NBR 5419-4
NBR 5419-4
NBR 5419-4
BRASILEIRA 5419-4
Primeira edio
22.05.2015
Vlida a partir de
22.06.2015
Nmero de referncia
ABNT NBR 5419-4:2015
87 pginas
ABNT 2015
ABNT NBR 5419-4:2015
ABNT 2015
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reproduzida ou utilizada por qualquer meio, eletrnico ou mecnico, incluindo fotocpia e microfilme, sem permisso por
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Sumrio Pgina
Prefcio .............................................................................................................................................viii
Introduo ............................................................................................................................................x
1 Escopo ................................................................................................................................1
2 Referncias normativas .....................................................................................................1
3 Termos e definies ...........................................................................................................2
4 Projeto e instalao das medidas de proteo contra surtos (MPS) ............................5
4.1 Princpios gerais ................................................................................................................5
4.2 Projeto de MPS .................................................................................................................10
4.3 Zonas de proteo contra raios (ZPR) ........................................................................... 11
4.4 MPS Bsicas .....................................................................................................................14
4.4.1 Aterramento e equipotencializao (ver Seo 5) ........................................................14
4.4.2 Blindagem magntica e roteamento das linhas (ver Seo 6).....................................15
4.4.3 Coordenao de DPS (ver Seo 7) ...............................................................................15
4.4.4 Interfaces isolantes (ver Seo 8) ..................................................................................15
5 Aterramento e equipotencializao ................................................................................15
5.1 Princpios gerais ..............................................................................................................15
5.2 Subsistema de aterramento ............................................................................................16
5.3 Ligao equipotencial......................................................................................................18
5.4 Barras de equipotencializao........................................................................................21
5.5 Equipotencializao na fronteira de uma ZPR ..............................................................21
5.6 Materiais e dimenses dos componentes de equipotencializao .............................22
6 Blindagem magntica e roteamento de linhas ..............................................................22
6.1 Princpios gerais ..............................................................................................................22
6.2 Blindagem espacial ..........................................................................................................23
6.3 Blindagem de linhas internas .........................................................................................23
6.4 Roteamento de linhas internas .......................................................................................23
6.5 Blindagem de linhas externas.........................................................................................23
6.6 Materiais e dimenses das blindagens magnticas .....................................................23
7 Coordenao de DPS .......................................................................................................24
8 Interfaces isolantes ..........................................................................................................24
9 Gerenciamento das MPS .................................................................................................25
9.1 Princpios gerais ..............................................................................................................25
9.2 Plano de gerenciamento de MPS ....................................................................................25
9.3 Inspeo das MPS ............................................................................................................27
9.3.1 Princpios gerais ..............................................................................................................27
9.3.2 Procedimento das inspees..........................................................................................27
9.3.3 Documentao de inspeo ............................................................................................28
9.4 Manuteno ......................................................................................................................28
Anexo A (normativo) Bases de avaliao do ambiente eletromagntico em uma ZPR ...............29
A.1 Princpios gerais ..............................................................................................................29
A.2 Danos causados em sistemas eltricos e eletrnicos devido s descargas
atmosfricas .....................................................................................................................29
Figuras
Figura 1 Princpios gerais para a diviso de diferentes ZPR .......................................................6
Figura 2 Exemplos de possveis MPS (medidas de proteo contra surtos) .............................9
Figura 3 Exemplos para interligao de ZPR ..............................................................................13
Figura 4 Exemplos para ZPR estendidas .....................................................................................14
Figura 5 Exemplo de um sistema de aterramento tridimensional consistindo em uma rede de
equipotencializao, interligada com o subsistema de aterramento.........................16
Figura 6 Subsistema de aterramento em forma de malha de uma planta ................................17
Figura 7 Integrao de partes condutoras de sistemas internos em uma interligao para
equipotencializao .........................................................................................................19
Tabelas
Tabela 1 Seo transversal mnima para componentes de equipotencializao.....................22
Tabela 2 Plano para gerenciamento de MPS para novas edificaes
e para mudanas significativas na construo ou uso de edificaes ......................26
Tabela A.1 Parmetros relevantes para fonte dos danos e os equipamentos .........................31
Tabela A.2 Exemplos para I0MX = 100 kA e wm = 2 m ................................................................41
Tabela A.3 Atenuao magntica da blindagem em forma de grade para uma onda plana ...43
Tabela A.4 Raio da esfera rolante correspondente corrente mxima da descarga
atmosfrica .......................................................................................................................46
Tabela A.5 Exemplos para I0/MX = 100 kA e wm = 2 m correspondendo a SF = 12,6 dB ........46
Tabela B.1 Caractersticas estruturais e complementares .........................................................56
Tabela B.3 Caractersticas dos equipamentos ............................................................................57
Tabela B.4 Outras questes a serem consideradas para a concepo do projeto..................57
Tabela D.1 Valores preferenciais para Iimp a ................................................................................82
Prefcio
A ABNT chama a ateno para que, apesar de ter sido solicitada manifestao sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados ABNT
a qualquer momento (Lei n 9.279, de 14 de maio de 1996).
Ressalta-se que Normas Brasileiras podem ser objeto de citao em Regulamentos Tcnicos.
Nestes casos, os rgos responsveis pelos Regulamentos Tcnicos podem determinar outras datas
para exigncia dos requisitos desta Norma, independentemente de sua data de entrada em vigor.
Esta parte da ABNT NBR 5419 e as ABNT NBR 5419-1, ABNT NBR 5419-2 e ABNT NBR 5419-3
cancelam e substituem a(s) ABNT NBR 5419:2005.
As instalaes eltricas cobertas pela ABNT NBR 5419 esto sujeitas tambm, naquilo que for
pertinente, s normas para fornecimento de energia estabelecidas pelas autoridades reguladoras
e pelas empresas distribuidoras de eletricidade.
A ABNT NBR 5419, sob o ttulo geral Proteo contra descargas atmosfricas, tem previso
de conter as seguintes partes:
Scope
This part of ABNT NBR 5419 provides information for the design, installation, inspection, maintenance
and testing of electrical and electronic system protection (SPM) to reduce the risk of permanent failures
due to lightning electromagnetic impulse (LEMP) within a structure.
This part of ABNT NBR 5419 does not cover protection against electromagnetic interference due
to lightning, which may cause malfunctioning of internal systems.
However, the information reported in Annex A can also be used to evaluate such disturbances.
Protection measures against electromagnetic interference are covered in ABNT NBR 5410
and in the IEC 61000 series.
This part of ABNT NBR 5419 does not deal with detailed design of the electrical and electronic systems
themselves.
Introduo
A necessidade desta Norma justifica-se pelo crescente custo associado s falhas de sistemas
eletroeletrnicos causadas pelos efeitos eletromagnticos das descargas atmosfricas. Particularmente
importantes so os sistemas eletrnicos usados no armazenamento e processamento de dados,
assim como no controle e segurana de processos para plantas de considervel investimento,
tamanho e complexidade (para as quais as consequncias so muito indesejveis por razes de custo
e segurana).
As descargas atmosfricas podem causar diferentes tipos de danos em uma estrutura, como definido
na ABNT NBR 5419-1.
D2 danos fsicos (fogo, exploso, destruio mecnica, vazamento qumico) devido aos efeitos
da corrente das descargas atmosfricas, incluindo centelhamentos;
A ABNT NBR 5419-3 trata das medidas de proteo para reduzir os riscos de danos fsicos e perigo
de vida, mas no cobre a proteo de sistemas eltricos e eletrnicos.
Esta Parte da Norma fornece as informaes sobre as medidas de proteo para reduzir os riscos
de dano permanente de sistemas eletroeletrnicos existentes nas estruturas.
Danos permanentes nos sistemas eletroeletrnicos podem ser causados pelo impulso eletromagntico
da descarga atmosfrica (LEMP) por meio de:
surtos com origem externa estrutura so criados por descargas atmosfricas que atingem
as linhas entrando na estrutura, ou o solo prximo a elas, e so transmitidos aos sistemas eltricos
e eletrnicos dentro da estrutura por meio destas linhas;
surtos com origem interna estrutura so criados por descargas atmosfricas que atingem
a prpria estrutura ou o solo prximo a ela.
NOTA Os surtos podem tambm se originar internamente estrutura por efeitos de chaveamento, como,
por exemplo, o chaveamento de cargas indutivas.
acoplamento pelo campo magntico (por exemplo, causado pelos laos formados pelos cabos
dos sistemas eltricos e eletrnicos ou pela indutncia dos condutores de equipotencializao);
acoplamento pelo campo eltrico (por exemplo, causado pelos mastros metlicos das antenas
de recepo).
NOTA Os efeitos do acoplamento pelo campo eltrico so geralmente muito pequenos quando comparados
ao acoplamento pelo campo magntico e podem ser desprezados.
corrente parcial da descarga atmosfrica fluindo nos condutores (por exemplo, nos condutores
de descida de um SPDA externo de acordo com a ABNT NBR 5419-3 ou em uma blindagem
espacial de acordo com esta parte da Norma).
1 Escopo
Esta Parte da ABNT NBR 5419 fornece informaes para o projeto, instalao, inspeo, manuteno
e ensaio de sistemas de proteo eltricos e eletrnicos (Medidas de Proteo contra Surtos MPS)
para reduzir o risco de danos permanentes internos estrutura devido aos impulsos eletromagnticos
de descargas atmosfricas (LEMP).
Esta Parte da ABNT NBR 5419 no cobre a proteo total contra interferncias eletromagnticas
devido s descargas atmosfricas, que podem causar mau funcionamento de sistemas internos.
Esta Parte da ABNT NBR 5419 no trata em detalhes do projeto dos sistemas eltricos e eletrnicos
em si.
2 Referncias normativas
Os documentos relacionados a seguir so indispensveis aplicao deste documento.
Para referncias datadas, aplicam-se somente as edies citadas. Para referncias no datadas,
aplicam-se as edies mais recentes do referido documento (incluindo emendas).
ABNT NBR 5419-1:2015, Proteo contra descargas atmosfricas Parte 1: Princpios gerais
ABNT NBR 5419-2:2015, Proteo contra descargas atmosfricas Parte 2: Gerenciamento de risco
ABNT NBR 5419-3:2015, Proteo contra descargas atmosfricas Parte 3: Danos fsicos a estruturas
e perigos vida
ABNT NBR IEC 61643-1, Dispositivos de proteo contra surtos em baixa tenso Parte 1: Dispositivos
de proteo conectados a sistemas de distribuio de energia de baixa tenso Requisitos de
desempenho e mtodos de ensaio
IEC 60664-1, Insulation coordination for equipment within low-voltage systems Part 1: Principles,
requirements and tests
IEC 61000-4-5, Electromagnetic compatibility (EMC) Part 4-5: Testing and measurement techniques
Surge immunity test
IEC 61000-4-9, Electromagnetic compatibility (EMC) Part 4-9: Testing and measurement techniques
Pulse magnetic field immunity test
IEC 61000-4-10, Electromagnetic compatibility (EMC) Part 4-10: Testing and measurement
techniques Damped oscillatory magnetic field immunity test
IEC/TR 61000-5-2, Electromagnetic compatibility (EMC) Part 5: Installation and mitigation guidelines
Section 2: Earthing and cabling
IEC 61643-12, Low-voltage surge protective devices Part 12: Surge protective devices connected
to low-voltage power distribution systems Selection and application principles
IEC 61643-21, Low-voltage surge protective devices Part 21: Surge protective devices connected
to telecommunications and signalling networks Performance requirements and testing methods
IEC 61643-22, Low-voltage surge protective devices Part 22: Surge protective devices connected
to telecommunications and signalling networks Selection and application principles
3 Termos e definies
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definies.
3.1
sistema eltrico
sistema que incorpora componentes de alimentao em baixa tenso
3.2
sistema eletrnico
sistema que incorpora os componentes de uma instalao eltrica de sinal, por exemplo, equipamentos
eletrnicos de telecomunicaes, controladores microprocessados, sistemas de instrumentao,
sistemas de rdio, instalaes de eletrnica de potncia
3.3
sistemas internos
sistemas eltricos e eletrnicos dentro de uma estrutura
3.4
proteo contra descargas atmosfricas
PDA
sistema completo para proteo de estruturas contra as descargas atmosfricas, incluindo seus
sistemas internos e contedo, assim como as pessoas, em geral consistindo em um SPDA e MPS
3.5
sistema de proteo contra descargas atmosfricas
SPDA
sistema utilizado para reduzir danos fsicos devido s descargas atmosfricas diretas em uma estrutura
NOTA Consiste nos sistemas externo e interno de proteo contra descargas atmosfricas.
3.6
pulso eletromagntico devido s descargas atmosfricas
LEMP
todos os efeitos eletromagnticos causados pela corrente das descargas atmosfricas por meio
de acoplamento resistivo, indutivo e capacitivo, que criam surtos e campos eletromagnticos irradiados
3.7
surto
efeitos transitrios causados por LEMP que aparecem na forma de sobretenso e/ou sobrecorrente
3.8
nvel de tenso suportvel nominal de impulso
UW
tenso suportvel de impulso definida pelo fabricante de um equipamento ou de uma parte dele,
caracterizando a capacidade de suportabilidade especfica da sua isolao contra sobretenses
NOTA Para o objetivo desta Parte da ABNT NBR 5419, somente a suportabilidade tenso impulsiva
entre condutores vivos e o aterramento considerada.
