A leitura deste documento, que transcreve o contedo do Decreto-Lei n.

133-A/97, de 30 de Maio,
no substitui a consulta da sua publicao em Dirio da Repblica.

Decreto-Lei n. 133-A/97 de 30 de Maio

Estabelece o regime de licenciamento e fiscalizao dos estabelecimentos e
servios de apoio social no mbito da segurana social

O exerccio efectivo do direito de cidadania por todas as pessoas constitui a

prioridade fundamental do XIII Governo Constitucional.
Tal desiderato alcana-se, designadamente, com a promoo do bem-estar dos
utentes dos equipamentos que prestam apoio social.
Para o efeito, importante a implementao de um quadro legal que permita e
fomente as respostas de qualidade e iniba aquelas que a no possuam.
O Decreto-Lei n. 30/89, de 24 de Janeiro, no mbito da iniciativa privada
lucrativa, concebeu sanes desadequadas do quadro legal do regime geral das
contra-ordenaes com que se teria de harmonizar e burocratizou o processo de
licenciamento e controlo de funcionamento.
Assim, o presente diploma substitui o Decreto-Lei n. 30/89, de 24 de Janeiro,
estabelecendo uma nova regulamentao dos estabelecimentos e servios
privados em que sejam exercidas actividades de apoio social do mbito da
segurana social.
So excludos do mbito da aplicao do diploma as instituies particulares de
solidariedade social abrangidas por acordos de cooperao, por se entender que
atravs dos acordos se poder atingir objectivo idntico ao do licenciamento, no
que respeita exigncia de condies adequadas de funcionamento.
Simplificou-se a regulamentao do processo de licenciamento e das condies da
respectiva concesso, clarificando-se conceitos e simplificando-se procedimentos.
Actualizaram-se significativamente os valores das coimas, tendo em conta no s
a sua desactualizao mas tambm a necessidade de se estabelecerem valores
que efectivamente superem os benefcios que eventualmente possam ser
auferidos pelos infractores, em reforo do efeito preventivo das coimas, nos
termos da autorizao concedida pela Lei n. 4/97, de 10 de Fevereiro.
Autonomizou-se claramente a medida administrativa de encerramento do
estabelecimento, por forma a evitarem-se as confuses, suscitadas na vigncia
do Decreto-Lei n. 30/89, entre aquela medida e idntica providncia aplicvel
em processo de contra-ordenao (a sano acessria de encerramento).
Prev-se ainda um perodo de transio para a adequao dos estabelecimentos
j em funcionamento s normas deste diploma e dos respectivos diplomas
regulamentares, pretendendo-se assim incentivar a regularizao da situao
daqueles estabelecimentos no perodo considerado, durante o qual se suspender
a aplicao aos mesmos das sanes legalmente previstas.
Assim:
No uso da autorizao legislativa concedida pela Lei n. 4/97, de 10 de Fevereiro,
e nos termos das alneas a) e b) do n. 1 do artigo 201. da Constituio, o
Governo decreta o seguinte:
CAPTULO I
mbito e objectivos

Artigo 1.
Objectivo

O presente diploma define o regime de licenciamento e de fiscalizao da

prestao de servios e dos estabelecimentos, adiante designados por
estabelecimentos, em que sejam exercidas actividades de apoio social do mbito
da segurana social relativas a crianas, jovens, pessoas idosas ou pessoas com
deficincia, bem como os destinados preveno e reparao de situaes de
carncia, de disfuno e de marginalizao social.

Artigo 2.
Estabelecimentos

1 - As actividades de apoio social a que se refere o artigo anterior podem ser

exercidas em creches, centros de actividades de tempos livres, lares para
crianas e jovens, lares para idosos, centros de dia, lares para pessoas com
deficincia, centros de actividades ocupacionais para deficientes e atravs de
servios de apoio domicilirio.
2 - Consideram-se ainda abrangidos pelo presente diploma os estabelecimentos
de apoio social com diferente designao, desde que prossigam objectivos
semelhantes aos dos estabelecimentos referidos no n. 1 do artigo 1..

Artigo 3.
Estabelecimentos excludos

O presente diploma no se aplica:

a) Aos estabelecimentos das instituies particulares de solidariedade social em
relao aos quais hajam sido celebrados acordos de cooperao com os centros
regionais de segurana social, adiante designados por centros regionais;
b) Aos estabelecimentos oficiais geridos por organismos da Administrao
Pblica, central, regional e local.

