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Citacoes: As Hortalicas na Medicina Natural

Alfons Balbach e Daniel S.F. Boarim


Sumario
1 Comer carne nao e natural para o corpo humano 1
1.1 O paladar humano rejeita a carne . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 A carne nao e nutritiva como os vegetais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.3 A retirada da carne gera uma falsa sensacao de fraqueza . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.4 A carne e toxica o suficiente para matar um animal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.5 Nosso sistema digestivo nao foi feito para carne . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.6 A carne de peixe pode ser mais toxica que de animais terrestres . . . . . . . . . . . . 3
1.7 A carne aumenta a acidez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.8 A acidez do organismo provoca muitas doencas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.9 Medicos falando da carne e doencas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.10 Alem de toxica a carne contribui para outros vcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.11 A carne, principalmente grelhada, produz cancer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 Vegetarianismo: vida longa, saudavel e tranquila 5


2.1 Vegetarianismo e longevidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Vegetarianismo e saude . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3 Habituando-se a saudavel alimentacao vegetariana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4 A tranquilidade dos que vivem muito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5 Os centenarios Hunzas do Himalaia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5.1 A dieta saudavel dos Hunzas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5.2 Os Hunzas comiam sementes germinadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.5.3 A paz e alegria dos Hunzas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.6 A dieta vegetariana e o carater pacfico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.7 Quem come pouco, e sobretudo frutas e verduras, vive tranquilamente longos anos . . 9
2.8 Atletas vegetarianos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.8.1 Dra. Barbara Moore, a andarilha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.8.2 Murray Rose, o nadador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.8.3 Trevor King, o pugilista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.8.4 Max Whitehead, o surfista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.8.5 Eder Jofre, o lutador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.8.6 Saude comparada de vegetarianos e carnvoros . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.8.7 Ciclistas e corredores vegetarianos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.8.8 Lefevre, o alpinista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.8.9 A forca fsica das tribos vegetarianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.8.10 Halterofilistas vegetarianos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.8.11 A resistencia dos atletas vegetarianos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

i
2.8.12 Olegario Ribeiro Candeias, o maratonista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

3 Moderacao, fator de longevidade 12


3.1 Comer pouco e viver muito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

1 Comer carne nao e natural para o corpo humano


O homem nao e carnvoro como a onca, pois nao dispoe, como esta, de garras e presas para matar
um boi so com os membros dianteiros e a boca; nem e cadaverico como o corvo, pois nao tendo,
como este, glandulas neutralizantes dos venenos, frequentemente se intoxica comendo carne; nem
e onvoro como o porco, pois tem organismo e um instinto representativamente diferentes dos do
suno. Os irracionais que comem carne, preferem-na ao natural. Nao a disfarcam para mudar-lhe o
gosto e o cheiro. O ser humano, porem, altera e dissimula a carne com temperos, para neutralizar
a repugnancia que esta produziria a sua vista, olfato e paladar. O homem engana seu verdadeiro
instinto com prejuzo de sua saude.

1.1 O paladar humano rejeita a carne


Falem agora varios medicos.
Afirma o professor Dr. Jose Nigro Basciano:
A natureza dotou o nosso instinto nutritivo de duas zelosas sentinelas que, em seu posto avancado
no organismo, tem a missao de admitir ou recusar o alimento . . . Vamos ao mercado, onde nos
dirigimos as bancas de frutas, escolhemos as que melhor nos parecam, e salvo o risco dos agrotoxicos,
podemos leva-las a boca, saboreando-as com prazer. Sucedera o mesmo com os postos de vendas
de carne? Com toda certeza, nao. Nossa vista e nosso olfato recusarao a presenca desses despojos
e muitas vezes teremos que tapar o nariz, pois esses cadaveres denunciarao um avancado estado
de decomposicao; e, se conseguirmos enganar a vista e o olfato, e devido a arte culinaria, que se
encarrega da falsificacao de sua primitiva forma e estado.

1.2 A carne nao e nutritiva como os vegetais


Exprime-se o Dr. Gustavo Armbrust:
A carne e tida como alimento fortificante por excelencia. Sera exato? Nao. Hoje esta provado
que a carne e menos nutritiva em muitos aspectos, do que a maior parte dos alimentos do reino
vegetal, como sejam: frutas secas (nozes, castanhas, amendoas), arroz, legumes secos (feijao, favas,
lentilhas).
Um adulto, de peso medio, querendo nutrir-se exclusivamente de carne, tera de ingerir diariamente
perto de tres quilos, e ainda assim nao estara bem alimentado.
De resto, alguns autores, que procuraram submeter-se a uma dieta exclusiva de carne, nao conse-
guiram manter o regime. Rank, por exemplo, nao pode suporta-lo por mais de dois dias.
Se a carne fosse um alimento preciosssimo, insubstituvel pelo valor excepcional, como geralmente
se pensa, a sua supressao acarretaria naturalmente sinais acentuados e permanentes de fraqueza,
debilidade, etc. Na pratica, e o oposto que se observa. No comeco de um regime vegetariano, e normal
sentir um pouco de indisposicao ou fraqueza, que denota uma fase de adaptacao. Posteriormente,
entretanto, sera notavel a melhora da saude geral.

