Livro Horticultura Organica Jacimar
Livro Horticultura Organica Jacimar
Livro Horticultura Organica Jacimar
1. INTRODUÇÃO
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Os maiores mercados mundiais são: Europa, Estados Unidos e Japão.
Observa-se um aumento na área e no número de unidades produtivas.
Em 2004, o Brasil estava em 5o lugar em área orgânica certificada, com 840.000 ha,
atrás da Austrália, Argentina, Itália e Estados Unidos.
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No sistema orgânico: a redução de nitratos é de 69 a 93%.
100 g de produto orgânico tem mais matéria seca que 100 g de produto convencional.
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Os agroecossistemas convencionais são instáveis do ponto de vista ecológico, por
causa da extrema simplificação da estrutura e do funcionamento do agroecossistema,
onde o número de espécies vegetais é muito pequeno, comparado com os
ecossistemas naturais.
Em policultivos, a incidência de insetos herbívoros é menor. Explicado pela Teoria dos
Inimigos Naturais e Teoria da Concentração de Recursos.
Os inimigos naturais são mais abundantes em policultivos do que em monocultivos:
maior disponibilidade de pólen e néctar para os inimigos naturais, menores oscilações
de temperatura, temperaturas mais amenas e maior umidade relativa, maior diversidade
de presas e hospedeiros alternativos aos principais, maior locomoção dos herbívoros
para busca de alimento.
Segundo a Teoria da Concentração de Recursos, os herbívoros se encontram e
permanecem em ambientes onde seus hospedeiros (plantas) estão mais concentrados
– maior facilidade para encontrar alimento e abrigo, identificação mais fácil da textura
da cultura.
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- redução do espaçamento;
- consorciação para redução da biomassa de ervas;
- redução de ervas pela rotação de culturas;
- supressão de patógenos do solo pela diversificação da microbiota.
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Agricultura biológica ou agrobiológica: França, década de 1960 – uso de rochas
moídas – Teoria da Trofobiose
Agricultura ecológica ou agroecológica: Estados Unidos, década de 1970 –
incorpora idéias ambientais e sociais na agricultura. Preocupa-se com a ecologia
do sistema de produção.
Agricultura natural: Japão, década de 1930 – não movimentar o solo, reciclagem
de restos de cultura e palhadas, composto feito somente com vegetais, sem
esterco. Uso de EM.
Agricultura biodinâmica: Alemanha, 1924 – propriedade é um organismo onde o
todo reflete o equilíbrio das partes. Usa técnicas similares às da Agricultura
Orgânica e também preparados biodinâmicos, calendário lunar.
Permacultura: Austrália, década de 1970 – sistemas agro-silvo-pastoris, sem
intervenção no solo (aração ou gradagem). Não usa composto orgânico. Alterna
cultivo de gramíneas com leguminosas, deixando a palhada sobre o solo,
inclusive das ervas espontâneas.
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de pragas e doenças em níveis que não causem danos econômicos às culturas
comerciais.
Na natureza, existe uma forte interrelação biológica entre insetos, ácaros,
nematóides, fungos, bactérias, vírus e outros macro e microorganismos, a qual é
responsável pelo equilíbrio do sistema, podendo-se citar como exemplos: Pulgões
(praga) controlados por joaninhas (predador); Ácaros (praga) controlados por Ácaros
predadores; Lagarta-da-soja (praga), controlada por Baculovirus (parasita);
microrganismos antagonistas presentes em compostos orgânicos, inibindo o
desenvolvimento de fungos de solo (Fusarium), dentre tantos outros.
Pela Teoria da Trofobiose, aprendemos que todo ser vivo só sobrevive se houver
alimento adequado e disponível para ele. A planta ou parte dela só será atacada por
um inseto, ácaro, nematóide ou microrganismos (fungos e bactérias), quando tiver, na
sua seiva, o alimento que eles precisam, principalmente aminoácidos. O tratamento
inadequado de uma planta, especialmente com substâncias de alta solubilidade,
conduz a uma elevação excessiva de aminoácidos livres. Portanto, um vegetal
saudável, equilibrado, dificilmente será atacado por pragas e doenças.
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Umidade;
Tratos culturais;
Adubos minerais de alta solubilidade;
Agrotóxicos.
3.3. DIVERSIFICAÇÃO
Matéria Orgânica:
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Aumenta a capacidade do solo em armazenar água, diminuindo os efeitos das
secas.
Aumenta a população organismos úteis no solo.
Aumenta a população de bactérias fixadoras de Nitrogênio e as Micorrizas.
Aumenta a capacidade das raízes em absorver minerais do solo.
Possui, na sua constituição, os macro e micronutrientes, em quantidades bem
equilibradas, que as plantas absorvem, conforme sua necessidade, em
qualidade e quantidade.
Estrutura o solo, por causa da formação de grumos, aumentando a penetração
das raízes e a oxigenação do solo.
Fornece substâncias de crescimento (fitohormônios), que aumentam a
respiração e a fotossíntese das plantas.
4. CONVERSÃO
Mudança de paradigma
Conversão: período de transição para a propriedade passar do modelo convencional ao
modelo orgânico
É preciso fazer um diagnóstico da propriedade (identificando os recursos físicos,
financeiros e humanos) e planejar.
