Angélica Koppe
Angélica Koppe
Angélica Koppe
ANGÉLICA KOPPE
CDU 624
Ao Nosso Senhor, a quem muitas vezes pedi em oração, força para seguir em frente
e capacidade para vencer meus desafios.
A minha família que tanto me incentiva a dar sequência aos estudos, buscando
sempre novos conhecimentos e oportunidades. Meus pais, Bruno e Marlene, que sempre
procuraram entender o “não, não posso ir para casa este final de semana, preciso fazer um
trabalho”. As minhas irmãs por todo o incentivo, principalmente a Tine que acompanhou de
perto todas as minhas aflições e sempre soube dizer “faz, tu sabe como se faz”. A minha
sobrinha que muitas vezes ouviu “Bruna, preciso me concentrar”, mas nunca me deixou sem
um beijo e um abraço.
Ao meu orientador, Mauricio Mancio, a quem não tenho palavras que expressam
tamanha gratidão, que em tantas vezes me acolheu em momentos de aflição e dúvida. Por ser
um professor e principalmente um amigo que a vida me deu, sempre confiando no meu
potencial, e me ajudando a subir os degraus do conhecimento. Obrigada pela forma sutil, com
que me incentiva à pesquisa e a me mostrar que ser Engenheiro não é ser uma estrutura formada
apenas por quatro paredes.
Aos demais amigos e colegas que em tantos momentos me apoiaram de uma forma
ou de outra, em especial ao Eduardo, parceiro de pesquisas, por dividir experiência profissional
e aflição no conhecimento técnico.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 25
1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 27
1.2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 28
1.2.1 Objetivo geral ..................................................................................................................... 28
1.2.2 Objetivos específicos .......................................................................................................... 28
1.3 ESTRUTURA DA PESQUISA ................................................................................. 28
1.4 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO ......................................................................... 29
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 31
2.1 CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND............................................................... 31
2.1.1 Hidratação do Cimento Portland ....................................................................................... 32
2.1.2 Características desejadas de uma matriz de cimento Portland hidratada ......................... 36
2.1.3 Retração em matrizes de cimento Portland ........................................................................ 38
2.2 CURA DO CONCRETO .................................................................................................. 46
2.2.1 Cura convencional e sua importância ................................................................................ 47
2.2.2 Conceito de Cura Interna ................................................................................................... 49
2.3 POLÍMEROS SUPERABSORVENTES (PSA) ................................................................... 53
2.3.1 Técnicas usuais de medição da absorção de um PSA ........................................................ 58
2.4 OBRAS COM UTILIZAÇÃO DE CURA INTERNA ............................................................. 60
2.5 FIBRA CELULÓSICA (FC)...................................................................................... 62
2.5.1 Fibra celulósica contendo PSA Residual............................................................................ 63
3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 65
3.1 MATERIAIS ................................................................................................................. 67
3.1.1 Aglomerantes ...................................................................................................................... 67
3.1.2 Agregado Miúdo ................................................................................................................. 69
3.1.3 Fibra celulósica contendo polímero superabsorvente (FCPSA) ........................................ 70
3.1.4 Água.................................................................................................................................... 71
3.2 MÉTODO .................................................................................................................. 71
3.2.1 Programa piloto ................................................................................................................. 71
3.2.2 Absorção do FCPSA ........................................................................................................... 76
3.2.3 Inchamento do FCPSA ....................................................................................................... 78
3.2.4 Cálculo do volume de FCPSA ............................................................................................ 78
3.2.5 Ensaio de Consistência ....................................................................................................... 79
3.2.6 Produção das argamassas .................................................................................................. 80
3.2.7 Resistência à Compressão .................................................................................................. 83
3.2.8 Retração ............................................................................................................................. 83
3.2.9 Retração Plástica ............................................................................................................... 84
3.2.10 Fissuração em estado fresco .......................................................................................... 86
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......... 89
4.1 PROGRAMA PILOTO .............................................................................................. 89
4.2 ABSORÇÃO DO FCPSA ............................................................................................... 91
4.3 INCHAMENTO FCPSA ................................................................................................ 91
4.4 ANÁLISE DA CONSISTÊNCIA ....................................................................................... 93
4.5 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO ..................................................................................... 96
4.5.1 CP II-F 40........................................................................................................................... 98
4.5.2 CP IV 32 ........................................................................................................................... 101
4.5.3 Síntese dos resultados de compressão .............................................................................. 105
4.6 RETRAÇÃO POR SECAGEM ........................................................................................ 105
4.6.1 CP II-F 40......................................................................................................................... 106
4.6.2 CP IV 32 ........................................................................................................................... 108
4.6.3 Síntese dos resultados de retração ................................................................................... 110
4.7 RETRAÇÃO PLÁSTICA ............................................................................................... 111
4.7.1 CP II- F 40........................................................................................................................ 111
4.7.2 CP IV 32 ........................................................................................................................... 114
4.7.3 Síntese dos resultados de retração plástica ...................................................................... 115
4.8 FISSURAÇÃO EM ESTADO FRESCO ............................................................................ 116
4.8.1 CP II-F 40......................................................................................................................... 117
4.8.2 CP IV 32 ........................................................................................................................... 119
4.8.3 Síntese dos resultados de retração plástica ...................................................................... 121
4.9 SÍNTESE DOS RESULTADOS ALCANÇADOS ................................................................ 122
5 CONCLUSÕES................................................................................................... 123
5.1 SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS ....................................................................... 124
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 127
APÊNDICE ................................................................................................................. 135
LISTA DE TABELAS
CI – Cura Interna
PSA – Polímero Superabsorvente
a/c – água/cimento
SAP – Superabsorbent Polymer
PSA – Polímero superabsorvente
FCPSA – fibra celulósica contendo polímero superabsorvente
FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental
d.C. – depois de Cristo
FC – Fibra celulósica
ABR – Areia de britagem
ANR – Areia natural regular
SEMAE – Sistema de abastecimento de água e esgoto
CP II-F 40 – cimento Portland com adição de fíler calcário
CP IV 32 – cimento Portland com adição de cinza volante
UR – umidade relativa
LISTA DE SÍMBOLOS
µm – micrômetro
g/cm³ - gramas por centímetro cúbico
kg/m³ - quilograma por metro cúbico
kN – quilo Newton
MPa/s – Mega Pascal por segundo
MPa – Mega pascal
RESUMO
The lack of adequate curing conditions, and related problems such as poor hydration,
shrinkage and cracking, are among the main reasons for the reduction in durability of
reinforced concrete structures. Considering the increasingly tight schedules practiced in
current building construction projects, these reasons tend to worsen once there are
recurring failures in the post-concrete placement and finishing activities. Concrete curing,
which aims to keep adequate moisture conditions for the proper hydration of cement and
to minimize shrinkage and cracking, has been evolving into a new field of research: the
practice of internal curing. This is based on the incorporation, into a cement matrix, of
materials able to retain water and release it in a gradual manner during the curing period.
Most internal curing studies conducted so far have focused primarily on high performance
concretes; however, conventional concretes are often neglected in the practice of proper
wet curing and also tend to evolve and apply this technology. Among the most studied
materials in this context, superabsorbent polymers (SAP) have presented satisfactory
performance as an internal curing agent, presenting themselves as internal water
reservoirs dispersed throughout the matrix. They were presented to the construction
industry in 2001, as internal curing agents, employed to improve the durability of the
structures, reduce shrinkage and promote better hydration of the cement particles. Even
with the disadvantage of generating internal voids, its use presents advantages due to its
plasticizing effect (when pre-saturated), with a capacity to reduce w/c ratio and shrinkage.
Among the studies published so far, there are no records of the use of residual SAP. The
objective of this study is to evaluate the technical feasibility of using residual SAP
(FCSAP), composed of cellulose fiber and SAP, from hygiene products companies, in
conventional cement matrices as an internal curing agent. The RSAP absorption and
plasticizing effects were evaluated, as well as mechanical strength and shrinkage in
mortars cured at 100%, 60% and 30% relative humidity (RH), in addition to analysis of
cracking and plastic shrinkage up to 24h, for two types of cements (CP II-F and CP IV).
Results show that the use of RSAP as an internal curing agent improves the workability
of fresh mortars when added pre-saturated, thus allowing a reduction of w/c ratio for a
given workability. In the hardened state: (a) it works mainly in the minimization of initial
cracking, being able to reduce the cracked area by up to 22.5% for CP II-F and 76.18%
for CP IV; (b) acts in the reduction of shrinkage in high temperature and low relative
humidity conditions; and (c) presents similar compressive strengths to the control
mortars, when mixed in proper amounts, for both types of cement tested.
