Tronco Encefalico UNIFOA Sindromes
Tronco Encefalico UNIFOA Sindromes
Tronco Encefalico UNIFOA Sindromes
NEUROANATÔMICAS
MORFO-FUNCIONAIS
VOLUME 13
CONSIDERAÇÕES ANÁTOMO-CLÍNICAS
SOBRE O TRONCO ENCEFÁLICO.
COLEÇÃO MONOGRAFIAS
NEUROANATÔMICAS MORFO-FUNCIONAIS
Volumes 13
CONSIDERAÇÕES ANÁTOMO-CLÍNICAS SOBRE O TRONCO
ENCEFÁLICO.
2017
FOA
FOA
Presidente
Dauro Peixoto Aragão
Vice-Presidente
Eduardo Guimarães Prado
Superintendente Executivo
Jairo Conde Jogaib
Superintendência Geral
José Ivo de Souza
UniFOA
Reitora
Claudia Yamada Utagawa
Pró-reitor Acadêmico
Carlos José Pacheco
Pró-reitor de Extensão
Otávio Barreiros Mithidieri
Editora FOA
Editor Chefe
Laert dos Santos Andrade
FICHA CATALOGRÁFICA
Bibliotecária: Alice Tacão Wagner - CRB 7/RJ 4316
ISBN: 978-85-5964-053-3
CDD – 611
Profº. Édisom de Souza Moreira
Professor Titular da Disciplina de Neuroanatomia Funcional do Centro Universitário de Volta Redonda
(UniFOA), da Fundação Oswaldo Aranha (FOA), Curso de Medicina.
Doutor em Cirurgia Geral pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais de Belo
Horizonte (U.F.M.G.).
Colaboradores:
Dra. Sônia Cardoso Moreira Garcia.
Dr. Bruno Moreira Garcia: Assessoria Computacional Gráfica
ÍNDICE GERAL DE APRESENTAÇÃO DOS
ASSUNTOS, EM ORDEM SEQUENCIAL, DE
LOCALIZAÇÃO DOS MESMOS, NO TEXTO
PÁG.
Considerações Anátomo-clinicas, sobre o tronco encefálico ............................................... 03
Síndrome de Dejerine ( ou da porção medial do bulbo ) ............................................... 04
Lesão do Nucleo unilateral, do neurônio periféico do Nervo Hipoglosso ........................... 10
Lesão do Lemnisco medial ................................................................................................... 10
Lesão do neurônio central ( ou superior ) do nervo hipoglosso ........................................... 15
Síntese da Síndrome de Dejerine ( ou porção medial do bulbo ) ......................................... 19
Síndrome de Wallemberg .................................................................................................. 20
Síndrome de Wallemberg, determinada, em geral, por infarte da artéria cerebelar
Póstero-inferior ..................................................................................................................... 33
Lesão Bilateral do núcleo ambíguo ...................................................................................... 33
Conclusões sobre o estudo do Núcleo Ambíguo .................................................................. 40
Lesão do Nervo Glossofaríngeo ( IXº nervo nervo craniano ), nestas lesões ...................... 40
Lesão do Nervo Vago ( Xº nervo craniano, nestea lesões do núcleo ambíguo ................... 40
Lesão do Nervo Acessório espinhal ( XIº nervo craniano ), nestas lesões do N,ambíguo .. 40
Síndrome de Millard Gubbler ........................................................................................... 41
Síntese da Síndrome de Millard Gubbler ............................................................................. 43
Síntese dos achados clínicos da Síndrome de Millard Gubbler ou de “Foville” ................. 53
Síndromes da Porção Caudal do Tegmento da Ponte ............................................. 54 e 59
Lesão do fascículo longitudinal medial ................................................................................ 59
Lesão do núcleo do nervo abducente ( VIº nervo craniano ) ............................................... 59
Lesão do pedúnculo cerebelar médio ................................................................................... 59
Envolvimento das vias vegetativas descendentes do tronco encefálico ............................... 59
Lesão do nervo facial ( VIIº nervo craniano ) ..................................................................... 59
Lesão do trato espinhal do nervo trigêmeo ........................................................................... 59
Lesão do Lemnisco medial ................................................................................................... 59
Lesão do lemnisco lateral (hipoacusia) ................................................................................ 59
Síndrome da porção rostral superior da ponter .............................................................. 60
Síndromes relacionadas às lesões do terço médio da ponte ............................................ 63
Lesão bilateral do núcleo branquiomotor do nervo trigêmeo ............................................... 64
Síndrome de Benedikt ........................................................................................................ 68
Síndrome de Weber ............................................................................................................ 68
Síndrome de Parinaud ....................................................................................................... 70
ÍNDICE ICONOGRÁFICO
PÁG.
2016,
O Autor
2
CONSIDERAÇÕES ANÁTOMO-CLÍNICAS
SOBRE O TRONCO ENCEFÁLICO
1º - Síndrome de Dejerine
2º - Síndrome de Wallemberg
3º - Síndrome de Millard-Gubler
4º - Síndromes da porção caudal do tegmento da ponte
5º - Síndromes da porção rostral superior do tegmento da ponte.
6º - Síndromes relacionadas às lesões do terço médio da ponte e sua
Base.
7º - Síndrome de Benedikt
8º - Síndrome de Weber
9º - Síndrome de Parinaud
3
1º) - SÍNDROME DE DEJERINE
4
A. Vias Eferentes Somáticas Voluntárias Corticais
A. B
Mesencéfalo
Ponte
Medula Oblonga
( Bulbo )
Fuso
muscular
Neurônio
Medula Gama
espinhal
Neurônio
Alfa
FIG.:1.B
FIG.:1.A
B. Vias Motoras Supraespinhais
1.A1.A
FIGS.: e 1.BE 1.B
5
Desenho esquemático de uma preparação anatômica das artérias da base do encéfalo,
mostrando a distribuição das mesmas em seus territórios encefálicos, a formação da artéria
basilar e o “Polígono de Willis” ( círculo arterial do encéfalo ).
FIG.: 1.1
FIG.1.1
6
ARTÉRIAS DA BASE DO CRÂNIO:
7
Vista Ventral do Tronco Encefálico.
.
