APR e RAZOP
APR e RAZOP
APR e RAZOP
MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAO
CURITIBA
2014
CURITIBA
2014
Monografia aprovada como requisito parcial para obteno do ttulo de Especialista no Curso
de Ps-Graduao em Engenharia de Segurana do Trabalho, Universidade Tecnolgica
Federal do Paran UTFPR, pela comisso formada pelos professores:
Orientador:
_____________________________________________
Prof. M.Eng. Roberto Serta
Professor do XXVIII CEEST, UTFPR Cmpus Curitiba.
Banca:
_____________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Eduardo Catai
Departamento Acadmico de Construo Civil, UTFPR Cmpus Curitiba.
________________________________________
Prof. Dr. Adalberto Matoski
Departamento Acadmico de Construo Civil, UTFPR Cmpus Curitiba.
_______________________________________
Prof. M.Eng. Massayuki Mrio Hara
Departamento Acadmico de Construo Civil, UTFPR Cmpus Curitiba.
Curitiba
2014
O termo de aprovao assinado encontra-se na Coordenao do Curso
AGRADECIMENTOS
Aos pais Srgio Lus Sella e Mrcia Mior e ao meu irmo Vincius Lus Sella, pela fora e
compreenso nos momentos de ausncia.
Ao co-orientador Marcelo F. Costella pela ateno, contribuio e disponibilidade durante
todo o desenvolvimento deste estudo.
Ao orientador Roberto Serta pelas diretrizes e orientaes que serviram como base para o
desenvolvimento do trabalho.
Radix Engenharia e sua Universidade Corporativa por acreditarem na importncia do tema
e na contnua especializao dos seus colaboradores.
Ao companheiro e colega de profisso Gustavo T Meller pelo apoio, pela compreenso nas
horas de ausncia, pelo incentivo pessoal e profissional e pelas sugestes dadas ao trabalho.
Aos colegas de profisso Carolina Mller e Adonis Carvalho pela colaborao com as
referncias bibliogrficas para o desenvolvimento deste estudo.
Aos amigos que de algum modo apoiaram, dando incentivo e motivao.
RESUMO
aplicao das tcnicas para um sistema de ajuste de ponto de orvalho. Atravs da anlise dos
resultados, pde-se comprovar que as duas tcnicas no so concorrentes e que, quando
usadas em conjunto, reduzem, quando no esgotam, todas as possibilidades de incidentes que
possam ser previamente identificados na indstria.
ABSTRACT
SELLA, B. C. Comparative between the Risk Analysis Techniques PHA and HAZOP.
Monografia (Curso de Especializao em Engenharia de Segurana do Trabalho)
Departamento de Construo Civil, Universidade Tecnolgica Federal do Paran. Curitiba,
2014.
The process industry advancement is commonly associated with hazards and operational
risks, which have significant impacts to the environmental, safety, health and,
notwithstanding, to the image of the company, in case of they are not managed. On the
exposed, it becomes necessary to reduce or eliminate the occurrence of possible accidental
events. The paper brings forward the risk analyzes as a manner to identifying these possible
scenarios. The objective of the research is to present and compare the methodologies of
HAZOP (Hazard and Operability Studies) and Preliminary Hazard Analysis (PHA) in order to
guide about the mode of the application and its features. Not intended to induce the use of
either technique, but rather show that they are complementary analyzes. The paper describes
the application of these techniques for a dew point plant. Through the result analysis, it was
proved that both techniques are not concurrent and whenever used together they reduce or
even exhaust all incidents possibilities that could be previously identified in the industry.
