A Lei Moral - Ernest-Kevan
A Lei Moral - Ernest-Kevan
A Lei Moral - Ernest-Kevan
Ia Edio:
Junho de 2000
2.000 exemplares
proibida a reproduo total ou parcial desta publicao, sem
autorizao por escrito dos editores, exceto citaes em resenhas.
Traduzido do original em ingls:
The Moral Law
Traduzido por:
Denise Pereira Meister
Edio:
Editora Os Puritanos
Telefax: (011)6957-3148
Site: www.puritanos.com.br
e-mail: facioligrafic@osite.com.br
Impresso:
Facioli Grfica e Editora Ltda
Telefax: (011) 6957-5111
CONTEDO
Captulo 1 - Introduo........................................................... 7
Captulo 2 - A Perfeio da L ei............................................... 11
Captulo 3 - Como a Lei Deve Ser Usada.............................. 23
Captulo 4 - As Boas Obras do Crente...................................... 33
Captulo 5 - A Lei e o Homem Justo....................................... 39
Captulo 6 - A Lei Escrita no Corao.................................... 45
Captulo 7 - Capacidade Humana............................................ 57
Captulo 8 - A Lei Moral e Sua Relao com os Crentes...... 63
Captulo 9 - A Espiritualidade da Lei e Seu Uso Como Meio
de Converso....................................................... 73
Captulo 10- A Lei No Revogada por Cristo aos Crentes .... 85
Captulo 11 - A Lei Como um Pacto....................................... 99
Captulo 12- A Oposio Entre a Lei e o Evangelho.............105
Captulo 13 - Cristo Como o Fim da L ei............................... 113
Captulo 14 - Eplogo............................................................. 117
Apndice A - Sobre Anthony Burgess.................................. 123
Apndice B - Uma Exposio do Dcimo Mandamento por
Lancelot Andrewes..........................................129
Prefcio
No seio da igreja evanglica brasileira, onde lei e graa so en
tendidos conforme o ensino do dispensacionalismo e a lei tida
como um elemento obsoleto do perodo do Antigo Testamento, o
trabalho de Kevan se toma obra de fundamental importncia. Sua
obra sobre a Lei Moral esclarece qual o papel da lei de Deus para a
vida do crente, e como esta lhe serve no revelar a vontade perfeita
de Deus. A lcida exposio de Kevan mostra ao leitor como a lei
nos auxilia no caminho da santificao.
Longe de qualquer legalismo, Kevan mostra como a lei de Moiss
nada menos do que a lei de Cristo e que esta lei, observada debai
xo da graa, fator de bno para o crente, assim como, quando
no observada, resulta em censura da parte de Deus. Assim sendo,
a lei de Deus serve para a instruo do crente, para que ele saiba
como viver e agradar a Deus. Por outro lado, pela operao do
Esprito Santo, o crente ao ser confrontado com a lei descobre
suas faltas e recorre ao Senhor para o perdo.
Kevan , no sentido mais claro da expresso, um amante da lei
de Deus conforme expressa no Antigo e Novo Testamentos (Sal
mo 119.97). S pode amar a lei de Deus aquele que verdadeira
mente conhece a sua graa. esta a perspectiva que o leitor vai
encontrar na obra de Kevan. com alegria que apresentamos esta
obra ao leitor brasileiro interessado em conhecer mais sobre a lei e
a graa de Deus.
Mauro Meister
Captulo 1
Introduo
Captulo 2
A Perfeio da Lei
O estudo da Lei de Deus na vida do crente no tem sido feito
sem dificuldades mas, em alguma extenso, isso devido a uma
falta de ateno a certas consideraes bsicas. Conseqentemen
te, h vrios princpios bsicos orientadores importantes a serem
lembrados na exposio da doutrina da Lei.
O primeiro deles tem a ver com o significado da palavra lei. A
confuso surge se a palavra considerada apenas no seu uso em
ingls, ou se seu significado restrito s palavras grega e latina
nomos e lex, que significam um cdigo autoritrio de dever. A
palavra do Antigo Testamento torah inclui muito mais do que es
sas idias e significa no somente o que deve ser feito mas tambm
o que deve ser conhecido. Ela representa a instruo divinamente
revelada, quer seja na forma de doutrina, exortao, promessa ou
mandamento. Esta a razo pela qual a Lei Mosaica pode ser cha
mada de pacto e, inversamente, a razo pela qual o Pacto Mosaico
pode ser chamado de Lei. nesse sentido amplo tambm que Pau
lo capaz de usar o termo em uma expresso to figurativa como
lei da f (Rm 3.27).
