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Tronco Encefalico UNIFOA Sindromes

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COLEÇÃO MONOGRAFIAS

NEUROANATÔMICAS
MORFO-FUNCIONAIS

VOLUME 13

CONSIDERAÇÕES ANÁTOMO-CLÍNICAS
SOBRE O TRONCO ENCEFÁLICO.

Prof. Édisom de Souza Moreira


CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

COLEÇÃO MONOGRAFIAS
NEUROANATÔMICAS MORFO-FUNCIONAIS

Volumes 13
CONSIDERAÇÕES ANÁTOMO-CLÍNICAS SOBRE O TRONCO
ENCEFÁLICO.

Profº. Édisom de Souza Moreira

2017
FOA
FOA
Presidente
Dauro Peixoto Aragão

Vice-Presidente
Eduardo Guimarães Prado

Diretor Administrativo - Financeiro


Iram Natividade Pinto

Diretor de Relações Institucionais


José Tarcísio Cavaliere

Superintendente Executivo
Jairo Conde Jogaib

Superintendência Geral
José Ivo de Souza

UniFOA
Reitora
Claudia Yamada Utagawa

Pró-reitor Acadêmico
Carlos José Pacheco

Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação


Alden dos Santos Neves

Pró-reitor de Extensão
Otávio Barreiros Mithidieri

Editora FOA
Editor Chefe
Laert dos Santos Andrade

FICHA CATALOGRÁFICA
Bibliotecária: Alice Tacão Wagner - CRB 7/RJ 4316

M835c Moreira, Édisom de Souza.


Considerações anátomo-clínicas sobre o tronco encefálico.
[recurso eletrônico]. / Édisom de Souza Moreira. - Volta
Redonda: UniFOA, 2017. v.13. p.77 Il

(Coleção Monografias Neuroanatômicas Morfo-Funcionais)

ISBN: 978-85-5964-053-3

1. Anatomia humana. 2. Tronco encefálico. I. Fundação Oswaldo


Aranha. II. Centro Universitário de Volta Redonda. III. Título.

CDD – 611
Profº. Édisom de Souza Moreira
Professor Titular da Disciplina de Neuroanatomia Funcional do Centro Universitário de Volta Redonda
(UniFOA), da Fundação Oswaldo Aranha (FOA), Curso de Medicina.

Ex-Titular da Disciplina de Anatomia do Curso de Medicina do Centro Universitário de Volta Redonda


(UniFOA), da Fundação Oswaldo Aranha (FOA).

Ex-Titular da Disciplina de Anatomia do Curso de Odontologia do Centro Universitário de Volta Redonda


(UniFOA), da Fundação Oswaldo Aranha (FOA).

Ex-Titular da Disciplina de Anatomia do Curso de Educação Física do Centro Universitário de Volta


Redonda (UniFOA), da Fundação Oswaldo Aranha (FOA).

Ex-Titular da Disciplina de Embriologia do Curso de Odontologia do Centro Universitário de Volta Redonda


(UniFOA), da Fundação Oswaldo Aranha (FOA).

Ex-Titular da Disciplina de Anatomia do Curso de Enfermagem do Centro Universitário da Sociedade


Barramansense de Ensino Superior (SOBEU), de Barra Mansa.

Doutor em Cirurgia Geral pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais de Belo
Horizonte (U.F.M.G.).

Colaboradores:
Dra. Sônia Cardoso Moreira Garcia.
Dr. Bruno Moreira Garcia: Assessoria Computacional Gráfica
ÍNDICE GERAL DE APRESENTAÇÃO DOS
ASSUNTOS, EM ORDEM SEQUENCIAL, DE
LOCALIZAÇÃO DOS MESMOS, NO TEXTO

PÁG.
Considerações Anátomo-clinicas, sobre o tronco encefálico ............................................... 03
Síndrome de Dejerine ( ou da porção medial do bulbo ) ............................................... 04
Lesão do Nucleo unilateral, do neurônio periféico do Nervo Hipoglosso ........................... 10
Lesão do Lemnisco medial ................................................................................................... 10
Lesão do neurônio central ( ou superior ) do nervo hipoglosso ........................................... 15
Síntese da Síndrome de Dejerine ( ou porção medial do bulbo ) ......................................... 19
Síndrome de Wallemberg .................................................................................................. 20
Síndrome de Wallemberg, determinada, em geral, por infarte da artéria cerebelar
Póstero-inferior ..................................................................................................................... 33
Lesão Bilateral do núcleo ambíguo ...................................................................................... 33
Conclusões sobre o estudo do Núcleo Ambíguo .................................................................. 40
Lesão do Nervo Glossofaríngeo ( IXº nervo nervo craniano ), nestas lesões ...................... 40
Lesão do Nervo Vago ( Xº nervo craniano, nestea lesões do núcleo ambíguo ................... 40
Lesão do Nervo Acessório espinhal ( XIº nervo craniano ), nestas lesões do N,ambíguo .. 40
Síndrome de Millard Gubbler ........................................................................................... 41
Síntese da Síndrome de Millard Gubbler ............................................................................. 43
Síntese dos achados clínicos da Síndrome de Millard Gubbler ou de “Foville” ................. 53
Síndromes da Porção Caudal do Tegmento da Ponte ............................................. 54 e 59
Lesão do fascículo longitudinal medial ................................................................................ 59
Lesão do núcleo do nervo abducente ( VIº nervo craniano ) ............................................... 59
Lesão do pedúnculo cerebelar médio ................................................................................... 59
Envolvimento das vias vegetativas descendentes do tronco encefálico ............................... 59
Lesão do nervo facial ( VIIº nervo craniano ) ..................................................................... 59
Lesão do trato espinhal do nervo trigêmeo ........................................................................... 59
Lesão do Lemnisco medial ................................................................................................... 59
Lesão do lemnisco lateral (hipoacusia) ................................................................................ 59
Síndrome da porção rostral superior da ponter .............................................................. 60
Síndromes relacionadas às lesões do terço médio da ponte ............................................ 63
Lesão bilateral do núcleo branquiomotor do nervo trigêmeo ............................................... 64
Síndrome de Benedikt ........................................................................................................ 68
Síndrome de Weber ............................................................................................................ 68
Síndrome de Parinaud ....................................................................................................... 70
ÍNDICE ICONOGRÁFICO

PÁG.

Vias eferentes voluntárias corticais somáticas e vias motoras supraespinhais ..................... 05


Artéris da base do encéfalo...................................................................................................06
Vista ventral do tronco encefálico, com sua circulação arterial ( artérias do sistema
Vértebro-basilar e as origens aparentes de sete nervos cranianos........................................08
Lesão do Tronco do Nervo Hipoglosso ( XIIº ) ou de seu núcleo de origem.......................11
Nervo Hipoglosso: Origem e distribuição periférica........................................................... .13
Nervo Hipoglosso: Lesão de seu neurônio central ............................................................... 16
Sistema Cordão dorsal – Lemnisco medial .......................................................................... 18
Complexo olivar bulbar e suas conexões aferentes e eferentes ............................................ 21
Trato tegmentar central ) ( Feixe central da calota .............................................................. 22
Vias Espinocerebelares: direta ( dorsal ) e cruzada ( ventral ) ............................................ 26
Origens dos Núcleos: grácil, cuneiforme, cuneiforme lateral, vermelhos e pontinos .......... 27
Nervo Trigêmeo: Origens sensitivas e motora ..................................................................... 28
Sistemas: Antero-lateral e Cordão dorsal – Lemnisco medial ............................................. 29
Núcleo Ambíguo ( origens dos nervos: IXº, Xº e XIº ) ....................................................... 30
Trato Hipotalamoespinhal .................................................................................................... 32
Nervo Vestíbulo-coclear ( VIIIº nervo craniano ................................................................. 34
Mecanismos morfo-funcionais dos reflexos: do vômito e respiratório ................................ 36
Trato solitário e suas principais conexões ............................................................................ 38
Lesão do Tronco do Nervo Abducente ( VIº nervo craniano ) ............................................ 44
Lesão do Núcleo de Origem do Nervo Abducente ............................................................... 46
Sistema Cordão dorsal – Lemnisco medial .......................................................................... 48
Núcleo de origem real do Nervo Facial ( VIIº nervo craniano ) ......................................... 49
Lesão do neurônio motor inferior do Nervo Facial .............................................................. 50
Fascículo Longitudinal Medial, área, núcleos e vias vestibulares ........................................ 52
Cérebro-cerebelo e seu circuito: cortico-ponto-cerebelo-tálamo-cortical ............................ 56
Esquema do reflexo miotático ( alça gama ) ....................................................................... 58
Via e córtex auditivos e colículos superiores e inferiores............. .... ...................................62
Lesão bilateral do Núcleo mastigatório do Nervo Trigêmeo ............................................... 65
Complexo nuclear de origem real do nervo oculomotor ( IIIº nervo craniano ) ................. 67
Substância negra, núcleo vermelho, núleos reticulares e complexo olivar bulbar ............... 69
Vista dorsal do tronco encefálico, parte do diencéfalo e do mesencéfalo ............................ 71
Mecanismo dos movimentos conjugados de verticalidade dos olhos .................................. 73
Mecanismo dos movimentos conjugados de lateralidade dos olhos .................................... 74
APRESENTAÇÃO

Após o lançamento da primeira edição de nosso trabalho, em formato de “CD-


livro”, em 26 volumes, intitulado “Atlas de Neuroanatomia Morfo-Funcional”, editado
pela Editora F.O.A., do Centro Universitário de Volta Redonda ( UniFOA ), da
Fundação Oswaldo Aranha ( FOA ), tivemos a oportunidade de endereçar diversas
unidades do referido “CD-Livro” para alguns colegas Professores do Magistério,
envolvidos com o ensino e aprendizagem da mesma disciplina, ou seja, a “Neuroanatomia
Funcional”.
Como resultado, recebemos da maior parte destes colegas professores, sugestões
para realizarmos, em um novo trabalho, um plano, com conteúdo, também dirigido aos
alunos dos Cursos de Pós-graduação.
Considerei as referidas sugestões totalmente válidas, surgindo, assim, a atual
“Coletânea: Monografias Neuroanatômicas Morfo-funcionais”, sendo este trabalho
atual: “Considerações Anatomo-clínicas sobre o Tronco Encefálico”, a décima quarta
Monografia da série.
O ensino e a aprendizagem da Neuroanatomia Funcional do Sistema Nervoso,
deve, naturalmente, envolver o estudo do “Sistema Nervoso Central e do Sistema
Nervoso Periférico”. Entretanto, na grande maioria dos textos e programas de cursos, o
ensino da Neuroanatomia Funcional periférica, é tratado, juntamente, na exposição dos
“textos da anatomia geral”, ficando, de certa forma, alijado do estudo da Neuroanatomia
Funcional central.
Considerando o critério anatômico utilizado para a divisão do “Sistema Nervoso,
em “sistema nervoso central” e “sistema nervoso periférico”, constatamos que, o
sistema nervoso central recebe esta denominação, pelo fato de estar localizado,
anatômicamente, no interior do “esqueleto axial”, formado pelas cavidades: ( craniana e
do canal vertebral ), enquanto, o sistema nervoso periférico receberia esta denominação,
por se encontrar localizado fora do esqueleto axial, ou seja: fora das cavidades: craniana
e do canal vertebral.
Entretanto, em realidade, o “sistema nervoso” é um “todo”, pois, os nervos
periféricos, para que seja capazes de estabelecer conexões com o sistema nervoso
central, necessitam penetrar na cavidade craniana e no canal vertebral, que são as
cavidades axiais.
Assim, esta divisão do “sistema nervoso”, segundo este critério anatômico,
apresenta, o devido amparo cientifico, pois, ambas as partes ( sistema nervoso central e
sistema nervoso periférico ), encontram-se absolutamente integradas e relacionadas, sob
os pontos de vista: morfológico e funcional.
Além do mais, diversos gânglios pertencentes ao Sistema nervoso periferico,
encontram-se dentro do esqueleto axial, seja no crânio e no canal vertebral.
O fato de se utilizar tal divisão do sistema nervoso, oferece ajuda ao alunato, sem
prejudicar a integração total de ambas as divisões, como sistema nervoso integrado nos
sentidos: horizontal e vertical.
Portanto, julgo que nós, Professores da Disciplina de Neuroanatomia Humana,
devemos encontrar os meios mais cientificamente adequados e práticos, para a exposição
de nossos cursos de Neuroanatomia.
Tendo em consideração este motivo, acrescentamos, no primeiro volume desta
“Coletânea Monográfica”, o estudo deste sistema nervoso periférico, apresentando,
inclusive, desenhos realizados pelo Autor, feitos diretamente das peças anatômicas,
também, por nós dissecadas, com o objetivo de facilitar o estudo prático da Neuroanatomia
Funcional Periférica.
Finalizando esta apresentação, externamos nossa gratidão ao nosso neto, Dr.Bruno
Moreira Garcia, pela inquestionável assessoria computacional gráfica do trabalho, à Dra.
Sônia Cardoso Moreira Garcia. Â minha esposa: Lóyde Cardoso Moreira e a todos aqueles
que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a concretização deste trabalho.
Nossos agradecimentos às autoridades da Fundação Oswaldo Aranha ( FOA ) e
do Centro Universitário de Volta Redonda ( UniFOA ), pelo apoio recebido nestes 45
anos de trabalho e de convivência nesta missão de “ensino e de aprendizagem” aos nossos
alunos.

2016,

O Autor

2
CONSIDERAÇÕES ANÁTOMO-CLÍNICAS
SOBRE O TRONCO ENCEFÁLICO

O “conhecimento da neuroanatomia morfo-funcional” do tronco encefálico


torna-se, extremamente, importante, na vigência de lesões neurológicas nos seus
diversos níveis. A discussão e a compreensão dos mecanismos morfo-funcionais
dessas lesões, tornar-se-ão mais claras, mediante um estudo sobre as “considerações
anátomo-clínicas dessas eventuais lesões”.
Assim, neste volume, faremos comentários morfo-funcionais, sobre algumas
das “síndromes neurológicas mais presentes”, na seguinte ordem:

1º - Síndrome de Dejerine
2º - Síndrome de Wallemberg
3º - Síndrome de Millard-Gubler
4º - Síndromes da porção caudal do tegmento da ponte
5º - Síndromes da porção rostral superior do tegmento da ponte.
6º - Síndromes relacionadas às lesões do terço médio da ponte e sua
Base.
7º - Síndrome de Benedikt
8º - Síndrome de Weber
9º - Síndrome de Parinaud

Além dos comentários sobre estas “Síndromes tradicionais”, faremos


comentários, também, sobre diversas outras lesões anátomo-clínicas, citadas no
“Sumário” e envolvidas com o Tronco Encefálico.

3
1º) - SÍNDROME DE DEJERINE

Na “Síndrome de Dejerine,” as “estruturas anatômicas lesadas” são, em


geral:

1º) – O Núcleo de origem real do nervo hipoglosso ( XIIº ): figs.:


2-A e 10
2º) – O Lemnisco Medial ( parcial ou totalmente ), figs.: 3, 6-B, 9 e 15 )
3º) – As Pirâmides bulbares, ( figs.: 2-A e 10 ).

