KONZEN, Paulo Roberto, O Conceito de Amor Ético Na Filosofia Do Direito de G. W. F. Hegel
KONZEN, Paulo Roberto, O Conceito de Amor Ético Na Filosofia Do Direito de G. W. F. Hegel
KONZEN, Paulo Roberto, O Conceito de Amor Ético Na Filosofia Do Direito de G. W. F. Hegel
NA FILOSOFIA DO DIREITO
DE G. W. F. HEGEL
Comit Editorial da
Direo editorial: Agemir Bavaresco
Diagramao: Paulo Roberto Konzen
Capa: Lucas Fontella Margoni
Arte de capa: Mitchell Nolte
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR
200 p.
ISBN - 978-85-5696-103-7
APRESENTAO ................................................................... 11
Agemir Bavaresco
APRESENTAO ................................................................... 16
Maria de Lourdes Alves Borges
INTRODUO ....................................................................... 18
a) Dois enquanto Um
Nossa hiptese que subjaz no conceito hegeliano
de amor uma certa intuio mstica: Dois enquanto Um1.
Mestre Eckhart, mstico medieval, cunhou tal expresso:
Est na natureza do amor que ele flua e emerja de
Dois, os quais so apenas Um. Um enquanto Um
no produz o amor. Dois enquanto Dois no pro-
duz o amor. Mas Dois enquanto Um produz neces-
sariamente o amor conforme a sua natureza, pre-
mente, ardente.2
O texto acima implica a superao dos extremos do
monismo ou do dualismo, pois separados no produzem
o amor. O monismo entende que todas as coisas so cons-
titudas de uma nica e mesma substncia, enquanto o dua-
lismo defende que o mundo e toda a realidade explicam-se
por dois princpios opostos. Eckhart no se fixa num ou
b) O Silogismo do Amor
Aps explicitar acima o conceito do amor hegeliano
segundo o princpio Dois enquanto Um, pode-se com-
preender o conceito do amor como o silogismo do amor.
Hegel critica tanto o monismo como o dualismo, pois isso
equivale a uma passagem entre extremos inertes, que algo
tpico da lgica dos juzos.
Apenas a economia do silogismo impe-se, aqui,
pois ela permite honrar plenamente os extremos na
sua negao recproca. Neste sentido, a filosofia de
Hegel, numa primeira abordagem, poderia ser ca-
racterizada de monismo articulado ou de dua-
lismo relacional, ou ainda, de dualidade relacional
da unidade.4
3Ibidem. p. 130-131.
4JARCZYK, Gwendoline; LABARRIRE, Pierre-Jean. Hegeliana. PUF:
Paris, 1986. p. 353.
PAULO ROBERTO KONZEN | 13
5 Idem. p. 353.
6 Ver, por exemplo, Honnet e sua Luta por reconhecimento.
7 Traduo de Paulo Roberto Konzen, cf. Adendo.
14 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
8 Idem.
9 Ibidem.
PAULO ROBERTO KONZEN | 15
c) O Amor tico
O presente trabalho de Paulo Roberto Konzen uma
extraordinria contribuio recepo hegeliana atravs do
conceito do amor tico. Konzen oferece-nos um duplo
enfoque em sua obra: primeiro, a apresentao do conceito
do amor tico atravs do estudo da Filosofia do Direito ou da
Filosofia do Esprito Objetivo, analisando igualmente os
Escritos de Nuremberg e Heidelberg e a Enciclopdia das Cincias
Filosficas, expondo o desenvolvimento sistemtico de tal
conceito. Depois, a traduo de dois poemas de Hegel para
sua noiva permite apreender o conceito do amor atravs da
intuio imediata da sensibilidade esttica. Trata-se, assim,
de uma pesquisa que mantm a fora do rigor sistemtico
do conceito e, ainda, ao mesmo tempo, a beleza esttica da
poesia. Uma sntese que caracteriza bem o pensamento de
Hegel, isto , a paixo e a razo, formando uma unidade
amorosa em sua mtua reflexividade no ser humano.
APRESENTAO
Maria de Lourdes Alves Borges (UFSC)
6 Cf. http://thertulia.blogspot.com.br/2013/01/filosofo-simon-may-
fala-sobre-o-amor.html
7 ROUGEMONT, D. de. O amor e o Ocidente. 1988. 339 p.
9 Cf. http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/titles/view/sobre-o-amor
PAULO ROBERTO KONZEN | 23
13 Ibidem. p. 67.
14 Ibidem. p. 67-68.
PAULO ROBERTO KONZEN | 25
24Ibidem. p. 93.
25 HEGEL. Frhe Schriften. [TP] 1/242-243 In alten Zeiten wandelten
die Gtter unter den Menschen; je mehr die Trennung zunahm, die
Entfernung, desto mehr lsten sich auch die Gtter von den Menschen
ab, sie gewannen dafr an Opfern, Weihrauch und Dienst, - wurden
mehr gefrchtet, bis die Trennung so weit vor sich ging, da die
Vereinigung nur durch Gewalt geschehen kann. Liebe kann nur
stattfinden gegen das Gleiche, gegen den Spiegel, gegen das Echo
unseres Wesens.
30 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
Geral, consta que teria ocorrncias do termo amor nas pginas 41,
46, 72, 134, 203, 255 s.. No se registra nenhuma ocorrncia do termo
amor tico.
32 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
1 HEGEL. FD. 2010. Prefcio. p. 38. 7/20 die Rabulisterei der Willkr
sich des Namens der Philosophie bemchtigt [...] das Verkommen
grndlicher Erkenntnis.
2 HEGEL. FD. 2010. Prefcio. p. 32-38. 7/12-21 herauszureien [...]
die Philosophie aus dem schmhlichen Verfall [...] in welchen sie [...]
versunken ist [...] ist es fast gar zur Unehre geworden [...] noch
philosophisch zu sprechen.
3 HEGEL. FD. 2010. Prefcio. p. 38-39. 7/21-22 Rcksicht des
Sittlichen, des Rechts und der Pflicht [...] auf die subjektiven Zwecke und
Meinungen, auf das subjektive Gefhl und die partikulre berzeugung [...] die
34 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
Philosophie.
PAULO ROBERTO KONZEN | 37
Erkennen kann zwar auch aus der Wissenschaft in das Meinen und in
das Rsonieren (...) herunterfallen.
15 HEGEL. FD. 268 Z. [TP] 7/414 Ungebildete Menschen gefallen
[TP]: [...] liebe Schwester [...]. Ich habe alle Ursache, mit meiner Lage
zufrieden zu sein; unter der studierenden Jugend zeigt sich wieder
Liebe und Neigung zum Studium der Philosophie; ich habe daher diesen
Sommer eine betrchtliche Anzahl von Zuhrern gehabt.
22 Nas Lies sobre a Histria da Filosofia (Vorlesungen ber die Geschichte der
26 HEGEL. FD. 2010. Prefcio. p. 39. 7/22 In der Wichtigkeit der Art
und Weise des Philosophierens, welche durch die Umstnde bei den
Regierungen aufgefrischt worden ist, lt sich das Moment des Schutzes
und Vorschubs nicht verkennen, dessen das Studium der Philosophie
nach vielen anderen Seiten hin bedrftig geworden zu sein scheint.
27 HEGEL. FD. 2010. Prefcio. p. 38. 7/21 Noch weniger ist sich zu
31 HEGEL. ECF (II). 246 A, p. 17. [TP] 9/15 Von dem Verhltnis
der Philosophie zum Empirischen ist in der allgemeinen Einleitung die
Rede gewesen. Nicht nur mu die Philosophie mit der Naturerfahrung
bereinstimmend sein, sondern die Entstehung und Bildung der
philosophischen Wissenschaft hat die empirische Physik zur
Voraussetzung und Bedingung. (...) Es ist schon erinnert worden, da,
auerdem da der Gegenstand nach seiner Begriffsbestimmung in dem
philosophischen Gange anzugeben ist.
