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Isomeria e Reações Organicas

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Cetés - Química Orgânica-C 1

ISOMERIA 
 
Isomeria é o fenômeno que consiste em dois ou mais compostos químicos 
diferentes apresentarem a mesma fórmula molecular (mesma quantidade de 
átomos) e fórmulas estruturais diferentes. Estes compostos são denominados 
isômeros (iso = mesmo e meros = partes). 
 
Os isômeros apresentam sempre propriedades físicas diferentes, podendo 
apresentar ou não propriedades químicas diferentes. 
 
As propriedades, em geral, são diferentes, porque as distribuições atômicas 
nas moléculas são diferentes. 
Exemplo 
Com a fórmula molecular C2H6O existem dois compostos diferentes. 
 

 
 
Portanto 

 
 
1. Isomeria Plana 
É o caso de isomeria em que os isômeros podem ser diferenciados pelas suas 
fórmulas estruturais planas. 
Isomeria de Função ou Isomeria Funcional
São compostos que apresentam a mesma fórmula molecular e diferentes 
fórmulas estruturais e pertencem a funções diferentes. 
Exemplos 

         
Cetés - Química Orgânica-C 2

 
Isomeria de Cadeia 
São compostos de mesma fórmula molecular e fórmulas estruturais diferentes que 
pertencem à mesma função, porém diferem entre si pelo tipo de cadeia carbônica. 
 
Exemplos 

                            
 

            
                               BUT‐2‐ENO (IUPAC/2007)   
Isomeria de Posição 
 
É o caso de isomeria plana em que os isômeros são da mesma função química, apresentam o 
mesmo tipo de cadeia, porém diferem na posição de um grupo funcional, radical ou uma 
insaturação. 
Exemplo 1  Diferem pela posição de radical. 

                              
Exemplo 2   Diferem pela posição do grupo funcional. 

                                 
           BUTAN‐1‐OL (IUPAC/20007)      BUTAN‐2‐OL (IUPAC/2007) 
Exemplo 3  Diferem pela posição de insaturação. 

                       
Cetés - Química Orgânica-C 3

            BUT‐1‐ENO(IUPAC/20007)    BUT‐2‐ENO(IUPAC/20007) 
  
Isomeria de Compensação ou Metatéria  
 
É o caso de isomeria plana em que os isômeros são da mesma função química, 
apresentam cadeias heterogêneas e diferem entre si pela posição do heteroátomo na 
cadeia. 
Exemplo 

        
 

                             
 
Tautomeria ou Isomeria Dinâmica   
 
É um caso particular de isomeria funcional em que dois ou mais isômeros coexistem em 
equilíbrio dinâmico em solução, transformando‐se um no outro, pela mudança de posição 
de H na molécula. 
A tautomeria também pode ser denominada ceto‐enólica ou aldo‐enólica, pois ocorre 
principalmente entre cetonas e enóis ou aldeídos e enóis. Enol é todo composto que 
apresenta hidroxila (– OH) em carbono de dupla ligação. 
Exemplo: 

                   
                PROPEN‐2‐OL(IUPAC/20007) 
Isomeria Espacial 
 
É o caso de isomeria em que a diferença entre os isômeros só pode ser verificada mediante 
o uso de fórmulas espaciais. 
Temos dois tipos de isomeria espacial: geométrica e óptica. 
Isomeria Geométrica ou Cis‐Trans 
  I. Isomeria geométrica em compostos de cadeia aberta com dupla ligação 
Para que haja esse tipo de isomeria, os compostos deverão ter ligantes diferentes presos a cada 
carbono da dupla ligação. 
Cetés - Química Orgânica-C 4

 
 

 
Sempre que tivermos satisfeita a condição para existência deste tipo de isomeria, devemos 
concluir pela existência de dois isômeros: O isômero cis, que espacialmente nos mostra radicais 
maiores do mesmo lado do plano estabelecido pela dupla ligação, e o isômero trans, em que os 
radicais maiores estão em lado contrário em relação ao referido plano. 
 
Isomeria geométrica no 2‐buteno 
 

 
 CIS‐BUT‐2‐ENO(IUPAC/2007)         TRANS‐BUT‐2‐ENO(IUPAC/2007) 
Z‐BUT‐2‐ENO (IUPAC 2007)                  E‐BUT‐2‐ENO (IUPAC 2007) 
Os isômeros geométricos ou cis‐trans diferem entre si pelas suas propriedades físicas (PE, PF, 
densidade, solubilidade etc.) e em certas propriedades químicas. 
      No que diz respeito às propriedades químicas, os isômeros geométricos podem apresentar 
ou não diferenças.  
 
 
 
 
 
Cetés - Química Orgânica-C 5

Exemplo  

                                    Z‐Ácido Butenóico 

E‐ácido fumárico 
 

 
 

 
 
O mesmo não acontece com o ácido fumárico, o que pode ser entendido especialmente pela 
distância entre as carboxilas. 

 
                                          E ‐ Ácido fumárico 
Isomeria geométrica em compostos de cadeias fechadas 
Para que haja este tipo de isomeria, os compostos deverão apresentar pelo menos dois 
carbonos do ciclo, contendo ligantes diferentes. 
Exemplo 

                                                 
  
Cetés - Química Orgânica-C 6

      
 
Este caso de isomeria também é chamado de isomeria bayeriana e a verificação dos isômeros
sempre  é  feita  em  relação  ao  plano  determinado  pelo  ciclo.
Sendo assim, o isômero cis será aquele que apresentar ligantes iguais do mesmo lado do plano
do  ciclo  e  o  isômero  trans,  quando  tais  ligantes  estiverem  em  lados  opostos  em  relação  ao
plano do ciclo. Exemplo 

 
Podemos representar as seguintes estruturas:  
  

                               
          Z‐1,2‐diclorociclopropano                    E‐1,2‐diclorocicloprpano – (IUPAC ‐ 2007) 
Isomeria geométrica no 1,2‐dimetil‐ciclopentano 
 

 
 E‐ 1,2‐dimetilciclopentano 

 
Z‐1,2‐dimetilcicolpentano 
Propriedades Físicas dos Isômeros  

 
Observe que os compostos isômeros espaciais apresentam propriedades físicas diferentes, 
mesmo apresentando estruturas planas iguais. 
Cetés - Química Orgânica-C 7

Isomeria Óptica 
 
A luz natural é uma modalidade de energia radiante. Na luz natural, as vibrações ocorrem em 
todos os planos que contêm o eixo x, y; este representa a direção de propagação do raio 
luminoso. 

 
 
Se fosse possível observar os planos de vibração da luz natural, teríamos esquematicamente o 
seguinte: 

                                            
 
Em que aa1, bb1, cc1, dd1 seriam os planos de vibração da luz natural “vistos de frente”. 
      Luz polarizada é a luz cujas ondas vibram em um único plano ( aa1, ou bb1, ou cc1, ou dd1 ) 
ou qualquer outro plano não representado na figura. 
      Existem certas substâncias que, quando atravessadas pela luz natural, absorvem as ondas 
que vibram em todos os planos com exceção das de um. 
      Tais substâncias transformam a luz natural em luz polarizada e serão denominadas 
polarizadoras. 
      Na prática, o polarizador mais usado é o prisma de Nicol, prisma este construído colocando‐
se dois cristais de calcita “com bálsamo‐do‐canadá.” 
Esquematicamente, temos: 

 
 

                                          
      Os compostos que apresentam isomeria óptica desviam o plano da luz polarizada  
devido a uma assimetria molecular. 
      O polarímetro é o aparelho utilizado na determinação da atividade óptica das  
substâncias opticamente ativas. Esquematizamente, podemos encontrar: 
Cetés - Química Orgânica-C 8

 
      Quando a luz atravessa a solução sem sofrer desvio, a substância é opticamente 
inativa. Quando a luz atravessa a solução e sofre desvio, a substância é opticamente 
 ativa e apresenta isometria óptica. Se o desvio foi à direita, o isômero é chamado de dextrogiro; se o 
desvio foi à esquerda, o isômero é chamado de levogiro. 
      A assimetria molecular é encontrada em moléculas que apresentam carbono quiral. 
Carbono quiral (C *) é aquele que se liga a quatro átomos ou radicais diferentes entre si. 

                            
Isomeria Óptica com 1 Carbono Quiral 
Todo composto que apresenta um carbono quiral na molécula será representado sempre 
 por dois isômeros opticamente ativos: um dextrogiro e outro levogiro, cujas moléculas funcionam 
como objeto e imagem em relação a um espelho plano.  
 

 
      A todo isômero dextrogiro corresponde um levogiro, os dois desviam o plano de 
 vibração da luz polarizada do mesmo ângulo para lados opostos. Assim, o primeiro 
 desviará de +  e, o segundo, de – . Os isômeros que são imagem um do outro num espelho plano 
denominam‐se enantiômeros. 
     As moléculas que não se podem sobrepor às respectivas imagens num espelho 
 plano são denominadas de quirais (antigamente denominadas de assimétricas). 
Portanto, num composto cujas moléculas são quirais, encontramos moléculas  
dextrogiras e levogiras (enantiômeros). 
     Se misturarmos quantidades iguais de enantiômeros, obteremos o racêmico,  
q
  ue é opticamente inativo (inativo por compensação externa). 
Cetés - Química Orgânica-C 9

 
      Outros exemplos de compostos que apresentam um carbono quiral na molécula e que, 
por isso, são representados por enantiômeros e por racêmico. 

 
Isomeria Óptica Com 2 Carbonos Quirais Diferentes
Exemplo 

 
      Os carbonos de números 2 e 3 são quirais e diferentes, pois um está ligado a – OH e, 
outro, ao – Cl. 
      Os ângulos de desvio produzidos por eles serão, portanto, diferentes. 
      Suponhamos que um seja responsável por um desvio  e, outro, por  e 
convencionemos, por exemplo: 
 
Se representarmos por sinas + e – os desvios para a direita e para a esquerda, 
respectivamente, teremos os seguintes isômeros possíveis:  

 
       Se misturarmos quantidades iguais dos enantiômeros d1 e l1, teremos o racêmico r1.  
      Se fizermos o mesmo para os isômeros d2 e l2, teremos o racêmico r2. 
      Outros exemplos de compostos com dois carbonos quirais diferentes: 

 
  
Cetés - Química Orgânica-C 10

 
 
Isometria Óptica Com n Carbonos Quirais Diferentes   
 

 
 
Fórmulas de Van’t Hoff 

 
  
Isometria Óptica, com dois Carbonos Quirais Iguais
 
Seja, por exemplo, o composto: 

 
Os carbonos de números 2 e 3 são quirais, porém iguais. Se considerarmos, portanto, que 
um deles é responsável por um desvio a do plano de vibração da luz polarizada, o outro 
também o será. 
O número de isômeros possíveis será o seguinte: 

 
 
r = d + l (em quantidades iguais) 
Conclusão 
Toda fórmula que apresente dois carbonos quirais iguais será responsável por quatro 
possibilidades, sendo duas substâncias opticamente ativas, uma substância opticamente 
inativa e uma mistura racêmica. 
Assim, para o ácido tartárico, as quatro possibilidades são as seguintes: 
I) ácido tartárico dextrogiro. 
Cetés - Química Orgânica-C 11

II) ácido tartárico levogiro. 
III) ácido mesotartárico ou ácido tartárico inativo por compensação interna. 
IV) ácido tartárico racêmico ou ácido tartárico inativo por compensação externa. 
Outros exemplos de compostos com dois carbonos quirais iguais: 

 
 
Isometria Óptica em dois compostos Cíclicos
 
A isomeria óptica também é observada em compostos cíclicos, embora estes não 
apresentem carbono quiral. Para que a quantidade de isômeros possa ser determinada, 
devemos considerar a existência do carbono quiral. 
O composto cíclico que apresenta assimetria molecular deve possuir carbono com 
ligantes diferentes. Consideremos o composto 2‐metil‐1‐cloro‐ciclopropano. 

 
Observamos que existem dois carbonos no anel (1 e 2) que podem ser considerados como 
quirais. A quantidade de isômeros é calculada da seguinte maneira: 
Isômeros opticamente ativos: 2n = 22 = 4 
Isômeros opticamente inativos: 

 
As fórmulas estruturais dos isômeros ficam: 
Cetés - Química Orgânica-C 12

 
 
Quando dois carbonos do anel possuem os ligantes iguais entre si, possui assimetria 
molecular somente a forma trans. Consideremos a substância 1,2 dibromo‐ciclopropano. 

                              
  Compostos com duas duplas ligações 

A isomeria ótica é observada nos compostos com duas duplas acumuladas, ou seja, no 
mesmo átomo de carbono. Tais compostos são denominados de alênicos. Exemplo: 

                                         
Mecanismo e Classificação das Reações Orgânicas 
 
1. Classificação das Reações Orgânicas 
Existem vários critérios para classificar as reações orgânicas. Para nós interessa classificar 
as reações orgânicas quanto ao produto obtido em comparação com o reagente utilizado. 
Sob esse aspecto, as reações podem ser de substituição, adição, eliminação, oxidação, 
redução ou polimerização. 
A. Reação de Substituição 
  É aquela em que um átomo ou grupo de átomos é substituído por outros. 
 
