Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

APR e RAZOP

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 50

UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN

DEPARTAMENTO ACADMICO DE CONSTRUO CIVIL


CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA DO
TRABALHO

BIANCA CRISTINA SELLA

COMPARATIVO ENTRE AS TCNICAS DE ANLISE DE


RISCOS APR E HAZOP

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAO

CURITIBA
2014

BIANCA CRISTINA SELLA

COMPARATIVO ENTRE AS TCNICAS DE ANLISE DE


RISCOS APR E HAZOP

Monografia de Especializao apresentada ao


Departamento Acadmico de Construo Civil, da
Universidade Tecnolgica Federal do Paran como
requisito parcial para obteno do ttulo de
Especialista em Engenharia de Segurana do
Trabalho, do campus Curitiba.
Orientador: Prof. Msc. Roberto Serta.
Co-orientador: Prof. Dr Marcelo Costella.

CURITIBA
2014

BIANCA CRISTINA SELLA

COMPARATIVO ENTRE AS TCNICAS DE ANLISE DE RISCOS


APR E HAZOP

Monografia aprovada como requisito parcial para obteno do ttulo de Especialista no Curso
de Ps-Graduao em Engenharia de Segurana do Trabalho, Universidade Tecnolgica
Federal do Paran UTFPR, pela comisso formada pelos professores:

Orientador:
_____________________________________________
Prof. M.Eng. Roberto Serta
Professor do XXVIII CEEST, UTFPR Cmpus Curitiba.
Banca:
_____________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Eduardo Catai
Departamento Acadmico de Construo Civil, UTFPR Cmpus Curitiba.

________________________________________
Prof. Dr. Adalberto Matoski
Departamento Acadmico de Construo Civil, UTFPR Cmpus Curitiba.

_______________________________________
Prof. M.Eng. Massayuki Mrio Hara
Departamento Acadmico de Construo Civil, UTFPR Cmpus Curitiba.

Curitiba
2014
O termo de aprovao assinado encontra-se na Coordenao do Curso

AGRADECIMENTOS

Aos pais Srgio Lus Sella e Mrcia Mior e ao meu irmo Vincius Lus Sella, pela fora e
compreenso nos momentos de ausncia.
Ao co-orientador Marcelo F. Costella pela ateno, contribuio e disponibilidade durante
todo o desenvolvimento deste estudo.
Ao orientador Roberto Serta pelas diretrizes e orientaes que serviram como base para o
desenvolvimento do trabalho.
Radix Engenharia e sua Universidade Corporativa por acreditarem na importncia do tema
e na contnua especializao dos seus colaboradores.
Ao companheiro e colega de profisso Gustavo T Meller pelo apoio, pela compreenso nas
horas de ausncia, pelo incentivo pessoal e profissional e pelas sugestes dadas ao trabalho.
Aos colegas de profisso Carolina Mller e Adonis Carvalho pela colaborao com as
referncias bibliogrficas para o desenvolvimento deste estudo.
Aos amigos que de algum modo apoiaram, dando incentivo e motivao.

RESUMO

SELLA, B. C. Comparativo entre as Tcnicas de Anlise de Riscos APR e HAZOP.


Monografia (Curso de Especializao em Engenharia de Segurana do Trabalho)
Departamento de Construo Civil, Universidade Tecnolgica Federal do Paran. Curitiba,
2014.

O avano da indstria de processos comumente vem associado a perigos e riscos operacionais


que, quando no gerenciados, exercem impactos significativos ao meio ambiente, segurana,
sade e, no obstante, imagem da empresa. Diante do exposto, torna-se necessrio
diminuir ou eliminar a ocorrncia de possveis eventos acidentais. O presente trabalho
apresenta as anlises de risco como uma forma de identificao desses possveis cenrios. O
objetivo da pesquisa o de apresentar e comparar as metodologias de HAZOP (Hazard and
Operability Studies) e de Anlise Preliminar de Riscos (APR) com o intuito de orientar
quanto ao modo de aplicao e particularidades. No objetiva induzir ao uso de uma ou outra
tcnica, mas

sim demonstrar que so anlises complementares. O trabalho descreve a

aplicao das tcnicas para um sistema de ajuste de ponto de orvalho. Atravs da anlise dos
resultados, pde-se comprovar que as duas tcnicas no so concorrentes e que, quando
usadas em conjunto, reduzem, quando no esgotam, todas as possibilidades de incidentes que
possam ser previamente identificados na indstria.

Palavras-chave: HAZOP, Anlise Preliminar de Riscos, Anlise de Riscos, Anlise de


Riscos Qualitativa.

ABSTRACT

SELLA, B. C. Comparative between the Risk Analysis Techniques PHA and HAZOP.
Monografia (Curso de Especializao em Engenharia de Segurana do Trabalho)
Departamento de Construo Civil, Universidade Tecnolgica Federal do Paran. Curitiba,
2014.

The process industry advancement is commonly associated with hazards and operational
risks, which have significant impacts to the environmental, safety, health and,
notwithstanding, to the image of the company, in case of they are not managed. On the
exposed, it becomes necessary to reduce or eliminate the occurrence of possible accidental
events. The paper brings forward the risk analyzes as a manner to identifying these possible
scenarios. The objective of the research is to present and compare the methodologies of
HAZOP (Hazard and Operability Studies) and Preliminary Hazard Analysis (PHA) in order to
guide about the mode of the application and its features. Not intended to induce the use of
either technique, but rather show that they are complementary analyzes. The paper describes
the application of these techniques for a dew point plant. Through the result analysis, it was
proved that both techniques are not concurrent and whenever used together they reduce or
even exhaust all incidents possibilities that could be previously identified in the industry.

Keywords: HAZOP, Preliminary Hazards Analysis, Risk Analysis, Qualitative Risk


Analysis.

LISTA DE ILUSTRAES

Figura 1 - Consequncias adversas associadas com riscos de processo ................................... 17


Figura 2 - Sequncia de etapas para o desenvolvimento da APR ............................................ 18
Figura 3 - Modelo de Planilha da APR .................................................................................... 22
Figura 4 - Sequncia de Etapas para o Desenvolvimento do HAZOP ..................................... 25
Figura 5 - Modelo de Planilha de HAZOP ............................................................................... 28
Figura 6 - Fluxograma para o Sistema de Ajuste de Ponto de Orvalho ................................... 31
Figura 7 - Hidrato Coletado em um Recebedor em uma Instalao Martima de Petrleo ...... 33
Figura 8 - APR para o Sistema de Ajuste de Ponto de Orvalho ............................................... 36
Figura 9 - HAZOP do Subsistema de Ajuste no Sistema de Ponto de Orvalho ....................... 41

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Categorias de Frequncia ....................................................................................... 19


Quadro 2 - Categorias de Severidade das Consequncias ........................................................ 20
Quadro 3 - Categorias de Risco ................................................................................................ 21
Quadro 4 - Matriz de Riscos ..................................................................................................... 21
Quadro 5 - Lista de Desvios de Acordo com os Parmetros de Processo ................................ 27
Quadro 6 - Anlises versus Etapas de Projeto .......................................................................... 44
Quadro 7 - Vantagens e Desvantagens das Anlises de APR e HAZOP ................................. 45

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMFE: Anlise de Modos de Falhas e Efeitos


APP: Anlise Preliminar de Perigos
APR: Anlise Preliminar de Riscos
CFD: Computational Fluid Dynamics (Fluidodinmica Computacional)
CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente
EIA: Estudo de Impacto Ambiental
FISPQ: Ficha de Informao de Segurana de Produtos Qumicos
FMEA: Fail Mode & Effect Analysis
HAZOP: Hazard and Operability Studies (Estudo de Riscos e Operabilidade)
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis
PFDs: Process Flow Diagrams (Fluxogramas de Processos)
PHA: Process Hazard Analysis
PRVs: Pressure Relief Valves (Vlvulas de Alvio)
PSVs: Pressure Safety Valves (Vlvulas de Segurana)
P&IDs: Piping and Instrument Diagrams (Fluxogramas de Linhas e Instrumentos)
RIMA: Relatrio de Impacto sobre o Meio Ambiente
SDV: Shutdown Valve (Vlvula de Fechamento Automtico)
SMS: Sade, Meio Ambiente e Segurana do Trabalho
What-if: E se

SUMRIO

1 INTRODUO....................................................................................................................12
1.1 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 12
1.1.1 Objetivos Gerais .............................................................................................................. 12
1.1.2 Objetivos Especficos ...................................................................................................... 13
2 FUNDAMENTAO TERICA......................................................................................14
2.1 ANLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR) ............................................................. 17
2.1.1 Objetivo da APR .............................................................................................................. 18
2.1.2 Conceitos Fundamentais para o Desenvolvimento da APR ............................................ 18
2.1.3 Metodologia para o Desenvolvimento da APR ............................................................... 22
2.1.3.1 Escopo da APR ............................................................................................................. 23
2.1.3.2 Equipe da APR ............................................................................................................. 23
2.1.3.3 Material para o Desenvolvimento da APR ................................................................... 24
2.2 HAZARD AND OPERABILITY STUDIES (HAZOP) ................................................ 24
2.2.1 Objetivo do HAZOP ........................................................................................................ 25
2.2.2 Conceitos Fundamentais para o Desenvolvimento do HAZOP ...................................... 26
2.2.3 Metodologia para o Desenvolvimento do HAZOP ......................................................... 27
2.2.3.1 Escopo do HAZOP ....................................................................................................... 28
2.2.3.2 Equipe do HAZOP ........................................................................................................ 28
2.2.3.3 Material para o Desenvolvimento do HAZOP ............................................................. 29
3 METODOLOGIA................................................................................................................30
4 RESULTADOS E DISCUSSES.......................................................................................34
4.1 EXECUO DA TCNICA DE APR ........................................................................... 34
4.2 EXECUO DA TCNICA DE HAZOP ..................................................................... 39
4.3 COMPARATIVO ENTRE AS TCNICAS ................................................................... 43
5 CONCLUSES....................................................................................................................47

REFERNCIAS......................................................................................................................48

12

INTRODUO

Os processos industriais so conduzidos, em sua maioria, sob condies adversas de


temperatura, presso e vazo. Esses, por conseguinte, esto quase sempre associados a perigos
e riscos operacionais que, quando no gerenciados, exercem impactos significativos ao meio
ambiente, segurana e sade. Aliado a isso, a rpida expanso da indstria de processo,
devido principalmente globalizao do mundo moderno, levou a um aumento considervel
das condies no seguras de operao, tornando-se imprescindvel garantir a proteo das
empresas frente gravidade advinda de um acidente.
A premncia em determinar quais destes riscos so inevitveis e quais podem ser
diminudos em uma unidade de processo, alm da avaliao das probabilidades e
consequncias desses eventos, leva a necessidade de metodologias que identifiquem e
analisem as situaes de risco na indstria.
Diante deste contexto, as anlises de risco apresentam-se como uma alternativa para
reduzir eventuais perigos nas unidades atravs de estudos crticos realizados durante reunies
com um grupo seleto de engenheiros, operadores, tcnicos, supervisores e demais membros
conhecedores do processo e/ou com experincia em processos similares.
O presente estudo aborda dois mtodos de anlise de riscos: a Anlise Preliminar de
Riscos (APR) e o HAZOP (Hazard and Operability Studies Estudo de Riscos e
Operabilidade). A primeira caracteriza-se pela identificao de possveis falhas nos sistemas,
equipamentos e operaes. J a segunda, avalia os possveis desvios de processo e problemas
operacionais.

