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Como Funciona o Câmbio Manual

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Categoria: Transmisso Automtica

Acessos: 5107

Se voc dirige um carro manual, pode ter algumas dvidas a respeito do seu funcionamento.
Como o estranho padro em "H" tem relao com as marchas dentro da transmisso? O
que est se movendo dentro da transmisso quando eu movo o cmbio?
Quando erro a mudana de marcha e ouo aquele barulho arranhado, o que realmente
est arranhando?
O que aconteceria se, acidentalmente, eu engatasse amarcha r enquanto estou em alta
velocidade na estrada?
Neste artigo, responderemos essas perguntas medida que exploramos o interior de uma
transmisso manual.
Os carros necessitam de transmisses devido fsica do motor a gasolina. Primeiramente, todo
motor possui um limite, um valor de rpm mximo, acima do qual no consegue rodar sem explodir.
Em segundo lugar, se voc j leuComo funciona a potncia do motor sabe que os motores possuem
faixas estreitas de rpm e o cavalo de fora e o torque esto no seu mximo. Um motor, por exemplo,
pode produzir seu mximo de cavalo de fora a 5.500 rpm. A transmisso permite que a relao de
transmisso entre o motor e as rodas de acionamento mude medida que a velocidade do carro
aumenta ou diminui. Trocam-se as marchas para que o motor mantenha-se abaixo do limite e
prximo da faixa de rpm de sua melhor performance.

O ideal seria que a transmisso fosse to flexvel nas suas relaes que o motor pudesse rodar a
um nico valor de rpm de melhor performance. Essa a funo da transmisso continuamente
varivel (CVT).
Uma CVT possui uma gama praticamente infinita de relaes de transmisso. No passado, as CVTs
no podiam competir com as transmisses de quatro e cinco velocidades em termos de custo,
tamanho e confiabilidade, pois no se viam CVTs em veculos de srie. Hoje, melhorias no design
tornaram-nas mais comuns. O Toyota Prius um carro hbrido que utiliza uma CVT.

A transmisso conectada ao motor pela embreagem. O eixo de entrada da transmisso roda na


mesma rpm que o motor.

Mercedes-Benz Classe C Sport Coup, transmisso


manual de 6 velocidades, ilustrao grfica

Uma transmisso de cinco velocidades aplica uma das cinco relaes de transmisso, para que o
eixo de entrada produza um valor de rpm diferente no eixo de sada. Aqui esto algumas relaes
de transmisso:
Para mais informaes, voc pode ler Como funcionam as CVTs (transmisses continuamente
variveis). Agora vejamos uma transmisso simples.
Para compreender a idia bsica de uma transmisso padro, o diagrama abaixo mostra uma
transmisso de duas velocidades bem simples em ponto morto:
Vamos observar cada parte desse diagrama para entender como eles se combinam:

O eixo verde vem do motor pela embreagem. O eixo e a engrenagem verdes esto
conectados como uma s unidade. A embreagem um dispositivo que permite conectar e
desconectar o motor e a transmisso. Quando voc pisa no pedal da embreagem, o motor
e a transmisso esto

desconectados, de forma que o motor pode rodar mesmo que o carro esteja parado.
Quando voc solta o pedal da embreagem, o motor e o eixo verde so conectados
diretamente um ao outro. O eixo e a engrenagem verdes rodam na mesma rpm que o
motor.
O eixo e as engrenagens vermelhas so chamados de eixo secundrio. Eles tambm
esto conectados como uma pea nica, de forma que todas as engrenagens no eixo
secundrio e o prprio eixo giram como