1
A observacao da natureza, atraves dos seculos, demonstra que os alimentos que dao, conservam e
desenvolvem as forcas, os verdadeiros nutritivos, portanto, sao . . . os ricos em carboidratos complexos,
as hortalicas e as frutas. Deve-se considerar como um grande erro cientfico, talvez o maior e mais
nefasto do ultimo seculo, a afirmacao de que o regime carneo constitui uma alimentacao fortificante
por excelencia.

1.3 A retirada da carne gera uma falsa sensacao de fraqueza


A carne e muito mais excitante do que nutritiva. Quem faz uso diario da carne, em quantidade
nao moderada, e a suprime bruscamente um dia, embora a substitua por alimentos mais nutritivos,
experimentara nesse dia uma sensacao pronunciada de fraqueza, como se nao se tivesse alimentado.
O que provoca essa falsa sensacao de fraqueza nao e a deficiencia de alimento, e sim a supressao do
excitante, que, no caso presente, e a carne. O mesmo fenomeno se observa com outros excitantes,
tais como o alcool, o fumo, a morfina, etc.

1.4 A carne e toxica o suficiente para matar um animal


Alem de excitante, a carne e toxica.
O lquido extrado dos musculos (o suco de carne), injetado na dose de 3 a 5 centmetros cubicos
por quilo, mata um animal. Da degradacao da protena da carne, no metabolismo, se originam
compostos de toxidez mais ou menos elevada: acido urico, quantidade apreciavel de acido sulfurico,
acido fosforico, etc. Estes dois ultimos sao especialmente nocivos se nao estiverem extremamente
diludos (Pascault).
Todas as carnes, mesmo que tenham a aparencia de perfeitamente sas, se acham impregnadas de
substancias nocivas, e sao mais toxicas quando provem de animais doentes ou simplesmente fatigados.
Os venenos da carne se multiplicam rapidamente apos a morte do animal. Quando a carne nao e
completamente digerida no estomago e intestino delgado, a albumina se putrefaz no intestino grosso,
resultando da a formacao de novos venenos (acidos graxos volateis, ptomanas), a maior parte de
grande virulencia.
Do intestino, a protena da carne passa ao sangue: uma parte mnima se fixa nos tecidos, o resto
e destrudo, deixando como principais resduos os acidos urico, sulfurico e fosforico.
A gordura e a protena da carne, oxidando-se, poem em liberdade, igualmente, compostos diversos.
Ocorre superproducao de acidos, que, quando nao sao eliminados ou neutralizados por uma dieta
rica em alimentos alcalinos (hortalicas e frutas), ficam retidos nos orgaos, dando lugar a manifestacoes
de artritismo.
Assim se opera lentamente, mesmo com a carne bem digerida, uma especie de intoxicacao cronica,
de que nao suspeitamos, porquanto os seus progressos sao infinitamente lentos, e de que so nos
apercebemos quando o mal e irremediavel (Pascault). Experiencias do Dr. Ignotowsky demostraram
que em todos os animais que nao se habituaram lentamente ao regime carneo, a carne atua como
um veneno violento . . . nos animais que nunca comeram senao vegetais, os coelhos, por exemplo, o
efeito da carne e fulminante, mesmo quando ela e fornecida em pequena quantidade, associada a
alimentacao habitual. Do segundo dia em diante, a urina que era alcalina, torna-se acida; os pobres
animais emagrecem rapidamente e morrem.
Tres gramas de carne, quantidade que parece insignificante, basta para provocar no coelho efeitos
toxicos, que se traduzem por enterite com diarreia, acabando por mata-lo em seis a sete semanas.
Pode-se, de fato, habituar o coelho a alimentacao carnea, como sucedeu com o homem atraves das
geracoes. Misturando-se a alimentacao do coelho 30 a 40 centigramas de carne por dia, ele acaba por

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tolera-la; os filhos ja suportam em quantidade maior de sorte que, apos algumas geracoes, os coelhos
nao sucumbem mais ao uso da carne, sendo notavel, porem, a sua decadencia fsica! Sucede com eles o
que se observa nas famlias que abusam da carne; tornam-se todos artrticos. Os animais carnvoros
conseguem transformar em amonaco e tornar, portanto, inofensiva a carne que eles ingerem em
grande quantidade, o que nao se da com a especie humana.

1.5 Nosso sistema digestivo nao foi feito para carne


O homem, diz o Dr. Durville, nao tem o poder de transformar a carne em amonaco; a protena
contida em excesso na carne, para ser eliminada, deve ser queimada; ora, sabemos que as protenas sao
maus combustveis. Ao passo que os carboidratos se queimam integralmente, deixando como resduo
apenas agua e gas carbonico, a combustao das protenas da lugar a produtos acidos extremamente
nocivos ao organismo.
O homem nao e, alias, carnvoro por natureza: falta-lhe para isso nao so a denticao mas tambem
as glandulas eliminadoras de que os carnvoros sao dotados.
O Dr. Domingos D Ambrosio diz:
Todas as carnes sao substancias cadavericas. Portanto, constam apenas de elementos em decom-
posicao putrefata.

1.6 A carne de peixe pode ser mais toxica que de animais terrestres
Falando das carnes, inclumos nelas tambem os peixes, pois, igualmente, sao substancias proteicas
musculares, com o pejorativo de que, quando em putrefacao avancada, sao mais nocivas do que as
carnes de animais terrestres, pela liberacao de fosforo, o qual, fora das combinacoes organicas, e
muito toxico.
As carnes, ate quando sao queimadas e utilizadas por completo, pelo metabolismo, deixam escorias
toxicas. Quando a combustao e a utilizacao sao parciais, deixam uma quantidade enormemente maior
de substancias danficas.

