Propostas para Estabilizacao de Talude Na Rodovia BR 230 KM 19
Propostas para Estabilizacao de Talude Na Rodovia BR 230 KM 19
Propostas para Estabilizacao de Talude Na Rodovia BR 230 KM 19
PROPOSTAS PARA
ESTABILIZAÇÃO DE TALUDE
NA RODOVIA BR-230, KM 19
Orientador:
Prof. Dr. Fábio Lopes Soares
Ao meu pai, José Lenilson, que até aqui foi meu ponto de equilíbrio nos
momentos de ansiedade, o homem que moldou meu caráter. Onde quer que
esteja, com certeza estará comemorando minha conquista e trabalhando para
me abrir as portas do mundo.
A minha mãe, Maria José, por ter vencido cada peleja que a vida lhe
reservou, retribuindo cada lágrima derramada, com amor, carinho e dedicação.
A minha querida esposa, Luara Duarte, por fazer de nós dois um só.
Mulher que faz os meus dias mais bonitos e inspiração para alcançar a glória.
Aos docentes da UFPB, por transmitir a maior riqueza que um ser humano
pode adquirir durante sua existência, o conhecimento.
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1
2. OBJETIVOS ............................................................................................ 3
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................... 4
3.1. TALUDES ...................................................................................... 4
3.2. PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA DOS SOLOS ........................ 5
3.2.1. Ângulo de Atrito ....................................................................... 6
3.2.2. Coesão .................................................................................... 8
3.2.3. Peso Específico Natural .......................................................... 9
3.3. FATOR DE SEGURANÇA (FS)................................................... 10
3.4. ANÁLISE DE ESTABILIDADE .................................................... 11
3.4.1. Ruptura Circular .................................................................... 12
3.4.2. Ruptura Plana........................................................................ 12
3.5. MÉTODOS PARA CÁLCULO DE ESTABILIDADE
DE TALUDES ................................................................................... 13
3.5.1. Método de Fellenius .............................................................. 14
3.5.2. Método Simplificado de Bishop ............................................. 16
3.6. MOVIMENTOS DE MASSA ........................................................ 17
3.6.1. Rastejos................................................................................. 19
3.6.2. Escorregamentos Simplificado de Bishop ............................. 19
3.6.3. Corridas de Fellenius ............................................................. 20
3.6.4. Quedas .................................................................................. 20
3.7. CAUSAS DOS MOVIMENTOS DE TALUDES ............................ 21
3.8. IDENTIFICAÇÃO DE PROCESSOS DE INSTABILIZAÇÃO ....... 21
3.9. INFLUÊNCIA DA ÁGUA ESTABILIDADE DE TALUDES ............ 23
3.10. OUTROS AGENTES DETERMINANTES DE RISCOS ............... 24
3.11. OS RISCOS DOS ASSENTAMENTOS ESPONTÂNEOS
EM ENCOSTAS ............................................................................... 25
4. OBRAS DE CONTENÇÃO .................................................................... 26
4.1. MURO DE PEDRA SECA ........................................................... 27
4.2. MURO DE PEDRA ARGAMASSADA ......................................... 27
4.3. MURO DE CONCRETO CICLÓPICO ......................................... 28
4.4. MURO DE ARRIMO CELULAR DE PEÇAS PRÉ-MOLDADAS DE
CONCRETO (CRIB-WALL) .............................................................. 28
4.5. MURO DE ARRIMO DE GABIÕES ............................................. 29
4.6. MURO DE ARRIMO DE SOLO CIMENTO ENSACADO ............. 30
4.7. MURO DE ARRIMO DE “BOLSACRETO” .................................. 31
4.8. MURO DE ARRIMO “RIMOBLOCO” .......................................... 32
4.9. MURO EM “L” DE CONCRETO ................................................. 32
4.10. CORTINA DE CONCRETO ATIRANTADA ................................ 33
4.11. SOLO GRAMPEADO ................................................................. 34
4.12. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO COM REFORÇO DE
GEOSSINTÉTICOS ........................................................................ 35
4.13. TERRA ARMADA ....................................................................... 35
4.14. MURO DE BLOCOS ESTRUTURAIS DE CONCRETO APOIADO
SOBRE MICROESTACAS E CONTIDO POR CHUMBADORES .... 36
4.15. RETALUDAMENTO ................................................................... 37
5. SISTEMAS DE DRENAGEM E CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS .... 38
5.1. DRENAGEM SUPERFICIAL: SISTEMA DE MICRODRENAGEM
DO TERRENO ................................................................................. 39
5.1.1. Valetas de Proteção de Corte e Aterro .................................. 40
5.1.2. Sarjetas de Corte e Aterro ..................................................... 41
5.1.3. Descidas D’água ................................................................... 41
5.1.3.1. Escadas Hidráulicas de Corte e Aterro .................. 41
5.1.3.2. Escadas e Rampas Drenantes............................... 43
1
Com a intensificação dos prejuízos causados por estes fenômenos, ações
integradas entre comunidade, universidade, governos e profissionais da
engenharia são fundamentais para que adversidades sejam minimizadas. A
universidade deve contribuir na compreensão dos mecanismos dos desastres
naturais através do monitoramento, diagnóstico, modelagem e medidas
preventivas.
