Projeto Rumos Final Ok
Projeto Rumos Final Ok
Projeto Rumos Final Ok
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SUMÁRIO
Cartografia geral
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1. Nossa proposta
Fala, Central! : Diver(cidades) on-line
A partir de uma tela pendurada em uma árvore, onde se lê Fala, Central!, uma dupla de
psicanalistas oferta às pessoas que se aproximam a inusitada possibilidade de ouvir e
escrever suas histórias. Apostamos na potência subversiva da palavra, na escuta e
acolhimento da singularidade, praticando a psicanálise como instalação portátil que se
desloca a novos contextos. Buscamos acionar a potência do bem dizer e abrir
respiradouros onde a invisibilidade se instala.
Através dos registros em vídeo, áudio e fotos do Ateliê, realizados pela equipe de
filmagem, (cuja realização está descrita no item metodologia e cronograma) será criado
o Webdoc Fala, Central!. O Webdoc, dispositivo da esfera pública contemporânea que
publiciza formas e expressões de vida, funcionará como lócus de promoção da
diversidade. O formato Webdoc foi escolhido devido à amplitude do seu alcance e à
democratização de seu acesso. Através da produção do Webdoc, visamos alocar essas
narrativas marginalizadas no corpo simbólico da cultura, gratuitamente, da forma mais
inclusiva possível, inscrevendo a diversidade no espaço digital e público, pelas palavras,
imagens e vídeos que emolduram narrativas de vida, instalando-as na visibilidade.
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XIX e início do XX pelos combatentes de Canudos, mediante o descumprimento da
promessa do Governo de lhes ceder uma área de assentamento.
Por todos esses motivos, apostamos se tratar de um dos territórios mais múltiplos da
cidade. É um lugar privilegiado de passagem de milhares de pessoas das mais diversas
origens territoriais, sociais e culturais, com histórias absolutamente plurais. O fato de a
Central do Brasil ser uma região paradigmática da miscelânea cultural carioca e, ao
mesmo tempo, se configurar como um território marcado pela segregação,
especialmente pelas populações em situação de rua, foram fatores determinantes para
sua escolha como área urbana de intervenção.
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3. Metodologia de trabalho
Pavimentação, mapeamento e iluminação
No ateliê Fala, Central!, após o acolhimento dos interessados, dispomos de uma dupla de
psicanalistas que sustentam uma prática que funciona da seguinte forma: enquanto o
primeiro integrante, que se oferece como destinatário, ouve a história, o segundo, que
opera como uma espécie de “escrevente”, permanece em silêncio. Ele registra, por
escrito, os pontos que se destacam na fala de um sujeito quando ele toma a posição de
narrador de sua própria experiência. Ao final, entregamos ao participante o material
escrito e o termo de consentimento livre e esclarecido, ficando conosco uma cópia.
Oferecemos também a possibilidade da pessoa retornar, e caso seja do seu interesse,
damos um cartão com data e horário do próximo encontro.
Nos primeiros três meses de funcionamento do ateliê não haverá filmagens, fotografias,
nem gravação em áudio dos encontros, pois entendemos que esse período inicial da
nossa chegada é indispensável para a consolidação do ateliê. A regularidade semanal da
presença das duplas marca uma rotina naquele território e propicia o reconhecimento
daquele espaço como um lugar onde algo "diferente" acontece. Instituída essa rotina de
funcionamento e estabelecidos os laços de confiança, passamos à segunda etapa de
realização do projeto que consiste nos registros.
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Etapa 3.2: Realização dos registros
Mapeamento
A partir do terceiro mês de funcionamento semanal do ateliê Fala, Central!, terão início
as diárias de filmagens. A equipe responsável pelos registros audiovisuais estará
presente nos dias de funcionamento de ateliê, durante os quatro meses finais, num total
de 14 diárias de filmagens, registrando os encontros e histórias recolhidas através do
funcionamento do Fala, Central!.
Conteúdos:
* Vídeos que retratem a singularidade das vidas e a pluralidade das histórias contadas
por pessoas que vivem ou passam pela Central do Brasil.
