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Gerenc de Riscos em Caldeiras

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XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produo


Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

GERENCIAMENTO DE RISCOS DE
ACIDENTES EM REAS DE CALDEIRAS
Ricardo Luis Alves da Silva (IFPE)
ricardoalves@recife.ifpe.edu.br
FABIOLA ARRUDA DOS SANTOS (IFPE)
fabiolaarrudaf@hotmail.com
DAIANNY DOS SANTOS BARBOSA (IFPE)
daiannydossantos2000@hotmail.com
Lucas Silva de Mendonca (IFPE)
lucassilvaseg@hotmail.com

O objetivo desse trabalho o gerenciamento de riscos de acidentes em


reas de caldeiras baseado na norma regulamentadora n 13, que
juntamente com a Gesto em Segurana do Trabalho em reas de
caldeiras busca compreender o ambiente de trabalho do operador da
mquina para proporcionar mecanismos de defesa contra qualquer
risco possvel, pois, dessa forma, o operrio poder exercer suas
funes com segurana, garantindo assim tranquilidade, eficincia e
lucratividade para todos. O local de trabalho de um operador de
caldeiras, inevitavelmente, o expe a uma srie de riscos, como
exploses, incndios, queimaduras por contatos com superfcies
aquecidas, perda auditiva por exposio a nveis de rudo acima dos
limites tolerveis, desenvolvimento de doenas por exposio ao calor
extremo gerado na operao, que se no forem controlados da
maneira correta podero causar desde pequenos danos fsicos at
grandes fatalidades em perodos de curto, mdio e longo prazo. Por
isso, incontestvel a importncia de um diagnstico mais detalhado
das condies de riscos de acidentes e da sade do operador de
caldeiras utilizando de mtodos voltados para a segurana e sade
ocupacional. Neste trabalho so abordados pontos como a atualizao
da NR 13 que ocorreu em 2014, os riscos existentes em uma rea de
caldeiras na Regio Metropolitana do Recife, e o emprego da tcnica
de anlise de riscos denominada HAZOP, que faz a antecipao destes
nos sistemas de entrada de gua e de combustvel para preveno de
acidentes.

Palavras-chave: Riscos. Acidentes. Caldeiras. NR 13. HAZOP.


XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produo
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

1. Introduo

Durante o sculo XVIII, houve um grande avano tecnolgico, surgiram ento vrias
mquinas e equipamento aumentando a produo um curto perodo de tempo, elevando os
lucros, e consequentemente novos riscos de acidentes. Entre essas novas tecnologias esto os
geradores de vapor, popularmente conhecidos como caldeiras, e amplamente utilizados nos
parques industriais. De acordo com a Norma Regulamentadora n13/2014, as caldeiras so
definidas como:

equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob presso superior atmosfrica

Os vapores gerados nas caldeiras so destinados para dois fins: O vapor saturado utilizado
para aquecimento, cozimento, entre outros; e o vapor superaquecido, proveniente de caldeiras
mais potentes, que usado para gerao de energia em combinao com uma turbina. Tais
equipamentos, por operarem com presses acima da presso atmosfrica, sendo na grande
parte das aplicaes industriais at quase 20 vezes maior e nas aplicaes para a produo de
energia eltrica de 60 a 100 vezes maior, podendo alcanar valores de at 250 vezes mais,
constituem um risco eminente na sua operao (ALTAFINI, 2002).

Situaes de acidentes ocorridos envolvendo caldeiras alertaram a sociedade para a


necessidade de normas e procedimentos na construo, manuteno, inspeo e operao
desses equipamentos (ALTAFINI, 2002). A Preveno de acidentes prevista na etapa de
manuteno de equipamentos crticos, que faz parte do Programa de Gerenciamento de
Riscos- PGR. O PGR um documento que define a poltica e diretrizes de um sistema de
gesto de segurana do trabalho, com vistas a preveno de acidentes e doenas em
instalaes ou atividades potencialmente perigosas (Lage; Valle, 2003) e ao longo do tempo,
esses estudos devem ser revisados e atualizados, uma vez que os processos, materiais e
equipamentos, ou mesmo a vizinhana ao redor da instalao tem suas caractersticas
alteradas.