H outros significados da palavra lei que pertencem no sua
derivao mas ao seu uso. Algumas vezes significa qualquer parte
do Antigo Testamento, como nas palavras de Cristo que, em uma
referncia particular a um salmo (SI 82.6), diz, No est escrito
cobriu isso quando a luz da Lei brilhou nos lugares mais secretos
do seu corao. O corao pecaminoso, at mesmo do crente,
to cego que nunca pode chegar a conhecer a profundidade do
pecado original e de todos os desejos pecaminosos que fluem dele,
exceto por meio da Lei. Foi por essa razo que Paulo escreveu,
Mas eu no teria conhecido o pecado, seno por intermdio da
lei (Rm 7.7), querendo dizer com isso que a Lei da Natureza esta
va to obscurecida que no poderia mostrar ao homem nem a me
nor parte da corrupo do seu corao. A Lei o espelho pelo qual
permitido ao crente ver-se.
Os efeitos da revelao, ao crente, da pecaminosidade do seu
prprio corao so vistos em um senso profundo de vergonha e
humildade. Quando o crente percebe que o seu melhor feito no
alcana os requerimentos da Lei, que a terra no mais distante do
cu do que ele mesmo da justia, isso o faz abandonar toda a con
fiana no seu desempenho de boas obras religiosas. Paulo
exemplifica isso quando diz que aprova a Lei e se compraz nela,
mas que no pode alcanar a sua justia e, assim, exclama, Desventurado homem que sou! (Rm 7.24). Quo aptos so, mesmo
os melhores dos homens, a serem orgulhosos e seguros, como Davi
e Pedro, mas uma lembrana das santas demandas da Lei ir fazer
com que o crente se mantenha humilde. completamente errado,
ento, dizer que a pregao da lei conduz os homens a confiarem
em si mesmos e a aderirem sua prpria justia, uma vez que no
h um meio mais certo de levar os homens a verem a sua pobreza
espiritual e sua culpa do que mostrando a eles as demandas rigoro
sas e severas da Lei.
Na maravilhosa sabedoria de Deus, a Lei um instrumento de
graa, e o Esprito Santo, por meio da Lei, reduz o crente a esta
profunda vergonha e humilhao to somente para conduzi-lo a
valorizar ao mximo a pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. a
este lugar que Paulo levado em grande agonia de luta com a
Captulo 3
Como a Lei Deve Ser Usada
possvel usar a Lei de forma errada e Paulo chamou a ateno
sobre isso quando completou sua sentena sobre a bondade da Lei
adicionando, se algum dela se utiliza de modo legtimo (lTm
1.8). A bondade da Lei experimentada somente quando ela
usada de modo adequado e quando vista em relao ao fim para
o qual foi dada, uma vez que ela se torna tudo menos boa quando
usada de forma errada. Ela se toma um fardo muito pesado de
carregar e finalmente uma maldio, por exemplo, para o homem
que busca justificao no esforo em cumpri-la. Por causa das con
cepes erradas do propsito da Lei, algumas vezes pensa-se que
ela um mal do qual o homem precisa libertar-se, ao passo que
Cristo redime o crente no da Lei mas da maldio da Lei. Cristo
liberta o pecador no das obrigaes espirituais da Lei santa de
Deus, mas do mal que ele trouxe sobre si mesmo por t-la usado de
de forma errada.
O abuso fundamental do homem quanto Lei coloc-la em
oposio a Cristo para a justificao e considerar o seu cumpri
mento como uma base alternativa de aceitao diante de Deus.
Este foi o erro bsico daqueles judeus nos tempos do Novo Testa
mento que se ocupavam em estabelecer a sua prpria justia (Rm
lO.ls). A tentao que sobreveio aos glatas foi fazer um tipo de
compromisso confiando no somente na obra salvadora de Cristo,
mas tambm nas suas prprias boas obras religiosas. Mas colocar
uma alternativa ao lado daquele que declarado como sendo o
nico caminho da salvao coloc-lo em oposio. No pode
haver dois caminhos para a justificao do mesmo modo que no
pode haver dois sis no cu. A Lei e Cristo no so scios na
justificao do pecador, nem devem ser igualmente unidos uma
vez que a Lei subordinada a Cristo. Se nos lembrarmos que a Lei
relacionada ao Evangelho como os meios se relacionam com o
fim, ento a verdadeira funo da Lei ser no somente vista mas o
erro de colocar a Lei acima do seu uso adequado ser evitado.
O homem natural no encontra nada mais fcil do que este abu
so da Lei; na verdade, uma das evidncias da corrupo do cora
o do homem o fato de ele ter o hbito inveterado de alterar cada.
dom de Deus para propsitos errados. Consequentemente, h a
necessidade da renovao da mente do homem para capacit-lo a
perceber que a Lei no pode, de forma alguma, fornecer um cami
nho de aceitao do homem perante Deus.
