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ESPORTE
nfase no esporte-educao
Ministrio do Esporte
Ministro de Estado do Esporte: Orlando Silva de Jesus Junior
Secretrio Executivo do Ministrio do Esporte: Waldemar Manoel Silva de Souza
Secretrio Nacional de Esporte Educacional: Fbio Roberto Hansen
Chefe de Gabinete: Danielle Fermiano Gruneich
Assessora Tcnica do Gabinete: Elaine Cristina Siciliani
Coordenadora Geral de Formalizao de Convnios: Luciana Homrich
Coordenadora de Apoio Administrativo: Eidilamar Ribeiro
Diretora do Departamento de Vivncia e Iniciao Esportiva - Segundo Tempo: Gianna
Lepre Perim
Coordenadora Geral de Operao: Raquel Tallarico
Coordenadora de Implementao: Thais Massumi Higuchi
Coordenadora de Anlise Tcnica de Relatrio de Cumprimento de Objeto: Jssyka
Campos
Coordenadora Geral de Eventos e Suprimentos: Silvia Regina de Pinho Bortoli
Coordenadora Geral de Acompanhamento Pedaggico e Administrativo: Claudia
Bernardo
Diretor do Departamento de Esporte Estudantil: Alexandre Leonardo da Costa Silva
Conselho Editorial
Presidente: Prof. Dr. Ivanor Nunes do Prado; Editor Associado: Prof. Dr. Ulysses Cecato;
Vice-Editor Associado: Prof. Dr. Luiz Antonio de Souza; Editores Cientficos: Prof. Adson C.
Bozzi Ramatis Lima, Profa. Dra. Ana Lcia Rodrigues, Profa. Dra. Analete Regina Schelbauer,
Prof. Dr. Antonio Ozai da Silva, Prof. Dr. Clves Cabreira Jobim, Profa. Dra. Eliane Aparecida
Sanches Tonolli, Prof. Dr. Eduardo Augusto Tomanik, Prof. Dr. Eliezer Rodrigues de Souto,
Profa. Dra. Ismara Eliane Vidal de Souza Tasso, Prof. Dr. Evaristo Atncio Paredes, Prof. Dr.
Joo Fbio Bertonha, Profa. Dra. Larissa Michelle Lara, Profa. Dra. Luzia Marta Bellini, Prof.
Dr. Manoel Messias Alves da Silva, Profa. Dra. Maria Suely Pagliarini, Profa. Dra. Maria
Cristina Gomes Machado, Prof. Dr. Oswaldo Curty da Motta Lima, Prof. Dr. Raymundo
de Lima, Prof. Dr. Reginaldo Benedito Dias, Prof. Dr. Ronald Jos Barth Pinto, Profa. Dra.
Rosilda das Neves Alves, Profa. Dra. Terezinha Oliveira, Prof. Dr. Valdeni Soliani Franco,
Profa. Dra. Valria Soares de Assis
Equipe Tcnica
Projeto Grfico e Design: Marcos Kazuyoshi Sassaka; Fluxo Editorial: Edneire Franciscon
Jacob, Mnica Tanamati Hundzinski, Vania Cristina Scomparin, Edilson Damasio; Artes
Grficas: Luciano Wilian da Silva, Marcos Roberto Andreussi; Marketing: Marcos Cipriano
da Silva; Comercializao: Norberto Pereira da Silva, Paulo Bento da Silva, Solange Marly
Oshima
Manoel Tubino
E ST UD O S BRASILEIROS SOBRE O
ESPORTE
nfase no esporte-educao
Prefcio
Julio Filgueira
Maring
2010
Copyright 2010 para o autor
Todos os direitos reservados. Proibida a reproduo, mesmo parcial, por qualquer processo
mecnico, eletrnico, reprogrfico etc., sem a autorizao, por escrito, do autor.
Todos os direitos reservados desta edio 2010 para Eduem.
ISBN: 978-85-7628-177-1
Apresentao ............................................................ 7
Prefcio ..................................................................... 11
1 Estudo
Pesquisa e anlise crtica sobre o conceito atual das
manifestaes esportivas ...................................................... 15
2 Estudo
Elementos de superao do conceito das manifestaes
esportivas presentes na lei vigente que abranjam o esporte
e sua totalidade ..................................................................... 35
3 Estudo
Relao do esporte com a educao evidenciando fatores
que possam incidir sobre a conceituao, organizao e
realizao de competies/jogos escolares para subsidiar a
construo do novo sistema.................................................. 63
4 Estudo
Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-
educao com os jogos escolares .......................................... 119
Apresentao
8
Apresentao
Julio Filgueira
9
Prefcio
12
Prefcio
13
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
14
1 Estudo
I Introduo
O esporte, como um dos mais importantes fenmenos scio-
culturais desta transio de sculos, tem merecido da intelectualidade
e da mdia internacional uma ateno especial, que tem permitido
aprofundamentos polticos, sociais, culturais, educacionais, cientficos
e antropolgicos. Esses estudos vo, pouco a pouco, inserindo, de forma
consolidada, fatos esportivos na contemporaneidade, fazendo com
que o esporte cada vez mais se torne uma das prioridades das diversas
sociedades do mundo atual.