1.1

OBJETIVOS

1.1.1 Objetivos Gerais

Apresentar e comparar duas metodologias de anlise de riscos, APR e HAZOP, a fim


de demonstrar que as tcnicas se complementam, mesmo sendo ambas anlises de riscos
qualitativas.

13

1.1.2 Objetivos Especficos

Os objetivos especficos deste trabalho incluem:

Auxiliar na escolha da tcnica apropriada a cada fase de projeto;

Orientar quanto ao modo de aplicao e suas particularidades;

Apresentar as vantagens e desvantagens de cada uma das tcnicas.

14

FUNDAMENTAO TERICA

O aumento do acesso tecnologia, atualmente disponvel a todos os cidados, faz com


que a produo de inovaes seja acelerada. E uma das maiores beneficiadas com essas
inovaes a indstria. Porm, nem sempre a indstria consegue gerenciar e analisar os riscos
que acompanham esse processo acelerado de crescimento. Segundo Marshall (1987), esse
desenvolvimento acelerado se acentuou principalmente a partir da II Guerra Mundial, com a
automao e o aumento da complexidade dos processos industriais, impulsionados pela
concorrncia, em conjunto com a globalizao da economia de escala, resultante das grandes
plantas industriais.
De acordo com Brown (1998, p.1) esses potenciais de risco aumentaram devido
natureza dos produtos qumicos utilizados, bem como pela sofisticao dos processos
operacionais empregados, como por exemplo: presses e temperaturas elevadas. Em meio a
este contexto, importante lembrar que mesmo durante a operao normal dessas plantas
industriais, os perigos esto sempre presentes. Entretanto, durante a operao normal, os
mesmos esto sob controle, no oferecendo riscos aos operadores. Logo, para que um
incidente ocorra e uma situao de risco seja estabelecida, necessrio que um evento inicial
acontea, como o vazamento de gs em um flange ou em uma vlvula.
Se for estabelecida uma ordem de consequncias, primeiramente esses eventos
ocasionam desvios nas variveis de processo, como o aumento ou diminuio da presso, da
temperatura, da vazo, entre outros. E em um segundo momento, o incidente pode ocasionar
danos operacionais, ambientais e at mesmo estruturais, como a perda da unidade e de vidas
humanas (AIChe, 2008).
Diversos fatores podem colaborar para que esses incidentes sejam evitados, como o
estudo e o conhecimento sobre plantas que operam com processos e equipamentos similares, a
regulamentao de leis e normativas que regem cada setor, alm da reviso das estratgias
adotadas e do gerenciamento de segurana de processos utilizado. Deve-se estudar e analisar
o controle do processo atravs de uma reviso da documentao tcnica. Devem ser
revisados: fluxogramas de processos, tambm conhecidos como PFDs (Process Flow
Diagrams), fluxogramas de linhas e instrumentos, tambm conhecidos como P&IDs (Piping
and Instrument Diagrams), alarmes de controle e de segurana e o seu respectivo
gerenciamento durante a operao. Quando alguma falha no controle do processo for
encontrada, deve-se recorrer s salvaguardas que so recursos utilizados no processo com o

15

intuito de proteger o sistema e/ou equipamento. As salvaguardas podem ser vlvulas de alvio,
tambm conhecidas como PRVs (Pressure Relief Valves) ou PSVs (Pressure Safety Valves),
shutdowns automticos e/ou alarmes de segurana. (AIChe, 2008).
Para o caso de falhas em ambos, tanto no controle de processos, quanto nas
salvaguardas, medidas mitigadoras devem ser consideradas, como: contenes fsicas (para o
caso de vazamento de lquidos), utilizao de planificao de emergncia da planta e, se
necessrio, at mesmo a utilizao de planificao de emergncia da comunidade.
(JACKSON, N.B, 2011).
A aplicao das anlises de segurana em fases iniciais do projeto visa identificao
e avaliao de potenciais riscos e consequentes medidas preventivas. Na maioria das cidades
europeias, essas anlises so elementos necessrios para a aprovao oficial para construo
pelas autoridades nacionais. (GRAF e TRAUB, 1999).
J no Brasil, a implantao desses estudos aconteceu por meio de rgos do meio
ambiente e no por rgos de Trabalho. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, o IBAMA (2002) desde a publicao da
Resoluo CONAMA n 001/86, que instituiu a necessidade de realizao do EIA (Estudo de
Impacto Ambiental) e do respectivo RIMA (Relatrio de Impacto sobre o Meio Ambiente)
para o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, o Estudo de Anlise de
Riscos passou a ser incorporado para determinados tipos de empreendimentos, de forma que,
alm dos aspectos relacionados com a poluio, tambm a preveno de acidentes
operacionais fosse contemplada no processo de licenciamento.
neste contexto que as anlises de risco so de extrema importncia, pois durante a
sua execuo so previstos os riscos associados ao sistema em estudo, o que faz com que
possveis perigos sejam mitigados, custos reduzidos e incidentes prevenidos. Jorgensen et al.
(2010) afirma que os estudos constituem uma metodologia sistemtica para a identificao,
avaliao e mitigao de potenciais riscos de processos que podem causar perdas humanas,
ambientais e econmicas.
Ainda, de acordo com De Cicco e Fantazzini (2003), a identificao de riscos ,
indubitavelmente, a mais importante das responsabilidades do gerente de riscos. o processo
atravs do qual, contnua e sistematicamente, so identificadas perdas potenciais (a pessoas,
propriedade e por responsabilidade da empresa), ou seja, situaes de risco de acidentes que
podem afetar a organizao.
Segundo Farber (1992), esses estudos permitem abranger todas as possveis causas de
acidentes com danos propriedade, ao ambiente, financeiros e ao trabalhador. Desta forma, as

16

anlises so realizadas com o intuito de determinar quais medidas sero tomadas a fim de
adequar a empresa aos itens pertinentes, oferecendo subsdios para a tomada de deciso sobre
as aes e os riscos que devem ser eliminados, tratados, tolerados ou transferidos.
Neste sentido, podemos dividir as anlises em dois grupos: Anlises de Riscos
Qualitativas e Anlises de Riscos Quantitativas.
O processo de anlise quantitativa de risco tem como objetivo analisar
numericamente a probabilidade de cada risco e de sua respectiva consequncia nos objetivos
do projeto, assim como a extenso do risco geral do projeto (CIn/UFPE). O sucesso da
anlise determinado pela preciso dos valores numricos atribudos para as consequncias e
probabilidades.
Por outro lado, as anlises qualitativas levam em considerao o impacto de cada risco
identificado e a sua probabilidade de ocorrncia. Avaliaes de tempo, custo e aes
corretivas podem influenciar na criticidade do risco e a tendncia nos resultados quando a
anlise qualitativa for repetida pode indicar a necessidade de mais ou menos ao da gerncia
de risco (CIn/UFPE).
So geralmente utilizadas para uma triagem inicial com o objetivo de identificar os
pontos que demandam uma anlise mais detalhada, ou quando apenas a anlise qualitativa
suficiente para a tomada de deciso; ou ainda quando houver carncia de dados numricos
para a realizao de uma anlise quantitativa (AS/NZS, 2004).
Conforme explicado por Sotille (2013, p.1), a anlise qualitativa
prioriza riscos de acordo com seu efeito potencial nos objetivos de projeto. uma
anlise de certo modo subjetiva dos riscos para:

Determinar que eventos de risco tero resposta;

Determinar a probabilidade e o impacto de todos os riscos identificados;

Determinar que riscos sero quantificados ao invs de se ir diretamente ao


planejamento de resposta;

Documentar riscos no crticos ou no prioritrios;

Determinar a classificao geral de riscos do projeto.

Farber (1992) recomenda primeiramente o desenvolvimento de uma anlise


qualitativa, pois alm de possurem uma execuo simples, no necessitam, em sua maioria,
da utilizao de recursos adicionais como softwares e clculos matemticos.
Ainda, de acordo com Brown (1998), as mais importantes tcnicas de identificao
de perigos so as seguintes: Anlise Preliminar de Perigos (APP), What-if (e - se), HAZOP
e FMEA (Fail Mode & Effect Analysis) ou, em portugus AMFE (Anlise de Modos de
Falhas e Efeitos). Devido ao seu carter bem estruturado e sistemtico, essas tcnicas so

17

capazes de atuar com eficcia na deteco de potenciais riscos de processos, como os


apresentados na Figura 1 - Consequncias adversas associadas com riscos de processo.

Figura 1 - Consequncias adversas associadas com riscos de processo


Fonte: Adaptado de AIChe, 2008

O presente trabalho tem como foco o estudo detalhado de duas anlises de riscos
qualitativas: a APR, tambm conhecida como PHA (Process Hazard Analysis) e o HAZOP
sempre referenciado em ingls.

