Apostila de Economia PDF
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(FUNDASUL)
DISCIPLINA
ECONOMIA II
2 SEMESTRE DE 2011
Verso 022011
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CONTEDOS PROGRAMTICOS
3 TEORIA DA FIRMA
3.1 A Produo e a Firma
3.2 A Importncia da Teoria da Produo
3.3 Conceitos Bsicos de Produo
3.4 Combinao de Recursos
3.5 Custos de Produo de Longo Prazo e Curto Prazo
3.6 Os Rendimentos da Firma
3.7 Condies de Otimizao dos Resultados: O Equilbrio da Firma
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ECONOMIA I ou ANLISE MICROECONOMICA
So o ramo da cincia econmica voltado ao estudo do comportamento das unidades
de consumo (indivduos/famlias) ao estudo das empresas, suas respectivas produes e
custos, e ao estudo da gerao de preos dos diversos bens, servios e fatores de produo.
A Anlise Microeconmica, ou simplesmente microeconomia ou ainda Teoria dos
Preos analisa a formao de preos no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor
interagem e decidem qual o preo e a quantidade de um determinado bem ou servio em
mercados especficos.
Mercado: , pois um grupo de compradores e vendedores que por meio de suas reais
ou potenciais interaes, determinam o preo de um produto ou de um conjunto de produtos.
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utilidade. No direito utilizou-se a conceituao econmica para se definir consumidor: pessoa
natural ou jurdica que no mercado adquire bens ou contrata servios como destinatrio final,
visando atender a uma necessidade prpria. Deve-se salientar que o Cdigo Brasileiro de
Defesa do Consumidor considera o consumidor como hiposuficiente, uma vez que entre
fornecedor e consumidor a um desequilbrio que favorece o primeiro.
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2.2 Papis dos Preos Relativos
Na anlise microeconmica, so mais relevantes os preos relativos, isto , os preos
de um bem em relao aos demais, do que os preos absolutos (isolados) das mercadorias.
Por exemplo, se o preo do guaran cair em 10%, mas tambm o preo da soda cair
em 10%, nada deve acontecer com a demanda (procura) dos dois bens (supondo que as
demais variveis permaneceram constantes). Agora, tudo o mais permanecendo constante, se
apenas cair o preo do guaran, permanecendo inalterado o preo da soda, deve-se esperar um
aumento na quantidade procurada de guaran, e uma queda na de soda. Embora no tenha
havido alterao no preo absoluto da soda, seu preo relativo aumentou, quando comparado
como do guaran.
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3 APLICAO DA ANLISE MICROECONMICA
A anlise microeconmica, ou Teoria dos Preos, como parte da Cincia Econmica,
preocupa-se em explicar como se determina o preo dos bens e servios, bem como dos
fatores de produo. O instrumental microeconmico procura responder, tambm, a questes
aparentemente triviais; por exemplo, por que, quando o preo de um bem se eleva, a
quantidade demandada desse bem deve cair, coeteris paribus.
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Poltica de tarifas pblicas (gua, luz, etc)
Polticas de preos pblicos (petrleo, ao, etc)
Leis antitrustes (controle de lucros de monoplios e oligoplios)
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DIVISO DOS TPICOS DE MICROECONOMIA
Os grandes tpicos abordados na anlise microeconmica so os seguintes:
I Teoria da Demanda (procura)
Teoria da Produo
II Teoria da Oferta
Teoria dos Custos de Produo
Concorrncia Perfeita
Mercado de Bens Concorrncia Monopolista
Servios Monoplio
III Anlise das Estruturas Oligoplio
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1 TEORIA DA DEMNADA DO CONSUMIDOR
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
Problema
A Pillsbury Co., adquiriu uma empresa em Woodbridge, Nova Jesey, que produzia um
novo sorvete de alta qualidade e que era comercializado sob a marca HaagenDazs.
A incluso na receita de mais creme e mais ovos tornou-o melhor e mais saboroso que
a maioria dos demais, e seu nome escandinavo sugeriam que era um produto de qualidade,
merecedor de um preo moais elevado. Porm, antes que o Haaangen-Dazs pudesse ser
comercializado em larga escala, a empresa teve de resolver um importante problema.
No era o suficiente saber que os consumidores pagariam mais por um sorvete de alta
qualidade; a questo era determinar.
____PSI_____________________________________________________________
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A TEORIA DA UTILIDADE
Utilidade Total e Utilidade Marginal
Por que as pessoas demandam mercadorias? A resposta parece bvia: as pessoas demandam
mercadorias porque eu consumo lhes traz algum tipo de prazer ou satisfao. Essa uma condio necessria
para que uma mercadoria seja procurada pelos consumidores. No h demanda para mercadorias indesejveis
tais como injeo no olho ou coco de galinha para fazer crescer o bigode.
Imaginemos agora que o prazer ou a satisfao percebido por um consumidor pelo consumo de uma
mercadoria possa ser medido, e chamemos essa medida de utilidade dessa mercadoria para esse consumidor.
Mesmo que no saibamos nada acerca da medida exata da utilidade, podemos, empregando um pouco de bom
senso, predizer que ela deve ter um comportamento caracterstico.
Apenas para que possamos ver de uma forma mais concreta qual deve ser esse comportamento,
suponhamos que a mercadoria em questo seja chocolate em barra. Se passarmos a dar uma barra de chocolate
por semana a uma criana que at ento no consumia nada de chocolate, essa barra de chocolate provavelmente
trar uma satisfao muito grande a essa criana, gerando assim uma utilidade relativamente alta. Se, depois
disso, passarmos a dar uma segunda barra semanal de chocolate, essa barra ser bem recebida pela criana, mas
provavelmente no com o mesmo entusiasmo com que foi recebida a primeira barra. Uma terceira barra ser
recebida com um entusiasmo ainda menor. Se formos aumentando o nmero de barras de chocolate, chegaremos
a um ponto em que uma barra adicional de chocolate representar para a nossa criana um benefcio to pequeno
que para ela ser quase indiferente receber ou no essa barra adicional. Isso porque o chocolate sendo consumido
praticamente at a sociedade deixou de ser para ela um produto escasso.
Com isso, queremos dizer que a utilidade total derivada do consumo de chocolate cresce na medida em
que aumentamos o nmero de barras por semana. Todavia, o valor acrescentado utilidade total pela ltima
barra de chocolate consumida to menor quanto maior for o total consumido de barras de chocolate.
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O pargrafo da Fig. 4.1. ilustra essa idia. No eixo horizontal de tal grfico, medimos a quantidade
consumida de chocolate. A altura de cada coluna indica a utilidade total do consumo de chocolate. A altura do
trecho em cinza escuro da coluna indica quanto for acrescentado utilidade total pela ltima barra consumida.
Observe que, na medida em que aumenta a quantidade consumida, isto , na medida em que vamos para as
colunas mais direita, o trecho da coluna em cinza escuro cada vez menor o que indica que a ltima
consumida acrescenta cada vez menos utilidade total.
A utilidade que a ltima unidade consumida (no nosso exemplo, a ltima barra de chocolate) acrescenta
utilidade total chamada utilidade marginal. Assim, no grfico a fig. 4.1., a utilidade marginal representada
pela rea em cinza escura em cada coluna. Podemos definir o termo utilidade marginal de uma maneira mais
geral da seguinte forma:
No nosso exemplo, a utilidade marginal do chocolate diminui na medida em que aumenta o seu
consumo. Comportamento semelhante deve ser esperado para a utilidade marginal de outra mercadoria qualquer.
Em outras palavras, na medida em que o consumo de uma mercadoria por parte de uma pessoa aumenta o prazer
decorrente de uma unidade adicional, isto , a utilidade marginal dessa mercadoria, diminui. Assim, podemos
enunciar a seguinte lei, que descreve o comportamento da utilidade marginal com relao quantidade
consumida de uma mercadoria:
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Lei da utilidade marginal decrescente: na medida em que aumenta o consumo de uma mercadoria, a
utilidade marginal dessa mercadoria diminui.
Voltando agora ao nosso exemplo, fcil notar que a utilidade total do consumo de uma barra de
chocolate igual utilidade marginal da primeira barra de chocolate, que a utilidade total do consumo de duas
barras de chocolate igual soma da utilidade marginal da primeira barra de chocolate mais a utilidade marginal
da segunda barra, que a utilidade total do consumo de trs barras de chocolate igual a soma das utilidades
marginais das trs primeiras barras consumidas, por diante. De uma maneira geral, podemos descrever a relao
entre a utilidade marginal e a utilidade total pela expresso.
Onde U(n) a utilidade total do consumo de n unidades e Umg(i) a utilidade marginal da i-sima
unidade consumida. Essa expresso matemtica quer dizer simplesmente que a utilidade total do consumo de n
unidades igual a soma das utilidades marginais da primeira at a n-sima mercadoria.
Essa relao tambm pode ser vista no grfico da Fig. 4.2. O eixo horizontal desse grfico indica o
nmero de unidades (barras de chocolate) consumidas. No eixo vertical mede-se a utilidade marginal do
consumo. Note que as colunas mais direita so menores que as colunas mais esquerda. Isso indica que a
utilidade marginal diminui na medida em que aumenta o nmero de barras de chocolate consumidas.
Se quisermos saber qual ser a utilidade total do consumo de trs barras de chocolate por semana, por
exemplo, basta que somemos o valor das trs primeiras barras do grfico da Fig. 4.2. Uma vez que as colunas
desse grfico so retngulos com base igual a 1, essa soma igual rea dessas trs primeiras colunas marcadas
em cinza escuro.
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At aqui, no nosso exemplo, o consumo semanal de chocolate por parte de uma criana varia de barra
de chocolate. Todavia, poderamos ser mais precisos. Em vez de aumentar o consumo da criana de barra em
barra de chocolate, poderamos aument-lo digamos, de quarto de barra em quarto de barra, ou ainda de grama
em grama de chocolate. Quando fazemos isto, isto , quando tornamos a variao no consumo de chocolate cada
vez menor, as colunas dos grficos das Fig. 4.1. e 4.2. ficam cada vez mais estreitas. Se concebermos variao
no consumo de chocolate suficientemente pequena, as colunas desses grficos tornar-se-o to estreitas que
poderemos substituir os grficos de barra das Fig. 4.1. e 4.2. por grficos de linha como os das Fig. 4.3. e 4.4.
