120 Questões de Interpretação de Textos
120 Questões de Interpretação de Textos
120 Questões de Interpretação de Textos
Horas de Saudade
(Castro Alves)
...........................................................................
(in HINO DO EQUADOR. POESIAS COMPLETAS, 2 ed. São Paulo: Saraiva 1960, pp. 298-9.)
Vou Retratar a Marília.
.....................................................................
(in MARÍLIA DE DIRCEU E MAIS POESIAS. Lisboa: Sá de Costa, 1982, pp. 17-8.)
1. Comparando o texto do jornalista e poeta seresteiro Orestes Barbosa (musicado por Sílvio Caldas) com o fragmento
do poema de Castro Alves, verificamos que ambos, embora focalizem ambientes sociais diferentes, tratam basicamente
do mesmo tema. Releia os textos em questão e, a seguir, indique:
a) o tema comum a ambos os poemas;
b) um verso ou seqüência de versos de cada poema que façam referência ao tema.
2. A comparação da mulher amada com imagens celestes é tradicional na literatura. A mulher, no romantismo de Castro
Alves, é comparada com uma estrela, ("és como a estrela, que transpondo as sombras, / deixa um rastro de luz no azul
do espaço"); na idealização arcádica de Tomás Antônio Gonzaga, o poeta afirma que, para descrever a beleza de
Marília, são necessárias "as tintas do céu" e nem as auroras nem as estrelas são capazes de imitar ou retratar os olhos
dela. Tomando por base este comentário:
a) explique o caráter inovador de Orestes Barbosa em seu poema;
b) comprove sua explicação com exemplos tomados de "Chão de Estrelas".
3. Já vimos que os poemas de Orestes Barbosa e de Castro Alves apresentam algumas semelhanças genéricas em
níveis temático e métrico. Lendo atentamente ambos os textos, poderemos perceber a ocorrência de outras
semelhanças mais específicas. Compare a segunda estrofe de "Chão de Estrelas" com a terceira estrofe do poema de
Castro Alves e, a seguir, aponte:
a) uma semelhança na caracterização dos ambientes;
b) uma semelhança na caracterização de amadas.
(Luís de Camões)
(in REDONDILHAS - OBRAS COMPLETAS. Rio de Janeiro: Aguilar, 1963, pp. 475-6.)
Nós
(Cesário Verde)
(in O LIVRO DE CESÁRIO VERDE. 9 ed. Lisboa: Editorial Minerva, 1952, p. 122.)
4. Nesta redondilha de Camões e na estrofe do poema "Nós", do realista português Cesário Verde, os poetas exploram
um tema literário bastante comum, presente em obras de poetas de todos os tempos. Trata-se de "o desconcerto do
mundo", quer dizer, a verificação de que os fatos do mundo acontecem às avessas, em desajuste com as exigências
íntimas da vida pessoal. Com base neste comentário, releia os textos e, a seguir, explique que tipo de "desconcerto" é
apontado:
a) por Camões, em seu poema;
b) por Cesário Verde, em sua estrofe.
5. Nos primeiros versos de "Esparsa", Camões demonstra sua consciência sobre o "desconcerto do mundo". Em
decorrência disto, confessa uma mudança de atitude. Releia o poema e, em seguida:
a) explique como se dá essa mudança de atitude;
b) comente o resultado de sua tentativa.
6. (Unesp) Embora seja bastante frutífera a consulta ao dicionário, em muitos casos não temos necessidade de buscar
os significados de certas palavras ou expressões, pois é possível entendê-los no contexto. Com base nesta observação,
releia o trecho de Camilo e, a seguir:
a) Escreva os significados de "bosquejo" e "alvedrio".
b) Cite a frase do segundo parágrafo em que o narrador admite que, por não ter dado o bosquejo de Calisto Elói,
ofereceu ao leitor o ensejo de um entendimento errado do personagem.
Assim que os personagens dos romances começam a ganhar a estima ou aversão de quem lê, vem logo ao
leitor a vontade de compor a fisionomia do personagem plasticamente. Se o narrador lhe dá o bosquejo, a imaginativa do
leitor aperfeiçoa o que sai muito em sombra e confuso no informe debuxo do romancista. Porém, se o descuido ou
propósito deixa ao alvedrio de quem lê imaginar as qualidades corporais de um sujeito importante como Calisto Elói, bem
pode ser que a intuição engenhosa do leitor adivinhe mais depressa e ao certo a figura do homem, que se lhe a
descrevessem com abundância de relevos e rara habilidade no estampá-los na fantasia estranha.
Não devo ater-me à imaginação do leitor neste grave caso. Calisto Elói não é a figura que pensam. Estou a
adivinhar que o enquadraram já em molde grotesco, e lhe deram a idade que costuma autorizar, mormente no congresso
dos legisladores, os desconcertos do espírito, exemplificados pelo deputado por Miranda. Dei azo à falsa apreciação, por
não antecipar o esboço do personagem.
(Castelo Branco, Camilo. A QUEDA DUM ANJO in Obra Seleta - I. Rio de Janeiro: Aguillar, 1960, p.807.)
7. Não são poucos os casos em que, no interior do próprio romance, os autores revelam preocupação quanto à recepção
de seus textos. Há aqueles que explicitam esta preocupação como pretexto literário, irônico, como é o caso de Camilo
Castelo Branco. No trecho em pauta, o narrador revela ter opinião definida sobre as reações do leitor frente a Calisto
Elói, o protagonista de "A queda dum Anjo". Releia o fragmento que lhe apresentamos e, a seguir, responda:
a) De acordo com o narrador, o leitor é um ser ativo ou passivo na recepção de um romance? Cite um trecho que
justifique sua resposta.
b) De acordo com o narrador, que imagem o leitor fizera de Calisto Elói, positiva ou negativa? Cite um trecho que
justifique sua resposta.
8. Considerando-se que o último verso da cantiga caracteriza um diálogo entre personagens; considerando-se que a
palavra "abutre" grafava-se "avuytor", em português arcaico; e considerando-se que, de acordo com a tradição popular
da época, era possível fazer previsões e descobrir o que está oculto, comendo carne de abutre, mediante estas três
considerações:
a) Identifique o personagem que se expressa em discurso direto, no último verso do poema;
b) Interprete o significado do último verso, no contexto do poema.
(in O PRIMA BASÍLIO - OBRAS COMPLETAS - I. Porto: Lello & Irmãos, s/d, p.1150.)
9. Embora faça referência a três personagens, o narrador menciona nominalmente apenas Jorge e Luísa. Releia o texto
e, a seguir:
a) aponte duas palavras por meio das quais, de modo explícito ou velado, o narrador se refere ao personagem Basílio;
b) explique o que representa, do ponto de vista de Jorge, a omissão do nome de Basílio.
a) No texto acima, a gordura pode ser entendida também como uma qualidade nutricional? Justifique sua resposta,
transcrevendo do texto a expressão mais pertinente.
b) As qualidades nutricionais de um produto, segundo o texto, sempre fazem bem à saúde? Justifique sua resposta.
JOÃO GRILO: - No dia em que chegou o motor novo do major Antônio Morais o senhor não benzeu?
PADRE: - Motor é diferente, é uma coisa que todo mundo benze. Cachorro é que eu nunca ouvi falar.
PADRE: - É, mas quem vai ficar engraçado sou eu, benzendo o cachorro. Benzer motor é fácil, todo mundo faz isso,
mas benzer cachorro?
JOÃO GRILO: - É, Chicó, o padre tem razão. Quem vai ficar engraçado é ele e uma coisa é benzer motor do major
Antônio Morais e outra benzer o cachorro do major Antônio Morais.
JOÃO GRILO: - Eu disse que uma coisa era o motor e outra o cachorro do major Antônio Morais.
