Projecto Eléctrico de Um Parque Eolico
Projecto Eléctrico de Um Parque Eolico
Projecto Eléctrico de Um Parque Eolico
Namibe
2015
i
Orientador
____________________________
Prof. Rafael Pino Recio MSc.
O Chefe do Departamento
____________________
Isata Teixeira Lemba
ii
Namibe
2015
iii
Dedicatria
Dedico esta monografia em memria da minha falecida irm por tudo o que passou
neste mundo, por todo amor e afecto que ela sempre transmitia quando em vida, por tudo isso
venho dedicar este projecto Sra. Evalinda Ana Rodino.
Dedico tambm, ao quarteto Fonte de Louvor que tm levado os coraes dos
homens mais prximo de Deus por intermdio das suas msicas. Que Deus os abenoe!
iv
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeo a Deus que me deu fora e vontade para superar os
obstculos e me fez chegar at o final deste trabalho.
Agradeo aos meus pais, que sempre me proporcionaram as melhores condies para
atingir os meus objectivos, pela compreenso e apoio com que nunca me faltaram.
Ao MSc. Rafael Pino Recio, que teve a amabilidade de me poder orientar este
trabalho.
Aos professores, Manuel Santandar, Miguel Dias, Jesus Lastra, Jorge Infante e a todos
os professores da ESPtN os quais serviram de estmulo para o que sou hoje na rea do
conhecimento cientfico.
Aos funcionrios da ESPtN, em especiais Mauro Silva e Rodrigo Silva.
Administrao Comunal do Bentiaba, por ter permitido que se faa investigao
cientfica naquela comunidade, tambm pela confiana e por contribuir para a realizao desta
monografia.
Ao irmo em Cristo Samuel Eduardo e sua famlia, pela disponibilidade em me
acolher de braos abertos em tempos de pesquisa na localidade do Bentiaba.
Em fim agradeo a todos meus amigos e colegas Celestino Simba, Joo Gomes,
Gabriel Viti, Ldia Maria, Benjamim Augusto, Jos Baptista e Ezequiel Daniel por todo o
apoio e preocupao.
E finalmente a Escola Superior Politcnica do Namibe (ESPtN), por me ter dado a
oportunidade de adquir conhecimentos valiosos.
EPGRAFE
A mente como para-quedas, s funciona se abrir.
Albert Einstein.
vi
RESUMO
A energia elica uma fonte promissora, especialmente por ser abundante, renovvel,
limpa e no emissora de gases causadores do efeito estufa.
Neste trabalho sero apresentados alguns dos principais aspectos a serem considerados
nos estudos e projectos de parques elicos, tais como: caractersticas gerais da gerao elica,
caractersticas intrnsecas dos locais potencialmente viveis gerao, critrios para alocao
dos aerogeradores e equipamentos essenciais para o funcionamento da usina. Tambm sero
realizados, mesmo que considerando algumas simplificaes, o projecto elctrico de um
parque elico que se prope para a comuna do Bentiaba, onde sero analisados aspectos como
especificaes/dimensionamento de equipamentos, avaliao da qualidade de energia e
projecto bsico da subestao para conexo das unidades geradoras. As principais etapas,
anlises e constataes do projecto sero descritas ao longo deste trabalho.
vii
ABSTRACT
The wind energy is a promising source, especially for being abundant, renewable,
clean and not emitting greenhouse gases.
In this work are presented some of the main aspects to be considered in studies of
wind farms and projects such as: general characteristics of wind generation, intrinsic
characteristics of potentially viable local generation, criteria for allocation of wind turbines
and equipment essential to the operation of plant. They will also be accomplished, even if
considering some simplifications, the electric project of a wind park that intends for the
commune of Bentiaba, where aspects will be analyzed as specifications of equipments,
evaluation of the quality of energy and basic project of the substation for connection of the
generating units. The main steps, analyzes and findings of the project will be described
throughout this work.
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 Moinhos de torre. Fonte: Soria, 2007 -------------------------------------------------- 8
Figura 1.2 Multipala americana. Fonte: Soria, 2007 ---------------------------------------------- 8
Figura 1.3 Aerogerador Savonius. Fonte: Soria, 2007 ---------------------------------------------9
Figura 1.4 Aerogerador Darrieus. Fonte: Soria, 2007 --------------------------------------------10
Figura 1.5 Aerogerador actual de eixo horizontal. Fonte: Soria, 2007 -------------------------10
Figura 1.6 Evoluo acumulada da potncia elica mundial. 1997-2014. Fonte: GWEC,
2014, p.3 ------------------------------------------------------------------------------------------------- 11
Figura1.7 Os dez pases com maior capacidade total instalada de elicas. Fonte: GWEC,
2014, p.3 ------------------------------------------------------------------------------------------------- 12
Figura 1.8 Potncia anual instalada por regies 2006-2014. Fonte: GWEC, 2014, p.4 ----- 13
Figura 1.9 Componentes de um aerogerador. Fonte: Rui Castro, 2012, p. 198 -------------- 15
Figura 1.10 Curvas de potncia para mquinas reguladas por Pitch, Stall. Fonte: GonzlezLongatt, 2007 -------------------------------------------------------------------------------------------- 17
Figura 1.11 Conexo directa com controle de torque rotores bobinados geradores
duplamente alimentado (Double Feed Generator). Fonte: Pedro & Ana, 2003, p. 41 --------- 19
Figura 1.12 Estrutura final do painel eltrico e exemplo de ligao entre dois painis. Fonte:
Karina, 2014, p.63 -------------------------------------------------------------------------------------- 20
Figura 1.13 Converso de energia em um aerogerador. Fonte: Romero, San Martn y
Arrieta, 2006 -------------------------------------------------------------------------------------------- 23
Figura 2.1 Mapa de identificao do local em estudo. Fonte: Prpria, 2015 ----------------- 31
Figura 2.2 Localizao do parque elico. Fonte: Google maps, 2015 ------------------------------- 32
Figura 2.3 Rugosidade de diferentes terrenos. Fonte: Nieves, 2009, p. 47 ------------------- 35
Figura 3.1 Distncias mnimas a serem respeitadas para a colocao dos aerogeradores.