Para compreender melhor esse ponto, retornemos o exemplo da criana que consome chocolate. O
grfico da Fig. 4.2. descreve, conforme j vimos, como varia a utilidade marginal conforme varia o consumo de
chocolate. Em outras palavras, esse grfico descreve quanto acrescentado utilidade total pela ltima barra de
chocolate consumida pela criana. Pois bem, nesse grfico podemos ver que a utilidade acrescentada pela
primeira barra de chocolate maior que a utilidade acrescentada pela segunda barra, que por sua vez maior que
a utilidade acrescentada pela terceira barra, e assim por diante. Isso reflete apenas a lei da utilidade marginal
decrescente que acabamos de ver. Agora, se a primeira barra de chocolate acrescenta mais utilidade que todas as
outras barras consideradas individualmente, ento a criana est disposta a pagar um preo maior por essa barra,
digamos, R$ 4,00. Como a segunda barra deve ser menor que o preo mximo que a criana est disposta a pagar
pela segunda barra deve ser menor que o preo mximo que a criana est disposta a pagar pela primeira, e
maior que o mximo est disposta a pagar pela terceira barra, suponhamos que esse preo seja R$ 3,00. Do
mesmo modo, o preo mximo que a criana est disposta a pagar pela terceira barra menor que o preo
mximo que est disposta a pagar pela segunda barra e maior que o preo mximo que est disposta a pagar pela
quarta barra, e assim por diante.
Vamos chamar o preo mximo que um consumidor est disposto a pagar por uma unidade adicional de
uma mercadoria de preo marginal de reserva. Como o preo marginal de reserva tanto maior quanto maior
for a utilidade acrescentada por uma unidade adicional da mercadoria, ou seja, quanto maior for a utilidade
marginal, podemos dizer que o preo marginal de reserva uma medida da utilidade marginal.
O grfico da Fig. 4.5. ilustra o comportamento do preo marginal de reserva conforme varia a
quantidade de barras de chocolate consumidas. O fato de o preo marginal de reserva ser decrescente decorre da
lei da utilidade marginal decrescente. Imaginemos agora que a barra de chocolate seja vendida ao preo de R$
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1,50. Chamemos esse preo de preo efetivo ou de preo de mercado. Se esse for o preo, a nossa criana com
certeza comprar a primeira barra, pois o preo mximo que est disposta a pagar por essa barra (R$4,00)
superior ao seu preo efetivo. Por uma segunda e por uma terceira barra, a criana pagaria at R$ 3,00 e R$ 2,00,
respectivamente. Por isso, ela compraria tambm essas duas barras. Por uma quarta barra, entretanto, nossa
criana s estaria disposta a pagar R$ 1,00. Como esse preo inferior ao preo efetivo da barra de chocolate
(R$1,50), a criana no comprar uma quarta barra. Assim, ela comprar apenas trs barras de chocolate se o
preo for igual a R$ 1,50. Generalizando, ela comprar todas as barras de chocolate que tiverem seu preo
marginal de reserva superior ou igual ao preo efetivo da barra de chocolate.
Podemos agora, novamente, supor que a quantidade consumida de chocolate ou de qualquer outra
mercadoria possa sofrer variaes muito pequenas, de modo que o preo marginal de reserva possa ser
representado em um grfico de linha como o da Fig. 4.6.
Nesse caso, a quantidade adquirida pelo consumidor ser aquela que iguala o preo marginal de reserva
ao preo efetivamente praticado no mercado. Por exemplo, se o preo for P o, a quantidade consumida ser q o ,
pois preo marginal de reserva, isto , o preo mximo que o consumidor est disposto a pagar pela ltima
unidade consumida maior que Po para todas as unidades consumidas antes de o consumidor atingir o consumo
Po . Assim, a curva representada no grfico da Fig. 4.6 nada mais do que a curva de demanda do consumidor,
em outras palavras, essa curva relaciona preo e quantidade adquirida pelo consumidor.
Se o preo marginal de reserva for superior ao preo praticado no mercado, isso indica que o
consumidor pode comprar unidades adicionais da mercadoria por um preo menor do que o mximo que ele
estaria disposto a pagar por elas. Portanto, um preo marginal de reserva superior ao preo de mercado serve de
estmulo para que o consumidor aumente a quantidade comprada da mercadoria. Por isso, sempre que o
consumidor estiver consumido uma quantidade inferior a q () ele estar sendo estimulado a aumentar o seu
consumo, pois para qualquer consumo inferior a conforme podemos observar no grfico da Fig. 4.6., o preo
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marginal de reserva superior ao preo de mercado. Por outro lado, se o preo marginal de reserva for inferior
ao preo de mercado, ento isso indica que o consumidor est pagando por algumas unidades consumidas mais
do que o mximo que ele estaria disposto a pagar por elas, e portanto, que o consumidor est sendo estimulado a
reduzir o consumo da mercadoria. Assim, se o consumidor estiver consumindo uma quantidade superior ele
dever reduzir o seu consumo, pois, para quantidades superiores o preo marginal de reserva inferior ao preo
de mercado P() , conforme podemos observar novamente no grfico da Fig. 4.6. Quando o preo marginal de
reserva exatamente igual ao preo de mercado, ento o consumidor no ter incentivo nem para aumentar, nem
para diminuir seu consumo, pois ele j estar comprando todas as unidades pelas quais estaria disposto a pagar
um preo maior ou igual ao preo praticado no mercado e no estar comprando nenhuma unidade com preo
superior quele que ele estaria disposta a pagar. Assim, no grfico da fig. 4.6., consumindo uma quantidade q () o
consumidor no teria a aumentar nem a diminuir o seu consumo. Por isso dizemos que, nesse ponto, o
consumidor atingiu o seu equilbrio. Nossa concluso pode ser expressa em termos mais gerais da seguinte
maneira:
O equilbrio do consumidor atingido quando a quantidade consumida aquela para qual o preo
marginal de reserva igual ao preo efetivo de mercado.
O excedente do consumidor a diferena entre o que o consumidor est disposto a pagar e o que
ele efetivamente paga por uma mercadoria.
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Nessa Tabela percebemos que o consumo da primeira barra gera um excedente do consumidor de R$
2,50, que o consumo da segunda barra gera um excedente de R$ 1,50 e que o consumo da terceira barra gera um
excedente de R$ 0,50, sendo que o excedente do consumidor total, isto , a soma dos excedentes gerados
individualmente por cada barra igual a R$ 4,50. Esse valor mede o benefcio ou a vantagem lquida que a
criana obtm ao consumir as trs barras de chocolate ao preo de R$ 1,50 a barra.
Os resultados que acabamos de obter tambm podem ser representados graficamente. No grfico da fig.
4.5., a rea da parte da coluna acima da linha de preo (em cinza) representa o excedente do consumidor gerado
por cada barra de chocolate consumida. A medida da rea de cinza escuro do grfico representa o excedente total
do consumidor.
Quando estivermos supondo que a quantidade consumida para sofrer variaes muito pequenas, isto
quando estivermos representando a relao entre quantidade e preo marginal de reserva em um grfico de linha
como o da Fig. 4.6., e excedente do consumidor ser dado pela rea do grfico abaixo da curva de demanda e
acima da linha de preo, isto , no caso do grfico da fig. 4.6., pela rea em cinza escura.
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2 A Teoria da Escolha
A idia inerente teoria da utilidade de que podemos de alguma maneira medir o nvel
de satisfao ou prazer decorrente do consumo de uma mercadoria pode parecer para muito
bastante irreal. No pretendemos aqui entrar em uma discusso filosfica sobre o realismo ou
irrealismo da teoria da utilidade. Todavia, podemos nos perguntar: possvel uma teoria do
consumidor que, sem lanar mo de tal idia, consiga explicar a relao de demanda?
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A resposta a essa pergunta afirmativa. Ao tentar explicar decises de consumo
envolvendo a compra de diversas mercadorias, os economistas acabaram desenvolvendo um
instrumental que tornou a noo de utilidade suprflua. Chamaremos aqui, na ausncia de
melhor nome, essa nova teoria de teoria da escolha.
Antes de comearmos, vale a pena chamar ateno para uma simplificao que
fizemos ao tratar da teoria utilidade. Quando utilizamos do exemplo de uma criana que
consome chocolate, negligenciamos o fato de que o prazer que essa criana obtm ao
consumir o chocolate no depende apenas da quantidade consumida de chocolate. Por
exemplo, se a nossa criana no tem acesso ao consumo de nenhum outro tipo de doce que
no seja o chocolate, ento, nesse caso, o consumo de uma barra de chocolate vai trazer para
essa criana uma utilidade adicional muito maior do que traria caso ela j consumisse diversos
tipos de doce.
Podemos dizer que a nossa anlise adotou uma hiptese coeteris paribus, pois
estudamos como varia a utilidade do consumo de chocolate desde que o consumo de todos os
outros bens permanea constante.
A tabela 4.2. nos d alguns exemplos de cesta de mercadorias. Assim, por exemplo, a
cesta de mercadorias I composta de 10 unidades de alimentao e de 15 unidades de
vesturio, a cesta II composta de 5 unidades de alimentao e 25 unidades de vesturio, e
assim por diante.
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As cestas de mercadorias descritas na Tabela 4.2. tambm podem ser representadas em
um grfico como o da Fig. 4.7. O eixo horizontal representa o consumo de alimento e o eixo
vertical representa o consumo de vesturio. Cada ponto no grfico corresponde a uma cesta de
mercadorias da Tabela 4.2.