LISTA DE ILUSTRAES
LISTA DE QUADROS
SUMRIO
1 INTRODUO....................................................................................................................12
1.1 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 12
1.1.1 Objetivos Gerais .............................................................................................................. 12
1.1.2 Objetivos Especficos ...................................................................................................... 13
2 FUNDAMENTAO TERICA......................................................................................14
2.1 ANLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR) ............................................................. 17
2.1.1 Objetivo da APR .............................................................................................................. 18
2.1.2 Conceitos Fundamentais para o Desenvolvimento da APR ............................................ 18
2.1.3 Metodologia para o Desenvolvimento da APR ............................................................... 22
2.1.3.1 Escopo da APR ............................................................................................................. 23
2.1.3.2 Equipe da APR ............................................................................................................. 23
2.1.3.3 Material para o Desenvolvimento da APR ................................................................... 24
2.2 HAZARD AND OPERABILITY STUDIES (HAZOP) ................................................ 24
2.2.1 Objetivo do HAZOP ........................................................................................................ 25
2.2.2 Conceitos Fundamentais para o Desenvolvimento do HAZOP ...................................... 26
2.2.3 Metodologia para o Desenvolvimento do HAZOP ......................................................... 27
2.2.3.1 Escopo do HAZOP ....................................................................................................... 28
2.2.3.2 Equipe do HAZOP ........................................................................................................ 28
2.2.3.3 Material para o Desenvolvimento do HAZOP ............................................................. 29
3 METODOLOGIA................................................................................................................30
4 RESULTADOS E DISCUSSES.......................................................................................34
4.1 EXECUO DA TCNICA DE APR ........................................................................... 34
4.2 EXECUO DA TCNICA DE HAZOP ..................................................................... 39
4.3 COMPARATIVO ENTRE AS TCNICAS ................................................................... 43
5 CONCLUSES....................................................................................................................47
REFERNCIAS......................................................................................................................48
12
INTRODUO
1.1
OBJETIVOS
13
14
FUNDAMENTAO TERICA
15
intuito de proteger o sistema e/ou equipamento. As salvaguardas podem ser vlvulas de alvio,
tambm conhecidas como PRVs (Pressure Relief Valves) ou PSVs (Pressure Safety Valves),
shutdowns automticos e/ou alarmes de segurana. (AIChe, 2008).
Para o caso de falhas em ambos, tanto no controle de processos, quanto nas
salvaguardas, medidas mitigadoras devem ser consideradas, como: contenes fsicas (para o
caso de vazamento de lquidos), utilizao de planificao de emergncia da planta e, se
necessrio, at mesmo a utilizao de planificao de emergncia da comunidade.
(JACKSON, N.B, 2011).
A aplicao das anlises de segurana em fases iniciais do projeto visa identificao
e avaliao de potenciais riscos e consequentes medidas preventivas. Na maioria das cidades
europeias, essas anlises so elementos necessrios para a aprovao oficial para construo
pelas autoridades nacionais. (GRAF e TRAUB, 1999).
J no Brasil, a implantao desses estudos aconteceu por meio de rgos do meio
ambiente e no por rgos de Trabalho. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, o IBAMA (2002) desde a publicao da
Resoluo CONAMA n 001/86, que instituiu a necessidade de realizao do EIA (Estudo de
Impacto Ambiental) e do respectivo RIMA (Relatrio de Impacto sobre o Meio Ambiente)
para o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, o Estudo de Anlise de
Riscos passou a ser incorporado para determinados tipos de empreendimentos, de forma que,
alm dos aspectos relacionados com a poluio, tambm a preveno de acidentes
operacionais fosse contemplada no processo de licenciamento.
neste contexto que as anlises de risco so de extrema importncia, pois durante a
sua execuo so previstos os riscos associados ao sistema em estudo, o que faz com que
possveis perigos sejam mitigados, custos reduzidos e incidentes prevenidos. Jorgensen et al.
(2010) afirma que os estudos constituem uma metodologia sistemtica para a identificao,
avaliao e mitigao de potenciais riscos de processos que podem causar perdas humanas,
ambientais e econmicas.
Ainda, de acordo com De Cicco e Fantazzini (2003), a identificao de riscos ,
indubitavelmente, a mais importante das responsabilidades do gerente de riscos. o processo
atravs do qual, contnua e sistematicamente, so identificadas perdas potenciais (a pessoas,
propriedade e por responsabilidade da empresa), ou seja, situaes de risco de acidentes que
podem afetar a organizao.
Segundo Farber (1992), esses estudos permitem abranger todas as possveis causas de
acidentes com danos propriedade, ao ambiente, financeiros e ao trabalhador. Desta forma, as
16
anlises so realizadas com o intuito de determinar quais medidas sero tomadas a fim de
adequar a empresa aos itens pertinentes, oferecendo subsdios para a tomada de deciso sobre
as aes e os riscos que devem ser eliminados, tratados, tolerados ou transferidos.
Neste sentido, podemos dividir as anlises em dois grupos: Anlises de Riscos
Qualitativas e Anlises de Riscos Quantitativas.