Em geral, tais lesões ocorrem, na vigência de oclusões


arteriais da região, como acontece, nas obstruções dos ramos para-medianos da
artéria vertebral ou ramos da artéria basilar, uni ou bilateralmente ( figs.: 1.1 e 1.2
).
Conforme já foi comentado, em volumes anteriores, em relação às pirâmides
bulbares, feixes compactos de fibras nervosas descendentes ( eferentes ), ligando as
áreas motoras corticais cerebrais aos neurônios motores da medula espinhal,
constituem o conhecido “Trato Corticoespinhal ( fig.: 1-A )”. Esse, na parte caudal do
bulbo e inferior à localização das pirâmides, em feixes interdigitados e com direção
oblíqua, “cruzam o plano” mediano, em direção ao lado oposto, constituindo, assim, a
“decussação das pirâmides”. ( fig.: 1-A ).
Entretanto, as lesões desse trato, em geral, localizam-se em níveis acima deste
cruzamento. Devido a este detalhe anatômico, a lesão determinará hemiplegia no lado
contralateral à lesão. Portanto, caracteriza-se, assim, uma “síndrome de lesão do
neurônio superior ou cortical” ( fig.: 2-A ), envolvendo o Nervo Hipoglosso ( XIIº ).
Entretanto, nas lesões nucleares unilaterais do nervo hipoglosso ( XIIº ) ou
lesões do neurônio motor inferior ou lateral deste nervo craniano ( XIIº nervo )
(fig.:02 ) , observaremos, na metade homolateral da língua, em relação à lesão, em
tempos variáveis, o aparecimento progressivo de hipotrofias musculares, tornando-se

4
A. Vias Eferentes Somáticas Voluntárias Corticais

A. B

Mesencéfalo

Ponte

Medula Oblonga
( Bulbo )

Fuso
muscular
Neurônio
Medula Gama
espinhal
Neurônio
Alfa
FIG.:1.B
FIG.:1.A
B. Vias Motoras Supraespinhais

01. Trato-cortico-nuclear 09. Tálamo


02. Trato cótico-espinhal 10. Hipotálamo
03 .Trato córtico-espinhal lateral 11. Núcleo rubro
04. Trato córtico-espinhal anterior 12. Núcleo sub-talâmico
05..Trato córtico-pontino 13. Formação reticular
06. Putamen 14. Substância negra
07. Paleostriatum 15. Vias supraespinhais
08. Núcleo caudado 16. Campos de Forel

1.A1.A
FIGS.: e 1.BE 1.B

5
Desenho esquemático de uma preparação anatômica das artérias da base do encéfalo,
mostrando a distribuição das mesmas em seus territórios encefálicos, a formação da artéria
basilar e o “Polígono de Willis” ( círculo arterial do encéfalo ).

FIG.: 1.1
FIG.1.1

6
ARTÉRIAS DA BASE DO CRÂNIO:

LEGENDA DA FIG.: 1.1

01 – Artéria Cerebal anterior


02 – Artéria Carótida Interna, seccionada
03 – Artéria Cerebral média
04 – Artérias estriadas laterais
05 – Artéria Cerebral Posterior
06 – Artéria Cerebelar superior
07 – Artérias Pontinas.
08 – Artéria Labiríntica
09 – Artéria Vertebral
10 – Artéria Espinhal Anterior
11 – Artéria Cerebelar póstero-inferior
12 – Artéria Cerebelar antero-inferior.
13 – Artéria Basilar
14 – Artéria comunicante posterior
15 – Artéria Corióidea Anterior.
16 – Artéria Comunicante anterior.

7
Vista Ventral do Tronco Encefálico.
.
A: ( Vº nervo ) e s/ origem aparente
B: ( VIIº nervo ) e s/ origem aparente
C: ( IXº nervo ) e s/ origem aparente
D: ( Xº nervo ) e s/ origem aparente
E: ( XIº nervo ) e s/ origem aparente
F: ( XIIº nervo ) e s/ origem aparente
G: ( VIº nervo ) e s/ origem aparente

FIG.: 1.2
Vista Ventral do Tronco Encefálico, vendo-se sua circulação arterial, realizada, através
das Artérias do “Sistema Vértebro-basilar”, as origens aparentes dos Nervos cranianos:
Vº, VIº, VIIº, IXº, Xº, XIº, XIIº e os principais ramos de distribuição periférica dos
Nervos: Trigêmeo ( Vº ), Glossofaríngeo ( IXº ) e Vago ( Xº ).
8
VISTA VENTRAL DO TRONCO ENCEFÁLICO, COM SUA CIRCULAÇÃO
ARTERIAL, REALIZADA ATRAVÉS DO SISTEMA VÉRTEBROBASILAR E A
DISTRIBUIÇÃO PERIFÉRICA DOS NERVOS CRANIANOS: Vº, VIº, VIIº, IXº, Xº
E XIIº ).

LEGENDA DA FIGURA: 1.2

01. Gânglio sensorial trigeminal. – 02. Ramo Oftálmico ( V-1 ) do Nervo Trigêmeo. –
03. Ramo Maxilar ( V-2 ) do Nervo Trigêmeo. – 04. Ramo Mandibular ( V-3 ) do
Nervo Trigêmeo. – 05. Globo ocular esquerdo. – 06. Glândula Lacrimal. – 07. Alça
lacrimal. – 08. Gânglio esfenopalatino. – 09. Revestimento mucoso nasal. – 10. Nervo
Vidiano. – 11. Gânglio geniculado do Nervo Facial. – 12. Gânglio sensorial superior do
Nervo Glossofaríngeo, para fibras: F.A.S.G. - 13. Gânglios sensorial inferior do
nervoGlossofaríngeo, - 14. Ramo do nervo Facial, com F.A.S.G., para a região de
Hunsay-Hunt. – 15. Ramos do nervo Facial, com F.A.S.G. para a mesma região. – 16.
Nervo Petroso profundo ( Carotídeo ). – 17. Ramo do Nervo Facial com F.E.V.G.
parassimpáticas, unindo-se às fibras simpáticas do nervo petroso profundo,
constituindo o Nervo Vidiano. – 18. Gânglio óptico. – 19. Nervo Timpânico, ramo do
nervo glossofaríngeo. – 20. Ramo aurículo-temporal do nervo trigêmeo. – 21. Ramo de
divisão anterior ( sensorial ) do nervo mandibular com: F.A.V.G., F.A.V.E., e
F.E.V.E. – 22. Ramo de divisão ( Motor ), do nervo mandibular ( F.E.V.E. ). - |23.
Nervo da Corda do Tímpano, rmo do nervo facial. – 24. Tronco principal do Nervo
Facial com F.E.V.E. para os músculos mímicos da hemiface esquerda. – 25. Ramo do
Nervo Glossofaríngeo com: F.A.V.E e F.A.S.G., destinadas ao terço posterior da
mucosa dorsal, da hemilíngua esquerda, para a sensibilidade geral e especial desta
região da língua. – 26. Nervo lingual, com fibras do nervo Trigêmeo ( F.A.S.G. ) e
fibras do Nervo Facial ( F.A.V.E. e F.E.V.E. ). - 27. Língua, com seus dois terços
anteriores, relacionados ao nervo Trigêmeo ( sensibilidade geral ) e nervo facial:
sensibilidade gustativa ) e seu terço posterior, com ramos para a sensibilidade geral e
especial ( nervo glossofaríngeo ). – 28. Glândula sub-lingual. – 29. Glândula sub-
mandibular. – 30. Gânglio sub-mandibular. – 31. Glândula prótida. – 32. Nervo
glossofaríngeo com: F.A.V.G. para o seio e corpúsculo carotídeos. – 33. Fibras
F.E.V.E. do nervo glossofaríngeo para o músculo estilo-faríngeo esquerdo. – 34.
Fibras Eferentes Viscerais Especiais ( F.E.V.E. ) do núcleo branquiomotor inferior do
nervo facial esquerdo, com destino aos músculos mímicos faciais homolaterais. – 35.
Fibras Eferentes Viscerais Especiais ( F.E.V.E. ), do núcleo branquiomotor superior
Auricular, ramo do nervo Vago. – 37. Nervo meníngeo, ramo do nervo Vago, para a
dura-mater, da fossa craniana posterior. – 38. Gânglio sensorial superior do nervo
Vago ( gânglio jugular ). – 39. Gânglio sensorial inferior do nervo Vago. – 40. Artéria
comunicante posterior. – 41. Artéria cerebral posterior. – 42. Artéria cerebelar
superior. – 43. Artérias pontinas. – 44. Artéria basilar. – 45. Artéria cerebelar antero-
inferior. – 46. Artéria vertebral. – 47. Artéria espinhal anterior. – 48. Artéria
cerebelar póstero-inferior. – 49. Artéria espinhal posterior.

9
os músculos enrugados , flácidos e com fasciculações ( tremores ), em suas fibras
musculares, estando a língua, em protrusão e desviada homolateralmente à lesão.
Este desvio da língua, é provocado pela ação do músculo gênio-glosso, não lesado, e
localizado, no lado oposto à lesão, que empurra a língua, em direção ao lado lesado (
fig.: O2 ): ( Síndrome do neurônio inferior ou lateral ).
Nestes casos, portanto, com lesão do núcleo inferior unilateral ou do Neurônio
periférico do Nervo Hipoglosso ( ou Neurônio lateral ), encontraremos:

1. - paralisia dos músculos da hemilíngua, homolaterais à lesão.


2. – Aparecimento de hipotrofias musculares, em tempos variáveis, seguidas de
Enrugamentos musculares da hemilíngua homolateral à lesão e
Fasciculações.
3. – Ao se solicitar ao paciente, para que exteriorize a língua, esta localizar-se-a
Em protrusão e desviada para o lado lesado ( fig.: O2 ).
4. - Além destes sinais e sintomas, poderemos, também, encontrar o”
Sinal de Babinski contralateral. O Sinal de Babinski, é um reflexo cutâneo
plantar, em extensão, cujo aparecimento, se verifica algum tempo, após
a lesão do Sistema nervoso central, com perda do controle do sistema
piramidal ( Trato cortico-espinhal lateral e anterior e liberação das vias
Extra-piramidais ( ou Vias supra-espinhais ).

O “Lemnisco medial”, já estudado em outro capítulo, é responsável pela


condução dos estímulos epicríticos táteis e proprioceptivos conscientes que, da
medula espinhal, através do cordão dorsal, são encaminhados ao bulbo. Deste,
através das fibras arqueadas e cruzadas internas, constitui-se o “lemnisco medial”,
responsável pela condução das referidas aferências periféricas ( táteis e
proprioceptivas epicríticas ) ao núcleo ventral posterolateral do tálamo, do qual,
através, de um terceiro neurônio, as informações serão conduzidas ao córtex cerebral
somestésico: ´Areas 3, 2 e 1 ( figs.: 03, 6B, 09 e 15 ).
Assim, a lesão deste lemnisco medial provocará hipoestesia tátil epícrítica e
diminuição da sensibilidade tátil vibratória, postural e da propriocepção
consciente.

10
Lesão do Tronco do Nervo Hipoglosso ( ou de seu núcleo de
Lesão do Tronco do Nervo Hipoglosso ou de seu núcleo de origem
origem real )
( Síndrome do Neurônio Inferior ou Lateral )

FIG.: 2

Neste tipo de lesão, em geral observaremos ao exame clínico: Paralisia dos Músculos da
Hemilíngua homololateral à lesão, hipotrofias musculares progressivas da hemilíngua
homolateral à lesão. EnrrugamentosFIG.02 e corrugações dos músculos da hemilíngua
homolateral à lesão e constantes fasciculações. Dificuldade para o paciente colocar a
língua, em protrusão, na boca, a qual, se encontra desviada para o lado lesado.

11
LEGENDA DA FIGURA: 02

( L.D.: lado direito. L.E.: lado esquerdo )

1 – Centro cortical cerebral da área motora ( área 4 ) do nervo hipoglosso


2 – Trato corticonuclear ( geniculado )
3 – Núcleo motor de origem real, do nervo hipoglosso ( XIIº nervo craniano )
4 – Tronco do nervo hipoglosso ( neurônio inferior ou lateral )
5 – Lâmina da medula oblonga ( bulbo )
6 – Língua com sua musculatura intrínseca e extrínseca.
7 – Músculo hio-glosso à direita
8 – Músculo gênio-glosso.
9 – Local da lesão, no tronco do nervo hipoglosso esquerdo
10 – Língua em protrusão e desviada para o lado lesado
11 – Mandíbula seccionada, deixando visíveis alguns dos músculos linguais
à direita não lesados.
12 – Parte do osso hióide
13 – Interneurônios intercalados entre os neurônios superiores e os neurônios
inferiores.
14 – Cápsula interna

12
Vista Ventral do Tronco Encefálico, vendo-se: As origens
aparentes de dez ( 10 ) Nervos Cranianos e o Nervo Hipoglosso (
XIIº ), com sua Distribuição Periférica nos Músculos da Língua.

FIG. 2-A
13
NERVO HIPOGLOSSO ( XIIº NERVO CRANIANO )
( ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO PERIFÉRICA )

LEGENDA DA FIGURA: 2-A

1- Núcleos da base
2- Tálamo
3- Hipotálamo
4- Nervo óptico seccionado ( IIº nervo craniano )
5- Nervo oculomotor ( IIIº nervo craniano )
6- Pedúnculo cerebral
7- Nervo troclear ( IVº Nervo craniano )
8- Nervo trigêmeo ( Vº nervo craniano )
9- Nervo abducente ( VIº nervo craniano )
10- Nervo facial ( VIIº nervo craniano )
11- Terço proximal da ponte
12- Nervo vestíbulo-coclear ( VIIIº nervo craniano )
13- Nervo glossofaríngeo ( IXº nervo craniano )
14- Nervo vago ( Pneumogástrico ) ( Xº nervo craniano )
15- Nervo acessório espinhal ( XIº nervo craniano )
16- Nervo hipoglosso ( XIIº nervo craniano )
17- Complexo olivar bulbar
18- Pirâmide bulbar
19- Núcleo de origem real do nervo hipoglosso
20- Núcleo ambíguo
21- Mandíbula seccionada
22- Palato duro
23- Musculatura intrínseca da língua
24- Músculo estílohióideo
25- Músculo hioglosso
26- Músculo genioglosso
27- Osso hióide
28- Músculo tireo-hióideo
29- Ramo descendente do plexo cervical, para a constituição da alça cervical ou alça do
nervo hipoglosso.

14
Lesão do Neurônio Central ( ou Superior ) do
Nervo Hipoglosso ( XIIº nervo craniano ).

As Lesões supra-nucleares, envolvendo o Nervo Hipoglosso, também


conhecidas por “Lesões do Neurônio Central ( Cortical ou superior ) do nervo
hipoglosso, ( fig.: 2-B ), não determinam, qualquer tipo de atrofia muscular, isto
porque, o neurônio lateral ( ou inferior ), encontra-se conservado.
Nestes casos, a língua, quando em protrusão, encontra-se desviada, para o lado
oposto à lesão ( fig.: 2-B ), devido à ação do músculo genioglosso, do lado lesado que,
normal, empurra a língua, para o lado oposto ( que se encontra, sem ação
motora ) e ventralmente.
Nestes casos, geralmente, encontramos, os seguintes sinais ( fig.: 2-B ):

• Paresia dos músculos hemi-linguais, do lado oposto à lesão.


• Ausência de atrofias ou de hipotrofias dos músculos linguais
• Desvio da língua, quando em protusão, para o lado, oposto à lesão.

15
Lesão do Neurônio Central ( ou Superior ) do Nervo
Lesão do Neurônio Central do Nervo Hipoglosso
Hipoglosso ( XIIº Nervo Craniano ).