Srias conseqncias advm dessa forma de abuso da Lei, umas
das principais sendo a destruio da natureza da graa. A justifica
o pela graa exclui completamente o mrito das boas obras: ex
clui no somente as obras da Lei, as quais o homem pode tentar
realizar em sua prpria condio pecaminosa, mas tambm aquelas
que so realizadas pelo crente por meio da graa de Deus. H uma
incompatibilidade total entre o princpio das obras e o princpio da
graa e Paulo no permite nenhuma modificao disso mesmo no
interesse das pretensas obras meritrias da graa. Alm disso, o
fato de que as obras legalistas so opostas graa claro a partir
do uso da palavra graa na Escritura para o favor imerecido de
Deus. A falha em distinguir entre a graa de Deus que aceita o
pecador e os efeitos dessa graa na vida do pecador, conduz ao
erro de enfatizar a santidade interior como se esta possusse algu
ma virtude salvadora. Ao mesmo tempo, no domnio da experin
qualquer insistncia no arrependimento e na f como pr-requisitos para a justificao, e essas eram as boas obras que eles exclu
am do ato de Deus de justificar o pecador.
Uma segunda negao antinomiana era de que qualquer ganho
ou perda pudesse sobrevir ao crente por meio das boas obras. A
doutrina antinomiana declarava que embora houvesse pecados
cometidos, todavia no havia paz quebrada, porque a violao da
paz quitada em Cristo; h uma reparao do dano antes que o
prprio dano seja cometido; e novamente, se um homem espe
ra ganhar algo por meio de seus favores, ele nada ter a no ser
repreenso. Todos concordam, e isso no precisa ser discutido,
que se um homem espera merecer o cu ou assegurar perdo por
qualquer arrependimento ou pela sua prpria virtude, isso ir
mostrar que ele totalmente inconsciente da imperfeio de to
das as virtudes humanas e ignorante quanto grandeza da mise
ricrdia Divina.
A raiz do problema est na possibilidade de se pensar sobre o
significado das boas obras de uma forma dupla, e os oponentes
nesta controvrsia parecem ter usado os mesmos termos em dois
sentidos. O antinomiano estava certo quando negou diligentemen
te que havia qualquer valor nas boas obras como uma causa contri
buinte da aceitao do pecador diante de Deus, e o puritano orto
doxo concordou com isso sem reservas. Ao mesmo tempo, o orto
doxo afirmou que nenhuma pessoa justificada poderia ser indife
rente s boas obras e que, embora essas boas obras no pudessem
ter lugar como a causa da justificao do pecador, eram esperadas
como resultado dela. Eles sustentavam que embora as boas obras
no dispusessem de mrito, elas davam evidncia certa de que o
pecador se encontrava diante de Deus. O valor dessa evidncia e o
que ela representa para quem essa evidncia submetida, constitu
em questes adicionais, mas a insistncia do ortodoxo na necessi
dade das boas obras ao crente justificado foi importante por sua
prpria razo. Seus protestos eram contra o que hoje poderia ser
chamado de um cresmo fcil. Os argumentos apresentados fo
ram encontrados primeiramente nas ameaas severas e agudas que
a Escritura expressa mesmo aos piedosos quando eles negligenci
am o arrependimento ou quando prosseguem no pecado, por exem
plo, Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a mor
te (Rm 8.13). Se a Escritura ameaa dessa forma os homens que
vivem no pecado, certamente tambm verdade que se eles no
pecarem, podem encontrar conforto; em outras palavras, eles po
dem perceber alguma evidncia da obra da graa em seus cora
es. Isso o que se queria dizer ao afirmar que as obras santas do
crente continham nelas uma promessa de perdo e vida eterna; no
por causa de seu prprio valor, mas por causa daquilo que sua
presena testemunhava. Por essa razo, eles sustentavam que o
piedoso podia se regozijar quando as encontrava em si mesmo.
Os antinomianos se opuseram a isso com uma terceira negao,
a saber, que as boas obras fossem sinais e testemunhos da graa.
Seu argumento era de que a nica evidncia que o crente poderia
ter era dupla: a revelao do Esprito Santo e o receber a Cristo
pela f. Qualquer outra evidncia de segurana buscada, diziam,
era corrompida pela possibilidade de auto-iluso e do fato da obra
da santificao no crente ser incompleta. Mas as duas evidncias
apresentadas pelos antinomianos no estavam livres do perigo da
subjetividade e, algumas vezes, a primeira delas foi to simboliza
da que atingiu revelaes completamente independentes da pa
lavra escrita. Quanto evidncia ser derivada do receber a Cristo
pela f, um homem poderia tambm facilmente se iludir sobre isso
to sinceramente quanto com relao s suas boas obras.
A base para a negao do valor evidenciai das boas obras foi
buscada em vrias passagens da Escritura tais como a epstola aos
Romanos, por exemplo, onde dito que Deus justifica os mpios
(Rm 4.5). A resposta inferncia antinomiana desta sentena foi
Captulo 4
mas vezes eles falaram sobre as boas obras de uma forma pejorativa
e consideraram o esforo de encontrar evidncias espirituais na vida
como algo intil de se fazer. Em outras ocasies, os antinomianos
exaltaram tanto as boas obras que, por causa da justia imputada de
Cristo, consideraram perfeitas todas as obras do crente e, assim, apli
caram as Escrituras que falam da Igreja como sem mcula nem
ruga (Ef 5.27) vida presente. Eles falaram no somente de uma
justia ou justificao por imputao, mas tambm de santidade por
meio dessa obedincia de Cristo: e era por essa razo, diziam, que
Deus no via pecado nos crentes. Ambos os extremos paradoxais
devem ser rejeitados como no verdadeiros.