JOÃO GRILO: - É. Eu não queria vir, com medo de que o senhor se zangasse, mas o major é rico e poderoso e eu
trabalho na mina dele. Com medo de perder meu emprego, fui forçado a obedecer, mas disse o Chicó: o padre vai se
zangar.
PADRE: - (desfazendo-se em sorrisos) Zangar nada, João! Quem é um ministro de Deus para ter direitos de se zangar?
Falei por falar, mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro!
PADRE: - Nem eu. Não vejo mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus.
(in Suassuna, Ariano - TEATRO MODERNO - AUTO DA COMPADECIDA. 8 ed., Rio: Agir-Instituto Nacional do
Livro, 1971, pp. 32-34.)
A espontaneidade dos diálogos, a força poética de seu texto e a capacidade de exprimir o espírito popular de
nossa gente fazem com que o escritor Ariano Suassuna (1927) seja reconhecido como um dos principais autores
brasileiros contemporâneos. Diz o crítico Sábato Magaldi que a religiosidade de Ariano "pode espantar aos cultores de
um catolicismo acomodatício, mas responde às exigências daqueles que se conduzem por uma fé verdadeira".
12. (Unicamp) A história transcrita a seguir contrasta dois mundos, dois estados de coisas: o dia-a-dia cansativo do
carregador e a situação imaginária em que ele se torna presidente da República:
Dois carregadores estão conversando e um diz:
"Se eu fosse presidente da República, eu só acordava lá pelo meio-dia, depois ia almoçar lá pelas três, quatro
horas. Só então é que eu ia fazer o primeiro carreto"
O carregador não consegue passar para o mundo imaginário, e acaba misturando-o de maneira surpreendente com o
mundo real.
a) Qual é a construção gramatical usada nessa história para dar acesso ao mundo das fantasias do carregador?
b) Que situação do mundo real ele transfere para o mundo irreal de suas fantasias?
c) Por que isso é engraçado?
13. (Unicamp) A coluna "Painel" do jornal "Folha de S. Paulo" publicou a seguinte nota:
LITERALMENTE
Desde a divulgação da pesquisa Data-Folha mostrando que 79% não sabem que Fernando Henrique é o novo ministro
da Fazenda, seus adversários no Congresso criaram um novo apelido para ele: "Ilustre desconhecido."
("Folha de S. Paulo", 31.05.93 )
a) Quais os sentidos da expressão "Ilustre desconhecido" quando usada habitualmente em relação a alguém, e como
apelido de Fernando Henrique Cardoso?
b) Uma dessas duas interpretações de "Ilustre desconhecido", resulta num paradoxo*. Diga qual é essa interpretação e
justifique.
c) O título "Literalmente" é adequado à nota? Por quê?
(*paradoxo = contra-senso, contradição )
14. (Unicamp) O "Jornal do Automóvel", um dos cadernos do Diário do Povo, de Campinas, em sua edição de 8/8/93,
trazia a seguinte notícia:
"Que flagra! O J.A. descobriu os primeiros veículos importados da Ford em Campinas. São eles três mini-van
Explorer, que deverão ser lançados no Brasil até o final deste mês."
O Jornal do Automóvel flagrou nesta semana a chegada dos primeiros veículos importados da Ford para o Brasil e que
serão vendidos em Campinas pela Forbrasa.
Foram três mini-van Explorer que deverão ser lançados oficialmente pela Ford do Brasil até o final deste mês. A data
ainda não foi divulgada mas o lançamento será simultâneo em todo o país em 16 concessionárias autorizadas. A
Explorer é apenas o primeiro modelo de passeio que a Ford traz para o Brasil depois da liberação da importação de
veículos (...)
Como a Ford ainda não promoveu o lançamento nacional dos veículos, os que vieram para Campinas estão sendo
guardados na loja da Forbrasa (...) Quem passa pelo lado de fora não enxerga os automóveis, mas é visível a mudança
que a loja está sofrendo para abrigar a nova loja e assistência técnica especializada.
"os primeiros três carros importados pela Ford - três mini-vans Explorer - vieram para Campinas: com eles a Ford fará
em Campinas o lançamento nacional dos importados Ford".
15. (Unicamp) Em uma de suas colunas, o ombudsman do jornal "Folha de S. Paulo" reproduziu um trecho de uma
notícia do "Jornal do Brasil" e fez uma crítica ao título da mesma notícia. O título da notícia do "Jornal do Brasil" era:
a) Como o ombudsman da "Folha" leu a manchete do "JB", para achar que ela diz o óbvio?
b) Qual a leitura da manchete que deve ser feita, com base no texto que a segue?
c) Porque a manchete do "JB" permite essas duas leituras?
16. (Unicamp) Em duas passagens do texto a seguir, o articulista transmitiu informações objetivamente diferentes das
que pretende transmitir.
O que incomoda a população (...) é o piolho da cabeça, que se hospeda geralmente em crianças em idade pré-
escolar. Não se sabe ao certo o porquê da maior incidência em crianças, mas se acredita que seja provavelmente pelo
contato mais íntimo entre elas. Afinal, só podem ocorrer infestações se a criança entrar em contato com outra,
desmitificando assim que o piolho voa ou que o uso comum de pentes e escovas pode ser transmitido.
Outro mito (...) é a transmissão do piolho animal para o ser humano. "Isto não existe porque cada espécie tem
seu piolho e se o parasita picar outra espécie que não seja a sua, morre"(...).
("Gazeta de Barão", Campinas, agosto de 1993).
a) Nesse poema, opõem-se o movimento desenfreado para a frente e o refreamento. Identifique um verso em que esses
dois temas se encontrem reunidos.
b) Identifique dois recursos formais que expressam, reforçando-a, a idéia de refreamento, parada.
c) Explique por que o pensamento nesse poema, é comparado a um "cavalo alucinado". Com base nisso, identifique o
"abismo" à beira do qual o pensamento pára e se demora.
Maria Diamba
1 Para não apanhar mais
2 falou que sabia fazer bolos:
3 virou cozinha.
4 Foi outras coisas para que tinha jeito.
5 Não falou mais:
6 Viram que sabia fazer tudo,
7 até molecas para a Casa-Grande.
8 Depois falou só,
9 só diante da ventania
10 que vinha do Sudão;
11 falou que queria fugir
12 dos senhores e das judiarias deste mundo
13 para o sumidouro.
(Jorge de Lima, "Poemas Negros")
a) Descreva a personagem a que se refere o poema. Cite algumas passagens do poema que justifiquem sua resposta.
b) O poema narra a história desta personagem. Que palavra(s) marca(m) no poema a evolução desta história?
c) Os versos 8 e 10 apresentam duas novas atitudes da personagem diante de si e da história. Identifique-as.
20. (Unicamp) Leia o seguinte trecho, extraído do prólogo do livro A CONFISSÃO DE LÚCIO:
"Cumpridos dez anos de prisão por um crime que não pratiquei e do qual, entanto, nunca me defendi, (...) eu
venho fazer enfim minha confissão: isto é, demonstrar a minha inocência."
a) A afirmação de Lúcio, segundo a qual fará a confissão que comprova a sua inocência no assassinato de Ricardo de
Loureiro, aproxima a sua narrativa de um tipo de novela, ou romance, bastante popular já no começo do século e que
conserva ainda hoje a popularidade. Que tipo de narrativa é essa?
b) O que o leitor espera saber, ao terminar de ler um romance desse tipo?
c) A confissão feita por Lúcio corresponde a essa expectativa do leitor? Justifique a sua resposta.
22. Segundo o espírito do texto, pode-se dizer também que, no Brasil, só não há melhor distribuição de renda:
a) por falta de uma política econômica melhor dirigida;
b) porque não é do interesse das elites, nem têm elas possibilidades de favorecer essa distribuição;
c) porque as elites estão sempre com um pé atrás, desconfiadas do poder público;
d) porque os recursos acumulados, embora suficientes, são manipulados pelas elites;
e) porque, se assim fosse feito, as elites reagiriam ao processo de seu empobrecimento.
