Versões Da Bíblia
Versões Da Bíblia
Versões Da Bíblia
1. SEPTUAGINTA (LXX)
Esta é uma tradução do original hebraico do Antigo Testamento para o grego. Foi feita
em Alexandria, entre os séculos III e I a.C., por diversos tradutores.
2. LATIM ANTIGO.
3. VULGATA LATINA.
Feita ao final do séc. IV d.C., por Jerônimo. Ele fez três traduções do livro de Salmos,
sendo que a segunda é que foi adotada. Sua tradução do Antigo Testamento, a princípio,
deixou de lado os livros apócrifos, por não desejar que os mesmos fossem incluídos em
sua versão, embora já houvesse traduzido os livros de Judite e Tobias. Ao final, estes
livros foram adicionados, fazendo parte da Vulgata. Esta foi a Bíblia oficial durante
toda a idade média, na Europa ocidental. Existem cerca de oito mil manuscritos da
Vulgata.
4. SIRÍACO PESHITTA.
Foi traduzida do hebraico, no II século d.C. e era o texto padrão dos cristãos sírios.
Posteriormente houve uma revisão, pela LXX.
5. HEXAPLA SIRÍACA.
Foi traduzida com base na LXX de Orígines, pelo bispo de Tela, em 617 d.C. Este
manuscrito foi bastante estudado no exame da LXX, em virtude de ter preservado as
notas críticas do original grego de Orígines.
6. COPTA (egípcio).
São quatro as versões do Antigo Testamento nesta língua. A saídica ou tebaica foi
preparada no século II d.C., no sul do Egito, com base na LXX. No século IV d.C., no
norte do Egito, foi preparada a versão boárica ou menfítica. Com poucos fragmentos,
conhece-se também as versões fayúmica e akhmímica.
7. VERSÕES MENORE
Foi produzida no fim do século II, d.C., provavelmente na África. Existe a forma
africana e européia. A européia, ou itálica, serviu como uma das bases da Vulgata de
Jerônimo, quanto ao Novo Testamento. A africana foi usada por Cipriano. A versão em
Latim Antigo é importante testemunho do tipo de texto anterior ao Textus Receptus.
2. DIATESSARON.
Preparada em grego cerca de 160 d.C. e traduzida para o siríaco. Trata-se de uma
harmonia dos evangelhos de autoria de Taciano.
3. SIRÍACO ANTIGO.
Traz este nome para não ser confundida com a versão Peshitta posterior, que era a
versão popular em siríaco. Essa versão existe nos manuscritos sinaítico e curetoniano.
4. PESHITTA.
É uma tradução para o siríaco, do fim do século IV d.C. Seu cânon é composto por
apenas 22 livros, não trazendo II Pedro, e III João, Judas e Apocalipse.
5. COPTA.
6. ARMÊNIA.
É do final do século V d.C. e tem sua base numa fonte cujo texto tinha similaridade com
os manuscritos gregos Theta, 565 e 700. Afasta-se muito dos melhores manuscritos
gregos, aproximando-se do Textus Receptus. Há 1.244 cópias dessa versão.
7. GEÓRGIA.
Seu manuscrito mais antigo é o Adysh, de 897 d.C. É possível que essa tradução tenha
sua origem do texto armênio. Era a Bíblia da Geórgia.
8. VULGATA LATINA.
Preparada por Jerônimo, ao final do século V, é uma revisão dos manuscritos mais
antigos. Tornou-se o texto latino do Novo Testamento. A partir do Concílio de Trento,
1546, é considerado o texto oficial da Igreja Católica Romana. Cerca de oito mil
manuscritos da Vulgata apresentam uma mistura de tipos textuais, visto suas adições,
exclusões e contaminações, feitas por muitos escribas através dos séculos.
