebraico se
chama Armagedom" (Apocalipse 16.14,16). O local da reunio dos exrcitos a plancie de
Esdraelom, ao redor da colina chamada Megido, que fica no norte de Israel, a cerca de 32 quilmetros
a sudeste de Haifa.
Segundo a Bblia, grandes exrcitos do Oriente e do Ocidente se reuniro nessa plancie. O Anticristo
reagir a ameaas ao seu poder provenientes do sul. Ele tambm tentar destruir a Babilnia
122

restabelecida no leste antes de finalmente voltar suas foras contra Jerusalm. (Durante centenas de
anos a Babilnia, localizada no atual Iraque, foi uma das cidades mais importantes do mundo.
Segundo Apocalipse 14.8; 16.9; e 17-18, ela ser reconstruda novamente nos ltimos dias como uma
cidade religiosa, social, poltica e economicamente poderosa). Enquanto o Anticristo e seus exrcitos
atacarem Jerusalm, Deus intervir e Jesus Cristo voltar. O Senhor destruir os exrcitos, capturar o
Anticristo e o Falso Profeta e os lanar no lago de fogo (Apocalipse 19.11-21).
Quando o Senhor voltar, o poder e o governo do Anticristo terminaro. O Dr. Charles Dyer escreve
sobre esse evento:
Daniel, Joel, Zacarias identificam Jerusalm como o local onde a batalha final entre o
Anticristo e Cristo acontecer. Todos os trs prevem que Deus intervir na histria para
salvar Seu povo e destruir o exrcito do Anticristo em Jerusalm. Zacarias prev que a
batalha terminar quando o Messias voltar terra e Seus ps tocarem o Monte das
Oliveiras. Essa batalha termina com a Segunda Vinda de Jesus terra... A batalha termina
antes mesmo de comear.*
A batalha de Armagedom na verdade em Jerusalm ser o combate mais anticlimtico da histria.
medida em que Joo descreve os exrcitos reunidos de ambos os lados, esperamos testemunhar
um conflito pico entre o bem e o mal. Mas no importa quo poderoso algum seja na terra, tal
indivduo no preo para o poder de Deus.
O conflito de Armagedom ser uma batalha real?
A profecia de Armagedom no uma alegoria literria ou um mito. Armagedom ser um evento real de
propores trgicas para aqueles que desafiam a Deus. Ser uma reunio de foras militares reais no
Oriente Mdio, numa das terras mais disputadas de todos os tempos uma terra que nunca conheceu
paz duradoura. Armagedom ser tambm uma batalha espiritual entre as foras do bem e as do mal.
Ela ter o seu desfecho com a interveno divina e o retorno de Jesus Cristo. (Thomas Ice e Timothy
Demy - http://www.chamada.com.br)
Nota
* Chambers, Joseph. A Palace for the Antichrist: Saddam Husseins Drive to Rebuild Babylon and Its
Place in Bible Prophecy. Green Forest, AR: New Leaf Press, 1996.
Extrado do livro A Verdade Sobre Armagedom e o Oriente Mdio.

123

O que o relato da criao ensina a respeito do estilo de vida homossexual?


Os relatos de Gnesis (Gnesis 1.27; 2.18,21-24) e Mateus 19.4-6 ensinam que Deus criou a
humanidade de uma maneira especfica (macho e fmea) com propsitos especficos relativos a isso
(casamento, unidade sexual e procriao subentendidos).
O lugar mais adequado para comear uma avaliao bblica sobre o homossexualismo no com
textos que o rejeitam, mas com textos que sustentam e apiam essas passagens condenatrias.[1]
Essa abordagem de pano de fundo algo que quase todos os escritores pr-homossexuais falham em
suprir.
A considerao do relato da criao vital por muitas razes. Para comear, um relato da criao.
Homens e mulheres no so o produto cego de uma evoluo ao acaso em que, literalmente, nada
normativo e os indivduos so livres para escolher sua prpria moralidade ou sexualidade. Os homens
devem prestar contas ao Deus que os criou; eles no so o produto de uma natureza impessoal que
no se importa com o estilo de vida deles.[2]
Abaixo esto cinco razes pelas quais o relato da criao decisivo para qualquer discusso bblica
sobre a homossexualidade.
Primeiro, a aceitao da homossexualidade viola a ordem e a essncia da prpria criao
humana.
Deus declarou que no era bom que o homem estivesse s. Para remediar essa situao, Ele criou a
mulher como complemento divino e contrapartida da masculinidade. A comunho sexual ntima foi
pretendida somente para o homem com a mulher. Isso quer dizer que a homossexualidade distorce e
desordena as intenes de Deus na criao e que a prtica da homossexualidade contradiz o padro
da heterossexualidade em seu nvel mais bsico. O estilo de vida homossexual nega e desafia as
polaridades do sexo de tal maneira que nem mesmo comportamentos heterossexuais, tais como
fornicao e adultrio, o conseguem.
Segundo, os homossexuais no podem obedecer ao mandamento de Deus quanto procriao.
Em Gnesis 1.28, Deus ordenou a Ado, Eva e seus descendentes: "sede fecundos, multiplicai-vos
e enchei a terra". Se Ado tivesse decidido ser homossexual, ningum jamais teria nascido.
Terceiro, a homossexualidade constitui uma rebelio consciente contra a ordem divinamente
criada.

124

De acordo com Romanos 1.32 e outras passagens bblicas, os homossexuais sabem que seu
comportamento pecaminoso. A escolha contnua da prtica de tal atividade , portanto, uma rebelio
intencional contra Deus e a ordem da criao.
Quarto, a Bblia est repleta de premissas do relato da criao.
Se a homossexualidade fosse de alguma maneira legtima, as Escrituras no assumiriam uma
inclinao heterossexual, mas incluiriam a opo homossexual. Se Deus tivesse a inteno de que o
homem fosse bissexual, ou homossexual, ou se Ele tivesse criado o homem andrgino, o fato de crilo dessa maneira seria evidente em outros relatos das Escrituras relacionados natureza do homem.
Mas, o nico padro mantido e defendido o heterossexual. "Do primeiro captulo de Gnesis at o
livro de Apocalipse, o significado duplo de expresso sexual-genital a saber, procriao e unio
claramente manifesto... Jav descrito como o noivo fiel, e Israel, como a noiva fiel, indicando que o
amor heterossexual pode ser a base para se expressar o mistrio de Deus em amar a raa humana...
Alm disso, o autor de Efsios reitera a mesma verdade revelada sobre a sexualidade humana, no
contexto da sublime comparao em que o marido comparado a Cristo e a mulher Igreja. Quando o
autor deseja descrever o amor que Cristo tem pela Sua Igreja, ele se volta para o amor heterossexual
do marido e da mulher. [Efsios 5.25,28]."[3]
Em outras palavras, as Escrituras esto impregnadas com premissas concernentes adequao da
heterossexualidade; por comparao, a homossexualidade est conspicuamente ausente exceto
quando se trata de condenao.
Quinto, a homossexualidade distorce a imagem de Deus.
Gnesis 1.27 ensina claramente que a imagem de Deus compreende tanto macho e fmea uma
complementaridade que eterna e existir para sempre. Afirmar que a homossexualidade bblica e
normal distorcer a imagem de Deus e, conseqentemente, insultar a natureza e o prprio Ser de
Deus.
Ao entendermos o propsito divino da criao e o fato de que a criao reflete o prprio Ser de Deus,
podemos entender mais claramente as razes para as condenaes bblicas da homossexualidade
moderna e porque elas so to rgidas.

O que 2 Pedro 2.1-10 e Judas ensinam a respeito do estilo de vida


homossexual?
Essas passagens esto repletas de referncias ao homossexualismo e, implicitamente, tambm ao
movimento homossexual cristo. As passagens paralelas ao trecho de Romanos so dignas de nota.
Em 2 Pedro 2, observe que o contexto envolve "falsos mestres entre vs" (i.e. dentro da igreja) que
ardilosamente introduzem "heresias destrutivas" at mesmo negando o Mestre (Jesus) que os
comprou. Note, alm disso, que muitos seguiro sua "sensualidade" (v. 2) ou "caminhos vergonhosos",
e por causa de tais mestres o caminho da verdade ser "difamado" ou distorcido.
Tais pessoas so consideradas como repletas de ganncia e descritas como sendo aquelas que
exploram os cristos com "palavras falsas" ( v. 3) ou "fbulas".
At aqui, a passagem aplicvel tanto a homossexuais quanto a "homossexuais cristos" que
promovem os tipos de argumentos que temos considerado no livro Os Fatos Sobre a
Homossexualidade. Note tambm que nessa passagem a homossexualidade que diretamente
citada como ilustrao de todos acima. Sodoma e Gomorra so mencionadas especificamente por
terem sido destrudas como "um exemplo para aqueles que viessem a viver vidas impiedosas depois
disso."
O livro de Judas continua a rejeitar a homossexualidade:
"Como Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas que, havendo-se entregue prostituio
como aqueles seguindo aps outra carne, so postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo
125

punio... Ora estes da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, no s contaminam a


carne, como rejeitam governo e difamam autoridades superiores... Estes, porm, quanto a tudo
que no entendem, difamam... Estas so as coisas que os destroem... So estes os que
promovem divises, sensuais, que no tm o Esprito" (Judas 7-19).
Essas palavras dispensam qualquer explicao e requerem pouco comentrio.
Examinamos os principais e mais explcitos versculos das Escrituras relacionados ao
homossexualismo. Aquele que afirma que a questo bblica contra a homossexualidade baseada em
alguns textos "isolados" e "obscuros", simplesmente no entende o peso desses trechos das
Escrituras. Alm dos versculos acima, h um grande nmero de versculos adicionais que so
aplicveis s prticas homossexuais apesar do termo em si no ser usado (por exemplo, Romanos
6.11-21; Romanos 12.1-2; 1 Corntios 6.19-20: Filipenses 1.20; Colossenses 3.5-8, Apocalipse 21.8).
Como se pode deixar o estilo de vida homossexual?
Deixar o estilo de vida homossexual pode ser relativamente fcil ou difcil, dependendo de diversos
fatores. O passo mais importante este aceitar que o estilo de vida homossexual moralmente
errado e resolver mudar. Como comentamos no livro "Os Fatos Sobre a Homossexualidade", a
mudana claramente possvel para homossexuais que queiram mudar, e Deus conceder graa e
poder queles que se voltarem para Ele com f, desejosos de agrad-lO com seu comportamento
sexual. Nesse caso, a chave uma orao de arrependimento diante de Deus, resolvendo deixar o
estilo de vida homossexual, o incentivo e o aconselhamento daqueles que j fizeram isso.
O MOSES - Movimento Pela Sexualidade Sadia uma importante organizao dedicada a ajudar
homens e mulheres homossexuais durante a transio para um estilo de vida celibatrio e a transio
para a heterossexualidade.
Para aqueles que verdadeiramente desejam deixar o estilo de vida homossexual, ns recomendamos
a seguinte orao:
Querido Deus:
Eu agora reconheo que a minha homossexualidade tem Te desagradado. Confesso meu
pecado diante de Ti e peo o Teu poder e Tua graa para deixar o meu estilo de vida
anterior, de forma final e completa. Entendo que o Senhor Santo e que meu pecado me
separou de Ti. Portanto, agora recebo a Cristo como meu Senhor e Salvador pessoal,
crendo que Ele morreu na cruz por todos os meus pecados e que ressuscitou dentre os
mortos ao terceiro dia. Agradeo-Te que, pela f no Teu Filho, posso agora saber que
todos os meus pecados foram perdoados, passados, presentes e futuros. No preciso
mais temer o Teu julgamento por causa do que Cristo consumou na cruz. Com a Tua
ajuda, eu agora resolvo buscar qualquer ajuda e aconselhamento necessrios para
obedecer Tua vontade para a minha vida. Em nome de Jesus, amm.
Aqueles que fizeram essa orao devem entender que a entrega a Cristo um assunto srio e envolve
fazer dEle o Senhor de cada rea de sua vida. Vocs devem saber tambm que inclinaes para o
mesmo sexo podem, mas provavelmente no vo, cessar automaticamente. O pecado da
homossexualidade igual a qualquer outro pecado sexual e requer tempo e pacincia para ser
vencido. Outro passo importante um rompimento explcito e permanente de todos os laos com a
comunidade homossexual, inclundo, se necessrio, todas as amizades anteriores. Nenhuma brecha
de tentao deve ser permitida. Toda rejeio ao pecado equivale auto-negao e, claro, algo
doloroso, mas o simples fato da dificuldade no nos isenta da responsabilidade diante de Deus de
am-lO como Ele nos amou. Milhares de homens e mulheres gays testemunharam que existe vitria
vitria completa e aqueles que acabaram de comear seu novo estilo de vida devem ser encorajados
por esse fato. (John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)

Notas
126

1. John Stott, Homosexual Partnerships, Involvement, vol. 2, p. 226.


2. Veja John Ankerberg e John Weldon, Os Fatos Sobre Criao e Evoluo (Obra Missionria

Chamada da Meia-Noite, 1995).


3. John F. Harvey, The Homosexual Person (San Francisco: Ignatius, 1987), p. 95-97.
Extrado do livro Os Fatos Sobre a Homossexualidade.

127

Vamos analisar e um assunto da mxima importncia, que a crescente popularidade de um


fenmeno que pode ser chamado de possesso espiritual voluntria ou "canalizao". Os
canalizadores afirmam que um esprito entra realmente em seus corpos e "guia" ou transmite
mensagens atravs deles. A questo-chave esta: quem ou o que so exatamente esses espritosguias?
Muitas idias, algumas at bem estranhas, tm sido consideradas. Sero eles alucinaes dos
mentalmente instveis, como dizem os mdicos? Fazem parte da mente inconsciente que todos temos,
de acordo com alguns psiclogos? Ou so criaturas do futuro, ou ainda, procedentes de civilizaes
espaciais distantes, como tem sido afirmado por certos cientistas? Sero reflexos de um aspecto divino
do homem um Eu "maior" que est agora surgindo como parte de um salto grandioso na evoluo
espiritual da humanidade, segundo alguns lderes religiosos? Sero seres espirituais genunos, tais
como "anjos", ou mortos, ou os "deuses" e espritos da natureza de vrias tradies religiosas, como
dizem os canalizadores?
Ou sero uma categoria inteiramente diferente de "seres" os demnios mencionados na Bblia?
O ponto de vista bblico raramente examinado pelos estudiosos dos fenmenos psquicos. O
parapsiclogo (pessoa que estuda "cientificamente" o mundo oculto) Alan Gauld se recusa sequer a
discutir a teoria dos demnios, porque diz que ela "agora to raramente proposta que no irei
consider-la de forma alguma".1 de se esperar que os envolvidos no estudo da canalizao tenham
um preconceito natural contra a crena na teoria dos demnios, porque isso os implicaria num ponto
de vista desdenhado pelos seus companheiros.
No obstante, se algum procura uma teoria para explicar todos os fatos, a teoria dos demnios no
pode ser ignorada, quer lhe seja ou no pessoalmente atrativa. At William James, um dos grandes
pioneiros da psicologia ocidental, declarou certa vez durante suas investigaes da canalizao (ento
chamada de "mediunidade"):
A recusa do "iluminismo" moderno em tratar a "possesso" como uma hiptese a ser
considerada pelo menos plausvel, apesar de ter a seu favor uma vasta tradio baseada
em experincias humanas concretas, sempre me pareceu um exemplo curioso da fora
dos modismos nas coisas "cientficas". Que a teoria dos demnios (i. e., espritos
malignos) ir novamente predominar para mim absolutamente certo. A pessoa precisa
ser mesmo "cientfica", para ser to cega e ignorante a ponto de no suspeitar de tal
possibilidade.
Assim sendo, se houver a mnima possibilidade desses espritos serem demnios, o leitor deve ficar de
sobreaviso. Se for provvel que o sejam, a questo do envolvimento com eles evidente. Convidamos
128

o leitor a examinar as evidncias lgicas que tem levado muitos outros, alm de ns, a concluir que os
espritos da canalizao no so quem afirmam ser.
Por que uma prtica do ocultismo da antigidade to excitante e atraente para os homens
modernos do sculo vinte, inclusive os cticos?
As pessoas tm hoje uma grande necessidade de encontrar um significado para a vida. Elas
descobriram, muitas vezes de modo doloroso, que ele no pode ser achado numa viso
exclusivamente material da realidade. At mesmo os cticos desejam saber as respostas para
perguntas como: "Quem sou?", "Por que estou aqui?" e "O que acontece quando a pessoa morre?".
Quer admitam ou no, a idia da vida no passar de alguns anos de sofrimento e prazer, substitudos
pela no-existncia eterna, aterroriza a muitos. Os homens sabem que so mais do que o produto final
da combinao casual de tomos de hidrognio. Eles esto claramente procurando respostas.
O homem moderno v a canalizao como uma prova das respostas mais profundas para a vida. A
canalizao parece responder s indagaes sobre a natureza da realidade ( espiritual?), a natureza
da morte ( o fim?), a natureza do potencial humano ( ilimitado?), e a natureza do "eu" ( divino?).
Desse modo, a canalizao poderosamente persuasiva, alegando ter acesso ao prprio mundo dos
espritos, o qual pode suprir as respostas. Os espritos esto dando informaes que enganam os
homens, fazendo-os pensar que esto em contato com pessoas que viveram na terra, morreram e
agora vivem felizes na vida do alm. Os espritos afirmam que atravs da morte eles encontraram as
respostas para a vida e o conhecimento de que todos os homens vivero para sempre. Os espritos
alegam falar com autoridade sobre a natureza de Deus, o propsito da vida e o que acontece por
ocasio da morte. Eles afirmam no haver inferno e que Deus e o cu no so como a Bblia diz.
A canalizao oferece, portanto, uma resposta falsa para a necessidade de experincias religiosas do
homem moderno. Ele enganosamente levado a pensar que tal contato com os espritos d sentido
sua vida e ameniza o seu medo da morte.
Pense por um momento no que se passa na mente de uma pessoa que tem uma experincia esprita
impressionante. como um cego que repentinamente recupera a viso. No mesmo instante, tudo
muda medida que ela v um novo mundo de grandes maravilhas esperando para ser explorado. Da
mesma forma, aqueles que encontram o que acreditam ser espritos verdadeiros dos mortos pensam
que a morte no mais o fim, o momento de perda absoluta, mas simplesmente o comeo de uma
existncia nova e jubilosa, cheia de possibilidades ilimitadas. As pessoas so enganadas para pensar
que no h um inferno com o qual preocupar-se, mas s o potencial do aperfeioamento infinito. Os
espritos fazem mais que persuadir; eles exercem grande poder sobre a mente e o corao dos
homens. Esse o encanto da canalizao.
O que a Bblia diz sobre a canalizao?
A primeira incidncia histrica da canalizao foi registrada na Bblia em Gnesis captulo 3. L no
Jardim do den, o diabo usou a serpente como um "canal" para enganar Eva (Gn 3.1-5; 2 Co 11.3; Ap
12.9). Atravs da canalizao, o diabo levou o homem a duvidar de Deus, com graves conseqncias.
Significativamente, h razes importantes para crer que a realidade bsica da canalizao sugerida
aqui jamais se alterou no que se refere: (1) origem (o diabo ou demnios); (2) ao seu resultado
(iluso espiritual que destri a confiana em Deus); e (3) s suas conseqncias (juzo divino; Gn 3.1319; Dt 18-9-13). A canalizao , pois, condenada pela Bblia como uma prtica maligna diante de
Deus. Ela rejeitada por ser uma forma de espiritismo que envolve contato com demnios e a
divulgao dos seus falsos ensinamentos.
A Bblia ensina igualmente que "nos ltimos tempos, alguns apostataro da f, por obedecerem a
espritos enganadores e a ensinos de demnios" (1 Tm 4.1). Os ensinamentos espritas deturpam
a natureza de Deus, mentem sobre Cristo e distorcem o caminho da salvao. Os que confiam nas
doutrinas espritas enfrentam o juzo da morte. Sob a autoridade do prprio Cristo, descobrimos que o
inferno um lugar real (Mt 25.46; Lc 16.19-31). Os demnios que asseguram aos homens que o
pecado no real e o inferno no existe, promovem a runa eterna dos que confiam neles.

129

A Bblia instrui os homens a rejeitarem toda sorte de espiritismo por ser algo maligno e um contato com
espritos mentirosos. A canalizao uma forma de guerra espiritual, pondo em risco as almas dos
homens (2 Co 4.4). Essa a razo pela qual tanto a canalizao quanto seguir os ensinos dos
canalizadores condenado nas Escrituras como rebelio contra Deus e se expor ao juzo divino. Um
exemplo disso o rei Manasss de Jud no antigo Israel. "Ele praticou a feitiaria, usou a adivinhao,
praticou a magia e tratou com mdiuns e espritas, fazendo o que era mau perante o Senhor,
provocando-Lhe a ira" (2 Cr 33.2-6, traduo livre). Da mesma forma, em Deuteronmio 18.9-12, Deus
adverte o Seu povo: "No se achar entre vocs quem faa adivinhaes, pratique a feitiaria, que
seja esprita, ou invoque os mortos; pois, todo aquele que faz essas coisas abominvel ao Senhor..."
(traduo livre). A frase "que seja esprita" condena claramente todos os aspectos da canalizao.
(John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)
Extrado do livro Os Fatos Sobre os Espritos Guias.

130

Abrao chamado de pai de todos os que crem. Mas apenas atravs de Isaque, de Jac e de seus
descendentes que Deus prometeu cumprir a Sua inteno de estabelecer o Reino de Deus na terra e
oferecer salvao humanidade. A seguir, veremos como os erros de Abrao geraram um grande
conflito que chega at nossos dias no Oriente Mdio. Abrao tambm considerado o pai dos rabes.
O sculo XX ser conhecido como o mais turbulento da histria humana. Durante seus primeiros 45
anos, houve duas guerras mundiais que dizimaram milhes e milhes de pessoas. Esse foi o sculo
em que o comunismo comeou a florescer na Rssia e se espalhou pelo mundo. Contudo, vimos
tambm o colapso interno do comunismo, vividamente demonstrado na queda do Muro de Berlim.
Foi no sculo XX que vimos tambm a ascenso de um esprito sinistro que enganou o povo atravs
da tentativa de solucionar o chamado problema mundial judaico. O mesmo esprito foi responsvel pelo
surgimento da estrutura de poder anti-semita mais temida que o mundo j conheceu. Mais de 6
milhes de judeus pereceram nas mos do assassino regime nazista alemo, sob a liderana de Adolf
Hitler.
O Regresso dos Judeus
No sculo XX tambm experimentamos algo absolutamente singular: o retorno dos judeus terra de
seus pais. Ao final do sculo XIX, os primeiros colonizadores judeus comearam a chegar terra de
Israel. Eles se uniram com aqueles que j estavam ali e comearam a cultivar as partes do territrio
chamado de Palestina. Seu objetivo era restaurar a terra, traz-la de volta vida e produzir comida
para o povo que ainda haveria de chegar.
Naqueles primeiros dias, a terra parecia sem qualquer esperana. Mas os judeus persistiram, e o fruto
do seu trabalho foi a fundao do Estado de Israel no dia 14 de maio de 1948. Desde aquela poca, o
foco das atenes transferiu-se dramaticamente do novo mundo, os Estados Unidos, para o velho
mundo, o Oriente Mdio, como sendo o centro do futuro.
Paralelamente ao desenvolvimento do moderno sionismo, com seu alvo de fazer os judeus voltarem
terra de Sio, surgiu tambm a fenomenal exploso da importncia das naes rabes. De repente e
sem que se pudesse esperar, o mundo industrializado viu-se merc do mundo rabe que controlava
as vastas reservas de petrleo. Enquanto centenas de livros so escritos acerca do conflito do Oriente
Mdio e um volume de documentos quase inesgotvel est nossa disposio, queremos salientar
que o conflito todo no simplesmente algo poltico, religioso, militar ou econmico, mas, na realidade,
um conflito familiar. Assim como dois filhos de uma famlia brigam por um brinquedo, judeus e
rabes continuam a brigar pela herana: a terra de Israel.
Abrao: o Incio de Israel e dos rabes
Abrao o homem com quem esse conflito rabe/judeu comeou. Ele foi uma pessoa singular porque
recebeu uma promessa muito especial de Deus, o Criador.
131

No captulo 11 de Gnesis lemos a respeito da tentativa malograda de conseguir uma unidade mundial
atravs da Torre de Babel, que supostamente deveria atingir os cus. Em Gnesis 12 lemos, ento:
"Ora, disse o SENHOR a Abro: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a
terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nao, e te abenoarei, e te engrandecerei o nome. S tu
uma bno! Abenoarei os que te abenoarem e amaldioarei os que te amaldioarem; em ti sero
benditas todas as famlias da terra" (vv. 1-3).
No se trata de uma bno pronunciada por um sacerdote, um profeta ou algum grande dignitrio.
Esta bno foi confirmada pela promessa qudrupla dada a Abrao por ningum menos do que o
prprio Criador do cu e da terra, o Deus eterno que sempre foi, que e que sempre ser!
Esse homem, Abrao, foi instrudo por Deus a deixar tudo para trs e fazer uma jornada Terra Santa.
Ele teve de deixar seu pas, sua parentela, at mesmo a casa de seu pai, e viajar para um lugar que
lhe era desconhecido. E esse homem confiou no Deus vivo que lhe havia falado e partiu.
Uma das caractersticas singulares de Abrao foi que ele obedeceu naquilo que foi instrudo a fazer.
Ele creu em Deus e imediatamente agiu. Por esse motivo, lemos no Novo Testamento: "...para vir
[Abrao] a ser o pai de todos os que crem..." (Romanos 4.11).
Abrao era um admirvel e fiel servo do Senhor. Ele creu em Deus mais do que em qualquer outra
coisa. Todavia, em algumas ocasies, Abrao permitiu que a sua carne corresse em paralelo sua
vida de f.
Por isso o conflito que vemos hoje no Oriente Mdio pode ser remontado s origens desse grande
patriarca do povo de Israel e dos rabes.
Abrao e os rabes
A pacincia de Sarai, esposa de Abrao, esgotou-se primeiro: "Disse Sarai a Abro: Eis que o
SENHOR me tem impedido de dar luz filhos; toma, pois, a minha serva, e assim me edificarei com
filhos por meio dela. E Abro anuiu ao conselho de Sarai" (Gnesis 16.2).
Abrao, que tinha 86 anos de idade, teve um momento de fraqueza. Ele se esqueceu de Deus e
logicamente chegou ao ponto onde tambm deve ter pensado: "Ns temos de fazer alguma coisa!"
Pode bem ser que ele tenha concordado com Sarai, julgado ser essa a soluo do Senhor, e deste
modo seguido o conselho de sua esposa.
"Ele a possuiu, e ela concebeu. Vendo ela que havia concebido, foi sua senhora por ela desprezada"
(v. 4).
Obviamente, esse no era o caminho que Deus planejara para dar uma descendncia numerosa a
Abrao. Imediatamente comearam os problemas. Sarai, a legtima esposa, passou a ser desprezada
aos olhos de sua serva Hagar, que deu a Abrao um filho, o seu primognito, chamado Ismael.
Se Abrao e Sara reconheceram que aquilo que fizeram estava errado, no h evidncia disso nas
Escrituras.
Treze anos mais tarde, entretanto, Deus falou a Abro, agora com 99 anos de idade, repetindo
novamente a promessa que Ele lhe fizera anos atrs.
Mas ento Deus mudou o nome de Abro para Abrao. Abro significa "pai das alturas" ou "pai
exaltado", e Abrao significa "pai de multido".
A Orao de Abrao pelos rabes

132

Depois de receber outras instrues, Abrao aparentemente comeou a pensar que Deus estava
confirmando Ismael como Sua semente escolhida. Ele orou: "...Tomara que viva Ismael diante de ti!"
(Gnesis 17.18).
Mas Deus rapidamente o corrigiu: "De fato, Sara, tua mulher, te dar um filho, e lhe chamars Isaque;
estabelecerei com ele a minha aliana, aliana perptua para a sua descendncia" (v. 19).
Apesar disso, Deus afirmou muito especificamente que havia ouvido as oraes de Abrao a favor de
Ismael: "Quanto a Ismael, eu te ouvi: abeno-lo-ei, f-lo-ei fecundo e o multiplicarei
extraordinariamente; gerar doze prncipes, e dele farei uma grande nao" (v. 20). Mas o Senhor
enfatizou que Ismael no era o portador da aliana, mas sim Isaque: "A minha aliana, porm,
estabelec-la-ei com Isaque, o qual Sara te dar luz, neste mesmo tempo, daqui a um ano" (v. 21).
Bnos para Ismael
A escolha de Isaque, entretanto, no diminuiu a tremenda bno sobre Ismael. Ismael deveria ser
abenoado, ser frutfero, multiplicar-se, no apenas de maneira normal, mas "extraordinariamente". Ele
seria pai de 12 prncipes e no se tornaria apenas uma nao, mas "uma grande nao".
O cumprimento dessa profecia encontra-se em Gnesis 25. Lemos na genealogia de Ismael que dele
realmente descenderam 12 prncipes.
Ismael, portanto, no deve ser menosprezado ou rejeitado, pois Deus deu a ele e a seus descendentes
grandiosas bnos e as promessas que acabamos de citar.
Entretanto, os descendentes de Ismael tornaram-se inimigos ferrenhos de Israel, descendentes de
Isaque (veja Salmo 83). E permanecem assim at o dia de hoje.
Outros Descendentes de Abrao
Sara, a amada esposa de Abrao, deu luz ao filho da promessa com 90 anos de idade e acabou
morrendo aos 127 anos. Aps Abrao ter enviado o seu servo para procurar uma esposa para Isaque,
o que, incidentalmente, fornece-nos um quadro proftico da Noiva de Cristo, achou obviamente que o
seu chamado estava completado, que o seu ministrio estava concludo.
Depois que Isaque se casou com Rebeca, Gnesis 25 diz: "Desposou Abrao outra mulher; chamavase Quetura. Ela lhe deu luz a Zinr, Jocs, Med, Midi, Isbaque e Su. Jocs gerou a Seba e a
Ded; os filhos de Ded foram: Assurim, Letusim e Leumim. Os filhos de Midi foram: Ef, Efer,
Enoque, Abida e Elda. Todos estes foram filhos de Quetura. Abrao deu tudo o que possua a Isaque.
Porm, aos filhos das concubinas que tinha, deu ele presentes e, ainda em vida, os separou de seu
filho Isaque, enviando-os para a terra oriental" (vv. 1-6). Abrao, j em idade avanada, criou outra
famlia!
Pesquisando sobre a genealogia dessa famlia, descobrimos que os filhos de Abrao com Quetura
tambm se tornaram inimigos ferrenhos de Israel. Portanto, vemos claramente que os rabes em geral,
que reivindicam ter Abrao como pai, certamente pertencem mesma famlia e esto ligados a Israel.
Nesse contexto, extremamente interessante observar o que mostrou uma pesquisa recente:
Estudo de DNA comprova que judeus e rabes so parentes prximos, como diz a
Bblia
(...) Com uma nova tcnica baseada no estudo da descendncia masculina, bilogos
concluram que as vrias populaes judaicas no apenas so parentes prximas umas
das outras, mas tambm de palestinos, libaneses e srios. A descoberta significa que todos
so originrios de uma mesma comunidade ancestral, que viveu no Oriente Mdio h 4000
anos. Em termos genticos significa parentesco bem prximo, maior que o existente entre
133

os judeus e a maioria das outras populaes. Quatro milnios representam apenas 200
geraes, tempo muito curto para mudanas genticas significativas. Impressiona como o
resultado da pesquisa coerente com a verso expressa da Bblia de que os rabes e
judeus descendem de um ancestral comum, o patriarca Abrao.
(...) Os pesquisadores perceberam tambm que, apesar da longa dispora, as populaes
judaicas mantiveram intacta a identidade biolgica (...) O resultado no apenas est de
acordo com a tradio bblica como refuta as teses de que as comunidades judaicas atuais
consistem principalmente de descendentes de convertidos de outras crenas... (Veja,
17/5/2000, p. 86, nfase acrescentada)
Unidade Final
O conflito familiar no Oriente Mdio no pode ser resolvido por diplomatas, nem pelos Estados Unidos,
nem pela Europa e nem pelas Naes Unidas.
Apenas o prprio Senhor, o Prncipe da Paz, haver de consegui-lo, pois Ele pagou o preo pela paz.
Ele sozinho capaz de promover a reconciliao; no a que elaborada por hbeis polticos, num
pedao de papel, mas Ele ordenar a paz com base em Suas palavras: "...Est consumado!" Essas
palavras esto seladas com Seu sangue eternamente eficaz. O verdadeiro preo pela paz j foi pago
por completo!
Quando Israel finalmente O enxergar como Aquele a quem eles traspassaram e reconhecerem a Ele, o
Salvador do mundo, o Messias de Israel, isto no mais ficar em segredo, mas tambm atingir todas
as naes ao redor de Israel. Deus, ento, far cumprir todas as promessas que deu a todos os filhos
de Abrao.
O profeta Isaas previu o poder unificador do Senhor h mais de 2.700 anos: "Naquele dia, haver
estrada do Egito at Assria, os assrios iro ao Egito, e os egpcios, Assria; e os egpcios
adoraro com os assrios. Naquele dia, Israel ser o terceiro com os egpcios e os assrios, uma
bno no meio da terra; porque o SENHOR dos Exrcitos os abenoar, dizendo: Bendito seja o
Egito, meu povo, e a Assria, obra de minhas mos, e Israel, minha herana" (Isaas 19.23-25). (Arno
Froese - http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Notcias de Israel, setembro de 2000.

134

"Tendo Jesus sado do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discpulos para
lhe mostrar as construes do templo. Ele, porm, lhes disse: No vedes tudo isto? Em verdade vos
digo que no ficar aqui pedra sobre pedra que no seja derribada. No monte das Oliveiras, achava-se
Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discpulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos
quando sucedero estais coisas e que sinal haver da tua vinda e da consumao do sculo. E ele
lhes respondeu: Vede que ningum vos engane. Porque viro muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o
Cristo, e enganaro a muitos. E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, no
vos assusteis, porque necessrio assim acontecer, mas ainda no o fim. Porquanto se levantar
nao contra nao, reino contra reino, e haver fomes e terremotos em vrios lugares; porm tudo
isto o princpio das dores. Ento, sereis atribulados, e vos mataro. Sereis odiados de todas as
naes, por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos ho de se escandalizar, trair e odiar uns aos
outros; levantar-se-o muitos falsos profetas e enganaro a muitos. E, por se multiplicar a iniqidade, o
amor se esfriar de quase todos. Aquele, porm, que perseverar at o fim, esse ser salvo. E ser
pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as naes. Ento vir o
fim. Quando, pois, virdes o abominvel da desolao de que falou o profeta Daniel, no lugar santo
(quem l entenda), ento, os que estiverem na Judia fujam para os montes; quem estiver sobre o
eirado no desa a tirar de casa alguma coisa; e quem estiver no campo no volte atrs para buscar a
sua capa. Ai das que estiverem grvidas e das que amamentarem naqueles dias! Orai para que a
vossa fuga no se d no inverno, nem no sbado; porque nesse tempo haver grande tribulao, como
desde o princpio do mundo at agora no tem havido e nem haver jamais. No tivessem aqueles
dias sido abreviados, ningum seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias sero abreviados.
Ento, se algum vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! No acrediteis; porque surgiro falsos
cristos e falsos profetas operando grande sinais e prodgios para enganar, se possvel, os prprios
eleitos. Vede que vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele est no deserto!, no
saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa!, no acrediteis. Porque, assim como o relmpago sai do oriente e
se mostra no ocidente, assim h de ser a vinda do Filho do Homem. Onde estiver o cadver, a se
ajuntaro os abutres" (Mt 24.1-28).
Sobre os acontecimentos dos tempos finais, recomendvel ler tambm os versculos restantes de
Mateus 24 e todo o captulo 25. A respeito, vamos perguntar-nos:

1. A quem Jesus dirigiu, em primeiro lugar, as palavras de Mateus 24 e 25?


A resposta : basicamente aos judeus e no Igreja
Nessa ocasio a Igreja ainda era um mistrio. Somente no Pentecoste ela foi includa no agir de
Deus e, posteriormente, revelada atravs de Paulo.
Portanto, o texto tambm no est falando do arrebatamento, quando Jesus vir para buscar Sua
Igreja, mas trata da volta de Jesus em grande poder e glria para Seu povo Israel, aps a Grande
Tribulao (Mt 24.29-31). Jesus s falou do arrebatamento mais tarde, pouco antes do Getsmani,
como est registrado em Joo 14. At ento os discpulos, como judeus, s sabiam da era gloriosa do
Messias que viria para Israel (por exemplo, Lucas 17.22-37).
135

Os discpulos a quem Jesus Se dirigiu em Mateus 24 e 25 evidentemente eram judeus. Em minha


opinio, eles simbolizam o remanescente judeu fiel, que crer no Messias no tempo da Grande
Tribulao.
No sermo proftico do Senhor Jesus no Monte das Oliveiras, Ele predisse como ser a situao dos
judeus no perodo imediatamente anterior Sua volta.
Falsos profetas e falsos cristos, como so chamados em Mateus 24.5,23,26, representam um perigo
para Israel. A Igreja enfrenta outros perigos, pois deve preocupar-se mais com falsos mestres, falsos
apstolos e falsos evangelistas e em discernir os espritos (2 Co 11.13; 2 Pe 2.1; Gl 1.6-9). Filhos de
Deus renascidos pelo Esprito Santo certamente no vo sucumbir s sedues de falsos cristos e cair
nesses enganos.
O "abominvel da desolao" (Mt 24.15) diz respeito claramente terra judaica, ao templo judaico e
aos sacrifcios judeus. J o profeta Daniel falou a respeito. E Daniel no falava da Igreja, mas de "teu
povo... e de tua santa cidade" (Dn 9.24).
A frase: "ento, os que estiverem na Judia fujam para os montes" (Mt 24.16), bem clara. Trata-se
nitidamente da terra de Israel. Pois no Novo Testamento a Igreja de Jesus nunca conclamada a fugir
para os montes.
Igualmente o texto que fala do sbado diz respeito aos judeus, aos seus costumes e suas leis (v. 20).
Tambm a parbola da figueira (v. 32) uma representao simblica da nao judaica. Do mesmo
modo, a expresso "esta gerao" (v. 43) aplica-se a Israel.

2. A que poca o Senhor se refere em Mateus 24?


A resposta pergunta anterior nos conduz automaticamente ao tempo em que esses fatos
acontecero. Trata-se da poca em que Deus comear a agir novamente com Seu povo Israel de
maneira coletiva, levando o povo da Aliana ao seu destino final (v. 3), que a vinda do seu Messias e
o estabelecimento de Seu reino. O centro de todas as profecias de Mateus 24 e 25 ocupado pelos
sete anos que so os ltimos da 70 semana de Daniel (Dn 9.24-27). Devemos estar cientes de que
esse perodo a consumao do sculo, o encerramento de uma era, e no apenas o transcorrer de
um tempo. O sinal do fim dos tempos a ltima semana, a 70 semana de Daniel.
Todos os sinais que o Senhor Jesus predisse em Mateus 24, que conduziro Sua vinda visvel (v.
30), tm seus paralelos no Apocalipse, nos captulos de 6 a 19. Mas nessa ocasio a Igreja de Jesus j
ter sido arrebatada, guardada da "hora da provao" (Ap 3.10).
Os ltimos sete anos divididos em trs etapas (Mt 24.4-28)
1. Os versculos 4-8 descrevem, segundo meu entendimento, a primeira metade da 70 semana
de Daniel. O versculo 8 diz claramente: "porm tudo isto o princpio das dores". As dores no dizem
respeito a uma poca qualquer, elas definem especificamente o tempo da Tribulao, comparado na
Bblia "s dores de parto de uma mulher grvida" (1 Ts 5.3; veja tambm Jr 30.5-7). O princpio das
dores so os primeiros trs anos e meio da 70 semana. Assim como existem etapas iniciais e finais
nas dores que antecedem um parto, tambm esses ltimos 7 anos dividem-se em duas etapas de trs
anos e meio. H um paralelismo e uma concordncia quase literal entre Mateus 24.4-8 e Apocalipse 6,
onde o Senhor abre os selos de juzo:
Falsos cristos (Mt 24.5) primeiro selo: um falso cristo (Ap 6.1-2).
Guerras (Mt 24.6-7) segundo selo: a paz ser tirada da terra (Ap 6.3-4).
Fomes (Mt 24.7) terceiro selo: um cavaleiro montado em um cavalo preto com uma balana em
suas mos (Ap 6.5-6).
136

Terremotos (Mt 24.7), epidemias (Lc 21.11) quarto selo: um cavaleiro montado em um cavalo
amarelo, chamado "Morte" (Ap 6.7-8).
2. Nos versculos 9-28 temos a descrio da Grande Tribulao, ou seja, a segunda metade (trs
anos e meio) da 70 semana de Daniel.
Nesse tempo muitos morrero como mrtires (Mt 24.9) quinto selo (Ap 6.9-11).
Coisas espantosas e grandes sinais no cu anunciam a chegada do grande dia da ira do Senhor (Lc
21.11) sexto selo (Ap 6.12-17).
Em Israel, muitos trairo uns aos outros (Mt 24.10, veja tambm Mt 10.21).
O engano e a impiedade se alastraro, o amor esfriar, significando que muitos apostataro de sua f
(Mt 24.11-12, veja 2 Ts 2.10-11). Quem perseverar at o fim ver a volta do Senhor e entrar no
Milnio (Mt 24.13).
O Evangelho do Reino ser pregado por todo o mundo (v. 14). Ele no deve ser confundido com o
Evangelho da graa, anunciado atualmente. O Evangelho do Reino a mensagem que ser
transmitida no tempo da Tribulao pelo remanescente e pelos 144.000 selados do povo de Israel,
chamando a ateno para a volta de Jesus, que ento vir para estabelecer Seu Reino (compare
Apocalipse 7 com Mateus 10.16-23).
3. Mateus 24.15 refere-se metade da 70 semana de Daniel, o comeo dos ltimos trs anos e
meio de tribulao.
A "abominao desoladora" no teve seu cumprimento na destruio do templo em 70 d.C., pois
refere-se afirmao de Daniel, que aponta claramente para o fim dos tempos (Dn 12.1,4,7,9,11).
A profecia da "abominao desoladora" de Daniel teve um pr-cumprimento aproximadamente em
150 a.C., na pessoa de Antoco Epifnio. Daniel 11.31 fala a respeito.
A "abominao desoladora" cumpriu-se parcialmente em 70 d.C. atravs dos romanos, que
destruram o templo.
Mas "abominvel da desolao" de que Jesus fala em Mateus 24.15 ser estabelecido apenas pelo
anticristo, vindo a ter seu cumprimento pleno e definitivo na metade dos ltimos sete anos (como
profetizado em Daniel 12). Essa profecia de Daniel claramente para o tempo do fim (vv. 4,9),
referindo-se a um tempo de to grande angstia como jamais houve antes (v. 1), que durar "um
tempo, dois tempos e metade de um tempo". dessa Grande Tribulao, desse perodo de imenso
sofrimento e angstia, que Jesus fala em Mateus 24.21 (veja Jr 30.7).
Nos versculos a seguir, de 16 a 28, o Senhor Jesus explica como o remanescente dos judeus deve
comportar-se durante a Grande Tribulao:
Eles devem fugir (veja Ap 12.6).
Esses dias sero abreviados para trs anos e meio, para que os escolhidos sejam salvos.
Falsos cristos e falsos profetas faro milagres e sinais (veja Ap 13.13-14).
Mas ento, finalmente, diante dos olhos de todos, o Senhor vir "como o relmpago sai do oriente e
se mostra at no ocidente". Esses dias da ira de Deus (Lc 21.22), ou melhor, esses dias da ira de Deus
e do Cordeiro (Ap 6.17), so descritos assim: "Onde estiver o cadver, a se ajuntaro os abutres" (Mt
24.28). O "cadver" representa o judasmo apstata, afastado de Deus, e o sistema mundial sob a
regncia do anticristo, no qual reinar a morte e o "hades". Os "abutres" simbolizam o juzo de Deus.

137

Como j foi mencionado, no creio que em Mateus 24.15 o Senhor Jesus esteja referindo-se
destruio do templo em 70 d.C., mas penso que Ele est falando do tempo do fim. Ele menciona a
destruio do templo e de Jerusalm em Lucas 21, fazendo ento a ligao com os tempos finais.
Alis, este o sentido dos quatro Evangelhos: apresentar nfases diferenciadas dos relatos. Os
Evangelhos tratam da profecia como tambm ns devemos faz-lo, manejando bem a palavra da
verdade (2 Tm 2.15).
Em Lucas 21.20 e 24 o Senhor diz: "Quando, porm, virdes Jerusalm sitiada de exrcitos, sabei que
est prxima a sua devastao. Cairo ao fio da espada e sero levados cativos para todas as naes;
e, at que os tempos dos gentios se completem, Jerusalm ser pisada por eles." Isso cumpriu-se em
70 d.C.
Mas Mateus 24 menciona algo que no aparece no Evangelho de Lucas, pois cumprir-se- apenas nos
tempos do fim: "o abominvel da desolao" (v. 15).
No Evangelho de Lucas, que trata primeiro da destruio do templo em 70 d.C., est escrito: "...haver
grande aflio na terra" (Lc 21.23) (no est escrito: "grande tribulao"). Mas em Mateus 24, que em
primeira linha fala dos tempos do fim, lemos sobre uma "grande tribulao" "como desde o princpio do
mundo at agora no tem havido e nem haver jamais" (v. 21). A expresso "grande tribulao"
diferencia nitidamente a angstia de 70 d.C. da "grande tribulao" no final dos tempos.

3. Qual a mensagem desse texto bblico para ns hoje?


Essa passagem tem forte significado para os crentes de hoje, pois sabemos que os impressionantes
acontecimentos da Grande Tribulao lanam suas sombras diante de si e que, por essa razo, o
arrebatamento da Igreja deve estar muito prximo.
Nosso mundo est muito inquieto. H conflitos em muitos pases e torna-se mais e mais evidente a
possibilidade de guerras devastadoras em futuro prximo. Mais de 400.000 cientistas esto atualmente
ocupados em melhorar sistemas blicos ou em desenvolver novos armamentos.
Grande parte da humanidade passa fome.
Terremotos, tempestades, inundaes e doenas imprevisveis, alm de outros fenmenos e
catstrofes da natureza, aumentam dramaticamente em progresso geomtrica, como as dores de
parto da que est para dar luz.
Grande parte dos cristos perseguida. Muitos chegam a falar de uma "escalada" nas perseguies
nos ltimos anos.
Tambm a seduo e o engano atravs de falsas religies comparvel a uma avalanche. O clamor
pelo "homem forte" torna-se mais audvel. Qualquer coisa passa a ser anunciada como "deus" ou
"salvador" e as pessoas agarram-se ansiosas a essas ofertas enganosas. Ao mesmo tempo
acontece uma apostasia nunca vista, um crescente afastamento da Bblia e do Deus vivo.
As dores da Grande Tribulao anunciaro a vinda do Filho do Homem. No nos encontramos diante
do fim do mundo, mas nos aproximamos do fim de nossa era (Mt 24.3). O Filho de Deus no nos trar
o fim, mas um novo comeo. Jesus Cristo no apenas a esperana para o futuro do mundo, mas a
esperana para toda pessoa, para cada um que invocar Seu Nome! (Norbert Lieth http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Notcias de Israel, setembro de 2000.

138

"Aprendei, pois, a parbola da figueira: quando j os seus ramos se renovam e as folhas brotam,
sabeis que est prximo o vero. Assim tambm vs: quando virdes todas estas coisas, sabei que est
prximo, s portas. Em verdade vos digo que no passar esta gerao sem que tudo isto acontea.
Passar o cu e a terra, porm as minhas palavras no passaro" (Mt 24.32-35).
Alm da oliveira, da videira e do espinheiro, a figueira uma ilustrao de Israel, do judasmo. Essas
quatro "rvores" so mencionadas em uma passagem de Juzes (9.8-15). Alm delas, tambm a rom
uma representao do povo judeu. Certamente a passagem bblica que exprime com maior preciso
que a figueira uma ilustrao de Israel est em Osias 9.10, onde Deus, o Senhor, diz: "Achei a
Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como as primcias da figueira nova..." o que tambm
se v claramente em Jeremias 24.3-7: "Ento, me perguntou o Senhor: Que vs tu, Jeremias?
Respondi: Figos; os figos muito bons e os muito ruins, que, de ruins que so, no se podem comer. A
mim me veio a palavra do Senhor, dizendo: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Do modo por que
vejo estes bons figos, assim favorecerei os exilados de Jud, que eu enviei deste lugar para a terra dos
caldeus. Porei sobre eles favoravelmente os olhos e os farei voltar para esta terra; edific-los-ei e no
os destruirei, plant-los-ei e no os arrancarei. Dar-lhes-ei corao para que me conheam que eu sou
o Senhor; eles sero o meu povo, e eu serei o seu Deus; porque se voltaro para mim de todo o seu
corao."
Alm disso, a figueira contm um sentido proftico muito profundo, o que se v claramente nas
palavras profticas de Jesus quando fala da Sua vinda: "Aprendei, pois, a parbola da figueira: quando
j os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que est prximo o vero. Assim tambm vs:
quando virdes todas estas coisas, sabei que est prximo, s portas" (Mt 24.32-33).
A seguir vamos analisar a figueira Israel luz proftica da Bblia, perguntando-nos o que podemos
aprender dela: "Aprendei, pois, a parbola da figueira..." Trs simbolismos chamaram a minha ateno
e quero compartilh-los a seguir:

Primeira representao: a figueira como mestre que ensina o caminho certo, o


caminho para a justia verdadeira, legtima e permanente
Onde a figueira (Israel) aparece pela primeira vez na Bblia?
Talvez alguns leitores diro que encontramos em Gnesis 12 o chamamento de Abrao como primeiro
hebreu, seguido pelo seu filho Isaque e pelo seu neto Jac, cujo nome foi mudado por Deus para Israel
em Gnesis 32.28: "Ento disse: J no te chamars Jac, e sim Israel, pois como prncipe lutaste
com Deus e com os homens e prevaleceste." correto que o nome Israel aparece aqui pela primeira
vez.

139

Mas eu creio que a figueira (Israel), na profundidade proftica dos desgnios da salvao de Deus
("Aprendei, pois, a parbola da figueira..."), j aparece nas primeiras pginas da Bblia, isto , em
Gnesis 3.7: "Abriram-se, ento, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas
de figueiras e fizeram cintas para si." Segundo o meu entendimento, encontramos aqui a primeira
meno de Israel como figueira na Bblia, ou seja, o Israel da lei, que apenas pode cobrir o pecado.
Alm da rvore da vida e da rvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9), a figueira ("...coseram
folhas de figueira e fizeram cintas para si") a nica rvore do jardim do den mencionada pelo nome.
Para mim, a meno da figueira j nas primeiras pginas da Bblia (ao lado de inmeras outras rvores
paradisacas criadas por Deus, cujos nomes no so citados) uma gloriosa figura da eleio de
Israel: "...o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo prprio, de todos os povos
que h sobre a terra" (Dt 7.6).
Ado e Eva haviam pecado e, em conseqncia, reconheceram que estavam nus. Ento eles
apanharam folhas de figueira e cobriram sua nudez com essas folhas. Entretanto, assim eles somente
puderam cobrir a sua culpa, mas no puderam obter o perdo do seu pecado. Para isso foi necessrio
um sacrifcio de sangue: "Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Ado e sua mulher e os vestiu"
(Gn 3.21) Isso significa que Deus matou dois animais e, com sua pele, cobriu a nudez dos dois
primeiros seres humanos. O sangue derramado nesse ato serviu para o perdo do pecado.
Portanto, j nas primeiras pginas da Bblia revelado profeticamente todo o Plano de Salvao. Ali
ele ainda est envolto em mistrio, mas no decorrer de outras revelaes posteriores tornou-se cada
vez mais nitidamente visvel.
O que aprendemos disso?
1. As folhas da figueira apontam para uma outra salvao, que melhor e mais perfeita
Em Hebreus 7.19 est escrito: ("...pois a lei nunca aperfeioou coisa alguma), e, por outro lado, se
introduz esperana superior, pela qual nos chegamos a Deus." Mas quem a esperana superior,
acima da lei? O sacrifcio providenciado por Deus em Jesus Cristo na cruz!
Segundo o meu entendimento, as cintas de folhas de figueira indicam a necessidade de uma
vestimenta mais definitiva, que exigia um sacrifcio com sangue, uma esperana superior. Depois que
Ado e Eva pecaram, imediatamente souberam que estavam nus e que deviam cobrir-se: "...coseram
folhas de figueira e fizeram cintas para si." Mas isso no foi suficiente diante do Deus santo. Por isso,
cheio de misericrdia, Ele matou dois animais e "fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Ado e
sua mulher e os vestiu."
Exatamente este o sentido e a finalidade de Israel no Plano de Salvao. A figueira Israel, do
comeo at o fim, aponta para a salvao superior em Jesus Cristo, o Grande Sacrifcio da Justia de
Deus. Em Israel nos foi dada a lei. Mas por meio dela reconhecemos que somos pecadores e
carecemos da graa de Deus. Outrora Ado e Eva tomaram as folhas da figueira, mas perceberam que
essas cintas feitas por eles mesmos no podiam salv-los do pecado que haviam cometido e que
necessitavam de outra salvao.
Quase toda a Epstola aos Hebreus mostra que o antigo Israel, em todos os seus procedimentos,
uma indicao para Cristo; que todos os seus sacrifcios apontam para o perfeito sacrifcio de Jesus na
cruz, e que o sumo sacerdote judeu da Antiga Aliana uma referncia ao Sumo Sacerdote
verdadeiro, definitivo e eterno: Jesus Cristo.
Israel sob a lei aponta para a graa (Gl 3.24). Em Israel, sob a lei, os pecados puderam ser apenas
cobertos (folhas de figueira). Mas pelo sacrifcio de Jesus, com sangue que maravilhosa boa nova de
salvao!! os pecados so perdoados e tirados. A respeito lemos em Hebreus 9.26: "...Ora, neste
caso, seria necessrio que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundao do mundo; agora,
porm, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifcio de
si mesmo, o pecado."

140

2. Pelas folhas da figueira vemos que as obras da lei no podem produzir a justia que vale
diante de Deus
Em nenhum lugar isso demonstrado mais claramente do que na figueira Israel. Em todo o decurso da
histria desse povo, Deus mostrou a todo o mundo que a lei no pode salvar.
Mas justamente este o grande problema de Israel at hoje, pois eles continuam pensando que
podem ser salvos pelas obras da lei. A Bblia, porm, ensina inequivocamente: "...por obras da lei,
ningum ser justificado" (Gl 2.16). Em Glatas 3.10 isso expresso de maneira ainda mais precisa:
"Todos quantos, pois, so das obras da lei esto debaixo da maldio..." O apstolo Paulo dirigiu
essas palavras profundamente srias em primeiro lugar aos crentes na Galcia, que alm da graa em
Jesus Cristo ainda queriam assumir as leis do judasmo. Como Ado e Eva ("...coseram folhas de
figueira e fizeram cintas para si)", hoje muitos procuram alcanar o favor de Deus pela observncia da
lei ou de exerccios religiosos. Conheci, por exemplo, um homem que antes de se converter a Jesus
orava o "Pai Nosso" 150 vezes por dia. Todos que fazem tais coisas se esforam em vo, pois assim
esto realmente "...debaixo da maldio". Diante disso, como soa maravilhosa a mensagem do
sacrifcio de Jesus na cruz: "Cristo nos resgatou da maldio da lei, fazendo-se ele prprio maldio
em nosso lugar (porque est escrito (Dt 21.23): maldito todo aquele que for pendurado em madeiro"
(Gl 3.13) "fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Ado e sua mulher e os vestiu." Ele realizou
uma salvao superior!
Hans Brandenburg disse certa vez:
O legalismo o equvoco de trocar o diagnstico pela terapia... Legalismo sempre algo
pela metade. Em geral o homem escolhe um ponto especial que est disposto a observar
e guardar, e ento se apia na pressuposta observncia dessa lei e negligencia a
comunho com Jesus.
Exatamente assim tambm Paulo se expressa quando fala da figueira Israel: "Porquanto,
desconhecendo a justia de Deus e procurando estabelecer a sua prpria, no se sujeitaram que
vem de Deus" (Rm 10.3-4).
Qual a sua situao? Voc j aceitou a graa? No fundo, tudo to simples: basta ir ao Senhor
Jesus Cristo e Lhe entregar toda a nossa vida. Na verdade, este j o passo do arrependimento,
quando reconhecemos: "Eu sou um grande pecador". impossvel mencionar todos os pecados que
cometemos em pensamentos, palavras e aes durante nossa vida. Por isso, venha a Jesus Cristo
com toda a sua vida e diga a Ele: "Eu sou um grande pecador. Senhor, eu preciso de Ti para toda a
minha vida para tudo que houve, para tudo que , e para tudo que vir. Eu te aceito agora como meu
Salvador". Ento voc experimentar repentinamente o que salvao verdadeira pois esta a
justia em Jesus, a justia que tem valor diante de Deus!
J nas primeiras pginas da Bblia a figueira nos mostrada como uma ilustrao de Israel, como um
livro didtico de Deus ensinando sobre a salvao verdadeira. Assim como as folhas de figueira de
Ado e Eva indicavam o anseio de salvao e mais alm o sacrifcio pleno e suficiente de Jesus
Cristo , Israel nos dado como um exemplo que aponta para a graa redentora. Por meio deste povo
nos mostrado claramente o anseio por salvao e a satisfao desse anseio em Jesus Cristo.

Segunda representao: a figueira como mestre que ensina sobre a salvao


Em 2 Reis 20.5-7 o Senhor diz ao Seu profeta Isaas: "Volta e dize a Ezequias, prncipe do meu povo:
Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua orao e vi as tuas lgrimas; eis que eu te
curarei; ao terceiro dia, subirs Casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das
mos do rei da Assria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por
amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaas: Tomai uma pasta de figos; tomaram-na e a puseram
sobre a lcera; e ele recuperou a sade."
O que aprendemos disso?

141

1. A figueira Israel existe para salvao


Israel como uma pasta de figos, como remdio para a humanidade, para todas as naes. Mas no
em si mesmo que este povo salvao e bno sobre a terra. Israel s pode ser uma ajuda para um
mundo enfermo por causa dAquele que vem de Israel e se tornou o sacrifcio para o mundo: Jesus
Cristo. Este j foi o desgnio de salvao de Deus com Abrao, quando falou ao patriarca de Israel:
"...em ti sero benditas todas as famlias da terra." (Gn 12.3b). Jesus o Salvador do mundo, mas foi o
judasmo que o trouxe ao mundo. Essa a nica razo de ser do povo judeu, do qual o Eterno de
Israel fez vir Seu Filho Jesus Cristo para salvao do mundo inteiro!
Os botnicos descrevem a figueira da seguinte maneira:
"Tem tronco retorcido com casca clara". Em si mesmo, Israel torto e rebelde, mas resplandece por
meio de Jesus Cristo. Tive que pensar em Moiss, que em si mesmo tambm era "torto". Mas quando
retornava do encontro com Deus, "a pele do seu rosto resplandecia" (x 34.29).
"A ramada se estende em todas as direes e tem folhas com cinco pontas". Israel se tornou
salvao para todos os povos. O Evangelho foi anunciado primeiramente em Jerusalm, Samaria e
Judia, mas depois, partindo de Israel (figueira), para todas as direes, para todos os povos. Folhas
com cinco pontas: cinco o nmero da graa. Uma pasta de figos foi colocada sobre a parte enferma
do corpo de Ezequias e ele foi curado. Jesus teve cinco ferimentos que se tornaram a salvao do
mundo.
Em Isaas 49.3 est escrito: "...e me disse: Tu s o meu servo, s Israel, por quem hei de ser
glorificado" (Is 49.3). Aqui vemos a identificao de Israel com seu Filho maior, Jesus Cristo. A figueira
Israel, em conexo com Jesus, o Messias, tornou-se a salvao para o mundo. Por isso est escrito
mais adiante: "Sim, diz ele: Pouco o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jac e tornares a
trazer os remanescentes de Israel; tambm te dei como luz para os gentios, para seres a minha
salvao at a extremidade da terra" (Is 49.6). Aqui a Palavra de Deus no se refere mais a Israel
propriamente, mas quele que viria de Israel, a Jesus Cristo: "...pouco o seres o meu servo, para
restaurares as tribos de Jac e tornares a trazer os remanescentes de Israel..." Pois Israel no poderia
restaurar a si mesmo, nem poderia tornar a trazer os remanescentes de si mesmo. E como a figueira
Israel em si mesma torta, resplandecendo somente em seu Messias, assim tambm evidente que
as palavras seguintes se referem ao Filho maior de Israel: "...tambm te dei como luz para os gentios,
para seres a minha salvao at a extremidade da terra". Por isso Jesus disse em Joo 4.22b: "...a
salvao vem dos judeus."
2. Profeticamente parece que j se delineia tambm a futura salvao de Israel seu prprio
restabelecimento se avizinha
Voltemos novamente para o rei Ezequias, que j estava diante da morte, mas em lgrimas implorou a
cura ao Senhor. Deus ouviu sua orao e ordenou a Isaas: "Volta, e dize a Ezequias, prncipe do meu
povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua orao e vi as tuas lgrimas; eis que eu
te curarei; ao terceiro dia, subirs casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das
mos do rei da Assria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por
amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaas: Tomai uma pasta de figos; tomaram-na e a puseram
sobre a lcera; e ele recuperou a sade" (2 Rs 20.5-7).
Assim como Ezequias, tambm Israel ainda ter que enfrentar angstia mortal. Pois no tempo da
Grande Tribulao todas as naes da terra se voltaro contra Israel e se reuniro em Armagedom
para destru-lo totalmente. Mas ento esse povo, em agonia, como Ezequias outrora, clamar ao
Senhor com suas ltimas foras: "Deus de Abrao, Isaque e Jac! Nosso Messias, vem e salva-nos
dos nossos inimigos!" Ele ouvir Seu povo e o salvar Israel poder ir ao templo novamente (pois
Jesus levantar o templo do Milnio) Ele derrotar os inimigos de Israel e proteger a cidade de
Jerusalm.
A histria de Ezequias se encaixa no contexto das afirmaes de Deus sobre o futuro de Israel e da
vinda de Jesus. Assim talvez j possamos ver, na pasta de figos, por meio da qual a sade de
Ezequias foi restabelecida, um paralelo da figueira restabelecida em Mateus 24: "Aprendei, pois, a
142

parbola da figueira..." E a declarao: "...no terceiro dia subirs casa do Senhor", no mnimo
interessante. Pedro disse: "H, todavia, uma cousa, amados, que no deveis esquecer: que, para o
Senhor, um dia como mil anos, e mil anos, como um dia" (2 Pe 3.8). Desde a primeira vinda de Jesus
a Belm j se passaram quase dois mil anos (dois dias divinos). No em vo que aps 1948 anos
Deus fez de Israel novamente um povo na Terra Prometida, e no ano de 1967 lhe devolveu a cidade
de Jerusalm. Ser que Israel subir novamente casa do Senhor no "terceiro dia"? No sabemos o
momento exato da vinda de Jesus para a Sua Igreja, nem o dia da Sua volta para Seu povo Israel. Mas
vemos e presenciamos em nossos dias a restaurao da figueira: Israel conduzido em direo sua
cura. E nosso Senhor prometeu expressamente: "Em verdade vos digo que no passar esta gerao,
sem que tudo isto acontea. Passar o cu e a terra, porm as minhas palavras no passaro" (Mt
24.34-35).

Terceira representao: a figueira como mestre que ensina sobre os desgnios


profticos da salvao de Deus
Em Lucas 17.5-6 lemos: "Ento, disseram os apstolos ao Senhor: Aumenta-nos a f. Respondeu-lhes
o Senhor: Se tiverdes f como um gro de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te
no mar; e ela vos obedecer."
preciso esclarecer que, conforme diversos autores, a rvore aqui chamada de amoreira , na
verdade, o sicmoro, a figueira brava, a mesma rvore em que Zaqueu subiu para ver Jesus (Lucas
19). Um dicionrio da Bblia diz a respeito: "O sicmoro pode atingir at 16 metros de altura e alcana
uma circunferncia de at 10 metros. A madeira dura, uniforme e muito durvel e, depois do cedro,
a melhor madeira para carpintaria."
O Senhor Jesus apontou para uma rvore to grande e disse aos seus apstolos, que eram judeus:
"Se tiverdes f como um gro de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar;
e ela vos obedecer." Certamente podemos dizer que, no sentido proftico, isso se cumpriu
exatamente. Foi o que realmente aconteceu com a figueira Israel, que no tempo de Jesus havia se
tornado um povo orgulhoso. Os israelitas foram desarraigados da sua ptria judaica e lanados no mar
das naes. Este foi um desgnio de salvao de Deus e tornou-se uma bno para os povos. Por
meio da f dos apstolos, que eram judeus, descendendo eles mesmos da figueira, o Evangelho foi
levado aos gentios.
A Bblia fala em Atos 13.46-47 sobre essa transferncia do Evangelho de Israel para as naes:
"Ento, Paulo e Barnab, falando ousadamente, disseram: Cumpria que a vs outros, em primeiro
lugar, fosse pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vs mesmos vos julgais
indignos da vida eterna, eis a que nos volvemos para os gentios. Porque o Senhor assim no-lo
determinou (Is 49.6): Eu te constitu para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvao at aos
confins da terra." Ao desarraigamento espiritual de Israel seguiu-se, ento, tambm o desarraigamento
como nao: no ano 70 d.C. os judeus foram arrancados de sua terra e espalhados por todo o mundo.
Os apstolos tiveram a f para transplantar a bno de Israel para o mar das naes. O Messias
deles nos foi trazido como o Cristo. Certa vez o Senhor Jesus apontou para esse fato ao dizer:
"Portanto, vos digo que o reino de Deus vos ser tirado e ser entregue a um povo que lhe produza os
respectivos frutos" (Mt 21.43).
O que parecia juzo e, com certas reservas, tambm o foi tornou-se uma bno para os gentios.
Paulo fala a respeito em suas palavras aos judeus, e assim explica que, de acordo com Isaas 49.6,
isso foi necessrio para se tornar salvao e luz para todos os gentios. Enquanto o sicmoro foi
transplantado ao mar das naes, ns nos tornamos participantes da "bno e seiva salvadora" da
figueira. A esse respeito Paulo diz em Romanos 11.11: "Porventura, tropearam para que cassem? De
modo nenhum; mas, pela sua transgresso, veio a salvao aos gentios..."
Mas Israel no continuar para sempre com suas razes arrancadas. A palavra proftica da Bblia
promete figueira seu restabelecimento na terra dos pais o que acontece desde 1948 e continuar
acontecendo , com o que tambm a bno volta para a terra e para o povo de Israel. A figueira
novamente lanar razes e trar frutos. Por isso Paulo continua dizendo: "Ora, se a transgresso
deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto
143

mais a sua plenitude!" (v. 12). Esse novo arraigamento da figueira Israel na sua terra para restaurao
espiritual e nacional tambm salientado em Romanos 9.26: "e no lugar em que se lhes disse: Vs
sois o meu povo; ali mesmo so chamados filhos do Deus vivo." De que lugar se fala aqui? Da terra
de Israel!
Assim, finalmente tudo converge na gloriosa promessa de Miquias 4.4: "Mas assentar-se- cada um
debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e no haver quem os espante, porque a boca do
Senhor dos Exrcitos o disse" (compare tambm Ageu 2.19). O sentar-se debaixo da videira e da
figueira uma maravilhosa imagem de uma vida em paz assegurada. Agora ainda no assim, mas
Israel ser levado a isso no Milnio de Jesus Cristo. J o reinado de Salomo apontou para o
Milnio, onde um dia reinar paz: "Jud e Israel habitavam confiados, cada um debaixo da sua videira,
e debaixo da sua figueira, desde D at Berseba, todos os dias de Salomo" (1 Rs 4.25). Isso se
cumprir de maneira completa quando Jesus Cristo voltar ao Seu povo como o Messias de Israel. Por
isso oramos: "Maranata vem Senhor Jesus!" (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Notcias de Israel, setembro e outubro de 1999.

144

"No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos" (Zc 4.6).
Essa passagem do profeta Zacarias est inscrita com letras hebraicas nos dois braos inferiores da
Menor, o candelabro de sete braos que se encontra na frente do Knesset (parlamento israelense)
em Jerusalm. sempre uma bno ter uma passagem da Bblia diante dos olhos, e importante
que exista a preocupao de interiorizar a verdade bblica pela f, fazendo-a falar bem fundo ao nosso
corao.
"No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos" (Zc 4.6).
Transpondo isso para a nossa linguagem atual, significa abrir mo de recursos exteriores colocando
toda a confiana no poder e direo do Esprito Santo. E a se impe a voc e a mim a pergunta bem
pessoal: ser que estou disposto a trilhar esse caminho bblico, que, sem dvida, trar conseqncias
consigo?
O prncipe deste mundo puxa as pessoas para o caminho inverso, fazendo-as buscar demonstraes
de fora e poder. Pensemos apenas no poder do dinheiro. Por trs dos pequenos negcios esto as
grandes firmas, e, por trs delas as grandes multinacionais, esperando por suas vtimas como o fazem
as serpentes. Apocalipse 18.23b as desmascara: "...pois os teus mercadores foram os grandes da
terra, porque todas as naes foram seduzidas pela tua feitiaria."
Ou pensemos no controle eletrnico da populao mundial. Apesar de se falar muito em proteo de
dados, armazenam-se dados e informaes em todos os lugares. Hoje isso talvez parea algo
inofensivo por se tratar basicamente da armazenagem de endereos, que so passados ou vendidos
de uma firma a outra, mas sabemos que as malhas da rede ficaro cada vez menores no fim dos
tempos, de tal modo que "...ningum possa comprar ou vender, seno aquele que tem a marca, o
nome da besta, ou o nmero do seu nome (666)" (Ap 13.17). E no final todo o poder global ser
entregue besta (anticristo), conforme Apocalipse 17.13.
Concentrao de poder com vistas a uma unio mundial tambm acontece na rea poltica com a
desculpa de se alcanar paz e maior bem-estar. E o mesmo vale para a rea religiosa, para o
ecumenismo. Ns, cristos fiis Bblia (queira Deus que o sejamos realmente!), representamos um
empecilho espinhoso no caminho de uma religio universal nica. A passagem de Atos 4.12
fundamenta a nossa posio, que ser considerada como intolerncia de nossa parte: "E no h
salvao em nenhum outro; porque abaixo do cu no existe nenhum outro nome, dado entre os
homens, pelo qual importa que sejamos salvos". Pois com o poder de Satans acontecer a unio
mundial sob o anticristo. E ns, cristos, temos de conhecer o jogo que est sendo jogado! Ser que
algum joga ou brinca conosco? Mas claro que sim, se no nos encontrarmos debaixo do poder maior,
que Jesus Cristo. Quem propriedade de Jesus no fica vulnervel seduo satnica.

145

Sob o domnio de Seu Esprito


"No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito..." Nossa vida nos coloca diante de muitas
decises, e continuamente somos obrigados a decidir quantos "HP" humanos queremos incluir em
nossas aes. Cada pessoa recebeu uma certa quantidade de fora e poder mesmo que seja
apenas a prpria lngua! Ser que sempre usamos esse poder corretamente? Tiago 3.2a faz a
constatao humilhante de que "...todos tropeamos em muitas cousas." Arrependimento e correo
so necessrios toda vez que isso acontece. Como maravilhoso encontrar em Jesus um juiz paciente
numa hora dessas. O versculo todo diz o seguinte: "Porque todos tropeamos em muitas cousas. Se
algum no tropea no falar perfeito varo, capaz de refrear tambm todo o seu corpo." E como se
chama este homem perfeito? Conhecemos apenas um que nunca falhou! Ele podia se expor s crticas
e perguntar: "Quem dentre vs me convence de pecado?" (Jo 8.46). Ou vejamos como a Bblia Viva o
diz: "Quem de vocs pode verdadeiramente acusar-Me de um nico pecado?" Pedro conviveu alguns
anos com Jesus e por isso conhecia muito bem o seu Senhor, sabendo muito bem o que queria dizer
quando testemunhou que Ele "no cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca" (1 Pe
2.22). Jesus explicou: "O meu reino no deste mundo" (Jo 18.36). E por Seu reino no ser deste
mundo, Jesus se entregou completamente, no fazendo uso de Seu poder. Nosso Senhor Jesus
privou-se de todo e qualquer recurso exterior e abriu mo das legies de anjos que estavam Sua
disposio. E este caminho da entrega total foi que O levou a receber todo o poder no cu e na terra.
As atividades de Jesus sobre a terra aconteciam na autoridade do Esprito Santo, e Ele deseja que
voc participe e usufrua desse mesmo poder! Orientemo-nos sempre pelas aes e atitudes de Jesus.
Que elas sejam nosso padro!
A passagem bblica mencionada no incio era dirigida a Zorobabel; o texto completo diz o seguinte:
"Prosseguiu ele (o anjo) e me disse: Esta a Palavra do Senhor a Zorobabel: No por fora nem por
poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos." Zorobabel (significa nascido na Babilnia)
era da linhagem real e havia nascido na Babilnia durante o exlio. Ele havia sido o lder da primeira
leva de 50.000 exilados judeus que voltaram do cativeiro para Jerusalm. E o que encontraram em
Jerusalm? Uma montanha de escombros! E Zorobabel reconheceu como prioridade reconstruir o
templo e restabelecer o sacerdcio e o ministrio dos levitas. Assim, Zorobabel ficou sendo o
administrador da cidade.
Aqueles para quem o trabalho do Senhor a prioridade mxima de suas vidas podem estar certos de
ter a ajuda do Senhor de seu lado, conforme Jesus o disse em Mateus 6.33: "Buscai, pois, em primeiro
lugar, o seu reino e a sua justia, e todas estas cousas vos sero acrescentadas." "Buscar primeiro"
uma ordem muito clara para ns, cristos. Mas junto com a ordem vem a promessa: "...e todas estas
cousas vos sero acrescentadas." E o que o Senhor promete Ele cumpre! Ser que a edificao do
Reino de Deus ocupa realmente o primeiro lugar em nossas vidas? Se o ministrio cristo nossa
maior prioridade, no precisamos ter medo de que algo possa nos faltar. Mas age erradamente quem
faz o caminho inverso, buscando em primeiro lugar seu prprio conforto e tentando atender em
primeiro lugar s suas prprias necessidades. E estas pessoas ainda pedem que Deus os abenoe!
Ns desonramos a Deus quando agimos de modo calculista e humano, contando apenas com nossos
prprios meios e recursos!
O Senhor distribui entre ns tarefas grandes ou pequenas, e, s vezes, nos sentimos incapazes de
realiz-las. Mas, nesses momentos, pela f podemos confiar na ajuda e na promessa de Deus assim
como Zorobabel o fez. Na carta de Tiago lemos: "Se, porm, algum de vs necessita de sabedoria,
pea-a a Deus, que a todos d liberalmente, e nada lhes impropera; e ser-lhe- concedida. Pea-a,
porm, com f, em nada duvidando; pois o que duvida semelhante onda do mar, impelida e agitada
pelo vento. No suponha esse homem que alcanar do Senhor alguma cousa" (cap. 1.5-7).
Podemos imaginar que surgiram dvidas e tentaes no corao de Zorobabel, e ele deve ter se
questionado se era capaz de acabar o que estava iniciando. E nessa situao o Senhor lhe enviou esta
maravilhosa palavra de nimo: "No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos
Exrcitos."
A inteligncia e a capacidade humanas so de grande valor, mas quem no as sujeita ao Senhor e no
as coloca a Seu servio, perde a bno que poderia receber e no alcana o alvo proposto. Uma vida
assim fica sem frutos espirituais e as obras realizadas sero avaliadas diante do tribunal de Cristo e
sero queimadas por serem madeira, feno e palha. Quem pensa conseguir realiz-las com suas
146

prprias foras vive em um grande engano prprio. A sentena de Deus sobre essa pessoa a
seguinte: "Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu
brao, e aparta o seu corao do Senhor!" (Jr 17.5). Portanto, firme-se na Palavra de Deus e aceite
Seu conselho de deixar-se guiar e capacitar para toda e qualquer tarefa pelo Seu Esprito Santo. Tome
como exemplo a humildade do rei Davi, e clame ao Senhor pedindo Sua ajuda: "No me desampares,
Senhor, Deus meu, no te ausentes de mim. Apressa-te em socorrer-me, Senhor, salvao minha" (Sl
38.21-22). E, veja s, Sua ajuda nunca veio tarde demais, pois Davi testemunha: "No dia em que eu
clamei, tu me acudiste, e alentaste a fora de minha alma" (Sl 138.3). Em uma dependncia humilde
como essa vivemos felizes e protegidos! Por isso, faa diariamente o que Davi fez: "Davi se reanimou
no Senhor seu Deus" (1 Sm 30.6b). Davi era um heri de grandes faanhas: "As mulheres se
alegravam e, cantando alternadamente, diziam: Saul feriu os seus milhares, porm Davi os seus dez
milhares" (1 Sm 18.7). Essas vitrias militares ou o acerto de contas com Golias foram os atos mais
marcantes de Davi? De jeito nenhum! Sua maior vitria foi quando ele, com a fora que vem de Deus,
no fez uso da sua espada quando surpreendeu seu inimigo mortal Saul na caverna de En-Gedi (1 Sm
24)!
O apstolo Paulo, que passou grandes dificuldades ao levar o Evangelho de pas a pas, recebeu a
animadora promessa: "A minha graa te basta, porque o poder se aperfeioa na fraqueza" (2 Co
12.9a). O poder de Deus no Esprito Santo o maior poder que Ele quer dar a voc e a mim! Se
contssemos mais com o Seu poder, experimentaramos vitrias maiores!
O matrimnio e a famlia no sufoco anticristo
Quantos pais cristos gemem hoje em dia sob a presso macia de nossa sociedade! Educao antiautoritria ainda "in", apesar de qualquer pessoa sbria reconhecer que essa semeadura traz frutos
assustadores. A reivindicao por democracia no casamento e na famlia est dentro das tendncias
da poca, mas se encontra em oposio ordem divina. Se o homem o cabea da mulher conforme
1 Corntios 11.3, lgico que ele tambm o cabea de toda a famlia. Mesmo que as feministas
continuem cuspindo fel sobre o patriarcado e afirmem cada vez mais que o mesmo est
definitivamente superado, isso nada muda na ordem divina, que e continuar a ser um imperativo
para ns, cristos. Atravs de um estilo democrtico de viver em famlia, a autoridade natural, que
Deus deu ao homem, ignorada. Mas ai do homem que abusa dessa autoridade e se aproveita de sua
posio de liderana usando da fora bruta! Um dspota desses, que procura elevar sua auto-estima
com extravagncias ditatoriais, que oprime sua esposa e seus filhos, esquece que o prprio Senhor o
cabea da famlia!
Deus quer o melhor para ns; com Suas ordens Ele pensou em nosso bem! O patriarcado bblico
uma instituio maravilhosa, pois pode ser uma fonte de alegria e de vida abundante. Mas Satans
soube muito bem como espalhar suas sementes venenosas bem dentro do paraso que a famlia e
o faz inclusive nas famlias crists. Cnjuges so separados uns dos outros pelas tendncias da
sociedade pensemos apenas no alvoroo em torno da auto-realizao. A educao dos filhos
solapada pelo que aprendem na rua ou na escola quem no participa de tudo um excludo. Mas
no fiquemos inseguros, porm firmemo-nos em princpios bblicos, mesmo que para isso tenhamos de
nadar contra a correnteza. E como podemos faz-lo? Resposta: "No por fora nem por poder, mas
pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos."
A atual pedagogia, alheia existncia de Deus, humanstica e anti-autoritria, levou os jovens a uma
postura desafiadora e rebelde contra toda e qualquer autoridade. E isto deve ser debitado na conta de
ns, adultos, ns que negligenciamos os princpios de Deus. Se deixarmos as coisas tomarem seu
prrpio rumo, nos dirigimos ao ponto que descrito por Isaas 3.4 da seguinte maneira: "Dar-lhes-ei
meninos por prncipes, e crianas governaro sobre eles." O esprito de desrespeito, de chantagem,
destruio e violncia atinge mais e mais tambm os nossos filhos. E eles so, por sua vez, vtimas,
por lhes faltarem os exemplos e os valores to fundamentais para suas vidas. E isto representa uma
clara acusao para ns, pais cristos, pois exatamente ns que deveramos ser exemplos, segundo
a vontade de Deus. Para uma educao no temor do Senhor preciso ensinar aos filhos a autodisciplina e no negligenciar o castigo. "O que retm a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama,
cedo o discipilna" (Pv 13.24). Disciplina bblica muito difcil de ser praticada em nossos dias, mas
realmente promete bons frutos no futuro!

147

O 6 captulo de Deuteronmio nos revela de modo maravilhoso a pedagogia divina (lendo-o voc vai
entender por qu). Transpondo para os dias de hoje, isso pode nos ensinar resumidamente o seguinte:
quando seu filho lhe pergunta (e ele pode e deve perguntar!): "Pai, porque voc quer que seja assim e
no de outro jeito?", ento responda-lhe: "Porque Deus quer assim." Com isso, seu filho no apenas
ter respeito por voc, mas aprender tambm o temor do Senhor. E isto o que faz tanta falta hoje
em dia! Pais: disciplina orientada pela Bblia, disciplina que deve ser justa e sincera tem maravilhosas
promessas e no faz com que as crianas se aborream da casa paterna. Mas como ser possvel,
como cabea da famlia, ao mesmo tempo exercer a auto-disciplina e manter a autoridade? Tambm
aqui a resposta : "No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos."
A verdadeira fonte de poder
A eterna Palavra de Deus nossa fonte de poder! Voc se sente fraco e estressado? Ento a
promessa a seguir se aplica a voc, que vaso frgil: "Temos, porm, este tesouro em vasos de barro,
para que a excelncia do poder seja de Deus e no de ns" (2 Co 4.7). E esta fonte de poder Deus
coloca disposio de Seus filhos, para que possamos cumprir nossas tarefas e obrigaes Sua
maneira. Fique ligado videira como o ramo, e voc viver e trar frutos! "Ora, se vs, que sois maus,
sabeis dar boas ddivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dar o Esprito Santo queles
que lho pedirem?" (Lc 11.13). O Senhor quer lhe dar Sua plenitude: "Pois ao que tem se lhe dar, e
ter em abundncia; mas, ao que no tem, at o que tem lhe ser tirado" (Mt 13.12).
A festa de Pentecostes nos recorda da grande fonte de poder: "...mas recebereis poder, ao descer
sobre vs o Esprito Santo, e sereis minhas testemunhas..." (At 1.8a). Deus no precisa de pessoas
poderosas, mas de pessoas que vivem no poder que reside na dinmica divina: "No por fora nem
por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos." (Burkhard Vetsch http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Notcias de Israel, maio de 1997.

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"Props tambm esta parbola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e
desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo com o propsito de orar: um, fariseu, e o
outro, publicano. O fariseu, posto em p, orava de si para si mesmo, desta forma: " Deus, graas te
dou porque no sou como os demais homens, roubadores, injustos e adlteros, nem ainda como este
publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dzimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando
em p, longe, no ousava nem ainda levantar os olhos ao cu, mas batia no peito, dizendo: " Deus, s
propcio a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e no aquele; porque
todo o que se exalta ser humilhado; mas o que se humilha ser exaltado" (Lc 18.9-14).
Cada um desses homens foi ao templo para orar. Mas a motivao deles era essencialmente diferente.
Sua mentalidade era totalmente distinta em relao ao ato de orar.
Sobre o fariseu o Senhor Jesus pronunciou uma sentena clara: "Props tambm esta parbola a
alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros." Com isso
Jesus se referiu claramente ao fariseu, que pensava ser muito piedoso e por isso desprezava o
publicano.
Se agora fao a pergunta: Ao lado de qual dos dois nos colocamos, do fariseu ou do publicano, com
qual deles nos comparamos, com qual deles podemos nos identificar o que responderemos?
Certamente a maioria de ns dir sem refletir muito: ao publicano! Pois do publicano o Senhor disse:
"Digo-vos que este desceu justificado para sua casa." Portanto, comparamo-nos ao publicano porque
aos olhos de Deus ele melhor do que o fariseu. Embora seja assim mesmo e, em nossa histria, o
fariseu condenado por Jesus e o publicano est na condio de justificado, pergunto:
Afinal, o que um fariseu?
Talvez a resposta a essa pergunta nos permita ver os fariseus de um modo um pouco diferente do que
estamos acostumados. E quem sabe os fariseus no tenham tambm um lado que no to ruim
assim.
Em primeiro lugar, apesar da sua m fama, os fariseus, ao contrrio dos saduceus, tinham uma boa
profisso de f: "Pois os saduceus declaram no haver ressurreio, nem anjo, nem esprito; ao passo
que os fariseus admitem todas essas coisas" (At 23.8). Os fariseus, portanto, criam na ressurreio e,
portanto, acreditavam na vida eterna.
Em segundo lugar, foi um fariseu que certa vez convidou Jesus para jantar: "Convidou-o um dos
fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar mesa" (Lc
7.36).
149

Em terceiro lugar, foram os fariseus que advertiram o Senhor Jesus das intenes do rei Herodes.
Lemos em Lucas 13.31: "Naquela mesma hora, alguns fariseus vieram para dizer-lhe: Retira-te e vai-te
daqui, porque Herodes quer matar-te".
Em quarto lugar, na igreja primitiva havia tambm fariseus que, apesar dos seus muitos erros,
chegaram f viva no Senhor Jesus Cristo: "...entretanto, alguns da seita dos fariseus que haviam
crido..." (At 15.5). Estes eram realmente alguns que se haviam convertido do farisasmo corrompido,
razo porque a Bblia Viva traduz assim a primeira parte deste versculo: "Foi ento que alguns dos
homens que tinham sido fariseus antes de se converterem..."
Em quinto lugar, um dos maiores apstolos e evangelistas, ningum menos que Paulo, era originrio
do grupo religioso dos fariseus. Paulo sempre confessava este fato com toda a franqueza. Ele mesmo
disse que havia estudado com um dos fariseus mais conceituados e rigorosos de sua poca: "Eu sou
judeu, nasci em Tarso da Cilcia, mas criei-me nesta cidade e aqui fui instrudo aos ps de Gamaliel,
segundo a exatido da lei dos nossos antepassados, sendo zeloso para com Deus, assim como todos
vs o sois no dia de hoje" (At 22.3). Mais tarde, quando esteve pela primeira vez diante do Sindrio
como prisioneiro, Paulo exclamou: "Vares, irmos, eu sou fariseu, filho de fariseus." Aqui ele no
apenas confessou que pertencia ao grupo dos fariseus, mas tambm se reportou confisso de f
deles, dizendo mais adiante: "No tocante esperana e ressurreio dos mortos sou julgado" (At
23.6). E mais tarde, quando Paulo teve de se justificar diante do rei Agripa, ele disse sem rodeios:
"Quanto minha vida, desde a mocidade, como decorreu desde o princpio entre o meu povo e em
Jerusalm, todos os judeus a conhecem; pois, na verdade, eu era conhecido deles desde o princpio,
se assim o quiserem testemunhar, porque vivi fariseu conforme a seita mais severa da nossa religio"
(At 26.4-5). Nesse mesmo sentido, Paulo tambm escreveu aos filipenses: "circuncidado ao oitavo dia,
da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto lei, fariseu" (Fp 3.5).
Apesar de ns, crentes da Nova Aliana, termos freqentemente a tendncia de rejeitar por completo
todos os fariseus sem fazer distino, temos de concordar que eles tinham um bom fundamento por
crerem na ressurreio dos mortos.
Hipocrisia e grande conhecimento
Mas, apesar de todas as boas qualidades, um fariseu continua sendo um fariseu, ou seja, um homem
com m reputao. Por qu? Alm da caracterstica mais marcante de um fariseu, que Jesus
mencionou muitas vezes a hipocrisia , ainda havia outra coisa que era prpria de um fariseu: sua
grande erudio, seu enorme conhecimento. No que isso seja algo ruim. E devemos salientar
tranqilamente que os fariseus de fato eram letrados homens muito cultos e exmios conhecedores
das Escrituras. dito, por exemplo, de Gamaliel, um dos maiores fariseus daquele tempo e mestre do
jovem Saulo de Tarso: "Mas, levantando-se no Sindrio um fariseu, chamado Gamaliel, mestre da Lei,
acatado por todo o povo..." (At 5.34). Segundo tradies judaicas, esse Gamaliel at era chamado de
"o esplendor da Lei". Mas era justamente isso que fazia com que os fariseus se tornassem fariseus.
Pois, ao invs dessa enorme erudio conduzi-los verdade, grande parte deles seguia por um
caminho totalmente errado. Tanto que Paulo, o maior fariseu de todos os tempos, reconheceu esse
fato, pois escreveu aos corntios: "O saber ensoberbece, mas o amor edifica" (1 Co 8.1b). Os fariseus
realmente tinham grande conhecimento, mas justamente por isso se tornaram hipcritas e cheios de si,
pois lhes faltava o amor ao prximo. No de admirar que Paulo tenha exclamado com firme
convico: "Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras
considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor;
por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado
nele, no tendo justia prpria, que procede de lei, seno a que mediante a f em Cristo, a justia
que procede de Deus, baseada na f" (Fp 3.7-9). Paulo estava disposto a desembaraar-se de tudo o
que havia aprendido como fariseu para ganhar "a sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus." Com
essa postura ele ficou bastante isolado em meio aos seus antigos companheiros de religio, pois a
maioria dos fariseus no alcanou este verdadeiro conhecimento.
Desse passeio pelo mundo dos fariseus, voltemos novamente ao nosso ponto de partida.
Duas pessoas que oram de modo completamente diferente

150

"Dois homens subiram ao templo com o propsito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano." Se
olharmos estes dois homens luz daquilo que acabamos de observar, torna-se evidente a grande
diferena entre eles. Um deles, por assim dizer, sabia tudo o que uma pessoa pode saber, mas sobre o
mais importante, do seu estado interior, ele no tinha a menor idia. O outro, que era pouco instrudo e
pouco sabia, tinha contudo o conhecimento mais maravilhoso que uma pessoa pode ter: reconhecia a
sua condio de pecador. Por isso, o publicano, como Jesus disse, pde voltar "justificado para sua
casa", mas o presunoso fariseu no.
Como ns nos apresentamos diante de Deus? Com que atitude oramos? Comparecemos diante de
Deus com nossos pedidos como pessoas que sabem muito? Conhecemos muito da Bblia,
conhecemos a palavra proftica e sabemos mais ou menos o que ainda est por acontecer. Temos
uma resposta pronta da Bblia para qualquer questo que seja levantada. Como os fariseus, muitos de
ns tm a melhor confisso de f que existe: "Creio na ressurreio dos mortos e na vida eterna". Mas
temos tambm conscincia sobre a nossa prpria situao?
Pode ser que houve uma poca em nossa vida em que de fato tnhamos um conhecimento verdadeiro,
bblico, de ns mesmos. E este conhecimento sobre a nossa situao interior sempre nos levava a orar
e suplicar como o publicano: "Deus, s propcio a mim, pecador!" Mas como isso acontece hoje,
agora?
Vivemos numa poca em que o homem sabe mais do que nunca. Tambm os cristos de hoje em dia
esto to bem informados como talvez nunca o foram no passado. Mas assim mesmo em muitas
pessoas e em muitas igrejas locais h falta do conhecimento mais importante: o conhecimento de sua
prpria condio. E isso faz com que em muitos lugares se alastre um cristianismo superficial de
causar medo.
Fui privilegiado por ter sido criado em um lar de pais crentes. Desde pequeno ouvamos a Palavra de
Deus a cada dia. Assim que aprendemos a ler, comeamos a leitura do Livro dos livros. Mas eu me
pergunto seriamente como seria ler a Bblia como algum que nunca a leu antes, como um livro
completamente novo. Que efeito isso teria em mim?! Naturalmente, no quero dizer com isto que
devemos esquecer tudo o que conhecemos da Bblia. Mas certamente deveramos ler a Sagrada
Escritura de tal maneira que a Palavra possa nos tocar como se a lssemos pela primeira vez. Muitos
de ns tm bastante conhecimento bblico. Mas em muitos coraes esse conhecimento to grande
impede um reconhecimento do prprio estado interior, levando-os a crer erroneamente que no se
encontram em perigo.
Finalizando, fao mais uma vez a pergunta decisiva: Como comparecemos diante de Deus? Com que
mentalidade oramos? Como quem j sabe tudo e por isso s ora por obrigao ou como algum que
est convicto de sua prpria fraqueza e por isso busca o Senhor com ardente desejo interior? Em um
dos Salmos encontramos a orao: "Como suspira a cora pelas correntes das guas, assim, por ti,
Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo" (Sl 42.1-2). Somos
pessoas que de fato tm sede e fome por um encontro com o Senhor ou estamos contentes quando
terminamos o nosso tempo dirio de orao? Cada um de ns deve dar uma resposta sincera a esta
pergunta.
Uma coisa certa: A presuno, o fato de se considerar melhor que os outros, porque se sabe quo
maus eles so, faz parte do jeito dos fariseus. Em nossa parbola, o fariseu conhecia muito bem a
maldade das outras pessoas, especialmente deste publicano. Mas se estivermos conscientes da nossa
imperfeio no momento em que orarmos a Deus, ento, como Jesus disse, voltaremos "justificados"
para nossa casa. "Quem a si mesmo se exaltar ser humilhado; e quem a si mesmo se humilhar ser
exaltado"(Mt 23.12). (Marcel Malgo - http://www.chamada.com.br)
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, setembro de 1998.

151

"Aconteceu que, ao apert-lo a multido para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de
Genesar; e viu dois barcos junto praia do lago; mas os pescadores, havendo desembarcado,
lavavam as redes. Entrando em um dos barcos, que era o de Simo, pediu-lhe que o afastasse um
pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multides. Quando acabou de falar, disse a
Simo: Faze-te ao largo, e lanai as vossas redes para pescar. Respondeu-lhe Simo: Mestre,
havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lanarei as redes. Isto
fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes. Ento, fizeram sinais
aos companheiros do outro barco, para que fossem ajud-los. E foram e encheram ambos os barcos, a
ponto de quase irem a pique... Disse Jesus a Simo: No temas; doravante sers pescador de
homens" (Lucas 5.1-7 e 10).
A tarefa prioritria da Igreja e de seus membros ganhar pessoas para Jesus, pregar o Evangelho,
envolver-se com a obra missionria. Qualquer outra atividade pode ser interessante ou importante,
mas deve sempre ter posio secundria em relao a essa tarefa principal. O mais importante que a
Igreja de Jesus cresa, de modo que o Senhor, como recompensa pelo Seu sofrimento, possa a cada
dia acrescentar Sua Igreja os que forem sendo salvos, para que se complete a plenitude dos gentios
(Rm 11.25). Algum disse certa vez: "Aquilo que bom inimigo do que melhor". Portanto, no
devemos gastar nosso tempo com a coisas que nos parecem boas, esquecendo o que realmente o
mais importante, o que prioritrio aos olhos de Deus.
Precisamos sentir um peso no corao!
"Aconteceu que, ao apert-lo a multido para ouvir a Palavra de Deus, estava ele junto ao lago de
Genesar; e viu dois barcos junto beira do lago..." (Lc 5.1-2). Quando o Senhor Jesus viu a multido
que O apertava para ouvir a Palavra de Deus, Ele ficou profundamente comovido. Por isso Ele buscou
imediatamente uma maneira de transmitir-lhe a Palavra, olhando em volta procura de um barco.
Ainda percebemos que sempre h um "aconteceu que"? Ainda notamos as oportunidades? Ser que
estamos atentos quando algo acontece, quando surge uma situao que pode dar a chance de falar de
Jesus? Quantas possibilidades de alcanar as pessoas com o Evangelho de Jesus surgem em um
nico dia! Por exemplo, ao distribuirmos um folheto, ao fazermos uma visita, durante um encontro na
rua, no nibus, etc. A Bblia Viva diz: "Ele me faz andar pelo caminho certo para mostrar a todos quo
grande Ele " (Sl 23.3). "Aconteceu que..." Esses so momentos especiais preparados por Deus para
falarmos do Seu amor s pessoas. s vezes nem necessrio muita coisa para transmitir alvio e
nimo ao nosso prximo: "O olhar do amigo alegra o corao; as boas-novas fortalecem at os ossos"
(Pv 15.30).
Ser que estamos procura de oportunidades para levar a mensagem libertadora do Evangelho de
Jesus Cristo aos que nos cercam? Sentimos a nossa responsabilidade neste sentido? Ainda somos
impelidos a clamar de joelhos, com f, a implorar ao Senhor Todo-Poderoso pelas pessoas em nossas
152

famlias, em nossa vizinhana, a orar pelos nossos colegas de trabalho e de aula, intercedendo para
que se convertam?
Quando o Senhor Jesus Se encontrava s margens do lago de Genesar, as pessoas O escutavam
com muita ateno: "...ao apert-lo a multido para ouvir a palavra de Deus..." Entretanto, no apenas
naquela poca, mas tambm hoje quando a vinda de Jesus est prxima o tempo continua sendo
de colheita: ainda hoje as pessoas tm fome de ouvir a Palavra do Senhor. De modo nenhum devemos
pensar que as pessoas no querem mais saber da Palavra de Deus. Em nossos dias, quando as
atenes so absorvidas pelos meios de comunicao e pelos mais diversos tipos de lazer,
deveramos mesmo assim ver nas pessoas ao nosso redor uma multido que se aperta para ouvir a
Palavra de Deus. Pois os homens tm em si a busca pela verdade e pela paz completa. Por isso, todos
so impelidos, consciente ou inconscientemente, em direo a Jesus, que a verdade e quer tornar-se
a nossa paz (Jo 14.6; Ef 2.14). Ainda estamos conscientes de que qualquer pessoa em toda a terra
necessita de Jesus porque sem Jesus est perdida em seus pecados no perdoados?! O fato de
que hoje em dia um incontvel nmero de pessoas busca tantas correntes religiosas e filosficas,
apenas mais uma prova de que elas anseiam ouvir a verdade em algum lugar. E justamente para isso
que Jesus quer usar-nos!
O Senhor procura por pessoas dispostas
Em Lucas 5.1-3 lemos: "...estava ele junto ao lago de Genesar; e viu dois barcos junto praia do
lago; mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes. Entrando em um dos barcos,
que era o de Simo, pediu-lhe que o afastassem um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do
barco as multides." Para cumprir a Sua tarefa de salvar os perdidos, o Senhor quer usar pessoas que
j foram salvas por Ele. Naquele tempo Ele estava junto ao lago para dar o po da vida aos ansiosos e
famintos. Ele usou homens e tambm o barco de Pedro para levar a Sua Palavra s pessoas:
"Entrando em um dos barcos, que era o de Simo..."
Como o Senhor quer usar-nos? Ele nos usa quando pode dispor daquilo que nos pertence. Jesus
entrou "...em um dos barcos, que era o de Simo...", mas ento "pediu-lhe que o afastassem um pouco
da praia." Ele quer usar toda a nossa vida com tudo que somos e tudo que temos em Sua causa,
para que pessoas perdidas sejam eternamente salvas.
Mas Ele no obriga ningum a dar-Lhe qualquer coisa. Ele apela nossa vontade livre. Onde
consegue ser ouvido, onde pessoas atendem aos Seus pedidos, outros passam a ser ricamente
abenoados, e os prprios doadores voluntrios tero superabundncia. Cada um de ns ,
individualmente, um desses pequenos barquinhos que o Senhor da seara quer usar.
Olhando para o que realmente importa
Est escrito: "...mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes. Entrando em um dos
barcos, que era o de Simo, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava
do barco as multides" (Lc 5.2-3). Esses pescadores estavam ocupados com suas atividades do dia-adia, eles estavam realizando uma tarefa necessria, pois "lavavam as redes." Isso faz parte do trabalho
de um bom pescador. Apesar disso, o Senhor Jesus tirou-os desse trabalho necessrio e fez com que
seus olhares se voltassem para um trabalho muito mais importante.
s vezes Jesus quer arrancar-nos das circunstncias normais da vida para usar-nos em Sua causa.
Freqentemente ficamos envolvidos pela rotina do cotidiano, preocupamo-nos com a infra-estrutura
das nossas vidas e temos nossa frente uma lista do que precisa ser feito "sem falta". Ser que Jesus
pode frustrar nossos planos e fazer-nos parar, tirar-nos do trabalho costumeiro e colocar-nos numa
atividade que a mais importante para Ele? Talvez, justamente neste momento, a irm deveria visitar
sua vizinha e deixar para outra oportunidade o trabalho de passar roupa? Pode ser tambm que em
algum momento do dia voc tenha a impresso que deve interceder por esta ou aquela pessoa. Ento
deixe o trabalho, e ore! Ser que aceitamos essas interrupes que o Senhor coloca em nossas vidas?
Ou fazemos o nosso devocional durante um certo perodo pela manh, e depois nenhuma atividade
para o Senhor cabe mais em nossa agenda?

153

Escutar a voz do Senhor e obedecer freqentemente mais frutfero do que todo o nosso trabalho.
Pedindo a Pedro que "afastasse [o barco] um pouco da praia", Jesus tirou tambm os outros discpulos
do seu trabalho de lavar as redes e eles tiveram que voltar ao barco.
Comunho pessoal com Jesus
Antes que o Senhor Jesus alcanasse a multido, Ele "entrou em um dos barcos, que era o de Simo,
pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia." O perodo que Pedro gastou afastando-se com Jesus
da praia foi um tempo em que ele esteve a ss com Jesus. Isso foi extremamente importante para ele.
Tambm para ns esses momentos tm o maior significado. Estar a ss com Jesus, "um pouco
afastados da praia", a hora silenciosa com o Senhor, no o cumprimento de um dever, mas algo
necessrio para podermos respirar espiritualmente. Esses so os perodos mais frutferos para ns,
pois eles permitem que alcancemos outras pessoas com a mensagem da salvao e passemos
adiante as bnos recebidas.
Indo mais longe
Depois que Jesus havia ensinado a multido que estava s margens do lago, "disse a Simo: Faze-te
ao largo, e lanai as vossas redes para pescar. Respondeu-lhe Simo: Mestre, havendo trabalhado
toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lanarei as redes. Isto fazendo, apanharam
grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes" (Lc 5.4-6). A ordem do Senhor a Pedro:
"Faze-te ao largo", aparece na Bblia Viva como: "Agora saiam mais para o fundo". O Senhor est
interessado em ampliar as fronteiras, em expandir sempre mais o Evangelho. Precisamos pensar em
alcanar cada vez mais pessoas, no devemos deixar de remar, de avanar mais para o fundo no mar
das naes. Temos que parar somente onde o Senhor mandar faz-lo, e ali devemos lanar as redes.
No deveramos poupar esforos no sentido de continuar procurando oportunidades para cumprir a
tarefa prioritria da Igreja de Jesus. Mas isso tambm exige confiana total nas promessas da Bblia.
Confiana inabalvel em Jesus
"Respondeu-lhe Simo: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua
palavra lanarei as redes" (Lc 5.5). Pedro superou todas as objees humanas, todos os argumentos
racionais, e at sua prpria experincia, dizendo: "...mas sob a tua palavra lanarei as redes." Existem
milhares de argumentos, sentimentos, razes e conselhos humanos que poderiam nos deter, que nos
dizem que basta, que nos aconselham a no lanar as redes e a ficarmos acomodados. Podemos
pensar: no faz sentido continuar orando por esta ou aquela pessoa, pois parece que sua vida fica
cada vez pior! Mas, apesar de tudo, h um argumento decisivo para avanar e tentar alcanar ainda
mais pessoas, e este argumento a Palavra de Deus que nos ordena que devemos ir. Jesus
prometeu: "Toda a autoridade me foi dada no cu e na terra. Ide, portanto... pregai o evangelho a toda
criatura... E eis que estou convosco todos os dias at consumao do sculo" (Mt 28.18-19; Mc
16.15; Mt 28.20). "Porque a Tua palavra o diz, Senhor, eu oro. Sob a Tua palavra, eu vou, pois no
tenho outra coisa em que possa confiar. Pessoas nos decepcionam, mas sob as ordens da Tua
palavra eu obedeo e vou!"
Pedro ousou confiar na palavra de Jesus. Ele lanou as redes e no se arrependeu: "Isto fazendo,
apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes... Disse Jesus a Simo: No
temas; doravante sers pescador de homens" (Lc 5.6 e 10).
At que amadurea em um corao a firme convico de no mais olhar para a esquerda ou para a
direita, mas de simplesmente agir sob a palavra de Jesus, preciso ter f. Deus no apela s nossas
emoes, nem nossa imaginao, Ele apela nossa vontade. A respeito disso li recentemente:
"Eu gostaria" "Logo farei" "Estou fazendo"
Essas trs expresses representam trs tipos de pessoas. No difcil adivinhar para
quem valem as promessas divinas e quem ser bem-sucedido em sua vida de f.
154

"Eu gostaria" Quem se expressa assim, mostra saber que sua vida no est em ordem,
demonstra que tem anseios de viver "outra vida", gostaria de deixar de lado todas as
dvidas e inverdades, mas no consegue tomar uma deciso clara. Tais pessoas no
querem realmente. Elas ficam desejando mudar sem conseguir sair de sua situao.
"Logo farei" H o reconhecimento de que no se pode continuar do mesmo modo,
preciso deixar a indefinio de lado, toma-se uma deciso mas ela fica para depois. No
se ousa execut-la, procura-se uma maior certeza. Tais pessoas "consolam" a si mesmas
e s outras com promessas, mas no avanam, e finalmente so infelizes por no
alcanarem o objetivo.
Ao contrrio, quem diz "estou fazendo" no fica s nos desejos e anseios, mas toma uma
deciso firme e d passos concretos.
Foi o que Pedro fez quando Jesus colocou-o diante da deciso. Primeiro ele pronunciou o
grande "mas" de sua vida, porm, depois foi: "...mas sob a tua palavra lanarei as redes."
Milhes de pessoas j seguiram as ordens de Jesus quanto antes ns tambm o
fizermos corajosamente, tanto antes Ele poder receber-nos em Sua comunho e usarnos em Seu servio.
Jesus espera por estas duas pequenas palavras em nossa vida agora e sempre: "estou
fazendo..."
Tornemo-nos pessoas que, "sob a Sua palavra", deixam-se chamar para a amplitude e a profundeza
das possibilidades de Deus! Somente quando damos passos firmes "sob a Sua palavra" tornamo-nos
verdadeiramente pescadores de homens!

