Direito Trabalho - Cej 2005
Direito Trabalho - Cej 2005
Direito Trabalho - Cej 2005
Concurso da PGE e da PGM: ler a revista da PGE. Essa última relação que eu fiz aqui: relação de
trabalho em gênero, cuja espécie relação de emprego, eu
também posso fazer com contrato (contrato de trabalho no
Relação de trabalho ≠ Relação de emprego sentido latu = em gênero ), cuja espécie é o contrato de
trabalho em sentido stricto, o contrato de emprego.
Trabalhador ≠ Empregado
A expressão contrato de trabalho será utilizada
Tomador de Serviço ≠ Empregador sempre, desde que uma pessoa trabalhe para outra.
Mais como vamos diferenciar o contrato do sentido
A relação de trabalho sempre existirá, basta que latu para o contrato do sentido stricto? Dependendo da
uma pessoa, a figura do trabalhador, preste serviço a uma maneira como o serviço for prestado, dependendo das
outra, o tomador de serviço. características dessa relação.
O trabalhador é pessoa natural ou pessoa física, Vínculo empregatício traduz a existência da relação
prestando serviços a um tomador, que poderá ser pessoa de emprego, a prestação de serviços sobre determinadas
natural ou jurídica. Não importa a maneira como o serviço é condições, só havendo vínculo empregatício entre o
prestado, sempre existirá a relação de trabalho, basta que empregado e o empregador. Não há vínculo empregatício
uma pessoa natural preste serviço a uma outra pessoa entre o trabalhador e o tomador de serviços.
natural ou jurídica. Só há vínculo empregatício entre o empregado e o
Relação de emprego. Para existir relação de empregador, que traduz dessa maneira como o serviço é
emprego é necessário que uma pessoa natural, a figura do prestado.
empregado, preste serviço sobre determinadas condições, de Importância da distinção entre trabalhador e
uma determinada maneira. empregado:
O empregado é um trabalhador, mais um Todo empregado tem garantias trabalhistas
trabalhador que presta serviço de uma determinada forma, o asseguradas, havendo vínculo empregatício, trabalhando
trabalhador que reúne certas características nessa prestação sobre determinadas condições, atrai férias, décimo terceiro
de serviço. salário, aviso prévio, fundo de garantia, ou seja, todas as
O empregado ( pessoa natural ), presta serviço garantias ditas trabalhistas.
sobre determinadas condições a um empregador. Quem é o Já o trabalhador, nem sempre tem as garantias
empregador? É um tomador de serviços, é um contratante, trabalhistas garantidas, inclusive a maior parte dos
mais que contrata de uma determinada maneira, reúne certas trabalhadores não tem garantias trabalhistas asseguradas.
características, próprias, inerentes a figura dos
empregadores. Mais tem exceção, como por exemplo, o trabalhador
avulso.
Empregador em regra: pessoa natural ou jurídica.
Por que em regra? O empregador no caso doméstico, que De um modo geral, os trabalhadores não tem
daqui a pouco vou apresentar, é só pessoa natural, mais de garantias trabalhistas asseguradas, uma exceção, o
trabalhador avulso.
CEJ - 2005 1
DIREITO DO TRABALHO - CEJ
PROFESSORA: GLÁUCIA BARRETO
Todos os empregados têm garantias trabalhistas obra humana, para alcançar seu objetivo, também precisa da
asseguradas. mão de obre humana.
Exemplos:
Em princípio, o que parece ser mais vantajoso? Ser - o curso para funcionar de forma adequada,
empregado ou trabalhador? Em princípio empregado. Por precisa de uma recepcionista, secretária. O trabalho da
que em princípio? Quem provavelmente receberá um valor secretária, três vezes por semana, é habitual pro curso? Sim,
maior pelos serviços prestados? O trabalhador, porque pra pois é necessário.
isso não existe encargos sociais. - o curso vai entrar em reforma
para pintar as paredes. O pintor de parede tem uma atividade
TRABALHADOR (P. Natural / P. Física) ------ RELAÇÃO DE esporádica, pois ele presta o seu serviço e depois vai
TRABALHO (= contrato de trabalho latu) ----- TOMADOR DE embora.
SERVIÇOS (P. Natural / P. Jurídica) - Recebimento de salário. O empregado
trabalho presta o serviço, para receber a contra-prestação do
(tem que ter vínculo empregatício) serviço que é o salário, já que existe entre o empregado e o
EMPREGADO (P. Natural) --------------- RELAÇÃO DE empregador uma relação obrigacional.
EMPREGO (= contrato de trabalho stricto ou seja, contrato - Pessoalidade (art. 2º da CLT). É uma
de emprego)--------------------EMPREGADOR(P. Natural / P. característica do empregado. É a impossibilidade de
Jurídica). substituição do trabalhador na execução das suas tarefas. O
empregado foi contratado, pois o empregador encontrou nele
as características profissionais que estava buscando.
Quais são os empregados? E quais as É vedada a substituição de mão-de-obra
características que os trabalhadores precisam reunir para contratada na execução das tarefas, salvo casos
serem considerados empregados? Senão serão simples excepcionais e sempre com a anuência do empregador.
trabalhadores, porque não há vínculo empregatício, não atraí - Dependência ou subordinação. O
de um modo geral, garantias trabalhistas. empregado esta sobre as ordens do empregador; ele esta
aguardando ordens ou executando. Essas ordens estão
1 – Urbano ( art. 3º da CLT ); relacionadas ao contrato de trabalho, a essa relação
2 – Rural ( art. 2º da Lei nº 5889/73 ); obrigacional que surgiu entre as partes. Ordens relacionadas
3 – Doméstico ( art. 1º da Lei nº 5859/72 ); a execução das tarefas, execução da função que o
4 – Em domicílio ( art. 6º da CLT ); empregado se obrigou a exercitar por força do contrato, por
5 – No setor público ( art. 3º da CLT ). isso, essa dependência ou subordinação se diz jurídica,
atrelada ao contrato de trabalho.
1 – Primeiro empregado, os urbanos no setor O empregado segue as ordens do empregador
privado, padrão ( art. 3º da CLT ). porque o empregador assume os riscos do empreendimento,
Características que os trabalhadores devem reunir apenas ele, o empregador dirige o negócio.
para serem empregados urbanos. Elas estão no art. 3º da O empregador por assumir os riscos do
CLT, que presta a definição legal da figura do empregado empreendimento, dirige os fatores da produção (o
urbano: estabelecimento, as máquinas, etc.).
- pessoa natural / pessoa física; Os empregados estão integrados com os fatores
- presta serviço não eventual, ou seja, da produção. Os fatores da produção são dirigidos pelo
contínuo ou habitual; empregador. O empregado é integrado a estes fatores, logo o
- recebe salário; empregado estará sujeito as ordens do empregador.
- pessoalidade ( art. 2º da CLT ); Quem vai dirigir o empreendimento? Não é o
- dependência / subordinação “jurídica”. empregador? Quem vai definir o horário de trabalho? O
Faltando uma dessas características não existirá horário do estabelecimento? O empregador.
a figura do empregado e sim a do trabalhador. E quem vai trabalhar no estabelecimento do
Para ser empregado, todas essas características empregador? O empregado.
tem que estar presentes. Faltando uma, a relação de trabalho Essa dependência ou subordinação, não é
é uma relação de emprego, existe a figura do trabalhador e propriamente uma dependência técnica. A dependência
não a do empregado. técnica não é relevante para o reconhecimento do vínculo
- presta serviço não eventual, ou seja, empregatício. O empregador não precisa dominar todas as
contínuo ou habitual: não guarda relação necessariamente técnicas de trabalho, por isso ele delega funções, senão nem
com o trabalho diário. contrataria. A dependência não precisa ser técnica. Havendo
Pode ser empregado, prestar serviço não eventual dependência técnica, não interfere em nada no
duas vezes na semana, três vezes na semana, quatro vezes reconhecimento do vínculo, mais não é necessária.
na semana. A eventualidade ou não eventualidade na Dependência econômica, normalmente existe,
prestação do serviço não esta diretamente relacionada com o mais também não é necessária para o reconhecimento do
trabalho diário, com o trabalho prestado todos os dias da vínculo empregatício.
semana, e sim, com a necessidade da prestação do serviço Portanto:
por parte do contratante ou empregador. - Dependência técnica = irrelevante;
Serviço não eventual quer dizer serviço - Dependência econômica = irrelevante; e
necessário para o empregador. O empregador para explorar - Dependência jurídica = relevante para o
determinada atividade de forma normal, precisa da mão de reconhecimento do vínculo empregatício.
Sem subordinação, sem dependência jurídica, empregador urbano e o empregado rural é contratado pelo
não existe vínculo, e não havendo o vínculo, o trabalhador empregador rural.
necessariamente tem garantias trabalhistas asseguradas. O que define o empregador como urbano e o que
Como garantir o controle no dia a dia? O controle define o empregador como rural? Não é o local da exploração
feito no próprio horário de trabalho; o local de trabalho da atividade, e sim a atividade principal explorada pelo
definido pelo empregador, a execução de tarefas definidas empregador.
pelo empregador, a possibilidade de uma transferência ser A atividade principal sendo tipicamente urbana
feita pelo empregador, mesmo sem a anuência do (prestação de serviço, comércio, indústria), o empregador é
empregado, alteração do local de trabalho, etc. Enfim, tudo urbano.
isso traduz a subordinação, o controle e a dependência A atividade principal sendo tipicamente rural
jurídica. (lavoura, pecuária ou indústria agrária), o empregador é rural.
empregado rural e pelo empregado urbano, porque as Empregado doméstico trabalhando duas, três ou
garantias constitucionais trabalhistas são as mesmas dos quatro vezes na semana (vamos ver melhor isso, quando eu
empregados urbanos e rurais, sem distinção (art. 7º da CR). lá chegar no trabalho autônomo da diarista, por exemplo).
A proteção assegurada aos empregados rurais Mais o que eu quero agora, é que vocês anotem que para a
também é ampla. A diferença pode estar na regulamentação maioria, não há distinção.
destas garantias, no caso para os rurais, na própria lei É empregado doméstico, mesmo que trabalhar
específica. menos de seis vezes na semana, lógico que observadas as
Aviso prévio com certas particularidades, por demais características, senão é trabalhador e não
exemplo, na Lei nº 5889 ≠ das particularidades do aviso empregado.
prévio para o empregado urbano. Quanto a salário, pessoalidade, dependência e
Já no que diz respeito as férias, não há diferença. subordinação, é o padrão.
A gratificação natalina, não há diferença. Possui características próprias, particulares
A regulamentação poderá ser diferente, mais na nessas relações domésticas. O empregado doméstico é
omissão da lei específica e havendo compatibilidade, serão contratado por empregador doméstico, mais diferente dos
aplicadas as regras da CLT nas relações rurais. outros empregadores que podem ser pessoas físicas ou
A CLT aplica-se aos empregados rurais? Sim, na jurídicas. O doméstico será sempre pessoa física ou família.
omissão da lei específica e havendo compatibilidade na O que é considerado família para a lei do
aplicação das normas. doméstico? Pessoas que moram no mesmo lugar, debaixo do
De que forma é essa aplicação? De forma mesmo teto. Não é necessária a relação de parentesco.
subsidiária. Exemplo: Uma república de estudante poderá ser
A aplicação da CLT nas relações rurais, esta no considerada família para a aplicação da lei do doméstico.
art. 7º, alínea B. Portanto:
Art. 7º, alínea B – exclui a aplicação da CLT aos
empregados rurais. Não foi recepcionada pela Constituição Empregador doméstico = sempre pessoa física ou
de 88, essa exclusão dos trabalhadores rurais. família
As normas da CLT sim se aplicam aos
empregados rurais, havendo compatibilidade na omissão da não explora atividade lucrativa ( sem finalidade
norma específica. lucrativa )
3 – Empregado doméstico (art. 1º da Lei nº 5859/72). é prestada no âmbito residencial
Características básicas:
- pessoa natural / pessoa física; Não há um envolvimento do empregado
- contínuo; doméstico na atividade lucrativa do contratante, do
- recebe salário; empregador.
- pessoalidade; A atividade do empregado está relacionada ao
- dependência / subordinação “ jurídica” cotidiano familiar; é prestada no âmbito residencial por
pessoa física ou família.
Empregador doméstico = sempre pessoa física ou São atividades propriamente domésticas: faxina,
família,não explora atividade lucrativa, é prestada no âmbito cozinhar, lavar louça, passar roupa, etc.
residencial O empregado doméstico tem garantias
trabalhistas asseguradas, mais a proteção do empregado
Características básicas iguais, fazendo somente doméstico não é ampla como a do empregado urbano e do
uma alteração, no lugar de serviço não eventual para serviço empregado rural.
contínuo. Quanto as garantias constitucionais trabalhistas,
Razão dessa alteração – literalidade do art. 1º da só algumas alcançam os empregados domésticos. Aquelas
Lei nº 5859. relacionadas no § único, do art. 7º da CR.
Aquele que presta serviço de natureza contínua, e Dos trinta e quatro incisos que o art. 7º possui,
não serviço de natureza não eventual. nove são aplicados aos domésticos. Outro conceito, não tem
Pela literalidade do art. 1º, essa diferença é mais nada haver com isso. O empregado doméstico tem ampla
quanto a interpretação do serviço contínuo ou habitual ou não proteção por preconceito. Não, porque os encargos sociais
eventual, pois são a mesma coisa. são muito pesados. São pesados para os empregadores
Alguns autores, poucos, uma grande minoria, faz rurais e urbanos que exploram atividades lucrativas. Mais
distinção entre serviço contínuo e não eventual. Para essa ainda, para os empregadores domésticos que lucro não tem
minoria que faz distinção, serviço contínuo é aquele prestado para favorecer a contratação, para propiciar a contratação.
todos os dias da semana, ou seja, seis vezes na semana, Não são atraídos por esses encargos. Porque se fossem
parando somente um dia, que é o dia do repouso semanal atraídos todos os encargos, não seria celebrado o contrato
remunerado. Já pra ser empregado doméstico, é preciso de emprego e a contratação seria informal.
trabalhar seis vezes na semana, só descansando um dia, o E se possui apenas algumas garantias, não teriam
do repouso semanal remunerado, que é a garantia garantia alguma se contratados informalmente. É para
constitucional assegurada aos domésticos. favorecer, propiciar o reconhecimento do vínculo
Mais a grande maioria, não faz distinção entre empregatício espontâneo.
serviço contínuo e não eventual, sendo a mesma coisa. E Havendo envolvimento do empregado doméstico
esse é o entendimento que devemos adotar. na atividade lucrativa de seu empregador, do contratante, por
exemplo, o trabalhador que faz a limpeza de um escritório
residência, há um envolvimento direto do trabalhador que foi Teriam que ser buscado o vínculo através de
contratado como empregado doméstico, na atividade propositura de reclamação trabalhista.
lucrativa do contratante. O empregador, no caso pessoa física, que não
O que prevalece, a relação urbana ou a relação obtém lucro, não pode ter o mesmo tratamento, os mesmos
doméstica? A relação urbana, porque a relação doméstica encargos, que a pessoa jurídica que explore atividade
não tem envolvimento na atividade lucrativa do empregador. lucrativa.
A relação urbana pode ser reconhecida espontaneamente? A CLT pode ser aplicada aos empregados
Praticamente impossível. O que o trabalhador vai ter que domésticos? Havendo expressa determinação legal ( art. 7º ,
fazer? Ingressar com uma reclamação trabalhista. alínea A, da CLT ), sim; bem como o § único do art. 7º da CR,
E reconhecido o vínculo urbano, descaracterizado as garantias constitucionais trabalhistas aplicadas aos
o vínculo doméstico, o que vai atrair? A ampla proteção, empregados domésticos.
todas as garantias que os empregados urbanos tem. Como seria essa aplicação da CLT? Vou dar um
Exemplo: fundo de garantia. É assegurado ao exemplo. Normalmente com aviso prévio. Aviso prévio é uma
empregado doméstico? Não. Ele é opcional para o garantia constitucional assegurada ao empregado doméstico.
empregador doméstico. A lei específica do doméstico não regula esse tema, não trata
Reconhecido o vínculo urbano, descaracterizado desta matéria, a lei 5859 do doméstico, mais a CLT trata. É
o vínculo doméstico, o FGTS está previsto, se aposenta. uma garantia constitucional assegurada ao doméstico, que
Atividade prestada no âmbito residencial, não não possui regulamentação específica, aplica-se a CLT a
quer dizer no limite das quatro paredes do lar, e sim, esse aspecto. Na omissão da lei específica e há uma
atividade relacionada ao cotidiano da família. compatibilidade na aplicação dessas normas.
Quanto a isso, vocês podem ter uma dúvida:
motorista particular; a atividade dele pode ser considerada 4 – em domicílio (art. 6º, da CLT) – empregado
doméstica relacionada ao cotidiano da família? Sim. em domicílio é uma espécie de empregado urbano, tanto que
- o enfermeiro particular; a atividade dele a sua definição legal esta no art. 6º, da CLT.
pode ser considerada doméstica relacionada ao cotidiano da Empregado a domicílio é empregado urbano.
família? Sim, também. Tem que ter as seguintes características
Reúne características de empregados domésticos presentes:
o motorista e o enfermeiro particular? Sim, todas - pessoa natural / pessoa física;
relacionadas acima. - contínuo;
Mais o enfermeiro e o motorista compõem - recebe salário;
categorias diferenciadas. Eles trabalham sempre da mesma - pessoalidade*
maneira, da mesma forma, não importa a figura do - dependência / subordinação “jurídica”.
empregador. Compõem categorias diferenciadas. O empregado em domicílio, presentes as
Prevalece a condição de diferenciado do características dos empregados de um modo geral, tem
motorista, ou como empregado doméstico? O que deve ser garantias trabalhistas asseguradas. É empregado urbano.
anotado na CTPS? Empregado urbano, motorista Vou fazer algumas observações aqui:
diferenciado ou empregado doméstico? O que prevalece? O - pessoalidade na prestação do serviço; e
que é mais favorável para o empregado? Urbano ou - dependência ou subordinação.
doméstico? Doméstico, porque propicia, facilita a Quanto a pessoalidade. Qual a forma de trabalho
contratação. Porque se fosse considerado para a maioria, do empregado a domicílio? É o próprio domicílio do
estou falando jurisprudência e doutrina, como urbano, a empregado ou endereço do empregado.
contratação seria informal, porque os encargos são muito Há um controle direto na execução das tarefas por
altos, muito pesados. parte do empregador? Ele controla o horário de trabalho?
O empregador doméstico, pessoa física ou Não, não controla o horário de trabalho, vez que o
família, não pode ter o mesmo tratamento que uma pessoa empregado esta longe do estabelecimento do empregador. E
jurídica, ou seja, uma sociedade, por exemplo, pois obtém por estar longe, não existindo esse controle direto, será que
lucro e explora a atividade lucrativa. Prevalece a posição normalmente nesse tipo de relação ocorre parcialmente uma
como empregado doméstico e não como urbano, embora substituição da figura do empregado? Esse empregado
categoria diferenciada. Então mais uma exceção para a recebe auxílio de outras pessoas, isso que eu estou
categoria diferenciada. querendo dizer. Isso é normal? É bastante comum um
Aquela regra: urbanos e rurais. parente ajudar o empregado em domicílio na execução de
- empregado urbano contratado por suas tarefas.
empregador urbano; e A pessoalidade é flexibilizada nesse tipo de
- empregado rural contratado por relação. E é admitido esse tipo de flexibilização, por fazer
empregador rural, exceto os diferenciais. parte do dia a dia dos empregados em domicílio, por ser uma
- Empregado doméstico contratado por coisa esperada, habitual, normal.
empregador doméstico. E se não houvesse essa flexibilização, nunca
Para os diferenciais, quais prevalecem? haveria o reconhecimento de vínculo do trabalho em
A situação deles como domésticos, e não os domicílio.
urbanos. Prevalecem os domésticos e não a categoria com Doutrina e jurisprudência, admitem a flexibilização
os diferenciais, para facilitar a própria contratação, para gerar da pessoalidade nessa característica, mesmo havendo
novos empregos. Caso contrário, seriam contratados auxílio, ajuda prestada a esses empregados vinculados. Não
informalmente. será descaracterizado o vínculo empregatício, desde que
presentes as demais.
Devido aos trabalhadores avulsos portuários os Os trabalhadores avulsos não têm vínculo
trabalhadores avulsos têm todas as garantias constitucionais empregatício mas têm as garantias dos empregados.
trabalhistas asseguradas. Os fortes são os portuários mas
eles puxaram todos os demais, assim todos os trabalhadores EMPREGADORES URBANOS RURAIS E DOMÉSTICOS
avulsos portuários ou não portuários possuem as garantias
trabalhistas constitucionais asseguradas. Empregadores Urbanos – (art. 2º CLT) –
Considera-se empregador a empresa individual ou coletiva
Características; que assumindo os riscos da atividade econômica admite,
assalaria e dirige a prestação de serviço. Pode ser pessoa
1 – Pessoa natural. natural ou jurídica que assume os riscos do negócio e dirige a
2 – O trabalho é eventual. Exemplo: O trabalhador prestação do serviço. Normalmente empregador urbano
portuário trabalha quando o navio está atracado no Porto. explora atividade lucrativa mas isso não é absoluto. Existem
alguns empregadores considerados urbanos sem que haja
3 – Recebe salário e não preço. Recebe salário exploração de atividade lucrativa ou mesmo aqueles que não
porque tem todas as garantias trabalhistas constitucionais estão organizados de uma forma empresarial, não há uma
asseguradas, inclusive a do mínimo legal ( art. 7º, inc. IV da sociedade. São aqueles chamados empregadores por
C.F.) equiparação.
Observações quanto a pessoalidade e O art. 2º § 1º da CLT apresenta quais são os
subordinação dos trabalhadores avulsos: empregadores por equiparação. Os profissionais liberais e
Os trabalhadores avulsos têm como uma das aqueles que não exploram atividade lucrativa, associações
características a prestação de serviços de forma agrupada. recreativas, instituições beneficentes e outras instituições
Ex. Um grupo de trabalhadores avulsos para prestar o sem fins lucrativo. Ao admitirem trabalhadores com as
serviço na extração de sal. Não interessa ao tomador de características de empregado serão considerados
serviço ou contratante um avulso, não vai ser suficiente para empregadores urbanos por equiparação.
ele, ele precisa de um grupo prestando o serviço.
Art. 2º § 2º da CLT – Grupo Econômico Financeiro
Em razão da prestação de serviços ser realizada Urbano – É a reunião de empresas urbanas cada uma com
de forma agrupada a tendência doutrinária é no sentido de personalidade jurídica própria. Empresas que normalmente
ser inexistente a pessoalidade. Isto porque é um grupo se reúnem para ganhar mercado. Essa reunião de empresas
prestando o serviço. Para o tomador de serviços, para o dispensa qualquer formalismo para os efeitos trabalhistas,
contratante não importa se lá está José ou João ou Maria e não há necessidade de um registro reconhecendo o grupo
sim vários trabalhadores. para os efeitos trabalhistas mas para outros efeitos como
Quanto a subordinação, a tendência é admitir a comerciais é necessário. Basta que exista entre essas
ausência de subordinação ( existe uma tendência e não uma empresas uma relação de coordenação ou de controle. Uma
uniformidade). Isto porque um grupo que presta o serviço, é a controladora e as outras são controladas. Mesmo
não há controle direto do tomador de serviços em relação à departamento jurídico, sócios em comum, mesma gerência.
mão de obra, não comanda cada trabalhador, passa ordens
gerais para o grupo todo. Ex: B, que faz parte do grupo contratou um
empregado. Todas as empresas do grupo são responsáveis
• No trabalho avulso portuário a contratação pelo cumprimento das obrigações trabalhistas. Dessa forma
do grupo de trabalhadores geralmente é feita através da quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas as
intermediação do OGMO – Órgão Gestor da mão de obra empresas do grupo são solidárias em relação a cada
avulsa portuária. O tomador de serviços, o armador, o dono empregado contratado. Quem contrata é o grupo todo.
da embarcação não contrata diretamente o trabalhador
avulso. O tomador de serviços entra em contato com o órgão Enunciado 129 do TST – O empregado que
gestor da mão de obra avulsa portuária. Esse órgão tem um trabalhar para mais de uma empresa do mesmo grupo
cadastro próprio de trabalhadores avulso e de acordo com as durante um mesmo horário de trabalho haverá um contrato
solicitações feitas pelo tomador vai indicar um determinado só, salvo se o próprio contrato dispor de maneira contrária.
grupo para prestar o serviço. Na falta do OGMO o sindicato
profissional poderá fazer essa intermediação, mas só na falta Cabe ressaltar o cancelamento do Enunciado 205
do OGMO. do TST – Foi cancelado em novembro de 2003. Constava no
• Para outras espécies de trabalho avulso Enunciado que só a empresa do grupo que tivesse
que não sejam portuários também há intermediação, mas a participado do processo de conhecimento poderia sofrer os
intermediação será feita pelo sindicato profissional. O OGMO efeitos da execução. Com o cancelamento desse enunciado
é só no trabalho avulso portuário nas outras formas de passa-se a entender que mesmo não participando do
trabalho avulso o sindicato faz a intermediação do grupo com processo de conhecimento poderá sofrer os efeitos da
o tomador de serviços. execução. Basta uma única defesa, uma vez que uma
representa todas as demais.
Também é característica do trabalho avulso em
geral a prestação de serviço ao mesmo tempo a diversos O empregador urbano normalmente explora
tomadores de serviços. atividade lucrativa e tipicamente urbana, a atividade principal
Para trabalho avulso portuário há legislação é urbana.
própria, específica (Lei 8.630/93).
Empregador Rural – Lei específica. Também O contratante contratando como empregador, verbalmente ou
pode ser pessoa natural ou jurídica que explora atividade por escrito. Forma Tácita: Traduz a aplicação do Principio da
lucrativa pautada para o meio rural, ou seja, atividade agro Primazia da Realidade. Verdadeira situação jurídica
econômica. Atividade agro econômica é a atividade lucrativa existente. A realidade, o que ela demonstra existir (p. ex.
ligada a agricultura, pecuária ou exploração de atividade trabalhador contratado de forma autônimo presta serviço de
industrial agrária (agro indústria). Na indústria agrária forma habitual, recebe salário, há pessoalidade na prestação
acontece uma pequena transformação da matéria prima, o do serviço, este controlado pelo contratante, ou seja, há
produto não perde a sua qualidade de matéria prima. Ex. O subordinação, há dependência jurídica. A realidade indica
arroz que é lavado e ensacado, o ovo que vai para a caixinha existir a figura do empregado, e não do trabalhador
tradicional, o suco de laranja etc. O produto só recebe uma autônomo. Este trabalhador pode ingressar com uma
roupa, uma embalagem mas não perde a sua qualidade de reclamação trabalhista pedindo o reconhecimento do vínculo
matéria prima. empregatício entre as partes. Reconhecido o vinculo, atrai as
garantias trabalhistas.)
O empregador rural explora necessariamente
atividade lucrativa para diferenciar da figura do empregador 3 - Bilateral: Gera obrigação para ambas as
doméstico no meio rural, que contrata o caseiro para tomar partes. A principal obrigação do empregado é prestar o
conta do sítio, de uma área na zona rural destinada ao lazer serviço, trabalhar. Do empregador, pagar o salário.
da família, uma área não produtiva.
4 - Oneroso: A onerosidade decorre da
Art. 4º da lei do trabalho rural – Empregador rural bilateralidade do contrato. Oneroso para o empregado, que
por equiparação. Neste artigo não consta quais são os trabalha, coloca sua mão de obra para ser dirigida por outra
empregadores rurais por equiparação diferente do pessoa. E para o empregador, pois paga salário e cumpre
empregador urbano por equiparação. A lei do rural apenas com os demais encargos. (trabalho gratuito é trabalho, mas
cita. não tem vínculo)
Grupo Econômico Financeiro Rural – A mesma coisa do 5 - Sucessivo, contínuo, habitual: A prestação
Grupo Urbano vale para o grupo Rural. Reunião de empresas do serviço perdura no tempo, não se exaure num único ato,
rurais. Normalmente com essa reunião é que as empresas num único momento. Exaurimento em um único ato é
ganham mercado. Todas respondem solidariamente pelo trabalhar e imediatamente após receber, como o trabalho
cumprimento das obrigações trabalhistas. Só muda a autônomo da diarista. Empregado está integrado aos meios
atividade. de produção é uma peça fundamental para o empregador.
Empregador Doméstico – Pessoa natural ou família, nunca 6 - “Intuito Personae”: O contrato de trabalho é
pessoa jurídica. Empregador doméstico não explora atividade personalíssimo, de um modo geral para os empregados, que
lucrativa. não poderão ser substituídos por outros, terceiros, amigos,
vizinhos. Não cabe a substituição na substituição das tarefas,
Família para a aplicação da lei específica dos domésticos salvo casos excepcionais e com a anuência do empregador.
pessoas que vivem no mesmo lugar, debaixo do mesmo teto, Para o empregador, será intuito personae quando este for
não é necessário a relação de parentesco entre elas. Uma pessoa natural.
república de estudantes pode ser considerada família para a
aplicação da lei dos domésticos.
Questão de Prova: Contrato Individual de trabalho é
personalíssimo:
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO (ART. 442 CLT)
A – Para o empregado
B – Para o empregador
Conceito; Délio Maranhão: “Negócio
C – Para ambas as partes
Jurídico pelo qual uma pessoa natural se obriga a prestar
serviço ao eventual a uma outra pessoa natural ou jurídica
Resposta: De um modo geral para o empregado, letra A,
mediante salário com pessoalidade e subordinação”.
salvo se contasse da alternativa: em casos excepcionais,
quando o empregador é pessoa natural, intuito personae
Características:
para ambas as partes. Generalizando, empregado e
empregador apenas, marcar-se-á empregado apenas.
1 - Contrato de direito privado: Os interesses
que prevalecem são particulares, não públicos. Empregador
e empregado em igualdade jurídica. Equilibrar o conflito entre 7 – Subordinativo: Elemento caracterizador do
o capital e a mão de obra. Relação obrigacional que nasce contrato de trabalho, elemento mais forte. Típico das relações
pela vontade das partes. empregatícias. Empregado dirigido pelo empregador,
recebendo ordens do empregador, relacionadas ao contrato.
2 - Consensual: Não há uma forma de modo É subordinação jurídica, ou dependência jurídica,
geral pré-estabelecida em lei para ser valido. É livre sua fundamental para o reconhecimento do vínculo.
celebração de um modo geral. “Tácito ou expresso” (art.
442). Forma Expressa: Há manifestação direta de vontade OBS: Muito comum em provas, manuais, a
entre as partes de celebrar contrato de emprego, utilização genérica da expressão “contrato de trabalho”. A
reconhecimento do vinculo empregatício, espontâneo.O maneira como o serviço é executado, com as características
trabalhador se obrigando a prestar serviço como empregado. acima descritas ou sem, é que indicará se é um contrato de
emprego ou de trabalho no sentido latu. O contrato
CEJ – 2005 (formatação: Julie Kremp) 8
DIREITO DO TRABALHO - CEJ
PROFESSORA: GLÁUCIA BARRETO
Portanto, é ampla a produção de efeitos, inclusive E se houver a rescisão contratual, será pela
essas duas parcelas será equivalente. Não receberá dispensa sem justa causa, será pelo pedido de demissão e
propriamente a multa de quarenta por cento e o aviso prévio, não pela declaração de nulidade.
porque são verbas vinculadas a uma forma de encerramento
do contrato. Receberá a importância correspondente ,como Mais o objeto ilícito ( ilícito para todos, elemento
uma indenização compensatória. Porque trabalhado, porque essencial ), contrato nulo. Com produção de efeitos? O
prestado o serviço demonstrando ter aptidão para aquilo, trabalho foi realizado, impossível a devolução. Haverá a
demonstrando ser capaz trabalhar, logo, ampla proteção de produção de efeitos, quando o autor, o trabalhador não tiver
efeitos não ocultando a sua idade. conhecimento da ilicitude do objeto, ou quando a atividade
profissional dele isoladamente for considerada lícita.
O menor, ocultando a sua idade, agindo de má-fé,
os efeitos serão limitados. Limitados ao salário e ao fundo de Vou explicar: o barman na casa de prostituição, a
garantia. Não estou me referindo a multa fundiária, e sim faxineira na casa de prostituição. A atividades desses
aqueles valores que devem ser depositados mês a mês, ou profissionais quando isoladas, são líquidas, mas o
seja, oito por cento da remuneração dos empregados. trabalhador esta se beneficiando da exploração sexual de um
terceiro, porque ele recebe salário da casa de prostituição,
- quanto ao objeto. Na semana passada, eu isso é rufianismo. Mais de qualquer maneira, há produção de
apresentei a diferença entre objeto ilícito e proibido. Proibido certos efeitos, pois não havia um vínculo da atividade
para alguns, ilícito para todos. Ilícito por interesse da própria profissional do empregado com a atividade lícita do
coletividade. Proibido pelo interesse particular de um ou empregador. Atividade profissional isoladamente considerada
alguns trabalhadores. é lícita.
Sendo objeto proibido, mais prestado o serviço. A Atividade do barman, atividade da faxineira. Há
norma existe para proteger interesse do particular tipo penal, o rufianismo. Teria havido inclusive intenção do
trabalhador, por exemplo: trabalho proibido do menor de 18 profissional em praticar esse crime.
anos nas atividade insalubres, perigosas, no horário noturno.
É proibido para o menor de 18 anos, mas não é proibido para Os efeitos são limitados ao salário e ao FGTS. O
o adulto. É proibido para o menor por interesse dele, por salário, a mão-de-obra, não pode ser devolvida. O FGTS,
proteção da integridade física do menor, o físico do menor esta relacionado com o tempo de serviço, que não poderá ser
está em formação, ele precisa de uma proteção especial. É devolvido de qualquer forma.
proibido para ele! Contagem do tempo de serviço para fins
Mas o serviço foi prestado, foi realizado. Há trabalhistas, após a Constituição de 88, é através de depósito
produção de efeitos? Sim. Ampla proteção de efeitos ou ela é fundiário ou FGTS ( fundo de garantia por tempo de serviço ).
limitada , já que a norma existe para proteger o interesse do O autor que não conhecia a ilicitude do objeto. O
particular trabalhador? Efeitos amplos ou limitados? Amplos matador profissional ( mas este vai ser impossível alegar o
efeitos. Todas as verbas vinculadas a prestação do serviço, desconhecimento ), o apontador do jogo de bicho, o avião do
serão devidas ao trabalhador. tráfico de drogas.
Mas observem que nesse caso, sendo objeto O matador não dá para alegar, mais o apontador
proibido, o contrato não será declarado nulo. Aquela erva do jogo de bicho é meio difícil, talvés no interior, lugar
daninha, aquela cláusula, é retirada do contrato. isolado, talvés, mais nos grandes centros, muito difícil.
Por exemplo: o menor de 18 anos em horário O avião no tráfico de drogas. O trabalhador
noturno. Ele vai passar a trabalhar no horário diurno. O recebia embrulhinhos, presentinhos para entregar aqui no
menor de 18 anos em uma atividade insalubre. Vai ser centro da cidade. Ele recebia embrulhado para entregar.
retirado do ambiente de trabalho insalubre. Vai trabalhar em Posso alegar o desconhecimento da ilicitude do objeto? Sim,
um ambiente de trabalho normal, sem estar junto ao agente principalmente se for menor de 18 anos.
agressivo de trabalho insalubre ou perigoso.
Então, não é impossível, mas bastante difícil. De
O contrato não será declarado nulo, e todas as qualquer maneira, a produção de efeitos limitada, salário e
verbas que eu estou me referindo, são aquelas vinculadas a FGTS. Por que? Porque a norma existe para proteger todos
prestação do serviço, por exemplo: trabalhou em horário nos, interesses da coletividade. Quanto mais próxima a
noturno. O que é devido para um adulto que trabalha em norma do interesse da coletividade, interesse público, menos
horário noturno? O adicional noturno. efeitos produzidos. Quanto mais próxima a norma do
O que é devido para um adulto que trabalhar em interesse particular do trabalhador no caso do objeto proibido,
atividade insalubre? O adicional de insalubridade. mais efeitos serão produzidos.
O menor de 18 anos que trabalhou em horário - quanto a forma. Forma nas relações
noturno, receberá um adicional noturno. Há produção de trabalhistas não é regra, elemento essencial. Mas há uma
efeitos. O trabalho foi realizado de qualquer maneira. situação a ser destacada, inclusive muito cobrada por
concurso público.
O menor de 18 anos que trabalhar em atividade
insalubre, atividade perigosa, receberá um adicional de Contrato de trabalho firmado com a administração
insalubridade, periculosidade. Há ampla produção de efeitos. pública sem a realização de concurso público. Desde a
promulgação da Constituição de 88, a investidura em cargo
ou emprego público, só através de concurso público, pelo art.
37, II da CF.
A norma existe para proteger interesse do pelo empregador, mais o serviço do empregado só é
particular trabalhador ou o interesse público predomina? necessário para um determinado período. A atividade
Público. Violada a norma, efeitos serão produzidos? Sim, continua.
porque é impossível retroagir a uma situação jurídica
existente antes da prestação do serviço. O trabalho foi Exemplo: uma agência de turismo numa estação
realizado para Qua não haja enriquecimento sem causa. Há de esqui na época das férias. Maior necessidade dos
produção de efeitos. Amplos ou limitados? Limitados serviços, maior demanda, mão-de-obra excedente, durante
( Enunciado 363 do TST e art. 19, “a”, da Lei 8036/90 ). um determinado período. Atividade para sempre ou melhor
dizendo, em um prazo indeterminado. Atividade é
A Lei 8036/90, é a lei do fundo de garantia. permanente, atividade explorada por um empregador, mais a
mão-de-obra excedente é necessária apenas em um
Efeitos limitados ao salário e FGTS. O salário que determinado período. Já nesse terceiro motivo, a atividade
o empregado recebeu, funcionaria como um rito. O explorada não é permanente. São as atividades exploradas
trabalhador não será obrigado a devolver e o FGTS, ele durante as férias, durante os eventos, durante as promoções
poderá sacar. Impossível devolver o tempo de serviço, que acontecem. No segundo caso, o serviço é transitório
impossível devolver o serviço, o trabalho que foi realizado, quanto ao empregado. No terceiro caso, a atividade do
mas prevalece o interesse público, portanto, os efeitos são empregador figura em um certo período, apenas. Nas três
limitados. situações há razão para o empregado ser contratado a prazo
determinado.
5 – Quanto a duração. O contrato de trabalho A primeira razão é o teste, que não vai durar para
pode ser determinado ou indeterminado. sempre, só em uma fase bem definida. A segunda razão é a
transitoriedade do serviço e a terceira razão é a
A regra do indeterminado: contrato sem qualquer transitoriedade da atividade.
limite de duração. Contratação a prazo certo ou a prazo
determinado é sempre exceção a regra geral. Os contratos, Todo contrato a prazo determinado, tem termo
de um modo geral indeterminados, em casos excepcionais certo ou incerto ( art. 443, § 1º ).
por um termo, terão a duração limitada. Termo certo – existe uma data certa, precisa, de
Existem diversas modalidades de contratação a duração do contrato de trabalho. Existe uma data bem
prazo determinado. Eu vou apresentar algumas: definida. O contrato terá duração de um ano; o contrato terá
duração de quarenta e cinco dias; o término do contrato será
A primeira delas. O contrato a prazo determinado no dia cinco de abril de dois mil e seis. Há uma data certa,
pelo sistema celetista ( arts. 443,445,451,452,479,480 e 481 definida. Alcançado o termo certo, o que acontece com o
da CLT ). contrato? Termina, acaba. De que forma? Com rescisão
A contratação a prazo certo por exceção a regra, antecipada quando alcançado o termo certo? De forma
sempre é necessário um motivo para o empregador contratar natural. Simplesmente apaga a luz, apaga o contrato.
a prazo determinado. O empregador não poderá contratar a E termo incerto? Não há uma data definida, mas
prazo certo quando bem entender. Precisa de um motivo, e o há uma expectativa de encerramento do contrato, quando
motivo esta expresso na lei, sempre. executado o serviço ou quando realizado o acontecimento.
Essa primeira contratação que vou apresentar, é a Não existe uma data certa, precisa, mais quando executado o
contratação a prazo certo pelo sistema celetista. A mais serviço o contrato termina, expira; ou quando realizado o
antiga modalidade de contratação a prazo certo. acontecimento suscetível de previsão aproximada.
Realização do acontecimento é o resultado final que o
Motivos para contratar: contrato de experiência empregador espera realizar, por exemplo, a construção de
( vamos para a fase de teste ), pela transitoriedade do serviço um edifício.
ou pela transitoriedade da atividade empresarial.
A construção de um edifício demora um ano e
- contrato de experiência. Contrato de experiência meio, dois anos. Há uma expectativa da realização do
ou contrato de prova ou contrato de aptidão – é a fase de acontecimento dentro de um ano e meio, dois anos.
teste que o empregado poderá passar. Qualquer atividade Realizado o acontecimento, obra concluída, o contrato do
profissional não importa, todos os empregados poderão pedreiro expira, acaba de forma natural.
passar por essa fase de teste.
Executado o serviço do empregado que seja
Observem que durante essa fase de teste, já há nesse mesmo edifício, mais ele foi contratado para executar
relação empregatícia. Estou me referindo inclusive ao um determinado serviço, como por exemplo a colocação dos
empregado, do outro lado existe a figura do empregador. vidros desse prédio, ou o piso que um determinado
Estão reunidas as características dos empregados e dos empregado vai colocar. É um serviço certo. Concluído o
empregadores mais durante um certo período, durante a fase serviço dele, não o resultado final para o empregador, o
de teste. O empregado será analisado se tem aptidão para contrato expira, acaba de forma natural.
exercer aquela atividade profissional.
Existem prazos máximos estabelecidos na
- transitoriedade do serviço. O serviço é legislação: contrato de experiência é igual a 90 dias. Não
necessário, mas apenas durante determinado período. É poderá exceder a 90 dias o contrato de experiência. Todo
necessário para o empregador, ele precisa da mão-de-obra, contrato de experiência tem termo certo, exatamente porque
ele precisa do empregado, mas durante um determinado o empregado esta nesta fase de teste. E essa fase de teste,
período. A atividade é permanente, a atividade explorada
CEJ – 2005 (formatação: Julie Kremp) 11
DIREITO DO TRABALHO - CEJ
PROFESSORA: GLÁUCIA BARRETO
não esta relacionada a realização de um determinado serviço natural. Quando o contrato terminar naturalmente, o
ou acontecimento, exatamente por estar o empregado na empregado terá direito a verbas rescisórias? Sim, receberá
fase de teste. Sempre tem termo certo. Só admite a forma as vinculadas a prestação do serviço. Ele trabalhou como
escrita ( expressa ). Tem que ser anotado na CTPS do empregado, ele é empregado, ele tem garantias trabalhistas
empregado o período de experiência definido. asseguradas, verbas rescisórias vinculadas a prestação do
serviço, mais aquelas verbas vinculadas a forma de
Não observada a forma, é nulo o contrato? Não, encerramento do contrato da dispensa sem justa causa. Esse
pois o contrato será considerado indeterminado ( cai na regra empregado terá direito? Não. Com o término natural, cabe
geral ), desde o início, desde o primeiro dia de admissão do aviso prévio? Há pré aviso para o empregado arrumar outro
empregado ao seu serviço, porque não havia na verdade um emprego? Não, porque ele já faz isso naturalmente; ele sabe
motivo para contratar durante aquele período para testar. que o seu contrato é precário por sua própria natureza. Ele
Isso não foi definido. O empregado precisa saber qual o vai procurar outro emprego mesmo durante a vigência do
período que ele estará sujeito a essa fase de teste. contrato, porque ele sabe que o seu contrato terá o prazo
A mesma coisa para o empregador, contratar definido. Tem na verdade o prazo definido. Então ele irá
testando. Não havendo uma definição desse período, ele é procurar outro emprego. Ele não será pré-avisado. Término
indeterminado, porque passa a não existir mais motivo para natural.
contratar a prazo certo. A multa de quarenta por cento do fundo de
Transitoriedade do serviço, transitoriedade da garantia, será devida com o término natural? Não. A multa de
atividade. Admite a formal verbal, admite a forma escrita. quarenta por cento do FGTS tem uma finalidade que é
Admitem até mesmo a forma tácita, embora não seja comum proteger o trabalhador de uma dispensa arbitrária, ou sem
em casos concretos do cotidiano, do dia a dia, porque pode justa causa. Porque o valor dela é significativo para o
ser discutido através de propositura de reclamação, se havia empregador. O empregador pensa dez, vinte vezes, antes de
a transitoriedade do serviço ou da atividade. Mais em tese, dispensar o empregado, porque terá que dispor de uma
forma expressa, escrita ou verbal ou até mesmo tácita, desde importância significativa para depositar na conta do FGTS do
que demonstrado o motivo do serviço ou atividade. empregado. Não evita, não impede, mais protege, criando um
obstáculo, a dispensa arbitrária ou sem justa causa.
Mais de qualquer maneira, tem prazo máximo de
duração, ou seja, dois anos. Há uma expectativa de Se não houvesse esse obstáculo, a dispensa sem
encerramento do contrato dentro de dois anos pela justa causa seria muito mais fácil para o empregador; mais a
transitoriedade do serviço ou pela transitoriedade da multa de quarenta por cento, ela esta vinculada a dispensa
atividade. sem justa causa. O aviso prévio também. Não havendo essa
forma de encerramento do contrato e sim término natural, o
Extrapolados os prazos máximos, o contrato se que o empregado vai receber? Verbas vinculadas a
transforma em indeterminado. Toda contratação a prazo prestação do serviço. E quais são essas verbas? saldo de
certo, como já falei, é exceção a regra. A contratação a prazo salário, remuneração das férias, décimo terceiro salário,
certo ainda traz inúmeras exigências, não só quanto ao FGTS ( aquele depositado mês a mês, sendo que a alíquota
motivo, mas existem várias outras. Não sendo cumprido um é de oito por cento da remuneração do trabalhador ).
requisito de contratação a prazo determinado, ele cai na
regra geral, ele se transforma em indeterminado. E apenas a transformação em contrato
indeterminado. Ele deixa de ter o termo. O termo certo ou
A primeira situação de transformação é quando incerto não cabe mais término natural e sim uma outra forma
extrapolado o prazo máximo legal. Primeiro por questão de de encerramento. No nonagésimo primeiro dia, ele é
ordem. Não quer dizer que é a mais importante. indeterminado. E se ele for dispensado, o empregado, o que
Por exemplo: contrato de experiência por noventa ele vai receber? Além dessas verbas, a da dispensa
dias, no nonagésimo primeiro dia, o empregado ainda esta arbitrária, mais a multa de quarenta por cento, mais o aviso
trabalhando com o mesmo empregador, ultrapassado o prazo prévio.
máximo legal. O que aconteceu com o contrato? Se Essa é a diferença quanto aos efeitos, mais o
transformou em indeterminado. A partir de quando? Do vínculo existe mesmo durante o contrato a prazo certo
nonagésimo primeiro dia ou do primeiro dia de admissão do vigorando.
empregado ao serviço? Do primeiro dia, só tem um contrato;
ele se transformou em indeterminado. Indeterminado desde o Pela transitoriedade do serviço e pela
início. transitoriedade da atividade, a questão do prazo é a mesma.