A primeira dessas condies diz que, sempre que pegarmos quaisquer cestas de
consumo possveis, o consumidor ser capaz de dizer se prefere a primeira cesta segunda, se
prefere a segunda cesta primeira ou se estas duas cestas lhe so indiferentes.
A segunda condio estabelece que, se o consumidor prefere uma cesta A a uma cesta
B, e se ele prefere essa cesta B a outra cesta C, ento se o consumidor prefere uma cesta A a
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uma cesta B, e se ele prefere essa cesta B a outra cesta C, ento esse consumidor preferir a
cesta A cesta C. Essa condio um tanto quanto bvia confere um aspecto de racionalidade
lgica s preferncias do consumidor.
Por fim, a terceira condio estabelece que, sendo todas as mercadorias desejveis, o
consumidor prefere sempre consumir uma quantidade maior de cada uma dessas mercadorias.
Assim, o consumidor preferir, por exemplo, entre as cestas de consumo V e VI da Tabela 4.2
e do grfico da Fig. 4.7., a cesta de mercadorias VI, pois esta, embora possua o mesmo
nmero de unidades de alimentao, possui mais unidades de vesturio que a cesta V.
Primeiramente, ela poderia nos fornecer uma tabela com as cestas de consumo
indiferentes (ou, se preferirmos, igualmente desejveis) cesta de mercadorias composta por
duas unidades de vesturio, e cinco unidades de alimentao. Suponha, portanto, que ela nos
tenha fornecido a Tabela 4.3 a seguir:
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Cesta de Unidades de Unidades de
mercadorias alimentao vesturio
A 1.0 12.0
B 2.0 6.0
C 3.0 4.0
D 4.0 3.0
E 5.0 2.4
Observe que, descrevendo as cestas que lhe so indiferentes atravs de uma curva de
indiferena, Maria pode nos informar de todas as cestas contidas na Tabela 4.3. e ele mais
uma infinidade de cestas intermedirias, como, por exemplo, a cesta Z. Assim, ficamos
sabendo que tambm o consumo de dez unidades de vesturio e de 1,2 unidade de
alimentao correspondente cesta Z tambm indiferente ao consumo das cestas A, B, C, D
e E.
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A apresentao de um conjunto de cestas de mercadorias que so indiferentes ou
igualmente desejveis para Maria tambm nos permite verificar com facilidade como Maria
compararia as cestas de mercadorias que no pertencem a ela. Com efeito, todas as cestas de
mercadorias localizadas acima e a direita da curva de indiferena da Fig. 4.8, como, por
exemplo, a cesta de mercadorias X, prefervel s cestas de mercadorias sobre a curva de
indiferena. Para ver isso, note que a cesta X est situada acima e a direita da cesta B, que
pertence a curva de indiferena da Fig. 4.8. Isso significa que a cesta X contm mais unidades
de alimentos e mais unidades de vesturio que a cesta B. Desse modo, podemos afirmar que a
cesta X preferida cesta B. Como a cesta B indiferente a todas as outras cestas sobre a
curva de indiferena representada no grfico e como a cesta X referida cesta B, ento a
cesta X preferida a todas as outras cestas sobre essa curva de indiferena. Da mesma
maneira, podemos ver que as cestas de mercadorias representadas esquerda e abaixo da
curva de indiferena. Por exemplo, a cesta Y contm menos utilidades de alimentos e de
vesturio que a cesta C. Assim, Maria prefere a cesta C cesta Y. Do mesmo modo, ela
preferir qualquer uma das cestas de mercadorias sobre a curva de indiferena da Fig. 4.8.
cesta Y
O grfico da Fig. 4.9 ilustra esse resultado. A rea em cinza do grfico representa o
conjunto de cestas de mercadorias que so melhores que as cestas de mercadorias sobre a
curva de indiferena. A rea em branco representa aquelas cestas de mercadorias que so
consideradas piores que as cestas de mercadorias sobre a curva de indiferena.
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Evidentemente, poderamos pedir para Maria que nos desse o conjunto de cestas de
mercadorias que so indiferentes cesta X e o conjunto de cestas de mercadorias que so
indiferentes cesta Y. Assim, Maria nos fornecia mais duas curvas de indiferena de um
consumidor chamado de mapa de indiferena. Evidentemente, como so infinitas as curvas
de indiferena, no pode representar graficamente um mapa de indiferena com preciso.
Assim, para representar um mapa de indiferena, escolheremos sempre apenas algumas de
suas curvas de indiferena. A nossa representao grfica de um mapa de indiferena ser
algo semelhante a Fig. 4.10.
Assim, por exemplo, a curva de indiferena da Fig. 4.10. que passa sobre a cesta de
mercadoria X representa cestas de mercadorias preferidas s cestas de mercadorias
representadas pela curva de indiferena que passa sobre a cesta B. De modo semelhante,
podemos concluir que a curva de indiferena que passa sobre a cesta de mercadorias y
representa cestas de consumo preferveis s cestas de consumo representadas pela curva de
indiferena que passa sobre cesta de mercadorias Y representa cestas de consumo preferveis
s cestas de consumo representadas pela curva de indiferena que passa sobre a cesta de
mercadorias B.
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A segunda propriedade importante a seguinte: uma curva de indiferena tem
sempre inclinao negativa, ou seja, ela inclina-se para baixo direita.
Para ver que o contrrio no pode acontecer, imagine por um momento que fosse
possvel a existncia de uma curva de indiferena positivamente inclinada, isto , uma curva
Devemos ainda salientar uma ltima propriedade das curvas de indiferena. Duas
curvas de indiferena no se cruzam jamais. Para mostrar essa propriedade, basta ver que,
caso duas curvas de indiferena se cruzassem, chegaramos a um resultado absurdo.
Suponhamos, assim, que as duas curvas de indiferena se cruzem como no caso da Fig. 4.12.
Tomemos trs cestas de mercadorias: a cesta A no ponto de cruzamento entre as duas curvas
de indiferena, a cesta B sobre a curva 10 e a cesta C sobre a curva 1. A cesta C est na
mesma curva de indiferena que a cesta A. Assim, a cesta C indiferente cesta A. Ento a
cesta A indiferente a cesta B. Como a cesta C indiferente (1) que a cesta B. Ento, se as
curvas de indiferena 1 e 1 se cruzam, a cesta C deve ser ao mesmo tempo preferida e
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indiferente a cesta B. Como isso no possvel, tambm no pode ser possvel que as duas
curvas de indiferena se cruzem.
A Tabela 4.4 indica a taxa marginal de substituio (TMS) calculada a partir da Tabela
4.3.
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Chama ateno o fato de que a taxa marginal de substituio de vesturio por alimento
cada vez menor na medida em que nos deslocamos para as linhas inferiores da tabela. Ao
passar da cesta de mercadorias A para a cesta de mercadorias B, Maria estava disposta a
trocar 6 unidades de vesturio por uma unidade adicional de alimentao. Porm ao passar da
cesta de mercadorias D para a cesta de mercadorias E, ela s estava disposta a abrir mo de
0,6 unidades de vesturio em troca de uma unidade adicional de alimentos. Graficamente, isso
faz com que a curva de indiferena seja convexa, isto , que ela seja mais inclinada (menos
deitada) esquerda e menos inclinada (mais deitada) direita. Perguntamos a Maria o porqu
desse comportamento e ela ns respondeu da seguinte maneira:
Vamos estudar um pouco mais detalhado as restries que a renda de Joo impe ao
seu consumo. Se q a quantidade de alimentao consumida por Joo, q, a quantidade de
vesturio e P e P, so, respeitosamente, os preos de uma unidade de alimentao e de uma
unidade de vesturio, ento o gasto total de Joo em consumo ser igual a
Ora, Joo no pode gastar mais do que ganha. Esse fato pode ser representado pela
seguinte expresso matemtica:
Por exemplo, suponhamos que a renda mensal (R) de Joo seja de R$ 500,00.
Suponhamos tambm que o preo de uma unidade de alimentao (P) seja igual a R$ 5,00 e
que o preo de uma unidade de vesturio (P), seja igual a R$ 10,00. Se Joo gastasse toda a
sua renda comprando alimento, ele compraria R/P = 500/5 = 100 unidades de alimentao. Se,
por outro lado, ele despendesse toda sua renda na aquisio de vesturio, ele poderia comprar
R/P = 500/10 = 50 unidades de vesturio. Se ele decidisse comprar 20 unidades de
alimentao, gastaria com essa 5 x 20 = 100, de modo que lhe restariam 400 para comprar
vesturio, o que daria um mximo de 400/10 = 40 unidades. A tabela 4.5. mostra outras
combinaes possveis entre o consumo de alimento e o consumo de vesturio. Se Joo
escolher qualquer uma dessas combinaes, ele gastar toda a sua renda para adquira-la.
28
As cestas de mercadorias dessa tabela esto representadas no grfico da Fig. 4.13. Elas
aparecem como pontos particulares da reta cuja equao Pa qa + Pv qv = R. Essa reta
chamada linha de restrio oramentria e representa o limite de consumo de Joo. Ele
pode comprar todas as cestas de mercadorias que esto sobre a linha de restrio oramentria
e todas as cestas de mercadorias que esto sobre a linha de restrio oramentria e todas as
cestas que esto abaixo e esquerda dessa linha (na rea sombreada). Se Joo quiser, pode
consumir, por exemplo, a cesta A ou a cesta X. Mas ele no pode consumir a cesta Y
composta por 80 unidades de alimentao e 40 unidades de vesturio, pois ela lhe custaria 5 x
80 + 10 x 40 = 800 reais, ou seja, mais do que a sua renda.
Nesse caso, se Joo destinar toda a sua renda a aquisio de alimentao, ele poder
comprar R/Pa =500/4,17 = 120 unidades de alimentao. Esse valor a interseo da linha de
restrio oramentria com o eixo horizontal. Como antes da reduo no preo da alimentao
esse valor era igual a 100, a interseo da linha de restrio oramentria com o eixo
horizontal deve-se deslocar para a direita, conforme o grfico (a) da Fig. 4.14.