Fonte: UFPA, 2008 ------------------------------------------------------------------------------------- 43
Figura 3.2 Imagem ilustrativa da disposio dos vinte e cinco aerogeradores no parque
elico. Fonte: Prpria, 2015 --------------------------------------------------------------------------- 44
ix
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1.1 Parmetros bsicos das classes de projecto de aerogeradores. Fonte: (Nieves,
2009, p. 80) ---------------------------------------------------------------------------------------------- 24
Tabela 2.1 Tabela de registo das medies de velocidade do vento ao longo do ano. Fonte:
Meteoblue API, 2015 ----------------------------------------------------------------------------------- 33
Tabela 2.2 Tabela de comparao de velocidades mdias do vento em distintas alturas.
Fonte: Meteoblue API, 2015 -------------------------------------------------------------------------- 35
Tabela 3.1 Estudo de mercado para seleco de aerogeradores. Fonte: Prpria, 2015 ------ 39
Tabela 3.2 Tabela de resultados 1. Fonte: Prpria, 2015 ---------------------------------------- 41
Tabela 3.3 Tabela de resultados 2. Fonte: Prpria, 2015 ---------------------------------------- 42
Tabela 3.4 Longitude de cabos de MT. Fonte: Prpria, 2015 ---------------------------------- 44
Tabela 3.5 Dados tcnicos mnimos para a especificao do transformador de potncia -- 50
Tabela 3.6 Dados tcnicos mnimos para a especificao do disjuntor de alta tenso -------51
Tabela 3.7 Dados tcnicos mnimos para a especificao da chave seccionadora ----------- 51
Tabela 3.8 Dados tcnicos mnimos para a especificao do para-raios ---------------------- 52
Tabela 3.9 Dados tcnicos do parque. Fonte: Prpria, 2015 ------------------------------------ 54
Tabela 3.10 Matriz de interaces factores ambientais aces do projecto. Fonte: Nieves,
2009, p. 230 --------------------------------------------------------------------------------------------- 55
Tabela 3.11 Descrio tcnica das instalaes. Fonte: Prpria, 2015 ------------------------- 57
LISTAS DE GRFICOS
Grfico 2.1. Representao das variaes diurnas do vento ------------------ 34
Grfico 2.2. Velocidades mdias mensais do vento a distintas alturas no
Bentiaba em 2014. Fonte: Prpria, 2015 ---------------------------------------- 36
xi
ndice
Dedicatria.................................................................................................................................iii
Agradecimentos ......................................................................................................................... iv
EPGRAFE ............................................................................................................................ v
RESUMO .............................................................................................................................. vi
ABSTRACT......................................................................................................................... vii
LISTA DE FIGURAS .........................................................................................................viii
LISTAS DE TABELAS........................................................................................................ ix
LISTAS DE GRFICOS ....................................................................................................... x
Dedicatria ............................................................................................................................. iv
Agradecimentos ...................................................................................................................... v
EPGRAFE ......................................................................................................................... vi
RESUMO .......................................................................................................................... vii
ABSTRACT .....................................................................................................................viii
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ ix
LISTAS DE TABELAS ...................................................................................................... x
LISTAS DE GRFICOS ................................................................................................... xi
INTRODUO .......................................................................................................................... 1
METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................................................................ 2
CAPTULO I. FUNDANENTO TERICO .............................................................................. 7
1.1.
1.2.
2.1.2.
2.1.3.
2.1.4.
3.4.
3.5.
3.5.1.
3.5.2.
3.5.3.
3.6.
3.6.1.
xiii
3.8.
3.9.
IMPACTO AMBIENTAL............................................................................................. 57
xiv
INTRODUO
Este trabalho visa a obteno do grau de Licenciatura em Engenharia Elctrica junto
da ESPTN (Escola Superior Politcnica do Namibe). Intitulado: Proposta de Projecto
Elctrico para implementao de um parque elico na comuna do Bentiaba.
A energia um componente vital no desenvolvimento de uma comunidade. Em
primeiro lugar, indispensvel para o transporte das pessoas e bens, em segundo lugar para o
desenvolvimento industrial que no possvel sem meios energticos, e em terceiro lugar na
extraco da gua, to necessrio para a agricultura e os servios. O abastecimento energtico
tambm um factor chave em um sector como o turismo.
Angola um pas que possui um potencial energtico vasto, mas com a crescente
preocupao em torno das questes ambientais e devido aos impactos causados pelas formas
tradicionais de gerao de energia (hdrica e trmica), h necessidade de investir na
complementao e transformao de seus parques energticos com a introduo de fontes
alternativas de energia. E pelas caractersticas climatricas que o nosso pas apresenta,
podemos explorar a energia elica (sem graves incidncias negativas sobre o meio ambiente)
como fonte alternativa de energia.