3.9
nvel de proteo contra descargas atmosfricas
NP
nmero associado a um conjunto de parmetros da corrente da descarga atmosfrica para garantir
que os valores especificados em projeto no estejam superdimensionados ou subdimensionados
quando da ocorrncia de uma descarga atmosfrica
NOTA O nvel de proteo contra descargas atmosfricas utilizado para se projetar as medidas
de proteo de acordo a um conjunto relevante de parmetros das descargas atmosfricas.
3.10
zona de proteo contra descarga atmosfrica raio
ZPR
zona onde o ambiente eletromagntico causado pelo raio definido
NOTA A fronteira entre as zonas de uma ZPR no necessariamente uma fronteira fsica (por exemplo,
paredes, cho e teto).
3.11
medidas de proteo contra surtos causados por LEMP
MPS
conjunto de medidas tomadas para proteger os sistemas internos contra os efeitos causados
por LEMP
3.12
blindagem espacial em forma de grade
blindagem magntica caracterizada por aberturas
NOTA Para um edifcio ou uma sala, a blindagem preferencialmente construda pela interconexo
dos elementos naturais da estrutura (por exemplo, barras do concreto armado, molduras e suportes metlicos).
3.13
subsistema de aterramento
parte de um SPDA externo que tem como objetivo conduzir e dispersar a descarga atmosfrica no solo
3.14
ligaes equipotenciais em rede
rede de interconexes de todas as partes condutoras da estrutura e dos sistemas internos (condutores
vivos excludos) para um barramento de aterramento
3.15
sistema de aterramento
sistema completo que combina o subsistema externo de aterramento e o sistema de equipotencializao.
definido tambm como o conjunto de todos os eletrodos e condutores de aterramento, interligados
ou no, assim como partes metlicas que atuam direta ou indiretamente com a funo de aterramento,
como torres e prticos, armaduras de edificaes, capas metlicas de cabos, tubulaes etc.
3.16
dispositivo de proteo contra surtos
DPS
dispositivo destinado a limitar as sobretenses e desviar correntes de surto. Contm pelo menos
um componente no linear
3.17
DPS ensaiado com Iimp
DPS que em ensaios suporta correntes impulsivas parciais das descargas atmosfricas Iimp
com forma de onda tpica 10/350 s
NOTA Para linhas eltricas de energia, uma corrente de ensaio adequada Iimp definida para ensaio
na classe I segundo procedimento descrito na ABNT NBR IEC 61643-1.
3.18
DPS ensaiado com Iin
DPS que suporta correntes induzidas de surto com uma forma de onda tpica 8/20 s. No ensaio,
exige-se uma corrente impulsiva correspondente a In
NOTA Para linhas de energia uma corrente de ensaio adequada In definida para ensaio na classe 2
segundo procedimento descrito na ABNT NBR IEC 61643-1.
3.19
DPS ensaiado com uma onda combinada
DPS que suporta correntes induzidas de surto com uma forma de onda tpica 8/20 s. No ensaio
exige-se uma corrente impulsiva correspondente a Isc
NOTA Para linhas eltricas de energia uma combinao adequada de ondas definida para ensaio
na classe 3 segundo o procedimento descrito na ABNT NBR IEC 61643-1 definindo a tenso de circuito
aberto UOC 1,2/50 s e a corrente de curto-circuito ISC 8/20 s de um gerador de ondas combinadas
com relao-limite entre estes parmetros de 2 .
3.20
DPS tipo comutador de tenso
DPS que possui alta impedncia em condies normais, mas que em resposta a um surto de tenso
sofre uma mudana brusca nesta impedncia para um valor muito baixo
NOTA 1 Exemplos comuns de componentes usados como dispositivos comutadores de tenso incluem
centelhadores, centelhadores encapsulados a gs, tiristores (retificadores controlados de silcio) e triacs.
Estes DPS so algumas vezes chamados de centelhadores.
3.21
DPS tipo limitador de tenso
DPS que tem uma alta impedncia em condies normais, mas ir reduzir-se continuamente
com o aumento da tenso e corrente do surto
NOTA 1 Exemplos comuns de componentes usados como dispositivos no lineares so varistores e diodos
supressores.
3.22
DPS tipo combinado
DPS que incorpora componentes com ambas as caractersticas (comutador e limitador de tenso)
e, portanto, pode apresentar comportamento como comutador de tenso, limitador de tenso,
ou ambos, dependendo das caractersticas da tenso aplicada
3.23
coordenao de DPS
DPS adequadamente selecionados, coordenados e instalados para formar um conjunto que visa
reduzir falhas dos sistemas internos
3.24
interfaces isolantes
dispositivos que so capazes de reduzir surtos conduzidos nas linhas que adentram as zonas
de proteo contra os raios (ZPR)
3.25
equipotencializao
conjunto de medidas que visa a reduo das tenses nas instalaes causadas pelas descargas
atmosfricas a nveis suportveis para essas instalaes e equipamentos por elas servidos,
alm de reduzir riscos de choque eltrico. Tais medidas consistem tipicamente em ligaes entre partes
metlicas das instalaes e destas ao SPDA, direta ou indiretamente (por meio de DPS), envolvendo
massas metlicas de equipamentos, condutores de proteo, malhas de condutores instaladas sob
ou sobre equipamentos sensveis, blindagens de cabos e condutos metlicos, elementos metlicos
estruturais, tubulaes metlicas entre outros
NOTA Rigorosamente, equipotencializao um conceito que somente se aplica em corrente contnua
ou, de forma aproximada, em baixas frequncias. Para as componentes de frequncias mais altas
das correntes das descargas atmosfricas, algumas das medidas tipicamente empregadas com
finalidade de equipotencializao podem ter efeito de reduo de tenso entre os pontos onde a ligao
equipotencial feita, contanto que essa ligao seja curta (por exemplo, no mais que poucas dezenas
de centmetros para condutores cilndricos de bitolas usuais em instalaes eltricas). Medidas como
o uso de cabos blindados, o encaminhamento de cabos por condutos metlicos ou prximos a grandes
estruturas condutoras so geralmente mais eficientes e espacialmente mais abrangentes em alta frequncia.
A noo de equipotencializao de modo genrico, porm, til no controle da sobretenso durante a parte
em que a progresso do impulso de corrente da descarga atmsfrica mais lenta, sobretenso esta que
pode estar associada a elevados nveis de energia por conta da longa durao.
Sistemas eltricos e eletrnicos esto sujeitos a danos devido a impulsos eletromagnticos causados
pelas descargas atmosfricas (LEMP). Portanto, para evitar danos nos sistemas internos, necessria
a adoo de MPS.
A proteo contra LEMP baseada no conceito de zonas de proteo contra raios (ZPR): o volume
contendo sistemas que devem ser protegidos deve ser dividido em ZPR. Estas zonas so teoricamente
associadas parte do espao (ou de um sistema interno) onde a severidade do LEMP compatvel
com a suportabilidade dos sistemas internos existentes (Figura 1). As sucessivas zonas so caracte-
rizadas por significativas mudanas na severidade no LEMP. A fronteira de uma ZPR definida pelas
medidas de proteo empregadas (Figura 2).
ZPR 0
Antena
Mastro ou guarda-corpo
Linha eltrica
de energia
Fronteira
de ZPR 2
Fronteira de
ZPR 2 ZPR 1 ZPR 1
Equipamento
Tubulao de
gua Equipotencializao Linha de telecomunicao
i local
IEC 2762/10
NOTA A Figura 1 mostra um exemplo de diviso de uma estrutura dentro de ZPR internas.
Todos os servios entrando na estrutura so equipotencializados por meio de barras de equipotencializao
na fronteira de ZPR 1. Ainda, os servios por meio de partes condutoras entrando em ZPR 2 (por exemplo,
salas de computadores) so equipotencializados por meio de barras de equipotencializao em ZPR 2.
SPDA + Blindagem I0 , H0
ZPR 1 ZPR 0
H0
Blindagem ZPR 2 ZPR 1 H1
ZPR 2 H2
DPS DPS
Equipamento (EL) (EP)
(objeto vulnervel
a danos)
U2 , I2 U1 , I1 U0 , I0
Invlucro
Corrente parcial
da descarga
atmosfrica
IEC 2763/10
Legenda
EP equipotencializao principal
EL equipotencializao local
a) MPS usando blindagem espacial e um sistema coordenado de DPS
Equipamentos bem protegidos contra surtos conduzidos (U2<<U0 e I2<<I0)
e contra campos magnticos irradiados (H2<<H0)
SPDA + Blindagem
ZPR 1 I0, H0 ZPR 0 H0
ZPR 1
H1
DPS
(EP)
Equipamento
(vulnervel a
danos)
U1, I1 U0, I0
Invlucro
Corrente
parcial da
descarga
atmosfrica
IEC 2764/10
Legenda
EP equipotencializao principal
b) MPS usando blindagem espacial em ZPR 1 e DPS na entrada
Equipamentos protegidos contra surtos conduzidos (U1<<U0 e I1<<I0)
e contra campos magnticos irradiados (H1<<H0)
SPDA (nenhuma
I0, H0 ZPR 0
blindagem
ZPR 1
H0
H2 DPS
Equipamento H2 (EP)
ZPR 2
(objeto vulnervel a
danos) U2, I2
U0, I0
IEC 2765/10
Legenda
EP equipotencializao principal
c) MPS usando linhas internas blindadas e proteo por meio de DPS
na entrada de ZPR 1 Equipamentos protegidos contra surtos conduzidos (U2<U0 e I2<I0)
e contra campos eletromagnticos irradiados (H2<H0)
ZPR 1 H0
H0
ZPR 2
IEC 2766/10
Legenda
EP equipotencializao principal
EL equipotencializao local
ES equipotencializao suplementar
Fronteiras blindadas
Fronteiras no blindadas
nas fronteiras de ZPR 2 (por exemplo, nos quadros de distribuio secundria QDS);
Danos permanentes de sistemas eltricos e eletrnicos devido a LEMP podem ser causados por:
surtos conduzidos e induzidos transmitidos aos equipamentos por meio da conexo por condutores
metlicos;
Para proteo contra os efeitos de campos eletromagnticos irradiados diretamente para os prprios
equipamentos, devem ser usadas MPS consistindo em blindagens espaciais e/ou condutores
blindados, combinados com a blindagem dos invlucros dos equipamentos.
Para a proteo contra os efeitos de surtos conduzidos ou induzidos, sendo transmitidos para
os equipamentos por meio de conexes por cabos, devem ser usadas MPS consistindo em um sistema
coordenado de DPS.
Falhas devido a campos eletromagnticos irradiados diretamente para os equipamentos podem ser
consideradas desprezveis se os equipamentos atenderem s normas de EMC do produto, pertinentes
s emisses em radiofrequncia e imunidades.
Em geral, os equipamentos devem atender as normas de EMC do produto, portanto MPS consistindo
em uma coordenao de DPS so normalmente consideradas suficientes para proteger tais equipa-
mentos contra os efeitos do LEMP.
Para equipamentos que no atendem s normas de EMC do produto, MPS consistindo apenas
em uma coordenao de DPS so consideradas inadequadas para proteger tais equipamentos
contra os efeitos de LEMP. Neste caso, o Anexo A fornece mais informaes sobre como alcanar
melhor proteo contra campos eletromagnticos atingindo diretamente os equipamentos.
A suportabilidade dos equipamentos quanto a campos magnticos deve ser selecionada de acordo com
a IEC 61000-4-9 e IEC 61000-4-10.
Se necessrio, para aplicaes especificas, sistemas simulados para ensaio que incluam os DPS,
condutores da instalao e os atuais equipamentos podem ser ensaiados em laboratrio para verificar
coordenao de suportabilidade.
b) MPS empregando uma blindagem espacial em forma de grade em ZPR 1 e DPS na entrada
da ZPR 1 podem proteger equipamentos contra campos magnticos irradiados e contra surtos
conduzidos (Figura 2b));
NOTA 1 A proteo pode no ser suficiente se o campo magntico permanecer muito alto (devido baixa
efetividade da blindagem em ZPR 1), ou se a intensidade do surto permanecer muito alta (devido ao alto nvel
de proteo do DPS e aos efeitos da induo nos cabos a jusante do DPS).
c) MPS usando linhas blindadas, combinadas com invlucros blindados dos equipamentos protegem
contra campos magnticos irradiados. O DPS na entrada de ZPR 1 providencia proteo contra
surtos conduzidos (ver Figura 2c)). Para alcanar um menor nvel de ameaa (entre as ZPR 0
e ZPR 2), DPS adicionais podem ser necessrios (por exemplo, estgios adicionais internos
coordenados entre si) para alcanar um nvel de proteo suficientemente baixo;
d) MPS usando coordenao de DPS somente so adequadas para proteger equipamentos que no
so sensveis a campos magnticos irradiados, j que os DPS somente fornecem proteo contra
surtos conduzidos (ver Figura 2d)). Um nvel mais baixo de ameaas de surto pode ser alcanado
utilizando DPS coordenados.