Artigo 4.
Denominao dos estabelecimentos

Cada estabelecimento abrangido por este diploma deve adoptar uma

denominao prpria que permita uma perfeita individualizao, por forma a no
se confundir com a de outro j existente, pblico ou privado.

Artigo 5.
Fiscalizao

Os estabelecimentos referidos nos artigos anteriores ficam sujeitos inspeco e

fiscalizao dos servios competentes do Ministrio da Solidariedade e Segurana
Social.

CAPTULO II
Do licenciamento dos estabelecimentos
Artigo 6.
Licenciamento dos estabelecimentos

1 - Nenhum estabelecimento pode iniciar a sua actividade sem se encontrar

licenciado.
2 - Os estabelecimentos que se encontrem licenciados so considerados de
utilidade social e podem beneficiar de isenes fiscais e outras regalias previstas
na lei.

Artigo 7.
Competncia para o licenciamento

1 - O licenciamento dos estabelecimentos titulado por alvar emitido, a

requerimento da entidade interessada, pelo centro regional em cuja rea se
localize o estabelecimento.
2 - O licenciamento dos estabelecimentos que desenvolvam actividades que
transcendam a rea de um centro regional da competncia do centro regional
da rea da localizao da sede ou do domiclio da entidade requerente.
3 - entidade interessada, para efeitos do presente diploma, toda a pessoa
singular ou colectiva que explore o estabelecimento como proprietria,
arrendatria ou a qualquer outro ttulo.

Artigo 8.
Alvar de licenciamento

Do alvar de licenciamento constam a denominao do estabelecimento e sua

localizao, a identificao da entidade requerente, a actividade prosseguida e a
lotao mxima autorizada.

Artigo 9.
Condies de licenciamento

O licenciamento dos estabelecimentos depende das seguintes condies:

a) Idoneidade do requerente e do pessoal ao seu servio;
b) Instalaes e equipamento adequados nos termos das normas em vigor;
c) Pessoal tcnico e auxiliar necessrio ao funcionamento do estabelecimento nos
termos das normas em vigor;
d) Situao contributiva do requerente perante a segurana social regularizada.

Artigo 10.
Idoneidade e impedimentos do requerente

1 - No podero requerer o licenciamento de estabelecimentos as pessoas

relativamente s quais se verifique algum dos seguintes impedimentos:

a) Terem sido interditadas do exerccio das actividades em qualquer

estabelecimento abrangido pelo presente diploma;
b) Terem sido condenadas, por sentena com trnsito em julgado, qualquer que
tenha sido a natureza do crime, nos casos em que tenha sido decretada a
interdio de profisso relacionada com a actividade dos estabelecimentos.

2 - Tratando-se de pessoa colectiva, a idoneidade e os impedimentos devero ser

aferidos nas pessoas dos administradores ou scios gerentes dos
estabelecimentos.
3 - A idoneidade e os impedimentos identificados no n. 1 so extensivos aos
trabalhadores ao seu servio.

Artigo 11.
Parecer tcnico

1 - Para a implantao de qualquer estabelecimento, os interessados podem

requerer ao centro regional um parecer tcnico prvio relativo s condies
necessrias ao desenvolvimento da actividade pretendida.
2 - O requerimento a solicitar a emisso de parecer tcnico deve ser
acompanhado da planta das instalaes existentes ou a adquirir, com a indicao
das dimenses, nmero de divises e utilizao pretendida, bem como da lotao
proposta e do quadro do pessoal previsto para o estabelecimento.
3 - O parecer tcnico deve ser emitido no prazo de 60 dias a contar da recepo
do requerimento.

Artigo 12.
Requerimento

1 - Do requerimento referido no n. 1 do artigo 7. deve constar

obrigatoriamente:

a) O nome, a firma ou a denominao do requerente;

b) A residncia ou sede do requerente;
c) O nmero fiscal de contribuinte do requerente;
d) A localizao do estabelecimento e a respectiva denominao;
e) As actividades previstas e grupo etrio a que se destinam;
f) A lotao proposta para o estabelecimento.

2 - Tratando-se de pessoa singular, o requerente deve indicar ainda a filiao,

idade, estado civil, nacionalidade, profisso e habilitaes literrias.