Dois tipos de agricultura orgânica:
baseada em princípios agroecológicos: maior sustentabilidade
baseada no uso intensivo de insumos orgânicos e naturais: menor
sustentabilidade
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usar fontes renováveis de energia;
eliminar o uso de insumos sintéticos não-renováveis que vêm de fora da
propriedade, que podem causar danos ao ambiente ou à saúde dos
trabalhadores rurais e consumidores;
quando necessário, usar insumos naturais ao sistema, no lugar de insumos
sintéticos;
manejar pragas, doenças e ervas, em vez de controlá-las;
restabelecer as relações biológicas naturais;
adaptar o potencial biológico e genéticos das espécies de plantas e animais
às condições ecológicas da unidade produtiva, em vez de modificar a unidade
produtiva para satisfazer a necessidade das culturas e dos animais;
enfatizar a conservação do solo, da água, energia e dos recursos biológicos;
incorporar a idéia de sustentabilidade a longo prazo no planejamento e no
manejo geral do agroecossistema.
O selo orgânico só poderá ser obtido depois de cumprido o conjunto de requisitos para
a produção orgânica, atendendo as normas das entidades certificadoras.
Geralmente, o período de transição, para obtenção do selo orgânico, vai de 2 a 4 anos.
A conversão passa por, pelo menos, três dimensões:
educativa – produtor rural
biológica – solo
normativa - certificação
5. MÉTODOS DE PRODUÇÃO
O solo é definido como sendo uma função dos fatores material original, relevo, clima,
tempo e organismos. O homem pode interferir direta ou indiretamente na ação de todos
os fatores citados anteriormente, para acelerar a formação ou a destruição de um solo.
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Dessa forma, pode-se dizer que o homem depende do solo e, por outro lado, bons
solos dependem do homem e do uso que deles fazem.
Dentre todos os fatores responsáveis pela formação dos solos, quando se trata
de acelerá-la, os organismos vivos e os microrganismos são, sem dúvida, os mais
importantes entre todos aqueles fatores.
Organismos: homem e seres vivos que vivem e morrem na superfície da terra e dão
origem ao que se chama de matéria orgânica, que, depois de decomposta, passa a ser
a matéria orgânica do solo, incluindo a fauna e a flora (raízes das plantas).
Os organismos vivos são capazes de transmutar um elemento químico em outro, o que
é realizado por enzimas.
O enfoque apenas nas quantidades disponíveis e necessárias para o crescimento e
produção das plantas é insuficiente para o entendimento completo sobre adubação e
nutrição das plantas nos sistemas agroecológicos.
Nas condições brasileiras, o principal problema na agricultura é a perda da fertilidade
natural dos solos (chuva, sol, tipos de solos etc.).
As perdas de matéria orgânica e minerais são maiores do que a capacidade de
reposição dos solos.
Revolvimento do solo acelera as perdas. Acelerando a mineralização da matéria
orgânica reduz a diversidade de organismos no solo.
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Preparo Convencional (PC) X Sistema de Plantio Direto (SPD)
Perdas de solo Perdas de água
DESCRIÇÃO (t/ha/ano) (mm/ha/ano)
PC SPD (%) PC SPD (%)
Paraná
(12 anos de soja + trigo) 26,4 3,3 87,5 666 225 66,2
Paraguai
4 anos 21,4 0,6 97,2 - - -
2 dias com chuva de 186 46,5 0,01 99,7 - - -
mm
Cerrados
Soja (dados de 11 meses) 4,8 0,9 81,2 206 120 41,7
Milho (dados de 11 meses) 3-3,4 2,4 20-29 252-318 171 32-41
Fonte: Souza et al. (2006).
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ausência de revolvimento ou revolvimento mínimo do solo, restrito ao sulco
ou linha de plantio;
aumento da biodiversidade (diversidade de espécies vegetais e rotação de
culturas);
cobertura permanente do solo.
Não utilizar herbicidas – solução adubação verde com gramíneas e leguminosas. Usar
rolo-faca, rolo de disco de tração animal, roçadeira, segadeira ou grade niveladora de
disco destravada.
Preparo do solo na linha de plantio: equipamentos que façam um corte eficiente da
palha e movimentem ao mínimo o solo na linha de plantio.
Uso de plantas que abafem as ervas infestantes: aveia preta, crotalária, centeio,
mucuna, ervilhaca comum). Consórcio entre leguminosas e gramíneas (N e matéria
seca).
Escolha das espécies: analisar a quantidade de biomassa que fornece, de forma a dar
boa cobertura ao solo.
Utilizar cultivares mais rústicos, com maior potencial de convívio com as ervas
espontâneas.
Cultivo de plantas anuais em aléias, para aumentar a biomassa: plantio de plantas
arbustivas ou arbóreas em faixas a cada 10 a 30 m. No meio, são cultivadas as plantas
anuais.
Equipamentos para plantio direto em cultivo orgânico:
- rolo faca: para acamar espécies de cobertura
- rolo disco: para acamar espécies mais difíceis como a mucuna
- triturador para espécies mais fibrosas (sorgo, milho, milheto, crotalária)
- roçadeiras
- semeadeiras-adubadeiras: tração animal ou microtrator.
O cultivo de hortaliças leva ao uso mais intenso do solo. Algumas hortaliças exigem um
preparo mais refinado do solo para ter melhor rendimento comercial. Usar técnicas para
minimizar o impacto.
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RECOMENDAÇÕES PARA O PREPARO DO SOLO NA OLERICULTURA ORGÂNICA:
- Empregar o Sistema de Plantio direto, sempre que possível.