NOTA 2 Solues de acordo com as Figuras 2a) a c) so recomendadas especialmente para equipamentos
que no atendem s normas EMC pertinentes para produtos.
NOTA 3 Um SPDA de acordo com a ABNT NBR 5419-3 que emprega somente DPS para ligao
equipotencial pode no fornecer proteo eficaz contra danos em sistemas eltricos e eletrnicos sensveis.
O SPDA pode aumentar sua eficincia ao reduzir as dimenses da malha e selecionar DPS adequados,
fazendo-os uma parte efetiva das MPS.
b) ZPR 0A zona onde a ameaa devido descarga atmosfrica direta e a totalidade do campo
eletromagntico gerado por esta descarga. Os sistemas internos podem estar sujeitos totalidade
da corrente de surto;
c) ZPR 0B zona protegida contra as descargas atmosfricas diretas, mas onde a ameaa
causada pela totalidade do campo eletromagntico. Os sistemas internos podem estar sujeitos
s correntes de surto parciais.
a) ZPR 1: zona onde a corrente de surto limitada pela distribuio das correntes e interfaces
isolantes e/ou por DPS ou blindagem espacial instalados na fronteira das zonas. Blindagens
espaciais em formas de grade podem atenuar significativamente o campo eletromagntico;
b) ZPR 2n: zona onde a corrente de surto pode ser ainda mais limitada pela distribuio de correntes
e interfaces isolantes e/ou por DPS adicionais nas fronteiras entre as zonas mais internas.
Blindagens adicionais podem ser usadas para atenuao adicional do campo eletromagntico
gerado pela descarga atmosfrica.
As ZPR so implantadas pela instalao das MPS, por exemplo, instalao de um sistema coordenado
de DPS e/ou blindagem eletromagntica (ver Figura 2). Dependendo do nmero, tipo e suportabilidade
dos equipamentos protegidos, ZPR adicionais podem ser definidas. Estas podem incluir menores
zonas internas localizadas (por exemplo, invlucros metlicos dos equipamentos) ou zonas maiores
(por exemplo, a estrutura completa) (ver Figura 2 b)).
A interconexo de ZPR de mesma ordem pode ser necessria se duas estruturas separadas
so conectadas por linhas eltricas de energia ou de sinal, ou se desejar reduzir o nmero de DPS
utilizados (ver Figura 3).
DPS I2 DPS
I1 I2
a
IEC 2767/10
ZPR 0
ZPR 1 0PZ 0 ZPR 1
I2
I1 I2
b
IEC 2768/10
NOTA A Figura 3 a) mostra duas ZPR 1 conectadas NOTA A Figura 3 b) mostra que este problema pode
por linhas eltricas (de energia ou de sinal). ser resolvido usando cabos blindados ou dutos
Recomenda-se cuidados adicionais se ambas ZPR 1 blindados interconectando ambas ZPR 1,
representam estruturas separadas com sistemas de providenciando que as blindagens sejam capazes de
aterramento separados, espaados dezenas ou conduzir uma parcela da corrente da descarga
centenas de metros entre si. Neste caso, uma grande atmosfrica. O DPS pode ser eliminado se a queda
parcela da corrente da descarga atmosfrica pode fluir de tenso ao longo das blindagens no for muito alta.
pelas linhas conectadas que no estiverem protegidas.
onde onde
I1, I2 Correntes parciais da descarga atmosfrica. I1, I2 Correntes parciais da descarga atmosfrica.
DPS DPS
c IEC 2768/10
d
IEC 2769/10
NOTA A Figura 3 c) mostra duas ZPR 2 NOTA A Figura 3 d) mostra que tais interferncias
conectadas por linhas eltricas (de energia ou de podem ser evitadas e os DPS podem ser omitidos,
sinal). Devido s linhas estarem expostas no nvel se cabos ou dutos blindados forem utilizados para
de ameaa da ZPR 1, DPS na entrada de cada interligar ambas ZPR 2.
ZPR 2 so necessrios.
c) Interligando-se duas ZPR usando d) Interligando-se duas ZPR 2 usando cabos
DPS blindados ou dutos blindados
ZPR 0 ZPR 0
ZPR 1 ZPR 1
ZPR 0
DPS DPS
a b
IEC 2770/10 IEC 2771/10
NOTA Figura 4 a) mostra uma estrutura alimentada NOTA Se o transformador localizado dentro da estrutura
por um transformador. Se o transformador e no tem um DPS instalado no lado MT (uma vez que ao
localizado fora da estrutura, somente a linha de proprietrio da edificao frequentemente no permitido
baixa tenso entrando na estrutura requer proteo adotar medidas no lado da mdia tenso), ento a Figura 4 b)
por meio de um DPS. se aplica.
A Figura 4 b) mostra que o problema pode ser resolvido por se
estender a ZPR 0 dentro da ZPR 1, o que novamente requer
que DPS sejam instalados apenas no lado de baixa tenso.
a) Transformador fora da estrutura b) Transformador dentro da estrutura
(dentro de ZPR 0) (ZPR 0 estendido dentro de ZPR 1)
ZPR 1 ZPR 1
ZPR 2 ZPR 2
c d
IEC 2772/10 IEC 2773/10
NOTA Figura 4 c) mostra uma ZPR 2 NOTA Figura 4 d) mostra que uma linha pode entrar
alimentada por uma linha eltrica de energia ou imediatamente na ZPR 2 e, nessa condio, (se a ZPR 2
sinal. Esta linha necessita 2 DPS coordenados: estendida para a ZPR 1 usando cabos blindados ou dutos
um na fronteira das ZPR 0/1, o outro na fronteira blindados para cabos) somente um DPS necessrio.
das ZPR 1/2. Entretanto, este DPS precisa ser compatvel para reduzir a
ameaa imediatamente ao nvel da ZPR 2.
Blindagem de linhas internas, utilizando cabos blindados ou os dutos blindados, minimiza surtos
induzidos internamente.
NOTA Blindagem espacial, blindagem e roteamento de linhas internas podem ser usadas combinadas
ou separadamente.
Blindagem de linhas externas entrando na estrutura limita os surtos conduzidos para dentro
dos sistemas internos.
MPS devem suportar o desgaste operacional esperado no local da instalao (por exemplo, desgaste
de temperatura, umidade, atmosfera corrosiva, vibrao, tenso e corrente).
A seleo das MPS mais adequadas deve ser feita usando um mtodo de anlise de risco de acordo
com o ABNT NBR 5419-2, levando em conta fatores tcnicos e econmicos.
Informaes prticas sobre a implementao de MPS para sistemas internos em estruturas existentes
so fornecidas no Anexo B.
NOTA 1 Ligaes equipotenciais de acordo com a ABNT NBR 5419-3 protege apenas contra centelhamentos
perigosos. A proteo contra surtos de sistemas internos requer uma coordenao de DPS de acordo
com esta Norma.
NOTA 2 Informaes adicionais sobre a implementao de MPS podem ser obtidas na ABNT NBR 5410.
5 Aterramento e equipotencializao
5.1 Princpios gerais
Interligao para
equipotencializao
Subsistema de aterramento
IEC 2774/10
Tanto o eletrodo em forma de anel ao redor da estrutura quanto o eletrodo natural usando
as armaduras do concreto das fundaes devem ser interligados. Eventuais mdulos internos podem
ser considerados para minimizar tenses superficiais indesejveis. A Figura 6 mostra o exemplo
de uma malha com largura de, tipicamente 5 m.
IEC 2775/10
Legenda
Para reduzir as diferenas de potencial entre dois sistemas internos, os quais possam ser referenciados
em alguns casos especiais para separar sistemas de aterramento, os seguintes mtodos podem ser
aplicados:
Uma ligao equipotencial de baixa impedncia necessria para minimizar diferenas de potencial
perigosas entre todos os equipamentos dentro da ZPR. Ainda, tais ligaes equipotenciais tambm
podem reduzir os efeitos do campo magntico (ver Anexo A)
Isto pode ser realizado por uma malha que interliga elementos condutores da estrutura, ou partes
de sistemas internos, e pela ligao de partes metlicas ou servios condutores no limite
de cada ZPR, diretamente ou usando DPS adequados.
A rede de equipotencializao pode ser arranjada como uma malha tridimensional. Para este
objetivo so necessrias mltiplas interligaes dos componentes metlicos da estrutura como
concreto armado, trilhos do elevador, guindastes, telhados e fachadas metlicas, armaes metlicas
de fachadas, portas e pisos, tubulaes e bandejas de cabos. Barramentos de equipotencializao
(barras de equipotencializao em anel ou vrias barras de equipotencializao em nveis diferentes
da estrutura) e blindagens magnticas da ZPR devem ser interligados da mesma forma.
Partes condutoras (por exemplo, gabinetes, caixas, armrios) e o condutor de proteo (PE)
dos sistemas internos devem ser conectados ao sistema de equipotencializao de acordo
com as seguintes configuraes (ver Figura 7):
Configurao
S M
bsica
Integrao na
interligao para
equipotencializao
SS MM
ERP
IEC 2778/10
Legenda
barra para equipotencializao
condutor para equipotencializao
equipamento
ponto de conexo para interligao para equipotencializao
ERP ponto de referncia para o sistema de aterramento
SS configurao em estrela, integrada em um ponto estrela
MM configurao em malha integrada em uma malha
Combinao 1 Combinao 2
SS MS
Integrao em
ERP ERP
interligaes
para
equipotencializao
MM MM
IEC 2779/10
Legenda
interligao para equipotencializao
condutor para equipotencializao
equipamento
ponto de conexo para interligao para equipotencializao
ERP ponto de referncia para o sistema de aterramento
SS configurao em estrela, integrada em um ponto estrela
MM configurao em malha integrada em uma malha
MS configurao em malha integrada em um ponto estrela
5.4.1 Barras de equipotencializao devem ser instaladas para reduo de tenso entre:
a) todos os condutores de servios que adentram uma ZPR (diretamente ou por meio de DPS
adequados);
c) componentes metlicos dos sistemas internos (por exemplo, gabinetes, invlucros, racks);
a) a base para todas as medidas de equipotencializao uma baixa impedncia da rede a ser
equipotencializada;
b) barras de equipotencializao devem ser conectadas ao sistema de aterramento por rota mais
curta e retilnea possvel;
d) DPS devem ser instalados de tal forma que utilizem as conexes mais curtas possveis barra de
equipotencializao e tambm aos condutores vivos, de forma a minimizar as quedas de tenso
indutivas;
e) no lado protegido do circuito (aps o DPS), os efeitos de induo mtua devem ser minimizados,
por meio da diminuio da rea do lao ou pela utilizao de cabos blindados ou dutos blindados.
Onde uma ZPR definida, a equipotencializao deve ser providenciada para todas as partes metlicas
e servios (por exemplo, tubulaes metlicas, linhas eltricas de energia e de sinal), penetrando
na fronteira da ZPR.
NOTA Recomenda-se que a equipotencializao dos servios entrando na ZPR 1 seja discutida
com os provedores das redes envolvidas (por exemplo, responsveis pela energia eltrica ou telefonia),
para evitar conflitos entre recomendaes.
A equipotencializao deve ser realizada por meio de barras de equipotencializao, que so instaladas
to prximas quanto possvel do ponto de entrada na fronteira.
Onde for possvel, os servios entrando na estrutura devem entrar na ZPR nos mesmos locais
e serem conectados na mesma barra de equipotencializao. Se existem servios entrando na mesma
ZPR em diferentes locais, ento cada servio deve ser conectado a uma barra de equipotencializao
e estas barras devem ser conectadas juntas. Para realizar este objetivo, recomendado utilizar
uma barra de equipotencializao em forma de anel (anel condutor).
Ligaes equipotenciais por meio de DPS so sempre necessrias nas entradas das ZPR para
equipotencializar as linhas que entram na ZPR e so conectadas aos sistemas internos nesta zona
na barra de equipotencializao. Interconectar as ZPR ou estend-las pode reduzir o nmero de DPS
necessrios.
Cabos blindados ou dutos metlicos para cabos interconectados, equipotencializados em cada fron-
teira da ZPR, podem ser utilizados para interconectar vrias ZPR de uma mesma ordem para uma
juno de zonas, ou para estender uma ZPR para a prxima fronteira.
Materiais, dimenses e condies de utilizao devem atender a ABNT NBR 5419-3. A seo
transversal mnima para componentes da equipotencializao deve atender Tabela 1.
Conectores devem ser dimensionados de acordo com os valores da descarga atmosfrica dos NP
(ver ABNT NBR 5419-1) e a anlise da diviso das correntes (ver ABNT NBR 5419-3).
A blindagem espacial define zonas protegidas, que podem cobrir toda a estrutura, uma parte dela,
um cmodo ou apenas o gabinete do equipamento. Estas blindagens podem ser em forma de grade,
blindagens metlicas contnuas ou compreender os componentes naturais da prpria estrutura
(ver ABNT NBR 5419-3).