A: ( Vº nervo ) e s/ origem aparente
B: ( VIIº nervo ) e s/ origem aparente
C: ( IXº nervo ) e s/ origem aparente
D: ( Xº nervo ) e s/ origem aparente
E: ( XIº nervo ) e s/ origem aparente
F: ( XIIº nervo ) e s/ origem aparente
G: ( VIº nervo ) e s/ origem aparente
FIG.: 1.2
Vista Ventral do Tronco Encefálico, vendo-se sua circulação arterial, realizada, através
das Artérias do “Sistema Vértebro-basilar”, as origens aparentes dos Nervos cranianos:
Vº, VIº, VIIº, IXº, Xº, XIº, XIIº e os principais ramos de distribuição periférica dos
Nervos: Trigêmeo ( Vº ), Glossofaríngeo ( IXº ) e Vago ( Xº ).
8
VISTA VENTRAL DO TRONCO ENCEFÁLICO, COM SUA CIRCULAÇÃO
ARTERIAL, REALIZADA ATRAVÉS DO SISTEMA VÉRTEBROBASILAR E A
DISTRIBUIÇÃO PERIFÉRICA DOS NERVOS CRANIANOS: Vº, VIº, VIIº, IXº, Xº
E XIIº ).
01. Gânglio sensorial trigeminal. – 02. Ramo Oftálmico ( V-1 ) do Nervo Trigêmeo. –
03. Ramo Maxilar ( V-2 ) do Nervo Trigêmeo. – 04. Ramo Mandibular ( V-3 ) do
Nervo Trigêmeo. – 05. Globo ocular esquerdo. – 06. Glândula Lacrimal. – 07. Alça
lacrimal. – 08. Gânglio esfenopalatino. – 09. Revestimento mucoso nasal. – 10. Nervo
Vidiano. – 11. Gânglio geniculado do Nervo Facial. – 12. Gânglio sensorial superior do
Nervo Glossofaríngeo, para fibras: F.A.S.G. - 13. Gânglios sensorial inferior do
nervoGlossofaríngeo, - 14. Ramo do nervo Facial, com F.A.S.G., para a região de
Hunsay-Hunt. – 15. Ramos do nervo Facial, com F.A.S.G. para a mesma região. – 16.
Nervo Petroso profundo ( Carotídeo ). – 17. Ramo do Nervo Facial com F.E.V.G.
parassimpáticas, unindo-se às fibras simpáticas do nervo petroso profundo,
constituindo o Nervo Vidiano. – 18. Gânglio óptico. – 19. Nervo Timpânico, ramo do
nervo glossofaríngeo. – 20. Ramo aurículo-temporal do nervo trigêmeo. – 21. Ramo de
divisão anterior ( sensorial ) do nervo mandibular com: F.A.V.G., F.A.V.E., e
F.E.V.E. – 22. Ramo de divisão ( Motor ), do nervo mandibular ( F.E.V.E. ). - |23.
Nervo da Corda do Tímpano, rmo do nervo facial. – 24. Tronco principal do Nervo
Facial com F.E.V.E. para os músculos mímicos da hemiface esquerda. – 25. Ramo do
Nervo Glossofaríngeo com: F.A.V.E e F.A.S.G., destinadas ao terço posterior da
mucosa dorsal, da hemilíngua esquerda, para a sensibilidade geral e especial desta
região da língua. – 26. Nervo lingual, com fibras do nervo Trigêmeo ( F.A.S.G. ) e
fibras do Nervo Facial ( F.A.V.E. e F.E.V.E. ). - 27. Língua, com seus dois terços
anteriores, relacionados ao nervo Trigêmeo ( sensibilidade geral ) e nervo facial:
sensibilidade gustativa ) e seu terço posterior, com ramos para a sensibilidade geral e
especial ( nervo glossofaríngeo ). – 28. Glândula sub-lingual. – 29. Glândula sub-
mandibular. – 30. Gânglio sub-mandibular. – 31. Glândula prótida. – 32. Nervo
glossofaríngeo com: F.A.V.G. para o seio e corpúsculo carotídeos. – 33. Fibras
F.E.V.E. do nervo glossofaríngeo para o músculo estilo-faríngeo esquerdo. – 34.
Fibras Eferentes Viscerais Especiais ( F.E.V.E. ) do núcleo branquiomotor inferior do
nervo facial esquerdo, com destino aos músculos mímicos faciais homolaterais. – 35.
Fibras Eferentes Viscerais Especiais ( F.E.V.E. ), do núcleo branquiomotor superior
Auricular, ramo do nervo Vago. – 37. Nervo meníngeo, ramo do nervo Vago, para a
dura-mater, da fossa craniana posterior. – 38. Gânglio sensorial superior do nervo
Vago ( gânglio jugular ). – 39. Gânglio sensorial inferior do nervo Vago. – 40. Artéria
comunicante posterior. – 41. Artéria cerebral posterior. – 42. Artéria cerebelar
superior. – 43. Artérias pontinas. – 44. Artéria basilar. – 45. Artéria cerebelar antero-
inferior. – 46. Artéria vertebral. – 47. Artéria espinhal anterior. – 48. Artéria
cerebelar póstero-inferior. – 49. Artéria espinhal posterior.
9
os músculos enrugados , flácidos e com fasciculações ( tremores ), em suas fibras
musculares, estando a língua, em protrusão e desviada homolateralmente à lesão.
Este desvio da língua, é provocado pela ação do músculo gênio-glosso, não lesado, e
localizado, no lado oposto à lesão, que empurra a língua, em direção ao lado lesado (
fig.: O2 ): ( Síndrome do neurônio inferior ou lateral ).
Nestes casos, portanto, com lesão do núcleo inferior unilateral ou do Neurônio
periférico do Nervo Hipoglosso ( ou Neurônio lateral ), encontraremos:
10
Lesão do Tronco do Nervo Hipoglosso ( ou de seu núcleo de
Lesão do Tronco do Nervo Hipoglosso ou de seu núcleo de origem
origem real )
( Síndrome do Neurônio Inferior ou Lateral )
FIG.: 2
Neste tipo de lesão, em geral observaremos ao exame clínico: Paralisia dos Músculos da
Hemilíngua homololateral à lesão, hipotrofias musculares progressivas da hemilíngua
homolateral à lesão. EnrrugamentosFIG.02 e corrugações dos músculos da hemilíngua
homolateral à lesão e constantes fasciculações. Dificuldade para o paciente colocar a
língua, em protrusão, na boca, a qual, se encontra desviada para o lado lesado.
