Isabella Lago
Isabella Lago
Isabella Lago
por
Em primeiro lugar, agradeo a Deus pela minha vida repleta de felicidade, pelas
oportunidades de crescimento e estudo, pelos caminhos que se abrem, por todo amor,
felicidade, harmonia, sade e paz.
Agradeo a Elisabeth Travassos que me orientou no ano passado como sua
bolsista de iniciao cientfica no projeto sobre o gnero coco, o qual me abriu novas
perspectivas no caminho da msica e me permitiu continuar o estudo nesta monografia
de concluso de curso. Agradeo tambm a orientao de Pedro Arago que se props a
me ajudar com pacincia e contribuiu com as reflexes e reposicionamentos neste
trabalho.
A todos os amigos, tesouro da minha vida, que me fazem mais feliz a cada dia.
Agradeo especialmente s minhas grandes amigas KarinVerthein e Flvia Cappelletti,
companheiras inseparveis do primeiro perodo ao final deste curso. Viva nossa
formatura!
Agradeo demais minha famlia que tanto amo, meu pai, Dani, dinda, Antnio
e especialmente minha me que me apoiou em todos os momentos e escolhas,
ouvindo, confortando, e inclusive ela dedico esta monografia.
LAGO, Isabella Viggiano. Cultura popular em sala de aula - o estudo gnero coco.
2011. Monografia (Licenciatura em Msica) Instituto Villa-Lobos, Centro de Letras e
Artes, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Resumo
SUMRIO
Pgina
INTRODUO.......................................................................................................... 1
CAPTULO 1
CONSIDERAES FINAIS..................................................................................... 42
REFERNCIAS......................................................................................................... 45
ANEXOS
INTRODUO
Sandroni fala ainda que num momento posterior a msica popular se revestiria
de uma funo de defesa nacional, ocupando um lugar que pertencera ao folclore nas
dcadas anteriores. Posteriormente, ela se transforma na sigla MPB, identificao
poltico-cultural revestida da idia de um povo brasileiro cada vez mais urbano.
Emprego, contudo neste estudo o termo popular com um carter que abrange
tanto as manifestaes que se denominavam folclricas quanto as manifestaes
culturais/musicais urbanas, considerando a importncia de ambas as vertentes ao
processo de formao da identidade brasileira e formao cultural/educacional.
inconstncia das categorias popular, folclrico, popularesco, que at hoje no se
consideram estagnadas. E de como a nossa identidade cultural foi incorporando e
assumindo a coexistncia de etnias, crenas e sonoridades desse pas nem um pouco
homogneo. Ao longo do tempo, seu valor cada vez mais reconhecido perante as
classes artsticas, a imprensa, a academia e a sociedade em geral e, nesse processo,
tambm se torna parte dos currculos pedaggicos.
Diversos gneros musicais, como cantorias, repentes e desafios, cocos,
emboladas, bahianas, tairas, autos natalinos (reisados e guerreiros), o jongo, o congado
so exemplos das prticas musicais informais acima citadas.
Nestes subprojetos nosso objetivo geral foi apurar o entendimento das variaes
desse gnero cocos, indissocivel das emboladas e contribuir para desvendar seus
mistrios, a exemplo do que fizeram vrios estudiosos, como Mrio de Andrade na
dcada de 1920 - 1930 e outros, incluindo os contemporneos.
Nos estudos das manifestaes folclricas em geral, e no caso que aqui trato o
coco -, encontram-se algumas dificuldades para sua caracterizao. Maria Ignez Ayala
sugere mesmo a possibilidade de que os cocos (no plural) configurem mais de um
gnero:
As diferenas de contexto, a natureza dos cocos (dana coletiva, cano ou canto em
desafio), as vrias formas poticas e a diversidade de nomes e caracterizaes entre os
autores e participantes do coco (coco praieiro, coco de roda, coco de embolada, etc.), s
vezes levam a supor que se trata de mais de uma manifestao cultural sob a mesma
denominao. (Ayala, 1999:3)
informaes, aquelas que poderiam ser aplicadas ao contexto da msica popular e,
posteriormente, ao caso especfico do coco. A bibliografia consultada amparou este
estudo. Os conceitos foram pesquisados em dicionrios de msica como The New Grove
Dictionary of Music and Musicians (Higginbottom, 1980); tambm em textos que
abordavam os conceitos sob o mbito do discurso literrio (Todorov, 1976; Brando,
2005; Brait, 2003) e na msica popular (Meyer, 1989; Fabbri, 1982 ; Holt, 2008; Trotta,
2008 ).
Paralelamente ao estudo dos termos estilo e gnero, estudamos uma
literatura especfica sobre coco referente no somente a Alagoas, cidade natal de Tho
Brando e local onde realizou as gravaes para sua coleo, mas tambm aos contextos
de outras localidades, como a Paraba, onde este gnero tambm est presente de forma
ativa at hoje, bem como em outros estados como Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Contudo, em meu trabalho no foi possvel contemplar um estudo mais amplo deste
gnero em suas especificidades regionais.
Portanto, no subitem 1.2 deste mesmo captulo menciono verses sobre a origem
do gnero coco, as influncias culturais e musicais incorporadas, o seu contexto social, a
primeira variao surgida, a qual considero o primeiro subgnero o coco de embolada,
outros subgneros surgidos posteriormente o coco de roda, balamentos, e outras
variaes estilsticas. Com isso apresento um panorama sobre as questes que me
serviram de base terica para o reconhecimento do gnero coco, no sendo este,
contudo, o objetivo principal desta monografia.
A partir deste estudo terico pretendo identificar de que modo estes saberes
tradicionais podem ser incorporados a bases metodolgicas que se apliquem em sala de
aula pelo professor de msica e de que forma o coco, assim como qualquer gnero de
tradio oral/popular, pode ser utilizado didaticamente para o conhecimento das
manifestaes tradicionais populares.
Coleo de Tho Brando, que se encontra no item Anexos. Este o contedo do
captulo 2.
com as conceituaes de gnero e estilo - se mostra tema de relevncia a um
repertrio de saberes para a nossa formao como futuros professores de msica mais
conscientes das culturas populares no Brasil, j que este estudo prev uma descrio e
anlise de uma importante tradio oral nordestina, o coco. E atuando nesse universo
do tradicional, oral, popular, urbano, compreender como se adaptam esses contedos
culturais/musicais para metodologias que se apliquem em sala de aula servindo como
base para a construo de atividades musicais prticas, perceptivas, criativas, ldicas e
interdisciplinares.
CAPTULO 1
Estilo, um estilo ou estilos (ou todos os trs) pode ser encontrado em qualquer unidade
conceitual no reino da msica, da maior menor; a msica por si mesma um estilo de
arte, e uma nica nota pode ter implicaes estilsticas de acordo com a sua
instrumentao, altura e durao. Estilo, um estilo ou estilos podem estar presentes num
acorde, numa frase, numa seo, num movimento, num trabalho, num grupo de
trabalhos, num gnero, numa obra de vida, num perodo (de qualquer durao) e cultura.
O estilo se manifesta em usos caractersticos da forma, textura, harmonia, melodia,
ritmo e ethos; e apresentado por personalidades criativas, condicionadas por fatores
histricos, sociais e
,/s
de preferncia como a escolha que todo texto deve operar entre um certo nmero de
disponibilidades contidas na lngua. O estilo assim compreendido equivalente aos
registros de lngua, a seus subcdigos; a que se referem expresses como estilo
figurado, discurso emotivo etc. e a descrio estilstica de um enunciado apenas a
descrio de todas as suas propriedades verbais. (Ducrot e Todorov, 1977: 287-288).