2
2. OBJETIVOS
3
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. TALUDES
4
O ângulo de um talude natural é o maior ângulo de inclinação para um
determinado tipo de solo exposto ao tempo, obtido sem ruptura do equilíbrio do
maciço. Conforme Cardoso (2002), nos solos não coesivos (areias) esse ângulo
praticamente coincide com o ângulo de atrito interno, e nos solos coesivos
(argilas), ditos impermeáveis, teoricamente equivale a 90°. No entanto, a
presença de fissuras devidas à retração por molhagem e secagem acaba
permitindo a entrada de água no corpo do talude, que leva à sua instabilização.
Como consequência, pode-se afirmar que o ângulo de talude natural de solos
coesivos situa-se entre 30° e 40°.
5
de dois fatores denominados de ângulo de atrito e coesão, sendo estas as
propriedades mais significativas para a discussão de problemas de estabilidade.
Segundo Pinto (2002), o ângulo de atrito pode ser entendido, como sendo
o ângulo máximo que a força transmitida pelo corpo à sua superfície pode fazer
com a normal ao plano de contato sem que ocorra deslizamento. Diz ainda que
se atingido este ângulo, a componente tangencial é maior do que a resistência
ao deslizamento, que depende da componente normal.
6
fictício resultante do entrosamento de suas partículas, e no solo não existe uma
superfície nítida de contato, ao contrário, há uma infinidade de contatos pontuais.
7
3.2.2. Coesão
8
3.2.3. Peso específico natural
Sendo:
γ = Peso Específico Natural do Solo
φ = Ângulo de Atrito Interno
C = Coesão
E = Módulo de Elasticidade (Não Drenado)
E’= Módulo de Elasticidade (Drenado)
ν = Módulo de Poisson
9
3.3. FATOR DE SEGURANÇA (FS)
10
Mecanicamente, um escorregamento de massa ocorre quando as tensões
solicitantes excedem a resistência ao cisalhamento do solo depositado. A
condição de estabilidade é definida através do Fator de Segurança (FS).
Matematicamente esse fator é definido como a expressão do balanço entre as
forças resistivas (que tendem a manter o sedimento imóvel) e as forças
cisalhantes (que forçam os sedimentos a se movimentarem talude abaixo) ou
simplesmente como a razão entre a resistência cisalhante média e a tensão
cisalhante ao longo da superfície crítica de ruptura.
11
3.4.1 Ruptura Circular
τ
r
σ
12
O plano deve ter direção paralela ou subparalela à face do talude;
O mergulho do plano de ruptura deve ser inferior ao mergulho da face do
talude;
O mergulho do plano de ruptura deve ser maior que o ângulo de atrito
plano;
Superfícies de alívio devem prover resistências laterais desprezíveis ao
escorregamento ou, ainda, não existirem.
i b
P cos i
(P cos i) - U
U
P = peso do bloco;
U = subpressão na base do bloco;
i = inclinação do plano de ruptura;
φ = ângulo de atrito do contato bloco-plano;
(P cos i – U) tg φ = esforço resistente ao escorregamento;
P sen i = esforço solicitante.
13
3.5. MÉTODOS PARA CÁLCULO DE ESTABILIDADE DE TALUDES
14
satisfazendo somente o equilíbrio de momentos e supondo que a resultante das
forças entre fatias é normal à base.
15
É possível obter um FS mais preciso, se considerarmos as poropressões,
adotando a seguinte equação:
16
Segundo Fiori e Carmignani (2009), tem-se:
17
Esses movimentos podem ocorrer principalmente com elevados volumes
de precipitação e/ou terremotos. Tanto chuvas intensas de curta duração quanto
de longa duração (chuvas contínuas) fornecem condições propícias para a
diminuição da resistência do solo, atuando como um dos principais agentes
deflagradores de movimentos de encostas em ambientes tropicais úmidos
(Guidicini e Iwasa, 1976).