FIG.: 2-B
Neste tipo de lesão, em geral, encontramos ao exame clínico:
1. Paresia dos músculos hemilinguais FIG.
do lado2-B
oposto à lesão. 2. Desvio da língua,
quando em protrusão, para o lado oposto à lesão.

16
LESÃO DO NEURÔNIO CENTRAL, CORTICAL
OU SUPERIOR DO NERVO HIPOGLOSSO

( LEGENDA DA FIGURA: 2-B )

( L.D.: Lado direito. L.E.: Lado esquerdo )

1 – Centro cortical da área motora do nervo hipoglosso


2 – Trato corticonuclear
3 – Núcleo de origem real do nervo hipoglosso, no bulbo
4 – Tronco do nervo hipoglosso: à direita e à esquerda.
5 – Lâmna transversal no nível do bulbo
6 – Conjunto de alguns músculos intrínsecos da língua
7 – Músculo hioglosso direito
8 – Músculo gênio-glosso direito
9 – Cápsula interna
10 – Língua em protrusão e desviada para o lado oposto à
lesão.
11 – Corte da mandíbula mostrando parte do osso hióide e
músculos da língua do lado direito.
12 – Parte do osso hióide
13 – Interneurônio entre os neurônios do trato cortico-
nuclear e os neurônios periféricos do nervo hipoglosso.
14 – Local da lesão do neurônio central

17
Sistema Cordão Dorsal - Lemnisco Medial

Córtex somato-sen-
sível primário ( S-I )
Tálamo

Núcleo Ventral Póstero-lateral do Lemnisco medial


Tálamo

Tronco Encefálico: Mesencéfalo, Oliva bulbar


Ponte e Medula oblonga ( Bulbo )

Núcleo grácil
Núcleo Cuneiforme Lateral
Núcleo Cuneiforme
Núcleo gelatinoso (Vº Par)
Bulbo: terço distal.

Cordão Dorsal da Medula espinhal, Fibras Arqueadas internas.


com os Fascículos: Grácil e
Cuneiforme ( Posteriores )
XIº nervo craniano

Decussação sensitiva somática

Aferências primárias, com suas


origens na Medula terminal
Medula espinhal fibras lombares, sacrais e cocci-
geas ) das regiões plantares até o
nível de T6 ( Fascículo Grácil ).

FIG.03

18
SÍNTESE DA SÍNDROME DE DEJERINE
( OU DA PORÇÃO MEDIAL DO BULBO )

1º) – LESÃO DO NERVO HIPOGLOSSO ( XIIº NERVO CRANIANO )

1.1 – Paralisia flácida da musculatura da hemilíngua homolateral à lesão do


nervo hipoglosso, responsável pela inervação da referida musculatura.

1.2 – A médio prazo, hipotrofia da musculatura acima citada, flacidez e


fasciculações.

1.3– Quando o paciente exterioriza a língua, esta, em protrusão, se desviará,


em direção ao lado lesado ( homolateral à lesão )

2º) – LESÃO DAS FIBRAS DO TRATO CORTICOESPINHAL, EM


GERAL, ACIMA DO NÍVEL DE DECUSSAÇÃO DAS
PIRÂMIDES ( Fig.: 1.B ):

2,1 – Hemiplegia contralateral à lesão ( Hemiplegia cruzada ). Em eventuais


lesões de localização unilateral, Teremos hemiplegia unilateral cruzada,
associada à lesão do nervo hipoglosso homolateral à lesão, também,
denominada “Hemiplegia hipoglossa alternante”.

2.2 – Sinal de Babinski contralateral ( Reflexo cutâneo plantar em extensão ),


em virtude da perda do controle do sistema corticoespinhal.

3º) – LESÃO DO LEMNISCO MEDIAL ( fig.: 3 ):

3.1 – Hipoestesia tátil epicrítica e diminuição da sensibilidade vibratória, de


Postura e da propriocepção epicrítica.

19
2º ) - SÍNDROME DE WALLEMBERG

A “Síndrome de Wallenberg” ocorre, em geral, na vigência de obstrução da


artéria cerebelar posterior inferior, ramo da artéria vertebral, ( figs.: 1.1 e 1.2 ).
Esta artéria irriga a parte dorso-lateral do bulbo ( medula oblonga ) e, nestes
casos obstrutivos, se trata, na maioria das vezes, de trombose arterial,
comprometendo, diversas estruturas regionais.
As estruturas anatômicas, mais comumente, lesadas nesta região bulbar, são:

1º - Pedúnculo cerebelar inferior ( figs.: 4, 4.1 e 5 ).


2º - Trato espinhal do nervo trigêmeo ( Vº nervo craniano, fig.: 7 )
3º - Núcleo de origem real do nervo trigêmeo ( fig.: 7 ).
4º - Trato espino-talâmico lateral ( fig.: 8 )
5º - Núcleo ambíguo ( F,E,V,E ) ( Nervos: IXº, Xº e XIº ) ( fig.: 10 ).
6º - Núcleo vestibular inferior ( fig.: 18 ).
7º - Núcleo motor dorsal do nervo vago: Xº nervo craniano ( fig.: 12.1 )
8º - Núcleo do trato solitário ( F.A.V.E. Nervos: VII, IX,X ) ( fig.: 12.2 )
9º - Núcleos cocleares: ventral e dorsal ( fig.: 21 )
10º - Vias descendentes hipotalâmicas do sistema nervoso autonômico
Relacionadas à inervação dos núcleos:pupilar, salivatórios superior
e inferior e motor dorsal do nervo vago (trato hipotálamo-espinhal,
( Figs.: 11 e 20 ).
11º - Trato espino-cerebelar ventral ( cruzado ) ( fig.: 5 ).

A lesão do pedúnculo cerebelar inferior, levará ao estabelecimento de um


processo de incoordenação dos movimentos, na metade do corpo, situada, do lado
lesado. Neste pedúnculo cerebelar inferior, como já comentado em “Cerebelo”,
encontramos fibras olivo-cerebelares, destinadas ao cerebelo contralateral, no qual,
constituirão as “fibras trepadoras do cerebelo ”( figs.: 4 e 4.1 ).
As olivas bulbares ( complexo olivar bulbar inferior ) ( fig.: 4 ), desempenham
importante função, em relação ao “Feixe central da calota ou “trato tegmentar
central”, que representa, como já exposto, um dos fascículos de associação do tronco
encefálico ( figs.: 4 e 4.1 ).
Este, em seu trajeto descendente, atravessa toda a calota do tronco encefálico,
reunindo axônios de diversos neurônios, localizados em inúmeros núcleos do tronco
encefálico, tais como: núcleo lenticular, núcleo caudado, núcleo vermelho, núcleos da
formação reticular e do próprio córtex cerebral, terminando este trato, no núcleo
olivar inferior bulbar, homolateral ( fig.: 4 e 4.l ).
Assim, a oliva inferior bulbar, torna-se importante, em relação ao pedúnculo
cerebelar inferior, por re-encaminhar ao cerebelo, impulsos recebidos do “feixe
central da calota,” que se dirigem, através deste pedúnculo, ao córtex cerebelar
contralateral ( figs.: 4 e 4.1 ). Do cerebelo, os impulsos são conduzidos à região
posterior do núcleo ventral lateral do tálamo, enquanto, outra parte das fibras, se

20
Desenho esquemático do Tronco encefálico, com o Complexo
Olivar Bulbar inferior e suas principais Conexões: Aferentes e
Córtex cerebral
Eferentes.

Tálamo

Substância Negra.

Corpo estriado Núcleo neorrúbro

Núcleo paleorrúbro
Mesencéfalo

Cerebelo Cerebelo

Fibras
Complexo olivar inferior Trepadeiras
Medula oblonga
Núcleo olivar acessório

Fascículo espino-olivar Fascículo olivo-espinhal

FIG.04

Visão dorsal, por transparência, do Tronco encefálico


21
Trato Tegmentar Central ( ou Feixe Central da Calota

FIG.4.1

22
TRATO TEGMENTAR CENTRAL OU FEIXE
CENTRAL DA CALOTA
( Legenda da figura: 4.1 )

1 – Tálamo: principalmente o núcleo ventral-lateral, em relação ao trato tegmentar central


2 – Núcleos da base
3 – Núcleo da formação reticular mesencefálica.
4 – Núcleo neorrúbro, para onde se dirige parte das fibras do trato tegmentar central.
5 – Mesencéfalo
6 – Via cerebelo-tálamo-cortica
7 – Núcleo da formação reticular pontina
8 – Ponte
9 – Célula de Purkinje
10 – Cavidade do IVº ventrículo
11 – Fibra trepadeira do cerebelo
12 – Parte do bulbo, vendo-se, posteriormente, o cerebelo
13 – Feixe central da calota ( fascículo tegmentar central )
14 – Cerebelo
15 – Núcleo denteado ( neocerebelo )
16 – Núcleo da formação reticular bulbar
17 – Núcleo principal do complexo olivar bulbar inferior.

23
dirige ao núcleo rubro ( vermelho ), contralateral, através do pedúnculo cerebelar
superior. ( fibras interpósito-paleorrúbricas, ( fig.: 5 ).
Portanto, na disposição morfo-funcional destas diversas estruturas anatômicas,
o “feixe central da calota” é, simultaneamente, a via dos impulsos ativadores das
formações cerebrais supra-segmentares e a via ativadora do cerebelo, tendo, como
importantes ponto de partida, a “oliva bulbar inferior” e o “pedúnculo cerebelar
inferior”. Para maiores detalhes, consultar os Volumes: 11 e 15 ( núcleos próprios do
tronco encefálico e cerebelo ). Em relação, às demais fibras, encontradas no
pedúnculo cerebelar inferior, temos: as fibras do trato espino-cerebelar dorsal ( ou
direto ), condutoras de impulsos proprioceptivos inconscientes às células de Purkinje
do cerebelo, colocando-o, em significativa posição morfo-funcional, em relação à
plasticidade dos movimentos e aprendizados motores ( ver: cerebelo e núcleos
próprios do tronco encefálico ) ( fig.: 5 ).
Quanto às fibras arqueadas externas dorsais, apresentam suas origens no
núcleo cuneiforme lateral bulbar, sendo responsável pela condução de impulsos
proprioceptivos inconscientes ao cerebelo, principalmente dos membros superiores e
do pescoço ( fig.: 6B ). Assim, no núcleo cuneiforme lateral bulbar, originam-se, os
axônios com destino ao cerebelo homolateral, conduzindo os impulsos
proprioceptivos, que entram na parte sensorial da medula espinhal cervical ( C1, C2,
C3 e C4 ). Estes axônios constituem as “fibras arqueadas dorsais externas” ( fig.: 6B ).
As lesões do “trato espinhal” do nervo trigêmeo ( protopático ) e de seu núcleo
de origem, determinam a perda das sensibilidades: térmica e dolorosa, na metade
da face homolateral à lesão ( fig.: 7 ). Com a lesão do “Sistema Ântero-lateral”
ascendente da medula, no nível do tronco encefálico, do qual, fazem parte, os tratos
ascendentes: espino-talâmico lateral, espino-talâmico ventral, espinorreticular,
espinomesencefálico e espino-cerebelar dorsal, entre outros, observaremos, perda das
sensibilidades: térmica, dolorosa e protopática tátil, na metade do corpo contralateral
à lesão, além da perda da propriocepção inconsciente protopática homolateral à lesão
( figs.: 5 e 8 ).Com a lesão dos núcleos que participam da constituição do “Núcleo
Ambíguo” ( nervos glossofaríngeo, vago e acessório espinhal, fig.: 10 ), surgirão
distúrbios, relacionados a tais lesões, ou seja: disturbios relacionados à deglutição e à
fonação, por paralisias dos músculos faríngeos e laríngeos e, com certa freqüência,
problemas relacionados aos movimentos cefalógiros, devido à lesão também, do nervo
acessório espinhal no núcleo ambíguo ( XIº nervo craniano ), fig.: 10 ( A, B e C ).
As lesões, das vias hipotalâmicas descendentes vegetativas, que se dirigem aos
núcleos parassimpáticos cranianos, das quais, temos o “fascículo longitudinal dorsal
de Schütz” e o “trato hipotálamo-espinhal”( figs.: 11 e 20 ), podem, também, ser
envolvidas nas referidas lesões e, consequentemente, poderemos observar o
aparecimento de distúrbios relacionados aos reflexos pupilares, reflexo consensual (
fig.: 11 ) e demais funções, relacionadas aos demais núcleos ( pupilar, salivatório
superior, salivatório inferior e motor dorsal do vago ).Em síntese, os sintomas mais
comuns encontrados nesta síndrome, são: vertigens, nistágmo, náuseas e vômitos ,
disartria, disfonia, ataxia, perda da sensibilidade térmica e dolorosa da hemiface
homolateral à lesão, por hipoacusia homolateral à lesão, em geral, síndrome de
Horner homolateral à lesão e distúrbios relacionados aos reflexos: pupilares e
consensual. Dependendo da extensão do processo, incluir os núcleo
parassimpáticos citados.

24
Vias:
(1) : Espino-cerebelar Direta ( dorsal )
(2) : Espino-cerebelar cruzada ( ventral )
(3) :Trato-Paleo-rúbrico-Tálamo-Cortical

Superfície lateral do
hemisfério esquerdo

A – Área motora parietal posterior


B – Área sensorial primária (S-I)
C –Córtex motor primário (M-I)
D – Área motora suplementar
E – Córtex pré-motor (C. P. M..)
F – Campo ocular frontal (C.O.F.)
Núcleo ventral lateral do tálamo
( 3 ) Fibras
interpósito- Neorrúbro
Paleo-cerebelo: Lobo paleorrúbricas Paleorrúbro
anterior. Núcleo Pedúnculo cerebral superior
globoso
Núcleo interpósito

Arquicerebelo
Núcleo emboliforme
Paleocerebelo:
(Tonsila, úvula, pirâmide) Pedúnculo cerebelar inferior
Trato rubro-espinhal
Fibras Aferenciais
proprioceptivas com suas origens Trato espino-cerebelar cruzado ( 2 )
nos gânglios sensoriais da Medula
Espinhal: 1 e 2
Trato espino-cerebelar direto ( 1 )
Medula espinhal (torácica)

FIG. 05
25
Tronto Encefálico, em visão dorsal, vendo-se por projeção, as regiões do Núcleo Vermelho, os
Núcleos Pontinos, o Complexo Olivar Bulbar inferior, Núcleo Cuneiforme, Núcleo Cuneiforme
lateral, Núcleo Grácil, também, mostrados em corte transversal do tronco encefálico, no bulbo.

Neorrúbro

Paleorrúbro

Núcleos
Interpedunculares

Núcleos pontinos

FIG.: 6-A

Complexo olivar bulbar


inferior
Núcleo cuneiforme
lateral
Cerebelo
Núcleo cuneiforme

Núcleo Grácil

Lemnisco medial
Fascículo cuneo-cerebelar
Fibras arqueadas externas dorsais.

FIG.: 6-B Núcleo Cuneiforme

Núcleo cuneiforme
Núcleo do XIIº nervo craniano lateral
Núcleo espinhal do trigêmeo (
Núcleo Branquiomotor do XIº Nervo Vº nervo craniano )
Craniano.
Fibras Arqueadas Internas.
Fibras Arciformes
Corte Transversal do Tronco encefálico, no nível de origem dos núcleos: Grácil,
Cuneiforme, Cuneiforme lateral eFIG.:núcleo
6-B espinhal do Nervo Trigêmeo.

