Gerenc de Riscos em Caldeiras
Gerenc de Riscos em Caldeiras
Gerenc de Riscos em Caldeiras
GERENCIAMENTO DE RISCOS DE
ACIDENTES EM REAS DE CALDEIRAS
Ricardo Luis Alves da Silva (IFPE)
ricardoalves@recife.ifpe.edu.br
FABIOLA ARRUDA DOS SANTOS (IFPE)
fabiolaarrudaf@hotmail.com
DAIANNY DOS SANTOS BARBOSA (IFPE)
daiannydossantos2000@hotmail.com
Lucas Silva de Mendonca (IFPE)
lucassilvaseg@hotmail.com
1. Introduo
Durante o sculo XVIII, houve um grande avano tecnolgico, surgiram ento vrias
mquinas e equipamento aumentando a produo um curto perodo de tempo, elevando os
lucros, e consequentemente novos riscos de acidentes. Entre essas novas tecnologias esto os
geradores de vapor, popularmente conhecidos como caldeiras, e amplamente utilizados nos
parques industriais. De acordo com a Norma Regulamentadora n13/2014, as caldeiras so
definidas como:
Os vapores gerados nas caldeiras so destinados para dois fins: O vapor saturado utilizado
para aquecimento, cozimento, entre outros; e o vapor superaquecido, proveniente de caldeiras
mais potentes, que usado para gerao de energia em combinao com uma turbina. Tais
equipamentos, por operarem com presses acima da presso atmosfrica, sendo na grande
parte das aplicaes industriais at quase 20 vezes maior e nas aplicaes para a produo de
energia eltrica de 60 a 100 vezes maior, podendo alcanar valores de at 250 vezes mais,
constituem um risco eminente na sua operao (ALTAFINI, 2002).
O PGR visa adquirir conhecimento detalhado da instalao e seus perigos; avaliao dos
possveis danos s instalaes, aos trabalhadores, populao externa e ao meio ambiente;
subsdios para implementao de medidas para a reduo e gerenciamento dos riscos
existentes na instalao. As empresas que possurem atividades perigosas e que possam levar
a acidentes maiores devem estabelecer Programas de Gerenciamento de Risco (PGRs) com o
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Como este trabalho voltado para o Gerenciamento de risco em reas de caldeiras, foram
estudados temas especficos, tais como os sistemas de proteo e combate ao incndio, a nova
verso da norma regulamentadora n13 que foi alterada em 28 de abril de 2014, e a tcnica de
anlise de riscos HAZOP.
2. Fundamentao terica
Existem diversos tipos de caldeiras, e sua classificao pode ser feita a partir de diversos
critrios. Porm, a mais utilizada para diferenci-las diz respeito localizao de gua e
gases. Segundo essa classificao as caldeiras se classificam em FLAMOTUBULARES e
AQUOTUBULARES.
As caldeiras flamotubulares ou fumotubulares foram os primeiros tipos de caldeiras
construdas, e so caracterizadas pela circulao interna dos gases, ou seja, existem tubos que
conduzem os gases provenientes da combusto por todo o interior da caldeira. A gua
utilizada para aquecimento e gerao de vapor circunda esses tubos e a fornalha da mquina.
Essas caldeiras so construdas para operar com presses limitadas, pois as partes internas
submetidas presso so relativamente grandes e inviabilizam o emprego de chapas de
maiores espessuras. Em geral, sua produo de vapor no ultrapassa 15 ton/h.
Nas caldeiras aquotubulares, o volume da gua distribudo pelo interior de tubos que esto
submetidos exteriormente aos gases provenientes da combusto. As caldeiras aquotubulares
so amplamente utilizadas por possurem vasos pressurizados internamente e de menores
dimenses relativas, o que viabiliza tcnica e economicamente o emprego chapas de maiores
espessuras, e consequentemente a operao com presses mais elevadas e maior produo de
vapor. (ALTAFINI, 2002)
Para esse processo de produo de vapor, um profissional habilitado com competncia legal
precisa operar a caldeira. Porm, so muitos os riscos que envolvem o manuseio de uma
caldeira - mesmo que o funcionrio seja competente e esteja apto a atuar naquela funo
como, por exemplo, riscos de exploses, incndios, choques eltricos, intoxicao, quedas,
ferimentos diversos, etc. Contudo, so considerados como riscos de maior amplitude aqueles
que so graves e iminentes e colocam em perigo a vida dos trabalhadores sua volta. No caso
das caldeiras os riscos de exploses so os de maior importncia, pois caso elas ocorram, no
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afetariam apenas o operador da mquina, mas tambm parte da fbrica (seja por impactos
diretos ou indiretos) e circunvizinhana causando grandes estragos nos espaos fsicos.
1. Um defeito da vlvula de alvio da presso: a maioria dos modelos utiliza uma vlvula
de alvio da presso para controlar a quantidade de presso interna gerada pelo
equipamento. Comumente uma vlvula destinada a aliviar a presso interna da
caldeira quando atingir certos nveis, impedindo assim o acumulo excessivo de vapor.
O excesso de vapor escapa atravs da vlvula de alvio de presso e evita o acidente.
s vezes, essas vlvulas ficam desgastadas ou descalibradas, impedindo-as de
funcionar como projetado. A maioria das caldeiras tem programaes para testar e
substituir quaisquer vlvulas inoperantes.
2. Corroso interna das placas: a gua quente cria uma casca e gera corroso no interior
do tanque da caldeira, o que pode levar ao ao com defeito e, eventualmente, uma
exploso se o equipamento deixado de lado.
3. Baixos nveis de gua: podem acontecer quando a gua cai abaixo do nvel da
fornalha, causando um superaquecimento e, ocasionalmente, queimando na cmara de
gua.