18
3.6.1. Rastejos
3.6.2. Escorregamentos
19
3.6.3. Corridas
3.6.4. Quedas
20
3.7. CAUSA DOS MOVIMENTOS DE TALUDES
21
Dependendo da forma como se processa o escoamento superficial, ao
longo de uma encosta, podem-se desenvolver dois tipos de erosão: erosão
laminar, ou em lençol, causada pelo escoamento difuso das águas das chuvas,
resultando na remoção progressiva e uniforme dos horizontes superficiais do
solo, e a erosão linear, causada pela concentração das linhas de fluxo das águas
de escoamento superficial, resultando em pequenas incisões na superfície do
terreno, na forma de sulcos, que podem evoluir, por aprofundamento, para
ravinas.
A água da chuva provoca erosão pelo impacto das gotas de água sobre a
superfície do solo com velocidade e energia variáveis, e através do fluxo
concentrado das águas de escoamento superficial. Sua ação erosiva depende
da distribuição pluviométrica do evento chuvoso (chuva acumulada e intensidade
da chuva).
22
A cobertura vegetal é o fator mais importante de defesa natural do solo
contra a erosão. O papel da cobertura vegetal na dinâmica da água é fator de
significativa influência na estabilidade de diversos ambientes.
23
Variação do nível piezométrico em massas homogêneas: a elevação do
nível d´água nestas condições, aumenta as pressões neutras, reduzindo as
tensões normais efetivas e a resistência ao cisalhamento, podendo levar os
taludes à ruptura;
Elevação da coluna d´água em descontinuidades: o nível de água
subterrâneo sofre alteamentos mais intensos nos taludes rochosos pouco
fraturados, quando comparados com os de maciços terrosos, em virtude de suas
porosidades relativas inferiores. Essas elevações do NA nas descontinuidades
diminuem tanto as tensões normais efetivas como podem gerar esforços laterais
cisalhantes, contribuindo, em ambos os casos, para a deflagração de
escorregamentos nas encostas e nos taludes.
24
situados nos fundos dos vales, elevando o risco de deslizamentos e inundações
(Mangieri, 2012).
25
Um primeiro aspecto a mencionar é o da relação do uso urbano
inadequado dos morros com inundações. Aos deslizamentos de terra e,
principalmente, à erosão paulatina que tende a se desenvolver em loteamentos
e favelas em encostas, corresponde um assoreamento importante dos cursos
d’água, favorecendo, nas baixadas, as inundações. No Brasil, erosão é intensa
nos loteamentos populares em encostas, cuja ocupação pode ser lenta e intensa,
propiciando longos períodos de exposição de solos (Farah, 2003).
4. OBRAS DE CONTENÇÃO
26
4.1. MURO DE PEDRA SECA
27
Figura 10: Seção Transversal de Muro de Pedra Argamassada (PINI)
28
seixos de maiores dimensões ou entulho. Surgiu como opção aos muros de
pedra e é usado no Brasil desde os anos 30. Vem sendo cada vez menos
empregado.
29
Cuidados: regularização e nivelamento do terreno de fundação, boa
arrumação das pedras e colocação de elemento de transição entre os gabiões e
o material a ser contido. Em áreas urbanas, sujeitas a vandalismo, deve-se
proteger com a face externa com argamassa.
30
Figura 14: Seção Transversal de Muro de Solo-cimento Ensacado (PINI)
31
4.8. MURO DE ARRIMO “RIMOBLOCO”
32
Aplicação: em geral, os muros de concreto armado estão associados à
execução de aterros ou reaterros;
Vantagens: permite uma ocupação mais completa das áreas a montante
e a jusante;
Cuidados: o terreno de fundação deve ter boa capacidade de suporte e é
indispensável a execução de sistema de drenagem interno.
33
Figura 18 – Seção Transversal de Cortina de Concreto Atirantada (PINI)
34
4.12. ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO COM REFORÇO DE
GEOSSINTÉTICOS
35
Aplicação: aterros até 20 m de altura;
Vantagens: rapidez de construção, grande flexibilidade e tolerância a
recalques diferenciais;
Cuidados: o solo a ser utilizado como material de reaterro sobre as
armaduras deve apresentar boas características de atrito interno
36
Cuidados: construção de uma camada drenante de brita recoberta com
geotêxtil na face interna do muro, além de uma série de barbacãs.
4.15. RETALUDAMENTO
37
Figura 23 – Perspectiva de Retaludamento (PINI)
38
considerável importância na implantação dos sistemas de drenagem nas
encostas.