11
LEGENDA DA FIGURA: 02
12
Vista Ventral do Tronco Encefálico, vendo-se: As origens
aparentes de dez ( 10 ) Nervos Cranianos e o Nervo Hipoglosso (
XIIº ), com sua Distribuição Periférica nos Músculos da Língua.
FIG. 2-A
13
NERVO HIPOGLOSSO ( XIIº NERVO CRANIANO )
( ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO PERIFÉRICA )
1- Núcleos da base
2- Tálamo
3- Hipotálamo
4- Nervo óptico seccionado ( IIº nervo craniano )
5- Nervo oculomotor ( IIIº nervo craniano )
6- Pedúnculo cerebral
7- Nervo troclear ( IVº Nervo craniano )
8- Nervo trigêmeo ( Vº nervo craniano )
9- Nervo abducente ( VIº nervo craniano )
10- Nervo facial ( VIIº nervo craniano )
11- Terço proximal da ponte
12- Nervo vestíbulo-coclear ( VIIIº nervo craniano )
13- Nervo glossofaríngeo ( IXº nervo craniano )
14- Nervo vago ( Pneumogástrico ) ( Xº nervo craniano )
15- Nervo acessório espinhal ( XIº nervo craniano )
16- Nervo hipoglosso ( XIIº nervo craniano )
17- Complexo olivar bulbar
18- Pirâmide bulbar
19- Núcleo de origem real do nervo hipoglosso
20- Núcleo ambíguo
21- Mandíbula seccionada
22- Palato duro
23- Musculatura intrínseca da língua
24- Músculo estílohióideo
25- Músculo hioglosso
26- Músculo genioglosso
27- Osso hióide
28- Músculo tireo-hióideo
29- Ramo descendente do plexo cervical, para a constituição da alça cervical ou alça do
nervo hipoglosso.
14
Lesão do Neurônio Central ( ou Superior ) do
Nervo Hipoglosso ( XIIº nervo craniano ).
15
Lesão do Neurônio Central ( ou Superior ) do Nervo
Lesão do Neurônio Central do Nervo Hipoglosso
Hipoglosso ( XIIº Nervo Craniano ).
FIG.: 2-B
Neste tipo de lesão, em geral, encontramos ao exame clínico:
1. Paresia dos músculos hemilinguais FIG.
do lado2-B
oposto à lesão. 2. Desvio da língua,
quando em protrusão, para o lado oposto à lesão.
16
LESÃO DO NEURÔNIO CENTRAL, CORTICAL
OU SUPERIOR DO NERVO HIPOGLOSSO
17
Sistema Cordão Dorsal - Lemnisco Medial
Córtex somato-sen-
sível primário ( S-I )
Tálamo
Núcleo grácil
Núcleo Cuneiforme Lateral
Núcleo Cuneiforme
Núcleo gelatinoso (Vº Par)
Bulbo: terço distal.
FIG.03
18
SÍNTESE DA SÍNDROME DE DEJERINE
( OU DA PORÇÃO MEDIAL DO BULBO )
19
2º ) - SÍNDROME DE WALLEMBERG
20
Desenho esquemático do Tronco encefálico, com o Complexo
Olivar Bulbar inferior e suas principais Conexões: Aferentes e
Córtex cerebral
Eferentes.
Tálamo
Substância Negra.
Núcleo paleorrúbro
Mesencéfalo
Cerebelo Cerebelo
Fibras
Complexo olivar inferior Trepadeiras
Medula oblonga
Núcleo olivar acessório
FIG.04
FIG.4.1
22
TRATO TEGMENTAR CENTRAL OU FEIXE
CENTRAL DA CALOTA
( Legenda da figura: 4.1 )
23
dirige ao núcleo rubro ( vermelho ), contralateral, através do pedúnculo cerebelar
superior. ( fibras interpósito-paleorrúbricas, ( fig.: 5 ).
Portanto, na disposição morfo-funcional destas diversas estruturas anatômicas,
o “feixe central da calota” é, simultaneamente, a via dos impulsos ativadores das
formações cerebrais supra-segmentares e a via ativadora do cerebelo, tendo, como
importantes ponto de partida, a “oliva bulbar inferior” e o “pedúnculo cerebelar
inferior”. Para maiores detalhes, consultar os Volumes: 11 e 15 ( núcleos próprios do
tronco encefálico e cerebelo ). Em relação, às demais fibras, encontradas no
pedúnculo cerebelar inferior, temos: as fibras do trato espino-cerebelar dorsal ( ou
direto ), condutoras de impulsos proprioceptivos inconscientes às células de Purkinje
do cerebelo, colocando-o, em significativa posição morfo-funcional, em relação à
plasticidade dos movimentos e aprendizados motores ( ver: cerebelo e núcleos
próprios do tronco encefálico ) ( fig.: 5 ).
Quanto às fibras arqueadas externas dorsais, apresentam suas origens no
núcleo cuneiforme lateral bulbar, sendo responsável pela condução de impulsos
proprioceptivos inconscientes ao cerebelo, principalmente dos membros superiores e
do pescoço ( fig.: 6B ). Assim, no núcleo cuneiforme lateral bulbar, originam-se, os
axônios com destino ao cerebelo homolateral, conduzindo os impulsos
proprioceptivos, que entram na parte sensorial da medula espinhal cervical ( C1, C2,
C3 e C4 ). Estes axônios constituem as “fibras arqueadas dorsais externas” ( fig.: 6B ).
As lesões do “trato espinhal” do nervo trigêmeo ( protopático ) e de seu núcleo
de origem, determinam a perda das sensibilidades: térmica e dolorosa, na metade
da face homolateral à lesão ( fig.: 7 ). Com a lesão do “Sistema Ântero-lateral”
ascendente da medula, no nível do tronco encefálico, do qual, fazem parte, os tratos
ascendentes: espino-talâmico lateral, espino-talâmico ventral, espinorreticular,
espinomesencefálico e espino-cerebelar dorsal, entre outros, observaremos, perda das
sensibilidades: térmica, dolorosa e protopática tátil, na metade do corpo contralateral
à lesão, além da perda da propriocepção inconsciente protopática homolateral à lesão
( figs.: 5 e 8 ).Com a lesão dos núcleos que participam da constituição do “Núcleo
Ambíguo” ( nervos glossofaríngeo, vago e acessório espinhal, fig.: 10 ), surgirão
distúrbios, relacionados a tais lesões, ou seja: disturbios relacionados à deglutição e à
fonação, por paralisias dos músculos faríngeos e laríngeos e, com certa freqüência,
problemas relacionados aos movimentos cefalógiros, devido à lesão também, do nervo
acessório espinhal no núcleo ambíguo ( XIº nervo craniano ), fig.: 10 ( A, B e C ).
