Artigo Bodo Von Borries
Artigo Bodo Von Borries
Artigo Bodo Von Borries
RESUMO
A história é um assunto complexo com uma epistemologia complexa, ofe-
recendo múltiplas e frequentes explicações contraditórias para e por que as
coisas são como são hoje. Deve, portanto, ser pensada como “um modelo
de pensamento” e não estritamente como uma narrativa cronológica ou
cânone histórico, especialmente porque cronologias e cânones simplificam
o passado, deixando de fora 99,9% do que aconteceu, particularmente expe-
riências de pessoas comuns. Portanto, o ensino de História deveria construir
competências do pensamento histórico. A história deve ensinar mais a partir
de múltiplas perspectivas e deveria iniciar a partir das necessidades e expe-
riências dos próprios alunos. A partir disso, o currículo poderia ir no sentido
de explorar processos de mudança, eventos específicos de importância
crítica para estudantes e pesquisas metodológicas. Para jovens e crianças,
estudos de caso podem ser usados para constituir eventos mais concretos e
significativos. Já os estudantes mais velhos podem estudar temas históricos
e processos em um nível mais abstrato.
Palavras-chave: pensamento histórico; ensino de História; aprendizagem
histórica.
DOI: 10.1590/0104-4060.45980
1 Texto traduzido por Marcelo Fronza. Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, Mato
Grosso, Brasil. Campus Cuiabá. Av. Fernando Corrêa da Costa, nº 2367. Bairro Boa Esperança.
CEP: 78060-900. E-mail: fronzam34@yahoo.com.br
2 Universidade de Hamburgo. Hamburg, Alemanha. Alsterterrasse 1. 20354. E-mail:
bvborries@aol.com
ABSTRACT
History is a complex subject with a complex epistemology, offering multiple
and often contradictory explanations for and why things are the way they
are today. It should therefore be thought of as “a model of thinking” rather
than a strict chronological narrative or historical canon, especially because
chronologies and canons oversimplify the past, leaving out 99.9% of what
happened, particularly the experiences of common people. Therefore, History
education must build historical thought competence. History must be taught
from multiple perspectives, and should start from children’s own needs and
experiences. From there, the curriculum should go on to explore processes
of change, specific events of critical importance to students, and research
methodologies. For youngsters and children, case studies can be used to make
events more concrete and meaningful. Older students can study historical
themes and processes on a more abstract level.
Keywords: historic thought; teaching of History; historical learning.
A Áustria tem sido uma parte da Alemanha. Mas, então, Napoleão surgiu
e o velho Sacro-Império Romano chegou ao fim. Depois sob Bismarck,
foi colocada a Áustria fora da Alemanha (a “Federação Germânica” de
1815) pela guerra em 1866. Depois da Primeira Guerra Mundial, em
1919, os austríacos tentaram em vão juntar-se à Alemanha novamente,
mas os aliados proibiram. Depois Hitler anexou a Áustria em 1938 e foi
derrotado em 1945, o “staatsvertrag” (tratado de Estado), em 1955, fez
da Áustria um “Estado Nacional” separado – e neste tempo foi aceito –
como de língua germânica. Em 1995 ela entrou na União Europeia, sem
demandar uma linguagem austríaca adicional.
A primeira versão é mais suave e menos teórica (uma “história dos even-
tos”); mas esta é menos “historicamente plausível”, porque omite a essencial
diferença de mentalidades e estruturas anteriores ao século dezenove. Torna-se
possível construir uma terceira história sem muita dificuldade: “No caso alemão
– como em outros, como na Bélgica, Grã-Bretanha e Estados Unidos – ‘lingua-
gem’, ‘Cultura’, ‘Estado’ e ‘Nação’ têm que ser distinguidos cuidadosamente.
Por razões históricas a Áustria é linguisticamente (e culturalmente) alemã e
politicamente (nacionalmente) não alemã.”
. “Mãe, por que minha amiga Mary uma Católica (veste uma saia longa)
e minha amiga Beyhan uma Muçulmana (usa um véu), enquanto eu
sou uma garota protestante (e posso andar quase nua)?”
