A Teologia Das Igrejas em Células
A Teologia Das Igrejas em Células
A Teologia Das Igrejas em Células
INTRODUÇÃO:
O curso de liderança multiplicadora, tem como objetivo te dar ferramentas
indispensáveis para que você possa usar na sua vida como líder de célula, são instrumentos
que te auxiliaram desde de sua concepção de uma liderança bíblica até pratica dela.
Você acredita que a igreja em célula é bíblica?
De que maneira você defenderia que a célula é bíblica?
Quais são as bases bíblicas para fundamentar sua opinião?
Você acha que somente a igreja em célula é bíblica?
Você acha que em uma igreja em célula todos serão líderes?
1. ANTIGO TESTAMENTO
1.1. A trindade
A temática de pequenos grupos é vasta, intensa e antiga. Na verdade, remota o
conceito para a eternidade, quando existiam apenas três seres: “Deus Pai, Deus Filho e
Deus Espírito Santo”. Essa é a primeira formação de um pequeno grupo.
Mas Jetro, seu sogro, aconselha Moisés a dividir a carga com outros homens de
valores, pois Jetro entendeu que aquilo seria muito desgastante tanto para Moisés que era
líder como para o povo:
“(20) ensina-lhes os estatutos e as leis e faze-lhes saber o caminho em que devem andar e
a obra que devem fazer. (21) Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens
de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes
de cinquenta e chefes de dez” (Êxodo 18:20-21).
O líder Moisés julgaria agora as grandes causas e as menores seriam partilhadas pelos
líderes auxiliares, ou seja, os chefes de 1000, 100, 50 e de 10, ele teria uma liderança
partilhada.
2. NOVO TESTAMENTO
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2.1. No mistério de Jesus Cristo
No ministério de Jesus, ele, procurou trabalhar o mesmo princípio: “pequeno
grupo”, pois, ele queria alcançar as multidões, porém ele sabia que precisava discipular
um grupo pequeno que se reproduzisse depois de sua partida.
2.2. No ministério apostólico
Esse foi o principal foco dos discípulos, quando ao submeterem-se ao Senhorio de
Cristo, os discípulos começaram a cumprir a missão, estabelecendo comunidades de
crentes:
“(1) Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para
os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades. (2) Ora, os nomes dos doze apóstolos são
estes: primeiro, Simão, por sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu
irmão; (3) Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão, o
Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu” (Mateus 10:1-4).
b) Na cidade de Éfeso
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Falando aos presbíteros de Éfeso, Paulo os exorta dizendo que ele próprio jamais
havia deixado de anunciar coisa alguma proveitosa, de ensinar publicamente e também de
casa em casa.
“Jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente
e também de casa em casa” (At 20:20).
c) Na casa de Priscila e Áquila
“(3) Saudai Priscila e Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus, (4) os quais pela minha vida
arriscaram a sua própria cabeça; e isto lhes agradeço, não somente eu, mas também todas as igrejas dos
gentios; (5) saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles. Saudai meu querido Epêneto,
primícias da Ásia para Cristo” (Rm 16:3-5).
d) Na casa de Ninfa
“Saudai os irmãos de Laodicéia, e Ninfa, e à igreja que ela hospeda em sua casa” (Cl 4:15).
e) Na casa de Filemom
“(1) Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, também nosso
colaborador, (2) e à irmã Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e à igreja que está em
tua casa, (3) graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (Fm 1:1-
3).
3. NA HISTÓRIA DA IGREJA
3.1. Pré-Reforma
Quando olhamos para a história da Igreja, notamos que a igreja nas casas tem sido a
forma de expressão comum da Igreja Cristã, mas quando Constantino se tornou cristão,
houve uma grande mudança da adoração subterrânea nas catacumbas e das igrejas nas casas
para as catedrais, ou seja, a igreja nas casas, que tinha sido o símbolo de comunidade e
espiritualidade, desapareceu da estrutura da Igreja.
Foi durante esse período que surgiu o clericalismo, como sistema dentro da igreja
impedindo que ela tivesse à visão de que cada crente fosse um ministro, ainda estabeleceu
que na Igreja há dois tipos de pessoas:
Primeiro, os clérigos: são os sacerdotes, os reverendos, os doutores em divindades
etc.
Segundo, os leigos: é outra classe, eles são denominados de os ignorantes e de
incapazes.
O sistema de clérigos e leigos é totalmente maligno e uma grande ameaça, pois ele
anula completamente o conceito básico do sacerdócio universal dos crentes, ou seja, a
verdade de que cada crente é um ministro.