As lesões, das vias hipotalâmicas descendentes vegetativas, que se dirigem aos
núcleos parassimpáticos cranianos, das quais, temos o “fascículo longitudinal dorsal
de Schütz” e o “trato hipotálamo-espinhal”( figs.: 11 e 20 ), podem, também, ser
envolvidas nas referidas lesões e, consequentemente, poderemos observar o
aparecimento de distúrbios relacionados aos reflexos pupilares, reflexo consensual (
fig.: 11 ) e demais funções, relacionadas aos demais núcleos ( pupilar, salivatório
superior, salivatório inferior e motor dorsal do vago ).Em síntese, os sintomas mais
comuns encontrados nesta síndrome, são: vertigens, nistágmo, náuseas e vômitos ,
disartria, disfonia, ataxia, perda da sensibilidade térmica e dolorosa da hemiface
homolateral à lesão, por hipoacusia homolateral à lesão, em geral, síndrome de
Horner homolateral à lesão e distúrbios relacionados aos reflexos: pupilares e
consensual. Dependendo da extensão do processo, incluir os núcleo
parassimpáticos citados.
24
Vias:
(1) : Espino-cerebelar Direta ( dorsal )
(2) : Espino-cerebelar cruzada ( ventral )
(3) :Trato-Paleo-rúbrico-Tálamo-Cortical
Superfície lateral do
hemisfério esquerdo
Arquicerebelo
Núcleo emboliforme
Paleocerebelo:
(Tonsila, úvula, pirâmide) Pedúnculo cerebelar inferior
Trato rubro-espinhal
Fibras Aferenciais
proprioceptivas com suas origens Trato espino-cerebelar cruzado ( 2 )
nos gânglios sensoriais da Medula
Espinhal: 1 e 2
Trato espino-cerebelar direto ( 1 )
Medula espinhal (torácica)
FIG. 05
25
Tronto Encefálico, em visão dorsal, vendo-se por projeção, as regiões do Núcleo Vermelho, os
Núcleos Pontinos, o Complexo Olivar Bulbar inferior, Núcleo Cuneiforme, Núcleo Cuneiforme
lateral, Núcleo Grácil, também, mostrados em corte transversal do tronco encefálico, no bulbo.
Neorrúbro
Paleorrúbro
Núcleos
Interpedunculares
Núcleos pontinos
FIG.: 6-A
Núcleo Grácil
Lemnisco medial
Fascículo cuneo-cerebelar
Fibras arqueadas externas dorsais.
Núcleo cuneiforme
Núcleo do XIIº nervo craniano lateral
Núcleo espinhal do trigêmeo (
Núcleo Branquiomotor do XIº Nervo Vº nervo craniano )
Craniano.
Fibras Arqueadas Internas.
Fibras Arciformes
Corte Transversal do Tronco encefálico, no nível de origem dos núcleos: Grácil,
Cuneiforme, Cuneiforme lateral eFIG.:núcleo
6-B espinhal do Nervo Trigêmeo.
26
Núcleos Sensitivos do Nervo Trigêmeo, Suas Conexões e Seu
Núcleo Motor ( Vº Nervo Craniano ).
N.V.P.M.
Para: Núcleo Ventral Póstero-Medial do Tálamo
Tálamo
Colículo superior
Núcleo mesencefálico (
( proprioceptivo )
Raiz Motora do
Trigêmeo: Vº Nervo
Fibras Trigêmino-Talâmicas Gânglio Craniano.
Ventrais. trigeminal
Núcleo Motor do Nervo
Trigêmeo ( Vº N. craniano
FIG. 07
27
Sistemas Aferenciais Ascendentes das Sensibilidades: Somática e
Visceral, Gerais, com alguns de seus principais
Tratos Ascendentes, nos Sistemas: Antero-lateral e Cordão
Dorsal-Lemnisco Medial.
l
Sistema Ântero-lateral N.V.P.L.
Sistema Cordão dorsal-Lemnisco
Do: Medial.
Tálano
Mesencéfalo
Lemnisco medial
Ponte
Bulbo
Medula espinhal
FIG. 08 FIG. 09
28
Núcleo Ambíguo
( Núcleos branquimotores ( F. E. V. E.) dos nervos cranianos:
A:Glossofaríngeo (IXº), B: Vago (Xº), C: Espinhal Acessório ( XIº ) e
respectivas distribuições periféricas.
38
39
FIG.10
29
NÚCLEO AMBÍGUO
LEGENDA DA FIGURA: 10
30
Trato Hipotálamo-espinhal
Tálamo
Hipotálamo
Hipotálamo
Corpo estriado
Fascículo Tegmentar Dorso-
lateral.
Mesencéfalo
Núcleo pupilar ( ou de Edinger
Westphal ), Parassimpático )
anexo ao IIIº nervo craniano (
Nervo oculomotor ) Formação reticular pontina
FIG.11
31
SÍNDROME DE WALLEMBERG
( Figs.: 1.1 e 1.2 )
1º) – Rouquidão
2º) – Disfagia
3º) – Perda das sensibilidades: dolorosa e térmica da parte contralateral do corpo
( Sistema Antero-lateral ) e da parte homolateral da face ( núcleo e trato espinhal
Do Nervo Trigêmeo ) ( figs. : 08 e 07 ).
4º - Deficiência auditiva homolateral à lesão ( núcleos cocleares homolaterais
Atingidos ( figs.: 12 e 21 ).
5º - Nistágmo e náuseas ( Núcleos vestibulares ) ( figs.: 12, 18 e 26 ).
OBSERVAÇÃO:
32
Nervo Vestíbulo-Coclear ( VIII° Nervo Craniano )
FIG.12
34
NERVO VESTÍBULO-COCLEAR
( VIIIº NERVO CRANIANO )
( LEGENDA DA FIGURA: 12 )
34
FIG.12.1
Desenho esquemático
Desenho esquemático dosdos
do mecanismo Mecanismos
reflexos: do vômitoReflexos: Dorespiratórios
e dos movimentos Vômito e
dos Movimentos Respiratórios.
35
MECANISMOS DOS REFLEXOS: DO VÔMITO E DOS
MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS
36
Trato Solitário e suas Principais Conexões
Estímulos do N.P.B e do
Trato Solitário ao Grupo
Amigdalóide Central e
deste ao Hipotálamo.