Quando se diz que as boas obras so necessrias, importante
definir o objetivo pelo qual a necessidade afirmada. Deve-se fa
zer uma distino cuidadosa, por exemplo, entre a declarao de
que as boas obras so necessrias para os crentes, e a declarao
de que as boas obras so necessrias para a justificao e salvao.
Embora esta segunda proposio seja verdadeira num certo senti
do, todavia, porque as palavras so propensas a dar a impresso de
que a santidade tem alguma influncia direta sobre a justificao e
salvao do homem, provavelmente mais sbio no us-la.
As boas obras so necessrias ao crente por quatro razes. Pri
meiro, elas so necessrias como o dever do crente para com Deus.
A obrigao da obedincia perptua no s por causa da Lei
eterna de Deus, mas por causa do dbito do crente com a sua gra
a. A Lei de Deus ainda permanece como uma regra e diretriz para
a vida do crente e o homem piedoso se compraz nela (Rm 7. 22).
Se Cristo afirma que qualquer um que quebrar o menor manda
mento deve ser o menor no reino do cu (Mt 5.19), o ensino que
advoga a abolio de todos eles deve ser considerado completa
mente indesculpvel. Essa necessidade do dever se relaciona gl
ria de Deus, uma glria que manifestada na obedincia de suas
criaturas. Deus se agrada das aes piedosas do crente - embora
imperfeitas - e glorificado por elas.
Captulo 5
Captulo 6
A Lei Escrita no Corao
A familiaridade com a Lei moral que revelada na conscincia
de todos os homens em todos os lugares tem sua explicao na
existncia da Lei natural. Este conceito de Lei natural baseia-se
nas palavras que Paulo escreveu: Quando, pois, os gentios, que
no tm lei, procedem por natureza, de conformidade com a lei,
no tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a
norma da lei gravada no seu corao (Rm 2.14,15). A regra moral
de Deus uma e a mesma em todos os lugares e em todas as cir
cunstncias. Consequentemente, h uma unidade fundamental en
tre a Lei moral, formalmente promulgada nos Dez Mandamentos,
e a Lei encontrada na constituio moral do homem. O grau de
conhecimento da Lei natural to extenso como a raa humana,
uma vez que o termo gentio usualmente significa aqueles que
no possuem a Lei de Moiss. Isso claramente o que Paulo quis
dizer na passagem citada acima, uma vez que seu propsito
substanciar a acusao que ele faz contra toda a humanidade, que
ambos, judeus e gentios, esto por natureza totalmente no pecado
e que Deus, no fazendo distino de pessoas, julgar tanto um
quanto o outro. Para que ningum pense que as aes de Deus
foram excessivamente severas sobre os gentios, Paulo estabelece a
verdade de que eles tambm no estavam sem conhecimento al
gum da sua vontade, uma vez que a Lei est gravada no seu cora
fronteira e limite, para que ele soubesse que bom era o que Deus
permitia e mal o que Deus proibia.
Por que razo Deus deu ao homem essa Lei positiva sobre e
acima da Lei natural que j estava em seu corao? A primeira
razo parece ser que a Lei positiva foi instituda para chamar a
ateno do homem para o fato do domnio de Deus, por direito,
sobre ele. claro que a obedincia Lei natural poderia ser nada
mais do que uma condio necessria da existncia e no, de algu
ma forma, um ato legtimo de vontade. Alguns homens, por exem
plo, se abstm de certos pecados no porque foram proibidos por
Deus, mas porque sua razo natural os rejeita;3 mas esses dois
princpios diferentes fazem com que as mesmas aes sejam total
mente diferentes umas das outras. Assim, Deus tencionou testar
Ado por meio de uma Lei positiva para que essa forma de dom
nio exercida sobre ele pudesse ser mais claramente demonstrada.
Por essa razo, Ado no deveria considerar a grandeza ou a bon
dade do que foi comandado, mas meramente a vontade daquele
que lhe deu o mandamento. Outra razo, que se segue da, que a
Lei positiva foi dada .para que a obedincia de Ado pudesse ser
mais testada e, consequentemente, evidenciada como verdadeira
obedincia. Por meio desse mandamento, o bem da obedincia em
si mesma e o mal da desobedincia em si mesma deveriam ser de
monstrados. No entanto, deve-se observar rapidamente que embo
ra a obedincia Lei positiva fosse muito inferior obedincia
Lei moral, porque o objeto da ltima interiormente bom e o obje
to da primeira antes uma profisso de obedincia do que obedi
ncia de fato, a desobedincia Lei positiva no menos hedionda
do que a desobedincia Lei moral, porque por esta um homem
exteriormente mostra que no deseja se submeter a Deus. por
3 Mesmo entre os cristos h uma grande diferena entre boas aes pratica
das em obedincia ordem de Deus e aquelas praticadas por razes naturais.