O período é maior lógico, mais extrapolado o prazo máximo,
Mais quais as conseqüências dessa o contrato se transforma em indeterminado de qualquer
transformação? Contrato a prazo determinado em contrato maneira.
indeterminado? Ele deixa de ter termo. Existirá um término
natural desse contrato? Não, o contrato será encerrado pela Prorrogação de contrato a prazo determinado
dispensa sem justa causa, pelo pedido de demissão e outras pela CLT. Uma única prorrogação é admitida, respeitado o
formas de encerramento; mais término natural não caberá prazo máximo, sem dúvida.
mais aqui, porque deixa de ter termo. Existe vínculo Por exemplo: experiência ( quarenta e cinco mais
empregatício durante o contrato de experiência? Existe, quarenta e cinco dias ) ou ( trinta mais sessenta dias ) ou
assim como existe vínculo nas demais situações de ( trinta mais trinta dias ). Uma única prorrogação dentro do
contratação a prazo determinado. Só que há uma diferença. prazo máximo de noventa dias.
Sendo o vínculo a prazo incerto, há expectativa do término
Enunciado 188 ( sobre a prorrogação em contrato prejuízo para o empregado perder mais um tempo de vínculo,
de experiência ). assim como é vantagem para o empregador mantendo
aquela mão-de-obra porque já é uma mão-de-obra treinada.
Mais de uma prorrogação, a regra não esta sendo Ele não pode perder tempo com uma nova seleção, um novo
cumprida. O que acontece com o contrato? Se transforma em treinamento. É só para completar o que ficou em aberto. Não
indeterminado. Por exemplo: duração inicial trinta, tem prejuízo para ninguém. Não tem prejuízo para o
prorrogação por mais trinta e uma nova prorrogação. O prazo empregado, interpretando a norma de maneira a favorecer o
máximo foi respeitado mais uma outra regra não foi. Duas próprio destinatário dela, que é o trabalhador.
prorrogações, quando a lei determina uma só. O que
acontece com o contrato? Se transforma em indeterminado. Mais tem uma segunda interpretação da exceção
A partir da segunda prorrogação ou do primeiro dia do do 452. A segunda? O contrato com a duração determinada
empregado no serviço? Do primeiro dia. E quantos contratos pela realização do acontecimento ou pela execução do
eu tenho aqui? Um só. Prorrogação, pressupõe a existência serviço. Acontecimento realizado dentro de dois anos, serviço
de um único contrato. Duração inicial que é a mais executado dentro de dois anos, porém uma nova
conhecida. Só há um contrato. Se transformou em contratação, porque agora outro acontecimento, outro
indeterminado desde o início, ou seja, do primeiro dia de serviço. Na primeira interpretação, o serviço e
admissão. acontecimentos, os mesmos, o empregado retornando para
completar o que ficou em aberto, não há má-fé. A segunda
Serviço transitório e atividade empresarial interpretação, o serviço é outro, o acontecimento é outro
transitória, uma única prorrogação também. A regra é a também, não havendo de qualquer maneira má-fé. Válidos
mesma, não importa o motivo para os contratos da CLT, esses contratos? Sim. É necessário o intervalo já que o
observado o prazo máximo, respectivamente de noventa dias acontecimento é outro, o serviço é outro. Não é necessário o
e dois anos. intervalo só quando o termo for certo. Aí sim, intervalo entre
Várias contratações a prazo determinado. Regra os contratos.
do art. 452. Será que essa regra, diversas contratações, cabe
Primeira parte do art. 452: contrato com a duração sendo o motivo a fase de teste? Diversos contratos de
de um ano, tem termo certo. Alcançado o termo certo o experiência, envolvendo as mesmas partes, o mesmo
contrato expira, acaba, termina naturalmente. Uma nova empregado, e o mesmo empregador? O empregado ser
contratação poderá ser feita envolvendo as mesmas partes, testado inúmeras vezes pelo mesmo empregador? O que
desde que exista intervalo de pelo menos seis meses entre parece que o empregador esta fazendo? Se utilizando da
essas contratações. Consta do art 452: se a segunda, mão-de-obra sem ter o motivo de transitoriedade do serviço e
terceira, quarta, quinta, contratação ocorrer dentro de seis transitoriedade da atividade, se utilizando durante
meses do término natural do contrato anterior, o contrato que determinado período, afastando algumas verbas na rescisão
susceder o que terminou ( expirou ), se transforma contratual. Mais lógico que comporta exceção. A regra geral
em indeterminado. é: não cabe mais de uma contratação a título de experiência,
mais existe exceção quando o empregado for testado em
O primeiro começou e terminou de forma correta, uma outra função. E há uma segunda exceção, quando o
o segundo começou errado se, por exemplo, houvesse dois empregado não for aprovado na experiência, na primeira fase
meses de intervalo entre os contratos, ou seja, menos do que de teste por falta de qualificação profissional e retorna. Ele
seis meses, o segundo se transforma em indeterminado. testa novamente? Freqüentou um curso ou conseguiu um
Mais essa regra do intervalo não é absoluta. título, por exemplo: auxiliar de enfermagem, ele precisa do
Existem exceções, no próprio art. 452. Não havia termo certo, COREN; técnico de enfermagem, também precisa do
o termo era incerto. O contrato com a duração determinada COREN. Ele foi adquirir esse registro que ele não possuía.
pela realização do acontecimento ou pela execução do Então são duas situações. Outra função, ou não
serviço, a expectativa era da realização e da execução dentro ter sido aprovado por falta de qualificação profissional, se
de dois anos. Mais isso não aconteceu, embora houvesse afastou, obteve a qualificação profissional e retornou para um
uma expectativa nesse sentido, não havia má-fé. A idéia era: novo teste.
acontecimento realizado, obra concluída dentro de dois anos.
Serviço executado dentro de dois anos, mais por motivo de - Rescisão antecipada em contrato a prazo
força maior, o acontecimento não se realizou dentro de dois determinado pela CLT.
anos, o serviço não foi executado dentro de dois anos. Bom, a expectativa como já falei, é a do término natural mais
pode acontecer rescisão antecipada, antes do contrato
Mais com dois anos o que tem que acontecer com alcançar o seu termo certo ou incerto.
o contrato? Terminar, porque senão ele se transforma em
indeterminado. Encerrado o contrato, o término dele, mais e o A primeira coisa a ser analisada havendo rescisão
empregado? Volta em seguida, um dia depois, uma semana antecipada, é se o contrato possuía ou não cláusula de
depois, para completar o que ficou em aberto. Há má-fé? rompimento ( cláusula do art. 481, da CLT ). Essa cláusula,
Não, pois a expectativa era do encerramento dentro de dois ela autoriza o rompimento contratual e lógico que ela não é
anos, mais por motivo de força maior isso não aconteceu. Ele obrigatória. Constará do contrato pela vontade das partes.
volta logo depois, com um outro contrato só para completar o Não havendo a cláusula de rompimento, a rescisão
que ficou em aberto. antecipada estava autorizada? Não, mais ocorreu; não havia
a cláusula de rompimento mais houve a rescisão contratual.
Não há razão para contratação de um outro O contrato foi violado? Foi. O empregado foi prejudicado com
trabalhador, porque a mão-de-obra já esta treinada. Não há esse encerramento prematuro do contrato? Foi. O que ele
deixou de receber? Remunerações que contava receber. A podendo ser utilizada em qualquer fase do contrato, no início,
expectativa desse empregado era a do término natural, não no meio ou no fim.
havia cláusula de rompimento.
O empregado poderá ser surpreendido pela
Vamos supor, faltavam dez meses para o utilização da cláusula por parte do empregador? ou vive
encerramento do contrato. Qual a expectativa do versa, o empregador sendo surpreendido? Sim, porque não é
empregado? Receber mais dez remunerações. O empregado de conhecimento das partes a época da utilização da
foi prejudicado. Há prejuízo para ele, e o contrato foi violado. cláusula, se é que ela será utilizada. Poderá ser utilizada no
Cabe indenização? Cabe, houve violação contratual com início, no meio e no fim do contrato. Há surpresa das partes,
prejuízo, cabe indenização; indenizar a parte prejudicada, o logo no primeiro mês de duração do contrato a expectativa
empregado. Caso o rompimento tenha sido ocorrido por era de dois anos. Olha, estou te dispensando, estou
quem? Lógico que pelo empregador. Indenização do art. 479. utilizando da cláusula. Ou então, o empregado pedindo
Valor dela? Metade das remunerações que faltava para o demissão no meio do contrato. Surpresa para o empregado?
empregado receber da época da rescisão antecipada até o O que o empregado pretende fazer? Correr atrás de outro
término natural projetado. Faltavam dez meses, o equivalente emprego. E o empregador? Correr atrás de outro empregado.
a cinco remunerações, vai ser o valor da indenização
compensatória do prejuízo financeiro causado ao empregado. Para evitar surpresa das partes, o que existe na
legislação trabalhista? Qual é o remédio existente? Aviso
Não confundam a indenização do art. 479 com prévio. Só que aviso prévio é devido nas rescisões ocorridas
outras verbas. Férias, décimo terceiro salário, FGTS, são em que tipo de contrato? Indeterminado, porque a surpresa é
mais uma verba para o empregado receber. Ele não se típica dos contratos indeterminados. Mais esse contrato,
compensa com outras verbas, nem anula outras verbas. É embora a sua natureza seja de contrato a prazo certo, com a
mais um valor. cláusula, ele é muito semelhante ao contrato indeterminado,
porque na verdade não é de conhecimento das partes a
Por exemplo: indenização do 479 na dispensa época do encerramento dele. O seu rompimento poderá ser
sem justa causa, correto? Vai receber essa importância, mais promovido em qualquer fase do contrato.
férias, décimo terceiro, FGTS ( que o empregado vai sacar ),
a multa fundiária e o saldo do salário. A natureza dele é a prazo certo, mais ele é muito
semelhante ao contrato indeterminado quanto aos efeitos,
Mais uma importância, ao contrário do pedido de logo, havendo cláusula e rompimento que esta sendo
demissão. O pedido de demissão, no contrato a prazo certo utilizada, o contrato será resolvido como se fosse
sem a cláusula de rompimento, regra do art. 480. indeterminado. O que vai atrair que é típico dos contratos
A iniciativa do rompimento foi do empregado. indeterminados? O aviso prévio.
Houve violação do contrato, por parte do empregado. Essa é a diferença. Dispensa sem justa causa
Causando prejuízo essa violação do contrato para o com a cláusula, afastada a indenização do art. 479, atraído o
empregador? Não sei, depende da análise de cada caso. ávido prévio. E as outras verbas? Sem qualquer alteração. As
Será que o afastamento primitivo do empregado causou outras verbas, não sofrem interferência com a cláusula. As
prejuízo financeiro ao empregador? Depende da análise do outras verbas pequenas camadas, elas estão vinculadas na
caso concreto. Havendo prova do prejuízo causado pelo forma de encerramento do contrato e não a natureza do
empregador, o empregado pagará uma indenização ao contrato.
empregador. O prejuízo é presumido para o empregado
quando houver dispensa sem justa causa. Ele deixou de Pedido de demissão com a cláusula, afastada a
receber remunerações, já, não é presumido para o indenização do art. 480, o contrato não foi violado. Atraído o
empregador. Depende da prova, já que o prejuízo financeiro aviso prévio. O empregado dando aviso ao empregador, para
não é certo para o empregador com a saída antecipada do que o empregador tenha tempo para encontrar um outro
empregado, pelo pedido de demissão. empregado para substituir aquele. Irá se afastar pelo pedido
de demissão. E as outras verbas? Sem alteração, pois não
Caso haja prova do prejuízo, o empregado pagará estão relacionadas a surpresa, não estão relacionadas a
uma indenização ao empregador. O valor dessa indenização, natureza do contrato e sim a forma de encerramento.
é limitada ao que o empregado receberia se fosse inversa a
situação. Limitada a metade das remunerações que faltava Nunca as duas juntas: aviso prévio e indenização.
para o empregado receber. Será o valor máximo. Primeiro vai O máximo que pode acontecer é não ser devida a
ser analisado o prejuízo, e dependendo do valor apurado, há indenização e não ser devido o aviso, mais nunca aviso mais
um limite, há um teto que o empregado receberia se fosse indenização do art. 479 e do art. 480. São incompatíveis.
inversa a situação. E as outras verbas do pedido de
demissão? Férias, décimo terceiro? Não tem saque do fundo Com a cláusula = aviso
de garantia porque no pedido de demissão, não há saque do Sem a cláusula = indenização
fundo de garantia, não tem a multa de quarenta por cento, já
que não há o que proteger, a iniciativa do afastamento foi do * Na próxima aula, a segunda modalidade de
empregado. Saldo de salário sempre. contratação a prazo determinado, o da lei 6019/74 ( que é
uma forma de terceirização ). Então, próxima aula, será sobre
Então essas indenizações, elas não vão afastar terceirização.
outras verbas. E com a cláusula? O contrato a prazo
determinado com cláusula de rompimento, com a cláusula do
art. 481. Havia expectativa do encerramento do contrato
antecipadamente? Sim, constava a cláusula. A cláusula
Última coisa foi contrato a prazo determinado no A fornecedora para cumprir o contrato de natureza
sistema da CLT, não foi? Cláusula assecuratória do civil celebrado com a tomadora precisa ter a mão de obra à
rompimento antecipado, sem cláusula, pagamento de sua disposição. E só terá a mão de obra à sua disposição
indenização...vimos tudo isso? Duração máxima dependendo celebrando com o trabalhador em contrato. Contrato de
de cada motivo. trabalho. A fornecedora ela funciona como agência de
locação de mão de obra. Os únicos casos de locação de mão
Agora 2ª modalidade de contratação a prazo de obra permitidos na legislação trabalhista são estes dois
determinado. que estão aqui no quadro: substituição e acréscimo –
Uma Lei específica. Lei 6.019/74. nenhum outro mais. São casos excepcionais, para que não
Nessa modalidade de contratação, a contratação haja o prejuízo que pode ser até de grandes proporções para
não é direta é através de uma intermediária, chamada a tomadora.
fornecedora de mão de obra. A contratação não é direta é Esse contrato de trabalho firmado entre o
feita através de uma intermediária chamada fornecedora de temporário e a fornecedora pode ser a prazo determinado.
mão de obra. O importante é o envolvimento de três partes. Sendo a prazo determinado a duração inicial é de até 3
Uma relação triangular existente: a intermediária, a meses. Tem de dias, 1 mês, 2 meses, 3 meses. A duração
fornecedora de mão de obra temporária, que pode ser inicial, mas cabe uma única prorrogação autorizada pelo
pessoa física ou jurídica, mas sempre urbana, nunca rural. A órgão local do Ministério do Trabalho – DRT – Delegacia
intermediária pessoa física ou jurídica urbana, pois a Regional do Trabalho. Órgão local de atuação do Ministério
atividade do fornecimento de mão de obra é atividade do Trabalho. Havendo uma única prorrogação a duração
estritamente urbana. A tomadora de mão de obra, que é a máxima do contrato: 6 meses. Duração máxima: 6 meses.
contratante que receberá a mão de obra temporária e a figura Sendo este contrato a prazo determinado, ele vai
do trabalhador, chamado temporário. acompanhar o prazo de duração do contrato de natureza
civil. Os dois contratos serão celebrados ao mesmo tempo.
A tomadora não celebra contrato de trabalho Só será celebrado o contrato de trabalho no momento em
diretamente com o empregado. A tomadora celebra contrato que a fornecedora encontrar para o trabalhador uma
de natureza civil de fornecimento de mão de obra à colocação em uma fornecedora. Os dois contratos
fornecedora. celebrados ao mesmo tempo.
Encerrado o contrato de natureza civil, encerrado
Razões para a contratação triangular: o contrato de trabalho. Os dois são paralelos, sendo o
Situações excepcionais. Situações excepcionais contrato de trabalho a prazo certo, a prazo determinado.
transitórias que justificam a rápida obtenção da mão de obra Sendo a prazo certo cabe, logicamente, o término natural,
pela tomadora. Situações de substituição de empregado da inclusive, há expectativa das partes do término natural,
tomadora afastado temporariamente do serviço. Substituição quando alcançado o termo certo ajustado pelas partes. Mas
de empregado da tomadora, mas em que situação? Aumento não há qualquer impedimento legal para que este contrato de
na demanda, acréscimo extraordinário de serviço. Situações trabalho seja a prazo indeterminado, sem qualquer limite de
excepcionais, situações que justificam a rápida obtenção da duração. A contratação a prazo indeterminado sempre é
mão de obra. Justificam a contratação através da possível, é a regra. Não haverá qualquer prejuízo para o
fornecedora que tem um cadastro pronto, pré-constituído com empregado na contratação a prazo indeterminado. Não é
o nome dos trabalhadores. Nome de trabalhadores comum, logicamente, a contratação indeterminada nessa
qualificados, mão de obra especializada, mão de obra já modalidade da lei 6.019, não é. Não é comum porque sendo
preparada para substituir o mais rápido possível um este contrato indeterminado o que vai atrair com o seu
determinado empregado da tomadora que sofreu um rompimento? A totalidade das verbas. Não caberá término
acidente, que adquiriu uma doença, a mulher que foi ter natural do contrato e sim haverá a dispensa por justa causa,
neném e vai se afastar temporariamente do serviço ou então ou dependendo da parte que tomar a iniciativa o pedido de
aumento da demanda. Mão de obra que não será treinada demissão. Mas a dispensa sem justa causa atrairá a
pela tomadora. Mão de obra que já foi preparada pela totalidade das verbas do trabalhador, não haverá rompimento
fornecedora. normal, natural. E também não é comum, porque além de
atrair a indenização integral para o trabalhador, o trabalhador
A razão de uma contratação através de uma ficará à disposição da fornecedora indeterminadamente,
intermediária, porque ela é permitida? Em razão de um mesmo não tendo uma colocação aqui na tomadora. Não
motivo excepcional. Excepcional temporária, a tomadora havendo uma colocação desse trabalhador numa tomadora,
precisa obter rapidamente uma mão de obra para não perder ele está afastado do serviço. Recebendo ou não recebendo?
a produção, esse é o objetivo, essa é a finalidade para Recebendo o salário, porque o afastamento decorrerá da
contratação pela 6.019, evitar o prejuízo da tomadora pela vontade de quem? Da fornecedora. O risco do negócio é de
perda na produção. Se perdesse a produção poderia até quem? Da fornecedora. Não encontrou uma colocação para o
acontecer, quem sabe, a falência da tomadora e corte dos temporário, vai ter que pagar o salário por contrato
próprios empregados da tomadora. A finalidade é evitar o indeterminado, mesmo estando o empregado afastado do
prejuízo da tomadora e evitar que ela perca a produção. serviço. Então é muito difícil a contratação a prazo
Perder a produção pela ausência de um determinado indeterminado nessa modalidade triangular, porque vai atrair
empregado ou perder a produção excedente de uma para o trabalhador a totalidade das verbas, diante do
rompimento, assim como atrairá para o trabalhador o
pagamento de salário, mesmo estando afastado do serviço, contrato por prazo indeterminado embora não seja comum a
já que o empregado estará de forma indeterminada à contratação dessa maneira.
disposição da fornecedora. Mesmo sem ter uma colocação Trabalhador temporário tem garantias trabalhistas
na tomadora vai continuar a receber o salário. Como essa asseguradas? Tem. Sendo o contrato a prazo certo ou a
situação possibilita a contratação a prazo certo, prazo indeterminado. Inclusive, uma das garantias próprias,
provavelmente a fornecedora irá contratar a prazo certo, a particulares desse trabalhador: receber remuneração
prazo determinado, porque é condição mais vantajosa para equivalente a do empregado da tomadora. Remuneração
ele. equivalente a do empregado da tomadora. Equivalente a do
empregado substituído, equivalente a que os demais
A única desvantagem pela contratação a prazo empregados recebem havendo um acréscimo extraordinário
determinado pela fornecedora é exatamente o fato do do serviço.
trabalhador não ficar à disposição plena da fornecedora. As garantias dos trabalhadores temporários estão
Havendo a contratação a prazo certo, o contrato só é enumeradas no art.12 da Lei 6.019.
celebrado no momento em que a fornecedora encontrar uma
colocação para a tomadora, correto? Mas vamos supor a Local de trabalho do temporário? Qual o local de
seguinte situação: a tomadora está necessitando de mão de trabalho do temporário? Estabelecimento da fornecedora ou
obra:”olha fornecedora, eu preciso de um empregado com as da tomadora? Da tomadora. Ele vai ser emprestado a
seguintes características”. A fornecedora vai buscar no seu tomadora durante determinado período. Durante determinado
cadastro de não encontra nenhum trabalhador com aquelas período o temporário estará integrado aos meios de produção
características disponível. Vai ter que sair à busca daquele da tomadora, será mais um ativo da tomadora, vai se
trabalhador e se ela não encontra? Como ela vai celebrar o misturar com os empregados da tomadora. Estará integrado
contrato de natureza civil com a tomadora se não estiver à aos meios de produção da tomadora, vai se utilizar das
sua disposição a mão de obra do empregado. A contratação máquinas da tomadora.
de forma indeterminada possibilita sempre esse cadastro
devidamente preenchido, com a possibilidade da Em que tipo de atividade da tomadora? O
fornecedora, havendo o chamado da tomadora, de celebrar temporário poderá selecionar esta mão de obra. Que tipo de
com ela o contrato de natureza civil. Já a contratação a prazo atividade? Meio, fim ou tanto faz? Atividade meio é atividade
determinado vai depender do trabalhador estar por acaso secundária, fim é a atividade principal da tomadora. Que tipo
desempregado naquele momento, estar disponível para a de atividade? Pode ser em atividade meio? Pode. Pode ser
fornecedora, ou não fazendo parte do cadastro, a em atividade fim? Também! A situação é transitória é
fornecedora correr atrás. Mas sem dúvida, com esse temporária de permanência do trabalhador na tomadora,
desemprego total vai ser muito difícil não existir um podendo ser na atividade fim ou meio, podendo ser
trabalhador ali pronto para ser colocado à disposição da necessária substituição de empregado que trabalhava
fornecedora, mas seria uma desvantagem a ser destacada diretamente na linha de produção ou numa atividade
na contratação a prazo determinado pela fornecedora. secundária de uma fábrica de sorvetes, por exemplo.
Atividade meio ou atividade fim. Depende da demanda na
Observem que mesmo sendo este contrato a atividade meio ou atividade fim. Não importa, já que a
prazo determinado há vínculo empregatício. Vínculo a prazo situação é temporária.
certo. A prestação do serviço mesmo que por curta duração
até 6 meses não afasta o reconhecimento do vínculo. Lembra O trabalhador ficará subordinado à fornecedora?
na primeira aula, as características dos empregados? Pessoa Não? Ele é empregado de quem? Da fornecedora. Está
física, receber salário, prestar o serviço com pessoalidade, de subordinado à fornecedora? Está. Subordinado à tomadora?
forma subordinada, serviço não eventual. O serviço é Também, qual o local de trabalho dele? Estabelecimento da
eventual ou não eventual do trabalhador temporário? È tomadora receberá ordens da tomadora. Controle temporário
eventual ou não eventual? É esporádico ou é contínuo? O de trabalho desse temporário. É feito pela tomadora. O
serviço dele? Mesmo que por curta duração é habitual. É horário de trabalho é controlado pela tomadora, tanto que o
habitual para quem? Para a fornecedora. O contrato de local temporário de trabalho é o estabelecimento da
trabalho é celebrado entre o trabalhador e a fornecedora. O tomadora. Subordinado às duas pela natureza dessa
trabalho é esporádico para quem? Para a tomadora. Mas é modalidade de contratação. Envolvimento de três partes.
habitual e contínuo para a fornecedora é a razão da
existência da fornecedora – fornecer mão de obra temporária É uma espécie de terceirização a contratação pela
para diversas tomadoras. Mesmo sendo por curta duração Lei 6.019? È. È uma espécie de terceirização. Há presença
até 6 meses, há vínculo empregatício a prazo determinado, de um terceiro nessa relação, qual é o terceiro? Qual é o
atraindo para o trabalhador garantias trabalhistas. Sendo a terceiro? A fornecedora, a intermediária. Envolvimento de um
prazo certo como eu acabei de falar não vai atrair a totalidade terceiro na relação normalmente bipolar: trabalhador e
das verbas, porque o esperado é o término natural do contratante. Aqui há o terceiro que é a fornecedora, a
contrato, mas de qualquer forma atrai algumas, como o intermediária. É uma espécie de terceirização, mas não
depósito fundiário, atrai a remuneração das férias, o 13º confundam essa espécie de terceirização do trabalho
salário, mas afasta o aviso prévio e a indenização de 40% do temporário com uma outra: terceirização prestação de
fundo. Estão acompanhando? Tranqüilo? Ta rápido? Um serviços. São modalidades distintas de contratação. Assim
pouquinho? Ta um pouco rápido, é? que eu acabar o trabalho temporário pela 6.019 eu vou
comparar essa espécie de terceirização com essa outra de
Bom, contrato a prazo determinado, com vínculo prestação de serviço, mas são formas distintas de
empregatício, duração máxima de 6 meses, podendo ser contratação.
faz? Retém. O que? 11% do valor da nota, do valor da fatura, contrato celebrado com a prestadora a realização de uma
do valor total ajustado no contrato de fornecimento de mão determinada atividade que poderia ser por ela realizada, à
de obra entre fornecedora e tomadora. Faz o que com esses prestadora.
11%? Recolhe para o INSS. Em nome de quem? Da
fornecedora que é a real empregadora é mero adiantamento
da contribuição da fornecedora não está sendo criada uma A organização das atividades na tomadora. A
outra contribuição. Base legal desta retenção, art.31 da Lei organização mais antiga. Colocar aqui encima para vocês
8212/91. Lei de Custeio da Previdência Social. Observem visualizarem melhor: Eu tenho aqui a tomadora, que é a
que na redação do art.16 da Lei 6.019 vocês vão encontrar contratante e diversas atividades, organizadas na forma
que a tomadora responde solidariamente pelo cumprimento vertical
das obrigações previdenciárias. Na redação do art.16 da Lei
6019 vocês vão encontrar que a tomadora responde
solidariamente pelo cumprimento das obrigações TOMADORA:
previdenciárias na cessão de mão de obra, mas acontece
que essa responsabilidade solidária foi substituída pelo
direito de retenção. Na lei específica de seguridade social.
A
Redação original do 31 da 8.212,
responsabilidade solidária na cessão de mão de obra pelo B
cumprimento das obrigações previdenciárias, esta era a
redação original que estava em consonância com o 16 da C
6.019, mas o art.31 da 8.212 foi alterado pela 9.711/98
alterou a redação do 31 da 8.212, substituindo a
responsabilidade solidária pelo direito de retenção, isto a Atividade A, B e C.
partir de 1º de fevereiro de 99. O que prevalece, art.16 ou 31 Atividade A é a principal é a atividade fim da
norma específica de matéria previdenciária? A lei específica. tomadora. Se é a atividade fim da tomadora o que é
Substituição de responsabilidade solidária pelo direito de razoável? Que a tomadora realize com maior eficiência essa
retenção. atividade.
Terceirização – Prestação de Serviços Já a atividades B e C são atividades secundárias,
atividades meio para a tomadora. A tomadora é uma fábrica
de chocolate, a atividade fim: a fabricação do chocolate.
Não há uma lei que trate das regras gerais de Atividade meio: setor de informática; atividade meio:setor de
terceirização/prestação de serviços. Não há. Existem limpeza.
algumas leis específicas sobre terceirização no setor de
transportes, no setor de vigilância, mas regras gerais na Essas outras atividades que para a tomadora são
legislação, elas não existem. Essas regras gerais estão na atividades secundárias para as prestadoras são as atividades
jurisprudência uniforme, no Enunciado 331 do TST. principais. Atividade meio que a tomadora não realiza com
Enunciado 331 tem aplicação na terceirização feita na 6.019 maior eficiência vai ser passada para um terceiro que realiza
e na terceirização prestação de serviços, mas na com maior eficiência essa atividade secundária. Secundária
terceirização fornecimento de mão de obra há legislação para quem? Para a tomadora, mas fim para a prestadora. A
além do Enunciado 331. Na terceirização prestação de atividade B que é meio para a tomadora é fim para a
serviço, esses critérios essas regras gerais, só na prestadora. A atividade C que é meio para a tomadora é fim
jurisprudência uniforme. Aqui também há uma relação para uma outra prestadora.
triangular. Envolvimento de três partes. O trabalhador,
chamado prestador de serviço, a prestadora de serviços e a
tomadora, de serviços também. Qual a vantagem da terceirização? Melhora sem
dúvida alguma a qualidade do produto. Intensifica a produção
Prestadora e tomadora celebram um contrato de
na quantidade e qualidade, porque todos que realizam com
natureza civil de prestação de serviços e não de fornecimento
maior eficiência vão contribuir para o resultado final. O
de mão de obra. Contrato de prestação de serviços de
produto final, produto produzido será melhor. Esta é a idéia,
natureza civil e não de fornecimento de mão de obra.
mais eficiência na busca do produto final. Esta é a vantagem
Detalhe, é tomadora do setor privado por enquanto hein!
da terceirização. Não há uma vantagem direta na redução
O contrato de prestação de serviços ele é bem dos custos, não é isso que acontece, porque, inclusive, o
mais abrangente do que o contrato para mero fornecimento valor que a tomadora vai pagar à prestadora para a
de mão de obra. No contrato de fornecimento de mão de obra celebração do contrato de prestação de serviço vai ser maior
a tomadora ela precisa da mão de obra para integrar essa do que ela pagaria de salário diretamente contratando um
mão de obra aos seus meios de produção durante empregado, porque além do salário que vai ser custeado pela
determinado período apenas. Isso não acontece na tomadora, vai ter que pagar uma taxa que fica em torno de
prestação de serviços. 15% à prestadora. O custo direto será superior, superior em
quanto? 15%. Mas, melhorando a qualidade do produto, qual
a vantagem para a tomadora? Qual a vantagem para ela? Ela
O objetivo, a finalidade da prestação de serviços? vai reduzir seus custos no total, sem dúvida e além de poder
Passar para um terceiro a realização de uma determinada competir no mercado de trabalho, no mercado não de
atividade. A tomadora é a contratante, ela passará através do trabalho, mas em processo de comercialização dos produtos
de forma bem mais agressiva do que se não houvesse a controle feito diretamente do horário de trabalho pela
terceirização. Estão visualizando? A organização que era tomadora. O controle é feito pela prestadora. Cabe a
vertical passou a ser horizontal. Verticalização para substituição do prestador aqui na tomadora. Cabe a
horizontalização. substituição da mão de obra. Porque não há pessoalidade
com a tomadora. Ela não está se interessando se é José, se
é João a trabalhar e sim o serviço, o resultado final realizado
O trabalhador prestador de serviços, ele é pela prestadora. Se é José, se é João trabalhando, isso na
empregado de alguém? O trabalho dele é esporádico ou é interessa para a tomadora. Ela não controla. Ela não controla
habitual? Nesta relação triangular aqui, prestação de serviço? porque? Porque não é a natureza dessa modalidade de
Habitual! Está ligada a transitoriedade do serviço, a contratação que tem uma finalidade de passar, como eu já
contratação desse trabalhador? Não. Há transitoriedade da falei, para um terceiro, a realização de uma determinada
atividade empresarial? Não. Há um contrato de experiência? atividade. A tomadora não quer se preocupar com algumas
Não, não tem uma firma para contratar a prazo determinado. atividades, ela quer centralizar seus esforços em torno de
Esse trabalhador é contratado a prazo indeterminado sem uma atividade, provavelmente qual atividade? A principal,
limite de duração, pois não há motivo para contrata-lo a prazo atividade fim. Mas não está de forma expressa no Enunciado
certo. Mas o contrato a prazo indeterminado é celebrado com 331 que será ilícita, irregular a prestação do serviço em
a prestadora ou com a tomadora? Com a prestadora. atividade fim. O que está expresso: inexistência de
Contrato de trabalho indeterminado, há vínculo empregatício, pessoalidade e subordinação, pois não haverá controle por
trabalhador e prestadora. Contrato sem qualquer limite de parte da tomadora. A tomadora está interessada no resultado
duração. Não há um vínculo entre o contrato de natureza civil final. Como a prestadora chegará a esse resultado final não
e o contrato de trabalho. Encerrado o contrato de natureza importa para a tomadora. Isso importa para quem? Para a
civil de prestação de serviços o contrato de trabalho poderá prestadora, que vai se organizar para trabalhar de forma mais
permanecer íntegro ou ser rompido. E sendo rompido? O que eficiente, vai realizar o serviço de forma mais eficiente. Mas
vai atrair para o trabalhador? A totalidade das verbas. Não porque eu falei para a grande maioria somente a atividade
haverá término natural do contrato de trabalho, porque ele meio pode ser terceirizada, embora isto não esteja expresso
não tem nenhuma ligação com o contrato de natureza civil. no Enunciado 331? Porque não é razoável que a tomadora
Ele sendo dispensado, o trabalhador, não tendo praticado passe para a prestadora a sua atividade principal, sem
logicamente falta grave, será uma dispensa sem justa causa manter o controle. Para atividade fim da tomadora o que é
e não término natural, atraindo para ele, ele trabalhador, a razoável? Que ela controle esta atividade. Se a razão da sua
totalidade das verbas. A indenização de 40% do fundo, existência é fabricar o sorvete não é razoável que a
FGTS, o aviso prévio. fabricação do sorvete não seja controlada pela tomadora.
Não por não estar expresso no 331 e sim pela finalidade do
instituto. A responsabilidade na realização da atividade fim é
Que tipo de atividade o prestador de serviço da própria tomadora, não de terceiros, de prestadores de
poderá selecionar esta mão de obra e participar de um serviço. Mas atualmente há uma tendência a uma
contrato de prestação de serviço? Atividade meio ou fim da flexibilização na prestação de serviços. Flexibilização ao se
tomadora? Para a grande maioria atividade meio. Atividade admitir a terceirização/prestação de serviços em algumas
secundária ou não finalística. Mas observem a redação do atividades consideradas até mesmo finalísticas para as
Enunciado 331 do TST. Não consta de forma clara ser tomadoras. Serviços altamente especializados, justificando a
irregular a prestação de serviço na atividade fim da tomadora. contratação de um terceiro. Isso acontece, na prática, nas
Não está expresso no Enunciado 331. Enunciado 331, inc.III: montadoras. Montadora de automóvel que terceiriza a pintura
“Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação do automóvel. Pode ser considerada atividade fim? Pode,
de serviços de vigilância, de conservação e limpeza, bem pode ser considerada atividade fim. Portanto há uma
como, as de serviço especializado ligado á atividade meio do tendência em se admitir a prestação de serviços em atividade
tomador desde que inexistente a pessoalidade e fim da tomadora. Essa tendência para os serviços altamente
subordinação direta” especializados; essa tendência diante da omissão do
Enunciado 331, ou melhor a falta de clareza do Enunciado
Qual a condição para ser regular a prestação de 331, porque ele na veda expressamente a terceirização e na
serviço de terceirização? O que está expresso no Enunciado atividade fim e o 3º argumento: não seria o Tribunal
331, inc.III? Inexistência de pessoalidade e subordinação do Trabalhista a interferir numa relação que não é de trabalho.
trabalhador com quem? Com a tomadora. Para ser regular a Essa determinação de atividade meio ou atividade fim é
terceirização prestação de serviço – inexistência da matéria propriamente trabalhista? Não, não é matéria
pessoalidade e da dependência de subordinação com a trabalhista, não caberia uma ingerência do Tribunal
tomadora de serviço. Trabalhista numa matéria que não é relacionada a trabalho.
Matéria que é do direito comum.
Porque? Porque a tomadora não está contratando
a mão de obra, ela está contratando o que? O que é que ela
quer? O que é que ela precisa? O serviço. Ela passa para um
terceiro a responsabilidade da realização de uma Concurso público, como é que vocês devem aí
determinada atividade e se passa para um terceiro a resolver a questão: terceirização para a grande maioria é em
responsabilidade na realização de uma determinada atividade meio, atividade secundária, sendo irregular a
atividade ela não vai controlar a maneira em que a mão de terceirização em atividade fim. Por enquanto essa é a
obra estará integrada aos meios de produção. Porque os resposta. Veja que nesses argumentos que eu acabei de
meios de produção, inclusive, não serão da tomadora, serão apresentar, aqueles que defendem a prestação de serviços
de quem? Da prestadora. Perceberam a diferença. Não há em atividade fim, eles ainda não têm força para combater o
principal argumento de prestação de serviço só em atividade tomadora quanto aos aspectos trabalhistas sempre, sem
meio. Eu já falei: não é razoável que a tomadora passe a exceção será subsidiária.
responsabilidade da realização de uma atividade que é a
principal para ela. Não é razoável não ter subordinação e Irregularidade na contratação. O que seria
pessoalidade em atividade fim e uma coisa é clara no irregular? Para a grande maioria terceirização em atividade
Enunciado 331, que a pessoalidade e subordinação não fim. Que mais? Pessoalidade e a dependência com a
podem existir com a tomadora. Alguma dúvida ou posso tomadora. O que isto gera? Reconhecimento de vínculo
seguir? empregatício, determinado ou indeterminado? Indeterminado
diretamente com a tomadora de serviços, que passa a figurar
como real empregadora.
Pergunta: Havendo pessoalidade.....(inaudível) Aspecto previdenciário: Igualzinho ao que foi
falado no trabalho temporário da 6.019. Retenção de 11%. A
Resposta: Irregular a terceirização. mesma coisa.
Comparando as duas espécies de terceirização:
E o que aconteceria na irregularidade da Terceirização 6019 com terceirização prestação
contratação? Na pessoalidade e subordinação? O que de serviço.
aconteceria com a mão de obra? Quem está controlando? A
tomadora. O que isto gera? Vínculo com a tomadora. O Lei 6019: mero fornecimento de mão de obra que
vínculo é inexistente, considerado nulo, formado o vínculo não acontece na prestação de serviços.
diretamente com a tomadora que passaria a ser a real
empregadora, já que ela estaria controlando a mão de obra. Quem dirige a mão de obra no trabalho
temporário pela 6019? Quem dirige diretamente a mão de
obra? A tomadora.
Pergunta inaudível Local de trabalho do temporário? Local de
trabalho do trabalhador temporário? Estabelecimento da
Resposta: Contrato de empreitado é parecido com fornecedora ou da tomadora? Da tomadora.
o contrato de prestação de serviço. Contrato de empreitada é
para realização de uma determinada obra. Há o empreiteiro Aqui na prestação de serviços, quem dirige a mão
principal, sub-empreiteiro e o trabalhador. Três partes de obra? A prestadora.
envolvidas. Aqui também há o envolvimento de três partes,
mas a finalidade do contrato celebrado entre a prestadora e a Local de trabalho do trabalhador prestador? Tanto
tomadora não é a realização de uma obra e sim a prestação faz. Estabelecimento da prestadora ou da tomadora?
de um determinado serviço. Essa é a diferença. O contrato Sendo o local de trabalho o estabelecimento da
de empreitada tem previsão legal, a própria CLT, art.455 e tomadora: é necessário que a prestadora envie à tomadora
prestação de serviços não tem referência na legislação. um representante, um preposto, para controlar o horário de
trabalho e a execução das tarefas por parte dos
trabalhadores prestadores de serviço. Não havendo a
O trabalhador: subordinado apenas à prestadora. permanência desse representante da prestadora no
estabelecimento da tomadora, ele está sendo dirigido por
A impossibilidade de substituição de mão de obra: quem? Pela tomadora. O que isso vai gerar? Vínculo com a
só em relação à prestadora de serviço. tomadora.
Responsabilidade direta no cumprimento das Trabalho temporário lei 6019, para qual atividade?
obrigações trabalhistas:prestadora, real empregadora. A Meio ou fim? Não importa. Tanto faz. Já na prestação de
responsabilidade pelo cumprimento das obrigações serviço, para a grande maioria – atividade meio apenas.
trabalhistas é de quem celebrou o contrato de trabalho. E
quem celebrou? Prestadora com trabalhador. As obrigações Quanto ao cumprimento das obrigações da
naturais são da prestadora de serviço. fornecedora e prestadora, num primeiro momento, aquela
responsabilidade da tomadora na inadimplência, da
Inadimplência da prestadora. Alguma fornecedora ou da tomadora conforme a modalidade de
responsabilidade para a tomadora? Enunciado 331 – contratação. Mas o trabalho temporário da 6019 há uma
responsabilidade subsidiária da tomadora de serviço na exceção a esta responsabilidade que ocorrerá na falência da
inadimplência da prestadora. fornecedora, a responsabilidade da tomadora é de que
Devem constar como reclamados: prestadora e forma? Solidária. No cumprimento das regras das duas
tomadora. Primeiro esgotar o patrimônio da prestadora modalidades de contratação: o que acarreta? O
depois esgotar a busca do patrimônio da tomadora. Há o reconhecimento de vínculo diretamente com a contratante
benefício de ordem. tomadora de mão de obra ou a tomadora de serviço.
podendo exceder esse limite. D e modo geral, os contratos empregados, ou seja, o empregador poderá exercer a
por prazo determinado poderão ser prorrogados uma única qualquer momento seu dir. potestativo de resilicao do
vez, a exceção é a contratação pela Lei 9601/98. Não contrato de trabalho. Mas havendo um motivo especial o
confundir várias prorrogações com várias contratações. emprego poderá ser garantido durante um determinado
período, não podendo o empregador exercer seu dir.
Várias prorrogações; duração inicial de 6 potestativo. O motivo especial pode ser a gestação, a
meses, dentro de 2 anos várias prorrogações em um único proteção ao nascituro, o empregado eleito p/ representar os
contrato outros na CIPA.
Várias contratações: são admitidas Se não tivessem essa proteção provisória no
observadas as regras so art. 452 da CLT. momento em que o empregado retornasse do afastamento
- Rescisão antecipada: art. 1º, par. 1º, I, Lei de um acidente seria dispensado automaticamente.
9601/98. Essa estabilidade atinge os empregados
A forma de indenizar na rescisão antecipada será contratados pela Lei 9601/98 e por todos os empregados
estabelecida no Acordo ou Convenção coletiva de trabalho. contratados a prazo determinado, mas só pelo tempo de
Não sendo aplicada a regra do art. 479 e 480 da CLT. duração do contrato.
1) Limite para o trabalho semanal 1)o empregado quando admitido a tempo parcial
diário não precisará de autorização da norma coletiva, basta
simples anotação na CTPS;
Esses limites são impostos p/ evitar acidente, 2)se o empregado ingressou na empresa
doença ocupacional, baixa produtividade. contratado a tempo integral, e durante a vigência de seu
Esses limites são variáveis conforme o regime de contrato houver mudança no regime de contratação (de
contratação, que são dois: a tempo integral e a tempo parcial. tempo integral p/ tempo parcial). Essa mudança também
A regra é a contratação a tempo integral. Art. 58, afetará o salário que será reduzido proporcionalmente de
CLT e art. 7º, XIII CF. acordo com o tempo trabalhado. Isso é uma forma de
flexibilização que deverá ser feita através da participação
Integral até 8hs (diário) obrigatória do sindicato profissional. Essa mudança no
Até 44 hs (semanal) regime de contratação durante a vigência do contrato de
trabalho dependerá de autorização em acordo ou convenção
Ultrapassado esse limite será considerado coletiva, pois a norma estará sendo flexibilizada.
trabalho extraordinário. Centro de Estudos Jurídicos 11 de Agosto, data:
O salário devido aos empregados 03/04/05
contratados a tempo integral é de R$ 260,00 que é o salário
mínimo (art. 7º, IV CF = salário nacionalmente unificado). DA DURAÇÃO DO TRABALHO:
Não existe SM regional o que há aqui no RJ é piso salarial p/
as categorias profissionais fixado em lei estadual. O piso 1). LIMITE PARA O TRABALHO:
salarial é o mínimo salarial p/ determinados grupos e não p/
todos os empregados brasileiros. Ele é fixado conforme a DIÁRIO OU SEMANAL
extensão e a complexidade do trabalho. Art. 7º, V CF. A
primeira lei fixando piso salarial aqui no RJ foi declarada 2). INTERVALOS:
inconstitucional porque estipulou um valor único de piso p/
todas as categorias profissionais e não levou em conta a INTRAJORNADA OU EXTRAJORNADA
extensão e a complexidade do trabalho previstos no art. 7º, V
CF. pouco tempo depois, nova lei estadual foi publicada, com 3) TRABALHO EXTRAORDINÁRIO
uma variação de R$ 2,00 no valor do piso p/ cada categoria
( bancários, professores, metalúrgicos ...). Aí sim houve 4). TRABALHO NOTURNO
constitucionalidade.
Cabe a União legislar sobre matéria trabalhista 5). RSR E FERIADOS
(art. 22, I CF). Nesse mesmo artigo, p. único, diz que a União
através de Lei Complementar poderá autorizar ao Estados a 6). QUADRO DE HORÁRIOS
legislar sobre questões trabalhistas específicas.
A LC 103/2000 autorizou os Estados a legislarem 7). EXCEÇÃO DO ART. 62 DA CLT.
sobre piso salarial.
2) INTERVALO:
Parcial 25 hs (semanal)
8 hs (diário) A) INTERVALOS INTRAJORNADA: artigo
71/CLT aquele concedido durante a prestação do trabalho
No art. 58, a , CLT não consta o limite diário, diário, é o intervalo para descanso e alimentação. Finalidade
apenas o semanal. O limite diário, portanto, será o geral de 8 é a recuperação da capacidade física e mental do
hs. Mas, se ele trabalhar 8 hs por dia irá ultrapassar o limite trabalhador perdida durante a prestação do trabalho diário.
semanal, então poderá trabalhar 1 dia e folgar o outro; Recuperação para serem evitados os acidentes de trabalho,
trabalhar 4 hs por dia; qualquer forma desde que não as doenças ocupacionais, para afastar a baixa produtividade.
ultrapasse o limite semanal.
O valor mínimo salarial p/ esses empregados será O trabalhador cansado produz mal, a
fixado conforme o tempo trabalhado. P/ achar o valo do produtividade não é boa nem em quantidade, nem em
mínimo ora trabalhado: R$ 260,00 divididos por R$ 220,00 = qualidade por causa do trabalhador cansado.
1,8
Esses intervalos do artigo 71/CLT intrajornada
R$ 260,00 é o valor do SM com repouso semanal eles estão relacionados ao tempo de duração da própria
remunerado jornada. Aqueles que trabalham pouquinho não terão
RS 220,00 = 44 hs de trabalho dividido por 6 dias intervalo, trabalhar várias horas ou algumas horas corridas
úteis = 7 hs e 20 min ( 7,20 × 30 dias do mês = 220,0). sem descanso, já aqueles que trabalham mais vão precisar
de tempo de recuperação.