O presente tema, refere-se a complexidade da actual situao que a comuna do
Bentiaba vive, sem iluminao pblica no centro da comunidade, fornecimento de energia aos
consumidores a partir das 18 horas s 0 horas (o que tem dificultado os trabalhos
administrativos e acadmicos durante o dia), o alto custo da energia e electrificao
incompleta por falta de um sistema energtico sustentvel.
O trabalho fundamenta-se no estudo descritivo identificando as facilidades, vantagens e
benefcios de implementar um parque elico. Garantindo uma energia elctrica limpa e eficiente e
elica existentes no pas, avaliar o impacto das centrais elicas na qualidade da energia
elctrica e principalmente auxiliar na implementao prtica de um parque elico na comuna
do Bentiaba.
Segundo a autora Nieves lvarez Marivela na sua obra intitulada PROYECTO DE
DISEO, CONSTRUCCIN Y EXPLOTACIN DE UN PARQUE ELICO (2009, p.6)
ressalta que: A energia elica representa hoje em dia uma das fontes energticas mais baratas
e com uma tecnologia de aproveitamento totalmente madura. Assim mesmo, totalmente
competitiva com outras fontes tradicionais de produo energtica.
Deste modo, para oferecer um melhor panorama do tema abordado neste projecto
iniciada nesta introduo e para fundamentar novas discusses, a mesma foi dividida em 3
(trs) captulos:
No captulo 1, fez-se a abordagem terica sobre energia elica, parque elico e os
elementos que o compem.
No captulo 2, caracterizou-se o local de instalao, isto , sua localizao e avaliao
do seu potencial elico.
No captulo 3, apresentou-se a proposta do projecto elctrico da central elica,
avaliando seus impactos na qualidade de energia e impactos ambientais.
Na ltima parte da monografia so expostas as concluses e algumas recomendaes.
Estudo descritivo, analtico e documental na modalidade de projecto de implantao
de um parque elico para a qualidade do sistema energtico do municpio do Namibe,
especificamente na comuna do Bentiaba.
METODOLOGIA DA PESQUISA
O presente trabalho apresenta uma pesquisa de finalidade aplicada, do tipo descritiva,
com origem dos dados de campo, delineamento de levantamento com anlise correlacional de
algumas variveis, e levantamento de campo com aco participativa, transversal em relao
ao tempo da colecta de dados e de natureza preponderantemente quali-quantitactiva.
Problema:
O problema desta investigao expressa-se atravs da seguinte questo:
Bentiaba?
Hiptese:
Objectivos
Geral:
O problema levantado levou a que se formulasse o seguinte objectivo geral:
comuna do Bentiaba.
Especficos:
A partir do objectivo geral definiram-se os seguintes objectivos especficos:
parque elico;
Campo de estudo
O estudo est delimitado num vale aberto, de aproximadamente 5 Km da comunidade
do Bentiaba, municpio do Namibe, provncia do Namibe.
Populao e Amostra
Para concretizarmos a nossa investigao, trabalhamos com uma populao e dela
tiramos a amostra aleatria necessria para o nosso estudo como a seguir veremos.
Populao
Para esta pesquisa, faro parte da populao, todos os funcionrios da Administrao
comunal do Bentiaba.
Amostra
Como a escolha da amostra foi feita de forma aleatria, escolhemos os dois
administradores da mesma administrao.
Instrumento
Para o presente trabalho, utilizamos como instrumento um questionrio, por ns
construdo, que comporta cinco perguntas fechadas e uma aberta, cujo objectivo saber o
estado energtico da comunidade e a necessidade de uma energia alternativa.
Procedimento
A recolha de dados ser feita atravs de instrumentos elaborados e avaliados:
Tcnicas
As tcnicas de pesquisa acham-se relacionadas com a colecta de dados, ou seja, a parte
prtica da pesquisa. No presente trabalho, pretende-se aplicar as seguintes tcnicas de
pesquisa: Pesquisa bibliogrfica, Estudo de casos, e Observao.
Importncia
O trabalho que nos propusemos investigar tem grande importncia no aspecto terico e
prtico:
Terico:
Prtico:
comuna do Bentiaba;
Gerar energia eltrica limpa e eficiente, de tal maneira que permita a expanso
da electrificao na populao;
CAPTULO I:
FUNDANENTO TERICO
ENERGIA ELICA
Quando se fala da energia elica, o primeiro fato a ser esclarecido o porqu deste
nome.
Segundo os autores Carlos e Geraldo (2007, p.6) em uma das suas obras intitulada
Elica afirmam que: Ela assim chamada graas a uma lenda grega, a lenda do deus
olos, conhecido como o deus dos ventos ou Rei dos ventos, s vezes identificado como
o filho de Arne e de Poseidon, o senhor do mar e de todas as divindades marinhas.
olos, Morador das ilhas Elias, acolheu amigavelmente Ulisses e seus companheiros
e deu lhes um odre em que estavam encerrados todos os ventos contrrios navegao. Os
companheiros de Ulisses, por curiosidade, abriram-no, e os ventos desencadearam uma
terrvel tempestade que causou o naufrgio de quase toda a frota. Por ser a energia elica a
energia proveniente dos ventos que ela recebeu este nome.
Portanto podemos definir a energia elica como sendo a energia obtida da fora do
vento, mediante a utilizao da energia cintica gerada pelas correntes de ar.