 
 
 
 
 
Cetés - Química Orgânica-C 13

Exemplos 

 
B. Reação de Adição 
  É aquela em que são incorporados átomos ou grupos de átomos a ligações duplas 
ou triplas. 
Exemplos 

 
C. Reação de Eliminação 
  É aquela em que átomos ou radicais são eliminados dando origem a ligações 
duplas ou triplas. 
Exemplo 

 
D. Reação de Oxidação 
  É aquela em que ocorre aumento do número de oxigênio na molécula orgânica ou 
eliminação de hidrogênio. 
Exemplos 

 
E. Reação de Redução 
  É aquela em que diminuem os oxigênios na molécula orgânica ou aumentam os 
hidrogênios. 
Cetés - Química Orgânica-C 14

Exemplo 
 
Observação 
  Na realidade, a oxidação ocorre quando varia o número de oxidação dos átomos 
de carbono. Normalmente, a oxidação pode ser provocada pelo aumento do teor de 
oxigênio ou diminuição do teor de hidrogênio. Na redução ocorre o inverso. 
F. Reação de Polimerização 
  É aquela em que ocorre reunião de moléculas iguais, com formação de moléculas 
maiores. 
Neste tipo de reação, os reagentes são chamados monômeros e os produtos, polímeros. 
Exemplos 

 
Assim, o polietileno é um polímero, e o benzeno, um trímero. 
2. Ruptura de Ligação 
 
  Para que uma ligação se efetive, é necessário que haja rompimento nas ligações 
entre átomos dos reagentes e posterior formação de ligações entre os átomos dos 
produtos. 
  O tipo de ruptura que irá ocorrer na ligação entre dois átomos é decisivo para a 
formação do produto final e depende da natureza dos reagentes que estiverem em 
contato, do meio em que ocorrer a reação (tipo de solvente presente) e também das 
condições físicas (temperatura, pressão, luminosidade etc.). 
  O químico deve saber combinar esses itens de modo a obter o tipo de ruptura 
necessária para que a reação se processe fornecendo o produto desejado. 
A ruptura ou cisão de uma ligação química só poderá se dar de uma das seguintes 
maneiras: heterolítica ou homolítica. 
A. Cisão Heterolítica 
  A ligação covalente comum quebrará de modo heterogêneo; um dos átomos fica 
com o par de elétrons da ligação. 
Esquema geral 
 
 
Este tipo de ruptura dará origem a dois reagentes distintos: 
X1– – reagente nucleófilo (philo = amigo; núcleo = carga positiva): irá sempre atacar a 
parte positiva de uma molécula. São bases de Lewis, pois podem oferecer um par de 
elétrons. 
Exemplos de principais reagentes nucleófilos: 
Cl– ; OH– ; CN– ; H2O 
Y1+ – reagente eletrófilo (philo = amigo; elétron = carga negativa); irá sempre atacar a 
parte negativa de uma molécula. São ácidos de Lewis, pois podem aceitar um par de 
elétrons. 
Cetés - Química Orgânica-C 15

Exemplos dos principais reagentes eletrófilos: 
H+ ; NH  ; BF3 ; ALCL3 
 
B. Cisão Homolítica 
  A ligação covalente comum quebrará ou pode quebrar de modo homogêneo; cada 
átomo permanece com 1 elétron da ligação. 
Esquema geral 
 
 
  Esse tipo de ruptura dará origem a reagentes que chamamos de radicais livres. 
Neles encontramos uma valência livre e carga elétrica zero. 
Na verdade, os radicais livres se comportam como eletrófilos, uma vez que apresentam 
deficiência de elétrons no átomo que possui a valência livre. Só que, nesse caso, não 
podemos classificá‐los como ácido de Lewis, pois os radicais livres necessitam de apenas 1 
elétron, e não de 1 par. 
Principais exemplos de reagentes radicais livres: 

 
Substituição em Alcanos 
 
Introdução 
Os alcanos são hidrocarbonetos alifáticos saturados de fórmula geral: CnH2n + 2. São 
conhecidos como parafinas (do latim parum affinis, “pouca afinidade, isto é, pouco 
reativo) porque apresentam fraca tendência a se combinarem. 
  Nos alcanos existem apenas ligações covalentes C – C e C – H, a estrutura dos 
carbonos é tetraédrica e os ângulos de ligação são de 109°28’. 
Vamos recordar alguns alcanos. 
CH4                                    H3C __ CH3 
Metano                                   Etano 
(gás dos pântanos) 
 
H3C __ CH2__ CH3      Propano 
 
H3C __ CH2__ CH2__ CH3 Butano 
 
          H 
            | 
H3C __ C __ CH3 Metil Propano 
            |               (isobutano) 
           CH3 
 
 
 
Cetés - Química Orgânica-C 16

 
          CH3 
            | 
H3C __ C __ CH2 __ CH __ CH3 
            |                |  
          CH3            CH3 
2,2,4 ‐ Trimetil pentano (isobutano) 
 
1. Propriedades Físicas dos Alcanos 
  O ponto de ebulição aumenta de 20 a 30 °C para cada carbono adicionado à 
cadeia. Em condições ambientais verificam‐se os três estados físicos: gases (de 1 a 4 
carbonos), líquidos (de 5 a 18 carbonos) e sólidos (mais de 18 carbonos). 
  No caso dos alcanos isômeros, quanto mais ramificada a cadeia, mais baixo o 
ponto de ebulição. 
  O ponto de fusão aumenta com o tamanho da cadeia carbônica, porém esse 
aumento não é muito regular como o ponto de ebulição. 
  Para a densidade valem as mesmas considerações feitas para o P.E. Os alcanos são 
menos densos que a água, já que as interações entre as moléculas são mais fracas. 
  Os alcanos são solúveis em solventes apolares, como benzeno, CCl4, CS2, éter etc. 
Respeitando a regra: “semelhante dissolve semelhante”  (apolar dissolve apolar). 
2. Fontes Naturais de Alcanos 
A. Petróleo 
  Maior fonte natural de alcanos, é um líquido escuro, oleoso, constituído de uma 
variedade muito grande de compostos orgânicos, predominando hidrocarbonetos de 1 a 
30 ou 40 átomos de carbono. 
B. Gás Natural 
  É outra fonte de alcanos. Sua composição varia conforme o lugar onde se forma. É 
constituído principalmente do CH4 (metano). Desprende‐se da crosta terrestre nas regiões 
petrolíferas, sendo a maior fonte natural de metano. 
  O metano também aparece em pequenas quantidades nas minas de carvão, o que 
constitui sério perigo, pois a sua mistura com o ar (chamada grisu), em dada proporção, é 
explosiva, sendo responsável por explosões catastróficas que de vez em quando 
acontecem em jazidas de carvão.  
  O metano faz parte dos gases intestinais especialmente dos herbívoros, pois 
resulta de decomposição da celulose. 
3. Reações 
 
Os alcanos participam de poucas reações. Estas ocorrem somente em condições rigorosas 
e normalmente resultam de misturas de produtos. No final da reação, obtêm‐se produtos 
da substituição de átomos de hidrogênio do alcano por outros átomos ou grupos de 
átomos. 
 
Substituição em Alcanos 
 
O hidrogênio que sofre mais facilmente substituição é o ligado ao carbono terciário, e o 
mais dificilmente substituível é o ligado ao metano. Temos, portanto, a seguinte ordem 
decrescente da facilidade de substituição do hidrogênio. 
Cetés - Química Orgânica-C 17

 
 
  A ordem de reatividade apresentada indica a orientação da reação para o alcano. 
  Com a saída de hidrogênio, verifica‐se a formação de radicais, que são derivados 
de um alcano. A estabilidade de um radical está relacionada com o alcano que o originou. 
  Se a facilidade da retirada de átomos de hidrogênio se coloca pela ordem:  
terc. > sec. > prim. > CH4, da mesma maneira, também se deve colocar a ordem  
de facilidade de formação dos radicais: Terc. > Sec. > Prim. > ∙ CH3 
  Portanto, quanto mais estável for um radical, mais facilmente ele será formado. 
• Reação de Halogenação 
 
  É a reação de substituição que, neste caso, ocorre entre alcanos e halogênios, 
principalmente cloro e bromo. Verificam‐se reações com o flúor, desde que este se 
encontre diluído com um gás inerte; o iodo não reage. 
  Na reação de halogênios com alcanos, forma‐se mistura de mono, di, tri ... poli 
halogênios alcanos. Na reação com metano e cloro forma‐se uma mistura de derivados 
clorados do metano. A velocidade das reações de halogenação pode aumentar na 
presença de luz solar ou ultravioleta. 

 
 

 
  Já os alcanos com 3 ou mais átomos de carbono sofrem esta reação fornecendo 
uma mistura de compostos e ocorrendo em maior quantidade a reação que aconteceu no 
arbono mais reativo. 
Exemplos 
Cetés - Química Orgânica-C 18

 
 

 
Observação 
  As reações de halogenação dos alcanos ocorrem através de uma substituição via 
radical livre. O mecanismo pode ser representado da seguinte maneira: 

1a etapa: Cl  Cl  2Cl  Cisão homolítica 


 

2a etapa: H3C  H + Cl  H3C  + HCl 


 

3a etapa: H3C  + Cl  Cl  H3C __ Cl + Cl  


O radical livre Cl • formado na 3a etapa reage com o hidrocarboneto, conforme descrito 
na 2a etapa. 
 
• Reação de Nitração 
 
Reação de alcanos com ácido nítrico (HNO3 ou HO – NO2). 

 
Resumo 
– Alcanos: hidrocarbonetos, alifáticos, saturados e pouco reativos. 
– Alcanos possuem como fontes naturais o petróleo e o gás natural. 
– Alcanos sofrem reações de substituição de hidrogênio. A facilidade de substituição dos 
hidrogênios fica: 
Cterc. > Csec. > Cprim. > CH4 
– Halogenação: reação de substituição envolvendo halogênios. Para alcanos com 3 ou 
mais átomos de carbono na cadeia, a reação ocorre formando uma mistura de compostos. 
– Nitração: reação de substituição envolvendo o ácido nítrico. 
 
Exercícios  
01. (UFPR‐PR) 
Considerando a reação de halogenação do metil‐butano em presença de luz e cloro, 
responda: 
Cetés - Química Orgânica-C 19

a) Quais as fórmulas dos derivados monoclorados obtidos? 
b) Dos produtos obtidos, quais os que apresentam isômeros óticos? Dê nome aos 
mesmos e justifique sua resposta. 
02. (Fuvest‐SP) 
Na primeira etapa da reação de alcanos com cloro ocorre a troca de apenas um átomo de 
hidrogênio por átomo de cloro. Considerando somente esta etapa, quantos 
hidrocarbonetos clorados diferentes podem se formar ao reagirem 2‐metil‐propano e 
cloro? 
a) 1 
b) 2 
c) 3 
d) 4 
e) 5 
 
Substituição em Aromáticos  
 
Introdução 
  Os hidrocarbonetos aromáticos são o benzeno, seus derivados e outros compostos 
que a ele se assemelham. 
  Alguns aromáticos importantes: 

 
 
  A característica química do núcleo benzênico são as reações de substituição 
eletrófila aromática, que consistem na substituição de hidrogênio por outros átomos ou 
grupos de átomos: 

 
1. Halogenação no Benzeno 
  O cloro e o bromo na presença de AlCl3 como catalisador dão reação de 
substituição com o benzeno, sendo que o iodo não reage com esse hidrocarboneto. 
 

 
2. Nitração no Benzeno 
  Os hidrocarbonetos aromáticos reagem com mistura sulfonítrica (HNO3 
concentrado e H2SO4 conc.) formando nitroderivados aromáticos. 
Cetés - Química Orgânica-C 20

 
 
3. Sulfonação do Benzeno 
  Os hidrocarbonetos aromáticos reagem com H2SO4 fumegante, com ligeiro 
aquecimento por meio de reação de substituição. 

 
4. Alquilação (Reação de Friedel‐Crafts) 
  São reações que ocorrem envolvendo hidrocarbonetos aromáticos e haletos 
orgânicos. 
 

 
5. Acilação ( Reação de Friedel‐Crafts) 
  São reações que ocorrem envolvendo hidrocarbonetos aromáticos e haletos de 
ácido. 

 
Resumo 
• Aromáticos: sofrem reações de substituição eletrofílica. 
• Halogenação: reação com cloro ou bromo em presença de AlCl3. 
• Nitração: reação com HNO3 em presença de H2SO4. 
• Sulfonação: reação com H2SO4 fumegante. 
• Alquilação: reação com haletos orgânicos. 
• Acilação: reação com haletos de ácido. 
Exercícios Resolvidos 
01. (Fuvest‐SP) Considere o esquema simplificado de produção da anilina a partir do 
benzeno. Neste esquema, A, B, e X correspondem, respectivamente, a: 
Cetés - Química Orgânica-C 21

 
 
a) HNO2, H2 e redução. 
b) HNO3, H2 e redução. 
c) HNO3, H2 e oxidação. 
d) NO2, H2O e hidrólise. 
e) HNO2, H2O e hidrólise. 
02. (UEL‐PR) Considere a reação de substituição: 

 
Se, na reação, o I‐CH3 for substituído por I‐C2H5, obter‐se‐á:  
a) tolueno. 
b) naftaleno. 
c) etilbenzeno. 
d) o‐etil tolueno. 
e) p‐etil tolueno. 
 
03. (Cesgranrio‐RJ) Se, pela síntese de Friedel‐Crafts, se deseja obter etil‐fenil‐cetona, 
deve‐se reagir benzeno com cloreto de: 
a) propanoíla. 
b) benzoíla. 
c) fenila. 
d) etanoíla. 
e) propila. 
Adição em Alcenos e Alcadienos 
 
1. Alcenos 
  São hidrocarbonetos alifáticos insaturados por uma dupla‐ligação de fórmula geral 
CnH2n . São também conhecidos como olefinas. 
O alceno mais importante é o etileno: 

 
A. Propriedades físicas 
  Assemelham‐se aos alcanos, sendo insolúveis em solventes polares, são menos 
densos que a água e apresentam baixo ponto de fusão e ebulição. 
 
B. Propriedades químicas 
  A química dos alcenos é a química da ligação dupla. Como a ligação dupla consiste 
em uma ligação forte e uma ligação fraca, as reações envolvem a quebra da ligação fraca. 
Esta espécie de reação é denominada reação de adição eletrofílica. 
 
C. Adição em alcenos 
a) Hidrogenação catalítica (método de Sabatier – Senderens) 
  É a reação com H2 , na presença de Ni ou Pd como catalisador. 
Cetés - Química Orgânica-C 22

Exemplo 

 
  É uma adição em que o ataque se dá ao mesmo tempo e de um mesmo lado (CIS). 
b) Halogenação em alcenos 
  Os alcenos adicionam halogênios, formando di‐haletos. 