9. VERSÕES SECUNDÁRIAS.
Mesmo antes da Reforma protestante houve muitas traduções da Bíblia para as diversas
línguas faladas. Em 1382, com John Wycliff, teve início a Bíblia inglesa, com base na
Vulgata Latina; por isso inclui também os livros apócrifos. Em 1280 e 1400 surgiram
porções da Bíblia em português (veja o artigo sobre a BÍBLIA EM PORTUGUÊS). Mas
somente com a Reforma protestante é que a Bíblia começou a ser traduzida para o
inglês, alemão, francês, italiano, espanhol, português e outras línguas européias. Para
obter-se uma obra, para que não fosse volumosa, então mais cara, os tradutores
procuravam produzir o texto com economia de palavras, perdendo em muito o
significado das línguas originais. Isso foi corrigido em tempo e começaram a surgir
traduções mais fieis ao texto original, sem preocupação com economia de palavras.
Destas novas traduções destacamos a Amplified New Testament, da Zondervan
Publishing House; The New Testament de Charles B. Williams e The New Testament,
an Expanded Translation, de Kenneth S. Wuest. Outras traduções tornaram-se
importantes: A Bíblia de Tyndale, traduzida em 1525 diretamente do hebraico e grego.
A Versão do Rei Tiago (King James), baseada na Bíblia de Tyndale, sob a encomenda
do Rei Tiago, surgiu em 1611 e popularizou-se entre os países de língua inglesa. The
American Standard Revised Bible, lançada por ingleses e americanos em 1901, sendo
uma espécie de revisão da versão do Rei Tiago.
A partir de 1804, com a British and Foreign Bible Society surgiram às modernas
Sociedades Bíblicas que muito vêm contribuindo para a divulgação da Bíblia.
1. Traduções parciais.
O rei D. João I (1385-1433) ordenou que houvesse uma tradução para o português.
Alguns padres católicos, a partir da Vulgata, traduziram os evangelhos, Atos e as
epístolas de Paulo. O próprio rei traduziu o livro de Salmos. Com esses livros
publicaram a obra.
Mais tarde foram preparadas outras traduções de porções bíblicas: os evangelhos, que a
infanta Dona Filipa, neta do rei D. João I, traduziu do francês; o evangelho de Mateus e
porções dos outros evangelhos, da Vulgata, pelo frei Bernardo de Alcobaça; os
evangelhos e as epístolas, pelo jurista Gonçalo Garcia de Santa Maria; uma harmonia
dos evangelhos, por Valentim Fernandes, em 1495; em 1505, por ordem da rainha
Leonora, foram publicados o livro de Atos e as epístolas gerais.
Por conhecer o hebraico e o grego, usou os mss. dessas línguas para sua tradução.
Quando iniciou o empreendimento era pastor protestante. Almeida utilizou-se do Textus
Receptus, que representa os mss. do grupo bizantino, possivelmente o mais fraco entre
os mss. gregos. Primeiramente traduziu e editou o N.T. publicado em 1681, em
Amsterdã, Holanda. Essa tradução apresentava muitos erros. Almeida mesmo fez uma
lista de dois mil erros. Muitos desses erros foram feitos pela comissão holandesa, que
procurou harmonizar a tradução de Almeida com a versão holandesa de 1637. A
dificuldade de Almeida é que não havia papiro algum e os unciais (mss em letras
maiúsculas) eram poucos. Esta a razão porque teve que lançar mão de fontes inferiores.
Ele utilizou-se da edição de Elzevir do Textus Receptus, de 1633. As edições mais
modernas muito progrediram na tradução. Com base nesta tradução foram lançadas a
Revista e Atualizada, A Edição Revista e Atualizada e a Versão Revisada de acordo
com os melhores textos em Hebraico e Grego, a versão que apresentamos neste
programa, como a mais indicada para estudos.
Teve como base a Vulgata Latina. Em 1896 fez sua primeira tradução em colunas
paralelas da Vulgata e de sua tradução para o português. Essa tradução foi usada pela
Igreja de Roma. Por ter sido utilizada a Vulgata como base, tem a desvantagem de não
representar o melhor texto do N.T. que conhecemos pelos mss. unciais mais antigos e
pelos papiros.