uma nidade. Os eixos


verde e vermelho so conectados diretamente por suas engrenagens entrelaadas, assim,
se o eixo verde estiver girando, o vermelho tambm estar. Dessa forma, o eixo
secundrio recebe sua potncia diretamente do motor toda vez que a embreagem
utilizada.
O eixo amarelo um eixo serrado que conecta-se diretamente ao eixo motor
pelo diferencial s rodas de acionamento do carro. Se as rodas estiverem girando, o eixo
amarelo estar girando.
As engrenagens azuis giram em mancais, portanto giram no eixo amarelo. Se o motor
estiver desligado mas o carro estiver em movimento, o eixo amarelo pode virar as
engrenagens azuis para dentro enquanto elas e o eixo secundrio esto parados.
A funo do anel conectar uma das duas engrenagens azuis ao eixo motor amarelo. O
anel conectado ao eixo amarelo pelas chavetas e gira com ele. Entretanto, o anel pode
deslizar para a esquerda ou direita ao longo do eixo amarelo, para engatar qualquer uma
das engrenagens azuis. Os dentes no anel, chamados de dentes caninos, encaixam-se
em buracos nas laterais das engrenagens azuis para engat-las.
Primeira marcha
A figura abaixo mostra como o anel, quando engatado primeira marcha, engata a engrenagem
azul direita:
Nesta figura, o eixo verde do motor gira o eixo secundrio, que por sua vez gira a engrenagem
azul da direita. Essa engrenagem transmite sua energia pelo anel para conduzir o eixo motor
amarelo. Enquanto isso, a engrenagem azul da esquerda est girando, mas est solta no seu
mancal, no tendo efeito sobre o eixo amarelo.
Quando o anel est entre duas engrenagens (como mostrado na primeira figura), a transmisso est
em ponto morto. As engrenagens azuis ficam esmo no eixo amarelo em relaes diferentes,
controladas por suas relaes no eixo secundrio.
Dessa explicao, pode-se responder a vrias perguntas:

Quando voc comete um erro na troca de marchas e escuta um som arranhado,


voc no est ouvindo o som do dente da engrenagem mal engatada. Como voc pode
ver nestes diagramas, todos os dentes de engrenagem esto completamente entrelaados
o tempo todo. O som arranhado dos dentes caninos tentando, sem sucesso,
engatar-se aos buracos
nas laterais das engrenagens azuis.
A transmisso mostrada aqui no possui "sincronizadores" (abordados mais adiante neste
artigo), assim, se voc estivesse utilizando essa transmisso, teria de utilizar a dupla
embreagem. A dupla embreagem era comum em carros antigos e ainda em
alguns carros de corrida. Na dupla embreagem, voc pisa no pedal de embreagem uma
vez para desengatar o motor da transmisso. Isso tira a presso dos dentes caninos para
que voc possa mover o anel para o ponto morto. Ento voc libera o pedal da
embreagem e o motor rotaciona para a "velocidade correta". A velocidade correta o valor
de rpm sob o qual o motor deveria rodar na prxima marcha. A idia pegar a
engrenagem azul da prxima marcha e o anel rotacionando na mesma velocidade, para
que os dentes caninos possam engatar. Ento voc pisa no pedal de embreagem
novamente e trava o anel na nova marcha. A cada troca de marcha voc tem de pisar e
liberar a embreagem duas vezes, da o nome "dupla embreagem".
Voc tambm pode ver como um pequeno movimento linear na alavanca permite a troca
de marchas. A alavanca de troca de marchas move uma haste conectada ao garfo. O
garfo desliza o anel no eixo amarelo para engatar uma das duas engrenagens.
Agora vejamos uma transmisso real. A animao a seguir mostra o funcionamento interno de uma
transmisso de quatro velocidades com marcha r.
A transmisso manual de cinco velocidades considerada padro nos carros de hoje.
Internamente, ela como na figura abaixo.

H trs grafos controlados por trs hastes que esto engatadas pela alavanca de cmbio. Olhando
as hastes de cmbio de cima, elas so assim em marcha r, primeira e segunda marchas.
Tenha em mente que a alavanca de cmbio possui um ponto de rotaono meio. Quando voc
empurra a alavanca para frente para engatar a primeira marcha, est na realidade puxando a haste
e o garfo para a primeira marcha.

Voc pode ver que, ao mover o cmbio para a esquerda e direita, voc est engatando garfos
diferentes (e, portanto, anis diferentes). Mover a alavanca para frente e para trs move o anel
para engatar a uma das engrenagens.
A marcha r controlada por uma pequena engrenagem intermediria (em roxo). Em todos os
momentos, a engrenagem de r azul nesse diagrama est girando na direo oposta de todas as
outras engrenagens azuis. Assim, seria impossvel jogar a transmisso para a marcha r enquanto o
carro est indo para frente, pois os dentes caninos nunca engatariam. Contudo, faro um enorme
barulho.
Sincronizadores
As transmisses manuais nos carros de passeio utilizam sincronizadorespara eliminar a
necessidade da dupla embreagem. O objetivo de um sincronizador permitir que o anel e a
engrenagem tenham atrito antes de os dentes caninos terem contato. Isso permite que o anel e a
engrenagem sincronizem suas velocidades antes de os dentes precisarem engatar, como mostrado
abaixo.

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