Style, a style or styles (or all three) may be seen in any conceptual unit in the realm of music, from the
largest to the smallest; music itself is a style of art, and a single note may have stylistic implications
according to its instrumentation, pitch and duration. Style, a style or styles may be seen as present in a
chord, phrase, section, movement, work, genre, lifes work, period (of any size) and culture. Style
manifests itself in characteristic usages of form, texture, harmony, melody, rhythm and ethos; and it is
presented by creative personalities, conditioned by historical, social and geographical factors, performing
resources and conventions (1980:316).
O criador, conscientemente ou no, pode escolher como transmitir uma
mensagem, como ir compor uma msica, como dar forma a uma escultura. Leonard
Meyer afirma que estilo no o conjunto de normas, mas o resultado das escolhas feitas
dentro dessas normas. Citando o exemplo de Mozart em sua composio da Abertura da
pera Don Giovanni, diz que ele poderia t-la composto no estilo do barroco tardio que
era uma opo disponvel na poca, no entanto no a escolheu. Tambm no poderia
escolher compor a pea no estilo de Wagner porque esta opo no estava disponvel
para ele. A escolha, portanto, est ligada conscincia, inteno, a uma
responsabilidade pelos atos, bem como ao contexto, ou seja, os cdigos disponveis
naquele tempo.
Outros autores, como Brossard, Apel, Lippman, citados no Grove, falam das
formas musicais originando-se a partir de estilos especficos, como fenmenos de um
estilo. A forma seria um todo constitudo por partes que se relacionam e
compreendem detalhes estilsticos. A textura tambm considerada uma maneira de
expor um estilo (estilo mondico, polifnico, homofnico, etc), assim como os
procedimentos harmnicos, a melodia e o ritmo, este ltimo sendo um dos principais
elementos do estilo que pode enunciar uma forma. Na minha compreenso desse
ponto de vista, estilo est ligado a variaes (atravs das escolhas) em procedimentos
dentro de um gnero pr-existente e consagrado, as quais do origem, caso se
estabilizem e generalizem, percepo de que podem ser agrupadas em uma categoria
maior, portanto em um gnero novo. Cito um exemplo brasileiro que aconteceu por
volta de 1950, quando diferentes procedimentos harmnicos, rtmicos e meldicos
passaram a ser empregados, a partir de escolhas dos msicos, ou seja, novos elementos
estilsticos surgiram, dando origem Bossa Nova, que seria um novo estilo. Ou um
novo gnero?
Cds, pode encontrar em um letreiro a classificao: Gneros: rock, mpb, bossa-nova,
etc.
As fronteiras entre gneros so relativas aos espaos sociais nos quais elas emergem e
prtica social, no apenas prtica musical. Categorias de msica popular so
particularmente confusas porque enraizadas no discurso vernacular, em vrios grupos
sociais, porque elas dependem grandemente da transmisso oral e porque so
desestabilizadas pela mutao das modas e pela lgica do capitalismo moderno (Holt,
2007:14, traduo Elizabeth Travassos).3
sempre ou, pelo menos, quase sempre o som que determina o aparato simblico
inicial de estabelecimento das regras e das identificaes musicais. Somente depois de
ser ouvida que uma determinada prtica musical se transforma em experincia, que
por sua vez possibilita qualquer tipo de classificao de gneros, de semelhanas e de
valoraes (Trotta, 2008:02).
2
It is because genres exist as an institution that they function as "horizons of expectation" for readers,
and as "models of writing" for authors(1976:163).
Genre boundaries are contingent upon the social spaces in which they emerge and upon social practice,
not just musical practice. Categories of popular music are particularly messy because they are rooted in
vernacular discourse, in diverse social groups, because they depend greatly on oral transmission, and
because they are destabilized by shifting fashions and the logic of modern capitalism (Holt, 2007:14).
Ele destaca dois elementos sonoros de preponderncia na construo e
identificao dos gneros: o ritmo elemento mais facilmente identificvel que traz um
conjunto de smbolos caractersticos, e a sonoridade combinao de instrumentos e
vozes que por sua recorrncia em uma prtica musical, se transforma em elemento
identificador.
Seguindo a teoria de Philip Tagg, Trotta afirma que o ouvinte pode reconhecer
um gnero atravs da identificao de sonoridades semelhantes, que se associam
tambm a componentes no musicais smbolos, valores, sentidos, atitudes,
pensamentos, experincias, etc. Em suas palavras:
1.2 Questes sobre o gnero coco
O Coco - dizem vrios autores dentre eles Pimentel (1978), Vilela (1980) e
outros estudiosos do gnero - surge na poca da escravido, j no sculo XVI, como
canto de trabalho ligado extrao do fruto homnimo(Pimentel, 1978:8), e era
praticado pelos escravos nas senzalas, nos quilombos (diz-se inclusive ter surgido no
Quilombo dos Palmares), pelos ndios nas aldeias (Cascudo fala da influncia amerndia
na potica, na msica e na dana) e pela populao de classe baixa local. Ayala (2000)
questiona a veracidade destas informaes por no apresentarem mtodos confiveis de
registro, sendo baseados em relatos sem fontes explicitadas, o que no permite uma
continuidade do estudo.
Quando era noite, as pessoas se reuniam para danar os batuques. Aqueles que tinham
ouvido as canes improvisadas l no local de trabalho canes estas que geralmente
remetiam a alguma pilhria com os patres ou com os prprios pares pediam aos
improvisadores que cantassem aquela l [que foi cantada durante a colheita] do coco.
Por aglutinao, a frase foi diminuindo e se transformando de canta aquela l do coco
em canta o coco. Ouvi essa histria de um mestre de coco no distrito de Forte Velho,
municpio de Santa Rita, no litoral norte paraibano. A mesma histria me foi
confirmada, com algumas variaes, por outras pessoas nos litorais paraibano e
pernambucano.(Amorim, 2007, p.3)
Nordeste e se associando a outras brincadeiras como as cirandas e rodas, por
exemplo.
No livro O Coco Praieiro, de Altimar de Alencar Pimentel (1978), este
caracteriza como coco de embolada aquele que caracteriza-se por uma variao
rtmica em que o solista ora canta lento ora acelerado, obedecendo ao mesmo compasso
musical.
de no ter amarrao, era somente o refro tirado pelo cantador e respondido pelo povo
(Vilela, 1980:22).
dobrado de Manoel Catuaba e o clebre tranquiado de Jacu(Vilela, 1980:49)
determinam o surgimento de novas modalidades ou estilos de coco.
As sonoridades, assim como os prprios gneros, esto o tempo todo sendo desafiadas
pela criatividade dos msicos, produtores, compositores, arranjadores e de todos aqueles
envolvidos com o fazer musical, que continuamente colocam em xeque as fronteiras e
desafiam a definio de msicas neste ou naquele gnero musical. essa criatividade
que est a todo instante quebrando essas rgidas demarcaes e tocando forr com
guitarra, baixo e bateria; frevo com quarteto de cordas e samba com sanfona e zabumba
(Trotta, 2008:11).