Paralelamente, o nmero de praticantes esportivos crescente, o
espao do esporte na mdia maior a cada momento, h uma cincia
do esporte ganhando espao, as modalidades de prticas esportivas
vo se multiplicando, a tecnologia especfica vai se transformando pela
sofisticao e o debate, chamado por Humberto Eco e Mauro Betti
de Falao Esportiva, vai se impondo aos demais tipos de falaes
(como, por exemplo, a cultural, a econmica etc).
evidente que uma pesquisa que possa explicar a trajetria do
esporte at o conceito atual ter de ser iniciada desde a sua origem e
dever obrigatoriamente passar pelas prticas pr-esportivas e esportivas
dos diferentes perodos histricos at chegar ao final do sculo XX e
comeo do XXI, evidenciando o entendimento internacional aceito para
esse fenmeno scio-cultural.
II Objetivos
17
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
18
1 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre o conceito atual das manifestaes esportivas
IV Esquema de desenvolvimento
e organizao do estudo
19
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
V Desenvolvimento da pesquisa
V.1 Referencial terico sobre a evoluo do esporte
20
1 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre o conceito atual das manifestaes esportivas
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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1 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre o conceito atual das manifestaes esportivas
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1 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre o conceito atual das manifestaes esportivas
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1 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre o conceito atual das manifestaes esportivas
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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1 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre o conceito atual das manifestaes esportivas
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
V Concluses
Nesta pesquisa, foi possvel extrarem-se algumas concluses julgadas
importantes pelo autor, a seguir descritas.
1- O esporte, aceito atualmente como um dos fenmenos scio-
culturais e polticos mais importantes nesta transio de sculos,
no pode ser explicado por percepes de seus momentos
histricos. Ele s pode ser compreendido se o situarmos num
processo com interatuaes culturais e contextuais, variando a cada
novo momento histrico.
2- As lgicas do Esporte tm uma variabilidade marcante praticamente
desde a sua origem, recebendo diferentes sentidos nas civilizaes
antigas, nas primeiras manifestaes esportivas pelos gregos, nos
sculos de suas decadncias (civilizao romana, Idade Mdia
e Renascena), depois quando se tornou Esporte Moderno e,
finalmente, chegou ao Esporte Contemporneo.
3- O Esporte uma das maiores manifestaes culturais desde a
Antiguidade. A histria cultural do mundo passa pela histria do
esporte.
4- O conceito de Esporte no Brasil est atualizado com a evoluo
conceitual do fenmeno scio-cultural esportivo, ao aceit-lo como
direito de todas as pessoas, e com as formas de exerccio desse
direito (Esporte-educao, Esporte-lazer e Esporte-desempenho).
32
1 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre o conceito atual das manifestaes esportivas
VI Referncias
BRASIL. Poltica Nacional do Esporte. Braslia, 2005.
CAGIGAL, J. M. Cultura intelectual e cultura fsica. Buenos Aires: Kapelusz,
1979.
CAZORLA PRIETO, L. M. Los poderes pblicos ante el deporte popular y el esporte
espetculo. In: Deporte popular-Deporte de elite. Elementos para la reflexin.
Valncia: Ayuntamineto de Valencia, 1984.
DIEM, C. Historia de los deportes. Barcelona: Coralt, 1966.
EPPENSTEINER, F. El origen del deporte. In: Citius, Altius e Fortius. Madri, XV,
259-272, 1973.
GILLET, B. Histoire du sport. Paris: Presses Universitaires de Paris, 1975.
MARROU, H. I. Histoire de leducation dan lAntiquit. Paris: Seuil, 1950.
TUBINO, M. J. G. 500 anos de legislao esportiva brasileira do Brasil ao incio
do sculo XXI. Rio de Janeiro: Shape, 2002.
TUBINO, M. J. G. Esporte e cultura fsica. So Paulo: Ibrasa, 1992.
TUBINO, M. J. G. Teoria geral do esporte. So Paulo: Ibrasa, 1987.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F.; TUBINO, F. Dicionrio enciclopdico Tubino do
esporte. Rio de Janeiro: SENAC, 2006.
ULMANN, J. De la gymnastique aux sports modernes Histoire des doutrines de
leducation physique. Paris: Vrin, 1982.
UNESCO. Carta Internacional de Educao Fsica e Esporte. Paris, 1976.
33
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
UEBERHOST, H. Teorias sobre el origen del deporte. In: Citius, Altius, Fortius.
INEF, Madri, XV-9-57 1973.
34
2 Estudo
I Introduo
A Constituio Federal do Brasil de 1988, em seu art. 217 (Captulo
III, Seo III Do Desporto), alterou profundamente o conceito de
Esporte no pas, uma vez que, alm de criar uma ruptura na tutela estatal,
formalizada desde 1941 com o Decreto Lei n 3.199 de 14/04/1941, tratou,
de forma pioneira, a prtica esportiva como direito de todos os brasileiros
e ampliou o entendimento do fenmeno esportivo para atividades formais
e no-formais. Esse artigo ainda, nos seus incisos e pargrafos, priorizou
os recursos pblicos para o chamado esporte educacional, incentivou a
proteo s modalidades de criao nacional, estabeleceu a necessidade de
diferenciar o esporte profissional do amador e, finalmente, reconheceu o
lazer como mais uma forma de promoo social.
Essas alteraes chegaram ao Brasil praticamente dez anos depois da
Carta Internacional de Educao Fsica e Esporte (UNESCO/1978) e aps
algumas iniciativas de expanso do Esporte, como o Movimento Esporte
para Todos, e principalmente aps a rediscusso do papel do Estado
diante dos fatos esportivos, a partir da criao da Comisso Legislativa do
Esporte na Cmara Federal. Na verdade, j havia um debate aprofundado
das questes nacionais do esporte, e a Constituio de 1988 chegou no
momento apropriado para romper as estruturas do status quo.
