Livro Sobre Shon
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(org.)
W Edições Hipótese
EDIÇÕES HIPÓTESE é nome fictício da coleção de livros editados pelo Núcleo de
Estudos Transdisciplinares: Ensino, Ciência, Cultura e Ambiente, o Nutecca.
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Ivan Fortunato
Alexandre Shigunov Neto
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Shigunov Neto, Alexandre; Fortunato, Ivan (org.). 20 anos sem Donald Schön: o que
aconteceu com o professor reflexivo? São Paulo: Edições Hipótese, 2017.
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Referências
ALARCÃO, I. Reflexão crítica sobre o pensamento de D. Schön e os programas de
formação de professores. In: ALARCÃO, I. (org.). Formação reflexiva de
professores: estratégias de supervisão. Porto, Editora Porto, 1996b. p. 11-39.
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PIMENTA, S. G.. Professor reflexivo: construindo uma crítica. In: PIMENTA, S. G.;
GHEDIN, E. (org.) Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito.
São Paulo: Cortez, 2002. p. 17-52.
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2Trata-se uma abordagem teórica que engloba as investigações sobre o conjunto de saberes
mobilizados pelos docentes em seu lócus de trabalho cotidiano para desempenhar todas as
suas tarefas. Tal perspectiva tenta resgatar os saberes da experiência, que foram desprezados
pelo modelo da racionalidade técnica (FEITOSA; LEITE, 2011).
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3 Preferimos usar o termo “saberes” em vez de “competências”, pois acreditamos que o uso
desse último vocábulo acarreta ônus para os professores, uma vez que o expropria de sua
condição de sujeito do seu conhecimento, e enfatiza o lado técnico e procedimental da
educação (Cf. LIBÂNEO, 2005).
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4 Schön (1988) usa a terminologia professional artistry para designar competências que o
profissional revela em situações ímpares e conflituosas; há um conhecimento que emerge,
quase que espontaneamente, nessas situações e que não pode ser verbalizado, mas pode ser
expressado através da observação e da reflexão sobre a ação.
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6 A ausência da práxis é uma outra limitação da obra de Schön, apontada por Duarte (2003).
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7 São considerados orgânicos porque estão emersos do seio da própria classe à qual estão
filiados intelectual e ativamente, além de atuarem historicamente em razão dos interesses da
classe da qual se originaram.
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Considerações finais
Algumas concepções não críticas de educação, no geral, “encaram a
educação como autônoma e buscam compreendê-la a partir dela mesma”
(SAVIANI, 2005, p. 5). Elas se voltam para o trabalho docente, como se fosse
um fim em si próprio, excluindo seus aspectos estruturais e sociais, de forma
que a singular preocupação profissional é “ensinar bem” os conteúdos
disciplinares. Buscam, dessa forma, soluções localizadas, para problemas,
supostamente, também localizados, como a melhor forma de ensinar o ciclo
da água; como “transmitir” as informações sobre os números primos ou como
dar a conhecer os principais afluentes do Rio Amazonas. Esquecem-se de que,
em todo discurso encontra-se o contexto histórico; por isso, a educação finda
por resultar em uma cisão entre pesquisa e prática; por isso, também, os
alunos, sejam crianças ou adultos, passam a ter uma visão de que a escola
nada tem a ver com a “vida” real.
Schön nos aponta para a necessidade de reforma na/da escola e a
formação de profissionais, de maneira geral, e de, mais especificamente, no
caso da Educação, da formação docente, em direção a uma prática ética,
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Referências
ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 5. ed. São Paulo:
Cortez, 2007.
ARCE, A. Compre o kit neoliberal para a educação infantil e ganhe grátis os dez
passos para se tornar um professor reflexivo. Educação & Sociedade, Campinas,
ano XXII, nº 74, p. 251-283, 2001.
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SAVIANI, D. Escola e Democracia. 37. ed. São Paulo: Autores Associados, 2005.