Blindagens espaciais so aconselhveis onde for mais prtico e til proteger uma zona especifica
da estrutura em vez de vrias partes do equipamento. Blindagens espaciais preferencialmente
podem ser providenciadas nos estgios iniciais do projeto de uma nova estrutura ou sistema interno.
Readequaes de instalaes existentes normalmente resultam em custos mais altos e maiores
dificuldades tcnicas.
Um roteamento adequado das linhas internas minimiza os laos de induo e reduz a criao
de surtos de tenso dentro da estrutura. A rea do lao pode ser reduzida por rotear os cabos junto
aos componentes naturais da estrutura que foram aterrados e/ou por rotear juntas as linhas eltricas
de energia e sinal.
NOTA Pode ainda ser necessrio distanciar as linhas de energia e linhas de sinal no blindadas para
evitar interferncias.
A blindagem de linhas externas entrando na estrutura inclui a blindagem dos cabos, dutos metlicos
fechados e dutos de concreto armado.
A blindagem de linhas externas til, mas quando o proprietrio das linhas externas for um provedor
de servios, esta no de responsabilidade do projetista das MPS.
6.6.1 Na fronteira entre as ZPR 0A e ZPR 1, materiais e dimenses das blindagens eletromagnticas
(por exemplo, blindagens em forma de grade, blindagem de cabos e gabinetes de equipamentos)
devem atender s prescries da ABNT NBR 5419-3 para condutores do subsistema de captao
ou de descida.
Particularmente:
a) espessura mnima das chapas das partes metlicas, dutos metlicos, eletrodutos e blindagens
de cabos devem atender a ABNT NBR 5419-3:2015, Tabela 3;
b) os materiais das blindagens em forma de grade e a seo transversal mnima dos seus condutores,
devem atender a ABNT NBR 5419-3:2015, Tabela 6.
6.6.2 Nas dimenses das blindagens magnticas que no se pretenda conduzir correntes
da descarga atmosfrica, no necessrio atender s prescries da ABNT NBR 5419-3:2015,
Tabelas 3 e 6:
7 Coordenao de DPS
7.1 A proteo contra surtos dos sistemas internos necessita uma abordagem sistemtica consistindo
na coordenao de DPS para as linhas de energia e sinal. As regras para a seleo e instalao
de um sistema coordenado de DPS so similares para ambos os casos (ver Anexo C).
a) Em MPS utilizando o conceito de zonas de proteo contra raios, com mais do que uma zona
interna (ZPR 1, ZPR 2 e zonas adicionais), os DPS devem ser localizados no ponto em que
a linha entra em cada ZPR (ver Figura 2).
b) Em MPS usando somente a ZPR 1, um DPS deve ser localizado ao menos no ponto em que
a linha entra em ZPR 1.
c) Em ambos os casos, DPS adicionais podem ser necessrios se a distncia entre a localizao
do DPS e o equipamento a ser protegido considerada longa (ver Anexo C).
7.3 Informaes para a seleo e instalao de um sistema coordenado de DPS esto relacionadas
no Anexo C. A seleo e a instalao de um sistema coordenado de DPS tambm devem atender :
7.4 Informaes e orientaes sobre a intensidade dos surtos criados por descargas atmosfricas,
com o objetivo de dimensionar DPS em diferentes pontos da instalao em uma estrutura,
so fornecidas na ABNT NBR 5419-1:2015, Anexos D e E.
8 Interfaces isolantes
Interfaces isolantes podem ser usadas para reduzir os efeitos dos LEMP. A proteo das interfaces contra
sobretenses, quando necessria, pode ser alcanada usando-se DPS. O valor da suportabilidade
das interfaces isolantes e o nvel de proteo dos DPS UP devem ser coordenados com as categorias
de sobretenses da IEC 60664-1.
NOTA O escopo desta Parte da norma trata da proteo de equipamentos dentro das estruturas
e no com a proteo de estruturas interconectadas para as quais o transformador de isolao pode
providenciar algum beneficio.
Para alcanar um sistema de proteo eficiente e economicamente vivel, o projeto deve ser
desenvolvido durante a concepo inicial da edificao e antes do incio da sua construo.
Esta recomendao possibilita otimizar o uso dos componentes naturais da estrutura e escolher
o melhor caminho para a passagem dos cabos e para a localizao dos equipamentos.
Para uma reforma de estruturas existentes, o custo das MPS geralmente mais alto do que o custo
para novas estruturas. Entretanto, possvel minimizar este custo por uma definio apropriada
das ZPR, utilizando ou aperfeioando as ZPR existentes.
As MPS devem ser mantidas ao longo do tempo pela inspeo e manuteno peridicas.
Aps alteraes relevantes na estrutura ou nas medidas de proteo, uma nova avaliao de risco
deve ser realizada.
b) equipotencializao das partes metlicas externas e linhas metlicas entrando na estrutura dire-
tamente ou por meio de DPS;
Aps estas medidas, a relao custo-benefcio das medidas selecionadas deve ser reavaliada
e otimizada utilizando novamente o mtodo de anlise de risco.
Tabela 2 (continuao)
Etapa Objetivo Participao na ao empregada
Inspees peridicas Confirmao da eficcia das MPS Especialista em proteo contra
descargas atmosfricas
a Ver ABNT NBR 5419-2.
b Com um conhecimento amplo de EMC e conhecimento de instalaes eltricas em baixa tenso.
c) periodicamente;
e) possivelmente aps uma descarga atmosfrica direta na estrutura (por exemplo, quando
indicado por um contador de descargas atmosfricas, quando testemunhada visualmente,
ou quando observada a evidncia de um dano na estrutura causado por uma descarga atmosfrica).
Aps a instalao de novas MPS, a documentao tcnica deve ser verificada para o atendimento
total s normas tcnicas pertinentes. Consequentemente, a documentao tcnica deve ser atualizada
constantemente, por exemplo, aps qualquer alterao ou extenso das MPS.
b) nenhuma parte do sistema foi comprometida devido corroso, principalmente ao nvel do solo;
9.3.2.3 Medies
Uma medio da continuidade eltrica deve ser feita naquelas partes dos sistemas de aterramento
e equipotencializao que no so visveis na inspeo.
NOTA Caso um DPS no tenha uma sinalizao visual de estado, recomenda-se que sejam feitas,
quando necessrio, medidas de acordo com as instrues do fabricante para confirmar seu estado.
9.3.3.1 Um guia da inspeo deve ser preparado para facilitar o processo. O guia deve conter
informao suficiente para ajudar o inspetor na sua tarefa, para que todos os aspectos da instalao
e seus componentes, mtodos e dados dos ensaios que forem registrados possam ser documentados.
9.3.3.2 O inspetor deve preparar um relatrio que deve ser anexado aos demais documentos
tcnicos, incluindo relatrios anteriores. O relatrio da inspeo deve conter informaes sobre:
9.4 Manuteno
Aps a inspeo, todos os problemas observados devem ser corrigidos imediatamente. Se necessrio,
a documentao tcnica deve ser atualizada.
Anexo A
(normativo)
Sistemas instalados fora de uma estrutura podem estar em risco devido ao campo magntico no
atenuado e, se posicionados em local exposto, devido a surtos provocados pela corrente eltrica
completa de uma descarga atmosfrica direta.
Sistemas instalados dentro da estrutura podem estar sujeitos a riscos devido a surtos internos
conduzidos ou induzidos e devido a surtos externos conduzidos pelas linhas que entram na estrutura.
a) a tenso suportvel ao impulso das instalaes de energia definida na ABNT NBR 5410:2004,
Tabela 31 e varia conforme a tenso eficaz de alimentao;
A suportabilidade dos equipamentos geralmente definida nos dados especificados para o produto,
ou pode ser ensaiada.
contra surtos conduzidos utilizando IEC 61000-4-5 com nveis de ensaio para tenso:
0,5 kV 1 kV 2 kV e 4 kV na forma de onda 1,2/50 s e com nveis de ensaio para corrente:
0,25 kA 0,5 kA 1 kA e 2 kA na forma de onda 8/20 s.
NOTA Para que certos equipamentos atendam s determinaes das normas mencionadas em A.2.2,
eles podem incorporar DPS internos. As caractersticas destes DPS internos podem afetar as necessidades
de coordenao.
A suportabilidade dos equipamentos deve ser compatvel com a fonte de danos. Para alcanar este
objetivo, o mecanismo de acoplamento deve ser adequadamente controlado pela correta criao
de zonas de proteo contra descargas atmosfricas raios (ZPR).
O campo magntico criado no interior de uma ZPR por descargas atmosfricas diretas ou no solo
prximo estrutura pode ser reduzido pela blindagem espacial. Surtos induzidos nos sistemas
eletrnicos podem ser minimizados pela blindagem espacial, ou pelo roteamento das linhas, ou pela
combinao dos mtodos.
A Figura A.1 fornece um exemplo do LEMP no caso do impacto da descarga atmosfrica na estrutura,
mostrando as zonas de proteo ZPR 0, ZPR 1 e ZPR 2. Os sistemas eletrnicos que devem ser
protegidos so instalados dentro da ZPR 2.
ZPR 2 H2
Corrente parcial
Blindagem (estrutura)
do raio
IEC 2206/05
IEC 2780/10
Ensaios para equipamentos que no atendem os padres de EMC relevantes para produtos
Suportabilidade dos equipamentos como definido para efeitos induzidos (H) das descargas atmosfricas:
O campo magntico do primeiro componente positivo pode ser caracterizado por uma frequncia
tpica de 25 kHz, o campo magntico do primeiro componente negativo por uma frequncia tpica
de 250 kHz, e o campo magntico dos componentes subsequentes por uma frequncia tpica
de 1 MHz. Oscilaes amortecidas dos campos magnticos destas frequncias so definidas para
efeito de ensaios na IEC 61000-4-9 e IEC 61000-4-10.
Ao instalar blindagens eletromagnticas e DPS nas fronteiras das ZPR, o efeito da descarga atmosfrica
sem atenuao definida por I0 e H0, deve ser reduzido para abaixo do valor da suportabilidade
a impulso do equipamento. Como mostrado na Figura A.1, o equipamento deve suportar o campo
magntico H2 nas redondezas e a corrente da descarga atmosfrica conduzida I2 e tenso U2.
No caso de uma blindagem em forma de grade, pode ser assumido que a forma de onda do campo
magntico dentro das ZPR (H1, H2) a mesma do campo magntico fora delas (H0).
A forma de onda da oscilao amortecida mostrada na Figura A.2 est de acordo com os ensaios
definidos nas IEC 61000-4-9 e IEC 61000-4-10 e pode ser usada para determinar a suportabilidade
dos equipamentos aos campos magnticos criados pelo aumento do campo magntico do primeiro
componente positivo HF e dos componentes subsequentes HS.
Os surtos causados pelo campo magntico acoplado dentro do lao de induo (ver A.5) devem ser
mais baixos do que, ou iguais, a suportabilidade dos equipamentos.
HF (t)
HF/MX
10 s
t
TP/F
IEC 2781/10
HS (t)
HS/MX
0,25 s
t
TP/S
HF/MX/HF/MX = 4:1
IEC 2782/10
Figura A.2 Simulao do crescimento do campo magntico por uma oscilao amortecida
NOTA 1 O efeito da blindagem pode ser desconsiderado se a ZPR 1 for criada por um SPDA externo
de acordo com a ABNT NBR 5419-3, com largura da malha e distncias tpicas maiores que 5 m.
Caso contrrio, uma grande armao de ao com muitos pilares estruturais de ao fornece uma blindagem
significativa.
NOTA 2 Blindagens em ZPR internas subsequentes tambm podem ser obtidas utilizando-se componentes
em forma de grade, caixas ou gabinetes metlicos, ou ainda os invlucros metlicos dos prprios equipamentos.
A Figura A.3 mostra na prtica como as armaduras no concreto e as estruturas metlicas (para portas
metlicas e possveis janelas metlicas) podem ser utilizadas para criar um grande volume para uma
nica sala ou edifcio.
IEC 2783/10
Legenda
solda ou conexo mecnica em todas as junes de barras ou cruzamentos
NOTA Na prtica, no possvel soldar ou conectar mecanicamente todos os pontos nas grandes
estruturas. Entretanto, a maioria dos pontos naturalmente est conectada por contato direto ou por amarrao
de arames.
Sistemas internos devem ser localizados dentro de um volume seguro que respeita a distncia de
segurana da blindagem da ZPR (ver Figura A.4). Isto se deve ao campo magntico ser relativamente
alto prximo blindagem, devido s correntes parciais fluindo na blindagem (particularmente
para ZPR 1).
ZPR n
Blindagem
A wm
ds/1 ou ds/2
Volume VS para
sistemas
eletrnicos
t
Blindagem
VS ds/1 ou ds/2
IEC 2784/10
NOTA O volume VS deve manter uma distncia de segurana ds/1 ou ds/2 da blindagem da ZPR n
(ver A.4).
Figura A.4 Volume para sistemas eltricos e eletrnicos dentro de uma ZPR n interna
Surtos induzidos dentro dos sistemas internos podem ser reduzidos por meio de roteamento adequado
das linhas (minimizando a rea do loop de induo) ou utilizando-se cabos blindados ou dutos metlicos
(minimizando os efeitos da induo interna) ou a combinao de ambos (ver Figura A.5).
