João Gustavo Provesi
João Gustavo Provesi
João Gustavo Provesi
Florianópolis
2010
Catalogação na fonte elaborada pela biblioteca da
Universidade Federal de Santa Catarina
João Gustavo Provesi
Banca Examinadora:
Although their pulp and seeds have been consumed for centuries in
human nutrition, there is very little industrialization of pumpkins,
especially in western countries, where only a few products made of this
fruit are commercially offered to consumers. Some studies have
described the presence of polysaccharides of biological interest and high
concentrations of carotenoids in pumpkin pulp. Carotenoids are
pigments that, besides being important for the coloration of the fruit,
have also been associated with reduction of risk of degenerative and
cardiovascular diseases, besides the pro-vitamin A activity of some of
the compounds in this group. The main object of this work was to
produce purees of C. moschata pumpkins of the variety ‘Menina
Brasileira’ and C. maxima pumpkins of the variety ‘through commercial
sterilization to investigate their chemical compositions as well as the
stability of quality parameters and of carotenoids during processing and
storage of these products for 180 days. The combination of the time and
temperature used (121°C/20 min) was enough to obtain commercial
sterilization of the purees. The purees showed low protein and lipid
contents. Although the concentrations of carbohydrates (6.52 ± 0.75 and
6.00 ± 0.45 g/100g) and fibres (1.71 ± 0.08 and 1.85 ± 0.10 g/100g) are
not high, they can still be interesting because of the functional properties
of these nutrients. The ‘Menina Brasileira’ pumpkins showed
concentrations of α-carotene and β-carotene was 12.60 ± 1.56 and 19.45
± 2.55 µg/100g, respectively, with lower amounts of ζ-carotene,
violaxanthin and lutein. In the ‘Exposição’ pumpkins, the main
carotenoid was the β-carotene, 13.38 ± 2.25 µg/100g, followed by
xanthophylls, as violaxanthin and lutein. During the processing, the loss
or disappearance of carotenoids occurred mainly during the cooking
stage. In a general way, the carotenes showed retention rates higher than
75% and only one slight degree of isomerization of β-carotene, with
high concentrations of pro-vitamin carotenes in the purees, α-carotene
and β-carotene (11.47 ± 1.76 and 17.81 ± 0.56 µg/g) in the ‘Menina
Brasileira’ puree and β-carotene (11.62 ± 2.39 µg/g) in the ‘Exposição’
puree. Because of their structure, xanthophylls were more affected,
either considerably reducing their concentrations or totally disappearing
during the processing. The degradation of these carotenoids was also
noted throughout storage time, while the concentrations of the major
carotenoids did not suffer any significant alterations. No significant
alterations in the values of pH, titratable acidity or total soluble solids
were observed. In relation to the colour, the values of ∆E (total
alteration of colour) continued below 6, a value considered by some
authors as the minimum for a perceptible difference, and there was no
significant changes in these values during storage, neither were there
any alterations in the values of a* or b*. Slight reductions in the values
of L* and WI (whiteness index) were detected through a colorimeter in
both purees after 30 - 60 days. After the sensory evaluation, both purees
showed high initial acceptability of colour; above 7 in a scale of 9
points, and they showed no significant alterations during storage. The
results demonstrated the nutritional quality, through the concentrations
of pro-vitamin carotenoids, and the stability of the pumpkin purees
during the 180 days of storage in the conditions proposed.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................... 19
2 OBJETIVOS................................................................................. 21
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................... 21
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................... 21
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................... 23
3.1 ABÓBORA ................................................................................. 23
3.1.1 Química da abóbora ......................................................................... 25
3.1.2 Potencial tecnológico ........................................................................ 27
3.2 CAROTENÓIDES ...................................................................... 29
3.2.1 Metabolismo e ações biológicas ....................................................... 31
3.2.2 Estabilidade dos carotenóides no processamento e estocagem de
alimentos .................................................................................................... 36