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SCHÖN, D. Formar professores como Profissionais Reflexivos. p. 77- 92. In: Nóvoa,
a. (org.). Os Professores e a sua Formação. 2 ed. Lisboa: Nova Enciclopédia. 1995.
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Como isso não basta, sugerimos que o sujeito seja abordado para além de sua
razão consciente com a qual ele acredita ter controle de suas ações, pois onde
a dimensão inconsciente do sujeito atua, ela mostra que suas ações podem
caminhar na direção contrária de suas reflexões, revelando que a ação-
reflexão pode ser mais complexa do que imaginamos.
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Para lidar com essa situação, o professor poderia lançar mão de seu
conhecimento na ação, fazendo uso de uma resposta intuitiva acrescido de
seu conhecimento técnico, ou de seu conhecimento na prática, adquirido em
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Para Mrech, o professor não reflete, pois não há tempo para isso. O que
se aprende nos cursos é imediatamente aplicado; se os resultados não são
satisfatórios, procuram-se novos cursos, novas informações.
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Não se pretende com isso anular o papel do professor nem dos métodos
que ele usa para ensinar, mas “desfazer-se da ilusão pedagógica de encontrar
uma forma “ideal” de repassar os conteúdos escolares, perseguida pelas
reformas educacionais e curriculares” (FONTES, 1999, p. 109).
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Acontece que a divagação livre das ideias e do que “passa pela cabeça”,
que para Dewey não tem valor como pensamento, uma vez ditos pelo sujeito,
de modo algum podem ser desprezados pelo analista, ao contrário, trata-se
justamente do material contido no inconsciente que trará substância para a
reflexão.
Em Psicanálise a técnica segundo a qual o paciente deve exprimir,
durante o tratamento, tudo o que lhe vem à mente, sem nenhuma
discriminação, dá-se o nome de método de livre associação, tendo se tornado
desde então, a regra fundamental no tratamento psicanalítico, o meio
privilegiado de investigação do inconsciente.
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Você precisa assistir o meu curso! Você vai ver! O meu curso,
eu acho que é aquele.. efetivo! O formador também tem uma
coisa que eu acho muito importante, ele tem que ter muita
experiência da disciplina, ele tem que ter um acervo importante
de experimentos, de situações específicas da fenomenologia. Ele
tem que saber o seu conteúdo.
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professores durante o seu curso. Por isso ela dizia não sentir necessidade de
adotar nenhum tipo de controle sobre as atividades do grupo.
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Por fim, Jerusa tinha uma escuta especial dos professores, desprovida
de pré-julgamentos ou interesses particulares; os professores podiam falar
livremente, sem restrições quanto à natureza dos seus problemas, além de
fazer intervenções que questionavam profundamente sua prática. Dessa
forma, Jerusa valoriza exatamente um diferencial que nos parece muito
importante para os cursos de capacitação, distanciando-se do que neles
predomina: a uniformização dos programas e dos indivíduos. Mrech (1999)
nos alerta para a existência que uma sociedade que nos quer como produto
elaborado de uma cultura.
Concluindo
As duas trajetórias de pesquisa trazidas aqui, uma delas focalizando
professores em formação e a outra os formadores de professores, apesar das
particularidades e problemáticas próprias, foram analisadas a partir de um
referencial comum, a Psicanálise, observando, no primeiro caso, as práticas
dos sujeitos até chegar no segundo, onde encontra o sujeito da prática.
Quanto às práticas dos sujeitos, nossa intenção era mostrar que existe
algo irrealizável na Educação que, segundo Kupfer (2001, p. 59) “não pode ser
jamais integralmente alcançado: o domínio, a direção e o controle que estão
na base de qualquer sistema pedagógico”. O importante é que ao saber dos
limites de sua atuação, um professor não paralise o seu trabalho, ao contrário,
aprenda a lidar com o mal-estar docente que é permanente na educação. A
transmissão dessa noção aos educadores, para nós, já representa um grande
avanço.
