Livro Da Esperança - Chico Xavier - Emmanuel
Livro Da Esperança - Chico Xavier - Emmanuel
Livro Da Esperança - Chico Xavier - Emmanuel
Livro da Esperança
Psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito de Emmanuel
Prefácio
Leitor amigo: este livro, gravitando em torno de o Evangelho segundo o Espiritismo, cujas
consolações e raciocínios pretende pálidamente refletir, não tem, outro objetivo senão convidar-
nos ao estudo das sempre novas palavras de Cristo.
Muitos homens doutos falaram, delas, através do tempo e alguns deles, decerto com a melhor
intenção, alteraram-lhes, de algum modo, o sentido, para acomodá-las aos climas sociais e
políticos em que vivem.
“Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes do Céu”, entretanto, voltaram a interpretá-las, em
sua expressão pura e simples, reafirmando-nos que, hoje quanto ontem, é possível a cada um de
nós ouvir Jesus, no âmago da alma, a repetir-nos com.
segurança: “aquele que me segue não anda em trevas”
Das esferas superiores, tornaram, os mensageiros da Providência Divina, asseverando que Ele
vive para sempre, junto de nós, sem.
desesperar de nossas fraquezas. . .
Mestre abnegado, repete, indefinidamente, a mesma lição milhares de vezes; orientador, dá-nos
serviço e aponta-nos o rumo certo na estrada a palmilhar; amigo, compreende-nos as faltas e
incorreções, sem privar-nos de auxilio; companheiro caminha conosco, alentando-nos os sonhos,
multiplicando-nos, as alegrias das horas sem nuvens e enxugando- nos as lágrimas, nos dias de
provação e desalento, sem humilhar-nos a pequenez.
Peregrinos da evolução, que todos ainda somos, - os que lutamos por regenerar -nos, melhorar-
nos e aprimorar-nos na Terra,, na condição de encarnados e desencarnados, -ouçamos, com Allan
Kardec,, a explicação clara dos princípios evangélicos, que nos certificam de que ninguém está
desamparado , que todos os homens são filhos de Deus e que nenhum é órfão de consolação e
ensinamento, desde que, se apresente nas fontes vivas da Boa Nova, de espírito renovado e
coração sincero!.
É por isso, leitor amigo, que em nos associando aos teus anseios de sublimação,que se nos
irmanam na mesma trilha de, necessidade e confiança, diante do Primeiro Centenário do “0
Evangelho segundo o Espiritismo”, nós te rogamos permissão para nomear este livro
despretensioso de servidor reconhecido, como sendo Livro da Esperança.
Emmanuel Uberaba, 18 de Abril de 1964
í n d i ce
Prefácio pág. 2
Obrigado Senhor pág. 5
Culto Espírita pág. 5
Na Presença do Cristo pág. 6
Na Construção do Futuro pág. 7
OBRIGADO, SENHOR
Há um século, convidaste Allan Kardec, o apóstolo de teus princípios, à revisão dos
ensinamentos e das promessas que dirigiste ao povo, no Sermão da Montanha, e deste-nos “0
Evangelho segundo o Espiritismo’ Desejavas que o teu verbo, como outrora, se convertesse em
pão de alegria para os filhos da Terra e chamaste-nos à caridade e à fé, para que se nos
purificassem as esperanças nas fontes vivas do sentimento. Mensagens de paz e renovação
clarearam o mundo! Diante das tuas verdades que se desentranharam da letra, abandonamos os
redutos de sombra a que nos recolhíamos, magnetizados por nossas próprias ilusões, e ouvimos-
te, de novo, a palavra solar da vida eterna! Agradecemos-te esse livro, em que nos induzes à
fraternidade e ao trabalho, à compreensão e à tolerância, arrebatando-nos à inflgência das trevas,
pela certeza de tuas perenes consolações Obrigado, Senhor, não somente por nós, que devemos a
essas páginas as mais belas aspirações, nas tarefas do Cristianismo Redivivo, mas também por
aqueles que as transfigurariam em bússola salvadora, nos labirintos da obsessão e da
delinqüência; pelos que as abraçaram, quais âncoras de apoio, em caliginosas noites de tentação
e desespero; por aqueles que , as consultaram, nos dias de aflição e desalento aceitando-1hes as,
diretrizes seguras nas veredas da provação regenerativa; pelos que as transformaram, em
bálsamo de conforto e paciência, nos momentos de angústia; pelos que ouviram, junto delas, o
teu pedido de oração e de amor a bem dos inimigos, esquecendo as afrontas que 1hes retalharam
os corações; pelos que as apertaram de encontro ao peito, para não tombarem asfixiados pelo
pranto da saudade e da desolação à frente da morte; e por todos aqueles outros que aprenderam
com elas a viver e confiar servir e desencarnar, bendizendo-te o nome! Oh! Jesus! No luminoso
centenário de “0 Evangelho segundo o Espiritismo, em vão tentamos articular, diante de ti, a
nossa gratidão jubilosa!... Permite, pois, agradeçamos em prece a tua abnegação tutelar e,
enlevados ante o Livro Sublime, que te revive a presença entre nós, deixa que te possamos
repetir, humildes e reverentes: Obrigado, Senhor!...
CULTO ESPÍRITA
“Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim destruir,
mas cumpri-los.” JESUS - MATEUS, 5: 11.
“Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”,
também o espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã,mas dar-lhe execução” Cap. 1, 7
Médico, viverás na dignidade da profissão sem negociar com. as dores dos semelhantes.
Magistrado, sustentarás a justiça.
Advogado, preservarás o direito.
Escritor, não molharás a pena no lodo do viciado, nem no veneno da injúria.
Poeta, converterás a inspiração em fonte de luz.
Orador, cultivarás a verdade.
Artista, exaltarás o gênio e a sensibilidade sem corrompê-los.
Chefe, serás humano e generoso, sem fugir à imparcialidade e à razão.
Operário, não furtarás o tempo, envilecendo a tarefa.
Lavrador, protegerás a terra.
Comerciante, não incentivarás a fome ou o desconforto, a pretexto de lucro.
Cobrador de impostos, aplicarás os regulamentos com eqüidade.
Médium, serás sincero, e leal aos compromissos que abraças, evitando perverter os talentos do
plano espiritual no profissionalismo, religioso. 0 culto espírita possui um templo, vivo em. cada,
consciência na, esfera de todos aqueles que lhe esposam as instruções, de conformidade com o
ensino de Jesus: “0 reino de Deus está dentro de vós” e toda a sua teologia se resume na
definição do Evangelho: “a cada um por suas obras”.
À vista disso, prescindindo de convenção pragmática, temos nele o caminho libertador
alma,educando-nos raciocínio e sentimento, para que possamos servir na construção do mundo
melhor.
A presente citação e todas as demais colocadas neste livro, em seguida aos textos evangélicos,
forem extraídas de “0 Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec. Nota do Autor
espiritual.
NA P RE SE NÇ A DE C RI ST O
“Em verdade vos digo que o Cia e a Terra não passarão sem que tudo o que se acha na lei
esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste um único iota e um único ponto.
” JESUS - MATEUS, 5: 18.
“0 Cristo foi o Iniciador da mais pura, da mais sublime moral, do moral evangélico -cristã, que
há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que há de fazer brotar de
todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos uma
solidariedade comum; de uma perfeita moral, enfim, que há de transformar a Terra,
tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam”-Cap. 1, 9
Clamas que não encontraste a felicidade no mundo, quando o mundo, - bendita universidade do
espírito, dilapidada, por inúmeras gerações, te inclui entre aqueles de quem espera cooperação
para construir a própria felicidade.
Quando atingiste o diminuto porto do berço, com a fadiga da ave que tomba inerme, depois de
haver planado longo tempo, sobre mares enormes, conquanto chorasses argamassavas com teus
vagidos, a alegria. E a esperança dos pais que te acolhiam, entusiasmados e jubilosos, para seres
em casa o esteio da segurança.
Alcançaste o verde refúgio da meninice embora mostrasses a inconsciência afável da infância,
foste para os mestres que te afagaram na escola a promessa viva de luz e realização que lhes
emblemava o porvir.
Chegaste ao róseo distrito da juventude e apesar da inexperiência em que se te esfloravam todos
os sonhos, os dirigentes de serviço, na pro fissão que abraçaste, contavam contigo para dignificar
o trabalho e clarear os caminhos.
Constituíste o lar próprio e, não obstante tateasses os domínios da responsabilidade, em meio de
flores e aspirações, espíritos, afeiçoados e amigos te aguardavam generoso concurso para se
corporificarem, na condição de teus filhos, através da reencarnação.
iluminativo, quando quiseres, como quiseres, onde quiseres e quanto quiseres, melhorando-te
sempre
ANT E O L I V RE ARB Í T RI O
“Nada te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. ” JESUS JOAO, 3:7.
“Não há, pois, duvidar de que sob o nome de ressurreição o principio do reencarnação era
ponto de uma dos crenças fundamentais dos judeus, ponto que Jesus e as profetas confirmaram
de modo formal; donde se segue que negar a reencarnação é negar as palavras do Cristo”
Cap. IV, 16.
Surgem, aqui e ali, aqueles que negam o livre arbítrio, alegando que a pessoa no mundo é tão
independente, quanto o pássaro no alçapão.
E, justificando a assertiva, mencionam a junção compulsória do espírito ao veiculo carnal, os
constrangimentos da parentela, as convenções sociais, as preocupações incessantes na
preservação da energia corpórea, as imposições do trabalho e a obediência natural aos
regulamentos constituídos para a garantia da ordem.
terrestre, esquecendo-se de que não há escola sem disciplina Certamente, todos os patrimônios
da civilização foram erigidos pelas criaturas que usaram a própria liberdade na exaltação do bem,
no entanto, para fixar as realidades do livre arbítrio examinemos o reverso do quadro.
Reflitamos, ainda que superficialmente, em nossos irmãos menos felizes, para recolher- lhes a
dolorosa lição.
Pensemos no desencanto daqueles que amontoaram moedas, por longo tempo, acumulando o
suor dos semelhantes, em louvor da própria avareza, e sentem a aproximação da morte, sem
migalha de luz que lhes mitigue as aflições nas trevas...
Imaginemos o suplicio dos que trocaram veneráveis encargos por fantasiosos enganos, a
despertarem no crepúsculo da existência, qual se fossem arremessados, sem perceber à secura
asfixiante de escabroso deserto.
Ponderemos a tortura dos que abusaram da inteligência, reconhecendo, à margem da sepultura,
os deprimentes resultados do desprezo com que espezinharam, a dignidade humana...
Consideremos o martírio dos que desvirtuaram a fé religiosa, anulando-se no isolamento
improdutivo, ao repararem, no término da estância terrestre, que apenas disputaram a esterilidade
do coração.
Meditemos no remorso dos que se renderam it delinqüência, hipnotizados pela falsa adoração a
si mesmos, acordando abatidos e segregados no fundo das penitenciárias de sofrimento.
Ninguém pode negar que todos eles, imanizados ao cativeiro da angústia, eram livres...
Conquanto os empeços do aprendizado na experiência física, eram.
livres para construir e educar, entender e servir.
Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente humana, auxiliando- nos a
descobrir os Estatutos Divinos, funcionando em nós próprios, no foro da consciência, a fim de
aprendermos, que a liberdade de fazer o que se quer está condicionada, à liberdade de fazer o que
se deve.
Estudemos os princípios da reencarnação, na lei de causa e efeito, A luz da justiça e da
misericórdia de Deus e perceberemos que mesmo encarcerados agora em constringentes
obrigações, estamos intimamente livres para aceitar com respeito e humildade as determinações
da vida, edificando o espírito de trabalho e compreensão naqueles que nos observam e nos
rodeiam, marchando, gradativamente, para a nossa emancipação integral, desde hoje.
Instituto de Tratamento
“0 que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é espírito.”
JESUS - JOAO, 3: 6. “Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação,
como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O
principio oposto, sim, os destrói.’ - Cap. IV, 18.
“Por estas palavras: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta a
compensação que hão de ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a bendizer do
sofrimento, come prelúdio da cura.” Cap. V, 12.
Perguntas, muitas vezes, pela presença dos espíritos guardiões, quando tudo indica, que forcas
contrárias às tuas noções de segurança e conforto, comparecem, terríveis, nos caminhos
terrestres.
Desastres, provações, enfermidades e flagelos inesperados arrancam-te indagações aflitivas.
Onde os amigos desencarnados que protegem as criaturas? Como não puderam prevenir certos
transes que te parecem desoladoras calamidades? Se aspiras, no entanto, a conhecer a atitude
moral dos espíritos benfeitores, diante dos padecimentos desse matiz, consulta os corações que
amam verdadeiramente na Terra.
Ausculta o sentimento das mães devotadas que bendizem com lágrimas as grades do manicômio
para os filhos que se desvairaram no vicio, de modo a que não se transfiram da loucura à
criminalidade confessa.
Ouve os gemidos de amargura suprema dos pais amorosos que entregam os rebentos, do próprio
sangue no hospital, para que lhes seja amputado esse ou aquele membro do corpo, a fim de que a
moléstia corruptora, a que fizeram jus pelos erros do passado, não lhes abrevie a existência.
Escuta as esposas abnegadas, quando compelidas a concordarem chorando com os suplícios do
cárcere para os companheiros queridos,evitando –se -lhes a queda, em fossas mais profundas de
delinqüência.
Perquire o pensamento dos filhos afetuosos,ao carregarem, esmagados de dor, os pais
endividados em doenças infecto –contagiosas, na direção.
o das casas de isolamento, a fim de que não se convertam em perigo para a comunidade.
Todos eles trocam as frases de as frases de carinho e os dedos veludosos pelas palavras e pelas
mãos de guardas e enfermeiros, algumas vezes desapiedados e frios, embora continuem
mentalmente jungidos aos seres que mais amam, orando e trabalhando para que lhes retornem ao
seio.
Quando vejas alguém submetido aos mais duros entraves, não suponhas que esse alguém
permaneça no olvido, por parte dos benfeitores espirituais que lhe seguem a marcha.