O processo de anlise quantitativa de risco tem como objetivo analisar
numericamente a probabilidade de cada risco e de sua respectiva consequncia nos objetivos
do projeto, assim como a extenso do risco geral do projeto (CIn/UFPE). O sucesso da
anlise determinado pela preciso dos valores numricos atribudos para as consequncias e
probabilidades.
Por outro lado, as anlises qualitativas levam em considerao o impacto de cada risco
identificado e a sua probabilidade de ocorrncia. Avaliaes de tempo, custo e aes
corretivas podem influenciar na criticidade do risco e a tendncia nos resultados quando a
anlise qualitativa for repetida pode indicar a necessidade de mais ou menos ao da gerncia
de risco (CIn/UFPE).
So geralmente utilizadas para uma triagem inicial com o objetivo de identificar os
pontos que demandam uma anlise mais detalhada, ou quando apenas a anlise qualitativa
suficiente para a tomada de deciso; ou ainda quando houver carncia de dados numricos
para a realizao de uma anlise quantitativa (AS/NZS, 2004).
Conforme explicado por Sotille (2013, p.1), a anlise qualitativa
prioriza riscos de acordo com seu efeito potencial nos objetivos de projeto. uma
anlise de certo modo subjetiva dos riscos para:
17
O presente trabalho tem como foco o estudo detalhado de duas anlises de riscos
qualitativas: a APR, tambm conhecida como PHA (Process Hazard Analysis) e o HAZOP
sempre referenciado em ingls.
2.1
anlise foi requerida como uma reviso a ser feita nos novos sistemas de msseis projetados
para uso de combustveis lquidos. A anlise foi desenvolvida com o objetivo de evitar o uso
desnecessrio de materiais, projetos e procedimentos de alto risco, ou, caso fosse inevitvel,
para assegurar que medidas preventivas fossem incorporadas.
Trata-se de uma anlise onde se identificam eventos indesejveis, suas causas,
consequncias, modos de deteco e salvaguardas. A anlise centrada na identificao dos
riscos existentes para as pessoas, o meio ambiente, o patrimnio, a continuidade operacional e
18
19
Perigo: uma ou mais condies, fsicas ou qumicas, com potencial para causar
danos s pessoas, propriedade, ao meio ambiente ou combinao desses
(CETESB, 2003). Inclusive, vale ressaltar que a APR tambm leva o nome de
APP (Anlise Preliminar de Perigos), por causa desta condio.
Frequncia por
Ano
Caracterstica
Extremamente
Remota
(A)
Remota
(B)
Conceitualmente
possvel, mas sem
referncias na
indstria.
No esperado
ocorrer, apesar
de haver
referncias em
instalaes
similares na
indstria.
Possvel
(C)
Provvel
(D)
Frequente
(E)
Possvel de
Possvel de
ocorrer uma Possvel de
ocorrer
vez durante a ocorrer uma
muitas vezes
vida til de vez durante
durante a vida
um conjunto a vida til da
til da
de unidades instalao.
instalao.
similares.
20
Quadro 2 - Categorias
Categorias
Catastrfica
V
Descrio
Mltiplas fatalidades intramuros ou fatalidade extramuros;
Danos catastrficos com possibilidade de perda da instalao industrial;
Danos severos em reas sensveis ou se estendendo para outros locais.
Crtica
IV
Mdia
III
Marginal
II
Leses leves;
Danos leves a sistemas / equipamentos;
Danos leves.
Impacto
Internacional
Impacto
Internacional
Impacto
Regional
Impacto
Local
Impacto
Insignificante
Danos insignificantes.
Quadro 2 - Categorias de Severidade das Consequncias
Fonte: O autor (adaptado das diretrizes internas da empresa de estudo), 2014
21
Categorias de Risco
Tolervel
(T)
Moderado
(M)
No Tolervel
(NT)
Controles insuficientes.
Mtodos alternativos devem ser considerados a fim de reduzir a
probabilidade de ocorrncia ou a severidade das consequncias, de forma
a trazer os riscos para regies de menor magnitude.