1.7 A carne aumenta a acidez


Alem de sua acao putrefativa, pelas ptomanas e sapronas, perturbadoras deleterias do sistema
nervoso, em geral, e do encefalo, em particular, com a abundante producao de acido urico, concorrem
na provocacao da fatal acidose . . .
Quando os elementos acidos se abarrotam em elevada quantidade no sistema circulatorio, esta-
belecem nos lquidos em circulacao um estado de hiperacidez, que vai classificado com o nome de
acidose cronica.
A formacao anormal e superabundante de acidos, permanecendo indefinidamente na circulacao
hematolinfatica, constitui um ambiente humoral discrasico em todos os tecidos somaticos.
A persistente acidose, estimulando permanente e anormalmente os elementos histologicos, acaba
por alterar profundamente os tecidos, particularmente os de minoris resistentiae, por hereditarie-
dade, ou por alteracoes patologicas pregressas.

3
1.8 A acidez do organismo provoca muitas doencas
A acidose, pois, e causa primaria de alteracoes e debilidades organicas. Por si so ela e responsavel
por uma apreciavel gama de doencas.
Uma vez perturbados os orgaos suscetveis, o indivduo ja esta nos limites de um campo patologico,
capaz de funestar mais ou menos intensamente a sua existencia.
A acidose, segundo parecer de eminentes naturopatas, e causa mais ou menos direta de nume-
rosssirnas doencas. E tambem fator predisponente para desordens infecto-contagiosas.
Neste caso, a acidose, assim como todo o cortejo de substancias estranhas de que se faz acompa-
nhar, representa o adubo que fomenta e desenvolve os agentes produtores das tristes flogoses cronicas
(sfilis, tuberculose, lepra, etc.) e das agudas, produzidas pelos numerosos cocos e bacilos mais ou
menos virulentos.
Um sangue limpo e eucrasico, com suas valiosas defesas fagocitarias, nao permite a permanencia
nem o desenvolvimento de microorganismos.

1.9 Medicos falando da carne e doencas


Ainda a palavra autorizada de alguns medicos:
Nao tem direito algum de criticar o Naturismo os que, por condicao de sua propria vida, mastigam
cadaveres, bebem alcool e praticam outros vcios degradantes. Dr. Heghel.
O alcoolismo e o abuso da carne sao alguns dos principais motivos pelos quais o homem nao
chega a viver ate 140 ou 150 anos, como deveria suceder. Dr. Henrique Roxo.
O consumo excessivo de carne em nosso pas (Canada) nao mais pode ser ignorado como um dos
principais fatores de doenca. Dr. Frederic M. Rossiter.
A frequencia dos casos de apendicite e devida principalmente a alimentacao carnea. Dr. A.
Gautier.
O reumatismo, a gota, a tuberculose, o cancer, o diabete melito, a apendicite e outras enfermi-
dades, sao, em grande parte, causadas pelo costume de alimentar-se com cadaveres de animais. Dr.
Chittenden.
A carne e, ao contrario do que se pensa geralmente, um alimento medocre . . . Pensamos ser mais
acertado abster-se da carne, para nao adquirir o habito de uma alimentacao toxica . . . Dr. Alberto
Seabra.

1.10 Alem de toxica a carne contribui para outros vcios


Nao e a carne um alimento que possua os princpios essencialmente nutritivos que, a luz das desco-
bertas mais recentes em materia de nutricao, foram estabelecidos como sendo indispensaveis a vida.
Os sais minerais, muitas vitaminas, os fermentos catalticos e digestivos primordiais, sao elementos
quase ausentes na carne . . . A alimentacao a base de carne, em vez de produzir forca, produz degene-
rescencia e enfermidade. O fato se explica pela razao de que o organismo humano nao foi feito nem
esta capacitado para assimilar e conservar os excessos de albumina proveniente dessa alimentacao,
os quais sao prejudiciais a saude.
Disso resulta que os produtos de desassimilacao da carne, de natureza essencialmente venenosa
. . . ficam retidos no organismo, passam ao sangue e o intoxicam, criando os estados morbidos que hoje
tem os nomes de artritismo, reumatismo, diabete melito, escrofula, tuberculose e tambem cancer,
enfermidade caracterstica do nosso seculo . . .

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Supoem estudiosos que o habito de comer carne conduz ao alcoolismo pela sede morbida que
produz; ao tabagismo, por produzir excitacao nervosa, a qual por sua vez, conduz ao habito de
tomar cafe e ao uso de condimentos picantes, para disfarcar o gosto, o cheiro e a vista dos restos
cadavericos, apresentados a mesa do onvoro, que consciente ou inconscientemente, vive enganado
com a ideia de que a carne e um verdadeiro alimento. Dr. C. A. Obedman.

1.11 A carne, principalmente grelhada, produz cancer


O que muitos ignoram e que a carne, principalmente a grelhada, tambem produz cancer. O famoso
cancerologista italiano, da Organizacao Mundial da Saude, professor Carlo Sirtori, diretor da Divisao
de Anatomia Patologica do Instituto Nacional de Tumores, de Milao, anunciou que as protenas da
carne grelhada se decompoem, e suas substancias lipdicas se transformaram em hidrocarburetos
ligados ao cancer. De um quilo de carne assada na grelha - informou - obtem-se 6 gramas de
benzopireno, quantidade essa que corresponde a produzida por 600 cigarros.