39
(escadas hidráulicas, escadas drenantes), saídas d'água, caixas coletoras,
dissipadores de energia e escalonamento de taludes. A função dos dispositivos
é na maioria das vezes complementar, isto é, um dispositivo resguarda e
colabora na função do outro, fazendo do sistema um conjunto eficiente e
sustentável.
40
5.1.2 Sarjetas de Corte e de Aterro
41
atingido seu comprimento crítico e em pontos baixos. Não raramente, devido à
necessidade de saída de bueiros elevados desaguando no talude do aterro, as
descidas d’água são necessárias, visando conduzir o fluxo pelo talude até o
terreno natural, conforme ilustrado na figura 25. Posicionam-se sobre os taludes
dos cortes e aterros, seguindo suas declividades e também na interseção do
talude de aterro com o terreno natural, nos pontos de passagem de corte – aterro
(DNIT, 2006b).
42
a.
A coleta das águas pluviais, nos trechos em rampa, ocorre por meio de
orifícios nas laterais das calhas e juntas entre as placas de cobertura, como
ilustrado na figura 26. Nos trechos em degraus, a captação é feita lateralmente
por um sistema como guelra de peixe. É necessária a previsão de pavimentação
em solo cimento das áreas adjacentes ao dispositivo, formando calhas de seção
triangular semelhante a uma sarjeta. Deve ser prevista a pavimentação em solo-
cimento nas áreas adjacentes ao equipamento, formando calhas de seção
triangulas (sarjetas).
44
permita uma rápida captação das águas que escoam pela borda da plataforma,
conduzindo-as às descidas d’água, conforme ilustra a figura 27. Considerando
sua localização, as saídas d’água devem ser projetadas obedecendo-se aos
seguintes critérios:
45
Com localização variada, podem ser instaladas nos seguintes locais: nas
extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de corte, conduzindo as
águas para o bueiro de greide ou coletor longitudinal, que as levará para o
deságue apropriado; nos pontos de passagem de cortes para aterros, coletando
as águas das sarjetas de modo a conduzi-las para o bueiro, nos casos em que
as águas, ao atingir o terreno natural, possam provocar erosões; nas
extremidades das descidas d’água de corte, quando se torna necessária a
condução das águas desses dispositivos para fora do corte sem a utilização das
sarjetas; no terreno natural, junto ao pé do aterro, quando se deseja construir um
bueiro de transposição de talvegues abaixo da cota do terreno, sendo, portanto,
inaplicável a boca convencional; e em qualquer lugar onde se torne necessário
captar as águas superficiais, transferindo-as para bueiros (figura 28).
.
Figura 28 – Caixas coletoras (DNIT, 2006a)
46
mediante a dissipação de energia, a diminuir a velocidade da água quando esta
passa de um dispositivo de drenagem superficial qualquer para o terreno natural,
de modo a evitar o fenômeno da erosão. São instaladas, de modo geral, nos
seguintes locais: no pé das descidas d’água, nos aterros, na boca de jusante dos
bueiros, na saída das sarjetas de corte, nos pontos de passagem de corte –
aterro. Localizam-se em geral nas descidas d’água, na forma de degraus, e ao
longo do aterro, de modo que a água precipitada sobre a plataforma seja
conduzida pelo talude, continuamente, sem criar preferências e sem afetá-lo
(DNIT, 2006b).
47
5.2. ASPECTOS FUNDAMENTAIS PARA SELEÇÃO DO SISTEMA DE
DRENAGEM
48
Ressalta-se na literatura técnica que no dimensionamento das estruturas
dos sistemas devem observados os limites quanto à velocidade de escoamento,
em regime de escoamento livre ou em canal condutor, e que sua capacidade de
escoamento é geralmente feita considerando regime permanente e uniforme. A
velocidade de escoamento é limitada pela possibilidade de erosão por abrasão
do canal condutor e das estruturas hidráulicas associadas.
49
6. NOÇÕES DE TRABALHO EM ALTURA
50
Figura 30 – Detalhe do cinturão paraquedista (Altiseg)
6.2. TALABARTE
51
Figura 31 – Detalhe de Talabarte e ABS (Altiseg)
6.3. CONECTOR
52
Elementos mais usuais na construção civil, como capacete, botas e luvas
também são imprescindíveis para este tipo de atividade. A necessidade de
treinamento e capacitação dos trabalhadores, bem como a atuação de
profissionais de Segurança do Trabalho, são fatores redutores de risco em obras
qualquer categoria, mas neste caso têm importância ainda maior para a garantia
da integridade dos operários. A figura 33 mostra fotografia do serviço de
hidrossemeadura realizado na Comunidade do Timbó, em 2014, na fase de
fixação da biomanta.