Quadro 4
22
23
A APR deve analisar todos os possveis eventos perigosos da unidade incluindo tanto
as falhas intrnsecas de equipamentos, instrumentos e materiais, quanto os erros humanos
(CETESB, 2003). De acordo com Amorim (2010), faz parte do desenvolvimento da APR a
anlise dos seguintes elementos:
Alm dos elementos citados acima, devido regio de operao da planta em estudo,
possvel considerar eventos, como: terremotos, maremotos, inundaes, queda de avies, de
bales e at mesmo sabotagens.
Lder: pessoa com domnio da tcnica e responsvel por guiar o estudo, podendo
ser pessoal prprio ou terceirizado.
24
2.2
25
as provveis causas responsveis por este evento (por exemplo: motor desligado, motor
queimado, impelidores queimados, entre outros) e quais as consequncias deste evento para as
pessoas, a planta ou a produo (por exemplo: intenso aquecimento local, perda de produo,
risco de exploso, entre outros).
A caracterstica essencial da abordagem do estudo de HAZOP, ento, rever todos os
desenhos e /ou procedimentos de processo em uma srie de reunies, durante as quais uma
equipe multidisciplinar utiliza um protocolo definido para avaliar metodicamente o
significado dos desvios da inteno de projeto (McKAY et al., 2011).
Seu sucesso devido metodologia seguir todos os fluxogramas de processo (PFDs) e
todos os fluxogramas de linhas e instrumentos (P&IDs), separando o projeto em sees
gerenciveis com limites definidos chamados de ns, de forma a assegurar a anlise de todos
os equipamentos da unidade (DUNJ et al., 2010).
A
26
participantes
Causas: razes pelas quais podem ocorrer os desvios (AIChe, 2008). Por exemplo:
falhas na instrumentao ou nos equipamentos, erros humanos, imprevistos do
processo, aes externas.
27
28
Para que o estudo obtenha o sucesso esperado, a equipe deve contar com os mesmos
elementos da APR, j mencionados no item 2.1.3.2: lder, relator ou secretrio, coordenador e
especialistas. Alm disso, a equipe multidisciplinar a realizar a anlise deve ser formada por
membros que tenham experincia e conhecimento para responder a maioria das questes
levantadas sobre a unidade. Os membros devem ser selecionados cuidadosamente e deve ser
29
dada autonomia para que possam fazer qualquer recomendao de mudana necessria ao
projeto (DUNJ et al., 2010).
30
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do presente trabalho, aps o levantamento bibliogrfico,
foram realizadas as duas anlises qualitativas em foco neste estudo: a APR e o HAZOP e, por
conseguinte, foi desenvolvida a anlise dos resultados, bem como uma comparao entre as
tcnicas e a elaborao das consideraes finais sobre o tema.
A participao nas anlises foi efetiva e atravs da equipe de projetos, como membro
integrante da disciplina de segurana de processos e como coordenadora dos estudos o que
ajudou a enriquecer o trabalho aqui exposto. Desta forma as atividades desempenhadas foram
de convocao e seleo da equipe integrante para a realizao das reunies, levantamento e
anlise prvia da documentao, interface e anlise dos relatrios emitidos pela empresa
contratada para realizar as anlises, alm de follow up com as disciplinas responsveis por
implementar as recomendaes.
Os estudos de HAZOP e APR foram desenvolvidos no ambiente interno de uma
empresa multinacional de energia e o sistema estudado para ambas as anlises de risco, foi o
sistema de ajuste de ponto de orvalho do gs natural.
O ponto de orvalho a temperatura na qual ocorre condensao do vapor de gua
existente no ar, ou seja, representa a temperatura mnima que a mistura pode sofrer de
resfriamento sem haver a precipitao (condensao) da umidade. Desta forma, o controle do
ponto de orvalho evita a formao de condensado lquido na tubulao de gs o que poderia
resultar em graves problemas de segurana no seu transporte, como queda de presso no
gasoduto e maior consumo de energia dos compressores, entre outros. A Figura 6 Fluxograma para o Sistema de Ajuste de Ponto de Orvalho apresenta os principais
equipamentos e instrumentos deste sistema.
