Biologia FT 4 - Síntese Proteica e Mitose - Exerc Cicios de Exame
Biologia FT 4 - Síntese Proteica e Mitose - Exerc Cicios de Exame
Biologia FT 4 - Síntese Proteica e Mitose - Exerc Cicios de Exame
º 4 Nome__________________________________
Revisões – Tema 5 (até à Mitose) Nº ____ Turma - 11º A Data ____/____/____
Exercícios de exame
GRUPO I
Descobriu-se recentemente que bactérias e fungos podem sintetizar antibióticos de natureza peptídica
com forte proporção de aminoácidos não convencionais que os ribossomas são incapazes de incorporar
nas proteínas. A descoberta deste mecanismo ocorreu quando cientistas que trabalhavam na biossíntese
de um antibiótico, a gramicidina S, observaram que os extratos celulares da bactéria que produz este
antibiótico continuam a sintetizá-lo mesmo que se adicione uma enzima que destrói o RNA ou uma
substância que impede a síntese proteica ao nível dos ribossomas. Descobriram que na síntese destes
antibióticos estavam envolvidas enzimas de grandes dimensões, que designaram por sintetases de
péptidos não ribossomais (NRPS). No cromossoma bacteriano, são vários os genes que estão implicados
na codificação de uma NRPS. Esta enzima é composta por vários módulos (em geral, uma dezena) ligados
uns aos outros. Cada módulo é responsável pela incorporação específica de um dado aminoácido na
cadeia polipeptídica em crescimento. Uma NRPS só catalisa a síntese de uma molécula bem definida,
sendo a sucessão dos diferentes módulos o que determina a composição do produto, como se evidencia
na Figura 2. Em 1995, conseguiu-se trocar a ordem das sequências de DNA que codificam módulos inteiros
de uma NRPS. Esta manipulação conduziu à síntese de uma nova enzima, que produziu péptidos inéditos.
Também já foi possível transferir genes responsáveis pela síntese de NRPS da bactéria Streptomyces
lasaliensis para a bactéria Escherichia coli. Esta última bactéria é a mais conhecida, a que se sabe
manipular melhor e a que se utiliza para produzir moléculas em quantidades industriais. Em 2002, quando
pela primeira vez foi sequenciado o genoma de uma bactéria produtora de antibióticos, Streptomyces
coelicor, descobriram-se vários genes correspondentes a NRPS, mas que não se exprimiam, isto é, fontes
potenciais de NRPS responsáveis pela síntese de novos péptidos. Surge assim o desafio de tentar obter
novas NRPS e de selecionar, do ponto de vista farmacológico, as mais interessantes.
1. A descoberta da atividade das NRPS foi possível quando se adicionaram aos extratos celulares das
bactérias substâncias que impediram
(A) a tradução. (C) a replicação.
(B) a transcrição. (D) o processamento.
2. A informação genética necessária à codificação de um péptido não ribossómico encontra-se inscrita
(A) numa sequência específica de DNA. (C) em várias sequências de DNA.
(B) em várias NRPS. (D) numa NRPS específica.
3. Um dos modos de atuação da gramicidina S, como antibiótico, ocorre ao nível das proteínas
membranares responsáveis pelo transporte ativo de iões Na+ e K+, interferindo na
(A) difusão destes iões através da bicamada fosfolipídica.
(B) difusão destes iões através de permeases.
(C) diferença de tonicidade entre o meio intracelular e o meio extracelular.
(D) manutenção da isotonia entre o meio intracelular e o meio extracelular.
4. Faça corresponder cada um dos polímeros existentes em fungos, expressos na coluna A, à respetiva
designação, que consta da coluna B. Escreva, na folha de respostas, as letras e os números
correspondentes. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
5. O aumento das doenças infeciosas resistentes aos antibióticos, como a tuberculose multirresistente,
tem vindo a preocupar a comunidade científica internacional, que aposta cada vez mais em investigação
biomédica. Explique de que modo a sequenciação do genoma de S. coelicor e a utilização de E. coli podem
contribuir para a produção de novos antibióticos.