Hino Nacional
Carlos Drummond de Andrade
25. a) Geograficamente se denomina uma região com a água dos rios no meio (v.3) de 'mesopotâmica'.
b) 'E nossas virtudes?' (v.24) não tem sentido de indagação apenas.
c) Quando o Autor afirma 'Precisamos adorar' (v.26), ele não quer dizer que não o fazemos, só que o fazemos
erradamente; isto se comprova com a afirmação 'terríveis carinhos'.
d) A proposta de educação para o Brasil (segunda estrofe) traz desnacionalização.
e) A Nação rejeita seus componentes (última estrofe).
26. a) Não são propriamente as japonesas (v.15) que são reticentes e sim o julgamento que sobre elas se faz.
b) O poema não parece confirmar a lenda das amazonas (v.25).
c) A carência brasileira não é só de bem-estar físico.
d) Nesse Hino os versos são brancos.
e) Através de 'Precisamos' (no início de quase todas as estrofes) são introduzidos verbos que, no decorrer do poema,
vão num crescendo cujo clímax está na estrofe final.
27. a) Esse hino não tem o tom épico do Hino Nacional brasileiro.
b) Nesse hino predomina a função conativa (ou imperativa), ele é normativo.
c) O hino de Drummond é tão ufanista quanto o Hino Nacional brasileiro.
d) Diferentemente do Hino Nacional brasileiro, este não tem estribilho.
e) O ritmo também marca distância entre o Hino Nacional do Brasil e o de Drummond.
28. No fragmento anterior, Carlos Drummond de Andrade constrói, poeticamente, a aurora. O que permite visualizar este
momento do dia corresponde:
a) a objetos confusos e mal redimidos da noite.
b) à garrafa estilhaçada e ao ladrilho sereno.
c) à aproximação suave de dois corpos.
d) ao enlace amoroso de duas cores.
e) ao fluir espesso do sangue sobre o ladrilho.
31. O terceiro período ("Para entender esses... da Terra aos planetas.") representa, no texto,
a) o principal argumento de Ptolomeu.
b) o pressuposto da teoria de Ptolomeu.
c) a base para as teorias posteriores à de Ptolomeu.
d) a hipótese suficiente para Ptolomeu retomar as teorias anteriores.
e) o fundamento para o desmentido da teoria de Ptolomeu.
32. Expressões que, no texto, denunciam subjetividade na apresentação dos fatos são:
a) parece também estar imóvel - dá argumentos - é necessário lembrar.
b) é necessário lembrar - imaginava-se - suponhamos.
c) imaginava-se - esteja - deve abranger.
d) tentar mostrar - suponhamos - parece realmente ocorrer.
e) parece realmente ocorrer - é possível contemplar - não se move.
34. No texto, ao afirmar "então cogitei se não haveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos", a
personagem:
a) expressa a intenção de divulgar seus conhecimentos, aproximando-se dos outros homens.
b) procura convencer o leitor a poupar esforços na busca do conhecimento.
c) demonstra que a virtude e o saber exigem muito trabalho dos homens.
d) resume o conceito da doutrina salvadora, desenvolvida no parágrafo.
e) exprime a idéia de que a admiração dos outros é mais importante do que o conhecimento em si.
1 A noite de ontem, ostentando uma cenografia muito lúgubre, nos deu a impressão de que a Justiça, na Paraíba
do Norte, havia aberto falência.
2 Afigurou-se-nos, então, que nosso aerópago forense, tornar-se-ia d'ora em diante um núcleo tristíssimo de
bacharéis escaveirados com a faculdade prosódica obstruída por uma alalia incurável, arrastando desconsoladamente
pela sala das audiências as fósseis togas hipotecadas.
3 O largo da Catedral de N. S. das Neves, oferecia sem nenhum exagero, uma perspectiva inteiramente
desalentadora.
4 A iluminação elétrica, de um efeito intensivo péssimo, iluminava com reflexos mortiços toda aquela decadência
sintomática que bem equivalia à justiça mundial agonizante, festejando com alguns círios e com o Cinema Halley a
véspera de sua desintegração absoluta.
5 Pouquíssimos circunstantes.
6 Alguns, exibindo hiatos de desilusão mal contida, regressavam aos lares, com o atabalhoamento nervoso e a
diminuição concomitante da verticalidade dorsal de quem está sendo vaiado publicamente (...)
7 Ah! Certamente, a noite da Justiça, com sua treva e os "films" magríssimos de seu cinema plebeu, foi apenas o
prelúdio incoerente e mal definido dos deslumbramentos futuros que as outras noites hão de trazer, como uma
compensação muito carinhosa, ao nosso espírito decepcionado.
36. No 6¡. parágrafo do texto, percebe-se a degradação física e moral dos bacharéis, que é motivada por:
a) problemas físicos que atacam os nervos.
b) desilusão amorosa contida.
c) decepção profissional sofrida.
d) sacrifício da volta ao lar.
e) arqueamento da coluna pelo excesso de trabalho.
38. No trecho "à persistência de segmentos que dela teriam ficado imunes.", a expressão "teriam ficado" exprime:
a) o desejo de que esse fato não tenha ocorrido.
b) a certeza de que a imunidade à modernização é própria de estabelecimentos agrícolas marginalizados.
c) a hipótese de que esse fato tenha ocorrido.
d) a certeza de que esse fato realmente não ocorreu.
e) a possibilidade de a imunidade à modernização ser decorrente da persistência de certos segmentos.
39. O texto veicula uma perplexidade diante da constatação de que a descaracterização da sociedade brasileira se deve,
principalmente, a:
a) crimes individuais.
b) urbanização maciça.
c) morticínio cruel.
d) medo generalizado.
e) empresários gananciosos.
41. "A onda não é o simples homicídio, é o massacre". (2¡. parágrafo) Depreende-se, do período anterior, uma idéia de:
a) explicação.
b) conclusão.
c) conseqüência.
d) adição.
e) oposição.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fei) "A frase 'Leve-me para cima, Scotty' pode ter ajudado a fixar a série 'Jornada nas Estrelas' na cabeça de toda
uma geração, mas o teletransporte do qual o seriado serviu como arauto nunca foi levado a sério. Aquilo que era uma
brincadeira, porém, já deixou de ser simples fantasia. Seis físicos descobriram como teletransportar matéria à
velocidade da luz.
Num trabalho que será publicado no periódico 'Physical Review Letters', intitulado 'Teletransportando um estado
quântico desconhecido por canais dual clássico e de Einstein-Podolsky-Rosen', Charles Bennett, da IBM em Nova York,
e seus colegas descrevem um método de teletransporte de partículas de um lugar para outro. Bennett afirma que a
teoria é válida, que parte dos equipamentos para realizar o teletransporte já existe e é provável que o resto possa ser
desenvolvido.
O grande problema do teletransporte sempre foi o princípio da incerteza de Heisenberg, que afirma ser
impossível medir exatamente todas as propriedades de uma partícula subatômica. Por isso sempre pareceu impossível
recriar uma cópia exata de uma partícula em outro lugar."
(William Bown, OESP, 23.05.93)
Lima Barreto
46. O trecho acima pertence ao romance O TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, de Lima Barreto. Da
personagem que dá título ao romance, podemos afirmar que:
a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras.
b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.
c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte justamente pelos valores que
defendia.
d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.
Texto lI
Pátria Minha
50. No texto I, o autor fala da Pátria como se fosse a nossa mãe; daí, Mátria. No texto II, o poeta tem uma visão distinta
dessa.