No entanto, é nítido que parte das obras realiza este procedimento somente em
estruturas recém concretadas, ou, muitas vezes, nem o realizam. Com isso, as características
superficiais são as mais afetadas, aumentando a porosidade e consequentemente gerando
permeabilidade, fissuração, carbonatação, etc (HELENE, LEVY, 2013). O fenômeno da
retração por secagem, o mais comum ocasionado em estruturas com falha no sistema de cura,
é conhecido como uma deformação tridimensional ocasionada pela perda de água do concreto
(KUMM, 2009). Contudo, a falta de cura nas estruturas afeta não somente as características
superficiais já citadas, afeta também a sua resistência e durabilidade. Segundo Mehta e
Monteiro (2014), se a cura não for realizada e o concreto for mantido em ambiente seco, a queda
na sua resistência pode chegar a cerca de 50% aos 28 dias, quando comparado ao material
curado sob condições ideais. Na prática, grande parte das obras que realiza este procedimento
a realiza em idades muito reduzidas, de três a sete dias.
A fim de se evitar tais problemas estruturais, autores como Jensen, Hansen (2001),
Bentz, Lura, Roberts (2005); Cusson, Hoogeveen (2008); Dudziak, Mechtcherine (2008); entre
outros, vêm estudando materiais promissores a serem usados como agentes de cura interna,
26
Para Jensen (2014), usar PSA como agente de cura interna apresenta dois efeitos
opostos: em um, o PSA gera vazios ao concreto, reduzindo sua resistência, em outro, aumenta
o grau de hidratação do cimento, elevando a resistência. Diversos são os fatores que tem
influência para que um destes efeitos se torne dominante, tal qual a maturidade do concreto,
relação a/c e, principalmente, a quantidade de PSA utilizada. Contudo, para Mechtcherine e
Reinhardt (2012), a geração de vazios pode se tornar um ponto importante em determinados
27
tipos de concreto, como é o caso de estruturas de gelo/degelo, que necessitam de poros para a
expansão da água em forma de gelo.
1.1 JUSTIFICATIVA
Os polímeros superabsorventes (PSA) atualmente são conhecidos como a inovação
da tecnologia de cura interna, e difundidos no ramo da hidratação de estruturas de cimento
Portland desde 2001. Como alternativa, são materiais com alta capacidade de absorção de água,
incorporada a matrizes de cimento Portland, agindo como reservatórios internos, além de
melhorarem a trabalhabilidade, e diminuir a relação água/cimento (a/c). Estudos já apontam em
melhoras nas microestruturas de cimento quando utilizado PSA como agente de cura interna.
Tiveram suas primeiras aplicações na construção de pavilhões para a Copa do Mundo de 2006,
na Alemanha, em paredes de painéis projetados em Lyngby (MECHTCHERINE e
REINHARRDT, 2012; DUDZIAK e MECHTCHERINE, 2008), e, mais atualmente, em
diversas pontes na região da América do Norte, em Nova York, Ohio e Indiana (BENTZ e
WEISS, 2011).
28
1.2 OBJETIVOS
Estes elementos, por sua vez, só reagem e hidratam na presença de água. Esta
hidratação é definida como a reação química responsável por gerar os produtos responsáveis
pelas características de pega e endurecimento de matrizes de cimento, sendo este último
essencial para a durabilidade de uma estrutura. Após ocorrerem as reações químicas, são
formadas quatro fases sólidas principais: (a) silicato de cálcio hidratado (C-S-H); (b) hidróxido
de cálcio (CH); (c) sulfoaluminatos de cálcio; e (d) grãos de clínquer ainda não hidratados.
Como já mencionado, a água é o principal elemento necessário para a formação destas fases,
no seu contato com o C3S e C2S, por exemplo, ocorrem à precipitação do silicato de cálcio
hidratado (C-S-H) e do hidróxido de cálcio (CH), principais responsáveis pela resistência
mecânica das matrizes cimentícias. Segundo Neville (2006), ambos os silicatos necessitam
aproximadamente a mesma quantidade de água para a sua hidratação, porém o C3S produz mais
do que o dobro de CH, do que a fase formada pela hidratação do C2S. Estas reações são
34
apresentadas por Neville (2006), por meio das equações estequiométricas, conforme Equação
1 e Equação 2:
Cincotto (2011) afirma que a velocidade das reações não é constante, atingindo sua
velocidade máxima em menos de 72 horas, e posteriormente em velocidade reduzida. Esta
velocidade está relacionada principalmente à finura e composição dos cimentos, além de
aditivos e fatores intrínsecos de exposição, como temperatura e umidade relativa (HELENE e
LEVY, 2013). Quando em cimentos muito finos, ocorrem de forma mais acelerada, podendo
gerar maior calor de hidratação, mais propício à fissuração de estruturas. Ou seja, as reações
36
iniciais são rápidas, e se completam com idades seguintes de forma mais lenta. Em função disso,
é gerada a necessidade de cura, desde as idades iniciais, para assim garantir o desempenho e
durabilidade desejada da estrutura.
A resistência de uma matriz cimentícia está relacionada à ruptura, uma vez que é
considerada a capacidade de suportar tensões. Quando, por algum motivo, surgem fissuras na
matriz, gerando o rompimento, atribui-se que esta resistiu até sua tensão máxima, e, no
momento seguinte, quando a tensão é superior a resistência potencial estimada, há uma perda
de capacidade de suportar cargas. Considerada como uma propriedade mecânica, a resistência
de uma matriz é atribuída às forças de Van der Waals (soma de forças atrativas ou repulsivas,
não ligadas a ligações covalentes entre moléculas, ou forças de interação eletrostática de íons),
onde há a aderência entre as superfícies sólidas. Ou seja, a resistência se dá sobre a superfície
sólida, sendo os vazios (porosidade) prejudiciais à resistência. Neville e Brooks (2010) relatam
a necessidade de saber-se esta porosidade, uma vez que esta é um dos principais agravantes
para a redução de resistência mecânica final. Contudo, os autores atribuem à relação a/c o fator
primordial para redução de resistência, considerando os demais fatores, como fatores
secundários.
A durabilidade é considerada uma das propriedades mais importantes, uma vez que
essencialmente necessita suportar carregamentos para os quais foi projetado suportar durante
sua vida útil. Segundo a ACI (2013), a durabilidade está associada à capacidade de resistir a
ações de intempérie, ataque químico, abrasão e outras condições de exposição, ou seja, está
associada a fatores químicos, físicos e mecânicos. Neville e Brooks (2013) associam a ação do
congelamento, diferença entre propriedades térmicas do agregado e da pasta de cimento como
causas físicas, abrasão como causa mecânica e ataques por sulfatos, ácidos e cloretos como
fatores químicos. Já Mehta e Monteiro (2014) associam, além dos fatores já citados por Neville
e Brooks (2013), o desgaste superficial, cristalização de sais nos poros e exposição a
temperaturas extremas aos aspectos físicos negativos.
A estabilidade dimensional é necessária a uma estrutura, que por sua vez podem
apresentar deformações elásticas e inelásticas no carregamento das estruturas de concreto, além
de deformações ocasionadas por retração. De forma geral, as características que combinadas
levam o concreto a uma variação dimensional são geometria da estrutura, dosagem dos
materiais empregados e condições climáticas (GIROTTO, BARBOSA, MACIEL, 2014). Além
disso, ainda são afetada por fissurações geradas por tensões aplicadas, mudança de volume, em
função da retração e variações na temperatura e expansão (NEVILLE, BROOKS, 2013).
Também está fortemente associada à fissuração de matrizes de cimento Portland ocasionadas
por falta de cura, que, segundo Mehta e Monteiro (2014) podem ser minimizadas mantendo-se
a estrutura a uma cura adequada (com umidade relativa de 100%), sendo assim, não se
observam uma variação dimensional. Contudo, sabe-se que este é um ambiente pouco
encontrado quando se fala de estruturas, onde normalmente tem-se umidade ambiente menor
que a ideal.
seca, a uma taxa superior à quantidade de água disponível para exsudação (GIROTTO,
BARBOSA, MACIEL, 2014).
Figura 1 – A) Perda de água em função da umidade relativa; B) Retração em função da perda de água.
Fonte: Hermite (1960) 1 apud Mehta e Monteiro (2014).
Neville e Brooks (2013) afirmam que a retração que ocorre em longas idades pode
ser também resultado de um efeito de carbonatação (em função do avanço das idades e ataques
externos). Contudo, ela diminui em função do tempo, de forma que 85% da retração que possa
ocorrer em 20 anos, ocorrem nos primeiros 365 dias. Além disso, as retrações ocorridas em
idades mais avançadas são também influenciadas fortemente pelos agregados, que limitam a
1
HERMITE, R. L. Proceedings of the Fourth International Symposium on Chemistry of Cements, Washington,
D. C., 1960.
40
retração da pasta de cimento. Neville e Brooks (2013) afirmam que uma das características dos
agregados que apresenta forte influência sobre a retração é relacionada ao módulo de
elasticidade. Além disso, a retração não é influenciada diretamente pela dimensão máxima do
agregado, mas sim, pelo teor de argamassa quando utilizado agregados com dimensões maiores,
estes possibilitam o uso de misturas mais pobres para uma relação a/c constante, gerando uma
menor retração.