Respeitado o valor do mínimo trabalhado
não haverá nenhuma inconstitucionalidade na contratação a Essa proporcionalidade está no artigo 71/CLT: até
tempo parcial. 4 horas de trabalho diário não há intervalo intrajornada
Efeitos gerados por esse tipo de obrigatório (até 4 horas corridas de trabalho do empregado
contratação: pode perfeitamente trabalhar sem a necessária concessão de
um período para descanso e alimentação).
O intervalo de 15 minutos, assim como o intervalo Base legal: artigo 71, parágrafo 3º/CLT: “ o limite
de 1 hora ou de 2, eles não são computados na jornada de mínimo de 1 hora de repouso ou refeição poderá ser reduzido
trabalho e não são considerados tempo a disposição do por ato do Ministro do Trabalho e Previdência Social, quando,
empregador, o empregado não está trabalhando ele está ouvido o Departamento Nacional de Higiene e Segurança do
descansando. Portanto durante o período de intervalo o Trabalho – DNHST, se verificar que o estabelecimento
empregado não recebe, não trabalha. atende integralmente às exigências concernentes à
organização dos refeitórios e quando os respectivos
O empregado é contratado para trabalhar no meu empregados não estiverem sob regime de trabalho
exemplo 6 horas, e, inicia a jornada as 12 horas, qual é a prorrogado a horas suplementares”.
hora de saída? As 18horas e 15 minutos. Os 15 minutos são
de intervalos que não são pagos e não são considerados A redução do intervalo intrajornada para tempo
tempo de trabalho. inferior a 1 hora é por autorização do Ministério do Trabalho
após ouvir a Secretaria de Segurança e Medicina do
É contratado para trabalhar 8 horas diárias, e, Trabalho, precisa ter refeitório, os empregados não poderão
iniciou a jornada as 12 horas, qual o horário de saída? As trabalhar extraordinariamente de forma habitual.
21:00 horas ou as 22:00 horas; dependendo do período de
descanso, que pode variar entre 1 ou 2 horas. O Ministro do Trabalho para conceder ou não
essa autorização precisa ouvir uma de suas secretarias, a
INTERVALO INTRAJORNADA VIOLADO: é Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho (SSMD),
aquele não concedido da forma correta, quando não qual a razão? É ouvir os médicos, os especialistas, ou seja,
concedido da forma correta o período de descanso( que os médicos do trabalho, para o estudo das atividades
deveria na verdade o empregado descansar), será pago desenvolvidas, qual a atividade profissional, qual a atividade
como extraordinário. preponderante explorada pelo empregador se é cansativa ou
não. Se concluir que é cansativa a atividade lógico que não
A regra é: se o empregado descanso não vai será reduzido o período do intervalo; porém se for uma
receber, não descansou vai receber como extraordinário atividade tranqüila será reduzida porque em pouco tempo ele
aquele período, como uma maneira de compensar o prejuízo se recupera ( em 40 minutos ele se recupera). É direito do
que o empregado teve por não usufruir do intervalo por não trabalhador ser liberado mais sedo? é, porque o período do
descansar. intervalo não é computado como tempo trabalhado reduzindo
o período de descanso, por exemplo o trabalhador iria sair no
Base legal: artigo 71, parágrafo 4º/CLT e tempo de 21:00 horas, ele vai sair as 20 horas e 40 minutos;
orientação jurisprudencial nº 307. sai mais sedo, chega mais sedo em casa para dormir ou ter
contato com seus familiares.
OJ nº 307: “não concedido o intervalo pago como
extraordinário, pago integralmente como extraordinário”. Mas essa redução só será autorizada após ouvir
Logo, o empregado trabalha 8 horas diárias, ele tem direito SSMD, após o médico do trabalho dar seu aval.
ao intervalo mínimo de 1 hora, se descansou 15 minutos, o
que ele vai receber como trabalho extraordinário ou hora É vedado o trabalho extraordinário habitual, não
extraordinário é 45 minutos ou 1 hora? É 1 hora, ou seja, o sendo possível a redução porque o trabalho extraordinário
período todo, não concedido de forma correta será amplia a jornada trabalhada pelos empregados. Logo, ao ser
remunerado por todo o período e não apenas o período não ampliada a jornada normal gera cansaço excessivo, portanto
descansado. não será permitida a redução do intervalo havendo trabalho
extraordinário habitual. Se esporádicos é possível a redução.
Isso é porque o tempo que ele descansou não foi
suficiente para sua recuperação, ele precisa de no mínimo 1 Precisa ter refeitório para dar tempo do
hora é porque esse tempo é fundamental para que haja empregado se alimentar, se ele sair do local de trabalho para
efetiva recuperação do trabalhador, porque antes disso não procurar um lanchonete ou restaurante, ou qualquer outra
há. coisa similar, ele vai perder tempo no transcurso e se é
reduzido o intervalo, ele leva alguma coisa de casa para se
Então a remuneração é referente a todo período alimentar no próprio local de trabalho e precisa ter refeitório,
porque só quando ele descansar todo o período o instituto por exemplo, para ele esquentar a comida dele ou levar a
alcança sua finalidade que é de recuperação efetiva do marmita, ou seja, dar tempo para ele se alimentar.
trabalhador.
Logo, são quatro fatores:
Faltando um desses requisitos não caberá a Existem os intervalos gerais do artigo 71/CLT não
redução do intervalo intrajornada de trabalho. importando a atividade desenvolvida só a duração do
trabalho e os especiais são os que há um motivo especial
AMPLIAÇÃO DO INTERVALO SUPERIOR À 2 ANOS: para sua proteção.
Base legal: artigo 71, caput/CLT. I). SERVIÇO MECANOGRÁFICO: (artigo 72/CLT)
intervalo concedido ao trabalhador que presta o serviço de
É por acordo individual escrito ou pela norma mecanografia, esse serviço é igual aos serviços de
coletiva (acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho), datilografia, escrituração ou cálculo.
para ampliar o período de trabalho intrajornada para mais de
duas horas o acordo poderá ser individual mas escrito, ou por A cada 90 minutos ininterruptos trabalhados pelo
acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho. empregado tem 10 minutos para descanso.esses 10 minutos
são computados na jornada a razão é realmente reduzir o
De qualquer forma não é pago, só por acordo tempo de trabalho para que o trabalhador não venha a
combinados entre as partes poderá ser remunerado, mais adquirir doença ocupacional ( doença relacionada ao
obrigação legal de pagar mesmo quando ampliado não há. trabalho). Para que esses trabalhadores não tenham sinusite,
tendinite, bucite.
Exemplo comum de ampliação de intrajornada de Esses trabalhadores se utilizam sempre dos
trabalho são nos restaurantes, porque tem os horários certos mesmos músculos e tendões do braço e do antibraço
de pique de produção como no almoço e jantar, ampliação de saturando essa musculatura. Eles precisam de um intervalo
trabalho intrajornada por vontade das partes porque tem que especial para recuperação dos músculos e tendões destas
haver a concordância do empregado regiões.
INTERVALO NÃO OBRIGATÓRIO, PORÉM CONCEDIDO: DIGITADOR: também tem direito a esse intervalo
o empregado trabalha até 4 horas diárias, não há previsão por analogia enunciado 346/TST, não consta da redação do
legal de concessão de intervalo intrajornada, porém o artigo 72/CLT porque nessa época de 1943 (data da CLT no
empregador quer conceder e por liberalidade concede. Brasil) não existia essa atividade, era apenas datilografia.
O empregado começa a trabalhar as 12:00 horas, O digitador tem direito ao mesmo intervalo do
contratado para trabalhar 4 horas diárias vai sair que horas? datilógrafo, a atividade é muito parecida só muda a máquina.
Ele sairá às 16 horas e 15 minutos porque foi concedido
intervalo intrajornada. Esses 15 minutos provocaram uma Obs: OPERADOR DE TELEMARCKETING: a
ampliação do trabalho diário, assim, vai chegar mais tarde atividade não exclusiva de digitação, caso aconteça o que é
em outro emprego, vai chegar mais tarde em casa, quando a muito difícil porque tem que ficar 90 minutos digitando, vai ter
expectativa era sair mais sedo já que não há intervalo de direito ao intervalo. Porém é muito difícil porque pratica
intrajornada previsto na lei. outros movimentos também além da digitação.
trabalho, nesse caso do serviço frigorífico é para evitar dormir, conversar. Não esta a disposição do empregador não
doenças ocupacional e o congelamento do trabalhador. Tem sendo pagos.
que descansar fora da câmara frigorífica para “descongelar”.
Porém durante o período do intervalo
III). MINEIRO DE SUBSOLO: ( artigo 298/CLT) interjornadas de certa forma o empregado poderá ficar a
trabalho extremamente cansativo e atividade danosa do disposição do empregador, é o caso do sobreaviso e
ponto de vista técnico. A cada 3 horas consecutivas de prontidão.
trabalho terá o trabalhador 15 minutos de descanso.
SOBREAVISO: é para todos os trabalhadores
Deve respirar na superfície, esse período especial não importando a atividade profissional.
de intervalo só começa a contar quando ele chegar na
superfície. Base legal: artigo 244, parágrafo 2º/CLT.
O período que o empregado está fazendo O empregado sai do local de trabalho e vai para
deslocamento (subsolo – superfície) é considerado tempo onde bem entender, para casa ou qualquer outro lugar, mas
trabalhado. As horas e minutos do deslocamento são com a possibilidade de ser encontrado (celular, telefone fixo,
consideradas tempo de trabalho. sinal de luz, o vizinho chamar ou qualquer outra forma). Tem
que haver a possibilidade de ser encontrado.
O trabalho de mina de subsolo só a partir de 21
anos de idade. O que caracteriza o período de sobreaviso é a
expectativa de ser chamado durante o período de descanso,
IV) AMAMENTAÇÃO ATÉ 6 MESES DA durante o intervalo de interjornada e ter a obrigação de
CRIANÇA: (artigo 396/CLT) é a amamentação que a mãe atender o chamado quando necessário.
empregada dará a seu filho até que ele complete 6 meses de
idade. São dois intervalos de meia hora para cada filho Durante o período de sobreaviso o empregado
(gêmios são dois intervalos de meia hora para cada filho) esta parcialmente a disposição do empregador, se não esta
durante a jornada de trabalho. no local de trabalho mais fica com a expectativa de ser
chamado. E fica nesse estado de alerta e não descansa
Esses intervalos especiais da mulher tem relação como os outros empregados descansam, a qualquer hora o
com a duração do trabalho, esse sim, mais no horário de 8 telefone vão poder tocar. Assim, não descansa como os
horas. Já os de serviços de frigorífico, mineradores de outros empregados.
subsolo, digitadores, tem jornada reduzida. O intervalo
especial da mulher a jornada de trabalho não é reduzida, Durante do período de sobreaviso o trabalhador
sendo de 8 horas por dia, porém com dois intervalos recebe 1/3 do valor da hora normal. Não é a hora normal +
intrajornada. 1/3, e sim, apenas 1/3 da hora normal.
A maneira de concessão desses intervalos não Exemplo: esse empregado que trabalha de 8:00
pode juntar não, porque se juntar os dois intervalos na horas às 17:00 horas, durante o período de intervalo
realidade só estará concedendo um intervalo de 60 minutos. interjornadas está de sobreaviso ele vai receber durante todo
São dois intervalos de propósito porque a criança mama de esse período 1/3 do valor da hora normal. Atendendo o
tanto em tanto tempo. Há a possibilidade de concessão chamado às 7:00 horas, antes do seu horário normal de
especial desses intervalos, quando não houver creche no trabalho, ele passa a receber o valor da hora integral. Ele
local de trabalho, é entrando mais tarde a empregada e saiu às 17:00 horas, foi ampliado sua jornada? Foi, ele vai
saindo mais sedo. receber 1 hora extraordinária.
Obs: serão citados outros intervalos ao longo do Ele começou a trabalhar às 7:00 horas quando
curso, e até alguns que não serão pagos. atendeu o chamado, saiu às 16:00 horas, houve uma
compensação, ele vai receber alguma hora extraordinária?
B) INTERVALOS INTERJORNADAS: são os intervalos Não, nenhuma.
concedidos entre duas jornadas diárias trabalhadas. Entre
duas jornadas diárias trabalhadas o empregado tem direito a O valor que o empregado recebe durante o
descansar no mínimo 11 horas corridas. período de sobreaviso gera reflexos nas verbas é salário, a
natureza é salarial, porque ele esta a disposição do
O empregado é contratado para trabalhar de 8:00 empregador (gera reflexos no 13º sm, na remuneração das
horas às 17:00 horas, saindo as 17:00 horas e voltando no férias, no acordo semanal remunerado).
dia seguinte apenas às 8:00 horas, terá mais de 11 horas de
intervalos interjornadas, logo, a norma esta sendo cumprida. PRONTIDÃO: na CLT só para os ferroviários,
pode haver para outras categorias profissionais previstas em
Não é remunerado o intervalo interjornada porque acordo coletivo ou convenção coletiva do trabalho.
o empregado vai descansar nesse período, se alimentar,
Só para ferroviário, o empregado fica no dirigir até o local de trabalho? Sim, desde que até 6% do
alojamento não sai do local de trabalho. salário contratual poderá ser descontado do trabalhador.
Logo, poderá também haver o desconto nos casos dos locais
Exemplo: ocorreu um acidente na linha do trem de trabalho de difícil acesso ou não servido de transporte
vai ser acordado o trabalhador (aquele que estiver de público regular. É o mesmo limite do vale transporte, 6% do
prontidão no dia). Logo, a prontidão é pior que o sobreaviso salário contratual do trabalhador.
vai receber uma importância superior.
Mesmo pagando por uma parte do transporte tem
Receberá 2/3 do valor da hora normal durante direito a receber por aquele período como horas normais
todo o período de prontidão. trabalhadas, e se majorar a jornada de trabalho em razão do
deslocamento? Vai receber o período majorado como
Ex: a mesma história do sobreaviso, atendeu ao extraordinário.
chamado às 7:00, é uma hora normal, houve compensação,
não tem trabalho extraordinário; sem compensação, tem O transporte em si fornecido pelo empregador ao
trabalho extraordinário. empregado para chegar ao local de trabalho de difícil acesso
ou não servido por transporte regular público, não é salário
Base legal: artigo 244, parágrafo 3º da CLT. utilidade, não vai integrar as suas verbas. Esse transporte é
uma utilidade, mas não salarial. Logo, é uma utilidade
TEMPO NORMAL PARA DESLOCAMENTO benefício para tornar possível o trabalho, mais o período do
CASA- TRABALHO; TRABALHO -CASA: não é considerado deslocamento é considerado tempo trabalhado.
tempo a disposição do empregador, o empregado não vai
receber, isso para o tempo normal de deslocamento para Exemplo: um empregador dá a um empregado um
realizar este percurso. automóvel para que o mesmo se locomova, podendo utiliza-
lo inclusive aos finais de semana para o seu lazer. Esse
• exceção: automóvel é uma utilidade porque nos finais de semana o
empregado poderá ulitiza-lo como bem entender. É uma
1ª) sobreaviso; utilidade salarial que serve não só para tornar possível o
trabalho ou é uma utilidade para tornar possível o trabalho?
2ª) horas in itinere: o empregado trabalha em local É uma utilidade salarial, ou seja, utilidade pelo trabalho, é
de difícil acesso ou não servido por transporte regular como se fosse uma remuneração, pois, pode utiliza-lo como
público. O período do deslocamento será computado na quiser. O automóvel é uma parte do salário que ele receberia,
jornada (art. 58, p. 2º/CLT). porque substitui as prestações que ele pagaria para ter o
automóvel.
exemplo) o empregado trabalha em uma
plataforma de petróleo, deslocamento do ponto do encontro Logo, no momento da contratação o empregado
até a plataforma, com uma lancha ou helicóptero, é vai receber R$ 1.000,00 como pecúnia e 1 automóvel para se
considerado tempo a disposição do empregador. locomover, assim o automóvel está substituindo uma parte do
salário que ele receberia em pecúnia.
Empregado trabalha na obra cujo local é de difícil
acesso o tempo destinado ao deslocamento até o local da
obra é considerado tempo a disposição do empregador. O transporte fornecido pelo empregador para o
empregado apenas se locomover da sua casa ao local de
Geralmente o empregado vai fazer o trabalho é uma utilidade salarial ou é uma utilidade só para
deslocamento no transporte fornecido pelo empregador, pode facilitar o deslocamento até o local de trabalho? O transporte
fazer com seu próprio carro, mais geralmente o transporte é é uma utilidade, uma utilidade benefício e não salário; o valor
do empregador, marca-se um ponto de encontro onde pega do transporte não integra seus ganhos, mas o período de
todos os trabalhadores até o local de trabalho de difícil deslocamento é considerado local de trabalho prestando
acesso ou não servido por transporte regular público. serviço.
Base legal: artigo 7º, XIII e XVI/CRFB O limite para essa forma de trabalho
artigo 59 ao 61/CLT extraordinário realizado ele é pequeno até 2 horas,
exatamente por ser habitual, para não provocar acidente,
É o trabalho além do normal, o empregado doença, baixa produtividade.
trabalha mais do que deveria. Trabalhando mais do que
deveria há uma condição especial de trabalho mais gravosa, Se o limite fosse de 4 horas ou 6 horas,
é prejudicial à própria saúde do trabalhador e ao convívio habitualmente trabalhando 12 horas ou 14 horas, não é o
familiar, porque fica mais tempo fora de casa. adequado.
Por existir condição especial de trabalho mais Qual vai ser o máximo trabalhado por esse
gravosa cabe um acréscimo na remuneração desse empregado? 10 horas; 8 normais e 2 horas extraordinárias.
trabalhador, o pagamento de uma parcela salarial específica, São 10 horas de trabalho todos os dias, tendo adicional de no
uma contraprestação especial salarial. O que é salário? É mínimo 50% como salário condição (art. 59, p. 1º/CLT).
contraprestação de serviço. Havendo trabalho extraordinário
o empregado vai receber uma parcela salarial especial., uma MENORES DE 18 ANOS: para menores de 18
contraprestação especial do serviço extraordinário receberá anos essa forma de prorrogação não é admitida exatamente
adicional extraordinário. por ser habitual, uma vez constante no contrato pode ser
exigida pelo empregador a qualquer momento, e, os menores
O adicional extraordinário que é garantia de 18 anos estam em formação física, assim sendo, o
constitucional (art. 7º, XVI/CRFB), é de no mínimo 50 % do trabalho extraordinário habitual seria prejudicial a integridade
valor da hora normal de trabalho. física deste trabalhador.
Se a hora normal de trabalho é de 10 reais, a hora Obs: Das 5 formas de prorrogação que serão
extraordinária será 15 reais. analisadas apenas 2 poderão ser realizadas pelos menores
de 18 anos.
HORA EXTRAORDINÁRIA= HORA NORMAL +
ACRÉSCIMO (ADICIONAL EXTRAORDINÁRIO) As formas de trabalho extraordinárias permitidas
ao menor de 18 anos estão relacionadas no artigo 413/CLT
A natureza jurídica desse acréscimo é de salário, que faz parte do capítulo de proteção do trabalho do menor, é
só que salário condição, o empregado só recebera o uma norma especial de tutela.
adicional extraordinário enquanto existir a condição especial
de trabalho mais gravosa. Ou seja, enquanto trabalhar
extraordinariamente, cessada a condição especial de
trabalho, cessa o direito ao recebimento de adicional
extraordinário.
atividade empresarial será mais necessária durante Só é permitida a prorrogação em horário diurno,
determinado período. menor não pode trabalhar em horário noturno – norma
Ex: o médico em um hospital diante de um grande constitucional, art.7º, XXXIII.
acidente vai prorrogar a sua jornada por motivo de força
maior. Uma epidemia.
Então diante de uma situação imprevisível não há 4ª FORMA PRORROGAÇÃO UNILATERAL
limite para essa forma de prorrogação. Alguns autores
sustentam a existência de um limite fixado indiretamente. Na Serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa
norma não se encontram quaisquer limites (art.61§2º da acarretar prejuízo manifesto
CLT).
Esse limite indireto seria fixado pela soma dos Prejuízo manifesto para o empregador, prejuízo
intervalos intra-jornada e inter-jornadas. certo para o empregador caso o serviço não seja realizado o
A duração do intervalo inter-jornada é de no mais rápido possível.
mínimo11 h; intra-jornada de uma jornada superior a 6h é de Ex: entrega de uma mercadoria a um cliente com
no mínimo 1h. um prazo pré-estabelecido. Se não for feita a entrega dentro
11+1 = 12h de descanso sobrando 12h para o daquele prazo há uma multa contratual, isso onerará e
empregado trabalhar. Mas este entendimento é minoritário prejudicará o empregador.
porque o que prevalece é que numa situação imprevisível Esse quadro não pode se repetir com freqüência,
inclusive o intervalo inter-jornadas não será de concessão também é forma de prorrogação esporádica. Se essa
obrigatória. prorrogação acontecer com freqüência fica demonstrado que
o empregador precisa rever o seu quadro de pessoal,
Essas são situações excepcionais, prorrogações podendo ser aplicada multa de caráter administrativo.
esporádicas e é lógico que é necessário um revezamento, Aqui neste 4º caso as situações são previsíveis e
pois o empregado não vai agüentar trabalhar 20 h durante 4, exatamente por ser previsível o menor de 18 anos não
5 dias, isso vai representar acidente, baixa produtividade e poderá ter sua jornada ampliada.
isso não interessa para o empregador. Pela mesma razão há um limite para os adultos:
até 12h diárias – a soma da jornada normal mais a
Adicional – Na norma na consta ser obrigatório o extraordinária não poderá ultrapassar 12h.
pagamento do adicional extraordinário: § 2º do art.61 da CLT. A comunicação deverá ser feita dentro de 10 dias
Mas após promulgação da CR/88, qualquer forma à DRT.
extraordinária de trabalho quando realizada ensejará o Se é prorrogação unilateral não é necessário
adicional para o empregado. È garantia constitucional: art.7º, acordo. O empregador poderá exigir do empregado a
XVI. prorrogação. O empregado desobedecendo a ordem dada
Sempre o adicional será garantido – exceto numa pelo empregador sem ter um justo motivo sofrerá punição,
situação: na compensação de jornadas que foi vista salvo se o empregador perdoar.
anteriormente, porque não representa propriamente Tendo um justo motivo não será punido.
acréscimo.
5ª FORMA DE PRORROGAÇÃO UNILATERAL
Uma comunicação à DRT (Delegacia Regional do
Trabalho – órgão local de atuação do Ministério do Trabalho) Recuperação de horas perdidas
deverá ser feita no prazo de 10 dias corridos. É um órgão
especialmente de fiscalização quanto ao cumprimento das Prorrogação unilateral. Não é necessário acordo.
normas trabalhistas. O empregador poderá exigir a prorrogação. Neste caso há
Esse prazo começa a correr a partir da necessidade de autorização da DRT. Autorização é sempre
prorrogação da jornada. É comunicação e não autorização. prévia, portanto, antes da prorrogação o empregador deve
Se não for feita a comunicação caberá a aplicação procurar a DRT.
de multa de caráter administrativo, mas não vai gerar Neste 5º caso há um motivo de força maior que
nenhuma indenização ao empregado. A multa é para os paralisa os serviços, impede a continuidade da atividade
cofres públicos. empresarial durante um determinado período.
Haverá necessidade de recuperação da produção.
Ex; falta de luz –as máquinas não funcionam, os
Menores De 18 Anos – poderão prorrogar a empregados não trabalham, o estabelecimento está fechado.
jornada diante de um motivo de força maior, uma São dois limites diários e um anual: até 2h diárias,
circunstância excepcional, uma situação imprevisível que desde que não ultrapasse 10h.
foge ao controle do empregador, mas há limite porque o Ex: o empregado é contratado para trabalhar
físico do menor está em formação. normalmente 6h, quantas horas a mais de trabalho para
A soma da jornada normal, mais a extraordinária recuperar horas perdidas? Mais 2h.
não poderá ultrapassar 12h. Ex: o empregado trabalha normalmente 9h (8 do
O adicional é devido mesmo antes da trabalho habitual, mais 1 de prorrogação habitual), quantas
promulgação da CR/88. Há norma especial: 413,II da CLT, horas a mais para recuperar horas perdidas? 1h.
inserido no Capítulo de proteção do empregado menor. Como máximo: 45 dias ao ano poderá durar esse
A comunicação também deverá ser feita à DRT. período de recuperação.
Adicional: não consta da CLT (§ 3º, art.61), Ele já vai receber uma indenização pelo
portanto, após a promulgação da CR/88, não importa a forma rompimento do contrato. A indenização do 291 é para ele se
do trabalho extraordinário – o adicional será devido, exceto adaptar a uma nova realidade contratual ainda vigente o
na compensação de jornadas. contrato de trabalho, aqui ele não tem mais emprego. A
indenização vai variar conforme a forma de rompimento do
Para os menores de 18 anos essa forma de contrato.
prorrogação não é admitida. De qualquer maneira, o adicional extraordinário
recebido enquanto vigente o contrato vai gerar reflexo nas
verbas rescisórias. A remuneração das férias via ser
Cont. TRABALHO EXTRAORDINÁRIO – calculada com o adicional extraordinário, o 13 vai ser
OBSERVAÇÕES GERAIS calculado com o adicional extraordinário, o próprio aviso
prévio também.
1) Supressão das horas extraordinárias
habituais - as horas extraordinárias habitualmente realizadas O pagamento dessa indenização do 291 cabe em
pelos empregados poderão ser suprimidas a qualquer qualquer forma de prorrogação?
momento pelo empregador. A supressão é benéfica para os 3, 4 e 5 casos são formas de prorrogação
empregados. Esse trabalho extraordinário é prejudicial à esporádicas e nelas não tem cabimento a indenização.
saúde do trabalhador. É mais benéfico apenas o 2 caso – prorrogação habitual, mas poderá ser
cumprimento de uma jornada normal de trabalho. esporádica. Se o banco não for renovado não cabe a
Ex: empregado trabalhava 6 anos. Suprime tal indenização.
trabalho extraordinário. Deve o adicional? Não. Não há direito Só na primeira hipótese caberá a indenização do
adquirido ao adicional extraordinário quando cessada a 291.
condição especial de trabalho. Não há incorporação do
adicional extraordinário aos ganhos do empregado. Direito Trabalho
Essa regra de incorporação já existiu: Enunciado Aula do
76 do TST. Após dois anos de trabalho extraordinário dia 12/04/05 - 1º tempo (Simone de Bem)
habitual, suprimido o trabalho extraordinário, o adicional era
mantido. O Enunciado 76 foi cancelado e substituído pelo de Contratados por tempo parcial
nº 291 – suprimido o trabalho extraordinário realizado durante
um mínimo de 1 ano, o empregado receberá do empregador Artigo 59,§4º, CLT
uma indenização. O adicional ele vai perder. Qual a razão do Os empregados sob o regime de tempo parcial
pagamento desta indenização ao empregado? Equilibrar as não poderão prestar horas extras.
finanças do trabalhador. Indenização paga uma única vez,
quando suprimida as horas extraordinárias. Contratados por tempo parcial são aqueles que
Valor dessa indenização: 1 mês das horas trabalham até 25 horas semanais. Há uma incompatibilidade
extraordinárias suprimidas por ano ou ano + fração de no entre este regime de contratação, ou seja, a tempo parcial, e
mínimo 6 meses de trabalho extraordinário habitual. o trabalho extraordinário habitual.
EX: a cada mês de trabalho extraordinário recebia Empregado contratado a tempo parcial trabalha
R$ 1.000,00. Trabalhou 3 anos em regime de trabalho menos que aquele contratado a tempo integral. Mas a
extraordinário habitual. Qual o valor da indenização? R$ prestação de serviço do primeiro é necessária por um
4.000,00 período curto durante a semana.
5 anos? R$5.000,00
5 e 3 meses? R$ 5.000,00 Foram apresentadas cinco formas de
5 anos e 8 meses? R$ 6.000,00 prorrogação, algumas unilaterais e outras bilaterais. Será
6 meses? Nada. Tem que ter no mínimo um ano que as cinco formas: prorrogação contratada, compensação
de trabalho extraordinário habitual. de jornada, força maior, serviços inadiáveis e recuperação de
horas perdidas, são vedadas ao trabalhador por tempo
parcial? As unilaterais são vedadas? As unilaterais são
2) Supressão parcial: trabalhava realizadas para atender um motivo especial, uma situação
extraordinariamente 2 horas complementares durante 3 anos. excepcional, por motivo de força maior... As prorrogações
Suprimida 1 hora extraordinária caberá pagamento de unilaterais são admitidas, basta que haja um motivo especial.
indenização? Sim, também precisará se adaptar a uma nova Há compatibilidade entre as formas de prorrogação
realidade salarial. A indenização será proporcional à hora unilaterais e a contratação por tempo parcial. Mas esta
suprimida. Havendo uma variação das horas extraordinárias compatibilidade não existe nas prorrogações bilaterais, pois
mês deverá ser feita a média das últimas 12 importâncias para esta basta à vontade das partes. As prorrogações
que o empregado recebeu de horas extraordinárias. bilaterais estão ligadas ao dia-a-dia dos empregados nos
estabelecimentos e poderão ser realizadas habitualmente.
3) Indenização do Enunciado 291 e rescisão
contratual. As unilaterais estão no artigo 61 da CLT. A
O empregado estava trabalhando em regime vedação do §4º, do artigo 59, da CLT não alcança as formas
complementar e teve seu contrato rompido, foi dispensado. de prorrogação unilaterais do artigo 61, fazendo uma
Deverá receber a indenização do 291?Houve supressão das interpretação sistemática dos artigos.
horas extraordinárias? Não. Houve supressão do próprio
emprego.
3ª observação: limite de tolerância – artigo 58, Mas numa prova discursiva o enunciado não prevalece sob o
§1º, CLT: artigo 60 da CLT. Importante!! Sempre em uma primeira
etapa de concurso não contrariem enunciados, orientações
Não serão descontadas nem computadas como jurisprudenciais, artigos da CLT...
jornada extraordinária as variações de horário no registro de
ponto não excedentes de cinco minutos observado o limite De qualquer forma o trabalho extraordinário
máximo de dez minutos diários. poderá ser realizado nas atividades insalubres.
Na compensação de jornada feita através de Homens adultos não tem direito. Princípio da
acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho esta isonomia não é ferido. São desiguais homens e mulheres no
autorização não se faz necessária. Até no acordo coletivo ou aspecto do trabalho doméstico. Esses 15 min. não são
convenção coletiva implementando o banco de horas o computados na jornada, e nem são pagos. Atrasa o retorno
sindicato profissional participou do processo de negociação. para casa em 15 minutos. Não é deduzido do período
A finalidade precípua de um sindicato é defender interesses trabalhado.
e direitos tratando-se de um sindicato profissional dos
trabalhadores. Logo o acordo coletivo e a convenção coletiva
não prejudicarão aos trabalhadores, trazendo somente TRABALHO NOTURNO
vantagens para os mesmos. A interpretação que o TST dá é
que o acordo coletivo e a convenção não prejudicarão os Art. 7º, IX, CF
trabalhadores porque são elaborados para o interesse dos Art. 73 CLT
próprios. Mas a professora não concorda. Porque este juízo Enunciados 60 e 265 TST
de valor de aumentar as chances de adquirir doenças pela OJ.6
prorrogação da jornada deve ser feito pelo médico do Súmula 213 STF
trabalho e não pelo diligente sindical. Mas em uma primeira
etapa de concurso vale o escrito no enunciado 349 TST.
A Lei 9093/85 estabelece um padrão para Não tem essas garantias porque não tem controle
classificação dos feriados, mas esse rol é apenas feito no horário de trabalho desses empregados, pela
exemplificativo, outros dias poderão ser considerados impossibilidade de suas atividades.
feriados fora do padrão estabelecido pela 9093/85.
Pela Lei 9093/85 são feriados civis aqueles I – Empregados que exercem atividade externa
fixados em lei federal, assim como o dia da data magna do incompatível com a fixacao de horário de trabalho:
Estado fixada em lei estadual ( dia do aniversário do Estado).
São feriados religiosos os declarados em lei municipal não É aquele que executa suas tarefas fora do
excedentes a 4 dias, sendo que um desses 4 é a sexta-feira estabelecimento em que trabalhou, é o vendedor viajante. É
da paixão. impossível o controle do horário de trabalho. Tal condicao
O empregado tendo direito a esse benefício deve ser anotada na CTPS e no livro de registro do
e trabalhando no dia do feriado, ele terá direito a folga empregado.
compensatória ou remuneração dobrada.
Enunciado 146 TST, aplicável aos feriados e aos II – Empregados com amplos poderes de gestão
RSR. No caso de RSR a preferencia é pela folga (gerentes):
compensatória, mas em casos excepcionais quando não for
possível a concessão dessa folga devera ser feito o São aqueles empregados que agem como se
pagamento dobrado. Os feriados por serem eventuais dá ao fossem os donos, tem poderes de mando, de representação.
empregador a opção sempre pela remuneração dobrada. Podem admitir, demitir, assinar cheque em nome da empresa
sozinho, organiza o horário de trabalho dos demais
QUADRO DE HORÁRIO: empregados, aplica punições advertências. É o chefe de
departamento ou filial, gerente, diretor.
Art. 74 da CLT Não há controle p/ esses empregados pela
natureza da função exercida.
Estabelecimento com mais de 10 empregados Há um acréscimo na remuneração desses
precisam fazer o controle do registro do quadro de horários. empregados, que deverá ser de no mínimo 40% (parágrafo
Registrar horário de entrada, de saída, o intervalo único do art. 62), que não precisa vir especificado na folha
intrajornada. salarial, poderá ser incluído no próprio salário contratual do
O registro poderá ser anual, por meio eletrônico, trabalhador.
cartão magnético. Sendo paga uma parcela separada das demais,
Esse registro só é obrigatório p/ estabelecimento essa parcela será considerada uma gratificação de função.
com mais de 10 empregados. Mesmo em estabelecimento Salário contratual é o salário base do trabalhador,
com menos de 10 empregados é interessante esse sistema sem acréscimos legais
p/ controle do empregador, p/ afastar inclusive, horas Embora, esteja escrito no parágrafo único do art.
extraordinárias pleiteadas pelo empregado. Não havendo o 62 que essa parcela quando especificada na folha salarial
registro do controle a prova será testemunhal e não a será gratificação de função, na verdade não tem a natureza
documental p/ afastar as horas extraordinárias pleiteadas por de gratificação e sim de adicional.
esses empregados. A gratificação não está vinculada a uma condição
Em estabelecimentos com mais de 10 empregados que não especial de trabalho mais gravosa. Já o adicional sempre tem
tenha esse sistema de controle de horário, havendo esse vínculo de condição de trabalho mais gravosa.
fiscalização será penalizado com multa, e cobrado em dobro O empregado com função de confiança gera p/
p/ o caso de reincidencia ( art. 75, CLT). ele uma maior responsabilidade, maior cautela no
desempenho de sua tarefas, sendo essa a condição especial
mais gravosa. Quando paga em separado a parcela deveria
EXCEÇÃO DO ART. 62 DA CLT: levar o nome de adicional vinculado a essa condição especial
e não de gratificação.
Os empregados inclusos nessa exceção não tem as Na exceção do 62, II, há dois critérios a serem
garantias do capítulo da duração do trabalho. observados:
1) amplos poderes de gestão, função de
Não tem essas garantias: confiança;
2) acréscimo na remuneração
- Limite p/ o trabalho normal diário
semanal Não é razoável que o empregado chefe- gerente
receba salário inferior a seus subordinados.
- Intervalos intra (art. 71) Sendo gerente mais sem o acréscimo na
inter (art. 66) remuneração, irá atrair p/ ele as garantias do capítulo da
duração do trabalho. Aplicação do princípio da primazia da
- Trabalho extraordinário realidade.
- Trabalho noturno Para se enquadrar na exceção art. 62, I tem que
- Quadro de horário ser impossível o controle.
- RSR O disco tacógrafo não serve p/
- Feriados controle de horário de trabalho dos motoristas (entendimento
do TST). Para atrair as garantias é necessário uma outra
forma de controle, como p. ex., o fiscal. O tacógrafo serve p/
controlar a velocidade do veículo e não p/ controle do horário considerado salário. EX.: adicional de transferencia, noturno,
de trabalho. insalubridade, periculosidade e extraordinário. Todos de
O simples fato do empregado fazer o controle dos natureza salarial.
seus horários não atrai as garantias do capítulo da duração
do trabalho, porque está fora do controle direto do O salário fixo ou salário base não varia de acordo
empregador. com a produtividade do empregado. Produzindo mais ou
Quanto as garantias do RSR e feriados, embora menos terá aquela importância garantida. Ex.: salário
esteja no capítulo da duração do trabalho, são asseguradas mínimo, art. 7º, IV, CR e piso salarial, art. 7º, V, CR.
aos empregados da exceção do art. 62, CLT, porque não Empregado que produz pouco em determinado
estão vinculados ao controle de horário de trabalho. mês, não tem salário fixo, seu salário é estipulado só com
base nas comissões, a soma das comissões num
determinado mês não alcançou a importância do mínimo
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO: legal. O empregador tem a obrigação legal de fazer a
complementacao até a importância do salário mínimo.
Art. 457 a 467 da CLT
Piso salarial também é exemplo de salário fixo,
Salário é toda importância devida e paga pelo mas diferente do salário mínimo que é geral, p/ todas as
empregador aos empregados em contraprestação aos atividades profissionais, ele corresponde a importância
serviços prestados. mínima devida p/ alguns grupos de trabalhadores que fazem
O serviço é a prestação, a principal obrigação do parte de determinada categoria profissional. Ex.: piso salarial
empregado. Salário é a contraprestação do serviço. dos professores, dos bancários...
O contrato de trabalho é bilateral, ao ser O piso salarial é fixado conforme a extensão e a
celebrado gera obrigações p/ ambas as partes. complexidade do trabalho.
Remuneração compreende o salário mais as
gorjetas pagas por terceiros, que são os clientes. As comissões e percentagens são parcelas
Gorjeta compõe apenas a remuneração, não é variáveis conforme a produtividade, respeitando sempre o
salário porque não corresponde a contraprestação do salário mínimo e o piso salarial.
serviço. A gorjeta espontânea e aquela cobrada na nota fiscal
O ajuste tácito é feito pela periodicidade,
compõe a remuneração.
habitualidade e uniformidade no pagamento da parcela. Ex.:
gratificação por tempo de serviço, por produtividade.
Importância dessa distinção:
Salário sempre gera reflexo nas verbas A gratificação é genérica não tem vínculo com
trabalhistas (FGTS, 13º salário, férias, aviso prévio...). Já a condição especial mais gravosa. Constatado o tempo de
remuneração nem sempre gera reflexo nas verbas serviço o empregado irá receber a gratificao por tempo de
trabalhistas. serviço.
Algumas verbas são calculadas só com base no As diárias tem natureza salarial, devem exceder
salário. Cada verba tem uma maneira própria de ser 50% do salário base mensal e não ter prestação de contas
calculada. dos gastos efetuados durante a viagem, são esses os
Enunciado 354 As gorjetas não integram a critérios que devem ser cumulativos.
remuneração, não servindo de base de cálculo p/ as parcelas Ex.: O empregado recebe de salário base mensal
de aviso prévio, adicional noturno, horas extras e RSR. R$ 5.000,00, diária R$ 3.000,00 = excede os 50% do salário
Arts. 192 e 193 da CLT As gorjetas não integram mensal. O empregado não tem obrigação de prestar contas
o cálculo de adicional de insalubridade e periculosidade. do que ele gasta durante a viagem, assim ele pode
O empregador deve fazer uma média de quanto o economizar p/ sobrar mais p/ ele. Se ele gastar só R$ 500,00
empregado recebe de gorjeta normalmente dos clientes de não precisa devolver, porque não há controle. Qual o salário
maneira espontânea. A obrigação é do empregador p/ ele, apenas o salário base (R$ 5.000,00), o salário base
acrescentar essas verbas na remuneração. mais as diárias que efetivamente gastou (R$ 5.500) ou o
As férias e o 13º salário não estão elencados, salário base mais a diária total ( R$ 8.000,00)? A importância
então, a contrario sensu, entende-se que integram a total é claro.
remuneração.
Abonos são adiantamentos do reajuste salarial
PARCELAS SALARIAIS: coletivo. Reajuste salarial da categoria que tem data base, ou
seja, tem uma época p/ ser feito o reajuste.
Art. 457, parágrafo 1º da CLT: rol exemplificativo Ex.: A data base, a data da negociação de
determinada categoria é o mês de outubro. Em abril o
- fixo ou salário base; empregador adianta o reajuste que ainda vai ser fixado em
- comissões e percentagens; outubro. Quando chegar em outubro e houver o reajuste será
- diárias; descontado do empregado o que foi pago adiantado. É
- abonos; considerado salário.
- gratificações ajustadas.
É utilidade? Sim. Mas é para o trabalho. O representa fatia do bolo para moradia alimentação. É mera
empregado bem alimentado produz mais e melhor; reduzam- substituição, podendo haver limitação.
se as chances de acidente ou doença ocupacional.
Essa alimentação, quando o empregador inscrito P: Pode ser feito por acordo ou convenção
no PAT, o empregado não leva pra casa. Vai se alimentar no coletiva? Se não houver na lei? Sim.
local de trabalho. O vale-refeição, conta no verso, o nº de Mas não pode ser feito nem por acordo
inscrição do empregador no PAT. Não representa salário, e convenção coletiva a conversão de todo o salário em
sm vantagem. utilidade. Isso é vedado (artigo 462 CLT). Isso, na doutrina, é
chamado de sistema de barracão.
P: E a cesta básica? O empregador, para se inscrever no PAT, tem que
É pelo trabalho. preencher formulário dos Correios e enviar à Secretaria de
Segurança e Medicina do Trabalho do Ministério do Trabalho
Somente pessoas jurídicas podem se inscrever no (SSMT).
PAT para que esse vale-refeição não seja considerado Essa alimentação deve ser balanceada com
salário pelo empregador. Ao não ser considerado salário, é cardápio elaborado por nutricionista. Não sendo a
criado incentivo para o empregador fornecer a alimentação alimentação fornecida adequadamente, o empregador não
ao empregado: inscrição no PAT. Se fosse salário, geraria fará jus a dedução no IR da pessoa jurídica. O cálculo é feito
reflexo. A finalidade do PAT é fornecer alimentação diretamente na receita, junto à Receita Federal.
adequada ao empregado acidente... Há incentivo de fornecer Isso também se aplica ao vale-refeição, tanto que
alimento, não gerando reflexo e podendo deduzir até o dobro não pode ser em valor de R$1,00 ou R$2,00. Também pode
das despesas efetuadas para o fornecimento de alimentação ser vale café da manhã.
aos empregados no imposto de renda da pessoa jurídica
(considerado o valor bruto da alimentação). Mas há teto para Alimentação pelo trabalho. Cesta básica:
esta dedução: 4% do lucro tributado pela pessoa jurídica. empregado leva para casa. Substitui gêneros que iria
Empregador pode também efetuar desconto adquirir no supermercado. Representa salário. Na CLT há
diretamente no salário do empregado: até 20% do valor bruto percentual máximo estipulado. Não pode ser mais de 20% do
da alimentação. salário contratual. Ex.: empregado recebe 1000,00:
Há discussão se há salário utilidade para os Utilidade alimentação: mínimo em dinheiro será
empregados domésticos, ou se a utilidade é sempre de 200,00. Ou seja, vai receber 800,00 e mais cesta básica.
benefício. A razão desta discussão é: empregado doméstico Férias: 1000,000 mais 1/3. Calculado com base
tem limite para duração do trabalho (8horas diárias /44horas em 1000,00. FGTS de R$ 1.000,00 e não 800,00.
semanais)? Não. Tem algumas garantias constitucionais
(artigo 7º), mas o inciso XIII impõe limite para o trabalho Vestuário para o trabalho: uniforme. Empregado
diário e semanal. Não está relacionado o inciso XIII no §único utiliza para trabalhar.
deste artigo. Só tem o empregado doméstico direito às
garantias do § único do artigo 7º. Então o limite diário e Vestuário pelo trabalho: peça do vestuário que o
semanal não existe. empregado se utiliza para trabalhar e qualquer outra coisa.
Então pode trabalhar 20, 15, 18 horas (o primeiro Mera substituição. Ex.: jeans, cinto... Na legislação não há
a acordar e o último a dormir). Hoje em dia não é mais assim. porcentagem máxima para salário; só para alimentação e
O empregado não vai se manter. Os horários de intervalo moradia quando representam salário.
(inter e intra) estão na CLT não alcançam os empregados As outras percentagens (vestuário, transporte)
domésticos. variam de acordo com a região trabalhada pelo empregado.
O empregado doméstico precisa se alimentar para Essa variação está em portaria ministerial.
trabalhar. Essa alimentação fornecida no local de trabalho é Ou seja: alimentação e moradia têm percentuais
utilidade benefício. É necessária para trabalhar. máximos que estão fixados na legislação: CLT. Quando a
Mas não há uniformidade neste tema. Há alimentação e moradia representar salário. Vestuário,
tendência em não admitir salário utilidade para os transporte e higiene: os percentuais são variáveis de acordo
empregados domésticos. Sérgio Pinto Martins admite com a região trabalhada quando representam salário. Essa
inexistência de salário utilidade para os empregados variação está em portaria ministerial e não na clt.
domésticos. A utilidade é sempre para o trabalho.
Transporte para o trabalho:
P: Caseiro? Ex: vale transporte (Lei 7.418/85). Neste caso o
Moradia para o trabalho. Moradia é necessária transporte para o trabalho permite-se o desconto. Na lei do
para executar o trabalho. Não vai gerar reflexo algum nas vale-transporte, o desconto de 6% do salário contratual.
verbas. Neste caso, o transporte é para o trabalho, mas o legislador o
desconto.
Quando utilidade for fornecida para o trabalho, a O cartão do rio card vem para substituir o vale
lei tem que prever possibilidade de desconto. Não havendo, transporte em papel porque estava havendo muita venda do
não pode ser feita diferença de pelo trabalho, o legislador vale por parte do empregado e ainda havia muito roubo.
pode fixar limites para o desconto ser feito. O que a Algumas decisões em que vale transporte de
alimentação pelo trabalho representa aqui no salário papel é substituído por dinheiro sem que considere como
contratual empregado? O que a moradia representa como salário para o empregado. O correto é que se conceda o vale
salário contratual do empregado. O que o empregado (ou o rio card), porque o empregado poderia utilizar o
dinheiro para qualquer outra coisa. É para fazer o Terão natureza de benefício se não for vinculado
deslocamento casa-trabalho-casa. à prestação do serviço, não for parcela por ter trabalhado.
