Curso de Violão Popular
Curso de Violão Popular
Curso de Violão Popular
NVEL 1
Prezado aluno (a). Hoje voc est iniciando o seu curso de violo popular. Os
motivos que o (a) levaram a escolher o violo entre tantos outros instrumentos so
vrios. Mas um deles indiscutvel: o amor pela msica. Voc, certamente, uma
pessoa sensvel, cheia de emoes e precisa de uma manifestao artstica para
expressar todo este sentimento dentro de voc. Que bom que voc escolheu a arte
musical. Uma das definies de msica : a msica a arte de manifestar os nossos
sentimentos atravs do som. Manifestao esta que acompanha o homem desde o seu
surgimento na face da Terra.
A msica est presente em todos os momentos da vida humana. quase
impossvel passarmos um dia inteiro sem que ouamos uma melodia, seja no rdio,
aparelho de som, televiso, algum tocando um instrumento ou simplesmente cantando.
Algumas pessoas contentam-se apenas em ouvir e apreciar a msica, mas outras como
voc, querem faz-la com as prprias mos. neste momento que nasce o msico. O
caminho a percorrer longo e cheio de sacrifcios, porm a cada dia, a cada nova
dificuldade vencida, voc sente que est construindo algo que s seu, e que ningum
jamais poder lhe tirar: a felicidade de ser msico e tocar um instrumento musical.
Neste curso, faremos de tudo para que voc venha a ser um verdadeiro msico, e
no apenas tocador de violo. Tocadores voc encontra aos montes, mas verdadeiros
msicos so poucos. Esta a nossa proposta. Para alcan-la voc dever adquirir
muitos conhecimentos. Voc ir estudar acordes, cifras, ritmos, aprender a cantar e
acompanhar-se no violo ou acompanhar outra pessoa cantando, conhecendo um pouco
sobre teoria musical, tablaturas, partituras, e finalmente, executar vrias msicas que
iro aumentando o seu grau de dificuldade medida que voc for avanando nos nveis
de estudo.
Lembre-se que as dificuldades foram feitas para serem vencidas, portanto no
desanime. Dedique-se ao seu instrumento. Se possvel estude-o todos os dias e voc
ver que as dificuldades sero vencidas uma a uma atravs do seu esforo e dedicao.
Estaremos sempre prontos para sanar dvidas e ajud-lo (la) no que for preciso na sua
caminhada.
Bons estudos.
Maestro Giovani
Teoria Musical
Introduo
Os elementos bsicos da escrita musical so: pautas, claves, figuras musicais, acidentes,
etc.... A durao do som determinada atravs das figuras musicais, dos compassos e do
andamento. A nota a ser executada determinada pela colocao das figuras musicais na
pauta.
Origem do Violo
O violo mais conhecido como um instrumento descendente do
Alade, (instrumento nacional rabe). Entretanto, devemos salientar que
outras fontes de informaes afirmam que o Violo teve sua origem num
instrumento grego, que tinha por nome Kitara, que na atualidade chama-se
Ctara.
Por volta do ano 820, ano em que se deu a invaso sobre a regio
Ibrica na Espanha, os Mouros surgiram com um instrumento que tinha sua
forma semelhante ao Violo. Os espanhis, entretanto, foram
aperfeioando as suas linhas anatmicas, tornando-se com o decorrer dos
anos um instrumento muito popular e conhecido pelo nome de Guitarra.
Sua divulgao foi mais intensa em outras partes do mundo, l pelos
idos de 1.800 e no Brasil em 1.808 com a vinda de D. Joo VI.
conhecido em todo o globo pelo nome de Guitarra espanhola ou
Guitarra Acstica; apenas no Brasil e em Portugal, "batizaram-no" com o
nome de violo. Evoluiu admiravelmente e com surpreendente rapidez,
passando a ser considerado por todos, como o instrumento da atualidade.
Fica aqui um sincero propsito de dar a informao correta sobre a
verdadeira origem do Violo, sem, no entanto, poder afirmar com absoluta
segurana.
As cordas do Violo
Seis so as cordas do Violo, que contamos de baixo para cima, ou seja, da
mais fina para a mais grossa.
1 MI 2 SI 3 SOL 4 RE 5 LA 6 MI
Tipos de cordas
Temos dois tipos de cordas; as de ao e as de nylon.
As de ao so mais usadas na guitarra eltrica, pois possui captadores
magnticos, o violo pode usar cordas de ao, mas verifique se seu violo tem
estrututa* para suportar a tenso das cordas de ao.
As de nylon so prprias para um violo estudante, soam com um timbre
mais aveludado, so recomendadas para iniciantes, pois no machucam os
dedos, mas isso no quer dizer que no so usadas por profissionais, muito
pelo contrrio, so usadas por grandes nomes da MPB como: Caetano Veloso,
Joo Bosco, Gilberto Gil, etc...
O verdadeiro violo com estrutura para cordas de ao possui um tensor. O tensor
uma haste de metal que fica por dentro do brao, podendo ser ajustado com
uma chave apropriada.
O Violo Clssico usa prefencialmente cordas de nylon, por causa da caracterstica
do som que d maior suavidade s peas eruditas.
Uso da mo esquerda
Os dedos da mo esquerda passam a ser representados por
nmeros.
Polegar - funciona como apoio
Indicador - N 1
Mdio - N 2
Anelar - N 3
Mnimo - N 4
Posio da mo direita
Posio da mo esquerda
Cifras
Cifras so letras que representam os acordes. Acordes so trs ou mais
sons (notas musicais) ouvidos simultaneamente (ao mesmo tempo).
As cifras tm o nome das notas musicais, porm no so notas musicais,
pois representam um conjunto de notas e no uma nota isoladamente.
As notas musicais so sete: DO RE MI FA SOL LA SI
Nas cifras cada letra representa o nome de uma nota musical.
C DO
D RE
E MI
F FA
G SOL
A LA
B SI
Os acordes podem ser maiores ou menores. Isto ns veremos com mais
detalhes na Teoria Musical mais adiante. Por enquanto vamos aprender apenas o
essencial para executarmos nosso instrumento.
Os acordes maiores so representados por letras maisculas e os acordes
menores por letras maisculas seguidas de minsculas.
C DO MAIOR
Cm - DO MENOR
Cada acorde executado no violo atravs de uma posio. Nesta
primeira lio vamos aprender duas posies bem fceis para que possamos
tocar nossa primeira msica.
As posies, bem como o nome das cifras devero ser bem memorizadas.
No incio, surgiro algumas dificuldades, pois os dedos da mo esquerda devero
apertar as cordas contra o brao do violo para que se produza um som
agradvel. Isto ir provocar calo na ponta dos dedos que no incio do aprendizado
podem ser doloridos. Mas no se preocupe, porque todo violonista j passou
por isto, e voc tambm ir superar essa dificuldade inicial.
No se esquea que as unhas dos dedos da mo esquerda que pressionam
as cordas devem estar bem cortadas. No d pra tocar violo com as unhas
da mo esquerda grandes. Principalmente as mulheres devero ter isso
sempre em mente. um sacrifcio que o instrumento exige, porm em troca ele
ir proporcionar muitos momentos de alegria e prazer.
RITMO
P i i
m m
| Em | Em | D | D | Em | Em | D | D ||
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
| Em | D | D | Em | D | D | Em ||
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Geraldo Vandr
Tom: Em
Introduo: (Em D D Em) 2x
Em D D Em
Caminhando e cantando e seguindo a cano
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
Somos todos iguais braos dados ou no
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
Nas escolas nas ruas, campos, construes
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
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Formando msicos de qualidade
CURSO DE VIOLO POPULAR
Em D D Em
Caminhando e cantando e seguindo a cano
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Refro:
Em D D Em
Vem, vamos embora, que esperar no saber
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Quem sabe faz a hora, no espera acontecer
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Vem, vamos embora, que esperar no saber
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Quem sabe faz a hora, no espera acontecer
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
(Em D D Em) 2x
Em D D Em
Pelos campos h fome em grandes plantaes
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
Pelas ruas marchando indecisos cordes
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
Ainda fazem da flor seu mais forte refro
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
E acreditam nas flores vencendo o canho.