Isto não significa que a psicanálise pode dar conta sozinha das soluções
que procuramos para a docência. Até mesmo Freud, em suas incursões
teóricas pela Educação, chegou a questionar a validade da aplicação da
Psicanálise, concluindo, ao final, que a Educação é uma profissão impossível,
porém, realizável em alguma medida.
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Referências
ALTARUGIO, M.H. “Este curso não se adapta à minha realidade”: os conflitos de
um grupo de professores de química em formação continuada. Dissertação
(Mestrado em Ensino de Ciências) - Faculdade de Educação, Instituto de Física,
Instituto de Química da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
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PEREIRA, M.R. O Relacional e o seu Avesso na Ação do Bom Professor. In: LOPES,
E.M.T. (org) A Psicanálise Escuta a Educação. Belo Horizonte, Autêntica Editora,
2001.
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VILLANI, A.; BAROLLI, E.; FRANZONI, M.; ARRUDA, S. de M.; VALADARES, J. M.;
FERREIRA, D. B.; GURIDI, V. Contribuições da Psicanálise para uma Metodologia
de Pesquisa em Educação em Ciências. In: Santos, F. M. T. dos; Greca, I. M. (Org.).
A Pesquisa em Ensino de Ciências no Brasil e suas metodologias. Porto Alegre,
2006, p. 323-390.
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Idália Sá-Chaves
8 Importa destacar que, não obstante tratar-se, aqui, de uma narrativa pessoal, o que
pretendemos acentuar e valorizar é a dimensão plural e coletiva das vivências ou seja o
enriquecimento epistemológico destas comunidades de prática formativa e investigativa,
congregadas através dos projetos descritos e, sem as quais, nenhuma história de vida faria
pleno sentido ou seria a mesma. Na absoluta impossibilidade de nomear a totalidade dos
participantes, deixamos um sentido reconhecimento e profunda gratidão a todos.
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Sei de um rio…
A antiquíssima metáfora que associa o fluir histórico das ideias à
imagem do rio que corre torna-se particularmente elucidativa na compreensão
deste entretecer temporal do conhecimento em constante emergência e, por
isso, em constante renovação não obstante as vidas que, na sua inexorável
finitude, se tornam uma espécie de malhas caídas na tessitura, nela deixando,
porém, marcas indeléveis de inovação e mudança.
São vidas, que se inscrevem na talagarça do tempo, retomando fontes e
conceitos para, em sua específica modernidade, os refazer, repensar e
reconstruir, tornando-os habitáveis por sempre novas circunstâncias e, ainda
assim, prontos para se re-refazerem num ciclo de inacabado progresso,
desejada renovação e esperança nos processos de humanização.
Por isso, quando falamos de um autor e do seu pensamento é sempre
um bom princípio questionarmo-nos quanto aos seus antecedentes
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usufruir de outros legados cuja génese remete para grupos sociais específicos
que, por força das suas vivências particulares circunstanciadas a certas
coordenadas de tempo, lugar e sujeitos, definem diferenciadas leituras do
mundo e da vida que se tornam culturalmente marcantes e por isso, também,
património universal da própria humanidade.
É esta herança cultural de duplo entrelace, que importa preservar pelas
sucessivas gerações, cabendo às sociedades em geral, mas particularmente à
Educação, a tarefa simultaneamente difícil e extraordinária, de fazê-la
perdurar ao longo dos tempos, inscrita nas dinâmicas de mudança que lhes
são inerentes e inalienáveis.
Por isso, as finalidades educacionais, as funções da Escola, a qualidade
e as condições do desempenho dos Professores, bem como a qualidade dos
conceitos e das metodologias que concretizam a apropriação crítica e criativa
do legado conceptual da humanidade, se reconhecem como fatores decisivos
neste redesenhar contínuo do conhecimento público enquanto bem universal.
E, por isso também, a qualidade da formação destes profissionais13, se
reconhece como outra das questões fulcrais e atuais do desenvolvimento
social e humano. Conhecê-las, aprofundar a sua compreensão, garantir e
atualizar os referentes e antecipar futuros constitui um desiderato ao qual a
formação e a investigação educacional, nas suas múltiplas tipologias, devem
corresponder.