O amor brilha e paira sobre todas as dificuldades, à maneira do sol que paira e brilha sobre todas
as nuvens.
Ao invés de revolta e desalento, oferece paz e esperança ao companheiro que chora, para que, à
frente de todo mal, todo o bem prevaleça.
Isso porque onde existem almas sinceras, à procura do bem, o sofrimento é sempre o remédio
justo da vida para que, junto delas, não suceda o pior.
PERANTE O CORPO
“Vós sois a sal do Terra; e se a sal for insípido, com que se há de salgar?”
- JESUS, - MATEUS, 5: 13.
“Torturar e martirizar, voluntariamente, a vaso corpo é contrariar a lei de Deus
que vos dá meios de a sustentar e fortalecer.
Enfraquecê-lo sem necessidade é um verdadeiro suicídio.
Usai, mas não abuseis, tal a lei. Cap. 5, 26.
Freqüentemente atribuis ao corpo as atitudes menos felizes que te induzem à queda moral e, por
vezes, diligencias enfraquecê-lo ou flagelá-lo, a pretexto de evitar tentações.
Isso porém, seria o mesmo que espancar o automóvel porque o motorista dementado se
dispusesse a utilizá-lo num crime, culpando-se a máquina pelos: desvios do condutor.
Muitos relacionam as doenças que infelicitam o corpo, quase todas por desídia do próprio
homem, olvidando, contudo, que todos os patrimônios visíveis da Humanidade, na Terra, foram
levantados através dele.
Sócrates legou-nos ensinamentos filosóficos de absoluta originalidade, mas não conseguiria
articulá-los sem o auxilio da boca.
Miguel Angel plasmou obras-primas, imortalizando o próprio nome, entretanto, não lograria
concretizá-las sem o uso dos braços.
Desde Colombo, arriscando-se ao grande oceano, para descortinar terras novas, aos astronautas
dos tempos modernos, que se lançam arrojadamente no espaço cósmico, é.
com os implementos físicos que se dirigem os engenhos de condução.
Da prensa de Gutenberg às rotativas de hoje, ninguém compõe uma página sem que as mãos
funcionem ativas.
Do alfinete ao transatlântico e do alfabeto a universidade, no planeta terrestre, tudo,
efetivamente, é levado a efeito pelo espírito mas por intermédio do corpo.
E, sem dúvida, que pensamentos e planos sublimes, ainda agora, fulguram em torno dos homens,
com respeito à grandeza das civilizações do porvir, contudo, essas idéias gloriosas estão para a
realidade humana, assim como a sinfonia na pauta está para a musica no instrumento.
Do ponto de vista físico, é necessário que a inteligência lhes dá o curso necessário e a devida
interpretação.
És um espírito eterno, em serviço temporário no mundo.
O corpo é teu refúgio e teu bastão, teu vaso e tua veste, tua pena e teu buril, tua harpa e tua
enxada.
Abençoa, pois, o teu corpo e ampara-lhe as energias para que ele te abençoe e te ampare, no
desempenho de tua própria missão.
EM LOUVOR DA ALEGRIA
“Bem-aventurados, vós, que agora chorais, porque rireis.” - JESUS - LUCAS,, 6: 21.
“Lembrai-vos de que, durante a vosso degredo no Terra, tendes que desempenhar uma missão
de que não suspeitas, quer dedicando-vos à vossa família,
quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou.” Cap. V, 25.
Nos dias em que a experiência terrestre se faça amargosa e difícil, não convertas a depressão em
veneno.
Quando a aflição te ronda o caminho, anuncias trazer o espírito carregado de sombra, como
quem se encontra ausente do lar, ansiando, regresso, entretanto, isso não é motivo para que te
precipites no desânimo arrasador.
Acusas-te em trevas e podes mentalizar coma própria cabeça luminosos pensamentos de
otimismo e fraternidade ou retratar nas pupilas o fulgor do sol e a beleza das flores.
Entregas-te à mudez, proclamando não suportar os conflitos que te rodeiam.
e nada te impede abrir a boca, a fim de pronunciar a frase de reconforto e apaziguamento.
Asseveras que o mundo é imenso vale de lágrimas, cruzando os braços para chorar os infortúnios
da Terra e possuis duas mãos por antenas de amor capazes de improvisar canções de felicidade e
esperança, no trabalho pessoal em favor dos que sofrem.
Trancas-te em aposento solitário para a cultura da irritação alegando que os melhores amigos te
não entendem e perdes horas inteiras de pranto inútil e senhorias dois pés, à maneira de
alavancas preciosas prontas a te transportarem na direção dos que atravessam provações muito
mais dolorosas que as tuas, junto dos quais um minuto de tua conversação ou leve migalha do
que te sobra te granjeariam a compreensão e a simpatia de enorme família espiritual.
Em verdade, existe a melancolia edificante, expressando saudade da Vida Superior, contudo
aqueles que a registram no âmago do próprio ser, consagram-se com redobrado fervor ao serviço
do bem, preparando no próprio coração a nesga de céu, suscetível de identificá-los ao plano
celestial que esperam, ansiosos- suspirando pelo reencontro com os entes que mais amam.
Ainda assim, é imperioso arredar de nós o hábito da tristeza destrutiva, como quem guerreia o
culto do entorpecente.
Espíritos vinculados às diretrizes do Cristo não podemos olvidar que o Evangelho, considerado
em todos os tempos como sendo um livro de dor, por descrever obstáculos e perseguições,
dificuldades e martírios sem conta, começa exalçando a grandeza de Deus e a boa vontade entre
os homens, através de cânticos jubilosos e termina com a sublime visão da Humanidade futura,
na Jerusalém assentando-se, gloriosa, na alegria sem fim.
NÓS E O MUNDO
“Dai e ser-vos-á dado” JESUS - LUCAS, 6: 38
“Vós, porém, que vos retirais do mundo, para Me evitar as seduções e viver no insulamento,
que utilidade tendes na Terra? Onde a vossa coragem nas provações, uma vez que fugis à luta e
desertais a combate?” Cap.05, 26.
Muitos religiosos afirmam que o mundo é poço de tentações e culpas, procurando o deserto para
acobertar a pureza, entretanto, mesmo ai, no silencioso retiro em que se entregam a perigoso ócio
da alma, por mais humildes se façam, comem, os frutos e vestem a estamenha que o mundo lhes
oferece.
Muitos escritores alegam que o mundo é vasto arsenal de incompreensão e discórdia, viciação e
delinqüência, Como quem se vê diante de um serpentário, contudo, é no mundo que recolhem o
precioso material em que gravam as próprias idéias e encontram os leitores que lhes compram os
livros.
Muitos pregadores clamam que o mundo é vale de malicia e perversidade, qual se as criaturas
humanas vivessem mergulhadas em piscina de lodo, todavia, é no mundo que adquirem.
os conhecimentos com que ornam o próprio verbo e acham os ouvintes que lhes registram
respeitosamente a palavra.
Muitas pessoas dizem que o mundo é antro de perdição em que as trevas do mal senhoreiam a
vida, no entanto, é no mundo que receberam o regaço materno para tomarem o arado da e
experiência é no mundo que se nutrem confortavelmente a fim de demandarem mais altos planos
evolutivos.
O mundo, porém, obra-prima da Criação, indiferentes às acusações gratuitas que lhe são
desfechadas, prossegue florindo e renovando, guiando o progresso e sustentando as esperanças
da Humanidade.
Fugir de trabalhar e sofrer no mundo, a título de resguardar a virtude, é abraçar o egoísmo
mascarado de santidade.
O aluno diplomado em curso superior não pode criticar a bisonhice das mentes infantis, reunidas
nas linhas primárias da escola.
Reverencia o Divino Mestre, com todas as forças da alma, entretanto, não menosprezes honrá-lo
na pessoa dos semelhantes.
Guarda-lhe as memórias entre flores de carinho, mas estende os braços aos que clamam por ele,
entre os espinhos da aflição.
Esculpe -lhe as reminiscências nas obras-primas da estatutária, sem qualquer intuito de idolatria,
satisfazendo aos ideais de perfeição que -a beleza te arranca aos sonhos de arte, no entanto,
socorre, pensando nele, aos que passam diante de ti, retalhados pelo cinzel oculto do sofrimento.
Imagina-lhe o semblante aureolado de amor, ao fixá-lo nas telas em que se te corporifiquem os
anseios de luz, mas suaviza o infortúnio dos que esperam por ele, nos quadros vivos da angústia
humana.
Proclama-lhe a glória invencível no verbo eloqüente, mas deixa que a sinceridade e a brandura te
brilhem na boca, serenando, em seu nome, os corações atormentados que duvidam e se
perturbam entre as sombras da Terra.
Grava-lhe os ensinamentos inesquecíveis, movimentando a pena que te configura as luminosas
inspirações, no entanto, assinala as diretrizes dele com, a energia renovadora dos teus próprios
exemplos.
Dedica-lhe os cânticos de fidelidade e louvor que te nascem da gratidão, mas ouve os apelos dos
que jazem detidos nas trevas, suplicando-lhe liberdade e esperança.
Busca-lhe a presença, no culto da prece, rogando-lhe apoio e consolação, no entanto, oferece-lhe
mãos operosas no auxílio aos que varam o escuro labirinto da agonia moral, para os quais essa ou
aquela ninharia de tuas facilidades constitui novo estímulo à, paciência.
Através de numerosas reencarnações, temos sido cristãos sem Cristo.
Conquistadores, não nos pejávamos de implorar-lhe patrocínio aos excessos do furto.
Latifundiários cruéis, não nos envergonhávamos de solicitar-lhe maior numero de escravos que
nos atendessem ao despotismo, em clamorosos sistemas de servidão.
Piratas, dobrávamos insensatamente os joelhos para agradecer-lhe a presa fácil.
Guerreiros, impetrávamos dele, em absoluta insanidade, nos inspirasse o melhor modo de
oprimir.
Agora que a Doutrina Espírita no-lo revela, por mentor claro e direto da alma, ensinando- nos a
responsabilidade de viver, é imperioso saibamos dignificá-lo na própria consciência, acima de
demonstrações exteriores, procurando refleti-lo em nós mesmos.
Entretanto, para, que isso aconteça, é preciso, antes de tudo, matricular o raciocínio na escola da
caridade, que será sempre a mestra sublime do coração.
ESPÍRITAS, INSTRUI-VOS !
“Mas aquele Consolador, a Santo Espírito que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará
todas as cousas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. ” JESUS - JOAO, 14:26,
“Espíritas, amai-vos! Este o primeiro ensino! Instrui-vos, este o segundo.” - Cap. V1, 5.
Prevenir e recuperar são atitudes que se ampliam entre os homens, à medida que se acentua o
progresso da Humanidade.
Com excelentes razões, mobilizas os talentos da palavra, a cada instante, permutando impressões
com os outros.
Selecionas os melhores conceitos para os ouvidos de assembléias atentas.
Aconselhas o bem, plasmando terminologia adequada para a exaltação da virtude.
Estudas filologia e gramática, no culto à linguagem nobre.
Encontras a frase exata, no momento certo, em que externas determinado ponto de vista.
Sabes manejar o apontamento edificante, em família.
Lecionas disciplinas diversas.
Debates problemas sociais.
Analisas os sucessos diários.
Questionas serviços públicos.
Indiscutivelmente, o verbo é luz da vida, de que o próprio Jesus se valeu para legar-nos o
Evangelho Renovador.
Entretanto, nesta, nota simples, vimos rogar-te apoio e consolação para aqueles companheiros a
quem a nossa destreza vocabular consegue servir em sentido direto.
Comparecem, às centenas; aqui e ali...
Jazem famintos e não comentam a carência de pão.
Amargam dolorosa. nudez e não reclamam contra o frio.
Experimentam agoniadas depressões morais, sem pedirem qualquer reconforto à idéia religiosa.
Sofrem prolongados suplícios orgânicos, incapazes de recorrer voluntariamente ao amparo da
medicina.
Pensa, neles e, de coração enternecido, quanto puderes, oferece-lhes algo de teu amor, através da
peça de roupa ou da xícara de leite, da poção medicamentosa ou do minuto de atenção e carinho,
porque esses companheiros mudos e expectantes e padecentes que não podem falar.
NO DOMÍNIO DAS PROVAS
“Ai do mundo par causa dos escândalos, porque é necessário que venham
escândalos mas ai daquele por quem o escândalo vier. ” - JESUS - MATEUS, 18: 7 “
É preciso que haja escândalo no mundo, disse Jesus, porque imperfeitos como são na Terra, os
homens se mostram propensos a praticar o mal, e porque, árvores más, só maus frutos dão.
Deve-se, pois, entender por essas palavras que o mal é uma conseqüência da imperfeição dos
homens e não que haja, para estes, a obrigação de praticá-lo”. Cap.8,13.
Imaginemos um pai que, a pretexto de amor, decidisse furtar um filho querido de toda.
relação com os revezes do mundo.
Semelhante rebento de tal devoção afetiva seria mantido em sistema de exceção.
Para evitar acidentes climáticos inevitáveis, descansaria exclusivamente na estufa, durante a fase
de berço e, posto a cavaleiro, de perigos e vicissitudes, mal terminada a infância, encerrar-se ia
numa cidadela inexpugnável, onde somente prevalecesse a ternura paterna, a empolgá-lo de
mimos.
Não freqüentaria qualquer educandário, a fim de não aturar professores austeros ou sofrer a
influência de colegas que não lhe respirassem o mesmo nível; alfabetizado, assim, no reduto
doméstico, apreciaria unicamente os assuntos e heróis de ficção que o genitor lhe escolhesse.
Isolar-se-ia de todo o contacto humano para não arrostar problemas e desconheceria todo o
noticiário ambiente para não recolher informações que lhe desfigurassem a suavidade interior.
Candura inviolável e ignorância completa.
Surgem, sim, as ocasiões em que todas as forças da alma se fazem tensas, semelhando cargas de
explosivos, prestes a serem detonadas pelo gatilho da boca...
Momentos de reação, diante do mal, em que a fagulha da, mágoa, assoma do intimo, aviventada
pelo sopro do desespero, Entretanto, mesmo que a indignação se te afigure justificada, reflete
para falar.