- Utilizar aração e gradagem o mínimo possível.
- Utilizar a enxada rotativa em caso de extrema necessidade, exclusivamente para
culturas que necessitam de canteiros.
- Fazer o preparo manual ou utilizar implementos como o sulcador ou enxada
rotativa com dois jogos de facas centrais, cultivando apenas a linha de plantio,
para hortaliças de espaçamentos maiores.
- Rotação de culturas com espécies que exigem sistemas de preparo de solos
diferentes.
- Utilizar plantas de crescimento rápido e sistema radicular vigoroso para fazer a
subsolagem do solo, quando necessário (guandu, mamona, leucena etc.)
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- produtividade
- resistência ou tolerância a determinadas pragas e doenças
- qualidade do produto
- vida pós-colheita
- aceitação do mercado
Para a maioria das culturas, existem cultivares mais rústicos e com maior
resistência a pragas e doenças, que se desenvolvem melhor nesse sistema de cultivo.
Contenda e Catucha
Berinjela Antracnose (Colletotrichum Ciça
Virus do enrolamento das folhas (PLRV)
gloeosporioides)
Achat
Ciça
Cebola Mal-das-sete-voltas
Murcha (Colletotrichum
bacteriana (Ralstonia Pira Ouro, Roxa do
Podridão de Phomopsis (Phomopsis
gloeosporioides)
solanacearum) f. sp. cepae Barreiro
vexans)
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Tomate Cancro bacteriano (Clavibacter Barão vermelho AG-561,
michiganensis subsp. Michiganensis) Jumbo AG-592, Príncipe
Gigante AG-590,
Roquesso AG-591.
TSW-10
Da mesma forma, o cultivar de Cenoura Brasília apresenta alto grau de
resistência à queima das folhas, o que tem permitido obter altas produtividades em
sistemas orgânicos de produção. Cultivares sensíveis a essa doença (Ex.: cv. Forto),
necessitam de proteção com calda bordalesa para se alcançarem rendimentos
satisfatórios.
Para fazer o planejamento de rotação e sucessão, a área deve ser dividida em talhões
e cada um dividido em quatro faixas de solo, todas separadas por corredores de refúgio
de 2 metros de largura.
Dessa forma, alternando-se 3 grupos de cultivo (hortaliças de flores, frutos,
raízes/tubérculos, folhosas), com ciclos de cerca de seis meses.
Depois de 3 ciclos de cultivo de 6 meses, haverá um pousio para revitalização do solo
ou será feita adubação verde.
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Folhosas 4o semestre
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ANO 1 ANO 2
Verão Inverno Verão Inverno
horta horta horta horta descanso horta horta horta
descanso horta horta horta horta horta horta horta
5.4. CONSORCIAÇÃO
Plantar duas ou mais culturas numa mesma área e ao mesmo tempo.
Objetivo: maior produção por área, combinando plantas que usem o espaço, os
nutrientes, e a luz solar de maneira eficiente.
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Plantas com diferentes exigências nutricionais e de água.
Observar o sinergismo entre as espécies: plantas companheiras e antagonistas.
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Quanto mais fino for o material, menor poderá ser a espessura da camada, pois melhor
ela se assentará sobre o solo.
Recomenda-se uma camada de 5 a 10 cm para materiais finos e de 10 a 15 cm para os
mais grosseiros.
Época de aplicação
Antes de períodos chuvosos, para melhor efeito no controle da erosão e para proteção
do solo.
Cobertura no inverno (época seca): retenção de umidade no solo.
Dependendo da espécie e da textura do material, a cobertura morta pode ser aplicada
antes da emergência das sementes (Palha de pinus em alho, Casca de arroz em
cenoura), ou depois de estarem as plantas estabelecidas no campo, aplicando ao redor
das plantas ou nas entrelinhas de plantio.
5.6. QUEBRA-VENTOS
Deve ser formado por fileiras de árvores e arbustos de vários tamanhos, dispostas de
modo desencontrado.
Do lado que recebe o vento dominante: uma linha com arbustos (bananeira, leucena,
guandu).
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Segunda e terceira linhas: espécies de porte alto, sempre verdes (eucalipto, casuarina,
cássia, mangueira.
Última linha, do lado da área cultivada: arbustos.
A vegetação local, muito importante para o equilíbrio ecológico dos insetos, deve ser
manejada adequadamente, pois provoca perdas muito grandes de rendimento
comercial em várias culturas.
Recomenda-se a capina, em faixas, de forma a evitar a presença das ervas próximas à
cultura de interesse comercial, deixando-se uma estreita faixa de vegetação nas
entrelinhas do plantio.
Em canteiros, retirar todas as ervas sobre o leito, para não haver competição.
Recomenda-se a manutenção das ervas espontâneas entre os canteiros.
O emprego de rotação de hortaliças com adubos verdes pode retardar o crescimento de
ervas espontâneas. Por exemplo, o feijão de porco inibe a tiririca, por efeitos
alelopáticos, e a mucuna a inibe por causa do abafamento.
Ervas que dão flores como o picão e o botão de ouro atraem e propiciam a reprodução
de inimigos naturais.
Controle
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Solarização
A solarização do solo pode ser uma opção.
Utiliza-se plástico em cobertura sobre o solo, após ter sido preparado e saturado com
irrigação, deixando o mesmo por um período mínimo de 40 dias.