É neste contexto que esta obra e cada um dos seus textos ganham
relevância e encontram sentido. Porque, ao focar a reflexão na Formação dos
Professores a partir dos contributos de Schön, e ao fazê-lo de forma já
consideravelmente distanciada no tempo, permite por certo uma visão mais
depurada das perspetivas e dos conceitos que, testados no laboratório do
tempo e das circunstâncias, puderam, ou não, resistir.
Deste modo, a diversidade de testemunhos, de leituras e de
interpretações que, texto a texto, possam ser convocados constituem em si
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Vinte anos sem Donald Schön - Duas ideias singelas, uma visão novíssima
É então na intermitência entre as ideias de finitude e permanência, que
sempre poderemos questionar se os últimos vinte anos foram, de facto, anos
sem Donald Schön ou se, de algum modo e mediada pelo seu contributo em
termos de conhecimento acrescido, a dimensão imaterial da sua presença o
vai da morte libertando14 tal como acontece, como refere Camões, aos que
pelas suas obras valerosas o vão justificando.
Sabendo, porém, que o que fica não é verdadeiramente o que foi legado,
mas sim o conjunto de apropriações pessoais e coletivas que dele foram feitas,
pela nossa parte, procuramos destacar, no fluir expansivo do seu pensamento
e de um modo necessariamente muito redutor, alguns sinais marcantes da
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de decisão subjacentes ao agir profissional que determinam, mas sim como abordagem
ecológica passível de ser ampliada se não mesmo generalizada.
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contrariando de algum modo algumas leituras que são feitas das suas
propostas no sentido de que elas desvalorizam o saber declarativo, Schön
(1992) refere que “La preparación de los profesionales debería reconsiderar su
diseño desde la perspectiva de una combinación de la enseñanza de la ciência
aplicada con la formación tutorizada en el arte de la reflexión en la acción”
(p.10). E de seguida reafirma que “Quizás aprendamos a reflexionar en la
acción aprendendo primero a reconocer y aplicar reglas, hechos y operaciones
estândar; luego a razonar sobre los casos problemáticos a partir de las reglas
generales próprias de la profesión y solo después llegamos a desarrollar y
comprovar nuevas formas de conocimiento y acción allí donde fracasan las
categorias y las formas familiares de pensar” (p.48).
19Referindo-se à sua parceria com Argyris, o autor refere que “hemos planteado (1974; 1978)
que los seres humanos, en sus relaciones personales, diseñan su comportamiento y sostienen
teorías para hacerlo así. Estas teorías de la acción, como las habemos denominado…” (1992,
p.225).
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22 Destacamos das suas vastas funções institucionais os cargos de Direção e Coordenação (de
cursos, projetos e programas de formação e de investigação), bem como de gestão
departamental e, ao mais alto nível de decisão, o seu papel como Vice-reitora e Reitora.
23 Nomeadamente no âmbito do projeto Repensar os Currículos na Universidade de Aveiro.
24 Com cinco edições (entre 2003 e 2009) este foi o curso de formação especializada de maior
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35Ou seja, tentar compreender se os princípios e perspetivas avançadas por Schön a partir da
sua experiência em outras profissões, faziam sentido e encontravam pertinência no cada da
função docente.
36 Que se encontravam a frequentar o quarto e último ano do respetivo curso.
37 Percebida como abordagem experiencial e ligada à vida.
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Aveiro, 2005.
42 Procurando responder aos desafios subjacentes às perspetivas “connection to real life ” (Sá-
foram convidados como preletores os mais renomados cientistas quer nacionais, quer
estrangeiros especialistas nas mais diversas áreas das Ciências, Artes e Humanidades.
44 Inscrito na própria proposta programática e cujo título “ Interrogação, Espelhamento e
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professores das regiões Norte e Centro de Portugal, bem como algumas dezenas de professores
e educadores brasileiros no quadro de três dos quatro estudos de pós-doutoramento que
integraram a rede.
