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Comentários Dos Artigos 442 A 469 Da CLT

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COMENTRIOS DOS ARTIGOS 442 a 469 da CLT

Art. 442
COMENTRIO: O art. 442 mostra um duplo aspecto o primeiro a
caracterizao do contrato de trabalho, o segundo diz da inexistncia de contrato
de trabalho quando este prestado atravs de cooperativa. Um dos princpios
fundamentais do Direito do Trabalho o da primazia da realidade
sob a forma. Assim, basta a presena dos elementos caracterizadores
da relao de emprego para a existncia de contrato de trabalho,
independentemente de forma escrita (salvo as excees
expressamente previstas em lei).

Art. 442 - Pargrafo nico


COMENTRIO: Esse dispositivo legal , inquestionavelmente, uma
porta aberta fraude, j que, constitudas as cooperativas de
trabalho, nenhuma relao empregatcia haver entre os associados
e a cooperativa, tampouco entre os prestadores de servios, sejam
mdicos, engenheiros, advogados e at mesmo trabalhadores
braais, e a tomadora desses servios!
Art. 442-A
COMENTRIO: Segundo o Ministrio do Trabalho, esta lei busca
ampliar as oportunidades de emprego no que tange, principalmente,
o acesso ao jovem recm-formado que ainda no possui grande
experincia profissional no mercado de trabalho. Temos que a
exigncia no ser mais colocada em anncios pblicos, eis que
ficaria evidenciada a discriminao com relao a tempo de servio
no tocante a experincia prvia, essa sim sujeita a enquadramento
do empregador pelo MTE ou pelo Ministrio Pblico do Trabalho, e
at, eventualmente, a ao por candidato que se achar discriminado,
por analogia ao que dispe o art. 7, inciso XXX, da Constituio da
Repblica.

Art. 443, 1,2:


COMENTRIO: O contrato por prazo indeterminado, como o prprio
nome deixa entrever, aquele que no tem termo prefixado. o
contrato-regra, o contrato-padro, que se estende ao longo do tempo.
O contrato por prazo indeterminado a regra e o contrato por prazo
O contrato por prazo determinado j
determinado a exceo.
previsto na CLT se refere a atividades temporrias ou
transitrias e ao contrato de experincia. Tal contrato de
trabalho tem datas de incio e trmino antecipadamente
combinadas entre o trabalhador e o empregador.
O contrato de experincia outra hiptese de admisso mediante
prazo certo. Esse contrato, antes de tudo, objetiva verificar as
aptides profissionais do empregado. Mas no tudo: objetiva,
igualmente, a adaptao e integrao do trabalhador comunidade
empresarial.
Art. 444
COMENTRIO: livre aos patres e empregados celebrar os
contratos de trabalho, devendo para isso que se observar, antes de
tudo, as disposies de proteo ao trabalho, institudas no mbito
da Constituio Federal, na legislao infraconstitucional e nos
acordos ou convenes coletivas.
Art. 445
COMENTRIO: O art. 445 da CLT estabelece o prazo mximo de
durao dos contratos por prazo determinado e dos contratos de
experincia. O prazo de durao do contrato por prazo determinado
de, no mximo, 2 anos, s podendo ser renovado uma vez (art. 451
da CLT), sob pena de transformar-se em contrato por prazo
indeterminado. O contrato de experincia pode ser prorrogado,
respeitado o limite mximo de 90 dias.

Art. 447
COMENTRIO: existindo acordo ou prova sobre condio essencial
ao contrato, ainda que este seja verbal, de concluir que o pacto
laboral foi ajustado em conformidade com os preceitos legais que
disciplinam a relao empregatcia.

Art. 448.
COMENTRIO: independentemente de quem seja o titular da
empresa, o empregado a esta ltima est vinculado. Qualquer
alterao na estrutura jurdica, mudana na propriedade ou cesso
de quotas ou aes no afetar o contrato de trabalho.

Art. 449, 1 e 2
COMENTRIO: Na ocorrncia de falncia, o trabalhador no
obrigado, obviamente, a tolerar o atraso no pagamento de seus
salrios (o salrio tem natureza alimentar), podendo pleitear, perante
a Justia do Trabalho, a resciso do seu contrato laboral (art. 483, d,
da CLT), com os valores decorrentes da resciso por culpa do
empregador. Deve ainda ser pago com prioridade os crditos
trabalhistas de acordo com a ordem de cobranas dos crditos da lei
de falncias.

Art. 450
COMENTRIO: No mbito do Direito do Trabalho, cargo em
comisso significa o exerccio de funes de confianastrictu
sensu do empregador. Equivale ao cargo de confiana, de que
exemplo o exerccio da gerncia. A Smula 372 do TST, a
gratificao de funo paga ao empregado, por mais de dez anos,
passa a integrar a sua remunerao, no podendo mais ser retirada,
ainda que o empregado seja revertido ao cargo efetivo. Cargo em
substituio, como o prprio nome deixa entrever, aquele exercido
em carter eventual, interinamente, normalmente em substituio a
outro empregado.

Art. 451.
COMENTRIO: O contrato por prazo determinado no pode ser
superior a 2 anos, podendo ser renovado por igual prazo, alm desse
prazo se tornar contrato por prazo indeterminado.

Art. 452.
COMENTRIO: Todo contrato por prazo determinado que se
suceder a outro, dentro de 6 meses, ser considerado por prazo
indeterminado.

Art. 453, 1 e 2:
COMENTRIO: Os perodos descontnuos s no sero somados na
ocorrncia de: a) falta grave do empregado; b) recebimento de
indenizao legal; c) aposentadoria espontnea.