Para maior eficiência de controle, recomenda-se a solarização no período de verão
(janeiro e fevereiro), para se ter maiores temperaturas sob o plástico, podendo, assim,
controlar até 100% da população de tiririca de uma determinada área.
Uma experiência com solarização por 45 dias permitiu alcançar temperaturas de até
54ºC sob o plástico, fazendo o controle total da tiririca e da beladona logo após a
retirada do plástico. O acompanhamento da emergência dessas ervas até seis meses
(180 dias) demonstrou ausência total dessas duas espécies.
Algumas espécies de ervas precisam do flash de luz para emergirem. Para controlá-las
recomenda-se cobrir os implementos com lona preta, quando o preparo for realizado
durante o dia, ou fazer o preparo à noite.
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- Atenuar as oscilações térmicas das camadas superficiais do solo e diminuir a
evaporação.
- Recuperar solos degradados através de uma grande produção de raízes, rompendo
camadas adensadas e promovendo a aeração e a estruturação.
- Promover mobilização e reciclagem mais eficiente de nutrientes. Alguns adubos
verdes, como, por exemplo, o tremoço-branco apresentam a capacidade de
solubilizar o fósforo não-disponível.
- Diminuir a lixiviação de nutrientes como o nitrogênio.
- Promover o aporte de nitrogênio por meio da fixação biológica.
- Reduzir a população de ervas invasoras, dado o crescimento rápido e agressivo dos
adubos verdes (efeito supressor e, ou, alelopático).
- Apresentar potencial de utilização múltipla na propriedade agrícola. Alimentação
animal e humana, madeira, carvão.
- Criar condições ambientais favoráveis ao incremento da vida biológica do solo.
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- altos teores de nitrogênio na fitomassa;
- reciclarem nutrientes como fósforo, potássio, cálcio, magnésio e outros;
- tolerarem solos de baixa fertilidade;
- adaptarem a solos degradados;
- baixo custo, fácil implantação e manejo;
- não serem hospedeiros de pragas e doenças;
- não terem características de invasoras;
- alta produção de sementes e de fácil colheita;
- adaptados à região;
- sistema radicular profundo e vigoroso;
- produção de restos que sirvam de cobertura morta;
- viabilidade econômica a curto ou médio prazo;
- viabilidade de consorciação com as culturas econômicas sem prejudicá-las.
- Qualidade da água:
- utilizar água de fontes não contaminadas, de superfície ou subterrânea;
- fazer inspeções e análises quando houver suspeita de contaminação;
- proteção de mananciais, pela preservação da cobertura vegetal natural;
- proteção de lagos, rios e represas contra resíduos fecais, industriais, de
agrotóxicos e de adubos químicos.
- Quantidade de água:
- Devem ser tomadas que permitam a infiltração da água da chuva no solo,
para abastecer o lençol freático. Isso deve ser feito em nível regional.
- Manter a cobertura do solo com vegetação.
- Fazer a recomposição florestal.
- Evitar a compactação de camadas do solo.
- Recomenda-se construir caixas secas em estradas e carreadores.
- Utilizar sistema de irrigação eficiente e que economize água.
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- Utilizar homeopatia e florais.
- Irrigação:
- A aspersão se aplica à maioria das espécies de hortaliças.
- Para o cultivo de batata e tomate, sensíveis à infestação por fungos,
recomenda-se irrigação por infiltração (sulcos, mangueira), por gotejamento,
ou microaspersão, para não molhar as folhas e reduzir a umidade do
ambiente.
-
6. ADUBAÇÃO ORGÂNICA
Há necessidade de aporte externo por causa da saída de biomassa e nutrientes na
colheita.
A adubação deve ser feita de maneira adequada para não provocar desequilíbrio
nutricional:
- fósforo: quando se utiliza fosfato natural com esterco ou composto.
- Calcário: calagem e uso de esterco de aves
Uso contínuo de composto à base de esterco de aves com adição de Fosfato de
Araxá: elevações rápidas de fósforo e cálcio no solo. indicação: uso somente na
fase de conversão ou no início da implantação do sistema de cultivo orgânico.
- Nitrogênio: manejo adequado e fontes que permitam fixar e disponibilizar esse
nutriente. Simbiose de microrganismos com plantas.
Importante: adubação parcelada (cobertura com esterco, composto, biofertilizantes
etc.)
A fauna do solo é muito importante para promover a liberação dos nutrientes
(humificação dos resíduos orgânicos)
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Podem ser usados resíduos animais, vegetais e agro-industriais, desde que se atente
para sua origem e qualidade.
Alguns adubos minerais são permitidos por lei como os micronutrientes sulfato de
potássio, sulfato de magnésio e ácido bórico, via composto ou biofertilizante. É preciso
consultar a certificadora para obter autorização prévia.
Estercos produzidos na propriedade podem ser usados diretamente, sem compostar.
Os de fora, que tenham origem em sistemas convencionais de produção, devem ser
compostados.
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O carbono e o nitrogênio são os mais importantes elementos químicos necessários à
decomposição biológica.
Os microrganismos utilizam cerca de 30 vezes mais carbono do que nitrogênio. A
relação 30/1 é a mais recomendada para o inicio do processo.
Se C/N for muito maior que 30/1 – a decomposição se torna mais lenta, porque o
crescimento dos microrganismos é mais lento, por causa da falta de N.
