Nutrição Parenteral
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Nutrio
Parenteral
Total:
da produo
a administrao
MARCELO GASTALDI
Farmacutico industrial,
Graduado pela PUC Campinas, especialista em Manipulao Magistral (Anfarmag) e
Farmcia Hospitalar (Sbrafh). Ps-graduado em Administrao Hospitalar e Farmcia
Clnica, Diretor da Hosp Pharma Manipulao e Suprimentos Ltda.
Contato pelo telefone (11) 2146.0600 e pelo email marcelo@hosppharma.com.br
ADRIANA GOMES SIQUELI
Farmacutica, graduada pela Faculdade Osvaldo Cruz, ps-graduada
em Administrao Hospitalar FGV, Gerente de Produo HospPharma
Manipulao e Suprimentos Ltda.
ANTONIO CARLOS REIS E SILVA
Farmacutico industrial, graduado pela Pontifcia Universidade Catlica
de Campinas; atuao em Garantia da Qualidade em Indstrias, Gerente de
Novos Negcios da HospPharma Manipulao e Suprimentos Ltda.
DENISE DE S. G. SILVEIRA
Farmacutica, Gerente da Garantia da Qualidade da Hosp Pharma, ps-graduada
em Gesto Industrial Farmacutica pelas Faculdades Osvaldo Cruz.
FARMACOVIGILNCIA HOSPITALAR:
Como implantar
1)Histrico
Dada a necessidade de se fornecer alimentos para pacientes com dificuldade de
ingesto pelas vias fisiolgicas, foram feitas,
ao longo da Histria, vrias tentativas desta
complementao. Houve tentativas de se infundir alimentos preparados por via retal, a
infuso de alimentos por via parenteral (em
especial, com leite materno ou de vaca). Porm todas estas tentativas apresentaram alguma forma de complicao, ou mostraramse inviveis.
Atravs da utilizao de aminocidos
cristalinos, os primeiros estudos bem-sucedidos de infuso de uma alimentao artificial parenteral foram desenvolvidos por
Dudrick e col, somente na dcada de 1960, o
que nos indica o quanto esta prtica tem se
desenvolvido, nos ltimos tempos.
No Brasil, a Portaria 272/98 regulamenta
a Terapia de Nutrio Parenteral (TNP). Esta
Portaria estabelece a necessidade da atividade em equipe, definindo responsabilidades, mbitos de atuao e as Boas Prticas
em TNP. Recomendamos sua detalhada lei-
Principais indicaes
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2)Principais componentes
Composio da soluo
Uma NPT tpica para adulto, pode ser representada pela formulao abaixo:
a
300 600 ml
300 600 ml
Cloreto de Sdio 20 %
5 10ml
Fosfato de potssio
5 10 ml
Gluconato de Clcio
5 10 ml
Sulfato de Magnsio
5 10 ml
Soluo Multivitamnica
10 ml
Soluo de Oligoelementos
5 ml
10 20 ml
100 200 ml
Fonte de Nitrognio
Fontes calricas
So empregados:
I) Solues de glicose:
As solues contendo glicose so uma
excelente opo, por ser uma fonte calrica
pronta para utilizao (independe de prvia
metabolizao) e a nica que pode ser utilizada de forma exclusiva. As solues de glicose possuem uma densidade calrica de cerca
de 3,4 Kcal/g de glicose monohidratada.
Outra vantagem da soluo de glicose
a de ser facilmente encontrada e ser barata.
Porm ela um dos principais agentes que
elevam a osmolaridade da soluo, pois,
para se infundir a necessidade diria calrica para um paciente, temos de empregar solues de elevada concentrao (50 70%),
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kcal/l
mOsm/l
5%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
170
340
680
1020
1360
1700
2040
2380
252
505
1010
1515
2020
2525
3030
3535
NECESSIDADES BASAIS
2 a 4 mEq/Kg
2 a 3 mEq/Kg
2 a 3 mEq/Kg
0,3 a 2 mEq/Kg
0,5 a 2 mEq/Kg
0,5 a 2 mEq/Kg
Recomenda-se a consulta a tabelas apropriadas, tais como da American Medical Association (AMA) para cada faixa etria e patologia associada, para certificar-se da necessidade de
que cada paciente possa ter.
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Interaes
Uma nutrio parenteral uma soluo
composta de mltiplas especialidades farmacuticas. Se somarmos os diversos princpios ativos e adjuvantes farmacotcnicos
que compem a soluo, obteremos um
nmero que, dependendo da soluo, pode
atingir a 30 ou 40 itens diferentes.
Quando da necessidade de se adicionar
um novo item na NPT, deve-se estudar a
compatibilidade deste para com a NPT e a
estabilidade da NPT para com este medicamento. Algumas vezes, os princpios ativos
so compatveis entre si, porm, podem
no o ser com os adjuvantes farmacotcnicos de suas solues. Assim, recomendase evitar a aditivao de produtos a NPT,
salvo aqueles que j foram previamente
estudados e tem sua compatibilidade assegurada.
Deve-se ter em mente que o regime de
infuso de uma NPT ocorre, de forma homognea, nas 24 horas do dia. Adicionar produ-
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Tipos de NPT
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Tem-se utilizado de duas equaes para avaliar o risco desta instabilidade. So elas:
CAN Nmero Crtico de Agregao (Frmula segundo Shultz-Hard):
Parmetro que avalia a possibilidade de separao de fases das dietas parenterais contendo emulso lipdica (solues 3:1).