26
Núcleos Sensitivos do Nervo Trigêmeo, Suas Conexões e Seu
Núcleo Motor ( Vº Nervo Craniano ).

N.V.P.M.
Para: Núcleo Ventral Póstero-Medial do Tálamo
Tálamo

Fibras Trigêmino-Talâmicas Dorsais.

Colículo superior
Núcleo mesencefálico (
( proprioceptivo )

Raiz Motora do
Trigêmeo: Vº Nervo
Fibras Trigêmino-Talâmicas Gânglio Craniano.
Ventrais. trigeminal
Núcleo Motor do Nervo
Trigêmeo ( Vº N. craniano

Núcleo Sensitivo Principal


do Nervo Trigêmeo: Vº Trato espinhal
nervo craniano. Epicrítico. do trigêmeo ( (
(protopático)

Raiz Sensitiva do Trigêmeo:


Vº Nervo Craniano.

FIG. 07

O Trato Trigêmino-talâmico ventral, em geral é constituido por fibras ascendentes, cujos


neurônios se encontram nos Núcleos do Trato Espinhal do Nervo Trigêmeo e cujos
Axônios se dirigem ao Tálamo do lado oposto, enquanto o Trato Trigêmino-talâmico
dorsal, em geral, é constituído por neurônios localizados em ambos os lados, podendo,
portanto, ser: Direto e Cruzado.

27
Sistemas Aferenciais Ascendentes das Sensibilidades: Somática e
Visceral, Gerais, com alguns de seus principais
Tratos Ascendentes, nos Sistemas: Antero-lateral e Cordão
Dorsal-Lemnisco Medial.
l
Sistema Ântero-lateral N.V.P.L.
Sistema Cordão dorsal-Lemnisco
Do: Medial.
Tálano

Mesencéfalo

Lemnisco medial

Ponte

Bulbo

Medula espinhal

Desenho esquemático do trato


espino-talâmico, com suas fibras 1 e 2 – Lemnisco medial
ventro-laterais na medula espinhal 3 – Cordão dorsal

FIG. 08 FIG. 09

28
Núcleo Ambíguo
( Núcleos branquimotores ( F. E. V. E.) dos nervos cranianos:
A:Glossofaríngeo (IXº), B: Vago (Xº), C: Espinhal Acessório ( XIº ) e
respectivas distribuições periféricas.

38
39

FIG.10
29
NÚCLEO AMBÍGUO

LEGENDA DA FIGURA: 10

1. Gânglio sensorial superior do nervo glossofaríngeo ( F.A.S.G. ). – 2. Gânglio


sensorial inferior do nervo glossofaríngeo ( F.A.V.E. ) e (F.A.V.G. ). – Nervo
timpânico, ramo do nervo glossofaringeo. – 4.Plexo timpânico, na parede da
cavidade timpânica. – 5. Nervo petroso menor. – 6. Gânglio óptico. – 7. Ramo
aurículo-temporal do nervo trigêmeo. – 8. Glândula parótida esquerda,
recebendo as fibras pós-ganglionares parassimpáticas do nervo glossofaríngeo (
carona ). – 9. Ramos contendo ( F.A.V.G.) e ( F.A.V.E. ) que passam para o
plexo faríngeo.- 10. Nervo para o músculo estilofaríngeo, com fibras eferentes
viscerais especiais. – 11. Ramo terminal do nervo glossofaríngeo, destinado ao
terço posterior dorsal da mucosa lingual, com ( F.A.V.G. ) e ( F.A.V.E. ). –
12. Ramo sensorial do nervo glossofaríngeo ( F.A.V.G. ), para o seio carotídeo.
– 13. Seio carotídeo. – 14. Corpo carotídeo esquerdo. – 15. Artéria carótida
primitiva. – 16. Raiz branquiomotora do nervo espinhal acessório ( ou fibras
vagais aberrantes ). – 17. Músculo esternocleidomastóideo. – 18. Músculo
trapézio. – 19. Gânglio sensorial superior do nervo vago. – 20. Gânglio
sensorial inferior do nervo vago ( G. nodoso ). – 21. Nervo auricular, ramo do
nervo vago. – 22. Nervo meníngeo, ramo do nervo vago. – 23. Nervo faríngeo. –
24. Ramo para o músculo constritor da faringe. – 25. Ramo para o músculo
constritor médio da faringe. – 26. Ramo para o músculo salpingofaríngeo. – 27.
Ramo para o músculo palatofaríngeo. – 28. Ramo para o músculo palatoglosso.
– 29. Nervo laríngeo supeirior. – 30. Nervo laríngeo interno ( F.A.V.G. ) para
inervação sensorial da mucosa laríngea. – 31. Nervo laríngeo externo ( F.E.V.E.
) dos músculos: constritor inferior da faringe e músculo cricotireóideo. – 32.
Ramo para o corpo carotídeo. – 33. Corpo carotídeo direito.- 34. Nervo laríngeo
recorrente ( F.E.V.E. ). – 35. Tronco principal do nervo vago, dirigindo-se as
viscerais torácicas e abdominais. – 36. Núcleo ambíguo com os núcleos
branquiomotores dos nervos cranianos: glossofaríngeo, vago e acessório
espinhal.- 37. Nervo faríngeo inferior ( terminal ), para a inervação da toda a
musculatura intrínseca da laringe. - 38. Pirâmide Bulbar. – 39. Nervo
Hipoglosso, logo após a união de suas raízez reais.

30
Trato Hipotálamo-espinhal

Tálamo

Hipotálamo
Hipotálamo

Corpo estriado
Fascículo Tegmentar Dorso-
lateral.
Mesencéfalo
Núcleo pupilar ( ou de Edinger
Westphal ), Parassimpático )
anexo ao IIIº nervo craniano (
Nervo oculomotor ) Formação reticular pontina

Núcleo Slivatório Superior Núcleo da rafe mediana


( Parassimpático ), anexo ao
VIIº nervo craniano: Nervo
Facial.
Ponte
Núcleo Salivatório Inferior
( Parassimpático ), anexo ao Núcleo solitário
IXº nervo craniano: nervo
Glosso-faríngeo ) Formação reticular bulbal

Núcleo Motor Dorsal do Nervo


Vago ( Parassimpático ), anexo Bulbo proximal
ao Xº nervo craniano: Nervo
Vago. Bulbo intermédio

Neurônio pré-ganglionar da Medula espinhal ( torácica )


Divisão autonômica simpática

Neurônio pré-ganglionar da Medula espinhal (sacral)


Divisão Autonômica Parass-
simpática.

FIG.11

31
SÍNDROME DE WALLEMBERG
( Figs.: 1.1 e 1.2 )

A “Síndrome de Wallemberg”, em geral, é determinada por infartos da artéria


cerebelar póstero-inferior ( figs.: 1.1 e 1.2 ) e, nesta Síndrome, frequentemente,
podemos observar, ao exame neuro-clínico:

1º) – Rouquidão
2º) – Disfagia
3º) – Perda das sensibilidades: dolorosa e térmica da parte contralateral do corpo
( Sistema Antero-lateral ) e da parte homolateral da face ( núcleo e trato espinhal
Do Nervo Trigêmeo ) ( figs. : 08 e 07 ).
4º - Deficiência auditiva homolateral à lesão ( núcleos cocleares homolaterais
Atingidos ( figs.: 12 e 21 ).
5º - Nistágmo e náuseas ( Núcleos vestibulares ) ( figs.: 12, 18 e 26 ).

LESÃO BILATERAL DO NÚCLEO AMBÍGUO ( Fig.: 10 ).

Nas lesões bilaterais do núcleo ambíguo ( fig.: 10 ), em cuja estruturação


encontramos os compnentes viscerais especiais ( F.E.V.E. ) dos nervos cranianos:
Glossofaríngeo ( IX° ), Vago ( Xº ) e Espinhal acessório ( XIº ), localizados no tronco
encefálico, ao exame neuro-clínico, geralmente, encontramos.;

1º) – Significativa perda da capacidade de deglutição


2º) – Perda do reflexo do “engasgo”
3º) – Asfixia

OBSERVAÇÃO:

As fibras aferentes somáticas gerais ( F.A.S.G. ) do nervo vago, encontradas,


também, em seu ramo auricular e encaminhadas ao meato auditivo externo, mantêm
conexões reflexas, com o núcleo motor dorsal do nervo vago. Deste núcleo, são
enviadas fibras para a formação reticular ( centro do vômito e centro respiratório ),
desencadeando-se os mecanismos da tosse, náuseas e vômitos, podendo haver
até perda da consciência.

32
Nervo Vestíbulo-Coclear ( VIII° Nervo Craniano )

FIG.12

34
NERVO VESTÍBULO-COCLEAR
( VIIIº NERVO CRANIANO )

( LEGENDA DA FIGURA: 12 )

1º - Lâmina de secção transversal do bulbo ( Medula oblonga ).


2º - Nervo vestíbulo-coclear ( VIIIº nervo craniano )
3º - Canal do nervo facial
4º - Nervo coclear
5º - Gânglio vestibular
6º - Nervo vestibular
7º - Cavo do Gânglio geniculado do nervo facial ( VIIº nervo craniano )
8º - Canal do nervo petroso maior
9º - Escala vestibular ( Rampa vestibular ) com a perilínfa.
10º– Órgão de Corti
11º– Escala timpânica ( Rampa timpânica ) com perilínfa
12º- Gânglio espiral da cóclea
13º- Axônios dos neurônios aferentes primários do gânglio espiral
14º- Ducto semi-circular lateral
15º- Ampola do ducto semicircular superior
16º- Ampola do ducto semicircular lateral
17º- Sáculo
18º- Núcleo coclear ventral
19º - Núcleo coclear dorsal
20º - Núcleo vestibular lateral
21º - Núcleo vestibular inferior
22º - Helicotrêma
23º - Núcleo vestibular superior
24º - Núcleo vestibular medial
25º - Núcleo coclear, contendo linfa
26º - Estria vascular ( Parede lateral do ducto coclear )
27º - Membrana de Reissner
28º - Membrana basilar
29º - Axônios dos neurônios aferentes primários do gânglio vestibular.

34
FIG.12.1

Desenho esquemático
Desenho esquemático dosdos
do mecanismo Mecanismos
reflexos: do vômitoReflexos: Dorespiratórios
e dos movimentos Vômito e
dos Movimentos Respiratórios.
35
MECANISMOS DOS REFLEXOS: DO VÔMITO E DOS
MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS

LEGENDA DA FIGURA: 12.1

1 – Núcleo motor dorsal do nervo vago ( Xº nervo craniano )


2 – Núcleo sensitivo dorsal do nervo vago ( F.A.V.G. ) e núcleo gustativo do trato
solitário.
3 – Trato e núcleo espinhal do nervo trigêmeo ( Vº nervo craniano ).
4 – Núcleo branquiomotor do nervo vago ( Xº nervo craniano )
5 – Núcleo de origem real do nervo Hipoglosso ( XIIº nervo craniano )
6 – Formação reticular: centro reflexo do vômito e dos movimentos respiratórios.
7 – Trato corticoespinhal
8 – Medula cervical ( C3 a C6 ): Origens do nervo frênico.
9 – Nervo frênico
10 – Músculo diafragma
11 – Pulmão
12 – Neurônio pós-ganglionar parassimpático
13 – Alvéolos com informações visceroceptivas sobre o grau de distensão dos mesmos.
14 – Gânglio celíaco
15 – Nervo esplâncnico
16 – Trato retículo-espinhal
17 - Fibras do nervo hipoglosso para os músculos da língua e da faringe.
18 – Visceroceptores gástricos
19 – Fibras aferentes viscerais gerais ( F.A.V.G. ) do nervo vago ( Xº nervo craniano )
20 – Neurônio pós-ganglionar simpático
21 – Piloro
22 – Fibras eferentes viscerais gerais do nervo vago ( F.E.V.G. ).
23 - Neurônio pós-ganglionar parassimpático gástrico.
24 – Fibras eferentes viscerais especiais ( F.E.V.E. ) do nervo vago.
25 – Fibras aferentes viscerais especiais ( F.A.V.E. ) do nervo vago
26 – Fibras aferentes somáticas gerais ( F.A.S.G. ) do nervo vago
27 – Gânglio inferior do nervo vago
28 – Gânglio superior do nervo vago

36
Trato Solitário e suas Principais Conexões
Estímulos do N.P.B e do
Trato Solitário ao Grupo
Amigdalóide Central e
deste ao Hipotálamo.
Complexo Amigdalino e
Hipotálamo ( 12 ). 1
Tálamo, onde se encontra o Núcleo: (13)
Ventral postero-medial ( parvocelular ) 2
Conexões do Núcleo
Para-braquial para a
Trato Tegmental Central:
Amigdala e, desta, ao
14 Hipotálamo, via
19. Conjunto das fibras Amigdalo-fugal.
F.A.V.E. e : F.A.V.G.,
dirigindo-se ao
Trato Solitário. Núcleo Para-
4
braquial ( N.P.B. )

Conexões entre o N.
20. Núcleo Cárdio-respiratório e
gustativo Núcleo:Parabraquial
relacionado às
fibras aferenciais, FibrasAferentesVisce
viscerais rais Especiais dos
Núcleo gustativo
especiais Ner-vos: VIIº, IXº e
( F.A.V.E. )
Gânglio geniculado
15. Núcleo do do nervo Facial (
Trato Solitário. ou VIIº nervo
16. N. Ambíguo Craniano ).
17.Núcleo Cardio-respiratório Gânglio inferior do
Nervo Glossofarín-
Envolvido criticamente geo ( IXº nervo
com a regulação das Craniano )
funções viscerais do
Gânglio inferior do
organismo. Assim , rela-
Nervo Vago ( Xº )
cinado às informações
nervo craniano.
aferenciais viscerais
gerais ( F.A.V.G. ).
Torácicas e abdominais e Medula espinhal, em corte
nos mecanismos viscerais Transversal.
gerais, relacionados às
variações da pressão
arterial, concenrações de Neurônios Pré-
O2 e CO2 no sangue e ganglionares Simpáticos
movimentos Medulares.
respiratórios, no refelxo FIG.12.2
do vômito e secreções do
tubo digestório 37
VIAS GUSTATIVAS ( F.A.V.E. ) E VIAS AFERENTES
VIASCERAIS GERAIS ( F.A.V.G. )

( LEGENDA DA FIGURA: 12.2 )

1 – Neurônios de projeção da via gustativa ao córtex insular, via núcleo


Parvocelular talâmico.
2 – Córtex gustativo e opérculo frontal
3 – Neurônio interligando o núcleo parabraquial à amigdala
e ao hipotálamo.
4 – Núcleo parabraquial da ponte.
5 – Conexões entre o núcleo cardiorrespiratório e o núcleo
Parabraquial.
6 – Componentes funcionais a ferentes viscerais especiais
( F.A.V.E. ) dos nervos cranianos: VIIº, IXº e Xº.
7 – Gânglio geniculado do nervo facial ( VIIº nervo craniano
8 – Componentes funcionais aferentes viscerais gerais
( F.A.V.G. ) dos nervos: facial, glossofaríngeo e vago.
9 – Gânglio inferior do nervo glossofaríngeo.
10 – Gânglio inferior do nervo vago ( Xº nervo craniano )
11 – Neurônios pré-ganglionares simpáticos medulares.
12 – Complexo amigdalóide e hipotálamo
13 – Núcleo ventral póstero-medial do tálamo
14 – Trato tegmental central homolateral
15 – Núcleo do trato solitário
16 – Núcleo ambíguo
17 – Núcleo sensitivo visceral geral cardiorrespiratório
18 – Conexões do núcleo cardiorrespiratório com a medula
espinhal.
19 – Trato solitário
20 – Núcleo gustativo
21 – Núcleo da formação reticular do tronco encefálico.
22 – Núcleo da formação reticular do tronco encefálico
23 – Corte esquemático da medula espinhal

38
CONCLUSÕES SOBRE O ESTUDO DO NÚCLEO AMBÍGUO
O estudo isolado e em conjunto dos núcleos de origens reais dos nervos
cranianos: glossofaríngeo ( IXº ), vago ( Xº ) e acessório espinhal ( XIº ), situados no
“núcleo ambíguo”, suas respectivas distribuições periféricas e possíveis lesões, levam-
nos às seguintes conclusões ( figs .: 10 e 12.2 ):

1º) – NERVO GLOSSOFARÍNGEO ( IXº NERVO CRANIANO ):

1.1 – Lesões isoladas são raras.