Se C/N for muito menor que 30/1 – o processo de decomposição é acelerado, mas
ocorrem zonas anaeróbicas no sistema. O excesso de N é liberado na forma de
amônia, com mau cheiro e perda de N.
A relação C/N varia com os tipos de resíduos:
- leguminosas: 20/1 a 30/1
- palhas de cereais: 50/1 a 200/1
- madeiras: 500/1 a 1.000/1
- esterco de gado: 13
O composto pronto tem C/N na faixa de 10/1 a 12/1, sendo mais comum de 15/1 a 18/1.
Montagem da pilha
- Local preferencialmente plano, livre de ventos e de fácil acesso para carga e descarga
do material, próximo a uma fonte de água para as irrigações periódicas.
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- Para melhor manuseio do material no pátio, controle do arejamento e da
umidade, o tamanho da pilha de composto não deve exceder a 3,0 metros de
largura por 1,5 metros de altura. O comprimento é livre, dependendo apenas da
quantidade de material e do espaço disponível no local.
Irrigações
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adequada. A primeira é espremer um punhado de composto com as mãos. Se escorrer
água entre os dedos, o composto estará muito molhado, mas se formar um torrão e
este se desmanchar com facilidade, a umidade estará próxima ao ponto ideal. A
segunda, no momento dos reviramentos, observar se existe um mofo branco em alguns
locais no meio do monte, o que indica que a umidade está baixa.
Em tempo chuvoso, cobrir a pilha com palha de coqueiro ou lona plástica.
Reviramentos
Temperatura
Composto pronto
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O material estará decomposto e pronto para o uso, quando apresentar cor
escura e temperatura abaixo de 35ºC, o que deverá ocorrer a partir dos 75 dias da
montagem.
O monte terá uma perda de volume durante a decomposição e um rendimento de
composto pronto, conforme apresentado na avaliação quantitativa desta tabela.
Média dos 48 13 7.4 2.2 1.60 1.5 6.01 0.56 50 223 16.064 804 36
compostos 5 0
A. MÃO-DE-OBRA:
A.1. Roçada e transporte de material 2,0 D/H
A.2. Confecção 2,0 D/H
A.3. 4 Reviramentos 2,5 D/H
A.4. 10 Irrigações 1,0 D/H
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B. INSUMOS:
B.1. Esterco de galinha. 1.425 Kg
B.2. Fosfato de araxá. 220,8 Kg
B.3. Óleo diesel (tranporte de material) 4,1L
C. PREÇOS:
C. 1. Esterco de galinha. 0,07 U$/Kg
C. 2. fosfato de araxá. 0,08 U$/Kg
C..3. Óleo diesel. 0,38 U$/Kg
C. 4. mão-de obra 7,00 U$/dia
Obs.: Preços em dólar paralelo (dez/95).
O custo total de uma meda de 36,8m 3 foi de 183,56 dólares para a produção de
7.467 Kg de composto. Assim, o custo médio foi de 24,60 dólares por tonelada do
produto. Comparando-se esse valor, ao custo do esterco de galinha (80,00 dólares/ton),
verificamos que o mesmo representa 31%, já incluindo todas as despesas adicionais
com outros insumos e serviços.
Características
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Considerando a riqueza em nutrientes e organismos presentes no composto
orgânico, preparados líquidos a partir desse material apresenta a capacidade de
melhorar o desenvolvimento de plantas, especialmente quando ocorre a necessidade
de reposição de nutrientes durante o ciclo da cultura.
Preparo do extrato
Recomendações de uso
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6.3. BOKASHI
Modo de preparar
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Pode ser necessário revirar mais de uma vez por dia, dependendo da temperatura
do monte. Quando a fermentação terminar, a temperatura não se eleva, o que
ocorre com 5 dias mais ou menos.
Modo de aplicação
6.4. BIOFERTILIZANTE
- Colocar o esterco e a água em uma bombona plástica de 200 litros, misturando bem.
Deixar um espaço vazio de 15 a 20 cm no interior da bombona.
- Fechar a bombona hermeticamente. Você pode colocar cera de abelha na rosca da
tampa.
- Fazer um furo na tampa e colocar nesse burado uma mangueira plástica fina.
Mergulhar a outra extremidade da mangueira em uma garrafa com água (selo de água),
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para permitir a saída do gás metano produzido no sistema e não permitir a entrada do
oxigênio, que alteraria o processo de fermentação e a qualidade do produto.
- Deve-se tomar o cuidado de não deixar entupir a mangueira plástica, para permitir a
livre saída do gás metano formado no sistema fechado (anaeróbico).
- Duração da fermentação: 30 dias
- Depois de fermentar, coar o material, em uma peneira, para separar a parte sólida
mais pesada. Em seguida, coar o líquido em um pano ou em tela bem fina.
- O biofertlizante líquido não poderá ser armazenado por muito tempo, após ser coado,
pois irá reduzir o seu efeito fitossanitário, sendo preferível seu uso imediato ou na
primeira semana após sua produção. Caso não seja todo utilizado, poderá ser
armazenado por um período de 30 dias, desde que volte ao mesmo sistema anterior,
mantendo-se, ainda, seu efeito de adubo foliar e estimulante fitohormonal.
- O biofertilizante líquido deverá ser diluído em água, em várias concentrações, para
diferentes usos e aplicações.