3.1 No Brasil, a primeira tradução, somente do Novo Testamento, foi feita por frei
Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, traduzida da Vulgata e somente do N.T. Foi
publicada em São Luiz do Maranhão. Esta obra teve forte impacto por trazer em seu
prefácio acusações contra as "bíblias protestantes", que estariam "falsificadas" e
falavam "contra Jesus Cristo e contra tudo quanto há de bom”.
3.2 Primeira Edição Brasileira do Novo Testamento de Almeida. Esta edição foi revista
por José Manoel Garcia, pelo pastor M.P.B. de Carvalhosa e pelo pastor Alexandre
Blackford, agente da Sociedade Bíblica Americana no Brasil. Esta obra foi lançada em
1879 pela Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro.
3.3 Harpa de Israel, título dado à tradução do Livro dos Salmos, em 1898, por F.R. dos
Santos Saraiva.
3.7 O Livro de Amós, traduzido do idioma etíope por Esteves Pereira, em 1917.
3.8 O Novo Testamento e o Livro dos Salmos, baseados na Vulgata, em 1923, por J.
Basílio Pereira.
3.9 Lei de Moisés (O Pentateuco) preparada em hebraico e português, pelo rabino Meir
Masiah Melamed. Não há indicação de data.
3.10 Tradução do Padre Humberto Rodhen. Foi o primeiro católico a fazer uma
tradução diretamente do grego. Traduziu o N.T. que foi publicado pela Cruzada de Boa
Imprensa em 1930. Tal como Almeida utilizou-se de textos inferiores, por isso, sofreu
severa crítica.
4.1 Tradução Brasileira. Iniciada em 1902 e concluída em 1917, sob a direção do Dr. H.
C. Tucker. A comissão tradutora utilizou-se de mss. melhores do que os de Almeida.
Entretanto, nunca foi muito popular.
4.2 Tradução do Padre Matos Soares. Foi baseada na Vulgata. É de 1930, e em 1932
recebeu apoio papal. É muito popular entre os católicos.
4.4 Tradução pelos monges Meredsous (1959) (Bélgica). Editada pela Editora Ave
Maria e traduzida do hebraico e grego para o francês e em seguida para o português por
uma equipe do Centro Bíblico de São Paulo sob a supervisão do Frei João José Pedreira
de Castro.
4.6 A Bíblia de Jerusalém editada no Brasil em 1981 por Edições Paulinas, traduzida
pelos padres dominicanos da Escola Bíblica de Jerusalém, incluindo alguns exegetas
protestantes. A edição brasileira foi feita sob a coordenação de Ludovico Garmus e
editada pela Editora Vozes e pelo Círculo do Livro.
4.7 A Bíblia na Linguagem de Hoje (Novo Testamento). Publicada em 1988 pela United
Bible Societies, através de seu ramo brasileiro e baseia-se na segunda edição do texto
grego dessa sociedade. A intenção da United Bible Societies foi de publicar em vários
idiomas, Novos Testamentos em conformidade com a linguagem comum e corrente.
4.8 Edição Contemporânea da Tradução de Almeida foi editada em 1990 pela Editora
Vida. Essa edição eliminou arcaísmos do texto de Almeida.
MANUSCRITOS GREGOS
O N.T. tem registros manuscritos de diversas formas e que serviram como testemunhos
sobre seu texto.
1. OS PAPIROS.
Embora pelo século IV em quase todo o mundo já era utilizado o pergaminho, o papiro
ainda era o instrumento principal de escrita dos livros bíblicos. Para essa finalidade o
papiro foi usado entre os séculos I e VII. Há 76 papiros que contém quase 80% do texto
do N. T.