Art. 455 e Pargrafo nico:


COMENTRIO: Os empregados contratados pelas subempreiteiras,
na eventualidade de no receberem seus salrios (ou por qualquer
outra razo que implique inadimplemento de obrigaes), tanto
podem acionar o subempreiteiro como o prprio empreiteiro. Trata-
se, como facilmente se percebe, de responsabilidade solidria.

Art. 456 e Pargrafo nico:


COMENTRIO: O artigo sob comento consagra o princpio
da primazia da realidade sobre a forma. O contrato de trabalho
resulta comprovado, antes de tudo, das anotaes constantes da
Carteira Profissional, que so, assim, a prova por excelncia da
existncia de vnculo empregatcio. Contudo, inexistindo as
anotaes mencionadas, todos os meios de prova so admitidos para
positivar a existncia do contrato de trabalho.

Art. 457, 1, 2 e 3
A remunerao , como facilmente se conclui da leitura do art. 457
da CLT, tudo que o empregado recebe, do empregador ou de
terceiros (gorjetas), em decorrncia da prestao de servios.

Art. 458, 1, 2, 3 e 4
A CLT permite o pagamento de uma parcela do salrio em utilidades, como
alimentao, habitao, vesturio ou outras prestaes in natura que a empresa,
por fora do contrato ou costume, fornecer habitualmente ao empregado. No
so consideradas utilidades salariais, no entanto, as prestaes econmicas
meramente instrumentais, que no correspondem retribuio de servios, como
vesturios, equipamentos e outros acessrios fornecidos aos empregados e
utilizados no local de trabalho, para a prestao do servio: parcelas fornecidas
para o trabalho, e no pelo trabalho.

Art. 459, 1
Quando houver sido estipulado por ms, o pagamento de salrio
dever ser efetuado, o mais tardar, at o quinto dia til do ms
subsequente ao vencido. Se a data limite for ultrapassar, incidir,
sobre o valor a ser pago, o ndice de correo monetria do ms
subsequente, at o momento do pagamento.

Art. 460
Segue aqui o principio da isonomia salarial devendo no caso ser pago o mesmo
salrio daquele que exerce o mesmo cargo e as mesmas funes.

Art. 461, 1, 2, 3, 4

Temos nesse artigo a proibio a desigualdade salarial, seja em razo do sexo, idade,
cor ou estado civil ou condio fsica. A diferena de 2 anos nas
funes igualmente afasta a equiparao salarial. Advirta-se, pois,
conquanto o 1 do art. 461 fale em tempo de servio no superior a
2 anos, jurisprudncia sumulada deixa claro tratar-se de tempo de
servio nas funes: Smula 6, II, do TST: Para efeito de
equiparao de salrios em caso de trabalho igual, conta-se o tempo
de servio na funo e no no emprego.

Art. 462, 1, 2, 3 e 4
O art. 462 da CLT contm disposies que objetivam proteger o
salrio, proteo atualmente erigida em postulado constitucional, de
molde a vedar descontos salariais indevidos. So admitidos
descontos salariais por prejuzos causados pelo empregado, quando
este tenha agido comdolo, inteno predeterminada de causar
avarias, por exemplo, o motorista de um nibus que,
propositadamente, provoque abalroamentos, causando, com isso,
perdas ao empregado

Art. 463 e Pargrafo nico:


O salrio deve ser pago em moeda brasileira no caso, o real.

Art. 464 e Pargrafo nico:


Em se tratando de empregado analfabeto, vlida sua impresso
digital, admitindo-se assinatura a rogo, assim denominada aquela
aposta em documento, a pedido de analfabeto.
Objetivando dar segurana s empresas e, tambm, aos empregados,
admite-se o depsito bancrio dos salrios em conta aberta em nome
destes ltimos. O comprovante do depsito equivale ao recibo de
salrio (Lei n. 9.528/97).
Art. 465
Salvo quando efetuado atravs de depsito em conta bancaria, o pagamento dos
salrios far-se- em dia til e no local de trabalho, dentro do horrio do servio
ou imediatamente aps o encerramento deste.

Art. 466, 1, 2
O pagamento de comisses e percentuais, segundo o art. 466 da CLT, s exigvel
depois de ultimada a transao a que se refm. Nas transaes realizadas por
prestaes sucessivas, exigvel o pagamento das percentagens e comisses que
lhes disserem respeito proporcionalmente respectiva liquidao; alm disso, a
extino do contrato de trabalho no prejudica a percepo das comisses e
percentuais devidos, ainda que pendentes de liquidao.

Art. 467
A multa pressupe a inexistncia de controvrsia quanto parcela a ser paga. Se
houver, no incide tal multa. Havendo resciso e sendo revel e confesso quanto a
matria de fato, deve ser o empregador condenado ao pagamento das verbas
rescisrias, no quitadas na primeira audincia, com acrscimo de 50%. A massa
falida no se sujeita penalidade do art. 467.

Art. 468 e Paragrafo nico


O art. 468 da CLT consagra o princpio da inalterabilidade do
contrato de trabalho por ato unilateral de qualquer das partes
(empregado e empregador), salvo se por mtuo consentimento e,
ainda assim, desde que da alterao no resultem prejuzos diretos
ou indiretos ao empregado.

Art. 469, 1, 2 e 3
A transferncia de uma localidade para outra igualmente vedada
(art. 469), no se considerando, todavia, transferncia a que no
acarretar, necessariamente, a mudana de domiclio do empregado.
A expresso domiclio tem o sentido de residncia, localidade onde
o empregado tem moradia, onde reside.

Art. 470
Todas as despesas de transferncia correram por conta do
empregador

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