1.2 – Em casos de eventual lesão deste nervo, apenas um sinal se
torna, realmente patente: assimetria do palato, em virtude da
paralisia do músculo estilo-faríngeo.
1.3 – Possível surgimento de neuralgias, nas paredes da laringe, em
virtude de irritação do nervo glossofaríngeo, podendo se estender à
orelha média. do nível
1.4 – Outros sinais, dependerão, do nível da lesão do nervo glossofa-
rngeo ( IXº ) ou seja: Ageusia ou anestesia do terço posterior da
face dorsal da hemilingua, bloqueio aos estímulos parassimpáticos
secretórios para a glândula parótida homolateral á lesão.
1.5 – Possíveis neuralgias, nas paredes da faringe, em virtude de
irritação do nervo glossofaríngeo, podendo se estender à orelha
média.
1.6 – Outros sinais dependerão do nível de lesão do nervo glossofaríngeo
ou seja: Ageusia ou anestesia do terço posterior da face dorsal da
hemi-língua, bloqueio aos estímulos parassimpáticos secretórios
para a glândula parótida homolateral à lesão.

2º) – NERVO VAGO ( Xº NERVO CRANIANO ):


2.1 – Lesões isoladas, são raras.
2.2 – Os sinais de lesões, dependerão do nível, no qual, o nervo foi
Lesado.
2.3 – Com lesões no nível do forame jugular, poderemos constatar:
2.3.1 – Disfagia
2.3.2 – Regurgitação nasal
2.3.3 – Rouquidão
2.3.4 – Perda da gustação ( epiglótica ), principalmente em
Crianças.
2.3.5 – Perda do reflexo de náuseas.
2.3.6 – Lesões cervicais que, dependendo do nível, podem
Provocar rouquidão ou disfonia.

39
3º) – NERVO ACESSÓRIO ESPINHAL ( XIº NERVO CRANIANO ):

3.1 – Lesões isoladas, são raras.


3.2 - Quando presentes, relacionam-se à: fraquesa dos músculos:
Trapézio ( sua parte superior ) e do músculo Esternocleido-
mastóideo, homolateral à lesão.

3º ) - SÍNDROME DE MILLARD GUBLER

A “Síndrome de Millard Gubler,” se relaciona às lesões das regiões: ventral e


inferior da ponte.
As principais estruturas anatômicas, passíveis de serem lesadas, neste nível,
são:

1º - Lemnisco medial.............................. ( figs.: 03, 09 e 15 )


2º - Núcleo de origem real do nervo facial ( VIIº , .( fig.: 16 )
3º - Trato espino-talâmico lateral........................ .... ( fig.: 8 )
4º - Trato corticoespinhal ..................................... ( fig.: 1-A )
5º - Nervo abducente ( VIº nervo craniano.).( figs; 13 e 14 )

Com a lesão do tronco nervo abducente ( VIº nervo craniano ) os impulsos


motores ao músculo reto lateral homolateral ( responsável pelo movimento de
lateralidade do globo ocular ), são abolidos. Consequentemente, instala-se a paralisia
do referido músculo homolateral à lesão ( reto lateral ), desaparecendo, assim, o
movimento de abdução do globo ocular homolateral à lesão ( fig.: 13 ).
Caso a lesão atinja, também, o núcleo de origem real do nervo abducente ( VIº
nervo craniano ), estabelecer-se-á, um duplo mecanismo de impedimento na
passagem dos impulsos motores, ou seja: por um lado, o músculo reto lateral
homolateral à lesão, estará paralisado e sem condições funcionais, para possibilitar o
movimento de abdução do globo ocular homolateral à lesão que, associado,
simultaneamente, à ação, sem oposição, do músculo reto medial homolateral à lesão,
determinará movimento de adução do globo ocular homolateral à lesão ( fig.:14 ).
Portanto, um paciente, com este tipo de lesão, que atinja, não apenas o
neurônio inferior ou lateral, como também, seu núcleo de origem real, no tronco
encefálico, ao ser solicitado para movimentar voluntariamente o globo ocular
contralateral à lesão, através da contração do músculo reto medial do referido globo
ocular ( contralateral à lesão ), não conseguirá, isto porque, foram lesados, também,
além do núcleo do nervo abducente, os neurônios internucleares ( fig.: 14 ). Com esta

40
“desarmonia” dos movimentos conjugados dos globos oculares, ocorrerá o
aparecimento de estrabismo convergente, além de gerar uma assimetria, dos raios
luminosos, em sua incidência, nas duas retinas, determinando o surgimento da
diplopia.
Em virtude da possível lesão do “lemnisco medial”, haverá aparecimento de
analgesia, anestesia ou hipoestesia térmica, diminuição da sensibilidade tátil,
vibratória e postural contralateral à lesão ( fig.: 03, 09 e 15 ).
Na base da ponte, as fibras do nervo abducente intercruzam-se, em seu trajeto, dorso-
ventral, com as fibras longitudinais descendentes do trato corticoespinhal. Nestas
condições anatômicas, lesões da porção ventral inferior da ponte, comprometem, não
apenas o nervo abducente homolateral à lesão, como também, o trato corticoespinhal
homolateral à lesão, estabelecendo-se, como resultado, processo de hemiplegia
cruzada, associado à lesão do nervo abducente, como já explicitado ( fig.: 1-A ).
Caso a lesão atinja, lateralmente, o nervo facial, associar-se-ão, no caso,
sintomas e sinais, também, do comprometimento do nervo facial e, nestes casos,
dependendo dos “componentes funcionais”, deste nervo, envolvidos no processo,
teremos sinais e sintomas variados, pois, neste nervo, temos componentes funcionais
relacionados à secreção salivar das glândulas salivares submandibular e sublingual,
glândula lacrimal e da mucosa nasal e componentes funcionais branquiomotores,
cujas fibras, se dirigem à musculatura mímica facial ( figs.: 16 e 17 ).
Neste último caso, havendo a lesão nuclear do nervo facial, desaparecem as
ações branquiomotoras, oriundas dos núcleos superior e inferior do nervo facial e a
conseqüente paralisia dos músculos mímicos ( músculos da expressão facial ), ou seja,
paralisia total homolateral da hemiface homolateral à lesão ( figs.: 16 e 17 ).
Também, nesta região, poderá o processo lesivo atingir o trato espino-talâmico
lateral do Sistema Ântero-lateral, determinando problemas de hipoestesias
térmicas ( fig.: 8 ).
Nesta inervação dos músculos mímicos da face, os dois núcleos de origem
branquiomotores do nervo facial, funcionam diferentemente, ou seja: o “núcleo
branquiomotor superior, de cada lado”, apenas recebe estímulos motores do córtex
do lado oposto e os re-encaminha ao hemiquadrante inferior, homolateralmente,
de cada lado ( f ig.: 17 ).
Por outro lado, o núcleo branquiomotor inferior, de cada lado, recebe
estímulos motores, de ambos os córtex cerebrais motores ( da direita e da esquerda )
apenas para os hemiquadrantes de cada lado superiores da hemiface, de cada lado.
Assim, caso a lesão atinja, lateralmente, estes núcleos faciais branquiomotores (
superiores e inferiores ), teremos alterações funcionais, principalmente, nos músculos
mímicos diferenciados. Ou seja, as paralisias poderão se instalar, seja em um
quadrante inferior de uma hemiface ( à direita ou à esquerda ), bem como, poderão se
instalar, nos quadrantes superiores, dependendo do grau de envolvimento dos núcleos
branquiomotores superiores e inferiores, inclusive, poderão envolver toda uma
hemiface e mesmo, nos casos mais dramáticos, de ambas as hemifaces de forma total (
figs.: 16 e 17 ). São os casos de lesões de neurônios motores superiores do nervo
facial, ou seja, dos neurônios centrais, com suas origens na intimidade do córtex
cerebral motor. Em tais circunstâncias, teremos os casos mai s graves e dramáticos
de lesões branquiomotoras do nervo facial ( VIIº nervo craniano ).

41
SÍNTESE DA SÍNDROME DE MILLARD GUBBLER
( REGIÃO VENTRAL INFERIOR DA PONTE )

1º) – LESÃO DO NERVO ABDUCENTE ( fig.: 13 ):

1.1 – Paralisia do músculo reto lateral homolateral à lesão, com abolição


do movimento de abdução do globo ocular homolateral à lesão.
1.2 – Adução do globo ocular homolateral à lesão ( fig.: 13 ).

2º) – CASO A LESÃO ATINJA, TAMBÉM, O NÚCLEO DO NERVO


ABDUCENTE: ( fig.: 14 ):
2.1 – Paralisia do músculo reto lateral homolateral à lesão
2.2 – Impossibilidade do movimento de adução do globo ocular contra-
Lateral à lesão
2.3 - impossibilidade para executar o movimento de abdução do globo
Ocular homolateral à lesão.
2.4 – adução do globo homolateral à lesão.
2.5 – Estrabismo convergente
2.6 – Diplopia

3°) – LESÃO DO LEMNISCO MEDIAL ( figs.: 3 e 15 ).

3.1 – Analgesia, anestesia ou hipoestesia térmica.


3.2 – Diminuição da sensibilidadetátil, vibratória e postural contra
Lateral à lesão.

4º) – LESÃO DO TRATO CORTICO-ESPINHAL ( fig.: 1a ).

4.1 – Hemiplegia cruzada

5º) – LESÃO DO NERVO FACIAL ( f ig. 16 ).

Dependendo dos componentes funcionais envolvidos na lesão, teremos


grande variabilidade de sinais e sintomas, desde processos de paralisias de
músculos mímicos da face, até ageusia dos dois terços anteriores dorsais da língua,
Diminuição ou abolição das secreções salivares submandibular e sublingual e
distúrbios da secreção lacrimal e da mucosa da pituitária nasal ( rinorréia ).

6º) – LESÃO DO TRATO ESPINO-TALÂMICO LATERAL ( fig.: 8 ).

Hipoestesia térmica e dolorosa da metade contralateral do corpo.

42
Lesão do Tronco do Nervo Abducente ( VIº Nervo Craniano )

Com a Lesão do Tronco do Nervo Abducente, mostrada acima, os impulsos


motores não serão conduzidos ao músculo Reto lateral homolateral e conseqüente
abolição dos movimentos de lateralidade ( abdução ) do globo ocular homolateral
e grande adução do globo ocular homolateral à lesão, por ação do músculo reto
FIG.13 à lesão.
medial homolateral

FIG.: 13
43
LESÃO DO TRONCO DO NERVO ABDUCENTE
( VIº NERVO CRANIANO )

LEGENDA DA FIGURA: 13

1 – Centro cortical cerebral da área motora do núcleo motor do nervo abducente.


2 – Trato corticonuclear ( geniculado )
3 – Cápsula interna
4 – Núcleo de origem do nervo oculomotor ( IIIº nervo craniano )
5 – Neurônio motor inferior do núcleo do nervo óculomotor ( IIIº nervo craniano )
6 – Músculo reto superior do globo ocular
7 – Músculo reto lateral direito
8 – Músculo reto inferior direito
9 – Globo ocular direito
10 – Globo ocular esquerdo
11 – Músculo reto lateral esquerdo
12 – Músculo reto superior esquerdo
13 – Músculo reto medial esquerdo
14 – Núcleo de origem do nervo oculomotor esquerdo
15 – Lâmina do terço superior da ponte
16 – Neurônio internuclear
17 – Interneurônio
18 – Núcleo de origem real do nervo abducente
19 – Neurônio motor periférico ( lateral ) do nervo abducente ( VIº nervo craniano )
20 – Lesão do tronco do nervo abducente direito
21 – Lâmina do terço inferior da ponte

44
Lesão do Núcleo de Origem do Nervo Abducente
( VIº nervo craniano )
FIG.: 14

Com a Lesão do Núcleo de origem do nervo Abducente, haverá paralisia do


FIG.14
músculo reto lateral homolateral à lesão, e consequênte adução do globo ocular
homolateral à lesão, adução esta que será auxiliada pela ação do músculo reto
medial homolateral à lesão, além da paralisia da abdução do olho
contralateral, por lesão concomitante dos neurônios internucleares

45
LESÃO DO NÚCLEO DE ORIGEM DO NERVO
ABDUCENTE ( VIº NERVO CRANIANO )

LEGENDA DA FIGURA: 14

1 – Centro cortical cerebral da área motora do núcleo motor do nervo abducente.


2 – Trato corticonuclear ( geniculado )
3 – Cápsula interna
4 – Núcleo de origem real do nervo oculomotor ( IIIº nervo craniano )
5 – Neurônio motor inferior do núcleo de origem real do nervo oculomotor
6 – Músculo reto superior do globo ocular
7 – Músculo reto lateral direito
8 – Músculo reto inferior direito
9 – Globo ocular direito
10 – Globo ocular esquerdo
11 – Músculo reto lateral esquerdo
12 – Músculo reto superior esquerdo
13 – Músculo reto medial esquerdo
14 – Núcleo de origem do nervo oculomotor esquerdo ( IIIº nervo craniano )
15 – Lâmina do terço superior da ponte
16 – Neurônio internuclear
17 – Interneurônio
18 – Núcleo de origem real do nervo abducente ( VIº nervo craniano )
19 – Neurônio periférico ou inferior motor do nervo abducente.
20 – Lesão do núcleo de origem direito do nervo abducente ( VIº nervo craniano )
21 – Lâmina do terço inferior da ponte.

46
Sistema Cordão Dorsal - Lemnisco Medial

Córtex somato-sensorial
Primário: S.1 Tálamo
Á

Núcleo ventral póstero-


lateral do Tálamo Lemnisco medial

Tronco Encefálico: Mesen-


Céfalo, ponte e parte do Oliva bulbar
Bulbo.