A palavra, não foi criada, para converter-se em raio da morte.
Imagina-te no lugar do interlocutor.
Se houve deficiência no concurso de outrem, recorda os acontecimentos em que o erro
impensado te marcou a presença; se algum companheiro falhou, involuntariamente, na
obrigação, pensa nas horas difíceis, em que não pudeste guardar felicidade ao dever.
Em qualquer obstáculo, pondera que a cólera é bomba de rastilho curto, comprometendo a
estabilidade e a elevação da, vida onde estoura.
Indiscutivelmente, o verbo foi estabelecido para que nos utilizemos dele.
O silêncio é o guardião, da serenidade, todavia, nem sempre consegue tomar-lhe as funções.
Isso, porém, não nos induz a transfigurar a cabeça num vulcão em movimento, arremessando
lavas de azedume e inquietação.
Conquanto se nos imponha dias de franqueza e esclarecimento, é possível equacionar,
harmoniosamente, os mais intrincados problemas sem adicionar o fogo da violência As parcelas
da lógica.
Dominemo-nos para que possamos controlar circunstâncias, chefiemos as nossas emoções,
alinhando-as na estrada do equilíbrio e do discernimento, de modo a que nossa frase não resvale
na intemperança.
Guardar o silêncio, quando preciso, mas falar sempre que necessário, a desfazer enganos e a
limpar raciocínios, entendendo, porém, que Jesus não nos confiou a verdade para transformá-la
numa pedra sobre o crânio alheio e sim num clarão que oriente aos outros e alumie a nós.
NOS DOMÍNIOS DA PACIÊNCIA
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam
as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus.
” JESUS - MATEUS,5: 16.
“Sede pacientes A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada
pelo Cristo, enviado de Deus.” Cap. 9: 7.
Ainda as palavras.
Velho tema, dirás.
E sempre novo, repetiremos.
A que existem palavras e palavras.
Conhecemos aquelas que a filologia reúne, as que a gramática disciplina, as que a praxe
entretece as que a imprensa enfileira...
Referir-nos-emos, contudo, ao verbo arroja de nós, temperado na boca com.
os ingredientes da emoção, junto ao paladar daqueles que nos rodeiam.
Verbo que nos transporta o calor do sangue e a vibração dos nervos, o açúcar do entendimento e
o sal do raciocínio.
Indispensável articulá-lo, em moldes de firmeza e compreensão, a fim de não resvale fora do
objetivo.
No trabalho cotidiano, seja ele natural quanto o pão simples no serviço da mesa; no intercâmbio
afetivo, usemo-lo à feição de água pura; nos.
instantes graves, façamo-lo igual ao bisturi do cirurgião que se- limita, prudente, à, incisão na
zona enfermiça, sem, golpes desnecessários; nos dias tristes, tomemo-lo por remédio eficiente,
sem fugir à, dosagem.
Palavras são a,agentes na construção de todos os edifícios da vida.
Lancemo-las, na direção dos outros, com o equilíbrio e a tolerância com que desejamos venham
elas até nós.
Sobretudo, evitemos a ironia.
Todo sarcasmo é tiro a esmo.
E sempre que irritação nos visite, guardemo-nos em silêncio, de vez que a cólera é tempestade
magnética, no mundo da alma, e qualquer palavra que arremessamos, no momento da cólera, é
semelhante ao raio fulminatório que ninguém sabe onde vai, cair.
DONATIVO DA ALMA
“Bem-aventurados os que são misericordiosos, por- que alcançarão misericórdia.”
- JESUS - MATEUS, X 5: 7.
“A misericórdia o complemento do brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não
poderá ser brando e pacifico.” – cap 10, 4.
“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim. Não, não...” JESUS - MATEUS, 5: 37.
“Espíritos: queremos falar-vos hoje da indulgência, sentimento doce e fraternal, que todo
homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso”Cap. 10, 16.
Falando, construímos.
Não admitas em tua palavra o corrosivo da malicia ou o azinhavre da queixa.
Fala na bondade de Deus, na sabedoria do tempo, na beleza das estações, nas reminiscências
alegres, nas que induzam ao reconforto.
Nos lances difíceis, procura destacar os ângulos capazes de inspirar encorajamento e esperança.
Não te refiras a sucessos calamitosos, senão quando estritamente necessário e ora em silêncio por
todos aqueles que lhes sofreram o impacto doloroso.
Tantã vez acompanhas com reverente apreço os que tombam em desastre natural!...
Homenageia igualmente com a tua compaixão respeitosa os que resvalam em queda moral,
escabroso infortúnio do coração!...
Se motivos surgem para admoestações, cumpre o dever que te assiste, mas lembra que o estopim
é suscetível de ser apagado antes da explosão e reprime os ímpetos de fúria, antes que estourem
na cólera.
Em várias circunstâncias, a indignação justa é chamada à reposição do equilíbrio, mas deve ser
dosada como o fogo, quando trazido ao refúgio doméstico para a execução da limpeza, sem que,
por isso, tenhamos necessidade de consumir a casa em labaredas de incêndio.
Larga à sombra de ontem os calhaus que te feriram...
A noite já passou na estrada que percorreste e o sol do novo dia nos chama à incessante
transformação.
Conversa em trabalho renovador e louva a amizade santificante.
Não te detenhas em demasia sobre mágoas, doenças, pesadelos, profecias temerárias e
impressões infelizes; dá-lhes apenas breve espaço mental ou verbal, semelhante àquele de que
nos utilizamos para afastar um espinho ou remover uma pedra.
Não comentes o mal, senão para exaltar o bem, quando seja possível extrair essa ou aquela lição
que ampare a quem lê ou a quem ouve, enobrecendo a vida.
Junto do desespero, providencia, o consolo, sem a pretensão de ensinar, e renteando com a
penúria, menciona as riquezas que a Bondade Divina espalha a mancheias, em beneficio de todas
as criaturas, sem desconsiderar a dor dos que choram.
Ilumina a palavra.
Deixa que ela te mostre a compreensão e o amor onde passes, sem olvidar o esclarecimento e
sem prejudicar a harmonia.
o Cristo edificou o Evangelho, por luz impagável, nas sombras do mundo não somente agindo,
mas conversando também.
NA LUZ DA INDULGÊNCIA
“E se ao que quiser pleitear contigo tirar-te o vestido, larga-lhe também a capa.
JESUS MATEUS,5: 40.
“Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade
senão as vossas próprias ações e o Senhor usará da Indulgência convosco, como de indulgência
houverdes usado para com os outros.” - Cap.10, 17.
Anseias pela vitória do bem, contudo, acende a luz da indulgência para fazê-lo com segurança.
Todos nós, espíritos imperfeitos, ainda arraigados ‘`a evolução da Terra, reclamamos concurso e
compaixão uns dos outros, mas nem sempre sabemos por nos mesmos, quando surgimos
necessitados de semelhantes recursos.
Em muitas circunstâncias, estamos cegos da reflexão, surdos do entendimento, paralíticos da:
sensibilidade e anestesiados na memória sem perceber.
O irmão da luta de ontem mostra-se hoje em plena abastança material, delirando na ambição
desenfreada.
Certo, aspiras a vê-lo recambiado ao próprio equilíbrio, a fim de que o dinheiro lhe sirva de
instrumento à, felicidade, no entanto, para isso, não comeces por censurar-lhe o procedimento-
Usa a indulgência e renova-lhe o modo, de pensar e de ser.
O amigo escalou a evidência pública, fazendo-se verdugo em nome da autoridade.
Queres garantir-lhe o reajuste para que o poder se lhe erija, em caminho de paz, entretanto, não
te dês a isso, exibindo atitude condenatória.
Usa a clareando-lhe o raciocínio.
A jovem do teu convívio embriagou-se na ilusão, caindo em sucessivos abusos, a pretexto de
mocidade.
Justo suspires por reintegrá-la no harmonioso desenvolvimento das próprias faculdades situando-
a no rumo das experiências ,de natureza superior, todavia, por ajudá-la, não lhe reproves os
sonhos.
Usa a indulgência e ampara-lhe. a meninice.
O companheiro em provas amargas escorregou no desânimo e tombou em desespero.
Claro que anelas para ele o retorno A tranqüilidade, no entanto, não te entregues às criticas que
lhe agravariam a irritação.
Usa a indulgência e oferece-lhe apoio.
O Próprio Criador espera as criaturas, no transcurso do tempo tolerando-lhes as faltas, e
encorajando-lhes as esperanças, embora lhes corrija todos os erros, através de leis eficientes e
claras Indiscutivelmente, ninguém constrói nada de bom, sem responsabilidade e disciplina,
advertência e firmeza, mas é imperioso considerar que toda boa obra roga auxílio a fim de
aperfeiçoar-se.
Pensa no bem e faze o bem, contudo, é preciso recordar que o bem exigido pela força da
violência gera males inúmeros em torno e desaparece da área luminosa do bem para converter-se
no mal maior.
PSICOLOGIA DA CARIDADE
“Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos foram,
pois é nisto que consistem a lei e os profetas. ” JESUS - MATEUS, 7: 12.
“Amar ao próximo como a si mesmo, fazer pelos outros o que quereríamos que os outros
fizessem por nós” é a expressão mais completa da caridade resume todos os deveres do homem
para com outro’. - Cap. X1, 4.
Provavelmente, não existe em nenhum tópico da literatura mundial figura mais expressiva que a
do samaritano generoso, apresentada por Jesus para definir a psicologia da caridade.
Esbarrando com a vitima de malfeitores anônimos, semimorta na estrada, passaram dois
religiosos, pessoas das mais indicadas para o trato da beneficência, mas seguiram de largo,
receando complicações.
Entretanto, o samaritano que viajava, vê o infeliz e sente-se tocado de compaixão.
Freqüentemente, somos defrontados por aqueles que admiram o amor aos semelhantes e que,
sem coragem para cortar as raízes do apego si próprios, se afeiçoam às atividades do meio-bem,
continuando envolvidos no movimento do mal.
Emprestam valioso concurso a quem administra, mas requisitam favores e privilégios, suscitando
dificuldades.
Financiam tarefas beneficentes, distendendo reais beneficentes, no entanto, cobram tributos de
gratidão, multiplicando problemas.
Entram em lares sofredores, fazendo-se necessários pelo carinho que demonstram, mas solicitam
concessões que ferem, quais rijos golpes.
Oferecem cooperação, preciosa, em socorrendo as aflições alheias, no entanto, exigem atenções
especiais, criando constrangimentos.
Alimentam necessitados e põem-lhes cargas nos ombros.
Acolhem crianças menos felizes, reservando-lhes o jugo da servidão no abrigo familiar.
Elogiam companheiros para que esses mesmos companheiros lhes erijam um trono.
Protegem amigos diligenciando convertê-los em joguetes e escravos.
Não desconhecemos que todo cultivador espera resultados da lavoura a que se dedica e nem
ignoramos que semear e colher conforme a plantação, constituem operações matemáticas no
mecanismo da Lei.
Examinamos aqui tão-somente a estranha atitude daqueles que não negam a eficácia da
abnegação, entregando-se, porém, ao desvairado egoísmo de quem costuma distribuir cinco
moedas, no auxilio aos outros, com a intenção de obter cinco mil.
Efetivamente, o mínimo bem vale por luz divina, mas se levado a efeito sem propósitos
secundários, como no caso da humilde viúva do Evangelho que se destacou, nos ensinamentos
do Cristo por haver cedido de si mesma a singela importância de dois vinténs sem qualquer
condição.
Precatemo-nos desse modo, contra o sistema do meio-bem, por onde o mal se insinua,
envenenando a fonte das boas obras.
Estrada construída pela metade patrocina acidentes.
Víboras penetram em casa, varando brechas.
O bem pede doação total para que se realize no mundo o bem de todos.
É por isso que a Doutrina Espírita nos esclarece que o bem deve ser praticado com absoluto
desinteresse e infatigável devotamento, sem que nos seja licito, em se tratando de nossa pessoa,
reclamar bem algum.
BENEFICÊNCIA E JUSTIÇA
“E como vós quereis que as homens vos façam, da maneira lhes fazei vós também.
”JESUS7 LUCAS, 6: 31.
Começai vós por dar o exemplo: sede caridosos para com todos, indistintamente; esforçai-vos
por não atentar nos que vos olham com desdém e deixai a Deus a encargo de fazer toda a
justiça, a Deus que todos os dias, separa, no reino, o joio do trigo. ” Cap. X1, 12.
Examinando a beneficência, reflitamos na Justiça que a vida nos preceitua ao senso de relações.
Sem ela, é possível que os melhores empreendimentos sofram a nódoa de velhas mentiras
crônicas em nome da gentileza.
Atravessas escabrosas necessidades materiais e, claro, te alegras, ante o auxílio conveniente, mas
se a cooperação chega marcada pelo manifesto desprezo dos que te ajudam com displicência,
como se desfizessem de um peso morto, estarias mais contente se te deixassem a sós.
Caíste moralmente, ansiando levantar, e rejubilas-te, diante do -apoio que te surge ao
reerguimento, entretanto, se esse concurso aparece tisnado de violências, qual se representasses
um fardo de vergonha.
para os que te supõem reabilitar, sentirias reconhecimento maior se te escondessem a luta.
Choras, nas crises de provação que te fustigam a existência, e regozijas-te, quando os amigos se
dispõe a ouvir-te o coração faminto de solidariedade, mas se pretendem consolar-te, repetindo
apontamentos forçados, como se fosses para eles um problema que são constrangidos a suportar,
por questões de etiqueta, mostrarias mais ampla gratidão, se te entregassem ao silêncio da
própria dor.
A justiça faz-nos sentir que o supérfluo de nossa casa é o necessário que falta ao vizinho; que o
irmão ignorante, tombado em erro, é alguém que nos pede os braços e que a aflição alheia
amanhã poderá ser nossa.
Beneficência, por isso, assume o caráter de dever puro e simples.
Recomenda-nos a regra Áurea: “faze aos outros o que desejas te seja feito.