CAPTULO 2 ANLISE DOS FONOGRAMAS
Como por exemplo: ao cantar, um dos cantadores cria o verso neste coco-de
embolada, o que um elemento adicional a ser levado em conta. Com as leituras
especficas sobre o tema, foi possvel verificar no somente os elementos musicais, mas
tambm o contexto daquela poca, em que a prtica do coco fervilhava nas
comunidades e grandes nomes do coco ainda viviam, reinventando novas formas de
brincar.
Tambm trago ao final de algumas das anlises propostas de atividades para o
trabalho em sala de aula, que poderiam se desenvolver de acordo com elementos
musicais e textuais destes cocos selecionados. Seguem as anlises:
Este coco, Meu cachorro muito bom, foi gravado em junho de 1954, na casa
de Tho Brando, por ocasio da Festa da Juventude Musical. Cantado por Joo
Caboclo e coro, classificado como um coco de dcima, conforme as informaes
contidas no catlogo do pesquisador.
Fala da admirao de um caador por seu cachorro que o auxilia nos momentos
de caada, comentando algumas situaes vividas por eles. cantado por uma voz
masculina em alternncia de pergunta e resposta pelo coro. Inicia-se com um pandeiro
marcando o ritmo: duas colcheias pontuadas, seguidas de uma colcheia clula
caracterstica do padro rtmico tresillo. Carlos Sandroni explica: Esta clula seria a
expresso mais simples de um conjunto de variaes do qual talvez o caso mais comum
no Brasil tenha sido a famosa sncope caracterstica, na expresso de Mrio de
Andrade.(Sandroni, 2001)
O solista canta um verso do refro que respondido imediatamente pelo coro,
que faz o segundo verso. Este funcionar como refro cantado aps cada um dos versos
da estrofe do solista. Inicia-se a estrofe que, completada sempre pelos dois versos do
coco ou refro, uma dcima de versos heptasslabos e esquema de rima abbaaccccc
(estou considerando a mesma letra para as rimas de sonoridades semelhantes o e om
que aparecem em versos no meio das estrofes e tambm nos versos do refro meu
cachorro muito bom/chama ele tubaro). O oitavo verso de cada estrofe apresenta um
torneio meldico que anuncia a entrada do refro. Em seguida ocorrem assobios,
frulatos e interjeies (C! C! C! como latidos), como se o caador estivesse
chamando seu cachorro no local da caada e o mesmo respondendo. Trata-se de uma
representao icnica do cachorro na caada. Novamente, retorna-se ao refro e inicia-
se uma nova estrofe. Sugiro uma forma para este coco, seguindo a seguinte estrutura:
Refro Estrofe Refro Interjeies. Possui uma melodia cheia de arpejos e graus
conjuntos num mbito de tera ou quarta justa, que se apresenta tonal desde o refro
inicial, contudo no ltimo verso da primeira e da terceira estrofe introduz o stimo grau
abaixado caracterstico do modo mixoldio (ver partitura no anexo IX.2).
mesma caracterstica em frases meldicas cantadas, em frases instrumentais ou rtmicas.
Podem-se apresentar diversos exemplos no samba, no jongo, no maracatu, no canto da
capoeira, no jazz, no rock, e estimular a percepo e identificao desse jogo de
pergunta e resposta. Posteriormente importante desenvolver uma atividade que
permita a vivncia prtica, por exemplo, dividindo-os em dois grupos para que
pratiquem esse jogo atravs do canto, da rtmica, etc.
ento como A B A A A B. No posso definir esta estrutura como um padro, pois no
h a repetio deste coco para que isto seja confirmado. Em seguida o cantador emenda,
sem qualquer pausa, no coco Eu tenho raiva da morte.
A melodia est no modo Drico (3o. e o 7o. graus abaixados) com o centro tonal
na nota D. A estrofe A que expe o coco apresenta um desenho meldico contrastante
com o da estrofe B. A primeira tem mbito largo. A segunda apresenta o padro de
semicolcheias rebatidas que geram a impresso de acelerao do andamento,
caracterstico da embolada. Acontece uma mudana no ritmo meldico e silbico do
canto, o que d a impresso de uma mudana mtrica entre a primeira e a segunda
estrofe. A estrofe A apresenta as mesmas movimentaes meldicas e harmnicas do
seu A anterior, contudo com variaes meldicas e finalizaes semelhantes.
coco. Isso me sugere uma nfase na mensagem eu tenho raiva da morte e ainda
um recurso para dar fora expressiva.
Este coco cantado por Patativa apresenta duas temticas sucessivas: a primeira
fala sobre tipos de pssaros e a segunda sobre os tempos de antigamente. Possui um
texto longo, como uma narrao contnua, como um balamento, que um tipo de coco
onde se contam casos, histrias mentirosas, episdios de valentia, vindo este nome da
rapidez como cantado, ligeiro como uma bala (Vilela, 1980). No apresenta, portanto
um refro, e somente estrofes com os traos que Oneyda Alvarenga e outros destacam
na embolada: a estrofe com o primeiro verso mais curto e os demais setesslabos:
Eu vou renovar
Meu amor com Minervina
Dorgiguva Domerina
Domerina e Doriv
Renovado
E vou cantar mais um pouquinho
Ligeirido (?) e passarinho
Pra ver se meu canto d
[...]
caracterizar o gnero, a forma indica uma embolada (ou um coco de embolada) e os
traos narrativos sugerem um balamento, tal como explicado por A.Vilela.
Quanto s rimas, nas quadras ocorrem como no primeiro tema abba ou cbba
e tambm, poucas vezes, abcb; nas estrofes de trs versos ocorre a rima aab; nas
sextilhas abcbdb(rimas alternadas) e nos trs quadres finais as rimas variam
(abbccddc / abbccbbc / abbcdeec). Verifiquei tambm a utilizao de adaptaes na
pronncia de palavras para que a rima se efetuasse conforme o padro utilizado: o
cantador pronunciou pessoar e quintar.
para o primeiro grau). Neste segundo tema tambm no aparece o stimo grau;
aparecem os intervalos de sexta maior, quarta justa e, principalmente no incio, o
terceiro grau oscilante (formando teras maiores e menores). Isso pode ocorrer devido
impreciso do canto, que em diversos momentos apresenta um carter mais falado, ou
pode ser intencional. A partir da terceira estrofe, fixa-se a tera menor, o que aproxima
o canto, novamente, do modo drico. O padro de semicolcheias rebatidas permanece
desde o primeiro tema (caracterstico da embolada). Contudo, ao longo do coco, j no
possvel identificar padres de melodias, pois o cantador entoa um canto mais falado,
menos meldico, o que me impossibilitou a comparaes e identificaes dos contornos
meldicos realizados no incio do segundo tema.
Quanto s estrofes, a variedade dos tipos contidos neste segundo tema (quadras,
tercetos, sextilhas e quadres, todos geralmente setesslabos) no me permite reconhecer
a presena da embolada, para assim classific-lo como um coco de embolada, pois o
corte potico usual desta forma descrita por O. Alvarenga traz o emprego da quadra ou
oitava com o primeiro verso mais curto. Contudo, identifico o texto de carter descritivo
e satrico, e a melodia de valores rpidos e intervalos curtos, que caracterizam o valor
sonoro desta forma. Como, sobre este aspecto, tambm se encontra a definio de
balamento, assim como no primeiro tema deste mesmo fonograma sugiro que este
segundo tema seja tambm classificado da mesma forma.
