A Anatomia Do Estado - Murray N. Rothbard PDF
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A Anatomia Do Estado - Murray N. Rothbard PDF
Murray N. Rothbard
2009
Murray N. Rothbard (1926-1995) foi um decano da Escola Austraca e o
fundador do moderno libertarianismo. Tambm foi o vice-presidente acadmico
do Ludwig von Mises Institute e do Center for Libertarian Studies.
Sumrio.
Captulo 07. A histria como uma batalha entre o poder estatal e o poder social.
Notas.
Captulo 01.
O que o estado no .
O termo coletivo til "ns" permite lanar uma camuflagem ideolgica sobre a
realidade da vida poltica. Se "ns somos o estado", ento qualquer coisa que o
estado faa a um indivduo no somente justo e no tirnico como tambm
"voluntrio" da parte do respectivo indivduo. Se o estado incorre numa dvida
pblica que tem de ser paga atravs da cobrana de impostos sobre um grupo
para benefcio de outro, a realidade deste fardo obscurecida pela afirmao de
que "devemos a ns mesmos" (ou "a nossa dvida tem de ser paga"); se o estado
recruta um homem, ou o pe na priso por opinio dissidente, ento ele est
"fazendo isso a si mesmo" e, como tal, no ocorreu nada de lamentvel.
O ser humano nasce indefeso e, como tal, precisa utilizar a sua mente para
aprender a como obter os recursos que a natureza lhe fornece e a como
transform-los (por exemplo, atravs do investimento em "capital") em objeto e
em locais de modo que possam ser utilizados para a satisfao das suas
necessidades e para a melhoria do seu padro de vida. A nica forma por meio
da qual o ser humano pode fazer isto atravs do uso da sua mente e da sua
energia para transformar os recursos ("produo") e da troca destes produtos por
produtos criados pelos outros. O ser humano descobriu que, por meio do
processo de troca mtua e voluntria (comrcio), a produtividade e, logo, o
padro de vida de todos os participantes desta troca pode aumentar
significativamente. Portanto, o nico caminho "natural" para o ser humano
sobreviver e alcanar a prosperidade utilizando sua mente e energia para se
envolver no processo de produo-e-troca. Ele realiza isto, primeiro,
encontrando recursos naturais, segundo, transformando-os ("misturando seu
trabalho a eles", tal como disse John Locke), fazendo deles a sua propriedade
individual, e depois trocando esta propriedade pela propriedade de outros que foi
obtida de forma semelhante.
Claro que um dos mtodos para assegurar o apoio por meio da criao de
interesses econmicos legalmente garantidos. Como tal, o rei sozinho no pode
governar; ele precisa de um grupo considervel de seguidores que desfrutem os
privilgios do domnio, por exemplo, os membros do aparato estatal, como a
burocracia em tempo integral ou a nobreza estabelecida [10]. Mas ainda assim
isto assegura apenas uma minoria de apoiadores fervorosos, e at a compra
essencial de apoio por meio de subsdios e outras concesses de privilgios no
suficiente para obter o consentimento da maioria. Para produzir esta aceitao
crucial, a maioria tem de ser persuadida por uma ideologia de que o seu governo
bom, sbio e, pelo menos, inevitvel e certamente melhor do que outras
possveis alternativas. A promoo desta ideologia entre o povo a tarefa social
vital dos "intelectuais". Pois as massas no criam as suas prprias ideias, ou
sequer pensam de maneira independente sobre estas ideias; elas seguem
passivamente as ideias adotadas e disseminadas pelo grupo de intelectuais. Os
intelectuais so, por isso, os "formadores de opinio" da sociedade. E dado que
precisamente de uma modelagem da opinio aquilo de que o estado
desesperadamente precisa, a razo da milenar aliana entre o estado e os
intelectuais torna-se clara.
evidente que o estado precisa de intelectuais; mas no algo to evidente por
que os intelectuais precisam do estado. Posto de forma simples, podemos
afirmar que o sustento do intelectual no livre mercado nunca algo garantido,
pois o intelectual tem de depender dos valores e das escolhas das massas dos seus
concidados, e uma caracterstica indelvel das massas o fato de serem
geralmente desinteressadas de assuntos intelectuais. O estado, por outro lado,
est disposto a oferecer aos intelectuais um nicho seguro e permanente no seio do
aparato estatal; e, consequentemente, um rendimento certo e um arsenal de
prestgios. E os intelectuais sero generosamente recompensados pela
importante funo que executam para os governantes do estado, grupo ao qual
eles agora pertencem [11].