A sentença quer dizer que todos precisamos de apoio A luz da compreensão; de remédio que se
acompanhe de enfermagem e de conselho em bases de simpatia.
Em suma, todos necessitamos de caridade uns para com os outros, nesse ou naquele ângulo- do
caminho, mas é forçoso observar que se a beneficência nos traga a obrigação de ajudar, ensina-
nos a justiça como se deve fazer.
EM FAVOR DA ALEGRIA
“Assim também não é vontade de Nosso Pai que está nos Céus, que um destes pequeninos se
perca.” JESUS - MATEUS, 18:14.
“A verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que dais, nem mesma nos palavras de
consolação, que lhe aditeis. Não, não é apenas isso o que Deus exige de vós.
A caridade sublime que Jesus ensinou, também consiste na benevolência de que useis sempre e
em todas as cousas para com a vosso próximo. ”Cap. 11, 14.
Muito grande no mundo o cortejo das moléstias que infelicitam as criaturas, no entanto, maior é
o fardo de inquietação que lhes pesa nos ombros.
Onde haja sinal de presença humana, ai se amontoam os supliciados morais, lembrando legiões
de sonâmbulos, fixados ao sofrimento.
Não apenas os que passeiam na rua a herança de lágrimas que trouxeram ao renascer...
Esmagadora percentagem dos aflitos carrega temerosos no refúgio doméstico que, levantado em,
louvor da alegria familiar, se transforma, não raro, em.clausura flagelante.
Dai procede o acervo dos desalentados que possuem tão-somente a fria visão da névoa para o dia
seguinte.
São pessoas desacoroçoadas na luta pela aquisição de suprimento A exigências primárias; pais e
mães trespassados de pesar, diante de filhos que lhes desdouram a existência; mulheres
traumatizadas em esforço de sacrifício; crianças e jovens desarvorados nos primeiros passos da
vida; companheiros encanecidos em rijas experiências, atrelados carga de labores quando não
são acolhidos nos braços da caridade pública, de modo a não perturbarem o sono dos
descendentes.
Somemos semelhantes desgostos às tribulações dos que clamam por equilíbrio das grades dos
manicômios nas grades dos manicômios;dos que sonham liberdade na estreiteza do cárcere; dos
que choram.
manietados em leitos de expiação e dos milhares de espíritos desencarnados, ainda em pesadelos
indescritíveis, que comunicam A esfera física os rescaldos do próprio desespero, e verificaremos
que a tristeza destrutiva é comparável A praga fluídica, prejudicando todos os flancos da
evolução na Terra.
Ponderando tudo isso respeitemos a dor, mas plantemos a alegria e a esperança, onde nossa
influência logre chegar.
Falemos de otimismo, cultivemos serviço, ensinemos confiança e exercitemos serenidade.
Ninguém espera sejamos remédio a toda angústia e rio a toda sede, entretanto, à frente da sombra
e da secura que atormentam os homens, cada um de nós pode ser a consolação do raio de luz e a
bênção do copo d’água.
COMPAIXÃO E SOCORRO
“Amai, pois, a vossos inimigos “
JESUS LUCAS, 6:35.
“Se o amor do próximo constitui a principio da caridade, amar as inimigos é a mais sublime
aplicação desse principio, porquanto a posse de tal virtude representa uma das maiores vitórias
alcançadas contra a egoísmo e o orgulho. ” - Cap.12, 3
“Quando deres um festim, não convides teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus vizinhos
ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar e te seja isso recompensado.
” - JESUS LUCAS, 14: 12.
“Por festins deveis entender, não os repastos propriamente ditos, mas a participação na
abundância de que desfrutais.” Cap.13,8.
“Quando derdes um festim, disse Jesus, não convideis para ele os vossos amigos, mas os pobres
e os estropiados”.
Decerto que o Divino Orientador não estabelecia a desistência das relações fraternais, nem. o
abandono do culto As afinidades do coração.
Considerando, porém, a Humanidade por família única, induzia-nos a observar os irmãos menos
felizes, na categoria de credores principais de nossa atenção, A maneira de enfermos queridos,
que esperam no lar a prioridade de assistência por parte daqueles que lhes comungam o mesmo
sangue.
Nas celebrações da alegria, é inútil convocar os entes amados, de vez que todos eles se
encontram automaticamente dentro delas.
Recorda os que jornadeiam no mundo, sob as algemas de austeras privações e partilha com eles
as vantagens que te felicitam a vida.
Se exerces autoridade, é natural te disponhas à sustentação dos companheiros honestos que te
apóiam a luta.
Antes deles, no entanto, pensa no amparo que deves a todos os que padecem aflição e injustiça.
Obtiveste merecimentos sociais elevados pelos títulos de competência que granjeaste a prego de
trabalho e de estudo, e, com semelhantes valores, é razoável.
te empenhes no reconforto, a beneficio dos que viajam no carro de tuas facilidades terrestres.
Antes deles, contudo, atende à cooperação em favor dos que jazem cansados nas prova sem
remédio.
Desfrutas extensa possibilidade econômica, na qual é compreensível te devotes a obsequiar os
amigos do teu nível doméstico.
Antes deles, toda via, socorre os que esmorecem de fadiga e penúria, para quem, muitas vezes, a
felicidade reside num sorriso amistoso ou num prato de pão.
Amealhaste conhecimento e, nos tesouros culturais que adquiriste, é justo te aprazas, nos
torneios verbais de salão, enriquecendo o cérebro dos ouvintes que te respiram as normas
superiores.
Antes deles, porém, divide a luz que te clareia o mundo mental com os irmãos do caminho, que
se debatem ainda, na noite da ignorância.
Jesus não te pede a deserção dos círculos afetivos.
Ele próprio, certa feita, asseverou aos companheiros de apostolado: “Já não vos chamo servos,
porque o servo não sabe o que faz o meu senhor; chamo-vos, amigos, porque vos revelei tudo
quanto ouvi de meu Pai”.
Com os amigos, entretanto, consagrou-se primeiramente a aliviar a carga de todos os sofredores,
corno a dizer-nos que todos podemos cultivar afeições preciosas que nos alentem as energias,
mas à frente dos que choram, nos transes de dolorosas necessidades, é preciso, adotar a legenda -
”eles antes”.
NA HORA DA ASSISTÊNCIA
“Mas quando fizeres convite chama os pobres, aleijados, coxos e cegos.- JESUS- LUCAS 14: 13
Nas obras de assistência aos irmãos que nos felicitam com as oportunidades do serviço fraterno,
em nome do Senhor, vale salientar a autoridade amorosa do Cristo que no-los recomendou.
Ao recebê-los à porta, intentemos ofertar-lhes algumas frases de conforto e bom ânimo, sem
ferir-lhes o coração, ainda mesmo quando não lhes possamos ser úteis.
Visitando-lhes o lar, diligenciemos respirar-lhes o ambiente doméstico, afetuosamente,
reconhecendo-nos, na intimidade da própria família, que nos merece respeito natural e
cooperação espontânea, sem tragos de censura.
Em lhes servindo à mesa, fujamos de reprovar-lhes os modos ou expressões, diferentes dos
nossos, calando apontamentos deselegantes e manifestações de azedume, o que lhes agravaria a
subalternidade e a desventura.
Socorrendo-lhes o corpo enfermo ou dolorido, reflitamos nos seres que nos são particularmente
amados e imaginemos a gratidão de que seríamos possuídos, diante daqueles que os amparassem
nos constrangimentos orgânicos.
Se aceitamos a incumbência de prová-los nas filas organizadas para a distribuição de favores
diminutos, preservemos o regulamento estabelecido, com lhaneza e bondade, sem fomentar
impaciência ou tumulto; e, se alguns deles, depois de atendidos, voltarem a nova solicitação,
recordemos os filhos queridos, quando nos pedem repetição do prato, e procuremos satisfazê-los,
dentro das possibilidades em mão, sem desmerecê-los com qualquer reprimenda.
Na ocasião em que estivermos reunidos, em equipes de trabalho, a fim de supri-los, estejamos de
bom-humor, resguardando a disciplina sem intolerância e cultivando a generosidade sem
relaxamento, na convicção de que, usando a gentileza, no veiculo da ordem, é sempre possível
situar os tarefeiros do bem, no lugar próprio, sem desperdiçar-lhes o concurso valioso.
Nós que sabemos acatar com apreço e solicitude a todos os representantes dos poderes
transitórios do mundo e que treinamos boas maneiras para comportamento digno nos salões
aristocráticos da.
Terra, saibamos também ser afáveis e amigos, junto dos nossos companheiros em dificuldades
maiores.
Eles não são apenas nossos irmãos. São convidados de Cristo, em nossa casa, pelos quais
encontramos ensejo de demonstrar carinho e consideração para com Ele o Divino Mestre, em
pequeninos, gestos de amor.
EXERCÍCIO DO BEM
“Mas ajuntai tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem,
e onde os ladrões não minam e nem roubam. - JESUS - MATEUS, 6: 20.
“Sede bons e caridosos: essa a chave dos céus, chave que tendes em vossas mãos.
Toda a eterna felicidade se contém nesse preceito: Amai-vos uns aos outros.” - Cap.13, 12.
Comumente inventamos toda a espécie de pretextos para recusar os deveres que nos constrangem
ao exercício do bem.
Amolentados no reconforto, e instalados egoisticamente em vantagens pessoais, no imediatismo
do mundo, não ignoramos que é preciso agir e servir na solidariedade humana, todavia,
derramamos desculpas a rodo, escondendo teimosia e mascarando deserção.
Confessamo-nos incompetentes.
Alegamos cansaço.
No devotamento, dos pais, todos os filhos são jóias de luz, entretanto, para que compreendas
certos antagonismos que te afligem no lar, é preciso saibas que,entre os filhos companheiros, que
te apóiam a alma, surgem os filhos credores, alcançando- te a vida, por instrutores de feição
diferente.
Subtraindo-te aos choques de caráter negativo, no reencontro, preceitua a eterna bondade da
Justiça Divina que a reencarnação funcione, reconduzindo-os à tua presença, através do berço.
É Por isso que, a principio, não ombreiam contigo, em casa, como de igual para igual, porquanto
reaparecem humildes e pequeninos.
Chegam frágeis e emudecidos, para que lhes ensines a palavra de apaziguamento e brandura.
Não te rogam a liquidação de débitos na intimidade do gabinete, e sim procurando o colo para
nova fase de entendimento.
Respiram-te o hálito e escoram-se em tuas mãos, instalando-se em teus passos, para a
transfiguração do próprio destino. Embora desarmados, controlam-te os sentimentos. Não
obstante dependerem de ti, alteram-te as decisões com simples olhar.
De doces inspiradores do carinho, passam, com o tempo, à condição de examinadores constantes
de tua estrada.
Governam-te impulsos, fiscalizam-te os gestos, observam-te as companhias e exigem- te as
horas.
Aprendem novamente na escola do mundo com o teu amparo, todavia, à medida que se
desenvolvem no conhecimento superior, transformam-se em inspetores intransigentes do teu
grau de instrução.
Muitas vezes choras e sofres, tentando adivinhar -lhes os pensamentos para que te percebam os
testemunhos de amor.
Calas os próprios sonhos, para que os sonhos deles se realizem.
Apagas-te, a pouco a pouco, para que fuljam em teu lugar.
Recebes todas as dores que te impõem à alma, com sorrisos nos lábios, conquanto te
amarfanhem o coração.
E nunca possuis o bastante para abrilhantar-lhes a existência, de vez que tudo lhes dás de ti
mesmo, sem faturas de serviço e sem notas de pagamento.
Quando te vejas, diante de filhos crescidos lúcidos, erguidos à condição de dolorosos problemas
do espírito, recorda que são eles credores do passado a te pedirem o resgate de velhas contas.
Busca auxiliá-los e sustentá-los com abnegação e ternura, ainda que isso te custe todos os
sacrifícios, porque, no justo instante em que a consciência te afirme tudo haveres efetuado para
enriquecê-los de educação e trabalho, dignidade e alegria, terás conquistado em silêncio, o
luminoso certificado de tua própria libertação.
FAMILIARES
“Porquanto qualquer que fizer a vontade de Deus esse é meu irmão minha irmã e minha mãe”
- Jesus - Marcos, 3, 35.
“Há, pois, duas espécies de famílias:as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelo laços
corporais.Duráveis, as Primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam, no mundo dos
Espíritos, através das varias migrações da alma; as segundas,frágeis como a matéria, se
extinguem com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente já na existência atual.Cap.14,8
auxiliar a Humanidade, não fujas do cadinho fervente de lutas em que a vida te colocou sob o
telhado em que respiras.
Ainda mesmo ao preço de todos os valores da existência física, refaze milhares de vezes, as tuas
demonstrações de humildade e serviço, perante as criaturas que te cercam, ostentando os títulos
de pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou irmãos, porque é de tua vitória moral junto deles que
depende a tua admissão definitiva, entre os amados que te esperam, nas vanguardas de luz, em
perpetuidade de regozijo na Família Maior.
NA INTIMIDADE DOMÉSTICA
“Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos a mim o
fizestes. ” JESUS - MATEUS, 25: 40.
“Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes
contrárias ao egoísmo e ao orgulho. - - Cap. 15, 3
Enquanto podes agir no corpo terrestre, medita, de quando em quando, naqueles que largaram,
sob regime de compulsória, os talentos que o mundo lhes confiou.
Para isso, não é necessário recorrer ao arquivo dos milênios e nem consultar a pompa dos
museus.
Alinha na memória os que viste partir nos últimos vinte anos! Líderes do povo, que detinham o
poder de influenciar a multidão, abandonaram o leme das idéias que governavam, impelidos de
chofre a varar a névoa do túmulo delegações de competência para resolver as necessidades do
próximo, viram-se, de momento para outro, privados das propriedades que ajuntaram, coagidos a
entregá-las ao arbítrio dos descendentes...
Missionários de diferentes climas religiosos, que mantinham a possibilidade de consolar e
instruir, desceram, precipitadamente, das galerias de autoridade, em que traçavam princípios para
as estradas alheias...