Em 1985, quando j presidia o Conselho Nacional de Desportos (CND),
em ao conjunta com Bruno da Silveira, ento Secretrio de Educao Fsica
e Desportos (SEED) do Ministrio de Educao e Cultura, conseguimos
com o Ministro de Estado da Educao, Senador Marco Maciel, a instalao
de uma Comisso de Reformulao do Esporte Brasileiro com 33 membros,
sob a minha direo, qual caberia propor novos caminhos para o processo
esportivo nacional.
Nessa Comisso, propomos 80 indicaes de mudana. As nove
primeiras objetivavam renovar o prprio conceito de esporte no pas,
atualizando-o com o contexto internacional. A Constituio de 1988, no seu
artigo 217, pode-se afirmar, foi a resultante das indicaes dessa Comisso.
A seguir, a Constituio Federal de 1988 influiu diretamente na Lei n 8.672
de 06/07/1993, chamada Lei Zico, que, por sua vez, foi referncia direta
nas Leis n 9.615 de 24/03/1998, conhecida como Lei Pel, e a n 9.981 de
14/07/2000, chamada de Lei Maguito Vilela.
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
II Objetivos
II.1 Objetivo Geral
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2 Estudo - Elementos de superao do conceito das manifestaes esportivas...
III Justificativa
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
IV Esquema de desenvolvimento
e organizao da pesquisa
A pesquisa foi organizada e desenvolvida em etapas previamente
definidas que permitiram atingir os objetivos propostos. Eis o
esquema:
LEGENDA:
V.1.1 - da perspectiva nica do rendimento no esporte moderno ao direito de
todos s prticas esportivas do esporte contemporneo
V.1.2 - as formas de exerccio do direito de todos s prticas esportivas
V.1.3 - as manifestaes (formas) de exerccio do direito s prticas esportivas e
seus princpios norteadores
V.1.4 - a necessidade da ampliao do mundo do esporte pela percepo de
correntes e movimentos esportivos
V.2.1 - a comisso de reformulao do esporte brasileiro como o marco de
novos caminhos
V.2.2 - a chegada do direito ao esporte no Brasil e as formas de exerccio deste
direito atravs das manifestaes esportivas
V.2.3 - diferenas entre as manifestaes nas suas aplicaes no Brasil
V.2.4 - a posio conceitual do esporte no Brasil em relao ao contexto interna-
cional
V.2.5 - as relaes entre as manifestaes esportivas e as correntes esportivas,
movimentos esportivos internacionais na perspectiva da poltica nacional
do esporte
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2 Estudo - Elementos de superao do conceito das manifestaes esportivas...
V Desenvolvimento do estudo
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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2 Estudo - Elementos de superao do conceito das manifestaes esportivas...
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
ESPORTE
FORMAS DE
EXERCCIO DO
Esporte-Educao Esporte-Lazer Esporte de Desempenho
DIREITO AO
ESPORTE
DIVISES DAS
Esporte
FORMAS DE Esporte Esporte de
Esporte Educacional Esporte-Lazer de Alto
EXERCCIO AO Escolar Rendimento
Rendimento
ESPORTE
Participao Desenv.
Participao
Co-Educao Esportivo
Prazer Desenv. Esportivo
PRINCPIOS Cooperao Desenv.
Desenv. Superao
Co-Responsabilidade do Esprito
Esportivo
Incluso Esportivo
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2 Estudo - Elementos de superao do conceito das manifestaes esportivas...
- Esportes Militares;
- Esportes Derivados de Outros Esportes.
Os Esportes Tradicionais compreendem as modalidades
tradicionalmente consolidadas (como Atletismo, Basquetebol, Futebol,
Boxe, Baseball, etc.).
Os Esportes Aventura / na Natureza / Radicais, numa abrangncia de
interatuao pela proximidade das suas fronteiras, compreendem esportes
na gua, no ar, na terra e no gelo/neve. Os desafios so maiores, envolvendo
inclusive riscos.
Os Esportes das Artes Marciais so aqueles derivados das artes militares
ou marciais da sia (exemplos: Jiu-Jitsu, Jud, Karat etc.).
Os Esportes de Identidade Cultural tm vinculao cultural com
as naes. Compreendem os esportes de criao nacional ou de outras
nacionalidades que se fixam em outros pases (exemplos: Cricket, Capoeira,
Petanque etc.).
Os Esportes Intelectivos, praticados na maioria em sales, so
modalidades de movimento humano reduzido (exemplos: Xadrez, Bilhar
etc).
Os Esportes com Motores so modalidades nas quais as pessoas
conduzem um veculo com motor. Podem ocorrer no ar, na terra, na gua e
at no gelo (exemplos: Automobilismo, Motonutica, Motociclismo etc).
Os Esportes com Msica compreendem a sintonia entre as pessoas e
as msicas de acompanhamento (exemplos: nado Sincronizado, Ginstica
Rtmica etc.).
Os Esportes com Animais abrangem tambm animais (exemplos:
Hipismo, Turfe, Rodeio etc.).
Os Esportes Adaptados so modalidades esportivas adaptados a
pessoas com deficincias. Geralmente, so modalidades de outras correntes
que so adaptadas aos diversos tipos de deficincia. Existem outras que
foram criadas especificamente para deficientes (exemplo: Goalbal).