KUPERMAN, 2011). Ou seja, na maioria dos casos está associado a um problema de execução,
e não a fatores intrínsecos dos materiais do concreto. E sua intensidade está relacionada às
condições climáticas, onde temperatura, condições de vento e umidade relativa do ar são fatores
determinantes para a perda de água. Mehta e Monteiro (2014) associam alguns dos fatores que
contribuem para a retração plástica: (a) a rápida perda de água por evaporação; (b) exsudação
ou sedimentação; (c) redução de volume da estrutura em função da ligação cimento-água e (d)
deformações da fôrma.
Figura 3 – Retração plástica, “pele de crocodilo”, visualizada em uma estrutura de concreto armado.
Fonte: da autora.
Neville (2006) cita que nas idades iniciais a matriz de cimento é frágil a pequenas
movimentações, sejam ocasionadas por fontes externa ou por reações físico-químicas de seus
componentes, gerando uma série de fissurações precoces. Na Tabela 1 são apresentados tipos
de fissuração plástica, além de causas comuns, tipos de correções sugeridas, localizações
comuns e tempo de seu aparecimento. Além disso, também é apresentado o tempo necessário
para o aparecimento deste tipo de fissura.
43
Neville (2006) agrega as elevadas taxas de cimento na mistura e uma maior relação
a/c a um maior número de fissuras por retração plástica. Esta perde água por evaporação ou
para a superfície seca, sofre contração volumétrica de aproximadamente 1% do volume total de
cimento seco da mistura (NEVILLE, BROOKS, 2013), ou seja, a quantidade de cimento da
mistura influencia na maior ou menor tensão que gera a retração plástica.
inadequada, deixando-a mais exposta ao meio, o que pode gerar pressões sobre a porosidade
capilar (GIROTTO, BARBOSA, MACIEL, 2014). Quando se tem o ressecamento da superfície
do concreto, tem-se uma forte ligação entre o processo de secagem e o ambiente externo. As
camadas superiores irão se aproximar do valor da umidade relativa do ambiente interno, que
muitas vezes é mais quente, e, como a umidade do concreto não é linear e depende propriamente
das condições de permeabilidade da estrutura, tem-se uma não linearidade das camadas, o que
gera uma retração muito maior na camada superior do que na inferior (NARIN, WIKLUND,
2012). Ou seja, a umidade relativa do concreto tende a se balancear com a umidade relativa do
ar, com isso a água é expelida por meio de poros capilares, acarretando em tensões no concreto
(MEHTA, MONTEIRO, 2014).
Narin e Wiklund (2012) associam a perda de água, na retração por secagem, através
de quatro mecanismos: (a) ação capilar; (b) tensão superficial; (c) dissociação da pressão e (d)
movimento interlamelar da água. Os três primeiros mecanismos estão associados a água livre e
adsorvida, já o quarto, se refere à água absorvida.
poros gerando uma tensão superficial nas duas superfícies do poro, e a partir do momento que
esta água é liberada, há o surgimento de uma pressão de dissociação, gerando a retração;
Algumas das vezes este tipo de retração é gerada, também, pela falta de água da
própria estrutura, ou seja, uma relação a/c inadequada para a formação de compósitos do
cimento (C-S-H e CH), gerando uma retração induzida (KUENZE et al., 2012). Para os autores,
os fatores que mais influenciam, de forma química, na retração por secagem é a densidade da
carga iônica e a quantidade total de cátions. Contudo, esses fatores estão fortemente ligados a
concretos especiais levados a altas temperaturas.
Narin e Wiklund (2012) alegam que, para que se tenha uma diminuição da retração,
deve-se ter cuidado com a relação a/c, uma vez que, em concretos com resistências menores,
ela é maior. Ou seja, quanto maior a resistência de uma matriz cimentícia, menor a relação a/c
e menor a retração por secagem. Contudo, elevados consumos de cimento também geram
retração. Para Neville e Brooks (2013), a retração será menor, quanto maior for o teor de
agregados da mistura. Mehta e Monteiro (2014) complementam dizendo que quanto menor a
relação a/c, menor a quantidade de retração por secagem. Na Tabela 2 é apresentado o tipo de
fissuração por secagem, além de causas comuns, tipos de correções sugeridas e eficientes, além
disso, também é apresentado o tempo necessário para o aparecimento deste tipo de fissura.
70% uma vez que se realize a cura (Figura 4). A partir do momento em que se mantém a
estrutura a uma taxa de umidade relativa de 100% ou próximo à água entra nos poros, reage
com o cimento e expande, diminuindo a retração ali presente (Figura 4-a). Contudo, na prática,
tem-se um ciclo de molhagem e secagem, onde a estrutura não se mantém sempre 100% úmida.
Nestes casos (Figura 4-b) a reversão é menor, a uma taxa de apenas 30%.
Figura 4 – Recuperação da deformação ocorrida pela retração. a) Redução de 70% da retração em função
de cura a 100% de saturação. b) Redução de 30% da retração em função do ciclo de molhagem e secagem.
Fonte: Neville e Brooks (2013).
Neville e Brooks (2013) garantem que existem alguns processos para minimizar a
retração por secagem, como uso de aditivos para controle de retração ou fibras. Contudo o
melhor método é uma cura bem realizada, pois aumenta a resistência à tração do concreto,
contudo, associado a ela, deve ser realizado o procedimento de corte de juntas de
movimentação, responsáveis por eliminar restrições externas.
Evaporação Probabilidade de
l/m²/h Fissuração
0 - 0,5 Nenhuma
0,5 - 1,2 Pouca
> 1,2 Alta
Fonte: Petrucci (1973).
Na prática, a cura deve ser realizada logo após o lançamento do concreto. O uso de
lonas plásticas, mantas, serragem, aspersão de água e molhagem são os métodos mais utilizados
49
a fim de se evitar a fissuração devido à retração autógena ou retração térmica provocada pela
falta de água para a hidratação de partículas de cimento nas matrizes de cimento Portland.
do cimento Portland ou por meio de formas a se obter uma cura mais adequada, de forma
interna, em elementos estruturais de elevada resistência. Philleo afirmou ainda que a utilização
de agregados leves saturados seria a solução, porém os autores responsáveis por conseguirem
elevadas resistências com os estudos não apresentam interesse pelo agregado leve. “A
substituição parcial dos agregados finos por agregados leves saturados pode oferecer uma
solução promissora” (PHILLEO, 19912 apud BENTZ, WEISS, 2011).
A cura com materiais porosos saturados é gerada por materiais capazes de absorver
água para seu interior, inseridos às misturas de concretos ou argamassas, estando ou não
saturado. Em geral, são partículas de pequenas dimensões que armazenam grande quantidade
de água e possuem a capacidade de liberá-la posteriormente. Repette (2011) atribui estas
características a agregados leves e agregados reciclados. A Figura 6 adaptada, publicada por
Bentz e Weiss (2011) apresenta de forma esquemática o conceito de cura interna utilizando
agregados leves saturados, onde, a partir da imagem, observa-se que a zona de hidratação, em
contato com a água interna, é ampliada quando há a utilização da cura interna. Kawashima e
Shah (2011), afirmam que a água de cura externa necessita ultrapassar uma microestrutura
muito densa para reabastecer de água toda a matriz cimentícia, enquanto a água de cura interna
possui uma microestrutura reduzida a ultrapassar em função de já estar inserido na matriz.
Entretanto esta afirmação contradiz o conceito de cura, que atribui ao conceito de cura manter
2
PHILLEO, R. Concrete Science and Reality. In J. Skalny, & S. Mindess (Eds.), Materials Science of Concrete II
(pp. 1-8). Westerville, OH: American Ceramic Society. 1991
51
Embora com a vasta vantagem gerada pelo uso de elementos a auxiliarem na cura
interna, segundo Cusson e Hoogeveen (2008), o uso da cura interna não substitui totalmente as
53
práticas recomendadas de cura de uma estrutura uma vez que é importante manter a superfície
do concreto sempre úmido. A cura interna é denominada um procedimento a auxiliar a falha de
processos externos inadequados de cura, auxiliando na não proliferação de fissuras e melhores
taxas de hidratação do cimento.
depois de incorporados a uma matriz de cimento Portland, liberar a água, promovendo uma
hidratação de dentro para fora. Segundo Santos (2015), 8% dos estudos de PSA publicados até
o ano de 2014 direcionam-se para a construção civil, mais precisamente trabalhos com cura
interna e selantes.
intramoleculares dos polietrólitos, devido à cadeia de cargas do polímero, fazendo assim com
que ele absorva mais ou menos solução.