2 Vegetarianismo: vida longa, saudavel e tranquila


Dizia-se antigamente (e ainda alguns dizem) que os vegetarianos sao uma gente esquisita, fanatica,
difcil de entender. Muitas vezes passavam por doentes. Mas, hoje, gracas a um conhecimento
mais avancado, ja nao se mostra desdem aos partidarios da alimentacao preponderantemente vegetal.
Ao contrario, sao olhados com respeito, e considerados como pessoas muito resistentes. A incidencia
de varias doencas cronico-degenerativas e menor entre os vegetarianos.
Talvez isso se deva a dois fatos: (1) A divulgacao cada vez mais ampla de publicacoes defendendo
o vegetarianismo, e (2) o extraordinario aumento do numero de vegetarianos.
Ha atualmente milhares ou milhoes de pessoas cultas que se limitam, durante o dia, a comer
cereais, leguminosas e saladas, e tomar sucos de frutas com pao integral, castanhas e nozes.

2.1 Vegetarianismo e longevidade


No livro do Dr. Henri Collierri, intitulado Vegetarianismo e longevidade, encontra-se a biografia
de alguns centenarios . . . Vejamos alguns exemplos:
Nicole Marc, criada no castelo de Colemberg, em Franca, viveu 100 anos, nao comendo carne.
Nunca ficou doente e apenas sentiu-se mal e um pouco cansada nos ultimos dez dias de vida. Possua
ainda todos os dentes, com excecao de um que havia perdido, cinco anos antes, quebrando uma noz
muito dura.
Patrice ONeil, casou-se pela ultima vez com 113 anos, e ate o dia de sua morte, ocorrida um dia
depois do casamento, andou sem bengala. Toda a vida foi vegetariana.
Jean Effingham so comia vegetais e, ate a idade de 100 anos, nunca esteve doente. Viveu 144
anos, e, oito dias antes de sua morte, fez um percurso, a pe, de cinco quilometros.
Jean Bill viveu 133 anos sem comer carne.
Thomas Parr, com 120 anos, tornou a casar-se, e, com 130 anos, ainda trabalhava no campo.
Atingiu a idade invejavel de 152 anos, sem comer carne. Carlos, o rei da Inglaterra, desejando
conhece-lo, mandou chama-lo e fe-lo sentar-se a sua mesa; no dia seguinte morria Thomas Parr de
indigestao . . .

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Ha algum tempo a imprensa chamou a atencao para dois exemplos de vegetarianismo e longevi-
dade.
O primeiro caso foi noticiado assim:
Faleceu o homem mais velho do mundo pelo menos de que se tem notcia. Trata-se do marroquino
Handy Mohamed Ben Bark, que assegurava ter 165 anos. O macrobio deixa 250 descendentes, entre
filhos e netos. O filho mais velho dos seus casamentos afirma ter 100 anos. O extinto sempre atribuiu
a sua longevidade a uma saudavel dieta vegetariana e de produtos lacteos. Gazeta do Povo, Curitiba.
O segundo caso e este:
Uma mulher, com a idade de 163 anos, residente em Moscou, Valentinovna Poujak, se recorda
dos exercitos napoleonicos que ela viu, com a idade de 9 anos, em Lion, assim como da abolicao
da servidao e da primeira ferrovia construda na Russia. A ancia, que nao sofre de doenca alguma,
conserva toda a sua lucidez, os cabelos nem mesmo embranqueceram e consegue enfiar linha numa
agulha fina sem usar oculos. Declarou ela aos jornalistas que a longevidade nao constitui excecao em
sua famlia. Seus tres irmaos tem, respectivamente: 129, 121 e 120 anos de idade.
Perguntou um dos reporteres: - A sra. pode nos dizer qual e seu principal alimento? A ancia: Eu
e meus irmaos somos todos vegetarianos. Gazeta do Povo, Curitiba.

2.2 Vegetarianismo e saude


Certa vez a London Vegetarian Association submeteu 10.000 criancas ao regime vegetariano na
mesma ocasiao em que o London Country Council adotou, para outras 10.000 criancas, o regime
onvoro, comum, em que entra a carne. Ao cabo de seis meses, todas as 20.000 foram examinadas, e os
medicos verificaram que as primeiras, em geral, gozavam melhor saude, haviam adquirido maior peso,
tinham musculos mais desenvolvidos e eram mais coradas do que as ultimas. O Conselho Municipal
de Londres confiou estao aquela Associacao Vegetariana o encargo de alimentar, vegetarianamente,
igual numero de criancas pobres de Londres a custa da Prefeitura.
Uma grande empresa especializada no fornecimento de alimentacao vegetariana na Inglaterra,
afirma que, desde o termino da Segunda Guerra Mundial, triplicou o numero de pessoas que rejeitam
a carne. Em 1947, uma estimativa revelou existirem 70.000 vegetarianos integrais na Inglaterra.
Hoje, na decada de 90, ha milhoes de vegetarianos, se computarmos centenas de milhares de semive-
getarianos, mais propriamente chamados vegetaristas, porque ainda aceitam alguns alimentos de
origem animal.
O gerente de um restaurante vegetariano em Londres afirma que esse incremento progressivo se
deve em grande parte ao fato de, aos vegetarianos puros, se haverem somado agora um numero
importante de semivegetarianos e lacto-ovo-vegetarianos.
Mas a maior razao desse aumento e que grande parte dos comedores de carne ja creem na
propaganda intensiva que o vegetarianismo realiza, atraves de publicacoes cientficas, semicientficas
ou simplesmente de divulgacao de curiosidades. Assim e que, gracas a essa medida, se cre hoje, cada
vez mais, que: (1) O vegetariano vive mais do que o comedor de carne; (2) O vegetariano resiste
melhor ao assalto das doencas; (3) A dieta vegetariana ajuda a prevenir o cancer, a aterosclerose e
outras doencas de altssima incidencia, degenerativas.