2. OS UNCIAIS.
Os 252 manuscritos que levam este nome foram escritos em pergaminhos entre os
séculos IV a IX. Foram escritos com letras maiúsculas.
3. OS MINÚSCULOS.
4. OS LECIONÁRIOS.
1997 pergaminhos levam este nome. Trazem textos selecionados para serem lidos nas
igrejas. Foram escritos nas mesmas datas dos unciais e minúsculos.
5. AS OSTRACAS.
Trechos do N.T. foram escritos em pedaços de cerâmica. Temos 25 exemplares, que
contém breves porções do N.T.
VERSÕES
Tradução da Bíblia, ou de alguns de seus livros, para línguas vernáculas, para uso das
pessoas pouco versadas nas línguas originais, ou que as ignoram completamente.
As versões são imediatas ou mediatas, segundo são feitas diretamente do texto original,
ou por meio de outras traduções. Existem quatro versões do Antigo Testamento, feitas
imediatamente sobre o original: A versão dos Setenta, os Targuns de Onkelos e de
Jônatas bem Uzziel, a Pishito Siríaca e a Vulgata Latina. A importância destas versões
deriva-se de terem sido feitas antes que o texto hebreu recebesse as vogais massoréticas.
A mais célebre versão das Escrituras do Antigo Testamento hebreu e a mais antiga e a
mais completa que se conhece, é a dos Setenta. Deriva este nome, figurado pelos
algarismos romanos LXX, por haver sido feita por setenta tradutores que a ela se
entregaram, no tempo de Ptolomeu Filadelfo entre 285 e 247. A. C. Um sacerdote
judaico de nome Aristóbulo, residente em Alexandria, no reinado de Ptolomeu
Filometor, 181-146, A. C. referido em 2 Mac 1: 10, e citado por Clemente de
Alexandria e por Euzébio, diz que, quando as partes originais referentes à história dos
hebreus haviam sido vertidas para o grego, já os livros da Lei estavam traduzidos para
esta língua sob a direção de Demétrio Falero no reinado de Ptolomeu Filadelfo. A
mesma tradução, consideravelmente embelezada, se lê em uma carta escrita por Aristeas
a seu irmão, tida como espúria pelos modernos doutores. A mesma história de Aristeas,
repete-a Josefo com ligeiras alterações, que de certo a tinha diante dos olhos. Diz ele
que Demétrios Falero, bibliotecário de Ptolomeu Filadelfo, que reinou de 283-247 A. C.
desejou adicionar à sua biblioteca de 200.000 volumes um exemplar dos livros da lei
dos hebreus, traduzidos para a língua grega, a fim de serem mais bem entendidos. O rei
consentiu nisso e pediu a Eleazar, sumo sacerdote em Jerusalém, que lhe mandasse
setenta e dois intérpretes peritos, homens de idade madura, seis de cada tribo, para
fazerem a tradução. Estes setenta e dois doutores chegaram a Alexandria levando
consigo a lei, escrita com letras de ouro em rolos de pergaminho. Foram gentilmente
recebidos e os aboletaram em uma solitária habitação na ilha de Faros, situada no porto
de Alexandria, onde transcreveram a lei e a interpretaram em setenta e dois dias, Antig.
12:2, 1-13; cont. Apiom 2:4.