Complexo Amigdalino e
Hipotálamo ( 12 ). 1
Tálamo, onde se encontra o Núcleo: (13)
Ventral postero-medial ( parvocelular ) 2
Conexões do Núcleo
Para-braquial para a
Trato Tegmental Central:
Amigdala e, desta, ao
14 Hipotálamo, via
19. Conjunto das fibras Amigdalo-fugal.
F.A.V.E. e : F.A.V.G.,
dirigindo-se ao
Trato Solitário. Núcleo Para-
4
braquial ( N.P.B. )
Conexões entre o N.
20. Núcleo Cárdio-respiratório e
gustativo Núcleo:Parabraquial
relacionado às
fibras aferenciais, FibrasAferentesVisce
viscerais rais Especiais dos
Núcleo gustativo
especiais Ner-vos: VIIº, IXº e
( F.A.V.E. )
Gânglio geniculado
15. Núcleo do do nervo Facial (
Trato Solitário. ou VIIº nervo
16. N. Ambíguo Craniano ).
17.Núcleo Cardio-respiratório Gânglio inferior do
Nervo Glossofarín-
Envolvido criticamente geo ( IXº nervo
com a regulação das Craniano )
funções viscerais do
Gânglio inferior do
organismo. Assim , rela-
Nervo Vago ( Xº )
cinado às informações
nervo craniano.
aferenciais viscerais
gerais ( F.A.V.G. ).
Torácicas e abdominais e Medula espinhal, em corte
nos mecanismos viscerais Transversal.
gerais, relacionados às
variações da pressão
arterial, concenrações de Neurônios Pré-
O2 e CO2 no sangue e ganglionares Simpáticos
movimentos Medulares.
respiratórios, no refelxo FIG.12.2
do vômito e secreções do
tubo digestório 37
VIAS GUSTATIVAS ( F.A.V.E. ) E VIAS AFERENTES
VIASCERAIS GERAIS ( F.A.V.G. )
38
CONCLUSÕES SOBRE O ESTUDO DO NÚCLEO AMBÍGUO
O estudo isolado e em conjunto dos núcleos de origens reais dos nervos
cranianos: glossofaríngeo ( IXº ), vago ( Xº ) e acessório espinhal ( XIº ), situados no
“núcleo ambíguo”, suas respectivas distribuições periféricas e possíveis lesões, levam-
nos às seguintes conclusões ( figs .: 10 e 12.2 ):
39
3º) – NERVO ACESSÓRIO ESPINHAL ( XIº NERVO CRANIANO ):
40
“desarmonia” dos movimentos conjugados dos globos oculares, ocorrerá o
aparecimento de estrabismo convergente, além de gerar uma assimetria, dos raios
luminosos, em sua incidência, nas duas retinas, determinando o surgimento da
diplopia.
Em virtude da possível lesão do “lemnisco medial”, haverá aparecimento de
analgesia, anestesia ou hipoestesia térmica, diminuição da sensibilidade tátil,
vibratória e postural contralateral à lesão ( fig.: 03, 09 e 15 ).
Na base da ponte, as fibras do nervo abducente intercruzam-se, em seu trajeto, dorso-
ventral, com as fibras longitudinais descendentes do trato corticoespinhal. Nestas
condições anatômicas, lesões da porção ventral inferior da ponte, comprometem, não
apenas o nervo abducente homolateral à lesão, como também, o trato corticoespinhal
homolateral à lesão, estabelecendo-se, como resultado, processo de hemiplegia
cruzada, associado à lesão do nervo abducente, como já explicitado ( fig.: 1-A ).
Caso a lesão atinja, lateralmente, o nervo facial, associar-se-ão, no caso,
sintomas e sinais, também, do comprometimento do nervo facial e, nestes casos,
dependendo dos “componentes funcionais”, deste nervo, envolvidos no processo,
teremos sinais e sintomas variados, pois, neste nervo, temos componentes funcionais
relacionados à secreção salivar das glândulas salivares submandibular e sublingual,
glândula lacrimal e da mucosa nasal e componentes funcionais branquiomotores,
cujas fibras, se dirigem à musculatura mímica facial ( figs.: 16 e 17 ).
Neste último caso, havendo a lesão nuclear do nervo facial, desaparecem as
ações branquiomotoras, oriundas dos núcleos superior e inferior do nervo facial e a
conseqüente paralisia dos músculos mímicos ( músculos da expressão facial ), ou seja,
paralisia total homolateral da hemiface homolateral à lesão ( figs.: 16 e 17 ).
Também, nesta região, poderá o processo lesivo atingir o trato espino-talâmico
lateral do Sistema Ântero-lateral, determinando problemas de hipoestesias
térmicas ( fig.: 8 ).
Nesta inervação dos músculos mímicos da face, os dois núcleos de origem
branquiomotores do nervo facial, funcionam diferentemente, ou seja: o “núcleo
branquiomotor superior, de cada lado”, apenas recebe estímulos motores do córtex
do lado oposto e os re-encaminha ao hemiquadrante inferior, homolateralmente,
de cada lado ( f ig.: 17 ).
Por outro lado, o núcleo branquiomotor inferior, de cada lado, recebe
estímulos motores, de ambos os córtex cerebrais motores ( da direita e da esquerda )
apenas para os hemiquadrantes de cada lado superiores da hemiface, de cada lado.
Assim, caso a lesão atinja, lateralmente, estes núcleos faciais branquiomotores (
superiores e inferiores ), teremos alterações funcionais, principalmente, nos músculos
mímicos diferenciados. Ou seja, as paralisias poderão se instalar, seja em um
quadrante inferior de uma hemiface ( à direita ou à esquerda ), bem como, poderão se
instalar, nos quadrantes superiores, dependendo do grau de envolvimento dos núcleos
branquiomotores superiores e inferiores, inclusive, poderão envolver toda uma
hemiface e mesmo, nos casos mais dramáticos, de ambas as hemifaces de forma total (
figs.: 16 e 17 ). São os casos de lesões de neurônios motores superiores do nervo
facial, ou seja, dos neurônios centrais, com suas origens na intimidade do córtex
cerebral motor. Em tais circunstâncias, teremos os casos mai s graves e dramáticos
de lesões branquiomotoras do nervo facial ( VIIº nervo craniano ).
