Apostila Curso de Exu PDF
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Um Deus encantado
Introduo ao Curso de Catio.
O termo Orix nos parecera outrora relativamente simples da maneira como era definido
nas obras de alguns autores que se copiaram uns aos outros sem grande discernimento
na segunda metade do sculo passado e nas primeiras dcadas deste. Podemos dizer que
a religio e um fenmeno que tem uma ligao com os aspectos morais, culturais e
sociais da vida do homem baseado nas crenas e nas praticas do povo de uma sociedade.
Na sociedade iorubana, alem do islamismo, do cristianismo, a religio tradicional e
muito valorizada.
No Brasil, particularmente na Bahia, alem da religio crista, oriundas de Portugal
predominam trs tipos da religio tradicional, herdadas da frica:
O Candombl, Jurema e a Umbanda.
J o exu catio uma das categorias dos espritos que trabalham na Jurema, Angola,
Candombl e na Umbanda. Diferente do Es oris, o exu catio o esprito de uma
pessoa que viveu na Terra.
Entre os espritos que trabalham nas mais variaes seitas religiosas o que est mais
prximo dos homens, por isso entende to bem nossos problemas e angstias e por isso
tambm que muito procurado para resolver questes sentimentais e materiais.
Devido aos seus traos rudes, comportamento por vezes extrovertido e outras vezes
sisudo, o exu catio foi sincretizado com o diabo pelos colonizadores, mas esse um
erro grotesco. Exu o cumpridor da lei crmica. Exu no bom ou mau, exu justo.
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E como todos sabem, somos uma mistura de povos, e aqui no Brasil surge uma nova
cresa que a Umbanda, hoje j com 100 anos de existncia, ela mistura traos
do candombl, do povo indgena, do catolicismo e do espiritismo, tendo assim o a ideia
que o esprito pode retornar para atravs de trabalhos e sesses, ajude e seja ajudado, e
ento aparece a figura do Ex Catio, que o culto "parecido" com o Exu do candombl,
porm ele vem com nomes de Ex Tranca Rua, 7 Catatumbas, mas a principio com a
mesma caracterstica, ser mensageiro, mas com essa mistura de candombl, catolicismo,
ele vem com traos ligados ao diabo cristo, com cores escuras, rindo, bebendo e
fumando, porm vem ajudar e ser ajudado, esses vcios seriam trazidos de suas vidas
terrestres.
No novidade pra ningum, que muitos terreiros de candombl, tambm cultuam Exu
catio, mas com algumas restries, como que no haja mistura com o culto ao orix.
Entretanto, hoje a maioria das casas de candombl faz festas de catios, conhecidas
como festa ou toque de caboclo, festa de exu, que so entidades ou espritos que veem
para comunicar-se com o povo do santo. Acredita-se que a origem dessa mudana deve-
se a muitos dos sacerdotes do candombl ter sua origem nas casas de candombl de
caboclo ou at na umbanda e posteriormente passaram para o culto aos Orixs,
conservando suas origens.
s a esfera Yoruba?
Palavra significa, em ioruba, esfera, aquilo que infinito, que no tem comeo nem
fim. Exu o principio de tudo, a fora da criao, o nascimento, o equilbrio negativo
do Universo, o que noquer dizer coisa ruim. Exu a clula manter da gerao da vida,
o que gera o infinito, infinita vezes.
Exu est presente, mais que em tudo e todos, na concepo global da existncia. a
capacidade dinmica de tudo que tem vida. Principalmente dos seres humanos que
carregam, em seu plexo, o elemento dinmico denominado Exu.
aquilo que no candombl chamamos de Bra, ou seja, no corpo, preso a ele. o que
nos d capacidade de agir, andar, refletir, idealizar. Sem o elemento Bra, a vida sadia
impossvel. Sem ele, o homem seria excepcional, retardado, impossvel de coordenar e
determinar suas prprias atitudes e caminhos de vida.
Realmente, Exu est presente em tudo. E damos como exemplo inicial a concepo da
gerao da vida. O membro ereto do macho tem a presena de Exu- alis, em terras da
frica, o membro rijo o smbolo da vida, o smbolo de Exu -; a penetrao na fmea
tema a regncia de Exu; a ejaculao coordenada por Exu; o percurso do
espermatozoide dentro da fmea, regido por Exu; tambm na fecundao do
vulo Exu est presente. E quando a primeira clula da vida esta formada, a presena de
Exu se faz necessria. J na multiplicao da clula, a regncia passa por Oxum, que vai
reger o feto at o nascimento.
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Exu tambm est presente no calor, no fogo, na quentura. Presente se faz nos lugares
poucos arejados, nos lugares onde existem multides, nos ambientes fechados e cheios.
Ex Mavambo Pambunjila
Em razo dos nove centros universais paralelos que se situam ao redor do globo
terrestre, chamados de ANGOMI DULO, o nmero 9 passa a ter uma importncia
fundamental para o culto Ngola, haja vista que todo culto africano altamente
cabalstico (sem estudo acadmico), baseando-se de certa maneira na numerologia
representando os fenmenos divinos.
Podemos citar que o prprio perodo de gestao sofre influncia direta do ANGOMI
DULO (centros universais paralelos) , pois esse perodo obedece normalmente a 9
fases lunares iguais, ou seja 9 meses, e justamente no 45 dia de gestao ocorre a
implantao do ser espiritual ao feto e me, ocasio em que o PAMBUNJILA (exu
ancestral - Yombe = Yangi = 1 Exu) ser tambm acoplado ao novo ser, trazendo para
ele um direcionamento na face da Terra (IXI), desde o seu surgimento at sua morte
fsica, fazendo cumprir seu destino.
No momento do 45 dia de gestao processa-se no novo ser o que o angolano chama de
IADALIN - essncia vital (kundalini), que vai ser completada com o sopro vital divino -
OFU, no momento do nascimento, o choro da vida. Podemos observar ainda que a soma
dos valores absolutos de 45 9, associando mais uma vez aos 9 centros universais
paralelos de fora magntica ao redor do Globo Terrestre.