2 3
Legenda 4
1 equipamento
2 cabo de sinal 1
3 cabo de energia
4 lao de induo IEC 2785/10
a) Sistema desprotegido
Legenda 1
1 equipamento
2 3
2 cabo de sinal
3 cabo de energia
5 blindagem 1
IEC 2786/10
1
2 3
Legenda
1 equipamento
2 cabo de sinal
6 1 6
3 cabo de energia
6 blindagem da linha
IEC 2787/10
Legenda 1
2 3
1 equipamento
2 cabo de sinal
3 cabo de energia 1
7
7 reduo da rea do lao de induo
IEC 2788/10
Figura A.5 Reduo dos efeitos da induo pelas medidas de roteamento e blindagem
Os condutores conectados aos sistemas internos devem ser roteados to prximos quanto possvel
aos componentes metlicos da interligao para equipotencializao. benfico colocar estes cabos
em condutos metlicos da interligao para equipotencializao, por exemplo, condutos ou canaletas
metlicas em forma de U (ver tambm IEC/TR 61000-5-2).
Particular ateno deve ser dada quando cabos forem instalados prximos blindagem de uma ZPR
(especialmente ZPR 1) devido ao valor substancial do campo magntico no local.
Quando cabos, que correm entre estruturas separadas, necessitam ser protegidos, eles devem ser
colocados em dutos metlicos. Estes dutos devem ser equipotencializados nas duas extremidades
das barras de equipotencializao das estruturas separadas. Se os cabos forem blindados
(equipotencializados em ambas as extremidades) e esta blindagem tiver capacidade para conduzir
a parcela da corrente da descarga atmosfrica prevista, dutos metlicos adicionais no so necessrios.
Tenses e correntes induzidas dentro do lao, formadas pelas instalaes, resultam em surtos
de tenso de modo comum nos sistemas internos. Clculos destas tenses e correntes induzidas
so descritos em A.5.
A blindagem obtida pelas armaduras de ao e fachadas metlicas para ZPR 1 e por invlucros
blindados para os sistemas internos em ZPR 2. Para ser capaz de instalar uma malha estreita para
o sistema de blindagens, vrios terminais de equipotencializao so fornecidos em cada ambiente.
A ZPR 0 estendida dentro da ZPR 1 para abrigar uma subestao de 20 kV, porque no foi possvel
a instalao de DPS no lado da alta tenso e da media tenso imediatamente na entrada de energia
neste caso.
ZPR 1
ZPR 1
ZPR 2
ZPR 0B
Terminais de
ZPR 2 equipotencializao
Fachada metlica
Armadura de ao no concreto
ZPR 1
Nvel do solo
Equipamento
Armadura de ao Linha de servios metlica
eletrnico sensvel
Linhas de telecomunicaes
ZPR 1
ZPR 0B Linha de energia de 220 V
extendida
ZPR 2 Linha de energia 13,8 kV
IEC 2789/10
Legenda
Interligao para equipotencializao
dispositivo de proteo contra surtos (DPS)
Se uma investigao terica (ver A.4.2) ou experimental (ver A.4.3) da eficcia da blindagem no for
executada, a atenuao deve ser avaliada como a seguir.
A blindagem de um edifcio (blindagem envolvendo a ZPR 1) pode ser parte de um SPDA externo;
correntes eltricas devido ao impacto direto de uma descarga atmosfrica sero conduzidas
ao longo dela. Esta situao relatada pela Figura A.7 a), assumindo que a descarga atmosfrica atinja
a estrutura em um ponto arbitrrio do telhado.
I0
Telhado
ZPR 1
dr
Parede
dw
H1
Nvel do solo
IEC 2790/10
I0
Telhado
ZPR 1
dr
Parede ZPR 2
dw
H2
Nvel do solo
IEC 2791/10
Figura A.7 Avaliao dos valores do campo magntico em caso de impacto direto
de descarga atmosfrica
Para a intensidade do campo magntico H1 em um ponto arbitrrio dentro da ZPR 1, aplica-se
a seguinte equao:
onde
dr (m) a distncia mais curta entre o ponto considerado e o telhado da ZPR 1 blindada;
dw (m) a distncia mais curta entre o ponto considerado e a parede da ZPR 1 blindada;
O resultado desta equao o valor mximo do campo magntico em ZPR 1 (levando em considerao
a nota):
H1/F/MX= khIF/MX wm/(dw dr) (A/m) causado pelo primeiro componente positivo (A.2)
H1/FN/MX = kh IFN/MX wm /(dw dr) (A/m) causado pelo primeiro componente negativo (A.3)
H1/S/MX= kh IS/MX wm/(dw dr) (A/m) causado pelos componentes subsequentes (A.4)
onde
IF/MX(A) o valor mximo da corrente do primeiro componente positivo de acordo com o nvel
de proteo;
IFN/MX (A) o valor mximo da corrente do primeiro componente negativo de acordo com o nvel
de proteo;
IS/MX(A) o valor mximo dos componentes subsequentes de acordo com o nvel de proteo.
NOTA 1 O campo reduzido por um fator de 2 se uma interligao para equipotencializao em forma
de malha instalada conforme 5.2.
Estes valores do campo magntico so vlidos somente para um volume seguro VS dentro
da blindagem em forma de grade com uma distncia de segurana ds/1 da blindagem (ver Figura A.4):
onde
NOTA 2 Resultados experimentais do campo magntico dentro de uma ZPR 1 com uma blindagem
em forma de grade indica que o aumento do campo magntico prximo blindagem menor do que o
resultante das equaes acima.
EXEMPLO
Como exemplo, trs blindagens em forma de grade com dimenses dadas na Tabela A.2, e tendo uma
largura de malha media de wm = 2 m, so consideradas (Figura A.10). Isto resulta em uma distncia
de segurana ds/1 = 2,0 m definindo o volume seguro VS. Os valores para H1/MX vlidos dentro de VS
so calculados para I0/MX = 100 kA e mostrados na Tabela A.2. A distncia para o telhado metade da
altura: dr = H/2. A distncia para o muro metade do comprimento: dw = L/2 (centro) ou igual a: dw = ds/1
(pior caso prximo parede).
A situao para o impacto de uma descarga atmosfrica prxima mostrada na Figura A.8.
O campo magntico incidente em volta do volume blindado da ZPR 1 pode ser aproximado como uma
onda plana.
ZPR 0
I0
ZPR 1
ZPR 2
sa
H0, H1, H2
IEC 2792/10
Figura A.8 Avaliao dos valores do campo magntico no caso do impacto direto
de uma descarga atmosfrica prxima ao local
O fator de blindagem SF da blindagem em forma de grade para uma onda plana fornecido
na Tabela A.3.
Tabela A.3 Atenuao magntica da blindagem em forma de grade para uma onda plana
Material SF (dB)a, b
20 lo g ( 8,5 / w m ) / 1 + 18 10 - 6 / rc 2
Ao c 20 log (8,5/ wm)
Legenda
wm largura da malha da blindagem em forma de grade (m).
rc raio de um condutor da blindagem em forma de grade (m).
a SF = 0 no caso de resultados negativos da equao.
b SF aumentado de 6 dB, se uma malha de equipotencializao de acordo com 5.2 est instalada
c Permeabilidade r 200.
onde
H0/F/MX = IF/MX / (2 sa) (A/m) causado pelo primeiro componente positivo (A.8);
H0/FN/MX = IFN/MX / (2 sa) (A/m) causado pelo primeiro componente negativo (A.9);
onde
A reduo de H0 para H1 dentro de ZPR 1 pode ser obtida usando os valores de SF dados
na Tabela A.3:
onde
H1/F/MX= H0/F/MX / 10SF/20 (A/m) causado pelo primeiro componente positivo (A.12);
H1/FN/MX = H0/FN/MX /10SF/20 (A/m) causado pelo primeiro componente negativo (A.13);
Estes valores do campo magntico so vlidos somente para um volume seguro VS dentro
da blindagem em forma de grade, com uma distncia de segurana ds/2 da blindagem (ver Figura A.4).
onde
EXEMPLOS
A intensidade do campo magntico H1/MX dentro da ZPR 1 no caso de uma descarga atmosfrica prxima
depende: da corrente da descarga atmosfrica I0/MX dentro de ZPR 1, do fator de blindagem SF da blindagem
da ZPR 1 e da distncia sa entre o canal da descarga atmosfrica e o centro da ZPR 1 (ver Figura A.8).
A corrente da descarga atmosfrica I0/MX depende do NP escolhido (ver ABNT NBR 5419-1). O fator
de blindagem principalmente uma funo da largura da malha da blindagem em forma de grade. A distncia
sa uma das opes a seguir:
uma dada distncia entre o centro de ZPR 1 e um objeto prximo (por exemplo, um mastro) no caso
de um impacto direto da descarga atmosfrica neste objeto; ou
a distncia mnima entre o centro de ZPR 1 e o canal da descarga atmosfrica no caso do impacto
da descarga atmosfrica para o solo prximo ZPR 1.
A pior condio a maior intensidade da corrente I0/MX combinada com a menor distncia sa possvel.
Como mostrado na Figura A.9, esta distncia mnima sa uma funo da altura H e do comprimento
L (ou largura W) da estrutura (ZPR 1), e do raio da esfera rolante, r, correspondente I0/MX
(ver Tabela A.4), definida do modelo eletrogeomtrico (ver ABNT NBR 5419-1:2015, A.4).
I0/MX
r
rH
ZPR 1
H0, H1
H H
sa
sa = r + L / 2 para H r (A.18)
NOTA Para distncias menores que este valor mnimo, a descarga atmosfrica atinge a estrutura
diretamente.
Trs blindagens tpicas podem ser definidas, com as dimenses dadas na Tabela A.5. Uma blindagem
espacial de cobre com um comprimento mdio da malha wm = 2 assumida. Isto resulta em um fator
de blindagem SF = 12,6 dB e uma distncia de segurana ds/2 = 2,5 m definindo o volume seguro VS.
O valor para H0/MX e H1/MX, que so assumidos como vlidos em qualquer lugar dentro de VS,
so calculados para I0/MX = 100 kA e mostrado na Tabela A.5.
Nas blindagens em forma de grade em ZPR 2, ou maiores, iro fluir parcelas no significativas
da corrente da descarga atmosfrica. Portanto, como uma primeira aproximao, a reduo de Hn
para Hn+1 dentro de ZPR n + 1 pode ser avaliada como dada por A.4.1.2 para pontos de impacto
prximos da descarga atmosfrica:
onde
a) no caso do impacto direto para uma blindagem em forma de grade em ZPR 1, ver A.4.1.1
e Figura A.7 b), enquanto dw e dr so as distncias entre a blindagem de ZPR 2 e a parede
respectiva ao telhado;
b) no caso do impacto direto de uma descarga atmosfrica prxima ZPR 1, ver A.4.1.2
e Figura A.8.
Estes valores do campo magntico so vlidos apenas para um volume seguro VS dentro da blindagem
em forma de grade, com uma distncia de segurana ds/2 da blindagem (como definido em A.4.1.2
e mostrado na Figura A.4).
Largura da malha
wm
10 m
Para o caso de uma blindagem tipo 1 (ver Figura A.10), alguns resultados so apresentados
nas Figuras A.11 e A.12.
10 000
A
m I0/MX = 100 kA
9 000
8 000
H1/MX
7 000
6 000 H1/MX
z y
5 000
x
wm = 0,4 m
4 000
3 000 wm = 0,5 m
2 000 wm = 1,0 m
wm = 2,0 m
1 000
0
0 0,5 1,0 1,5 2,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0
x (m)
IEC 2795/10
350
I0/MX = 100 kA
A 10 m
300
m
B
10 m
250 A
H1/MX
z y
200
10 m B
x
150
A
100
50
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
Largura da malha
wm (m) IEC 2796/10
Figura A.12 Intensidade do campo magntico H1/MX dentro de uma blindagem em forma
de grade tipo 1, de acordo com a largura da malha
NOTA 1 Resultados experimentais do campo magntico dentro de uma ZPR 1 com uma blindagem em
forma de grade indicam que o aumento campo magntico prximo blindagem menor do que a resultante
das equaes descritas anteriormente.
NOTA 2 Os resultados calculados so vlidos apenas para distncias ds/1>wm para a blindagem em forma
de grade.
Em todos os casos, assumida uma corrente mxima da descarga atmosfrica IO/MX = 100 kA.
Em ambas as Figuras A.11 e A.12, H1/MX a intensidade mxima do campo magntico em um ponto,
derivado de seus componentes Hx, Hy e Hz:
H1/MX = H x2 + H y2 + H z2 (A.20)
Na Figura A.11, H1/MX calculado ao longo de uma linha reta comeando do ponto de impacto
(x = y = 0, z = 10 m) e terminando no centro do volume (x = y = 5 m, z = 5 m). H1/MX plotado como
uma funo da coordenada x para cada ponto nesta linha, onde o parmetro a largura da malha wm
da blindagem em forma de grade.