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
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Formando msicos de qualidade
CURSO DE VIOLO POPULAR
Refro
Em D D Em
Vem, vamos embora, que esperar no saber
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Quem sabe faz a hora, no espera acontecer
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Vem, vamos embora, que esperar no saber
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Quem sabe faz a hora, no espera acontecer
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
(Em D D Em) 2x
Em D D Em
H soldados armados, amados ou no
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
Quase todos perdidos de armas na mo
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
Nos quartis lhes ensinam uma antiga lio
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
De morrer pela ptria e viver sem razo
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
Nas escolas, nas ruas, campos, construes
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
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Formando msicos de qualidade
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Em D D Em
Somos todos soldados, armados ou no
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
Caminhando e cantando e seguindo a cano
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
Somos todos iguais braos dados ou no.
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Refro
Em D D Em
Vem, vamos embora, que esperar no saber
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Quem sabe faz a hora, no espera acontecer
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Vem, vamos embora, que esperar no saber
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Quem sabe faz a hora, no espera acontecer
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
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CURSO DE VIOLO POPULAR
Os amores na mente, as flores no cho
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
A certeza na frente, a histria na mo
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
Caminhando e cantando e seguindo a cano
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2
Em D D Em
Aprendendo e ensinando uma nova lio.
3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Refro
Em D D Em
Vem, vamos embora, que esperar no saber
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Quem sabe faz a hora, no espera acontecer
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Vem, vamos embora, que esperar no saber
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Em D D Em
Quem sabe faz a hora, no espera acontecer
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
GERALDO VANDR
(Cantor e Compositor)
Geraldo Pedrosa de Arajo Dias, simplesmente Geraldo Vandr (sobrenome artstico que
resultou da abreviatura do nome de seu pai Jos Vandregisilo). Nasceu no dia 12 de setembro de 1935, em
Joo Pessoa, na Paraba.
Em 1951, mudou-se com a famlia para a cidade do Rio de Janeiro, onde cursou a Faculdade de Direito,
poca em que participou do movimento estudantil, integrando-se ao Centro Popular de Cultura da UNE; l
conheceu seu primeiro parceiro musical, Carlinhos Lyra, com quem criou Quem Quiser Encontrar o Amor e
Aruanda.
Em 1964 gravou seu primeiro LP, intitulado Geraldo Vandr, sem grande reconhecimento e, em 1965,
obteve o 6a lugar no I Festival de MPB, da extinta TV Excelsior, So Paulo, com a msica Sonho de Um
Carnaval, de autoria de Chico Buarque.
Em 1966, Vandr vence o II Festival da TV Excelsior, com a marcha-rancho Porta-Estandarte, composta
em parceria com Fernando Lona, que lhe garantiu uma tourne por todo o nordeste, acompanhado pelo
maravilhoso trio formado por Heraldo Monte, Airto Moreira e Tho Barros, com quem comps a msica
Disparada, vencedora do Festival da TV Record de 1966, na interpretao de Jair Rodrigues, empatando
com A Banda, de autoria de Chico Buarque, cuja interpretao ficou por conta da saudosa Nara Leo.
Obteve, ainda, o segundo lugar no Festival Internacional da Cano, no Rio de Janeiro, com a msica O
Cavaleiro (em parceria com Tuca).
Com os sucessos Disparada e O Cavaleiro, Geraldo Vandr garantiu, em 1967, o comando dos programas
Disparada, da TV Record, Canto Geral depois Canto Permitido, na TV Bandeirantes e Caminhando, na TV
Globo; em 1968 comps o seu grande sucesso Pr No Dizer Que No Falei de Flores, com o qual se
classificou em 2o lugar no III Festival Internacional da Cano, realizado no Maracanzinho/RJ, no mesmo
ano de 1968.
Pr No Dizer Que No Falei de Flores teve grande xito; tornou-se uma espcie de hino estudantil e
depois transformou-se em uma espcie de hino de resistncia ditadura militar.
Com a chegada do AI-5 e presses impostas pelos militares, Pr No Dizer Que No Falei de Flores ficou
proibida pela censura e Vandr proibido de aparecer publicamente pelo seu processo de criao, sendo
obrigado a deixar o Brasil no dia 13 de dezembro de 1968 com destino ao Chile; de l, seguiu para Frana,
Arglia, Alemanha, ustria, Grcia, Bulgria e, finalmente, retornou ao Brasil no dia 17 de julho de 1973.
Ao voltar do exlio, Vandr nunca mais cantou no Brasil (sendo primeiramente proibido e mais tarde por
deciso prpria).
Considerado um dos grandes gnios da nossa msica popular brasileira, o Geraldo Vandr de hoje pouco
lembra o Geraldo Vandr de ontem, discriminado e perseguido, quando disse "...H soldados armados,
amados ou no... Quase todos perdidos de armas na mo... Nos quartis lhes ensinam uma antiga lio... De
morrer pela ptria e viver sem razo..."
PAUTA
Escrevemos as figuras musicais tanto nas linhas como nos espaos da pauta:
Dependendo da posio das figuras sobre a pauta podemos conhecer a nota que elas
representam.
CLAVES
e a Clave de F:
A Clave de Sol usada por instrumentos mais agudos, como o violino, a flauta, o trompete e
tambm por instrumentos no to agudos, como o violo. A Clave de F, que usada por
instrumentos mais graves, como o contrabaixo, o violoncelo, o fagote e o trombone. Quando
estamos lendo a msica, importante observar o tipo de clave para poder identificar
corretamente as notas.
Antes de ver como se escreve as notas musicais na pauta, vamos lembrar a sua ordem e
seus nomes.
Nosso sistema musical tem 7 notas. A ordem D, R, Mi, F, Sol, L e Si (*). Estas notas
correspondem s teclas brancas (naturais) do piano (**):
(*) Nota: Os nomes das notas podem ser representados por letras, respectivamente, C, D, E,
F, G, A, e B. Esta nomenclatura usando letras largamente utilizada nos Estados Unidos e
alguns pases da Europa.
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(**) Para mais informaes sobre as teclas brancas e pretas do teclado, veja o tpico Tons e
Semitons.
Obviamente voc conhece a escala musical convencional, certo? Bom, por via das
dvidas a vai: D R Mi F Sol L Si.
usual que se repita a primeira nota da escala, neste caso o D, de tal sorte que do
ponto de vista prtico temos uma escala com 8 notas, sendo a oitava uma repetio da
primeira. Voc deve tambm saber que cada uma das notas musicais usualmente
representada por uma nica letra, o que no muito correto, pois as letras(cifras),
representam os acordes(posies do violo) e no notas isoladas.. Alis, esta a notao
que iremos usar durante a maior parte do tempo e, tambm aquela que voc encontra na
maioria das revistas de msica que podem ser adquiridas em bancas ou distribuidoras por a
(com certeza voc j as viu). Hoje em dia a internet oferece msicas cifradas em sites
especializados em violo popular, portanto aquelas revistas, apesar de ainda serem
encontradas, j esto ultrapassadas.
Neste caso a escala musical comum pode apresentar-se da seguinte forma:
CDEFGABC
Esta escala de 8 notas conhecida por escala diatnica.
Em resumo:
C = D D = R E = Mi F = F G = Sol A = L B = Si
Ok ? Passemos prtica. Observe o brao do violo. Se voc prender a 2a corda no
1o traste ter um C (ah, convm lembrar que a primeira corda a mais fininha, e a 6a a mais
grossa). A seqncia da escala musical voc obter se seguir o esquema abaixo:
A partir do 12o. traste o padro de notas repete-se integralmente. Observe que neste
traste as notas so exatamente as mesmas obtidas com as cordas soltas.
Decorar todas estas seqncias um bocado chato. Entretanto, isto fundamental
para a compreenso dos princpios de formao de acordes, bem como para o
desenvolvimento de solos e improvisaes. No precisa, porm, tentar decorar tudo de uma
vez s. Isto vir de forma mais ou menos natural, na medida em que o estudo do
instrumento for avanando. Por outro lado, uma olhadinha peridica neste esquema no vai
fazer mal nenhum.