GRUPO II
Processamento Alternativo O património genético de todas as células vivas está inscrito no seu DNA. Nos
seres eucariontes, o RNA sintetizado sofre um processamento ou maturação antes de abandonar o
núcleo. Durante este processo, diversas secções do RNA, inicialmente transcritas, são removidas. Estas
porções são chamadas intrões. As porções não removidas – exões – ligam-se entre si, formando um mRNA
maduro, que será traduzido numa proteína. Todavia, entre o DNA e as proteínas esconde-se um outro
código, o que explica que, apesar de o DNA humano não conter mais do que uma vintena de milhares de
genes, as nossas células retirem dele informação para fabricar centenas de milhares de proteínas
diferentes. Na Figura 3, está representado um processamento alternativo em que são produzidas duas
moléculas diferentes de mRNA a partir do mesmo gene. Este processamento obedece a regras de um
código bem preciso, que era até há pouco tempo inimaginável. A partir de uma mesma sequência de DNA,
a célula pode produzir não um, mas mais de uma dezena de mRNA diferentes. Em cada tecido, a célula
reconhece, na sequência de um primeiro intrão, a informação que nesse momento conduz à conservação
ou à supressão do exão seguinte. Eis aqui uma nova forma de controlar o código da vida, que permite à
célula saber como processar o RNA pré-mensageiro de acordo com o seu papel no organismo. É graças a
este processo que as células se distinguem umas das outras e ajustam os seus comportamentos às
circunstâncias. Na Figura, está representada a produção de diferentes moléculas de mRNA a partir do
mesmo gene, em diferentes tecidos. Assim, a partir de um único gene, o organismo é capaz de conceber
diferentes proteínas cuja funcionalidade é específica. Baseado em Science & Vie, Outubro de 2010
4. Numa célula eucariótica, a sequência dos acontecimentos que conduzem à síntese de uma proteína é
(A) transcrição – processamento – ligação do mRNA aos ribossomas.
(B) processamento – ligação do mRNA aos ribossomas – transcrição.
(C) transcrição – ligação do mRNA aos ribossomas – processamento.
(D) processamento – transcrição – ligação do mRNA aos ribossomas.
5. Dada a sequência de nucleótidos 5’ AATGCCTTG 3´, pertencente a uma das cadeias de DNA, a sequência
de nucleótidos da cadeia complementar é
(A) 5’ TTACGGAAC 3´. (C) 5’ UUACGGAAC 3´.
(B) 3’ TTACGGAAC 5´. (D) 3’ UUACGGAAC 5´.
6. O percurso sequencial das proteínas, desde que são sintetizadas até à sua secreção pela célula, é
(A) complexo de Golgi – vesículas de exocitose – retículo endoplasmático rugoso.
(B) retículo endoplasmático rugoso – vesículas de exocitose – complexo de Golgi.
(C) complexo de Golgi – retículo endoplasmático rugoso – vesículas de exocitose.
(D) retículo endoplasmático rugoso – complexo de Golgi – vesículas de exocitose.
GRUPO III
Moléculas de RNA com um pequeno número de nucleótidos podem vir a ser utilizadas como fármacos,
capazes de revolucionar o tratamento de algumas doenças humanas. As funções dessas moléculas de
RNA, normalmente na forma de cadeia dupla (dsRNA), foram descobertas na década de 90, graças à
identificação dos mecanismos de interferência do RNA, que reduzem a tradução de RNA mensageiros de
genes-alvo. Um desses tipos de pequenos RNA é denominado micro-RNA (miRNA). Os genes que
codificam estes miRNA são transcritos em sequências denominadas miRNA primários (pri-miRNA), que
contêm regiões que se autocomplementam, dando origem a moléculas de cadeia dupla com
extremidades em forma de laço. Por ação de um complexo enzimático nuclear, estas moléculas são
processadas, formando-se os pré-microRNA (pré-miRNA) de cadeia dupla, com um número reduzido de
nucleótidos. As moléculas de pré-miRNA são exportadas para o citoplasma, associam-se ao complexo RISC
e são novamente processadas, formando-se o miRNA maduro de cadeia simples. O miRNA maduro
direciona o complexo RISC para RNA mensageiros (mRNA) que contêm uma sequência complementar ao
miRNA maduro. Quando se dá a complementaridade entre as duas moléculas de RNA, o RISC corta o
mRNA ou retém-no no complexo. Qualquer destas ações resulta na inibição da tradução dos mRNA-alvo,
silenciando o respetivo gene. A retenção no complexo, sem quebra do mRNA, resulta de uma
complementaridade imperfeita. Assim, é possível que um mesmo miRNA tenha como alvo mRNA de
diferentes genes. A Figura 2 apresenta o esquema simplificado da biogénese e do funcionamento do
miRNA.
1. Um determinado miRNA poderá
(A) regular vários genes num organismo.
(B) impedir o processamento do mRNA.
(C) provocar a separação de desoxirribonucleótidos.
(D) inibir a exportação de exões.