Mas algumas decisões entendem em não Artigo 458 caput: o empregador não pode pagar o
integrando que o empregado recebe em pecúnia no salário salário dos empregados com bebidas alcoólicas e drogas
dele, continuando a representar transporte. Mas não há nocivas (ex: cigarro).
uniformidade. Mas para o empregado doméstico há Artigo 419: época do pagamento do salário. Até o
uniformidade quando receber salário em dinheiro, não é 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido o salário deve ser
salário benefício, continua a ser utilidade. pago. Havendo atraso constante, habitual, caracterizada está
a mora salarial, dando motivo para rescisão indireta do
Transporte pelo trabalho: contrato de trabalho. (ou seja, encerramento do trabalho pela
Ex.: carro que passa a ser utilizado como bem falta grave praticada pelo empregador). O atraso habitual se
entender, inclusive durante finais de semana para empregado dá por três meses de atraso consecutivos; ou ainda,
e familiares. pagamento que freqüentemente ocorre fora do prazo de
Pode ter as duas naturezas para e pelo. Se for pagamento (ex: paga sempre no dia 15).
possível a separação e definição, segunda e sexta para Mora salarial também pode ser sem três meses
trabalhar, e sábado e domingo como bem entender. consecutivos; pode ser dois meses de atraso a paga o
É diferente da seguinte situação: empregado terceiro mês e faz isso sucessivamente. Pode ensejar
utiliza o carro exclusivamente para trabalhar, mas sábado e rescisão indireta. O que vai gerar para o empregado?
domingo fica com carro na garagem. É para ou pelo Pagamento de conta fora, nome no SPC, SERASA etc. Ver
trabalho? É exclusivamente para. Durante o final de semana artigo 483 e Decreto 368/68.
fica na garagem o carro para que na segunda-feira possa ir Artigo 460: valor do salário quando não for
trabalhar. É para (benefício, vantagem). estipulado no contrato de trabalho.
Ex.: Trabalhador no Banco A admitido em 2000 e
Higiene para o trabalho: no B admitido em 2005.
Sabonete, pasta de dente, xampu, escova de Em 2005, o salário do empregado A é 500 (salário
dente. Ex.: trabalha na plataforma e recebe cestinha com base) e gratificação de função de 300.
produtos. É necessário. Pode levar por conta; mas O empregado B não teve salário estipulado. Qual
recebendo, vai ser para. é o salário? 500. Gratificação de função é vantagem pessoal.
O artigo 460 estipula critérios de fixação se salário
Higiene pelo trabalho: funcional é salário por exercer determinada função
Mesmos produtos que o empregado leva para semelhante. Ex.: categorias dos bancários.
casa. O mesmo se aplica quando for caso de piso
salarial. Mesmo havendo diferença no tempo se serviço
Moradia para o trabalho. maior que dois anos, o salário base será igual, por exercerem
Ex.: moradia do caseiro funções semelhantes.
Canteiro de obra. Artigo 461: equiparação salarial. É diferente do
artigo 460, em que o salário não foi estipulado. O empregado
Moradia pelo trabalho: vai receber salário de função. O artigo 461, a equiparação
Ex: executivo tem moradia a sua disposição. Não salarial, em que determinado empregado entende que faz jus
pode ser mais de 25% do salário contratual. à diferença no seu salário, quando comparado a outro
Ex.: R$ 1.000,00: cesta básica (pelo) + moradia empregado. Então há dois empregados:
(pelo) 250+ alimentação Equiparando: entende fazes jus ao salário que o
550+cesta básica. paradigma recebe. Ex.: 500. Ingressa com reclamação
trabalhista pleiteado diferença.
P: doméstica? Paradigma: ex.: 800.
A moradia é para, pela maioria. É uma utilidade
necessária para poder trabalhar, porque não há limite do Requisitos artigo 461:
trabalho semanal (respeitado o repouso semanal a) Identidade funcional: as tarefas são iguais.
remunerado). Mas pode ficar durante a semana toda A nomenclatura da função não é relevante.
dormindo no trabalho, exceto no dia de folga. b) Trabalho de igual valor: ambos produzem
P: pode a doméstica dormir no dia de folga no com mesma qualidade e quantidade. Há mesma perfeição
trabalho? Sem trabalhar? técnica (igualdade qualitativa) e mesma quantidade de peças
Se fizer alguma coisa, está sendo violada a (igualdade quantitativa). Somadas as igualdades, a diferença
garantia ao repouso semanal remunerado. Vai poder pleitear no tempo de serviço no exercício das mesmas funções não
folga compensatória e ingressar com reclamação trabalhista, pode ser maior a dois anos m favor do paradigma. Vale dizer,
pedindo remuneração dobrada do dia em que trabalhou. o paradigma não pode ter mais de dois anos de tempo de
serviço no exercício da mesma função quando comparado ao
Artigo 458 § 2º: enumera exemplificativamente equiparando. Para o tempo de serviço não é necessária a
todos as atividades com natureza de benefício (em que não data de admissão e sim quando passara a exercer a mesma
há reflexo, ao contrário do salário. Ficando mais fácil de o função.
empregador fornecer) e não de salário. c) Mesmo empregador: é possível
Seguro de vida, previdência privada: são equiparação de empregados de empresas diferentes, mas
incentivos, utilidades. que sejam do mesmo grupo. Artigo 2º §2º CLT.
normativo julgando dissídio coletivo econômico. O piso 2ª parcela – até o dia 20 de dezembro. O seu
salarial, uma vez fixado, deve ser obedecido. Caso seja valor corresponde a média das remunerações de
descumprido, o empregado pode ingressar com reclamação janeiro/novembro menos a 1ª parcela.
trabalhista pleiteando a diferença. O mínimo para o Falta ainda o mês de dezembro, que é a 3ª
trabalhador receber passa a ser o piso, e não o salário- parcela, paga até o dia 10 de janeiro. Esta possui duas
mínimo nacional. maneiras de ser calculada. Uma prevista na Lei, outra pelo
Decreto regulamentador. Pela lei ela equivale a remuneração
Sindicato Profissional Sindicato Profissional de dezembro menos as parcelas anteriores. Pelo Decreto ela
Empresa(s) Sindicato Patronal equivale a uma nova média das remunerações de
janeiro/dezembro menos o que já foi pago (1ª e 2ª parcelas).
Prevalece a que for mais benéfica ao empregado.
Dissídio Coletivo Dissídio Coletivo
Mesmo nos casos de demissão com justa causa é empregado só recebe o adicional extraordinário enquanto
devida a comissão. Comissão é salário para todos os fins. existir a condição especial de trabalho mais gravosa.
Cessada esta condição, cessa para o empregado o direito ao
Artigo 467 CLT adicional respectivo
Esta modificação no contrato de trabalho não Depois de 10 (dez) anos não poderá ser
causa prejuízo ao empregado, muito pelo contrário, evita o suprimida, salvo quando o empregado motivar a retirada da
cansaço excessivo, a fadiga do trabalhador. O empregado função. OJ 45: Sobre a incorporação ou até mesmo a
voltará a cumprir o horário normal, deixará de trabalhar em supressão da gratificação de função depois de 10 (dez) anos.
regime suplementar, ou vai reduzir o trabalho extraordinário.
Recordando: suprimidas as horas extraordinárias 4- Remoção
habitualmente realizadas durante no mínimo 1 (um) ano, o
empregado fará jus a uma indenização, na forma do Vem a ser a mudança do local de trabalho que
Enunciado 291 do TST. Não há incorporação de adicional não gera mudança de domicílio do empregado. Trabalhava
extraordinário na remuneração do empregado. Isto não no Rio de Janeiro e vai trabalhar em Nova Iguaçu.
acontece. Suprimido o trabalho extraordinário, suprimido o Trabalhava em Niterói e vai trabalhar me São Gonçalo. Não
adicional, porque a natureza dele é de salário-condição. O
Entre essas quatro situações, em qual o adicional Diante de algumas situações, o empregado
de transferência será afastado? Extinção do estabelecimento, poderá permanecer temporariamente afastado do seu
pois a transferência será definitiva, e não provisória. serviço. Afastamento temporário, transitório, a intenção do
empregado é retornar ao trabalho. Não é abandono de
Pergunta do aluno (inaudível) emprego, ele se afasta com a intenção de retornar.
Vai mudar o seu local de trabalho e o seu
domicílio e vai se acostumar à nova realidade. Não tem uma Se a intenção do empregado é a de retornar, de
fase de mudança com a intenção de voltar. Agora, a voltar a trabalhar, o vínculo empregatício deve ser
realidade dele vai ser, por exemplo, morar no Mato Grosso preservado. Aplicação de um outro princípio peculiar ao
do Sul. Seu custo de vida para sempre vai ser aquele, salvo Direito do Trabalho. Princípio da Continuidade da Relação
se pedir demissão ou for dispensado. Diferente daquele que Empregatícia. Mesmo afastado do seu serviço, afastamento
vai com a intenção de voltar. É provisório, é uma fase. temporário, o contrato será preservado.
O adicional de transferência tem natureza salarial.
É salário-condição. O empregado pode permanecer afastado,
recebendo salário.
Na transferência definitiva não vai existir uma Os afastamentos com pagamento de salário são
condição especial de trabalho mais gravosa. Ele vai para classificados como casos de interrupção contratual. Já os
sempre. A condição especial é ir e depois voltar. É o afastamentos sem o pagamento do salário são classificados
deslocamento, é a mudança constante. Ele está se como de suspensão contratual.
adaptando no local e volta para a sua origem, ou vai para um O principal elemento de distinção entre os
outro local. institutos da Interrupção e da Suspensão Contratual, é o
Não confundam ajuda de custo com adicional de pagamento de salário.
transferência. A natureza da ajuda de custo é indenizatória. • Salário pago e empregado afastado:
Interrupção Contratual.
Pergunta do aluno: Se abre uma vaga em uma • Salário não está sendo pago: Suspensão
outra filial e o empregado pode ir se quiser. contratual.
Nesse caso não é unilateral. Não é obrigatório. A Na interrupção contratual há uma suspensão
transferência vai ser bilateral, não foi por determinação do parcial dos principais efeitos contratuais, porque é mantida a
empregador. O empregado aceita se quiser, o adicional não obrigação do empregador em pagar o salário.
será obrigatório. Na suspensão contratual há uma suspensão total
dos principais efeitos contratuais. Então, vou utilizar desse
A ajuda de custo está prevista no art. 470. jogo de palavras, porque é assim que vocês vão encontrar
Natureza indenizatória. Serve para as despesas com a nos manuais.
transferencia que serão de responsabilidade do empregador.
Isso numa transferência unilateral.
Quais são os principais efeitos? O trabalho e
Transferência Bilateral pagamento de salário.
Qual é a regra básica de uma alteração contratual Na suspensão: não trabalha e não recebe. Na
aplicável? Para ser válida, é necessário acordo, anuência do interrupção, não trabalha e recebe salário. Em todos os
empregado e não poderá causar a ele prejuízo. O adicional casos de interrupção contratual é feito depósito fundiário
de transferência nessa situação não é obrigatório. Não é uma pelo empregador, depósito do FGTS. Porque em todos os
obrigação legal para o empregador. Ajuda de custo também casos de interrupção há contagem de tempo de serviço para
não será uma obrigação legal para o empregador, quando fins trabalhistas. E a contagem do tempo de serviço para fins
bilateral a transferência. trabalhistas após a promulgação da Constituição de 88, é
feito através do depósito fundiário. Portanto, em todos os
Vistos os principais casos de alterações casos de interrupção contratual o depósito do Fundo de
unilaterais promovidas pelo empregador. Garantia é feito. A compensação do tempo de serviço após a
promulgação da Constituição de 88 é feita através dos
Outro tema: depósitos fundiários.
Qual é a principal obrigação do empregado? Mas existem casos controvertidos. Casos que são
Prestar o serviço, trabalhar. classificados na doutrina como de suspensão contratual por
Qual é a principal obrigação para o empregador? alguns, e por outros como de interrupção. E que, embora
Pagar o salário. classificados por alguns como caso de suspensão, tem o
depósito fundiário.
depósito fundiário no caso de acidente de trabalho ou importância de indenização de antiguidade. Até o empregado
doença ocupacional. (acrescentado na listagem de completar 1 ano de serviço ele está no seu período de
suspensão). experiência, e não contrato de experiência. Período de
experiência corresponde ao 1º ano de duração de um
6) art. 476-A sem observar os critérios. contrato indeterminado. Encerramento do contrato durante o
Quando não observados os critérios (já citado acima). período de experiência, não recebe nenhuma importância de
7) Greve com pagamento de salário ao indenização de antiguidade.
grevista.
DIREITO DO TRABALHO d) Valor dessa indenização é calculado com base no valor da
09/05/2005 maior remuneração percebida pelo empregado enquanto
vigente o contrato de trabalho. Como calcular o valor da
Sistema de compensação do tempo de serviço indenização: 1 mês do valor da maior remuneração apurado
do trabalhador para fins trabalhistas: por ano ou ano + fração igual ou superior a 6 meses de
tempo de serviço. Exemplo: o empregado trabalhou 3 anos e
Havia dois sistemas compensatórios do 6 meses, recebeu como maior remuneração R$ 1.000,00
tempo de serviço. O primeiro deles, bem antigo, conhecido enquanto vigente o contrato, ele receberá então de
como da indenização de antiguidade c/c estabilidade indenização de antiguidade R$ 4.000,00 (R$1.000,00 para
decenal, e um outro mais recente, Fundo De Garantia Por cada ano ou para cada ano mais fração de 6 meses, para
Tempo De Serviço. cada fração de 6 meses, mais um valor da maior
Comecemos da compensação dos tempos remuneração). Trabalhou 6 meses não recebe nada, está no
de serviço, compensação para fins trabalhistas, que nada contrato de experiência. Nenhuma importância de
tem a ver com aposentadoria. indenização de antiguidade. É somente ano ou ano mais
fração igual ou superior a 6 meses. Até o empregado
1)Indenização de Antiguidade c/c Estabilidade completar o primeiro ano de duração do contrato
Decenal (arts. 477,478 e 497, CLT) indeterminado, mesmo sendo dispensado sem justa causa
não recebe nada a título de indenização de antiguidade.
Primeiro sistema surgiu em 1923, pela Lei Lógico que dependendo da forma de encerramento, ele irá
Eloi Chaves, criando um sistema compensatório do tempo de receber outras verbas, remuneração das férias, 13º salário,
serviço para os ferroviários, exclusivamente. Nessa época, mas essa compensatória por seu tempo de serviço não.
categoria muito organizada, muito forte aqui no Brasil.
Posteriormente, quando reproduziu esse sistema na CLT em Grande vantagem desse sistema compensatório:
1943, ele passou a beneficiar os demais empregados
urbanos, de um modo geral. Em 1973, passou a beneficiar
também os empregados rurais (pela Lei 5889/73). A lei dos Deve-se notar que é um sistema só de
rurais (Lei 5889/73) remete a CLT no que se refere à indenização de antiguidade combinado com estabilidade
contratação por tempo de serviço. decenal. E é essa estabilidade decenal que é a grande
vantagem desse sistema compensatório. Após 10 anos de
Características desse sistema compensatório: tempo de serviço para o mesmo empregador, essa
estabilidade é adquirida, protegendo seu emprego de uma
a) Só alcança empregados contratados a prazo dispensa arbitrária ou sem justa causa. Portanto, a
indeterminado. Os empregados contratados a prazo certo estabilidade já foi regra no sistema trabalhista. Uma
tinham um sistema compensatório diferenciado, nunca foi estabilidade que não estava condicionada a nenhum motivo
esse especificado nesse tópico. A compensação do tempo de especial, apenas ao tempo de serviço do trabalhador. Sendo
serviço por esse sistema ela é feita na ocasião do esse empregado com a garantia de emprego, seja
encerramento do contrato de trabalho, e não durante a sua dispensado arbitrariamente, ele faz jus ao direito à
vigência. Durante a vigência do contrato o empregado não reintegração, retorno do empregado ao serviço, uma vez que
recebe nenhuma importância compensatória do seu tempo ele foi afastado. Dispensado arbitrariamente com o emprego
de serviço. A indenização de antiguidade recebida pelo garantido, ele tem direito ao emprego de volta como se nada
trabalhador dependendo da forma de encerramento do tivesse acontecido, o que se chama reintegração. Mas nem
contrato e dependendo também do seu tempo de serviço. sempre a reintegração é a melhor opção, principalmente
quando o empregador é pessoa física – nesses casos, a sua
b) Quanto à forma de encerramento, para o empregado reintegração será convertida em indenização compensatória,
receber a indenização de antiguidade, ele não poderá motivar por decisão judicial (art. 496, CLT).
o término do contrato. Sendo motivado pelo empregado, ele O juiz decide reintegrar ou converter em
não receberá nenhuma importância compensatória do seu indenização, não sendo escolha do empregado nem do
tempo de serviço. O empregado que pedir demissão ou ser empregador. Inclusive, pode o juiz de ofício converter a
demitido por justa causa, não recebe indenização de reintegração em indenização compensatória. Nesse caso,
antiguidade, porque nessas situações o empregado está são pedidos sucessivos, a escolha não é do reclamando nem
dando causa ao encerramento. do empregador. Na verdade, a obrigação deve ser cumprida
de uma maneira (o emprego de volta), mas pela dificuldade
c) Tempo mínimo de 1 ano de serviço na ocasião do há a conversão. Não havendo reintegração, o empregado
encerramento do contrato. Encerramento do contrato tendo o receberá indenização dobrada - 2 vezes o valor da maior
empregado tempo inferior a 1 ano, ainda que tenha sido remuneração por ano ou ano + fração igual ou superior a 6
demitido sem justa causa, ele não receberá nenhuma meses de serviço. A indenização simples é compensatória do
tempo de serviço do trabalhador, a dobra compensa a perda dos salários porque efetivamente trabalhou durante aquele
do emprego do estável. período. A falta sendo comprovada há a demissão por justa
causa sem o pagamento da indenização. Se a falta não foi
comprovada, nada acontece, ele continua a trabalhar, não
Estabilidade e demissão com justa causa havendo reintegração porque ele não foi afastado,
continuando ele a trabalhar e receber normalmente.
Empregado estável que praticar falta considerada
grave e esta sendo devidamente comprovada perderá o
emprego, a própria estabilidade e a indenização, porque está Estabilidade e encerramento do contrato por motivo de
dando causa ao encerramento do contrato. Devidamente força maior
comprovada a falta grave em uma ação chamada de
inquérito judicial, ação ajuizada pelo empregador, com uma
finalidade, a de apurar a prática de falta grave praticada pelo Motivo de força maior que tenha provocado a
empregado com estabilidade decenal. paralisação do serviço. O encerramento do contrato é uma
A demissão por justa causa não será sumária na conseqüência da paralisação do serviço, então motivo de
estabilidade decenal, dependendo de comprovação judicial força maior. Havia um empregado estável nessa empresa
prévia em juízo e depois o empregado estará demitido por que teve sua atividade encerrada por motivo de força maior.
justa causa. Não caberá reintegração, porque paralisado o serviço.
Cabendo indenização para o estável decenal, pela metade da
A estabilidade decenal não tem prazo para terminar, é pra dobra, metade do que receberia na dispensa arbitrária,
sempre, enquanto durar o contrato, por motivo de falecimento portanto, na forma simples (art. 502, CLT), uma vez que nem
do autor, aposentadoria, ou seu pedido de demissão ou o empregado nem o empregador agiram com culpa.
outras formas de encerramento do contrato; diferentes das
estabilidades relativas. As estabilidades relativas estão
condicionadas a um motivo especial que justifica a garantia Estabilidade e culpa recíproca
do emprego durante um determinado período apenas
(dirigente sindical, gestante).
Os arts. 853 a 855 da CLT disciplinam a ação de inquérito Empregado e empregador praticando faltas
judicial, sendo obrigatória para ser válido o ato de demissão consideradas graves. Razoável também nessa hipótese, a
por justa causa. Não havendo ação de inquérito caberá indenização do estável decenal pela metade da dobra (art.
reintegração ou pagamento de indenização. O ajuizamento 484, CLT), ou seja, na forma simples, metade do que ele
da ação é obrigatório, mas o afastamento do empregado ao receberia na dispensa arbitrária (1 mês da maior
serviço durante o inquérito judicial não é obrigatório. O remuneração percebida num ano, ou ano + fração igual ou
empregador poderá ajuizar a ação de inquérito mantendo o superior a 6 meses de serviço). A indenização de antiguidade
empregado trabalhando. Não é muito comum, mas pode é uma mera expectativa de direito, não é certa para o
ocorrer. empregado. O direito constituído na ocasião do encerramento
do contrato e dependendo da forma de encerramento do
O empregado foi afastado do serviço e a ação ajuizada. contrato de trabalho, não sendo feita durante a vigência do
Durante o afastamento do empregado ao serviço, o contrato contrato.
estará suspenso, não sendo devido o salário. Se a falta for
comprovada, o empregado já estava afastado do serviço, há Culpa recíproca e força maior se apuram através de
demissão por justa causa sem pagamento de nenhuma uma Reclamação Trabalhista normal, e não pela ação de
importância durante a fase de inquérito. O contrato é inquérito judicial, como no caso da demissão com justa
rescindido sem o pagamento da indenização por antiguidade, causa. Geralmente o empregado é dispensado, ingressa com
não há pagamento de salários e outras vantagens durante o a Reclamação Trabalhista e nela fica comprovada a falta dos
período de inquérito. Permanece a hipótese de suspensão dois. O rito tradicional será seguido nesses casos.
contratual.
E se a falta não foi comprovada, cabe reintegração com Estabilidade e cargo de confiança
pagamento do salário e todas as demais vantagens durante o
período de afastamento. O que inicialmente era hipótese de
suspensão se transforma em hipótese de interrupção. Mas a
Não há aquisição de estabilidade decenal em cargo
reintegração nem sempre ocorrerá. Não havendo
de confiança. O empregador a qualquer momento pode
reintegração, haverá o pagamento da indenização dobrada e,
retirar o trabalhador da função de confiança, mas é garantida
de qualquer forma, dos salários e demais vantagens, já que
ao trabalhador a gratificação de função após 10 anos, para
esse empregado não foi reintegrado. Nesse caso, ainda
garantir uma estabilidade financeira e não para estabilidade
poderá, em certas hipóteses, fazer jus a uma indenização por
na função de confiança (OJ 45 e art. 499, §2º, CLT).
danos morais, pelo constrangimento causado ao trabalhador.
Período inferior a 10 anos, ele perde também a
Se o empregado não foi afastado e a falta foi
gratificação de função. Após 10 anos de tempo de serviço na
comprovada, nada aconteceu com o contrato durante a fase
função de confiança, retirado da função de confiança, ele
de inquérito, ele continuou a trabalhar, ele irá receber
mantém a gratificação. A função pode ser retirada sempre, e
normalmente, não tendo que posteriormente devolver o valor
a gratificação, depois de 10 anos, não poderá mais ser
dos salários pagos, uma vez que ele merece o pagamento
retirada, salvo quando o empregado der motivo à retirada da
função de confiança. Não há uma demissão por justa causa, Também é um sistema compensatório do tempo
há uma retirada da função de confiança, voltando ele para de serviço do trabalhador.Foi criado pela Lei 5107/66, como
sua origem, mas o vínculo mantido. Ele deixará de receber a um sistema alternativo, opcional para o empregado. Sistema
gratificação de função. Se ele for demitido ele perde tudo, paralelo ao da CLT, quando criado. Essa lei entrou em vigor
perde o emprego, inclusive. em 1º de janeiro de 1967, quando admitiu podia optar ou não
pelo fundo de garantia.
A OJ 45, retirada a função de confiança, dando o
empregado causa pra isso, ele volta pra origem e perde a Era feita uma anotação na CTPS do empregado
gratificação de confiança, mesmo após os 10 anos. O optante, se ele optasse pelo sistema fundiário. Caso o
período que ele exercer a função de confiança conta tempo empregado não manifestasse sua vontade pelo sistema
para receber a indenização de antiguidade, mas não conta fundiário, seu tempo de serviço era compensado pelo
tempo para estabilidade, salvo se ele começou numa função sistema antigo.
que não era de confiança, a estabilidade na origem dele.
Exemplo: ele começou trabalhando como caixa bancário,
trabalhou 10 anos nessa função e mais 5 anos como gerente. Características do sistema fundiário:
Ele tem estabilidade na origem, como caixa. Se ele trabalhou
9 anos na função de caixa e mais 1 ano na função de
gerente, ele não terá estabilidade decenal como caixa. 10 a) Compensação do tempo de serviço é feita
anos de tempo de serviço sem ser em função de confiança, durante a vigência do contrato de trabalho. Todo mês, o
aí sim ele terá estabilidade decenal. Ele foi dispensado empregador deposita na conta vinculada do trabalhador uma
arbitrariamente na época em que era gerente na agência determinada importância. Conta vinculada do trabalhador ao
bancária, ele tem 15 anos no total, 10 anos na origem e 5 sistema fundiário. Essa conta é aberta em nome do
anos como gerente - cabe reintegração, mas na função de trabalhador, mas aberta especificamente para esse fim –
caixa. Não havendo reintegração, ele tem direito a receber os depósitos fundiários.
indenização dobrada. A gratificação de função, que ele
recebia na época de gerente da agencia bancária, vai ser Os depósitos ficam retidos na conta. O
considerada no cálculo de indenização por antiguidade, trabalhador não tem liberdade de movimentar sua conta
integra o cálculo da indenização por antiguidade, mesmo não vinculada, só poderá movimentar sua conta vinculada nos
tendo estabilidade na função de confiança, até porque essa casos estabelecidos na Lei 8036/90. A alíquota do Fundo de
indenização é calculada com base na maior remuneração. Garantia é de 8% e a base da incidência do FGTS é a
remuneração total dos ganhos, incluindo as gorjetas e
Contudo, se ele exerceu durante um período a excluindo as verbas indenizatórias, com exceção do aviso
função de caixa e depois foi pra outra função, mas que prévio, que mesmo quando indenizado, conta como tempo de
também não era de confiança, ele ainda sim tem serviço para o trabalhador, tempo de serviço para fins
estabilidade. Mas em qual função ele terá estabilidade? Não trabalhistas. É a única exceção da incidência do fundo sobre
há determinação na legislação sobre se será na função de parcela indenizatória. Mas não há depósito fundiário sobre a
caixa ou em outra, mas parece ser mais adequado que tenha parcela devida sobre participação nos lucros ou resultados
estabilidade na última função que ele exerceu. Ele retornar a empresariais, pois essa importância não integra a
função na última função que ele exerceu. remuneração do empregado (art. 7º, XI da CRFB/88).
Dispensa obstativa de estabilidade: O empregado Diárias não excedentes a 50% ou mesmo não
dispensado sem justa causa, a partir do 9º ano (art. 499, §3º, sujeitas à prestação de contas também não tem depósito
CLT) há a presunção de que a razão da dispensa foi para fundiário. Sobre a gratificação natalina tem depósito fundiário,
que o empregado não completasse 10 anos, não adquirisse a porque é salário. Não há depósito do FGTS sobre a dobra da
estabilidade decenal. Nesse caso ele não poder ser remuneração das férias (caso em que o empregador
reintegrado, mas faz jus a indenização dobrada ultrapassar o período concessivo das férias), porque essa
Jurisprudência do TST: Enunciado 26 do TST, que foi dobra é uma indenização. È considerada antes de qualquer
cancelado em novembro de 2003. Citado porque era desconto, considerado o valor bruto.
exatamente ele que especificava o tempo de serviço a partir
do 9º ano: “Presume-se obstativa à estabilidade a despedida
sem justo motivo, do empregado que alcançar 9 anos de
b) A compensação dos depósitos do FGTS é feita
serviço na empresa”. Nove anos na jurisprudência uniforme,
através de depósitos mensais bancários vinculados. Todo
a partir do 9º ano, dispensa sem justa causa, indenização
mês o empregador deposita uma determinada quantia – 8%
dobrada.
da remuneração - numa conta aberta em estabelecimento
Esse sistema é praticamente inexistente, salvo para bancário em nome do trabalhador, mas essa conta é
alguns poucos empregados remanescentes, depois da vinculada ao sistema fundiário, não tendo o trabalhador
criação do FGTS. É impossível chegar em Fundo de liberdade para movimentar essa conta. Os valores ficam
Garantia, sem apresentar o sistema antigo. retidos. A legislação atual estabelece quais são os casos de
movimentação da conta pelo trabalhador. Quando criado o
FGTS ele foi criado como um sistema alternativo, uma opção
2) FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) pra o trabalhador integrar ou não o sistema fundiário. Se ele
não optasse, a compensação era feita pelo sistema antigo.
Art. 7º, III, CRFB/88 Quando promulgada a Constituição Federal de 1988, o FGTS
Lei 8036/90 passou a ser garantia assegurada a todos, portanto, desde a
Constituição de 1988 não há mais opção pelo Fundo de
Garantia, sendo sistema único compensatório do tempo de A natureza jurídica do Fundo de Garantia é
serviço. de crédito trabalhista que compensa o tempo de serviço, e
não de tributo.
O empregado foi admitido em 1982. Nessa
época, existia o sistema do fundo de garantia, mas somente (Detalhamento do FGTS na próxima aula,
como sistema opcional. O empregado foi admitido e não isso foi só uma apresentação).
optou pelo FGTS. Seu tempo de serviço é compensado pelo
sistema antigo. Mas esse empregado continua trabalhando
até hoje, para o mesmo empregador. Quando promulgada a AULA 14- 16/05/2005
Constituição, ou seja, a partir de 05/10/1988, seu tempo de
serviço será compensado pelo Fundo de Garantia. Ele não FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
fez a opção, a opção é automática. Dois sistemas
compensatórios, mesmo vínculo empregatício, mas de 1982 FGTS foi criado em 1º de janeiro de 1967 como
até 04/10/1988, será regido pela CLT, e de 05/10/1988 até sistema alternativo de compensação por tempo de serviço,
2005, Fundo de Garantia. Cada sistema com suas sendo o sistema regra, na época, o da estabilidade decenal
peculiaridades. (indenização por antigüidade - sistema antigo). Neste sistema
a compensação era feita na ocasião do encerramento do
Nesse caso acima não é estável decenal contrato de trabalho, onde o empregado receberia ou não a
porque não tinha 10 anos antes da Constituição Federal de indenização por antigüidade dependendo da forma de
1988, trabalhando para o mesmo empregador. encerramento de seu contrato. Em razão disso a estabilidade
decenal era mera expectativa.
O sistema do Fundo comparado com o antigo tem
suas vantagens. A modalidade de contratação a prazo O sistema compensatório por tempo de serviço, o
determinado ou indeterminado não é relevante, são iguais FGTS, passou a ser obrigatório com a promulgação da
nos dois casos. A compensação é feita durante a vigência do Constituição de 1988. Passou a ser sistema único
contrato, ele não precisa aguardar o encerramento do compensatório, deixando de ser regra a estabilidade decenal.
contrato para receber alguma coisa. O valor vai ser Diferentemente deste sistema o FGTS é a certeza da
depositado em sua conta todo mês, criando a certeza da compensação do tempo de serviço porque seus depósitos
compensação, salvo quando o empregador fraudar o sistema são feitos durante a vigência do contrato de trabalho. O
fundiário. Para o empregado receber, basta ele não motivar o FGTS é incompatível com a estabilidade decenal.
encerramento do contrato. O FGTS ele não é condicionado
ao encerramento do contrato nem ao tempo mínimo de Os depósitos feitos pelo sistema do FGTS são
serviço de 1 ano. Mesmo que tenha tempo inferior a 1 ano, a mensais e realizados em uma conta vinculada do
compensação é feita da mesma maneira, a mesma alíquota, trabalhador, conta aberta em nome dele.
a mesma base de incidência.
Existem várias vantagens nesse sistema do O FGTS criou o fundo de assistência individual e
fundo, mas existe uma desvantagem: o sistema do FGTS é coletivo.
incompatível com a estabilidade decenal, com a estabilidade
vinculada ao tempo de serviço, porque são completamente Após a promulgação da CRFB/88 nenhuma
diferentes. Mas não é incompatível com as estabilidades estabilidade decenal foi adquirida e quem a tinha
provisórias e contratuais (o empregador, por liberalidade, anteriormente à 05 de outubro de 1988 é estável até os dias
resolve em contrato conceder estabilidade ao trabalhador), de hoje, desde que esteja trabalhando para o mesmo
porque estão desvinculadas do tempo de serviço do empregador. A estabilidade decenal existe em decorrência da
trabalhador. Nesse contrato, não precisa ser estipulado o relação empregatícia, não sendo válida para vínculos
valor da indenização - não especificando, deve-se observar o distintos.
valor da indenização do FGTS.
O FGTS não pode ser aproveitado para a
estabilidade decenal.
A razão da retenção na conta vinculada: o
FGTS tem duas finalidades, uma principal e uma secundária. O FGTS, regulado pela Lei 8036 de 11 de maio de
1990, tem como base de cálculo a remuneração (total dos
A principal: os recursos fundiários financiam obras ganhos, incluindo as gorjetas) e sua alíquota é de 8% para
sociais. Os valores ficam retidos pro Governo Federal, todos os trabalhadores, salvo o menor aprendiz, que tem
através da Caixa Econômica Federal, que é agente operador alíquota de 2%.
do sistema, para que tenha recursos para realização de
obras de construção de moradia popular, de saneamento Art. 3º da 8036 - “O FGTS será regido por normas
básico, de infra-estrutura. e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador,
composto por representação de trabalhadores,
E a finalidade secundária: a retenção cria
empregadores e órgãos e entidades governamentais, na
uma poupança forçada para o trabalhador, poupança que o
forma estabelecida pelo Poder Executivo.”
socorrerá em situações adversas, como o desemprego
involuntário, aposentadoria, compra da casa própria, entre
A composição do Conselho Curador é tripartede,
outras.
representantes do governo, dos trabalhadores e dos
empregadores. Os representantes do governo são alguns
Ministro de Estado, o presidente da Caixa Econômica Federal um ano após o encerramento do mandato) para que haja sua
- CEF e o presidente do Banco Central. reintegração.
§ 4º - “Considera-se remuneração as retiradas de não tem obrigação legal de pagar o salário nesta hipótese,
diretores não empregados, quando haja deliberação da porém terá de fazer em um determinado momento.
empresa, garantindo-lhes os direitos decorrentes do contrato
de trabalho de que trata o artigo 16.” A norma extraída do processo de solução de
conflito poderá determinar o pagamento do FGTS. Enquanto
Art. 16 - “ Para efeito desta Lei, as empresas for caso de suspensão não haverá o realização do depósito.
sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão Nos casos de interrupção será determinado pela norma
equiparar seus diretores não-empregados aos demais coletiva o pagamento do salário que atrairá,
trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS. Considera-se automaticamente, o depósito do FGTS. O que inicialmente
diretor aquele que exerça cargo de administração previsto era classificado como suspensão passará a ser interrupção,
em lei, estatuto ou contrato social, independentemente da porque será determinado o pagamento do FGTS.
denominação do cargo.”
Os métodos de negociação são: 1) negociação
O FGTS é facultativo para o empregador direta - extrai-se a convenção ou acordo coletivo;
doméstico e para a sociedade do diretor estatutário que ele, 2) arbitragem - laudo ou sentença arbitral;
diretor, integrar. A sociedade pode optar pelo FGTS, que
incidirá sobre as retiradas do diretor. 3) 3) dissídio coletivo - sentença normativa)
A licença paternidade é caso de interrupção. a). para aquisição da casa própria (artigo 20,
V,VI,VII/ lei do FGTS).
Nos caso de interrupção permanecem as b). algumas doenças graves do próprio
obrigações para o empregador. Somente o empregado não trabalhador ou dos seus descendentes: câncer, aids e
tem a obrigação de prestar o serviço. Há a suspensão parcial terminal. (artigo 20, XI,XIII,XIV/ FGTS).
do contrato de trabalho. c). compra de ações para aumentar seus
rendimentos: é uma forma de aplicação. Nessa hipótese não
Na greve não há o depósito fundiário. A lei de há saque, há apenas movimentação bancária; até 50% do
grave não assegura o salário aos grevistas. O empregador saldo existente na conta poderá ser utilizado para compra de
ações, não há saque nem parcial, nem total só há pedido de demissão, só que, no lugar de aposentadoria por
movimentação de um banco para o outro. Após 1 ano as invalidez será qualquer aposentadoria.
ações poderão ser vendidas, e, o valor da venda retorna para
a conta vinculada ao fundo fundiário que ficará retido sendo Ex: o empregado foi demitido por justa causa, não
necessário par levantar essa importância surgir uma hipótese sacou o FGTS nesta ocasião, um mês depois ele se
de saque que autorize a liberação dos depósitos. (artigo 20, aposentou. Vai liberar os depósitos dos valores retidos na
XII/FGTS) conta fundiária pelo pedido de demissão por justa causa ou
d). idade de 70 anos ou mais, o trabalhador pedido de demissão.
mesmo durante a vigência do contrato de trabalho poderá
liberar em seu favor os depósitos fundiários (art. 20, Ex: ele pediu demissão, não sacou o FGTS,
XV/FGTS). descobriu uma doença grave vai liberar os seus depósitos e
e). saque para socorrer as vítimas de calamidades poderá sacar o FGTS. Os valores retidos na conta ficaram
públicas: (art. 20, XVI/FGTS esse inciso foi acrescentado no liberados auxiliando o trabalhador quando do seu tratamento.
fim de 2004 só aparecendo em legislação de 2005), exemplo:
enchente. Além desses 6 casos, há mais dois:
f). na aposentadoria por invalidez: essa não
provoca o encerramento do contrato ficando o mesmo a). o falecimento do trabalhador: o saque será
suspenso, o empregado durante este período recebe feito pelos descendentes, não havendo descendentes pelos
benefício previdenciário, que tem teto inclusive, o saque do sucessores. (art. 20, IV/FGTS).
FGTS poderá ser para auxiliar o trabalhador nas suas b). quando a conta se tornar inativa ( art. 20,
deficiências.(art. 20, III/FGTS). Observe que nesse inciso só VIII/FGTS): conta inativa é conta sem depósito durante 3
consta “aposentadoria” devendo fazer que anotação que é na anos ininterruptos ou mais. Três anos que o trabalhador
aposentadoria por invalidez que há movimentação da conta precisará ficar fora do sistema fundiário. A conta vinculada é
durante a vigência do contrato de trabalho, porque existem única, vários empregos mais uma única conta vinculada ao
outras hipóteses de aposentadoria que não se encaixam sistema do fundo. Passados os três anos, o trabalhador ainda
nessa situação. precisará esperar o mês do seu aniversário, ou seja, o mês
do aniversário do titular da conta para aí sim, ser realizado o
São 6 casos dentro do título: movimentação da saque do valor que está na conta.
conta, deve observar que a movimentação engloba o saque.
Dos seis casos, 5 há efetivamente saque do saldo do FGTS, Ex: pediu demissão e arrumou outro emprego
exceto em um que é o da compra das ações que há apenas a será realizado os depósitos na antiga conta, não ficando fora
movimentação da conta e não o saque. do FGTS neste período.
II) Saque do FGT do trabalhador após o Ex: Completou 3 anos fora do fundo em abril de
encerramento do contrato de trabalho: 2004 e faz aniversário em março, só em março de 2005 que
poderá realizar o saque dos depósitos retidos.
Havendo encerramento do contrato de trabalho o
empregado fará jus ao saque do FGTS em todas as O termino natural do contrato de trabalho a prazo
situações de encerramento, exceto: certo: o saque será feito.
Havendo encerramento da atividade empresarial;
a). demissão por justa causa; o saque será feito.
b). pedido de demissão. Motivos de força maior, culpa recíproca, demissão
sem justa causa: será feito o saque.
O saque poderá ser levantado em qualquer forma • ou seja, em todas as formas de
de encerramento do contrato de trabalho, exceto em 2, quais encerramento do contrato de trabalho o saque será
sejam, demissão por justa causa e pedido de demissão. autorizado, salvo demissão por justa causa ou pedido de
demissão.
Nesses dois casos não há saque IMEDIATO Trabalhador avulso: esse trabalhador tem direito
quando do encerramento do contrato de trabalho, mas em ao FGTS (fundo de garantia), tem todas as garantias
uma data futura o saque poderá ser feito ou até a constitucionais asseguradas aos trabalhadores urbanos e
movimentação da conta, pois o titular da conta é o rurais com vinculo (artigo 7º, XXXIV/CRFB). O avulso tem
trabalhador, logo, em algum momento ele terá posse dos direito ao FGTS embora não trabalhe com vinculo
depósitos feitos durante a vigência do seu contrato de empregatício.
trabalho, ou no máximo o seu sucessor fará o saque (caso de O avulso não tem vinculo porque falta um
falecimento do trabalhador). O titular é o trabalhador e a requisito essencial para o reconhecimento do vinculo, qual
grande vantagem do FGTS é a certeza da indenização por seja, a habitualidade (ou seja, a não eventualidade na
tempo de serviço, o saque não será feito imediatamente no prestação do serviço). O trabalho prestado pelo avulso é
pedido de demissão por justa causa, mais em uma data eventual porque em alguns períodos não terá trabalho para
futura sim. ele, não há continuidade na prestação do serviço. Imagine o
avulso portuário, em quanto a embarcação estiver atracado
Essas situações de movimentação, de saque no porto ele terá trabalho, e quando a embarcação for
após a demissão ou pedido de demissão por justa causa as 6 embora acabou a prestação de serviço.
hipóteses acima já elencadas liberam o FGTS o saque ou Ele vai precisar não tendo trabalho do socorro dos
movimentação no caso de demissão por justa causa ou depósitos fundiários para sua assistência individual e o saque
Dispensa sem justa causa o empregador recolhe que não foi essa a finalidade maior (mais recursos para o
50% do FGTS: ocorre o saque + 40% do FGTS; só que o financiamento das obras e sim pagar a divida).
empregador fará de 50%. Não há mudança na indenização
fundiária, continua sendo de 40% mais o empregador recolhe III). Saques das importâncias retidas na conta
50%; desse valor 40% corresponde a indenização do fundo individualizada:
(credito trabalhista) + 10% de contribuição social criada pela
Lei complementar 110/01 , essa contribuição é devida A conta individualizado o titular é a empresa, a
apenas na dispensa sem justa causa. ocasião que era aberta a conta individualizada é a do
trabalhador não optante pelo sistema do fundo, na época em
Alíquota do FGTS: A Lei complementar 110/01 que o FGTS era um opção para o trabalhador quando era um
criou outra contribuição que também é vinculada ao FGTS do sistema alternativo (opcional de compensação do tempo de
trabalhador. A alíquota do FGTS é de 8%, só que o serviço).
empregador faz o recolhimento de 8,5%, correspondente 8% Desde que o FGTS se tornou sistema único de
crédito para o trabalhador e 0,5% contribuição social. compensação não foram mais feitos depósitos na conta
individualizadas. O FGTS foi criado pela lei 5107/66 e entrou
0,5% de contribuição social tem um prazo de 60 em vigor em 01/01/67 desde essa época tem depósito
meses contados a partir de janeiro de 2002. é o prazo de obrigatório para o empregador, e opcional para o trabalhador.
cobrança desse meio por cento de contribuição social. O empregado admitido antes da constituição de 88 e não
Consta o seguinte na lei complementar 110/01 o empregador optante o empregador abria a conta individualizada sendo a
terá que recolher meio por cento de contribuição social 90 empresa a titular da conta. A razão dos depósitos na conta
dias após a publicação dessa lei, e por um período de 60 individualizada era o Fundo de Assistência Coletiva;
meses. enquanto vigente o contrato de trabalho de um trabalhador
Essa contribuição é obrigatória para o não optante depósitos retidos na conta individualizada,
empregador 90 dias após a publicação da lei e por um depósitos liberados em favor do empregador na ocasião de
período de 60 meses. encerramento do contrato do trabalhador não optante.
Essa lei complementar é de junho de 2001,
noventa dias após a publicação da lei é setembro de 2001, a Ex: o empregado admitido em 1980, não optante
exigência do recolhimento a mais de 0,5% . porém, só nessa pelo FGTS, quando da admissão foi logo aberta a conta
época as contribuições sociais previdenciária eram exigidas individualizada. Depósitos feitos durante todo o período até a
90 dias após a publicação da lei. Isso, foi antes da reforma promulgação da Constituição de 88, porque a partir de
tributária (anterior a Emenda constitucional 42). 05/10/88 o FGTS virou sistema único. Em 2005 houve o
Ajuizado ADIn o STF julgando a matéria retirou a encerramento do contrato de trabalho do trabalhador não
natureza de contribuição social previdenciária, mantendo a optante.
natureza apenas de contribuição social, e nessa época as Os depósitos feitos durante todo esse período de
contribuições sociais se subordinava ao princípio da 1980 até 04/10/88 foi na conta cujo titular era a empresa, ou
anterioridade clássica por isso a cobrança dessa contribuição seja, o empregador vão ser liberados em favor do
social se dá a partir de janeiro de 2002 (ou seja, do exercício empregador (art. 19/FGTS).
financeiro seguinte a sua instituição) que passará a contar os Artigo 19/FGTS atrás as hipóteses de
60 meses de cobrança. liberação dos valores retidos na conta individualizada do
trabalhador não optante: “no caso de extinção do contrato de
Com a reforma tributária (emenda constitucional trabalho previsto no artigo 14 desta lei serão observados os
42) princípio da noventena das contribuições sociais de um seguintes critérios:
modo geral. I)- havendo indenização a ser paga, o empregador
mediante a comprovação do pagamento daquela poderá
O prazo poderá ser prorrogado se necessário, sacar o saldo dos valores depositados na conta
hoje será de janeiro de 2002 até janeiro de 2007, podendo individualizada do trabalhador (a indenização que esse artigo
ser prorrogado. Já a contribuição de 10% é indeterminada, ou trata é a indenização de antiguidade a indenização devida ao
seja, não tem prazo, mais o termo inicial de cobrança são empregado pelo tempo trabalhado pelo sistema anterior, do
idênticas. Essas contribuições sociais tem uma finalidade sistema antigo, ele não era optante e assim o tempo de
pagar o esburgo inflacionário vinculado ao FGTS, houve uma serviço era compensado pelo sistema antigo previsto na CLT,
época que a conversão não foi feita da forma devida nas ou seja, 1 mês da maior remuneração por tempo de serviço
contas vinculadas, o governo tinha uma dívida muito grande de 1 ano ou mais fração de 6 meses. Há essa indenização a
com os trabalhadores (uma diferença na correção monetária ser paga porque foi dispensado sem justa causa ou outra
da conta vinculada) durante muito tempo o governo alegou forma de encerramento do contrato que não tenha o
inexistir essa diferença, mais hoje, não há como questionar é empregado motivado. Havendo essa indenização por
certo. É certo a falta de correção monetária na época dos antiguidade a ser paga o empregador pagará essa
planos econômicos nas contas vinculadas dos trabalhadores, indenização ao trabalhador e sacará o restante do valor
só que o governo ao assumir a dívida alegou não ter dinheiro depositado que estava retido na conta vinculada. O saque é
para pagar, e assim, criou a contribuição social. Logo, quem em favor do empregador.
esta pagando os esburgo inflacionários são os II)- não havendo indenização a ser paga, o
empregadores. Essa contribuição social é mantida alegando empregador fará a comprovação desta no Ministério do
que a finalidade é outra, maior, para garantir direitos sociais e Trabalho e do Emprego que não há indenização por
não só esburgo inflacionários. É de conhecimento de todos antiguidade a ser paga e depois vai liberar a seu favor as
importâncias retidas na conta individualizada. Porque não há
indenização por antiguidade a ser paga? Porque foi demitido (porque prestou serviço sem a realização de concurso
por justa causa, ou pediu demissão. Decorrido o prazo público).
prescricional para a reclamação de direitos por parte do
trabalhador, o empregador comprovará que houve o decurso Súmula 363/TST: “ a contratação de serviço
do prazo prescricional diante no Ministério do Trabalho e do público, após a constituição de 88, sem prévia aprovação em
Emprego e depois sacará em seu favor os depósitos retidos concurso público, encontra óbice no respectivo artigo 37, II,
na conta individualizada. Nessa terceira hipótese havia parágrafo 2ºCRFB, somente lhe conferindo o direito a
indenização por antiguidade a ser paga só que o empregador contraprestação pactuada , em relação ao número de horas
espontaneamente não pagou e o empregado não cobrou trabalhadas, respeitando o valor da hora do salário mínimo, e
dentro do prazo prescricional, havendo extinção do contrato dos valores referentes ao FGTS”.
de trabalho o prazo para cobrança de créditos trabalhistas (e
inclusive quando há indenização por antiguidade) é de 2 anos A indenização de 40% do FGTS não será devida
do encerramento podendo retroagir aos últimos 5 anos. pois não houve dispensa arbitrária, o que houve foi nulidade.