32 HEGEL. Vorlesungen ber die sthetik. [TP] 13/26 Hierin jedoch liegt
3 HEGEL. FD. 2010. 158. p. 174 [TP]. 7/307 Die Familie hat als die
unmittelbare Substantialitt des Geistes seine sich empfindende Einheit, die
Liebe, zu ihrer Bestimmung, so da die Gesinnung ist, das
Selbstbewutsein seiner Individualitt in dieser Einheit als an und fr sich
seiender Wesentlichkeit zu haben, um in ihr nicht als eine Person fr
sich, sondern als Mitglied zu sein.
4 No temos aqui a pretenso de expor e analisar o conceito hegeliano
geistige Bestimmung; - die Einigkeit der Liebe und der Gesinnung des
Zutrauens; der Geist ist als Familie empfindender Geist.). Ainda em
Nrnberger und Heidelberger Schriften, 192 [TP]: A relao de famlia a
unidade natural de indivduos. O vnculo dessa sociedade natural
amor e confiana [...] a disposio espiritual do amor. (4/62 Das
Familienverhltnis ist die Natureinigkeit von Individuen. Das Band dieser
natrlichen Gesellschaft ist Liebe und Vertrauen [...] der Gesinnung der
Liebe.). Alm disso, em HEGEL. LFD 1819/20, Ringier. 2000. p. 94
[TP]: O primeiro nvel assim a famlia, a substancialidade tica
imediata. Um saber imediato sensao, sentimento. A
substancialidade tica enquanto sentir o amor. (Die erste Stufe ist
also die Familie, die unmittelbare sittliche Substantialitt. Ein
unmittelbares Wissen Gefhl, Empfindung. Die sittliche
Substantialitt als empfunden ist die Liebe.).
7 A expresso sich empfindende Einheit traduzida acima por unidade
anderen und des anderen mit mir). Mais do que nunca, convm
conhecer e observar devidamente a compreenso hegeliana
de independncia ou de autonomia (Selbstndigkeit), de
ser ou estar independente ou autnomo (selbstndig),
que envolve necessariamente outra pessoa, outro sujeito,
membro ou indivduo na relao, no podendo fazerVIII
meramente o que se quer13. Ora, isso esclarece tambm
porque o amor ou seria uma contradio monstruosa
(ungeheuerste Widerspruch) e o causar e a dissoluo da
contradio (das Hervorbringen und die Auflsung des
Widerspruchs), pois somente amando, segundo Hegel, posso
constituir uma individualidade suficiente e completa, uma
unidade tica (sittliche Einigkeit) com outro indivduo14.
13 Hegel afirma, na sua FD, que a vontade livre quer a vontade livre
(der freie Wille, der den freien Willen will - 27, 7/79) e, assim, ser livre no
poder fazer o que se quer (tun knne, was man wolle - 15 A, 7/66),
ou fazer o que se quer (tun, was man will - 319 A, 7/486). Segundo o
301 A, antes necessrio: Saber o que se quer e, mais ainda, [saber]
o que quer a vontade sendo em e para si, a razo, [e isso] fruto do
conhecimento e do discernimento mais profundo (Zu wissen, was man
will, und noch mehr, was der an und fr sich seiende Wille, die Vernunft, will, ist
die Frucht tiefer Erkenntnis und Einsicht - 7/468). No 187 Z, reitera-se
que ser um homem culto (gebildete Mensch), homem livre (freie
Mensch), independente ou autnomo, no poder fazer tudo o que os
outros fazem (alles machen knnen, was andere tun - 7/345).
14 Nos chamados Escritos de Nremberg e Heidelberg (Nrnberger und
Rechten kommt nur einer Person zu, und objektiv ist ein Recht aus
dem Vertrage nicht Recht an eine Person, sondern nur an ein ihr
uerliches oder etwas von ihr zu Veruerndes, immer an eine
Sache.
18 HEGEL. FD. 2010. 162. p. 175 [TP]. 7/309-310 ihre natrliche
das Verhltnis eines Vertrags ber ihre wesentliche Grundlage ist, ist
oben bemerkt worden ( 75), denn sie ist gerade dies, vom
Vertragsstandpunkte der in ihrer Einzelheit selbstndigen
Persnlichkeit auszugehen, um ihn aufzuheben. Die Identifizierung der
Persnlichkeiten, wodurch die Familie eine Person ist und die Glieder
derselben Akzidenzen [sind] [...], ist der sittliche Geist [...].
38 HEGEL. FD. 2010. 75. p. 107. 7/157 der Gegenstand des
Vertrags ist eine einzelne uerliche Sache, denn nur eine solche ist ihrer
bloen Willkr, sie zu entuern.
PAULO ROBERTO KONZEN | 67
45 HEGEL. FD. 2010. 164. p. 177. 7/315 Wie die Stipulation des
Vertrags schon fr sich den wahrhaften bergang des Eigentums
enthlt ( 79), so macht die feierliche Erklrung der Einwilligung zum
sittlichen Bande der Ehe und die entsprechende Anerkennung und
Besttigung desselben durch die Familie und Gemeinde (da in dieser
Rcksicht die Kirche eintritt, ist eine weitere, hier nicht auszufhrende
Bestimmung) die frmliche Schlieung und Wirklichkeit der Ehe aus, so
da diese Verbindung nur durch das Vorangehen dieser Zeremonie als
der Vollbringung des Substantiellen durch das Zeichen, die Sprache, als das
geistigste Dasein des Geistigen ( 78), als sittlich konstituiert ist. Damit
ist das sinnliche, der natrlichen Lebendigkeit angehrige Moment in
sein sittliches Verhltnis als eine Folge und Akzidentalitt gesetzt,
welche dem uerlichen Dasein der sittlichen Verbindung angehrt, die
auch in der gegenseitigen Liebe und Beihilfe allein erschpft sein
kann.
PAULO ROBERTO KONZEN | 71
46 Cf. HEGEL. Frhe Schriften. 1/354 [TP] das Leben hat in der Liebe
das Leben wiedergefunden; e HEGEL. FD. 175, 7/327 [TP] in
Liebe, Zutrauen und Gehorsam sein erstes Leben gelebt habe.
47 A expresso ocorre, tambm, em HEGEL. Nrnberger und Heidelberger
Schlieung der Ehe berflssig und eine Formalitt sei, die weggelassen
werden knnte, weil die Liebe das Substantielle ist und sogar durch
diese Feierlichkeit an Wert verliert, ist von Friedrich v. Schlegel in der
Lucinde [...] (Lbeck und Leipzig 1800). [...] der Freiheit und Innigkeit
der Liebe.
PAULO ROBERTO KONZEN | 73
Identitt mit der Wirklichkeit der Individuen erscheint das Sittliche, als
die allgemeine Handlungsweise derselben, als Sitte, - die Gewohnheit
desselben als eine zweite Natur, die an die Stelle des ersten blo
natrlichen Willens gesetzt [...].
PAULO ROBERTO KONZEN | 75
63 HEGEL. FD. 2010. 173. p. 182 [TP]. 7/325 In den Kindern wird
die Einheit der Ehe, welche als substantiell nur Innigkeit und Gesinnung,
als existierend aber in den beiden Subjekten gesondert ist, als Einheit
selbst eine fr sich seiende Existenz und Gegenstand, den sie als ihre Liebe, als
ihr substantielles Dasein, Lieben.