30
a esquerda, conforme ilustra o grfico (b) da Fig. 4.14. Esse grfico foi construdo na hiptese
de que o preo da alimentao subiu de R$ 5,00 para R$ 6,25.
R = 500 = 40 unidades
P 12,50
Resta agora ver como variaes na renda deslocam a linha de restrio oramentria.
Suponhamos, de incio, uma elevao na renda de Joo de, por exemplo, R$ 500,00 para R$
600,00. Quando isso ocorre, aumenta a quantidade que Joo poderia consumir de alimentao
caso gastasse toda a sua renda com esse produto e aumenta tambm a quantidade que ele
poderia consumir de vesturio caso dedicasse toda a sua renda sua compra. Por exemplo, se
a renda de Joo crescesse de R$ 500,00 para R$ 600,00, essa nova renda possibilitar-lhe-ia
comprar
600 = 120 unidades de alimentao ou, se quisesse comprar apenas vesturio,
5
600 = 60 unidades
10
Graficamente, isso implicaria um deslocamento para cima da interseo da linha de
restrio oramentria com o eixo vertical e um deslocamento para a direita da linha de
restrio oramentria com o eixo horizontal. Alm disso, a linha de restrio oramentria se
desloca paralelamente linha de restrio oramentria inicial para cima e para a direita,
conforme podemos notar no grfico (e) da Fig. 4.14.
Uma reduo na renda de Joo faria com que sua linha de restrio oramentria se
deslocasse paralelamente para baixo e para a esquerda. O grfico (f) da Fig. 4.14 ilustra esse
deslocamento para o caso de uma reduo na renda de R$ 500,00 para R$ 400,00.
31
O leitor deve notar que tanto uma elevao na renda quanto uma reduo no preo de
qualquer uma das mercadorias leva a um crescimento do conjunto de cestas de mercadorias
acessveis ao consumidor, conjunto esse que representado graficamente pela rea abaixo e
esquerda da linha de restrio oramentria. Assim, por exemplo, a reduo no preo do
vesturio representada no grfico (c) da Fig. 4.14 tornou acessvel a cesta de mercadorias L.
Do mesmo modo, a elevao na renda do grfico (e) tornou acessvel a cesta de mercadorias
M.
De outro lado, uma elevao no preo assim como uma reduo na renda reduz o
conjunto de cestas de mercadorias acessveis. Por exemplo, a elevao do preo do vesturio
representada no grfico (d) da Fig. 4.14 fez com que a cesta de mercadorias N se tornasse
inacessvel. Tambm a reduo na renda do grfico (d) da Fig. 4.14 tornou impossvel a
compra da cesta de mercadorias O.
O Equilbrio do Consumidor
Vejamos agora como um consumidor deve escolher entre as diversas cestas de
mercadorias que sua restrio oramentria lhe permite consumirem. O grfico da Fig.4.15,
mostra a linha de restrio oramentria de Joo, juntamente com o seu mapa de indiferena.
Vesturio
0 20 40 60 80 100 Alimentao
Fig. 4.15. Linha de restrio oramentria e mapa de indiferena sobreposto. O
consumidor escolhe a cesta correspondente ao ponto E.
33
Vesturio
34
Vesturio
Alimentao
Fig. 4.17. Deslocamento da linha de restrio oramentria e obteno de um novo equilbrio em
decorrncia da reduo do preo da alimentao.
A linha de restrio oramentria mais esquerda foi obtida supondo-se que o preo
da unidade de alimentao era P0A linha de restrio oramentria do meio foi obtida para um
preo P1A por unidade de alimento menor que P0A.
35
Vesturio
Preo
Fig. 4.18. Derivao da curva de demanda a partir do mapa de indiferena.
36
A linha de restrio oramentria mais direita foi obtida supondo-se o preo da
unidade de alimentao igual a P2A, sendo esse preo ainda menor que P1A.
Esse resultado apresentado no grfico de baixo da Fig. 4.18. O eixo horizontal desse
grfico indica a quantidade consumida de alimentao e o eixo vertical indica o preo de uma
unidade de alimentao. Assim, o ponto H0, indica apenas que, custando alimentao P0A, a
quantidade consumida da mesma ser q0A. Do mesmo modo, os pontos H1, e H2, indicam que,
se os preos da alimentao for P1A ou P2A, a quantidade adquirida da mesma ser,
respectivamente, q1A ou q2A . Se repetirmos o mesmo exerccio para todos os nveis possveis
de preo para a alimentao, obteremos a curva d. Essa curva descreve a relao entre preo e
quantidade que o consumidor planeja adquirir, ou seja, ela a curva de demanda do
consumidor.
37
ANLISE DA DEMANDA DE MERCADO
38
qd = quantidade procurada (demandada) do bem i / t (/ t significa num dado
ii perodo de tempo).
ps = preo do bem i / t
ps = preo dos bens substitutos ou concorrentes / t
pc = preo dos bens complementares / t
R= renda do consumidor / t
G= gostos, hbitos e preferncias do consumidor /t
qdi
Sendo 0, que a chamada Lei Geral da demanda: a quantidade
pi
demandada de um bem ou servio varia na relao inversa de seu preo, coeteris paribus.
Por que h essa relao inversa? Ela ocorre devido aos chamados efeitos substituio
e renda, que agem conjuntamente. Suponhamos uma queda do preo do bem. Podemos dividir
o efeito dessa queda de preo sobre a quantidade demandada (efeito preo total) assim:
39
Efeito renda: com a queda de preo, o poder aquisitivo (ou renda real) do
consumidor aumenta, e a quantidade demandada do bem i deve aumentar. Isto ,
ao cair o preo de um bem, o consumidor tem mais renda para gastar.
Essa funo indica qual a inteno de procura dos consumidores quando os preos
variam com tudo o mais permanecendo constante. Fornece a escala de procura. Ela obtida
estatisticamente, utilizando-se dados de quantidade e preos realizados em perodos anteriores
(mensais, anuais etc).
b) Relao entre demanda de um bem e preo dos outros bens (ps e pc)
A relao entre a quantidade demandada de um bem ou servio, com os preos de
outros bens ou servios, d origem a dois importantes conceitos: bens substitutos e bens
complementares.
qdi
0
ps
ou seja, h uma relao direta entre, por exemplo, uma variao no consumo de Coca-Cola e
uma variao no preo do guaran, coeteris paribus.
40
O deslocamento da curva de demanda, supondo aumento no preo do bem substituto,
pode ser ilustrado a seguir, a partir do exemplo de como a demanda de Coca-Cola
influenciada pelo preo do guaran:
Ou seja, aos mesmos preos de Coca-Cola (R$ 20,00), ser consumida mais Cocas-
Cola (2.000), porque o guaran ficou mais caro.
Outros exemplos de bens substitutos entre si: carne de vaca e carne de frango, cerveja
Antarctica e cerveja Brahma, viajar de trem ou de nibus etc.
qdi
0
pc
41
Outros exemplos de bens complementares: camisa social e gravata, pneu e cmara,
po e manteiga etc.
Se:
qdi
0 : o bem normal (aumentos da renda levam ao aumento da demanda do
R
bem)
qdi
0 : bem inferior (aumentos da renda levam queda de demanda do bem:
R
carne de 2, roupas rsticas etc.)
qd i
0 : bem de consumo saciado (normalmente, alimentos como arroz, sal,
R
acar: se aumentar a renda do consumidor, no aumentar
significativamente a demanda desses bens).
Vamos verificar o que ocorre com a curva de procura, dado um aumento da renda dos
consumidores, nos trs casos:
42
d) Relao entre demanda de um bem e hbitos do consumidor (G)
43
CURVA DE DEMANDA DE MERCADO DE UM BEM
A demanda de mercado igual ao somatrio das demandas individuais.
n
D mercado = di
i=1
Graficamente, teremos que a curva de demanda de mercado a soma das curvas dos
consumidores individuais:
45
Variveis que afetam a Oferta
As principais variveis que afetam a oferta de um dado bem ou servio so:
46
qs se, por exemplo, o preo do fator terra aumenta, diminui a oferta de
Observaes:
1. [Como na teoria da procura, devemos distinguir:]
Variao da oferta - deslocamento da curva (quando altera a condio coeteris
paribus, ou seja, quando se alteram pn, m ou O);
47
3. Muitas vezes, a oferta depende mais do preo no perodo anterior (pt-1), do que do
preo do prprio perodo, dado que a deciso de alterar a produo tem uma certa
defasagem, pois os recursos nem sempre esto imediatamente disponveis.
n
Qj = dj
j=1
sendo j = 1, 2, ..., n produzindo um bem i, e qj as ofertas das firmas individuais.
O EQUILBRIO DE MERCADO
O preo em uma economia de mercado determinado tanto pela oferta como pela
procura. Colocando em um nico grfico as curvas de oferta e de procura de um bem ou
servio qualquer, a interseco das curvas o ponto de equilbrio E, ao qual correspondem o
preo p0 e a quantidade q0.
48
surgir um excesso de demanda (qd qs). Em qualquer dessas situaes, no existe
compatibilidade de desejos.
Como se v, como se existisse uma mo invisvel que fizesse com que os agentes,
sem qualquer interferncia do governo, encontrassem sozinha uma posio de equilbrio, via
mecanismo de preos.
49
Isso significa um deslocamento da curva de demanda para a direita, para D1. Assim,
ao preo p0, teremos um excesso de demanda, que provocar gradativamente um aumento de
preos. Com os preos aumentando, o excesso de demanda vai diminuindo, at acabar, no
novo equilbrio, ao preo p1, e a quantidade q1 (ponto B).
50
ELASTICIDADES
At esta altura, sabemos apenas que, quando aumenta o preo de um bem, a
quantidade demandada deve cair, coeteris paribus. Ou seja, conhecemos apenas a direo, o
sentido, mas no a magnitude numrica: isto , se o preo aumenta em 10%, quanto cair a
quantidade demandada? O conceito de elasticidade fornece essa resposta numrica.