Isso, porque a indenização de 40% só é devida na dispensa
Em 2005 houve o encerramento do contrato de sem justa causa, as outras formas de desemprego
trabalho, o empregado tem dois anos para entrar com a involuntário os efeitos serão os mesmo de que de uma
reclamação, ou seja, até 2007. Se entrou com a ação no ano dispensa sem justa causa.
de 2005 a partir do ajuizamento vão retroagir 5 anos volta até
o ano de 2000. A indenização de antiguidade se refere ao Prescrição do Fundo de Garantia:
período anterior a Constituição de 88, há hipótese de
cobrança dessa indenização já que só retroage 5 anos não Após o encerramento do contrato de trabalho o
alcançando esses período? Já está perdido esse tempo de prazo prescricional é de 2 anos para cobrar os depósitos
serviço? A extinção do contrato de trabalho ocorreu em 2005, fundiários.
antes da extinção essa indenização era mera expectativa de
direito e o direito só é instituído quando do encerramento do Durante a vigência do contrato de trabalho o
contrato de trabalho porque um dos requisitos para o prazo prescricional para cobrança do fundo de garantia
empregado ter direito a indenização por antiguidade não poderá se de 5 ou 30 anos (prescrição qüinqüenal ou
motivar o encerramento de contrato. A indenização por trintenária).
antiguidade só passa a ser um direito para o trabalhador
quando extingue o contrato, logo em 2005 que foi constituído PRESCRIÇÃO TRINTENÁRIA: só para o fundo de
esse direito e só a partir daí que corre o prazo prescricional. garantia e nenhum outro crédito trabalhista.
Deve o empregado cobrar essa indenização até dois anos do PRESCRIÇÃO QUINQUENÁRIA: Todos os
encerramento do contrato de trabalho, o período temporal de demais créditos trabalhistas os prazos prescricionais é de 2
80 a 88 serve apenas para base do calculo da indenização anos do encerramento e 5 anos durante a vigência.
por antiguidade (ou seja, quantos anos de tempo de serviço
antes da constituição de 88). O prazo será de 30 anos quando o trabalhador
estiver cobrando apenas o FGTS, o fundo de garantia como o
III)- decorrido o prazo prescricional, o empregador principal e não como acessório de um outro crédito
comprova a prescrição e libera em seu favor o saldo dos trabalhista.
depósitos vinculados na conta do trabalhador.
Ex: o empregado trabalhava em horário noturno,
Desde a Constituição de 88 não há mais depósito ele tem direito a adicional de no mínimo 20%, porém não
na conta individualizada foi quando o FGTS passou a ser recebia o adicional noturno, só recebia o valor da hora
sistema único. normal. Como não recebia o adicional noturno, com certeza
não havia o deposito no fundo de garantia desse adicional. O
Nulidade do contrato de trabalho prestado à FGTS era depositado apenas referente a hora normal quando
Administração Pública sem concurso público: a base do FGTS é a remuneração total dos ganhos. O
trabalhador deve ingressar com a ação trabalhista para
Artigo 19-A: o FGTS é devido ao trabalhador que cobrar o adicional noturno tendo prezo prescricional para
tenha nulidade declarada do seu contrato de trabalho porque cobrar depois do encerramento do contrato de trabalho 2
prestou serviço à Administração Pública sem concurso anos, já durante a vigência 5 anos; vai cobrar o adicional de
público. O tempo de serviço não poderá ser devolvido ao 20% + o reflexo do FGTS (se durante a vigência tem 5 anos
trabalhador, é impossível a retroação a um situação jurídica para cobrar o principal, o adicional, também terá 5 anos para
existente anterior a prestação de serviço. O contrato é nulo cobrar o acessório, FGTS).
mais produziu efeitos porque o serviço já foi prestado,
produziu EFEITOS LIMITADOS e não amplos, os efeitos são Ex: o empregado trabalhava em horário noturno
limitados pois prevalece o interesse público e não o do recebia o valor da hora normal + o adicional de 20%, o FGTS
particular trabalhador. São produzidos os efeitos, porém era depositado apenas sobre o valor da hora normal. O
limitados, para que não haja enriquecimento sem causa da trabalhador deve ingressar com ação trabalhista se
Administração pois se beneficiou do serviço que foi prestado. encerrado o contrato de trabalho tem 2 anos para entrar com
Os efeitos são limitados ao: a ação retroagindo 5 anos para cobrança dos valores
a). salário pelas horas efetivamente trabalhadas, e devidos, já na cobrança do FGTS como principal terá 30 anos
b). fundo de garantia: o FGTS vai ser liberado ao para cobrar porque ele é o principal.
trabalhador que teve o contrato de trabalho declarado nulo
Ex: A notificação da dispensa foi no dia 30 de tempo de serviço. Aqui não houve integração nenhuma
abril, essa não foi a data do afastamento do empregado do antes, o aviso quando indenizado, integrará o tempo de
serviço, essa não foi a data do rompimento. serviço do trabalhador. Caso contrário, nenhum aviso seria
Data da notificação: 30 de abril. trabalhado, todos seriam indenizados.
Data do encerramento: 30 de maio Data de encerramento do contrato: 30 de maio.
Início da contagem do aviso: 1º dia útil seguinte Data para cálculo das verbas rescisórias: até 30
da notificação. Último dia do aviso: também é dia útil, caso de maio.
contrário, haverá prorrogação até o 1º dia útil seguinte. Sum 305: “há depósito no FGTS, mesmo sendo o
As verbas rescisórias serão calculadas utilizando aviso indenizado”.
como base a data de 30 de maio, 13º até 30 de maio, férias
até 30 de maio, FGTS...se trabalhou, com certeza há Aviso prévio domiciliar:
projeção do tempo de serviço. Não há precedente na legislação, foi criado pelo
A finalidade do aviso para o empregado é um empregador. O empregado é afastado do serviço, mas é
tempo para procurar outro emprego. Trabalhando durante o mantido em casa, com a possibilidade de ser chamado
aviso, ele também terá direito a procurar outro emprego, pois durante o período do aviso. A intenção do empregador é o
ele tem direito a uma redução na duração de seu trabalho afastamento imediato do empregado do serviço.
diário, ou, então, deixará de trabalhar durante alguns dias do Ex: empregado notificado em 30 de abril.
aviso. Observem que esta redução só tem cabimento na Data do encerramento: 30 de maio.
dispensa sem justa causa para o trabalhador, quando o Durante o período do aviso sendo o empregado
empregado for notificado, quando a iniciativa da dispensa for chamado para trabalhar a qualquer momento, respeitados os
do empregador. Por motivos óbvios, no pedido de demissão períodos de redução, de qualquer maneira.
não há essa redução, pois o trabalhador não quer mais Prazo para pagamento das verbas rescisórias
trabalhar ou já tem outro emprego, então, não precisa desse sendo o aviso prévio trabalhado: 1º dia útil após
tempo para encontrar outro emprego. Art. 488: redução em 2 encerramento do contrato. Art. 477, § 6º, “a”, CLT. Só depois
horas diárias, ou cumprirá o trabalhador normalmente sua do encerramento do contrato verbas rescisórias pagas.
jornada, deixando de trabalhar durante 7 dias corridos. A No aviso indenizado, as verbas são adiantadas
opção é do empregado. Essa redução em 2 horas diárias é pelo empregador. Prazo para pagamento: 10 dias corridos da
proporcional ao tempo da jornada, menos 2 horas numa notificação da dispensa. Art. 477, § 6º, “b”.
jornada de 8 horas, menos 1 hora numa jornada de 4 horas. No aviso domiciliar, como não tem precedentes na
No art. 488, p. único, consta uma 3ª redução: menos 1 dia de legislação, qual é o prazo para pagamento das verbas
trabalho. Mas essa 3ª redução era na época que havia o rescisórias? Para o empregador, o pagamento das verbas
aviso prévio de 8 dias (art. 487, I). Só que o aviso prévio de 8 deveria ser feito dentro do prazo estabelecido para o aviso
dias não foi recepcionado pela CF, então, a redução do art. trabalhado, já que o empregado está à sua disposição. Essa
488, p.único também não existe. As opções são 2 horas foi a razão da criação do aviso domiciliar. O afastamento
diárias ou 7 dias corridos. imediato do empregado do serviço com o pagamento das
E não havendo essa redução? O empregado fará verbas só após o encerramento do contrato. Na verdade,
jus a mais 30 dias de salário de forma indenizada para qual a intenção do empregador? O afastamento imediato,
compensar esse prejuízo, por não ter tido tempo para mas pagando as verbas só depois do vencimento do
procurar outro emprego. É um período em que o empregador contrato. Entendimento do STF: “O aviso domiciliar ou
vai manter o empregado tranqüilo ou menos nervoso até cumprido em casa é válido, desde que as verbas rescisórias
encontrar outro emprego. Esses 30 dias que o empregado irá sejam pagas dentro de 10 dias corridos da notificação da
receber têm natureza indenizatória, não compreenderá um dispensa”. OJ 14, que teve a redação alterada em abril, mas
novo aviso prévio, pois o aviso prévio ele já recebeu. Não não teve mudança substancial.
haverá projeção do tempo de serviço do trabalhador, não há
reflexo dessa importância em qualquer verba. Mesmo Aviso prévio no pedido de demissão: o
havendo pagamento do período reduzido como hora empregado tomando a iniciativa do rompimento. Art. 487, §
extraordinária, essa indenização é devida ao trabalhador. 2º.
Mesmo havendo a substituição, o empregado recebendo O aviso de no mínimo 30 dias. O aviso para o
hora extraordinária por um período que deveria ser reduzido, empregador tem um objetivo: dar um prazo para que o
essa substituição não é válida, não alcançou sua finalidade, o empregador substitua aquele trabalhador que irá se afastar
empregado não teve tempo de procurar outro emprego. numa data futura. O empregado que se afastar
Recebera indenização da mesma maneira: Sum. 230: “não é imediatamente do serviço sem conceder o aviso prévio não
válida a substituição do período de redução por horas está cometendo falta grave, ele tem essa possibilidade de
extraordinárias”. comunicar ao empregador: “Olha, estou me afastando hoje”.
Nessa hipótese, poderá o empregador efetuar um desconto
Aviso prévio indenizado: nas verbas rescisórias salariais que o empregado tiver
Ex: A notificação da dispensa foi no dia 30 de direito a receber. Desconto correspondente aos salários do
abril. Nessa ocasião, o empregado foi afastado do serviço, período do aviso: até 30 dias de salário. As verbas
ele não vai trabalhar no aviso, não vai cumprir o aviso, mas rescisórias salariais são: saldo de salários e 13º. Portanto, ele
vai receber os salários correspondentes a esse período de tem essa possibilidade de se afastar imediatamente, pois as
forma indenizada. Nesse caso, há uma diferença: há a normas trabalhistas são para beneficiar o trabalhador e se ele
integração do período de aviso indenizado no tempo de está se afastando imediatamente, provavelmente, ele tem
serviço do trabalhador. No caso anterior, não houve o outro emprego. Sum 354 “as gorjetas não integram o aviso
período de redução, mas o aviso já estava integrado ao (quando indenizado)”. Essa é a 1ª regra para o cálculo do
aviso. A 2ª regra é do art. 487, § 3º: uma parte variável do justamente para compensar o prejuízo, pois não teve direito
salário do empregado. Será feita a média das 12 últimas ao reajuste. Valor que poderia já ser revisto. Atualmente, o
importâncias variáveis. Parcelas variáveis: comissões, reajuste é, em média, de 3%, mas nessa época, em 84, o
gratificações, adicionais. reajuste era maior, era um prejuízo grande em relação.
Art. 487, § 4º: é devido o aviso prévio na Então, hoje, não justifica mais o valor da indenização ser de 1
despedida indireta. Despedida indireta é a mesma coisa que salário mensal, pois é muito superior ao reajuste anual. Mas
rescisão indireta do contrato. Rompimento do contrato por de qualquer maneira, ainda hoje permanece sendo este o
iniciativa do empregado por ter o empregador praticado falta direito do trabalhador.
grave. O motivo da rescisão á a falta grave do empregador,
mas a iniciativa do rompimento é do empregado. Qual a AULA 17 - 13/06/2005
conseqüência para o empregado? Receber todas as verbas
da dispensa sem justa causa, pois não é razoável que na AVISO PRÉVIO: (CONTINUAÇÃO)
dispensa sem justa causa receba tudo e quando o
empregador praticar falta grave receba só uma parte. Ele Reconsideração do aviso prévio:
recebe todas as verbas da dispensa sem justa causa.
Cabe aviso prévio na dispensa sem justa causa A parte que concedeu o aviso se arrepende e
do empregado? Sim. E na rescisão indireta? Também. solicita que a outra reconsidere o aviso prévio.
Trabalhado ou indenizado? Indenizado. Se o empregado A reconsideração é sempre ato bilateral,
tomou a iniciativa de rescindir o contrato, ingressando com dependendo da vontade de ambas as partes.
reclamação trabalhista, cabendo o reconhecimento judicial da Não aceitando o notificado o pedido de
falta grave do empregador, tendo ele que trabalhar por mais reconsideração o aviso continuará normalmente e o contrato
30 dias para o empregador, não é benefício algum. se extinguirá quando o aviso terminar.
Observem a necessidade de propositura de reclamação A aceitação do pedido de reconsideração poderá
trabalhista do reconhecimento da rescisão indireta do ser expressa ou tácita, basta o empregado continuar a
contrato. A falta grave não será reconhecida trabalhar normalmente como se nada tivesse acontecido.
espontaneamente pelo empregador, ela será reconhecida em
juízo. Ela deve ser comprovada em juízo. Aviso prévio e prática de falta grave pelo
empregador: art. 490 CLT
Aviso prévio e reajustamento salarial coletivo No curso do prazo do aviso o empregador pratica
ou reajuste salarial coletivo: falta grave, a forma de rompimento do contrato será de
Art. 487, § 6º. Aviso prévio trabalhado ou rescisão indireta do contrato. O empregado receberá a título
indenizado. Corresponde ao reajuste salarial da categoria, o de indenização mais 30 dias de salário. Assim, o empregado
reajuste na época da data-base, data em que o reajuste será fará jus ao aviso que estava em curso mais indenização.
negociado. O empregado pré-avisado tem direito ao reajuste Art. 483,d,g : as duas hipóteses do empregado
se ele ocorrer no curso do aviso. Direito ao reajuste é continuar trabalhando, que dizem respeito as faltas graves
proporcional ao tempo restante de vigência do contrato de vinculadas ao não cumprimento do contrato de trabalho.
trabalho. Alínea “d”: A mora salarial se concretiza com 3
Ex: Faltavam 10 dias: reajuste proporcional aos meses consecutivos de atraso no pagamento do salário e
10 dias, com o reflexo do reajuste proporcional a esses 10 também poderá ser configurada durante o aviso
dias nas verbas rescisórias. Um novo cálculo das verbas correspondendo ao terceiro mês de atraso.
rescisórias deve ser feito. Alínea “g”: O empregado que recebe por tarefa e
20 dias 10 dias o empregador deixa de passar a tarefa para o empregado,
I_________________I___________I consequentemente seu salário cai = Rescisão direta.
Reajuste da Término Nestas duas situações o empregado tem a opção
data-base do CT de continuar trabalhando ou ingressar com reclamação de
rescisão indireta.
Contrato encerrado pouco tempo antes da data-
base. Término do contrato pela dispensa sem justa causa no Aviso prévio e falta grave praticada pelo
período de até 30 dias anteriores ao reajuste salarial. O empregado: art. 495, CLT.
contrato terminou primeiro e até 30 dias depois houve o No curso do prazo do aviso o empregado pratica
reajuste. O contrato só termina quando termina o período do falta grave a forma de rescisão do contrato será demissão
aviso. Aviso prévio indenizado ou trabalhado. Contrato de por justa causa. O empregado perde o restante do prazo do
trabalho terminou antes do reajuste, então, o trabalhador não aviso e as verbas rescisórias serão calculadas com base na
tem direito. O reajuste é da data-base para frente, não tem demissão por justa causa ( férias vencidas e saldo de
efeitos retroativos. salário). Haverá uma mudança na forma de encerramento do
20 dias 30 dias contrato, produzindo efeitos até a prática da falta grave,
I____________________I______________I perdendo o restante.
Término do CT Reajuste As faltas graves dos empregados estão
sem justa causa da data-base relacionadas basicamente no art. 482 da CLT: ato de
insubordinação, ato de improbidade, ato de indisciplina,
Mas o empregado tem direito a uma indenização, violação de segredo, são exemplos. Há uma exceção que é a
chamada adicional. Art. 9º da lei 7238/84. Valor dessa falta grave por abandono de emprego no curso do prazo do
indenização: 1 mês de salário. Salário antigo, velho, pois o aviso prévio. A falta por abandono de emprego não acarreta
trabalhador não tem direito ao reajuste. Essa indenização é a transformação na forma de encerramento do contrato de
trabalho. O empregado seria dispensado sem justa causa. dispensa depois de expirado o benefício previdenciário para
Súmula 73 TST. o empregado retornar. Durante a concessão do benefício o
contrato de trabalho não produzirá efeitos, porque estará
suspenso, salvo no caso de doença ocupacional.
Jurisprudências sobre o aviso prévio: OJ 122: cancelada e convertida na súmula 380.
Aplica-se a regra prevista no caput do art. 132 do CC.
Súmula 14: aviso prévio na culpa recíproca será OJ 82: a data da baixa na CTPS deve
pela metade. corresponder a data do encerramento do contrato, após os
30 dias do aviso prévio.
Súmula 44: cessação da atividade da empresa OJ 83: prazo prescricional só começará a correr
não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio, com o término do aviso prévio.
porque houve desemprego involuntário. OJ 84: o aviso prévio é proporcional ao tempo de
serviço, que depende de regulamentação.
Súmula 163: contrato de experiência com cláusula
de rompimento. FÉRIAS:
Art. 7º, XVII,CF, arts. 129 ao 152, CLT
Súmula 182: indenização adicional é aquela que
corresponde a 1 mês do salário do empregado. Finalidade:
Prazo para que o empregado recupere a
Súmula 230: é vedada a substituição do período capacidade física e mental perdida durante a prestação do
de redução pelo pagamento de horas extraordinárias. serviço anual.
A partir do 5º ou 6º mês de trabalho sem
Súmula 253: a gratificação semestral não interrupção a produtividade do empregado começa a cair,
repercute no aviso prévio, ainda que indenizados, pois para evitar essa baixa produtividade, que não interessa nem
haveria “bis in idem”. ao empregado e nem ao empregador, o empregado deve
parar para descansar.
Súmula 276: renuncia do aviso pelo empregado. O direito as férias é adquirido após cada ciclo de
Em regra, o aviso não poderá ser renunciado pelo 12 meses de vigência do contrato de trabalho.
empregado, porém, se o empregado solicitar que o Tempo de serviço não é a mesma coisa que
empregador o libere no cumprimento do prazo do aviso, o tempo trabalhado. Em algumas situações o empregado
empregador concordando terá que indenizar o período poderá permanecer afastado do serviço e o tempo ser
correspondente, se não concordar, o empregado pode computado, é o caso da interrupção contratual. Mas no
abandonar o emprego sem incorrer em falta grave. Se o capítulo de férias da CLT há algumas exceções, como alguns
empregado pede a liberação porque arrumou outro emprego casos de interrupção que haverá perda das férias pôr parte
o empregador não terá que indenizar o período do trabalhador. Art. 133.
correspondente, porque o aviso já alcançou a sua finalidade. Durante a interrupção contratual há contagem no
tempo de serviço, o contrato continua a produzir efeitos
Súmula 305: o pagamento relativo ao período de normalmente, inclusive para aquisição do direito as férias.
aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a contribuição Nos casos de suspensão não há produção de
para o FGTS. efeitos.
Esse ciclo de 12 meses é conhecido como
Súmula 348: a incompatibilidade do aviso com o período aquisitivo.
período de estabilidade. No período de estabilidade o aviso O início da contagem do período aquisitivo é o dia
não produzirá efeitos. da admissão do empregado no serviço.
Ex: Empregado admitido em 28/04/03 ----------
Súmula 354: as gorjetas não geram reflexos no 27/04/04 (1º período aquisitivo).
aviso prévio. A base para o cálculo do aviso prévio é o salário 28/04/04 ------ 27/04/05 (2º período aquisitivo)
e não a remuneração.
Duração das férias:
Orientação jurisprudencial:
A duração das férias varia, inclusive conforme o
OJ 14: trata de aviso prévio cumprido em casa. regime de contratação (integral ou parcial).
Não foi convertida em súmula.
OJ 35: cancelada em decorrência de sua Contratação a tempo integral: art. 130 CLT
conversão na súmula 369, V. O registro de candidatura do Os empregados contratados a tempo integral
empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de trabalham na semana até 44 horas.
aviso não garante a estabilidade do trabalhador. O período de descanso varia entre 30 dias
OJ 40: cancelada e convertida na súmula 371 corridos e 12 dias corridos conforme as faltas injustificadas
OJ 135: cancelada e convertida na súmula 371. A do empregado durante cada período aquisitivo.
projeção do contrato de trabalho para o futuro com a
concessão do aviso prévio indenizado tem efeitos limitados Ex: 30 dias para cada 5 faltas injustificadas
as vantagens econômicas referentes ao período indenizado. 12 dias ---- de 24 a 32 faltas injustificadas
Ex: caso de concessão de auxílio doença no em único período aquisitivo.
curso do aviso prévio, só se concretizam os efeitos da
O empregado durante as férias vai receber a Essa licença deve ser dada pelo empregador
remuneração normal mais 1/3. (licença contratual), não entra aqui a licença dada pelo INSS
A remuneração das férias é proporcional ao (licenca gestante, por exemplo).
período de descanso. O 1/3 constitucional é devido para que o
Durante as férias o contrato estará interrompido. empregado não seja prejudicado. Nesse exemplo o
empregado receberá 1/3 do tempo trabalhado.
Contratação a tempo parcial: art. 130 CLT
Os contratados a tempo parcial trabalham na AULA 18 - 20/06/05 – 1º tempo
semana até 25 horas.
O período de férias varia de 18 dias corridos a 8
dias corridos. Essa variação é de acordo com a carga Se por alguma razão o empregado ficou afastado
horária, 18 dias se trabalhar mais de 22 horas pôr semana, 8 temporariamentede seu de serviço, o empregado ao retornar
dias se trabalhar mais que 5 horas ou menos pôr semana. tem aproveitado o periodo anterior ou não. Na hipótese do
Se o empregado faltar injustificadamente ao inciso I do art 133 da clt o empregado pedindo demissão não
serviço mais de 7 vezes em um único período aquisitivo, o retornando no prazo de 60 dias, não será readmitido não
tempo de descanso será reduzido a metade. Mais de 32 aproveitando o período anterior. Apresentei 2 casos do art
faltas injustificadas em um único período aquisitivo, o 133 da clt. 1º o pedido de demissão dos empregados com
empregado perde o direito de férias. mais de 1 ano, ao pedir demissão pelo menos 8 meses
Quanto maior a duração do trabalho semanal sendo celetista não recebe férias proporcionais, readmitido
maior o tempo de férias. no prazo de 60 dias, uma nova contagem do periodo que
está em formação, quando pediu demissão vai trabalhar mais
Art. 131 – elenca as faltas justificadas, esse rol é o meses para completar o período e sair de férias.
apenas exemplificativo. Readmitido após o prazo de 60 dias perderá o periodo de
Ex: O empregado faltou sem nenhuma formação, iniciando uma nova contagem da ocasião do
justificação, se o empregador não efetuou o desconto salarial retorno. o periodo de afastamento em nenhuma hipótese
daquele dia, é porque ele perdoou a falta. tanto na 1º e na 2º nos primeiros 4 meses referente ao
período aquisitivo anterior, tendo início uma nova contagem
Art. 132 empregados chamados para prestar o na da ocasião de sua readmissão.
serviço militar obrigatório.
Ex: o empregado trabalhou 3 meses e foi
chamado para prestar o serviço militar obrigatório, durante O empregado trabalhou 1 ano e 4 meses pedindo
esse período o contrato de trabalho fica suspenso. Se ele demissão vai receber a parte proprorcional e a parte integral
retornar dentro de 90 dias a contar da baixa não perderá o que não usufrui durante esse 1 ano e a parte proporcional
período aquisitivo anterior a prestação do serviço militar, esse que irá receber será de 4/12 avos de férias proporcionais.
período será somado quando ele voltar ao trabalho. Se o
empregado retornar após esse prazo de 90 dias perderá o
período aquisitivo anterior ao serviço militar, ao retornar terá se o empregado for admitido dentro dos 60 dias
que trabalhar mais 12 meses para tirar férias. vai trabalhar quanto tempo para completar o período
aquisitivo e sair de férias? terá que trabalhar mais 12 meses
Art. 133, I o empregado que pedir demissão com porque recebeu as férias proporcionais. Para ele aproveitar o
menos de 1 ano de tempo de serviço não terá direito as férias período aquisitivo em formação so se ele não tivesse
proporcionais. Se for readmitido dentro de 60 dias após sua recebido as férias proporcionais, caso contrário seria dupla
saída não perderá o tempo aquisitivo em formação. contagem deste tempo para fins de férias. O pedido de
Ex: empregado que trabalhou mais de ano na demissão com mais de 1 ano pela clt o empregado receberá
empresa e pediu demissao, terá direito as férias férias proporcionais, já o pedido de demissão com menos de
proporcionais. Agora, se ele for admitido dentro de 60 dias 1 ano pelo texto celetista o empregado não receberá as férias
perderá o período aquisitivo anterior, porque seria dupla proporcionais. é necessário frisar que só abordamos o texto
contagem do mesmo tempo de servico. celetista pois haverá alteração, pois 1 estamos no texto
O Brasil ratificou uma Convenção que provocou celetista e depois vamos estudar a convenção internacional
algumas alterações no capítulo de férias da CLT (Convenção n.132
132 da OIT – Organizacao Internacional do Trabalho), por
isso esses artigos relativos as férias da CLT devem ser
comparados com essa Convenção e ver qual será aplicado. Nas hipóteses dos incisos do artigo II, III, IV só o
Art. 133, II empregado que permanecer em gozo inciso I tem aplicação nos empregados com menos de 1 anos
de licença por mais de 30 dias não terá direito as férias. de tempo de serviço os demais não pode. O empregado que
Ex: o empregado que tem 1 ano e 4 meses de contar com tempo de serviço de 1 no e 2 meses receberá
tempo de serviço, ficou em gozo de licença remunerada por licença remunerada não correspondente a qualquer licença
mais de 30 dias, durante um único período aquisitivo, perderá do inss. sÃo licenças contratuais, concedidas pelo
o tempo aquisitivo em formação. Esse período que o empregador ao empregado sem qualquer reduçÃo
empregado ficou em licença conta como tempo de serviço. A salarialdurante o período de afastamento superior a 30 dias
intencao do legislador foi substituir o período da licenca durante um único periodo aquisitivo. O empregado perderá o
remunerada pelo período de férias. aquisitivo informação tendo início uma nova contagem na
ocasião do retorno do empregado ao serviço. Pelo texto da
clt a substituição dos períodos das férias pela licença
remunerada o empregado estará descansando e se contagem do concessivo so tem início com quando o
recuperando sendo devido o terço constitucional, o calculo aquisitivo termina. a duração do período concessivo é 12
para fazer o acerto do período aquisitivo vai ser 1/3 de sua meses o mesmo do período aquisitivo. 2003 a 2004 ( 1º
remuneração referente ao período aquisitivo incompleto que aquisitivo do empregado ) 2004 a 2005 ( 2º aquisitivo e 1º
ele perdeu. concessivo ) o último dia de férias desse empregado deve ser
02/01/05 no máximo ultimo dia de férias correspondente ao
ultimo dia concessivo, caso ultrapasse, no que paultrapassar
A 3º hipótese é parecida com a anterior so que o empregado terá que pagar a remuneraçÃo dobrada dos
muda o motivo do afastamento o empregado se mantém dias de férias que ultrapassarem o período concessivo entÃo
afastado do serviço devido a uma paralisação da atividade o ultimo dia de férias desse empregado será o 1º aquisitivo
empresarial por mais de 30 dias. Afastado do serviço por 04/01.
mais por mais de 30 dias em razão da atividade empresarial
por um único período aquisitivo. A substituição do periodo
das férias pelo que o empregado ficou afastado pois a se ultrapassar 2 dias o período concessivo será
atividade ficou paralisada por determinado tempo perderá o calculado da remuneração desse empregado, tratando se de
aquisitivo informação tendo início uma nova contagem na férias de 30 dias será 28 dias de remuneração simples + 1/3
ocasião do retorno, lembrando que o período de afastamento + 2 dias de remuneração dobrada + 1/3 da dobra. A
não é contado para o calculo. O início da contagem é a partir gratificação é acessório do principal do principal remuneração
do retorno do empregado logo o terço constitucional será das férias dobrando a remuneração das férias dobra também
devido. 30 dias de paralisação como vai ser contado o a gratificaçÃo de 1/3 conforme o art 142 da clt. podendo
período aquisitivo se ele trabalhou 2 meses efetivamente, inclusive acarretar uma multa administrativa a 1º limitação
mais o período de paralisação, porque neste caso o contrato que o empregador sofre é marcar as férias de seus
ficou interrompido, pois o empregado continua a receber empregados pespeitando o período concessivo, a 2º
salários pois o risco dos negócios correm por conta do limitação é o fracionamento das férias, que podem ser feitos
empregador. E o restante do período aquisitivo de qualquer de maneira excepecional estÃo ligados a motivo de força
forma so vai perde-lo se a paralisação for superior a 30 dias maior, o fracionamento pode ser feito em até 2 períodos
de afastamento. sendo que nenhum pode ser inferior a 10 dias corridos
respeitados os periodos concessivos.
como norma constitucional. Mas por outro lado, poderíamos As nações enviam delegados para representarem
argumentar que na época em que houve aprovação do os Estados nas conferências da OIT.
Congresso, o status da norma seria de lei ordinárioa federal,
talvez se o status fosse de E.C., o legislador não aprovaria o A convenção internacional vai ser incorporada ao
tal tratado. Uma outra discussão sobre a matéria trabalhista: direito pátrio como lei ordinária federal ou E.C. quando se
será que os direitos sociais são garantias fundamentais? tratar de direitos humanos.
Será que as férias dos trabalhadores são uma garantia A recomendação pode inspirar um acordo
fundamental? R.: Não, nem todos os direitos sociais são coletivo, uma portaria, etc.
garantias fundamentais. As férias e o repouso semanal
remunerado são, mas o 13º salário não é garantia Como encontrar a norma mais favorável quando
fundamental. Assim, nem todos os direitos do trabalhador do houver conflito? São 2 teorias:
art. 7º da CRFB/88 são garantias fundamentais. Segurança e Teoria do Conglobamento: X
medicina do trabalho são direitos fundamentais, porque Teoria da Acumulação:
assim como as férias e o repouso semanal remunerado,
servem para evitar acidentes, doenças. - essa teoria diz que no caso de conflito, -
havendo conflito entre 2 normas cada
A ratificação da Convenção 132 ocorreu na época
em que os tratados sobre direitos humanos ainda eram aplica-se a norma que no geral for mais
considerados lei ordinária federal. Além dessa discussão cláusula será comparada, as cláusulas
envolvendo a E.C. 45, há uma outra também inportante: a
favorável aos trabalhadores, aplica-se in-
Convenção 132 quando foi ratificada continha dispositivos
mais benéficas prevalecerão; vai ocorrer
que entraram em conflito com a CLT, em alguns aspectos.
Assim, o que deve ser aplicado: a Convenção 132 ou o tegralmente a norma mais benéfica.
capítulo de féris da CLT? Sem dúvida, se admitirmos a tese a criação de uma 3ª norma, porque aca-
de que a Convenção 132 é equivalente à E.C., a Convenção
será aplicada. Mas, se admitirmos a Convenção como lei
ordinária federal, devemos aplicar a CLT ou a própria bamos misturando as normas conflitan-
Convenção 132? Nesse caso, temos que observar o
programa do concurso público. Se nele não constar a Conv. tes e aproveitando as cláusulas mais be-
132, devemos observar apenas a CLT e a jurisprudência do
TST. Mas, se no programa constar a Conv. 132, então o
problema é maior, porque esta Convenção tem diversos néficas.
pontos conflitantes com a CLT. No confronto entre a Conv. 132 e a CLT há
No caso de conflito entre a CLT e a Convenção uma TENDÊNCIA na doutrina para a aplicação da teoria da
132 devemos aplicar sempre a norma mais benéfica para o acumulação. Justamente por não ser pacífico, apenas os
trabalhador. Isto está inclusive na própria Constituição da concursos voltados para a área trabalhista costumam cobrar
OIT. esse tema de forma bem simples. As questões de prova
costumam trazer o texto integral da Conv 132.
A OIT foi criada em 1919, na Convenção da Paz,
logo após a I Guerra Mundial. Em 1944 foi incorporada à
Constituição da OIT a Declaração da Filadélfia, pouco antes Particularidades da Convenção 132:
do fim da II Guerra Mundial. Mais uma vez as nações se
reuniram para discutir as mudanças nas relações do trabalho.
No art. 19 a Constituição da OIT consta que a Período mínimo de férias: 3 semanas ou 21 dias.
norma internacional será aplicada desde que mais favorável Os feriados não integram esse período mínimo de 21 dias.
aos trabalhadores. Portanto, isso é norma do Direito Os feriados deverão ser somados a esse período mínimo. O
Internacional do Trabalho, que faz parte Direito Internacional período aquisitivo é de 12 meses. Isso não significa que o
Público, além de ser princípio peculiar do direito do trabalho. trabalhador terá o direito de somar aos 21 dias os feriados
A razão de ser da OIT é justamente melhorar as condições nacionais que ocorreram durante os 12 meses do período
de trabalho, uniformizando as questões trabalhistas, visando aquisitivo, ou seja, se nos 12 meses o país teve 2 feriados, o
a justiça social. A OIT é um organismo internacional trabalhador não terá direito a 23 dias de férias. O que a
independente, com patrimônio próprio, sede em Genebra e norma quer dizer, é que os feriados não serão descontados
as conferências acontecem normalmente uma vez por ano. É dos 21 dias de férias, ou seja, o trabalhador tem direito aos
um organismo permanente. Durante essas conferências são 21 dias e mais todos os feriados do período aquisitivo
criadas as normas internacionais trabalhistas. trabalhado. As férias e os feriados possuem natureza
diferente. Os feriados são dias comemorativos, em que o
OIT: - Convenções: sujeitas à ratificação, não trabalhador participa das festividades. As férias são para o
admitem alterações pelos Estados, salvo quando o próprio descanso do trabalhador, para que eles recuperem sua
texto da Convenção permitir. capacidade mental e física perdida durante a prestação do
- Recomendações: são sujestões, não estão serviço anual. O repouso semanal remunerado tem a mesma
sujeitas à ratificação, podem ser adaptadas ao direito interno. função das férias, então ele está incluído no período das
férias. Nesse ponto a Convenção não conflitou com a CLT.
- Resoluções: questões administrativas
internas para os estados-menbros que compõem a OIT.
O país que ratificar a Convenção 132 tem que esse período mínimo de 6 meses. A Conv. 132 não conflitou
declarar o período mínimo de férias anuais e também pode com a CRFB/88, porque o art. 7º, XVII trata de período
excluir algumas categorias da aplicação da Convenção. A aquisitivo para o gozo de férias remuneradas e não para a
própria Convenção exclui os marítimos, porque existem aquisição da indenização correspondente a períodos não
condições de trabalho muito particulares para eles. O Brasil usufruídos.
não excluíu nenhuma categoria da aplicação da Convenção
132. O art. 150 ao 152 da CLT trata dos marítimos e continua A Conv. 132 trata apenas de férias individuais,
valendo mesmo após a Convenção 132. então o período de férias coletivos da CLT não sofreu
qualquer alteração.
O registro da ratificação é feito perante o diretor
geral da repartição internacional do trabalho, que é um dos Comparação entre a Conv. 132 e a CLT:
órgãos da OIT – 12 meses após o registro entra em vigor. O período mínimo das férias na Conv. 132 é de 21
Outras particularidades da Convenção 132: dias, na CLT o tempo das férias varia de acordo com o
regime de contratação que pode ser por tempo integral ou
Fracionamento em até 2 períodos, sendo que uma parcial. O período mínimo das férias nos contratos por tempo
das frações não poderá ser inferior a 2 semanas ou 14 dias. indeterminado é de 12 dias. Está no art. 130 da CLT. Os
contratos por tempo parcial (25 horas por semana) têm um
Obs.: É o chefe do Executivo que ratifica a período mínimo de férias de 8 dias. Mais de 7 dias de faltas
Convenção internacional, após a aprovação do Congresso injustificadas do empregado ao serviço durante um único
Nacional. O registro da ratificaçãoé feito perante o diretor período aquisitivo, quando contratado por tempo parcial, vai
geral da repartição internacional do trabalho. Depois de 12 ter as férias reduzidas pela metade (arts. 130 e 130-A).
meses, ela entra em vigor, e só após o decreto presidencial é
que começa a ter eficácia. No caso dos empregados por tempo integral que
têm direito (art. 130, CLT) a no mínimo 12 dias de férias,
Havendo o fracionamento, pela Convenção 132 essa norma não conflita com a Conv. 132 que garante um
poderá ser ampliado o período concessivo. O 1º período período mínimo de 21 dias, porque a própria Conv. admite o
fracionado usufruido pelo empregado é após 12 meses de gozo de férias proporcionais ao tempo de serviço durante o
trabalho, o 2º período fracionado pode ser concedido em até período aquisitivo. O empregado que faltou injustificadamente
18 meses – é uma ampliação do período concessivo não teve o tempo de serviço, durante o período aquisitivo,
permitido pela Convenção 132. igual ao tempo de serviço daquele empregado que não faltou
Esse período de 21 dias nunca poderá ser injustificadamente. Não sendo cumprido integralmente o
reduzido, mas poderá ser ampliado após 12 meses, e essa período aquisitivo, as férias serão proporcionais ao tempo de
ampliação deve ser comunicada ao diretor geral da repartição serviço – a própria Convenção 132 admite isso. As faltas
internacional do trabalho. injustificadas não são consideradas tempo de serviço.
Durante essas faltas o contrato de trabalho fica suspenso.
De acordo com a Convenção 132, não é permitida
uma substituição do período em que o trabalhador estiver Então, não há conflito entre a Conv. 132 e a CLT
afastado involuntariamente do serviço por acidente, por tanto para os trabalhadores contratados por tempo integral ou
doença, pelo período de férias. Nós já vimos essa parcial. No contrato por tempo parcial, o período de trabalho
substituição no art. 133 da CLT. Mas, a Conv. 132 não é reduzido, então o tempo de descanso deve ser proporcional
permite isso. ao tempo de serviço. A Conv. 132 permite essa adaptação.
A professora acha que a Convenção é mais Os 21 dias de férias de que trata a Convenção é
adequada nesse caso, porque o empregado não está em para aqueles que trabalharem integralmente durante o
casa descansando, gozando de suas férias, ele está se período aquisitivo.
recuperando de um acidente, de uma doença. São razões O Brasil ao ratificar a Conv. 132, declarou como
diferentes. tempo mínimo de férias 30 dias. Nesse caso, a CLT é mais
De acordo com a Conv. 132 o empregado deve benéfica que a Convenção 132. A Convenção fala em 21 dias
ser consultado para a marcação de suas férias, mas a própria mais feriados. A CLT fala em 30 dias corridos (úteis ou não) e
Conv. abre exceções no seu art. 10: o empregado não os feriados e repousos semanais estão integrados.
precisará ser consultado se constar do regulamento Aula 20 – 27/06/05
empresarial, se constar de acordo coletivo, se constar de
sentença arbitral, ou de qualquer outra maneira conforme a Férias individuais dividida em 2 períodos, um
prática nacional. deles não poderá ser inferior a 10 dias corridos, isso na CLT.
De acordo com a Conv. 132 as férias Na Convenção 132 é dividido também em até 2 períodos,
proporcionais serão devidas ao trabalhador que pedir porém um deles não poderá ser inferior a 2 semanas.
demissão tendo menos de 12 meses de tempo de serviço. O Havendo fracionamento, conforme a CLT: Os períodos
período aquisitivo mínimo para ter direito à indenização das fracionados usufruídos durante o concessivo, que tem a
férias proporcionais é de 6 meses. duração de 12 meses.
Período das férias, pela CLT, são de 30 dias ou “CANCELADA” também em Novembro de 2003, no mesmo
18 dias para os contratados a tempo integral ou a tempo processo de revisão que eu citei, a razão do cancelamento foi
parcial, temos aquelas reduções, faltas injustificadas com a a ratificação da Convenção 132, que determina que os
redução do período de férias, já que durante o aquisitivo, ele feriados, eles não estão integrados naquele período mínimo
não trabalhou como outros empregados que cumpriram das férias.
integralmente esse período, férias proporcionais ao tempo
trabalhado durante o aquisitivo. Mas o que quer dizer, que serão 30 dias mais
feriados, ou serão 21 mais os feriados? – R: 21 mais
A Convenção 132, o período mínimo é de 3 feriados para a Convenção 132, mas qual a norma mais
semanas, ou seja, 21 dias. O Brasil ao ratificar a Convenção favorável para o trabalhador, CLT ou Convenção 132 nessa
132, ele declarou 30 dias de férias para os empregados e esfera? – R: A CLT , porque aquele período de 30 dias é
não excluiu nenhuma categoria, só foram excluídos pela superior a 21 mais todos os feriados, no caso brasileiro.
própria Convenção 132 os trabalhadores marítimos. O cancelamento da súmula 147 pode dar margem
Seguindo o art 133 da CLT, é provocada a perda a outra interpretação, ou seja, os feriados serão somados aos
do período aquisitivo em formação. 30 dias, mas não interpretem dessa maneira interpretem 21
Pela Convenção 132, afastamentos involuntários, mais feriados prevalecendo a norma interna porque é mais
não vão gerar a perda do aquisitivo, continua o aquisitivo a favorável.
correr normalmente, pela Convenção não cabe aquela
substituição, ou seja, substituir o período de afastamento por O cancelamento, foi só para que a jurisprudência
uma Licença Remunerada, ou Afastamento para se do TST ficasse em harmonia com a Convenção 132, mas não
recuperar de um acidente ou doença substituir período das quer dizer que serão somados os feriados aos 30 dias de
férias, a Convenção não admite essa troca. férias. A mudança substancial feita pela Convenção 132, ( e
que costuma ser cobrada em concurso) , foram as férias
Pela Convenção 132, descanso em dias corridos indenizadas, pedido de demissão com menos de 12 meses
úteis e não úteis, com a exceção dos feriados. devidas as proporcionais indenizadas e ainda há controvérsia
Pela CLT, dias corridos úteis e não úteis; Aqui o quanto a teoria aplicada, se a da acumulação ou do
empregado com menos de 12 meses de tempo de serviço ao conglobamento “e exatamente por existir discussão, isso
pedir demissão não recebe férias proporcionais, ao contrário ainda não é cobrado em concurso”.
da Convenção 132 onde nessa condição , o empregado
receberá as férias proporcionais, desde que tenha cumprido Salvo nesse ponto em que há súmula do TST , as
um período aquisitivo mínimo para indenização das férias férias proporcionais que eu (a professora) fez referência, mas
que é o período de 6 meses. outros pontos de divergência, eles não são cobrados em
concurso ou se são, sem comparar com a CLT .
Respondendo a pergunta de um aluno:
R: Pela Convenção 132, os feriados são somados A Convenção 132, trás as particularidades, é o
ao período mínimo de 21 dias . capítulo de férias ( e preste atenção no programa que esta
no edital, se a Convenção 132 aparece ou não) se não
Lembraram agora das comparações da aparecer, é pela CLT mas não esqueçam da
Convenção 132 e particularidades do capítulo de férias ? jurisprudência do TST de qualquer maneira.
Súmulas do TST de férias, súmulas 171 e 261, o Encerrado férias, eu já dei Aviso Prévio, 13º
empregado que pedir demissão com menos de 12 meses, salário, Fundo de Garantia, então agora vamos para:
receberá as férias proporcionais indenizadas. Aquele
demitido com justa causa, não receberá as férias Formas de Encerramento do Contrato de
proporcionais. Pela CLT, demissão com justa causa, não Trabalho no Setor Privado:
recebe as férias proporcionais, portanto, houve mudança, o
entendimento do TST embora conste da CLT, as férias Dispensa sem Justa Causa no setor Privado,
proporcionais não serão devidas aos empregados que ( porque há discussão se cabe dispensa sem justa causa no
pedirem demissão com menos de 12 meses em razão da setor público, que eu vou analisar separadamente no final do
ratificação da Convenção 132, isso foi alterado, o TST curso ), aqui é no setor privado. Cabe dispensa sem Justa
passou a entender de forma diversa, essas súmulas tiveram Causa, pois a regra não é da estabilidade, a estabilidade
redação alterada em Novembro de 2003, quando feita decenal, já foi dada no sistema trabalhista e foi substituída
revisão nas súmulas do TST. pelo FGTS , quando promulgada a CRFB/88. Atualmente
existem casos de estabilidade? – R: Existem, aquelas
Embora a Convenção 132, tenha sido ratificada estabilidades provisórias ou relativas, da gestante,
em 1998 e entrado em vigência em Setembro de 1999, até membro da CIPA, acidentado do trabalho entre outros.
que o TST tomasse a sua jurisprudência, a matéria chegasse
ao Tribunal, decisões legais sobre a mesma matéria até E a estabilidade decenal, existe? – R: para
formar a jurisprudência, isso demora um pouco, só em 2003, alguns poucos empregados remanescentes, existem
as súmulas foram alteradas. casos de estabilidade, aquelas provisórias ou relativas
em que não cabe dispensa sem justa causa e a
Súmula 147, redação original: “Indevido o estabilidade decenal para alguns poucos empregados
pagamento dos repousos semanais e feriados remanescentes, admitidos antes da CRFB de 1988 e que
intercorrentes nas férias indenizadas”. A súmula 147 foi
tenham pelo menos 10 anos de tempo de serviço, até a - O 13º é devido, férias vencidas sempre devida, as
data da promulgação de CRFB. proporcionais também devidas, tendo mais ou menos de 12
meses.