Um pescador...
Um pescador conhece os peixes
Ele sabe em que guas se encontram, ele conhece seus hbitos, ele sabe onde se escondem. Alguns
se encontram em guas profundas, outros em guas rasas. Alguns nadam sozinhos, outros em
cardumes.
Um pescador conhece as pocas
Ele sabe quando hora de sair para a pesca e quando deve esperar. Nem toda hora hora de pescar.
H horrios em que intil lanar a rede. H horrios em que os peixes vm por si mesmos. Por isso o
pescador precisa saber e observar a hora certa para pescar.
Um pescador conhece os seus instrumentos de trabalho
Existem diferentes maneiras de pescar, que exigem apetrechos diferentes. Para certos tipos de peixes
usa-se o canio, enquanto outros so pescados com redes. Um pescador decide se vai levar o anzol
ou o arpo para pescar. E ele sabe lidar com todos estes apetrechos e instrumentos.
Um pescador no deve ser visto
Ele no deve chamar a ateno. Ele no faz barulho ou movimentos bruscos. Ele no agita a gua.
Nem a sua sombra deve projetar-se na gua. Um pescador no deve expor-se em seu trabalho. O
importante no o prprio pescador, mas o que ele faz. (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, agosto de 2000.

155

"Ningum, de nenhum modo, vos engane, porque isto no acontecer sem que primeiro venha a
apostasia e seja revelado o homem da iniqidade, o filho da perdio" (2 Ts 2.3).

A apostasia e o surgimento do anticristo antecedem a volta visvel de Jesus


o que conclumos de 2 Tessalonicenses 2.3, onde est escrito: "Ningum, de nenhum modo, vos
engane, porque isto no acontecer sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da
iniqidade, o filho da perdio". Naturalmente, pode-se perguntar com razo: o que significa
"apostasia" e a quem ela se refere? Minha resposta :
No se trata da Igreja dos renascidos, do corpo de Cristo
Muitas pessoas pensam que somente cristos que esto em Deus podem vir a se tornar apstatas.
Elas imaginam que somente a cristandade verdadeira, que salva, pode desviar-se da f em Jesus.
Mas, segundo o meu entendimento, no o que essa passagem bblica pretende nos dizer.
Filhos de Deus verdadeiros realmente podem cair em pecado, podem abandonar o primeiro amor por
Jesus e passar a amar o mundo. Tudo isso torna necessrio o tribunal de Cristo aps o arrebatamento.
Ali seremos julgados segundo as nossas obras e poderemos receber "galardo" ou "sofrer dano" (1 Co
3.11-15). Por isso, como filhos de Deus, somos seriamente advertidos a respeito, por exemplo, em 1
Joo 2.28: "Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos
confiana e dele no nos afastemos envergonhados na sua vinda." Afastar-se envergonhado do
Senhor na Sua vinda no o mesmo que a apostasia total, descrita por Paulo em 2 Tessalonicenses
2. o que vemos tambm em 1 Joo 3.9: "Todo aquele que nascido de Deus no vive na prtica do
pecado; pois o que permanece nele a divina semente; ora, esse no pode viver pecando, porque
nascido de Deus" (compare tambm 1 Jo 4.13). Em outras palavras: um filho de Deus renascido pode
abandonar a comunho com Jesus por tolerar o pecado em sua vida, pode continuar em pecado ou
amar o mundo (1 Jo 2.15). Isso pode entristecer ou apagar o Esprito Santo (Ef 4.30; 1 Ts 5.19) e tal
pessoa ser responsabilizada diante do tribunal de Cristo por ter agido assim. Mas um renascido de
verdade, que cr na Bblia, no pode mais apostatar da f do modo como est dito no contexto de 2
Tessalonicenses 2. Os apstatas so pessoas que nunca aceitaram o amor da verdade para sua
salvao e nunca creram na verdade: "...com todo engano de injustia aos que perecem, porque no
acolheram o amor da verdade para serem salvos... a fim de serem julgados todos quantos no deram
crdito verdade; antes, pelo contrrio, deleitaram-se com a injustia" (vv. 10 e 12). Isso significa que
no se trata de pessoas que algum dia estiveram firmes na f e depois se afastaram de Deus.
A apostasia aqui citada no uma apostasia individual de alguns cristos, mas uma apostasia global,
total e caracterstica dos tempos do fim, uma apostasia que acontecer na poca da Grande
Tribulao e que est diretamente relacionada com o anticristo. Essa apostasia no conduzir ao
anticristo, pois j acontecer em funo dele: "Ningum, de nenhum modo, vos engane, porque isto
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no acontecer sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqidade, o filho da
perdio" (2 Ts 2.3). Portanto, a apostasia se dar com o surgimento do anticristo, que se estabelecer
neste mundo e dominar a humanidade. Pelo contexto dos versculos 3-4 e 8-10, fica claro que a
apostasia ser conseqncia da revelao do anticristo, do homem da iniqidade. A advertncia no
versculo 3 apenas a introduo, pois a apostasia propriamente dita, em toda a sua extenso, est
descrita nos versculos seguintes (vv. 4,7,9-12). Se eles se referissem verdadeira Igreja dos crentes,
na prtica isso significaria que ela apostataria totalmente da f em Jesus e trabalharia de mos dadas
com o anticristo, que ela se rebelaria com ele e tambm seria condenada juntamente com ele. Nesse
caso, a Igreja de Jesus no seria mais dominada e dirigida pelo Esprito Santo, mas por Satans.
Voc, que um filho de Deus, pode imaginar ser capaz de renunciar e renegar a tudo que conheceu e
aceitou em Jesus Cristo?
A palavra "apostasia" vem do grego e tambm significa "insurreio" ou "rebelio". Pela apostasia aqui
descrita ser revelado o homem da iniqidade. A apostasia est diretamente relacionada com o
anticristo e acontece pela eficcia de Satans. Aqui descrita a apostasia final, maior e total de uma
humanidade sem Deus. Esse ser o ltimo passo de incredulidade (v. 12), uma insurreio e rebelio
total contra tudo que vem de Deus e ao mesmo tempo uma mudana de direo, ou seja, uma
aceitao daquele que vem do "inferno" e tem sua origem em Satans. O telogo Eberhard Hahn
escreveu a respeito: "Nesse contexto, apostasia no significa violao de leis isoladas, mas a
caracterizao ampla da rebelio total contra Deus".
Segundo meu entendimento, essa apostasia final, maior e total refere-se ao cristianismo
nominal, ou seja, a pessoas que no so verdadeiramente
renascidas
Nos ltimos tempos, essa cristandade nominal renunciar sua f superficial e crer no homem da
iniqidade. Esse cristianismo se desviar do Filho de Deus e se voltar para o "filho da perdio" (1 Jo
4.1-4).
Em Mateus 13 o Senhor fala sobre os quatro tipos de solo que recebem a semente: pessoas que,
apesar de receberem a Palavra de Deus com alegria, no tm razes. Trata-se de pessoas
momentaneamente entusiasmadas, que no se firmam em Jesus de maneira permanente. Quando
vm as tentaes, quando elas so provadas ou tm de abrir mo de seus bens, elas se desviam (vv.
20-22). So pessoas que nunca tiveram razes, que nunca estiveram ligadas a Jesus pelo Esprito
Santo. Em Glatas 5.4 est escrito: "De Cristo vos desligastes, vs que procurais justificar-vos na lei;
da graa decastes." Paulo fala das pessoas na Igreja que no querem ser salvas exclusivamente pela
f, mas pelas obras. Essas pessoas "decaram da graa".
Percebe-se claramente na Segunda Epstola a Timteo que existem aqueles que se dizem ligados a
Cristo e se chamam "cristos", mas mesmo assim no pertencem Igreja de Jesus. Paulo fala
primeiro sobre os tempos finais: "Sabe, porm, isto: nos ltimos dias, sobreviro tempos difceis" (2 Tm
3.1). Depois ele descreve as caractersticas dos homens dos tempos finais, entre elas: "tendo forma de
piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge tambm destes" (v.5). Piedade exterior uma
caracterstica do cristianismo nominal. Tais "cristos" no so realmente convertidos e renovados pelo
Esprito Santo. Lemos na "Bblia Viva": "Iro igreja, sim, porm no acreditaro realmente em nada
do que ouvem. No se deixe enganar por gente assim". No versculo 7 esses "cristos" sem Cristo so
descritos do seguinte modo: "que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da
verdade" (veja tambm 2 Ts 2.10 e 12).
Esses cristos nominais podem fazer parte de quaisquer igrejas ou instituies, mas no pertencem ao
"corpo de Cristo", que ser arrebatado por ocasio da volta de Jesus para os Seus. Cada um examine
a si mesmo!
No perodo aps o arrebatamento a humanidade renegar toda verdade revelada por Deus e se
rebelar contra qualquer lei divina. Acontecer uma autntica rebelio contra tudo que vem de Deus.
Isso significa: anarquia espiritual total entrega voluntria ao filho da perdio. Numa traduo judaica
do Novo Testamento o "homem da iniqidade" (2 Ts 2.3) descrito como "aquele que se afasta da
Tor." O cristianismo exclusivamente nominal que restar aps o arrebatamento se ajuntar e unir,
renunciando a todos os valores, moral e tica cristos. Esse pseudo-cristianismo rejeitar a Palavra
157

de Deus e se entregar anarquia total. Nesse processo ele negar especialmente o Filho de Deus.
Pela eficcia de Satans, os cristos nominais cairo em todo engano de injustia (2 Ts 2.9-10),
acharo a s doutrina insuportvel e no desejaro saber mais nada do que a Bblia ensina: "Pois
haver tempo em que no suportaro a s doutrina; pelo contrrio, cercar-se-o de mestres segundo
as suas prprias cobias, como que sentindo coceira nos ouvidos" (2 Tm 4.3).
Essa cristandade de aparncias apresentada em Apocalipse 17 como "meretriz Babilnia". A quem
isso poderia se referir, seno a uma igreja apstata que se junta e une a todas as outras religies ("que
se acha sentada sobre muitas guas" v.1) e por fim se entregar "besta"?! Essa ser a
"cristandade" que no final se desligar totalmente de Deus para se submeter ao domnio do anticristo.
Por isso fazemos bem em dar ouvidos s advertncias contra uma igreja mundial nica e contra o
ecumenismo.
3. Essa apostasia dos tempos finais tambm atingir grande parte do povo judeu
No devemos encobrir que sero justamente os israelitas que faro uma aliana com o anticristo (Dn
9.27). Os captulos 24-27 do livro de Isaas tambm so chamados de "pequeno Apocalipse", porque
trata-se de uma ilustrao da aflio que reinar durante a Grande Tribulao, ou seja, no "Dia do
Senhor". Nesses captulos so descritas coisas que somente podem referir-se aos tempos finais (por
exemplo, Isaas 24.20-23; 25.6-9; 26.16, 19 e 21; 27.1, 9 e 13).
Isaas 24.5 trata em primeiro lugar de Israel, pois est escrito: "Na verdade, a terra est contaminada
por causa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, violam os estatutos e quebram a aliana
eterna." Esse vcuo ser preenchido por outra aliana: "Porquanto dizeis: Fizemos aliana com a
morte e com o alm fizemos acordo; quando passar o dilvio do aoite, no chegar a ns, porque, por
nosso refgio, temos a mentira e debaixo da falsidade nos temos escondido" (Is 28.15). Os
governantes do Estado de Israel e parte do povo judeu rompero a aliana com Deus e faro uma
aliana com a reino dos mortos, isto , com o anticristo, que receber seu poder de Satans. Essa ser
a maior apostasia de todos os tempos por parte do povo de Israel! O Senhor Jesus j aludiu a ela com
as palavras: "Eu vim em nome de meu Pai, e no me recebeis; se outro vier em seu prprio nome,
certamente, o recebereis" (Jo 5.43). Ou pensemos em Seu sermo no Monte das Oliveiras, quando
profetizou: "Nesse tempo, muitos ho de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-o
muitos falsos profetas e enganaro a muitos. E, por se multiplicar a iniqidade, o amor se esfriar de
quase todos. Aquele, porm, que perseverar at o fim, esse ser salvo" (Mt 24.10-13). Essa apostasia
do povo judeu comear com a aliana com o anticristo e as exclamaes a seguir: "Paz, paz..." A
Primeira Epstola aos Tessalonicenses diz a respeito: "pois vs mesmos estais inteirados com preciso
de que o Dia do Senhor vem como ladro de noite. Quando andarem dizendo (Israel e o mundo): Paz
e segurana, eis que lhes sobrevir repentina destruio, como vm as dores de parto que est para
dar luz; e de nenhum modo escaparo" (1 Ts 5.2-3).

O mundo em decadncia espiritual


O "mistrio da iniqidade" est operando h muito tempo. O apstolo Paulo j escreveu: "Com efeito, o
mistrio da iniqidade j opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detm..." (2
Ts 2.7). Como todos os outros sinais dos tempos finais lanam suas sombras diante de si, tambm a
apostasia e a rebelio dos ltimos dias j se fazem sentir. Desde os tempos dos apstolos "o mistrio
da iniqidade" est em ao, e desde ento ele tem se ampliado cada vez mais. Mas ele somente se
revelar de maneira completa no "Dia do Senhor", depois do arrebatamento.
Nosso mundo se encontra em processo de decadncia. Encontramo-nos numa derrocada sem
precedentes tanto dos valores cristos quanto na poltica e na moral. O Dr. Ed Hindson escreve:
O vazio espiritual do nosso tempo est sendo substitudo pelas trevas do mal. No somos mais uma
sociedade essencialmente crist. Os smbolos e as coisas exteriores permanecem, mas o corao e a
alma do cristianismo so substitudos pelo esforo secular de viver uma vida sem Deus. Fica cada vez
mais claro que muitas pessoas que vivem em nossos dias procuram no lugar errado o sentido e o alvo
de suas vidas.

158

Alexander Soljenitzyn fez a seguinte observao a respeito: "Os poderes do mal iniciaram sua ofensiva
decisiva."
Atualmente a palavra "secularizao" est em voga. Mas, no fundo, trata-se de uma palavra moderna
para descrever a apostasia. Ela se refere ao que "profano" ou "mundano", em oposio ao
"espiritual". Em Israel, por exemplo, o avano da secularizao acompanha os crescentes clamores
por paz. Com base na Palavra Proftica, sabemos para onde levar esse caminho.
No momento, praticamente todos os pases da Europa so governados por partidos socialistas, que
transformam e moldam a sociedade. Vivemos numa situao poltica semelhante da poca anterior a
Hitler. Barreiras legais so derrubadas. Bebs inocentes podem ser abortados, mas conversas
telefnicas de criminosos no podem ser grampeadas. Furtos em casas comerciais e outros
"pequenos delitos" so considerados ninharias. Haxixe e maconha so descriminados e pretende-se
que todos tenham acesso a eles. Unies homossexuais so toleradas e at equiparadas ao matrimnio
na partilha de heranas, para fins de seguro, em casos de adoo e penses. At j possvel
comprar bonecas "Barbie" representando casais de namorados do mesmo sexo. Por outro lado, a
defesa de princpios cristos rejeitada por completo. Crentes com fundamento bblico so cada vez
mais excludos e isolados, sendo comparados com fundamentalistas islmicos e igualados aos
membros de seitas anti-bblicas. Assim, o nosso mundo levado ao engano da injustia e conduzido
ao homem da iniqidade (1 Tm 4.1; 2 Tm 3.13).
Mas tambm no nvel eclesistico observa-se uma decadncia teolgica e tica sem igual h alguns
anos na Europa. Nos plpitos e ctedras so defendidas idias totalmente contrrias Bblia e aos
princpios dos reformadores. Joga-se fora atualmente de maneira leviana aquilo que no passado foi
conquistado com muita luta e pago com o prprio sangue. So anunciadas novas "concepes de
Deus", mas a Criao e a inspirao divina das Sagradas Escrituras so negadas. Os Mandamentos
so menosprezados e as mais diferentes religies so misturadas. A divindade e a pessoa de Jesus
Cristo como Salvador exclusivo so claramente questionadas (1 Jo 4.1-4). Como sofrem os pastores e
membros fiis de muitas denominaes, que realmente crem na Bblia! Quando eles tiverem sido
arrebatados, a apostasia total tomar conta dessas instituies.
A sria advertncia da Palavra de Deus em 1 Joo 5.19 e 21: "Sabemos que somos de Deus e que o
mundo inteiro jaz no Maligno... Filhinhos, guardai-vos dos dolos...", praticamente no mais levada
em conta. Martim Lutero disse certa vez que a igreja pode degenerar e se tornar uma instituio
satnica quando no vive mais segundo os padres bblicos (Ap 17). Foi exatamente o que Paulo
disse ao ensinar sobre a apostasia, sobre o "homem da iniqidade" (o anticristo), cujo aparecimento
ser segundo a eficcia de Satans (2 Ts 2.3,9). Se a apostasia j chegou a esse ponto hoje,
principalmente na Europa, estamos certos quando pregamos que o Dia do Senhor est s portas e
que, portanto, o arrebatamento no vai se fazer esperar por muito tempo. Alm disso, o clamor da
Igreja de Jesus espalhada por todo o mundo se torna cada vez mais forte: "O Esprito e a noiva dizem:
Vem! Aquele que ouve, diga: Vem!" (Ap 22.17).

Um alerta srio nos tempos finais


Sempre que os apstolos falam dos tempos do fim, eles alertam seriamente a Igreja, pois no seu meio
existem aqueles que ainda no se entregaram totalmente ao Senhor. E a prpria Igreja exortada a
no deixar-se seduzir e enganar nesse tempo.
1. Alerta em relao a falsos mestres
Lemos em 2 Pedro 2.1: "Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim tambm
haver entre vs falsos mestres, os quais introduziro, dissimuladamente, heresias destruidoras, at
ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina
destruio" (veja tambm Romanos 16.18). Trata-se de mestres que ocupam seu espao dentro da
Igreja de Jesus e que dizem ser servos do Evangelho. W. A. Criswell descreve essas pessoas assim:
um homem elegante, simptico, de bom nvel cultural, que afirma ser um amigo de Cristo. Ele prega
do plpito, escreve livros e publica artigos em revistas crists, atacando o cristianismo de dentro. Ele
159

faz da igreja e das instituies de ensino lugares onde as aves de rapina se aninham. Ele leveda o po
com a doutrina dos saduceus.
Devemos observar que o Novo Testamento distingue entre comprados e salvos. Todos so
comprados, mas nem todos so salvos. Salvos so somente aqueles que aceitaram a Jesus como seu
Senhor e Salvador e que reinvindicaram para si o Seu sangue derramado na cruz. Essa verdade
transparece em 1 Joo 2.18b,19-20: "...conhecemos que a ltima hora... Eles saram de nosso meio;
entretanto, no eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco;
todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles dos nossos. E vs possus
uno que vem do Santo e todos tendes conhecimento." A Epstola de Judas tambm diz que "no
ltimo tempo, haver escarnecedores, andando segundo as suas mpias paixes. So estes os que
promovem divises, sensuais, que no tm o Esprito" (Jd 18-19). Existem, portanto, nas igrejas locais,
nas reunies de cristos, aqueles que agem como cristos, que de alguma forma participam da vida da
igreja, mas que no so cristos verdadeiros. Esses vo apostatar e se desviar completamente: "Mas
os homens perversos e impostores iro de mal a pior, enganando e sendo enganados" (2 Tm 3.13).
2. Alerta em relao ao engano e seduo
Paulo exorta a igreja de feso: "Ningum vos engane com palavras vs; porque, por estas coisas, vem
a ira de Deus sobre os filhos da desobedincia. Portanto, no sejais participantes com eles" (Ef 5.6-7;
veja 2 Pe 3.17).) Tambm o apstolo Joo alerta seus leitores: "Esta a promessa que ele mesmo nos
fez, a vida eterna. Isto que vos acabo de escrever acerca dos que vos procuram enganar. Quanto a
vs outros, a uno que dele recebestes permanece em vs..." (1 Jo 2.25-27; veja 4.1-3).
Como cristos, estamos em perigo de ser levados pela onda da secularizao, de nos perdermos na
onda da teologia liberal ou em um cristianismo parcial. O superficialismo no pra diante das portas de
nossas igrejas. Por isso, sejamos guardas vigilantes, que zelam por si mesmos e pela Igreja!
3. Continuar anunciando o Evangelho
importante discernir os espritos, importante entender bem as Escrituras, importante tomar as
devidas providncias em relao ao engano nossa volta, mas tambm muito importante
continuarmos a pregar o Evangelho com muito amor, pois ainda hoje Deus pode ganhar para Si
pessoas rebeldes e de corao endurecido. Aos que divulgam o Evangelho de Jesus Cristo, seja como
evangelistas, seja por meio de folhetos, ou atravs de seu testemunho, Paulo diz em 2 Timteo 2.2426: "Ora, necessrio que o servo do Senhor no viva a contender, e sim deve ser brando para com
todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansido os que se opem, na expectativa de
que Deus lhes conceda no s o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas
tambm o retorno sensatez, livrando-se eles dos laos do diabo, tendo sido feitos cativos por ele
para cumprirem a sua vontade."
Talvez a leitura desta mensagem seja a oportunidade que o Senhor est lhe concedendo hoje para sair
de um cristianismo superficial e chegar a uma converso real a Jesus Cristo antes que seja tarde
demais! O que Deus falou a Abrao no passado vale para cada um de ns atualmente: "Eu sou o Deus
Todo-Poderoso; anda na minha presena e s perfeito" (Gn 17.1). (Norbert Lieth http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, junho de 2000.

160

"Ento, ouvi grande voz do cu, proclamando: Agora, veio a salvao, o poder, o reino do nosso Deus
e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmos, o mesmo que os acusa de
dia e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por
causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, no amaram a prpria vida"
(Ap 12.10-11).
Essa passagem fala, em princpio, do tempo da Grande Tribulao, e se refere queles que saem dela
como vencedores. Contudo, nesses versculos tambm podemos aprender alguns princpios para a
vida em nossa poca. Todos que crem em Jesus Cristo se defrontam com o mesmo acusador, e s
podemos venc-lo da maneira como lemos nessa passagem.

Quem nosso adversrio na batalha espiritual?


Em Apocalipse 12.9, o inimigo descrito da seguinte maneira: "...o grande drago, a antiga serpente,
que se chama Diabo e Satans, o sedutor de todo o mundo..." Ele o acusador, que nos acusa de dia
e de noite diante de Deus. Com olhar maligno ele nos observa em tudo que fazemos ou deixamos de
fazer e se empenha ao mximo para poder nos acusar constantemente diante de Deus.
A ttica de Satans a mesma de sempre: primeiro ele faz com que pequemos com facilidade, e
depois torna o perdo muito difcil.
A situao de muitos crentes hoje em dia no nada fcil. No mundo espiritual esto acontecendo
muitas coisas, pois Jesus voltar em breve. Por isso tambm sentimos o aumento das tribulaes em
nosso esprito. A maldade dos tempos finais aumenta, e esses ventos tambm chegam s portas dos
cristos. Muitos tm se queixado de depresso, melancolia, estado de irritao e desnimo outros
sentem-se cansados, miserveis e no tm mais capacidade para nada. As acusaes mtuas, assim
como as auto-acusaes, tm aumentado. Muitos esto prestes a resignar. As tentaes de todo tipo
quase no podem ser mais superadas. Tudo isso acontece porque o Senhor vir em breve, e a
influncia demonaca em nosso mundo tem aumentado.

O caminho da vitria
Justamente diante das crescentes tribulaes em nossos dias, necessrio vencer triunfalmente o
inimigo no dia-a-dia. Em Apocalipse 12.11 nos mostrado claramente o caminho triplce para isso:
"Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que
deram e, mesmo em face da morte, no amaram a prpria vida".
1. Pelo sangue do Cordeiro
"Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro..." Diante do sangue do Cordeiro, o diabo
tem de parar. Ali ele est vencido. Ali qualquer acusao perde seu peso. Essa verdade nos
apresentada de maneira figurada na catedral de Bamberg (Alemanha):

161

Nela h uma representao do Juzo Final esculpida na rocha. O anjo do juzo tem uma balana na
mo. No prato da balana se encontram livros grossos, evidentemente o registro dos pecados.
Pequenos diabinhos se penduram neste prato e tentam pux-lo para baixo. Mas eles no o
conseguem, embora o outro prato esteja quase vazio. Nele se encontra apenas um pequeno clice da
Santa Ceia. O sangue de Jesus pesa mais do que todos os nossos pecados.
muito importante que nos firmemos no perdo que nos foi outorgado, que creiamos firmemente nele
e nos gloriemos no sangue de Jesus. O sangue de Jesus Cristo derramado no Calvrio o poder que
rasgou e cancelou a nossa nota promissria (Cl 2.14). Uma dvida que foi liquidada por ter sido paga
no pode mais ser utilizada como acusao contra ns.
2. Por causa da palavra do testemunho que deram
"Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho
que deram..." A Bblia Viva diz: "Eles o derrotaram pelo sangue do Cordeiro e pelo testemunho deles;
pois no amaram as suas vidas, mas as entregaram a Ele."
No apenas importante confiar no sangue de Jesus e conhecer o seu poder, mas tambm aplic-lo
no testemunho. Em outras palavras: a vitria sobre o inimigo acontece baseada na morte de Cristo e
em nosso testemunho a respeito do valor dessa morte. Precisamos saber que o poder est sempre na
Palavra de Deus. No momento em que reivindicamos a Palavra de Deus para ns, o sangue de Jesus
torna-se eficaz. como no caso de uma herana que voc recebeu de presente. Para que o inimigo
no mais possa reivindic-la e a herana passe a ser sua ou se torne eficaz para voc, preciso um
testamento escrito. Esse documento com a assinatura do testador lhe garante a herana. Nenhuma
outra pessoa pode reivindicar ou tirar-lhe esta herana. Todas as acusaes ricocheteiam quando
confrontadas com a Palavra de Deus. A respeito, um relato interessante:
O porteiro de um hotel lia muito em sua Bblia, principalmente durante a noite. Quando no a estava
usando, ele a carregava sempre no bolso sobre o peito. Um dia ele foi assaltado. O delinqente atirou
nele mas a bala, que estava destinada ao seu corao, ficou cravada na sua Bblia. A Bblia salvou a
sua vida!
Quando somos assaltados por tentaes ou quando o inimigo nos acusa, fazemos bem em buscar a
Palavra de Deus. Davi orou: "Ao meu corao me ocorre: Buscai a minha presena, buscarei, pois,
Senhor, a tua presena" (Sl 27.8). O Senhor Jesus nos anima a orar com base na Palavra de Deus e a
confiar nela: "Por isso, vos digo que tudo quanto em orao pedirdes, crede que recebestes, e ser
assim convosco" (Mc 11.24). uma honra para Deus se confiamos na Sua Palavra, e da nossa parte
trata-se de expresso da nossa f. Consideremos a Sua Palavra como verdade (Sl 119.142).
3. Por estarem crucificados juntos com Ele
"Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que
deram e, mesmo em face da morte, no amaram a prpria vida". Para alcanarmos uma vitria
real, devemos, sem dvida, entregar nossa prpria vida. Ao seguirmos o Cordeiro de Deus, o amor a
ns mesmos o maior empecilho no trabalho para o Senhor. Muitas brigas, intolerncia, acusaes e
irritao s se manifestam porque ainda amamos tanto a nossa prpria vida.
Os crentes mencionados em Apocalipse 12.11, "...mesmo em face da morte, no amaram a prpria
vida." O caminho aps o Cordeiro um caminho de morte. o mais difcil, mas tambm o mais
frutfero. A morte de Jesus produziu o maior fruto (comp. Is 53.11-12). Por isso a essncia do
discipulado tornar-me semelhante a Jesus em Sua morte (Fp 3.10).
Porm, como pode ser trgico quando filhos de Deus no seguem o caminho aps o Cordeiro
integralmente. Se seguem a Jesus pela metade, de uma maneira desleixada, isso produz um grande
peso tanto para eles como para o meio em que vivem. Atravs de coisas insignificantes, por ninharias,
o velho inimigo consegue prend-los repetidamente. Por isso o profeta Jonas, que no incio no quis
seguir o caminho da obedincia total, clamou na barriga do grande peixe: "Os que observam as falsas
vaidades deixam a sua misericrdia" (Jn 2.8, Ed. Corrigida e Revisada). E o apstolo Paulo
testemunha em sua segunda carta a Timteo: "Fiel a palavra: Se j morremos com ele, tambm
162

viveremos com ele" (2 Tm 2.11). Aos cristos de Roma ele escreveu: "Porque, se viverdes segundo a
carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Esprito, mortificardes os feitos do corpo, certamente,
vivereis" (Rm 8.13). Por isso somos conclamados: "Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena:
prostituio, impureza, paixo lasciva, desejo maligno e a avareza, que idolatria" (Cl 3.5).
Resumindo: a vitria sobre a maldade dos tempos finais, o caminho da vitria, a conquista da vitria na
vida espiritual consiste nica e exclusivamente em seguir a Jesus de maneira absoluta. E essa
caminhada se apia na obra consumada por Jesus na cruz do Calvrio (sangue), em um testemunho
fiel (confiana e f) e na disposio de entregar a prpria vida morte (ser crucificado com Cristo).
Faa isso, e voc vencer o diabo e todos os seus ataques traioeiros! (Norbert Lieth http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, maro de 1998.

163

"Em herana possuireis a sua terra, e eu vo-la darei para a possuirdes, terra que mana leite e mel: Eu
sou o Senhor vosso Deus, que vos separei dos povos. Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou
santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus" (Levtico 20.24,26).
Seja o que for que algum escolha acreditar, a Palavra de Deus declara repetida e claramente que
Israel Seu povo especialmente escolhido e que jamais perder essa condio singular. O destino
peculiar de Israel, ordenado por Deus para cumprir Sua vontade para a humanidade, o tema
dominante das profecias bblicas. As profecias sobre o Messias esto inseparavelmente ligadas a Seu
povo, Israel. Seria a Israel, e atravs dele ao mundo, que o Messias, Ele mesmo um judeu, viria.
Logo, uma percepo clara das profecias a respeito do passado, presente, e futuro de Israel
fundamental para a compreenso de ambos os adventos de Cristo, Sua vinda histrica e Sua
promessa de "voltar novamente". Israel, como j notamos, o relgio proftico de Deus, um grande
sinal que Ele deu ao mundo para provar a Sua existncia e demonstrar que est no comando da
histria. Por mais que isso no agrade a alguns, os judeus so o povo escolhido de Deus.
Um povo escolhido? Escolhido por Deus? Essa graa parece ter trazido mais que sua quota de
problemas. No filme Um Violinista no Telhado, Topol (o artista principal do filme) ecoa o protesto
perplexo de muitos judeus: "Que tal escolher um outro povo!" Obviamente esse pedido no muda os
fatos. No h como escapar do propsito de Deus ou do registro bblico.
Recusando-se a encarar as evidncias surpreendentes, os cticos descartam insolentemente a
simples sugesto de que poderia existir um "povo escolhido". Ateus negam a existncia de qualquer
Deus para fazer a escolha. Apesar disso, essa afirmao bblica, mesmo que muito rejeitada, serviu
para focalizar a ateno do mundo nos judeus. Em vrios casos, ela tem trazido a perseguio por
parte daqueles que odeiam os judeus, como se fossem estes os autores da idia de que Deus tinha
alguma afeio especial por eles e um plano especial para eles.
Os muulmanos, por outro lado, insistem que no foram os descendentes de Isaque, mas os de Ismael
que foram escolhidos por Deus. A tribo Quraita, qual pertencia Maom, afirmava que sua
descendncia se estendia at Ismael e, por meio dele, a Abrao. Logo, argumenta-se, a terra de Israel
(que os muulmanos insistem que foi prometida a Ismael) pertence aos rabes. Essa afirmao,
porm, no tem fundamento. A Bblia declara o contrrio: que o territrio de Israel pertence aos
descendentes de Isaque. Quanto ao Coro, ele sequer menciona Jerusalm ou qualquer parte do
territrio de Israel - uma omisso que fatal s afirmaes islmicas nestes ltimos tempos.

Cinco Caractersticas Distintivas de Israel

164

Vamos examinar mais de perto esse notvel "povo escolhido". No h melhor lugar para se comear
do que o livro de Gnesis. L encontramos um homem chamado Abro, a quem Deus escolheu e mais
tarde renomeou Abrao. Tanto os rabes (atravs de Ismael) quanto os judeus (atravs de Isaque) o
declaram como pai. Na realidade, no h evidncia de que os rabes descendam de Abrao por
Ismael. Como Robert Morey exps em seu excelente livro The Islamic Invasion (A Invaso Islmica):
"A prestigiosa Enciclopdia do Isl traa a genealogia dos rabes a origens no-abramicas." A
evidncia de que os judeus so descendentes de Abrao, porm, surpreendente. Aqui que comea
a histria: "Ora, disse o Senhor a Abro: Sai da tua terra... e vai para a terra que te mostrarei; de
ti farei uma grande nao... abenoarei os que te abenoarem, e amaldioarei os que te
amaldioarem; em ti sero benditas todas as famlias da terra" (Gnesis 12.1-3). "O Senhor teu
Deus te escolheu, para que fosses o seu povo prprio, de todos os povos que h sobre a terra"
(Deuteronmio 7.6).
H cinco elementos distintos na aliana que Deus fez com Abrao, Isaque, e Jac (Israel) que
distinguem seus descendentes de todos os outros povos da terra. Aqui eles esto na ordem em que
foram dados: 1) a promessa de que o Messias viria ao mundo por Israel; 2) a promessa de um certo
territrio que foi dado a Israel como possesso para sempre; 3) a lei mosaica e seus subseqentes
pactos de promessa, que definiram um relacionamento especial entre Deus e Israel; 4) a manifestao
visvel da presena de Deus entre eles; e 5) o reinado prometido do Messias, no trono de Davi em
Jerusalm, sobre Seu povo escolhido e sobre o mundo inteiro.
Ns vamos adiar at mais tarde o estudo da primeira e ltima promessas acima, que so pertinentes
especificamente ao Messias, e lidar com as outras agora. Os versculos citados de Gnesis 12 contm
a primeira promessa de um territrio que foi dado a Abrao e seus descendentes. Os versculos
seguintes quele captulo registram a sada obediente de Abrao de Ur dos Caldeus, sua terra natal,
onde sua famlia havia vivido em idolatria por muitos anos aps a disperso dos construtores da Torre
de Babel. Ao redor das runas daquela Torre, a cidade de Babilnia foi construda. Ela se tornaria a
capital do primeiro imprio mundial, o lugar do cativeiro de Israel mais tarde, e de grande importncia
relativa volta de Cristo a esta terra, como veremos.
Rapidamente encontramos Abro chegando na "terra de Cana". Seus habitantes j eram conhecidos
como cananeus e possuam a regio naquela poca. Essa era a terra que Deus identificou a Abro
como sendo a terra que seus descendentes possuiriam aproximadamente 400 anos mais tarde. Logo
foi reconhecida como "a terra prometida" e ainda hoje se referem a ela como tal. Os versculos
seguintes so uma amostra das muitas confirmaes de Deus dessa promessa especial a respeito da
terra: "Apareceu o Senhor a Abro, e lhe disse: Darei tua descendncia esta terra... porque
toda essa terra que vs, eu ta darei, a ti e tua descendncia, para sempre. Eu sou o Senhor
que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te por herana esta terra... a tua posteridade ser
peregrina em terra alheia (Egito), e ser reduzida escravido... Na quarta gerao tornaro para
aqui. Naquele mesmo dia fez o Senhor aliana com Abro, dizendo: tua descendncia dei esta
terra, desde o rio do Egito (no deserto do Sinai) at ao grande rio Eufrates (e da continua uma
descrio do territrio exato)" (Gnesis 12.7; 13.15; 15.7,13-16,18-21).
A mesma promessa repetida ao filho da Abrao, Isaque, em mais de uma ocasio. Por exemplo:
"Porque a ti, e a tua descendncia darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que fiz a
Abrao, teu pai... Na tua descendncia sero abenoadas todas as naes da terra" (Gnesis
26.3-5). A promessa dupla da terra e do Messias repetida novamente a Jac, a quem Deus, mais
tarde, denominou Israel: "Eu sou o Senhor, Deus de Abrao, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em
que agora ests deitado, eu ta darei, a ti, e tua descendncia... e na tua descendncia (i.e., no
Messias) sero abenoadas todas as famlias da terra" (Gnesis 28.13,14).

A Auto-Identificao de Deus
Ligando Seu prprio nome a essas promessas, o Deus da Bblia Se identifica pelo menos dez vezes
como "o Deus de Abrao, o Deus de Isaque, e o Deus de Jac" (xodo 3.15,16; 1 Crnicas 29.18;
Mateus 22.32; Atos 3.13, etc.). Ele Se revelou como tal para Moiss na sara ardente. Ao mesmo
tempo, Ele deu a Moiss Seu nome, "Yahweh", que significa "Eu sou Aquele que ." Ele o Ser
auto-existente cuja existncia no depende de nenhum outro, e de quem a existncia de tudo mais
depende. Jesus usa o fato de Yahweh ser conhecido como "o Deus de Abrao, Isaque, e Jac" para
165

argumentar em favor da ressurreio: "E quanto ressurreio dos mortos, no tendes lido o que
Deus vos declarou: Eu sou o Deus de Abrao, o Deus de Isaque e o Deus de Jac? Ele no
Deus de mortos, e, sim, de vivos" (Mateus 22.31-32).
"Deus" no um nome, mas um termo genrico que poderia se aplicar a qualquer deus. Portanto, o
Deus de Abrao, Isaque, e Jac nos d o seu nome. "Yahweh". Assim Ele distinguido de todos os
deuses das religies do mundo. "Yahweh" definitivamente no Al por vrias razes. Suas
caractersticas so exatamente opostas. Mesmo assim, os dignitrios mais elevados da Igreja Catlica
Romana - no Vaticano II e outros lugares - declaram que o Deus dos muulmanos e dos cristos um
e o mesmo. At evanglicos, tentando ser liberais e ecumnicos, esto sugerindo que os muulmanos
adoram o mesmo Deus que os crentes. Nada poderia estar mais longe da verdade!
Aqui encontramos o esclarecimento novamente atravs da compreenso do papel de Israel. Al
certamente no "o Deus de Abrao, Isaque, e Jac", mas seu inimigo jurado que deseja a
exterminao de seus descendentes! Al um nome prprio - um nome que existia muito antes de
Maom inventar a religio anti-Israel e anti-crist do Islamismo. Al era, como j notamos, o nome do
deus lunar que era representado pelo dolo principal da Caaba em Meca. Da o smbolo da lua
crescente. Apesar do Islamismo rejeitar totalmente a idolatria, Al tem uma longa histria pr-islmica
como um deus pago representado por um dolo - certamente no o Deus da Bblia!
Os deuses dos pagos, representados por dolos, so denunciados de maneira coerente e repetida na
Bblia, e aqueles que os adoram so condenados pelos profetas de Yahweh. No h o menor indcio
ou sugesto de que qualquer deus assim fosse ou pudesse ser uma representao inconsciente de
Yahweh. De fato, Paulo, como notamos, afirma que aqueles que adoram dolos, na verdade, adoram
demnios que se identificam atravs dos dolos.

"Escolhido" por um Deus "imparcial"?


At mesmo entre crentes h uma controvrsia crescente sobre a questo de Israel ainda ter ou no um
lugar especial nos planos de Deus. Essa polmica acompanhada pela rejeio crescente do
ensinamento bblico de que o territrio de Israel pertence aos judeus. Alguns argumentam que o fato
de Deus ter escolhido Israel significa que Ele estava demonstrando um favoritismo injusto. Afinal de
contas, a Bblia diz que "Deus no faz acepo de pessoas" (Atos 10.34).
Tal imparcialidade da parte de Deus no foi revelada facilmente a Pedro, porque os judeus (e os
crentes primitivos eram todos judeus) consideravam que no havia qualquer esperana para os gentios
sob a lei de Moiss. Foram precisos sinais miraculosos para convencer a Pedro de que o evangelho
no era apenas para os judeus, mas para os gentios tambm. At mesmo muitos crentes hoje em dia
no conseguem acreditar que Deus ame todas as pessoas igualmente e deseje que todos sejam
salvos, apesar da Bblia ensinar isso claramente: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira... o
qual deseja que todos os homens sejam salvos... o Pai enviou o seu Filho como Salvador do
mundo" (Joo 3.16; 1 Timteo 2.4; 1 Joo 4.14, etc.).
Como pode a imparcialidade de Deus ser reconciliada com a idia de um povo escolhido? Deus deixou
muito claro em vrias ocasies que no foi "acepo de pessoas" que O levou a escolher Israel. Ele os
escolheu apesar de sua falta de mrito e atrao, no porque Ele achou que fossem mais atraentes
que outros povos. Na verdade, eles eram rebeldes e nada mereciam alm de punio. Foi com esse
povo indigno que Ele decidiu demonstrar Seu amor, graa, e misericrdia ao mundo. Oua enquanto
Ele fala a Israel atravs de Seus profetas: "No vos teve o Senhor afeio, nem vos escolheu,
porque fsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois reis o menor de todos os povos,
mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais (Abrao,
Isaque e Jac), o Senhor vos tirou (do Egito)" (Deuteronmio 7.7,8). "Porque povo rebelde este,
filhos mentirosos, filhos que no querem ouvir a lei do Senhor. Eles dizem... aos profetas: No
profetizeis para ns o que reto; dizei-nos cousas aprazveis, profetizai-nos iluses" (Isaas
30.9,10). "Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, s naes rebeldes que se
insurgiram contra mim; eles e seus pais prevaricaram contra mim, at precisamente ao dia de
hoje" (Ezequiel 2.3).

A Graa Insondvel de Deus


166

A Bblia repetidamente diz que os judeus, como toda a humanidade, so rebeldes indignos de qualquer
coisa a no ser de julgamento. Mesmo assim, Deus, por graa, abenoou a Israel sem que este tivesse
qualquer mrito, tudo por causa das promessas que Deus fez a Abrao, Isaque, e Jac. Alm disso,
essa graa possibilitada pela morte redentora do Messias. A contradio entre a Bblia e o Coro no
poderia ser mais clara nesse assunto.
Apesar de Al ser chamado de "O Misericordioso Compassivo", ele , na verdade, compassivo com
apenas uns poucos, implacvel com a maioria, e no tem base para o perdo misericordioso para com
o pecador. Em contraste com o evangelho bblico da graa de Deus, a salvao do Islamismo vem por
meio de obras e merecida pelo cumprimento da lei. O Coro no tem o conceito de misericrdia e
graa divina e do preo do pecado do homem ter sido pago por completo pelo Redentor.
O Coro declara que muulmanos recebem a bno de Deus, no por graa, mas porque eles so
dignos: "Vs sois o melhor dos Povos, evoludos para a humanidade, impondo o que certo, proibindo
o que errado, e crendo em Al" (Sura 3.110). Esse versculo continua chamando os judeus de
"transgressores pervertidos". Na Sura 4.52-53, os judeus so chamados de o povo "a quem Al
amaldioou... (que) no tem quem (os) socorra".
normalmente discutido hoje, at por evanglicos, que o retorno de milhes de judeus sua terra
um mero acontecimento casual da histria sem qualquer significncia proftica. Argumenta-se que
Deus, certamente, no traria os judeus de volta a Israel, pois eles no so dignos disso. Uma grande
porcentagem deles atesta ou agnstica e quase todos rejeitaram o Messias. Muitos so humanistas,
materialistas, adeptos da Nova Era.
Certamente Israel nem sempre agiu em perfeita honestidade para com os rabes palestinos ou para
com seus vizinhos. Com tamanha ladainha de pecados em sua conta datando de tempos antigos,
como poderia Israel gozar de bno especial de Deus?

Graa e Promessa
As imperfeies de Israel no vm ao caso. Como os versculos acima e centenas parecidos com eles
na Bblia atestam, Israel tem sido rebelde desde o princpio. Sua condio atual no nada de novo.
Deus tem punido Israel por seus pecados. A pior punio, porm, est por vir durante a Grande
Tribulao, que culminar na batalha de Armagedom. No entanto, as promessas a Abrao, Isaque, e
Jac permanecem e sero cumpridas pela graa de Deus. Pois se a bno de Deus vem apenas para
aqueles que so dignos dela, ento toda a humanidade est condenada. Pois, como a Bblia nos
lembra, "todos pecaram" (Romanos 3.23; 5,12).
No h meio de um pecador pagar por seus prprios pecados. At mesmo uma nica violao da lei
pe o transgressor em uma condio desesperadora diante de Deus. Continuar cumprindo a lei
perfeitamente no futuro (mesmo se isso fosse possvel) jamais poderia compensar por t-la violado
uma vez sequer no passado. Obviamente, no existe recompensa extra por observncia perfeita de
todas as regras, pois isso exatamente o que a lei demanda. Ento, boas obras jamais podero obter
o perdo de Deus por pecados passados.
A dvida deve ser paga por Aquele que impecvel e que capaz de carregar sobre Si o julgamento
que os culpados merecem. Tal a soluo de Deus para o mal - e pagar a dvida foi a misso primria
do Messias. Foi atravs de Sua morte por nossos pecados que Ele julgou e destruiu Satans. Da as
boas novas do evangelho: "Porque pela graa sois salvos, mediante a f; e isto no vem de vs,
dom de Deus" (Efsios 2.8).
Parte da punio de Deus sobre Israel no passado foi espalhar seu povo pelas naes. Agora Ele os
est trazendo de volta para sua terra em nmeros sem precedentes, no porque eles o meream, mas
por causa da promessa de Deus a Abrao, Isaque, e Jac de que o faria. Tem sido um fenmeno
moderno que excede em muito o xodo original de seus ancestrais do Egito para a terra prometida.

Uma Promessa para os "ltimos Dias"


167

O recente colapso do comunismo e a triturao da Cortina de Ferro foram motivo de espanto


extraordinrio para o mundo. Um enorme efeito adicional foi a resultante (e surpreendente) onda de
judeus voltando para Israel s centenas de milhares da Unio Sovitica - uma terra que at
recentemente recusava deix-los sair.
Que viso assistir o fluxo dirio de imigrantes agradecidos chegando ao aeroporto de Lod, em Tel
Aviv, de todas as partes do mundo, mas especialmente da regio norte da Rssia! profundamente
comovente ver muitos deles beijarem o cho quando saem do avio, chorando de alegria.
Um observador dessa cena emocional singular que fosse conhecedor dos profetas hebraicos no
poderia deixar de lembrar da promessa que Deus fez h 2500 anos atrs, e que Ele disse que
cumpriria nos ltimos dias: "Porque assim diz o Senhor: Cantai com alegria a Jac, exultai por
causa da cabea das naes; proclamai, cantai louvores, e dizei: Salva, Senhor, o teu povo, o
restante de Israel. Eis que os trarei da terra do Norte, e os congregarei das extremidades da
terra; e entre eles tambm os cegos e aleijados, as mulheres grvidas e as de parto; em grande
congregao voltaro para aqui. Viro com choro, e com splicas os levarei; gui-los-ei aos
ribeiros de guas, por caminho reto em que no tropearo; porque sou pai para Israel, e Efraim
o meu primognito. Ouvi a palavra do Senhor, naes, e anunciai nas terras longnquas do
mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregar e o guardar, como o pastor ao seu
rebanho... Ho de vir, e exultar na altura de Sio, radiantes de alegria por causa dos bens do
Senhor" (Jeremias 31.7-12).
Por que essa promessa seria cumprida neste perodo de tempo chamado de "os ltimos dias"? A razo
bvia e de grande importncia para nosso assunto. A Segunda Vinda no poderia acontecer sem
que Israel se tornasse uma nao novamente em sua prpria terra - pois ser a Israel que Cristo
retornar durante Armagedom, para salvar Israel de seus inimigos que estaro tentando extermin-lo.
Quo prximos estamos desse dia? O cumprimento neste perodo especfico da histria de muitas
profecias antigas segundo as quais imigrantes afluiriam para Israel nos ltimos dias um grande sinal
da proximidade do retorno de Cristo.
Yahweh no viola Suas promessas. Se Ele deixasse de manter Sua Palavra, fosse de trazer bno
ou julgamento, Seu carter seria manchado e Seu santo nome desonrado. Como Ele disse
freqentemente por meio de Seus profetas a respeito de Sua inteno de trazer Israel de volta sua
terra nos ltimos dias: "No por amor de vs que eu fao isto, casa de Israel, mas pelo meu
santo nome" (Ezequiel 36.22). "Tu s o meu servo, s Israel por quem hei de ser glorificado"
(Isaas 49.3).
Que grande e convincente "sinal" o retorno de Israel sua terra aps 2500 anos! Hoje, em
cumprimento da profecia, os olhos do mundo esto sobre aquele aparentemente insignificante e
pequeno pedao de terra rida. Ela , exatamente como previsto, um "clice de tontear" para todas as
naes - um estonteamento que diz respeito ao que poder acontecer ali.
Algum pode honestamente comparar essas profecias a respeito de Israel com sua histria e continuar
sendo um ateu? Ou algum poder negar que Jesus Cristo o nico Salvador? Seu advento,
profetizado pelos mesmos porta-vozes de Deus inspirados pelo Esprito, est intimamente ligado a
Israel e sua histria tortuosa de disperso e retorno sua terra. Ns voltaremos a esse assunto mais
tarde.
O outro grande tema da profecia bblica o Messias que viria por meio de Israel e para Israel. Essas
profecias numerosas e especficas a respeito da vinda de Cristo, e seus cumprimentos na vida, morte,
e ressurreio de Jesus de Nazar identificam conclusivamente a Jesus como o Cristo. Elas tambm
constituem a maior prova irrefutvel da existncia do Deus que inspirou os profetas hebreus. (Dave
Hunt - http://www.chamada.com.br)
Extrado do livro Quanto Tempo Nos Resta?

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"Ento o reino dos cus ser semelhante a dez virgens que, tomando as suas lmpadas, saram a
encontrar-se com o noivo. Cinco dentre elas eram nscias, e cinco, prudentes. As nscias, ao tomarem
as suas lmpadas, no levaram azeite consigo; no entanto, as prudentes, alm das lmpadas, levaram
azeite nas vasilhas. E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram. Mas, meianoite ouviu-se um grito: Eis o noivo! Sa ao seu encontro! Ento, se levantaram todas aquelas virgens e
prepararam as suas lmpadas. E as nscias disseram s prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque
as nossas lmpadas esto-se apagando. Mas as prudentes responderam: No, para que nos nos
falte a ns e a vs outras! Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o. E, saindo elas para comprar,
chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta.
Mais tarde, chegaram as virgens nscias, clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta! Mas ele
respondeu: Em verdade vos digo que no vos conheo" (Mateus 25.1-13).

Trs pocas da Histria da Igreja


Primeira poca: a era dos apstolos e os tempos ps-apostlicos (de Pentecostes at o incio
do sculo 3 d. C.)
Esse foi o tempo do primeiro amor, caracterizado por uma espera diria e viva pela volta de Jesus
Cristo, que o Senhor descreve da seguinte maneira: "Ento, o reino dos cus ser semelhante a dez
virgens que, tomando as suas lmpadas, saram a encontrar-se com o noivo" (Mt 25.1).
Na poca dos apstolos e nos primrdios da Igreja, a Palavra ainda era to viva e eficaz entre os
crentes, que eles esperavam constante e intensamente pelo Senhor e por Sua volta. Era costume na
poca, por exemplo, cumprimentar-se com a saudao "Maranata", que significa "Vem, nosso Senhor!"
Havia nesse tempo um movimento evangelstico, orientado pelo Senhor, indo em Sua direo como
que com tochas acesas e brilhantes. Em quase todas as suas cartas, os apstolos escreviam sobre a
esperana viva da volta de Jesus, apresentando-a s igrejas como sendo possvel a qualquer
momento. Paulo, por exemplo, alegrou-se com a igreja de Tessalnica e confirmou para os cristos
dali: "pois eles mesmos, no tocante a ns, proclamam que repercusso teve o nosso ingresso no
vosso meio, e como, deixando os dolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e
verdadeiro e para aguardardes dos cus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus,
que nos livra da ira vindoura" (1 Ts 1.9-10). E a Timteo ele fez saber: "j agora a coroa da justia me
est guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dar naquele Dia; e no somente a mim, mas tambm a
todos quantos amam a sua vinda" (2 Tm 4.8).
Os quase 270 captulos do Novo Testamento mencionam aproximadamente 300 vezes a volta do
Senhor Jesus. Um comentrio bblico diz o seguinte:
S alcanaremos o nvel espiritual e a vida santificada que o Novo Testamento ensina,
quando a espera pelo Senhor receber tanto espao em nossos coraes como o tinha nas
igrejas dos tempos apostlicos. O Dr. Kaftan disse: "O maravilhoso poder da Igreja
169

primitiva residia nica e exclusivamente em sua esperana viva pela volta visvel e pessoal
de Cristo".
Uma afirmao de Pedro, que se ajusta muito bem parbola das dez virgens, mostra quanto o tempo
dos apstolos ainda era impregnado pela expectativa da volta de Jesus: "Temos, assim, tanto mais
confirmada a palavra proftica, e fazeis bem em atend-la, como a uma candeia que brilha em lugar
tenebroso, at que o dia clareie e a estrela da alva nasa em vosso corao" (2 Pe 1.19). De que
modo as dez virgens foram ao encontro do Senhor? Com suas candeias acesas. Isso simboliza a
palavra proftica, que deve ser colocada no velador. A exortao do Senhor Jesus : "Cingido esteja o
vosso corpo, e acesas, as vossas candeias. Sede vs semelhantes a homens que esperam pelo seu
senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater porta, logo lha abram"
(Lc 12.35-37). De fato, a era da igreja primitiva era fortemente caracterizada pela espera pelo Senhor,
como Jesus disse na parbola: "Ento, o reino dos cus ser semelhante a dez virgens que, tomando
as suas lmpadas, saram e encontrar-se com o noivo".
Segunda poca: Perda do primeiro amor e sono espiritual
Rapidamente o primeiro amor ao Senhor Jesus e Sua Palavra foi se extinguindo. Assim, houve um
bloqueio na espera por Sua volta, que adormeceu. Esse perodo descrito em Mateus 25.5: "E,
tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram".
J nas cartas s igrejas transcritas no Apocalipse, o Senhor teve de dizer: "Tenho, porm, contra ti que
abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caste, arrepende-te e volta prtica das
primeiras obras; e, se no, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso no te arrependas"
(Ap 2.4-5).
Logo aps a morte dos apstolos, a luz em relao volta de Jesus comeou a se extinguir nas
igrejas. Certamente ainda havia muita atividade, mas a espera ardente, o primeiro amor de uma noiva
por seu noivo, comeou a diminuir. A espera adormeceu.
As virgens prudentes tinham suas lmpadas bem acesas e brilhantes elas serviam para iluminar a
chegada do noivo. Elas fizeram aquilo que Jesus havia exigido: deixaram suas luzes brilhar e
esperavam por Ele. Elas firmaram-se na palavra proftica e deram-lhe ateno "como a uma candeia
que brilha em lugar tenebroso, at que o dia clareie e a estrela da alva nasa em vosso corao".
Nesse contexto, creio que o Senhor estava tentando dizer igreja de feso aproximadamente o
seguinte: "Voc no mais como uma virgem ou uma noiva, que vai ao encontro de seu noivo com a
lmpada acesa. Voc abandonou o primeiro amor, mesmo possuindo a palavra proftica. Mas de que
ela serve, se voc no a utiliza para iluminar seus passos para vir ao meu encontro? Por isso,
arrependa-se, pois se voc no o fizer, eu virei e tomarei de voc o candelabro da palavra proftica." E
foi justamente isso que aconteceu: a luz da palavra proftica quase perdeu-se completamente nos
sculos subseqentes.
"E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram." Na histria da Igreja, as coisas
desenrolaram-se exatamente como est descrito aqui de maneira figurada. O Senhor Jesus tardou em
vir. Ele demorou para voltar. E a o cristianismo foi tomado de sono espiritual, que fez adormecer todas
as esperanas pela volta do Senhor. Os cristos deixaram de vigiar, exatamente o que deveriam ter
feito seguindo as repetidas e claras ordens de Jesus. E por saber dessa situao, Ele exortou Sua
Igreja:
"Cingido esteja o vosso corpo, e acesas, as vossas candeias" (Lc 12.35).
"Sede vs semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de
casamento; para que, quando vier e bater porta, logo lha abram" (v. 36).
"Vigiai, pois, porque no sabeis quando vir o dono da casa: se tarde, se meia-noite, se ao cantar
do galo, se pela manh; para que, vindo ele inesperadamente, no vos ache dormindo" (Mc 13.35-36).

170

Com o desaparecimento da espera pela volta de Jesus, foi minguando tambm o conhecimento sobre
o assunto. assustador observar que aproximadamente a partir do ano 300 d. C. no se acham mais
menes da volta de Jesus na literatura crist da poca. Praticamente nenhum hino daquele tempo e
nenhum comentrio bblico, do ano 300 d. C. at o sculo 18, fala da espera pela volta de Jesus para
buscar Sua Igreja, para arrebatar Sua noiva. Mesmo nos tempos da Reforma existem poucos registros
de referncias ao arrebatamento da Igreja. O retorno Palavra de Deus nesse tempo foi maravilhoso e
havia a crena na volta de Jesus, mas apenas para o fim dos dias, no dia do Juzo Final. Todo o
restante a respeito da volta do Senhor desapareceu do cristianismo. A espera pela volta de Jesus foi
como que encoberta, soterrada. Gerhard Herbst escreveu:
Nas igrejas e denominaes, inclusive na hinologia, a diferena entre o arrebatamento e a
volta de Jesus praticamente inexiste ou desconsiderada. Quando se chega a falar sobre
a volta de Jesus, pensa-se sempre na volta visvel do Senhor sobre o monte das Oliveiras.
Mas essa a esperana de Israel e no da Igreja de Jesus... O arrebatamento da Igreja
de Jesus o prximo acontecimento para a Igreja, o prximo evento pelo qual ela deve
esperar. E essa volta no est condicionada a sinais prvios.
Terceira poca: Despertamento espiritual
Essa ltima fase tem mais ou menos 150 a 200 anos. Ela coincide praticamente com a volta dos
primeiros imigrantes judeus para sua ptria. Por qu? Essa terceira poca situa-se no final do tempo
da graa e o chamado "tempo do fim". Na parbola das dez virgens esse perodo descrito da
seguinte maneira: "Mas, meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Sa ao seu encontro! Ento, se
levantaram todas aquelas virgens e prepararam suas lmpadas" (Mt 25.6-7).
A partir do incio do sculo 19 (e mesmo um pouco antes) o cristianismo vivenciou uma forte ao do
Esprito Santo. Surgiram movimentos avivalistas, sociedades missionrias floresceram. Novos hinos
foram compostos, e a volta de Jesus para o arrebatamento da Sua Igreja passou a ser novamente
proclamada. Um dos pregadores dessa poca foi o ingls John Nelson Darby (1800 1882), fundador
das Igrejas dos Irmos. A luz voltou a brilhar e resplandeceu claramente, ao ser anunciada novamente
a vinda de Jesus para buscar Sua Igreja a candeia voltou a ser colocada no velador. Mas esse
movimento no se restringiu apenas Inglaterra. Tambm nos Estados Unidos muitos se levantaram e
comearam a publicar material falando da volta de Jesus para a Igreja e tornando esse o tema central
de suas pregaes.
Darby era de opinio que a Igreja tinha entrado em decadncia desde o tempo dos apstolos. Ele
pretendia contribuir para um renascimento dos tempos apostlicos. Uma enciclopdia teolgica diz de
Darby: "Extensas viagens pela Europa ocidental, Amrica do Norte e Austrlia contriburam para o
ajuntamento espiritual da igreja de Filadlfia nos tempos finais, preparando-a para a volta de Jesus".
No sculo 19 descobriu-se novamente a diferena entre o "arrebatamento" e o "Dia do Senhor".
Paralelamente surgiram muitas igrejas independentes, pois havia homens e mulheres corajosos que
romperam com os sistemas eclesisticos vigentes na poca, passando a pregar a mensagem clara da
iminente volta do Senhor.
Como aconteceu esse despertamento, como foi redescoberta a verdade sobre o arrebatamento? Foi
como se, de repente, as pessoas acordassem de um longo e profundo sono! Certamente esse foi um
chamado do Esprito Santo de Deus, que repentinamente despertou a muitos por estarmos nos
aproximando da volta de Jesus! Sim, realmente nos encontramos na hora da meia-noite, quando soar
o chamado do Esprito: "Eis o noivo! Sa ao seu encontro!"
Certamente no foi por acaso que, paralelamente com esse reavivamento espiritual da Igreja de Jesus,
tenha se iniciado tambm a restaurao de Israel e o repentino despertar dos judeus para retornarem
sua ptria. Esses dois movimentos so dirigidos pelo Esprito Santo. Maranata! Vem, nosso Senhor!
(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Extrado do revista Chamada da Meia-Noite, novembro de 2000.

171

As horas mais solitrias que algum j passou sobre a terra foram as horas do Calvrio; pois Jesus alm de ser Filho de Deus - era tambm homem ao morrer por ns.
Por que, entretanto, o Calvrio foi o lugar mais solitrio que j houve? Parece fcil responder a essa
pergunta, pois muitos dos nossos leitores sabem tudo sobre o Calvrio e a morte do Cordeiro de Deus.
Mas mesmo assim, nunca conseguimos responder com preciso a essa pergunta porque somos
incapazes de compreender o que Jesus realmente passou no Calvrio.
Segundo a Escritura, Jesus foi crucificado "hora terceira" (Mc 15.25) (s nove horas da manh). E
"hora nona" (s trs horas da tarde) Ele deu Seu grito alucinante: "Elo, Elo, lam sabactni?... Deus
meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (v. 34). Isso significa, portanto, que Jesus Cristo, quando
deu esse grito j estava dependurado h seis horas na cruz em pavorosa solido! Significa que
durante seis horas inteiras Ele esteve sem o Pai, sim, at mesmo Deus O abandonou. Que nessas seis
horas na cruz Ele esteve sem o Pai provado pelo fato de Ele que normalmente sempre falava do
Pai quando se referia a Deus ter clamado a Deus. E que Ele estava tambm sem Deus mostrado
por Suas palavras desesperadoras: "...por que me desamparaste?" Apesar de Ele clamar a Deus,
Deus O havia abandonado!
Nesse sentido, as palavras do centurio romano contm um simbolismo profundo e trgico: "O
centurio que estava em frente dele, vendo que assim expirara, disse: Verdadeiramente este homem
era Filho de Deus" (v. 39). Enquanto Jesus esteve dependurado na cruz, era como se Ele no fosse
mais o Filho de Deus. Por qu? Porque naquelas horas Ele no tinha mais Pai. Mas no era o Filho
de Deus que estava dependurado ali na cruz? Naturalmente, mas no em Seu carter glorioso, de Rei.
Ele estava ali dependurado como homem, cuja aparncia estava profundamente desfigurada, a quem
todo o mundo desprezava, e virava o rosto. A respeito, o profeta Isaas j predisse palavras abaladoras
aproximadamente 700 anos antes de Cristo: "...o seu aspecto estava mui desfigurado, mais do que o
de outro qualquer, e a sua aparncia mais do que a dos outros filhos dos homens... Era desprezado, e
o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que padecer; e como um de quem
os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele no fizemos caso" (Is 52.14b; 53.3). Quo
terrvel e pavorosa deve ter sido essa solido para Ele! Pois a Ele, ao Senhor Jesus Cristo, aconteceu
algo que jamais pode acontecer a ns, que nEle cremos: Ele realmente foi abandonado pelo Pai
durante horas. o que expressa com a maior clareza Sua pergunta: "...por que me desamparaste?".
Em outras palavras: "Tu me abandonaste mas por qu?"
Nunca podemos acusar Deus de tal coisa porque no corresponde verdade, pois o Senhor nunca
nos abandonar, a ns que somos Seus filhos. No mximo, poderamos dizer que nos sentimos
abandonados. Na realidade, porm, nunca estamos sozinhos, pois em Hebreus 13.5b esto escritas as
maravilhosas palavras: "De maneira alguma te deixarei nunca jamais te abandonarei." Ou pensemos
nas palavras do prprio Senhor Jesus: "E eis que estou convosco todos os dias at consumao do
sculo" (Mt 28.20b). Paulo exclama com jbilo em Romanos 8.38-39: "Porque eu estou bem certo de
que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem
172

poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poder separar-nos do amor de
Deus, que est em Cristo Jesus nosso Senhor." No, nada, nem ningum pode separar-nos de nosso
Senhor, nunca seremos deixados ss; onde quer que estejamos, o Senhor est sempre presente!
Oua uma vez o que o salmista diz a respeito: "Se subo aos cus, l ests; se fao a minha cama no
mais profundo abismo, l ests tambm; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos
mares: ainda l me haver de guiar a tua mo e a tua destra me suster" (Sl 139.8-10). Em outras
palavras: Senhor, tu ests sempre comigo; onde quer que eu esteja, o que quer que eu faa, para
onde quer que eu v, como quer que eu me sinta tu ests sempre comigo. Sim, disso podemos estar
certos, e graas ao Senhor que assim.
Mas o prprio Senhor Jesus quando esteve dependurado na cruz no tinha mais nada disso; Ele
ficou completamente privado de amor e consolo. Ao invs da alegre certeza da presena do Pai Ele
era atormentado por um horror paralisante. Ao invs de firme certeza interior Ele sentia calafrios por
causa do glido silncio de Deus. Ao invs do olhar amoroso do Pai Ele s via trevas intransponveis.
Ao invs de afvel e calorosa afeio do alto os rugidos e a fria de todo o inferno se abateram sobre
Ele. Jesus Cristo experimentou exatamente o oposto daquilo que o salmista testemunha com tanta f:
"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, no temerei mal nenhum, porque tu ests comigo:
a tua vara e o teu cajado me consolam" (Sl 23.4). Jesus andou literalmente pelo "vale da sombra da
morte"; Deus no estava mais com Ele, a "vara e o cajado" do Pai no O consolavam mais.
"Por qu?", podemos perguntar, "por que, afinal?" Porque no era possvel de outra maneira. Pois,
apesar de Jesus ser o Cordeiro de Deus sem pecado, apesar de Ele nunca ter pecado em toda a Sua
vida, apesar de Ele ter ficado puro e sem mcula, no Calvrio Ele morreu como pecador. Bem
entendido: Ele no morreu como pecador pois, como dissemos, Ele era e continuou sem pecado ,
mas Ele morreu por causa de pecados, isto , dos pecados de todo o mundo.
Voc sabe o que significa morrer a morte do pecador; voc sabe qual a terrvel e inescapvel
conseqncia de tal morte? Nesse tipo de morte
Deus no est presente;
o cu est fechado;
o Eterno afasta o olhar!
Por isso, uma morte assim o mais terrvel, pavoroso e horroroso que pode acontecer a uma pessoa.
Existem testemunhos suficientes a respeito. A seguir, citamos somente alguns:
O ateu David Hume gritou por ocasio de sua morte: "Estou nas chamas!"
A morte de Voltaire, o famoso zombador, deve ter sido to terrvel que sua enfermeira disse depois:
"Por todo o dinheiro da Europa, eu no gostaria mais de ver um ateu morrer!"
Hobbes, um filsofo ingls, disse pouco antes de sua morte: "Estou diante de um terrvel salto nas
trevas."
Goethe exclamou: "Mais luz!"
Churchill morreu com as palavras: "Que tolo fui!"
Bastam esses poucos exemplos para nos mostrar claramente o que significa morrer como pecador. E
Jesus experimentou esse tipo de morte, apesar de Ele mesmo que isso fique bem claro ser e
continuar sendo absolutamente sem pecado. Ele experimentou uma morte to pavorosa porque na
cruz Ele tomou sobre Seu prprio corpo todos os pecados de todos os homens de todos os tempos.
Pedro diz em sua primeira epstola: "carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos
pecados, para que ns, mortos aos pecados, vivamos para a justia" (1 Pe 2.24a). Quando Jesus
morreu a morte do pecador, realmente o cu ficou fechado, o Pai desviou o olhar, o Eterno se afastou;
e Ele, o Filho, ficou dependurado, s e abandonado, na cruz. Que ondas pavorosas do inferno devem
173

ter se abatido sobre Ele. No Salmo 22 os sofrimentos de Jesus naquelas horas horrorosas so
descritos de modo amedrontador, bem detalhado e claro: "Muitos touros me cercam, fortes touros de
Bas me rodeiam. Contra mim abrem as bocas, como faz o leo que despedaa e ruge. Derramei-me
como gua, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu corao fez-se como cera, derreteu-seme dentro de mim. Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a lngua se me apega ao cu da
boca; assim me deitas no p da morte. Ces me cercam; uma scia de malfeitores me rodeia;
traspassaram-me as mos e os ps. Posso contar todos os meus ossos; eles me esto olhando e
encarando em mim" (vv. 12-17).
Meu irmo, minha irm, como isso deve ter sido terrivelmente difcil para Jesus Cristo! No de
admirar, pois, que de repente tenha partido de Seu corao ferido este grito: "...Deus meu, Deus meu,
por que me desamparaste?" Esse foi o grito de um homem que caiu num profundo abismo, e cujo
corao estava completamente dilacerado.
interessante lembrar que at ento Jesus nunca havia sido abandonado pelo Pai. E agora, na cruz
Ele no somente foi abandonado pelo Pai, mas tambm estava cercado pelos poderes do inferno. No,
at ento o Pai nunca O havia abandonado; pelo contrrio o Pai esteve constantemente nEle. Por
exemplo, Jesus disse: "Quem me v a mim, v o Pai" (Jo 14.9b). E em Joo 11.41b lemos: "Jesus,
levantando os olhos para o cu, disse: Pai..." Portanto, at essa hora tinha havido completa harmonia
entre Ele e o Pai. E Jesus se alegrou por essa harmonia, e testemunhou dela, por exemplo, com as
palavras:
"...porque no sou eu s, porm eu e aquele que me enviou" (Jo 8.16).
"E aquele que me enviou est comigo, no me deixou s..." (Jo 8.29b).
"Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30).
"...para que possais saber e compreender que o Pai est em mim, e eu estou no Pai" (Jo 10.38b).
Que maravilhosas palavras! Mas, exatamente por isso foi muito mais duro e trgico o contraste entre
elas e as horas na cruz. Oh! que caminho Jesus teve que seguir! E, por qu? Para redimir a voc e a
mim; pois ns deveramos ter estado ali na cruz!
Talvez agora compreendamos um pouco melhor o profundo abismo dos sofrimentos do Cordeiro de
Deus; talvez sejamos capazes agora de participar um pouco dos Seus sentimentos, do que Ele
passou. Mesmo assim, uma ou outra pessoa poder perguntar:
Jesus no sabia que tudo seria assim?
Ele falou vrias vezes a respeito aos Seus discpulos. Lemos, por exemplo, em Mateus 16.21: "Desde
esse tempo, comeou Jesus Cristo a mostrar a seus discpulos que lhe era necessrio seguir para
Jerusalm e sofrer muitas cousas dos ancios, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto, e
ressuscitado no terceiro dia." Aqui Ele falou claramente que ainda teria que "sofrer muitas cousas".
Alm disso, havia muitas profecias do Antigo Testamento que apontavam com clareza assustadora
para esses acontecimentos; e Jesus conhecia todas essas palavras da Escritura. Portanto, certamente
Ele sabia de tudo. Apesar de que jamais poderemos responder a essa pergunta definitivamente, hoje
vou tentar com todo respeito ao Cordeiro de Deus dar uma resposta bem superficial. Jesus Cristo
apesar do fato de ser o Filho de Deus e de todas as coisas serem manifestas perante Ele talvez no
soubesse de uma coisa: quo terrvel seria a separao entre Ele e o Pai; quo horroroso seria ser
abandonado pelo Pai! Pois, repito: Ele nunca antes havia ficado sem o Pai muito menos sido
abandonado pelo Pai.
Entretanto, talvez voc diga agora: Mas Jesus sempre sabia de tudo. Tudo ser que Jesus realmente
sabia de tudo? Ele mesmo falou certa vez de algo que no sabia, ou seja, da hora da Sua volta: "Mas
a respeito daquele dia ou da hora ningum sabe; nem os anjos no cu, nem o Filho, seno somente o
Pai" (Mc 13.32). Portanto: isso era uma coisa que Ele no sabia. Por isso, no ser que somente o
prprio Pai sabia o que o Filho realmente teria de passar na cruz; quo difcil realmente seria a
174

separao? No ser que o Pai tenha se calado sobre esse assunto por causa de Seu grande amor
pelo Filho?
Apesar de no sabermos a resposta, nesse contexto podemos pensar na relao de Abrao e Isaque.
Quando os dois ainda estavam a caminho do local do sacrifcio, Isaque, que no sabia de nada,
perguntou ao seu pai: "Eis o fogo e a lenha, mas onde est o cordeiro para o holocausto?" (Gn 22.7b).
O que Abrao respondeu a Isaque? Lemos em Gnesis 22.8a: "Deus prover para si, meu filho, o
cordeiro para o holocausto". Isaque sabia, portanto, do sacrifcio, mas no sabia da terrvel verdade de
que ele deveria ser a vtima.
Jesus Cristo sabia do Calvrio. Ele sabia que seria o Cordeiro do holocausto; mas ser que Ele
tambm sabia quo terrvel seria quando o Pai nas horas do Seu sofrimento e da Sua morte teria
que abandon-lO? Bem, no o sabemos, e tambm nunca teremos uma resposta definitiva para essa
questo aqui na terra. Uma coisa, porm, segura: as horas do Calvrio realmente foram as mais
difceis e solitrias pelas quais ningum na terra jamais passou; e o Filho do Homem, Jesus Cristo, as
sofreu.
O alto objetivo dos sofrimentos de Jesus
Por que o Senhor da Glria teve que sofrer de forma to extrema? Para redimir muitas e muitas
pessoas escravizadas! Oh! quo maravilhosamente esse objetivo dos sofrimentos de Jesus descrito
no livro do profeta Isaas: "...quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, ver a sua
posteridade... com o seu conhecimento, justificar a muitos... Por isso eu lhe darei muitos como a sua
parte..." (Is 53.10b,11b,12a). Glorioso, no mesmo?! E at hoje so acrescentados diariamente
novos justificados Sua posteridade. Mas tudo comeou nessa terrvel cruz solitria. Quanto mais se
agravava Seu caminho de morte, quanto mais profundamente Jesus entrava em dores e sofrimentos,
maior e mais real se tornava o fato de que assim o caminho ao reino dos cus estava sendo aberto
para a Humanidade. A cada hora de dores se aproximava a grandiosa vitria de Jesus, a porta da
graa se abria cada vez mais.
Vejamos essa gloriosa verdade em relao parbola de Jesus sobre os trabalhadores na vinha. Nela
nos mostrado maravilhosamente, de forma figurada, o processo que Jesus enfrentou na cruz
quanto mais horas de dores, mais prxima e maior a vitria. Leiamos a primeira parte dessa parbola:
"Porque o reino dos cus semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar
trabalhadores para a sua vinha. E, tendo ajustado com os trabalhadores a um denrio por dia,
mandou-os para a vinha. Saindo pela terceira hora viu, na praa, outros que estavam desocupados, e
disse-lhes: Ide vs tambm para a vinha, e vos darei o que for justo. Eles foram. Tendo sado outra vez
perto da hora sexta e da nona, procedeu da mesma forma, e, saindo por volta da hora undcima,
encontrou outros que estavam desocupados, e perguntou-lhes: Por que estivestes aqui desocupados o
dia todo? Responderam-lhe: Porque ningum nos contratou. Ento lhes disse ele: Ide tambm vs
para a vinha" (Mt 20.1-7).
Essa parbola aponta maravilhosamente para o reino celestial e para todos que estaro nele algum
dia. Ela nos mostra tambm que no faz diferena se algum encontra cedo o caminho ou se chega
somente hora undcima. O que importa que muitos venham! No vamos nos ater agora na
parbola em si, mas extrair dela maravilhosos paralelos sobre os acontecimentos do Calvrio.
1 Quando comeou o verdadeiro caminho de morte de nosso Senhor? No me refiro ao caminho de
sofrimentos em geral, que j comeou na manjedoura em Belm, mas ao caminho de morte e
crucificao em si, atravs do qual Ele, como Deus, o disse atravs do profeta Isaas, geraria uma
posteridade, ou seja, justificaria a muitos. Quando comeou esse caminho da cruz? Lemos em Marcos
15.1: "Logo pela manh entraram em conselho os principais sacerdotes com os ancios, escribas e
todo o Sindrio; e, amarrando a Jesus, levaram-no e o entregaram a Pilatos." E quando o dono da
casa, na parbola citada, comeou a enviar trabalhadores para sua vinha, isto , quando o Rei do reino
dos cus comeou a chamar Sua posteridade para Seu reino? Tambm cedo de manh: "Porque o
reino dos cus semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar
trabalhadores para a sua vinha" (Mt 20.1).

175

2 Quando, exatamente, Jesus foi crucificado? hora terceira (nove horas da manh): "Era a hora
terceira quando o crucificaram" (Mc 15.25). E quando os prximos trabalhadores foram enviados para
a vinha, isto , quando o Rei do reino dos cus chamou os seguintes da Sua posteridade para Seu
reino? terceira hora (s nove horas da manh): "Saindo pela terceira hora viu, na praa, outros que
estavam desocupados, e disse-lhes: Ide vs tambm para a vinha, e vos darei o que for justo" (Mt
20.3-4).
3 Quando se abateram as terrveis trevas sobre toda a terra? hora sexta (s doze horas):
"Chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, at a hora nona" (Mc 15.33). E quando os
trabalhadores seguintes foram chamados para a vinha, ou seja, quando foram novamente chamados
outros posteridade no reino dos cus? hora sexta (ao meio-dia): "Tendo sado outra vez perto da
hora sexta..., procedeu da mesma forma" (Mt 20.5).
4 Quando o Senhor Jesus Cristo deu o Seu grito abalador?. hora nona (s trs horas da tarde): "
hora nona clamou Jesus em alta voz: Elo, Elo, lam sabactni? que quer dizer: Deus meu, Deus meu,
por que me desamparaste?" (Mc 15.34). E quando foram enviados mais trabalhadores para a vinha,
isto , chamados ainda mais pessoas para a posteridade no reino dos cus? hora nona (s trs
horas da tarde): "Tendo sado outra vez perto da hora... nona, procedeu da mesma forma" (Mt 20.5).
5 Quando Jesus Cristo foi sepultado? Antes do anoitecer no dia anterior ao sbado
(aproximadamente s cinco horas da tarde): "Ao cair da tarde, por ser o dia da preparao, isto , a
vspera do sbado, vindo Jos de Arimatia, ilustre membro do Sindrio, que tambm esperava o
reino de Deus, dirigiu-se resolutamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus... Este, baixando o corpo da
cruz, envolveu-o em um lenol que comprara, e o depositou em um tmulo que tinha sido aberto numa
rocha; e rolou uma pedra para a entrada do tmulo" (Mc 15.42-43,46). E exatamente ao mesmo tempo,
s dezessete horas, hora undcima, na parbola foram novamente enviados trabalhadores para a
vinha, ou seja, chamadas outras pessoas posteridade no reino dos cus: "...e, saindo por volta da
hora undcima, encontrou outros que estavam desocupados, e perguntou-lhes: Por que estivestes aqui
desocupados o dia todo? Responderam-lhe: Porque ningum nos contratou. Ento lhes disse ele: Ide
tambm vs para a vinha" (Mt 20.6-7).
Essa comparao alegrica entre a morte de Jesus e a parbola dos trabalhadores na vinha nos
mostra como atravs dos sofrimentos de Jesus na cruz, que ficavam cada vez mais intensos, a
redeno se aproximava cada vez mais. Quanto mais se agravava Seu caminho de morte, mais
resplandecia a verdade de que assim estava sendo preparado o caminho ao reino dos cus para a
Humanidade.
Resumindo: cedo pela manh comeou o caminho da cruz de Jesus e de madrugada vieram os
primeiros trabalhadores para a vinha do dono da casa. terceira hora (9 horas) Jesus foi crucificado
e terceira hora foram chamados os trabalhadores seguintes para a vinha. hora sexta (12 horas) se
abateram as trevas sobre toda a terra e hora sexta foram chamados mais trabalhadores. hora
nona (15 horas) Jesus gritou Seu abalador "Por qu?" e exatamente nessa hora foram novamente
chamados trabalhadores na parbola. E undcima hora (17 horas) Jesus Cristo foi sepultado; na
parbola dos trabalhadores na vinha na mesma hora foram chamados mais uma vez trabalhadores.
Aqui vemos claramente o que o profeta Isaas profetizou: "Ele ver o fruto do penoso trabalho de sua
alma, e ficar satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificar a muitos, porque as
iniqidades deles levar sobre si" (Is 53.11).
Ao vermos tudo isso novamente hoje essa maravilhosa obra do Calvrio com seus grandiosos efeitos
, impe-se a pergunta: o Senhor Jesus fez tanto por ns mas o que podemos fazer por Ele?
O que podemos Lhe dar?
Oh! na verdade, nada! Pois conhecemos a ns mesmos e sabemos quo rapidamente novos
propsitos e promessas so esquecidos. Apesar disso, devemos dar uma resposta ao Senhor! Talvez
um acontecimento da vida de Pedro possa nos ajudar nesse sentido. Em certa ocasio, ele estava em
Jope, na casa de um curtidor chamado Simo. Seu lugar de orao era sobre o eirado (terrao) da
casa. Lemos em Atos 10.9: "No dia seguinte..., subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta". Se
bem que esse texto na verdade no tem nada a ver com o Calvrio, interessam as palavras "por volta
176

da hora sexta". Portanto, Pedro subiu ao eirado ao meio-dia (12 horas) para orar. E quando
comearam as trs piores horas para o Senhor Jesus na cruz? Igualmente hora sexta: "Chegada a
hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, at a hora nona" (Mc 15.33). comovente o fato de que
Pedro consciente ou inconscientemente tenha feito da pior hora de seu Senhor na cruz sua hora de
orao diria! Pois podemos supor que no se tratou de uma orao nica, ao acaso, mas de um
costume regular. Como quer que seja, de qualquer modo, Pedro estava orando ao Seu Senhor na hora
em que Jesus tinha passado pelos maiores tormentos na cruz. A pergunta : o que podemos fazer pelo
nosso Senhor Jesus; o que podemos Lhe dar? na verdade, a minha e a sua resposta deveria ser
bem clara: recomear uma vida de orao intensiva, baseando-nos a partir de agora conscientemente
na morte de nosso Redentor! Em outras palavras: nunca mais oremos sem antes pensar porque
podemos orar; sem que tenhamos completa clareza de porque temos o privilgio de orar; e sem
estarmos plenamente convictos de que temos que orar! Pois: Jesus Cristo nos deu atravs de Seus
sofrimentos inominveis e de Sua morte na cruz a filiao pela qual podemos exclamar em orao:
"Aba, Pai!" Sim, o que est escrito: "E, porque vs sois filhos, enviou Deus aos nossos coraes o
Esprito de seu Filho, que clama: Aba, Pai" (Gl 4.6). Amm. (Marcel Malgo http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, maro de 1997.

177

"Tende em vs o mesmo sentimento que houve tambm em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em
forma de Deus, no julgou como usurpao o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou,
assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhana de homens; e, reconhecido em figura
humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente at a morte e morte de cruz" (Fp 2.5-8).
Por que, afinal, Jesus seguiu esse caminho da entrega total? Por que Ele foi obediente at a morte, at
a morte de cruz?
Por amor a Seu Pai no cu
A hora da Sua glria, quando exclamou na cruz "Est consumado!", a hora de triunfo e vitria do
Cordeiro de Deus aconteceu em primeiro lugar para o Pai no cu. bvio que Jesus morreu por ns
Jesus nos redimiu Jesus nos libertou Jesus nos salvou. Mas, embora tudo isso seja to belo e
verdadeiro, no aconteceu primeiramente por nossa causa, e sim, por causa da vontade santa de
Deus, para quem o pecado abominao.
Pelo fato do Deus santo jamais poder tolerar pecado, Ele no viu outra alternativa do que enviar Seu
prprio Filho ao mundo para faz-lO morrer como cordeiro de sacrifcio pelos pecados. Entretanto,
mesmo que Jesus Cristo j tenha sido designado para ser o Cordeiro de Deus desde a fundao do
mundo porque Deus sabia como tudo havia de acontecer , esta nunca fora a inteno original de
Deus. Como sabemos disso? Por ocasio da criao do homem, Deus no incluiu a necessidade de
salvao o Calvrio , embora soubesse que o homem cairia no pecado.
Em Gnesis 1.26a e 27 lemos sobre a criao do homem: "Faamos o homem nossa imagem,
conforme a nossa semelhana; tenha ele domnio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos cus,
sobre os animais domsticos, sobre toda a terra e sobre todos os rpteis que rastejam pela terra. Criou
Deus, pois, o homem sua imagem, imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". Disso se
deduz claramente que, por ocasio da criao do homem, Deus agiu como se nunca houvesse a
queda em pecado pois mesmo sabendo muito bem da queda que haveria de acontecer, Ele colocou
dentro do homem a Sua prpria e gloriosa imagem. Ao mesmo tempo precisamos saber que o Filho de
Deus estava presente no ato da criao, pois est escrito no plural: "Faamos o homem nossa
imagem, conforme a nossa semelhana". Podemos ver retrospectivamente o quanto Jesus se alegrou
pela criao dos homens, mesmo que mais tarde tivesse que morrer por eles: "O Senhor me possua
no incio de sua obra, antes de suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o
princpio, antes do comeo da terra... eu era as suas delcias, folgando perante ele em todo tempo;
regozijando-me no seu mundo habitvel e achando as minhas delcias com os filhos dos homens" (Pv
8.22-23; 30-31). Aqui se fala da Sabedoria em pessoa, que no outra seno o prprio Jesus Cristo,
pois dEle est escrito que "se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justia, e santificao, e
redeno" (1 Co 1.30). Jesus, que j estava com o Pai desde a eternidade, participou da criao do
homem e teve, como diz a Bblia Viva: "grande prazer no belo mundo que tinha sido criado e nas
178

pessoas que moravam nele". Como era glorioso o Paraso de Deus! Ali no havia pecado, nem sombra
de pecado, nem qualquer perturbao. Pelo contrrio. O Deus santo e eterno quis revelar-se de
maneira to concreta no homem, que colocou nele a Sua imagem. Imagine s: Deus se identificou
tanto com a coroa da Sua criao, que essa criao passou a ser a imagem refletida dEle mesmo!
Contudo, para grande pesar do Criador e de todos os Seus exrcitos celestiais, aconteceu: a coroa da
criao, o homem, caiu em pecado. Com isso, por um tempo, toda alegria havia terminado. Pois num
s golpe, a imagem de Deus que Ele havia colocado no homem foi tocada e manchada e isso lanou
uma pavorosa sombra sobre o glorioso Paraso. O que Deus teve que fazer, ento?
Quando Moiss voltou do Monte Sinai com as primeiras tbuas da Lei e viu como o povo danava de
maneira auto-destrutiva e pecaminosa ao redor do bezerro de ouro, ele despedaou as tbuas de
pedra diante dos olhos do povo. Bem entendido, tratava-se das tbuas da Lei que o prprio Deus havia
feito e escrito com Seu dedo, mas elas foram destrudas por causa do pecado.
Entretanto, os primeiros homens que Deus havia feito e nos quais Ele colocara a Sua imagem, que,
entretanto, sujaram essa imagem santa pelo pecado, no foram destrudos. Essa teria sido a
possibilidade mais simples para Deus, porque dessa maneira Ele poderia limpar a Sua prpria imagem
santa de qualquer contaminao e desonra. Porm, Deus no destruiu a Sua criao. Ele procurou
uma possibilidade para reparar o estrago. Havia somente um nico caminho:
O Calvrio
dentro dessa perspectiva que precisamos olhar outra vez essa grandiosa vitria conquistada no
Calvrio, a hora da glria de Jesus Cristo, que em primeiro lugar foi a hora de Seu Pai. Como j
dissemos, o alvo primordial no era resgatar o homem cado, mas restabelecer a glria de Deus que
fora violada! Somos to parciais e humanos em nosso modo de pensar, que muitas vezes esquecemos
essa verdade.
Naturalmente permanece o que est escrito em Joo 3.16: "Porque Deus amou ao mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unignito, para que todo o que nele cr no perea, mas tenha a vida
eterna". Mas de que amor se trata aqui? Do grande amor do Criador para com a Sua criao que,
desde a queda em pecado, jaz totalmente no maligno. Em outras palavras: trata-se daquele amor de
Deus que sempre existiu. Muitas vezes falamos sobre o amor de Deus como se tivesse se tornado
ativo apenas na cruz do Calvrio. Mas esse o mesmo amor pleno de Deus presente quando colocou
a Sua imagem no homem por ocasio da criao. Que amor ilimitado Deus demonstrou naquela
ocasio e Seu amor nunca mudou.
Quando est escrito que "todo o que nele cr... tenha a vida eterna", no se trata de uma vida eterna
que somente surgiu no Calvrio, mas da vida eterna que os primeiros homens j possuam no Paraso
e haviam perdido por causa do pecado.
Pela ressurreio de Jesus Cristo, todas as exigncias de Deus foram cumpridas
Pela entrega da Sua vida na cruz do Calvrio, o Senhor Jesus ofereceu o sacrifcio pelo pecado
original e por todos os pecados cometidos, e atravs desse sacrifcio, o Deus santo pde reconciliar-se
com Sua criao: "a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, no imputando
aos homens as suas transgresses..." (2 Co 5.19). Mas o mais importante foi que, assim, a imagem
santa de Deus que Ele colocara no homem foi resgatada. Pois cada pessoa que responde
afirmativamente ao Calvrio, aos olhos de Deus, transferida de volta para o estado original da
criao, porque em Jesus Cristo passa a ser justa. Em Romanos 8.1 lemos a respeito: "Agora, pois, j
nenhuma condenao h para os que esto em Cristo Jesus."
Assim cada pessoa que responde afirmativamente ao Calvrio est novamente de posse da vida
eterna que havia sido perdida no Paraso. A esse respeito lemos em 1 Joo 5.12a: "Aquele que tem o
Filho, tem a vida." Por isso, pela ressurreio de Jesus Cristo dos mortos, todas as exigncias do Deus
santo como selo da obra expiatria consumada no Calvrio foram cumpridas.

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Penso que Joo Batista viu isso claramente, pois no seu testemunho pblico em Joo 1.29, ele disse
acerca de Jesus: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" Ele no disse: "Eis o cordeiro
do sacrifcio do mundo, que leva os homens novamente a Deus", mas "Eis o Cordeiro de Deus..." E
este Cordeiro de Deus tem como prioridade a vontade de Deus e Sua glria e no as necessidades de
um mundo pecaminoso. Isto significa que Jesus no foi ao Calvrio como o nosso Advogado, mas
como Enviado e Representante do Deus santo e justo que est nos cus! Por isso est escrito em 2
Corntios 5.19a: "a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo..." E em
Romanos 3.25 lemos: "...a quem (ou seja, a Jesus) Deus props, no seu sangue, como propiciao,
mediante a f..."
No impressionante o que Jesus fez? Para restabelecer a honra de Seu Pai, Ele fez com que todos
os que crem nEle, no Senhor crucificado, morto, ressuscitado e que voltar, tivessem novamente
acesso livre a esse Pai no cu. Somos exortados a fazer uso desse acesso com toda confiana:
"Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graa..." (Hb 4.16a).
to comovente o que Romanos 8.15 diz queles que foram salvos pelo sangue de Jesus: "Porque
no recebestes o esprito de escravido, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o
esprito de adoo, baseados no qual clamamos: Aba, Pai". No, nunca mais precisamos ter medo,
pois Jesus restabeleceu tudo; entre ns e o Pai no cu tudo est purificado pelo sangue de Jesus.
Como glorioso agora podermos chamar nosso Pai de "Aba, Pai" outra vez, Ele que antes nem podia
olhar para ns por causa dos nossos pecados! Isso encontra amparo total no Deus Eterno, que deseja
que Seus filhos o chamem assim, pois est escrito em Glatas 4.6: "E, porque vs sois filhos, enviou
Deus ao nosso corao o Esprito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!" Em outras palavras: queles que
se tornaram filhos de Deus pela f no sacrifcio de Jesus Cristo no Calvrio e na Sua gloriosa
ressurreio, a esses o prprio Deus quer encher com o Esprito do Seu Filho para que tenham plena
confiana de cham-lO de "Aba", Pai.
Como grandiosa a hora da glria de Jesus Cristo!
Pela Sua cruz e pela Sua ressurreio Ele restabeleceu a honra do Deus santo, e assim foi novamente
aberto o caminho do homem ao corao do Pai. Nesse sentido devemos gravar bem fundo em nossos
coraes as palavras de Lucas 15.7, onde o Senhor Jesus diz: "...haver maior jbilo no cu por um
pecador que se arrepende..." A hora da glria de Jesus Cristo festejada continuamente no cu! Voc
sabe quando? Cada vez que um pecador se arrepende! Pois cada pecador que se arrepende contribui
para que a honra do Deus eterno se torne maior e mais gloriosa! (Marcel Malgo http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, abril de 1998.

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Deus espera poder finalmente nos dar um avivamento. Em Isaas 33.9-10 est escrito a respeito desse
assunto: "A terra geme e desfalece; o Lbano se envergonha e se murcha; Sarom se torna como um
deserto, Bas e Carmelo so despidos de suas folhas. Agora me levantarei, diz o Senhor; levantar-meei a mim mesmo, agora serei exaltado." Deus falou isso a Israel naquela poca. Em Jesus Cristo e
atravs de Jesus Cristo Ele diz as mesmas coisas para ns hoje. Deus, quando diz: "Agora me
levantarei, diz o Senhor; levantar-me-ei a mim mesmo, agora serei exaltado", o faz porque a terra
estava "gemendo e desfalecendo". E com isso Ele quer expressar exatamente o que est escrito
tambm em Isaas 44.3: "Porque derramarei gua sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca;
derramarei o meu Esprito sobre a tua posteridade, e a minha bno sobre os teus descendentes." E
exatamente isso que Deus quer dar a uma terra que, a Seus olhos, est "gemendo e desfalecendo".
Naturalmente essa promessa vale em primeiro lugar para Israel, mas fico to feliz porque posso ter a
certeza de que o Senhor dirige essas palavras tambm a ns atualmente.
"Derramarei gua sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca"
Espiritualmente falando, ser que no terra seca o que se encontra dentro da Igreja de Jesus em
muitos lugares? Mas justamente ali, onde tudo est seco e sem vida, o Senhor quer derramar torrentes
de gua viva. E Ele realmente espera com um desejo ardente poder finalmente fazer aquilo de que fala
tambm Isaas 30.18a:
"...o Senhor espera para ter misericrdia de vs, e se detm para se compadecer de vs..."
"Ele vai demonstrar o seu amor com grande poder..." (A Bblia Viva).
Estamos prontos a receber um despertamento?
Como vem um avivamento?
Para alcanarmos um avivamento real, certas condies precisam estar presentes em nossa vida. Mas
existe uma outra coisa que no devemos esquecer quando falamos de despertamento: a orao.
Temos de orar por um despertamento! A seguir, no quero falar das razes para implorarmos por
avivamento. Pretendo mostrar, com alguns exemplos bblicos, que a orao por avivamento est
plenamente de acordo com a Bblia. Pensemos em Asafe, que no Salmo 80 orou trs vezes:
"Restaura-nos, Senhor Deus dos Exrcitos, faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos" (v. 19,
comp. tambm os vv. 3 e 7). Naturalmente aqui, dentro do contexto, trata-se de uma vivificao
exterior. Mas quando se conhece a histria bblica de Israel mais ou menos profundamente, ento se
sabe que uma vivificao, uma restaurao exterior sempre antecedia um avivamento interior. Por
isso, quando Israel orava por nova vida, isso era tambm um clamor por nova vida espiritual, por
renovao interior.

181

Encontramos outro exemplo de orao por despertamento e nova vida no Salmo 85. Vemos isso
especialmente no versculo 6, onde os filhos de Cor imploram: "Porventura no tornars a vivificarnos, para que em ti se regozije o teu povo?"
Um terceiro exemplo de orao por avivamento encontrado em Habacuque 3.2, onde o profeta
exclama: "Tenho ouvido, Senhor, as tuas declaraes, e me sinto alarmado; aviva a tua obra,
Senhor, no decorrer dos anos, e no decurso dos anos faze-a conhecida." Esse terceiro captulo
tambm chamado de salmo de Habacuque. Oua o que ele nos ensina ao orar: "Tenho ouvido,
Senhor..." Ele tinha ouvido, ele estava consciente do que Deus pensava da situao em que se
encontrava a obra do Senhor, e ficou alarmado. Mas ele no ficou nisso. Observe que Habacuque
tomou as providncias corretas, pois ele pediu: "...aviva a tua obra, Senhor, no decorrer dos anos, e
no decurso dos anos faze-a conhecida."
Meus irmos e irms, ser que ns tambm ouvimos as declaraes do Senhor? E ser que a
Escritura no nos diz por vezes suficientes que Deus quer mandar um despertamento? Sem dvida!
Recordemos apenas as palavras de Isaas 44.3, que quero citar outra vez para que fixemos bem seu
contedo: "Porque derramarei gua sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca; derramarei o meu
Esprito sobre a tua posteridade, e a minha bno sobre os teus descendentes." Por isso oremos
tambm: "...aviva a tua obra, Senhor... faze-a conhecida."
Quero frisar uma vez mais: bblico orar por avivamento, pois por qual outra razo o Senhor teria
exclamado em Lucas 10.2: "A seara grande, mas os trabalhadores so poucos. Rogai, pois, ao
Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara"? De certa forma, essa outra orao por
despertamento. Por isso vamos orar, no esquecendo que o Senhor poderia mandar obreiros para Sua
seara sem a nossa intercesso, mas no o faz! Ele quer que oremos; Ele at, de certa forma, espera
por nossas oraes!
Interceder por despertamento como interceder por Israel. O Senhor fala sobre isso cheio de emoo:
"Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor
desta terra, para que eu no a destrusse; mas a ningum achei. Por isso eu derramei sobre eles a
minha indignao..." (Ez 22.30-31). Se naquela ocasio o Senhor tivesse encontrado pessoas crentes
que intercedessem perante Ele por Seu povo, talvez tivesse poupado a Israel. O mesmo acontece com
um despertamento: mesmo que o avivamento venha exclusivamente da parte de Deus e mesmo que
s o Senhor possa despertar Seu povo, temos de orar com fervor para que o avivamento acontea.
Paulo o sabia muito bem, seno no teria feito o pedido aos cristos de Tessalnica: "Finalmente,
irmos, orai por ns, para que a palavra do Senhor se propague, e seja glorificada, como tambm est
acontecendo entre vs" (2 Ts 3.1). A palavra do Senhor se propagando e sendo glorificada j
avivamento. E exatamente por isso o apstolo pediu que a igreja intercedesse por um despertamento.
Ser que ns tambm no temos que orar muito mais por despertamento?
Resultados de um verdadeiro despertamento em nossa vida
Quando falamos de avivamento ou despertamento, sempre vem nossa mente a idia de
manifestaes poderosas e visveis do Senhor, sempre pensamos em Deus agindo de maneira
grandiosa atravs do Seu Esprito Santo. Realmente, s vezes, o Senhor se revela de maneira
poderosa e visvel em nossas vidas. Mas isso nem sempre assim. s vezes, Deus tambm age de
maneira diferente, e um despertamento pode se manifestar de maneira bem diversa. Quando acontece
isso? Quando Deus decide deixar um despertamento acontecer em pequena escala, dentro da vida de
uma s pessoa.
Avivamento significa em primeiro lugar que os crentes mornos, cansados, despertem para uma nova
vida espiritual e entrem outra vez em contato com "rios de gua viva". Ou expressando-o com uma
passagem bblica: "... a vossa vida est oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Cl 3.3). Esse quase
sempre o incio de um avivamento. Mas ns pensamos sempre em acontecimentos espetaculares
quando falamos em rios de gua viva e em despertamento. Entretanto, o acontecimento maior e mais
espetacular quando filhos de Deus que estavam mornos e cansados espiritualmente se tornam outra
vez ardorosos pelo Senhor; quando em suas vidas comeam a jorrar outra vez os "rios de gua viva".
O falar de Deus e o avivamento
182

Nesse contexto, pensemos em Elias, que em sua vida nunca foi morno, mas experimentou um perodo
de profundo desnimo espiritual. Justamente Elias precisava ser tocado pelo Senhor, e quanto ele
necessitava outra vez de "rios de gua viva" em sua vida bem pessoal! Deus proporcionou a Elias um
novo encontro com o Senhor mesmo. Em 1 Reis 19.11a lemos sobre a maneira maravilhosa como o
Senhor fez isso: "Disse-lhe Deus: Sai, e pe-te neste monte perante o Senhor. Eis que passava o
Senhor..." Em outras palavras: "Elias, prepare-se, pois quero me encontrar outra vez com voc." E
ento o Senhor vem. Mas como que Deus se revela a Elias? O texto bblico continua: "...e um grande
e forte vento fendia os montes e despedaava as penhas diante dele, porm o Senhor no estava no
vento; depois do vento um terremoto, mas o Senhor no estava no terremoto; depois do terremoto um
fogo, mas o Senhor no estava no fogo; e depois do fogo um cicio tranqilo e suave. Ouvindo-o Elias,
envolveu o rosto no seu manto e, saindo, ps-se entrada da caverna. Eis que lhe veio uma voz e lhe
disse: Que fazes aqui, Elias?" (1 Rs 19.11b-13). Quando Elias teve de ser confrontado outra vez com
"rios de gua viva", s havia um cicio suave e tranqilo, e foi assim que o Senhor teve um novo
encontro com Elias. Como era importante para o Senhor despertar e fortalecer Seu servo Elias de uma
maneira renovada e bem pessoal! E isso aconteceu no silncio! E assim, creio eu, todo e qualquer
avivamento verdadeiro e real tem seu incio, isto , ele comea bem no fundo do corao de cada
pessoa, de uma maneira bem suave e bem individual. Talvez fosse isso o que o Senhor queria dizer
aos fariseus quando Lhe perguntaram quando viria o reino de Deus, e Ele respondeu: "No vem o
reino de Deus com visvel aparncia. Nem diro: Ei-lo aqui! Ou: L est! porque o reino de Deus est
dentro em vs" (Lc 17.20b-21). Meus irmos e irms, vamos orar por um avivamento assim, bem
"dentro de ns"? Que o Senhor nos abenoe nesse propsito! (Marcel Malgo http://www.chamada.com.br)
Extrado do revista Chamada da Meia-Noite, novembro de 1997.

