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Poemas Sobre Despertar Humano

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Poemas para a Apresentação – Curso de Integração

1) Momento em que o discípulo adormece e vai ter o sonho.


2) Momento de vivência no sonho - aqui podem escolher uma temática de descoberta de
si mesmo.
3) Momento em que o discípulo desperta e vê o mestre.

Poema 1
Amado Nervo – Expectativa
Sinto que algo solene vai chegar-me na vida.
É por acaso a morte? Porventura é o amor?
Tenha pálida a face; minh’alma, comovida;
E sacode os meus membros um sagrado tremor.

Sinto que algo sublime na minha argila medra,


Nesta mísera argila do meu pobre existir.
Faísca celestial irromperá da pedra,
E uma purpúrea cor o andrajo vai tingir.

Sinto que algo solene se aproxima e me abalo


Todo trêmulo; est’alma de pavor cheia está.
Que se cumpra o fadário, que Deus vá consumá-lo.
Enquanto eu, de joelhos, oro, espero e me calo,
Para ouvir a palavra que o ABISMO enunciará.

Poema 2
Khalil Gibran – Sobre o Autoconhecimento
Os vossos corações conhecem em silêncio os segredos dos dias e das noites.
Mas os vossos ouvidos anseiam pelo som do conhecimento do vosso coração.
Vós sabeis por palavras aquilo que sempre soubestes em pensamento.
Tocais com a ponta dos dedos o corpo nu dos vossos sonhos.
E ainda bem que assim é.
A nascente oculta da vossa alma deve erguer-se e correr a murmurar para o mar, e o
tesouro das vossas profundezas infinitas será revelado perante os vossos olhos.
Mas que não haja medidas para pesar o vosso tesouro desconhecido; e não procureis as
profundezas do vosso conhecimento com limites.
Pois o ser em si não tem limites nem medidas.
Não digais “Encontrei a verdade”, mas antes “Encontrei uma verdade.”
Não digais “Encontrei o caminho para a alma”, mas antes “Encontrei a alma a seguir o
meu caminho”.
Pois a alma percorre todos os caminhos.
A alma não percorre uma linha, nem cresce como um caniço.
A alma desvenda-se a si própria como um lótus de incontáveis pétalas.

Poema 3
Rumi – Recordar (*Usar se for o Mestre que fala para o Discípulo)
Sê como o Sol para a Graça e a Piedade.
Sê como a noite para encobrir os defeitos alheios.
Sê como uma corrente de água para a generosidade.
Sê como a morte para o ódio e a ira.
Sê como a Terra para a modéstia.
Aparece tal como és.
Sê tal como pareces.
Se pudesses libertar-te, por uma vez, de ti mesmo,
o segredo dos segredos se abriria para ti.
O rosto do desconhecido, oculto além do universo,
apareceria no espelho da tua percepção.
Na realidade, tua alma e a minha são o mesmo.
Aparecemos e desaparecemos um com o outro.
Este é o verdadeiro significado das nossas relações.
Entre nós, já não há nem tu, nem eu.
O vale é diferente, acima das religiões e cultos.
Aqui, em silêncio, baixa a cabeça.
Funde-te na maravilha de Deus.
Aqui não há lugar para religiões nem cultos.
Há uma Alma dentro de tua Alma. Busca essa Alma.
Há uma jóia na montanha do corpo. Busca a mina desta jóia.
Oh, sufi, que passa!
Busca dentro, se podes, e não fora.

Outra sugestão, se for o discípulo a falar:


Amado Nervo – Hoje Nasci
Cada dia que passe, hás de dizer-te:
“Hoje nasci!”
O mundo é novo para mim; a luz
Que estou mirando
Fere decerto pela vez primeira
Meus olhos límpidos;
A chuva que hoje esparze os seus cristais
É meu batismo.

Vamos, então, viver um viver puro,


Um viver nítido.
O ontem já se perdeu: foi mau? Foi bom?
... Venha o esquecimento,
E do ontem fique tão somente a essência,
O ouro interior
Do que amei e sofri quando marchava
Pelo caminho.

Cada instante, hoje, ao bem e à alegria


Será propício,
E a razão essencial da minha vida,
Meu decidido
Afã, esparramar felicidade,
Verter o vinho
Da bondade por sobre as bocas ávidas
Ao meu redor.

A minha paz será a paz dos outros;


Seu regozijo,
Meu regozijo; seu sonhar, meu sonho;
Meu cristalino
Pranto, aquele que ornar alheias pálpebras;
E meu bater
Os bateres de quantos corações
Palpitem pelos orbes infinitos”.

Cada dia que passe, hás de dizer-te:


“Hoje nasci!”

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