Nos finais da dcada dos anos setenta aparecem os primeiros aerogeradores comerciais
que denominaremos nova gerao de sistemas de converso elica. De estas primeiras
mquinas nos aerogeradores que se esto instalando na actualidade existe um notvel
10
Figura 1.6. Evoluo acumulada da potncia elica mundial. 1997-2014. Fonte: GWEC, 2014, p.3
Em potncia total acumulada, a China aparece como pas com maior potncia
instalada, seguido dos Estados Unidos da Amrica e Alemanha. Conforme dados expostos na
Figura 1.7, percebe-se que a gerao de energia elctrica por fontes elicas encontra-se
11
concentrada em poucos pases. Observa-se que 84,2 % (311.279 MW) do total instalado est
concentrado em dez pases. Ver figura 1.7 (GWEC, 2014, p.3).
Figura1.7. Os dez pases com maior capacidade total instalada de elicas. Fonte: GWEC, 2014, p.3
Como se pode ver que em 2014, o continente asitico alcanou a posio elevada e por
frica contam s com 0,6% da capacidade total e sendo desprezado os trminos de novas
instalaes sobre a capacidade instalada ao redor do mundo em 2015.
12
Figura 1.8. Potncia anual instalada por regies 2006-2014. Fonte: GWEC, 2014, p.4
frica
13
1.2.
PARQUE ELICO
Segundo a enciclopdia livre Wikipdia (2014), define um parque elico como sendo
um espao, terrestre ou martimo, onde esto concentrados vrios aerogeradores destinados a
transformar energia elica em energia elctrica.
1.2.2. Aerogerador
As modernas turbinas elicas ou aerogeradores so sistemas capazes de transformar,
de forma eficiente, a energia cintica contida no vento em energia mecnica em um eixo. Esta
energia se pode aproveitar, directamente, em instalaes isoladas para aplicaes de bombeio
ou, como habitual, em sistemas de produo de energia elctrica.
Ao longo da histria da energia elica, muitas so as turbinas que se projectaram para
aproveitar a energia do vento, como se exposto na primeira parte do captulo 1, a tecnologia
de aerogeradores para produo da energia elctrica tem evolucionado at a mquinas de trs
palas, orientadas a barlavento, com torre tubular e sistemas de orientao activos. Estas
caractersticas se podem considerar comuns nos aerogeradores actuais (Nieves, 2009, p. 64).
fabricantes optam por mquinas mais sensveis de conceito que no incorporam sistemas
aerodinmicos de limitao de potncia nem convertedores electrnicos.
15
Nmero de ps do rotor
funcionamento do sistema elico e ainda manter uma determinada velocidade de rotao, que
corresponde eficincia mxima do gerador (Carlos e Geraldo, 2007, p.42).
Na figura 1.10 se podem ver as curvas de potncia para mquinas reguladas por pitch,
stall.
Figura 1.10. Curvas de potncia para mquinas reguladas por Pitch, Stall. Fonte: Gonzlez-Longatt,
2007.
Portanto seja qual for o tipo de turbina, estas dispem necessariamente de um sistema
de controle para a sua correcta e estvel operao.
1.2.2.1.4. Torre
As torres so necessrias para sustentar e posicionar o rotor a uma altura conveniente
para o seu funcionamento. um item estrutural de grande porte e de elevada contribuio no
17
18
Alimentado, com topologia largamente conhecida como Double Feed Generator (Karina,
2014, p. 47).
Figura 1.11. Conexo directa com controle de torque rotores bobinados geradores duplamente alimentado
(Double Feed Generator). Fonte: Pedro & Ana, 2003, p. 41.
1.2.2.1.6. Transformador
Na base de cada torre do aerogerador, prev-se a instalao de transformadores de
potncia secos visando elevao do nvel de tenso para se trabalhar com correntes
menores e, consequentemente, cabos mais finos. A reduo do nvel da corrente circulante
pode possibilitar tambm que haja menores perdas Joule no sistema, tendo em vista a variao
das perdas com o quadrado da corrente (Karina, 2014, pp. 56, 57).
Neste tipo de empreendimento, transformadores do tipo delta-estrela so usualmente
empregados. Sendo o lado secundrio do transformador posto a terra.
19
regulao. Rels,
Figura 1.12. Estrutura final do painel eltrico e exemplo de ligao entre dois painis. Fonte: Karina, 2014, p.63
21
1.2.2.1.8. Acessrios
Os acessrios englobam todos os itens de apoio necessrios ao funcionamento do
sistema elico. Incluem-se transmisses, freios, engrenagens, eixos, acoplamentos e mancais
que no apresentam nenhum problema tecnolgico no caso de sistemas elicos (Carlos e
Geraldo, 2007, p. 43).
1.2.2.2. Funcionamento
Quando a velocidade do vento que incide sobre um aerogerador aumenta, as foras
que se produzem sobre as palas tambm aumentam. Estas foras desenvolvem par mecnico e
esforos sobre os elementos mecnicos do aerogerador. O par mecnico desenvolvido pela
turbina, quando est girando a uma determinada velocidade, produz uma potncia mecnica
que se transmite ao gerador e se converte finalmente em energia elctrica. Na figura 1.13 se
pode ver o processo de converso da energia em uma turbina elica. (Romero, San Martn y
Arrieta, 2006).
22
Figura 1.13. Converso de energia em um aerogerador. Fonte: Romero, San Martn y Arrieta, 2006.
23
plantada como um guia completo de projecto, mas serve de orientao ao projectista para
estabelecer os objectivos que deve cumprir seu aerogerador (Nieves, 2009, p. 80).
Os temas principais sobre o que trata esta norma so: condies externas, desenho
estrutural, controle e proteco do sistema, sistemas mecnicos, sistema elctrico, avaliao
de um aerogerador para um local concreto, montagem e levantamento, posta em marcha,
operao e manuteno (Idem).