Núcleo Grácil
Núcleo cuneiforme lateral

Núcleo Cuneiforme
Núcleo gelatinoso do Nervo
Bulbo : Terço distal Trigêmeo
Fibras arqueadas internas

Fascículo Cuneiforme ( lateral ),


Com neurônios aferenciais primá- Nervo Acessório espinhal
rios e com origens a partir de T6. ( XIº nervo crniano.
Decussação sensitiva somática

Fascículo Grácil: Medial, com


aferências primárias, com
Medula Espinhal origens na medula terminal e
relacionada às regiões das
plantas dos pés, até o nível de
T6

FIG.15

47
Núcleo de Origem Real do Nervo Facial
( VIIº Nervo Craniano ).
Núcleo
. brânquio-sensível ( F.A.V.E. ) + Núcleo Viscero-sensível ( F.A.V.G. )

Núcleo Salivatório Tracto e núcleo espinhal do nervo trigêmeo


Superior ( F.E.V.G. )
Pele da orelha externa
Gânglio Meato acústico externo
geniculado Parte externa da membrana
timpânica
Sensibilidade da mucosa da parte
posterior das fossas nasais. Seios
para-nasais, Palato mole.

Glândula lacrimal e
glândulas da mucosa nasal

Gânglio Esfêno-palatino.
Nervo Facial
Motor: F.E.V.E
Nervo lingual

Nervo abducente (VIº) Corpúsculos gustativos dos 2/3


anteriores da língua.
Núcleo brânquio-motor

Glândula Sub-lingual

Glândula sub-mandibular
Músculatura mímica, Músculo estilo-
hióideio, Ventre posterior do
músculo digástrico, Músculo Gânglio sub-mandibular
estapédio.

FIG.16

48
Lesão do Neurônio Inferior do Nervo Facial ( VIIº )

Em casos com Lesão do


Neurônio inferior, lateral
ou distal do Nervo Facial
(VIIº nervo craniano ), em
geral encontraremos o
seguinte quadro clínico:
“Paralisia dos Músculos
mímicos ( ou miméticos ) (
ou cuticulares da face ),
que corresponde à
Paralisia Total hemilateral
e Homolateral à Lesão.

FIG.17
Observe-se que, os Núcleos branquio-motores superiores do N. facial, recebem impulsos motores,
apenas do lado cortical oposto, enquanto o núcleos branquio-motor inferior, recebe impulsos motores de
ambos os lados. Seguir a distribuição de seus neurônios laterais, em cada hemiface.
49
LESÃO DO NEURÔNIO MOTOR INFERIOR ( OU
LATERAL) DO NERVO FACIAL (VIIº NERVO CRANIANO )

( LEGENDA DA FIGURA : 17 )

1 – Centro cortical cerebral dos impulsos motores do nervo facial ( VIIº nervo craniano ).
2 – Neurônio motor central ( superior ou cortical ) do nervo facial( VIIº nervo craniano ).
3 – Núcleo branquiomotor superior do nervo facial
4 – Núcleo branquiomotor inferior do nervo facial
5 – Neurônio periférico ( inferior ou lateral ) do nervo facial
6 – Área de paralisia dos músculos mímicos ( miméticos ou cuticulares da face ), que
Corresponde à paralisia total hemilateral e homolateral à lesão.
7 – Neurônio central motor cruzado em direção ao núcleo motor inferior contralateral.
8 – Cápsula interna
9 – Área de localização da lesão no neurônio lateral ( inferior ou distal ).

50
FIG.: 18

Núcleo ventral póstero-lateral


do Tálamo

Córtex da área 3a
de Brodmann

Núcleo ventral-póstero-inferior do
Tálamo

Núcleo do nervo Oculomotor: IIIº


nervo craniano.
Núcleo do nervo Coclear: ( IVº nervo
craniano.

Porção ascendente do Fascículo


Longitudinal medial. Núcleo vestibular superior

Núcleo vestibular medial


Núcleo do Nervo Abducente
( VIº nervo craniano )
Núcleo vestibula lateral

Fibras para o Arquicerebelo

Núcleo vestibular inferior

Trato Vestíbulo-espinhal lateral

Gânglio Vestibular

Núcleo de origem real do XIº nervo crani- Porção descendente do Fascículo


ano ( Nervo acessório espinhal ). Longitudinal medial.
Tronco Encefálico com: Seus núcleos Vestibulares, Fascículo Longitudinal Medial e
Diversas outras estruturas anatômicas da região.
51
Em síntese, na “Síndrome de Millard Gubler”, também, conhecida por
“Síndrome de Foville” ou “Síndrome da porção ventral inferior da ponte”, os
achados clínicos mais encontrados, em geral, são:

1 – Paralisia homolateral periférica do nervo abducente (VIº nervo craniano ).


2 – Caso a lesão atinja, também, o núcleo do nervo abducente,
observaremos: dificuldades para a execução do movimento de adução do globo
ocular contralateral, quando solicitado.
3 – Estrabismo divergente
4 – Diplopia
5 – Paralisia homolateral do nervo facial ( VIIº nervo craniano ), que poderá
estar associada a diversas variáveis em relação ao nível da lesão e
aparecimento de ageusia dos dois terços ventrais da face dorsal da língua,
distúrbios na secreção salivar envolvendo as glândulas salivares sub-
lingual, sub-mandibular e lacrimal homolaterais.
Dependendo, também, do envolvimento do núcleo sensitivo dorsal do
Nervo facial, poderemos encontrar variados graus de distúrbios relaciona-
dos à sensiilidade mucosa da parte posterior das fossas nasais, seios
paransais e palato mole.
6 – Hemiplegia contralateral ( cruzada )
7 – Analgesia ou hipoestesia, anestesia térmica e diminuição da sensibilidade
tátil, postural e vibratória contralaterais.

52
4º) - SÍNDROMES DA PORÇÃO CAUDAL DO TEGMENTO
DA PONTE

O “tegmento da ponte” é a “região pontina,” localizada, entre a ponte basal (


ventralmente ), o assoalho do IVº ventrículo dorsalmente, superiormente o
mesencéfalo e, distalmente, a formação reticular bulbar ( fig.: 20 ).
As principais estruturas anatômicas da porção caudal do tegmento da ponte,
passíveis de serem lesadas e, assim, conduzirem ao aparecimento das
“Síndromes” de lesões desta região, são as seguintes:
1º) – Fascículo longidudinal medial ( F.L.M. ) ( fig.: 18 ).
2º) – Núcleo de origem real do nervo abducente ( VIº nervo
craniano ( figs.: 13 e 14 ).
3º) – Pedúnculo cerebelar médio ( fig.: 19 )
4º) – Núcleos vestibulares ( fig.: 18 ).
5º) – Via central descendente do sistema vegetativo
Parassimpático e simpático, principalmente, o trato
Hipotálamo-espinhal ( figs.: 11 e 20 ).
6º) – Feixe centra l da calota, envolvendo todas as
Vias aferenciais ao complexo olivar bulbar inferior. ( figs.:
04 e 4. 1 ),
7º) – Núcleo do trato espinhal do nervo trigêmeo ( Vº , fig.: 7 )
8º) – Núcleo de origem do nervo facial ( VIIº ) , fig.: 16 )
9º) – Trato espino-cerebelar ventral ( cruzado ) ( fig.: 5
)
10º) – Lemnisco medial ( prosseguimento da via do sistema
Cordão dorsal da Medula espinhal ) ( fig.: 15 ).
11º) – Lemnisco lateral ( fig.: 21 ).
Conhecendo-se a localização anatômica, destas estruturas e suas respectivas
funções, torna-se possível, na maioria das vezes, entender os mecanismos, que
conduzem às referidas síndromes.
Dois, dos sintomas e sinais, observados nestas síndromes, relacionam-se ao
aparecimento de dificuldade, para a coordenação do movimento conjugado da
lateralidade dos globos oculares e incoordenação, entre os movimentos da cabeça e
dos olhos ( movimentos óculo-cefalógiros ).
O aparecimento da dificuldade para a coordenação dos referidos movimentos,
é explicado, pelo envolvimento do fascículo longitudinal medial, pois, com seu
envolvimento na lesão, o principal mecanismo de integração e de associação do tronco
encefálico, unindo os núcleos vestibulares aos núcleos de origens reais, dos
nervos cranianos ( IIIº, IVº e VIº nervos cranianos ), responsáveis pela inervação dos
músculos extrínsecos dos globos oculares, desaparece, prejudicando, naturalmente, o
movimento conjugado de lateralidade dos globos oculares ( figs.: 18 e 27 ).
Além disso, sabemos que o núcleo do nervo acessório espinhal ( XIº ),
responsável pela inervação dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio, mantém
conexões com o fascículo longitudinal medial, estabelecendo assim, conexões, entre
este núcleo acessório espinhal ( XI° nervo craniano ) e os núcleos dos nervos
cranianos acima citados ( oculomotor, troclear e abducente, ( fig.: 18 ).

53
Com a lesão do “núcleo de origem do nervo abducente” ( VIº nervo craniano ),
ocorrerá a paralisia do músculo reto lateral homolateral à lesão nuclear, com
impedimento do movimento de abdução do globo ocular homolateral à lesão. Além
disso teremos, também, lesão dos neurônios internucleares que, do núcleo lesado do
nervo abducente, conduziriam os impulsos à sub-divisão do nervo oculomotor
contralateral, para a inervação do músculo reto medial contralateral. Entretanto, com
tal lesão nuclear, estes neurônios internucleares, não desempenham, morfo-
funcionalmente, sua função, prejudicando o movimento conjugado de
lateralidade dos globos oculares ( fig.: 14 ).
O “pedúnculo cerebelar médio, ” apresenta em sua estrutura o importante
conjunto de fibras do “circuito cortico-ponto-cerebelo-neorrúbro-tálamo-cortical” (
figs.: 19 e 25 ), responsável pela transmissão de informações do neocórtex, para o
néo-cerebelo, relacionadas ao “plano cortical de estruturação dos movimentos
voluntários”, seu início, correções motoras de possíveis erros de movimentos em
andamento, detectados nas análises neo-cerebelares e sua finalização.
Portanto, na vigência de lesões deste pedúnculo cerebelar médio, estariam
comprometidos os mecanismos morfo-funcionais de modulação e coordenação do néo-
cerebelo, sobre o córtex motor frontal ( sobre os neurônios motores corticais
envolvidos no movimento vigente ), bem como a ação do neocerebelo sobre o neurônio
motor medular, através do “circuito”: “cortico-ponto-cerebelo-neorrúbro-reticulo-
espinhal” ( figs.: 19, 19.1 e 25 ).
Os “núcleos vestibulares”: ( superior, lateral, medial e inferior ), encontram-se
localizados, na estrutura do tronco encefálico, sendo, dois deles ( superior e medial )
de localização pontina e os outros dois ( lateral e inferior, de localização bulbar ).
Todos eles estão, diretamente, relacionados, em suas conexões: aferentes e eferentes,
ao aparelho vestibular e ao arquicerebelo. Portanto, encontram-se ligados aos
mecanismos morfo-funcionais de modulação e coordenação do equilíbrio ( fig.: 18 )
Destes núcleos vestibulares, principalmente, dos núcleos: superior e medial,
originam-se os axônios que, em seu trajeto, participarão da constituição do fascículo
longitudinal medial, tanto de sua porção ascendente, como de sua projeção
descendente ( fig.: 18 ). Todavia, também, dos outros dois núcleos, chegam axônios
dirigidos ao referido fascículo longitudinal medial, porém, em pequena quantidade.
Este fascículo longitudinal medial, conforme já tivemos oportunidade de
comentar, é a principal via de associação e de integração do tronco encefálico. Assim,
as fibras ascendentes deste fascículo, se relacionam com a motricidade ocular ( nervos
cranianos: IIIº, IVº e VIº ) e com a produção do nistágmo, que se caracteriza pelo
aparecimento de movimentos rápidos dos globos oculares num sentido e lentos no
sentido oposto. Em sua trajetória ascendente, esta porção do fascículo longitudinal
medial, através dos núcleos: ventral póstero-lateral e ventral póstero-superior do
tálamo, alcançam o córtex da área 3a de Brodmann ( fig.: 18 ).
As fibras descendentes deste fascículo longitudinal medial, constituem as vias
vestíbulo-espinhais ( fig.: 18 ), que participam das conhecidas “Vias extrapiramidais”,
denominação esta, atualmente, em desuso e, substituída pela denominação de “Vias
supraespinhais”( fig.: 19.1 ).
Todos os núcleos vestibulares, mantêm conexões com núcleos da formação
reticular do tronco encefálico, hipotálamo e sistema límbico, estando suas conexões
corticais ( área vestibular cortical ), como foi explicitado, linhas acima, relacionada ao

54
Desenho esquemático
Desenho esquemáico, mostrandomostrando o “Cérebro-cerebelo”
o “Cérebro-cerebelo” e seus
e seus grandesCircuitos:
Grandes Circuitos. Cortico-
Circuito: corticopontocerebelotalamocortical e circuito: corticopontocerebelorrubroreticuloespinhal.
ponto-cerebelo-talamo-cortical e Cortico-ponto-cerebelo-rubro-reticulo-espinhal

Córtex Lobo-Frontal

Região Posterior do Núcleo


Tálamo do
Ventral Lateral (N.V.I.L.)
Tálamo

Mesencéfalo

Núcleo
neorrúbro

Córtex neocerebelar Formação reticular

Núcleos pontinos

Núcleo Denteado
Neurônios motores medulares

FIG.19
55
córtex da área 3ª de Brodmann ( fig.: 18 ).
Assim, lesões desta região pontina e destes núcleos, provocariam o surgimento
de problemas relacionados ao equilíbrio, aos movimentos dos globos oculares (
oculógiros e nistágmo ) e vertigens.
O envolvimento de lesões da porção caudal do tegmento da ponte, com o
sistema descendente hipotalâmico visceral motor autonômico ( vegetativo ),
representado, principalmente, pelo “trato hipotálamo-espinhal” ( figs.: 11 e 20 ),
envolveria as conexões deste trato vegetativo, com os núcleos parassimpáticos
cranianos da coluna viscero-motora do tronco encefálico, representados, pelos:
“núcleo de Edinger Westphal”, anexo ao IIIº nervo craniano ( nervo oculomotor , (
fig.: 23 ), núcleos salivatórios superior, anexo ao VIIº nervo crniano, núcleo salivatório
inferior, anexo ao IXº nervo craniano e núcleo motor dorsal do vago, anexo ao Xº
nervo craniano. Em eventuais lesões desta região tegmentar pontina, podemos ter o
surgimento de distúrbios nos reflexos pupilares, consensual ( fig.: 20 ), ou
envolvendo os demais núcleos citados.
Nas lesões desta região, com envolvimento do feixe central da calota ), surgem
as possibilidades de aparecimento de lesões, relacionadas às fibras aferenciais ao
cerebelo e com suas origens em diferentes partes, tais como: córtex cerebral, núcleos
da base, núcleo vermelho, substância negra, sendo que, todas elas, necessariamente se
dirigirão ao “complexo olivar bulbar inferior”, centro anatômico de origem, das fibras
trepadoras do cerebelo ( figs.: 94 e 4.1 ) e altamente envolvidas nos mecanismos
morfo-funcionais de correções de erros de movimentos, através das “modificações
das freqüências das descargas motoras corticais” ( figs.: 4, 4.1 e 24 ).
Com o envolvimento do núcleo do trato espinhal do nervo trigêmeo ( Vº nervo
craniano ), constatar-se-á perda da sensibilidade térmica e dolorosa da hemiface
homolateral à lesão, além de hipoestesia ( figs.: 6-B, 07 e 15 ).
Com a participação e envolvimento do “nervo
facial” na lesão, surgem os processos hemiplégicos faciais parciais ou totais ( figs.: 16 e
17 ). Nestes casos, em geral, são lesadas as fibras do tronco do nervo facial ( neurônios
motores laterais ou inferiores ), sem passagem dos impulsos dos núcleos do nervo
facial homolateral à lesão ( superior e inferior ), com conseqüente paralisia total da
hemiface homolateral à lesão ( fig.: 17 ).
Nos casos, nos quais, haja comprometimento das fibras do trato espino-
cerebelar ventral ou cruzado ( fig.: 05 ), ficam prejudicadas as informações
ascendentes, não apenas proprioceptivas dos membros inferiores e tronco inferior,
como também e, principalmente, as informações das freqüência de descargas motoras
corticoespinhais, em direção aos neurônios motores laterais da medula espinhal
ou seus interneurônios ( fig.: 5 ).
Caso a lesão atinja, também, o “Lemnisco medial” ( figs.: 03 e 15 ), teremos
redução da sensibilidade tátil epicrítica, vibratória e sensibilidade proprioceptiva
consciente ( figs.: 03 e 15 ).
Finalmente, as lesões podem, também, atingir as “fibras do lemnisco lateral” e,
nestes casos, associar-se-ão, ao quadro clínico, problemas relacionados à audição (
fig.: 21 ).