Os Esportes Militares so aqueles esportes originrios dos meios
militares e que, atualmente, so praticados no meio civil (exemplos: Pra-
quedismo, Tiro, Esgrima etc.). Existem ainda modalidades esportivas
essencialmente militares (Pentatlo Militar, Pentatlo naval).
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
V Consideraes finais
No Brasil, para que o campo social do Esporte tenha uma evoluo
compatvel com a acelerao do movimento esportivo internacional, ser
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2 Estudo - Elementos de superao do conceito das manifestaes esportivas...
VI Referncias
CAGIGAL, J. M. Cultura intelectual e cultura fsica. Buenos Aires: Kapelusz,
1979.
PARENTE FILHO, M. S.; MELO FILHO, A.; TUBINO, M. J. G. Esporte, educao
fsica e constituio. So Paulo: Ibrasa, 1989.
TUBINO, M. J. G. 500 anos de legislao esportiva brasileira do Brasil-Colnia
ao incio do sculo XXI. Rio de Janeiro: Shape, 2002.
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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3 Estudo
I Introduo
O Esporte, at a emisso pela UNESCO da Carta Internacional de
Educao Fsica e Esporte (1978), era concebido apenas na perspectiva
do rendimento. Esse fato fazia com que todas as prticas esportivas,
independentemente do locus, tambm fossem realizadas visando, acima
de tudo, a vitrias, recordes e superaes. No existiam prticas esportivas
sobre quaisquer outras perspectivas. O que ocorria era a simples reproduo
do esporte de rendimento, com suas regras e cdigos. Esse status quo
foi praticamente interrompido com o primeiro artigo dessa Carta, que
estabelecia o direito de todos s prticas esportivas. evidente que a
mudana foi lenta, pois dependia fundamentalmente de transformaes
nos papis dos Estados dos pases.
Nas escolas, a reproduo do Esporte de Rendimento nas atividades
esportivas significava uma deturpao de objetivos, pois, em vez de busca
de uma formao educativa, os educandos eram estimulados obteno
de resultados esportivos, muitas vezes em detrimento de preceitos
educacionais. Todos os hbitos, inclusive os vcios ticos e at os ilcitos,
eram reproduzidos nos meios escolares.
importante esclarecer que, desde a dcada de 1960, j aconteciam
manifestaes de intelectuais e de organismos internacionais que
contestavam essa prtica para escolares. Entretanto, o apelo para medalhas
olmpicas e surgimento de campees era muito maior, e essas manifestaes
pioneiras de reao no receberam a devida ateno. No se pode negar
que, mesmo sem terem sido levados em conta, os posicionamentos
contestadores do status quo foram sedimentando uma base de resistncia
que, mais tarde, viria a se consolidar.
Interessante que, na ambincia das escolas, os discursos dos educadores
em geral era o de buscar metodologias renovadoras que levassem os estudantes
a formaes slidas para um futuro promissor. O mtodo Montessori e os
projetos educacionais apoiados em Piaget e Karl Rogers so evidncias de
aplicaes notveis desde o incio da segunda metade do sculo XX.
Esses mtodos, nos seus contedos, nunca excluram a importncia do
movimento como importante meio educativo. O norte-americano Briant
Cratty editou o clssico Educao pelo Movimento, que sintetizava as
posies de Montessori, Piaget e Karl Rogers. A prpria taxionomia de
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
II Objetivos
II.1 Objetivo Geral
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3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
IV Esquema de desenvolvimento
do estudo
A pesquisa, para que chegue s suas proposies, ser dividida em
etapas perfeitamente inter-relacionadas e interdependentes, conforme
mostra a Figura 1.
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3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
V Referncias de sustentao do
estudo
V.1 O esporte-educao como manifestao do esporte contemporneo
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
defender um Esporte educativo nas escolas do pas, defende que ele seja
concebido como uma ao de criao e recriao da cultura e que seja
referenciado em princpios. A relevncia desse documento est no fato
de ter sido elaborado elaborado por educadores ligados s universidades
brasileiras e pelos professores-tcnicos que participaram dos JEBs/1989,
considerados exemplares em termos de Esporte Educacional. Praticamente
todos os itens levam a reflexes para um pensar sobre o Esporte-
Educao.
A Carta Brasileira de Educao Fsica (Anexo 5), publicada pelo
Conselho Nacional de Educao Fsica (CONFEF) em 2000, tambm
valoriza as prticas esportivas nos programas de Educao Fsica,
enfatizando a tradio e a pluralidade do patrimnio cultural do pas e
de suas regies. Essa Carta, aprovada em Assemblia do CONFEF com
todos os CREFs (Conselhos Regionais do Brasil), expe a preocupao
com a qualidade das atividades fsicas em geral, principalmente na
escola.
Outro documento relevante nesse debate sobre o Esporte-Educao
e, consequentemente, sobre as competies escolares brasileiras
a Indicao n 3 do Relatrio Uma Nova Poltica para o Desporto
Brasileiro Esporte Brasileiro / Uma Questo de Estado, elaborado pela
Comisso de Reformulao do Esporte Brasileiro, nomeada pelo Decreto
n 91.452 de 19/07/1985, que tive a honra de presidir. Foi esse Relatrio
que provocou a insero do Esporte no art. 217 da Constituio Federal
de 1988 (que tambm tive a oportunidade de apresentar na Constituinte).
Nesse artigo, a prioridade de recursos pblicos para o Esporte Educacional
foi estabelecido por esta Indicao n 3 sobre a Manifestao do Esporte-
Educao.