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52Destacamos o sentido da metáfora suscitada pelo poema de João Cabral de Melo Neto Um
galo sozinho não tece uma manhã…, referida num dos estudos que integram a obra citada
anteriormente (Araujo, E., 2014) e retomada como introdução às Notas biográficas dos
autores, assinalando a dimensão coletiva da co-autoria (p.294).
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Concluindo…
E se, ainda uma e outra vez, retomarmos a questão que nos move- o que
aconteceu com o professor reflexivo?- podemos simplesmente dizer que o que
aconteceu com o professor reflexivo acontece ainda.
Obviamente com impactos, ritmos, linguagens e inscrições contextuais
muito diferenciadas e sobretudo com distintas perceções dessas flutuações
pelos professores e em climas ora de mais intenso fulgor, ora de mais sentido
desalento, o legado reflexivo de Schön na sua imaterialidade permanece55.
Ideia, que reafirmamos, porque o que pudemos reter de forma conjunta,
intensa e longamente partilhada, é uma consciência cada vez mais viva da
importância e da urgência do aprimoramento da reflexão (individual e coletiva)
para que uma visão educacional redutora, simplista e padronizada possa dar
lugar a uma outra que, na sua justeza e compromisso com o real, instaure
uma mais solidária, mais compreensiva, mais inteligente e mais humana visão
de mundo.
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Referências bibliográficas
Alarcão, I. Reflexão crítica sobre o pensamento de Donald Schön e os
programas de formação de professores, Aveiro: Cadernos CIDInE,1, 1991, 5-22.
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Documentos
Moos, L.& Gray, P. The European Educational Research Association’s Agenda for
Horizon 2020. European Educational Research Association (EERA), 2013. Em 27
maio 2014, from http://www.eera-ecer.de/about/projects-partnerships/eera-and-
horizon-2020/
UNESCO, ICSU (1999). Ciência para o Século XXI – Um novo compromisso. Paris:
UNESCO.
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Considerações finais
A riqueza de fatores que potencializam a relação pedagógica nos cursos
de graduação em enfermagem nos indica que embora esta relação seja
instituída com a finalidade de construir conhecimentos, ela está embebida de
valores que fazem da formação em enfermagem uma formação para a vida.
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Referencias
ANDRADE, M. W. A. S. T. Reflexividade e prática educativa: uma análise das
contribuições de Rousseau e Schön. 2014. 101 f. Dissertação (Mestrado em
Educação) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2014.
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KLOH, Daiana, LIMA, Margarete Maria de, REIBNITZ, Kenya Schmidt. Ethical and
social commitment in the teaching plan of nursing education. Texto & Contexto -
Enfermagem, 23(2), 484-491, 2014.
LIMA, M.M.; REIBNITZ, K.S.; KLOH, D.; FERRAZ, F. Integralidade na atenção à saúde
e na formação do enfermeiro: análise da literatura. Sau. Transf. Soc., v.1, n.2, p.155-
162, 2011.
LIMA, Margarete Maria de, REIBNITZ, Kenya Schmidt, PRADO, Marta Lenise do, &
KLOH, Daiana. Comprehensiveness as a pedagogical principle in nursing education.
Texto & Contexto - Enfermagem, 22(1), 106-113, 2013
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WALDOW, V.R. Momento de cuidar: momento de reflexão na ação. Rev Bras Enferm,
Brasília, v.62, n.1, 2009, p. 140-5.
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mais democrática e mais justa, educando seus alunos como cidadãos críticos
e ativos” (CONTRERAS, 2002, p.161).