3.2. Reforma Protestante
Segundo, William Beckham (autor do livro “a segunda reforma”): “a primeira
reforma do século 16 foi teológica, mas segunda reforma nos séculos 20 e 21 é
estrutural”, ou seja, não basta apenas mudar nossa mente, mas é preciso sermos práticos,
no que se refere aos princípios da igreja primitiva.
Em Zurique, uma rede de pequenos grupos foi formada por três anos seguidos, porém
as reuniões nos lares foram banidas pelo concílio de Zurique em 1525. Ao observar
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escavações de cidades palestinas, vi restos de igrejas do terceiro século. Não eram maiores
que a maioria dos lares, e algumas cidades mantinham três ou quatro dessas pequenas
igrejas cristãs.
Evidentemente, quando a igreja se mudou do lar como principal local de reuniões, os
crentes não edificaram catedrais. Em vez disso, suas igrejas seguiam os padrões dos lares.
É claro que muitos cristãos continuaram a se reunir em lares. Esses pequenos e complexos
grupos eram a base da vida na comunidade cristã.
3.3. Pós-Reforma
Nós temos o relato mais conhecido da história pós-Reforma Protestante é a diferença
de metodologia empregada por Wesley e Whitifield. Enquanto John Wesley iniciou o
movimento de maturidade cristã nas casas, onde ele entendia que um cristão verdadeiro
precisava do discipulado nas casas. Essas reuniões que começaram em 1742, foram
chamadas de “classes Metodistas”.
Wesley oferecia dois tipos de experiência com pequenos grupos: as classes e os
grupos. Os grupos eram opcionais; as classes eram requeridas de todos que desejavam
continuar como membros. As pessoas não podiam ser crentes maduros sem comparecer às
classes para o desenvolvimento da comunidade.
Whitefield, contemporâneo de Wesley, não foi sistemático em seu trabalho, mas
baseou seu ministério em pregações públicas, sem o componente da comunidade, e com a
morte de John Wesley, ele reconheceu que o método das casas e suas comunidades era
duradouro em relação ao dele que era um crescimento ilusório.
4. NA HISTÓRIA ATUAL
4.1. Na Coréia do Sul
David Yonggi Cho, presidente e fundador da maior Igreja Assembleia de Deus, a
Igreja do Evangelho Pleno de Yoido em Seul, na Coreia, é hoje a maior igreja evangélica
do mundo, com mais 700 mil membros.
David Yonggi Cho, acredita o crescimento da sua igreja ao sistema de células. Ele
incumbe cada célula a trazer não-cristãos a Jesus Cristo, com o objetivo de multiplicar a
célula.
4.2. No Brasil
No Brasil a chegada da igreja em células não foi vista como bons olhos, porque nesse
período houve muitas divisões, e quando as pessoas falam sobre células eles pensavam em
divisão.
A razão desse preconceito com respeito a visão celular se deu devido a maneira como
a visão foi implantada no Brasil, pois nesse período a ânsia por crescimento levou os
pastores a implantar sem passar pelos passos necessários.
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5. OS SISTEMAS DA CÉLULA
A vida na célula pode ser muito bem representada pelos seus cinco sistemas:
comunidade; treinamento; prestação de contas; liderança e evangelismo. Para facilitar seu
aprendizado, usaremos a “mão” para facilitar seu aprendizado:
6.1. O LÍDER
O líder de célula é a figura-chave dentro da estrutura de células. Ele não precisa ter
um alto nível cultural ou intelectual e tampouco ser um grande conhecedor das Escrituras.
Não precisa saber responder a todas as perguntas sobre a Bíblia, nem ter uma retórica
impecável.
O que se espera de um líder, em primeiro lugar, é que ele seja cheio do Espírito
Santo. Isso vai gerar vida na célula e fazer frutificar o seu trabalho. É preciso uma vida de
oração íntima e diária com Deus e com a Sua Palavra. As pessoas vão à célula esperando
receber vida de Deus, e o líder cheio do Espírito vai manifestar alegria, intensidade,
profundidade e amor.
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Ser submisso
Quem não aprendeu a se submeter, também não pode liderar. Não podemos tolerar
pessoas arrogantes, soberbas, jactanciosas e divisivas na liderança. Tais pessoas acabam
por esfacelar o Corpo de Cristo.
Ser ensinável
Isso significa: disposto a aprender com qualquer um, sem se julgar doutor em coisa
alguma. Líderes que se julgam conhecedores de tudo e nunca participam de reuniões de
treinamento e discipulado devem ser afastados, pois não trazem o Espírito de Cristo.