Exemplos da Microeconomia:
Elasticidade-preo da demanda - a variao percentual na quantidade
demandada, dada a variao percentual no preo do bem, coeteris paribus;
Elasticidade-renda da demanda - a variao percentual na quantidade
demandada, dada uma variao percentual na renda, coeteris paribus;
51
Exemplos da Macroeconomia
Elasticidade das exportaes em relao taxa de cmbio a variao
percentual nas exportaes, dada a variao percentual da taxa de cmbio,
coeteris paribus;
Enfim, sempre quando tivermos uma relao de causa e efeito em economia, podemos
calcular uma elasticidade.
ELASTICIDADE-PREO DA DEMANDA
a variao percentual na quantidade demandada, dada uma variao percentual
no preo do bem, coeteris paribus. Mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores,
quando ocorre uma variao no preo de um bem ou servio.
q1 q 0 qd
var iao percentual qd q0 qd p qd
Epp = var iao percentual p = = = qd . p
p1 p 0 p
p0 p
qd
Como p
negativa (pela lei geral da demanda), e p e q so valores positivos,
segue que Epp sempre negativa. Por essa razo, seu valor usualmente expresso em mdulo
(por exemplo, Epp = 1,2, que equivale a Epp = - 1,2).
52
Classificao dos bens, de acordo com a elasticidade-preo da demanda
De acordo com a elasticidade-preo da demanda, a demanda pode ser classificada
como elstica, inelstica ou de elasticidade-preo unitria.
53
Fatores que afetam a elasticidade-preo da demanda
Disponibilidade de bens substitutos
Quanto mais substitutos, mais elstica a demanda, pois, dado um aumento de preos.
O consumidor tem mais opes para fugir do consumo desse produto. Ou seja, trata-se de
um produto cujos consumidores so bastante sensveis variao de preos.
Essencialidade do bem
Quanto mais essencial o bem, mais inelstica sua procura. Esse tipo de bem no traz
muitas opes para o consumidor fugir do aumento de preos. Exemplos clssicos: sal e
acar.
Formas de clculo
O clculo do valor numrico da elasticidade depender do conhecimento ou no da
funo demanda, e se se deseja calcula-la num ponto especfico da demanda, ou em
determinado trecho da curva. Vejamos as vrias alternativas.
54
1. Por acrscimos finitos ( )
Epp = p . q
q p
que igual a
qd = 10 - 2p
q0 = 10 2 . (2) = 6
q1 = 10 2 . (3) = 4
a) Epp = p . q
q p
56
2
q = q1 q0 = - 2 Epp =
2
6 =
4
6
= 0,66 < 1 (demanda inelstica
1
p = p1 p0 = 1 no ponto p0 = 2)
p q 3 2 3
b) Epp = q . p = . = (demanda elstica nesse ponto) = 1,5 > 1
4 1 2
dq dq 2 2
c) dp qd = 10 2p dp = - 2 Epp = (-2) = = 0,66 < 1 (demanda
6 3
elstica nesse ponto)
q dq
(Observamos que p = - 2 = dp ; isso porque a demanda uma reta, e, nesse caso,
3
d) Epp = = 1,5 > 1 (demanda elstica no ponto p = 3)
2
po p1 q 23 5
e) Epp = . = . (- 2) = (-2) = - 1
q 0 q1 p 46 10
57
Interpretao Geomtrica da Elasticidade-Preo da Demanda
Veremos que a elasticidade-preo da demanda deve variar, ao longo de uma mesma
curva de demanda. Quanto o preo do bem, maior a elasticidade.
AC
Pode-se provar que: Epp = =
BA
s egmento de " baixo
segment o de " cima
Ento se:
Significa, ento,
que quanto maior o preo de
um bem, coeteris paribus,
maior a elasticidade-
preo da demanda (o
ponto A fica mais acima, na
curva de demanda). um
resultado esperado, pois o
consumidor torna-se mais
sensvel (procura
elstica) quanto mais caro
o produto. Produtos com
preos j elevados, se aumentarem mais, provocaro diminuio muito acentuada e seu
consumo.
58
Essa interpretao geomtrica tambm vale para curvas, no apenas retas. Basta traar
uma tangente ao ponto desejado. Por exemplo, no diagrama a seguir,a demanda inelstica no
ponto A, porque ele se situa na parte inferior da curva (onde o segmento de baixo menor
que o segmento de cima do ponto referido).
A receita total do vendedor (RT), que corresponde ao prprio dispndio ou gasto total
dos consumidores, dada por:
59
RT = p . q
Seria possvel conhecermos a priori o que deve acontecer com a receita total RT,
quando varia o preo de um bem? A RT aumenta, diminui ou permanece constante?
Podemos concluir que, com demanda inelstica, vantajoso aumentar o preo (ou
diminuir a produo), at onde Epp = - 1. Embora a quantidade caia, o aumento de preo mais
60
que compensa a queda na quantidade e a RT aumenta. o caso da maior parte dos produtos
agrcolas, que apresentam demanda inelstica. Mas isso tem um limite, pois, se o aumento de
preo for muito elevado, pode cair no ramo elstico da demanda, o que redundaria em queda
da Receita Total.
61
3. Prova-se que apenas no caso de funes potncia, tipo qd = a. p-b , a elasticidade-
preo da demanda constante ao longa da curva, e igual ao prprio coeficiente b.Assim, se
a funo potncia for qd = 3p-0,8 a elasticidade-preo da demanda constante, e igual a 0,8
(demanda inelstica). Dada uma variao de, digamos, + 10 % no preo do bem, a quantidade
demandada varia em 8%, coeteris paribus.
qx
var iao percentual qx qx py qx
Eppxy = var iao percentual py
= py = qx . py
py
pY dqx py qx
Eppxy = qx . dpy (derivada simples) Eppxy = qx . py (derivada parcial)
ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA
a variao percentual da quantidade demandada, dada uma variao
percentual da renda do consumidor, coeteris paribus.
q
var iao percentual q q R q
ERp = var iao percentual R
= = q . R
R
R
62
R dq R q
ou ERp = q . dR ou ERp = q . R
Se ERp > 1 bem superior (ou bem de luxo: dada uma variao da renda, o consumo
varia mais que proporcionalmente
ELASSTICIDADE-PREO DA OFERTA
Mede a variao percentual ofertada, dada uma variao percentual no preo do
bem, coeteris paribus.
qs
var iao percentual qs qs p qs
Eps = var iao percentual p = = qs . p
p
p
p dqs
ou qs . dp
qs
Eps > 0 pois p
> 0, coeteris paribus
63
Como no caso da demanda, a elasticidade-preo da oferta tambm pode ser calculada
no ponto ou no arco.
Antes, cabe observar que os impostos sobre vendas so impostos indiretos, pois
incidem sobre o preo das mercadorias, enquanto os impostos diretos incidem diretamente
sobre a renda das pessoas. Os impostos indiretos (ICMS, IPI) so regressivos em relao
64
renda, pois representam uma parcela maior da renda das classes manos favorecidas,
relativamente aos mais ricos (por exemplo, na compra de um mesmo tipo de TV, ambos
pagam, por exemplo, os mesmo R$ 50 de IPI, o que onera relativamente mais o pobre). Os
impostos diretos (Imposto de Renda) so progressivos (quem ganha mais paga mais). Uma
estrutura tributria considerada proporcional ou neutra quando todos dispendem uma
parcela (%) igual de sua renda no pagamento de impostos.
p' = p T .
65
Evidentemente, o estabelecimento de um imposto sobre vendas funciona como um
custo adicional para o produtor, o que desloca a curva de oferta para trs. Ou seja, para
oferecer a mesma quantidade que oferecia anteriormente, o produtor tem que aumentar o
preo ou, se quiser manter o preo, o produtor deve oferecer menor quantidade, pois
encareceu a mercadoria.
Graficamente
Imposto ad valorem
66
p = p tp, sendo t a alquota ou percentual do imposto
O preo de mercado R$ 10,00, mas o preo recebido pelo produtor R$ 8,00. Como
alquota do imposto 20%, o valor do imposto R$ 2,00, quando o preo R$ 10,00.
Temos, portanto:
* curva de oferta antes do imposto: S = f(p)
sendo p = p pt ou P = P (1 T)
Exemplo
curva de oferta antes do imposto: S = - 20 + 2p
S = -20 + 2p (1 0,1)
S = -20 + 2p (0,9)
S = -20 + 1,8p
Incidncia do Imposto
Vejamos, agora, a questo de quem arca efetivamente com o nus do imposto. Para
tanto, suporemos o caso de um imposto especfico (a anlise a seguir tambm vale, mutatis
mutandi, para o caso de um imposto ad valorem).
(p1 p0) . q1
(p0 p) . q1
68
III a arrecadao total do governo a soma das duas parcelas anteriores, ou o valor
do imposto vezes a quantidade vendida, ou seja
A=T.q
Graficamente:
Parece claro que a incidncia do imposto depender das elasticidades das curvas de
oferta e demanda da mercadoria.
Supondo uma mesma curva de oferta, podemos analisar graficamente a incidncia
para curvas de demanda com diferentes elasticidades:
Se a demanda for bastante elstica, dada a curva de oferta (grfico a), a maior parcela
do imposto incidir sobre os vendedores ou produtores, pois os consumidores conseguem
diminuir bastante o consumo do bem, dada uma elevao de preos provocada pelo imposto.
Se a demanda for inelstica, dada a curva de oferta (grfico b), quem deve arcar com a maior
parcela do imposto o consumidor, que, nesse caso, no tem muitas possibilidades de fugir
do aumento de preos.
69
FIXAO DE PREOS MNIMOS NA AGRICULTURA
A poltica de preos mnimos visa dar uma garantia de renda aos agricultores. O
governo anuncia, antes da poca de plantio, um preo mnimo, pelo qual ele garante que
compra a safra aps a colheita. Se o preo de mercado for maior que o preo mnimo, o
agricultor vende no mercado: se o preo de mercado for menor que o preo mnimo garantido,
o agricultor vende ao governo.