2.1

ANLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR)


De acordo com De Cicco e Fantazzini (2003), a APR surgiu na rea militar, onde a

anlise foi requerida como uma reviso a ser feita nos novos sistemas de msseis projetados
para uso de combustveis lquidos. A anlise foi desenvolvida com o objetivo de evitar o uso
desnecessrio de materiais, projetos e procedimentos de alto risco, ou, caso fosse inevitvel,
para assegurar que medidas preventivas fossem incorporadas.
Trata-se de uma anlise onde se identificam eventos indesejveis, suas causas,
consequncias, modos de deteco e salvaguardas. A anlise centrada na identificao dos
riscos existentes para as pessoas, o meio ambiente, o patrimnio, a continuidade operacional e

18

a imagem da empresa. Para isso so consideradas possveis falhas de sistemas, equipamentos,


operaes e seus respectivos impactos. Segundo Loewe e Kariuki (2007), uma anlise
abrangente da APR deveria ser capaz de eliminar ou controlar os riscos de processo durante
toda a vida til da planta.
Ainda, de acordo com Souza (1995), a APR geralmente a primeira tcnica aplicada
durante a anlise de riscos de projetos em fase de concepo, principalmente nos projetos de
inovao tecnolgica, pois no possuem maiores informaes sobre os seus riscos. A
Figura 2 - Sequncia de etapas para o desenvolvimento da APR apresenta os principais passos
a serem seguidos durante o desenvolvimento da anlise.

Figura 2 - Sequncia de etapas para o desenvolvimento da APR


Fonte: O autor, 2014

2.1.1 Objetivo da APR

Trata-se de uma tcnica estruturada para identificar os riscos associados ocorrncia


de eventos indesejveis (ELETRONUCLEAR, 2014). Visa reduo dos riscos e dos gastos
expressivos alm do planejado.

2.1.2 Conceitos Fundamentais para o Desenvolvimento da APR

Para a compreenso e desenvolvimento da tcnica de APR, alguns conceitos so


fundamentais. So eles:

19

Perigo: uma ou mais condies, fsicas ou qumicas, com potencial para causar
danos s pessoas, propriedade, ao meio ambiente ou combinao desses
(CETESB, 2003). Inclusive, vale ressaltar que a APR tambm leva o nome de
APP (Anlise Preliminar de Perigos), por causa desta condio.

Causas: eventos simples ou combinados, que levam ocorrncia dos perigos


previamente identificados. De acordo com a Eletronuclear (2014) as causas
podem envolver tanto as falhas intrnsecas de equipamentos, como vazamentos,
rupturas e falhas de instrumentao, quanto a erros humanos de operao e
manuteno.

Efeitos/ Impactos: severidade das consequncias provocadas por um determinado


perigo (AIChe, 2008).

Modos de deteco: maneira atravs da qual se pode identificar a ocorrncia de


um determinado evento acidental. Segundo a Eletronuclear (2014) a deteco da
ocorrncia do perigo tanto pode ser realizada atravs de instrumentao (alarmes
de presso, de temperatura, etc), como atravs de percepo humana (visual, odor,
etc).

Frequncia: fornecem uma indicao qualitativa da frequncia esperada de


ocorrncia para cada um dos cenrios identificados (ELETRONUCLEAR,
2014). As categorias de frequncia utilizadas neste trabalho seguem as diretrizes
internas da empresa onde os estudos foram analisados e encontram-se
apresentadas no

Frequncia por
Ano

Caracterstica

Quadro 1 - Categorias de Frequncia.

Extremamente
Remota
(A)

Remota
(B)

Conceitualmente
possvel, mas sem
referncias na
indstria.

No esperado
ocorrer, apesar
de haver
referncias em
instalaes
similares na
indstria.

Possvel
(C)

Provvel
(D)

Frequente
(E)

Possvel de
Possvel de
ocorrer uma Possvel de
ocorrer
vez durante a ocorrer uma
muitas vezes
vida til de vez durante
durante a vida
um conjunto a vida til da
til da
de unidades instalao.
instalao.
similares.

Quadro 1 - Categorias de Frequncia


Fonte: O autor (adaptado das diretrizes internas da empresa de estudo), 2014

Salvaguardas: dispositivos, sistemas ou aes capazes de interromper a cadeia de


eventos que podem ocorrer a partir de um evento iniciador (AIChe, 2008).

20

Diminuem a probabilidade de ocorrncia do cenrio indesejvel ou da severidade


das suas consequncias.

Severidade: indicao do nvel de gravidade das consequncias, ou seja, fornecem


uma indicao qualitativa do grau de severidade das consequncias de cada um dos
cenrios identificados (ELETRONUCLEAR, 2014). As categorias de severidade
utilizadas neste trabalho tambm seguem as diretrizes internas da empresa onde os
estudos foram analisados e encontram-se apresentadas no

Quadro 2 - Categorias

de Severidade das Consequncias.

Categorias
Catastrfica
V

Descrio
Mltiplas fatalidades intramuros ou fatalidade extramuros;
Danos catastrficos com possibilidade de perda da instalao industrial;
Danos severos em reas sensveis ou se estendendo para outros locais.

Crtica
IV

At 3 fatalidades intramuros ou leses severas extramuros;


Danos severos aos sistemas (reparao lenta);
Danos severos com efeito localizado.

Mdia
III

Leses severas intramuros ou leses leves extramuros;


Danos significantes aos sistemas;
Danos moderados.

Marginal
II

Leses leves;
Danos leves a sistemas / equipamentos;
Danos leves.

Impacto
Internacional

Impacto
Internacional

Impacto
Regional

Impacto
Local

Sem leses ou primeiros socorros;


Desprezvel
I

Danos leves a equipamentos sem comprometimento da continuidade


operacional;

Impacto
Insignificante

Danos insignificantes.
Quadro 2 - Categorias de Severidade das Consequncias
Fonte: O autor (adaptado das diretrizes internas da empresa de estudo), 2014

Risco: de acordo com Brown (1998) o risco funo da probabilidade de


ocorrncia de um evento indesejado e dos seus respectivos danos. Logo, obtido
atravs da combinao das categorias de frequncia e de severidade e indica a
necessidade ou no de medidas ou controles adicionais. As categorias de risco
utilizadas neste trabalho, assim como as categorias de frequncia e severidade,
seguem as diretrizes internas da empresa onde os estudos foram analisados e
encontram-se apresentadas no Quadro 3 - Categorias de Risco.

21

Categorias de Risco

Descrio do nvel de controle necessrio

Tolervel
(T)

Sem necessidade de medidas adicionais.


A monitorao necessria para assegurar que os controles sejam
mantidos.

Moderado
(M)

Controles adicionais devem ser avaliados com o objetivo de reduzir


riscos.
Aqueles considerados praticveis devem ser implementados.

No Tolervel
(NT)

Controles insuficientes.
Mtodos alternativos devem ser considerados a fim de reduzir a
probabilidade de ocorrncia ou a severidade das consequncias, de forma
a trazer os riscos para regies de menor magnitude.

Quadro 3 - Categorias de Risco


Fonte: O autor (adaptado das diretrizes internas da empresa de estudo), 2014

Cenrio Acidental (C.A): um evento ou uma sequncia de eventos no planejados


que resulta em perdas e nos seus respectivos impactos, incluindo o sucesso ou o
fracasso das salvaguardas existentes (AIChe, 2008). Neste trabalho, o cenrio
acidental possui um identificador individual numerado em sequncia.

A correlao entre todos os conceitos supracitados apresentada no


- Matriz de Riscos.

Quadro 4 - Matriz de Riscos

Fonte: O autor (adaptado das diretrizes internas da empresa de estudo), 2014

Quadro 4

22

2.1.3 Metodologia para o Desenvolvimento da APR

Durante o estudo da APR realizada uma avaliao qualitativa da frequncia de


ocorrncia de alguns eventos, da severidade das suas consequncias e do risco associado.
medida que cada perigo identificado, as causas em potencial, os efeitos e a gravidade dos
acidentes, bem como as possveis medidas corretivas e/ou preventivas, so tambm descritas
(AMORIM, 2010). Ao final da anlise, uma lista de recomendaes obtida com o objetivo
de aumentar a segurana do sistema e diminuir a probabilidade de ocorrncia de eventos
indesejveis e de suas respectivas consequncias.
De acordo com Loewe e Kariuki (2007), uma anlise de APR deve compreender as
seguintes etapas:
(i) Identificao dos riscos em potencial;
(ii) Avaliao dos controles aplicveis aos eventuais riscos de processos (incluindo a
avaliao de erros humanos);
(iii) Identificao das possveis consequncias devido a falhas no controle.
A fim de simplificar a realizao do estudo, a unidade em anlise , normalmente,
dividida em sistemas a partir do estudo dos PFDs. A realizao da anlise propriamente dita
feita atravs do preenchimento de uma planilha para cada sistema da instalao, conforme
apresentado na Figura 3 - Modelo de Planilha da APR.

Figura 3 - Modelo de Planilha da APR


Fonte: O autor (adaptado das diretrizes internas da empresa de estudo), 2014

23

2.1.3.1 Escopo da APR

A APR deve analisar todos os possveis eventos perigosos da unidade incluindo tanto
as falhas intrnsecas de equipamentos, instrumentos e materiais, quanto os erros humanos
(CETESB, 2003). De acordo com Amorim (2010), faz parte do desenvolvimento da APR a
anlise dos seguintes elementos:

Equipamentos perigosos: sistemas de alta presso e de armazenamento de energia;

Materiais perigosos: materiais combustveis, substncias qumicas altamente


reativas e substncias txicas;

Fatores externos: vibrao, temperaturas extremas, descargas eletrostticas e


umidade;

Procedimentos: procedimentos de operao, teste, manuteno e parada,


comissionamento e emergncia;

Layout da instalao: disposio dos equipamentos de controle e dos equipamentos


de proteo contra acidentes;

Elementos de apoio instalao: armazenamento, equipamentos de teste,


treinamento e utilidades;

Equipamentos/Sistemas de segurana: sistemas de atenuao e redundncia,


extintores de incndio e equipamentos de proteo pessoal;

Erros humanos: erros operacionais ou de manuteno.