. “Mr. Muller, por que nunca houve uma presidente mulher dos Estados
Unidos?”
. “Papai, por que meu nome é aquele da minha mãe Carla Neubeauer,
enquanto meus colegas de classe são chamados Kaminsky e Öztürk,
de acordo com os nomes de seus pais?”
. “Papai, por que a maioria dos cidadãos norte-americanos fala inglês
e os cidadãos mexicanos espanhol? Por que o primeiro grupo é mais
rico e o segundo normalmente é pobre?”
. “Mrs. Cohn, por que Hamburgo é um estado separado da Alemanha
e Munique não?”
. “Prof. Wheller, você pode, por favor, me dizer por que a família Flick
possui bilhões de euros e minha família não?”
A história é escrita a partir dos pontos de vista do presente. Isto não pode
ser mal compreendido: Uma boa história não pode ser escrita sem uma séria
tentativa de pensar partindo das possibilidades e mentalidades das pessoas que
viveram no passado. A estrita redução das precondições em que o tempo (sem
conhecimento do desenvolvimento posterior e resultados) é uma condição
sine qua non do insight histórico. Mas isto é somente um passo necessário, o
outro, uma síntese e avaliação do atual ponto de vista é tão importante quanto
(“Metodologicamente o historiador tem que andar em duas pernas, na direita a
história e na esquerda o presente”).
A história é necessariamente e altamente seletiva; 99,99% de todos os
eventos passados, situações e estruturas são esquecidas sem alguma relíquia
preservada. Adicionalmente, 99,99% das informações históricas que estão
bem documentadas tiveram que ser deixadas de lado (ainda no caso de estudos
muito especializados). Mesmo a história completa de um homem durante um
dia, com todas as suas experiências, discursos, ideais e pensamentos, poderia
precisar de um longo livro (e.g., James Joyce’s, Ulysses). Ademais, tamanhas
informações foram possíveis serem preservadas para o futuro (no “estado de
arquivo” da história). Mas a “existência funcional” de parte da história dada
por uma sociedade (“cultura histórica”) é muito menor (o “status de tesouro”
da história). (ASSMANN, 1999).
Quais são as condições especiais e necessárias para nosso tempo na his-
tória? O que são as tendências que alguém tem que conhecer, detalhadamente,
para processos efetivos de orientação em tempos de mudanças e, particularmente,
de novas situações no presente e no futuro?
. “Europeização” e “Deseuropeização” (e.g., estrutura “pós-colonial” e/
ou “neocolonial”);
. Desigualdades econômicas mundiais e poder mundial;
. Integração europeia;
. Emancipação da mulher;
. Crescente expectativa de vida e transformação das relações entre grupos
etários (“acordos geracionais” e “conflitos geracionais”);
. Revolução na comunicação (computador, televisão, internet, celular,
“base do conhecimento social”) e outras supertecnologias;
. Diga-se “globalização” (em harmonia, competição, e conflito);
. Imigração e diversidade (“sociedades multiculturais”);
. Mobilidade física e mental (“flexibilidade”, “aprendizado ao longo da
vida”);
. “Aceleração” de mais desenvolvimentos (“redução do tempo de validade
do conhecimento”);
Ainda: O que é “História Geral?” Esta é a mais decisiva questão. Por muitos
séculos, na longa tradição da historiografia, o critério do poder ou dominação
foi supremo. De fato, esta foi a origem da própria historiografia. Todo o resto da
vida tem sido evidente e enfadonho, portanto, setores mais práticos na sociedade
(e.g., relações sexuais, condições ambientais) foram – falsamente – pensados para
serem estáveis e a-históricos. Hoje, ao contrário, nós geralmente percebemos
como aborrecidos os longos contos sobre determinados governantes ou poderes
dominantes, que foram vistos arbitrariamente durante um longo tempo. Mas,
ainda hoje, muitos alunos e professores não entendem a maior questão: O que
é “História Geral?”. Para eles, a tradição ou identificação política dominante
na história continua sem dúvidas.