Assinale a opção que NÃO evidencia a forma pela qual a Pátria é enfocada no texto II.
a) "uma criança dormindo / É minha pátria". (v. 2-3)
b) "Vontade de beijar os olhos de minha pátria / De niná-la". (v. 11-12)
c) "Que vontade me vem de adormecer-me / Entre teus doces montes". (v. 24-25)
d) "Teu nome é Pátria amada, é patriazinha". (v. 28)
e) "Vives em mim como uma filha, que és". (v. 30)
51. Tendo em vista os textos I e lI, numere os parênteses a seguir de acordo com a seguinte convenção.
A seqüência correta é:
a) 1 - 2 - 1 - 2 - 1
b) 1 - 2 - 2 - 1- 1
c) 1 - 1 - 1 - 2 - 2
d) 2 - 2 - 1 - 1 - 1
e) 2 - 1 - 2 - 1 - 2
O melhor momento do futebol para um tático é o minuto de silêncio. É quando os times ficam perfilados, cada
jogador com as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que lhes foi designado no esquema - e parados. Então o
tático pode olhar o campo como se fosse um quadro negro e pensar no futebol como alguma coisa lógica e diagramável.
Mas aí começa o jogo e tudo desanda. Os jogadores se movimentam e o futebol passa a ser regido pelo imponderável,
esse inimigo mortal de qualquer estrategista. O futebol brasileiro já teve grandes estrategistas cruelmente traídos pela
dinâmica do jogo. O Tim, por exemplo. Tático exemplar, planejava todo o jogo numa mesa de botão. Da entrada em
campo até a troca de camisetas, incluindo o minuto de silêncio. Foi um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma
reputação no campo à altura de sua reputação no vestiário. Falava um jogo e o time jogava outro. O problema do Tim,
diziam todos, era que seus botões eram mais inteligentes do que seus jogadores.
(L. F. Veríssimo, "O Estado de São Paulo", 23/08/93)
54. Assinale a opção que classifica corretamente cada uma das afirmações acerca do texto I como VERDADEIRA (V) ou
FALSA (F).
A seqüência correta é:
a) V - V - V - F
b) V - V - F - F
c) V - V - F - V
d) F - V - V - F
e) F - F - F - V
55. Assinale a idéia que NÃO está contida no conceito de Pátria no texto I:
a) Delimitação de terras geográficas limítrofes.
b) Todo o contingente humano que vive em seu solo.
c) A cultura e a história representadas por costumes, hábitos e tradições.
d) É o povo com sua história política, ideológica e religiosa.
e) É o Estado com suas instituições que correspondem fielmente à noção de Pátria.
56. Da última frase do texto, depreende-se que, para um brasileiro, "ser Pátria" só NÃO implica um sentimento de:
a) solidariedade.
b) amparo.
c) subserviência.
d) doação.
e) acolhimento.
O senhor nem pode imaginar o quanto eu e a minha família ficamos agradecidos. A gente imaginava que o
senhor nem ia se lembrar de nós, quando saiu a nomeação do Otavinho meu filho. Ele agora está se sentindo outro. Só
fala no senhor, diz que na próxima campanha vai trabalhar ainda mais para o senhor. No primeiro dia de serviço ele
queria ir na repartição com a camiseta da campanha mas eu não deixei, não ia ficar bem, apesar que eu acho que o
Otavinho tem muita capacidade e merecia o emprego. Pode mandar puxar por ele que ele dá conta, é trabalhador,
responsável, dedicado, a educação que ele recebeu de mim e da mãe foi sempre no caminho do bem.
Faço questão que na próxima eleição o senhor mande mais material que eu procuro todos os amigos e os
conhecidos. O Brasil precisa de gente como o senhor, homens de reputação despojada, com quem a gente pode contar.
Meu vizinho Otacílio, a mulher, os parentes todos também votaram no senhor. Ele tem vergonha, mas eu peço por ele,
que ele merece: ele tem uma sobrinha, Maria Lúcia Capistrano do Amara, que é professora em Capão da Serra e é
muito adoentada, mas o serviço de saúde não quer dar aposentadoria. Posso lhe garantir que a moça está mesmo sem
condições, passa a maior parte do tempo com dores no peito e na coluna que nenhum médico sabe o que é. Eu disse
que ia falar com o senhor, meu caro deputado, não prometi nada, mas o Otavinho e a mulher tem esperanças que o
senhor vai dar um jeitinho. É gente muito boa e amiga, o senhor não vai se arrepender.
Mais uma vez obrigado por tudo, Deus lhe pague. O Otavinho manda um abraço para o senhor. Aqui vai o nosso
abraço também. O senhor pode contar sempre com a gente.
Miroel Ferreira (Miré)
58. O argumento de ordem prática de que se vale o autor da carta para obter do destinatário o favor solicitado está na
frase:
a) "nenhum médico sabe o que é".
b) "a gente imaginava que o senhor nem ia se lembrar de nós".
c) "o Brasil precisa de gente como o senhor".
d) "é gente muito boa e amiga".
e) "meu vizinho Otacílio, a mulher, os parentes todos também votaram no senhor".
59. A convicção manifestada pelo autor da carta na frase "o Brasil precisa de gente como o senhor", na qual é valorizada
a defesa das causas coletivas, vem desmentida por esta outra frase:
a) "O senhor vai dar um jeitinho".
b) "O senhor pode contar sempre com a gente".
c) "A educação que ele recebeu de mim e da mãe foi sempre no caminho do bem".
d) "É trabalhador, responsável, dedicado".
e) "Homens de reputação despojada, com quem a gente pode contar".
60. Em relação à frase "O Brasil precisa de gente como o senhor, homens de reputação despojada, com quem a gente
pode contar", a única afirmação correta é:
a) A expressão "homens de reputação despojada" funciona como aposto de um sujeito.
b) As duas ocorrências de GENTE referem-se ao mesmo segmento humano.
c) O termo BRASIL é equivalente a TERRITÓRIO NACIONAL.
d) A regência do verbo CONTAR não foi respeitada.
e) O adjetivo DESPOJADA está empregado inadequadamente.
I. "O Brasil precisa de gente como o senhor (...) com quem a gente pode contar".
II. "Meu vizinho Otacílio, a mulher, os parentes, todos também votaram no senhor".
III. "Ele tem vergonha, mas eu peço por ele".
As relações lógicas que o autor da carta pretendeu estabelecer entre as frases anteriores estão explicitadas em:
a) I decorre de II, tendo ambas como pressuposto o que está em III.
b) I tem como conseqüência III, já que é verdade o que se diz em II.
c) II é efeito de III, já que é verdade o que se diz em I.
d) III é efeito de II, independentemente de I.
e) III é causa de II, independentemente de I.
62. Considerando-se expressões como "no caminho do bem", "trabalhador, responsável, dedicado" e "o Brasil precisa de
gente como o senhor", pode-se afirmar que o remetente empregou na carta
a) figuras de linguagem com alguma originalidade.
b) termos concretizantes e precisos.
c) linguagem enraizada em vivências muito pessoais.
d) lugares-comuns pouco definidores.
e) fórmulas retóricas da linguagem afetiva.
63. Expressões como "eu não deixei, não ia ficar bem", "ele tem vergonha, mas eu peço por ele", revelam
a) a consciência do autor da carta de que a todo direito corresponde uma obrigação.
b) certa consciência do caráter antiético do clientelismo.
c) convicções de um eleitor que cumpriu seu dever.
d) respeito à norma liberal da igualdade de direitos.
e) humildade de conduta e observância das normas éticas.
64. Escolha a alternativa que explica melhor o que se está passando com a personagem-narrador, Paulo Honório.
a) Abandonado há pouco pela amada, encontra-se numa fase transitória de solidão.
b) Preocupado em compreender o que se passou, busca recompor a imagem difusa da amada.
c) Trata-se simplesmente de um sadomasoquista a escarafunchar sentimentos idos e vividos.
d) Percebe-se a existência de um homem de extrema sensibilidade, esmagado por um golpe da fatalidade.
e) Entre ele e a amada havia tal quantidade de problemas que a convivência se tornou impossível.