Alm dos elementos citados acima, devido regio de operao da planta em estudo,
possvel considerar eventos, como: terremotos, maremotos, inundaes, queda de avies, de
bales e at mesmo sabotagens.

2.1.3.2 Equipe da APR

A participao de uma equipe multidisciplinar, incluindo operadores, engenheiros de


projeto, profissionais de SMS (Sade, Meio Ambiente e Segurana do Trabalho), entre outros,
todos com conhecimento tcnico e experincia nos sistemas analisados, indispensvel para
alcanar xito no resultado da anlise. De acordo com Aguiar (2011) os seguintes membros
so necessrios para o desenvolvimento da tcnica:

Lder: pessoa com domnio da tcnica e responsvel por guiar o estudo, podendo
ser pessoal prprio ou terceirizado.

24

Coordenador: pessoa responsvel pelo evento. Normalmente uma pessoa da


disciplina de SMS da empresa.

Especialistas: engenheiros das disciplinas de processo, automao, instrumentao,


segurana e eltrica, alm de projetistas, tcnicos e operadores. Podendo ser
pessoas que possuam informaes importantes sobre a unidade em estudo e/ou que
possuam experincia em unidades similares.

Relator ou Secretrio: responsvel pelo preenchimento da planilha da APR durante


as reunies.

2.1.3.3 Material para o Desenvolvimento da APR

De acordo com Esteves (2014), o levantamento prvio de alguns dados


imprescindvel para enriquecer o estudo, tais como: informaes sobre a regio (dados
meteorolgicos e demogrficos), sobre as instalaes (premissas de projeto, especificaes
tcnicas, layout, manual de operao) e a FISPQ (Ficha de Informao de Segurana de
Produtos Qumicos) das substncias analisadas.
importante ressaltar que como a APR destina-se especificamente identificao
antecipada dos riscos, os dados sobre a planta podero ser escassos (AMORIM, 2010) e a
experincia da equipe ser fundamental para o sucesso desta etapa.

2.2

HAZARD AND OPERABILITY STUDIES (HAZOP)


A tcnica de HAZOP foi utilizada pela primeira vez na dcada de 60 pela indstria

britnica Imperial Chemical Industries, Ltd. (ICI). A empresa buscava desenvolver um


mtodo para analisar perigos no processo a partir das condies bsicas de operao,
efetuando modificaes nos parmetros e observando as consequncias dessas mudanas
(NOLAN, 1994).
A diferena principal entre o HAZOP e as anlises crticas usuais foi apresentada por
Kletz (1997) com o seguinte exemplo (retirado de um relatrio de 1964): suponha que uma
simples palavra na descrio do processo seja agitao e que esta se ligue a palavra-guia
no, por exemplo: sem agitao. Em uma simples anlise crtica sobre o processo a
anlise seria sobre a necessidade de agitar o processo, alm de vantagens e desvantagens em
no obter agitao no sistema. Em um estudo de HAZOP, por outro lado, o grupo levantaria

25

as provveis causas responsveis por este evento (por exemplo: motor desligado, motor
queimado, impelidores queimados, entre outros) e quais as consequncias deste evento para as
pessoas, a planta ou a produo (por exemplo: intenso aquecimento local, perda de produo,
risco de exploso, entre outros).
A caracterstica essencial da abordagem do estudo de HAZOP, ento, rever todos os
desenhos e /ou procedimentos de processo em uma srie de reunies, durante as quais uma
equipe multidisciplinar utiliza um protocolo definido para avaliar metodicamente o
significado dos desvios da inteno de projeto (McKAY et al., 2011).
Seu sucesso devido metodologia seguir todos os fluxogramas de processo (PFDs) e
todos os fluxogramas de linhas e instrumentos (P&IDs), separando o projeto em sees
gerenciveis com limites definidos chamados de ns, de forma a assegurar a anlise de todos
os equipamentos da unidade (DUNJ et al., 2010).
A

Figura 4 - Sequncia de Etapas para o Desenvolvimento do HAZOP

ilustra os principais passos para o preenchimento da planilha durante o estudo.

Figura 4 - Sequncia de Etapas para o Desenvolvimento do HAZOP


Fonte: O autor, 2014

2.2.1 Objetivo do HAZOP

O estudo tem o objetivo de identificar, atravs de uma reviso sistemtica, se os


desvios em relao aos objetivos de operao e de projeto podem ocasionar consequncias
indesejadas (AIChe, 2008). Ainda, segundo Kotek e Tabas (2012) o objetivo do mtodo
identificar os perigos e, com as medidas propostas, minimizar ou eliminar completamente as
potenciais fontes de risco.

26

2.2.2 Conceitos Fundamentais para o Desenvolvimento do HAZOP

Da mesma forma que na APR, para a compreenso e desenvolvimento da tcnica de


HAZOP, existem alguns conceitos fundamentais que devem ser detalhados. So eles:

Ns de estudo: pontos/sees do processo/equipamento definidos nos P&IDs


(AIChe, 2008). De uma maneira geral, so subdivises dos fluxogramas, com o
intuito de estudar todos os instrumentos e equipamentos do diagrama. Por exemplo:
da vlvula de reteno montante (entrada) do vaso de presso at a vlvula de
bloqueio jusante (sada). Fludos diferentes normalmente so analisados em ns
diferentes.

Palavras-guia: palavras utilizadas para qualificar ou quantificar os desvios da


inteno de operao e para estimular o brainstorming entre os

participantes

(AIChe, 2008). So associadas aos parmetros de processo (vazo, temperatura,


presso) e, as usualmente utilizadas, so: no, nenhum, mais, menos, tambm, entre
outras.

Desvios: afastamentos das intenes de operao que so descobertas a partir da


aplicao sistemtica de palavras-guia a parmetros de processo (AIChe, 2008).

Causas: razes pelas quais podem ocorrer os desvios (AIChe, 2008). Por exemplo:
falhas na instrumentao ou nos equipamentos, erros humanos, imprevistos do
processo, aes externas.

Consequncias: resultados decorrentes de um desvio (AIChe, 2008).

Recomendaes / Observaes: sugestes para mudanas de projeto, mudanas de


procedimentos ou comentrios sobre o processo (AIChe, 2008).

Parmetros de processo: variveis fsicas ou qumicas associadas ao processo


(AIChe, 2008). Alguns exemplos da associao dos desvios com as palavras-guia e
os parmetros de processos esto apresentados no Quadro 5 - Lista de Desvios de
Acordo com os Parmetros de Processo.

27

Quadro 5 - Lista de Desvios de Acordo com os Parmetros de Processo


Fonte: O autor (adaptado das diretrizes internas da empresa de estudo), 2014

2.2.3 Metodologia para o Desenvolvimento do HAZOP

A execuo do mtodo consiste em utilizar palavras-guia combinadas a parmetros de


processos com o intuito de encontrar possveis desvios das intenes de projeto ou de
operabilidade (DUNJ et al., 2010).
A anlise requer a diviso da planta em pontos de estudo (ns) entre os quais existem
componentes como bombas, vasos e trocadores de calor, entre outros (CETESB, 2003).
Aps determinar os desvios, o grupo analisa as suas possveis causas e consequncias.
Para cada par de causa-consequncia, devem ser identificadas as salvaguardas existentes e,
caso essas sejam insuficientes para garantir a segurana do sistema, demais recomendaes
devem ser feitas (DUNJ et al., 2010). A participao de representantes de todas as equipes
envolvidas no projeto e/ou operao da instalao imprescindvel para que a planilha,
apresentada na Figura 5 - Modelo de Planilha de HAZOP contenha todas as informaes
necessrias.

28

Figura 5 - Modelo de Planilha de HAZOP


Fonte: O autor (adaptado das diretrizes internas da empresa de estudo), 2014

Aconselha-se realizar reunies com no mximo 3 (trs) horas de durao e com


frequncia de durao de 2 (duas) a 3 (trs) vezes por semana. Para cada grande equipamento
da unidade, pode-se estimar 3 (trs) horas para as discusses (AGUIAR, 2011). Essas
medidas visam melhorar a qualidade das discusses e manter o foco da equipe.

2.2.3.1 Escopo do HAZOP

Os resultados encontrados pela equipe do HAZOP incluem a identificao de perigos e


problemas operacionais; a recomendao de mudanas no projeto e nos procedimentos, alm
de recomendaes para a realizao de estudos em reas onde nenhuma concluso foi possvel
devido falta de informao (AIChe, 2008).
Segundo Amorim (2010), durante uma anlise de HAZOP todas as linhas de servio
devem ser analisadas, incluindo as linhas de vapor, gua, ar comprimido, nitrognio e a linhas
de drenagem. Caso existam ramificaes ou derivaes dessas linhas, importante inclu-las
na anlise.

2.2.3.2 Equipe do HAZOP

Para que o estudo obtenha o sucesso esperado, a equipe deve contar com os mesmos
elementos da APR, j mencionados no item 2.1.3.2: lder, relator ou secretrio, coordenador e
especialistas. Alm disso, a equipe multidisciplinar a realizar a anlise deve ser formada por
membros que tenham experincia e conhecimento para responder a maioria das questes
levantadas sobre a unidade. Os membros devem ser selecionados cuidadosamente e deve ser

29

dada autonomia para que possam fazer qualquer recomendao de mudana necessria ao
projeto (DUNJ et al., 2010).

2.2.3.3 Material para o Desenvolvimento do HAZOP

Os dados necessrios ao desenvolvimento do estudo so: PFDs, P&IDs, layouts, folha


de dados de equipamentos, memoriais descritivos e diagramas de intertravamento (AMORIM,
2010). Esses dados devem ser previamente analisados com o objetivo de identificar sua
relevncia para o estudo e a consistncia das informaes.