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"Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no cu". Inmeras vezes por dia, h
quase 2000 anos, crentes em todo o mundo fazem essa orao, seguindo o modelo que Jesus deu
aos Seus discpulos, conforme registrado em Mateus 6.9-13 e Lucas 11.2-4. O que pedimos com
essas palavras?
Em toda a histria, o mundo conheceu muitos reinos, dinastias e imprios. Eles ascenderam e
decaram, passando pelas pginas da histria como folhas num dia de outono. Alguns foram
espetaculares e repletos de esplendor, outros escravizaram e massacraram suas populaes. No
importa como lembramos deles, todos tm o mesmo denominador comum lderes humanos. Mesmo
hoje em dia muitos acreditam que, se consegussemos colocar as pessoas certas nos cargos polticos,
a humanidade ficaria livre para alcanar seu pleno potencial.
H muitas interpretaes da histria e de sua relao com o futuro. Alguns acham que cclica, outros
lembram com saudade de uma "era dourada". Alguns dizem que ela progride conforme as "leis da
natureza", outros dizem que est regredindo por causa dessas mesmas leis. Em tudo isso, a Bblia d
uma resposta clara e certa s perguntas sobre o futuro. A histria e os eventos humanos tm uma
direo e haver um reino futuro glorioso. As oraes dos crentes sero respondidas e o prprio Deus,
na Pessoa de Jesus Cristo, a segunda pessoa da Trindade, reinar e governar na terra durante 1000
anos no Milnio. O melhor ainda est por vir!
A histria humana est inserida entre dois parasos. O primeiro paraso comeou no Jardim do den,
mas a queda em pecado trouxe a dor e a tristeza decorrentes do castigo de Deus. A humanidade
recebeu ordem de transformar o jardim na cidade de Deus. Mas ao invs da Nova Jerusalm, o
resultado foi a Babilnia e o reino do homem. Com a interveno de Cristo na histria (primeiro em
humildade, futuramente em glria), a humanidade ainda retornar ao paraso, dessa vez numa cidade
a Nova Jerusalm.
A histria atual est se aproximando do estabelecimento da vitria e do reino de Deus na terra por
meio de Jesus Cristo e Seu povo. Mas quais so os detalhes? O que a Bblia ensina sobre o Milnio
futuro? Na verdade a Bblia tem muito a dizer sobre esse assunto. Vamos examinar juntos seus
ensinamentos.
O Que o Milnio?
Onde a Bblia ensina sobre o Milnio?
Se voc procurar a palavra Milnio em uma concordncia bblica, provavelmente ficar frustrado. H
vrias passagens bblicas que ensinam sobre o Milnio, apesar de a palavra em si no ser
mencionada. O Milnio uma doutrina bblica e um conceito teolgico derivado de vrias passagens.
Assim como muitos termos teolgicos, a palavra Milnio vem do latim. Refere-se ao perodo de tempo
em que a Bblia diz que o Reino do Messias ser estabelecido na terra antes do fim da histria.

184

A palavra Milnio vem do latim mille, que significa "mil", (a palavra grega para Milnio vem de chilias,
que significa "um mil"), e annus, que significa [em latim] "ano", [etos em grego]. O termo grego usado
seis vezes no texto original do captulo vinte de Apocalipse para definir a durao do reino de Cristo na
terra antes da destruio do velho cu e da velha terra. Ento, a palavra Milnio refere-se aos mil anos
do futuro reinado de Cristo que precedero a eternidade.[1]
Vrias passagens do Velho Testamento falam sobre um tempo futuro de verdadeira paz e
prosperidade para os seguidores justos de Deus, sob o reinado benevolente e fsico de Jesus Cristo na
terra. Zacarias 14.9 fala sobre esse perodo, dizendo: "O Senhor ser Rei sobre toda a terra; naquele
dia, um s ser o Senhor, e um s ser o seu nome". A passagem continua nos versculos 16-21,
descrevendo algumas das condies reinantes no Milnio. Apesar de toda a Bblia falar
descritivamente sobre o Milnio, apenas no ltimo livro Apocalipse a durao do Seu reinado foi
revelada.
Isaas (700 anos a.C.) previu essa era futura:
"Nos ltimos dias, acontecer que o monte da Casa do Senhor ser estabelecido no cimo dos montes
e se elevar sobre os outeiros, e para ele afluiro todos os povos. Iro muitas naes e diro: Vinde, e
subamos ao monte do Senhor e casa do Deus de Jac, para que nos ensine os seus caminhos, e
andemos pelas suas veredas; porque de Sio sair a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalm. Ele
julgar entre os povos e corrigir muitas naes; estas convertero as suas espadas em relhas de
arados e suas lanas, em podadeiras; uma nao no levantar a espada contra outra nao, nem
aprendero mais a guerra" (Isaas 2.2-4).
Alguns captulos adiante, ele escreve novamente sobre o Milnio:
"O lobo habitar com o cordeiro, e o leopardo se deitar junto ao cabrito; o bezerro, o leo novo e o
animal cevado andaro juntos, e um pequenino os guiar. A vaca e a ursa pastaro juntas, e as suas
crias juntas se deitaro; o leo comer palha como o boi. A criana de peito brincar sobre a toca da
spide, e o j desmamado meter a mo na cova do basilisco. No se far mal nem dano algum em
todo o meu santo monte, porque a terra se encher do conhecimento do Senhor, como as guas
cobrem o mar" (Isaas 11.6-9).
Outras passagens do Velho Testamento que tratam detalhadamente a respeito, incluem: Salmo 2.6-9;
Isaas 65.18-23; Jeremias 31.12-14; Ezequiel 34.25-29; 37.1-14; 40-48; Daniel 2.35; 7.13-14; Joel 2.2127; Ams 9.13-15; Miquias 4.1-7 e Sofonias 3.9-20. Esses versculos so apenas algumas das vrias
passagens relacionadas a esse assunto, escritas antes da primeira vinda de Cristo. O estudioso em
profecias David Larsen resume esses textos dizendo sucintamente: "grande parte da profecia do Velho
Testamento indica o estabelecimento de um reino de paz na terra em que a lei sair do Monte Sio".[2]
O Novo Testamento tambm d testemunho desse reino vindouro, dando continuidade viso do
Velho Testamento de um Reino Milenar futuro. Jesus falou sobre o Reino Milenar durante a ceia de
Pscoa, antes de ser trado e crucificado:
"A seguir, tomou um clice e, tendo dado graas, o deu aos discpulos, dizendo: Bebei dele todos;
porque isto o meu sangue, o sangue da nova aliana, derramado em favor de muitos, para remisso
de pecados. E digo-vos que, desta hora em diante, no beberei deste fruto da videira, at aquele dia
em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai" (Mateus 26.27-29; veja tambm Marcos
14.25; Lucas 22.18).
A passagem mais extensa sobre o Milnio est em Apocalipse 20, em que Joo descreve uma
seqncia cronolgica a priso, a rebelio e o julgamento de Satans no Milnio. Alguns telogos
tambm acreditam que Apocalipse 21.9-27 descreve a Nova Jerusalm durante o Milnio. Isso no
provvel, porque a passagem se refere ao Estado Eterno, o que apoiado pelo desenvolvimento
seqencial do texto desde o Milnio em Apocalipse 20 at o Estado Eterno em Apocalipse 21. Ainda
outros acreditam numa posio intermediria e vem a passagem como uma descrio da morada
eterna dos santos ressurretos durante o Milnio.[3]

185

O reino futuro de Deus ter duas fases distintas, o Milnio e o Estado Eterno. Mas a maior nfase da
Bblia est no reinado de mil anos de Cristo no Seu futuro reino conhecido como Milnio. O Milnio
uma realidade bblica futura. Segundo a Bblia, a vida na terra ficar melhor, mas no antes de piorar
por um perodo de sete anos conhecido como a Tribulao.
Qual a relao entre Israel e o Milnio?
Israel e Jerusalm tero um papel muito importante no Milnio. O Milnio a ocasio da restaurao
final fsica e espiritual de Israel. A restaurao descrita em Ezequiel 37 e resumida nos versculos 2122:
"Dize-lhes, pois: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as naes
para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei para a sua prpria terra. Farei
deles uma s nao na terra, nos montes de Israel, e um s rei ser rei de todos eles. Nunca mais
sero duas naes; nunca mais para o futuro se dividiro em dois reinos."
Israel e Jerusalm realmente sero uma terra santa e uma cidade santa. O profeta Isaas escreve:
"Mas vs folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalm
alegria e para o seu povo, regozijo. E exultarei por causa de Jerusalm e me alegrarei no meu povo, e
nunca mais se ouvir nela nem voz de choro nem de clamor. No haver mais nela criana para viver
poucos dias, nem velho que no cumpra os seus; porque morrer aos cem anos morrer ainda jovem,
e quem pecar s aos cem anos ser amaldioado. Eles edificaro casas e nelas habitaro; plantaro
vinhas e comero o seu fruto. No edificaro para que outros habitem; no plantaro para que outros
comam; porque a longevidade do meu povo ser como a da rvore, e os meus eleitos desfrutaro de
todo as obras das suas prprias mos. No trabalharo debalde, nem tero filhos para a calamidade,
porque so a posteridade bendita do Senhor, e os seus filhos estaro com eles" (Isaas 65.18-23).
A restaurao de Israel incluir a regenerao, reunio e posse da Terra, e o restabelecimento do
trono davdico.[4] H vrias outras caractersticas da restaurao que acompanharo os eventos
descritos acima. Segundo Jeremias 3.18 e Ezequiel 37.15-23, a nao ser reunida de tal forma que a
antiga diviso entre Israel e Jud ser eliminada. Como nao, Israel se tornar o centro das atenes
para os gentios (Isaas 14.1-2; 49.22-23; Sofonias 3.20; Zacarias 8.23) e desfrutar de todas as
condies fsicas e espirituais mencionadas anteriormente (Isaas 32.16-20; 35.5-10; 51.3; 55.12-13;
61.10-11).[5]
difcil subestimar a importncia e o papel da redeno e restaurao de Israel no Milnio. David
Larsen escreve:
Na filosofia grega, especialmente em Plato, encontramos uma profunda antipatia pela matria, por
exemplo, quando defendem que o corpo a priso da alma. Os hebreus, em comparao, eram um
povo terreno porque Deus declarou boa a ordem fsica que criou. Mas a matria boa foi deturpada pelo
pecado humano. A ordem criada precisa obter e obter redeno (Romanos 8.19-22). Cristo reinar
por 1.000 anos tendo Jerusalm como Seu centro de governo aqui na terra. Essa ser a era dourada
que os profetas previram. Ento no nos surpreendemos que o reino terreno de Cristo tenha um
elenco judaico.[6]
Qual a relao entre a Igreja e o Milnio?
No Arrebatamento, a Igreja ser removida da terra e estar presente com Cristo por toda a Tribulao.
A Igreja ser julgada por suas obras no tribunal de Cristo depois do Arrebatamento e participar das
bnos do Reino Milenar (Romanos 14.10-12; 1 Corntios 3.11-16; 4.1-5; 9.24-27; 2 Corntios 5.10-11;
2 Timteo 4.8).
Em Mateus 19.28, Jesus disse aos Seus discpulos que estariam com Ele no reino e reinariam sobre
as 12 tribos de Israel. Alm disso, em 2 Timteo 2.12, Paulo escreve: "se perseveramos, tambm com
ele reinaremos". Em Apocalipse 20.4 aprendemos que os santos martirizados na Tribulao tambm

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participaro do reinado de Cristo. Dois versculos depois, em Apocalipse 20.6, lemos que todos os que
fizeram parte da primeira ressurreio reinaro com Cristo.
J que o cu fica acima da terra, algumas pessoas sugerem que o papel celestial da Igreja como Noiva
de Cristo maior que qualquer papel terreno, inclusive superior ao lugar de Israel como lder das
naes. Talvez seja melhor ver cada um na liderana das suas respectivas esferas, distintas mas
equivalentes Israel na esfera terrena e a Igreja na celestial. De qualquer forma, o propsito principal
do Milnio a restaurao de Israel e o reinado de Cristo sobre ele; a Igreja como Noiva de Cristo no
estar ausente das atividade do Milnio. (Thomas Ice e Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)
Notas
1. John F. Walvoord, Prophecy: 14 Essential Keys to Understanding the Final Drama (Nashville:
Thomas Nelson Publishers, 1993), p. 139.
2. David L. Larsen, Jews, Gentiles, and the Church: A New Perspective on History and Prophecy
(Grand Rapids: Discovery House, 1995), pp. 310-11.
3. J. Dwight Pentecost, Manual de Escatologia (So Paulo: Editora Vida, 1998), pp. 568-86.
4. Arnold G. Fruchtenbaum, Footsteps of the Messiah: A Study of the Sequence of Prophetic
Events (Tustin, CA: Ariel Ministries, 1982), pp. 287-312.
5. Ibid, pp. 312-17.
6. Larsen, Jews, Gentiles, and the Church, p. 310.
Extrado do livro A Verdade Sobre O Milnio.
Confira tambm os outros livros da srie A Verdade Sobre.

187

Onde a Bblia ensina que Jesus voltar ao Monte das Oliveiras?


No primeiro captulo de Atos lemos sobre a ascenso de Jesus do Monte das Oliveiras, depois da
ressurreio e de ter passado 40 dias com os discpulos. Enquanto os discpulos observavam a
ascenso, dois anjos lhes apareceram dizendo que Jesus voltaria para o mesmo lugar: "e lhes
disseram: Vares galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vs foi
assunto ao cu vir do modo como o vistes subir" (Atos 1.11).
O retorno de Cristo, ou a Segunda Vinda (no o Arrebatamento), foi profetizado por Zacarias quase
600 anos antes da Sua primeira vinda, ou seja h 2600 anos atrs, em Zacarias 14.4: "Naquele dia,
estaro os seus ps sobre o Monte das Oliveiras, que est defronte de Jerusalm para o oriente; o
Monte das Oliveiras ser fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haver um vale muito
grande; metade do monte se apartar para o norte, e a outra metade para o sul." Pelo fato de Cristo ter
feito no Monte das Oliveiras o Seu grande discurso proftico sobre Sua Segunda Vinda, conclui-se que
Sua volta ser no mesmo local (Mateus 24-25).
Sessenta anos depois da ascenso, o apstolo Joo tambm escreveu sobre a Segunda Vinda de
Cristo terra em Apocalipse 19.11-16, apesar de no mencionar especificamente o Monte das
Oliveiras. A Segunda Vinda no deve ser confundida com o Arrebatamento, que acontece sete anos
antes e registrado em 1 Tessalonicenses 4.14-17. Essas duas vindas so eventos bem separados e
distintos.[1]

A Segunda Vinda diferente do Arrebatamento?


depois do Arrebatamento que a Tribulao de sete anos comea. Portanto, a Segunda Vinda de
Cristo acontece no fim da Tribulao. H muitas passagens que diferenciam os dois eventos e os
numerosos contrastes. No Arrebatamento, Jesus no volta a Jerusalm nem Terra, mas encontra a
Igreja nos ares. Na Segunda Vinda, Cristo volta com os santos Terra e a Jerusalm, como previsto
em Zacarias 14.4-5 e Mateus 24.27-31.[2]

Por que Cristo volta a Jerusalm e no a uma outra cidade?


Cristo voltar a Jerusalm para julgar o mundo e estabelecer Seu reino milenar. Ele tambm reinar no
trono de Davi para cumprir as profecias do Antigo Testamento que prometiam um Rei Messias da
188

linhagem de Davi a Israel. Embora seja um reino universal, ele ser centrado em Jerusalm por causa
do trono de Davi e da restaurao de Israel. O Dr. Walvoord escreve:
Seu reinado sobre a casa de Israel ser a partir de Jerusalm (Isaas 2.1-4), e do mesmo
local reinar como Rei dos Reis e Senhor dos Senhores sobre toda a terra (Salmos 72.811, 17-19)... O Milnio ser a hora da restaurao final de Israel. No comeo do reino
milenar Israel ter seu ajuntamento final e permanente (Ezequiel 39.25-29; Ams 9.15).
O reinado de Cristo sobre Israel ser glorioso e um cumprimento completo e literal de
tudo que Deus prometeu a Davi (Jeremias 23.5-8).[3]
Nenhuma outra cidade permitiria o cumprimento da profecia ou admitiria o domnio e a restaurao de
Israel. A importncia bblica, proftica e mundial de Jerusalm continuar e aumentar com a Segunda
Vinda de Cristo. (Thomas Ice & Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)

Notas:
1. Thomas Ice e Timothy Demy, A Verdade Sobre o Arrebatamento (Porto Alegre: Actual
Edies, 2001).

2. Ibid.
3. John F. Walvoord, Major Bible Prophecies: 37 Crucial Prophecies that Affect You Today (Grand
Rapids: Zondervan Publishing House, 1991), pp. 390-91.

Extrado do livro A Verdade Sobre Jerusalm na Profecia Bblica.


Confira tambm os outros livros da srie A Verdade Sobre.

189

Na histria de Gideo, o arrebatamento no mencionado de forma literal, mas existem diversas


indicaes que apontam em direo a ele e que podem nos ajudar a explic-lo.
Consideramos que a histria de Gideo tem muito contedo proftico e que ela nos mostra o futuro de
Israel e o tempo da Grande Tribulao. Portanto, podemos us-la para analisar a volta de Jesus para
Sua Igreja. Pois as histrias de Deus com Israel e com a Igreja se entrelaam, ou seja, se sobrepem:
quando chegou a hora do nascimento da Igreja de Jesus, no dia do Pentecoste, Deus como que
deixou Israel de lado, e, desde a fundao do Estado de Israel, no dia 14 de maio de 1948, o Senhor
voltou a agir com, em e atravs de Israel, o que nos mostra que a retirada da Igreja de Jesus da terra
est prxima.
Os sinais do arrebatamento
Nos trs captulos sobre Gideo e os midianitas (Jz 6-8) fala-se repetidamente da trombeta com que o
povo foi chamado a se reunir em torno de Gideo. Em todos os acontecimentos dessa batalha que
viria, a trombeta foi um elemento chave, sendo citada sete vezes, pela primeira vez em Juzes 6.33-34:
"E todos os midianitas e amalequitas, e povos do oriente se ajuntaram, e passaram, e se acamparam
no vale de Jezreel. Ento o Esprito do Senhor revestiu a Gideo, o qual tocou a rebate, e os abiezritas
se ajuntaram aps dele."
Esse tambm o sentido por ocasio do arrebatamento: quando soar a trombeta, a Igreja ser
reunida, revestida com o Esprito Santo e arrebatada ao encontro do Senhor Jesus. Est escrito:
"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus, descer dos cus, e os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro; depois ns, os
vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do
Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros
com estas palavras" (1 Ts 4.16-18).
"Eis que vos digo um mistrio: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num
momento, num abrir e fechar dolhos, ao ressoar da ltima trombeta. A trombeta soar, os mortos
ressuscitaro incorruptveis, e ns seremos transformados" (1 Co 15.51-52).
A respeito desse encontro com o Senhor, Ele disse: "No se turbe o vosso corao; credes em Deus,
crede tambm em mim. Na casa de meu Pai h muitas moradas. Se assim no fora, eu vo-lo teria dito.
Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim
mesmo, para que onde eu estou estejais vs tambm" (Jo 14.1-3). No arrebatamento acontecer,
portanto, a reunio em torno do Senhor, e um sinal ou elemento deflagrador ser o som da trombeta:
"Porquanto o Senhor mesmo... ressoada a trombeta de Deus, descer dos cus..."
O que acontecer com os crentes por ocasio do arrebatamento?
190

Ento se dar um grande milagre: seremos libertados da nossa carne, ou seja, do nosso corpo terreno.
A respeito, leiamos mais uma vez 1 Corntios 15.52-53, onde essa transformao descrita da
seguinte maneira: "...num momento, num abrir e fechar dolhos, ao ressoar da ltima trombeta. A
trombeta soar, os mortos ressuscitaro incorruptveis, e ns seremos transformados. Porque
necessrio que este corpo corruptvel se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista
da imortalidade." Somente ento, depois do arrebatamento, estaremos atravs da transformao
livres do pecado. Ento no ser mais possvel pecar, mas em ns resplandecer exclusivamente a
clara luz da obra de Jesus Cristo e todos nos amaremos uns aos outros. No ser maravilhoso estar
finalmente liberto da carne pecaminosa? Pois, quantas vezes j choramos por causa do pecado que
em ns habita; quanto trabalho j nos deu nossa carne pecaminosa, a ns que queremos andar no
Esprito. Tambm Paulo chorou por isso e testemunha em Romanos 7.18a: "Porque eu sei que em
mim, isto , na minha carne, no habita bem nenhum..." Ele continua escrevendo: "Porque, no tocante
ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que,
guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que est nos meus
membros" (vv. 22-23). Enquanto vivermos, o esprito e a carne estaro em constante confronto. Por
isso, to importante ficar cheio do Esprito (Ef 5.18b), andar no Esprito e deixar que o Esprito nos
governe.
Nossa carne receptiva para o pecado, e tambm para a enfermidade e a morte. Isso acabar no
momento do arrebatamento, quando formos transformados e recebermos um corpo espiritual, quando
o mortal se revestir da imortalidade. E essa transformao por ocasio do arrebatamento, ao soar da
trombeta, nos mostrado alegoricamente no caso de Gideo. Lemos em Juzes 7.16,19-20: "Ento
repartiu os trezentos homens em trs companhias, e deu-lhes a cada um nas suas mos trombetas, e
cntaros vazios, com tochas neles... Chegou, pois, Gideo, e os cem homens que com ele iam, s
imediaes do arraial, ao princpio da viglia mdia, havendo-se havia pouco trocado as guardas; e
tocaram as trombetas, e quebraram os cntaros, que traziam nas mos. Assim tocaram as trs
companhias as trombetas e despedaaram os cntaros; e seguravam nas mos esquerdas as tochas e
nas mos direitas as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo Senhor e por Gideo!"
O que aconteceu ali? Os homens mantinham a luz das tochas escondidas dentro dos cntaros. Mas,
exatamente no momento em que comearam a ser tocadas as trombetas, os cntaros foram
quebrados e a clara luz das tochas iluminou tudo. Isso uma alegoria da transformao por ocasio do
arrebatamento. A clara luz de Cristo normalmente ainda est escondida em nosso corpo, pois somos
como cntaros (vasos) que carregam em seu interior a clara luz do Evangelho. O Senhor Jesus a luz
do mundo, e disse queles que O aceitaram: "Vs sois a luz do mundo" (Mt 5.14a). Por enquanto essa
luz ainda escondida, como dissemos, em maior ou menor grau, pelo vaso da nossa carne. Mas, no
momento em que a trombeta de Deus for tocada para o arrebatamento, nosso corpo ser transformado
(como os cntaros que foram quebrados naquele tempo), e seremos arrebatados ao encontro do
Senhor Jesus, para estarmos com Ele para sempre. Ento, tudo ser somente luz. Tudo resplandecer
em Sua glria. No haver mais pecado, porque o vaso da nossa carne no estar mais presente. Em
1 Corntios 15.50 est escrito que "carne e sangue no podem herdar o reino de Deus". Por isso,
seremos transformados, pois o cntaro do nosso corpo tem que ser quebrado. Somente por ocasio da
transformao e do arrebatamento se tornar visvel o que a Bblia diz em Mateus 13.43a: "Ento os
justos resplandecero como o sol, no reino de seu Pai."
Assim, podemos imaginar quo ansiosamente os crentes da Bblia esperavam deixar a carne para
estar para sempre com o Senhor. Paulo, por exemplo, expressou da seguinte maneira esse seu
anseio: "Ora, de um e outro lado estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que
incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, mais necessrio permanecer na carne" (Fp
1.23-24).
Quando acontecer o arrebatamento?
Antes do juzo, isto , antes da Grande Tribulao. Poderamos fazer um estudo bblico
especificamente sobre o assunto, mas vamos nos limitar a alguns versculos. Lemos em 1
Tessalonicenses 1.10: "...e para aguardardes dos cus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os
mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura." De que ira se trata aqui? Da ira de Deus que comear
com a Grande Tribulao, pois ela ser o juzo de Deus sobre o mundo de incredulidade e maldade.
o que lemos em Apocalipse 6.15-17: "Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os
poderosos, e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes, e
191

disseram aos montes e aos rochedos: Ca sobre ns, e escondei-nos da face daquele que se assenta
no trono, e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles; e quem que pode susterse?" A Igreja de Jesus ser preservada dessa ira do Senhor, que ter seu incio no tempo da Grande
Tribulao. Pois, como filhos de Deus, j estivemos sob a ira de Deus e Seu juzo: isso aconteceu na
cruz do Calvrio, onde o Senhor Jesus tomou vicariamente sobre si nosso juzo e a ira de Deus. Por
isso, todo homem que pertence a Jesus est justificado diante de Deus e no passar pela Grande
Tribulao, nem pelo Juzo Final. Est dito em 1 Tessalonicenses 5.9-10: "...porque Deus no nos
destinou para a ira, mas para alcanar a salvao mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu
por ns para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em unio com ele."
Que o arrebatamento ocorrer antes da Grande Tribulao tambm mostrado, segundo o meu
entendimento, na histria de Gideo. Lemos em Juzes 7.19-20: "Chegou, pois, Gideo, e os cem
homens que com ele iam, s imediaes do arraial, ao princpio da viglia mdia, havendo-se havia
pouco trocado as guardas; e tocaram as trombetas, e quebraram os cntaros, que traziam nas mos.
Assim tocaram as trs companhias as trombetas e despedaaram os cntaros; e seguravam nas mos
esquerdas as tochas e nas mos direitas as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo
Senhor e por Gideo!" A respeito, faamos duas perguntas:
1. Quando foram tocadas as trombetas e quebrados os cntaros (uma figura da transformao e
do arrebatamento)?
A resposta : "...ao princpio da viglia mdia..." Esse o tempo em torno da meia-noite. Em Mateus
25.6 est escrito: "Mas, meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! sa ao seu encontro." Sabemos
que, em nossos dias, nos aproximamos dessa hora da meia-noite. Os sinais dos tempos e Israel
apontam para isso claramente. Trata-se tambm do tempo em que o mundo das naes est
colocando "guardas" contra Israel, como os midianitas o fizeram naquela poca (Jz 7.19). Isso levar,
no final das contas, batalha dos povos em Armagedom.
Atualmente, Israel est perdendo cada vez mais sustentao. A conquista de Jerusalm e a destruio
de Israel continua fazendo parte do plano dos inimigos do povo de Deus. Mas antes do comeo desse
ltimo perodo anticristo ser ouvida a trombeta de Deus e a Igreja de Jesus ser arrebatada. Com
relao ao "homem da iniqidade" (2 Ts 2.3), Dave Hunt escreve:
Neste exato momento, quase certo que o anticristo j esteja vivendo em algum lugar do
planeta Terra aguardando seu tempo, esperando sua deixa. Sensacionalismo banal?
Longe disso! Essa suposio baseada em uma sbria avaliao dos eventos atuais
relacionados com a profecia bblica. Como homem maduro, provavelmente ele j seja
ativo na poltica, sendo possivelmente at mesmo um admirado lder mundial cujo nome
est diariamente na boca de todos.
Ou pensemos, por exemplo, em relatos que advertem a respeito de cometas ou meteoros que
poderiam atingir a Terra. Quando os ltimos fragmentos do cometa "Shoemaker Levy 9" caram sobre
o gigantesco planeta Jpiter em julho de 1994 e deixaram marcas de destruio, o fato foi logo
esquecido. Mas, praticamente no houve pausa para descanso. Pouco depois lia-se nos jornais:
Em agosto, o astrnomo amador Donald E. Machholz descobriu um novo cometa
fragmentado em cinco partes... que poderiam se chocar contra a Terra, pois sua rbita
cruza a do nosso planeta. Se algum fragmento do cometa casse sobre a Terra, poderia ter
conseqncias fatais...
O que quer que acontea, devemos lembrar que o Senhor Jesus falou de estrelas que cairiam e de
outros sinais que indicariam a iminncia da Sua volta: "...as estrelas cairo do firmamento e os poderes
dos cus sero abalados. Ento aparecer no cu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra
se lamentaro e vero o Filho do homem vindo sobre as nuvens do cu com poder e muita glria" (Mt
24.29-30).
2. Quando entrou em ao a espada do Senhor (Jz 7.20)?

192

Somente depois de tocadas as trombetas e quebrados os cntaros (uma figura do arrebatamento),


quando a clara luz das tochas iluminou o acampamento dos inimigos, os israelitas gritaram: "Espada
pelo Senhor e por Gideo!" A "espada pelo Senhor", porm, aponta profeticamente para o "dia do
Senhor", ou seja, para o tempo da Grande Tribulao, na qual o Senhor vai julgar o mundo porque
ento todas as naes tero se ajuntado contra Seu amado povo Israel. Lemos a respeito em Jeremias
25.29b: "...porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos Exrcitos."
E, como os midianitas fugiram apavorados e em pnico diante da "espada pelo Senhor e por Gideo" e
comearam a se matar reciprocamente (comp. Jz 7.21-22), tambm durante a Grande Tribulao as
pessoas tentaro escapar do juzo da ira de Deus (Ap 6.15-17). Antes, porm, a Igreja de Jesus ser
arrebatada e transformada.
O caminho para o arrebatamento
Ficar cheio do Esprito Santo
Desse caminho que leva ao arrebatamento faz parte o ficarmos cheios do Esprito Santo, pois seremos
arrebatados pelo poder do Esprito. Isso tambm mostrado figuradamente na histria de Gideo,
como lemos em Juzes 6.34: "Ento o Esprito do Senhor revestiu a Gideo, o qual tocou a rebate, e os
abiezritas se ajuntaram aps dele."
Essa uma maravilhosa definio do arrebatamento, pois ento a Igreja ser como que revestida pelo
Esprito Santo, envolta por Ele e levada ao cu. No em vo que est escrito em Efsios 4.30: "E
no entristeais o Esprito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redeno." A que redeno
isso se refere pois os filhos de Deus j so redimidos? Aqui se trata da redeno da nossa carne,
atravs da transformao por ocasio do arrebatamento! Para isso fomos selados com o Esprito
Santo, com o qual seremos revestidos, ou seja, que nos envolver quando formos tirados da terra. Por
termos essa esperana do arrebatamento, deveramos prestar muita ateno para no entristecer o
Esprito Santo atravs de um modo de viver carnal, razo por que est escrito no versculo seguinte:
"Longe de vs toda a amargura, e clera, e ira, e gritaria, e blasfmias, e bem assim toda a malcia" (Ef
4.31). preciso honrar o Senhor atravs do andar em Esprito: "Antes sede uns para com os outros
benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como tambm Deus em Cristo vos perdoou"
(v. 32).
Lanar fora toda carga desnecessria
A caminho do arrebatamento, importante que lancemos fora e deixemos para trs toda carga
desnecessria. Vemos isso no ento ainda grande exrcito de Israel, antes de mais uma seleo, do
tocar das trombetas e do quebrar do cntaros. A ordem do Senhor a Gideo foi: "Apregoa, pois, aos
ouvidos do povo, dizendo: Quem for tmido e medroso, volte, e retire-se da regio montanhosa de
Gileade. Ento voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram" (Jz 7.3). A Edio Revista e
Corrigida diz: "...quem for cobarde e medroso..."
Dentre as coisas que devemos lanar fora a caminho do arrebatamento esto, necessariamente, a
timidez (covardia) e o medo. Pois muitos cristos tm literalmente medo do arrebatamento porque
acham que no podero subsistir diante do Senhor. Eles tm medo daquilo que os espera; por
exemplo, o julgamento do galardo. Muitos ficam to desanimados, que no gostariam de ouvir nada
mais sobre a volta de Jesus. Isso, entretanto, no est de acordo com o que o Senhor quer e com o
que a Bblia ensina. Pois, justamente com relao ao arrebatamento est dito que ele deve servir como
consolo: "Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4.18).
Por isso to importante que lancemos fora a covardia e o medo da volta de Jesus para o
arrebatamento, para podermos ir ao Seu encontro com liberdade e alegria! Em 1 Joo 4.17-18 est
escrito: "Nisto em ns aperfeioado o amor, para que no dia do juzo mantenhamos confiana; pois,
segundo ele , tambm ns somos neste mundo. No amor no existe medo; antes, o perfeito amor
lana fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme no aperfeioado no amor."
queles que esperam pelo arrebatamento com alegria e amam a volta do Senhor prometida uma
coroa especial (2 Tm 4.8). Se, entretanto, somos dominados pelo medo, nem podemos amar a vinda
do Senhor, pois o medo pensa no castigo.

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Diga-me, voc tambm sente medo? Ento, pela f, lance fora agora o medo e confie no Senhor,
crendo que Ele alcanar Seu alvo para com voc, apesar da sua fraqueza. No se preocupe s
consigo mesmo e com todas as suas deficincias, mas olhe para o Autor e Consumador da sua f! A
respeito dEle est escrito: "Ora, aquele que poderoso para vos guardar de tropeos e para vos
apresentar com exultao..." (Jd 24). Conforme Efsios 5.27, Ele tambm apresentar voc "sem
mcula, nem ruga nem cousa semelhante, porm santo e sem defeito" diante dEle. Devemos recordar
tambm o que diz Hebreus 10.19: "Tendo, pois, irmos, intrepidez (a Ed. Rev. e Corrigida diz:
"ousadia") para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus." Isso vale no somente para a
orao que ouvida no presente, mas tambm para o arrebatamento, permitindo que possamos entrar
na santa e gloriosa presena de Deus com alegria. No atravs de nossos prprios esforos, mas por
meio do precioso sangue do Senhor e do Seu perdo encontramos ousadia para entrar no Santo dos
Santos. Por isso, deixe o medo para trs! Aproprie-se na f da promessa de 1 Pedro 1.5!
Manter-se prximo gua
A caminho do arrebatamento, temos que nos manter prximos gua, ou seja, da "lavagem de gua
pela palavra" (Ef 5.26). No tempo de Gideo, o que restou do exrcito foi provado por Deus junto
gua. A ordem do Senhor a Gideo foi: "Ainda h povo demais; faze-os descer s guas, e ali tos
provarei; aquele de quem eu te disser: Este ir contigo, esse contigo ir; porm todo aquele, de quem
eu te disser: Este no ir contigo, esse no ir" (Jz 7.4).
A ns, da Nova Aliana, a Bblia diz em Efsios 5.26 que fomos purificados "por meio da lavagem de
gua pela palavra." Se realmente quisermos nos deixar preparar para o ressoar da trombeta por
ocasio do arrebatamento, importante ter muita comunho com Jesus Cristo, ouvindo a Palavra de
Deus em cultos, reunies nos lares e encontros de orao, mas tambm lendo muito a Bblia e
obedecendo ao que ela nos diz. Isso produzir purificao mais profunda em nosso interior,
santificao e preparao, mesmo que nada sintamos a respeito. Acontece ento o mesmo que com
uma me na cozinha segurando um escorredor de massas com batatas, debaixo da torneira, deixando
a gua correr sobre elas. Sua filhinha lhe pergunta: "Me, o que voc est fazendo? A gua est indo
toda embora". "Venha c e olhe. Se bem que a gua tenha ido toda embora, as batatas ficaram
limpas." O mesmo se d conosco: quando ouvimos ou lemos a Palavra de Deus, no conseguimos
lembrar tudo. H mesmo pocas em que ela parece no nos dizer nada. Entretanto, h sempre um
efeito purificador, pois trata-se da "lavagem de gua pela palavra". Por isso est escrito: "Habite
ricamente em vs a palavra de Cristo..." (Cl 3.16). Palavras humanas passam, mas a Palavra de Deus
permanece! Lembremos, portanto, o que a Bblia nos diz em 1 Pedro 1.23-25: "...pois fostes
regenerados, no de semente corruptvel, mas de incorruptvel, mediante a palavra de Deus, a qual
vive e permanente. Pois toda carne como a erva, e toda a sua glria como a flor da erva; seca-se a
erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porm, permanece eternamente. Ora, esta a palavra que
vos foi evangelizada." No arrebatamento, deixaremos para trs tudo que do presente, mas levaremos
a Palavra de Deus junto para a Eternidade! E porque a Palavra de Deus to importante com relao
nossa preparao para a retirada da Igreja, o apstolo Paulo diz em suas palavras introdutrias
sobre o arrebatamento: "Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: ns, os vivos, os que
ficarmos at vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem" (1 Ts 4.15). Por isso,
ocupe-se o mximo possvel com a Palavra de Deus, que no deixa de fazer efeito.
Viver com o objetivo em mente
A caminho do arrebatamento, preciso viver voltado completamente para o Senhor, Seu objetivo e
Sua volta. o que nos mostra a ltima prova a que foram submetidos os homens de Gideo. Lemos
em Juzes 7.5-6: "Fez Gideo descer os homens s guas. Ento o Senhor lhe disse: Todo que lamber
as guas com a lngua, como faz o co, esse pors parte; como tambm a todo aquele que se
abaixar de joelhos a beber. Foi o nmero dos que lamberam, levando a mo boca, trezentos
homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber as guas." Esses trezentos homens
estavam to determinados a alcanar o objetivo, a executar o encargo dado pelo Senhor, que no se
demoraram em se abaixar de joelhos para beber, mas ajuntaram rapidamente a gua com a mo
levando-a boca. A imaginamos o que Pedro quis dizer ao falar sobre o dia da volta de Jesus,
advertindo a Igreja: "...esperando e apressando a vinda do dia de Deus" (2 Pe 3.12a). Temos tal
inclinao interior diante do Senhor Jesus e da Sua volta? Sua vontade expressa que vivamos
voltados para o objetivo, pois Ele disse em Lucas 12.35-36: "Cingidos estejam os vossos corpos e
194

acesas as vossas candeias. Sede vs semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar
ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater porta, logo lha abram."
Mas como facilmente ficamos ocupados com coisas terrenas e nos deixamos deter por elas! Ser que
so os alvos pessoais, a conta bancria, a indiferena ou um pecado de estimao, diante dos quais
voc se inclina repetidamente e que roubam a sua disposio interior de entrega completa ao Senhor?
Nos dias de Gideo tambm havia muitos que tinham seus olhos voltados temerosamente para as
coisas do seu tempo, ao invs de olharem para o Senhor e Sua tarefa. Muitos deles se ajoelharam
prazerosamente junto gua para descansar. assustador que apesar de todos os 10.000
pretenderem ir junto no final das contas eles no o puderam, porque tinham dobrado seus joelhos
diante das coisas do presente. No seu caso, esse foi o sinal exterior de que eles no estavam
preparados interiormente. Ns tambm gostamos de fazer pausas espirituais, de interromper as
atividades, e muitas vezes buscamos todas as coisas possveis, exceto o Senhor exclusivamente.
Como, entretanto, o Senhor conhece nossa estrutura, Ele continuamente nos exorta: "Portanto no vos
inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? porque os
gentios que procuram todas estas cousas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;
buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justia, e todas estas cousas vos sero
acrescentadas" (Mt 6.31-33).
Se, ao final, observarmos mais uma vez o comportamento daqueles 300 homens que beberam
rapidamente a gua necessria junto ao rio para no perderem nenhum tempo na realizao da tarefa
do Senhor, quo importante se torna, nessa linha de pensamento, o que diz 1 Corntios 9.25a: "E todo
aquele que luta de tudo se abstm" (Ed. Rev. e Corrigida). Esses 300 homens no eram mais
inteligentes nem melhores, nem mais fortes ou corajosos do que os outros mas estavam no seu
interior completamente livres e dispostos a servir ao Senhor. Com ardente zelo, eles tinham em mente
exclusivamente o objetivo de Deus. Eles no tinham mais nenhuma espcie de outros alvos, mas seu
corao era voltado inteiramente para a causa de Deus.
Voc est disposto a lanar fora e deixar de lado tudo aquilo que o atrapalha no caminho ao encontro
do Senhor? Tendo em vista a breve e repentina retirada da Igreja de Jesus, voc realmente est
disposto a tomar essa deciso, como Gideo e seus homens o fizeram? Lemos em Juzes 7.8a:
"Tomou o povo provises nas mos, e as trombetas. Gideo enviou todos os homens de Israel cada
um sua tenda, porm os trezentos homens reteve consigo." A caminho do arrebatamento, leve
somente as "provises", a Palavra de Deus, e a "trombeta", a prontido para o arrebatamento; leve em
conta que a trombeta ser tocada em breve.
Se o Senhor perguntasse a voc neste momento: "Voc quer fazer parte dos covardes e medrosos?",
voc certamente responderia com um definitivo "No!" Ento, aja de acordo e lance fora o medo em
nome de Jesus! E, se Ele continuasse perguntando a voc: "Olhe, sobraram 10.000: voc quer
pertencer queles que se ocupam em primeiro lugar com as coisas terrenas, ou prefere estar entre os
300 que levaram consigo somente as "provises" necessrias e a "trombeta"?" qual seria a sua
resposta? Oh! que voc responda agora com corao sincero: "Senhor, tambm quero fazer parte
desses 300. Quero estar preparado para quando vieres!" Amm. (Norbert Lieth www.chamada.com.br)
Extrado do livro Gideo - Mensagem de Alerta Para os Tempos Finais.

195

"Deparou o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas trs dias e trs
noites no ventre do peixe. Ento, Jonas, do ventre do peixe, orou ao Senhor, seu Deus, e disse: Na
minha angstia clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do abismo, gritei, e tu me ouviste a
voz. Pois me lanaste no profundo do corao dos mares, e a corrente das guas me cercou; todas as
tuas ondas e as tuas vagas passaram por cima de mim. Ento, eu disse: lanado estou de diante dos
teus olhos; tornarei, porventura, a ver o teu santo templo? As guas me cercaram at alma, o abismo
me rodeou; e as algas se enrolaram na minha cabea. Desci at os fundamentos dos montes, desci
at a terra, cujos ferrolhos se correram sobre mim, para sempre; contudo, fizeste subir da sepultura a
minha vida, SENHOR, meu Deus! Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me lembrei
do Senhor; e subiu a ti a minha orao, no teu santo templo. Os que se entregam idolatria v
abandonam aquele que lhes misericordioso. Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei
sacrifcio; o que votei pagarei. Ao SENHOR pertence a salvao! Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e
este vomitou a Jonas na terra" (Jn 1.17-2.10).
Quando os fariseus e escribas pediram um sinal especial ao Senhor Jesus, que O identificasse como
Messias, Ele respondeu: "Uma gerao m e adltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe ser dado,
seno o do profeta Jonas. Porque assim como esteve Jonas trs dias e trs noites no ventre do grande
peixe, assim o Filho do Homem estar trs dias e trs noites no corao da terra" (Mt 12.39-40).
Em todos os tempos os indivduos, a cincia e a medicina fizeram a pergunta: "Como devemos lidar
com a morte?" Algum conseguiu resolver o problema da morte: Jesus Cristo. Ele, que a prpria
vida, venceu a morte. Ele diz a toda pessoa: "...porque eu vivo, vs tambm vivereis" (Jo 14.19).
Uma vista geral da histria judaica
Lemos em Jonas 1.17: "Deparou o SENHOR um grande peixe, para que tragasse Jonas; e esteve
Jonas trs dias e trs noites no ventre do peixe." Deus tem a histria de Israel em Suas mos, como
outrora cuidou de Jonas. Esse Seu povo da Antiga Aliana no est entregue ao arbtrio do mar das
naes e nem est exposto morte embora no passado tenham morrido muitos judeus , pois o
Senhor dirige tudo da maneira como havia determinado de antemo em Sua determinao salvadora.
Ernst Schrupp escreve a respeito:
A palavra proftica conduz a histria para o seu termo. Freqentemente Israel torna-se
culpado diante do seu Deus e julgado por Ele devido a isso, mas continua sendo Seu
povo, com o qual Deus continua fazendo histria. E assim tambm com a Igreja
procedente dentre os judeus (Jo 4.22). Aqueles, no entanto, que lutam contra o povo de
Deus, em ltima anlise o fazem contra o Deus dele e Seu Ungido, o Messias Jesus Cristo.
E eles ficam sob o domnio do adversrio de Deus, sucumbem ao engano por meio do
falso profeta, seguindo o anti-Messias.
196

As alianas de Deus com Israel (exceto a aliana do Sinai) so indissolveis e no dependem de


condies especiais:
A Aliana Abrmica (Gn 12;13;15;17) indissolvel.
A chamada Aliana Palestina (Dt 30 1-10), as promessas de terra vlidas para sempre, so
indissolveis.
A Aliana Davdica (2 Sm 7; 1 Cr 17): Deus promete a Davi uma gerao real que no ter fim, at o
grande Rei Jesus Cristo. Esta aliana indissolvel.
Tambm a "nova aliana" para o Milnio ("Na mente deles imprimirei as minhas leis...", veja Jr 31.3133), indissolvel.
No se pode exterminar esse povo. A histria de Deus com os judeus continua. o que tambm
vemos no caso do profeta judeu Jonas: apesar de todos os empecilhos, Deus o levou ao ponto onde o
queria desde o comeo.
Jonas esteve "trs dias e trs noites no ventre do peixe." Tambm o povo judeu afundou no mar das
naes. Os judeus mal eram percebidos. Por assim dizer, eles afundaram at ao nvel da morte.
Lembremo-nos apenas da terrvel Inquisio, dos inumerveis "pogroms" e da "soluo final da
questo judaica" no Holocausto. O povo judeu esteve praticamente morto na sepultura das naes.
Apesar de tudo isso, eles foram protegidos de maneira maravilhosa por Deus. Justamente a chamada
cristandade sempre lanou Israel ao mar e lhe roubou todas as promessas. Mas a situao tornar-se-
ainda pior!
Quando Jonas esteve no ventre do grande peixe, est escrito: "Ento, Jonas, do ventre do peixe, orou
ao Senhor, seu Deus, e disse: Na minha angstia clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre
do abismo, gritei, e tu me ouviste a voz. Pois me lanaste no profundo do corao dos mares, e a
corrente das guas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas passaram por cima de mim.
Ento, eu disse: lanado estou de diante dos teus olhos; tornarei, porventura, a ver o teu santo templo?
As guas me cercaram at alma, o abismo me rodeou; e as algas se enrolaram na minha cabea.
Desci at os fundamentos dos montes, desci at a terra, cujos ferrolhos se correram sobre mim, para
sempre" (Jn 2.1-6a). Nessa orao de Jonas j foi descrita a orao de sempre dos judeus na
Dispora (Disperso), mas que atingir seu ponto culminante somente "no fim dos dias". Pois, segundo
meu entendimento, esses versculos descrevem alm da Dispora e depois dela o tempo ainda
muito pior que est por vir para o povo judeu, ou seja, a Grande Tribulao ou angstia. O Senhor
Jesus profetizou a respeito: "porque nesse tempo haver grande tribulao, como desde o princpio do
mundo at agora no tem havido e nem haver jamais. No tivessem aqueles dias sido abreviados,
ningum seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias sero abreviados" (Mt 24.21-22). Nessa
tribulao o remanescente de Israel orar exatamente da mesma maneira como Jonas outrora: "Na
minha angstia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do abismo, gritei, e tu me ouviste
a voz." Na Grande Tribulao ou angstia eles invocaro o Senhor como Redentor e sero salvos:
"Por isso, est longe de ns o juzo, e a justia no nos alcana; esperamos pela luz, e eis que h s
trevas, pelo resplendor, mas andamos na escurido. Apalpamos as paredes como cegos, sim, como os
que no tm olhos, andamos apalpando; tropeamos ao meio-dia como nas trevas e entre os robustos
somos como mortos... Porque as nossas transgresses se multiplicam perante ti, e os nossos pecados
testificam contra ns; porque as nossas transgresses esto conosco, e conhecemos as nossas
iniqidades... Temero, pois, o nome do SENHOR desde o poente e a sua glria, desde o nascente do
sol; pois vir como torrente impetuosa, impelida pelo Esprito do SENHOR. Vir o Redentor a Sio e
aos de Jac que se converterem, diz o SENHOR" (Is 59.9-10;12;19-20). Depois de ter orado, Jonas
experimentou salvao maravilhosa: "fizeste subir da sepultura a minha vida, SENHOR, meu Deus!"
(Jn 2.6b). Segundo o meu entendimento, aqui descrito o comeo do restabelecimento de Israel,
como j o encontramos em nossos dias: o nascimento de uma nova gerao em sua prpria terra, que
Deus o Senhor tirou da sepultura das naes. E isso conduzir mais tarde tambm para o
restabelecimento espiritual de Israel, para o qual aponta o versculo 10: "Falou, pois, o SENHOR ao
peixe, e este vomitou a Jonas na terra." Saindo do ventre da morte, Jonas encontra a nova vida, para
servir ao mundo das naes, como j deveria ter feito antes.

197

Examinemos a seguir as duas fases da renovao do Estado judeu:


1. O restabelecimento nacional de Israel
Em Ezequiel 37.12-13 lemos a respeito: "Portanto, profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus:
Eis que abrirei a vossa sepultura, e vos farei sair dela, povo meu, e vos trarei para a terra de Israel.
Sabereis que eu sou o SENHOR quando eu abrir a vossa sepultura e vos fizer sair dela, povo meu."
Diante da splica dos judeus, dos quais foram mortos seis milhes no Holocausto, o Senhor intervir a
Seu tempo de maneira maravilhosa. Isso j nos mostrado antecipadamente na vida de Jonas:
"Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me lembrei do SENHOR; e subiu a ti a minha
orao, no teu santo templo" (Jn 2.7). Esse atendimento a partir do "santo templo" simboliza a volta de
Jesus para a salvao do Seu povo. E Jonas representa essa esperana como figura do remanescente
de Israel (v. 4).
Malaquias profetiza: "...de repente, vir ao seu templo o Senhor, a quem vs buscais. o Anjo da
Aliana, a quem vs desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exrcitos" (Ml 3.1). Jesus sair do
templo celestial de Deus, voltar para o Seu povo e ento se assentar no templo em Jerusalm. Em
Apocalipse 11.19 est escrito: "Abriu-se, ento, o santurio de Deus, que se acha no cu, e foi vista a
arca da Aliana no seu santurio, e sobrevieram relmpagos, vozes, troves, terremoto e grande
saraivada." Jesus voltar a fim de concluir a aliana com o Seu povo.
O profeta diz em Jonas 2.8: "Os que se entregam idolatria v, abandonam aquele que lhes
misericordioso." Por que Jonas teve que intercalar essas palavras na sua orao? Porque ele era uma
figura proftica e assim apontou para o antigo povo da aliana de Deus. No tempo da Grande
Tribulao os judeus, ou seja, os israelitas reconhecero o que negligenciaram e por que tiveram que
passar por essa angstia. Eles abandonaram a misericrdia, porque colocaram os seus mandamentos
humanos e acrscimos (Talmude) acima de Jesus, a quem rejeitaram. Assim eles continuaram presos
lei e perderam a graa. A aliana sinatica no os pode conduzir salvao. Samuel teve de dizer ao
desobediente rei Saul: "Porque a rebelio como o pecado de feitiaria, e a obstinao como a
idolatria e culto aos dolos do lar" (1 Sm 15.23).
Lemos em Romanos 11.7: "Que diremos, pois? O que Israel busca, isso no conseguiu; mas a eleio
o alcanou; e os mais foram endurecidos." Isso significa: o remanescente do povo judeu alcanar o
que muitos dentre eles perderam ou abandonaram por desobedincia ou incredulidade. Nas palavras:
"...a eleio o alcanou", descrita a volta do remanescente. "...e os mais foram endurecidos", referese queles que buscaram sua ajuda com as naes, em vez de procur-la com o Deus vivo. Esses
lderes judeus estendero os seus braos para o falso cristo e faro aliana com ele (Is 28.14-16; Dn
9.27). Provavelmente ainda ser construdo um templo ou algo semelhante, no qual ser colocado o
"abominvel da desolao" [um dolo] (Dn 9.27; Mt 24.15).
No meu entender essa intercalao (Jn 2.8) est ali para mostrar como na Grande Tribulao muitos
de Israel voltaro para o Senhor, mas outros dentre esse povo se afastaro de Deus nessa poca (veja
Dn 12.1,4,10; Mt 24.9-11). Em relao a esse tempo do fim a Bblia sempre nos apresenta os dois
aspectos. Por um lado, ela diz: "Fora ficam os ces, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os
idlatras e todo aquele que ama e pratica a mentira" (Ap 22.15). Por outro lado, ela fala da volta dos
pecadores e filhos de Deus desobedientes. Isso transparece profeticamente em Jonas 2.9-10: "Mas,
com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifcio; o que votei pagarei. Ao SENHOR pertence a
salvao! Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra." Assim como Jonas, pelo
arrependimento, encontrou o caminho de volta para cumprir a misso que Deus lhe dera, um grande
remanescente de Israel encontrar o caminho de volta para o sacrifcio verdadeiro, o sacrifcio na cruz
do Calvrio, ao Homem que morreu nela. Eles encontraro sua salvao no Senhor e O louvaro por
isso. Eles encontraro o caminho de volta f dos seus pais e renascero espiritualmente. Assim eles
voltaro para a vocao inicial, de se tornarem uma bno para as naes.
No segundo captulo de Jonas a Bblia nos d uma viso proftica antecipada sobre os dois
restabelecimentos de Israel. Aqui vemos o milagre da profecia e dos atos de salvao de Deus. Pois
primeiro, quando ainda estava no ventre do peixe, Jonas disse: "...contudo, fizeste subir da sepultura a
minha vida. Senhor, meu Deus" (Jn 2.6)., o que tornou-se realidade visvel somente mais tarde:
"Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifcio; o que votei pagarei. Ao SENHOR
198

pertence a salvao! Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra" (vv. 9-10). No
versculo 6 descrito de maneira proftica o comeo do restabelecimento de Israel (restabelecimento
nacional), que presenciamos hoje em dia, e os versculos 9-10 falam do restabelecimento espiritual
definitivo de Israel, que veremos a seguir.
2. O restabelecimento espiritual de Israel
Sobre o restabelecimento espiritual que seguir ao restabelecimento nacional, est escrito: "Sabereis
que eu sou o SENHOR, quando eu abrir a vossa sepultura e vos fizer sair dela, povo meu. Porei em
vs o meu Esprito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa prpria terra. Ento, sabereis que eu, o
SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR" (Ez 37.13-14). Para este restabelecimento final todos os
judeus de todas as naes sero trazidos de volta: "...e os tornarei a ajuntar para voltarem sua terra,
e que l no deixarei a nenhum deles" (Ez 39.28). Somente ento, quando o Senhor Jesus tiver
voltado em grande poder e glria, cumprir-se- a palavra de Mateus 24.31: "E ele enviar os seus
anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reuniro os seus escolhidos, dos quatro ventos, de
uma a outra extremidade dos cus" (veja Is 11.11-12; Jr 23.3-8; Ez 39.25-29).
Jonas esteve trs dias no ventre do peixe at ser definitivamente restabelecido. muito interessante
que antes de chegar a louvar a Deus (Jn 2.9-10) ele j confessou: "...contudo, fizeste subir da
sepultura a minha vida, SENHOR, meu Deus" (Jn 2.6). Constatamos que o versculo 6 representa a
atual situao de Israel, o ser retirado da sepultura das naes, a fim de tornar-se novamente uma
nao prpria e viva: o restabelecimento nacional; e depois, nos versculos 9-10, o restabelecimento
espiritual.
O restabelecimento de Israel ocorreu no fim de "dois dias". Ser que o restabelecimento espiritual
acontecer no terceiro dia? De qualquer forma, a palavra proftica diz: "Depois de dois dias, nos
revigorar; ao terceiro dia, nos levantar, e viveremos diante dele. Conheamos e prossigamos em
conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda certa; e ele descer sobre ns como a chuva, como
chuva serdia que rega a terra" (Os 6.2-3). Depois de dois dias, Deus o Senhor levou os judeus ao
restabelecimento nacional. E no terceiro dia eles vivero diante da Sua face, assim como Jonas saiu
das trevas do peixe e voltou novamente luz diante da face do Senhor.
Aqui devemos deixar bem claro, e na verdade no se pode salientar o suficiente: a volta dos israelitas
para a Terra Prometida, que presenciamos em nossos dias, da maior importncia! Por qu? Porque
por meio dela se cumpre a primeira fase das promessas de Deus a Israel, e assim preparado o
terreno para a ltima fase do tempo do fim.
Jesus na histria de Jonas
A base ou a condio para a futura salvao de Israel consiste na morte e na ressurreio de Jesus.
Cristo o consumador de tudo para o qual Jonas foi apenas uma fraca imagem.
O prprio Jesus o "sinal de Jonas", do qual Ele falou: "...mas nenhum sinal lhe ser dado, seno o do
profeta Jonas. Porque assim como esteve Jonas trs dias e trs noites no ventre do grande peixe,
assim o Filho do Homem estar trs dias e trs noites no corao da terra" (Mt 12.39-40). O Senhor
relacionou Sua morte e Sua ressurreio histria de Jonas. Portanto, no existe nenhuma dvida de
que Jonas 2 fala com profundeza proftica sobre Jesus, o Filho de Deus sem pecado. Alm disso, a
Bblia Anotada por Scofield diz sobre essa passagem:
O fato de que, nesta passagem-chave em que nosso Senhor usa a experincia de Jonas
para predizer o Seu sepultamento, as quatro outras referncias isto , aos homens de
Nnive, rainha de Sab, a Salomo e ao prprio Cristo ("maior do que Salomo") so
claramente histricas, confirma a historicidade de Jonas. Pois altamente improvvel que
o Senhor inclusse uma figura mitolgica, como alguns chamam Jonas, no mesmo
contexto com estas quatro referncias histricas.
Assim como a primeira vinda de Jesus h 2000 anos e sua morte na cruz dividem a histria de Israel
2000 anos a.C. e 2000 anos d.C. , Jonas 2 divide a histria desse profeta em duas partes. Em Jonas
199

2.2-6a vemos profeticamente a profunda dor da alma de Jesus na Sua separao do Pai. Ele, o
Imortal, entregou-se morte, foi derramado na garganta da morte por ns. Ele, o Criador, foi devorado
pela criatura. Assim tambm as palavras de Jonas esto cheias de declaraes dos Salmos que se
referem ao Messias:
"Na minha angstia clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do abismo, gritei, e tu me
ouviste a voz" (Jn 2.2).
De Jesus est escrito profeticamente no Salmo 22: "Deus meu, clamo de dia, e no me respondes;
tambm de noite, porm no tenho sossego. No te distancies de mim, porque a tribulao est
prxima, e no h quem me acuda. Tu, porm, SENHOR, no te afastes de mim; fora minha,
apressa-te em socorrer-me. Salva-me das fauces do leo e dos chifres dos bfalos; sim, tu me
respondes. Pois no desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu,
quando lhe gritou por socorro" (vv. 2,11,19,21,24).
Jonas disse: "Pois me lanaste no profundo, no corao dos mares, e a corrente das guas me
cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas passaram por cima de mim" (Jn 2.3).
O Salmo 22.14 diz sobre o Filho de Deus: "Derramei-me como gua, e todos os meus ossos se
desconjuntaram; meu corao fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim." O juzo de Deus que era
destinado para ns, derramou-se sobre Jesus; Ele o suportou por amor, por livre vontade.
"Lanado estou de diante dos teus olhos; tornarei, porventura, a ver o teu santo templo" (Jn 2.4).
Que horas mais terrveis o Senhor Jesus passou, at que afinal clamou em alta voz: "Deus meu, Deus
meu, por que me desamparaste?" (Sl 22.1; Mt 27.46). No obstante, vemos em tudo a confiana de
Jesus firme como uma rocha no seu Pai.
"As guas me cercaram at a alma, o abismo me rodeou; e as algas se enrolaram na minha cabea"
(Jn 2.5).
Paralelamente est escrito no Salmo 22.14: "Derramei-me como gua, e todos os meus ossos se
desconjuntaram; meu corao fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim" (veja tambm o versculo
21).
Jonas disse: "Desci at aos fundamentos dos montes, desci at terra, cujos ferrolhos se correram
sobre mim" (Jn 2.6a).
O Salmo 22.15 diz sobre Jesus: "Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a lngua se me
apega ao cu da boca; assim, me deitas no p da morte."
Jonas 2.6b e os versculos 8-10 indicam a ressurreio de Jesus e a Sua vitria: "fizeste subir da
sepultura a minha vida, SENHOR, meu Deus... Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a
Jonas na terra" (Jn 2.6b e 10), o que tambm est expresso profeticamente no Salmo 22.
A sepultura teve que devolver Jesus. Ele ressuscitou! O Salmo 22.22 diz: "A meus irmos declararei o
teu nome; cantar-te-ei louvores no meio da congregao." Sobre o sepulcro selado e a ressurreio de
Jesus relatado em Mateus 28.2,5-6: "E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do
Senhor desceu do cu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela... Mas o anjo, dirigindose s mulheres, disse: No temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele no est
aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia." morte de Jesus seguiu a manh da
Pscoa. A pedra foi arrancada da Sua sepultura. A nica coisa que restou aos soldados romanos que
estavam guardando o sepulcro foi a impotncia. Jesus saiu da sepultura, procurou Seus discpulos e a
mensagem se propagou muito rapidamente: "Ele ressuscitou! Ele o Prncipe da vida, o Vencedor
sobre a morte!" E o Novo Testamento diz: "Jesus venceu o poder da morte!"
Lemos em Jonas 2.8: "Os que se entregam idolatria v abandonam aquele que lhes
misericordioso".
200

Na morte de Jesus irrompe a graa. Aquele que deixa os dolos e se volta para Jesus experimenta a
graa de Deus. No Salmo 22.26 est escrito: "Os sofredores ho de comer e fartar-se; louvaro o
SENHOR os que o buscam. Viva para sempre o vosso corao."
Jonas disse: "Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifcio; o que votei pagarei. Ao
SENHOR pertence a salvao" (Jn 2.9).
Jonas um maravilhoso tipo de Jesus Cristo, o Enviado de Deus, Aquele que ressuscitou dentre os
mortos para trazer a salvao s naes. Tudo isso resultar na gloriosa volta de Jesus, que aludida
no Salmo 22.28: "Pois do SENHOR o reino, ele quem governa as naes."
A mensagem de Deus humanidade
Falamos sobre o restabelecimento de Israel e sobre a morte e ressurreio de Jesus Cristo. Mas sem
demora o Senhor vir para o arrebatamento da Sua Igreja. Pois se atualmente vemos o
restabelecimento nacional de Israel, sabemos que tambm o seu restabelecimento espiritual est por
acontecer. Antes, porm, o Senhor vir para a Sua Igreja, a fim de lev-la para a casa do Pai.
Deus no nos transmitiu a histria de Jonas apenas como uma narrativa bonita. No, pelo contrrio,
por meio dela o Senhor dirige de maneira proftica uma mensagem inequvoca humanidade, isto :
Jesus vive! Ele quer nos dizer que a cabea da serpente foi pisada, o pecado est vencido e foi tirado
o poder da morte (2 Tm 1.10).
Jesus Cristo o sinal de salvao para todo aquele que nEle cr. Eis o sinal de Jonas! Na morte e na
ressurreio de Jesus est contida toda a graa de Deus para ns.
Deus manda dizer-nos: afastem-se de tudo que nega a Jesus! Afastem-se dos gurus dos homens, e
voltem-se para a graa de Jesus! Os homens sempre nos decepcionaro, mas Jesus jamais! Antes da
crucificao, apontando para Ele, Pilatos disse: "Eis o homem!" (Jo 19.5). Mas Jesus foi e
incomparvel, Ele verdadeiro Deus e verdadeiro homem ao mesmo tempo.
Por que ser que o Senhor fez que ficasse intercalada na orao de Jonas a frase: "Os que se
entregam idolatria v abandonam aquele que lhes misericordioso" Jn 2.9)? Porque Ele quer
mostrar o que graa e o que nos impede de desfrutar a graa. Vamos repetir: a graa est contida
nica e exclusivamente na morte e na ressurreio de Jesus. Mas o empecilho para o recebimento da
salvao consiste em no estar disposto a abandonar tudo e entregar nossa vida totalmente a Ele.
Quem no faz isso, fatalmente fracassar. A futilidade deste mundo passa, aquele, porm, que faz a
vontade de Deus permanece eternamente (veja 1 Jo 2.17).
O que voc no quer abandonar? Onde est a sua Nnive? No existe nada pior do que recusar a
graa de Deus oferecida em Jesus Cristo. Isso pior do que perder um filho ou uma filha. o que se
v claramente na reao do sumo sacerdote Eli, quando um mensageiro lhe disse: "Israel fugiu de
diante dos filisteus, houve grande morticnio entre o povo, e tambm os teus dois filhos, Hofni e
Finias, foram mortos, e a arca de Deus foi tomada. Ao fazer ele meno da arca de Deus" (= a glria
de Israel) "caiu Eli da cadeira para trs, junto ao porto, e quebrou-se-lhe o pescoo, e morreu" (1 Sm
4.17-18; veja tambm os vv. 20-21).
Se verdade que Jesus vive ento cada um de ns precisa dEle para viver. Portanto, venha graa,
agora!
Uma pessoa antes perdida, que experimentou essa graa de Jesus, escreveu estes versos
comoventes:
Eu queria encontrar a paz, procurei-a por toda parte.
Na verdade encontrei muitos pecados,
mas nenhum corao reconciliado.
Ento segui em silncio at o madeiro da cruz.

201

Ele saciou o meu desejo, o santo Cordeiro de Deus.


(traduo literal do alemo)
(Norbert Lieth - www.chamada.com.br)
Extrado do livro Jonas - Mensagem Proftica Para as Naes, Israel e a Igreja.

202

"Irmos, no que diz respeito vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunio com ele, ns vos
exortamos" (2 Ts 2.1).
Em uma revista crist alem encontrei um texto excelente sobre "O Dia de Jesus Cristo", ou seja,
sobre o arrebatamento (1 Ts 4.13-18), e o reproduzo como introduo a esta mensagem:

Arrebatados!
De repente, num breve e intenso momento, no instante mais feliz e esperado durante
sculos pela Igreja de Jesus, o prprio Senhor que estar voltando chamar os Seus: Ele
vai cham-los dos vales silenciosos, das colinas banhadas de sol, dos cemitrios das
aldeias, das profundezas dos mares, dos cenrios de guerra, das selvas da ndia, das
terras pantanosas da frica, das ilhas dos mares longnquos. De qualquer lugar solitrio
onde Seus filhos tiverem morrido sofrendo a Seu servio, eles ressuscitaro glorificados
para ir ao encontro do seu Senhor. Os crentes que ainda estiverem vivos sero
arrebatados ao encontro do Senhor nos ares. Que viso para olhos que choram! Que
esperana para coraes que aguardam! Que estmulo para realizar tarefas que j
deveriam ter sido feitas h muito tempo!
Arrebatados! Quem consegue imaginar isso? Enquanto muitas pessoas estiverem
ocupadas com seus afazeres, os cristos iro ao encontro do seu Senhor. Talvez,
enquanto estiverem ajoelhados em seu quarto, orando, eles sero arrebatados. Talvez
sero arrebatados quando estiverem meditando em seus coraes justamente sobre a
Palavra de Deus que fala sobre a volta de Jesus! Enfermos, sofrendo pacientemente no
leito da enfermidade, sero arrebatados e iro ao encontro do seu Senhor!
Devemos permanecer vigilantes, pois no sabemos a hora em que o Filho do Homem vir!
No sabemos a hora em que o Senhor chegar; mas tambm no sabemos de nenhuma
hora em que Ele no possa vir! Isso ainda poder demorar anos; ou poder acontecer
amanh e tambm pode acontecer ainda hoje.
Nas mensagens sobre o arrebatamento procuro mostrar que devemos fazer diferena entre o "Dia de
Jesus Cristo" e o "Dia do Senhor". O "Dia de Jesus Cristo" o dia da vinda do Senhor como Noivo
para a Sua Igreja, Sua Noiva. Esse dia comear com o arrebatamento, que ser seguido pelo
julgamento diante do tribunal de Cristo e pelas bodas do Cordeiro. O "Dia do Senhor", ao contrrio,
ser um tempo de juzos para o mundo mpio e para Israel, por ter rejeitado o Filho de Deus (2 Ts 2.912). O "Dia do Senhor" comear depois do arrebatamento, desembocar na Grande Tribulao,
terminando com o estabelecimento do reino de Cristo sobre a terra e com a restaurao do povo judeu.
203

A seguir apresentamos uma breve distino entre o "Dia de Jesus Cristo" para o arrebatamento e o
"Dia do Senhor" para o estabelecimento do Seu reino:

1. O terrvel juzo sobre os descrentes


Aps o arrebatamento, a eficcia de Satans, com todo poder, sinais e prodgios da mentira, atingir o
mundo incrdulo com todo o seu mpeto. Ento os homens colhero o que semearam. Todo o engano
da injustia se abater sobre os que no quiseram arrepender-se (Ap 9.20-21; 16.9-11), e eles no
tero mais a chance de voltar atrs. Eles estaro perdidos e continuaro perdidos: "Ora, o
aparecimento do inquo segundo a eficcia de Satans, com todo poder, e sinais, e prodgios da
mentira, com todo engano de injustia aos que perecem, porque no acolheram o amor da verdade
para serem salvos" (2 Ts 2.9-10). Eles sero de tal modo dominados por uma poderosa fora do
engano, que toda a sua "segurana" consistir da mais pura insegurana. E o pior ser que eles nem o
percebero, porque estaro totalmente cegos e entregues prpria sorte: " por este motivo, pois, que
Deus lhes manda a operao do erro, para darem crdito mentira" (v.11). Eles sero julgados, e sua
condenao consistir em serem dominados pelo diabo na pessoa do anticristo. Por terem se deleitado
com a injustia e a mentira, eles sero entregues a essa mesma mentira e crero nela: "a fim de serem
julgados todos quantos no deram crdito verdade; antes, pelo contrrio, deleitaram-se com a
injustia" (v.12).

2. A segurana eterna dos crentes


A seguir, o apstolo Paulo, inspirado pelo Esprito Santo, dirige-se aos crentes em 2 Tessalonicenses
2. Ele fala de uma maneira totalmente diferente e com outra entonao, fazendo com que os cristos
se sintam aliviados: "Entretanto, devemos sempre dar graas a Deus por vs, irmos amados pelo
Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princpio para a salvao, pela santificao do Esprito e f
na verdade" (v.13). Aqui temos certeza em lugar de incerteza, garantia ao invs de dvida, consolo em
lugar de desesperana. Paulo diz
que ele pode dar graas pelos crentes;
que eles so amados pelo Senhor;
que eles so escolhidos por Deus, salvos e santificados pelo Esprito Santo;
que eles creram na verdade em Jesus Cristo, e por isso no tero que passar pelo tempo da
Tribulao como aqueles (vv. 9-12) que no aceitaram a verdade para serem salvos e que no creram
na verdade.
Como Paulo podia ter tanta certeza e escrever de maneira to positiva igreja em Tessalnica?
Porque ele sabia que Jesus tornou-se tudo para aqueles que crem nEle. Paulo conhecia muito bem a
verdade da Primeira Epstola aos Corntios: "Mas vs sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou,
da parte de Deus, sabedoria, e justia, e santificao, e redeno" (1 Co 1.30). E ele tambm sabia da
verdade expressa em Hebreus 10: "ento, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, Deus, a tua
vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. Nessa vontade que temos sido
santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. Porque, com uma nica
oferta, aperfeioou para sempre quantos esto sendo santificados" (Hb 10.9-10,14).
Igreja aguarda a inimaginvel glria de Jesus Cristo, o cumprimento da orao de Jesus: "Pai, a
minha vontade que onde eu estou, estejam tambm comigo os que me deste, para que vejam a
minha glria que me conferiste, porque me amaste antes da fundao do mundo" (Jo 17.24). Isso ser
realizado no dia do arrebatamento, quando Jesus voltar conforme Sua promessa: "...voltarei e vos
receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vs tambm" (Jo 14.3).
Continuamos lendo em 2 Tessalonicenses 2.15-17: "Assim, pois, irmos, permanecei firmes e guardai
as tradies que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epstola nossa. Ora, nosso Senhor
Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolao e boa
esperana, pela graa, consolem o vosso corao e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra."
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Aqui aparecem novamente as palavras que sempre so usadas em conexo com o arrebatamento:
firmeza, consolao e esperana (veja Jo 14.1; 1 Ts 4.13-18; 1 Co 15.58; 2 Ts 2.2). E tudo isso porque
a Igreja creu nAquele que o nico que pode salvar. O Senhor Jesus expressa da seguinte maneira o
Seu consolo para aqueles que crem nEle: "Porque o prprio Pai vos ama, visto que me tendes amado
e tendes crido que eu vim da parte de Deus" (Jo 16.27).

3. Jesus Cristo conduz Sua Igreja para o alvo


Paulo escreve em Filipenses 1.6-7: "Estou plenamente certo de que aquele que comeou boa obra em
vs h de complet-la at ao Dia de Cristo Jesus. Alis, justo que eu assim pense de todos vs..."
(veja tambm Fp 3.20-21). Certamente o apstolo Paulo tambm sabia das fraquezas dos filipenses.
Mesmo assim, ele estava plenamente convicto de que o Senhor haveria de completar a obra
comeada tambm em suas vidas, e no excluiu ningum dessa expectativa. Ele sabia que no dia do
arrebatamento Deus no deixaria para trs nenhum de Seus filhos, mas alcanaria o alvo com todos
eles. Certa vez o reformador Martim Lutero disse:
Por minha maldade e fraqueza inatas, tem sido impossvel para mim satisfazer as
exigncias de Deus.
Se no pudesse crer que Deus me perdoa, por amor a Jesus, se no conseguisse acreditar
que Ele apaga todas as minhas falhas e toda a minha incapacidade de alcanar Seu
padro, o que me faz chorar e lamentar todos os dias, tudo estaria acabado para mim!
Eu teria que desesperar, mas no o fao. No me dependuro numa rvore, como Judas.
Eu me enlao nos ps de Cristo, como fez a pecadora. Embora eu seja pior do que ela,
agarro-me ao meu Senhor.
Ento Jesus dir ao Pai: "Este pobre desesperado tambm ter que passar. Ele no
cumpriu os Teus mandamentos, mas se agarra a mim, Pai! Eu morri tambm por ele.
Deixe-o entrar!"
Esta a minha f!
Da nossa parte, no temos nenhuma capacidade natural que nos deixe perfeitamente preparados para
o dia da volta de Jesus. Mas o apstolo Paulo expressa com as seguintes palavras o que podemos e
devemos fazer:
"...de maneira que no vos falte nenhum dom, aguardando vs a revelao de nosso Senhor
Jesus Cristo, o qual tambm vos confirmar at ao fim, para serdes irrepreensveis no Dia de nosso
Senhor Jesus Cristo" (1 Co 1.7-8).
"...olhando firmemente para o Autor e Consumador da f, Jesus, o qual, em troca da alegria que
lhe estava proposta, suportou a cruz, no fazendo caso da ignomnia, e est assentado destra do
trono de Deus" (Hb 12.2; veja tambm 1 Ts 3.12-13).
Esse "olhar para o alto" extremamente importante para um cristo. Pois, o pior que algum pode
fazer quando a gua lhe chega ao pescoo desanimar. Como exemplo vou contar um acontecimento
verdadeiro com uma aplicao espiritual:
Olhar para cima
Certa vez um jovem marinheiro teve que subir ao mastro durante uma tempestade. As ondas
levantavam o barco para alturas estonteantes e logo em seguida jogavam-no para profundezas
abismais. O jovem marujo comeou a sentir vertigens e estava quase caindo. O capito gritou para ele:
"Moo, olhe para cima!" De maneira decidida, o marinheiro desviou seu olhar das ondas ameaadoras
e olhou para cima. E esse olhar para o cu o salvou. Ele conseguiu subir com segurana e executar a
sua tarefa.
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Quando os dias de tribulao revolvem a nossa vida, quando as tempestades da vida nos confundem e
os horrores do abismo se abrem diante de ns, nosso corao comea a tremer, e a alma sofre
vertigens de medo e horror. Perdemos o equilbrio e somos ameaados de despencar. Entretanto, se
desviarmos nosso olhar dos perigos e olharmos para o Ajudador, se buscarmos a face do Senhor em
orao e agarrarmos a Sua poderosa mo, nosso corao se aquietar, receberemos fora e paz para
podermos executar as nossas tarefas em meio s tempestades e finalmente seremos vitoriosos.

4. A transformao na Sua imagem


Filipenses 3.20-21 fala dessa transformao: "Pois a nossa ptria est nos cus, de onde tambm
aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformar o nosso corpo de humilhao,
para ser igual ao corpo da sua glria, segundo a eficcia do poder que ele tem de at subordinar a si
todas as coisas" (veja tambm Cl 3.3-4). A Bblia d aos filhos de Deus a garantia de que eles tm
direito de cidadania no cu desde agora, enquanto ainda vivem sobre a terra. O cu no um pas
estrangeiro, ele nosso lar, nossa ptria. Ali os cristos verdadeiros tm direito de habitar, ali esto
inscritos os seus nomes (Lc 10.20). Todo filho de Deus selado com o Esprito Santo e assim tem
passagem livre e acesso cidade edificada por Deus.
A Igreja de Jesus busca esse lar e anseia por essa morada celestial, esperando que seu Senhor volte
de l. A palavra grega "apekdechometha", que se encontra em Filipenses 3.20 e traduzida por
"aguardamos", no texto original expressa um forte anseio e uma intensa expectativa. Trata-se de um
ardente anseio por um acontecimento que se cr ser iminente. O significado "espichar o pescoo
aguardando temerosamente para no perder o que se espera". Ser que no nos tornamos muito
negligentes em relao nossa espera pela volta de Jesus?
Quando o Senhor Jesus voltar, Deus transformar nosso corpo humilde, fraco e dbil, no em um
corpo angelical, no em qualquer corpo de glria, mas "...para sermos conformes imagem de seu
Filho" (Rm 8.29). Se isso no estivesse escrito exatamente assim, no ousaramos diz-lo, nem
teramos coragem de pensar a respeito. Mas tambm em 1 Joo 3.2 apresentada essa grandiosa
verdade: "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda no se manifestou o que haveremos de ser.
Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de v-lo
como ele " (veja tambm 2 Ts 2.14; 1 Co 15.43; 1 Ts 4.17).

5. Uma ltima exortao


notvel que Paulo diz primeiro em completa confiana: "Estou plenamente certo de que aquele que
comeou boa obra em vs h de complet-la at ao Dia de Cristo Jesus" (Fp 1.6), mas depois continua
como se temesse alguma coisa: "...preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me
glorie de que no corri em vo, nem me esforcei inutilmente" (Fp 2.16). Ser que, em relao
eternidade, pode realmente haver algo que seja "em vo"? Ora, a salvao eterna nos est garantida,
pois Jesus consumou a obra da reconciliao para todos os que crem nEle. Mas em relao ao
galardo ou herana, e posio que ocuparemos no cu, pode haver coisas que tenham sido "em
vo". Paulo quer dizer com isso: se vocs no perseverarem na palavra da vida, se vocs no se
preocuparem seriamente com o discipulado, com a maneira com que seguem ao Senhor, se Jesus no
for sempre a mais alta prioridade em suas vidas ento todo o meu trabalho, todas as minhas
instrues, minhas cartas, minhas exortaes e minhas oraes tero sido em vo. Para todos os
filhos de Deus que no querem levar a srio o discipulado de Jesus haver um amargo "em vo!"
Como ser esse "em vo"? Sabemos que aps o arrebatamento teremos de comparecer diante do
tribunal de Cristo. Ali tudo vir luz, e ali a nossa vida ser avaliada. Est escrito em 2 Corntios 5.10:
"Porque importa que todos ns compareamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba
segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo" (veja tambm 1 Co 4.5). A Bblia nos
adverte claramente acerca da possibilidade de ficarmos envergonhados: "Filhinhos, agora, pois,
permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiana e dele no nos afastemos
envergonhados na sua vinda" (1 Jo 2.28).
Como ser ficar "envergonhados na sua vinda" para aqueles que no seguiram a santificao? Penso
que a respeito existe um exemplo muito interessante e admoestador no Antigo Testamento: Deus
havia prometido ao Seu povo uma terra que "mana leite e mel", uma terra em que Israel haveria de ter
206

paz e onde Deus sempre estaria com Seu povo. Mas os israelitas daquele tempo deixaram-se
influenciar pelos relatos negativos dos dez espias, que falaram mal da Terra Prometida e comearam a
murmurar terrivelmente. Ento eles no quiseram ocupar a terra, preferindo voltar para a escravido no
Egito o que, no Novo Testamento, significa voltar para o mundo. Em conseqncia disso apareceu a
glria do Senhor. Ele os repreendeu por sua incredulidade. Deus estava a ponto de destruir todo o
povo, mas Moiss intercedeu por Israel, orando: "Agora, pois, rogo-te que a fora do meu Senhor se
engrandea, como tens falado, dizendo: O Senhor longnimo e grande em misericrdia, que perdoa
a iniqidade e a transgresso, ainda que no inocenta o culpado, e visita a iniqidade dos pais nos
filhos at terceira e quarta geraes. Perdoa, pois, a iniqidade deste povo, segundo a grandeza da
tua misericrdia e como tambm tens perdoado a este povo desde a terra do Egito at aqui" (Nm
14.17-19). E o Senhor lhe respondeu: "Tornou-lhe o Senhor: Segundo a tua palavra, eu lhe perdoei.
Porm, to certo como eu vivo, e como toda a terra se encher da glria do Senhor, nenhum dos
homens que, tendo visto a minha glria e os prodgios que fiz no Egito e no deserto, todavia, me
puseram prova j dez vezes e no obedeceram minha voz, nenhum deles ver a terra que, com
juramento, prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que me desprezaram a ver" (vv.20-23). O
povo recebeu o perdo e no foi destrudo, mas perdeu a recompensa; perdeu tudo aquilo que Deus
queria dar-lhe de presente (veja Js 5.6; 14.8-10,14).
Sofrer danos na glria eterna, ficar "envergonhados" diante do tribunal de Cristo, consiste em sermos
salvos, mas perdermos a herana (o galardo). disso que fala 1 Corntios 3.15: "se a obra de algum
se queimar, sofrer ele dano; mas esse mesmo ser salvo, todavia, como que atravs do fogo." A
Bblia Viva diz nessa passagem: "Entretanto, se a casa que ele edificou queimar-se, ele ter um
grande prejuzo. Ele mesmo ser salvo, mas como um homem fugindo atravs duma barreira de
chamas." Esse tambm foi o caso de L, que foi salvo de Sodoma, cidade madura para o juzo, mas
perdeu sua mulher e todos os seus bens (Gn 19.1ss). Por essa razo o Senhor Jesus ressurreto
advertiu: "Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ningum tome a tua coroa" (Ap 3.11).
Pelo fato desse assunto ser to srio, vamos exortar-nos e tambm animar-nos mutuamente com as
palavras de Romanos 13.11-14: "E digo isto a vs outros que conheceis o tempo: j hora de vos
despertardes do sono; porque a nossa salvao est, agora, mais perto do que quando no princpio
cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos
das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, no em orgias e bebedices, no em
impudiccias e dissolues, no em contendas e cimes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e
nada disponhais para a carne no tocante s suas concupiscncias."
Para que possamos fazer tudo de maneira correta, precisamos colocar conscientemente a Jesus em
primeiro lugar em nossas vidas, dando todo o espao a Ele. O seguinte episdio ilustra o que quero
dizer:

Mudana de lugar
O organista de uma igreja em certa aldeia estava tocando um trecho de uma composio
de Mendelssohn. Mas ele tocava muito mal. Um estranho que ia passando pela rua ouviu
os acordes, entrou na igreja e esperou o final da msica. Ento ele pediu ao organista que
o deixasse tocar. Este se ops energicamente: "Alm de mim, ningum toca nesse rgo!"
Por vrias vezes o estranho teve que pedir e implorar, at que finalmente o organista
cedeu. O estranho se assentou diante do rgo, acertou os registros e comeou a tocar a
mesma msica. Mas que diferena! A pequena igreja encheu-se de msica celestial. O
organista escutava extasiado e perguntou: "Quem o senhor?" O visitante respondeu:
"Eu sou Mendelssohn! "O qu?", disse o organista, "e eu no quis deix-lo tocar o
rgo!?"
Jesus salvou a nossa vida de maneira maravilhosa e nos comprou por alto preo. Somos
obra Sua. Permitamos que Ele toque os acordes da msica de nossa vida! Ento Ele
tomar nossa existncia em Suas mos e far dela uma melodia celestial.
Eu gostaria de enfatizar e sublinhar ao mximo esse apelo to simples! Pois, se voc permitir essa
mudana de lugar e entregar ao Senhor Jesus Cristo o domnio sobre sua vida atravs de uma deciso
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consciente, Ele a transformar maravilhosamente! Ento voc ser algo para louvor da Sua glria e
ter a certeza de que no ser envergonhado na Sua vinda! (Norbert Lieth - www.chamada.com.br)
Extrado do livro A Esperana do Arrebatamento.

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"Porquanto a graa de Deus se manifestou


salvadora a todos os homens" (Tt 2.11).
A graa De onde ela vem? O que ela produz? O que ela transforma em minha vida?

De onde vem a graa?


Ela brota do insondvel amor de Deus para conosco, e personificada em Jesus Cristo, que nasceu
em Belm. "Porque a lei foi dada por intermdio de Moiss; a graa e a verdade vieram por meio de
Jesus Cristo" (Jo 1.17). Ela encontra seu ponto culminante na morte sacrifical de Jesus no Calvrio e
vlida como ddiva de misericrdia a todos os homens que j viveram, vivem e ainda vivero. Todo o
Antigo Testamento, a Tor, os Salmos e os Profetas, apontam para Aquele que traz a graa, que
sacrificou Sua vida para expiar os nossos pecados. No possvel separar a graa da cruz. Cruz e
graa formam uma unidade inseparvel. Um Evangelho sem cruz no Evangelho, pois o preo do
nosso perdo, que Jesus pagou no Calvrio com o Seu sangue, alto demais. Mas no existe uma
anistia geral. A sedutora doutrina da salvao final de todos, que vem muito ao encontro do
pensamento humanista, contradiz o testemunho global da Sagrada Escritura, e por isso uma mentira
de Satans. No possvel separar a graa da justia e da santidade de Deus.

O que a graa produz?


Ela traz a salvao, como diz o nosso texto bblico. Todas as pessoas desejam um mundo saudvel,
intato. Quando ele existir? No Milnio. Pelo pecado, toda a criao foi arrastada para o turbilho da
runa e da morte. Jesus Cristo, que esteve presente na criao, arrebatar definitivamente o domnio
de Satans e restabelecer uma situao paradisaca. Esse plano de salvao divino irrevogvel. Ele
j pode ser experimentado hoje por aqueles que confessam Jesus Cristo como seu Senhor. Voc j
est integrado nele? Feliz de voc, se for assim! Se voc no tem certeza da salvao, arrependa-se e
venha ao trono da graa! Confesse os seus pecados em arrependimento sincero, e voc achar
misericrdia, voc encontrar a graa! Jesus diz: "Pedi, e dar-se-vos-; buscai e achareis; batei, e
abrir-se-vos-" (Mt 7.7).
A graa se manifestou atravs de Jesus Cristo. Sua manifestao chamada de Epifania no
calendrio litrgico. Aparies celestiais, relatadas freqentemente nas Escrituras, manifestaes de
anjos ou do prprio Senhor, tiveram efeitos assustadores, impressionantes e edificantes sobre as
pessoas. Pois no era algo banal que mensagens fossem dirigidas diretamente do mundo celestial a
pessoas comuns. Quantas vezes lemos: "Eis que lhe apareceu um anjo do Senhor..." Antes da queda
em pecado, o primeiro casal humano no Paraso tinha um relacionamento ntimo com o prprio Deus.
Lemos que Deus andava com os homens no jardim do den. Isso deve ter sido indescritivelmente
glorioso e agradvel cada encontro com Deus era uma festa! Mas ento o pecado criou um abismo
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intransponvel, pois a santidade de Deus e a nossa pecaminosidade se excluem mutuamente. Deus


no olha para onde existe pecado, mas Ele ama o pecador, porque criatura Sua. Por isso o Seu
amor insondvel, apesar de ser sublime e santo, sempre encontrou o caminho at os pecadores. Que
possamos reconhecer ainda muito mais a nossa indignidade e a santidade de Deus! Em Jesus Cristo
encontramos graa restauradora e salvadora!
Antes que nosso Salvador aparecesse em forma humana sobre a terra, o prprio Deus revelou-se em
epifanias. Como Abrao, tambm ns deveramos ser tomados de profunda reverncia pela visita dos
trs homens nos carvalhais de Manre. "Apareceu o Senhor a Abrao nos carvalhais de Manre, quando
ele estava sentado entrada da tenda, no maior calor do dia. Levantou ele os olhos, olhou, e eis trs
homens de p em frente dele, Vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro, prostrou-se em
terra e disse: Senhor meu, se acho merc em tua presena, rogo-te que no passes do teu servo" (Gn
18.1-3)..
O que esse encontro trouxe de graa salvadora? Vejamos trs aspectos:
Em primeiro lugar, a visita do Altssimo com Seus dois acompanhantes foi por si s um acontecimento
altamente honroso e prazeroso para Abrao. Por isso ele os saudou respeitosamente: "Levantou ele
os olhos, olhou, e eis trs homens de p em frente dele. Vendo-os, correu da porta da tenda ao seu
encontro, prostrou-se em terra e disse: Senhor meu, se acho merc em tua presena, rogo-te que no
passes do teu servo," e depois atendeu seus nobres visitantes como prncipes. A seguir, ele recebeu a
promessa de que no ano seguinte Sara teria um filho. Por fim, desse encontro e da intercesso de
Abrao resultou a salvao de seu sobrinho L do terrvel lamaal de pecado de Sodoma. Portanto,
ocorreu uma bno mltipla de graa salvadora!
E assim lemos por toda a Bblia sobre outros encontros singulares e salvadores de Deus com Isaque,
Jac, Moiss, Davi, Salomo e muitos outros. Escolhamos mais um encontro especial com Deus
relatado no Antigo Testamento. O pastor de ovelhas Moiss viu uma sara ardente no Monte Horebe,
onde reconheceu o anjo do Senhor e ouviu a voz de Deus: "No te chegues para c; tira as sandlias
dos ps, porque o lugar em que ests terra santa. Disse mais: Eu sou o Deus de teu Pai, o Deus de
Abrao, o Deus de Isaque e o Deus de Jac. Moiss escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus"
(x 3.5-6). A seguir Deus se revelou a Moiss pelo Seu nome: "Eu sou o que sou" (x 3.14). Esse
nome tem o maior significado! Aquele que eternamente e que sempre permanece igual revela-se ao
homem, do qual jamais pode ser dito algo igualmente positivo. O homem capaz de se transmudar,
enganar e decepcionar, sendo at como um ator em dissimulao. Satans que nos ensina a sermos
falsos, a usarmos mscaras, pois ele tambm pode transformar-se em anjo de luz ou aparecer como
lobo em pele de cordeiro para seduzir as pessoas. Como bom saber e firmar-se pela f no fato de
que Deus imutvel! o que igualmente est escrito acerca de Seu Filho: "Jesus Cristo, ontem e hoje,
o mesmo e o ser para sempre" (Hb 13.8). Ele, que est assentado destra do trono de Deus, e
continua sendo o nosso intercessor.
Mas que salvao trouxe essa apario de Deus no Monte Horebe? Mais uma vez algo mltiplo:
1. Como Moiss, devemos reconhecer a santidade de Deus e prostrar-nos diante dEle em adorao e
santa reverncia! Na nossa sociedade multicultural muitas coisas so niveladas e profanadas. O
respeito a Deus e autoridade desaparece. Reverncia santa tornou-se uma idia ultrapassada. Mas
Moiss foi tomado de santo temor quando viu e sentiu a presena divina.
2. Quando Deus d uma tarefa difcil aos homens, Ele tambm d as foras necessrias para executar
essa tarefa. Com a revelao de Deus a Moiss este tornou-se capaz de liderar o povo, de ser um guia
at a Terra Prometida.
3. Aqui foi dado incio salvao do povo judeu, que era escravo no Egito. Deus manifestou-se para
anunciar a libertao do Seu povo. Portanto, mais um bno mltipla resultante dessa apario santa
e salvadora!
Uma pergunta, entre parnteses: necessrio sempre recorrer a exemplos do Antigo Testamento?
Pensamos que sim. Por um lado, reconhecemos no Antigo Testamento o sbio trabalho de educao
que Deus realizou com Seu povo. Tambm ns deveramos aprender dessas experincias do
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passado. Por meio delas colocado um espelho diante de ns. Se considerarmos isso moralista,
revelamos presuno reprovvel. Por outro lado, precisamos saber: "Toda Escritura inspirada por
Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justia" (2 Tm
3.16). Alm disso, no devemos depreciar o Antigo Testamento como algo ultrapassado, pois
declaraes que tm valor e significado para a salvao so sempre atuais. Mas quem ainda as leva a
srio hoje em dia? O Antigo e o Novo Testamento no podem ser separados, pois formam uma
unidade orgnica. O Plano de Salvao comeou com o primeiro homem e se desenvolve
constantemente at seu final no reino celestial. Voc ter experincias felizes e abenoadas ao ler
toda a Bblia em orao!
Mas a histria secular e o plano de Deus para com os homens seguem em direo ao ponto
culminante da graa salvadora. Pois estamos a caminho do estabelecimento e da plenitude do reino de
Jesus Cristo: "Vindo, porm, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei" (Gl 4.4). No Natal cantamos com alegria: "...ento do Seu trono Deus enviou a salvao do
mundo, Ele enviou a Ti, Seu Filho".
O que a graa manifestada produz? Uma transformao revolucionria do mundo, quando pessoas se
deixam mudar por Jesus. Isso significa uma poderosa penetrao do mundo celestial em nosso tempo:
Cristo veio para realizar a expiao por ns, e isso levou Sua morte sacrifical no Calvrio. A vinda do
Salvador a esta terra traz graa salvadora aos coraes abatidos e enfermos pelo pecado. Ningum
precisa se desesperar, a salvao veio para todos. Aquele que experimentou essa graa salvadora
no pode e no deve guard-la s para si: "Ide, portanto, fazei discpulos de todas as naes,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Esprito Santo" (Mt 28.19), foi a tarefa deixada por
Jesus a Seus discpulos. E esse pequeno grupo, que aceitou o chamado de Jesus e foi equipado pelo
Esprito Santo, passou a trabalhar no lugar que Jesus designara para cada um deles. Assim tambm
ainda hoje, especialmente os jovens deveriam se deixar recrutar para o Seu servio! Como grande a
diferena entre o sistema que Deus usa para escolher Seus cooperadores e a maneira usada pelos
detentores do poder terreno: "Irmos, reparai, pois, na vossa vocao; visto que no foram chamados
muitos sbios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo
contrrio, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sbios e escolheu as coisas
fracas do mundo para envergonhar as fortes" (1 Co 1.26-27). Sempre houve pessoas que obedeceram
a esse chamado e se deixaram preparar para o trabalho de testemunhar, seja em lugares longnquos
ou no seu local de trabalho. A mensagem da cruz e da graa salvadora ainda precisa ser propagada
hoje, acompanhada de um apelo deciso, mesmo que nem sempre seja bem aceita. Quem quer ser
um soldado de Cristo e no um anticristo?
O versculo citado no incio nos diz que a graa se manifestou salvadora. Quando hoje pessoas nos
falam de vises transcendentais ou aparies de luz, alertamos sobre essas manifestaes. Nos
princpios do Plano de Salvao, Deus considerou-as necessrias para as pessoas daquela poca.
Hoje no precisamos mais desses fenmenos, pois na Bblia temos toda a Palavra de Deus, que
suficiente e pela qual Deus pretende nos falar a qualquer momento. Se isso no basta para ns, no
temos soluo. Deus falou por meio de Seu Filho e depois atravs dos apstolos (Hb 1.1). O
reformador Zwinglio tinha plena razo com seu apelo: " Escritura, Escritura!"

O que a graa revelada transforma em minha vida?


A nossa natureza pecaminosa e corrompida no pode ser melhorada. Nem a psicologia pode ajudar. A
nica coisa que resolve realmente entregar totalmente morte o to querido "eu" e mergulhar na
graa salvadora que Jesus nos oferece. Ento experimentamos o poder transformador do Esprito
Santo, que renova desde a base: "E, assim, se algum est em Cristo, nova criatura; as coisas
antigas j passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5.17). Voc realmente deseja isso? Na verdade
esse um processo doloroso, mas muito salutar. Infelizmente muitas pessoas recuam quando se trata
de dar esse passo concreto no discipulado de Jesus. Em primeiro lugar a graa salvadora pretende
produzir a cura do nosso eu corrompido e pecaminoso. Ns mesmos no somos capazes de realizar
isso. A cura bblica acontece quando concordamos em nos identificar com a morte de Jesus (Rm 6.114). O inimigo tenta barrar-nos, pois teme a cruz, porque ali ele foi julgado. O caminho que eu e voc
devemos seguir indicado nos versculos que seguem as nossas palavras de introduo:
"...educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixes mundanas, vivamos, no presente
sculo, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperana e a manifestao da glria do
nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por ns, a fim de remir-nos de
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toda a iniqidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras" (Tt
2.12-14). Nosso ministrio e nosso trabalho s sero frutferos e esses frutos s permanecero se
produzidos por uma vida em constante comunho com Jesus. Isto santificao, pois a Escritura diz:
"Segui a paz com todos e a santificao, sem a qual ningum ver o Senhor" (Hb 12.14).
Examine-se: o que o impede de seguir a Jesus de maneira decidida? O tempo passa, e sem demora
Jesus vir, seja para o Arrebatamento ou para tom-lo para Si, e a voc estar inesperadamente
diante dEle. No perca de vista o glorioso alvo, pois a valer tambm para voc: "J agora a coroa da
justia me est guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dar naquele Dia; e no somente a mim, mas
tambm a todos quantos amam a sua vinda" (2 Tm 4.8). (Burkhard Vetsch)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, dezembro de 1999.

212

Nova Esperana Para um Novo Ano


Vivemos em um mundo bastante desanimador. No incio de um novo ano, procuramos em vo por
perspectivas de tempos melhores. Se analisarmos a situao internacional, se observarmos as
dificuldades econmicas e o baixo nvel moral dos povos, no h muitos motivos para esperar por
momentos mais luminosos para este mundo. At mesmo duvidosa a realizao dos anseios que
temos para nossa vida pessoal neste novo ano.
Tendo pouca esperana no melhoramento das condies gerais, resta-nos somente uma alternativa:
procurar a renovao individual das pessoas. preciso encontrar um caminho que permita que voc
seja elevado acima das circunstncias, de modo que esteja sobre elas e que elas at mesmo sejam
controlveis.
Ser que isso realmente possvel? Milhes de pessoas experimentaram tal transformao e
obtiveram um fundamento inteiramente diferente para suas vidas ao aceitarem Jesus como seu
Salvador pessoal pela f. Seus coraes ficaram repletos de paz profunda e permanente, que no
pode ser abalada por nenhuma tempestade em suas vidas. Elas descobriram o segredo da alegria e
da verdadeira felicidade, que consiste da confiana em Deus e da obedincia a Ele, e obtiveram novo
valor para suas vidas. Para elas, todas as coisas realmente "se fizeram novas"! O apstolo Paulo
descreve essa maravilhosa transformao da seguinte maneira: "E, assim, se algum est em Cristo,
nova criatura; as coisas antigas j passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5.17).
Tambm voc pode comear o novo ano como uma nova criatura em Jesus Cristo! Ento sua
tranqilidade e seu xito na vida no dependero mais das circunstncias, pois voc ter uma nova
vida, que se manifestar em novos anseios e em novos rumos da sua vontade. Novas foras estaro
sua disposio! O "novo homem", nascido do alto pela f em Jesus Cristo, poder dar passos
confiantes no novo ano. Esta uma maravilhosa mensagem para voc! Ser possvel encontrar a
Deus na condio de pessoa que foi perdoada, que foi purificada dos seus pecados. Voc ter sido
renovado atravs de Jesus Cristo, tornado aceitvel diante de Deus atravs dos mritos de Jesus
Cristo, seu Redentor.
Por isso, no hesite mais! Aceite a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal e deposite sua confiana
inteiramente nEle neste novo ano.
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2000.

213

V-lo-ei, mas no agora; contempl-lo-ei, mas no de perto; uma estrela proceder de Jac, de Israel
subir um cetro que ferir as tmporas de Moabe e destruir todos os filhos de Sete" (Nm 24.17).

O duplo cumprimento do Natal


O primeiro cumprimento do Natal aconteceu h 2.000 anos, quando Jesus nasceu na estrebaria em
Belm. O segundo e principal Natal acontecer quando Ele voltar e estabelecer o Seu reino sobre toda
a terra. Esses dois acontecimentos historicamente distintos foram vistos pelos profetas como um s
acontecimento.
1. Miquias
Esse profeta viu o desenrolar cronolgico do primeiro e do segundo Natal: "E tu, Belm Efrata,
pequena demais para figurar como grupo de milhares de Jud, de ti me sair o que h de reinar em
Israel, e cujas origens so desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade" (Mq 5.1). Aqui
Miquias fala do primeiro Natal, que trouxe a salvao a todo o mundo, e que aconteceu em Belm.
Mas Jesus j reina em Israel? No, isso ainda est por acontecer. Antes acontece o que est escrito
em Miquias 5.3: "Portanto, os entregar at ao tempo em que a que est em dores tiver dado luz;
ento o restante de seus irmos voltar aos filhos de Israel." Esse acontecimento se situa entre o
primeiro Natal, que j aconteceu, e o segundo Natal, que ainda vai acontecer. Israel foi deixado de
lado, espalhado pelo mundo inteiro. At quando? At que chegou o tempo da sua restaurao, at seu
novo nascimento como nao em 14 de maio de 1948. Desde ento os judeus voltam do mundo todo
para Israel. E esse prlogo para o segundo e perfeito Natal: "Ele se manter firme e apascentar o
povo na fora do Senhor na majestade do nome do Senhor, seu Deus; e eles habitaro seguros,
porque agora ser ele engrandecido at os confins da terra" (Mq 5.4). Aqui vemos Israel e o mundo
todo debaixo do Seu domnio, e Ele habitar no meio de Seu povo. E j que Deus, o Senhor, conduz
de volta para casa os judeus de todo o mundo, a volta de seu Messias, o Senhor Jesus Cristo, deve
estar prxima.
Assim como o primeiro Natal em Belm significou a salvao para as naes, o segundo Natal trar a
salvao para Israel.
Entre o primeiro e o segundo Natal se encontra o tempo da Igreja de Jesus.
2. Balao
A profecia de Balao tambm se refere a esse duplo cumprimento: "V-lo-ei, mas no agora;
contempl-lo-ei, mas no de perto; uma estrela proceder de Jac, de Israel subir um cetro que ferir
as tmporas de Moabe e destruir todos os filhos de Sete" (Nm 24.17). Com certeza esclarecedor o
fato de Balao ter visto duas coisas que apontam em direo ao Senhor Jesus: a) a estrela de Jac e
b) o cetro de Israel.
214

a) A "estrela que proceder de Jac" , segundo meu entendimento, uma aluso primeira vinda de
Jesus em Belm, quando veio s naes para nos trazer a salvao. Foi por isso que gentios, os
sbios do Oriente (um smbolo das naes), viram a estrela e vieram a Belm: "Tendo Jesus nascido
em Belm da Judia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalm. E
perguntavam: Onde est o recm-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e
viemos ador-lo. E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso jbilo. Entrando na casa,
viram o menino com Maria, sua me. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros,
entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra" (Mt 2.1-2,10-11). Aqui o Salvador descrito de
maneira maravilhosa, Ele que veio para ns os gentios para nos salvar, como "estrela de Jac",
pois a salvao vem dos judeus (Jo 4.22b).
b) O "cetro que subir de Israel", que "ferir as tmporas de Moabe e destruir todos os filhos de Sete",
uma aluso ao segundo Natal a volta do Messias Jesus Cristo para Israel. Pois quando Ele voltar,
destruir todos os inimigos de Israel e reger com cetro de ferro.
3. A revelao de Jesus Cristo
Reger as naes com cetro de ferro mencionado em Apocalipse 12.5: "Nasceu-lhe, pois, um filho
varo, que h de reger todas as naes com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus at
ao seu trono."
a) "Nasceu-lhe... um filho varo..." mais uma aluso primeira vinda de Jesus, ao primeiro Natal,
quando Israel (= a mulher com uma coroa com doze estrelas, Ap 12.1) nos trouxe Jesus.
b) Mas o texto continua: "...h de reger as naes com cetro de ferro." Isso aponta para a volta de
Jesus a Israel, aludindo ao segundo Natal. "" profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do
conhecimento de Deus! Quo insondveis so os seus juzos, e quo inescrutveis os seus
caminhos!" (Rm 11.33).