P im
Dois novos acordes sero utilizados nesta msica. O Acorde de A7 (La Maior com
stima) e G (Sol Maior). Os acordes que sero utilizados esto representados abaixo:
Exerccio:
| D | D | A7 | A7 | G | G | A7 | A7 | D | D ||
UTOPIA
Padre Zezinho
tom: D
D
Das muitas coisas do meu tempo de criana
A7
Guardo vivo na lembrana o aconchego do meu lar
D
Eu tantas vezes vi meu pai chegar cansado
A7
Mas aquilo era sagrado um por um ele afagava
D
Correu o tempo e hoje eu vejo a maravilha
A7
De se ter uma famlia quando tantos no a tm
Jos Fernandes de Oliveira, o Pe. Zezinho, scj, comeou a compor em 1964 e seu projeto inicial era de
fazer apenas algumas canes para a sua parquia. Depois de 35 anos cantando ele se v autor de 1.500
canes para a igreja do mundo inteiro, traduzidas em cinco lnguas e divulgadas em 40 pases. J gravou
mais de 98 discos e CDs. Os shows deste sacerdote-cantor arrastam uma mdia de 15 a 40 mil ouvintes.
Calcula-se que mais de 120 milhes de brasileiros conhecem suas msicas, entre elas: "Orao pela Famlia",
"Um Certo Galileu", "Vocao" e "Maria de Nazar". O CD Sol Nascente, Sol Poente, que traz a gravao da
msica "Orao pela Famlia", chegou a vender um milho de cpias.
Certamente o projeto inicial de Pe. Zezinho, scj saiu maior que a encomenda. Ele diz que v o dedo de Deus
nisso, porque jamais sonharia que tudo isso poderia acontecer.
"Esses 35 anos cantando a f foram uma escola de aprendizado permanente. Quando eu comecei, fui alvo de
todas as crticas possveis e imaginveis da igreja conservadora e da progressista, pois cada um queria que eu
cantasse do seu jeito e eu insistia em cantar do meu jeito. Agora todos aceitam minhas canes e consegui
abrir caminho para muitas pessoas. Por isso, hoje a msica religiosa aceita como um servio. Naquele tempo
era vista como uma vaidade pessoal de um padre metido a gal. Mudou muita coisa de l para c. De repente
o meu martrio ajudou muita gente a descobrir a cano como algo que no tudo, mas que faz um grande
bem para a igreja".
Logo no incio de sua carreira de cantor, tornou-se um missionrio dos jovens, com canes intimistas
que penetravam no interior da juventude e os ajudavam a encontrar respostas. Suas letras aos poucos foram
se tornando mais pastorais e mais catequticas, com o intuito de evangelizar as novas geraes. Depois os
pais comearam a se queixar que o Pe. Zezinho, scj s fazia msicas e shows para os filhos deles e nunca
para eles. Assim ele comeou a se dedicar a pastoral de massas e a desenvolver cada vez mais o tema:
"famlia", em seus trabalhos.
"Eu sei que Deus me colocou como fermento na massa e que Ele pensa no mundo. E eu quero ajudar o
mundo a pensar em Deus. Por isso significativamente o meu LP se chamou Estou Pensando em Deus. Eu
continuo pensando em Deus e querendo que o mundo pense nele. Nesses 35 anos no mudei de propsito.
Eu canto para fazer o povo pensar no cu".
O fruto desse trabalho pioneiro de Pe. Zezinho, scj o fato de ter comeado praticamente sozinho na
msica religiosa, e hoje existem quase duas mil e quinhentas bandas catlicas. So mais de 30.000 cantores e
cantoras liderando o povo nas missas e certamente uma produo de mais de 500 CD s religiosos por ano nas
gravadoras e em produes independentes. Hoje aquela teimosia do comeo se multiplicou em espetculos,
shows, vdeos e a profissionalizao da msica na Igreja. Seguramente, mais de 500 cantores vivem da
msica religiosa no Brasil. A msica serviu como um instrumento de dilogo entre as igrejas; alm de despertar
muitas vocaes para a vida religiosa e para a vida matrimonial.
3 LIO
Clave de Sol
No exemplo abaixo, podemos ver as notas representadas por cada uma das linhas e
espaos da pauta com a Clave de Sol. Note que a primeira linha (a linha inferior)
corresponde nota Mi e o primeiro espao nota F. Em outras palavras, as notas na pauta
(linha-espao-linha...) seguem a ordem natural (D, R, Mi, F, Sol, L e Si). Pode-se
tambm escrever abaixo da primeira linha (linha inferior) e acima da quinta (linha superior).
Alm dos espaos e linhas da pauta, podemos tambm acrescentar linhas suplementares
para poder escrever notas mais agudas ou graves.
No exemplo abaixo, podemos ver as notas musicais representadas por cada uma das linhas
e espaos da pauta com a Clave de F, incluindo linhas suplementares.
Memorizando as Notas
Para se ler msica essencial poder reconhecer rapidamente a nota que corresponde a
cada espao e linha da pauta. Este objetivo pode ser alcanado com muita prtica e
pacincia.
Contudo, de incio, pode ajudar se memorizarmos a ordem das notas nos espaos a nas
linhas. Por exemplo, na Clave de Sol, as notas sobre as linhas so Mi, Sol, Si, R e F.
Sobre os espaos as notas so F, L, D e Mi.
Normalmente se escreve a msica para piano usando uma pauta com a Clave de Sol e outra
com a Clave de F.
Exerccios
Ex. 1: Indique os nomes das seguintes notas nas linhas do pentagrama:
Para voc que utiliza o computador como recurso didtico, indicaremos durante o curso,
vrios sites que o ajudaro, e muito, no aprendizado do violo clssico. Indicamos inicialmente o site
www.teoria.com. um site em ingls, porm traz muitos exerccios prticos excelentes. Digite
www.teoria.com e na pgina inicial clique em exercices. No tutorial do lado esquerdo da pgina
clique em notes. Aparecer a pgina Note Exercises. Clique em Clef Reading. Na tela que surgir,
v at o canto inferior direito e clique na linguagem de sua preferncia (Ingls ou Espanhol).
Aparecer um quadro de opes onde voc ir montar o seu exerccio. Para visualizar os exerccios
voc dever ter instalado em seu computador o Macromedia Flash. Caso no o tenha instalado, o
site oferece uma opo de download. Na mensagem que aparece em ingls no final da pgina (You
need Macromedia Flash to view this page. Download it here.), clique em here.
I tom II tom III semitom IV tom V tom VI tom VII semitom VIII
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C D E F G A B C (Escala de D Maior)
A B C D E F G A B (Escala de L menor)
I tom II semitom III tom IV tom V semitom VI tom VII tom VIII
GABCDEFG
Digo poderia porque, na verdade no tem. Se no, ento vejamos. Lembra que os
intervalos que separam as notas nas escalas maiores so sempre os mesmos? Lembra
quais so? Ok, l vo outra vez:
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CURSO DE VIOLO POPULAR
Agora olhe a escala acima. A distancia que separa o I (G) do II grau (A) de 1 tom;
aqui tudo certo. A que separa o II grau (A) do III (B) tambm 1 tom, logo no h problema.
Tambm no h problema na separao entre o III (B) e o IV grau (C), que de meio-tom,
do IV (C) para o V (D), que de 1 tom, ou do V (D) para o VI (E), que tambm de 1 tom.
Porm, pela seqncia de distncias das escalas maiores o VI grau deveria se separar do
VII por 1 tom e o VII do VIII por 1/2 tom. Observe que na escala acima esta distancia de
1/2 tom do V para o VI (de E para F) e de 1 tom do VI para o VII grau (de F para G). Isto
mais fcil de perceber se voc estiver com um violo nas mos e olhar os esquemas da
lio anterior.