30

METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do presente trabalho, aps o levantamento bibliogrfico,

foram realizadas as duas anlises qualitativas em foco neste estudo: a APR e o HAZOP e, por
conseguinte, foi desenvolvida a anlise dos resultados, bem como uma comparao entre as
tcnicas e a elaborao das consideraes finais sobre o tema.
A participao nas anlises foi efetiva e atravs da equipe de projetos, como membro
integrante da disciplina de segurana de processos e como coordenadora dos estudos o que
ajudou a enriquecer o trabalho aqui exposto. Desta forma as atividades desempenhadas foram
de convocao e seleo da equipe integrante para a realizao das reunies, levantamento e
anlise prvia da documentao, interface e anlise dos relatrios emitidos pela empresa
contratada para realizar as anlises, alm de follow up com as disciplinas responsveis por
implementar as recomendaes.
Os estudos de HAZOP e APR foram desenvolvidos no ambiente interno de uma
empresa multinacional de energia e o sistema estudado para ambas as anlises de risco, foi o
sistema de ajuste de ponto de orvalho do gs natural.
O ponto de orvalho a temperatura na qual ocorre condensao do vapor de gua
existente no ar, ou seja, representa a temperatura mnima que a mistura pode sofrer de
resfriamento sem haver a precipitao (condensao) da umidade. Desta forma, o controle do
ponto de orvalho evita a formao de condensado lquido na tubulao de gs o que poderia
resultar em graves problemas de segurana no seu transporte, como queda de presso no
gasoduto e maior consumo de energia dos compressores, entre outros. A Figura 6 Fluxograma para o Sistema de Ajuste de Ponto de Orvalho apresenta os principais
equipamentos e instrumentos deste sistema.

31

Figura 6 - Fluxograma para o Sistema de Ajuste de Ponto de Orvalho


Fonte: O autor, 2014

Conforme apresentado na Figura 6 - Fluxograma para o Sistema de Ajuste de Ponto de


Orvalho, a corrente de gs que chega ao sistema de ajuste analisada pelo cromatgrafo
(AIT-01), onde seus componentes so identificados e registrados. Aps esta anlise, o gs
segue para o permutador P-01, onde troca calor natural com a corrente de condensado que sai
do vaso V-01. A reduo da temperatura auxilia na separao do condensado de sua corrente.
J dentro do V-01, o gs tem sua temperatura reduzida ainda mais e passa pelo
demister que o equipamento que promove o aumento de tamanho das gotculas, as quais
caem no fundo do vaso e so direcionadas para o P-01. Aps sair do vaso o gs natural ainda
passa pelo filtro FT-01 o qual retm as partculas slidas ainda presentes no gs.
O condensado que passou pelo P-01 segue para a unidade de recuperao, onde ser
tratado e enviado novamente para o processo.
Logo, o processo de ajuste do ponto de orvalho consiste no esfriamento do gs atravs
da refrigerao mecnica para eliminar os componentes mais pesados, j que estes podem
condensar durante o transporte. O refrigerante esfria o gs atravs de um ciclo de esfriamento,
fazendo com que suas fraes mais pesadas se condensem e possam ser removidas da corrente
por meio da gravidade em um separador frio.
No texto a seguir apresentada uma breve descrio dos instrumentos e equipamentos
da Figura 6 - Fluxograma para o Sistema de Ajuste de Ponto de Orvalho:

32

AIT-01 e AIT-02: analisador (cromatgrafo) com indicao local (campo) e


transmisso dos resultados para um sistema que far o armazenamento e controle
dos dados;

P-01: permutador de calor do tipo casco e tubo sendo que o condensado passa pelo
casco e o gs passa pelo tubo;

PIT-01: medidor de presso com indicao local e transmisso dos resultados para
um sistema que far o armazenamento e controle dos dados;

TV-02: vlvula de controle que possui abertura e fechamento realizados a partir do


sinal enviado pelo medidor de temperatura de sada do gs natural do vaso V-01;

V-01: vaso de presso utilizado para separao do condensado do gs natural


recebido na unidade. A separao realizada pela reduo da temperatura e
tambm pelo demister (equipamento interno formado por um conjunto de telas por
onde a corrente de gs ser obrigada a passar fazendo com que as gotculas se
choquem contra a malha e aumentem de tamanho, caindo por gravidade);

TIC-01: medidor e controlador de temperatura. Realiza clculos especficos com os


valores obtidos e envia sinal para a abertura e fechamento da TV-02, liberando ou
restringindo a passagem de gs. Para realizar esses clculos o controlador utiliza os
sinais enviados pelo medidor de presso;

FT-01: filtro coalescedor instalado para complementar o V-01 na reduo do


condensado presente no gs, ajustando assim seu ponto de orvalho;

LV-01: vlvula de controle que possui abertura e fechamento realizados a partir do


sinal enviado pelo medidor de nvel de condensado no vaso V-01;

LIC-01: medidor e controlador de nvel de condensado no vaso V-01. Realiza


clculos especficos com os valores obtidos e envia sinal para a abertura e
fechamento da LV-01;

SDV-01, SDV-02 e SDV-03: so vlvulas de bloqueio total, utilizadas em situaes


de risco para parar imediatamente a passagem de gs pela linha;

PSV-01 e PSV-02: vlvulas de seguranas que abrem quando a presso calibrada


nas mesmas atingida. Tambm podem ser chamadas de vlvulas de alvio, pois
despressurizam o equipamento ou linha onde esto instaladas;

Tocha: sistema de queima de hidrocarbonetos.

A anlise deste sistema apresenta-se bastante importante, tambm, pois conforme


citado por Oliveira (2008) e apresentado na Figura 7 - Hidrato Coletado em um Recebedor em

33

uma Instalao Martima de Petrleo, a combinao fsica entre molculas de gua e


molculas de hidrocarbonetos presentes no gs natural pode causar a formao de hidratos de
gs, os quais so apontados como os principais causadores da interrupo da produo e do
transporte devido a entupimento de dutos e conexes.

Figura 7 - Hidrato Coletado em um Recebedor em uma Instalao Martima de Petrleo


Fonte: Vaz, Maia e Santos, 2008.

Ainda, conforme Vaz, Maia e Santos (2008), as unidades de acerto de ponto de


orvalho, tambm conhecidas como dew point plant, tm como objetivo principal apenas
especificar o gs processado, sem grandes compromissos com a especificao do lquido
gerado ou com a maximizao dessa frao lquida.
As planilhas preenchidas durante os estudos, acompanhadas da respectiva explicao,
sero apresentadas no item 4 - RESULTADOS E DISCUSSES, uma vez que o
preenchimento da tabela por si s, j representa os resultados obtidos durante as anlises.
Aps esta abordagem tambm ser apresentada uma comparao entre as tcnicas.

34

RESULTADOS E DISCUSSES
Ambas as tcnicas foram conduzidas atravs do estudo, questionamento, levantamento

e anlise crtica do grupo, de forma que se obtivesse o controle das circunstncias. As duas
anlises foram desenvolvidas com base em tabelas, conceitos e diretrizes internas da empresa
na qual os estudos foram desenvolvidos, assim como as categorias de frequncia, severidade e
a matriz utilizada para classificao dos riscos. Todas essas tabelas foram apresentadas no
item 2.1.2 Conceitos Fundamentais para o Desenvolvimento da APR e 2.2.2 Conceitos
Fundamentais para o Desenvolvimento do HAZOP.

4.1

EXECUO DA TCNICA DE APR


A anlise de APR foi desenvolvida durante uma manh, sendo que 4 (quatro) horas

foram disponibilizadas para as discusses e preenchimento da tabela, acrescidas de 20 (vinte)


minutos iniciais disponibilizados para a explicao da tcnica, uma vez que nem todos os
membros tinham conhecimento da metodologia, e 10 (dez) minutos para apresentao e
integrao entre os participantes. A equipe era composta pelos seguintes integrantes:
- Lder: pessoa externa contratada com experincia de 5 (cinco) anos na rea de anlise
de riscos e responsvel por explicar e aplicar a metodologia de anlise;
- Secretrio ou Relator: pessoa externa contratada responsvel por registrar as
discusses na planilha;
- Coordenador das anlises: engenheiro interno da disciplina de segurana de
processos com 3 (trs) anos de experincia em projetos similares e responsvel por selecionar
e convocar a equipe participante, organizar e analisar previamente os documentos tcnicos,
alm de diligenciar as possveis recomendaes oriundas do estudo;
- Engenheiro de segurana de processos: engenheiro interno da disciplina de segurana
de processos com 3 (trs) anos de experincia em projetos similares e responsvel por
responder questes referentes aos sistemas de segurana da planta, como sistema de combate
a incndio e acionamento das vlvulas de segurana. Respondendo apenas pela parte de
projeto de engenharia;
- Engenheiro de Processos Pleno: engenheiro interno com 5 (cinco) anos de
experincia na execuo de projetos similares, responsvel pelo desenvolvimento do projeto e
pela explicao do processo e das suas condies de operao, em linhas gerais, para os
participantes antes do incio da anlise;

35

- Engenheiro de Instrumentao Pleno: engenheiro interno com mais de 10 (dez) anos


de experincia em projetos e plantas similares. Responsvel pelo detalhamento dos
instrumentos da unidade;
- Engenheiro Mecnico: engenheiro interno com 6 (seis) anos de experincia em
projetos similares e responsvel por sanar dvidas referentes aos equipamentos da instalao.
Sua participao era solicitada nos momentos de dvida;
- Engenheiro de Segurana do Trabalho: engenheiro interno com mais de 7 anos de
experincia na operao de plantas similares. Responsvel por explicar sobre a operao e os
procedimentos de segurana na rea. Sua participao era solicitada em momentos de dvida;
- Tcnico de Operaes: tcnico interno com 5 anos de experincia e responsvel pela
futura operao da unidade.
A planilha de APR preenchida para o estudo realizado na empresa em questo est
apresentada na Figura 8 - APR para o Sistema de Ajuste de Ponto de Orvalho. O sistema
apresentado o sistema de ajuste de ponto de orvalho que, conforme citado no item 3 METODOLOGIA, consiste, resumidamente, no esfriamento do gs atravs da refrigerao
mecnica, com o objetivo de eliminar os componentes mais pesados, que podem condensar
durante o seu transporte. As anlises foram feitas para um projeto em fase de detalhamento
para construo.