Na Figura A.12, H1/MX calculado para dois pontos dentro da blindagem (ponto A: x = y = 5 m, z =
5 m; ponto B: x = y = 3 m, z = 7 m). O resultado plotado como uma funo da largura da malha wm.
Ambas as figuras mostram os efeitos dos principais parmetros indicando a distribuio do campo
magntico dentro de uma blindagem em forma de grade: a distncia da parede ou telhado, e a largura
da malha.
Na Figura A.11, deve ser observado que ao longo de outras linhas por meio do volume da blindagem
podem existir eixos zero cruzando e assinalando mudanas dos componentes da intensidade
do campo magntico H1/MX. As equaes apresentadas em A.4.1.1 so, portanto, em primeira
anlise, aproximaes reais, e mais complicadas, da distribuio do campo magntico dentro de uma
blindagem em forma de grade.
O campo magntico dentro de estruturas blindadas pode ser determinado tambm pela realizao
de medies experimentais. A Figura A.13 apresenta uma proposta para a simulao do impacto direto
de uma descarga atmosfrica em um ponto arbitrrio de uma estrutura blindada usando um gerador
de corrente simulando uma descarga atmosfrica. Tais ensaios podem ser realizados utilizando fonte
simulando uma corrente da descarga atmosfrica direta de baixa intensidade, mas com uma curva
caracterstica representando a corrente da descarga atmosfrica.
Alimentadores
mltiplos
Blindagem da
Sonda para o estrutura
campo magntico
Eletrodo de aterramento
para interconectar as
blindagens
IEC 2797/10
R L
C U
IEC 2798/10
Legenda
U tipicamente cerca de 10 kV
C tipicamente cerca de 10 nF
b) Gerador de corrente da descarga atmosfrica
Figura A.13 Ensaio com baixo nvel de corrente para avaliar o campo magntico dentro
da estrutura
Apenas laos retangulares de acordo com a Figura A.14 so considerados. Laos com outras formas
devem ser transformados em configuraes retangulares com a mesma rea de lao.
Telhado
Parede dl/r
ZPR 1
dl/w l
Equipamento
Area do lao
UOC, ISC
b
Terminal de
equipotencializao
IEC 2799/10
Figura A.14 Tenses e correntes induzidas dentro do lao formado pelas linhas eltricas
A.5.2 Situao dentro ZPR 1 no caso do impacto direto de uma descarga atmosfrica
Para o campo magntico H1 dentro do volume VS de uma ZPR 1, as equaes a seguir se aplicam
(ver A.4.1.1):
onde
I0/MX(A) o valor mximo da corrente da descarga atmosfrica com impacto em ZPR 0A;
{ (
L s = 0,8 l 2 + b 2 0,8 ( l + b ) + 0,4 l ln (2 b / rc ) / 1 +
)
1 + ( b / l )2
+ 0,4 b ln ( 2 l / rc ) / 1 +
( ) } 10
1 + ( l / b )2
6 (H) (A.26)
A tenso e a corrente induzida pelo campo magntico do primeiro componente positivo (T1 = 10 s)
dada por:
ISC/F/MX= 12,6 106 b ln(1 + l/dl/w) (wm / dl/r) IF/MX/ LS (A) (A.28)
A tenso e a corrente induzida pelo campo magntico da primeira componente negativa (T1 = 1 s)
so dadas por:
ISC/FN/MX= 12,6 106 b ln(1 + l/dl/w) (wm / dl/r) IFN/MX/LS (A) (A.30)
A tenso e corrente induzidas pelo campo magntico das componentes subsequentes (T1 = 0,25 s)
so dadas por:
ISC/S/MX= 12,6 106 b ln(1 + l/dl/w) (wm / dl/r) IS/MX/LS (A) (A.32)
onde
O campo magntico dentro do volume de ZPR 1 assumido com sendo homogneo (ver A.4.1.2).
onde
onde a resistncia hmica dos cabos pode ser desconsiderada (pior caso).
A tenso e a corrente induzida pelo campo magntico H1/F do primeiro componente positivo
(T1 = 10 s) so dadas por:
A tenso e a corrente induzida pelo campo magntico H1/FN do primeiro componente negativo
(T1 = 1 s) so dadas por:
A tenso e a corrente induzida pelo campo magntico H1/S dos componentes subsequentes
(T1 = 0,25 s) so dadas por:
onde
H1/F/MX (A/m) o valor mximo do campo magntico dentro da ZPR 1 devido ao primeiro
componente positivo;
H1/FN/MX (A/m) o valor mximo do campo magntico dentro da ZPR 1 devido ao primeiro
componente negativo;
H1/S/MX (A/m) o valor mximo do campo magntico dentro da ZPR 1 devido aos componentes
subsequentes.
O campo magntico Hn dentro de ZPR n, para n 2, assumido ser homogneo (ver A.4.1.3).
Pode ser aplicada a mesma equao para o clculo das tenses e correntes (A.4.1.2), onde H1
substitudo por Hn.
Anexo B
(informativo)
B.2 Verificaes
Em estruturas existentes, medidas de proteo adequadas necessitam levar em considerao
a construo, as condies da estrutura e os sistemas eletroeletrnicos existentes.
Um conjunto de itens para verificao facilita a anlise de risco e a seleo das medidas de proteo
mais adequadas.
Particularmente em estruturas existentes, um projeto deve ser desenvolvido para determinar as zonas
de proteo, o aterramento, o roteamento de linhas e a blindagem.
Os itens para verificao indicados nas Tabelas B.1 a B.4 so usados para obter os dados necessrios
da estrutura existente e suas instalaes. Com base nestes dados, feita uma anlise de risco de
acordo com a ABNT NBR 5419-2 para determinar a necessidade de proteo, e se esta for necessria,
identificar as medidas com melhor relao custo-benefcio a serem utilizadas.
Os dados obtidos por meio dos itens verificados tambm so teis para o projeto das MPS.
Se esta anlise determinar que MPS so necessrias, ento elas devem ser implementadas.
Assinalar ZPR adequadas em todos os locais onde equipamentos que devem ser protegidos esto
localizados (ver 4.3).
Recomenda-se que a base das MPS seja uma blindagem interna e uma interligao para
equipotencializao. Convm que esta rede tenha largura mxima da malha de 5 m em qualquer
direo. Se as caractersticas da estrutura no permitirem a blindagem e a equipotencializao
necessrias, recomenda-se que no mnimo um anel condutor na parede externa em cada andar seja
instalado. Este anel condutor deve ser interligado em cada condutor de descida do SPDA.
NOTA Medidas para reformar a blindagem em uma edificao existente so frequentemente inviveis
na prtica. Quando for o caso, o uso de DPS fornece uma alternativa eficaz.
Convm que o projeto das eletrocalhas, leitos e outros elementos de encaminhamento seja desenvolvido
para fazer com que estes elementos exeram tambm a funo de blindagem.
Quando possvel, medidas adicionais, como blindagem de paredes, piso, teto etc., so recomendadas
para fornecer proteo adicional quelas que j foram aplicadas (ver Seo 6).
Medidas de projeto para melhorar interconexes entre as estruturas sob considerao e outras
estruturas (ver B.11).
Quando novos sistemas internos so instalados em estruturas que j possuam medidas de proteo,
recomenda-se que o projeto seja refeito para considerar os novos sistemas internos.
Sim No
So necessrias FIM
MPS?
Definir ZPR
Projetar um sistema
coordenado de DPS
Projetar um sistema
bsico de
equipotencializao
Projetar medidas adicionais
de proteo
Projetar as medidas de (B.10, B.11)
proteo para ZPR1
(B.4.1)
Projetar medidas de
proteo para os
Projetar medidas equipamentos externos
bsicas de proteo ( B.12)
para ZPR2 (B.4.2)
Melhorar as interconexes
Projetar medidas entre as estruturas
bsicas de proteo ( B.13)
para ZPR 3 (B.4.3)
A Figura B.2 mostra desenhos tpicos de ZPR para a proteo de sistemas internos fornecendo
diferentes solues possveis para estruturas existentes, em particular.
A Figura B.2-a) mostra a instalao de uma nica ZPR1, criando um volume protegido dentro
da estrutura inteira por exemplo, para melhorar os nveis de suportabilidade dos sistemas internos:
a) esta ZPR 1 pode ser criada utilizando um SPDA, de acordo com a ABNT NBR 5419-3,
que consiste em um SPDA externo (subsistema de captao, de descida e de aterramento)
e um SPDA interno (ligao equipotencial e observncia das distncias de segurana).
b) o SPDA externo protege a ZPR 1 contra descargas atmosfricas na estrutura, mas o campo
magntico dentro da ZPR 1 permanece praticamente sem atenuao. Isto se deve aos captores
e condutores de descida com largura da malha e distncias tipicamente maiores que 5 m,
portanto o efeito da blindagem em forma de grade desprezvel, como explicado anteriormente.
ZPR 1
DPS DPS
0/1 ZPR 0 0/1
IEC 2801/10
Legenda
E Linhas de energia
S Linhas de sinal
a) ZPR 1 no blindada usando SPDA e DPS na entrada das linhas na estrutura
(por exemplo, para melhorar a suportabilidade dos sistemas ou para pequenos laos
formados dentro da estrutura)
ZPR 1
DPS
E
DPS
E
DPS DPS
0/1 ZPR 0 0/1
IEC 2802/10
Legenda
E linhas de energia
S linhas de sinal
b) ZPR 1 no blindada com proteo para novos sistemas internos usando linhas
de sinal blindadas e sistema de DPS coordenados nas linhas de energia
ZPR 1
1/2
ZPR 2
E
1/2
1/2 S
E
1/2
S
DPS
DPS DPS
0/1 ZPR 0 0/2
IEC 2803/10
Legenda
E linhas de energia
S linha de sinal
c) ZPR 1 no blindada e uma ZPR 2 com extensa blindagem em ZPR 2
para novos sistemas internos
LPZ
ZPR 1
1
LPZ 22
ZPR
E
D
SPD
P
1/2
E S
1/2
S
SPD
DPS
1/2
E
ZPR 2
1/2
SPD
DPS
E
SPD
DPS DPS
SPD
0/1 LPZ
ZPR 00
0/1
IEC IEC
2230/05
2804/10
Legenda
E linhas de energia
S linhas de sinal
d) ZPR 1 no blindada e ZPR 2 locais para novos sistemas internos
A Figura B.2 c) mostra a instalao de uma ZPR 2 integral no interior de ZPR 1, para acomodar
os novos sistemas internos. A blindagem em forma de grade fornece uma significativa atenuao
do campo eletromagntico gerado pela descarga atmosfrica. No lado esquerdo, o DPS instalado
na fronteira de ZPR 1 (transio de ZPR 0/1) e subsequentemente na fronteira de ZPR 2 (transio
de ZPR 1/2), coordenado de acordo com IEC 61643-12. No lado direito, o DPS instalado na fronteira
de ZPR 1 deve ser selecionado para a transio direta de ZPR 0/2 (ver C.3.5).
A Figura B.2 d) mostra a criao de duas ZPR menores (ZPR 2) no interior de ZPR 1. Convm que DPS
adicionais para energia tanto quanto para linhas de sinal na fronteira de cada ZPR 2 sejam instalados.
Recomenda-se que estes DPS sejam coordenados com os DPS na fronteira de ZPR 1 de acordo
com a IEC 61643-12.
Mesmo um SPDA projetado de acordo com a ABNT NBR 5419-3, que permite larguras de malha
maiores que 5 m, e que inclua interligaes equipotenciais para descargas atmosfricas como
uma parte obrigatria do SPDA interno, pode no ser suficiente para sistemas internos sensveis.
Isto se deve a impedncia do sistema de equipotencializao poder ser ainda muito alta para
esta aplicao.
Em geral, a malha de equipotencializao no pode ser utilizada como um caminho de retorno para
correntes de energia e sinal. Portanto, convm que o condutor PE seja integrado na malha de equipo-
tencializao, mas o condutor PEN, no.
Em edificaes com DPS no coordenados, pode haver danos nos sistemas internos. Um DPS
a jusante, ou um DPS no equipamento, impede a correta atuao do DPS na entrada de servio.
Para manter a eficcia das medidas de proteo adotadas, necessrio documentar a localizao
de todos os DPS instalados.
Para evitar tais interferncias (principalmente em instalaes TN-C), uma separao adequada entre
instalaes existentes e novas instalaes pode ser alcanada utilizando interfaces isolantes, como:
a) equipamentos isolados classe 2 (por exemplo, com dupla isolao, sem um condutor PE);
b) transformadores de isolao;
d) optoacopladores.