 
  Os produtos das reações de alcenos com halogênios são de consistência oleosa, daí 
o nome olefina dado a esses hidrocarbonetos. 
c) Halogenidretos em alcenos 
Os alcenos adicionam halogenidretos (HCl, HBr, HI, HF), formando haletos de alquila. 

 
1) Regra de Markovnikov 
  Nas reações de adição, a porção positiva (H+) a adicionar dirige‐se para o carbono 
mais hidrogenado da insaturação. 
Exemplo 

 
2) Regra de Karash 
  Na presença de peróxido (O2)2– ocorre inversão da regra de Markovnikov (o 
halogenidreto usado deve ser o brometo de hidrogênio HBr). 

 
d) Hidratação de alcenos 
  São reações que envolvem o hidrocarboneto alceno e água na presença de 
catalisador e em meio ácido. 

 
Adição em Alcenos e Alcadienos 
 
2. Alcadienos ou Diolefinas 
  São hidrocarbonetos alifáticos insaturados por duas duplas‐ligações, de fórmula 
geral CnH2n – 2 . São também denominados de dienos ou diolefinas. 
Cetés - Química Orgânica-C 23

A. Classificação 
  Os alcadienos são classificados conforme a posição das duplas‐ligações. 
a) Alcadienos acumulados 
  Quando as duas duplas estão no mesmo carbono. 
Exemplo 
H2C = C = CH2    propadieno (aleno) 
H2C =  C = C – CH3     buta‐ 1,2‐dieno  
                  H                            
b) Alcadienos conjugados 
  Quando as duas duplas estão separadas por uma ligação simples. 
Exemplos:  
H2C = C – C = CH2 
           H    H 
buta‐1,3‐ dieno (eritreno)  

 
2 metil buta‐ 1,3‐ dieno (isopreno) 
c) Alcadienos isolados 
  Quando as duas duplas estão separadas por mais de uma ligação simples. 
H2C = CH – CH2 – C = CH2 
                               H 
                  penta‐1,4‐dieno  
H2C = CH – CH2 – CH2 – CH = CH2 
            hexa‐1,5‐dieno  
Os mais importantes dos alcadienos são conjugados porque possuem maior estabilidade e 
grande importância industrial. 
B. Propriedades Químicas dos Alcadienos 
  A exemplo dos alcenos, aqui também ocorre reação de adição eletrofílica. 
  Evidentemente tendo duas duplas‐ligações, os dienos darão essas reações em 
dobro (parcial e total) quando comparadas com os alcenos. 
  A reação mais interessante, contudo, ocorre com os dienos conjugados, por 
exemplo. 

 
  A adição 1,2 não tem nada de extraordinário. A grande novidade é o aparecimento 
da adição 1,4 onde os bromos se ligam nas extremidades e a dupla pula para a posição 
central. A adição 1,4 é típica dos alcadienos conjugados.   Porém, é claro que a adição de 
mais bromo à reação será de adição total. 
Cetés - Química Orgânica-C 24

Exemplo 

 
Mecanismo da Adição 1,4 
  É um mecanismo iônico do tipo adição eletrófila. Deste modo, a reação entre o 

e o bromo será assim explicada: 

 
  Aqui surge a novidade: os carbonos (3) e (4) têm um excesso de elétrons que é 
representado pela ligação dupla (orbital  ). Eles podem, então, ceder esse excesso de 
elétrons em socorro ao carbono (2) que ficou positivo (íon de carbônio) e este processo de 
transferir o elétron denomina‐se ressonância. 

 
  Com isso, a dupla‐ligação pula para o centro da molécula e o carbono (4) fica 
positivo. Você poderia perguntar: qual a vantagem disso? 
  A vantagem é que agora o ônus da carga positiva (que nenhum carbono tolera) 
está sendo dividido entre os carbonos (2) e (4) e, deste modo, o conjunto (híbrido de 
ressonância) fica mais estável. 

 
Resumo 
• Alcenos – Sofrem reação de adição. 
• Hidrogenação – Reação com H2 em presença de catalisador. 
• Halogenação – Reação com halogênios. 
• Halogenidretos – Reação com HCl, HBr, HI, formando haletos. 
• Regra de Markovnikov – Adição de hidrogênio ao carbono mais hidrogenado da dupla‐
ligação. 
• Regra de Karash – Adição de HBr, em presença de peróxido, ocorre inversão da regra de 
Markovnikov. 
• Hidratação – Reação com água em meio ácido e uso de catalisador. 
• Alcadienos – Sofrem reação de adição eletrofílica, semelhante aos alcenos.  
 Classificação – Acumulados, conjugados e isolados. 
• Reação de adição 1,4 – Ocorre em alcadienos conjugados, onde se verifica a adição aos 
carbonos das extremidades que contêm a dupla‐ligação e esta passa para a posição 
central. 
 
Exercícios  
01. (Fuvest‐SP) Hidrocarbonetos que apresentam dupla‐ligação podem sofrer reação de 
adição. Quando a reação é feita com um haleto de hidrogênio, o átomo de halogênio se 
adiciona ao carbono insaturado que tiver menor número de hidrogênios, conforme 
Cetés - Química Orgânica-C 25

observou Markovnikov. Usando esta regra, dê a fórmula e o nome do produto que se 
forma na adição de: 
a) HI + CH3CH = CH2 
 

 
02. (Fuvest‐SP) Os compostos A, B e C são alcenos em que os átomos ou grupo de átomos 
estão ligados aos carbonos 1 e 2, conforme indicado na tabela a seguir. 

 
a) A, B e C apresentam isomeria cis‐trans? Explique através de fórmulas estruturais. 
b) A reação do composto B com HBr leva à formação de isômeros? Justifique. 
 
03. (Cesgranrio‐RJ) Observe as reações de adição dadas aos seguintes alcenos: 
I) CH2 = CH – CH3 + H2  CH3 – CH2 – CH3 
II) CH2 = CH – CH3 + H2O  CH3 – CH (OH) – CH3 
III) CH2 = CH – CH3 + Cl2  CH2Cl – CHCl – CH3 
IV) CH2 = CH – CH3 + HCl  CH3 – CHCl – CH3 
V) CH2 = CH – CH3 + HBr  CH2Br – CH2 – CH3 
Assinale a opção que contém apenas a(s) reação(ões) que obedece(m) à Regra de 
Markovnikov. 
a) II             d) II e IV. 
b) V            e) IV e V. 
c) I e III. 
 
Adição em Alcinos 
 
Introdução 
  São hidrocarbonetos alifáticos insaturados por uma única tripla ligação, são 
também denominados de hidrocarbonetos acetilênicos. Sua fórmula geral é 
CnH2n – 2 
  Os alcinos podem ser obtidos de várias maneiras, sendo a mais importante a partir 
do acetileno, que, por sua vez, é preparado do petróleo, do gás natural ou de carvão, 
calcário e água. Este último processo (calcário e água) é especialmente importante por se 
tornar uma alternativa, dada a dificuldade de se encontrar petróleo. 
Cetés - Química Orgânica-C 26

 
  O acetileno é o ponto de partida de inúmeras sínteses importantes na área 
industrial, dando etileno, acetona, ác. acético, acetaldeído, cumeno, benzeno etc. 
  Alguns alcinos importantes: 

                     
1. Classificação dos Alcinos 
A. Alcinos Falsos 
  A tripla ligação está situada no interior da cadeia, isto acarreta comportamento 
normal da tripla ligação, isto é, reação de adição semelhante aos alcenos. 
Exemplos 

 
B. Alcinos Verdadeiros 
  A tripla ligação está situada na extremidade da cadeia. Isto acarretará, além do 
comportamento normal da tripla ligação, outro, decorrente do fato do hidrogênio 
terminal ter caráter ácido. Isto explica por que estes alcinos, além da reação de adição, 
também dão reação de substituição no hidrogênio ácido. 
Exemplos 

                
 
 

                
2. Propriedades Físicas dos Alcinos 
 
  Sendo compostos praticamente apolares, os alcinos têm propriedades físicas 
essencialmente iguais às dos alcanos e dos alcenos. 
  Assim, são insolúveis em água, mas bastante solúveis em solventes orgânicos (éter, 
benzeno etc...). 
  Seu ponto de ebulição aumenta com o número de átomos de carbono e são menos 
densos que a água. 
  Considerando somente os alcinos de cadeia normal, nas condições ambientais, do 
acetileno aos butinos, são gases, dos pentinos aos pentadecinos (15 C) são líquidos e dos 
hexadecinos (16 C), em diante, são sólidos. 
Cetés - Química Orgânica-C 27

 
3. Propriedades Químicas 
A. Reações de Adição à Tripla Ligação 
  Os alcinos apresentam propriedades químicas regidas pela presença da tripla 
ligação. 
  São mais reativos que os respectivos alcenos, pois têm maior densidade eletrônica, 
sendo as das ligações pi ( ) mais vulneráveis. 
  A reação de adição acontece tanto em alcino falso quanto com os verdadeiros. O 
ponto vulnerável é a tripla ligação e, em particular, as duas ligações pi ( ), que podem 
sofrer adições gradativas, dependendo do reagente e das condições energéticas da 
reação. 

 
 
I. Hidrogenação 
  É a reação com hidrogênio, na presença de catalisadores. Por hidrogenação 
moderada os alcinos dão alcenos e em condições mais energéticas dão alcanos. 

 
II. Halogenação 
  É a reação com halogênios (F2, Cl2, Br2, I2) que deve ser feita com cuidado, sendo 
difícil de controlar. 

 
 
III. Adição com HX (Halogenidretos = HCl, HBr, HI, HF) 
  É a reação com haletos de hidrogênio que pode ocorrer em etapas e segue a regra 
de Markovnikov, dando no final di‐haletos gêmeos (halogênio no mesmo carbono). 

 
 
IV. Adição de Água 
  Os alcinos reagem com água na presença de H2SO4 e a solução de H+.   Essa 
reação produzirá enol, que, por tautomerização, produzirá o correspondente composto 
carbonílico. 
  Essa reação também obedece à regra de Markovnikov. 

 
 
Observação – Em decorrência da regra de Markovnikov, os alcinos falsos ou verdadeiros 
produzem cetona, e apenas o acetileno produz aldeído. 
Cetés - Química Orgânica-C 28

  A adição de água ao acetileno para formar acetaldeído, que pode ser oxidado a 
ácido acético (vinagre), é um processo extremamente importante dentro da indústria. 

 
B. Reação de Substituição nos Alcinos Verdadeiros 
– Reação com metais alcalinos (Na°) 
  Os alcinos verdadeiros reagem com esses metais, principalmente com o sódio 
metálico, através de uma reação de deslocamento, dando os acetilenos correspondentes. 

 
 
Não vamos esquecer: 
não reage, alcino falso 
 
Essa reação constitui um método rápido de identificação de alcinos verdadeiros. 
Resumo 
– Alcinos – Fórmula Geral CnH2n –2 
– Classificação –  
Alcinos falsos = não possuem hidrogênio ligado a carbono na tripla ligação;  
Alcinos verdadeiros = possuem hidrogênio ligado a carbono da tripla ligação. 
  ‐ Alcinos sofrem reações de adição que podem ser parciais, quando ocorre quebra 
de apenas uma ligação da tripla ligação, ou total, quando ocorre quebra de duas ligações 
da tripla ligação. 

 
  – Reações de substituição ocorrem somente com alcinos verdadeiros. 
Exercícios 
01. (UFSC‐SC) Assinale as proposições corretas. Encontre, na relação a seguir, os produtos 
da adição de 1 mol de HBr a 1 mol de cada um dos seguintes reagentes: 
a) Propeno      b) Propino 
01. 1,2 – dibromopropano    1 – cloro – 2– bromopropano 
02. 2 – bromopropano         1,2,3 – tribromopropano 
03. 1,2 – dibromopropeno   1,1,1 – tribromopropano 
04. 2 – bromopropeno 
 
02. (Vunesp‐SP) Assinale a alternativa que apresenta um composto orgânico que descora 
rapidamente uma solução de bromo em tetracloreto de carbono. 
a) 2‐butino            
b) Butano              
c) Éter etílico 
d) Benzeno   
e) Clorofórmio 
 
Cetés - Química Orgânica-C 29

Adição e Substituição em Ciclanos 
 
1. Ciclanos ou Cicloalcanos ou Cicloparafinas 
 
A. Definição 
  São hidrocarbonetos cíclicos saturados, de fórmula geral CnH2n, também 
conhecidos como cicloparafinas. 
  Os mais importantes ciclanos são: 

            
 
B. Propriedades Químicas dos Ciclanos 
a) Hidrogenação  
  Os ciclanos com três átomos de carbono no ciclo adicionam hidrogênio, na 
presença de níquel, à temperatura relativamente baixa (120 °C); os ciclanos com quatro 
átomos de carbono no ciclo também adicionam hidrogênio, na presença de níquel, à 
temperatura mais alta (200 °C); os ciclanos com cinco átomos de carbono no ciclo 
adicionam hidrogênio, na presença de níquel, à temperatura ainda mais alta (300 °C). Os 
ciclanos com seis átomos de carbono no ciclo não adicionam hidrogênio. 
  Em resumo os três primeiros ciclanos (ciclopropano, ciclobutano e ciclopentano) 
dão reação de adição e os demais ciclanos, reação de substituição. 
Por exemplo: 

 
 
b) Halogenação 
Cetés - Química Orgânica-C 30

 
 

 
 

 
 
 

 
c) Reação com Halogenidreto (HCl, HBr, HI) 
 

 
 

                                     

 
 
2. Teoria da Tensão dos Anéis de Bayer  
  Pelas reações anteriores, conclui‐se que a estabilidade dos ciclanos aumenta do 
ciclopropano para o cicloexano. 
  Foi em 1885 que Adolf von Bayer propôs uma teoria para explicar o 
comportamento diferente dos ciclanos. 
Cetés - Química Orgânica-C 31

  O ângulo formado por ligações simples com duas unidades de covalência do 
carbono pode ser matematicamente determinado e seu valor é de 109°28’ 
  Ângulo de Estabilidade Total entre as Ligações 

 
  Num ciclo de 3 átomos de carbono, o ângulo formado entre duas unidades de 
covalência é de 60°. 