36

Figura 8 - APR para o Sistema de Ajuste de Ponto de Orvalho


Fonte: O Autor (adaptado do estudo realizado na empresa em questo), 2014

Sugere-se que os campos da planilha sejam preenchidos em conjunto com o grupo


participante, uma vez que o preenchimento prvio da planilha pelo lder dos estudos pode
induzir o grupo, alm de criar uma situao de comodidade aos participantes que podem vir a
colaborar menos com os levantamentos.
Tambm, antes de iniciar as discusses referentes a cada subsistema, de grande
importncia estabelecer algumas premissas junto equipe que ir participar das reunies.
Essas premissas devem estabelecer o que dever ou no ser considerado durante o estudo.
Para este estudo considerou-se que: as categorias de risco deveriam ser atribudas sem
considerar as salvaguardas existentes; os procedimentos operacionais, treinamentos padro e
planos de manuteno seriam considerados como salvaguardas; as falhas de demanda em
dispositivos de alvio, como PSVs ou at mesmo em sistemas de intertravamento de
segurana seriam consideradas causas de desvios.
Na lacuna Referncia deve ser inserido o nmero identificador do PFD
correspondente ao sistema em estudo, acompanhado do nmero de reviso do documento. O
Subsistema deve ser uma subdiviso do sistema, a fim de facilitar a anlise. Normalmente

37

cada subsistema representado por uma seo isolada, como por exemplo, uma seo entre
vlvulas automticas capazes de bloquear o inventrio.
Na coluna Perigo foi avaliada a ocorrncia de uma grande liberao de fluido
inflamvel e txico, uma vez que o gs natural utilizado neste processo contm alguns
componentes inflamveis e txicos, como o metano e o enxofre (H2S), respectivamente.
Demais perigos, como pequeno vazamento de lquido ou gs inflamvel (vazamento em
flanges e selos), presena de mistura inflamvel, impactos durante a movimentao de carga,
pequeno e grande vazamento de produtos qumicos, presena de substncias sujeitas
combusto espontnea, entre outros, tambm foram analisados nesta APR, porm no sero
detalhados neste trabalho. importante ressaltar que mesmo quando no houver o perigo, o
mesmo deve ser documentado e uma observao deve ser registrada para descrever que no
existe a possibilidade de ocorrncia do perigo em anlise.
A coluna Causa evidencia os motivos que podem levar a ocorrncia do perigo em
questo. As causas devem ser separadas conforme sua frequncia de ocorrncia. Para o caso
de grande liberao de fluido inflamvel e txico, as causas foram separadas em dois grupos.
No primeiro grupo foram identificados: ruptura em linhas, vaso, permutador, filtro, flanges e
vlvulas devido corroso, fadiga, impacto mecnico, falha de montagem e/ou materiais
inadequados. Por experincia da equipe participante, no se espera que essas causas
aconteam, apesar de haver referncias em instalaes similares na indstria. Logo, de acordo
com o Quadro 1 - Categorias de Frequncia a ocorrncia remota e identificada como B. J
no segundo grupo foram identificados: queda de carga e impacto durante movimentao de
carga. possvel que esses incidentes ocorram uma vez durante a vida til de um conjunto de
unidades similares. Logo, de acordo com o Quadro 1 - Categorias de Frequncia a ocorrncia
possvel e identificada como C.
Para os dois grupos de causas levantados, as deteces e as salvaguardas encontradas
foram as mesmas. Nesta coluna, importante acrescentar ao lado de cada identificao se a
mesma deteco (D) ou salvaguarda (S). Por exemplo: a simples deteco de fogo e gs (D)
apenas indica a ocorrncia do incidente, porm no atua no sistema de forma a mitigar o
evento. J sua confirmao leva a parada automtica da produo, com consequente
despressurizao automtica da planta, o que, por si s, caracteriza-se como uma salvaguarda
(e, por este motivo est acompanhada da letra S), uma vez que evita que maiores sinistros
aconteam. Como deteces tambm foram levantadas a monitorao das variveis do
processo e a deteco visual. J como salvaguardas, tambm foram considerados o sistema de

38

drenagem da rea classificada, o sistema de combate a incndio e a parada automtica da


produo com despressurizao manual remota.
A coluna de Possveis efeitos deve levantar quais as possveis consequncias para o
caso do incidente ocorrer. No caso apresentado foram levantadas as possibilidades de jato de
fogo e/ou exploso, de incndio em poa e/ou formao de nuvem txica.
Uma vez preenchidas essas colunas, deve-se avaliar as severidades dos possveis
cenrios para Pessoal, Instalao, Meio Ambiente e Imagem. Estas colunas so
divididas em severidade, caracterizada pela letra S e Risco, caracterizado pela letra R. As
severidades esto relacionadas s consequncias e o risco o resultado da combinao entre a
frequncia de ocorrncia e a severidade, conforme apresentado no Quadro 4 - Matriz de
Riscos.
Para a avaliao de severidade Pessoal, por exemplo, o grupo considerou
possibilidade de ocorrncia de at 3 (trs) fatalidades intramuros ou leses severas
extramuros. Logo, conforme o

Quadro 2 - Categorias de Severidade das Consequncias, as

severidades neste caso foram identificadas como crticas e representadas pelo nmero IV. A
anlise da frequncia B com a severidade IV resultou em um risco moderado (M), conforme
combinao encontrada no

Quadro 4 - Matriz de Riscos. A mesma anlise foi

realizada para Instalao, Meio Ambiente e Imagem.


A coluna C.A. (Cenrio Acidental) representa a sequncia numrica das hipteses
acidentais avaliadas pelo grupo.
Conforme se pode observar, a recomendao para o perigo detectado acima a
realizao de um estudo de queda de cargas e objetos, o que confirma o j exposto de que a
APR no exclui a necessidade de outros tipos de avaliaes de riscos. Ao contrrio, muitas
vezes serve como precursora de outras anlises mais detalhadas e especficas.
Outra observao que podemos destacar que apenas riscos moderados (M) e
tolerveis (T) foram constatados para o evento acidental em questo. Sendo assim, conforme
apresentado no Quadro 3 - Categorias de Risco, recomendaes ou observaes podem ser
feitas com o intuito de reduzir riscos, mas no so necessrias, uma vez que nenhum risco no
tolervel (NT) foi identificado neste sistema.
Alm disso, importante lembrar que a frequncia considerada sempre em relao
probabilidade do evento acidental ocorrer, ou seja, a frequncia com a qual as causas podem
acontecer. J a severidade possui relao direta com a consequncia do evento, ou seja, a
severidade que os possveis episdios podem ocasionar.

39

Um relatrio com a explicao da metodologia e com a apresentao dos resultados


deve ser emitido a partir desta planilha e as recomendaes devem ser encaminhadas s
disciplinas e seus respectivos responsveis.
As dificuldades encontradas durante a aplicao da tcnica foram referentes
participao e colaborao dos membros durante toda a reunio. Alguns membros, mesmo
com solicitao prvia para participao da anlise, no disponibilizaram seu tempo para a
mesma. Esta participao apenas no momento de sanar dvidas prolongou o tempo de
execuo da anlise, tanto devido prpria espera dos mesmos quando solicitados, quanto em
relao ao tempo para exposio da dvida e do perigo analisado no momento. Por outro lado,
a experincia do grupo tanto em projetos quanto em plantas similares facilitou e enriqueceu a
discusso da anlise.

4.2

EXECUO DA TCNICA DE HAZOP


A anlise de HAZOP foi desenvolvida uma semana aps a anlise de APR, como

complemento da primeira tcnica, durante duas tardes. Foram disponibilizadas 8 (oito) horas
para as discusses e preenchimento da tabela, acrescidas de 20 (vinte) minutos iniciais
disponibilizados no primeiro dia para a explicao da tcnica, uma vez que nem todos os
membros tinham conhecimento da metodologia, 10 (dez) minutos para a apresentao e
integrao entre os membros participantes e 10 (dez) minutos para a apresentao do processo
e das suas peculiaridades. A equipe era composta pelos seguintes membros:
- Lder: pessoa externa contratada com experincia de 5 (cinco) anos na rea de anlise
de riscos e responsvel por explicar e aplicar a metodologia de anlise;
- Secretrio ou Relator: pessoa externa contratada responsvel por registrar as
discusses na planilha;
- Coordenador das anlises: engenheiro interno da disciplina de segurana de
processos com 3 (trs) anos de experincia em projetos similares e responsvel por selecionar
e convocar a equipe participante, organizar e analisar previamente os documentos tcnicos,
alm de diligenciar as possveis recomendaes oriundas do estudo;
- Engenheiro de segurana de processos: 2 (dois) engenheiros internos da disciplina de
segurana de processos ambos com 3 (trs) anos de experincia em projetos similares e
responsveis por responder desde questes referentes ao sistema de combate a incndio a
questes relacionadas ao acionamento das vlvulas de segurana. Respondendo apenas pela
parte de projeto de engenharia;

40

- Engenheiro de Processos Pleno: engenheiro interno com 5 (cinco) anos de


experincia na execuo de projetos similares e responsvel pelo desenvolvimento do projeto;
- Engenheiro de Processos Jnior: engenheiro interno com 3 (trs) anos de experincia
na execuo de projetos similares e tambm responsvel pelo desenvolvimento do projeto;
- Job leader de Processos: engenheiro interno com mais de 10 (dez) anos de
experincia em projetos e plantas similares e responsvel por explicar o processo e suas
condies de operao em linhas gerais para os participantes antes do incio da anlise;
- Engenheiro de Instrumentao Pleno: engenheiro interno com mais de 10 (dez) anos
de experincia em projetos e plantas similares e responsvel pelo detalhamento dos
instrumentos da unidade;
- Engenheiro Mecnico: engenheiro interno com 6 (seis) anos de experincia em
projetos similares e responsvel por responder questes referentes aos equipamentos da
instalao;
- Engenheiro de Segurana do Trabalho: engenheiro interno com mais de 7 anos de
experincia na operao de plantas similares. Responsvel por explicar a operao e os
procedimentos de segurana na rea;
- Tcnico de Operaes: tcnico interno com 5 anos de experincia e responsvel
futura operao da unidade;
- Consultor Tcnico de Operaes: consultor interno com 7 anos de experincia em
plantas similares.
A planilha de HAZOP preenchida para o estudo realizado na empresa em questo est
apresentada na Figura 9 - HAZOP do Subsistema de Ajuste no Sistema de Ponto de Orvalho.