2.3 Habituando-se a saudavel alimentacao vegetariana


Muitos desejariam, sinceramente, adotar o vegetarianismo, a fim de desfrutarem os benefcios que
esse regime oferece. Mas uma coisa e o sabio e bom desejo e outra coisa e a forca de vontade necessaria
para contrariar os maus habitos arraigados e o paladar pervertido, acostumado a determinados tipos

6
de alimentacao.
Outra coisa e a adequada pratica do vegetarianismo. Quando e adotado de modo improprio ou
extremista, pode ocasionar ma nutricao. Conhecemos varios exemplos negativos, o que, entretanto,
nao deve denegrir a imagem do vegetarianismo aplicado de maneira racional.
Quem, desde a meninice, come pernil, bifes, guisados, pescados, etc., nao se acostuma facilmente
com a alimentacao vegetariana. Para ele, essa comida nao tem gosto nem da forca.
A verdade, entretanto, replicam os vegetarianos, e que o paladar se educa e se reeduca. Natu-
ralmente, se estamos acostumados a iguarias fartamente condimentadas, teremos de incio alguma
dificuldade em nos habituarmos a pratos preparados ao natural. Mas isso acontece apenas no comeco.
Uma vez reeducado, o estomago sempre tem repugnancia pela carne e o paladar sempre prefere os
vegetais.
Desde a mais remota antiguidade, o homem sempre teve a tendencia inata de dar ouvidos a tudo
quanto fosse uma promessa de prolongamento da vida. A Fonte da Juventude e o Elixir da Longa
Vida continuaram a ser duas das mais profundas aspiracoes do genero humano. Assim, quando
deparamos com relatos cientficos que dao testemunho da longevidade dos vegetarianos, ou com a
historia de algum povo asiatico que vive mais tempo e goza mais saude do que outros povos, e quando
esse fato se atribui a sua dieta vegetariana, nao ha duvida de que na Inglaterra e em outros pases
se verifica verdadeira corrida aos restaurantes que so servem vegetais.

2.4 A tranquilidade dos que vivem muito


Cientistas, biologos, fisiologos, nutricionistas, fizeram muitas pesquisas, mas nem sempre obtiveram
resultados brilhantes. Souberam ha algum tempo, do caso de um pastor da ex - Iugoslavia que
chegou aos 159 anos. Examinaram cuidadosamente todos os fatores a que poderiam atribuir a
sua longevidade: hereditariedade, ambiente, teor de vida, dieta. Mas nao conseguiram estabelecer
criterios basicos para explicar porque e como ele e outros indivduos conseguiram viver muito mais
do que a media dos homens.
Ha sobretudo um fator comum a todos os longevos: a ausencia, na sua vida, de doencas, princi-
palmente infecciosas.
Alem disso, todos os longevos tem levado vida regrada, tranquila e ativa, sem os excessos e as
inquietacoes caractersticas da vida moderna.
Essas indicacoes sao naturalmente preciosas para o cientista, mas nao bastam para formular sequer
uma simples norma que sirva de base.

2.5 Os centenarios Hunzas do Himalaia


Dr. Robert Mc Carrison, medico e fisiologo ingles, chefe do Servico Sanitario da India Britanica,
por volta de 1947 fez inspecoes na regiao dos hunzas, um pequeno povo que vive nos vales quase
inacessveis do Himalaia. A princpio receava que aqueles homens pouco civilizados precisassem
muito dos seus conselhos e dos seus tratamentos. Mas ficou surpreendido quando notou que eles nem
sequer tinham a nocao de doenca. Sadios e fortes, os hunzas viviam na ignorancia do mal fsico e
da morte que nao fosse provocada pela velhice. Todos eles eram muito longevos.

2.5.1 A dieta saudavel dos Hunzas

Foi bastante facil para o Dr. Mc Carrison compreender que a resistencia desse povo as bacterias,
aos vrus e as toxinas, se relacionava com a sua dieta. Nunca sofriam do estomago nem do intestino.

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Mesmo os octogenarios ignoravam qualquer enfermidade dos rins, do fgado, do coracao, das arterias.
Conservavam a vista e o ouvido perfeitos, dentes fortes e sadios, nervos firmes. Em suma: todas as
caractersticas da juventude.
Apos exame cuidadoso do ambiente, das condicoes climaticas, da raca, da hereditariedade, o
professor chegou a conclusao de que a causa da saude e da longevidade desse povo residia justamente
na dieta.
Viviam com extrema parcimonia, e exclusivamente dos produtos da sua terra. Nao conheciam
os alimentos requintados da civilizacao ocidental: acucar industrial, cafe, cha preto, farinha branca,
conservas. A unica excecao era o sal, que, porem, usavam com parcimonia.
A base de alimentacao eram os produtos de seus campos: trigo, cevada e outros cereais, bem como
frutas, que representavam seu alimento principal; legumes e coalhadas que completavam a lista de
seus generos alimentcios.
Da cevada e do trigo guardavam a casca que envolve o grao e que e muito rica em vitaminas,
como se sabe. Amassavam a farinha com agua, sem fermento, e comiam o pao em fatias ligeiramente
torradas na grelha (antigamente numa pedra aquecida).