O significado do segundo Natal, ainda por acontecer, de Israel


1. O Rei dos Reis volta e leva Israel salvao plena, prometida anteriormente por Ele
Isso se expressa em uma bno tripla que Balao foi obrigado a proferir h milhares de anos sobre
Israel:
a) "Como posso amaldioar a quem Deus no amaldioou? Como posso denunciar a quem o Senhor
no denunciou? Pois do cume das penhas vejo Israel, e dos outeiros o contemplo: eis que povo que
habita s, e no ser reputado entre as naes" (Nm 23.8-9).
b) "Deus no homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura,
tendo ele prometido, no o far? ou, tendo falado, no o cumprir? ...No viu iniqidade em Jac, nem
contemplou desventura em Israel; o Senhor seu Deus est com ele, no meio dele se ouvem
aclamaes ao seu Rei" (Nm 23.19,21).
c) "Que boas so as tuas tendas, Jac! Que boas so as tuas moradas, Israel! Como vales que se
estendem, como jardins beira dos rios, como rvores de sndalo que o Senhor plantou, como cedros
junto s guas. guas manaro de seus baldes, e as suas sementeiras tero guas abundantes; o seu
rei se levantar mais do que Agague, e o seu reino ser exaltado. Deus tirou do Egito a Israel, cujas
foras so como as do boi selvagem; consumir as naes, seus inimigos, e quebrar seus ossos, e,
com as suas setas, os atravessar. Este abaixou-se, deitou-se como leo e como leoa; quem o
despertar? Benditos os que te abenoarem, e malditos os que te amaldioarem" (Nm 24.5-9).
2. Debaixo do reinado do cetro de Jesus Cristo, o prprio Israel dominar sobre todos os povos
Foi o que o velho patriarca Jac j previra e profetizara em sua bno sobre Jud: "O cetro no se
arredar de Jud, nem o basto de entre seus ps, at que venha Sil; a ele obedecero os povos"
215

(Gn 49.10). Sil (heri) o Messias vindouro, Jesus Cristo. Seu reinado, partindo de Jud, ser to
grande que abranger o mundo todo. Assim Israel, atravs dEle, do Heri, se tornar o maior dentre as
naes. Balao j aludiu a isso quando disse em sua primeira bno: "...eis que povo que habita s,
e no ser reputado entre as naes" (Nm 23.9b). No se pode comparar Israel com nenhuma outra
nao da terra. Afinal, est escrito na Bblia acerca da posio elevada que Israel ocupar um dia (e
que no agrada nem um pouco aos anti-semitas cristos): "Para, assim, te exaltar em louvor, renome e
glria sobre todas as naes que fez, e para que sejas o povo santo ao Senhor, teu Deus, como tem
dito" (Dt 26.19).
3. Juzo sobre todos os povos e pessoas que amaldioaram Israel
O prprio Senhor, que segura o cetro, exercer juzo sobre todos os que amaldioam a Israel (comp.
Mt 25.33ss = a separao das ovelhas dos bodes). Por isso Balao disse em sua terceira bno:
"Deus tirou do Egito a Israel cujas foras so como as do boi selvagem; consumir as naes, seus
inimigos, e quebrar seus ossos, e com as suas setas os atravessar. Este abaixou-se, deitou-se
como leo e como leoa: quem o despertar? Benditos os que te abenoarem, e malditos os que te
amaldioarem" (Nm 24.8-9). Moabe e Balao tiveram de experimentar na prpria carne o quanto Deus
leva a srio esse assunto, e isso seja dito a todos os anti-semitas! Balaque, o rei moabita, queria
mandar amaldioar Israel atravs de Balao, mas no conseguiu. Acerca desse Moabe est escrito
posteriormente que: "Nenhum amonita nem moabita entrar na assemblia do Senhor; nem ainda a
sua dcima gerao entrar na assemblia do Senhor eternamente. Porquanto no foram ao vosso
encontro com po e gua, no caminho, quando saeis do Egito; e porque alugaram contra ti Balao,
filho de Beor, de Petor, da Mesopotmia, para te amaldioar. Porm o Senhor, teu Deus, no quis ouvir
a Balao; antes, trocou em bno a maldio, porquanto o Senhor, teu Deus, te amava. No lhes
procurars nem paz nem bem em todos os teus dias, para sempre" (Dt 23.3-6). Balao, que depois
desses fatos conseguiu seduzir Israel a praticar adultrio e idolatria, de fato sentiu no prprio corpo a
maldio de Deus: "Tambm os filhos de Israel mataram espada Balao, filho de Beor, o adivinho,
com outros mais que mataram" (Js 13.22). Balao, como instrumento do Senhor, antes disso proferira
ele prprio uma profecia e palavras de juzo sobre diversos povos que eram inimigos de Israel:
moabitas, edomitas, amalequitas e queneus (Nm 24.14-25). Esses povos simbolizam os ltimos reinos
mundiais gentios que avanam sobre Israel, mas que sero julgados pelo Senhor quando Ele vier, e
isso mencionado em Nmeros 24.7b,8b,14,17b. Nesse contexto Agague (o rei de Amaleque)
simboliza profeticamente o anticristo e os outros povos simbolizam todos os outros inimigos antisemitas.

O perigo da seduo
Israel no podia ser amaldioado graas sua posio diante de Deus, e tanto mais Balao teve que
abeno-lo. Mas o que Balao tinha condies de fazer, ele fez: ele seduziu Israel. Ele disse a
Balaque, o rei de Moabe, mais ou menos o seguinte: "No posso amaldioar a Israel, mas podemos
seduzi-lo. Dou a voc o seguinte conselho..." sobre esse conselho perverso que lemos em Nmeros
31.16: "Eis que estas, por conselho de Balao, fizeram prevaricar os filhos de Israel contra o Senhor,
no caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregao do Senhor." Em Nmeros 25.1-3 e 6-9
podemos ler a descrio muito vvida das conseqncias terrveis que Israel teve de carregar por ter se
deixado seduzir: "Habitando Israel em Sitim, comeou o povo a prostituir-se com as filhas dos
moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifcios dos seus deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos
deuses delas. Juntando-se Israel a Baal-Peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel. Eis que um
homem dos filhos de Israel veio e trouxe a seus irmos uma midianita perante os olhos de Moiss e de
toda a congregao dos filhos de Israel, enquanto eles choravam diante da tenda da congregao.
Vendo isso Finias, filho de Eleazar, o filho de Aro, o sacerdote, levantou-se do meio da
congregao, e, pegando uma lana, foi aps o homem israelita at ao interior da tenda, e os
atravessou, ao homem israelita e mulher, ambos pelo ventre; ento a praga cessou de sobre os
filhos de Israel. Os que morreram da praga foram vinte e quatro mil."
A respeito, quero salientar dois pontos fundamentais:
1. Existe algo bem pior para filhos de Deus do que demonismo, coisas diablicas e feitiaria.
Trata-se da seduo
216

Como cristos, no podemos mais ser amaldioados; a maldio e o feitio no tero mais sucesso
conosco, pois atravs de nossa posio em Jesus Cristo diante de Deus estamos perfeitamente
santificados. Mas podemos ser seduzidos e podemos nos deixar seduzir e com isso temos prejuzo e
sofremos danos.
a) Seduo prostituio
Em Nmeros 25.1 lemos: "Habitando Israel em Sitim, comeou o povo a prostituir-se com as filhas dos
moabitas." Existem tantas coisas que podem seduzir uma pessoa! Citemos apenas algumas: a leitura
do livro errado, o programa de televiso errado, ouvir um CD errado, caminhar em um caminho errado,
permanecer em companhia errada.
b) Seduo prostituio "espiritual"
Tomemos apenas um nico exemplo: Deus mostrou a voc um lugar especfico e incumbiu voc de
executar ali uma tarefa especfica. Mas voc fica olhando para outras coisas que so escolha sua e
no de Deus. Quando voc comea a olhar alm dos limites impostos por Deus, no consegue realizar
a tarefa que Deus lhe deu ou pelo menos no consegue realiz-la de maneira satisfatria.
Quais so as coisas que atrapalham voc e que o impedem de ler a Bblia ou de orar mais? Que
convites voc aceita fazendo com que fique afastado da ntima comunho com Jesus? Na verdade, a
quem voc serve? O que impede voc de freqentar regularmente os cultos e reunies de orao?
So argumentos realmente srios e plausveis, ou apenas a indiferena de seu corao fazendo com
que voc seduza a si mesmo?
c) O que seduziu voc?
Em Nmeros 25.3 est escrito: "Juntando-se Israel a Baal-Peor, a ira do Senhor se acendeu contra
Israel." E voc, ajunta-se com que ou com quem? Seu corao se inclina para qu? Para coisas que o
prejudicam, seduzem e o afastam do Senhor? O Novo Testamento se refere a essa histria e diz em 1
Corntios 10.8: "E no pratiquemos imoralidade, como alguns deles o fizeram, e caram, num s dia,
vinte e trs mil."
2. Como o pecado terrvel aos olhos de Deus e como devemos lidar com ele
A respeito, leiamos mais uma vez a passagem de Nmeros 25.6-8: "Eis que um homem dos filhos de
Israel veio e trouxe a seus irmos uma midianita perante os olhos de Moiss e de toda a congregao
dos filhos de Israel, enquanto eles choravam diante da tenda da congregao. Vendo isso Finias, filho
de Eleazar, o filho de Aro, o sacerdote, levantou-se do meio da congregao, e, pegando uma lana,
foi aps o homem israelita at ao interior da tenda, e os atravessou, ao homem israelita e mulher, a
ambos pelo ventre; ento a praga cessou de sobre os filhos de Israel." Essa atitude brutal e dura,
humanamente falando, nos mostra o quanto Deus santo e como o pecado terrvel para Ele. Por
causa da prostituio e idolatria, Ele teve de trazer uma terrvel praga sobre o povo de Israel que havia
sido salvo, e nesse juzo morreram 24.000 pessoas. Depois disso Israel se dirigiu tenda da
congregao, ao Tabernculo, reencontrando-se com Deus e derramando o sangue da expiao. Os
israelitas se arrependeram e choraram diante do Senhor: "...enquanto eles choravam diante da tenda
da congregao" (Nm 25.6b). Mas isso no bastava. A essa demonstrao de arrependimento se
somou a ao de Finias, que foi radical com o pecado, pois traspassou o pecado com uma lana. S
a partir desse momento que "...a praga cessou de sobre os filhos de Israel" (Nm 25.8b). Separar-se
do pecado pode ser muito doloroso. Um menino do Congo disse certa vez a um missionrio: "A Bblia
abre buracos no meu corao".
Sempre que pecamos, podemos nos reencontrar com Deus atravs do sangue da reconciliao de
Jesus Cristo, derramado na cruz do Calvrio existe perdo para ns! Mas para isso tambm
necessria uma ruptura radical com o pecado. Pea perdo ao Senhor Deus tem prazer em nos
perdoar. Mas tambm afaste de sua vida tudo aquilo que pode seduzi-lo ao pecado! Se voc no fizer
isso, ser enredado sempre pelo mesmo pecado.

217

Acerca dos que se tornaram crentes em feso a Bblia diz que: "Muitos dos que creram vieram
confessando e denunciando publicamente as suas prprias obras. Tambm muitos dos que haviam
praticado artes mgicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus
preos, achou-se que montavam a cinqenta mil denrios" (At 19.18-19). Muitos filhos de Deus
continuam a levar uma vida oprimida porque se arrependem e pedem perdo dos pecados, mas no
largam de verdade o pecado. Mas voc, v e queime as suas revistas e livros, quebre suas fitas e CDs
que o seduziram ao pecado! Evite qualquer caminho que possa lev-lo ao pecado! (Norbert Lieth http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Notcias de Israel, dezembro de 1997.

218

Stanley Jones conta de um menino que foi questionado pelo seu professor na poca do Natal:
"O que voc mais gostaria de ganhar no Natal?" O menino pensou no quadro emoldurado
com a foto do seu falecido pai, pensou no pai que ele amava muito. Ento ele disse
baixinho: "Eu gostaria que meu pai sasse da moldura e estivesse conosco outra vez."
Foi justamente isto que nosso Pai celestial fez no Natal. Ele rompeu as barreiras e veio at ns. Da
eternidade inatingvel, Ele veio e se tornou nosso Pai em Jesus Cristo. "Vindo, porm, a plenitude do
tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob
a lei, a fim de que recebssemos a adoo de filhos. E, porque vs sois filhos, enviou Deus ao nosso
corao o Esprito de seu Filho, que clama: Aba, Pai" (Gl 4.4-6). Na cruz do Calvrio, Deus tirou o
elemento separador, o pecado: "Aquele que no conheceu pecado, ele o fez pecado por ns; para
que, nele, fssemos feitos justia de Deus" (2 Co 5.21). Quando Jesus morreu na cruz pelos pecados,
o vu no Santo dos Santos do templo foi rasgado. Por isso o acesso a Deus ficou livre! Voltemo-nos,
entretanto, para o episdio do Natal observando os magos do Oriente. Deles est escrito: "E, vendo
eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso jbilo. Entrando na casa, viram o menino com Maria,
sua me. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro,
incenso e mirra" (Mt 2.10-11). Estes homens do Oriente so uma ilustrao proftica para os muitos
gentios que, no decorrer do tempo, depois do Natal encontraram o Filho de Deus. Da mesma forma
eles apontam para as naes que viro ao Rei dos judeus, a Israel no Milnio (comp. Mt 2.2). No
Salmo 72.10-12, o ainda futuro e glorioso reino do Messias descrito com as seguintes palavras:
"Paguem-lhe tributos os reis de Trsis e das ilhas; os reis de Sab e de Seb lhe ofeream presentes.
E todos os reis se prostrem perante ele; todas as naes o sirvam. Porque ele acode ao necessitado
que clama e tambm ao aflito e ao desvalido". Igualmente em Isaas 60.6: "A multido de camelos te
cobrir, os dromedrios de Midi e de Efa; todos viro de Sab; traro ouro e incenso e publicaro os
louvores do Senhor".
Quando os magos do Oriente seguiram a estrela e encontraram a casa em que o Rei dos judeus havia
nascido, est escrito: "Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua me. Prostrando-se, o
adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe as suas ofertas: ouro, incenso e mirra" (Mt
2.11). Estes trs presentes descrevem de maneira singular o que Jesus Cristo e o que Ele fez.

Prmera oferta: ouro


"Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe as suas ofertas: ouro..." O
ouro caracteriza aquilo que Jesus desde a eternidade: o Rei. Alm disso o ouro representa a Sua
divindade, Sua perfeio e Sua absoluta pureza. Mas o ouro tambm nos mostra a finalidade de Sua
vinda, isto , estabelecer o Seu reino divino sobre esta terra. O ouro mencionado em primeiro lugar
porque este o alvo perfeito e original de Deus.
Nos tempos antigos foi usado muito ouro para o tabernculo e seus utenslios (comp. x 25). Tambm
o traje do sumo sacerdote consistia em grande parte de ouro (comp. x 28). Tudo isto aponta para
Jesus. Mais tarde foi tambm usado muito ouro no templo salomnico (1 Cr 22.14). Do mesmo modo,
o governo de Salomo um exemplo do vindouro governo de Jesus Cristo no Milnio. Entre outras
coisas, o ouro tambm caracteriza os bens espirituais que um dia resistiro prova de fogo diante do
tribunal de Cristo (comp. 1 Co 3.11ss).
219

um desejo do Senhor que nos tornemos semelhantes a Ele nesta maneira pura e "urea". Pois um
dia reinaremos com Ele como reis e sacerdotes (Ap 1.5-6; 20.6). Por isso o Senhor tambm se
apresenta como um ourives que quer derreter e purificar o ouro (Ml 3.2-3). Os magos lhe renderam
homenagem com ouro (Mt 2.2 e 11) porque sabiam quem Ele era. Ser que ns tambm temos tido
essa mesma conscincia?

Segunda oferta: ncenso


"Prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe as suas ofertas: ouro,
incenso..." A palavra hebraica para incenso derivada das palavras "branco, brilhante". O incenso tem
um alto teor de leos volteis e propaga um aroma agradvel que fica impregnado nas vestes como
perfume.
No tabernculo e mais tarde no templo, o incenso foi usado como aroma agradvel diante de Deus e
fazia parte da oferta de manjares (Lv 2.1-16), mas no sacrifcio pelos pecados era expressamente
proibido (Lv 5.11).
O incenso representa espiritualmente o aroma da vida de Cristo. Ele agradou a Deus, pois procurava
fazer a vontade de Seu Pai: "...contudo, no se faa a minha vontade, e sim a tua" (Lc 22.42). Por isso
Ele foi "...obediente at morte e morte de cruz" (Fp 2.8). O incenso simboliza a perfeio da vida de
Jesus, totalmente sem pecado. Ele, o Filho de Deus, foi o "Cordeiro sem defeito e sem mcula",
branco e brilhante, puro e perfeito (comp. 1 Pe 1.19). Em tudo o que Jesus fez e disse, em todos os
Seus passos e obras, Ele foi um aroma agradvel diante de Seu Pai.
Como cristos somos chamados a nos tornar semelhantes ao Senhor em obedincia e fidelidade, para
sermos um "aroma suave de Cristo". Por isso precisamos escutar muito bem o que Ele nos diz em Sua
Palavra, para o que somos exortados em Mateus 17.5: "Falava ele ainda, quando uma nuvem
luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este o meu Filho amado, em quem
me comprazo; a ele ouvi". Por exemplo, podemos proporcionar alegria a Deus:
exercendo misericrdia: "Ide, porm, e aprendei o que significa: Misericrdia quero e no
holocaustos" (Mt 9.13a).
vivendo separados do pecado para que no se diga de ns o que foi escrito outrora sobre os
israelitas: "Entretanto, Deus no se agradou da maioria deles, razo por que ficaram prostrados no
deserto" (1 Co 10.5).

Tercera oferta: mrra


"Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas; ouro, incenso e
mirra." A mirra provm de um arbusto espinhoso de madeira cheirosa. O gosto dela amargo como fel
e dentre outras coisas era usada como anestsico.
Esta erva amarga fala dos sofrimentos de Jesus, cuja vida toda foi um aroma suave diante do Pai, mas
que foi perseguido por Herodes ainda como beb, de modo que seus pais tiveram de fugir com ele
para o Egito (Mt 2.13). Mais tarde, os homens de Nazar, onde ele havia sido criado, quiseram
precipit-lo de cima de um monte (Lc 4.29). E quando Ele curava enfermos e possessos, os fariseus e
escribas O perseguiam (por exemplo, Jo 5.16) e at tentaram mat-lO (v. 18). Antes da crucificao
deram a Jesus "vinho com mirra, ele, porm, no tomou" (Mc 15.23). Ele se tornou pecado por ns (2
Co 5.21), e carregou "em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados" (1 Pe 2.24) at as ltimas
conseqncias. Quando esteve pendurado na cruz, consumando a salvao para todo o mundo, Ele
sofreu dores atrozes no corpo, na alma e no esprito. E quando Jos de Arimatia tirou o corpo de
Jesus da cruz em estado deplorvel, lemos: "E tambm Nicodemos, aquele que anteriormente viera ter
com Jesus noite, foi, levando cerca de cem libras de um composto de mirra e alos. Tomaram, pois,
o corpo de Jesus e o envolveram em lenis com os aromas, como de uso entre os judeus na
preparao para o sepulcro" (Jo 19.39-40). Na sua primeira vinda, Jesus foi como que envolvido por
mirra, Ele foi cercado de muitos sofrimentos.
220

Mas quando a Bblia fala sobre a segunda vinda de Jesus, a mirra no citada e somente so
mencionados ouro e incenso, por exemplo, em Isaas 60.6: "A multido de camelos te cobrir, os
dromedrios de Midi e de Efa; todos viro de Sab; traro ouro e incenso e publicaro os louvores do
Senhor." Por que a mirra no mencionada aqui? Porque neste texto o profeta Isaas fala sobre a
vinda de Cristo em grande poder e glria e a respeito do Seu reino de paz sobre a terra. Ento no
haver mais mirra para o Senhor Jesus, e Ele no sofrer mais. Pois na primeira vez Ele veio como
Aquele que carregou os pecados e foi sacrificado uma vez para nos limpar dos pecados. Mas na
segunda vez Ele no vir mais como Cordeiro sofredor, e sim aparecer como o Senhor e Rei para
salvao de todos os que esperam por Ele (Hb 9.27-28). (Norbert Lieth)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, dezembro de 1998.

221

"Uma estrela proceder de Jac" (Nm 24.17).


"Eu sou a Raiz e a Gerao de Davi, a brilhante Estrela da manh" (Ap 22.16).
Um olhar para o cu estrelado nos transmite a respeitosa convico da existncia de um grandioso
mundo celestial. a fascinao do sobrenatural: o que existe por detrs das galxias? No de
admirar que os homens sempre tenham tentado desvendar os segredos divinos, quer seja por meio de
pesquisas cientficas ou de interpretaes especulativas do futuro.
E eis que surge essa estranha histria de uma estrela de Natal especial, a estrela de Jac. Se esse
acontecimento no estivesse descrito na Bblia, poderamos consider-lo uma histria oriental
inventada. Mas ele sempre nos leva a admirar a ao sbia e soberana de Deus e a ver que at os
Seus inimigos tm de servi-lO. O Senhor escarnece dos que tentam colocar-se em Seu caminho, pois
"Ri-se aquele que habita nos cus; o Senhor zomba deles" (Sl 2.4).
Israel se encontrava em sua peregrinao de 40 anos pelo deserto. Seu caminho em direo terra
prometida poderia ter levado diretamente ao norte pela chamada estrada real, atravs da terra de
Moabe. Mas Balaque, o rei moabita, queria de todas as formas impedir que Israel passasse por seu
pas. Ele temia o povo judeu, pois havia ouvido dizer que eles tinham um Deus poderoso. Por isso, ele
no se arriscou a um confronto militar com esse povo nmade. E assim tentou impedi-lo de prosseguir
com um truque oculto, mgico, mandando buscar o adivinho Balao de Petor, na Mesopotmia. Esse
Balao no era um homem qualquer, mas um respeitado, renomado e perigoso feiticeiro, cujas
maldies tinham conseqncias fatais. E ele recebeu a incumbncia de lanar mau agouro sobre o
povo judeu e amaldio-lo. Que tolice tentar atrapalhar o plano de Deus! O rei Balaque mandou
chamar Balao: "Vem, pois, agora, rogo-te, amaldioa-me este povo, pois mais poderoso do que eu;
para ver se o poderei ferir e lanar fora da terra, porque sei que a quem tu abenoares ser
abenoado, e a quem tu amaldioares ser amaldioado" (Nm 22.6). Ser que ns temos tal confiana
ilimitada no Deus Todo-Poderoso como esse rei pago a tinha no adivinho que mandou chamar?
Quem se envolve com Israel deveria saber que vai lidar com esse seu Deus protetor. Isso foi
experimentado, por exemplo, por Fara, por Ham, por Nasser e por Hitler. Arafat e seus cmplices
poderiam aprender pela Histria sem muito esforo. Pois a Palavra de Deus continua vlida para hoje
e para sempre: "...aquele que tocar em vs toca na menina do seu olho" (Zc 2.8b).
Para legitimar a pretenso de Balaque, Balao mandou erigir altares onde foram sacrificados novilhos
e carneiros, e isso por trs vezes em trs cumes de montes diferentes. Que desprezo e
desconhecimento do sacrifcio legtimo, agradvel a Deus! Satans o imitador da ao divina.
Embaixo, no fundo do vale, encontrava-se o enorme acampamento de Israel sob a mo protetora de
Deus. A ordem do rei Balaque ao amaldioador Balao foi bem concreta: "vem, amaldioa-me a Jac,
e vem, denuncia a Israel" (Nm 23.7). Balao, chegou a sua hora! Com olhar extasiado, visionrio, e
voz profeticamente clara, ele anunciou: "V-lo-ei, mas no agora; contempl-lo-ei, mas no de perto;
uma estrela proceder de Jac, de Israel subir um cetro que ferir as tmporas de Moabe e
222

destruir todos os filhos de Sete" (Nm 24.17). E acrescentou: "...Israel far proezas. De Jac sair o
dominador e exterminar os que restam das cidades", e: "Ai! Quem viver, quando Deus fizer isto?"
(Nm 24.18-19,23).
Que pavor! O plano de Balaque foi transformado exatamente no contrrio do que ele queria. clara luz
do dia, Balao viu profeticamente a estrela de Jac. O mestre feiticeiro foi obrigado, contra sua
prpria vontade, a servir de instrumento de Deus para proclamar bno sobre Israel ao invs de
maldio, e para anunciar o plano divino de salvao! A seguir, lemos o relato objetivo e sbrio:
"Ento, Balao se levantou, e se foi, e voltou para a sua terra; e tambm Balaque se foi pelo seu
caminho" (Nm 24.25). Dois humilhados, dois grandes transformados em pequenos, bateram em
retirada depois de colidirem com a vontade de Deus!
A profecia de Balao sobre a estrela de Jac comea com as palavras: "V-lo-ei, mas no agora;
contempl-lo-ei, mas no de perto" (Nm 24.17). Evidentemente ele ainda no podia reconhecer sobre
quem falava essa profecia, pois 1.500 anos o separavam de seu cumprimento. O mesmo tambm
aconteceu com Agur, que chegou aos limites dos cus com suas perguntas, quando questionou: "Qual
o seu nome, e qual o nome de seu filho, se que o sabes?" (Pv 30.4). Isso profecia encoberta.
Pois a prova da veracidade de uma profecia sempre unicamente o seu cumprimento. Mas o que a
Bblia diz sobre o futuro jamais estar sujeito a engano. A estrela de Jac uma promessa de domnio
teocrtico que se estende at o Milnio: "De Jac sair o dominador" (Nm 24.19).
No proto-evangelho (Gnesis 3.15), Ele foi prometido pelo prprio Deus: da semente da mulher viria o
Salvador. E no meio do Plano de Salvao Ele realmente apareceu em figura humana: "Vindo, porm,
a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei" (Gl 4.4).
Depois, foi a estrela de Belm que, sob orientao divina, mostrou aos magos do Oriente o caminho
at o Rei dos judeus: "Vimos sua estrela no Oriente", disseram eles ao rei Herodes. E em Belm
finalmente acharam a estrela de Jac. Eles no ficaram decepcionados por encontrarem uma criana
na manjedoura. O fato de t-la adorado prova que reconheceram a Sua glria majestosa atravs do
Esprito de Deus. O simbolismo dos presentes: o ouro, o metal nobre mais precioso, o presente
apropriado para reis. Apocalipse 19.16 diz: "Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Rei
dos Reis e Senhor dos Senhores." O incenso necessrio ao ministrio sacerdotal. A respeito lemos
em Hebreus 9.11: "veio Cristo como sumo sacerdote dos bens j realizados." A mirra uma erva
amarga, que simboliza a morte. Em 1 Corntios 15.3 est escrito: "Cristo morreu pelos nossos
pecados, segundo as Escrituras." Se j nesses acontecimentos surpreendentes, por ocasio do
nascimento de Jesus, o grandioso amor de Deus se tornou manifesto, quanto mais razo temos ns
hoje em dar-Lhe o nosso amor por inteiro e nossa entrega total!
A alegria singela de uma criana ao ver a estrela de Belm, a fascinao dos cientistas ao calcularem
o "encontro", ou seja, a conjuno de Jpiter e Saturno, etc., mostram: pequenos e grandes devem
saber que tudo acontece conforme um plano divino exato!
Mas quem consegue explicar astronomicamente Mateus 2.9, onde est escrito: "e eis que a estrela
que viram no Oriente os precedia, at que, chegando, parou sobre onde estava o menino"? No h
problema: o Senhor da glria, que guiou a Israel em sua peregrinao pelo deserto com uma nuvem e
uma coluna de fogo, tambm tinha um meio disposio para dirigir os magos do Oriente com
preciso exata ao local do nascimento de Jesus! "" profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como
do conhecimento de Deus! Quo insondveis so os seus juzos, e quo inescrutveis, os seus
caminhos!" (Rm 11. 33).
A estrela de Jac Jesus, o judeu. Apocalipse 5.5 diz: "eis que o Leo da tribo de Jud, a Raiz de
Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos." Ele tem todo o poder no cu e na terra. Ele a
coroa de Israel. E para ns vale que "a salvao vem dos judeus", isto , de entre os judeus. No foi o
povo judeu que nos trouxe a salvao, foi do povo judeu que nasceu o nosso Salvador. Que grande
tolice ser anti-semita! Ainda mais, trata-se de um pecado contra Deus, contra Jesus e Seu povo.
Jesus no foi palestino, como afirmou Arafat. Dizendo isso, ele promoveu uma falsificao da Histria.
Sobre Belm no brilha mais uma estrela, mas a meia-lua islmica. Jesus foi morto na cruz. Mas
nenhum poder das trevas pode obscurecer a estrela de Jac ou apag-la! "Eu, Jesus... Eu sou a Raiz
e a Gerao de Davi, a brilhante Estrela da manh" (Ap 22.16). O Filho de Deus ressuscitado
223

testemunha que brilhar de maneira a trazer salvao por toda a eternidade, para Israel e para a Igreja
de Jesus. Com Jesus comeou uma nova e clara manh de graa, pois Ele disse: "Eu sou a luz do
mundo; quem me segue no andar nas trevas; pelo contrrio, ter a luz da vida" (Jo 8.12). O Natal
no de maneira alguma o romantismo emocional que sempre nos transmitido, mas precisa produzir
continuamente em nossos coraes uma separao entre luz e trevas. Se no chegarmos luz com a
escurido de nossos coraes, continuaremos a ser pecadores perdidos mesmo aps o Natal. Que
torrente de amor procede do corao paterno de Deus, que no nos entregou perdio, mas quer
nos levar clara e brilhante luz de Sua graa! A Palavra nos conclama: "Temos, assim, tanto mais
confirmada a palavra proftica, e fazeis bem em atend-la, como a uma candeia que brilha em lugar
tenebroso, at que o dia clareie e a estrela da alva nasa em vosso corao" (2 Pe 1.19).(Burkhard
Vetsch)
Publicado anteriormente na revista Notcias de Israel, dezembro de 1998.

224

"No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos" (Zc 4.6).
Essa passagem do profeta Zacarias est inscrita com letras hebraicas nos dois braos inferiores da
Menor, o candelabro de sete braos que se encontra na frente do Knesset (parlamento israelense)
em Jerusalm. sempre uma bno ter uma passagem da Bblia diante dos olhos, e importante
que exista a preocupao de interiorizar a verdade bblica pela f, fazendo-a falar bem fundo ao nosso
corao.
"No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos" (Zc 4.6).
Transpondo isso para a nossa linguagem atual, significa abrir mo de recursos exteriores colocando
toda a confiana no poder e na direo do Esprito Santo. E a se impe a voc e a mim a pergunta
bem pessoal: ser que estou disposto a trilhar esse caminho bblico, que, sem dvida, trar
conseqncias?
O prncipe deste mundo puxa as pessoas para o caminho inverso, fazendo-as buscar demonstraes
de fora e poder. Pensemos apenas no poder do dinheiro. Por trs dos pequenos negcios esto as
grandes empresas, e, por trs delas as grandes multinacionais, esperando por suas vtimas como o
fazem as serpentes. Apocalipse 18.23b as desmascara: "...pois os teus mercadores foram os grandes
da terra, porque todas as naes foram seduzidas pela tua feitiaria."
Ou pensemos no controle eletrnico da populao mundial. Apesar de se falar muito em proteo de
dados, armazenam-se dados e informaes em todos os lugares. Hoje isso talvez parea algo
inofensivo por se tratar basicamente da armazenagem de endereos, que so passados ou vendidos
de uma firma a outra, mas sabemos que as malhas da rede ficaro cada vez menores no fim dos
tempos, de tal modo que "...ningum possa comprar ou vender, seno aquele que tem a marca, o
nome da besta, ou o nmero do seu nome (666)" (Ap 13.17). E no final todo o poder global ser
entregue besta (anticristo), conforme Apocalipse 17.13.
Concentrao de poder com vistas a uma unio mundial tambm acontece na rea poltica com a
desculpa de se alcanar paz e maior bem-estar. E o mesmo vale para a rea religiosa, para o
ecumenismo. Ns, cristos fiis Bblia (queira Deus que o sejamos realmente!), representamos um
empecilho espinhoso no caminho de uma religio universal nica. A passagem de Atos 4.12
fundamenta a nossa posio, que ser considerada como intolerncia de nossa parte: "E no h
salvao em nenhum outro; porque abaixo do cu no existe nenhum outro nome, dado entre os
homens, pelo qual importa que sejamos salvos". Pois com o poder de Satans acontecer a unio
mundial sob o anticristo. E ns, cristos, temos de conhecer o jogo que est sendo jogado! Ser que
algum joga ou brinca conosco? Mas claro que sim, se no nos encontrarmos debaixo do poder maior,
que Jesus Cristo. Quem propriedade de Jesus no fica vulnervel seduo satnica.

Sob o domnio de Seu Esprito


"No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito..." Nossa vida nos coloca diante de muitas
decises, e continuamente somos obrigados a decidir quantos "HP" humanos queremos incluir em
nossas aes. Cada pessoa recebeu uma certa quantidade de fora e poder mesmo que seja
apenas a prpria lngua! Ser que sempre usamos esse poder corretamente? Tiago 3.2a faz a
225

constatao humilhante de que "...todos tropeamos em muitas cousas." Arrependimento e correo


so necessrios toda vez que isso acontece. Como maravilhoso encontrar em Jesus um juiz paciente
numa hora dessas. O versculo todo diz o seguinte: "Porque todos tropeamos em muitas cousas. Se
algum no tropea no falar perfeito varo, capaz de refrear tambm todo o seu corpo." E como se
chama este homem perfeito? Conhecemos apenas um que nunca falhou! Ele podia se expor s crticas
e perguntar: "Quem dentre vs me convence de pecado?" (Jo 8.46). Ou vejamos como a Bblia Viva o
diz: "Quem de vocs pode verdadeiramente acusar-Me de um nico pecado?" Pedro conviveu alguns
anos com Jesus e por isso conhecia muito bem o seu Senhor, sabendo muito bem o que queria dizer
quando testemunhou que Ele "no cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca" (1 Pe
2.22). Jesus explicou: "O meu reino no deste mundo" (Jo 18.36). E por Seu reino no ser deste
mundo, Jesus se entregou completamente, no fazendo uso de Seu poder. Nosso Senhor Jesus
privou-se de todo e qualquer recurso exterior e abriu mo das legies de anjos que estavam Sua
disposio. E este caminho da entrega total foi que O levou a receber todo o poder no cu e na terra.
As atividades de Jesus sobre a terra aconteciam na autoridade do Esprito Santo, e Ele deseja que
voc participe e usufrua desse mesmo poder! Orientemo-nos sempre pelas aes e atitudes de Jesus.
Que elas sejam nosso padro!
A passagem bblica mencionada no incio era dirigida a Zorobabel; o texto completo diz o seguinte:
"Prosseguiu ele (o anjo) e me disse: Esta a Palavra do Senhor a Zorobabel: No por fora nem por
poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos." Zorobabel (significa nascido na Babilnia)
era da linhagem real e havia nascido na Babilnia durante o exlio. Ele havia sido o lder da primeira
leva de 50.000 exilados judeus que voltaram do cativeiro para Jerusalm. E o que encontraram em
Jerusalm? Uma montanha de escombros! E Zorobabel reconheceu como prioridade reconstruir o
templo e restabelecer o sacerdcio e o ministrio dos levitas. Assim, Zorobabel ficou sendo o
administrador da cidade.
Aqueles para quem o trabalho do Senhor a prioridade mxima de suas vidas podem estar certos de
ter a ajuda do Senhor de seu lado, conforme Jesus o disse em Mateus 6.33: "Buscai, pois, em primeiro
lugar, o seu reino e a sua justia, e todas estas cousas vos sero acrescentadas." "Buscar primeiro"
uma ordem muito clara para ns, cristos. Mas junto com a ordem vem a promessa: "...e todas estas
cousas vos sero acrescentadas." E o que o Senhor promete Ele cumpre! Ser que a edificao do
Reino de Deus ocupa realmente o primeiro lugar em nossas vidas? Se o ministrio cristo nossa
maior prioridade, no precisamos ter medo de que algo possa nos faltar. Mas age erradamente quem
faz o caminho inverso, buscando em primeiro lugar seu prprio conforto e tentando atender em
primeiro lugar s suas prprias necessidades. E estas pessoas ainda pedem que Deus as abenoe!
Ns desonramos a Deus quando agimos de modo calculista e humano, contando apenas com nossos
prprios meios e recursos!
O Senhor distribui entre ns tarefas grandes ou pequenas e, s vezes, nos sentimos incapazes de
realiz-las. Mas, nesses momentos, pela f, podemos confiar na ajuda e na promessa de Deus assim
como Zorobabel o fez. Na carta de Tiago lemos: "Se, porm, algum de vs necessita de sabedoria,
pea-a a Deus, que a todos d liberalmente, e nada lhes impropera; e ser-lhe- concedida. Pea-a,
porm, com f, em nada duvidando; pois o que duvida semelhante onda do mar, impelida e agitada
pelo vento. No suponha esse homem que alcanar do Senhor alguma cousa" (cap. 1.5-7).
Podemos imaginar que surgiram dvidas e tentaes no corao de Zorobabel, e ele deve ter se
questionado se era capaz de acabar o que estava iniciando. E nessa situao o Senhor lhe enviou esta
maravilhosa palavra de nimo: "No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos
Exrcitos."
A inteligncia e a capacidade humanas so de grande valor, mas quem no as sujeita ao Senhor e no
as coloca a Seu servio, perde a bno que poderia receber e no alcana o alvo proposto. Uma vida
assim fica sem frutos espirituais e as obras realizadas sero avaliadas diante do tribunal de Cristo e
sero queimadas por serem madeira, feno e palha. Quem pensa conseguir realiz-las com suas
prprias foras vive em grande engano. A sentena de Deus sobre essa pessoa a seguinte: "Assim
diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu brao, e aparta o seu
corao do Senhor!" (Jr 17.5). Portanto, firme-se na Palavra de Deus e aceite Seu conselho de deixarse guiar e capacitar para toda e qualquer tarefa pelo Seu Esprito Santo. Tome como exemplo a
humildade do rei Davi, e clame ao Senhor pedindo Sua ajuda: "No me desampares, Senhor, Deus
meu, no te ausentes de mim. Apressa-te em socorrer-me, Senhor, salvao minha" (Sl 38.21-22). E,
226

veja s, Sua ajuda nunca veio tarde demais, pois Davi testemunha: "No dia em que eu clamei, tu me
acudiste, e alentaste a fora de minha alma" (Sl 138.3). Em uma dependncia humilde como essa
vivemos felizes e protegidos! Por isso, faa diariamente o que Davi fez: "Davi se reanimou no Senhor
seu Deus" (1 Sm 30.6b). Davi era um heri de grandes faanhas: "As mulheres se alegravam e,
cantando alternadamente, diziam: Saul feriu os seus milhares, porm Davi os seus dez milhares" (1
Sm 18.7). Essas vitrias militares ou o acerto de contas com Golias foram os atos mais marcantes de
Davi? De jeito nenhum! Sua maior vitria foi quando ele, com a fora que vem de Deus, no fez uso da
sua espada quando surpreendeu seu inimigo mortal Saul na caverna de En-Gedi (1 Sm 24)!
O apstolo Paulo, que passou grandes dificuldades ao levar o Evangelho de pas a pas, recebeu a
animadora promessa: "A minha graa te basta, porque o poder se aperfeioa na fraqueza" (2 Co
12.9a). O poder de Deus no Esprito Santo o maior poder que Ele quer dar a voc e a mim! Se
contssemos mais com o Seu poder, experimentaramos vitrias maiores!

O matrimnio e a famlia no sufoco anticristo


Quantos pais cristos gemem hoje em dia sob a presso macia de nossa sociedade! Educao antiautoritria ainda "in", apesar de qualquer pessoa sbria reconhecer que essa semeadura traz frutos
assustadores. A reivindicao por "democracia" no casamento e na famlia est dentro das tendncias
da poca, mas se encontra em oposio ordem divina. Se o homem o cabea da mulher conforme
1 Corntios 11.3, lgico que ele tambm o cabea de toda a famlia. Mesmo que as feministas
continuem cuspindo fel sobre o patriarcado e afirmem cada vez mais que o mesmo est
definitivamente superado, isso nada muda na ordem divina, que e continuar a ser um imperativo
para ns, cristos. Atravs de um estilo "democrtico" de viver em famlia, a autoridade natural, que
Deus deu ao homem, ignorada. Mas ai do homem que abusa dessa autoridade e se aproveita de sua
posio de liderana usando da fora bruta! Um dspota desses, que procura elevar sua auto-estima
com extravagncias ditatoriais, que oprime sua esposa e seus filhos, esquece que o prprio Senhor o
cabea da famlia!
Deus quer o melhor para ns; com Suas ordens Ele pensou em nosso bem! O patriarcado bblico
uma instituio maravilhosa, pois pode ser uma fonte de alegria e de vida abundante. Mas Satans
soube muito bem como espalhar suas sementes venenosas bem dentro do paraso que a famlia e
o faz inclusive nas famlias crists. Cnjuges so separados uns dos outros pelas tendncias da
sociedade pensemos apenas no alvoroo em torno da auto-realizao. A educao dos filhos
solapada pelo que aprendem na rua ou na escola quem no participa de tudo um excludo. Mas
no fiquemos inseguros, porm firmemo-nos em princpios bblicos, mesmo que para isso tenhamos de
nadar contra a correnteza. E como podemos faz-lo? Resposta: "No por fora nem por poder, mas
pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos."
A atual pedagogia, alheia existncia de Deus, humanstica e anti-autoritria, levou os jovens a uma
postura desafiadora e rebelde contra toda e qualquer autoridade. E isto deve ser debitado na conta de
ns, adultos, ns que negligenciamos os princpios de Deus. Se deixarmos as coisas tomarem seu
prrpio rumo, dirigimo-nos ao ponto que descrito por Isaas 3.4 da seguinte maneira: "Dar-lhes-ei
meninos por prncipes, e crianas governaro sobre eles." O esprito de desrespeito, de chantagem,
destruio e violncia atinge mais e mais tambm os nossos filhos. E eles so, por sua vez, vtimas,
por lhes faltarem os exemplos e os valores to fundamentais para suas vidas. E isto representa uma
clara acusao para ns, pais cristos, pois exatamente ns que deveramos ser exemplos, segundo
a vontade de Deus. Para uma educao no temor do Senhor preciso ensinar aos filhos a autodisciplina e no negligenciar o castigo. "O que retm a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama,
cedo o discipilna" (Pv 13.24). Disciplina bblica muito difcil de ser praticada em nossos dias, mas
realmente promete bons frutos no futuro!
O 6 captulo de Deuteronmio nos revela de modo maravilhoso a pedagogia divina (lendo-o, voc vai
entender por qu). Transpondo para os dias de hoje, isso pode nos ensinar resumidamente o seguinte:
quando seu filho lhe pergunta (e ele pode e deve perguntar!): "Pai, porque voc quer que seja assim e
no de outro jeito?", ento responda-lhe: "Porque Deus quer assim." Com isso, seu filho no apenas
ter respeito por voc, mas aprender tambm o temor do Senhor. E isto o que faz tanta falta hoje
em dia! Pais: disciplina orientada pela Bblia, disciplina que deve ser justa e sincera tem maravilhosas
promessas e no faz com que as crianas se aborream da casa paterna. Mas como ser possvel,
227

como cabea da famlia, ao mesmo tempo exercer a auto-disciplina e manter a autoridade? Tambm
aqui a resposta : "No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos."

A verdadeira fonte de poder


A eterna Palavra de Deus nossa fonte de poder! Voc se sente fraco e estressado? Ento a
promessa a seguir se aplica a voc, que vaso frgil: "Temos, porm, este tesouro em vasos de barro,
para que a excelncia do poder seja de Deus e no de ns" (2 Co 4.7). E esta fonte de poder Deus
coloca disposio de Seus filhos, para que possamos cumprir nossas tarefas e obrigaes Sua
maneira. Fique ligado videira como o ramo, e voc viver e trar frutos! "Ora, se vs, que sois maus,
sabeis dar boas ddivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dar o Esprito Santo queles
que lho pedirem?" (Lc 11.13). O Senhor quer lhe dar Sua plenitude: "Pois ao que tem se lhe dar, e
ter em abundncia; mas, ao que no tem, at o que tem lhe ser tirado" (Mt 13.12).
A festa de Pentecostes nos recorda da grande fonte de poder: "...mas recebereis poder, ao descer
sobre vs o Esprito Santo, e sereis minhas testemunhas..." (At 1.8a). Deus no precisa de pessoas
poderosas, mas de pessoas que vivem no poder que reside na dinmica divina: "No por fora nem
por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos." (Burkhard Vetsch)
Publicado anteriormente na revista Notcias de Israel, maio de 1997.

228

O homem frutfero do Salmo 1 medita na Palavra de Deus "de dia e de noite", no por um sentido de
obrigao, mas porque tem nela o seu "prazer". Em sua mente e em seu corao, continuamente, a
Palavra de Deus o guarda e o guia. Como isso essencial! Lgica e bom senso so teis. No entanto,
sem a Palavra de Deus (que transcende a sabedoria humana) para nos guardar e guiar, somos
suscetveis a tentaes e a erros, especialmente quando esses ltimos so apresentados
convincentemente "em nome de Deus" por aqueles que so respeitados como lderes cristos.
Deus opera por meio de Sua Palavra: "A palavra que sair da minha boca, no voltar para mim
vazia" (Is 55.11a); "Guardo no corao as tuas palavras, para no pecar contra ti" (Sl 119.11). E
Satans opera para remover a Palavra de Deus do corao do homem: "...vem o maligno e arrebata
o que lhes foi semeado no corao" (Mt 13.19). Quando isso lhe vantajoso, Satans cita as
Escrituras (Mt 4.6) e tenta pervert-las com o propsito de enganar. Ele inspira os falsos profetas com
"novas revelaes" que subvertem a Palavra. Temos muitos desses "profetas" na Igreja hoje em dia.

Advertncia Sobre os Falsos Profetas


A Palavra de Deus repetidas vezes adverte contra falsos profetas. Precisamos dar ouvidos a essas
advertncias. Jesus mesmo disse: "Acautelai-vos dos falsos profetas" (Mt 7.15). "Levantar-se-o
muitos falsos profetas e enganaro a muitos... operando grandes sinais e prodgios para
enganar, se possvel, os prprios eleitos" (Mt 24.11,24). Cristo avisa claramente sobre um
movimento de falsos sinais e maravilhas nos ltimos dias, promovido pelos falsos profetas. Paulo
compara esses falsos profetas a Janes e Jambres, que se opuseram a Moiss e Aro (2 Tm 3.8) com
sinais e maravilhas operados pelo poder de Satans.
Pedro advertiu que assim como houve falsos profetas no tempo do Antigo Testamento, "assim
tambm haver entre vs falsos mestres, os quais introduziro dissimuladamente heresias
destruidoras..." (2 Pe 2.1). O apstolo Joo declarou que j em seus dias "muitos falsos profetas
tm sado pelo mundo" (1 Jo 4.1). Quanto mais, portanto, deveramos ns estar alertas quanto aos
falsos profetas medida que a apostasia profetizada para os ltimos dias atinge o seu clmax,
preparando o mundo e uma falsa igreja para a chegada do Anticristo! Conhecer, amar e obedecer
Palavra de Deus o nico meio seguro de no sermos enganados.
Qualquer uma das seis marcas dos falsos profetas que a Bblia oferece serve como identificao
suficiente: (1) por meio de sinais e maravilhas eles desviam pessoas para servirem a deuses falsos (Dt
13.1-4); (2) suas profecias no se realizam (Dt 18.20-22); (3) eles contradizem a Palavra de Deus (Is
8.20); (4) eles produzem maus frutos (Mt 7.18-20); (5) todos falam bem deles (Lc 6.26); (6) eles negam
que Jesus, o nico Messias, veio de uma vez por todas na carne (1 Jo 4.3).
Como trgico que a carta pessoal de amor e orientao de Deus para Seu povo seja to
negligenciada hoje por aqueles que se chamam crentes! Muitos que professam conhecer a Deus e
servi-lO tm pouca ou nenhuma sede por Sua Palavra. Em vez disso, buscam sinais e maravilhas,
experincias emocionais, novas revelaes, o ltimo "mover" do Esprito, ou os dons em lugar do
Doador. Como resultado, so suscetveis a todo "vento de doutrina" (Ef 4.14) e caem vtimas de
falsos mestres que "...movidos por avareza, faro comrcio de vs com palavras fictcias..." (2 Pe
229

2.3), "supondo que a piedade fonte de lucro" (1 Tm 6.5). A mentira popular da "semente de f" a
idia de que uma contribuio para um ministrio abre a porta para milagres e prosperidade engana
e promove cobia entre os milhes que ignoram a Palavra de Deus.
O cumprimento das profecias bblicas a grande prova da existncia de Deus, de que a Bblia Sua
Palavra, e de que Jesus Cristo o Salvador prometido. As falsas profecias de muitos dos atuais lderes
cristos so um sinal de alarme estridente. preciso ouvi-lo! A maior parte das seitas se baseia em
falsas profecias que, se apontadas, oferecem uma maneira eficaz de abrir olhos cegos e libertar os
membros de tais seitas.

Os Falsos Profetas no Decorrer da Histria


Entre os falsos profetas das muitas eras da Histria se encontram vrios papas. Como exemplo, a
encclica papal de Gregrio XI em 1372 (In Coena Domini) pronunciou o domnio papal sobre todo o
mundo cristo, secular e religioso, e decretou a excomunho para todos que no obedecessem ao
papa e no lhe pagassem impostos. In Coena foi confirmada por papas subseqentes, e em 1568, o
papa Pio V jurou que ela deveria permanecer como lei eterna. No entanto, em 1870, dois meses
depois do Vaticano pronunciar o dogma da infalibilidade papal, Roma foi libertada do domnio do papa
pelo exrcito italiano, e o papa Pio IX se refugiou no Vaticano, tudo que restara de um vasto imprio.
Imitando os papas, Sun Myung Moon, da Igreja da Unificao, profetizou dcadas atrs que ele iria
conquistar o mundo. Maharishi Mahesh Yogi, fundador do movimento de Meditao Transcendental,
declarou que 1975 seria o primeiro ano da "Era da Iluminao", 1977 seria o "Ano da Sociedade Ideal",
e 1978 seria o "Ano da Invencibilidade de Todas as Naes". Nenhum comentrio precisa ser feito.
Herbert W. Armstrong profetizou que a sua Igreja Mundial de Deus seria arrebatada para a antiga
cidade de Petra em 1972 e que Cristo voltaria Terra em 1975 (uma data favorita de muitas seitas).
No final dos anos 70, Elijah Muhammad profetizou para seus seguidores muulmanos negros que o
retorno de Deus Amrica do Norte era iminente.
O mormonismo se vangloria de seus profetas mas todos eles so falsos. Em 1833, o profeta
fundador, Joseph Smith, profetizou que os Estados Unidos sofreriam vrios desastres sem igual
("peste, granizo, fome e terremotos") que extirpariam os mpios (no-mrmons) da terra, deixando os
mrmons seguros em seu refgio de Sio, em Missouri. Em vez disso, os mrmons emigraram
(fugidos) para Utah. Entre as muitas outras profecias falsas de Smith est a declarao, feita em 1835,
de que Cristo voltaria dentro de 56 anos, e que muitos dos que ento viviam "no provariam a morte
at que Cristo voltasse".[1] O sucessor de Smith, Brigham Young, profetizou que a guerra civil
americana no produziria a libertao dos escravos.
As falsas profecias de Charles Taze Russell formaram a base do que viria a ser a Sociedade Torre de
Vigia e a seita Testemunhas de Jeov. Russell declarou que a segunda vinda de Cristo tinha ocorrido
invisivelmente em outubro de 1874, que o Senhor estava verdadeiramente presente, e que em 1914,
os fiis (os 144.000) seriam trasladados ao cu e os mpios destrudos. Armagedom, que comeara em
1874, culminaria em 1914 com a derrubada geral dos governantes da Terra e o fim do mundo. Charles
T. Russell, ainda na terra, morreu em 1916.
No comeo da dcada de 20, os Testemunhas de Jeov distriburam nas ruas e de porta em porta um
livro intitulado Millions Now Living Will Never Die (Milhes Hoje Vivos Jamais Morrero). Foi
profetizado: "O ano de 1925 uma data definitiva e claramente marcada nas Escrituras, ainda mais
clara que a de 1914... podemos esperar confiantemente que o ano de 1925 marcar o retorno de
Abrao, Isaque e Jac e dos fiis profetas antigos... na condio de perfeio humana."[2] Os
Testemunhas de Jeov chegaram a construir uma casa na cidade de San Diego, na qual os patriarcas
deveriam morar, e tentaram passar a escritura em nome do Rei Davi. (A casa foi discretamente
vendida em 1954.)
No comeo dos anos 40, os Testemunhas de Jeov estavam afirmando que o Armagedom, que estava
apenas h alguns meses adiante, colocaria um fim Segunda Guerra Mundial, e que a derrota dos
nazistas traria o reino de Deus terra.[3] Seu livro Children (Filhos) sugeria que planos de casar e
constituir famlia deveriam ser adiados at depois do Armagedom. Que longa espera! Sem desistir,
profetizaram depois que o reino milenar de Deus comearia em 1975. Uma vez mais os Testemunhas
230

de Jeov receberam ordens de no fazerem planos para este mundo, inclusive casar e ter filhos.
Muitos abandonaram seus empregos, venderam suas casas e dedicaram-se a ir de porta em porta
vendendo literatura e propagando a seita.
O Adventismo do Stimo Dia (ASD) tambm se originou com falsas profecias sobre a volta de Jesus
Cristo. Tudo comeou com William Miller, que predisse que Cristo voltaria em 1843 (data que foi
revisada para 22 de outubro de 1844). Miller admitiu seu erro. No entanto, a profetisa do ASD, Ellen G.
White, que repetidas vezes endossara a profecia de Miller, insistiu que Cristo havia retornado de fato,
mas no para a terra. Em vez disso, Ele havia entrado no "santo dos santos" no cu, "para fazer
expiao por todos quantos se mostrassem merecedores dos seus benefcios."[4] Merecedores?
Muitas citaes podem ser fornecidas para provar que Ellen White ensinava a salvao pelas obras.
Eis aqui algumas:
Nossos atos, nossas palavras, at mesmo nossos motivos mais secretos, todos tm seu
peso na deciso de nossos destinos... embora... esquecidos por ns, nossas obras daro
seu testemunho de justificao ou condenao.[5]
Quando qualquer pessoa tiver pecados que permaneam no livro de registros, pelos quais
no se arrependeu e que no lhe foram perdoados, seus nomes sero apagados do livro
da vida...[6]
Cada um de vs deve... trabalhar com toda fora para redimir as falhas de sua vida
passada. Deus vos colocou num mundo de sofrimento para vos provar, a fim de ver se
sois dignos de receber o dom da vida eterna.[7]
Este ensino do "juzo investigativo" a doutrina fundamental e a principal heresia do Adventismo do
Stimo Dia: que a expiao de Cristo no foi completada na cruz, mas que comeou em 1844 no cu,
e depende de nossas obras. De acordo com Ellen White, o sangue de Cristo, ao invs de fazer
"expiao pela alma" (Lv 17.11) e de nos "purificar de todo o pecado" (1 Jo 1.7), levou o pecado ao
cu: "Nossos pecados foram, de fato, transferidos para o santurio celestial pelo sangue de Cristo".[8]
Assim Cristo tinha que comear a obra de purificar o santurio celestial (dos pecados que o Seu
sangue levara at l!) por meio do "juzo investigativo". Ellen White declarou que "ministros que no
aceitassem essa mensagem salvadora estariam impedindo a obra de Deus" e que "o sangue das
almas permanece sobre eles".[9] Os seguidores de William Miller que adotaram esse engano se
tornaram Adventistas do Stimo Dia.
Ellen White fez vrias profecias falsas: que "a antiga cidade de Jerusalm jamais seria
reconstruda",[10] que ela estaria viva por ocasio do Arrebatamento,[11] que Cristo iria retornar antes
da abolio da escravatura,[12] que os Adventistas que estivessem vivos em 1856 estariam vivos por
ocasio do Arrebatamento,[13] e muitas outras. No entanto, seus escritos so reverenciados como se
fossem parte da Escritura Sagrada. O dcimo stimo artigo das Crenas Fundamentais do Adventismo
do Stimo Dia afirma:
O Dom de Profecia: Um dos dons do Esprito Santo a profecia. Esse dom uma marca de
identificao do remanescente fiel da Igreja e foi manifestado no ministrio de Ellen G. White. Como
mensageira do Senhor, seus ensinos so uma fonte contnua e autorizada de verdade que suprem
igreja o consolo, a orientao, a instruo e a correo.

Profetas Modernos "Inexperientes"


Falsos profetas continuam entre ns e, muitas vezes, so vistos e ouvidos em programas de rdio e
televiso evanglicos. Por exemplo, l pelo fim de 1975, Kenneth Copeland profetizou: "Quando
chegar o ms de janeiro [de 1976], vocs vero mais do derramar da glria de Deus do que em toda a
histria do mundo... membros amputados sero reimplantados pelo poder de Deus...
instantaneamente... os cabelos de homens carecas crescero e formaro uma farta cabeleira... globos
oculares surgiro onde antes no existiam... Deus far com que o seu automvel... que faz quinze
quilmetros com um litro de combustvel, faa uma mdia de cem quilmetros por litro... o mesmo

231

velho carro!" Essas so apenas algumas das falsas profecias de Copeland, para no falar de suas
falsas doutrinas.
As falsas profecias e as "palavras de conhecimento" proferidas pelos associados de John Wimber e
suas Igrejas Vineyard (da Vinha) encheriam vrios volumes. O reavivamento das gargalhadas que se
originou em Toronto e sua ltima variao (que se espalha como fogo no capim seco) em Brownsville,
Pensacola (Flrida/EUA), produziu uma nova gerao de falsos profetas. A falta de cumprimento
desculpada com a idia de que os profetas de hoje so "diferentes" e erros so normais durante o
processo de aprendizado, at que os profetas ganhem experincia. Imagine Jeremias dizendo: "Eu
erro muitas vezes, mas estou melhorando"!
Benny Hinn o mais popular dos televangelistas/operadores de milagres de hoje, e muitas de suas
falsas profecias esto documentadas no livro The Confusing World of Benny Hinn (O Confuso Mundo
de Benny Hinn). Em 31 de dezembro de 1989, Benny Hinn disse: "O Senhor tambm est me dizendo
que por volta de 1994 ou 1995, mas no depois disso, Deus destruir por fogo a comunidade
homossexual americana... O Canad experimentar um poderoso reavivamento que comear na
Colmbia Britnica, na costa oeste... nos prximos trs anos." Basta uma falsa profecia para
estabelecer algum como falso profeta, e as de Benny Hinn so uma legio. Ele nem mesmo
consegue dar seu testemunho correto. No livrete PTL Family Devotions (Devoes Familiares PTL) ele
diz: "Eu fui salvo em Israel em 1968", mas numa mensagem de 1983, em Saint Louis, ele disse: "Foi
no Canad que eu nasci de novo, pouco depois de 1968". No entanto, no livro Bom Dia, Esprito Santo,
ele afirma ter-se convertido em 1972, durante seu ltimo ano no colegial. Mas ele abandonou a escola
antes de chegar ao terceiro colegial. Afinal, quando que ele foi salvo?

Obedincia Palavra
Por trs anos, noite e dia, Paulo chorou e advertiu os presbteros de feso da apostasia que se
aproximava e que alguns dentre eles seriam os seus lderes (At 20.29-31)! Como pequena nossa
preocupao com a condio espiritual da Igreja, quando comparada com a de Paulo! E qual foi o
remdio que ele ofereceu? No foi batalha espiritual, nem jejum e orao, mas obedincia a Deus e
Sua Palavra: "Agora vos encomendo ao Senhor e palavra da sua graa" (v. 32).
H um grande movimento que promove "orao e jejum em busca de reavivamento". Isso soa to bem!
Mas os lderes desse movimento se recusam a dar ouvidos Palavra de Deus, e promovem o
ecumenismo e as heresias! No precisamos desse tipo de reavivamento! Precisamos de
arrependimento por no obedecermos Palavra de Deus. Precisamos de reforma, no de
reavivamento! H ocasies em que orao e jejum so errados. Depois da derrota em Ai, Deus disse a
Josu que a orao era imprpria porque Israel tinha pecado (Js 7.10-13). Que tragdia experimentar
um "reavivamento" liderado por falsos profetas que promovem falsas doutrinas!
Nem todos os Adventistas do Stimo Dia abraam as heresias de Ellen G. White. Oremos para que os
lderes do Adventismo do Stimo Dia admitam as falsas profecias de Ellen White e se arrependam de
suas doutrinas erradas. Oremos para que lderes evanglicos enfrentem o fato de que suas fileiras
esto cheias de falsos profetas. Oremos por um grande clamor contra doutrinas antibblicas. Oremos
para que os lderes evanglicos de hoje corrijam fielmente os falsos profetas.
E que o restante de ns sejamos fiis em nossas pequenas esferas de influncia. Que Deus nos ajude
a amar a Sua Palavra, a meditar nela de dia e de noite, a obedec-la em nossa vida diria, e a
lutarmos firmemente contra a perverso dessa Palavra pelos falsos mestres e falsos profetas de
nossos dias. Que Sua Palavra seja de fato, nosso guarda e guia! (Dave Hunt, TBC 3/97, traduzido por
Carlos Osvaldo Pinto)

Notas:
1.
2.
3.
4.

History of the Church (vol. 2), 182; (vol. 5) 336.


"Millions Now Living Will Never Die", The Watchtower (15 de julho de 1924), 89.
The Watchtower, dezembro de 1941.
Ellen G. White, The Great Controversy, 480.
232

5. Ibid., 486-490.
6. Ibid., 483.
7. Ellen G. White, Testimonies for the Church (vol. 3), 530.
8. Ellen G. White, The Spirit of Prophecy (vol. 4), 266.
9. Ellen G. White, Early Writings, 234.
10. Ibid., 75.
11. Ibid., 15-16.
12. Ibid., 35, 276.
13. Ellen White, Testimonies, 131-132.
Publicado anteriormente na revista Notcias de Israel, novembro de 1997

233

"Porque os atributos invisveis de Deus, assim o seu eterno poder como tambm a sua prpria
divindade, claramente se reconhecem... Tais homens so por isso indesculpveis" (Rm 1.20).
Bilhes de pessoas ao redor do mundo assistiram cerimnia de abertura dos Jogos Olmpicos de
Inverno de 1994 e ouviram preocupaes sobre o meio ambiente sendo manifestadas nos discursos.
Atores e atrizes em vestimentas exticas representaram papis de tradicionais espritos da natureza
noruegueses, de diferentes formas e tamanhos, emergindo de sob a neve. Os locutores da TV
observaram displicentemente que os noruegueses no constrem sobre um terreno sem a aprovao
dos espritos da natureza que ali residem. Foi sugerido que o contato com tais entidades facilita as
decises ecolgicas corretas. O espiritismo/paganismo foi apresentado de forma favorvel a bilhes de
telespectadores!
O paganismo misturado com falso cristianismo (a religio da antiga Roma depois que ela se tornou
"crist" sob os papas) ser a nova religio mundial quando o Imprio Romano reviver mundialmente
sob o anticristo. Na verdade, a unidade poltica e religiosa mundial, que de alguma forma ter que
incluir 1 bilho de muulmanos, seria impossvel sem o desaparecimento repentino e assustador de
incontveis milhes de pessoas no arrebatamento. Isso, entretanto, no elimina a importncia da
apostasia e do movimento ecumnico na preparao das bases para a unificao mundial do
cristianismo e do paganismo.
A dupla ameaa do holocausto nuclear e do colapso ecolgico tambm ter um papel vital na
unificao do mundo para lutar pela sua prpria sobrevivncia. Mais de 30 Estados americanos j
adotaram leis implantando o ensino de questes ambientais nas escolas.
Por trs do movimento ecolgico est a teoria de que o ser humano produto de foras evolucionrias
inerentes ao Universo. Os humanistas cientficos consideram que essas foras so impessoais,
enquanto os pagos clssicos ou adeptos da Nova Era vem o mundo e o cosmo como uma
entidade/divindade viva, chamada de Me Natureza ou Gaia. Agora, cientistas de destaque e lderes
religiosos esto realizando reunies de alto nvel para buscar solues conjuntas para a restaurao e
preservao do planeta Terra.
Em 1985, o primeiro encontro do "Frum Global dos Lderes Espirituais e Parlamentares para a
Sobrevivncia Humana" reuniu lderes espirituais e polticos de cinco continentes e das cinco maiores
religies mundiais, para planejar a salvao ecolgica e a paz mundial. Eles declararam
conjuntamente: "Estamos entrando em uma era de cidadania global e de uma nova conscincia, que
transcendem todas as barreiras de raa e religio... garantindo o bem-estar e a paz." Devemos ficar
atentos quando o ser humano pensar ter alcanado "paz e segurana" (1 Ts 5.3)!

234

Esse pacto levou conferncia de 5 dias do "Frum Global" em 1988 em Oxford. Lderes religiosos e
polticos de 52 pases (acompanhados dessa vez por cientistas de destaque), reuniram-se para "unir
todas as religies com todas as orientaes polticas". Em uma "Declarao Final" conjunta, os
participantes da conferncia afirmaram: "Fomos levados a nos reunir por uma preocupao conjunta
pela sobrevivncia global, entendendo a unidade essencial da humanidade..."
O "Frum Global" de 1990 reuniu mais de 1.000 participantes de 83 pases. Realizado em Moscou, ele
foi co-patrocinado pelo primeiro Parlamento Sovitico livremente eleito, por todas as entidades
religiosas soviticas, pela Academia de Cincias da URSS e pela "Fundao pela Sobrevivncia e o
Progresso da Humanidade". Em seu discurso no plenrio, o ento senador americano Al Gore (depois
vice-presidente), um batista do Sul dos EUA, cujos escritos refletem sua crena na deusa-me Gaia,
declarou que os problemas ecolgicos somente podero ser solucionados atravs de uma "nova
espiritualidade" comum a todas as religies (a "nova" espiritualidade ecumnica de Gore paganismo
revivido). A "Declarao de Moscou", assinada pelos participantes, pedia a instituio de "um conselho
global de lderes espirituais" e a "criao de uma orao inter-religiosa... uma nova comunho com a
natureza..."
Essa crescente espiritualidade pag, com sua adorao criao ao invs do Criador (Rm 1.21-23),
ideal para unir a Cincia com todas as religies no-crists. Por exemplo, as conferncias do "Instituto
Isthmus", com sede em Dallas, atraem cientistas de destaque e lderes religiosos para discutir "Cincia
e espiritualidade". Normalmente realizadas no campus da Universidade do Texas, as conferncias
tpicas incluem discusses sobre os aspectos "espirituais" da ecologia e Gaia. Sua noo de
"espiritual" claramente pag/pantesta e no bblica.
O pago Carl Sagan (entrementes falecido. NR), adorador do cosmo, disse no "Frum Global" de
Moscou que a Terra deveria ser considerada "sagrada" para que houvesse um encorajamento a tratla com "cuidado e respeito" no porque Deus a fez, mas porque ela (Gaia) nos fez. Sagan, que
rejeitava o Deus bblico, dizia que deveramos "venerar o Sol e as estrelas". Esse neopantesmo
cientfico chamado de ecoteologia. Outro dos seus defensores, o professor Victor Ferkiss, diz que a
premissa bsica : "O Universo Deus".
O ateu Mikhail Gorbachev continua tendo grande influncia internacional. Sua "Fundao Gorbachev
nos EUA", que dispe de ricas dotaes, tm seus escritrios em Presidio (antiga base militar
americana), com vista para a ponte Golden Gate (San Francisco/Califrnia). Consultor envolvido no
fechamento de outras bases militares dos EUA, Gorbachev presidente da entidade de vigilncia
ecolgica "Cruz Verde Internacional", um fruto do "Frum Global", sediada em Haia. Ele diz que seu
maior objetivo "unir as naes... para estimular a nova conscincia ecolgica... devolvendo ao
homem a noo de ser parte da natureza."
Exigir do homem que ele se comporte como "parte da natureza", uma admisso de que ele no o .
As criaturas da natureza no precisam de tal exortao. Gorbachev disse que "o conflito com a
natureza fundamental para nossas tecnologias." Entretanto, impossvel que criaturas naturais
tenham conflito com a natureza. Rdios, TVs, automveis, avies, computadores, peras e a arte no
so naturais; do mesmo modo como no o so ambulncias, mdicos, hospitais e compaixo.
Se os evolucionistas acreditam na sua teoria, eles deveriam fechar todas as instalaes mdicas e
deixar que os fracos morressem naturalmente. O prolongamento da vida de tais pessoas atravs de
meios mdicos permite que elas passem seus defeitos para as geraes seguintes. Se a evoluo (a
nica viso permitida nas escolas) verdadeira, temos que parar de tentar encontrar a cura para a
AIDS, parar de tratar os que tm o vrus HIV e temos que deix-los morrer. Como a AIDS uma
molstia principalmente de homossexuais, essa deve ser a forma da natureza eliminar aqueles que
praticam o que inegavelmente sexo no-natural. De acordo com a "sobrevivncia dos mais aptos"
da natureza, quanto antes morrerem os que tm deficincias, melhor para a nossa espcie!
Se a interrupo de qualquer assistncia aos doentes, de modo que somente os "mais aptos
sobrevivam", parece spera, culpe a natureza. Essa a sua maneira. No h nada mais natural do
que doena, dor, morte e as calamidades conhecidas como "catstrofes naturais" (furaces,
terremotos, relmpagos, secas e fomes, para citar algumas). Gaia ou "a me natureza" tudo, menos
bondosa. A tentativa dos evolucionistas de ter as duas coisas rejeitando um Criador pessoal, mas
235

insistindo na moral e compaixo que no podem vir da natureza desmascara a mentira que est
sendo ensinada como fato nas escolas.
Os animais no se preocupam em ajudar seus semelhantes, mesmo diante da morte. Se fssemos um
produto natural da evoluo, aceitaramos a morte como um processo natural. Depois que o leo
derruba sua vtima, a manada faz uma pausa na fuga e comea a pastar enquanto ele come sua presa
nas proximidades. Em contraste, o homem pranteia seus semelhantes (Gn 21.16; 23.2; 1 Rs 13.29) e
sente dio interior da prpria morte. O homem compreende que a morte no a maneira como as
coisas deveriam ser, mas que se trata de um inimigo que invadiu nossas vidas. Somente Cristo destri
a morte (1 Co 15.51-57; Hb 2.14-15), diante da qual a Cincia e a religio no tm esperana real (1
Ts 4.13).
Se a evoluo fosse verdadeira e abraar as rvores fizesse qualquer sentido, o que quer que o
homem fizesse, desde assaltos, a assassinatos e guerras seriam atos naturais. A polcia, os juizados,
as prises e as acusaes criminais teriam que ser eliminadas. Os animais, o vento e o mar, a
gravidade e os relmpagos no agem de forma moral nem imoral, mas natural e a mesma coisa seria
verdadeira para o homem. Se no errado para um vulco (a natureza no tem moral) expelir gases
venenosos, tambm no errado que fbricas ou aerossis feitos pelo homem faam o mesmo.
Tambm no pode haver qualquer reclamao se os madeireiros matam as corujas e os caadores de
baleias as exterminam. Destruindo criaturas que esto no seu caminho, o homem, como o predador
final, estaria somente cumprindo seu objetivo evolucionrio como a espcie "mais apta" a "sobreviver"
custa das outras.
A lgica honesta desacredita a teoria evolucionria por trs de grande parte do movimento ecolgico.
Nenhuma fora natural impessoal poderia projetar e produzir uma nica clula, muito menos o crebro.
Somente o Deus da Bblia poderia ter trazido existncia o homem moral. Portanto, a soluo para os
problemas do homem no viver em harmonia com a natureza, como nos est sendo dito, mas em ser
reconciliado com o Deus que o fez (2 Co 5.18-20; Cl 1.21) e na submisso Sua vontade. Essa
verdade comprometida pelos evanglicos que se unem ao movimento ecolgico dirigido pelos
adoradores pagos de Gaia e pelos defensores da evoluo!
Em 1991, a entidade "Evanglicos pela Ao Social" (cujo diretor executivo Ron Sider) ajudou a
organizar um encontro de cientistas e lderes religiosos para discutir a salvao do meio ambiente.
Entre os participantes evanglicos entusiasmados em se juntar a um movimento pago estavam o
presidente da "Viso Mundial" e o presidente do "Seminrio Teolgico Asbury". Em maio de 1992,
lderes evanglicos voltaram a participar de uma coalizo de Cincia e religio promovida pelo "Apelo
Conjunto da Religio e Cincia pelo Meio Ambiente".
O "Apelo Conjunto" tem sede na mpia Catedral Episcopal de So Joo, o Divino, um bastio do
engano da Nova Era/ecumnico/anticristo. Seu blasfemo deo, James Parks Morton, declara que "o
corpo de Cristo a Terra..." Do encontro de maio de 1992 resultou um consrcio do meio ambiente
formado pela "Conferncia Catlica Americana", pelo "Conselho Nacional de Igrejas dos EUA", pela
"Rede Ecolgica Evanglica dos EUA" e pela "Consulta de Vida Judaica e o Meio Ambiente nos EUA".
Fundado em 1993 pelo vice-presidente Al Gore, a "Aliana Nacional Religiosa pelo Meio Ambiente",
que tambm tem sede na Catedral de So Joo, o Divino, distribuiu dezenas de milhares de pacotes
contendo oraes, idias para sermes e lies de escola dominical de orientao ecolgica a
congregaes catlicas, protestantes, judaicas e evanglicas por todos os EUA. Seu diretor est
convicto de que a crise ecolgica vai transformar "o que significar ser religioso no sculo 21". Alm da
"Viso Mundial", outras organizaes evanglicas envolvidas so a "Inter-Varsity" e a "Associao
Nacional de Evanglicos dos EUA".
Thomas Perry, um padre catlico, diz que a crise ecolgica exige "um novo senso do que significa ser
humano e uma nova histria sobre como as coisas vieram a existir" (um Gnesis revisado). A nfase
tem que ser deslocada de um cu possvel para o cuidado com a Terra, e a tica e a moral tm que
envolver os direitos do mundo natural. Larry Rasmussen, professor do "Seminrio Teolgico Union",
pede uma "f bio-espiritual" em que o homem parte da ordem natural das coisas "sem direito
especial sobre os recursos e sem direito especial ao amor de Deus."

236

Tal insensatez pag est ganhando mais e mais adeptos entre os evanglicos, que agora dizem que a
ordem de pregar o Evangelho, dada por Jesus, inclui a salvao do meio ambiente... Desse modo, os
cristos formam alianas comprometedoras com os mpios e gastam seu tempo e seus esforos
cuidando do mundo temporal, ao invs de prepararem as almas para a Eternidade.
Sim, devemos ser prudentes guardadores do meio ambiente que Deus nos confiou. Mesmo assim,
muitas das advertncias sobre exploso populacional e buracos na camada de oznio, etc. so
exageros alarmistas destinados a promover solues humanistas. Algumas dessas teorias so
altamente questionveis. At 1977, a Academia de Cincias dos EUA advertia a respeito de uma
vindoura era glacial. Agora ouvimos advertncias sobre o aquecimento global. Alm do mais, a maior
parte dos problemas devida corrupo de governos mpios, os quais Cristo nunca pediu que
reformssemos.
Esta velha criao est sob o juzo de Deus e no ser salva dele, mas tm sido "entesourada" (ou
seja, reservada) para a destruio pelo fogo (2 Pe 3.7-12). Tudo vai ser destrudo e Deus far "novos
cus e nova terra" (v. 13). Temos que viver para aquele estado eterno e advertir aos homens que
somente os salvos pela obra redentora de Cristo na cruz habitaro Seu novo Universo perfeito. (Dave
Hunt, TBC 3/94)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite (6/94).

237

"No queremos, porm, irmos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para no vos
entristecerdes como os demais, que no tm esperana. Pois, se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, assim tambm Deus, mediante Jesus, trar, em sua companhia, os que dormem. Ora,
ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: ns, os vivos, os que ficarmos at vinda do
Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua
palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descer dos cus, e os
mortos em Cristo ressuscitaro primeiro; depois, ns, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados
juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para
sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4.13-18).

Primeira certeza: os mortos no esto mortos


"Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim tambm Deus, mediante Jesus, trar, em sua
companhia, os que dormem" (v.14). Esta certeza consiste em trs partes:
a) No Novo Testamento, a ressurreio se refere principalmente ao corpo
O "dormir" dos crentes ou a expresso "os que dormem" dizem respeito aos corpos dos cristos (At
13.36-37; Rm 8.10-11,23; 1 Co 15.35-46). A Bblia no ensina o "sono" da alma! Por exemplo, o
homem rico e Lzaro, depois que morreram, estavam respectivamente no reino dos mortos (hades) e
no paraso, mas absolutamente conscientes (Lc 16.19-31).
O corpo, que deixamos por ocasio da morte, "dorme"; mas o esprito do crente sua personalidade,
seu ser, sua conscincia encontra-se com Cristo a partir do momento da morte. O apstolo Paulo
estava totalmente convicto dessa realidade, motivo porque escreveu: "...tendo o desejo de partir e
estar com Cristo, o que incomparavelmente melhor" (Fp 1.23).
Quando os saduceus discutiram com Jesus acerca da ressurreio dos mortos, Ele lhes disse: "E,
quanto ressurreio dos mortos, no tendes lido o que Deus vos declarou (x 3.6): Eu sou o Deus de
Abrao, o Deus de Isaque e o Deus de Jac? Ele no Deus de mortos, e sim de vivos" (Mt 22.31-32).
O Senhor Jesus Cristo diz: "Eu sou a ressurreio e a vida. Quem cr em mim, ainda que morra,
viver; e todo o que vive e cr em mim no morrer, eternamente..." (Jo 11.25-26). Em Joo 8.51 Ele
tambm acentua: "...se algum guardar a minha palavra, no ver a morte, eternamente." Se bem que
o corpo adormece, o esprito daquele que cr em Jesus continua vivendo.
Em 2 Corntios 5.8 est escrito que "deixar o corpo" significa ao mesmo tempo "habitar com o Senhor".
Em outras palavras: assim que deixamos o corpo estamos com Cristo.
Romanos 8.10 se refere a uma verdade espiritual que j aconteceu, mas por outro lado essa verdade
tambm se aplica ao futuro aps a morte: "Se, porm, Cristo est em vs, o corpo, na verdade, est
morto por causa do pecado, mas o esprito vida, por causa da justia."

238

Em 1 Tessalonicenses 4.16 lemos acerca dos "mortos em Cristo". Uma vez que Jesus ressuscitou e
vive, tambm vivem todos os que dormiram nEle. Espiritualmente eles esto em Cristo e vivem com
Cristo ("Pois a nossa ptria est nos cus" (Fp 3.20), fisicamente eles sero ressuscitados.
b) A esperana de estar com Cristo
Mas a realidade ainda mais maravilhosa, e isso tambm faz parte da certeza da salvao e do
arrebatamento. Como cristos, no dizemos por acaso: "O Senhor levou tal irmo ou tal irm".
Realmente verdade que um cristo buscado por Jesus, enquanto um no-crente levado pela
morte. A Igreja de Jesus no ver a morte: "No queremos, porm, irmos, que sejais ignorantes com
respeito aos que dormem, para no vos entristecerdes como os demais, que no tm esperana" (1 Ts
4.13). Os outros esto fora (v.12), no esto em Cristo!
O versculo 14 trata dos que dormem em Jesus: "Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou,
assim tambm Deus, mediante Jesus, trar, em sua companhia, os que dormem." Isso fica mais claro
na Edio Revista e Corrigida: "Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim tambm
aos que em Jesus dormem Deus os tornar a trazer com ele". Os cristos que morreram foram postos
para dormir por Jesus, assim como uma me ou um pai pem seus filhos para dormir noite. Isso
significa na prtica: quando um crente morre, ele buscado por Jesus, e assim no ver a morte.
Estou convicto de que o Senhor est presente na morte de cada um de Seus filhos, para lev-los para
junto de Si.
c) A garantia de que os mortos viro com Cristo
A promessa de que Deus, "mediante Jesus, trar, em sua companhia, os que dormem" uma
afirmao revolucionria. importante observar que no est escrito: "trar para Ele", mas "trar, em
sua companhia", ou seja, "trar com Ele". O prprio Senhor comunica ao apstolo e assim a toda a
Igreja que os mortos em Cristo no sero prejudicados de modo algum, mas que at tero a
primazia.
Quando voltar, Jesus trar consigo os que morreram nEle, pois eles j esto com Ele (1 Ts 4.14-15), e
ressuscitar seus corpos mortos em primeiro lugar (v.16). Somente depois disso acontecer a
transformao dos crentes ainda vivos, e ento eles sero arrebatados juntos ao encontro do Senhor
(v.17).
Examinemos o versculo 14 em duas outras verses:
"Visto que ns cremos que Jesus morreu e depois voltou vida, podemos tambm crer que, quando
Jesus voltar, Deus trar de volta com Ele todos os cristos que j morreram" (A Bblia Viva).
"Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim tambm aos que em Jesus dormem Deus
os tornar a trazer com ele" (Edio Revista e Corrigida).
Portanto, isso significa simplesmente que os trazidos com Jesus em Sua vinda so os espritos sem
corpo dos que morreram em Cristo. Primeiro, seus corpos sero ressuscitados e juntados aos
espritos. Depois os crentes vivos sero transformados e toda a Igreja ser levada para o cu com
Jesus.
O fundamento dessa esperana de ressurreio foi criado exclusivamente por Jesus atravs da Sua
morte e ressurreio. Disso consiste a fora e o poder da ressurreio. Agora, o que importa se
cremos na Sua morte e ressurreio (v.14). Certa vez Jesus perguntou aos Seus discpulos: "Quem
dizeis (ou crdes) que eu sou?" (Mt 16.15). Ento Pedro deu a nica resposta certa: "Tu s o Cristo, o
Filho do Deus vivo" (v.16). Na sua opinio, quem Jesus?

Segunda certeza: o Senhor voltar pessoalmente


"Porquanto o Senhor mesmo... descer dos cus..."(1 Ts 4.16). A ressurreio/o arrebatamento ser o
momento em que o Senhor Jesus deixar Seu trono no cu e vir pessoalmente ao encontro da Sua
239

Igreja a fim de lev-la para a casa do Pai. Assim como um noivo vai ao encontro da sua noiva, o
Salvador vir ao encontro dos que comprou pelo Seu sangue e os conduzir para Sua glria.
O Senhor no enviar um anjo ou qualquer outro emissrio para fazer isso, Ele vir pessoalmente.
Ento se cumprir literalmente a promessa de Joo 14.3: "E, quando eu for e vos preparar lugar,
voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vs tambm." Assim como
Ele em pessoa nos salvou e morreu na cruz por ns, assim como Ele mesmo foi preparar-nos lugar
Ele voltar pessoalmente para buscar-nos para Si, para que estejamos onde Ele est. Em inmeras
passagens do Novo Testamento somos conclamados a esperar a volta de Jesus a qualquer momento
(por exemplo, em 1 Co 11.26; 1 Ts 1.10; Hb 10.37).

Terceira certeza: a palavra de ordem


"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus, descer dos cus, e os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro" (1 Ts 4.16). A
Edio Revista e Corrigida diz: "Porque o mesmo Senhor descer do cu com alarido e com voz de
arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitaro primeiro". Segundo
meu entendimento, o prprio Senhor dar esta palavra de ordem, pois Ele o Soberano a quem todos
os exrcitos celestiais obedecem. Isso indicado nas seguintes passagens:
"Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e j chegou, em que todos os mortos ouviro a voz
do Filho de Deus; e os que a ouvirem vivero" (Jo 5.25). Jesus, o Bom Pastor, tambm disse: "As
minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheo, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna;
jamais perecero, e ningum as arrebatar da minha mo" (Jo 10.27-28). Voc j uma ovelha do
rebanho de Jesus? A resposta a essa pergunta tem importncia decisiva em relao eternidade.
Voc j tem um relacionamento pessoal com Jesus, por t-lO recebido em sua vida (Jo 1.12)? Voc
pode dizer com certeza que um filho de Deus? Se no o pode, pedimos que voc d esse passo
decisivo ainda hoje!
Quando o Senhor Jesus ressuscitou a Lzaro, lemos que Ele clamou dando uma ordem: "...(Jesus)
clamou em alta voz: Lzaro, vem para fora!" (Jo 11.43). Devemos imaginar o seguinte: no decorrer dos
tempos, milhes de pessoas crentes no Senhor Jesus dormiram, ou seja, faleceram. A chega a hora
do arrebatamento. O Senhor se levanta do Seu trono e clama: "Vem para fora!" Ento as sepulturas se
abriro, e nenhum dos que foram comprados pelo Seu sangue ficar para trs. No importa se seus
corpos foram queimados, se morreram contaminados por radiao nuclear ou se esto nas
profundezas dos mares Ele o Criador, Ele os ressuscitar e os conduzir ao encontro de seus
espritos/almas.
No Salmo 33.9 est escrito acerca dEle, o Filho do Altssimo: "Pois ele falou, e tudo se fez; ele
ordenou, e tudo passou a existir" (compare tambm Is 55.4).
Essa "palavra de ordem" do Senhor vem da linguagem militar. Ela semelhante voz de comando de
um general que chama suas tropas para o combate. Por ocasio do arrebatamento, o General celestial
dar ordem s tropas que lutam por Ele, que deveriam estar revestidas de toda a armadura espiritual
(Ef 6.11ss), para que deixem o campo de batalha sobre a terra e venham com Ele para a Sua glria.

Quarta certeza: a voz do arcanjo


"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus, descer dos cus, e os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro" (1 Ts 4.16). A
designao "arcanjo" se aplica a apenas um anjo na Bblia, isto , a Miguel: "Contudo, o arcanjo
Miguel..." (Jd 9). Miguel significa "Quem como Deus?" Este anjo um dos mais importantes em
hierarquia (Dn 10.13).
No tempo de Daniel, Miguel lutou contra um prncipe dos demnios no mundo celestial e veio ajudar
Gabriel, para que este pudesse confirmar a Daniel que suas oraes haviam sido atendidas (Dn 10.1214 e 21). Anteriormente este arcanjo tambm lutou com Satans pelo corpo de Moiss: "Contudo, o
arcanjo Miguel, quando contendia com o Diabo e disputava a respeito do corpo de Moiss, no se
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atreveu a proferir juzo difamatrio contra ele; pelo contrrio, disse: O Senhor te repreenda!" (Jd 9). No
final, Miguel e seus exrcitos de anjos lutaro contra os exrcitos de demnios de Satans, os
vencero e lanaro sobre a terra para que no tenham mais acesso ao cu (Ap 12.7-9).
Por que se ouvir a voz do arcanjo Miguel no momento do arrebatamento? Por que e para que ele
levantar a sua voz aps a palavra de ordem do Senhor para o arrebatamento? A chave ou a
resposta para isso est nas significativas palavras do arcanjo Gabriel ao judeu Daniel: "Mas eu te
declararei o que est expresso na escritura da verdade; e ningum h que esteja ao meu lado contra
aqueles, a no ser Miguel, vosso prncipe" (Dn 10.21). Este arcanjo intervm de modo especial em
favor do povo de Israel: "Nesse tempo, se levantar Miguel, o grande prncipe, o defensor dos filhos do
teu povo..." (Dn 12.1).
Devemos lembrar que no momento em que o Senhor Jesus Cristo der a ordem para a ressurreio e
para o arrebatamento da Sua Igreja, a dispensao da graa terminar. Ento o "corpo de Cristo"
estar completo, ento o Pentecoste em sentido inverso (a retirada do Esprito Santo) acontecer e a
Igreja ser levada para o cu.
Depois disso ser restabelecida novamente uma espcie de "situao do Antigo Testamento" a
conexo entre a 69 e a 70 semana de anos de Daniel. Lembremo-nos apenas do quinto selo e
daqueles na Grande Tribulao "...que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa
do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: At quando, Soberano Senhor,
santo e verdadeiro, no julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (Ap 6.910). Conforme meu entendimento, estes no pertencem Igreja, pois verdadeiros discpulos de Jesus
no pedem vingana. Pelo contrrio. Ao morrer apedrejado pelos fariseus e escribas, Estevo clamou:
Senhor Jesus, recebe o meu esprito! Ento, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, no lhes
imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu" (At 7.59-60). Quanto s condies tpicas do
Antigo Testamento durante a Grande Tribulao, lembremos tambm das duas testemunhas, que
faro milagres, feriro a terra com toda sorte de flagelos e faro sair fogo das suas bocas para devorar
os inimigos (Ap 11.3-6; compare tambm Lc 9.54-55).
A Igreja de Jesus era um mistrio, ela foi inserida por Deus entre a 69 e a 70 semana de anos de
Daniel. Depois que ela for arrebatada, comear a 70 semana de anos (ligada 69 semana) de
Daniel 9. Enquanto a Igreja estiver na casa do Pai celestial, o mundo e Israel entraro na Grande
Tribulao. Assim, o povo judeu passar outra vez inteiramente para o centro da ao de Deus. Por
isso o prncipe anglico de Israel entrar novamente em ao (como no caso de Daniel), e levantar a
sua voz. Para qu? Em favor do povo de Israel: "Nesse tempo, se levantar Miguel, o grande prncipe,
o defensor dos filhos do teu povo, e haver tempo de angstia, qual nunca houve, desde que houve
nao at quele tempo; mas, naquele tempo, ser salvo o teu povo, todo aquele que for achado
inscrito no livro" (Dn 12.1). "Naquele tempo" significa: quando a Igreja tiver sido arrebatada, o anticristo
tiver aparecido e a Grande Tribulao tiver comeado, o arcanjo Miguel intervir em favor do povo de
Israel, pois ento comear a salvao do remanescente de Israel: "Muitos dos que dormem no p da
terra ressuscitaro, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno. Os que forem
sbios, pois, resplandecero como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem justia,
como as estrelas, sempre e eternamente. Tu, porm, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, at ao
tempo do fim; muitos o esquadrinharo, e o saber se multiplicar... Muitos sero purificados,
embranquecidos e provados; mas os perversos procedero perversamente, e nenhum deles
entender, mas os sbios entendero" (Dn 12.2-4 e 10). A voz do arcanjo em geral tambm
entendida como uma chamada coletiva de reunio e recolhimento dos santos do Antigo Testamento.
Atualmente muitos israelitas j chegaram ao conhecimento mais elevado que existe: eles creram em
Jesus Cristo, o seu Messias! E o prprio Senhor acrescenta sempre mais judeus Sua Igreja, como se
conclui pelo seguinte relato:
(...) Cinco pessoas foram batizadas em outubro. Shalom e Ora, um jovem casal
israelense, e duas filhas converteram-se atravs de sua vizinha, que freqenta
regularmente a igreja. " algo especial", escreve John Pex, "quando jovens judeus
reconhecem o seu Messias principalmente quando um casal se converte e batizado".

241

(...) A loja da Sociedade Bblica em Tel Aviv est muito bem localizada e visitada por
muitos israelenses. Andy Ball, seu diretor, relata o exemplo de uma mulher ortodoxa que
comprou um Novo Testamento na loja: ela queria conhecer a f crist em primeira mo.
Uma funcionria do governo queria um Antigo Testamento em rabe para outra pessoa e
nessa oportunidade comprou um Novo Testamento para si prpria. A loja bblica tambm
abastece outras casas de comrcio, universidades e hotis com Novos Testamentos, livros
e artigos cristos... (Amzi 3/98)
Ao profeta Daniel foi ordenado: "Tu, porm, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, at ao tempo do
fim; muitos o esquadrinharo, e o saber se multiplicar." Que tipo de saber se multiplicar? Resposta:
cada vez mais judeus reconhecero que Jesus o Messias. J observamos o incio disso hoje em dia.
O nmero de membros das igreja judaico-messinicas multiplicou-se por 10 nos ltimos 30 anos!
Mas, voltando voz do arcanjo: podemos imaginar que Miguel acompanhar o Senhor quando Ele vier
buscar a Sua Igreja. A Bblia Viva diz: "Pois o prprio Senhor descer do cu com um potente clamor,
com o vibrante brado do arcanjo e com o vigoroso toque de trombeta de Deus" (1 Ts 4.16).
Evidentemente o Senhor no teria necessidade desse acompanhamento, mas parece que o arcanjo
Miguel o guerreiro que atua nos ares contra Satans (Daniel 10), e como Israel ter entrado em cena
novamente, o arcanjo intervir lutando em favor do povo da aliana de Deus.
O arrebatamento da Igreja de Jesus (toda pessoa salva, seja judeu ou gentio, ser retirada da terra)
provocar um golpe repentino, dramtico e inimaginvel na histria da humanidade que ficar para
trs. Esse acontecimento revolucionrio desencadear uma srie de outros acontecimentos
subseqentes. Queremos destacar um deles:
Em Israel irromper um avivamento
Romanos 11.25 diz de maneira bem clara: "Porque no quero, irmos, que ignoreis este mistrio (para
que no sejais presumidos em vs mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, at que haja
entrado a plenitude dos gentios (na Igreja de Jesus)." Quando a plenitude dos gentios (das naes)
tiver entrado no "corpo de Cristo", ele ser levado para o cu. A terminar o endurecimento de Israel,
sua cegueira acabar.
Ento muitos judeus chegaro ao saber de Daniel 12.4, entendendo que o Senhor Jesus o seu
Messias. muito provvel que nos dias aps o arrebatamento milhares e milhares de judeus se
convertero a Jesus, semelhana do que aconteceu no comeo da Igreja no livro de Atos. Ento
brotar e nascer a semente do Evangelho espalhada oralmente e de forma impressa pelos judeus
messinicos, que nesse tempo tambm tero sido arrebatados. Os que ficarem para trs, familiares,
amigos, colegas, etc., procuraro Bblias, livros e outras publicaes crists deixadas pelos
arrebatados. Eles se lembraro daquilo que leram e ouviram, de comentrios bblicos e pregaes
sobre a esperana pelo Messias. Essa esperana j germina atualmente no corao de muitos judeus.
Depois do arrebatamento aparecero tambm os 144.000 selados de Israel (Ap 7.4-8) e as duas
testemunhas (Ap 11.3ss). Cada vez mais judeus se convertero e levaro o Evangelho ao seu prprio
povo e aos gentios. Nisto os judeus tero uma grande vantagem, pelo fato de terem sido espalhados
por todo o mundo e dominarem muitas lnguas diferentes.
Mas, para sermos exatos, devemos dizer tambm que nem todos os judeus se convertero. Muitos,
especialmente os ligados ao governo, faro a aliana com o anticristo, isto , com o lder romano
[europeu] (Dn 9.26-27; Ap 13.1; Is 28.14-16). Quando fala desse tempo, tambm Daniel diz que muitos
sero purificados (converter-se-o), mas muitos permanecero mpios; que muitos entendero, mas
muitos outros no entendero (Dn 12.10). Apenas um remanescente ser salvo, como se v
claramente em outras passagens das Escrituras (por exemplo, em Rm 9.27; Ez 20.33-38). Mas atrs
de todo esse remanescente crente se colocar o arcanjo Miguel como prncipe de Israel. No
arrebatamento ele levantar a sua voz, porque ter chegado sua hora para agir em favor do
remanescente de Israel.

242

Como vimos, em nossos dias muitos israelitas esto crendo no seu Messias, em Jesus Cristo. Ser
que o Senhor est preparando o Seu povo para o arrebatamento e a Grande Tribulao? Ser que Ele
o faz porque a hora j est muito adiantada?

Quinta certeza: a trombeta de Deus


"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus, descer dos cus, e os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro" (1 Ts 4.16). A
trombeta de Deus aqui mencionada a mesma de 1 Corntios 15.52: "...num momento, num abrir e
fechar de olhos, ao ressoar da ltima trombeta. A trombeta soar, os mortos ressuscitaro
incorruptveis, e ns seremos transformados." Esta trombeta de Deus chamar todos os santos de
todos os tempos para a casa do Pai.
Por que ela chamada de "ltima trombeta"? Porque ento a dispensao da graa chegar ao fim. A
dispensao da anunciao do Evangelho da graa comeou com uma "trombeta" e terminar com
uma trombeta. Por que ela comeou com uma "trombeta"? Porque podemos dizer que a pregao do
Evangelho "repercutiu", "ressoou" ou foi "trombeteada". Por exemplo, a frase: "Porque de vs
repercutiu a palavra do Senhor..." (1 Ts 1.8), significa literalmente: "porque vocs trombetearam a
palavra do Senhor". Em Romanos 10.18 est escrito: "Mas pergunto: Porventura, no ouviram? Sim,
por certo: Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, at aos confins do mundo."
A trombeta do Evangelho conclamando para a salvao em Jesus Cristo ressoou por quase dois mil
anos. Em breve se ouvir a ltima trombeta, o Evangelho deixar de ser pregado, a dispensao da
graa chegar ao fim e a Igreja estar concluda, a sua plenitude ter sido alcanada. A Igreja ser
chamada para subir casa do Pai.
Em que ser que pensaram os tessalonicences, que em grande parte eram judeus, quando Paulo
escreveu sobre a trombeta? O Apocalipse ainda no existia, portanto eles ainda no sabiam nada
sobre as sete trombetas de juzo ali descritas. Por isso, certamente eles pensaram na trombeta da
salvao de Nmeros 10.2-10. Nesse trecho do Antigo Testamento so mencionadas duas trombetas
que eram tocadas em certas ocasies. A ordem de Deus dizia: "Faze duas trombetas de prata; de obra
batida as fars; servir-te-o para convocares a congregao e para a partida dos arraiais" (Nm 10.2).
Por um lado, portanto, estas trombetas de prata eram tocadas para convocar, chamar, juntar e reunir, e
por outro lado para levantar acampamento e partir. Isso no tem sentido proftico? Convocao
(chamamento) = pregao do Evangelho para vir a Jesus ("muitos so chamados..."), at que a
plenitude estiver reunida. Partida = ressurreio/arrebatamento para a casa do Pai.
interessante verificar que essas trombetas deviam ser confeccionadas de prata. Que prata era usada
para essa finalidade? O siclo de prata do resgate [salvao] (x 30.12-13). Esses siclos eram dados
como pagamento de resgate pela vida dos israelitas, para que no houvesse entre eles nenhuma
praga. Isso tambm nos faz lembrar das 30 moedas de prata que foram pagas pela priso do Senhor
Jesus, que obteve a nossa salvao na cruz.
As diferentes maneiras de tocar as trombetas significavam, entre outras coisas, o seguinte:
a) Quando as duas trombetas eram tocadas de maneira normal, isso servia para o chamamento e
ajuntamento de toda a congregao na porta da tenda da congregao (Nm 10.3) = um chamamento
para salvao.
b) Quando as trombetas eram tocadas a rebate, fortemente, como "sinal de alarme", isso indicava a
ordem para partir. O ltimo toque da trombeta era o sinal para juntar os pertences e partir = uma
maravilhosa ilustrao do arrebatamento.
Agora ainda ressoa a trombeta do Evangelho para chamamento e ajuntamento. Mas quando for tocada
a ltima trombeta de Deus como "sinal de alarme" para o arrebatamento, ao mesmo tempo isto ser
um sinal para o ajuntamento de Israel, porque ento ter chegado o tempo do seu salvamento. o que
se conclui de Nmeros 10.9: "Quando, na vossa terra, sairdes a pelejar contra os opressores que vos
apertam, tambm tocareis as trombetas a rebate, e perante o SENHOR, vosso Deus, haver
lembrana de vs, e sereis salvos de vossos inimigos."
243

Depois do arrebatamento vir o opressor, o anticristo, mas o Senhor se lembrar de Israel e no final
salvar o Seu povo. Isaas 27.12-13 anuncia isso de maneira muito bonita: "Naquele dia, em que o
SENHOR debulhar o seu cereal desde o Eufrates at ao ribeiro do Egito; e vs, filhos de Israel,
sereis colhidos um a um. Naquele dia, se tocar uma grande trombeta, e os que andavam perdidos
pela terra da Assria e os que forem desterrados para a terra do Egito tornaro a vir e adoraro ao
SENHOR no monte santo de Jerusalm."
Pelos motivos j mencionados e os que vamos acrescentar, a trombeta de Deus para o arrebatamento,
segundo o meu entendimento, no equivale s sete trombetas do Apocalipse (captulos 8-11).
A trombeta de Deus para o arrebatamento anuncia a concluso da era da graa. Trata-se da
trombeta da salvao. No seu som temos a salvao, o perdo e a vitria do Evangelho. Ela ressoa
principalmente para a Igreja, mas tambm para Israel, no sentido de que ento o remanescente ser
reunido.
As trombetas tocadas pelos anjos em Apocalipse, entretanto, so todas trombetas de juzo sobre o
mundo das naes que rejeitou a Cristo. Alm disso, os vinte e quatro ancios (a Igreja, veja Ap 4.911) j se encontram no cu por ocasio da stima trombeta e anunciam a volta de Jesus e Seu reino
(Ap 11.15-17ss).
muito interessante observar que outras tradues de 1 Tesalonisences 4.16, por exemplo a Edio
Corrigida e Revisada, dizem: "...Porque o mesmo Senhor descer do cu... com a trombeta de
Deus...". Isto quer dizer que o prprio Senhor como Sumo Sacerdote da Sua Igreja tocar a
trombeta, porque ela estar na Sua mo. Ele mesmo chamar os Seus para casa. Ele mesmo dar a
ordem e o sinal para a retirada da Sua Igreja. Segundo o meu entendimento, isso tambm o mais
provvel, pois a trombeta chamada de "trombeta de Deus", e Jesus Cristo Deus (Tt 2.13; 1 Jo
5.20). Por que no seria o Salvador que haveria de chamar os Seus salvos? Alis, no Antigo
Testamento apenas os sacerdotes podiam tocar as trombetas. E Jesus o Sumo Sacerdote, no um
anjo qualquer. As sete trombetas de juzo (Ap 8.6-9,12; 11.15) so empunhadas e tocadas por anjos.
Por isso, deve haver uma diferena entre a trombeta do arrebatamento e as sete trombetas de juzo.

Sexta certeza: ressurreio e arrebatamento


"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus, descer dos cus, e os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro; depois, ns, os
vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do
Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor" (1 Ts 4.16-17). No se trata aqui de
uma ressurreio geral. Somente os mortos em Cristo e os vivos em Cristo sero ressuscitados ou
transformados. Todos os demais mortos permanecero nas suas sepulturas at o dia do juzo final. O
que descrito aqui uma ressurreio seletiva dentre os mortos e realmente diz respeito somente
queles que esto em Cristo.
Em Joo 5.28-29 o Senhor mencionou duas diferentes ressurreies: "No vos maravilheis disto,
porque vem a hora em que todos os que se acham nos tmulos ouviro a sua voz e sairo: os que
tiverem feito o bem, para a ressurreio da vida; os que tiverem praticado o mal, para a ressurreio
do juzo." E quando Jesus desceu do monte com Seus discpulos depois da Sua transfigurao, Ele
lhes disse algo que muito os admirou e que at ento eles ainda no tinham ouvido. Trata-se de uma
expresso totalmente nova em relao ao arrebatamento: "Ao descerem do monte, ordenou-lhes
Jesus que no divulgassem as coisas que tinham visto, at o dia em que o Filho do Homem
ressuscitasse dentre os mortos. Eles guardaram a recomendao, perguntando uns aos outros que
seria o ressuscitar dentre os mortos?" (Mc 9.9-10).
Jesus foi o primeiro que ressuscitou dentre os mortos (At 26.23; Cl 1.18; 1 Co 15.20). Tambm 1
Corntios 15.23 fala disso: "Cada um, porm, por sua prpria ordem: Cristo, as primcias; depois, os
que so de Cristo, na sua vinda." Esta afirmao, em conexo com 1 Tessalonicences 4.16, explica
que todos os que esto em Cristo ressuscitaro dentre os mortos. Esta a chamada "primeira
ressurreio" (Ap 20.5-6). As outras pessoas, as que no estavam em Jesus, que no pertenciam a
Ele pela f salvadora e, assim, no tinham um relacionamento pessoal com Ele, sero ressuscitadas
mil anos mais tarde e ento iro para o inferno (Ap 20.11-15).
244

Na primeira ressurreio/arrebatamento o Senhor Jesus deixar o Seu trono e, vindo do cu (da casa
do Pai), aparecer nos ares (1 Ts 4.17). Ele no vir de maneira visvel sobre a terra, mas
permanecer na atmosfera superior. Os espritos/almas dos que dormiram nEle O acompanharo,
como provavelmente tambm o arcanjo Miguel. Ento sero ressuscitados primeiro os corpos dos que
morreram em Cristo. Logo a seguir, os corpos dos que ainda estiverem vivos sero transformados.
Ento a Igreja ser arrebatada coletivamente ao encontro do Senhor nos ares, entre nuvens, e Ele
levar Sua noiva para a casa do Pai. A Igreja ter ento deixado seu lugar na terra e Joo 14.1-6
estar cumprido. Tudo isso naturalmente acontecer numa frao de segundos (comp. 1 Co 15.51-53).