A norma classifica os aerogeradores em seis tipos em funo da velocidade de
referncia e a intensidade de turbulncia (com excepo daqueles cujo local ou condies de
operao no so as tpicas, como podem ser instalaes no mar); esta classificao pode
observar-se na tabela 1.1:
Classe da Turbina
II
III
Vref (m/s)
50
42,5
37,5
Valores
especificados pelo
fabricante
A Iref
0,16
B Iref
0,14
C Iref
0,12
Tabela 1.1. Parmetros bsicos das classes de projecto de aerogeradores. Fonte: (Nieves, 2009, p. 80).
A norma define o nvel da velocidade mdia anual a altura do rotor para cada classe
como Vmd = 0.2Vref.
Vestas 12,3%
Siemens 9,9%
GE 9,1%
Goldwind 9%
Enercon 7,8%
Senvion 5,8%
7. UnitedPower 5,1%
8. Gamesa 4,7%
9. Ming Yang 4,4%
10. Envision uns 3,8%
25
26
aproximadas sero de 20 centmetros de dimetro, uma altura total de 1,1 metros, sendo a
altura vista de pelo menos 40 centmetros. Os sinalizadores devem ser pintados com franjas
rosas e brancas, indicando em sua parte superior uma referncia de letras AT (DGIE, 2001,
p.34).
28
Concluso do captulo
Neste captulo pudemos apresentar a evoluo da energia elica ao longo dos tempos,
o que nos leva a concluir que ela representa hoje em dia uma das fontes energticas mais
baratas e com uma tecnologia de aproveitamento totalmente madura. Assim sendo,
totalmente competitiva com outras fontes tradicionais de produo energtica.
Portanto, o nosso pas especialmente a nossa provncia precisa apostar na explorao
do seu potencial elico, isto , instalando parques elicos eficientes para equilibrar o setor
energtico.
29
CAPTULO II:
CARACTERIZAO DO LOCAL DE INSTALAO
30
31
A avaliao do potencial elico de um determinado local deve ser feita com base em
observaes dirias de velocidade do vento, durante um bom perodo de tempo. Para isso,
devem-se utilizar anemmetros ou biruta, que so aparelhos simples e que cumprem a funo
de medir a velocidade do vento no instante desejado.
Para obter informaes precisas sobre a velocidade dos ventos devem ser efectuadas
medidas dirias da velocidade dos ventos por um perodo mnimo de um ano. Diariamente,
devem-se realizar pelo menos cinco medies da velocidade nos seguintes horrios: 9horas;
12horas; 15 horas; 18 horas e 21 horas (Ibidem, pp. 17,18).
Onde no haja necessidade de medies to precisas, para implantao de sistemas
elicos, encontrando-se dificuldade em obter as medies adequadas pode-se utilizar
Meteorologia a satlite.
Se mostra o seguinte estudo, em que se utiliza os dados do vento recolhidos a cada
ms durante o ano de 2014 na comuna do Bentiaba. Os dados se tomaram a 10 metros de
altura por meio de um sistema meteorolgico a satlite online (considerando que estes dados
no usamos como prova evidente, pois uma medio com anemmetro no local chega a ser
mais eficiente):
Velocidades mdias mensais do vento a 10 metros de
altura no Bentiaba em 2014
Valores Mdios (m/s)
Meses
Janeiro
3,51
Fevereiro
3,31
Maro
3,51
Abril
3,1
Maio
3,1
Junho
4,21
Julho
4,5
Agosto
4,7
Setembro
4,81
Outubro
3,38
Novembro
3,62
Dezembro
3,73
Mdia
3,79
Tabela 2.1. Tabela de registo das medies de velocidade do vento ao longo do ano. Fonte: Meteoblue
API, 2015.
33
ln
Onde:
v ----- velocidade do vento na altura z
Vref-- velocidade conhecida na altura Zref
z------- altura em que se deseja estimar a velocidade do vento
Zref--- altura na qual foi medida a velocidade do vento
Z0---- comprimento de rugosidade na direco do vento
Para o nosso estudo, se adopta uma rugosidade de 0,05 m, que corresponde a um
terreno plano dos possveis terrenos circundantes no local dos aerogeradores do parque,
baseando na figura 2.3 (Nieves, 2009, p. 47).
34
Valores a 10 metros
Janeiro
3,51
5,03
Fevereiro
3,31
5,30
Maro
3,51
5,62
Abril
3,1
4,96
Maio
3,1
4,96
Junho
4,21
6,74
Julho
4,5
7,20
Agosto
4,7
7,52
Setembro
4,81
7,70
Outubro
3,38
5,41
Novembro
3,62
5,79
Dezembro
3,73
5,97
Mdia
3,79
6,02
Tabela 2.2. Tabela de comparao de velocidades mdias do vento em distintas alturas. Fonte: Meteoblue API,
2015.
Velocidade (m/s)
Vento a 10 m
Vento a 100 m
Ms
Grfico 2.2. Velocidades mdias mensais do vento a distintas alturas no Bentiaba em 2014. Fonte:
Prpria
Portanto, se pode verificar que a velocidade mdia anual ptima para explorar a
energia elica, pois superior a 4 m/s (velocidade mnima de explorao segundo Castro,
2005, p. 50).
36
CAPTULO III:
PROPOSTA DO PROJETO E ANLISE DOS RESULTADOS
37
38
3.3.
Em funo das condies do local, para este projecto a turbina elica tem de ter as
seguintes condies gerais:
Potncia nominal 2 MW
Torre de ao Tubular.