O IADALIN representado pelo eixo da coluna vertebral que vai da cabea ao cccix -
perto do nus. Ao redor da coluna vertebral existem correntes magnticas que se
movimentam em direes opostas, de cima para baixo e de baixo para cima, chamadas
de Ida e Pingala, que movimentam os centros magnticos que se acham localizados no
MUKTU-TOBO - perisprito, o duplo etrico.
Esses centros magnticos so chamados esotericamente de chakras e pelos africanos do
povo de Ngola de BOTH (plural kiboth). por eles que introjetado no ser humano
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o KALLA (MUKI - ase iorub), a fora magntica invisvel portadora de energias
vitais. Os boths esto localizados, como vimos, no perisprito e so representados
materialmente pelos plexos do corpo humano, centro da cabea, centro da testa entre os
olhos, pescoo abaixo da epiglote, regio pr-cordiana (prximo ao corao), estmago,
regio umbilical e regio genital.
O corpo fsico para o angolano chamado de MUKTU-MOKN, e onde se
concentra todo um conjunto de energias universais. O ser humano representa o centro
do universo. Nele habitam todas as formas de energia existentes, e partindo desse
princpio o ser humano possui em sua essncia a energia de todos os JINKISI,
predominando na cabea o Nkisi principal, o condutor de sua vida terrena, seu Nkisi
particular, responsvel por suas caractersticas de temperamento, carter e muitas vezes
at por seu tipo biofsico.
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No Brasil.
No perodo da escravido, os bantos dos dois grupos (revolucionrios e evangelizados)
pegam contato com os grupos tupis-guaranis, existentes e tambm entre outros grupos
indgenas e aos grupos bantos: ndios bruxos que no aceitavam os santos (se
identificando com o diabo) e os ndios evangelizados que gostavam da ideia do
sincretismo santoral. Esses grupos juntam-se para fazer suas magias por separado, e
dizer, os negros bantos contrrios ao branco e os santos com os ndios bruxos; e os
negros bantos evangelizados com os ndios evangelizados.
Da o surgimento de duas correntes paralelas e opostas que seriam conhecidas no Brasil
como Jurema - o culto dos caboclos e pretos evangelizados; e a Quimbanda - o culto
dos caboclos e pretos que no aceitaram viver em baixo do p do Deus dos brancos, se
aliando ao Diabo (inimigo do branco) e com Exu (aquele que tambm era olhado como
um demnio).
Alis, temos dizer que, com o passo do tempo, quando morrem os escravos dos dois
grupos, so chamados e incorporados a travs do trance por seus descendentes, ao
principio na Macumba e logo na Jurema. Porm, os espritos chegavam todos num
mesmo terreiro sem tanta diferenciao, e at se confundindo os grupos. Os
descendentes de escravos o que menos queriam era de ser chamados satanistas ou
macumbeiros, por isso votaram aos grupos revoltosos em baixo do p dos grupos
evangelizados e a Kimbanda ficou sendo uma sub-linha da jurema. Porm os prprios
Espritos se encarregavam de fazer a separao e hoje em dia podemos sem somba de
dvidas que existem duas religies paralelas e diferentes: Jurema Catimbo e a Umbanda
-aonde chegam os Espritos Guias dos Pretos e Caboclos evangelizados, vestidos de
branco, humildes, que acreditam nos santos e os orixs, onde no se faz sacrifcios de
animais, que no fazem o mal, etc.
E a Kimbanda aonde chegam os Espritos Guias dos Pretos e Caboclos que trabalham
para bem ou mal, com sacrifcios de animais, e que no acreditam nos Santos da Igreja,
mas defensores de tudo o que seja africanismo, e aceitam aos orixs e nkisis.
Cabe dizer, que os seguidores das distintas ramas da Jurema e umbanda, adotam e
adaptam as duas linhas (Umbanda-Kimbanda) E (Jurema-Catimbo) segundo os
preceitos e as influncias majoritrias da sua Casa de Religio.
Por exemplo, aqueles que fazem Umbanda Branca (sem sangue) botam a kimbanda em
baixo da mesma e para os Exus tampouco matam. Aqueles que fazem culto aos Orixs
iorubas e tambm praticam Jurema, dadas s influncias iorubanas, olham na Umbanda
como na Kimbanda um culto aos ancestres (ou Linha de Almas) submetidos aos Orixs,
fazendo para os ancestres rituais de sacrifcios (principio fundamental dessa cultura).
Hoje em dia podemos dizer que a Kimbanda se liberou da Umbanda e da Jurema,
existindo um culto separado s pr Exu da Kimbanda e fora do contexto umbandista e
juremeiro.
Nota importante que hoje dentro do culto afro-brasileiro temos Exu gogoro:
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Exu gogoro
O Famoso Catio
Exu um Orix de transformao, ele se transforma de vrias formas e uma delas a qual
recebe o nome de catio a qualidade na qual possui a formao de como se fosse um
homem fino com seu palito de linho e com sua cartola preta.
Este Exu muito cultuado principalmente entre as mulheres sacerdotisas e o pessoal do
candombl, s vezes vem e incorpora nas pessoas (Elegun) geralmente vem com suas
cantigas finas e dando varias gargalhas.
Quando isto ocorre, ele traz vrias mensagens para os filhos e filhas da casa.
A pessoa que Elegun deste Exu precisa ser iniciada no Culto de Oris e If para que
ela tenha estabilidade amorosa.
Este Esu o mesmo Esu Gogoro, como chamado no Culto de Ketu.
VERMELHO
Indica pensamento potente, sentimento apaixonado e virilidade fsica.
Atua no sistema emocional. A debilidade desta cor representada pelo tom ROXO.
ALARANJADO
Mostra gozo, sentimento alegre e sade robusta. Atua no racional. A debilidade desta
cor indica o predomnio do AZUL CELESTE.
AMARELO
Indica lgica, intuio, desejo de saber, sabedoria, sensibilidade.
Atua no sistema reprodutor. Sua debilidade assinala o predomnio do ANIL.
Por exemplo, uma grvida com problemas no deve usar cor anil.
VERDE
Indica otimismo, confiana, sistema nervoso equilibrado. Atua junto ao sistema
nervoso, prximo coluna vertebral. Na debilidade manifesta-se com o
ALARANJADO.