Gomes (2014) destaca que a absorção de uma solução por um PSA varia conforme
pH da solução, onde quanto maior o pH da solução a ser absorvida, menor a taxa de absorção
do polímero. O autor, em seus estudos com polímero residual composto de fibra celulósica com
10% de PSA, detectou uma perda de 43% de eficiência de absorção quando em uma solução de
pH 13, comparado a uma solução de pH 5. Este fato pode ser relacionado à quantidade de íons
de Ca2+ presente na solução, que, para Mechtcherine e Reinhardt (2012), é fator determinante
na quantidade de solução absorvida em função da interligação das cadeias do polímero,
limitando a reação de inchamento. Jensen e Hansen (2001) atribuem a perda de capacidade de
absorção ao aumento de íons de Ca2+ na solução, fazendo com que a pressão osmótica do
interior do PSA diminua.
Para Kumm (2009), toda a água absorvida pelo PSA pode ser considerada
quimicamente disponível para reagir com o cimento. O procedimento de absorção, e a
quantidade de água absorvida dependem, além de sua estrutura, do tipo de PSA utilizado, da
pasta de cimento (quando adicionado seco à mistura), ou do tipo de solução. Uma vez que o
PSA tenha atingido o seu tamanho final, eles formam partículas estáveis, contendo água em seu
interior, e, a partir do qual, a água é subsequentemente sugada por poros capilares da matriz
cimentícia, de menor dimensão, e consumidos pela hidratação do cimento (MECHTCHERINE,
REINHARRDT, 2012).
Dependendo da sua granulometria, que pode assumir a forma de pó, grão, fibras,
ou mesmo partículas maiores, pode absorver até 5000 vezes o seu próprio peso seco (JENSEN,
2014; KUMM, 2009). Quanto à forma física, o tamanho do grão é um fator relevante na taxa
de absorção de água. PSA’s que apresentam granulometrias menores que 100 µm podem gerar
um bloqueio das próprias partículas frente à absorção (MECHTCHERINE, REINHARRDT,
2012). Ou seja, quando o PSA, com granulometria menor a 100 µm é posto em contato com a
água, suas partículas ligeiramente incham, formando um hidrogel. Estas partículas de hidrogel
podem se aglomerar não se desagregando, e impedir que grãos de PSA secos, presos no interior
de partículas de PSA já inchadas, possam absorver água (MECHTCHERINE, REINHARRDT,
2012). Sendo assim, a granulometria apresenta influência na capacidade de absorção, onde
partículas muito grandes tendem a ser deficientes na capacidade de absorção devido ao tempo
necessário para apresentarem-se totalmente saturadas, e partículas muito pequenas apresentam
menor absorção devido a sua superfície ser menos ativas (JENSEN e HANSEN, 2001).
57
Figura 9 – Representação esquemática de um PSA em meio a uma matriz cimentícia, em função do tempo.
a) adição de PSA seco em matriz cimentícia; b) de 5 a 10 min após a inserção o PSA apresenta sua
absorção total; c) Após alguns dias – com a liberação da água tem-se a formação e um poro praticamente
vazio.
Fonte: adaptado de Mönnig (2009) e Santos (2016).
3
BRANDT, K. A.; GOLDMAN, S. A. INGLIN, T. A. Hydrogel-forming polymer compositions for use in
absorbent structures. The Procter & Gamble Company (Cincinnati, OH), 1988.
60
com a finalidade de modificar a reologia, porém foi observada uma melhora significativa quanto
à minimização da retração autógena.
4
WOLFE, B. Personal Communication and Photo.
62
As fibras utilizadas por Gomes (2014) em seus estudos são oriundas de sobras de
produtos de higiene pessoal (fraldas descartáveis), e apresentam forma longínea e achatada. De
modo geral, as fibras destinadas a este fim são fibras longas e representam 70% a 80% do peso
do produto de higiene (BNDES, 2002). Os resultados alcançados por Gomes (2014) serão
apresentados no capítulo a seguir.
produtoras de higiene, utilizando PSA em sua matriz base. Não se tem um dado específico
quanto à quantidade deste tipo de resíduo gerado e descartado em todo o Brasil.
3.1 MATERIAIS
Os itens a seguir descrevem os materiais empregados no estudo.
3.1.1 Aglomerantes
Na fase inicial, para o desenvolvimento do programa piloto, foi utilizado
como aglomerante, para produção das argamassas, um cimento Portland tipo CP II-F40,
com massa específica de 3,10 g/cm3. A justificativa da escolha de utilização deste cimento
é que não possui adição de material pozolânico, permitindo a avaliação do ganho de
resistência nas idades iniciais (primeiros 28 dias), além do aumento de consumo deste
tipo de cimento no mercado regional. Nas Tabela 4 e Tabela 5 estão apresentados os dados
de caracterização química, física e mecânica, respectivamente, do cimento CP IIF 40,
fornecidos pelo fabricante.
Ensaios Químicos
Teores (%)
PF MgO SO3 RI
Limites da Norma ≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 2,5
Média 4,99 6,05 3,48 0,87
Desvio Pad. 0,13 0,13 0,2 0,16
Mínimo 4,7 5,82 2,75 0,53
Máximo 5,18 6,36 3,73 1,15
PF – perda ao fogo; RI – resíduo insolúvel.
Fonte: fabricante.
Ensaios Químicos
Teores (%)
PF MgO SO3 RI
3.1.4 Água
A água utilizada para a fabricação das argamassas do estudo consiste na água
de rede pública de abastecimento de São Leopoldo (fornecida pelo SEMAE).
3.2 MÉTODO
A metodologia é dividida em programa piloto e programa experimental. Na
etapa do programa piloto foi realizada uma coleta de dados do comportamento do FCPSA
misturado à matriz cimentícia. A análise destes resultados deu base ao programa
experimental. Ou seja, com base nas observações visualizadas ao longo do
desenvolvimento, necessidade de caracterização, e resultados alcançados foi elaborado o
programa experimental.
C f × CS × α máx
M LWA =
S × Φ LWA Equação 3
Onde:
Para o cálculo do material necessário para gerar cura interna (MLW) foi
utilizado um consumo de cimento (Cf) 515 kg/m³ do cimento CP II-F 40. O valor de
retração química (CS) adotado é o mesmo valor utilizado por Bentz, Lura e Roberts
(2005) e Kawashima e Shah (2011), 0,07 g/água/g. Já o grau de hidratação (αmáx) e
saturação (S) do agente de cura interna foi adotado 1, sendo 100% de saturação e 100%
do grau de hidratação dos cimentos, correspondendo as melhores condições para que os
cimentos alcancem melhores propriedades estruturais. Já o valor adotado para a absorção
do agente de cura interna (ΦLWA) foi 37 g/água para cada grama de FCPSA seco. O valor
foi obtido em função de ensaios preliminares de absorção de água em laboratório,
adicionando-se água ao FCPSA até saturar (método empírico).
Figura 15 – A) Filtros utilizados para o ensaio de absorção do FCPSA; B) Filtros prontos para o
ensaio (dois com FCPSA e dois vazios).
uma vez que o material é coletado pela empresa responsável e já misturado, ou, misturado
na própria fábrica onde é produzido. Entretanto este fator não implica no uso do material,
quando que, para que não ocorram diferentes taxas de absorção, é necessário que o
material a ser utilizado seja homogeneizado.
Figura 17 - Microscópio Axio Vision, modelo IMAGER M2m utilizado para o ensaio.
por metro cúbico, chegando a uma taxa de 0,65 kg/m³ (inicialmente de 0,9 kg/m³), o que
corresponde 0,13% sobre o consumo de cimento. Além disso, a nova dosagem encontrada
corresponde à mesma dosagem, de fibras de polipropileno, utilizada para o combate a
retração inicial (pele de crocodilo).
CP II-F 40 CP IV 32
Materiais
Referência FCPSA FCPSA+ Referência FCPSA FCPSA+
Cimento 624 g 624 g 624g 624 g 624 g 624g
Areia de Britagem 749 g 749 g 749g 749 g 749 g 749g
Areia Natural 1123 g 1123 g 1123g 1123 g 1123 g 1123g
Água do traço 338 g 300 g 300 g 335,8 g 300 g 300 g
FCPSA ------ 0,793 g 1,586 g ------ 0,793 g 1,586 g
Água de cura
------ 43,62 g 87,24 g ------ 43,62 g 87,24 g
interna
81
– uma com material pozolânico (CP IV 32) e outra sem (CP II-F 40) – optou-se por
adicionar a idade de 91 dias, com a qual se pode observar o comportamento do FCPSA
como agente de cura interna ao longo das idades em matrizes com pozolana. Já para a
retração, as análises foram realizadas nas idades de 1, 3, 7, 14, 28, 63 e 91 dias
(obedecendo-se as mesmas condições de exposição e tipos de cimento apresentados para
a resistência à compressão). As idades apresentadas, para ambas as análises,
correspondem as idades de ensaio de cada uma das condição de exposição das argamassas
apresentadas (100%, 60% e 30% UR da argamassa referência e FCPSA e 30% UR da
argamassa FCPSA+).