2.5.2 Os Hunzas comiam sementes germinadas

Agora sao conhecidas pela civilizacao ocidental as virtudes do germe de trigo, que esses orientais
conhecem ha seculos.
Dr. Mc Carrison informou que esse povo costuma demolhar trigo, cevada, grao-de-bico, transfe-
rindo em seguida estes cereais e legumes para a areia umida. Quando dos graos saem os germes,
comem-nos. Sabe-se agora que, durante o processo de germinacao dos graos dos cereais, se verifica a
sntese de vitamina C e outros nutrientes vitais.

2.5.3 A paz e alegria dos Hunzas

Tudo isso unido a sua grande sobriedade, explica suficientemente a boa saude e a longevidade dos
hunzas, que talvez nunca satisfacam seu apetite completamente, evitando assim a formacao de toxinas
no organismo. Sao de fato muito resistentes ao trabalho; e seu genio e bom, alegre, meigo, tolerante
e as brigas entre eles sao muito raras. Naquela regiao nao existem carceres, nem tribunais, pois as
admoestacoes dos anciaos servem de leis e bastam para resolver qualquer questao.

2.6 A dieta vegetariana e o carater pacfico


A relacao entre a alimentacao, o carater e a vida daquele pequeno povo, impressionou o Dr. Mc
Carrison de tal modo que, em Londres, pretendeu refazer no laboratorio as experiencias feitas aos
pes do Himalaia.
Alimentou uns ratos com comida tpica de um bairro popular de Londres (alguns doces de farinha
de trigo, conservas de frutas, carne, arenques, frituras e um pouco de hortalicas cozidas). Constatou
que os bichinhos aos poucos adoeciam de todas as molestias dos homens, tornavam-se nervosos,
agressivos, inquietos, ate se devorarem reciprocamente. E outros ratos, alimentados conforme a
dieta dos hunzas, conservavam-se, pelo contrario, sadios e sossegados.
Hoje a chamada dieta hanser (de evidente derivacao da dieta hunza) e conhecida em todo o
mundo.

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2.7 Quem come pouco, e sobretudo frutas e verduras, vive tranquilamente longos
anos
Outro insigne fisiologo e medico, o suco Max Bircher, baseava, os seus conselhos dieteticos numa
alimentacao sobria, vegetariana, com predilecao pelas frutas e hortalicas cruas. A experiencia con-
firmou a exatidao das diretrizes do Dr. Bircher: Quem come pouco, e sobretudo frutas e verduras,
vive tranquilamente longos anos.

2.8 Atletas vegetarianos


A amplamente aceita teoria de que os batedores de recordes sao fortes e resistentes a custa de muitos
bifes que fazem parte de sua alimentacao diaria, tem-se mostrado falsa e vem sendo posta de lado
diante dos sucessos obtidos por muitos vencedores que se alimentam de frutas, verduras e cereais.
Os campeoes vegetarianos contam com sucos de frutas e verduras, cereais, derivados de nozes e
amendoas, e ate mesmo geleia de alga marinha, para o seu fortalecimento e sucesso.

2.8.1 Dra. Barbara Moore, a andarilha

Entre os mais notaveis atletas vegetarianos destacam-se a andarilha Dra. Barbara Moore. Entre 1960
e 1961, aos 57 anos de idade, a Dra. Barbara fez, a pe 1.600 km desde John OGroats, no extremo
norte da Escocia, ate Lands End, regiao mais meridional da Inglaterra; 5.150 km atraves dos Estados
Unidos, desde Sao Francisco ate Nova York; 645 km na Australia (de Abury ate Blacktown, Nova
Gales do Sul); 645 km no Canada; 1.600 km de Roma a Londres, e 3.200 km de Key West, Florida,
ate Nova Inglaterra.
Nessas viagens de maratona, sua alimentacao constava de amendoas, verduras, frutas, sucos de
frutas e agua. Afirma que as amendoas sao a principal fonte de sua energia. Durante suas jornadas
atraves dos Estados Unidos, as vezes comia ervas. Nunca bebe cafe ou cha preto. Espera continuar
caminhando ate a idade de mais de cem anos.

2.8.2 Murray Rose, o nadador

No campo de natacao, o campeao australiano Murray Rose, de 1,83 m de altura, tambem provou a
eficacia de uma dieta vegetariana: venceu a prova olmpica de 400 metros, estilo livre, nas Olimpadas
de Melbourne, e alcancou nova vitoria nos Jogos 0lmpicos de Roma.
Alem da dieta vegetariana normal, ele aprecia uma geleia de alga marinha, que se prepara mer-
gulhando um punhado de alga selecionada numa vasilha contendo alguns sucos de frutas com agua.
Ele tambem come sementes de girassol, feijao-soja e gergelim. Bebe sucos de frutas ou verduras, ou
leite de cabra.
Sua mae, que compartilha suas teorias e praticas dieteticas, prepara, as vezes, para o almoco, um
mingau de milho em vez de frutas, e outras vezes, em lugar de coalhada de leite de cabra, serve uma
mistura de gergelim e sementes de girassol, mel, e amendoas.
Ele nunca usa carne, pescado ou aves domesticas, sob qualquer forma, na sua alimentacao, e sente
repugnancia em ve-las.
Quando Rose estudava numa universidade americana, fez pesquisas minuciosas sobre algas e plan-
tas submarinas, e, apoiado em muitos cientistas americanos, acredita que dentro de poucos anos,
todo o mundo usara, em larga escala, comidas feitas de plantas marinhas.