Stima certeza: estar para sempre com o Senhor


"...e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas
palavras" (1 Ts 4.17-18). Esta garantia: "...estaremos para sempre com o Senhor", um consolo eterno
acima de tudo o que passageiro neste mundo... A partir desse momento, nada mais estar sujeito
morte para qualquer filho de Deus. Todas as tristezas do passado, todas as misrias e tentaes,
todas as perguntas, tudo ser esquecido e respondido por este fato: "...estaremos para sempre com o
Senhor." "Estaremos para sempre com o Senhor" significa que a Igreja estar sempre onde Jesus
estiver; ela participar de toda a Sua riqueza divina. Ento se cumprir o que est escrito em Tito 2.13:
"...aguardando a bendita esperana e a manifestao da glria do nosso grande Deus e Salvador
Cristo Jesus."
"Aguardando ansiosamente aquele tempo quando se ver a sua glria a glria do nosso grande
Deus e Salvador Jesus Cristo" (A Bblia Viva).
Mas quem no tem Jesus cai num abismo insondvel de desespero. Aquele que no tem Jesus perde
a bendita e eterna esperana. Justamente nesta passagem da ressurreio e do arrebatamento, a
Bblia nos mostra que haver pessoas que estaro dentro (1 Ts 4.16) e pessoas que estaro fora
(v.12), que haver pessoas cheias de esperana e pessoas sem esperana (v.13), pessoas que
estaro para sempre com o Senhor e pessoas eternamente separadas dEle (v.17), pessoas
consoladas e pessoas sem consolo (v.18). Aquele que no est em Cristo no tem nenhum
relacionamento com Deus; tal pessoa est "fora", sem esperana, porque no tem lar. Uma pessoa
sem Jesus ficar eternamente sem consolo e sem paz.
Como voc pode ganhar o direito de morar na casa do Pai celestial, adquirir a esperana de "estar
para sempre com o Senhor" e transmitir esse consolo tambm para outros? Decidindo-se por Jesus
Cristo e por Sua obra de salvao consumada na cruz tambm por voc. Se voc aceitar isso pela
f, 1 Tessalonicenses 4.14-18 realmente se cumprir tambm em sua vida. Por isso, decida-se
totalmente por Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo! A Palavra do Deus Eterno lhe diz em J 11.13 e 18:
"Se dispuseres o corao e estenderes as mos para Deus... Sentir-te-s seguro, porque haver
esperana". (Norbert Lieth)
Extrado do livro A Esperana do Arrebatamento.

245

Eu suspeito que a maioria dos cristos j esteve numa encruzilhada teolgica pelo menos uma vez em
sua vida crist. Eu j estive em vrias nos ltimos anos. Quero contar-lhe sobre uma dessas situaes,
pois muitos j a enfrentaram ao longo da histria da Igreja. Ela envolve a seguinte pergunta: "O que
fazer com um futuro nacional de Israel na Bblia?" A deciso que uma pessoa toma quanto a essa
pergunta determinar, em grande parte, sua perspectiva da profecia bblica, e assim ter um grande
impacto sobre sua prpria opinio quanto Bblia e direo da histria.

Uma Encruzilhada Pessoal


No comeo da dcada de 80, eu vivia em Oklahoma e estava no meu primeiro pastorado depois de me
formar no Seminrio Teolgico de Dallas em 1980. Por aproximadamente uma dcada, eu vinha sendo
atrado pelos escritos de telogos conhecidos como reconstrucionistas cristos. A maioria deles era
composta de ps-tribulacionistas preteristas no que diz respeito profecia bblica. At esse ponto em
minha vida, eu me considerava um reconstrucionista que no era ps-milenista, mas
dispensacionalista e pr-milenista.[1] Por meio de uma srie de acontecimentos, cheguei a um ponto
em meu pensar teolgico em que julguei que precisava considerar a possibilidade do ps-milenismo
ser bblico. Lembro-me de ter chegado ao ponto de pensar em mudar minha posio para o psmilenismo e de considerar o que isso significaria para mim no ministrio. Pensei que estava pronto
para fazer quaisquer mudanas necessrias se eu conclusse que a Bblia realmente ensinava o psmilenismo.
Fiz uma viagem a Tyler, no Texas, que na poca era uma fortaleza do reconstrucionismo, e visitei Gary
North e seu pastor, Ray Sutton. Passei boa parte do tempo conversando com Ray Sutton, formado no
Seminrio de Dallas e que fizera a jornada do dispensacionalismo para o ps-milenismo. Ao entrar no
carro para voltar os 150 quilmetros at Dallas, onde iria pernoitar, eu esperava mudar para o psmilenismo. Na verdade, passei a noite na casa de um amigo, e meu atual parceiro literrio, Tim Demy,
que me disse mais tarde que, naquela noite, depois de conversar comigo, confidenciara a sua esposa:
"Sabe, Lynn, parece que perdemos o Tom para o ps-milenismo."
Na manh seguinte, ao dirigir de volta a Oklahoma, minha mente estava muito ativa, debatendo-se
entre as duas posies. Quando faltava uma hora e meia para chegar a minha casa, conclu que para
mudar para o ps-milenismo eu teria que espiritualizar muitas passagens que se referem a um futuro
para a nao de Israel, e substitu-la pela Igreja. No momento em que percebi isso, fortalecendo essa
percepo com muitas horas de estudo bblico em profundidade, o ps-milenismo perdeu toda a
atrao para mim.
Desde aquela ocasio, h mais de quinze anos, muito tempo de estudo bblico continuou a fortalecer
minha convico de que Deus tem um plano futuro para a nao de Israel. Foi esse claro ensino
bblico sobre o futuro nacional de Israel que me manteve um dispensacionalista. O que a Bblia ensina
sobre o futuro da nao de Israel tem sido uma questo central que influencia a ao de cristos em
muitas reas importantes. difcil pensar em uma questo mais importante que tenha exercido
impacto mais prtico sobre a cristandade do que o tratamento que a Igreja dispensou aos judeus
incrdulos nos 2000 anos de sua histria. Como iremos ver, o tratamento dos judeus pela cristandade
geralmente gira em torno da compreenso que cada indivduo tem do futuro da nao de Israel no
plano de Deus.

O Anti-Semitismo da Cristandade

246

Nos ltimos anos, muitas pessoas me tem perguntado: "Como que um crente genuno, nascido de
novo, pode ser anti-semita?" A maior parte dos evanglicos ocidentais hoje em dia tem uma opinio
elevada dos judeus e do moderno Estado de Israel, e no percebe que essa situao um fenmeno
recente, devido influncia positiva da posio dispensacionalista de que h um futuro nacional para
Israel no plano de Deus. Na verdade, pelos ltimos dois mil anos, a cristandade foi responsvel pela
maior parte do anti-semitismo mundial. Que fator dentro da cristandade permitiria que o anti-semitismo
se desenvolvesse e crescesse? A teologia da substituio tem sido reconhecida como a culpada.
O que vem a ser essa teologia da substituio? o ponto de vista de que a Igreja substituiu
permanentemente a Israel como o instrumento por meio do qual Deus opera, e que Israel, como
nao, no tem um futuro no plano de Deus. Alguns dos telogos que defendem esse ponto de vista
crem que judeus, individualmente, se convertero e entraro para a Igreja (algo que todos ns,
dispensacionalistas, cremos), mas no crem que Deus venha a cumprir literalmente as dezenas de
promessas de uma converso nacional de Israel contidas no Antigo Testamento. O reconstrucionista
David Chilton, por exemplo, afirma que "o Israel tnico foi excomungado por sua apostasia e nunca
mais voltar a ser o reino de Deus."[2] Ele afirma ainda: "A Bblia no aponta qualquer plano futuro
para Israel como uma nao especial."[3] O patriarca do reconstrucionismo, Rousas J. Rushdoony, usa
linguagem muito forte ao dizer:
A queda de Jerusalm e a rejeio pblica do Israel tnico como povo escolhido de Deus
tambm significaram a libertao do verdadeiro povo de Deus, a Igreja de Cristo a eleita
, da escravido a Israel e a Jerusalm...[4]
Uma outra heresia turva o horizonte das interpretaes pr-milenistas das Escrituras
sua exaltao do racismo como um princpio divino. Toda tentativa de trazer os judeus de
volta profecia como judeus dar raa e s obras (porque descendncia racial uma
obra humana) prioridade sobre a graa e a obra de Cristo, nada mais sendo do que
paganismo... No pode haver contemporizao com essa heresia destrutiva.[5]

A Estrada para o Holocausto


A teologia da substituio e sua idia de que Israel acabou nacionalmente na histria foi responsvel
pelo surgimento do anti-semitismo teolgico na Igreja. A Histria registra que tal teologia, quando
combinada com clima scio-poltico apropriado, produziu o anti-semitismo e permitiu que ele
florescesse. Foi essa conexo que Hal Lindsey apontou em seu livro The Road to Holocaust (A
Estrada para o Holocausto), um livro que os reconstrucionistas denunciaram como falso. Eles
chegaram ao ponto de encomendar um livro que rebatesse as acusaes de Lindsey, e que foi escrito
pelo reconstrucionista judeu Steve Schlissel. Estranhamente, o livro de Schlissel, Hal Lindsey and the
Restoration of the Jews (Hal Lindsey e a Restaurao dos Judeus) acabou por apoiar a tese de
Lindsey de que a teologia da substituio produzira anti-semitismo no passado e poderia faz-lo de
novo no futuro. Schlissel parece compartilhar o ponto de vista bsico de Lindsey sobre a origem e o
desenvolvimento do anti-semitismo dentro da histria da Igreja. Depois de dar aos leitores uma viso
panormica da histria do anti-semitismo em Orgenes, Agostinho, Crisstomo, Ambrsio e Jernimo,
Schlissel cita com aprovao a famosa citao de Raul Hilberg, que Lindsey utilizara em seu livro:
Ao verificar o sofrimento dos judeus em pases cristos do quarto sculo at o recente
Holocausto, um judeu observou: "A princpio nos disseram: Vocs no so bons o
bastante para viver entre ns como judeus. Depois nos disseram: Vocs no so bons o
bastante para viver entre ns. Por fim, nos disseram: Vocs no so bons o bastante
para viver."[6]
Schlissel ento comenta, com aprovao, a afirmao de Hilberg:
Esta anlise histrica devastadoramente exata foi o fruto de um erro, um acmulo de
preconceito e dio erigido sobre um falso alicerce teolgico. A cegueira da Igreja quanto
ao papel do judeu na histria da redeno , no meu entender, diretamente responsvel
pelos pecados e atitudes mpios descritos acima. O que a Igreja acredita sobre os judeus
sempre fez diferena. A Igreja, porm, nem sempre acreditou numa mentira.[7]
247

A verdade, observada por Schlissel, o que seus outros irmos reconstrucionistas negam. O que
Schlissel chamou de mentira a teologia da substituio que seus colegas reconstrucionistas
preteristas advogam. Sua forma de teologia da substituio que o problema. Schlissel continua e
demonstra que depois da Reforma, a igreja reformada da Europa adotou amplamente a crena de que
o plano futuro de Deus para Israel inclua uma restaurao nacional de Israel. Muitos chegaram a
ensinar que Israel um dia reconstruiria seu templo. O fato desses pensadores reformados chegarem a
tais concluses sugere fortemente que eles interpretavam literalmente as promessas feitas a Israel no
Antigo Testamento, pelo menos algumas delas. Tal abandono da teologia da substituio em favor de
um futuro nacional para Israel resultou num declnio da perseguio aos judeus em muitos pases de
tradio religiosa reformada, e num esforo maior na evangelizao dos judeus. Schlissel observa:
A mudana da sorte dos judeus na civilizao ocidental se deve no ao humanismo, mas
f reformada. A redescoberta das Escrituras fez renascer a convico bblica de que Deus
no tinha, de fato, rejeitado seu povo de maneira completa ou definitiva.[8]
No entanto, Schlissel se preocupa com o fato de seus irmos reformados estarem abandonando essa
esperana nacional futura para Israel na medida em que reafirmam uma posio firme na teologia da
substituio.
Sejam quais forem as posies adotadas quanto restaurao poltica de Israel, seu
futuro espiritual sempre foi tido como fato em crculos reformados. Ironicamente, essa
esperana segura e certa no uma verdade que brilhe intensamente em muitas igrejas
crists reformadas hoje em dia,... Na verdade, fora sua converso futura, a prpria
existncia dos judeus raramente mencionada hoje, e, quando o no ocorre com graa
ou com equilbrio.[9]
Esse excerto estabelece o fato de que o conceito "espiritualizado" de "Israel" em Romanos 11.25-26
era conhecido e rejeitado pela massa dos expositores holandeses... Desde a virada do sculo, a maior
parte dos autores reformados holandeses, seguindo Kuyper e Bavinck, rejeita essa posio
histrica.[10]
O reconstrucionista Schlissel parece pensar que, em parte, a razo pela qual muitos de seus irmos
reformados esto voltando teologia da substituio uma reao forte nfase dada ao futuro de
Israel como nao no pr-milenismo dispensacionalista. No entanto, o pr-milenismo
dispensacionalista se desenvolveu dentro da tradio reformada medida que muitos expositores
comearam a interpretar, de maneira coerente, que todas as promessas do Antigo Testamento ainda
no-cumpridas para Israel continuavam vlidas para uma nao judaica futura. Schlissel reclama:
H pouco mais de um sculo todas as classes de intrpretes reformados tinham como
certa a futura converso de Israel como nao. Como que chegaram, numa amplitude
assustadora, a abandonar suas posies histricas sobre a certeza da converso futura de
Israel no nosso assunto aqui... a esperana da converso futura dos judeus se tornou
intimamente associada, no final do sculo passado e em dcadas seguintes, ao
dispensacionalismo pr-milenista, uma heresia escatolgica. Este, necessariamente, podese dizer, logo se misturou e se confundiu com o sionismo. Os crentes se tornaram
eloqentes quanto volta dos judeus a Israel como um sinal de que a Segunda Vinda se
aproxima. Parecia impossvel, para muitos, distinguir entre a esperana espiritual de Israel
e sua "esperana" poltica. Por isso, muitos reformados abandonaram ambas.[11]

Desenvolvimento Histrico
Como era de se esperar, a natureza do futuro de Israel tornou-se o divisor de guas na interpretao
bblica que causou uma polarizao das posies que encontramos hoje. Conforme Schlissel
observou, "todas as classes de intrpretes reformados tinham como certa a futura converso de Israel
como nao". Hoje a maioria dos intrpretes reformados no adota essa posio. Por qu? Nos
estgios iniciais de sistematizao de qualquer posio teolgica, as questes esto em estado
subdesenvolvido e menos claras do que mais tarde, quando a coerncia de vrias posies debatida
e determinada. Assim, natural que a compreenso madura de qualquer questo teolgica leve
248

polarizao de pontos de vista como resultado da interao e do debate entre as diferentes posies.
A posio reformada antiga qual se refere Schlissel inclua uma mistura de algumas passagens do
Antigo Testamento que eram interpretadas literalmente (i.e., as que ensinavam uma converso futura
de Israel como nao) e de algumas que no eram assim interpretadas (i.e., detalhes quanto ao papel
dominante de Israel no futuro da Histria). Por um lado, medida que o tempo passava, os que
enfatizavam uma compreenso literal de Israel a partir do Antigo Testamento se tornaram muito mais
coerentes na aplicao dessa abordagem a todas as passagens ligadas ao destino de Israel. Por outro
lado, os que pensavam que o literalismo tinha sido levado longe demais recuaram, abandonando
qualquer grau de literalidade que empregavam antes e passando a argumentar que as promessas para
Israel se cumpririam na Igreja e, portanto, no havia necessidade de um futuro nacional para Israel.
Alm disso, a interpretao no-literal era vista como a ferramenta com a qual os liberais negavam os
pontos essenciais da f. Dessa forma, quando chegou a Segunda Guerra Mundial, o
dispensacionalismo chegara potencialmente a dominar entre os evanglicos que viam a interpretao
literal da Bblia como um apoio fundamental ortodoxia.
Depois da Segunda Guerra Mundial, muitas das batalhas entre o fundamentalismo e o liberalismo
comearam a desaparecer. Tal ambiente permitiu que a interpretao no-literal fosse menos marcada
nos crculos conservadores. Assim, por volta da dcada de 70, sem aprender as lies da Histria,
comeamos a testemunhar o ressurgimento de muitas posies profticas que retomavam a mistura
de interpretao literal e espiritual. medida que o ps-milenismo conservador ressurgia de sua quase
extino em anos recentes, no retornou hermenutica mista de um sculo antes como Schlissel
gostaria. Em lugar disso, adotaram o preterismo, na esperana de combater a lgica do futurismo
dispensacionalista. Os irmos reformados de Schlisell no parecem se preocupar com o fato de que,
com o preterismo, eles reviveram um tipo de escatologia que inclui uma das formas mais extremas de
teologia de substituio. E no parecem convencidos ou preocupados com o fato de que a teologia da
substituio tem uma histria de produzir um anti-semitismo teolgico quando combinada com as
condies scio-polticas corretas. Na verdade, o prprio Schlissel pregou uma mensagem, h alguns
anos, na qual ele identificou James Jordan, um preterista reformado, como um telogo que prope
uma viso anti-semita da profecia bblica.[12]

Concluso
O que um indivduo acredita quanto ao futuro de Israel da maior importncia para sua compreenso
da Bblia. Eu acredito, sem sombra de dvida, que as promessas do Antigo Testamento feitas nao
de Israel sero literalmente cumpridas no futuro. Isso significa que a Bblia ensina que Deus levar os
judeus de volta sua terra antes que a Tribulao comece (Is 11.1112.6; Ez 20.33-44; 22.17-22; Sf
2.1-3). Isso j foi realizado e o palco est preparado como resultado da existncia atual do Estado de
Israel. A Bblia tambm indica que antes de entrar em seu tempo de bno nacional, Israel precisa
primeiro passar pelo fogo da Tribulao (Dt 4.30; Jr 30.5-9; Dn 12.1; Sf 1.14-18). Embora os horrores
do Holocausto provocado por Hitler tenham sido de magnitude inimaginvel, a Bblia ensina que um
tempo de provao ainda maior espera Israel durante a Tribulao. O anti-semitismo atingir novas
alturas, dessa vez em mbito mundial, de modo que dois teros da nao judaica em todo o mundo
sero mortos (Zc 13.7-9; Ap 12). Em todo esse perodo, Deus proteger o Seu remanescente de modo
que antes da Segunda Vinda de Jesus "todo o Israel ser salvo" (Rm 11.26). Na verdade, a
Segunda Vinda incluir o propsito divino de libertar Israel fisicamente da perseguio mundial durante
Armagedom (Dn 12.1; Zc 12-14; Mt 24.29-31; Ap 19.11-21).
Se Israel "j era" como nao histrica, tudo isso, obviamente, est errado. Todavia, a Bblia afirma
que Israel tem um futuro e que os eventos mundiais giraro em torno daquele pequeno pas no centro
da terra. O foco da ateno mundial j est sobre Israel. Deus preservou o Seu povo por alguma
razo, e ela no m. A despeito da Histria estar progredindo ao longo das linhas do padro
preordenado de Deus para Israel, vemos o ressurgimento da teologia da substituio em crculos
conservadores, o que, sem dvida, ser usado no futuro para alimentar o fogo do anti-semitismo, como
aconteceu no passado. A sua opinio sobre o futuro de Israel como nao no apenas um exerccio
terico. Eu peo encarecidamente a todos que forem influenciados por este artigo que se
comprometam com a Palavra de Deus em seu sentido literal, para que no sejamos achados lutando
contra Deus e Seu plano soberano. (Pre-Trib Perspectives, traduzido por Carlos Osvaldo Pinto)

249

1. Definies dos termos e rtulos usados neste artigo se encontram no glossrio do livro When

the Trumpet Sounds (Quando a Trombeta Soar) [Eugene, OR: Harvest House, 1995], pp. 4734, editado por Thomas Ice e Timothy Demy, a ser publicado em portugus pela Obra
Missionria Chamada da Meia-Noite.
2. David Chilton, Paradise Restored (Tyler, TX: Reconstruction Press, 1985), p. 224.
3. Ibid.
4. Rousas J. Rushdoony, Thy Kingdom Come: Studies in Daniel and Revelation (Fairfax, VA:
Thoburn Press, 1970), p. 82.
5. Ibid., 134.
6. Steve Schlissel e David Brown, Hal Lindsey and the Restoration of the Jews (Edmonton,
Canad: Still Waters Revival Books, 1990), p. 47. Uma resenha histrica do anti-semitismo na
Igreja se acha em David Rausch, Building Bridges: Understanding Jews and Judaism
(Chicago: Moody Press, 1988), pp. 87-171.
7. Ibid., pp. 47-48.
8. Ibid., p. 59.
9. Ibid., p. 42.
10. Ibid., pp. 49-50.
11. Ibid., pp. 39-40.
12. Steve Schlissel, "The Jews/Jordan and Jerusalem", fita de udio obtida com Still Waters
Revival Books, 4710 - 37A Avenue, Edmonton, AB T6L 3T5, Canad.
Publicado anteriormente na revista Notcias de Israel de julho de 1997.

250

Muitas passagens na Bblia nos mostram claramente que o silncio de Deus foi a melhor resposta s
oraes. Em outros casos, as respostas dadas mostraram no ser o melhor para quem as pediu.

Jesus o Filho de Deus


Vamos comear observando a mais terrvel e chocante orao no-respondida da histria da
humanidade: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 27.46).
Esse questionamento por parte de Jesus tem um profundo significado para toda a humanidade. Em
primeiro lugar, porque revela que Deus realmente Se manifestou na carne: "evidentemente, grande o
mistrio da piedade: Aquele (Deus) que foi manifestado na carne" (1 Timteo 3.16). Alm disso, ele
tambm mostra que, de fato e de verdade, Jesus tornou-se 100% humano, estando inclusive sujeito
morte. Lemos em Filipenses 2.7-8: "Antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo,
tornando-se em semelhana de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente at morte e morte de cruz".
Jesus, o Filho de Deus, deixou Sua habitao de poder, autoridade e glria e tornou-se um homem de
carne e osso. Pela Bblia sabemos que Ele foi tentado como ns somos tentados. Ele sentia cansao,
fome e sede; sentia alegria, tristeza, insatisfao e compaixo. Mas com uma diferena: Ele no tinha
pecado!
O mais inexplicvel mistrio na histria da humanidade Deus manifestado na carne. Essa declarao
tem sido pedra de tropeo para muitos que no estavam realmente em busca da verdade.
Um considervel nmero de religies no cr em Jesus como o Filho de Deus. Seguidamente elas
usam esta afirmao para justificar suas falcias, dizendo em tom de escrnio: "Se Jesus era Deus,
ento porque Ele orou Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por acaso Ele estava
orando para si mesmo?"
Uma pessoa honesta que ousasse fazer tal questionamento iria rapidamente encontrar a resposta
estudando as Escrituras e aprenderia logo que Jesus de fato Deus.
Vamos analisar alguns exemplos:
Depois de Jesus ter curado um paraltico no tanque de Betesda, Seus inimigos Lhe fizeram a seguinte
acusao: "e, porque ele disse isso, os lderes judeus ficaram ainda com mais vontade de mat-lo.
Pois, alm de no obedecer lei do sbado, ele afirmava que Deus era o seu prprio Pai, fazendo-se
assim igual a Deus" (Joo 5.18). Eles afirmavam que Jesus se fazia "igual a Deus".
Aqueles que escarneciam e acusavam Jesus ouviram-nO testemunhando que Ele era Deus, conforme
lemos em Mateus 27.43: "...porque (Jesus) disse: Sou Filho de Deus".
Quando Jesus morreu, um centurio, do qual no sabemos o nome, declarou no versculo 54:
"...verdadeiramente este era Filho de Deus"
251

Em Joo 20.28 lemos: "Respondeu-lhe Tom: Senhor meu e Deus meu!".

A Grande Resposta Silenciosa


O que teria acontecido se Deus tivesse respondido ao apelo do Senhor Jesus? O que teria acontecido
se o Pai no tivesse abandonado o Filho? O que teria acontecido se Deus tivesse respondido ao
desafio dos principais sacerdotes, escribas e ancios quando disseram: "Confiou em Deus; pois venha
livr-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus"(Mateus 27.43)? A resposta
a terrvel realidade do que ns merecamos! Cada um de ns permaneceria morto em suas
transgresses e pecados, abandonado por Deus por toda a eternidade! No teria havido salvao para
a humanidade! Efsios 2.12 demonstra claramente nossa posio desesperanada: "naquele tempo,
estveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos s alianas da promessa, no
tendo esperana e sem Deus no mundo".
Se o Pai celestial tivesse respondido orao de Jesus na cruz, no haveria futuro para ns, mas um
perptuo e imensurvel sofrimento alm de uma eternidade no inferno!
Entretanto, as Escrituras continuam: "Mas, agora, em Cristo Jesus, vs, que antes estveis longe,
fostes aproximados pelo sangue de Cristo"(v. 13).
Assim sendo, para o nosso prprio bem, a melhor resposta para o clamor do Senhor Jesus foi o
silncio de Deus. Jesus deliberadamente veio terra com o nico propsito de redimir o homem cado.
Sua vinda no foi um acidente ou o resultado de alguma circunstncia invisvel, mas fazia parte do
plano eterno de Deus para a nossa salvao.
Se queremos ter um entendimento melhor do sacrifcio supremo de Deus, precisamos ver a realidade
de Suas intenes. Teremos um entendimento mais profundo para reconhecer Sua posio eterna ao
nos ocupar com a Sua palavra. Para Deus nada acontece por acidente, nem existem coincidncias.
Deus no depende da nossa percepo de tempo porque Ele eterno. Somente quando tivermos
alcanado nosso destino final que entenderemos o que a eternidade.

Antes da Fundao do Mundo


Pedro amplia nossa viso sobre a vinda de Cristo: "mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem
defeito e sem mcula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundao do mundo, porm
manifestado no fim dos tempos, por amor de vs" (1 Pedro 1.19-20). Mesmo antes do homem ter cado
em pecado, Deus, em Sua oniscincia, estabeleceu um plano de salvao que foi manifesto com a
vinda de Jesus. E at mesmo o evento real que aconteceu aqui na terra foi suplantado pela resoluo
eterna proclamada em Apocalipse 13.8: "...do Cordeiro que foi morto desde a fundao do mundo".
virtualmente impossvel entendermos essa incrvel verdade apenas com o nosso intelecto limitado.
Como algo pode ter ocorrido mesmo antes de ter se manifestado fisicamente aqui na terra? No
encontramos resposta se fizermos a pergunta nesse nvel. Quem pode explicar intelectualmente a
passagem: "...assim como nos escolheu nele antes da fundao do mundo..."(Efsios 1.4)? Podemos
apenas perceber espiritualmente essa realidade quando a vemos pela perspectiva celestial. Para
ilustrar esse fato, consideremos o seguinte exemplo:
Sabemos que o sol nasce no leste e se pe no oeste. Podemos determinar isso cientificamente atravs
do uso de instrumentos que medem os movimentos do sol. Porm esse fato cientfico se tornaria nulo
se viajssemos no espao, pois l as regras mudam, a lei do espao vigoraria e veramos que a Terra,
na realidade, faz seu movimento de rotao em torno do prprio eixo, criando assim a iluso de que o
sol nasce no leste e se pe no oeste.

Jesus no Jardim
Para termos um entendimento melhor da morte voluntria de Jesus e do silncio de Seu Pai em
resposta Sua orao, devemos primeiro olhar mais de perto aquela fatdica noite no Jardim
252

Getsmani: "Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsmani e disse a seus
discpulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar; e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de
Zebedeu, comeou a entristecer-se e a angustiar-se. Ento, lhes disse: A minha alma est
profundamente triste at morte; ficai aqui e vigiai comigo. Adiantando-se um pouco, prostrou-se
sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possvel, passe de mim este clice! Todavia, no
seja como eu quero, e sim como tu queres" (Mateus 26.36-39). Do ponto de vista humano, esse um
dos mais trgicos eventos do Novo Testamento. Lemos uma descrio detalhada do comportamento
do Senhor antes de Sua priso, que resultou em Sua condenao e posterior execuo na cruz do
Calvrio.
Jesus levou consigo Seus discpulos mais prximos, dos quais Pedro era o mais chegado. Lembre-se
que pouco tempo antes Pedro jurara solenemente ser um fiel seguidor de Jesus, mesmo que isso lhe
custasse a prpria vida: "Ainda que me seja necessrio morrer contigo, de nenhum modo te negarei..."
(v. 35). Pedro fez uma declarao corajosa ao afirmar abertamente que seguiria Jesus mesmo que
tivesse de morrer por isso.

Pedro Falhou
O Senhor j havia informado a Pedro que Ele teria de morrer para que as Escrituras se cumprissem.
Pedro entendeu isso, porque anteriormente havia identificado o Senhor como sendo "o Cristo, o Filho
do Deus vivo" (Mateus 16.16). A confisso de Pedro deu-se num lugar chamado Cesaria de Filipe,
onde Jesus perguntou a Seus discpulos: "Quem diz o povo ser o Filho do Homem?" (Mateus 16.13).
bvio que Pedro sabia que a palavra proftica tinha de ser cumprida. Ele no tentava mais defender
Jesus, mas sabia que a morte era inevitvel. Veja que ele disse: "Ainda que me seja necessrio morrer
contigo..." O fato de que Jesus teria de morrer j havia sido entendido, e o que restava agora era uma
questo de fidelidade ao Senhor. Pedro permaneceria fiel at o fim?
De acordo com a Palavra de Deus sabemos que ele no o fez. Pedro negou ao Senhor, no apenas
uma, nem duas, mas trs vezes, como Jesus profetizou que ele faria.

No Getsmani
Agora vamos focalizar nossa ateno no Senhor que foi at o jardim chamado Getsmani, afastandoSe dos discpulos e ficando apenas com Pedro e os dois filhos de Zebedeu a Seu lado. Quando Ele
ficou sozinho, mais tarde, "adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando..."(Mateus
26.39). Qual foi a Sua orao? "..Meu Pai, se possvel, passe de mim este clice! Todavia, no seja
como eu quero, e sim como tu queres" (v. 39). Jesus no recebeu resposta. O Pai ficou em silncio.
Jesus voltou at onde estavam os Seus discpulos: "...E, voltando para os discpulos, achou-os
dormindo; e disse a Pedro: Ento, nem uma hora pudestes vs vigiar comigo? Vigiai e orai, para que
no entreis em tentao; o esprito, na verdade, est pronto, mas a carne fraca"(vv. 40-41). Algo
muito natural tinha acabado de acontecer: a carne dos discpulos no estava disposta e nem era capaz
de resistir aos ataques de Satans.
No sabemos quanto tempo o Senhor orou, mas deve ter sido durante pelo menos uma hora, se nos
basearmos na afirmao: "Ento, nem uma hora pudestes vs vigiar comigo?" Apesar da promessa
determinada de Pedro de morrer com o Senhor, ele j havia se afastado da batalha que acontecia no
Getsmani.

A Orao Contnua de Jesus


"Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se no possvel passar de mim este clice
sem que eu o beba, faa-se a tua vontade" (v. 42). Novamente no houve uma resposta do Pai,
apenas silncio. Jesus deu aos discpulos outra chance: "...voltando, achou-os outra vez dormindo;
porque os seus olhos estavam pesados" (v. 43). Desta vez o Senhor no os acordou nem deu outra
instruo. Ao invs disso, lemos que Ele: "...Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez,
repetindo as mesmas palavras" (v. 44).

A Agonia
253

Ao lermos o relato no evangelho de Marcos notamos que o evento descrito de uma forma um pouco
diferente. Entretanto, Lucas revela que aps Jesus ter orado, "...lhe apareceu um anjo do cu que o
confortava" (Lucas 22.43). No nos revelado como ele O "confortava", mas no versculo seguinte
lemos que Suas oraes tornaram-se ainda mais desesperadas: "E, estando em agonia, orava mais
intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra" (v.
44).
Quando analisamos esse fato de uma perspectiva humana, ele parece-nos ilgico, porque o versculo
anterior diz que Jesus acabara de ser consolado por um anjo do cu, continuando a batalhar em
orao a tal ponto que "gotas de sangue" caram sobre a terra. Foi o consolo do anjo uma resposta
Sua orao ou esse consolo era necessrio para que Ele continuasse orando? Creio que a segunda
opo a correta, como veremos ao examinarmos mais detalhadamente essa situao.

A Tentao no Getsmani
Normalmente se interpreta que Jesus, como Filho do Homem, em carne e osso, tinha medo da morte
como qualquer outro ser humano. Assim sendo, no seria surpresa que Jesus orasse que "este clice",
representando a morte na cruz, fosse passado dEle. Entretanto, tal interpretao no corresponde a
versculos como os do Salmo 40.7-8: "Ento, eu disse: eis aqui estou, no rolo do livro est escrito a
meu respeito; agrada-me fazer a tua vontade, Deus meu; dentro do meu corao, est a tua lei".
Jesus se agradava em fazer a perfeita vontade de Deus, a qual foi estabelecida antes da fundao do
mundo.
Para estar certo de que Davi no estava falando de si mesmo nesta passagem, encontramos a
confirmao em Hebreus 10.7,9,10: "Ento, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro est escrito a meu
respeito), para fazer, Deus, a tua vontade... ento, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, Deus, a
tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. Nessa vontade que temos sido
santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas". Se olharmos a orao de
Jesus no Jardim Getsmani como um sinal de fraqueza, apesar dEle ter sido consolado por um anjo,
tal comportamento iria contradizer a passagem proftica que acabamos de ler.

Como Cordeiro Para o Matadouro


Consideremos o texto de Isaas 53.3,5 e 7: "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens;
homem de dores e que sabe o que padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era
desprezado, e dele no fizemos caso... Mas ele foi traspassado pelas nossas transgresses e modo
pelas nossas iniqidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados... Ele foi oprimido e humilhado, mas no abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro;
e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele no abriu a boca".
Como um cordeiro, Jesus foi levado para o matadouro; Ele permaneceu em silncio como uma ovelha.

Morte no Getsmani?
Essas passagens das Escrituras nos do razes para crer que algo mais tenha acontecido no Jardim
Getsmani quando Jesus orou para que "este clice" pudesse ser passado dEle. Essa seria uma
orao desnecessria, uma exibio de fraqueza e indeciso, mas tal quadro no corresponde
descrio completa do Messias.
Enquanto aparentemente o Pai ficou em silncio diante da trplice orao de Jesus, as Escrituras
documentam que Sua orao, na verdade, foi respondida. Hebreus 5.5 fala de Cristo como o sacerdote
da ordem de Melquisedeque: "assim, tambm Cristo a si mesmo no se glorificou para se tornar sumo
sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu s meu Filho, eu hoje te gerei".
O versculo 7 contm a resposta a essa orao: "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido,
com forte clamor e lgrimas, oraes e splicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por
causa da sua piedade". O Getsmani foi o nico local onde Jesus pediu que Sua vida fosse poupada;
Jesus no morreu no Jardim Getsmani.
254

O silncio aparente de Deus diante da orao de Jesus no Jardim foi, como vimos, uma clara resposta
a essa orao. Desse ponto de vista, entendemos que a orao de Jesus no foi para que Sua vida
fosse poupada na cruz do Calvrio. A orao de Jesus foi ter sua vida poupada para que no morresse
ali no Jardim Getsmani. Ele estava destinado a morrer na cruz do Calvrio para tirar os pecados do
mundo.
O que aconteceu no Jardim Getsmani? Pelo que j vimos, claro que os poderes das trevas e
mesmo a morte estavam prontos a tirar a vida de Jesus ali mesmo naquela hora. Em Mateus 26.38
lemos: "Ento, lhes disse: A minha alma est profundamente triste at morte; ficai aqui e vigiai
comigo". Marcos 14.34 revela: "...E lhes disse: A minha alma est profundamente triste at morte..."
Mesmo que Jesus no tenha morrido fisicamente no Jardim Getsmani, Ele foi certamente obediente
at morte; Ele experimentou a morte dupla de um pecador condenado! Ele foi "obediente at morte
e morte de cruz" (Filipenses 2.8).

Quando Deus No Responde


Esta anlise da vida de orao de nosso Senhor antes de Sua crucificao deveria nos ensinar que as
respostas s nossas oraes podem nem sempre ser o mais importante. Podemos passar por
derrotas, doenas, tragdias e catstrofes. Mas o que realmente deve ser lembrado que somos de
Cristo.
Creio que por essa razo que, ao falar de provas e tribulaes, o apstolo Pedro exclamou triunfante:
"Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessrio, sejais contristados por vrias
provaes, para que, uma vez confirmado o valor da vossa f, muito mais preciosa do que o ouro
perecvel, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glria e honra na revelao de Jesus Cristo"
(1 Pedro 1.6-7).
Extrado do livro Meu Deus, Obrigado por No Responderes s Minhas Oraes.

255

Os Desaparecidos
Em uma tarde de vero, como parte de nosso culto familiar, li o quarto captulo de 1 Tessalonicenses.
Antes de me retirar para descansar, sentei-me na minha poltrona preferida e meditei nos ltimos
versculos do captulo.
Enquanto meditava, adormeci profundamente e tive um sonho maravilhoso. Em minha mente tudo
parecia estar claro e ntido, e minhas faculdades intelectuais eram mais fortes e hbeis do que
normalmente.
Sonhei que tinha acordado de manh e ficado um tanto surpreso ao ver que minha esposa no estava
do meu lado como sempre. Imaginando, no entanto, que sua ausncia era temporria, aguardei,
esperando seu breve retorno ao nosso quarto; mas depois de um espao de tempo que eu considerei
razovel, como ela no apareceu, me levantei e me vesti.
As roupas de minha esposa se encontravam onde ela as tinha deixado quando foi dormir, e eu estava
certo de que ela estaria em algum lugar da casa. Ento fui ao quarto de minha filha Jlia, imaginando
que ela pudesse saber por onde andava a sua me, mas depois de bater na porta vrias vezes sem
obter resposta, entrei e descobri que ela tambm tinha desaparecido. "Estranho, muito estranho", disse
comigo mesmo; onde ser que elas podem estar?"
Ento fui ao quarto do nosso filho Frank, e encontrei-o de p e j vestido, o que era algo bastante raro
para ele assim to cedo de manh. Ele disse que tinha tido uma noite perturbada e achou que seria
melhor levantar. Eu contei-lhe da ausncia de sua me e irm e pedi que desse uma olhada pela casa
para ver se as encontrava. Enquanto isso, eu rapidamente terminei de me arrumar e logo Frank
retornou dizendo que as desaparecidas no estavam em lugar algum e que todas as portas que davam
para a rua estavam seguramente trancadas, como na noite anterior. Ns no conseguamos pensar
em mais nada e no sabamos o que fazer a respeito desse estranho acontecimento.
Quando novamente fomos ao quarto de Jlia, encontramos na mesinha de cabeceira sua Bblia aberta
e marcada. Um versculo destacado atraiu minha ateno: "Por isso ficai tambm vs apercebidos;
porque, hora em que no cuidais, o Filho do homem vir" (Mt 24.44).
Minha esposa sempre dizia que essa passagem referia-se vinda de Cristo para os Seus santos, a
Igreja redimida, enquanto eu insistia em dizer que ela significava simplesmente a preparao para a
256

morte. Mas, estou fugindo do assunto. Frank e eu conclumos que, sem tomar nosso caf da manh,
deveramos cada um seguir uma rota diferente e visitar alguns dos nossos amigos mais ntimos em
busca de nossas queridas.
Primeiro, fui casa da irm da minha esposa, a Sra. E., e do seu marido, que eram pessoas boas e
respeitveis, membros de uma igreja crist, embora com mentes um pouco mundanas. Depois que
toquei a campainha vrias vezes e esperei um tanto impacientemente, ela apareceu e pediu desculpas
pela demora, dizendo que estava com um monte de problemas e teve que preparar ela mesma o caf
da manh porque sua empregada, a quem sempre havia considerado uma boa crist, tinha feito uma
brincadeira de mau gosto: "Ela saiu para algum lugar sem nem sequer colocar a chaleira no fogo ou
dizer uma palavra para qualquer um de ns. Mas, o que nos deixa confusos como ela saiu da casa,
porque todas as portas esto trancadas e as chaves esto aqui dentro, exatamente como ns as
havamos deixado ontem noite quando voltamos da festa da Sra. B."
" verdade", eu disse, " realmente muito estranho", e ento lhe expliquei o motivo da minha visita
matinal. Quando ouviu sobre o desaparecimento misterioso da minha esposa e de Jlia, ela ficou to
nervosa que fiquei feliz em mudar de assunto dizendo que, como eu no tinha tomado caf da manh,
me juntaria a eles para o desjejum. Quando o seu marido ouviu a minha histria, ele no deu muita
importncia, dizendo que minha esposa estava somente fazendo uma brincadeira para fazer com que
eu me levantasse mais cedo de manh. Ele estava certo de que as desaparecidas tinham se
escondido em algum lugar da casa, e que quando eu voltasse as encontraria bem.
Enquanto nos sentvamos mesa, a Sra. E. disse que teramos que tomar caf sem leite, j que o
leiteiro, que at ento tinha sido muito confivel, no tinha aparecido. Ento a campainha tocou, e
Frank entrou na casa em estado de grande nervosismo, dizendo que tinha ido a todos os lugares
perguntando pela me, e em quase todas as casas havia encontrado um problema semelhante ao
nosso. Quase todo mundo estava ansiosamente procurando por pessoas desaparecidas. Ele tambm
disse que as ruas estavam cheias de pessoas agitadas, andando de um lado para outro, muitas delas
chorando amargamente.
Nem conseguimos terminar o caf da manh antes que aparecessem pessoas na porta perguntando
sobre vizinhos desaparecidos. Entre os que telefonaram estava o Sr. H., que nos deixou atnitos
quando nos disse que seus dois filhos menores, de dez e doze anos de idade, tinham sumido
juntamente com a av, que tinha estado de cama por mais de seis anos. Diante dessa afirmao, o Sr.
E. ficou visivelmente alarmado e nos relatou uma conversa que tinha achado um tanto hertica: um
amigo dele insistia que uma grande maioria dos membros das igreja nos dias de hoje no eram nada
alm de cristos nominais, "antes amigos dos prazeres que amigos de Deus", e que o amor das
massas pelas coisas espirituais tinha alcanado um nvel muito baixo. "Meu amigo tambm me
assegurou", disse o Sr. E., "que as Escrituras claramente ensinam que quando o nmero de eleitos da
Igreja de Cristo estivesse completo, Cristo viria to inesperadamente como um ladro na noite, e
chamaria os Seus santos, mortos e vivos, para encontr-lO nos ares. A transformao seria efetuada
em um piscar de olhos; e embora a chamada seria feita com um grito e o som de uma trombeta,
ningum alm daqueles aos quais ela fosse destinada a ouviria. Eu temo que esse tempo j chegou e,
infelizmente, ns estamos entre os que ficaram!"
Por causa do avanado da hora nos foi sugerido que fssemos aos nossos lugares de trabalho. Frank
j tinha ido para seu escritrio, e eu, com o corao pesado, fui caminhando pela avenida em meio a
uma multido estranha de homens e mulheres cujos rostos demonstravam intenso sofrimento.
No centro comercial da cidade, observei que muitas lojas estavam fechadas, e aquelas que
continuavam abertas no pareciam ter muito servio. Cada bar pelo qual eu passava estava aberto,
como sempre, com grupos de homens do lado de fora, aparentemente engajados em srias
discusses. Quando passei pelo prdio da prefeitura da cidade, no havia uma diminuio perceptvel
da multido costumeira de "apadrinhados" polticos em volta do edifcio.
Quando cheguei minha prpria loja, percebi que meu contador e o velho e fiel porteiro, que tinham
me servido por tantos anos, ainda no tinham aparecido. Meus outros dois vendedores estavam por
ali, no fazendo nada; e eu tambm no estava com nimo de pedir-lhes que fizessem alguma coisa.
Ento, fui Bolsa de Valores, e encontrei o maior ajuntamento de negociantes que j tinha visto ali em
257

meses. Ao invs da balbrdia e barulheira de compras e vendas, dos funcionrios e mensageiros


correndo de um lado para outro, havia uma tristeza solene espalhada sobre todos os presentes. Por
consentimento unnime, e em conseqncia da grande calamidade que tinha tomado a comunidade,
foi votado que "seria permitido um adiamento de trs dias sobre todos os contratos que vencessem
naquele dia."
No vou tentar explicar as razes e especulaes que foram levantadas como sendo a causa dessa
situao to problemtica, mas todos concordamos que o acontecimento era sobrenatural, e que, de
alguma forma, ns que fomos deixados na terra, ramos culpados por isso. tarde, por consentimento
geral, trabalhos de todos os tipos foram suspensos, exceto nas redondezas dos bares, onde prevalecia
uma grande desordem. Aqui e ali havia grupos de pessoas em conversas srias. Em um deles estava
um homem que parecia ser bem versado nas Escrituras e enquanto eu me aproximava ele estava
dizendo: "Hoje o dia sobre o qual Jesus falou, mas no qual nenhum de ns creu. E agora ns
estamos comeando a perceber o quanto fomos tolos."
Naquela noite, quase todas as igrejas da cidade ficaram abertas e superlotadas. Todo mundo estava
ansioso para saber a causa e o significado da "grande visitao" e para saber como as esperanas
perdidas poderiam ser recuperadas. Muitos dos pastores tambm tinham desaparecido, mas alguns
estavam presentes em suas igrejas. Toda ordem do culto foi esquecida e reinava uma confuso
barulhenta. Incriminaes e recriminaes eram trocadas entre os pastores e o povo. As pessoas
diziam que, se os pastores tivessem feito o seu trabalho e ensinado ao seu rebanho as verdades
plenas da Bblia, ao invs de faz-los dormir com mensagens filosficas e morais, eles no estariam
agora nesta triste condio.
Na minha prpria igreja, o pastor estava presente, junto com muitas outras pessoas que eu raramente
via nas reunies da igreja. A maioria dos servos ativos e dos adoradores constantes estavam
ausentes. Ocasionalmente se ouviam gemidos e suspiros profundos de vrias partes do recinto.
Alguns estavam lamentando a perda de filhos, outros de maridos, de esposas, de pais e mes. O
pastor estava falando quando entrei no salo, e pedia audincia que tentasse acalmar seus
sentimentos. Ele disse: "Nenhum de vocs pode entender o desapontamento profundo que estou
experimentando com esse resultado do meu trabalho. Estou sendo acusado de ter pregado demais
sobre os assuntos desta vida e muito pouco sobre o lar celestial e as coisas por vir; e de t-los mantido
na ignorncia da iminncia da terrvel visitao que tem se manifestado entre ns neste dia. Em
resposta a essas acusaes, s posso dizer que tenho ensinado a vocs a mesma teologia que me foi
ensinada no seminrio, que : tratar a Bblia basicamente como um livro de simbologias e alegorias
espirituais." "Mas agora confesso que infelizmente eu estava enganado, porque depois do que
aconteceu no posso deixar de acreditar que a Palavra de Deus significa exatamente o que ela diz.
Estou feliz em dizer-lhes, no entanto, para o seu consolo, que desde hoje de manh, aps fazer um
exame das Escrituras, em esprito de orao, quanto nossa presente condio, constatei que ainda
temos esperana."
Ento um coro de vozes exclamou: "Graas a Deus por isso!" O pastor continuou: "Embora tenhamos
perdido o glorioso privilgio dos santos arrebatados, a salvao ainda pode ser nossa se, humilde e
verdadeiramente, a aceitarmos. Talvez tenhamos que passar por provaes e tribulaes maiores do
que qualquer uma que o mundo tenha algum dia experimentado, antes que alcancemos o Reino, mas
aquele que perseverar at o fim ser salvo."
A, de repente a luz eltrica apagou e todos gritaram to amedrontados que eu pulei, fiquei em p,
apavorado e acordei!
Minha esposa, que estava em uma sala ao lado, ouvindo o meu sbito pulo, correu para ver qual era o
problema. Oh!, como fiquei feliz em v-la e perceber que essa terrvel experincia na minha poltrona
tinha sido apenas um sonho! Mas, quanto mais eu pensava a respeito depois, mais solenes pareciam
ser as verdades bblicas que ele continha, e eu fiquei cada vez mais impressionado com a importncia
de termos nossas lmpadas limpas e acesas, prontos para ir ao encontro do Noivo. (Pre-Trib
Perspectives, 3/95, traduzido por Ebenzer Bittencourt)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, novembro de 1996

258

Cristo nasceu "Rei dos Judeus" (Mateus 2.2), foi chamado "Rei de Israel" e "Rei dos Judeus" (Mateus
27.11; Marcos 15.2, etc.), e admitiu tanto um como outro ttulo (Joo 1.49-50; 12.12-15). No abdicou o
direito ao trono de Davi, embora seu prprio povo (como fora predito pelos profetas), O "desprezasse e
rejeitasse" (Isaas 53.3), e O crucificasse (Salmos 22.12-18; Isaas 53.5, 8-10; Zacarias 12.10). Os
quatro evangelhos declaram que a epgrafe "O Rei dos Judeus" foi a acusao colocada na cruz
(Mateus 27.37; Marcos 15.26; Lucas 23.38; Joo 19.19). Eis como Marcos relata a rejeio de seu Rei
pelo povo de Israel e lhe reclama a crucificao: "E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que
eu vos solte o rei dos judeus?... Mas estes incitaram a multido no sentido de que lhes soltasse,
de preferncia, Barrabs. Mas Pilatos lhes perguntou: Que farei, ento, deste a quem chamais o
rei dos judeus? Eles, porm, clamavam: Crucifica-o!" (Marcos 15.9-13).
Os profetas hebreus profetizaram que Cristo ressurgiria dos mortos e que viria estabelecer o reino que
jamais teria fim (1 Reis 2.45; 9.5; Isaas 9.7; 53.10; Jeremias 17.25; Daniel 2.34-35; 44-45; 7.14, etc.).
Ao ressurgir dos mortos e ascender mo direita do Pai, Cristo cumpriu somente a primeira parte das
profecias, e se o restante delas deve ser cumprido (e isso tem de acontecer, pois Deus no mente),
ento haver uma restaurao futura do Reino de Israel, como os discpulos acreditavam (Atos 1.6),
como afirmou Pedro (Atos 3.19-26) e mesmo Cristo o admitiu (Atos 1.6-7). As Escrituras predizem com
freqncia o arrependimento, a redeno e a restaurao de Israel (Ezequiel 39; Zacarias 12,13,14;
Atos 5.31, etc.). Paulo orou pela salvao de Israel (Romanos 10.1) e declarou que "Todo o Israel
ser salvo" (Romanos 11.26).
Se os muulmanos e demais naes do mundo compreendessem as profecias concernentes ao direito
de Israel sua terra, respeitando-as e honrando a Deus que lhe concedeu a terra, haveria paz no
Oriente Mdio e tambm no mundo. Mas, ao contrrio disso, eles insistem no desejo de varrer Israel
da face da terra, o que levar Cristo a intervir dos cus para socorrer Israel no Armagedom e destruir o
anticristo, seus seguidores e seu reino. At mesmo Israel, em sua maioria no cr que Deus lhe tenha
dado a terra e est negociando-a atravs de uma "paz" falsa com um inimigo que jurou extermin-lo.

Cristo edifica Sua Igreja


Sabendo que Israel O rejeitaria e O crucificaria, Cristo disse que edificaria uma nova entidade, a Igreja.
A palavra "igreja" ou "igrejas" (ekklesia no grego, significa "chamados para fora"), ocorre cerca de 114
vezes no Novo Testamento. No h no Velho Testamento palavra hebraica traduzida por "igreja".
Referindo-se a Israel, as palavras mais comparveis no hebraico so edah, mowed e qahal, cuja
traduo "assemblia" ou "congregao". Enquanto Atos 7.38 refere-se " igreja [congregao de
Israel] no deserto", a Bblia faz uma clara distino entre Israel e a Igreja do Novo Testamento,
constituda tanto de gentios como de judeus e que no existia antes da morte e da ressurreio de
Cristo. Foi estabelecida por Ele e para Ele que, mesmo at agora, continua a edific-la: "Edificarei a
minha igreja, e as portas do inferno no prevalecero contra ela" (Mateus 16.18).
Temos aqui uma bvia reivindicao de Cristo de que Ele Deus. Israel foi escolhido por Deus. Quem,
ento, seno Deus mesmo, poderia estabelecer uma outra congregao de crentes em acrscimo a, e
distinta de Israel? A afirmao de Cristo em relao Igreja semelhante ao que Ele disse aos judeus
"que creram nele", e tem as mesmas implicaes srias: "Se vs permanecerdes na minha palavra,
sois verdadeiramente meus discpulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertar" (Joo 8.3132).
259

Os judeus devem ter ficado pasmos. Como Ele ousara dizer termos tais como: "minha palavra", "meus
discpulos", ou afirmar ter poder para libertar os Seus seguidores? No era a palavra de Deus que eles
deveriam seguir, e no eram eles discpulos de Moiss? Com estas prerrogativas, no queria Ele ser
maior que Moiss ou at mesmo igual a Deus? Qualquer que fosse o sentido dos termos "Seu
discpulo", Ele estava, obviamente, comeando algo novo.

Distines entre Israel e a Igreja


1. A Igreja no substitui Israel
Entretanto, ningum imaginava que este operador de milagres tivesse em vista prescindir de Israel e o
substituir por uma outra entidade. Essa heresia provm do catolicismo romano, e muitos reformadores
foram incapazes de se libertar dela, apesar de compreenderem claramente a salvao pela graa
atravs da f. A crena de que a Igreja substitui Israel continua ainda hoje entre os catlicos romanos,
mas tambm entre muitos evanglicos.
No seu incio a Igreja era composta s de crentes judeus. Eles tinham dificuldade de acreditar que os
gentios tambm podiam ser salvos por Cristo e fazer parte da Igreja, mesmo tendo os profetas do
Velho Testamento feito tal afirmao (Salmos 72.11, 17; Isaas 11.10; 42.1-6; 49.6; Malaquias 1.11,
etc.). At mesmo depois de compreendido o "mistrio" revelado por Paulo de "que os gentios so coherdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio
do evangelho" (Efsios 3.6), alguns deles tentaram sujeitar os gentios s suas leis judaicas. Na
verdade, estavam erroneamente fazendo da Igreja uma extenso de Israel (Atos 15.1).
Os gentios so "separados da comunidade de Israel e estranhos s alianas da promessa, no
tendo esperana e sem Deus no mundo" (Efsios 2.12). Quando um gentio salvo e acrescentado
por Cristo como uma "pedra viva" Igreja em construo (1 Pedro 2.5), no est sob as leis judaicas e
os costumes da Antiga Aliana. E quando um judeu salvo e acrescentado Igreja, est livre da lei
judaica ("lei do pecado e da morte") e de suas penalidades (Romanos 8.1). Tanto um como o outro,
que pela f entraram para a Igreja, esto dali em diante sob uma lei superior "a lei do Esprito da
vida, em Cristo Jesus" (Romanos 8.2). De fato, Cristo tornou-se sua vida, expressando atravs deles
este novo padro de s conduta algo desconhecido de Israel, at mesmo de seus grandes profetas
(1 Pedro 1.10-12).
2. A Igreja Corpo de Cristo
Ningum pode por si mesmo introduzir-se nesse templo sagrado; s Cristo poder faz-lo. As pedras
vivas, que Ele est juntando umas s outras para formar o templo eterno, no desabam e nem se
desintegram de sua estrutura. Estamos em Cristo e eternamente seguros.
A Igreja o corpo de Cristo e por Ele nutrida. Os crentes so chamados de ramos na videira
verdadeira num fluir contnuo da vida dEle para os crentes. Cristo a cabea do corpo, que ,
portanto, por Ele dirigido e no por um sacerdcio ou qualquer outra hierarquia de homens em sedes
na terra. A sede da Igreja est nos cus. No entanto, as denominaes (e demais seitas) de hoje tm
as suas sedes e as suas tradies e tornaram-se em organizaes, ao invs de se contentarem em
fazer parte do organismo, o corpo de Cristo.
Na Igreja "no pode haver judeu nem grego [gentio]... porque todos vs sois um em Cristo"
(Glatas 3.28). Os gentios no se tornam judeus, mas judeu e gentio tornaram-se "um novo homem"
(Efsios 2.15). Na cruz, Cristo "aboliu" as "ordenanas" que separavam judeu e gentio. Da podermos
afirmar com toda certeza que os gentios no tm de se submeter quelas "ordenanas". Tentar faz-lo
abominao e forar algo que Deus aboliu.
3. F no Sacrifcio de Cristo Meio de Salvao
A carta de Paulo aos Glatas foi escrita com o intuito de corrigir o erro de que a salvao em parte
por Cristo e em parte pelas obras. A salvao por obras o erro de toda e qualquer seita, e o
catolicismo romano desenvolveu ao mximo o seu sistema de ritual religioso e tambm das obras. Em
260

todas as suas epstolas, Paulo volta ao tema de que a salvao totalmente pela graa e nenhum
pouco por obras. Nisto reside a principal diferena entre Israel e a Igreja: para o primeiro, a vida eterna
seria obtida pela observncia da lei, e para a Igreja, vem unicamente pela f.
Na Antiga Aliana, a vida era oferecida ao justo que guardava a lei: "faa isto e viver" (Deuteronmio
8.1; Lucas 10.28). Entretanto, ningum conseguiu guardar a lei, pois todos pecaram (Romanos 3.23).
Sob a Nova Aliana (disponvel desde Ado), "ao que no trabalha, porm cr naquele que justifica
o mpio, a sua f lhe atribuda como justia" (Romanos 4.5). Por orgulho o homem insiste em se
tornar justo por si prprio uma tarefa impossvel. Paulo lamentava o fato de que, embora o seu povo
Israel "tivesse zelo por Deus", todavia, "desconhecendo a justia de Deus e procurando
estabelecer a sua prpria, no se sujeitaram que vem de Deus" (Romanos 10.3) pela Nova
Aliana. O mesmo acontece com todas as seitas. O catolicismo romano, por exemplo, tenta (atravs
dos sacramentos, das penitncias e das obras), tornar os seus membros justos o bastante para entrar
nos cus. o mesmo pecado do fariseu que se julgava justo diante de Deus, e no foi ouvido;
enquanto que o publicano, reconhecendo o seu vil estado, foi justificado (Lucas 18.10-14).
Para ser salvo (com algumas excees), ter-se-ia que pertencer a Israel, mas para pertencer Igreja
preciso ser salvo (sem exceo). A Igreja no um veculo de salvao. Crer que ela o seja constituise em erro crucial, e a maioria das seitas assim o afirma, como os mrmons e catlicos romanos. Pois,
para eles, atravs da sua igreja que vem a salvao. Na realidade, a salvao para os que esto
fora da Igreja e s, ento, poder algum tornar-se parte dela.
A salvao sempre foi, e ainda , a mesma para judeus como para gentios. Mas os planos de Deus
para Israel so diferentes dos para a Igreja. Os judeus (como os gentios), que crerem em Cristo antes
de Sua segunda vinda (quando Ele se fizer conhecido a Israel, o qual ser todo salvo), fazem parte da
Igreja. Os judeus que virem a crer em Cristo quando Ele aparecer e os livrar no meio do Armagedom,
continuaro na terra no reino milenar e Cristo reinar sobre eles no trono de Davi. Muitos gentios
tambm sero salvos nessa poca, mas "todo o Israel ser salvo" (Romanos 11.26).
O problema da igreja da Galcia continua (em variados graus) dentro de alguns grupos denominados
hebraico-cristos ou congregaes messinicas. H uma freqente tendncia (at mesmo entre os
gentios), de se imaginar que um retorno aos costumes judaicos contribui para maior santidade.
Reverencia-se tradies extra-bblicas, como por exemplo, a cerimnia seder na pscoa, como se
fossem inspiradas por Deus. Somente as Escrituras devem ser o nosso guia, a ponto de excluir as
tradies humanas condenadas por Cristo (Mateus 15.1-9; Marcos 7.9-13), e tambm pelos apstolos
(Glatas 1.13-14; Colossenses 2.8; 1 Pedro 1.18). Tanto dentro do catolicismo como do
protestantismo, as tradies tm se desenvolvido no curso dos sculos e levado a um erro maior.
Devemos nos lembrar de que Cristo sempre pretendeu que a Igreja fosse algo novo e diferente de
Israel. Ela no partilharia e nem interferiria nas promessas divinas concernentes a Seu povo aqui na
terra, e tais promessas sero cumpridas no devido tempo. As ordenanas religiosas feitas a Israel
seriam tambm separadas da Igreja. Aqui, novamente as seitas se desviaram.
O mormonismo, por exemplo, alega ter tanto o sacerdcio aranico como o de Melquisedeque. O
catolicismo romano, por sua vez, advoga ter um sacerdcio sacrificial em que Cristo continua a ser
oferecido como sacrifcio no altar. Na Igreja, ao contrrio disso, cada crente um sacerdote (1 Pedro
2.9), e os sacrifcios oferecidos so "sempre sacrifcios de louvor, que o fruto de lbios que
confessam o seu nome" e "a prtica do bem" (Hebreus 13.15-16).
Na verdade, no h mais qualquer sacrifcio propiciatrio a ser oferecido para o perdo dos pecados.
Isto foi possibilitado Igreja pelo sacrifcio nico de Cristo na cruz; o qual no mais se repete porque
Ele pagou por completo a penalidade que a justia de Deus exigia, e isto foi possvel por ser Deus
"justo e o justificador daquele que tem f em Jesus" (Romanos 3.26). Conseqentemente, "j no
h oferta pelo pecado" (Hebreus 10.18).
Israel rompeu a aliana que Deus tinha feito com ele, demonstrando assim que "ningum ser
justificado diante dele por obras da lei, em razo de que pela lei vem o pleno conhecimento do
pecado" (Romanos 3.20). Seu sistema de sacrifcio no podia remover pecados, mas apontava para
o nico "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Joo 1.29), e predizia o estabelecimento
261

de "uma nova aliana" com Israel (Jeremias 31.31). O sacrifcio de animais abria o caminho para o
sumo sacerdote judeu no santurio terreno e este santurio foi feito conforme o modelo da realidade
celestial (Hebreus 9.1-10). Quando Cristo morreu na cruz, "o vu do santurio rasgou-se em duas
partes, de alto a baixo" (Marcos 15.38), pondo fim ao sacrifcio de animais. Agora temos "Jesus, o
Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os cus" (Hebreus 4.14), que, "pelo
seu prprio sangue... [obteve] eterna redeno" (Hebreus 9.12,24).
4. As promessas a Israel diferem das promessas para a Igreja
Israel recebeu a terra (Gnesis 12.1; 13.15; 15.18-21; 17.7-8; 26.3-4; 28.13-14; Levtico 20.24; 25.23,
etc.), qual seu destino est ligado e jamais deixar de existir (Jeremias 31.35-40). Numerosas
profecias prometem a Israel a restaurao na sua terra, com o Messias reinando no trono de Davi por
ocasio de Sua volta (2 Samuel 7.10-16; 1 Reis 9.5; Isaas 9.6-7; Ezequiel 34.23-24; 37.24-25; Lucas
1.31-33, etc.). clara a promessa de que Deus derramar do Seu Esprito sobre o Seu povo escolhido
que, depois disso, jamais manchar novamente o Seu santo nome, e Ele no mais esconder de Israel
o Seu rosto (Ezequiel 39.7; 22, 27-29; Zacarias 8.13-14).
Israel deve permanecer para sempre (Jeremias 31.35-38), caso contrrio as profecias bblicas e as
promessas de Cristo no se cumpririam. Cristo faz meno da existncia das cidades de Israel ainda
por ocasio de Sua segunda vinda (Mateus 10.23), o que prova que a Igreja no substituiu Israel. Alm
dessas provas, uma outra (ainda que desnecessria), que Cristo prometeu aos Seus discpulos que
eles reinariam com Ele sobre Israel no Seu reino milenar (Mateus 19.28; Lucas 23.30). A Igreja no
pode cumprir as profecias que foram feitas a Israel; ela nunca pertenceu a uma terra especfica de
onde tenha sido deportada ou para a qual tenha retornado. Ao contrrio, a Igreja formada "de toda
tribo, lngua, povo e nao" (Apocalipse 5.9). A sua esperana ser arrebatada ao cu (Joo 14.3;
1 Tessalonicenses 4.16-17; etc.), onde estaremos diante do "tribunal de Cristo" (Romanos 14.10; 2
Corntios 5.10) e ento, desposados com o nosso Senhor (Apocalipse 19.7-9), estaremos
eternamente com Ele (Joo 14.3; 1 Tessalonicenses 4.17).
Sendo assim, em amor para com o Noivo e desejosos de v-lO face a face, menos ocupados com as
coisas terrenas, no seguindo homens ou organizaes, vivamos para a eternidade. Pela f,
agradeamos a Cristo, permitindo-Lhe, como Cabea da Igreja, alimentar-nos, suster-nos, dirigir-nos e
viver a Sua vida atravs de ns para a Sua glria. (Dave Hunt, TBC 12/97 traduzido por David
Oliveira Silva)
Publicado anteriormente na revista Notcias de Israel, abril de 2000

262

Yasser Arafat exige repetidamente que o novo Estado palestino deve ter Jerusalm como capital. No
existe nenhuma cidade no mundo pela qual se lutou e se luta mais do que por Jerusalm. A igreja
catlica romana exige a internacionalizao de Jerusalm. Praticamente nenhum pas nem os
Estados Unidos reconhece Jerusalm como capital de Israel. Jerusalm torna-se mais e mais o
centro das atenes. Mas, a Palavra de Deus a autoridade final tambm, e principalmente, tratandose de Jerusalm. Mesmo que o mundo inteiro diga "no", se Deus diz "sim", a Sua vontade que vai
se cumprir. Por isso, sempre proveitoso termos em mente o que Deus e Sua Palavra nos dizem
acerca de Jerusalm. Pois esta a cidade mais importante do mundo. A seguir apresentamos
resumidamente 21 fatos bblicos que enfatizam a singularidade de Jerusalm:
1. Jerusalm a cidade de Davi, onde ele governou como rei durante 33 anos sobre todo o Israel e
Jud (2 Sm 5.5).
2. Jerusalm est situada no centro da terra no apenas geograficamente, mas tambm tem
importncia central quanto ao Plano de Salvao (Ez 5.5).
3. Em Jerusalm esto os tronos de justia (Sl 122.5).
4. Jerusalm a cidade fiel (Zc 8.3).
5. O Senhor habitar em Jerusalm (Zc 8.3).
6. Conforme as palavras de Jesus, Jerusalm a cidade do Grande Rei (Mt 5.35).
7. S existe uma cidade no mundo pela qual Jesus chorou: Jerusalm (Lc 19.41ss).
8. Em Jerusalm ocorreu o maior acontecimento de todos os tempos: ali Deus reconciliou o mundo
consigo mesmo por intermdio de Jesus Cristo (2 Co 5.19; Hb 13.12).
9. Do Monte das Oliveiras em Jerusalm Jesus Cristo subiu ao cu (At 1.9-12).
10. Em Jerusalm aconteceu o primeiro Pentecoste e foi ali que os discpulos ficaram cheios do
Esprito Santo (At 2).
11. Em Jerusalm surgiu a igreja primitiva, quando cerca de 3000
pessoas se converteram. Desse modo, ali foi fundada a base da Igreja de Jesus (At 2.41-47).
12. A partir de Jerusalm o Evangelho foi espalhado por todo o mundo (At 1.8).
13. Exclusivamente a cidade de Jerusalm a equivalente terrena da Jerusalm celestial (Gl 4.26; Hb
12.22; Ap 21.2).

263

14. Durante quase 2000 anos Jerusalm foi pisada pelos gentios. Desde 1967 esse perodo terminou,
e Jerusalm novamente a capital do povo judeu (Lc 21.24).
15. Em Jerusalm aparecero as duas testemunhas no tempo da Grande Tribulao e testemunharo
durante 1260 dias. No fim desse tempo elas sero mortas pela besta, ressuscitaro depois de trs dias
e meio, e de Jerusalm subiro ao cu (Ap 11.3-13).
16. No fim do tempo do anticristo todas as naes da terra se ajuntaro para lutar contra Jerusalm (Zc
12.2; 14.2).
17. Ento Jerusalm se tornar pedra de tropeo para todos os povos, e todas as naes que a
erguerem se feriro gravemente (Zc 12.3).
18. Jesus Cristo voltar para Jerusalm para salvar o Seu povo, e todo o remanescente de Israel se
converter ao Senhor (Zc 14.4ss).
19. A seguir, Jesus Cristo estabelecer o Seu reino de paz em Jerusalm e ser Rei sobre toda a terra
(Is 2.2-4; Zc 14.9).
20. Ento, sob o abenoado domnio de Jesus Cristo, Jerusalm ser uma cidade donde correro
guas vivas (Zc 14.8).
21. Depois do Milnio, Satans tentar mais uma vez conquistar e destruir Jerusalm, seduzindo os
povos para lutarem contra Jerusalm. Fogo do cu consumir essas naes, e o diabo ser lanado
no lago que arde com fogo e enxofre (Ap 20.7-10).

Orai pela paz de Jerusalm!


(Conno Malgo)
Publicado anteriormente na revista Notcias de Israel, setembro de 1999

264

"Lembrai-vos das coisas passadas da antigidade: que eu sou Deus, e no h outro, eu sou Deus, e
no h outro semelhante a mim; que desde o princpio anuncio o que h de acontecer e desde a
antigidade, as coisas que ainda no sucederam; que digo: o meu conselho permanecer de p, farei
toda a minha vontade" (Isaas 46.9-10).
A profecia bblica a chave para se entender tanto o passado quanto o futuro. Embora aos cticos
essa talvez parea uma pretenso absurda, ela facilmente comprovada. Pelo fato de ter se cumprido
a maior parte das profecias registradas na Bblia, fica muito simples determinar se essas profecias so
ou no confiveis.
Dois importantes assuntos da profecia estendem-se consistentemente por toda a Escritura: (1) Israel;
(2) O Messias que vem para Israel e atravs de Israel para o mundo como Salvador de toda a
humanidade. Ao redor destes dois temas centrais quase todas as demais profecias se desenrolam e
encontram o seu significado, seja o Arrebatamento da Igreja, o Anticristo, seu governo e religio
vindouros, o Armagedom, a Segunda Vinda de Cristo, ou qualquer outra ocorrncia proftica. A Bblia
absolutamente nica na apresentao dessas profecias, as quais ela registra com detalhes
especficos, comeando h mais de 3.000 anos.
Cerca de 30% da Bblia so dedicados profecia. Esse fato confirma a importncia do que tem se
tornado um assunto negligenciado. Em contraste marcante, a profecia est completamente ausente no
Coro, nos Vedas hindus, no Baghavad Gita, no Ramayana, nas palavras de Buda e Confcio, no
Livro de Mrmon, ou quaisquer outros escritos das religies mundiais. Esse fato isolado j prov um
inegvel selo de aprovao divina sobre a f judaico-crist, que falta em todas as outras crenas. O
perfeito registro do cumprimento da profecia bblica suficiente para autenticar a Bblia, diferentemente
de todos os outros escritos, como a nica e inerrante Palavra de Deus.

Profecia A Grande Prova


H muitas provas importantes para a profecia bblica. A primeira de todas, o cumprimento da profecia
estabeleceu prova irrefutvel da existncia do prprio Deus que inspirou os profetas. Pelos importantes
eventos da histria mundial, profetizados centenas e mesmo milhares de anos antes de acontecerem,
o Deus da Bblia prova ser o nico Deus verdadeiro, Criador do Universo e da humanidade, o Senhor
da Histria e que a Bblia a Sua Palavra infalvel, dada a fim de comunicar os seus propsitos e
meio de salvao a todos os que crerem. Aqui est uma prova to simples que uma criana pode
entender e to profunda que os maiores gnios no podem refutar.
A profecia, pois, desempenha um papel vital ao revelar o propsito de Deus para a humanidade. Ela
tambm fornece uma prova inteiramente segura na identificao do verdadeiro Messias de Deus, ou
Cristo, e desmascara o impostor de Satans, o anticristo, de maneira que ningum que observar a
Palavra de Deus venha a ser por ele enganado.
Entretanto, por ser a profecia nica na Bblia, ela nica para Cristo. Profecia nenhuma narrou a vinda
de Buda, Maom, Zoroastro, Confcio, Joseph Smith, Mary Baker Eddy, os populares gurus hindus
que tm invadido o Ocidente, ou qualquer outro lder religioso, todos eles sem as credenciais que
distinguem Jesus Cristo. Entretanto, h mais de 300 profecias do Velho Testamento que identificam o
265

Messias de Israel. Sculos antes de Sua vinda, os profetas hebreus estabeleceram critrios
especficos que deveriam ser preenchidos pelo Messias. O cumprimento destas profecias nos mnimos
detalhes da vida, morte e ressurreio de Jesus de Nazar demonstram indiscutivelmente ser Ele o
prometido por Deus, o verdadeiro e nico Salvador.
Visto que estes dois importantes itens da profecia bblica, Israel e o Messias, so tratados em alguns
dos meus livros, principalmente em "Quanto Tempo Nos Resta?", vamos resumi-los aqui
rapidamente. Em Isaas 43.10, o Deus de Israel declara que os judeus so Suas testemunhas para o
mundo do qual Ele Deus. Tal o caso, apesar de 30% dos israelitas hoje afirmarem ser ateus e a
maior parte dos judeus do mundo inteiro jamais pensarem em dizer que Deus existe. Mesmo assim
eles so testemunhas da existncia dEle, tanto para si mesmos como para o mundo, por causa do
espantoso cumprimento exato na histria daquilo que Deus falou que iria acontecer a esse povo
especial.

O Povo Escolhido Sua Terra e Destino


Embora muito do que os profetas predisseram para Israel ainda seja para o futuro, nove profecias
importantes envolvendo detalhes especficos e verificveis j se cumpriram, exatamente como fora
previsto sculos antes.
1. Deus prometeu uma terra e fronteira claramente definidas (Gnesis 15.18-21) a Abrao (Gnesis
12.1; 13.15; 15.7, etc.) e renovou tal promessa a Isaque, filho de Abrao (Gnesis 26.3-5), ao seu neto
Jac (Gnesis 28.13) e aos seus descendentes para sempre (Levtico 25.46; Josu 14.9, etc.).
2. um fato histrico Deus ter trazido esse "povo escolhido" (xodo 7.4-8; Deuteronmio 7.6; 14.2,
etc.) Terra Prometida; uma surpreendente histria de milagres por si s.
3. Quando os judeus entraram na Terra Prometida, Deus os advertiu que, se eles praticassem a
idolatria e imoralidade dos habitantes primitivos, os quais Ele havia destrudo por praticarem o mal
(Deuteronmio 9.4), Ele os lanaria tambm para longe (Deuteronmio 28.63; 1 Reis 9.7 e 2 Crnicas
7.20, etc.). Que isso aconteceu , tambm, inegvel pela histria.
At este ponto, a histria nada tem de especial. Outros povos acreditaram que uma certa rea
geogrfica era a sua "terra prometida" e depois de entrarem nela foram posteriormente expulsos pelos
inimigos. Porm, as prximas seis profecias e o seu cumprimento so absolutamente nicos na histria
dos judeus. A ocorrncia desses eventos, exatamente como foram profetizados, jamais pode ter
acontecido por acaso.
4. Deus declarou que o seu povo seria espalhado "entre todos os povos, de uma at outra
extremidade da terra" (Deuteronmio 28.64; comp. 1 Reis 9.7; Neemias 1.8; Ams 9.9; Zacarias 7.14,
etc.). E assim aconteceu. O "judeu errante" encontrado em toda parte. A preciso com que essas
profecias aconteceram exclusivamente aos judeus se tornou marcante, porque segue cumprimento
aps cumprimento at que a existncia de Deus atravs do trato com o Seu povo escolhido se torne
irrefutvel.
5. Deus os admoestou que onde quer que vagassem, os judeus seriam "pasmo, provrbio e motejo
entre todos os povos" (Deuteronmio 28.37; 2 Crnicas 7.20; Jeremias 29.18; 44.8, etc.). Incrivelmente
isso tem se tornado realidade a respeito dos judeus atravs de toda a histria, exatamente como a
gerao presente pode muito bem constatar. A maledicncia, o desprezo, as piadas, o dio violento
chamado anti-semitismo, no apenas entre os muulmanos, mas at mesmo entre os que se chamam
cristos, um fato nico e persistente na histria peculiar do povo judeu. Mesmo hoje, apesar da
freqente memria do Holocausto de Hitler, que chocou e envergonhou o mundo inteiro como um
desafio lgica e conscincia, o anti-semitismo est vivo e recrudesce em todo o mundo.

Histria de Perseguio
Alm do mais, os profetas declararam que esse povo espalhado no apenas seria difamado, denegrido
266

e discriminado, mas:
6. Seria perseguido e assassinado como nenhum outro povo na face da terra, fato que a histria atesta
com eloqente testemunho, pois foi exatamente o que aconteceu aos judeus, sculo aps sculo, onde
quer que fossem encontrados. O registro histrico de nenhum outro grupo tnico ou nacional de
pessoas contm algo que ao menos se aproxime do pesadelo de terror, humilhao e destruio que
os judeus tm suportado na histria, pelas mos dos povos entre os quais foram espalhados.
Vergonhosamente, muitos que afirmaram ser cristos e, portanto, seguidores de Cristo, que era um
judeu, estavam na primeira fila da perseguio e extermnio dos judeus. Havendo ganho completa
cidadania no Imprio Romano pago, em 212 d.C., sob o dito de Caracalla, os judeus se tornaram
cidados de segunda classe e objeto de incrvel perseguio depois que o Imperador Constantino
supostamente se tornou cristo. A partir da, foram os que se chamavam cristos que se tornaram
mais cruis com os judeus do que os pagos jamais haviam sido.
Os papas catlicos romanos foram os primeiros a fomentar o anti-semitismo ao mximo. Hitler, que
permaneceu catlico at o fim, afirmaria que estava apenas seguindo o exemplo dos catlicos e dos
luteranos em concluir o que a igreja havia comeado. O anti-semitismo fazia parte do catolicismo, do
qual Martim Lutero jamais se libertou. Ele advogava que se incendiassem as casas dos judeus, dandolhes a alternativa de se converterem ou ficarem sem a lngua.[1] Quando os judeus de Roma foram
libertados de seus guetos pelo exrcito italiano em 1870, sua liberdade finalmente ps fim a cerca de
1.500 anos de inimaginvel humilhao e degradao nas mos dos que afirmavam ser os vigrios de
Cristo. Papa nenhum odiou os judeus mais do que Paulo IV (1555-1559), cuja crueldade foi alm da
imaginao humana. O historiador catlico Peter de Rosa confessa que uma inteira "sucesso de
papas reforou os antigos preconceitos contra os judeus, tratando-os como leprosos, indignos da
proteo da lei. Pio VII (1800-1823) foi sucedido por Leo XII, Pio VIII, Gregrio XVI e Pio IX (18461878) todos eles discpulos de Paulo IV.[2] O historiador Will Durant nos lembra de que Hitler teve
bons precedentes para a suas sanes contra os judeus:
O Conclio (catlico romano) de Viena (1311) proibiu qualquer transao entre cristos e
judeus. O Conclio de Zamora (1313) estabeleceu que se proibissem aos cristos de se
associarem aos judeus... E levou as autoridades seculares (como a igreja havia h muito
estabelecido em Roma e nos estados papais) a confinar os judeus em quarteires
separados (guetos) e compeli-los a usar um distintivo (antes havia sido um chapu
amarelo) e assegurar sua freqncia aos sermes para que se convertessem.[3]

Preservao e Renascimento
Deus declarou que apesar de tais perseguies e massacres peridicos,
7. Ele no permitiria que o Seu povo fosse destrudo, mas o preservaria como um grupo tnico e
nacional identificvel (Jeremias 30.11; 31.35-37, etc.). Os judeus teriam toda razo de se misturarem
atravs de casamentos [com os gentios], de mudarem seus nomes e de esconderem sua identidade de
qualquer maneira possvel, a fim de escaparem perseguio. Por que preservaram sua linha
sangnea, se no possuam uma terra prpria, se a maioria no cria literalmente na Bblia, e se a
identificao racial s lhes trazia as mais cruis desvantagens?
Deixar de se misturar em casamentos no fazia sentido. A absoro por aqueles entre os quais viviam
pareceria inevitvel, de modo que poucos sinais dos judeus como povo distinto deveriam permanecer
at hoje. Afinal, esses desprezveis exilados foram espalhados por todos os cantos da terra por 2.500
anos, desde a destruio de Jerusalm por Nabucodonosor em 586 a.C. Poderia a "tradio" ser to
forte sem uma f real em Deus?
Contra todas as previses, os judeus permaneceram um povo distinto, depois de todos esses sculos.
Este fato um fenmeno sem paralelo na histria e absolutamente peculiar aos judeus. Para a maioria
dos judeus que viviam na Europa, a lei da igreja tornava impossvel o casamento misto sem a
converso ao catolicismo romano. Aqui mais uma vez a igreja catlica desempenhou um papel infame.
267

Durante sculos era pecado mortal, sob a jurisdio dos papas, o casamento entre judeus e cristos,
evitando-se os casamentos mistos mesmo entre os que o desejassem.
A Bblia diz que quando Deus determinou guardar o Seu povo escolhido separado para si prprio
(xodo 33.16; Levtico 20.26, etc.), Ele o fez porque
8. Os traria de volta sua terra nos ltimos dias (Jeremias 30.10; 31.8-12; Ezequiel 36.24,35-38, etc.),
antes da segunda vinda do Messias. Essa profecia e promessa h tanto esperada foi cumprida com o
renascimento de Israel em sua Terra Prometida. Isso aconteceu em 1948, quase 1.900 anos aps a
Dispora final, na destruio de Jerusalm, no ano 70 d.C., pelos exrcitos romanos liderados por Tito.
Essa restaurao de uma nao, depois de 25 sculos, absolutamente espantosa, um fenmeno
sem paralelo na histria de qualquer outro povo e inexplicvel por meios naturais e muito menos pelo
acaso. Mais notvel que
9. Deus declarou que nos ltimos dias, antes da segunda vinda do Messias, Jerusalm se tornaria "um
clice de tontear... uma pedra pesada para todos os povos" (Zacarias 12.2-3). Quando Zacarias fez
esta profecia, h 2.500 anos, Jerusalm permanecia em runas e cheia de animais selvagens. A
profecia de Zacarias parecia uma grande loucura, mesmo aps o renascimento de Israel em 1948.
Pois hoje, exatamente como foi profetizado, um mundo de quase 6 bilhes de pessoas tem os seus
olhos voltados para Jerusalm, temendo que a prxima Guerra Mundial, se explodir, seja travada
sobre essa pequenina cidade. Que incrvel cumprimento da profecia!

Nenhuma Explicao Normal


Israel ocupa 1/6 de 1% da rea de terra que os rabes possuem. Os rabes tm o petrleo, a riqueza e
a influncia mundial que tais recursos aparentemente inesgotveis proporcionam. No apenas o
pedacinho de terra de Israel dificilmente perceptvel no mapa-mndi, como tambm lhe faltam todas
as coisas essenciais para que se torne o centro das preocupaes de todo o mundo. Entretanto,
desafiando o bom-senso, Israel o foco da ateno mundial, exatamente como foi profetizado.
Jerusalm uma pequenina cidade sem importncia comercial ou localizao estratgica. Mesmo
assim, os olhos do mundo inteiro esto sobre ela mais do que sobre qualquer outra cidade. Jerusalm
tornou-se realmente uma "pedra pesada" ao redor do pescoo de todas as naes do mundo, o
problema mais irritante e instvel que as Naes Unidas enfrentam hoje. E no h explicao lgica
para isso. O que os profetas hebreus declararam h milhares de anos e que parecia absolutamente
irreal em seu tempo est se cumprindo hoje. Essa apenas uma parte da evidncia de que os "ltimos
dias" profetizados esto chegando para ns, e que a nossa gerao, provavelmente, ver o restante
da profecia cumprida.
As profecias acima delineadas (para no citar inmeras outras), tm sido assunto de conhecimento
pblico nas pginas da Escritura e tm estado disponveis para exame cuidadoso durante sculos.
Que elas tenham se cumprido com detalhes no pode ser obra do acaso, sendo, na verdade, a prova
evidente da existncia do Deus que inspirou a Bblia, provando a autenticidade e inerrncia desse
Livro. Em vista de tal clara e admirvel evidncia, somente podemos supor benevolentemente que
nenhum agnstico ou ateu tenha se atrevido a ler as profecias bblicas e as tenha checado
pessoalmente com a histria e os eventos atuais.
Existem profecias adicionais concernentes a Israel e Jerusalm que se referem aos ltimos dias, as
quais ainda aguardam futuro cumprimento. Entretanto, podemos estar certos, baseados nas profecias
que j se cumpriram, que estas tambm se realizaro em um futuro no muito distante. O tempo mais
aterrador de destruio para os judeus e tambm para toda a populao mundial ainda est por vir. Ele
se chama "tempo de angstia para Jac" (Jeremias 30.7).
Com espantosa preciso a Bblia no menciona Damasco, Cairo, Londres ou Paris como centro da
ao dos ltimos dias, mas apenas duas cidades especficas: Jerusalm e Roma. Elas so
divergentes, tm sido inimigas desde a poca dos csares e notavelmente continuam rivais pela
supremacia espiritual ainda hoje. A Roma catlica reivindica ser a "Cidade Eterna" e a "Cidade Santa",
268

ttulos que a Bblia deu a Jerusalm. Roma tambm afirma que a "Nova Jerusalm", provocando um
conflito direto com as promessas de Deus concernentes verdadeira Cidade de Davi.
Passaram-se 2.000 anos de tenso e antagonismo entre Roma e Jerusalm. Durante quase 46 anos
aps o renascimento de Israel em 1948, o Vaticano se recusou a reconhecer esse pas. Essa
animosidade no foi apagada pela recente abertura que o Vaticano executou apenas como expediente
para se aproximar de Israel. Roma quer exercer influncia sobre o futuro de Jerusalm, que ela ainda
insiste em tornar uma cidade internacional sobre a qual Israel no tenha mais direito do que qualquer
outra nao.
Com espantosa preciso a Bblia identifica Jerusalm e Roma como os pontos focais dos eventos
profetizados para os ltimos dias. Ambas vo ter sua parte no julgamento de Deus. Exige-se pouco
mais do que ateno casual sobre as notcias dirias para se reconhecer a preciso da profecia.
Tambm a, no que a Bblia diz sobre Roma e a Cidade do Vaticano, temos evidncias adicionais de
que esse Livro a Palavra de Deus. (extrado do livro "A Woman Rides the Beast", traduo de Mary
Schultze)

Notas
1. Will Durant, The Story of Civilization, vol. VI, The Reformation (Simon and Schuster, Inc.,
1950), p. 727.

2. Peter de Rosa, Vicars of Christ: The Dark Side of the Papacy (Crown Publishing, Inc., 1988), p.
194.

3. Durant, op. cit., vol. VI, p. 729.


Extrado do livro A Mulher Montada na Besta.

269

Muitas pessoas crem que a profecia bblica muito complexa para ser compreendida, ento
deveramos apenas deix-la com os "peritos". Mas a profecia pode ser facilmente quem sabe
devamos dizer prontamente compreendida quando observada com um pouco de bom senso. A Bblia
no diz que Deus deu as profecias apenas para os telogos e para os eruditos bblicos, mas [revelou]
"...aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer..." (Apocalipse 1.1). Isso significa que
voc e eu podemos entender a Palavra Proftica de Deus, e Deus espera que a estudemos porque Ele
o autor da profecia. Certamente devemos desejar ler o Seu Livro!
Entendendo a Profecia
A existncia paralela da Igreja de Jesus Cristo e a preparao para o reino do Anticristo nesta terra so
conceitos padres pelos quais a profecia bblica compreendida.
A profecia bblica, muitas vezes, parece complicada porque deixamos de levar em conta o fato de que
algumas partes das profecias j foram cumpridas, enquanto outras ainda esto por ser cumpridas no
futuro.
Quando Joo Batista nasceu, por exemplo, seu pai proferiu profecias especficas, das quais pores
ainda no foram cumpridas at o dia de hoje: "Zacarias, seu pai, cheio do Esprito Santo, profetizou,
dizendo: Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo, e nos suscitou
plena e poderosa salvao na casa de Davi, seu servo, como prometera, desde a antigidade, por
boca dos seus santos profetas, para nos libertar dos nossos inimigos e das mos de todos os que nos
odeiam; para usar de misericrdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa aliana e do
juramento que fez a Abrao, o nosso pai, de conceder-nos que, livres das mos de inimigos, o
adorssemos sem temor, em santidade e justia perante ele, todos os nossos dias. Tu, menino, sers
chamado profeta do Altssimo, porque preceders o Senhor, preparando-lhe os caminhos, para dar ao
seu povo conhecimento da salvao, no redimi-lo dos seus pecados" (Lucas 1.67-77).
Notamos que muitas partes dessa profecia no foram cumpridas naquela poca, nem se cumpriram
at o dia de hoje. Vejamos alguns exemplos.
Inimigos de Israel
O versculo 71 diz que Israel se "...libertar dos nossos inimigos e das mos de todos os que nos
odeiam". Mas isso ainda no foi cumprido. Alis, conforme revelam muitas fontes seguras, o antisemitismo est at aumentando. Veja alguns relatos da mdia:
Os incidentes anti-semitas nos Estados Unidos aumentaram 8% em 1993, havendo um
grande crescimento de ataques e ameaas, informou a Liga Anti-Difamao... A pesquisa
mostrou que esses ataques, ameaas e molestamentos contra indivduos ou organizaes
subiram 23% a mais que no ano anterior... Abraham Foxman, diretor nacional da LAD,
disse: "Estamos profundamente preocupados com esse anti-semitismo descarado..."
(Reuters, 24/1/1994)

270

A revista semanal alem Focus registrou nmeros oficiais que mostraram que no primeiro
semestre de 1994 os ataques anti-semitas cresceram mais de 100% na Alemanha, se
comparados com o mesmo perodo do ano anterior. Citando um relato da Agncia BKA, da
polcia federal, a Focus disse que 701 de tais ataques foram cometidos em comparao
com 343 no mesmo perodo de 1993.
Recentemente, os neonazistas se reuniram em cidades da antiga Alemanha Oriental
gritando "Sieg Heil!" e "A Alemanha para os alemes!" (Dispatch From Jerusalem,
12/1994)
Outra Profecia No Cumprida
Ainda hoje, Israel no serve a Deus. Os judeus esto cegos para o seu Messias, como afirma
Romanos 11.28: "Quanto ao evangelho, so eles inimigos por vossa causa; quanto, porm, eleio,
amados por causa dos patriarcas".
O sacerdote Zacarias profetizou que Deus haveria "de conceder-nos que, livres das mos de inimigos,
o adorssemos sem temor, em santidade e justia perante ele, todos os nossos dias" (Lucas 1.74-75).
Sabemos que essa parte do discurso proftico dele no foi cumprida at hoje. Eles ainda no foram
libertados de seus inimigos, e nem esto servindo a Deus em santidade e justia.
Os versculos seguintes, entretanto, foram cumpridos naquela poca: "Tu, menino, sers chamado
profeta do Altssimo, porque preceders o Senhor, preparando-lhe os caminhos, para dar ao seu povo
conhecimento da salvao, no redimi-lo dos seus pecados graas entranhvel misericrdia de nosso
Deus, pela qual nos visitar o sol nascente das alturas, para alumiar os que jazem nas trevas e na
sombra da morte, e dirigir os nossos ps pelo caminho da paz" (Lucas 1.76-79). Assim sendo, vemos a
partir desses versculos que o discurso proftico no est limitado ao cumprimento esttico, que
acontece numa s vez. Esta profecia foi proferida h quase 2000 anos. Parte dela foi cumprida e outra
parte ainda aguarda seu cumprimento final.
A Proclamao Messinica de Jesus
Outro exemplo forte de uma profecia parcialmente cumprida, usado com freqncia pelo Dr. Wim
Malgo, fundador da Obra Missionria Chamada da Meia-Noite, encontra-se em Lucas captulo 4. Jesus
foi a Nazar e entrou na sinagoga local no sbado. Ali Ele leu as Escrituras para aquele dia: "Indo para
Nazar, onde fora criado, entrou, num sbado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se
para ler" (Lucas 4.16). Ento o rabi encarregado deu-lhe o livro e Ele comeou a ler: "O Esprito do
Senhor est sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar
libertao aos cativos e restaurao da vista aos cegos, para pr em liberdade os oprimidos, e
apregoar o ano aceitvel do Senhor. Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e
todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele. Ento, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a
Escritura que acabais de ouvir" (vv. 18-21).
Que passagem Ele citou? Isaas 61.1-2! Vejamos o que Isaas escreveu: " O Esprito do SENHOR
Deus est sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, envioume a curar os quebrantados de corao, a proclamar libertao aos cativos e a pr em liberdade os
algemados; a apregoar o ano aceitvel do SENHOR e o dia da vingana do nosso Deus; a consolar
todos os que choram".
D para detectarmos uma clara diferena. Isaas fez essa proclamao de um flego: "Apregoar o ano
aceitvel do SENHOR e o dia da vingana do nosso Deus..." Mas na sinagoga, naquele dia de sbado,
Jesus no leu a ltima parte desse versculo. Ele simplesmente parou depois de dizer: "a apregoar o
ano aceitvel do SENHOR..." Fechou o livro, deu-o ao rabi e se assentou.
Depois Ele disse algo extremamente significativo: "...hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de
ouvir". O Senhor Jesus veio para proclamar salvao. Ele veio para cumprir aquilo que estava escrito a
271

Seu respeito pelos profetas. Ele no veio para executar "...o dia da vingana do nosso Deus..." naquela
poca. Isso ainda est por acontecer.
A afirmao proftica de Isaas compreende a primeira e a segunda vinda de Jesus como uma s. Os
2000 ou mais anos ocultos entre ...o ano aceitvel do SENHOR..." e "...o dia da vingana do nosso
Deus..." so a poca da Igreja. Somente depois que a Igreja tiver partido para se encontrar com
Jesus, "...entre as nuvens...", que "...o dia da vingana..." ter incio.
Medo do Desconhecido
Ao simplesmente reconhecermos que as profecias que citei foram cumpridas apenas parcialmente, o
seu significado j fica mais claro. Elas comeam a fazer mais sentido. Como crentes, no temos razo
para temer, pois Deus claramente nos diz em Sua Palavra que aqueles que persistem em sua
incredulidade tero muito motivo para ficar amedrontados!
Por causa do medo do desconhecido, muitos esto relutantes e deliberadamente evitam tentar
compreender as profecias. Ignorar a Palavra Proftica, entretanto, no impede que ela seja cumprida.
Aqueles que rejeitam a Palavra Proftica ou optam por ignor-la no podem ser informados de, ou
preparados a respeito daquilo para o que ela veio. Sem uma clara compreenso da Palavra Proftica,
temos toda a razo para temer as coisas que viro sobre este mundo. Veja alguns exemplos:
A despeito das melhorias na sade, ou dos cuidados com nosso meio ambiente, psiclogos,
socilogos e epidemiologistas dizem que podemos muito bem estar vivendo na mais ansiosa e
temerosa sociedade de nossa histria. Por que estamos to apavorados e muitas vezes por coisas
erradas? Muitos dizem que as notcias da mdia so as quem tm maior parcela de culpa. A mdia,
afinal de contas, d mais ateno queles assuntos, questes e situaes que mais assustam os
leitores e telespectadores. Assim sendo, quase todo dia, lemos, ouvimos e vemos acerca de algum tipo
de ameaa nova nossa sade e segurana. (The State, 25/12/1994)
Ao mesmo tempo que podemos admitir que o mundo tem razes legtimas para temer as coisas que
esto acontecendo, os cristos no precisam temer. Ns seremos apenas tomados pelo medo se no
estudarmos a Palavra Proftica.
O apstolo Pedro nos d o conselho correto que, se considerado, no nos levar a temer o
desconhecido, pelo contrrio, far nossos coraes se regozijarem: "Temos, assim, tanto mais
confirmada a palavra proftica, e fazeis bem em atend-la, como a uma candeia que brilha em lugar
tenebroso, at que o dia clareie e a estrela da alva nasa em vosso corao" (2 Pedro 1.19). Ter medo
do desconhecido no justificativa para a negligncia. Ao contrrio, se uma pessoa ignora a Palavra
Proftica, ela sentir medo desnecessariamente e perder um gozo inigualvel que vem do estar
completamente envolvido com a Palavra de Deus!
No Lugar Errado,
na Hora Errada
Quando nos dedicamos verdade da Palavra Proftica, ns nos encontramos no lugar certo o tempo
todo. Isso nos d segurana absoluta das coisas que esto por vir. Mas, quando descremos da Palavra
Proftica ou a ignoramos, ento estamos em territrio desconhecido e somos tomados pelo medo.
Permita-me reconstituir uma experincia angustiante que tive quando jovem em Melbourne, na
Austrlia.
Naquela ocasio, o anoitecer veio rpido demais. Parecia que o dia havia simplesmente se desligado,
tornando-se trevas. Ainda mais estranho e amedrontador foi o silncio quase sepulcral que fez com
que eu e meu amigo Dieter tivssemos um sentimento estranho de que algo estava errado.
"Isso no pode estar acontecendo. Deve ser um pesadelo. Vai cessar no momento em que eu
acordar", pensei. Mas era real demais. Ali estvamos, dois imigrantes da Alemanha com 19 anos de
272

idade, sem qualquer conhecimento da lngua inglesa, exceto algumas frases que havamos aprendido
a bordo do navio italiano de imigrantes chamado Castel Felcia. O navio navegou durante cinco
semanas da Alemanha at Melbourne, Austrlia. Uma frase em ingls em particular ficou presa
minha mente, simplesmente porque eu a achava to boba: "Isto uma ma".
Eu percebi que no podia andar pelas ruas da grande cidade de Melbourne com apenas o
conhecimento dessas quatro palavras em ingls, esperando me comunicar suficientemente para
encontrar um lugar para passar a noite, e menos ainda para encontrar um emprego. Esse era o
propsito de irmos de carona para Melbourne, deixando para trs um acampamento seguro de
imigrantes, a 240 km de distncia. Claro, ns fomos avisados no acampamento de Bonnegilla para no
sairmos daquela propriedade. Disseram-nos: "O governo cuidar de vocs. Vocs conseguiro um
emprego, aprendero a lngua e ganharo dinheiro". Foi extremamente difcil sermos confortados por
tais promessas, porque naquela poca os empregos na Alemanha eram abundantes.
Algum poderia dizer a seu chefe: "Eu me demito!", atravessar a rua e ser rapidamente aceito em outra
firma. Portanto, os alertas que nos foram feitos no tinham o mnimo sentido para ns. Por no
prestarmos ateno quelas palavras de alerta, acabamos nos encontrando numa situao difcil, a
muitos quilmetros daquele acampamento.
Pensamos que algo estranho devia estar acontecendo na cidade, porque ela parecia abandonada.
Jamais poderamos ter imaginado que era bastante normal para uma cidade australiana estar
virtualmente vazia depois das horas de trabalho. Na Europa, as pessoas vivem na cidade, em
apartamentos em cima de lojas e escritrios. Mas o centro da cidade de Melbourne era estritamente
comercial. Quando chegava a hora de fechar, todos iam para suas casas nos subrbios, deixando a
cidade vazia. E aquele silncio estranho e amedrontador contribuiu para o nosso desespero. Uma
cidade sem pessoas era algo totalmente alm da nossa imaginao. "E agora?", ns nos perguntamos.
Estvamos perdidos, com fome e praticamente sem dinheiro. Alm disso, estvamos
desesperadamente precisando de um lugar para dormir. De repente, no escuro dessa cidade estranha,
deparamos com um prdio aparentemente vazio. Por sorte, a porta estava aberta. Exceto por alguns
ratos amedrontados correndo em todas as direes, ns nos sentimos razoavelmente seguros, at
mesmo protegidos, depois de fecharmos a porta. Parecia at um pouco mais quente do que do lado de
fora, naquela rua escura.
Entre o lixo, achamos uma pilha de jornais velhos e depois de comermos o nosso ltimo doce, aqueles
jornais tornaram-se os nossos cobertores naquela noite. "Amanh tudo ser diferente", pensamos.
"Certamente encontraremos um emprego numa construo e as coisas havero de melhorar". Depois
pegamos no sono.
Deve ter sido perto de duas ou trs horas da manh quando o frio nos acordou. Sem problemas.
Sabamos que o calor procura os lugares mais altos, ento subimos numa escada parcialmente
quebrada para o andar de cima, trazendo conosco nossos cobertores de jornal. Voltamos a pegar no
sono.
Passado no muito tempo, entretanto, fomos acordados pelo barulho de um carro, um barulho de que
havamos sentido imensa falta na noite anterior. Estranhamente, o motor parou e a porta do carro abriu
e fechou bem na frente do nosso prdio.
Colocamo-nos rapidamente em p e olhamos pela janela suja. Meu amigo reconheceu um carro
esporte britnico, um MG. Nossos coraes comearam a bater mais rpido quando a porta no andar
de baixo se abriu e algum entrou. Quase instantaneamente eu procurei por um objeto que servisse
para me defender, e o mesmo fez meu amigo. Agora, ns realmente achvamos que as nossas vidas
estavam correndo risco.
Os pensamentos passaram em ritmo rpido pela minha mente, acerca das muitas vezes em minha
jovem vida que eu havia escapado por pouco da morte. Uma dessas vezes foi em 1944, por exemplo,
quando toda a nossa famlia quase morreu de fome por causa do cerco russo. Mas ns conseguimos
vencer, perdendo apenas um membro da famlia minha irm mais nova.

273

Em outra ocasio, os alemes estavam sendo executados sem mais nem menos pelas foras
comunistas que haviam ganhado a guerra. Mas eles pararam com a matana bem prximo do local em
que estvamos. Por isso, a essa altura eu estava preparado virtualmente para qualquer coisa. Mas os
minutos pareciam uma eternidade.
Ns ouvimos claramente cada passo e esperamos em meio ao suspense os rudos comearem a subir
as escadas. Silncio depois o som de jornal sendo remexido. Parecia que o jornal estava sendo
jogado nas escadas. O suspense foi to grande que conseguimos ouvir at o nosso corao bater.
Ns no perdemos sequer o som de um fsforo sendo riscado. De repente tornou-se claro que aquele
homem no estava atrs de ns! Ele nem sabia que havia gente no prdio. Tratava-se provavelmente
de um incendirio! Quem sabe era o proprietrio do prdio que queria queim-lo para receber o
seguro.
Mas, e ns? Deveramos tentar det-lo? E se ele tivesse uma arma, ns no teramos a mnima
chance. Poderamos ser facilmente silenciados duas testemunhas convenientemente desaparecendo
no meio do fogo.
Comeamos a sentir o cheiro de fumaa. Agora o nosso desespero aumentou. Se no fizssemos
nada, morreramos ali, mas se fizssemos alguma coisa, ainda assim poderamos morrer. Ento o
longo silncio foi interrompido pelo som de passos. A porta se fechou no andar inferior. Que alvio
tremendo para ns. Agora estvamos livres para agir. Dieter correu para a janela e viu que o homem
havia entrado rapidamente em seu carro conversvel, sem sequer usar a porta. Ele ligou o carro e
sumiu de vista.
A essa altura eu j havia chegado no andar abaixo e o fogo havia comeado a pegar na madeira seca
da escada. Nossa deciso seguinte levou apenas segundos... ns apagamos o fogo.
Exaustos, finalmente samos para o lado de fora do prdio, naquela cidade estranha, contentes por
estarmos vivos. Certamente o incendirio deve ter esperado ver fumaa e ouvir o alarme de incndio,
mas em vo, pelo menos naquela noite. Chegamos a considerar deixar o fogo queimar o prdio, mas a
nossa presena na cidade, sem dvida, nos deixaria como provveis suspeitos. Qualquer policial
poderia imediatamente nos identificar como os incendirios porque, afinal, estvamos no prdio. Dois
jovens num lugar onde no deveriam estar, no falando praticamente nada de ingls, sem ter dinheiro,
teriam sido facilmente vistos como quem comeou o fogo para se esquentarem, e que este saiu de
controle. Teria sido a pressuposio lgica. Contentes com nossa deciso, agora estvamos cheios de
esperana para o dia que estava amanhecendo.
Perdidos em
Terra Estranha
Por que eu estou contando essa experincia num artigo a respeito da "compreenso da profecia"?
Fao isso com o propsito de demonstrar que estvamos no lugar errado em hora errada, colocandonos em situao extremamente perigosa, por assim dizer, navegando em territrio em que no
devamos estar.
Da mesma maneira, esse exemplo deveria servir para nos lembrar que qualquer pessoa sem Cristo
est totalmente perdida, rumo condenao eterna. A Bblia afirma que a separao de Deus para
sempre para aqueles que morrem sem Cristo.
Se Dieter e eu simplesmente soubssemos a lngua, ns poderamos ter perguntado a algum aonde
poderamos encontrar um lugar para ficar. Ns facilmente poderamos ter evitado aquela terrvel
situao em que nos metemos.
Essa experincia se aplica igualmente a qualquer pessoa que deixa de dar ouvidos Palavra
Proftica. Tal pessoa anda nas trevas e vive oprimida por um medo que no precisaria sentir.