PAULO ROBERTO KONZEN | 77
Verhltnis der Liebe noch nicht objektiv; denn wenn die Empfindung
auch die substantielle Einheit ist, so hat diese noch keine
Gegenstndlichkeit. Eine solche erlangen die Eltern erst in ihren
Kindern, in welchen sie das Ganze der Vereinigung vor sich haben. Die
Mutter liebt im Kinde den Gatten, dieser darin die Gattin, beide haben
in ihm ihre Liebe vor sich. Whrend im Vermgen die Einheit nur in
einer uerlichen Sache ist, ist sie in den Kindern in einem Geistigen, in
dem die Eltern geliebt werden und das sie Lieben.
78 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
66 Cf. HEGEL. FD. 2010. 174. p. 182. 7/326; e FD. 174 Z. 7/327.
Em HEGEL. FD. 2010. 175 A. p. 183, consta: A relao de escravo
dos filhos romanos uma das instituies que mais mancham essa
legislao, e essa ofensa eticidade, no que sua vida tem de mais
interior e de mais frgil, um dos momentos mais importantes para
entender o carter dos romanos do ponto de vista da histria do
mundo e de sua orientao para o formalismo jurdico. (7/328 Das
Sklavenverhltnis der rmischen Kinder ist eine der diese
Gesetzgebung befleckendsten Institutionen, und diese Krnkung der
Sittlichkeit in ihrem innersten und zartesten Leben ist eins der
wichtigsten Momente, den weltgeschichtlichen Charakter der Rmer
und ihre Richtung auf den Rechtsformalismus zu verstehen.)
67 HEGEL. FD. 2010. 175. p. 182. 7/327 Die Kinder sind an sich
Freie, und das Leben ist das unmittelbare Dasein nur dieser Freiheit, sie
gehren daher weder anderen noch den Eltern als Sachen an. Ihre
Erziehung hat die in Rcksicht auf das Familienverhltnis positive
Bestimmung, da die Sittlichkeit in ihnen zur unmittelbaren, noch
gegensatzlosen Empfindung gebracht [werde] und das Gemt darin, als
dem Grunde des sittlichen Lebens, in Liebe, Zutrauen und Gehorsam
sein erstes Leben gelebt habe [...].
PAULO ROBERTO KONZEN | 79
Kreise der Liebe und des Zutrauens bei den Eltern gewesen sein, und
das Vernnftige mu als seine eigenste Subjektivitt in ihm erscheinen.
80 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
Vorzglich ist in der ersten Zeit die Erziehung der Mutter wichtig,
denn die Sittlichkeit mu als Empfindung in das Kind gepflanzt
worden sein. Es ist zu bemerken, da im ganzen die Kinder die Eltern
weniger Lieben als die Eltern die Kinder, denn sie gehen der
Selbstndigkeit entgegen und erstarken, haben also die Eltern hinter
sich, whrend die Eltern in ihnen die objektive Gegenstndlichkeit ihrer
Verbindung besitzen.
70 HEGEL. FD. 2010. 180 A. p. 185 e 187. 7/333 e 7/336 [...] Liebe,
Verehrung gegen ihr ehemaliges Mitglied [...]. Die Liebe, das sittliche
Moment der Ehe, ist als Liebe Empfindung fr wirkliche, gegenwrtige
Individuen, nicht fr ein Abstraktum.
PAULO ROBERTO KONZEN | 81
74 HEGEL. FD. 242. 2010. p. 222. 7/388 Das Subjektive der Armut
und berhaupt der Not aller Art, der schon in seinem Naturkreise jedes
Individuum ausgesetzt ist, erfordert auch eine subjektive Hilfe ebenso in
Rcksicht der besonderen Umstnde als des Gemts und der Liebe.
75 Cf. HEGEL. FD. 2010. 270 A. p. 240-252. 7/414-427. R. das
Verhltnis von Religion und Staat; Die Religion ist das Verhltnis zum
Absoluten in Form des Gefhls, der Vorstellung, des Glaubens;
Begriff; Vernunft; die bei der Form der Religion gegen den Staat
stehenbleiben wollen; Subjektiven; Das Objektive und Allgemeine, die
Gesetze; als bestehend und gltig bestimmt zu sein; religise
Fanatismus; dem Gerechten ist kein Gesetz gegeben; seid fromm, so
knnt ihr sonst treiben, was ihr wollt, - ihr knnt der eigenen Willkr
und Leidenschaft euch berlassen; Gesetzen und Einrichtungen; dem
84 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
dies negative Verhalten nicht blo eine innere Gesinnung und Ansicht
bleibt, sondern sich an die Wirklichkeit wendet und in ihr sich geltend
macht, entsteht der religise Fanatismus, der, wie der politische, alle
Staatseinrichtung und gesetzliche Ordnung als beengende, der inneren,
der Unendlichkeit des Gemts unangemessene Schranken und somit
Privateigentum, Ehe, die Verhltnisse und Arbeiten der brgerlichen
Gesellschaft usf. als der Liebe und der Freiheit des Gefhls unwrdig
verbannt.
77 Maiores detalhes conferir: KONZEN, P. R. A relao entre Estado e
wesentlich der Inhalt nicht in der Form des Gefhls und Glaubens
stehen, sondern gehrt dem bestimmten Gedanken an.
PAULO ROBERTO KONZEN | 85
12/30 e 12/60 Der Geist im Gegenteil ist eben das, in sich den
Mittelpunkt zu haben; er hat nicht die Einheit auer sich, sondern er
hat sie gefunden; er ist in sich selbst und bei sich selbst. Die Materie hat
ihre Substanz auer ihr; der Geist ist das Bei-sich-selbst-Sein. Dies eben
ist die Freiheit, denn wenn ich abhngig bin, so beziehe ich mich auf
PAULO ROBERTO KONZEN | 89
ein Anderes, das ich nicht bin; ich kann nicht sein ohne ein ueres;
frei bin ich, wenn ich bei mir selbst bin. Dieses Beisichselbstsein des
Geistes ist Selbstbewutsein, das Bewutsein von sich selbst. Zweierlei
ist zu unterscheiden im Bewutsein, erstens, da ich wei, und
zweitens, was ich wei. [...] Die Familie ist nur eine Person; die
Mitglieder derselben haben ihre Persnlichkeit (damit das
Rechtsverhltnis, wie auch die ferneren partikulren Interessen und
Selbstschtigkeiten) entweder gegeneinander aufgegeben (die Eltern)
oder dieselbe noch nicht erreicht (die Kinder, die zunchst in dem
vorhin angefhrten Naturzustande sind). Sie sind damit in einer Einheit
des Gefhls, der Liebe, dem Zutrauen, Glauben gegeneinander; in der
Liebe hat ein Individuum das Bewutsein seiner in dem Bewutsein
des anderen, ist sich entuert, und in dieser gegenseitigen
Entuerung hat es sich (ebensosehr das andere wie sich selbst als mit
dem anderen eins) gewonnen.
3.1. O Conceito de Amor no todo da Filosofia do Espri-
to Objetivo de Hegel
Para compreender o contexto histrico em que Hegel
redigiu a Filosofia do Direito e o lugar que o texto ocupa no
seu sistema filosfico, preciso conhecer alguns aspectos
cronolgicos da vida e da obra hegelianaI. Por exemplo, a
Filosofia do Direito uma obra publicada em 1820/1821II e,
nessa poca, Hegel, com 50 anos, era professor catedrtico
na Universidade de Berlim, j com uma vasta experincia
pedaggica em Filosofia, e j tinha inclusive publicado a
Fenomenologia do Esprito (1807), a Cincia da Lgica (1812-
1816) e tambm a Enciclopdia das Cincias Filosficas (1817).