Figura 19 – Compressão das argamassas. A) Leituras das alturas e diâmetros do corpo de prova; B)
Fim do ensaio de resistência à compressão, com ruptura do corpo de prova.
3.2.8 Retração
Para as argamassas referência e FCPSA foram moldadas nove barras – três
destinadas a 100% UR, três para 60% UR e três para 30% UR. E, para a argamassa
FCPSA+ também foram moldadas três barras. No total, para análise da retração, foi
necessária a moldagem de 42 barras (Figura 20).
84
Figura 21 – Corpo de prova posicionado no equipamento para análise do ensaio de retração. (A-
aparelho de retração; B – relógio comparador posicionado no topo do aparelho de retração)
O equipamento é formado por três peças (Figura 22): a) uma fôrma retangular
de aço (A), com dimensões de 7,5 x 7,5 x 30,5 cm, com uma perfuração em cada laterais
de 7,5 x 7,5 cm, por onde são realizadas as leituras de deformações horizontais, por meio
de b) um par de sensores LVDT (B); c) uma base de aço (C), onde se pode acoplar os
sensores LVDT e a caixa retangular, impedindo a movimentação de ambos.
∆ lt
ε = x 106 Equação 4
li
Onde:
“dentes” simétricos de 0,5 cm de altura, com ângulo de 60° entre eles, que tem o intuito
de estimular a fissuração.
A pasta foi misturada manualmente (até que não houvesse mais grumos na
mistura) e adensada em mesa vibratória por um tempo de 5 segundos, a fim de se eliminar
todas as bolhas de ar internas. As análises foram realizadas com ambos os tipos de
cimento, nas pastas da argamassa referência e com as adições anteriormente estabelecidas
de FCPSA e FCPSA+, na condição de exposição de maior probabilidade de fissuração
(ou seja, a 30% UR a uma temperatura de 40°C).
45
40
35
30
25
(MPa)
REF 100%
20 REF 60%
15 REF 30%
FCPSA 100%
10
FCPSA 60%
5 FCPSA 30%
0
0 7 14 21 28
Idade (dias)
gerada pela incorporação do FCPSA. Por se tratar de um cimento com alta reatividade,
enquanto as argamassas referência estão submetidas a condições de exposição sem o
procedimento de cura (com exceção da argamassa referência a 100% UR), as argamassas
contendo o FCPSA passam a liberar água, de dentro para fora, para a matriz, aumentando
assim a capacidade de hidratação das partículas de cimento. Para a argamassa FCPSA
submetida à condição de exposição de 100% UR tem-se a soma da cura interna e externa,
fazendo com que sua resistência mecânica na idade inicial (29,64 MPa) seja superior a
própria argamassa referência (22,62 MPa).
redução de resistência neste tipo de ensaio, a não ser que se desenvolva alguma reação
deletéria no interior da matriz, o que não é provável neste caso. Como pode ser observado,
com exceção da argamassa REF 60%, as demais apresentaram queda de resistência na
idade de 28 dias.
Figura 26 – Imagem ampliada, por meio de micrografia ótica, do FCPSA em estado natural; a)
ampliação de 5 vezes; b) ampliação de 2,5 vezes.
Figura 27 – Imagem ampliada, por meio de micrigrafia ótica, do FCPSA saturado; a) ampliação de
5 vezes; b) ampliação de 2,5 vezes.
Figura 28 - Ensaio de consistência inicial com CP II-F 40 com e sem FCPSA. a) Argamassa com
FCPSA incorporada à mistura; b) Argamassa referência, sem a adição de FCPSA; c) Ajuste de
consistência da argamassa referência com relação à consistência encontrada com a incorporação do
FCPSA.
Figura 29 - Ensaio de consistência inicial com CP IV 32com e sem FCPSA. a) Argamassa com
FCPSA incorporada à mistura; b) Argamassa referência, sem a adição de FCPSA; c) Ajuste de
consistência da argamassa referência com relação à consistência encontrada com a incorporação do
FCPSA.
Além disso, Gomes (2014) destacou, em seu estudo, que o uso de FCPSA em
argamassas baixa a trabalhabilidade da mistura, diferente do alcançado neste estudo. A
diferença se dá na forma em que o FCPSA é adicionado a mistura, Gomes (2014)
adicionou o FCPSA seco, fazendo com que o mesmo absorvesse água da mistura,
baixando assim sua trabalhabilidade.
18
15
12
(MPa)
9
6
3
0
REF II-F FCPSA II-F FCPSA+ II-F REF IV FCPSA IV FCPSA+ IV
Figura 30 – Influência da adição do FCPSA na resistência média à compressão das argamassas com
diferentes cimentos na idade de 24 horas.
Os resultados de resistência à compressão foram submetidos à análise de
variância (ANOVA), considerando-se o efeito significativo (S), ou não (NS), do uso de
FCPSA em dosagem calculada, na idade inicial. Os resultados podem ser visualizados na
Tabela 14 para o cimento CP II-F 40 e Tabela 15 para o cimento CP IV 32.
Tabela 14: Síntese da análise de variância (ANOVA) do efeito do uso de FCPSA na resistência à
compressão obtida para o CP II-F 40 em 24h.
4.5.1 CP II-F 40
Tabela 16: Síntese dos resultados médios de compressão obtidos para o CP II-F 40.
50
40
30
(MPa)
Figura 31- Resistência à compressão média das argamassas moldadas com CP II-F 40
A análise estatística, com síntese apresentada na Tabela 17, foi realizada por
meio da ANOVA. Sua análise completa pode ser encontrada na íntegra no Apêndice D.
Foi analisada entre idades, condição de exposição e com a adição de FCPSA, com um
nível de confiança de 95% (valor-P<0,05).
Tabela 17: Síntese dos resultados da análise de variância (ANOVA) do efeito do uso de FCPSA, da
condição de cura e da análise entre idades na resistência à compressão para o CP II-F 40.
4.5.2 CP IV 32
Tabela 18: Síntese dos resultados médios de compressão obtidos para o CP IV 32.
102
50 REF IV 100%
REF IV 60%
45
REF IV 30%
FCPSA IV 100%
40
FCPSA IV 60%
35 FCPSA IV 30%
FCPSA+ IV30%
30
(MPa)
25
20
15
10
0
0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91
Idade (dias)
Figura 32- Resistência à compressão média das argamassas moldadas com CP IV 32.
Tabela 19: Síntese da análise de variância (ANOVA) do efeito do uso de FCPSA, da condição de
cura e da análise entre idades na resistência à compressão para o CP IV.
103
Tal como observado no CP II-F 40, na idade de três dias as argamassas que
estavam em condições de temperaturas mais elevadas, propiciando o crescimento
acelerado de resistência, apresentaram de fato melhores resistências, sendo observada na
argamassa referência curada a 30% UR. Já com o decorrer da idade, aos 14 dias esta
argamassa apresentou um crescimento inferior a 50%, diferente da curada a 100%, que
entre as idades cresceram mais de 120%.
próxima as demais devido ao efeito de cura interna, porém, no decorrer das idades, a água
destinada a cura interna passou a dar lugar a uma alta porosidade.
b) A prática de cura interna não substitui a da cura externa, sendo esta ainda
necessária, principalmente pela cura externa evitar a evaporação
excessiva de água da superfície da estrutura;
4.6.1 CP II-F 40
0,1
Figura 33- Retração média das argamassas moldadas com CP II-F 40.
Tabela 20: Síntese da análise de variância (ANOVA) do efeito do uso de FCPSA e condição de cura
na retração para o CP II-F 40.
Diniz, Fernandes, Kuperman (2011), Hermite5 (1960) apud Mehta e Monteiro (2014),
Petrucci (1973), que afirmam que melhores condições de cura apresentam valores de
retração próximos à zero.
5
HERMITE, R. L. Proceedings of the Fourth International Symposium on Chemistry of Cements,
Washington, D. C., 1960.
108
condição de 60% UR, o uso de FCPSA, apresenta uma redução de 20% na retração
encontrada. Já para a condição de 30% UR, o combate a retração é ainda mais efetivo,
tem-se uma redução de 43% na retração. Ou seja, quando a argamassa é submetida a
menores umidades relativas, o agente de cura interna passa a liberar a água com maior
velocidade nas idades inicias, suprindo a necessidade de hidratação da argamassa. Nesse
sentido tem-se uma melhora de resistência à compressão inicial e uma menor propagação
da retração. Entretanto esses valores não são mantidos até as idades posteriores em função
da porosidade deixada à matriz.