Muitos e variados tm sido os argumentos por meio dos quais o estado e seus
intelectuais tm induzido os seus sditos a apoiar o seu domnio. As linhas de
argumento podem ser basicamente resumidas desta forma: (a) os governantes
estatais so homens sbios e grandiosos (governam por "decreto divino", so a
"aristocracia" dos homens, so "cientistas especialistas"), muito melhores e mais
sbios do que os seus bons, porm simplrios, sditos, e (b) a subjugao pelo
governo inevitvel, absolutamente necessria e de longe melhor do que os
males indescritveis que sucederiam sua queda. A unio entre Igreja e estado
foi um dos mais bem sucedidos e mais antigos destes mecanismos ideolgicos. O
governante ou era ungido por Deus ou era ele mesmo, no caso do domnio
absoluto de muitos dspotas Orientais, o prprio Deus; como tal, qualquer
resistncia ao seu domnio seria blasfmia. Os sacerdotes do estado cumpriam a
funo intelectual bsica de obter o apoio popular e at a adorao aos
governantes [15].
Uma vez que a maioria das pessoas tende a amar a sua terra natal, a
identificao dessa terra e do seu povo com o estado foi um meio de usar o
patriotismo natural para benefcio do prprio estado. Se a "Ruritnia" estivesse
sendo atacada pela "Uldvia", a primeira funo do estado e dos seus intelectuais
seria convencer as pessoas da Ruritnia que o ataque era dirigido a eles e no
apenas casta dominante. Desta forma, uma guerra entre governantes seria
transformada numa guerra entre povos, em que a massa dos indivduos agiria em
defesa dos seus governantes sob a falsa crena de que os governantes estariam
agindo em defesa de seus indivduos. Este apelo ao "nacionalismo" tem sido til,
no Ocidente, apenas em sculos mais recentes; no h muito tempo, a massa de
sditos olhava para as guerras como batalhas irrelevantes entre diversos grupos
de nobres.
So muitas e sutis as armas ideolgicas que o estado tem manejado atravs dos
sculos. Uma destas excelentes armas tem sido a tradio. Quanto mais tempo
o domnio de um estado tem se mantido preservado, mais poderosa esta arma;
pois desta forma a Dinastia X ou o estado Y mantm o aparente peso da tradio
dos sculos como sustento para sua prpria existncia [16]. A adorao aos
antepassados passa ento a ser uma forma no muito sutil de adorao aos
antigos governantes. O maior perigo para o estado a crtica intelectual
independente; no h melhor forma de abafar essa crtica do que atacar qualquer
voz isolada, qualquer um que levante novas dvidas, como sendo um profano
violador da sabedoria dos seus ancestrais.
tambm muito importante que o estado faa parecer que o seu domnio
inevitvel; mesmo que o seu reinado seja detestado, ele ser assim visto com
resignao passiva, tal como atesta o dito sobre a "inevitabilidade da morte e dos
impostos". Um mtodo o da induo do determinismo historiogrfico, em
oposio ao livre arbtrio individual. Se a Dinastia X nos governa porque as
Inexorveis Leis da Histria (ou a Vontade Divina, ou o Absoluto, ou as Foras
Materiais Produtivas) assim determinaram, e nada que uns indivduos
insignificantes possam fazer ser capaz de alterar este decreto inevitvel.
