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Discurso 25 Abril 2017

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Discurso Sesso Solene 25 de Abril 2017

Sr. Presidente da Repblica,

Sr. Presidente da Assembleia da Repblica,

Sr. Primeiro-Ministro e restantes Membros do Governo,

Sr. Presidente do Supremo Tribunal de Justia,

Sr. Presidente do Tribunal Constitucional,

Srs. Antigos Presidentes da Repblica,

demais Autoridades Civis e Militares do Estado aqui presentes,

Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa, Sr. Nncio Apostlico,

Sr.as e Srs. Representantes do Corpo Diplomtico,

Sr.as e Srs. Convidados, Sr.as e Srs. Deputados:

Nos 43 anos do 25 de Abril que hoje se assinalam,


lembramos e homenageamos todos aqueles que
contriburam para a construo da Democracia no nosso
pas, todos os Homens e Mulheres que se bateram, antes e
depois desse dia, pela Liberdade, e contra qualquer forma
de totalitarismo. Neste que o primeiro 25 de Abril aps a
morte de Mrio Soares, figura central da nossa
Democracia, de elementar justia referir aqui o seu nome.

Celebramos a viso, a ousadia e a coragem, e a superao


de tantos, lembrando tambm os que no 25 de Novembro
reconduziram o pas para o verdadeiro rumo da Liberdade
e da Democracia.

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Se me permitida uma nota pessoal, enquanto filha de
militar e com dolorosas memrias da guerra colonial,
celebrar o 25 de Abril, e tambm o 25 de Novembro, no
esquecer dias e horas de inexcedvel alegria. tambm
honrar a memria do meu pai e os seus camaradas de
armas, alguns deles aqui presentes.

Celebrar o 25 de Abril um acto de justia, de


reconhecimento e gratido por aquilo que hoje somos como
Povo e como pas, e no pode ser entendido como coisa
menor, mero formalismo ou de circunstncia. Faz-lo
preservar a memria, respeitar a Histria e reconhecer
que o 25 de Abril nos continua a edificar no Presente e nos
projecta para o Futuro. Lembrar o 25 de Abril guardar a
chama, que nos projectou para uma realidade que hoje
reconhecidamente melhor, fruto do empenho de muitos,
mas fruto, sobretudo, da alma de um Povo. avivar o
orgulho que temos no caminho percorrido, nas dificuldades
ultrapassadas, nos esforos que os portugueses fizeram, o
orgulho de, como Povo, continuarmos a ser capazes.
reafirmar o orgulho, tantas vezes esquecido, de ser
portugus.

Neste percurso, j longo, reconhecemos erros e no


esquecemos o conturbado processo de descolonizao -
reconhecemos desvios e divergncias. O CDS no tem

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nem nunca teve medo de afirmar os seus valores e
princpios, e tambm nunca alimentou ressentimentos.
Ser sempre mais fcil destruir, mas muito, muito mais
difcil ser estimar, unir e construir. desse lado que
estamos e estaremos, como dizia Adelino Amaro da Costa
em 1976, com palavras plenas de sentido e actualidade o
CDS estar sempre empenhado em participar no dilogo
necessrio para a sobrevivncia e consolidao da
Democracia.

E que nos trouxe a Democracia? Indubitavelmente, a


afirmao de direitos civis e polticos insubstituveis, com
notveis avanos e evolues para o nosso colectivo,
direitos que no podemos deixar de consolidar, num
processo sempre renovado de que feita a construo da
Democracia. Mas, Senhor Presidente, Senhoras e
Senhores Deputados, no podemos esquecer outros
direitos.

Nesta fase de maturidade democrtica, ainda que com


sombras de incertezas, interrogamo-nos se estamos ou
no no patamar que gostaramos de estar. Fazer poltica
numa democracia moderna, no se contentar com os
avanos que temos registado em matria de Liberdade e
Igualdade. Na Democracia que queremos consolidar, os
direitos sociais devero ser a trave mestra que importa

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reforar. Precisamos de valores sociais slidos, que devem
ser entendidos como verdadeiros Direitos Humanos que o
so, numa salutar interdependncia com os direitos civis
que temos proclamado e construdo.