Artigo 13.
Documentos obrigatrios

1 - O requerimento deve ser acompanhado dos documentos comprovativos da

identificao do requerente, da adequao das instalaes e do cumprimento das
condies de funcionamento do estabelecimento nos termos dos artigos
seguintes.
2 - Os centros regionais podem ainda solicitar, complementarmente, quaisquer
outros documentos que considerem imprescindveis avaliao das condies de
licenciamento dos estabelecimentos.

Artigo 14.
Documentos relativos ao requerente

1 - So documentos necessrios avaliao dos requisitos respeitantes ao

requerente:

a) Fotocpia do carto de pessoa colectiva ou de empresrio em nome individual;

b) Certificado do registo criminal do requerente e dos seus representantes e, bem
assim, das pessoas identificadas no n. 2 do artigo 10.;
c) Certido do acto constitutivo e estatutos ou do registo comercial, quando
exigvel.

2 - A certido do registo referida na alnea c) do nmero anterior, quando

respeite a pessoa colectiva constituda h menos de seis meses, poder ser
substituda pela prova da apresentao a registo, sem prejuzo da apresentao
da certido logo que proferida deciso sobre o pedido de registo.

Artigo 15.
Documentos respeitantes s instalaes e ao pessoal

So documentos necessrios avaliao dos requisitos respeitantes s

instalaes e condies de funcionamento dos estabelecimentos:

a) Documento comprovativo do ttulo de posse ou de utilizao das instalaes;

b) Planta das instalaes e respectiva memria descritiva;
c) Auto ou certificado de vistoria sanitria;
d) Licena de utilizao emitida pela cmara municipal competente;
e) Declarao comprovativa das condies de segurana exigveis;
f) Relao, com a indicao das habilitaes literrias e profissionais, do pessoal
tcnico e auxiliar previsto para o estabelecimento e respectivo horrio de
trabalho;
g) Documento comprovativo das habilitaes profissionais do director tcnico.

Artigo 16.
Regulamento interno

O requerimento dever ainda ser acompanhado de um projecto de regulamento

interno, conforme as normas regulamentares aplicveis, do qual deve constar,
nomeadamente:
a) As actividades a desenvolver;
b) As condies de admisso dos utentes;
c) As regras de funcionamento;
d) Os direitos e deveres dos utentes;
e) O prerio e servios correspondentes.

Artigo 17.
Vistoria tcnica

O licenciamento precedido de vistoria tcnica efectuada pelo centro regional,

tendo em vista a avaliao das condies do licenciamento.

Artigo 18.
Deciso do centro regional

1 - O centro regional profere a sua deciso no prazo mximo de 90 dias a contar

da recepo do requerimento.
2 - Deferido o requerimento, ser emitido alvar em impresso de modelo prprio
aprovado pelo ministro da tutela, assinado pelo presidente do conselho directivo
do centro regional e autenticado com o selo branco.

Artigo 19.
Autorizao provisria de funcionamento

1 - No se encontrando reunidas todas as condies tcnicas de funcionamento

exigidas para a concesso do alvar, mas sendo seguramente previsvel que
podem ser satisfeitas no prazo de 180 dias, pode ser concedida uma autorizao
provisria de funcionamento, que deve especificar as condies a satisfazer pelo
requerente.
2 - A autorizao provisria vlida pelo prazo de 180 dias, prorrogvel por uma
s vez, mediante requerimento fundamentado.
3 - Se no forem satisfeitas as condies especificadas na autorizao provisria
dentro do prazo referido no nmero anterior, ser indeferido o pedido de
licenciamento.
4 - Enquanto durar a autorizao provisria de funcionamento, os
estabelecimentos podem beneficiar das isenes e regalias referidas no n 2 do
artigo 6..

Artigo 20.
Indeferimento do pedido

Sem prejuzo do disposto no artigo 19., o pedido de licenciamento ser

indeferido quando no sejam cumpridas as condies referidas no artigo 9 ou
quando no sejam apresentados os documentos referidos no artigo 13..

Artigo 21.
Inactividade do estabelecimento

1 - A inactividade do estabelecimento por um prazo superior a um ano ou o

encerramento do estabelecimento implica a suspenso do alvar.
2 - Logo que se alterem as razes que determinaram a suspenso do alvar,
pode a entidade proprietria requerer o termo da suspenso.
3 - O centro regional decide do pedido do termo de suspenso mediante prova
que considere adequada e aps vistoria a realizar nos termos do artigo 17..
4 - A suspenso do alvar por um perodo superior a cinco anos determina o seu
cancelamento.