G90
G97
V90
SE114
Classe IEC
IIA / IIIA
IIA / IIIA
IIIA
IIA / IIIA
Potncia Nominal
2 MW
2 MW
2 MW
3,2 MW
Dimetro do rotor
90 m
97 m
90 m
114 m
Altura da torre
90-93 m, 100 m,
116-119 m
Tenso de sada do
gerador
690 V AC
690 V AC
950 V AC
Frequncia
50 Hz / 60 Hz
50 Hz / 60 Hz
50 Hz / 60 Hz
50 Hz / 60 Hz
3.4.
DIMENSIONAMENTO PRINCIPAL
3.4.1. Potncia e corrente de projecto
1
3
2
Considerando a seleco feita anteriormente da turbina elica G97, temos que: a rea
da seco transversal igual a 7390 m. Logo para a velocidade mdia anual do vento
(6,02m/s) a potncia disponvel ser:
=
1
1,225 7390 (6,02)3 = 987,5
2
Porm, sabe-se que nem toda potncia disponvel no vento pode ser extrada pelo
aerogerador devido, entre outros factores, s caractersticas operativas da turbina (limitaes
do sistema mecnico). Portanto, um factor chamado de coeficiente de aproveitamento
aerodinmico ou coeficiente de potncia (Cp ) introduzido.
Portanto, chega-se seguinte relao da potncia da turbina elica:
=
1
3
2
Onde:
P Potncia da turbina elica [W].
Cp Coeficiente de aproveitamento aerodinmico. Seu valor mximo tpico gira em
torno de 0,44 para potncia mxima admissvel.
=
1
0,44 1,225 7390 (6,02)3 = 434,5
2
40
Tabela de resultados
Potncia elctrica
disponvel no vento (kW)
Potncia elctrica
extrada pela turbina
elica (kW)
987,5
434,5
2000
2
0,95
= 2,1
2100 4
330
2100 8
330
2100 5
330
= 161,65
= 323,31
= 202,07
41
A corrente nominal de projeccto usada para especificar a seco mnima dos cabos
elctricos de conexo da turbina elica subestao. Este parmetro conhecido como limite
trmico do projecto.
Uma vez que os condutores dos grupos no barramento da subestao transformadora
estaro em paralelo, a corrente total na barra ser o somatrio:
IT = IG1+IG2+IG3+IG4 = 687,03 A
= 2,1 25 = 52,5
Tabela de Resultados
Nmero de turbinas
Potncia de projecto
P (MW)
S (MVA)
8,4
161,65
16
16,8
323,31
16
16,8
323,31
10
10,5
202,07
TOTAL
50
52,5
687,03
Se pode concluir que o parque elico utilizar vinte e cinco aerogeradores de induo
duplamente alimentados com potncia de 2 MW, tendo uma potncia de projeto instalada de
50 MW.
42
3.5.
Figura 3.1 Distncias mnimas a serem respeitadas para a colocao dos aerogeradores. Fonte: UFPA,
2008.
43
Figura 3.2 Imagem ilustrativa da disposio dos vinte e cinco aerogeradores no parque elico.
At
Medidas (m)
Subestao Transformadora
A1
A2
A3
A4
5067
194
194
194
194
Subestao Transformadora
A6
A7
A8
A9
A10
A11
A12
4000
194
194
194
194
194
194
194
Subestao Transformadora
A14
A15
A16
A17
A18
A19
A20
4000
194
194
194
194
194
194
194
Subestao Transformadora
A22
A23
A24
TOTAL
5067
194
194
194
22208
44
1 4
3
2,1 4
3 30
= 161,65
- Cabo do aerogerador A3 at A2
Calculamos primeiramente a corrente mxima permanente a transportar:
=
1 3
3
2,1 3
3 30
= 121,24
- Cabo do aerogerador A4 at A3
45
1 2
3
2,1 2
3 30
= 80,82
1 1
3
2,1 1
3 30
= 40,41
46
= 70
142
1
= 9940 10
47
= 649,96 V = 0,64 kV
48
Portanto:
U = 4 323,3 3
= 424,52 V = 0,42 kV
Portanto:
U = 5,067 161,65 3
= 776,7 V = 0,77 kV
49
Para o estabelecimento dos dados dos disjuntores de alta tenso presentes nos painis
sugere-se a visualizao da norma NBR IEC 62271-200:2007 (Conjunto de manobra e
controle de alta tenso em invlucro metlico para tenso acima de 1 kV at e inclusive 52
kV).
50
Chave Seccionadora
Os parmetros que descrevem as chaves seccionadoras foram especificados baseandose, sobretudo, na ABNT NBR 62271-102 2006 (Equipamentos de alta tenso Parte 102:
Seccionadores e chaves de aterramento).
CHAVE SECCIONADORA
: 30
Tenso nominal
: 36 ()
42
Corrente nominal
: 630
Frequncia nominal
50
Corrente nominal suportvel de curta
16 ()
durao
Valor da crista nominal da corrente
40
suportvel
Durao da corrente suportvel de curto1
circuito
Tipo de comando
51
Pra-raios
A proteco contra os efeitos das descargas atmosfricas pode ser realizada com ajuda
de equipamentos/dispositivos a serem instalados na parte externa ou interna das edificaes.
Na parte externa pode ser adoptado um Sistema de Proteco contra Descargas
Atmosfricas (SPDA) que so utilizados para evitar os incndios e as descargas que podero
ser ocasionadas por um impacto directo da descarga atmosfrica sobre a edificao (praraios, gaiola de Faraday, ).