ANIL
Indica pensamento concentrado, tranquilidade. Atua na cabea, principalmente no
centro da mesma. Na debilidade desta cor predomina o AMARELO.
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ROXO
Denota misticismo, devoo, boa digesto e assimilao. Atua no plexo solar e no
estmago. Na sua debilidade acentua-se o VERMELHO.
BRANCO
Reunio das outras 6 cores primitivas. Indica fluxo espiritual elevado, paz, sabedoria e
harmonia. Sua debilidade o PRETO, que indica ausncia de cor.
Como fcil de ver, a debilidade de uma cor ressalta as vibraes da cor que lhe
oposta, da os temperamentos variados, as personalidades diferentes, os caracteres, os
valores morais, etc.
(Icnografia)
Planta de um edifcio. Arte de traar essas plantas.
ICONOGRAFIA
Arte de representar por meio de imagem. Conhecimento e descrio de imagens.
Quando o mdium irradiado e risca o ponto de certa entidade, ele est mobilizando
todas suas falanges e qual elemento ele nasce e qual ele trabalha, direcionando a
energia mobilizada para o objetivo desejado, dependendo do merecimento do
consulente e de sua tica Os pontos riscados obedecem vibrao original ou flecha.
Tudo comea com 1 simples ponto (1 ponto sozinho nada produz em termos de magia,
mas vrios pontos geram uma linha e vrias linhas fazem um ponto riscado).
importante saber que o ponto riscado no produz nenhum tipo de magia se no for
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impulsionado pelo pensamento. Muitos mdiuns acreditam que s em riscar o ponto, as
entidades vo fazer tudo por ele.
Elemento gua.
Trao ou Linha Curva com Crculo nas Pontas Smbolo de fora, amarrao e
descarrego.
Elemento Terra
Trao ou linha quadrada com Crculo nas Pontas- Smbolo de segurana, proteo e
firmeza.
Elemento Ar
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Elemento Fogo
Uma seta pode indicar para onde este indo a magia ou qual lugar voc quer
atingir.
Futuro:
Passado
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Seta Reta ou Curva e Bodoque Irradiao unificao de poder.
Os pontos riscados pelos catios so feitos com a Pemba, que consiste numa espcie de
giz, confeccionado com calcrio, de formato cnico-arredondado em diversas cores,
sendo que conforme a cor utilizada nos pontos riscados pela entidade identifica-se a
Linha a que pertence a entidade, ou a Linha com a qual a entidade trabalhar naquele
momento.
No pode existir um trabalho de catio de magia sem o ponto riscado. Assim, o ponto
riscado o instrumento mais poderoso do catio, uma vez que com ele nada se poderia
fazer com segurana, j que a pemba que tem o poder de fechar, trancar ou abrir os
terreiros conforme exigir o trabalho a ser praticado.
Atravs do ponto riscado a entidade mostra seu grau hierrquico, e movimentando toda
uma falange de entidades que trabalham sob suas ordens para um determinado trabalho
de auxlio a algum.
pela grafia, pelos smbolos utilizados, que podemos identificar a entidade como um
catio e assim por diante.
Cada ponto riscado tem sua funo especfica. Os pontos riscados so verdadeiros
cdigos registrados e sediados no plano espiritual. Geralmente, s o pai de Santo ou a
entidade firmada sabe e pode identificar, com segurana, qual entidade riscou o ponto,
ou qual Falangeiro.
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Exemplo de ponto ou icnogrficos dos catios
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uma defumao direcionada, que traz alm do vegetal, os quatro elementos bsicos
(terra, gua, ar e fogo) para trabalhos de magia prtica.
O Sopro por si s traz efeitos teraputicos e espirituais muito valorosos e eficazes nos
trabalhos de cura e limpeza, que somado ao poder das ervas potencializado muitas
vezes em resultados largamente vistos durante os trabalhos de kimbanda.
Alguns catios chegam a cuspir em recipientes adequados, a famosa "caixinha", que fica
ao seu lado para neste ato evitar ao mximo a ingesto da nicotina e de outros elementos
que no interessam para o trabalho e muito do que vm pela qumica industrial.
Para catio mais velho ou antigo faa o fumo de cachimbo com slvia, alecrim, folha de
caf e urucum. Serve para queima qualquer larva espiritual.
Para Ex troque o cigarro comum por charutos ou cigarrilhas. Para Pomba Gira troque o
cigarro por cigarrilha. Temos a opo para Exu, de pilar slvia, cravo vermelho seco e
levante, e para Pomba Gira, podemos usar slvia, hibisco e rosa vermelha. Cabe a ns
facilitarmos o trabalho das entidades.
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energias negativas do mdium.
J o lcool consumido pelo mdium tambm dissipado no trabalho, ficando em
quantidade reduzida no organismo.
O perigo nestes casos o animismo, ou seja, o Mdium consumir a bebida em grandes
quantidades por conta prpria e no na quantidade que o catio acha apropriada. Nestes
casos, pode ser que o catio v embora e deixe o mdium sob os efeitos da bebida que
consumiu sem necessidade. Isto ocorre devido ao ponto de concentrao do
assentamento do mdio. Com isto o simbolismo o meio mais prtico de salvaguardar
os mistrios divinos que, se no forem velados, logo so profanados por pessoas
inteligentssimas, mas usadas por interesses sombrios, Por isso esse simbolismo visa
preservar as divindades que sustentam linhas ou correntes espirituais de alcance
planetrio, que atuam em todas as religies.
O brilho suave e delicado da luz de velas cria uma disposio romntica, invoca os
catios e utiliza o antigo elemento Fogo, conhecido como o elemento sagrado da
transformao mgica.
A chama danante de uma vela emana energia mstica e, h sculos, usada por muitos
catios como instrumento gerador da atmosfera propcia ao feitio, vidncia e
meditao; ela aquela que bane a escurido e serve de meio de comunicao com os
mortos.
O simbolismo de criar luz na escurido tambm est por trs do uso das velas em
rituais de magia dos catios.
A vela tambm uma imagem de humanidade. A cera corresponde ao corpo fsico; o
pavio, mente; e a chama, ao esprito ou alma.