3.2.3 Carotenóides em abóbora ................................................................ 39
3.2.4 Determinação de carotenóides ......................................................... 42
3.3 ESTABILIDADE DE ALIMENTOS ......................................... 47
4 MATERIAL E MÉTODOS......................................................... 53
4.1 MATERIAL ................................................................................ 53
4.2 PREPARAÇÃO DOS PURÊS .................................................... 53
4.3 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA................................................ 55
4.4 COMPOSIÇÃO QUÍMICA ........................................................ 55
4.5 COMPOSIÇÃO DE CAROTENÓIDES..................................... 55
4.5.1 Isolamento de padrões ...................................................................... 57
4.5.2 Estabilidade dos carotenóides durante o processamento .............. 58
4.6 ESTABILIDADE DOS PURÊS DE ABÓBORA DURANTE O
ARMAZENAMENTO ...................................................................... 58
4.6.1 Análise de carotenóides .................................................................... 58
4.6.2 Análises físico-químicas.................................................................... 59
4.6.3 Análise instrumental da cor ............................................................. 59
4.6.4 Aceitabilidade da cor ........................................................................ 60
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ......................................................... 60
6 CONCLUSÕES ............................................................................ 99
1 INTRODUÇÃO
Fruto de diferentes espécies do gênero Cucurbita, a abóbora é
mundialmente cultivada, fornecendo sua polpa e sementes para o uso na
alimentação humana. Sua semente é consumida em muitos países, sendo
excelente fonte de proteínas, ácidos graxos insaturados, fibras e
minerais. Na polpa de abóbora é possível destacar a pectina, utilizada
como agente gelificante na indústria de alimentos, e polissacarídeos de
interesse biológico, que apresentaram propriedades hipoglicêmicas em
estudos recentes. Além disso, é preciso ressaltar as altas concentrações
de carotenóides. Esses compostos têm contribuição vital na exuberante
coloração alaranjarada da polpa e apresentam possíveis benefícios ao ser
humano, que vem sendo crescentemente estudados nos últimos anos.
Devido à sua atividade antioxidante, tem sido a eles atribuídas ações na
redução do risco de doenças cardiovasculares, degenerativas, cataratas e
degeneração macular (FRASER; BRAMLEY, 2004; RAO; RAO, 2007).
Além disso, alguns integrantes deste grupo são precursores da vitamina
A, uma vitamina importante principalmente na visão e na integridade
das membranas biológicas, sendo considerada essencial para o
crescimento e desenvolvimento normal de um indivíduo (AMBRÓSIO;
CAMPOS; FARO, 2006).
Apesar de seus aspectos nutritivos, baixo custo e de ser cultivada
em muitos países, a abóbora apresenta pouca industrialização, sobretudo
em países ocidentais. No Brasil, o consumo é realizado quase que
exclusivamente na forma in natura e na fabricação de doces, havendo
um grande potencial tecnológico ainda inexplorado. São poucos os
estudos sobre o desenvolvimento de novos produtos a partir da abóbora,
além de uma grande proporção destes serem realizados em países do
Oriente, como China e Japão, com difícil acesso amplo a essas
publicações. O aumento na oferta de produtos pode agregar valor a essa
matéria-prima, incentivando seu cultivo, que no Brasil é oriundo
principalmente da agricultura familiar, e com a tecnologia empregada
atendendo a pequenas e médias cooperativas e agroindústrias, e a
valorização da abóbora como alimento pode resultar em benefícios
econômicos ao pequeno produtor.
O purê de abóbora, obtido através da industrialização da sua
polpa, tal como já ocorre com outros vegetais, como o tomate, é um
produto com valor agregado e praticidade de uso, pois pode ser
facilmente incorporado no preparo de pães, massas, doces e sobremesas,
atendendo ao mercado institucional e ao varejo. Além da conveniência
de uso, o produto é interessante sob aspecto nutricional, uma vez que
apresenta boas quantidades de carotenóides.
20
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 ABÓBORA
O termo abóbora é utilizado para frutos de diferentes espécies do
gênero Cucurbita: C. pepo L., C. maxima Duchesne, C. moschata
Duchesne, C. argyrosperma Huber e C. ficifolia Bouché, apesar de
alguns autores incluírem também frutos da espécie Telfairia occidentalis
Hook. Além de diferentes espécies, existem mais de cem variedades,
diversificando na forma, tamanho e cor do fruto (CAILI; HUAN;
QUANHONG, 2006; FERRIOL; PICÓ, 2008).