53
7. ESTUDO DE CASO: O TALUDE DO KM 19 DA BR-230
54
Mapa 01 - Localização do bairro do Castelo Branco em João Pessoa-PB
55
7.2. COMUNIDADE SANTA CLARA
56
Recentemente, obras de drenagem pluvial foram realizadas no seu entorno. As
vielas principais da comunidade possuem pavimentação, energia elétrica,
iluminação pública e coleta de lixo ainda deficiente.
57
7.3. TALUDE INSTÁVEL ÀS MARGENS DA BR-230, KM 19
58
Figura 34 – Escorregamento causa acidente grave e interrupção da via no
sentido João Pessoa – Cabedelo (Jun/2012)
59
Figura 35 – Limpeza da via e ação paliativa adotada pela Defesa Civil-JP
(Jun, 2014)
60
7.5. ORÇAMENTOS
A análise dos impactos financeiros desta obra será feita com base em
orçamentos produzidos através do Sistema de Custos Referenciais de Obras
(SICRO), elaborado pelo DNIT para o mês-referência novembro/2015, principal
referencial de custos para obras rodoviárias.
61
7.6. ETAPAS PRELIMINARES: COLETA DE INFORMAÇÕES
62
Figura 37 – Detalhe da proposta do DNIT (Projeto completo no anexo 01)
63
7.7. DEFINIÇÃO DOS LIMITES DA ÁREA
64
1: Habitações irregulares sobre a crista do talude;
2: Degradação da vegetação natural de baixo porte;
3: Árvores de médio e grande porte, sujeitas à efeito alavanca.
Após analisadas todas as seções, foi adotada como típica a seção obtida
na estaca 49+10,00, apresentada na figura 40, sendo esta a seção transversal
que melhor se aproximou da dimensão média do talude, apresentando excelente
precisão para o cálculo volumétrico e posterior dimensionamento de estruturas
de contenção.
65
Figura 40 – Seção Média do Talude
66
Comparado a outras soluções, possui custo elevado, sobretudo em
virtude do uso de máquinas sofisticadas, como perfuratrizes pneumáticas e a
execução de concreto protendido. Contudo, aplica-se às mais variadas
condições hidrológicas e geomorfológicas de terreno, além de ser uma das mais
seguras estruturas de contenção ativa.
67
Adotada a seção transversal típica, foi pré-dimensionada uma estrutura
com base nas técnicas mais usuais de projeto para estes muros. A cortina de
concreto tem altura de 9,00 m e espessura de 0,30 m. Seus tirantes são
aplicados num espaçamento de 2,50 m na horizontal e 2,00 m na vertical. Foi
adotado o tirante monobarra, um vergalhão metálico sólido, aplicado a uma
inclinação de 15º e com comprimento médio de 9,00 m, que satisfaz a
profundidade necessária para se atingir uma camada mais estável do solo.
68
Figura 42 – Seção transversal da Cortina Atirantada
69
Figura 43 – Detalhe da cabeça do tirante
70
7.9. SOLUÇÃO B: SOLO GRAMPEADO COM FACE VERDE
A malha metálica deve ser resistente à tração, banhada com uma solução
galvanizada de Zn/Al, para evitar a corrosão. A malha metálica é de 8x10 cm,
com ∅=2,7 mm, e deverá ser ancorada nos chumbadores através de placas de
71
ancoragem de aço, com tamanho de 30x30 cm, sendo parafusadas no
chumbador até aderir totalmente à superfície do terreno. Entre os chumbadores
deverão ser aplicados grampos de aço CA-50, ∅=7,5 mm, com 30 cm de
profundidade, para garantir total aderência da malha metálica.
72
No caso estudado, o Solo Grampeado de Face Verde representa uma
solução proveitosa, dada a maleabilidade para trabalhar com taludes de
qualquer geometria, dispensando a necessidade de uma terraplenagem de
volumes significativos. O uso de materiais leves, tal qual os geossintéticos (figura
46), é outro facilitador do trabalho em áreas de difícil acesso, conforme trabalho
apresentado na figura 47.
73
de 15º. Os grampos são constituídos por barras de aço CA-50 ∅ 25 mm com
comprimento médio de 12,00 m, correspondente à altura do talude medida no
eixo vertical. O referido dimensionamento pode ser observado na figura 48.