H velas de diversos tamanhos, formas e cores que podem ser adquiridas em lojas
especializadas e de artigos para presentes ou de produtos esotricos; contudo, muitos
catios executar sua magia com velas feitas em casa por eles,
produzida em srie, visto que absorvem as energias medinicas do prpria catios.
A forma da vela tambm possui significado na magia de sua queima. So queimadas
para acrescentar poder s invocaes mgicas lua e o catio. Velas com imagens
humanas, masculinas ou femininas, so usadas para representar o homem ou a mulher a
quem o poder de um feitio se dirige. Velas com formas flicas so poderosas quando
usadas em ritos de fertilidade e magia sexual. Velas em forma de mmia, difceis de
obter, so queimadas em feitios para adquirir poder e sucesso, e para invocar antigas
entidades dos catios. Velas em forma de diabo so usadas tanto nos feitios de magia
negra quanto de magia branca do Vodu. Velas esculpidas cm forma de caveira preta so
queimadas para lanar ou reverter feitios e em rituais de separao.
Em forma de caveira branca, as velas so usadas para rituais de curas e em sesses
espritas. Velas de Sete-Cilindros, que consistem em sete bolas de cera empilhadas c
unidas com um nico pavio, so usadas para meditao diria ou para pedidos mgicos,
sendo cada segmento da vela queimado por dia enquanto a pessoa se concentra no que
deseja ver realizado.
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Consagrao
Antes de usar qualquer vela (feita mo ou comprada) numa cerimnia mgica ou no
mais simples dos feitios, recomenda-se que seja untada com um pouco de leo durante
a fase crescente da lua, para que seja consagrada e carregada de energia mgica.
Usando as mos nuas, esfregue um leo sobre a cera, comeando pelo meio da vela e
indo em direo ao topo, enquanto diz:
Eu te consagro
instrumento de magia do catio (nome do exu).
abenoada sejas!
comece novamente pelo meio e agora v at a base da
vela e diga:
a ti atribuo poder ao meu catio
em nome de zambi que esta vela seja estrumento do
meu catio que assim seja!
Antes de fazer feitios ou executar qualquer tipo de magia COM CATIOS, a cor da
vela deve ser escolhida com cuidado, segundo seu propsito, pois cada cor possui uma
vibrao energtica diferente e atrai certas influncias.
AMARELO:
Abre os caminhos. Traz alegria. D agilidade ao pensamento. timo para trazer fludos
positivos aos estudantes. Ilumina as pessoas. Desperta os poderes mentais trazendo o
poder da concentrao e da criatividade. Auxilia telepatia e a comunicao mental.
Usada tambm como auxlio nas doenas mentais. Amarelo: representa a energia vital.
Combate o stress, o cansao mental, a falta de autocontrole, a culpa e a autopunio.
Atua no tratamento do fgado e ajuda na desintegrao de clculos.
AMARELO CLARO:
Ativa a compreenso e atrai as influncias dos poderes csmicos; beneficia rituais para
atrair dinheiro ou sorte rapidamente. Simboliza a energia solar. Poderes divinos
masculinos, feitios e rituais para renovar a negatividade, encorajar, para estabilidade e
atrair as influncias da Deusa.
AZUL:
Sorte e prosperidade nos negcios ou trabalho. Auxilia vencer o medo. Nos leva
interiorizao, a tranqilidade e a harmonia. Auxilia os hipertensos e pessoas que
sofrem de enxaqueca. Proteo durante o sono, estabilidade, projeo astral.
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AZUL CLARO:
Cor espiritual, ajuda nas meditaes de devoo e inspirao. Traz paz e tranqilidade
para a casa.
AZUL CELESTE:
Traz calma e estabiliza o ambiente. Atua sobre o sistema nervoso central, circulatrio e
muscular. Indicada para orgulho, irritabilidade, nervosismo, violncia, histeria,
agressividade, intolerncia, obsesso, insatisfao e falta de criatividade.
AZUL ROYAL:
Promove alegria e jovialidade; use para atrair a energia de Jpiter ou para qualquer
energia que voc queira potencializar.
BRANCO:
O Branco estimula a lado feminino e maternal. Ajuda a apaziguar brigas e ter melhor
entendimento com os filhos.
a mistura de todas as cores: alinhamento espiritual, meditao, divinao e exorcismo.
Harmoniza os membros da casa, acalma o amor, traz paz de esprito, afastando as
energias negativas. Desperta nossa pureza essencial. Alinhamento espiritual, meditao,
cura, paz, pureza, alto astral, consagrao, clarividncia, verdade, fora espiritual,
energia lunar, limpeza, sade, poder, totalidade Em geral para todos os pedidos e
quando voc no souber a cor correspondente para o seu pedido. Afasta o "gnio
contrrio" se este se manifestar no ambiente. O gnio contrrio responsvel por brigas
e desentendimentos entre as pessoas.
CINZA:
Cor neutra; ajuda na meditao; na magia esta cor simboliza confuso, mas tambm
neutraliza as foras negativas.
CINZA CLARO:
Atraem o poder de influncias csmicas, rituais de honra s deidades do Sol, remove a
negatividade e encoraja a estabilidade; ajuda a desenvolver as habilidades psquicas.
Atrai a energia da Grande Me. Vitria, meditao, poderes divinos femininos.
DOURADO:
A luz e o brilho esto diretamente relacionados ao sucesso. Velas douradas devem ser
usadas em ambientes de trabalho ou em pontos opostos porta de entrada, para
propiciar maior circulao de energia.
LARANJA:
Traz bons fludos a tudo que se relaciona ao emprego ou a evoluo deste. usado
tambm nas pessoas que sofrem nas doenas pulmonares. Estimular a energia, alcanar
metas profissionais, justia, sucesso. Ativa a criatividade. Assimila idias novas e
liberta as limitaes. Combate o cime, a intolerncia a inflexibilidade, a inveja, a
inibio, a imaturidade e a possessividade.