Estas antigas informações acerca da origem da versão grega são muitas valiosas, se bem
que não se possa depositar em seus pormenores absoluta confiança, e bem assim quanto
ao escopo da obra. É admissível, não obstante, que a Versão dos Setenta teve sua
origem no Egito, que o Pentateuco foi traduzido para a língua grega no tempo de
Ptolomeu Filadelfo; que os demais livros foram gradualmente traduzidos e a obra
terminada no ano 150 a.C. Jesus, filho de Siraque, no ano 132 a.C. (Prólogo ao Ecclus),
refere-se a uma versão grega da lei dos profetas e de outros livros. É provável que a
obra tenha sido revista no período dos Macabeus. A versão é obra de muitos tradutores,
como se vê pela diferença de estilo e de método. Em várias partes existem notáveis
desigualdades e muitas incorporações. A tradução do Pentateuco, exceto lugares
poéticos, Gn cap. 49; Dt caps 22 e 23, é a melhor parte da obra, e o todo revela uma
tradução fiel, se bem que não é literal. Os tradutores dos Provérbios e de Jó mostram-se
peritos no estilo, mas pouco proficientes em hebraico, que em alguns lugares traduziram
um pouco arbitrariamente. Fizeram a tradução dos Provérbios sobre um texto hebreu,
muito diferente do atual texto massorético. O sentido geral dos Salmos é muito bem
reproduzido. O Eclesiastes está servilmente traduzido. A tradução dos profetas é de
caráter muito desigual; a de Amós e Ezequiel é sofrível; a de Isaías deixa muito a
desejar; a de Jeremias parece ter sido feita sobre outro texto que não o massorético. De
todos os livros do Antigo Testamento, o de Daniel é o mais pobremente traduzido, de
modo que os antigos doutores, a começar por Ireneu e Hipólito, substituíram-no pela
versão de Teodócio.
Fizeram-se três principais revisões dos Setenta: uma no ano 236 A. D. e duas outras,
antes do ano 311. A de Orígenes na Palestina, a de Luciano na Ásia Menor e em
Constantinopla, e a de Hesíquios no Egito. O manuscrito dos Setenta que existe no
Vaticano considera-se o mais perfeito, de acordo com o texto original; presume-se que
seja a reprodução do mesmo texto de que se serviu Orígenes e que aparece na quinta
coluna da sua Hexapla. A revisão de Luciano foi editada em parte por Lagarde e por
Oesterley. Luciano era presbítero de Antioquia e morreu mártir em Nicomédia no ano
311, ou 312. Deu à luz o texto revisto dos Setenta, baseado na comparação do texto
grego comum, com o texto hebreu, considerado bom, porém diferente do massorético.
Hesíquios era bispo no Egito e sofreu o martírio no ano 310 ou 311; o seu trabalho
perdeu-se. Existe, contudo, um códice, assinalado pela letra Q, depositado na biblioteca
do Vaticano contendo os profetas que lhe é atribuído.
Depois da destruição de Jerusalém no ano 70, a versão dos Setenta perdeu muito do seu
valor entre os judeus, em parte em conseqüência do modo por que os cristãos a usavam
para fundamentar as doutrinas de Cristo, e em parte, porque o seu estilo era falho de
elegância. Por causa disto, os judeus fizeram três versões dos livros canônicos do
Antigo Testamento, no segundo século:
(II) A revisão dos Setenta por Teodócio, judeu prosélito, natural de Éfeso, segundo
Ireneu, e segundo Euzébio, um ebionita que acreditava na missão do Messias, mas não
na divindade de Cristo. Viveu no ano 160, porque dele faz menção Justino Mártir. Na
revisão que fez dos Setenta, serviu-se tanto da tradução elegante, porém, perifrástica
feita por Símaco, samaritano ebionita. Orígenes arranjou o texto hebreu em quatro
versões diferentes, em seis colunas paralelas para efeito de estudo comparativo. Na
primeira coluna vinha o texto hebreu; na segunda, o texto hebreu em caracteres gregos;
na terceira, a versão de Áqüila; na quarta, a de Símaco; na quinta, a dos Setenta; e na
sexta, a revisão de Teodócio. Em virtude destas seis colunas tomou o nome de Hexapla.
Na coluna destinada ao texto dos Setenta, marcava com um sinal palavras que não
encontrava no texto hebreu. Emendava o texto grego, suprindo as palavras do texto
hebraico que lhe faltavam, assinalando-as por um asterisco. Conservou a mesma grafia
hebraica para os nomes próprios.
Orígenes preparou uma edição de menor formato, contendo as últimas quatro colunas,
que se ficou chamando Tétrapla.