Sobre isso, convm lembrar que o Sistema Hegeliano, com
suas vrias trades, expe a Filosofia do Esprito Objetivo
como uma de suas partes. Assim, preciso conhecer que o
seu sistema dividido em 1. Cincia ou Filosofia da Lgica,
2. Filosofia da Natureza e, ainda, 3. Filosofia do Esprito,
cada qual com suas respectivas subdivisesIII. Em resumo, a
Filosofia do Esprito dividida em: 3.1. Esprito Subjetivo,
3.2. Esprito Objetivo e 3.3. Esprito Absoluto.
Alm disso, a obra Filosofia do Direito fruto de fases
sucessivas de elaborao, pois Hegel j expe uma verso
da sua chamada Filosofia do Esprito Objetivo, em 1808,
nos denominados Escritos de Nuremberg e, depois, em 1817,
na 1 edio da Enciclopdia, em que dedicou exposio e
anlise de tal parte de sua filosofia os 401-453, sendo
que, em 1827 e 1830, na 2 e na 3 edies da Enciclopdia,
essa apresentao ocupa os 483-552.
Contudo, na Filosofia do Direito, o total de pargrafos
mais amplo, por ser a sua obra especfica dedicada apre-
sentao de tais conceitos. O contedo da obra contm as
mesmas divisesIV da Enciclopdia, mas apresenta mais ele-
mentos, pois sua exposio abarca um desenvolvimento
maior do contedo. Em suma, a exposio envolve apenas
53 pargrafos na 1 edio e 70 pargrafos na 2 e 3 edies
da Enciclopdia; enquanto isso, o texto da Filosofia do Direito
PAULO ROBERTO KONZEN | 91
1 HEGEL. FD. 2010. Prefcio. p. 30. 7/11. Dieses Lehrbuch ist eine
weitere, insbesondere mehr systematische Ausfhrung derselben
Grundbegriffe, welche ber diesen Teil der Philosophie in der von mir
sonst fr meine Vorlesungen bestimmten Enzyklopdie der philosophischen
Wissenschaften (Heidelberg 1817).
2 HEGEL. ECF (III). 487. p. 283. [TP]: 10/306 Da ich diesen Teil
Substanz, nur eine Person aus. Die Familienglieder sind nicht Personen
gegeneinander. [...] Bei den Alten hie die Gesinnung der Familienliebe,
das Handeln in ihrem Sinn pietas.
7 Ibidem. 49 A. [TP] 4/264 Diese Gesinnung besteht nher darin,
da jedes Glied der Familie sein Wesen nicht in seiner eigenen Person
hat, sondern da nur das Ganze der Familie ihre Persnlichkeit
PAULO ROBERTO KONZEN | 95
ausmacht.
8 Ibidem. 51. [TP] 4/265 Die Verbindung von Personen zweierlei
1 HEGEL. ECF (I). 159 A. [TP]: 8/306 Als fr sich existierend heit
diese Befreiung Ich, als zu ihrer Totalitt entwickelt freier Geist, als
Empfindung Liebe, als Genu Seligkeit.
2 Convm registrar que o termo amor no ocorre no texto publicado
Der Inhalt, der in dieser seiner Natrlichkeit frei wird, sind die
selbstschtigen Bestimmungen des Herzens, Eitelkeit, Stolz und die
anderen Leidenschaften und Einbildungen, Hoffnungen, Liebe und
Ha des Subjekts.
6 HEGEL. ECF (III). 436 A. [TP]: 10/226 Dies allgemeine
PAULO ROBERTO KONZEN | 99
Freiheit []. Diese Idee ist durch das Christentum in die Welt
gekommen, nach welchem das Individuum als solches einen unendlichen
Wert hat, indem es Gegenstand und Zweck der Liebe Gottes, dazu
bestimmt ist, zu Gott als Geist sein absolutes Verhltnis, diesen Geist
in sich wohnen zu haben, d. i. da der Mensch an sich zur hchsten
Freiheit bestimmt ist. Lembrando que, no 142, da FD, Hegel afirma:
A Eticidade a Ideia de liberdade (7/292 Die Sittlichkeit ist die Idee der
Freiheit).
100 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
10 HEGEL. ECF (III). 518. [TP]: 10/319-320 Der sittliche Geist als
in seiner Unmittelbarkeit enthlt das natrliche Moment, da das
Individuum in seiner natrlichen Allgemeinheit, der Gattung, sein
substantielles Dasein hat, - das Geschlechtsverhltnis, aber erhoben in
geistige Bestimmung; - die Einigkeit der Liebe und der Gesinnung des
Zutrauens; - der Geist ist als Familie empfindender Geist..
11 HEGEL. CL. [TP]: 6/429 Im Lebendigen steht das
Geschlechtsverhltnis unter diesem Schema [Natur von physikalischen
als chemischen Elementen], so wie es auch fr die geistigen
Verhltnisse der Liebe, Freundschaft usf. die formale Grundlage
ausmacht..
12 HEGEL. CL. [TP]: 6/277 Das Allgemeine ist daher die freie Macht;
102 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
es ist es selbst und greift ber sein Anderes ber; aber nicht als ein
Gewaltsames, sondern das vielmehr in demselben ruhig und bei sich selbst
ist. Wie es die freie Macht genannt worden, so knnte es auch die freie
Liebe und schrankenlose Seligkeit genannt werden, denn es ist ein
Verhalten seiner zu dem Unterschiedenen nur als zu sich selbst; in
demselben ist es zu sich selbst zurckgekehrt..
13 HEGEL. ECF (III). 529 A. [TP]: 10/325 Regieren und
the von Tuchers, who were among the most visible and notable of the
Nuremberg patrician families, having been wealthy traders in the city
for many centuries. His interest in the family went beyond the usual
considerations: A note from the papers of Jobst Wilhelm Karl von
Tucher (the "Senator" in the membership list) noted: "At the beginning
of April (1811), rector Hegel let his wishes be known ... to marry my
daughter and to request an opportunity to speak with the latter. On
April 8 he inaugurated his request with me ... He requested merely the
permission to be allowed to pay a friendly visit to my daughter."
2 NICOLIN, G. (Ed.). Hegel in Berichten seiner Zeitgenossen. 1970. p. 105:
[TP] April [1811] liess Rektor Hegel durch Frau Grundherr * seine
Wnsche, meine Tochter zu ehelichen, erffnen, und um Gelenheit,
letztere zu sprechen, bitten. Den 8. April erffnete er mir sein
Verlangen. Es wurde ihm von mir erwidert, dass die Bestimmung
meiner Einwilligung von der Entschliessung meiner Tochter abhngt.
Er bat darauf bloss um die Erlaubnis, meine Tochter freundschaftlich
besuchen zu drfen. [* Frau Sophia Maria Grundherr von
Altenhamm.].
106 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
Marie Helena Susanna von Tucher (his eldest daughter), who would in
fact marry Hegel on September 15, 1811; she was also more than
twenty years younger than he, having been born in 1791. But the von
Tucher family clearly did not assent to this all at once, even though
Marie's father said he would completely abide by her wishes in the
matter. There was clearly some negotiating to be done if an outsider
and a non-patrician such as Hegel was going to be allowed to enter the
von Tucher family.
5 Idem. p. 296: [TP] Hegel revealed his engagement to Marie von
Hegel heiratet erst, als er liebt und vielleicht liebt er auch erst, als er
heiraten kann, als ihm die Umstnde dieses Glck nicht mehr
verweigern. Denn bevor er seine Liebe erklrt hatte, vor dem 13.
April, hatte er die Mglichkeit der Heirat durch Anfrage beim Vater der
Braut gesichert. Hegel war offensichtlich verliebt, als er um Marie von
Tuchers Hand anhielt, glcklich, als er ihre Zusage bekommt, sein Herz
PAULO ROBERTO KONZEN | 109
quillt ber, als er wei, dass sie seine Liebe beantwortet. Dieser
berschwang ergiet sich in zwei Gedichte, die er im April an sie
schickt.
10 Briefe von und an Hegel. Hg. von Johannes Hofmeister. 1952. Band I:
in which what divides two lovers falls away as genuine love takes over
and re-institutes itself over and over again, creating itself, as it were, out
of its own ashes - a theme certainly in keeping with Hegel's
philosophical views.