MARROM:
Atrai dinheiro. muito eficaz contra os inimigos. o smbolo da justia. Faz firmar o
seu pedido, melhorar os poderes de concentrao e telepatia. Proteo de familiares e
animais domsticos. Equilbrio para os rituais de fora material. Elimina a indeciso,
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atrai o poder de concentrao, estudo, telepatia e sucesso financeiro. Para assuntos da
Terra, como prosperidade, investimentos, financiamentos, emprstimos e tudo que se
relaciona com o material
PRATA:
Remove as foras negativas e amplia o plano astral e espiritual. As velas prateadas
decoram salas de banho, com o objetivo de espalhar calor e reduzir a umidade. Hoje, no
entanto, so muito usadas tambm na decorao de mesas em qualquer ambiente da
casa.
PRETA:
Para afastar mal olhado, limpar a negatividade, abrir os nveis do inconsciente; usado
em rituais para induzir um estado de meditao; simboliza a proteo, libertao,
repelindo a magia negra e formas mentais negativas, mas tambm Capta as vibraes do
ambiente, tanto negativas como positivas.
preciso us-la com cautela. Atrai a energia de Saturno.
PRPURA OU ROXO:
Manifestaes psquicas, cura, idealismo, progresso, quebra de m sorte, proteo,
honra, afastar o mal, para adivinhao, contato com entidades astrais, energia de
Netuno.
ROSA:
Ideal para o amor. Harmoniza as questes amorosas entre casais e pessoas da mesma
famlia. Estreita laos de amizade. Est ligada s foras do corao. Rosa: traz
harmonizao interior e exterior, equilbrio fsico e psicoemocional. Favorvel aos
tratamentos de problemas sentimentais, falta de paz e conflitos.
VERDE:
Recupera a energia vital. a cor da fertilidade, da purificao, da prosperidade, da
limpeza. Smbolo da tranquilidade, do equilbrio e da calma. Essencial para estabilizar a
sade. Auxilia nos problemas de depresso e esgotamento energtico. Em geral para
desejos de cura e sorte.
Traz sensao de paz e harmonia. Contribui para o equilbrio interior relaxando os
nervos e acelerando o processo de cura. Ajuda na eliminao de mgoas,
ressentimentos, raivas, ansiedades, egosmo e medo de envolvimento.
VERDE ESCURO:
Cor da ambio, cobia, inveja e cime; coloca as influencias dessas foras em um
ritual.
VERDE ESMERALDA:
Importante componente num ritual venusiano; atrai amor, fertilidade e relao social.
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VERMELHO:
Simboliza a vitalidade. Usar sempre que entrar em situao de emergncia, com prece
de que seu pedido seja atendido. Combate enfermidades. Est ligada aos instintos de
procriao e sobrevivncia. A cor vermelha nos coloca nas foras dos planos materiais.
Potncia sexual, paixo, amor, fora, coragem. Aumenta o calor, estimula a circulao
do sangue e libera a adrenalina. Traz autoconfiana, iniciativa e fora de vontade.
Combate depresso, o medo. a preocupao excessiva, a inrcia e a insegurana.
VIOLETA:
Transmuta energia negativa em positiva. Possui grande influncia na espiritualidade.
Utilizada na queima do carma. Auxilia no tratamento de doenas infectocontagiosas.
Ascende a espiritualidade, Auxilia para que as pessoas se livrem de diversos tipos de
vcios: drogas, cigarros, lcool e outros e as depresses suicidas induzidas por este tipo
de dependncia. Desenvolve a percepo, a intuio e o equilbrio espiritual. Indicada
para melancolia, solido, falta de f, problemas mentais e neuroses. Ajuda a eliminar
impurezas do sangue.
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(NOTA IMPORTANTE: Velas de ervas para cura sempre devem ser manufaturadas
durante a fase crescente da lua, para carreg-las com o poder curativo, e queimadas
durante a fase minguante, para diminuir febres, dores e males.)
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LOSNA (ou absinto): Resfriados e febre.
MALVA: Amigdalite.
MANDRGORA, raiz de: Impotncia e esterilidade.
MARACUJ, flor de: Insnia.
MARGARIDA: Asma dos brnquios.
MARROIO-BRANCO: Resfriados, tosse e constipao.
MILEFLIO ou mil em rama: Dores do cancro, resfriados, febre,
doenas hepticas e dores musculares.
MIRRA: Irritaes e dores da gengiva.
MORANGO, folhas e flores de: Gota.
PANACEIAS (prunela, erva-frrea, sancula): Ferimentos externos.
P-DE-GALINHA: Inflamaes.
P-DE-LEO: Febres, dores de cabea, inflamaes, insnia,
menopausa, clicas menstruais e dores de dente.
POEJO: Febre e clicas menstruais.
RAIZ-FORTE: Bronquite, resfriados, problemas renais e reumatismo.
ROSA: Pedras renais.
SABUGUEIRO, flores de: Resfriados, constipao, febre, hemorroidas e impotncia.
SALGUEIRO, casca de: Dores de cabea.
SLVIA: Resfriados e tosse, depresso, febre, gripe, insnia,
Pleurisia, tores e varizes.
SANGUINRIA-DO-CANAD: Tinha.
SELO-DE-SALOMO: Contuses, irritaes cutneas e machucados.
SERPENTRIA: Impotncia e picada de cobra.
TASNEIRAS: Menopausa e problemas menstruais.
TOMILHO: Febre, dores de cabea e coqueluche.
TREVO CARMESIM: Cnceres.
TROMBETA ou estramnio: Poison ivy.
TUSSILAGEM ou unha de cavalo: Asma dos brnquios, bronquite, dores no peito e
tosse.
URTIGA: Asma dos brnquios, dores musculares, lceras estomacais e doenas dos
pulmes e intestinos.
VALERIANA: Ansiedade, insnia, reumatismo, estresse e inchao das juntas.
VARA-DE-OURO: Infeces da bexiga, inflamaes e insnia.
VERBASCO, folhas de: Asma dos brnquios.
VERBENA: Febre.
VIOLETA: Infeces.
ZIMBRO: Dores nevrlgicas, reumatismo e inchaos.
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Mas lembre-se: s se utiliza plvora e Bebida alcolica aliada a pontos riscados, com
autorizao superior.