274

Segurana Eterna
em Cristo
D ouvidos preciosa garantia que a Palavra de Deus nos fornece: "No se turbe o vosso corao;
credes em Deus, crede tambm em mim. Na casa de meu Pai h muitas moradas. Se assim no fora,
eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos
receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vs tambm. E vs sabeis o caminho
para onde eu vou" (Joo 14.1-4).
No se trata de um anncio barato, um folheto promocional ou uma propaganda bem elaborada de um
shopping famoso. Trata-se da promessa do Jesus Vivo que fez os cus e a terra e tudo o que neles h!
Voc filho de Deus? Ento no precisa temer. Leia o livro de Apocalipse, que Deus nos deu para
detalhar o futuro.
Deus, de fato, nos d uma maravilhosa promessa se lermos este livro: "Bem-aventurados aqueles que
lem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo
est prximo" (Apocalipse 1.3).
O estudo da Palavra Proftica, portanto, no algo insignificante. No se trata tambm de algo a ser
deixado apenas com os especialistas. Ele para todo filho de Deus. (Arno Froese http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, agosto de 1999

275

Ao ler este artigo, voc compreender algumas das falsas interpretaes de profecias que se tornaram
bem conhecidas depois da famosa "Guerra dos Seis Dias" no Oriente Mdio, em 1967. Esta anlise
tambm deveria acabar de vez com os boatos relativos ao "computador da besta" na Blgica,
miraculosa multiplicao dos corvos [em Israel, supostamente para que se cumprisse Ezequiel 39.4,17
NE], s contnuas reivindicaes da descoberta da Arca da Aliana e de outras descobertas
arqueolgicas sensacionais, bem como s ousadas reivindicaes da localizao da Arca de No. Tais
coisas no ajudam, pelo contrrio, s contribuem para a crescente confuso no mundo de hoje.

Compreender a Palavra Proftica


A Palavra de Deus nos diz que compreender a Jesus equivale a compreender a profecia. Apocalipse
19.10, por exemplo, afirma: "Prostrei-me ante os seus ps para ador-lo. Ele, porm, me disse:
V, no faas isso; sou conservo teu e dos teus irmos que mantm o testemunho de Jesus;
adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus o esprito da profecia." Quero ressaltar a ltima
frase: "Pois o testemunho de Jesus o esprito da profecia." Trata-se de uma afirmao muito
forte, que vem diretamente do cu e que uma vez mais d testemunho da Trindade. A perfeita unidade
de Deus Pai, Deus Filho e Deus Esprito Santo, em conjuno com a profecia, claramente
demonstrada nesse trecho.
Jesus a verdade, o Esprito a verdade, a profecia a verdade. Portanto, quando estamos lidando
com a Palavra Proftica, precisamos reconhecer plenamente que estamos lidando com o Deus da
profecia, com Jesus e com o Esprito da verdade! O testemunho de Jesus Cristo verdadeiro, quer
confiemos nele ou no. A nossa incredulidade ou interpretao errnea no muda a verdade.

O nico Caminho Para a Salvao


Ningum pode ser salvo, a no ser atravs de Jesus. A Palavra de Deus nos diz que Ele o caminho,
a verdade e a vida, e que ningum pode vir ao Pai seno por Ele (veja Joo 14.6). O testemunho de
Jesus Cristo verdadeiro para toda a humanidade passada, presente e futura. O sangue do Cordeiro
de Deus a nica substncia que purifica completa e perfeitamente o pecador, permitindo-lhe
comparecer inculpvel presena de Deus, o Criador.
Temos a liberdade de interpretar os sinais do fim que a Sagrada Escritura nos d, mas a nossa
interpretao jamais deve ser considerada a final. Devemos permitir que as Escrituras confirmem a si
mesmas, do mesmo modo como o Senhor Jesus e Seus apstolos o fizeram.
A Bblia absoluta e deve ser aceita literalmente. Quando deixamos de fazer isso, surge a confuso.
Consideremos uma notcia do jornal The Scotsman:
Um recente debate acerca das histrias bblicas dividiu a Igreja da Esccia, depois que seu
moderador descreveu o nascimento virginal como um evento simblico e atacou os
conservadores religiosos. Ao pregar em Edimburgo, o reitor Rev. Dr. James Weatherhead,
276

Moderador da Assemblia Geral, defendeu as dvidas recentemente expressas por lderes


da igreja, inclusive o bispo de Durham, acerca da realidade factual do nascimento virginal.
O Dr. Weatherhead, falando na catedral de St. Giles, disse que a Bblia era muito mais um
documento potico do que de verdades legais ou literais. "No estamos necessariamente
dizendo algo depreciativo acerca do nascimento virginal, quando afirmamos que ele
simblico", disse ele.[1]
Nesse caso vemos um telogo proeminente tornando-se um tolo ao negar a verdade literal da Bblia,
alegando que o nascimento virginal seja meramente simblico.

A Igreja a Receptora da Profecia


O apstolo Pedro adverte os crentes a darem ouvidos Palavra Proftica e enfatiza que esta
absolutamente confivel. Ele faz uma afirmao importante em 2 Pedro 1.20: "Sabendo,
primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provm de particular elucidao." A
Palavra Proftica foi dada Igreja de Cristo, o corpo completo dos que crem.
Ela no , entretanto, deixada interpretao individual e isolada. Quando um indivduo cr que
descobriu uma verdade especial nas Escrituras, ele deveria comparar cuidadosamente a sua crena
com a de outros homens de Deus e observar como eles interpretam o mesmo texto bblico. Por
exemplo, o Esprito da profecia que enfatiza nestes ltimos tempos, para muitos servos de Deus, que
a poca dos gentios est chegando ao fim. A Igreja toma conhecimento disso coletivamente, em todo o
mundo. No se trata de uma revelao especial dada somente a uma certa pessoa.
O apstolo Pedro que, conforme j dissemos, rejeitava a interpretao isolada das Escrituras,
enfatizou que a Palavra da profecia inspirada por Deus, o Esprito Santo. Ela no procede de
homens: "Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto,
homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Esprito Santo" (2 Pedro 1.21).

Profecias Acerca de Jerusalm


Analisemos certas profecias que esto sendo enfatizadas atualmente pelo corpo dos crentes em
Cristo. Por exemplo, o fato de Jerusalm estar se tornando cada vez mais uma pedra de tropeo para
as naes claramente profetizado. Tal compreenso no precisa de interpretao especial. A
profecia est escancarada diante de todos os crentes. As afirmaes do [falecido] rei Hussein da
Jordnia deveriam ser reconhecidas como parte do processo que leva ao cumprimento da profecia
com relao Cidade Santa:
Jerusalm deveria ser um lugar de encontro para... todos os filhos de Abrao, rabes e
judeus, igualmente. Mas no pode haver soberania sobre os lugares santos de Jerusalm,
exceto pelo Todo-Poderoso. Eu j sugeri que um grupo de estudiosos, representando
todas as escolas do mundo islmico, inicie um dilogo religioso com os mundos cristo e
judaico, para buscar uma frmula de preservar os direitos e proteger os lugares santos
para todas as trs grandes religies monotestas. Contudo, jamais sugeri que Jerusalm
devesse ser dividida.[2]
Aparentemente, ele estava colocando-se como um porta-voz ecumnico entre judeus, rabes e
cristos! Por outro lado, ouvimos outras vozes os rabes palestinos citados num artigo do The
Jerusalem Post International Edition:
Cerca de 10.000 membros do movimento islmico compareceram em massa assemblia
"Jerusalm Primeiro", para exigir que Jerusalm Oriental se torne a capital do Estado
palestino. "O governo israelense e o Likud concordaram quanto ao fato, admitindo que h
apenas dois povos aqui que partilham uma mesma terra natal, e cada um dos povos
precisa ter o seu prprio Estado independente", disse Abdullah Nimr Darwish, o lder do
movimento islmico. "Por isso que dizemos que o status de Jerusalm no pode ser
277

prejudicado. No tocante nao palestina, Jerusalm precisa ser, primeiramente, a capital


do Estado palestino que haver de surgir", afirmou ele.[3]
No que se refere s naes do mundo, sabemos que virtualmente todas estabeleceram suas
embaixadas em Tel Aviv, ao invs de as instalarem em Jerusalm, a capital do Estado judeu. Por qu?
Porque elas crem que Jerusalm deveria ser uma cidade internacional, e no a capital do Estado
judeu. A Bblia claramente prediz que Jerusalm se tornar o centro da controvrsia nos tempos do
fim, portanto, sabemos que estamos nos aproximando dos estgios finais dos ltimos dias.

Profecias Acerca do Estado de Israel


Deveramos tambm reconhecer que, com o restabelecimento do Estado de Israel, Deus comeou a
fazer algo novo. Portanto, o dia da plenitude da Igreja dentre os gentios no pode estar longe.
A razo porque afirmo isso baseia-se no fato de que a Igreja e Israel no podem existir lado a lado por
um longo perodo de tempo. Quando a Igreja comeou, Israel estava sendo disperso como nao.
Agora, Israel est sendo reagrupado portanto, a Igreja precisa ser removida. Centenas de milhares,
seno milhes de servos de Deus concordam com essa verdade. Ns estamos nos ltimos estgios
dos tempos do fim por causa do visvel cumprimento da profecia bblica com relao nao e terra
de Israel. Existem muitas evidncias profticas para se ignorar que Israel, mesmo em seu estado de
incredulidade, o cumprimento da profecia bblica.
No entraremos em detalhes, mas basta dizer que Israel, de acordo com Ezequiel 36:

voltar para a sua terra com uma atitude de incredulidade,


que a terra que j foi deserta ser novamente produtiva,
e que os dispersos voltaro e se multiplicaro na terra de Israel.

Esses so todos fatos evidentes e inegveis.

Sensacionalismo: Uma Pedra de Tropeo na Profecia


Analisemos os perigos das interpretaes erradas e dos rumores: Durante a Guerra dos Seis Dias em
1967, Israel capturou do Egito toda a Pennsula do Sinai at o Canal de Suez, e conquistou todas as
Colinas de Gol ao norte, na fronteira com a Sria. Israel tambm foi bem-sucedido em tomar posse da
Judia e Samaria. Mas o maior prmio para Israel foi a libertao de Jerusalm Oriental. A cidade,
portanto, foi novamente unificada.
Pedras do Templo
Depois que os judeus celebraram sua vitria no venerado Muro das Lamentaes (tudo o que restou
do antigo e glorioso Templo judaico), boatos comearam a espalhar-se de que Israel estava
planejando reconstruir [imediatamente] um novo Templo.
Artigos comearam a aparecer em publicaes crists, alegando que as pedras para o Templo j
tinham sido preparadas e estavam prontas para serem transportadas a qualquer momento para Israel.
As pedras do Templo, conforme esses relatos, tinham sido preparadas numa pedreira em Bedford,
Indiana (EUA). Aps uma pesquisa, descobriu-se que a histria no passava de boato.
Os comentrios em Israel foram: "Pedras so a ltima coisa de que precisamos. Se pudssemos
exportar as nossas, seramos o pas mais rico da face da terra".
O Templo, entretanto, ser construdo na poca devida! J existem diversos grupos judaicos, tais
como os Fiis do Monte do Templo, que fazem tudo que est ao seu alcance para lutar pela
construo do Templo no Monte Mori. O Instituto do Templo est preparando os utenslios do Templo
e treinando jovens como sacerdotes de acordo com a lei levtica, de forma que, ao ser construdo o
278

Templo, haver sacerdotes treinados, prontos para conduzir os servios sacerdotais.


Corvos Multiplicando-se Miraculosamente
Outro boato sensacionalista que surgiu dizia respeito esperada invaso de Israel por uma
confederao do norte, conforme descrita em Ezequiel 38 e 39. O versculo 17 do captulo 39 diz: "Tu,
pois, filho do homem, assim diz o SENHOR Deus: Dize s aves de toda espcie e a todos os
animais do campo: Ajuntai-vos e vinde, ajuntai-vos de toda parte para o meu sacrifcio, que eu
oferecerei por vs, sacrifcio grande nos montes de Israel; e comereis carne e bebereis
sangue."
Um extenso artigo foi publicado, afirmando que os corvos em Israel estavam se multiplicando em
quantidades anormais. O escritor do artigo especulou que isso era uma preparao para o grande
sacrifcio mencionado no versculo 17 de Ezequiel 39. A sociedade de proteo da natureza em Israel,
porm, no encontrou qualquer evidncia para dar sustentao ao notificado aumento do nmero de
corvos.
Entretanto, tambm nesse caso preciso mencionar que a quantidade de pssaros em geral est
aumentando em Israel, o que tem relao basicamente com o ressurgimento da vegetao da terra e
com os inumerveis lagos que foram construdos nas fazendas como criadouros de peixes. Um artigo
no The Jerusalem Report afirmou que Israel j perdeu mais avies devido a acidentes com pssaros
do que em suas guerras contra os rabes!
O Computador da Besta na Blgica
Outra histria dizia que havia um gigantesco computador de dois andares na sede da Comisso
Europia em Bruxelas, capaz de armazenar informaes sobre todas as pessoas na face da terra. O
computador foi carinhosamente apelidado de "A Besta". Esse rumor surgiu nos anos 70, quando a
Europa estava entre cinco a dez anos atrasada em relao aos Estados Unidos quanto tecnologia na
rea de informtica. Essa histria tambm se revelou mais tarde como sendo uma farsa.
A Arca de No e os Achados Arqueolgicos
Tm surgido artigos, vdeos e filmes acerca da Arca de No, da Arca da Aliana, das lpides dos
tmulos de Maria, Jos e de muitos apstolos, assim como muitas outras descobertas arqueolgicas
supostamente importantes. Uma descoberta sensacional parece perder seu brilho diante da prxima.
Mas cada uma delas, quando cuidadosamente investigada, mostra carecer de alicerce real. Isso,
claro, no quer dizer que no tem havido descobertas arqueolgicas interessantes em Israel.
Quer essas alegaes digam respeito s cinzas da novilha vermelha, descoberta de petrleo no
territrio da tribo de Aser, ou suposta fenda geolgica j existente no Monte das Oliveiras, essas
histrias empolgantes despertam interesse. Mas geralmente elas no so baseadas em fatos, ao
contrrio, so produzidas pela imaginao das pessoas!
A vinda do Senhor no depende de uma rachadura que supostamente j existe no Monte das
Oliveiras, no depende da descoberta das cinzas da novilha vermelha ou da Arca da Aliana, nem da
escavao da Arca de No ou de qualquer coisa dessa natureza. Seja l qual for a descoberta, ela
total e absolutamente insignificante quando comparada com as Sagradas Escrituras, que so a
verdade eterna. Somente a Bblia inquestionavelmente confivel. No precisamos de nenhuma nova
descoberta para valid-la. O completo conselho de Deus est em nossas mos, nos 66 livros da Bblia!
So as prprias Escrituras que fornecem a validao necessria para elas mesmas.

O Que REALMENTE Precisamos Vigiar!


Resumindo, quero dizer o seguinte: precisamos vigiar com relao a todas as notcias que dizem
respeito restaurao de Israel, sua desesperada luta pela paz e s presses para que se integre

279

com a Unio Europia.


Israel tornou-se uma nao: isso foi profetizado. Os judeus esto voltando de praticamente todas as
naes do mundo para aquela pequena terra. Isso foi profetizado. Eles sero muito bem-sucedidos,
embora ameaados pelos inimigos e a paz ser, por fim, negociada: isso tambm est profetizado.
Finalmente, eles aceitaro o falso messias, conforme Jesus Cristo profetizou: "Se outro vier em seu
prprio nome, certamente, o recebereis" (Joo 5.43). Os rumores apenas nos desviam de uma
exposio sria da Palavra Proftica, e precisamos aprender a rejeit-los. (Arno Froese - extrado e
adaptado de um captulo do livro Como a Democracia Eleger o Anticristo.)
Notas:

1. The Scotsman, 3 de janeiro de 1994.


2. Rei Hussein da Jordnia, U.S. News, 8 de novembro de 1993.
3. The Jerusalem Post International Edition, 17 de junho de 1995, p. 4.

280

A vida acelerada e estressante talvez seja a caracterstica mais marcante deste incio de sculo. A
humanidade rompeu a aurora do sculo 21 vivendo ou sobrevivendo com a adrenalina a mil por hora.
As pessoas tm uma vida de qualidade precria como conseqncia do corre-corre das obrigaes
que as cercam, do estresse da vida moderna e eletrizante, dos traumas fsicos e psicolgicos, de
decises importantes e constantes a serem tomadas, da angstia e da ansiedade com o dia de
amanh, da instabilidade no emprego, do desemprego alarmante e das freqentes crises de
depresso. As pessoas esto chegando ao limite da exausto! O ser humano quer paz e tranqilidade!
Portanto, est pronta a mente perfeita (o palco perfeito) para a meditao esotrica entrar em cena,
disfarada de uma super-tcnica milenar que reivindica ser capaz de devolver a harmonia de viver.
Ora, meu leitor pode estar pensando: "A Bblia endossa e incentiva a meditao. As palavras
medita(o) ou meditarei ou meditao aparecem dezessete vezes na Bblia. O que h, ento, de to
diferente entre os procedimentos recomendados pela meditao das religies orientais e os do
cristianismo? Ora, ser que os evanglicos so contra a meditao?"
Bem, o que tencionamos com este artigo diferenciar os dois tipos de meditao: a esotrica e a
crist, para que a Igreja de Cristo possa se posicionar entre a febre crescente de meditao esotrica
que nos envolve e a meditao que agradvel ao Senhor.

Meditao Esotrica
A meditao esotrica oriunda do Oriente. Do Oriente que, espiritualmente, no orienta, e sim
desorienta. Ela faz parte do trip do ocultismo (meditao iluminao reencarnao). As
metodologias e os tipos de meditaes msticas so as mais diversas. O processo geralmente exige:
uma postura correta, s vezes jejum de algumas horas, longos perodos de silncio, relaxar o
pensamento (inicialmente o praticante tem de esvaziar a mente), em seguida realiza uma visualizao
(imaginar estar em uma floresta, s margens de uma cachoeira, nas nuvens ou em qualquer local que
transmita tranqilidade), muitas vezes recitao de mantras (sons aparentemente sem qualquer
significado, mas que quase sempre so nomes de divindades hindus ou budistas), taquipnia
(respirao acelerada) forada, e, por fim, tentar comunicar-se com um "ser" dentro do prprio
praticante (esse "ser" chamado de "Eu Superior").
Sintetizando, a meditao oriental (esotrica) tem dois passos: o primeiro esvaziar a mente da
pessoa, e o segundo direcionar essa mente vazia e desprotegida para uma busca de um suposto "Eu
Superior" introvertido. Trata-se da busca de uma suposta deidade interior. o ser humano
supostamente sentindo-se "um com deus".
A meditao mstica se apresenta como uma tcnica para relaxar e se "auto-conhecer" (realizao de
uma "gnose"). No entanto, na verdade, esse tipo de meditao coloca o praticante na boca do lobo
espiritual, tornando-o presa fcil para o predador Satans. Ela equivale a colocar um p nas
profundidades das trevas, a cair em terreno movedio.

281

Analisaremos, de forma sucinta, apenas trs das mais populares tcnicas de meditao mstica:

1. Yoga (ioga)
Como j afirmamos no glossrio do livro A Nova Era: Um Passo Para a Manifestao do "Maitreya" e
da Prostituta Babilnia:
Para a maioria da ingnua populao brasileira, a ioga apenas uma forma de relaxar,
tranqilizar, normalizar a presso arterial e o colesterol, ficar com a musculatura torneada
e abolir algum vcio. No Brasil a ioga praticada em academias de ginstica, spas, escolas
e at em igrejas.
A palavra vem do indiano antigo (snscrito) e literalmente significa "unio com Brman"
(em ingls, Brahman). Brman o deus do hindusmo, caracterizado como uma fora
energtica, impessoal, que habita toda e qualquer criatura viva. Assim, os hindus
acreditam que Brman est dentro do rato, da vaca, do ser humano e de outros animais.
O exerccio de ioga praticado h quase cinco mil anos na ndia e no existe uma pessoa
especfica que possa ser identificada como sendo seu criador. O adepto da ioga deve
sentar no cho, cruzar as pernas e colocar os ombros para trs (conhecida como a
"posio da flor de ltus"), embora existam tambm outras posturas para se praticar a
ioga. Em seguida, o praticante deve iniciar uma meditao cujo objetivo libertar a
"conscincia de divindade" que existe dentro dele.[1]
Jos Hermgenes, talvez o mais conhecido iogue brasileiro, incentiva aos praticantes da ioga a
capricharem no momento em que realizam as diferentes posturas da ioga (chamadas de asanas).
Hermgenes declara que a asana um movimento oferecido ao "Eu-Divino": "Uma pessoa em uma
cadeira de rodas pode fazer ioga to bem quanto eu. O trabalho espiritual. Ao fazer um asana, o
iogue deve respirar pensando em seu eu-divino e oferecer a Deus o que estiver fazendo. Por isso, o
asana tem que ser perfeito, pois um exerccio de devoo".[2]
A yoga no mencionada na Bblia Sagrada, mas em compensao a Bhagavad-Gita hindu dedica um
captulo inteiro prtica da yoga. Observe o que est por trs da yoga: "... a meta ltima da prtica de
yoga ver o Senhor dentro de si, quem consciente de Krsna (Krisna) j o melhor dos yogis".[3] "...
praticar yoga, em especial a bhakti-yoga em conscincia de Krsna, pode parecer uma tarefa muito
difcil. Mas se algum seguir os princpios com muita determinao, o Senhor certamente ajudar, pois
Deus ajuda a quem se ajuda".[4] "Servir a Krsna com sentidos purificados chama-se conscincia de
Krsna. Esta a maneira de deixar os sentidos sob completo controle. Alis, esta a mais elevada
perfeio da prtica de yoga".[5]
Rabi R. Maharaj, um ex-guru hindu convertido ao Senhor Jesus, afirma: "No existe hindusmo sem
yoga e no existe yoga sem hindusmo".[6]
Rabi Maharaj afirma tambm que nas suas viagens pela ndia encontrou vrios ocidentais que
mergulharam na religio hindu como resultado de uma simples iniciao em uma aula de yoga.[7]

2. Meditao Transcendental com entoao de mantra


A Meditao Transcendental (MT) uma das formas mais popularizadas da yoga. Foi o guru indiano
Maharishi Mahesh Yogi que introduziu a MT no mundo ocidental. Maharishi tem hoje mais de 83 anos
e um homem rico, famoso e poderoso. Veja o que a revista Carta Capital exps sobre esse guru:
Esse velho cone da Nova Era hoje um dos homens mais ricos e poderosos do mundo,
controlando um imprio empresarial que j em 1993 era estimado em US$ 2 bilhes,
incluindo vastas propriedades imobilirias na ndia, hotis na Europa, editoras nos EUA,
universidades Maharishi em trs continentes, clnicas holsticas, lojas de alimentos
282

naturais, parques temticos espirituais e at um partido poltico (Natural Law Party)


presente nos EUA, em vrias pases da Europa Ocidental e Oriental e na ndia (onde leva o
nome de Ajeya Bharat e deixa mais claro seu iderio fundamentalista hindu).
Seus adeptos pagam bem caro pelos cursos introdutrios e avanados de Meditao
Transcendental (MT) e fazem doaes regulares; os mais fanticos dedicam-se de corpo e
alma a engrandecer o imprio Maharishi; os mais ricos pagam pequenas fortunas para
conseguir seus mantras secretos e pessoais. E estes no so poucos: a MT surgiu como
mais uma mania da contra-cultura dos anos 60, mas hoje extremamente popular entre
altos executivos, militares e polticos, incluindo, por exemplo, o lder do Partido
Conservador britnico, William Hague.[8]
H algum tempo anunciou-se que o prprio Maharishi iria bancar a construo bilionria (US$ 1,65
bilho) do edifcio mais alto do mundo, o So Paulo Tower, na cidade de So Paulo,[9] obedecendo os
ditames da arquitetura vdica da religio hindu.
A MT um tipo de yoga mntrica. A palavra "mantra", em snscrito, significa "libertao da mente".
So slabas originrias de uma seita esotrica chinesa chamada Mi Tsung.[10] Para alguns praticantes
desinformados, os mantras so apenas "sons" sem significado aparente. Mas, na verdade, so nomes
de deidades hindus e/ou budistas com intensos poderes ocultos.
Acreditamos que uma boa maneira de percebermos o mundo tenebroso por trs desse tipo de
meditao lermos os testemunhos de dois ex-instrutores (Joan e Craig) de MT, relatados no livro
Occult Invasion, de Dave Hunt:
Joan: A iniciao que cada um tem de passar uma cerimnia de louvor hindu em honra a
deuses hindus e mestres ascendidos, incluindo o prprio guru j falecido de Maharishi,
chamado Dev.
Como professora de MT, fui instruda a mentir... dizer-lhes (aos iniciantes) que o mantra
que ns tnhamos dado a eles era um som sem significado, a repetio do mantra os
ajudaria a relaxar no entanto, na verdade, era o nome de uma deidade hindu com
poderes ocultos tremendos.
Para aqueles que realmente se envolveram com isso, a MT era como ter tomado uma
espaonave para outro estado de conscincia... Eles eventualmente acreditariam... que
eles poderiam se tornar Deus".[11]
Craig: Eu estava profundamente envolvido em MT por vrios anos antes de comear a
reconhecer que tinha me associado a uma seita hindu. quela altura, no entanto, j
estava muito comprometido... para retroceder...
Centenas de pessoas, de vrias partes do mundo, estudaram por um ms com Maharishi
na Europa para se tornarem professores de MT... e o efeito que isso teve foi s vezes
muito tenebroso.
Alguns viram espritos grotescos sentados junto deles enquanto meditavam. Alguns foram
atacados pelos espritos. Outros [foram]... tomados por uma fria cega, at com o
impulso para cometer assassinato... Maharishi explicou que carmas ruins de vidas
passadas estavam sendo trabalhados uma parte necessria da nossa jornada para uma
"conscincia mais elevada".
Finalmente eu alcancei a Conscincia da Unidade... No entanto, o sentimento eufrico
inicial de que eu "tinha conseguido"... em breve deu lugar ao pnico. Eu tinha perdido a

283

habilidade de decidir o que era "real" e o que no era.


Maharishi me disse para parar de meditar. Gradualmente retornei aparncia de
normalidade mas sofria de lapsos freqentes de retorno Conscincia da Unidade,
muito parecidos com um lampejo de LSD.
Depois de retornar para os Estados Unidos, trabalhei na Universidade Internacional de
Maharishi. Meu companheiro de quarto cometeu suicdio e eu fui confinado a uma
instituio psiquitrica".[12]

3. Meditao Dinmica
Quem inventou esse tipo de meditao foi ningum menos do que o guru indiano Bhagwan Shree
Rajneesh (1932-1990), tambm conhecido como "Osho".
Osho foi aquele guru indiano que estabeleceu a sua comunidade espiritual (os esotricos a chamam
de "ashram") em Antelope, Oregon/EUA, reivindicou ser Deus, angariou fortunas e precipitou um
escndalo internacional com suas cerimnias tntricas*. Entre as posses de Osho constavam terrenos,
um hotel e uma frota de noventa Rolls-Royce. Entre as acusaes que pesavam sobre esse guru
esotrico estavam a de perverso, realizao de lavagem cerebral e sonegao de impostos.
Rajneesh foi deportado dos Estados Unidos para a ndia, onde morreu.
Osho dividia sua meditao em quatro partes de aproximadamente trinta minutos cada uma. Na
primeira sesso, os participantes eram conduzidos a uma taquipnia forada realizando incurses
respiratrias rpidas e profundas. Esta hiperventilao era supostamente para despertar a fora da
serpente Kundalini localizada na base da coluna do praticante. Na segunda sesso, eram levados a
extravasarem todos os seus sentimentos gritando (alguns alunos chegavam a se debater no cho),
contorcendo-se, esperneando e rolando pelo cho. Pareciam crianas tendo ataques de raiva. A
terceira sesso era semelhante primeira: voltavam a apresentar a taquipnia forada acompanhada
do som "uh-uh-uh-uh...". O corpo pulava sem parar e tornavam-se "um com a energia". Na quarta
sesso, algum gritava "pare!", e todos ficavam totalmente imveis (catatnicos), geralmente de olhos
fechados durante vrios minutos de silncio ("a mente pra").
Alguns ex-praticantes da meditao dinmica afirmam que chega um momento em que a pessoa deixa
de pensar, para de raciocinar, parece que todos os pensamentos fogem e os problemas se vo. A
mente torna-se vazia e a pessoa aparentemente se isola do mundo exterior.
Crticos de Rajneesh afirmam que essa meditao uma lavagem cerebral que propicia um estado
temporrio de paz na conscincia. Eles afirmam que os problemas ntimos de cada um retornam
mente depois de se passar algum perodo de tempo sem praticar essa meditao e, em vez de serem
solucionados, so protelados e s vezes at esquecidos. Assim, para afastar (esquecer) os problemas
pessoais, o indivduo fica preso a prtica da meditao. Conseqentemente, a pessoa fica cativa
prtica da meditao para que sua mente continue "anestesiada" e as dificuldades do cotidiano sejam
amordaadas e no a pertubem.
H tantas formas de meditao sendo ensinadas que impossvel list-las todas.

Meditao Crist
A meditao esotrica, motivada por Satans, passiva. A meditao crist ativa.
Na meditao bblica, o indivduo deve no apenas ler a Bblia, mas principalmente decor-la e aplicla sua vida, alm de falar com Deus atravs da orao e do louvor.
O reverendo Bob Larson, em seu livro Larsons New Book of Cults, afirma:

284

"A raiz da palavra meditao implica um processo ruminativo de uma digesto vagarosa
das verdades de Deus. Isso envolve um pensamento concentrativo, dirigido, que medita
nas leis, obras, preceitos, palavra e pessoa de Deus. "Medite nEle", a mensagem da
Escritura. [...] A meditao mstica cultua o prprio ser como uma manifestao interior
de Deus. A meditao bblica estende-se ao exterior para um Deus transcendental que nos
levanta acima da nossa natureza interna pecaminosa para comungar com Ele atravs do
sangue do Seu Filho".[13]
No interessa se a experincia mstica vem atravs do uso de drogas, da prtica de yoga, canalizao,
MT, mediunidade, hipnose, experincias de quase-morte, cromoterapia ou de qualquer outra
metodologia. O processo de buscar orientao espiritual no no Deus da Bblia, mas em um "deus" (o
"Eu Superior") que alega-se estar dentro de cada ser humano, uma iluso satnica. Temos diversos
testemunhos de ex-esotricos que afirmam ter tido contatos, durante a prtica da meditao mstica,
com demnios disfarados at de "Jesus Cristo".

Meditao Esotrica x Meditao Crist


As duas maiores divergncias entre a meditao esotrica e a crist so:
A primeira que a meditao crist no aceita esvaziar a mente ("a cessao do pensamento"). Mente
vazia alvo fcil para a possesso demonaca. No se esqueam que Jesus afirmou que um demnio,
aps ter sado de um certo homem, retornou para o mesmo homem, algum tempo depois, porque este
continuava espiritualmente desabitado (Mateus 12.43 a 45).
Quando algum se ausenta da mente, como ocorre com a meditao esotrica, esta vira terra de
ningum, to propcia aos demnios quanto um terreno baldio a assaltantes de subrbio. Assim, a
mente vazia torna-se local privilegiado do satanismo.
A segunda divergncia que a meditao crist sempre direcionada a Deus, s Suas obras
maravilhosas, aos Seus sbios preceitos e Sua Palavra Sagrada. Jamais ela direcionada a uma
contemplao vazia de algum aspecto da natureza e, tampouco, direcionada nossa prpria intuio,
pois o corao do homem enganoso (Jeremias 17.9).
A meditao esotrica caracteriza-se pela exacerbao da intuio em detrimento da razo. Ela utiliza
como isca recursos capazes de nos fazer sentir mais e pensar menos; mais urros e menos louvor;
mais devaneios e menos realidade; mais autoconhecimento egocntrico e menos cristocntrico ou
mais niilismo e menos cristianismo.
"Quanto amo a tua lei! Nela medito o dia todo" (Salmos 119.97); "Na minha cama, lembro-me de
ti; medito em ti nas viglias da noite" (Salmos 63.6); "Tenho mais entendimento do que todos os
meus mestres, pois medito nos teus estatutos" (Salmos 119.99); "Lembro-me dos dias antigos;
medito em todos os teus feitos e considero a obra das tuas mos" (Salmos 143.5).

Concluso
De um lado, o objetivo final da meditao esotrica o controle total das mentes dos praticantes por
foras ocultas anticrists. Do outro lado, o alvo da meditao crist o cultivo constante de um
relacionamento de amor e dependncia do homem limitado com o seu nico Deus Maravilhoso,
Criador, Onipresente, Onipotente, Onisciente e Ilimitado.
As pessoas esto cansadas e at certo ponto exaustas; procuram tranqilidade de esprito e esto
dando ouvidos para o canto da sereia esotrica. Escolher a opo pela meditao esotrica (da Nova
Era) satisfazer-se com iluses. Cair na seduo da meditao oriental (esotrica) andar por
caminhos movedios que conduzem morte eterna.
A opo espiritualmente correta meditar na Palavra de Deus, que conduzir o ser humano pelo nico
285

caminho para a vida eterna Jesus Cristo. Voc est cansado? Jesus disse: "Vinde a mim todos os
que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28).
Medite, pois, no Senhor! Amm!
"Sejam agradveis as palavras da minha boca, e a meditao do meu corao perante a tua
face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!" (Salmos 19.14).
(Dr. Samuel Fernandes Magalhes Costa http://www.chamada.com.br)

Bibliografia:
1. Costa, Samuel Fernandes M., A Nova Era: Um Passo Para a Manifestao do "Maitreya" e da
Prostituta Babilnia. Obra Missionria Chamada da Meia-Noite, Porto Alegre, RS, 1996,
pginas 186 e 187.
2. Artigo Ioga: Os Mestres da Flexibilidade. Revista Incrvel. Bloch Editores S.A., Rio de Janeiro,
RJ, Ano II nmero 26, novembro de 1994, pginas 48 e 49
3. Prabhupda, A. C. Bhaktivedanta Swami, Bhagavad-Gita: Como Ele . The Bhaktivedanta
Book Trust International, So Paulo, SP, 1995, pgina 310.
4. Id, pgina 320.
5. Ibid, pgina 322.
6. Documentrio em fita de vdeo: Os Deuses da Nova Era. Buenna Vista Films, Rio de Janeiro,
RJ (consideraes sobre a yoga, feitas pelo ex-guru Rabi R. Maharaj).
7. Id.
8. Artigo "A Torre de Babel A Cincia Vdica da construo chega a So Paulo com o
Maharishi", Revista Carta Capital. So Paulo, SP, ano VI, nmero 110, 10 de novembro de
1999, pginas 21-22.
9. Artigo "Prdio mais alto do mundo assusta arquiteto brasileiro", Folha de So Paulo. So
Paulo, SP, ano 79, nmero 25.624, 30 de maio de 1999, caderno 3, pgina 6.
10. Blofeld, John, Mantras: Palavras Sagradas de Poder. Editora Cultrix Ltda. So Paulo, SP,
terceira edio, 1991, pgina 31.
11. Hunt, Dave, Occult Invasion: The Subtle Seduction of The World and Church. Harvest House
Publishers, Eugene, Oregon, USA, 1998, pgina 283.
12. Id.
13. Larson, Bob, Larsons New Book of Cults. Tyndale House Publishers Inc., Wheaton, Illinois,
USA, 1994, pginas 55-56.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite de julho de 2000.

286

De incio quero citar o seguinte acontecimento, que ilustra muito bem a orao eficaz:
Em um pas do ex-bloco comunista o prefeito de uma pequena cidade lanava olhares
invejosos em direo a um centro cristo de reabilitao. Ele espalhou calnias para
prejudicar os cristos e para atrair medidas restritivas do Estado contra os cristos. Ele
teve sucesso? Sim, o trabalho e o raio de ao do centro de reabilitao foram reduzidos.
Ele publicou resolues que prejudicaram o centro. Ele tinha a esperana do centro ser
fechado algum dia e esperava que nessa ocasio fosse receber toda a propriedade para
fazer dela um asilo estatal. Ser que com isso ele no iria conseguir muitos elogios da
direo do Partido Comunista? Sem dvida, mas tratava-se de um caso de evidente
injustia!
O que um cristo deve fazer em uma situao dessas? Ele deve organizar uma
manifestao? Deve enviar uma carta de protesto ao redator-chefe do jornal local
criticando a injustia cometida? Ou ser que ele deve resistir ao cumprimento das
restries? Ou ser que ele deve ocupar a prefeitura acompanhado de seus colaboradores
e no sair dali at que tudo tenha sido resolvido a seu contento? No se precisa de muita
fantasia para imaginar onde esse comportamento teria conduzido os cristos em um pas
comunista.
Mas como foi que aqueles cristos dominaram a situao? Eles aceitaram as restries
sem reclamar. E eles comearam a orar. O diretor do centro passou uma noite inteira em
orao... e no tomou outra iniciativa qualquer, mas simplesmente confiou na proteo do
Senhor.
Mas eis que uma srie de fatos incomuns comeou a acontecer. Um farmacutico
comunista da cidade ficou irritado com o prefeito e fez queixa em instncias superiores
argumentando que as restries impostas ao centro de reabilitaro eram infundadas.
Operrios da fbrica local se desentenderam com o prefeito e declararam invlida sua
assinatura na resoluo. Alguns dias depois, o prefeito apareceu no centro de reabilitao,
pediu desculpas pelos transtornos e ao mesmo tempo suspendeu todas as restries que
havia imposto.
Nesse acontecimento, a luta espiritual, a estratgia espiritual, as armas espirituais e a
vitria espiritual tomaram forma concreta. ("In Bildern reden", Heinz Schfer)
Todo verdadeiro filho de Deus anseia orar de maneira eficaz. Quais so as condies para isso? Em
Tiago 5.16-17 somos conclamados: "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns
pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficcia, a splica do justo. Elias era homem
semelhante a ns, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou com instncia para que no chovesse
sobre a terra, e por trs anos e seis meses no choveu."

Justia isolada no basta


"Muito pode, por sua eficcia, a splica do justo..." O pr-requisito para que Deus nos oua sermos
justos, e temos essa justia nica e exclusivamente em Jesus Cristo.
287

Justia significa viver e agir exatamente da maneira que Deus aprova. Jesus Cristo foi a nica pessoa
sobre a terra que andou de modo to perfeito nos caminhos do Senhor que Deus pde lhe dar Sua
plena aprovao. A justia, assim como a Bblia a entende, concedida a todos os que crem no
Senhor Jesus: "Porque o fim da lei Cristo para justia de todo aquele que cr" (Rm 10.4).
A Bblia fala de Abrao e diz que ele creu em Deus e que isso lhe foi imputado como justia (Tg 2.23).
Essa justia de Abrao mostrou seus frutos na maneira de viver de Abrao. Ela trouxe resultados; no
era esttica, mas muito dinmica. E ns sabemos que as oraes de Abrao foram atendidas pelo
Senhor.
Igualmente a justia que ns temos atravs de Jesus precisa ter conseqncias em nossa vida para
que o Senhor possa ouvir as nossas oraes. uma justia que se torna ativa. Se a justia que Jesus
nos proporciona no se refletir em nossa vida prtica, nossas oraes ficaro sem poder.
"A orao fervorosa de um homem justo tem grande poder e resultados maravilhosos..." (A Bblia
Viva). Isso no significa nada mais do que a justia que Jesus nos d produzindo seus frutos e
resultados maravilhosos na prtica. A orao do justo tem conexo com fervor e seriedade; ela no
um ato isolado. E orar com fervor uma das coisas que tm sua origem na justia que recebemos
atravs de Jesus!

Justia dinmica orao que pode ser atendida


"A orao fervorosa de um homem justo tem grande poder e resultados maravilhosos". Isso significa
que, por um lado, a orao do justo tem que ser eficaz, mas tambm que existem oraes que no tm
efeito e isso pode acontecer mesmo depois de j termos sido justificados por Jesus.
O que realmente faz parte da orao eficaz de um justo?
1. Disposio fraternal de perdoar
"Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados" (Tg
5.16a). Essa afirmao est intimamente ligada com a frase: "A orao fervorosa de um homem justo
tem grande poder e resultados maravilhosos." Uma orao s pode ser fervorosa quando tambm
existe fervor e sinceridade nos relacionamentos entre os irmos em Cristo. Talvez muitas oraes no
sejam atendidas pelo Senhor porque existe discrdia entre os irmos, porque se guarda rancor no
corao e porque no existe disposio de perdoar o prximo e de confessar os pecados uns aos
outros.
Quando a Bblia nos exorta e diz: "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos
outros...", geralmente existe culpa em ambos os lados, por ambos terem se tornado culpados dentro
de um relacionamento. E isso deve ser consertado por ambas as partes envolvidas, com as duas
pessoas buscando o dilogo, confessando os pecados e voltando a orar uma pela outra.
A Bblia ensina: "E, quando estiverdes orando, se tendes alguma cousa contra algum, perdoai, para
que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se no perdoardes, tambm vosso Pai
celeste no vos perdoar as vossas ofensas" (Mc 11.25-26). A justia de Jesus no pode se tornar
manifesta onde existem conflitos e onde no existe a disposio sincera de um perdoar ao outro.
H, por exemplo, brigas em uma famlia. Duas irms no se entendem. Talvez exista inveja entre elas.
Ou um casamento que no funciona direito, um cnjuge vive afastado do outro ao invs de viverem
lado a lado e de viverem um para o outro. Ou pensemos na situao dentro da igreja: simplesmente
no conseguimos nos relacionar com um certo irmo ou com uma certa irm. Em certos assuntos
temos opinies diferentes. E ento foram ditas palavras no muito amveis. Agora, tudo o que o outro
faz questionado e posto em dvida. E como rpido pecar com os lbios falando mal do prximo
para que a gente parea melhor.
Mas o pior de tudo quando no se consegue de jeito nenhum iniciar uma conversa franca e aberta,
no consegue se aproximar do outro para confessar o prprio comportamento errado e quando no
288

conseguimos nos humilhar pelos nossos erros. Se a gente fizesse isso, o outro poderia se sentir
vitorioso, no ? Ou j temos uma desculpa pronta de antemo: "Com ele no adianta mesmo falar". E
assim que o pecado continua existindo dentro da igreja. Talvez procuremos ignorar o fato, reprimindo
a lembrana do mesmo quando vem nossa mente ou argumentando que a coisa no to grave
assim, mas o pecado continua sem ter sido perdoado. Mas onde no aconteceu perdo, o pecado
continua a persistir, assim como a Bblia o diz: "Sabemos que Deus no atende a pecadores; mas,
pelo contrrio, se algum teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende" (Jo 9.31).
Queridos irmos, ns todos desejamos que nossas oraes sejam atendidas e que sejam eficazes! Por
isso, batalhemos com ardor para que isso possa se concretizar. E o que precisamos fazer? Passar por
cima dos nossos prprios sentimentos, fazendo um grande esforo e indo falar com quem temos
problemas, confessando os pecados uns aos outros. Quem no faz isso, mas continua frio e
distanciado em relao ao outro, est no caminho completamente errado. Provrbios 14.21a diz: "O
que despreza ao seu vizinho peca", e outra verso diz o seguinte: "O que despreza ao seu
companheiro peca" (Ed. Rev. e Corr.).
Em Provrbios 6 so enumeradas seis coisas que aborrecem ao Senhor, mas a stima uma
abominao para Ele: "... o que semeia contendas entre os irmos" (v. 19). Por isso algum certa vez
transcreveu Tiago 5.16 assim: "A orao de uma pessoa que est em paz com Deus faz milagres."
Mas eu s vivo em paz com Deus quando igualmente vivo em paz com meus irmos em Cristo (1 Jo
2.9,11).
2. F inquebrantvel e insistente
Exatamente Elias usado para exemplificar essa verdade: "Elias era homem semelhante a ns, sujeito
aos mesmos sentimentos, e orou com instncia para que no chovesse sobre a terra, e por trs anos e
seis meses no choveu" (Tg 5.17). Elias um dos maiores profetas do Antigo Testamento, e, atravs
do Senhor, ele foi capaz de fazer coisas grandiosas em uma poca de apostasia quando as pessoas
abandonavam ao Senhor. Mas exatamente Elias classificado como o homem que "era semelhante a
ns, sujeito aos mesmos sentimentos." Em sua vida, ele experimentou altos e baixos mas orava com
fervor e tinha uma f inabalvel. Elias no tinha sentimentos diferentes dos nossos. Ele era sujeito aos
mesmos altos e baixos pelos quais ns passamos. Mas em sua f ele era inabalvel!
Aqui a Bblia quer nos ensinar que no devemos olhar para as aparncias, nem para os nossos
sentimentos e muito menos para as circunstncias, e que no devemos condicionar nossa vida de
orao a essas coisas. Mas somos exortados e animados a orarmos com uma f que no vacila.
Tenhamos nova coragem e novo nimo para orarmos fervorosamente, com seriedade, e para
assumirmos atitudes concretas, atitudes de justia que so imprescindveis para que nossas oraes
sejam respondidas. "Muito pode, pela sua eficcia, a splica do justo." (Norbert Lieth)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, outubro de 1997

289

Quem tem tempo?


A tecnologia nos presenteia constantemente com artefatos para se "poupar tempo". Em
poucas horas damos meia volta ao mundo, em poucos minutos dispomos de mais
informaes que dispunham todas as geraes que nos antecederam e medimos a
arrancada dos campees de esqui em centsimos de segundo. Em casa, uma mquina de
lavar loua se encontra na cozinha, e um computador de ltima gerao, bem equipado
com os ltimos lanamentos em software, ocupa nossa escrivaninha, e os filhos
aumentam a velocidade e o barulho de suas motos "envenenando" os motores. Apesar de
todos esses recursos temos cada vez menos tempo. Por que ser?

Olhos nos olhos


Ponha em prtica este conselho: Conscientemente tome tempo para ficar a ss com uma
pessoa querida. Olhe simplesmente em seus olhos, sem dizer nada. Voc vai descobrir
que no to fcil assim. Os "ladres de tempo" arruinaram os nossos sentimentos e,
com isso, tambm a nossa capacidade de nos relacionarmos com o nosso prximo. Temos
medo de perder alguma coisa importante na vida. S os vitoriosos, os ganhadores, os que
fazem mais barulho so notados. A tripla exortao da Palavra de Deus, com sua
delicadeza, quase passa desapercebida:

Ontem hoje amanh


Em relao ao tempo que passou a Palavra de Deus diz: "no te esqueas..." (Sl
103.2). Temos as grandiosas obras de Deus na nossa retaguarda! Por exemplo, o povo
de Deus j vive desde 1948 na terra prometida.
Para o hoje est escrito: "Alegrai-vos sempre no Senhor!" (Fp 4.4). Cristo vive em
mim!
Acerca do amanh est escrito para todos os cristos: "...ningum as arrebatar da
minha mo" (Jo 10.28; Rm 8.38-39). Esta certeza me d confiana e esperana para o
futuro.

Ter tempo...
A pessoa a quem Deus presenteia a eternidade tem tempo. Ter tempo no uma questo
de relgio ou de agenda, mas uma questo de amor! Por isso, no tome bons
propsitos, pois eles s duram alguns poucos dias. A mquina do tempo os arrancar de
voc. S o amor de Deus pode lhe abrir os olhos. Ento, de repente, voc no ver mais
sua esposa ou seu marido, seus filhos ou seu prximo com um olhar marcado pela pressa.
Isso lhe custar tempo, mas a colheita ser imensuravelmete grande. (C.W. em "EDU-

290

Standpunkt", N 1/1997)
Quando o Senhor Jesus diz: "...os cuidados do mundo e a fascinao das riquezas sufocam a
palavra, e fica infrutfera" (Mt 13.22), isso com certeza se aplica tambm ao modo de se lidar com o
tempo. A preocupao cotidiana nos rouba o tempo, a busca por conforto e riqueza ocupa todo o
nosso tempo. Assim, no apenas a Palavra de Deus sufocada, mas igualmente sufocado o nosso
relacionamento com nossos familiares e com as pessoas que nos cercam. No fim, talvez tenhamos
conseguido tudo, s no tivemos tempo, e chegamos concluso de que no conseguimos nada.
Quantos vivos e vivas sofrem depois da morte de um dos companheiros por terem tomado to
pouco tempo um para o outro. E quantos filhos sofrem por toda a vida por no terem tido a devida
ateno dos pais; eles sentem falta das mais belas recordaes da infncia porque o pai e a me
nunca tiveram tempo de verdade para eles.
A pergunta do Senhor Jesus tambm vlida neste contexto: "Pois, que aproveitar o homem se
ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Mt 16.26). E parafraseando a passagem bblica,
podemos adapt-la ao nosso assunto da seguinte forma: "Que adianta ao homem ter tido uma vida
longa se nunca teve tempo para o prximo?" (Norbert Lieth)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, julho de 1997

291

A revista alem "Focus" publicou uma reportagem sobre o tema "Eu, eu, eu". Ela tratava do culto ao eu
que aumenta cada vez mais em meio nossa populao no qual cada um se considera cada vez
mais importante. Cresce a sociedade que quer levar vantagem em tudo, que no recua diante de
nenhum meio para alcanar seus objetivos. indiferente se outros tm de sofrer com isso o que
importa que se consiga o primeiro lugar. Um dos lemas em curso entre a juventude : "Eu sou mais
eu".
Tambm esta mais uma prova de que a Palavra de Deus confivel, pois ela diz o seguinte acerca
dos "ltimos dias": "E, por se multiplicar a iniqidade, o amor se esfriar de quase todos" (Mt 24.12).
Quem no cuida e no vigia, torna-se cada vez mais egosta e nem o nota, mesmo sendo cristo. O
egocentrismo, o culto ao eu se infiltra onde a Palavra de Deus deixada de lado e com isso
deixado de lado o relacionamento ntimo com Jesus Cristo. David H. Stern traduz essa passagem
muito acertadamente da seguinte maneira: "O amor de muitas pessoas esfriar porque a Tor se
afasta cada vez mais delas" (Novo Testamento judaico). No se convive mais com a Sagrada
Escritura. Mas s atravs do contato com a Palavra de Deus, atravs do amor do Esprito Santo e da
comunho com Jesus Cristo que adquirimos a capacidade de sermos humildes.
Satans abandonou a Palavra de Deus por seu orgulho sem limites e caiu. Igualmente cristos que
no mais so dirigidos pela Palavra de Deus e pelo Seu Esprito Santo se tornam vtimas do orgulho.
Tornam-se ambiciosos e se acham cada vez mais importantes e a causa de Jesus empurrada para
segundo plano.
No Evangelho de Lucas um acontecimento nos mostra como o orgulho se manifesta e quais as suas
conseqncias: "Reparando como os convidados escolhiam os primeiros lugares, props-lhe uma
parbola: Quando por algum fores convidado para um casamento, no procures o primeiro lugar; para
no suceder que, havendo um convidado mais digno do que tu, vindo aquele que te convidou e
tambm a ele, e te diga: D o lugar a este. Ento irs, envergonhado, ocupar o ltimo lugar. Pelo
contrrio, quando fores convidado, vai tomar o ltimo lugar; para que, quando vier o que te convidou, te
diga: Amigo, senta-te mais para cima. Ser-te- isto uma honra diante de todos os mais convivas. Pois
todo o que se exalta ser humilhado; e o que se humilha ser exaltado" (Lc 14.7-11).

O Senhor nota quando somos orgulhosos


"Reparando como os convidados escolhiam os primeiros lugares..." O orgulho uma coisa que ns,
como filhos de Deus, no gostamos de expor publicamente, pois sabemos que constrangedor
quando notado.
O orgulho comea no corao. O orgulho algo sorrateiro, que entra devagarinho em nosso corao,
mudando nossa motivao e mudando a base de nosso querer e de nosso agir. Em geral no usamos
de violncia para chegar mais frente. Tudo comea muito sutilmente, nos insinuamos com cuidado.
Fazemos um jogo duplo com outros, colocando o olho nos melhores lugares.
No creio que as pessoas da nossa histria foram derrubando cadeiras e mesas para chegarem
frente e alcanarem os melhores lugares. Provavelmente eles foram cuidadosos e educados, mas
agiram com um alvo em vista, que era o de ocupar o lugar de honra. Mas o Senhor o notou! Pensemos
nisso: o primeiro que descobre orgulho em nossa vida o Senhor e Sua reao no se far esperar.
Ele olha diretamente para dentro do corao e fala: "A soberba do teu corao te enganou..." (Ob 1.3).

292

Orgulho no coisa pequena


Poderia-se dizer que o que aconteceu aqui uma bagatela da qual nem vale a pena falar. Tentar
conseguir o melhor lugar em uma mesa no muito bonito, mas tambm no to trgico assim;
certamente existe orgulho pior. Mas o fato de Jesus ter notado o acontecido e de ter comentado a
respeito mostra claramente como o orgulho terrvel aos olhos de Deus. Por qu?
1- Porque o orgulho procede de um cristianismo sem cruz
Em Filipenses 2.5-8 encontramos um padro para nossa mentalidade e para nossas intenes: "Tende
em vs o mesmo sentimento que houve tambm em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de
Deus no julgou como usurpao o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a
forma de servo, tornando-se em semelhana de homens; e, reconhecido em figura humana, a si
mesmo se humilhou, tornando-se obediente at morte, e morte de cruz." Sua humilhao consistiu
em no exigir o que era direito Seu. Ao invs de insistir em Sua semelhana com Deus, Ele humilhouse a Si mesmo. Ele, diante de cuja palavra o Universo se abala; Ele, que adorado e exaltado por
todos os anjos criados; Ele, que no criatura mas o prprio Criador Ele se humilhou, sim,
"tornando-se obediente at morte, e morte de cruz." Essa mentalidade que Jesus Cristo possua
esperada de ns tambm. E quem no tem essa mentalidade no vive com a cruz e com o Crucificado,
mas contrrio cruz de Cristo. Uma pessoa assim, no fundo, inimiga da cruz de Cristo por
continuar sendo orgulhosa.
2- Porque o orgulho tem sua origem nas mais terrveis profundezas, ou seja, no prprio diabo
Nele nasceu o orgulho: "Tu dizias no teu corao: Eu subirei ao cu; acima das estrelas de Deus
exaltarei o meu trono, e no monte da congregao me assentarei, nas extremidades no Norte" (Is
14.13). Satans queria ser como Deus: "...subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao
Altssimo" (v. 14). Por isso o orgulho to terrvel diante dos olhos de Deus e condenado por Deus
desde sua menor raiz.
3- Porque o orgulho provm da falta de temor de Deus
Em Provrbios 8.13 est escrito: "O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal; a soberba, a
arrogncia, o mau caminho, e a boca perversa, eu os aborreo." O resultado da falta de temor de Deus
sempre o desprezo do nosso prximo, com uma valorizao acentuada de si mesmo. Assim, os
fariseus e escribas daquela poca escolheram para si os melhores lugares mesa. Onde os outros
iriam sentar era indiferente para eles.
Hoje igualmente a falta de temor de Deus cresce ao ponto de chegar a um dio pelos outros. Pessoas
orgulhosas tm dificuldades em se relacionar com os outros e esto sempre prontas para brigar. Pois o
orgulhoso tenta alcanar seus prprios alvos mesmo s custas da unio. Por isso somos exortados to
seriamente: "Nada faais por partidarismo, ou vanglria, mas por humildade, considerando cada um os
outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3).
4- Porque o orgulho sempre traz consigo a queda
Provrbios 16.18 diz: "A soberba precede a runa, e a altivez do esprito, a queda." A Bblia Viva diz: "A
desgraa est um passo depois do orgulho; logo depois da vaidade vem a queda." Isso combina
exatamente com o que o Senhor Jesus diz em Lucas 14.8-9: "Quando por algum fores convidado
para um casamento, no procures o primeiro lugar; para no suceder que, havendo um convidado
mais digno do que tu, vindo aquele que te convidou e tambm a ele, te diga: D o lugar a este. Ento
irs, envergonhado, ocupar o ltimo lugar." Na prtica, o orgulho no nos leva a sermos mais
reconhecidos e importantes no Reino de Deus, mas acontece exatamente o contrrio: quando somos
orgulhosos, somos cada vez menos importantes para o Reino de Deus, at ao ponto de sermos
totalmente desqualificados.
Quem se considera muito importante como candidato a obreiro no Reino de Deus, facilmente pode ser
degradado ao patamar de um jumento, o que pode ser ilustrado com muito acerto com o seguinte
293

episdio: certa vez um seminarista, muito convencido e cheio de si, falou a um servo de Deus: "Deus
precisa de mim. Quero servi-lO." O servo de Deus respondeu: "Jesus s falou uma vez que precisava
de algum e esse algum era um jumento" (comp. Mc 11.3).
Muitas vezes o orgulho no produz uma ampliao nos horizontes, uma expanso no ministrio para o
Senhor, como os orgulhosos muitas vezes pensam e querem, mas exatamente o contrrio: eles se
tornam imprestveis para o servio cristo e se tornam pequenos no Reino de Deus. A Bblia diz em 2
Corntios 10.18: "Porque no aprovado quem a si mesmo se louva, e, sim, aquele a quem o Senhor
louva."
Por Jesus ter se humilhado tanto na cruz, "...Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que est
acima de todo nome" (Fp 2.9). E exatamente este mesmo princpio Jesus reafirmou em Lucas 14.11:
"Pois todo o que se exalta ser humilhado; e o que se humilha ser exaltado."
5- Porque a humilhao vem, muitas vezes, por meio de outras pessoas
disso que o Senhor fala em Lucas 14.8b-9: "...para no suceder que, havendo um convidado mais
digno do que tu, vindo aquele que te convidou e tambm a ele, te diga: D o lugar a este. Ento irs,
envergonhado, ocupar o ltimo lugar." Mesmo que o orgulho esteja relativamente escondido e se
manifeste em segredo, um dia ele aparece e a humilhao se torna do conhecimento de todos. Meio
que sorrateiramente, sem chamar muita ateno, alguns convidados se assentaram nos melhores
lugares. Mas quando o anfitrio mandou que eles tomassem os lugares inferiores, todos ficaram
sabendo.
curioso observar que as pessoas orgulhosas so, muitas vezes, humilhadas exatamente por aquelas
pessoas que elas queriam adular e agradar. No reino de Assuero, por exemplo, um certo Ham gozava
de todos os privilgios possveis concedidos pelo rei (Et 3.1). Mas to logo, atravs de Ester, sua
esposa judia, Assuero ficou sabendo dos planos e das intenes orgulhosas de Ham (ele queria
enforcar o judeu Mardoqueu, por no o bajular, e queria mandar matar todos os judeus em um dia prdeterminado), iniciou-se a queda de Ham de uma maneira que ningum conseguiria deter: Ham
acabou enforcado juntamente com seus filhos (Et 7.10; 9.25).
6- Porque o orgulho produz insegurana
Muitas vezes as pessoas que tm uma tendncia ao orgulho se mostram muito seguras de si, mas, na
verdade, elas so movidas por uma estranha insegurana. Elas no esto firmes, no sabem qual o
melhor caminho para si e no so confiveis nas coisas espirituais. E isso acontece porque elas esto
em um falso caminho, e porque no fundo de seu corao sabem que podem cair de onde se
encontram: "Pois todo o que se exalta ser humilhado..."
7- Porque s as pessoas humildes so ntimas do Senhor
Lucas 14.10 diz: "Pelo contrrio, quando fores convidado, vai tomar o ltimo lugar; para que, quando
vier o que te convidou, te diga: Amigo, senta-te mais para cima. Ser-te- isto uma honra diante de
todos os mais convivas." No incio dizamos que os orgulhosos levam uma vida que passa longe da
cruz de Cristo, at contrria ao Senhor, e que os humildes, ao contrrio, tm uma vida com Cristo em
seu centro; essas pessoas vivem da Sua Palavra e tm a mentalidade do Senhor. Por isso, na
parbola que estamos tratando, s o convidado humilde chamado de "amigo": "Amigo, senta-te mais
para cima." O Senhor no disse: "Vs sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando"(Jo 15.14)?!
S os humildes tm suas fronteiras ampliadas, s os humildes so exaltados. Por qu? Porque eles
tm a mesma mentalidade que o seu Mestre. Ele disse: "Pois todo o que se exalta ser humilhado; e o
que se humilha ser exaltado" (Lc 14.11).

O caminho para a verdadeira humildade


S atravs de muita orao, e no atravs do simples pedido: "Senhor, humilha-me!" que chegamos
humildade; somente atravs de uma deciso consciente de nossa vontade, que se transforma em
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ao, que chegamos humildade verdadeira. Jesus Cristo humilhou-se a si mesmo, pois a Bblia diz:
"...a si mesmo se humilhou" (Fl 2.8). Ele disse: "...agrada-me fazer a tua vontade, Deus meu; dentro
em meu corao est a tua lei" (Sl 40.8).
Na nossa parbola, o Senhor mostra como se pratica a humildade:
"...no procures o primeiro lugar..." (Lc 14.8);
"...vai tomar o ltimo lugar..." (v. 10);
"... o que se humilha..." (v. 11).
imprescindvel assumir uma atitude como Joo Batista teve, quando disse, olhando para Jesus:
"Convm que ele cresa e que eu diminua" (Jo 3.30). por isso que Joo Batista era to grande aos
olhos de Deus. O Senhor testemunhou acerca dele: "Entre os nascidos de mulher, ningum maior do
que Joo" (Lc 7.28). Por isso to necessrio eleger diariamente o caminho da humildade e ficar nele:
"Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mo de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte"
(1 Pe 5.6). Amm. (Norbert Lieth)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, junho de 1997

295

A fim de ganhar aceitao ainda maior que o primeiro ECT ("Evangelicals and Catholics Together: The
Christian Mission in the Third Millenium", "Evanglicos e Catlicos Juntos: A Misso Crist no Terceiro
Milnio", assinado em 29 de maro de 1994 nos EUA), dezenove lderes evanglicos dentre os quais
alguns bastante respeitados e conhecidos e quinze lderes catlicos [americanos] assinaram h
algum tempo o ECT2. E esse documento d a entender que os evanglicos e catlicos [nos EUA]
concordam quanto ao Evangelho.
O alcance do documento
Por um lado, o documento tem pouco significado. Em primeiro lugar, os quinze signatrios catlicos
no representam nem sua igreja, nem seus 1 bilho de membros. H uma gama de crenas bem
ampla. Muitos dos sacerdotes, freiras e proeminentes telogos catlicos esto mergulhados em todas
as heresias da Nova Era, da cincia mental ao hindusmo e budismo.
Em segundo lugar, o ensino oficial da igreja de Roma (que reivindica ser infalvel e, portanto, no
pode se arrepender de seus erros), e a prtica diria dos catlicos (que esperam de sua igreja a
salvao, seja l como ela a defina e oferea) continuam inatingidos pelo ECT2 e to longe quanto
sempre estiveram do Evangelho bblico.
Em terceiro lugar, o prprio documento admite que permanecem muitas "questes interrelacionadas,
que requerem explorao mais profunda e urgente". Elas incluem, entre outras: "o significado da
regenerao batismal [um catlico "nasce de novo" no batismo infantil e no h salvao sem o
batismo]; a Eucaristia [Cristo est sendo perpetuamente imolado nos altares catlicos como um
sacrifcio contnuo pelo pecado, negando assim a eficcia do Seu sacrifcio feito de uma vez por todas
na cruz], e a graa sacramental ["os mritos e graas" que Cristo obteve na cruz so "conferidos
contnua e gradativamente" atravs dos sacramentos, ou seja, a salvao um processo contnuo em
lugar de um fato consumado]; os usos histricos da linguagem da justificao no que diz respeito
justia imputada e transformadora [o catlico precisa adquirir justia suficiente para merecer o cu e
est sempre em perigo de perd-la, rejeitando, portanto, a verdade de que Deus "justifica o mpio"
com base nos mritos de Cristo (Rm 4.5)]; um entendimento diferente sobre mrito, recompensa [para
o catlico a salvao alcanada por obras]; purgatrio [alm do sacrifcio de Cristo na cruz, preciso
sofrer pessoalmente pelo pecado para poder ser purificado para o cu], e indulgncias [uma pessoa
pode sofrer por outros, e o uso de uma medalha ou escapulrio, o rezar "Ave Marias", ou uma missa
rezada em honra dos mortos, podem reduzir o sofrimento no purgatrio]; a devoo a Maria e a
assistncia dos santos na vida da salvao..." Cada um dos pontos acima citados nega a prpria
unidade professada pelo ECT2!
Preparao para o anticristo
Por outro lado, o documento um valoroso subsdio a Satans em sua preparao do mundo e de
uma igreja falsa para o anticristo. D aparncia de concordncia, quando, na verdade, ela no existe.
O ECT2 cria comprometimento ao fingir que as questes que separam evanglicos e catlicos no so
graves, quando, na verdade, elas demarcam os limites de cu e inferno. Tpica das contradies
inerentes nesse documento a afirmao: "ns nos comprometemos a evangelizar a todos... os
evanglicos precisam pregar o Evangelho aos catlicos e os catlicos aos evanglicos... esforandovos diligentemente por preservar a unidade do Esprito no vnculo da paz..." Se os evanglicos e
catlicos esto ambos salvos e unidos no Esprito, ento o que significa "evangelizar"?
296

Um acordo com os "judaizantes"?


Os judaizantes da epstola escrita aos glatas poderiam ter assinado um documento semelhante. Alis,
o deles teria uma lista bem menor de questes que "requerem explorao mais profunda e urgente":
[somente] a relao da Lei com a salvao. Os judaizantes afirmavam que Cristo morreu pelos nossos
pecados, mas acrescentavam que, para ser salva, a pessoa precisava ser "circuncidada, e observar a
lei" (At 15.1,5,24). Em lugar de assinar um acordo com os judaizantes, como se a heresia deles fosse
simplesmente algo para "explorao mais profunda", Paulo os amaldioou por pregarem outro
evangelho (Gl 1.6-8). Mas o ECT2 faz parecer que os assuntos sobre os quais divergimos so
irrelevantes. O ECT2 um documento ainda mais enganoso que seu antecessor!
O Evangelho salvador
Paulo afirmou que "o Evangelho de Cristo... o poder de Deus para a salvao de todo aquele que
cr" (Rm 1.16). Ele tambm o chamou de "o evangelho... [que] por ele tambm sois salvos" (1 Co
15.1-2); e "o evangelho da vossa salvao" (Ef 1.13). Estes e outros versculos mostram
cristalinamente que a salvao vem somente atravs do crer no Evangelho. Cristo ordenou a Seus
discpulos: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho" (Mc 16.15), o Evangelho que a Bblia define
com preciso.
Salvao ou religio
A salvao nada tem a ver com a igreja, seja ela evanglica ou catlica. Ela vem atravs do
"evangelho eterno" (Ap 14.6), "o evangelho de Deus" (Rm 1.1; 15.15, 2 Co 11.7; 1 Ts 2.2, 8, 9; 1 Tm
1.11; 1 Pe 4.17). A salvao vem por termos estabelecidos por Deus e pela graa dEle, e ns no
podemos negociar esse Evangelho nem com Deus e nem com quem quer que seja. "O Pai enviou seu
Filho como Salvador do mundo" (1 Jo 4.14). A Salvao obra de Deus e de Seu Filho. Ou ns
cremos nela ou a rejeitamos. Ns no "dialogamos" a seu respeito.
Ela tambm chamada de "evangelho de Jesus Cristo" (Mc 1.1; Rm 1.16; 15.19; 1 Co 9.12, 18; 2 Co
4.4; 9.13; 10.14; Gl 1.7; Fl 1.27; 1 Ts 3.2, 2 Ts 1.8). Ele o Salvador, e a salvao obra dEle, e no
nossa, como os anjos declararam: " que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que Cristo,
o Senhor" (Lc 2.11). Paulo especifica que o Evangelho salva: "...que Cristo morreu pelos nossos pecados,
segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Co 15.34). "Eu sou a porta", declarou Jesus Cristo: "se algum entrar por mim, ser salvo" (Jo 10.9).
O Evangelho nada contm acerca de batismo, boas obras, membresia ou freqncia igreja, dar o
dzimo, os sacramentos ou rituais, um tipo especfico de alimentao ou vestimenta. Se adicionarmos
qualquer coisa ao Evangelho, ns o perverteremos e, portanto, estaremos debaixo do antema de
Paulo em Glatas 1.8-9!
F ou obras
O Evangelho diz, totalmente, respeito ao que Cristo j fez. Ele nada diz a respeito do que Cristo ainda
precisa fazer, porque a obra de nossa redeno est acabada, consumada: "Cristo morreu pelos
nossos pecados". Ele no continua morrendo, como o catolicismo defende. Jesus declarou
triunfantemente: "Est consumado" (Jo 19.30)! E o Evangelho tambm no diz nada a respeito do que
ns devamos fazer, porque ns nada podemos fazer: "No por obras de justia praticadas por ns,
mas segundo a sua misericrdia, ele nos salvou" (Tt 3.5); "Porque pela graa sois salvos, mediante a
f... dom de Deus... no [vem] de obras, para que ningum se glorie" (Ef 2.8-9). Em lugar de obras, o
Evangelho requer f. o poder de Deus para a salvao daqueles que crem. "Mas ao que no
trabalha, porm cr naquele que justifica ao mpio, a sua f lhe atribuda como justia" (Rm 4.5).
"...para que todo o que nele cr no perea, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16).
Certeza da salvao
No poderamos tornar a posio da igreja catlica mais clara do que citando o cardeal OConnor, de
Nova Iorque: "O ensinamento da igreja que eu no sei, em momento algum, qual ser meu estado
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eterno. Eu posso esperar, rezar, fazer o melhor possvel mas eu ainda no sei. O papa Joo Paulo II
no sabe com certeza se vai para o cu, e nem a madre Teresa de Calcut..." ("The New York Times",
1 de fevereiro de 1990, Caderno 4). E o catlico comum tambm no sabe, porque a sua igreja lhe
ensinou que ele no pode saber se salvo. O dogma oficial do catolicismo no poderia ser
modificado, no importa quantos ECTs fossem assinados mesmo que pelo prprio papa.
Cristo afirma: "Eu lhes dou [a minhas ovelhas] a vida eterna; jamais perecero" (Jo 10.28). O
catolicismo rejeita essa oferta e, em lugar dela, oferece prestaes contnuas de graa rumo vida
eterna atravs do sacerdcio e dos sacramentos da igreja, atravs do uso de escapulrios, da
obteno de indulgncias, de rezar Ave Marias e de rezar aos santos. Tal caminho para o cu torna
Cristo um mentiroso.
O Evangelho uma espada de dois gumes. Ele declara: "Quem cr no Filho tem a vida eterna". O
mesmo versculo declara que "o que, todavia, se mantm rebelde contra o Filho no ver a vida, mas
sobre ele permanece a ira de Deus" (Jo 3.36). neste ponto que chegamos poro do Evangelho
que mais difcil de ser aceita: que aqueles que no crem esto eternamente perdidos no importa
quais boas obras possam fazer.
O amor e a justia de Deus
As razes para esse fato esto aliceradas tanto no amor de Deus quanto na Sua justia. Deus nos
ama a ponto de nos corrigir e de permanecer firme no que diz. Tristemente, muitos pais confundem
amor com sentimentalismo e no levam a srio o que dizem, e assim, criam filhos desobedientes. "Se
voc fizer isso de novo, vai apanhar [ou outro tipo de ameaa]", diz a mame. A a criana repete o
que fez e nada acontece. Ento, o que a mame diz no significa nada. Mas Deus leva a srio o que
diz, ou seja, Suas palavras significam exatamente o que Ele diz.
A justia de Deus requer que a infinita penalidade pelo pecado seja paga. E esse pagamento faria com
que estivssemos eternamente separados de Deus; por isso Ele se tornou homem atravs do
nascimento virginal, para pagar a penalidade pelo pecado. Ningum pode reclamar de Deus. Ele
provou o amor dEle, fazendo tudo que estava ao Seu alcance para a nossa salvao. Ele Prprio
pagou a penalidade e por causa disso pode ser tanto "justo e o justificador daquele que tem f em
Jesus" (Rm 3.26).
Cristo suplicou no Jardim Getsmani: "se possvel [ou seja, se houver outra forma da humanidade ser
salva], passe de mim este clice" (Mt 26.39). Ns sabemos que no h outra forma, caso contrrio
Deus no teria requerido de Seu Filho amado que arcasse com toda a intensidade da ira de Deus
contra o pecado. O fato de homens crucificarem a Jesus s haveria de nos condenar. Mas na cruz,
quando o ser humano estava fazendo o que de pior poderia fazer ao seu Criador, Cristo pagou a
penalidade total por nossos pecados.
"Como escaparemos ns, se negligenciarmos to grande salvao" (Hb 2.3)? No h escape por no
haver outro caminho para sermos salvos! Somente ao aceitarmos esse pagamento feito em nosso
favor que podemos ser salvos. "Porque abaixo do cu no existe nenhum outro nome, dado entre os
homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4.12); "que devo fazer para que seja salvo?... Cr
no Senhor Jesus e sers salvo" (At 16.30-31).
"Crer no Senhor Jesus Cristo" inclui quem Ele e o que Ele fez. Jesus disse: "...vs sois c de baixo,
eu sou l de cima... porque, se no credes que EU SOU [Esse o nome de Deus, Yaweh], morrereis
nos vossos pecados" (Jo 8.23-24). O prprio Jesus disse que ns precisamos crer que Ele Deus,
pois Ele o ; e ningum menos do que Deus poderia nos salvar. Precisamos crer que Aquele que no
teve pecado "morreu pelos nossos pecados", e foi sepultado; e que Ele ressuscitou corporeamente do
tmulo. s por crermos nesse Evangelho que somos salvos. assim que afirma a Palavra de Deus.
O sangue de Cristo s tem eficcia para pecadores arrependidos
Por que nem mesmo uma madre Teresa conseguiria chegar aos cus pelas suas prprias boas obras?
Porque todos somos pecadores; e porque, uma vez tendo violado um s dos mandamentos de Deus,
somos "culpados de todos" (Tg 2.10); e "ningum ser justificado diante dele por obras da lei" (Rm
298

3.20). Guardar a lei perfeitamente daqui em diante, jamais poderia ser compensao por j havermos
violado a mesma lei.
Se Deus outorgasse salvao por qualquer outro meio que no a f em Cristo exclusivamente, isso
seria um insulto para Aquele que o Pai insistiu ter que agentar a ira dEle como sacrifcio pelo pecado.
Alm do mais, Deus estaria violando seu prprio cdigo de justia, e estaria indo contra Sua prpria
Palavra. No, nem mesmo o prprio Deus poderia salvar o "santo" mais notvel de todos. O sangue de
Cristo s tem eficcia para pecadores arrependidos.
O Evangelho comprometido por evanglicos proeminentes
Ao expressar nestas pginas nossa preocupao por tantas heresias, procuramos nos limitar quelas
que causam impacto ao Evangelho e salvao de almas. Foi s porque os apstolos em Jerusalm
"no procediam corretamente segundo a verdade do evangelho" que Paulo os repreendeu (Gl 2.14).
com tristeza que vemos, em nossos dias, o Evangelho sendo desafiado e comprometido por
evanglicos proeminentes! Sim, lderes evanglicos que pregam o Evangelho tambm o
comprometem. No dia 21 de janeiro de 1997, Larry King entrevistou Billy Graham em seu programa:
King: O que o senhor acha de outras [igrejas]... como o mormonismo? O catolicismo? Outras fs
dentro do conceito do cristianismo?
Graham: Eu creio que tenho uma maravilhosa comunho com todos eles. Por exemplo...
King: O senhor se sente vontade com Salt Lake City [sede mundial do mormonismo]? Sente-se
vontade com o Vaticano?
Graham: Sinto-me muito vontade com o Vaticano. J estive com o papa vrias vezes. Alis, na noite
no dia em que ele foi feito papa, eu estava pregando na catedral dele em Cracvia (Polnia). Fui
convidado por ele... quando ele esteve aqui... em Columbia, Carolina do Sul (EUA)... ele me convidou
para subir ao palco com ele e tambm falar ao pblico. Eu diria uma frase e ele a prxima... mas [no
pude] eu estava a mais da metade do caminho rumo China...
King: O senhor gosta desse papa?
Graham: Eu gosto muito dele... Ele e eu concordamos em quase tudo.
King: O senhor... se sente vontade com o judasmo?
Graham: Muito vontade... Em Nova Iorque, j me convidaram para participar do Conclio Rabnico...
para falar a eles e ao rabino Tannenbaum, que um grande amigo... ele me deu muitos conselhos, e
eu dependo dele constantemente, teolgica e espiritualmente, e em todos os sentidos...
King: Se o senhor tivesse 30 segundos durante o intervalo do "Super Bowl" [final do campeonato de
futebol americano], o que o senhor diria quela multido?
Graham: Eu diria que... eles pensassem num outro jogo... o jogo da vida, e que eles se certificassem
de estar do lado de Deus, que Deus os ama e que est interessado neles, e que podem orar a Deus, e
Ele responder as oraes deles.
Billy Graham tem pregado o Evangelho e almas tm sido salvas, mas nessa ocasio ele ofereceu um
evangelho falso, sem Cristo ou a Cruz assim como fez quando foi entrevistado por Robert Schuller
no programa "The Hour of Power" ("A Hora do Poder"), meses mais tarde. Paulo afirmou que a ele foi
"confiado o evangelho" (1 Ts 2.4). E o mesmo aconteceu com cada um de ns. Certifiquemo-nos de
que preservamos esse legado, por amor aos perdidos e em honra ao nosso Senhor que pagou o preo
completo pela redeno do homem! (Dave Hunt - TBC 1/98)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, junho de 1998
299

Um idoso pastor se encontrava gravemente enfermo na cama e sofria terrveis dores. Um jovem
obreiro que o visitava desejou consol-lo. Cheio das melhores intenes, falou: "Deus disciplina a
quem ama!" Ao que o velho homem retrucou, cheio de dores: "Sim, mas agora, neste instante, eu
desejaria que Deus amasse outra pessoa!"
Muitas vezes usamos frases feitas ou procuramos explicaes para o sofrimento do prximo mas no
chegamos ao fundo da questo. Sobre o sofrimento do Filho de Deus est escrito: "Por isso foi que
tambm Jesus, para santificar o povo, pelo seu prprio sangue, sofreu fora da porta" (Hb 13.12).

O inexplicvel
sofrimento dos justos
O sofrimento de um justo no pode ser explicado, mas muitas e muitas vezes sua razo de ser foi
interpretada de maneira incorreta. Muitos cristos que esto sofrendo se preocupam demais em achar
a "causa" de sua angstia e se esgotam de tanto questionar. Minha doena castigo pelo meu
pecado? Ou ser que Deus quer me disciplinar, educar, purificar, transformar atravs do sofrimento,
me preparar para Seu Reino e Sua glria? claro que existem castigos mandados por Deus, mas
nem de longe todo o sofrimento fsico ou emocional, toda derrota, fome ou tormento podem ser
explicados dessa maneira. Quem recebeu a Jesus Cristo em sua vida por meio da f no sofre por
causa da ira de Deus ou por castigo, mas o sofrimento uma provao e igualmente um meio
pedaggico que o Senhor usa na vida dos crentes (Hb 12.1-11; Rm 8.31-39). Mas no so raras as
vezes em que o agir de Deus e a Sua direo em nossas vidas continuar sendo um mistrio para ns,
principalmente quando Ele manda sofrimento e tristeza.
No queremos deixar passar despercebido o fato de que nem todo o sofrimento tem a amvel correo
do Senhor como alvo final. Existem sofrimentos que nascem do dio satnico, e se os mesmos nos
alcanam foi porque o Senhor o permitiu. Os sofrimentos de J, por exemplo, no vieram de Deus.
Tambm no havia motivo para correo na vida desse homem, pois J vivia completamente dentro do
que agradava ao Senhor e era irrepreensvel, o que foi confirmado pelo prprio Senhor. Seus
sofrimentos eram provocados pelo maligno (comp. J 1.1,6-19).
Os Salmos e Provrbios tambm falam do sofrimento do justo: "Muitas so as aflies do justo!" (Sl
34.19a; comp. tambm Pv 11.31). A Bblia nos exorta a no considerarmos todo e qualquer sofrimento
dos justos como conseqncia automtica de culpa e pecado em suas vidas, pois com isso estaramos
condenando a maneira justa de viver dos retos de corao. Asafe orou: "Com efeito, inutilmente
conservei puro o corao e lavei as mos na inocncia. Pois de contnuo sou afligido, e cada manh
castigado. Se eu pensara em falar tais palavras, j a teria trado a gerao de teus filhos" (Sl 73.1315). Tambm no Salmo 44 encontramos uma das muitas indicaes da Palavra de Deus de que
sofrimento nem sempre tem sua origem em pecado ou culpa diante de Deus e nem sempre castigo
por erros cometidos: "Tudo isso nos sobreveio, entretanto no nos esquecemos de ti, nem fomos
infiis tua aliana. No tornou atrs o nosso corao, nem se desviaram os nossos passos dos teus
caminhos... Se tivssemos esquecido o nome do nosso Deus ou tivssemos estendido as mos a deus
estranho, porventura no o teria atinado Deus, ele que conhece os segredos dos coraes? Mas, por
amor a ti, somos entregues morte continuamente, somos considerados como ovelhas para o
matadouro" (vv. 17-18, 20-22). Mas todo esse sofrimento estava sob a permisso de Deus: "...para nos
esmagares onde vivem os chacais, e nos envolveres com as sombras da morte... Pois a nossa alma
est abatida at ao p, e o nosso corpo como que pegado no cho. Levanta-te para socorrer-nos, e
resgata-nos por amor da tua benignidade (vv. 19,25-26)."

300

Antes que eu mencione o testemunho do irmo Lee, da Coria do Sul, perguntemo-nos: todos esses
sofrimentos foram resultado de pecado na vida desse irmo? Ele conta:
Eu tinha 18 anos de idade quando os norte-coreanos invadiram a Coria do Sul. Presenciei
quando 7.000 cristos foram mortos, inclusive meu pai e minha irm. Durante trs dias
minha irm ficou pendurada de cabea para baixo em uma corda. No terceiro dia, ela
estava quase desacordada. Todos os dias os comunistas nos levavam para fora para que
pudssemos ver como eram tratados os cristos presos. Todos tnhamos sido presos e
interrogados: "Voc cristo?" Naquela poca minha irm tinha 22 anos de idade. E
naquele dia em que fui obrigado a ficar na sua frente, ela me reconheceu. Sangue j
escorria de sua cabea. Me senti impotente diante dela, pois estava amarrado. Mas ela
cantava num sussuro: "Em Jesus amigo temos..." e "Mais perto quero estar, meu Deus de
Ti..." E foi dessa maneira que ela morreu, mas sua morte vitoriosa deixou uma profunda
impresso em minha vida. Uma semana depois meu velho pai de 72 anos foi executado.
Ele foi queimado vivo, depois de ter passado fome por um ms. Jogaram-no em uma
cova, cobriram-no com querosene e tocaram fogo. Antes de perder os sentidos, gritou
com suas ltimas foras: "Voc tem de acabar o que eu no consegui levar at o fim!"
Ento levantou suas mos e orou: "Pai, perdoa-lhes, pois no sabem o que fazem!"
Esses dois acontecimentos deixaram marcas em toda a minha vida futura, marcas que
nunca mais puderam ser apagadas. No posso descrever os sofrimentos que tive que
passar. Durante um ms inteiro meus carrascos me espancaram, queimaram e quebraram
meus ossos. Quando eles finalmente acharam que eu estava morto, jogaram-me em um
pntano. Fiquei oito dias inconsciente no meio de cadveres. Os ratos passavam por cima
de ns e o sofrimento era infernal. Mas nessa hora eu entreguei minha vida ao Senhor
Jesus. Reconheci o que significa na vida de uma pessoa um relacionamento pessoal com
Jesus: no mais profundo sofrimento pode nascer a alegria da f!
Os terrveis sofrimentos e a angstia de sua irm e de seu pai e seus prprios sofrimentos contriburam
para que o Dr. Lee chegasse a crer no Senhor Jesus Cristo que maravilhoso fruto de sofrimento por
amor ao Senhor!
Ser que voc anda encurvado sob o fardo de sofrimentos e presses do dia-a-dia que pesa sobre os
seus ombros? Voc se angustia com problemas e infortnio? Voc sofre por fracassos, decepes,
esperanas frustradas? Ou voc sofre por amor a Cristo? Existe uma cruz pesada sobre sua vida, cruz
que voc tem de carregar?

Qual a causa do sofrimento, se no o pecado?


Sofrimento por amor a Jesus. Foi dito ao apstolo Paulo que ele iria sofrer muito por amor a Jesus
(At 9.16). O Senhor o usou de modo extraordinrio como instrumento muito til, mas os sofrimentos de
Paulo foram igualmente extraordinrios. Os profundos sofrimentos por amor a Jesus faziam parte de
sua elevada vocao.
Sofrimentos por amor a Jesus no so motivo de tristeza, mas de alegria: "... alegrai-vos na medida
em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que tambm na revelao de sua glria
vos alegreis exultando" (1 Pe 4.13). E sofrer pelo Evangelho um tipo de sofrimento por amor a Jesus
(2 Tm 1.8), assim como sofrimentos por praticar o bem (1 Pe 2.20), sofrimentos por causa da justia
(Mt 5.10) e os sofrimentos como servos de Deus (2 Co 6.4 ss.).
Sofrimentos por amor aos outros ( Igreja). isso o que nos relata Colossenses 1.24: "Agora me
regozijo nos meus sofrimentos por vs; e preencho o que resta das aflies de Cristo, na minha carne,
a favor do seu corpo, que a igreja." Sofrimentos suportados com pacincia por um cristo servem de
exemplo e testemunho para toda a Igreja, pois nisso que o carter de Jesus mais se reflete. E por
isso que as pessoas mais santificadas tm de sofrer mais, por estarem muito prximas do Senhor e
por terem condies de suportar o sofrimento. Epafrodito, cooperador de Paulo, ficou gravemente
enfermo por causa da obra do Senhor e por servir ao apstolo por parte dos filipenses (comp. Fl 2.2530).
301

Sofrimentos por testemunhar da f para a glria do Senhor. Para provar isso quero citar
novamente 1 Pedro 4.13: "...alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de
Cristo, para que tambm na revelao de sua glria vos alegreis exultando." O salmista Asafe
testemunha em meio ao seu sofrimento: "Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha
mo direita. Tu me guias com o teu conselho, e depois me recebes na glria. Quem mais tenho eu no
cu? No h outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu corao
desfalecem, Deus a fortaleza do meu corao e a minha herana para sempre... Quanto a mim, bom
estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refgio, para proclamar todos os seus feitos"(Sl
73.23-26, 28).
Ser que conseguimos imaginar o testemunho glorioso e elogiado que um servo de Deus que sofre por
amor ao Senhor tem diante do mundo invisvel dos anjos, quando se firma no Senhor e espera nEele
em meio aos sofrimentos, e quando consegue dizer "Senhor, apesar de tudo eu quero ficar perto de
Ti"? Como grandioso e maravilhoso o reflexo desses sofrimentos na eternidade! Isso mostrado em
Romanos 8.18: "Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente no so para
comparar com a glria por vir a ser revelada em ns."

O que devemos fazer no sofrimento?


Como que a nossa alma consegue ficar consolada e quieta em tempos de angstia? Em tempos de
sofrimento ningum mais consegue ajudar aquele que sofre a no ser o Senhor. Isso o salmista
tambm sabia, pois orava: "Faze-me justia, Deus, e pleiteia a minha causa... Pois tu s o Deus da
minha fortaleza" (Sl 43.1a,2a). Jesus Cristo sofreu fora da porta e, nesse sentido, cada um que sofre
est sozinho com seus sofrimentos, sofre "fora da porta" como Jesus. O salmista tambm tinha
reconhecido isso, e encomendou sua alma juntamente com toda a sua angstia ao fiel cuidado de
Deus. Ele sabia que a ajuda real, a ajuda que traz resultados no pode vir de pessoas, mas nica e
exclusivamente do Deus vivo. E era a Deus que ele queria entregar seu sofrimento. Ele no foi
obrigado a se deixar enlouquecer e inquietar pelos outros e por seus bons conselhos, mas foi capaz de
se entregar plenamente vontade divina, e de se sentir abrigado e seguro no Senhor.
Ficamos consolados e tranqilos quando entregamos nossa angstia ao Senhor, quando nos
aquietamos e esperamos nEele.
Dificilmente o sofrimento pode ser explicado humanamente, ele s pode ser compreendido de dentro
do santurio. Por isso o salmista orou: "Por que me rejeitas? Por que hei de andar eu lamentando sob
a opresso dos meus inimigos? Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu
santo monte, e aos teus tabernculos. Ento irei ao altar de Deus, de Deus que a minha grande
alegria; ao som da harpa eu te louvarei, Deus, Deus meu. Por que ests abatida, minha alma? por
que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxlio e Deus
meu" (Sl 43.2b-5). O corao do salmista estava repleto de porqus. Ele no conseguia entender o
porqu de seus sofrimentos; mas parece que, de repente, ele passou a entender, passou a no mais
precisar de uma resposta para suas muitas perguntas mas precisava somente de uma profunda
comunho com seu Deus no santurio (vv. 3b-4a). Essa foi a soluo. Foi dessa maneira que sua alma
conseguiu ficar quieta e consolada e cheia de gratido para com o Senhor apesar do sofrimento pelo
qual estava passando (vv. 4b-5). Nem sempre existe uma resposta, mas sempre existe consolo e luz
na escurido de nossa alma quando nos achegamos ao Senhor, quando entramos no santurio. E
por isso que filhos de Deus santificados conseguem dizer: "O Senhor est to perto de mim!" Para o
salmista passou a ser secundrio conhecer ou no a causa de seus sofrimentos. Para ele passou a ser
prioridade saber que era Deus que conduzia sua vida, passou a ser prioridade andar na luz do Senhor,
andar na verdade do Senhor e ser dirigido pelo Senhor para alcanar seu alvo de vida.
Asafe estava cheio de dvidas e questionamentos. Parecia-lhe que o sofrimento ela algo sem lgica,
algo incompreensvel e absurdo. Ele no era capaz de entend-lo nem explic-lo: "Em s refletir para
compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; at que entrei no santurio de Deus..." (Sl 73.1617). No santurio nem sempre recebemos a explicao para o porqu de nossos sofrimentos, mas em
compensao recebemos consolo, recebemos fortalecimento e uma profunda paz. At um homem
como Elias chegou ao ponto de se sentir desesperado e questionava o motivo de tanto sofrimento. Ele
no recebeu uma resposta para suas perguntas, mas recebeu comida e bebida para sua longa jornada
em busca de um novo encontro com o Senhor. Joo Batista foi tomado de dvidas quando estava no
302

crcere. E ele tambm no recebeu resposta ao porqu de seus sofrimentos, dvida que certamente
ocupava sua mente. Mas ele recebeu a palavra do Senhor: "...bem-aventurado aquele que no achar
em mim motivo de tropeo" (Mt 11.6).
Agora me dirijo a voc, especialmente a voc que tem sofrimento e dor em sua vida, que passa por
angstias e enfermidades voc no quer simplesmente entrar no santurio para receber ali o consolo
que vem de Deus? Em pouco tempo se cumprir em sua vida o que o Senhor glorificado diz no ltimo
livro da Bblia: "E lhes enxugar dos olhos toda lgrima, e a morte j no existir, j no haver luto,
nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram. E aquele que est assentado no trono
disse: Eis que fao novas todas as cousas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras so fiis e
verdadeiras... O vencedor herdar estas cousas, e eu lhe serei Deus e ele me ser filho" (Ap 21.4-5,7).
(Norbert Lieth)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, julho de 1997

303

O Poder do Evangelho
Dave Hunt
"Ide por todo o mundo e pregai o
evangelho a toda criatura"
(Mc 16.15).
O "...evangelho... o poder de Deus para a salvao de todo aquele
que cr..." (Rm 1.16).
A santidade e a justia de Deus exigem que os pecadores sejam eternamente
separados dEle. Ser cortado completa e eternamente daquele Amor pelo qual
se foi criado equivaler a arder com uma sede que se tornar cada vez mais
insuportvel. Mesmo assim, Deus, graciosa e gratuitamente oferece salvao
dessa que a mais terrvel condenao. "O evangelho da graa de Deus"
declara que Deus se tornou homem atravs de um nascimento virginal; que
esse homem-Deus imaculado morreu pelos nossos pecados, satisfazendo
Sua prpria justia atravs do sofrimento do castigo eterno que ns merecemos; que Ele ressuscitou
ao terceiro dia; e que todos aqueles que crem nEle so perdoados e recebem a vida eterna como um
dom gratuito. A salvao to simples e maravilhosa ; ela deve ser pregada com essa simplicidade.

O Evangelho puro que convence os ouvintes


No so as credenciais acadmicas, a oratria brilhante ou a persuaso do pregador, porm o
Evangelho puro que convence os ouvintes. No devemos atentar para sabedoria humana e zelo, a fim
de embelezar, melhorar, ou de qualquer forma fazer o Evangelho mais atrativo para os perdidos. O
Evangelho, apresentado em sua imutvel pureza, a mensagem que o Esprito Santo honra
convencendo e dando convico queles que O ouvem (Jo 16.8-11). Essa verdade deve voltar a
concentrar a ateno dos evanglicos!
Ao contrrio da crena popular, percia na pregao (a "homiltica" ensinada no seminrio) no tem
capacidade de ajudar, antes atrapalha a comunicao do Evangelho. O domnio da oratria ou das
tcnicas de vendas mais recentes pode ser til numa profisso secular, mas no "na loucura da
pregao". A no ser que tais metodologias e capacidades sejam colocadas de lado para proclamar a
verdade de Deus, elas obscurecem o Evangelho.
Mesmo que o acima exposto possa parecer uma perspectiva extremista e anti-intelectual, tal foi o
ensinamento e a prtica do apstolo Paulo. Rabino bem instrudo, Paulo era, sem dvida, um
eloqente orador que podia influenciar qualquer platia. Todavia, na pregao do Evangelho, ele
deliberadamente deixava de lado a "ostentao de linguagem" (1 Co 2.1) e cuidadosamente evitava as
"palavras ensinadas pela sabedoria humana" (v. 13). Sabendo que suas prprias idias,
embelezamentos e habilidades persuasivas eram empecilhos ao invs de auxlios, o grande apstolo
ficou diante de sua audincia "em fraqueza, temor e grande tremor" (v. 3). Devemos proceder da
mesma forma.
Paulo declarou que a sabedoria de palavra anula a cruz de Cristo (comp. 1 Co 1.17). Portanto, ele
determinou que sua pregao no consistiria em "linguagem persuasiva de sabedoria [humana], mas
em demonstrao do Esprito e de poder" para que a f de seus convertidos "no se apoiasse em
sabedoria humana; e, sim, no poder de Deus" (1 Co 2.4-5). Todavia, muitos cristos bemintencionados fazem exatamente o que Paulo evitava, convencidos de que o Evangelho e o Esprito
Santo necessitam da ajuda do conhecimento, da persuaso psicolgica e de uma embalagem
promocional moderna. Conseqentemente, a f de muitos crentes hoje est firmada na sabedoria
humana em vez de no poder de Deus podendo assim, da mesma forma, ser minada por argumentos
humanos.

304

Comprometimento e negao do Evangelho


O Evangelho est sendo comprometido e at mesmo negado por muitos cristos confessos. Os termos
"espiritual" ou "espiritualidade" legitimam muito engano. "Espiritualidade" agora evidenciada pelo
ecumenismo e realada pelas tcnicas da Nova Era. A revista evanglica americana Christianity
Today (Cristianismo Hoje) de 11/8/93 referiu-se favoravelmente a respeito de um movimento rumo
maturidade espiritual aparentemente muito espalhado. Infelizmente, na sua promoo de
"espiritualidade moderna", a Christianity Today apela para Richard Foster e suas tcnicas de "orao
contemplativa", que envolvem a passividade e a visualizao ensinadas por ocultistas como Incio de
Loyola (fundador dos jesutas) e Agnes Sanford (veja os livros "A Seduo do Cristianismo" e
"Escapando da Seduo"). Muitos artigos [da revista] sustentam que o catolicismo romano faz parte de
um "cristianismo sadio". Introduzindo um artigo principal, o editor executivo da Christianity Today
exalta o mstico catlico romano Thomas Merton por ter aberto um caminho para um relacionamento
mais profundo com Deus, embora Merton, um seguidor da Nova Era, rejeitasse o Evangelho, sem cuja
aceitao no se pode conhecer a Deus.

A motivao da pregao do Evangelho: o amor


No so metodologias ou tcnicas, mas verdade e amor que iniciam e amadurecem a vida espiritual no
crente. Tampouco o genuno amor por Deus e pelos outros pode brotar de qualquer outra coisa a no
ser da aceitao e do reconhecimento do Evangelho (1 Jo 4.19). Aquela "velha histria" revela o amor
de Deus. Aqueles que a pregam em verdade devem ser motivados e fortalecidos por esse mesmo
amor.
Bem, talvez voc diga: "Eu no sou pastor ou pregador, e, assim sendo, recomendaes tratando da
pregao do Evangelho no se aplicam ao meu caso." "A loucura da pregao" inclui compartilhar de
Cristo por sobre a cerca com um vizinho, ou com um amigo pelo telefone. O mandamento de Cristo
para "pregar o evangelho" e "fazer discpulos" a chamada "Grande Comisso" de Marcos 16.15 e
Mateus 28.18-20 se aplica igualmente a qualquer cristo do passado, do presente ou do futuro. Esse
fato est claro nas palavras de Cristo, "ensinando-os (aos convertidos) a guardar todas as cousas que
vos tenho ordenado" (Mt 28.20). Os primeiros discpulos de Cristo deveriam ensinar seus convertidos a
obedecer cada mandamento que Ele tinha dado a eles incluindo pregar o Evangelho e ensinar seus
convertidos a obedecer todos os mandamentos de Cristo igualmente. E assim at chegar aos nossos
dias. Ns tambm devemos obedecer a tudo quanto Ele ordenou aos primeiros doze.

Cada convertido a Cristo ordenado e fortalecido pelo Esprito Santo


Essas afirmaes de Cristo corrigem uma quantidade de enganos populares, tais como a idia de que
Seus ensinamentos nos quatro Evangelhos so apenas para Israel, ou apenas para serem obedecidos
no Milnio, e, assim sendo, no seriam para a Igreja hoje. Tambm fica eliminada a idia de que "o
evangelho do reino" que Cristo e Seus discpulos pregaram antes da cruz , de alguma maneira,
diferente daquele que pregado para ns hoje. E uma das principais fontes do engano catlico
romano que o papa o sucessor de Pedro e que somente os integrantes da hierarquia de padres,
bispos, cardeais, etc. so os sucessores dos outros apstolos tambm desmentida. Cada
convertido a Cristo igualmente ordenado e fortalecido pelo Esprito Santo para obedecer tudo o que
Cristo ordenou aos doze primeiros e conseqentemente a agir usando toda a capacidade pela qual Ele
os treinou e os comissionou.

Novos mtodos e inovaes


O Evangelho a nica soluo para o problema do efeito destrutivo do pecado na vida diria. Ainda
assim, muitos evanglicos perderam sua f no poder do Evangelho e imaginam que algo mais
necessrio; sejam programas atrativos, aconselhamento psicolgico ou novas revelaes de profetas
modernos. Paulo se referiu "loucura da pregao" porque o Evangelho simples que ele pregava era
desprezado. O mesmo acontece em nossos dias.
Em contraste com a simplicidade e pureza do Evangelho apresentado nas Escrituras, novos mtodos e
inovaes esto sendo empregados hoje. O Evangelho no mais considerado como suficiente por si
305

prprio. Atualmente ensinado que crer no Evangelho poder deixar hostes de demnios escondidos
interiormente, remanescentes de pecados passados ou at mesmo de geraes anteriores. A Bblia
chama aquele que cr no Evangelho de "nova criatura" em Cristo; para quem "as cousas antigas j
passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5.17; Gl 6.15). Negando essa clara verdade, "ministrios de
libertao" tm surgido em grande nmero para expulsar os demnios dos cristos.

"Batalha espiritual"
O Evangelho simples foi tudo o que os apstolos precisaram e usaram. Ainda assim, muito tem sido
acrescentado hoje em dia. Considere, por exemplo, a nova crena de que muitos cristos
(especialmente missionrios regressantes) que passam por uma crise de "estresse" ou "esgotamento"
desenvolvem mltiplas personalidades outra heresia da psicologia. De acordo com o que se alega, a
"libertao" se d quando cada uma dessas personalidades levada a crer em Cristo para a salvao!
Estreitamente relacionado a isso est o "mapeamento espiritual", outra nova "febre" que Christianity
Today chama de "uma tcnica complicada e controvertida desenvolvida pelo missilogo C. Peter
Wagner, que alega poder identificar as fortalezas satnicas numa cidade..."
H algum tempo lemos sobre a "Conferncia Norte-Americana de Mapeamento Espiritual" que oferecia
"uma metodologia para descobrir obstculos especficos para ganhar almas nas localidades norteamericanas":
A conferncia foi promovida pelo "Sentinel Group" ("Grupo Sentinela") de Lynnwood
(Estado de Washington, EUA), e atraiu 130 pastores, lderes leigos, e missionrios
convidados de 30 estados e provncias... A "crescente influncia das novas e poderosas
foras espirituais no continente" necessitam de tal pesquisa, disse o presidente do "Grupo
Sentinela", George Otis, Jr... Um Guia de Mapeamento Espiritual distribudo na
conferncia esboava maneiras pelas quais os participantes poderiam pesquisar, atravs
de muita orao, os grilhes sociais, a escravido, e as barreiras espirituais de suas
respectivas comunidades. (NIRR)
Algumas questes se levantam imediatamente. Novas foras espirituais? Existe uma nova espcie de
demnios mais inteligentes ou poderosos do que aqueles enfrentados pela igreja primitiva? Se o
Evangelho necessita de tal ajuda, por que a Bblia no menciona nada disso? Por que esses mtodos
no foram praticados nem ensinados por Cristo e pelos apstolos? Como Paulo poderia ter
"transtornado o mundo" (At 17.6) atravs da evangelizao do Imprio Romano pago, sem empregar
essas tcnicas? Paulo teria alcanado maior sucesso se tivesse usado "mapeamento espiritual" e
empregado a nova "metodologia para descobrir obstculos especficos para ganhar almas"?

Os casos de Corinto e feso


Corinto, a cidade grega mais esplendorosa e prspera, o centro do comrcio entre o Oriente e o
Ocidente, claramente era to escravizada por Satans quanto qualquer cidade hoje em dia. O culto de
Afrodite, a deusa do amor e da beleza, cujo exemplo mtico encorajou promiscuidade sexual e
perverso, h muito havia florescido ali. Quando Paulo desembarcou em Corinto (por volta de 50 d.C.),
o grandioso templo de colunas de Apolo tinha dominado o centro comercial da cidade (onde a maior
parte da carne vendida para consumo era primeiramente oferecida aos dolos) por 600 anos. Ainda
assim, no encontramos nenhum indcio de que Paulo tenha se empenhado no "mapeamento
espiritual" das foras demonacas em Corinto. Ele confiava que o Evangelho, nica e exclusivamente,
poderia resgatar os pagos das garras de Satans: "Porque decidi nada saber entre vs, seno a
Jesus Cristo, e este crucificado" (1 Co 2.2).
Ou considere a cidade de feso, cuja riqueza se devia, em grande parte, venda de imagens da
deusa Diana. O templo dela era o centro da vida em feso e, como em todas as situaes de idolatria,
envolvia prostituio, orgias sexuais e toda sorte de depravaes. Se alguma vez um povo foi
aprisionado por Satans e seus subordinados, estes foram os efsios. Mesmo sem "mapeamento
espiritual" ou outras tcnicas de "libertao" promovidas atualmente, multides vieram a Cristo e a
igreja formada ali esteve entre as mais fortes e verdadeiras. Sim, Paulo os fez lembrar que a batalha
da qual participavam no era contra carne e sangue, mas contra os principados e potestades, contra
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as foras espirituais do mal espalhadas nas regies celestiais (Efsios 6.10-12). Contudo, ele no deu
qualquer indcio de que essas foras demonacas devessem ser mapeadas ou rastreadas, ou que as
tcnicas psicolgicas para tratamento com personalidades mltiplas devessem ser empregadas. Os
crentes deveriam permanecer firmes na f, vestidos com a armadura de Deus, sua nica arma, "a
espada do Esprito, que a Palavra de Deus" (v. 17).