Proposta de atividade: Sugiro que este coco possa ser utilizado numa proposta
interdisciplinar com a literatura, visto que apresenta diferentes tipos de estrofes j
mencionadas anteriormente. Isso possibilitaria apresentar aos alunos o tema literatura
de cordel, muito presente na cultura popular brasileira, falando sobre sua antiga origem
histrica, personagens como os menestris e trovadores, os conceitos de versos,
estrofes, rimas, e tambm sobre as diferentes mtricas utilizadas. A partir dessas
informaes, pode-se falar tambm sobre a tradio dos repentes, tpica da regio
nordeste do pas e em gneros musicais que trazem semelhanas com essa caracterstica
do canto improvisado, como o rap e o funk.
4 fonograma: O nome de quatro meninas(CD54/faixa 1)
rtmica ao canto no padro tresillo com o ltimo tempo fraco ou omitido, conforme
descrito no segundo fonograma Trs ano eu fui marinheiro . A maior parte dos
versos contm 7 e 8 slabas, havendo tambm a ocorrncia de versos mais curtos.
Assim como na primeira verso, o refro pode ser considerado o verso que mais
se repete e contm o tema Cantador me diga/o nome de quatro(oito) meninas, sendo
geralmente o primeiro verso a pergunta, cantada pelo solista, e a resposta o segundo
verso, cantado por outro cantador (ou pelo coro). A estrofe ser cantada por um dos
solistas, que se alternam.
5 fonograma: Carreiro de embolada(CD 54/faixa 1)
e o quarto grau (o qual agora se mantm bemol, descaracterizando o modo Ldio). As
finalizaes de cada verso so semelhantes ao carreiro, onde se alternam entre
suspenses no terceiro e quarto graus e concluses na fundamental.
Antes de se iniciar este coco, Tho Brando solicita ao cantador que puxe um
pagode falado, um tipo de coco onde se alternam dois momentos: um meldico,
quando o cantador canta o refro acompanhando-se com um pandeiro, e outro falado,
quando o cantador recita as estrofes do coco. Este tipo de coco foi criado pelo cantador
Jos Rubina, de Ch Preta, segundo Alosio Vilela: Foi ele o introdutor do sistema do
coco falado. Neste modelo de coco era cantado somente o estribilho. Quando era pra
fazer a amarrao, Rubina mandava parar a dana e recitava ento uma la apropriada
(Vilela, 1980:60).
Cantado em voz solo por Joo Caboclo, comea com uma melodia de
introduo, na tonalidade de F maior, com fonemas silbicos (, l, l, l, r). Apenas
em um momento ocorre o stimo grau abaixado, contudo isso no suficiente para
caracterizar o modo mixoldio. Em seguida, inicia-se o refro ou coco - Passarinho
Jacu / Ts apanhando, moleque catuaba. No pandeiro, ele executa uma base rtmica
contnua com o padro tresillo. A melodia do refro abrange uma oitava e meia,
utilizando muitos arpejos, graus conjuntos descendentes e cadncias conclusivas na
tnica. Somente no final do coco, a frase do refro finaliza em suspenso no terceiro
grau, dando uma impresso de continuidade. A cada vez que o refro cantado entre as
estrofes, repetido seis, trs e duas vezes, respectivamente, no sendo possvel,
portanto, identificar um padro na repetio. As estrofes seguem-se ao refro, faladas,
recitadas, sem acompanhamento do pandeiro. Identifiquei duas estrofes: A - uma quadra
de versos setesslabos com rimas abba, seguida de B - uma sextilha de versos tambm
setesslabos com rimas abbccb. Apresenta, portanto, a forma: introduo (cantada)
refro (6 vezes) estrofes A + B (quadra + sextilha) refro (3 x) estrofes(idem)
refro (2 x).
Proposta de atividade: Este coco pode ser utilizado tambm como exemplo na
proposta de atividade sugerida no terceiro fonograma (Eu vou renovar), ilustrando a
presena da poesia e seus elementos no gnero coco.
CAPTULO 3 SABERES POPULARES NA EDUCAO MUSICAL
msica nacional e da cultura popular, e quando se incluem, nesse repertrio educativo,
as modinhas por suas diferentes estruturaes, seu carter simples, seu universo rtmico
sincopado, marcas da ainda incipiente msica nacional.
certo e o errado, na linguagem, nos costumes, no pensar e no fazer. O folclore devia ser
transmitido no como ele , mas sim sob a peneira de uma elite (elite usa peneira?), em
conformidade com seus interesses: o que identificado e escolhido como elemento
constitutivo das tradies nacionais recriado segundo os moldes ditados pelas elites
cultas e, como nova roupagem, desenvolvido, digerido e devolvido a todos os
cidados(Arantes, 1990, p.18). (Fernandes, 2005:06)
atravs da msica, principalmente com o canto coletivo como fora socializadora, sendo
um meio para a educao esttica, social e artstica.
Segundo Villa Lobos, o canto orfenico com seu enorme propulsor de energias
cvicas leva a um processo de identificao com a ptria, no momento em que se
desenvolvem o sentimento nacional e o esprito de brasilidade ou uma conscincia
musical autenticamente brasileira criando um sentimento positivo em relao nao.
(Souza, 1999, p.19)
Portanto, em muitos momentos da histria e at hoje se fala em cultura e msica
popular para acessar tradies e valores urbanos ou sertanejos, para reinvent-los, para
que se extenuem preconceitos, para que a pluralidade substitua a hegemonia, para que o
novo e o tradicional possam conviver e se complementar. Esse pensamento traz para
prtica escolar a aproximao ao universo cultural do aluno e a flexibilizao que este
necessita para aceitao de si e do outro atravs da igualdade, do respeito, despertando a
conscincia crtica e a vontade de participar da construo de um contedo que fala do
seu valor, da sua realidade, de sua comunidade, e da convivncia com saberes distintos
mas to valiosos quanto os seus.
O discurso de que a cultura popular e principalmente as manifestaes mais
tradicionais corriam o risco de desaparecer precisa ser revisto. Maria Ins e Marcos
Ayala discorrem sobre a situao dos cocos e outras manifestaes:
Da surgiu a motivao principal deste meu estudo: observar como hoje se tem
trabalhado com a cultura popular e, mais especificamente, a msica popular nas aulas de
educao musical nas escolas. E a partir disso, tambm outras questes procurei
esclarecer no somente em leituras, como tambm no contato com alguns depoimentos
que obtive atravs de entrevistas. Por exemplo: como trabalhar com os universos
culturais locais dos alunos, e tambm com outras culturas no pertencentes quele
contexto? Como motivar os alunos? O que importante considerar dos processos de
aprendizagem nesses contextos informais, e como adapt-los a metodologias para a sala
de aula?
Realizei trs entrevistas com professores jovens, formados ou no no curso de
licenciatura em msica, e que em suas aulas utilizam elementos da cultura/msica
popular.