Captulo 7
Capacidade Humana
muito fcil chegar a extremos ao avaliar a capacidade moral
no homem cado: algumas vezes pensa-se que maior do que real
mente e, em outras, negado que haja qualquer vestgio rema
nescente. No pode haver dvida de que o homem possui o poder
do livre-arbtrio, embora isso deva ser entendido em relao fun
o natural e no capacidade moral. Constitudo como o homem
, dotado de personalidade, ele tem livre-arbtrio, mas sendo este
um poder derivado e sustentado por Deus, , em todo o tempo,
dependente da ajuda de Deus. At onde se relaciona com as coisas
espiritualmente boas, o livre-arbtrio do homem no tem desejo
por elas e, assim, no pode quer-las. Consequentemente, embora
possua uma liberdade que pode ser chamada de psicolgica para
propsitos de distino, o homem moralmente uma pessoa limi
tada: ele um escravo do pecado.
No contradio ao que foi dito afirmar que, a despeito de
toda a corrupo que se encontra no corao do homem, ele ainda
pode realizar a forma exterior do que foi comandado por Deus e
nominalmente se abster do que proibido. Porque o homem tem a
capacidade de obedecer Lei na sua forma exterior, ele , desse
modo, indesculpvel quando falha em assim agir. O homem ca
paz, pelo poder da natureza, de refrear-se de muitos atos de peca
dos torpes e, na verdade, o fato de Deus no ter abandonado com
mesmas coisas que Deus manda o crente fazer, ele tambm prome
te fazer por ele. Agostinho responde a esse problema com a excla
mao, homem, nos preceitos de Deus reconhece o que tu tens
a obrigao de fazer; em suas promessas reconhece que tu no
podes faz-las.
Um terceiro problema levantado pela incapacidade humana, e
que usado como um argumento contra ela, que Deus comandar
o homem o mesmo que escarnecer dele. Seria como se fosse
ordenado a um homem cego ver, ou como se fosse dito a um ho
mem que se ele tocasse o cu com o seu dedo, receberia uma re
compensa; e fatores circunstanciais e fsicos como esses, afirmase, destruiriam completamente a natureza de um mandamento. Em
resposta a essas objees, deve ser observado que h trs modos
nos quais pode-se dizer que algo impossvel, (a) H a simples
impossibilidade. Todas as coisas que envolvem uma contradio
so logicamente impossveis; e esta impossibilidade surge da natu
reza desse algo. Tais coisas so impossveis mesmo para o poder
de Deus, porm no expressam qualquer defeito nele. (b) H a
impossibilidade natural. Algo pode ser impossvel de acordo com
sua natureza, tal como um homem tocar o cu ou trabalhar alm
das causas naturais, (c) H a impossibilidade moral. Coisas que
no tm impossibilidade simples ou natural vinculada a elas, algu
mas vezes tomam-se moralmente impossveis pelo erro do homem.
No escrnio para um homem fazer algo que, pelo seu prprio
erro, se fez incapaz de realizar. Se um credor requer seu dbito de
uma pessoa falida que gastou dispendiosamente tudo e se fez inca
paz de pagar, quo irracional ser esse requerim ento?
Consequentemente, completamente irrelevante introduzir ao ar
gumento impossibilidades como pedir ao homem para tocar os cus
ou mandar o homem cego ver; uma vez que a impossibilidade sob
discusso a moral, e a impossibilidade de cumprir o mandamento
algo que o homem atraiu para si mesmo.
Captulo 8
A controvrsia sobre a relao da Lei moral com os crentes
centrada na lei dada por Deus por meio do ministrio de Moiss ao
povo de Israel. Que relao os crentes tm com essa Lei de Moiss?
Para responder a essa questo, primeiramente necessrio deter
minar em que sentido a palavra lei est sendo usada na expresso
a Lei de Moiss. Algumas vezes ela usada num sentido amplo
e em outras num sentido mais limitado. Pode ser tomada para toda
a dispensao e promulgao dos mandamentos, moral, judicial e
cerimonial; ou pode ser usada mais estritamente para a parte que
chamada de Lei moral, junto com o prefcio e as promessas adici
onadas a ela; ou pode ser entendida mais estritamente ainda pelo
que consiste em meros mandamentos, sem qualquer promessa. A
maioria das vises sustentadas sobre a diferena entre a Lei e o
Evangelho, assume a palavra Lei neste ltimo e mais estrito senti
do. Mas claro que se todos os mandamentos e ameaas dispersos
por toda a Escritura forem admitidos como sendo propriamente a
Lei, e se todas as promessas graciosas, onde quer que sejam en
contradas, forem admitidas como sendo o Evangelho, no ser
surpresa se muitas coisas severas forem ditas a respeito da Lei.