74
Figura 49 – Vista frontal do solo grampeado de face verde
75
7.10. SOLUÇÃO C: COMPLEMENTAÇÃO DA REDE DE DRENAGEM
PLUVIAL
76
Figura 50 – Área de estudo antes dos serviços de Drenagem e Pavimentação
(Google Earth, Maio/2009)
A Rua Major João Junqueira Viana se inicia no ponto mais alto da bacia
que abrange o cone de contribuição e se estende até a crista do talude, sendo a
rua mais extensa deste perímetro, com 297 metros de comprimento. Esta possui
ainda a maior inclinação dentre as ruas citadas, chegando a 22,4% de desnível,
conforme perfil da figura 51. É revestida de pavimento asfáltico nos 160 metros
iniciais e paralelepípedo nos 137 metros finais, o que a impermeabiliza por
completo. A soma desses fatores consiste em altas vazões e velocidades de
escoamento, agravando o processo erosivo do talude.
77
Figura 51 – Perfil de Elevação da Rua Major João Junqueira Viana
78
Seguindo o padrão existente naquela bacia, o autor dimensionou a
complementação da seguinte forma:
79
8. ANÁLISE COMPARATIVA
ANÁLISE COMPARATIVA
3.500.000,00
3.000.000,00
2.500.000,00
CUSTO (R$)
2.000.000,00
1.500.000,00
1.000.000,00
500.000,00
0,00
CUSTO TOTAL (R$)
Cortina Atirantada 2.862.636,57
Solo Grampeado Verde 1.664.398,92
Drenagem Pluvial 333.473,05
80
Tabela 03 – Abordagem ampla de parâmetros
Solo
Cortina Drenagem
PARÂMETROS Grampeado
Atirantada Pluvial
Verde
Custo
Estética
Horizonte de Projeto
Impacto Ambiental
Infraestrutura Urbana
Manutenção
Mobilidade Urbana
Novas Tecnologias
Segurança
Trabalhabilidade
81
Gráfico 02 – Comparação associada de custos
82
9. CONCLUSÃO
83
Por fim, é importante ressaltar que os sistemas associados sugeridos
neste trabalho dependem para sua efetiva instalação, de projetos, variáveis e
cálculos onde sejam definidos: a vazão necessária, a capacidade de descarga,
a declividade, as dimensões dos condutos e o dimensionamento das bacias. Os
projetos e cálculos também devem contemplar a geomorfologia, a inclinação do
talude, o espaço livre disponível, os riscos existentes e as necessidades da
comunidade, que deverão ser observadas e atendidas, ressaltando que estas
variáveis são indissociáveis e devem sempre ser consideradas em conjunto.
84
10. REFERÊNCIAS
85
CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações.
Fundamentos. 6º edição, Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos. Volume
1, 1988a.
SELBY, M.J. Hillslope materials and processes. 2ed. Oxford: Oxford Univ.
Press, 1993.
86
SOLUÇÃO A - EXECUÇÃO DE CORTINA ATIRANTADA
PREÇO
ITEM DESCRIÇÃO UND. QUANT. PREÇO TOTAL CÓDIGO PLANILHA
UNITÁRIO
1.0 - SERVIÇOS PRELIMINARES
LIMPEZA MANUAL DO TERRENO (C/
1.1 m² 5.049,00 R$ 2,71 R$ 13.682,79 72213 SINAPI