65. A leitura do texto mostra uma interpenetração de pessoas, fatos objetos e atos que se misturam, enquanto revelam
uma escrita dificultosa na apreensão de uma realidade difusa. Dentre as respostas a seguir, qual seria a mais adequada
para dar conta dessa aparência de caos?
a) Visando ao refinamento da escrita, o romancista embaralha intencionalmente os acontecimentos.
b) Trata-se de técnica modernista, empregada para traduzir confusão e embaralhamento.
c) A dificuldade decorre da natureza do assunto e do estado psicológico do narrador.
d) A interpretação é provocada pela complexidade do assunto e distanciamento dos fatos.
e) Homem rude e agreste, afeito ao trabalho bruto, o narrador não é capaz de ordenar acontecimentos.
66. Escolha a alternativa que retrata melhor, à luz do texto e do próprio romance, o sentido da expressão "sou forçado",
presente no 2¡. parágrafo.
a) É uma obrigação moral de reparar erro cometido no passado.
b) Há uma imposição externa que obriga o narrador a revelar seu drama.
c) Existe uma vontade de autopunir-se para livrar se do remorso pelo mal cometido.
d) O narrador tem necessidade de escrever para provar sua capacidade.
e) Trata-se de um impulso interior, que leva o narrador a escrever para autoconhecer-se.
67. "Agitam-se em mim sentimentos inconciliáveis: encolerizo-me e enterneço-me: bato na mesa e tenho vontade de
chorar."
Momento central do texto em questão, ajuda a compreender a personalidade e Paulo Honório, personagem-narrador do
romance. Podemos dizer que se trata de:
a) personagem fraca, abatida pelas circunstâncias.
b) personalidade rica de humanidade, que se perturba diante da adversidade.
c) personalidade complexa, perturbada diante dos acontecimentos.
d) homem forte, revoltado contra tudo e contra todos.
e) homem sentimental e lírico, incapaz de conciliar os próprios sentimentos.
68. "A voz dela me chega aos ouvidos. Não, não é aos ouvidos. Também já não a vejo com os olhos."
70. A frase "O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se, ou restituir-se, por sua própria força, contanto que o
faça logo". poderá ser corretamente substituída, SEM que haja alteração das relações lógicas, por:
a) Assim que o fez, o possuidor turbado, ou esbulhado, pode manter-se, ou restituir-se, por sua própria força.
b) Podendo manter-se, ou restituir-se, por sua própria força, o possuidor turbado, ou esbulhado, fá-lo-á logo.
c) Fazendo-o logo, o possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se, ou restituir-se, por sua própria força.
d) O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se, ou restituir-se, por sua própria força, mesmo que o faça logo.
e) O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá, manter-se, ou restituir-se, por sua própria força, antes que o façam.
Esta quadrinha é a epígrafe do conto Sarapalha. Ela aponta para o clímax da estória que se dá por ocasião:
a) da eleição de seu Major Vilhena: tiroteio com três mortes.
b) da confissão de Argemiro e sua expulsão da casa de Ribeiro.
c) do casamento de Luísa com o boiadeiro e despedida dos primos.
d) da morte do boiadeiro, que Argemiro mata em respeito ao primo.
e) da declaração de Ribeiro e ruptura deste com o boiadeiro.
Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a língua, para ele, era um código aberto,
a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso popular.
b) a ser enriquecido pela criação de gírias.
c) pronto para incorporar estrangeirismos.
d) que se amplia graças à tradução de termos científicos.
e) a ser enriquecido com contribuições pessoais.
78. Em "A crença de que ESSES dois objetivos podem existir paralelamente é, devido ao estágio primitivo de nosso
conhecimento científico, uma questão de fé", o autor empregou a palavra em destaque porque
a) é uma indicação da distância espacial entre o escritor e o leitor.
b) é uma indicação da proximidade temporal entre o escritor e o leitor.
c) é uma indicação da distância temporal entre o escritor e o leitor.
d) é uma referência coesiva a elementos da frase posterior.
e) é uma referência coesiva a elementos da frase anterior.
81. (Ita) As três afirmações a seguir podem estar corretas ou incorretas. Após ler atentamente o texto e as afirmações
propostas, assinale a alternativa certa.
I- O texto é uma reflexão sobre o homem, a vida e o mundo, vistos com sentimento de comiseração e prazer.
II- Não obstante banal, o episódio no texto encerra alto valor simbólico: simboliza o jogo de interesses, a luta pela vida e
a naturalidade com que é encarada a vitória do mais forte.
III- Segundo as personagens, a luta do homem pela sobrevivência, comparada com a briga dos cães, complica-se
principalmente por razões de ordem natural.
- Lutar. Podes escachá-los ou não; o essencial¢ é que lutes. Vida é luta. Vida SEM LUTA£ é um mar morto no
centro do organismo universal.
DAÍ A POUCO demos COM UMA BRIGA de cães¤; fato que AOS OLHOS DE UM HOMEM VULGAR não teria
valor. Quincas Borba fez-me parar e observar os cães. Eram dois. Notou que ao pé deles¥ estava um osso, MOTIVO DA
GUERRA, e não deixou de chamar a minha atenção para a circunstância de que o osso não tinha carne. Um simples
osso nu. Os cães mordiam-se¢, rosnavam, COM O FUROR NOS OLHOS... Quincas Borba meteu a bengala DEBAIXO
DO¦ BRAÇO, e parecia EM ÊXTASE.
- Que belo que isto é! dizia ele de quando em quando.
Quis arrancá-lo dali, mas não pude; ele estava arraigado AO CHÃO, e só continuou A ANDAR, quando a briga
cessou£ INTEIRAMENTE, e um dos cães, MORDIDO e vencido, foi levar a sua fome A OUTRA PARTE. Notei que ficara
sinceramente ALEGRE, posto§ contivesse a ALEGRIA, segundo convinha a um grande filósofo. Fez-me observar a
beleza do espetáculo, relembrou o objeto da luta, concluiu que os cães tinham fome; mas a privação do alimento era
nada para os efeitos gerais da filosofia. Nem deixou de recordar que em algumas partes do globo o espetáculo é mais
grandioso: as criaturas humanas é que disputam¤ aos cães os ossos e outros manjares menos APETECÍVEIS; luta que
se complica muito, porque entra em ação a inteligência do homem, com todo o acúmulo de sagacidade que lhe deram os
séculos etc.
82. As três afirmações a seguir podem estar corretas ou incorretas. Após ler atentamente o texto e as afirmações
propostas, assinale a alternativa certa.
I- Evidencia-se no texto que qualquer fato, por mais insignificante que seja, possibilita prazer estético ao homem dotado
de alguma sensibilidade e percepção.
II- Dado o tipo de reação que a cena desperta na personagem principal, predomina no texto o sentimentalismo e o
otimismo.
III- Segundo Quincas Borba, o mais importante de uma cena, mesmo que banal, são as reações de prazer, alegria e
arrebatamento que ela pode provocar nas pessoas.
84. Observe que o verso final do fragmento expressa uma conclusão. Em quais dos itens a oração em maiúsculo
apresenta a mesma idéia conclusiva?
5. "... DEVO PEDIR, POIS, À CIÊNCIA, que me explique o que é a vida ..."
(Émile Zola)
1. A língua usada nas instituições econômicas internacionais é muito complicada. Nem os economistas entendem e os
jornalistas consultam dicionários para poder entendê-la.
2. O grego é a língua falada nas instituições econômicas como o FMI e o BIRD. Os economistas entendem porque falam
bem o grego, mas os jornalistas necessitam de dicionários para entender.
3. A linguagem dos economistas do FMI e do BIRD é tão rebuscada, que parece grego. Os termos não são entendidos
nem pelos jornalistas especializados.