Criadores do pensamento, que sustinham a prerrogativa de impressionar pessoas, através do
verbo falado ou escrito, tiveram, de súbito, a palavra cassada pela desencarnação ou pela afasia,
muitas vezes, no exato momento em que mais desejavam comandar a oratória ou o cérebro
lúcido...
Pensa neles, os beneficiários das concessões divinas que te precederam na morte e faze hoje algo
melhor que ontem, nos domínios do bem para que o bem te favoreça.
Não apenas os dons da inteligência, mas também o corpo físico, as vantagens diversas, os
patrimônios afetivos e até mesmo as dores que te povoam as horas são recursos de que te
aproprias na Terra, com permissão do Senhor, para investi-los na construção da própria
felicidade.
As leis que vigem no plano físico são fundamentalmente as mesmas que orientam as criaturas no
plano espiritual.
Um empréstimo fala sempre da generosidade do credor que o concede, mas revela igualmente,
na contabilidade da vida, o bem ou o mal que se faz com ele.
NAS SE NDA S D O M UND O
“Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem
e onde os ladrões minam e roubam. ”JESUS - MATEUS, 6: 19.
“Meus filhos, na sentença: “Fora da caridade não há salvação”, estão encerrados os destinos
dos homens, na Terra e no Céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em
paz; no Céu, porque os que a houverem praticado, acharão graças diante do Senhor” cap15, 10.
Deus que nos auxilia sempre nos permite possuir, para que aprendamos também a auxiliar.
Habitualmente, atraímos a riqueza e supomos detê-la para sempre, adornados com as facilidades
que o ouro proporciona...
Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as posses exteriores e se algo
nos fica será simplesmente a plantação das migalhas de amor que houvermos distribuído,
creditadas em nosso nome pela alegria, ainda mesmo precária e momentânea, daqueles que nos
fizeram a bondade de recebê-las.
Via de regra, amontoamos títulos de poder e admitimo-nos donos deles, enfeitando- nos com as
vantagens que a influência prodigaliza...
Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as primazias de convenção e
se algo fica será simplesmente o saldo dos pequenos favores que houvermos articulado, mantidos
em nosso nome pelo alívio, ainda mesmo insignificante e despercebido, daqueles que nos
fizeram a gentileza de aceitar-nos os impulsos fraternos.
Foge de reprovar todos aqueles que transitam na Terra sob a cruz do dinheiro, a definir-se,
freqüentemente, por fardo de aflição.
Não somente os depósitos amoedados podem ser convertidos em trabalho renovador e
santificante Todas as disponibilidades da natureza são forças neutras.
O ouro e o vapor, a eletricidade e o magnetismo não são maus e nem bons em si mesmos; o uso é
o denominador comum que lhes revela os bens ou os males decorrentes do controle e da bens ou
os orientação que lhes imprimimos.
Meditemos na utilização daquelas outras riquezas que nos felicitam a cada hora.
No teste individual, é desnecessário ir longe para a justa demonstração.
Ouçamos a consciência sobre o aproveitamento de todas as preciosas possibilidade do corpo que
nos patenteiam a mente.
Diante de uma cena suspeitosa, observemos a conduta que distamos aos olhos para que nos
auxiliem a fixar as imagens edificantes, com espontâneo desinteresse por todos os ingredientes
capazes de formar o vinagre da Injúria.
Escutando essa ou aquela notícia inusitada, reparemos a diretriz que impomos aos próprios
Ouvidos, de modo a que retenham o melhor das informações recolhidas, a fim de que a nossa
palavra se abstenha de tudo o que possa constituir agravo a instituições e pessoas.
A frente do trabalho, é preciso anotar que espécie de comportamento indicamos aos nossos
implementos de manifestação, para que não nos disponhamos a enlaçar os deveres que nos
competem, com flagrante prejuízo dos outros.
Em assuntos do sentimento, será forçoso perguntar, no íntimo, quanto ao procedimento que
sugerimos aos nossos recursos de expressão afetiva, para que, em nome do amor, não venhamos
a Precipitar corações sensíveis e generosos em abismos de criminalidade e desilusão.
Reflitamos nos talentos divinos que nos abençoam, em todas as esferas da existência e,
desejando felicidade e vitória, a todos os nossos amigos que se movimentam, no mundo, sob o
peso da fortuna transitória, com difíceis problemas a resolver, anotemos com Imparcialidade
como empregamos, dia a dia, os créditos do tempo e os tesouros da vida, para que venhamos a
saber com segurança o que estamos; fazendo realmente de nós.
DINHEIRO, O SERVIDOR
“Disse-lhes o Senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco toste fiel sobre muito te
colocarei” JESUS - MATEUS, 25: 23.
“A pobreza é para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os
outros, a prova da caridade e da abnegação.” - Cap.16; 8.
O dinheiro é semelhante a alavanca suscetível de ser manejada para o bem ou para o mal.
Acorrentado ao poste da avareza, produz o azinhavre da sovinice, contudo, sob a inspiração do
trabalho, é o lidador fiel que assegura os frutos do milharal e as paredes da escola, a cantiga do
malho e a força da usina.
Atrelado ao carro do orgulho, é o estimulante do erro, mas, na luz da fraternidade, é o obreiro da
renovação incessante, enriquecendo o solo e construindo a cidade, desdobrando os fios do
atendimento e garantindo os valores da educação.
Aferrolhado no cofre da ambição desvairada, é o inimigo da evolução, todavia, endereçado à
cultura, é o agente do progresso, auxiliando o homem a solucionar os enigmas da enfermidade e
a resolver os problemas da fome, a compreender os mecanismos da natureza e a inflamar o
esplendor da civilização que analisa a terra e vasculha o firmamento.
Detido na sombra do egoísmo, é o veneno que promove a secura do sentimento, no entanto,
confiado à caridade, é o amigo prestimoso que desabotoa rosas de alegria no espinheiral da
provação, alimentando pequeninos desamparados e sustentando mães esquecidas, levantando
almas abatidas que o Infortúnio alanceia e Iluminando lares desditosos que a necessidade
escurece.
Dinheiro! Repara o dinheiro! Dizem que ele é o responsável pelo transeunte que a embriaguez
atira à calçada, pelo delinqüente escondido nas aventuras da noite, pelo irmão infeliz que
anestesiou a consciência na cocaína e pela mão insensível que matou a criancinha no claustro
materno, entretanto, por trás da garrafa e da arma delituosa, tanto quanto na retaguarda do
entorpecente e do aborto, permanece a Inteligência humana, que escraviza a moeda à
criminalidade e à loucura.
Contempla o dinheiro, pensando no suor e no sangue, na vigília e na aflição de todos aqueles que
choraram e sofreram para ganhá-lo e vê-lo-ás por servidor da felicidade e do aprimoramento do
mundo, a rogar em silêncio para que lhe ensines a realizar o bem que lhe cabe fazer.
PROPRIEDADES
“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”
JESUS-MATEUS, 6: 21.
“O homem só possuí em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo” Cap.16; 9.
Em tudo o que se refira à propriedade, enumera, acima de tudo, aquelas que partilhas, por dons
inexprimíveis da Infinita Bondade, e que, por se haverem incorporado tranqüilamente ao teu
modo de ser, quase sempre delas não fazes conta.
Diariamente, recolhes, com absoluta Indiferença, as cintilações da coroa solar a se derramarem,
por forças divinas, no regaço da terra, transfigurando-se em calor e pão, no entanto, basta
pequeno rebanho de nuvens na atmosfera para que te revoltes contra o frio.
Dispões das águas circulantes que, em mananciais e poços, rios e chuvas, te felicitam a
existência, sem que te lembres disso, e, ante o breve empecilho do encanamento no recinto
doméstico, entregas-te sem defesa a pensamentos de irritação.
Flores aos milhares, na estrada e no campo, convidam-te a meditar na grandeza da Inteligência
Divina, conversando contigo pelo idioma particular do perfume e, em muitas circunstâncias, não
hesitas esfacelá-las sob os pés, deitando reclamações se pequenino seixo te penetra o sapato.
Correntes aéreas trazem de longe princípios nutrientes, sustentando-te a vida e lhes consomes as
energias, à feição da criança que se rejubila inconsciente e feliz no seio materno e se o vento
agita leve camada de pó, costumas acusar desagrado e intemperança.
Possuis no corpo todo um castelo de faculdades prodigiosas que te enseja pelas ogivas dos
sentidos a contemplação e a análise do Universo,permitindo-te ver e ouvir, falar e orientar,
aprender e discernir, sem que lhe percebas, do pronto, o ilimitado valor, e dificilmente deixas de
clamar contra os excedentes que assinalas no caminho dos semelhantes, sem refletir nos
aborrecimentos e nas provas que a posse efêmera disso ou daquilo lhes acarreta à existência.
Não invejes a propriedade transitória dos outros.
Ignoras porque motivo a fortuna amoedada lhes aumenta a responsabilidade e requeima a cabeça.
Sobretudo, nunca relaciones a ausência do supérfluo.
Considera os talentos imperecíveis que já reténs na intimidade da própria alma e lembra-te de
que transportas nos coração e nas mãos os recursos inefáveis de estender, infinitamente, os
tesouros do trabalho e as riquezas do amor.
MOEDA E TRABALHO
“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra,
chamou os seus servos e entregou-lhes os seus bens.” – JESUS - MATEUS, 25: 14.
“Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado não sendo o homem senão o
usufrutuário o administrador mais ou menos integro e inteligente desse sens.” Cap.16; 10.
Consulta o dinheiro que encostaste por disponível e analisa-lhe a história por um instante! É
provável tenha passado pelos suplícios ocultos de um homem doente, que se empenhou a gastá-
lo em medidas que não lhe aplacaram os sofrimentos; terá rolado em telheiros, onde mães
desvalidas lhe disputaram a posse, nos encargos de servidão; na rua, foi visto por crianças menos
felizes que o desejaram, em vão, pensando no estômago dolorido; e conquistado, talvez, por
magro lavrador nas fadigas do campo, visitou-lhe apressadamente a casa, sem resolver-lhe os
problemas...
Entretanto, não teve o longo itinerário somente nisso.
Certamente, foi compelido a escorar o ócio das pessoas inexperientes que desertaram da
atividade, descendo aos sorvedouros da obsessão; custeou o artifício que impeliu alguém para a
voragem de terríveis enganos; gratificou os entorpecentes que aniquilam existências preciosas; e
remunerou o álcool que anestesia consciências respeitáveis, internando-as no crime.
Que farias de um lidador prestimoso, que te batesse à porta, solicitando emprego digno? de um
cooperador humilhado por alheios abusos, que te rogasse conselho, a fim de reajustar-se e servir?
O dinheiro de sobra, que nada tem a ver com tuas necessidades reais, é esse colaborador que te
procura pedindo orientação.
Não lhe congeles as possibilidades no frio da avareza, nem lhe esconda as energias no labirinto
do monopólio.
DINHEIRO E SERVIÇO
Não é a vida mais do que o mantimento e o corpo mais do que o vestido?-
- JESUS - MATEUS, 6: 25.
“Não vos julgueis com o direito de dispor em vosso exclusivo proveito daquilo que recebestes,
não por doaÇão mas simplesmente como empréstimo, Sendo sabeis restituir, não tendes o
direito de pedir, e lembrai-vos de que aquele que dá aos necessitados salda a dívida que
contraiu para com Deus. ” - Cap. XVI, 14.
Não digas que o dinheiro é a causa dos males que atormentam a Terra.
Se contemplas o firmamento, aceitando a Sabedoria Infinita que plasmou a grandeza cósmica e
se te inclinas para a flor do valado, crendo que a Infinita Bondade no-la ofertou, não ignoras que
a Providência Divina criou também o dinheiro de que dispões.
Basta ligeiro olhar no campo do mundo para que entendas a moeda por seiva da atividade,
sustentando reconforto e educação, segurança e beneficência.
O pão extingue a fome.
O dinheiro ajuda a produzi-lo.
O livro espanca as trevas de espírito.
O dinheiro protege-lhe a expansão.
A veste agasalha o corpo.
O dinheiro auxilia a entretecê-la.
A casa abriga.
O dinheiro apóia-lhe a: construção.
O remédio socorre.
O dinheiro incentiva~’he o preparo.
A caridade suprime a penúria.
O dinheiro assegura-lhe as manifestações.
Dinheiro na estrutura social é comparável ao sangue no mundo orgânico: circulando garante a
vida e, parando, acelera a morte.
Valores amoedados, sejam em metal ou papel, são sementes de realização e alegria; e observe-se
que ninguém está impedido de multiplicá-las nas próprias mãos, através do trabalho honesto.
É por isso que a Doutrina Espírita nos ensina a encontrar no dinheiro um agente valioso e neutro
a pedir-nos emprego e direção.
Dá-lhe passagem para o reino do bem, agindo e servindo-te dele, a benefício de quantos te
partilham a caminhada e estarás em conjunção incessante com o Suprimento Divino que te
abençoará a prosperidade e te resguardará a presença na Terra, por fonte viva do Eterno Bem.
CONCEITO DO BEM
“Sede vós. pois. perfeitos. como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”
JESUS MATEUS,5:48
“O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e
de caridade, na sita maior pureza. ” – Cap. 17, 3.
Toda vez que ouças alguém referindo-se ao bem ou ao mal de alguém, procura discernir.
Conheces o amigo que escalou a eminência econômica.
À vista da facilidade com que maneja a moeda, há quem o veja muito bem situado, nas
vantagens materiais, no entanto, via de regra, se lhe radiografasses os sentimentos, nele
encontrarias um escravo da inquietação, detido em cadeias de ouro.
Assinalas o homem que alcançou a respeitabilidade política.
Tão logo surge no vértice da administração, há quem o veja muito bem colocado nos interesses
do mundo, mas, freqüentemente, se lhe fotografasses as telas do espírito, nele surpreenderias um
mártir de cerimoniais e banquetes, constrangido entre as necessidades do povo e as exigências da
lei.
Admiras o companheiro que venceu as próprias inibições elevando-se à direção do trabalho
comum.