Supondo que o preo mnimo seja maior que o de mercado (ver grfico a seguir), o
governo pode encetar dois tipos de poltica:
compra o excedente (diferena entre a quantidade produzida e a quantidade que os
consumidores desejam comprar ao preo mnimo). No grfico, qs qd. Isto se
chama Poltica de Compras;
Estritamente do ponto de vista do governo, ele escolher, entre essas duas polticas,
aquela na qual ele gastar menos. Nos grficos a seguir, as regies hachuradas representam
os gastos do governo em cada poltica:
70
Certamente, a adoo de uma das duas polticas depender da elasticidade-preo da
demanda (supondo que a curva de oferta seja fixada). Podemos mostrar isso graficamente,
supondo uma mesma curva de oferta e duas demandas: uma bastante inelstica e outra
elstica:
Considerando que
os gastos do
governo, com a
poltica de compras dado pela rea Abqdqs, e com a poltica de subsdios pela rea PmBCpc,
podemos notar que, quanto mais elstica a demanda de um produto agrcola, o governo
tender a adotar uma poltica de subsdios, que sair mais barata ao cofres pblicos, que uma
poltica de compras (quanto mais elstica e demanda, a rea Abqdqs vai retornando cada vez
maior do que a rea PmBCpc
de um produto agrcola e supondo que o governo fixou um preo mnimo de R$ 400,00, qual
poltica que o governo deve adotar, de forma a minimizar seus gastos?
71
Antes de mais nada, precisamos achar o valor das trs incgnitas: pc, qd e qs. As
variveis qd e qs so obtidas substituindo o valor de pm = 400 nas funes demanda e oferta,
assim:
qd = 19.000 20p = 19.000 20(400) = 11.000
qs = 10.000 + 10p = 10.000 + 10(400) = 14.000
Para determinar pc, que o preo que o consumidor pagar, se toda a produo for
colocada no mercado (que de 14.000), substitumos esse valor (14.000) na funo demanda,
assim:
qd = 19.000 20p
14.000 = 19.000 20p
Portanto, pc = 250,00
Assim, o subsdio que o governo banca para cada unidade vendida no mercado a
diferena entre o preo que ele pagou ao agricultor (o preo mnimo pm = 400,00) e o preo
pago pelo consumidor (pc = 250,00), ou seja, R$ 150,00 por unidade.
Para sabermos qual o gasto total do governo na poltica de subsdios, basta multiplicar
R$ 150,00 pelas 14.000 unidades vendidas. Teremos o valor de R$ 2.100.000,00. Ou seja:
gasto com poltica de subsdios = (pm pc). qd = 150,00 x 14.000 = R$ 2.100.000,00
72
Cabe observar que este tpico no pretende explorar todos os aspectos relativos a tais
polticas, como custos administrativos, custo de armazenagem etc., uma vez que o objetivo
aqui apenas ilustrar um tipo de atuao do governo na formao de preos de mercado, e
como o conceito de elasticidade pode ser til nesse caso.
73
Havendo o tabelamento, os preos no podem subir. Sero necessrios ento
mecanismos para distribuir a quantidade racionada (qs) entre os consumidores. Temos duas
formas de distribuio da mercadoria escassa: a) mecanismos espontneos e b) imposio de
um racionamento pelo governo.
Racionamento
O governo pode entender que as formas acima de distribuio ou alocao da
quantidade oferecida entre os consumidores no so adequadas e intervir no mercado,
determinando, alm do tabelamento, um racionamento no consumo.
Este racionamento pode ser feito de vrias formas e sob diversos critrios. Pode ser
por meio de cupes de consumo: cada famlia recebe certo nmero de cupes, usando-os para
comprar as mercadorias discriminadas. Pode ser feito por meio do bem por ms, e assim por
74
diante. Pode-se proceder distribuio destes cupes ou destas cotas segundo sexo e idade,
estado civil, nmero de filhos, etc.
TEORIA DA FIRMA
Explica o comportamento da Firma quando desenvolve a sua atividade
produtiva. Divide-se em Teoria da Produo e Teoria dos Custos de Produo.
TEORIA DA PRODUO
Processo de Produo tcnica por meio da qual um ou mais produtos sero obtidos
pela utilizao de determinadas quantidades de fatores de produo.
75
A Escolha do Processo de Produo - O processo de produo pode ser
mo-de-obra intensivo, capital-intensivo, ou terra-intensiva, dependendo do fator de
produo utilizado em maior quantidade, relativamente aos demais.
76
Funo de Produo
Um dos conceitos mais relevantes, dentro da Teoria da Produo, o de funo de
produo. a relao tcnica entre a quantidade fsica de fatores de produo e a quantidade
fsica do produto em determinado perodo de tempo.
Ela supe eficincia tcnica: a mxima produo possvel, a dados nveis de mo-de-
obra, capital e tecnologia.
Define-se curto prazo como perodo de tempo no qual existe pelo menos um fator de
produo fixo: j a longo prazo, para todos os fatores variam.
77
Dessa forma, por exemplo, o curto prazo para uma metalrgica maior do que o de
uma fbrica de biscoitos, dado que as alteraes de equipamentos ou instalaes de uma
metalrgica demandam mais tempo que uma fbrica de biscoitos.
78
Conceitos de Produto Total, produtividade Mdia e Produtividade Marginal
Produto Total (PT)
a quantidade total produzida, num determinado perodo de tempo.
PT = q
Produtividade Mdia
a relao entre o nvel do produto e a quantidade do fator de produo, num
determinado perodo de tempo.
Produtividade Marginal
a variao do produto, dada uma variao de uma unidade na quantidade do fator de
produo, num determinado perodo de tempo.
sendo dq , dq e dq
79
dN dK dT as derivadas do produto em relao aos insumos, aplicvel
quando a funo de produo contnua e diferencivel.
Observamos que o capital se mantm fixo (10 unidades), o que caracteriza uma
abordagem de curto prazo. As variaes do produto so devidas exclusivamente s alteraes
no fator mo-de-obra.
80
Observamos que, no ponto mximo do produto total PT, a produtividade marginal da
Mo-de-obra PMgN, igual a zero. Antes desse ponto, a produtividade marginal da Mo-de-
obra positiva, ou seja, aumentos na absoro de mo-de-obra elevam o produto total. Aps
o ponto mximo do PT (PMgN = 0), a produtividade negativa: acrscimos de mo-de-obra
diminuiro o produto. Isso ocorre devido lei dos rendimentos decrescentes.
Essa lei s vlida se for mantido um fator fixo (portanto, s vale em curto
prazo).
Ex.: Consideremos a atividade agrcola, tendo como fator fixo rea cultivada, e
como fator varivel a mo-de-obra. Com o aumento da produo, no incio ela cresce
substancialmente porque tem poucos trabalhadores. Aumentando o nmero de trabalhadores,
e se a rea permanece a mesma, chega-se a um ponto em que a produo continua crescendo,
mas a taxas decrescentes, devido ao excesso de trabalhadores. Teoricamente, pode-se chegar
a um ponto em que a absoro de mais um trabalhador provocar queda na produo (PMgN
negativa).
Supondo apenas dois fatores de produo, a mo-de-obra (N) e capital (K), temos a
funo produo com ambos os fatores variveis. Essa funo de produo pode ser
representada por uma curva chamada Isoquanta.
81
Isoquantas de Produo
Isoquanta significa igual quantidade, e pode ser definida como sendo uma linha na
qual todos os pontos representam infinitas combinaes de fatores, que indicam a mesma
quantidade produzida.
No grfico, 1.000 unidades do produto podem ser obtidas por infinitas combinaes de
insumos: 2 de K com 150 de N- 4 de K com 80 de N, 6 de K com 50 de N etc. Evidentemente,
para uma mesma quantidade produzida, se aumentar a quantidade de um fator de produo, a
quantidade de outro fator tem que ser reduzida, da a declividade negativa da Isoquanta.
82
Podemos definir economias de escala tanto do ponto de vista tecnolgico, como dos
custos (conceito mais econmico):
83
Rendimentos Decrescentes de Escala
Se todos os fatores de produo crescem numa mesma proporo, a produo cresce
numa proporo menor.
O conceito de rendimento decrescente de escala no deve ser confundido com a lei dos
rendimentos decrescentes, vista anteriormente. Esta supe sempre algum fator de produo
fixado no processo de produo, (portanto curto prazo), enquanto os rendimentos de escala
representam um conceito de longo prazo, onde no h fatores de produo fixos.
CUSTOS DE PRODUO
A teoria da produo prende-se exclusivamente a questes tecnolgicas, fsicas, entre
insumos e produtos. Vejamos agora o lado dos custos de produo, que determinaro a
chamada curva de oferta da firma.
84
Custos Contbeis: envolvem dispndio monetrio. o explcito, considerado na
contabilidade privada.
Para o economista, as curvas de custos das firmas deveriam considerar, alm dos
custos contbeis, os custos de oportunidade, pois assim estariam refletindo a verdadeira
escassez relativa (o custo para a sociedade) do recurso utilizado.
Por exemplo, quando aumenta a produo automobilstica, alm dos custos financeiros
dessa indstria, devemos considerar tambm o aumento dos custos sociais, derivados do
aumento da poluio sonora e ambiental, alm do desgaste das ruas e estradas. Quando
aumenta a produo da indstria extrativa de madeira, h perdas ecolgicas derivadas do
desmatamento.
85
alteraes de custos e receitas da empresa, devidas a fatores externos empresa. Nessa linha,
por exemplo, os comerciantes de lustres tm externalidades positivas por se localizarem
prximos um do outro; uma indstria qumica poluidora dos rios impe externalidades
negativas indstria pesqueira etc.
86
Conceitos de Custo Total, Custo Varivel e Custo Fixo Total
Custo Varivel Total (CVT): parcela do custo que varia, quando a produo varia
(por exemplo, salrios e matrias primas). a parcela dos custos da empresa que depende
da quantidade produzida.