13 Idem. p. 297 [TP]: In any event, the verse and whatever else Hegel
was doing to woo Marie von Tucher worked, and the offer of marriage
was accepted. This prompted a second piece of verse, dated April 17,
1811, in which the themes are, quite naturally, the joy that comes from
knowing one's love is reciprocated, the inability of words to express
what one feels, the envy of the singing of the sweet and melancholy
nightingale (a perennial in European poetry), how a kiss says more than
words could, and, in a manner vaguely reminiscent of the seventeenth
century "metaphysical poets" of England, a closing image of souls
touching and flowing into one another.
114 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
14Briefe von und an Hegel. Hg. von Johannes Hofmeister. 1952. Band I:
1785-1812. p. 355-356 [TP].
PAULO ROBERTO KONZEN | 115
15 Idem. p. 356 [TP]: [...] die Verbindung mit einem heben, lieben,
guten Mdchen. Mein Glck ist zum Teil an die Bedingung gebunden,
da ich eine Stelle auf der Universitt erhalte.
16 Marie Helena Susanne von Tucher era a filha mais velha de Jobst
1785-1812. p. 356 [TP]: Seit vorgestern habe ich die Gewissheit, dass
ich dieses liebe Herz mein nennen darf. Ich wei, Sie wnschen mir
herzlich Glck dazu. Ich hab ihr auch gesagt, da ich zuerst Ihnen und
der besten Frau schreiben werde. Sie heit Marie von Tucher. Sie
und die beste Frau haben sie hier gesehen. Kmen wir zusammen
nach Erlangen wie schn wre dies. [] Ich erspare mir die
Beschreibung, wie glcklich ich mich fhle;
116 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
meiner Liebe zu Dir noch vermehrt worden ist. [...] ich Dich immer
tiefer, durch und durch liebenswrdig, liebend und liebevoll fhle und
PAULO ROBERTO KONZEN | 117
were all cleared, and on September 15, 1811, Hegel and Marie von
Tucher were wed. Hegel was now quite satisfied; in a burst of untypical
enthusiasm, he announced to Niethammer, "I have now reached my
earthly goal. For what more does one want in this world than an official
post and a dear wife? []".
22 Briefe von und an Hegel. Hg. von Johannes Hofmeister. 1952. Band I:
nacionalismo alemo.
VI Existem ainda outras obras, como, por exemplo, GHIRALDELLI
Hegel? Uma resposta consta em HEGEL. FD. 2010. 144. p. 167: [...]
o tico tem um contedo estvel, que para si necessrio e um subsistir
que se eleva acima do opinar subjetivo e do bel-prazer, as leis e institui-
es sendo em e para si. (7/293-294 [...] das Sittliche einen festen Inhalt
hat, der fr sich notwendig und ein ber das subjektive Meinen und
Belieben erhabenes Bestehen ist, die an und fr sich seienden Gesetze und
Einrichtungen.); em HEGEL. FD. 2010. 150. p. 170: O tico, en-
quanto se reflete no carter individual como tal, determinado pela natu-
PAULO ROBERTO KONZEN | 141
Um filosofar sem sistema no pode ser algo cientfico; alm de que tal
filosofar exprime para si, antes, uma mentalidade subjetiva, contin-
gente segundo seu contedo. Um contedo somente tem sua justifica-
o como momento do todo, mas, fora dele, tem uma hiptese no
fundada ou uma certeza subjetiva; muitos escritos filosficos se delimi-
tam a exprimir desse modo apenas disposies espirituais e opinies. (8/59-
60 Ein Philosophieren ohne System kann nichts Wissenschaftliches sein;
auerdem, da solches Philosophieren fr sich mehr eine subjektive
Sinnesart ausdrckt, ist es seinem Inhalte nach zufllig. Ein Inhalt hat
allein als Moment des Ganzen seine Rechtfertigung, auer demselben
aber eine unbegrndete Voraussetzung oder subjektive Gewiheit; viele
philosophische Schriften beschrnken sich darauf, auf solche Weise nur
Gesinnungen und Meinungen auszusprechen.). Alm disso, no 15, p. 55
[TP], consta: Cada uma das partes da filosofia um todo filosfico,
um crculo que se fecha dentro de si mesmo, mas a ideia filosfica est
nisso em uma particular determinidade ou elemento. [...] o todo se
apresenta, por isso, como um crculo de crculos, cada um dos quais
um momento necessrio, de modo que o sistema de seus elementos
prprios constitui a ideia completa, que igualmente aparece em cada
elemento singular. (8/60 Jeder der Teile der Philosophie ist ein
philosophisches Ganzes, ein sich in sich selbst schlieender Kreis, aber
die philosophische Idee ist darin in einer besonderen Bestimmtheit
oder Elemente. [...] das Ganze stellt sich daher als ein Kreis von
Kreisen dar, deren jeder ein notwendiges Moment ist, so da das
System ihrer eigentmlichen Elemente die ganze Idee ausmacht, die
ebenso in jedem einzelnen erscheint.). Trata-se, a princpio, da ideia de
sistema filosfico enquanto circular ou espiral ascendente.
XI Hegel distingue wirklich e Wirklichkeit, enquanto efetivo e efetivi-
ra: Ns idosos, que nos tornamos homens nas tempestades do tempo, podemos
vos considerar felizes, cuja juventude cai nestes dias, em que vocs
podem se dedicar integralmente verdade e cincia. Eu tenho dedicado
minha vida cincia, e alegro-me agora por encontrar-me em uma posi-
o, em que posso contribuir, em medida mais elevada e em esfera mais
ampla de ao, na difuso e no reavivamento do interesse cientfico
superior e, de incio, na introduo de vs no mesmo. Eu espero con-
seguir merecer e conquistar a vossa confiana. Mas, inicialmente, no posso reivin-
dicar nada de vocs alm de que tragam junto a confiana na cincia e a confiana
em si mesmos. A coragem da verdade, a crena no poder do esprito a primeira
condio da filosofia. O ser humano, por ser esprito, pode e deve se considerar
PAULO ROBERTO KONZEN | 147
digno do mais elevado. (Vorlesungen ber die Geschichte der Philosophie. [TP]
18/13 Wir lteren, die wir in den Strmen der Zeit zu Mnnern gereift sind,
knnen Sie glcklich preisen, deren Jugend in diese Tage fllt, wo Sie
sich der Wahrheit und der Wissenschaft unverkmmerter widmen
knnen. Ich habe mein Leben der Wissenschaft geweiht, und es ist mir er-
freulich, nunmehr auf einem Standorte mich zu befinden, wo ich in
hherem Mae und in einem ausgedehnteren Wirkungskreise zur Ver-
breitung und Belebung des hheren wissenschaftlichen Interesses
mitwirken und zunchst zu Ihrer Einleitung in dasselbe beitragen kann.
Ich hoffe, es wird mir gelingen, Ihr Vertrauen zu verdienen und zu gewinnen.
Zunchst aber darf ich nichts in Anspruch nehmen, als da Sie vor allem nur
Vertrauen zu der Wissenschaft und Vertrauen zu sich selbst mitbringen. Der Mut
der Wahrheit, der Glaube an die Macht des Geistes ist die erste Bedingung der
Philosophie. Der Mensch, da er Geist ist, darf und soll sich selbst des Hchsten
wrdig achten;).
XIII Convm registrar e destacar uma passagem importante do 270 A
fr sich - em si e para si; an und fr sich - em e para si; bei sich - junto de si;
150 | O CONCEITO DE AMOR TICO NA DE G. W. F. HEGEL
in sich - dentro de si; frsich, fr sich, frsichsein - para-si, para si, ser-para-
si; sein - ser; sein fr anderes - ser para outro; anderssein - ser-outro;
ansichsein - ser-em-si; frsichsein - ser-para-si; in-sich-sein - ser-dentro-de-si;
mit sich - consigo.