Para esses casos acima há dispensa sem Justa
Causa, nessa dispensa não é necessário um processo
administrativo ou judicial, a dispensa é sumária com aviso - Saque do fundo de garantia ou retenção? – R:
prévio, desemprego involuntário, cabe o aviso prévio e esse Retenção, desemprego voluntário ele não vai precisar
aviso prévio poderá ser trabalhado ou então indenizado pelo daquele fundo de assistência individual na ocasião do
empregador. O empregado quando comprovar ter arrumado encerramento do contrato, ele pediu demissão não quer mais
outro emprego, é admitido a renuncia e aviso prévio pelo trabalhar ou arrumou outro emprego,
empregado, súmula 276 do TST, fora isso não é admitida a
renuncia do aviso. - O FGTS fica retido para sempre? – R: Não, essas
importâncias retidas serão liberadas em favor do trabalhador
Na dispensa sem Justa Causa, o empregado tem em caso de doenças graves, compra da casa própria, conta
direito ao 13º salário, férias vencidas ou integrais inativa por 3 anos sem depósito na conta, ininterruptos ou
indenizáveis devidas tendo direito não apenas nessas mais, aposentadoria, idade 70 anos ou mais, as vítimas das
hipóteses sem Justa Causa, mas também em todas as calamidades públicas e em outras situações em que
formas de encerramento, é direito adquirido, na época do necessário o fundo de assistência individual ser utilizado pelo
encerramento do contrato, o empregado havia adquirido o trabalhador. O art 20 da lei 8.036/90 que é a lei do FGTS, ele
direito as suas férias. é apenas exemplificativo, outras situações poderão ser
analisadas e deverão inclusive para a caixa econômica que é
-Há proporcionais devidas na dispensa sem Justa responsável em liberar o FGTS retido na conta, ou serem
Causa também. discutidos judicialmente, caso a Caixa não libere através de
-Saque de Fundo de Garantia ou retenção? – R: um processo administrativo.
Saque do Fundo de Garantia, desemprego involuntário,
saque do FGTS. - A prescrição do fundo durante a vigência do contrato
-Com ou sem indenização do Fundo de Garantia? poderá ser trintenária, ou qüinqüenal, quando encerrado o
– R: Indenização de 40% contrato por 2 anos.
Existe mais alguma coisa que o empregador - Há o que indenizar com 40 ou 20% ? – R: Não,
recolhe quando dispensar o empregado sem Justa Causa? – desemprego voluntário, não há o que indenizar, não tem
R: Mais 10% de contribuição social, a indenização é de que proteger o trabalhador de uma dispensa arbitrária ou
40% e não de 20% sem justa causa e pela mesma razão havendo período não
optante não tem indenização de antiguidade.
- Indenização de Antiguidade, período não optante
pelo FGTS antes da CRFB/88, havendo esse período, ele vai - Saldo de salário, tem sempre
receber a indenização de antiguidade diretamente do
empregador, lembrando que a indenização de 40% é Rescisão Indireta ou Despedida Indireta:
depositada na conta vinculada, havendo um período anterior
a CRFB/88 não optante pelo Fundo, há indenização de Rompimento do contrato em razão da prática de uma falta
Antiguidade. grave por parte do empregador, empregador praticando a
falta grave, empregador dando razão para o rompimento do
- Saldo de Salário, salário, pelos dias trabalhados no contrato. As faltas graves do empregador, constam do art
mês com rescisão contratual, o empregado vai receber 483 CLT.
indenização e não só nessa forma de encerramento, é direito
adquirido, trabalhou vai receber em todas as formas. Explicação das Alíneas:
Indenização de 40% art 10 do ADCT c/c art 7º inciso I da
CRFB “ Até que venha a ser publicada lei complementar ( Alínea ( A ) deste artigo é auto explicativa,
ADCT ) e a CRFB, faz referência de uma dispensa sem Alínea ( B ) – é o empregado que fala com rispidez com os
justa causa ou arbitrária, é indenização de 40%” , já que a empregados.
regra não é da estabilidade. Alínea ( C ) – descumprir normas de segurança e medicina
no trabalho.
Alínea ( D ) – não cumprir a principal responsabilidade do
- Pedido de Demissão, cabe o Aviso Prévio, que é empregador no contrato, que é a Mora salarial, 3 meses
devido “PELO EMPREGADO AO EMPREGADOR”, caso o consecutivos de atraso, decreto lei 368/68 foi o que definiu
empregado se afaste imediatamente do serviço, o mora salarial.
empregador pode descontar os salários correspondentes ao
período de Aviso Prévio, descontar diretamente das verbas Não depositar o Fundo de Garantia, também é
rescisórias salariais. (Respondendo a pergunta de um descumprimento de obrigação contratual, houve uma decisão
aluno: - R: Poderá descontar sempre). Havendo prejuízo recente do TST reconhecendo a rescisão indireta, porque
aquela indenização do art 450 dos contratos a prazo certo não houve depósito fundiário, mas foi uma decisão isolada, é
sem cláusula de rompimento. um precedente? – R: Sim, mas a jurisprudência do TST não
é nesse sentido, foi uma decisão, um precedente.Contrário a
jurisprudência do TST pela qual não depositar o FGTS, ou
- Parágrafo 3º - Naquelas hipóteses das Alíneas “D” - O 13º salário na Rescisão Indireta é cabível assim
e “G”, em que a Falta Grave estão ligadas ao como todas as demais verbas
descumprimento de uma obrigação contratual, a Mora - A indenização de 40% porém sem a contribuição
Salarial, ou deixar de passar a tarefa provocando redução social de 10%, pela Lei Complementar 110/01 essa
substancial do salário, nessas duas situações, o empregado contribuição social de 10% apenas na dispensa sem Justa
poderá permanecer trabalhando, na esperança de receber o Causa, na Rescisão direta, não houve dispensa sem Justa
seu salário quando resolvida a questão. Ou então se afastar Causa, os efeitos são os mesmos, mas não ocorreu a
do serviço e ingressar com uma Ação de Rescisão Indireta. dispensa sem Justa Causa, e sim a Rescisão direta, o
empregador não tomou a iniciativa do rompimento, afastando
Nos outros casos, Ofensa Física ou Coação Moral, o o empregado do seu serviço, os efeitos são da dispensa sem
empregado deve se afastar imediatamente do serviço para Justa Causa.
ingressar com a ação de rescisão indireta, porque se ele não
se afastar, aquela falta praticada pelo empregador, não foi Demissão por Justa Causa:
motivo, razão suficiente para o rompimento do contrato, o
empregado não se abalou, não se incomodou e continua a As Faltas Graves dos empregados, basicamente estão
trabalhar. elencadas no artigo 482 da CLT.
Ingressando com a ação, o empregado deve Comentando as Faltas do artigo 482 CLT:
comprovar em juízo a Falta Grave do empregador, feita a
prova da Falta, se tem o reconhecimento judicial do - Alínea ( A ) – roubo, furto, apropriação indébita, são
rompimento do contrato pela rescisão indireta, inclusive exemplos. O empregado pratica o ato visando obter para ele
definida uma data para o rompimento na sentença, sem a ou para um terceiro uma vantagem. Ato de Improbidade no
comprovação da Falta, lógico não haverá o reconhecimento local de trabalho ou fora dele, sem dúvida o Ato de
da rescisão indireta do contrato. Improbidade, tem repercussão na relação empregatícia, o
empregador perdendo a confiança no empregado. Só há
A grande vantagem da Rescisão Indireta é o razão para demissão por Justa Causa quando a falta
recebimento da totalidade das verbas, todas da dispensa praticada pelo empregado repercutir no ambiente de trabalho,
sem justa causa, a indenização será ampla podendo na relação empregatícia justificando a quebra contratual, se o
inclusive, dependendo do ocorrido receber a indenização por ato praticado pelo empregado não interfere em nada na
Danos Morais, mas as verbas da dispensa sem justa causa, prestação do serviço, não há razão para a demissão por
o empregado vai receber todas, na própria justiça do trabalho Justa Causa.
esta relacionada ao contrato.
O Aviso Prévio, esse vai ser trabalhado ou - Alínea ( B ) – incontinência de conduta, ou mau
indenizado? – R: Indenizado. procedimento, a grande maioria dos doutrinadores dá uma
conotação sexual a incontinência de conduta – Atos
- Alínea ( L ) – Lógico tendo repercussão no A punição deve ser imediata, o empregador tomou
ambiente de trabalho e mais, após a promulgação da CRFB conhecimento da falta deve punir ou agir nesse sentido
de 1988, isso geralmente caracteriza uma invasão na vida tentando apurar a falta inicialmente, o que é possível, pode
privada do trabalhador, não podendo ser reconhecida como tomar qualquer dessas medidas, mas tem que agir, pode ser
falta grave, então é muito difícil a demissão por Justa Causa um processo administrativo se constar do regulamento da
por essa prática constante de jogos de azar empresa, primeiro apurando a falta e depois demitindo por
Justa Causa, o que ele não pode é deixar de lado e depois
- Parágrafo Único – Houve um erro de redação, esse de passado um tempo há! Vou punir. O período considerado
inquérito não é administrativo e sim judicial, um ato razoável, embora não esteja na legislação são de 30 dias.
atentatório a segurança nacional: Atenta contra a vida do
Presidente da República. Ultrapassado esse período, muito provavelmente,
é reconhecido o perdão tácito, o empregador deixou de lado,
A punição, ela sempre deve ser proporcional a não se incomodou, não agiu, ele perdoou tacitamente, mas
falta praticada, exemplo: Falta Leve - advertência, Falta isso não esta na lei, é o razoável porque dentro desse
Média – advertência ou suspensão disciplinar, Falta Grave – período que o empregador terá que ajuizar ação de inquérito
advertência, suspensão, ou até demissão por justa causa. O judicial para apurar Faltas Graves de alguns históricos, pois é
empregador é lógico que ele pode aplicar uma pena mais esse o prazo que existe para ingressar com ação de inquérito
branda, ele tem opção por advertência, suspensão, demissão judicial nos casos de instabilidade. Artigo de inquérito na
por Justa Causa, ou não punir e perdoar o trabalhador pela CLT, é do 853 ao 855, esse prazo de 30 dias artigo 853.
falta praticada.
Havendo culpa recíproca no ato que determinou a
Não é necessário um processo administrativo, não rescisão no contrato de trabalho, o Tribunal do Trabalho
é necessário um processo judicial, salvo na hipótese do reduzirá a indenização a que seria devida em caso de culpa
parágrafo único do art 482 da CLT e salvo em alguns casos exclusiva do empregador ou metade, o empregado receberá
de instabilidade, por exemplo a instabilidade do Dirigente indenização pela metade na culpa recíproca, metade do que
Sindical, a falta, 1º precisa ser comprovada em juízo – ação receberia na dispensa arbitraria, uma divisão nas verbas
de inquérito, inquérito judicial e depois se comprovada a falta, rescisórias, ambos praticaram faltas consideradas graves,
demitido por Justa Causa. mas é necessário o reconhecimento judicial da Culpa
Recíproca.
Estada decenal, demissão por Justa Causa,
também dependerá da comprovação prévia em juízo da Falta - Nessa divisão, o que o empregado vai receber,
Grave praticada na ação de inquérito e aí depois, demissão tem Aviso Prévio na Culpa Recíproca? – R:Sim, recebe pela
por Justa Causa. Fora dos casos de instabilidade, demissão metade
sumária, o trabalhador posteriormente, o que poderá fazer? –
R: Ingressar com a reclamação, pedindo o que, se ele não - O 13º salário, receberá também pela
for estável, a reintegração? – R: Se ele não for estável, não metade
há o que reintegrar e sim a mudança na forma de - Férias Vencidas, receberá integralmente,
encerramento do contrato, que venha a ser reconhecida pois é direito adquirido
a dispensa sem Justa Causa, ele recebendo a totalidade - Férias proporcionais, não é direto adquirido
das verbas. então receberá pela metade
Na demissão com Justa Causa, quais as verbas o Súmula 14 do TST “ Na culpa recíproca devidas
trabalhador vai receber? - R: Quase nada, também não terá pela metade as seguintes verbas: Aviso Prévio, 13º salário e
Aviso Prévio na Demissão por Justa Causa. Ocorrerá o Férias Proporcionais ” com redação de Novembro de 2003.
devidas pelo empregado, pois o pagamento não está será válida a quitação dada com relação as verbas
vinculado ao rompimento do contrato. ex.: 13º salário. especificadas quanto a natureza e valor. O empregado vai
assinar o termo de rescisão do contrato de trabalho, dando
Morte do trabalhador: o contrato de assim a quitação. A homologação é dessa quitação dada
trabalho é encerrado, pois a relação é personalíssima. Quem pelo trabalhador.
terá direito a receber ? R: Os seus sucessores. Contudo, eles
recebem o seguinte: 13º salário, Férias proporcionais e A homologação da rescisão contratual e do
vencidas, saldo de salário. Com relação ao saque do FGTS Termo de rescisão do contrato de trabalho (quitação das
quem receberá ? R: os dependentes, e se não houver verbas) só é obrigatório para o empregado com + de 01 ano
dependentes que fará o saque são os sucessores. de tempo de serviço.
Término natural do contrato de trabalho Ver art. 477 §5º: qualquer compensação
(contrato de trabalho a prazo determinado): Não têm (desconto) não poderá exceder a 01 mês de remuneração do
direito a aviso prévio, pois o contrato seguiu seu curso trabalhador, ex.: o empregado pediu demisão e não cumpriu
normal, não tendo o que pré-avisar. Terá direito: 13º salário, o aviso. Cuidado: é cada desconto que não poderá exceder
férias prorcionais e vencidas, FGTS, saldo de salário. Não e não a soma deles.
terá direito a indenização de 40% e nem de 20%. Também
não terá direito a indenização de antiguidade, pois esta Prazo para pagamento das verbas:
requer que o contrato seja de prazo indeterminado.
• Aviso trabalhado ou término natural do contrato a prazo
certo: 1º dia útil após o encerramento do contrato.
Homologação da rescisão contratual e • Nas demais situações: 10 dias corridos da notificação da
homologação do recibo de quitação das verbas rescisórias: dispensa.
Art. 439 CLT (para menor de 18 anos).
Art. 477 §7º – será sem ônus para o
Regras gerais de homologação para os empregado ou empregador.
maiores e menores de 18 anos aplica-se o art. 477 § 1º ao 8º Art. 477 §8º – atraso no pagamento das
CLT. verbas: multa administrativa em favor ao Ministério do
Trbalhador, e indenização de 01 mês de salário em favor do
Homologação do pedido de demisão do trabalhador, salvo quando este der causa a mora (não terá
empregado estável: art. 500 CLT. nem a multa e nem a indenização).
trabalhar para o mesmo empregador, será celebrado um A tese mais razoável é a da não rompimento, mas
novo contrato porque a primeira relação foi extinta. o tema ainda está em aberto aguardando decisão do
Supremo.
A redação do art. 453 foi alterada pela lei 6204/75 Ele não terá uma nova aposentadoria, terá um
que acrescentou a parte final da aposentadoria espontânea. desconto previdenciário.
Na época da elaboração da CLT a legislação previdenciária Conforme entendimento do TST extingue o
exigia o afastamento do empregado do serviço. contrato de trabalho, porque a OJ 177 ainda não foi
cancelada.
- os inúmeros julgados dos TRT e do
TST interpretando o art. 453, consideram o rompimento do
contrato. Da segurança e Medicina do Trabalho: art. 7º,
O TST firmou sua jurisprudência ao editar a OJ XXII, CR
177 de agosto de 2000 (posterior a publicação da Lei
8213/91): A aposentadoria espontânea extingue o contrato de Compete ao Ministério do Trabalho
trabalho mesmo quando o empregado continua a trabalhar na completar as normas gerais de segurança e medicina do
empresa após a concessão do benefício previdenciário. Os trabalho da CLT, essa complementacao foi feita através da
períodos descontínuos não serão somados. O conteúdo do Portaria 3217/98. Essa portaria é como se fosse um
art. 49 é apenas desburocratizante. verdadeiro código da segurança e da medicina do trabalho,
tem diversas normas regulamentadoras (NR) são 29 NR,
- a origem da palavra aposentadoria é parar cada uma relacionada a um tema da segurança e medicina
para descansar, a idéia de inatividade para defender a tese do trabalho. Não precisa ler essa portaria, os pontos mais
do rompimento. Ao receber o benefício o empregado tem que importantes a prof. irá falar.
parar para descansar.
Não tem sentido algum esse fundamento. Art. 7º, XXII – Redução dos riscos inerentes
ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e
2) do não rompimento do contrato de trabalho segurança. Pode haver a redução total que corresponde a
pela aposentadoria espontânea: eliminação, ou a redução parcial que corresponde a
neutralização, através do cumprimento de normas de
- essa corrente se inspira no princípio da segurança que evitem os acidentes. Normas de saúde evitem
primazia da realidade, o trabalhador continua a trabalhar com a doença e norma de higiene mantém o ambiente de trabalho
o mesmo empregador, com as mesmas condições, mesmo limpo. Essas norma são no sentido amplo, decreto, portaria,
horário... lei, acordo coletivo, convenção coletiva, regulamento da
empresa.
- a interpretação do art. 453 da CLT deve
ser feita em harmonia com a atual legislação previdenciária, XXIII – Adicional de remuneração para as
art. 49 da Lei 8213/91. O caput do art. 453 permanece em atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei:
vigor e deve ser interpretado ao falar em readmissao quando que integra os ganhos do trabalhador. Adicional é que tem a
o empregado se afastar do serviço para requerer o benefício, natureza salarial, salário-condicao, o empregado só recebe o
se não se afastar o contrato permanece em vigor. adicional enquanto existir a condição especial de trabalho
mais gravosa. O adicional é uma contraprestação especial.
Art. 453: No tempo de serviço do empregado, Cessada a condição especial mais gravosa, cessa para o
quando readmitido, serão computados os períodos, ainda empregado o direito ao adicional. Não há direito adquirido ao
que não contínuos, em que tiver trabalhado anteriormente na adicional, pois é salário condição.
empresa, salvo se houver sido despedido por falta grave,
recebido indenização legal ou se aposentado Atividades penosas: dependem de
espontaneamente. regulamentação, não há previsão legal. De forma genérica
não existe adicional de penosidade, algumas categorias por
- A suspensão da eficácia do parag. 1º do forca da negociação (acordo ou convenção coletiva) poderão
art. 453 da CLT fortalece a tese do não rompimento. Foi ter adicional de penosidade.
ajuizada uma ADIN de nº 1770 e em 06.11.98 o Plenário do Tecnicamente as atividades penosas são aquelas
Supremo suspendeu com efeito ex nunc a eficácia do parág. que causam cansaço excessivo, p. ex., o bancário, professor,
1º do art. 453 (Relator Min. Moreira Alves). Esta não é uma construção civil...
decisão de mérito. É vedado o benefício de uma atividade penosa
O parag. 1º desse art. foi apresentado pela Lei para o menor de 18 anos, o ECA veda o exercício de
9528/97, portanto posterior a publicação da Lei 8213/91. atividade penosa para o menor de 18 anos, mesmo como
aprendiz.
O empregado tem a garantia constitucional A Medida Provisória 251publicada em 1406/05
assegurada da obtenção do benefício previdenciario quando alterou o art. 428 da CLT, alterando a idade para o trabalho
cumprido os requisitos necessários para sua concessão. como aprendiz, a mínima de 14 anos permanece, a máxima é
Estaria sendo violada esta garantia e a própria proteção do que foi modificada que era de 18 anos agora é de 24 anos,
trabalho, não só no setor privado mas também no setor mas não poderá ser um contrato só.
público.
A OJ 177 não foi convertida em súmula, esta Atividade insalubres: regulamentada pelos arts.
passando por um segundo processo de decisão. 189 ao 197 da CLT, com exceção do art. 193 caput e parag.
1º. Complementa o tema NR15 da portaria 3214/98 ,que A restauração da Súmula 17 do TST (em
também não precisa ler. novembro de 2003) já está mostrando essa tendência no
O exercício de uma atividade considerada cálculo do adicional de insalubridade.
insalubre é prejudicial a saúde do trabalhador. Essas
atividades são classificadas pelo Ministério do Trabalho, O empregado somente receberá o adicional de
quanto a natureza (agentes químicos, físicos ou biológicos) e insalubridade apenas quando existir condição especial mais
quanto a nocividade (mínima, média ou máxima). gravosa de trabalho. Cessada a condição especial, cessa o
direito ao adicional respectivo, pois é salário-condição.
1)quanto a natureza: Enquanto recebido, o adicional de insalubridade gera reflexos
- agentes químicos: chumbo nas verbas trabalhistas, além de gerar reflexos
- agentes físicos: ruído intenso, pressões previdenciários.
hiperbáricas, frio intenso, umidade excessiva.
- agentes biológicos: protozoários, bactérias, Não há direito adquirido ao adicional de
sangue, entre outras. insalubridade. Cessado o trabalho com o agente insalubre,
cessa o direito ao adicional respectivo.
AULA 23 18-07-05
(2º tempo) O fato de o empregado trabalhar com o agente
insalubre, não quer dizer que necessariamente este receberá
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO o adicional. Só haverá recebimento do adicional de
insalubridade quando for ultrapassado o limite de tolerância
(Continuação) ao agente. Tal limite de tolerância é determinado pelo
Ministério do Trabalho.
Adicional de insalubridade
O limite de tolerância é o tempo em que o
Tem a natureza de salário-condição. Os empregado pode ter com o agente sem que sua saúde seja
percentuais do adicional de insalubridade são de: 10% afetada.
(insalubridade mínima), 20% (insalubridade média) ou 40%
(insalubridade máxima) do salário mínimo. (art. 192 CLT), O limite de tolerância e fixado conforme: i) o
salvo quando houver salário profissional fixado. (Súmula 17 potencial agressivo natural do agente e ii) tempo de
do TST). exposição do empregado ao agente. i) e ii) são inversamente
proporcionais, quanto maior i), menor deve ser ii). Quando
Salário profissional é aquele fixado para respeitado limite, o adicional não é devido, pois em tese a
determinados trabalhadores que exercem atividade saúde do trabalhador não é afetada.
profissional de determinada maneira (exemplo: médicos,
advogados, dentistas). Para o agente agressivo ser eliminado ou
neutralizado, utiliza-se i) EPI (Equipamento de Proteção
O piso salarial é fixado conforme a extensão e Individual), ou ii) EPC (Equipamento de Proteção Coletiva) ou
complexidade do trabalho, para categorias profissionais. Medidas de Proteção Geral.
(bancários, metalúrgicos). Os trabalhadores formarão uma
determinada categoria em razão da atividade econômica Exemplo de EPI – protetor auricular, botas,
explorada pelo empregador. O bancário só o é quando capacetes, óculos especiais.
trabalha em um banco. Já o médico exercerá a sua atividade
profissional sempre da mesma maneira, independentemente Exemplo de EPC – cortiça nas paredes.
da atividade explorada pelo empregador. Aí se encontra a
diferença entre salário profissional e piso salarial. Através do EPI e do EPC, o adicional que o
empregado receberia, de no máximo 40%, pode cair para
Mas isso tende a mudar. Algumas decisões do 20% ou 10% com o agente neutralizado. É o EPI e o EPC
STF já decidiram que o adicional de insalubridade deveria neutralizando o agente nocivo, reduzindo o seu potencial
incidir sobre o salário contratual do trabalhador. Para o STF o agressivo, mas ainda ultrapassado o limite de tolerância. De
padrão não deve ser o salário mínimo legal, mas sim o qualquer forma, a agressividade cai de máxima para média
salário contratual do trabalhador. ou mínima.
Fundamentos: a vedação do art. 7º, IV, parte final, Contudo, há hipóteses em que os empregados
da CR, que veda a vinculação do salário mínimo para utilizam o EPI ou EPC, mas o agente tem um potencial
qualquer fim. Outro fundamento é que a base de incidência agressivo tão forte, que este continua em sua agressividade
do adicional de insalubridade deve ser a mesma do adicional máxima, e o adicional continua sendo de 40%. Geralmente
de periculosidade. Não há razão para a existência de uma ocorre com produtos químicos. A doença poderá ser
disparidade enorme entre a base de incidência do adicional adquirida. Por exemplo: quem trabalha com raio-x.
de periculosidade e a base de incidência do adicional de
insalubridade (princípio da razoabilidade). Conforme a CLT, a Argüida em juízo a insalubridade, será necessária
base de incidência do adicional de periculosidade é o salário perícia: art. 195 CLT. Pode ocorrer de haver um agente não
contratual. constante da listagem do Ministério do Trabalho, mas mesmo
assim, o empregado vem a adquirir doença relacionada ao
trabalho. Nesse caso o empregado não faz jus ao adicional,
OJ 153 – deficiência de iluminação. Não é mais Conforme a CLT, são agentes agressivos
considerada atividade insalubre. Cancelada e transformada perigosos: inflamáveis e explosivos. Mas há um terceiro
na OJ Transitória 57. agente agressivo perigoso em lei especial, que é a energia
elétrica (Lei 7369/85) Os empregados que trabalham em
OJ 165 – necessária perícia para constatar o contato direito com o agente perigoso, em condições
agente insalubre no ambiente de trabalho, quando argüida acentuadas de risco, ou seja, a qualquer momento o
em juízo a insalubridade. trabalhador poderá morrer subitamente ou obter grave lesão
física. Pode ser o empregado que tem contato direto com o
OJ 170 – foi incorporada à OJ 04 agente, ou pode ser aquele que não tem o contato direto,
mas fica dentro da área considerada de risco. Risco da morte - fornecer o EPI gratuitamente
súbita ou de grave lesão física. (exemplo: empregado da loja - fornecer EPI adequado à atividade profissional
de conveniência do posto de gasolina). do trabalhador
OBS: se o empregado lidar com agente insalubre Quando o empregador não cumpre alguma das
e perigoso, deverá escolher um dos dois para receber, pois suas obrigações, há culpa do empregador, podendo gerar
não pode receber os dois. (art. 193, § 2º CLT). direito à indenização ao empregado (art. 7º, XXVIII, CR),
caso o empregado venha a sofrer acidente ou a adquirir
Jurisprudência agente perigoso doença.
empregados, não há nenhuma estabilidade especial para constatar se ele tem ou não alguma doença que poderia ser
eles, pois o SESMT é órgão apenas de orientação e não de agravado ou transmitido para os pacientes. Mas é só em
fiscalização. O SESMT orienta o empregador quanto ao situações particulares. Em situações gerais – os exames
fornecimento de EPI e orienta o empregado quanto à também são gerais e não complementares. Mas pode haver
utilização do EPI. a realização de algum exame complementar mas que seja
por uma situação particular, da função que o trabalhador irá
2º órgão – Comissão Interna de Prevenção de realizar. Ex. trabalhar com agente insalubre, exige exame
Acidentes – CIPA complementar.
2°) Periódico é durante a vigência do contrato do
A composição da CIPA é igualitária, havendo igual trabalho. É exame de rotina. A periodicidade varia conforme a
número de representantes dos empregados e do idade e as condições de trabalho. Entre 18 e 45 anos o
empregador. Os representantes do empregador são exame é bienal; menor de 18 anos e maior de 45 anos é
indicados pelo próprio, tem mandato de um ano, admitida anual.
uma recondução. O Presidente da CIPA é indicado pelo Quanto as condições de trabalho – Trabalho
empregador. Estes não têm estabilidade, pois não irão insalubre e trabalho perigoso. A periodicidade do exame
contrariar os interesses dos empregador. normalmente é de 6 em 6 meses, podendo ser menor ou
maior, a critério do médico do trabalho.
Já os representantes dos empregados são eleitos 3°)Demissional é realizado antes da homologação
em voto direto e secreto, porém não obrigatório. A duração da rescisão contratual. Um dos documentos que devem ser
do mandato é de um ano, admitida uma reeleição, salvo demonstrados no ato da homologação é a cópia do atestado
quando o representante suplente não tiver participado de no médico de apto para trabalhar em outros lugares.
mínimo metade das reuniões da CIPA. Para cada titular eleito Os empregados submetidos a exame de rotina
é eleito um suplente. (Art. 164, § 4º da CLT). pouco tempo antes da rescisão contratual – dependendo do
período estarão liberados do exame demissional. Se for a
O vice-presidente da CIPA é representante dos atividades insalubres e perigosas em até 90 dias; nas
empregados. Os titulares e suplentes possuem estabilidade demais, até 135 dias.
transitória, quando representantes dos empregados, pois a 4°)Retorno – empregados afastados do serviço
CIPA é órgão de fiscalização. A estabilidade inicia-se desde o por 30 dias consecutivos ou mais, ao retornarem devem se
registro da candidatura, e vai até 1 ano após o fim do submeter a realização do exame médico de retorno. Esses
mandato. afastamentos por doenças, por acidentes ou gravidez. O
exame é feito pelo próprio INSS, e não pelo particular.
Motivos para a estabilidade do representante dos 5°)Exame de Mudança de Função – quando o
empregados na CIPA: disciplinar, técnico, econômico e empregado ficar exposto a um novo agente agressivo.
financeiro. (art. 165 da CLT). Mudança de função sem alteração do agente agressivo não
necessitará de novo exame. Ex. trabalhava com ruídos,
Não é necessário inquérito para demissão por agora com vibrações, precisa se submeter a outro exame
justa causa de componente da CIPA. Só há necessidade de médico. Sendo o mesmo agente não precisa. Ou quando não
inquérito para demissão por justa causa de dirigente sindical. operada as condições de trabalho, se de auxiliar
administrativo para agente administrativo, mas no mesmo
Quem decide se será caso de reintegração ou ambiente – não vai se submeter a outro exame. O
somente de indenização é o juiz caso haja demissão no empregador pode solicitar ao empregado a realização de um
período de estabilidade de membro da CIPA representante exame médico específico quando encerrado o contato com o
dos empregados. agente agressivo, mas não é preciso ou obrigatório pela
, legislação.
AULA 24 - 25/07/05 - 2° tempo.
Direito Coletivo
Os ramos foram subdivididos em grupos, e para CLT capítulo de organização sindical art. 511 à
cada grupo uma federação. Ex. Federação da indústria é um 577, mas muitos artigos não foram recepcionado pela
ramo, indústrias da alimentação, federação da industria do constituição. A estrutura sindical brasileira foi inspirada na
vestuário, e etc.Está-se aplicando aqui a regra da estrutura sindical italiana, na época de Mussolini com total
especificidade, esta diminuindo o grupo determinado que é atrelamento dos entes sindicais ao estado. A independência
fiscalizado por um determinado ente fiscal. A primeira ou suposta independência desses só com a constituição de
representação é abstrata, geral, confederação do ramo da 88. Quando foi transformada a estrutura sindical brasileira.
economia, e para cada grupo outro ente sindical, a Analisando o capítulo se organização sindical sempre tem
federação, que é um grupo menor. Federação da indústria da remissão ao art.8º. O art. 139 remete ao art. 8° da CF só que
alimentação, federação dos trabalhadores das indústrias de ele não foi recepcionado pela CF. Tem que ter cuidado
alimentação; federação da indústria do vestuário, federação nestes artigos pois desses artigos vamos aproveitar uns vinte
dos trabalhadores da indústria do vestuário. Os artigos, mais ou menos. Vemos a grande mudança na
empregadores que exploram um ramo da economia é que estrutura sindical.
ligado a um grupo também. Confederações, na CLT, estão no art. 535.
Sindicatos - é dividido em atividades econômicas Federações, art. 534 da CLT.
e categorias profissionais. Os ramos podem ser divididos em
grupos, os grupos em atividades econômicas e em categorias Divisão em duas grandes categorias: econômica e
profissionais. Novamente aplicando a regra da profissional. Do lado patronal e do lado dos trabalhadores.
especificidade, restringindo um grupo representado por um
CEJ – 2005 (formatação: Julie Kremp) 83
DIREITO DO TRABALHO - CEJ
PROFESSORA: GLÁUCIA BARRETO
Econômica – como é formada – pela reunião de foi de cima para baixo, para que qualquer trabalhador e
empregadores ou empresas que exploram atividade qualquer empregador ficasse sem representação por parte do
econômica similar, formam um grupo homogêneo em que é ente sindical. Todos integram categoria econômica ou
representado por um ente sindical. Se o grupo é homogêneo, profissional, todos são beneficiados pela norma coletiva
tem interesses comuns. O enquadramento do empregador extraída do processo de negociação, onde a decisão
em uma categoria econômica é feita pela atividade favorece o grupo, e não apenas determinados trabalhadores.
preponderante ou principal. Pode haver discussão quanto a Interesses abstratos, interesses gerais. Mas afiliação não é
representação, isso é muito comum tanto no lado do obrigatória, a integração sempre é obrigatória, mas a filiação
trabalhador como no lado do empregador. não. Mas todos associados ou não são beneficiados da
norma coletiva e representados por um ente sindical. A
Profissional – preponderante, diferenciado, ou de integração independe da vontade. O trabalhador filiado tem
profissionais liberais. direito a ser eleito dirigente sindical, fora isso tudo igual. Os
Preponderante, o enquadramento do empregado benefícios e as vantagens são os mesmos, assistência
em categoria profissional preponderante decorre do jurídica gratuita para os associados e não associados, o
enquadramento do empregador em uma categoria ajuizamento do dissídio coletivo beneficiando a todos. Os
econômica. O enquadramento do empregador é feito pela sindicatos da mesma base territorial não precisam ser os
atividade preponderante, o empregado só vai acompanhar o mesmos, ex. sindicato das indústrias de alimentação do arroz
enquadramento do seu empregador. Definida a categoria da soja e do trigo patronal, e três sindicatos profissionais dos
econômica do empregador, definida a categoria econômica trabalhadores das indústrias da alimentação do arroz – é um
do empregado. O empregado que é contratado para trabalhar sindicato, sindicato dos trabalhadores das indústrias da
em um banco, a categoria é de bancário, ele não é bancário alimentação da soja, e do trigo. Não precisa a base ser a
sizinho sem trabalhar em banco. Os terceirizados trabalham mesma. A base só é a mesma para federações e
para um outro empregador, integram o sindicato dos confederações.
prestadores de serviço, ou o sindicato de alguma coisa Aos caixas bancários há o sindicato dos bancários
conforme a categoria preponderante do empregador que é o e dos vigilantes, sindicato dos vigilantes. Não há sindicato
prestador, mas não são bancários. Os empregdos dos dos vigilantes bancários, pois são grupos diferentes, o dos
estabelecimentos comerciais se são comerciários é por que a vigilantes é do setor de vigilância, a dos bancários é outra
categoria do empregador é de comerciante. Mas num banco atividade econômica explorada, que por sua vez estão
existem os diferenciais. Os diferenciados são os que exercem ligados a uma outra confederação. Para o empregador há um
atividade profissional sempre da mesma maneira da mesma sindicato que é a dos banqueiros, que estará ligado a
forma, independentemente da atividade principal explorada federação e confederação dos banqueiros. Os banqueiros
pelo empregador. São os diferentes por isso chamados de são obrigados a cumprir normas do sindicato dos vigilantes
diferenciadas. São diferentes da atividade principal. São os se este negociou com o sindicato dos banqueiros. Para o
diferentes por ex. num banco, os vigilantes, motorista, banco poder cumprir normas coletivas dos vigilantes é
médicos, advogados e etc. Um veterinário trabalhando numa porque houve negociação com os banqueiros. A categoria é
fazenda ou numa clinica no centro da cidade, não vai alterar uma só, e aí o sindicato dos vigilantes vai negociar
o exercício da atividade profissional. Os diferenciados diretamente com os banqueiros, tem que ser feito desta
formam um grupo próprio, representados também por um forma. Exatamente porque as normas são bens particulares,
grupo próprio, específico, homogêneo que tem interesses pois como é que a empresa vai cumprir normas do sindicato
comuns. Os diferenciados trabalham como empregados, há dos vigilantes sem ter conhecimento? Por isso precisa
vinculo empregatício. participar do processo de negociação.
Os profissionais liberais são espécie de
diferenciados, exercem atividade profissional, mas com
autonomia, independência não há relação empregatícia. Ex. Centrais sindicais – não compõe a estrutura
o medico que trabalha por conta própria, o advogado, sindical brasileira, por enquanto, pois a reforma sindical esta
dentista, e etc. O grupo será representado nas negociações sendo discutida. Não tem estatus de sindicato, pois a atuação
diretas pelos sindicatos, ou não havendo este no processo de é mais política. Por enquanto a Cut, CGT, Força Sindical não
negociação do ajuizamento do dissídio coletivo, em favor dos fazem parte da estrutura sindical brasileira, leva o nome de
trabalhadores em determinado grupo. sindicato, mas não tem estatus de sindicato. E a central foi
criada paralela ao sistema confederativo para garantir a
Trabalhadores e empregadores ou integram ou se independência destas associações, pois antes de 88 os
associam a uma categoria. A integração não depende de sindicatos eram subordinados ao estado. Surgiram as
filiação. Todos os trabalhadores e todos os empregadores centrais até mesmo como uma maneira de resistir a esse
integram a um determinado grupo, querendo ou não. Sempre domínio do estado aos entes sindicais que havia
o trabalhador ou empregador pertencerá a um grupo, ou será anteriormente a CF/88. Hoje mudou, a centra sindical poderá
pela atividade preponderante, ou como diferenciado ou como ser inserida na estrutura sindical, já que houve esta
profissional liberal. E o empregador vai explorar uma mudança. Na verdade interessa ao estado, agora, a atuação
determinada atividade econômica vai pertencer a um da centra sindical, primeiro porque não total independência
determinado grupo. Se categoria não for organizada, quem na atuação dos sindicatos, há um controle, embora conste no
vai representar são as confederações, não há federação mas art. 8° a independência, mas qual a independência? Até pela
há confederação, pois na confederação a representação é regra da integração qual é a independência dos
muito abstrata. Na falta de um sindicato a representação será trabalhadores ou do empregador? Nenhuma! A contribuição
feita por uma federação, e na falta da federação, a sindical é obrigatória, então independência não tem. Hoje
confederação. Por isso a estrutura sindical quando foi criada
interessa ao estado centralizar o poder que é dos sindicatos, vontade dos empregados, aí sim fortalece. Que é diferente de
que é um poder controlado, na central sindical. Assim com a pluralismo sindical, que são vários sindicatos representando
reforma sindical quem vai passar a atuar é a central, a mesma categoria econômica e profissional de uma
representando diversas atividades, diversas categorias, então determinada base territorial. O Brasil adota a unicidade e isso
vai ser muito mais fácil controlar. A CUT participando do não vai alterar com a reforma, pois alterar a reforma é muito
processo de negociação que vai alcançar diversas categorias difícil, pois tem que mexer em toda estrutura sindical, a
de atividades, e não vai haver mais negociações isoladas. A contribuição sindical é obrigatória e ficaria diferente do
transferência da atuação que hoje é do sindicato que tem sistema contributivo.
como principal papel o de participar do processo de
negociação que é o de conseguir vantagens própria Na próxima aula termina organização sindical.
particulares que é para trabalhadores que representam, vai
ser transferida para a central. Provavelmente serão duas Aula 25 – Dia 01/08/05
centrais a CUT e a Força Sindical. Uma o lado liberal, e a
outra mais para os trabalhadores. CUT, PT; e a Força Organização Sindical (continuação)
Sindical, o partido liberal. Na verdade é só uma divisão de
poderes. E o controle por parte do estado será mais eficaz, Finalidades:
será bem mais fácil. Provavelmente com a reforma sindical, a
central passará a ter estatus de sindicato. Hoje a central Ao sindicato cabe a defesa de direitos e
sindical sozinha não pode participar do processo de interesses dos trabalhadores e empregadores nas esferas
negociação. É sempre mais interessante que a empresa administrativa e judicial.
negocie com o sindicato, pois as condições são mais
particulares, tanto que no conflito de normas entre convenção Ex. da atuação dos sindicatos na esfera
e acordo, prevalece o acordo, por ser mais específico. É administrativa defendendo interesses individuais:
muito complicado um acordo envolvendo sindicato com base Homologando rescisão contratual; atuando nas comissões de
nacional. Dependendo da atividade até não afeta tanto, pois conciliação prévia.
o sindicato dos aeroviários é nacional, sindicato dos
empregados do Banco do Brasil é nacional, mas a categoria Ex da atuação dos sindicatos na esfera
não é organizada, não tem aquele grupo menor administrativa defendendo interesses coletivos: Participando
representado, aí sobra para a confederação e a das negociações diretas ou negociações coletivas
confederação está muito longe dos trabalhadores, inclusive
desta diferenças regionais. É uma associação e não uma Ex da atuação dos sindicatos na esfera judicial
associação sindical, os entes sindicais são de direito privado, defendendo interesses individuais: Prestando assistência
só que os entes sindicais são associações sindicais, e as jurídica gratuita; atuando como substituto processual
centrais são apenas associações.
Ex da atuação dos sindicatos na esfera judicial
A natureza jurídica dos entes sindicais – são defendendo interesses coletivos: Ajuizando uma ação
associações, pessoa jurídica de direito privado. coletiva como o Dissídio coletivo, o mandado de segurança
coletivo
Processo de criação de um ente sindical – de
acordo com a norma constitucional não cabe intervenção do Contribuição Sindical e Confederativa (art. 8º, IV
estado na criação e na organização dos sindicatos, mostra CR)
uma suposta independência. Mas na norma constitucional há
uma exigência de um registro. Para ser criado um sindicato é Contribuição Sindical também conhecida como
necessário um registro. Associações para surgirem é imposto sindical – Tem natureza de tributo, portanto obriga a
necessário um registro, que é feito no registro civil de todos, filiados e não filiados. (art. 149 CR) Contribuição para
pessoas jurídicas. Mas, para um sindicato adquirir o fortalecimento do sistema confederativo. É uma
personalidade jurídica não basta o registro em cartório, é contribuição ratiada, atribuída diretamente para o sindicato
necessário um segundo registro no Ministério do Trabalho, mas que vai repassar uma parte para a Federação e uma
art. 8°, inciso I da CF, e súmula 677 STF. Só adquire outra para a confederação. Para a manutenção do sistema
personalidade jurídica com o segundo registro, conforme confederativo brasileiro. Na CLT arts 578 ao 610.
sumula. Este registro é feito pelo Ministério do trabalho até Contribuição fixada em lei. Para aqueles que trabalham como
que venha a ser criado um órgão próprio para controle da empregados o valor da contribuição é um dia da
unicidade sindical. Unicidade é exclusividade de base remuneração de março. O desconto é feito em abril. Para os
territorial, não há concorrência, é um sindicato, uma que trabalham com autonomia o pagamento deve ser feito
federação e uma confederação, representando uma categoria em fevereiro. Os profissionais liberais pagam essa
profissional e econômica de uma determinada área. Ao tentar contribuição em fevereiro. Valor da tarifa de cada categoria.
o registro no Minist. Do Trabalho será negado se já houver O valor da remuneração, inclusive nem remuneração eles
um outro. Só pode participar das negociações com o 2° recebem, recebem salário. E a contribuição do empregador é
registro, é um controle. Isso enfraquece o sindicato, e não feita em janeiro correspondendo a um percentual do capital
fortalece, pois se o sindicato não é atuante, o prejudicado é o social da empresa. O empregador paga diretamente a
trabalhador , pois ele não tem opção de se filiar a outro contribuição assim como o profissional liberal. Já o
sindicato e de se integrar a outra categoria, e se não há empregado tem o desconto em folha.
opção não há liberdade. A unidade sindical é imposta pela lei
não é uma escolha do trabalhador ou do empregador. Que é Contribuição Confederativa - Não tem a natureza
diferente da unidade sindical, esta é um sindicato único pela de tributo é contribuição de associado. Ela não é fixada em
CEJ – 2005 (formatação: Julie Kremp) 85
DIREITO DO TRABALHO - CEJ
PROFESSORA: GLÁUCIA BARRETO
lei e sim pela assembléia geral da categoria. A finalidade norma constitucional os sindicatos, observe que está no
também é a manutenção do sistema federativo, portanto é plural, deve haver a participação obrigatória dos sindicatos
ratiada entre os entes sindicais. Como não tem natureza de nas negociações diretas. Acabamos de ver que os atuantes
tributo é contribuição de associado, só obriga os associados no processo de negociação além dos sindicatos são as
ou filiados. Precedente normativo nº 119 TST. Onde consta empresas. A empresa ela pode participar sozinha de um
que esta contribuição só obriga filiado, caso contrário seria processo de negociação direta sem o sindicato patronal? Isso
ferida a liberdade sindical que é garantia constitucional. O viola o disposto no art. 8º VI CR? Não viola. (art. 7º XXVI
valor da contribuição confederativa varia conforme a CR). O legislador reconheceu a validade dos acordos
assembléia fixar. coletivos e convenções coletivas. ( art. 611 CLT - Define o
que acordo coletivo e o que é convenção coletiva)
Não associado tem obrigação de pagar uma
contribuição, aquela conhecida como imposto sindical, já o Acordo coletivo – É a norma coletiva extraída do
associado quatro contribuições. Além da contribuição sindical processo de negociação quando atuantes sindicato
e da contribuição confederativa, uma terceira contribuição, a profissional e empresa.
assistencial ou taxa negocial (art. 513, “e” CLT) que é uma
contribuição fixada na norma coletiva, ou seja em acordo Negociação coletiva – É a norma coletiva extraída
coletivo ou convenção coletiva de trabalho, ela é fixada pelo do processo de negociação quando atuante no mínimo dois
próprio sindicato que auto-reconhece o seu bom êxito no sindicatos, o profissional e o patronal.
processo de negociação direta, o valor varia conforme a
norma fixar. Geralmente é paga uma vez na vigência da Então a expressão “dos sindicatos” do art 8º, VI
norma. O acordo coletivo e convenção coletiva têm prazo deve sr interpretado de forma que é obrigatória a atuação do
máximo de vigência de dois anos. Deve constar cláusula na sindicato profissional nas negociações diretas. A empresa
norma coletiva garantindo ao não associado o direito de sozinha pode atuar no processo de negociação ela detém o
resistência ou de oposição. O não associado vai ter um prazo poder econômico. Já o trabalhador ao negociar sozinho no
para resistir a essa contribuição, para manifestar a vontade processo de negociação poderia acontecer a dispensa. Já o
de não contribuir, deve informar ao sindicato que não vai dirigente sindical está protegido com a estabilidade
pagar a contribuição assistencial. O silêncio pressupõe provisória. O aposentado filiado tem direito a votar e ser
aceitação. Uma quarta contribuição é a contribuição mensal votado nas eleições sindicais.
ou associativa ou mensalidade sindical (art. 513 “e” CLT).