56
Esquema do Reflexo Miotático ( Alça Gama )

1. Putame
2. Globo pálido lateral
3. Globo pálido medial
4. Córtex
5. Núcleo caudado
6. Tálamo
7. Hipotálamo
8. Núcleo rubro ( vermelho )
9. Núcleo sub-talâmico
10. Formação reticular
11. Substância negra
12. Sist. motores supraespinhais
13. Cavidade do terceiro ventrículo
14. Campos de Forel
cortico-estrio-rubro-espinhal
Sistema

Neurônio Aferente

Terminação
Região polar Anulo-espiral
Intra-fusal

Neurônio gama Fuso muscular


Fibra eferente-
gama Fibras extra-fusais
Neurônio alfa

Axônio do neurônio Alfa

FIG.19.1
57
- SÍNDROMES DA PORÇÃO CAUDAL DO TEGMENTO DA PONTE.

1º) – LESÃO DO FASCÍCULO LONGITUDINAL MEDIAL: ( fig.: 18 )


1.1 – DISTURBIOS NA COORDENAÇÃO DOS MOVIMENTOS CONJUGADOS DE
LATERALIDADE DOS GLOBOS OCULARES.
1.2 – INCOORDENAÇÃO NOS MOVIMENTOS DA CABEÇA E DOS OLHOS
( MOVIMENTOS OCULOCEFALÓGIROS ).
1,2,1 – DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO
1.2.2 - NISTÁGMO
1.2.3– VERTIGENS

2º) – LESÃO DO NÚCLEO DO NERVO ABDUCENTE ( VIº NERVO CRANIANO )


( fig. : 14 )
2.1 – PARALISIA DO MÚSCULO RETO LATERAL, HOMOLATEAL À LESÃO, COM
ABOLIÇÃO DO MOVIMENTO DE ABDUÇÃO DO GLOBO OCULAR HOMO-
LATERAL À LESÃO, QUE, NESTAS CIRCUNSTÂNCIA FICA ADUZIDO.
2.2 – DISTURBIOS NO MOVIMENTO DE LATERALIDADE DOS GLOBOS OCULARES ,
POR ABOLIÇÃO DO MOVIMENTO DE ADUÇÃO DO GLOBO OCULAR CONTRA-
LATERAL.

3º) – LESÃO DO PEDÚNCULO CEREBELAR MÉDIO: ( fig.: 19 ):

3.1 – DISTURBIOS DO CIRCUITO “CÓRTICO-PONTO-CEREBELO-NEORRÚBRO-


TÁLAMO-CORTICAL
3.2 – DISTURBIOS DO CIRCUITO “CÓRTICO-PONTO-CEREBELO-NEORRÚBRO-
RETÍCULO-ESPINHAL.

4°) – ENVOLVIMENTO DAS VIAS CENTRAIS VEGETATIVAS SIMPÁTICAS E


DESCENDENTES ( TRATO HIPOTALAMO-ESPINHAL ) ( figs.: 11 e 20 )

4.1 – DISTURBIOS NOS REFLEXOS PUPILARES


4.2 – DISTURBIOS NO REFLEXO CONSENSUAL

5º) – LESÃO DO TRATO ESPINHAL DO NERVO TRIGÊMEO: ( fig.: 7 ):

5.1 – PERDA DA SENSIBILIDADE TÉRMICA E DOLOROSA NA HEMIFACE HOMO-


LATERAL À LESÃO.

6º) – LESÃO DO NERVO FACIAL ( fig.: 17 ):

6.1 – HEMIPLEGIAS FACIAIS ( TOTAIS OU PARCIAIS )


6.2 – DEPENDENDO DA EXTENÇÃO DA LESÃO, COM ENVOLVIMENTO DOS SUB-
NUCLEOS DO NERVO FACIAL, OBSERVAREMOS DIVERSOS DISTÚRBIOS
EM SEUS COMPONENTES FUNCIONAIS ( AGEUSIA ), SECREÇÃO SALIVAR,
SECREÇÃO DAS GLÂNDULAS LACRIMAIS PITUITARIAS NASAIS.

7º) – LESÃO DO LEMNISCO MEDIAL ( fig.: 15 ):

58
7.1 – DISTURBIOS DA SENSIBILIDADE TÁTIL, VIBRATÓRIA, E DO
EQUILÍBRIO.

8º) – LESÃO DO LEMNISCO LATERAL: HIPOACUSIA. ( fig.: 21 )

5º) - SÍNDROMES DA PORÇÃO ROSTRAL SUPERIOR DA


PONTE

Nestas síndromes, as possíveis estruturas anatômicas a serem envolvidas, são:

1º) – Pedúnculo cerebelar superior.............. ( figs.: 05 e 19.1 )


2º) – Núcleo sensitivo principal do nervo trigêmeo. ( fig.: 07 )
3º) – Núcleo do trato espinhal do nervo trigêmeo... ( fig.: 07 )
4º) – Trato espino-talâmico lateral........................... ( fig.: 08 )
5º) – Lemnisco lateral ................................................( fig.: 21 )
6ª) – Lemnisco medial.............................................. ( fig.: 15 )
7º) – Trato corticonuclear................................... ( fig.: 1.A )

A porção rostral superior da ponte, corresponde, morfologicamente, ao


tegmento da ponte. Esta é uma região anatômica do tronco encefálico,
localizada, entre a ponte basal ( grande massa, situada na superfície ventral do
tronco encefálico e o assoalho do IVº ventrículo ), massa esta, correspondente à região
de origem e de passagem transversal, das fibras ponto-cerebelares, condutoras das
informações do neocórtex ao neo-cerebelo contralateral ( fig.: 19 ).
Em sua posição rostral, o tegmento pontino, se continua com o tegmento
mesencefálico. Na prática, em geral, utiliza-se os limites superior e inferior desta
massa da ponte basal, para delimitar, morfologicamente, o tegmento pontino.
Com as possibilidades, de um processo lesivo, envolver as estruturas
anatômicas, citadas no início destas síndromes do tegmento pontino rostral,
poderemos constatar, com as lesões do núcleo sensitivo principal do nervo trigêmeo,
bem como, do núcleo do trato espinhal deste nervo trigêmeo, ao exame neurológico,
perda da sensibilidade, na hemiface homolateral à lesão ( fig.: 07 ).
A inclusão do núcleo branquio-motor do nervo trigêmeo, no processo lesivo (
fig.22 ), poderá levar ao aparecimento de paralisia homolateral dos músculos
mastigatórios, pois, estes músculos recebem inervação deste núcleos-motor ( fig.: 22 ).
Com o envolvimento dos tratos: corticoespinhal e corticonuclear, teremos o
comprometimento da inervação dos músculos dos membros inferiores, com
surgimento de hemiplegias ou ataxias, além de possíveis inclusões de núcleos de
nervos cranianos.

59
A lesão, incluindo o trato espino-talâmico lateral, conduzirá ao
desaparecimento de toda a sensibilidade contralateral do corpo, com exceção da face.
A lesão do lemnisco medial, como em outras síndromes já citadas, determinará
hipoestesia tátil epicritica, diminuição da sensibilidade vibratória, com distúrbios da
postura e do equilíbrio e nistágmo.
Com o envolvimento do pedúnculo cerebelar superior, torna-se impossível a
condução, a partir do cerebelo, dos impulsos, destinados ao núcleo rubro e núcleos
talâmicos contralaterais. Estes impulsos, em sua maioria, são de natureza
proprioceptiva inconsciente do tronco e dos membros. Caso a lesão se estenda ao
Lemnisco lateral, haverá possibilidades de se constatar o surgimento de hipoacusias.
Finalmente, são citados, aparecimento de tremores musculares involuntários e
disdiadococinesias, que se caracterizam pela dificuldade, por parte do paciente, em
realizar uma série de movimentos contínuos, alternados e rápidos. Este é um sinal
clássico de lesão cerebelar ou, como no caso presente, por bloqueio de informações do
cerebelo ao neocórtex, por lesão do pedúnculo cerebelar superior ( figs.: 5 ).

60
Trato Hipotálamo-espinhal

Tálamo

Hipotálamo........................
...........Hipotálamo

...............Corpo Estriado

Fascículo Tegmentar Dorso-


lateral .................Mesencéfalo

Núcleo pupilar ( ou de Edinger


Westphal ), ( Parassimpático )
anexo ao IIIº nervo craniano
( Nervo oculomotor ). Formação Reticular Pontina
Núcleo Salivatório Superior
( Parassimpático ), anexo ao Núcleo da Rafe Mediana
VIIº nervo craniano. Nervo
Facial,
..............Ponte
Núcleo Salivatório Inferior
( Parassimpático ), anexo ao ................Núcleo Solitário
IXº nervo craniano: Nervo
Glossofaríngeo.
..Formação Reticular Bulbar
.
.............Bulbo proximal
Núcleo Motor Dorsal do Nervo
Vago ( Parassimpático ), anexo
Ao Xº nervo craniano: Nervo
Vago. ...............Bulbo intermédio

Neurônio pré-ganglionar da ..Medula espinhal Torácica


Divisão Autonômica simpática

Medula espinhal: ( Sacral )


Neurônio Pré-ganglionar da
divisão Autonômica Parassim-
pática.

FIG.20

61
Via e Córtex Auditivo – Colículos: Superiores e Inferiores

Neurônio (IV)

Giro Temporal Transverso anterior.

Neurônio III
Radiação auditiva Corpo Geniculado
Medial.

Colículo Inferior
Neurônio : II..............
Lemnisco Lateral
Corpo Trapezóide...
Núcleo do Lemnisco Lateral

Núcleo Olivar Superior


Núcleo Coclear Dorsal
Neurônio (I)

Núcleo Coclear Ventral

Núcleo do Corpo Trapezóide

Fascículo
Olivo-coclear Fascículo Longitudinal Medial

Através desta via, a maioria dos impulsos auditivos chegam à área 41 de Brodmann. Outras vias
utilizam outros núcleos do tronco encefálico ( ver Fig. 07)

FIG.21
62
6º ) - SÍNDROMES RELACIONADAS ÀS LESÕES DO
TERÇO MÉDIO DA PONTE.

Outras síndromes, relacionadas ao terço médio da ponte, incluem


envolvimento nas lesões das seguintes estruturas anatômicas:

1º) – Núcleos de origem do nervo trigêmeo... ( fig.: 7 )


2º) – Pedúnculo cerebelar médio............... ( fig.: 19.1 )
3º) – Trato corticoespinhal......................... ( fig.: 1-A )
4º) – Núcleos pontinos..................... ( figs: 06-A e 19 )

As lesões de todas estas estruturas anatômicas, já foram comentadas nos


títulos, já mencionados, na evolução do texto e, os principais sintomas e sinais
a serem , provavelmente, encontrados, são:

1°) – Paralisia flácida homolateral da musculatura mastigatória.


2º) – Hipoestesia
3º) – Analgesia e anestesia térmica da hemiface homolateral à lesão
4º) – Hemi-ataxia
5º) – Hemiplegia espástica heterolateral.

63
Lesão bilateral do núcleo branquio-motor do Nervo
Trigêmeo ( Vº Nervo Craniano ).
( Fig.: 22 )

Em eventuais lesões bilaterais do Núcleo Branquio-motor do Nervo Trigêmeo ,


poderemos observar, em relação a esta lesão específica bilateral do núcleo branquio-
motor do nervo trigêmeo, o seguinte quadro clínica ( Fig.: 22 ):

• Paralisia geral bilateral dos Músculos Mastigadores.


• Queda da mandíbula
• Impossibilidade para realizar o ato mastigatório
• Boca, permanentemente semi-aberta
• Perda contínua de saliva, através das comissuras labiais
• Incapacidade para realizar os movimentos de lateralidade da mandíbula
• Abolição bilateral do Reflexo mandibular
• Atrofia progressiva bilateral dos músculos mastigatórios,
principalmente, dos músculos: Temporal e Masseter.
• Aparecimento, à médio e longo prazo, de afundamentos supra e infra-
zigomáticos, bilateralmente.
• Impossibilidade para a articulação da palavra.

64
1.
Lesão Bilateral do Núcleo Branquio-motor ( Mastigador )
do Nervo Trigêmeo ( ou V° Nervo Craniano ).

Os Músculos estriados
branquioméricos da
Mastigação, derivam
do primeiro arco
branquial. São eles
os Músculos:
1º ) - Temporal. 2º )
–Masseter. 3º ) – Pteri-
goideo Medial. 4º )
– Pterigóideo lateral. 5º
- Ventre anterior do
músculo Digástrico.
O Núcleo Mastigatório
branquiomérico do
nervo Trigêmeo, está
localizado no terço su-
perior da ponte e
medialmente ao núcleo
sensitivo do Nervo
Trigêmeo e Bilateral-
mente.

FIG.: 22
Nestes tipos de lesões, bilaterais do Núcleo Branquiomotor do Nervo Trigêmeo, teremos,
FIG.22
em geral: Paralisia bilateral dos músculos mastigatórios, queda da mandíbula, boca
permanentemente semi-aberta, com perda salivar nas comissuras labiais, paralisia da
mandíbula e abolição do reflexo mandibular, bilateralmente, atrofia progressiva dos
músculos mastigatórios e grande dificuldade para articular a palavra.

65
LEGENDA DA FIGURA 22

1- Centro cortical motor do nervo trigêmeo.