Membro da família Cucurbitaceae, que também inclui pepinos,
melões e melancias, a abóbora é originária das Américas, onde muito
antes da chegada dos europeus já era consumida pelos nativos, sendo
encontradas sementes de abóboras em sepulturas indígenas na costa do
Peru que datam de 2000 a.C. (FERRIOL; PICÓ, 2008).
Normalmente a semeadura é realizada na primavera ou verão,
porém em regiões de baixa altitude, com inversos menos intensos, é
comum o plantio durante todo o ano. Seu caule é herbáceo e rastejante,
com gavinhas que auxiliam a fixação da planta. As folhas são grandes,
tendo a coloração verde escura. É uma planta monóica, com flores
grandes e amarelas, sendo as femininas com ovário bem destacado e
formato que antecipa aquele do futuro fruto. Os frutos têm formatos e
tamanhos variados, podendo ser colhidos maduros, em processo de
amadurecimento ou imaturos, mesmo antes de atingir o tamanho
definitivo. A semente é oval-oblonga, achatada e mais afilada em uma
de suas extremidades, com coloração branca ou amarelada e reflexos
esverdeados em ambas as faces (CARAMEZ, 2000; ULMANN;
MAZURANA, 2001; BORIN, 2006).
Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação (FAO), a produção mundial de abóboras em
2008 superou 20 milhões de toneladas. Só a China foi responsável por
mais de 30 % da produção, destacando também Índia, Rússia, Estados
Unidos e Egito (FAOSTAT, 2010). Dentre as espécies produzidas, C.
pepo, C. maxima e C. moschata possuem maior importância econômica
(FERRIOL; PICÓ, 2008). A produção nacional, no ano de 2006, foi
superior a 350 mil toneladas, sendo que esse valor pode estar
subestimado em virtude da maior parte da produção ser oriunda da
agricultura familiar, com difícil levantamento de dados. Em Santa
Catarina, a produção anual é superior a 20 mil toneladas, com destaque
para os municípios de Ponte Alta, Campo Belo do Sul e Curitibanos,
principalmente as espécies Cucurbita moschata variedade ‘Menina
24
3.2 CAROTENÓIDES
Os carotenóides são um dos mais importantes grupos de
pigmentos naturais devido a sua ampla distribuição, diversidade
estrutural e numerosas funções para as plantas e seres humanos. Embora
as plantas sejam as fontes clássicas de carotenóides, que conferem a
coloração do amarelo ao vermelho de flores, folhas e frutas, eles
também são encontrados em animais, como pássaros, peixes e
crustáceos, e em micro-organismos (OLIVER; PALOU, 2000;
MALDONADE; RODRIGUEZ-AMAYA; SCAMPARINI, 2008). Em
vegetais normalmente são encontrados nos cloroplastos, onde sua
coloração pode ser mascarada pela clorofila, e nos cromoplastos de
tecidos não fotossintéticos. Nos cloroplastos, os carotenóides estão
associados com proteínas e atuam como pigmentos acessórios na
fotossíntese, conferem fotoproteção e auxiliam na estabilização de
membranas. Nos cromoplastos, eles depositam na forma cristalina ou
como gotículas de óleo. Também estão envolvidos na formação de
determinados compostos do aroma do vegetal. Os animais não
sintetizam esses pigmentos, adquirindo através da dieta, e acumulando
sem ou com modificações estruturais (BOBBIO; BOBBIO, 2003;
UENOJO; MARÓSTICA JUNIOR; PASTORE, 2007).
Comercialmente, os carotenóides são usados como suplementos
nutricionais e corantes em alimentos, com um mercado estimado em
quase 1 bilhão de dólares (FRASER; BRAMLEY, 2004).