Tem sido comum dividir o corpo das leis Mosaicas em moral,
cerimonial e judicial e, embora se levantem questes quanto a essa
diviso, elas no tm conseqncia particular e o agrupamento pode
tenha dado essa Lei naquele tempo, nem antes nem depois. A pri
meira razo era que o povo de Israel havia cado em idolatria e,
assim, a Lei foi dada a fim de restringir sua idolatria e reprimir sua
rebelio. Este parece ser o significado da declarao de que a lei
foi adicionada por causa das transgresses (G13.19). A outra, e
talvez a mais importante, razo pela qual Deus deu a Lei naquela
poca, e no em outra, era que os israelitas estavam se tomando
uma nao. Eles estavam prestes a entrar em Cana e a estabelecer
uma vida, assim Deus fez leis para eles; porque era seu rei de um
modo especial e de tal forma que todas as suas leis, mesmo as
polticas, eram divinas.
um erro pensar na Lei moral como algo novo, uma vez que
to primitiva quando a Lei natural. A Lei moral existia muito antes
da sua administrao por Moiss. Assassinato era pecado desde o
princpio, como aparece pelas palavras de Deus a Caim; na verda
de, assim tambm era com o prprio dio que precede o assassina
to. Os homens, consequentemente, nunca estiveram sem a Lei, nem
nunca estaro, e h um senso no qual pode ser verdadeiramente
dito que o Declogo pertence a Ado, a No, a Abrao, a Cristo,
aos Apstolos, assim como a Moiss. Como foi observado acima,
existiu, naturalmente, uma razo histrica pela qual no tempo de
Moiss deveria haver uma promulgao especial e solene repeti
o dela, mas mesmo assim a Lei foi perpetuamente ouvida entre
os homens desde o princpio. Esta considerao contribuir
grandemente para uma avaliao correta do valor da Lei, sendo ela
o instrumento constante de Deus para a definio do dever do ho
mem, para a convico do pecado e para exortao santidade.
Rejeitar o uso da Lei, assim, rejeitar a direo universal de Deus
tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos.
A ddiva da Lei a Israel foi um ato da infinita misericrdia e
graa de Deus. No discurso de Moiss ao povo (Dt 7 e 9), Deus
imprime nos israelitas a grandeza do seu amor ao dar-lhes os seus
mandamentos. Ele enfatiza mais de uma vez que no foi por causa
deles, ou por qualquer mrito deles, mas puramente porque ele os
amava. O salmista percebe essa bondade de Deus ao dar a Lei
dizendo, No fez assim a nenhuma outra nao (SI 147.20), e
Osias, da mesma forma, enfatiza essa misericrdia nas palavras,
embora eu lhe escreva a minha lei em dez mil preceitos... (Os
8.12). Todos os benefcios que os salmistas e profetas consideram
como advindos da Lei de Deus devem, assim, ser remontados
graa e misericrdia de Deus ao dar a Lei, e quando a Lei de Deus
depreciada de qualquer forma, isso evidencia uma profunda con
cepo errnea dos seus caminhos.
No h discusso quanto ao fato de que, no Evangelho, Deus
concedeu expresses maiores do seu amor ao homem, mas isso
no significa qualquer depreciao da graa contida na Lei. A Lei
pertence aos crentes no presente para os mesmos objetivos evan
glicos de quando foi originalmente dada aos israelitas. Nem um
mandamento pode ser lido em seu significado espiritual - que o
seu verdadeiro significado - sem que se descubra alguma causa
para louvar a Deus. Por essa razo, no suficiente que o crente
no despreze ou negligencie a Lei: ele antes deve agradecer a Deus
por sua Lei ser lida e exposta. Que o homem piedoso possa se
deleitar em ter essa pureza comandada que ir faz-lo detestar a si
mesmo, prezar mais a Cristo e graa, o que ser um estmulo vivo
a toda santidade. Alm disso, um falso pensamento at mesmo
contemplar uma diversidade entre a Lei e o Evangelho, porque
quando colocados juntos, do gosto e sabor um ao outro.