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- A parte sólida do biofertilizante poderá ser usada como adubo de cova em plantios ou
na formação de compostagem.
6.5. SUPERMAGRO
Composição do Supermagro
Minerais:
Mistura protéica:
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- 200 g de farinha de osso
- 200 g de calcário
- 200 g de fosfato de araxá.
Para fazer a mistura protéica, não é necessário ter todos os ingredientes, mas o
quanto mais diversificada, melhor.
Preparo
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- Plantas de folhas mais grossas (couve-flor, repolho, brócolis): usar concentração de
5%, isto é, um litro de SUPERMAGRO para um pulverizador de 20L.
- As pulverizações podem ser semanais, podendo variar com o nível de fertilidade do
solo e o nível nutricional das plantas.
- Para controle de doenças e insetos, as concentrações podem ser mais fortes.
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- Regar canteiros na concentração de 5% em água, um a dois dias antes do plantio –
desinfecção do solo e adubação.
Cuidados:
- Não pulverizar folhas ou verduras que são ingeridas cruas – pode ser feita a
aplicação no solo.
- Plantas da família das Cucurbitáceas: são sensíveis ao enxofre, queimando com o
sol. Pulverizar a face inferior das folhas, na concentração de 0,5%.
- Pulverizar em dias nublados ou depois que o sol se esconder, mas ainda com
claridade, para que penetre pelos estômatos.
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b) cultivo em grande extensão;
c) presença de grande quantidade de inóculo do patógeno na área, e de
raças virulentas do patógeno;
d) ambiente favorável à infecção e que deve persistir por vários ciclos de
vida do patógeno.
e) conhecimento detalhado do ciclo de vida de cada organismo envolvido,
de seu comportamento na planta e do efeito dos fatores do ambiente na
interação entre patógenos e hospedeiro.
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A disseminação das doenças causadas por vírus em hortaliças depende da
presença do vetor de hospedeiros cultivados ou silvestres e das condições do
ambiente, como, por exemplo, da chuva, temperatura, luminosidade e altitude.
Em sistemas orgânicos de produção, o uso e a reciclagem constantes de matéria
orgânica permitem minimizar problemas fitossanitários de forma significativa.
No Manejo Integrado de Pragas (MIP), recomenda-se lançar mão de táticas
adequadas, as quais podem ser assim resumidas:
Reconhecimento das pragas-chave da cultura: nem todas as pragas que ocorrem
na cultura são necessariamente pragas-chave, ou seja, pragas importantes para a
cultura.
Reconhecimento dos inimigos naturais da cultura: Diversos insetos atuam como
agente de controle biológico e podem reduzir a infestação de pragas nas lavouras,
gratuitamente.
Amostragem: A determinação da presença de pragas (ovos, larvas, adultos, etc.) e
seus danos, bem como a de seus inimigos naturais, devem ser monitoradas. Essa é
a melhor maneira para o produtor avaliar a real necessidade de controle com
métodos alternativos.
Táticas de controle: Emprego de produtos alternativos.
- Em outra garrafa:
- 100 g de alho
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- 1 L de álcool
- Deixar por uma semana.
Extrato de Primavera
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- Tomate: repetir a aplicação semanalmente até 60 dias após o transplante. Os
resultados mostram redução de mais de 90% na incidência de vira-cabeça no
tomateiro.
Calda Bordalesa
Sulfato de cobre....................................................................................200 g
Cal virgem.............................................................................................200 g
Água......................................................................................................20 L
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Quando a calda está ácida, ela queima as folhas das plantas pulverizadas.
Para evitar isso, faça um teste, antes de usar:
Pingue uma gota da calda sobre a lâmina de um canivete ou faca de ferro.
Se, após três minutos, no local da gota, formar-se uma mancha avermelhada,
semelhante a ferrugem, é sinal de que a calda está ácida. Deve-se, então, adicionar
mais leite de cal, até que a mistura fique neutra e não apareça a mancha.
Na Horta:
TOMATE: controla a requeima, a pinta-preta e septoriose. Aplicar nas plantinhas com
quatro folhas.
BATATINHA: controla a requeima e a pinta-preta. Aplicar a partir de vinte dias após a
germinação.
CEBOLA: contra a mancha púrpura e outras manchas das folhas, diluir três partes da
calda em uma parte de água.
ALHO: usar a mesma concentração para a cebola. Contra a ferrugem usar calda
sulfocálcica.
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BETERRABA: contra a mancha da folha (Cercospora beticola), usar três partes de
calda para uma de água.
ALFACE E CHICÓRIA: Contra míldio e podridão-de-esclerotínia, usar uma parte de
calda para uma parte de água.
COUVE E REPOLHO: contra míldio e alternária em sementeira, diluir uma parte de
calda em uma parte de água.
ABOBRINHA E PEPINO: contra míldio e outras manchas foliares, diluir uma parte de
calda em uma parte de água.
MORANGUEIRO: contra fungos, pulverizar até a floração com 0,5% de calda bordalesa
e 1,5 L de calda sulfocálcica em 100 L de água, alternando com a primeira. Após a
floração, pulverizar apenas com calda bordalesa.
Calda Sulfocálcica
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A fabricação da calda é feita à quente, requerendo recipiente de metal (latão ou
inox). No caso de preparar 10 L de calda sulfocálcica, utilizar os ingredientes abaixo:
Água 10 litros
Cal virgem 1 Kg
Enxofre em pó 2 Kg
Recomendações de Uso
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possui densidade de 32º Beumê, porém é considerada boa a partir de 29 ou 30º
Beumê.