III Sobre a atualidade ou no do conceito hegeliano de famlia, entre
reconhecimento. 2003. p. 23, 30, 156, 160, 272: [...] modelo conceitual
hegeliano de uma luta por reconhecimento {recproco = wechselseitigen
Anerkennung} [...]. [...] pretenso dos indivduos ao reconhecimento
intersubjetivo {intersubjektiver Anerkennung} de sua identidade [...]. [...]
experincia intersubjetiva do amor [...]. Para Hegel, o amor representa a
primeira etapa de reconhecimento recproco, porque em sua efetivao
os sujeitos se confirmam mutuamente na natureza concreta de suas
carncias, reconhecendo-se assim como seres carentes: na experincia
PAULO ROBERTO KONZEN | 153
als er kann, was er will). Alm disso, nos chamados Escritos de Nrem-
berg e Heidelberg consta o seguinte: pertence ao mais difcil e, por isso,
ao superior que se pode dizer de um homem que ele sabe o que quer
(Nrnberger und Heidelberger Schriften. [TP]: 4/528 gehrt es zum
Schwersten und darum zum Grten, was man von einem Menschen
sagen kann, da er wei, was er will).
IX Sobre o amor promover uma suposta relao de harmonia ou de
por olho, dente por dente, dizem as leis; a retribuio e a igualdade das
mesmas o princpio sagrado de toda justia, o princpio em que deve
descansar toda a constituio estatal. Mas, Jesus exige em geral a abdi-
cao [Aufgebung] dos direitos, a elevao acima de toda a esfera da
justia ou injustia mediante o amor [Liebe], no qual, com o direito,
desaparece tambm este sentimento de desigualdade e o deve deste
sentimento, que exige igualdade, isto , [desaparece] o dio contra os
inimigos. (1/331 Aug um Auge, Zahn um Zahn, sagen die Gesetze;
die Wiedervergeltung und die Gleichheit derselben ist das heilige
Prinzip aller Gerechtigkeit, das Prinzip, auf dem jede Staatsverfassung
ruhen mu. Aber Jesus fordert im allgemeinen Aufgebung des Rechts,
Erhebung ber die ganze Sphre der Gerechtigkeit oder
Ungerechtigkeit durch Liebe, in welcher, mit dem Rechte, auch dies
Gefhl der Ungleichheit und das Soll dieses Gefhls, das Gleichheit
fordert, d. i. der Ha gegen Feinde verschwindet.)
XII Na Cincia da Lgica e na Enciclopdia, Hegel apresenta a diferena
odo moderno. Isso porque, ao longo dos sculos, podemos dizer que se
reconheceu o amor como um sentimento diferente do mero desejo
sexual ou da paixo. [...]. Se levarmos em conta que liberdade, para
Hegel, nunca se conforma a uma libertinagem, o poder de se fazer
meramente o que se quiser, tambm o amor, para Hegel, no um
mero amor livre, pois ele envolve, necessariamente, dois sujeitos que
buscam mais do que simplesmente o prazer obtido de seus corpos. Um
corpo abriga uma unidade dele mesmo e uma mente e esta tambm
deve ter sua cota de participao no somente no ato sexual, mas pela
companhia constante de outro ser que se torna, ento, parte dele mes-
mo. Tratar-se- de um reconhecimento mais ntimo, o qual ser obtido
por meio de outro participando dessa intimidade e que, por sua vez,
tambm exigir o seu prprio reconhecimento. Todavia, esse reconhe-
cimento almejado pelas pessoas, em sua intimidade e por meio da inti-
midade, somente poderia ocorrer se esses mesmos sujeitos tivessem a
liberdade necessria para decidirem sobre a eleio de seu cnjuge e o
direito de escolher com quem partilhar a sua intimidade. [...] Para He-
gel, o conceito de amor desempenha um papel redentor e abarcador.
Ele fornece uma espcie de primeiro elemento aglutinador para a Etici-
dade. Isso porque o amor um princpio que confere ao indivduo,
enquanto construo histrica (espiritual), um valor infinito. [...] Dessa
maneira, para Hegel, a primeira raiz tica do Estado, a unidade substan-
cial que a famlia, envolve a disposio de esprito do amor (die Ge-
sinnung der Liebe), isto , um sentimento alado posio de disposio
espiritual (Gesinnung) para a formao de uma instituio primordial em
toda a construo da Eticidade. [...] A existncia do casamento pode se
iniciar com um sentimento natural, que se transforma numa disposio
tica do amor, tendo sua fundao em elementos que iro depender, na
verdade, do futuro do relacionamento entre marido e mulher..
XV Sobre isso, convm ver HSLE, V. O Sistema de Hegel. 2007. p. 579-
wird (S. 140 ff.), Die Art, wie er das Sittliche dieses Verhltnisses
hervorhebt, zeigt ihn ebenso als den tiefen, mitfhlenden Kenner der
menschlichen Natur wie als den klaren, praktischen Beurteiler der
menschlichen Verhltnisse.).
XIX Sobre isso, no 552 A, da ECF (III), Hegel critica os ditos votos de
ser Seite des Menschen die Familie; statt des Gelbdes der Armut (dem,
sich in Widerspruch verwickelnd, das Verdienst des Wegschenkens der
Habe an die Armen, d. i. die Bereicherung derselben entspricht) gilt die
Ttigkeit des Selbsterwerbs durch Verstand und Flei und die Rechtschaf-
fenheit in diesem Verkehr und Gebrauch des Vermgens, die Sittlichkeit
in der brgerlichen Gesellschaft; statt des Gelbdes des Gehorsams gilt
der Gehorsam gegen das Gesetz und die gesetzlichen Staatseinrichtungen,
welcher selbst die wahrhafte Freiheit ist, weil der Staat die eigene, die
sich verwirklichende Vernunft ist; die Sittlichkeit im Staate. So kann dann
erst Recht und Moralitt vorhanden sein. Es ist nicht genug, da in der
Religion geboten ist: Gebt dem Kaiser, was des Kaisers ist, und Gott, was
Gottes ist; denn es handelt sich eben darum, zu bestimmen, was der
Kaiser sei, d. i. was dem weltlichen Regimente gehre; und es ist
bekannt genug, was auch das weltliche Regiment in Willkr sich alles
angemat hat, wie seinerseits das geistliche Regiment. Der gttliche
Geist mu das Weltliche immanent durchdringen, so ist die Weisheit
konkret darin und seine Berechtigung an ihm selbst bestimmt. Jenes
konkrete Inwohnen aber sind die angefhrten Gestaltungen der Sit-
tlichkeit, die Sittlichkeit der Ehe gegen die Heiligkeit des ehelosen
Standes, die Sittlichkeit der Vermgens- und Erwerbsttigkeit gegen die
Heiligkeit der Armut und ihres Miggangs, die Sittlichkeit des dem
Rechte des Staates gewidmeten Gehorsams gegen die Heiligkeit des
pflicht- und rechtlosen Gehorsams, der Knechtschaft des Gewissens.).
Sobre isso, nas Lies sobre a Filosofia da Histria (Vorlesungen ber die Philo-
sophie der Geschichte), Hegel ainda afirma: Uma eticidade , pois, o amor,
o sentimento na relao de casamento. No preciso dizer que o celibato
seja contra a natureza, porm contra a eticidade. O casamento foi
colocado pela Igreja como sacramento, mas, apesar disso, foi degrada-
do, na medida em que o celibato [ou o no casar] vale como o mais
sagrado [ou santo]. ([TP] 12/457 Eine Sittlichkeit ist nmlich die der
Liebe, der Empfindung in dem ehelichen Verhltnisse. Man mu nicht
sagen, das Zlibat sei gegen die Natur, sondern gegen die Sittlichkeit.