 
  Existe, portanto, grande tensão no ciclo e sua tendência são de abrir; daí a 
facilidade com que há reação de adição com ruptura do ciclo. 
  Num ciclo com 4 átomos de carbono, o ângulo formado entre duas unidades de 
covalência do carbono no ciclo é de 90°; neste caso, a tensão é menor e a estabilidade do 
ciclo é maior que o ciclopropano. Mas a tensão no ciclobutano continua, portanto, da 
reação de adição com ruptura do ciclo. 
  Num ciclo com 5 átomos de carbono, o ângulo formado entre duas unidades de 
covalência do carbono no ciclo é de 108°. 

                                                          
  Praticamente não há tensão no ciclo, daí então sua grande estabilidade.  Porém, 
mesmo com esta tensão mínima, pode haver reação de adição com ruptura do ciclo em 
condições enérgicas. 
  A teoria de Bayer não foi satisfatória para explicar a grande estabilidade dos ciclos 
com seis ou mais átomos de carbono, porque admitia que os seis ou mais átomos de 
carbono do ciclo estavam num mesmo plano, e, sendo assim, haveria tensão no ciclo. 
  Assim, no cicloexano, se os seis átomos de carbono estivessem num mesmo plano, 
o ângulo formado entre duas unidades de covalência do carbono no ciclo seria 120º, e 
haveria tensão no ciclo, pois o ângulo normal é 109º 28’. 
  A partir do ciclo de 6 átomos de carbono, à medida que aumentasse o número de 
átomos de carbono no ciclo, deveria diminuir a sua estabilidade, pois aumentaria a 
tensão, o que está em desacordo com a prática, pois estes ciclos são muito estáveis. 
 
3. Teoria de Sasche‐Mohr  
  Em 1890, Sasche admitiu que nos hexaciclos, heptaciclos etc. os átomos de 
carbono não estão num mesmo plano, e, sendo assim, o ciclo pode se formar sem tensão. 
De fato, com o auxílio dos modelos de átomos de carbono, podem‐se construir os 
hexaciclos, heptaciclos etc., e verificar que os átomos de carbono se distribuem em 
diversos planos e o ciclo não apresenta tensão alguma. Sasche em sua teoria admitiu que, 
num hexaciclo, os seis átomos de carbono podem se dispor espacialmente de duas 
maneiras diferentes. 
  Hexaciclo em forma de C (ou forma de barco) e hexciclo em forma de Z (ou forma 
de cadeira). 
Cetés - Química Orgânica-C 32

 
  O cicloexano nas duas formas: barco e cadeira 
  Em ambas as formas não existe tensão no ciclo, pois o ângulo de ligação é 109°28’. 
  Com a teoria, de Sasche surgiu o problema: deveriam existir dois isômeros do 
cicloexano, correspondentes às formas C e Z. Na prática, porém, não se verifica este tipo 
de isomeria. 
  Mohr, com auxílio dos modelos de átomos de carbono, demonstrou que, 
facilmente, a forma C passa para a forma Z e vice‐versa com uma ligeira torção no ciclo. 
Mohr admitiu então que no cicloexano as moléculas com ciclo na forma C estão 
continuamente se convertendo em moléculas com ciclo na forma Z e vice‐versa, não se 
podendo isolar uma das formas, que seria um dos isômeros. 
  Portanto, os ciclanos com 6 ou mais de 6 carbonos são estáveis e por isso não 
existe ruptura na ligação do seu ciclo, portanto, só apresentam reação de substituição. 

 
Resumo 
– Ciclanos – fórmula geral: CnH2n  
– Sofrem reações de adição (ciclopropano e ciclobutano) e reações de subtituição 
(ciclopentano e cicloexano). 

 
– Teoria de Bayer: explica a estabilidade de ciclo com três, quatro e cinco átomos de 
carbonos, pois são planares. Acima de cinco átomos de carbono, a teoria de Bayer não foi 
satisfatória para explicar a estabilidade dos ciclos. 
– Teoria de Sasche‐Mohr: admitiu que para ciclos com seis ou mais átomos de carbonos 
estes não se encontram num mesmo plano, portanto os ciclos são formados sem tensão 
entre as ligações. 
Exercícios   
01. (PUC‐RJ) O brometo de ciclopentila pode ser obtido pela reação de: 
a) pentano + HBr 
b) ciclopentano + Br2 
c) ciclopentano + HBr 
d) brometo de ciclopropila + CH3CH2Br 
e) brometo de ciclobutila + CH3Br 
Cetés - Química Orgânica-C 33

02. (Fuvest‐SP) Cicloalcanos sofrem reação de bromação conforme mostrado a seguir. 

 
 

 
 
a) Considerando os produtos formados em I, II e III, o que se pode afirmar a respeito da 
estabilidade relativa dos anéis com três, quatro e cindo átomos de carbono? Justifique. 
b) Dê o nome de um dos componentes orgânicos formados nessas reações. 
 
Reações de Eliminação 
1. Desidratação de Álcoois 
 
A. Desidratação Intramolecular de Álcoois 
  Classificamos os alcoóis em primários, secundários e terciários, conforme o grupo 
(–OH) esteja ligado a carbono primário, secundário ou terciário, respectivamente. 
  A facilidade de desidratação é maior nos álcoois terciários, depois nos secundários 
e por último nos primários. 

 
  Isso se deve à estabilidade do carbocátion formado na cisão heterolítica que 
ocorre no carbono que possuía a hidroxila –OH. 
  Se esse carbono for terciário, o número de grupos alquila que irão doar elétrons, 
dispersando sua carga, será maior e, portanto, o carbocátion será mais estável. 
  A desidratação intramolecular necessita de catalisador, H2SO4 ou Al2O3 e um 
aquecimento maior que a intermolecular. 
Exemplos 

 
 

 
 
  Quando houver a possibilidade de formar mais de um alceno, é o mais estável que 
se forma em maior quantidade. O alceno mais estável é aquele que apresenta o maior 
número de radicais orgânicos ligados aos átomos de carbono da dupla ligação. 
Cetés - Química Orgânica-C 34

 
Estabilidade dos alcenos 
 
  Portanto, podemos enunciar a regra de Saytzeff: 
“Na desidratação de álcool, formar‐se‐á o alceno mais estável”. 
Exemplo 

 
  Concluindo, podemos dizer que na desidratação intramolecular do álcool forma‐se 
alceno. 
 
B. Desidratação Intermolecular dos Álcoois 
  Com um aquecimento mais brando que o usado para a desidratação 
intramolecular e na presença de ácido forte, os álcoois sofrem desidratação 
intermolecular, produzindo éteres. 

 
Portanto, desidratação intermolecular dos alcoóis produz éter. 
 
2. Eliminação de HCl, HBr e HI de Haletos Orgânicos 
  Verifica‐se reação de eliminação, quando haletos orgânicos encontram‐se em 
presença de KOH alcoólico. 

 
  Nas situações em que pode ser obtido mais de um alceno, seguimos a regra de 
Saytzeff. Por exemplo: 

 
 
3. Desidratação de Ácidos Carboxílicos 
  Os ácidos desidratam‐se na presença de desidratantes (H2SO4, H3PO4 ou P2O5), 
produzindo anidridos de ácidos. 
Exemplo 

 
Resumo 
– Desidratação intramolecular de álcool: 
Formação de alceno 
– Regra de Saytzeff: 
 
 
Cetés - Química Orgânica-C 35

Formação de alceno mais estável 
– Desidratação intermolecular de álcool: 
 
Formação de éter. 
– Eliminação de HX de haletos orgânicos: 
 
Formação de alceno 
– Desidratação de ácidos carboxílicos: 
 
Formação de anidridos. 
 
Exercícios  
01. (FEI‐SP) Escreva a equação que permite obter do álcool terciário C5H12O, o alceno 
correspondente. Qual o nome do produto obtido? 
 
 02. (Vunesp‐SP) O terc‐butilmetiléter, agente antidetonante da gasolina, pode ser obtido 
pela reação de condensação entre dois alcoóis, em presença de ácido sulfúrico. 
Escreva: 
a) a fórmula estrutural do éter; 
b) as fórmulas estruturais e os nomes oficiais dos alcoóis que formam o éter por reação 
de condensação 
 
03. (Mackenzie‐SP) Na reação de eliminação, que ocorre no 2‐bromobutano com 
hidróxido de potássio em meio alcoólico, obtém‐se uma mistura de dois compostos 
orgânicos que são isômeros de posição. Um deles, que se forma em menor quantidade, é 
o but‐1‐eno. O outro é o: 
a) metilpropeno.               d) ciclobutano. 
b) 1‐butanol.                     e) but‐2‐eno. 
c) butano. 
 

04. (Unitau‐SP) O composto  é normalmente obtido pela desidratação 
de:  
a) duas moléculas iguais de cetona. 
b) duas moléculas iguais de ácido carboxílico. 
c) duas moléculas iguais de álcool. 
d) de uma molécula de álcool e uma de cetona. 
 
Reações de Oxidação (I) 
Introdução 
  As reações de oxirredução são as que ocorrem com mudança do número de 
oxidação.  
Na oxidação verifica‐se a perda de elétrons e conseqüentemente o aumento do número 
de oxidação. Para os compostos orgânicos, verifica‐se reação com o oxigênio e o aumento 
do número de oxidação do carbono envolvido. 
Cetés - Química Orgânica-C 36

 
 
1. Ozonólise de Alcenos 
  É a reação com ozônio (O3), formando ozonetos ou ozonídeos, seguida por 
hidrólise (quebra pela água) do ozoneto formado, o que permite a obtenção de aldeído 
e/ou cetona com formação de peróxido de hidrogênio.  
  O produto obtido depende do tipo de cada carbono que faz a ligação dupla: 
 
A – Se ambos os carbonos que fazem a ligação dupla forem primários ou secundários, 
obteremos apenas aldeído.  
 
B – Se ambos os carbonos que fazem a ligação dupla forem terciários, obteremos apenas 
cetonas. 
 
C – Se um dos carbonos que fazem a ligação dupla for primário ou secundário e o outro 
terciário, obteremos uma mistura de aldeído e cetona.  
Exemplos 
– Ozonólise do 2‐metilbut‐2‐eno 

 
– Ozonólise do 2‐buteno 

 
– Ozonólise do 2,3‐dimetil‐2‐buteno 

 
Observação 
  Para evitar a oxidação do aldeído pela água oxigenada, deve‐se utilizar zinco na 
reação.  
  A ozonólise caracteriza‐se pela sua seletividade de não produzir ácidos 
carboxílicos.  
Aplicação da Ozonólise 
1) Método de obtenção de aldeídos e cetonas.  
2) Determinação da posição da dupla ligação na molécula. Para isso proceder da seguinte 
maneira: eliminar os átomos de oxigênio das duas moléculas resultantes e unir por dupla 
ligação os carbonos do radical funcional.  
Cetés - Química Orgânica-C 37

Exemplo 
 
Um alceno forneceu por ozonólise aldeído acético e propanona. Qual é o alceno?  

 
O alceno é, portanto:  

2‐metilbut‐2‐eno 
 
2. Oxidação Branda de Alcenos 
  Os alcenos são oxidados pelo KMnO4 (permanganato de potássio) em meio básico 
(NaHCO3 ou Na2CO3) ou meio neutro, formando diálcoois vicinais denominados glicóis. O 
oxidante brando mais usado é o KMnO4/NaHCO3, conhecido como reativo de Bayer. 
  Em meio alcalino o KMnO4 é um oxidante brando, dando‐se a seguinte reação:  

 
Exemplo de oxidação branda de alcenos: 

 
Importante! 
  Em função da cor violeta da solução de KMnO4, a reação de Bayer pode ser 
aplicada para se distinguir um alceno do ciclano isômero; com KMnO4 em meio alcalino o 
ciclano não reage. 

 
3. Oxidação Enérgica de Alcenos 
São exemplos de oxidantes enérgicos: mistura sulfopermangânica (KMnO4/ H2SO4) e 
mistura sulfocrômica (K2Cr2O7/ H2SO4). 
O KMnO4 , em meio ácido, é um oxidante enérgico, dando‐se a reação:  

 
  Um alceno, quando submetido a um oxidante enérgico, sofre oxidação com 
ruptura da dupla ligação, podendo haver formação de ácidos carboxílicos, cetonas ou gás 
carbônico. 
  * Haverá formação de gás carbônico em vez de ácido metanóico se a dupla ligação 
estiver localizada na extremidade da cadeia; isso acontece porque o ácido metanóico 
Cetés - Química Orgânica-C 38

possui a propriedade de ser atacado pelo oxigênio, pois o ácido fórmico apresenta caráter 
redutor. 
Exemplos 

 
 

                              
  Quando o alceno apresentar ramificações nos carbonos da dupla ligação, 
obteremos cetona ao invés de ácido carboxílico.  

 
 
Aplicação da Oxidação Enérgica 
  A reação com KMnO4/H2SO4 pode ser empregada na localização da dupla ligação 
de um alceno desconhecido, além de se constituir num método para obtenção de cetonas 
e/ou ácidos carboxílicos. 
Exemplo 
  Um alceno produz com KMnO4/ H2SO4 , ácido propanóico e butan‐2‐ona. 

 
Alceno é: 

    3‐metil‐hex‐3‐eno 
Observação 
  A reação de um composto orgânico com oxigênio atômico ou molecular é uma 
reação de oxidação do composto orgânico, pois o número de oxidação ou Nox do carbono 
aumenta. O permanganato de potássio é chamado de agente oxidante. Outro agente 
oxidante muito empregado em Química Orgânica é o dicromato de potássio (K2Cr2O7). 
Resumo 
– Ozonólise – Reação de alcenos com ozônio, seguida de hidrólise, formando aldeídos e 
/ou cetonas. 
Cetés - Química Orgânica-C 39

 
– Oxidação branda – Formação de diálcoois vicinais. 
– Oxidação enérgica – Formação de ácido carboxílico, cetona ou gás carbônico. 