tambm importante para o estado inculcar nos seus sditos uma averso a
qualquer "teoria da conspirao da histria", pois uma busca por conspiraes
significa uma busca por motivos e uma atribuio de responsabilidade por delitos
histricos. Se, contudo, qualquer tirania imposta pelo estado, ou corrupo, ou
agresso militar, foi causada no pelos governantes estatais, mas sim por "foras
sociais" misteriosas e ocultas, ou pelo arranjo imperfeito do mundo, ou, se de
alguma forma, todos foram responsveis, ento no h qualquer razo para as
pessoas ficarem indignadas ou se insurgirem contra tais delitos. Ademais, um
ataque s "teorias da conspirao" tem como objetivo fazer com que os sditos se
tornem mais crdulos em relao s razes de "bem-estar geral" que so sempre
apresentadas pelo estado como justificativa para os seus atos despticos. Uma
"teoria da conspirao" pode perturbar o sistema ao fazer com que o pblico
desconfie da propaganda ideolgica do estado.
Na nossa atual e mais secular poca, o direito divino do estado foi suplantado pela
invocao de um novo Deus, a Cincia. O governo estatal agora proclamado
como ultracientfico, como constitudo por um painel de especialistas. Mas
mesmo com a "razo" sendo mais invocada hoje do que em sculos passados,
essa no a verdadeira razo do indivduo e do exerccio do seu livre arbtrio;
ainda a razo coletivista e determinista, que implica sempre agregados holsticos
e a manipulao coerciva de sditos passivos feita pelos seus governantes.
certo que a mais ambiciosa tentativa de impor limites ao estado foi a Carta dos
Direitos e outras partes restritivas da Constituio Americana, na qual foram
escritos limites explcitos ao governo os quais deveriam servir como lei
fundamental a ser interpretada por um sistema judicial supostamente
independente dos outros ramos do governo. Todos os americanos esto cientes
do processo ao longo do qual esta construo de limites presentes na Constituio
foi sendo alargada de modo inexorvel durante o sculo passado. Mas poucos
foram to perspicazes como o Professor Charles Black em notar que, neste
processo, o estado transformou a prpria reviso judicial, a qual, de um
mecanismo limitador, passou a ser cada vez mais um instrumento que prov
legitimidade ideolgica s aes do governo. Pois se um decreto judicial de
"inconstitucionalidade" um poderoso entrave ao poder do governo, um
veredicto implcito ou explcito de "constitucionalidade" uma arma poderosa
para promover a aceitao pblica de um crescente poder governamental.
Existe uma ameaa real que cada uma destas pessoas (e quem no se
encontra entre elas?) chegue a um momento em que ir confrontar o
conceito de limite do poder governamental com a realidade (tal como a
v) da flagrante transgresso dos limites efetivos, e que tire a concluso
bvia acerca do status do governo em relao legitimidade. [22]
Esta ameaa afastada pelo estado por meio da propaganda doutrinal de que
uma agncia ter de ter a deciso final no que diz respeito constitucionalidade,
e que esta agncia, em ltima anlise, ter de fazer parte do estado. [23] Pois,
embora a aparente independncia do poder judicial tenha desempenhado um
papel vital em fazer com que as suas aes paream sagradas para o grosso da
populao, tambm e cada vez mais verdade que o poder judicial uma
parte essencial do aparato governamental e designado pelos ramos legislativo e
executivo. Black admite que isto significa que o estado se colocou no papel de
juiz de sua prpria causa, violando assim o princpio jurdico bsico de se
procurar chegar a decises justas. Ele nega peremptoriamente a possibilidade de
qualquer alternativa. [24]
Black acrescenta:
Em sua ltima anlise, Black considera que, dado o fato de que o estado
perpetuamente julga em sua prpria defesa, ele conseguir desta forma chegar a
decises justas e legtimas seria "algo milagroso". [26]
Aplicando a sua tese ao famoso conflito entre a Corte Suprema e o New Deal, o
Professor Black repreende de forma rspida os seus companheiros pr-New
Deal, pela sua falta de viso, que denunciaram a obstruo judicial:
A soluo proposta por Calhoun (e apoiada, no sculo XX, por escritores como
Smith) foi, claro, a famosa doutrina da "maioria concomitante". Se qualquer
interesse minoritrio substancial, especificamente um governo estadual,
acreditasse que o Governo Federal estivesse excedendo seus poderes e
sobrepondo-se a esta minoria, a minoria teria o direito de veto deste exerccio de
poder baseando-se na sua inconstitucionalidade. Aplicado aos governos
estaduais, esta teoria implicava o direito "anulao" da lei ou deciso federal
dentro da jurisdio de um determinado estado.