Aplicação
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Para guardar a calda concentrada, por curto período, cobrir com uma fina
camada de óleo mineral.
Por longo tempo, manter em embalagem plástica ou de vidro, bem vedado.
Após a aplicação, todo o equipamento, inclusive as mangueiras, devem ser
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lavados com solução amoniacal ou solução diluída de ácido acético (vinagre).
Em culturas instaladas em estufas, reduzir em 50% as dosagens e fazer os
tratamentos em períodos frescos, pelos riscos de queima da planta.
b) CONTROLE BIOLÓGICO
- Bacillus thuringiensis: Inseticida biológico, que pode ser utilizado para controlar
vários tipos de lagartas que causam danos a diversas hortaliças. Atualmente, já se
encontram no mercado diferentes marcas comerciais, à base de variedades
diferentes. Como exemplo, citamos:
- Dipel em pó e líquido (Bacillus thuringiensis var. kurstaki).
- Agree (combinação de Bacillus thuringiensis var. kurstaki com var. aizawai.).
- Xentari (Bacillus thuringiensis var. aizawai).
RECOMENDAÇÕES DE USO
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As dosagens recomendadas para uso dependerão da concentração de Bacillus
na composição do produto comercial.
PRODUTO DOSES
CULTURAS PRAGAS
COMERCIAL (produto comercial)
REPOLHO Traça das Crucíferas DIPEL pó 300-500g/ha
(Plutella xylostella)
AGREE 750 g/ha
XENTARI 350-500g/ha
COUVE e Curuquerê da Couve DIPEL pó 240-400g/ha
BRÓCOLI (Ascia Monuste
orseis) AGREE -
XENTARI 400-800g/ha
TOMATE Traça do Tomate DIPEL pó 240-400g/ha
(Tuta absoluta)
Broca peq. do fruto AGREE 2000-2400g/ha
(Neoleucinodes
elegantalis) XENTARI 400-800g/ha
PEPINO Broca/Cucurbitáceas AGREE 2000g/ha
(Diaphania nitidalis)
c) ARMADILHAS E ISCAS
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Armadilha Luminosa: atrai diversas espécies, entre besouros, mariposas e
borboletas, cigarras, moscas e mosquitos, ou seja, apresenta alta eficiência para
pragas de hábitos noturnos, dentre as quais podemos destacar: Broca das
cucurbitáceas, Broca dos frutos e do ponteiro do tomate, Lagarta do cartucho e das
espigas do milho, etc.
Utilizar aa armadilha apenas como atrativo, distante da cultura de interesse, sem o
emprego do recipiente tradicional acoplado sob o aparelho, para não eliminar
inimigos naturais.
d) CONTROLE MECÂNICO
e) HOMEOPATIA
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- Recomendada na IN no. 7 sobre a produção orgânica no Brasil.
- Na propriedade rural pode ser utilizada nos seres humanos, nos animais, nas
plantas, no solo, na água, enfim, em todos os componentes do sistema.
- Diversas matérias primas podem ser utilizadas: de origem vegetal, animal, mineral,
microrganismos, venenos e misturas diversas.
- Escalas: centesimal (1:99) – CH e decimal (1:9) - D
- Preparo:
- Tintura mãe
Plantas frescas: em vidro escuro, 40% da planta + 60% de álcool. Agitar
diariamente. Depois de 10 a 12 dias coar a mistura e está pronta para ser
homeopatizada.
Solo: coletar solo em vários locais, misturar, retirar uma parte, fazer a tintura com 1
parte de terra e 5 partes de álcool 70%, em vidro escuro. Deixar 15 dias e coar.
- Preparação da homeopatia:
- Vidro de 30 mL
- Colocar 20 mL de álcool 70% e 5 gotas da tintura mãe
- Fazer a sucussão (bater 100 vezes) – CH1
- Pegar 5 gotas da CH1, colocar em 20 mL de álcool 70%, fazer a sucussão: CH2
- Com o CH2 faz-se o CH3; do CH3 o CH4 e assim por diante.
- Escolha do medicamento
- Analogia: similitude. Observar as características do que vai ser tratado e comparar
com a matéria médica.
- Nosódios: feitos com os agentes causadores do desequilíbrio: pulgões, lagartas
etc. Usar em potências acima de CH5. Utilizar o organismo vivo: 1 parte do
organismo para 9 partes de álcool 70%. Deixar 15 dias, agitando diariamente. Coar
para obter a TM.
- Agente intoxicante: usado no processo de transição. Feito com planta intoxicada,
com solo intoxicado, com o próprio agrotóxico, com os adubos químicos.
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- Organoterápico: órgãos sadios e partes de órgãos sadios (plantas cultivadas e
espontâneas, o solo, a água, os inimigos naturais, as minhocas etc.). Utilizado nas
potências de 3CH, 6D e 12D estimula a regeneração dos órgãos. Altas
dinamizações inibem a função do órgão.
- Nutriente mineral ou sal mineral: uso dos Sais de Schuessler, para equilíbrio
nutricional.
Aplicação da homeopatia:
- 1 L de álcool
- 6 mL de homeopatia
- Retirar 100 mL e colocar no pulverizados de 20 L, completando com água.