- Na parte interna so utilizados Dispositivos de Proteco contra Surtos (DPS), para
proteger as instalaes elctricas e os equipamentos electrnicos. Lembrando que o DPS no
protege contra sobre-tenses temporrias, somente transitrias.
Os pra-raios constitudos por xido de Zinco, actualmente, constituem no tipo mais
utilizado. Na especificao de um pra-raios necessrio que conste, no mnimo, os dados
apresentados na Tabela 3.8.
PRA-RAIOS
Tenso nominal
Frequncia nominal
Tenso disruptiva mxima de impulso
atmosfrico
Tenso residual mxima sob corrente de
descarga nominal
Tenso disruptiva frequncia industrial
Tenso disruptiva mxima por surto de
manobra
Corrente de descarga nominal
Tipo de resistor no linear
*** Valores no Normalizados
: 30
: 37 ()
50
***
141
58,5 ()
101 ()
5 ( )
52
3.6.
II.
III.
IV.
V.
VI.
VII.
2
2
2
2
2 () ()
=
=0
54
0.345 km 8760
2 2
(10500 )2 0,001 370,21
2
(30 )
Sistema de 220 KV
Auxiliar)
- 6 Celas de proteces de linha.
55
iluminao e de comunicaes.
3.8.
Modelo do
aerogerador
Potncia instalada
(MW)
G97
50
Potncia nominal
de cada
aerogerador (KW)
2000
Nmero de
aerogeradores
25
3.9.
IMPACTO AMBIENTAL
3.8.1. Identificao de impactos
preciso realizar uma primeira aproximao ao estudo dos efeitos que ocasionaram as
distintas aces do projecto mediante sua identificao. Em geral, se considera que h
impacto ambiental quando uma aco ou actividade produz uma alterao, favorvel ou
desfavorvel, no meio. O conceito de impacto implica trs processos consecutivos:
Para a identificao dos impactos ambientais que o Parque Elico pode produzir sobre
o meio ambiente em seu conjunto, ou sobre alguns dos elementos do mesmo, utilizamos uma
matriz cruzada de aces do projecto - elementos do meio (Tabela 3.10).
Nas colunas desta matriz de identificao est includo os factores do meio ambiente
correspondentes ao meio fsico e bitico.
57
Fauna
Composio
Rudo
Superficiais
Subterrneas
Eliminao
Caractersticas
Qualidade visual
Espcies
comunidades
Coliso de aves
Fase da construo
Emprego da maquinaria e
transporte
Escavaes e movimentos de
terras
Execuo das obras
Fase de explorao
Funcionamento do parque elico
Manuteno das instalaes
AES IMPACTANTES
Vegetao
Paisagens
Solos
guas
Atmosfera
FACTORES AMBIENTAIS
x
x
x
x
x
x
x
x
Tabela 3.10 Matriz de interaces factores ambientais aces do projecto. Fonte: Nieves, 2009 p.
230.
58
Terreno suave
completa ou off-shore)
Aerogerador (marca, modelo, potncia
nominal em KW)
Nmero de aerogeradores
25
100 m
(m)
Linha de evacuao (voltagem em KV,
descrio)
Linhas internas (voltagens em KV,
longitude em Km)
Transformadores BT/MT (nmero,
2, 30 MVA, 30/220 KV
elctrica
Namibe
m)
Outros
Parque de maquinaria
50
146.000
2920
6,02
Oeste e sudoeste
59
Concluso do captulo
Os estudos realizados neste captulo so fundamentais para a realizao prtica do
projecto, para que opere da melhor maneira possvel. A definio do nvel de tenso de
distribuio impacta directamente na seco do condutor e tambm no nvel de corrente que
circula nos circuitos. As perdas ao longo do tempo de contratao da usina muitas vezes so
desprezadas, mas podem significar grande impacto econmico. Apesar da obteno de
menores perdas ao se utilizar uma tenso maior, o nvel de isolamento necessrio para os
equipamentos, no entanto, superior e tal fato impacta muito no preo dos mesmos.
Portanto, todas essas simples consideraes e anlises realizadas mostram a
complexidade envolvida na elaborao de um projecto dessa dimenso.
60
CONCLUSES
Atendendo a todos os critrios de poltica energtica angolana, os interesses
municipais e comunais, se desenvolveu o projecto elctrico para implementao de um parque
elico. Cumprindo com os objectivos propostos no incio do projecto, o parque projectado
tem uma potncia nominal de 50 MW, e se prope que esteja situado a 5 Km (a Norte) da
comuna do Bentiaba, municpio do Namibe.
As concluses mais relevantes que se obtm neste trabalho so as seguintes:
O parque elico est instalado numa zona de orografia simples e parcialmente
livre de vegetao (arbustos, ervas, ausncia de grandes rvores) com ventos
constantes que sopram regularmente, condiciones que fazem com que a zona
seja favorvel para a implementao da instalao.
A velocidade mdia do vento no local, objecto de estudo a longo prazo,
apropriada para todas as turbinas elicas a altura do cubo do rotor (100 m) de
6.02 m/s, velocidade que permite gerar a suficiente energia (146 GWh/ano)
para que o projecto seja rentvel economicamente.
Para manter a qualidade no sistema elctrico receptor, h necessidade de
equilibrar ou estabilizar a tenso no ponto de conexo, evitar distores
harmnicas e manter as unidades geradoras sempre protegidas.
O desenvolvimento da gerao elica importante para o sector energtico da
comunidade na hora de aumentar a segurana estratgica de fornecimento visto
que no requer importaes de combustvel.