A face da significativa remuneração que percebe, há quem o veja muito bem posto na esfera
social, contudo, na maioria das vezes, se lhe observasses as mais intimas reações, nele acharias
um prisioneiro de sufocantes obrigações, sem tempo para comer o pão que assegura aos dirigidos
de condição mais singela.
Elogias o cientista que fornece idéias de renovação e conforto.
Ao fitá-lo sob os lauréis da popularidade, há quem o veja muito bem classificado na galeria da
fama, no entanto, quase sempre, se lhe tateasses a alma por dentro, nele surpreenderias um
atormentado servidor do progresso clamando ansiosamente por simplicidade e repouso.
Reajustemos, assim, o conceito do bem, diante da vida.
Em muitas circunstâncias, o dinheiro suprime aflições, a autoridade resolve problemas, a
influência apara dificuldades e a cultura clareia o caminho...
Por isso mesmo, toda pessoa que obtém qualquer parcela mais expressiva de responsabilidade e
destaque, mostra-se realmente muito bem para combater o mal e liquidá-lo; entretanto, caso
venha a utilizar-se dos bens com que a vida lhe enriquece as mãos apenas para cuidar do bem de
si mesma, sem qualquer preocupação na garantia do bem devido aos outros, seja onde seja,
semelhante criatura estará simplesmente bem mal.
NA CO NST RU Ç ÃO DA VI RT U DE
“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor a justiça,
porque deles é o reina dos Céus”. JESUS - MATEUS, 5:10.
“A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que
constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto,
são qualidades do homem virtuoso.” - Cap. XVII.
Toleras descabidas injúrias e calas a justificação que te pende da boca, esperando, a preço de
lágrimas, que o tempo te mostre a isenção de culpa, no entanto, com isso, promoves o
reconhecimento e a renovação dos teus próprios perseguidores.
Podes apropriar-te da felicidade alheia, através de pleno domínio no lar de outrem, à custa do
infortúnio de alguém, e, embora padecendo agoniada fome de afeto, ensinas a prática do dever a
quem te pede convivência e carinho, todavia, com semelhante procedimento, acendes na própria
alma a chama do amor puro com que, um dia, aquecerás os entes queridos, nos planos da vida
eterna.
Tens razão de sobejo para falar a reprimenda esmagadora aos irmãos caldos em erro, pela
ascendência moral que já conquistaste, e pronuncias a frase de estímulo e indulgência, muitas
vezes sob a crítica dos que te não compreendem os gestos, mas consegues, assim, reerguer o
ânimo dos companheiros desanimados, recuperando- lhes as energias para levantamento das boas
“Entrai pela porta estreita porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho
que a ela conduz e muitos são os que entram por ela.” - JESUS - MATEUS, 7:13.
“Larga é a porta da perdição porque são numerosas as paixões más e porque o maior número
envereda pelo caminho do mal.” - Cap.18; 5.
Trazes contigo a flama do ideal superior e anelas concretizar os grandes sonhos de que te nutres,
mas, diante da realidade terrestre, costumas dizer que a dificuldade é invencível.
Afirmas haver encontrado incompreensões e revezes, entraves e dissabores, por toda parte, no
entanto...
O pão que consomes é o resumo de numerosas obrigações que começaram no cultivo do solo; a
vestimenta que te agasalha é o remate de longas tarefas iniciadas de longe com o preparo do fio;
o lar que te acolhe foi argamassado com o suor dos que se uniram ao levantá-lo; a escola que te
revela—a cultura guarda a renunciação de quantos se consagram ao ministério do ensino; o livro
que te instrui custou a vigília dos que sofreram para fixar, em caracteres humanos, o clarão das
idéias nobres; a oficina que te assegura a subsistência encerra o concurso dos seareiros do bem, a
favor do progresso; o remédio que te alivia é o produto das atividades conjugadas de muita
gente.
Animais que te auxiliam, fontes que te refrigeram, vegetais que te abençoam e objetos que te
atendem, submetem-se a constantes adaptações e readaptações para que te possam servir.
Se aspiras, desse modo, à realização do teu alto destino, não desdenhes lutar, a fim de obtê-lo.
Na forja da vida, nada se faz sem trabalho e nada se consegue de bom sem apoio no próprio
sacrifício.
Se queres, na sombra do vale, exaltar o tope do monte, basta contemplar-lhe a grandeza, mas se
te dispões a comungar-lhe o fulgor solar na beleza do cimo, será preciso usar a cabeça que
carregas nos ombros, sentir com a própria alma, mover os pés em que te susténs e agir com as
próprias mãos.
CADA SERVIDOR EM SUA TAREFA
“Todo aquele, pois, que escuta as minhas palavras e as pratica assemelhá-lo-ei ao homem
prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.” - JESUS - MATEUS, 7:24.
“Todas os que reconhecem a missão de Jesus dizem: “Senhor! Senhor! Mas de que serve lhe
chamarem Mestre ou Senhor, se não lhe seguem os preceitos?”Cap.18, 9.
No campo da vida, cada inteligência se caracteriza pelas atribuições que lhe são próprias.
Seja nos recintos da lei, nos laboratórios da ciência, no tanque de limpeza ou à cabeceira de um
doente, toda pessoa tem o lugar de revelar-se.
Não te afirmes, desse modo, inútil ou desprezível.
E, atendendo ao trabalho que o mundo te reservou, não te ausentes da ação, alegando que todos
somos iguais e que, por isso mesmo, não adianta fatigar-se alguém por trazer a nota, em que se
particulariza, à sinfonia do Universo.
Sim, todos somos iguais, na condição de criaturas de Deus, e todos nos identificaremos
harmoniosamente uns com os outros, no dia da suprema integração com a Infinita Bondade, mas,
entre a estaca de partida e o ponto de meta, cada um de nós permanece, em determinado grau
evolutivo, com aquisições especificas por fazer, conquanto estejamos sob o critério imparcial das
leis eternas, que funcionam em regime de absoluta igualdade para nós todos.
Se a perturbação, por ventania gritante, ruge à porta, não te entregues aos pensamentos
desordenados que aflições e temores te sugiram à alma.
Pára e pensa.
Escorregaste no erro e experimentas a inquietação decorrente da falta cometida, como se te
imobilizasses na vertigem permanente da queda...
Aceitaste o alvitre de ilusões ardilosas e tomaste caminho inverso, reconhecendo-te na condição
de alguém, cujo veículo dispara em declive ameaçador, no rumo do abismo...
Superestimaste as próprias forças e assumiste compromissos, acima da própria capacidade,
lembrando um discípulo injustamente aguilhoado num teste de competência, para o qual se
encontra ainda imaturo...
Viste companheiros queridos, internados em labirintos de sombra, assestando baterias contra a
lógica, a te depreciarem o culto à sinceridade e trazes, por isso, o coração arpoado por doloroso
desencanto...
Sofreste perdas consideráveis e guardas o espírito, à feição de barco à deriva...
Distorceste o raciocínio, sob o efeito de palavras loucas,.
desfechadas no ambiente em que vives e cambaleias, qual se tivesses o ânimo ferroado por
dardos de fogo e fel.
Recorda, porém, que pacificação e reajuste são recursos de retorno à tranqüilidade e à estrada
certa.
Entretanto, recuperação e paz em nós reclamam reconhecimento do dever a cumprir.
A vista disso, se desatinos dessa ou daquela procedência te visitam a alma, entra em ti mesmo e
acende a luz da prece, reexaminando atitudes e reconsiderando problemas, entendendo que a
renovação somente será verdadeira renovação para o bem, não à custa de compressões
exteriores, mas se projetarmos ao tear da vida o fio do próprio pensamento, intimamente
reajustado e emendado por nós.
T E R E M ANT E R
“Porque ao que tem ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.”
JESUS MARCOS, 4: 25.
“Não é Deus quem retira daquele que receberá é o próprio Espírito que, por pródigo e
descuidado não sabe conservar o que tem e aumentar, fecundando-o, o óbolo que lhe caiu no
coração.
Aquele que não cultiva o campo que o trabalho de seu pai lhe granjeou, e que lhe coube em
herança, o vê cobrir-se de ervas parasitas.
É seu pai quem lhe tira as colheitas que ele não quis preparar?” - Cap. 18,15.
O arado ocioso esquece a alegria de produzir e, com o decurso do tempo, Incorpora em si mesmo
a ferrugem que o desgasta.
A roupa que ninguém usa distancia-se da tarefa de abrigar quem tirita- ao relento e faz-se, pouco
a pouco, a moradia da traça que a destrói.
0 alimento indefinidamente guardado sem proveito deixa a função que lhe cabe no socorro aos
estÔmagos desnutridos e acaba alentando os agentes da decomposição em que se corrompe.
Onde estiveres, lembra-te de que a vida é caminhada, atividade, progresso, movimento e
incessante renovação para o Bem Eterno.
Trabalho é o infatigável descobridor.
Transpõe dificuldades, desiste da irritação, olvida mágoas, entesoura os recursos da experiência e
prossegue adiante.
Quem persevera na preguiça, não somente deserta do serviço que lhe compete fazer, mas abre
também as portas da própria alma à sombra da obsessão em que fatalmente se arruinará.
TAIS QUAIS SOMOS
“Nem todo o que me diz. “Senhor! Senhor!” entrará no reino das Céus
mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus”- JESUS - MATEUS, 7:21.
“Será bastante trazer a aparência do Senhor para ser fiel servidor seu? Bastará dizer: “Sou
cristão, para que alguém seja um seguidor de Cristo? Procura os verdadeiros cristãos e as
reconhecereis pelas suas obra. ” Cap. 18, 16.
Há quem diga que a discórdia e a ignorância, a penúria e a carência são chagas crônicas, no
corpo da Humanidade, apelando simplesmente para o auxilio de Deus, qual se Deus estivesse
escravizado aos nossos caprichos, com a obrigação de resolver-nos os problemas, a golpe de
mágica.
Indubitavelmente, nada de bom se efetua sem o auxílio de Deus, no entanto, vale destacar que o
Infinito Amor age na Terra, nas questões propriamente humanas, pela capacidade do homem,
atendendo à vontade do próprio homem.
As criaturas terrestres, através de milênios, vêm realizando as mais belas empresas da evolução,
com o Amparo Divino.
Quando se decidiram a conhecer o que havia, para além dos mares enormes, com o auxílio de
Deus, construíram as naves que as sustentam sobre as ondas.
Venciam penosamente as longas distâncias...
Quando se dispuseram a buscar mais largas dotações de movimento, com o auxilio de Deus,
fabricaram veículos a motor, que deslizam no solo ou planam no espaço.
Jaziam submetidas às manufaturas, que lhes mantinham todas as faculdades na sombra da
insipiência.
Quando resolveram conquistar o tempo preciso para o cultivo mais amplo da inteligência, com o
auxilio de Deus, estruturaram as máquinas que lhes descansam a mente e as mãos, por toda parte,
desde o cérebro eletrônico à enceradeira.
Padeciam visão limitada...
Quando diligenciaram obter novos meios de análise, com o auxílio de Deus, passaram a deter
lentes e raios que lhes facultam observações minuciosas, tanto nos astros, quanto nas peças mais
ínfimas do mundo orgânico.
Experimentavam manifesta insuficiência de comunhão espiritual...
Quando se afadigaram por estabelecer contacto entre si, com o auxílio de Deus, atingiram as
comunicações sem fio, que lhes permitem o mútuo entendimento, de um lado a outro da Terra,
em fração de segundos.
Tudo isso conseguiram aprendendo, trabalhando, sofrendo e aperfeiçoando...
E para desfrutarem semelhantes benefícios, pagam naturalmente a aquisição de passagens e
utensílios, engenhos e serviços.
Assim também, os males que atormentam a vida humana podem ser extirpados da Terra, se
procurarmos construir o bem, à custa do próprio esforço, com o auxílio de Deus.
São conceitos textuais de Allan Kardec, no item 10, do capítulo 19 de “0 Evangelho, Segundo o
Espiritismo”, escritos há quase um século.
Os médiuns são legiões.
Funcionam aos milhares, em todos os pontos do globo terrestre.
Seja na administração ou na colaboração, na beneficência ou no estudo, na tribuna ou na pena,
no consolo ou na cura, no trabalho informativo ou na operação de fenômenos, todos são
convocados a servir com sinceridade e desinteresse, na construção do bem, com base no
burilamento de si próprios.
Acima de todos, representando a escola sábia e imaculada, que não pode responsabilizar- se
pelos erros ou defecções dos alunos, brilha a Doutrina Espírita, na condição de Evangelho
Redivivo, traçando orientação clara e segura.
Fácil concluir, desse modo, que situar a mediunidade na formação do bem de todos ou gastar-lhe
os talentos em movimentações infelizes é escolha de cada um.
MÁXIMO E MÍNIMO
“O homem bom do bom tesouro do seu coração tira o bem...,” - JESUS - LUCAS, 6: 45.
“Para ser proveitosa, tem a fé que ser ativa; não deve entorpecer-se.
Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo
desenvolvimento dos filhos que gerou. Cap 19, 11
Se aceitamos Jesus por Mestre, urge recordar que ele está entre nós e os outros, conquanto
sempre mais intimamente unido àqueles que se aproximam famintos, cansados, desorientados,
cambaleantes.
Muitas vezes, tomas a refeição, provando acepipes diversos e largando à toa pratos cheios que
endereças, inconscientemente ao cano de esgoto.
Há, porém, milhares de criaturas que se regozijariam com diminuta porção das sobras que te
despencam da mesa.
Recolhes a veste comum, verificando ornatos ou combinando cores que te dignifiquem a
presença, relegando peças e peças a descanso inútil no armário.
Existem, contudo, milhares de infortunados, suspirando pela roupa batida que afastaste de uso.
Via de regra, guardas no cofre, sem qualquer serventia, o dinheiro de que não sentes necessidade,
após a compra desse ou daquele objeto, atendendo a passageiro capricho.
Todavia, repontam da estrada milhares de irmãos em dolorosa penúria, para quem migalhas de
teus recursos seriam clarões de felicidade.
Não raro, consultas livros e publicações às dezenas, por simples desembaraço, sem o menor
pensamento de gratidão por aqueles que consumiram fosfato e tempo, para que te não faltem
esclarecimento e cultura.