Em relação a estrutura química, os carotenóides são tetraterpenos
(C40), compostos por oito unidades isoprenóides (C5H8), formando uma
cadeia carbônica longa com duplas ligações conjugadas. Nas
extremidades da cadeia, há grupos lineares ou cíclicos, podendo ter a
inclusão de grupos com oxigênio, como hidróxi, ceto ou epóxi. Ao
grupo de carotenóides que contém oxigênio na sua estrutura se dá o
nome de xantofilas. Os que possuem somente a cadeia hidrocarbônica
denominam-se carotenos (OLIVER; PALOU, 2000; RAO; RAO, 2007).
A estrutura geral pode ser modificada por várias maneiras
através de hidrogenação, dehidrogenação, ciclização, migração da dupla
ligação, encurtamento ou extensão da cadeia, rearranjo, introdução de
substituintes ou combinações de processos, resultando em mais de 600
30
investigados que variaram desde 1,71 µg/g no milho até a não detecção
destes compostos no arroz. Porém, outros carotenóides podem estar
presentes. O milho, por exemplo, é uma boa fonte de luteína e
zeaxantina (SCOTT; ELDRIDGE, 2005).
Outro vegetal relativamente comum na dieta brasileira e que
apresenta altos teores de carotenóides totais e β-caroteno é a cenoura.
Assim como a abóbora, a quantidade de carotenóides em algumas
variedades de cenouras pode não ser tão elevada, porém em outras pode
atingir concentrações como 180 µg/g de β-caroteno, podendo ser
superior em alguns casos (RODRIGUEZ-AMAYA, 1997;
RODRIGUEZ-AMAYA, 2008). O abricó também apresentou
concentrações relativamente altas de β-caroteno, com valores próximos
a 40 µg/g na variedade ‘Harogen’, em estudo realizado por Kurz, Carle
e Schieber (2008).
A abóbora pode ser considerada uma boa fonte de carotenóides, e
seus produtos podem contribuir para uma maior incorporação de
carotenóides na dieta da população, especialmente os pró-vitamínicos α-
e β-caroteno, trazendo benefícios para saúde e auxiliando na prevenção
da hipovitaminose A.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAL
Aproximadamente 80 kg de cada espécie de abóbora - Curcurbita
moschata ‘Menina Brasileira’ e Cucurbita maxima ‘Exposição’ – foram
coletados nos municípios de Curitibanos e São Cristóvão do Sul, no
Estado de Santa Catarina, no mês de março de 2010. As frutas de uma
mesma espécie foram reunidas, formando um pool para cada variedade
de abóbora.
Para as etapas que envolvem cromatografia foram utilizadas
acetona, acetato de etila, acetonitrila, metanol e trietilamina de grau
cromatográfico, adquiridas da Sigma-Aldrich, Steinheim, Alemanha.
Nas demais etapas da análise, os reagentes químicos utilizados foram de
grau analítico (p.a.).
Cozimento
PURÊ DE ABÓBORA
(Equação 1)
(Equação 2)
(Equação 3)
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
cozidas. Essa perda de massa não é devida a perda de água, uma vez que
foram observadas ligeiras incorporações de água durante o cozimento
em ambas as espécies de abóbora (Tabela 3), tratando-se provavelmente
da perda de compostos solúveis em água, como açúcares e proteínas,
durante a etapa de cozimento no vapor.
(427), 453,
4 13,6-13,9 Pico 4 - -
479
(423), 448,
(428), 454, Positivo para
8 32,1-34,4 β-caroteno 475
481 trans
24
cis-β- (422), 447,
9 33,2-35,4 - -
caroteno 471
a
P = Pico. Numerado conforme as Figuras 10 e 11
b
Tr = Tempo de retenção. Faixa encontrada após 54 corridas cromatográficas.