O PGR visa adquirir conhecimento detalhado da instalao e seus perigos; avaliao dos
possveis danos s instalaes, aos trabalhadores, populao externa e ao meio ambiente;
subsdios para implementao de medidas para a reduo e gerenciamento dos riscos
existentes na instalao. As empresas que possurem atividades perigosas e que possam levar
a acidentes maiores devem estabelecer Programas de Gerenciamento de Risco (PGRs) com o

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apoio da direo da mesma para prevenir acidentes. (FANTAZZINE, M. L. & SERPA, R. R.


2002).

Como este trabalho voltado para o Gerenciamento de risco em reas de caldeiras, foram
estudados temas especficos, tais como os sistemas de proteo e combate ao incndio, a nova
verso da norma regulamentadora n13 que foi alterada em 28 de abril de 2014, e a tcnica de
anlise de riscos HAZOP.

2. Fundamentao terica

Existem diversos tipos de caldeiras, e sua classificao pode ser feita a partir de diversos
critrios. Porm, a mais utilizada para diferenci-las diz respeito localizao de gua e
gases. Segundo essa classificao as caldeiras se classificam em FLAMOTUBULARES e
AQUOTUBULARES.
As caldeiras flamotubulares ou fumotubulares foram os primeiros tipos de caldeiras
construdas, e so caracterizadas pela circulao interna dos gases, ou seja, existem tubos que
conduzem os gases provenientes da combusto por todo o interior da caldeira. A gua
utilizada para aquecimento e gerao de vapor circunda esses tubos e a fornalha da mquina.
Essas caldeiras so construdas para operar com presses limitadas, pois as partes internas
submetidas presso so relativamente grandes e inviabilizam o emprego de chapas de
maiores espessuras. Em geral, sua produo de vapor no ultrapassa 15 ton/h.
Nas caldeiras aquotubulares, o volume da gua distribudo pelo interior de tubos que esto
submetidos exteriormente aos gases provenientes da combusto. As caldeiras aquotubulares
so amplamente utilizadas por possurem vasos pressurizados internamente e de menores
dimenses relativas, o que viabiliza tcnica e economicamente o emprego chapas de maiores
espessuras, e consequentemente a operao com presses mais elevadas e maior produo de
vapor. (ALTAFINI, 2002)
Para esse processo de produo de vapor, um profissional habilitado com competncia legal
precisa operar a caldeira. Porm, so muitos os riscos que envolvem o manuseio de uma
caldeira - mesmo que o funcionrio seja competente e esteja apto a atuar naquela funo
como, por exemplo, riscos de exploses, incndios, choques eltricos, intoxicao, quedas,
ferimentos diversos, etc. Contudo, so considerados como riscos de maior amplitude aqueles
que so graves e iminentes e colocam em perigo a vida dos trabalhadores sua volta. No caso
das caldeiras os riscos de exploses so os de maior importncia, pois caso elas ocorram, no

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afetariam apenas o operador da mquina, mas tambm parte da fbrica (seja por impactos
diretos ou indiretos) e circunvizinhana causando grandes estragos nos espaos fsicos.

As exploses de caldeiras podem ser advindas de diversos fatores, tais como:

1. Um defeito da vlvula de alvio da presso: a maioria dos modelos utiliza uma vlvula
de alvio da presso para controlar a quantidade de presso interna gerada pelo
equipamento. Comumente uma vlvula destinada a aliviar a presso interna da
caldeira quando atingir certos nveis, impedindo assim o acumulo excessivo de vapor.
O excesso de vapor escapa atravs da vlvula de alvio de presso e evita o acidente.
s vezes, essas vlvulas ficam desgastadas ou descalibradas, impedindo-as de
funcionar como projetado. A maioria das caldeiras tem programaes para testar e
substituir quaisquer vlvulas inoperantes.

2. Corroso interna das placas: a gua quente cria uma casca e gera corroso no interior
do tanque da caldeira, o que pode levar ao ao com defeito e, eventualmente, uma
exploso se o equipamento deixado de lado.