A concluso mais ou menos bvia: se a seqncia de intervalos a mesma em
todas as escalas maiores ento, preciso fazer com que as distancias da escala de G,
acima apresentada, sigam esta seqncia. Como? Experimente aumentar o VI grau em 1/2
tom, ou seja, transformar o F em F# (f em f sustenido). A escala ento ficaria assim:
G A B C D E F# G
E a relativa menor da escala de G ento, qual seria? Isto mesmo, constroe-se a partir
do VI grau. A escala menor relativa de G , portanto, a de Em (mi menor), que possui a
seguinte forma:
E F# G A B C D E
E F# G A B C D E (Escala de Mi menor)
Da mesma forma que para a escala de C e sua relativa menor (Am), solos e
improvisaes podem ser feitos indiscriminadamente nas escalas de G ou Em, estando a
melodia em qualquer um destes 2 tons.
E a prxima escala maior, qual seria? Certssimo, a de D, que o V grau da escala
maior anterior, ou seja, o V grau da escala de G. Observe que para manter a seqncia de
intervalos das escalas maiores (tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom) preciso incluir
mais 1 acidente na escala de D (agora so 2 acidentes), que a seguinte:
D E F# G A B C# D
B C# D E F# G A B
P im im im
| A | A | E7 | E7 | A | A | D | D | E7 | E7 | A | A ||
CHICO MINEIRO
Tonico e Tinoco
tom: A
A E7
Fizemos a ltima viagem
A
Foi l pro serto de Gois.
E7
Foi eu e o Chico Mineiro
A
tambm foi um capataz.
D
Viajemo muitos dia
E7 A
pra chegar em Ouro Fino
E7
aonde ns passemo a noite
A
numa festa do Divino.
A E7
A festa estava to boa
A
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mas antes no tivesse ido
E7
o Chico foi baleado
A
por um homem desconhecido.
D
Larguei de comprar boiada.
E7 A
Mataram meu companheiro.
E7
Acabou-se o som da viola,
A
acabou-se o Chico Mineiro.
A E7
Depois daquela tragdia
A
fiquei mais aborrecido.
E7
No sabia da nossa amizade
A
porque ns dois era unido.
D
Quando vi seus documento
E7 A
me cortou o corao
E7
de sab que o Chico Mineiro
A
era meu legtimo irmo.
4 LIO
NOTAO RTMICA
J sabemos como determinar a nota que ser executada, mas como podemos
determinar a sua durao?
FIGURAS MUSICAIS
Conforme podemos observar, cada figura dura o dobro do tempo da figura seguinte e
metade do tempo da anterior.
=
=
TABLATURAS
Outra vantagem das partituras que permitem que o msico que nunca
tenha ouvido a msica a toque exatamente como previsto (desde que saiba ler
fluentemente partituras, o que obviamente exige geralmente anos de treino). J uma
tablatura, mtodo de transcrio que serve apenas para instrumentos de corda
como violes, baixos e guitarras, no indica diretamente a nota que deve ser tocada
e sim qual corda deve ser ferida e em qual casa. Obviamente torna-se assim muito
mais til ao msico iniciante ou prtico.
E------------------------------------------------------
B------------------------------------------------------
G------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
ATELIER CULTURAL MAESTRO GIOVANI 35
Formando msicos de qualidade
CURSO DE VIOLO POPULAR
E------------------------------------------------------
A linha de baixo representa a corda mais grossa (mi mais grossa) e a linha
de cima representa a corda mais fina (mi mais fina). De cima para baixo as linhas
representam as cordas mi, si, sol, re, la, mi.
G------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------
B------------------------------------------------------
G------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E---0--1--2--3-----------------------------------------
E----3--------------------------------------------------
B----3--------------------------------------------------
G----4--------------------------------------------------
D----5--------------------------------------------------
Note que este um acorde de Sol Maior. Note que estando na mesma coluna
as notas devem ser tocadas todas de uma s vez indicando um acorde. Apenas
devem ser tocadas as cordas marcadas (no exemplo acima todas).
Uma linha vazia indica que a corda no deve ser tocada. Um nmero zero
indica que a corda deve ser tocada solta. Embora possam indicar acordes o mais
comum que as tablaturas sejam usadas para solos ou riffs enquanto os acordes
so indicados por cifras.
Emseguidaalgumastablaturasfceispravoctocar.
BoidaCaraPreta
E|3200000
B|33322232323233
G|
D|
A|
E|
CaiCaiBalo
E|33103310353100101013510
B|333332
G|
D|
A|
E|
ACanoaVirou
E|5547775444
B|555555777555
G|7676
D|
A|
E|
E|5547775444
B|55555777555
G|7676
ATELIER CULTURAL MAESTRO GIOVANI 37
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CURSO DE VIOLO POPULAR
D|
A|
E|
Vamosaprendermaisduasposies:E(MiMaior)eB7(SiMaior
comstima).
Nesteacompanhamento(batida),usamosopolegarparabaixoe
apenasoindicadorparacima.
Faaoseguinteexercciousandooritmoacima:
|E|E|B7|B7|A|A|B7|B7|E|E||
AgoravamostocarumamsicadeVinciusdeMorais.
A CASA
Vincius de Moraes
E
Era uma casa muito engraada
B7 E
No tinha teto, no tinha nada
Vincius de Moraes
Marcus Vinicius da Cruz Mello Moraes nasceu em 19 de outubro de
1913, no Rio de Janeiro. Atrado pela msica desde cedo, Vincius
de Moraes teve seu primeiro poema musical publicado na revista A
Ordem, em 1932. Morreu tambm no Rio de Janeiro, a 9 de julho
de 1980. Os primeiros passos de sua carreira esto ainda sob
influncias neo- simbolistas, contendo certo misticismo. Porm, logo
modificou seu estilo para o erotismo, em contraste suas obras de
tom bblicas anteriores. Nesta segunda fase, Vincius de Moraes
caracterizado por inovaes na ordem formal, a mais notvel destas
seria o aparecimento dos sonetos. Revela tambm, nesta segunda
fase, uma valorizao para o momento, com as coisas acontecendo
de repente. Seus poemas trabalharam tambm com a felicidade
e/ou a infelicidade muitas vezes, tambm. O autor procurou
tambm escrever algumas poesias no ramo social. Fez tambm
importante colaborao para a msica nacional, cantando no
estilo bossa nova.
5 LIO
COMPASSO
Por exemplo, quando ouvimos uma valsa, sentimos um padro rtmico de 3 tempos.
Durante todo o decorrer da msica podemos sentir que os padres rtmicos esto baseados
neste 1,2,3.
FRMULA DE COMPASSO
O nmero inferior indica a figura musical que valer um (unidade de tempo). Na tabela
abaixo voc poder ver a relao entre nmeros e figuras musicais.
Nmero Figura
1
2
4
8
16
32
Portanto, a frmula de compasso indica que o compasso tem 3 tempos e que cada
tempo ocupado pela Semnima. Note que o nmero quatro indica a Semnima, porque ela
vale 1/4 da Semibreve, que utilizada como base.
BARRAS DE COMPASSO
Para facilitar a leitura, separamos os compassos com linhas verticais que recebem o
nome de Barras de Compasso.
Neste exemplo, temos compassos de dois tempos, em que cada tempo ocupado
por uma Semnima.
E|--3-1-0-0-1-3--3-3----5-3-1--1-1---3-1-0--0-0----0-5--5-5--7-5-3--33---0-1-3--0-1-3--0-1-3--1-
0---
B|-------3----------------------------------------3---------------------------------------3-
1-------
G|-------------------------------------------------------------------------------------------------
-
D|-------------------------------------------------------------------------------------------------
-
A|-------------------------------------------------------------------------------------------------
-
E|-------------------------------------------------------------------------------------------------
Capelinha de Melo
Esta uma outra forma de se escrever uma tablatura. Seu
professor vai explicar como tocar a msica no violo.