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2.8.3 Trevor King, o pugilista

O antigo pugilista Trevor King, da Nova Zelandia, vegetariano, sofreu um acidente em que a perna
direita foi esmagada, mas passados sete anos, embora ja tivesse perdido a esperanca de poder voltar
ao ringue, lutou novamente.
Sua dieta consta principalmente de cenouras, beterrabas, repolho e alface crus; abacaxi e uvas
sem sementes; tamaras, amendoas, e outros alimentos ricos em protenas.
King sempre foi vegetariano, com excecao dos onze meses que esteve internado no hospital. Afirma
que sua saude melhorou com seu retorno ao vegetarianismo, depois da sua sada do hospital.

2.8.4 Max Whitehead, o surfista

Outro habil vegetariano e Max Whitehead, desportista completo, inspetor de praias, antigo campeao
australiano de surfe e importante jogador da Liga de Rugby. Ele competia em muitos pases, princi-
palmente sob o nome de Max Steyne.
Sua dieta consistia principalmente em frutas frescas e maduras e saladas de verduras cruas.
Tambem usava laticnios (leite de cabra), como o fazem outros notorios vegetarianos.
Muitas vezes seu almoco constava de milho e linhaca (semente de linho), deixando-os ferver cerca
de dois minutos para come-los com mel. A principal fonte de protena era o feijao-soja.

2.8.5 Eder Jofre, o lutador

Nao podemos fechar nossa lista de campeoes vegetarianos sem mencionar Eder Jofre, O Galo de
Ouro, de Sao Paulo, que igualmente se abstem de comer carne.

2.8.6 Saude comparada de vegetarianos e carnvoros

Numa importante obra sobre dietetica, do professor Willian E. Fischer, da Clnica de Vanderbilt, da
Associacao de Medicos e Cirurgioes da Cidade de Nova York, encontramos o seguinte:
Fischer fez algumas experiencias de resistencia comparada entre dezesseis comedores de carne
(estudantes da Universidade de Yale) e trinta e dois vegetarianos do Sanatorio de Battle Creek. Os
ultimos haviam sido vegetarianos desde os quatro anos de idade. Nao somente se abstinham de comer
carne, como tambem de cafe, cha preto e condimentos; alem disso eram abstemios de alcool e nao
fumavam. O resultado dos diversos testes mostrou que os vegetarianos, sem excecao, eram muito
superiores em resistencia aos que usavam alimentacao mista, embora os ultimos fossem atletas muito
adestrados e os vegetarianos, nao adestrados - enfermeiros, servidores da secao de banhos e medicos
- e tivessem mais idade que eles.

2.8.7 Ciclistas e corredores vegetarianos

O vegetarianismo e o regime da forca e da energia por excelencia. Na Inglaterra, foram certa vez os
ciclistas vegetarianos que obtiveram todas as vitorias de 131 a 277 milhas. Molley, que se alimen-
tava principalmente de sanduches naturais, fez 196 milhas em 12 horas. Dose, outro vegetariano,
venceu 16 concorrentes, chegando 30 minutos antes da hora marcada. Numa corrida pedestre de 112
quilometros, entre Berlim e Schoenholz, na qual tomaram parte 25 corredores, havia 8 vegetarianos,
6 dos quais conquistaram os primeiros lugares. Foi ainda o vegetariano Karl Mann que triunfou na
corrida pedestre de 200 quilometros, de Dresden a Berlim, que ele fez em 26 horas e 52 minutos,

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batendo nos primeiros 100 quilometros todas as anteriores vitorias e recordes do mundo. Essa corrida
teve um carater cientfico: uma comissao de fisiologistas, presidida pelo Professor Zunt, fiscalizara
o rendimento dos dois principais competidores. Roge e Mann; o primeiro, carnvoro; e o segundo,
vegetariano. Roge, que no almoco, havia comido carne e bebido vinho, abandonou a corrida no 35o
quilometro. Mann, pelo contrario, so comera frutas, cereais, legumes frescos, saladas cruas, pao, um
pouco de manteiga de coco e suco de uva sem alcool.

2.8.8 Lefevre, o alpinista

O Professor Lefevre, vegetariano, demonstrou a superioridade do regime aos alpinistas. Numa das
suas proezas alpinas, seu guia munira-se de carnes frias e linguica, ao passo que ele levara como
alimentos principais, um quilo de uvas, algumas peras, um pouco de queijo e pao preto. Em 15 horas
foram de Argeles a Bareges, fazendo um percurso de 198 quilometros. Galgaram, em seis ascensoes
sucessivas, uma altura de 4.870 metros. O Prof. Lefevre voltou bem disposto, fez uma pequena
refeicao e dormiu um excelente sono. No dia seguinte, pela manha, ele recomecara as ascensoes, ao
passo que seu guia, apos uma noite de insonia, teve febre, e, tres meses depois, ainda sentia os efeitos
daquele esforco extraordinario.