3. Baixos nveis de gua: podem acontecer quando a gua cai abaixo do nvel da
fornalha, causando um superaquecimento e, ocasionalmente, queimando na cmara de
gua.

Esses problemas geralmente esto ligados negligncia dos operadores e dos procedimentos
de manuteno. (Fonte: http://www.manutencaoesuprimentos.com.br)

Aps um acidente catastrfico ocorrido em Massachusetts/EUA no ano de 1905, onde 58


trabalhadores morreram, a sociedade tomou conscincia da necessidade de normas e
procedimentos para a construo, manuteno e operao das caldeiras. Assim, foram criados
os cdigos da American Society of Mechanical Engineers (ASME) a principal referncia
quando se trata de normas de proteo em caldeiras e casos de presso do mundo.
(ALTAFINI, 2002)

No Brasil, devido grande variedade e gravidade dos riscos existentes aos funcionrios que
trabalham direta e indiretamente com a caldeira, o Ministrio do Trabalho e Emprego criou
uma Norma Regulamentadora especfica, a NR N 13, estabelecida pela portaria N 3214 de
1978, que fora atualizada em 28 de abril de 2014. Essa norma estabelece parmetros
necessrios para o mais perfeito estado de funcionamento de uma caldeira, visando diminuir
e/ou extinguir toda e qualquer possibilidade de riscos de acidentes possvel.

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Baseadas na nova NR 13, e afim minimizar e/ou extinguir os riscos de exploso aos quais o
operador de caldeiras est exposto, pesquisas baseadas em uma caldeira flamotubular
especfica localizada em uma fbrica na regio metropolitana do Recife foram realizadas com
o intuito de obter informaes precisas sobre o funcionamento da mquina e o trabalho que o
operrio executa. A partir dos dados coletados possvel elaborar uma planilha com
informaes baseadas na premissa de riscos de exploses envolvendo caldeiras utilizando a
tcnica de anlise de riscos HAZOP, e, um plano de ao eficaz que quando aplicado
corretamente pode evitar grandes acidentes e salvar vidas.

3. Metodologia

A metodologia utilizada para a realizao deste projeto iniciou-se com o estudo bibliogrfico.
Logo aps elaboramos um checklist, que foi aplicado em campo numa caldeira flamotubular
de uma empresa da regio metropolitana do Recife, com o intuito de verificar se a caldeira em
questo estava de acordo com as adequaes da nova NR 13. A tcnica de anlise de riscos
HAZOP foi utilizada na elaborao de uma planilha baseada na premissa de que os riscos, os
acidentes e os problemas de funcionamento em uma instalao acontecem por causa de algum
desvio das variveis do processo com respeito aos parmetros normais de operao.
(ALTAFINI, 2002).

Segundo Cardella, o Hazop uma tcnica de identificao de desvios variveis em relao


aos valores estabelecidos normais, durante a operao. O Hazop tem como foco os sistemas,
analisando as variveis como vazo, presso, temperatura, viscosidade, composio e
componentes, e, considera como desvio a diferena entre a varivel e os valores normais. A
tcnica utiliza seis palavras guias que so aplicadas nas variveis para estimular a criatividade
na deteco dos desvios. So elas: nenhum, reverso, mais, menos, maior, menor, e outra
condio operacional, Nenhum e reverso aplicam-se somente a variveis que podem ter mais
de um sentido, como fluxo e diferena de presso. Outras condies operacionais referem-se a
partidas, paradas, finais de campanha etc.
O HAZOP avalia pontos especficos (chamados ns) de um sistema para identificar possveis
desvios de processo que ali ocorram e propor medidas preventivas contra os acidentes
provocados por essas anormalidades. Os sistemas escolhidos para aplicao do Hazop foram
os sistemas de abastecimento de gua e de combustvel da caldeira, e, esse trabalho objetiva
levantar alguns pontos importantes comparando antiga e a nova NR13 e seus impactos,

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estudar e analisar os riscos de exploses causadores de incndios, e sua preveno, sem deixar
lacunas para o aparecimento de novos riscos.