Essa contribuição também só obriga ao associado. Estabilidade dos dirigentes sindicais –
Periodicidade mensal. É fixada no estatuto sindical para a estabilidade que tem início com a inscrição ou registro da
manutenção de uma área de lazer, como se fosse um clube candidatura. Esta estabilidade depende de uma
que os trabalhadores vão freqüentar. O não associado tem comunicação. O sindicato profissional deve comunicar a
que manifestar sua vontade dizendo que não quer contribuir. empresa que um determinado empregado registrou sua
candidatura. O prazo para comunicar é de 24 horas. Se a
Liberdade Sindical empresa não for comunicada no prazo de 24h, ele poderá
comunicar.Uma vez eleito uma nova comunicação deve ser
Ninguém está obrigado a se filiar ou a se manter feita em 24 horas. O sindicato deve comunicar a empresa.
filiado. Não há na verdade liberdade sindical aqui no Brasil. São duas comunicações uma da inscrição e uma da eleição.
Liberdade sindical não combina com unicidade sindical e Estabilidade da inscrição e quando eleito até um ano após o
também não combina com contribuição sindical obrigatória. encerramento do mandato. Quando não eleito a estabilidade
Há uma grande contradição no art. 8º CR. Liberdade, com acaba com a apuração dos votos. (art. 522 CLT) Serão
contribuição sindical obrigatória, com unicidade sindical. A eleitos 7 dirigentes com estabilidade Esse art foi
liberdade esta explícita mas implicitamente não existe recepcionado pela CR/88. No art 8º, I CR consta ser vedada
liberdade sindical. Ela se resume na possibilidade de se filiar a intervenção do estado na organização e funcionamento dos
e se desfiliar a qualquer momento. Que liberdade é essa? sindicatos. Princípio da razoabilidade, até 7 possuem
Não há opção para o trabalhador nem para o empregador estabilidade. A finalidade dessa estabilidade não é proteger
integrar uma determinada categoria. Ou ele é preponderante individualmente, particularmente o trabalhador e sim uma
ou está filiado aos profissionais liberais e não há escolha categoria. A categoria está bem representada principalmente
inclusive em relação a qual sindicato irá representar pela nas negociações diretas. Esse número poderá ser alterado
unicidade, se já existe aquele, aquele que irá representar conforme casos concretos. Mas em princípio até sete com
trabalhadores e empregadores. estabilidade. Muitos podem ser eleitos mas 7 com
estabilidade. Essa estabilidade é perdida pela prática de uma
Participação obrigatória dos sindicatos nas falta grave. Primeiro deve haver a comprovação em inquérito
negociações diretas ou coletivas. da prática da falta grave depois se for comprovada haverá
demissão por justa causa.
No processo de negociação as partes atuantes
são: Sindicato profissional que pode negociar diretamente Métodos de Solução dos Conflitos Coletivos
com o sindicato patronal ou negociar diretamente com a
empresa. Atuando na negociação sindicato profissional e a O conflito coletivo mais comum é o de reajuste
empresa e havendo êxito nesse processo a norma elaborada salarial. Geralmente a discussão é patrimonial. Geralmente
será o acordo coletivo. Atuando sindicato profissional e isso não é absoluto.
sindicato patronal, havendo êxito na negociação a norma
elaborada é a convenção coletiva. Mas de acordo com a
Negociação Direta/Coletiva (arts. 611 ao 625 CLT) priorizado pelo legislador constituinte. Havendo conflito, deve
– Os próprios interessados tentam a solução haver a tentativa das partes em solucioná-lo através da
negociação direta, sem envolvimento de um terceiro e
Arbitragem (facultativa) Lei 9.307/96 – Um terceiro havendo acordo, será elaborada convenção ou acordo
(árbitro) solucionando o conflito coletivo, dependendo das partes envolvidas no conflito. Se os
envolvidos no conflito forem o sindicato profissional e
Dissídio Coletivo (arts. 856 ao 875) – Judiciário empresa, será elaborado o acordo coletivo e se os envolvidos
solucionando o conflito forem o sindicato profissional e patronal, a norma coletiva
elaborada, de comum acordo entre as partes, será a
Esses métodos são de auto convenção coletiva. O art 611 da CLT define convenção
composição(negociação direta/coletiva) e de hetero coletiva e acordo coletivo de trabalho. A convenção coletiva é
composição (arbitragem e dissídio coletivo). sempre intersindical. Participação obrigatória de no mínimo
dois sindicatos, um patronal e outro profissional, já o acordo é
È chamado método de auto composição a mais específico, pois a norma é elaborada pelo sindicato
negociação direta porque os próprios interessados vão profissional e a empresa ou grupo de empresas.
buscar a solução do conflito. A negociação é sempre uma
tentativa. Já na arbitragem e no dissídio não há tentativa há Acordo e convenção têm prazo máximo de
com certeza solução. vigência de dois anos. O acordo coletivo obriga a empresa
envolvida na negociação e determinados trabalhadores
A negociação deve ser o primeiro método representados por um sindicato profissional, sendo os
utilizado, não havendo êxito no processo de negociação aí trabalhadores dessa empresa ou de empresas envolvidas no
sim haverá a eleição de um árbitro ou então o ajuizamento de conflito. Já a convenção é aplicada na base territorial dos
um dissídio coletivo. È muito mais interessante para os sindicatos negociantes. A base territorial mínima é a
próprios trabalhadores e empregadores solucionar o conflito municipal, por isso o acordo é mais específico.
do que terceiro, árbitro ou judiciário (dissídio) o solucione.
Primeiro o método de auto composição depois os de hetero Havendo conflito de normas do acordo com a
composição. convenção quer dizer que, simultaneamente, o sindicato
profissional negociou com a empresa e com o sindicato
Não confundam as negociações diretas com as patronal. Acordo coletivo e convenção coletiva com prazo de
normas extraídas do processo de negociação. Nem sempre a vigência em comum. O sindicato profissional negociou
norma é elaborada, a norma só será elaborada se tiver a diretamente com a empresa e negociou também com o
solução do conflito. O processo de negociação é fonte para o sindicato patronal. Qual será a norma aplicada, a do acordo
direito do trabalho, é fonte material do direito do ou a da convenção coletiva? A norma aplicada será a mais
trabalho.Fontes materiais do direito do trabalho além das favorável para os trabalhadores (ver art. 620, CLT). Inclusive
negociações grandes greves, grandes revoluções. A o princípio da aplicação da norma mais favorável é princípio
convenção coletiva e o acordo coletivo também são fontes peculiar do direito do trabalho. Mas qual deve ser a teoria
para o direito do trabalho mas fontes formais, a norma aplicada na busca da norma mais favorável? A acumulação
extraída do documento reivindicatório. ou conglobamento?
Aula 26 - Data: 08/08 (2º tempo) A negociação direta não é apenas um método de
solução dos conflitos coletivos. Possui outras funções. A
A arbitragem e os dissídios coletivos são métodos negociação como fonte para o direito do trabalho, pois
de heterocomposição. Um terceiro solucionando um conflito. através da negociação melhores condições de trabalho,
O árbitro elaborando a sentença arbitral com efeito vinculante novas condições de trabalho são criadas.
entre as partes envolvidas no conflito e no caso do dissídio
coletivo, o Judiciário trabalhista solucionando conflito, A negociação é fonte material e a norma extraída
editando sentença normativa. da negociação é fonte formal. O próprio movimento, como
por exemplo, os movimentos sociais, tais como: greves,
O primeiro método utilizado pelas partes é o da negociações revoluções são fontes materiais, sendo eles que
negociação, por ser meio de autocomposição. Método dão base para o surgimento da norma que é fonte formal.
de negociação. A flexibilização começa de um copo cheio velando assim o interesse público. Mas somente se houver
para esvaziá-lo, enquanto, a desregulamentação é o inércia das partes envolvidas, visto que se já houver sido
contrário, isto é, do vazio para alguma coisa. Na ajuizado por uma das partes, anteriormente, o MP não vai,
flexibilização, muitas das garantias serão retiradas, mas se não poderá ajuizar o dissídio.
garantindo um pouquinho não tem nada, mas para ter alguma
coisa só através de negociação. Na desregulamentação não As partes legítimas para o ajuizamento do dissídio
há qualquer mínimo da proteção legal e para se conseguir coletivo são: 1) o MP do Trabalho, unicamente na hipótese
alguma coisa só através da negociação. acima prevista 2) o sindicato profissional, pelos profissionais
e 3) o sindicato profissional2, pelos trabalhadores. E quando
A Reforma Trabalhista vai discutir a flexibilização não existir sindicato profissional que represente aquele
e não a desregulamentação. O que é fundamental no grupo, o ajuizamento do dissídio será feito pela Federação e
processo de flexibilização é a atuação do sindicato na sua falta, pela Confederação.
profissional. É fundamental o fortalecimento dos sindicatos,
para que os trabalhadores não sejam prejudicados nesse Do lado patronal, a própria empresa poderá
processo de flexibilização das normas. ajuizar dissídio coletivo nas seguintes hipóteses: quando o
dissídio coletivo sucede a um processo de negociação
No Brasil, a desregulamentação não tem como frustrado, cujas partes envolvidas eram: a empresa e o
vigora, haja vista haver garantias constitucionais trabalhistas, sindicato profissional, ou seja, quando a empresa estava
que não poderão ser retiradas. envolvida diretamente na negociação e esta não se efetivou,
em outras palavras, quando os interesses envolvidos são
O segundo método de solução de conflitos é a particulares, específicos, próprios de determinados
arbitragem. Frustrada a negociação, as partes de comum trabalhadores, de determinadas empresas ou, então na falta
acordo poderão eleger árbitros. A Arbitragem não pode ser de sindicato patronal que a represente. Porém, existindo
utilizada como primeiro método de solução de conflitos sindicato patronal, este também é parte legítima para o
coletivos. Uma vez frustrada a negociação, será escolhido o ajuizamento do dissídio, bem como a própria Federação e a
árbitro, o qual solucionará o conflito. A sentença arbitral tem Confederação.
efeito vinculante, obriga as partes envolvidas no conflito.
Solucionado o conflito pelo árbitro, o mesmo não vai para o Se estiverem envolvidos, no conflito, o sindicato
dissídio, só se houver algum remanescente, uma parte do profissional e patronal é caso de conflito de categoria
conflito que não foi analisado pelo árbitro. A arbitragem é profissional com categoria econômica. O sindicato patronal
método facultativo, visto que frustrada a negociação, em ajuizando dissídio. Não será a própria empresa, porque
regra, ocorre o ajuizamento do dissídio coletivo. E uma vez existe um sindicato, o interesse é de um grupo homogêneo e
ajuizado o dissídio coletivo, o Judiciário Trabalhista soluciona não de apenas uma empresa, mas sim de todas que
o conflito, sendo julgado sempre pelo Tribunal. Não há compõem aquele grupo.
tentativa na arbitragem, há solução, assim como acontece
quando ajuizado o dissídio. Tentativa, só na negociação O dissídio coletivo, para ser ajuizado, dependerá
direta. de acordo (nova redação do art 114, § 2ª, da CRFB dada
pela EC/45). Antiga redação: “recusando-se qualquer das
A competência originária para julgar dissídio partes à negociação ou à arbitragem, é facultado aos
coletivo é do TRT ou do TST, dependendo da área de respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo, podendo a
conflito. Desta forma, se a área de conflito exceder a Justiça do Trabalho estabelecer normas e condições,
jurisdição de um TRT, a competência será do TST. Vale respeitadas as disposições convencionais e legais mínimas
salientar que os juizes do trabalho não julgam os dissídios de proteção ao trabalho”. A atual redação diz o seguinte:
coletivos. recusando-se qualquer das partes à negociação ou à
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, o
Exceção: no Estado de SP, existem dois ajuizamento do dissídio coletivo de natureza econômica”.
Tribunais: o TRT da 2ª Região, que abrange a Capital e as Acordo para ajuizar dissídio fere o princípio da
cidades próximas e o TRT da 15ª Região, que abrange inafastabilidade da jurisdição, uma garantia constitucional. O
Campinas e interior paulista. Assim sendo, suponhamos que livre acesso ao judiciário. O ajuizamento do dissídio
a área de conflito seja o Estado de SP e que como se sabe é pressupõe um conflito e se há um conflito, como se exigir
área sob a jurisdição de dois Tribunais Regionais, neste acordo para o ajuizamento do mesmo? É uma contradição,
caso, a competência originária para julgar dissídio coletivo é qualquer ação, quando ajuizada é porque existe um conflito e
do TRT da 2ª Região (da capital) e não do TST, sendo esta a não o havendo, para que levar ao judiciário? Não faz sentido
única exceção, haja vista ser o Estado de SP o único Estado algum. Faltaria até interesse de agir, se há acordo.
com dois TRT. Em outras palavras, quando se exceder à
área de um TRT no Estado de SP, a competência será do Duas ADINs (Nº 3431 Nº 3423) já foram ajuizadas
TRT da 2ª Região. por confederações nacionais de trabalhadores. O mérito
ainda não foi julgado e também não foi concedida liminar.
O MP do Trabalho pode ajuizar dissídio coletivo
em apenas uma situação: greve nas atividades essenciais1, Qual seria a solução, o que os trabalhadores
precisariam fazer para conseguir o ajuizamento do dissídio
1
Atividades essenciais são aquelas atividades mais importantes para a coletivo, para conseguir este acordo com a parte contrária?
população, que podem ser realizadas por empresas privadas (pessoa jurídica
de direito privado). Estas atividades estão elencadas no artigo 10 da Lei Ex: serviço funerário, compensação bancária. Não só aquelas realizadas pelo
2
7783/89 (lei de greve), mas é apenas um rol exemplificativo e não taxativo. Ente sindical de contato direto com os trabalhadores
2º Tema: Acordo no setor público. conflito.A confederação pode atuar em toda base territorial
profissional nacional
A própria estatal, diretamente, negociando com os A organização sindical dos empregados públicos
empregados públicos. é igual à organização sindical do setor privado. Esta ultima foi
criada com base na exploração de atividade principal
explorada pelo empregador. Há exploração de atividade
OBS: Os s empregados públicos não são econômica nessas estatais? Sim, então, há uma atividade
representados pelo sindicato dos servidores públicos. São principal sendo explorada. A categoria patronal será definida
regimes diferentes e os interesses também são. pela atividade principal explorada e a profissional, péla
categoria profissional preponderante, podendo haver,
também, categoria de diferenciados.
A empresa pública e sociedade de economia
mista negociam com o sindicato dos sempregados
públicos.Havendo êxito nesta negociação, será elaborada a OBS: A discussão não é sobre a organização
norma coletiva ou acordo coletivo.Tratar-se-á de uma sindical das estatais exploradoras. e sim quanto as não
vantagem patrimonial ou não, desde que a estatal remunere exploradoras ou dentro do serviço público estatutário.Ou
seus empregados sem o repasse pelo Estado. seja, como é a estrutura sindical dos estatutários?Como é
das empresas públicas e sociedades de economia mista e da
A Petrobrás, por exemplo, para remunerar seus administração direta, autárquica e fundacional? Por que essa
empregados, pode conceder vantagem patrimonial por discussão?
acordo coletivo, sem necessidade de repasse do Estado,
porque é auto-suficiente. Não é necessário que seja lei, pode A organização sindical patronal, no setor privado,
ser só o acordo. foi criada com base nessa divisão, em duas categorias: uma
econômica e outra profissional.Só que não há, na
EFEITO VINCULANTE – o acordo ou convenção administração direta, autárquica e fundacional, exploração de
vincula as estatais auto-suficientes, que não recebem, atividade econômica.Então, como transportar esta estrutura,
diretamente do Estado, o repasse para pagamento de seu divididas em duas categorias, se não há uma categoria
pessoal. Havendo o repasse, será necessária uma previsão econômica?
no orçamento. Dar-se-á por lei, em sentido estrito,
submetendo-se à Lei de Responsabilidade Fiscal, de controle Para os empregados públicos das empresas
com os gastos. públicas e sociedades de economia mista, não há
discussão.O regime trabalhista é o mesmo do setor privado.
Portanto, com o repasse, a concessão de A estrutura sindical, com base na organização do regime
qualquer vantagem a esses empregados dependerá de lei. O trabalhista, é aproveitada, com todas as suas restrições e
acordo coletivo não vinculará a estatal, que receber repasses limitações, e perfeitamente compatível com o art 8º da
do Estado para pagamento de seu pessoal. Será, então, CRFB(para as sociedades de economia mista e empresas
necessária lei em sentido estrito e não norma coletiva com públicas)..Não vai existir, no setor público, sindicato por
força de lei. empresa. A base territorial mínima é municipal. Tanto neste
Uma convenção coletiva do sindicato profissional setor, agora analisado, quanto nos demais, que ainda serão,
com o sindicato patronal não existe nesse grupo. A mas não chegamos agora a nenhuma conclusão. Neste, cuja,
convenção coletiva não será elaborada, pois há necessidade estrutura sindical é a mesma, não poderá a base territorial
de, no mínimo, dois sindicatos em negociação: um patronal e ser menor que o município ou Distrito Federal.
outro profissional.
Sendo exploradores de atividade econômica, 2º Grupo: Estatutários
ligam-se a um ramo da economia. É possível o acordo,
quando, numa convenção, há ação direta da Confederação
elaborando norma coletiva..Não foi o sindicato patronal, Não é admitida a negociação direta para os
porque ele não existe. estatutários, mas vamos organizar:
Vale lembrar: o sistema confederativo brasileiro é Constava na alínea d do artigo 240 da lei 8112/90,
formado por três entidades sindicais: sindicatos, federações e o Estatuto dos Servidores Públicos, na esfera federal, a
confederações. Na falta dos sindicatos, atuam as federações, possibilidade do servidor público civil solucionar, através do
na falta destas as confederações. sindicato profissional, conflito coletivo pela negociação. Era
A confederação representa grandes grupos de admitida, portanto, a negociação direta com a Administração.
empresas ligadas a um determinado ramo da economia. É a Tal alínea d do art. 240, foi declarada
representação mais genérica e abstrata que existe. A inconstitucional pela ADIN 492 e, posteriormente,
atuação destas confederações, na convenção com o expressamente revogada pela Lei 9527/97. Por que foi
sindicato profissional, elaborando normas coletivas declarada inconstitucional? Por que é inviável? Por que não é
vinculastes, não é impossível, mas é muito difícil. Os admitida a negociação?
interesses envolvidos são muito específicos, particulares dos
empregados públicos de determinada estatal. A atuação da
confederação, negociando pela estatal, está muito longe do
Fundamentos:
O § 3º do art. 39 da CRFB não foi relacionado ao OBS: Esta aula, por ser cobrada em
art. 7º, XXVI, da CRFB.Diante desta omissão, o STF adotou o concursos, não se encontra, com este detalhamento, em
entendimento de que a negociação não é admitida no setor manuais.
público civil.
O inciso XXVI, do art 7º, é o que reconhece a
validade dos acordos e convenções coletivas de trabalho.
O § 3º do art. 39 relaciona as garantias 3º Grupo: Empregados públicos na administração
constitucionais dos empregados do setor privado estendidas direta, autárquica e fundacional.
ao servidor público civil. O art 7º XXVI não foi relacionado,
quer dizer: não houve reconhecimento da validade dos
acordos e convenções de trabalho para os servidores civis. O regime é o trabalhista (são empregados) na
administração direta, autárquica e fundacional. É uma opção,
segundo a E 39/98, onde tais entidades podem optar entre o
Diante desta omissão, declarada a regime trabalhista e o estatutário.Esta emenda acabou com o
inconstitucionalidade do art 240,d da Lei 8112/90. regime único.
Quanto a essa opção, no regime trabalhista, é
admitida a negociação. Depois de declarada a
OBS: inconstitucionalidade do art. 240, d, tal declaração, atingiu os
estatutários, mas não os empregados públicos (lei 8112/90),
Do processo de negociação, são extraídas as não regidos por estatuto.
normas de acordo ou convenção.Se não serão reconhecidas
como válidas, não há porquê negociar. A própria negociação No regime trabalhista, é admitida a negociação
é vedada, além do acordo ou convenção coletiva não ter (114, § 1º da CRFB), mas as normas extraídas do processo
efeito vinculante para a administração direta, autárquica e de negociação por acordo ou convenção coletiva. só terão
fundacional. efeito vinculante, quando a vantagem econômica concedida
não gerar despesas ao orçamento da administração, porque
tais empregados são remunerados por força de um
Não tem efeito vinculante, pelo princípio da orçamento, de controle com os gastos. São pagos pelos
legalidade, ou seja, a administração direta só é obrigada a cofres públicos, portanto, atrai o principio da legalidade e a
fazer em virtude de lei em sentido estrito. Acordo e Lei Maior determina que qualquer concessão de vantagem
convenção coletiva são normas com força de lei. que represente despesas aos cofres públicos deve ser
prevista em lei.(arts. 61, §1º, II, a, e 169, §1º, I e II da CRFB).
O que seria determinado por acordo coletivo sem O regime é o mesmo, então, o dissídio também
gerar aumentos de despesas? será ajuizado pela entidade sindical dos empregados
públicos e a sentença normalmente terá efeito vinculante,
com base no princípio da legalidade, desde que as empresas
A contratação de banco de horas,por contrato ou públicas e sociedades de economia mista não recebam do
por acordo coletivo. Haverá aumento da jornada, quando Estado o dinheiro para a remuneração de seu pessoal. Só
houver maior demanda, sem adicional extraordinário e por lei em sentido estrito.
redução da jornada de trabalho, quando houver menor Próxima aula os outros dois grupos, direito
demanda. É uma redistribuição das horas trabalhadas. individual, greve, etc.
Eu dividi em 3 grupos:
OBS 2: A redução da jornada de trabalho vai 1) Empregados públicos nas empresas
gerar reflexos diretamente no contrato do individual do públicas e sociedades de economia mista exploradoras de
trabalhador diminuição. Não há redução de salário. Se atividade econômica;
houver redução salarial, não se está falando de banco de 2) Estatutários;
horas. A redução da jornada de trabalho sem redução salarial 3) Empregados públicos na administração
não é banco de horas. direta, autárquica e fundacional.
É válido na administração direta, autárquica e No 1º grupo, cabe ou não o dissídio coletivo? Sim,
fundacional, um trabalhador, em vez de 8 horas, trabalhar é admitido como método para solucionar o conflito coletivo de
6horas e, depois de um ano a administração exigir o retorno trabalho, tal qual no regime trabalhista, porque o regime é o
para 8 h? mesmo. Não existem obstáculos a concessões por sentença
normativa, salvo quando a estatal receber recursos diretos do
Para o setor privado, qualquer mudança será
Poder Público para pagamento do seu pessoal.
somente por acordo e sem prejuízo do trabalhador. Neste
caso, há prejuízo do trabalhador, logo, não poderá ocorrer.
2º Grupo: Cabe ajuizamento de dissídio coletivo
Para o setor público, é licito exigir o retorno, por para solucionar conflito coletivo dos estatutários? Constava
observância do princípio da preponderância do interesse no art.240, e) da Lei 8112/90 que o dissídio coletivo podia ser
público. O próprio edital, que determinava aprovação em utilizado como método para solucionar o conflito coletivo dos
concurso publico, também, determinava a carga horária de 8 estatutários.
horas. Ilícito seria justamente o contrário, reduzir a jornada, A alínea e) do art. 240 foi declarada
pois, configurar-se-ía em prejuízo para a administração. inconstitucional e posteriormente expressamente revogada
pela Lei 9.527/97.
Então, poderá ser feita a contratação do banco de Fundamentos:
horas, desde que não resulte em prejuízo para a 1) Para se chegar ao dissídio antes é
administração ou para o trabalhador. Agora, redução da necessária uma negociação. Falta uma condição da ação de
jornada de trabalho com manutenção do salário, resultará em dissídio coletivo – a tentativa comprovada de solucionar o
prejuízo para a administração pública, o que não é admitido conflito pela negociação. Primeiro é necessário o método de
de nenhuma maneira. auto-composição – art.114, II do CF. Como a negociação
Marcação de férias coletivas por acordo coletivo, direta é vedada para os estatutários falta a condição para
também é possível. Não causa prejuízo nem para o julgamento do mérito do dissídio coletivo;
trabalhador, nem para a administração, uma vez que os 2) Os estatutários são remunerados por força
trabalhadores serão ouvidos pela própria administração. de orçamento, portanto há controle dos gastos feitos para
remunerar estes trabalhadores. Existem restrições
Dissídio coletivo
constitucionais que limitam a concessão de uma vantagem
Novamente, a divisão em três grupos: apenas quando prevista em lei. Qualquer vantagem dada a
um servidor público civil, a um estatutário depende de lei em
1º) Grupo: empregados públicos de empresas sentido estrito. Art. 37, X; art.61 §1º, II, a); art.169, §§ 1 e 2º,
públicas e sociedades de economia mista - regime todos da CF;
trabalhista, obrigatório, porque concorrem com as empresas
do setor privado. Portanto, o tratamento dado a ambos deve 3º Grupo: O regime é o trabalhista, são chamados
ser o mesmo (art 173, §1º, II da CRFB); de empregados. No regime trabalhista a negociação direta é
No regime trabalhista, o dissídio coletivo é admitida? Sim. O dissídio coletivo também? Sim.
admitido como método de solução de conflitos coletivos (art A declaração de inconstitucionalidade do art. 240,
114, §2º da CRFB e art 256 a 875 da CLT). e) alcançou os empregados públicos? Não. Mas embora o
regime seja trabalhista, esses empregados são remunerados
através de orçamento, pelos cofres públicos, é necessário
controle dos gastos efetuados com estes empregados. A Se houver greve deverá haver desconto salarial.
concessão de qualquer vantagem que implicar em vantagem, Não há previsão em sentido contrário. Muitas vezes isso não
e despesa além do orçamento só por força de Lei em sentido ocorre em face do procedimento de colaboração com os
estrito. É como se tivesse sido criado um 3 regime que servidores.
mescla o direito administrativo e do trabalho, lembrando que
prevalece o interesse da administração. Ajuizado o dissídio Pergunta inaudível:
coletivo deverá ser julgado extinto sem julgamento do mérito Resposta: o desconto salarial pode ser feito até
pela impossibilidade jurídica do pedido que é a concessão de no regime trabalhista em uma greve não abusiva. A meu ver,
vantagem para empregado público da administração direta, aliás, o desconto deverá ser feito pelo simples fato do
autarquias e fundações públicas. A sentença normativa não trabalho não ter sido realizado. Não tem nenhuma
teria efeitos vinculantes. A vantagem concedida não precisa regulamentação que garanta aos serviços o salário nos dias
ser necessariamente ser patrimonial. Art. 61, § 1º, II, a) e de paralisação. Mas muitas vezes é pago pela política de
169, § 1º, I e II da CF. colaboração.
divisão entre duas categorias: uma econômica e outra O mercado de trabalho da mulher precisa de uma
profissional. Os três entes sindicais: confederações, tutela especial, uma proteção pra incentivar a contratação
federações e sindicatos têm esta divisão. Como é formada das mulheres diante dessa diferença biológica existente.
uma categoria econômica? Da reunião de empregadores ou É importante transferir do ônus do pagamento do
empresas que exploram essas atividades comuns. salário durante desse período de afastamento por gravidez
para o INSS pra preservar o mercado de trabalho da mulher.
Na administração direta autárquica e fundacional, Contratação da mulher se o empregador tivesse que arcar
há exploração de atividade econômica? Não. E se não há tal com o ônus do pagamento do salário durante o afastamento
exploração, não existe categoria econômica e logo, não pela licença à gestante seria um obstáculo praticamente
podem existir entes sindicais patronais conforme a intransponível.
organização sindical brasileira. Vou representar quem, se não O período da licença à gestante é de 120 dias. O
existe a categoria?? Portanto a organização sindical deveria marco inicial da concessão desse benefício é de 28 dias
ser outra para os estatutários. Esse é o entendimento do anteriores ao parto e até 91 dias após. O período poderá ser
Arion Sayão Romita, mas não é o entendimento do STF, que ampliado por mais duas semanas anteriores a esse marco
entende que é perfeitamente compatível. Na verdade não há inicial de 28 dias antes do parto e posterior também por mais
interesse de se criar uma estrutura sindical diferente dessa duas semanas. Não são quatro semanas seguidas, são duas
que existe e na qual não há liberdade. anteriores ao período de 28 e mais duas posteriores ao
término de 120 dias, totalizando no máximo quatro semanas.
3º Grupo: Aqui também não haveria problema Se houver complicação durante a gestação, por
algum segundo o entendimento do STF, mas cairemos no exemplo, durante o 4° mês de gestação, ela entrará em gozo
mesmo problema. A administração direta, autárquica e da licença a gestante? Não, ela receberá um outro benefício:
fundacional não explora atividade econômica. O auxílio doença, quando for necessário o afastamento da
mulher logo no início da gestação ou anterior a esse período
Leiam o informativo 353 do STF, uma decisão do da concessão da licença a gestante já dilatado. Por que é
STF envolvendo a EBCT (empresa brasileira de correios e importante definir o benefício? Porque o salário maternidade
telégrafos). Nessa decisão o entendimento do STF é de que não tem teto previdenciário, já o auxílio doença tem.
as empresas públicas e sociedades de economia mista A mulher recebe durante o período de
prestadoras de serviço público sem concorrência devem afastamento pela licença à gestante o salário dela integral.
receber o mesmo tratamento destinado às autarquias. As empregadas urbanas e rurais recebem um
Conseqüências: a greve não seria instrumento eficaz de salário maternidade adiantado do empregador, mas é mero
negociação, as negociações com limitações. adiantamento. O empregador adianta e depois há uma
Eles estariam equiparados ao 3º grupo, mesmo compensação de valores, vai deduzir da contribuição da
sendo do regime trabalhista teriam todas as limitações do 3º empresa à parte que adiantou de salário maternidade. Então
grupo. durante o período do afastamento pela licença à gestante o
empregador tem a obrigação em depositar o FGTS da
AULA 30 - 05/09/2005 mulher. Tudo continua a acontecer como se ela estivesse
trabalhando. Existe uma discussão se é suspensão ou
Que grupo vocês utilizariam como base pra interrupção. Pra maioria é sustação porque o salário é
resolver as questões dos empregados das estatais apenas adiantado, depois tem a compensação de valores.
prestadores de serviço público sem concorrência? Terceiro. Não existe obrigação ter creches. Existe
Empregados públicos na administração direta, autárquica e discussão sobre isso. Na norma constitucional diz que é
fundacional. Direito coletivo no setor público. Eu estou dever dos pais prestar assistência de 0 a 6 anos. Na CLT
comentando separadamente os empregados nas empresas creche deve ter, mas não é obrigação porque na verdade
públicas e sociedade de economia mista quando prestadores isso é dever do Estado. Geralmente a creche é um benefício
de serviço público sem concorrência. O tratamento destinado que as mulheres conseguem para os seus filhos pela norma
a essas estatais deve ser o mesmo das autarquias. ou pelo tipo, pela negociação.
único do artigo 7°, não é tão ampla como dos empregados Artigo 394: Rompimento do contrato de trabalho a
urbanos e rurais. critério do médico durante a gestação da mulher, mediante
A empregada doméstica dispensada durante a atestado médico. A mulher pede demissão exibindo atestado
sua gestação o que ela pode pleitear em juízo do médico alegando que o trabalho está causando prejuízo a
empregador? Os 120 dias de indenização correspondentes sua gestação. Ela está liberada do cumprimento do aviso
que ela receberia do INSS, pois ela só recebe o benefício do prévio.
INSS se o contrato estiver em vigor durante o seu
afastamento. Ela não tem estabilidade gestante, mas tem Licença aborto: 2 semanas. Aborto não criminoso.
direito a licença gestante (120 dias). A mulher foi dispensada
um pouquinho tempo antes do nascimento da criança, tinha Artigo 392 § 4°: Mudança de função durante a
mais de 8 meses de gestação. Ela deve receber os 120 dias gestação quando as condições de saúde exigirem a
de salário do INSS ou do empregador? Ela já estava dentro mudança, sem redução do salário.
do período dos 28 dias anteriores ao parto, já estava dentro Inciso II do § 4° do mesmo artigo: dispensa do
do período para requerer do INSS o benefício. Foi uma horário de trabalho para realizar exames médicos.
decisão recente do STF determinando o ônus do INSS nessa Realização de no mínimo 6 consultas médicas e demais
hipótese e não do empregador. exames complementares necessários.
A mulher foi dispensada 5 dias antes do parto, o
INSS deveria responder por quantos dias? 23 dias de salário. Artigo 391: A mulher não pratica causa grave se
E o restante? O empregador, mas a decisão não foi assim. A casar ou engravidar.
empregada dentro do período pra requerer o benefício o
INSS deve responder integralmente pelo benefício. Não me Peso máximo que a mulher pode carregar: O peso
parece adequado, me parece mais adequado à outra forma. máximo que o homem pode carregar sem auxílio de
Se a mulher foi dispensada arbitrariamente equipamentos é de 60 Kg. A mulher no máximo é de até 20
durante o período de estabilidade, o INSS deve responder? Kg para uma atividade contínua, até 25 Kg para uma
Nesse caso, não. Será o empregador. No caso de uma atividade esporádica sem auxílio de equipamentos.
relação doméstica não acontece dispensa arbitrária porque
ela não é estável. Já as empregadas urbanas e rurais não Intervalo especial concedido entre o término da
poderão ser dispensadas. Sendo dispensadas, o empregador jornada normal e o início da extraordinária: de no mínimo 15
deve responder integralmente por todo período até cinco minutos. A razão desse intervalo especial que os homens
meses após o parto. não tem: É mais frágil fisicamente, esse intervalo não é pago,
É requisito para concessão do salário não é contado como tempo de serviço.
maternidade do INSS a apresentação do CTPS sem baixa.
Por isso essa decisão do Supremo. A mulher pra receber Revezamento do domingo: Para os homens é de
alguma coisa tem que entrar com ação, porque o INSS 1 por mês e para as mulheres 2 domingos por mês. Norma
automaticamente não concede o benefício porque consta que tende a ser flexibilizada. A mulher que trabalhar domingo
como requisito a exibição da carteira com a data da admissão vai ter um outro dia destinado ao descanso, mas
e sem a baixa, com o contrato em vigor. necessariamente dois repousos semanais devem coincidir
com o domingo. Para o homem um repouso deve coincidir
Licença concedida à mãe que adotar uma criança: com o domingo.
É concedida à mulher, não tem previsão legal na CLT, nem
na legislação previdenciária de uma licença concedida ao Igualdades: Trabalho noturno; formas de
homem solteiro que adotar uma criança, só para a mulher prorrogação; trabalho insalubre e perigoso tem as mesmas
(artigo 392-A da CLT). condições, salvo se a mulher estiver grávida; limites de
Para o homem não há previsão legal. Isso não me trabalho normal diário e semanal (8 até 44); período das
parece adequado. A licença paternidade de cinco dias do férias; intervalos intrajornadas, salvo o de amamentação e o
artigo 7° inciso XIX da CR/88 e artigo 10 § 1° do ADCT é de 15 minutos já abordado.
para o pai biológico.
A licença concedida à mulher que adotar uma Revistas íntimas: Artigo 373-A inciso VI. Homens
criança tem o período variável conforme a idade da criança e mulheres não poderão ser revistados intimamente (artigo
adotada: 5°, X). Não precisa de interpretação extensiva, a vida privada
Até 1 ano: 120 dias. e íntima são invioláveis protegidos pela CR/88. A revista
A partir de 1 ano até 4 anos: 60 dias. íntima poderá ser realizada no caso de Medida Cautelar de
A partir de 4 anos até 8 anos: 30 dias. Busca e Apreensão pessoal, portanto nos termos do CPP só
A partir de 8 anos: não há licença. poderá ser realizada por oficial de Justiça ou por autoridade
Não existe estabilidade para a mulher que adotar policial que deve ser do mesmo sexo do revistado, salvo em
uma criança. A estabilidade do artigo 10 é da confirmação da casos excepcionais, havendo fundada suspeita da prática de
gravidez. Não há confirmação, não há gestação, não há uma conduta ilícita. A revista íntima na Casa de Moeda
estabilidade. causava um constrangimento muito grande para o
trabalhador, era uma revista vexatória. Houve indenizações
Licença amamentação: Artigo 396 do CLT. São altíssimas depois que trabalhadores ingressaram com ação.
dois intervalos, cada um com a duração de 30 minutos para Revista íntima nem genérica é admitida, sem
cada filho. nenhum critério, porque uma das bases do contrato de
trabalho é a confiança. Antes houve uma discussão que a
revista genérica seria admitida e alguns critérios utilizados
que não. Isso não é possível, nem aquelas com previsão e O aprendiz que tenha uma deficiência física
acordo coletivo. ou mental, não tem idade máxima para trabalhar nesta
condição. Na condição de aprendiz.
AULA 31 - 12/09/05 A ampliação nessa idade máxima para
trabalhar teve uma razão. É vedado o trabalho insalubre e
Está faltando proteção do trabalho do perigoso para os menores de 18 anos. A ampliação nessa
menor. Vocês já anotaram na CLT os artigos, não é? idade máxima possibilitou o aprendizado nessas atividades.
Proteção do trabalho do menor, Constituição, artigo 7º, XXX Nas atividades insalubres e nas atividades perigosas.
e XXXIII e na CLT os artigos 402 ao 440. A ampliação da idade do aprendiz para 24
A idade mínima para trabalhar: 16 anos, anos possibilitou a aprendizagem nas atividades insalubres e
salvo na condição de aprendiz a partir dos 14 anos. Em uma nas atividades perigosas. Atividades inclusive em que a
questão de prova, a idade mínima que vocês vão marcar é 16 qualificação profissional é extremamente necessária.
anos, salvo se aparecer na condição de aprendiz. Por que O contrato de aprendizagem tem duração
essa idade reduzida para o trabalho como aprendiz? Porque máxima de dois anos. Portanto, é um contrato a prazo
o aprendiz não é retirado da escola. Um dos requisitos para a determinado que comporta rescisão antecipada. Rescisão
validade do contrato de aprendizagem ou de aprendizado é a antecipada nas hipóteses elencadas no artigo 433 da CLT.
comprovação da freqüência escolar.
Desempenho insuficiente ou inadaptação
O contrato de aprendizado ou de do aprendiz, artigo 433. Não se adaptou aquele curso de
aprendizagem é um contrato especial de trabalho. Existe aprendizagem. Não tem aptidão para aquela atividade
vínculo empregatício. O aprendiz tem garantias trabalhistas profissional. Não combina com ele.
asseguradas. O salário do aprendiz: ele tem direito ao salário
mínimo, hora trabalhada. Só que o horário de trabalho dele Falta disciplinar grave. São aquelas faltas
costuma ser reduzido. O limite para a duração da jornada do artigo 482 da CLT.
diária do aprendiz é de seis horas. Portanto, o aprendiz que
Ausência injustificada na escola, ou seja,
trabalhar até seis horas, poderá receber a importância inferior
não está freqüentando a escola. E significa a perda do ano
a R$ 300,00 (trezentos reais), desde que respeitado o
letivo a pedido do aprendiz. E detalhe: na rescisão
mínimo, hora trabalhada.
antecipada de um contrato de aprendizagem, não são
A garantia constitucional do respeito ao aplicadas aquelas indenizações do artigo 479 e 480.
mínimo legal, ela se refere quando o trabalhador prestar o Lembram dessas indenizações? Uma das primeiras aulas.
serviço durante oito horas diárias e quarenta e quatro horas Contrato a prazo determinado sem cláusula de rompimento.
semanais. Trabalhando menos do que oito horas diárias e O empregador dispensou o empregado sem justa causa, o
quarenta e quatro horas semanais, poderá receber a que ele paga ao empregado como uma indenização? Metade
importância inferior a R$ 300,00 (trezentos reais), desde que das remunerações que faltavam para o empregado receber
respeitado o mínimo, hora trabalhada. (artigo 479). E o artigo 480? O empregado pediu demissão.
Era um contrato a prazo determinado sem cláusula de
Lembram o divisor do salário mínimo? Qual rompimento. Se foi comprovado o prejuízo, pagará uma
é o divisor do salário mínimo? Duzentos e vinte. Dividam indenização ao empregador, limitada ao que ele receberia se
trezentos reais por duzentos e vinte horas e vão achar o valor fosse inversa essa situação. Essas indenizações do artigo
mínimo hora trabalhada. Respeitada essa importância, a 479 e do 480 não são aplicadas nas rescisões antecipadas
garantia constitucional estará sendo cumprida. promovidas nos contratos de aprendizagem. Elas são
O aprendiz que tiver completado o ensino aplicadas nas rescisões antecipadas promovidas nos
fundamental poderá trabalhar até oito horas. São dois limites. contratos a prazo da CLT (contrato de experiência,
Um para o aprendiz que não completou o ensino transitoriedade de serviço ou transitoriedade da atividade,
fundamental, seis horas. E o outro para o aprendiz que que são contratos do artigo 443 da CLT – que são contratos
completou o ensino fundamental, oito horas. O aprendiz a prazo determinado, mais que não são contratos de
freqüenta um curso teórico e um curso prático. Ele é aprendizagem. O contrato de aprendizagem é um contrato a
preparado para o mercado de trabalho. Ele vai aprender um prazo determinado especial).
determinado ofício. O contrato de aprendizagem é sempre
O contrato de aprendizagem tem essa escrito. Nem todo contrato a prazo determinado precisa ser
intenção de preparar o trabalhador para o mercado de escrito. Existe um número mínimo e máximo de aprendizes
trabalho, a qualificação profissional. nos estabelecimentos de qualquer natureza, exceto nas
entidades sem fins lucrativos (artigo 429 da CLT). No mínimo
Idade mínima para trabalhar como aprendiz cinco e no máximo quinze por cento dos trabalhadores em
14 anos, e a idade máxima, era de 18 e passou para 24 cada estabelecimento.
anos. Recente medida provisória publicada. Medida
provisória nº 251, publicada em 14 de junho de 2005, que O aprendiz não se confunde com o
alterou a redação do artigo 428 da CLT, ampliando a idade estagiário. Lei do estágio nº 6494/77. Estagiário não é
máxima do aprendiz para 24 anos. empregado. O contrato de estágio é contrato de natureza civil
e não um contrato de trabalho. Contrato de trabalho nessa
OBS.: Prestem atenção agora com a situação aqui, eu quero dizer contrato de emprego, vínculo
expressão menor aprendiz, pois nem sempre o aprendiz será empregatício. O contrato de trabalho no sentido lato sempre
menor.
existirá. Eu quero dizer aqui, contrato de trabalho no sentido previdência social. O termo de compromisso ele é assinado
estrito, ou contrato de emprego ou vínculo empregatício. pelo estudante, pela parte concedente do estágio e pelo
estabelecimento de ensino. São três assinaturas. A parte
O contrato de natureza civil do estagiário é concedente nunca é pessoa física. Tem que ser pessoa
chamado termo de compromisso. Não assegura ao jurídica de direito privado, a administração pública direta ou
estagiário, garantias trabalhistas e nem previdenciárias. O indireta ou o estabelecimento de ensino. E é muito comum no
aprendiz tem garantias trabalhistas, é segurado obrigatório meio jurídico a concessão de estágio por pessoa física. O
pela previdência social. O estagiário não tem garantias que pode gerar? O reconhecimento do vínculo empregatício.
trabalhistas e não é segurado pela previdência social. Poderá
ter uma bolsa, pois ela não é obrigatória. Essa bolsa não tem E o estagiário? Não é qualquer estudante.
natureza salarial, pois bolsa não é salário. A única garantia é Estudante de primeiro grau poderá ser contratado como
o seguro contra acidente pessoal. Não existe seguro para estagiário? Não, pois ainda falta a complementação nos seus
acidente de trabalho vez que ele não é empregado. A estudos. E o estudante de segundo grau? Sim. E uma escola
instituição de ensino sozinha ou em atuação conjunta com a de educação especial? Também é admitido.
agente de integração (Mudes, Ciee) paga esse seguro. Não é
obrigatória a intermediação de um agente de integração. Idade para ser contratado como estagiário.
Mais se o agente intermediário está no estágio, ele responde A lei do estágio não fixou uma idade mínima. Indiretamente
por uma parte do seguro. Não poderá o agente de integração ela foi fixada na Constituição (artigo 227, § 3º, I). É dever da
cobrar nada do estagiário por está intermediação. A lei do família, da sociedade e do estado. Portanto, de todos. Então,
estágio veda qualquer cobrança do estagiário. qual é a idade mínima fixada indiretamente? O que consta do
artigo 7º, XXXIII? Dezesseis, salvo como aprendiz a partir
A jornada do estagiário não poderá ser dos quatorze. O aprendiz não se confunde com o estagiário.
integral. Será apenas de meio período mesmo se ele estudar Qual a idade mínima? Dezesseis anos.
a noite. Porque ele precisa estudar para as provas, além de
freqüentar as aulas. Se ele trabalhar no período integral, na Mais o estágio é um interesse de quem? Do
verdade ele está funcionando como mão-de-obra barata e estudante. Aquele que completou os seus estudos ou esta
nesse caso deve ser reconhecido o vínculo empregatício. freqüentando aulas ainda do segundo grau ou escola de
educação especial com uma idade inferior a dezesseis anos.