Estas duas obras foram depositadas na biblioteca fundada por Panfilo, discípulo de
Orígenes em Cesaréia. S. Jerônimo as consultou no quarto século e ainda existiam no
século sexto. Parece que desapareceram, quando os maometanos invadiram a cidade em
639. Alguns fragmentos da grande obra de Orígenes ainda se conservam nas citações
que dela fizeram os santos padres. A coluna dos Setenta foi dada à luz por Panfilo e
Euzébio, e vertida para o siríaco por Paulo, bispo de Tela em 617-18. Orígenes adotou
método infeliz, comparando o texto dos Setenta com o texto hebreu do seu tempo. Uma
vez que o desideratum dos sábios é restaurar o texto grego como o deixaram as mãos
dos tradutores, porque esse texto iria lançar luz sobre o texto hebreu por eles usado?
Ainda mais, os sinais e asteriscos que ele usou, foram muitas vezes negligenciados
pelos copistas e talvez mesmo os tivessem empregado sem a devida cautela, de modo
que os acréscimos feitos à versão dos Setenta e às porções dela que não encontrou no
texto hebreu, nunca mais se puderam descobrir.
3. Targuns.
II . Versões antigas de uma parte ou do todo da Bíblia, destinadas principalmente aos cristãos.
(II) A Pesito, que significa simples ou vulgata. O Antigo Testamento foi tirado
diretamente do hebreu, e principalmente destinado à instrução dos prosélitos hebreus do
primeiro século. O Novo Testamento é uma revisão do antigo siríaco, com o fim de o
pôr em maior harmonia com o texto grego e melhorar a sua dicção e estilo. A Pesito,
parece, já estava em circulação no segundo século. Em virtude de sua elegância
denominam-na rainha das versões.
(III) Versão Filoxênia do Novo Testamento. Deram-lhe este nome porque foi traduzida
no ano 508 por Filoxeno, bispo de Hierápolis, na Ásia Menor.
2. Versões latinas.
(I) A antiga versão latina ou africana do norte. Pelo fim do segundo século entrou em
circulação ao norte da África uma versão latina das Santas Escrituras. Faziam uso dela
Tertuliano que morreu no ano 220, Cipriano e o grande Agostinho. O Antigo
Testamento não foi vertido diretamente do hebreu, e sim baseado no texto grego.
(II) A versão Ítala ou Italiana. Diz Santo Agostinho que existia uma tradução do Novo
Testamento que alguém havia feito com grande conhecimento da língua grega. A versão
africana tinha uma linguagem provinciana que desagradava ao ouvido dos romanos que
falavam o latim de Roma. No quarto século, pois, fez-se uma revisão do texto africano
na Itália, e por este motivo se ficou chamando Ítala.
Feita em alguma época, entre o século quarto e o sexto; é o mais antigo monumento da
literatura etíope, bem como a pedra angular de seus fundamentos. Os que a traduziram
não eram muito familiarizados com o grego, nem possuíam erudição; não obstante, é
tradução fiel. O Antigo Testamento foi vertido dos Setenta, e, portanto, vem auxiliar a
verificação do texto grego.
5. A Versão Gótica
Feita na última metade do quarto século pelo bispo Ulfilas, compreendendo toda a
Bíblia, excetuando os quatro livros dos Reis, que o bispo omitiu, por julgar que a
narração das guerras e do combate à idolatria seria de mau efeito nas mãos dos godos.
Desta versão, existe a maior parte do Novo Testamento e algumas porções do Antigo
Testamento. A tradução é muito fiel e esmerada.
6. Versões Árabes.
As que existem são antigas, e não merecem importância, sob o ponto de vista crítico.
1. Antigas Versões.
segundo o original grego, obra do reformador William Tyndale, que havia fugido da sua
pátria para escapar às perseguições. Foi publicada em Worms. Esta versão obedecia à
versão grega feita por Erasmo e publicada em 1519, e sob consulta da edição de 1522.