RASPAGEM SUPERFICIAL)
REGULARIZAÇÃO EM TALUDE INGREME
1.2 m² 5.049,00 R$ 9,87 R$ 49.833,63 COMPOSIÇÃO
COM UTILIZAÇÃO DE RAPEL
2.0 - DRENAGEM SUPERFICIAL
ESCAVAÇÃO MANUAL DE VALA EM
2.1 MATERIAL DE 1A CATEGORIA ATE 1,5M m³ 140,25 R$ 37,95 R$ 5.322,49 73965/010 SINAPI
EXCL. ESGOTAMENTO/ESCORAMENTO
2.2 REGULARIZAÇÃO DE FUNDO DE VALAS m² 255,00 R$ 3,57 R$ 910,35 5622 SINAPI
CALHA EM MEIO TUBO DE CONCRETO
2.3 m 255,00 R$ 34,86 R$ 8.889,30 83689 SINAPI
SIMPLES, COM D = 30 CM
EXECUCAO DE DRENO FRANCES COM
2.4 m³ 469,20 R$ 86,09 R$ 40.393,43 73883/001 SINAPI
AREIA MEDIA
REATERRO E COMPACTACAO
2.5 MECANICO DE VALA C/COMPACTADOR m³ 26,78 R$ 21,16 R$ 566,66 74015/001 SINAPI
MANUAL TIPO SOQUETE VIBRATÓRIO
3.0 - CONTENÇÃO
ESCAVACAO MANUAL CAMPO ABERTO
3.1 m³ 1.946,35 R$ 31,77 R$ 61.835,54 73904/001 SINAPI
EM SOLO EXCETO ROCHA ATE 2,00M
ATERRO APILOADO MANUAL EM
3.2 m³ 1.769,95 R$ 37,95 R$ 67.169,60 83441 SINAPI
CAMADAS DE 20 CM C/ APROVEITAMT
3.3 HIDROSSEMEADURA m² 3.595,50 R$ 0,83 R$ 2.984,27 5 S 05 102 00 SICRO2
3.4 BIOMANTA EM FIBRA DE COCO m² 3.595,50 R$ 10,50 R$ 37.752,75 COMPOSIÇÃO
PERFURAÇÃO ROTATIVA EM MATERIAL
3.5 m 2.412,00 R$ 139,84 R$ 337.294,08 2 S 04 002 01 SICRO2
DE 1a CATEGORIA
EXECUÇÃO CORTINA ATIRANTADA
3.6 m² 1.495,85 R$ 1.264,86 R$ 1.892.040,83 2 S 05 340 01 SICRO2
CONC. ARMADO FCK=15MPA
EXECUÇÃO TIRANTE PROTENDIDO
3.7 m 2.376,00 R$ 144,29 R$ 342.833,04 2 S 05 900 01 SICRO2
CORTINA ATIRANTADA
TUBO PVC D=3" COM MATERIAL
3.8 m 79,20 R$ 14,24 R$ 1.127,81 83680 SINAPI
DRENANTE PARA DRENO/BARBACA
CUSTO TOTAL DA OBRA R$ 2.862.636,57
87
SOLUÇÃO B - EXECUÇÃO DE SOLO GRAMPEADO COM FACE VERDE
PREÇO
ITEM DESCRIÇÃO UND. QUANT. PREÇO TOTAL CÓDIGO PLANILHA
UNITÁRIO
1.0 - SERVIÇOS PRELIMINARES
LIMPEZA MANUAL DO TERRENO (C/
1.1 m² 5.049,00 R$ 2,71 R$ 13.682,79 72213 SINAPI
RASPAGEM SUPERFICIAL)
REGULARIZAÇÃO EM TALUDE INGREME
1.2 m² 5.049,00 R$ 9,87 R$ 49.833,63 COMPOSIÇÃO
COM UTILIZAÇÃO DE RAPEL
2.0 - DRENAGEM SUPERFICIAL
ESCAVAÇÃO MANUAL DE VALA EM
2.1 MATERIAL DE 1A CATEGORIA ATE 1,5M m³ 140,25 R$ 37,95 R$ 5.322,49 73965/010 SINAPI
EXCL. ESGOTAMENTO/ESCORAMENTO
2.2 REGULARIZAÇÃO DE FUNDO DE VALAS m² 255,00 R$ 3,57 R$ 910,35 5622 SINAPI
CALHA EM MEIO TUBO DE CONCRETO
2.3 m 255,00 R$ 34,86 R$ 8.889,30 83689 SINAPI
SIMPLES, COM D = 30 CM
REATERRO E COMPACTACAO
2.5 MECANICO DE VALA C/COMPACTADOR m³ 80,33 R$ 21,16 R$ 1.699,78 74015/001 SINAPI
MANUAL TIPO SOQUETE VIBRATÓRIO
3.0 - CONTENÇÃO
ESCAVACAO MANUAL CAMPO ABERTO
3.1 m³ 464,80 R$ 31,77 R$ 14.766,70 73904/001 SINAPI
EM SOLO EXCETO ROCHA ATE 2,00M
ATERRO APILOADO MANUAL EM
3.2 m³ 288,40 R$ 37,95 R$ 10.944,78 83441 SINAPI
CAMADAS DE 20 CM C/ APROVEITAMT
3.3 HIDROSSEMEADURA m² 5.049,00 R$ 0,83 R$ 4.190,67 5 S 05 102 00 SICRO2