Artigo 22.
Recurso

No caso de recusa do alvar, podem os interessados, nos termos gerais de

direito, recorrer da deliberao do centro regional para os tribunais competentes.

Artigo 23.
Pagamento de taxas

1 - Pelos actos relativos ao processo de licenciamento dos estabelecimentos so

devidas taxas, cujo objecto e montantes so definidos por portaria do ministro da
tutela.
2 - Pelo parecer tcnico referido no artigo 11. no devida qualquer taxa.

CAPTULO III
Das obrigaes das entidades requerentes

Artigo 24.
Trespasse ou cesso de explorao do estabelecimento

No caso de trespasse, cesso ou concesso de explorao do estabelecimento, a

escritura notarial no pode realizar-se sem que seja exibida certido emitida pelo
centro regional comprovativa do licenciamento ou da autorizao provisria de
funcionamento.

Artigo 25
Substituio do alvar

1 - Quando se verifique a alterao da denominao do estabelecimento, da

identificao da entidade requerente ou da lotao mxima autorizada, dever
ser requerida, no prazo de 30 dias, a substituio do alvar.
2 - Com o requerimento devem ser apresentados os documentos comprovativos
da alterao e, se esta respeitar entidade requerente, todos os documentos
obrigatrios necessrios instruo de um pedido de licenciamento.

Artigo 26
Afixao de documentos

Os proprietrios ou titulares dos estabelecimentos so obrigados a afixar em local

bem visvel do pblico os seguintes documentos:

a) Alvar ou autorizao provisria de funcionamento;

b) Mapa de pessoal e respectivos horrios, de harmonia com a legislao
aplicvel;
c) Nome do director tcnico do estabelecimento;
d) Horrio de funcionamento do estabelecimento;
e) Regulamento interno;
f) Mapa de ementas;
g) Prerio, com indicao dos valores mnimos e mximos praticados.

Artigo 27.
Obrigaes das entidades gestoras

Os proprietrios ou titulares dos estabelecimentos so obrigados a:

a) Facultar aos servios dos centros regionais o acesso a todas as dependncias

do estabelecimento e as informaes indispensveis avaliao e fiscalizao do
seu funcionamento;
b) Remeter aos centros regionais os mapas estatsticos dos utentes e a relao
do pessoal existente no estabelecimento, bem como o prerio em vigor;
c) Comunicar, no prazo de 30 dias, qualquer alterao dos elementos referidos no
artigo 8 e, bem assim, a cessao de actividades por iniciativa dos proprietrios;
d) Remeter aos centros regionais as alteraes ao regulamento interno do
estabelecimento at 30 dias antes da sua entrada em vigor.

Artigo 28.
Contratos a celebrar com os utentes

Tratando-se de estabelecimentos a funcionar em regime de internato, devem ser

celebrados, por escrito, contratos de alojamento e prestao de servio com os
utentes ou seus familiares, donde constem os principais direitos e obrigaes de
ambas as partes.

CAPTULO IV
Regime sancionatrio

Artigo 29.
Das contra-ordenaes

As infraces ao disposto no presente diploma constituem contra-ordenaes, nos

termos dos artigos seguintes.

Artigo 30.
Contra-ordenao por falta de licenciamento

A abertura ou o funcionamento de estabelecimento que no se encontre

licenciado nem disponha de autorizao provisria de funcionamento vlida
constitui contra-ordenao, punvel com coima de 500000$00 a 2000000$00.

Artigo 31.
Contra-ordenaes relativas s instalaes e ao funcionamento dos
estabelecimentos

Constituem contra-ordenaes, punveis com coima de 200000$00 a

1000000$00:

a) A inadequao das instalaes, bem como as deficientes condies de higiene

e segurana, face aos requisitos estabelecidos;
b) A inexistncia injustificada do pessoal tcnico e auxiliar indicado no respectivo
mapa;
c) A alimentao claramente deficiente para as necessidades dos utentes;
d) O excesso da lotao em relao capacidade autorizada para o
estabelecimento;
e) A manifesta degradao qualitativa dos cuidados e tratamentos prestados aos
utentes;
f) O impedimento das aces de fiscalizao;
g) A violao de quaisquer outras normas ou exigncias legais.