0,2
0
0 5 10 15 20 REF II-F 100%
-0,2 REF II-F 60%
Deformação (mm)
Figura 34- Retração média das argamassas moldadas com CP II-F 40 até a idade de 20 dias.
4.6.2 CP IV 32
0,1
-0,3
REF IV 30%
-0,5
FCPSA IV 100%
-0,7 FCPSA IV 60%
-1,3
Idade (dias)
Tabela 21: Síntese da análise de variância (ANOVA) do efeito do uso de FCPSA e condição de cura
na retração para o CP IV 32.
Tal como observado no CP II-F 40, para este tipo de cimento a condição de
exposição apresenta-se significativa na propagação da retração. Ou seja, em melhores
condições de exposição (100% UR) a retração é menor do que as encontradas em
ambientes mais propícios a ocorrer retração, como 60% e principalmente, 30% UR. Já
usar FCPSA não apresenta significância no combate a retração, independente da consição
de exposição. Algumas variações podem ser observadas.
0,2
0 REF IV 100%
0 5 10 15 20
Deformação (mm)
REF IV 60%
-0,2
REF IV 30%
-0,4 FCPSA IV 100%
FCPSA IV 60%
-0,6
FCPSA IV 30%
-0,8 FCPSA+ IV 30%
-1 Idade (dias)
Figura 36- Retração média das argamassas moldadas com CP IV 32 até a idade de 20 dias.
4.7.1 CP II- F 40
A Figura 37 apresenta os deslocamentos lineares obtidos com o cimento CP
II-F 40 a uma condição de exposição de 60% UR.
500
Deslocamento (adimensional)
400
300
200
100
0
00:10
01:10
02:10
03:10
04:10
05:10
06:10
07:10
08:10
09:10
10:10
11:10
12:10
13:10
14:10
15:10
16:10
17:10
18:10
19:10
20:10
21:10
22:10
23:10
-100
Tempo
REF II-F 60% FCPSA II-F 60% FCPSA+ II-F 60%
Figura 37 - Deslocamento inicial das argamassas mantidas a 60% UR, moldadas com CP II-F 40.
112
Salienta-se que com a técnica utilizada não é possível identificar dados como
tempo de pega, relacionados ao calor de hidratação. Análises quanto à temperatura da
argamassa e temperatura da condição de exposição foram medidas, entretanto, não se
obtiveram nenhum resultado. De modo geral, a temperatura da argamassa medida durante
o ensaio corresponde à temperatura da condição de cura, com isso, não sendo possível
localizar picos de início e fim de pega.
500
Deslocamento (adimensional)
400
300
200
100
-100
00:10
01:10
02:10
03:10
04:10
05:10
06:10
07:10
08:10
09:10
10:10
11:10
12:10
13:10
14:10
15:10
16:10
17:10
18:10
19:10
20:10
21:10
22:10
23:10
REF II-F 30% FCPSA II-F 30% FCPSA+ II-F 30% Tempo
Figura 38 - Deslocamento inicial das argamassas mantidas a 30% UR, moldadas com CP II-F 40.
4.7.2 CP IV 32
Para as argamassas moldadas com o cimento CP IV 32, mantidas a 60% UR
(Figura 39), o comportamento de deslocamento de retração é diferente do observado no
CP II-F 40. Observa-se não há retração propriamente dita, mas sim pequenos
deslocamentos ocorridos ao longo do período de ensaio, voltando a estabilizar-se na
retração zero em poucas horas. Estes pequenos deslocamentos, observados também no
CP II-F 40, não apresentam relação direta com o deslocamento linear, mas sim com
pequenas oscilações de bancada de ensaio ou, associadas à sensibilidade do equipamento,
apresentando-se apenas como ruídos de ensaio.
500
Deslocamento (adimensional)
400
300
200
100
0
00:10
01:10
02:10
03:10
04:10
05:10
06:10
07:10
08:10
09:10
10:10
11:10
12:10
13:10
14:10
15:10
16:10
17:10
18:10
19:10
20:10
21:10
22:10
23:10
-100
Figura 39 - Deslocamento inicial das argamassas mantidas a 60% UR, moldadas com CP IV 32.
500
Deslocamento (adimensional)
400
300
200
100
0
-100
00:10
01:10
02:10
03:10
04:10
05:10
06:10
07:10
08:10
09:10
10:10
11:10
12:10
13:10
14:10
15:10
16:10
17:10
18:10
19:10
20:10
21:10
22:10
23:10
REF IV 30% FCPSA IV 30% FCPSA+ IV 30% Tempo
Figura 40 - Deslocamento inicial das argamassas mantidas a 30% UR, moldadas com CP IV 32.
600
Retração (mm²)
500
400
300
200
100
0
REF FCPSA FCPSA+
IIF 560,5718 434,5645 271,1728
IV 323,1907 76,9786 6,2837
Figura 41 – Fissuração em estado fresco das argamassas curadas a 30% de umidade relativa.
117
4.8.1 CP II-F 40
4.8.2 CP IV 32
De modo geral, diferente do CP II-F 40, estas pastas apresentam áreas muito
inferiores de fissuração, porém com comportamento similar. Não apresentam sentido
horizontal ou vertical e em menor quantidade devido ao baixo calor de hidratação gerado
por este tipo de cimento. As fissuras apresentam-se em maior quantidade para pastas sem
cura interna, chegando a quase inexistirem para pastas com dosagem estimada de FCPSA.
A pasta referência (Figura 45) apresenta a maior área fissurada, com 323,1907
mm² de área da forma, correspondendo a apenas 0,81% da área total. Na pasta contendo
FCPSA calculado (Figura 46) tem-se apenas 76,9786 mm² de área fissurada,
correspondendo a 0,19% da área da forma, com redução significativa de 76,18% de área
fissurada comparada à pasta referência. Já na pasta contendo a dosagem estimada de
FCPSA (Figura 47) a fissuração apresentou um índice extremamente baixo, apresentando
somente 6,2837 mm² de área fissurada, correspondendo a 0,02% da área da placa, com
apenas quatro fissuras.
fibra celulósica, com fibras de curto alcance e chatas, estas podem auxiliar na mitigação
da proliferação das fissuras, tal quais as fibras destinadas a controle de fissuração inicial.
Além disso, a dosagem com FCPSA calculado pelo método proposto por Bentz, Lura e
Roberts (2005) corresponde à mesma dosagem de fibra de controle de fissuração,
normalmente adicionada a concretos.
Análise CP II-F 40 CP IV 32
Taxa de absorção de
55g/H2O/g FCPSA
água do FCPSA
Redução de relação a/c de 0,54 para 0,48 em ambos os tipos de
Efeito plastificante
cimento
Inchamento De forma esférica, distribuído em meio a fibras de celulose.
Há diferença significativas
Não há diferença significativa nas nas resistências, porém há a
Resistência à FCPSA resistências. Resistências necessidade de análise em
compressão equivalentes. idades superiores há 91 dias
comparada à para comprovação do uso.
argamassa
Há diferença significativa nas Há diferença significativa nas
referência.
FCPSA+ resistências. Muito inferiores para resistências. Muito inferiores
FCPSA+. para FCPSA+.
Redução de 43% e 20% da
Redução de 61% da retração
retração em argamassas
Retração por FCPSA em argamassas submetidas a
submetidas a 30% UR e 60%,
secagem 30% UR em 3 dias.
respectivamente, em 3 dias.
FCPSA+ Elevada retração Elevada retração
Retração FCPSA Pequena Média
plástica FCPSA+ Média Pequena
FCPSA Redução de 22,48% Redução de 76,18%
Fissuração
FCPSA+ Redução de 51,63% Redução de 98,06%
5 CONCLUSÕES
A seguir serão apresentadas as considerações finais que respondem aos
objetivos propostos. Posteriormente uma síntese da conclusão e sugestões de trabalhos
futuros.
II-F 40 e 61% para o cimento CP IV 32. Com dosagem não calculada de FCPSA ganhos
no combate a retração também são alcançados com idades de 3 dias, porém, ao longo do
tempo, a retração é superior as demais argamassas, e, equivalente a argamassa FCPSA
submetida a 30% UR na idade de 91 dias.
REFERÊNCIAS
_____ NBR 5738: Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova.
Rio de Janeiro, 2003.
MOHR, B. J., et al. "Examination of wood-derived powders and fibers for internal
curing of cement-based materials." Proceedings of the 4th Interntational Seminar:
Self-Desiccation and Its Importance in Concrete Technology. 2005.
SHEN, D., WANG, X., CHENG, D. ZHANG, J., JIANG, G. Effect of internal curing
with super absorbent polymers on autogenous shrinkage of concrete at early age.
Construction and Building Materials 106 (2016), 512-522.