3.4 BIOMANTA EM FIBRA DE COCO m² 2.523,25 R$ 10,50 R$ 26.494,13 COMPOSIÇÃO
3.5 GEOMANTA REFORÇADA m² 2.525,75 R$ 32,72 R$ 82.642,54 2 S 05 340 01 COMPOSIÇÃO
PERFURAÇÃO ROTATIVA EM MATERIAL
3.6 m 6.672,00 R$ 139,84 R$ 933.012,48 2 S 04 002 01 SICRO2
DE 1a CATEGORIA
EXECUÇÃO DE GRAMPOS COM AÇO CA-
3.7 50 20mm REVESTIDOS COM CALDA DE m 6.672,00 R$ 76,74 R$ 512.009,28 2 S 05 900 01 COMPOSIÇÃO
CIMENTO E FIXADOS EXTERNAMENTE
CUSTO TOTAL DA OBRA R$ 1.664.398,92
88
SOLUÇÃO C - DRENAGEM PLUVIAL NO BAIRRO CASTELO BRANCO
PREÇO
ITEM DESCRIÇÃO UND. QUANT. PREÇO TOTAL CÓDIGO PLANILHA
UNITÁRIO
1.0 DRENAGEM
LOCACAO, NIVELAMENTO E
1.1 m 454,60 R$ 0,99 R$ 450,05 73610 SINAPI
ACOMPANHAMENTO TOPOGRAFICO
ESCAVAÇÃO MECÂNICA DE PIÇARRO
1.2 A) ATÉ 2,00 M m³ 983,44 R$ 2,70 R$ 2.655,28 79480 SINAPI
ESCAVAÇÃO MANUAL DE PIÇARRO
1.3 A) ATÉ 2,00 M m³ 245,86 R$ 37,84 R$ 9.303,32 79479 SINAPI
1.4 ESCORAMENTO EM MADEIRA m² 1939,16 R$ 37,17 R$ 72.078,58 83867 SINAPI
1.5 REGULARIZAÇÃO DE FUNDO DE VALAS m² 745,43 R$ 3,57 R$ 2.661,19 73733 SINAPI
REATERRO DE VALAS C/AREIA FINA
1.6 m³ 1078,67 R$ 62,61 R$ 67.535,22 79482 SINAPI
COMPACTADA HIDRAULICAMENTE
1.7 TRANSPORTE DE MATERIAL (DMT) m³km 13616,24 R$ 1,15 R$ 15.658,67 72881 SINAPI
FORNECIMENTO E ASSENTAMENTO DE
TUBOS DE CONCRETO
A) DIÂMETRO DE 400 MM - CONCRETO
1.8 m 152,00 R$ 108,40 R$ 16.476,80 92219 SINAPI
SIMPLES
FORNECIMENTO E ASSENTAMENTO DE
TUBOS DE CONCRETO
1.9 A) DIÂMETRO DE 600 MM - CA - 2 m 302,60 R$ 178,55 R$ 54.029,23 92221 SINAPI
1.10 B) DIÂMETRO DE 800 MM - CA - 2 m R$ 0,00 26337/002 SINAPI
POÇOS DE VISITA EM CONCRETO
ARMADO PARA TUBOS DE CONCRETO
1.11 A) POÇOS PARA TUBOS DE 600MM un 7,00 R$ 1.843,34 R$ 12.903,38 74124/002 SINAPI
1.12 BOCAS DE LOBO un 19,00 R$ 914,61 R$ 17.377,59 11565/001 SINAPI
DEMOLIÇÃO E REPOSIÇÃO DE
1.13 m² 648,02 R$ 47,72 R$ 30.920,14 COMPOSIÇÃO
REVESTIMENTO ASFÁLTICO EM C.B.U.Q
DEMOLIÇÃO E REPOSIÇÃO DE
1.14 m² 552,01 R$ 39,79 R$ 21.965,77 COMPOSIÇÃO
REVESTIMENTO ASFÁLTICO EM
DESCIDA D'ÁGUA CORTES EM DEGRAUS -
1.15 m 8,00 R$ 221,95 R$ 1.775,60 2 S 04 941 34 SICRO 2
ARM - DCD 04
SARJETA DE CANTEIRO CENTRAL DE
1.16 m 122,00 R$ 54,59 R$ 6.659,98 2 S 04 901 22 SICRO 2
COCNRETO - SCC 04
SINALIZACAO ABERTA S/ILUMINACAO
1.17 P/SEGURANCA TRANSITO m 90,92 R$ 7,79 R$ 708,27 11735/002 SINAPI
VEICULOS/PEDESTRES
SINALIZACAO ABERTA C/ILUMINACAO
1.18 P/SEGURANCA TRANSITO m 30,31 R$ 10,36 R$ 313,98 11735/001 SINAPI
VEICULOS/PEDESTRES
CUSTO TOTAL DA OBRA R$ 333.473,05
89
Anexo 04 – Descida d’água de cortes em degraus – DCD (DNIT)
90
Anexo 05 – Sarjetas de canteiro central de concreto – SCC (DNIT)
91
Anexo 06 – Planta Baixa: Complementação da Drenagem Pluvial
92