Die Ehe wurde nun zwar von der Kirche zu den Sakramenten gerech-
net, trotz diesem Standpunkte aber degradiert, indem die Ehelosigkeit
als das Heiligere gilt.).
XX Ver SCHLEGEL, Friedrich. Lucinde: Ein Roman. Berlin: Henrich
(den hohen Leichtsinn unserer Ehe - p. 27). Ora, sobre isso, nas suas Lies
sobre a Esttica (Vorlesungen ber die sthetik), Hegel tambm afirma: As
piadas, porm, no devem ser mais do que frivolidade divertida, e no
deve vir a ser feito desleixo santidade e excelncia mais elevada,
como no tempo de Lucinde de Friedrich von Schlegel. ([TP] 14/116
Die Spe sollen aber nichts weiter als ausgelassene Leichtfertigkeit
sein, und es soll nicht etwa die Liederlichkeit zur Heiligkeit und
hchsten Vortrefflichkeit gemacht werden, wie zur Zeit von Friedrich
von Schlegels Lucinde.). Assim, o Sr. Friedrich von Schlegel
defenderia, segundo Hegel, um pathos [algo patolgico] desprezvel e
uma m representao ([TP] 14/179 Herrn Friedrich von Schlegels
[...] ein verchtliches Pathos und eine schlechte Vorstellung [...]).
XXI Sobre isso, HSLE, V. O Sistema de Hegel. 2007. p. 581, afirma: Por
did not equate patriotism and love, but as we have seen patriotism
performs the same function in the state as love does in marriage, and
the attitude or logic it conveys is the same as that expressed in
love.). Tambm ORMISTON, A. Love and Politics: Re-interpreting Hegel.
2004. p. 90, apresenta o seguinte subttulo: A experincia do
patriotismo e como ele difere do amor ([TP] The Experience of Pa-
triotism and How It Differs from Love) e, depois, na p. 91, afirma: A
unidade que encontramos aqui [no patriotismo] uma unidade muito
mais desenvolvida e completa do que tnhamos com o amor. Assim, a
noo de patriotismo que Hegel descreve na Filosofia do Direito, de
fato, leva-nos alm da experincia de amor e piedade, em termos de
elaborao da unidade do eu e do mundo e em termos do
envolvimento da razo no desenvolvimento desta unidade. ([TP] The
unity we encounter here [in patriotism] is a much more developed and
complete unity than we had with love. Thus the notion of patriotism
that Hegel outlines in Philosophy of Right does indeed take us beyond
the experience of love and forgiveness, in terms of elaborating the unity
of self and world and in terms of the involvement of reason in develop-
ing this unity.)
XXIII Sobre virtude (Tugend), convm ver HEGEL. FD. 2010. 270 A.
educao das crianas. ([TP] The children within the family also
serve, Hegel argued, to make the "subjective" love of husband and wife
"objective", to give an anchor to what might have been only a chancy
emotional relationship through the common commitment to the educa-
tion of the children.). HSLE, V. O Sistema de Hegel. 2007. p. 583-584:
Somente na famlia propriamente dita, isto , nos filhos, consuma-se,
segundo Hegel, o casamento. Hegel at consegue ver j na relao dual
do casamento uma estrutura afirmativa 211; [...] {211 Justamente por isso
Hegel tambm no considera casamento sem filhos contrrios ao con-
ceito ( 162 Z, 7.312; 164, 7.315). Todavia, levanta-se a questo se
tambm casamentos entre pessoas do mesmo sexo no teriam de ser
permitidos. [...] Hegel considera a gerao e criao dos filhos a con-
firmao exatamente da estrutura dual: o amor enquanto a relao dos
cnjuges objetiva-se no filho e se torna pessoa nessa mesma relao.};
CIOTTA, T. A Famlia como Eticidade Substancial. 2009. p. 135: O
casamento estabelece uma unidade entre marido e mulher, sob outros
dois aspectos. Primeiro, sob o ponto de vista do sentimento do amor,
que atravs de uma partilha intersubjetiva entre personalidades diferen-
tes, onde, um encontra no outro, o complemento de si mesmo e vice-
versa. Segundo, o casamento estabeleceu uma unio tica, atravs do
reconhecimento pblico dessa unio diante de uma assembleia ou de
uma comunidade. Porm, nos filhos que a sntese entre o biolgico, o
subjetivo o amor e o tico constitui uma unidade. Do ponto de
vista biolgico, os filhos constituem uma unidade sinttica do pai e da
me. Portanto, o que estava biologicamente separado encontra-se agora
unido. Do ponto de vista subjetivo, o amor se objetiva na forma de
amor paternal e maternal. Do ponto de vista tico, esta unio se trans-
forma numa comunidade, a famlia. A famlia o lugar onde o biol-
gico, o subjetivo e o tico encontram sua realidade efetiva.
XXVI Sobre isso, convm ver HSLE, V. O Sistema de Hegel. 2007. p.
die Freundschaft und die Liebe ein Beispiel fr die Freiheit in der
ueren Sphre des Sozialen abgeben: [...] Obwohl Hegel diese
Ausfhrungen auf die Ebene der bloen Empfindung beschrnkt
wissen mchte, ist in der darin verwendeten Formulierung vom Bei-
sich-selbst-Sein im Anderen doch der Schlssel seiner Konzeption
sozialer Freiheit enthalten;).
XXIX Sobre amar teu prximo (Liebe deinen Nchsten), convm ressaltar
Mensch nur glaube, was er wisse, da sein Gewissen als ein Heiliges
unantastbar sein solle; in der gttlichen Gnade ist der Mensch nichts
Passives; er ist mit seiner subjektiven Freiheit wesentlich dabei, und in
seinem Wissen, Wollen, Glauben ist das Moment der subjektiven
Freiheit ausdrcklich gefordert.). Alm disso, no famoso Prefcio da
sua Filosofia do Direito, p. 43-44, Hegel reitera: uma grande obstina-
o, obstinao que faz honra ao ser humano, de nada querer reconhe-
cer na disposio espiritual [Gesinnung] que no seja justificado pelo
pensamento, e essa obstinao a caracterstica dos tempos moder-
nos, alm disso o princpio prprio do protestantismo. O que Lutero
comeou a aprender enquanto f no sentimento e no testemunho do
esprito, isso o mesmo que, posteriormente, o esprito mais maduro se
esforou por apreender no conceito e, assim, se libertar no presente e,
com isso, encontrar-se nele. (7/27 Es ist ein groer Eigensinn, der
Eigensinn, der dem Menschen Ehre macht, nichts in der Gesinnung
anerkennen zu wollen, was nicht durch den Gedanken gerechtfertigt
ist, - und dieser Eigensinn ist das Charakteristische der neueren Zeit,
ohnehin das eigentmliche Prinzip des Protestantismus. Was Luther als
Glauben im Gefhl und im Zeugnis des Geistes begonnen, es ist
dasselbe, was der weiterhin gereifte Geist im Begriffe zu fassen und so
in der Gegenwart sich zu befreien und dadurch in ihr sich zu finden
bestrebt ist.). Alm disso, no 270 A da Filosofia do Direito, ao abordar
a relao do Estado com a religio (7/415 das Verhltnis des Staats zur
Religion), entre outros aspectos, Hegel afirma, na p. 250: no protestan-
tismo, tambm no h clero que seja depositrio exclusivo da doutrina
da Igreja, porque nele no h leigos (7/425 im Protestantismus gibt es
auch keine Geistlichkeit, welche ausschlieender Depositr der
kirchlichen Lehre wre, weil es in ihm keine Laien gibt). Enfim, con-
vm destacar, em resumo, o seguinte: no 270 A da FD, Hegel analisa
a relao do Estado com a religio (das Verhltnis des Staats zur
Religion); na 552 A, da ECF (III), Hegel analisa a relao entre Estado e
religio (das Verhltnis von Staat und Religion) e, ainda, a relao da reli-
gio com o Estado (das Verhltnis der Religion zum Staate); nas Lies
sobre a Filosofia da Religio (Vorlesungen ber die Philosophie der Religion),
consta captulo intitulado A relao da religio com o Estado (Das
Verhltnis der Religion zum Staat); por fim, alm disso, existe a chamada
A relao da Filosofia com a Religio (Das Verhltnis der Philosophie zur
Religion), apresentada (1.) no 573 da ECF (III), (2.) nas Lies sobre a
Histria da Filosofia (Vorlesungen ber die Geschichte der Philosophie) e (3.) nas
Lies sobre a Filosofia da Religio (Vorlesungen ber die Philosophie der Reli-
gion).