Tyndale fez tradução diretamente do grego, auxiliando-se ao mesmo tempo, do Novo
Testamento de Lutero e da Vulgata. A sua obra sofreu grande oposição dos altos
dignitários da igreja dominante, mas o povo a recebeu alegremente. O livro estava cheio
de pestilentes erros e foi queimado na praça pública. Em 1530 e 1534, publicou uma
tradução do Pentateuco, e em 1531, uma do livro de Jonas, ambas feitas diretamente do
hebreu com o auxílio da Bíblia de Lutero e da Vulgata. Em 1534 publicou em Antuérpia
mais uma edição do Novo Testamento. É fora de dúvida que ele traduziu outros livros
do Antigo Testamento, além dos já mencionados, provavelmente até ao fim dos livros
das Crônicas e alguns livros proféticos, porém não chegou a publicá-los em vida. Foi
preso a 23 ou 24 de maio de 1535, em Antuérpia, onde se havia estabelecido, e a 6 de
outubro de 1536 foi, primeiramente, estrangulado e depois queimado como herético.
Mas a sua obra permaneceu. Fixou os moldes da tradução da Bíblia; a sua dicção e o seu
estilo vivem na versão inglesa, à qual emprestam beleza literária e rigidez de feição.
4. A Bíblia de Coverdale.
Esta obra foi publicada em 1535, sem indicar o nome do impressor, nem o lugar de sua
procedência. Provavelmente foi em Zurique, que reclama essa honra, mas é bem
possível que fossem Frankfurt ou em Colônia. É a primeira Bíblia completa que se
publicou em inglês. O Novo Testamento e a maior parte do Antigo, são visivelmente da
versão de Tyndale. Somente a parte compreendida desde Jó a Malaquias foi traduzida
independentemente por Miles Coverdale, servindo-se, não do original hebraico, e sim
de uma Bíblia alemã impressa em Zurique entre 1527 e 29. A versão dos Salmos,
virtualmente imutável, ainda figura no livro do ritual da Igreja de Inglaterra.
5. A Bíblia de Matheus.
6. A Bíblia de Taverner,
7. A Grande Bíblia,
8. A Bíblia de Genebra.
A popularidade da Bíblia de Genebra não agradou aos bispos, que em 1568 publicaram
a sua Bíblia, vasada nos moldes da de Genebra, e dividida em capítulos e versículos.
Em 1571, o Sínodo aprovou-a e mandou que fosse posta em todas as igrejas.
Esta é a versão autorizada pela Igreja Católica Romana para o povo inglês. Foi
traduzida da Vulgata. O Novo Testamento saiu à luz em Reims no ano de 1582, e o
Antigo Testamento, em Douay em 1609-10. Contém comentários de elevada
controvérsia. O estilo tinha o sabor latino, pondo em curso muitas palavras deste
idioma, entre as quais se contam: impenitente, propiciação, remissão, etc.
11. Versão Autorizada.
1. Almeida.
"É esta tradução o maior e mais importante documento para se estudar o estado da
língua portuguesa no século XVII; o padre João Ferreira de Almeida, pregador do
Evangelho em Batávia, pela sua longa residência no estrangeiro escapou incólume à
retórica dos seiscentistas; a sua origem popular e a sua comunicação com o povo
levaram-no a empregar formas vulgatas que nenhum escritor cultista do seu tempo
ousaria escrever. Muitas vezes o esquecimento das palavras usuais portuguesas leva-o a
recordar termos equivalentes, e é esta uma das causas da riqueza do seu vocabulário.
Além disto, a tradução completa da Bíblia presta-se a um severo estudo comparativo
com as traduções do século XIV, e com a tradução do padre Figueiredo, do século
XVIII. É um magnífico monumento literário”.
2. Figueiredo.
3. Tradução Brasileira.
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