Citando como exemplo as oficinas de msica que realiza com o grupo religioso,
Flvia diz que precisou entender primeiramente qual era a relao das pessoas com a
msica - os hinos - que naquele contexto ritual, transmitem os ensinamentos
doutrinrios. Ela explica que a msica reflete uma harmonia ou desarmonia que
influencia a conduo do ritual, e que alm de estarem atentos aos propsitos da busca
do autoconhecimento e da comunho consigo, com sua espiritualidade e com o grupo,
os participantes precisam estar sensveis aos elementos musicais que propiciaro uma
maior harmonia musical e consequentemente auxiliaro na introspeco necessria
aos objetivos da orao. Flvia valoriza a experincia, a vivncia musical e criativa
trazida pelos alunos e seus conhecimentos intuitivos, utilizando-os como material
pedaggico em suas aulas, para que alcance a sensibilizao proposta e uma reflexo
crtica atravs dos elementos da msica.
Outro entrevistado foi Daniel Costa Fernandes, que se graduou em 2005 pela
UNIRIO no curso de bacharelado em MPB e desde 1999 atuou como professor de
msica em diversas escolas na educao infantil e no ensino fundamental. Atualmente
cursa o mestrado na UNIRIO e desde 2007 professor no Colgio Pedro II, no Centro
do Rio de Janeiro, onde d aulas para o 6. e 7. anos.Tambm um dos fundadores do
grupo do Cu na Terra, grupo artstico carioca que tem como fonte de inspirao o
folclore e a cultura popular, e desde 1998 atua em diversas frentes: com a Orquestra
Popular Cu na Terra, o Bloco de Carnaval Cu na Terra, a Cantoria de Reis, o Pastoril,
o Cortejo da Paixo, entre outras atividades realizadas em escolas, projetos educativos,
eventos culturais, etc.
professor um perodo de preparao do material didtico e adaptao a este programa.
Daniel procura inserir algumas brincadeiras populares, como a ciranda, o mineiro pau, o
boi, na forma de vivncias em sala de aula, atravs do repertrio, da dana e de outros
recursos como textos e vdeos, contudo, sem um objetivo de culminncia com
apresentaes finais.
Daniel afirma que o professor deve estar imbudo dessa vivncia com o universo
musical que ele deseja apresentar aos alunos, pois os alunos so jovens, abertos ao
conhecimento, e a atitude do professor pode ser essa ponte que interliga e desperta a
curiosidade nesses diferentes universos. Essa foi uma fala comum a todos os seus
entrevistados, dentre eles as j mencionadas professoras Norma Nogueira e Elisabeth
Albano, e ainda Llia Ramos, Glria Calvente, tambm educadoras que trabalham com a
cultura popular. Itarcio Rocha, msico/compositor maranhense que vivenciou com sua
famlia as tradies populares, veio para o sul do pas buscando sua formao
acadmica e atualmente tem ministrado oficinas na rea de culturas populares e
educao, alm de dirigir e atuar no Grupo Mundaru.
ele chegava que nem um menestrel na sua casa, com bigode, o violo debaixo do
brao, ele era um personagem! No Conservatrio tambm, ele gostava, o lance dele era
pegar o violo e comear: (canta um trecho de msica que ele cantava), tudo dele era
trovadoresco, ele cantava, contava muita histria(...), e a gente aprendia cantos de
trabalho, ou seja, bem prtica. No d pra esquecer. (...) Ele criava um hbito na gente
de comear a gostar, despertar pra isso. E dessa maneira eu fazia com os meus alunos.
Entendo ento que h outro caminho que pode despertar o interesse do aluno: o
universo cultural/musical do professor. O seu conjunto de saberes experienciais ou
prticos baseados na experincia individual e coletiva, no seu cotidiano, na sua cultura
inclui essa identificao e envolvimento que ele necessita para motivar o aluno na
descoberta daquele assunto. Ou seja, basear a ao pedaggica nos saberes docentes que
se fundamentam na dimenso pessoal, na prtica, na vivncia do professor. Tardiff nos
fala que estes saberes:
dela so partes constituintes enquanto prtica docente) e formam um conjunto de
representaes a partir das quais os professores interpretam, compreendem e orientam
sua profisso e sua prtica cotidiana em todas as suas dimenses. Eles constituem, por
assim dizer, a cultura docente em ao.(Tardiff apud Hentschke, Azevedo, Arajo,
2006:53)
Trazendo essa questo para o gnero coco, tema de minha pesquisa, penso que
para introduzi-lo numa aula de educao musical na escola considero imprescindvel o
estudo de sua historicidade, seu contexto social, suas relaes com outros gneros ou
outras culturas e seus elementos textuais e musicolgicos. Muito importante tambm a
vivncia do professor e dos alunos nessa manifestao, a apreciao direta freqentando
os diversos eventos em que essa prtica acontece, conhecendo o repertrio de coco
atual, os grupos de dana e msica e acima de tudo, brincando o coco. Porque as
brincadeiras populares acontecem e se perpetuam dessa maneira, atravs da vivncia, da
experincia prtica e concreta daquela manifestao. Ento, muito melhor aprender
sobre o fazer popular fazendo-o na aula.
com a construo de uma base, algo que traz inmeras possibilidades e abre uma
porta, no apenas para os ritmos e os sons, mas para a rtmica como um todo e para uma real
aproximao com o universo sonoro. (...) Sua maior inspirao veio da riqueza do fazer musical
popular brasileiro, principalmente no que diz respeito relao corpo e msica no processo de
aquisio do suingue. (www.opasso.com.br/)
Eu fui pra Fernando de Noronha h dois anos, e l tinha o Nao Noronha, um grupo
de maracatu de uns caras que vieram de Recife e fizeram um grupo de l. E no show
inteiro, que era num teatro, os caras tocando e fazendo isso aqui: (demonstra um passo
pra frente e pra trs), que era uma dana. Mas no era s uma dana. Da eu cheguei
depois do show pro cara: vem c, esse negcio que vocs fazem, esse movimento, essa
dana, muito legal, mas isso s pela cena, pelo show, ou voc usa como recurso
quando vai ensinar? (E esses caras, que nascem fazendo isso, eu no sei o quanto que
essas coisas so conscientes pra eles).
E ele falou: uma dancinha, mas tem que saber onde ta o um, n?
educao e prtica social, educao e trabalho, currculo e sociedade, educao e
reproduo social, currculo explcito e currculo oculto so mostras do impacto dos
elementos informais da educao nos processos educativos individuais.(Libneo,
2009:91)
Todos os entrevistados de Daniel Fernandes falam da importncia de se trabalhar
com os alunos essa questo da apropriao no tema que se quer trabalhar em suas aulas.
Eu tive a oportunidade de assistir a apresentao do Auto do Boi Garboso do CEAT,
que se realiza desde 2001. Itarcio Rocha realiza oficinas nessa escola onde os alunos
vivem todo o processo de criao do auto, tendo autonomia para reelaborar novas
verses de personagens, do enredo da estria e das msicas. Nesse ano, havia
personagens como o cavalinho e a cabra, originais do boi-de-mamo de Santa Catarina e
os ladres do boi, que se fizeram passar por agentes da vigilncia sanitria. Tambm
observei que no chapu de uma das alunas que se apresentava, havia escrito o nome de
seu time de futebol. Achei o fato interessante como outra forma de se apropriar atravs
do figurino, com liberdade para recriar. E para alguns alunos, o despertar pelo
interesse e valorizao da cultura popular. O importante para Itarcio parece ser
proporcionar um primeiro contato com os processos, modos de fazer, dos que fazem a
cultura popular.(Fernandes, 2005: 47). Contudo, Daniel ressalta que alguns elementos
no podem ser alterados ou ignorados, devendo haver um mnimo de referncia e
deferncia para com a manifestao original (Fernandes, loc.cit.).