Isto nos leva a um ponto crucial: a teoria da anulao confina suas restries s
prprias agncias do governo. No esqueamos que os governos federal e
estaduais, e os seus respectivos ramos, so ainda estados, e, como tal, so ainda
guiados pelo seu interesse estatal prprio e no pelos interesses dos cidados
civis. O que impede que o sistema de Calhoun funcione de forma contrria, com
os estados tiranizando os seus cidados e vetando o governo federal sempre que
este tente intervir no sentido de restringir essa tirania? Ou de os estados estaduais
se alinharem tirania federal? O que impede os governos estaduais e o governo
federal de formarem alianas mutuamente lucrativas para explorarem em
conjunto os cidados? E mesmo que as associaes profissionais privadas
ganhassem algum tipo de representao "funcional" no governo, o que impediria
que elas utilizassem o estado para obter subsdios e outros privilgios para si
mesmas ou para se imporem compulsivamente aos seus prprios membros?
Apenas aqueles que nada sabem sobre outras pocas seno a sua, que
esto completamente s escuras quanto ao modo de funcionamento do
Poder desde h milhares de anos, vero estes procedimentos
[estatizao, imposto de renda etc.] como o fruto de um conjunto
particular de doutrinas. Estas so, na realidade, as manifestaes
normais do Poder, e em nada diferem na sua natureza em relao aos
confiscos dos mosteiros realizados por Henrique VIII. o mesmo
princpio em operao; o apetite por autoridade, a sede por recursos; e
em todas estas operaes esto presentes as mesmas caractersticas,
inclusive o rpido crescimento daqueles que dividem os esplios. Seja
Socialista ou no, o Poder tem sempre de estar em guerra com as
autoridades capitalistas e despojar os capitalistas da sua riqueza
acumulada; ao faz-lo, obedece s leis da sua prpria natureza. [34]
Captulo 05.
O que o estado teme.
Uma vez que a rea territorial do planeta se encontra dividida entre diferentes
estados, as relaes interestatais ocupam uma grande parte do tempo e da
energia do estado. A tendncia natural de um estado expandir o seu poder e,
externamente, essa expanso d-se atravs da conquista de territrios. A no ser
que o territrio no pertena a outro estado ou que seja inabitado, qualquer
expanso envolve um conflito inerente de interesses entre dois grupos distintos de
governantes estatais. Apenas um dos grupos de governantes pode obter o
monoplio da coero sobre um dado territrio em um determinado momento: o
poder completo sobre uma rea territorial pelo estado X pode apenas ser ganho
pela expulso do estado Y. A guerra, embora com riscos, ser uma tendncia
perene entre os estados, com perodos pontuais de paz e de alteraes de alianas
e coalizes entre estados.
Se, por exemplo, Joo vender ou doar a sua terra a Jos, o herdeiro de Joo no
pode legitimamente ir at o herdeiro de Jos e dizer que a terra sua. O ttulo de
propriedade j foi transferido. O contrato do velho Joo est automaticamente
vinculado ao herdeiro de Joo, pois o velho Joo j havia transferido a
propriedade; o herdeiro de Joo pode apenas reivindicar aquilo que ele herdou do
velho Joo, e o velho Joo pode apenas legar a propriedade que ainda lhe
pertence. Mas se, em uma determinada data, o governo da, digamos, Ruritnia
coagido ou at mesmo subornado pelo governo da Ualdvia para ceder parte do
seu territrio, absurdo afirmar que os governos ou os habitantes dos dois pases
esto para sempre impedidos de exigir a reunificao da Ruritnia por causa da
santidade do tratado. Nem as pessoas nem a terra do noroeste da Ruritnia
pertencem a qualquer um dos dois governos.