Artigo 32.
Contra-ordenaes por incumprimento de obrigaes

Constitui contra-ordenao, punvel com coima de 50000$00 a 150000$00, o

incumprimento de qualquer das obrigaes previstas nos artigos 25., 26., 27.
e 28..

Artigo 33.
Negligncia

Nas contra-ordenaes previstas no presente diploma a negligncia sempre

punvel.

Artigo 34.
Limites mnimos e mximos das coimas

Os limites mnimos e mximos das coimas previstas neste diploma aplicam-se

quer s pessoas singulares quer s pessoas colectivas, sendo reduzidos a metade
quando aplicveis a entidades que no tenham finalidade lucrativa ou nos casos
de negligncia.

Artigo 35.
Sanes acessrias

Simultaneamente com a coima podero ser aplicadas as seguintes sanes

acessrias:

a) Interdio de exercer a actividade em quaisquer estabelecimentos abrangidos

pelo presente diploma;
b) Privao do direito a subsdio ou benefcio outorgado por entidade ou servio
pblico;
c) Encerramento do estabelecimento e suspenso do alvar ou da autorizao
provisria.

Artigo 36.
Competncias para aplicao das coimas e sanes acessrias

1 - A instruo dos processos de contra-ordenao da competncia dos centros

regionais.
2 - A deciso dos mesmos processos da competncia do presidente do
respectivo centro regional.

Artigo 37.
Pagamento das coimas

O pagamento das coimas no dispensa a entidade proprietria do

estabelecimento de dar cumprimento s obrigaes impostas por fora da
aplicao deste diploma.

Artigo 38.
Publicidade

1 - Das decises definitivas que apliquem coima de montante igual ou superior a

200 000$00 ou determinem o encerramento do estabelecimento ser sempre
dada publicidade, promovida pelo centro regional.
2 - A publicidade efectuada atravs de publicao do extracto da deciso
definitiva no jornal da localidade ou, na sua falta, no da localidade mais prxima,
bem como da afixao de edital, por perodo no inferior a 30 dias, no prprio
estabelecimento, em local bem visvel ao pblico.
3 - As despesas decorrentes da publicidade referida nos nmeros anteriores so
custeadas pelo infractor.

CAPTULO V
Do encerramento administrativo dos estabelecimentos

Artigo 39.
Encerramento imediato

1 - Pode ser determinado o encerramento do estabelecimento quando se verifique

qualquer das seguintes condies:

a) Apresente graves condies de insalubridade, inadequao das instalaes ou

deficientes condies de segurana, higiene e conforto dos utentes;
b) Inicie a actividade ou se mantenha em funcionamento sem se encontrar
licenciado nos termos do artigo 6 ou autorizado nos termos previstos no artigo
19.

2 - A medida do encerramento implica automaticamente a caducidade do alvar

ou da licena de autorizao provisria de funcionamento, bem como a cessao
dos benefcios ou regalias previstos na lei.

Artigo 40.
Competncia para a determinao do encerramento

1 - O encerramento do estabelecimento nos termos do artigo anterior compete ao

rgo gestor do centro regional, mediante deliberao fundamentada.
2 - Para a efectivao do encerramento do estabelecimento o centro regional
pode solicitar a interveno das autoridades administrativas e policiais
competentes.
3 - A medida administrativa de encerramento do estabelecimento no prejudica a
aplicao das coimas relativas s contra-ordenaes previstas no presente
diploma.

CAPTULO VI
Do acompanhamento e da fiscalizao

Artigo 41.
Acompanhamento tcnico-social

1 - Compete ao centro regional acompanhar e apoiar tecnicamente a organizao

e o funcionamento dos estabelecimentos, verificando, designadamente:

a) A conformidade das actividades prosseguidas com as autorizadas no processo

de licenciamento;
b) A qualidade dos servios prestados aos utentes, nomeadamente no que se
refere a condies de instalao e alojamento, adequao do equipamento ao
nmero e tipo de utentes, alimentao e cuidados de sade e de higiene;
c) A qualidade de vida no estabelecimento, nomeadamente quanto participao
e ocupao dos utentes.

2 - A avaliao das condies de organizao e funcionamento dos

estabelecimentos, que poder ser feita com o respectivo director tcnico, dever
ser objecto de relatrio do centro regional, de que ser dado conhecimento
entidade proprietria ou titular do estabelecimento no prazo de 30 dias aps a
concluso da avaliao.