Entretanto, nas trilhas que percorres, há milhares de irmãos, ansiando aprender, aos olhos dos
quais os textos mais elevados não passam de garatujas e enigmas.
Razoável possuas casa própria a teu gosto, contudo, que auxilies a extinguir no mundo a nódoa
do desabrigo.
Justo detenhas o carro particular que te garanta eficiência e conforto, no entanto, que ajudes a
abolir a provação da nudez, no trato de terra onde respires.
Compreensível acumules as mais altas reservas de inteligência, todavia, ninguém esteja privado
de buscar o alfabeto.
Mereces o máximo de segurança e alegria, mas não deixes os outros sem o mínimo de apoio à
necessária sustentação.
Se trazes o nome de Jesus na confissão da própria fé, carregas no coração a luz do Cristianismo,e
Cristianismo na essência, quer dizer Jesus e os outros junto de nós.
O ESPÍRITA
“Assim, os últimos serão primeiros e os primeiros serão últimos,
porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” - JESUS - MATEUS, 20: 16.
“Bons espíritas, meus bem-amados, sais todos obreiros da última hora,” - Cap. 20, 2.
“Paz seja convosco; assim como o Pai me enViou,,também eu vos envio a vós.”
- JESUS - JOÃO, 20:
“Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão
provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque principalmente entre os mártires do
trabalho nas provações terrenas, encontrareis fervor e fé. Ide; esses receberão com hinos de
gratidão e louvores a Deus, a santo consolação que lhes levareis, e baixarão a fronte, rendendo-
lhe graças pelas aflições que a Terra lhes destina” Cap. 20, 4.
Num templo espírita-cristão, é razoável anotar que todo trabalho é ação de conjunto.
Cada companheiro é indicado à tarefa precisa; cada qual assume a feição de peça particular na
engrenagem do serviço, sem cuja cooperação os mecanismos do bem não funcionam em
harmonia.
Indispensável apagar-nos pelo brilho da obra.
Na aplicação da eletricidade, congregam-se implementos diversos, mas interessa, acima de tudo,
a produção da força, e, no aproveitamento da força, a grande usina é um espetáculo de grandeza,
mas não desenvolve todo o concurso de que é suscetível, sem a tomada simples.
Necessário, assim, saibamos reconhecer por nós mesmos o que seja essencial a fazer pelo
rendimento digno da atividade geral.
Orientando ou colaborando, em determinadas ocasiões, a realização mais importante que se nos
pede é o esclarecimento temperado de gentileza ou a indicação paciente e clara da verdade ao
ânimo do obreiro menos acordado, na edificação espiritual.
Noutros instantes, a obrigação mais valiosa que as circunstâncias nos solicitam é o entendimento
com uma criança, a conversação fraternal com um doente, a limpeza de um móvel ou a condução
de um fardo pequenino.
Imprescindível, porém, desempenhar semelhantes incumbências, sem derramar o ácido da queixa
e sem azedar o sentimento na aversão sistemática.
Irritar-se alguém, no exercício das boas obras é o mesmo que rechear o pão com cinzas.
Administrar amparando e obedecer, efetuando o melhor! ...
Em tudo, compreender que o modo mais eficiente de pedir é trabalhar e que o processo mais
justo de recomendar é fazer, mas trabalhar e fazer, sem tristeza e sem revolta, entendendo que
benfeitorias e providências são recursos preciosos para nós mesmos.
Em todas as empresas do bem, somos complementos naturais uns dos outros.
O Universo é sustentado na base da equipe.
Uma constelação é família de sóis.
Um átomo é agregado de partículas.
Nenhum de nós procure destaque injustificável.
Na direção ou na subalternidade, baste-nos o privilégio de cumprir o dever que a vida nos
assinala, discernindo e elucidando, mas auxiliando e amando sempre.
O coração, motor da vida orgânica, trabalha oculto e Deus, que é para nós o Anônimo Divino,
palpita em cada ser, sem jamais individualizar-se na luz do bem.
SER ESPÍRITA
“Tenho-vos dito isto paro que em mim tenhais paz: no mundo. tereis aflições,
mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” JESUS JOÃO, 16:33.
“Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que Ele vos confiou;
mas atenção! entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram;
reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade.” - Cap. XX, 4.
estranho confiar vestuário em desuso ao domínio da traça, desconsiderando a nudez dos que
tremem de frio.
Apoiemos o bem para que o bem nos apóie.
Para isso é preciso estender aos semelhantes os bens que nos felicitam.
Repara a natureza, no sistema de doações permanentes em que se expressa.
0 céu reparte a luz infinitamente, o solo descerra energias e riquezas sem conta, fontes ofertam
águas, árvores dão frutos...
Felicidade sozinha será, decerto, egoísmo consagrado.
Toda vez que dividimos a própria felicidade dos outros, devidamente aumentada, retorna dos
outros ao nosso coração, multiplicando a felicidade verdadeira dentro de nós.
EXTERIOR E CONTEÚDO
“Acautelai-vos, que ninguém vos engane.” JESUS - MATEUS, 24:4.
“Os fenômenos espíritas, longe de abonarem os falsos Cristos e os falsos profetas, como a
algumas pessoas apraz dizer, golpe mortal desferem neles.
Não peçais ao Espiritismo prodígios, nem milagres, porquanto ele formalmente declara
que os não opera.” – Cap. 21, 7.
“Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos no espinheiro
nem uvas nos abrolhos.” - JESUS - LUCAS, 6: 44.
“É assim, meus irmãos, que deveis julgar examinando as obras. Se os que se dizem Investidos de
poder divino revelam sinais de uma missão de natureza elevada, isto é, se possuem no mais alto
grau as virtudes cristãs e eternas: a caridade, o amor, a indulgência, a bondade que concilia os
corações; se, em apoio das palavras, apresentam os atos, podereis então dizer: Estes são
realmente enviados de Deus.” - Cap.21, e.
Penetrando a seara espírita, rememora o Cristianismo Redivivo, que se lhe configura nas
menores atividades, e não te circunscrevas à expectação.
Em semelhante campo de fé, sem rituais e sem símbolos, sem convenções e sem exigências,
descobrirás facilmente os recomendados do Senhor, a surgirem naqueles companheiros cujas
dificuldades ultrapassam as nossas.
Pleiteias a mensagem dos entes queridos que te antecederam na viagem do túmulo, entretanto
basta procures e divisarás amigos diversos que não somente perderam a presença de seres
inesquecíveis, mas também as possibilidades primárias da intimidade doméstica.
Solicitas proteção para os filhos educados nos primores de tua bênção, agora em obstáculos
inquietantes no estudo ou na profissão, contudo distinguirás, ao teu lado, pais valorosos e
incapazes de aliviar as necessidades singelas dos rebentos da própria carne, sem a assistência do
amparo público.
Diligencias a cura da enfermidade ligeira que te apoquenta e contemplarás muitos daqueles que
trazem moléstias irreversíveis, para os quais chega uma frase de esperança, a fim de louvarem as
dores da própria vida.
Pedes, mentalmente, arrimo à solução de negócios materiais que te propiciem finanças mais
dilatada, no entanto, surpreenderás os pés desnudos de irmãos que vieram de longe, à busca de
um simples pensamento confortador, vencendo, passo a passo, largas distâncias, por lhes
faltarem qualquer recursos para o custeio da condução.
Rogas conselho em assunto determinado, não obstante o arsenal dos conhecimentos de que
dispões, todavia, reconhecerás, frente a frente, amigos diversos que nunca tiveram, em toda a
existência física, a bendita oportunidade de um livro às mãos.
Se o Plano Superior já te permite pisar na seara espírita não te limites à prece.
Todos os tipos de rogativa que se voltem para o Bem Infinito são respeitáveis, no entanto, pensa
em nosso Divino Mestre que orou auxiliando e realiza algo de bom, em favor dos irmãos em
Humanidade, que ele mesmo nos apresenta.
Espiritismo é Cristianismo e Cristianismo quer dizer Cristo em nós para estender o Reino de
Deus e servir em seu nome.
L E R E E ST UD AR
“... Muitos virão em meu nome dizendo: “ eu sou o Cristo”, e enganarão a muitos.
” JESUS - MATEUS, 24:5
“Desconfiai dos falsos profetas.” Cap.21, 9.
Abençoa os conflitos que, tantas vezes, te amarfanham o coração no carreiro doméstico, sempre
que o lar apareça por ninho de problemas e inquietações.
É aí, entre as quatro paredes do reduto familiar, que reencontras a instrumentação do sofrimento
reparador.
Amigos transfigurados em desafios à paciência...
Pais incompreensíveis a te requisitarem entendimento...
Filhos convertidos em ásperos inquisidores da alma...
Parentes que se revelam por adversários ferrenhos sob o disfarce da consangüinidade...
Lutas inesperadas e amargas que dilapidam as melhores forças da existência pelo seu -conteúdo
de aflição...
Aceita as intimações do calvário doméstico, na feição com que se mostrem, como quem acolhe o
remédio indispensável à própria cura.
Desertar será retardar a equação que a contabilidade da vida exigirá sempre, na matemática das
causas e dos efeitos.
Nesse sentido, vale recordar que Jesus não afirmou que se alguém desejasse encontrá-lo
necessitaria proclamar-lhe as virtudes, entretecer-lhe lauréis, homenagear- lhe o nome ou
consagrar-se às atitudes de adoração, mas, sim, foi peremptório, asseverando que os candidatos à
integração com ele precisariam carregar a própria cruz e seguir-lhe os passos, isto é, suportarem
com serenidade e amor, entendimento e serviço os deveres de cada dia.
Bem-aventurado, pois, todo aquele que, apesar dos entraves e das lágrimas do caminho sustentar
nos ombros, ainda mesmo desconjuntados e doloridos, a bendita carga das próprias obrigações.
UNIÕES DE PROVA
"...Não separe o homem o que Deus ajuntou." JESUS; MATEUS, 19: 6
"... Quando Jesus disse : "não separe o homem o que Deus ajuntou", essas palavras se devem
entender com referência à união, segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável
dos homens."; ESSE Cap. XXII, item 3
Aspiras a convivência dos espíritos de eleição com os quais te harmonizas agora, no entanto,
trazes ainda na vida social e doméstica, o vínculo das uniões menos agradáveis que te compelem
a frenar impulsos e a sufocar os mais belos sonhos.
Não violentes, contudo, a lei que te preceitua semelhantes deveres.
Arrastamos, do passado ao presente, os débitos que as circunstâncias de hoje nos constrangem a
revisar.
O esposo arbitrário e rude que te pede heroísmo é o mesmo homem de outras existências, de cuja
lealdade escarneceste, acentuando-lhe a feição agressiva e cruel.
Os filhinhos doentes que te desfalecem nos braços, cancerosos ou insanos, idiotizados ou
paralíticos são as almas confiantes e ingênuas de anteriores experiências terrestres, que impeliste
friamente às pavorosas quedas morais.
A companheira intransigente e obsidiada, a envolver-te em farpas magnéticas de ciúme, não é
outra senão a jovem que outrora embaíste com falsos juramentos de amor, enredando-lhe os pés
em degradação e loucura.
Os pais e chefes tirânicos, sempre dispostos a te ferirem o coração, revelam a presença daqueles
que te foram filhos em outras épocas, nos quais plantastes o espinheiral do despotismo e do
orgulho, hoje contigo para que lhes renoves o sentimento, ao preço da bondade e perdão sem
limites.
Espíritos enfermos, passamos pelo educandário da reencarnação, qual se o mundo, transfigurado
em sábio anestesista , nos retivesse no lar para que o tempo, à feição de professor devotado, de
prova em prova, efetue a cirurgia das lesões psíquicas de egoísmo e vaidade, viciação e
intolerância que nos comprometem a alma.
À frente, pois, das uniões menos simpáticas, saibamos suportá-las, de ânimo firme. Divórcio,
retirada, rejeição e demissão, às vezes, constituem medidas justificáveis nas convenções
humanas, mas quase sempre não passam de moratórias para resgate em condições mais difíceis,
com juros de escorchar.
Ouçamos o íntimo de nós mesmos.
Enquanto a consciência se nos aflige, na expectativa de afastar-nos da obrigação, perante
alguém, vibra em nós o sinal de que a dívida permanece.
ESPIRITISMO E NÓS
“Se me amardes, guardareis os meus mandamentos” JESUS - JOÃO, 14: 15.
“Espiritismo vem realizar, na época prevista, as promessas do Cristo.
Entretanto, não o pode fazer sim destruir os abusos. ” - Cap. 23, 17.
ANT E O DI VI N O M É DI CO
“Não são os que gozam de saúde que precisam de médico” JESUS - MATEUS, 9: 12.
“Jesus se acercava principalmente, dos pobres e das deserdados, porque são os que mais
necessitam de consolações; dos cegos dóceis e de boa-fé, porque pedem se -lhes dê a vista e não
dos orgulhosos que julgam possuir toda a luz e de nada precisar. ” - Cap. 25, 12.
Na construção espiritual a que fomos trazidos pela bondade do Cristo, surgem momentos
ásperos, nos quais temos a impressão de trazer fogo e fel nos escaninhos da alma.
Não mais entraves decorrentes de calúnia e perseguição, mas sim desgosto e inconformidade a se
levantarem de nós contra nós.
Insatisfação, arrependimento tardio, auto-piedade...
Em muitas ocasiões, desertamos do bem, quando se fazia imprescindível demonstrá-lo.
Falhamos ou distraímo-nos, no momento preciso de vigiar ou vencer.
E sentimo-nos deprimidos, arrasados...
Mesmo assim, urge não perder tempo com lamentações improfícuas.
Claro que não nos compete descambar na irresponsabilidade.
Mera obrigação analisar os nossos atos, examinar a consciência, meditar, discernir...
Entretanto, é forçoso cultivar desassombro e serenidade constantes para retificar-nos sempre,
adestrando infatigável paciência até mesmo para conosco, nas provações que nos corrijam ou
humilhem, agradecendo-as por lições.