A caldeira estudada neste projeto trata-se de uma caldeira flamotubular e encontra-se em


funcionamento em uma fbrica de bebidas localizada na Regio Metropolitana do Recife. Ela
utiliza como combustvel o leo diesel no momento em que ligada, porm alimentada para
funcionamento por leo BPF, por se tratar de um combustvel mais barato que o diesel.
Segundo seu operador que trabalha com a mquina h mais de 15 anos- a gua utilizada no
equipamento nunca passou por tratamento, mas a empresa realiza a sua manuteno
anualmente. fato que a ausncia do tratamento da gua pode causar a corroso da caldeira e
aumentar as chances de acidentes envolvendo exploses, porm o operador de nosso objeto de
estudo no demonstrou preocupao com isso em nenhum momento das entrevistas
concedidas, justificando que no havia necessidade de apreenso devido as constantes
manutenes. Porm, se a empresa investisse em tratar a gua utilizada pelo equipamento, o
grau de corroso e o nmero de manutenes na mquina diminuiria significativamente, o que
ocasionaria o aumento do perodo de vida da caldeira e a diminuio dos gastos com sua
reparao.

Geralmente, as caldeiras contam com dois tipos de sistemas para sua operao: o manual e o
automtico. Eles se complementam e o sistema automtico ajuda o trabalhador a realizar suas
funes com xito. No incio do projeto ambos os sistemas funcionavam na caldeira
analisada, no entanto, atualmente o sistema automtico encontra-se quebrado e o funcionrio
da empresa no informou o motivo sobre o porqu do acontecido. Durante as visitas
realizadas ficou claro o quanto esse sistema faz falta no dia-a-dia do trabalhador, que agora
precisa ficar ainda mais atento para as mudanas no funcionamento normal da mquina.
Durante as entrevistas em um momento de desateno do operador o nvel da gua dentro do
equipamento diminuiu, a presso aumentou, e a vlvula de segurana foi acionada para sada
do vapor em excesso provocando grande rudo e susto aos pesquisadores e ao prprio
operador, que j estava acostumado com o sistema automtico, que se estivesse em
funcionamento regularia tal nvel espontaneamente. Caso a vlvula de segurana tambm
estivesse apresentando defeitos, provavelmente, naquele momento teria acontecido uma
catstrofe.

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O sistema de alimentao de combustvel da caldeira estudada no apresentou falhas em seu


processo de operao, porm por atualmente sendo regido apenas manualmente, as chances de
acontecerem acidentes por falta de ateno do operador so preocupantes, pois o acmulo de
combustvel ou de gases provenientes da combusto colocam em risco a vida dos
trabalhadores que realizam suas funes ao redor da rea de caldeiras.

4. Resultados

Aps a anlise dos dados coletados os resultados parciais desta pesquisa foram estabelecidos,
visto que este projeto ser encerrado somente no ms de julho do corrente ano aps a
completa verificao e constatao dos dados coletados.

4.1 Fundamentao Legal

Com o estudo inicial foi possvel concluir, previamente, que a NR 13 atual ficou mais
completa, clara e organizada, facilitando inclusive o entendimento que tem como objetivo
condicionar a inspeo de segurana e operao de caldeiras, vasos de presso e tubulaes.

4.2 Aplicao do HAZOP


Apesar do nosso objeto de estudo no apresentar falhas no processo de funcionamento dos
dois sistemas distintos que avaliamos, o HAZOP uma tcnica de anlise de riscos que tem
como objetivo os sistemas e baseada na premissa de que as situaes causadoras de
acidentes acontecem por causa de algum desvio de valores de processo estabelecidos como
normais. Por isso, foram elaborados dois fluxogramas e dois quadros que sintetizam os
resultados referentes aos dois sistemas que estudamos.

4.2.1 Sistema de alimentao de gua

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Figura 1 Representao do sistema de entrada de gua da caldeira estudada

Para cada desvio considerado de ocorrncia provvel no n de referncia, foram investigadas


as possveis causas de acidentes e verificados suas eventuais consequncias. A tabela 1
sintetiza os resultados da HAZOP para o sistema de abastecimento de gua e apresentada
abaixo.