IV Na sequncia do 482 A, da ECF (III), Hegel registra: O Cristia-
nismo fez com que seus adeptos, na sua efetividade, por exemplo, no
PAULO ROBERTO KONZEN | 181
cama foi trazida para a sala de estar, e ele rapidamente adormeceu nela.
O mdico chegou novamente e administrou outro emplastro de
mostarda. (Marie havia aplicado sanguessugas na noite anterior; Hegel
estava provavelmente muito anmico nessa poca, e, embora ela no
poderia ter sabido, isso pode ter piorado a situao um pouco.)
medida que o dia passava, a condio de Hegel rapidamente piorou; ele
no conseguia urinar, e ele comeou a soluar furiosamente. Neste
ponto, o primeiro mdico convocou um segundo mdico. Hegel, que
estava plenamente consciente durante tudo isso, deve ter temido o pior
neste momento. De acordo com a lei prussiana recentemente
promulgada, se um mdico suspeitava que um paciente sofresse de
clera, ele era obrigado por lei imediatamente a convocar um segundo
mdico. Vendo os dois mdicos de p ao lado dele aplicando emplastro
de mostarda sobre todo o seu corpo e mergulhando-o em extrato de
camomila, Hegel deve ter sabido de que eles pensavam que estavam
errados e que seus piores medos pareciam se tornar realidade. Mas ele
exibia um completo sangue frio sobre a coisa toda, sem dvida
esperando no dar qualquer aflio sua famlia, assim, no disse nada
e continuou como se no se preocupasse com o estado de coisas. s
3:00 da tarde, ele comeou a sentir clicas no peito e a respirar muito
debilitado; ele se queixou de falta de ar e de como ele estava
desconfortvel e pediu para ser deitado de lado; seus dois filhos
apoiaram sua cabea para que pudesse respirar mais facilmente; ele
ento adormeceu, e em torno de 4:45, seu pulso comeou a diminuir
rapidamente, sua respirao tornou-se mais forada, e ento ficou
muito fraco. Seu rosto de repente ficou gelado. Johannes Schulze, que
morava ao lado, recebeu um aviso ansioso de Marie s 4:45 da tarde
para vir antes que fosse tarde demais; ele se apressou e, chegou ao
quarto por volta das 5:00, encontrando Marie e seus dois filhos em p,
visivelmente abalados, ao lado da cama; ele foi at onde Hegel estava
deitado e determinou que ele tinha morrido. Ele e Marie fecharam
juntos os olhos de Hegel. Os mdicos chegaram e declararam Hegel
morto de clera. ([TP] He [Hegel] arose on Sunday [November 13] in
good spirits; he and Marie had invited some old friends over for dinner
that evening, and he was looking forward to it. Suddenly at 11:00 A.M.
on Sunday, he [Hegel] began to complain of severe stomach pains. A
physician was summoned, who arrived at 2:00 and, seeing nothing
more than a case of irritation of the stomach, prescribed a mustard
plaster for the abdomen. But shortly thereafter Hegel began vomiting
"gall" (which might have been bile but might also have been stomach
juices mixed with blood). Dinner with their friends was postponed, and
Hegel retired to bed. He had a fitful night, being in great discomfort
and more or less unable to sleep. Marie, clearly worried about him,
PAULO ROBERTO KONZEN | 189
stayed up all night with him; he tried to reassure her that everything
was fine, that he was just uncomfortable with his (now) usual stomach
pains, and that she should get some sleep. The next day, November 14,
Hegel arose, much, much weaker than normal, and collapsed on his
way to the sofa in the living room; his bed was brought into the living
room, and he quickly fell asleep in it. The physician arrived again and
administered another mustard plaster. (Marie had applied leeches the
night before; Hegel was quite likely anemic by this time, and, although
she could not have known it, this might have worsened the situation
quite a bit.) As the day wore on, Hegel's condition quickly worsened; he
could not urinate, and he began hiccupping wildly. At this point, the
first physician summoned a second physician. Hegel, who was fully
conscious during all this, must have feared the worst at this point. Ac-
cording to recently enacted Prussian law, if a physician feared a patient
was suffering from cholera, he was required by law immediately to
summon a second physician. Seeing those two physicians standing
beside him applying mustard plasters over his entire body and soaking
him in chamomile extract, Hegel must have known what they thought
was wrong and that his worst fears seemed to be coming true. But he
displayed complete sangfroid about the whole thing, no doubt hoping
not to give any distress to his family, said nothing, and carried on as if
he were unconcerned with the state of affairs. At 3:00 P.M., he began
to experience chest cramps and to breathe very uneasily; he complained
of lack of air and of how uncomfortable he was and requested to be
rolled onto his side; his two sons propped his head up so he could
breathe easier; he then fell asleep, and around 4:45, his pulse began
rapidly to sink, his breathing became more forced, and then it became
quite weak. His face suddenly turned ice cold. Johannes Schulze, who
lived next door, had received an anxious note from Marie at 4:45 P.M.
to come before it was too late; he had hurried over and, coming into
the room around 5:00, on finding Marie and her two sons standing,
visibly shaken, by the bedside, he went over to where Hegel was lying
and determined that he had died. He and Marie together closed Hegel's
eyes. The physicians arrived and pronounced Hegel dead from
cholera.). So aspectos biogrficos que destacam o amor tico entre o
casal, inclusive no momento derradeiro da vida de Hegel.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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______ Grundlinien der Philosophie des Rechts oder Naturrecht und Staatswis-
senschaft im Grundrisse. In: Werke. Vollstndige Ausgabe durch
einen Verein von Freunden des Verewigten. Vol. 8. Eduard
Gans (ed.). Berlin: Duncker und Humblot, 1833.
______ Grundlinien der Philosophie des Rechts oder Naturrecht und Staatswis-
senschaft im Grundrisse. Mit Hegels eigenhndigen Randbe-
merkungen in seinem Handexemplar der Rechtsphilosophie.
Johannes Hoffmeister (ed.). Hamburg: Felix Meiner, 1967.
______ Grundlinien der Philosophie des Rechts oder Naturrecht und Staatswis-
senschaft im Grundrisse. Mit Hegels eigenhndigen Notizen und
den mndlichen Zustzen. - Hegel Werke 7. E. Moldenhauer e
K. M. Michel (ed.). Berlin: Hegel-Institut, Talpa Verlag, 2000.
CD-ROM.
______ Naturrecht und Staatswissenschaft im Grundrisse. Neue Ausgabe von
Georg Lasson. Leipzig: Verlag von Felix Meiner, 1911.
2. Ps-Hegelianas
ABBAGNANO, Nicola. Dicionrio de filosofia. Trad. de Alfredo Bosi.
So Paulo: Martins Fontes, 1999.
KAIN, Philip J.. Hegel, Recognition, and SameSex Marriage. In: Jour-
nal of Social Philosophy. Vol. 46, Issue 2, June 2015. p. 226-241.