Albert Jay Nock apelidou estas duas foras concorrentes com os termos "poder
social" e "poder estatal". [41] O poder social o poder do homem sobre a
natureza sua transformao cooperativa dos recursos naturais e a
compreenso racional das leis da natureza para o benefcio de todos os
indivduos participantes. O poder social o poder sobre a natureza, o alcanar de
um melhor padro de vida por meio da troca mtua entre os homens. J o poder
estatal, como vimos, a apropriao coerciva e parastica desta produo
uma drenagem dos frutos da sociedade para benefcio de indivduos no
produtivos (na verdade, antiprodutivos), os quais se impem como governantes.
Ao passo que o poder social exercido sobre a natureza, o poder estatal o poder
exercido sobre o homem. Ao longo da histria, as foras criativas e produtivas
do homem tm, repetidamente, aberto caminho a novas formas de transformar a
natureza para seu benefcio. Isto ocorreu nos momentos em que o poder social
conseguiu se manter frente do poder estatal, momentos em que a invaso do
estado sobre a sociedade foi consideravelmente diminuda. Porm, sem
exceo, aps intervalos s vezes mais curtos, outras vezes mais longos, o estado
sempre se move em direo a essas novas reas, para mais uma vez confiscar e
debilitar o poder social. [42] S e o perodo entre o sculo XVII e o sculo XIX
foi, para muitos dos pases ocidentais, uma poca de crescimento do poder social
com um consequente aumento da liberdade, da paz e do bem-estar material, o
sculo XX foi principalmente uma era em que o poder estatal foi recuperando o
poder que havia perdido com uma consequente reverso rumo escravido,
guerra e destruio. [43]
Captulo 01.
Ver tambm Murray N. Rothbard, "The Fallacy of the 'Public Sector'", New
Individualist Review (Summer, 1961): 3ff. [voltar]
Captulo 02.
[04] Franz Oppenheimer, The State (New York: Vanguard Press, 1926) p. 24-27:
Nock, On Doing the Right Thing, and Other Essay s (New York: Harper and Bros.,
1929), p.143; [voltar]
Captulo 03.
[08] claro que tal aceitao no implica que o domnio do estado tenha se
tornado "voluntrio"; pois mesmo que a maioria o apoie de forma vida e ativa,
esse apoio no unnime. [voltar]
Para uma atitude que contrasta com a de Needham, ver John Lukacs,
"Intellectual Class or Intellectual Profession?" in de Huszar, The Intellectuals, p.
521-22. [voltar]
[13] Jeanne Ribs, "The War Plotters," Liberation (August, 1961): 13, "os
estrategistas insistem que a sua ocupao merece a 'dignidade da contraparte
acadmica da profisso militar'". Ver tambm Marcus Raskin, "The Megadeath
Intellectuals", New York Review of Books (November 14, 1963): 6-7. [voltar]
[14] Por isso o historiador Cony ers Read, no seu discurso presidencial,
argumentou a favor da supresso de fatos histricos como sendo um servio aos
valores "democrticos" e nacionais. Read proclamou que "a guerra total, seja
quente ou fria, alista toda a gente e apela a que todos cumpram o seu papel. O
historiador no mais livre desta obrigao do que o fsico". Read, "The Social
Responsibilities of the Historian," American Historical Review (1951): 283ff.
Para uma crtica de Read e outros aspectos de historia oficial, ver Howard K.