 
Exercícios  
01. (Fuvest‐SP) Na ozonólise do alqueno de menor massa molecular que apresenta 
isomeria cis‐trans, dizer qual é o único produto orgânico formado.  
02. Da ozonólise de um alceno resultam dois compostos, ambos de fórmula molecular 
C3H6O e isômeros de função entre si. O alceno é: 
a) 2,3‐dimetil‐2‐buteno 
b) 3‐hexeno 
c) 1,4‐hexadieno 
d) 2‐metil‐2‐penteno 
e) 2‐metil‐2‐hexeno 
03. (FEI‐SP) A oxidação enérgica do metil‐2‐buteno produz: 
a) propanona e etanal. 
b) etanal e etanóico. 
c) metil 2,3 butanodiol. 
d) propanona e etanóico. 
e) butanona, água e gás carbônico. 
 
4. Oxidação Enérgica 
A. Álcool Primário 
 
  Os alcoóis primários podem oxidar‐se parcial ou totalmente. 
  A oxidação parcial de um álcool primário produz aldeído, que é novamente 
oxidado e produz ácido carboxílico, o que nos leva a concluir que a oxidação total de um 
álcool primário terá como produto final um ácido carboxílico. 
  A oxidação de um álcool primário a ácido carboxílico é possível porque o carbono 
do grupo – OH de um álcool primário possui, no mínimo, 2 ligações com hidrogênio. 

 
  Um dos métodos para oxidar álcool primário a aldeído e depois a ácido carboxílico 
consiste em usar solução de dicromato de potássio, K2Cr2O7 , como agente oxidante. 
  Essa solução que possui o íon dicromato  tem coloração vermelho‐
alaranjada. Quando esse íon oxida o álcool, o cromo sofre redução, passando a Cr2O3 de 
coloração verde (esta reação é a que acontece nos bafômetros). 
Exemplo 
Cetés - Química Orgânica-C 40

 
Caso Especial 
 
Oxidação do Metanol 
 
(Possui 3 ligações com hidrogênio e, portanto, 3 pontos a serem oxidados na  
molécula.) 

                                                      
B. Álcool Secundário 
  Os alcoóis secundários são oxidados a cetonas, pois o carbono do grupo – OH, 
neste caso, possui apenas 1 ligação com hidrogênio. 

 
Exemplo 

 
C. Álcool Terciário 
  Como neste caso o carbono do grupo – OH não possui ligações com hidrogênio, os 
álcoois terciários não sofrem reação de oxidação. 

 
 
5. Diferenciação Prática de Aldeídos e Cetonas 
 
  Em laboratórios, faz‐se a diferenciação entre aldeído e cetona com base no fato de 
Cetés - Química Orgânica-C 41

que os aldeídos são facilmente oxidados e as cetonas não o são. 
  Para isso, usam‐se reativos especiais que, ao provocarem a oxidação do aldeído e, 
conseqüentemente, ao sofrerem redução, produzem um sinal físico facilmente 
identificável como, por exemplo, uma mudança de cor. 
  Uma vez que a cetona não sofre oxidação, seu contato com esses reativos não 
produz sinal algum e assim verifica‐se, experimentalmente, se determinado composto é 
um aldeído ou uma cetona. 
  Principais reativos:  
A. Reativo de Tollens 
  Solução Amoniacal de Nitrato de Prata 
  Os aldeídos produzem um precipitado de prata metálica nas paredes do frasco, 
formando um espelho de prata. 

 
As cetonas não reagem com reativo de Tollens. 
B. Reativo de Fehling 
  Mistura de solução alcalina de tartarato duplo de sódio e potássio (sal de 
seignette) e solução de CuSO4. 
  A mistura é um líquido de cor azul escuro que contém o íon cobre II. 
  Os aldeídos, quando tratados pelo licor de Fehling, dão um precipitado vermelho‐
marrom de óxido cuproso. 

 
  As cetonas não reagem com o licor de Fehling. 
 
6. Combustão 
  É uma reação que corresponde à queima de um composto que é alimentada pelo 
gás oxigênio, que recebe o nome de comburente. A combustão completa de compostos 
orgânicos, geralmente hidrocarbonetos e álcoois, produz dióxido de carbono (CO2) e água 
na forma de vapor. 
  Se a combustão for incompleta, além de água pode haver a formação de carbono 
ou monóxido de carbono. 
 
Exemplo 
Combustão Completa 
a) CH4 + 2O2  CO2 + 2H2O 
b) C2H2 + 5/2 O2 Æ 2CO2 + H2O 
c) C2H5OH + 3O2  2CO2 + 3H2O 
 
Observe que o balanceamento da equação deve ser feito considerando‐se a combustão 
(queima) de um mol do composto orgânico, iniciando‐se pelo carbono, em seguida 
hidrogênio e finalmente oxigênio, se for o caso. 
Combustão Incompleta 
Cetés - Química Orgânica-C 42

a)   

b)   
  Na combustão incompleta nota‐se a presença de fuligem (carbono) e monóxido de 
carbono; isto se deve à quantidade insuficiente de oxigênio molecular (O2) para realizar a 
combustão total. 
Resumo 
• Oxidação do Álcool 
Primário – A oxidação parcial produz aldeído e a total produz ácido carboxílico. A oxidação 
do metanol produz CO2 e H2O. 
Secundário – Produz cetona. 
Terciário – Não sofre reação de oxidação. 
• Diferenciação prática de aldeídos e cetonas 
– realizada através de reações de oxidação. Os aldeídos sofrem oxidação e as cetonas não 
sofrem oxidação. Os reativos usados são reativo de Tollens e reativo de Fehling. 
• Combustão  
  Queima de um composto que é alimentada pelo gás oxigênio (comburente). A 
combustão pode ser completa (formação de CO2 e H2O) ou incompleta (formação além da 
água de carbono ou monóxido de carbono). 
 
Exercícios  
01. (Fuvest‐SP) Para distinguir o 1‐butanol do 2‐butanol foram propostos dois 
procedimentos: 
I) Desidratação por aquecimento de cada um desses compostos com ácido sulfúrico 
concentrado e isolamento dos produtos formados. Adição de algumas gotas de solução de 
bromo em tetracloreto de carbono (solução vermelha) aos produtos isolados e verificação 
da ocorrência ou não de descoramento. 
II) Oxidação parcial de cada um desses compostos com dicromato de potássio e 
isolamento dos produtos formados. Adição de reagente de Tollens aos produtos isolados e 
verificação da ocorrência ou não de reação (positiva para aldeído e negativa para cetona). 
Mostre a utilidade ou não de cada um desses procedimentos para distinguir esses dois 
alcoóis, indicando os produtos formados na desidratação e na oxidação.  
02. (UFRJ‐RJ)  A e B são compostos orgânicos de mesma massa molecular que, por 
oxidação com permanganato de potássio em meio ácido, geram como produtos, 
respectivamente, butanona e ácido butanóico. 
a) Qual o tipo de isomeria existente entre os compostos A e B? Justifique sua resposta. 
b) Qual o produto orgânico resultante da desidratação do composto B? 

 
03. (Vunesp‐SP) Quais os produtos de oxidação parcial e total (da função álcool) do 1‐
propanol e do 2‐propanol?  
Cetés - Química Orgânica-C 43

a) Escrever as equações das oxidações utilizando fórmulas estruturais. 
b) Escrever os nomes dos produtos. 
04. (Vunesp‐SP) O etanol pode ser submetido às seguintes reações: 
I) de desidratação, em presença de ácido sulfúrico; 
II) de oxidação, em presença de dicromato de potássio e ácido sulfúrico. 
No total, podem se formar quatro produtos diferentes. Indique as fórmulas estruturais e 
os nomes oficiais de dois desses produtos. 
05. (Vunesp‐SP) Nos carros movidos a etanol (álcool etílico), a combustão completa de 1 
mol de álcool produz: 
a) 1 mol de CO2 e 6 mols de H2. 
b) 2 mols de CO2 e 3 mols de água. 
c) 2 mols de monóxido de carbono e 3 mols de água. 
d) 3 mols de etanal e 1 mol de metano. 
e) 1 mol de metanol e 3 mols de monóxido de carbono. 
 
 
Reações de Esterificação e Saponificação 
 
1. Reação de Esterificação 
  Esta reação é a reação reversível de álcool com um ácido na formação de éster e 
água. Esta reação é utilizada na indústria para obtenção das essências de frutas (que são 
ésteres). 

 
  Pode‐se deslocar o equilíbrio para o lado do éster, por exemplo, retirando‐se a 
água do equilíbrio, isto é, juntando‐se um desidratante. Foi provado, experimentalmente, 
que na reação de esterificação o oxigênio do grupo OH do álcool permanece na molécula 
do éster e o oxigênio do grupo OH do ácido é eliminado sob a forma de H2O. Assim, 
fazendo a reação de um álcool marcado com ácido, verificou‐se que se forma éster pesado 
e não água pesada. 

  

 
Exemplo de esterificação: 

 
  Esta reação é reversível e a reação inversa chama‐se hidrólise do éster. 
Curiosidade 
  A reação de glicerol (glicerina, propanotriol 1, 2, 3) com ácido nítrico concentrado, 
Cetés - Química Orgânica-C 44

na presença de H2SO4 concentrado, produz a trinitro glicerina, a qual é muito sensível ao 
choque. O engenheiro sueco Alfred Nobel descobriu que absorvendo nitroglicerina em 
material poroso, a sensibilidade à explosão diminui bastante, sendo possível o seu 
emprego como explosivo. 
  Dá‐se o nome de dinamite ao trinitrato de glicerina (trinitroglicerina) absorvido no 
material poroso (estabilizador, sendo o mais empregado a terra de infusórios ou 
Kieselguhr). 

 
2. Reação de Saponificação  
 (Reação de formação do sabão) 
 

 
Importante 
  O sal formado nesta reação será denominado sabão somente se for derivado de 
ácido graxo (Ácidos carboxílicos de cadeia longa). 
Exemplo 

 
Curiosidade 
  Os sabões feitos com KOH formarão sais de potássio, que são líquidos.   Este 
processo é bastante usado por pessoas que fazem sabão caseiro colocando um pouco de 
cinza, já que a madeira possui potássio, tornando o sabão mais maleável. 
Nota 
  Os sabões e detergentes são agentes emulsificantes. 
  Geralmente o nome detergente é reservado para ácidos sulfônicos (–SO3H) e seus 
derivados. 
Exemplos 
 
  Os sabões e detergentes estabilizam uma emulsão. 
  Por exemplo, uma emulsão de querosene em água, na presença de sabão ou 
detergente, é estabilizada, isto é, o querosene não se separa da água. 
Resumo 
– Reação de Esterificação: reação reversível entre ácido e álcool produzindo éster e água. 

 
Cetés - Química Orgânica-C 45

– Reação de Saponificação: reação de formação de sabão. 

 
Exercícios   
01. (Vunesp‐SP) O ácido metilpropiônico reage com 1‐butanol, formando água e um 
produto orgânico. 
a) Escreva a equação balanceada da reação utilizando fórmulas estruturais para os 
compostos orgânicos. 
b) Dê o nome do produto orgânico formado na reação e a função a que pertence. 
 
02. (Unicamp‐SP) O éster responsável pelo aroma do rum tem a seguinte fórmula 
estrutural: 

 
Escreva as fórmulas estruturais do ácido e do álcool a partir dos quais o éster poderia ser 
formado. 
 
03. (Fuvest‐SP) Na reação de saponificação 
CH3COOCH2CH2CH3 + NaOH  X + Y, os produtos X e Y são: 
a) álcool etílico e proprionato de sódio. 
b) ácido acético e propóxido de sódio. 
c) acetato de sódio e álcool propílico. 
d) etóxido de sódio e ácido propanóico. 
e) ácido acético e álcool propílico. 
 
Reação de Wurtz – Síntese de Kolbe – Reação de Grignard 
 
1. Reações com Sódio Metálico 
  Muitos compostos orgânicos reagem com sódio. 
Algumas dessas reações são processos de obtenção de substâncias orgânicas, outras são 
usadas como processo de diferenciação de várias funções orgânicas. É bom lembrar que 
estas reações também são de oxirredução. 
A. Síntese de Wurtz 
  É o processo de obtenção de alcanos. 
Consiste na reação de haletos de alquila com sódio metálico, em meio etérico. 

 
 

 
B. Reação com Alcinos Verdadeiros 
  A reação de alcino com sódio é utilizada para diferenciar alcinos verdadeiros de 
Cetés - Química Orgânica-C 46

falsos. Os alcinos verdadeiros reagem com sódio, enquanto os falsos não reagem. Assim, 
os alcinos verdadeiros, além de apresentarem reações de adição, apresentam também 
reações de substituição. Os alcinos falsos apresentam apenas reações de adição. 
  Com a fórmula C4H6 temos 2 alcinos diferenciáveis pela reação. 
 

 
C. Reação com Alcoóis 
  Os metais alcalinos e alcalino‐terrosos deslocam o hidrogênio dos álcoois, 
formando alcóxi ou alcóxidos de metais. 
  A reação é semelhante à que ocorre entre água e esses metais, porém mais 
branda. A água reage violentamente com o Na, que pode até explodir, enquanto o álcool 
reage brandamente com esse metal. 
Exemplo 

 
(reação violenta com possibilidade de explosão) 
 

 
  Essa reação permite diferenciar éteres de álcoois isômeros, pois um éter isômero 
não reage com sódio: 
H3 C – O – CH3 + Na  não há reação 
D. Reação com Fenóis 
  Reagem da mesma forma que os alcoóis. 
 