Muitas vezes, perguntamo-nos porque teremos sido convocados à obra do Evangelho se, por
enquanto, somos portadores de numerosas fraquezas e moléstias morais, contudo, vale considerar
que assim sucede justamente por isso, porquanto Jesus declarou francamente não ter vindo à
Terra para reabilitar os sãos.
Críticos do inundo indagarão, igualmente, que diferença fazem para nós as teorias de cura
espiritual e as diligências pela sublimação íntima, se estamos estropiados da alma, tanto agora
quanto ontem.
Podemos, ‘ entanto, responder, esperançosos e otimistas, que há muita diferença, de vez que, no
passado, éramos doentes insensatos, agravando, inconscientemente, os nossos males, enquanto
que hoje conhecemos as nossas enfermidades, tratando-as com atenção e empenhando-nos,
incessantemente, em fugir delas.
NOSSAS CRUZES
“...Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”
- JESUS - MARCOS, 8: 34.
“Rejubilai -vos, diz Jesus, quando os homens vos adiarem e perseguirem por minha causa, visto
que sereis recompensados no Céu.
Podem traduzir-se assim estas verdades: Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela
sua má vontade para convosco, vos dêem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé,
porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vossa.
Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais. ” - cap. 24, 19.
Julgávamos, antigamente, que nossas cruzes, as que devemos carregar, ao encontro do Senhor, se
constituíam, unicamente daquelas dos exercícios louváveis mas incompletos da piedade
religiosa.
E perdemos, em parte, muitas reencarnações, hipnotiZados por sentimentalismo enfermiço,
ilhando-nos, sem perceber, nas miragens da própria imaginação para esbarrar, em seguida, com
os pesadelos do tempo,largado inútil.
Com a Doutrina Espírita, que nos revela o significado real das palavras do Cristo, aprendemos
hoje que não bastam fugas e omissões do campo de luta a fim de alcançarmos a meta sublime.
Assevera Jesus que se nos dispomos a encontrá-lo, é preciso renunciar a nós mesmos e tomar
nossa cruz.
Essa renúncia, porém, não será semelhante à fonte seca.
É necessário que ela demonstre rendimento de valores espirituais, em nosso favor e a benefício
daqueles que nos cercam, ensinando-nos o desapego ao bem próprio pelo bem de todos.
À face disso, nossas cruzes incluem todas as realidades que o mundo nos oferece, dentro das
quais somos convocados a esquecer-nos na construção da felicidade geral.
Os fardos que nos cabem transportar, a fim de que venhamos a merecer o convívio do Mestre,
bastas vezes contêm as dores das grandes separações, as farpas do desencanto, as provações em
família, os sacrifícios mudos, em que os entes amados nos pedem ‘largos períodos de aflição, os
desastres do plano físico que nos cortam a alma, o abandono daqueles mesmos que nos baseavam
todas as esperanças, o cativeiro a compromissos pela sustentação da harmonia comum, as tarefas
difíceis, em cuja execução, quase sempre, somos constrangidos a marchar, aguardando debalde o
concurso alheio.
Não nos enganemos.
O próprio Cristo transportou o madeiro que a nossa ignorância lhe atribuiu, palmilhando senda
marginada de exigências, injúrias, pancadas e deserções.
Ninguém abraça o roteiro do Evangelho para estirar-se em redes de fantasia.
O cristão é chamado a melhorar e elevar o nível da vida e para quem efetivamente vive em
Cristo, a vida é um caminho pavimentado de esperança e trabalho, alegria e consolo, mas
plenamente aberto às surpresas e ensinamentos da verdade, sem qualquer Ilusão.
CAMPEONATOS
“Buscai e achareis...” JESUS - MATEUS, 7: 7.
“Se Deus houvesse isentado o homem do trabalho do corpo, seus membros se teriam atrofiado;
se o houvesse Isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância,
no estado de instinto animal. ” - Cap. 25, 3.
Não ignoramos que, em certos episódios da vida, não remediaremos a dificuldade com atitudes
meigas e que surgem lances, na estrada, nos quais o silêncio não é a diretriz ideal; não
desconhecermos que, em determinadas circunstâncias, a caridade não deve ser vazada em moldes
de frouxidão e que o sentimento não é feito de pedra para resistir, intocável, a todos os aguilhões
do desejo...
Entretanto, se aplicarmos em nós as regras em eu a eficácia acreditamos, sofreando impulsos
inferiores, cinco, duzentas, oitocentas, duas mil, dez mil ou cinqüenta mil vezes, praticando
humildade e paciência, pela obtenção dos pequeninos triunfos do mundo íntimo, que somente
nós próprios conseguimos avaliar, conquistaremos o burilamento do espírito, encontrando a
palavra certa e a conduta exata, nas mais diversas situais variados problemas.
Tudo é questão de início e o êxito depende da lealdade à consciência, porquanto exclusivamente
aqueles que cultivam fidelidade à própria consciência é que se dispõem a prosseguir e
perseverar.
AUXÍLIO DO ALTO
“Porque aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, se abre.”
- JESUS - MATEUS, 7: 8.
“Desta maneira, serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de
acordo com o que hajas feito. - Cap. 25, 3.
SETOR PESSOAL
“... a cada um segundo as suas abras.” JESUS,MATEUS, 16: 27.
“Não, os Espíritos não vêm isentar o homem da lei do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a
meta que lhe cumpre atingir e a caminho que a ela conduz, dizendo- lhe: Anda e chegarás.
Toparás com pedras; olha e afasta-as tu mesmo.
Nós te daremos a força necessária, se a quiseres empregar” - Cap.25, 4.
Para clarear a noção da responsabilidade pessoa’, nunca é demais recorrer às lições vivas da
natureza.
No plano físico, Deus é o fulcro gerador de toda energia, no entanto, o sol é a usina que assegura
a vitalidade terrestre; é o fundamento divino do mundo mas a rocha é o alicerce que sus~ tenta o
vale; é o proprietário absoluto do solo, todavia, a árvore é o gênio maternal que deita o fruto; é o
senhor supremo das águas, entretanto, a fonte é o vaso que dessedenta os homens.
Igualmente, no plano moral, Deus é a raiz da justiça, no entanto, o legislador é o tronco dos
estatutos de governança, é a cabeça insondável da sabedoria, mas o professor é vértebra da
escola; é a inspiração do trabalho todavia, o operário é o agente da tarefa; é a essência do campo,
entretanto, o lavrador.
é o instrumento da sementeira.
Assim também ocorre na esfera de nossos deveres particulares.
Tudo aquilo de que dispomos, incluindo afeições, condições, oportunidades, títulos e recursos
pertencem, originariamente, R Deus, contudo, é forçoso zelarmos pelo setor das próprias
obrigações, porquanto, queiramos ou não, responderemos a Deus, através das leis que orientam a
vida, pelo serviço individual que nos cabe fazer.
PALAVRAS DE JESUS
“Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros;
e vosso Pai Celestial as alimenta.
Não tendes vós muito mais valor do que elas?” JESUS; MATEUS, 6: 26.
“Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessário.
0 homem, porém, insaciável nos seus desejos, nem sempre sabe contentar-se com o que tem: o
necessário não lhe basta, reclama o supérfluo.
A Providência, então, o deixa entregue a si mesmo. ” Cap. 25, 7.
Vale-se muita gente do Evangelho para usar as expressões literais do Senhor, sem qualquer
consideração para com o sentido profundo que as ditou, simplesmente para exaltar conveniência
e egoísmo.
Exortou o Divino Mestre: “Não vos inquieteis pelo dia de amanha.
Encontramos aqueles que se baseiam nestas palavras, destinadas a situar-nos na eficiência
tranqüila, para abraçarem deserção e preguiça, olvidando que o próprio Jesus nos advertiu:
“Andai enquanto tendes luz.
”Asseverou o Eterno Amigo: “Nem só de pão vive o homem.
”Há companheiros que se estribam em semelhante conceito, dedicado a preservarmos contra a
volúpia da posse, para assumirem atitudes de relaxamento e desprezo, à frente do serviço de
organização e previdência da vida material, sem se lembrarem de que Jesus multiplicou pães, no
monte, socorrendo a multidão cansada e faminta.
Sempre que possas, lança um gesto de amor àqueles que se apagam no dia-a-dia, para que te não
faltem segurança e conforto.
Vértice não se empina sem base.
Banqueteias-te, selecionando iguarias.
Legiões de pessoas se esfalfam nas tarefas do campo ou nas lides da indústria para que o pão te
não falhe.
Resides no lar, onde restauras as forças.
Dezenas de obreiros sofreram duras provas ao levantá-lo.
Materializas o pensamento na página fulgurante que o teu nome chancela.
Multidões de operários atendem ao serviço, para que o papel te obedeça.
Ostentas o cetro da autoridade.
Milhares de companheiros suportam obscuras atividades para que o poder te brilhe nas mãos.
Quanto puderes, como puderes e onde puderes, na pauta da consciência tranqüila, cede algo dos
bens que desfrutas, em favor dos companheiros anônimos que te garantem os bens.
Protege os braços que te alimentam.
Ajuda aos que te sustentam a moradia.
Escreve em auxílio dos que te favorecem a inteligência.
Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos
que esperam fazer deles uma escada por onde subam.” - Cap. 26, 10.
Contudo, se perseveramos na prece, com o serviço das boas ações que nos atestam a corrigenda,
a breve trecho, perceberemos que a Lei nos restitui a tranqüilidade e a libertação, com o ensejo
de apagar as conseqüências de nossos erros, reintegrando-nos no respeito e na estima de todos
aqueles que erigimos à condição de credores e adversários.
Se guardas esse ou aquele problema de consciência, depois de haver rogado perdão à Divina
Bondade, sob o pretexto de continuar no fogo invisível da inquietação, não te afastes da prece
mesmo assim.
Prossegue orando, fiel ao bem que te revele o espírito renovado.
A prece forma o campo do pensamento puro e toda construção respeitável começa na idéia
nobre.
Realmente, sem trabalho que o efetive, o mais belo plano é sempre um be,o plano a perder-se.
Não vale prometer sem cumprir.
A oração, dentro da alma comprometida em lutas na sombra, assemelha-se à lâmpada que se
acende numa casa desarranjada; a presença da luz não altera a situação do ambiente desajustado
e nem remove os detritos acumulados no recinto doméstico, entretanto, mostra sem alarde o
serviço que se deve fazer.
LEMBRA-TE AUXILIANDO
“ Vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós antes de vós pedirdes”
- JESUS - MATEUS, 6:8.
“Os espíritos sofredores reclamam preces e estas lhes são proveitosas, porque, verificando que
há quem neles pense, menos desconfortados se sentem, menos Infelizes.
Entretanto, a prece tem sobre eles ação mais direta: reanima-os, incute-lhes o desejo de se
elevarem pelo arrependimento e pela reparação e, possivelmente, lhes desvia do mal o
pensamento. ” - Cap. 27, 18.
Presume-te no círculo obscuro dos que passaram na Terra, dementados por terríveis enganos, a
suspirarem no Além por renovação e progresso, e mentaliza o teu débito de amor para com todos
os irmãos que te desculpassem os erros, propiciando- te vida nova, em bases de esquecimento.
Podes, sim, trabalhar em favor dos supostos extintos, lenindo-lhes o espírito com a frase
benevolente e com o bálsamo da prece ou removendo as dificuldades e empeços que lhes
marcam a retaguarda.
Lembra-te dos mortos, auxiliando...
Não apenas os vivos precisam de caridade, mas os mortos também
ORA E SEGUE
“Seja feita a vossa vontade, assim na Terra, como no Céu ...¨ JESUS - MATEUS, 6: 10.
“Espíritos hão dito sempre: “A forma nada vale, o pensamento é tudo.
Ore, pois, cada um segundo suas convicções e da maneira que mais o toque.
Um bom pensamento vale mais do que grande número de palavras com as quais nada tenha o
coração. ” - Cap. 28, 1.
Nas lides do cotidiano, é imperioso recordes que a existência terrestre é a grande escola, em que
a dor comparece por essência do aprendizado e o obstáculo por lição.
E, portas a dentro do educandário, a prece, por flama viva, será sempre fio luminoso,
possibilitando-te assimilar a inspiração do Mestre, a fim de que te não faltem discernimento e
fortaleza, paz e luz. Não transformes, porém, a tua rogativa em constrangimento para os outros.
Ao invés disso, faze dela o meio de tua própria renovação. Em muitas circunstâncias, solicitas a
cooperação daqueles que mais amas, na solução dos problemas que te apoquentam a vida e
recebes indiferença ou perturbação por resposta. Não desfaleças, nem te magoes. Ora e segue
adiante, rogando ao Senhor te auxilie a compreender sem desesperar. Às vezes, nas agressivas
dificuldades em que te encontras, aguardas a vinda de alguém capaz de aliviar o fardo que te
pesa nos ombros e apenas surge quem te proponha dissabores e experimentos amargos. Não te
aflijas, nem te perturbes. Ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a sofrer sem ferir.
Deste longo tempo de abnegação aos familiares queridos, na convicção de recolher carinho e
repouso na época do cansaço, e ouves, a cada hora, novas intimações à luta e ao sacrifício. Não
te revoltes, nem desanimes. Ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a servir sem
reclamar. Assumiste atitudes para fixar a verdade, no respeito ao bem de todos, contando, por
isso, com o entendimento daqueles que te rodeiam e viste a desconfiança sombreando a face de
muitos dos melhores companheiros que te conhecem a marcha. Não chores, nem esmoreças.
Ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a esperar sem exigir. Em todas as provações,
ora e segue adiante, rogando ao Senhor te auxilie a sustentar a consciência tranqüila, no
desempenho dos deveres que te competem. E, se pedradas e humilhações te constituem o prato
descabido no momento que passa, ora e segue adiante, lembrando que a criança pode revolver
hoje o pó da terra, em formas de fantasia e agitações de brinquedo, no entanto, de futuro, nos
dias da madureza, há de tratá-lo com responsabilidade e suor, se quiser obter agasalho e pão, que
lhe garantam a vida. Isso porque Deus é a força do tempo, tanto quanto o tem?o é a força de
Deus.
F im