CONSIDERAES FINAIS
poca trouxe tambm tona a necessidade de se compreender o que era a msica
folclrica, se esta poderia denominar-se tambm como popular, ou se popular deveria se
enquadrar numa outra categoria, a qual se referia aos gneros musicais urbanos que
despontavam como, por exemplo, o lundu, o maxixe, e posteriormente o samba e o
choro. Adotei portanto o ponto de vista de Oneyda Alvarenga apresentado atravs de
Carlos Sandroni, que ressalta o carter nacional da msica folclrica mas no deixa de
atribuir musica urbana uma grande conformidade com a idia de povo brasileiro.
Precisava entender ento como lidar com universos culturais locais ou distantes
dos alunos, atentando ao saber e ao aprender cotidiano das prticas informais. Sabia que
isso seria um recurso metodolgico para a motivao porque considerava os cdigos e
significados do grupo social em questo, mas precisava examinar como isso se dava nos
ideais e na prtica dos professores que estavam trabalhando com essa temtica.
Espero que minha viso possa trazer contribuies para que novas discusses
possam enriquecer esse tema que, talvez, nada tenha em si de inovador, mas que possa
levar o educador a uma reflexo sobre as possibilidades e o alcance de sua prtica no
conjunto de saberes sobre as culturas populares.
REFERNCIAS
ANDRADE, Mrio de. Aspectos da msica brasileira. Belo Horizonte, Rio de Janeiro:
Villa Rica Editoras Reunidas Limitada, 1991.
AYALA, Maria Ignez e AYALA, Marcos (Orgs.). Cocos: alegria e devoo. Natal:
Editora UFRN, 2000.
Linguagem. So Paulo, Perspectiva, 1977, p. 287-288.
HIGGINBOTTOM, Edward. Style, In: Sadie, S. (Ed.). The New Grove Dictionary of
Music and Musicians, v. 18. New York: MacMillan, 1980, p. 316-320.
HOLT, Fabian. Genre in Popular Music. Chicago: The University of Chicago Press,
2008.
MEYER, Leonard B. Style and Music: Theory, History and Ideology. Philadelphia,
1989.
SEGRE, Cesare. Estilo. In: Enciclopdia Einaudi, v. 17. Literatura Texto. Lisboa:
Imprensa Nacional; Casa da Moeda, 1989.
TODOROV, Tzvetan. "The origin of genres", New Literary History, Vol. 8, n 1, 1976,
p. 159-170. The Johns Hopkins University Press.
Disponvel em http://www.jstor.org/stable/468619. Acesso em 13/08/2009 14:37
VILELA, Jos Alosio Brando. Folclore de Alagoas 2, In: Edufal (Ed.). Coletnea de
Assuntos Folclricos. Macei, 1982, p. 43-54.
WISNIK, Jos Miguel. A msica na Semana de Arte Moderna. In: O coro dos
contrrios: a msica em torno da semana de 22. 2. Ed. So Paulo: Duas Cidades, 1983,
p: 63-97.
ANEXOS
1o. fonograma: Meu cachorro muito bom (CD 7: Joo Caboclo e Coro)
Solista - Meu cachorro muito bom
Coro - Chama ele Tubaro REFRO 10x
No (...)inho
Seis hora da madrugada
Terminando a caada
Vamo caar cachorrinho
Na hora de bem cedinho
(.........................)o Estrofe (mesma estrutura)
Eu aqui em Unio
Dei um tiro e j vi longe
Solista - Meu cachorro muito bom
Coro - Chama ele Tubaro REFRO (2x)
Solista - Meu cachorro muito bom
Coro - Chama ele Tubaro REFRO(8x)
L no p de Taquara
Encostado a um suri
E a ona passou ali
(...)suuarana
Essa bicha no me engana
Bota (...) ela no cho Estrofe (mesma estrutura)
Boto ela no faco
Cachorro fizemo um (...)on
2o. fonograma: Trs ano eu fui marinheiro/Eu tenho raiva da morte(CD 54/faixa 1:
Patativa)
Olhe doutor
Diz assim que eu tenho cantado
Eu conheo meu estado
Pernambuco meu lugar Quadro
Mas eu tenho que morar
Na capital de Macei
Que aqui outro em p
E eu sou capaz de jurar
, Eunice, Deunice,
E eu quero que o cantor diga Creonice e Ozindina
O nome de quatro menina Cantador me diga, 2 versos
Cantador me diga, Refro O nome de oito menina + Refro
O nome de quatro menina (expandido) Cantador me diga,
Que Odete, Marinete. O nome de oito menina
Luzinete e Orelina
Repare meu cidado
Cantador voc me diga, Que isto coco alagoano Estrofe 2
O nome de quatro menina Refro E e eu quero mudar de plano Quadra
Que Odete, Marinete. Com meu pandeiro na mo
Luzinete e Orelina
de obrigao
Tem uma irm em Caruaru Tem Odete, Marinete.
Uma irm l em Vitria Luzinete e Orelina
Outra irm l em Gulria(Glria) Maria, Creonice,
Uma irm em Itacaratu Estrofe 1 (...), Catarina
Tem outra de Caruaru (abba / Ainda tem Marina
E tem outra ni(em) Petrolina ac / Que irm de Severina
Agora ningum (...)ina cddc) De Anete, Josefa
Porque ningum se comete (.................)ina
Que Odete, Marinete.
Luzinete e Orelina Cantador voc me diga,
O nome de doze menina
Cantador me diga, Odete, Marinete Refro
O nome de quatro menina Refro Luzinete e Orelina
Que Odete, Marinete. E o cantor me diga,
Luzinete e Orelina O nome de doze menina
lalala
Cantador (solo 1)- cantador voc me diga,
O nome de quatro menina
Voc me diga
O nome de quatro menina
Cantador voc me diga
Cantador 2 - O nome de quatro menina
Cantador 1 - Cantador voc me diga
Cantadores 1 e 2 - O nome de quatro menina
Cantador 1 - Cantador voc me diga
Cantador 2 - O nome de quatro menina
Odete, Marinete,
Luzinete e Orelina
Cantador 2 - Meu bem voc me diga
O nome de quatro menina
Cantador 1 - Odete, Marinete,
Luzinete e Orelina
Odete, Marinete,
Luzinete e Orelina
Cantador me diga
A hora chegada
Dos carneiro marru
Agora eu quero cantar A
Um carreiro de embolada
Avisar meu camarada
E eu quero continuar
2o.Momento Embolada
Olhe eu agora
J mudei pra embolada
E eu quero fazer jogada
Daqui pro galo cantar
Olhe na letra A
Na letra B e na letra J
E na (...)ama, ela na bota
E aqui e acol
lalalaia... Introduo
Fala:
Entremo na discusso A
Para cantar um pouquinho
Sobre um caboclo lindo
E poeta campeo
Estrofes
Conheci o man Joo
Poeta que no desaba
L na Serra da Marab B
Na pista em mata do sul
Vi o passarinho Jacu
Apanhando Catuaba
Vamo pisar!