2- Trato corticonuclear
3- Núcleo mesencefálico do nervo trigêmeo.
4- Tronco do nervo trigêmeo
5- Núcleo principal sensorial do nervo trigêmeo
6- Fibra proprioceptiva do núcleo mesencefálico do nervo trigêmeo.
7- Fibra exteroceptiva do ramo oftálmico do nervo trigêmeo.
8- Fibras exteroceptivas do ramo maxilar do nervo trigêmeo.
9- Ramo mandibular do nervo trigêmeo, com suas respectivas fibras
10- Núcleo e trato espinhal do nervo trigêmeo.
11- Nervo mandibular
12- Nervo maxilar
13- Nervo oftálmico
14- Gânglio trigeminal
15- Lesão bilateral dos núcleos branquiomotores
16-Ponte
17-Cápsula interna

66
Complexo Nuclear de Origem do Nervo Oculomotor ( ou
IIIº Nervo Craniano ).

A - Sub-núcleo para o músculo elevador da pálpebra superior


B - Sub-núcleo para o músculo reto superior contralateral
C - Sub-núcleo para o músculo reto medial homolateral
D - Sub-núcleo para o músculo oblíquo inferior homolateral
E - Sub-núcleo para o músculo reto inferior homolateral
F - Sub-núcleo pupilar ( Edinger Westphal ) nervo. Oculomotor
G - Núcleo somatomotor mediano ( de Perlia ) do nervo oculomotor
H - Globos oculares: Direito e esquerdo
A+B=Divisão superior do nervo oculomotor ( IIIº par )
C+D+E=Divisão inferior do nervo oculomotor ( IIIº par )
B+C+D+E=Núcleo somático lateral do nervo oculomotor

FIG.23

67
7º) - SÍNDROME DE BENEDIKT

A “Síndrome de Benedikt”, também conhecida por “Síndrome do Núcleo


rubro ( vermelho ), envolve lesões localizadas no mesencéfalo e, neste caso,
relacionadas às seguintes estruturas anatômicas:

1º - Núcleo rubro ( vermelho )...( figs.: 4, 5, 6-B e 19.1 )


2º - Substância negra....................................( fig.: 4, 24 )
3º - Nervo oculomotor ( origem real ) ............... ( fig.: 23 )
4º - Lemnisco medial...................................( fig.: 3, 9, 15 )

Portanto, torna-se assim, possível identificar os seguintes sintomas e


relaciona-los às estruturas anatômicas lesadas, ou seja:

1º - Paralisia homolateral do núcleo de origem do nervo oculomotor


( III° nervo craniano ).
2º - Midríase, pela presença do núcleo pupilar ( Edinger Westphal ),
anexo ao núcleo motor de origem do nervo oculomotor, no mesencéfalo, com
interferência nos reflexos: iridodilatador e consensual e estrabismo lateral
homolateral.
3º - Diminuição contralateral da sensibilidade tátil, vibratória,
postural e do equilíbrio epicrítico.
4º - Movimentos voluntários contralaterais, com tremores atáxicos
5 – Rigidez contralateral.

8º) - SÍNDROME DE WEBER

Na “síndrome de Weber” ( ou do Pedúnculo cerebelar ), as prováveis


estruturas anatômicas envolvidas à lesão, são:

1º) – Substância negra.........................( fig.: 24 )


2º) – Trato corticoespinhal..............( fig.: 1.A )
3º) – Trato corticonuclear..............( fig.: 1.A )
4º) – Trato corticopontino............. .( fig.: l.A )
5º) – Nervo oculomotor.....................( fig.: 23 )

Os sintomas e sinais mais significativos, encontrados nesta síndrome, são:

1º - Paralisia homolateral do nervo oculomotor e estrabismo


homolateral e unilateral.
2º - Hemiplegia espástica contralateral
3º - Rigidez contralateral
4º - Ataxia contralateral
5º - Possíveis comprometimentos de alguns nervos cranianos,
devido ao envolvimento de fibras supranucleares ( trato corticonuclear ) destinadas,

68
Córtex cerebral Núcleo
caudado Tálamo
Hipotálamo

Substância
negra

Corpo Estriado..........

Núcleo Vermelho ( Rubro )

Núcleos da Formação
Reticular do Tronco
Encefálico........................... ........Lemnisco Lateral

Complexo Olivar Bulbar

.................Lemnisco Medial

Fibras Nigro-espinhais...............

Medula espinhal......................,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, FIG.24

Desenho esquemático do tronco encefálico, mostrando a substância negra, algumas de


suas conexões aferentes e eferentes e outras estruturas anatômicas.
69
principalmente, aos nervos: facial, glossofaríngeo, vago e hipoglosso e
conseqüente surgimento de sintomas inerentes às respectivas lesões.
6º - Estrabismo lateral homolateral
7º - Ptose palpebral homolateral

9º ) - SÍNDROME DE PARINAUD

Esta síndrome, também. conhecida por “Síndrome de Sylvius” ou “Síndrome


da lâmina quadrigeminal do aqueduto,” é desencadeada, em geral, por processos
expansivos do corpo pineal que, progressivamente, determina compressão do colículo
superior ( uni ou bilateralmente ) ou então, estar relacionada a processo
compressivo, com origem na região pré-tectal ( fig.: 25 ).
Sendo o colículo superior, a principal estrutura anatômica, envolvida nesta
síndrome, o sintoma mais significativa, se relacionará à paralisia do movimento
conjugado de verticalidade dos globos oculares, com ausência dos movimentos de
convergência e distúrbios, na coordenação do movimento conjugado de lateralidade
dos globos oculares, mecanismo, no qual, o colículo superior é um dos centros
coordenadores ( figs.: 26 e 27 ).
Nestes casos, os impulsos do córtex parietal posterior ( parte da área 7 ), que
iniciam o movimento de verticalidade, a partir do colículo superior, não serão
transmitidos aos núcleos de origem dos nervos oculomotor e troclear ( IIIº e IVº
nervos cranianos ), ocorrendo assim, paralisia dos movimentos conjugados de
verticalidade dos globos oculares, ( fig.: 26 ) ( Ver, para melhores detalhes,
Centros reflexos do mesencéfalo ).
No caso específico da “coordenação dos movimentos conjugados de lateralidade
dos globos oculares”, na vigência de lesões do colículo superior, os impulsos oriundos
das áreas accipitais primárias visuais, não serão encaminhados ao centro da
formação reticular contralateral do tronco encefálico, ocorrendo, desta forma,
ausência de estímulos aos núcleos: de origem do nervo abducente homolateral e
ausência de estímulos ao sub-núcleo de origem do nervo oculomotor contralateral.
Com esta situação, os movimentos conjugados de lateralidade, ficam
prejudicados ( fig.: 27 ).

70
Tronco Encefálico (Vista Dorsal), Parte do Diencéfalo e da
Medula Espinhal Cervical

FIG.25

71
DESENHO ESQUEMÁTICO DA FACE DORSAL DO TRONCO
ENCEFÁLICO, PARTE DO DIENCÉFALO E DA MEDULA
ESPINHAL

LEGENDA DA FIGURA: 25

1 – TUBÉRCULO POSTERIOR DO TÁLAMO


2 – COPO CALOSO
3 – ÁREA MEDIAL DA SUPERFÍCIE DO TÁLAMO
4 – ÁREA LATERAL DA SUPERFÍCIE DO TÁLAMO
5 – BRAÇO DO COLÍCULO SUPERIOR
6 – PULVINAR DO TÁLAMO
7 – CORPO GENICULADO MEDIAL
8 – CORPO GENICULADO LATERAL
9 – BRAÇO DO COLÍCULO INFERIOR
10 – SULCO LATERAL DO MESENCÉFALO
11 – PEDÚNCULO CEREBELAR SUPERIOR
12 – LOCUS COERÚLEUS
13 – COLÍCULO DO NERVO FACIAL
14 – SULCO LIMITANTE
15 – ÁREA VESTIBULAR
16 – ABERTURA LATERAL DO IVº VENTRÍCULO
17 – TRÍGONO DO NERVO HIPOGLOSSO
18 – TRÍGONO DO NERVO VAGO
19 – ÁREA PÓSTREMA
20 – TUBÉRCULO DO NÚCLEO CUNEIFORME
21 – TUBÉRCULO DO NÚCLEO GRÁCIL
22 – FASCÍCULO CUNEIFORME
23 – FASCÍCULO GRÁCIL
24 – SÉPTO PELÚCIDO
25 – VENTRÍCULO LATERAL
26 – CORPO DO NÚCLEO CAUDADO
27 – FÓRNIX
28 – TÁLAMO MEDIAL E LATERAL
29 – ESTRIA TERMINAL E VEIA TÁLAMO-ESTRIADO
30 – CAUDA DO NÚCLEO CAUDADO
31 – ESTRIA MEDULAR DO TÁLAMO
32 – TRÍGONO DAS HABÊNULAS
34 – COLÍCULO SUPERIOR
35 – CORPO PINEAL
36 – COLÍCULO INFERIOR
37 – NERVO TROCLEAR
38 – SULCO MEDIANO POSTERIOR
39 – PEDÚNCULO CEREBELAR MÉDIO
40 – FÁVEA SUPERIOR
42 – FÓVEA INFERIOR
43 – ÓBEX
44 – SULCO INTERMÉDIO POSTERIOR
45 – SULCO LATERAL POSTERIOR
46 – SULCO MÉDIO POSTERIOR

72
Movimentos Oculares Conjugados de Verticalidade

Córtex Parietal posterior,


Núcleo Intersticial rostral do fascículo ( parte da área 7 ) : inicia os
longitudinal medial............................... movimentos sacádicos
Núcleo de origem real do IIIº nervo reflexos.
craniano ( Nervo oculomotor )...............
Núcleo de origem real do IVº nervo Colículo Superior Homo-
craniano ( Nervo Troclear )................... lateral

Formação Reticular Pontina Para-


medial homolateral.................................

Flóculo do Cerebelo
Núcleo de origem real do VIº
nervo craniano. nervo Abducente

Núcleos Vestibulares do Tronco


encefálico: superior, inferior, Lateral,
Medial.
Parte descendente do
fascículo longitudinal medial
FIG.: 26

Desenho esquemático do
Desenho
Troncoesquemático
Encefálico,do
com:
tronco
Núcleos
encefálico
e Vias,
com:
envolvidas
núcleos no
e Movimento de
vias interessadas
Verticalidade
no movimento verticalidade dos olhos FIG.26
dos Globosdeoculares.
73
Desenho esquemático do mecanismo morfo-funcional de coordenação dos movimentos conjugados
de lateralidade dos globos oculares com a presença dos neurônios internucleares.

22.1

FIG.27

74
COLÍCULO SUPERIOR E COORDENAÇÃO DOS
MOVIMENTOS CONJUGADOS DE LATERALIDADE DOS
GLOBOS OCULARES

LEGENDA DA FIGURA: 27

1 – GIRO FRONTAL MÉDIO ( CENTRO OCULÓGIRO FRONTAL ). SEGUNDA


CIRCUNVOLUÇÃO FRONTAL.
2 – FASCÍCULO CORTICORRETICULAR
3 – COLÍCULO SUPERIOR
4 – NÚCLEO MOTOR DO NERVO OCULOMOTOR ( IIIº NERVO CRANIANO )
5 – NÚCLEO MOTOR DO NERVO TROCLEAR ( IVº NERVO CRANIANO )
6 – NÚCLEO MOTOR DO NERVO ABDUCENTE ( VIº NERVO CRANIANO )
7 – CENTRO DA FORMAÇÃO RETICULAR, IMPORTANTE NO MECANISMO
DE COORDENAÇÃO DO MOVIMENTO CONJUGADO DE
LATERALIDADE DOS GLOBOS OCULARES.
8 –CÓRTEX OCCIPITAL VISUAL PRIMÁRIO ( CENTRO OCULÓGIRO
OCCIPITAL. ),
9 – CONEXÕES DO CENTRO RETICULAR EM DIREÇÃO AO NÚCLEO
MOTOR DO NERVO OCULOMOTOR CONTRALATERAL.
10 – NERVO OCULOMOTOR ORIENTADO EM DIREÇÃO AOS MÚSCULOS:
RETO INFERIOR, RETO SUPERIOR E RETO MEDIAL HOMOLATERAIS.
11 – CONJUNTO DE NÚCLEOS VESTIBULRES.
12 – SISTEMA DE CANAIS SEMICIRCULARES E UTRÍCULO
13 – CONEXÕES DO FASCICULO VESTIBULOESPINHAL CRUZADO PARA O
NÚCLEO DE ORIGEM DO NERVO HIPOGLOSSO HOMOLATERAL.
14 – MÚSCULO RETO MEDIAL
15 – MÚSCULO RETO INFERIOR
16 – MÚSCULO RETO SUPERIOR
17 – FASCÍCULO VESTIBULOESPINHAL CRUZADO
18 – RAÍZ MEDULAR DO NERVO ESPINHAL ACESSÓRIO ( XIº ), DIRIGIDA
AOS MÚSCULOS: TRAPÉZIO E ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO.
19 – MÚSCULO RETO LATERAL
20 – NERVO ABDUCENTE DIRIGINDO-SE AO MÚSCULO RETO LATERAL.
21 – NÚCLEO DE ORIGEM REAL DO NERVO HIPOGLOSSO.
22 - PORÇÃO ASCENDENTE DO FASCÍCULO LONGITUDINAL MEDIAL
22.1 – PORÇÃO DESCENDENTE DO FASCÍCULO LONGITUDINAL MEDIAL

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Sugestões de leitura:

BROCK, S. e KRIEGER, H.P. – Fundamentos de Neurologia Clínica. – Ed.


JIMS, Barcelona, 1966.

BRODAL, A. – Neurological Anatomy in relation to Clinical Medicine. – 3rd. ed.,


New York, Oxford Univ. Press., 1981.

BURT, A.M. – Neuroanatomia. – Ed. Guanabara Koogan S.A., Rio de Jan., 1995.

CARPENTER, M.D. – Human Neuroanatomy. – 18aa ed., Ed., Williams & Wilkins
Baltimore, 1983.

CASAS, A.P. e BENGOECHEA, M.E. – Morfologia, estructura y funcion de los centros


Nerviosos. – Ed. Paz Montalvo, Madrid, 1967.

CROSSMAN, A.R. e NEARLY, D. – Neuroanatomia. 2a. ed., Ed. Guanab. Koogan,


S.A., Rio de Jan., 2002.

DELMAS, A. – Voies et Centes Nerveux. – 9e. ed., Masson et Cie., Ed., Paris, 1970.

ECCLES, J.C. – O conhecimento do cérebro. – Atheneu Ed., Ed. Da Univ. S. Paulo,


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KANDEL, E.R. and SCHWARTZ, J.H. – Principles of Neural Science. – 2nd. ed.,
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2a ed., 1974.

MARTIN, J.H. – Neuroanatomia. – Ed. Arters Médicas Sul Ltda., Porto Alegre, 1998

MENESES, M.S. – Neuroanatomía Aplicada. – Ed. Guanabara Koogan, S.A., Rio de


Jan., 1999.

MOORE, K.L. e AGUR, A.M. – Fundamentos de Anatomia Clínica. – Ed. Guanabara


Koogan, S.A., Rio de Jan., 1998.

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MOREIRA, E.S. – Atlas de Neuroanatomia Funcional.C.D.Livro em 26 volumes. – Ed.
F.O.A., do Centro Univ. de Volta redonda ( UniFOA ), V. Redonda, 2010.

MOREIRA, E.S. – Atlas Anatômico de Dissecações Segmentares: Nervos e Plexos


Medulares. C.D.Livro, em cinco volumes. – Ed.F.O.A. do Centro Universit. De
Volta Redonda ( UniFOA ), V. Redonda, Rio de Jan., 2011.

NIEUWENHUYS, R., VOOGT, J. VAN, H.C. – The Human Central Nervous System. –
3rd. ed., Berlin, Ed. Springer – Verlag, 1988.

NOBACK, CR. and DEMAREST, R.J. – The Human Nervous System. Basic
Principles of Neurology. – 2nd ed., McGraw- Hill Book Co., A. Blakiston
Publ., New York, U.S.A., 1975,

SNELL, R.S. – Neuroanatomia Clínica, para estudantes de Medicina. – Ed. Guanabara


Koogan, S.A., Rio de Jan. , 2003.

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Philadelphia, Saunders, 198O.

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