Alm dos seis documentos citados, relevante ressaltar o papel da
UNESCO em relao ao Esporte e, principalmente, ao Esporte-Educao.
As Declaraes de Paris (1976), Moscou (1988), Punta Del Este (1999) e
Atenas (2004) concentraram-se, entre outros aspectos importantes, no papel
dos governos diante do Esporte Social, principalmente nas providncias
que incidem sobre o Esporte-Educao.
Assim, possvel afirmar que existe um acervo considervel
de documentos que reconhecem e estimulam as prticas esportivas
para os jovens (crianas e adolescentes) na ambincia escolar ou
comunitria.
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PRINCPIOS DA EF
PRINCPIOS DO ESPORTE OBJETIVOS DA EF ESCOLAR
ESCOLAR (SEYBOLD,
EDUCACIONAL (TUBINO, 2006) (KUNZ, 2001)
1980)
Proporcionar meios e
CORRESPONSABILIDADE
condies ao homem para
Proporcionar aos jovens praticantes
que se sinta capaz, por
a corresponsabilidade no s
meio do movimento corporal
nos processos decisrios, como
Princpio de totalidade humano, de interferir no
adaptao das regras, medidas
processo de mudana da
organizativas etc., mas tambm na
sociedade brasileira em todos
execuo do projeto de escola que
os seus aspectos scio-
se estabelece no dia-a-dia.
polticos e econmicos.
Princpio de
estabilizao de valores
VI Desenvolvimento do estudo
Aps uma passagem pelas referncias de sustentao do estudo, foi
possvel chegar a um desenvolvimento dos seus propsitos/objetivos
atravs de cinco etapas sequencialmente posicionadas: (1) a Evoluo do
Esporte-Educao no Brasil na Referncia da Legislao e das Normas; (2)
os Conceitos Bsicos do Estudo; (3) as Indicaes sobre o Esporte-Educao
para Polticas Pblicas Nacionais; (4) Sugesto para um possvel Sistema
Nacional do Esporte e (5) Consideraes Finais.
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
Esporte
Esporte-Educao
o Esporte praticado na infncia e adolescncia, dentro e/ou fora da
escola, e que pode ser Esporte Educacional e Esporte Escolar.
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
Esporte Escolar
Esporte Educacional
Epistemologia
o ramo da Filosofia que estuda os conhecimentos cientficos
estabelecidos a partir do conjunto de fundamentos e teses desenvolvidos
sobre concepes e percepes nas reas de atuao e conhecimento
humano (TUBINO, 2001).
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3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
Educao Olmpica
Meio de educao esportiva que tem o propsito de formar
jovens dentro dos propsitos humanistas, expressos em categorias, do
Olimpismo.
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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ENTRADA
RECURSOS HUMANOS
Praticantes Esportivos:
. Formais
. No-Formais
. Escolares
. Especficos:
- Militares
- Trabalhadores
- Universitrios
. Especiais (Deficientes, Idosos etc.)
. Projetos de Iniciao Esportiva
Dirigentes;
Universidades com formao ligada ao Esporte (Graduao, Ps-
Graduao, Extenso, Estgios etc.);
Centros de Excelncia existentes;
Projetos e possibilidades de formao de RH (praticantes, dirigentes etc.);
Cientistas do Esporte (mdicos, psiclogos, socilogos,
biomecnicos etc., ligados ao Esporte).
Etc.
RECURSOS FINANCEIROS
Oramento;
Parcerias e novas possibilidades;
Iniciativa Privada/Publicidade;
Recursos das leis vigentes (Lei Agnelo/Piva, Timemania, Lei de
Incentivo etc.).
Etc.
93
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
INFRA-ESTRUTURA
Secretarias Estaduais e Municipais;
Infra-estrutura do Ministrio do Esporte;
Instalaes e Equipamentos existentes no pas;
Estruturas das entidades dirigentes;
Redes de Informao.
Etc.
CINCIA
Pesquisas ligadas ao Esporte (Universidades, CNPq etc.);
Revistas cientficas existentes no pas;
Calendrio de eventos cientficos;
Estrutura Antidoping existente.
Etc.
MDIA
Estaes de TV especficas do Esporte;
Jornais e Peridicos especficos do Esporte;
Demais programaes especficas em TV e Rdio;
Sites especficos do Esporte.
Etc.
LEGISLAO
Leis relativas ao Esporte em vigor (Lei Pel, Lei Agnelo/Piva, Lei da
Timemania, Lei de Incentivo ao Esporte etc.);
Cdigos e Normas Internacionais.
Etc.
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3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
QUESTO DE ESTADO
Interfaces do Ministrio do Esporte com os Poderes Legislativo,
Judicirio e outros Ministrios (Educao, Cultura, Cincia e
Tecnologia, por exemplo) para tornar o Esporte uma Questo de
Estado;
Interfaces das Secretarias Estaduais/Municipais ligadas ao Esporte
com outros setores estaduais/municipais, tambm na perspectiva
da Questo de Estado.
PROCESSO
95
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
96
3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
SADA
97
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
VII Referncias
ALVES DE OLIVEIRA, L.M. Em busca de um modelo de educao olmpica para
o meio escolar. Rio de Janeiro: UCB, 2006. Dissertao (Mestrado em Motricidade
Humana), Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, 2006.
BARBIERI, C. Esporte educacional: uma possibilidade de restaurao do humano
no homem. Canoas: ULBRA, 2001.
BRASIL, Congresso Nacional. Constituio Federal. Braslia: 1988.