Passarinho Jacu
tais apanhando muleque Catuaba (3x)
Passarinho Jacu
tais apanhando muleque Catuaba (2x)
Passarinho Jac
i a
Meu veado
corre num bolinho s REFRO(5x)
Agora me alembrou
Dos poeta de (...)io
Agora me alembrou
Fique cantor! Estrofe
Acho melhor
Dou-lhe um (...)de fazer d
ia o cantor ferrado
Meu Cachorro Muito Bom
Transcrio: Isabella Viggiano
Cd 7 - Coleo Tho Brando
Voz solista
Meu ca - chor-ro_ mui - to bom Meu ca - chor-ro_ mui - to
Coro
cha-ma e - le tu - ba - ro
Pandeiro
cha-ma e - le tu - ba - ro ro
4
ar la na ma - ta do (...) (...)
7 inho seis ho - ra da ma - dru gada
cha - ma e - le tu - ba - ro cha - ma e - le tu - ba -
7
2 Meu Cachorro Muito Bom
10
ro cha-ma e - le tu - ba - ro
10
13
cha - ma e - le tu - ba - ro cha - ma e - le tu - ba -
13
16
ro cha-ma e - le tu - ba - ro
16
19
cha - ma e - le tu - ba - ro
19
Meu Cachorro Muito Bom 3
22
cha-ma e - le tu - ba - ro
22
25 1. 2.
Frulatos,
bom Meu ca - chor - ro_ mui - to interjeies
25 (12 compassos)
cha - ma e - le tu - ba - ro ro
25
28
cha-ma e - le tu - ba - ro
28
31
cha - ma e - le Tu - ba - ro cha - ma e - le Tu - ba -
31
4 Meu Cachorro Muito Bom
D.S. al Coda
34
ro cha-ma e - le Tu - ba - ro
34
37
cha-ma e - le Tu - ba -
37
40
ro cha-ma e - le Tu - ba - ro
40
Voz
Pandeiro
11
16
21
gei-ro fi - ca com mui-ta dis - tn- cia (...) prin - c - pio da_a - li - an - a do se-nhor Pe-dro pri - meiro
21
2 Trs Ano Eu Fui Marinheiro
25
variao meldica
i! Do Re-ci-fe_ao es-tran - gei-ro fi-ca com mui-ta dis - tn-cia (...) prin-c-pio da_a-li - an-a do se-nhor Pe-dro pri-
25
29
Cm G m7 Cm G m7
34
E@ G m7 Cm E@ Cm
39
G m7 Cm G m7 E@ G m7
44
Cm E@ Cm
e eu vou ba - ter no pan - deiro Do Re - ci-fe_ao es - tran - gei - ro fi - ca com mui - ta dis -
44
Trs Ano Eu Fui Marinheiro 3
48
Tema 2: Eu tenho raiva da morte
tn-cia (...) (...) (...) (...) a - li - an - a do se-nhor Pe-dro pri - meiro Eu te-nho rai - va da mor -
48
53
57
62
67
72
76
81
85
89
Voz
Pandeiro
Re - no - va - do_e vou can - tar mais um pou - qui - nho li - gei - ri - do_e pas - sa - ri - nho pra ver
7
10
13
rou num res - fri - a - do_a - go - ra vou lhe ex - pli - car Mas a - in - da_eu can - to um
13
2 Eu Vou Renovar
16
19
O lhe a - go - ra j que o dou - tor me man - da fa - zer mi - nha pro - pa - gan-da_e um tra -
19
22
ba - lho_eu vou can - tar O - lhe_em no - me de pas - sa - ro (...) (...) (...)de pas - sa - ri - nho de - an -
22
25
Voz
Pandeiro
men - te do tem - po de_an - ti - ga - men - te pra ver ho - je co-mo_es - t O - lhe mais ho - je_em
4
10
rar De qua - ren - ta pra trs di - zi - a_o pai de pa - pai (...) (...) (...) (...) (...) (...)
10
13
(...) i mas de qua - ren - ta pra c diz o po - vo de - sem - bes - tou - se_e o dia -
13
2 Eu Vou Renovar (Tema2)
16
bo j se sol - tou - se nin-gum po - de mais pe - gar de qua - ren - ta pra trs diz meu a -
16
19
v sem - pre con - ta - va que qui - nhen - tos ris cus - ta - va no quis vi de Ce - a - r De
19
22
qua-ren - ta pra trs e j cu - tu - cou que qui - nhen-to_ o di - nhei - ro do ju - men - to com jo -
22
25
D
e eu que- ro queo can-tor
di- gao no -me de qua -tro me
D
4
ni - na can - ta- dor me di - ni - na que O - de - te, Ma - ri-
gao no-me de qua-tro me-
D
7
A
ne - te, Lu - zi - ne- te, O - re- li - na can - ta - dor vo - c me di - gao no - me de quatro me-
D D
10
A A
A A A
ni - na que O - de-te, Ma- ri - ne - te, Lu - zi - ne -te, O - re - lina
,
D
13
Tem umair-m em Ca - ru - a - ru u - ma ir - m l em Vi - t - riaou-tra ir - m l em Gu-
,
57
D
16
lria u - mair-m emI-ta - ca - ra tu - tem ou-tra em Ca - ru - a - ru e tem ou- tra em Pe - tro -
D
19
li - na
, ,
D
22
D
25
D
28
58
D
D
31
A
o no - me de oi - to me - ni - na can - ta - dor me di - gao no - me de oi - to me -
D
34
A
nina Re - pa - re meu ci - da - do que is-so co - coa - la - go -
, ,
D
37
a - no eeu que -ro mu- dar de pla -no com meu pan-dei- ro na mo de o - bri - ga -
D
40
D -
43
59
D
46
i - na can - ta - dor vo - c me
ri - na de A - ne - te, Jo - se - fa (...) (...) (...) (...) (...)
D - D
A D A A
49
D
di - gao no - me de do - ze - me - ni - na O - de - te, Ma - ri - ne - te Lu -zi - ne - te, O - re -
D D D
52
A A A A A A
li - nae o can -tor me di - gao no- me de do - ze me - ni - na
,
,
60
O Nome De Quatro Meninas
Coro Transcrio: Isabella Viggiano
Cd 54/disco 1 - Coleo Tho Brando
Voz solista
Coro
Pandeiro
14
o no - me de qua - tro me -
14
17
20
20
O Nome De Quatro Meninas 3
23
mo o-bri-ga - o e mi-nha (...) cris-ta - li-na (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) no
23
23
27
30
30
33
di - na can - ta - dor me di - ga
33
O no - me de oi - to me -
33
4 O Nome De Quatro Meninas
35
G solista 2
39
43
47
a-na ou-tra em Ca-ru-a - ru e ou-tra pra Man-da-ca - ru Ou-tra l em Goi- - nia uma pra tra-ba -
50
50
54
lhar e man-do ou - tra de ca - pi - na (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) mas no
54
54
57
O - de - te, Ma - ri -
57
60
Ai! (...) (...) da tua vi - zi - nha (...) (...) (...) (...) (...) (...)