41
SÍNTESE DA SÍNDROME DE MILLARD GUBBLER
( REGIÃO VENTRAL INFERIOR DA PONTE )
42
Lesão do Tronco do Nervo Abducente ( VIº Nervo Craniano )
FIG.: 13
43
LESÃO DO TRONCO DO NERVO ABDUCENTE
( VIº NERVO CRANIANO )
LEGENDA DA FIGURA: 13
44
Lesão do Núcleo de Origem do Nervo Abducente
( VIº nervo craniano )
FIG.: 14
45
LESÃO DO NÚCLEO DE ORIGEM DO NERVO
ABDUCENTE ( VIº NERVO CRANIANO )
LEGENDA DA FIGURA: 14
46
Sistema Cordão Dorsal - Lemnisco Medial
Córtex somato-sensorial
Primário: S.1 Tálamo
Á
Núcleo Grácil
Núcleo cuneiforme lateral
Núcleo Cuneiforme
Núcleo gelatinoso do Nervo
Bulbo : Terço distal Trigêmeo
Fibras arqueadas internas
FIG.15
47
Núcleo de Origem Real do Nervo Facial
( VIIº Nervo Craniano ).
Núcleo
. brânquio-sensível ( F.A.V.E. ) + Núcleo Viscero-sensível ( F.A.V.G. )
Glândula lacrimal e
glândulas da mucosa nasal
Gânglio Esfêno-palatino.
Nervo Facial
Motor: F.E.V.E
Nervo lingual
Glândula Sub-lingual
Glândula sub-mandibular
Músculatura mímica, Músculo estilo-
hióideio, Ventre posterior do
músculo digástrico, Músculo Gânglio sub-mandibular
estapédio.
FIG.16
48
Lesão do Neurônio Inferior do Nervo Facial ( VIIº )
FIG.17
Observe-se que, os Núcleos branquio-motores superiores do N. facial, recebem impulsos motores,
apenas do lado cortical oposto, enquanto o núcleos branquio-motor inferior, recebe impulsos motores de
ambos os lados. Seguir a distribuição de seus neurônios laterais, em cada hemiface.
49
LESÃO DO NEURÔNIO MOTOR INFERIOR ( OU
LATERAL) DO NERVO FACIAL (VIIº NERVO CRANIANO )
( LEGENDA DA FIGURA : 17 )
1 – Centro cortical cerebral dos impulsos motores do nervo facial ( VIIº nervo craniano ).
2 – Neurônio motor central ( superior ou cortical ) do nervo facial( VIIº nervo craniano ).
3 – Núcleo branquiomotor superior do nervo facial
4 – Núcleo branquiomotor inferior do nervo facial
5 – Neurônio periférico ( inferior ou lateral ) do nervo facial
6 – Área de paralisia dos músculos mímicos ( miméticos ou cuticulares da face ), que
Corresponde à paralisia total hemilateral e homolateral à lesão.
7 – Neurônio central motor cruzado em direção ao núcleo motor inferior contralateral.
8 – Cápsula interna
9 – Área de localização da lesão no neurônio lateral ( inferior ou distal ).
50
FIG.: 18
Córtex da área 3a
de Brodmann
Núcleo ventral-póstero-inferior do
Tálamo
Gânglio Vestibular
52
4º) - SÍNDROMES DA PORÇÃO CAUDAL DO TEGMENTO
DA PONTE
53
Com a lesão do “núcleo de origem do nervo abducente” ( VIº nervo craniano ),
ocorrerá a paralisia do músculo reto lateral homolateral à lesão nuclear, com
impedimento do movimento de abdução do globo ocular homolateral à lesão. Além
disso teremos, também, lesão dos neurônios internucleares que, do núcleo lesado do
nervo abducente, conduziriam os impulsos à sub-divisão do nervo oculomotor
contralateral, para a inervação do músculo reto medial contralateral. Entretanto, com
tal lesão nuclear, estes neurônios internucleares, não desempenham, morfo-
funcionalmente, sua função, prejudicando o movimento conjugado de
lateralidade dos globos oculares ( fig.: 14 ).
O “pedúnculo cerebelar médio, ” apresenta em sua estrutura o importante
conjunto de fibras do “circuito cortico-ponto-cerebelo-neorrúbro-tálamo-cortical” (
figs.: 19 e 25 ), responsável pela transmissão de informações do neocórtex, para o
néo-cerebelo, relacionadas ao “plano cortical de estruturação dos movimentos
voluntários”, seu início, correções motoras de possíveis erros de movimentos em
andamento, detectados nas análises neo-cerebelares e sua finalização.
Portanto, na vigência de lesões deste pedúnculo cerebelar médio, estariam
comprometidos os mecanismos morfo-funcionais de modulação e coordenação do néo-
cerebelo, sobre o córtex motor frontal ( sobre os neurônios motores corticais
envolvidos no movimento vigente ), bem como a ação do neocerebelo sobre o neurônio
motor medular, através do “circuito”: “cortico-ponto-cerebelo-neorrúbro-reticulo-
espinhal” ( figs.: 19, 19.1 e 25 ).
Os “núcleos vestibulares”: ( superior, lateral, medial e inferior ), encontram-se
localizados, na estrutura do tronco encefálico, sendo, dois deles ( superior e medial )
de localização pontina e os outros dois ( lateral e inferior, de localização bulbar ).
Todos eles estão, diretamente, relacionados, em suas conexões: aferentes e eferentes,
ao aparelho vestibular e ao arquicerebelo. Portanto, encontram-se ligados aos
mecanismos morfo-funcionais de modulação e coordenação do equilíbrio ( fig.: 18 )
Destes núcleos vestibulares, principalmente, dos núcleos: superior e medial,
originam-se os axônios que, em seu trajeto, participarão da constituição do fascículo
longitudinal medial, tanto de sua porção ascendente, como de sua projeção
descendente ( fig.: 18 ). Todavia, também, dos outros dois núcleos, chegam axônios
dirigidos ao referido fascículo longitudinal medial, porém, em pequena quantidade.
Este fascículo longitudinal medial, conforme já tivemos oportunidade de
comentar, é a principal via de associação e de integração do tronco encefálico. Assim,
as fibras ascendentes deste fascículo, se relacionam com a motricidade ocular ( nervos
cranianos: IIIº, IVº e VIº ) e com a produção do nistágmo, que se caracteriza pelo
aparecimento de movimentos rápidos dos globos oculares num sentido e lentos no
sentido oposto. Em sua trajetória ascendente, esta porção do fascículo longitudinal
medial, através dos núcleos: ventral póstero-lateral e ventral póstero-superior do
tálamo, alcançam o córtex da área 3a de Brodmann ( fig.: 18 ).