BRASIL, Ministrio da Educao. Esporte na escola: os XVIII Jogos Escolares
brasileiros como marco reflexivo. Braslia: MEC, 1989.
BRASIL, Ministrio da Educao. Uma nova poltica para o desporto brasileiro:
esporte brasileiro: questo de Estado. Braslia: Comisso de Reformulao do
Desporto, 1985.
BRASIL, Ministrio Extraordinrio dos Esportes. Instituto Nacional de
Desenvolvimento do Desporto. Programa Esporte Educacional; princpios e
objetivos. Braslia: 1995.
BRASIL. Poltica Nacional do Esporte. Braslia: 2005.
CONFERNCIA BRASILEIRA DE ESPORTE EDUCACIONAL. Memrias:
Conferncia Brasileira de Esporte Educacional. Rio de Janeiro: Gama Filho,
1996.
DESSUPOIO CHAVES, A. O esporte educacional como meio de educao fsica
escolar. Rio de Janeiro: UCB, 2006. Dissertao (Mestrado em Motricidade
Humana), Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, 2006.
98
3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
99
ANEXOS
3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
ANEXO 1
(PANATHLON/AVIGNONE, 1995)
individuais.
possibilidades de sucesso.
103
3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
ANEXO 2
AGENDA DE BERLIM
(WORLD SUMMIT ON PHYSICAL EDUCATION, 1995)
105
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
106
3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
ANEXO 3
MANIFESTO MUNDIAL FIEP 2000
DE EDUCAO FSICA
Art. 1 - A Educao Fsica, pelos seus valores, deve ser compreendida como um
dos direitos fundamentais de todas as pessoas.
Art. 2 - A Educao Fsica, como direito de todas as pessoas, um processo de
Educao, seja por vias formais ou no-formais, que,
ao interagir com as influncias culturais e naturais (gua, ar, sol etc.)
de cada regio e instalaes e equipamentos artificiais adequados,
ao utilizar atividades fsicas na forma de exerccios ginsticos, jogos,
esportes, danas, atividades de aventura, relaxamento e outras opes
de lazer ativo, com propsitos educativos,
ao objetivar aprendizagem e desenvolvimento de habilidades motoras
de crianas, jovens, adultos e idosos, aumentando as suas condies
pessoais para a aquisio de conhecimentos e atitudes favorveis para
a consolidao de hbitos sistemticos de prtica fsica,
ao promover uma educao efetiva para a sade e ocupao saudvel
do tempo livre de lazer,
ao reconhecer que prticas corporais relacionadas ao desenvolvimento
de valores podem levar participao de caminhos sociais responsveis
e busca da cidadania, CONSTITUI-SE num meio efetivo para a
conquista de um estilo de vida ativo dos seres humanos.
Art. 3 - As atividades fsicas, com fins educativos, nas suas possveis formas de
expresso, reconhecidas em todos os tempos como os meios especficos
da Educao Fsica, constituem-se em caminhos privilegiados de
Educao.
Art. 4- A Educao Fsica, pelo seu conceito e abrangncia, deve ser considerada
como parte do processo educativo das pessoas, seja dentro ou fora do
ambiente escolar, por constituir-se na melhor opo de experincias
corporais sem excluir a totalidade das pessoas, criando estilos de vida que
incorporem o uso de variadas formas de atividades fsicas.
Art. 5 - A Educao Fsica deve ser assegurada e promovida durante toda a vida das
pessoas, ocupando um lugar de importncia nos processos de educao
continuada, integrando-se com os outros componentes educacionais,
sem deixar, em nenhum momento, de fortalecer o exerccio democrtico
expresso pela igualdade de condies oferecidas nas suas prticas.
107
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
108
3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
109
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
110
3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
ANEXO 4
CARTA BRASILEIRA DE ESPORTE NA ESCOLA (1989)
111
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
RECOMENDAMOS:
1- que, em cada Estado, em cada escola, desenvolvam-se estudos
e encontros para estabelecer, segundo a situao real de cada
caso, as atividades esportivas a serem desenvolvidas nas
escolas;
2- que, na definio do Esporte na Escola, seja levado em considerao
no um grupo de modalidades esportivas, mas o fato de toda
atividade escolar implicar compromisso inicial com a Educao,
fundamentada em princpios pedaggicos;
112
3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
113
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
114
3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
ANEXO 5
CARTA BRASILEIRA DE EDUCAO FSICA
(2000/ CONSELHO FEDERAL DE EDUCAO FSICA-CONFEF)
Para uma Educao Fsica no Brasil que possa ser adjetivada pela
qualidade e que possa contribuir para a melhoria da nossa sociedade,
existem algumas referncias, pelas quais deve:
a) ser entendida como direito fundamental e no como obrigao dos
brasileiros;
b) prover os seus beneficirios com o desenvolvimento de habilidades
motoras, atitudes, valores e conhecimentos, procurando lev-
los a uma participao ativa e voluntria em atividades fsicas e
esportivas ao longo de suas vidas;
c) envolver prticas formais e no-formais para atingir seus
objetivos;
d) constituir-se numa responsabilidade de profissionais com formao
em nvel superior;
e) ser ministrada numa ambincia de alegria, em que as prticas
corporais e esportivas sejam prazerosas;
f) respeitar as leis biolgicas de individualidade, do crescimento, do
desenvolvimento e da maturao humana;
g) propiciar vivncias e experincias de solidariedade, cooperao e
superao;
h) valorizar prticas esportivas, danas, jogos nos contedos dos seus
programas, cbom nfase queles que representem a tradio e a
pluralidade do patrimnio cultural do pas e das suas regies;
i) ajudar os beneficirios a desenvolver respeito pela sua corporeidade
e pela das outras pessoas, atravs da percepo e do entendimento
do papel das atividades fsicas na promoo da sade;
j) interatuar com outras reas de atuao e conhecimento humano,
desenvolvendo, nos seus beneficirios, atitudes interdisciplinares;
k) ser objetivo de uma ao cada vez mais intensa da comunidade
acadmica quanto a pesquisa, intercmbio e difuso de informaes
e programas de cooperao tcnico-cientfica;