CVT = f (q)
Ou seja, so os gastos com fatores variveis de produo, como folha de pagamentos,
despesas em matrias-primas etc.
Custo Fixo Total (CFT): parcela do custo que se mantm fixa, quando a produo
varia. Ou seja, so os gastos com fatores fixos de produo, como aluguis, depreciao etc.
CT = CVT + CFT
Graficamente:
O custo total CT s varia com o custo varivel total CVT, que depende da quantidade
produzida.
Conceitos de Custo Mdio Total, Custo Varivel Mdio e Custo Fixo Mdio
Custo Mdio (CM ou CTMe) = custos totais = CT (ou custo unitrio)
Quant. Produzida q
Custo Varivel Mdio (CVMe) = CVT
q
87
Custo Fixo Mdio (CFMe) = CFT
q
Graficamente:
O formato em U das curvas de CTMe e CVMe a curto prazo tambm se deve lei dos
rendimentos decrescentes, ou lei dos custos crescentes. Inicialmente, os custos mdios so
declinantes, pois tem-se pouca mo-de-obra para um relativamente grande equipamento de
capital. At certo ponto, vantajoso absorver mais trabalhadores e aumentar a produo, pois
o custo mdio cai. Mas chega-se a certo ponto que satura a utilizao de capital (que est
fixado), e a admisso de mais trabalhadores no trar aumentos proporcionais de produo
(ou seja, os custos mdios comeam a elevar-se).
88
Relaes Grficas entre o Custo Marginal e os Custos Mdios Totais e Variveis
No diagrama a seguir, observamos que a curva de custo marginal corta as curvas de
custo total mdio e custo varivel mdio no ponto de mnimo destas.
89
Se a empresa planeja produzir ao nvel de produo q1, no h dvidas: escolhe a
estrutura dada pelos custos CmeC;
Se planeja produzir q3, a melhor instalao dada por CmeC2, pois gastaria
menos. Ele pode, se quiser, produzir com CmeC1, mas os custos seriam maiores;
Planeja-se produzir q2 ou q4, existem duas alternativas. Esses pontos ficam
justamente na interseco das plantas. Mas, em um planejamento de longo prazo,
prevendo-se aumentos futuros de demanda, o empresrio deve escolher a planta de
instalao maior (em q2, escolheria CmeC2, em q4, CmeC3).
A curva cheia a curva de custo mdio de longo prazo (CMeL), tambm chamada
curva envoltria e mostra o menor custo unitrio (CMe) para produzir, a cada tamanho da
planta da empresa. Tambm chamada de curva de planejamento de longo prazo.
Supondo um nmero ilimitado de possibilidades, uma curva envoltria pode ser assim
ilustrada:
Como vimos, as curvas de CMe de curto prazo tm a forma de U devido lei dos
rendimentos decrescentes, resultante da existncia de insumos fixos a curto prazo. A longo
prazo, no existem insumos fixos e a forma da curva de CMe de longo prazo (CMeL)
determinada pelas economias ou deseconomias de escala. No incio, medida que a produo
se expande, a partir de nveis muito baixos, os rendimentos crescentes (economias) de escala
causam o declnio da curva CMeL. Mas, medida que a produo se torna maior, as
deseconomias de escala passam a prevalecer, provocando o crescimento da curva.
90
Assim, embora as curvas de custo mdio de longo e de curto prazo tenham o mesmo
formato em U, elas diferem no sentido de que o formato a curto prazo deve-se a lei dos
rendimentos decrescentes (ou custos crescentes), a uma dada planta ou tamanho, enquanto o
formato da curva de longo prazo deve-se aos rendimentos de escala, quando varia o tamanho
da empresa.
ESTRUTURAS DE MERCADO
Exploramos nos tpicos anteriores os fatores determinantes da oferta e da demanda
dos agentes individuais e do mercado. Agora, passaremos a examinar a determinao de
preos e produo, sob diferentes condies de mercado.
Objetivo da Firma
Dentro da chamada teoria neoclssica ou marginalista, o objetivo da firma sempre
maximizar o lucro total.
91
A maximizao do lucro total corresponde produo em que:
Ou RT = CT
q q
Afinal, se a empresa aumenta a produo, e a receita adicional (RMg) for maior que o
custo adicional (CMg), o lucro estar aumentando (portanto, no estar em equilbrio); se a
receita adicional for menor que o custo adicional, o lucro estar caindo (ou o prejuzo
aumentando). Parece claro que o equilbrio ento se dar apenas no ponto onde a RMg iguala
CMg.
Especificamente para o caso de oligoplios, tem surgido na literatura uma srie de
modelos alternativos. Um dos mais difundidos prev eu a firma objetiva maximizar mark up,
definido como margem sobre os custos diretos, ou seja,
Essa margem deve ser tal que cubra, alm dos custos diretos (ou variveis) os custos
fixos e a parcela desejada de lucro da empresa.
A teoria neoclssica ainda preserva a vantagem de ser a teoria mais geral, com
razovel poder preditivo e formalmente rigoroso. Para estruturas de mercado concorrenciais,
bastante adequada. Nota-se, entretanto, grande avano nas teorias alternativas, que so bem
mais recentes, e ainda no esto consolidadas. Os crticos dessas teorias alternativas
consideram-nas ad hoc, isto , mais descritivas do que analticas, no fornecendo
92
instrumentos adequados para o planejamento da empresa. Por outro lado, os crticos da teoria
neoclssica consideram-na distante do mundo real, muito abstrata.
93
f) Transparncia de mercado. Consumidores e vendedores tm acesso a toda -
informao relevante sem custos, isto , conhecem os preos, a qualidade, os custos,
receitas e lucros dos concorrentes.
94
Dada a hiptese da atomicidade, uma firma isolada no consegue alterar o preo de
mercado (a sua sada, por exemplo, traria uma alterao apenas infinitesimal na curva de
oferta de mercado Si, no afetando o preo P0).
Como P0 preo de venda para a firma, ento a curva de demanda dada para a firma,
ou seja, horizontal. A firma s pode vender a esse preo, pois:
- se quiser vender a um preo mais alto, no vender nada (como os produtos so
homogneos, os consumidores compraro mais barato das outras empresas);
- se vender a um preo mais baixo. Fere o princpio da racionalidade: se ao preo P o
vende quanto quer, por que vender mais barato?
Assim, ao preo Po, a firma vende quanto puder, dependendo do seu tamanho e da sua
estrutura de custos.
Receita Mdia (RMe): receita por unidade de produto vendida, ou receita unitria
RMe = RT
q
95
firma individual (afinal, a RMe mostra o que o consumidor compra, a dados preos, ou seja, a
prpria demanda).
Portanto:
Curvas de Custos
As curvas de custos so as mesmas j vistas anteriormente, na teoria dos custos de
produo.
96
Supe-se que o empresrio racional tenha sempre por objetivo ltimo maximizar
lucros. Vejamos, ento, qual a quantidade tima para a firma, ou seja, a quantidade que
maximiza o lucro da empresa.
Mostraremos que a regra para a firma maximizar lucros dada por:
Portanto, no equilbrio:
RMg = CMg temos a quantidade tima.
Falta provar que a maximizao, de lucros d-se no ponto X, com CMg crescente.
Vamos mostrar isso graficamente.
97
q1 : RMg = 60
Nestes trs pontos, com custo marginal decrescente,
CMg = 80
vantajoso aumentar a produo, pois a RMg
q2 : RMg = 60
constante, mas os custos so decrescentes (ento os
CMg = 60
lucros marginais so crescentes).
q3 : RMg = 60
Por isso, o ponto q2, embora RMg + CMg, ainda no
CMg = 30
o mximo lucros
q5 : RMg = 60
Na produo q5, tem-se o mximo lucro.
CMg = 60
No deve aumentar mais a produo, pois o CMg crescente
(e RMg fixa), o que significaria lucros menores, a partir de
q6 : RMg = 60
q5.
CMg = 100
Portanto, a produo tima para a firma ocorre no ponto q 5 , onde RMg = CMg, com
CMg crescente.
98
No ponto q2, tambm RMg = CMg mas o CMg decrescente. Mostraremos mais
adiante que esse um ponto de prejuzo mximo.
reas de lucro total, receita total e custo total
A curva de Receita Total (RT) uma reta que parte da origem, no modelo de
concorrncia perfeita. Sua declividade constante, e prpria receita marginal (RMg) que o
prprio preo p0.
99
Provemos que a curva de oferta da firma em concorrncia perfeita o ramo crescente
da curva de custo marginal, a partir do ponto em que o custo marginal maior do que o custo
varivel mdio mnimo. Ou seja, a curva da oferta da firma o CMg, a partir do ponto A, no
grfico a seguir, onde CVMe mnimo.
Mostraremos primeiro por que a curva de oferta o prprio ramo crescente do CMg.
Depois, mostraremos por que ela definida apenas aps o CVMe mnimo.
Por que a curva de CMg? A resposta que essa curva reflete a resposta das firmas,
quando
o preo de mercado aumenta, ou seja, reflete o aumento de q, quando p varia (isso
oferta: variao da quantidade produzida q, quando p aumenta).
Como a firma maximiza lucros apenas no ramo crescente do CMg, ento a curva de
oferta da firma em concorrncia perfeita o ramo crescente da curva de CMg, dado que as
reaes da firma, em relao a variaes de preos, do-se nesse trecho da curva.
Por que apenas aps o CVMe mnimo? Porque o preo mnimo para que a firma
produza alguma coisa ocorre quando:
p = CVMe mnimo
b) p < CTMe, mas p > CVMe (RT < CT, mas RT > CVT).
Nesta situao, a firma apresenta um prejuzo (rea hachurada), mas ela no deve
fechar as portas, pois assim teria que pagar todos os custos fixos (aluguel, parcelas de compra
do equipamento e etc). Assim, se fecha, paga todo CFT. Se continuar, ela pode pagar todos os
custos variveis (salrios, matrias-primas) e uma parte dos custos fixos. Como uma
situao de curto prazo, a firma deve esperar por dias melhores, com preos mais vantajosos.