c
λ máx (nm) na fase móvel (CLAE)
d
λ máx (nm) em éter de petróleo (espectrofotômetro)
69
Tabela 7 Carotenóides totais (µg/g) e concentrações dos carotenóides (µg/g) identificados por CLAE nos purês de
abóbora ‘Menina Brasileira’ durante 180 dias de armazenamento
Carotenóides
t (dias) Luteína ζ-caroteno α-caroteno β-caroteno cis-β-caroteno
Totais
a a a a a
0 0,58 ± 0,08 4,21 ± 0,09 11,47 ± 1,76 17,81 ± 0,56 1,98 ± 0,21 37,72 ± 1,72a
15 0,37 ± 0,06ab 4,25 ± 0,44a 11,48 ± 2,24a 17,92 ± 0,69a 1,66 ± 0,18a 36,68 ± 0,63a
30 0,32 ± 0,08ab 4,01 ± 0,44a 10,93 ± 0,77a 18,03 ± 1,52a 1,51 ± 0,49a 37,07 ± 1,44a
60 0,29 ± 0,05b 4,16 ± 0,04a 11,60 ± 1,28a 17,11 ± 1,47a 1,66 ± 0,21a 36,46 ± 0,99a
90 0,20 ± 0,09b 4,13 ± 0,36a 10,78 ± 0,68a 18,43 ± 1,10a 1,57 ± 0,28a 36,59 ± 1,26a
120 0,20 ± 0,04b 4,18 ± 0,16a 10,87 ± 0,56a 18,12 ± 0,62a 2,00 ± 0,38a 35,95 ± 0,70a
180 0,24 ± 0,11b 4,23 ± 0,13a 11,90 ± 1,91a 17,85 ± 1,12a 1,55 ± 0,21a 36,20 ± 1,58a
* Letras distintas na mesma coluna indicam uma diferença significativa entre dois níveis a p < 0,05 (Teste de Tukey).
86
6 CONCLUSÕES
Foi possível obter os purês de abóbora Cucurbita moschata
‘Menina Brasileira’ e Cucurbita maxima ‘Exposição’, a partir do
tratamento térmico de esterilização comercial, com altos rendimentos,
especialmente para purês de abóbora ‘Menina Brasileira’. A combinação
de tempo e temperatura adotada (121°C / 20 min) foi eficaz para atingir
a esterilização comercial nos purês, conforme demonstrado pelos
ensaios microbiológicos.
Os purês apresentaram altos valores de umidade, baixos valores
de proteínas e lipídeos, e reduzido valor calórico. Apesar dos valores de
carboidratos e fibras não serem tão elevados quando comparados com
outras frutas e hortaliças, há inúmeros trabalhos na literatura
investigando as propriedades funcionais destes grupos na polpa de
abóbora.
A abóbora C. moschata ‘Menina Brasileira’ apresentou altas
concentrações de α-caroteno e β-caroteno, com menores quantidades de
ζ-caroteno, violaxantina e luteína. A abóbora C. maxima ‘Exposição’
teve como carotenóide majoritário o β-caroteno, seguido de violaxantina
e luteína.
A etapa de cozimento foi a principal responsável em casos onde
houve uma redução da concentração ou destruição completa de
carotenóides. As xantofilas foram mais afetadas pelo processamento,
como a violaxantina, que foi observada em ambas as amostras de
abóbora cruas, mas não foi detectada nos purês. Os carotenos, de um
modo geral, obtiveram retenções relativamente altas (> 75%), com altas
concentrações de α-caroteno e β-caroteno nos purês de abóbora ‘Menina
Brasileira’ e β-caroteno nos purês de abóbora ‘Exposição’, quando
comparado com outros vegetais presentes na dieta. Um ligeiro grau de
isomerização de β-caroteno foi observado, com pequenas concentrações
de cis-β-caroteno em ambos os purês.
A avaliação da estabilidade dos purês de abóbora durante o
armazenamento por 180 dias em uma condição não isotérmica também
foi um dos objetivos deste trabalho, simulando o que ocorre durante a
distribuição e armazenamento de um produto alimentício na rede
comercial. Não foram observadas alterações significativas nos valores
de pH, acidez titulável e sólidos solúveis totais durante o
armazenamento. Apesar da degradação de xantofilas continuar durante a
estocagem, as concentrações dos carotenóides majoritários, com
atividade de pró-vitamina A, também não foram significativamente
alteradas durante o período estudado. Além das condições do produto,
como vácuo parcial e estocagem em temperaturas menores que 30°C ao
100
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Comentários
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