* Áudio da leitura dos participantes, reagindo e se posicionando em relação ao que foi
escrito pelo psicanalista “escrevente”.
* Fotos que revelem as particularidades daquele território e seus personagens.
* Mini documentário, de dez minutos, com narrativa linear, sobre a concepção do ateliê
“Digaí, Central!”, sua forma de funcionamento e os efeitos que ele produz.
* Imagens produzidas pelos participantes e que retratem suas versões da cidade e
histórias vividas ali.
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4- Como surgiu o “Fala, Central!” e o que justifica nossa proposta:
Das ruas à plataforma
O projeto piloto dessa experiência, o ateliê “Escreve-se história”, aconteceu nos anos de
2013 e 2014 e demonstrou que aqueles que se aproximam não o fazem na posição de
quem demanda algo, de quem “não tem” o que quer que seja. Com a oferta de escuta -
que marca o caráter singular do nosso convite – potencializa-se o espaço para essas
pessoas responderem como sujeitos, protagonistas de seus discursos. A presença do
ateliê funcionou como ponto de ancoragem para indivíduos em errância, operou para
outros como destinatário de seu sofrimento e deu lugar aos achados e invenções
singulares tecidas em meio à precariedade. E, ainda, em alguns casos, possibilitou
franquear passagens do anonimato das ruas para alguma dose de autoria na vida.
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Das ruas à plataforma
Contudo, esse trabalho, relevante para aqueles que deles de servem, (sejam as pessoas
que são atendidas pelo ateliê, ou para nós, os psicanalistas que as recebem e se deixam
ensinar pelo seu saber-fazer para se virarem na vida), tem um alcance bastante limitado.
O que ouvimos e registramos, fica conosco e com quem nos contou. Ainda que o ateliê
“Escreve-se história” tenha originado a apresentação de trabalhos em congressos, a
produção de artigos científicos1 e seja tema de uma Tese de Doutorado em curso, essa
discussão tem sua visibilidade restrita ao meio acadêmico e intelectual.
A opção pelo formato do Webdoc toca um ponto fundamental para nós do Fala, Central! na
medida em que ele convoca os internautas que acessam seu conteúdo a terem uma
posição ativa diante do material apresentado. Esse novo formato de interação rompe com
as narrativas tradicionais por não possuir linearidade nem ordem cronológica. Mas
convida o espectador a interagir, traçar seus caminhos pelos conteúdos da plataforma.
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CALDAS, BOECHAT (20017) A clínica psicanalítica na rua diante da violência e segregação.
Revista Subjetividades.
CALDAS; BEMFICA; BOECHAT. (Org.). (2016) Errâncias, adolescências e outras estações. Belo-Horizonte: Editora EBP,.
BOECHAT. (2017) Pólis de poli-amores. Disponível em::
https://loucuraseamores2017.wordpress.com/2017/09/14/polis-de-poli-amores/ Acesso em 03/01/2017.
2 Clarisse Boechat atualmente cursa o Doutorado da UERJ, numa pesquisa que se volta aos efeitos produzidos pela
orientação da psicanálise na realização do ateliê “Escreve-se História”. Orientação da Doutora Heloisa Caldas.
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5. Cronograma
Tempos da experiência*
6. Orçamento
Papo de grana*
7. Ficha técnica
Convergência de muitas vias
Clarisse Boechat
Telefone: (21)980471117
E-mail: clarisse.boechat@gmail.com
Psicóloga e psicanalista em exercício desde 2010. Mestrado pela UERJ em Teoria e Clínica
psicanalítica sobre “Estabilização pela escrita nas psicoses”. Doutoranda pela UERJ em
Teoria e Clínica psicanalítica sobre “A presença da psicanálise nas ruas da cidade”.