As fibras descendentes deste fascículo longitudinal medial, constituem as vias
vestíbulo-espinhais ( fig.: 18 ), que participam das conhecidas “Vias extrapiramidais”,
denominação esta, atualmente, em desuso e, substituída pela denominação de “Vias
supraespinhais”( fig.: 19.1 ).
Todos os núcleos vestibulares, mantêm conexões com núcleos da formação
reticular do tronco encefálico, hipotálamo e sistema límbico, estando suas conexões
corticais ( área vestibular cortical ), como foi explicitado, linhas acima, relacionada ao
54
Desenho esquemático
Desenho esquemáico, mostrandomostrando o “Cérebro-cerebelo”
o “Cérebro-cerebelo” e seus
e seus grandesCircuitos:
Grandes Circuitos. Cortico-
Circuito: corticopontocerebelotalamocortical e circuito: corticopontocerebelorrubroreticuloespinhal.
ponto-cerebelo-talamo-cortical e Cortico-ponto-cerebelo-rubro-reticulo-espinhal
Córtex Lobo-Frontal
Mesencéfalo
Núcleo
neorrúbro
Núcleos pontinos
Núcleo Denteado
Neurônios motores medulares
FIG.19
55
córtex da área 3ª de Brodmann ( fig.: 18 ).
Assim, lesões desta região pontina e destes núcleos, provocariam o surgimento
de problemas relacionados ao equilíbrio, aos movimentos dos globos oculares (
oculógiros e nistágmo ) e vertigens.
O envolvimento de lesões da porção caudal do tegmento da ponte, com o
sistema descendente hipotalâmico visceral motor autonômico ( vegetativo ),
representado, principalmente, pelo “trato hipotálamo-espinhal” ( figs.: 11 e 20 ),
envolveria as conexões deste trato vegetativo, com os núcleos parassimpáticos
cranianos da coluna viscero-motora do tronco encefálico, representados, pelos:
“núcleo de Edinger Westphal”, anexo ao IIIº nervo craniano ( nervo oculomotor , (
fig.: 23 ), núcleos salivatórios superior, anexo ao VIIº nervo crniano, núcleo salivatório
inferior, anexo ao IXº nervo craniano e núcleo motor dorsal do vago, anexo ao Xº
nervo craniano. Em eventuais lesões desta região tegmentar pontina, podemos ter o
surgimento de distúrbios nos reflexos pupilares, consensual ( fig.: 20 ), ou
envolvendo os demais núcleos citados.
Nas lesões desta região, com envolvimento do feixe central da calota ), surgem
as possibilidades de aparecimento de lesões, relacionadas às fibras aferenciais ao
cerebelo e com suas origens em diferentes partes, tais como: córtex cerebral, núcleos
da base, núcleo vermelho, substância negra, sendo que, todas elas, necessariamente se
dirigirão ao “complexo olivar bulbar inferior”, centro anatômico de origem, das fibras
trepadoras do cerebelo ( figs.: 94 e 4.1 ) e altamente envolvidas nos mecanismos
morfo-funcionais de correções de erros de movimentos, através das “modificações
das freqüências das descargas motoras corticais” ( figs.: 4, 4.1 e 24 ).
Com o envolvimento do núcleo do trato espinhal do nervo trigêmeo ( Vº nervo
craniano ), constatar-se-á perda da sensibilidade térmica e dolorosa da hemiface
homolateral à lesão, além de hipoestesia ( figs.: 6-B, 07 e 15 ).
Com a participação e envolvimento do “nervo
facial” na lesão, surgem os processos hemiplégicos faciais parciais ou totais ( figs.: 16 e
17 ). Nestes casos, em geral, são lesadas as fibras do tronco do nervo facial ( neurônios
motores laterais ou inferiores ), sem passagem dos impulsos dos núcleos do nervo
facial homolateral à lesão ( superior e inferior ), com conseqüente paralisia total da
hemiface homolateral à lesão ( fig.: 17 ).
Nos casos, nos quais, haja comprometimento das fibras do trato espino-
cerebelar ventral ou cruzado ( fig.: 05 ), ficam prejudicadas as informações
ascendentes, não apenas proprioceptivas dos membros inferiores e tronco inferior,
como também e, principalmente, as informações das freqüência de descargas motoras
corticoespinhais, em direção aos neurônios motores laterais da medula espinhal
ou seus interneurônios ( fig.: 5 ).
Caso a lesão atinja, também, o “Lemnisco medial” ( figs.: 03 e 15 ), teremos
redução da sensibilidade tátil epicrítica, vibratória e sensibilidade proprioceptiva
consciente ( figs.: 03 e 15 ).
Finalmente, as lesões podem, também, atingir as “fibras do lemnisco lateral” e,
nestes casos, associar-se-ão, ao quadro clínico, problemas relacionados à audição (
fig.: 21 ).
56
Esquema do Reflexo Miotático ( Alça Gama )
1. Putame
2. Globo pálido lateral
3. Globo pálido medial
4. Córtex
5. Núcleo caudado
6. Tálamo
7. Hipotálamo
8. Núcleo rubro ( vermelho )
9. Núcleo sub-talâmico
10. Formação reticular
11. Substância negra
12. Sist. motores supraespinhais
13. Cavidade do terceiro ventrículo
14. Campos de Forel
cortico-estrio-rubro-espinhal
Sistema
Neurônio Aferente
Terminação
Região polar Anulo-espiral
Intra-fusal
FIG.19.1
57
- SÍNDROMES DA PORÇÃO CAUDAL DO TEGMENTO DA PONTE.
58
7.1 – DISTURBIOS DA SENSIBILIDADE TÁTIL, VIBRATÓRIA, E DO
EQUILÍBRIO.
59
A lesão, incluindo o trato espino-talâmico lateral, conduzirá ao
desaparecimento de toda a sensibilidade contralateral do corpo, com exceção da face.
A lesão do lemnisco medial, como em outras síndromes já citadas, determinará
hipoestesia tátil epicritica, diminuição da sensibilidade vibratória, com distúrbios da
postura e do equilíbrio e nistágmo.