4. Os economistas do FMI e do BIRD fingem ser fluentes no jargão utilizado nas instituições, mas freqüentemente não
sabem pronunciar os termos utilizados. Além disso, um dicionário com versões em inglês, francês e espanhol é sempre
consultado por jornalistas que, no entanto, fingem dominar o texto.
5. Nem os jornalistas especializados entendem o jargão econômico usado no FMI e no BIRD, necessitando do auxílio de
dicionários. Os economistas pronunciam mal os termos e, embora se diga com ironia que este jargão parece grego para
o usuário comum, os próprios gregos não conseguem entendê-lo.
86. Assinale a estrofe do texto onde se evidencia a comunhão do coletivo com o individual:
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
87. Neste poema é possível reconhecer que uma dialética amorosa trabalha a oposição entre:
a) o bem e o mal;
b) a proximidade e a distância;
c) o desejo e a idealização;
d) a razão e o sentimento;
e) o mistério e a realidade.
88. Uma imagem de forte expressividade deixa implícita uma comparação com o arriscado jogo do amor. Assinalar a
alternativa que contém essa imagem:
a) o engenho do amor;
b) o perigo da segurança;
c) naufrágio em bravo mar;
d) mar tempestuoso;
e) um não sei quê.
92. No período que se inicia em "Depois dos 50...", o uso de termos (já existentes ou inventados) referentes a áreas
diversas tem como resultado:
a) um tom de melancolia, pela aproximação entre um carro usado e um homem doente.
b) um efeito de ironia, pelo uso paralelo de termos da medicina e da mecânica.
c) uma certa confusão no espírito do leitor, devido à apresentação de termos novos e desconhecidos.
d) a invenção de uma metalinguagem, pelo uso de termos médicos em lugar de expressões corriqueiras.
e) a criação de uma metáfora existencial, pela oposição entre o ser humano e objetos.
93. Duplamente penalizados, pela doença (dependência) e pela lei, os usuários "aguardam" melhores projetos, que
"cuidem" não só dos aspectos legais, mas também dos aspectos de saúde que são inerentes ao problema.
As formas verbais entre aspas foram empregadas, no texto, respectivamente para:
a) enunciar um fato momentâneo, no presente; para exprimir a dúvida que se tem quanto à realidade do fato enunciado.
b) indicar uma ação durativa no momento presente; para designar algo que se pretende ver realizado.
c) dar ênfase a fato ocorrido recentemente; para indicar um fato futuro, mas próximo.
d) designar um fato concebido como contínuo no pretérito; para denotar uma hipótese.
e) exprimir a repetição de um ato até o momento presente; para indicar a finalidade da ação referida na frase anterior.
94. A questão da descriminalização das drogas se presta a freqüentes simplificações de caráter maniqueísta, "que"
acabam por estreitar um problema extremamente complexo, permanecendo a discussão quase sempre em torno da
droga "que" está mais em evidência.
Os elementos referidos pelos pronomes "que" e "que", entre aspas no texto, são, respectivamente:
a) caráter maniqueísta - droga
b) as drogas - a discussão
c) a questão da descriminalização das drogas - problema extremamente complexo
d) freqüentes simplificações de caráter maniqueísta - a droga
e) a descriminalização - caráter maniqueísta
Roberto e Erasmo Carlos estão falando de um lugar ideal, de um ambiente campestre, calmo.
95. " A natureza representou a afirmação do nacionalismo brasileiro, nos períodos romântico e modernista."
Partindo deste pressuposto, assinale a alternativa incorreta.
a) "O exotismo e a exuberância da natureza brasileira tanto inspiraram os autores românticos quanto os modernistas."
b) "O ufanismo nacionalista foi explorado no Romantismo, enquanto no Modernismo havia, para o nacionalismo, uma
perspectiva crítica."
c) "Para os românticos, a natureza exerceu profundo fascínio; nela eles viam a antítese da civilização que os oprimia."
d) "No Modernismo, os princípios nacionalistas defendidos por seus representantes incluíam o culto à natureza,
comprometido com a visão européia de mundo."
e) "Nas várias tendências do movimento modernista, a natureza não se apresenta transfigurada, mas real. Os
modernistas não se consideravam nacionalistas exaltados só pelo simples fato de serem brasileiros. Antes de mais
nada, não tinham medo de falar dos males do Brasil."
96. Nos poemas, contos e romances cuja temática é nordestina, a literatura moderna apresenta a NATUREZA quase
sempre inóspita, agressiva. Qual dos fragmentos não justifica esta afirmação?
a) "Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para
lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos como Fabiano, sinhá Vitória e os dois meninos."
(Graciliano Ramos, em "VIDAS SECAS").
b) "Há uma miséria maior do que morrer de fome no deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã."
(José Américo de Almeida, em "A BAGACEIRA")
d) "Debaixo de um juazeiro grande, todo um bando de retirantes se arranchara (...) Em toda a extensão da vista, nem
uma outra árvore surgia. Só aquele velho juazeiro, devastado e espinhento, verdejaria a copa hospitaleira na desolação
cor de cinza da paisagem "
(Rachel de Queiroz, em "O QUINZE")
97. Nas três 'considerações' do texto, o cronista preserva, como elemento comum, a idéia de que a sensação de
esplendor
a) ocorre de maneira súbita, acidental e efêmera.
b) é uma reação mecânica dos nossos sentidos estimulados.
c) decorre da predisposição de quem está apaixonado.
d) projeta-se além dos limites físicos do que a motivou.
e) resulta da imaginação com que alguém se vê a si mesmo.
TEXTO II
2. "...vou deitar ao papel as reminiscências que me vierem vindo. Deste modo, viverei o que vivi."
(Roberto Romano, excerto do texto "Salários de Senadores e legitimidade do Estado", publicado na "Folha de
São Paulo", 17/10/1994, 1¡. caderno, página 3)
102. Em:
"Acreditemos ou não nos dogmas, é preciso reconhecer que seus dirigentes são obedecidos porque um Deus fala
através de sua boca", o verbo que encabeça a frase está no subjuntivo presente por expressar idéia de
a) sucessão de dois fatos reciprocamente exclusivos.
b) sucessão de dois fatos reciprocamente inclusivos.
c) sucessão de dois ou mais fatos com idéia de dúvida.
d) sucessão de vários fatos que são causas.
e) sucessão de dois fatos que são efeitos.
103. Aos outros dons extraordinários de Blimunda vem somar-se, no trecho citado, a capacidade de despertar
inquietação, encantamento e atração erótica. No âmbito do livro, esse magnetismo da personagem representa
simbolicamente
a) sua natureza pagã, infensa a considerações de ordem moral e social.
b) sua sexualidade híbrida, capaz de perturbar igualmente a homens e mulheres.
c) sua fidelidade apaixonada e sua clareza quanto aos valores essenciais.
d) sua oposição radical à Natureza e seus vínculos com a Espiritualidade, de onde lhe vêm os poderes mágico-
religiosos.
e) seu caráter misterioso de mulher sem origem nem destino - o poder do Eterno Feminino.
Considerando o trecho de MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, de Machado de Assis, assinale a alternativa
correta quanto ao procedimento do narrador.
a) Denuncia o comportamento de Plácida, que coloca o dinheiro acima de qualquer outro valor.
b) Ironiza a atitude de Plácida, que aceita como verdadeira uma história inventada.
c) Fica comovido com a dor de Plácida e passa a tratá-la como sogra.
d) Identifica-se com Plácida, para quem o ideal amoroso está acima das convenções sociais.
e) Critica a atitude de Plácida, que valoriza a instituição familiar falida.
105. (Fuvest) A leitura de "Mensagem", de Fernando Pessoa, permite a identificação de certas linhas de força que guiam
e, até certo ponto, singularizam o espírito do homem português, dando-lhe marca muito especial.