30-30-30-32-30-43-42-30-30-32-30-43-20-20-20-20-20-32-30-30-30-32-30-43-42
Ciranda Cirandinha
E|--3--3--1-0---3-3-1-0--3-5-3-1-0---------0-1-----0-1-----0-1--3-5-3-1-0-----
B|----------------------------------3----3-------3-------3----------------3--1
G|----------------------------------------------------------------------------
D|----------------------------------------------------------------------------
A|----------------------------------------------------------------------------
E|-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Coelhinho da Pscoa
E-------------------5-6-5-------------------------------1
B-3-4-6-3--3-4-6-3--------8-6---6-4---4-4-3---3-3-1-1-1--
G--------------------------------------------------------
D--------------------------------------------------------
A--------------------------------------------------------
E----------------------------------------------------------------------------------------------------
E|---------17-14-10---------15-14-10-12-10---|
B|--10-10------------14-12-------------------|
G|-------------------------------------------|
D|-------------------------------------------|
A|-------------------------------------------|
E |--------------------------------------------------------------------------------------------|
Ppppi
1T2T3T
|G|G|D7|D7|G|G|C|C|D7|D7|G|G||
Pronto,podemostocaragoraChalanadeAlmirSater.
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Chalana
AlmirSater
GD7G
L vai uma chalana, bem longe se vai
D7
Cortando o remanso do Rio Paraguai
C G
Oh chalana, sem querer, tu aumentas minha dor
D7 G
Nessas guas to serenas vais levando o meu amor
C G
Oh chalana, sem querer, tu aumentas minha dor
D7 G
Nessas guas to serenas vais levando o meu amor
G D7
E assim ela se foi, nem de mim se despediu
C D7 G
A chalana vai sumindo l na curva do rio
D7
E se ela vai magoada eu bem sei que tem razo
G
Fui ingrato, eu feri o seu meigo corao
D7 G
Fui ingrato, eu feri o seu meigo corao
Natural do Mato Grosso do Sul, tocava violo desde criana, mas s foi
descobrir a viola caipira - instrumento que o celebrizou - no Rio de Janeiro,
aonde foi estudar Direito. Desistiu de ser advogado e foi ter aulas com o violeiro
Tio Carreiro. Mais tarde voltou para Campo Grande e formou a dupla Lupe e
Lampio.
Em 1979 foi para So Paulo e passou a acompanhar cantoras como Tet Espnola e
Diana Pequeno, alm de integrar o show " Vozes & Violas". Seu primeiro disco,
"Almir Sater", saiu pela Continental em 1981, sendo logo seguido por "Doma", pela
RGE.
Trs anos depois montou a Comitiva Esperana, que viajou pelo pantanal mato-
grossense pesquisando a msica e os costumes da regio. Depois de lanar outros
discos e abrir o Free Jazz Festival de 1989, Sater atuou na novela "Pantanal", da
TV Manchete, que o projetou nacionalmente, junto com sua msica.
Almir Sater volta cena em 2006, com o CD Um Violeiro toca, um resumo de seus
25 anos de carreira. Destaque para a msica-ttulo do disco "Um Violeiro Toca" e o
sucesso "Tocando em Frente".
6 LIO
PONTO DE AUMENTO
LIGADURA
Damos o nome de Unidade de Tempo figura musical que ocupa um tempo inteiro e
de Unidade de Compasso figura musical que ocupa um compasso inteiro. No exemplo
abaixo podem ser vistos alguns exemplo de compassos mais comuns.
Frmula de
Tempo Compasso
Compasso
2
4
3
4
4
4
2
2
3
2
4
2
2
8
3
8
PAUSAS
Cada figura musical tem smbolo correspondente que se usa para representar um silncio da
mesma durao. Esses smbolos so chamados Pausas.
Semnima
Colcheia
Semicolcheia
Fusa
Semifusa
Agorajestamosemcondiesdeiniciarmosoestudodoviolo
clssico. As lies sero apresentadas aos poucos e de forma
gradativa mesmo porque a nossa abordagem principal o violo
popular. Mas tenha a certeza que o estudo que iniciaremos agora
fardevocumviolonistacompleto.
| C | C | G7 | G7 | C | C | F | F | G7 | G7 | C | C | |
BiqunideBolinhaAmarelinha
CellyCampelo
CG7
Ana Maria entrou na cabine
C
E foi vestir um biquni legal
F
Mas era to pequenino o biquni
G7 C
Que Ana Maria at sentiu-se mal
G7 C G7
Era um biquni de bolinha amarelinha to pequinininho
C
Mal cabia na Ana Maria
G7 C G7
Biquni de bolinha amarelinha to pequinininho
C
Que na palma da mo se escondia
CG7
Ana Maria toda envergonhada
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C
No quis sair da cabine assim
F
Ficou com medo que a rapaziada
G7 C
Olha-se tudo tim tim por tim
G7 C G7
Era um biquni de bolinha amarelinha to pequinininho
C
Mal cabia na Ana Maria
G7 C G7
Biquni de bolinha amarelinha to pequinininho
C
Que na palma da mo se escondia
CG7
Ana Maria olhou-se no espelho
C
E viu-se quase despida afinal
F
Ficou com o rosto todinho vermelho
G7 C
E escondeu o mai no dedal
G7
Acabou toda folia
C
Da mocinha da cabine
G7
Mas quem que no queria
C
Ver a moa no biquni
Clia Benelli Campello, cujo nome artsitico era Celly Campello, nasceu em
(Taubat, 18 de junho de 1942 e faleceu em Campinas, 4 de maro de 2003). Foi cantora e
precursora do rock no Brasil, surgindo bem antes que a Jovem Guarda. Tambm trabalhou
como atriz e compositora.
Danou "Tico-Tico no Fub" aos cinco anos numa apresentao infantil. Com seis
anos cantou na Rdio Cacique de sua cidade natal e se tornou uma das participantes do
Clube do Guri (Rdio Difusora). Estudou piano, violo e bal durante a infncia.
Aos doze anos j tinha seu prprio programa de rdio, tambm na Rdio Cacique.
Com quinze (1958) foi para So Paulo junto com o irmo Tony Campello que a acompanhou
em boa parte de sua carreira como cantora e atriz, e grava o primeiro disco. Estreou na
televiso no programa "Campees do Disco", da TV Tupi, em 1958. Em 1959 ganhou
programa prprio junto com seu irmo Tony Campello, chamado "Celly e Tony em Hi-Fi", na
Rede Record, o qual apresentou por dois anos.
Sua carreira explodiu em 1959 com a verso brasileira de Stupid Cupid, que no Brasil
virou Estpido Cupido. A msica foi lanada no programa do Chacrinha e se tornou um
sucesso em todo pas no ano de 1959. Nesse mesmo ano filma com Mazzaropi Jeca Tatu.
Durante sua vida gravou vrios outros sucessos como: Lacinhos Cor-de-Rosa, Billy,
Banho de Lua entre muitos que lhe renderam inmeros prmios e trofus, inclusive no
exterior e lhe deram o ttulo de "Rainha do Rock Brasileiro".
Para tristeza de toda uma gerao que se espelhou no seu trabalho, Celly largou a
carreira no auge, para se casar. Foi em 1962, com Jos Eduardo Gomes Chacon.
Nos anos 70 foi trazida de novo ao sucesso graas a telenovela Estpido Cupido da
TV Globo, na qual tambm aparece em algumas cenas. Tentaria retomar a carreira mas com
o trmino do programa ela voltou para o ostracismo.
Celly foi uma mulher de extremo talento, sua voz era linda, seu jeito, encantador.
Faleceu de cncer. A morte do "Brotinho de Taubat", como era chamada, foi uma
grande perda para o Brasil.
7 LIO
ATELIER CULTURAL MAESTRO GIOVANI 49
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Vamos fazer uma reviso dos acordes aprendidos at agora. Um novo acorde ser
apresentado: o acorde de C7 (D com stima).
Para cada tonalidade voc encontrar uma srie de exerccios. Faa os exerccios
usando os ritmos que voc j aprendeu. Esses exerccios so muito importantes, pois a
base para que no futuro voc domine a transposio.
Para cada tom maior temos um tom menor relativo. Isto devido formao das
escalas maiores e menores. J iniciamos um estudo sobre a formao das escalas.
Futuramente vamos aprofundar mais o assunto.
O relativo de C (D Maior) Am (L menor). A seguir voc tem os acordes que
fazem parte da seqncia de Am.