No entanto, a vida humana é mais velha e mais original do que o Estado.
Primeiro o homem e a mulher têm que viver, trabalhar, casar, cooperar e criar
seus filhos. Somente depois eles podem organizar e ampliar estados, subjugar
e eliminar outros. Portanto, em minha opinião, “antropologia histórica” é cer-
tamente “História Geral” (este insight não é realmente novidade; ele era bem
conhecido pela escola dos Annales desde 1929). Adicionalmente, a história do
dia a dia pode ser aprendida mais facilmente do que aquela dos estados e guerras.
Crianças já sabem – ao menos particularmente – o viver diário de hoje. Elas
têm um estrelado ponto para trabalhar a partir e para comparações. No caso do
estado, lhes falta essa vantagem, porque elas não conhecem ainda o Estado atual.
As pessoas podem saber um conjunto de datas (reinos, batalhas, tratdos,
invenções, etc.), sem serem aptas para narrar a história de alguma forma. Isto
pode ser visto acontecendo frequentemente, ainda entre estudantes de história
3 A Alemanha tem 16 estados membros que são exclusivamente responsáveis pelo sistema
educacional e pela manutenção de 2 a 4 tipos de escolas e é completamente impossível analisar os
conteúdos canônicos em cerca de 50 comparações curriculares somente de escolas secundárias.
A “Associação de professores de história” publicou um tipo de modelo de “padrões de conteúdos
em história” em 2006 (VERBAND, 2006), mas, de fato, foi oferecida uma lista de “padrões de
conteúdo” sem uma gradação de perfeição (competências) somente. A original “performance de
padrões” (ou padrões metodológicos) não foi aplicada em tópicos canônicos: simplesmente as
socialmente (nacionalmente) interpretações aceitas foram reproduzidas.
sobre Cesar ou Mao (para dizer nada sobre Birmânia ou Benin, história de gê-
nero ou ambiental). Eu poderia facilmente mostrar tais lacunas “catastróficas” e
furos no conhecimento geral de muitos professores alemães famosos. Em outras
palavras: história são dois mundos, um de conteúdo, temas e tópicos; o outro
de ferramentas, habilidades, métodos, teorias. Ambos não são completamente
independentes: há uma ligação entre eles no mundo das noções, conceitos,
estruturas e categorias.
Uma versão romana e púnica comum não pode ser imaginada, somente um
controverso ou dramático debate num tribunal ou em uma etapa.
Mas o que isso significa? Certamente, mentiras são proibidas, mas omis-
sões daqueles “fatos” que são mais importantes para um outro lado ou aspecto
são também inadmissíveis. No mínimo, desde o começo da história científica,
todas as censuras, todas as objeções, todos os comentários críticos têm que ser
considerados e respondidos cuidadosamente. Observações como “eu não estou
interessado neste tipo de fontes primárias” ou “tal atribuição da causalidade
perturbaria minha interpretação de um modo aterrador” não são mais permi-
tidas. Historiadores devem argumentar, têm que trocar argumentos empíricos,
lógicos, teóricos e morais. Portanto, eles têm que estar sempre comprometidos.
De fato, a qualidade da história como “concretude da identidade”
(ASSMANN, 1997, “Identitätskonkretheit”) produz um dilema para o “plura-
lismo” (no mundo ou na sociedade) e para estas “características científicas”.
O que devemos fazer com a diversidade? Se narrações históricas ganham
plausibilidade adicional pela inclusão de outros argumentos e pontos de vista,
por métodos científicos perfeitos, elas estão em perigo de perder sua utilidade
prática e relevância para a orientação cotidiana de pessoas particulares (especí-
ficas) e comunidades. Elas podem perder o poder também para motivar, porque
nelas faltam afirmações para o grupo. As “melhores” histórias podem se revelar
desconfortáveis. (BORRIES, 2004a)4.