Beale, "The Professional Historian: His Theory and Practice," The Pacific
Historical Review (August, 1953): 227-55. Tambm cf. Herbert Butterfield,
"Official History : Its Pitfalls and Criteria," History and Human Relations (New
York: Macmillan, 1952), p. 182-224; e Harry Elmer Barnes, The Court Historians
Versus Revisionism (n.d.), p. 2ff. [voltar]
[15] Cf. Wittfogel, Oriental Despotism, p87-100. Acerca dos papis contrastantes
da religio vis--vis o estado na China antiga e Japo, ver Norman Jacobs, The
Origin of Modern Capitalism and Eastern Asia (Hong Kong: Hong Kong
University Press, 1958), p. 161-94. [voltar]
[16] De Jouvenel, On Power, p. 22:
[17] Acerca da utilizao da religio na China para tais efeitos, ver Norman
Jacobs, passim. [voltar]
[18] H.L. Mencken, A Mencken Chrestomathy (New York: Knopf, 1949), p. 145:
Captuo 04.
[21] Charles L. Black. Jr., The People and the Court (New York: Macmillan,
1960), p. 35ff. [voltar]
O poder final do estado. deve parar onde a lei pra. E quem fixar o
limite, e quem aplicar uma trava, face ao poder mais possante? Ora, o
prprio estado, claro, atravs dos seus juzes e das suas leis. Quem que
controla o moderado? Quem que ensina o sbio? (Ibid., p. 32-33)
E ainda:
Fica claro que o senso comum dita uma viso muito diferente da de "milagres"
no que tange ao governo. (p. 87) [voltar]
[33] Cf. Herbert Spencer, "The Right to Ignore the State", in Social Statics (New
York: D. Appleton, 1890), p. 229-39. [voltar]
[35] Vimos que o apoio por parte dos intelectuais fundamental ao estado, e isto
inclui o apoio contra as suas duas ameaas essenciais. Assim, acerca do papel
dos intelectuais americanos no envolvimento dos Estados Unidos na Primeira
Guerra Mundial, ver Randolph Bourne, "The War and the Intellectuals," em The
History of a Literary Radical and Other Papers (New York: S.A. Russell, 1956),
p. 205-22.
Tal como Bourne evidencia, um dos mtodos comuns dos intelectuais para
ganhar o apoio do pblico para as aes do estado o de desviar qualquer
discusso para os limites da poltica do estado e de desencorajar qualquer crtica
total ou fundamental deste enquadramento bsico. [voltar]
Captuo 06.
[37] Isto deve ser distinguido do direito internacional moderno e da sua nfase
em maximizar a extenso da guerra atravs de conceitos como o de "segurana
coletiva". [voltar]
[38] F.J.P. Veale, Advance to Barbarism (Appleton, Wis.: C.C. Nelson, 1953), p.
63. De forma semelhante, o Professor Nef escreve acerca da Guerra de Don
Carlos que ocorreu na Itlia, no sculo XVIII, entre a Frana, a Espanha e a
Sardenha contra a ustria:
Tambm cf. Hoffman Nickerson, Can We Limit War? (New York: Frederick A.
Stoke, 1934). [voltar]
[40] Ibid., p. 161. Sobre a defesa do comrcio com o inimigo por lderes da
Revoluo Americana, ver Joseph Dorfman, The Economic Mind in American
Civilization (New York: Viking Press, 1946), vol. 1, p. 210-11. [voltar]
Captuo 07.
[41] Sobre os conceitos de poder estatal e poder social, ver Albert J. Nock, Our
Enemy the State (Caldwell, Idaho: Caxton Printers, 1946). Ver tambm Nock,
Memoirs of a Superfluous Man (New York: Harpers, 1943), e Frank Chodorov,
The Rise and Fall of Society (New York: Devin-Adair, 1959). [voltar]
[44] certo que um dos ingredientes indispensveis de tal soluo ser a ruptura
da aliana entre os intelectuais e o estado, por meio da criao de centros de
pesquisa intelectual e educao, que sero independentes do estado. Christopher
Dawson aponta que os grandes movimentos intelectuais da Renascena e do
Iluminismo foram alcanados por meio de um trabalho margem das e por
vezes contra as universidades estabelecidas. Estes acadmicos das novas
ideias estabeleceram-se com a colaborao de patronos independentes. Ver
Christopher Dawson, The Crisis of Western Education (New York: Sheed and
Ward, 1961). [voltar]
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