Uma considerao sobre os acompanhamentos da promulgao
da Lei moral servir para exibir a sua dignidade excelente. Esses
acompanhamentos revelam que Deus colocou grande glria nela; e
embora o Novo Testamento mostre que a ministrao da graa
pelo Evangelho deva ser mais altamente estimada do que a
ministrao Mosaica dela, porm de forma absoluta e em si mes
ma, a Lei foi grandemente honrada por Deus. Seria correto con
cluir que Deus deu a Lei dessa forma impressionante e solene a fim
de que a sua autoridade e majestade pudessem ser mais pronta
mente reconhecidas. Essa dignidade pertence peculiarmente Lei
moral, em distino da judicial e cerimonial; porque embora as Leis
judicial e cerimonial tenham sido dadas na mesma poca que a moral,
h, todavia, uma grande diferena entre elas. Naturalmente reconhece-se que esses trs tipos de leis concordam em muitos particu
lares. Elas concordam na causa eficiente comum, que Deus; no
ministrio do mediador, que era Moiss; no destinatrio, que era o
povo de Israel; tambm concordam nos efeitos comuns, que eram
constranger o povo obedincia e punir aqueles que as transgredi
am. Mas a Lei moral preeminente e isso visto primeiramente no
fato de que ela a base para as outras Leis, e elas so redutveis
nela; em segundo lugar, no fato de que ela deve sempre subsistir,
enquanto as outras no; e em terceiro lugar, no fato de que a Lei
moral distinta das outras por ter sido escrita por Deus e ordenada
a ser mantida na arca.
Algumas vezes se faz exceo relevncia de qualquer discus
so sobre a Lei dada por meio de Moiss, e se pergunta: o cristo
judeu? A Lei de Moiss pertence aos crentes? Cristo no aboliu a
Lei? Moiss e seu ministrio no esto agora j concludos? Essas
questes so freqentemente levantadas, o que faz com que valha
a pena perguntar se os Dez Mandamentos, como dados por Moiss,
pertencem ou no agora aos cristos.
Em primeiro lugar, necessrio investigar o sentido no qual
dito que a Lei, na sua forma Mosaica, obriga o crente. Algumas
vezes se entende que isso significa que a Lei obriga por causa de
Moiss; sendo assim, o que pertence administrao Mosaica,
pertence tambm aos cristos. Mas tal viso falsa e completa
mente contrria ao curso total da Escritura, uma vez que, ento,
no somente a Lei moral, mas tambm a cerimonial, obrigaria o
Captulo 9
A Espiritualidade da Lei e
Seu Uso como Meio de Converso
Ouvistes o que foi dito aos antigos...Eu, porm vos digo (Mt
5.21,22). Essas palavras referem-se aos ensinamentos de Moiss e
dos profetas nos tempos do Antigo Testamento, e os mandamen
tos citados por Cristo so os do Declogo, mas ele d um sentido
mais profundo a eles. Cristo no se ope Lei de Moiss, mas
apenas busca interpret-la acertadamente e remover dela as coisas
que a tem corrompido e obscurecido. O fato de que Cristo no d
novas leis mas apenas interpreta a antiga, claro em suas palavras,
No penseis que vim revogar a lei ou os profetas, no vim para
revogar, vim para cumprir (Mt 5.17). verdade, naturalmente,
que pode-se dizer que Cristo cumpriu a Lei de muitas formas, mas
no presente contexto parece que, como o contraste entre quebrar
a Lei e ensin-la, Cristo pretende que seus ouvintes entendam que
ele no veio ensinar uma nova exigncia qual no estavam obri
gados antes, mas que seu propsito era expor a Lei de tal forma
que eles deveriam entend-la corretamente e, assim, tomarem-se
mais conscientes do seus pecados.
A prpria perfeio da Lei tambm serve para deixar claro que
era impossvel para Cristo adicionar novas obrigaes que no es
tivessem ordenadas nela. Consequentemente, no se deve pensar
que o cristo esteja trilhando um caminho mais excelente de obri
mas afirmar que Deus pode fazer com que a exposio da Lei mo
ral seja um instrumento para a converso do homem.
A segunda coisa a ser colocada como premissa que embora a
pregao da Lei possa ser abenoada para a converso do pecador,
a substncia da Lei nunca, em si mesma, base para a justificao.
Isso significa que quando um homem se arrepende, abandona seus
pecados e se volta para Deus, ele no pode esperar ser aceito por
qualquer coisa que faa, mas unicamente pela promessa do Evan
gelho.4 Por um lado, no deve haver confuso entre Lei e Evange
lho e, por outro, eles tambm no podem ser colocados como con
trrios em natureza e efeito de modo que onde esteja um, o outro
no possa estar.
A terceira premissa que a Lei de Deus, sendo parte da Palavra
de Deus, to instrumental para a converso quanto o o restante
dessa Palavra. Os mandamentos no so apenas informativos da
obrigao, mas meios prticos e operantes apontados por Deus
para agirem naquilo que foi comandado.
Quando o uso da Lei na converso de pecadores reconhecido,
ainda precisa ser indagado se o resultado realmente a obra do
Esprito no pecador por.intermdio da Lei. Em resposta a isso, e na
concretizao geral do que j foi dito, as seguintes observaes
devem ser feitas. Em primeiro lugar, a Palavra de Deus quando
lida ou pregada, se considerada sozinha em si mesma, trabalha ex
clusivamente de uma forma objetiva rumo converso do homem.