A electricidade produzida por cada aerogerador evita que se queime
diariamente milhares de litros de petrleo e milhares de quilogramas de
gasleo nas centrais trmicas j que na gerao elica no existe processo de
combusto ou etapa de transformao trmica.
A energia elctrica gerada anualmente no parque elico proposto ascende a
146 GWh, energia suficiente para satisfazer a demanda de electricidade de
aproximadamente 64000 famlias.
61
Por fim, foi possvel notar que um projecto dessa magnitude envolve profissionais das
mais diversas reas e que trabalham em estudos que vo desde as previses de gerao at as
anlises de curto-circuito, etapas que antecedem o dimensionamento dos equipamentos e a
posterior compra dos mesmos. Como foi possvel perceber, neste trabalho algumas dessas
reas foram abordadas de maneira bem bsica, no entanto, seu aprofundamento atravs da
realizao de estudos mais detalhados pode ser realizado em trabalhos futuros.
62
RECOMENDAES
se
elabore
projectos
de
dimensionamentos/especificaes
dos
63
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ADVOGADOS, S. D. (2011). A nova estratgia energtica de Angola. Luanda.
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MORANGUES, J., & RAPALLINI, A. (2003). Energia Elica. ARGENTINA.
NIEVES, M. . (2009). Proyecto de diseo, construccin y explotacin de un parque elico.
Madrid.
KARINA, O. L. (2014). PROJETO BSICO DE UM PARQUE ELICO E ESTUDOS DE
CONEXO. Juz de Fora.
64
65
APNDICES
66
Apndice A
Topologias de barramentos consideradas como alternativas no projecto
Nos subtpicos a seguir sero discutidas as principais caractersticas de trs arranjos
de subestaes pensadas de serem implantadas nesse projecto: Barra Simples, Barra Simples
Seccionada e Principal e Transferncia, e a deciso tomada no projecto.
A.1. Barra Simples
Este o arranjo de subestao mais simples, de menor custo e de mais fcil manobra.
Nele todos os circuitos se conectam em uma nica barra e, sendo assim, a ocorrncia de
algum defeito ou a necessidade de manuteno de qualquer dos disjuntores directamente
conectados barra inevitavelmente provoca a interrupo do suprimento do alimentador em
questo. Devido confiabilidade limitada e a baixa flexibilidade de manobras, este esquema
utilizado em subestaes de pequeno porte, que atendem cargas de pequeno porte e baixa
potncia ou que tenham outra fonte de alimentao.
Tendo em vista todas essas caractersticas chega-se concluso de que este tipo de
arranjo de subestao no se adequa ao projecto do parque elico.
A.2. Barra Simples Seccionada
O arranjo de Barramento Simples Seccionado, consiste essencialmente em proporcionar o
seccionamento da barra simples atravs de uma chave seccionadora ou de um disjuntor (tie). A
vantagem da colocao do disjuntor de seccionamento que, se houver defeito em uma barra, a
proteco de barra isola esta barra, sem perda da continuidade de servio da barra sem defeito. Neste
caso, a proteco de barra abre todos os disjuntores conectados barra com defeito, incluindo o
disjuntor de seccionamento.
Figura A.3.1 Configurao que mescla as topologias barra Simples Seccionada e Principal e
Transferncia.
Apndice B
Vantagens e Desvantagens da energia elica
Vantagens
Desvantagens
Ruido
69
ANEXOS
70
ANEXO 1
TABELAS DAS ESPECIFICAES DOS CABOS USADOS NA MONOGRAFIA
Tabela 1: Intensidade mxima admissvel (A), em servio permanente, para cabos isolados
com HEPR (Eprotenax Compact) com armadura.
71
72
ANEXO 2
GRFICO DE INTENSIDADES DE CORTOCIRCUITO NO CONDUCTOR PARA
OS CABOS TIPO EPROTENAX COMPACT
SECES em mm2
INTENSIDADES em quiloamperes
GRFICO I
Intensidades termicamente admissveis em curto-circuito para condutores de cobre.
(Segundo as Normas IEC 60949 e UNE 21192).
TEMPO em segundos
73
ANEXO 3
CURVA DA POTNCIA DO AEROGERADOR G97
74
ANEXO 4
CARACTERSTICAS DO AEROGERADOR GAMESA G97
75
ANEXO 5
DADOS METEREOLGICOS DO SATLITE A 10 m DA SUPERFCIE meteoblue
Dirio
76
Mensal
77
ANEXO 6
FORMULRIO DE OBTENO DE INFORMAO
GNERO M
FUNO_________________________________________________________________
Solicito sua colaborao de responder espontaneamente este questionrio que faz parte da
pesquisa de Monografia de licenciatura que refere-se Proposta de Projecto Elctrico para
Implementao de um Parque Elico na comuna do Bentiaba.
Por favor, leia atentamente as questes e responda livremente.
1) Quantos geradores fornecem energia comunidade do Bentiaba?
1
2
3
4
5
2) Qual a potncia de cada gerador?
Gerador 1 _______________ KVA
Gerador 2 _______________ KVA
Gerador 3 _______________ KVA
Gerador 4 _______________ KVA
Gerador 5 _______________ KVA
3) A potncia gerada supre por totalidade a necessidade da populao?
No
Sim
4) Durante o ano, qual tem sido o nvel de troves na comunidade?
Baixo
Mdio
Alto
5) Acha til a necessidade de um parque elico para melhorar o sistema energtico da
comunidade?
No
Sim
6) Em quais aspecto a energia elctrica gerada pelo parque elico ajudaria na
comunidade?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Muito obrigado pela colaborao!
78