Ser transparente
O líder, como homem de Deus, deve andar na luz e não ocultar coisa alguma de seu
caráter. Isso é o que o torna alguém confiável. Ele não dissimula coisa alguma e os seus
problemas podem ser percebidos e, consequentemente, corrigidos.
Ser tratável
Se na sua transparência percebemos algo errado, ele deve ser suficientemene aberto
para permitir ser tratado e corrigido. Um líder não pode ser melindroso e deve estar disposto
a ouvir o que precisa e não somente o que lhe é agradável. Sem essas características básicas,
uma pessoa não deve ser constituída como líder de célula.
6.2. O AUXILIAR
6.3. O ANFITRIÃO
O anfitrião é aquele que recebe os irmãos na sua casa com disposição e amor, para
o bom funcionamento de uma célula. Ele pode receber a célula por um tempo determinado
(por seis meses, por exemplo), ou pode ter a célula na sua casa por tempo indeterminado.
O que se espera dele é que seja hospitaleiro e receba bem os irmãos.
Um anfitrião pode receber mais de uma célula em sua casa em dias diferentes da
semana. Também é normal haver uma célula de adultos e outra de crianças se reunindo
simultaneamente na mesma casa.
O ideal é termos células somente em casas onde os dois cônjuges são crentes.
Entretanto, reconhecemos que há circunstâncias em que este padrão não pode ser seguido.
Temos tido bons grupos que funcionam em casas onde apenas um dos cônjuges é
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convertido. Se o não-convertido não se opõe, podemos ter uma célula saudável em sua
casa.
6.4. O SUPERVISOR
O supervisor é um líder de célula que multiplicou suas células diversas vezes. Ele
supervisiona uma quantidade “x” de células, de acordo com a sua capacidade e
disponibilidade de tempo. A princípio, ele pode supervisionar enquanto ainda lidera sua
própria célula. O nome supervisor, porque esta é a sua principal função: supervisionar as
células e zelar pela visão, para que não se degenere. Cuidar do rebanho do Senhor
juntamente com seu pastor.
Uma célula pode nascer basicamente de duas formas: Primeiro, ela pode nascer a
partir de uma obra pioneira; segundo, ela pode nascer vindo da multiplicação de uma outra
célula.
Nesse estágio, deve ser avaliado se as pessoas se sentem parte da célula ou não,
conforme os seguintes critérios:
a) Vínculos na célula
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ainda desvinculadas. O que também pode ser observado na hora do compartilhamento na
reunião.
c) Princípios enfatizados
Muitas células, no começo, são apenas cultos nos lares. Trabalhe para mudar isso.
Fale, explique, exorte, mas não permita que uma célula seja apenas um culto familiar. Toda
célula deve ter, no mínimo, (um auxiliar) um líder em treinamento. O líder em treinamento
funciona como o DNA do grupo, ou seja, ele é quem leva as informações básicas que
edificarão a próxima célula dentro da visão. Se não houver líder em treinamento, a
tendência é que a próxima célula, resultante da multiplicação da célula atual, se fragilize e
a visão se degenere.
a) Relacionamentos pessoais
Nesta fase todos já devem se conhecer dentro da célula. Espera-se que o líder já
tenha sido reconhecido pela célula. Espera-se que a célula tenha avançado de um mero
culto doméstico para um grupo razoavelmente vinculado. Além disso, mais pessoas já
podem ministrar a Palavra e o compartilhamento na reunião deve estar bem mais
participativo.
Compreensão do propósito
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Princípios enfatizados
Se acontecer de a célula não sofrer uma crise de multiplicação, é porque a visão não
foi assimilada apropriadamente.
a. Princípios enfatizados
Procure ajudar a célula através do projeto de oração e das vigílias. Nesse momento,
os jejuns devem ser comuns. Mais do que em qualquer outra fase, os eventos-ponte
precisam ser centralizados na vida da célula!
Em hipótese alguma, tolere uma célula sem um líder em treinamento nessa fase.
Procure mostrar a importância e a bênção da multiplicação. Comece a estimular irmãos
a cederem suas casas para a futura multiplicação. É tempo de localizar anfitriões.
Toda célula deve ter uma finalização de algum tipo, e cada membro deve estar atento
para isso, desde o início. Consideramos que uma célula se encerra ao se multiplicar. As
duas células resultantes da multiplicação são consideradas, então, duas novas células. E
como tais, talvez se torne necessário passarem novamente por todas as fases.
a. Princípios enfatizados