A experincia espiritual mais elevada


A "velha histria de Jesus e seu amor", como diz o clssico hino, " sempre nova" e mais amada por
"aqueles que a conhecem melhor." Ns nunca iremos avanar, nem mesmo na eternidade, a uma
experincia espiritual ou um entendimento mais elevado do que aqueles produzidos pela f no
Evangelho simples que nos salva. O fato de que Deus nos amou tanto, a ponto de se tornar homem, e,
mesmo odiado, rejeitado, desprezado e crucificado, ter morrido em nosso lugar para reconciliar os
pecadores consigo mesmo sempre ser, para as almas resgatadas, a fonte de amor, alegria e
adorao no cu. Por toda a eternidade nunca teremos uma cano mais nova ou melhor do que a
"velha histria" que sempre nova.
"Digno s... porque foste morto e com o teu sangue [nos] compraste para Deus", o mais elevado
louvor possvel para os redimidos na presena de Deus (Ap 5.9). Nisso consiste o segredo da alegria
daqueles que habitam o cu. Por que, ento, alguns cristos andam deprimidos, inseguros, egostas,
terrenos no modo de pensar e faltos de amor, alegria, paz e vitria em Cristo? A "velha histria de
Jesus e Seu amor" se tornou, de fato, velha para eles, negligenciada e esquecida. Eles no
necessitam de aconselhamento psicolgico, mas de um retorno ao seu "primeiro amor" (Ap 2.4). Ns
precisamos meditar incessantemente sobre essa verdade supremamente maravilhosa, o simples
Evangelho, que sozinho inflama o amor genuno e a gratido sincera que devemos, continuamente,
expressar a nosso Senhor.
louvvel se algum, preocupado em conhecer melhor a Deus, estuda grego. Contudo, se a
habilidade nessa lngua fosse essencial para conhecer a Palavra de Deus e viver uma vida crist mais
frutfera, ento seria de se esperar que os gregos fossem o povo mais parecido com Cristo e o mais
frutfero dentre todos, e Deus exigiria de ns todos a capacidade de falar grego. Obviamente os gregos
nos dias de Cristo e de Paulo conheciam sua lngua nativa muito melhor do que os estudantes
modernos desse idioma, mas, mesmo assim, eles enfrentaram tanta dificuldade para viverem uma vida
crist quanto qualquer outro. O relacionamento de amor que Deus deseja carece apenas de um
corao sincero e confiante no qual possa crescer.
"Oh!, o mais maravilhoso de tudo...", disse um compositor, " que Deus me ama!" Isso to simples
que at mesmo uma criana pode cr-lo, mas to profundo que levaremos toda a eternidade para
comear a sondar as profundezas desse amor! O amor de Deus revelado no fato de ter Cristo
morrido em nosso lugar! Certamente aqueles que experimentaram esse amor devem ser impelidos,
pelo mesmo amor, a falarem a outros sobre a salvao disponvel atravs da graa de Deus. Somente
esse reconhecimento do amor e da graa de Deus, impelido pelo Evangelho, que transforma
pecadores em santos alegres e vitoriosos e continua a manter esses santos na alegria e na vitria
agora e para sempre. (Dave Hunt - TBC 12/93 traduzido por Leandro Nunes Caetano)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, julho de 1997

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Em nossa srie de encontros na Sua, Alemanha, Polnia e Rssia, eu e minha esposa, Ruth,
constatamos mais uma vez que o clima espiritual muito semelhante em todo o mundo. Por toda parte
encontramos cristos felizes e vitoriosos e boas igrejas evanglicas, mas elas so uma pequena
minoria. Setenta e cinco por cento dos russos dizem ser ortodoxos russos (a contrapartida oriental do
catolicismo), ainda que sessenta e trs por cento neguem a existncia de Deus.(1) E isso no muito
diferente na Europa Ocidental. A apostasia profetizada est aumentando por toda parte.
Os cristos da Europa Oriental deparam-se hoje com a at ento desconhecida tentao do
materialismo. Crentes antes perseguidos esto atualmente sucumbindo ao amor pelo dinheiro, agora
que qualquer um pode possuir tudo que a engenhosidade e o trabalho rduo podem adquirir. Uma
classe emergente de empreendedores criou um novo anglicismo na Europa Oriental: "beeznessman"
[corruptela de "businessman", homem de negcios N.T.]. Ore pelos cristos das antigas naes
comunistas, para que resistam nova tentao de imitar o ideal ocidental de homem bem-sucedido e
de megaigreja!
A queda da Cortina de Ferro abriu as portas a todas aquelas falsas doutrinas e prticas que
expusemos no livro A Seduo do Cristianismo. Tanto no Ocidente como no Oriente, o movimento
da Nova Era, e todas as demais seitas, incluindo o satanismo, esto se espalhando
descontroladamente. Felizmente, em todos esses pases encontramos "bereanos" que recebem as
nossas publicaes. As suas manifestaes de agradecimento pelas advertncias e ensinamentos
nelas contidos so encorajadoras. As heresias de que estamos falando aqui se espalham rapidamente
por toda parte. Lderes religiosos americanos, atravs do rdio e da televiso, livros e tourns de
palestras, disseminam por todo mundo toda espcie de novidade, de Benny Hinn a Rodney HowardBrowne, juntamente com os bem escondidos erros da psicologia crist, Peale-Schuller e seu
pensamento positivo e da possibilidade, Hagin-Copeland e sua confisso positiva, cura interior,
visualizao e "unidade" ecumnica.
Em todo o mundo h uma crise de f dentro das igrejas, que est mudando o significado de ser cristo.
A Palavra de Deus rejeitada enquanto a experincia valorizada acima da verdade; uma "f" falsa e
egosta promovida, e a s doutrina e a correo so desprezadas como "separatistas" e "noamorosas". Um erro sutil e sedutor est se espalhando por toda parte. Um exemplo a "Coalizo
Crist" de Pat Robertson que agrupa evanglicos, catlicos, mrmons, judeus e at mesmo seguidores
do reverendo Moon em aes polticas. O cristianismo est sendo reduzido tradio moral e a
conceitos conservadores, menos ao Evangelho.
A Grande Comisso (de "pregar o evangelho a toda criatura" Mc 16.15) tornou-se a Misso Crist
(de reformar moralmente a sociedade no religiosa) uma misso qual pode associar-se qualquer
um que ateste a "moral tradicional". No se deve insistir em evangelizar os parceiros, pois isso poderia
dissolver a coalizo da ao poltico-social. Os signatrios do documento "Evangelicals and Catholics
Together: The Christian Mission in the Third Millennium ECT" ("Evanglicos e Catlicos Reunidos: A
Misso Crist no Terceiro Milnio") informaram que o movimento resultou do seu trabalho conjunto
pelas causas da moral e da tradio conservadoras.
O Imprio Romano estava absolutamente corrompido, poltica e socialmente, mas Cristo nunca
mencionou esse fato. Sua nica meno a Csar foi em resposta questo sobre pagamento de
impostos: "Dai, pois, a Csar o que de Csar, e a Deus o que de Deus" (Mt 22.21). Cristo tambm
nunca mencionou a maldade do governador Herodes. Ele repreendeu os lderes religiosos por
corrupo e heresias e ofereceu o Evangelho aos pecadores mas nunca sugeriu que se reformasse
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a sociedade. Tampouco os apstolos dirigiram a igreja primitiva para aes sociais. Eles se devotaram
ao Evangelho. claro que a devoo ao poltico-social estimula o ecumenismo apstata.
Os psiclogos aumentam sua influncia, criando novos rtulos "cientficos" para coisas normalmente
conhecidas como preguia, egosmo e desobedincia. Palmada agora "abuso infantil" e correes de
qualquer espcie so evitadas como sendo "negativas" e prejudiciais para uma "auto-imagem positiva",
o que a chave para toda "modificao de comportamento". A mesma espcie de engano penetrou na
igreja atravs da "psicologia crist".
O propsito da escola ensinar habilidades e conhecimentos fundamentais em assuntos que
preparem os alunos em sua luta pela vida. A psicologia cria mistificaes e desculpas para a
incompetncia, a rebelio e o pecado. Ningum culpado; todos so vtimas. O corao no
maligno; o problema uma baixa auto-estima. Pecado se tornou "distrbio mental", requerendo terapia
e no arrependimento. Ao invs do fundamental, isto , leitura, redao e matemtica, os educadores
consomem tempo escolar vital ensinando ambientalismo, educao sexual (o que apenas tem piorado
o assunto(2)), multiculturalismo, auto-estima e auto-importncia. A nica esperana um retorno aos
fundamentos do mtodo antigo de ensinar as matrias essenciais e impor disciplina.
Igualmente a Igreja necessita retornar aos princpios bblicos fundamentais e verdade divina, sem
concesses. A Igreja existe para amar e servir a Deus e para levar as pessoas deste mundo para o
cu no para reformar a sociedade. Se os cristos tivessem condies de persuadir as pessoas da
terra a viverem de forma to ntegra quanto Nicodemos, essas pessoas ainda assim estariam
destinadas ao inferno e seria extremamente difcil convenc-las da sua necessidade de Cristo por
causa da esplndida moralidade delas.
A sociedade no ser reformada nem mesmo quando o prprio Cristo, de Jerusalm, governar o
mundo, com Satans preso por mil anos e a terra novamente transformada no Paraso do den. Pois,
quando Satans for libertado, ele iludir milhes para que faam guerra mortal contra Cristo (Ap 20.19). O Milnio a prova final de que um ambiente perfeito, sem crime ou guerra, e um governo justo
no so nem a soluo nem o objetivo de Deus. O pecado est presente no corao dos homens. Sim,
Deus destruir este mundo e construir um novo mundo livre do pecado. Mas os seus habitantes sero
uma nova raa de pecadores arrependidos, transformados pela f no Senhor Jesus Cristo, Aquele que
pagou o dbito pelos pecados dos homens.
Este Evangelho da graa de Deus negado por todas as seitas e religies falsas, incluindo o
catolicismo romano, no qual o batismo infantil remove o pecado original e torna a criana um filho de
Deus; a salvao est na igreja e nos seus sacramentos; a redeno um processo repetitivo de
oferecer eternamente o corpo e o sangue de Cristo sobre os seus altares, e de mritos perante Deus
por boas obras realizadas.
Infelizmente, apesar da Reforma, muitas igrejas protestantes persistem em alguns erros da igreja
romana: batismo de crianas, regenerao batismal e a necessidade de obras, se no para ganhar, ao
menos para manter a salvao. Esses erros produzem dois resultados opostos: uma falsa garantia de
salvao por ter sido batizado, confirmado, e por pertencer igreja certa; ou um medo assustador de
perder a salvao por falhar em viver uma vida suficientemente boa. Essa certeza somente pode ser
encontrada na f em Cristo, e em nada mais.
Para ser salvo, preciso apenas crer no Evangelho. No h nada mais que eu ou qualquer igreja possa
fazer por minha salvao. Sim, um versculo diz: "Quem crer e for batizado ser salvo" (Mc 16.16);
mas inmeros versculos, sem qualquer meno ao batismo, declaram que aqueles que crem so
salvos, e os que no crem so condenados. No h nenhum versculo dizendo que quem no for
batizado ser condenado. Com toda certeza seremos salvos por crermos no Evangelho (Rm 1.16,
etc.), no pelo batismo. O batismo no nem mesmo mencionado como parte do Evangelho quando
este foi definido em 1 Corntios 15.1-4.
Tambm anti-bblico afirmar que a salvao poder ser perdida se a pessoa falhar em viver uma vida
suficientemente boa, mesmo sendo essa falha persistente e generalizado. Sim, as Escrituras nos
impelem a viver uma vida santa e produtiva para Cristo, o que uma regra para os verdadeiros

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cristos. Sim, as advertncias queles que no vivem assim (se consideradas isoladamente), s
vezes, parecem ensinar que se perde a salvao.
Bastaria dizer que, se a salvao pode ser perdida por no se viver uma vida suficientemente boa,
ento, aqueles que chegarem ao cu poderiam gabar-se diante do trono de Deus dizendo: "Cristo
morreu para me salvar, mas eu garanti a minha salvao atravs da vida que eu vivi. Assim, eu
tambm mereo crdito por estar aqui." Pelo contrrio, a salvao, tanto na obteno como na
conservao, depende inteiramente de Deus e da Sua graa por meio de Cristo "no de obras, para
que ningum se glorie" (Ef 2.9). Deus no compartilhar a Sua glria com ningum (Is 42.8 e 48.11).
A f em Cristo traz liberdade, comunho e uma grande paz. Ainda que muitos cristos esforcem-se por
viver sob a impossvel obrigao de tentar manter-se de acordo com um determinado padro para no
perder a sua salvao, no o conseguem. O cristianismo no apenas difcil, impossvel de ser
vivido. A nica pessoa que pode viver uma vida verdadeiramente crist o prprio Cristo. Portanto,
pare de tentar viver por suas prprias foras e deixe Cristo viver em voc atravs do poder do Esprito
Santo. Descanse nEle!
H pessoas que rejeitam as obras para sua prpria salvao, embora trabalhem imensamente para
salvar outras pessoas, por meio de atraes carnais ou outras tcnicas. Certamente os pecadores
viro at Cristo se forem convidados por uma bela atriz, por um esportista famoso, ou por uma figura
pblica popular. E agora ainda temos mais a "realidade virtual". Satans certamente ir us-la para a
seduo de toda a humanidade. Paul Crouch [da rede de televiso americana "Trinity Broadcasting
Network"] foi o "PRIMEIRO a us-la para o EVANGELHO!". No informativo de dezembro de 94 da
TBN, ele exulta: "E se no final do filme, o prprio Jesus Cristo pudesse caminhar em sua direo
convidando voc a aceit-lO?!". Contudo, nos Seus dias aqui na terra, multides de pessoas
conviveram com Jesus Cristo, em pessoa, no com um ator qualquer ou com uma "realidade virtual",
e, mesmo assim, elas O rejeitaram.
Teria o apstolo Paulo sido mais eficaz em suas viagens se pudesse ter usado a realidade virtual, ou
pelo menos uma banda de rock ou um musculoso atleta quebrador de tijolos? Na verdade, ele pregou
o Evangelho "em fraqueza e temor", e cuidadosamente evitou usar a sabedoria humana para persuadir
qualquer pessoa (1 Co 2.1-5). As pessoas esto sendo persuadidas a se tornarem "crists" por meios
sedutores e pela prosperidade, ou pela cura, ou por uma vida familiar melhor que lhes so prometidos,
ao invs de pelo arrependimento dos seus pecados. Assim como Paulo, devotemo-nos ao Evangelho
puro e depositemos nossa confiana sobre o Esprito Santo para que sejamos convencidos dos nossos
erros e regenerados atravs da Sua Palavra. (TBC 1/95, de Dave Hunt, traduzido por Celso Alvares http://www.chamada.com.br)
Notas
1.Christianity Today (12/12/96), p. 60.
2.Barbara Whitehead, The Failure of Sex Education (O Insucesso da Educao Sexual), em The
Atlantic Monthly (10/94), pp. 55-80.
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, maio de 1997

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Deveria ser evidente para qualquer observador das notcias e tendncias que estamos sendo levados
(como previu a Bblia) a um governo e uma religio mundiais - e que ambos sero unificados. Qualquer
"separao entre Igreja e Estado" acabar. Deveria tambm estar claro que uma exigncia bsica da
religio mundial (passos em cuja direo so recompensados pelo "Prmio Templeton Para o
Progresso na Religio") que seja inofensiva e universalmente aceita.

Babel, o modelo de unidade


A "correo poltico-religiosa" essencial para a falsa unidade desejada por este mundo. A regra para
isto ser "espiritualidade" sem verdade. O mundo retornar a Babel, onde a "cidade" (o governo
secular) e a "torre" (a religio) eram unificados: "Vinde, edifiquemos para ns uma cidade e uma torre
cujo tope chegue at aos cus..." (Gn 11.4). Aqueles que persistirem em afirmar que alguns ensinos
so errados sero silenciados para o bem da sociedade. Essa tendncia j notada na "Trinity
Broadcasting Network" (maior rede de TV evanglica dos EUA - N. R.) de Paul Crouch, cuja orao
demanda imunidade correo: "Deus, ns declaramos a destruio de qualquer coisa ou pessoa que
se levante contra este ministrio..."1
Esse tipo de unidade, integralmente estabelecida em Babel, agrada sabedoria humana. Contudo, a
resposta de Deus foi "confundir ali a sua linguagem, ...e dispers-los dali pela superfcie da terra" (vv.
7-8). No Arepago, Paulo explicou o propsito de Deus em fazer tal coisa: "[Ele] havendo fixado... os
limites da sua habitao; para buscarem a Deus..." (At 17.26-27).
Ao invs de buscar ao Senhor, o homem tem procurado tornar-se o senhor do Universo. A sua
capacidade de inveno cumpre a declarao de Deus: " mau o desgnio ntimo do homem desde a
sua mocidade" (Gn 8.21), e prova a exatido do terrvel aviso divino: "no haver restrio para tudo
que intentam fazer" (Gn 11.6). A maldade e violncia do mundo aumentaram com o desenvolvimento
da educao, do conhecimento e da tecnologia humanos. De fato, somos "uma gerao de gigantes
nucleares, mas anes morais".
E agora, em rebelio contra o julgamento de Deus em Babel, o homem est determinado a unificar o
mundo como foi naquela poca. A Lockheed Corporation, num anncio na revista Scientific American,
vangloria-se de que atravs de seus computadores est "desfazendo o efeito Babel", unificando,
novamente, o mundo em uma linguagem. A IBM e outras corporaes cientficas tm feito alardes
similares. Imagina-se que a unificao do mundo colocar um fim competio e aos conflitos entre as
naes, e conduzir a uma era venturosa de paz e prosperidade. Na realidade, ela trar o reinado do
anticristo e a ira de Deus derramada sobre a terra.

A verdadeira unidade
O mundo nunca ter unidade e paz at que Cristo, o Prncipe da Paz, governe em pessoa do trono de
Davi. E mesmo assim, depois de 1.000 anos de Seu reinado, milhes e milhes daqueles que foram
forados a obedecer se rebelaro contra Ele (Ap 20.7-9). O Milnio ser a prova final da incorrigvel
maldade do corao humano. A nica esperana est na criao de uma nova raa que morreu em
Cristo, aceitando a morte dEle como a sua prpria, e que "nasceu de novo" do Esprito Santo para ser
habitada pelo Esprito de Cristo. Cada um destes que herdam novos cus e nova terra pode dizer
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confiantemente: "Estou crucificado com Cristo; logo, j no sou eu quem vive, mas Cristo vive em
mim..." (Gl 2.19b-20a).
A verdadeira unidade s encontrada em Cristo. Aqueles que pertencem a Ele so "um corpo", tendo
"uma s esperana... um s Senhor, uma s f , um s batismo, um s Deus e Pai de todos..." (Ef 4.46). Estes so o Seu corpo, Sua Igreja, Sua noiva. A respeito destes Jesus disse: "Eles no so do
mundo, como tambm eu no sou" (Jo 17.14,16). A verdadeira Igreja nunca poderia ser popular com o
mundo, muito menos unida a ele numa causa comum. Cristo disse: "Se vs fsseis do mundo, o
mundo amaria o que era seu; como, todavia, no sois do mundo, pelo contrrio, dele vos escolhi, por
isso, o mundo vos odeia... Se me perseguiram a mim, tambm perseguiro a vs outros..." (Jo 15.1920).
Estas poucas palavras das Escrituras so suficientes para condenar a igreja catlica romana. Sua
longa histria de parceria com e at mesmo de domnio sobre os governos (como foi predito em
Apocalipse 17.18), e o poder que ela exerce nos crculos seculares marcam-na como apstata. O papa
recebe embaixadores de todos os principais pases que vm suplicar favores, e por onde vai ele
recebido com muita pompa e cerimnia pelos chefes de Estado, do presidente Clinton a Arafat ou Fidel
Castro.
Do mesmo modo, reconhecemos o erro dos evanglicos que se esforam para exercer influncia
poltica atravs de acordos com os mpios, procurando ter domnio dentro de governos em cooperao
com catlicos e adeptos de outras religies - e o fazem em nome de Cristo que foi odiado, zombado e
crucificado pelas lderanas religiosas e polticas.

"No rogo pelo mundo"


Na orao de Cristo por unidade, Ele disse especificamente:"No rogo pelo mundo, mas por aqueles
que me deste [fora do mundo], porque so teus" (Jo 17.9). No existe na Bblia qualquer referncia de
que os cristos devam "mudar o mundo" (que est debaixo do julgamento de Deus) ou "atender s
necessidades da comunidade". Ns devemos chamar para sair deste mundo "um povo para o seu
nome" (At 15.14). O interesse de Cristo foi por Sua Igreja: "a fim de que todos sejam um; e como s tu,
Pai, em mim e eu em ti, tambm sejam eles em ns... como ns o somos; eu neles, e tu em mim, a
fim de que sejam aperfeioados na unidade..." (Jo 17.21-23).
A orao de Cristo foi respondida pelo fato do Filho e do Pai habitarem nos cristos por meio do
Esprito Santo. Tornando-nos "filhos de Deus mediante a f em Cristo Jesus" (Gl 3.26), somos unidos
famlia de Deus para sempre. Essa unidade no pode ser compartilhada fora dessa famlia. Ela
expressa pela adeso em palavras e atos Palavra de Deus e verdade (Jo 17.6, 8, 14, 17).
Nunca nos foi ordenado estabelecer a unidade, mas "preservar a unidade do Esprito" (Ef 4.3), que j
temos em Cristo. Nossas vidas e a doutrina sobre a qual esto fundamentadas devem revelar a
Palavra de Deus e a Sua verdade. Qualquer desvio disso nega a unidade que nossa em Cristo.
Aqueles que no so membros do corpo de Cristo por no crerem no Evangelho no podem fazer
parte dessa famlia, e no h "unidade" que os crentes possam fabricar para conseguir tal coisa.

Divises entre "cristos"


Ao menos certas divises entre os que se chamam cristos so devidas a srias diferenas
doutrinrias. H fartas evidncias atestando a falsidade do evangelho de salvao do catolicismo
romano por sacramentos, obras, sofrimentos no purgatrio, indulgncias, oraes a Maria, etc.; e que
ele, por sua prpria natureza, no oferece nenhuma segurana. Tais diferenas doutrinrias criam uma
barreira intransponvel unidade crist; e, na verdade, mostram que os catlicos romanos (e os
ortodoxos cujas doutrinas de salvao so as mesmas) esto fora da famlia de Deus. Promover o
engano destas almas perdidas, acolhendo-as como crists, falta de bondade.
Minha esposa Ruth e eu passamos recentemente um tempo muito proveitoso na Romnia com boas
reunies em cinco cidades, inclusive na Universidade de Bucareste, num anfiteatro esportivo e em
outros lugares seculares. A reao foi boa, com vidas salvas e transformadas. Em todo lugar vimos o
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mal da igreja ortodoxa, que cooperou com o comunismo e agora est perseguindo os evanglicos.
Esta igreja no faz objeo que seus membros sejam comunistas ateus. O ltimo censo na Romnia
teve duas categorias de ortodoxos: fiis e ateus.
Durante essa visita, vimos com tristeza os fiis ortodoxos enfileirados numa grande catedral para beijar
os cones que acreditam serem janelas para o cu, e para tocar os sarcfagos dos "santos", como um
passo duvidoso para a salvao, ou para pagarem ao sacerdote por oraes especiais que poderiam
aproxim-los de merecerem o cu. Tpica foi a conversa que tive com o principal sacerdote na catedral
ortodoxa:
Dave (D): Como posso ir para o cu?
Sacerdote (S): Voc tem de rezar.
D: Quanto devo rezar?
S: Voc precisa rezar em todo tempo, em todo lugar.
D: Posso ter certeza se conseguirei ir ao cu?
S: Voc nunca pode saber. As seitas, como os batistas, ensinam que voc pode ter a
certeza, mas a doutrina oficial da igreja ortodoxa que voc nunca sabe se ir para o cu.
D: Mas o que Jesus fez na cruz?
S (levando-me para o centro da igreja e apontando para uma suposta pintura de Jesus no
alto do teto): Ele est olhando por todos ns! (Neste momento, um grupo de convidados
de um casamento entrou. Recm-casados no civil, precisavam da bno da igreja, pela
qual pagaram o salrio de um ms. Tendo de atend-los, o sacerdote terminou a nossa
conversa - que me deixou interiormente triste pelo engano em que vivem os "fiis"
ortodoxos!)

Fortes movimentos rumo ao ecumenismo


um despropsito total acolher o catolicismo romano e a ortodoxia oriental como verdadeiro
evangelho, mas tal insensatez reflete a tendncia atual. At mesmo o mundo busca a unidade
religiosa. H algum tempo surgiu nos EUA o movimento Promise Keepers, uma organizao que
reuniu milhes de homens e dezenas de milhares de pastores em defesa do mais flagrante
ecumenismo.
No incio de 1997 os Promise Keepers reuniram 39.000 pastores em Atlanta (Gergia, EUA). A
conferncia juntou representantes dos apstatas Conselho Mundial de Igrejas e Conselho Nacional de
Igrejas, dos evanglicos, dos mrmons e dos catlicos romanos, incluindo 600 padres. O vicepresidente do Ministrio Pastoral dos Promise Keepers, Dale Schlafer, afirmou que esta nova unidade
no est baseada em doutrinas (isto , em verdade), mas em relacionamentos. Em contraste, a
unidade bblica uma doutrina que deve ser definida. Algumas diferenas doutrinrias so to
vastas quanto a distncia entre o cu e o inferno.
O que impressiona o nmero de homens e pastores que se deixam levar por este e por movimentos
semelhantes. Quanto a ns, "mantenhamos a unidade do Esprito" atravs do apego slida doutrina
em obedincia ao nosso Senhor. (Dave Hunt - TBC 4/98)
Nota
1. Trinity Broadcasting Network (11/7/97)
"Que ligao h entre o santurio de Deus e os dolos? Porque ns somos santurio de
Deus vivente..." (2 Co 6.16).
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, outubro de 1998

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Voc j foi enganado alguma vez? Talvez isso tenha acontecido porta de sua casa, quando algum
vendedor treinado para persuadir e usando de artimanhas o fez comprar algo intil. O engano geral!
H engano em todas as reas da vida, e especialmente no setor religioso! Vivemos numa poca em
que muitas seitas se propagam em velocidade inacreditvel. Os representantes das seitas sabem
muito bem como podem vender suas heresias a pessoas de boa-f por meio de palavras convincentes.
Muitas vezes as seitas apelam para a Palavra de Deus e usam o nome de Jesus Cristo. Em um
primeiro momento, freqentemente, suas palavras parecem convincentes e verdadeiras. Mas: Cuidado
engano! A Bblia nos adverte seriamente a respeito: "Amados, no deis crdito a qualquer esprito;
antes, provai os espritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tm sado pelo mundo
fora" (1 Joo 4.1).
De que consiste a diferena entre uma seita e a verdadeira f bblica em Jesus Cristo? Como se
reconhece uma seita? Faa a prova com trs perguntas:

1. Quem Jesus Cristo?


As seitas negam a pessoa do Senhor Jesus elas falam de um "Cristo csmico" ou negam a Sua
soberania divina. Nelas no Jesus que est no centro, mas a pessoa do seu "guia", "profeta",
"apstolo"ou "guru". Entretanto, a Bblia declara que Jesus Cristo o nico Deus verdadeiro. Ele se
tornou homem para morrer na cruz por todos os homens. Ele ressuscitou corporalmente e vive por
toda a eternidade (1 Joo 5.20; Colossenses 2.9; Marcos 10.45 e 1 Corntios 15.3ss).

2. O que a Bblia?
Muitas vezes as seitas usam, de fato, partes da Bblia, mas alm dela ainda tm as suas doutrinas
especiais, "novas revelaes" e "vises", que colocam no mesmo nvel da Palavra de Deus, a Bblia.
Porm, a prpria Bblia legitima-se como a Palavra de Deus inspirada. Tudo o que precisamos saber
sobre Deus, sobre Jesus Cristo e Seu grandioso plano com este mundo e com nossa vida revelado
exclusivamente pela Sagrada Escritura (2 Timteo 3.16). Deus nos adverte para no irmos alm do
que est escrito na Bblia (Apocalipse 22.18-19; 1 Corntios 4.6).

3. Como posso encontrar a Deus? Como alcano a vida eterna?


As seitas condicionam a salvao filiao a sua organizao. Seus membros devem treinar certas
prticas de meditao ou cumprir outras normas de conduta. A Bblia, pelo contrrio, ensina: voc
salvo e recebe a vida eterna de Deus nica e exclusivamente pela f pessoal em Jesus Cristo e por
Sua graa (Joo 3.16; 14.6; 1 Timteo 2.5; Atos 4.12).
Cuidado para no cair nas armadilhas de qualquer seita. Por isso, informe-se. Leia a Bblia. Conhea a
Jesus Cristo e confie nEle! O Seu amor vale tambm para voc. Ele quer trazer luz s trevas de sua
vida. Jesus Cristo diz: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue no andar nas trevas, pelo contrrio,
ter a luz da vida" (Joo 8.12).

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Voc pode vir a Ele em orao e pedir-Lhe que assuma a direo de sua vida. Ter a Jesus significa ter
vida verdadeira, vida com significado, vida eterna com Deus. (Peter Bronclik http://www.chamada.com.br)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, Janeiro de 1999

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Acesso Livre a Deus


Peter Malgo

A Sexta-Feira da Paixo foi o dia em que se rasgou o vu do templo em Jerusalm: "Eis que o vu do
santurio se rasgou em duas partes de alto a baixo..." (Mt 27.51). Em 1 Corntios 11.26 est
escrito: "...anunciais a morte do Senhor, at que ele venha." Mesmo que os sofrimentos de Jesus
Cristo e Sua morte na cruz sejam o centro das pregaes nas igrejas nestes dias da Pscoa, quando
no se inclui o final do versculo, "...at que ele venha", isso somente tradio crist sem esperana
viva.
Quando Jesus estava dependurado na cruz, cheio de dores, carregando os seus e os meus pecados,
no momento de Sua morte, o vu do templo rasgou-se de cima a baixo. To inimaginvel quanto foi o
vu abrir-se sozinho e rasgar-se em duas partes, tambm ser extraordinria a volta do Senhor.
Quando Jesus, naquela ocasio, passou da vida para a morte, pela Sua morte Ele abriu esse vu do
templo. Posteriormente Ele prprio entrou no Santo dos Santos: "Porque Cristo no entrou em
santurio feito por mos..., porm no mesmo cu, para comparecer, agora, por ns, diante de
Deus" (Hb 9.24). Quando Ele disse triunfalmente "Est consumado!" (Jo 19.30), e por ltimo gritou
em alta voz: "Pai, nas tuas mos entrego o meu esprito!" (Lc 23.46), o vu do templo rasgou-se
em duas partes (v.45). Ao comemorarmos a Sexta-Feira da Paixo e a Pscoa, deveramos prestar
ateno tambm no vu, na cortina do santurio!
Permitam-me comparar figuradamente o que aconteceu no Calvrio com a volta de Jesus Cristo,
mesmo que a seqncia dos fatos seja invertida. A volta de Jesus quem sabe quo breve ter seu
incio com um alto brado: "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem... descer
dos cus..." (1 Ts 4.16). Deveramos ter sempre em mente esses dois contrastes a morte de Jesus
e Sua volta. Pois ento vemos, por um lado, o acesso aberto ao Santo dos Santos, onde Jesus entrou,
e, por outro lado, figuradamente falando, parece que o vu move-se novamente porque Ele est
retornando. Parece que Jesus se prepara para Sua volta. Ele descer dos cus dada a Sua palavra de
ordem, ao ressoar da trombeta. O sumo sacerdote no Antigo Testamento tinha pequenas campainhas
na bainha de suas vestes: "...para que se oua seu sonido, quando entrar no santurio diante do
Senhor e quando sair..." (x 28.35). Parece que o sonido das campainhas j se faz ouvir detrs da
cortina: "Ele vem! Ele vir em breve!" Se voc prestar ateno Bblia, se voc ficar atento Palavra
Proftica, pressentir que Sua volta est prxima!
Deus deu a Seus filhos o encargo: "...anunciais a morte do Senhor...", e isso sempre tendo diante
dos olhos Sua volta: "...at que ele venha." Como podemos fazer isso? Principalmente atravs de
nossa maneira de viver.
O vu que se rasgou no templo uma ilustrao do acesso ao Lugar Santssimo pelo sangue de
Jesus. Assim somos exortados a repensar nossas convices. Vivemos realmente no Santo dos
Santos? Ou nos encontramos do lado de fora do vu? Se considerarmos essa situao, as palavras de
Filipenses 3.20 tornam-se muito esclarecedoras: "Pois a nossa ptria est nos cus, de onde
tambm aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo." Mesmo vivendo nesta terra, deveramos
viver como se estivssemos detrs do vu, dentro do Lugar Santssimo. Isso viver na ptria celestial,
isso viver na luz!
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, abril de 2000

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Antigo batistrio no deserto do Neguev.

"Estou crucificado com Cristo; logo, j no sou eu quem vive, mas Cristo vive em
mim..."
(Gl 2.19b-20).
A iluso do "smbolo" do cristianismo
Os elementos anticristos do mundo secular dariam tudo para conseguir eliminar manifestaes
pblicas da cruz. Ainda assim, ela vista no topo das torres de dezenas de milhares de igrejas, nas
procisses, sendo freqentemente feita de ouro e at ornada com pedras preciosas. A cruz, entretanto,
exibida mais como uma pea de bijuteria ao redor do pescoo ou pendurada numa orelha do que
qualquer outra coisa. preciso perguntarmos atravs de que tipo estranho de alquimia a rude cruz,
manchada do sangue de Cristo, sobre a qual Ele sofreu e morreu pelos nossos pecados se tornou to
limpa, to glamourizada.
No importa como ela for exibida, seja at mesmo como joalheria ou como pichao, a cruz
universalmente reconhecida como smbolo do cristianismo e a que reside o grave problema. A
prpria cruz, em lugar do que nela aconteceu h 19 sculos, se tornou o centro da ateno,
resultando em vrios erros graves. O prprio formato, embora concebido por pagos cruis para punir
criminosos, tem se tornado sacro e misteriosamente imbudo de propriedades mgicas, alimentando a
iluso de que a prpria exibio da cruz, de alguma forma, garante proteo divina. Milhes, por
superstio, levam uma cruz pendurada ao pescoo ou a tem em suas casas, ou fazem "o sinal da
cruz" para repelir o mal e afugentar demnios. Os demnios temem a Cristo, no uma cruz; e qualquer
um que no foi crucificado juntamente com Ele, exibe a cruz em vo.

A "palavra da cruz": poder de Deus


Paulo afirmou que a "palavra da cruz loucura para os que se perdem, mas para ns, que somos
salvos, poder de Deus" (1 Co 1.18). Assim sendo, o poder da cruz no reside na sua exibio, mas
sim na sua pregao; e essa mensagem nada tem a ver com o formato peculiar da cruz, e sim com a
morte de Cristo sobre ela, como declara o evangelho. O evangelho "o poder de Deus para a
salvao de todo aquele que cr" (Rm 1.16), e no para aqueles que usam ou exibem, ou at fazem o
sinal da cruz.
O que esse evangelho que salva? Paulo afirma explicitamente: "venho lembrar-vos o evangelho que
vos anunciei... por ele tambm sois salvos... que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as
Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Co 15.1-4).
Para muitos, choca o fato do evangelho no incluir a meno de uma cruz. Por qu? Porque a cruz
no era essencial nossa salvao. Cristo tinha que ser crucificado para cumprir a profecia
relacionada forma de morte do Messias (Sl 22), no porque a cruz em si tinha alguma ligao com
nossa redeno. O imprescindvel era o derramamento do sangue de Cristo em Sua morte como
prenunciado nos sacrifcios do Antigo Testamento, pois "sem derramamento de sangue no h
remisso" (Hb 9.22); " o sangue que far expiao em virtude da vida" (Lv 17.11).
No dizemos isso para afirmar que a cruz em si insignificante. O fato de Cristo ter sido pregado numa
cruz revela a horripilante intensidade da maldade inata ao corao de cada ser humano. Ser pregado
despido numa cruz e ser exibido publicamente, morrer lentamente entre zombarias e escrnios, era a
317

morte mais torturantemente dolorosa e humilhante que poderia ser imaginada. E foi exatamente isso
que o insignificante ser humano fez ao seu Criador! Ns precisamos cair com o rosto em terra,
tomados de horror, em profundo arrependimento, dominados pela vergonha, pois no foram somente a
turba sedenta de sangue e os soldados zombeteiros que O pregaram cruz, mas sim nossos pecados!

A cruz revela a malignidade do homem e o amor de Deus


Assim sendo, a cruz revela, pela eternidade adentro, a terrvel verdade de que, abaixo da bonita
fachada de cultura e educao, o corao humano "enganoso... mais do que todas as cousas, e
desesperadamente corrupto" (Jr 17.9), capaz de executar o mal muito alm de nossa compreenso,
at mesmo contra o Deus que o criou e amou, e que pacientemente o supre. Ser que algum duvida
da corrupo, da maldade de seu prprio corao? Que tal pessoa olhe para a cruz e recue dando
uma reviravolta, a partir de seu ser mais interior! No toa que o humanista orgulhoso odeia a cruz!
Ao mesmo tempo que a cruz revela a malignidade do corao humano, entretanto, ela revela a
bondade, a misericrdia e o amor de Deus de uma maneira que nenhuma outra coisa seria capaz. Em
contraste com esse mal indescritvel, com esse dio diablico a Ele dirigido, o Senhor da glria, que
poderia destruir a terra e tudo o que nela h com uma simples palavra, permitiu-se ser zombado,
injuriado, aoitado e pregado quela cruz! Cristo "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente at
morte, e morte de cruz" (Fp 2.8). Enquanto o homem fazia o pior, Deus respondia com amor, no
apenas Se entregando a Seus carrascos, mas carregando nossos pecados e recebendo o castigo que
ns justamente merecamos.

A cruz prova que existe perdo para o pior dos pecados


Existe, ainda, um outro srio problema com o smbolo, e especialmente o crucifixo catlico que exibe
um Cristo perpetuamente pendurado na cruz, assim como o faz a missa. A nfase est sobre o
sofrimento fsico de Cristo como se isso tivesse pago os nossos pecados. Pelo contrrio, isso foi o
que o homem fez a Ele e s podia nos condenar a todos. Nossa redeno aconteceu atravs do fato
de que Ele foi ferido por Jeov e "sua alma [foi dada] como oferta pelo pecado" (Is 53.10); Deus fez
"cair sobre ele a iniqidade de ns todos" (Is 53.6); e "carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o
madeiro, os nossos pecados" (1 Pe 2.24).
A morte de Cristo uma evidncia irrefutvel de que Deus precisa, em Sua justia, punir o pecado,
que a penalidade precisa ser paga, caso contrrio no pode haver perdo. O fato de que o Filho de
Deus teve que suportar a cruz, mesmo depois de ter clamado a Seu Pai ao contemplar em agonia o
carregar de nossos pecados ["Se possvel, passe de mim este clice!" (Mt 26.39)], prova de que no
havia outra forma de o ser humano ser redimido. Quando Cristo, o perfeito homem, sem pecado e
amado de Seu Pai, tomou nosso lugar, o juzo de Deus caiu sobre Ele em toda sua fria. Qual deve
ser, ento, o juzo sobre os que rejeitam a Cristo e se recusam a receber o perdo oferecido por Ele!
Precisamos preveni-los!
Ao mesmo tempo e no mesmo flego que fazemos soar o alarme quanto ao julgamento que est por
vir, precisamos tambm proclamar as boas notcias de que a redeno j foi providenciada e que o
perdo de Deus oferecido ao mais vil dos pecadores. Nada mais perverso poderia ser concebido do
que crucificar o prprio Deus! E ainda assim, foi estando na cruz que Cristo, em seu infinito amor e
misericrdia, orou: "Pai, perdoa-lhes, porque no sabem o que fazem" (Lc 23.34). Assim sendo, a cruz
tambm prova que existe perdo para o pior dos pecados, e para o pior dos pecadores.

Cuidado: no anule a cruz de Cristo!


A grande maioria da humanidade, entretanto, tragicamente rejeita a Cristo. E aqui que enfrentamos
outro perigo: que em nosso sincero desejo de vermos almas salvas, acabamos adaptando a
mensagem da cruz para evitar ofender o mundo. Paulo nos alertou para tomarmos cuidado no sentido
de no pregar a cruz "com sabedoria de palavra, para que se no anule a cruz de Cristo" (1 Co 1.17).
Muitos pensam: " claro que o evangelho pode ser apresentado de uma forma nova, mais atraente do
que o fizeram os pregadores de antigamente. Quem sabe, as tcnicas modernas de embalagem e
vendas poderiam ser usadas para vestir a cruz numa msica ou num ritmo, ou numa apresentao
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atraente assim como o mundo comumente faz, de forma a dar ao evangelho uma nova relevncia ou,
pelo menos, um sentido de familiaridade. Quem sabe poder-se-ia lanar mo da psicologia, tambm,
para que a abordagem fosse mais positiva. No confrontemos pecadores com seu pecado e com o
lado sombrio da condenao do juzo vindouro, mas expliquemos a eles que o comportamento deles
no , na verdade, culpa deles tanto quanto resultante dos abusos dos quais eles tm sido vitimados.
No somos todos ns vtimas? E Cristo no teria vindo para nos resgatar desse ato de sermos
vitimados e de nossa baixa perspectiva de ns mesmos e para restaurar nossa auto-estima e autoconfiana? Mescle a cruz com psicologia e o mundo abrir um caminho para nossas igrejas,
enchendo-as de membros!" Assim o neo-evangelicalismo de nossos dias.
Ao confrontar tal perverso, A. W. Tozer escreveu: "Se enxergo corretamente, a cruz do
evangelicalismo popular no a mesma cruz que a do Novo Testamento. , sim, um ornamento novo
e chamativo a ser pendurado no colo de um cristianismo seguro de si e carnal... a velha cruz matou
todos os homens; a nova cruz os entretm. A velha cruz condenou; a nova cruz diverte. A velha cruz
destruiu a confiana na carne; a nova cruz promove a confiana na carne... A carne, sorridente e
confiante, prega e canta a respeito da cruz; perante a cruz ela se curva e para a cruz ela aponta
atravs de um melodrama cuidadosamente encenado mas sobre a cruz ela no haver de morrer, e
teimosamente se recusa a carregar a reprovao da cruz."

A cruz o lugar onde ns morremos em Cristo


Eis o "x" da questo. O evangelho foi concebido para fazer com o eu aquilo que a cruz fazia com
aqueles que nela eram postos: matar completamente. Essa a boa notcia na qual Paulo exultava:
"Estou crucificado com Cristo". A cruz no uma sada de incndio pela qual escapamos do inferno
para o cu, mas um lugar onde ns morremos em Cristo. s ento que podemos experimentar "o
poder da sua ressurreio" (Fp 3.10), pois apenas mortos podem ser ressuscitados. Que alegria isso
traz para aqueles que h tempo anelam escapar do mal de seus prprios coraes e vidas; e que
fanatismo isso aparenta ser para aqueles que desejam se apegar ao eu e que, portanto, pregam o
evangelho que Tozer chamou de "nova cruz".
Paulo declarou que, em Cristo, o crente est crucificado para o mundo e o mundo para ele (Gl 6.14).
linguagem bem forte! Este mundo odiou e crucificou o Senhor a quem ns amamos e, atravs desse
ato, crucificou a ns tambm. Ns assumimos uma posio com Cristo. Que o mundo faa conosco o
que fez com Ele, se assim quiser, mas fato que jamais nos associaremos ao mundo em suas
concupiscncias e ambies egostas, em seus padres perversos, em sua determinao orgulhosa de
construir uma utopia sem Deus e em seu desprezo pela eternidade.
Crer em Cristo pressupe admitir que a morte que Ele suportou em nosso lugar era exatamente o que
merecamos. Quando Cristo morreu, portanto, ns morremos nEle: "...julgando ns isto: um morreu por
todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem no vivam mais para si
mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2 Co 5.14-15).
"Mas eu no estou morto", a reao veemente. "O eu ainda est bem vivo." Paulo tambm
reconheceu isso: "...no fao o bem que prefiro, mas o mal que no quero, esse fao" (Rm 7.19).
Ento, o que que "estou crucificado com Cristo" realmente significa na vida diria? No significa que
estamos automaticamente "mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus" (Rm 6.11).
Ainda possumos uma vontade e ainda temos escolhas a fazer.

O poder sobre o pecado


Ento, qual o poder que o cristo tem sobre o pecado que o budista ou o bom moralista no possui?
Primeiramente, temos paz com Deus "pelo sangue da sua cruz" (Cl 1.20). A penalidade foi paga por
completo; assim sendo, ns no tentamos mais viver uma vida reta por causa do medo de, de outra
sorte, sermos condenados, mas sim por amor quele que nos salvou. "Ns amamos porque ele nos
amou primeiro" (1 Jo 4.19); e o amor leva quem ama a agradar o Amado, no importa o preo. "Se
algum me ama, guardar a minha palavra" (Jo 14.23), disse o nosso Senhor. Quanto mais
contemplamos a cruz e meditamos acerca do preo que nosso Senhor pagou por nossa redeno,
mais haveremos de am-lO; e quanto mais O amarmos, mais desejaremos agrad-lO.
319

Em segundo lugar, ao invs de "dar duro" para vencer o pecado, aceitamos pela f que morremos em
Cristo. Homens mortos no podem ser tentados. Nossa f no est colocada em nossa capacidade de
agirmos como pessoas crucificadas mas sim no fato de que Cristo foi crucificado de uma vez por
todas, em pagamento completo por nossos pecados.
Em terceiro lugar, depois de declarar que estava "crucificado com Cristo", Paulo acrescentou: "logo, j
no sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela f no
Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gl 2.20). O justo "viver por f" (Rm
1.17; Gl 3.11; Hb 10.38) em Cristo; mas o no-crente s pode colocar sua f em si mesmo ou em
algum programa de auto-ajuda, ou ainda num guru desses bem esquisitos.

A missa: negao da suficincia da obra de Cristo na cruz


Tristemente, a f catlica no est posta na redeno realizada por Cristo de uma vez para sempre na
cruz, mas na missa, que, alegadamente, o mesmo sacrifcio como o que foi feito na cruz, e confere
perdo e nova vida cada vez que repetida. Reivindica-se que o sacerdote transforma a hstia e o
vinho no corpo literal e no sangue literal de Cristo, fazendo com que o sacrifcio de Cristo esteja
perpetuamente presente. Mas no h como trazer um evento passado ao presente. Alm do mais, se o
evento passado cumpriu seu propsito, no h motivo para querer perpetu-lo no presente, mesmo
que pudesse ser feito. Se um benfeitor, por exemplo, paga ao credor uma dvida que algum tem, a
dvida sumiu para sempre. Seria sem sentido falar-se em reapresent-la ou reorden-la ou perpetuar
seu pagamento no presente. Poder-se-ia lembrar com gratido que o pagamento j foi feito, mas a
reapresentao da dvida no teria valor ou sentido uma vez que j no existe dvida a ser paga.
Quando Cristo morreu, Ele exclamou em triunfo: "Est consumado" (Jo 19.30), usando uma expresso
que, no grego, significa que a dvida havia sido quitada totalmente. Entretanto, o novo Catecismo da
Igreja Catlica diz: "Como sacrifcio, a Eucaristia oferecida como reparao pelos pecados dos vivos
e dos mortos, e para obter benefcios espirituais e temporais de Deus" (pargrafo 1414, p. 356). Isso
equivale a continuar a pagar prestaes de uma dvida que j foi plenamente quitada. A missa uma
negao da suficincia do pagamento que Cristo fez pelo pecado sobre a cruz! O catlico vive na
incerteza de quantas missas ainda sero necessrias para faz-lo chegar ao cu.

Segurana para o presente e para toda a eternidade


Muitos protestantes vivem em incerteza semelhante, com medo de que tudo ser perdido se eles
falharem em viver uma vida suficientemente boa, ou se perderem sua f, ou se voltarem as costas a
Cristo. Existe uma finalidade abenoada da cruz que nos livra dessa insegurana. Cristo jamais
precisar ser novamente crucificado; nem os que "foram crucificados com Cristo" ser "descrucificados"
e a "recrucificados"! Paulo declarou: "porque morrestes, e a vossa vida est oculta juntamente com
Cristo, em Deus" (Cl 3.3). Que segurana para o presente e para toda a eternidade! (Dave Hunt TBC
10/95 traduzido por Eros Pasquini, Jr.)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite de janeiro de 1996.

320

"Respondeu-lhes Jesus: chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem... Pai, glorifica o teu
nome. Ento, veio uma voz do cu: Eu j o glorifiquei e ainda o glorificarei" (Jo 12.23,28).
Por que o Pai celestial fala aqui de uma dupla glorificao do Seu nome atravs do Filho: "Eu j o
glorifiquei e ainda o glorificarei"? Simplesmente porque o Senhor Jesus deveria glorificar a Seu Pai
duas vezes, ou seja, primeiramente pela Sua vida, pela Sua vinda a este mundo, e em segundo lugar
pela Sua morte na cruz e Sua ressurreio.
Quando nos referimos hora da glria de Jesus Cristo, falamos:
Da glria da Sua vida
Da glria do Seu sofrimento
Da glria da Sua ressurreio

A glria da Sua vida


Estamos em abril de 1999 depois de Cristo (no depois de Buda, Maom, Confcio, Augusto, Csar,
Napoleo, Gandhi, Marx ou Lenin). Nenhum homem deixou tantos rastros neste mundo como a vida do
Senhor Jesus Cristo. Toda a Sua vida e toda a Sua existncia tinham apenas um alvo: "Pai, glorifica o
teu nome!" E o Pai podia dizer: "Eu o glorifiquei." O objeto desse profundo anseio era a humanidade
nesta terra, na verdade, cada pessoa individualmente. O Deus Eterno se preocupa com voc de
maneira bem pessoal! Ns voc e eu no somos indiferentes para o Senhor, pois Ele "deseja que
todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (1 Tm 2.4). Por isso
Ele enviou Seu amado Filho unignito (Jo 3.16).

A encarnao do Filho de Deus


O Filho veio a este mundo para trazer a glria de Deus, para torn-la acessvel a ns, homens
miserveis, perdidos, carregados de pecados, e para nos introduzir nessa glria. De que glria se
trata? O prprio Senhor Jesus Cristo respondeu esta pergunta na orao sacerdotal quando disse: "e,
agora, glorifica-me, Pai, contigo mesmo, com a glria que eu tive junto de ti, antes que houvesse
mundo" (Jo 17.5). Em Sua prpria pessoa Jesus nos trouxe a glria de Deus, glria to grande que
homem nenhum pode suport-la, glria que Ele j tinha junto ao Pai antes da fundao do mundo. Ele
a glria, pela qual Moiss j suplicou: "Rogo-te que me mostres a tua glria" (x 33.18). A esse
pedido, Deus teve de responder: "Farei passar toda a minha bondade diante de ti... No me poders
ver a face, porquanto homem nenhum ver a minha face e viver... Quando passar a minha glria, eu
te porei numa fenda da penha e com a mo te cobrirei, at que eu tenha passado. Depois, em tirando
eu a mo, tu me vers pelas costas; mas a minha face no se ver" (x 33.19-20 e 22-23). Essa j foi
uma viso proftica de Jesus Cristo, que viria a esta terra como expresso da bondade e da mo de
Deus em pessoa. Mil e quinhentos anos mais tarde, isso se tornou realidade: "E o Verbo se fez carne e
habitou entre ns, cheio de graa e de verdade, e vimos a sua glria, glria como do unignito do Pai"
(Jo 1.14).
Trata-se da mesma glria do Deus Eterno, diante da qual Isaas sucumbiu quando viu numa viso
divina apenas as abas das Suas vestes no templo. Nesse momento, esse grande profeta viu toda a
sua transitoriedade e a de seu povo. Ele viu a sua impureza e a impureza de seus lbios e disse: "ai de
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mim! Estou perdido! Porque sou homem de lbios impuros, habito no meio de um povo de impuros
lbios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exrcitos!" (Is 6.5). Isaas era um profeta santo,
vocacionado por Deus; mas quando viu o Senhor em Sua glria, o medo tomou conta dele.
Alguma vez voc j teve medo diante de Deus? Voc deveria saber: para qualquer pessoa sem Jesus,
"horrvel coisa cair nas mos do Deus vivo" (Hb 10.31), pois Ele "fogo consumidor" (Hb 12.29). A
respeito, um exemplo do Antigo Testamento: quando Davi quis trazer a arca da aliana de QuiriateJearim a Jerusalm, aconteceu o seguinte: "Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da
casa de Abinadabe; e Uz e Ai guiavam o carro" (1 Cr 13.7). Esse no era o modo de transport-la
que Deus havia ordenado; deveriam ser usados varais para lev-la (comp. x 37.1-5). Por isso a
bno do Deus Eterno no podia repousar sobre esse empreendimento. Quando os bois tropearam
prximos ao destino, a arca quase caiu e Uz estendeu a mo previdentemente para impedi-lo (1 Cr
13.9), lemos: "Ento, a ira do SENHOR se acendeu contra Uz e o feriu, por ter estendido a mo
arca; e morreu ali perante Deus" (v.10). Uz teve de morrer porque a arca s podia ser transportada
com varais e no devia ser tocada: "...nas coisas santas, no tocaro, para que no morram" (Nm
4.15). Por causa da morte repentina de Uz, "Davi se encheu de tristeza" (1 Cr 13.11) e "temeu Davi
ao Senhor" (v.12, Ed. Rev. e Corrigida).
Essa santidade e glria foram vistas por Isaas, e sobre elas Joo escreveu mais tarde: "Isto disse
Isaas porque viu a glria dele e falou a seu respeito" (Jo 12.41). Repetimos: Jesus j tinha esta glria
antes da fundao do mundo.
Essa glria tambm encheu o primeiro templo por ocasio da sua dedicao, razo porque os
sacerdotes foram incapazes de ministrar ali: "...a Casa do SENHOR, se encheu de uma nuvem; de
maneira que os sacerdotes no podiam estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glria
do SENHOR encheu a Casa de Deus" (2 Cr 5.13b e 14). E sculos mais tarde essa glria apareceu no
Filho de Deus feito homem. Quem somos ns, homens? Perdidos, trados e vendidos, entregues ao
pecado, desesperados e sem esperana. Jamais poderamos ter suportado a glria de Deus se Ele
prprio no interviesse. Mas Ele o fez! Pois, na plenitude do tempo Ele enviou o Seu Filho a fim de que
tivssemos acesso a essa glria inacessvel. Sobre Sua encarnao humana est escrito: "E o Verbo
se fez carne e habitou entre ns, cheio de graa e de verdade, e vimos a sua glria, glria ("shekin")
como do unignito do Pai" (Jo 1.14). Assim Deus Se tornou homem em Jesus. Ele veio at ns, porque
no podamos ir at Ele.
Jesus Cristo a "shekin" (nuvem da glria de Deus) do Antigo Testamento, pela qual Moiss anelava
to ardentemente. Ento essa glria, diante da qual ningum podia subsistir, trouxe at ns a glria de
Deus quando Jesus se tornou perfeitamente homem: "antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a
forma de servo, tornando-se em semelhana de homens; e, reconhecido em figura humana" (Fp 2.7).
Em algum momento de silncio voc j parou para pensar no que Deus fez por voc em Jesus Cristo?
Caso afirmativo, voc no pode mais duvidar do Seu amor!

O Pai glorifica o Seu nome pela maneira de viver do Seu Filho


Em toda a Sua vida terrena Jesus trouxe a "doxa" (grego) do Pai, isto , a glria de tudo aquilo que o
Pai e tem. Pela Sua obedincia perfeita Ele fez tudo o que o Pai queria. Ele trouxe a ns todo o bem
da parte de Deus: Seu amor, Seu desejo de salvar, Sua misericrdia.
A Bblia Viva diz em Lucas 1.76-79: "E voc, meu filhinho, ser chamado profeta do glorioso Deus,
porque preparar o caminho para o Messias. Voc dir ao seu povo como encontrar a salvao por
meio do perdo dos pecados que praticam. Tudo isso ser porque a misericrdia do nosso Deus
muito bondosa e a aurora celestial logo vai raiar sobre ns, para dar luz queles que se acham na
escurido e na sombra da morte, e para guiar-nos pelo caminho da paz." A misericrdia de Deus para
conosco assim como uma me lida com seu beb recm-nascido, com ateno e ternura e cheia de
cuidados ao tratar dele. possvel expressar de maneira mais bela e impressionante o que Deus quer
e o que Ele fez em Jesus? De fato foi isso que aconteceu: Jesus viveu e agiu dentro daquilo que o Pai

322

esperava dEle. Ele nos trouxe a glria da bondade e da misericrdia de Deus.


Jesus foi totalmente diferente do que freqentemente nos apresentado pela religiosidade e com
maneirismos piedosos. Um dia Ele saiu da cidade de Jeric. Dois cegos beira do caminho ouviram
que Jesus passava por ali e clamaram em alta voz: " Senhor, Filho de Davi, tem compaixo de ns!
...Senhor, Filho de Davi, tem misericrdia de ns!" (Mt 20.30b-31). Ento Jesus os chamou. Depois
que Lhe pediram que lhes abrisse os olhos, lemos em Mateus 20.34: "Condodo, Jesus tocou-lhes os
olhos, e imediatamente recuperaram a vista e o foram seguindo." "Jesus encheu-se de misericrdia por
eles e tocou seus olhos. Imediatamente eles puderam enxergar, e seguiam a Jesus" (A Bblia Viva).
Jesus tambm glorificou o Pai ao recusar qualquer glria terrena. Depois de ter estado durante 40 dias
no deserto, Ele foi tentado pelo diabo. Este o levou a um alto monte e num momento lhe mostrou todos
os reinos do mundo e disse-Lhe: "Dar-te-ei toda esta autoridade e a glria destes reinos, porque ela
me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Portanto, se prostrado me adorares, toda ser tua" (Lc 4.67). Um dia o anticristo aceitar esta oferta diablica. Mas Jesus respondeu a Satans: "Est escrito: Ao
Senhor, teu Deus, adorars e s a ele dars culto" (v.8). Jesus seguiu o caminho traado pelo Pai de
uma maneira perfeita, o caminho da obedincia, o caminho para glorificar a Deus, o caminho para nos
salvar. Ele no permitiu que qualquer coisa O detivesse ou ofuscasse Seu objetivo.
A maioria de ns bem diferente. Freqentemente ainda procuramos a glria deste mundo e nos
deixamos enganar, prender ou influenciar por aquilo que o mundo tem a nos oferecer. Quanto ainda
podemos estar fascinados pelos catlogos da glria deste mundo! Automveis novos com sua
tecnologia moderna nos entusiasmam. Somos capazes de conversar horas e horas a respeito. E
quanto s frias: muitos de ns no vivem o ano inteiro pensando na poca das frias? Tambm os
cristos no esto livres da cobia, da ganncia e do amor ao dinheiro. Algum disse: "O abuso de
algo em si inofensivo a ndole do pecado". E A.T. Pierson escreveu em um de seus livros:
Nos lares cristos de todo o mundo h tantas jias de ouro e prata e adornos inteis que se poderia,
com esse valor, construir uma frota de navios, ench-los com Bblias e missionrios, construir uma
igreja em cada rinco remoto e, dentro de alguns anos, confrontar cada alma com o evangelho".
Sobre as pessoas que correm atrs de riquezas e dinheiro est escrito: "Porque o sol se levanta com
seu ardente calor, e a erva seca, e a sua flor cai, e desaparece a formosura do seu aspecto; assim
tambm se murchar o rico em seus caminhos" (Tg 1.11). Todo desejo de ser reconhecido, famoso e
glorioso neste mundo um engano do diabo. Por isso a Bblia adverte com grande seriedade: "No
ameis o mundo nem as coisas que h no mundo. Se algum amar o mundo, o amor do Pai no est
nele. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscncia..." (1 Jo 2.15 e 17a).
Tambm nesse sentido Jesus foi nosso grande exemplo. Quanto Ele amou Seu Pai! Em tudo Jesus
revelou o Pai e assim tambm a Sua glria. Foi o que aconteceu no povoado de Can, onde Jesus foi
convidado para um casamento. Quando surgiu um problema constrangedor e se falou com Jesus
sobre o assunto, Ele disse: "Ainda no chegada a minha hora" (Jo 2.4). Mas ao chegar a hora da
parte do Pai, est escrito: "...manifestou a sua glria" (v.11). Encostadas em um canto estavam as
jarras de gua vazias, imveis, frias e despercebidas. As pessoas festejavam, comiam, bebiam, riam e
cantavam ao seu lado, sem lhes dar a menor ateno. Numa festividade dessas, quem se interessaria
por essas jarras de gua comuns? o centro da festa era bem outro. Somente uma pessoa no deixou
de observ-las em meio aos festejos e ao burburinho. Os olhos de Jesus pousaram sobre elas, Ele as
viu. E justamente por meio destas jarras insignificantes e vazias Ele quis glorificar-Se. A festa
continuava despreocupada e alegre. Mas repentinamente tudo ficou ameaado e se encaminhava para
um fim desastroso. No havia mais vinho! Justamente nessa situao sem sada Jesus fez o Seu
primeiro milagre. Das jarras de gua colocadas de lado Ele fez recipientes do melhor vinho,
transformando em vinho a gua que se havia despejado nelas: "manifestou a sua glria."
Essas jarras de gua vazias simbolizam nossa vida. Ela pode ser to fria, dura, vazia e terrivelmente
deixada de lado. A vida tambm pode passar por ns com suas festas e danas, deixando-nos de lado.
E antes de nos darmos conta, ela est no fim. Mas Jesus v cada pessoa individualmente. Ele gostaria
que voc se tornasse recipiente da Sua glria. Ele gostaria tanto de trazer Sua glria para dentro da
sua vida, pois em voc tambm deve acontecer uma mudana para melhor. Talvez esta seja a hora
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mais decisiva da sua vida a hora da Sua glria para voc!


Em tudo Jesus viveu para a glria de Seu Pai e para que as pessoas tivessem acesso a ela. Quando
Sua vida estava chegando ao fim, o Pai confirmou o que Seu Filho havia feito: "Eu j o glorifiquei (meu
nome)..." Mas como o nome do Pai devia receber glria ainda maior, Ele continuou dizendo: "...e ainda
o glorificarei" (Jo 12.28). E no fim de nossa vida, o que se dir?

A glria do Seu sofrimento


Jesus tinha um grande desejo no corao, que era o de consumar a obra do Pai para a salvao da
humanidade na cruz. Em Joo 12 ouvimo-Lo dizer: " chegada a hora de ser glorificado o Filho do
Homem... Agora, est angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas
precisamente com este propsito vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome. Ento, veio uma voz do
cu: Eu j o glorifiquei e ainda o glorificarei. A multido, pois, que ali estava, tendo ouvido a voz, dizia
ter havido um trovo. Outros diziam: Foi um anjo que lhe falou. Ento, explicou Jesus: No foi por mim
que veio esta voz, e sim por vossa causa. Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o
seu prncipe ser expulso" (Jo 12.23 e 27-31).
No relato dos sofrimentos de Jesus lemos o quanto o Senhor da glria foi maltratado por ocasio do
Seu julgamento: "Ento, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam,
dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem que te bateu!" (Mt 26.67-68). As mos dos homens que Ele
criara O esbofeteavam. Sem Ele, na verdade, ningum pode levantar a mo, pois: "Na sua mo est a
alma de todo ser vivente..." (J 12.10). Mas o Filho de Deus deixou-Se pregar na cruz pelas mos dos
soldados romanos por nossa causa. Tirou-se o cho firme debaixo dos Seus ps e levantou-se a
cruz. Ali estava Ele dependurado entre o cu e a terra. Jesus realmente no tinha mais nada, e com
Ele acontecia exatamente o que fora profetizado centenas de anos antes: "Depois das sessenta e duas
semanas (semanas de anos), ser morto o Ungido e j no estar..." (Dn 9.26). Na cruz Jesus no
podia estender os Seus braos para cima, mas Ele abraou o mundo inteiro. Ele foi to abandonado
que exclamou: "Elo, Elo, lam sabactni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?" (Mc 15.34). Ali clamava o Filho de Deus, o Criador. Ali clamava Aquele sem o qual
ningum pode viver, sem o qual ningum pode existir. Dele est escrito: "Se Deus pensasse apenas
em si mesmo e para si recolhesse o seu esprito e o seu sopro, toda a carne juntamente expiraria, e o
homem voltaria para o p" (J 34.14-15).
Mas Jesus Cristo foi movido por Seu amor ao Pai e por ns homens. Por isso o Senhor da glria
permitiu voluntariamente que tudo isso acontecesse com Ele e se deixou crucificar. Justamente nisso
consistiu o Seu triunfo, de expulsar o diabo do mundo e de atrair as pessoas para Si e glorificar o Pai
ao ser levantado na cruz. Se quisermos o Senhor da glria, temos de ir a esta cruz. Aquele que no
tem Jesus Cristo, perde tudo!

A glria da Sua ressurreio


Na infinita profundeza do caminho de Sua vida, de Seu sofrimento e de Sua morte na cruz est a
imensurvel grandeza da Sua glria. Em Filipenses 2.8-9 est escrito: "a si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente at morte e morte de cruz. Pelo que tambm Deus o exaltou sobremaneira e
lhe deu o nome que est acima de todo nome." A morte no conseguiu deter Jesus Cristo. Ele venceu
a morte. Chegou a manh da Pscoa!
A Sua ressurreio o triunfo da Sua glria. Ele disse aos discpulos de Emas: "Porventura, no
convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glria?" (Lc 24.26). A sua ressurreio a hora da
Sua glria. Que triunfo, que fruto!
A ressurreio de Jesus Cristo a resposta de Deus a qualquer insurreio, qualquer julgamento,
qualquer demonstrao de poder ou qualquer escrnio dos homens. Mas ela tambm o consolo para
todos os que crem nEle!
O triunfo da ressurreio e da ascenso de Jesus Cristo conflui para a hora da Sua volta. No Monte da
324

Transfigurao, quando Moiss e Elias falavam com Jesus sobre a Sua partida em Jerusalm, os
discpulos tiveram uma viso proftica antecipada da Sua glria e da Sua volta. Referindo-se a ela,
Pedro escreveu: "Porque no vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo
seguindo fbulas engenhosamente inventadas, mas ns mesmos fomos testemunhas oculares da sua
majestade, pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glria, quando pela Glria Excelsa lhe foi
enviada a seguinte voz: Este meu Filho amado, em quem me comprazo. Ora, esta voz, vinda do cu,
ns a ouvimos quando estvamos com ele no monte santo" (2 Pe 1.16-18). De acordo com Tito 2.13, a
Igreja aguarda a bendita esperana e a manifestao da glria do nosso grande Deus e Salvador
Jesus Cristo.
O triunfo da ressurreio e da glria de Jesus consiste em que Sua Igreja j includa em esprito na
Sua glria e participa da Sua glria. Pois Deus "...juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez
assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef 2.6). E em Filipenses 3.20-21 est escrito: "Pois a
nossa ptria est nos cus, de onde tambm aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual
transformar o nosso corpo de humilhao, para ser igual ao corpo da sua glria, segundo a eficcia
do poder que ele tem de at subordinar a si todas as coisas." O maravilhoso disso : a grande cidade,
a Jerusalm celestial, o lar dos salvos, "no precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade,
pois a glria de Deus a iluminou, e o Cordeiro a sua lmpada" (Ap 21.23).
O triunfo da ressurreio e da glria de Jesus Cristo tambm consiste em glorificarmos Seu nome por
meio do nosso procedimento aqui sobre a terra. Mas devemos nos perguntar: estamos realmente em
condies de faz-lo, se nem temos anseio por fazer a Sua vontade; se no vivemos para a Sua glria,
porque no renunciamos s "glrias" deste mundo? Quem de ns ainda tem a ousadia de orar como
Jim Elliot? Ele escreveu em seu dirio:
Pai, faz-me fraco para que eu perca a fora de agarrar-me s coisas deste mundo: minha vida, minha
reputao, minha propriedade Senhor, toma de mim a tendncia da minha mo de agarr-las e
segur-las. Ah, Pai, que de mim se apague o simples desejo de acarici-las.
Joo Batista tambm tinha essa ndole. Ele disse em relao ao Senhor Jesus: "Convm que ele
cresa e que eu diminua" (Jo 3.30). A Bblia Viva diz: "Ele deve tornar-Se cada vez maior, e eu devo
diminuir cada vez mais."
Ser que temos condies de glorificar o Seu nome pelo nosso proceder aqui na terra, se no estamos
dispostos a seguir o caminho da morte e a considerar-nos crucificados com Ele? Certamente no! Pois
se continuamos presos ao pecado e no vivemos segundo os desgnios de Deus, ento vivemos longe
de Sua glria. Jesus disse: "Nisto glorificado meu Pai, em que deis muito fruto (amor) ...eu vos
escolhi a vs outros e vos designei (propsito) para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permanea"
(Jo 15.8,16). O ato de ir o fruto. Pois o importante obedecer-Lhe e, antes de mais nada, largar tudo
o que nos impede de ir.
Se voc no buscar a Jesus como a sua poro mais gloriosa, voc nunca encontrar a Sua glria.
Mas aquele que, como outrora Moiss, implorar com todo o anseio do seu corao: "Rogo-te que me
mostres a tua glria!", este tambm experimentar Sua maravilhosa promessa: "Farei passar (em meu
Filho Jesus) toda a minha bondade diante de ti!" Ou para diz-lo com Romanos 8.32: "Aquele que no
poupou o seu prprio Filho, antes, por todos ns o entregou, porventura, no nos dar graciosamente
com ele todas as coisas?" (Norbert Lieth)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, abril de 1999

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- Norbert Lieth Certamente todos concordam comigo quando digo que a gentileza, a verdadeira amabilidade algo
raro hoje em dia. Quantas vezes nos faltam as palavras certas ou no manifestamos gratido sincera
nos momentos devidos.
Em relao amabilidade penso quanta razo tem a Bblia quando diz: "A ansiedade no corao do
homem o abate, mas a boa palavra o alegra" (Pv 12.25). E: "O olhar do amigo alegra ao corao; as
boas novas fortalecem at os ossos" (Pv 15.30). O motivo de muita falta de amabilidade talvez sejam
as preocupaes pessoais, pois "a ansiedade no corao do homem o abate." Ou estamos
estressados, sobrecarregados, tensos ou simplesmente de mau humor. Muitas vezes no
conseguimos ser amveis, embora saibamos que com uma atitude gentil alcanaramos muito mais. "A
boa palavra o alegra... o olhar do amigo alegra ao corao." Certa vez li a respeito:
O Sol e o vento disputavam entre si para ver quem era o mais forte. O vento disse: "Vou
provar que sou o mais forte. Voc est vendo aquele homem idoso enrolado em sua capa?
Pois aposto que vou conseguir que ele a tire".
O Sol escondeu-se atrs das nuvens, e o vento soprou at se tornar tempestade; mas
quanto mais se enfurecia, tanto mais o homem se enrolava em sua capa. Por fim o vento
cedeu e parou de soprar. A o Sol saiu detrs das nuvens e sorriu amistosamente para o
velhinho. No demorou muito e o homem enxugou a testa e tirou a sua capa. Ento o Sol
disse ao vento: "Brandura e amabilidade so mais fortes do que fria e violncia".
A Bblia fala da bondade de Deus: "Oh! Provai e vede que o Senhor bom; bem-aventurado o homem
que nele se refugia" (Sl 34.8). Muitos j experimentaram que o Senhor Jesus Cristo bondoso e
amvel! No somente pelas coisas boas que Ele nos d a cada dia. Ele oferece muito mais que isso:
Ele obteve a salvao para todos, perdoa os nossos pecados, nos traz comunho com Ele e assim
nos conduz para a vida eterna. Em Seu Filho Jesus Cristo, Deus fez nascer o sol sobre ns. "Quando,
porm, se manifestou a benignidade (bondade, amabilidade) de Deus, nosso Salvador, e o seu amor
para com todos, no por obras de justia praticadas por ns, mas segundo sua misericrdia, ele nos
salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Esprito Santo, que ele derramou sobre ns
ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graa, nos
tornemos herdeiros, segundo a esperana da vida eterna" (Tt 3.4-7).
Toda a bondade dEle tambm est sua disposio! Voc j recorreu alguma vez a Jesus de todo o
corao pela f? nEle que podemos descarregar todas as nossas preocupaes, problemas e
pecados. Nele o nosso corao encontra abrigo, nossa ansiedade satisfeita e recebemos a paz que
excede todo o entendimento (veja Fp 4.7)! (Norbert Lieth)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, maro de 1996

326

"Amados, quando empregava toda diligncia, em escrever-vos acerca da nossa comum salvao,
foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes diligentemente
pela f que uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd 3).
Originalmente, Judas pretendia compartilhar com seus companheiros crentes as questes da f
comuns a todos eles. Mas, o Esprito Santo o redirecionou a um assunto de maior urgncia. Questes
da f "uma vez por todas... entregue aos santos" estavam sendo tanto sutilmente solapadas como
profundamente pervertidas. Hoje em dia acontece o mesmo que naquele tempo. Todos os santos (isto
, cristos Ef 1.1; Cl 1.2, etc.) devem batalhar diligentemente pelos ensinos da f "dados por
inspirao de Deus" (comp. 2 Tm 3.16).

O que batalhar diligentemente?


Batalhar diligentemente por algo no uma atividade de menor importncia. A passagem paralela
normal desse versculo 1 Timteo 6.12: "Combate o bom combate da f..." Em ambos os casos, o
sentido de trabalhar fervorosamente, ou esforar-se, como um atleta que ir participar de um evento
esportivo. A analogia do esporte oferece uma ilustrao muito clara: bons atletas tm que treinar com
vigor para atender s exigncias do seu esporte. Da mesma forma, um cristo dedicado deve
condicionar-se espiritualmente para atender exortao de Paulo: "Exercita-te pessoalmente na
piedade" (1 Tm 4.7). Paulo usou freqentemente a correlao entre os esforos dos atletas e o andar
dos cristos para mostrar que a vida de um crente renascido no tem por objetivo a passividade. Ela
requer treinamento espiritual, que inclui muitas das qualidades demonstradas por um atleta superior:
diligncia, dedicao, auto-disciplina, disposio de aprender, etc. Entretanto, do mesmo modo como
no cenrio esportivo dos nossos dias, muitos de ns se dedicam a ser espectadores no
necessariamente "inativos", mas definitivamente no jogadores.
Muito freqentemente a reao exortao de Judas dizer que melhor "deixar o batalhar pela f
para os especialistas", isto , para os estudiosos, os telogos, os apologistas ou autoridades em
seitas. H no mnimo dois problemas com tal idia. Em primeiro lugar, as palavras de Judas no foram
escritas a especialistas em teologia, mas "aos chamados, amados em Deus Pai, e guardados em
Jesus Cristo" ou seja, a todos os Seus "santos" (Jd 1,3). Em segundo lugar, um dos principais
aspectos da batalha pela f est relacionada com o desenvolvimento espiritual de todo santo. Em
outras palavras, batalhar pela f no somente para especialistas em seitas, nem envolve
necessariamente argumentar ou confrontar os outros. Batalhar pela f deveria ser o padro de vida
espiritual de todo crente (comp. 1 Pe 3.15).

O desejo de estudar diligentemente a Palavra de Deus


Batalhar diligentemente pela f requer o desejo de estudar diligentemente a Palavra de Deus.
Jesus estabeleceu um programa de crescimento para todos que se entregaram a Ele: "Se vs
permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discpulos" (Jo 8.31). Em 2 Timteo
2.15, Paulo acentua o exerccio prtico, dirio, de todo crente: "Procura apresentar-te a Deus,
aprovado, como obreiro que no tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade."
O corao do cristianismo um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Estudar e aplicar as
Escrituras a forma principal de desenvolver nosso relacionamento pessoal com Ele; trata-se de

327

conhec-lO atravs da revelao dEle mesmo.

A necessidade de conhecimento
Batalhar diligentemente pela f exige conhecimento. No precisamos nos tornar especialistas antes
de compartilhar a "f que uma vez por todas foi entregue aos santos", mas devemos ser diligentes em
nossa busca do conhecimento do Senhor. Se bem que se tente faz-lo muitas vezes, completamente
insensato tentar batalhar por algo sobre o que no se est informado. Salomo escreveu: "Filho meu,
se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento
sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu corao ao entendimento, e se clamares por
inteligncia, e por entendimento alares a tua voz, se buscares a sabedoria como a prata, e como a
tesouros escondidos a procurares, ento entenders o temor do Senhor, e achars o conhecimento de
Deus. Porque o Senhor d a sabedoria, da sua boca vem a inteligncia e o entendimento. Ele reserva
a verdadeira sabedoria para os retos, e escudo para os que caminham na sinceridade, guarda as
veredas do juzo e conserva o caminho dos seus santos" (Pv 2.1-8).

A prtica diligente do discernimento


Batalhar pela f requer a prtica diligente do discernimento. Em Hebreus 5.13-14 est dito: "Ora,
todo aquele que se alimenta de leite, inexperiente na palavra da justia, porque criana. Mas o
alimento slido para os adultos, para aqueles que, pela prtica, tm as suas faculdades exercitadas
para discernir no somente o bem, mas tambm o mal." O "leite" e o "alimento slido" desses
versculos so metforas que se referem ao crescimento espiritual; limitar-nos a uma dieta e a atitudes
de crianas espirituais inibe nosso desenvolvimento espiritual. Entretanto, os que exercitam suas
faculdades pelo estudo da Palavra de Deus crescero em discernimento, no continuando "meninos,
agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos
homens, pela astcia com que induzem ao erro" (Ef 4.14).

A disposio de aceitar correo


Batalhar diligentemente pela f exige que tenhamos a disposio de aceitar correo. Corrigir,
entretanto, no um procedimento "psicologicamente correto" em nossos dias, tanto no mundo quanto
na Igreja. A correo considerada uma ameaa auto-imagem positiva por muitos que promovem a
teologia humanista da auto-estima. incrvel como tal mentalidade mundana influenciou fortemente
aqueles que deveriam ser separados do mundo e cujos pensamentos deveriam refletir a mente de
Cristo. Mesmo uma pesquisa superficial da Bblia revela exemplos e mais exemplos de correo, que
atualmente seriam vistos como potencialmente destrutivos do bem-estar psicolgico das pessoas! Ser
que a "auto-estima" de Pedro foi psicologicamente danificada e tanto sua auto-imagem como a
imagem do seu ministrio foram irreparavelmente prejudicadas pela correo pblica de Paulo? Foi o
ministrio de Pedro considerado acabado pela maioria da igreja primitiva porque Paulo no foi
suficientemente sensvel (ou, bblico deixando supostamente de considerar Mateus 18) para ter um
encontro particular com Pedro? No essa a maneira como muitos na Igreja vem as coisas
atualmente? E o que dizer do trauma sentido pelo ego dos publicamente corrigidos: Barnab (Gl 2.13),
Alexandre (2 Tm 4.14-15), Figelo e Hermgenes (2 Tm 1.15), Himeneu e Fileto (2 Tm 2.17-18), Demas
(2 Tm 4.10), Ditrefes (3 Jo 9-10) e outros?
A correo essencial para a vida de todo cristo. Em sua segunda carta a Timteo, Paulo orientou
seu jovem discpulo a respeito do valor das Escrituras para a correo (como tambm para a
repreenso!), "a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra" (2 Tm 3.16-17). A correo tem que comear em casa, isto , deve haver a disposio no
somente de sermos corrigidos por outros, mas tambm o desejo de corrigirmos a ns mesmos. A
admoestao "Examinai-vos a vs mesmos se realmente estais na f" (2 Co 13.5) no pede uma
avaliao pblica; ela requer que analisemos a ns mesmos e ento faamos o que for necessrio
para colocar as coisas em ordem diante do Senhor. Sem a disposio de considerar a possibilidade de
uma "trave" em nosso prprio olho, a hipocrisia dominar em qualquer correo a outra pessoa.

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Obedincia s normas
Batalhar diligentemente pela f requer obedincia s normas. Enquanto alguns evitam praticar a
correo segundo as Escrituras, outros a usam como um grande porrete, dando com ele em qualquer
um que parecer no concordar com seus pontos de vista. As Escrituras nos dizem que (no contexto
dos galardes celestiais) aqueles que competem por um prmio sero desqualificados a no ser que
sua conduta siga as normas do evento (2 Tm 2.5). Isso tambm deveria ser aplicado ao modo como
batalhamos pela f, especialmente no que se refere correo mtua. A primeira e mais importante
norma o amor. Correo bblica um ato de amor, ponto final. Se algum no tem em mente o
interesse maior de uma pessoa, o amor no est envolvido. Se o amor no o fator motivador da
correo, o modo de agir no bblico.
A maneira como nos corrigimos mutuamente uma parte importante das "normas" da batalha pela f:
"Ora, necessrio que o servo do Senhor no viva a contender, e, sim, deve ser brando para com
todos, apto para instruir, paciente; disciplinando com mansido os que se opem, na expectativa de
que Deus lhes conceda no s o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade" (2 Tm
2.24-25). Entretanto, uma repreenso severa tambm pode ser bblica; nas Escrituras h abundncia
de tais reprovaes e repreenses quando a situao as exigia. Mas elas nada tm em comum com
correo acompanhada de sarcasmo, humilhao, ataques ao carter pessoal ou qualquer outra coisa
que exalte quem corrige ao invs de ministrar quele que est sendo corrigido. irnico que o humor
dominante (TV, quadrinhos, etc.) dessa gerao profundamente consciente da "auto-estima", egosensvel, seja o sarcasmo, especialmente a humilhao. Fazer algum se sentir inferior tornou-se a
maneira preferida de elevar a prpria auto-estima.
Um teste simples de correo bblica o nvel de presuno por parte de quem a pratica. Se houver
qualquer indcio dela ele falhar. Outro teste rpido o termmetro das "maneiras desagradveis".
Se aquele que corrige trata os outros com maneiras que ele mesmo no aceitaria ele parte do
problema, no a soluo bblica.

Conhecer pelo que se batalha


Batalhar diligentemente pela f envolve conhecer pelo que se batalha. Aquilo que envolve a
subverso do Evangelho, especialmente das doutrinas principais relacionadas com a salvao, exige
nossa sria preocupao e ateno. O livro de Glatas um bom exemplo. Os judaizantes estavam
coagindo os crentes a aceitar um falso evangelho, isto , adicionando certas obras da lei como
necessrias para a salvao. Paulo os repreendeu duramente, como tambm instruiu Tito a faz-lo (Tt
1.10-11,13). No mesmo esprito, argumentamos com os que promovem ou aceitam um falso evangelho
para a salvao (mrmons, adeptos da Cincia Crist, Testemunhas de Jeov e catlicos romanos,
entre outros).
Enquanto certas questes podem parecer no estar relacionadas com o Evangelho, elas podem
subverter indiretamente a Palavra de Deus, afastando os crentes da verdade e inibindo dessa forma a
graa necessria para uma vida agradvel ao Senhor. A psicoterapia, por exemplo, um dos veculos
mais populares para levar os cristos a buscar as solues mpias dos homens (e, portanto,
destitudas da graa).

Saber quando evitar confrontos


Batalhar pela f tambm requer que saibamos quando evitar confrontos. O captulo 14 de Romanos
trata de assuntos em que a argumentao se transforma em contenda. Paulo fala de situaes em que
crentes imaturos criavam polmicas em torno de coisas que no tinham importncia. Alguns estavam
provocando divises por discutirem quais alimentos podiam ser comidos ou no, ou quais dias deviam
ser guardados ou no. Nesses casos, o conselho da Escritura : h certas coisas que no devemos
julgar, pois se trata de questes sem importncia, que no negam a f, e so assuntos a serem
decididos pela prpria conscincia (v. 5). Somente o Senhor pode julgar o corao e a mente de
algum no que se refere a tais assuntos.

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Quando Jesus discutiu os sinais dos ltimos tempos com Seus discpulos no Monte das Oliveiras (Mt
24), o primeiro sinal que Ele citou foi o engano religioso. Sua extenso atual no tem precedentes na
Histria. Somente esse fato deveria tornar nosso interesse em batalhar diligentemente pela f uma das
maiores preocupaes. Isso tambm significa que h tantos desvios da f (1 Tm 4.1) a serem
considerados, que poder ser necessrio estabelecer prioridades pelo que e quando vamos batalhar.
No que se refere ao nosso prprio andar com o Senhor, devemos examinar qualquer coisa em
desacordo com as Escrituras, fazendo as necessrias correes. Entretanto, quando se trata de
ensinos e prticas biblicamente questionveis, sendo aceitas e promovidas por outros, o discernimento
pode tambm incluir a necessidade de decidir quando e como tratar deles. Atualmente, no
incomum ser erradamente considerado (ou, de fato, merecer a reputao) como algum que "acha
erros em tudo"; de modo que a busca da sabedoria e orientao do Senhor sempre essencial para
que nosso batalhar seja recebido de forma frutfera.

No devemos coagir ningum


Finalmente, batalhar diligentemente pela f no coagir. Muito freqentemente esquecemos que
recebemos nossa vida eterna em Cristo como ddiva gratuita, uma ddiva do insondvel amor de
Deus que deve ser oferecida aos outros em amor. O amor destrudo pela coao. Se bem que nossa
inteno pode no ser impor questes de f aos outros, importante verificar regularmente nossos
motivos e mtodos. O batalhar diligentemente pela f deve ser realizado como uma oferta de amor.
Temos que lembrar que somos meramente canais de tal amor e que, se quisermos que ocorra alguma
mudana no corao, ela ser realizada atravs da graa de Deus, a nica que garante o
arrependimento (2 Tm 2.25-26).
Atos 20.27-31 contm alguns pensamentos que atualmente muitos iriam considerar como
desproporcionais na batalha por "todo o desgnio de Deus". Mas, trata-se das palavras de Deus,
comunicadas apaixonadamente pelo apstolo Paulo aos membros da igreja de feso e a ns:
"Atendei por vs e por todo o rebanho... Eu sei que, depois da minha partida, entre vs penetraro
lobos vorazes que no pouparo o rebanho. E que, dentre vs mesmos, se levantaro homens falando
cousas pervertidas para arrastar os discpulos atrs deles. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que por
trs anos, noite e dia, no cessei de admoestar, com lgrimas, a cada um."
Nestes "difceis" tempos finais (2 Tm 3.1), ore para que todos ns, como Paulo, demonstremos
apaixonada preocupao pelo bem-estar espiritual dos nossos irmos e irms em Cristo e pela pureza
do Evangelho essencial para a salvao das almas (TBC 8/94).
T. A. McMahon diretor executivo da misso "The Berean Call" ("A Chamada Bereana")
em Bend, Oregon (EUA). Ele co-autor (com Dave Hunt) do livro A Seduo do
Cristianismo.
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, Maro de 1996

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"Quisera eu me suportsseis um pouco mais na minha loucura. Suportai-me, pois. Porque zelo
por vs com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem
pura a um s esposo, que Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com
a sua astcia, assim tambm sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da
simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo algum, prega outro Jesus que
no temos pregado, ou se aceitais esprito diferente que no tendes recebido, ou evangelho
diferente que no tendes abraado, a esses de boa mente o tolerais" (2 Corntios 11.1-4).
"Ento lhes perguntou: Mas vs, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu s
o Cristo" (Marcos 8.29).
"Irmo, eu no estou interessado em qualquer conversa sobre doutrinas que nos dividam. A nica
coisa que me importa saber se algum ama a Jesus. Se ele me diz que ama a Jesus, no me
interessa a qual igreja vai; eu o considero meu irmo em Cristo." Naquele momento, no me pareceu
que fosse a hora e o lugar certo para argumentar com a pessoa que dizia isso. No entanto, eu me senti
compelido a fazer uma pergunta para ela antes que a conversa se encerrasse: "Quando voc fala com
algum que lhe diz amar a Jesus, voc nunca lhe pergunta: Qual Jesus?'"
Aps um breve momento de reflexo, tal pessoa me respondeu que nunca faria tal pergunta. "No
seria simptico".
Sempre que visito alguns amigos de um outro estado, h um homem que me esforo em encontrar. Ele
a alegria em pessoa, um dos homens mais amigveis que conheo. Mesmo sendo um muulmano
consagrado, ele se declara ecumnico, e orgulha-se do fato de compartilhar algumas das crenas
tanto dos judeus como dos cristos. Ocasionalmente ele freqenta uma igreja com um de meus
amigos e de fato aprecia a experincia e a comunho. Certa vez em um restaurante, ele estava
expondo o seu amor por Jesus para mim e nossos amigos cristos, e encerrou a sua declarao com
as seguintes palavras: "Se eu pudesse rasgar a minha carne de tal maneira que todos vocs
entrassem em meu corao, vocs saberiam o quanto eu amo a Jesus." Os sentimentos que
envolveram suas palavras foram impressionantes; na verdade, incomum ouvir este tipo de
declarao to devotada, at mesmo em crculos cristos.

Estamos falando da mesma pessoa?


Voltando agora para o meu dilema inicial. Eu estava admirando a expresso de amor de meu amigo
quando um pensamento preocupante tomou conta de mim: Qual Jesus? Um breve conflito mental
aconteceu. Pensei se eu devia ou no lhe fazer tal pergunta. Minhas palavras, no entanto, saram
antes que minha mente tomasse uma deciso. "Fale-me sobre o Jesus que voc ama." Meu amigo
muulmano nem hesitou: "Ele o mesmo Jesus que voc ama." Antes de me tornar muito "doutrinrio"
com meu amigo, achei que deveria mostrar-lhe como era importante definirmos se estvamos
realmente falando sobre o mesmo Jesus.
Eu usei o seu vizinho, que um grande amigo nosso, como exemplo. Ele e eu realmente amamos
esse cidado. Depois de concordarmos sobre nossos sentimentos mtuos, eu comecei a dar uma
descrio das caractersticas fsicas de nosso amigo comum: "Ele tem um metro e setenta de altura,
totalmente careca, pesa mais ou menos uns 150 quilos e usa um brinco em sua orelha esquerda..." Na
verdade, eu no pude ir muito longe, pois logo algumas objees foram feitas. "Espere a... ele tem
quase dois metros, eu gostaria de ter todo o cabelo que ele tem, e ele o homem mais magro que eu
conheo!" Meu amigo acrescentou que certamente no estvamos falando sobre a mesma pessoa.
"Mas isto realmente faz alguma diferena?", perguntei. Ele me olhou com incredulidade. "Mas claro
331

que faz! Eu no tenho um vizinho que se encaixa com a sua descrio. Talvez voc esteja falando de
uma outra pessoa, mas no de meu bom vizinho e amigo." Ento destaquei o fato de que se ns
verdadeiramente aceitssemos a descrio que eu acabara de dar, certamente no estvamos falando
da mesma pessoa. Ele concordou.
A seguir continuei descrevendo o Jesus que eu conhecia. "Ele foi crucificado e morreu na cruz pelos
meus pecados. O Jesus que voc conhece fez o mesmo?"
"No, Al o levou para o cu logo antes da crucificao. Judas quem morreu na cruz."
"O Jesus que eu conheo o prprio Deus, que se tornou homem. O seu Jesus assim?"
Ele negou com a cabea e disse: "No, Al o nico Deus. Jesus foi um grande profeta, mas somente
um homem." A discusso prosseguiu a respeito das muitas caractersticas que a Bblia atribui a Jesus.
Em quase todos os casos, meu amigo muulmano tinha uma perspectiva diferente. Mesmo mantendose convencido de que ele tinha o ponto de vista correto sobre Jesus, o fato de que nossas convices
contraditrias no podiam ser reconciliadas pareceu reduzir o seu zelo em proclamar o seu amor por
Jesus.

Discusso doutrinria sectarismo?


Alguns enxergam este meu questionamento como algo no amoroso como uma prova do sectarismo
que a discusso doutrinria produz. Eu o vejo como uma tentativa de clarear o caminho para que meu
amigo tenha um relacionamento genuno com o nico Salvador verdadeiro, o nosso Senhor Jesus
Cristo no com algum que ele ou outros homens, intencionalmente ou no, tm imaginado ou
inventado.
Doutrinas, simplesmente, so ensinamentos. Elas podem ser verdadeiras ou falsas. Uma doutrina
verdadeira no pode ser divisiva de maneira prejudicial; esta caracterstica se aplica somente a
ensinos falsos. "Rogo-vos, irmos, que noteis bem aqueles que provocam divises e
escndalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles" (Rm 16.17; veja
tambm Rm 2.8-9). Jesus, que a Verdade, s pode ser conhecido em verdade e somente por
aqueles que buscam a verdade (Jo 14.6; 18.37; 2 Ts 2.13; Dt 4.29). O prprio Cristo causou diviso
(Mt 10.35; Jo 7.35; 9.16; 10.19), diviso entre a verdade e o erro (Lc 12.51).
"Qual Jesus?" uma pergunta importantssima para todo crente em Cristo. Ns deveramos primeiro
nos questionar, testar nossas prprias crenas sobre Jesus (2 Co 13.5; 1 Ts 5.21). Incompreenses
sobre o Senhor inevitavelmente se tornam obstculos em nosso relacionamento com Ele. A avaliao
tambm pode ser vital com respeito nossa comunho com aqueles que se dizem cristos.
Recentemente, durante uma rpida viagem area, um dos meus amigos, preocupado o suficiente, fez
algumas perguntas cruciais pessoa prxima a ele sobre o relacionamento dela com Jesus. Mesmo
tendo confessado ser um cristo, participando h quatro anos de uma comunidade crist, essa pessoa
na verdade no conhecia a Jesus nem entendia o evangelho da Salvao. Meu amigo o levou ao
Senhor antes que o avio aterrizasse.

A "unidade crist"
Com muita freqncia, frases parecidas com "ns teremos comunho com qualquer um que confessar
o nome de Cristo", esto sensivelmente impregnadas de camuflagens ecumnicas. O medo de destruir
a unidade domina os que levam a srio este tipo de propaganda antibblica, at mesmo ao ponto de
desencorajar qualquer menor interesse em lutar pela f. Surpreendentemente, "a unidade crist" agora
inclui a colaborao para o bem moral da sociedade com qualquer seita "que confessa o nome de
Jesus."

332

"Jesus", o irmo de Lcifer


Os ensinamentos herticos sobre Jesus incluem todo tipo inimaginvel de idias sem base bblica. O
"Jesus Cristo" dos mrmons, por exemplo, no poderia estar mais longe do Jesus da Bblia. O Jesus
inventado por Joseph Smith, que a seguir inspirou o nome de sua igreja, o primeiro filho de Elohim,
tal como todos os humanos, anjos e demnios so filhos espirituais de Elohim. Este Jesus mrmon se
tornou carne atravs de relaes fsicas entre Elohim (Deus, o Pai, o qual tinha um corpo fsico) e a
virgem Maria. O Jesus mrmon meio-irmo de Lcifer. Ele veio terra para se tornar um deus. Sua
morte sacrificial dar imortalidade para qualquer criatura (incluindo animais) na ressurreio. No
entanto, se uma certa criatura, individualmente, vai passar a sua eternidade no inferno ou em um dos
trs cus, isto fica por conta de seu comportamento (incluindo o comportamento dos animais).

"Jesus", uma idia espiritual


O Jesus Cristo das seitas da cincia da mente (Cincia Crist, Cincia Religiosa, Escola Unitria do
Cristianismo, etc.) no diferente de qualquer outro ser humano. "Cristo" uma idia espiritual de
Deus e no uma pessoa. Jesus nem sofreu nem morreu pelos pecados da humanidade, porque o
pecado no existe. Ao invs disto, ele ajudou a humanidade a desacreditar que o pecado e a morte
so fatos. Esta a "salvao" ensinada pela tal Cincia Crist.

"Jesus ", o arcanjo Miguel


As Testemunhas de Jeov tambm amam a Jesus, mas no o Jesus da Bblia. Antes de nascer nesta
terra, Jesus era Miguel, o Arcanjo. Ele um deus, mas no o Deus Jeov. Quando o Jesus deles se
tornou um homem, parou ento de ser um deus. No houve ressurreio fsica do Jesus dos
Testemunhas de Jeov; Jeov suscitou o seu corpo espiritual, escondeu os seus restos mortais, e
agora, novamente, Jesus existe como um anjo chamado Miguel. A Bblia promete que, ao morrer um
crente em nosso Senhor e Salvador, a pessoa imediatamente estar com Jesus (2 Co 5.8; Fp 1.21-23).
Com o Jesus deles, no entanto, somente 144.000 Testemunhas de Jeov tero este privilgio mas
no depois da morte, porque eles so aniquilados quando morrem. Ou seja, eles gastam um perodo
indefinido em um estado inativo e inconsciente; de fato deixam de existir. Minha comunho com Jesus
bblico, no entanto, inquebrvel e eterna.

"Jesus", ainda preso numa cruz


Os catlicos romanos tambm amam a Jesus. Eu tambm o amei da mesma forma durante vinte e
poucos anos de minha vida, mas ele era muito diferente do Jesus que eu conheo e amo agora.
Algumas vezes ele era apenas um beb ou, no mximo, um garoto protegido pela sua me. Quando
queria a sua ajuda eu me assegurava rezando primeiro para sua me. O Jesus para quem eu oro hoje
j deixou de ser um beb por quase 2000 anos. O Jesus que eu amava como catlico morava
corporalmente em uma pequena caixa, parecida com um tabernculo que ficava no altar de nossa
igreja, na forma de pequenas hstias brancas, enquanto que, simultaneamente, morava em milhes de
hstias ao redor do mundo. Meu Jesus, na verdade, o Filho de Deus ressuscitado corporalmente; Ele
no habita em objetos inanimados.
O Jesus dos catlicos romanos que eu conhecia era o Cristo do crucifixo, com seu corpo
continuamente dependurado na cruz, simbolizando, de forma apropriada, o sacrifcio repetido
perpetuamente na missa e a Sua obra de salvao incompleta. Aproximadamente h dois milnios, o
Jesus da Bblia pagou totalmente a dvida dos meus pecados. Ele no necessita mais dos sete
sacramentos, da liturgia, do sacerdcio, do papado, da intercesso de Sua me, das indulgncias, das
oraes pelos mortos, do purgatrio, etc. para ajudar a salvar algum. Os catlicos romanos dizem que
amam a Jesus, mesmo quando se chamam de catlicos carismticos, catlicos "evanglicos", ou
catlicos renascidos, mas na verdade eles amam um Jesus que no o Jesus bblico. Ele "um outro
Jesus".

"Jesus", o bilionrio
333

At mesmo alguns que se dizem evanglicos promovem um Jesus diferente. Os chamados pregadores
do movimento da f e da prosperidade promovem um Jesus que foi materialmente prspero. De
acordo com o evangelista John Avanzini, cujas roupas chiques refletem o seu ensino, Jesus vestia
roupas de marca (uma referncia sua capa sem costura) semelhantes s vestidas por reis e
mercadores ricos. Usando uma argumentao distorcida, um pregador do sucesso chamado Robert
Tilton declarava que ser pobre pecado, e j que Jesus no tinha pecado, ento, obviamente, ele
devia ter sido extremamente rico. O pregador da confisso positiva Fred Price explica que dirige um
Rolls Royce simplesmente porque est seguindo os passos de Jesus. Oral Roberts sustenta a idia de
que, pelo fato de terem tido um tesoureiro (Judas), Jesus e Seus discpulos deviam ter muito dinheiro.

O "Jesus" do movimento da f e das igrejas psicologizadas


Alm da pregao sobre um Cristo que era materialmente rico, muitos pregadores do movimento da f,
tais como Kenneth Hagin e Kenneth Copeland, proclamam um Jesus que desceu ao inferno e foi
torturado por Satans a fim de completar a expiao pelos pecados dos homens. Este no o Jesus
que eu conheo e amo.
O Jesus de Tony Campolo habita em todas as pessoas. O televangelista Robert Schuller apresenta um
Jesus que morreu na cruz para nos assegurar uma auto-estima positiva. Para apoiar sua tese sobre
Jesus, psiclogos cristos e numerosos pregadores evanglicos dizem que Sua morte na cruz prova o
nosso valor infinito para com Deus e que isto a base para nosso valor pessoal. No somente existe
uma variedade enorme de "jesuses" que promovem o ego humano hoje em dia, como tambm
estamos ouvindo em nossas "igrejas" psicologizadas que a verdade sobre Jesus pode no ser to
importante para o nosso bem psicolgico do que nossa prpria percepo sobre Ele. Esta a base
para o ensino atual do integracionista psicoespiritual Neil Anderson e outros que promovem tcnicas
no-bblicas de cura interior. Eles dizem que ns devemos perdoar Jesus pelas situaes passadas,
nas quais ns sentimos que Ele nos desapontou ou nos feriu emocionalmente. Mas, qual Jesus?