Tomada em si mesma, porquanto no animada pelo Esprito de
4 A diferena entre a Lei o e Evangelho, conseqentemente, no se encontra,
como algumas vezes se afirma, no fato de um ser instrumento de graa e o
outro no; mas nisto, que um pecador no justificado baseado em qualquer
santidade causada em si mesmo (pela pregao da Lei ou do Evangelho), mas
de uma forma inteiramente evanglica, isto , pelo perdo de Deus a tudo o
que for pecaminoso pela imputao da justia de Cristo.
Captulo 10
A questo bsica da controvrsia antinomiana histrica era se a
Lei Moral de Deus havia sido ou no revogada no Evangelho; e foi
a declarao de que havia sido revogada que deu ao Antinomianismo
o seu nome. Este assunto se apresenta novamente em conexo com
algumas das correntes e populares exposies da doutrina da
santificao.
A resposta questo sobre a revogao da Lei dada categori
camente por Paulo quando escreve, Anulamos, pois, a lei pela f?
No, de maneira alguma! Antes, confirmamos a lei (Rm 3.31).
Nos versculos precedentes, ele formula a natureza da justificao
de forma to exata que todas as causas - eficiente, meritria, for
mal, instrumental e final - so claramente descritas, assim como a
conseqncia disso tambm verdadeira, a saber, a excluso de
toda auto-confiana e vanglria no que o homem faz. Ele, ento,
chega concluso que declara positiva e negativamente (Rm 3.28).
A declarao positiva a da justificao pela f; a negativa que
ela independentemente das obras da lei. Depois que tudo isso
dito, o apstolo apresenta uma objeo a fim de refutar a acusao
de que ele estava destruindo a Lei. Ele pergunta, Anulamos, pois,
a lei?1 A nica resposta que o apstolo d a isso uma exclama1 A palavra usada pelo apstolo foi previamente usada por ele no v. 3 e signi
fica tornar vazio e sem efeito.
Captulo 11
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103
Captulo 12
Embora a Lei dada por Deus aos israelitas fosse um Pacto de
Graa, h, todavia, um sentido no qual a Lei e o Evangelho podem
ser considerados opostos um ao outro. Isso claramente represen
tado no dilogo que Paulo teve consigo mesmo quando escreveu:
Onde, pois, a jactncia? Foi de todo excluda. Por que lei? Das
obras? No; pelo contrrio, pela lei da f (Rm 3.27). Contudo, an
tes que a oposio precisa entre a Lei e o Evangelho possa ser mos
trada, h dois princpios fundamentais j observados de passagem
que devem ser colocados como base para essa discusso.
Em primeiro lugar, as bases da comparao devem ser equiva
lentes. A Lei e o Evangelho podem ser comparados um ao outro
de duas maneiras. De um lado, eles podem ser comparados unica
mente com relao graa que Deus ministrou sob o Antigo Pacto
e sob o Novo e, ento, eles diferem apenas em grau, uma vez que
aqueles que estavam sob a Lei, gozaram verdadeiramente da graa
e do Esprito de Deus. Por outro lado, a Lei pode ser considerada
como se consistisse apenas de mandamentos e ser, ento, compa
rada ao Evangelho em toda a sua abundncia de misericrdia e
graa. Este segundo mtodo, naturalmente, uma comparao
desigual; porque se a doutrina ou a letra do Evangelho fosse con
siderada sem a graa de Deus, poderia se dizer que essa letra mata
ria tanto quanto a letra da Lei.
Captulo 13
Captulo 14
Eplogo
Apndice A
Apndice B
10. 1).
A Cei Moral
A falta de preocupao com a Lei moral deve-se
secularizao da sociedade, que tem buscado destruir os padres
ticos. O sistema educacional em nosso pais tem tentado, ao
longo dos ltimos cinqenta anos. estabelecer uma sociedade
'amoral'. () fruto desse treinamento pode ser visto agora nos lares,
na escola, no trabalho, onde o padro adotado 'cada qual faz
aquilo que lhe agrada'.
A Igreja tambm parcialmente culpada por esse declnio.
A teologia moderna tem se afastado da importncia dos Dez
Mandamentos como registrados na Bblia. Muitas vezes
apresentada uma teologia que tem at mesm o suprimido Jesus
Cristo como unia pessoa histrica. Somado a isso, tem sido
ensinada uma salvao universal na qual a Lei e o Evangelho so
irrelevantes, diferentemente do modo como os conhecemos no
Cristianismo histrico.
Igualmente srio na Igreja o que algumas denominaes
evanglicas e igrejas tm feito com a pregao, que d uma nfase
excessiva ao amor e graa de Deus e nunca mostra ao pecador a
santidade do Deus contra o qual ele peca. Inmeras pessoas que
ouviram que esto unidas a Cristo por meio da salvao, nunca
aprenderam a Lei de Deus e que o pecado a separao de Deus.
Consequentemente, elas nunca chegam a saber que a morte de
Cristo na cruz aconteceu para cumprir a justia eterna de Deus
para que a livre graa imerecida tivesse significado real".
ospuRnwos