Com o envolvimento do pedúnculo cerebelar superior, torna-se impossível a
condução, a partir do cerebelo, dos impulsos, destinados ao núcleo rubro e núcleos
talâmicos contralaterais. Estes impulsos, em sua maioria, são de natureza
proprioceptiva inconsciente do tronco e dos membros. Caso a lesão se estenda ao
Lemnisco lateral, haverá possibilidades de se constatar o surgimento de hipoacusias.
Finalmente, são citados, aparecimento de tremores musculares involuntários e
disdiadococinesias, que se caracterizam pela dificuldade, por parte do paciente, em
realizar uma série de movimentos contínuos, alternados e rápidos. Este é um sinal
clássico de lesão cerebelar ou, como no caso presente, por bloqueio de informações do
cerebelo ao neocórtex, por lesão do pedúnculo cerebelar superior ( figs.: 5 ).
60
Trato Hipotálamo-espinhal
Tálamo
Hipotálamo........................
...........Hipotálamo
...............Corpo Estriado
FIG.20
61
Via e Córtex Auditivo – Colículos: Superiores e Inferiores
Neurônio (IV)
Neurônio III
Radiação auditiva Corpo Geniculado
Medial.
Colículo Inferior
Neurônio : II..............
Lemnisco Lateral
Corpo Trapezóide...
Núcleo do Lemnisco Lateral
Fascículo
Olivo-coclear Fascículo Longitudinal Medial
Através desta via, a maioria dos impulsos auditivos chegam à área 41 de Brodmann. Outras vias
utilizam outros núcleos do tronco encefálico ( ver Fig. 07)
FIG.21
62
6º ) - SÍNDROMES RELACIONADAS ÀS LESÕES DO
TERÇO MÉDIO DA PONTE.
63
Lesão bilateral do núcleo branquio-motor do Nervo
Trigêmeo ( Vº Nervo Craniano ).
( Fig.: 22 )
64
1.
Lesão Bilateral do Núcleo Branquio-motor ( Mastigador )
do Nervo Trigêmeo ( ou V° Nervo Craniano ).
Os Músculos estriados
branquioméricos da
Mastigação, derivam
do primeiro arco
branquial. São eles
os Músculos:
1º ) - Temporal. 2º )
–Masseter. 3º ) – Pteri-
goideo Medial. 4º )
– Pterigóideo lateral. 5º
- Ventre anterior do
músculo Digástrico.
O Núcleo Mastigatório
branquiomérico do
nervo Trigêmeo, está
localizado no terço su-
perior da ponte e
medialmente ao núcleo
sensitivo do Nervo
Trigêmeo e Bilateral-
mente.
FIG.: 22
Nestes tipos de lesões, bilaterais do Núcleo Branquiomotor do Nervo Trigêmeo, teremos,
FIG.22
em geral: Paralisia bilateral dos músculos mastigatórios, queda da mandíbula, boca
permanentemente semi-aberta, com perda salivar nas comissuras labiais, paralisia da
mandíbula e abolição do reflexo mandibular, bilateralmente, atrofia progressiva dos
músculos mastigatórios e grande dificuldade para articular a palavra.
65
LEGENDA DA FIGURA 22
66
Complexo Nuclear de Origem do Nervo Oculomotor ( ou
IIIº Nervo Craniano ).
FIG.23
67
7º) - SÍNDROME DE BENEDIKT
68
Córtex cerebral Núcleo
caudado Tálamo
Hipotálamo
Substância
negra
Corpo Estriado..........
Núcleos da Formação
Reticular do Tronco
Encefálico........................... ........Lemnisco Lateral
.................Lemnisco Medial
Fibras Nigro-espinhais...............
9º ) - SÍNDROME DE PARINAUD
70
Tronco Encefálico (Vista Dorsal), Parte do Diencéfalo e da
Medula Espinhal Cervical
FIG.25
71
DESENHO ESQUEMÁTICO DA FACE DORSAL DO TRONCO
ENCEFÁLICO, PARTE DO DIENCÉFALO E DA MEDULA
ESPINHAL
LEGENDA DA FIGURA: 25
72
Movimentos Oculares Conjugados de Verticalidade
Flóculo do Cerebelo
Núcleo de origem real do VIº
nervo craniano. nervo Abducente
Desenho esquemático do
Desenho
Troncoesquemático
Encefálico,do
com:
tronco
Núcleos
encefálico
e Vias,
com:
envolvidas
núcleos no
e Movimento de
vias interessadas
Verticalidade
no movimento verticalidade dos olhos FIG.26
dos Globosdeoculares.
73
Desenho esquemático do mecanismo morfo-funcional de coordenação dos movimentos conjugados
de lateralidade dos globos oculares com a presença dos neurônios internucleares.
22.1
FIG.27
74
COLÍCULO SUPERIOR E COORDENAÇÃO DOS
MOVIMENTOS CONJUGADOS DE LATERALIDADE DOS
GLOBOS OCULARES
LEGENDA DA FIGURA: 27
75
Sugestões de leitura:
BURT, A.M. – Neuroanatomia. – Ed. Guanabara Koogan S.A., Rio de Jan., 1995.
CARPENTER, M.D. – Human Neuroanatomy. – 18aa ed., Ed., Williams & Wilkins
Baltimore, 1983.
DELMAS, A. – Voies et Centes Nerveux. – 9e. ed., Masson et Cie., Ed., Paris, 1970.
ERHART, E.A. – Neuroanatomia. – 5a, ed., Ed. Atheneu, S.A., S.Paulo, 1974.
HUGHES, J.T. – The neu neuroanatomy of the spinel cord. – Paraplegia, 1989.
KANDEL, E.R. and SCHWARTZ, J.H. – Principles of Neural Science. – 2nd. ed.,
E. Elsevier, New York, 1985.
MARTIN, J.H. – Neuroanatomia. – Ed. Arters Médicas Sul Ltda., Porto Alegre, 1998
76
MOREIRA, E.S. – Atlas de Neuroanatomia Funcional.C.D.Livro em 26 volumes. – Ed.
F.O.A., do Centro Univ. de Volta redonda ( UniFOA ), V. Redonda, 2010.
NIEUWENHUYS, R., VOOGT, J. VAN, H.C. – The Human Central Nervous System. –
3rd. ed., Berlin, Ed. Springer – Verlag, 1988.
NOBACK, CR. and DEMAREST, R.J. – The Human Nervous System. Basic
Principles of Neurology. – 2nd ed., McGraw- Hill Book Co., A. Blakiston
Publ., New York, U.S.A., 1975,
77