2.8.9 A forca fsica das tribos vegetarianas

O explorador Sarvins, na Africa Central, ficou surpreendido com a forca fsica e o desenvolvimento
muscular dos selvagens, que viviam quase que exclusivamente de nozes e frutas.
Sarvis encontrou nas tribos Karniwondo e Waganda, estritamente vegetarianas, os homens mais
bem desenvolvidos e resistentes.
Durante a sua excursao, Sarvis mandou fornecer carne aos seus homens de cor, da tribo Waganda.
Resultado: enfraquecimento, moleza, preguica e algumas doencas.
A experiencia foi repetida diversas vezes com o mesmo resultado.

2.8.10 Halterofilistas vegetarianos

Tres atletas apresentaram-se certa vez, no teatro de Los Angeles, na California, sob o nome de Saxon
Trio. Vegetarianos e abstinentes do alcool, destacaram-se como famosos halterofilistas.

2.8.11 A resistencia dos atletas vegetarianos

Do interessante livrinho Nocoes de Higiene Alimentar, do Dr. Gustavo Armbrust, citamos o


seguinte:
O regime rico em frutas, e o melhor para os atletas que, para realizarem uma proeza esportiva,
procuram retardar ate o ultimo momento a manifestacao da fadiga. Alguns o adotaram, instintiva-
mente. O americano Muller, que tomou parte na corrida dos seis dias, tinha especial predilecao pelas
uvas. O ciclista Geo Molley, os seus companheiros do Vegetarian Cycling Club, e o corredor Karl
Mann so comem frutas secas e suco de uva nao fermentado, durante as corridas.
O Dr. Amilcar de Sousa, medico portugues, e grande apologista do regime frugvoro: nao so ele,
como toda a famlia, so se alimentam de frutas. Na sua revista intitulada O Vegetarianismo tem
feito propaganda das mais inteligentes e proveitosas em favor deste regime, e o numero de adeptos
que conseguiu converter ao regime frugvoro orca por muitas centenas em tempo relativamente curto.

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2.8.12 Olegario Ribeiro Candeias, o maratonista

O vegetariano andarilho Olegario Ribeiro Candeias correu anteontem 13 horas, das 7:30h as 20:30h
na Praca das Bandeiras, para mostrar a resistencia de um homem de 58 anos, que nao come carne
ha mais de vinte anos. Essa e a terceira prova de resistencia fsica de Olegario, que ja fez prova de
resistencia no carnaval de 1966, quando correu 10 horas sem parar . . .
Olegario fez essas provas sem ganhar nada, apenas para provar que, para promover a resistencia
fsica, nao e preciso matar animais, e que a soja podera resolver o problema mundial da fome.
A alimentacao de Olegario na prova constituiu-se de soja e mel. Pelos seus calculos, correu cerca
de 130 quilometros. De duas em duas horas era examinado pelo Dr. Milton Spencer Veras, medico
da Prefeitura, que sempre constatava otimo estado de saude . . .
Depois de 8 horas de prova, Candeias parou de assobiar para dizer: - estou otimo e posso correr
ate amanhecer se quiser. Folha de Sao Paulo.
Os fatos nao tem refutacao.

3 Moderacao, fator de longevidade


Esta comprovado que filhos de pais longevos geralmente vivem ate idades bem avancadas. Isso nao
e uma regra infalvel, mas e uma probabilidade ampla.
A moderacao no comer, nesse caso, exerce uma influencia capital. Cuidadosas experiencias feitas
nos Estados Unidos demonstraram quanto a moderacao no comer concorre para evitar o abreviamento
da vida, que normalmente deveria ser de 80, 90 ou 100 anos.
As provas foram realizadas com ratos brancos, de vez que esses roedores reagem, a dieta, de ma-
neira identica ao homem. Na vida de um rato branco, a fase de dez dias corresponde cientificamente
ao ciclo de um ano de vida do homem.
Os resultados colhidos foram os seguintes: Comendo-se de tudo que se deseja comer, sem discri-
minacao, a duracao da vida oscila entre os 60 e os 70 anos; quando se come apenas o necessario,
mais uma pequena margem de reserva, e quando os alimentos sao escolhidos, qualitativamente, de
maneira a suprirem as necessidades do organismo, chega-se em bom estado aos 80 anos de idade,
com a capacidade de ainda fazer trabalho util; quando se come qualitativamente algo menos do que
o necessario, a capacidade de trabalho pode ser ligeiramente reduzida, mas a duracao da vida pode
prolongar-se, em virtude de a maquina viva sofrer menos desgastes ao dar conta de menor carga de
alimentos.
O que se comprovou, foi que o desregramento alimentar figura em primeiro lugar entre os fatores
que mais abreviam a vida e que podem ser controlados pela vontade do ser humano.

3.1 Comer pouco e viver muito


Via de regra, quem come muito tende a agir pouco; quem come moderadamente, tende a agir muito,
em consequencia do bem-estar e, portanto, de boa disposicao que sempre sente; quem come pouco,
se inclina ao repouso.
Hoje em dia, o horario das refeicoes prende-se a circunstancias as vezes incontornaveis, como o
perodo de trabalho. Ainda assim, devemos, contudo, a bem da saude, dedicar consideravel espaco
de tempo ao almoco. E bom costume aproveitar essa folga para uma pequena sesta. As pessoas que
se dao bem com essa pratica devem cultiva-la, de vez que a mesma muito concorre, nao so para o
bem-estar geral mas tambem para o prolongamento da vida.

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Para viver mais e melhor, e preciso escolher bem os alimentos, comer com moderacao
e mastigar bem.

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