P im im p im
Oua a msica em
http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?
param1=homebusca&check=artista&enviar=OK&sss=nada&busca=Ata
ulfo+Alves
Ataulfo Alves de Souza nasceu em 2.5.1909, no municpio de Mira, zona da Mata, em Minas Gerais, na
Fazenda Cachoeira. Menino de roa, aprenderia com o pai, Severino de Souza, chamado de "Capito" Severino,
repentista, violeiro e sanfoneiro, as primeiras lies da arte de versejar e cantar. Desde pequeno "dialogava" com
o pai nas cantorias.
Aos 10 anos perde o pai, e sua me, Maria Rita de Jesus, com uma poro de filhos, sai da fazenda e vai morar
no centro da cidade de Mira, que ficava prximo.
Passa Ataulfo a freqentar o grupo escolar e a desempenhar os servios que apareciam. Uma existncia pobre,
mas tranqila e feliz, que registraria com emoo no seu samba Meus Tempos de Criana, tambm conhecido
como Meu Pequeno Mira e Saudades da Professorinha.
Em 1927, Afrnio Moreira de Resende, mdico recm-formado de Mira, convida-o a acompanh-lo ao Rio de
Janeiro, onde montaria consultrio, a fim de que trabalhasse com ele. Ataulfo aceita, mas logo sente que as
perspectivas no so boas, pois noite ainda tinha de fazer limpeza na residncia do mdico. Meses depois
emprega-se numa funilaria de automveis, a qual deixa para ser lavador de vidros na Farmcia e Drogaria do
Povo. Com 19 anos de idade, em 1928, casa-se com Judite, tendo o casal cinco filhos, dois dos quais, Adeilton e
Ataulfo Jnior, revelariam dotes artsticos.
Na farmcia, inteligente e interessado, passa de lavador de vidros a prtico de manipulao de receitas e
responsvel pelo laboratrio.
J podendo dispor de tempo para freqentar as rodas de samba, passa a compor para o Bloco Fala Quem Quiser,
do Rio Comprido, no qual tem o cargo de diretor de harmonia. Alcebades Barcelos, o Bide, autor conhecido,
numa dessas ocasies, nota suas qualidades de compositor e o leva presena de Mr. Evans, engenheiro de
gravaes da R.C.A. Victor. Mr. Evans, entusiasta e bom conhecedor da msica brasileira, gosta do que ouve e
seleciona, para gravao imediata, trs dos seus sambas: Sexta-Feira, o primeiro a ser gravado e lanado por
Almirante, Tempo Perdido, o segundo, por Carmen Miranda, e Sonho, por Carlos Galhardo, que apenas se
iniciava como cantor.
Embora bem lanado, no ano de 1934 nada gravaria. Em 1935, aparece com trs gravaes, com um sucesso
nacional, o samba Saudades do Meu Barraco, na voz de Floriano Belham. Sua ascenso, da por diante, faz-se
segura com os sucessos que vo pontilhando e multiplicando-se a cada ano. Em 1941, para o carnaval, mais para
deixar registrada sua voz para os amigos, grava Leva Meu Samba.
8 LIO
Vamos ver agora o tom de Em (Mi menor) que o tom relativo de G (Sol Maior).
Pratique os exerccios no mesmo ritmo da lio anterior.
Em Am
Boemia, aqui me tens de regresso,
B7 Em
E suplicante te peo a minha nova inscrio.
Em D
Voltei pra rever os amigos que um dia
D C B7
Eu deixei a chorar de alegria, me acompanha o meu violo.
Em Am
Boemia, sabendo que andei distante,
B7 Em
Sei que essa gente falante vai agora ironizar:
Am Em
Ele voltou, o bomio voltou novamente,
Am B7 Em
Partiu daqui to contente por que razo quer voltar?
Em D
Acontece que a mulher que floriu meu caminho,
C B7
De ternura,meiguice e carinho, sendo a vida do meu corao.
Em D
Compreendeu e abraou-me dizendo a sorrir:
C B7
Meu amor voc pode partir, no esquea o seu violo.
Em D
V rever os teus rios, teus montes, cascatas.
C B7
V sonhar em nova serenata e abraar seus amigos leais.
Am Em
V embora, pois me resta o consolo e alegria,
C
De saber que depois da boemia,
B7 Em
de mim que voc gosta mais.
Nelson Gonalves
21/6/1919 18/4/1998
Biografia
Nasceu em Santana do Livramento (RS) e mudou-se logo em seguida para So Paulo, onde foi morar no bairro do
Brs. Foi jornaleiro, mecnico, engraxate e garom, alm de lutador de boxe na categoria peso-mdio. Mesmo com o
apelido de "Metralha", por causa da gagueira, decidiu ser cantor. Foi reprovado duas vezes no programa de calouros
de Aurlio Campos. Finalmente foi admitido na rdio, mas dispensado logo depois. Seguiu para o Rio de Janeiro em
1939, onde trilhou mais uma vez o caminho dos programas de calouros, sendo reprovado novamente na maioria
deles, inclusive no de Ary Barroso, que o aconselhou a desistir. Finalmente em 1941 conseguiu gravar um 78
rotaes, que foi bem recebido pelo pblico. Passou a crooner do Cassino Copacabana Palace e assinou contrato
com a Rdio Mayrink Veiga, iniciando uma carreira de dolo do rdio nas dcadas de 40 e 50, da escola dos grandes,
discpulo de Orlando Silva e Francisco Alves. Alguns de seus grandes sucessos dos anos 40 foram "Maria Bethnia"
(Capiba), "Normalista" (Benedito Lacerda/ Davi Nasser) "Caminhemos" (Herivelto Martins), "Renncia" (Roberto
Martins/ Mrio Rossi) e muitos outros. Maiores ainda foram os xitos na dcada de 50, que incluem "ltima Seresta"
(Adelino Moreira/ Sebastio Santana), "Meu Vcio Voc" e a emblemtica "A Volta do Bomio" (ambas de Adelino
Moreira). No final da dcada de 50 envolveu-se com cocana, chegando a ser preso em flagrante em 1965, o que lhe
trouxe problemas pessoais e profissionais. Superada a crise, lana o disco "A Volta do Bomio n 1", um grande
sucesso. Continuou gravando regularmente nos anos 70, 80 e 90, reafirmado a posio entre os recordistas
nacionais de vendas de discos. Alm dos eternos antigos sucessos, Nelson Gonalves sempre se manteve atento a
novos compositores, e chegou a gravar msicas de ngela R R ("Simples Carinho), Kid Abelha ("Nada por Mim") e
Lulu Santos ("Como uma Onda"). Na dcada de 90 foi encenado nas principais capitais do pas o musical "Metralha",
uma verso dramatizada de sua biografia.
9 LIO
Chegamos num ponto do nosso curso em que para prosseguirmos teremos que
aprender as posies com pestana. Muitos aprendizes tm verdadeiro pavor das pestanas,
mas voc ver que no to difcil assim. Quanto mais voc praticar mais rpido ir adaptar
a sua mo para que o som saia com perfeio em todas as cordas.
J fizemos um primeiro estudo das notas musicais em toda a extenso do brao do
violo. Isto ir facilitar o entendimento do que explicaremos a seguir.
Veja a posio de Em:
Sabemos que o brao do violo est dividido em casas separadas por trastes. A
distncia entre duas casas adjacentes de meio tom ou um semitom. Portanto se
aumentarmos meio tom na posio de Em encontraremos a posio ou acorde de Fm. Para
isto basta usarmos a mesma posio de Em, porm com os dedos colocados na 3 casa.
Veja que andamos meio tom no brao do violo, indo da 2 para a 3 casa. Usaremos
ento a pestana na 1 casa para obtermos o acorde de Fm. Observe:
e assim sucessivamente.