115
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
116
3 Estudo - Relao do esporte com a educao...
ANEXO 6
INDICAO N 3 DA COMISSO DE REFORMULAO DO ESPORTE
BRASILEIRO (1985) DA MANIFESTAO
ESPORTE-EDUCAO
RELATRIO:
UMA NOVA POLTICA PARA O DESPORTO BRASILEIRO
ESPORTE BRASILEIRO
UMA QUESTO DE ESTADO
117
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
118
4 Estudo
I Introduo
Desde a emisso e publicao pela UNESCO da Carta Internacional
de Educao Fsica e Esporte (1978), o Esporte, na classificao de Tubino,
Garrido e Tubino (2006), comeou a ultrapassar o seu perodo histrico
de Esporte Moderno para logo chegar ao Esporte Contemporneo. No
Esporte Contemporneo, foi incorporado o Direito de Todos s prticas
esportivas, substituindo a referncia nica do rendimento que ocorria no
Esporte Moderno.
Quando a intelectualidade internacional e, principalmente, as
nacionais passaram a debater as finalidades do Esporte Escolar, comeou
a ocorrer uma certa confuso quanto a objetivos, referncias e at
procedimentos. De qualquer forma, esse perodo histrico (dcada de
1980 principalmente) deixou a herana de uma grande discusso e
posicionamentos renovados, que muito contriburam para as aes,
leis e at Constituies, deixando subsdios importantes para novas
formulaes.
No Brasil, essas intersees, nem sempre claras, fizeram parte de uma
transio democrtica que recebeu um grande impulso, em todos os campos
sociais, na Constituio de 1988. Nesse texto constitucional, pela primeira
vez na histria nacional, o Esporte apareceu (Artigo 217). Tambm o
Esporte Educacional foi contemplado nesse artigo, sendo privilegiado com
a prioridade dos recursos pblicos (inciso II, art. 217).
Embora o Esporte Educacional seja beneficiado nesse documento,
surgiu logo a dvida sobre seu conceito. Na verdade, sem uma definio
convincente, permaneceria o entendimento antigo. Ento, iniciou-se uma
discusso se Esporte Educacional era somente o esporte praticado na escola
ou tratava-se de um conceito cujo contedo era comprometido com a
formao.
Passada a confuso natural da mudana de enfoque e referncia,
com a continuao de debates, mudanas de governo, novas leis, novas
concepes e percepes, os jogos/competies escolares chegam a um
ponto extremo, que est a exigir outras aes coerentes com os preceitos
do Esporte-Educao, agora visto como uma forma de direito de todos s
prticas esportivas.
121
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
II Objetivos
II.1 Objetivo geral
122
4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
123
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
Uma pesquisa que estude essas relaes, sem dvida, deixa informaes,
concepes e percepes importantes que justificam plenamente o
seu desenvolvimento, pois nele certamente esto sugestes/indicaes
para a organizao dessas competies/jogos escolares, inseridas numa
compreenso contempornea do Esporte Contemporneo, a partir do
direito de cada um ao Esporte.
Figura 1 Esquema do
desenvolvimento do estudo
124
4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
V Desenvolvimento do estudo
A- Evoluo do esporte-educao no conceito de esporte
contemporneo
125
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
130
4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
Este tema pode ser considerado dos mais complexos, pois explicita um
grande paradoxo do Governo brasileiro, remanescente desde a nomeao
de um Ministro Extraordinrio para o Esporte. Antes disso, o antigo
Ministrio da Educao (MEC) tinha uma Secretaria (antes Departamento
e Diviso) especfica para a Educao Fsica, que tambm sempre tratou
dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs). Com a criao de um Ministrio
especfico e do INDESP, o MEC praticamente abandonou as iniciativas
relativas ao Esporte Educacional e, por que no dizer, tambm aquelas
relativas Educao Fsica.
Embora tenham existido muitas iniciativas e bons programas no
INDESP e no Ministrio do Esporte e Turismo, somente agora o Ministrio
do Esporte procurou o MEC para programas conjuntos (2 Tempo,
131
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
VI Consideraes finais
VI.1 Anlise final
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4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
139
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
140
4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
Esporte
Fenmeno scio-cultural, cuja prtica considerada direito de todos
e que tem no jogo o seu vnculo cultural e na competio o seu elemento
essencial, o qual deve contribuir para a formao e aproximao dos seres
humanos ao reforar o desenvolvimento de valores como a moral, a tica,
141
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
Esporte-Educao
o Esporte praticado na infncia e adolescncia, dentro e/ou fora da
escola, e pode ser Esporte Educacional e Esporte Escolar.
Esporte Escolar
Esporte Educacional
Competio Esportiva
o elemento essencial das prticas esportivas. Pode ocorrer contra
adversrios ou atravs de enfrentamentos de desafios (montanhas, recordes
etc.) (Tubino, Garrido e Tubino, 2006, p. 37).