41

Figura 9 - HAZOP do Subsistema de Ajuste no Sistema de Ponto de Orvalho


Fonte: O Autor (adaptado do estudo realizado na empresa em questo), 2014

Da mesma forma como foi proposto na APR, sugere-se que os campos da planilha
sejam preenchidos em conjunto com o grupo participante. Vale lembrar que na planilha de
HAZOP, alm da identificao do subsistema, deve-se descrever o n em anlise, que
simplificadamente, uma diviso do subsistema englobando instrumentos e linhas.
As premissas estabelecidas em conjunto com o grupo foram: que falhas simultneas e
possveis consequncias de desdobramentos dos acidentes que afetem outros sistemas (efeito
domin) no seriam avaliadas e que apenas instrumentos com alarme associado poderiam ser
considerados deteco, com exceo aos casos nos quais a operao fosse assistida
localmente.
A primeira coluna da planilha deve apresentar o desvio a ser analisado a partir de uma
palavra-guia ligada a um parmetro de processo. O caso acima descreve o parmetro nvel
junto s palavras-guia menor e maior. Demais parmetros de processos, como fluxo,
contaminao, temperatura e presso tambm foram analisados, porm no foram descritos no
presente trabalho.
O vaso (V-01) para o qual foi analisado o desvio um vaso de presso onde o gs
expandido para posterior separao a frio, tambm conhecido como cold vessel ou low
temperature separator. Difere de um separador comum pelo fato de tratar e aliviar os hidratos
de gs que so formados devido ao resfriamento do mesmo.

42
Para o caso de Nvel maior no Vaso (V-01) as causas levantadas pelos participantes
e registradas na segunda coluna, foram: falha na malha de controle de nvel, que acontece se o
vaso alcanar um nvel maior e o controle para alarme de nvel alto falhar, ou falha fechada da
SDV-01 quando por algum motivo a SDV-01 falhar (a vlvula fecha quando falha) e o nvel
do vaso subir, uma vez que esta SDV-01 est jusante (na sada) do vaso. A SDV (shutdown
valve), conforme citado anteriormente, uma vlvula de fechamento automtica utilizada em
sistemas de segurana.
As consequncias registradas na terceira coluna se devem a ocorrncia deste desvio e
foram: arraste de lquido para o filtro (FT-01), uma vez que este recebe o gs advindo do V01 e perda de eficincia no ajuste do ponto de orvalho devido ao aumento da recirculao do
gs.
A deteco (quarta coluna) neste caso o alarme de nvel muito alto (high-high) que
tambm salvaguarda do sistema, uma vez que quando o nvel mximo alcanado, este
manda um sinal para o painel de controle e fecha automaticamente a SDV-01. Vale observar
que, uma vez que o sistema possui deteco e salvaguarda, nenhuma recomendao
necessria, visto que o sistema j se encontra dentro de uma condio segura de processo.
Caso existam recomendaes, essas devem ser focadas em eliminar a causa e no em mitigar
as consequncias do cenrio analisado.
Logo, como este desvio j possui deteco e salvaguarda capazes de evitar o incidente,
nenhuma recomendao foi registrada na quinta coluna da planilha.
Por fim, a ltima coluna apresenta o nmero sequencial dos desvios analisados.
Para o caso de Nvel Menor no V-01 foi apontada como causa a falha na malha de
controle de nvel que acontece se o vaso estiver operando abaixo do seu nvel normal de
operao e o controle para alarme de nvel baixo falhar.
Como consequncias foram levantadas a perda de eficincia no ajuste de ponto de
orvalho devido ao aumento da recirculao, alm de um possvel aumento de presso na linha
de recirculao.
As deteces para este caso so: o alarme de nvel muito baixo (low-low), que tambm
salvaguarda do sistema, uma vez que quando o nvel mnimo alcanado este manda um
sinal para o painel de controle e fecha automaticamente a SDV-03; o alarme de presso muito
alta que tambm fecha a SDV-03 e a abertura das PSVs-01/02 (pressure relief valves) que
esto alinhadas para a tocha. Nota-se que, mesmo com as deteces e salvaguardas levantadas
para o cenrio 2, foi registrada a recomendao para incluso da ao de fechamento das
SDVs-01/02 nas aes de intertravamento do alarme de presso muito alta (PSHH-01).

43

A partir desta planilha, aps todos os desvios serem levantados, um relatrio com a
explicao da metodologia e com a apresentao dos resultados emitido e as recomendaes
so encaminhadas s disciplinas e aos responsveis, da mesma forma como acontece na APR.
As dificuldades encontradas durante a aplicao da tcnica foram referentes ao
tamanho do grupo participante. Alguns membros dispersavam com facilidade o que
prolongou o tempo de execuo da anlise. Neste ponto, vlido ressaltar a importncia do
lder em focar as energias do grupo apenas nas discusses referentes aos desvios analisados.
Por outro lado, a experincia, tanto em projetos quanto em plantas similares, facilitou e
enriqueceu as discusses durante a anlise. Alm disso, os 10 (dez) minutos iniciais
disponibilizados para a apresentao do processo contriburam para a melhor compreenso do
processo que seria discutido pelo grupo, uma vez que o mesmo estava alinhado quanto nova
unidade produtiva.

4.3

COMPARATIVO ENTRE AS TCNICAS


A anlise de APR, como se pde observar, apresentou como recomendao o

desenvolvimento de um estudo de queda de cargas e objetos na rea. Isso comprova que esta
anlise, usualmente, ajuda a selecionar as reas da unidade onde outras tcnicas de anlise de
riscos devem ser usadas, como, em outros casos: o estudo de disperso de gases, tambm
conhecido como CFD (Computational Fluid Dynamics Fluidodinmica Computacional), o
qual analisa possveis vazamentos e, at mesmo o HAZOP, o qual identifica possveis desvios
nas linhas de processo e que foi utilizado no presente trabalho para complementar a tcnica de
APR.
J as recomendaes geradas no HAZOP, usualmente, fazem referncia s linhas de
processos, como a incluso de aes de intertravamento, conforme apresentado no caso
anterior. Trata-se de uma anlise mais detalhista sobre todos os instrumentos e linhas de
processo que envolvem o projeto da unidade.
Desta forma, a prtica de utilizar essas anlises em conjunto mostrou-se bastante
eficiente, uma vez que o estudo de APR utilizado para pr-identificar falhas gerais no
processo referentes aos equipamentos e a operao, e o HAZOP complementa a abordagem
dos riscos medida que analisa possveis desvios nas linhas de processo e possveis
problemas operacionais referentes a todos os instrumentos e equipamentos da planta.
Para o sucesso de ambas as anlises importante ficar ter cuidado com uma srie de
fatores, que vo desde a integridade dos dados utilizados como base para o desenvolvimento

44

dos estudos at a experincia tcnica da equipe participante. Como apresentado anteriormente,


o know how dos membros enriquece o levantamento das discusses e introduz uma parcela
bastante particular ao resultado da anlise, visto que as avaliaes das condies de segurana
dependem do conhecimento dos membros da equipe. Sendo assim, equipes diferentes podem
obter resultados diferentes para cada unidade em questo. Soma-se a isso a habilidade do lder
em promover um brainstorming produtivo que garanta a sintonia entre o grupo e o melhor
aproveitamento do tempo de discusso e que evite a disperso dos participantes.
Vale ressaltar que para toda e qualquer anlise de risco, importante que se faa um
acompanhamento das pendncias aps a concluso dos estudos, a fim de registrar a
implementao das recomendaes por parte da disciplina responsvel. Este relatrio de
acompanhamento e fechamento um registro juntamente com a documentao atualizada do
projeto do que foi implementado aps a realizao das anlises.
Alm disso, pode-se constatar que, enquanto a APR trata de um estudo preliminar e
pode ser realizada ainda durante o projeto conceitual, a anlise de HAZOP necessita de dados
mais detalhados, ou seja, com um nvel mnimo exigido de um projeto bsico, fato este que
no exclui o uso dessas anlises durante outras etapas do projeto, como nas fases de prdetalhamento e detalhamento ou at mesmo com a unidade j em operao.
Aps a avaliao da reviso bibliogrfica e aplicao das tcnicas, foi possvel
desenvolver

tabela

apresentada

no

Quadro 6 - Anlises versus Etapas de Projeto. Este quadro sugere, de forma geral, em
quais etapas cada anlise deve ser realizada para ser mais efetiva.

Quadro 6 - Anlises versus Etapas de Projeto


Fonte: O Autor, 2014

Do ponto de vista econmico, vale ressaltar que quando os estudos so realizados


durante as fases iniciais do projeto, sua eficincia maior, uma vez que qualquer risco
previamente identificado causa menos impacto quando modificado em fase de projeto.
Acrescenta-se a isso o fato de que riscos identificados para uma planta que j est em

45

operao, quando no mitigados, podem acarretar em uma parada de produo no prevista e


at mesmo em acidentes.
Atravs, tambm, da avaliao da reviso bibliogrfica e aplicao das tcnicas, foi
possvel elaborar o levantamento apresentado no Quadro 7 - Vantagens e Desvantagens das
Anlises de APR e HAZOP que indica os principais pontos de cada anlise.