64
ne - te, Lu - zi - ne - te, O - re - li - na
64
67
(...) (...) a-qui vai a-co - l (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)
67
67
71
(...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) e_es-sa ri-ma (...) (...) (...) can-ta-dor de diga qua-tro me-
71
75
Voz
On-de eu vou tra-ba - lhar on-de eu vou tra-ba - lhar a - vi - sar meu ca - ma -
Pandeiro
ra - da que_a ho - ra_es - t se pas - san - do e tam-bm eu vou can - tan - do pro - cu-rando ou - tra mo -
5
11
15
18
ra-da ca-va-lo ma-gro cor - rer se a mor-te no ma - tar e boi mor-to tam-bm mor - rer O-lha_ qua -
18
22
tro coi - sa no mun - do que fo - ra do con-tra - to ce-go_u - sar can - di-quei - ro fa - zer
22
25
pu - lei - ro pra pa - to ca - sa de (...) (...) (...) (...) (...) ban - ga - l fei - to no mato
25
29
32
36
39
43
O - lhe_is-so_a - qui car - rei - ro mos - tre no pei - to em seis li - nha meu pen - sa - men-to_a - d -
43
46 2 momento - embolada
49
Voz
la la lai a la la i l la la ia la la la ra la la ra la la la la
Pandeiro
la i la la la la lai a la la la la la l l lai la
8
16
Pas-sa-rinho Ja - c 'Tas a-pa - nhan- do mo-leque ca-tu - a- ba Pas-sa- ri-nho Ja - c 'tas a-pa -
16
21
26
a-ba Pas-sa-rinho Ja - cu 'tas a-pa nhan-do mo-leque ca-tu - a-ba Pas-sa-rinho Ja - c 'tas a-pa -
26
2 Passarinho Jac
31
nhan-do mo-leque ca-tu - a-ba Pas-sa-rinho Ja - c 'tas a-pa-nhan-do mo-leque ca-tu - a-ba ! Estrofe
31 falada
37
Pas-sa-rinho Ja - c 'Tas a-pa - nhan-da mo-leque ca-tu - a-ba Pas-sa-rinho Ja - c 'tas a-pa -
37
42
nhan-do mo-leque ca-tu - a-ba Pas-sa-rinho Ja - c 'tas a-pa-nhan-do mo-leque ca-tu - a-ba Estrofe
42 falada
48
o grego Jac 'Tas a-pa- nhan-do mo-leque ca-tu - a-ba Pas-sa-rinho Ja - c 'Tas a-pa-nhan-do mo-leque ca-tu-
48
54
Ei --------------- a Meu ve- ado cor- re num bo-li- nho s
,
,
SIMILE
4
Meu ve - a ado Meu ve- ado
cor- re - num bo - li- nho s
7
cor- re - num bo - li- nho s Meu ve- ado cor- re - num bo - li- nho s
10
Meu ve- ado cor- re - num bo - li- nho s Sou Joo
13
bi - cho ve - lhoa - cos - tu - ma
Ca - bo - clo can - tor
76
16
boclo can - ta - dor o pri - mor
- do sou um ca -
19
eu a - cho me- lhor (.........................................) (...) o can - ta - dor j t sur-
]
22
cor- re - num bo - li- nho s Meu ve - ado
ra - do meu ve - ado
]
1.
L ,
2.
25
]
cor - re num bo -li - nho s Meu ve - ado Oi
]
28
Meu ve - ado cor - re num bo -li - nho s
77
31
Meu ve - ado cor - re num bo -li - nho s Meu ve - ado
34
cor - re num bo - li - nho s can - ta - dor Pi - se no cho
37
por - que eu vou (..................................) (...)i can - ta -
40
ia o mou - ro to den - tro de Ma -cei-
dor pi - se no cho
43
(....................................) a do Meu ve - ado
no fa - r(l)
78
46
cor - re num bo - li - nho s Meu ve - ado cor - re num bo - li - nho s
49
Meu ve - ado cor - re num bo - li - nho s Meu ve - ado
52
cor - re num bo - li - nho s A - go - ra me a - lem - bro
55
...ou dos po - e - ta de (...) (...) (...) a - go -
58
ra me a - lem - brou fi - que can - tor
79
,
61
Dou - lhe um (...)(...)(...)(...) fa - zer
A - cho me - lhor
64
67
cor - re num bo - li - nho s
Meu ve - ado
80
A.3) Quadro tipolgico das variedades de cocos na coleo Tho Brando
A B C D E F G
Nomenclatura local e Transcri
1
Coco CD Cantador(es) Coco (refro) Estrofe o e anlise
referncia bibliogrfica
Mesma frase geradora da melodia da estrofe. Estrofe
Maria vamo pro roado 24 Efignio Moura e violo 1 frase meldica. 2 versos (4+7) tem a forma da embolada (oitava com Coco de embolada Mariana
2 4+7+7+7+6+7+7+7)
Hilton da Capela e 1 frase em arco [asc./desc.] - 2 versos (7+7) dialogados Estrofe do tipo canto falado, com notas rebatidas,
Eu entro dentro da usina 52/1 Coco glosado Mariana
3 Pedra Fina pelos 2 cantadores recitadas. Dcima (7x10) cujo mote o refro
Eu s comparo o meu Hilton da Capela e 2 frases (?) em desenho ondulado. 4 segmentos. Estrofe com muitas notas rebatidas. Dcima cujo
52/1 4 assuntos Mariana
4 viver Pedra Fina Quadra (7x4). Dialogados pelos 2 cantadores mote o refro (quadra)
Eu tirarei, tirarei, tirarei Antnio e Pedro Lus
52/1 2 frases onduladas, passos de tera frequentes Elizabeth
5 (fragmento) (Boa Sorte, Viosa)
Vou no mar, moreninha Antnio e Pedro Lus
52/1 Elizabeth
6 (fragmento a 130 (Boa Sorte, Viosa)
Quadra (4 x 7) com 2 frases meldicas, rimas a b c b. Oitava na forma da embolada (4,7,7,7,4,7,7,7), melodia
Primeiro dstico do solista, melodia ondulada. Segundo ondulada at o stimo verso, onde h movimento
Pega o touro, amarra o Efignio Moura e coro ascendente preparando a cadncia meldica por notas
dstico resposta do coro, salto ascendente + movimento
touro (ca. 1318 a 52/1 misto - com violo, rebatidas em direo tnica. O solista sempre intervm Elizabeth
descendente por notas rebatidas at a tnica. Estilo com interjeies agudas (ita!) antes de cantar sua estrofe.
1841) pandeiro
cantado, entoao precisa, apesar da ornamentao H muita variao. Ouve-se outro cantador que tambm
10 (interjeies, variaes) de Efignio grita (!) enquanto cantam o refro.
Um cantador com Sextilha cujo ltimo verso (Somente porque no vi) Dcima, rimas a-b-b-a-a-a-a-c-c-a com mote (2 versos
Ateno ao verso: Esse o pagode
Ferreiro bateu na tenda 51/2 pandeiro. Caboclinho repetido. Melodia de perfil descendente, modo da 7 finais do refro) no final. Irregularidade mtrica o 7 verso Elizabeth
mais curto (7, 8, 7, 7, 7, 7, 6, 7, 7, 7) de gancho
23 (?) abaixada, instabilidade no IV grau tambm
Efignio Moura e 1 frase meldia composta de 2 versos. Primeiro Oitava de versos pentasslabos e setesslabos
Dr. Tho Brando
24 coro misto - com verso pentasslabo cantado pelo solista e o com rimas a b b c c d d e. Esquema harmnico I Coco-de-embolada Mariana
um grande folclorista
violo, pandeiro segundo verso setesslabo cantado pelo coro VIVI
26
A.4) Pginas do catlogo de Tho Brando
Pgina 63b do catlogo de Tho Brando - Fita plstica 4
Referncia do coco: Passarinho Jac coco falado (1954)
Coluna direita Lado A no. 10
Cantado por: Joo Caboclo