142
4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
VII Referncias
BARBIERI, C. Esporte educacional: uma possibilidade de restaurao do humano
no homem. Canoas: ULBRA, 2001.
BRASIL, Congresso Nacional. Constituio Federal. Braslia: 1988.
BRASIL, Ministrio da Educao. Esporte na escola: os XVIII Jogos Escolares
brasileiros como marco reflexivo. Braslia: MEC, 1989.
BRASIL, Ministrio da Educao. Uma nova poltica para o desporto brasileiro:
esporte brasileiro: questo de Estado. Braslia: Comisso de Reformulao do
Desporto, 1985.
BRASIL, Ministrio Extraordinrio dos Esportes. Instituto Nacional de
Desenvolvimento do Desporto. Programa Esporte Educacional; princpios e
objetivos. Braslia: 1995.
BRASIL. Poltica Nacional do Esporte. Braslia: 2005.
CONFERNCIA BRASILEIRA DE ESPORTE EDUCACIONAL. Memrias:
Conferncia Brasileira de Esporte Educacional. Rio de Janeiro: Gama Filho, 1996.
DESSUPOIO CHAVES, A. O esporte educacional como meio de educao fsica
escolar. Rio de Janeiro: UCB, 2006. Dissertao (Mestrado em Motricidade
Humana), Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, 2006.
FEDERAO INTERNACIONAL DE EDUCAO FSICA (FIEP). Manifesto
Mundial FIEP 2000 da Educao Fsica. Foz de Iguau: 2000.
PARENTE FILHO, M. S.; MELO FILHO, A.; TUBINO, M. J. G. Esporte, educao
fsica e constituio. So Paulo: Ibrasa, 1989.
PIMENTEL DE OLIVEIRA, P. S. A relao dos direitos da criana no esporte
com os princpios do esporte educacional. Rio de Janeiro: UCB, 2005. Dissertao
(Mestrado em Motricidade Humana), Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro,
2005.
143
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
144
ANEXOS
4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
ANEXO 1
A EDUCAO EM PRIMEIRO LUGAR
(CORREIO BRAZILIENSE 09/06/1989)
Manoel Tubino
147
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
149
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
ANEXO 2
POR UMA CARTA DE PRINCPIOS PARA O
ESPORTE-EDUCAO NO BRASIL
I INTRODUO
II OS CONSIDERANDOS
151
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
SUGERE-SE:
152
4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
O ESPORTE-EDUCAO DEVE:
CONSTITUIR-SE numa responsabilidade pblica, assegurada pelo
Estado, dentro e fora da escola, que tem como finalidade democratizar e gerar
cultura por meio de modalidades motrizes de expresso da personalidade
do indivduo em ao;
DESENVOLVER os indivduos, numa estrutura de relaes recprocas
e com a natureza, sua formao corporal e as prprias potencialidades,
preparando-os para o lazer e o exerccio crtico da cidadania;
EVITAR a seletividade, a segregao social, a hipercompetitividade,
com vistas a uma sociedade livremente organizada, cooperativa e solidria.
153
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
154
4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
ANEXO 3
JEBs, ESPORTE E EDUCAO
(JORNAL DE BRASLIA 28/07/1989)
Manoel Tubino
155
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
Por estes princpios foi possvel, nestes JEBs, permitir-se que os quase
4.000 estudantes presentes nesta competio competissem, que todas as
vitrias fossem coletivas e no individuais, que rapazes e moas competissem
conjuntamente, sem separaes, que os alunos participantes atuassem em
todas as comisses responsveis pela organizao do evento e, ainda, que
atravs de situaes conjuntas, se misturassem as delegaes presentes
em programas esportivos e culturais. Paralelamente, desenvolveu-se a I
Conferncia Brasileira de Esporte na Escola, em que, na busca de efetividade
do debate sobre Esporte-Educao, convocou-se a intelectualidade da
Educao Fsica brasileira e permitiu-se o relato das experincias regionais
mais expressivas. A publicao, por outro lado, de uma Carta de Princpios
para o Esporte-Educao para o Brasil, sem dvida, deixar uma referncia
muito forte desse momento, em que se rompe todo um status quo que, de
certo modo, deformava o esporte como fato educacional.
Agora, quando as delegaes j retornaram para seus Estados e
estamos chegando s primeiras concluses relativas s mudanas efetuadas,
j se pode afirmar que os Jogos Escolares Brasileiros de 1989 conseguiram
ultrapassar o prprio evento, passando a se constituir num marco do incio
de discusso do Esporte-Educao no Brasil.
156
4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
ANEXO 4
CARTA BRASILEIRA DE ESPORTE NA ESCOLA
157
E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
RECOMENDAMOS:
1- que em cada Estado, em cada escola, se desenvolvam estudos
e encontros para estabelecer, segundo a situao real de cada
caso, as atividades esportivas a serem desenvolvidas nas
escolas;
2- que, na definio do Esporte na Escola, seja levado em considerao,
no um grupo de modalidades esportivas, mas o fato de toda
atividade escolar implicar compromisso inicial com a Educao,
fundamentada em princpios pedaggicos;
158
4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
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E STUDOS BRASILEIROS SOBRE O ESPORTE
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4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
ANEXO 5
CARTA INTERNACIONAL DE ESPORTE ESCOLAR
Texto
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4 Estudo - Pesquisa e anlise crtica sobre a relao do nexo esporte-educao...
ANEXO 6
CARTA DOS DIREITOS DA CRIANA NO ESPORTE
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