Dentre as alternativas a seguir, em qual se enquadraria melhor essa idéia?
a) Preocupação com os destinos de Portugal do século vinte.
b) Preocupação com a história político-social de Portugal.
c) Recorrência de certas constantes culturais portuguesas, como o messianismo.
d) Reordenação da história portuguesa desde Dom Sebastião.
e) A marca da religião católica na alma portuguesa como força determinante.
106. (Fuvest) Empenhado em diagnosticar problemas da sociedade, o romance realista-naturalista os toma como peças
de demonstração de tese. Com o "Primo Basílio", Eça de Queirós trata o adultério na sociedade lisboeta, buscando as
causas que teriam levado Luísa, a personagem principal, a cometê-lo.
Escolha dentre as alternativas seguintes a que mais se aproxima das causas que abriram a Luísa o caminho do
adultério.
a) Personalidade forte, Luísa conduz a ação de acordo com suas ambições pessoais.
b) Frívola e em disponibilidade, ela fica a mercê de circunstâncias propícias.
c) Doentiamente apaixonada pelo primo, deixa-se conduzir sem opor resistência.
d) Insatisfeita com o marido, burguês insensível, busca na aventura sua satisfação.
e) Conhecedora dos casos extra-conjugais do marido, procura uma forma de vingança.
107. (Fuvest) O Ministério da Fazenda descobriu uma nova esperteza no Instituto de Resseguros do Brasil. O Instituto
alardeou um lucro no primeiro semestre de 3,1 bilhões de cruzeiros, que esconde na verdade um prejuízo de 2bi. Brasil,
Cuba e Costa Rica são os três únicos países cujas empresas de resseguro são estatais.
("Veja", 1/9/93, pág. 31)
108. (Fuvest) De acordo com o ditado popular "invejoso nunca medrou, nem quem perto dele morou":
a) o invejoso nunca teve medo, nem amedronta seus vizinhos.
b) enquanto o invejoso prospera, seus vizinhos empobrecem.
c) o invejoso não cresce e não permite o crescimento dos vizinhos.
d) o temor atinge o invejoso e também seus vizinhos.
e) o invejoso não provoca medo nos seus vizinhos.
109. (Fuvest) Folha - De todos os ditados envolvendo o seu nome, qual o que mais lhe agrada?
Satã - O diabo ri por último.
Folha - Riu por último.
Satã - Se é por último, o verbo não pode vir no passado.
["O Inimigo Cósmico", Folha de S. Paulo, 03/09/95]
Rejeitando a correção ao ditado, Satã mostra ter usado o presente do indicativo com o mesmo valor que tem em:
110. (Fuvest) "Era este um homem todo em proporções infinitesimais, baixinho, magrinho, de carinha estreita e chupada,
e excessivamente calvo; usava de óculos, tinha pretensões de latinista, e dava bolos nos discípulos por dá cá aquela
palha. Por isso era um dos mais acreditados na cidade. O barbeiro entrou acompanhado pelo afilhado, que ficou um
pouco escabriado à vista do aspecto da escola que nunca tinha imaginado."
[Manuel Antônio de Almeida, "Memórias de um Sargento de Milícias"]
Observando-se, neste trecho, os elementos descritivos, o vocabulário e, especialmente, a lógica da exposição, verifica-
se que a posição do narrador frente aos fatos narrados caracteriza-se pela atitude
a) crítica, em que os costumes são analisados e submetidos a julgamento.
b) lírico-satírica, apontando para um juízo moral pressuposto.
c) cômico-irônica, com abstenção de juízo moral definitivo.
d) analítica, em que o narrador onisciente prioriza seu afastamento do narrado.
e) imitativa ou de identificação, que suprime a distância entre o narrador e o narrado.
A "Divisão da Fauna da Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo" mantém um serviço para tratar de
animais silvestres que estejam doentes ou machucados.
Deseja-se cuidar dos animais para que fiquem bons e possam ser devolvidos ao seu ambiente. A diretora diz
que, muitas vezes, as pessoas confundem passarinhos que estão aprendendo a voar com aqueles que foram
abandonados ou caíram do ninho. Sabe-se que quando o passarinho estiver no chão, mas com os olhos abertos e
penagem completa, na maioria das vezes está sadio, apenas aprendendo a voar.
Um biólogo explica às pessoas que gostam de acordar ouvindo um bem-te-vi, um sabiá, ou mesmo um alma-de-
gato, que não é nada difícil atraí-los para sua casa, sem precisar aprisioná-los: basta deixar água, restos de frutas e
também sementes, como o alpiste, em locais suspensos e ao ar livre.
O departamento pode ser contactado pelos telefones 885-6669 e 574-5177, ramal 217.
A única frase do texto que mantém como referente o segmento "A Divisão da Fauna da Secretaria do Verde e Meio
Ambiente de São Paulo" é:
a) Deseja-se cuidar dos animais para que fiquem bons e possam ser devolvidos ao seu ambiente.
b) A diretora diz, que, muitas vezes, as pessoas confundem passarinhos que estão aprendendo a voar, com aqueles que
foram abandonados ou caíram do ninho.
c) Sabe-se que, quando o passarinho estiver no chão, mas com os olhos abertos e com a penagem completa, na maioria
das vezes está sadio, apenas aprendendo a voar.
d) Um biólogo explica às pessoas que gostam de acordar ouvindo um bem-te-vi, um sabiá, ou mesmo um alma-de-gato,
que não é nada difícil atraí-los para a sua casa, sem precisar aprisioná-los: basta deixar água, restos de frutas e também
sementes, como o alpiste, em locais suspensos e ao ar livre.
e) O departamento pode ser contactado pelos telefones 885-6669 e 574-5177, ramal 217.
112. (Puccamp) - Há de ser difícil que se encontre em todo o Rio de Janeiro outra moça que tenha sua educação.
Lá mesmo, por Paris, de que tanto se fala, duvido que haja.
- Obrigada! É esta a sua franqueza, D. Firmina?
- Sim, senhora; a minha franqueza está em dizer a verdade, e não em escondê-la. Demais, isso é o que todos
vêem e repetem. Você toca piano como o Arnaud, canta como uma primadona, e conversa na sala com os deputados e
os diplomatas, que eles ficam todos enfeitiçados. E como não há de ser assim? Quando você quer, Aurélia, fala que
parece uma novela.
- Já vejo que a senhora não é nada lisonjeira. Está desmerecendo nos meus DOTES; acudiu a menina
sublinhando a última palavra com um fino sorriso de ironia. Então não sabe, D. Firmina, que eu tenho um ESTILO DE
OURO, o mais sublime de todos os estilos, a cuja eloqüência arrebatadora não se resiste? As que falam como uma
novela, em vil prosa, são essas moças românticas e pálidas que se andam evaporando em suspiros; eu falo como um
poema: sou a poesia que brilha e deslumbra!
O diálogo anterior, nas paginas iniciais do romance SENHORA, de José de Alencar, é expressivo e bastante funcional
para o desenvolvimento da narrativa, já que, nesse diálogo,
a) surpreende-se a ingenuidade de Aurélia, estando ela a imaginar que o amor se compatibiliza com o interesse -
compatibilidade que se revelará impossível a partir de seu casamento com Fernando Seixas.
b) vê-se o quanto está o autor interessado em demonstrar a consciência irônica de Aurélia, consciência que ela manterá
até o momento em que se sente sucumbir na paixão maior por Fernando Seixas, que a desposa sem amar.
c) revela-se a oposição entre o lúcido realismo da protagonista e o romantismo frágil que ela despreza nas donzelas da
época - oposição que perdura por quase todo o romance, vencida apenas na conciliação final entre o amor e dignidade.
d) nota-se a ambigüidade maliciosa da fala de Aurélia, sempre a explorar o duplo sentido das palavras, afetando uma
ironia que não é a sua, já que a protagonista em nada se distingue do modelo das heroínas da ficção da época.
e) delineia-se o caráter ambicioso de Aurélia, sempre disposta a exigir de seus pretendentes as condições de classe que
viessem a lhe assegurar ainda mais vantajosa posição econômica e social.