Ainda segundo Contreras, a proposição de Giroux avança em relação às
demais compreensões sobre a prática docente no que diz respeito à natureza
do compromisso político a que se vincula. Todavia, considera que sua
proposição carece de “possíveis articulações com as experiências concretas
dos docentes” (p.162), ou seja, ao apontar qual deveria ser a situação dos
professores como intelectuais críticos, não apresenta alternativas para a
construção dessa visão crítica a partir dos professores que se encontram
limitados ao espaço da sala de aula. Na continuidade de sua reflexão,
Contreras associa-se à proposição de Smyth e Kemmis para considerar que
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Em sua reflexão, a autora do prefácio enfatiza que Nita não deixou que
a saudade a imobilizasse, mas, no sentido inverso, transformou a dor da perda
em movimento na direção da vida. A referida leitura contribuiu
significativamente para ampliar a consciência acerca da possibilidade de
elaborar a dor por meio da escrita, sendo esta uma das marcas de minha
relação inicial com a escrita, bem como uma das finalidades a ela atribuída
em alguns outros momentos.
Enfim, mediante o relato da experiência de escrever cartas no âmbito das
relações familiares, fica evidente o modo como a experiência da escrita se
constituiu, simultaneamente, produto e produtora da emoção, marcada por
diferentes ênfases e finalidades. Em síntese, a experiência de elaboração de
cartas desencadeou um processo reflexivo de autoconhecimento mediado pelo
ato de escrever, cuja tomada de consciência foi-se constituindo aos poucos.
Essa compreensão acerca da função formativa da escrita já aparece nas
primeiras palavras da retomada da elaboração das cartas, em que inicio
afirmando: “Sinto saudade do tempo em que nos correspondíamos. Escrever
faz clarear as ideias e receber a respostas, ler sobre o que escrevemos na visão
do outro, faz a gente repensar”. Este momento, quase três anos após a
ausência da interlocução inicial, inaugura uma nova fase, cujo momento
histórico coincide com meu ingresso na docência do Ensino Superior, atuando
em uma disciplina ministrada de forma intensiva no mês de julho do ano de
1996. Foi neste momento que elaborei meu primeiro diário de registros como
apoio à iniciação da experiência como professora no Curso de Pedagogia.
A prática de elaboração de diários também trouxe significativa
contribuição para a aprendizagem da escrita reflexiva e vem contribuindo à
produção de mim mesma como pessoa e como professora-pesquisadora. Esta
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Considerações finais
O estudo realizado buscou argumentar a fecundidade do diálogo entre
o pensamento de Donald Schön e Paulo Freire, tomando como referência a
experiência da própria pesquisadora para analisar o modo como esta,
influenciada pelo estudo dos autores, foi constituindo sua relação com a
escrita e assumindo a sala de aula como um espaço de produção de
conhecimento.
Para fins de elaboração deste artigo, também foi realizada a análise
preliminar de um corpus constituído de oito diários de registros da
pesquisadora, referentes à série histórica de onze semestres letivos na
docência em uma disciplina do terceiro semestre do Curso de Pedagogia de
uma Universidade comunitária. Diante dos questionamentos “quando foi
registrado” e “o que foi registrado”, foi possível lançar um olhar crítico para
cada um dos diários selecionados, percebendo a diversidade das respostas e
a amplitude da reflexão gerada a partir dos referidos questionamentos.
Quanto ao primeiro questionamento, foi possível identificar três
momentos distintos de escrita: antes, durante e após a realização da aula. A
ênfase do ato de registrar num ou noutro momento configura peculiaridades
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Referências
CONTRERAS, J. A Autonomia de Professores. São Paulo: Cortez, 2002.
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SUPLICY, M. Prefácio. In: Nita e Paulo: crônicas de amor. SP, Olho D’Agua, 1998.
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Considerações finais
Este capítulo discorreu sobre os temas da mobilidade urbana e trânsito,
mostrando, a partir do ponto de vista da exclusão social, das estatísticas, do
contexto brasileiro e mundial, que são extremamente pertinentes para que as
instituições de ensino superior os tenham em seus currículos nos níveis de
graduação e/ou pós-graduação.
Considerou-se que estes temas perpassam diferentes áreas do
conhecimento como a pedagogia, a psicologia, a engenharia, o direito, a
administração, a comunicação, medicina, entre outras, pelo nível de sua
complexidade e multidisciplinaridade.