Quanto ao uso da Pemba, estude o sentido e o valor das cores. S utilize a Pemba Preta
aquele que for autorizado para tal. Azul, Verde, Rosa, Laranja, Roxa, Lils, Amarela,
Vermelha, etc. Lembrem mais uma vez, que todo ponto riscado magia, com toda
simbologia de sua grafia e ondas vibratrias. Por exemplo, a sustica como smbolo
sagrado, cuja utilizao data de tempos imemoriais, smbolo este utilizado at mesmo
pelos Papas da religio Catlica, teve suas ondas invertidas pelos pseudo-arianos e
como smbolo, acobertou e direcionou a Segunda Guerra Mundial.
interessante tambm observar que, quando uma pessoa se apresenta perturbado dentro
de um templo, muitas vezes notamos um catio (ou mesmo um sacerdote gabaritado)
cruzar seu corpo com Pemba.
Isso representa a Patiumpemba, atravs da magia para chamar razo a entidade
obsessora, afim de que ela possa conhecer por meio deste traado cabalstico, o seu erro
e abandonar esse filho que at ento obsedava, como tambm riscar um ponto de
proteo ao filho. Assim pode-se afirmar sem sombra de dvidas que sem os pontos
riscados nada se poderia fazer com segurana no meio dos catios. O que devemos ter
cuidado quando achamos que somente basta riscar setas, ondas, sol, lua, crculos,
quadrados, espirais, estrelas (de todas as pontas), raios, etc., que estaremos riscando o
ponto de Pemba em sua totalidade.
Muitos acreditam esto evocado um catios, mas na verdade esto jogando seu tempo
fora e ainda trazendo para si um encosto do qual no saber tratar ou despachar.
Ento procure saber mais sobre o mesmo e como usar as pembas.
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A casa de catios
Como se faz uma casa existe muitas formas bonitas de fazer, mas como somos e
pregamos a humildade a mais comum so apenas alguns blocos e uma telha ou qualquer
coisa que no seja inflamvel para cobrir a casinha dos exus vamos falar assim
no necessrio ponto de ferro ou ferramenta firmada e nem imagens essa foto
meramente ilustrativa e para que tenhamos uma ideia da simplicidade agora passaremos
a forma de preparao aps a estrutura esteja pronta.
Obs.
A) a mesma deve ficar a esquerda de quem entra a casa do mdium ou pessoa que a
construiu em caso no seja possvel ele ser feita do lado que for mais apropriado a
frente da casa pode ser tampada se assim o desejar.
2) antes de iniciar as firmezas deve-se fazer um uma limpeza com folha de manga,
mamona, pimenta ou espada da mesma forma que feito o banho de uso medinico s
que despejado na casa para que retire se ainda houver alguma energia retida.
3) deve se aps estar seco ser firmado o ponto do Catio dentro da casinha com Pemba
Vermelha ou Branca, caso voc ainda no tenha o Ponto ou voc no seja Mdium voc
deve utilizar o ponto cabalstico abaixo que representa a Energia Originaria da linha dos
catio Exus.
O garfo representa a Cruz de Cristo com os Braos voltados pra cima implorando o
perdo de Zambi (Deus), a reta cruzando o garfo representa a ligao que ele tem direta
com o Elemento Terra linha dos Mortos ou Desencarnados, essa linha curva cruzando o
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garfo representa a manifestao entre o Bem e o Mau dependendo da forma que voc os
invocou, representa tambm que mesmo sendo seu guardio o mesmo brao que te
escora e te levanta pode te botar pra baixo ou te derrubar isso s depende de uma coisa a
sua conscincia.
4) a bebida deve ser colocada em uma quartinha de barro respeitando a seguinte ordem
6) voc pode fazer caso queira a obrigao de esquerda mensal respeitando que aps 24
horas a obrigao deve ser retirada do local e feito
O Z Pelintras trabalha na rea de boemia protegendo aqueles que ainda caem nos
vcios, mostrando que a Previdncia no abandona at os mais infelizes.
Os Tranca-Ruas fechando os caminhos, atrapalhando na conduo de feitios destinados
injustia, os feitios feitos para o mal.
Os Destranca-Ruas, justamente fazendo o contrrio do que os Tranca-Ruas,
Trabalhando para abrir caminhos, favorecendo os bons feitios, facilitando na busca de
solues.
Os Sete Ventanias trabalhando com foras ligadas atmosfera, para a Conduo de
trabalhos para o bem.
Os Sete encruzilhadas que alm de vigilncia, tambm abrem caminhos. E por a vai,
incluindo-se aqui os nomes desses grupos.
Vimos tratar-se de "nomes-cdigo" de Exu, que representam no apenas uma nica
pessoa (nesse caso, esprito), mas um grupo de pessoas que preferem ser identificados
dessa forma.
Vermelhas, Sete-Encruzilhadas e por a vai a uma lista muito grande de entidades.
Repetimos, na verdade no so seus nomes prprios. So nomes dos grupos ao qual
pertencem.
Como so espritos, naturalmente tiveram um nome prprio como Joo da Silva, Ana de
Castro, ou qualquer outro quando viveram... Mas ao chegarem em uma gira de Jurema,
Candombl, Angola e Umbanda usam um desses nomes-cdigo, um nome-chave que
representar sua funo na espiritualidade e no exatamente quem so ou quem foram
quando viveram na Terra como homens e mulheres comuns.
Todos esses grupos, que trabalham para uma finalidade so especializados em quebra de
feitios, desmanchem de doenas, carregos e atuam diretamente na Linha de Almas (os
Mortos) para control-los quanto aos processos obsessivos.
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Povo de encruzilhada (ou, na gria dos terreiros, povo).
(de encruza, de cruzeiro):
Sua maior especialidade o trato das ruas, vigilncia, acidentes, nas reas de boemia,
assuntos de amor, negcios, etc.
Seu fluido manifesta-se mais nervoso, mais eltrico. Sua cor predominante o
VERMELHO em seus vesturios e adereos, incluindo-se aqui detalhes em preto.
Excees nicas so o branco da cabea aos ps para Z Pelintra, no usadas por outros
Exus Catios, e cores variadas para o Povo Cigano, incluindo-se aqui dourados e
prateados em aviamentos como cores neutras, em qualquer uma delas.