Alinhado com a Declarao Universal dos Direitos do


Homem e com a nossa Constituio, o CDS est
empenhado em afirmar direitos sociais incontornveis,
valores universais intemporais. So direitos em que a
condio de Pessoa o requisito exclusivo para a
titularidade dos mesmos e actuam como vectores
integradores e legitimadores do Bem Comum, e por isso
mesmo devem ser incentivados e protegidos.

nesta linha que reafirmamos a necessidade de edificar


uma sociedade moderna, que tem na proteco da vida o
alicerce dos direitos humanos, uma sociedade que no
descarta os mais vulnerveis, antes deles cuida e lhes
amplia horizontes. Defendemos a Dignidade enquanto valor
intrnseco e patrimonial inegocivel do Ser Humano, pelo
que para ns, e independentemente das circunstncias,
no h vidas que valem a pena ser vividas e outras no.
Adoptamos assim uma viso solidria da Dignidade
Humana, ultrapassando uma outra perspectiva
individualista, que uma eventual ponderao mais isolada
dos direitos civis poder afirmar. Proteger a vida e os mais

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vulnerveis ser, pois, a melhor forma de garantir a
promoo da Dignidade e da Liberdade, que hoje aqui
celebramos.

Comprometidos com estes valores fundamentais e


universais, queremos no CDS continuar a pugnar pelo
acesso ao to prometido e muitas vezes incumprido Estado
Social. Queremos continuar a pugnar pelos bons cuidados
de sade para todos, queremos garantir a devida proteco
social aos idosos e aos mais vulnerveis, aos seus
cuidadores, queremos continuar a promover a natalidade e
a apoiar as famlias e a infncia, a melhorar o investimento
na educao e no ensino e garantir s geraes vindouras
um legado de que eles e ns nos possamos orgulhar.

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados:

Celebrar o 25 de Abril hoje ser, assim, assumir as nossas


responsabilidades quanto ao presente, no hipotecando de
forma irresponsvel o futuro que queremos legar aos que
vierem depois de ns. Que legado estamos hoje a
construir? No queremos um vazio de promessas, nem
uma lista infindvel de meras intenes, nem to pouco
discursos enganadores. Queremos compromissos que se
concretizam, e para isso contamos com todos. Honremos
pois, os verdadeiros valores de Abril, pensando assim no
futuro que queremos deixar aos nossos.

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Continuaremos, sem medo de afirmar os nossos princpios
e valores, abraando as nossas divergncias, e sem medo
de promover consensos. Continuaremos, sem medo, e
sobretudo com Esperana. A Esperana que nos impele
para agir e no nos dispensa de forma alguma de participar
activamente na construo do nosso Pas! A Esperana de
atingir novos patamares de desenvolvimento, de sermos
mais felizes e mais resilientes, como indivduos e como
colectivo. Com Liberdade, com Dignidade, em Democracia.

Senhor Presidente da Repblica, Minhas Senhoras e Meus


Senhores: Hoje, como sempre, poesia Liberdade. Com a
poesia de Sophia de Mello Breyner, reafirmamos que, mais
do que existir, queremos estar altura de habitar
livremente a substncia do tempo. essa a viso mais
nobre que temos de estar na poltica, que hoje aqui
tambm celebramos.

pois, com Gratido, com Orgulho, com Responsabilidade


e com Esperana, sempre pela positiva, que celebramos
este 25 de Abril. Oxal, 43 anos depois do primeiro,
possam abrir-se novos horizontes e patamares de
desenvolvimento para os portugueses, reafirmando o nosso
lugar na Europa e no mundo.

Viva a Democracia! Viva Portugal!


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