Concluso
A comunho com Jesus o corao do Cristianismo. No algo que meramente imaginamos, mas
uma realidade. Ele literalmente habita em todos que colocam nEle a sua f como Senhor e Salvador
(Cl 1.27; Jo 14.20; 15.4). O relacionamento que temos com Ele ao mesmo tempo subjetivo e objetivo.
Nossas experincias pessoais genunas com Jesus esto sempre em harmonia com a Sua Palavra
objetiva (Is 8.20). O Seu Esprito nos ministra a Sua Palavra, e este conhecimento o fundamento
para nossa comunho com Ele (Jo 8.31; Fp 3.8). Nosso amor por Ele demonstrado e aumenta
atravs de nossa obedincia aos Seus mandamentos; nossa confiana nEle fortalecida atravs do
conhecimento do que Ele revela sobre Si mesmo (Jo 14.15; Fp 1.9). Jesus disse: "Todo aquele que
da verdade ouve a minha voz" (Jo 18.37). Na proporo em que ns crentes aceitarmos falsas
doutrinas sobre Jesus e Seus ensinamentos, tambm minaremos nosso relacionamento vital com Ele.
Nada pode ser melhor nesta terra do que a alegria da comunho com Jesus e com aqueles que O
conhecem e so conhecidos por Ele. Por outro lado, nada pode ser mais trgico do que algum
oferecer suas afeies para outro Jesus, inventado por homens e demnios. Nosso Senhor profetizou
que muitos cairiam na armadilha daquela grande seduo que viria logo antes de Seu retorno (Mt
24.23-26). Haver muitos que, por causa de sinais e maravilhas, como so chamados, feitos em Seu
nome, se convencero de que conhecem a Jesus e O esto servindo. Para estes, um dia, Ele falar
estas solenes palavras: "...Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqidade"
(Mt 7.23). Mesmo que sejamos considerados divisivos por perguntarmos "Qual Jesus?", entendam que
este pode ser o ministrio mais amoroso que podemos ter hoje em dia. Porque a resposta desta
pergunta traz conseqncias eternas. (TBC 2/95 traduzido por Ebenezer Bittencourt)
Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 1998

334

Como Amo a Mim


Mesmo?
Martin e Deidre Bobgan

"Respondeu-lhe Jesus: Amars o Senhor, teu Deus, de todo o teu corao, de toda a tua alma e de
todo o teu entendimento. Este o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, :
Amars o teu prximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os
Profetas" (Mt 22.37-40).
O mundo nossa volta est promovendo o amor-prprio e a auto-estima. A auto-estima um aspecto
popular da psicologia humanista, que baseada na crena de que todos ns nascemos bons e que a
sociedade a culpada. Esse sistema coloca o homem como a medida de todas as coisas. A nfase no
ego exatamente o que comeou no Jardim do den e se intensifica atravs dos ensinos
humansticos do amor-prprio, da auto-estima, da auto-realizao e auto-etc. Promovendo a autoestima, a Fora-Tarefa Pela Auto-Estima na Califrnia foi a grande responsvel por introduzir a
ideologia e psicologia humanista nos setores pblico e privado. ( interessante notar que, em meados
de 1988, a Fora-Tarefa prestou tributo ao rei da auto-estima, James Dobson, destacando-o em seu
boletim informativo. Alm disso, seu livro Hide and Seek aparece na lista de leitura deles).
A influncia da Comisso Pela Auto-Estima na Califrnia se espalhou pelos EUA. John Vasconcellos
promoveu uma iniciativa em mbito nacional sobre a auto-estima, semelhante que introduziu na
Califrnia. Vasconcellos deixou muito claro que o movimento da auto-estima deveria operar, como tem
feito, contra o ensino que ele considerava antiquado, ou seja, que o homem um pecador. Segundo
ele, havia uma dupla viso da humanidade no pas: (1) o homem como sendo pecador, e (2) como
intrinsecamente bom. Ele declarou que esta era a questo subjacente do movimento da auto-estima.
Por no crerem em Jesus Cristo, os humanistas seculares tm o ego como o nico centro de interesse
do indivduo. Assim podemos entender por que aqueles que no conhecem a Cristo desejam amar,
estimar e satisfazer o ego, pois a nica coisa que tm. E qual a desculpa da Igreja?
O que h sob toda a retrica referente ao ego um ataque ao Evangelho de Jesus Cristo, embora no
se trate de um ataque frontal com limites de batalha claramente delineados. Ao contrrio, na verdade
uma obra engenhosamente subversiva, no de carne e sangue, mas de principados e potestades, de
dominadores deste mundo tenebroso, das foras espirituais do mal nas regies celestes, tal como
Paulo explicou na parte final da carta aos Efsios. triste sabermos que muitos cristos no esto
alertas contra o perigo. incontvel o nmero dos que esto sendo sutilmente enganados por um
outro evangelho o evangelho do ego.
Percebemos que muita confuso tem envolvido a Igreja professa pelo uso da terminologia popular a
respeito do ego. Em um extremo, encontramos pessoas como Robert Schuller que, de acordo com seu
livro Self-Esteem: The New Reformation, parece ter abraado inteiramente a postura humanista
secular. Ele abomina o termo pecador e acredita que a pessoa deve desenvolver a sua auto-estima
antes que possa conhecer a Jesus. Ele descarta por completo o que realmente conduz o indivduo
para a cruz de Cristo. Por outro lado, h os que, inconscientes das implicaes e da confuso que tais
palavras acarretam, vm lanando mo desta terminologia. Adotando e adaptando-se aos conceitos da
psicologia humanista, cristos professos dizem que temos auto-estima, amor-prprio, valor-prprio,

335

etc., por causa daquilo que somos em Cristo, mas a ideologia subjacente vem atrs.
Com o progresso da influncia e da popularizao da psicologia, a nfase em Deus foi deslocada para
o ego por uma grande parte da igreja professa. De formas muito sutis, o ego vai tomando o primeiro
lugar e, assim, a atitude de ser escravo de Cristo substituda pela de se fazer o que agrada e que
seja para sua prpria convenincia. O amor aos outros s praticado se for conveniente.
Com toda esta nfase no ego, natural que os cristos perguntem se correto amar a si mesmo.
Como Jesus responderia? Embora no seja ardilosa como as dos escribas e fariseus, a questo
requer uma resposta "sim" ou "no". O "sim" leva facilmente a toda espcie de preocupao consigo
mesmo. E o "no" conduz a um possvel: "Bem, ento devemos nos odiar?" Nem sempre Jesus
respondia como esperavam seus ouvintes. Em vez disso, Ele usava a pergunta como oportunidade de
lhes ensinar uma verdade. Sua nfase sempre era o amor de Deus e o nosso amor a Ele e aos outros.
Lingisticamente, em toda a Bblia, o termo agapao sempre dirigido aos outros, nunca a mim mesmo.
O conceito de amor-prprio no o tema do Grande Mandamento, mas apenas um qualificativo.
Quando Jesus ordena amar a Deus "de todo o teu corao, de toda a tua alma, de todo o teu
entendimento e de toda a tua fora" (Mc 12.30), Ele enfatiza a natureza abrangente desse amor
agapao (amor-atitude, que vai alm da capacidade do homem natural, sendo possvel exclusivamente
pela graa divina). Se Ele usasse as mesmas palavras para o amor ao prximo, estaria encorajandonos idolatria. Contudo, para o grau de intensidade de amor que devemos ao prximo, Ele usou as
palavras "como a ti mesmo".
Jesus no nos ordenou a amar a ns mesmos. Ele no disse que havia trs mandamentos (amar a
Deus, ao prximo e a ns mesmos). Ele apenas afirmou: "Destes dois mandamentos dependem toda
a Lei e os Profetas" (Mt 22.40). O amor-prprio j est implcito aqui ele um fato no uma ordem.
Nenhum ensino nas Escrituras diz que algum j no ama a si mesmo. Paulo afirma: "Porque ningum
jamais odiou a prpria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como tambm Cristo o faz com a igreja"
(Ef 5.29). Os cristos no so admoestados a amar ou a odiar a si mesmos. Amor-prprio, dio-prprio
(que simplesmente uma outra forma de amor-prprio ou preocupao consigo mesmo), e autodepreciao (possivelmente uma desculpa para culpar a Deus por no conceder ao ego maiores
vantagens pessoais), so atitudes centradas no eu. Os que se queixam da falta de amor-prprio
geralmente esto insatisfeitos com seus sentimentos, habilidades, circunstncias, etc. Se realmente
odiassem a si mesmos, eles estariam alegres por serem miserveis. Todo ser humano ama a si
mesmo.
Em toda a Escritura, e particularmente dentro do contexto de Mateus 22, a ordem dirigir aos outros
todo o amor que o indivduo tem por si. No nos ordenado que amemos a ns mesmos. J o
fazemos naturalmente. O mandamento que amemos os outros como j amamos a ns mesmos.
A histria do Bom Samaritano, que segue o mandamento de amar o prximo, no s ilustra quem o
prximo, mas qual o significado da palavra amor. Nesse contexto, amor significa ir alm das
convenincias a fim de realizar aquilo que se julga ser melhor para o prximo. A idia que devemos
procurar o bem dos outros do mesmo modo como procuramos o bem (ou aquilo que podemos at
erradamente pensar que seja o melhor) para ns mesmos exatamente com a mesma naturalidade
com que tendemos a cuidar de nosso bem-estar.
Outra passagem paralela com a mesma idia de amar os outros como j amamos a ns mesmos
Lucas 6.31-35, que comea com as palavras: "Como quereis que os homens vos faam, assim fazei-o
vs tambm a eles." Evidentemente Jesus supunha que Seus ouvintes quisessem ser tratados com
justia, amabilidade e misericrdia. Em outras palavras, queriam ser tratados com amor e no com
indiferena ou animosidade. Para esclarecer esta forma de amor em contraste com a dos pecadores,
Jesus prosseguiu: "Se amais os que vos amam, qual a vossa recompensa? Porque at os pecadores
amam aos que os amam... Amai, porm, os vossos inimigos..."
O amor que Jesus enfatiza o demonstrado por atos, do tipo altrusta e no o que espera
recompensas. Dada a naturalidade com que as pessoas satisfazem suas prprias necessidades e
desejos, Jesus desviou-lhes o foco da ateno para alm delas mesmas.

336

Essa espcie de amor pelos outros procede primeiro do amor de Deus, e somente depois de
respondermos sinceramente ao amor dEle (de todo o nosso corao, de toda a nossa alma, de todo o
nosso entendimento). No conseguiremos pratic-lo a no ser que O conheamos atravs de Seu
Filho. As Escrituras dizem: "Ns amamos porque ele nos amou primeiro" (1 Jo 4.19). No podemos
realmente amar (o amor-ao, agapao) a Deus sem primeiro conhecermos o Seu amor atravs da
graa; e no podemos verdadeiramente amar o prximo como a ns mesmos, sem primeiramente
amarmos a Deus. A posio bblica correta para o cristo no a de encorajar, justificar ou mesmo
estabelecer o amor-prprio, e sim a de dedicar sua vida por amor a Deus e ao prximo como [j ama]
a si mesmo. (adaptado de um artigo de PsychoHeresy Update).
Chamada da Meia-Noite, Junho de 1999

337

Auto-Estima Para
Cristos?
- Martin e Deidre Bobgan Crianas e adultos precisam realmente de auto-estima? A baixa autoestima conduz a srios problemas na vida? Os pais deveriam se
esforar para desenvolver a auto-estima em seus filhos? A Bblia
incentiva a auto-estima? Muitos cristos tm suposies sobre este
assunto; mas, o que diz a Bblia? O que dizem as pesquisas?

A gnese da auto-estima
O movimento da auto-estima tem seus fundamentos mais recentes na psicologia clnica, isto , nas
teorias da personalidade elaboradas por Wiliam James, Alfred Adler, Erich Fromm, Abraham Maslow e
Carl Rogers, cujos seguidores popularizaram o movimento. Contudo, as razes do movimento da autoestima retrocedem aos primrdios da histria humana.
Tudo comeou no terceiro captulo de Gnesis. Inicialmente, Ado e Eva tinham conscincia de Deus,
conscincia um do outro, das coisas sua volta e no de si prprios. A percepo de si mesmos era
incidental e secundria na sua focalizao em Deus e um no outro. Ado compreendia que Eva era
osso dos seus ossos e carne de sua carne (comp. Gn 2.23), mas no estava consciente de si do
mesmo modo que seus descendentes seriam. O ego no era problema at a queda.
Comer da rvore do conhecimento do bem e do mal no trouxe a sabedoria divina. Resultou, sim, em
culpa, medo e na separao de Deus. Assim, quando Ado e Eva ouviram que Deus se aproximava,
esconderam-se entre as rvores. Mas Deus os viu e perguntou: "Quem te fez saber que estavas nu?
Comeste da rvore de que te ordenei que no comesses?" (Gn 3.11).

O ego pecaminoso
Ado e Eva responderam dando-nos o primeiro exemplo de autojustificao. Primeiro Ado culpou Eva
e Deus, e ento Eva culpou a serpente. O fruto do conhecimento do bem e do mal gerou o ego
pecaminoso representado pelo amor-prprio, auto-estima, auto-aceitao, autojustificao, hipocrisia,
auto-realizao, autodifamao, autopiedade, e outras formas de autofocalizao e egocentrismo.
Desse modo, o atual movimento da auto-etc. tem suas razes no pecado de Ado e Eva. Atravs dos
sculos, a humanidade continua a se deleitar na rvore do conhecimento do bem e do mal, que tem
disseminado seus ramos do saber mundano, incluindo as vs filosofias humanas e, mais
recentemente, as filosofias "cientficas" e a metafsica da psicologia moderna.
As frmulas religiosas do valor-prprio, do amor-prprio e da auto-aceitao escorrem do tubo da
televiso, fluem pelas ondas do rdio e seduzem atravs da publicidade. Do bero ao tmulo, os
defensores do ego prometem a cura de todos os males da sociedade por meio de doses de autoestima, valor-prprio, auto-aceitao e amor-prprio. E todo mundo, ou quase todos, repetem o refro:
"Voc s precisa amar e aceitar a si prprio como voc . Voc precisa se perdoar", e: "Eu s tenho de
aceitar-me como sou. Eu mereo. Eu sou uma pessoa digna de amor, de valorizao, de perdo."

A resposta crist para o mundo


Como o cristo deve combater o pensamento do mundo, que exalta o ego e o coloca no centro como a
essncia da vida? Como o cristo deve ser fiel ordem de nosso Senhor de estar no mundo mas no
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ser do mundo? Ele pode adotar e adaptar-se filosofia/psicologia popular de sua cultura, ou ele deve
manter-se como quem foi separado por Deus e encarar sua cultura luz da Palavra? Jesus disse:
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vs o
meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de corao; e achareis descanso para a
vossa alma. Porque o meu jugo suave, e o meu fardo leve" (Mt 11.28-30).
Este um convite para deixarmos o nosso prprio caminho, submetendo-nos a um jugo de humildade
e servido com nfase no jugo num relacionamento de aprendizado e vida. Jesus fez Seu convite
ao discipulado com palavras diferentes, mas para o mesmo relacionamento e o mesmo objetivo,
quando disse: "Se algum quer vir aps mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perd-la-; e quem perder a vida por minha causa ach-la-"
(Mt 16.24-25).

Nenhum mandamento para amar a si prprio


Jesus no nos ordena que amemos a ns mesmos, mas que amemos a Deus e ao prximo. A Bblia
apresenta uma base para o amor completamente diferente daquilo que a psicologia humanista
anuncia. Ao invs de promover o amor-prprio como a base para amarmos os outros, a Bblia diz que
o amor de Deus a fonte verdadeira. O amor humano misturado com o amor-prprio e, em ltima
anlise, pode estar em busca de seus prprios interesses. Mas o amor de Deus entrega a si mesmo.
Portanto, quando Jesus convida Seus discpulos a negarem a si prprios e tomarem sobre si o Seu
jugo e a Sua cruz, Ele os conclama a um amor que doa a si mesmo, no a um amor que satisfaz a si
mesmo. At o advento da psicologia humanista e de sua intensa influncia na igreja, os cristos
geralmente consideravam a auto-estima como uma atitude pecaminosa.
Apesar da Bblia no ensinar o amor-prprio, a auto-estima, o valor-prprio ou a auto-realizao como
virtudes, recursos ou objetivos, um grande nmero de cristos de hoje tm sido enganado pelos
ensinos pr-ego da psicologia humanista. Ao invs de resistirem seduo do mundo, eles se
submetem cultura do mundo. No somente eles no resistem gigantesca onda do egocentrismo;
como esto na crista da onda da auto-estima, da auto-aceitao e do amor-prprio. Na rea do ego,
dificilmente se pode perceber a diferena entre o cristo e o no-cristo, exceto que o cristo afirma
ser Deus a fonte principal de sua auto-estima, auto-aceitao, auto-valorizao e amor-prprio.
Atravs de slogans, bordes e textos bblicos deturpados, muitos crentes professos seguem a onda
existencial da psicologia humanista e estabelecem seu prprio sistema motivacional. Desse modo,
qualquer crtica contra os ensinamentos do valor-prprio, amor-prprio e auto-estima considerada,
por isso mesmo, como prova de que se deseja que as pessoas sejam infelizes. Alm do mais, qualquer
crtica contra o movimento da auto-estima vista como um perigo para a sociedade, j que a autoestima considerada como panacia para seus males. Ento se algum, na igreja, no apia
completamente a teologia da auto-estima, acusado de promover uma teologia desprezvel.
Se h algo que o mundo e muitos na igreja tm em comum nos dias atuais, a psicologia da autoestima. Embora cristos professos possam discordar em algumas das nuanas da auto-estima, autovalorizao, auto-aceitao, e mesmo em alguns dos pontos mais delicados de suas definies e de
como elas so alcanadas, muitos tm reunido foras contra o que acreditam ser um inimigo terrvel
a baixa auto-estima. Contudo, mesmo o mundo ainda no consegue justificar o incentivo da alta autoestima pelos seus prprios mtodos de pesquisa.

As pesquisas no apresentam justificativas em favor da autoestima


H alguns anos, o legislativo da Califrnia aprovou o projeto de criao da "Fora-Tarefa Californiana
para Desenvolver a Auto-Estima e a Responsabilidade Social e Pessoal". O legislativo reservou para o
projeto 245.000 dlares ao ano durante trs anos, num total de 735.000 dlares. O duplo ttulo da
Fora-Tarefa foi realmente muito pretencioso. Ningum nunca conseguiu demonstrar que o estmulo
auto-estima est, de algum modo, ligado com a responsabilidade social e pessoal. Nem se provou que
todos aqueles que demonstram responsabilidade social e pessoal possuem auto estima elevada Na
339

verdade a auto-estima e a responsabilidade social e pessoal tm relao negativa e no positiva.


A Declarao do Objetivo da Fora-Tarefa foi a seguinte:
Procurar determinar se a auto-estima e a responsabilidade social e pessoal so as chaves para
descobrir os segredos do desenvolvimento humano sadio, de modo que consigamos atingir as causas
e desenvolver solues eficazes para os principais problemas sociais, fornecendo a cada californiano
as mais recentes experincias e prticas quanto importncia da auto-estima e da responsabilidade
social e pessoal.(1)
A Fora-Tarefa acreditava que apreciar a si mesmo e fortalecer a auto-estima reduziria
"dramaticamente os nveis epidmicos dos problemas sociais que enfrentamos atualmente".(2)

H uma relao positiva entre a alta ou baixa auto-estima e a


responsabilidade social e pessoal?
Com o objetivo de pesquisar esta relao, a Fora-Tarefa estadual contratou oito professores da
Universidade da Califrnia para examinar a pesquisa sobre a auto-estima e sua relao com as seis
reas seguintes:
1. Crime, violncia e reincidncia;
2. Abuso de drogas e lcool;
3. Dependncia da Previdncia Social;
4. Gravidez na adolescncia;
5. Abusos sofridos por crianas e esposas;
6. Deficincia infantil no aprendizado escolar.
Sete dos professores pesquisaram as reas acima e o oitavo resumiu os resultados, que foram
publicados num livro intitulado The Social Importance of Self-Esteem (A Importncia Social da AutoEstima).(3) Esta pesquisa confirmou a relao entre a auto-estima e os problemas sociais?
David L. Kirk, colunista do jornal San Francisco Examiner, disse rudemente:
Esse... volume erudito, The Social Importance of Self-Esteem, resume todas as pesquisas sobre o
assunto numa ridcula abordagem maante de cientistas pretensiosos. Economize seus 40 dlares que
o livro custa e conclua: H pouqussima evidncia de que a auto-estima seja a causa de nossos
males sociais. (nfase acrescentada.)
Mesmo tendo procurado uma conexo entre a baixa auto-estima e o comportamento problemtico,
eles no puderam encontrar uma relao de causa e efeito. (Contudo, estudos mais recentes indicam
uma clara relao entre o comportamento violento e a alta auto-estima.) Apesar disso, a f na autoestima no morre, e as escolas continuam a trabalhar para elevar a auto-estima.
Pior do que a continuao nos ensinamentos da auto-estima no mundo a confiana que cristos
professos continuam a depositar nos ensinamentos da autovalorizao e do amor a si prprios. Assim,
o movimento secular da auto-estima no um ataque frontal contra a Bblia com linhas de batalha
claramente demarcadas. Ao invs disso, habilidosamente subversivo, e realmente no obra de
carne e sangue, mas dos principados e potestades, dos dominadores deste mundo tenebroso, das
foras espirituais do mal nas regies celestes, como Paulo diz em Efsios 6.12. Lamentvel que
muitos cristos no esto alertas para os perigos. Muitos mais do que podemos enumerar esto sendo
sutilmente enganados por um outro evangelho: o evangelho do ego
340

O amor bblico
Jesus convida os Seus para um relacionamento de amor com Ele e de um para com o outro. A alegria
dos Seus deve ser encontrada nEle, no em si mesmos. O amor vem de Seu amor por eles. Assim o
amor deles, de um para o outro, no vem do amor-prprio e da auto-estima, tampouco aumenta a
auto-estima. A nfase est na comunho, na frutificao e na prontido para ser rejeitado pelo mundo.
A identificao do crente est em Jesus ao ponto de sofrer e segui-lO at a cruz. Somente atravs da
semntica forada, da lgica violentada e da exegese ultrajada algum pode querer demonstrar que a
auto-estima bblica ou mesmo parte da tradio ou do ensino da igreja.
O foco do amor na Bblia para cima e para fora ao invs de ser para dentro. O amor tanto uma
atitude como uma ao de uma pessoa para com a outra. Embora o amor possa incluir sentimentos e
emoes, ele essencialmente uma ao determinada pela vontade para a glria de Deus e para o
bem dos outros. Assim, quando Jesus disse: "Amars, pois o Senhor, teu Deus de todo o teu corao,
de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua fora" (Mc 12.30), Ele quis explicar que
todo o nosso ser deve estar comprometido para amar e, portanto, agradar a Deus. O amor a Deus
expresso com um corao agradecido e determinado a fazer o que agrada a Ele de acordo com o que
est revelado na Bblia. No se trata de um tipo de obedincia mecnica, mas de um desejo para
conformar-se Sua graciosa vontade e de concordar que Deus a fonte e o padro para tudo que
certo e bom.
A segunda ordem uma extenso ou expresso da primeira: "Amars o teu prximo como a ti mesmo"
(Mc 12.31). Joo acrescentou detalhes a respeito. Ele descreveu a seqncia do amor. Em contraste
com os mestres do amor-prprio, que dizem que as pessoas no podem amar a Deus e aos outros at
que amem a si mesmas, Joo diz que o amor comea em Deus e, ento, se estende aos outros: "Ns
amamos porque ele nos amou primeiro. Se algum disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmo,
mentiroso; pois aquele que no ama a seu irmo, a quem v, no pode amar a Deus, a quem no v.
Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame tambm a seu irmo"
(1 Jo 4.19-21).
Deus nos amou primeiro, o que nos capacita a am-lO, o que se expressa, ento, em amar uns aos
outros.
Desde o primeiro flego de Ado, os homens foram destinados a viver em relacionamento com Deus, e
no como egos autnomos. A Bblia inteira est apoiada nesse relacionamento, porque aps
responder ao fariseu, afirmando que o grande mandamento amar a Deus e o segundo amar ao
prximo como a si mesmo, Jesus acrescentou: "Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os
Profetas " (Mt 22.40). Jesus veio para nos livrar do ego e para restabelecer esse relacionamento de
amor para o qual fomos criados. Durante sculos, foram escritos livros sobre amar a Deus e uns aos
outros. Contudo, atualmente, cada vez mais, a igreja est sendo inundada por literatura ensinando-nos
como amar-nos melhor, nos estimarmos mais, aceitar-nos como somos e desenvolvermos o nosso
prprio valor. (Martin e Deidre Bobgan BDM 12/97 extrado e/ou adaptado das edies 3-4 e 5-6/96
da PsychoHeresy Awareness Letter - http://www.chamada.com.br).
Notas:

1. California Task Force to Promote Self-Esteem and Personal and Social Responsibility. "1987
Annual Report to the Governor and the Legislature", p.V.

2. Andrew M. Mecca, "Chairmans Report". Esteem, Vol.2, n 1, fevereiro de 1988, p.1.


3. Andrew M. Mecca, Neil J. Smelser e John Vasconcellos, eds. The Social Importance of SelfEsteem. Berkeley: University of California Press, 1989.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, Fevereiro de 1999.

341

Sou um Fundamentalista?
- Dave Hunt Voc um fundamentalista!" A acusao me foi dirigida quando ainda era um calouro da universidade,
recm-sado do servio militar, em 1947. Da maneira como ela foi feita, com tamanho desprezo,
nenhuma explicao foi necessria para compreender que ser rotulado de "fundamentalista" era um
dos mais terrveis insultos no orgulhoso mundo acadmico. Respondi algo como: "Se ser
fundamentalista significa aderir aos slidos fundamentos da matemtica, da contabilidade, da qumica
ou de qualquer outra cincia, ento aceito alegremente o ttulo. E j que a Bblia literalmente a
Palavra de Deus e inerrante (sem erros), a nica escolha inteligente aceit-la e permanecer fiel aos
seus fundamentos". Essa resposta apenas aumentou a frustrao e a ira dos que debatiam
acaloradamente comigo j por duas horas.
A ocasio foi o primeiro encontro da "Hora dos Crticos", uma novidade que havia sido criada
recentemente por alunos e professores da universidade para ridicularizar e desacreditar a Bblia. Entre
os espectadores havia um bom nmero de crentes que eu conhecia do grupo cristo do campus, mas
nenhum deles disse uma palavra sequer. Fiquei sozinho naquele auditrio, sendo alvejado com
argumentos de todos os lados, todos favorveis evoluo e ao atesmo. Sendo um ingnuo jovem de
21 anos, fiquei chocado com a animosidade to abertamente demonstrada contra a Bblia e contra o
Deus da Bblia.
Naquele ponto da minha vida, mal ouvira falar de Harry Emerson Fosdick, pastor da Primeira Igreja
Presbiteriana de Nova Iorque, uma pessoa-chave no liberalismo/modernismo americano. Tampouco
fazia idia da crescente rejeio da infalibilidade da Bblia entre muitas pessoas que se chamavam
cristos. O nome de J. Gresham Machen era-me completamente desconhecido. Portanto, nada sabia
acerca da batalha perdida que ele sustentara no Seminrio de Princeton, na dcada de 1920, contra as
heresias que levaram aquela escola a tornar-se completamente liberal e que alcanaram a maioria das
igrejas presbiterianas.

Cristianismo com "roupagem" moderna


Os servos mais eficientes de Satans so mestres em ambigidades. Fosdick reivindicava honrar a
doutrina, mas ao mesmo tempo advertia sobre o "perigo de dar nfase demais doutrina..." Ele
afirmou que "nada realmente importa na religio, a no ser aquelas coisas que fomentam o bem
individual e pblico... e o progresso social."(1) Fosdick foi reconhecido naquele tempo pela maioria dos
cristos verdadeiros como o incrdulo que realmente era. Mas, Norman Vincent Peale, no menos
herege que Fosdick, conseguiu achar aceitao virtualmente em toda parte, bem como seu famoso
discpulo Robert Schuller.
O modernista toma as ltimas idias do mundo secular e enganosamente as veste com linguagem
crist. Ningum tem feito isso com maior perfeio do que os atuais psiclogos cristos, que de algum
modo tomam teorias anticrists de inimigos declarados do Evangelho e as "integram" teologia. Peale
foi o primeiro a fazer isso. Em 1937, ele fundou uma clnica "crist" de psiquiatria em sua igreja. A
clnica tornou-se modelo para numerosas outras semelhantes, as quais tm gerado fortunas para seus
fundadores.
Machen foi exato ao demonstrar que a intimidao pela cincia e o desejo de obter aceitao e
respeito na comunidade acadmica tm resultado em comprometimentos, que na prtica
342

descaracterizam o Evangelho. Essa nsia tem influenciado cada vez mais os seminrios e faculdades
crists. Machen acusou os liberais de "tentar remover do cristianismo todas as coisas que no possam
ser aceitas pela cincia."(2)
Muitos dos evanglicos de hoje em dia parecem pensar que os cientistas sabem mais sobre o
Universo do que o prprio Criador. Ser que a Bblia frgil devido ignorncia de Deus? O resultado
um comprometimento fatal para a verdadeira f. Temos observado isso na aceitao da evoluo
testa por parte da revista "Christianity Today" (Cristianismo Hoje), dos "Promise Keepers"
(Guardadores de Promessas) e de muitos seminrios e universidades crists, mesmo que ela
contradiga plenamente a Bblia e subverta o Evangelho. O mesmo comprometimento ocorre quando se
questiona a narrativa bblica do dilvio.
Billy Graham, que h dcadas abandonou sua posio fundamentalista, recentemente disse no estar
certo se o dilvio de No foi realmente de mbito mundial. O New Bible Commentary da InterVarsity
tambm afirma: "A narrativa (bblica) no relata diretamente um dilvio universal..." A Bblia, ao
contrrio, no deixa espao para tais devaneios:
"...tudo o que h na terra perecer" (Gn 6.17). "...e da superfcie da terra exterminarei todos os
seres que fiz" (Gn 7.4). "...e os montes foram cobertos. Pereceu toda carne..., ficou somente
No, e os que com ele estavam na arca" (Gn 7.20-23).
As instrues de Deus para No, de que trouxesse um par de cada espcie para a arca, s tm
sentido se o dilvio atingiu o mundo inteiro. Deus prometeu no voltar a destruir a terra por gua
novamente (Gn 9.11), todavia tm havido muitas enchentes regionais desde aquele tempo. A
destruio futura do mundo, conforme profetizada por Pedro, seria apenas um incndio localizado, se o
dilvio com que comparado foi limitado (2 Pe 3.6-7). Finalmente, Jesus compara Seu futuro
julgamento da humanidade ao dilvio (Mt 24.38-41).

Um cristianismo sem inerrncia


Temos que crer na Bblia inteira. Isto fundamentalismo bblico. Se Gnesis no exato em cada
detalhe, em qual parte da Bblia poderemos confiar, ento? Se a Bblia est errada quanto origem do
homem e seu pecado, como poderemos confiar no que ela diz sobre a sua redeno e seu destino
eterno? Na verdade a Bblia est absolutamente certa em tudo que declara.
Se as ltimas descobertas da cincia concordam ou no com a Bblia, isso no deve inquietar ao
fundamentalista. Como confiamos em Deus, no somos intimidados pelos homens. S um tolo trocaria
a Palavra infalvel de Deus pelas opinies mutveis e falveis dos homens. Os cientistas cometem
erros e muitas vezes so condicionados por preconceitos. No seu livro Great Feuds in Science, o
historiador Hal Hellman documenta que at os maiores cientistas tm sido "influenciados por orgulho,
ambio, cobia, inveja e at por evidente impulso de estar certo".(3)
Tragicamente, diminui gradativamente o nmero de cristos que ainda defendem a inerrncia bblica e
a sua suficincia, como Harold Lindsell documenta em The Battle for the Bible. O Seminrio Teolgico
Fuller um exemplo citado por ele. Podemos dizer com certeza que para as multides envolvidas no
atual movimento evanglico a inerrncia raramente se constitui num problema, pois tais pessoas se
apiam em experincias e emoes mais que em doutrina. Para muitos atualmente, o amor por Jesus
um maravilhoso sentimento, divorciado completamente da verdade que Jesus afirma ser. No livro
The Bible in the Balance, Lindsell confessa que "a palavra evanglico tem se tornado to desonrada
que perdeu sua utilidade... Talvez seja melhor adotar a palavra fundamentalista, mesmo com todos os
ataques depreciativos que tem sofrido por parte dos seus crticos".

Motivos de rejeio do fundamentalismo


O fundamentalismo tem sido estigmatizado por duas razes: 1- alguns cristos fundamentalistas so
fanticos e afastam-se de outros cristos de uma forma insensata e anti-bblica; e 2- por causa do
exemplo do fundamentalismo muulmano, que apregoa que todos precisam adotar as mesmas roupas
e costumes que Maom adotou no sculo VII. Consagrados que so ao alvo islmico de conquistar o
343

mundo pela fora, esses muulmanos fundamentalistas so responsveis por muitos dos atuais atos
de terrorismo. Por conseqncia, tambm os cristos fundamentalistas, cuja lei maior o amor, so
freqentemente retratados com estas mesmas cores de fanatismo.

Um cristianismo de popularidade
Todos que desejam confiar e obedecer Palavra de Cristo e que querem ser Seus verdadeiros
discpulos (Jo 8.31-32), precisam estar prontos a permanecer sozinhos, como Daniel e seus amigos.
Com medo de serem diferentes, muitos cristos seguem a multido. Famintos pelos louvores deste
mundo, eles amam "mais a glria dos homens, do que a glria de Deus" (Jo 12.43). C.H. Spurgeon
ficou virtualmente sozinho, abandonado mesmo pelos seus ex-alunos e amigos, quando foi censurado
pela Unio Batista Britnica, por sua indisposio em tolerar a apostasia dentro daquele grupo. A. W.
Tozer declarou, pouco antes de morrer: "por causa do que tenho pregado no sou bem recebido em
quase nenhuma igreja na Amrica do Norte." Que acusao contra aqueles pastores e igrejas!
Cristo advertiu: "Ai de vs, quando todos vos louvarem! porque assim procederam seus pais
com os falsos profetas" (Lc 6.26). Ele afirmou que a verdadeira f em Deus impossvel quando ns
aceitamos "glria uns dos outros", e, contudo, no procuramos "a glria que vem do Deus nico"
(Jo 5.44). John Ashbrook escreve que o "novo evangelicalismo est determinado a impressionar o
mundo com seu intelectualismo. Ele tem estado a buscar o respeito da comunidade acadmica.
Determinou ganhar glria nas fontes do ensino secular."(4) Carl Henry observou que "em
conseqncia da crescente atitude de tolerncia... a f crist foi embalada de forma a facilitar sua
comercializao."(5)
O nico inimigo do liberalismo a firme adeso do fundamentalismo autoridade e suficincia das
Escrituras. D. Martyn Lloyd-Jones lamenta o fato de que muitos evanglicos mudaram de "pregar" para
"compartilhar" a Palavra de Deus, o que sutilmente transfere a autoridade da Palavra de Deus para a
experincia e opinio humanas.(6) Tal comprometimento, alm de no ajudar o incrdulo a enxergar a
luz; ainda o deixa mais cego. Essa tolerncia estimula a resistncia dos homens em se submeterem
autoridade de Deus. O liberalismo, inevitavelmente, endurece cada vez mais contra a verdade.
Podemos ver isso atualmente em todo o mundo.

A tolerncia quanto ao homossexualismo


A aceitao de homossexuais, em nome da tolerncia e do liberalismo, tem produzido uma intolerncia
cada vez maior contra qualquer outro ponto de vista. O mundo inteiro, que por milhares de anos
considerou o homossexualismo como antinatural e vergonhoso, agora est sendo forado a abandonar
tal convico. Os homossexuais, que reivindicavam tolerncia, tm se mostrado totalmente intolerantes
na medida em que conquistam poder. Eles atacam com malcia, verbal e fisicamente, qualquer pessoa
que queira manter uma opinio independente.
O mundo tem sido coagido a garantir privilgios especiais aos homossexuais, apesar do estilo de vida
"gay" ser cheio de prticas nocivas, levando proliferao de doenas que ameaam a sociedade em
geral e reduzem pela metade a expectativa de vida das pessoas. A incurvel AIDS, embora se
propague em propores epidmicas, afetando inocentes e sendo fatal para todos que a contraem,
tratada com um sigilo perigoso e um status privilegiado, devido sua penetrao entre os
homossexuais.

A tolerncia quanto ao evolucionismo


Vemos a mesma intolerncia nos evolucionistas que acusam os criacionistas de pensamento bitolado.
A cincia deve promover a liberdade de investigar e aceitar os fatos. Mas, em nome da cincia, a teoria
da evoluo ensinada s crianas nas escolas pblicas como fato, enquanto as evidncias contra ela
so omitidas e a alternativa bblica e racional da criao de Deus no admitida nem considerada.

344

A situao na Rssia
Numa recente viagem a Rssia, um dos principais responsveis pelo sistema educacional nos disse o
seguinte: "Por setenta anos vimos os frutos da imposio dogmtica de apenas uma opinio aos
alunos. Estamos cheios disso e ansiosos para considerar as alternativas". O colapso do comunismo
deixou um vcuo moral que a Rssia est tentando preencher com os ensinos da Bblia.
Paradoxalmente, as escolas da Rssia agora acolhem os mesmos ensinos morais e da criao que
esto banidos das escolas americanas! No podemos saber quanto tempo isso vai durar. A Igreja
Ortodoxa Russa, intolerante e firmemente contrria ao Evangelho, est procurando retomar o
monoplio da religio e alguns evanglicos americanos esto cooperando com esse sistema
anticristo. Oremos pela Rssia.
O "cristianismo" foi introduzido em 988 d.C. no pas que mais tarde se tornou a Rssia, pelo prncipe
Vladimir. Antes ele havia considerado o islamismo, j que suas vinte esposas no causavam problema
para aquela "f". Mas como o islamismo probe o lcool, ele acabou abraando o "cristianismo" da
Igreja Ortodoxa, onde o lcool corria livremente (muitos monges e sacerdotes bebem intensamente) e
onde a opulncia dos rituais tem um apelo misterioso. Ele decretou uma esposa como "oficial",
mantendo as outras dezenove como concubinas, enquanto usava o lcool livremente. Foi assim que a
Rssia "converteu-se" ao "cristianismo". Em 1988, o milsimo aniversrio desse evento foi celebrado
com pompa e ritual. Billy Graham esteve presente para trazer suas congratulaes. Na ocasio, ele
disse: "Sinto-me profundamente honrado em congratular-me com vocs nesta histrica e alegre
ocasio em que se comemora o milsimo aniversrio do batismo da Rssia, proporcionado pelo
batismo do prncipe Vladimir, de Kiev..."(7)
A Igreja Ortodoxa, assim como o catolicismo romano, inimiga jurada do Evangelho. Ela tem mantido
o povo russo na escravido e na superstio, ensinando-o a buscar nela a salvao, beijando seus
cones, pagando por oraes e sacramentos. Embora rejeite o purgatrio do catolicismo, ensina que,
atravs de nossas oraes, as almas podem ser resgatadas do inferno para o cu.
Visitamos, nas proximidades de Moscou, o centro da Igreja Ortodoxa, com seu seminrio e muitas
igrejas. Monges com quem falei explicaram que a morte de Cristo possibilitou a nossa entrada no cu,
desde que fssemos batizados, participssemos dos sacramentos e "vivssemos o Evangelho". Para
eles, a porta que Cristo abriu est no cume duma alta escada que precisamos subir pelos nossos
prprios esforos, obedecendo Igreja e auxiliados por ela.
Fui um dos preletores numa conferncia em Moscou que atraiu pastores e membros de igrejas de toda
a Rssia. Havia uma indisfarvel expectativa de que a Palavra de Deus fosse ensinada. Eu expus
abertamente os ensinos e prticas no-bblicas da Igreja Ortodoxa Russa que (como a Igreja Catlica
no Ocidente) perseguiu e assassinou multides de verdadeiros cristos. A Igreja Ortodoxa, que
estabeleceu parceria tanto com os czares como com os comunistas que os sucederam, pressionou o
presidente Yeltsin a favor da nova lei que suprime a liberdade religiosa (essa lei est sendo atualmente
implementada em pequenas cidades fora de Moscou). Centenas de fitas de vdeo e de udio de nossa
conferncia esto sendo distribudas por toda a Rssia. Oremos para que dem frutos!

Fundamentalismo no negociar o inegocivel


Como avisamos aos irmos e irms da Rssia, o verdadeiro "crer no Senhor Jesus Cristo" para a
salvao tem que ser uma profunda convico e no apenas uma mera preferncia. E esta corajosa
convico certamente ser seguida de grande oposio e terrvel violncia da parte de Satans e da
carne. Lembrando que a eternidade nos espera em breve, jamais devemos trocar o eterno "muito bem,
servo bom" de Deus pela aprovao dos homens nesta vida to curta. A plenitude de vida, tanto agora
como por toda a eternidade, tanto para ns mesmos como para as pessoas a quem temos a
oportunidade e a responsabilidade de influenciar, depende desta verdade inegocivel. (TBC 8/98
publicado anteriormente em portugus no Jornal Fundamentalista Unio Bblica Fundamentalista
Cx. Postal 567 60001-970 FORTALEZA CE
0 ++ (85) 214-1412) - e-mail: fundamentalistas@bol.com.br
Dave Hunt
345

Notas:
1. Christian History, Edio 55, Vol. XVI, No. 3, p. 36.
2. Ibid.
3. The Bulletin, (Bend, OR, 4/7/98), A7.
4. New Neutralism II, 8.
5. World (11/3/89), 7.
6. Ian Murray, David Martyn Lloyd-Jones: The Fight of Faith, p. 667.
7. Foundation (9/98), 4.
Revista Chamada da Meia-Noite, julho de 1999

346

Sob uma mscara de terminologia crist, uma variada gama de psicoterapias est assolando a Igreja,
levando os crentes a afastarem-se de Deus e a voltarem-se para si mesmos. Dentre elas, as mais
nocivas so as terapias regressivas, criadas para sondar o inconsciente do indivduo procura de
lembranas escondidas que supostamente causam males que vo desde a depresso, os acessos de
ira e at as ms condutas sexuais, e por isso devem ser reveladas e "curadas". Estas ramificaes de
teorias freudianas e jungianas, baseadas no ocultismo e que h dcadas vm causando um impacto
destrutivo na sociedade, esto agora fazendo estragos dentro da Igreja.

A "cura interior"
Uma forma popular de terapia de regresso a chamada "cura interior", introduzida na Igreja pela
ocultista Agnes Sanford (veja A Seduo do Cristianismo). Depois de sua morte, [essa terapia] foi
levada avante pelos que foram influenciados por ela, tais como os terapeutas leigos Ruth Carter
Stapleton (irm do ex-presidente americano Jimmy Carter N. R.), Rosalind Rinker, John e Paula
Sandford, William Vaswig, Rita Bennett e outros. A cura interior, no incio predominante entre igrejas
carismticas e liberais, espalhou-se amplamente nos crculos evanglicos, onde praticada de forma
mais sofisticada por psiclogos como David Seamonds, H. Norman Wright e James G. Friesen, e
igualmente por terapeutas leigos como Fred e Florence Littauer. A insistncia veemente dos Littauer de
que rara a pessoa "que pode dizer que verdadeiramente teve uma infncia feliz", certamente
condiciona seus aconselhados a recobrar memrias traumticas e infelizes.
Mesmo que fosse possvel, com preciso e segurana, deveramos sondar o passado para trazer
tona memrias esquecidas? Notoriamente, a memria enganosa e est a servio do ego. fcil
persuadir algum a "lembrar-se" de algo que jamais pode ter ocorrido. Pela sua prpria natureza, tal
como outras formas de psicoterapias, a cura interior cria falsas memrias. Alm disso, por que dever
algum revelar a lembrana de um abuso passado para que possa ter um bom relacionamento com
Deus? Onde se encontra isto na Bblia? Se parcelas do passado devem ser "lembradas", por que no
cada detalhe? Essa tarefa se mostraria impossvel. Entretanto, uma vez aceita esta teoria, jamais se
ter certeza de que algum trauma no continue escondido no inconsciente um trauma que detm a
chave do bem-estar emocional e espiritual!

"...as coisas antigas j passaram..."


Contrastando com esta idia, Paulo esquecia-se do passado e prosseguia para o prmio prometido (Fp
3.13-14) a todos quantos amam a vinda de Cristo (2 Tm 4.7-8). As conseqncias do passado so
insignificantes se os cristos so verdadeiramente novas criaturas, para quem "as coisas antigas j
passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5.17). Investigar o passado de algum a fim de achar
uma "explicao" para o seu comportamento atual choca-se com o ensino completo das Escrituras. Se
bem que possa parecer uma ajuda por algum tempo, na realidade, est tirando da pessoa a soluo
bblica atravs de Cristo. O que importa no o passado, e sim o nosso relacionamento pessoal com
Cristo agora.
347

Mesmo assim, muitas pessoas afirmam ter sido ajudadas pela terapia regressiva. Descobrir a "causa"
em um trauma passado (seja real ou uma "memria" implantada por sugesto no processo teraputico)
pode produzir uma mudana de atitude e de comportamento por algum tempo. No entanto, mais cedo
ou mais tarde, voltar a depresso ou a ira, a frustrao ou a tentao, levando a pessoa a renovar a
busca no passado para descobrir o trauma "chave" cuja lembrana ainda no foi revelada. E assim
continuamente.

"Hiatos de memria"?
Em harmonia com o princpio freudiano de toda "cura interior", o livro Freeing your Mind from Memories
that Bend (Libertando Sua Mente de Memrias que Aprisionam) de Fred e Florence Littauer apresenta
a tese de que revelar as memrias ocultas a chave para o bem-estar emocional e espiritual. Eles
sugerem que quaisquer "hiatos de memria" da infncia indicam a probabilidade de abuso (com
grande possibilidade de ser na rea sexual). Por esta definio, todos ns fomos abusados, pois a
maioria de ns no se consegue lembrar de cada casa em que moramos, de cada escola onde
estudamos, de cada professor e colega de aula, de cada passeio com a famlia quando ramos
crianas. Ensinar que estes "hiatos de memria" indicam perodos de abuso encobertos na lembrana,
como fazem os Littauer, contrrio ao senso comum, sem respaldo cientfico e sem apoio bblico.

Quatro Temperamentos, Astrologia e Testes da Personalidade


Os Littauer, como tantos outros autores neste campo, baseiam sua abordagem nos chamados quatro
temperamentos. Essa teoria sobre a personalidade, j h muito desacreditada, surgiu da antiga crena
grega de que o universo fsico era composto de quatro elementos: terra, ar, fogo e gua. Empdocles
relacionou-os com quatro divindades pags, enquanto Hipcrates associou-os aos que eram
considerados, na poca, os quatro humores do corpo: sangue (sangneo), fleuma (fleumtico), blis
amarela (colrico) e blis negra (melanclico). Estas caractersticas eram ligadas aos signos do
zodaco.
Apesar da falta de base cientfica para os quatro temperamentos, muitos psiclogos cristos e
"curadores" leigos, no entanto, confiam neles plenamente e fazem deles a base para "classificao da
personalidade" e a chave para o discernimento comportamental. Contudo, como salientam Martin e
Deidre Bobgan em seu excelente livro Four Temperaments, Astrology & Personality Testing (Quatro
Temperamentos, Astrologia e Testes da Personalidade):
A palavra temperamento vem do latim temperamentum, que significava "combinao apropriada". A
idia era que se os fluidos corporais fossem temperados, isto , reduzidos em sua intensidade
contrabalanando os humores uns com os outros, ento ocorreria a cura...
Pensava-se que at mesmo as posies dos vrios planetas alteravam para melhor ou pior tais
fluidos...
Os quatro temperamentos j tinham sido virtualmente descartados aps a Idade Mdia... at que
alguns extravagantes os descobriram no ba do passado e os colocaram no mercado na linguagem do
sculo XX... [Recentemente] os temperamentos experimentaram um renascimento... entre astrlogos e
cristos evanglicos... Os quatro temperamentos so a parte da astrologia tornada palatvel para os
cristos.

Versculos fora do contexto


Tal como outros psiclogos cristos e praticantes leigos da cura interior, a teoria e prtica dos Littauer
no provm de uma exegese cuidadosa das Escrituras, mas eles citam, de vez em quando, um
versculo isolado na tentativa de dar aparncia de apoio bblico. Por exemplo, eles citam parte de um
versculo "Eu, o Senhor, esquadrinho o corao, eu provo os pensamentos [do homem]" (Jr
17.10) que aparece logo abaixo do ttulo do segundo captulo: "Examinando-nos a ns mesmos". Na
realidade, esse texto bblico ope-se idia de nos esquadrinharmos a ns mesmos. Somente Deus
pode compreender e esquadrinhar os nossos coraes. "Enganoso o corao, mais do que todas
348

as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecer? Eu, o Senhor, esquadrinho o


corao... para dar a cada um segundo... o fruto de suas aes" (Jr 17.9,10).
O contexto destes dois versculos desmente a aplicao feita no s pelos referidos autores, mas
tambm por outros bem-intencionados "praticantes da cura interior". Deus amaldioa quem confia em
qualquer outra coisa e abenoa aqueles que confiam exclusivamente nEle. Quanto a estes, segundo a
Sua promessa, "sero como rvore plantada junto s guas, e [nunca] deixaro de dar fruto" (Jr
17.8). Uma vida frutfera (amor, alegria, paz, etc.) produzida pela obra do Esprito de Deus na vida
dos que submetem a Ele seus coraes enganosos! Em lugar algum a Bblia diz que fazer testes de
personalidade e conhecer o "temperamento" de algum ajuda Sua obra em ns.
Os Littauer tm extrema dificuldade em encontrar textos, ainda que remotamente apropriados, e por
isso so forados ao mau emprego da Bblia. Tomando mais um exemplo, o captulo intitulado "As
Lembranas Mais Remotas" iniciado com o versculo "Lembro-me destas coisas e dentro de
mim se me derrama a alma" (Sl 42.4). Davi, na realidade, nem se refere s suas "lembranas mais
remotas", e sim s crticas e ao escrnio atuais que est sofrendo daqueles que "dizem
continuamente [isto , presentemente]: O teu Deus, onde est?" O versculo "Escreve num livro
todas as palavras que eu disse" (Jr 30.2), citado logo abaixo do ttulo do captulo "Pronto, Objetivo,
Escreva". Este captulo fala sobre "examinar o seu passado" e "anotar as suas emoes" nada
poderia estar mais distante de Jeremias escrevendo as Escrituras sob a inspirao do Esprito Santo!

Leo, castor, lontra e co de caa?


Os autores mencionados so apenas um exemplo dentre um exrcito de praticantes da cura interior,
quer sejam psiclogos cristos ou cristos leigos, os quais, embora possam ser sinceros, esto
desviando milhes de cristos. Gary Smalley e John Trent, sucessos de vendas na rea de psicologiapop, fortemente promovidos por James Dobson, apresentaram os seus prprios temperamentos,
baseando-se em quatro tipos de animais: leo, castor, lontra e co de caa!

Tipos de personalidade
Presumivelmente, descobre-se "o tipo de personalidade" ou "temperamento" de um indivduo atravs
de um teste do perfil da personalidade, tais como: Indicador do Tipo Myers-Briggs (ITMB), Anlise do
Temperamento Taylor-Johnson (ATTJ), Sistema do Perfil Pessoal (SPP), Teste do Perfil da
Personalidade (TPP), Perfis Pessoais Bblicos (PBB), etc. Os testes de personalidade, embora
populares, so duvidosos. A personalidade humana com sua capacidade de escolha e um corao do
qual Deus diz que "mais enganoso do que todas as coisas" resistem s frmulas predicativas e so
por demais complexos para serem enquadrados em categorias. At mesmo as classificaes
supostamente promissoras de pessoas como Personalidades do Tipo A (suscetveis a ataques
cardacos), Tipo B (menos suscetveis) e Personalidades Suscetveis ao Cncer, etc., esto sendo
rejeitadas pela impossibilidade de correlacionar cientificamente a doena com "o tipo de
personalidade".
Um grande nmero de autores cristos populares e palestrantes como o psiclogo H. Norman Wright e
o analista financeiro Larry Burkett so os responsveis pela promoo destes testes incorretos e
nocivos. As teorias dos quatro temperamentos e da classificao da personalidade banalizam a alma e
o esprito humanos e fornecem desculpas para um comportamento no-cristo. O foco est no eu,
analisando-se as emoes, a personalidade e a infncia da pessoa na tentativa de descobrir por que
ela pensa e faz o que faz.

O foco em Deus, em Cristo e em Sua Palavra


Ao contrrio, a Bblia coloca o foco em Deus, em Cristo e em Sua Palavra, transferindo-o de ns para
Ele, do passado para o servio presente, e para a esperana da volta de Cristo. Ao invs de procurar
identificar a personalidade e o temperamento, consultando sistemas especulativos relacionados
psicologia, astrologia e ocultismo, devemos deixar que nossos pensamentos e aes sejam
governados pela suficiente e inerrante Palavra de Deus. A Sua promessa que, se observarmos a
doutrina em Sua Palavra, Ele dirigir nossa vida atravs de "repreenso, correo e educao na
349

justia" (2 Tm 3.16). Como resultado, homens e mulheres de Deus tornam-se maduros, aperfeioados
e preparados para toda boa obra (v. 17). Pedro nos assegura que Deus "nos tem doado todas as
coisas que conduzem vida e piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou
para a sua prpria glria e virtude" (2 Pe 1.3). Jesus declara que aqueles que permanecem em
obedincia Sua Palavra so Seus verdadeiros discpulos, que "conhecem a verdade" e a quem a
verdade libertar (Jo 8.31-32). Somente os que duvidam de tais promessas ou no querem seguir o
caminho da cruz voltam-se para teorias e terapias humanas.

Exemplos bblicos
A Bblia jamais faz aluso aos tipos de personalidade, nem classifica as pessoas segundo habilidades
ou fraquezas como meio de identificar-lhes a capacidade e prognosticar-lhes o sucesso ou o fracasso
na obra de Deus. Rejeitando a armadura de Saul, com apenas uma funda e cinco pedras, Davi subiu
contra Golias, poderosamente armado, que aterrorizava todo o exrcito de Israel. Qual foi o segredo?
"Eu, porm, vou contra ti em nome do Senhor dos Exrcitos... Hoje mesmo, o Senhor te
entregar nas minhas mos" (1 Sm 17.45-46). A confiana de Davi estava no Senhor e no em si
prprio. Mesmo que Davi no fosse hbil na funda, Deus o capacitaria a acertar o alvo. Paulo chegou
ao ponto de afirmar que Deus lhe dissera que o Seu poder se aperfeioava na fraqueza de Paulo. Da
sua declarao: "...quando sou franco, ento, que sou forte" (2 Co 12.10). Tais afirmativas
refutam todo o fundamento lgico dos testes de personalidade, da identificao dos temperamentos,
da auto-estima e do aumento do valor-prprio.
A Bblia est repleta de exemplos de homens e mulheres odiados, abusados e renegados pelos seus
prprios familiares homens e mulheres solitrios, sem amigos, faltos de talentos ou capacidade, mas
que triunfaram nas maiores adversidades porque confiavam em Deus. Estes heris e heronas da f
desmentem a focalizao no ego humanista e antibblica, que a base de todas as psicologias pop da
cura interior. Moiss apenas um exemplo dentre muitos outros.

O libertador Moiss
Quando Deus o chamou para ir ao Egito para libertar o Seu povo, Moiss alegou ser incapaz de tal
misso e pediu-Lhe que escolhesse outra pessoa (x 3.11; 4.10-13). Por acaso Deus lhe aplicou
algum teste de personalidade para mostrar que Moiss tinha aptido? O Senhor tratou da frgil autoestima de Moiss ou do seu baixssimo valor-prprio? Ele lhe receitou a cura interior para libert-lo das
memrias encobertas por ter sido abandonado pelos seus pais e criado num lar adotivo, e da falta de
identidade prpria resultante disto? Foi-lhe ministrado um curso de auto-aperfeioamento,
autoconfiana e sucesso? Pelo contrrio, Deus lhe prometeu: "Eu serei contigo"!
O "aconselhamento" bem-intencionado daqueles que tentam ajudar os cristos a se compreenderem
pela focalizao no eu, na realidade, est privando os aconselhados da presena e do poder divinos
que Moiss experimentou. As foras e fraquezas humanas so irrelevantes neste caso. O que vale
se o poder do Esprito Santo de Deus ou no manifesto na vida da pessoa. Muitos, se no a maioria
dos personagens bblicos, bem como dos heris da f mais recentes, desde os primeiros mrtires at
os grandes pioneiros missionrios do sculo XIX, provavelmente falhariam nos atuais testes dos perfis
de personalidade.
Na verdade, Deus no escolheu Moiss por sua elevada qualificao, mas por ser ele o homem mais
manso na face da terra (Nm 12.3). Por que Deus escolheria tal pessoa para enfrentar Fara, o mais
poderoso imperador da poca, no seu prprio palcio, para libertar Israel de suas garras? Ele o fez
para ensinar os israelitas a confiar nEle e no em homens para seu livramento!

Os heris da f sem "terapias"


Jamais se encontra aluso de que Jos, Davi, Daniel, ou qualquer outro heri da f precisasse de
terapias como as que esto por a, consideradas hoje to vitais e eficazes. Foi quando J teve um
vislumbre de Deus e disse: "Eu me abomino [odeio] e me arrependo no p e na cinza" (J 42.6),
que ele foi restaurado pelo Senhor. Foi tambm quando Isaas teve a viso de Deus e clamou: "Ai de
350

mim! Estou perdido! (Is 6. 1-8) que Deus pde us-lo. Precisamos mudar o foco de nossa ateno,
volvendo os olhos para o Senhor e no para ns mesmos.

Manifestao do poder de Deus em nossa fraqueza


Tenha sede de Deus! Procure conhec-lO! O fruto do Esprito no vem como resultado de
compreendermos a ns mesmos atravs do uso de tcnicas ou anlises humanistas, mesmo
revestidas de linguagem bblica, mas pela manifestao do poder do Esprito Santo em nossa
fraqueza. Seja fraco o suficiente para que Ele possa us-lo! (TBC 2/93, traduzido por David Oliveira
Silva)
Dave Hunt
Revista Chamada da Meia-Noite, agosto de 1998

351

Calar por amor ou falar por causa da


verdade?
- Norbert Lieth Quem se cala diante do pecado, da injustia e de falsas doutrinas no
ama de verdade. A Bblia diz que o amor "...no se alegra com a
injustia, mas regozija-se com a verdade" (1 Co 13.6). Deveramos orar
muito por sabedoria e, com amor ainda maior, chamar a ateno para a
verdade e no tolerar a injustia.
Ao estar em jogo a verdade, Estevo argumentou, mas sempre em amor
a seu povo e com temor diante da verdade em Cristo. O apstolo Paulo
estava disposto a ser considerado maldito por amor ao seu povo, mas
no cedia um milmetro quando se tratava da verdade em Cristo. Jesus
amou como nenhum outro sobre a terra, mas assim mesmo pronunciou
duras palavras de ameaa contra o povo incrdulo, que seguia mais as
tradies e as prprias leis do que a Palavra de Deus. O Dr. John
Charles Ryle, bispo anglicano de Liverpool que viveu de 1816 a 1900,
certa vez disse assim:

Controvrsias religiosas so desagradveis


J extremamente difcil vencer o diabo, o mundo e a carne sem ainda enfrentar conflitos
internos no prprio arraial. Mas pior do que discutir tolerar falsas doutrinas sem protesto
e sem contestao. A Reforma Protestante s foi vitoriosa porque houve discusses. Se
fosse correta a opinio de certas pessoas que amam a paz acima de tudo, nunca teramos
tido a Reforma. Por amor paz deveramos adorar a virgem Maria e nos curvar diante de
imagens e relquias at o dia de hoje. O apstolo Paulo foi a personalidade mais agitadora
em todo o livro de Atos, e por isso foi espancado com varas, apedrejado e deixado como
morto, acorrentado e lanado na priso, arrastado diante das autoridades, e s por pouco
escapou de uma tentativa de assassinato. Suas convices eram to decididas que os
judeus incrdulos de Tessalnica se queixaram: "Estes que tm transtornado o mundo
chegaram tambm aqui" (At 17.6). Deus tenha misericrdia dos pastores cujo alvo
principal o crescimento das suas organizaes e a manuteno da paz e da harmonia.
Eles at podero fugir das polmicas, mas no escaparo do tribunal de Cristo. (de: "Alle
Wege fhren nach Rom")
Norbert Lieth
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, julho de 1998

352

Pensamentos para o Ano Novo


- Norbert Lieth 1."...as coisas antigas j passaram..." (2 Co 5.17). O medo de viver, na verdade, origina-se na culpa
e no pecado. S quem se livrou do fardo do passado pode entrar leve e despreocupadamente pelo
portal de um novo ano. Jesus Cristo grande o suficiente para nos perdoar todos os pecados. Basta
que os confessemos a Ele.
2. "...eis que se fizeram novas..." (2 Co 5.17). Algum disse certa vez: "Um dia pode ser uma prola,
e um sculo, nada." Aquele que entregou sua vida a Jesus ganha a eternidade para si; quem vive sem
Jesus est perdendo tudo desde agora.
3. "Oh! Tomara que me abenoes..." (1 Cr 4.10). Quando o talentoso artista Michelangelo comeou a
maior obra de sua vida na Capela Sistina, pintou primeiro duas mos que abenoavam. Ele sabia o
que tambm ns temos de saber para um novo ano: "Tudo depende da bno de Deus".
4. "O que eu fao no o sabes agora; compreend-lo-s depois" (Jo 13.7). Muitas coisas que
acontecem nos parecem estranhas, muitos caminhos de Deus para conosco parecem ininteligveis,
mas na eternidade vamos entender o porqu, pois Deus jamais erra.
5. "...a vida que agora vivo na carne vivo-a na f do Filho de Deus" (Gl 2.20b, Ed. Rev. e
Corrigida). Para quem vive pela f em Jesus, a f de Jesus passa a se tornar efetiva: no existe f
maior do que essa. Viver com Jesus significa alcanar o alvo, pois Ele o Autor e Consumador da f
(Hb 12.2).
6. "...faa-se a tua vontade..." (Mt 6.10b). Seguir ao Senhor com um corao ntegro e obedecer-Lhe
traz bno nunca imaginada e o melhor pr-requisito para o sucesso espiritual. Dar finalmente o
passo diante do qual vacilamos at agora nos faz felizes e nos conduz liberdade.
7. "Sede vs semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor" (Lc 12.36). William McDonald
disse: "No basta defender a verdade acerca de Sua vinda; essa verdade deve nos dominar". Os
cristos mais ativos e santificados so aqueles que contam com a volta de Jesus e que amam a Sua
vinda. Por isso o pastor Wilhelm Busch recomendava: "Juntem-se aos crentes que esperam pela volta
do Senhor". (Norbert Lieth)
Chamada da Meia-Noite, dezembro de 1998

353

"Porque a nossa luta no contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e


potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as foras espirituais do mal,
nas regies celestes" (Efsios 6.12).
Meus filhos teens estudam no melhor curso de ingls da cidade e todo ano a mesma histria: ao
trmino da ltima aula do ms de outubro, os professores relembram a todos os alunos para
participarem da festa de Halloween a ser realizada na noite de 31 de outubro. "Happy Halloween,
class!" ("Feliz Halloween, turma!"), conclui o entusiasmado professor.
Anteriormente a festividade era realizada no auditrio, mas no ano passado foi no prdio anexo. Uma
semana antes do Halloween o mesmo transformou-se em uma casa mal-assombrada, que ficou
coberta de plsticos e tecidos pretos e por vrios desenhos escabrosos que lhe davam um aspecto de
terror.
Ser que Halloween realmente uma festa feliz ("happy")? Ou ser que h ocultismo da pesada nas
suas origens? Ser que essa festa envolve celebraes fnebres, consultas aos mortos, louvor
"divindade" da morte e negociatas com entidades do mundo tenebroso? Ser que um evento to
ingnuo como se diz?
A origem do Halloween
O calendrio da bruxaria resume-se no relacionamento da "Grande Deusa" (representada pela Lua e
que nunca morre) com seu filho, o "Deus Chifrudo" (representado pelo Sol e que a cada ano nasce no
dia 22 de dezembro e morre no dia 31 de outubro).[1]
Na roda do ano wicca (bruxaria moderna), o dia 31 de outubro o grande sab (festa) de Samhain
(pronuncia-se "sou-en"). Nessa poca tudo j floresceu e est perecendo ou adormecendo (no
Hemisfrio Norte): "O sol se debilita e o deus est morte. Oportunamente, chega o ano novo da
wicca, corporificando a f de que toda morte traz o renascimento atravs da deusa."[2]
O que Samhain? uma palavra de origem celta para designar "O Senhor da Morte". Os celtas
dedicavam esse ltimo dia de outubro para celebrar a "Festa dos Mortos".
Alto l! Ento, os professores de ingls, ao desejarem um "Happy Halloween!", esto, na verdade,
desejando um "feliz" Samhain? Ou seja, uma "feliz" festa dos mortos? Um "feliz" ano novo da bruxaria?
Um "feliz" dia da morte do "Deus Chifrudo"?
Se todo esse pacote oriundo da religio celta e foi incorporado s doutrinas da bruxaria moderna,
ento precisamos conhecer mais sobre os celtas.

354

Os celtas e o culto aos mortos


O que hoje chamamos de Halloween era o festival celta de Samhain, o "Deus dos Mortos".
possvel rastrear as origens das tribos celtas at a cultura de Tmulos da Idade do Bronze, que
atingiu o seu apogeu por volta de 1200 a.C. Contudo, os celtas no figuram como povo distinto e
identificvel at a poca do perodo de Hallstatt (dos sculos VII a VI a.C.).[3]
Durante o perodo de Hallstatt, os celtas espalharam-se pela Gr-Bretanha, Espanha e Frana. O ano
novo deles comeava no dia 1 de novembro. O festival iniciado na noite anterior homenageava
Samhain, "O Senhor da Morte". Essa celebrao marcava o incio da estao de frio (no Hemisfrio
Norte), com menos perodos de sol e mais perodos de escurido.
Os celtas acreditavam que durante as festividades de Samhain, os espritos dos seus ancestrais
sairiam dos campos gelados e dos tmulos para visitar suas casas e cabanas aquecidas. Os celtas
criam que teriam de ser muito receptivos e agradveis para com os espritos, pois os bons espritos
supostamente protegeriam suas casas contra os maus espritos durante aqueles meses de inverno.
Os celtas tinham medo do Samhain. Para agradar-lhe, os druidas, que eram os sacerdotes celtas,
realizavam rituais macabros. Fogueiras (feitas de carvalhos por acreditarem ser essa uma rvore
sagrada) eram acessas e sacrifcios eram feitos em homenagem aos deuses.[4] Criminosos,
prisioneiros e animais eram queimados vivos em oferenda s divindades.
Os druidas criam que essa era a noite mais propcia para fazer previses e adivinhaes sobre o
futuro. Essa era a nica noite do ano onde a ajuda do "Senhor da Morte" era invocada para tais
propsitos.
Um dos rituais para desvendar o futuro consistia da observao dos restos mortais dos animais e das
pessoas sacrificadas. O formato do fgado do morto, em especial, era estudado para se fazer
prognsticos acerca do novo ano que se iniciava. Essa prtica ocultista aparece no Antigo Testamento
sendo realizada pelo rei da Babilnia: "Porque o rei da Babilnia pra na encruzilhada, na entrada dos
dois caminhos, para consultar os orculos: sacode as flechas, interroga os dolos do lar, examina o
fgado" (Ezequiel 21.21).
Oh! Ento, quando os professores de ingls desejam "Happy Halloween!" classe, esto
indiretamente desejando que seus educandos faam negociatas com espritos do mundo sobrenatural
que supostamente controlam os processos da natureza. E mais: que seus pupilos apaziguem e
acalmem os espritos maus, pedindo proteo aos espritos bons durante aquele novo ano.
Os principais smbolos do Halloween
Com a migrao dos ingleses, e especialmente dos irlandeses, para os Estados Unidos, no sculo XIX,
Halloween foi pouco a pouco tornando-se popular na Amrica.

355

a) "The Jack OLantern" (A Lanterna de Jack)


Esse o nome daquela abbora (jerimum, no Norte e Nordeste) esculpida
com uma face demonaca e iluminada por dentro.
Conta-se uma histria de que Jack era um irlands todo errado, que gostava
de aprontar com todo mundo e chegou a enganar at o prprio Satans.
Quando Jack morreu, no foi permitida sua entrada no cu, nem no inferno.
Satans jogou para ele uma vela para iluminar seu caminho pela terra. Jack
acendeu a vela e a colocou dentro de um nabo, fazendo uma lanterna para
si.
Quando os irlandeses chegaram aos Estados Unidos, encontram uma
carncia de nabos e uma abundncia de abboras. Para manter a tradio
durante o Halloween, passaram a utilizar abboras no lugar de nabos.

"The Jack OLantern" (A


Lanterna de Jack).

b) "Apple-ducking [bobbing for apples]" (mas boiando)


Esse o nome de um ritual que foi incorporado s celebraes de Halloween depois que os celtas
foram dominados pelos romanos. uma homenagem a Pomona, a deusa dos frutos e das rvores,
que era louvada na poca da colheita (novembro). Os antigos geralmente a desenhavam sentada em
uma cesta com frutos e flores. A ma era uma fruta sagrada para a deusa.
Mas ficavam boiando em um barril com gua, enquanto as pessoas mergulhavam seu rosto nela
tentando segur-las com os dentes. Depois faziam adivinhaes sobre o futuro, com base no formato
da mordida.
c) "Trick or Treat" (Travessura ou Trato)
Dos 15 aos 19 anos de idade vivi nos estados de Indiana e do Tennessee vendo a mesma cena se
repetir vrias vezes na noite de 31 de outubro. Crianas da vizinhana, fantasiadas de vrios monstros,
batiam porta e, ao abrirmos, elas nos indagavam: "Trick or Treat?".
Se respondssemos "trick!", elas iniciavam uma srie de travessuras como sujar a grama em frente da
casa com papis e lixo, jogar ovos no terrao, alm de sairem gritando ofensas ingnuas.
Respondendo "treat!", ns lhes dvamos alguns confeitos e elas saam contentes e felizes em direo
prxima casa.
O que no sabamos naquela ocasio, mas sei agora, que aquelas criancinhas simbolizavam os
espritos dos mortos que supostamente vagueavam naquela noite procurando realizar maldades
(travessuras) ou em busca de bom acolhimento (bons tratos). Os celtas deixavam comidas do lado de
fora das casas para agradar os espritos que passavam. Ao recebermos aquelas criancinhas ingnuas
nas nossas casas, estvamos simbolicamente realizando negociatas com principados e potestades do
mundo tenebroso, da mesma forma que os celtas faziam na Antigidade.
Algumas pessoas afirmam que a tradio de "trick or treat" no retrocede aos celtas, sendo mais
recente, introduzida pela Igreja Catlica europia no sculo IX. Na noite anterior ao "Dia de Todos os
Santos" (1 de novembro) alguns mendigos iam de porta em porta solicitando "soul cakes" (bolos das
almas) em troca de rezas pelas almas dos finados daquela famlia. Quanto mais bolos recebiam, mais
rezas faziam.

356

A Igreja Catlica passa a chamar a festa de Halloween


Como uma festividade pag em honra ao "Senhor da Morte" e celebrada
em memria morte do "Deus Chifrudo" foi se infiltrar na Igreja Catlica
Romana?
Em 43 d.C., os romanos dominaram os celtas e governaram sobre a GrBretanha por cerca de 400 anos. Assim, os conquistadores passaram a
conviver com os rituais dos celtas.
Durante sculos, a Igreja Catlica Romana celebrava "O Dia de Todos os
Mrtires" em 13 de maio. O papa Gregrio III (papado de 731-741), porm,
dedicou a Capela de So Pedro, em Roma, a "todos os santos" no dia 1 de
novembro. Assim, em 837, o papa Gregrio IV introduziu a festa de "Todos
os Santos" no calendrio romano, tornando universal a sua celebrao em
1 de novembro. A partir de ento deixou-se de celebrar o "Dia dos
Mrtires" em maio.

Como uma festividade pag


em honra ao "Senhor da
Morte" e celebrada em
memria morte do "Deus
Chifrudo" foi se infiltrar na
Igreja Catlica Romana?

Na Inglaterra medieval esse festival catlico ficou conhecido como "All Hallows Day" ("Dia de Todos os
Santos"). A noite anterior ao 1 de novembro era chamada "Hallows Evening", abreviada "Hallows
Eve" e, posteriormente, "Halloween".
Mais de um sculo aps instituir o "Dia de Todos os Santos", a Igreja Catlica, atravs da sua Abadia
de Cluny, na Frana, determinou que o melhor dia para se comemorar o "Dia dos Mortos" era logo
aps o "Dia de Todos os Santos". Assim, ficou estabelecido o "Dia de Finados" no dia 2 de novembro.
Para a Igreja Catlica, a noite de "Halloween", o "Dia de Todos os Santos" e o "Dia de Finados" so
uma s seqncia e celebram coisas parecidas a honra e a alma dos mortos! O catolicismo tenta
fazer o "cristianismo" e o paganismo andarem de mos dadas!
Concluso
Meus queridos professores de ingls, o que h de to "happy" no Halloween? Onde est a suposta
felicidade transmitida pela festa de Samhain? Pessoalmente, no consigo enxergar nada alm de
trevas espirituais.
Para quem no sente prazer com o sofrimento, "divertida" uma palavra pouco apropriada para
descrever a festa de Samhain, marcada pela angstia, pelo medo, pela depresso, alm das piores
crueldades e contatos com um mundo espiritualmente tenebroso. Nem os celtas simpatizavam com a
festa de Samhain.
O Halloween uma algolagnia* que leva as crianas a se familiarizarem com o sadismo cndido da
infncia e desperta o que existe de pior dentro de cada adolescente. o avesso das relaes sociais
equilibradas! a fuso com a distoro de valores do mundo co, onde seus participantes tornam-se
vtimas espiritualmente impotentes!
O profeta Isaas nos adverte: "Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que
chilreiam e murmuram, acaso, no consultar o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultaro
os mortos? lei e ao testemunho! Se eles no falarem desta maneira, jamais vero a alva" (Isaas
8.19-20). Meu querido leitor, a opo sua: consultar aqueles que tagarelam e consultam mortos e
adivinhos ou confiar no que diz a Lei do Senhor.
A Bblia clara na opo que devemos seguir: "No se achar entre ti quem faa passar pelo fogo o
seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem
encantador, nem necromante, nem mgico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal
coisa abominao ao SENHOR; e por estas abominaes o SENHOR, teu Deus, os lana de diante
de ti. Perfeito sers para com o SENHOR, teu Deus" (Deuteronmio 18.10-13).

357

stamos vivendo em tempos de perverso coletiva, onde a face enganosa de Satans se manifesta
algumas vezes de forma descarada, mas muitas vezes sutilmente e camuflada por trs de um ingnuo
"Happy Halloween!". Que Deus nos livre do mal. Amm. (Dr. Samuel Fernandes Magalhes Costa http://www.chamada.com.br)
Aproveite o perodo anterior a Halloween para distribuir o folheto Halloween no brincadeira
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, setembro de 2004.

358

"No fareis para vs outros dolos, nem vos levantareis imagem de escultura nem coluna, nem
poreis pedra com figuras na vossa terra, para vos inclinardes a ela; porque eu sou o SENHOR,
vosso Deus" (Levtico 26.1).
Enquanto estacionvamos nosso carro ao lado do hotel, na cidade do Juazeiro do Norte,
observvamos que apesar das fortes chuvas de janeiro que tinham cado nos ltimos dias, o cu azulanil com nuvens brancas no tardou em reaparecer no Cariri cearense. Aps o check-in, subimos para
o primeiro andar e, ainda no corredor, caminhando em direo ao nosso apartamento, pude avist-la
ao longe, branquinha, l no topo da Serra do Horto: era a esttua do renomado padre cuja vida estudei
nas ltimas quarenta madrugadas. Esse homem foi o motivo de minha esposa e eu termos viajado 615
quilmetros, do Recife at o Juazeiro do Norte, onde passamos quatro dias pesquisando junto aos
seus romeiros e investigando in loco um pouco mais sobre a vida desse "santo padre do Juazeiro".
Esse sacerdote catlico era de baixa estatura, pele clara, olhos azuis, acompanhado sempre de seu
cajado, usava uma batina preta e um chapu redondo da mesma cor. "Foi detentor de um fortssimo
carisma, sobre as massas populares".[1]
Quem esse homem-dolo? Ningum menos do que o padre Ccero Romo Batista (1844-1934), mais
conhecido por estas paragens como o "Meu Padrinho Padre Ccero", carinhosamente chamado de
Padim Cio, uma das pessoas que mais marcaram a histria e a vida do povo nordestino.
Juazeiro do Norte: Santurio da Idolatria ao Padre Ccero
"Viveu menino pobre s margens do rio salgadinho, cresceu na ribanceira o homem santo
de Cristo. Seu nome percorre veredas no serto pernambucano, Alagoas, Paraba, Sergipe
e Bahia. O Cear exalta o nome do seu filho mais querido. No altar dos santos divinos
um deus-menino jamais esquecido. E quem ele? E quem ele? o padre Ccero Romo,
do Juazeiro do Norte, meu padim, sua bno!". (Trecho da cano "Deus Menino", Chico
Silva).
Localizada a cerca de 540 quilmetros ao sul de Fortaleza, Juazeiro do Norte a segunda maior
cidade do Cear, com cerca de 250 mil habitantes. Sustenta-se do turismo religioso que atrai centenas
de milhares de fiis do "santificado" Padre Ccero. Durante algumas pocas festivas, a cidade chega a
receber dois milhes de romeiros, vindos de todo o Brasil, e alguns do exterior, s para ver, fazer um
pedido ou adorar esse mito nordestino.
Na residncia que foi do Padim Cio, hoje transformada em Museu Padre Ccero, nossa guia turstica
contou-nos que o proco costumava relatar para seus amigos mais ntimos que a cidade do Juazeiro
do Norte era santa e enfeitiada. Dizia que, caso houvesse uma guerra, um manto cobriria toda a
cidade, deixando-a invisvel aos olhos dos inimigos que nunca conseguiriam atac-la. Pensei: Puxa,
essa coisa de manto deixando objetos e pessoas invisveis tpico da srie Harry Potter.
Diariamente, igrejas, monumentos, praas, procisses, novenas, peregrinaes e missas louvam,
agradam e idolatram o "Meu Padim Padre Cio."
359

Apesar da Igreja Catlica no considerar o Padre Ccero Romo Batista um santo, ela no censura os
milhes de devotos que o consideram um santo homem de Deus. Baseado nas missas que assisti,
posso afirmar que a Igreja Catlica em Juazeiro no apenas apia, mas incentiva os romeiros a
venerarem o Padrinho. Qualquer poltico que ousar dizer que o Padre Ccero no santo, dificilmente
ser bem votado na regio do Cariri.
As romarias ao Padre Ccero so vantajosas para todos. A Igreja Catlica, os empresrios, os polticos
e todos os setores da sociedade juazeirense so beneficiados pelo grande fluxo de dinheiro trazido
pelos consumidores desse sacerdote que literalmente abarrotam as ruas e praas dessa cidade.
A imagem do Padim Cio reverenciada e est venda em cada esquina, seja em suvenires,
fotografias, chaveiros, chapus, esteiras, chinelos, jarros, psteres, cermicas, talhas, bolsas, broches
e muitas outras bugigangas. O artesanato uma das principais atividades do Juazeiro e tambm gira
em torno do Padre Ccero. Encontra-se imagens do padre em miniaturas e at em tamanho natural.
Elas esto em p ao lado das portas de entrada de centenas de residncias e de muitas lojas, sem
mencionar as de cera no Museu Vivo.
At os telefones pblicos tm um formato de um cajado com um chapu redondo preto. Certa noite,
durante o jantar, um dos gerentes do hotel nos revelou que naquele estabelecimento havia sessenta
funcionrios fixos e quase trinta porcento deles tinham como seu
primeiro nome Ccero ou Ccera.

O Padre Ccero est presente em cada recndito desta cidade,


semelhante a O Grande Irmo, do clssico 1984, de George Orwell,
a observar todos os habitantes.
Tambm vimos algumas esttuas do Padrinho Cio espalhadas pela
cidade: no alto da Serra do Horto h uma monumental, toda em
concreto, de 25 metros de altura, sendo 17 metros de esttua e 8
Em Juazeiro do Norte at os
metros de pedestal. Na ento Praa Almirante Alexandrino de
telefones pblicos lembram o seu
"santo padre".
Alencar, hoje Praa Padre Ccero, na regio central da cidade, h
uma em bronze em tamanho natural (inaugurada pelo prprio Padre
Ccero em 1925).[2] Na frente da Igreja de Nossa Senhora do Perptuo Socorro, onde o proco est
sepultado, h mais uma protegida por uma caixa de alvenaria com vidro na frente. No jardim diante do
edifcio Balco SEBRAE h mais outra em tamanho natural...

No quesito de quantidade de monumentos a uma s pessoa, Juazeiro do


Norte a Ashgabat* brasileira e o Padre Ccero Romo Batista o
Saparmurad Niazov do Cariri. E no quesito de devoo cega ao seu lder
espiritual, Juazeiro do Norte a Teer nordestina.
Vendo a cidade entregue idolatria, pudemos sentir um pouquinho do
incmodo que o apstolo Paulo sentiu ao visitar Atenas (Atos 17.16).
As Romarias ao Juazeiro do Norte

Esttua do Padre Ccero


em bronze, na Praa
Padre Ccero. No quesito
de monumento sua
prpria pessoa, o Padre
Ccero o Saparmurad
Niazov do Cariri.

"Do mundo inteiro vo pro Juazeiro milhares de romeiros fazer sua


orao. Vo pulsar em f e ajoelhar aos ps do Padre Ccero
Romo. [...] Meu Padim Cio, meu Padim Cio, somos romeiros
pedindo a sua bno. Meu Padim Cio, meu Padim Cio, somos
romeiros sofredores do serto". (Trecho da cano "A Bno do
Padre Ccero", J. Farias e Banda e do poeta compositor Joo
Caetano).
So vrias as romarias feitas a essa "Meca" nordestina durante o ano, porm
o maior fluxo de romeiros concentra-se nos meses de fevereiro, setembro e
360

novembro. A grande leva de romeiros chega a Juazeiro de nibus ou de caminho pau-de-arara. Os


miserveis vm a p mesmo, pelas estradas esburacadas, engolindo poeira e sendo escaldados pelo
sol quente do serto. Durante as romarias, os fiis alugam "ranchos", que so pequenos quartos com
banheiro em que cabem duas pequenas camas.

A quase totalidade dos romeiros e dos juazeirenses composta de um


povo pobre e economicamente sofrido, mas que acredita que dias melhores
viro e, baseado nessa esperana, continua vivendo. Esperam um milagre
do Padrinho. Muitos deixam tudo o que lhes resta aos ps do Padre Ccero.
"A Casa dos Milagres", ao lado da Igreja do Perptuo Socorro, e as "Salas
das Promessas" no Museu Padre Ccero so alguns dos pontos tursticos
da cidade. L observei vrios objetos e centenas de retratos deixados pelos
devotos como agradecimento por supostas bnos alcanadas atravs do
Padre Ccero Romo.
Muitos foram ao Juazeiro e decidiram nunca mais retornar para suas casas.
Vivem hoje amontoados em barracos nas periferias dessa cidade, mas
felizes por estarem prximos do seu "santo padre". Muitos humildes
retornam para seus lares famintos. Dentro de suas geladeiras quebradas
encontram-se caarolas vazias, sobre os foges a lenha apenas panelas de
feijo requentado, e seus filhos esto desnutridos. Mas no prximo
semestre retornaro ao Juazeiro. So esses fiis ingnuos que alimentam e
enchem os bolsos daqueles que promovem a "indstria" de Padre Ccero.

Uma parte de uma das


"salas de promessas".
Devotos deixam objetos
como gratido ao Padrinho
por bnos alcanadas.

A Romaria a Nossa Senhora das Candeias


"Bendita e louvada seja a luz que mais alumeia. Valei-me meu Padrinho Cio e a Me de
Deus das Candeias. [...] os romeiros vo chegando e noite de lua cheia". (Trecho da
cano "Bendita e Louvada Seja", Clemilda).
Estivemos em Juazeiro durante as festividades e a romaria de Nossa Senhora das Candeias (tambm
conhecida como Nossa Senhora da Purificao).

A tradio judaica ensina que o filho varo deveria ser levado ao templo
quarenta dias aps o seu nascimento. J a me, por ser considerada
impura aps o parto, tinha de passar por uma cerimnia de purificao. Nas
procisses catlicas, o povo leva candeias ou luzeiros ou velas acesas para
supostamente iluminar esse trajeto de Maria levando Jesus ao templo.
Na verdade, essa histria de candeias acompanhando a procisso tem sua
origem na mitologia romana, mas foi incorporada celebrao da
Purificao de Maria pelo Papa Gelsio I (que foi papa de 492 a 496).

Uma mulher coloca


temporariamente seu
chapu na cabea de uma
esttua do Padre Ccero. A
outra coloca flores na mo
da esttua.

A mitologia romana relata que Proserpina, filha de Ceres, foi raptada por
Pluto para ser sua companheira no imprio dos mortos (inferno). O povo
romano da Antigidade recordava essa cena levando luzeiros para
supostamente acompanhar o sofrimento da Me Ceres at s portas do
inferno.

O dia de Nossa Senhora das Candeias apenas mais uma festividade


pag adotada pela Igreja Catlica Romana. Outros chamados "dias santos"
para os catlicos tambm tm origens pags, a saber: "o dia de todos os
santos" e o de "finados", entre outros. Mas isso uma outra histria.
Voltemos ao Padre Ccero, do Juazeiro.

361

Em se tratando do Juazeiro do Norte, independente do santo ou da santa conduzidos no andor, o


grande homenageado acaba sempre sendo o "Meu Padim Padre Cio".
Aos Ps da Esttua no Alto do Horto
"Olha l, no Alto do Horto! Ele est vivo, Padim no est morto! Olha l, no Alto do Horto!
Ele est vivo, Padim no est morto! Viva meu Padim, Viva meu Padim, Cio Romo".
(Trecho da cano "Viva Meu Padim", Luiz Gonzaga).
Enquanto nos aproximvamos do incio da ladeira do Horto, notamos que no cume da montanha
pequenos raios surgiam com certa freqncia prximos esttua mais famosa do Padre Ccero (no
Brasil, apenas a do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, mais alta do que ela).
"Que coisa estranha! E nem est chovendo!", comentei com minha esposa.

Ao chegarmos ao estacionamento do topo, fomos rapidamente cercados


por vendedores de fogos. Observamos que o que pensvamos ser raios,
eram na verdade fogos:
"O senhor tem de soltar seis fogos antes de fazer seu pedido ao santo e
mais seis quando estiver indo embora", falou-me um entusiasmado
vendedor enquanto nos mostrava alguns rojes de fogos.
"No obrigado", disse rapidamente.
"Se o senhor desejar ou se tiver medo, pode comprar e eu solto os fogos
pelo senhor. No momento dos estouros dos fogos o senhor pensa nos seus
pedidos", disse-me um outro solcito vendedor.
"No precisa. No quero. Muito obrigado", repliquei enquanto subia a
rampa de acesso esttua.
Algumas pessoas trajavam batinas pretas semelhantes s do Padre Ccero.
Perguntei a uma delas se fazia parte de algum movimento eclesistico ou
de alguma seita. Ela me olhou estranhamente e disse que estava apenas
pagando promessa.

O autor subindo a Serra do


Horto. Ao fundo a maior
esttua do Padre Ccero
(dizem que no Brasil s
menor que a do Cristo
Redentor).

Muitas barracas vendendo vrios suvenires estavam nos dois lados da rampa que ia lotando de
romeiros medida que progredamos. Em muitas delas eram vendidos CDs e fitas cassetes piratas
com msicas de romarias e benditos, alm de blusas e artesanato. O som alto das msicas, os gritos
dos vendedores, o cheiro forte de frituras e rapaduras permeavam a rampa e davam um toque bem
regional.

362

Aos ps da esttua do Padre Ccero. Fiis


dando trs voltinhas ao redor do cajado da
esttua.

Subimos os degraus e nos posicionamos aos ps da esttua


que estava lotada de romeiros. Pessoas demonstravam sua
devoo: algumas senhoras se esfregavam com as costas
na parte inferior da esttua pedindo que o Padim curasse
suas dores lombares. Outras suspendiam seus bebs em
direo esttua e os foravam para que a beijassem.
Muitos escreviam seus nomes na esttua enquanto
choravam. Alguns rezavam ou cantavam cnticos de
louvores ao Padrinho. Entre o cajado e a batina do Padre h
um espao que d para passar uma pessoa de cada vez. O
romeiro emocionado d trs voltas em torno do cajado
enquanto faz seu pedido (havia uma fila enorme esperando
para realizar esse ritual).

Imaginei Moiss retornando do Monte Sinai com as tbuas


dos Dez Mandamentos e vendo o povo adorando um bezerro de ouro. Aquela multido em Juazeiro e
aquele povo de Israel no deserto estavam to prximos de Deus e simultaneamente to longe dEle.
Tinham a Luz ao seu alcance, mas optaram por rituais das trevas.
Ali, aos ps da esttua no me contive e chorei discretamente para que ningum percebesse.
Enquanto isso, alguns metros adiante, havia um palanque armado onde um sacerdote catlico com
chapu de palha (para se identificar melhor com os romeiros) fazia algumas colocaes absurdas
comparando o Padre Cio com Jesus Cristo.
Dei a volta por trs do palanque e adentrei o Museu Vivo onde existem algumas imagens do Padim em
cera, em tamanho natural, retratando cenas do seu cotidiano.
Uma sala dentro do Museu Vivo me chamou mais a ateno. L havia aproximadamente oito filtros de
barro, com alturas que variavam de um metro a um metro e meio, e vrias canecas de alumnio
penduradas em um fio no teto. Muitos romeiros acreditam que a gua milagrosa e, sem qualquer
receio de contrair alguma doena, pegam as canecas, enchem-nas com gua do filtro, bebem e se
banham com roupa e tudo. Alguns, mais criteriosos passam gua nas regies do corpo que
necessitam de cura. Ao meu lado, um senhor idoso e de aparncia bem humilde derramou um pouco
dgua dentro da cala enquanto murmurava baixinho: " minha prstata, Padim! minha prstata,
Padim!" Falei para ele que quando retornasse para sua cidade deveria se consultar com um bom
urologista. Ele apenas me olhou abusado.
Minha esposa estava ficando bastante enauseada com tudo que viu, ouviu e cheirou. Por isso,
resolvemos descer o morro e retornamos cidade.
O Padre Ccero e o Milagre do Juazeiro
"Meu Padim Ccero, do Juazeiro, to milagreiro, sou romeiro do serto. Meu Padim Ccero,
do Juazeiro, to milagreiro, a minha grande devoo". (Trecho da cano "Cano de F",
Jos Idelfino).
Mas, qual foi o fato que transformou um simples proco de um pequeno povoado do interior do
Nordeste em uma celebridade internacional? O "milagre" que transformou esse padre, natural do
Crato, em um dos brasileiros mais biografados e comentados, aconteceu quando o mesmo tinha 45
anos.
Havia uma beata juazeirense, analfabeta e costureira de profisso, chamada Maria Madalena do
Esprito Santo de Arajo,[3] mas conhecida como Maria de Arajo. "Foi acometida de meningite infantil
(espasmo), sofria de ataques de epilepsia, e levava uma vida de jejum, orao e trabalho humilde.
Havendo bem cedo perdido os pais, foi morar ainda menina, na casa do Padre Ccero".[4]
Em uma manh de maro de 1889, quando o Padre Ccero Romo Batista ps a hstia na sua boca,
Maria de Arajo teve um transe to intenso que sangrou a lngua e a hstia ficou avermelhada de
363

sangue. Esse fato se repetiu outras vezes no perodo de dois anos e a populao local comeou a
espalhar a notcia de que se tratava do "derramamento do sangue de Jesus", portanto, de um milagre.
O prprio Padre Ccero comentou acerca do que ocorreu naquele dia:
"Quando dei beata Maria de Arajo a Sagrada Forma, logo que a depositei na boca,
imediatamente transformou-se em poro de sangue, que uma parte engoliu, servindo-lhe
de comunho, e outra correu pela toalha, caindo algum no cho; eu no esperava e,
vexado para continuar com as confisses interrompidas que eram muitas ainda, no
prestei ateno e por isso no apreendi o fato na ocasio em que se deu; porm, depois
que depositei a mbula no sacrrio e vou descendo, ela vem entender-se comigo, cheia de
aflio e vexame de morte, trazendo a toalha dobrada, para que no vissem, e levantava
a mo esquerda, onde nas costas havia cado um pouco e corria um fio pelo brao, e ela
com temor de tocar com a outra mo naquele sangue, como certa de que era a mesma
hstia, conservava um certo equilbrio para no gotejar sangue no
cho".[5]

Na verdade, a beata pode ter mordido consciente ou inconscientemente a


lngua ou a mucosa oral e provocado o sangramento. Ou, quem sabe, ter
tido uma crise convulsiva (bem provvel, uma vez que tinha epilepsia) e
mordido a lngua? Ou uma discreta hemorragia digestiva?
prudente deixar registrado que em outras cidades nordestinas,
envolvendo personagens diferentes dos do Juazeiro, aconteceram fatos
semelhantes onde a hstia se transformou em sangue.[6] Graas a Deus,
esses outros padres no tornaram-se tambm milagreiros e nem objetos de
adorao.

Dentro do Museu Vivo, as


esttuas em cera do Padre
Ccero e da beata Maria de
Arajo.

Fico meditando... todo o Novo Testamento insiste em afirmar que Jesus


Cristo ofereceu o Seu corpo como sacrifcio e derramou o Seu sangue
remissor apenas uma vez e para sempre (veja Hebreus, captulos 9 e 10). Essa histria de "vrios
derramamentos do sangue de Jesus Cristo" atravs da beata Maria de Arajo est diametralmente
oposta s Escrituras Sagradas. Ou os devotos do Padre Ccero esto enganados, ou a Bblia est
errada.
Bem, o fato que o rebolio foi tanto que o pequeno povoado transformou-se em lugar de romaria.

O bispo cearense Dom Joaquim Jos Vieira e at o Papa Leo XIII, em Roma, tiveram de investigar o
fenmeno do Juazeiro. O Padrinho chegou a ser recebido pelo papa no Vaticano. Outros padres foram
enviados ao Juazeiro e entregaram a hstia a Maria de Arajo e nada de anormal ocorreu. O bispo
cearense e o papa no reconheceram o milagre e o Padre Ccero Romo foi punido com uma
suspenso.
Assim, o Padim Cio tornou-se um santo milagreiro. Apesar de proibido de celebrar missas, sua
residncia passou a ser freqentada por romeiros e por vrias autoridades.
Aproveitando-se do seu prestgio, aliou-se aos grandes fazendeiros cearenses e, apoiado por eles,
tornou-se prefeito do Juazeiro em 1911 e, posteriormente, vice-presidente do Cear.
As Atuaes Ambguas do Padre Ccero Romo
"Foi a ele que muitas vezes, Lampio se ajoelhou, aos seus ps contou histrias, pediu
perdo e chorou. Bendito seja o romeiro que na f e na orao, exalta o santo padroeiro
no samba, no coco, no xote e no baio". (Trecho da cano "Deus Menino", Chico Silva).
a) Amizade Com o Coronelismo
364

O Padim Cio realizou boas aes para a populao menos favorecida. Organizou mutires e
conseguiu construir pequenos postos de sade, escolas e orfanatos, alm de reformar e construir
algumas igrejas catlicas.
Por outro lado, ele era amigo do peito de vrios latifundirios da regio, conhecidos como "os
coronis". Esses senhores ilustres eram opressores dos pobres, marginalizavam os sertanejos,
excluindo-os do direito sade, aos alimentos e at vida. Pasme, o Padim Cio pertencia a essa
espcie de liga de coronis do Cear e a defendia . O Padim chegou a estimular seus devotos a serem
mo-de-obra barata na construo de audes e na colheita de algodo nas terras da famlia Acioly, a
mais poderosa do Cear.[7]
O "coronelismo" era a poltica exercida pelos latifundirios com prestgio poltico local, que tinham
notvel poder, mandavam na regio e nos seus eleitores, que eram tratados como gado. Suas zonas
eleitorais eram conhecidas como "currais eleitorais" e ai do eleitor que ousasse votar contra o
candidato do "coronel".
Quando Hermes da Fonseca, ento presidente da Repblica, enviou interventores ao Cear e deps
as oligarquias repressoras lideradas por esses coronis, o Padre Ccero ficou irado.
Rapidamente o clero catlico promoveu e assinou o chamado "pacto dos coronis" com dezessete dos
principais chefes polticos da regio do Cariri, objetivando assegurar a permanncia da famlia Acioly
no governo cearense. E mais: esses fazendeiros armaram centenas de sertanejos e os enviaram
capital, porm foram detidos pelas foras federais. Esse episdio ficou conhecido na histria como a
"Revolta do Juazeiro".
O Padim Cio s aquietou-se quando a velha oligarquia da famlia Acioly foi restabelecida ao poder. O
Padre Ccero Romo foi, sem dvida, um exemplo de fidelidade s oligarquias poderosas do Cear.
b) Negociata com Lampio
Enquanto o Padim Cio destacava-se no Cear com sua influncia poltico-religiosa, o cangaceiro
Lampio e seu bando amedrontavam os poderosos dos sertes nordestinos.
O sertanejo pernambucano Virgulino Ferreira da Silva (1897-1938), vulgo Lampio, era tambm um
personagem controvertido. Para muitos, era visto como um bandido que incendiava vilarejos, torturava,
estuprava e matava pessoas. Para outros, era um justiceiro que tirava dos ricos para doar aos
flagelados da seca. Em 1931, o jornal The New York Times chegou a cham-lo de Robin Hood do
serto.
O "Rei do Cangao" era devoto do Padre Ccero, do Juazeiro, e s vezes usava uma foto desse
sacerdote no seu peito. A religiosidade de Lampio era alicerada nas oraes de corpo-fechado, nos
santos da Igreja Catlica e no Padre Ccero. No livro, Lampio, o Rei dos Cangaceiros, Chandler relata
"que a vida da mulher de um policial de Jatob, em Pernambuco, foi salva quando um velho pegou um
retrato do padre do Juazeiro e o colocou entre a faca soerguida de Lampio e o seio da mulher.
Lampio levava sempre consigo seus livrinhos de oraes, guardava santinhos em sua carteira de
dinheiro, e pregava retratos do Padre Ccero em sua roupa".[8] Isso mostra o respeito e a devoo que
Lampio nutria por esse padre.
Em companhia do seu bando, Lampio costumava recitar algumas oraes para, supostamente, fechar
o corpo. O escritor Piragibe de Lucena, no seu livro Lampio, Lendas e Fatos, descreve algumas
dessas oraes. Leia um pequeno trecho de uma delas e analise a importncia do Padre Ccero na
vida desse cangaceiro:
"Justo juiz de Nazar, filho da Virgem Maria, que em Belm fostes nascido entre as
idolatrias. Eu vos peo senhor, pelo vosso sexto dia, e pelo amor do meu padrinho Pe.
Ccero que meu corpo no seja preso, nem ferido, nem morto, nem nas mos da justia
em volta.

365

Pax tecum, pax tecum, pax tecum. Cristo assim disse: aos seus inimigos, se vierem para
prender-me tero olhos, no me vero, tero ouvidos, no me ouviro. Com as armas de
So Jorge, serei armado. Com a espada de Abrao, serei coberto. Com o leite da Virgem
Maria, serei borrifado.
Na arca de No, serei arrecadado. Com a chave de So Pedro serei fechado, onde no me
possam v, nem ferir, nem matar, nem sangue do meu corpo tirar.
[...]"[9]

Por volta de 1926, Padre Cio j era mais poltico do que religioso, sendo anticomunista de carteirinha. Aproveitando a fidelidade do bandoleiro sua
pessoa, o proco juntou-se com seus amigos fazendeiros e doaram armas e
munio para o cangaceiro e seu bando atacarem "o revoltoso" Luiz Carlos
Prestes e sua famosa "Coluna". Padim Cio tambm articulou para que o
agrnomo Pedro de Albuquerque Ucha, que era inspetor agrcola do
Ministrio da Agricultura, entregasse a Lampio a patente de Capito das
Foras Patriticas.[10],[11] Lampio no atacou a "Coluna Prestes", preferiu
manter suas erranas pela caatinga. Dizem que essa foi a nica vez que
Lampio desobedeceu ao "santo" Padre do Juazeiro. Uma coisa certa:
Lampio ostentou com muito orgulho o ttulo de Capito enquanto viveu.
O curioso que (dizem que a pedido do prprio Padim Cio) Lampio nunca
atacou os coiteiros ricos, os fazendeiros safados e os polticos corruptos do
Cear. Isso que amizade fiel!

O Padre Ccero articulou


para que o cangaceiro
Lampio recebesse a
patente de capito dos
Batalhes Patriticos.

Apesar da amizade do Padim Cio com o coronelismo cearense e suas negociatas com Lampio
estarem registradas em vrios livros, biografias, documentrios, teses e filmes, existem alguns devotos
do Padrinho que negam que isso tenha acontecido. Movidos mais pela emoo do que pela razo,
declaram que essas atuaes ambguas do Padre Ccero no passam de calnias.
Convenhamos: sob o ponto de vista mundano, isso que saber viver! O Padim Cio vivia de mos
dadas com Satans e pretendia morrer nos braos de Jesus! Como se diz por estas bandas
sertanejas: Eita Cabra esperto!
Padim Padre Cio: Um dolo do Lar
"[...] no vos desvieis de seguir o Senhor, mas servi ao Senhor de todo o vosso corao. No
vos desvieis; pois seguireis coisas vs, que nada aproveitam e tampouco vos podem livrar,
porque vaidade so" (1 Samuel 12.20-21).
Ser contra a idolatria uma unanimidade no apenas entre as igrejas crists genunas, mas tambm
ao longo de toda a Bblia Sagrada. Todas as denominaes tradicionalmente evanglicas so contra a
idolatria. O judasmo tambm no suporta a idolatria. J o catolicismo prega a no-adorao a dolos e
imagens, mas na prtica o que se v um descompasso entre o que se faz e o que se fala.
Infelizmente, no preciso ir ao Juazeiro do Norte para se constatar que a igreja do papado
verdadeiramente idlatra.

366

O Padim Cio, do Juazeiro do Norte, um dolo nos lares de


milhes de catlicos. Em algumas casas, ele est presente no
mvel da sala-de-estar, na penteadeira do quarto, na parede do
corredor e em cima do refrigerador da cozinha. Para sermos mais
honestos, o Padim Cio, o "Santo Antnio", o "So Jorge", a "Ave
Maria" e o Frei Damio so parte do imenso esquadro de
supostas divindades catlicas presentes em milhes de
residncias brasileiras.
"dolos do lar" so coisas antigas e so mencionados logo no
primeiro livro da Bblia (Gnesis 31.19 e 30). Eles eram de vrios
tamanhos e alguns deles, quando colocados deitados na cama e
cobertos por um manto, passavam por uma pessoa dormindo (1
Samuel 19.13). A esses dolos, chamados em hebraico de terafins, confiava-se a guarda das casas e
dos bens.
Fiis cantam e choram ao redor de
uma das camas usadas pelo Padim
Cio.

Acreditar que um "dolo do lar" possa proteger sua famlia muita presuno. Veja a histria do rei
Saul:
Feitiaria e idolatria foram as gotas dgua para que Deus rejeitasse o rei Saul. O profeta Samuel
sentenciou ao monarca: "Porque a rebelio como o pecado de feitiaria, e a obstinao como
a idolatria e culto a dolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele tambm te
rejeitou a ti, para que no sejas rei" (1 Samuel 15.23). Na Edio Revista e Corrigida, l-se o nome
"porfia", no lugar de "obstinao". Na Bblia de Jerusalm (catlica), "presuno" substitui "obstinao".
Parafraseando esse texto, diria: a obstinao, a porfia, o orgulho, a presuno, a teima, a cabea-dura
como a idolatria e o culto a dolos do lar. A idolatria est includa entre as obras da carne e no no
fruto do Esprito (Glatas 5.20).
No Velho Testamento, o primeiro e o segundo mandamentos so um "no" idolatria (xodo 20.3-6).
E mais: o idlatra deveria ser morto (Deuteronmio 17.1-7). J no Novo Testamento, a punio a
morte eterna: "Quanto, porm, [...] aos idlatras [...] a parte que lhes cabe ser no lago que arde
com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte" (Apocalipse 21.8). Entre aqueles que ficaro fora
da Cidade Celestial esto os idlatras (Apocalipse 22.15).
Sem dvida, ao nos despedirmos do Juazeiro do Norte, vendo a cidade se distanciando pelo retrovisor,
pudemos entender que a idolatria uma cegueira espiritual, mas sobretudo uma tentao bastante
sedutora. A Bblia nos alerta a resistir ao Diabo, mas tambm a fugir dessa tentao: "Portanto, meus
amados, fugi da idolatria" (1 Corntios 10.14).

Conclumos nossa visita ao Cariri cearense com os olhos marejados e uma


mistura de sentimentos paradoxais: tristeza e alegria. A insatisfao a
imagem dos milhes de catlicos que ainda precisam ser alcanados pela
nica Verdade, Jesus Cristo. A satisfao que vimos templos de algumas
denominaes evanglicas nessa cidade. Esses irmos em Cristo so como
sal em uma terra espiritualmente insossa: levam a nica Luz do mundo a um
povo submerso nas trevas espirituais.
Irmos, assimilemos o mesmo consolo e a mesma recomendao contida no
final da Primeira Epstola de Joo: "Tambm sabemos que o Filho de Deus
vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o
verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este
o verdadeiro Deus e a vida eterna. Filhinhos, guardai-vos dos dolos" (1
Joo 5.20-21). (Dr. Samuel Fernandes Magalhes Costa http://www.chamada.com.br)

Padre Ccero Romo


Batista (1844-1934). Um
dos dolos dos lares
catlicos nordestinos.

* Ashgabat a capital do Turcomenisto, uma ex-repblica sovitica governada desde


1992 por um herdeiro direto do comunismo o ditador Saparmurad Niazov. Para onde
quer que olhem, os turcomenos deparam-se com uma imagem de Niazov: pode ser numa das esttuas, nos painis ou
nos rtulos de garrafas.

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Bibliografia

1. Filho, Mario Bem, Formao Religiosa de Juazeiro do Norte. Editora ABC, Fortaleza, CE,

2002, pgina 38.


2. Fita de Vdeo: Padre Ccero "O Cearense do Sculo". Documentrio das Romarias, com
imagens do Padre Ccero Vivo. Bulhes Produes. Juazeiro do Norte, CE.
3. Filho, Mario Bem, Formao Religiosa de Juazeiro do Norte. Pgina 211.
4. Id.
5. Walker, Daniel, Padre Ccero na Berlinda. Edies IPESC. Fundao Universidade Regional
do Cariri URCA. Juazeiro do Norte, CE, 1995, pginas 12-13.
6. Silva, Antenor de Andrade, Padre Ccero Mais Documentos Para Sua Histria. Escolas
Profissionais Salesianas, Salvador, Bahia, 1989, pgina 234.
7. Cine Histria. Ttulo do Filme: Baile Perfumado (Brasil, 1996). Direo: Paulo Caldas e Lrio
Ferreira. Amigo do padre Ccero, o fotgrafo Benjamim Abraho, parte para o serto
nordestino, para filmar Lampio e seu bando nos anos 30.
http://www.historianet.com.br/main/mostraconteudos.asp?conteudo=208
8. Chandler, Billy Jaynes, Lampio, O Rei dos Cangaceiros. Editora Paz e Terra S.A., So Paulo,
SP, 4a edio, 2003, pgina 271.
9. CAOS Revista Eletrnica de Cincias Sociais. CAOS nmero zero. Dezembro de 1999. O
Cangao e a Religiosidade de Lampio, por Max Silva DOliveira. Citao do livro Lampio
Lendas e Fatos. Piragibe de Lucena, p. 46. http://chip.cchla.ufpb.br/~caos/00-doliveira.html
10. Chandler, Billy Jaynes, Lampio, O Rei dos Cangaceiros. Pginas 93-94.
11. Souza, Anildom Willians de, Lampio, O Comandante das Caatingas. Impresso: Grfica
Aquarela, Serra Talhada, PE, 2001/2002, pgina 44.

Dr. Samuel Fernandes Magalhes Costa mdico em Recife/PE. Ele autor dos livros A Nova Era,
Os Anos Obscuros da Mocidade de Jesus Cristo e Harry Potter Enfeitiando Uma Cultura.
Extrado da revista Chamada da Meia-Noite, abril de 2004.

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