POVO DE CEMITRIO:
Como o nome diz, atua nos cemitrios trabalhando para maior especialidade o
desmanche de feitios, casos de doenas, transporte e decomposio de fluidos
deletrios. Seu fluido mais pesado criando nos mdiuns um torpor, alguns sentem os
membros gelados quando percebem sua aproximao ou vo incorporar. Sua cor
predominante nos vesturios o PRETO, podendo fazer parte o roxo, o vermelho, o
lils, detalhes em branco (para os Caveiras). Em aviamentos, usa-se muito o prateado,
de preferncia. O Povo Cigano que trabalha "cruzado" nessa linha apresenta-se do
mesmo modo, com exceo do uso do preto nos vesturios (considerada originalmente
como cor de luto e azar por esse povo nmade).
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Sua opinio dever ser escutada sempre.
H padres observados por ns, em linhas gerais, como iremos a seguir expor. Os Exus
masculinos, de encruzilhada, geralmente utilizam camisa vermelha e cala preta. Alguns
usam capas nas mesmas cores, com o predomnio do vermelho, chapu estilo "gngster"
ou bons em preto. Alguns aceitam usar elegantes ternos e gravatas pretas, com camisas
vermelhas.
Personagem real, quando em vida, na Lapa carioca no incio do sculo passado.
Os Exus masculinos de cemitrio podem usar ternos pretos ou roupas de poca (incio
do sculo) com cartolas, longas capas e bengalas. As camisas so brancas, havendo
apenas algum detalhe em vermelho.
Voltemos questo das duas linhas principais onde Exu trabalha. Seriam apenas essas
duas grandes linhas vibratrias?
Sim. Todos os ttulos genricos dados entidades como "do Forno" (significando o
forno crematrio dos cemitrios), "do Cemitrio", "das Almas" (mortos), "do Lodo"
(terra do cemitrio, geralmente da sepultura remexida), "da Calunga" (nesse caso,
sinnimo de cemitrio), "da Porteira" (porto do cemitrio), "do Buraco" (sepultura)
referem-se ao local especfico ao qual as entidades de cemitrio atuam. Portanto, cada
uma dessas, com certeza, tero outro nome, e assim sucessivamente. Mas Trabalharo
do mesmo modo, com a mesma eficincia com outras oferendas, por mais incrvel possa
parecer a quem no conhece essa metodologia.
Muitos mdiuns em potencial entram em nossas casas justamente por isso. Porque "Exu
quer trabalhar" e comeam a criar incmodos com esse objetivo. O que , no princpio,
muito ruim, logo se mostra positivo quando vemos a razo disso tudo: o progresso
espiritual tanto da entidade quanto de seu mdium.
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Oxssi. Responde em cruzeiros de matas)
- Exu Tronqueira (guardio da tronqueira dos Exus)
- Exu Gira-Mundo (no h fronteiras, nem dificuldades para ele)
- Exu Quebra-Pedra (fundamento com Xang. Desfaz qualquer coisa)
- Exu Mangueira (ou da Figueira. Exu com fundamento com os
orixs de rua como Ians, Orix Exu e outros.)
- Exu das Pedreiras (fundamento com Xang)
- Exu Tiriri (ou Tiriri Menino. Tiriri Lon) pelo seu epteto de Lona. (Gosta de se
apresentar como um adolescente, com bon, menino de rua)
- Exu Ganga (o mesmo que Exu Rei, Exu Maioral ou Exu Mor)
- Exu Mar (ou Exu Marinheiro, vibra em praia, cais de porto)
- Exu Capa Preta das Sete Encruzilhadas (faz e desmancha feitios nas encruzilhadas)
- Exu Chama Dinheiro (ligado ao Povo do Oriente e Ciganos)
- Exu Destranca-Ruas das Sete Encruzilhadas (desfaz feitios, amarraes)
- Exu Z Pelintra (casos de inimigos, amor, sorte em jogo. Um dos Mestres do Catimb)
- Exu Casamenteiro (trabalha em casos de amor)
- Exu Meia Noite (conhece a Quimbanda)
- Exu Mirim (Exu que se apresenta como criana.)
- Exu Sete Estradas (o mesmo que Sete Encruzilhadas)
- Exu Sete Liras (rea de boemia, vcios)
- Exu Toquinho (Exu menino, ligado Cosme e Damio)
- Exu de Duas Cabeas (rea de boemia)
- Exu Marab (ligado s matas e rios)
- Exu Menino (trabalha para amor . O mesmo que Exu Mirim)
- Exu Lalu Menino (o mesmo acima)
- Exu Sete de Mal (ou Mal) (Exu de fundamento africano, de origem hauss. Diversas
atribuies)
- Exu Tibiri (Tibiriri ou Timbiri. Fundamento em mata)
- Exu Sete Punhais (Exu de ronda, de defesa de terreiro)
- Exu Veludo das Sete Encruzilhadas (Diversas atribuies. Trabalha)
Os Exus De Cemitrio :
- Exu Sete Venenos (executa feitios)
- Exu Corcunda (tambm chamado Exu Aleijadinho)
- Exu do Lodo (trabalha na terra dos cemitrios)
- Exu Pantera Negra (desmancha feitios de Quimbanda pesada, ligado aos Caboclos)
- Exu Asa Negra ( Catio da alma magia, trabalha em mesa real e tambm na linha
oculta)
- Exu Caveira ou Joo Caveira (comanda o porto do cemitrio)
- Exu Tata Caveira (todo o cemitrio)
- Exu Carangola (fundamento africano, de origem bntu)
- Exu Gerer (fundamento africano, de origem nag)
- Exu Capa Preta (desfaz feitios pesados)
- Exu Catacumba (ou Sete Catacumbas)
- Exu Cobra
- Exu Gato Preto
- Exu Mau Olhado
- Exu Morcego
- Exu Mulambo
- Exu Omulu (no confundir-se com o Orix)
- Exu Pedra Preta
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- Exu Pimenta
- Exu Porteira (Tronqueira)
- Exu Sete Brasas
- Exu Sete Buracos (Sete Catacumbas, Sete Covas, Sete Campas)
- Exu Sete Caveiras
- Exu Sete Porteiras
- Exu Tranca-Ruas das Almas (chamado tambm apenas "das Almas")
- Exu Destranca-Ruas das Almas
- Exu Veludo
- Exu Vira Mundo
- Exu Cheiroso
- Exu Pinga-Fogo
- Exu Xoroqu
- Exu Sete Cruzes
- Exu Come-Fogo
- Exu Queima Toco
Vamos agora penetrar no mundo dos Exus. Quem eles seriam ou foram quando vivos na
Terra. Onde vivem. O que fazem. Quais suas atribuies.