NDIA
Cascatinha e Inhana
Tom: Dm
Ritmo: Guarnia
Dm
ndia teus cabelos nos ombros cados
Gm Dm
Negros como a noite que no tem luar
Dm
Teus lbios de rosa para mim sorrindo
Gm Dm
E a doce meiguice desse teu olhar
Gm Dm
ATELIER CULTURAL MAESTRO GIOVANI 56
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ndia da pele morena
A7 D
Tua boca pequena eu quero beijar
D Em
ndia, sangue Tupi
A7 D
Tens o cheiro da flor
D Em
Vem que eu quero te dar
A7 Dm
Todo o meu grande amor
Dm
Quando eu for embora para bem distante
Gm Dm
E chegar a hora de dizer-te adeus
Dm
Fica nos meus braos s mais um instante
Gm Dm
Deixa os meus lbios se unirem aos teus
Gm Dm
ndia levarei saudade
A7 D
Da felicidade que voc me deeeeu
D Em
ndia a tua imagem
A7 D
Sempre comigo vai
D Em
Dentro do meu corao
A7 Dm
Todo o meu Paraguaiiiiiiiiii
Biografia
Dupla sertaneja que se tornou famosa nos anos 40 em feiras e circos do interior paulista. Trabalharam tambm
em emissoras de rdio em So Paulo, permanecendo 12 anos na Rdio Record. Cascatinha foi tambm diretor
10 LIO
Introduo: D
Em A7
Eu tenho tanto pra lhe falar
D F#m
Mas com palavras no sei dizer
Em A7 D
Como grande o meu amor por voc
Em A7
E no h nada pra comparar
D F#m
Para poder lhe explicar
Em A7 D B7
Como grande o meu amor por voc
Em A7
Nem mesmo o cu, nem as estrelas
F#m Bm
Nem mesmo o mar e o infinito
Em A7
No maior que o meu amor
D B7
Nem mais bonito
Em A7
Me desespero a procurar
F#m Bm
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Alguma forma de lhe falar
E E7 A7 (PARADO)
Como grande o meu amor por voc
G Gm
Nunca se esquea nenhum segundo
F#m B7
Que eu tenho o amor maior do mundo
Em A7 D Bm
Como grande o meu amor por voc
G A7 D Gm D
Como grande o meu amor por voc
Roberto Carlos
19/4/1941
Biografia
Capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, aos 9 anos j chamava a ateno na rdio local
imitando o cantor Bob Nelson. Aos 12 mudou-se para Niteri com a famlia, e comeou a
fazer amizades com outros rapazes que gostavam de msica, especialmente o rock'n'roll
que vinha dos Estados Unidos.
Em 1957 formou com alguns amigos, inclusive Tim Maia, o conjunto "Os Sputniks". No ano
seguinte j era integrante do "The Snakes", junto com Erasmo Carlos. Com esse grupo
chegou a participar do programa Clube do Rock, de Carlos Imperial, na TV Continental.
Gravou alguns compactos no final da dcada de 50 e em 1961 lanou o primeiro LP, "Louco
por Voc".
Roberto Carlos foi um dos primeiros dolos jovens da cultura brasileira. Alm do programa e
dos discos, estrelou filmes, inspirados no modelo lanado pelos Beatles nos anos 60. O
primeiro longa, "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", foi lanado em 1967, seguido por
"Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa" e "Roberto Carlos a 300km por Hora".
Nos anos 70, com o esmorecimento do movimento da Jovem Guarda, muda de estilo e
torna-se um cantor e compositor basicamente romntico. Foi a partir da que seu pblico-
alvo deixou de ser o jovem e passou a ser o pblico adulto. Nessa linha, seus grandes
sucessos so "Detalhes", "Emoes", "Caf da Manh", "Fora Estranha", "Guerra dos
Meninos", "Fera Ferida", "Caminhoneiro", "Verde e Amarelo". Recentemente passou a
ATELIER CULTURAL MAESTRO GIOVANI 59
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dedicar-se mais ao filo religioso de sua obra, com o sucesso da msica "Nossa Senhora".
Em 2001 gravou seu Acstico MTV, CD aguardadssimo e polmico, j que no pode ser
exibido pela MTV Brasil, uma vez que o artista possua um contrato com a Rede Globo, que
no permitia sua imagem em outras emissoras de TV. Este lbum rene os grandes
sucessos de sua carreira, alm de nomes consagrados na MPB, como Samuel Rosa, do
Skank (em Proibido Fumar), Toni Belotto, dos Tits (em Preciso Saber Viver)e o
gaitista Milton Guedes (em Parei Na Contramo).
Aps longa espera, em 2003 o "Rei" presenteia os fs com este novo lbum Pra Sempre,
repleto de canes inditas, entre elas a faixa-ttulo que um fox no estilo "Emoes", e
declara seu amor eterno a Maria Rita. Em 2005 lana seu disco Roberto Carlos 2005, que
traz em seu repertrio nove faixas, incluindo "Loving You", a balada lanada por Elvis
Presley em 1957; "Promessa", msica composta por Roberto e Erasmo Carlos para
Wanderley Cardoso em 1965; "Corao Sertanejo", sucesso de Chitozinho & Xoror em
1996.
11 LIO
BANDEIRA DO DIVINO
Ivan Lins
E A
Os devotos do divino / vo abrir sua morada
F# B7 E B7 E
Pra bandeira do menino / ser bem vinda, ser louvada, ai, ai
A
Deus nos salve esse devoto / pela esmola em vosso nome
F# B7 E B7 E
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Dando gua a quem tem sede / dando po a quem tem fome, ai, ai
A
A bandeira acredita / que a semente seja tanta
F# B7 E B7 E
Que essa mesa seja farta / que essa casa seja santa, ai, ai
A
Que o perdo seja sagrado / que a f seja infinita
F# B7 E B7 E
Que o homem seja livre / que a justia sobreviva, ai, ai
A
Assim como os trs reis magos / que seguiram a estrela guia
F# B7 E B7 E
A bandeira segue em frente / atrs de melhores dias, ai, ai
A
No estandarte vai escrito / que ele voltar de novo
F# B7 E B7 E
E o rei ser bendito / ele nascer do povo, ai, ai.
Ivan Lins
16/6/1945
Biografia
Comeou a tocar piano de ouvido aos 18 anos, influenciado pelo jazz e pela bossa nova. Formou-se
em engenharia na mesma poca em que comeou a participar de festivais de msica, no fim dos
anos 60.
Em 1970 chegou s finais do V Festival Internacional da Cano, com "O Amor o Meu Pas" (com
Ronaldo Monteiro de Souza), que conseguiu o segundo lugar. Seu primeiro grande sucesso como
compositor foi com a gravao de Elis Regina para "Madalena", sua e de Ronaldo Monteiro.
Nos anos 70 comandou o programa de televiso Som Livre Exportao, ao lado de Gonzaguinha e
Aldir Blanc, e gravou discos que o projetaram nacionalmente. Alguns de seus maiores hits foram
"Abre Alas" (1974), "Somos Todos Iguais Esta Noite" (ambas com Vitor Martins) (1977) e "Comear
de Novo", gravada por Simone em 1979.
A partir da segunda metade dos anos 80 passou a se dedicar mais carreira internacional,
especialmente nos Estados Unidos, onde artistas como Quincy Jones, George Benson, Ella
Fitzgerald, Sarah Vaughan, Carmen MacRae e Barbra Streisand gravaram suas canes.
Criou em 1991 com o parceiro Vitor Martins e a Gravadora Velas com o objetivo de buscar novos
Ivan Lins j foi indicado para o prmio Grammy e atualmente um dos compositores brasileiros mais
gravados no exterior. Um de seus trabalhos mais recentes o CD duplo "Viva Noel", uma
homenagem ao Poeta da Vila, com diversas participaes especiais, alm de "Um Novo Tempo", s
com canes natalinas.
O show Cantando histrias lanado em 2004 no Brasil e no exterior, nos formatos CD e DVD.. O
compositor acompanha-se ao piano e lidera um time de msicos de primeira - Z Carlos (violo,
guitarra, cavaquinho), Leo Amoedo (violo, guitarra), Marco Brito (teclados), Nema Antunes
(contrabaixo), Theo Lima (bateria) e Layse Sapuca (percusso).
