05 - Canção de Consagração
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CANÇÃO DE CONSAGRAÇÃO
O CÂNTICO DE DAVI
1 Crônicas 29.1-22
Não há nada mais motivador e inspirador para uma canção do que chegar ao final de
uma caminhada com sucesso, e encerrar uma jornada com bom êxito. Tal sentimento
é perceptível, por exemplo, em torcidas de futebol, quando o time para o qual se torce
completa o campeonato de maneira vitoriosa.
Canções efusivas, alegres e que celebram a vitória são compostas e entoadas até à
exaustão. Outras vezes, quando representantes da nação retornam de uma
competição com êxito, quer nas Olimpíadas, na Fórmula 1, numa Copa do Mundo ou
em uma competição qualquer, o que se percebe é o aflorar do sentimento de amor à
pátria e a celebração do hino nacional como manifestação da alegria de todo um povo.
O hábito de compor canções após lutas marcadas por vitórias é fartamente visto nas
Escrituras. A alegria pela vitória, após uma longa jornada, com tremendas oposições e
inúmeras dificuldades, traz-nos canções ao coração. É assim que podemos ver a
canção de Davi, uma oração de louvor e alegria em meio às vitórias de sua jornada.
O contexto histórico
O reinado de Davi foi o segundo da monarquia de Israel. Seu reinado durou cerca de
40 anos (I Cr 29.27). Foram quarenta anos de vitórias e o povo já se acostumara com
as batalhas e com a alegria do retorno de seus vitoriosos soldados comandados por
um rei valoroso. Não foram poucos os inimigos combatidos. Alguns internamente, mas
a maioria desses inimigos eram os vizinhos enfurecidos. O reinado de Davi se tornou
para Israel símbolo de vitória e bom êxito.
Todavia, o rei envelheceu, e, avançado em dias, sem forças e prestes a morrer, ora a
Deus. Olhando para a sua trajetória de lutas, com diversos obstáculos, e relembrando
as vitórias alcançadas, Davi louva ao Senhor e deseja construir um templo. Antes de
passar o governo para seu filho, ele expressa sua alegria nessa oração. Podemos
aprender com Davi, a celebrar as vitórias da vida, consagrando-nos mais e mais ao
Senhor.
Tudo isso Davi tinha também para celebrar em sua oração, mas não o fez. Aqui vemos
a celebração da alegria pela vitória na vida, atribuída a Deus. Somente a Deus. Não
era uma visão de um Deus sujeito às instabilidades, às tempestades e aos incidentes
da vida. Qual é o Deus revelado nessa oração?
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O mesmo Deus que conhecia o seu pecado e a sua crise familiar. Ao recordar as
mudanças em sua vida e perceber tantas voltas, tanto sobe e desce, Davi percebe
também que se ele chegava ao fim com êxito, era exclusivamente porque Deus
continuava o mesmo.
Quem era, agora, o gigante filisteu? E o rebelde Absalão? E quem era Saul que
intentou tirar-lhe a vida? Já haviam passado como um breve pensamento. Mas Deus
continuava o mesmo, de eternidade a eternidade (Is 46.3,4).
Ao olhar para trás, podia perceber como este Deus soberano e Senhor conduziu a
História. Pela nossa maneira míope de ver a História, muitas vezes dizemos: "Deus
escreve certo por linhas tortas". Mas o que Davi percebia é que Deus escreve certo
por linhas certas. Um Deus Soberano e Senhor, que governa e reina, é o Deus
celebrado nesta canção.
Davi destacava com grandes letras que a provisão para a construção do templo viera
das próprias mãos do Senhor e eram suficientes para toda a obra.
O Senhor Jesus nos ensinou na oração do Pai Nosso, que também o alimento, o pão
que nos é tão necessário, vem das mãos do Pai: "o pão nosso de cada dia dá-nos
hoje..."
E a visão que tem de si mesmo, do próprio homem é estarrecedora: "Ai de mim! Estou
perdido! Porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de
impuros lábios..." (Is 6.5)
Golias. Todavia, a indagação do rei: "Quem sou eu?" remonta o Salmo 8.3,4: "Quando
contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que tu
estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres?"
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Nada aqui nos prende e nada nos pertence. Nossa vida se esvai rapidamente. Moisés
compôs o Salmo 90, que assim afirma: "Antes que os montes nascessem e se
formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus... Acabam-se os
nossos anos como um breve pensamento..."
Ele é o Senhor de toda a terra. As alturas dos montes lhe pertencem... O homem deve
perceber em sua visão que nada mais é do que um mordomo dos recursos divinos.
Sua mordomia deve ser fiel. Os bens, riquezas e recursos que Deus tem dispensado a
cada um de nós, não são um fim em si mesmos; mas, antes, uma oportunidade para
servir ao Senhor.
A grande enfermidade dos cristãos atuais está relacionada a uma visão distorcida da
obra. As pessoas querem as bênçãos de Deus, mas não querem um envolvimento
com a sua obra. Não aceitam responsabilidades. Jesus bem lembrou: "Quem põe a
mão no arado, não pode mais olhar para trás" (Lc 9.62). Davi expressa em sua oração
um envolvimento com a obra. De que maneira?
"Não há mais espaços para o culto às nossas celebridades" - afirma o Pr. Ricardo
Barbosa. É hora de enxergarmos que todos somos pecadores e chamados para uma
tarefa na qual os recursos, dons e talentos, são advindos do próprio Deus. Cabe-nos a
sinceridade e o amor na realização da obra.
Desafios
1. Muitas igrejas, hoje, deixaram de celebrar um Deus imutável e eterno, soberano e
senhor, providente e presente, para entoar pobres gritos de guerra e provocações ao
diabo. Nosso desafio é redescobrir, na História, os gestos tremendos que revelam o
caráter de um grande Deus, e celebrá-lo com alegria e contrição. Um Deus vivo e
verdadeiro, majestoso e único.
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2. Em um mundo onde o homem é avaliado pelo que tem, nosso desafío é anunciar,
cantar e entoar que o homem nada pode e nada será sem Deus em sua vida.
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