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Indicações de homeopatias
- Apis mellifica: fase da acumular amido/açúcar na planta, variedades pouco
tolerantes ao calor, perda de fertilidade, queda de flores e frutos. Afasta as abelhas.
- Arnica montana: estresse - transplante, podas, desbrota, desbaste, colheita que
danifica os galhos, deficiência hídrica, danos por insetos e geada.
- Baryta carbonica: lentidão no desenvolvimento.
- Belladona: equilíbrio das formigas. Pulverizar nas plantas e onde as formigas
caminham. CH30
- Calcarea carbonica: plantas que não respondem à fertilização. Clorose, mudas
sensíveis ao frio, demora na emissão de novas raízes. Desenvolvimento lento das
plantas e amarelecimento das folhas. Compostagem lenta, com resíduos de difícil
decomposição.
- Calcarea phosphorica: plantas com caule fino e quebradiço, deficiência no
metabolismo de cálcio, tombamento do caule, mudanças bruscas de clima e
sobrecargas de produção.
- Carbo vegetabilis: debilidade geral, após ataque de insetos, desfolhamento,
deficiência hídrica, espaçamento adensado, aborto de flores, morte de gemas.
- Cuprum: plantas intoxicadas com produtos à base de cobre ou ficam paradas sem
crescimento/desenvolvimento.CH 30
- Ferrum: após instabilidades no manejo e no ambiente. Cultivos em solos
compactados.
- Magnesia carbonica: falta de vigor, dificuldade de absorção de nutrientes, excesso
ou deficiência de Mg ou Ca, intolerância a baixa temperatura, ausência ou
deficiência na floração. Quando se quer a conservação da matéria orgânica e
resíduos da compostagem com baixa C/N.
- Natrum muriaticum: plantas desidratadas e desmineralizadas ou cloróticas.
Crescimento reduzido, áreas necróticas e folhas secando. Cultivos em solos salinos.
Murcha na ponta das folhas.
- Nux vomica: plantas intoxicadas ou que não acumulem reservas satisfatoriamente.
Produção de mudas.
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- Phosphorus: excesso de transpiração por intolerância ao calor, plantas exigentes
(não adubadas adequadamente).
- Pulsatilla: baixo número de sementes por fruto ou intolerância ao local de cultivo,
principalmente, por falta de ventilação.
- Silicea: crescimento estiolado, lento, com atraso da produção. Ataque de míldio,
fungos, floração precoce.
- Staphysagria: excesso de pulgões, nematóides ou ácaros. Sombreamento e frio.
Após danos causados por perdas de folhas e ramos.
- Sulphur: excesso de transpiração e luz. Variedades muito exigentes em quantidades
de nutrientes.
- Thuya ocidentallis: calosidades, verrugas ou ventos que prejudicam a planta.
- Alumina: solos ácidos com baixo pH, intoxicados de alumínio. Substitui a calagem
com Calc. phosphorica e homeopatia do solo.
- Solo: desintoxicação e equilíbrio do solo.
- Plantas espontâneas: equilíbrio e correções do solo, associada à homeopatia do
solo.
- Água de irrigação: nosódio para limpar a água.
8. FORMAÇÃO DE MUDAS
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- Tratar as mudas antes do plantio, quando necessário: imersão em biofertilizante
ou hipoclorito de sódio (brocas, nematóides e doenças).
- Fazer a quebra de dormência das sementes e pré-enraizamento das mudas.
- Respeitar o critério de propagação e seleção de cada espécie: tamanho de
bulbos e bulbilhos de alho, mudas de batata doce da parte mediana da rama etc.
-
Substrato
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- Composto orgânico: uso de composto puro peneirado ou em mistura com terra na
proporção de 1:1.
Recipientes
9. PLANTIO
- Preparar a terra: corte da cobertura vegetal para plantio direto, canteiros, sulcos,
covas, leiras.
- Adubação: a lanço, em toda a área, nos sulcos, nas covas, nas leiras.
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- Transplante de mudas: preparar as covas, ou sulcos e adubar, misturando o esterco
ou composto com a terra. Fazer o transplante em dias nublados ou chuvosos ou no
final do dia.
- Cobrir a terra com material vegetal ou com plástico, para manter o solo úmido.
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- Limpeza de folhas secas, estragadas, retirada de terra, insetos e pequenos
animais. Lavagem das hortaliças.
- Seleção e classificação do produto, retirando aqueles fora do padrão comercial.
- Toalete, principalmente, de raízes e tubérculos.
- Embalagem: sacos plásticos, bandejas, etc.
- Armazenamento em ambiente limpo e com condições adequadas: refrigeração
de produtos perecíveis.
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- Costuma-se trabalhar com um preço fixo de venda dos produtos durante o ano,
além de muitas vezes ser feita a produção por contrato, ou seja, programando-se
uma determinada produção na certeza de venda. Dessa forma, evitam-se as
surpresas que ocorrem com as oscilações de oferta e demanda do mercado.
- O preço para o consumidor pode ser um entrave para o aumento do mercado de
produtos orgânicos.
- Os preços dos produtos orgânicos são, em média, 30% mais elevados que dos
produtos convencionais. Causas possíveis:
- baixa escala de produção
- custo da embalagem
- desorganização do sistema de produção e do processo de comercialização
- riscos da atividade, falta de respaldo na pesquisa científica
- custos de certificação e perdas econômicas na fase de conversão
- cumprimento da legislação ambiental e trabalhista
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