Tcnicas

Vantagens

Desvantagens

- Tcnica sistemtica e lgica;

APR

- Identificao dos perigos com antecedncia;

- Depende da experincia do grupo participante;

- Identificao de critrios para dar

- Precisa de um lder especializado para conduzir a

continuidade ao desenvolvimento do processo;

anlise;

- Mitigao e controle dos possveis perigos

- Medidas excessivas de proteo;

existentes;

- Normalmente aplicado em fase inicial quando as

- Ajuda na seleo de reas da instalao nas

informaes disponveis so limitadas ou passveis de

quais outras tcnicas de anlise de risco

sofrer alteraes.

devam ser usadas;


- Estimula o brainstorming;
- Relativamente rpida quando comparado
com a aplicao de tcnicas similares.
- Tcnica sistemtica e lgica;
- Identificao de desvios que possam
ocasionar eventos perigosos;
- Identificao de desvios que possam
ocasionar problemas operacionais;
HAZOP

- Levantamento de causas que possam gerar


desvios;
- Estimula o brainstorming;
- Reviso completa do projeto da instalao e

- Depende da experincia do grupo participante;


- Precisa de um lder especializado para conduzir a
anlise;
- Medidas excessivas de proteo;
- Consumo de tempo elevado quando comparado com
a aplicao de tcnicas similares.

da sua operao;
- Melhoria da eficincia da planta.

Quadro 7 - Vantagens e Desvantagens das Anlises de APR e HAZOP


Fonte: O Autor, 2014

De modo geral, pode-se dizer que ambas as anlises geram muitas discusses e, em
alguns casos, atrito entre os membros que executaram o projeto e os membros que operam ou
operaro as plantas em anlise. importante que essas discusses sejam levantadas de

46

maneira saudvel e de forma a enriquecer o trabalho, para que tanto as peculiaridades do


projeto, quanto a forma como plantas similares so realmente operadas, sejam relatados e
considerados. Somente dessa forma as tcnicas sero capazes de promover e estimular o
trabalho em equipe e a responsabilidade solidria.

47

CONCLUSES
O trabalho atingiu os objetivos propostos, uma vez que, conforme aqui apresentadas,

as anlises mostraram-se complementares e no concorrentes, por se tratarem de tcnicas


qualitativas que possuem abordagens diferentes entre si sobre os riscos da unidade. Quando
usadas em conjunto, as tcnicas de APR e HAZOP reduzem, quando no esgotam, todas as
possibilidades de incidentes que possam ser previamente identificados na indstria, pois as
recomendaes das anlises so utilizadas como ponto de partida para modificaes no
projeto e/ou operao, o que exclui a necessidade de tcnicas quantitativas, neste caso, para a
anlise completa dos riscos.
Pde-se observar, tambm, que apenas atravs da utilizao de uma metodologia
sistemtica e estruturada possvel obter um resultado eficaz dessas anlises. Ainda, para
facilitar o estudo dos riscos, uma sugesto que os mesmos sejam avaliados individualmente
para cada situao no que diz respeito segurana pessoal, ao patrimnio, continuidade
operacional, ao meio ambiente e a imagem da empresa, conforme exemplo apresentado no
trabalho. Isto facilita a sugesto de onde as recomendaes e/ou sugestes devem ser
aplicadas e onde elas causam impacto.
A metodologia de aplicar ambas as tcnicas em um mesmo projeto mostrou ser uma
excelente alternativa para levantar possveis distrbios na planta, bloqueios no planejados,
danos aos equipamentos e mudanas nos procedimentos operacionais, alm de fornecer
subsdios e embasamentos aos responsveis para que esses possam executar um plano de
aes antecipado otimizando tempo e dinheiro.
Por ltimo e, no menos importante, vlido lembrar que demais cuidados devem ser
tomados, alm das anlises de risco, para que a segurana seja mantida no local. O
treinamento contnuo de todos os colaboradores, o gerenciamento de mudanas, a reviso da
documentao tcnica e dos procedimentos de segurana antes do startup de qualquer unidade
so alguns dos cuidados bsicos a serem tomados.

48

REFERNCIAS
AGUIAR, L. A. Metodologias de Anlise de Riscos - APP & Hazop. Rio de Janeiro, 2011.
Disponvel em:
http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/13179/material/APP_e_HAZOP.p
df
Acessado em 20 de Janeiro de 2014.
AMERICAN INSTITUTE OF CHEMICAL ENGINEERS - AIChe. Guideliness for Hazard
Evaluation Procedure. Center for Chemical Process Safety. Third Edition, 2008.
AMORIM, Eduardo Lucena C. de. Apostila de Ferramentas de Anlise de Risco. UNIFAL,
Alagoas, 2010. Disponvel em:
https://sites.google.com/site/elcaufal/disciplinas/programacao-estruturada
Acessado em 29 de Janeiro de 2014.
AS/NZS Standards Australia/Standards New Zealand. AS/NZS 4360:2004 Risk
Management. Sydney: AS, 2004. Disponvel em:
file:///C:/Users/curitiba/Downloads/Risk%20Management%20Guidelines%20Companion%20
to%20AS%20NZS%204360%202004.pdf
Acessado em 03 de Fevereiro de 2014.
BROWN, Anthony. Anlise de Risco. Boletim Tcnico da GSI. Grupo de Pesquisa em
Segurana contra Incndio do Ncleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e do
Urbanismo da Universidade de So Paulo GSI/NUTAU/USP. Ano III, n1, janeirofevereiro/1998. Disponvel em:
http://www.lmc.ep.usp.br/grupos/gsi/wp-content/boletim/3-1.pdf
Acessado em 20 de Fevereiro de 2014.
CETESB - Norma P4.261- Risco de Acidente de Origem Tecnolgica - Mtodo para
deciso e termos de referncia. So Paulo, 2011. Disponvel em:
http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/servicos/normas/pdf/P4261-140414.pdf
Acessado em 20 de Maro de 2014.
CIn/ UFPE (Centro de Informtica da Universidade Federal de Pernambuco). Gerncia do
Risco do Projeto. Captulo 11.3. Disponvel em:
http://www.cin.ufpe.br/~if717/Pmbok2000/pmbok_v2p/wsp_11.3.html
Acessado em 01 de Fevereiro de 2014.
CIn/ UFPE (Centro de Informtica da Universidade Federal de Pernambuco). Gerncia do
Risco do Projeto. Captulo 11.4. Disponvel em:
http://www.cin.ufpe.br/~if717/Pmbok2000/pmbok_v2p/wsp_11.4.html
Acessado em 01 de Fevereiro de 2014.

49

De CICCO, Francesco e FANTAZZINI, Mario Luiz. Maio. Tecnologias Consagradas de


Gesto de Riscos, 2003.
DUNJ, Jordi et al.. Hazard and operability (HAZOP) analysis. A literature review. Journal
of Hazardous Materials, n. 173, p. 1932, 2010.
ELETRONUCLEAR. Estudo de Impacto Ambiental EIA da Unidade 3 da Central Nuclear
Almirante lvaro Alberto. Volume 6 Anlise e Gerenciamento de Risco e de Emergncia,
cap. 12.2.7.2, 2014. Disponvel em:
http://www.eletronuclear.gov.br/hotsites/eia/v06_12_analise.html#12272
Acessado em 16 de Maro de 2014.
ESTEVES, Victor. APR Analise Preliminar de Risco. Escola Politcnica da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (POLI/UFRJ). Disponvel em:
file:///C:/Users/curitiba/Downloads/APR.pdf
Acessado em 19 de Maro de 2014.
FARBER, Jos Henrique. Anlise de riscos - dicas de como organizar um trabalho
preventivo na empresa. Proteo, So Paulo, v. 4, n. 16, p. 36-37, abril-maio, 1992.
GRAF, Holger and TRAUB, Henner Schmidt. Process Hazard Identification During Plant
Design by Qualitative Modelling, Simulation and Analysis. Computers and Chemical
Engineering Supplement, Dortmund, Germany, p. 59-62, 1999.
IBAMA. Guia de Procedimentos do Licenciamento Ambiental Federal, 2002.

JACKSON, N.B. Process Safety Overview. International Chemical Threat Reduction. Sandia
National Laboratories. Albuquerque, NM, 2011. Disponvel em:
http://www.multka.com/download/S1.pdf
Acessado em 03 de Fevereiro de 2014.
JORGENSEN, S.B. et al.. A functional HAZOP methodology. Computers and Chemical
Engineering, Denmark, n. 34, p. 244253, 2010.
KLETZ, Trevor A. Hazop-past and future. Reliability Engineering and System Safety,
Department of Chemical Engineering, Loughborough, Leicestershire, UK, n. 55, p. 263-266,
1997.
KOTEK, L., TABAS, M.. HAZOP study with qualitative risk analysis for prioritization of
corrective and preventive actions, Procedia Engineering, Repblica Tcheca, n. 42, p. 808
815, 2012.

50

LOEWE, Katharina e KARIUKI S.G. Integrating human factors into process hazard analysis.
Reliability Engineering and System Safety, Technische Universitt Berlin, Institute of
Process and Plant Technology. Berlin, Germany, n. 92, p. 1764-1773, 2007.
MARSHALL, V. Major chemical hazards. London: Ellis Horwood and John, 1987.

McKAY, G. et al. Safety education for chemical engineering students in Hong Kong:
Development of HAZOP Study teaching module. Education for Chemical Engineers,
Kowloon, Hong Kong, n. 6, p. 3155, 2011.
NOLAN, Dennis P. Application of HAZOP and What-If safety reviews to the petroleum,
petrochemical & chemical industries. New Jersey, U.S.A.: Noyes Publications, 1994.
OLIVEIRA, M.B.; CASTRO, J.A.; SILVA, A.J.. Modelagem da Cintica de Formao de
Hidratos utilizando o Modelo do Campo de Fase em Condies Similares a Dutos de
Petrleo. Metalurgia e Materiais, 2008.
SOTILLE, Mauro Afonso. Dicas de certificao PMP Anlise Qualitativa de Riscos.
2013. Disponvel em:
http://www.pmtech.com.br/PMP/Qualitativa.pdf
Acessado em 10 de Fevereiro de 2014.
SOUZA, Evandro Abreu de. O Treinamento Industrial e a Gerncia de Riscos - Uma
Proposta de Instruo Programada. 1995. Captulo 2. Dissertao (Mestrado em
Engenharia da Produo). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis. Disponvel
em:
http://www.eps.ufsc.br/disserta/evandro/capit_2/cap2_eva.htm
Acessado em 02 de Fevereiro de 2014.
VAZ, C. E. M; MAIA, J. L. P.; SANTOS, W. G. dos. Tecnologia da indstria do gs
natural. 3 ed. So Paulo. Blucher, 2008.

Você também pode gostar