 
E. Reação com Ácidos Carboxílicos 
  Reagem produzindo sais de ácidos. 
 

 
2. Síntese de Kolbe 
Cetés - Química Orgânica-C 47

  Trata‐se de um processo de obtenção de alcanos. Ocorre reação de um sal de ácido 
carboxílico com água, com o uso de corrente elétrica. 

 
3. Reação de Grignard 
  A reação de composto de Grignard com aldeído e cetona e posterior hidrólise é um 
processo de obtenção de álcool. 
  O composto de Grignard é um composto organo‐metálico de fórmula R – MgX, 
sendo X um halogênio qualquer. 
Exemplo 

 
  O composto de Grignard é obtido pela reação de derivado halogenado com 
magnésio em meio etéreo. 

H3C – Cl + Mg  H3C – MgCl 
 
Os compostos de Grignard reagem com água produzindo alcano. 
 
CH3MgBr + HOH  CH4 + Mg(OH)Br 
CH3 – CH2MgBr + HOH  CH3 – CH3 + Mg(OH)BR 
 
A. Grignard com Metanal (Aldeído Fórmico) 
Neste caso, obtemos álcool primário 

 
B. Grignard com Aldeído Qualquer 
Ocorre obtenção de álcool secundário 

 
C. Grignard com Cetonas 
Ocorre formação de álcool terciário 
 

 
 
 
Portanto: 
Metanal + Grignard  Álcool Primário 
Outro Aldeído + Grignard  Álcool Secundário 
Cetona + Grignard  Álcool Terciário 
 
Cetés - Química Orgânica-C 48

Resumo 
• Síntese de Wurtz – Processo de obtenção de alcanos através da reação de haletos de 
alquila com sódio metálico. 
– Ocorre reação somente de alcinos verdadeiros com sódio metálico. 
– A reação com sódio metálico permite diferenciar álcool de um éter isômero. 
• Síntese de Kolbe – Processo de obtenção de alcanos através de reação de sal de ácido 
carboxílico com água, com o uso de corrente elétrica. 
• Compostos de Grignard: São compostos organometálicos. 

 
 
Exercícios  
01. (Vunesp‐SP) Um dos métodos de obtenção de alcanos é a síntese de Wurtz, que 
consiste na reação de haletos orgânicos com sódio metálico. Uma mistura de  
2‐cloro‐propano e cloro‐metano foram tratados com sódio, observando‐se a ocorrência 
de três reações, que deram origem a três alcanos diferentes. 
Escreva: 
a) As equações balanceadas das três reações. 
b) Os nomes dos três hidrocarbonetos formados. 
 
02. (Fuvest‐SP) Apresentar as reações do etanal com cloreto de metil magnésio e posterior 
hidrólise. 
03. (FEI‐SP) A propanona reage com brometo de etil magnésio e o produto obtido é 
hidrolisado. Equacione as reações e dê o nome do produto final. 
 
Petróleo – Hulha 
1. Petróleo 
Introdução 
  O petróleo (óleo de pedra) é um líquido oleoso, insolúvel em água, mais leve que 
ela, de cor variando entre amarelo e negro, encontrado em jazidas, no subsolo da crosta 
terrestre. 
  O petróleo é uma mistura de compostos orgânicos, predominando nitidamente os 
hidrocarbonetos. 
  O petróleo é retirado das jazidas por meio de perfurações na crosta terrestre, 
através das quais se atinge o poço petrolífero. 
Inicialmente, o petróleo jorra espontaneamente, em razão da grande pressão de seus 
gases; depois de certo tempo, a pressão interna torna‐se insuficiente para levar o petróleo 
à superfície da crosta terrestre, e a extração é feita por meio de bombas. Obtém‐se, assim, 
o petróleo bruto. 
  A seguir, o petróleo bruto é submetido a processos mecânicos de purificação: por 
decantação, é separada a água salgada bem como a matéria em suspensão 
(particularmente areia e argila) etc. Após o tratamento mecânico, o petróleo é submetido 
a um processo de fracionamento. 
A. Fracionamento do Petróleo 
      Por meio de destilação fracionada em grandes colunas de fracionamento, obtêm‐se 
Cetés - Química Orgânica-C 49

diversas frações de petróleo. 
      Segue‐se um esquema das principais frações obtidas e os respectivos intervalos de 
temperatura em que destilam. 
Fração Gasosa (Gases de Petróleo) 
– Gás Natural: C1 e C2 
– Gás Engarrafado: C3 e C4 
Fração Benzina ou Gasolina (até 150° C) 
 
– Éter de Petróleo 
– Gasolina Especial ou de Aviação 
– Benzina Especial 
– Ligroína 
Fração Querosene (150° C a 300° C) 
Fração Óleos Lubrificantes (300° C a 400° C) 
– Gas Oil ou Óleo Diesel 
– Óleos Lubrificantes Propriamente Ditos 
– Parafinas 
Resíduos 
– Parafinas 
– Vaselinas 
– Asfalto 
– Piche de Petróleo 
Observações: Tomando por base, por exemplo, o petróleo americano, a composição 
química das diversas frações do petróleo é a seguinte: os gases do petróleo são 
constituídos de CH4, C2H6, C3H8 e C4H10; o éter de petróleo é constituído de pentanos e 
hexanos; a gasolina, de C6H14 a C10H22; a benzina, especialmente de heptanos e octanos; a 
ligroína, de octanos e nonanos. O querosene contém alcanos com 10 a 16 átomos de 
carbono, e as frações menos voláteis (com ponto de ebulição mais alto) contêm 
hidrocarbonetos superiores. 
  Portanto, podemos construir a seguinte tabela: 

 
B. Principais Aplicações das Diversas Frações do Petróleo 
      Os gases do petróleo têm grande emprego como combustível (gás engarrafado). A 
gasolina é a fração de maior consumo pela sua aplicação como combustível nos motores 
de explosão. O éter de petróleo, a benzina especial e a ligroína têm grande aplicação 
Cetés - Química Orgânica-C 50

como dissolventes orgânicos. O querosene é empregado na iluminação; porém, hoje em 
dia, este emprego é bem restrito. 
O gas oil ou óleo diesel tem grande aplicação como combustível dos motores a diesel. Os 
óleos lubrificantes, como indica o nome, têm grande aplicação como lubrificantes em 
geral. A parafina tem grande aplicação na fabricação de velas, graxas para sapatos, ceras 
para assoalho etc. O asfalto e o piche de petróleo são muito utilizados na pavimentação 
de vias públicas. 
C. Índice de Octanos 
  Nos motores a explosão, a mistura de gasolina e ar (combustível e comburente) é 
submetida à compressão, que varia com a potência do motor: quanto maior for a potência 
do motor, maior tem que ser a compressão. A simples compressão da mistura pode 
produzir sua detonação; esta detonação prematura, isto é, por compressão e não pela 
faísca produzida pela vela, deve ser evitada, pois diminui a potência do motor. 
  Este fenômeno de detonação prematura da mistura de gasolina e ar é conhecido 
com o nome de knocking. A qualidade de uma gasolina depende da sua maior ou menor 
resistência à compressão sem detonação, quando em mistura com ar. Evidentemente, 
quanto maior a sua resistência à compressão, melhor sua qualidade. 
  Entre os constituintes da gasolina, o normal heptano oferece baixíssima resistência 
à compressão, isto é, apresenta o fenômeno do knocking a pressões muito baixas; por 
outro lado, o isoctano (2, 2, 4‐trimetil pentano) oferece grande resistência à compressão, 
isto é, só apresenta o knocking a pressões muito altas.   Esses dois hidrocarbonetos 
foram tomados como padrão para a determinação da resistência da gasolina à 
compressão sem detonação, quando em mistura com o ar.Foi, então, estabelecido o 
índice de octanos. 
  Ao normal heptano foi arbitrariamente dado o valor zero e ao isoctano o valor 100. 
Quando se diz que uma gasolina tem X octanos (octanagem X, número de octanos X, 
índice de octanos X), quer‐se dizer que a mistura dessa gasolina com o ar no motor de 
explosão resiste à mesma compressão sem detonação que uma mistura X% de isoctano e 
(100 – X%) do normal heptano. 
 
n – heptano (octanagem zero) 

 
  Assim, uma gasolina de 80 octanos (octanagem 80, número de octanos 80) é 
aquela que se comporta no motor como mistura contendo 80% de isoctano e 20% de 
normal heptano; uma gasolina de 42 octanos é aquela que se comporta no motor como 
uma mistura contendo 42% de isoctano e 58% de normal heptano. 
  Evidentemente, quanto maior o índice de octanos, melhor a qualidade da gasolina, 
pois resiste a maiores compressões sem detonação prematura (knocking ou batida de 
pino). 
  Antidetonadores (ou anti‐knocking) são substâncias adicionadas à gasolina para 
elevar a sua octanagem, isto é, aumentar a sua resistência à compressão. 
  Os antidetonantes mais empregados são o chumbo tetraetila ou tetra etilchumbo 
(Pb (C2H5)4 ) de uso proibido por causa da poluição ambiental e o cloreto de etileno, (Cl – 
Cetés - Química Orgânica-C 51

CH2 – CH2 – Cl). 
  Há ainda o caso particular da gasolina com índice de octanos superior a 100. 
Adicionando antidetonante a uma gasolina de índice de octanos próximo de 100, esse 
índice poderá ultrapassar o valor citado, caso em que será obtida uma gasolina que 
resistirá à compressão mais elevada que o isoctano. 
D. Cracking 
  A fração de maior consumo obtida no fracionamento do petróleo é a fração 
gasolina. A porcentagem de gasolina no petróleo varia com a procedência do mesmo, mas 
em média é de 10 %. 
  Pode‐se, porém, obter maior rendimento em gasolina no petróleo. Isto é feito pelo 
processo de cracking do petróleo, que consiste no aquecimento entre 450 °C a 700 °C das 
frações menos voláteis que a gasolina. Estas frações contêm hidrocarbonetos com maior 
cadeia carbônica e durante o processo dá‐se a pirólise dos mesmos, formando‐se 
hidrocarbonetos com menores cadeias carbônicas, constituintes da gasolina. No cracking 
empregam‐se catalisadores especiais que aumentam o rendimento da gasolina. 
  Simultaneamente com o cracking faz‐se a hidrogenação catalítica para transformar 
os alcenos em alcanos. 
  O processo de cracking é bastante complexo, podendo originar uma mistura de 
produtos. 

 
2. Hulha 
  O carvão mineral é formado por materiais ricos em carbono que ocorrem na crosta 
terrestre em forma de depósitos e que resultam da fossilização da madeira.   Observe o 
teor de carbono encontrado em diferentes fontes: 
madeira – 40% de carbono 
turfa – 60% de carbono 
linhito – 70% de carbono 
hulha – 80% de carbono 
antracito – 90% de carbono 
 
Destilação Seca da Hulha 
  Na prática, a destilação seca da hulha é feita pelo seu próprio aquecimento a 1.000 
°C em retortas de ferro, ao abrigo do ar. São obtidas as seguintes frações: 
a) Fração gasosa 
– gás de rua ou gás de iluminação 
b) Fração líquida 
– águas amoniacais 
– alcatrão da hulha 
c) Fração sólida ou resíduo 
– carvão coque 
  O gás de rua é constituído de H2 (50%), CH4 (35%), CO (7%) e outros componentes. 
  As águas amoniacais contêm NH3, sais de amônio, aminas e outros componentes 
orgânicos em solução aquosa. A partir das águas amoniacais são fabricados sais de amônio 
de grande aplicação como fertilizantes na agricultura. 
Cetés - Química Orgânica-C 52

  O carvão coque é usado como redutor em metalurgia e, em particular, na 
siderurgia na fabricação de carbureto, gás d’água etc... 
  Na química orgânica, a fração mais importante obtida da destilação seca da hulha é 
o alcatrão, que representa a fonte natural mais importante para a obtenção dos 
compostos aromáticos. 
  As principais frações obtidas pela destilação fracionada do alcatrão da hulha são as 
seguintes: 
a) Óleos Leves 
até 150 °C: Benzeno, Tolueno, Xileno. 
b) Óleos Médios 
de 150 °C a 220 °C: Fenol, Naftaleno. 
  c) Óleos Pesados 
de 220 °C a 270 °C: Cresóis, Anilina. 
d) Óleos Verdes 
de 270 °C a 400 °C: Antraceno, Fenantreno. 
e) Resíduos ou Piche 
Resumo 
Petróleo (óleo de pedra): 
  Mistura de hidrocarbonetos por meio da destilação fracionada, separamos os 
componentes do petróleo: fração gasosa, fração benzina ou gasolina, fração querosene, 
fração óleo lubrificante e resíduos. 
Cracking: hidrocarbonetos de cadeias maiores são aquecidos formando hidrocarbonetos 
de cadeias menores. O processo é utilizado para aumentar a quantidade de gasolina. 
Carvão mineral: são materiais ricos em carbono. 
Turfa: 60% carbono  
Linhito: 70% carbono 
Hulha: 80% carbono 
Antracito: 90% carbono 
Exercício 
Na questão a seguir, escreva nos parênteses a soma dos itens corretos. 
01. (UFBA‐BA) O petróleo é uma das mais importantes fontes naturais de compostos 
orgânicos. Por destilição fracionada obtêm‐se as frações do petróleo, que são misturas de 
diferentes hidrocarbonetos. 
A tabela a seguir indica algumas dessas frações, com os respectivos pontos de ebulição, e 
o diagrama representa uma torre de destilação de petróleo. 