O que são comunidades? Certamente, não somente os estados e nações
(mais exatamente os “Estados Nacionais” em “Nações-Estado”). Isto é um
conceito ideológico muito tardio – embora bem-sucedido (ANDERSON, 1983;
GELLNER, 1983; HROCH, 2005), que, contudo, nunca fornece soluções para
muitos dos problemas do mundo. De uma história inteira da historiografia, nós
sabemos que cidades, clãs, famílias, conventos, comunidades religiosas, dinas-
tias, minorias, classes e subcontinentes culturais têm suas próprias histórias e
historiadores. Nós poderíamos, artificialmente, decidir tomar decisões normati-
vas, não em um autoevidente (“natural”) ato. Para dizer a verdade, isto seria uma
decisão muito má, porque isto poderia dar às pessoas mais uma identidade, e não
um par ou um conjunto compatível delas (para diferentes situações e relações).
4 Outro risco ocorre também: é “história” arbitrária, se nós seguirmos o modelo descrito?
É “história” de algum uso, se nós aceitarmos sua complexidade e ambiguidade, como mencionado?
E sobre as limitações e tolerâncias? Nós temos que seguir as célebres palavras de Voltaire, podemos
rejeitar completamente a opinião de um colega, mas defendemos firmemente o direito deste homem
expressar a sua opinião? O caso é muito complicado: A pré-condição é que os oponentes aceitem o
mínimo de “racionalidade”, “não agressão” e “discurso mútuo” com o objetivo de uma “aceitação
parcial”. Se isto não ocorrer, o sistema não trabalha. Este problema precisa ser trabalhado em detalhes.
é um problema sério: “Se todos se sentam em um único barco que pode ser
virado por cada um deles, a história de todos e de todas as relações de parceria
torna-se o destino de todos”.
Não obstante, esta solução é vista como normal nas lições de história em
todo o mundo. Especialmente, o realizar absoluto das perspectivas nacionais é
constituído inconscientemente e imperceptivelmente (se não agrada e esclarece).
Indiscutivelmente e inquestionavelmente, seleções normalmente automáticas
incluem monoperspectividade. Normalmente, a educação de professores é muito
restrita para que sejam conscientes desse automatismo – e os estudantes nunca
aprendem que existem outras versões respeitáveis da história.
Para mim, a decisão é clara. Por 200 anos, a “história” foi a mais poderosa
ferramenta para danificar e utilizar mal as crianças para propostas de “classes
políticas”, para “decisões de minorias”5. Eu rejeitaria fortemente alguma parte
neste trabalho. Entretanto, eu tenho que contribuir para uma alternativa que
eu sei que é muito arriscada e desconfortável. Talvez improvável e impopular.
Talvez a natureza humana – ao menos das pessoas jovens – não é realmente
preparada para manipular a história de uma maneira multiperspectivada, con-
troversa e pluralista.
Deixe-me expressar isso de outra maneira. No passado, a visão da apren-
dizagem histórica foi alterada frequentemente, de acordo com a mudança no
sistema político (ex., na Alemanha em 1870/71, 1918/19, 1945/49, 1968/69,
1989/90). Mas a lógica do comportamento futuro desejado para os jovens não
foi mudada: fornecimento de lealdade para com o poder através de doutrinação,
preparação para sacrificar-se em relação aos outros. Somente alguns sinais de
trânsito são mudados, não o ato em si de trafegar a rodovia. A história seguiu
produzindo “alienação”. Interpretações frequentemente mudadas, o conteúdo
6 Um problema adicional não pode ser esquecido completamente. Houve uma grande mi-
gração da Alemanha do Leste (DDR) para a Alemanha Oeste, principalmente antes de 1968 e desde
1989. Este movimento interno continua e é algumas vezes relacionado também a crises de identidade.
(Certamente, isso é uma tarefa muito dispendiosa, que tem que ser
preparada por anos, etapa por etapa. O processo de análise é um bocado
mais fácil, se os três relatos são claramente escritos em diferentes épocas
ou décadas).
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