Esses problemas geralmente esto ligados negligncia dos operadores e dos procedimentos
de manuteno. (Fonte: http://www.manutencaoesuprimentos.com.br)
No Brasil, devido grande variedade e gravidade dos riscos existentes aos funcionrios que
trabalham direta e indiretamente com a caldeira, o Ministrio do Trabalho e Emprego criou
uma Norma Regulamentadora especfica, a NR N 13, estabelecida pela portaria N 3214 de
1978, que fora atualizada em 28 de abril de 2014. Essa norma estabelece parmetros
necessrios para o mais perfeito estado de funcionamento de uma caldeira, visando diminuir
e/ou extinguir toda e qualquer possibilidade de riscos de acidentes possvel.
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Baseadas na nova NR 13, e afim minimizar e/ou extinguir os riscos de exploso aos quais o
operador de caldeiras est exposto, pesquisas baseadas em uma caldeira flamotubular
especfica localizada em uma fbrica na regio metropolitana do Recife foram realizadas com
o intuito de obter informaes precisas sobre o funcionamento da mquina e o trabalho que o
operrio executa. A partir dos dados coletados possvel elaborar uma planilha com
informaes baseadas na premissa de riscos de exploses envolvendo caldeiras utilizando a
tcnica de anlise de riscos HAZOP, e, um plano de ao eficaz que quando aplicado
corretamente pode evitar grandes acidentes e salvar vidas.
3. Metodologia
A metodologia utilizada para a realizao deste projeto iniciou-se com o estudo bibliogrfico.
Logo aps elaboramos um checklist, que foi aplicado em campo numa caldeira flamotubular
de uma empresa da regio metropolitana do Recife, com o intuito de verificar se a caldeira em
questo estava de acordo com as adequaes da nova NR 13. A tcnica de anlise de riscos
HAZOP foi utilizada na elaborao de uma planilha baseada na premissa de que os riscos, os
acidentes e os problemas de funcionamento em uma instalao acontecem por causa de algum
desvio das variveis do processo com respeito aos parmetros normais de operao.
(ALTAFINI, 2002).
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estudar e analisar os riscos de exploses causadores de incndios, e sua preveno, sem deixar
lacunas para o aparecimento de novos riscos.
Geralmente, as caldeiras contam com dois tipos de sistemas para sua operao: o manual e o
automtico. Eles se complementam e o sistema automtico ajuda o trabalhador a realizar suas
funes com xito. No incio do projeto ambos os sistemas funcionavam na caldeira
analisada, no entanto, atualmente o sistema automtico encontra-se quebrado e o funcionrio
da empresa no informou o motivo sobre o porqu do acontecido. Durante as visitas
realizadas ficou claro o quanto esse sistema faz falta no dia-a-dia do trabalhador, que agora
precisa ficar ainda mais atento para as mudanas no funcionamento normal da mquina.
Durante as entrevistas em um momento de desateno do operador o nvel da gua dentro do
equipamento diminuiu, a presso aumentou, e a vlvula de segurana foi acionada para sada
do vapor em excesso provocando grande rudo e susto aos pesquisadores e ao prprio
operador, que j estava acostumado com o sistema automtico, que se estivesse em
funcionamento regularia tal nvel espontaneamente. Caso a vlvula de segurana tambm
estivesse apresentando defeitos, provavelmente, naquele momento teria acontecido uma
catstrofe.
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4. Resultados
Aps a anlise dos dados coletados os resultados parciais desta pesquisa foram estabelecidos,
visto que este projeto ser encerrado somente no ms de julho do corrente ano aps a
completa verificao e constatao dos dados coletados.
Com o estudo inicial foi possvel concluir, previamente, que a NR 13 atual ficou mais
completa, clara e organizada, facilitando inclusive o entendimento que tem como objetivo
condicionar a inspeo de segurana e operao de caldeiras, vasos de presso e tubulaes.
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N de estudo: 1
Parmetro Desvio Causas Consequncias Observaes
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Assim como no sistema de entrada de gua, para cada desvio considerado de ocorrncia
provvel no n de referncia foram investigadas as possveis causas de acidentes e verificados
suas eventuais consequncias. A tabela 2 sintetiza os resultados da HAZOP para o sistema de
abastecimento de combustvel.
N de estudo: 1
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Conserto do telhado;
5. Concluses
As alteraes feitas na NR 13, a deixou mais abrangente, clara e eficiente para aplicabilidade
em reas de caldeiras. O local da caldeira estudada neste trabalho possui vrias no
conformidades que expoem o operador da mquina a riscos dirios. Tratam-se de situaes
como exploses, por exemplo, que se no forem solucionadas podem vir a causar maiores
problemas para o empregado e para a empresa no futuro.
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No que diz respeito ao sistema abastecimento de gua, ele pode ser otimizado com a
instalao de um pr-aquecedor e de um subsistema de que venha a tratar as impurezas que a
gua possui, melhorando o rendimento de trabalho da caldeira e seu perodo de vida til. J o
sistema de abastecimento de combustvel precisa de constantes inspees para que permanea
em perfeito funcionamento. A gesto da empresa precisa estar atenta a essas questes.
REFERNCIAS
ALTAFINI, Carlos Roberto. Curso de Engenharia Mecnica. Rio Grande do Sul: Universidade de Caxias do
Sul, 2002.
CARDELLA, B.. Segurana do Trabalho e Preveno de Acidentes. So Paulo: Atlas S.A., 1999.
Lage, Henrique; Valle, Cyro Eyer do. Meio Ambiente Acidentes, Lies, Solues 1 edio. Editora:
SENAC, 2003.
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