A ênfase dada à área da educação para trânsito foi motivada pelo fato
de ser um dos pilares que norteiam as soluções para os problemas complexos
do trânsito e da mobilidade urbana da atualidade, especialmente apregoadas
pela Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020, da ONU e OMS.
Porém existem poucas diretrizes curriculares ou embasamentos teórico-
pedagógicos que deem sustentação para que a educação para o trânsito ocorra
em diferentes níveis de ensino formal ou em ambientes não formais. Apesar
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Referências
BERNHEIM, Carlos Tünnermann; CHAUÍ, Marilena de Souza. Desafios da
universidade na sociedade do conhecimento: cinco anos depois da conferência
mundial sobre educação superior. Brasília: UNESCO, 2008.
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ONUBR. Organização das Nações Unidas no Brasil. Década de Ação pelo Trânsito
Seguro (2011-2020).
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para o francês pelo médico e pedagogo belga Ovídio Decroly importante figura
da Escola Nova. O livro “How we think” publicado em 1910 e traduzida para o
português “Como pensamos” (1933) é considerado um compêndio de lógica
aplicado à pedagogia.
No Brasil a proposta educacional de Dewey teve grande influência,
principalmente em dois momentos históricos importantes para a educação
brasileira, na década de 1930 com o Movimento dos Pioneiros da Escola Nova
(1932) e um segundo momento a partir do final da década de 1980 com a
difusão e proliferação do conceito apresentado por Donald Schön do professor
reflexivo.
Para compreensão da proposta educacional de Dewey deter-se-á sobre
a análise de uma de suas inúmeras obras, “Como pensamos” escrita entre
1910. Portanto, por intermédio da análise da obra citada pretende-se
responder as seguintes questões: o que é o ato de pensar para Dewey? Como
Dewey define a reflexão? Qual a relação possível de ser encontrada em Dewey
entre o pensamento reflexivo e a prática pedagógica? Qual o motivo de Donald
Schön resgatar o conceito de reflexão de Dewey? Como explicar a apropriação
por Donald Schön do conceito e transpor para seu famoso conceito de
professor reflexivo?
Em 1910 Dewey publicou seu livro intitulado “How we think” em que
analisar o termo reflexão e prático reflexivo e sua aplicabilidade na educação
e na formação dos professores.
John Dewey em sua obra intitulada “Como pensamos” publicada em
1930 no Brasil pela Companhia Editora Nacional em sua série intitulada
“Atualidades Pedagógicas” que compõem a Biblioteca Pedagógica Brasileira,
fundada pelo consagrado educador brasileiro Fernando de Azevedo, apresenta
quatro significados possíveis para a palavra “pensamento”: 1) o ato de pensar
ao acaso; 2) o ato de pensar limitando-se ao que ultrapassa a observação
direta; 3) o ato de pensar apoiado em provas e testemunhas; 4) o ato de pensar
submetendo-se o exame das bases e das consequências das crianças.
Separados pelo espectro contínuo, que apresenta em uma ponta o aspecto
mais amplo e geral do termo pensamento e numa outra ponta o seu significado
mais específico. Entretanto, apesar da influência com os termos “pensar” e
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“pensamento” são utilizados não existe uma definição única e precisa sobre
os mesmos. Em função dessa indefinição dos termos é que Dewey propõe-se
no primeiro capítulo da obra a apresentar sua definição do que seja o ato de
pensar. Partindo do sentido mais amplo da palavra “pensamento” afirma que
o ato de pensar representa tudo o que “nos vem à cabeça”, ou seja, representa
o ato de pensar ao acaso.
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Referências
ALARCÃO, I. (Org.). Formação reflexiva de professores. Porto: Editora Porto, 1996.
RODRIGUES. Dinah Barroso. O pensar reflexivo: uma análise à luz de John Dewey.
Caxambu, 27ª Reunião Anual da ANPEd, GT 02, 2004.
WESTBROOK, Robert B.; TEIXEIRA, Anísio. John Dewey. Recife. Fundação Joaquim
Nabuco/Editora Massangana, 2010.
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OS AUTORES E AS AUTORAS
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