12 LIO
CHARLIE BROWN
Benito de Paula
A C# F#m A7
Eh! Meu amigo Charlie
D E7 A E7
Eh! Meu amigo Charlie Brown, Charlie Brown
A D E7 A
Se voc quiser vou lhe mostrar a nossa So Paulo terra da garoa
A7 D E7 A
Se voc quiser vou lhe mostrar Bahia de Caetano, nossa gente boa
A7 D E7 A
Se voc quiser vou lhe mostrar a "lebre" mais bonita do Imperial
A7 D E7 A E7
Se voc quiser vou lhe mostrar meu Rio de Janeiro, nosso carnaval
REFRO
A D E7 A
Se voc quiser vou lhe mostrar Vincius de Moraes e o som de Jorge Ben
A7 D E7 A
Se voc quiser vou lhe mostrar torcida do Flamengo, coisa igual no tem
A7 D E7 A
Se voc quiser vou lhe mostrar Luiz Gonzaga rei do meu baio
A7 D E7 A
Se voc quiser vou lhe mostrar Brasil de ponta a ponta do meu corao
E7
Oh! Oh! Charlie..
REFRO
ATELIER CULTURAL MAESTRO GIOVANI 62
Formando msicos de qualidade
CURSO DE VIOLO POPULAR
Benito di Paula, nasceu em Nova Friburgo, Estado do Rio de Voc de Perto". Diversos intrpretes brasileiros gravam msicas
Janeiro, filho de uma famlia de treze irmos, herdou de seu de autoria de Benito di Paula.
pai a influncia musical que o levaria a ser um dos nomes
fortes do samba feito nos anos 70 e 80. um dos pais do Seu prximo LP, Benito solta-se ainda mais, tendo msicas que
estilo conhecido como "sambo jia". aparecem nas paradas de sucesso nessa poca, "Meu amigo
Charlie Brown", feita em homenagem ao personagem de Schultz,
Jovem ainda, integrou um conjunto como "crooner", onde se que era uma de suas leituras prediletas.
apresentava em bailes estudantis de fins de semana em Nova
Friburgo. Desta forma Benito era obrigado a cantar todos os Ainda em 1975, Benito passa a apresentar um programa de
gneros musicais, desde o samba e o bolero at o rock'n roll. msica verdadeiramente brasileira na televiso, o Brasil Som 75,
com uma audincia espetacular.
At que um dia resolveu se lanar totalmente s suas
ambies artsticas, abandonando sua cidade em troca da Este programa gerou um LP, onde Benito e seus convidados
capital. Nela, Benito Di Paula sofreu muito at conseguir cantam uma srie de sucessos que perduram at hoje.
impor o seu trabalho. Mas se o tempo em que ele morou no
Morro da Formiga foi um tempo de muita dificuldade J em 1976, Benito di Paula sucesso consagrado, apresentando-
financeira, tambm foi onde Benito manteve contato com se na Boate Vivar, no Rio, onde faz um show produzido por
sambistas autnticos e somou novas experincias que o Augusto Cesar Vanucci e com orquestraes por Radams
levariam a cantar em diversas casas noturnas. Gnatelli. Este show dura at maro de 1977, tendo suas reservas
esgotadas com duas semanas de antecipao, Benito se apresenta
As dificuldades financeiras desta poca da carreira de Benito de tera a domingo, com o Grupo Tempero e uma orquestra de
eram devido ao fato de i- i- i estar imperando na terra do 42 msicos. Seus LPs vendem em mdia de 600 mil cpias. A
samba. Ele no estava disposto a abrir mo de seu estilo. Copacabana, gravadora que lanou Benito di Paula, passa a
Segundo suas palavras: "L, meu camarada, era realmente trabalhar 24 horas seguidas para atender aos milhares de pedidos
impossvel. O pessoal estava mais interessado no som de lojas para serem entregues antes do Natal.
importado do que no nacional. Era uma luta conseguir tocar e
cantar msica brasileira e agradar". Em 1977, Benito lana um novo LP, novo sucesso de vendagem.
O pedido inicial soma mais de 400.000 cpias e benito prepara
Em seguida, Benito morou durante dois anos na cidade de uma excurso pela Europa, iniciando-se pela Itlia. No ano
Santos, no estado de So Paulo, onde pela primeira vez seguinte, seu LP, sai com uma particularidade: pronto para ser
formou seu prprio conjunto. Cantando e tocando piano, prensado na Copacabana, Benito telefona pedindo para incluir
Benito apresentou-se em diversas boates, at que, em pouco mais uma msica, "30 anos de saudade", composta e com
tempo, conseguiu um contrato com a gravadora Copacabana. arranjos feitos de uma s vez, numa s noite, feita em
homenagem aos "Unidos da Saudade", time de futebol que virou
Apesar de um estilo diferente de fazer samba (quase sempre escola de samba.
ao piano, com interpretao chorosa ou exaltada e trajando
fraque), Benito lanou o estilo "brega-chique". Ainda no era Comps diversas trilhas para novelas (Nino, o italianinho,
conhecido pelo pblico - razo pela qual seu primeiro Simplesmente Maria, etc.) e ganhou o prmio "Chico Viola",
trabalho nesta gravadora foi produzido com composies de promoo da TV Record com sua msica "Faa de mim uma
autores consagrados, contando tambm com quatro msicas Ilha".
de autoria de Benito ("Eu Gosto Dela", "Preciso Encontrar
Voc", "Voc Vai Ser Algum" e "Longe De voc", esta ltima Figura rara na aparncia (smooking, bigodo e costeletas),
em parceria com Carlos de Carvalho). Neste L.P., gravado em fruto de uma safra de sambistas brasileiros que apesar de no
15 de fevereiro de 1971, havia sucessos como "Apesar de trazerem influncias diretas do calor do morro, da pureza
voc", de Chico Buarque de Hollanda, e composies de primitiva, traz um samba bem brasileiro influenciado pelo luxo
Taiguara, Vnicius de Moraes, Tim Maia, Ivan Lins, Paulinho das casas noturnas das capitais.
Nogueira, Roberto e Erasmo Carlos.
Tons maiores.
Encadeamento de acordes
A DAMA DE VERMELHO
Bruno e Marrone
F Am
Garom olhe pelo espelho
Bb
A dama de vermelho
C
Que vai se levantar
C7 Bb
Note que at a orquestra
C
Fica toda em festa
C7 F
Quando ela sai para danar
F Am
Esta dama j me pertenceu
Bb
E o culpado fui eu
C
Da separao
Bb Am
Hoje choro de cimes,
C7
Cime at do perfume
F
Que ela deixa no salo
C C7
Garom amigo
Am
Apague a luz da minha mesa
C C7
Eu no quero que ela note
F F7
Em mim tanta tristeza
Bb
Traga mais uma garrafa
Am
Hoje vou embriagar-me
C C7
Quero dormir para no ver
F F7 F
Outro homem lhe abraar
Mas foi em 2000 que a dupla passou a figurar nas grandes metrpoles, como revelao
no mercado fonogrfico. A partir da, o talento de Bruno e Marrone passou a ser
conhecido nacionalmente.
Com mais de 11 lbuns gravados, mais de 6 milhes de cpias vendidas e mais de 170
shows anuais feitos em todas as regies brasileiras, Bruno e Marrone se consagraram
como os principais artistas populares do pas. So recordistas de pblico em uma s
apresentao (120 mil pessoas em Braslia).
14 LIO
A GENTE SE ENTREGA
Bruno e Marrone
G
Uma dose de saudade misturada com paixo
Me deixa de cabea tonta e embriaga o corao
C D G
A gente se entrega, a gente se entrega, chora sem querer
C D
A gente se entrega, a gente se entrega
G G7
Pisa na bola e no v
C
Estou ficando louco, apaixonado, corao t machucado
G
De tanto levar pancadas de amor
D C
Saudade parece cerveja quente com veneno de serpente
D G G7
Doida pra matar a gente, a saudade um terror
C
Saudade tempestade no deserto se no tem amor por perto
G
Mata igual a um tiro certo no corao
D C
Saudade uma doena matadeira, castigo de feiticeira
D G
Segue a gente a vida inteira e anda junto com a paixo
D C
Saudade uma doena matadeira, castigo de feiticeira
D G
Segue a gente a vida inteira e anda junto com a paixo
A gente se entrega...