Trabalhou entre 2012 e 2014 como psicóloga pelo Consultório na Rua – dispositivo de
saúde do SUS que atende forma itinerante as populações em situação de rua do Centro
do Rio. Coordenou durante o ano de 2013 o "Ateliê escreve-se história", que acontecia
numa esquina da Central do Brasil. O ateliê era vinculado à Unidade de Pesquisa "Práticas
da letra" EBP-Rio. Trabalhou entre os anos de 2014 a 2016 como psicóloga no Centro de
Atenção Psicossocial para tratamento de álcool e outras drogas (CAPS-ad) Paulo da
Portela, utilizando a metodologia de trabalho do “Ateliê Escreve-se história” nas idas
semanais às cracolândias da Comunidade do Cajueiro. Co-organizadora do livro
“Errâncias, adolescências e outras estações” (2016) - Escola Brasileira de Psicanálise.
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DIRETORA DO WEBDOC
Cristiana Grumbach
Telefone: (21) 98788-7724
E-mail: cristiana@crisisprodutivas.com
Gabriela Weeks
Telefone: (21) 99146-5057
E-mail: gabiweeks@gmail.com
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SUPERVISÃO CLÍNICA
Psicóloga e psicanalista com prática clínica desde 1982. Pós-doutorado sobre o tema “o
real na escrita e na cura psicanalítica” pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da
UFMG. Doutorado sobre o tema “a erótica e o feminino”, pela UFRJ. Supervisora em
Psicanálise dos educadores de crianças de rua, pela Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Social de Belo Horizonte - MG em 1993. Diretora e Supervisora clínica
do Projeto Digaí-Maré/PUC/REDES (2005-2016). Coordenadora, desde 2012, o Núcleo de
Pesquisa Práticas da Letra do Instituto de Clínica Psicanalítica do Rio de Janeiro, cuja
pesquisa se volta à prática da Psicanálise na cidade. Membro da Escola Brasileira de
Psicanálise – EBP e da Associação Mundial de Psicanálise e Campo Freudiano.
Heloisa Caldas
Telefones: (21) 999521943
E-mail: helocaldasr@gmail.com
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CO-COORDENAÇÃO E ANALISTA PARTICIPANTE
Aline Bemfica
Telefone: (21)96921-5131
E-mail: alinegbem@yahoo.com.br
Psicóloga e psicanalista com prática clínica desde 2007. Pós-doutoranda pela UFRJ sobre
o tema “o sujeito em face a segregação e a cultura como ancoragem”, desenvolvida com
jovens da periferia e jovens imigrantes, no Rio de Janeiro e Paris. Doutorado em Teoria
Psicanalítica sobre o tema “a errância entre o desejo e o gozo e sua relação com o ato
infracional na adolescência”, pela UFRJ, 2017. Mestrado em Teoria da Literatura sobre o
tema "a escritura em Clarisse Lispector e sua relação com o silêncio", pela UFMG, 2006.
Supervisora, de 2012 a 2016 do Projeto “Já é”, da UFMG, destinado a jovens envolvidos
com práticas infracionais. Há dez anos trabalha com jovens da periferia em cumprimento
de medida socioeducativa em projetos que envolvem a cidade, a rede de serviços do
município e a produção de pesquisas acadêmicas. Participa do Núcleo de Pesquisa
“Práticas da Letra, da Escola Brasileira de Psicanálise. Organizadora do livro “Psicologia
Jurídica: Ética Transmissão e política” (2011, IMAGO); Co-organizadora dos livros
“Errâncias, adolescências e outras estações” (2016, EBP) e “Já É: Psicanálise aplicada:
uma experiência clínica com a juventude na sócio educação” (no prelo).
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PSICANALISTAS PARTICIPANTES DO ATELIÊ FALA, CENTRAL!
Cristina Frederico
Telefone: (21) 992571576
E-mail: cristinafred@gmail.com
Natasha Berditchevsky
Telefone: (21) 99629-1960
E-mail: natashaberdi@gmail.com
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Joana Ladeira
Telefone: (31) 99979-9465
E-mail: joanna.a.ladeira@gmail.com
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO
Julia Requião
Telefone: (21) 99382-9743
E-mail: liarequiao@gmail.com
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Conclusão
Partiu!
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