113. (Puccamp) D. Sancha, peço-lhe que não leia este livro; ou, se o houver lido até aqui, abandone o resto. Basta
fechá-lo; melhor será queimá-lo, para lhe não dar tentação e abri-lo outra vez. Se, apesar do aviso, quiser ir até o fim, a
culpa é sua; não respondo pelo mal que receber. O que já lhe tiver feito, contando os gestos daquele sábado, esse
acabou, uma vez que os acontecimentos, e eu com eles, desmentimos a minha ilusão; mas o que agora a alcançar, esse
é indelével. Vá envelhecendo, sem marido nem filha, que eu faço a mesma coisa, e é ainda o melhor que se pode fazer
depois da mocidade.
As afirmações que seguem referem-se ao excerto acima, do romance DOM CASMURRO, de Machado de Assis.
I. Esse trecho praticamente constitui um capítulo inteiro do livro; é que o autor por vezes se preocupa mais com reflexões
do escritor no presente do que com o ritmo de romance convencional.
II. A invocação de Sancha é, aqui, uma variante das falas do autor a seu público, dirigindo-se agora a uma personagem
de sua vida, suposta na mesma condição de viuvez e melancolia em que se acha o escritor.
III. Bentinho envia carta a Sancha, apresentando-lhe seu livro, baseado num triângulo amoroso constituído por ele
mesmo, por Sancha e por Capitu.
114. (Ufes) NÃO atende adequadamente ao sentido do texto da figura a seguir e às exigências da língua padrão:
a) Para quem ama mergulhar na cachoeira, comer pão de queijo, cochilar de tarde na praia, comer pipoca no cinema,
participar de happy-hour, admirar noites estreladas, comprar lingerie preta, assistir a comédia italiana, tomar champagne,
vestir jeans, brincar carnaval e banhar-se em banheira de hidromassagem, nada mais natural do que também ter um
Peugeot 106.
b) Se eu amo pão de queijo, happy-hour, noites estreladas, lingerie preta, comédia italiana, champagne, banhos de
cachoeira, cochilo de tarde na praia, jeans, carnaval e banheira de hidromassagem, é lógico que eu também tenha um
Peugeot 106.
c) Embora eu tenha um Peugeot 106, eu amo mergulhar na cachoeira, pão de queijo, cochilar de tarde na praia, comer
pipoca no cinema, happy-hour, noites estreladas, lingerie preta, comédia italiana, champagne, jeans, carnaval e banheira
de hidromassagem.
d) Além de ter um Peugeot 106, eu também amo praticar ações tais quais mergulhar na cachoeira, comer pão de queijo,
cochilar de tarde na praia, comer pipoca no cinema, participar de happy-hour, admirar noites estreladas, acariciar lingerie
preta, assistir a comédia italiana, tomar champagne, usar jeans, dançar no carnaval e banhar-me em banheira de
hidromassagem.
e) Se eu tenho um Peugeot 106, é óbvio que eu também ame mergulhar na cachoeira, comer pão de queijo, cochilar de
tarde na praia, comer pipoca no cinema, participar de happy-hour, observar noites estreladas, admirar lingerie preta,
assistir a comédia italiana, tomar champagne, vestir jeans, dançar durante o carnaval e banhar-me em banheira de
hidromassagem.
BOM CONSELHO
Chico Buarque 1972
Considerando a linha 6, "Está provado, quem espera nunca alcança", pode-se afirmar que
116. (Ufes) Às vezes há uma distância entre O QUE SE QUER DIZER (1) e O QUE REALMENTE SE DIZ (2). Essa
correspondência está IMPRÓPRIA em
a) "Quando Dennis Crosby se suicidou, um jornal publicou: Pela segunda vez um filho de Bing Crosby se mata." (1)
Dennis é o segundo filho do ator Bing Crosby a se matar. (2) Dennis teria estado próximo da morte pela segunda vez.
b) "... o carro que vitimou o piloto tinha má colocada uma peça." (1) A peça estava mal colocada. (2) A peça que estava
no carro era de má qualidade.
c) "... minhas idéias e meus ideais vão de encontro aos meus legítimos anseios populares." (1) As idéias estão de acordo
com os anseios populares. (2) As idéias se opõem aos anseios populares.
d) "... o publicitário Luís Salles, libertado pelos seqüestradores, pousou para fotos depois do banho." (1) O publicitário se
deixou fotografar depois do banho. (2) O publicitário aterrisou, depois do banho.
e) "O escalonamento (do Corsa) é do tipo longo para privilegiar o consumo e o nível de ruído interno." (1) O
escalonamento longo propicia a diminuição do consumo e do nível de ruído interno. (2) O escalonamento longo faz
aumentar o consumo e o nível de ruído interno.
117. (Unitau) "Brás, Bexiga e Barra Funda"... tenta fixar tão-somente alguns aspectos da vida trabalhadeira, íntima e
cotidiana desses novos mestiços nacionais e nacionalistas".
É dessa forma que Antonio de Alcântara Machado explica sua obra. Indique a alternativa que responde corretamente à
nacionalidade referida pelo autor
a) aos ingleses.
b) aos italianos.
c) aos alemães.
d) aos portugueses.
e) aos índios.
MÃE (cruzando as pernas; incrível falta de modos) - Em compensação, Ashley é espiritual demais. Demais! Assim
também não gosto.
CLESSI (chorando despeitada) - Ashley pediu a mão de Melânie! Vai-se casar com Melânie!
MÃE (saliente) - Se eu fosse você, preferia RETT (Noutro tom). Cem vezes melhor que o outro!
MÃE (sensual e descritiva) - Mas é, minha filha! Você viu como ele é forte? Assim! Forte mesmo!"
No trecho acima, as personagens de 'Vestido de noiva' subitamente se põem a recitar os diálogos do filme 'E o
Vento levou'. No contexto dessa obra de Nelson Rodrigues, esse recurso de composição configura-se como:
a) crítica à internacionalização da cultura, reivindicando o privilégio dos temas nacionais.
b) sátira do melodrama, o que dá dimensão autocrítica à peça.
c) sátira do cinema, indicando a superioridade estética do teatro.
d) intertextualidade, visando a indicar o caráter universal das paixões humanas.
e) metalinguagem, visando a revelar o caráter ficcional da construção dramática.
6. a) Bosquejo: esboço
Alvedrio: vontade, arbítrio.
7. a) Ativo: "... a imaginativa do leitor aperfeiçoa o que sai muito em sombra ..."
b) Negativa: "Estou a adivinhar que o enquadraram já em molde grotesco ..."
8. a) A mulher.
b) Ela considerou o poeta uma espécie de vidente, pois descobriu o seu sofrimento amoroso.
10. a) Sim, pois o pronome outras inclui a gordura entre as qualidades nutricionais.
11. a) Porque, segundo o padre, todo mundo faz isso (e o motor é do major)
c) Porque ele não consegue livrar-se da sua condição de trabalhador mesmo na fantasia.
13. a) Geralmente é uma expressão crônica aplicada a pessoas realmente desconhecidas. No caso de FHC, a ironia é
uma pessoa famosa não ter a sua função pública conhecida.
15. a) Ele entendeu que as mulheres cardíacas têm mais chance de morrer do que as que não são cardíacas.
b) Que as mulheres cardíacas têm mais chance de morrer do que os homens cardíacos.
c) Devem ser interpretados como inverdades, pois são hipóteses do discurso das informações inverídicas.
c) O pensamento viaja rápido e desgovernado, parando apenas diante de experiências dolorosas e sombrias.
19. a) É uma escrava negra africana ("que vinha do Sudão;/ falou que queria fugir/ dos senhores e das judiarias deste
mundo")
20. a) Policial.
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