101
Neste caso, o prejuzo o mesmo, fechando a empresa ou continuando a operar. Mas
como j investiu no ramo, tem freguesia etc., deve continuar, esperando melhorar o mercado.
Posto isto, cabe uma diferenciao entre lucros extraordinrios e lucros normais.
Nas curvas de custos vistas at agora est embutida a remunerao do empresrio.
Essa remunerao pode ser medida pelo custo de oportunidade, ou seja, o que ele receberia se
tivesse empregado seus recursos em outra atividade. Isso chamado de lucro normal, o que
reflete o real custo de oportunidade da atividade empresarial. uma espcie de taxa de
102
rentabilidade mdia no mercado. O que exceder esse custo chamado de lucro extraordinrio:
o empresrio recebe mais do que deveria receber, de acordo com seu custo de oportunidade.
Graficamente:
Quando o preo chega a P2, cessam os lucros extraordinrios, pois no ponto (p2, q2 ), RT
= CT (RMe = CTMe) e LT = 0. Esse ponto corresponde ao mnimo da curva de custo mdio
de longo prazo (escala ou tamanho timo da empresa).
103
passa a operar com lucro. Trata-se de um conceito mais utilizado na rea contbil e financeira
de empresas, do que por economistas.
MONOPLIO
Hiptese do Modelo
a) Uma nica empresa produz um produto sem substitutos prximos.
b) Existem barreiras entrada de firmas concorrentes.
Essas barreiras podem ocorrer de vrias formas:
Proteo de patentes (direito nico de produzir o bem)
Exemplo: xerox;
Controle dobre o fornecimento de matrias-primas chaves
Exemplo: A ALCOA detinha quase todas as minas de bauxita nos USA (matria-
prima do alumnio);
Tradio
Exemplo: mercado de relgios: os japoneses precisaram investir muito dinheiro,
durante muito tempo, para concorrer com a tradio dos relgios suos.
Monoplio puro ou natural, devido eficincia da firma. A firma j existe em
grandes dimenses, opera com baixos custos. Torna-se muito difcil alguma
empresa conseguir oferecer o produto a um preo equivalente firma monopolista.
Portanto,
104
Assim, se o monopolista resolver oferecer mais, o preo cair, se produzir menos, o
preo subir. Nesse sentido, o monopolista tem o controle do preo de mercado, que depende
de quanto ele resolve produzir.
Exemplo:
105
Quando a quantidade vendida aumenta 10 para 11, a RMg igual a RMg = 1.275 da
dcima primeira unidade 750 que se perdeu nas dez primeiras unidades.
* Demanda elstica: se p q RT
se p q RT
* Demanda inclstica: se p q RT
se p q RT
Sabendo-se, ainda, que:
Temos, graficamente:
106
Custos de Produo do Monopolista
Podemos considerar que a estrutura de custos do monopolista no difira em essncia
daquela observada no modelo de concorrncia perfeita.
Primeiro determinamos o ponto onde RMg = CMg, que a produo que maximiza o
lucro (qo). Depois, vemos qual o custo de produo para produzir qo na curva CMe e qual a
receita quando se vende qo, na curva RMe. O lucro igual ao retngulo CMe0, RMe0. A.B.
107
Em termos de curvas totais, o diagrama fica:
Como podemos observar, nunca a posio de mximo lucro do monopolista pode estar
na faixa inelstica da demanda. Isso porque o ponto de mximo lucro ocorre quando RMg =
CMg. Como CMg sempre positivo, a RMg que iguala o CMg tambm positiva. E a RMg
positiva apenas na faixa elstica da demanda (ver novamente o grfico do item 4.2.3).
108
Equilbrio de longo prazo de uma firma monopolista
Como existem barreiras entrada de novas firmas, dificilmente o monoplio ser
quebrado, o que permitir a persistncia de lucros extraordinrios tambm a longo prazo (rea
hachurada).
EXERCCIOS:
109
Trabalho I - Comportamento do Consumidor
Nome:______________________________________________
1. Suponha um estudante que est se preparando para os exames finais e tenha somente seis
horas de tempo disponvel para estudar. Sua meta obter a maior mdia possvel em trs
matrias: economia, matemtica e estatstica. Ele deve decidir como alocar seu tempo entre as
matria. Desta forma, nas melhores estimativas que ele pode fazer, sua nota em cada matria
depender do tempo a ela dedicado, de acordo com a seguinte tabela:
Economia Matemtica Estatstica
Hrs. Estudo Nota Hrs. Estudo Nota Hrs. Estudo Nota
0 20 0 40 0 80
1 45 1 52 1 90
2 65 2 62 2 95
3 75 3 71 3 97
4 83 4 78 4 98
5 90 5 83 5 99
6 92 6 86 6 99
Como deveria o estudante alocar seu tempo? Como voc obteve a resposta?
2. A tabela abaixo nos d uma relao individual da utilidade marginal para as mercadorias X
e Y. Suponha que X e Y sejam as nicas mercadorias disponveis (o preo de X e Y um
real) e a renda individual seja de 8 reais por perodo de tempo, sendo que ele gasta toda.
Indicar como o indivduo pode gastar sua renda maximizando sua utilidade total.
a) ( ) Qual a quantidade total de utilidade recebida pelo indivduo quando no equilbrio?
b) ( ) Estabelea matematicamente a condio de equilbrio para este consumidor?
Q 1 2 3 4 5 6 7 8 Total
Umgx 11 10 9 8 7 6 4 4 60
Umgy 19 17 15 13 12 10 6 6 100
110
3. A tabela abaixo nos d uma relao individual da utilidade marginal para as mercadorias X
e Y. Suponha que X e Y sejam as duas nicas mercadorias disponveis e o preo de X = 2 e o
preo de Y = 1. A renda individual igual a 12 reais e completamente gasta.
a) ( ) Indicar como o indivduo pode gastar sua renda maximizando sua utilidade total?
b) ( ) Qual a quantidade total de utilidade recebida pelo indivduo quando no equilbrio?
Estabelea matematicamente a condio de equilbrio para este consumidor?
Q 1 2 3 4 5 6 7 8 Total
Umgx 16 14 12 10 8 6 4 2 72
Umgy 11 10 9 8 7 6 5 4 60
4. Se o consumidor est abaixo da linha oramentria (ao invs de sobre ela), o consumidor:
a) ( ) no est gastando toda a sua renda
b) ( ) est gastando toda sua renda
c) ( ) pode estar ou no gastando toda sua renda
d) ( ) est em equilbrio
I II III IV
Qx Qy Qx Qy Qx Qy Qx Qy
2 13 3 12 5 12 7 12
3 6 4 8 5,5 9 8 9
4 4,5 5 6,3 6 8,3 9 7
5 3,5 6 5 7 7 10 6,3
6 3 7 4,4 8 6 11 5,7
7 2,7 8 4 9 5,4 12 5,3
111
7. Suponha que o preo da mercadoria Y seja = 1,00 por unidade enquanto que o preo da
mercadoria X seja = 2,00 por unidade e ainda, que a renda do indivduo, seja de 16 unidades
monetrias e sempre gastas em X e Y.
a) ( ) Desenhe a linha de restrio oramentria para este consumidor
b) ( ) Explique a razo da forma e as propriedades desta linha
112
Trabalho II - Exerccios de Demanda
Nome:______________________________________________
1. Dados: Qx = 20 = 20 2 Px + 2 Py + 10 R pede-se:
a) ( ) O bem Y complementar ou substituto de X? Por qu?
b) ( ) O bem X normal ou inferior? Por qu?
113
Trabalho III - Exerccios de Oferta
Nome:______________________________________________
114
4. A curva de oferta de uma industria
a) ( ) obtida das curvas de oferta das firmas individuais, que esto realizando lucros e por
isso dispostas a vender seu produto
b) ( ) Ser a mesma a curto e longo prazo
c) ( ) independente das decises das firmas individuais na industria
d) ( ) a soma das curvas de oferta das firmas individuais na indstria
e) ( ) provavelmente menos inclinada a curto prazo do que a longo prazo
115
Trabalho IV Equilbrio de Mercado
Nome:______________________________________________
116
5. O que acontece com o preo e quantidade de equilbrio quando aumentam os custos de
produo de um bem qualquer.
a) ( ) O preo sobe e a quantidade cai.
b) ( ) O preo cai e a quantidade aumenta.
c) ( ) Preo e quantidade caem.
d) ( ) Preo e quantidade sobem.
6 Diga o que acontece com a Curva de Oferta, com a Curva de Demanda, com o Preo do
bem X, com a Quantidade Demandada do Bem X.
a) Preo do Bem Concorrente?
b) Preo do Bem Complementar?
c) Renda dos Consumidores Aumenta, se Bem Normal?
d) Preo do Prprio Bem?
e) Preo dos |Outros Bens sobe?
f) Preo da Mo de Obra diminui?
g) Preo do Prprio Bem diminui?
117
Trabalho V - Elasticidade
Nome:______________________________________________
118
5 Se uma empresa quer aumentar seu faturamento e a demanda do produto elstica, ela
deve:
a) ( ) Aumentar o preo
b) ( ) Diminuir i preo
c) ( ) Deixar o preo inalterado
d) ( ) Depende do preo do bem complementar
e) ( ) Depende do preo do bem substituto
119
Trabalho VI - Atuao do Setor Pblico na Microeconomia
Nome:______________________________________________
5 Ainda com os dados da questo 3, a parcela da arrecadao paga pelo consumidor igual
a:
120
Trabalho VI - Concorrncia Perfeita
Nome:______________________________________________
121
1616
1414
1212
1010
Cvme
Cvme
88 Cme
Cme
Cmg
Cmg
66
44
22
00
1
1
3
3
5
5
7
7
9
9
11
11
122