31
32
P-01: permutador de calor do tipo casco e tubo sendo que o condensado passa pelo
casco e o gs passa pelo tubo;
PIT-01: medidor de presso com indicao local e transmisso dos resultados para
um sistema que far o armazenamento e controle dos dados;
33
34
RESULTADOS E DISCUSSES
Ambas as tcnicas foram conduzidas atravs do estudo, questionamento, levantamento
e anlise crtica do grupo, de forma que se obtivesse o controle das circunstncias. As duas
anlises foram desenvolvidas com base em tabelas, conceitos e diretrizes internas da empresa
na qual os estudos foram desenvolvidos, assim como as categorias de frequncia, severidade e
a matriz utilizada para classificao dos riscos. Todas essas tabelas foram apresentadas no
item 2.1.2 Conceitos Fundamentais para o Desenvolvimento da APR e 2.2.2 Conceitos
Fundamentais para o Desenvolvimento do HAZOP.
4.1
35
36
37
cada subsistema representado por uma seo isolada, como por exemplo, uma seo entre
vlvulas automticas capazes de bloquear o inventrio.
Na coluna Perigo foi avaliada a ocorrncia de uma grande liberao de fluido
inflamvel e txico, uma vez que o gs natural utilizado neste processo contm alguns
componentes inflamveis e txicos, como o metano e o enxofre (H2S), respectivamente.
Demais perigos, como pequeno vazamento de lquido ou gs inflamvel (vazamento em
flanges e selos), presena de mistura inflamvel, impactos durante a movimentao de carga,
pequeno e grande vazamento de produtos qumicos, presena de substncias sujeitas
combusto espontnea, entre outros, tambm foram analisados nesta APR, porm no sero
detalhados neste trabalho. importante ressaltar que mesmo quando no houver o perigo, o
mesmo deve ser documentado e uma observao deve ser registrada para descrever que no
existe a possibilidade de ocorrncia do perigo em anlise.
A coluna Causa evidencia os motivos que podem levar a ocorrncia do perigo em
questo. As causas devem ser separadas conforme sua frequncia de ocorrncia. Para o caso
de grande liberao de fluido inflamvel e txico, as causas foram separadas em dois grupos.
No primeiro grupo foram identificados: ruptura em linhas, vaso, permutador, filtro, flanges e
vlvulas devido corroso, fadiga, impacto mecnico, falha de montagem e/ou materiais
inadequados. Por experincia da equipe participante, no se espera que essas causas
aconteam, apesar de haver referncias em instalaes similares na indstria. Logo, de acordo
com o Quadro 1 - Categorias de Frequncia a ocorrncia remota e identificada como B. J
no segundo grupo foram identificados: queda de carga e impacto durante movimentao de
carga. possvel que esses incidentes ocorram uma vez durante a vida til de um conjunto de
unidades similares. Logo, de acordo com o Quadro 1 - Categorias de Frequncia a ocorrncia
possvel e identificada como C.
Para os dois grupos de causas levantados, as deteces e as salvaguardas encontradas
foram as mesmas. Nesta coluna, importante acrescentar ao lado de cada identificao se a
mesma deteco (D) ou salvaguarda (S). Por exemplo: a simples deteco de fogo e gs (D)
apenas indica a ocorrncia do incidente, porm no atua no sistema de forma a mitigar o
evento. J sua confirmao leva a parada automtica da produo, com consequente
despressurizao automtica da planta, o que, por si s, caracteriza-se como uma salvaguarda
(e, por este motivo est acompanhada da letra S), uma vez que evita que maiores sinistros
aconteam. Como deteces tambm foram levantadas a monitorao das variveis do
processo e a deteco visual. J como salvaguardas, tambm foram considerados o sistema de
38
severidades neste caso foram identificadas como crticas e representadas pelo nmero IV. A
anlise da frequncia B com a severidade IV resultou em um risco moderado (M), conforme
combinao encontrada no
39
4.2
complemento da primeira tcnica, durante duas tardes. Foram disponibilizadas 8 (oito) horas
para as discusses e preenchimento da tabela, acrescidas de 20 (vinte) minutos iniciais
disponibilizados no primeiro dia para a explicao da tcnica, uma vez que nem todos os
membros tinham conhecimento da metodologia, 10 (dez) minutos para a apresentao e
integrao entre os membros participantes e 10 (dez) minutos para a apresentao do processo
e das suas peculiaridades. A equipe era composta pelos seguintes membros:
- Lder: pessoa externa contratada com experincia de 5 (cinco) anos na rea de anlise
de riscos e responsvel por explicar e aplicar a metodologia de anlise;
- Secretrio ou Relator: pessoa externa contratada responsvel por registrar as
discusses na planilha;
- Coordenador das anlises: engenheiro interno da disciplina de segurana de
processos com 3 (trs) anos de experincia em projetos similares e responsvel por selecionar
e convocar a equipe participante, organizar e analisar previamente os documentos tcnicos,
alm de diligenciar as possveis recomendaes oriundas do estudo;
- Engenheiro de segurana de processos: 2 (dois) engenheiros internos da disciplina de
segurana de processos ambos com 3 (trs) anos de experincia em projetos similares e
responsveis por responder desde questes referentes ao sistema de combate a incndio a
questes relacionadas ao acionamento das vlvulas de segurana. Respondendo apenas pela
parte de projeto de engenharia;
40
41
Da mesma forma como foi proposto na APR, sugere-se que os campos da planilha
sejam preenchidos em conjunto com o grupo participante. Vale lembrar que na planilha de
HAZOP, alm da identificao do subsistema, deve-se descrever o n em anlise, que
simplificadamente, uma diviso do subsistema englobando instrumentos e linhas.
