Cap5 TMF
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Séries de Fourier
53
54 CAPÍTULO 5. SÉRIES DE FOURIER
+∞
�
f (x) = cn e2πinx
n=−∞
�∞
1 1 1
= a0 + (an − ibn )e2πinx + (an + ibn )e−2πinx
2 n=1
2 2
�∞
1
= a0 + an cos 2πnx + bn sin 2πnx
2 n=1
Com, � 1
1
cn = e−2πinx f (x) dx = (an − ibn )
�0 1 2
1
c−n = e2πinx f (x) dx = (an + ibn )
0 2
vem que, � 1
an = 2 f (x) cos 2πnx dx n≥0
�0 1
bn = 2 f (x) sin 2πnx dx n≥1
0
Muitas vezes a série de Fourier é representada no intervalo [−π, π], isto
é, para funções do espaço de Hilbert L2 ([−π, π]). Neste caso, com a nova
variável, y = −π + 2πx e com x ∈ [0, 1], tem-se que y ∈ [−π, π], e a série de
Fourier escreve-se agora,
� � ∞
y+π a0 �
g(y) = f = + an cos(ny + nπ) + bn sin(ny + nπ)
2π 2
�
n=1
= a20 + ∞ n=1 an cos nπ. cos ny + bn cos nπ. sin ny
∞
a0 � �
= + an cos ny + b�n sin ny
2 n=1
5.1. SÉRIES DE FOURIER 55
em que,
� 1
a�n = an cos nπ = 2 cos nπ f (x) cos 2πnx dx
� π 0 � π
1 1
= cos nπ g(y) cos nπ. cos ny dy = g(y) cos ny dy
π −π � 1 π −π � π
1
b�n = bn cos nπ = 2 cos nπ f (x) sin 2πnxdx = g(y) sin ny dy
0 π −π
�∞
1 2π 2π
f (x) = a0 + an cos nx + bn sin nx
2 n=1
b − a b − a
em que, � b
2 2π
an = f (x) cos nx dx n≥0
b − a �a b−a
b
2 2π
bn = f (x) sin nx dx n≥1
b−a a b−a
A base ortonormada de Fourier de L2 ([a, b]) é a famı́lia de funções,
√
{e2πinx/(b−a) / b − a}n∈Z .
ii) Se f (x) ∈ L2 ([−a, a]) é uma função par no intervalo [−a, a], tem-se que,
∞
a0 � π
f (x) = + an cos nx
2 n=1
a
Se f (x) é impar,
∞
� π
f (x) = bn sin nx
n=1
a
10
0
!10 !5 0 5 10
x
Isto é, � �
1 1
ckn = f (x, y)e−2πi(kx+ny) dxdy
0 0
e,
+∞
� +∞
�
f (x, y) = ckn e2πi(kx+ny)
k=−∞ n=−∞
Tem-se assim o desenvolvimento de Fourier de uma função de duas variáveis.
Para funções de n variáveis o procedimento é idêntico. Com a notação,
�r = x1�e1 +· · ·+xn�en e �k = k1�e1 +· · ·+kn�en , a série de Fourier multidimensional
escreve-se,
� � 1
2πi�k.� �
f (�r) = c�k e r
com c�k = e−2πik.�r f (�r)d�r
�k 0
Claro está que, f ∈ L2 ([−π, π]) e podemos portanto calcular o seu desenvol-
vimento de Fourier.
Como f (x) é ı́mpar, tem-se que, an = 0, para todo o n ≥ 0, bn = 0, para
n par, e bn = 4/nπ, para n impar. Assim,
∞
� ∞
4� 1
f (x) = bk sin kx = sin(2k + 1)x (5.6)
k=1
π k=0 (2k + 1)
1.0 1.2
1.0
0.5 S43
0.8
0.0 0.6
!0.5 0.4
0.2
!1.0
0.0
!3 !2 !1 0 1 2 3 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0
x x
1.0 1.2
sin u
0.8 1.0
u
0.6 0.8 S2 n"1 !v"
0.4 0.6
0.2 0.4
0.0 0.2
!0.2 0.0
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
u v
Como S2n+1 (v) tem um máximo para sin u = 0, ou seja, para, u = 2y(n +
1) = π, o valor da função S2n+1 (v) no ponto v = π é,
�
2 π sin u 2
S2n+1 (π) � du = 1.851 � 1.18
π 0 u π
independentemente de n. Assim, na vizinhança de x = 0 e para n finito,
o valor da função f (x) no ponto x = π/2(n + 1) é f (π/2(n + 1)) ∼ 1.18,
60 CAPÍTULO 5. SÉRIES DE FOURIER
1.0
0.5
0.0
!0.5
!1.0
!1
!2
0 1 2 3 4 5 6
x
Figura 5.5: Soma parcial da série de Fourier da função f (x) = −x/2, se,
0 ≤ 0x < π, e f (x) = −x/2 + π, se, π < x ≤ 2π. Neste caso, para valores de
n elevados, os valores das somas parciais da séries de Fourier desta função
na vizinhança de 0 são f (±0) � ±1.18π/2.
Exercı́cios
5.3. CONVERGÊNCIA DAS SÉRIES DE FOURIER 63
5.1) Mostre que se pode escrever a série de Fourier de uma função f (x), no
intervalo [−π, π], na forma,
∞
A0 �
f (x) = + An sin(nx + φn )
2 n=1
e determine os coeficientes An e φn .
5.2) Escreva a função sin(x) no intervalo (0, π) como uma série de cosenos.
5.3) Determine as séries de Fourier das funções:
a) f (x) = |x| em [−π, π].
b) f (x) = x em [−π, π].
c) f (x) = cos3 x em [0, 2π].
� �∞
5.4) Qual a soma das séries ∞ 4
n=1 1/n e
n
n=0 (−1) /(2n + 1).
5.5) Determine o desenvolvimento de Fourier da função
mostre que, � π
1
fN (x) = DN (x − y)f (y)dy
2π −π
em que,
sin((N + 1/2)x)
DN (x) =
sin(x/2)
é o núcleo de Dirichlet. Estude o gráfico da função DN (x).
2
�N f (x) ∈ L ([−π, π]) uma função periódica de periodo 2π. Com,
5.7) Seja
fN = n=−N < φn , f > φn , seja a soma de Fejér,
Mostre que, � π
σn (x) = Φn (x − y)f (y)dy
−π
em que, � �2
1 sin(nx/2)
Φn (x) =
2nπ sin(x/2)
é o núcleo de Fejér. Estude o gráfico da função ΦN (x).
5.8) Chama-se representação de um operador numa base {φn } do espaço de
Hilbert à matriz infinita de elemento genérico
Anm =< φn , T φm > (ou, com outra notação < φn |T |φm >)