APÊNDICE
137
APÊNDICE A
3 dias - REFERÊNCIA
Identi Carga Médi CV
f Altura Diâmetro (kN) MPa Pot. a DP (%)
50,0 49,7 21,3
11 100 99,95 7 5 41,8 7
100,4 50,4 50,4 23,6 23,6 1,1
22,62 5,1%
12 9 100,4 5 7 47,3 5 5 6
100,4 50,2 22,8
13 100,9 1 50,6 2 45,6 5
100,1 50,4 50,0 20,0
21 4 99,69 2 6 39,8 8
100,5 50,0 50,0 23,1 24,0 2,0
22,42 9,3%
22 2 99,77 9 7 45,5 0 8 9
100,2 100,0 49,6 50,0 24,0
23 8 5 7 3 47 8
100,1 49,7 49,7 25,1
31 2 100,4 8 1 48,9 6
50,3 22,2 25,6 1,8
24,37 7,5%
32 99,17 99,14 49,5 6 43,6 7 8 4
100,5 100,0 50,0 50,0 25,6
33 9 1 4 3 50,5 8
7 dias - REFERÊNCIA
Identi Carga Médi CV
f Altura Diâmetro (kN) MPa Pot. a DP (%)
50,1 50,6 41,4
11 99,79 99,93 8 4 82,7 4
100,0 50,2 38,1 41,4 2,6
38,57 7,0%
12 2 99,57 6 50,3 75,8 8 4 9
50,1 50,3 36,1
13 99,94 99,93 6 5 71,6 0
138
49,9 35,3
21 99,3 99,41 9 50,3 69,9 9
50,2 50,4 34,9 35,3 0,8
34,71 2,4%
22 99,11 99,18 2 7 69,6 6 9 3
50,3 50,2 33,7
23 99,48 99,41 6 9 67,2 8
49,7 35,3
31 99,83 99,95 49,6 2 68,5 7
50,7 50,4 34,8 35,3 1,3
34,35 4,0%
32 99,58 99,51 5 8 70,2 9 7 6
50,3 32,8
33 98,58 98,84 6 50,1 65 0
15 dias - REFERÊNCIA
Identi Carga Médi CV
f Altura Diâmetro (kN) MPa Pot. a DP (%)
100,0 100,0 50,2 50,1 50,1 44,4
11 3 2 5 2 5 87,9 6
101,5 101,6 50,4 49,9 39,1 44,4 2,8
41,17 7,0%
12 1 8 1 49,7 3 77 9 6 7
50,4 50,1 39,8
13 99,72 99,42 49,9 4 7 78,8 6
49,4 49,0 49,4 33,6
21 99,72 99,42 9 1 6 64,3 6
49,9 49,9 49,9 34,9 37,9 2,1
35,51 6,2%
22 98,68 98,86 5 5 7 68,5 5 3 9
50,0 50,2 50,4 37,9
23 98,18 98,74 7 8 8 75,3 3
49,9 49,7 49,8 36,4
31 98,58 98,43 3 7 5 71,2 8
49,5 49,5 49,5 33,7 36,4 3,3
33,39 9,9%
32 97,04 97,13 2 4 3 65,1 9 8 1
50,4 49,9 50,1 29,8
33 98,45 98,45 7 4 2 59,1 9
28 dias - REFERÊNCIA
Identi Carga Médi CV
f Altura Diâmetro (kN) MPa Pot. a DP (%)
101,3 101,7 50,1 49,5 49,6 31,4
11 1 1 2 3 1 61,1 3
101,0 100,8 49,9 49,4 41,1 44,5 6,8
39,07 17,5%
12 3 3 49,3 3 8 79,5 9 9 3
49,9 49,9 49,9 44,5
13 99,83 99,41 3 9 5 87,4 9
49,6 49,7 49,6 34,9
21 99,48 99,12 4 3 3 67,7 4 35,5 0,5
35,03 1,5%
50,0 49,8 49,9 34,5 8 2
22 98,59 98,91 4 5 5 67,7 5
139
3 DIAS - FCPSA
Identi Carga Médi CV
f Altura Diâmetro (kN) MPa Pot. a DP (%)
49,5 49,7 28,8
11 98,55 98,47 49,7 55,8
2 3 2
49,8 50,6 49,5 29,7 30,3 0,7
12 98,53 98,37 58,5 29,64 2,5%
5 5 3 8 0 5
100,0 50,0 49,2 49,8 30,3
13 99,74 58,9
3 8 7 9 0
49,2 49,9 49,7 27,4
21 98,47 98,5 53
4 2 2 0
49,4 49,6 49,4 25,5 28,8 1,6
22 98,51 98,54 49,2 27,25 6,0%
3 7 7 4 2 4
50,0 49,6 49,5 28,8
23 97,27 97,26 56,1
8 9 9 2
49,3 49,6 49,8 31,4
31 98,56 98,47 60,8
9 3 4 4
49,6 49,6 49,8 30,0 31,4 0,7
32 98,06 98,04 58,3 30,53 2,6%
2 4 4 5 4 9
49,5 49,5 49,3 30,0
33 98,41 98,35 57,8
1 2 4 9
7 DIAS - FCPSA
Identi Carga Médi CV
Altura Diâmetro MPa Pot. DP
f (kN) a (%)
50,1 50,0 50,0 33,5
11 97,77 97,81 66,1
1 8 7 5
49,7 34,5 34,5 0,8
12 98,59 98,71 49,4 50 67,1 33,68 2,4%
8 5 5 1
50,4 50,3 49,9 32,9
13 99,07 99,36 65,3
4 2 6 4
49,4 49,5 49,5 32,1
21 96,69 96,62 61,9
5 2 8 4
49,7 49,7 49,7 32,2 32,2 0,3
22 97,72 97,8 62,8 32,04 1,0%
7 8 5 8 8 1
50,0 49,7 49,9 31,6
23 97,45 98,49 62
4 5 3 9
49,6 49,5 30,4 32,1 1,3
31 96,97 97,05 49,5 58,7 30,72 4,2%
2 5 3 3 0
140
15 DIAS - FCPSA
Identi Carga Médi CV
Altura Diâmetro MPa Pot. DP
f (kN) a (%)
101,2 100,1 49,7 49,4 50,3 32,8
11 64
6 9 9 2 3 0
100,9 49,6 49,5 49,8 32,1 36,5 2,3
12 101,7 62,2 33,81 7,0%
4 1 2 1 3 1 6
50,0 50,1 50,1 36,5
13 97,93 97,99 72
6 1 6 1
49,5 49,5 49,3 38,0
21 98,31 98,15 73,2
6 5 6 5
50,0 49,8 49,8 37,0 39,7 1,3
22 98,73 98,56 72,4 38,26 3,5%
1 2 7 2 1 6
49,6 49,2 49,4 39,7
23 98,61 98,57 76,3
6 8 4 1
49,4 49,6 49,7 32,9
31 97,57 97,56 63,6
1 2 1 4
50,2 49,5 50,1 28,9 32,9 2,1
32 97,53 97,86 56,8 30,58 6,9%
9 4 6 3 4 0
50,1 49,6 49,4 29,8
33 97,54 97,98 58
1 2 3 7
28 DIAS - FCPSA
Identi Carga Médi CV
Altura Diâmetro MPa Pot. DP
f (kN) a (%)
49,7 49,5 49,9 30,8
11 99,13 99,58 60
9 4 4 6
49,8 49,5 49,8 26,9 36,8 4,9
12 98,79 99,22 52,3 31,53 15,8%
4 2 4 2 2 8
49,5 49,4 36,8
13 99,37 99,35 50 71,3
5 1 2
49,7 49,8 33,5
21 98,18 98,12 49,8 65,3
5 5 2
49,6 49,2 49,4 35,3 35,3 3,2
22 98,15 97,95 67,9 32,62 10,1%
1 5 9 5 5 9
49,8 50,1 49,9 28,9
23 98,76 98,44 56,8
2 4 3 7
50,2 50,4 50,4 26,9
31 99,51 99,82 53,8
7 8 4 7
49,4 49,3 49,5 23,7 26,9 2,2
32 98,52 98 45,7 24,48 9,1%
9 7 1 9 7 3
49,6 49,3 22,6
33 97,97 97,73 49,8 43,8
7 3 7
142
APÊNDICE B
14 DIAS
Carga CV
Identif Diâmetro Altura (kN) MPa Pot. Média DP (%)
50,42 50,23 50,44 99,2 99,2 80,9 40,61
50,37 50,43 50,18 99,77 99,68 70,2 35,29
REF IIF 50,13 49,97 50,01 99,88 100,49 81,7 41,55
42,77 40,13 2,56 6,4%
100% 50,18 50,19 50,11 99,56 99,42 79,7 40,33
49,98 50,13 50,18 99,39 99,48 84,3 42,77
49,81 49,59 49,94 98,62 99,64 78,3 40,23
49,97 49,55 49,55 99,16 98,55 75,3 38,83
49,56 49,62 49,86 98,93 98,74 72,5 37,40
REF IIF 49,54 49,91 49,73 99,68 99,63 75,3 38,77
40,49 38,89 1,28 3,3%
60% 49,69 49,71 49,65 98,62 98,48 78 40,23
50,4 50,26 49,71 98,83 98,89 74,2 37,60
49,75 49,72 49,59 98,04 98,73 78,5 40,49
50,16 50,13 50,11 98,67 98,98 69,8 35,36
49,76 49,44 49,56 96,78 96,52 69,8 36,14
REF IIF 49,32 49,92 49,61 98,23 97,96 63,7 32,95
36,14 34,46 1,14 3,3%
30% 49,45 49,34 49,46 97,74 97,72 64,8 33,79
49,66 50,03 49,73 98,94 98,6 66,7 34,23
50 49,91 49,89 99,01 98,6 67,2 34,32
49,47 50,01 49,43 98,74 98,57 64,7 33,44
49,66 49,85 49,58 98,72 98,67 79,2 40,83