Intervalo recomendvel: de 400 a 700 mMol/L
Clculo: CAN = (a + 64 x b + 729 x c) x 1000
Volume Total
Parmetro que avalia a possibilidade de separao de fases das Dietas Parenterais contendo emulso lipdica (solues 3:1).
Limite recomendvel: 16mEq/L
Clculo: (Magnsio em mEq + Clcio em mEq) x 1000
Volume Total
Destacamos que a segunda frmula, por ser mais resumida, a quem tem sido mais empregada na prtica diria, porm, no leva em considerao a ao exercida pelos demais
ctions presentes na soluo. Portanto, possvel que uma determinada soluo submetida
a uma avaliao seja considerada satisfatria e ao ser submetida a primeira no o seja. Portanto, recomendamos a primeira como equao padro.
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4)Cuidados no preparo
A NPT deve ser manipulada em sala limpa classe ISO 7, em cabines de fluxo laminar classe ISO 5, com presso positiva. Deve
possuir uma antecmara para desinfeco e
paramentao de vesturio prprio e adequado, que no libere partculas e esteja esterilizado.
A prvia desinfeco que deve ocorrer da
parte externa das embalagens primrias dos
produtos que sero utilizados para a manipulao (quando possvel) deve ser realizada em rea adjacente a da manipulao.
Esta rea deve ser classificada (classe ISO 8),
possuir comunicao com a rea de manipulao atravs de caixa de passagem com
dupla porta, intertravada e possuir presso
menor do que a sala de manipulao e maior
que a rea externa.
Todas as reas devem ser precedidas de
uma antecmara com igual classe de controle sala a qual dar acesso e possuir presso
menor que ela. Recomenda-se pelo menos
20 trocas de ar por hora e que a sala possua
cerca de 5 m/por cabine.
Todos os produtos utilizados na NPT devem ter registro no Ministrio da Sade. Sua
utilizao deve ser precedida de um cadastramento do laboratrio produtor e cada remessa dos produtos deve vir acompanhada
Tabelas ISO
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5)Cuidados no transporte e
armazenamento
Segundo a portaria 272/98, o transporte
deve ser feito sob condies validadas, que garantam a integridade fsico-qumica e de esterilidade do produto. A temperatura de transporte
no deve exceder 20C. O tempo de transporte
no deve exceder 12 horas.
6)Cuidados na administrao
Assim que recebida da farmcia, a enfermagem, se no for utilizar imediatamente, deve
armazenar a NPT em refrigerador prprio para
medicamentos. A NPT no deve ficar exposta a
iluminao direta ou fontes de calor. A infuso
de cada frasco de NPT no deve ser superior a
24 horas.
Deve-se manter um gotejamento rigoroso,
conforme plano de infuso. De acordo com
a Portaria 272, a infuso deve ocorrer, em via
prpria, exclusiva para esta finalidade. Quando isto no for possvel, a Comisso de Terapia
Nutricional deve ser acionada, a fim de orientar
sobre possveis interaes ou outros problemas que possam vir a ocorrer.
comum, na ausncia de uma via exclusiva, a utilizao de equipos de duas vias, para se
infundir concomitante a NPT e outras solues
endovenosas.
Tal prtica no evita a mistura de medicamentos com a NPT. Segundo Trissel, vrios
medicamentos so incompatveis, mesmo com
este breve contato. Portanto, em se utilizando
de equipo duas vias, um estudo de estabilidade
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Bibliografia
ABNT NBR ISO 14644-2:2006, Salas limpas e ambientes controlados associados Parte 2: Especificaes para ensaios e monitoramento para comprovar a contnua conformidade com a ABNT
NBR ISO 14644-1.
ISO 14644-3:2005, Cleanrooms and associated controlled environments Part 3: Test methods.
ISO 14698-1:2003, Cleanrooms and associated controlled environments Biocontamination control Part 1: General Principles and methods.
ISO 14698-2:2003, Cleanrooms and associated controlled environments Biocontamination control Part 2: Evaluation and interpretation of biocontamination data.
General Chapter <797>: Pharmaceutical Compounding Sterile Preparations. The United States
Pharmacopoeia USP30, 2007. Aplica-se a instituies assistenciais de sade e farmcias, nos
quais as preparaes estreis obtidas de misturas so preparadas, estocadas e dispensadas.
General Chapter <1116>: Microbiological evaluation of clean rooms and other controlled environments. The United States Pharmacopoeia USP30, 2007.
Portaria 272 / 1998 MS Terapia Nutricional Parenteral
RDC 67 / 2007 Anvisa
American Society of Helth-System Pharmacists (ASPH) Guide Lines
[Laura E Matarese, Michele M. Gottschlich Contemporary Nutrition Support Practice- Part IV
Principles of Nutrition Suport pag 236]
[Pilar Gomis Munoz Seguimiento de Pacientes com Nutrition Parenteral pag 9]
Dan L. Waitzberg Nutrio Oral, Enteral e Parenteral na Prtica Clnica 3 edio pg 1080.
[Sobotka L 9ed). Basics in Clinical Nutrition. Edited for ESPEN Courses. 2 ed. Prague: Galen. 200.
p.134]
ASPEN American Society of Parenteral and Enteral Nutrition Guide Lines.
Este encarte foi idealizado e organizado pela Comisso de Farmcia Hospitalar do Conselho Federal de Farmcia (Comfarhosp), composta pelos farmacuticos hospitalares Marco Aurlio Schramm Ribeiro, Presidente (CE),
Ilenir Leo Tuma (GO) e Eugenie Desire Rabelo Neri (CE). O e-mail da Comisso comfarhosp@cff.org.br
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