As premissas estabelecidas em conjunto com o grupo foram: que falhas simultneas e
possveis consequncias de desdobramentos dos acidentes que afetem outros sistemas (efeito
domin) no seriam avaliadas e que apenas instrumentos com alarme associado poderiam ser
considerados deteco, com exceo aos casos nos quais a operao fosse assistida
localmente.
A primeira coluna da planilha deve apresentar o desvio a ser analisado a partir de uma
palavra-guia ligada a um parmetro de processo. O caso acima descreve o parmetro nvel
junto s palavras-guia menor e maior. Demais parmetros de processos, como fluxo,
contaminao, temperatura e presso tambm foram analisados, porm no foram descritos no
presente trabalho.
O vaso (V-01) para o qual foi analisado o desvio um vaso de presso onde o gs
expandido para posterior separao a frio, tambm conhecido como cold vessel ou low
temperature separator. Difere de um separador comum pelo fato de tratar e aliviar os hidratos
de gs que so formados devido ao resfriamento do mesmo.
42
Para o caso de Nvel maior no Vaso (V-01) as causas levantadas pelos participantes
e registradas na segunda coluna, foram: falha na malha de controle de nvel, que acontece se o
vaso alcanar um nvel maior e o controle para alarme de nvel alto falhar, ou falha fechada da
SDV-01 quando por algum motivo a SDV-01 falhar (a vlvula fecha quando falha) e o nvel
do vaso subir, uma vez que esta SDV-01 est jusante (na sada) do vaso. A SDV (shutdown
valve), conforme citado anteriormente, uma vlvula de fechamento automtica utilizada em
sistemas de segurana.
As consequncias registradas na terceira coluna se devem a ocorrncia deste desvio e
foram: arraste de lquido para o filtro (FT-01), uma vez que este recebe o gs advindo do V01 e perda de eficincia no ajuste do ponto de orvalho devido ao aumento da recirculao do
gs.
A deteco (quarta coluna) neste caso o alarme de nvel muito alto (high-high) que
tambm salvaguarda do sistema, uma vez que quando o nvel mximo alcanado, este
manda um sinal para o painel de controle e fecha automaticamente a SDV-01. Vale observar
que, uma vez que o sistema possui deteco e salvaguarda, nenhuma recomendao
necessria, visto que o sistema j se encontra dentro de uma condio segura de processo.
Caso existam recomendaes, essas devem ser focadas em eliminar a causa e no em mitigar
as consequncias do cenrio analisado.
Logo, como este desvio j possui deteco e salvaguarda capazes de evitar o incidente,
nenhuma recomendao foi registrada na quinta coluna da planilha.
Por fim, a ltima coluna apresenta o nmero sequencial dos desvios analisados.
Para o caso de Nvel Menor no V-01 foi apontada como causa a falha na malha de
controle de nvel que acontece se o vaso estiver operando abaixo do seu nvel normal de
operao e o controle para alarme de nvel baixo falhar.
Como consequncias foram levantadas a perda de eficincia no ajuste de ponto de
orvalho devido ao aumento da recirculao, alm de um possvel aumento de presso na linha
de recirculao.