 
Com base nas informações anteriores e nos conhecimentos sobre hidrocarbonetos, pode‐
se afirmar que: 
Cetés - Química Orgânica-C 53

(01) o petróleo é uma substância composta. 
(02) a fração que sai no nível 2 da torre é a gasolina. 
(04) o óleo diesel saida torre num nível mais baixo que o da gasolina. 
(08) o composto de fórmula molecular C7H16, um dos componentes da gasolina, é um 
alceno. 
(16) os hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados de carbono, hidrogênio e 
oxigênio. 
(32) propano e butano, gases do petróleo, são hidrocarbonetos saturados. 
Soma ( ) 
Leitura Complementar 
1. Cauchu 
  É obtido na Amazônia, a partir da hevea brasiliensis, conhecida como seringueira. 
São feitas incisões oblíquas no caule da seringueira de onde escorre o látex que é coloidal 
(emulsão de borracha em água). 
  Na extração do látex procede‐se à coagulação do colóide. Para isso seca‐se o látex, 
isto é, evapora‐se a água, deixando finas camadas de látex em tanques abertos. Para 
facilitar a coagulação, adiciona‐se ácido acético. 
  No Brasil usa‐se a defumação para coagular o látex e pôr “que” é exposto à 
fumaça, vai perdendo água e ao mesmo tempo coagula pela ação do acido acético 
proveniente da madeira verde queimada. 
  A borracha obtida é impura e chamada de borracha bruta. 
2. Vulcanização  
  A borracha bruta, mesmo depois de purificada, apresenta certos inconvenientes. 
Sob temperaturas um pouco mais altas (verão) torna‐se pegajosa e, em temperaturas 
mais baixas, (inverno), quebradiça e pouco resistente à tração e ao desgaste (abrasão). 
  Em 1838, Hanconck e Goodyear descobriram um processo para melhorar as 
propriedades físicas da borracha natural. Esse processo recebeu o nome de vulcanização e 
consiste no tratamento do cautchu com enxofre. 
  Ao que parece, com a vulcanização, as extensas moléculas lineares se unem 
através de pontes de enxofre, tornando a borracha mais dura e menos elástica. 
Dependendo da porcentagem de enxofre, o produto poderá ter diferentes propriedades. 
  A ebonite (cautchu com mais de 32% de enxofre) é um sólido inelástico, usado 
como isolante elétrico. 
Exemplo de cautchu vulcanizado: 
 

 
 
Cetés - Química Orgânica-C 54

POLÍMEROS 
Introdução 
  São macromoléculas (moléculas grandes) obtidas pela combinação de um número 
muito grande de moléculas menores denominadas monômeros. O processo em que isso é 
feito chama‐se polimerização. 
  Esse processo é conhecido em laboratório desde 1860, mas foi em 1864 que se 
desenvolveu o primeiro polímero com aplicações práticas: o celulóide. 
1. Classificação dos Polímeros 
  Os polímeros podem ser classificados pelo método de preparação: 
• Polímeros por Adição 
• Copolímeros 
• Polímeros por Condensação 
2. Polímeros por Adição 
  São os polímeros formados a partir de um monômero que deve ser um composto 
insaturado. A polimerização se dá por meio de reação de adição. Observe os exemplos: 
A. Polietileno 
  Os polímeros do etileno chamam‐se polietilenos. Os polímeros de massa molecular 
relativamente baixa são ótimos óleos lubrificantes. Os de massa molecular média 
assemelham‐se às ceras. Os de cadeia maior são duros e resistentes à temperatura. 
Empregando‐se catalisadores especiais, consegue‐se a polimerização em uma pressão 
próxima a da atmosfera. 

 
  O polietileno é insolúvel, isolante elétrico e inatacável por ácido ou base. É usado 
no recobrimento de cabos para velas de ignição, em fios telefônicos, na fabricação de 
tubos plásticos, recipientes domésticos etc... 
B. Teflon (Politetrafluor etileno) 
  A polimerização do tetrafluoretileno a 50 atmosferas de pressão, em presença de 
catalisadores à base de peróxido, resulta em um produto conhecido como teflon (massa 
molecular de 500.000 a 2.000.000). 

 
  A característica do teflon é a sua extrema inércia química, resistindo ao ataque de 
todos os reativos com exceção dos materiais alcalinos fundidos. Como apresenta a 
superfície extremamente lisa e resiste à alta temperatura sem fundir, o teflon é usado no 
revestimento de panelas, frigideiras etc... 
 
C. PVC 
  O cloreto de vinila é um gás que polimeriza rapidamente em presença de peróxido, 
resultando em uma resina chamada cloreto de polivinila (PVC). 

 
Cetés - Química Orgânica-C 55

  É usado em toalhas de mesa, garrafas d’água, cortina para banheiros, tubos, couro 
artificial para estofamento etc. 
D. Benzeno 
          Uma polimerização importante é a trimerização do acetileno na obtenção do 
benzeno. 

 
  Essa reação constitui o método histórico de Berthelot para a preparação do 
benzeno. 
E. Polimerização dos Alcadienos 

 
3. Copolímeros 
É o polímero formado por mais de um tipo de monômero, possuindo estrutura variada. 
A. Buna‐s 
  É obtido pela copolimerização do butadieno 1,3 com o vinil benzeno, sendo o sódio 
metálico usado como catalisador. 

 
  Esse polímero, por ser muito resistente ao atrito, é usado nas bandas de rodagem 
dos pneus. 
B. Buna‐n 
  É obtido pela copolimerização do 1,3 butadieno com o propeno‐nitrilo, sendo o 
sódio metálico usado como catalisador. 

 
 
 
Cetés - Química Orgânica-C 56

4. Polímeros por Condensação 
  Condensação é a reação entre moléculas de um ou mais compostos que origina um 
único composto. Na polimerização por condensação tem‐se a liberação de uma 
substância, geralmente água, que não se torna parte do polímero final.   Observe a 
condensação da glicose com produção de amido: 

 
  A. Baquelite (Polifenol) 
  É preparada por condensação de aldeído fórmico com fenol comum. A baquelite é 
muito usada como isolante na fabricação de materiais elétricos (pinos, tomadas, plugues 
etc). 

 
B. Náilon (Poliamida) 
  É um polímero obtido por condensação do ácido adípico HOOC – (CH2)4 – COOH e 
hexametilenodiamina  
H2N – (CH2)6 – NH2. 
  Por estiramento, os fios de náilon adquirem grande resistência à tração.  Queima 
com dificuldade, tem boa resistência aos agentes químicos, à água quente e aos óleos. 

 
 

O  grupo  é uma ligação amídica, diz‐se que o náilon é uma poliamida. 
C. Dácron (Poliéster) 
  A condensação de ácido tereftálico com etilenoglicol produz um polímero 
chamado terilene ou dácron, que é usado na fabricação de fibras sintéticas de grande 
resistência à tração, filmes etc. 

 
 
5. Silicones 
  São polímeros com silício e são obtidos pela condensação do dimetilsiloxana. 

 
Cetés - Química Orgânica-C 57

  São usados em lubrificações de moldes, borrachas, laminados, resinas, agentes 
antiespumantes, cirurgias plásticas. 
Resumo 
Polímeros – São macromoléculas obtidas pela combinação de um grande número de 
moléculas menores denominadas de monômeros. 
  Os polímeros podem ser classificados em: 
– Polímeros por adição: a polimerização ocorre através de reações de adição. 
– Copolímeros: formados por mais de um tipo de monômero. 
– Polímero por condensação: formado pela reação entre moléculas de um ou mais 
compostos, originando um único composto. Ocorre formação de água como subproduto 
da reação. 
Exercícios   
01. (Fuvest‐SP) Considere a estrutura cíclica da glicose, em que os átomos de carbono 
estão numerados: 

 
O amido é um polímero formado pela condensação de moléculas de glicose, que se ligam, 
sucessivamente, através do carbono 1 de uma delas com o carbono 4 de outra (ligação “1‐
4”) 
a) Desenhe uma estrutura que possa representar uma parte do polímero, indicando a 
ligação “1‐4” formada. 
b) Cite uma outra macromolécula que seja polímero da glicose. 
 
02. (UFRJ‐RJ) Um dos maiores problemas ambientais da atualidade é o do lixo urbano e, 
em especial, do lixo plástico. Dentre os plásticos encontrados no lixo podemos citar o 
polietileno (sacos e garrafas) e o politereftalato de etileno, conhecido como PET (garrafas 
de refrigerantes). A síntese do polietileno se dá pela reação de polimerização do eteno, 
segundo a equação: 

 
  Já o PET é um poliéster formado por unidades condensadas de dois monômeros, 
um diálcool e um diácido, conforme a estrutura a seguir. 

 
 
  Um dos processos de reciclagem das garrafas de PET é a decomposição do 
polímero em seus monômeros por intermédio de uma reação de hidrólise. 
Com base na estrutura do PET, escreva as fórmulas estruturais dos seus monômeros. 
Cetés - Química Orgânica-C 58

 
03. (Unesp‐SP) Compostos insaturados do tipo 

 
podem polimerizar segundo a reação representada pela equação geral: 
 

 
Com n > 2.000 
  A borracha natural é obtida pela polimerização do composto para o qual R e R’ são, 
respectivamente, H e CH3. 
a) Escreva o nome oficial do monômero que dá origem à borracha natural.b) A reação de 
polimerização pode dar origem a dois polímeros com propriedades diferentes. Escreva as 
fórmulas estruturais dos dois polímeros que podem ser formados na reação, identificando 
o tipo de isomeria existente entre eles. 
 
04. (Fuvest‐SP) O petróleo, por destilação fracionada e craqueamento, fornece compostos 
de grande utilidade.  
a) Indique três frações da destilação do petróleo em ordem crescente das suas faixas de 
temperatura de ebulição, sob mesma pressão. Cite um composto (nome ou fórmula) de 
cada uma dessas frações. 
b) No craqueamento pode‐se obter C2H4, matéria prima para produção de polietileno. 
Escreva uma fórmula estrutural que pode representar o polímero. 
c) O descoramento de uma solução aquosa de bromo (água de bromo) serve para 
diferenciar eteno de etano. Explique esse fato, utilizando equações químicas. 
Obs. – O etano pode reagir com Br2, porém só em condições específicas (calor e luz 
ultravioleta). 
 
Lipídios e Proteínas 
 
1. Lípides ou Lipídios 
  São ésteres elaborados pelos organismos vivos que, por hidrólise, fornecem ácidos 
graxos ao lado de outros compostos. 
  As características dos lípides são: brancos ou levemente amarelados, untuosos ao 
tato, pouco consistentes, sendo alguns líquidos, e deixam sobre o papel uma mancha 
translúcida que não desaparece com aquecimento, são insolúveis na água. 
  Os lípides são classificados em céridos e glicéridos. 
A. Céridos 
  São ésteres formados a partir de um ácido graxo e um álcool superior. 
  Os céridos são conhecidos como ceras e podem ser de origem animal ou vegetal. 
São usados na fabricação de ceras de assoalhos, graxa de sapato, cosméticos, velas, etc. 
 
Cetés - Química Orgânica-C 59

Exemplo 
 

 
B. Glicéridos 
  São ésteres de glicerol com ácidos graxos. Os óleos e gorduras animais e vegetais 
são misturas de glicérides. 

 
  O glicérido formado pode ser um óleo ou uma gordura; será um óleo se for 
derivado predominantemente de ácidos graxos insaturados. Será uma gordura se for 
derivado predominantemente de ácidos graxos saturados. 
  Já que a única diferença química entre um óleo e uma gordura está na presença ou 
ausência de insaturações, podemos compreender facilmente como a indústria transforma 
óleos em gordura pela simples adição de H2. 

 
  A hidrogenação modifica não só as propriedades físicas como também as 
propriedades químicas. As gorduras hidrogenadas tornam‐se rançosas com menos 
facilidade do que as não hidrogenadas. A rancidez deve‐se à presença de ácidos e aldeídos 
voláteis, de mau odor, obtidos através da reação do oxigênio do ar com carbonos 
próximos das duplas ligações, na cadeia carbônica. A hidrogenação reduz o número de 
insaturações na cadeia carbônica, o que retarda o desenvolvimento do ranço. 
  Fisicamente, os óleos se apresentam no estado líquido à temperatura e pressão 
ambientes (25 °C e 1 atm) enquanto as gorduras se apresentam no estado sólido. 
  Gorduras e óleos podem derivar tanto de animais como de vegetais. 
Cetés - Química Orgânica-C 60

 
2. Proteínas 
  São polímeros de até 20 aminoácidos naturais que se diferenciam pelas cadeias 
laterais. Uma única molécula de proteína pode conter milhares de unidades de 
aminoácidos. 
  Os aminoácidos são ácidos 2 – amino carboxílicos. 

 
  Esta característica comum confere aos aminoácidos a capacidade de formar longas 
cadeias de poliamida que constituem as proteínas. 
  Uma molécula formada a partir de dois ou mais aminoácidos é chamada de 
peptídio e a ligação entre eles é denominada de ligação peptídica. Cada aminoácido 
presente em um peptídio é chamado de resíduo. Conforme o número de resíduos, as 
peptidas recebem o nome de dipeptidas, tripeptidas, etc. Para as proteínas (cadeia 
polipeptídica), encontramos mais de cem resíduos unidos por ligações peptídicas. 
  As ligações peptídicas podem ser representadas: 

 
  A denaturação corresponde à precipitação irreversível de uma proteína, causada 
pela ação do calor, ácidos ou bases fortes. 
Observação – O termo denaturação também é encontrado como desnaturação. 
Resumo 
– Lípides ou Lipídios: são ésteres produzidos pelos organismos vivos que, por hidrólise, 
fornecem ácidos graxos ao lado de outros compostos. 
Classificação 

 
Proteínas: são polímeros de até 20 aminoácidos naturais. 
Ligação peptídica: ocorre entre aminoácidos para a formação das proteínas. 
 
Exercícios   
01. (Fuvest‐SP) 
A composição de óleos comestíveis é, usualmente, dada pela porcentagem em massa dos 
Cetés - Química Orgânica-C 61

ácidos graxos obtidos na hidrólise total dos triglicerídeos que constituem tais óleos. 
Segue‐se esta composição para os óleos de oliva e milho. 