Qual é a finalidade do estágio? Propiciar Neste caso eu vou interpretar a norma de maneira a
um aperfeiçoamento profissional para o estagiário. E o favorecer o trabalhador. E só vai ter o diploma, se isto tiver
estagiário, ele vai freqüentar um curso teórico como condicionado a um curso prático, após o estágio ser
aprendiz? O aprendiz tem um curso teórico e prático realizado. Nesse caso com menos de dezesseis anos ele
fornecido pelo empregador. E o estagiário? Ele só vai ter a poderá freqüentar esse curso prático? Ser contratado como
parte prática, pois a teórica ele vai ter no estabelecimento de estagiário? Sim. Senão ocorreria um prejuízo para o próprio
ensino. O estágio é uma complementação dos estudos, é a trabalhador. Generalizando dezesseis anos. Mais interesse
parte prática da formação do estudo do estudante. Não tem do trabalhador quando tiver idade inferior a dezesseis anos e
um percentual mínimo e máximo de estagiário nos freqüentando uma escola de educação especial ou mesmo
estabelecimentos. Estágio deve estar na linha de formação no segundo grau, porque várias pessoas terminam o
profissional do estudante. segundo grau com dezesseis anos ou um pouco antes de
completar dezesseis anos. Poderá ser contratado como
O contrato de aprendizado é o pacote estagiário.
completo (curso teórico e curso prático). E o de estágio? Ele
já chega com uma bagagem teórica. Diferente do aprendiz A comparação do aprendiz com o
que vai aprender tudo durante o curso teórico e o curso estagiário. As garantias que o aprendiz tem o estagiário não
prático. Já o estagiário não, pois ele já chega com uma tem. O contrato de aprendizagem é um contrato de emprego,
bagagem teórica. Uma complementação dos estudos, dentro um contrato a prazo determinado. Já o contrato de estágio é
da linha de formação profissional do estudante. O que eu um contrato de natureza civil não atraindo garantias.
quero dizer com isso? O estudante de direito no setor jurídico
de uma empresa; o estudante de odontologia em uma clínica Outros detalhes do capítulo de proteção ao
odontológica, e não o contrário que muitas vezes acontece, trabalho do menor. Então, voltando para aqueles que
principalmente nas empresas públicas. No setor público de trabalham como empregados. Para apontar as diferenças do
um modo geral. Esse desvio na linha de formação trabalhar adulto e do trabalhador menor de dezoito anos no
profissional do estudante. O estágio fora da linha de exercício de uma determinada atividade profissional.
formação profissional, o que representa? Mão-de-obra Trabalho noturno é vedado para os menores de dezoito anos,
barata. E se representa mão-de-obra barata, o que deve ser assim como o trabalho insalubre e o trabalho perigoso. O
reconhecido? O vínculo empregatício. Mais é possível o trabalho extraordinário será admitido em duas situações.
reconhecimento de vínculo no setor público sem o concurso? Lembram das situações? Força maior e compensação de
Não. No setor público acontece muito esse desvio e acaba jornadas. Os adultos têm cinco formas de prorrogação. Já os
substituindo a mão-de-obra do concursando. menores têm apenas duas, na compensação de jornadas e
Reconhecimento de vínculo não haverá. O que o estudante por motivo de força maior. Só nesses dois casos. Havendo
poderá receber? Uma indenização compensatória, mais sem motivo de força maior diante de uma situação imprevisível,
o reconhecimento do vínculo empregatício. Esse inevitável para o empregador, até o menor poderá ser
reconhecimento só se fosse no setor privado. convocado para completar a jornada. Mais diferente dos
adultos que não tem limites para essa forma de prorrogação,
E o reconhecimento do vínculo o que vai os menores tem de doze horas. Já na compensação de
atrair? As garantias. Inclusive será segurado obrigatório pela jornadas, não tem prejuízo para o menor essa forma de
prorrogação. Porque a compensação só representa a grande discussão. Produz ou não? Emancipação vai
redistribuição das horas. Intervalo especial para o menor de praticar atos da vida civil. Vai produzir efeito na esfera
dezoito anos concedido entre o término da jornada normal e trabalhista? Quando representar atos da vida civil. E quais
o início da extraordinária. O mesmo intervalo que as são os casos? Comecem pela parte mais fácil. Quais os
mulheres têm de no mínimo quinze minutos. Intervalo que casos que a emancipação não produzirá efeito na esfera
não é computado como tempo de serviço. Esse intervalo é trabalhista, porque não representará um ato da vida civil?
para a recuperação do menor de dezoito anos que prorrogar Então a proteção especial ainda irá se justificar mesmo para
a jornada. o menor antecipado. Trabalho insalubre, trabalho perigoso,
trabalho noturno, trabalho extraordinário só em algumas
Artigo 408 da CLT – enquanto o situações. E essa proteção, porque ela se justifica? Em razão
responsável legal não exercer essa faculdade e romper o apenas da idade cronológica. O físico do menor que está em
contrato, é porque ele está concordando, autorizando. Logo, formação. A responsabilidade para praticar um ato da vida
não é necessário uma expressa autorização dada pelo civil produziu efeito trabalhista neste aspecto? Não. Porque
responsável legal no ato da admissão do menor no serviço. não representa ato da vida civil. Apenas proteger o
Enquanto o responsável não exercer essa faculdade e trabalhador que está em formação física. Emancipado ou
romper o contrato, ele está autorizando. não, a idade cronológica dele é inferior a dezoito anos. O
Artigo 409 da CLT – para a segurança do físico dele é de uma pessoa com idade inferior a dezoito
menor de dezoito anos, este a critério da autoridade anos. Nesse caso a CLT é norma especial que não é
competente, autoridade fiscalizadora competente poderá afastada pela norma geral. A norma geral não afasta a norma
usufruir do período de descanso intra-jornada fora do local de especial. Perfeitamente respeitada nesse ponto. A proteção
trabalho. especial do capítulo de proteção do trabalho do menor. Agora
existem pontos de discussão. Corre prescrição para os
Quando menor de dezoito anos não corre menores de dezoito anos? Não (artigo 440 da CLT). E o
nenhum prazo de prescrição (artigo 440 da CLT). Trabalhou emancipado? Ele responde por seus atos? Sim, pela pratica
entre dezesseis e dezessete anos e o contrato foi rompido. dos atos da vida civil. Corre prescrição para o emancipado?
Prazo prescricional de dois anos só vai começar a correr Sim.
quando ele completar dezoito anos.
Nesse aspecto a CLT é a norma especial aplicada?
Artigo 439 da CLT – o responsável legal É uma norma especial? Não, pois ela está reproduzindo um
deverá assistir o menor de dezoito anos no ato de quitação conceito da norma geral. A quitação dada pelo menor de
das verbas rescisórias. Por enquanto só destacando, pois dezoito anos que depende da assistência do responsável
ainda não falei de emancipação. legal (artigo 439 da CLT). E o emancipado? Ato de quitação
A duração do repouso semanal remunerado das verbas rescisórias é um ato da vida civil? Sim. Por que
é igual, ou seja, vinte e quatro horas corridas. O intervalo no emancipado qual a figura deixou de existir? Do
interjornadas também é igual, ou seja, no mínimo onze horas responsável legal (artigo 439 da CLT). Quem responde por
corridas. O período das férias tem uma pequena diferença. O seus atos? Ele próprio.
menor de dezoito anos estudante poderá coincidir o período Artigo 408 da CLT - rompimento do contrato pelo
das férias trabalhistas com as férias escolares a critério do responsável legal do menor poderá ser promovido? Sim.
menor. As férias dos menores de dezoito anos são Sendo a atividade ilegal ou proibida poderia o pai do menor
usufruídas em período único. Não cabe fracionamento das tomar a iniciativa? Sim, como qualquer outra pessoa também
férias do menor de dezoito anos. É vedado esse poderia tomar essa iniciativa. O artigo 408 deve ser
fracionamento. interpretado dessa forma: nas atividades proibidas para o
O menor emancipado. O código de 2002 menor e também para o emancipado.
trouxe um novo caso de emancipação. Artigo 5º, V. O novo Alguma pergunta? Não? Então boa semana para
caso de emancipação é ligado exatamente ao vínculo todos e até a próxima aula.
empregatício. Diretamente relacionado com o vínculo
empregatício a trabalhar na condição de empregado e tendo
economia própria. O menor a partir dos dezesseis anos que AULA 32- 03/10/2005 – 1º tempo.
trabalhar como empregado e tendo economia própria é
emancipado. Independentemente de reconhecimento judicial. Terceirização no setor público.
Independentemente de autorização dos responsáveis legais.
Três critérios: idade, vínculo e economia Existem 3 modalidades de terceirização no
própria. Dezesseis anos completos, trabalhar como setor público. São modalidades já apresentadas no setor
empregado. Portanto, não cabe o trabalho como autônomo, privado.
como eventual, como avulso. Tem que ser empregado com
economia própria por meio próprio de subsistência. A A 1º forma é o trabalho temporário, pela lei
emancipação produz efeitos para a prática os atos da vida 6019/74.
civil. Passará a responder por seus atos. Recebendo um
salário mínimo tem economia própria? Sim (artigo 7º, IV, da A relação entre fornecedora e tomadora, é
Constituição). pelo motivo de substituição do pessoal da tomadora e serviço
extraordinário, excepcional. Aqui dizendo no setor privado.
Essa emancipação do menor a partir dos
dezesseis anos produz efeitos na esfera trabalhista? Essa é Pela lei 6019 é para o fornecimento de mão
de obra. A fornecedora, durante um determinado período, ao
celebrar um contrato de natureza civil com a tomadora, tomadora o contrato de natureza civil. As duas relações se
fornecerá a este trabalhador temporário, diante dos motivos formarão ao mesmo tempo, o contrato de natureza civil e o
de substituição ou acréscimo. Esse fornecimento de mão de contrato de trabalho a prazo certo.
obra nunca poderá ser permanente, será sempre temporário
para a tomadora. Uma 2º situação é o contrato
indeterminado, independente do contrato de natureza civil
A fornecedora, para cumprir esse contrato com a tomadora.
de natureza civil celebrado com a tomadora, precisará de
mão de obra. A fornecedora contrata, o trabalhador chamado De qualquer forma, cada trabalhador
temporário celebrando com este contrato de trabalho. A mão chamado temporário, não poderá permanecer mais do que 6
de obra está à disposição da fornecedora, por força do meses em cada tomadora, mesmo sendo o contrato com a
contrato de trabalho celebrado entre as partes. A fornecedora fornecedora a prazo indeterminado.
pega essa mão de obra e aluga para as diversas tomadoras. Se o trabalhar mais de 6 meses para a
É o único caso de locação de mão de obra permitido na tomadora, passa a caracterizar que a mão de obra para a
legislação trabalhista. tomadora é permanente e não temporária. Formando um
È o único caso de locação de mão de obra vínculo com a tomadora. Isso no setor privado, nada foi dito
admitido diante dos motivos excepcionais para contratar, no setor público.
para evitar um prejuízo tamanho para a tomadora que O trabalhador temporário tem garantias
poderia até gerar uma falência. trabalhistas asseguradas. Existe uma particularidades quanto
A tomadora precisa dessa mão de obra a essas garantias, o temporário tem direito a uma
temporária, para não perder a sua produção. Ela poderia equiparação salarial. Equiparação salarial aos empregados
interromper a produção, se não conseguisse a mão de obra da tomadora, receber o equivalente aos empregados da
rapidamente. tomadora. Trata-se de uma equiparação legal, art 12 lei 6019.
Diante dessas razões excepcionais, a mão Porque essa equiparação salarial garantida
de obra pode admitir locação. legalmente?
fornecedora, a tomadora é solidária no aspecto previdenciário reconhecimento do vínculo empregatício. A anotação é feita
. para a integração desse trabalhador à previdência social.
Uma das garantias do trabalhador é a sua integração à
OBS: Esta solidariedade não existe mais. A previdência social. E por esse razão a anotação na CTPS é
legislação previdenciária, a lei de custeio da previdência feita. Não tem direito a equiparação salarial aos empregados
social, lei 8212/91, art 31, estabelece que deve ser feita a públicos.
retenção de 11% na seção de mão de obra. A redação
original deste art, dizia solidariedade na seção de mão de O 2º grupo: existem 2 correntes.
obra, estava em consonância com o art 16 da lei 6019. Mas o
art 31 da lei 8212/91, nesse aspecto foi alterada. A A 1º que não admite a contratação de
responsabilidade solidária foi substituída pelo direito de temporários pela empresa pública e sociedades de economia
retenção, isso desde 01/02/99. Ajustado o preço entre a mista. A lei 6019 fere o disposto no art 37, II CRFB. Pois a
tomadora e a fornecedora, a tomadora vai reter 11% e investidura em emprego público dependerá de aprovação em
repassar para a fornecedora 89%. Com esses 89% a concurso público. O fornecimento de mão de obra substitui o
fornecedora vai pagar os encargos e demais salários e uma concursando. A contratação pela lei 8745/93 e a lei 2399/95
taxa administrativa que ela vai reter. E os 11% que a (no estado do Rio de Janeiro) também não são admitidas. A
tomadora reteve vai ser repassado para o INSS, em nome da contratação conforme o art 37, IX CRFB não são admitidas.
fornecedora, que é a rela empregadora. Se essa retenção é Não há excepcional interesse público para contratar.
feita todo mês, na falência da fornecedora, não existe Essa 1º corrente prevalece, não existe
responsabilidade solidária da tomadora, porque a retenção já súmula, nem orientação jurisprudencial, são várias decisões
foi feita. No caso da tomadora não ter feito a retenção, a reiteradas. Na doutrina também prevalece.
responsabilidade é exclusiva da tomadora, art 33, parágrafo
5º lei 8212/91. A 2º corrente é oposta a 1º, é admitida a
contratação pela lei 6019. A exigência constitucional da
Numa terceirização irregular, não havia investidura é emprego público, dependerá de concurso
motivo para a locação de mão de obra, mas mesmo assim público, não é violado, pois nas contratações temporárias
ocorreu a intermediação. Neste caso, a real empregadora é a pela lei 6019, não há investidura em emprego público. Não
tomadora, vínculo esse que será indeterminado. fere o art 37, II CRFB.
A terceirização é admitida tanto para 3º corrente: serão feitas críticas, são
atividade fim, como para atividade meio. observações da professora. Não deve colocar essa corrente
Trabalho temporário no setor público: em concurso. A primeira crítica é a contratação de
temporários pelas empresas públicas e sociedades de
1º grupo: empregados públicos na economia mista, não fere o art 37, II CRFB, apenas quando o
administração direta, autárquica e fundacional; motivo para contratar for de substituição. O acréscimo ou
aumento da demanda haveria criação de investidura, haveria
2º grupo: empregados públicos nas uma vaga, fere o art 37, II CRFB. Na substituição não há uma
empresas públicas e sociedades de economia mista. vaga a ser preenchida, pois o servidor irá sair mas vai voltar.
O 1º grupo: a contratação temporária pela Uma 2º crítica, as empresas públicas e
lei 6019 não é admitida neste grupo, sendo a cliente a sociedades de economia mista, devem ter o mesmo
administração direta, autárquica e fundacional. tratamento destinados as empresas no setor privado,
Isso ocorre porque existe uma modalidade conforme o art 173, parágrafo 1º, II CRFB. Se o tratamento
específica para contratar temporários. Sem intermediária, deve ser o mesmo, e é admitida a contratação temporária no
contratação direta, sem m fornecedora para atender setor privado, também deve ser admitida a contratação por
necessidade transitória de excepcional interesse público. essas estatais.
A terceirização pode também ser realizada reconhecimento do vínculo direto com a tomadora, vínculo
de outra maneira, a tomadora tem um espaço físico limitado, indeterminado. A real empregadora passa a ser a tomadora.
ela pode crescer, mas não tem espaço para isso. A tomadora Isso no setor privado.
pode contratar uma terceira, uma prestadora. A atividade que Numa terceirização lícita, tem um
poderia ser explorada no estabelecimento da tomadora, será empregado realizando o mesmo serviço do prestador. A
no estabelecimento da tomadora, será no estabelecimento da equiparação salarial do art 12 lei 6019 não caberia neste
prestadora, diante da limitação do espaço físico da tomadora. caso.
A prestadora celebra com o trabalhador O que afasta a analogia do art 12 lei 6019?
contrato de trabalho, geralmente indeterminado. R: È que são modalidades diferentes de
È possível a contratação a prazo contratação, uma é para fornecimento de mão de obra e a
determinado pela prestadora. Como por exemplo, a demanda outra é a prestação de serviços.
da prestadora aumentou muito, aqui pode surgir uma outra A equiparação do art 461 CLT também será
relação triangular, a prestadora como tomadora de mão de afastada, na terceirização lícita. Essa equiparação é que
obra, e uma fornecedora e o trabalhador temporário. Surge trabalhadores com idêntica função deve receber o mesmo
uma outra relação. A contratação da prestadora a prazo salário. Porém existem outros requisitos, um segundo seria a
determinado, sempre quando existir motivo, motivo este inexistência de quadro de carreira, um terceiro, seria o
expresso na legislação. Se houver motivo o contrato deve ser trabalho prestado na mesma localidade (deve ser entendida
conhecido como indeterminado. em princípio como o mesmo município, ou municípios
A súmula 331 TST parece direcionar a diferentes, mas na mesma região metropolitana). O quarto
prestação de serviço para uma atividade meio, ou atividade requisito é trabalho de igual valor ( três critérios: - a diferença
secundária. no tempo de serviço entre o equiparando e o paradigma na
Mas a súmula 331 TST não vetou a exercício da mesma função que não pode ser inferior a dois
terceirização prestação de serviço para atividade fim. De anos; - igualdade qualitativa e quantitativa.) O requisito mais
forma expressa não existe essa vedação. importante para afastar o art 461 CLT, ou seja uma
O que está expresso na súmula 331 TST? equiparação salarial do prestador com o empregado da
R: Que a tomadora não pode controlar a prestação de tomadora, é o mesmo empregador.
serviços. A tomadora não tem gerência na execução dos O empregador não é o mesmo, o prestador
serviços dos empregados da prestadora. A tomadora não e o empregado não estão subordinados a mesma pessoa.
pode interferir na maneira como o serviço será realizado pela Não existe a figura do mesmo empregador. Afastada,
prestadora. A tomadora pode exigir o resultado do trabalho portanto a equiparação salarial do art 461 CLT.
final. Na terceirização ilícita a equiparação
O empregado prestador está subordinado a salarial é viável, pois pelo art 461 CLT passa a existir a figura
prestadora? R: Sim. Existe a pessoalidade do empregado do mesmo empregador. Pois o contrato vai representar
com a prestadora. fornecimento de mão de obra, e caberá analogia do art 12 da
Porque o prestação deve ser em atividade lei 6019. Isso no setor privado.
secundária? R: Porque na súmula 331 há a vedação do
controle da tomadora. Não é razoável que a tomadora não - Prestação de serviço público:
possa controlar sua atividade fim, também não é razoável Marco legislativo de terceirização no setor
que um terceiro pratique com mais eficiência a atividade fim público é o decreto lei 200/67, art 10, parágrafo 7º.
da tomadora. Porém em casos excepcionais isso tem A execução das atividades da
acontecido. administração federal deverá ser amplamente
Quando embora a prestação aconteça na descentralizada. Para melhor desencumbir-se das tarefas de
atividade fim, a tomadora não controla a realização do planejamento, de coordenação, supervisão, controle, com o
serviço. objeto de impedir o crescimento desmensurado da máquina
A prestadora é responsável pelo administrativa. A administração procurará desobrigar-se da
cumprimento das obrigações trabalhistas, pois numa realização material de tarefas executivas, recorrendo sempre
terceirização lícita ela é a real empregadora. A receita vem que possível a execução indireta, mediante contrato, desde
da tomadora, no caso de inadimplência da prestadora a que exista na área, iniciativa privada suficientemente
responsabilidade da tomadora é subsidiária, tendo em vista desenvolvida e capacitada a desempenhar os encargos na
que a tomadora se beneficiou do serviço. execução.
Aqui não há exceção da falência, a Será na atividade meio, secundária, de
responsabilidade solidária da fornecedora não é aplicada na acordo com o art 10, parágrafo 7º do decreto lei 200/67.
prestação de serviço. Não cabe analogia, pois são Descentralização, na busca de uma maior
modalidades diferentes de contratação. Na falência da eficiência, desde que exista na iniciativa privada atividade
prestadora, a responsabilidade da tomadora é subsidiária. suficientemente desenvolvida.
Quanto ao aspecto previdenciário, a Posteriormente foi publicada a lei 5465- art
tomadora deve fazer a retenção de 11%, igual ao trabalho 3º. As atividades relacionadas com transportes, custódia,
temporário. Art 31 lei 8212/91. Só há exceção nos próprios conservação, operação de elevadores, limpeza e outras
casos da lei 8212/91 admitir. assemelhadas, essas atividades para a administração pública
são secundárias. Serão, de preferência objeto de execução
- Terceirização ilícita; indireta, mediante contrato. De acordo com o art 10,
A terceirização é irregular, quando o parágrafo 7º do decreto lei 200/67.
terceirizado em regra realizar atividade fim, ou quando o Decreto lei 2300/86 também contemplou a
prestador for controlado pela tomadora. Isso irá acarretar o contratação de serviços na administração pública,
reproduzindo o decreto lei 200/67, reproduzindo a lei 5465 possibilitaram a sua habilitação. A administração, no papel de
quanto aos motivos de descentralização, para execução de tomadora não tem obrigação de fiscalizar o cumprimento das
atividades indiretas. normas trabalhistas.
Lei 8666/93, art 6, II, foi a sucessora do O ministério do trabalho é o órgão que
decreto 2300, definiu serviço como toda atividade destinada a fiscaliza o cumprimento das obrigações trabalhistas.
obter determinada utilidade de interesse para a O art 70, conclui culpa in vigilando,
administração. Não definiu como atividade meio ou fim. afastando a mesma. O contratado, que é a prestadora, é a
Decreto 2271, as atividades de segurança, responsável pelos danos causados diretamente à
vigilância, transportes e vários outros, serão de preferência administração ou terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo
objeto de execução indireta, ou seja, atividades secundárias. na execução do contrato.
Não poderão ser objeto de execução Art 186 CC – o ato ilícito, a que se refere
indireta, parágrafo 2º, as atividades inerentes as categorias este art, não foi praticado pela administração, ela não agiu
funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou com imprudência, negligência, não violou direitos, ela
entidade, salvo expressa disposição legal em contrário, ou contratou uma prestadora idônea. Não deve ressarcir.
quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente no Existem casos de dispensa e inexigibilidade
âmbito do quadro geral de pessoal. Pois o serviço estará de licitações, arts 24 e 25 da lei 8666.
sendo realizado, neste caso, pelos próprios empregados da Licitação dispensada não tem culpa a
administração ou pelos próprios servidores da administração, administração, pois a própria lei permite a dispensa, como
salvo expressa disposição legal, quando necessária a também não exige a licitação. Não tem culpa presumida a
descentralização. administração, portanto não será automática a aplicação da
Se o cargo está extinto, não há súmula 331 TST. Só deverá ser responsabilizada a
necessidade de passar para um terceiro a realização da administração quando demonstrar a sua culpa. Por exemplo,
atividade. Exceto a lei de licitações, todas as outras leis que não pagou o preço ajustado com a prestadora.
versam sobre a matéria falam em terceirização secundária. A súmula 331 TST é aplicada quando a
Aqui na Rio de Janeiro, há um Procurador administração agir com culpa ou dolo.
do Estado Vítor Farjalla, que defende a terceirização em Há previsão legal, na lei de licitações, de
atividade fim. Ele é isolado nesse entendimento. Mesmo no que a administração não é responsável pelas obrigações
concurso para PGE, PGM deve-se dizer que terceirização é trabalhistas, art 71, parágrafo 1º da lei 8666.
em atividade meio. A própria súmula 331 TST remete ao art 71
parágrafo 1º da lei 8666. A súmula é posterior a lei de
- Terceirização lícita; licitações, e por isso deve ser interpretada em consonância
A prestadora é a responsável direta pelas com a lei de licitações. Portanto, pode-se concluir que,
obrigações trabalhistas, que é a real empregadora numa havendo regular procedimento licitatório, aplica-se o art 71,
terceirização lícita. parágrafo 1º, é afastada a responsabilidade da
A responsabilidade subsidiária da administração. Se não tem culpa, não é responsabilizado. No
tomadora, que é a administração, quando inadimplente a caso de dispensa ou inexigibilidade, em princípio não há
prestadora de serviço? culpa da administração, mas quando esta é demonstrada ela
R: Súmula 331 TST inc IV. A redação atual da deve indenizar.
súmula é do ano de 2000. A responsabilidade é subsidiária Quando a licitação é exigida, e não houve
da administração direta e indireta quando contratantes, regular procedimento licitatório, a administração deve ser
quando clientes, numa terceirização lícita. Isso numa 1º responsabilizada, não será aplicado o art 71, parágrafo 1º.
leitura. Existe um segundo argumento que poderá
Essa responsabilidade subsidiária tem uma ser utilizado nas hipóteses em que a contratação poderá ser
razão, a tomadora deve figurar no pólo passivo, ela deve ser feita sem a licitação. A administração não deve ser
responsabilizada pelos cumprimentos das obrigações responsável pelas obrigações trabalhistas, pois não é a real
trabalhistas inadimplidas pela prestadora. Essa obrigação empregadora. Essas obrigações surgem com a celebração
surge pois agiu com culpa, não tem como ser responsável a do contrato do contrato de emprego, este contrato não é com
tomadora sem ter agido com culpa, sem ter escolhido a a administração e sim com a prestadora.
prestadora de forma inadequada. A responsabilidade da A administração sendo condenada a pagar
tomadora pela má contratação da prestadora. Por ter agido uma indenização, será duplamente onerada. Ou seja, o preço
com culpa no processo seletivo da prestadora. pelo serviço que lhe foi prestado e uma indenização pelo
A súmula 331 veio para inibir contratação inadimplemento da prestadora. A tomadora quando pagar um
de prestadoras não idôneas, prestadoras sem patrimônio, os preço a prestadora e posteriormente condenada a indenizar o
contratos de fachada. trabalhador pelo inadimplemento da prestadora, estará
A contratação da prestadora deve ser por pagando duas vezes por um único serviço, onerando os
meio de licitação, havendo regular procedimento licitatório, cofres públicos.
não há culpa da administração. E se não há culpa, ela não
deve ser responsabilizada. Cooperativismo é uma espécie de prestação de
Devem ser cumpridos os requisitos do art serviços, de terceirização. Existe uma triangulação:
27 da lei de licitações. Esses requisitos afastam culpa in prestadora, empregado prestador e tomador de serviço. São
eligendo da administração. A culpa in vigilando é afastada duas partes: A cooperativa e o contratante, chamado tomador
pelo art 55, inc XIII da lei de licitações. A prestadora por força de serviço (contrato de natureza civil no setor privado), sem
do contrato administrativo celebrado se compromete a triangulação. Já no setor público a contratação da
manter até o fim do mesmo todos aqueles requisitos que cooperativa é mediante licitação (contrato administrativo).
(Lei 5764/71 – lei da cooperativa) duas vezes, pagando um valor ajustado com a prestadora e
Qual a diferença entre essa prestação de serviços ainda ser condenada a indenizar o trabalhador pela
sem triangulação e a prestação de serviços com inadimplência da prestadora. O regular procedimento
triangulação? licitatório afasta culpa da tomadora de serviço, no caso o
município (art. 27 c/c art. 71 c/c art. 55, XIII, §1º da Lei
1. Prestação 2. Prestação sem 8666/93).
com triangulação triangulação
PGE-RJ: Fulcrada na Lei 9601/98, publicada no
Natureza Natureza civil DOU que circulou de imediato, dispondo sobre contrato de
administrativa (setor (setor privado) trabalho por prazo determinado, a direção de certa sociedade
público) de economia mista do Estado do Rio de Janeiro entendeu
No Prestadora e chegada a oportunidade de solucionar a sua carência de
cooperativismo, o trabalhador celebram contrato pessoal, agora com a lei infraconstitucional prevista pelo
cooperado é uma espécie de emprego, geralmente por inciso IX do art. 37 da CRFB. Acedeu-se??? estado
de trabalhador autônomo. É tempo indeterminado. representativo da categoria profissional dos servidores da
sócio da cooperativa. Não empresa em exercer a prerrogativa prevista pelo art.1º da lei
existe vínculo empregatício. citada, o qual prevê a instituição de contratos de trabalho
(CLT, art. 442, par. ú.) para atender determinada necessidade temporária, mediante
a declaração de convenção ou acordo coletivo de trabalho.
Há uma discussão se as cooperativas podem Em se tratando da hipótese de formulação de consulta do
participar de licitação. As cooperativas de serviço e de órgão jurídico setorial, aprovado pela Procuradoria do
produção podem participar. Estas são cooperativas Estado, sustente o candidato os fundamentos jurídicos que
regulares, não fraudulentas. Cooperativa de serviços caberiam instruir a resposta. Relacionando:
médicos, cooperativa de produção de livros, de sapatos, de
bolsas. Mas a cooperativa de mão-de-obra, que é a) Pressupostos da relação de emprego por
fraudulenta, está impedida de participar das licitações da prazo determinado para a sua validade
União, quando esta figurar como tomador de serviços. Isto b) Personalidade jurídica da sociedade de
em razão de um acordo judicial firmado, em 05 de junho de economia mista do estado integrante da Administração
2003, pela União nos autos de uma ACP ajuizada pelo Pública estadual
Ministério Público do Trabalho (Proc. nº 1082/2002, 20ª VT c) Previsão do inciso IX do art. 37 da CR
de Brasília). A União se comprometeu a não contratar mais
cooperativa de mão-de-obra. Lembram das particularidades dessa forma de
contratação a prazo determinado? Qual o motivo para
A cooperativa não pode controlar a execução das contratar a prazo determinado pela Lei 9601/97? Esta lei
tarefas por parte dos cooperados. Exemplo: Cooperativa de flexibilizou o art. 443 da CLT. O art. 443 apresenta alguns
limpeza é uma cooperativa de mão-de-obra. O profissional motivos para contratação a prazo determinado: experiência,
dessa área não age com independência, ele cumpre ordens. transitoriedade do serviço e transitoriedade da atividade. A
Ele está subordinado. A tomadora tem a mão-de-obra desses Lei 9601 não fala em nada disso.
profissionais. Uma cooperativa de vigilância é uma Para aumentar o número de empregados, diminuir
cooperativa de mão-de-obra. A União costumava terceirizar o desemprego, possibilitando novas contratações. Não sendo
essas atividades (limpeza, conservação, segurança, necessário um motivo especial. Basta que o empregador
vigilância, portaria, recepção, telefonia, office-boy, auxiliar contrate novos empregados e não substitua aqueles já
administrativo etc.) através de uma cooperativa. A União contratados. É necessária uma autorização em acordo
estava substituindo os prestadores de serviços empregados. coletivo ou em convenção coletiva. O sindicato profissional
A União controlava esses profissionais. Isso gerava uma terá que concordar com esse tipo de contratação. O acordo
condenação da União pelo pagamento de uma indenização coletivo é elaborado pelo sindicato profissional, empresa ou
compensatória. A União acabava pagando duas vezes por grupo de empresas e a convenção é entre o sindicato
um único serviço ou por uma única mão-de-obra utilizada. profissional e o sindicato patronal. A duração máxima do
Não quer dizer que para essas atividades a União vai ter que contrato é de 2 anos, admitindo-se inúmeras prorrogações,
abrir concurso. Ela pode contratar na forma triangular contanto que seja dentro desses dois anos. A lei 9601 vai ser
tradicional. São atividades secundárias, de meio. utilizada em caso de concurso público? Sim. Vou dividir em
Esse termo não obriga estados, municípios e o dois grupos:
DF. Foi a União que se comprometeu a não contratar mais as
cooperativas de mão-de-obra. Comprometeu-se também a 1. Administração Direta, Autárquica e
orientar suas autarquias, Fundações, empresas públicas e fundacional: Podem contratar temporários, mas não pela L.
sociedades de economia mista a fazer o mesmo. 9601/97. A contratação será por lei específica. (art. 37, IX,
CR). Na esfera federal essa lei específica é a L. 8745/93 e
Questão do último concurso da PGM-RJ: O não a L. 9601/97. Aqui no Estado do Rio é a L. 2399/95.
município responde por obrigações trabalhistas de empresas Afastada fica a Lei 9601/97.
prestadoras de serviço contratadas após regular
procedimento licitatório? 2. Empresas públicas e sociedades de
R: Não responde. A Administração pública economia mista: A contratação pela L. 9601 não é admitida.
municipal não agiu com culpa, logo não tem porque Esta lei autoriza, de forma geral, a contratação que é feita
indenizar. Não há razão para a Administração ser onerada individual e diretamente com o trabalhador. A investidura é
através de concurso público (art. 37, II, CR). Celebram corrente anterior que não há estabilidade do artigo 41 é de
contrato de emprego. Podem celebrar acordo coletivo com o que há uma equiparação às empresas do setor privado.
sindicato profissional e convenção coletiva com a Administração pública quando contratar pelo regime
confederação. A convenção é muito difícil de existir, porque o trabalhista aplica-se a ela as mesmas regras aplicadas às
interesse dos trabalhadores numa empresa pública e empresas do setor privado. Essa segunda corrente é
sociedade de economia mista é muito particular. É muito exatamente oposta a primeira diz que não há o que
difícil a confederação interferir nessa negociação e celebrar a equiparar, não existe essa equiparação da Administração
convenção. Não há nas E.P. e nas S.E.M., exploradoras de direta, autárquica e fundacional com as empresas do setor
atividade econômica, essa necessidade transitória de privado. É impossível essa equiparação porque a
excepcional interesse público para celebrar contratos Administração direta, autárquica e fundacional não exploram
temporários. O art. 37, II não alcança esses entes. Nas a atividade econômica. Eu afastei aqui a aplicação do artigo
prestadoras de serviços públicos, aí sim há uma discussão, 173 § 1° inciso II da CR/88 (dispositivo constitucional que
inclusive decisão do STF do 2º semestre de 2004 em que se equipara as empresas públicas e de sociedade de economia
entendeu que E.P. e S.E.M. prestadoras de serviços públicos mista com as empresas do setor privado). O artigo 173 não
devem ter o mesmo tratamento destinado às autarquias. Mas tem aplicação, portanto não existe concorrência, o tratamento
existem restrições, como contratação através de concurso deve ser diferente.
público.
súmula. Cabe a dispensa imotivada do empregado público de qualquer fim. A base da incidência do adicional de
uma estatal. insalubridade pode ser realmente o salário mínimo em razão
dessa vedação do inciso IV artigo 7° da CR/88 ou a base
Segunda corrente: Não tem a estabilidade do deve ser outra? O artigo 192 é anterior à Constituição de 88,
artigo 41, mas a dispensa imotivada não é admitida, pois o foi recepcionado ou não? Foi. Decisão do STF em recurso
empregado público se submeteu a um concurso público. Se extraordinário n° 458802 em 06/09/05. A base pode ser o
fosse admitida a dispensa desmotivada a exigência mínimo. Essa vedação do inciso IV proíbe tão somente o
constitucional que a investidura em emprego público depende emprego do salário mínimo como indexador. Essa vedação
de aprovação de concurso seria inócua. A própria ordem de não se estende para o cálculo de verbas trabalhistas.
classificação do concurso poderia ser fraudada. O
administrador poderia sair dispensando diversos empregados Uma outra decisão que eu quero comentar é
até chegar naquele que ele teria interesse em manter. Além sobre a estabilidade, mas não a estabilidade do empregado
disso, todo ato administrativo precisa ser motivado, ainda que público. Estabilidade do acidentado do trabalho ou do
no exercício do poder discricionário. trabalhador que adquiriu doença ocupacional. Estabilidade do
Decisão do TRT em recurso ordinário n° 631 em artigo 118 da Lei 8213/91 (Lei de benefícios da Previdência
25/03/03. Social). Quais são os requisitos?
Na doutrina a defensora dessa tese de que não 1. Nexo causal com o trabalho (acidente ou
há estabilidade do artigo 41, mas a dispensa imotivada não é doença guardada a noção com o trabalho).
admitida é Lúcia do Vale Figueiredo (Procuradora do Estado 2. Concessão de um determinado benefício
do R.J.). previdenciário: auxílio doença acidentário. Esse benefício é
Decisão do TRT da 8ª Região em recurso concedido a partir do 16° dia de afastamento do empregado
ordinário n° 5334 em 07 de abril de 1997; Decisão da 12ª ao serviço.
Região em recurso ordinário n° 1595 em 27/09/96. Aconteceu o seguinte: O empregado adquiriu uma
doença ocupacional, ao ser constatada essa doença o
Outros comentários que eu quero fazer sobre as empregador dispensou sumariamente esse empregado. Ele
empresas públicas e sociedade de economia mista não ficou afastado mais de 15 dias, ele foi imediatamente
prestadoras de serviço público: Lembram daquela decisão do dispensado. Cabe reintegração? Ele é estável pelo artigo
STF que eu pedi que lessem que está no informativo 353? É 118? Ele chegou a receber o benefício? Ele não recebeu o
uma decisão envolvendo os Correios em que há uma benefício. Súmula 378 do TST, dando uma nova
equiparação às autarquias. Empresas públicas e sociedade interpretação do artigo 118 da 8213 Inciso II: Se ele foi
de economia mista quando prestadoras de serviço público dispensado, não chegou a ficar afastado do serviço mais de
são equiparadas às autarquias porque não há concorrência 15 dias, mas demonstrada que pela doença adquirida seria
com as empresas do setor privado. Com base nessa decisão necessário um afastamento superior a esse tempo mínimo
do STF as decisões das Turmas do TST julgando se cabe ou para a concessão do auxílio doença acidentário. Ele deve ser
não a dispensa imotivada dos empregados dos Correios reintegrado. O empregador agiu dessa forma para evitar a
foram divergentes. A 2ª e 3ª Turmas do TST decidiram que a aquisição da estabilidade. Com base na Súmula 378 que é
empresa brasileira de Correios e Telégrafos não pode efetuar de abril de 2005, o TST decidiu pela reintegração de uma
dispensa sem justa causa em razão da equiparação ampla empregada que adquiriu a doença ocupacional. Comprovado
dessa empresa à Fazenda Pública. Essa ampla equiparação que o afastamento pela doença ou pelo acidente seria
deve alcançar às restrições à dispensa imotivada. Aqui nós superior a 15 dias. Essa decisão do TST em recurso de
estamos discutindo apenas a dispensa imotivada, a revista n° 65329, também está no site do TST no link
estabilidade do artigo 41 não tem. A discussão é se é válido “notícias” de 28/09/05.
um ato de dispensa sem ser apresentado nenhum motivo
justificado para o afastamento do trabalhador. Essas turmas Temporários na Administração Direta, Autárquica e
decidiram que sem motivo justificado não é válida a dispensa Fundacional
imotivada, que ele deve voltar ao serviço público, decidiram
pela reintegração do trabalhador. Lei nº 8745/93 – Contratação Temporária da
Já a subseção de dissídios individuais (SDI 1) União
decidiu manter a prerrogativa dos Correios de efetuar Lei nº 2399/95 – Contratação Temporária no
dispensa desmotivada. Há uma divergência, portanto, de Estado do Rio de Janeiro (revogada pela Lei nº 4599/05,
duas turmas do TST com uma subseção de dissídios publicada em 25 de setembro)
individuais. Esse tema é controvertido no próprio TST,
portanto, isso vai ser levado para o Pleno. O TST vai A lei 2399/95 apresentava o prazo máximo de 6
reanalisar a orientação jurisprudencial 247 (admite a meses para duração do contrato de trabalho e quando fosse
dispensa imotivada). Ainda não ocorreu isso. O que eu para a prestação de serviços na qualidade de agentes
acabei de passar pra vocês está no site do TST na seção de comunitários de saúde podia alcançar um ano.
notícias na data de 04 de outubro de 2005.
A contratação de temporários no Estado do Rio de
Outros comentários pra completar o programa: Janeiro tinha de ser nas áreas de educação pública, saúde
Não sei se vocês lembram da aula sobre insalubridade dos pública, sistema penitenciário, assistente da infância e
percentuais do adicional de insalubridade e a base da adolescente.
incidência. Quais os percentuais? 10%, 20% ou 40% do
salário mínimo (artigo 192 da CLT). Artigo 7° inciso IV da A lei 4599/05 (lei que revogou a lei 2399/95 e que
CR/88 prevê a vedação da vinculação do salário mínimo pra passou a regulamentar a contratação de temporários do
Como na lei e no decreto há a ressalva “observados os usos A hora extraordinária dos empregados rurais é igual a dos
e costumes da região”, o intervalo pode ser inferior a 1 hora. empregados urbanos. Também possuem as cinco formas de
prorrogação da jornada.
Diferente dos rurais, os urbanos têm intervalo fixado pela
CLT em seu artigo 71 e § 1º. Intervalo Inter-jornada
- até 4 horas, não tem intervalo O intervalo inter-jornada (intervalo entre duas jornadas) dos
- + de 4 horas até 6 horas, 15 minutos de empregados rurais é igual a dos empregados urbanos (no
intervalo mínimo 11 horas)
- + de 6 horas, mínimo de 1 horas de
intervalo Aviso Prévio
Art. 71, CLT – “Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração O aviso prévio é garantia constitucional e tem o período
exceda de 6 horas, é obrigatória a concessão de um intervalo mínimo fixado em 30 dias. Porém se o aviso for trabalhado
para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 haverá um diferença quanto ao período de redução no
hora e, salvo acordo escrito ou convenção coletiva em horário de trabalho, acarretando uma diferença entre os
contrário, não poderá exceder de 2 horas. urbanos e os rurais.
§ 1º - Não excedendo de 6 horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 minutos quando a duração Os urbanos possuem a redução de menos 2 horas diárias ou
ultrapassar 4 horas” de sete dias corridos, enquanto os rurais têm menos um dia
de trabalho por semana.
- Decisão
Indenização do artigo 14 da Lei 5889/73
TST, Rec. Rev nº 2148 – “intervalo de rurícola segue usos e
costumes e não a CLT “Expirado normalmente o contrato, a empresa pagará ao
safrista, a título de indenização do tempo de serviço, a
- intervalo entre safra – 30 minutos importância correspondente a 1/12 do salário mensal, por
- intervalo para preparação do solo – 15 minutos mês de serviço ou fração superior a 14 dias.
- intervalo entre a colheita e o plantio – 1 hora
O empregado trabalhava 8 horas diárias. Ingressou com RT PU – Considere-se contrato de safra o que tenha sua
requerendo indenização pelo descumprimento do horário do duração dependente de variações estacionais da atividade
intervalo mínimo de uma hora assegurado, aos empregados agrária.”
urbanos, pelo artigo 71 da CLT.
Com o término natural do contrato a prazo determinado será
Ocorre que a CLT tem aplicação subsidiária aos rurais desde pago uma indenização compensatória ao empregado pelo
que não haja o confrontamento com a lei específica. A lei dos tempo de serviço. Esta indenização, após a promulgação da
rurais não é omissa quanto a este tema porque ela determina CRFB/88, foi substituída pelo FGTS.
que seja observado os usos e costumes da região.
A duração do contrato de safra é variável porque começa
O Estatuto do Rural não estabeleceu tempo de intervalo, com o plantio e termina com a colheita. Não possui termo
remeteu sua duração aos usos e costumes da região. certo, é sempre incerto, e pela sua própria natureza não
admite prorrogação. O contrato de safra é hipótese de
Trabalho Noturno dos Rurais contrato a prazo certo sem prorrogação.
A interpretação do artigo 14, I da CRFB/88 é conforme a “salário mínimo – servidor – salário base inferior – A
constituição. O regime estatutário compete á justiça comum; verificação do respeito ao direito ao salário mínimo não se
o regime celetista, à justiça do trabalho. (Rec. Revista nº apura pelo confronto isolado do salário base com o mínimo
35703 – TST) legal, mas deste com a soma de todas as parcelas de
natureza salarial recebidas pelo empregador.
Art. 114 da CRFB/88 – “Compete à Justiça do Trabalho
processar e julgar: O salário base do estatutário pode ser inferior ao mínimo
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os legal, o somatório das parcelas é que não pode”
entes de direito público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e Este mesmo entendimento foi adotado para o celetista.
dos Municípios”
Somente as utilidades salariais estarão integradas ao salário
- Decisão base do trabalhador. A importância mínima que o empregado
pode receber em dinheiro são de 30%.
1- STF – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
Gorjeta não é salário e por isso não integra o salário base
Prestadora de serviço público terá o mesmo tratamento de (não conta para o salário mínimo)
uma autarquia. Em razão disso a estabilidade dos Ex.: empregado recebe R$ 150,00 do empregador e R$
empregados será a do artigo 41 da CRFB/88? Eles podem 150,00 de gorjeta, para fazer o salário mínimo. (ERRADO)
ser dispensados sem justa causa? Tem de ser R$ 300,00 do empregador, seja uma parte
em dinheiro e outra em utilidade, ou tudo em dinheiro, mais
Art as gorjetas.
2 – Embargos em Recurso de Revista nº 565394 A gorjeta é remuneração. Não integra nem o salário
A rescisão pode ser paga por meio de depósito em conta- base, nem o salário mínimo.
corrente.
A CLT, no artigo 477, não obriga o empregador a pagar A OJ 272 é específica do servidor. Não há discussão sobre a
diretamente o empregado a título de verba rescisória e sim o competência (se da justiça comum ou do trabalho), muito por
seu pagamento no ato da homologação, onde o empregador causa da redação da Lei 8112, artigo 240 alíneas “d” e “e”,
tem de apresentar o comprovante do depósito, para que o que determinavam a competência da justiça do trabalho para
valor esteja disponível para o trabalhador no prazo da dirimir dissídio coletivo e individual do servidor. Estas alíneas
homologação. foram declaradas inconstitucionais (ADIN 492) e
posteriormente foram expressamente revogadas pela lei
A exceção é com relação ao empregado analfabeto, que só 9527/97.
pode receber em dinheiro para que possa conferir e ver se
está recebendo o valor correto. Adicional de Insalubridade
Art. 477, CLT – “É assegurado a todo empregado, não O adicional de insalubridade incide sobre o salário mínimo
existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo (STF)
contrato, e quando não haja ele dado motivo para a Aula 37 - /01/2006
cessação das relações de trabalho, o direito de haver do
empregador uma indenização, paga na base da maior Trabalho doméstico
remuneração que tenha percebido na mesma empresa” Art 7, parágrafo único da CRFB
3 – Recurso de Revista nº 1540 – TST Lei 5859/72
Art 7º CLT
Decisão que condenou a C&A a pagar indenização aos seus
funcionários que foram submetidos à revista intima (esta Empregado doméstico – sempre é pessoa física
revista objetivava coibir o furto). contratada para trabalhar para empregador doméstico.
4 – Embargos em Rec. Revista nº 457279 – TST Empregador doméstico – pessoa física ou família,
ou seja, pessoa que mora embaixo do mesmo teto não
O valor do salário base inferior ao salário mínimo é admitido, precisando ter relação de parentesco.
mesmo que o empregado esteja trabalhando. A atividade do empregado doméstico é prestada
no âmbito residencial da pessoa física ou família, é uma
O respeito ao mínimo constitucional deve ser verificado pela atividade prestada para o cotidiano da família. Como por
soma de todas as parcelas de natureza salarial. exemplo: mordomo, motorista, jardineiro.
O salário não é constituído somente pelo salário base, ele é Caso esteja ligado a atividade econômica do
um somatório de diversas parcelas. O próprio salário mínimo empregador deixa de ser empregado doméstico.
é composto por um somatório de diversas parcelas, que Categorias diferenciadas no trabalho doméstico:
serão utilizadas para alimentação, moradia, vestuário,...
O diferenciado é sempre urbano. Por exemplo: a
A OJ nº 272 é aplicada ao servidor atividade de motorista é categoria diferenciada. Se o
empregador for doméstico, o motorista será empregado