Artigo 42.
Colaborao com servios oficiais

Para a avaliao das condies previstas no artigo anterior e designadamente das

condies de salubridade e segurana, acondicionamento dos gneros
alimentcios e cuidados de sade, o centro regional pode solicitar a interveno
dos servios competentes de outros ministrios.

Artigo 43.
Aces de fiscalizao

Sem prejuzo da aco inspectiva da competncia da Inspeco-Geral da

Segurana Social, compete aos centros regionais, no mbito da aco
fiscalizadora dos estabelecimentos abrangidos por este diploma:

a) Vigiar o cumprimento das normas legais relativas ao licenciamento e s

condies de funcionamento dos estabelecimentos;
b) Instaurar processos de contra-ordenao pelas infraces de que tenha
conhecimento;
c) Promover e acompanhar a execuo das sanes que tenham sido ordenadas;
d) Articular-se com outros servios ou organismos da Administrao Pblica,
tendo em vista o cumprimento das disposies legais aplicveis aos
estabelecimentos.

Artigo 44.
Servios de fiscalizao

1 - Para a prossecuo da aco fiscalizadora, o centro regional deve dispor de

equipas multidisciplinares, constitudas por pessoal tcnico de formao
diversificada.
2 - O pessoal que integre o servio de fiscalizao dos estabelecimentos fica
abrangido pelo disposto nos artigos 3. e 4. do Decreto Regulamentar n. 54/83,
de 23 de Junho.
3 - O referido pessoal deve ser portador do respectivo carto de identidade, de
modelo a aprovar por portaria do ministro da tutela.

CAPTULO VII
Disposies finais e transitrias

Artigo 45.
Publicidade de actos

1 - O centro regional promover a publicao no Dirio da Repblica e no rgo

de imprensa de maior expanso na localidade da sede dos estabelecimentos dos
seguintes actos:

a) Concesso do alvar e sua substituio;

b) Suspenso e cancelamento do alvar;
c) Encerramento do estabelecimento.

2 - Os custos com as publicaes referidas nos nmeros anteriores sero

suportados pelo proprietrio do estabelecimento.

Artigo 46.
Condies de instalao e funcionamento

As normas que regulam as condies de instalao e funcionamento dos

estabelecimentos constam de diplomas autnomos.

Artigo 47.
Adequao dos estabelecimentos existentes

1 - Os estabelecimentos que se encontrem em funcionamento data da entrada

em vigor do presente diploma, ainda que detentores de alvar, devem adequar-
se s condies estabelecidas neste decreto-lei e demais legislao aplicvel.
2 - Nos diplomas previstos no artigo anterior podero ser estabelecidas condies
especiais e transitrias de adequao dos estabelecimentos referidos no n. 1, no
prazo que nos mesmos for fixado.
3 - A aprovao pelo centro regional dos planos de adequao dos
estabelecimentos equiparada autorizao provisria de funcionamento
prevista no artigo 19..
4 - Findo o prazo de 90 dias aps a entrada em vigor dos diplomas referidos no
artigo 46, ficam sujeitas aplicao das sanes previstas neste diploma:

a) As entidades proprietrias cujos estabelecimentos no se adeqem s

condies legalmente estabelecidas nem apresentem o necessrio plano de
adequao;
b) As entidades proprietrias dos estabelecimentos que no sejam detentoras do
alvar e que no o requeiram ou no instruam devidamente o pedido.
5 - Ficam igualmente sujeitas aplicao das sanes ou da medida de
encerramento previstas neste diploma as entidades proprietrias cujo plano de
adequao no seja aprovado ou no seja executado nas condies e prazos
estabelecidos.

Artigo 48.
Direito subsidirio

Em tudo o que no se encontre previsto no presente diploma em matria de

contra-ordenaes aplicam-se as disposies do regime geral das contra-
ordenaes, bem como do regime das contra-ordenaes no mbito dos regimes
de segurana social.

Artigo 49.
Regies Autnomas

O presente diploma aplicvel s Regies Autnomas dos Aores e da Madeira,

nos termos do disposto no artigo 84. da Lei n. 28/84, de 14 de Agosto.

Artigo 50.
Legislao revogada

Fica revogado o Decreto-Lei n. 30/89, de 24 de Janeiro.

Artigo 51.
Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor 30 dias aps a data da sua publicao.