Quadro 1 Resultados da aplicao do HAZOP no sistema de alimentao de gua da


caldeira

Sistema: Entrada de gua

N de estudo: 1
Parmetro Desvio Causas Consequncias Observaes

Temperatura Maior Pr-aquecimento da - Queima de menos


gua pelo prprio combustvel para que a
vapor da caldeira gua atinja seu ponto de

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antes dela entrar na ebulio;


mquina - Otimizao do processo
de ebulio da gua dentro
da caldeira.
Temperatura Menor - Condies - Queima de mais
ambientais de combustvel para que a
temperatura no gua atinja seu ponto de
reservatrio da ebulio;
gua; - Choque trmico na
- Inexistncia de um estrutura do equipamento
pr-aquecedor. que pode levar a formao
de rachaduras.
Vazo Maior - Defeito no - Mais quantidade de gua
funcionamento do do que de vapor dentro da
medidor de nvel de mquina;
gua (eletrodos); - Perda de produtividade.
- Falha manual.
Vazo Menor -Falha do operador; - Superaquecimento da
ou Nula - Inexistncia ou caldeira devido a grande
falha do alarme que quantidade de vapor em
informa o nvel da comparao com a
gua; quantidade de gua dentro
-Falha dos eletrodos do equipamento;
que regulam a - Acionamento das
entrada de gua no vlvulas de alvio de
sistema presso;
automtico.; .-Vazamento da gua;
Vlvula1
parcialmente
fechada;
- Bomba danificada.

Medidas preventivas recomendadas:

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Realizao de tratamento da gua utilizada;

Insero de um pr-aquecedor para a gua que alimenta a caldeira;

Insero de dispositivos de alarme que alertem sobre o nvel da gua na caldeira.

4.2.2 Sistema de abastecimento de combustvel

Figura 2 Representao do sistema de entrada de combustvel da caldeira estudada

Assim como no sistema de entrada de gua, para cada desvio considerado de ocorrncia
provvel no n de referncia foram investigadas as possveis causas de acidentes e verificados
suas eventuais consequncias. A tabela 2 sintetiza os resultados da HAZOP para o sistema de
abastecimento de combustvel.

Quadro 2 Resultados da aplicao do HAZOP no sistema de alimentao de combustvel da


caldeira

Sistema: Abastecimento de combustvel

N de estudo: 1

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Parmetro Desvio Causas Consequncias Observaes

Temperatura Maior - Falhas no pr- - Alto grau de fluidez do


aquecedor; combustvel;
- Falha no - Combustvel entrar em
termmetro que combusto antes do
indica o grau da previsto;
temperatura do -Necessidade de utilizao
combustvel pr- de mais combustvel dentro
aquecido. da caldeira;
- Maior quantidade de
gases provenientes da
combusto.
Temperatura Menor - Falhas no pr- - Entupimento do
aquecedor; pulverizador causado pelo
- Falha no combustvel menos fluido
termmetro que e com substncias em
indica o grau da suspenso, que leva ao
temperatura do comprometimento no
combustvel pr- abastecimento de
aquecido. combustvel;
-Dificuldade da queima de
combustvel;
- Perda da produtividade.
Vazo Maior - Pulverizador -Acmulo de combustvel
com defeito; na fornalha da caldeira,
- Bomba com situao que aumenta as
defeito. chances de acidentes
envolvendo exploso.
Vazo Menor - Pulverizador - Quantidade de
entupido; combustvel inferior
- Falha no sistema recomendada;
de aquecimento do - Comprometimento do

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combustvel; aquecimento da gua;


- Combustvel -Perda de produtividade;
com grande -Vazamento de
consistncia. combustvel.
-Vlvulas (1), (2)
ou (3)
parcialmente
fechadas;
- Bomba com
defeito;
-Tubulao
danificada.
Vazo Nula - Combustvel que - Em caso de caldeiras
acabou enquanto a automticas: desligamento
caldeira estava da mquina;
sendo utilizada;
- Parada da
bomba.