As deteces para este caso so: o alarme de nvel muito baixo (low-low), que tambm
salvaguarda do sistema, uma vez que quando o nvel mnimo alcanado este manda um
sinal para o painel de controle e fecha automaticamente a SDV-03; o alarme de presso muito
alta que tambm fecha a SDV-03 e a abertura das PSVs-01/02 (pressure relief valves) que
esto alinhadas para a tocha. Nota-se que, mesmo com as deteces e salvaguardas levantadas
para o cenrio 2, foi registrada a recomendao para incluso da ao de fechamento das
SDVs-01/02 nas aes de intertravamento do alarme de presso muito alta (PSHH-01).
43
A partir desta planilha, aps todos os desvios serem levantados, um relatrio com a
explicao da metodologia e com a apresentao dos resultados emitido e as recomendaes
so encaminhadas s disciplinas e aos responsveis, da mesma forma como acontece na APR.
As dificuldades encontradas durante a aplicao da tcnica foram referentes ao
tamanho do grupo participante. Alguns membros dispersavam com facilidade o que
prolongou o tempo de execuo da anlise. Neste ponto, vlido ressaltar a importncia do
lder em focar as energias do grupo apenas nas discusses referentes aos desvios analisados.
Por outro lado, a experincia, tanto em projetos quanto em plantas similares, facilitou e
enriqueceu as discusses durante a anlise. Alm disso, os 10 (dez) minutos iniciais
disponibilizados para a apresentao do processo contriburam para a melhor compreenso do
processo que seria discutido pelo grupo, uma vez que o mesmo estava alinhado quanto nova
unidade produtiva.
4.3
desenvolvimento de um estudo de queda de cargas e objetos na rea. Isso comprova que esta
anlise, usualmente, ajuda a selecionar as reas da unidade onde outras tcnicas de anlise de
riscos devem ser usadas, como, em outros casos: o estudo de disperso de gases, tambm
conhecido como CFD (Computational Fluid Dynamics Fluidodinmica Computacional), o
qual analisa possveis vazamentos e, at mesmo o HAZOP, o qual identifica possveis desvios
nas linhas de processo e que foi utilizado no presente trabalho para complementar a tcnica de
APR.
J as recomendaes geradas no HAZOP, usualmente, fazem referncia s linhas de
processos, como a incluso de aes de intertravamento, conforme apresentado no caso
anterior. Trata-se de uma anlise mais detalhista sobre todos os instrumentos e linhas de
processo que envolvem o projeto da unidade.
Desta forma, a prtica de utilizar essas anlises em conjunto mostrou-se bastante
eficiente, uma vez que o estudo de APR utilizado para pr-identificar falhas gerais no
processo referentes aos equipamentos e a operao, e o HAZOP complementa a abordagem
dos riscos medida que analisa possveis desvios nas linhas de processo e possveis
problemas operacionais referentes a todos os instrumentos e equipamentos da planta.
Para o sucesso de ambas as anlises importante ficar ter cuidado com uma srie de
fatores, que vo desde a integridade dos dados utilizados como base para o desenvolvimento
44
tabela
apresentada
no
Quadro 6 - Anlises versus Etapas de Projeto. Este quadro sugere, de forma geral, em
quais etapas cada anlise deve ser realizada para ser mais efetiva.
45
Tcnicas
Vantagens
Desvantagens
APR
anlise;
existentes;
sofrer alteraes.
da sua operao;
- Melhoria da eficincia da planta.
De modo geral, pode-se dizer que ambas as anlises geram muitas discusses e, em
alguns casos, atrito entre os membros que executaram o projeto e os membros que operam ou
operaro as plantas em anlise. importante que essas discusses sejam levantadas de
46
47
CONCLUSES
O trabalho atingiu os objetivos propostos, uma vez que, conforme aqui apresentadas,
48
REFERNCIAS
AGUIAR, L. A. Metodologias de Anlise de Riscos - APP & Hazop. Rio de Janeiro, 2011.
Disponvel em:
http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/13179/material/APP_e_HAZOP.p
df
Acessado em 20 de Janeiro de 2014.
AMERICAN INSTITUTE OF CHEMICAL ENGINEERS - AIChe. Guideliness for Hazard
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AMORIM, Eduardo Lucena C. de. Apostila de Ferramentas de Anlise de Risco. UNIFAL,
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https://sites.google.com/site/elcaufal/disciplinas/programacao-estruturada
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