NOTA Recomenda-se cuidado para que os invlucros metlicos dos equipamentos no tenham uma
conexo no intencional com a interligao para equipotencializao ou para outras partes metlicas,
mas que eles sejam isolados. Esta a situao na maioria dos casos, j que equipamentos instalados
em ambientes domsticos ou escritrios so interligados a referncia de aterramento apenas por meio
da conexo por cabos.
b) alimentar novos equipamentos a partir de circuitos existentes deve ser evitado, porque isto pode
criar uma grande rea fechada no lao de induo, que ir aumentar significativamente o risco
de falhas. Alm disso, o correto roteamento das linhas de energia e de sinal adjacentes pode
evitar grandes laos (ver n 8 da Figura B.8);
c) utilizar cabos blindados recomenda-se que a blindagem destas linhas de sinal sejam aterradas
ao menos em uma extremidade;
d) utilizar dutos metlicos ou placas metlicas equipotencializadas convm que as sees metlicas
separadas sejam eletricamente conectadas em seu comprimento total e aterradas em uma
das extremidades. Recomenda-se que a conexo seja feita pelos prprios meios de contato
(rosca, presso etc.), ou por meio de condutores e peas de fixao. Para manter baixa
a impedncia dos dutos dos cabos, vrios parafusos ou tiras devem ser distribudos ao longo
do permetro do duto (ver IEC/TR 61000-5-2).
Exemplos de bom roteamento de linhas e tcnicas de blindagem so dados nas Figuras B.3 e B.4.
NOTA Onde a distncia entre linhas de sinal e equipamentos eletrnicos dentro de grandes reas
(que no so especificamente projetados para sistemas eletrnicos) for maior do que 10 m, recomenda-se
o uso de linhas de sinal balanceadas com entradas adequadamente isoladas galvanicamente, por exemplo,
acopladores ticos, transformadores isoladores para sinal ou amplificadores para isolao. Adicionalmente,
o uso de cabos triaxiais pode ser vantajoso.
2
3
IEC 2805/10
Legenda
Figura B.3 Reduo da rea do lao utilizando cabos blindados prximos a placas metlicas
b, por exemplo, 50 cm
20 cm
2
IEC 2806/10
Legenda
1 fixao dos cabos com ou sem equipotencializao dos cabos da blindagem com as placas
2 o campo magntico maior na periferia do que no centro da placa
E linhas de energia
S linhas de sinal
Onde for possvel, o equipamento deve ser trazido para a proteo da zona ZPR 0B utilizando,
por exemplo, um sistema de captao para proteg-lo contra descargas atmosfricas diretas
(ver Figura B.5).
Em edifcios altos, recomenda-se que o mtodo da esfera rolante (ver ABNT NBR 5419-3)
seja aplicado para determinar se os equipamentos instalados no alto ou nos lados do edifcio esto
sujeitos ao impacto direto das descargas atmosfricas. Se for este o caso, convm que captores
adicionais sejam utilizados. Em muitos casos corrimos, escadas, tubos etc. podem atuar perfeitamente
como captores. Todos os equipamentos, exceto alguns tipos de antenas, podem ser protegidos desta
maneira. Algumas vezes, antenas devem ficar expostas para evitar que sua atuao seja prejudicada.
Alguns modelos de antenas garantem naturalmente que estas sejam consideradas auto protegidas
porque somente elementos condutores e bem aterrados ficam expostos s descargas atmosfricas.
Outras podem necessitar de DPS instalados em seus alimentadores para minimizar as correntes
de surto que podem trafegar pelos cabos at os receptores ou transmissores. Quando um SDPA
est disponvel, convm que os suportes (bases) da antena sejam interligados a eles.
ZPR 0A
ZPR 0B
2
DPS
r
5 4
ZPR 1
Legenda
1 haste do SPDA
2 mastro de ao da antena
3 corrimos
4 reforos estruturais
5 linhas vindo de ZPR 0 B necessitam DPS na entrada
6 linhas vindo de ZPR 1 (dentro do mastro) podem no
necessitar de DPS na entrada
r raio da esfera rolante
IEC 2807/10
Tenses e correntes induzidas de grande intensidade podem ser prevenidas ou minimizadas quando
se coloca os cabos em dutos, canaletas e tubos metlicos. Convm que todos os cabos dirigidos
a um equipamento especfico deixem o duto de cabos em um nico ponto. Onde for possvel,
recomenda-se que as propriedades de blindagem inerentes da prpria estrutura sejam utilizadas para
maximizar as vantagens de colocar todos os cabos juntos dentro dos componentes tubulares da
estrutura. Onde isso no for possvel, como no caso de tubulaes de processos industriais, convm
que cabos sigam no lado de fora, mas prximos s estruturas e que se utilize o mximo possvel
a blindagem natural fornecida por tubulaes metlicas, escadas metlicas e outros materiais condutores
bem equipotencializados (ver Figura B.6). Nos mastros que utilizam cantoneiras em forma de L,
recomenda-se que os cabos sejam colocados no canto interior do L para maximizar a proteo
(ver Figura B.7).
B C
2 1
IEC 2808/10
Legenda
1 tubulaes de processos
2 escadas
3 tubos
NOTA A, B, C so boas alternativas para o posicionamento de elementos de encaminhamento.
IEC 2809/10
Legenda
b) metlicas (par de cabos, multivias, guia de ondas, cabos coaxiais ou cabos de fibra ptica
com componentes metlicos contnuos).
Se cabos de fibra ptica, sem componentes metlicos (sem blindagem metlica, armaes metlicas,
fios de ao internos etc.), so utilizados para interconectar estruturas separadas, nenhuma medida
adicional necessria.
a) a equipotencializao necessria, realizada de forma direta ou por meio de DPS, na entrada das
ZPR 1 de ambas edificaes, protege apenas os equipamentos internos, enquanto as linhas
externas permanecem desprotegidas;
A proteo das linhas eltricas de energia e de sinal feita por dutos metlicos recomendada
mesmo quando houver interconexes apropriadas entre os sistemas de aterramento das estruturas
separadas. Onde muitos cabos forem instalados entre duas estruturas interconectadas, os invlucros
metlicos, incluindo as blindagens dos prprios cabos, devem ser equipotencializados em ambas
as extremidades. Este procedimento pode substituir a utilizao de dutos metlicos.
A Figura B.8 mostra um exemplo onde uma instalao existente, mostrada na esquerda, interligada
a uma nova instalao, mostrada na direita. A instalao existente tem restries nas medidas
de proteo que podem ser empregadas. Entretanto, o planejamento e projeto das novas instalaes
pode permitir que todas as medidas de proteo sejam adotadas.
Subdistribuio
de energia
E
4
E S
S
7 BN
8
9
6
4 5 4
E
S S FE E S E
Subdistribuio
de energia
E
4
E S DPS
S
3 Nivel do solo
BN
3 3 3
E S E
ET1 ET2
IEC 2810/10
Legenda
Se uma nova entrada de energia (ver n 2 da Figura B.8) instalada, o esquema TN-S altamente
recomendado. Dependendo da topologia da instalao, a ABNT NBR 5410 obriga a adoo desse
esquema de aterramento.
Para controlar surtos conduzidos nas linhas, DPS devem ser instalados na entrada de qualquer ZPR
e possivelmente no equipamento que deve ser protegido (ver Figura B.2 e n 3 da Figura B.8 ).
Para evitar interferncias, interfaces isolantes entre equipamentos novos e existentes podem ser
utilizadas: equipamentos com isolao classe 2 (ver n 5 da Figura B.8), transformadores isolantes
(ver n 6 da Figura B.8), cabos de fibra ptica ou optoacopladores (ver n 7 da Figura B.8).
Grandes laos no roteamento de linhas podem levar a tenses e correntes induzidas muito altas.
Isto pode ser evitado roteando-se as linhas de energia e sinal adjacentes uma a outra (ver n 8
da Figura B.8), minimizando assim a rea do lao. recomendado usar linhas de sinal blindadas.
Para estruturas extensas, blindagens adicionais, por exemplo, por dutos metlicos blindados (ver n 9
da Figura B.8), tambm so recomendadas. Todas estas blindagens devem ser equipotencializadas
em ambas as extremidades.
Medidas para o roteamento de linhas e blindagem se tornam mais importantes quanto menor a eficcia
da blindagem em forma de grade de ZPR 1 e maior a rea do lao.
Blindagem espacial da ZPR contra os campos magnticos requerem largura de malha tipicamente
menor que 5 m.
Uma ZPR 1 criada por um SPDA de acordo com o ABNT NBR 5419-3 (captao, condutores
de descida e aterramento) tem largura de malha e distncias tpicas maiores que 5 m, resultando
em efeitos de blindagem com certa limitao. Se uma maior efetividade da blindagem requerida,
as condies e exigncias do SPDA externo devem ser melhorados (ver B.4).
ZPR 1 e maiores podem necessitar blindagem em forma de grade para proteger sistemas internos
que no atendam s exigncias para emisso em radio frequncia e imunidade.
B.15.6 Equipotencializao
impedncia com uma largura de malha tpica de 5 m. Todos os servios entrando em uma ZPR
so equipotencializados diretamente, ou por meio de DPS adequado, to prximo quanto possvel
da fronteira da ZPR.
Medidas adicionais de proteo devem ser adotadas para estruturas existentes onde estas condies
no podem ser atendidas.
b) mudana do esquema de aterramento para TN-S (ver n 2 da Figura B.8). Esta soluo
recomendada especialmente para sistemas com grande utilizao de equipamentos eletrnicos.
Anexo C
(informativo)
C.1 Introduo
Descargas atmosfricas diretas na estrutura (fonte de danos S1), prximas s estruturas
(fonte de danos S2), nos servios conectados estrutura (fonte de danos S3) e prximas aos servios
conectados estrutura (fonte de danos S4) podem causar falhas ou mau funcionamento nos sistemas
internos.
Este Anexo apresenta informaes para a seleo e instalao de um sistema coordenado de DPS.
Informaes adicionais podem ser encontradas na IEC 61643-12 e ABNT NBR 5410, que tratam
de proteo contra sobrecorrentes e das consequncias em caso de falha de um DPS.
As falhas ocasionadas pelos surtos que superam os nveis de imunidade dos equipamentos eletrnicos
no so cobertas pela srie ABNT NBR 5419. Para este objetivo, consultar a IEC 61000-4-5.
O DPS protege o equipamento caso sua tenso de proteo efetiva UP/F (o nvel de proteo UP obtido
quando a intensidade nominal da descarga atmosfrica In flui, somada queda de tenso indutiva
U nos condutores de conexo) seja menor que UW. Caso a corrente da descarga atmosfrica que
ocorre no ponto da instalao onde est o DPS exceder In do DPS, a tenso de proteo UP pode
ser maior e UP/F pode exceder a suportabilidade do equipamento UW. Neste caso o equipamento no
estar mais protegido.
Desta forma, a corrente nominal do DPS In selecionada de forma a ser igual ou maior que a corrente
da descarga atmosfrica esperada neste ponto da instalao.
Observar que a seleo de um DPS com um valor de UP menor (comparado com a tenso UW
do equipamento) resulta em uma menor solicitao ao equipamento que corresponde no s em uma
menor probabilidade de dano mas tambm em uma vida til de operao maior.
NOTA Valores de PDPS para DPS assegurando caractersticas de melhor proteo podem ser determinados
caso as caractersticas tenso x corrente do DPS estiverem disponveis.
Finalmente, essencial se instalar DPS nos circuitos de energia e sinal, caso se espere um sistema
efetivo de proteo coordenada.
C.2.1.2 O impulso de tenso suportado pelo equipamento a ser protegido UW deve ser definido por:
NOTA 1 O nvel de tenso de proteo UP de um DPS relacionado tenso residual sob uma corrente
nominal In. Para correntes maiores ou menores, passando por meio do DPS, os valores das tenses
nos terminais do DPS devem variar conforme a corrente.
NOTA 2 O nvel de tenso de proteo UP pode ser comparado com a tenso suportvel de impulso UW
do equipamento, ensaiado nas mesmas condies do DPS (formas de ondas de tenso de corrente e energia).
NOTA 3 O equipamento pode conter componentes DPS internos. As caractersticas destes DPS internos
podem afetar a coordenao.
C.2.1.3 Quando um DPS conectado ao equipamento a ser protegido, a queda de tenso indutiva
U dos condutores de conexo deve ser somada tenso de proteo UP do DPS. O nvel de proteo
resultante UP/F, definido como a tenso na sada do DPS, resultado do nvel de proteo e da queda
de tenso nos terminais e conexes (ver Figura C.1), pode ser assumida como sendo:
NOTA 4 Para alguns DPS tipo comutador de tenso, pode ser necessrio somar a tenso de arco
(centelhamentos) a U. Esta tenso de arco pode ser da ordem de algumas centenas de volts. Para DPS
tipo combinados, equaes mais complexas so necessrias.
C.2.1.5 Durante o perodo de operao do DPS, a tenso entre os seus terminais limitada a UP/F
no local do DPS. Caso o comprimento do circuito entre o DPS e o equipamento seja muito longo,
a propagao do surto pode ocasionar fenmeno de oscilao. No caso de circuito aberto nos terminais
do equipamento, pode haver um aumento da sobretenso para at 2 x UP/F, podendo haver falha
no equipamento caso UP/F UW.
1) UP/F UW: quando o comprimento do circuito entre o DPS e o equipamento for negligencivel
(caso tpico do DPS instalado nos terminais do equipamento);
2) UP/F 0,8 UW: quando o comprimento do circuito no for maior que 10 m (caso tpico de DPS
instalado em quadro de distribuio secundrio ou na tomada de energia).