 
Um comerciante comprou óleo de oliva, mas, ao receber a mercadoria, suspeitou 
 tratar‐se de milho. Um químico lhe explicou que a suspeita poderia ser esclarecida, 
determinando‐se o índice de iodo, que é a quantidade de iodo, em gramas, consumida por 
100 g de óleo. 
a) Os ácidos graxos insaturados da tabela têm cadeia aberta e consomem iodo.  
Quais são esses ácidos? Justifique. 
b) Analisando‐se apenas os dados da tabela, qual dos dois óleos apresentará maior índice 
de iodo? Justifique. 
02. (Vunesp‐SP) 
Alcoóis reagem com ácidos carboxílicos para formar ésteres e água. Triglicerídios  
(gorduras e óleos) sintéticos podem ser obtidos pela reação de glicerol com ácidos  
carboxílicos. 

 
a) Escreva a equação química, utilizando fórmulas estruturais, da reação de 1 mol 
de glicerol com 3 mols de ácido n‐hexanóico. 
b) Quando submetido a hidrólise alcalina (saponificação), o triglicerídeo  
dissolve‐se com regeneração do glicerol e formação de sal. Escreva a  
reação de hidrólise do éster, utilizando NaOH. Dê o nome do produto que se forma 
junto com o glicerol. 
03. (Fuvest‐SP) 
O aspartame, adoçante artificial, é um éster de um dipeptídeo. 

 
Esse adoçante sofre hidrólise, no estômago, originando dois aminoácidos e uma terceira 
substância. 
a) Escreva as fórmulas estruturais dos aminoácidos formados nessa hidrólise. 
b) Qual é a terceira substância formada nessa hidrólise? Explique de qual grupo funcional 
se origina essa substância. 
 
Carboidratos 
  São compostos de função mista poliálcool‐aldeído ou poliálcool‐cetona, assim 
como todos os compostos que, por hidrólise, produzem os referidos compostos de função 
mista. 
Os carboidratos são assim chamados porque freqüentemente apresentam fórmula 
mínima CH2O, que sugere um hidrato de carbono. 
Cetés - Química Orgânica-C 62

A. Podemos classificar os carboidratos em: 

‐ Oses: Monossacarídeos   

‐ Osídeos   
‐ Oses 
Açúcares que não se hidrolisam. 
Ex.: glicose, frutose, galactose. 
a1) Aldoses: apresentam o grupo aldeído. De acordo com o número de átomos de 
carbono, classificam‐se em aldotriose (3C); aldotetrose (4C); aldohexose (6C)... 
a2) Cetoses: apresentam o grupo cetônico, classificam‐se também em cetotriose (3C); 
cetohexose (6C)... 
  Costuma‐se representar as fórmulas das aldoses e cetoses na vertical.   Nestas 
fórmulas, um círculo representa o grupo aldeído, o sinal representa o grupo cetona e um 
traço, o grupo hidroxila. 
  Assim, as fórmulas de aldotriose e da cetotriose: 

são representadas por 

 
Osídeos 
  Açúcares que hidrolisam produzindo oses. Classificam‐se em: 
b1) Holosídeos: osídeos que, por hidrólise, fornecem somente oses. 
Subdividem‐se em: 
Dissacarídeos 
  Açúcares que se hidrolisam, fornecendo duas moléculas de monossacarídeos. 
Ex.: 
 
Polissacarídeos 
  Açúcares que se hidrolisam, formando mais de duas moléculas de 
monossacarídios. 
Ex.: 

 
b2) Heterosídeos: Osídeos que, por hidrólise, fornecem outros compostos além das oses. 

 
 (semente de amêndoas amargas) 
 
Cetés - Química Orgânica-C 63

B. Isomeria nos Açúcares 
  Uma aldose com n átomos de carbono apresenta (n – 2) átomos de carbono quirais 
diferentes e, portanto, 2n – 2 isômeros opticamente ativos. 
  Uma cetose com n átomos de carbono apresenta (n – 3) átomos de carbono quirais 
diferentes e, portanto, 2n – 3 isômeros opticamente ativos. 
  Uma cetohexose apresenta três átomos de carbono quirais diferentes. São 
possíveis, portanto, oito isômeros. Destes oito isômeros, apenas a frutose é abundante na 
natureza. 

 
  Uma aldohexose apresenta quatro átomos de carbono quirais diferentes. São 
possíveis, portanto, 16 isômeros. Na natureza são abundantes apenas três: glicose, 
manose e galactose. 

 
C. Estrutura dos Monossacarídeos 
  Por convenção, o estudo das estruturas das oses é feito a partir da aldose mais 
simples, que é o aldeído glicérico (aldotriose) 

 
  Como vemos, o aldeído glicérico apresenta 1 átomo de C quiral e, como tal, pode 
ser representado por dois antípodas ópticos: o dextrogiro (ald. d glicérico) e o levogiro 
(ald. l glicérico). 
  Inicialmente, representaremos as fórmulas de projeção dos antípodas dos aldeídos 
glicéricos, na vertical: 

 
 
Cetés - Química Orgânica-C 64

 
  As oses têm suas estruturas convencionadas a partir dos aldeídos glicéricos. 
  A cadeia carbônica poderá ser aumentada a partir do grupo aldeídico. 
  Assim, obteremos, a partir do aldeído d glicérico, uma aldotetrose em que a base 
(os últimos carbonos) da cadeia será idêntica à da aldotriose inicial. 

 
 

 
 
  As duas aldotetroses levarão a letra d em sua nomenclatura, pois são provenientes 
do aldeído d glicérico. 
  Da mesma forma, as aldotetroses, provenientes do ald. l glicérico, levarão a letra l 
em sua nomenclatura oficial. 

 
Cetés - Química Orgânica-C 65

 
  Seguindo o mesmo raciocínio, poderemos obter aldopentose a partir do 
aldotetrose, ou ainda, aldohexose a partir de aldopentose, e assim sucessivamente. 
  Portanto, uma ose levará a letra d e l em seu nome, de acordo com a origem, isto 
é, se pertencer à série do aldeído d ou l glicérico, respectivamente. 
  Reconhecemos pela estrutura a série a que pertence uma ose pela posição da 
penúltima oxidrila: se estiver à direita da cadeia, convencionamos pertencer à série d e 
levará tal letra em sua nomenclatura e, se estiver à esquerda da cadeia, a ose levará a 
letra l e pertencerá, portanto, à série l. 
Outros exemplos 

 
  Pelas representações anteriores, notamos que a glicose e a frutose pertencem à 
série d das oses, porém a primeira é dextrogira (+) e a segunda é levogira (–). Portanto, as 
letras d e l no nome das oses nada têm a ver com a rotação do plano da luz polarizada. 
D. Simplificação das Fórmulas Estruturais das Oses 
  Pode ser feita representando‐se a cadeia principal por uma linha vertical e as 
hidroxilas por pequenos traços à direita ou à esquerda dessa vertical. 

 
 
E. Propriedades Físicas dos Glicídios 
  As oses são compostos cristalinos, incolores, solúveis na água e pouco solúveis em 
solventes orgânicos. Apresentam sabor adocicado. Os dissacarídeos apresentam 
propriedades semelhantes. 
  Os polissacarídeos são amorfos insolúveis em água sem sabor. 
Oses Epímeras 
  São oses que diferem somente na configuração de um único carbono quiral. 
 
Cetés - Química Orgânica-C 66

Exemplo 

 
F. Estudo Geral das Oses e Osídeos  
Glicose 
C6H12O6  glucose dextrogira, açúcar da uva 
  Ocorre no mel e frutos doces; é obtida pela hidrólise do amido em meio ácido. 
 
  Sua aplicação é na fabricação de álcool etílico, alimentação de crianças, de atletas 
(após as competições). 
Frutose 
C6H12O6  levulose (ocorre no mel, nos frutos doces, sempre na forma d (–). 
Sacarose 
C12H22O11  açúcar de cana, açúcar comum: ocorre em plantas, principalmente, a cana‐de‐
açúcar e a beterraba. 
  Sua obtenção obedece à seqüência: 
a) obtenção da garapa; 
b) precipitação das proteínas e ácidos livres, por tratamento com hidróxido de cálcio; 
c) eliminação do excesso de Ca(OH)2 borbulhando CO2 (precipita CaCO3);  
d) filtração e cristalização por centrifugação, separando‐se o melaço do açúcar. 
Sua aplicação é na alimentação e na fabricação de álcool etílico. 
Celulose 
(C6H10O5)n  ocorre em todos os vegetais. O algodão é praticamente celulose (95%). 
– A sua massa molecular média é de 400.000. A celulose praticamente não é digerível pelo 
organismo humano. 
– Sua aplicação é na fabricação do papel e no tecido de algodão. 
– Usado na preparação do algodão, pólvora (explosivo potente); na fabricação de 
celulóides, filmes, sedas artificiais e na fabricação de vidros de segurança para carros (dois 
vidros colados com acetato de celulose). 
Amido 
(C6H10O5)n  ocorre nas reservas dos vegetais; sua aplicação é na alimentação e na 
fabricação de cola. 
Resumo 
– Carboidratos são compostos de função mista poliálcool‐aldeído ou poliálcool‐cetona. 

– Classificação   
– Oses: açúcares que não se hidrolisam. 
– Osídeos: açúcares que hidrolisam produzindo oses. 
 
Exercícios   
01. (Unicamp‐SP) Os nossos heróis estranharam a presença dos dois copos sobre a mesa, 
Cetés - Química Orgânica-C 67

indicando que teria passado mais alguém por ali. Além disso, havia leite e, pela ficha 
cadastral, eles sabiam que o guarda não podia tomá‐lo, pois sofria de deficiência de 
lactase, uma enzima presente no intestino delgado. Portanto, se o guarda tomasse leite, 
teria diarréia. Na presença de lactase, a lactose, um dissacarídeo, reage com água dando 
glicose e galactose, monossacarídeos. 
a) Complete a equação a seguir, que representa a transformação do dissacarídeo em 
glicose e galactose: 
C12H22O11 + ... = ... + C6H12O6 
b) Se, com a finalidade de atender às pessoas deficientes em lactase, principalmente 
crianças, um leite for tratado com a enzima lactase, ele terá o seu “índice de doçura” 
aumentado ou diminuído? Justifique. Lembre‐se de que o “poder edulcorante” é uma 
propriedade aditiva e que traduz quantas vezes uma substância é mais doce do que o 
açúcar, considerando‐se massas iguais. A lactose apresenta “poder edulcorante” 0,26, a 
glicose 0,70 e a galactose 0,65. 
 
02. (UFG‐GO) No rótulo de alguns refrigerantes light encontram‐se as informações “sem 
açúcar” e “contém fenilalanina”. As fórmulas estruturais planas da fenilalanina e do 
açúcar, às quais o rótulo se refere, são representadas, a seguir:  

 
a) A qual classe de biomoléculas pertence I e II? 
b) Circule, nas estruturas I e II, três grupos funcionais diferentes, citando seus nomes. 
c) Cite uma propriedade química comum às substâncias I e II. 
 
Caráter Ácido‐Básico 
1. Ácido Carboxílico 
  Os ácidos carboxílicos são ácidos fracos. Em solução aquosa ionizam, liberando o 
íon H (H3O+) e o ânion carboxilato. 
+

 
  Verifica‐se aumento ou redução na força ácida, conforme o grupo que se encontra 
ligado à carboxila (–COOH). 
  Grupos retiradores de elétrons aumentam a força ácida, pois facilitam a ionização 
do ácido diminuindo a densidade eletrônica da carboxila. 
  São considerados grupos retiradores de elétrons: halogênios, – NO2, – OH,  
 
 
 
 
Cetés - Química Orgânica-C 68

Exemplos 
 

 
 

 
  Observamos que os valores de Ka aumentam; conseqüentemente, aumenta a força 
ácida, à medida que são colocados grupos retiradores de elétrons.  
  Grupos doadores de elétrons diminuem a força ácida, pois aumentam a densidade 
eletrônica da carboxila, dificultando a saída do H+ (ionização). 
  São considerados grupos doadores de elétrons: 
– CR3; – CHR2; – CH2R; – CH3; – O–. 
Exemplos 
 

 
 
 
  Observamos que à medida que aumenta a cadeia carbônica, diminui a força ácida, 
pois ocorre redução no valor de Ka. 
 
2. Fenol 
Os fenóis são ácidos que possuem constante de ionização em torno de 10–10, portanto 
ácidos mais fracos que os ácidos carboxílicos. Em água, ocorre a ionização: 

 
 
 
Cetés - Química Orgânica-C 69

3. Amina 
  As aminas apresentam caráter básico, pois em solução aquosa produzem ânion 

OH . 
R – NH2 + H2O  R –  + OH– 
  As aminas alifáticas são bases mais fortes que as aminas aromáticas, pois o anel 
benzênico dificulta a ligação do par de elétrons do nitrogênio com o íon H+. 
  As aminas reagem com ácidos formando sais de amina. 
Exemplos 

 
Resumo 
– Ácido carboxílico: ácidos mais fracos que os inorgânicos. Ocorre aumento da força ácida 
com a introdução de grupos retiradores de elétrons e redução na força ácida com grupos 
doadores de elétrons. 
– Fenol: são ácidos mais fracos que os ácidos carboxílicos. 
– Amina: são bases fracas. Aminas aromáticas são bases mais fracas que as alifáticas. 
Reagem com ácidos produzindo sais de amina. 
 
Exercícios   
01. (PUC‐RS) Identifique a opção que apresenta a ordem crescente de acidez para o grupo 
de substâncias a seguir: 

 
a) I, II, III, IV 
b) II, IV, III, I 
c) II, III, IV, I 
d) I, IV, III, II 
e) I, III, IV, II 
02. (Ufes‐ES) Dentre os ácidos a seguir, o que apresenta maior constante de ionização (Ka) 
é:  
Cetés - Química Orgânica-C 70

 
 
03. (Fuvest‐SP) A seguir estão tabeladas as constantes de ionização de uma série de ácidos 
carboxílicos: 

 
a) Justifique a ordem relativa dos valores de Ka. 
b) Considerando soluções equimolares desses ácidos, qual tem maior pH? Justifique. 
 

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