E por que so to importantes em qualquer linha de trabalho. Inclusive para a Jurema,
Candombl, Angola e Umbanda, mesmo aquela dita "branca" ou de "Linha Branca",
que diz no trabalhar "diretamente" com esses espritos! Pelo menos, frente ao pblico,
como todos sabemos... Partiremos das histrias contadas pelos prprios Exus, seus
relatos de vida...
Vamos pr os ps no cho, escutando o prprio Exu Catio.Eles tiveram uma vida
recente na Terra. Foram pessoas comuns, com problemas comuns. Coincidentemente
todos morreram (desencarnaram) de forma trgica, presos aos vcios e situaes
problemticas prendendo-os, imantando-os na densidade mais baixa que h na
espiritualidade: o nosso plano, o plano fsico. O plano das sensaes mais primrias.
Notamos tambm, pelos relatos, que os Exus de reencarnao mais "antiga" viveram em
meados do sculo 18, como muitas ciganas. Outros fizeram parte das cortes europeias,
brasileiras ou alta sociedade, como nos contam as Pombas giras Rainhas. H relatos que
viveram na frica (alguns Exus que se dizem "africanos", entabulando uma linguagem
bastante confusa no incio de seu desenvolvimento, cabendo ao cacique desenvolv-lo
para torn-lo inteligvel). Outros, na Europa ou Brasil no incio do sculo, como alguns
Exus que se apresentam de capa e cartola. Mas a grande maioria, verdadeiramente,
pertenceu s primeiras dcadas do sculo 20, muitos deles vivendo na rea de boemia.
Nessa mdia, portanto, poderemos dizer que os Exus pertencem s geraes que
viveram a partir do sculo 18.
Assim reuniam-se em grupos cujos nomes traziam histrias comuns de sofrimento,
misria, injustia social, excluso e muita dor. Nada incomum. Na verdade se abrirmos
diariamente a pgina de qualquer veculo de comunicao, encontraremos histrias
semelhantes a cada esquina, a cada dia, a cada minuto.
Gente que viveu na boemia, amantes do sexo, do prazer, dos vcios, colhendo a dor
decorrente de uma vida longe dos verdadeiros sentimentos, piorada na vida alm da
morte... Gente abandonada, injustiada, sem o apoio da sociedade...
Gente que passou a vida inteira rolando sem um amigo, sem uma famlia, sem apoio de
ningum...
Foram perseguidos, humilhados, cujas "casas de famlia" batiam suas portas em seus
rostos como se fossem transmissores de alguma doena contagiosa...
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Rolavam sem f em Deus, sem f em nada... Apenas f no dinheiro... no poder. Nas
aparncias do mundo fsico que apenas uma iluso passageira...Mas passou a ser
nossos amigos, nosso confidente mais chegado, quem nos entende em nossos pequenos
problemas domsticos j que, como nenhum outro esprito, compreende nossas
pequenas mas dolorosas mazelas dirias!
Como podemos, ento, dizer que esse esprito trabalhador, abnegado, corajoso, um
diabo, como dizem alguns?
Porque foi algum de m vida h bastante tempo? Porque somos to isentos de culpa
que nos julgamos capazes de atirar a primeira pedra, sem darmos oportunidade de
evoluo a nossos irmos? Mais lamentvel encontrarmos livros e orientaes, que
deveramos considerar precisas, em conceitos expostos de que "Catio e diabo", "exu
capeta", "vive no Inferno", "esprito do mal" e por a vai afora em uma relao para l
de dantesca.
O que ir pensar?
O que vai mencionar?
O que ir sair repetindo?
Qual pesquisa apresentar em uma sala de aula, por exemplo?
Onde est a responsabilidade de quem escreve ou diz tais arbitrariedades?
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Ento me pergunto os nossos Exus Catios so do mal, Porque para eles no h
preguia... No h limites... No h sofrimento que o faa desistir da tarefa de cumprir
as determinaes de nossos Ori (Cabea) Ele, com certeza, no um esprito de tanta
luz quanto seus mestres. Longe disso. Muitos deles ainda demonstram raiva, frustrao
quando relatam as injustias que tiveram quando em vida. Apreciam observar os
prazeres da vida, as conversas frvolas que temos relatando, quando incorporam, o qu
ouviram aqui e acol. Ainda so muito materiais, muito humanos e, portanto,
imperfeitos. Mas, quando esto direcionados ao bem, tero a certeza de que uma
conduta reta far com que evoluam mais rapidamente em direo s colnias
superiores...
E j que estamos encarnados, vivendo nesse meio purgatrio sem nos apercebermos, ele
o nosso melhor companheiro... Nosso guardio que convive conosco, vigiando-nos dia
e noite contra a incurso desses sofredores que afinizam com os nossos defeitos, nossos
vcios de alma, com fins de obsedar-nos de todas as formas possveis...
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galho s
Mavile, mavile, mavile, mavango,
Recompensu, r, r, r, PORTO DO CEMITRIO
Recompensu.
um mavile, mavile, Porto de ferro,
um mavile, mavango. (bis) Cadeado de madeira. (bis)
Exu paven! o porto do cemitrio,
Exu paven! (bis) Aonde mora Exu Caveira. (bis)
Na sua aldeia ele ,
Exu paven. SAUDAO / AFIRMAO
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No se pode negar a importncia de Esu, como mensageiro entre os
homens e as divindades. Mas muito mais do que isso, Esu smbolo do
elemento criado. Criado da mesma matria que Oledunmar criou o
ser humano: a lama.
Com isto podemos acreditar que nossos Catios querem que nos
ensine o modo de chegar cincia verdadeira?
Que aquilo que se sabe, e saber que se sabe; aquilo que no se sabe,
saber que no se sabe; na verdade este o saber.
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