Medidas preventivas recomendadas:

- Realizao de inspees peridicas em mangueiras, tubulaes e no pulverizador e bomba


de combustvel.

4.3 Riscos gerais de acidentes

Apesar de no apresentar desvios reais de processo nos sistemas de alimentao de gua e de


combustvel, conforme estudo anterior, a rea da caldeira estudada apresentou algumas no
conformidades. So elas:

Dificuldade ao acesso do extintor;


Sistemas fixos de hidrantes sem mangueiras;
Tubulaes velhas, enferrujadas, possivelmente corrodas;
Falta da reciclagem de Treinamento;

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O desuso dos EPIs;


Local escorregadio ou molhado provocado por buracos no telhado que permitem
que a chuva entre;
Trabalho Manual da caldeira;
No existncia de sistema de alarmes;
No existncia de luzes de emergncia;
Ausncia de banheiro, substituto treinado e bebedouro na rea de caldeiras.

4.4 A partir dos estudos realizados recomendamos as seguintes medidas preventivas:

Realizao de treinamento para o operador sobre procedimento em caso de


emergncia;

Melhorar o layout dentro da casa de caldeira, para que no se obstrua ou dificulte a


passagem sada de emergncia e/ou acesso ao extintor;

Incentivar nos trabalhadores o desejo constante de aperfeioamento em suas tarefas,


para que assim sejam evitados alguns riscos de acidentes presentes na NR 13;

Instalao de mangueiras prximas aos hidrantes;

Conserto do telhado;

Conserto do sistema automtico da caldeira;

Reviso dos sistemas de alarmes;

Manuteno das tubulaes;

Desobstruo do caminho que d acesso ao extintor;

Alertar o empregador a cumprir as exigncias da nova NR 13.

5. Concluses

As alteraes feitas na NR 13, a deixou mais abrangente, clara e eficiente para aplicabilidade
em reas de caldeiras. O local da caldeira estudada neste trabalho possui vrias no
conformidades que expoem o operador da mquina a riscos dirios. Tratam-se de situaes
como exploses, por exemplo, que se no forem solucionadas podem vir a causar maiores
problemas para o empregado e para a empresa no futuro.

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No que diz respeito ao sistema abastecimento de gua, ele pode ser otimizado com a
instalao de um pr-aquecedor e de um subsistema de que venha a tratar as impurezas que a
gua possui, melhorando o rendimento de trabalho da caldeira e seu perodo de vida til. J o
sistema de abastecimento de combustvel precisa de constantes inspees para que permanea
em perfeito funcionamento. A gesto da empresa precisa estar atenta a essas questes.

O bom funcionamento do sistema de proteo contra incndio no processo de gesto de


segurana do trabalho em reas de caldeiras, baseado na nova norma regulamentadora n 13,
beneficia no apenas o operador da mquina, mas tambm o entorno e a empresa, pois esta
no precisar arcar com custos de indenizao, nem de grandes reformas por causa de
acidentes.

REFERNCIAS

ALTAFINI, Carlos Roberto. Curso de Engenharia Mecnica. Rio Grande do Sul: Universidade de Caxias do
Sul, 2002.

CARDELLA, B.. Segurana do Trabalho e Preveno de Acidentes. So Paulo: Atlas S.A., 1999.

FANTAZZINE, M. L. & SERPA, R. R. Aspectos gerais de segurana e Elementos de Gerenciamento de


Riscos. Rio de Janeiro ITSEMAP do Brasil, Servios Tecnolgicos MAPFRE, 2002.

Lage, Henrique; Valle, Cyro Eyer do. Meio Ambiente Acidentes, Lies, Solues 1 edio. Editora:
SENAC, 2003.

NORMA REGULAMENTADORA n 13, Segurana e Medicina do Trabalho, Portaria MTE n. 594, de 28 de


abril de 2014.

TEXTO sobre exploses em caldeiras. Disponvel em


<http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/7003-possiveis-causas-para-explosao-de-uma-
caldeira/>. Acesso em 29 abr. 2014.

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