FCPSA 49,89 49,9 49,81 97,84 978,1 79,2 40,55
IIF 100,0 42,87 39,26 3,31 8,4%
100% 49,94 49,44 50,19 5 99,94 83,7 42,87
49,78 49,74 49,93 98,1 98,02 78,4 40,22
49,96 49,63 49,71 98,47 98,33 73,2 37,63
100,0
49,9 49,86 49,38 9 100,02 77,4 39,88
FCPSA 50,12 49,61 49,64 98,65 98,53 78 40,06
42,37 40,40 1,41 3,5%
IIF 60% 49,69 49,52 49,44 98,77 98,67 80,8 41,90
49,83 50,16 49,8 99,6 99,36 76,7 39,17
49,9 46,69 49,76 98,88 98,95 79,2 42,37
146
91 DIAS
Carga CV
Identif Diâmetro Altura (kN) MPa Pot. Média DP (%)
50,25 49,73 50,37 97,03 97,00 79,7 40,40
49,6 49,6 49,55 95,94 95,92 77,6 40,19
REF
49,83 49,79 50,62 96,24 96,17 93,2 47,31 50,5 10,0
IIF 45,18 4,65
50,21 49,53 49,7 96,06 96,01 83,5 42,85 3 %
100%
50,45 49,54 50,14 96,76 96,64 98,00 49,82
49,94 49,91 49,99 95,11 94,76 99,00 50,53
49,56 49,09 49,79 99,11 99,34 74,3 38,64
49,41 49,71 49,85 99,02 98,84 72,8 37,59
REF
49,59 49,62 49,93 98,98 98,84 80,2 41,32 43,7 5,6
IIF 39,90 2,24
49,86 50,09 49,59 98,61 98,61 85,3 43,71 1 %
60%
49,73 49,62 49,58 99,39 99,39 75,1 38,80
49,72 49,55 50,25 98,3 98,51 76,7 39,31
49,8 49,56 49,91 97,11 97,06 73,8 37,95
49,95 49,96 49,95 98,33 98,82 61,1 31,18
REF
49,97 49,64 49,7 99,16 99,28 79,8 41,02 41,4 9,8
IIF 38,48 3,78
49,54 49,66 49,77 97,64 97,6 76,5 39,50 1 %
30%
49,71 49,52 50,48 98,32 98,32 81 41,41
49,81 50,1 49,34 98,61 98,51 77,4 39,82
49,54 49,66 50,06 98,25 98,19 90,1 46,34
FCPSA 49,84 49,78 50,27 99,14 98,99 94,5 48,20
48,2 4,2
IIF 49,58 49,73 50,16 98,97 98,63 85,2 43,70 46,14 1,96
0 %
100%
49,74 49,45 49,64 98,08 98,11 92,5 47,85
50,15 50,21 50,3 99,14 99,21 93 46,95
150
RETRAÇÃO
Tipo 1 dia 3 dias 7 dias 14 dias 28 dias 63 dias 91 dias
REF IIF 100% 0,006 -0,005 -0,080 0,018 -0,006 -0,098
REF IIF 60% -0,164 -0,301 -0,605 -0,561 -0,740 -0,944
REF IIF 30% -0,415 -0,621 -0,879 -0,877 -1,011 -1,145
FCPSA IIF 100% -0,053 -0,219 -0,072 -0,167 -0,105 -0,079
FCPSA IIF 60% -0,205 -0,212 -0,417 -0,768 -0,844 -1,021
FCPSA IIF 30% -0,233 -0,515 -0,800 -1,019 -1,024 -1,073
FCPSA+ IIF30% -0,345 -0,671 -0,995 -1,175 -1,044 -1,064
REF IV 100% 0,068 -0,061 0,000 -0,139 -0,195 -0,205
REF IV 60% -0,112 -0,383 -0,681 -0,663 -0,988 -1,245
REF IV 30% -0,553 -0,675 -0,699 -0,824 -0,812 -1,008
CPSA IV 100% -0,007 -0,163 -0,045 -0,157 -0,119 -0,205
FCPSA IV 60% -0,095 -0,500 -0,489 -0,939 -0,831 -1,004
FCPSA IV 30% -0,213 -0,763 -0,628 -0,808 -0,808 -1,051
FCPSA+ IV 30% -0,431 -0,814 -0,889 -0,995 -0,997 -0,978
APÊNDICE D
ANOVA (REFERÊNCIA)
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Sign.?
Condição de cura 256,1267 2 128,0633 22,81826 0,00000 3,150411 S
Idade 1293,622 3 431,2072 76,83227 0,00000 2,758078 S
Interação 351,9619 6 58,66032 10,45206 0,00000 2,254053 S
Dentro 336,7392 60 5,612319
Total 2238,449 71
ANOVA (FCPSA)
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Sign.?
Condição de cura 640,8668 2 320,4334 89,38495 0,00000 3,150411 S
Idade 1329,993 3 443,3311 123,6673 0,00000 2,758078 S
Interação 519,9658 6 86,66096 24,17409 0,00000 2,254053 S
Dentro 215,0922 60 3,58487
Total 2705,918 71
ANOVA (Referência)
ANOVA (FCPSA)
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Sign. ?
Condição de Cura 2,073141 3 0,691047 20,01797 0,0000 3,287382 S
Idades 1,168068 5 0,233614 6,767226 0,0017 2,901295 S
Erro 0,51782 15 0,034521
Total 3,759029 23
ANOVA (100%)
158
ANOVA (60%)
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Sign. ?
Udo de FCPSA 0,001925 1 0,001925 0,191215 0,6801 6,607891 NS
Idades 0,957208 5 0,191442 19,01309 0,0029 5,050329 S
Erro 0,050345 5 0,010069
Total 1,009478 11
ANOVA (30%)
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Sign. ?
Udo de FCPSA 0,006721 1 0,006721 1,072405 0,3479 6,607891 NS
Idades 0,893291 5 0,178658 28,50535 0,0011 5,050329 S
Erro 0,031338 5 0,006268
Total 0,93135 11
ANOVA (REFERÊNCIA)
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Sign.?
Condição de cura 1655,783 2 827,8915 552,0029 0,0000000 3,1504113 S
Idade 2119,554 3 706,5181 471,0763 0,0000000 2,7580783 S
Interação 1304,087 6 217,3479 144,9184 0,0000000 2,254053 S
Dentro 89,98773 60 1,499796
Total 5169,412 71
ANOVA (FCPSA)
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Sign.?
Condição de cura 1827,252 2 913,6259 267,7569 0,0000 3,150411 S
Idade 2242,825 3 747,6082 219,102 0,0000 2,758078 S
Interação 920,1303 6 153,3551 44,94385 0,0000 2,254053 S
162
ANOVA (Referência)
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Sign. ?
Condição de Cura 1,61634 2 0,80817 27,71041 0,0001 4,102821 S
Idades 0,716177 5 0,143235 4,911233 0,0158 3,325835 S
Erro 0,291649 10 0,029165
Total 2,624166 17
ANOVA (FCPSA)
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Sign. ?
Condição de Cura 1,859429 3 0,61981 33,80255 0,0000 3,287382 S
Idades 0,980853 5 0,196171 10,69855 0,0002 2,901295 S
Erro 0,275043 15 0,018336
Total 3,115326 23
ANOVA (60%)
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Sign. ?
Udo de FCPSA 0,003816 1 0,003816 0,18882 0,6820 6,607891 NS
Idades 1,321894 5 0,264379 13,08059 0,0068 5,050329 S
Erro 0,101058 5 0,020212
Total 1,426768 11
ANOVA (30%)
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Sign. ?
Udo de FCPSA 0,0075 1 0,0075 0,649317 0,4570 6,607891 NS
Idades 0,456337 5 0,091267 7,901523 0,0203 5,050329 S
Erro 0,057753 5 0,011551
Total 0,52159 11