NOTA 6 Onde danos nos sistemas internos podem causar risco de perda de vida humana ou a perda de
servio ao pblico, a duplicao da tenso devido a oscilao deve ser considerada e o critrio UP/F UW /2
necessria.
3) UP/F (UW UI) / 2: quando o comprimento do circuito for maior que 10 m (caso tpico de
DPS instalado na entrada da linha na estrutura ou em alguns casos no quadro de distribuio
secundrio).
NOTA 7 Para linhas de telecomunicaes blindadas, medidas especficas podem ser necessrias devido
a taxa de variao da frente de onda. Informaes sobre esta questo so fornecidas na ITU-T lightning
handbook, Seo 10.
Legenda
NOTA A tenso de surto UP/F entre os condutores vivos e a barra de conexo maior que o nvel
de proteo UP do DPS devido queda de tenso indutiva U nos condutores de interligao (mesmo que
os valores mximos de UP e U no ocorram necessariamente ao mesmo tempo). Ou seja, a corrente parcial
da descarga atmosfrica fluindo no DPS induz tenso adicional no lao do lado protegido do circuito que
se segue ao DPS. Desta forma, a tenso mxima que estressa o equipamento pode ser consideravelmente
maior que o nvel de proteo UP do DPS.
Os DPS devem suportar a corrente da descarga atmosfrica esperada nos pontos onde esto insta-
lados, conforme a ABNT NBR 5419-1:2015, Anexo E. A utilizao de DPS depende de suas capaci-
dades classificadas na IEC 61643-1 para redes eltricas de energia e na IEC 61643-21 para sistemas
de telecomunicaes.
Os DPS podem ser selecionados conforme suas localizaes de instalao, como se segue:
a) Na entrada da linha na estrutura (na fronteira da ZPR 1, ou seja, no quadro de distribuio principal
QDP):
O impulso de corrente requerido Iimp para DPS deve atender corrente de descarga atmosfrica
(parcial) esperada neste ponto da instalao, com base no NP escolhido de acordo com E.2 (fonte
de dano S1) e/ou E.3.1 (fonte de dano S3) da ABNT NBR 5419-1.
Este tipo de DPS pode ser utilizado quando as linhas que adentram a edificao esto inteiramente
dentro ZPR 0B ou quando a probabilidade de danos do DPS devido a fontes de danos S1 e S3 podem
ser desprezadas. A corrente nominal de surto In do DPS deve atender ao nvel de surto esperado
no ponto da sua instalao baseado no NP escolhido e relacionado s sobrecorrentes, de acordo
com a ABNT NBR 5419-1:2015, E.3.2.
NOTA 1 O risco de falhas dos DPS devido s fontes de danos S1 e S3 pode ser desprezvel caso
a quantidade de descargas atmosfricas diretas para a estrutura (ND) e na linha (NL) atender condio
ND + NL 0,01.
b) prximo ao equipamento a ser protegido (no limite da ZPR 2 ou superior, ou seja, no quadro
de distribuio secundrio ou na tomada de energia.
O impulso de corrente requerido In para o DPS deve atender corrente esperada neste ponto
da instalao, com base no NP escolhido e com as sobrecorrentes relacionadas de acordo com
a ABNT NBR 5419-1:2015, E.4.
NOTA 2 Um DPS que tenha as caractersticas de classe 1 e classe 2 pode ser usado neste local.
Este tipo de DPS pode ser usado quando as linhas que adentram a edificao esto totalmente
localizadas na ZPR 0B ou quando o risco de falhas do DPS devido s fontes de danos S1
e S3 puderem ser desprezadas. A tenso em circuito aberto UOC do DPS (na qual a corrente
de curto-circuito ISC pode ser determinada, pois o ensaio classe 3 realizado usando-se um gerador
de onda combinada com impedncia interna de 2 ), deve atender ao nvel do surto esperado
no ponto da instalao, com base no NP escolhido e com as sobrecorrentes especificadas conforme
a ABNT NBR 5419-1:2015, E.4.
a) localizao do DPS;
As localizaes dos DPS devem estar conforme C.2.2 e so afetadas inicialmente pela:
a) fonte especfica de danos, ou seja, descarga atmosfrica na estrutura (S1), na linha (S3), prxima
estrutura (S2), ou prxima linha (S4);
b) a mais prxima oportunidade de desviar a corrente de surto para a terra (o mais prximo possvel
do ponto de entrada da linha na estrutura).
O primeiro critrio a ser considerado : quanto mais prximo estiver o DPS da entrada da linha
entrante, maior ser a quantidade de equipamentos protegidos por este DPS (vantagem econmica).
O segundo critrio a ser verificado : quanto mais prximo estiver um DPS do equipamento a ser
protegido, mais efetiva ser a proteo (vantagem tcnica).
Os condutores de conexo dos DPS devem ter sees mnimas conforme a Tabela 1.
Em sistema DPS coordenados, convm que os mesmos em cascata tenham suas energias coordenadas
conforme a IEC 61643-12 e/ou a IEC 61643-22. Para este fim, recomenda-se que o fabricante
do DPS disponibilize informaes suficientes para se conseguir esta coordenao.
a) na entrada dos condutores dentro da estrutura (Na fronteira de ZPR 1, por exemplo: no ponto MB
da instalao). O DPS 1 instalado deve atender s determinaes de C.2.2;
Caso estas premissas sejam atendidas, o equipamento est convenientemente protegido pelo DPS 1.
Se no, DPS 2 adicionais devem ser necessrios:
se requerido, prximo ao equipamento (no limite entre ZPR 2, isto no ponto de instalao
do SB (quadro de distribuio secundrio) SA ou (tomada de energia) instalar DPS 2 cumprindo
os requisitos descritos em C.2.2 e os requisitos de coordenao com DPS 1 a montante
(ver C.3.4);
Caso estas premissas sejam cumpridas, o equipamento est convenientemente protegido pelos
DPS 1 e DPS 2:
se no, DPS 3(s) adicionais devem ser instalados prximos ao equipamento (ou seja, no ponto
da tomada) cumprindo os requisitos de C.2.2 e a coordenao de energia com os DPS 1 e DPS 2.
Anexo D
(informativo)
D.1 Introduo
Os parmetros de ensaios usados so as correntes Iimp, Imx e In para os ensaios nas classes 1
e 2. Eles esto relacionados com os valores mximos de corrente da descarga atmosfrica, esperada
no local de instalao do DPS conforme probabilidade definida pelo NP. A corrente Imx est associada
aos ensaios classe 2 e a corrente Iimp est associada com os ensaios classe 1.
Os valores preferenciais para Iimp, Q, W/R, de acordo com a IEC 61643-11, so apresentados
na Tabela D.1.
c) a distribuio das correntes da descarga atmosfrica dentro da estrutura, por exemplo, qual
parcela da corrente da descarga atmosfrica entra no sistema de aterramento e qual parcela
seria conduzida para aterramentos remotos por meio dos servios que entram na estrutura,
como o sistema de distribuio de energia, tubulaes metlicas, servios de telecomunicaes
e os DPS utilizados para equipotencializao;
d) a resistncia e a indutncia dos servios que entram na estrutura, pois estes parmetros afetam
o valor de pico da corrente I, e as relaes de distribuio de carga Q;
e) os servios adicionais condutores ligados s instalaes. Eles conduzem uma parcela da corrente
da descarga atmosfrica direta e, portanto, reduzem a parcela que flui por meio do sistema
de distribuio de energia por meio dos DPS de ligao equipotencial. Deve ser dada ateno
permanncia de tais servios, devido possvel substituio por peas no condutoras;
F2 F2
S S S S S S S
S S
5 P
D
P
D
P
D
8 PD P
D
P
D
P
D
P P 9
D D
IEC 2812/10
Legenda
1 origem da instalao
2 quadro de distribuio
3 tomada
4 terminal ou barra de equipotencializao principal
5 dispositivos de proteo contra surto, ensaiado como classe 1 ou 2
6 conexes de aterramento (condutor de aterramento) do dispositivo de proteo contra surto
7 equipamento fixo a ser protegido
8 dispositivo de proteo contra surtos, ensaiado como classe 2
9 dispositivo de proteo contra surtos, ensaiado como classe 2 ou classe 3
10 elemento de desacoplamento ou comprimento da linha
F1, F2, F3 dispositivos de proteo contra sobrecorrentes
Fontes de danos:
S1 - Descarga atmosfrica na estrutura
Equipamento
D D
P P Servios
S S ex: gua
Isinal Ienergia
Iaterramento
Linhas eltricas de Linhas eltricas de
sinal (dados) energia BT
IEC 2813/10
Figura D.2 Exemplo bsico de diferentes fontes de danos a uma estrutura e de distribuio
da corrente da descarga atmosfrica dentro de um sistema
Muitas tentativas tm sido feitas para se quantificar o ambiente eltrico e as solicitaes, s quais
um DPS est exposto em diferentes pontos dentro de uma instalao. Por exemplo, para um DPS
locado na entrada de servio de uma instalao dotada de SPDA estrutural, o nvel de solicitao
depende do NP conforme a avaliao do risco da estrutura, de forma a limit-lo ao valor tolervel
(ABNT NBR 5419-1:2015, Seo 6).
Esta Norma indica que, para um NP I, a amplitude da descarga atmosfrica direta (S1) de SPDA que
atinge a estrutura pode chegar a um valor de pico de 200 kA, com uma forma de onda de 10/350 s
(ver ABNT NBR 5419-1:2015, 8.1 e Anexo A). Contudo, enquanto o DPS deve ser selecionado para
atender ao NP necessrio identificado na avaliao de risco, existem outros fatores que podem afetar
a amplitude da corrente da descarga atmosfrica a qual submetido o DPS.
Quando nenhum clculo especfico da diviso da corrente realizado (ver ABNT NBR 5419-1:2015,
E.2), uma suposio geral de que 50 % desta corrente conduzida ao subsistema de aterramento,
e 50 % retorna por meio dos DPS de equipotencializao. Para o NP I, isto implica que parte
da descarga atmosfrica inicial de 200 kA conduzida por cada DPS, Iimp, de 25 kA para um sistema
eltrico trifsico com neutro (ver Figura D.3).
SPDA
100 %
AT / MT Transformador Cabo BT
50 %
50 %
IEC 2814/10
Se, entretanto, trs servios alimentam a estrutura por meio de condutores metlicos, e o modelo
da ABNT NBR 5419-1:2015, E.2, for adotado, a corrente total, Iimp , para cada DPS da equipotencia-
lizao em um sistema trifsico, torna-se igual a 8,3 kA.
Pressupostos simplificados da distribuio real de corrente so teis para se avaliar o possvel nvel
de solicitao a que estar exposto o DPS, mas importante registrar as hipteses utilizadas para
a simplificao. Em acrscimo, foi assumido que a forma de onda da corrente por meio dos DPS
a mesma da descarga atmosfrica inicial, mas, na realidade, a forma de onda pode ter sido alterada
pela impedncia dos condutores do prdio ou outros fatores.
Simulaes computacionais podem ser teis na avaliao destes fatores para a correta seleo
dos DPS. Para avaliar a disperso da corrente da descarga atmosfrica de um sistema complexo,
necessrio converter o sistema real, como mostrado no exemplo da Figura D.2, em um modelo
eltrico equivalente.
Muitas recomendaes tm baseado suas consideraes sobre o nvel de solicitao a que estar
sujeito um DPS em experincias de campo coletados ao longo do tempo. ABNT NBR 5419-1:2015,
Tabela E.2 baseada principalmente na experincia de campo (ver a IEEE C62.41).
D.3.3 Consideraes para a seleo das caractersticas do DPS Iimp, Imx, In, Uoc
A seleo das caractersticas adequadas Iimp, Imx, In e Uoc de um DPS, depende de vrios e complexos
parmetros interligados.
importante salientar, que o risco de danos aos sistemas internos de uma estrutura devido a surtos
so decorrentes de:
Em geral, a abordagem deve ser no sentido de se utilizar DPS classe 1, onde correntes diretas
ou parciais das descargas atmosfricas esto envolvidas (S1/S3) e classe 2/3 do DPS para efeitos
de induo (S2/S4).
Ao abordar tais complexidades, preciso ter em mente que a caracterstica mais importante para
a escolha do DPS seu desempenho na limitao da tenso na ocorrncia do evento de surto
esperado, e a sua mxima energia suportvel (Iimp, Imx, In, Uoc) (ABNT NBR 5419-1:2015, NOTA 4
da Tabela B.7).
Na corrente In esperada, um DPS com um limite de tenso inferior tenso suportvel pelo equipamento
garantir a sua proteo, considerando os fatores externos que criam tenses adicionais (queda
de tenso nos cabos de ligao, fenmenos de oscilao e de induo).
Em contraste, um DPS com capacidade energtica maior do que a requerida no ponto de sua instalao
pode apenas ter a sua vida til aumentada.
Entretanto, um DPS com menor tenso de limitao pode ser mais suscetvel aos possveis danos
causados por sobretenses temporrias (TOV) se instalado em sistemas de energia mal regulados.
Bibliografia
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